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1
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
UNOESC CAMPOS DE XANXERÊ
NEIMARA MENEGATTI
Desenvolvimento de produto: facilitando o ato de descascar pinhão.
Xanxerê
2011.
2
NEIMARA MENEGATTI
Desenvolvimento de produto: facilitando o ato de descascar pinhão.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Design, Área das
Ciências Exatas e da Terra, como quesito
parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Design pela Universidade do
Oeste de Santa Catarina – Unoesc Campos
de Xanxerê.
Orientador: Luiz Claudio Mazolla Vieira
Xanxerê
2011.
3
NEIMARA MENEGATTI
Desenvolvimento de produto: facilitando o ato de descascar pinhão.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentada ao Curso de Design, Área das
Ciências Exatas e da Terra, como quesito
parcial para obtenção do título de Bacharel
em Design pela Universidade do Oeste de
Santa Catarina – Unoesc Campus de
Xanxerê.
Aprovado em 07 Dezembro de 2011.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Me. Luiz Claudio Mazolla Vieira
Orientador – Avaliador
Prof. Esp. Walter Strobel Neto
Avaliador
Profa. Esp. Karina Tissiani
Avaliadora
4
Dedico este trabalho a toda minha
família de parentes e amigos que
sempre me apoiaram para alcançar
os meus objetivos.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus por estar sempre me ajudando e guiando para enfrentar as
dificuldades.
Á minha mãe, Neida e meu pai Raul, razão de ser de toda a minha existência.
As minhas irmãs Marisa e Maraisa por estarem sempre me apoiando.
A minha tia Maria por toda a ajuda que tem me dado.
Ao meu tio Edemar pela ajuda e paciência.
A minha prima Vanessa, sendo que às vezes reclamava, mas sempre acabava
me ajudando em todas as situações.
A minha madrinha Geni pessoa que mais me incentivou e me deu força para
seguir em frente.
Ao meu orientador e coordenador do curso de design Luiz Claudio Mazolla
Vieira pelas dicas e ajuda para a realização deste trabalho.
Aos meus amigos antigos, e às pessoas que se fazem presente pela afeição.
Aos meus professores pela prestação de informações e conhecimentos sempre
que solicitados.
6
“O engenheiro trabalha com o quilômetro, o
arquiteto com o metro, o designer com o
centímetro.”
(Tomas Maldonado, designer)
7
RESUMO
O design tem a responsabilidade de listar os fatores importantes e as fases que
serão desenvolvidas para a concepção do produto, participando de todas as
fases do projeto. O design é uma atividade de projetar, inovar, pesquisar tanto
mercado como, o desenvolvimento de novas tecnologias, a fim de, melhorar o
padrão de qualidade dos objetos em geral. No design dá-se a melhoria dos
aspectos funcionais, ergonômicos e visuais do produto, de forma que atenda a
necessidade do consumidor, melhorando o conforto, a segurança e a
satisfação dos usuários. Tendo participação da ergonomia que refere-se a uma
ciência que gera conhecimentos e tecnologias estuda e analisa a atividade
humana, a fim de compreender a relação entre o ser humano e o seu
envolvimento nas atividades de trabalho e pessoal. Buscando, através de seus
métodos e técnicas, o levantamento de dados, de forma a subsidiar o designer
no desenvolvimento de produtos. Utilizando conhecimentos sobre o ser
humano para a concepção de instrumentos e máquinas, proporcionando
adequação as atividades pessoais e profissionais no dia a dia das pessoas.
Tendo como objetivo contribuir com o usuário promovendo eficácia, segurança
e bem estar para as mesmas. Este projeto tem o proposito o levantamento e
análise de dados para o desenvolvimento do produto, sendo um descascador
de pinhão de fácil identificação visual e utilização, permitindo o reconhecimento
do mesmo, quando disponível no mercado, pois se trata de um produto com
formas ergonômicas, cores vivas, de fácil higienização e seguro em sua
utilização. O pinhão é uma semente comestível, dos frutos (pinhas) de uma
árvore brasileira, o pinheiro (Araucária angustifolia) também chamado de
pinheiro-do-paraná ou pinheiro-brasileiro, nativo do Sul do Brasil.
Palavras-chaves: Design, ergonomia e pinhão.
ABSTRACT
8
The course of Design has the responsibility of listing the important facts and the
stages that will be developed to the idea of the product, participating in all
stages of the project. To this course it is an activity of projecting, innovating,
researching the market as well as the development of new technologies to
improve the standard of quality of all the objects. The improvement of
functional, ergonomic and visual aspects of the product to serve the consumer
in order to give more comfort, security and satisfaction of the clients are
fundamental to the course of Design. The ergonomics – a science that
produces knowledge and technologies of the human being necessities to
understand the relation between the man and their involvement at work and
leisure – is essential to Design. It also obtains, through methods and
techniques, data to subsidy the designer to develop products using the
knowledge about the human being to concept instruments and machines to be
suitable to the personal and professional activities in the people’s life. The aim
is contribute with the user offering efficiency, security and well being. This
project has the aim of raising data to develop products – considering the pine
peeler an easy visual identifier. The pine is an edible seed and it comes from a
Brazilian tree (araucaria angustifolia) found in the south of Brazil and it is also
called Parana Pine or Brazilian Pine. Its seeds are group together and, when
they are ripen they may be eaten. It is tasty and may be eaten cooked with
water and salt or baked.
Key words: Design – ergonomics - pine
9
LISTA DE FIGURA
Figura 1 Dimensões das mãos......................................................... 30
Figura 2 Movimentos articulares do pulso........................................ 30
Figura 3 Movimentos articulares dos dedos..................................... 30
Figura 4 As três etapas principais: pré-concepção, concepção e
pós-concepção....................................................................
34
Figura 5 Desdobramento da metodologia......................................... 35
Figura 6 Etapas a ser desenvolvida.................................................. 37
Figura 7 Etapa da Pré-concepção.................................................... 38
Figura 8 Etapa da Concepção.......................................................... 50
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Imagem 1 Pinha onde contém os pinhões.......................................... 39
Imagem 2 Imagens de araucárias....................................................... 41
Imagem 3 Pinhão................................................................................ 42
Imagem 4 Descascador de pinhão...................................................... 43
Imagem 5 Descascador de pinhão...................................................... 43
Imagem 6 Descascador de pinhão...................................................... 44
Imagem 7 Descascador de pinhão pinholino....................................... 44
Imagem 8 Descascador de pinhão...................................................... 45
Painel 1 Painel Imagético de descascadores................................... 46
Painel 2 Lifestyle do Público Alvo..................................................... 47
Painel 3 Conceito de praticidade...................................................... 48
Painel 4 Atributos do produto: seguro, fácil de usar e ergonômico.. 49
Painel 5 Atributos estéticos formais.................................................. 49
Painel 6 Análise dos princípios mecânicos....................................... 51
Imagem 9 Rendering do modelo descascador pinhão........................ 58
Imagem 10 Rendering do descascador de pinhão................................ 58
Imagem 11 Rendering do descascador de pinhão vista lateral............. 59
Imagem 12 Rendering do descascador de pinhão com lâmina............. 59
Imagem 13 Rendering do descascador de pinhão com sistema de
corte....................................................................................
60
Imagem 14 Rendering do descascador de pinhão fechado.................. 60
Imagem 15 Rendering do descascador de pinhão situação de uso..... 61
Imagem 16 Rendering do descascador de pinhão uso lâmina.............. 61
Imagem 17 Rendering do descascador de pinhão vista de cima.......... 62
11
LISTA DE DESENHO
Desenho 1 Alternativa 1........................................................................ 50
Desenho 2 Alternativa 2........................................................................ 51
Desenho 3 Alternativa 3........................................................................ 52
Desenho 4 Alternativa 4........................................................................ 53
Desenho 5 Alternativa 5........................................................................ 54
Desenho 6 Alternativa 6........................................................................ 55
Desenho 7 Alternativa 7........................................................................ 56
Desenho 8 Alternativa 8........................................................................ 57
Desenho 9 Alternativa 9........................................................................ 58
Desenho 6 Desenho Técnico vista superior......................................... 65
Desenho 7 Desenho Técnico vista superior tampa.............................. 66
Desenho 8 Desenho Técnico vista superior base................................. 67
Desenho 9 Desenho Técnico vista lateral............................................. 68
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 14
1.1 TEMA................................................................................................... 14
1.2 PROBLEMA......................................................................................... 14
1.3 OBJETIVOS......................................................................................... 14
1.3.1 Objetivos Gerais............................................................................. 14
1.3.2 Objetivos Específicos.................................................................... 14
1.4 JUSTIFICATIVA................................................................................... 15
1.5 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN E DA PESQUISA........ 15
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO............................................................ 16
2 BASES DO CONHECIMENTO.............................................................. 17
2.1 DESIGN............................................................................................... 17
2.1.1 Design Industrial............................................................................. 20
2.2 ERGONOMIA...................................................................................... 22
2.2.1 Antropometria................................................................................. 26
2.2.2 Questões ergonômicas aplicadas ao projeto.............................. 29
3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN.............................. 33
3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN..................................... 33
3.1 PROJETO DE DESIGN....................................................................... 36
3.1.1 Pré-concepção................................................................................ 37
3.2. Coleta de dados.............................................................................. 38
3.2.1 Pinhão uma explicação.................................................................. 38
3.2.3 Análise de similares....................................................................... 40
3.2.3.1 Tendências de mercado em Utilidades Domésticas, cores,
formas e materiais utilizados.....................................................................
44
3.2.3.2 Público Alvo................................................................................... 45
3.2.3.3 Conceitos....................................................................................... 46
3.2.3.4 Atributos do produto...................................................................... 46
3.2.4 Concepção...................................................................................... 48
3.2.4.1 Análise dos princípios mecânicos.................................................. 49
3.2.4.2 Geração de alternativas................................................................. 50
13
3.2.4.3 Seleção.......................................................................................... 59
3.2.5 Pós-concepção............................................................................... 60
4 RESULTADO DO PROJETO................................................................. 61
4.1 RENDERING....................................................................................... 61
4.2 VISUALIZAÇÕES................................................................................ 61
4.3 DESENHO TÉCNICO.......................................................................... 65
4.4 MATERIAIS E PROCESSOS DE PRODUÇÃO.................................. 69
4.5 SUB-COMPONENTES........................................................................ 70
4.6 MEMORIAL DESCRITIVO................................................................... 71
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 72
REFERÊNCIAS......................................................................................... 73
APÊNDICES.............................................................................................. 75
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA
Desenvolver um produto que facilite o ato de descascar pinhão.
1.2 PROBLEMA
Como o design pode proporcionar função e praticidade no ato de descascar
pinhão incentivando o consumo doméstico.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Desenvolver descascador de pinhão, que proporcione praticidade,
ergonomia, estética e funcionalidade atendendo as necessidades do usuário.
1.3.2 Objetivos Específicos
- Estudar as bases teóricas do design.
15
- Pesquisa do público alvo (painel lifestyle).
- Definir a metodologia a ser aplicada no desenvolvimento do projeto.
- Desenvolver um descascador de pinhão.
1.4 JUSTIFICATIVA
O projeto tem como objetivo o estudo da área de conhecimento do design,
da fundamentação nas questões técnicas dos produtos da linha de utilidade
doméstica, sendo um descascador de pinhão.
Observa-se entre os meses de abril a agosto acontece à colheita do
pinhão, sendo um produto muito comum da região Sul do país. E devido à
dificuldade em descascar pinhão, este projeto tem como propósito o
levantamento e análise de dados para o desenvolvimento de produto no auxilio
ao ato de descascar pinhão. Pois através de pesquisas e análise em similares
que estão no mercado, observa-se que os mesmos funcionam parcialmente e
com alguns problemas na hora de descascar o pinhão, tendo em vista que é
fácil de prensar os dedos ou até mesmo de cortar, devido a exposição da
lâmina no produto.
1.5 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN E DA PESQUISA
A metodologia para a pesquisa será bibliográfica, tendo um melhor
conhecimento sobre o assunto, sendo que será feita através de livros, web
sites, artigos, entre outros.
A metodologia utilizada para o projeto de design será baseada no Método
de desdobramento em três etapas, desenvolvido por SANTOS (2005), a qual
se divide em três etapas: pré-concepção, concepção e pós-concepção. A
16
pesquisa utilizará como ferramenta de análise de dados o painel imagético para
melhor entendimento.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
No capítulo 1, encontra-se a introdução onde contém o tema, problema,
objetivos, justificativa e metodologia utilizada.
Para o capítulo 2, será apresentado as bases do conhecimento, contendo
conteúdos sobre: design, design industrial, ergonomia, requisitos ergonômicos
do projeto, buscando um referencial teórico para sustentação do trabalho.
No capítulo 3, encontra-se a metodologia aplicada no projeto, e o projeto de
design, incluindo as etapas de pesquisas e desenvolvimento de painéis
imagéticos, sendo base para a geração de alternativas.
No capítulo 4 será apresentado o resultado final do projeto, contendo
desenho técnico e modelo.
No capítulo 5, etapa final, encontra-se as considerações finais, junto com
as referências bibliográficas e apêndices.
17
2. BASES DO CONHECIMENTO
2.1 DESIGN
Muitas são as definições para explicar o significado de design, e
segundo Bigal, (2001, p. 17), design é força produtiva, é projeto significante
que de um lado media a relação entre tecnologias e materiais, de outro
desenha informações.
Para Souto, (2002, p. 17), design está associado à ideia de planejar,
projetar, conceber e de designar, e não de desenhar como geralmente é
traduzida.
No entanto, pode-se dizer que muito mais do que produzir objetos
utilitários, design é uma forma criativa capaz de inventar uma realidade que
antes não existia, através de pesquisas e análises de informações colhidas.
Design é a ferramenta com a qual se pode contar para a melhoria do padrão de qualidade dos objetos em geral. É no design que todas as qualidades desejadas são planejadas, concebidas, especificadas e determinadas para o objeto [...] e aos demais processos que fazem parte de sua produção. (GOMES, 2003, p. 21)
Design não é simplesmente produzir objetos, é um processo criativo
capaz de desenvolver e agregar novos valores aos produtos. Assim cada
resultado de processo é determinado por condições e decisões em seu
andamento, conforme ele foi estabelecido.
Além disso, Gomes (2003, p. 21) relata que o design existe exatamente
para possibilitar a concepção, a inovação, o desenvolvimento tecnológico e a
elaboração de objetos que, dentro de um enfoque sistêmico, possibilite reunir,
integrar e harmonizar diversos fatores relativos à sua metodologia projetual.
18
Entende-se por design a melhoria dos aspectos funcionais, ergonômicos
e visuais do produto, de forma que atenda a necessidade do consumidor,
melhorando o conforto, a segurança e a satisfação dos usuários. Sendo
associada ao bom gosto e algo bem projetado.
Em lugar de um conceito de design como simples meio para produzir objetos, cresce uma interpretação do design como processo de pensamento contínuo e não instrumental, um ato criativo no qual cada pessoa, designer e não designers, pode participar igualmente. (BIGAL, 2001, p. 24)
Conforme Bigal comenta, entende-se por design um processo contínuo
no qual é trabalhado o resultado de escolhas, sendo que as melhores ideias se
manifestam principalmente na funcionalidade e estilo do produto.
Para Santos, (2000, p. 21) a atividade de design é uma peça chave
dentro do processo de qualidade e responsável por trabalhar diversos aspectos
do processo de desenvolvimento de produtos – como as características de
manutenabilidade e confiabilidade.
No entanto, para desenvolver produtos o design precisa estar presente
desde o início do processo, passando pela determinação do mercado, das
necessidades e expectativas de seus futuros consumidores, até o descarte ou
reciclagem do mesmo.
Lemos, (2003, p. 24) comenta que design é uma palavra elegante. Há
muito sentido cultural na prestação de serviços que vão da fabrica à loja,
publicidade e ao supérfluo, que é a forma mais sutil da obsolescência.
Para Lobach, (2001, p. 12) o design é o emprego econômico de meios
estéticos no desenvolvimento de produtos, de modo que estes atraiam a
atenção dos possíveis compradores, ao mesmo tempo que se otimizam os
valores de uso dos produtos comercializados.
19
No entanto, pode-se dizer que o design além de ter uma estética
agradável ele precisa ser funcional e cumprir com o seu objetivo.
Para Lobach, (2001, p. 14) design é um processo de resolução de
problemas atendendo às relações do homem com seu ambiente técnico.
Lobach, (2001, p. 16) o design é uma ideia, um projeto ou um plano para
a solução de um problema determinado. O design consistiria então na
corporificação desta ideia para, com a ajuda dos meios correspondentes,
permitir a sua transmissão aos outros.
O termo design é um conceito que representa um processo amplo.
Começando pelo desenvolvimento de uma ideia, concretizando a fase de
projeto e sua finalidade a resolução do problema.
O design é uma atividade criadora cujo propósito é determinar as qualidades formais dos objetos produzidos industrialmente. Por qualidades formais não se deve apenas entender as características exteriores, mas, sobretudo, as relações estruturais e funcionais que são objeto de uma unidade coerente. (SCHULMANN, p. 10)
Lemos, (2003, p. 25) diz que nada melhor que dar sentido prioritário ao
design, como destino, para destinar o percurso de uma ideia que a fará
transformar-se em produto viável e de trânsito consumível – em forma bem-
sucedida.
Para Baxter, (1998, p. 03) um projeto precisa de boa pesquisa,
planejamento cuidadoso, controle meticuloso e, mais importante, o uso de
métodos sistemáticos.
O design está em constante crescimento para melhorar a vida das
pessoas, no entanto é preciso ter um método definido e bem elaborado,
direcionando o projeto para não perder o foco, e tendo como resultado um
produto que satisfaça o gosto exigido pelo consumidor.
20
2.1.1 Design industrial
Entende-se por design um processo através de etapas seguidas,
utilizadas para conceber uma peça ou produto. Tendo como foco as
necessidades do usuário, as possibilidades de solução de problema e
produção do produto, seleção de materiais adequados e o seu custo. Não
esquecendo a estética, bem-estar, ergonomia, funcionalidade, prazer, etc.
Também é um processo de adaptação de produtos as necessidades físicas e
psíquicas dos usuários e grupos de usuários.
O design industrial tem conforme Souto, (2002, p. 18) caráter funcional e
tecnológico, seja no aspecto tridimensional ou no aspecto bidimensional.
De acordo com Schulmann, (1994, p. 09) design industrial é um
instrumento que permite prevenir, minimizando riscos.
Pode-se dizer que o design industrial é uma atividade projetual, responsável
pela determinação das características funcionais, estruturais e estético-formais
de um produto. Contribuindo na melhoria da qualidade de uso e da qualidade
estética de um produto.
A maioria dos produtos que nos acompanha em nossa vida diária foi objeto de um estudo de design industrial. Infelizmente, o grande público compreende, muito frequentemente, o design como um fenômeno marginal, que produz objetos efêmeros. (SCHULMANN, 1994, p. 09).
No entanto, pode-se dizer que o design industrial é uma atividade que
consiste em criar, segundo parâmetros econômicos, técnicos e estéticos,
produtos ou objetos que serão fabricados e comercializados.
Para Baxter (2000, p. 02) o desenho industrial é a atividade que
promove mudanças no produto.
Já para Maldonado (1991, p. 13) o papel do design industrial consistia
em projetar a forma do produto.
21
Deste modo o design industrial ou de produto é uma atividade que busca
solucionar um problema fazendo utilidade de conceitos e métodos,
promovendo transformações em produtos já existentes tornando-os mais
atrativos e indo ao encontro dos consumidores.
O design industrial tem por objetivo conceber e realizar os produtos que fazem nosso cotidiano de hoje e de amanhã. Ele não é atributo de criadores provocantes, que se dirigem a uma elite, por meio de uma “nova linguagem estética e formal”. É competência de profissionais por vezes pouco conhecidos da mídia e do público. (SCHULMANN, 1994, p. 122)
Para Lemos, (2003, p. 25) nada melhor que dar sentido prioritário ao
design, como destino, para destinar o percurso de uma ideia que a fara
transformar-se em produto viável e de transito consumível – uma forma
bem-sucedida.
Pode-se dizer que o design está associado no presente, mas com foco
no futuro, desenvolvendo produtos que atentam as necessidades de ambos
consumidores.
Para Lobach, (2001, p. 17), design industrial podemos entender toda
atividade que tende a transformar em produto industrial passível de
fabricação, as ideias para a satisfação de determinadas necessidades de
um indivíduo ou grupo.
Ainda para Lobach, (2001, p. 21) design industrial é um processo de
adaptação dos produtos de uso, fabricados industrialmente, às
necessidades físicas e psíquicas dos usuários ou grupos de usuários.
Entende-se que os produtos industriais são objetos destinados a cobrir
determinadas necessidades sendo produzidos de forma identica para um
grande número de pessoas.
Para Schulmann, (1994, p. 09) o design industrial é um instrumento que
permite prevenir minimizando riscos.
22
Maldonado, (1991, p. 11) comenta que design industrial entende-se,
normalmente, a concepção de objetos para fabrico industrial, isto é, por
meio de máquinas, e em série.
O design industrial é uma atividade que deve inventar-se a si própria a cada instante, ao sabor dos encontros entre as empresas, os homens e as experiências. A metodologia do design alia intuição, criatividade e pragmatismo. O método “horizontal” e integrador que ela implica permite abordar as situações e os problemas a resolver de um modo novo. (SCHULMANN, 1994, p. 115).
No entanto, o designer industrial pode ser considerado como produtor de
ideias, que recolhe informações e utiliza-as na solução de problemas que
lhe são apresentados.
Pode-se dizer que o design sempre está presente nas coisas e lugares,
através de suas formas, tamanhos, cores e aspectos. E o designer atualizado
com o mundo, tendências, tecnologias e materiais, buscando inovação e
informações para novos produtos. Aplicando os conhecimentos técnicos para
criar e desenvolver produtos para serem comercializados, tendo como
requisitos funcionalidade, ergonomia (uso confortável), forma, beleza e
praticidade. Pois muitas vezes o único diferencial entre produtos semelhantes é
o design que chama a atenção e induz o consumidor a levar um ao invés do
outro produto.
2.2 ERGONOMIA
A ergonomia tem como objetivo contribuir com o usuário promovendo
eficácia, segurança e bem estar para as mesmas.
Para Schulmann, (1994, p. 84) a abordagem ergonômica de um produto
consiste em certificar-se de que sua estrutura e suas dimensões levem a uma
utilização confortável e agradável, levando em conta as proporções do corpo
humano.
23
A ergonomia física – preocupa-se com a anatomia humana,
antropometria e sua relação com a atividade física desenvolvida. Incluindo
manuseio de materiais, movimentos repetitivos, segurança e saúde.
A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. O trabalho aqui tem uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas aquelas máquinas ou equipamentos utilizados para transformar os materiais, mas também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho. Isso envolve [...] também aspectos organizacionais de como esse trabalho é programado e controlado para produzir os resultados desejados. (IIDA, 2003, p. 01)
Já para Gomes (2003, p. 17) pode-se interferir que a ergonomia nasceu
informalmente a partir do momento em que o homem primitivo construiu seus
primeiros objetos para garantir sua sobrevivência (armas, utensílios, moradias,
ferramentas, veículos etc.) fazendo uso apenas de sua intuição criativa e bom
senso.
Porém, ergonomia refere-se a uma ciência que gera conhecimentos e
tecnologias que são aplicados na vida das pessoas. Utilizando conhecimentos
sobre o ser humano para a concepção de instrumentos e máquinas,
proporcionando adequação as atividades pessoais e profissionais no dia a dia
das pessoas.
A ergonomia tem caráter multidisciplinar e faz uso de diversas áreas do conhecimento, como, por exemplo, da Organização do Trabalho, da Medicina, Fisiologia e Psicologia do Trabalho; da Psicologia Cognitiva; da Psicologia da Percepção Visual; da Sociologia; da Antropometria; da Teoria da Informação; das Engenharias. Gomes (2003, p. 18).
Entende-se que a ergonomia torna-se importante no desenvolvimento de
projetos, devido à aplicação em vários campos, abrangendo diversos
profissionais que podem atuar nesta área.
A ergonomia objetiva sempre a melhor adequação ou adaptação possível do objeto aos seres vivos em geral. Sobretudo no que diz
24
respeito à segurança, ao conforto e à eficácia de uso ou de operacionalidade dos objetos, mais particularmente, nas atividades e tarefas humanas. (GOMES, 2003, p. 17)
No entanto, a ergonomia estuda e analisa a atividade humana, a fim de
compreender a relação entre o ser humano e o seu envolvimento nas
atividades de trabalho e pessoal. Estando ligada a usabilidade, proporcionando
saúde e bem estar ao usuário.
Para Cybis, (2007, p. 15) pode-se dizer que a ergonomia está na origem
da usabilidade, pois ela visa proporcionar eficácia e eficiência, além do bem-
estar e saúde do usuário, por meio da adaptação do trabalho ao homem.
Sendo assim, usabilidade e ergonomia estão unidas, conforme a norma
ISSO 9241, citada por Cybis (2007, p. 15), é definida usabilidade como a
capacidade que um sistema interativo oferece a seu usuário, em determinado
contexto de operação, para a realização de tarefas de maneira eficaz, eficiente
e agradável.
Então, a ergonomia está ligada a usabilidade, proporcionando saúde e
bem estar ao usuário. Também se relaciona com a percepção o modo em que
as pessoas veem as coisas, ergonomia cognitiva, usada para entender as
emoções e raciocínio das pessoas.
Produtos domésticos como chaves de fenda, espátulas, alicates, martelos, spray, bisturis, serrotes, grosas, limas e similares, assim como talheres, panelas, frigideiras, bules, cafeteiras, chaleiras, enceradeiras, aspiradores, ferro de passar roupa [...] e similares, apresentam como fator comum a ergonomia do manejo, traduzida pelas ações de manuseio, controle, regulagem, sintonia etc. (GOMES, 2003, p. 85, 86).
Pode-se dizer que ergonomia é o estudo das relações entre o ser
humano e o trabalho, analisando a posição correta dele em relação aos
objetos.
Conforme Iida, (2003, p. 02) os objetivos práticos da ergonomia são a
segurança, satisfação e o bem estar dos trabalhadores no seu relacionamento
com sistemas produtivos.
25
Os problemas ergonômicos relacionados a esse fator dizem respeito à proteção que o usuário deve ter das características da configuração formal dos objetos e seus dispositivos mecânicos, eletroeletrônicos, pneumáticos, hidráulico, térmicos, sonoros, informacionais e assim por diante [...]. (GOMES FILHO, 2003, p. 29)
O fator segurança é o efeito que logo transmite ao usuário quanto à
expectativa de funcionamento esperada nas características operacionais contra
acidentes ou riscos eventuais que possam envolver o operador. Também pode-
se dizer que a ergonomia é uma ferramenta para auxiliar no trabalho e
contribuir para a melhoria dos produtos, minimizando riscos e facilitando a vida
cotidiana. Sendo que, ela deve ser desde o começo do processo do trabalho do
homem, assim terá maior beneficio ao usuário.
Para Iida, (2003, p. 10) a ergonomia tem contribuído para melhorar a
vida quotidiana, tornando os meios de transporte mais cômodos e seguros, a
mobília doméstica mais confortável e os aparelhos eletrodomésticos mais
eficientes e seguros.
Iida, (2003, p. 14) comenta que os consumidores estão se tornando cada
vez mais exigentes e sofisticados, exigindo produtos diversificados, adaptados
a suas necessidades de boa qualidade e seguros.
Assim é possível perceber a necessidade dos produtos serem
adaptados ao manuseio humano, portanto a ergonomia é um requisito que está
presente para facilitar o dia-a-dia, sendo que nos produtos são aplicadas
algumas qualidades tornando-os mais atrativos.
Para atender as necessidades humanas, os produtos precisam ter
características como:
Qualidade técnica – é a parte que faz funcionar o produto, do ponto de vista mecânico, elétrico [...]. Qualidade ergonômica – a qualidade ergonômica do produto inclui a facilidade de manuseio, a adaptação antropométrica, o fornecimento claro de informações, as compatibilidades de movimentos e demais itens de conforto e segurança. Qualidade estética – a qualidade estética envolve a combinação de formas, cores, uso de materiais, texturas e cores, para que os produtos sejam visualmente agradáveis. (IIDA, 2000, p. 354/355)
26
Essas três qualidades geralmente estão nos produtos. No entanto,
alguns produtos são mais atrativos que outros e isso é avaliado pelos
consumidores. Na maioria dos produtos os fabricantes fazem alterações nas
qualidades ergonômicas e estéticas para atrair mais os consumidores, sendo
que a qualidade técnica é pouco avaliada.
Compreende-se por ergonomia uma tecnologia entre o homem e o
sistema, tendo como objetivo melhorar equipamentos, máquinas e ferramentas
para serem usadas com segurança, conforto, saúde e qualidade de vida.
Utilizada como instrumento complementar para o desenvolvimento de
produto, sendo possível chegar a resultado adequado e eficiente.
2.2.1 Antropometria
A antropometria segundo Panero (2002, p. 23) ciência que trata
especificamente das medidas do corpo humano para determinar diferenças em
indivíduos e grupos.
Denomina-se antropometria a aplicação dos métodos científicos de medidas físicas nos seres humanos, buscando determinar as diferenças entre indivíduos e grupos sociais, com a finalidade de se obter informações utilizadas em projetos de arquitetura, urbanismo, desenho industrial, comunicação visual e de engenharia, e, de um modo geral, para melhor adequar esses produtos a seus usuários. (BOUERI, 1999, p. 27)
A antropometria é o ramo das ciências humanas que estuda as medidas
do corpo, tamanho e a forma do mesmo. Associada a informações para a
aplicação de um correto dimensionamento de projetos de produtos,
equipamentos e postos de trabalho. Adequando assim da melhor maneira para
o conforto dos usuários.
27
[...] as medidas antropométricas visavam determinar apenas as grandezas médias da população, como pesos e estaturas médias. Depois passou-se a determinar as variações e os alcances dos movimentos. Hoje, o interesse maior se concentra no estudo das diferenças entre grupos e a influência de certas variáveis como etnias, regiões e culturas. (IIDA, 2003, p.101)
A ergonomia utiliza as medidas corporais e as medidas dos instrumentos
de trabalho para proporcionar conforto e saúde ao trabalhador. Sendo que as
medidas antropométricas estão envolvidas ao alcance dos movimentos do
corpo humano e as posturas no ambiente de trabalho.
Iida, (2003, p. 101) comenta que, todas as populações humanas são
compostas de diferentes tipos físicos ou biótipos.
Assim sendo, as medidas variam de acordo com as etnias, idades,
classes sociais e regiões. Tanto no aspecto físico como no cultural também
influenciam no quesito de medidas antropométricas. Na antropometria para
obter medidas são utilizados dois tipos de recursos, a antropometria estática e
dinâmica.
No entanto, Iida, (2003, p. 108) refere-se antropometria estática é aquela
em que as medida se refere ao corpo parado ou com poucos movimentos.
Entende-se como antropometria estática as medidas das dimensões do corpo
quando o indivíduo encontra-se em postura neutra, sem movimentar-se,
servindo para casos em que os movimentos corporais são pequenos.
Ainda para Iida, (2003, p. 109) antropometria dinâmica mede os
alcances dos movimentos. Os movimentos de cada parte do corpo são
medidos mantendo-se o resto do corpo estático. Percebe-se assim, que, a
antropometria dinâmica considerada as medidas do corpo em movimento.
Informações relacionadas aos ângulos das articulações, os alcances, as
posturas naturais e confortáveis.
O alcance das mãos, por exemplo, não é limitado pelo comprimento dos braços. Ele envolve também o movimento dos ombros, rotação do tronco, inclinação das costas e o tipo de função que será exercido pelas mãos (as mãos podem exercer 17 funções diferentes, como agarrar, posicionar e montar). (IIDA, 2003, p. 109)
28
Com isso, percebe-se que cada parte do corpo não se move
isoladamente, mas sim em conjunto para realizar determinada função. Tendo
em vista um conjunto de ações que fazem determinar certos movimentos e
realizar diferentes atividades.
Sendo que para Iida, (2003, p. 109) essas medidas antropométricas,
relacionadas com a execução de tarefas específicas, são chamadas de
antropometria funcional.
No entanto, Iida, (2003, p. 130) refere-se à antropometria funcional,
como o próprio nome sugere, as medidas antropométricas associadas à
análise da tarefa.
Entretanto, o alcance das mãos atinge valores diferentes, conforme a
ação exercida, como apertar ou girar um botão, agarrar uma alavanca, e assim
por diante. Sendo que o mesmo não se limita ao comprimento dos braços, pois
ele envolve também o movimento dos ombros, rotação do tronco, inclinação
das costas e o tipo de função a ser exercida pelas mãos.
Panero (2002, p. 38) comenta que a antropometria aplicada pode servir
como ferramenta muito útil no processo de projeto, se usada de forma
inteligente e dentro de uma perspectiva ampla das configurações humanas que
influenciam o processo.
A antropometria assumiu importante papel com o surgimento dos
sistemas de trabalho complexos, devido o conhecimento das dimensões físicas
do homem com exatidão. Sendo que uma das aplicações das medidas
antropométricas na ergonomia é no dimensionamento do espaço de trabalho e
no desenvolvimento de produtos industrializados como mobília, automóveis,
ferramentas, etc. Uma ferramenta bem desenvolvida terá um desempenho
melhor nas mãos de um operador sem prejudicar os músculos do mesmo. Pois,
o principal objetivo é a segurança e o bem estar dos indivíduos com seus
sistemas produtivos.
29
2.2.2 Questões ergonômicas aplicadas ao projeto
A ergonomia está presente em nossas vidas, através de produtos, locais
de trabalho e suas adaptações para que o ser humano sinta-se confortável em
realizar suas tarefas. A importância da ergonomia e dos fatores humanos no
dimensionamento e no espaço do ambiente, como, as características físicas e
psicológicas do ambiente e produtos sobre o desempenho, satisfação e
segurança do usuário.
Iida (2003, p. 90) comenta que as forças humanas são resultados de
contrações musculares. Algumas forças dependem apenas de alguns
músculos, enquanto outras exigem uma contração coordenada de diversos
músculos.
Entretanto um determinado movimento usa-se diversas contrações
musculares, e dependendo da força que é exercida as aplicações interferem na
realização de atividades manuais. A figura 1 representa as medidas das mãos
de uma pessoa adulta.
Figura 1: Dimensões das mãos Fonte: Panero (2002, p. 112).
Para o desenvolvimento do projeto, é necessário saber as medidas
antropométricas das mãos das pessoas, facilitando o trabalho e tendo um
melhor resultado na execução do mesmo.
30
Figura 2: Movimentos articulares do pulso. Fonte: Panero (2002, p. 117).
A figura 2 representa o movimento que a mão faz em relação às
articulações do pulso. Determinando o grau de mobilidade entre eles.
Figura 3: Movimentos articulares dos dedos. Fonte: Panero (2002, p. 117).
As articulações comandam as direções e movimentos dos dedos,
permitindo que estes realizem varias atividades.
Define-se força como energia física ou esforço necessário para fazer alguma coisa. As forças humanas são o resultado de contrações musculares. Algumas forças dependem apenas de alguns músculos, enquanto outras exigem uma contração coordenada de diversos músculos. (GOMES, 2003, p. 32)
Isso se torna importante devido o esforço físico do usuário em relação às
ações de controle e manejo de objetos. Entende-se por força um conjunto
de contrações musculares que realizam ações.
31
A mão humana é uma das “ferramentas” mais completas, versáteis e sensíveis que se conhece. Graças a grande mobilidade dos dedos, e o polegar trabalhando em oposição aos demais, pode-se conseguir uma grande variedade de manejos, com variações de velocidade, precisão e força dos movimentos. (IIDA, 2003, p. 179).
As mãos são consideradas os mais complexos e úteis sistemas do ser
humano, sendo também um dos principais meios de atividade motora.
Para Iida, (2003, p. 172) movimento de controle é aquele executado pelo
corpo humano para transmitir alguma forma de energia à máquina.
Geralmente são acionados com os movimentos das mãos e dedos.
Seguindo pelos movimentos naturais, assim, as mãos realizam trajetórias
curvas e contínuas, fácil de ser realizada pelo corpo humano.
Iida (2003, p. 179) comenta que existem diversas classificações de
manejo, mas, de uma forma geral, elas recaem em dois tipos básicos: o
manejo fino e o manejo grosseiro.
Gomes, (2003, p. 33) comenta que o manejo pode ser definido como um
ato ou uma ação física que se relaciona com o manuseio ou operacionalidade
de qualquer produto, por parte do usuário ou operador através de seu corpo ou
partes de seu corpo.
Pode-se definir manejo como forma de controle, com predomínio dos
dedos e da palma das mãos. Pois a mão humana permite atividades únicas,
estando em constante ação, prendendo, pegando ou manipulando algo. Sendo
que, junto com o manejo está a ação de controle, pois dificilmente se maneja
algo, sem um controle do usuário.
Alguns movimentos são esperados pela população, ou seja, existe
expectativa de um determinado efeito diante de certas situações. E essa
expectativa denomina-se estereótipo popular, sendo que, os movimentos que o
seguem são compatíveis, enquanto os que contrariam são incompatíveis,
considerados de difícil execução e pouco confiáveis.
Alguns aspectos são importantes para o controle de manejo, como,
habilidade relacionada à facilidade e agilidade manipulação de objetos.
Sensibilidade de perceber e sentir ações que serão realizadas agindo e
reagindo conforme as necessidades operacionais. Força compatível para
manipular objetos. Precisão, saber agir, ou interagir as exigências da tarefa.
32
Compatibilidade na coerência das ações desenvolvidas na operação do objeto.
Sincronismo na capacidade de agir, reagir ou interagir em atos que exijam
varias ações. Treinamento determina o tempo de uso em relação à utilização
ou trabalho com o produto ou o sistema de produtos. E por fim experiência, o
conhecimento adquirido com o tempo.
O manejo fino é executado com a ponta dos dedos. Os movimentos são transmitidos principalmente pelos dedos, enquanto a palma da mão e o punho permanecem relativamente estáticos. Esse tipo de manejo caracteriza-se pela grande precisão e velocidade, com pequena força transmitida nos movimentos. (IIDA, 2003, p. 179).
Ação que exige sensibilidade, às vezes habilidade por parte do usuário e
precisão, para manipular os objetos, por terem formas geralmente mais
delicadas.
Iida, (2003, p. 179) no manejo grosseiro, os dedos têm a função de
prender, mantendo-se relativamente estáticos, enquanto os movimentos são
realizados pelo punho e braço. Em geral, transmite forças maiores, com
velocidade e precisão menores que no manejo fino.
É executado com o centro da mão, exige um pouco mais de força,
porém menos precisão, e se caracteriza por elementos de formas mais
pesadas.
Gomes (2003, p. 38) comenta que a manipulação de produtos, define-se
o fator de manuseio operacional como o ato de pegar, movimentar (puxar,
empurrar, girar, torcer, pressionar, esfregar, etc.).
Porém, são através da pega,
Gomes (2003, p. 38) limpeza é um aspecto desejável em qualquer
objeto, para efeito de proteção ao usuário, em oposição a sujeira – por razoes
de higiene, saúde e até de segurança, em determinadas situações.
Complementando a linha de raciocínio dos autores, qualquer objeto de uso
deve-se evitar o acúmulo ou deposito de sujeira, permitindo facilidade na
limpeza do mesmo, a fim, de controlar os fatores de risco que podem levar a
transmissão de doenças.
33
3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE DESIGN
3.1 METODOLOGIA DO PROJETO DE DESIGN
Para o desenvolvimento de projeto, é necessária a elaboração de uma
metodologia, para não perder o foco do trabalho. Facilitando o desenvolvimento
do mesmo em etapas. Portanto, este projeto será trabalhado com a
metodologia aberta desenvolvida por Flavio Anthero dos Santos (2005), em sua
tese de doutorado conhecida como MD3E, sendo dividida em três etapas
conforme figura 4.
Figura 4 – As três etapas principais: pré-concepção, concepção e pós-concepção. Fonte: SANTOS (2005, p. 77).
Um método flexível, tendo como ponto de partida a etapa central, ou
seja, o problema a ser resolvido, sendo dividido em partes facilitando a solução
do mesmo. Assim, o projeto desdobra-se em três etapas, pré-concepção,
concepção e pós-concepção sendo que, cada uma delas se divide em mais
34
três etapas obrigatórias englobando as atividades que serão realizadas, para o
desenvolvimento do projeto.
Figura 5: Desdobramento da metodologia Fonte: SANTOS (2005, p. 77).
Santos (2005, p. 80-81) refere-se que o desdobramento é formado por um
tema central, definido como problema/necessidade a ser resolvido. Seguido
pelas etapas:
Pré-concepcção, envolvendo: planejamento do projeto, (sendo que
dentro deste encontra-se cronograma, planejamento, investimentos e
tecnologias que serão usadas para o desenvolvimento do mesmo).
Análise do problema, que refere-se às pesquisa, temas e conceitos do
projeto. E os atributos dos produtos, são as características do produto,
funcionais, estéticos e simbólicos.
Seguido pela etapa da Concepção: envolvendo caminhos criativos,
possíveis soluções para o problema e quais ferramentas serão utilizadas
na geração de alternativas. A geração de alternativas, esboços de ideias
através de rendering e croquis. E a seleção e adequação, escolhida a
melhor alternativa.
35
Seguindo para a etapa final o da Pós-concepção: com os sub- Sistemas
e componentes, definição do material que será utilizado. Os processos
produtivos, como o produto será feito (produzido). E o produto final
pronto (protótipo), desenho técnico, rendering e documento escrito.
Portanto, essa metodologia foi escolhida, devido a sua flexibilidade de
englobar e ajustar cada etapa. Seguindo a metodologia foram feitos ajustes nos
esboços e alternativas, cores, materiais e pega, pois esta a principio seria um
produto para ser utilizado nas mãos, sendo que com uma mão você iria segurar
o produto e com a outra você colocaria o pinhão, tendo a pega de um alicate,
mas devido a análises foi feito novos esboços gerando um produto para ser
utilizado em superfícies tendo assim, as duas mãos livres.
O presente trabalho utilizou-se de pesquisas, sendo a bibliográfica usada
para a definição do tema e problema, auxiliando na construção da
fundamentação teórica necessária e levantamento de similares.
Este projeto inicia-se com a definição do problema, seguido pelos objetivos
geral e específico, justificativa, metodologia a ser aplicada, estrutura do
trabalho, bases do conhecimento, envolvendo design, design industrial,
ergonomia e antropometria e as questões ergonômicas, desenvolvimento do
projeto de design e da metodologia. Seguindo com a coleta de dados, sobre o
produto pinhão, similares, tendências em utilidades domésticas, cores, formas
e materiais, público alvo, conceitos, atributos do produto funcionais, sendo
seguro, fácil de usar e ergonômico. Estéticos formais com formas orgânicas
análise de princípios mecânicos e a geração de alternativas.
36
3.1 PROJETO DE DESIGN
Refere-se ao desenvolvimento do projeto, com as etapas correspondentes
que o autor seguirá, baseado na metodologia MD3E. Podendo ser executada
conforme os avanços e necessidades do projeto. Tendo em vista por ser uma
metodologia aberta, pode-se acrescentar determinadas etapas para auxiliar no
desenvolvimento do mesmo.
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Figura 6: Etapas a ser desenvolvida Fonte: SANTOS (2005), adaptada pela autora.
37
3.1.1 Pré-concepção
Pré-concepção, inicia-se o desenvolvimento do produto, atendendo o
planejamento, onde no mesmo encontra-se cronograma, orçamentos e
tecnologias que serão aplicadas no projeto. Passando pelas análises
envolvendo pesquisas e similares, público alvo e conceitos, e seguindo pelos
atributos do problema, englobando os elementos funcionais, estéticos, formais
e simbólicos, conforme mostra a figura 7.
Pré-co
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Lifestyle
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Painel Imagético
Figura 7: Etapa da Pré-concepção Fonte: a autora
38
3.2 Coleta de dados
3.2.1 Pinhão, uma explicação
Conforme informações constantes em A árvore do pinhão (2008) de
forma resumida pela autora o pinhão é uma semente comestível, dos frutos
(pinhas) de uma árvore brasileira, o pinheiro (Araucária angustifolia) também
chamado de pinheiro-do-paraná ou pinheiro-brasileiro, nativo do Sul do Brasil,
sendo desde o Paraná até o Rio Grande do Sul. Essas sementes (pinhão)
estão grudadas no estróbilo (pinha) que com o amadurecimento desprendem-
se do pinheiro, sendo colhidas para consumo. A polpa do pinhão é saborosa e
muito utilizada no Sul do país. É consumida cozida com água e sal, assada no
calor de brasas sobre chapas de metal ou grelhas.
Imagem 1: pinha onde contém os pinhões. Fonte: a autora
As devidas informações encontran-se em O que é pinhão e de forma
resumida a autora comenta que a árvore de porte médio, pode atingir 50 m de
altura, com tronco reto e quase cilíndrico, pode chegar a 1,20 metros de
diâmetro. Casca grossa de até 10 centímetros de espessura fazendo papel de
39
isolante térmico em casos de incêndios rasos. A copa da árvore quando jovem
tem formato piramidal, e de taça, quando adultas. As folhas são simples,
maleáveis, longas e com ponta em forma de lança, medem 6 centímetros de
comprimento por 1 centímetro de largura. As ramificações estão no topo,
formando a copa sendo que os ramos se desenvolvem horizontalmente e as
pontas são curvadas para cima, formando vários andares. A árvore atinge um
bom desenvolvimento em 50 anos.
Imagem 2: imagens de araucárias.
Fonte: a autora
São plantas dióicas, ou seja, plantas que produzem flores masculinas e
plantas com flores femininas. As flores masculinas são cilíndricas e alongadas,
contendo escamas coriáceas e são produzidas nas extremidades dos ramos
mais jovens. As flores femininas, conhecidas como pinha, têm 10 a 20
centímetros de comprimento por 2 a 5 centímetros de diâmetro e são
produzidas diretamente nos ramos primários que saem do tronco da árvore.
A propagação da planta é feita por sementes ou mudas feitas em viveiro,
sendo que as sementes devem ser plantadas após a colheita, pois após 120
dias perde a capacidade de germinação. As plantas começam a produzir
sementes 10 a 20 anos após o plantio e continua por mais de 200 anos. E
quando maduras as sementes caem no chão.
40
As plantas produzem em média 40 pinhas por ano, sendo que cada
pinha madura pode pesar até 5 kg e conter em média 40 a 120 sementes.
Imagem 3: pinhão Fonte: a autora
A pinha, fruto onde estão aglomerados os pinhões, leva dois anos para
amadurecer, e quando madura se desmancha soltando os pinhões. Estes
medem de 4 a 5cm de comprimento, e são cobertos por uma casca grossa e
lisa de cor castanha.
O pinhão para consumo deve ser cozido ou assado na brasa, sendo que o
fogo deve agir lentamente para que a casca se abra e libere aroma e sabor.
O pinhão é um ótimo alimento e possui um valioso teor nutricional. Sua
polpa é formada basicamente de amido e é rico em vitaminas do complexo B,
cálcio, fósforo e proteínas. A semente é apreciada e muito usada na
gastronomia da região sul.
3.2.3 Análise de Similares
Conforme Ximenes (2000, p. 860) similar que tem a mesma natureza.
Sendo que esta etapa serve para analisar dados referentes a materiais e
formas de produtos que estão no mercado.
41
Imagem 4: Descascador de pinhão Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-170311022-descascador-de-pinhao-_JM
Descrição da imagem 4
Tamanho: 16cm
Material: Lâmina em aço inox, produto feito em alumínio cromado.
Pega: Produto prático de manuseá-lo.
Corte: Prático de usar, mas não funciona direito em pinhões
cozidos e nem assados.
Eficiência: Não obtive bom resultado quando testado.
Ergonomia: Fácil de cortar os dedos, pois a lâmina fica exposta.
Imagem 5: Descascador de pinhão Fonte: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-180831028-descascador-de-pinhao-com-lamina-em-aco-inox-_JM
Descrição da imagem 5
Tamanho: Tamanho aproximado de 16cm
Material: Lâmina em aço inox e corpo de plástico injetado.
Pega: Produto prático de manuseá-lo.
42
Corte: Somente para pinhões cozidos.
Eficiência: Produto fácil de usar mas não funciona direito.
Ergonomia: Lâmina exposta sujeita a causar acidentes.
Imagem 6: Descascador de pinhão Fonte: http://www.nonoferrero.com.br/Cozinha/produto/399
Descrição da imagem 6
Tamanho: Tamanho aproximado de 13cm
Material: Feito em alumínio e com um cabo de madeira.
Pega: Produto prático de manuseá-lo.
Corte: Aperta os pinhões cozidos, fazendo com que esses saiam
inteiros.
Eficiência: Fácil de limpar.
Ergonomia: Produto para ser utilizado em cima de superfícies.
Imagem 7: Descascador de pinhão pinholino Fonte: http://www.multicoisas.com.br/catalogo/produto.php?id=4063448
43
Descrição da imagem 7
Tamanho: 13,5cm
Material: Feito todo em aço inox.
Pega: Produto prático de manuseá-lo. Mas também fácil de
imprensar os dedos.
Corte: Aperta os pinhões cozidos, fazendo com que esses saiam
inteiros.
Eficiência: Quando testado observou-se ser somente para pinhões
cozidos.
Ergonomia: Fácil de limpar.
Imagem 8: Descascador de pinhão Fonte: a autora
Descrição da imagem 8
Tamanho: Tamanho aproximado de 18cm
Material: Produzido artesanalmente em madeira.
Pega: Produto prático de manuseá-lo.
Corte: Aperta os pinhões cozidos, fazendo com que esses saiam
inteiros.
Eficiência: Fácil de limpar.
Ergonomia: Produto para ser utilizado em cima de superfícies.
44
3.2.3.1 Tendências de mercado em Utilidades Domésticas, cores, formas e
materiais utilizados.
Painel 1: Painel Imagético de descascadores Fonte: a autora
Através das imagens percebe-se o uso de vários materiais, cores e formas
nos utilitários domésticos. Havendo mistura de materiais com cores vivas,
dando um charme a mais na cozinha. Através das imagens utiliza-se para o
desenvolvimento do produto cores vivas, aço inox para a lâmina por ser um
material fácil de limpar e emborrachado para a base.
45
3.2.3.2 Público alvo
No painel 2 Lifestyle (estilo de vida), registra pessoas de várias faixas
etárias, público que o projeto pretende atender.
Painel 2: Lifestyle do Público Alvo Fonte: a autora.
46
Público em geral da classe C, que trabalha, estuda, são informados,
expressam e cultuam o bem viver, suas horas de lazer, afetividade familiar,
também a longevidade atrelada à manutenção da saúde. Buscam por produtos
fácil de serem usados devido a vida agitada que levam.
3.2.3.3 Conceito
Construção de um painel imagético, sendo que, o conceito do projeto foi
determinado através de brainstorming como: praticidade, por ser mais
adequado ao projeto.
Painel 3: conceito de praticidade. Fonte: a autora.
3.2.3.4 Atributos do produto
- Funcionais
Através de brainstorming de palavras destacam-se a segurança e a facilidade
em usar o produto.
47
Painel 4: atributos do produto: seguro, fácil de usar e ergonomia. Fonte: a autora.
As imagens no painel 4 representam as características que o produto
deve conter em relação a segurança, fácil de usar e ergonomia, atendendo
esses principais atributos no resultado final do projeto.
-Estéticos Formais
Representado por formas orgânicas apresentam formas suaves e
curvilíneas, trazendo leveza e praticidade ao produto.
Painel 5: atributos estéticos formais. Fonte: a autora.
Seguro Fácil de usar Ergonômico
48
3.2.4 Concepção
Nesta fase, as subdivisões mostram as etapas que serão seguidas,
iniciando pelos caminhos criativos, seguindo com a geração de alternativas e
por fim, a seleção e adequação da alternativa escolhida, conforme figura 5.
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Figura 8: Etapa da Concepção. Fonte: a autora
49
3.2.4.1 Análise dos princípios mecânicos
No painel 6 serão analisadas imagens de princípios mecânicos, tendo
em vista uma referência para o desenvolvimento do projeto.
Painel 6: análise dos princípios mecânicos Fonte: a autora.
As imagens do painel 6 mostra os mecanismos de grampeadores, chave
inglesa, moedor de carne e arma automática de calibre 380.
50
3.2.4.2 Gerações de alternativas
Fase na qual são esboçadas as ideias para o desenvolvimento do
projeto, sendo estas realizadas e criadas através das análises obtidas na fase
da pré-concepção.
Desenho 1: Alternativa 1 Fonte: a autora.
O desenho 1, representa alternativa baseada no mecanismo de alicate,
sendo que o esboço 1 é como se fosse um dente, pois o objeto possui mola,
que ao ser apertado o pinhão cozido, sairia da casca com facilidade. O esboço
2 também de alicate, mas com lâmina superior para o corte do pinhão ao meio,
sendo este cozido ou assado. E o esboço 3 é a junção das duas funções,
permitindo o corte do pinhão assado ou cru ao meio, através de lâmina e o
descasque do pinhão cozido, através de dente que fica na parte de trás do
produto.
mola
1 2
3
51
Desenho 2: Alternativa 2 Fonte: a autora.
O desenho 2, representa alternativas mais arredondadas, com uma
pega ergonômica, sendo que estas alternativas 4,5 e 6 também permite o corte
do pinhão na parte frontal, sendo este assado ou cru e na parte de trás permite
a abertura do pinhão através de um dente que fica localizado na parte superior.
4 5
6
52
Mecanismos de chave inglesa
Este esboço mostra o objeto com um (dente), para apertar pinhões cozidos.
Neste esboço lâminas para cortar pinhões asados.
Desenho 3: Alternativa 3 Fonte: a autora.
No desenho 3, as alternativas 8, 9, 10 e 11são desenvolvidas em forma
de pinhão, pois tendo em vista modelos de descascadores de pinhão, em
alguns formatos, e mostrado para algumas pessoas, ninguém sabe para que
7
8
9
10 11
53
serve. E a partir de testes para obter resultados com os descascadores de
pinhão, observou-se que funcionam com alguma dificuldade somente em
pinhões cozidos, ficando os assados ou crus sem uma solução adequada.
Desenho 4: alternativa 4. Fonte: a autora.
12
13
14
15
54
No desenho 4 desenvolvidos alternativas 12, 13, 14 e 15 todas com
molas para facilitar o uso do produto.
Desenho 5: alternativa 5 Fonte: a autora.
16
17
18
19
20
55
No desenho 5 novas alternativas para o produto, tendo em vista que as
alternativas 16 e 17 possuem formas mais arredondadas, enquanto a
alternativa 18 possui somente o sistema de dente para pinhões cozidos, a
alternativa 19 um sistema de arma que quando encaixado em uma manga de
compressor agiliza o trabalho em cozinhas industriais e por fim a alternativa 20
em forma de pinhão.
Desenho 6: alternativa 6. Fonte: a autora.
O desenho 6 com as alternativas 21 e 22 representam o produto em
forma de pinhão com cabo ergonômico facilitando a pega do mesmo.
21
22
56
Desenho 7: alternativa 7. Fonte: a autora.
O desenho 7 com a alternativa 23 representa um sistema de botão que
fica na parte superior para acionar os mecanismos de corte.
23
57
Desenho 8: Alternativa 8. Fonte: a autora.
Nesta alternativa 8, desenvolveu-se os desenhos 24, 25 e 26 com base
em grampeadores, sendo um produto para ser usado em cima de superfícies
ou na mão quando encaixado um cabo, que fica guardado na parte inferior do
produto. Porém está ideia do cabo foi descartada, devido o produto tornar-se
muito grande, ficando desproporcional em relação a similares.
A partir da alternativa 8 e numero 24, foi dado início na melhoria do
produto, com novas ideias e formas, como mostra o desenho 9.
24
25
26
58
Desenho 9: Alternativa 9. Fonte: a autora.
A proposta apresentada neste desenho 9, mostra um modelo de
descascador de pinhão com base em um grampeador, a proposta possibilita
descascar pinhão cozido e abrir ao meio pinhão cru e assado. Possui um
sistema na parte superior da carcaça que permite o uso da lâmina e o uso de
um dente.
59
3.2.4.3 Seleção
As alternativas foram avaliadas, passando pela fase de seleção, sendo
que a alternativa escolhida foi à 24, por ser um mecanismo fácil de usar,
passando para melhorias e adaptações, conforme mostra o desenho 8.
A escolha da alternativa dá-se devido ao atendimento das necessidades
do consumidor, sendo ela um modelo de descascador em forma de pinhão que
ao ser visto o consumidor irá relacionar-se ao desempenho do produto e sua
real função. Tendo um produto que facilite o ato de descascar pinhão, tanto
cru, assado, através de uma lâmina que encontra-se na parte superior ou
cozido através de uma espécie de dente localizado na parte de trás da lâmina.
Sendo que ambas as funções podem ser usadas de maneira separada, devido
um sistema com 2 botões de click na parte superior, sendo que com um click
irá abrir a caixa onde a lâmina está protegida e com um segundo click faz com
que a lâmina dessa e seja usada no descasque de pinhões crus ou assados. E
mais dois clicks a lâmina volta ao seu lugar, para sua proteções e evitar algum
acidente. E o segundo botão com um click irá abrir onde o dente está e com
mais um click fará com que o mesmo dessa e seja usado no descasque de
pinhões cozidos. Assim após o término de uso dá-se dois clicks que o mesmo
fique protegido.
60
3.2.5 Pós-concepção
Nesta fase apresentam-se os componentes e subsistemas do projeto,
seguindo para o desenvolvimento em 3D e desenhos técnicos como mostra a
figura 9.
Pós-c
on
cep
ção
Resu
ltados
Sub-sistemas
e
componentes
Modelo
Pranchas
Memorial
descritivo
Doc. escrito
Est
rutu
raPlá
stic
o
Siste
ma
de co
rte
Lâmin
a
Alum
ínio
Sistema
de prensa
DenteAlumín
io
Figura 9: Etapa da Pós-concepção. Fonte: a autora
61
4 RESULTADO DO PROJETO
4.1 RENDERING
Para o desenvolvimento deste projeto formam feitos várias alternativas,
sendo está conforme imagem 9 a mais adequada no quesito conceitos e
atributos do produto.
Imagem 9: Rendering do modelo descascador de pinhão. Fonte: A autora.
A imagem 9 mostra o modelo de descascador de pinhão.
4.2 VISUALIZAÇÕES
Imagem 10: Rendering do descascador de pinhão.
Fonte: A autora.
62
A imagem 10, representa o descascador de pinhão e onde a lâmina fica
localizada.
Imagem 11: Rendering do descascador de pinhão visto na lateral. Fonte: A autora.
A imagem 11 mostra o descascador de pinhão visto na lateral, com a
segunda opção de uso, sendo para abrir pinhões cozidos.
Imagem 12: Rendering do descascador de pinhão com dente guardado e a lâmina sendo guardada. Fonte: A autora.
A imagem 12, mostra como fica o dente quando não está sendo usado e
a forma como é guardada a lâmina.
Botão para
acionar a lâmina
Caixa que
contem a lâmina
63
Imagem 13: Rendering do descascador de pinhão fechado. Fonte: A autora.
A imagem 13 refere-se ao descascador de pinhão fechado, simulando as
duas formas de uso.
Imagem 14: Rendering do descascador de pinhão em situação de uso com a lâmina. Fonte: A autora.
A imagem 14 mostra o produto sendo usado com a lâmina.
64
Imagem 15: Rendering do descascador de pinhão fechado visto de cima. Fonte: A autora.
A imagem 15 mostra o descascador visto de cima e onde localiza-se os
comandos.
Botão para acionar a
lâmina.
Botão para acionar o
dente.
65
4.3 DESENHO TÉCNICO
VISTA TRASEIRAVISTA FRONTAL
130
Base inferior do descascador de pinhão
Parte superior do descascador de pinhão
50
VISTA SUPERIOR
UNOESC XANXERÊ – SC
Descascador de pinhão
Luiz C. M. Vieira
Neimara Menegatti
Unidade: cm
Escala: 1:1
20/11/2011
1/1
Desenho 6: Desenho técnico vista superior.
Fonte: a autora.
66
120
30
20
20
20
40
50
Comando de acionamento da lâmina
Comando de acionamentodo dente
VISTA SUPERIOR - TAMPA
VISTA TRASEIRAVISTA FRONTAL
UNOESC XANXERÊ – SC
Descascador de pinhão
Luiz C. M. Vieira
Neimara Menegatti
Unidade: cm
Escala: 1:1
20/11/2011
2/2
Desenho 7: Desenho técnico vista superior tampa.
Fonte: a autora.
67
90
80
130
10
30
30
0.25
50
30
0.25 30
Base inferior
Local da base, ondeo pinhão é encaixado
Sistema que liga uma base a outra
VISTA SUPERIOR - BASE
Sistema de mola
VISTA TRASEIRAVISTA FRONTAL
UNOESC XANXERÊ – SC
Descascador de pinhão
Luiz C. M. Vieira
Neimara Menegatti
Unidade: cm
Escala: 1:1
20/11/2011
3/3
Desenho 8: Desenho técnico vista superior base.
Fonte: a autora.
68
10
1322
10
0.35
10
45
0.6010
30
30
130
6015
Comando de click para cionamentodo dente
Comando de click paraacionamento da lâmina
Lâmina para o corte do pinhãoDente para o
descascar do pinhãoLateral do produto
Parafuso que fixa o produto
VISTA LATERAL
Borda do descascador de pinhão
UNOESC XANXERÊ – SC
Descascador de pinhão
Luiz C. M. Vieira
Neimara Menegatti
Unidade: cm
Escala: 1:1
20/11/2011
4/4
Desenho 9: Desenho técnico vista lateral.
Fonte: a autora.
69
4.4 MATERIAIS E PROCESSOS DE PRODUÇÃO
A estrutura do descascador de pinhão é composta por uma carcaça de
plástico, feita pelo processo de injeção, tornando o produto mais leve. Sendo
utilizado aço inox para a lâmina e o dente, com uma base plana e
emborrachada, permite maior apoio durante seu uso.
O suporte principal é dividido em duas metades fixadas por parafusos,
facilitando o molde de produção. É nesse suporte principal, carcaça que é feito
a montagem do conjunto mecânico do descascador. O conjunto mecânico é
composto por um martelo responsável pela pressão e corte, sendo que este
martelo é movido pela mola de chapa e pela alavanca principal. A lâmina e o
dente estão acoplados em um compartimento localizado em baixo da carcaça.
70
4.5 SUB COMPONENTES
Os componentes do produto descascador de pinhão é composto por
lâmina e um dente de material aço inox, que ficam protegidos por uma caixa.
Contém dois botões que ficam na parte superior do produto para acionar os
mecanismos.
Possui uma base côncava para o pinhão e a parte inferior emborrachada
para uma melhor fixa-o em superfícies lisas. Também possui molas o que
permite levantar e abaixar o produto na hora de descascar o pinhão.
71
4.6 MEMORIAL DESCRITIVO
O projeto consiste em um descascador de pinhão, visando praticidade e
segurança na hora de descascá-lo. Possui base emborrachada para obter uma
aderência quando colocada em superfícies lisas. Seus componentes foram
determinados a partir de estudos de similares, tendo a junção de dois sistemas,
o de corte para pinhões crus ou assados cortando ao meio e o de pressionar
para pinhões cozidos fazendo-o sair inteiro.
O produto tem como base o grampeador e seu mecanismo. Sendo que a
partir de análises optou-se em utilizar o formato e cores similares do pinhão no
desenvolvimento do produto, que ao ser visto o consumidor irá relacionar-se ao
desempenho do mesmo e sua real função. Não será necessário mexer o
pinhão do lugar para abri-lo, pois, o produto tem duas formas de uso.
Acionando os comandos que estão na parte superior do produto, com dois click
faz a lâmina baixar para ser utilizada no descasque de pinhões crus ou assado
e com mais dois click faz a lâmina subir. O mesmo acontece com o segundo
botão, mas ao invés de lâmina é um dente para descascar pinhões cozidos,
permitindo que o usuário tenha facilidade em abrir o pinhão.
72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto teve como objetivo desenvolver um descascador de pinhão
incorporando o conceito praticidade e que atenda as expectativas do
consumidor.
Para que o projeto se desenvolva, foi preciso escolher uma metodologia,
para seguir e não perder o foco do projeto, sendo que a escolhida foi à
metodologia aberta de Flávio Anthero Vianna dos Santos, conhecida como
MD3E, dividida em três etapas principais a pré-concepção, a concepção e a
pós-concepção, sendo cada uma delas subdivididas em varias outras etapas,
até chegar ao resultado final.
No entanto, foram necessárias muitas pesquisas e informações para a
construção do projeto. Informações estas de conceito, atributos, similares,
público alvo e mecanismos que contribuíram para a evolução do mesmo.
O modelo de descascador tem duas formas de uso. Acionando os
comandos que estão na parte superior do produto, com dois click faz com que
tanto a lâmina como o dente desça para serem utilizados para descascar
pinhão de forma isolada, ou seja, sendo utilizado um sistema de cada vez. A
base onde localiza-se o pinhão é a mesma, tanto para o uso com a lâmina
como para o dente, pois o pinhão tem medida variável.
O projeto pode ser pensado como um conceito para que seja adaptado a
uma mangueira de compressor, fazendo que o ar suba e facilite o descascar
pinhão, quando utilizado em cozinhas industriais ou em grande quantidade.
Ao término do projeto, conclui-se que o objetivo foi alcançado, pois
inspirados na forma do pinhão e com bases de princípios mecânicos de
grampeadores, o mesmo tornou-se um projeto funcional, e com design
diferente fazendo lembrar-se da semente pinhão, sendo prático e viável em sua
utilização.
73
REFERÊNCIAS
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produtos. São Paulo, SP: Editora Edgard Blucher Ltda.2000.
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CYBIS, Walter; BETIOL, Adriana Holtz; FAUST, Richard. Ergonomia e
usabilidade: conhecimentos, métodos e aplicações. São Paulo- SP.
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Disponível em: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/42680.pdf. Acesso
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LEMOS, Fernando. Na casca do ovo, o principio do desenho industrial.
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MALDONADO, Tomás. Design industrial. Lisboa – Portugal: Ed. 70, 1991.
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74
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Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/pinhao/pinhao.php. Acesso em:
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PANERO, Julius; ZELNIK Martin. Dimensionamento humano para
espaços interioires: um livro de consulta e referência para projetos.
Barcelona: Editorial Gustavo Gili, AS, 2002.
SANTOS, Flávio Anthero Nunes Vianna dos. MD3E (Método de
Desenvolvimento em 3 Etapas): Uma Proposta de Método Aberto de
Projeto para Uso no Ensino de Design Industrial. 2005. 168 f. Tese
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SCHULMANN, Denis. Desenho industrial. São Paulo. Editora Papirus.
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SOUTO, Alvaro Guillermo Guardia. Design do virtual ao digital. 1.ed. São
Paulo: ED. Demais Editora; Rio de Janeiro: Ed. Rio Books, 2002. 110 p.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo:
Ediouro, 2000.
75
APÊNDICES
Seleção de algumas alternativas.
Apêndice A: esboços de pinhões1. Fonte: a autora.
76
Apêndice B: esboço de alternativas 1 Fonte: a autora.
77
Este descascador de pinhão existente no mercado. Apêndice C: esboços de alternativas 1 Fonte: a autora.
78
79
Apêndice D: esboços de alternativas 1. Fonte: a autora.
80