36

Temas-++O+FERTA+SO… · reconhecimento pelos benefícios que lhe são outorga - ... a quem não merece! Foi exatamente isso que Deus rea - ... Isso quer dizer que a entrega de

  • Upload
    buitram

  • View
    217

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1. Maria, a virgem que se doou . . . . . . . . .04

    2. Os magos do oriente entregaram o que possuam de mais precioso . . . . .08

    3. O paraltico de Betesda saltou pela f para a cura e para louvar . . . . . . . . . . . .12

    4. O menino que deu os seus pes e peixes . . . . . . . . . . . . . .16

    5. Zaqueu demonstrou que possvel corrigir o passado . . . . . . . . .20

    6. A viva pobre deu o que possua - tudo . . . . . . . . . . . . . . .24

    7. Nicodemos renunciou tudo por Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28

    8. Jesus deu o exemplo de como ser a oferta . . . . . . . . . . . . . . .32

    2

    Temas da Semana

  • IntroduoTodo cristo comprometido est bem familiarizado como termo oferta. A palavra corresponde, particular-mente, ddiva que o adorador oferece a Deus comoreconhecimento pelos benefcios que lhe so outorga-dos. No Velho Testamento, a oferta tipificava o grandesacrifcio de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pe-cado do mundo (Joo 1:29).

    No to rduo doar aos filhos, ou mesmo, para umamigo chegado. Mas, certamente muito penoso doara quem no merece! Foi exatamente isso que Deus rea-lizou em Cristo (Rom. 5:8). Ele O entregou para ns, afim de nos prover a oportunidade de redeno. Na d-diva de Seu Filho, o Senhor presenteou-nos com o queh de mais importante em todo o Universo. Jesus Cristofoi enviado pelo Pai na plenitude dos tempos (Gal. 4:4)para ser a esperana da glria (Col. 1:27); o sacrifcioexpiatrio que resgata o pecador da condenao da lei(Gal. 3:13).

    Uma das mais marcantes caractersticas da natureza hu-mana pecadora o egosmo. O pecador centraliza todasas coisas em si mesmo, por isso, difcil para o ser hu-mano, desprovido do impulso do Esprito Santo, partilharos seus bens com o prximo. Ainda mais difcil, quandoos seus bens so o resultado de muito trabalho e es-foro dedicado.

    Deus deu o exemplo. Ofereceu o Seu Filho Unignitopela raa pecadora, de maneira que, em um nico dom,entregou todo o Cu. O Senhor Jesus a oferta por ex-celncia. Contudo, como aconteceu com os magos,que ansiavam pela chegada do Salvador, e deixaram umexemplo de como se deve homenagear ao Criador, cadaum de ns precisa chegar a tal ponto de entrega queseja capaz de exclamar: a oferta sou eu!

    Semana de Orao - A oferta sou eu 3

    Unio Central Brasileiraucb.org.br/mordomiacrista

  • IntroduoNa poca de Maria, as moas se casavam bem cedo (Champlin, p. 666),e o compromisso de noivado equivalia, de fato, a uma promessa matri-monial. As moas noivas se consideravam, em termos de compromisso,virtualmente casadas. Romper o noivado no era to simples, comoocorre hoje. No caso de fornicao (a moa envolver-se sexualmentecom um homem a quem no foi prometida), ou adultrio (se esse homemfosse casado), a pena era lapidao (apedrejamento Lev. 8:10;Deut. 22:22-24).

    Portanto, ainda que a incumbncia de engravidar-se tenha sido poropo e graa do Esprito Santo, o medo das consequncias poderiater levado, com boa justificativa, negao da tarefa. Contudo, Mariano recuou. Ela creu na voz celestial, a despeito das difceis circunstn-cias que experimentaria, devido a sua gravidez peculiar.

    Lies da Experincia de MariaH vrias lies que se pode tirar desse episdio, como narrado por Lucas:

    1. Maria era to bem conceituada nas cortes celestiais que recebeu a visitado anjo Gabriel (1:26).

    2. Para aquela incumbncia especfica do Cu, era preciso ser virgem, eLucas reala esse fato em relao Maria (1:27).

    3. A despeito da seriedade, solenidade e implicaes da tarefa, Gabrielmandou que Maria se alegrasse e a chamou de: Favorecida (kecaritw-menh kekaristmne investida com honra especial, palavra da mesmaraiz de cariv karis - graa) (1:28). Maria ficou atnita diante da saudaodo anjo (1:19). A reao de Maria revela sua humildade (...) Se fosse,de fato, diferente das outras moas judias, como alguns telogos afir-mam, possvel que tivesse dito: j era tempo! Estava te esperando!Mas foi tudo surpresa para ela (Wiersbe, p. 221).

    4. Gabriel ordenou que ela no temesse, pois, achaste graa diante deDeus (mais uma vez, cariv karis - graa) (1:30). O telogo Champlincomenta o vocbulo assim: O texto sagrado simplesmente indica favor

    Maria, a virgem que se doou Lucas 1:26-31

    01tema4

  • especial que Deus est proporcionando a Maria. De conformidade com a raiz do originalgrego, graa termo que indica algo que d alegria ou prazer, algo belo, que deleita ossentidos (Champlin, p. 22). Para ser me do Encarnado Filho do Altssimo (1:32), que reinarpara sempre (1:33), somente uma grande mulher, cheia da graa divina!

    5. Maria, ao arrazoar sobre ser me, fez uma brilhante e significativa afirmao: no tenho re-lao com homem algum (1:34), e, dessa maneira, afirmou a sua pureza. Ela obedecia aoque est escrito na Palavra de Deus: como pode o jovem manter a sua vida limpa? Vigiandoos seus passos de acordo com a sua palavra (Sal. 119:9 Bblia Viva). Nos tempos bblicos,a virgindade era uma espcie de oferta para Deus, pois, o corpo santurio do EspritoSanto (1Cor. 6:19), por isso, que devemos glorificar a Deus atravs do nosso corpo (1Cor.6:20), assim como fez Maria.

    6. Gabriel elucida a questo, tirando a dvida de Maria, afirmando que o Esprito Santo viriasobre ela (1:35). Ela seria envolvida pelo poder do Altssimo para receber em seu ventre oFilho de Deus. Por isso, ningum neste mundo recebeu o Esprito Santo assim como Maria.A sua dotao foi totalmente peculiar!

    7. Ela deu uma grande prova de coragem e f: aqui est a serva do Senhor (1:38). O vocbulogrego traduzido por serva doulh doule - escrava. Isso quer dizer que a entrega deMaria foi incondicional!

    a. ["Aqui est a serva do Senhor", disse Maria ao anjo Gabriel (Lc 1.38). O anjo a chamou "fa-vorecida". Ela preferiu um termo bem mais humilde, serva. No serva de Gabriel, de Josou de homem algum, mas do prprio Senhor. (Mauro Clark. Redescobrindo Maria, p. 26)Essa atitude de Maria resume toda a sua filosofia de vida. Maria se coloca nas mos deDeus para a realizao dos propsitos de Deus. Ela serva. Ela est pronta. Ela se entregapor completo, sem reservas ao Senhor.

    b. Ela est pronta a obedecer e oferecer sua vida, seu ventre, sua alma, seus sonhos ao Senhor.Ela de Deus. Ela est disponvel para Deus. Ela est pronta a sofrer riscos, a mudar a suaagenda, a realinhar os seus sonhos e desistir dos seus anseios em favor dos propsitos deDeus.

    c. Ela est pronta a ser no uma scia de Deus, no uma igual com Deus, mas uma serva.Isso era tudo. Diz ela: "que se cumpra em mim conforme a tua palavra" (Lc 1.38). rendiototal, sem condies, sem perguntas, sem pedidos de provas. (Mauro Clark. RedescobrindoMaria, p. 27) Ela estava pronta para uma mudana radical de vida. De todos os teros daTerra, o seu tero foi escolhido para ser o ninho que ternamente acalentaria o Filho de Deusfeito homem. A serva se apresenta, bate continncia ao Senhor dos Exrcitos e se colocas Suas ordens.

    d. O estudioso Douglas Connelly diz que a aceitao da vontade de Deus comeou para Mariacom um cntico em seu corao, porm terminou com uma espada em sua alma. A alegriade segurar nos seus braos uma linda criana acabou por lev-la aos ps de uma cruz.(Douglas Connelly. Maria, um modelo bblico de espiritualidade, p. 23)] H. D. Lopes

    8. [Maria uma mulher que est sempre pronta a andar com Deus quando as coisasparecem complicadas

    Semana de Orao - A oferta sou eu 5

  • a. A crise da mudana. Viajar 130 quilmetros a p ou de jumento nos l-timos dias de gravidez, sendo que o menino que tinha na barrida era o Filho de Deus, poderia dizer: nem pensar! Poderia procurar as auto-ridades religiosas e buscar mil maneiras de fugir daquela perigosa e difcilviagem. Mas, ela serva de Deus e submissa ao seu marido. Tem tm-pera de ao e enfrenta a viagem.

    b. A crise da humilhao. Dar luz ao meu filho, que herdar o trono deDavi, e reinar para sempre, numa manjedoura? Poderia dizer: de jeitonenhum! Ela no duvida de Deus, no lamenta, no murmura, nem seexalta. No reivindica seus direitos. Ela d luz o seu filho sem um lugarpropcio, sem um mdico ou parteira. Est s com o marido, sem luzes,sem cuidados, sem proteo.

    c. A crise do desabrigo. Ir com o meu filho para o Egito, atravessar o desertodo Sinai. Poderia falar: ah, essa no! Agora a crise de se sentir semcho, sem bandeira, sem lugar certo para morar. sentir-se desterrada,perseguida, ameaada. Vo para um lugar onde sero ningum, ondetodos os vnculos importantes estaro ausentes. Ela humilde o bastantepara fugir. Corajosa o suficiente para enfrentar os perigos do deserto. Elacaminha sintonizada pelas mos da providncia. Ser me do Messiasem vez de lhe trazer status, glria, honra, traz-lhe solido, perseguio,desterro. Jos e Maria no so donos da agenda. permanece l atque eu te avise (Mt 2:13).

    d. A crise da discriminao social. Educar o meu Filho em Nazar, ah isso incompreensvel! Nazar era considerada como subrbio do fim domundo. Era um dos maiores antros de ladres e prostitutas da poca.O comentrio geral que de Nazar no sai nada de bom. Era uma re-gio sem vez, sem voz, sem representatividade. Era um lugar de pssimareputao. Mas l nesse caldeiro de terrveis iniquidades, nessa regioda sombra da morte que o Filho de Deus vai crescer para ser o Salvadordo Mundo. como se Deus estivesse armando a sua barracada nas ma-locas mais perigosas da vida. O Filho de Deus, o Rei dos reis deveria serchamado no de cidado de gloriosa Jerusalm, mas de Nazareno,termo pejorativo, sem prestgio.] H. D. Lopes.

    9. Quando afirmou: que se cumpra em mim conforme a tua palavra (1:38),Maria ofereceu-se em plena confiana Palavra de Deus. Por isso, aoscuidados do Senhor, ela entregou:

    a. O seu conforto d. O seu nome f. O seu corpo

    b. A sua paz e. O seu casamento g. A sua virgindade

    c. A sua reputao

    6

  • Concluso1. Na poca de Maria as moas se casavam bem cedo, e a traio, ainda que durante o noi-

    vado, poderia resultar em pena de morte;

    2. Tendo em vista que Maria ainda no era casada, uma gravidez, certamente, seria mal interpretada;

    3. Mas, ainda assim, ela no recuou diante da incumbncia celestial;

    4. Maria foi favorecida pelo Cu;

    5. Obediente Palavra de Deus;

    6. Foi dotada pelo Esprito Santo de maneira especial;

    7. Por isso, tornou-se a me do Salvador encarnado! Por essas razes, de uma maneira muitopeculiar, a virgem Maria pode exclamar com exultao e louvor: a oferta sou eu!

    ApeloDepois de ouvir essa impressionante lio bblica, voc gostaria de juntar a sua voz deMaria? Ento, repita comigo dizendo: a oferta, sou eu! Amm.

    Semana de Orao - A oferta sou eu 7

    BibliografiaEdio Almeida Revista e Atualizada no Brasil (ARA), Sociedade Bblica do Brasil ed. (So Paulo: Bblia Online, 2002), 3.0,1CD-Rom.

    Lopes, H. Dias, O PAPADO E O DOGMA DE MARIA (So Paulo, SP: HAGNOS, 2006).

    R. N. Champlin, casamento infantil. ENCICLOPDIA DE BBLIA, TEOLOGIA E FILOSOFIA (So Paulo, SP: Editora Hanos,1991), vol. 1, pg. 666.

    _________________, sobre Lucas 1:30. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSCULO POR VERSCULO (SoPaulo, SP: Editora Hanos, 2014), vol. 2, pg. 22.

    Warren W. Wiersbe, sobre Lucas 1:26-33. COMENTRIO BBLICO EXPOSITIVO NOVO TESTAMENTO (Santo Andr, SP:Geo-Grfica e Editora Ltda., 2012), vol. 1, pg. 221.

  • IntroduoAs circunstncias em torno do nascimento de Jesus so muito ricas delies espirituais e morais. Pode-se aprender muito a partir dos locaismencionados e de cada personagem envolvido: Belm, o reis magos,os pastores, etc. Em termos prticos, cada um exerceu uma funo emrelao a Jesus.

    BelmHumanamente, falando, a probabilidade de Jesus nascer em Belm eramnima, tendo em vista que os seus pais viviam em Nazar, cidade daGalileia (Luc. 1:26-27). No entanto, as profecias do Velho Testamento in-dicavam Belm da Judeia como o local do nascimento do Messias (Miq.5:2). H uma relao de significado entre a palavra Belm e a misso doCristo. Na lngua hebraica a palavra Belm formada de dois vocbulosMxl-tyb (beit lehem), casa e po (casa do po). Ou seja, Belm foi o tem-plo que abrigou o Deus encarnado em seu nascimento, o po da vida(Joo 6:35, 48), o po vivo que desceu do cu (Joo 6:51). A casa dopo a casa do Messias.

    Deus deslocou a famlia messinica de Nazar, na Galileia para Belmda Judeia, a fim de demonstrar, para os estudantes da profecia: que Elecontrola o desenrolar dos fatos, e que o humilde galileu, nascido emBelm o Seu enviado, cuja misso seria morrer como oferta pelo pe-cado, a fim de salvar a humanidade. Jesus foi o Po Asmo real e o Cor-deiro real manifestado na pscoa do ano 31 a.D.

    Os magosEstudiosos da astronomia em seu tempo. Eram observadores da profe-cia bblica e faziam parte de um grupo, durante o perodo intertestamen-trio, que, embora no sendo integrantes do povo escolhido, foramreceptculos da comunicao celestial (DTN - captulo 3). Estavam aten-tos voz divina, por isso, Deus os honrou; ainda que fossem gentios,aguardavam a Esperana bendita de todos os povos, o Desejado deTodas as Naes (Ageu 2:7, ARC).

    Compreenderam que aquela estrela diferente representava uma indica-

    Os magos do oriente entre-garam o que possuam demais precioso Mateus 2

    02tema8

  • o, atravs da qual, localizariam o menino Deus, o Messias (Num. 24:17). Possuam co-nhecimento detalhado da profecia, pois no procuravam um rei j adulto, mas, o recm-nascido Rei dos judeus (Mat. 2:2). Isso indica algumas possibilidades:

    1. Conheciam o livro de Miquias, alm do Pentateuco e, talvez, a profecia das 70 semanasde Daniel 9;

    2. Receberam informaes por meio sobrenatural, tendo em vista que foram alertados emsonho para no retornarem presena de Herodes (Mat. 2:12). bem possvel que aqueleno tenha sido o primeiro sonho sobrenatural que tiveram acerca de Jesus. Alm disso, es-tavam vivendo na plenitude dos tempos (Gal. 4:4), perodo marcado pelas manifestaessobrenaturais, ocorrncia de sonhos e vises profticos:

    a) Lucas 1:8-13. A viso de Zacarias um anjo noticiou o nascimento de Joo Batista, o pre-cursor de Jesus Cristo.

    b) Lucas 1:26-35. A viso de Maria o anjo Gabriel anunciou o nascimento de Jesus.

    c) Mateus 1:18-21. O anjo do Senhor comunicou a Jos a concepo sobrenatural do Messiasatravs de sua noiva, Maria. Ele ainda informou o nome da criana (Jesus) e a ndole de Suamisso (salvar), expressa no Seu prprio nome. A Terra receberia a maior ddiva que Deusj outorgou ao homem, o Seu Filho nico (Joo 3:16).

    d) Lucas 2:8-14. Homens humildes e sinceros dentre o povo escolhido, tambm foram con-templados com a viso celestial. Afinal de contas, aquela era uma ocasio de festejos e demuita alegria no Cu e na Terra (Mat. 2:10; Luc. 2:10).

    Dois Grandes SinaisDeus usou dois SINAIS, alm dos sonhos e vises:

    1. A estrela, que se desfez depois do anncio aos pastores, pois era um squito de anjos queretornou para o Cu (Luc. 2:13-15);

    2. A criana deitada em faixas numa manjedoura (Luc. 2:12). O que tornou esse fato umSINAL, um Rei, o maior de todos os Reis, o Rei dos reis (Apoc. 19:16) nasceu em um est-bulo. O ente mais rico do Universo se identificando com os mais pobres e desfavorecidos.

    O vocbulo grego para sinal nesta passagem shmeion (semeion), frequentemente utili-zado para indicar um milagre, uma ocorrncia fora do comum.

    Nazarum lugar desdenhado (Joo 1:46), sem qualquer razo para ser destacado, a no ser porsua falta de importncia. Os seus habitantes estavam em contato com estrangeiros ou gen-tios, seus vizinhos (ver o Comentrio Bblico Adventista sobre Mateus 2:23), razo pela quala aristocracia judaica olhava com preconceito aos seus habitantes. Nazar no mencio-nada, nem pelo Antigo Testamento, e nem por Josefo. O salvador tornou-se conhecido pelottulo de nazareno (Mat. 26:71), que tambm foi associado aos discpulos (Luc. 22:59; Atos24:5). Mas, a palavra Nazar poderia significar em hebraico: 1. nazir, dando a ideia de se-

    Semana de Orao - A oferta sou eu 9

  • parao; ou 2. neser, cujo significado ramo ou renovo. Ambos os ter-mos podem inferir a peculiaridade do Messias Galileu.

    Mesmo depois de ascender ao Cu, Jesus se identificou como o naza-reno (Atos 22:6-8), pois abrir mo das riquezas e a simplicidade repre-sentavam um sinal indicativo do verdadeiro Messias (Zac. 9:9; Luc.4:18).

    A oferta de cada personagemBelm deu o Po do Cu

    Os pastores deram o seu testemunho, divulgando as boas novas[(evangelho) (Luc. 2:17)] e deram o seu louvor (Luc. 2:20)

    Os magos no ouro, reconheceram a nobreza, a divindade, a perfeioe a pureza de Jesus (1Cron. 22:14); no incenso, identificaram Jesuscomo aquele que pode interceder pela humanidade, e cuja intercessosobe para o Pai como aroma suave de incenso aromtico (Sal. 141:2;Luc. 1:10; 2:16; Apoc. 5:8; 8:3-4); na mirra, contemplaram um aspectofundamental da experincia messinica, o seu sofrimento. A palavramirra provm do vocbulo grego smurnan (smirnan). Era preparadacom um arbusto espinhoso e madeira perfumada e amarga. Era usada,como unguento em sepultamentos, e tambm como perfume, que, paraserem extrados, era necessrio que a planta fosse cortada e exprimida.

    10

  • Conclusoa) As circunstncias em torno do nascimento de Jesus so muito ricas de lies espirituais e

    morais.

    b) Humanamente falando, a probabilidade de Jesus nascer em Belm era mnima, mas Deusfez cumprir a profecia que indicava o seu nascimento em Belm.

    c) Os magos, embora fossem gentios, estavam atentos voz divina, por isso, Deus os honrou.

    d) A poca do nascimento de Jesus foi rica de manifestaes sobrenaturais.

    e) Deus concedeu dois sinais para que encontrassem o Messias: a estrela e a criana deitadaem faixas numa manjedoura.

    f) Nazar, local de origem de Jesus, era, tambm um lugar modesto e pobre, com o qual Eleno se envergonha de identificar.

    Cada oferta possua um simbolismo e trazia uma mensagem em seu escopo:

    1. Belm o Po do Cu est disponvel para a humanidade.

    2. Os pastores de ovelhas pobres e simples foram alvos especiais da salvao divina, e tambm so os canais, atravs dos quais as boas novas foram levadas ao mundo.

    ApeloEm cada oferta, o doador demonstra gratido. Gostaria voc de expressar o seu testemunhode louvor? Ser como um cntico responsivo de amor a Deus. Ento, repita comigo dizendo:a oferta, sou eu!

    Semana de Orao - A oferta sou eu 11

    BibliografiaEdio Almeida Revista e Atualizada no Brasil (ARA), Sociedade Bblica do Brasil ed. (So Paulo: Bblia Online, 2002), 3.0,1CD-Rom.

    Ellen G. White, O Desejado de Todas as Naes (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.

    Francis D. Nichol, ed., verbete: Nazar de Mateus 2:23. Comentrio Bblico Adventista do Stimo Dia (Tatu, SP: CasaPublicadora Brasileira, 2013), vol. 5, p. 298.

    R. N. Champlin, comentrio de Joo 1:46, O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSCULO POR VERSCULO (SoPaulo, SP: Editora Hanos, 2014), vol. 2, pg. 370

    _________, Verbete: Nazar, ENCICLOPDIA DE BBLIA, TEOLOGIA E FILOSOFIA (So Paulo, SP: Editora Hanos, 1997),vol. 4, pg. 464.

    Warren W. Wiersbe, sobre Mateus 2:19-23. Comentrio Bblico Expositivo Novo Testamento (Santo Andr, SP: Geo-Grficae Editora Ltda., 2012), vol. 1, p. 16.

  • IntroduoO encontro de Jesus Cristo com o paraltico, cujo nome no nos reve-lado, tem algumas dessemelhanas com a maioria das curas efetuadaspor Jesus. Ao que tudo indica, o homem no conhecia a obra do Salva-dor. At ento, ningum lhe havia informado sobre o Libertador Galileu.No entanto, na dignidade do porte, no tom de voz e na majestade dasatitudes, o paraltico sentiu que poderia confiar em Seu comando; quehavia uma autoridade inerente naquele estranho que lhe ordenava: Le-vanta-te, toma o teu leito e anda (Joo 5:8).

    BetesdaA expresso grega Bethesd de Joo 5:2, uma transliterao prov-vel do hebraico "beth hisda" - casa de misericrdia. Segundo Joo, oTanque de Betesda ficava junto Porta das Ovelhas, como aparece emNeemias 3:1, 32; 12:39. Essa porta era o local por onde passavam asovelhas e os bois que eram trazidos cidade, principalmente para ossacrifcios. Por isso, no devia ficar longe do templo.

    Contudo, o mais importante so as concepes e crenas ligadas aotanque:

    1. A gua de qualidade desprezvel era atribuda aos demnios, enquantoa gua com qualidade teraputica, aos anjos bons.

    2. A gua utilizada nos sacrifcios do templo era escoada ali, o que fazia dotanque um lugar especial de milagres.

    3. Um anjo, periodicamente, curava um doente ao agitar a gua.

    Ao comentar o fato, Ellen White o expe da seguinte maneira: Em certotempo as guas desse tanque eram agitadas, e acreditava-se comu-mente que isso era o resultado de poder sobrenatural, e que aquele queprimeiro descesse a elas depois de haverem sido movidas, ficaria curadode qualquer enfermidade que tivesse (Desejado de Todas as Naes,p. 201). Notemos que ela diz: e acreditava-se comumente que isso erao resultado de poder sobrenatural. Portanto, aquela era um crenacomum entre as pessoas.

    O paraltico de Betesda saltou pela f para a cura e para louvar Joo 5:1-18

    03tema12

  • Jesus no Tanque de BetesdaSegundo alguns exegetas, h certas razes pelas quais o Salvador foi ao tanque naquele dia:

    1. Para efetuar aquela nica cura

    2. Para chamar a ateno dos lderes judaicos quanto Sua filiao com o Pai

    3. Para dar observncia do sbado a sua dignidade perdida.

    O Encontro de Jesus Com o ParalticoMas o Salvador viu um caso de suprema misria (Desejado de Todas as Naes, p. 133),o homem paraltico por 38 anos.

    Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim h muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado? (Joo 5:6).

    Ellen White descreve em palavras magistrais o encontro da vontade do Senhor com a f doparaltico: Jesus no pediu a esse sofredor que tivesse f nEle. Diz simplesmente: Levanta-te, toma a tua cama, e anda. Joo 5:8. A f do homem, todavia, apodera-se daquelas pa-lavras. Cada nervo e msculo vibra de nova vida, e a energia da sade enche-lhe osmembros paralisados. Sem duvidar, determina-se a obedecer ordem de Cristo, e todosos msculos obedecem-lhe vontade. Pondo-se repentinamente de p, sente-se umhomem no exerccio de suas atividades. Jesus no lhe dera nenhuma certeza de auxlio di-vino. O homem se podia haver detido a duvidar, perdendo a nica oportunidade de cura.Creu, porm, na Palavra de Cristo, e agindo sobre ela, recebeu a fora (Desejado de Todasas Naes, p. 202-203).

    A Ordem de Jesus ao ParalticoLevanta-te, toma o teu leito e anda (Joo 5:8). Existe nesta frase imperativa uma seme-lhana com as palavras proferidas ao morto Lzaro, que da inconscincia saiu para vida,atravs da poderosa ordem do Senhor. Lzaro estava impotente pela morte, e o paraltico,pela desinformao sobre o carter de Jesus. Lzaro ouviu, a despeito de estar morto, e saiu da morte para a vida. O paraltico, tambm ouviu, e mesmo sem evidncias, creu, e saiu da inrcia para uma vida dinmica de louvor a Deus. Assim como ocorreu com Lzaro,o Senhor no o tocou, apenas operou por meio de Sua Palavra.

    Ellen White descreve da seguinte maneira a resposta do paraltico: Cada nervo, cada ms-culo, vibra com uma nova vida, e sadia ao vem aos membros paralisados. Num salto, ei-lo de p e pe-se a caminho com passo firme e desenvolto, louvando a Deus, e regozi-jando-se no vigor que acabava de receber (A Cincia do Bom Viver, p. 84).

    O Leito do Paralticoa. Diferente do que possa parecer, o leito do paraltico era um objeto fcil de carregar, e no

    constitua nenhum esforo exagerado que viesse caracterizar uma carga, cujo manuseio e transporte, constitusse quebra do sbado. O termo - krbbatn, expresso de origem

    Semana de Orao - A oferta sou eu 13

  • macednia, e latinizada pela Vulgata com o termo grabbatus, significa,maca, colcho de palha, ou um lenol usado para deitar. Ellen White confirma esse fato:

    b. Jazia o enfermo em sua esteira, erguendo s vezes a cabea para olharo tanque, quando o terno e compassivo rosto se curvou para ele, e lheprenderam a ateno as palavras: Queres ficar so? Joo 5:6. Nas-ceu-lhe no corao a esperana. Sentiu que, de alguma maneira, lheviria auxlio (A Cincia do Bom Viver, p. 83). O restabelecido paralticocurvou-se para apanhar seu leito, que era apenas uma esteira e um co-bertor (Desejado de Todas as Naes, p. 203).

    c. O colcho porttil pendurado ao ombro do homem curado era uma ex-celente evidncia da perfeio da cura. A cura do paraltico deu ocasiopara a furiosa oposio dos lderes judeus ao ministrio messinico deJesus, contudo, ao mesmo tempo, inaugurou os Seus contundentes dis-cursos sobre a Sua filiao com Pai e a Sua misso divina.

    A Advertncia de Jesus ao Homem CuradoMais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha que j estscurado; no peques mais, para que no te suceda coisa pior (Joo5:14). Este verso nos oferece algumas lies preponderantes. Vamoscomear a analisar pela parte final do verso:

    a. A transgresso das leis da sade resulta em doenas

    As palavras de Jesus: no peques mais, para que no te suceda coisapior, indicam que a enfermidade do homem foi provocada por atitudespecaminosas. Ele transgrediu as leis da sade, e, mesmo tendo sido cu-rado pelo Mdico dos mdicos, se voltasse a viol-las, o retorno dadoena seria ainda pior.

    b. O homem curado foi ao templo louvar a Deus

    Era seu desejo oferecer as ofertas de gratido como reconhecimento daobra divina operada em sua vida. Por isso, a sua ida ao templo no foiacidental. Era sbado, portanto, natural para um judeu adorar no templosagrado. Talvez, visitar o templo com as prprias pernas fosse um anseioprofundo do seu corao. Ellen White explica a razo pela qual o homemcurado estava no templo. Gratido e louvor!

    14

  • ConclusoBetesda, o lugar intitulado, casa da misericrdia, mais parecia uma casa de suplcio, atque recebeu a visita do Libertador. O episdio nos mostra que a crendice popular destitudade apoio na Palavra de Deus, pode levar, mesmo o povo eleito a errar.

    Ao declarar a identidade de seu Libertador, o homem demonstrou plena confiana no nomesalvfico de Jesus, o nome messinico sob o qual ele fora libertado da doena e do cativeirodo pecado. Agora, tornou-se um agente de louvor com sua ao de graas e suas ofertas.Por isso, de uma forma toda especial, o ex-paraltico de Betesda pode dizer com veemncia:a oferta sou eu!

    ApeloDepois de ouvir essa comovente histria de pecado e sofrimento, cura e restaurao, vocgostaria de juntar a sua voz a desse homem agradecido? Ento, fale junto comigo: "a oferta,sou eu"!

    Semana de Orao - A oferta sou eu 15

    BibliografiaEllen G. White, A cincia do bom viver (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.

    _________, Beneficncia social (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.

    _________, O Desejado de todas as naes (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.

    Rick Meyers, Ed., e-Sword HD v3.6, 2014, Albert Barnes Notes on the Bible, Commentary on John 5.

    _________, A Popular Commentary on the New Testament, on John 5.

    _________, Clarkes Commentary on John 5:1.

    _________, Eastons Bible Dictionary, on Bethesda.

    _________, Exposition of Holy Scripture (Alexander MacLaren), on John 5.

    _________, Faussets Bible Dictionary, on Bethesda.

    _________, International Standard Bible Encyclopedia, on Bethesda.

    _________, Jemieson, Fausset, and Brown Commentary on John 5.

    _________, John Gills Exposition of the Bible, on John 5:8.

    _________, Poor Mans Concordance (Robert Hawker), on Bethesda.

    _________, Smiths Bible Dictionary, on Bethesda.

    _________, The Pulpit Commentary, John 5.

  • IntroduoSegundo Warren W. Wiersbe (pg. 398), foram propostas quatro solu-es para alimentar a numerosa multido, cada qual, refletindo o seugrau de confiana na ao divina:

    1. A primeira soluo (dos discpulos) mandar a multido embora (Marcos 6:35-36);

    2. A segunda soluo (de Felipe) juntar dinheiro suficiente para compraralimento (Joo 6:7);

    3. A terceira soluo (de Andr) aparentemente paliativa, ou seja, apre-sentar um menino com poucos suprimentos a Jesus (Joo 6:8);

    4. A quarta soluo (de Jesus) a soluo real. Abenoar o alimento,mesmo o pouco que possuam e multiplic-lo (Joo 6:11)

    A Multidoa. Em relao multido, embora Jesus tenha se compadecido dela, pela

    sua incapacidade para conseguir alimento naquele instante e circuns-tncia, Joo no a descreve como passiva em relao ao Senhor Jesus.A multido o seguia, porque estava interessada nos milagres que ele rea-lizava (Joo 6:2).

    b. Conforme explica Bruce: "A multido que seguia a Jesus, a julgar porsua atitude no transcorrer da narrativa, aparentemente era do tipo des-crito em 2: 23, em uma situao em Jerusalm: ficaram impressionadoscom os sinais que viram, mas seguiam a Jesus somente de maneira su-perficial..." (F. F. Bruce, pg. 130)

    c. Ainda assim, a multido ali estava, conforme Marcos 6:34-35, e Jesusse compadeceu dela, por que?

    1. Aquelas pessoas eram como ovelhas que no tm pastor (Marcos 9:36);

    2. Porque j declinava a tarde, o lugar era deserto, e j avanada a hora(Marcos 6:35).

    Independente das mltiplas intenes presentes naquela multido que

    O menino que deu os seuspes e peixes Joo 6:1-15

    04tema16

  • seguia a Jesus, Ele manifestou compaixo e supriu as suas necessidades bsicas. Con-tudo, no se deixou influenciar pelo impulso daqueles que pretendiam tirar vantagem dassuas habilidades, proclamando-o rei (Joo 6:15).

    A Misso de Jesus CristoHumanamente falando, seria conveniente fazer uma curva na sua misso e assumir o tronode Israel. At mesmo os lderes religiosos o teriam apoiado, se ele se dispusesse a libertara nao israelita do jugo romano. Com os seus dons maravilhosos, poderia se tornar o maiorlder nacionalista da histria.

    Contudo, o Salvador deixou claro em seus discursos e instrues:

    1. O meu reino no deste mundo (Joo 18:36);

    2. O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido (Lucas 19:10). Isto , salvar o homemda sua condio miservel;

    3. Est escrito sobre o Filho do Homem que sofrer muito e ser aviltado (Marcos 9:12);

    4. Ensinava os seus discpulos e lhes dizia: O Filho do Homem ser entregue nas mos doshomens, e o mataro; mas, trs dias depois da sua morte, ressuscitar. (Marcos 9:31).

    Em Isaas 53:10, a profecia messinica indicava que o Senhor daria a sua alma como ofertapelo pecado, por tudo isso, no se deixaria coroar rei. Primeiro, teria que passar pela cruz,mas, antes de enfrentar esse terrvel instrumento expiatrio, seria necessrio evidenciar oseu messiato, curando os enfermos, restituindo a viso aos cegos, ressuscitando os mortose alimentando aos famintos.

    Outra lio importante tirada do episdio descrita por Ellen G. White: "No ato de Cristo,de suprir as necessidades temporais de uma faminta massa de povo, est envolvida pro-funda lio espiritual para todos os Seus obreiros. Cristo recebeu do Pai; passou-o aos dis-cpulos; eles o entregaram multido; e o povo uns aos outros. Assim todos quantos seacham ligados a Cristo devem receber dEle o Po da vida, o alimento celestial, e pass-loa outros." (White, Beneficncia Social, pg. 264)

    O RapazO texto de Joo 6:1-15 parece subentender que o rapaz, portador dos cinco pes de cevadae dos dois peixinhos, foi o nico que se preparou para passar o dia com Jesus. No h in-formaes adicionais sobre ele, mas muitos comentaristas elogiam a sua me. Ela teria lhepreparado esse kit de viagem. Talvez, at conhecesse a Jesus.

    Deve-se, contudo, levar em considerao algumas mensagens implcitas no relato desteepisdio:

    1. Ele no estava seguindo a Jesus, simplesmente por causa do alimento;

    2. Preparou-se para passar tempo com o Salvador e ouvi-lo;

    3. No se ops a que o seu alimento fosse compartilhado com os outros;

    Semana de Orao - A oferta sou eu 17

  • 4. Tendo em vista que ele era o nico com o cesto de alimento, possvelque Jesus tenha multiplicado tambm o cesto, at chegar ao nmerodoze, que compreendia o suficiente para armazenar as sobras (Joo6:12-13). Se assim foi, o fato de no ter sido relatado pelos evangelistas,deveu-se a sua irrelevncia diante do milagre da multiplicao de umaporo nfima e inexpressiva de alimento em uma quantidade avultante,e que sustentou a milhares de pessoas. Em todo caso, o nmero su-gestivo, tendo em vista que:

    - 12 so os patriarcas;

    - 12 so os discpulos;

    - 12 so as portas de Jerusalm;

    - 12 so as tribos simblicas de Israel, de onde sairo os 144 mil servosde Deus que vencero aos apelos da besta na crise final.

    Uma lio para nsEsse episdio encerra outra lio objetiva para ns que nos deparamoscom muitas dificuldades ao longo de nossa peregrinao neste mundo.Com frequncia, tentamos solucionar os problemas de escassez damesma maneira que os discpulos, quando faltou o alimento para aquelesque vieram ouvir Palavra.

    A escritora White nos exorta: Os meios de que dispomos talvez no pa-ream suficientes para a obra; mas, se avanarmos com f, crendo notodo-suficiente poder de Deus, abundantes recursos se nos oferecero.Se a obra de Deus, Ele prprio prover os meios para sua realizao.Recompensar a sincera e simples confiana nEle. O pouco que sbiae economicamente empregado no servio do Senhor do Cu, aumentarno prprio ato de ser comunicado. Nas mos de Cristo permaneceu,sem minguar, a escassa proviso, at que todos se saciassem. (Bene-ficncia Social, pg. 266)

    Ao oferecer o cesto de alimentos a Jesus, aquele rapaz entregou tudo.Foi uma demonstrao de f, embora no parea. Deu a sua proviso,a sua confiana e o seu amor. Simbolizado naquele cesto de pes e pei-xes, ofertados a Jesus, constava a impressionante mensagem: a ofertasou eu!

    18

  • Concluso1. Foram propostas quatro solues para alimentar a multido;

    2. A proposta que deu certo foi a do Prprio Senhor Jesus. Ele realiza os impossveis;

    3. Muitos estavam ali, no somente para ouvir a Palavra de Deus, mas, principalmente, porcausa do alimento;

    4. Ainda assim, Cristo os alimentou, pois amoroso para com os Seus filhos. Ele se compa-dece das multides que so como ovelhas sem pastor;

    5. Jesus veio a este mundo com uma misso. Nem mesmo a honra da realeza tirou dele aglria da cruz, pois, veio para salvar pecadores;

    6. O rapaz dos pes e peixes foi, aparentemente, o nico que se preparou para passar o diacom Cristo. Da mesma forma, devemos nos preparar para estar com Ele sempre, e acreditarno que pode realizar em benefcio da humanidade atravs da nossa doao pessoal;

    7. Aquele rapaz entregou a sua proviso para ser repartida com todos, dando uma demons-trao de f. Por isso, poderia exclamar sem hesitao: a oferta sou eu!

    ApeloDepois de ouvir essa impressionante lio bblica, voc gostaria de juntar a sua voz dosgigantes da f? Ento, fale junto comigo: "a oferta, sou eu"!

    Semana de Orao - A oferta sou eu 19

    BibliografiaEllen G. White, Beneficncia Social (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.

    F. F. Bruce, sobre Joo 6:1-2. Joo: introduo e comentrio, trad., Hans Udo Fuchs (So Paulo, SP: Sociedade ReligiosaEdies Vida Nova, 1987), pg. 130.

    Warren W. Wiersbe, sobre Joo 6:1:14. COMENTRIO BBLICO EXPOSITIVO NOVO TESTAMENTO (Santo Andr, SP:Geo-Grfica e Editora Ltda., 2012), vol. 1, pg. 398.

  • Introduo imperativo averiguar o verdadeiro escopo e objetivo da histria narradapor Lucas, e investigar com ateno a sua ligao com o contexto gerale as circunstncias nas quais ocorreu. Pois, Zaqueu no era uma pessoacomum. Era um lder, chefe dos publicanos (Luc. 19:2).

    Objetivos1. O episdio, aparentemente acidental, ocorreu entre um lder publicano e

    Jesus;

    2. Os fariseus no tinham simpatia pelos publicanos e os consideravamcomo perdidos (Luc. 18:9-14);

    3. Jesus demonstra que mesmo os publicanos podem se arrepender e ga-nhar o reino de Deus;

    4. Zaqueu demonstrou o seu arrependimento e contrio ao prometer res-tituir 4 vezes mais, se a algum tivesse defraudado.

    Uma lio importante que o texto nos ensina : aquele que se confia in-teiramente aos cuidados divinos, mesmo que esteja vivendo numa si-tuao muito delicada e em pecado, encontrar acolhimento doSalvador, quando o seu arrependimento for genuno.

    Os dois modelos de atitude para com Jesus1. Os crticos que O acompanhavam. Todos os que viram isto murmu-

    ravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador (19:7). Aoque tudo indica, levando-se em considerao o contexto, esse todosparece referir-se principalmente aos fariseus. A palavra hebraica para fa-riseu perushim, um vocbulo provavelmente derivado de parosh quesignifica separar, expor. Essas conotaes explicam as duas princi-pais caractersticas dos fariseus: eram separatistas, tendo em vista a n-fase colocada na observncia de rituais de purificao. Eram expositores,porque encorajavam uma interpretao liberal das Escrituras e adapta-vam as suas leis s mutveis condies de vida, em contraste como ossaduceus que aderiam estritamente letra da Lei.

    Zaqueu demonstrou que possvel corrigir o passado Lucas 19:1-10

    05tema20

  • Os fariseus eram preocupados com as observncias externas e a forma da religio. Consi-deravam as pessoas desfavorecidas como povo da terra, merecedoras de suas prpriasdesventuras e esquecidas de Deus.

    2. Um Publicano chamado Zaqueu. Os publicanos eram hebreus que cobravam impostosa favor do governo romano. Cobravam o imposto pessoal, o imposto pela terra, pela pro-priedade, pela importao e exportao, pelo uso do porto, estradas, pontes e portas.

    a. O termo grego para publicano telns, ou seja, rendeiro de impostos. Uma figura dem fama em Atenas desde os tempos de Aristfanes. O termo latino para publicanos publicani, empregado para os empreiteiros do Estado. Estes eram todos de posse, e su-barrendavam a cobrana dos impostos a agentes conhecidos como magistri, e os agentescontratavam oficiais locais, chamados de portitores para cobrar as taxas. A estes portitoresque o Novo Testamento se refere como telonai (publicanos).

    b. A primeira referncia a arrendamento de impostos na Palestina data do tempo de PtolomeuII Filadlfo no III sculo a.C. Porm, a taxa romana foi imposta a partir de 63 a.C., quando ogeneral Pompeu capturou Jerusalm. Portanto, a cobrana de impostos era feita de um go-verno dominante contra um povo dominado. Evidentemente, o conterrneo que se posicio-nasse a favor dessa cobrana seria considerado como inimigo do seus compatriotas.

    c. Por essa razo, o judeu que entrava para o servio alfandegrio era cortado da sociedadedecente. Era desqualificado para ser juiz, ou mesmo testemunha no frum, e era excomun-gado da sinagoga. Os membros da sua famlia, tambm eram considerados maculados, epor isso, colocados na categoria legal de assassinos, salteadores, ladres, assaltantes ecambistas. Em suma, eram contados como populacho.

    d. O dinheiro que passava pelas mos dos cobradores de impostos era maculado e no podiaser empregado nem como esmola, pois isso, faria o pedinte participar da culpa do publicano.Estes eram considerados impuros pelo constante contato com os gentios, e ofendiam aosjudeus ortodoxos porque o seu emprego exigia a contnua quebra do sbado.

    e. Se um telones abandonasse a sua atividade, no havia nenhuma perspectiva de conseguiroutro emprego, mesmo sendo pessoa to qualificada: os telones conheciam bem vrias ln-guas, eram peritos em contabilidade e numa espcie de taquigrafia desenvolvida por MarcoTlio Tiro, um liberto de Ccero, em 63 a.C.

    O modelo bblico de justificao1. Inclui o Arrependimento. Zaqueu estava interessado em ver Jesus, mas havia um impedi-

    mento, a sua baixa estatura. Solucionou o problema, subindo numa rvore. Colocou-se nolugar onde Jesus iria passar. O Senhor o convidou para descer. Zaqueu desceu depressa, e,com alegria, recebeu Jesus em sua casa. Ao ser criticado pelas suas posses, prometeu devolvero suposto defraudado proporo de 4 vezes mais. A percepo de Zaqueu pode ser descritanestas palavras de Ellen G. White: a alma que se volve para Deus em busca de auxlio, deapoio, de poder, mediante diria e fervorosa orao, ter aspiraes nobres, percepes clarasda verdade e do dever, altos propsitos de ao, e uma contnua fome e sede de justia.

    2. Inclui a Aceitao da Graa Divina. Zaqueu no era merecedor da salvao. Mas, Jesusdeclarou a sua salvao: hoje, houve salvao nesta casa, pois que tambm este filho

    Semana de Orao - A oferta sou eu 21

  • de Abrao (19:9). A graa um bem imerecido. O publicano Zaqueusabia que no era merecedor do favor divino, mas, ficou feliz em receberao Salvador!

    3. Inclui a Declarao Divina em Favor do Pecador. Devido atitudede Zaqueu, Jesus declarou: hoje, houve salvao nesta casa. A justifi-cao inclui um ato declarativo de Deus, imputando a Sua justia, ou osSeus mritos ao pecador penitente. Jesus falou com veemncia: Porqueo Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido (19:10).

    O modelo de relacionamento com Deus1. Caracterizado Pela Dependncia. Enquanto os fariseus dependiam

    de seus prprios mritos, sempre falando em merecimento e murmu-rando do prprio Cristo, o publicano Zaqueu despojou-se nas mos deDeus. Paulo declarou aos Filipenses: porque Deus quem efetua emvs tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (2:13).H uma relao de dependncia do pecador para com Deus. A aproxi-mao no baseada nos mritos humanos, pois, no h essa possibi-lidade, em virtude da natureza humana decada (Is 64:6; Rm 3:23). Aaceitao divina do pecador unicamente pela graa de Jesus Cristo:Porque pela graa sois salvos, mediante a f; e isto no vem de vs; dom de Deus (Ef 2:8).

    2. Caracterizado Pela Reverncia. O ato de Zaqueu subir numa rvorepara ver Jesus, representou uma homenagem ao Mestre Galileu, um atode reverncia. Para ele, quem passaria naquele lugar, no era outro,seno a Majestade do Cu.

    3. Caracterizado Pela F. A relao humana com Deus deve ser ba-seada na f. De fato, sem f impossvel agradar a Deus, porquanto necessrio que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe eque se torna galardoador dos que o buscam (Hb 11:6). No baseadonas obras da lei, conforme os fariseus pensavam (Rm 3:20; Gl 2:16),mas, atravs da f que atua pelo amor (Gl 5:6).

    4. Caracterizado Pela Entrega. Ao ser acusado de pecador (19:7), osseus acusadores, possivelmente estavam insinuando que Zaqueu era la-dro. Ele entendeu isso, e declarou: Senhor, resolvo dar aos pobres ametade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado algum,restituo quatro vezes mais (19:8). O texto no se refere entrega de d-zimos ou ofertas, mas deixa implcito que Zaqueu estava disposto a en-tregar tudo por Jesus, e, at mesmo a empobrecer, doando 4 vezes maisse fosse necessrio. Porm, ele tinha conscincia de que havia desco-berto o Maior Tesouro de sua vida, o Cristo Encarnado!

    22

  • Concluso1. Zaqueu no era uma pessoa comum, mas um publicano, ou seja, pertencente a uma cate-

    goria altamente discriminada pelos compatriotas, especialmente, os fariseus.

    2. A narrativa demonstra que, mesmo as pessoas consideradas mais pecadoras, ou que per-tenam a uma categoria de baixo nvel moral, podem encontrar a salvao em Jesus se sin-ceramente O buscarem.

    3. O modelo bblico de justificao inclui: o arrependimento, a aceitao da graa divina e adeclarao divina em favor do pecador.

    4. O modelo de relacionamento com Deus, inclui: a dependncia, a reverncia, a f e a entrega.

    5. Por tudo isso, Zaqueu deve juntar-se categoria dos personagens bblicos que puderamdizer: a oferta sou eu!

    ApeloDepois de ouvir essa impressionante lio bblica, voc gostaria de, mais uma vez, juntar

    a sua voz dos gigantes da f? Ento, fale junto comigo: "a oferta, sou eu"!

    Semana de Orao - A oferta sou eu 23

    BibliografiaBblia de Estudo Almeida Edio Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri, SP: Sociedade Bblica do Brasil, 1999.

    Bblia de Estudo de Genebra Edio Almeida Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri, SP: Cultura Crist e SociedadeBblica do Brasil, 1999.

    Gilbert, F. C. Practical Lessons From the Experience of Israel. South Lancaster, MS: South Lancaster Printing Company,1902.

    Hillyer, N. telnion, Dicionrio Internacional de Teologia do Novo Testamento. Lothar Coenen e Colin Brown, 2 ed., trad.Gordon Chwon. So Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edies Vida Nova, 2000. 2:1014-1019.

    Pharisees; Saducees. Bridger, David. Ed. The New Jewsh Encyclopedia. Behrman House, Inc. Publishers, New York,1976. 1:376.

    White, G. Ellen. O Maior discurso de Cristo. Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009.

    _________, Parbolas de Jesus. Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009.

  • A viva deu o que possua - tudo Marcos 12:41- 44

    06tema24

    IntroduoO episdio descrito por Marcos logo depois do dilogo do Senhor comSeus discpulos, quando censurou as atitudes dos escribas (versos 38 a40). Ele lhes advertiu quanto arrogncia e prepotncia daqueles ho-mens. Ao mesmo tempo em que apreciavam a ostentao e a exaltaoprpria, tambm devoravam as casas das vivas (v. 40). Logo em se-guida conversa com os discpulos, Ele chamou-lhes a ateno para adoao da viva pobre.

    DesenvolvimentoPor isso, proveitoso ler a narrativa da viva pobre (Marcos 12:41-44) luz dos ensinos de Jesus sobre os escribas, proferidos pouco antes(12:38-40). Levando-se em considerao a narrativa de Lucas 20:45 a21:4, os dois episdios podem ser equacionados assim:

    1. Jesus ensinou sobre os arrogantes que devoravam as casas das vivas

    1b. gostam de andar com vestes talares e muito apreciam as saudaesnas praas, as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugaresnos banquetes

    2. Jesus chamou a ateno para uma viva pobre

    2b. Viu tambm certa viva pobre lanar ali duas pequenas moedas

    O episdio narrado por Lucas 21:1-4, contm o seguinte contraste:

    1. Jesus observou os ricos ofertando

    1b. Os ricos ofertavam do que sobrava

    2. Jesus observou, tambm, uma viva pobre ofertando

    2b. A viva ofertou tudo o que possua

    Tanto Marcos quanto Lucas colocam essa narrativa ligeiramente antesdo pequeno apocalipse, ou seja, das pores profticas de seu livro(Marcos 13 e Lucas 21). possvel que tenham feito isso para indicar arelevncia do episdio para ns que vivemos nos ltimos dias.

    O que representava o Gazofilcioa. A expresso gazophulakion formada por dois termos gregos: gaza -

  • tesouro, e phulttein guardar. Segundo Josefo, era uma das salas do templo situada noptio das mulheres, onde eram armazenados o ouro e a prata. Jesus ensinava nesse lugar(Joo 8:20). O termo, tambm se refere s urnas de coleta que ficavam naquele lugar (Mar-cos 12:41-43).

    b. As treze urnas eram assinaladas por letras do alfabeto hebraico, e tinham o formato de trom-beta, semelhana de chifres de carneiro, sendo a parte mais estreita aquela em que o di-nheiro era introduzido, e a parte de baixo era mais larga. Nove dessas urnas eram parareceber as ofertas com propsitos distintos, conforme a lei indicava aos adoradores, e qua-tro, para as ddivas voluntrias. Essas ofertas voluntrias eram utilizadas para comprar, porexemplo, madeira para o altar.

    c. Portanto, o Gazofilcio, alm de sala do tesouro, representava, tambm, bas ou urnasdentro dos quais se depositavam as ddivas e ofertas. No Antigo Testamento essas salasou cmaras so mencionadas em textos como 2 Reis 23:11; Neemias 10:37 a 39; 13:4 e5, 8 e 9 e Ezequiel 40:17. Embora o Novo Testamento no faa referncia direta tesourariado templo, Joo 8:20 e Marcos 12:41, indicam que Jesus ensinava no templo, no ptio dasmulheres, diante do local onde se entregavam as ofertas.

    A forma como as ddivas eram depositadasOs doadores eram obrigados a fazer uma declarao em voz alta sobre nmero de prutahsque estavam depositando, juntamente com o ritual equivalente ao propsito da oferta. A prutah () era a forma como os judeus chamavam uma pequena moeda de bronze.Um canon judaico determinava que ningum poderia depositar menos que dois prutahs. A pobre viva no poderia doar menos, e devido pobreza, no tinha como doar mais. Os mais ricos informavam o nmero de prutahs que estavam depositando e no o valortotal. A expresso grega utilizada por Marcos para se referir ao prutah kalkon, ou seja, a moeda de bronze que era depositada no Gazofilcio, tanto por ricos, quanto por pobres.

    fcil imaginar os jueus declarando com grande pompa o nmero de prutahs que estavamdepositando no Gazofilcio. No entanto, para o observador celeste, que conhece os motivoslatentes em cada corao, eles ofertavam do que lhes sobravam. No havia ao sacrificalem suas doaes, como ocorreu com a oferta da viva.

    O que uma viva pobre possuaTanto o Antigo quanto o Novo Testamento realam a importncia de se cuidar do pobre, dorfo e da viva. No Antigo Testamento as vivas so apresentadas como estando sob o cui-dado especial de Deus (Sal. 68:5; 146:9; Prov. 15:25). A verdadeira prtica religiosa inclui a sim-patia para com elas (J 31:16; Tiago 1:27). H uma srie de recomendaes para favorec-las,a partir de Deuteronmio 24:17. O Novo Testamento tambm faz as suas observaes paraque as vivas no sejam negligenciadas (Atos 6:1; 1 Timteo 5:2-16). Portanto, quando lermossobre as vivas na Palavra de Deus, ser preciso considerar todo o conjunto de fatores quecercava essa categoria peculiar de pessoas. Incluindo o fato de que uma viva pobre era real-mente destituda de bens.

    Semana de Orao - A oferta sou eu 25

  • O contexto em que viviam as vivas1. A sociedade judaica era profundamente patriarcal. Somente os homens

    trabalhavam com a finalidade de sustentar a casa, e as mulheres cuida-vam dos afazeres domsticos.

    2. A sobrevivncia feminina dependia da cobertura masculina, isto , a pro-viso do pai, de um tio, de um irmo ou do esposo. Mulheres que se tor-navam vivas muito cedo e no tinham um provedor masculino, corriamo risco de serem relegadas, ou prostituio, ou extrema pobreza.

    3. Era muito difcil para uma viva sobreviver quando no podia contar como amparo de algum parente prximo. Por isso, as vivas que quisessemlevar uma vida decente, passavam por vrias privaes. Por tanto, qual-quer quantia monetria era relevante para as vivas, mesmo duas moe-das no valor insignificante de um quadrante (o quadrante era a menormoeda romana, equivalendo a 1/64 do denrio. O denrio era a unidadebsica e correspondia a um dia de trabalho do operrio comum).

    Segundo o depoimento do prprio Senhor Jesus, essas moedas repre-sentavam tudo o que aquela viva possua. Tendo em vista que estavaobservando os doadores, deve ter notado o constrangimento da vivaao declarar a quantia doada. Talvez, cabisbaixa, encabulada e envergo-nhada, pois estava ciente da insignificncia monetria de sua doao emrelao s grandes somas doadas pelos ricos. Porm, no foram os ricosque receberam o elogio do Senhor Jesus, mas, aquela viva, porque nodoou da abastana ou da sobra, mas ofereceu tudo o que possua.

    Importantes lies a serem tiradas1. Deus no est interessado na quantia dada, mas no esprito com que

    se doa.

    2. Nenhuma ddiva a Deus deve ser oferecida com ostentao.

    3. Deve haver certa medida de sacrifcio nas ofertas que entregamos aoSenhor.

    4. Deus conhece os nossos motivos.

    5. Ele observa as nossas atitudes quando doamos, presencia o ato e julgacom sabedoria e graa.

    6. A grandeza da doao depende da dimenso da posse do doador.

    O contraste entre as ofertasEm Marcos 12:41-44, Jesus contrasta o povo com a viva. Mas, emLucas 21:1-4, o contraste entre os ricos e a viva pobre.

    a) A doao dos ricos - vrias moedas contendo grande valor monetrio

    26

  • b) A doao da viva - duas moedas de menor valor monetrio

    Jesus no ignorou as ofertas dos ricos. No disse que eles nada deram, mas que estaviva pobre deu mais do que todos (Lucas 21:3). Essa realidade transparece no texto gregode Marcos, principalmente, quando comparado ao de Lucas. No texto escrito por Lucas(21:4) est grafado em grego: (apanta ton bion on eikenebalen) deu tudo o que possua. No entanto, o texto de Marcos 12:44 registra da seguintemaneira: (ebalen olon ton bion autes) deu toda sua vida.

    Concluso1. proveitoso ler o relato da viva pobre luz dos ensinos de Jesus aos discpulos sobre os

    escribas proferidos por Jesus pouco antes;

    2. Assim, facilita a observao do contraste entre os prepotentes ricos e a viva pobre;

    3. Enquanto eles doavam com ostentao, a viva deu tudo o que possua;

    4. O fato da narrativa em Marcos e Lucas est ligeiramente antes do pequeno apocalipse,denota a relevncia do episdio para ns que vivemos nos ltimos dias.

    5. Jesus observava os doadores enquanto no ptio das mulheres, diante do Gazofilcio;

    6. A forma como as ofertas eram entregues facilitava a ostentao dos ricos, enquanto poderiagerar constrangimento aos pobres;

    7. Jesus chamou a ateno para o fato de que, embora a oferta da viva fosse monetariamenteinsignificante, para Deus ela foi a maior, pois representava tudo o que a viva pobre possua.

    Essa mulher diferente de todos os outros que no experimentaram sacrifcio para Deus.Essa viva pobre deu toda sua vida, e adquiriu o direito de afirmar: a oferta sou eu!

    ApeloDepois de ouvir uma impressionante lio bblica, voc gostaria de juntar a sua voz a essagigante da f? Ento, repita depois de mim: "a oferta, sou eu"!

    Semana de Orao - A oferta sou eu 27

    BibliografiaBblia de Estudo Almeida, nota sobre Marcos 12:42. Edio Revista e Atualizada no Brasil. 2 ed. Barueri, SP: SociedadeBblica do Brasil, 1999.

    Rick Meyers, Ed., e-Sword HD v3.6, 2014, Adam Clarke's Commentary on Mark 12:41.

    _________, John Wesley's Notes on Mark 12:41.

    _________, Pulpit Commentary on Mark 12:41.

    _________, Sermon Bible Commentary, on Mark 12:41.

    _________, Word Study in the New Testament by M. R. Vincent on Mark 12:41.

    R. N. Champlin, sobre Lucas 21:1-4, O Novo Testamento interpretado versculo por versculo, 6 vols. (So Paulo: SP EditoraHagnos Ltda, 2014), 2:257-258.

    W. E. Vine, Merril F. Unger, William White Jr., gazophulakion, Dicionrio Vine: o significado exegtico e expositivo das pa-lavras do Antigo e do Testamento Testamento, 3 ed., trad. Lus Aron de Macedo (Rio de Janeiro, RJ: Casa Publicadoradas Assemblias de Deus, 2003), 411.

    W. Scmithals, , Dicionrio Internacional de Teologia do Novo Testamento, 2 vols., Lothar Coenen e ColinBrown, 2 ed., trad. Gordon Chwon (So Paulo, SP: Sociedade Religiosa Edies Vida Nova, 2000), 2:2449.

  • IntroduoNicodemos um personagem bblico que no entra na histria bblicaacidentalmente. H uma introduo pomposa para ele no evangelho deJoo 3. H, tambm, muito material escrito a seu respeito, e uma dasrazes para isso, o registro de seu dilogo com Jesus. Nessa entrevista possvel perceber a sua concepo sobre a religio judaica de seusdias, e, tambm, a sua ignorncia quanto a questes espirituais, comoo novo nascimento, por exemplo.

    O nome Nicodemos um neologismo grego, derivado de nikos (ven-cedor) e demos (povos). Portanto, vencedor ou conquistador de povos.Alguns estudiosos o identificam com Naqdimon ben Gorion, um cidadorico, que, segundo o Talmud Babilnico, era encarregado de suprir deguas aos peregrinos que vinham para as festas de Jerusalm. Mas, noh informaes conclusivas sobre isso.

    Um lder FariseuNicodemos era fariseu. A palavra hebraica para fariseu perushim, quesignifica separar. Eles eram separatistas, tendo em vista a nfase co-locada na observncia de rituais de purificao e da prtica minuciosado dzimo. Os fariseus eram preocupados com as observncias externase a forma da religio. Consideravam as pessoas desfavorecidas comopovo da terra, merecedoras de suas prprias desventuras e esquecidasde Deus. Nicodemos era fariseu e membro do sindrio, o que fazia deleum integrante de uma oligarquia, ou seja, uma minoria privilegiada quetinha o poder e a incumbncia de governar a maioria.

    A entrevista a Jesus Cristo (Joo 3:1-21)a. Nicodemos se aproximou de Jesus impressionado com os seus sinais

    (do grego semeia, milagres Joo 3:2). Nicodemos pode ter sido umdos muitos que vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome(2:23).

    b. Algumas razes que poderiam Justificar a sua visita noite, seriam: 1.Constrangimento, devido a sua posio; 2. Evitar problemas com os de-mais membros do sindrio; 3. A busca de privacidade.

    Nicodemos renunciou tudopor amor a Cristo Joo 3

    07tema28

  • c. Nicodemos era um mestre versado em sua religio, um observador dos acontecimentos,mas precisava reconhecer em Jesus, o Messias prometido e deveria ser batizado por JooBatista: mas os fariseus e os intrpretes da Lei rejeitaram, quanto a si mesmos, o desgniode Deus, no tendo sido batizados por ele (Lucas 7:30).

    d. Jesus revelou os grandes segredos da converso, bem como os elementos ligados a ela:novo nascimento, gua, vento, o nascimento do alto e o Esprito Santo. E ainda pronunciouum dos versos mais profundos de toda Sagrada Escritura, Joo 3:16.

    e. Utilizou o episdio da serpente de bronze levantada por Moiss no deserto para exemplificara Sua morte expiatria na cruz (3:14-15).

    f. Todos devero enfrentar o tribunal, mas os que creem no sero condenados (3:18-19).

    g. O mal e a luz so incompatveis (3:20), mas a prtica da verdade representa proximidadecom a luz (3:21). Dessa forma, diferente de Judas, que saiu da presena da luz e foi para anoite, para as trevas (13:30), Nicodemos saiu das trevas da noite para encontrar-se com aLuz (3:2, 21).

    A sua defesa perante o sindrio (Joo 7:38-52)a. Aquele era um momento de crise. O Senhor estava percorrendo a Galileia e no desejava

    passar pela Judeia, porque os judeus queriam mat-Lo (7:1).

    b. Finalmente, Jesus foi Festa dos Tabernculos, e havia um burburinho entre o povo sobreo Seu carter, e, tendo em vista que a ameaa era real, as pessoas evitavam falar sobre Eleabertamente, temendo aos judeus (7:10-13). Contudo, arrancou admirao, mesmo daque-les que o ameaavam, ao ouvirem os Seus ensinos no templo (7:14-15).

    c. Depois de declarar que o Seu ensino do alto, Ele afirmou que os judeus que procuravammat-lo desatendiam a Lei de Moiss (7:16-19). Ele lhes deu evidncias de ser o Messias,e isso dividiu a opinio dos ouvintes. Mas, muitos creram nele, o que levou os lderes a co-missionarem guardas para prend-lo (7:25-32).

    d. No ltimo dia da Festa dos Tabernculos, Jesus fez um apelo aos sedentos pela salvao,a fim de que viessem saciar nele a sua sede espiritual. Mais uma vez, muitos creram (7:37-43). O apelo de Jesus no verso 37 destacado por Joo pela expresso exclamou. Otermo grego, (krzo), significa clamar, chamar em voz alta, ou mesmo, chorar.O Salvador fez o Seu apelo em voz alta, declarando-Se o Messias, o nico que pode dotaro homem com o poder do Esprito Santo (7:38-39).

    e. Os guardas que foram comissionados para prend-Lo, quando perguntados pelos lderesjudeus: por que no O trouxeste?, responderam: jamais algum falou como este Homem(7:45-46). Os lderes tomaram uma atitude condenatria em relao a Jesus, mas nessemomento (7:50), Nicodemos interveio e asseverou: Acaso, a nossa lei julga um homem,sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez? (7:51), expondo-se ao escrnio dos seus cole-gas (7:52). Essa defesa uma forte evidncia de que a entrevista com o Mestre Galileu haviagerado frutos salvficos em seu corao.

    A assistncia ao funeral (Joo 19:39-42)a. A seo sobre o sepultamento de Jesus comea assim: Depois disto, Jos de Arimatia,

    que era discpulo de Jesus, ainda que ocultamente pelo receio que tinha dos judeus, rogou

    Semana de Orao - A oferta sou eu 29

  • a Pilatos lhe permitisse tirar o corpo (19:38). Jos de Arimatia era umhomem rico (Mat. 27:57) e ilustre membro do sindrio (Mar. 15:43). Ele,tambm, aguardava o reino de Deus, por isso, depois de autorizado porPilatos, retirou o corpo de Jesus. Mas, no estava s ao prestar home-nagem ao Redentor, pois, tambm Nicodemos, aquele que anterior-mente viera ter com Jesus noite, foi, levando cerca de cem libras deum composto de mirra e alos (Joo 19:38-39).

    b. Conforme explica Ellen White: "Na entrevista com Nicodemos, Jesus des-dobrou o plano da salvao, e Sua misso no mundo. Em nenhum deSeus posteriores discursos explicou to plenamente, passo por passo,a obra necessria ao corao de todo aquele que quisesse herdar o reinodo Cu. No prprio incio de Seu ministrio, abriu a verdade a um mem-bro do Sindrio, ao esprito mais apto a receber, a um designado mestredo povo. Os guias de Israel, porm, no receberam de bom grado a luz.Nicodemos ocultou a verdade no corao, e por trs anos pouco foi,aparentemente, o fruto" (O Desejado de Todas as Naes, p. 117).

    c. Os ensinamentos de Jesus surtiram um efeito poderoso no corao da-quele lder sincero de Israel. Ele estudou as atitudes do mestre nazareno,e as comparou com as profecias messinicas. Comentando sobre essefato, Ellen White diz: "Desde que ouvira Jesus, Nicodemos estudara an-siosamente as profecias relativas ao Messias; e quanto mais procurara,tanto mais forte era sua convico de que este era Aquele que havia devir. Ele, como muitos outros em Israel, sentira-se grandemente aflito coma profanao do templo." (O Desejado de Todas as Naes, p. 168).Para Nicodemos, a cruz no foi um smbolo de derrota, como o foi paraos pervertidos e descomprometidos com a verdade. Ela significou, o quede fato foi, a coroao dos esforos messinicos para salvar a humani-dade cada.

    d. Quando, afinal, Jesus foi erguido na cruz, Nicodemos relembrou o ensinodaquela noite: Como Moiss levantou a serpente no deserto, assim im-porta que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nElecr no perea, mas tenha a vida eterna. Joo 3:14, 15. A luz daquelasecreta entrevista iluminou a cruz do Calvrio, e Nicodemos viu em Jesuso Redentor do mundo (O Desejado de Todas as Naes, p. 176-177).

    O que representavam cem libras (Joo 19:39)Alguns crticos argumentam que toda essa quantidade do compostopara blsamo, daria para embalsamar 200 corpos. Contudo, precisolevar em considerao alguns fatores relevantes:

    a. Uma grande quantidade dessas especiarias era utilizada no embalsa-mento, quando se desejava demonstrar respeito, estima e amor pelo fa-lecido.

    b. Nos escritos de Josefo, h claros exemplos de gastos generosos dessasespeciarias no embalsamento de personalidades de destaque, tais comoAristbolo, Herdes e Gamaliel.

    30

  • c. Parte desse blsamo era utilizado para calafetar o local onde o corpo era depositado e outraparte era queimada (2 Cron. 16:13-14).

    d. O sepultamento pomposo de Jesus foi profetizado em Isaias 53:9. Tanto Jos de Arimatiaquanto Nicodemos, colaboraram para que essa profecia se cumprisse. E, provavelmente,sem ter conscincia imediata desse fato.

    e. Ambos desejavam oferecer a Jesus a dignidade de um funeral real e messinico (Joo 12:13,32; Sal. 45).

    f. Essa dispendiosa homenagem relembra duas outras: quela prestada pelos magos quandoJesus nasceu (Mat. 2:11) e a homenagem prestada por Maria que, segundo Jesus, lhe pre-parava para a sepultura (Mat. 26:7-12; Joo 12:3-7).

    g. Ao gastar 30 quilos dessa dispendiosa especiaria no sepultamento de Jesus, Nicodemosdemonstrou de que forma a sua fortuna deveria ser utilizada. Ele a colocou a servio doEvangelho, para honrar o seu Salvador.

    ConclusoNa assistncia ao funeral de Jesus, Nicodemos revelou a sua identidade como discpulo doMessias sacrificado e levantado, assim como a serpente de bronze fora levantada por Moissno deserto. O valor despendido para homenagear o Mestre demonstrou o quanto ele pre-zava ao Senhor, um prenncio de que estaria disposto a entregar tudo por Ele. Por isso, Ni-codemos poderia dizer com acerto: a oferta sou eu!

    ApeloDepois de ouvir essa comovente lio bblica, voc no gostaria de juntar a sua voz a essenobre da f? Ento, fale junto comigo: "a oferta, sou eu"!

    Semana de Orao - A oferta sou eu 31

    BibliografiaBblia de Estudo Almeida, nota sobre Joo 16:39. Edio Revista e Atualizada no Brasil. 2a ed. Barqueei, SP: SociedadeBblica do Brasil, 1999.

    David Bridger, ed., The New Jewsh Encyclopedia (Behrman House, Inc. Publishers, New York, 1976) 1:376, Commentaryon Pharisees; Saducees.

    Ellen G. White, O Desejado de todas as naes (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom.

    Flavius Josephus, The Works of Josephus: Complete and Unabridged, Ant. B. xv. C. 3, s. 4; e b. xvii. C. 8, s. 3, traduzidopor William Whiston. USA: Hendrickson Publishers, Inc., 1987.

    F. F. Bruce, Joo: introduo e comentrio, Srie Cultura Bblica, vol.4 (Edies Vida Nova), 2002.

    G&H Bible, comentrio sobre o verbete grego, e (krzo) em Joo 7:37.

    Rick Meyers, Ed., e-Sword HD v3.6, 2014, Albert Barnes Notes on the Bible, on John 3:1.

    _________, Albert Barnes Notes on the Bible, Commentary on John 3:1.

    _________, A Popular Commentary on the New Testament, on John 2:23-3:21; 19:39.

    _________, Clarkes Commentary on John 19:39.

    _________, F. B. Meyer, Through the Bible Day by Day, on John 3:1.

    _________, International Standard Bible Encyclopedia, on Nicodemus.

    _________, the Pulpit Commentary, John 3:1.

    _________, Through the Bible Day by Day (F. B. Meyer), Commentary on John 3:1-8.

    _________, Word Studies in the New Testament (M. R. Vincent), on John 19:39.

  • IntroduoUm dos versos mais conhecidos, e, ao mesmo tempo, mais significativosda Palavra de Deus Joo 3:16. Deus, o Pai, deu o Seu Filho para salvara humanidade. Essa atitude do Pai em relao ao mundo est em diretocontraste com o paganismo, ou com a maneira como este representaos seus deuses. Na Ilada, Juno diz a Vulcano: querido filho, retenha-se. No seria bom que um deus, assim sofresse em lugar dos homens.

    O estudo da salvao, continuar a ser tema de estudo durante as erasinfindas da eternidade (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 126).

    A origem do mala. Antes da introduo do pecado no universo, havia perfeita paz e harmo-

    nia entre criao e Criador, entre os seres criados e os seus semelhantes.Analisemos o que o apstolo Joo nos diz: e ns conhecemos e cremosno amor que Deus tem por ns. Deus amor, e aquele que permaneceno amor permanece em Deus, e Deus, nele (1 Joo 4:16).

    b. Antes da introduo do mal, prevalecia, tambm, a felicidade, o conten-tamento e a vida eterna. Um texto que infere a harmonia universal oSalmo 103:20. Bendizei ao SENHOR, todos os seus anjos, valorososem poder, que executais as suas ordens e lhe obedeceis palavra.

    c. Outra passagem bblica para demonstrar a ordem pacfica e amorosa docosmos antes da entrada do pecado, J 38:4-7. Na pergunta queDeus fez ao patriarca existe uma referncia existncia feliz e cheia delouvor dos filhos de Deus.

    d. J 38:7 foi produzido, utilizando o estilo quistico. O quiasmo se baseiana letra grega , que, como notrio, tem o formato de um X. A letraforma duas linhas paralelas imaginrias. Uma perpassando os dois ex-tremos superiores, e a outra, os dois extremos inferiores.

    Estrelas da alva juntas alegremente cantavam

    Rejubilavam todos filhos de Deus

    Deus lanou os fundamentos da Terra. Nessa ocasio, quando as es-trelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os fi-lhos de Deus, o Senhor afirma a paz e o louvor universais.

    Jesus deu o exemplo decomo ser a oferta Gnesis 3

    08tema32

  • O pecado rompeu a paz universala. Um elevado anjo decidiu romper a paz e harmonia do universo (Isaas 14:12-14; Ezequiel

    28:13-17), introduzindo uma rebelio caracterizada pela transgresso lei divina (1 Joo3:4). Essa lei a transcrio do carter de Deus. Deus Justo, perfeito, santo e bom (Esd.9:15, Mat. 5:48, Lev. 19:2, Sal. 34:8). A Lei tambm Justa, perfeita, santa e boa (Sal.119:172, Sal. 19:7, Rom. 7:12, Rom, 7:12)

    b. Ao atacar a lei de Deus, o anjo cado atacou o prprio Deus. Desgraadamente, ele conseguiuatrair para as suas fileiras a tera parte dos anjos celestiais (Apoc. 12:7-9). O antigo Lcifer,agora Satans, o adversrio, trouxe a sua rebelio contra Deus para o planeta recm-criado,a Terra. No entanto, Deus advertiu ao homem quanto a rea de atuao do maligno. Sua ju-risdio era a rvore do conhecimento do bem e do mal. A ordem divina ao homem deixavabem claro quais seriam as consequncias da desobedincia. Leiamos Gnesis 2:15-17."De toda rvore do jardim comers livremente, mas da rvore do conhecimento do bem edo mal no comers; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrers".

    c. A ordem divina foi peremptria (impositiva): no comers, pois as consequncias seriamtrgicas: certamente morrers, em hebraico o texto taxativo e enftico, mttmt. Ou seja, o homem no somente morreria, mas morreria no dia em que comesse dofruto proibido. Para que isso no ocorresse, Deus advertiu ao casal que no se separassem:os anjos haviam advertido Eva de que tivesse o cuidado de no se afastar do esposo en-quanto se ocupavam com seu trabalho dirio no jardim. (Patriarcas e Profetas, p. 53).

    A queda do homema. Genesis 3:1 comea chamando a ateno para o carter astuto de Satans, mas a ser-

    pente, mais sagaz que todos os animais selvticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse mulher, ento, fez uma afirmao taxativa e contrria ao imperativo divino: certo queno morrereis l mt temutn (Gen. 3:4).

    b. Tendo em vista que Ado viveu 930 anos, a maior parte dos quais, fora do paraso, depoisde seu pecado. Ser que o diabo estava falando a verdade? Por que Ado e Eva no mor-reram naquele mesmo dia, conforme o prometido?

    c. Se Deus destrusse Ado provocaria, talvez, uma nova rebelio, tendo em vista que os anjosleais passariam a ver Deus como severo e intransigente. Por outro lado, se desculpasse aocasal pecador teria que desculpar Lcifer, tambm, e ele viveria como o legtimo herdeirodeste mundo. De que forma o problema foi solucionado?

    Cristo se ofereceu para morrer no lugar do homemO apstolo Paulo revela que nos tornamos espetculo ao mundo, tanto a anjos, como a ho-mens (1Cor. 4:9). Todo o universo presenciou a queda da raa humana, e havia uma expec-tativa sobre o seu destino, porque, a lei quebrada exigia a morte do transgressor (Rom. 6:23).Ellen White comenta sobre os acontecimentos no Cu, gerados pelo pecado do homem:

    "O cu encheu-se de tristeza quando se compreendeu que o homem estava perdido, e que

    Semana de Orao - A oferta sou eu 33

  • o mundo que Deus criara deveria encher-se de mortais condenados misria, enfermidade e morte, e no haveria um meio de livramento parao transgressor. A famlia inteira de Ado deveria morrer. Vi o adorvelJesus, e contemplei uma expresso de simpatia e tristeza em Seu rosto.Logo eu O vi aproximar-Se da luz extraordinariamente brilhante que cer-cava o Pai Fez ento saber hoste anglica que um meio de livramentofora estabelecido para o homem perdido. Dissera-lhes que estivera a plei-tear com Seu Pai, e oferecera-Se para dar Sua vida como resgate, etomar sobre Si a sentena de morte" (Histria da Redeno, p. 42-43).

    Porque o homem no morreu naquele dia?a. Quando o homem e a mulher se viram desprovidos de sua vestimenta

    de luz e de tudo o que caracterizava a vida ednica, pois agora todos ossentimentos peculiares ao pecado os assolavam, bem como as intem-pries da nova atmosfera terrestre, coseram folhas de figueira e fizeramcintas para si (Gen. 3:7). Numa linguagem simblica, essas folhas de fi-gueira representavam a transitoriedade das obras humanas e a sua in-capacidade de solucionar o problema do pecado (Isaas 64:6).

    b. A real soluo foi a divina, ou seja, fez o SENHOR Deus vestimenta depeles para Ado e sua mulher e os vestiu (Gen. 3:21). Evidentemente,a pele (do hebraico r), cuja traduo pode ser pelo ou couro,foi retirada de um animal, um cordeiro sacrifical. Deus confeccionou rou-pas de couro para o casal, o que representa, em linguagem simblica, asoluo para o problema do pecado, tendo em vista que aquelas vestesrepresentavam a justia divina imputada ou transferida ao pecador.

    c. Deus no mataria o homem, e nem o desculparia, mas perdoaria o seupecado s expensas da morte de Seu Filho! Posso imaginar Ado comum cutelo na mo, e Deus lhe dizendo, filho, voc deve morrer hoje paraque a Lei seja cumprida. Mas, no o meu desejo que voc morra. ALei permite que haja uma substituio (Lev. 17:11; Heb. 9:22). Por isso,este cordeiro representa algum que morrer em seu lugar! Deve tersido dramtica a cena. Ado se tornou o agente da primeira morte. Sa-crificou o cordeiro que morreu em seu lugar!

    O plano da redenoAgora possvel entender o que Joo escreveu em Apocalipse 13:8sobre o Cordeiro que foi morto desde a fundao do mundo. QuandoAdo pecou, entrou em operao o plano divino para salvar o homem.Naquele momento, Jesus se tornou o Cordeiro de Deus, que tira o pe-cado do mundo! (Joo 1:29). A qualidade da morte que Cristo sofreuna cruz foi a segunda, isto , a separao total de Deus. Esse fato podeser inferido pela citao do Salmo 22:1, Deus meu, Deus meu, por queme desamparaste? (Mat. 27:46).

    34

  • O salmista, divinamente inspirado, previu com preciso cirrgica o que ocorreria com Jesus:"Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a lngua se me apega ao cu da boca;assim, me deitas no p da morte. Ces me cercam; uma scia (bando) de malfeitores merodeia; traspassaram-me as mos e os ps. Posso contar todos os meus ossos; eles meesto olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minhatnica deitam sortes" (ver: Mat. 27:35; Mar. 15:24; Luc. 23:34; Joo 19:24).

    Os momentos finais do sacrifcio expiatrio de JesusO sacrifcio de Jesus ocorreu durante a Pscoa. Nele se cumpriram todas as especificaesprefiguradas no cordeiro pascoal. Vejamos xodo 12:

    Verso 5 o cordeiro ser sem defeito Jesus foi sacrificado como cordeiro sem defeito (1 Ped. 1:18-19);

    Verso 6 o cordeiro era imolado no crepsculo da tarde. Jesus foi para a cruz s novehoras da manh, e morreu s trs horas da tarde, ou seja, da hora terceira at a hora nona(Marcos 15:25; Mateus 27:46), cobrindo o horrio dos dois sacrifcios dirios.

    Verso 46 o cordeiro no poderia ter os ossos quebrados, pois se tornaria oferta imperfeita chegando-se, porm, a Jesus, como vissem que j estava morto, no lhe quebraram as pernas (Joo 19:31-33).

    ConclusoDeus, o Pai, doou o Seu Filho humanidade. Na concepo pag, isso algo completa-mente estranho. A morte do Emanuel na cruz algo to surpreendente, que nem mesmoa eternidade explicar plenamente aos seres criados este grande mistrio. Jesus de Nazar,o Cristo Divino, pode dizer acima de todos, A oferta sou Eu!

    Apelo:Voc gostaria de juntar a sua voz aos nobres da f e aos anjos? Repita comigo: ObrigadoSenhor por morrer em meu lugar. Digno o Cordeiro que foi morto de receber o poder, ahonra, a glria e o louvor! Ofereo minha vida aos Seus ps. Ajuda-me a viver esse princpio:A oferta sou eu.

    Semana de Orao - A oferta sou eu 35

    BibliografiaEllen G. White, Histria da Redeno (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, s/d), CD Rom. p. 42-43.

    _________, Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 126.

    _________, Patriarcas e Profetas, p. 53

    G&H Bible, comentrios sobre os verbetes hebraicos.

    Questes sobre doutrina: o clssico mais polmico da histria do adventismo, ed. anot., traduo das notas por JosimirAlbino do Nascimento (Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009), 122.

    Rick Meyers, Ed., e-Sword HD v3.6, 2014, Word Studies in the New Testament (M. R. Vincent), on John 3:16.

    W. E. Vine, Merril F. Unger, William White Jr., Dicionrio Vine: o significado exegtico e expositivo das palavras do Antigo edo Testamento, 3 ed., trad. Lus Aron de Macedo (Rio de Janeiro, RJ: Casa Publicadora das Assemblias de Deus, 2003).

  • A Unio Central Brasileira agradece ao Pastor e DoutorJosimir Albino do Nascimento por preparar esses exce-lentes sermes. Alguns foram resumidos ou acrescido oque est entre [ ]. Nosso desejo que os temas da se-mana nos ajudem a cumprir o Desafio 1 + 1. Um mor-domo fiel buscando outro mordomo para ser fiel aoSenhor tambm.

    Entregue na entrada a ficha para renovao dos pactos,chamada Minha Deciso. Explique o contedo no inciodo programa. Solicite que faam em duas cpias, umapara guardar e uma para entregar. Aguarde o preenchi-mento e leve para o plpito, a fim de pedir a Deus queabenoe as decises. No encerramento, seja objetivo,faa o apelo, cante com a congregao o hino final e ore.

    Solicitamos que os oradores da semana de mordomiatreinem os sermes para que sua leitura e apresentaoseja expressiva, clara e entusiasmada. Pedimos a Deusque abenoe cada pregador e que a semente da verdadecresa no corao de cada ouvinte.

    Pr. Csar Guandalini

    Unio Central Brasileiraucb.org.br/mordomiacrista