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Livro
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Tentativas de
Poetizar
Roger Rangel Coutinho2004
FascnioNada mais me fascina,que um belo olhar de seduo. Perdido entre um chopp outro,a mesa de um bar,enquanto se ouve um solo de quitara
Enquanto a musica rola as pessoas se olham,e num certo momento se falam,se conhecem e s vezes se beijamcom vontade e paixo.
Surge todo aquele clima de fascnio,de envolvimento e emoo.
Quando os corpos se tocam ese envolvem em um s
Nestes momentos lindos o amor forte,como a exploso de uma bomba nuclear,mas como toda bomba, seu efeito forte e devastador, mas no duradouro,como o vento que sopra e leva seu perfumeat a minha mesa, e me fascina.
Olhos na Noite
Estes seus olhos me fascinam,me atraem, como se estivesse preso a eles,quando te vejo meu corao bate a milmeu corpo arde com o calor de uma floresta inteira em chamas.
Nestes momentos eu sonho com seu corpo colado sobre o meu,abraando-me, beijando-me, dizendo que me ama.
O calor de nossos corpos to forte que se pode sentir ao longe. como se fossemos o prprio sol , pai de todas as paixes
A Janela
s vezes olho pela janelae vejo muitas pessoas andando,para l e para ccomo se fossem formigas.
Talvez eu seja um homemque se sente como uma formiga.
Ou seja, uma formiga que pensa que um homem,e pr isso nunca chegar a s-lo realmente.
Qualquer
Estou sentado mesa de um bar qualquer,olhando para qualquer coisa.
A qualquer momento um olhar, um movimento me atrai. Como um im. Uns prendem o meu olhar, outros so apenas pessoas a passar.Indo daqui para li para qualquer lugar.
Por isso, eu procuro em qualquer lugar, com qualquer um, de qualquer forma, encontrar qualquer amor.
Preto
Quem olha pela janela?Quem ele vestido de preto?Com o pensamento turvo e tempestuoso,como a noite l fora.O que ele quer ?Acho que nem ele sabe!
Vejo seus olhos negros, sem brilho,a olhar tudo sem a nada se prender.
Onde ele est? Porque est assim?Ele olha para l e para c!Mas parece no encontrar.Ser que eu devo perguntar?Sim!
O que voc est a procurar?
Eu procuro um menino vestido de preto,que h muito tempo eu deixei em uma janela, a olhar, sem me encontrar.
A Grade das Horas
Somos todos prisioneirosem uma grande priso.
Onde no h grades,guardas, nem ces traioeiros,mas com toda essa liberdade,no h prisioneiro que de l possa escapar,pois grades no h para serrar.
Nesta priso sem grades,s nos resta esperar o tempo passar,mas com vida, movimenta e luta.
Para destruir as mltiplas celas,que se formam dentro da cela.
Enquanto o relgio bate e as horas passam,as grades invisveis tornam-se to fortes quanto o ao, essas frgeis, embora aparentemente slidas como o tempo.
Gostaria
Gostaria de chorar, mas no consigoGostaria de morrer, mas no possoQueria viver, mas no suporto
Quero ser feliz, mas no me permitidoQuero amor, mas no encontro
Quero caminhar para o futuro, mas apenas me arrasto
No sei, mas quem eu sou, o que quero,ou o que possoS sei que estou s
Sentir
O que sinto paixoO que quero sentir amorO que me assusta no ser amado
O que queroO que queresO que sintoO que sentesO que , amor ou paixo
Se apenas sexo ou atraoou muito teso
Ser ou estarpode ser em qualquer lugarno sei respondermas sei que quero voc.
Sou , voc
Sou a gota d'guaVoc a tempestadeSou o fogoVoc o solSou a horaVoc o tempoSou a vidaVoc toda a eternidadeSou a sementeVoc a florSou nada voc tudoSou a paixoVoc o amorSou homemVoc a mulherSou o atorVoc arte e belezaSou apenas aquele que completaSeus espaos vaziosFao parte do todo que voc ,e te completo mesmo sendo nadaSou apenas pr voc serSou a clula que compe seu corpo lindo,que me encanta , me assusta e seduz
Na noite 1
Nesta noite suja como todas as outrasEu me sinto perdido sem saber para onde irSem querer ir a lugar algum
Nada e capaz de me satisfazerE daqui do meu universo particularEu vejo o mundo dos vivos mortos
Fico como um fantasmaA procura de seu corpo perdidoEm um desses cemitrios de paixesQue devoram os corpos com mais voracidadeQue os mais repugnantes vermes da terra
Na noite 2
Na noite eu nasciE nela vivo e vou morrerPois na noite que tudo aconteceNas trevas que as pessoas se amam , se odeiam e se matam
pr isso que eu ando na noitePara que um dia eu possa encontrarO eu que perdiEm uma dessas noites de sol quente e ridoOnde os corpos ardem com o calor do fogo do inferno
Sonhos e pesadelos
Sonhei que era um homem amadoSonhei que se amava , ento seria amadoSonhei em ter e ser possudoSonhei em dar , para receberSonhei que o amor era um sonhoSonhei e sonhei , mas um dia acordei
Tive um pesadelo onde era odiadoTive um pesadelo onde amava sozinhoTive um pesadelo no qual estava abandonadoTive um pesadelo onde s eu dava
Tive um pesadelo onde eu sonhavaMas acordei do sonho - pesadelo para a realidadeQue um pesadelo onde no se pode acordar
Nas trevas
Na escurido do ventre materno surgimosE ali passamos pr grandes transformaesAt estarmos prontos para morrer
Ns temos medo do escuroPorque sabemos que antes de iniciarmos nossa morteEstvamos vivos, mas nas trevas
Se a escurido o principioNela tudo se cria e a ela retorna
Devemos ento descer as trevas do desconhecido para encontrar a luz da sabedoria
O espelho
Certo dia olhei no espelhoE vi muitas pessoas a me olharE cada uma delas diziaQuem eleE eu perguntavaQuem so vocsEnto eu descobri, que eram os mltiplos eus que coabitam dentro de min
O eu dioO eu amorO eu duvidaO eu esperanaO eu ansiedade
E todos os outros que complementam meu ser
Sob o sol
Sob o solSobre o marDiante da naturezaTudo era beloTudo emooNenhuma razo
Te conheciTe sentiTive voc para minFoi assimSe foi bom ou ruimSe para min ou para tiS sei que estou aquiS para ti
Criao
Ele criou o homemEle criou tudo que existeNs criamos tudo que no existia
Ele criou um caminho que de to simples nos incompreensvelNs criamos caminhos to complexos que imaginamos compreender
Ele crio o cosmoNs criamos o caos
natal
Mais uma vez natalMais uma vez , tudo festa
Mas como comemorar o nascimento de um deus , numa terra onde a ganncia e a ambio blica tornaram-se algo comum. Onde enquanto muitos comem , bebem e alegram-se , onde tudo festa.Outros se matam ou morrem de fome , ou simplesmente , no se do conta do que esta acontecendo.Ento lancemos um olhar para o cu , e coloquemos nossos joelhos na terra e peamos a este deus , que continue garantindo nossa festa , mas que permita , que todos dela participem
No sejamos como hienas , que mesmo sabendo que iro comer carnia , Morrem de rir.Pois a fome , a misria e a guerra so como os desertos , crescem a cada ano , e um dia tomaro conta de toda a terra
Natal preldio de uma nova era
O novo milnio esta chegando, especulou-se muito, e por muito tempo sobre a chegada deste dia, profetas e visionrios, fizeram todo tipo de previso, muitas apocalpticas outras utpicas, mas o que podemos vislumbrar um futuro/presente que tende a uma sntese dos dois.
Embora os mais pessimistas cantem aos quatro ventos que o mundo tornou-se uma viso dantesca de si prprio, outros mais otimistas, colocam-se na posio de que no h mudanas sem traumas.
fato que durante toda a histria da humanidade, ocorreram esforos titnicos para tornar a humanidade mais humana, no sentido mais nobre da palavra, estes esforos chegaram e se foram como ondas arrebentando-se contra as rochas da ignorncia, mas como as ondas estes homens ureos no desistiram e continuaram a lanar-se contra as rochas slidas da arrogncia e da ambio. Se analisarmos estes fatos de forma minimalista, certamente chegaremos a concluso que de nada adiantou tanto esforo, mas de forma mais pluralizada, chegaremos a concluir que sementes de luz foram lanadas e esto frutificando a cada dia.
So poucos os semeadores da luz, e torna-se de suma importncia para a raa humana que cada um de ns, nos tornemos tambm semeadores da luz e com a pacincia e a sabedoria daqueles que vivem, e nos possibilitam a vida atravs da terra, saibamos plantar para o futuro, que comea agora e no amanh.
No lancemos o olhar para os cus sem manter os ps na terra, pois a soluo para nossos problemas no vir de cima e sim de baixo, isto , de dentro de ns, um grande ser que um dia por puro amor esteve entre ns, deixou-nos uma mxima, "Homem, conhea a ti mesmo", eu completaria com a frase, pois disto depende sua sobrevivncia.
Concluindo, ns no somos produtos do meio, o meio que nosso produto.
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