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PROCESSO SELETIVO 2015 1° SEMESTRE · TÉCNICO SUBSEQUENTE INSTRUÇÕES 1. Leia cuidadosamente cada questão da prova e ASSINALE a letra correspondente à resposta certa. Há apenas uma resposta para cada questão. Para sua segurança, essa contracapa servirá de rascunho. 2. Ao receber a folha de respostas e a folha de redação, proceda da seguinte forma: Confira atentamente seu nome e número de inscrição. Transfira as respostas para a folha de respostas, preenchendo com caneta azul ou preta. 3. Até o horário fixado, entregue ao aplicador a Redação a limpo, redigida na folha específica, com caneta azul ou preta e sem rasuras. 4. Esta prova possui 15 (quinze) páginas. Confira o caderno e o número de páginas antes de iniciar a prova. Disciplinas Questões Pontos Língua Portuguesa 01 a 15 30 Matemática 16 a 30 30 Redação -- 40 Total 30 100 OBSERVAÇÕES A folha de respostas e a folha de redação não devem ser dobradas, amassadas, rasgadas ou rasuradas. Elas deverão ser preenchidas corretamente. Não haverá substituição das mesmas. BOA PROVA! 30/11/2014 Caderno de prova: Curso Técnico Subsequente Inscrição: Nome do candidato:

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PROCESSO SELETIVO 20151° SEMESTRE · TÉCNICO SUBSEQUENTE

INSTRUÇÕES

1. Leia cuidadosamente cada questão da prova e ASSINALE a letra correspondente à resposta certa. Há apenas uma resposta para cada questão. Para sua segurança, essa contracapa servirá de rascunho.

2. Ao receber a folha de respostas e a folha de redação, proceda da seguinte forma:Confira atentamente seu nome e número de inscrição.Transfira as respostas para a folha de respostas, preenchendo com caneta azul ou preta.

3. Até o horário fixado, entregue ao aplicador a Redação a limpo, redigida na folha específica, com caneta azul ou preta e sem rasuras.

4. Esta prova possui 15 (quinze) páginas. Confira o caderno e o número de páginas antes de iniciar a prova.

Disciplinas Questões PontosLíngua Portuguesa 01 a 15 30Matemática 16 a 30 30Redação -- 40Total 30 100

OBSERVAÇÕES

A folha de respostas e a folha de redação não devem ser dobradas, amassadas, rasgadas ou rasuradas. Elas deverão ser preenchidas corretamente. Não haverá substituição das mesmas.

BOA PROVA!

30/11/2014Caderno de prova: Curso Técnico Subsequente

Inscrição:

Nome do candidato:

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PROCESSO SELETIVO 2015 · 1° Semestre | Técnico SubsequenteINSTITUTO FEDERAL DO SUL DE MINAS GERAIS 3

LÍNGUA PORTUGUESA (Questões de 01 a 15)

Leia o texto abaixo para responder às questões de 1 até 8.

TEXTO 01

Pagodinho é o malandro contra os pilantras

ARNALDO JABOUR

O sucesso de Zeca Pagodinho tem uma importância para além da música. Zeca Pagodinho lembra meu avô. Eu vivi até os 8 anos no Rocha, subúrbio perto do Méier no Rio, ao lado da casa de meu avô, que era um perfeito carioca. Meu avô foi um belo retrato do Brasil dos anos 40/50. Era um malandro carioca - em volta dele, gravitavam o botequim, a gravata com alfinete de pérola o sapato bicolor, o cabelo com Gumex, o chapéu-palheta, o relógio de corrente, seu “Patek Phillipe” tão invejado; em volta dele ressoava a língua carioca mais pura e linda, com velhas gírias (“Essa matula do Flamengo é turuna!...”). Meu avô era orgulhoso de viver nesta cidade baldia e amada, o Rio que soava nas ondas do rádio, o Rio precário e poético, dos esfomeados malandros da Lapa, das mulheres sem malho e de seus sofrimentos românticos, entre varizes e celulite. Antes de morrer, ele me olhou, já meio lélé, e disse a frase mais linda: “É chato morrer, seu Arnaldinho, porque eu nunca mais vou à Avenida Rio Branco.” Por isso, ele me lembra o Zeca Pagodinho - ou melhor, o contrário - mas, tanto faz, porque não falo do Zeca por nostalgia não, nem por “amor às raízes” nem por um regressismo babaca a uma “autenticidade brasileira”. Não é nada disso. Ele não nos traz nada “de volta”. Zeca apenas reafirmou uma música e um comportamento carioca que sempre estiveram aí e que andavam soterrados debaixo dessa montanha de superficialidades que a indústria cultural produz, transformando os sambistas em bandos de neguinhos oportunistas que dançam com sorrisinhos de puxa-sacos na TV, com bundas de mulatas voando pelos palcos. As velhas-guardas eram “guardadas” como tesouro para nostálgicos se deliciarem. Zeca foi lá e tirou a velha-guarda do gueto e provou que a grande música popular continua a ser produzida nas periferias; só não é distribuída. Zeca revitaliza o partido alto, o samba de terreiro, a ética popular dos subúrbios e revela talentos desconhecidos que não tocavam no rádio. Zeca se vinga e vende milhões de discos. Zeca prova que o popular pode ser profundo, uma luz nova para revitalizar o país. Zeca está fazendo esse sucesso imenso não apenas pela qualidade de seu trabalho. É também porque ele traz com seu carisma, um comportamento que existe na lembrança, quase no DNA dos brasileiros. Ele traz gestos, olhares, um jeito de cantar com a voz vagamente debochada, entre desconfiada e esperta dos antigos malandros com sua sabedoria inculta de fugir do trabalho, dos “safados” (os negros que se safavam), que tinham a inteligência “crítica” da vagabundagem carioca, recusando a exploração e saindo de banda para o prazer e a “viração”. Depois do período vergonhoso dos pagodes de butique, dos “tchans” na boca-da-garrafa, Zeca Pagodinho nos trouxe o fundo de quintal do subúrbio, o cabrito do seu Benedito, trouxe a cachacinha das mesas de botequim, a cervejinha musical, trouxe o doce machismo de malandros sofrendo por “patroas” e vadias, trouxe a elegância dos homens que sabiam dos perigos da vida, das sacanagens que a policia, políticos e patrões sempre aprontaram para os poetas populares. Vivemos hoje num tempo em que os pobres são vistos ou como criminosos ou como desgraçados. As elites acham que pobre ou morre na enchente ou mata nas ruas. Zeca coloca no ar a voz pacífica e “desgrilada” dos desvalidos, seu ritmo de viver. Zeca traz um tempo mais calmo, uma fala e um canto mais lentos, cheios de gingas e fintas, zanzando no ritmo de viver suburbanamente, longe da velocidade infernal dos clipes, zips e zaps. Não há pressa, não há sufoco, mesmo dentro do sufoco; há uma satisfação conformada com o dia-a-dia sofrido, mas esperançoso: “é..cumpadi...tá ruim, mas vai melhorar...”. Depois de 68, (politicamente) e depois dos anos 80 (culturalmente), creio que alguma coisa essencial se havia perdido no Brasil. O malandro carioca - e tudo que ele inventou de leveza de preto forro, com o salto bailarino de escapista do “batente” - virou um pivetinho de fincaria. Nos anos 30 e 40, o malandro e sua cultura, principalmente na música popular, encarnavam a inconsciente defesa de um mundo livre, numa linhagem clara desde “o tempo do Rei”. Perdeu-se o floreio, a delicadeza de um cotidiano material pobre, mas nítido, precário, mas habitado por personagens dignas e orgulhosas de sua tradição, no meio do banzé das classes urbanas. Depois de 68, (politicamente) e depois dos anos 80 (culturalmente), creio que alguma coisa essencial se havia perdido no Brasil. O malandro carioca - e tudo que ele inventou de leveza de preto forro, com o salto bailarino de escapista do “batente” - virou um pivetinho de fincaria. Nos anos 30 e

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PROCESSO SELETIVO 2015 · 1° Semestre | Técnico Subsequente INSTITUTO FEDERAL DO SUL DE MINAS GERAIS4

LÍNGUA PORTGUESA

40, o malandro e sua cultura, principalmente na música popular, encarnavam a inconsciente defesa de um mundo livre, numa linhagem clara desde “o tempo do Rei”. Perdeu-se o floreio, a delicadeza de um cotidiano material pobre, mas nítido, precário, mas habitado por personagens dignas e orgulhosas de sua tradição, no meio do banzé das classes urbanas. Depois, o malando foi substituído pelo pilantra. O simplismo da indústria cultural de massas criou um empobrecimento artístico proposital. O malandro, essa figura meio “malazartes” de nossa história tinha uma linguagem e uma ética. No início dos anos 70, o pilantra triunfa com Simonal, Carlos Imperial, duplas malemolentes como Antonio Carlos e Jocafi, Brazucas etc... Surge o malandro de “mercado”, o malandro querendo descolar um lugar na sociedade do “milagre”. Os malandros tinham sumido. Zeca reapresentou-o, hoje, nessa terra de corruptos e picaretas. O pilantra é o malandro oportunista. Zeca com sua voz, com seu ritmo e tom, com os objetos de seu mundo nos propõe até mesmo uma mensagem política - sem pensar nisso, claro. Ele canta desconfiado dessas modernidades escrotas que nos cercam. Ele recupera o olho-vivo, um olho no gato outro no peixe fritando, ele não se deixa enrolar, deixa a vida lhe levar, não acreditando em mumunhas de “globalização” e coisa e tal, pois sabe que está “assim de gavião” em cima de nós, dentro e fora do Brasil. Zeca nos lembra que temos de viver o mundo de hoje, que temos o direito também de comer caviar, mas sem esquecer que não podemos tirar muita “chinfra”, porque passamos séculos “vivendo na vala e pescando muçum”...

(Disponível em: http://www.paralerepensar.com.br/a_jabor_zecapagodinho.htm Acessado em: 06/10/2014)

QUESTÃO 1

A ideia central presente no texto pode ser sintetizada na asserção de que:

a) O cantor Zeca Pagodinho e o avô de Arnaldo Jabor são homens que representam a figura do típico malandro brasileiro.

b) Determinadas canções que compõem a obra musical de Zeca Pagodinho personificam o malandro tradicional brasileiro, cujas características estão diretamente relacionadas a questões socioculturais do país.

c) A obra musical de Zeca Pagodinho reafirma o estereótipo de malandro carioca, contrapondo-se à noção de pilantra, ou malandro de mercado, presente tanto na sociedade brasileira atual, quanto em sua música.

d) A música brasileira contemporânea é caracterizada por artistas que compõem a indústria cultural, sendo Zeca Pagodinho uma exceção a essa regra, já que ele resgata e canta personagens típicos do povo, como o malandro e o pilantra.

QUESTÃO 2

Sobre as características de tipo e de gênero textuais constituintes de Pagodinho é o malandro contra os pilantras, a afirmativa correta é:

a) O texto é estruturado predominantemente pelos tipos expositivo e narrativo, configurando um conto.

b) Trata-se de uma produção cujo tipo sobressalente é o narrativo e o gênero textual consiste em um artigo de opinião.

c) São utilizados os tipos argumentativo e narrativo na construção textual dessa fábula.d) Tem-se uma construção realizada, principalmente, pelos tipos textuais narrativo e dissertativo,

resultando em uma crônica.

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QUESTÃO 3

Em Por isso, ele me lembra o Zeca Pagodinho - ou melhor, o contrário - mas, tanto faz, porque não falo do Zeca por nostalgia não, nem por “amor às raízes” nem por um regressismo babaca a uma “autenticidade brasileira”. (linha 12), a expressão destacada se refere:

a) às características peculiares que tornam o avô de Arnaldo Jabor um malandro carioca.b) ao fato de o avô de Arnaldo Jabor pode ser comparado a um prefeito carioca.c) ao com portamento do avô de Arnaldo Jabor diante da iminência da morte.d) ao orgulho do avô de Arnaldo Jabor em viver no Rio de Janeiro.

QUESTÃO 4

Assinale o trecho em que se tem o mesmo sentido de Zeca está fazendo esse sucesso imenso não apenas pela qualidade de seu trabalho. É também porque ele traz com seu carisma, um comportamento que existe na lembrança, quase no DNA dos brasileiros. (linha 24):

a) O imenso sucesso de Zeca Pagodinho é devido tanto à qualidade de seu trabalho, quanto ao advento de um comportamento que existe na memória, praticamente no DNA dos brasileiros, ocasionado pelo carisma do cantor.

b) Zeca tem feito esse grande sucesso não somente por causa da qualidade do seu trabalho, mas, principalmente, em decorrência de, com seu carisma, trazer à tona um comportamento que está arraigado ao DNA do brasileiro.

c) A qualidade do trabalho de Zeca Pagodinho em conjunto ao seu carisma são responsáveis pelo grande sucesso desse artista.

d) O enorme sucesso de Zeca Pagodinho se deve à qualidade de seu trabalho, bem como ao seu carisma, o que leva a um comportamento existente na lembrança, quase que no DNA dos brasileiros.

QUESTÃO 5

Entre as linhas 65 e 69, tem-se: Ele recupera o olho-vivo, um olho no gato outro no peixe fritando, ele não se deixa enrolar, deixa a vida lhe levar, não acreditando em mumunhas de “globalização” e coisa e tal, pois sabe que está “assim de gavião” em cima de nós, dentro e fora do Brasil. Zeca nos lembra que temos de viver o mundo de hoje, que temos o direito também de comer caviar, mas sem esquecer que não podemos tirar muita “chinfra”, porque passamos séculos “vivendo na vala e pescando muçum”... Com base em suas relações com os demais trechos e na temática tratada no texto, o excerto acima:

a) Afirma que Zeca Pagodinho, através de sua música, mostra a necessidade de o povo brasileiro desfrutar plenamente da vida, ao mesmo tempo em que desconfia do que vivencia nela.

b) Argumenta que Zeca Pagodinho promove, inconscientemente, por meio de sua obra musical, uma mensagem política, já que reafirma a ideia de malandro carioca, desconfiado e esperto, em detrimento do ideário de pilantra, oportunista, tão predominante no mundo atual.

c) Assente que Zeca Pagodinho, através de sua postura, leva aos seus fãs a mensagem política de que eles devem aproveitar as oportunidades da vida com o cuidado de perceber os perigos quehá nelas.

d) Indica as canções de Zeca Pagodinho que abordam as características do malandro.

LÍNGUA PORTGUESA

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QUESTÃO 6

Em Nos anos 30 e 40, o malandro e sua cultura, principalmente na música popular, encarnavam a inconsciente defesa de um mundo livre, numa linhagem clara desde “o tempo do Rei.”, as palavras destacadas podem ser substituídas, sem alteração de sentido em todas as alternativas abaixo, EXCETO:

a) Nos anos 30 e 40, o malandro e sua cultura, sobretudo na música popular, assumiam a inconsciente defesa de um mundo livre, em uma linhagem clara desde “o tempo do Rei”.

b) Nos anos 30 e 40, o malandro e sua cultura, especialmente na música popular, incorporavam a inconsciente defesa de um mundo livre, sob uma linhagem clara desde “o tempo do Rei”.

c) Nos anos 30 e 40, o malandro e sua cultura, mormente na música popular, assumiam a inconsciente defesa de um mundo livre, sob uma linhagem clara desde “o tempo do Rei”.

d) Nos anos 30 e 40, o malandro e sua cultura, especificamente na música popular, admitiam a inconsciente defesa de um mundo livre, em uma linhagem clara desde “o tempo do Rei”.

QUESTÃO 7

O pronome destacado no trecho Zeca reapresentou-o, hoje, nessa terra de corruptos e picaretas, pode ser modificado, mantendo-se a norma culta da Língua Portuguesa e o sentido pretendido no texto, em:

a) Zeca reapresentou-lhe, hoje, nessa terra de corruptos e picaretas.b) Zeca o reapresentou, hoje, nessa terra de corruptos e picaretas.c) Zeca reapresentou-te, hoje, nessa terra de corruptos e picaretas.d) Zeca reapresentou-se, hoje, nessa terra de corruptos e picaretas.

QUESTÃO 8

Assinale a alternativa em que são respeitadas as regências bem como concordâncias verbais e nominais da Língua Portuguesa em sua modalidade padrão.

a) Meu avô era orgulhoso de viver nesta cidade baldia e amada, o Rio em que ressoavam nas ondas do rádio, o Rio precário e poético, dos esfomeados malandros da Lapa, das mulheres sem malha e de seus sofrimentos românticos, entre varizes e celulite.

b) Meu avô era orgulhoso em viver nesta cidade baldia e amada, o Rio que soava as ondas do rádio, o Rio precário e poético, do esfomeado malandros da Lapa, das mulheres sem malho e de seus sofrimentos românticos, entre varizes e celulite.

c) Meu avô era orgulhoso por viver nesta cidade baldia e amada, o Rio que ressoava nas ondas do rádio, o Rio precário e poético, dos esfomeados malandros da Lapa, das mulheres sem malho e de seus sofrimentos românticos, entre varizes e celulite.

d) Meu avô era orgulhoso de viver nesta cidade baldia e amada, o Rio no qual soava nas ondas do rádio, o Rio precário e poético, para os esfomeados malandros da Lapa, das mulheres sem malha e de seus sofrimentos românticos, entre varizes e celulite

LÍNGUA PORTGUESA

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Leia o texto abaixo para responder às questões de 9 até 15.

TEXTO 02

Um dia, elas se cansaram de estar sendo usadas de maneira errada por pessoas sem escrúpulos, que só queriam tirar vantagens para si, sem se importar de causar prejuízo aos outros. Certa noite, numa hora em que os dicionários não estavam sendo usados, elas fizeram uma reunião. A reunião foi presidida pelas duas palavras mais prejudicadas pelo mau uso — ou seja, a Verdade e a Mentira. — Minhas irmãs — disse a Verdade —, nós precisamos tomar providências para acabar com os abusos na maneira como somos usadas. A mim, me usam constantemente as pessoas desonestas quando querem se aproveitar da ingenuidade de gente de boa-fé. — É isso mesmo — confirmou a Mentira. — Os desonestos também abusam de mim quando chamam de mentiroso alguém que diga algo verdadeiro que possa prejudicá-los. E, embora eu não queira, sou obrigada a servir de disfarce das más intenções deles. — Para acabar com esses abusos, minhas irmãs — concluiu a Verdade —, só há uma solução. De agora em diante, todas nós devemos nos recusar a ser mal-usadas. Assim, quando alguém quiser dizer ou escrever uma mentira disfarçada de verdade, não conseguirá. Porque, em vez de eu aparecer, mandarei no meu lugar a Mentira. — E se um desonesto — confirmou a Mentira — quiser chamar uma verdade de mentira, não adianta me chamar que eu não irei. No meu lugar mando a Verdade. Vocês todas, façam isso também, não se deixem explorar. As outras palavras bateram palmas para a proposta das duas presidentas e juraram, a uma só voz, que cumpririam ao pé da letra o que ficara combinado na reunião. No dia seguinte começaram a acontecer as coisas mais estranhas pelo mundo afora. Enquanto tomava o seu café da manhã, o Industrial teve a pior surpresa de sua vida quando abriu o jornal e leu o anúncio que mandara publicar. Bufando de raiva, telefonou imediatamente para o Publicitário: — Você é um incompetente, um irresponsável! Como teve a audácia de escrever, no anúncio que redigiu para a minha indústria, que os nossos produtos estão muito longe de ser os melhores do mundo? — Eu nunca escrevi isso! Só pode ter sido erro do jornal! — respondeu, aflito, o Publicitário. Por telefone, o Industrial reclamou com o Dono do Jornal. — Na hora de ser impresso, o anúncio foi conferido e estava tudo em ordem. Só pode ter sidosabotagem de algum agitador ou coisa de feitiçaria! — justificou-se, consternado, o Dono do Jornal. Nessa mesma hora, o Comerciante estava arrancando os cabelos de raiva porque, na fachada do seu supermercado, havia um cartaz escandaloso. Em vez de dizer que os preços dos produtos ali vendidos eram os mais baixos, dizia que eles eram iguais ou até um pouco mais altos que os dos outros supermercados. E o susto do Político entrevistado pela televisão quando disse diante das câmeras, sem saber por que nem como, que não cumpriria nenhuma das promessas feitas aos seus eleitores e que se elegera apenas para ganhar dinheiro? Eu poderia ficar horas e horas contando muitos outros fatos estranhíssimos acontecidos naquele mesmo dia. Aconteceram a quem, como o Industrial, o Publicitário, o Dono do Jornal, o Comerciante e o Político, costuma dizer mentiras publicamente, com a maior cara-de-pau, só para se aproveitar da boa-fé dos outros. Mas se eu fosse contar tudo isso, a história da Revolta das Palavras ia ficar comprida demais, e eu sei que ninguém gosta de histórias muito esticadas, cheias de repetições. Por isso, vou apenas acrescentar que nesse mesmo dia inesquecível a Incompreensão foi fazer uma queixa à Verdade e à Mentira. Reclamou que o Poeta continuava mentindo sem que nada acontecesse a ele. — Imaginem vocês que ele escreveu “A laranja madura é um sol sobre a mesa”! Onde se viu confundir uma bola pequena como a laranja com uma bola enorme como o sol? E se a laranja fosse tão quente como o sol, a mesa pegava fogo na mesma hora! — Não é bem assim — explicaram a Verdade e a Mentira. — A poesia diz as coisas de modo tão original, tão fora do comum, que parece estar mentindo o tempo todo. Mas pense bem: não é o sol que amadurece as frutas? E o amarelo brilhante da laranja não é como o amarelo do sol que tivesse descido do céu até a terra? Talvez vocês estejam pensando aí com os seus botões que, afinal de contas, se durou apenas um dia, a Revolta das Palavras não adiantou coisa alguma. Mas se pensam assim, enganam. De agora em diante — eu aposto —, todos vocês vão prestar mais atenção no que dizem as pessoas aproveitadoras, para ver se elas estão mesmo dizendo a verdade quando prometem mundos

LÍNGUA PORTGUESA

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LÍNGUA PORTGUESA

e fundos.

PAES, José Carlos. A revolta das palavras: uma fábula moderna. Companhia das Letras, 1999, [adaptado]. Disponível em http://atividadesnawebgrupoc.blogspot.com.br/2013/06/leitura-e-interpretacao-de-texto.html(acesso em 10/10/2014)

QUESTÃO 9

De acordo com o texto, é possível afirmar:

I. Para o autor, toda poesia tem sua dose de mentira. II. Na história, as palavras Verdade e Mentira decidiram atrapalhar a vida de todos que alterassem seu

real sentido para enganar os outros.III. No final da história chega-se à conclusão de que a Revolta das Palavras não surtiu efeito.IV. Segundo o narrador A Revolta das Palavras serviu para as pessoas prestarem mais atenção às

palavras que lhes chegam aos ouvidos.

a) II e IV estão corretas.b) I e II estão corretas.c) Somente a III está correta.d) I, II e IV estão corretas.

QUESTÃO 10

Em relação ao gênero textual ao qual pertence o texto, é CORRETO afirmar que:

a) Trata-se de um poema escrito em prosa, com fabulações de poesia.b) Caracteriza-se como uma fábula, já que é uma narrativa inverossímil, imaginária, com uma lição de

moral.c) É um conto, já que cria um universo de seres e acontecimentos, com narrador, personagens, ponto

de vista e enredo.d) É uma crônica, considerando que trata-se de uma narração curta sobre fatos do cotidiano, pela

ordem do tempo em que os fatos ocorreram.

QUESTÃO 11

No trecho “De agora em diante, todas nós devemos nos recusar a ser mal-usadas. Assim, quando alguém quiser dizer ou escrever uma mentira disfarçada de verdade, não conseguirá”, a expressão em destaque “assim”, poderia ser substituída, mantendo o mesmo grau de coesão e coerência textual, por:

a) Porqueb) No entantoc) Em vista dissod) Uma vez que

QUESTÃO 12

As expressões: “ao pé da letra”; arrancando os cabelos de raiva e “a laranja madura é um sol sobre a mesa”, em destaque no texto, correspondem às seguintes figuras de linguagem, respectivamente:

a) Catacrese, hipérbole e metáfora.b) Metáfora, eufemismo, anacoluto.c) Hipérbole, catacrese e comparação.d) Prosopopeia, onomatopeia, comparação.

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PROCESSO SELETIVO 2015 · 1° Semestre | Técnico SubsequenteINSTITUTO FEDERAL DO SUL DE MINAS GERAIS 9

LÍNGUA PORTGUESA / MATEMÁTICA

QUESTÃO 13

Em: “(...) Só pode ter sido sabotagem de algum agitador ou coisa de feitiçaria! — justificou-se, consternado, o Dono do Jornal”, a palavra “consternado”, em destaque no texto, é sinônimo de:

a) Alegreb) Tristec) Satisfeitod) Indignado

QUESTÃO 14

Se substantivarmos o adjetivo “consternado”, teremos a grafia correta em:

a) Consternaçãob) Consternassão c) Consternamento d) Consternacidade

QUESTÃO 15

No trecho “a Incompreensão foi fazer uma queixa à Verdade e à Mentira”, qual a regra que justifica o uso da crase nesse caso:

a) O nome geográfico apresenta-se modificado por um adjunto adnominalb) A letra “a” que acompanha locuções femininas recebe o acento grave.c) Trata-se de uma locução adverbial prepositiva e conjuntiva.d) O termo regente prescinde de complemento regido da preposição “a” e o termo regido admite

artigo feminino “a”.

QUESTÃO 16

Os médicos utilizam um cálculo que aponta a altura que uma criança pode alcançar na fase adulta. A fórmula é chamada de altura-alvo, que é a média aritmética entre a altura da mãe somada a 13 cm e a altura do pai, quando se quiser prever a altura de um menino. Já para meninas deve-se subtrair 13 cm da altura do pai e então calcular a média aritmética entre o valor obtido e a altura da mãe.

(Adaptado de http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2012/03/aprenda-calcular-altura-que-seu-filho-pode-alcancar.html, acesso em 12/08/2104)

João e Maria já tem uma filha e querem ter um filho. Utilizando as fórmulas altura-alvo a filha do casal terá aproximadamente 1,68 m. Sabendo que João tem 1,89 m e aceitando a aproximação da fórmula altura-alvo, pode-se afirmar que:

a) A filha será 8 cm menor do que a mãe.b) A filho será 11 cm maior do que a mãe.c) O filho será 8 cm menor do que o pai.d) Os irmãos terão a mesma altura.

QUESTÃO 17

Um restaurante pesquisou 40 pessoas sobre se aprovavam, ou não, o lançamento de dois pratos novos A e B. Dez pessoas aprovaram os dois pratos, 25 aprovaram o prato A e 20 aprovaram o prato B. Quantas pessoas não aprovaram nenhum dos pratos?

a) 5 b) 10 c) 15 d) 20

MATEMÁTICA (Questões de 16 a 30)

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MATEMÁTICA

QUESTÃO 18

Lola mora em Poços de Caldas e está fazendo o Curso de Pedagogia à distância por uma certa universidade federal. Ela está no quinto período e chegou o momento de fazer estágio. Observe o gráfico abaixo que apresenta o número de escolas para cada nível de ensino no ano de 2012 em Poços de Caldas.

Lola não tem preferência por escola. Assim ela resolve escrever o nome de cada escola em pedaços de papel de mesmo tamanho e dobrá-los da mesma forma, de tal maneira que tenham a mesma chance de ocorrência em um sorteio.

Qual a probabilidade, aproximada, de Lola ter sorteado uma escola do ensino fundamental sabendo que a escola sorteada não é de ensino médio e que não há, entre essas escolas, nenhuma que oferece mais de um dos três níveis de ensino (fundamental, médio e pré-escolar)?

a) 0,36b) 0,42c) 0,51d) 0,71

QUESTÃO 19

Para uma excursão foi fretado um navio com capacidade para 100 pessoas. Cada pessoa deve pagar para a companhia R$ 2000,00 e mais uma taxa de R$ 40,00 para cada lugar não ocupado do navio. Qual é a quantia máxima que a companhia pode receber?

a) R$ 200.000,00 b) R$ 220.000,00 c) R$ 225.000,00 d) R$ 240.000,00

FONTE: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/grafico_cidades.php?lang=&codmun=315180&idtema=117&search=minas-gerais|pocos-de-caldas|ensino-matriculas-docentes-e-rede-escolar-2012

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QUESTÃO 20

Segundo o site de notícia G1, em 15/04/2014, “o governo federal propôs que o salário mínimo, que serve de referência para mais [de] 45 milhões de pessoas no Brasil, suba dos atuais R$ 724 para R$ 779,79 a partir de janeiro de 2015. O percentual de correção do salário mínimo, pela proposta do governo, será de [aproximadamente] ______ no próximo ano.”Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/04/governo-propoe-salario-minimo-de-r-77979-para-2015.html

Marque a alternativa que completa, corretamente, a informação acima.

a) 0,07% b) 7,15% c) 7,71% d) 107,15%

QUESTÃO 21

Alice fará uma viagem de ônibus de 80 km. Supondo que o ônibus viaje a uma velocidade média de 80 km/h e que, a cada 20 km, faça uma parada de 10 minutos, quanto tempo durará a viagem?

a) 1 h b) 1,5 h c) 2 h d) 2,5 h

QUESTÃO 22

Em uma aula sobre prismas, Ari, o professor de Matemática, levou para a sala de aula uma caixa de creme dental na forma de um paralelepípedo retângulo (ver representação matemática feita a mão livre por um de seus alunos abaixo) de dimensões 16,5 cm; 3 cm e 3,5 cm, fazendo a seguinte pergunta:

Se esta caixa estivesse totalmente cheia de creme dental, qual seria a quantidade de creme contida na caixa (em mL)?

Qual o item que apresenta a resposta correta para a pergunta do professor?

a) 117,75 mL b) 173,25 mL c) 230,00 mL d) 346,50 mL

QUESTÃO 23

Numa dada classe de 700 estudantes, 100 estudam Português e Matemática, 300 estudam apenas uma das disciplinas citadas e 150 estudam Português. Quantos alunos estudam Matemática?

a) 200 b) 250 c) 300 d) 350

MATEMÁTICA

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MATEMÁTICA

Textos e figuras para as questões 24 e 25

A figura, da esquerda, abaixo representa a vista de uma praça e a da direta representa um esquema matemático ampliado da parte central dessa praça.

Fonte: http://danieruarquitetura.blogspot.com.br/ Fonte: http://danieruarquitetura.blogspot.com.br/

Considere que BE=18m é o diâmetro da circunferência, que A é o centro da circunferência e que existe uma criança na saída que existe no ponto C enquanto sua mãe está no ponto B .

QUESTÃO 24

Determine a área ocupada pela região central da praça usando π = 3,14 .

a) 28,26 m² b) 56,52 m² c) 113,04 m² d) 254,32 m²

QUESTÃO 25

Sabendo que pode-se afirmar que a menor distância entre a mãe e a criança é:

a) 8 m b) 10 m c) 12 m d) 14 m

QUESTÃO 26

Determine b tal que A = b At, onde A = 1 24 6

a) 1 b) 2 c) 3 d) Não existe

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MATEMÁTICA

QUESTÃO 27

O piso de uma sala é retangular e possui dimensões iguais a 2,40 m por 2,0 m. Esse piso será revestido por peças quadradas, inteiras, de cerâmica. Qual o maior valor da medida do lado dessas cerâmicas, desconsiderando as junções entre uma peça e outra?

a) 10 cm b) 20 cm c) 40 cm d) 60 cm

QUESTÃO 28

Num grupo de 6 professores, de quantas maneiras podemos escolher 4 para compor uma comissão contendo um presidente, um vice presidente, um tesoureiro e um secretário?

a) 360 b) 400 c) 450 d) 600

QUESTÃO 29

Uma pessoa recebeu um prêmio em um sorteio referente à um título de capitalização de um certo banco. Essa pessoa decide investir todo esse prêmio da seguinte forma: ½ será depositado em sua conta poupança; ¼ será aplicado na compra de ações; ¹/5 na aquisição de novos títulos de capitalização e os R$ 1.000,00 restantes na compra de dólares. Qual a quantia investida na aquisição de novos títulos de capitalização?

a) R$ 4.000,00 b) R$ 5.000,00 c) R$ 10.000,00 d) R$ 20.000,00

QUESTÃO 30

Um campo petrolífero tem 20 poços e vem produzindo 6.000 barris/dia de petróleo. Para cada novo poço perfurado, a produção diária de cada poço decai de 10 barris. Determine o número de novos poços que devem ser perfurados para maximizar a produção diária do campo petrolífero.

a) 0 b) 5 c) 10 d) 15

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TEXTO 01

Texto de Bertold Brecht: Se os tubarões fossem homens

Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos. Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações. Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre sí a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros. As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que entre eles os peixinhos de outros tubarões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói. Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nos quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões. A música seria tão bela, tão bela que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis

REDAÇÃO

INSTRUÇÕES

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 25 linhas.Transfira as respostas para a folha de respostas, preenchendo com caneta azul ou preta.

3. A redação com menos de 15 (quinze) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.

4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo escrito em prosa receberá nota zero.

5. A redação que apresentar qualquer parte que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.

6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Com base nos textos seguintes e em seu conhecimento, discuta, sob a forma de um texto dissertativo, o que é ser cidadão na sociedade contemporânea, de modo a considerar os aspectos culturais e legais relativos à ideia de cidadania. Para defender seu ponto de vista, o embase em argumentos. Não se esqueça de atribuir um título ao seu texto.

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PROCESSO SELETIVO 2015 · 1° Semestre | Técnico SubsequenteINSTITUTO FEDERAL DO SUL DE MINAS GERAIS 15

pensamentos. Também haveria uma religião ali. Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.

BRECHT, Bertold. Se os tubarões fossem homens.

Disponível na internet: http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/bertold-brecht/se-os-tubaroes-fossem-homens/1340273.Acesso em 10/10/2014

TEXTO 02

Passarinhos e gaviões: uma fábula da democracia

Em Caturama, a “terra boa”, todos os pássaros viviam em harmonia. Até que o pardal quis se tornar o rei da mata e começou a mandar mais que os outros. Certo dia, descobriu que, se comesse ovos, se transformaria em gavião e, portanto, ficaria mais forte. Contou esse segredo aos seus amigos, que o apoiaram e se tornaram gaviões-pardais como ele, passando a controlar a vida da mata: impuseram decretos-leis, formaram um exército, introduziram a censura. Um dia começaram a surgir os primeiros protestos durante os encontros secretos dos descontentes. Quando descobriram que o segredo da força dos mandões estava no hábito de comer ovos, a reação foi imediata: passaram a esconder os ovos que os gaviões-pardais comiam. Estes, então, foram ficando cada vez mais fracos, perderam o poder e voltaram a ser simples pardais. Eufóricos, os pássaros se reuniram para elaborar juntos a nova Constituição de Caturama. Depois de alguns meses e muitos debates, a Constituição ficou pronta: um documento muito bonito e simples como o canto de muitos passarinhos.

ALENCAR, Chico. Passarinhos e gaviões – Uma fábula da democracia. São Paulo: Moderna, 1986. (Coleção Vira Mundo).

REDAÇÃO

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RASCUNHO PARA REDAÇÃO

01

05

10

15

20

25

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RASCUNHO PARA GABARITO

Língua Portuguesa

Matemática

11.

10.

12.

13.

14.

15.

26.

27.

28.

29.

30.