Teoria Da Usinagem Dos Materiais, Machado

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    o livro. Ieorie da usitieqem d;;s mat~riai$ contm todos os princpios bsicossobre os processos de usnagem, apresentando os modelos e conceitos

    imprescindveis ao engenheiro envolvido com a matria. A nomenclatura e asimbofogia especficas da usinagem dos materiais so as mais atualizarias e aaplicao destas claramente exemplificada. A obra mostra, de maneira clara

    e didtica, a formao de cavacos, com modelos tericos consagrados, os qualspermitem no s o entendimento mas tambm a aplicao nos clculos de forae potncia de usinagem. Esses conceitos se aplicam a qualquer outro processo

    de usinagem, independentemente dos materiais usinados, mesmo em compsitoshoje largamente utilizados ria indstria aeroespacial. Os modelos permitem apreviso de resultados, bem como a seleo de mquinas e equipamentos.

    o livro aborda tambm os mais recentes avanos em materiais para ferramentas,de corte, suas aplicaes e vantagens, proporcionando uma viso bastanteatualizada das melhores prticas em usinagem de materiais. Alm desses

    tpicos, o texto apresentamodelos para avaliao econmica das operaesde usinagem, mostrando como as condies de corte, avano, velocidade e

    profundidade de corte podem tornar os processos mais produtivos, Por ltimo,os processos abrasivos so descritos e analisados com base nas mais recentes

    descobertas cientficas nesta importante rea de acabamento da usinagem.

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    lisson Rocha MachadoAlexandre Mendes Abro .Reginaldo Teixera Coelho.Mrcia Bacci da Silva

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  • 2009 lisson Rocha MachadoAlexandre Mendes AbroReginaldo Teixeira Coelho

    Mrcio Bacc da Silva

    F' edio 2009

    prozoda: (t tepr1tucW total 00;pw cialpor quaisquer meios sem ciuorizao

    escrita da editora a. = penetrao de trabalho (mm)aI = penetrao de avano (mm)ap '" profundidade ou largura de usinagern (mrn)A = rea da seo transversal de corte, rea aparente entre

    duas superfcies em contato (rnm')

    A = fator de forma da fonte de calor, Equao (5.28)AI = frao de energia de deformao transfornada em calor, Equao (5.15)Ail = rea de contato real entre duas superfcies em contato (mrrr')b = largura de corte (mm)bd = largura atuante do dressador (mm)C = custos CR$); constante par ferramenta-pea - Equao (5.1)

    BJ = proporo de calor que flui do plano de cisalhamento para a pea, Equao (5.15)Bz = proporo de calor que flui da interface cavaco-ferramenta para o cavacoc = calor especfico dos materiais (JI'..

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    iv TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Simbologia Usada v

    F,y ::::projeo da fora principal de corte sobre a superfcie de sadada ferramenta na sua direo normal (N)

    FIIZ = projeo da fora principal de corte sobre o plano de cisalhamentona sua direo normal (N)

    F; = projeo da fora principal de corte sobre a superfcie de sadada ferramenta na Slla direo tangenciaJ (N)

    Pa, = potncia ativa (W)Pc = potncia de corte (kW)PI

    = potncia de avano (kW)Fm.c ::::potncia do motor de acionarnento do eixo rvore (kVl)Pml ::::potncia de acionamento do sistema de avano (kW)Pti potgnca r@iltivil (1')1)

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    FrR = fora ativa (N)Fu ::::fora resultante de usnagern (N)Fz = projeo da fora principal de corte sobre o plano de cisalhamento

    na sua direo tangencal (N)= razo entre o volume de material usnado, Zw, e o de rebolo consumido, Zs= espessura de corte (rnm)

    h' ::::espessura do cavaco (mm)h", '" espessura de corte equivalente em retificao (rnm)hm '" espessura mdia de corte no fresamento (mm)

    '" corrente eltrica (A)leI '" corrente eficaz (A)k = constante na Equao (3.20), condutividade trmica do material (W/m.K)ks ::::presso especfica de corte (N/nunZ)ksi ::::presso especfica de corte proporcional espessura de corte (N/mm2mm(J?))K == difusividade trmica igual k/cp Cm~/s),constante da Equao de Taylor

    = comprimento do trao do plano de cisalhamento sobre o plano de trabalho (mm)= comprimento de contato ferramenta-cavaco sobre a superfce de sada,

    comprimento de contato rebolo-pea (mm)::::distncia entre a aresta de corte e o centro do raio de curvatura do cavaco (mm)::::extenso do quebra-cavacos postio (mm)= comprimento de contato dentro da zona de aderncia na interface

    cavaco-ferramenta (mm)== parmetro de velocidade para a Equao (5.31)

    LI = percurso de avano (mm)Lc = percurso de corte (mm)L, == percurso efetivo (mm)

    == rotao da pea, ou ferramenta (rpm); caracterstica do par ferramenta-pea,Equao (5.1)

    = nmero de trocas de arestas de corte= fora normal sobre uma superfcie em atrito (N)= potncia de retificao 0VJ== potncia aparente 01.A)

    q = energia especfica na forma de calor ('-111m2)Q = energia na forma de calor CW)r, = raio de ponta da ferramenta (rnm)Te = raio de curvatura do cavaco (mm)T}j ee raio de cunha da ferramenta (rnm)R = proporo de calor que flui da fonte do corpo sem-nfmto, resistncia eltrica (Q)R, '" grau de recalqueS '" altura do quebra-cavacos postio (mm)S = rea do cavaco indeformado, ou da seo de corte (mrn)S. = passo de dressagem (rnrn/rev)S1I = relao entre a variao de resstnca eltrica e a variao de comprimentoSz == rea do plano de cisalhamento (mrn-)t = tempo (s), altura do quebra-cavacos postio (mm)T == tempo de vida de uma aresta de corte (mn)To == temperatura ambiente ('C)Tz ::::temperatura devido ao cisalhamento CC)Ud '" grau de recobrimento na dressagem de rebolos" = velocidade de mnimo custo (rn/rnn)v == velocidade de corte (m/mn)v.ou == velocidade de sada do cavaco (rn/rnn)v, = velocidade efetiva (m/mn)vf

    ::::velocidade de avano (mrnlmin)vm."1' = velocidade de maxrna produo (ro/min)Vs = velocidade do rebolo em retificao (rn/s)Vw == velocidade da pea sendo retificada (mmls)v: = velocidade de csalhamento (m/rnn)V '" tenso eltrica (V)V:

    f:: tenso eficaz0l)

    Vg> Vb, e VI' = volumes de abrasivos, ligantes e de poros, respectivamente (%)TV = trabalho mecnico (JI)z = nmero de aresta de corte da ferramentaZ :o nmero de peas em um lote

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  • vi TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

    Zs '" volume de rebolo consumido (mm-)Zr '" nmero de peas usnadas com uma aresta de corte no tempo de vida TZ,. = volume de material retificado (mm')(l-z) = expoente da Equao de Kienzle

    0-0

    - ngulo de folga da.ferramenta~o :: ngulo de cunha da ferramenta; razo entre as foras tangencal e normal

    sobre a superfcie de sada da ferramentaW ::: ngulo de atrito mdio sobre a superce de sada da ferramenta,

    sob ao do cavaco~z ::: coeficiente de atrito interno. sobre o plano de cisa1hamentoXr :::: ngulo de posio da ferramentat,Y :;::espessura da lamela de cavaco (mrn)t.S ::::deformao por clsalharnento (rnm)e :::deformao verdadeiraeo ::: grau de deformao no cisa.lhamentoe, :::ngulo de ponta da ferramenta

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    viii Contedo xTEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

    3.3.3 Cavacos descontnuos 533.3.4 Cavacos segmentados 53

    3.4 Formas de cavaco :........ 553,5 Controle do cavaco , , , 57

    3.5.1 Quebra-cavacos postio 59

    5 TEMPERATURA NO PROCESSO DE USfNAGEM. 1135.1 Temperatura na formao de cavacos: Modelo de Trgger E. Chao 1245.2 Temperatura na formao de cavacos: Modelo de Loewen e Shaw 128

    5.2.1 Temperatura no plano de cisalhamento (Tz) 1365.2.2 Temperatura na interface ferramenta/cavaco (Tf): 138

    3.5.2 Quebra-cavacos mtegrl, tipo 1: anteparo 593.5.3 Qu.ebra-cavacos integral, tipo II: cratera.... 60

    3.6 Interface fenamenta/cavaco............................................................... 633,6.1 Atrito no corte de metais 653.6.2 Zona de aderncia 693.6.3 Zona de escorregamento......................................................... 713.6.4 Aresta postia de corte CAPC) 713.6.5 Influncia das diferentes condies da interface

    nas variveis do processo..... 72Referncias bibliogrficas 75

    5.3 Temperatura na formao de cavacos: FEM (Mtodo doselementos finitos) 143

    5.4 Temperatura na formao de cavacos: estimativas experimentais .. 1445.4.1 Termopares inseridos na ferramenta 1455,4.2 Termopar ferramenta/pea 1485.4.3 Radiao infravermelha 1505.4.4 Vernizes termosensveis................................ 1515.4.5 Propriedades metalogrficas. 1525.4.6 Sais com diferentes temperaturas de fuso 1545.4. 7 Filmes depositados por PVD.... 154

    Referncias bibliogrficas.............. 155FORA E POTNCIA DE UStNAGEM......................................................................... 774.1 Fora de usinagern no corte oblquo (trdmensional) 774.2 Fora de usinagem no corte ortogonal (bidimensional) 79

    4.2.1 Tenses no plano de cisalharnento secundrio...................... 824.3 Determinao terica do ngulo de cisalhamento..................... 83

    4.3.1 Teoria de Ernst e Merchant........ 834.3.2 Teoria de Lee e Shaffer 85

    4.4 Determinao terica da fora de corte.................................... 904.4.1 Determinao terica da presso especfica de corte

    no tomeamento , ,.............................. 934.4.2 Determinao terica da presso especfica de corte

    no fresamento........................... 964.5 Determinao experimental da fora de usnagem (mtodos de

    medio) ~............................................................ 984.5.1 Princpio de medio por extensmetros (stran gauges).... 984.5.2 Princpio de medio por cristais pezceltricos " 104

    4.6 Fatores que influenciam a fora de usnagem 1054.7 Potncia de usnagern.. 1054,8 Medio de potncia em usnagem 107Referncias bibliogrficas....................................... 111

    6 FLUIDOS DE CORTE 1576,1 Funes dos fluidos de corte 1586.2 Classificao dos fluidos de corte 161

    6.2.1 leos , 1626.2.2 Emulses , 1626.2.3 Solues 163

    6.3 Aditivos 1646.4 Consideraes a respeito da utilizao de fluidos de corte 1656.5 Direes de aplicao do fluido de corte 1676.6 Mtodos de aplicao dos fluidos de corte 1686.7 Seleo do fluido de corte 170

    6.7.1 Recomendaes quanto ao material da pea 1706.7.2 Recomendaes quanto ao material da ferramenta 1726.7.3 Recomendaes quanto operao de usinagem 173

    Referncias bibliogrficas 174

    7 MATERIAIS PARA FERRAMENTAS DE CORTE........................................................ 1767.1 Aos-carbono e aos ligados 1777.2 Aos rpidos. 179

  • x TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Contedo

    7.2.1 Ao rpido revestido 1877.2.2 Ao rpido produzido pela metalurgia do p 188

    7.3 Ligas fundidas......... 1897.4 Metal duro : 192

    741 F2bricao do met.al duro . .. 197

    9.1.2 Clculo terico da rugosidade no processode tornearnento 284

    9.1.3 Clculo terico da rugosidade para a operaode fresamento.......................................................................... 285

    9.1.4 Medio da rugosidade 286D.U) Efeitos de alguns parmetros de llsnagem na rugosidade 288

    7.4.2 Metal duro revestido 2007.5 Cermets...... 2067.6 Cermicas 208

    7.6.1 Cermica base de AlzO$ 2117.6.2 Cermica base de Si3N4 ........................................ 214

    7.7 Materiais ultraduros para ferramentas 2167.8 Seleo de materiais para ferramentas de usnagern ,......... 222Referncias bibliogrficas...... 227

    9.2 Alteraes subsuperfciais 2929.2.1 Alteraes de natureza mecnica 2929.2.2 Alteraes de natureza metalrgca.... 293

    9.3 Avaliao da integridade superficiaL : 2939.3.1 Tenso residual 2949.3.2 Fadiga : , 298

    9.4 Influencia dos parrnetros e da operao de usinagem sobre. a integridade superficial........... 299

    Referncias bibliogrficas 302

    8 AVARIAS, DESGASTES E MECANISMOS DE DESGASTEDAS FERRAMENTAS DE CORTE................................................................................ 2318.1 Avarias nas ferramentas de corte....... 233

    8.1.1 Avaria de origem trmica 2348J2 Avarias de origem mecnica 242

    8.2 Desgaste nas ferramentas de corte 2468.3 Mecanismos de desgaste 251

    8.3.1 Deformao plstica superficial por csalhamento a altastemperaturas (Figura 8.19) 252

    8.3.2 Deformao plstica da aresta de corte sob altas tensesde compresso (Figura 8.19) 254

    8.3.3 Difuso (Figura 8.19) 2568.3.4 Aderncia e arrastamento: attriton (Figura 8.19) , 2588.3.5 Abraso (Figura 8.19) : 260

    8.3.6 Desgaste de entalhe (Figura 8.19) 2628.4 Curva de vida das ferramentas 267

    Referncias bibliogrficas 273

    10 CONDIES ECONMICAS DE CORTE 30510.1 Clculo da velocidade de mxima produo (Vm,xp)............... 30610.2 Clculo da velocidade econmica de corte 010) ........ 31110.3 Intervalo de mxima eficincia ermer) 316Referncias bibliogrficas 317

    11 USfNAGEM POR ABRASO 31811.1 Grandezas fsicas das operaes de retificao 32111.2 Rebolo..................................................................... 32411.3 Mecanismo de corte na retificao 33011.4 Dressagern 33211.5 Foras e potncia de retificao....................................................... 33511.6 Temperatura de retificao ; 33711.7 Pluidos de corte................. 34011.8 Operaes especiais de retificao 341

    11.8.1 Retificao creep fee 34111.8.2 Retificao sem centros (centerless) 342

    Referncias bibliogrficas....... 344

    9 INTEGRIDADE SUPERFiCiAL...................................................................................... 2769.1 Rugosidade 278

    9.1'. Parrnetros para a quantificao da rugosdade 280

    12 ASPECTOS TECNOLGICOS E RECOMENDAES................................................ 34512.1 Aos-carbono e ligados 34812.2 Aos noxidveis.; 350

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    xii TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

    12.3 Ferro fundido (FoFo) 35312.4 Ligas termo-resistentes e superligas (HSTR, do ingls Hgh

    Strenght Thermal Resistant Superalioys) :.......... 35612.5 Cornpsitos 35912.6 Materiais endurecidos 359

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    12.7 Efeitos de diversos elementos de liga na usinagem 361Referncias bibliogrficas........... 363

    APNDICE A 1 - Valores dos coeficientes da equao de Kienzle para oTorneamento dos principais materiais metlicos(catlogo Sandvik, 2002.8) 364

    At meados do sculo XVTII, o principal material utilizado para peas, emengenharia, era a madeira, salvo raras excees, a qual era usinada com ferra-mentas de ao-carbono. Com a Revoluo Industrial, novos e mais resistentesmateriais apareceram, impulsionando o desenvolvimento dos aos-liga como fer-ramentas de corte. Mais tarde, a utilizao da gua e do vapor como fontes deenergia impulsionaram a indstria metal-mecnica, j no final do sculo XVIII eIncio do sculo XIX, propiciando assim o aparecimento de mquinas-ferramentasresponsveis pela fabricao de outras variedades de mquinas e instrumentosem substituio ao trabalho humano em diversas atividades. A primeira contribui-o relevante foi apresentada por John Wilkinson, em 1774 (McGEOUGH; 1988),ao construir uma mquina para mandrilar cilindros de mquinas a vapor, os quaisantes eram usinados com equipamentos originalmente projetados para rnandrilarcanhes e que, portanto, no eram capazes de assegurar a exatido exgida.

    Os materiais a princpio utilizados na fabricao de mquinas a vapor eramo ferro fundido, o lato e o bronze, facilmente usinados com as ferramentas deao-carbono temperado disponveis na poca. Ainda assim, eram necessrios27,5 dias de trabalho para mandrilar um dos cilindros de uma mquina de gran-

    de porte (TRENT, 1985).

    Em 1797, Henry Maudslay desenvolveu o primeiro torno com avano au-tomtico, permitindo a produo de roscas com passo defuudo, Aps a rnan-driladora e o torno surgiu a planadora e, em 1860, a retcadora. A primeira

    . fresadora universal, desenvolvida por J. R. Brown, surgiu em 1862 e foi utilizadaInicialmente para a produo de canais em brocas helicoidais. Outro desenvol-vimento importante ocorreu em 1896, quando F. W. Fellows desenvolveu umamquina capaz de produzir praticamente qualquer tipo de engrenagem.

    J no sculo XX surgiram produtos feitos de materiais mais durveis e,consequentemente, mais diliceis de serem usnados. O advento das ferramentasde ao rpido, e mais tarde de carboneto de tungstnio, permitiu a usnagern de

    APND ICE A2 - Valores dos coeficientes da equao de Kienzle para oFresarnento dos principais materiais metlicos(catlogo Sandvik 2002.2) 367

  • 2 TEORIA DA UStNAGEM nos MATERIAIS Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais

    aos e de 'outros materiais metlicos com produtividade crescente, tambm fa- .vorecda pelos avanos tecnolgicos no campo das mquinas-ferramentas, comoo desenvolvimento de mquinas automticas e, mais tarde, de mquinas coman-dadas numericamente (CN). Por fim, a partir da dcada de 1940, os processosno convencionais de usinagem passaram a ganhar importncia nela capacidade

    de UJ.-r\ mtodo em particular vai depender de um grande nmero de fatores.Alm disso, na maioria das vezes, o produto final resultado de muitos proces-sos diferentes. Na .seleo de processos, segundo Kalpakjan (1995), os seguin-

    tes fatores devem ser considerados:

    Tipo do material e suas propriedades.

    de produzir peas de geometria complexa em materiais de difcil usnabilidade,garantindo assim acabamento de elevada qualidade e tolerncias estreitas.

    Segundo Kalpakjian (1995), em pases industrializados, a atividade ma-nufaturera responde por 20% a 30% do Produto Interno Bruto e serve de indi-cativo confivel do padro de vida da populao do pas. Em um contexto maisamplo, a manufatura pode ser entendida como o processo de transformao dematrias-primas em produtos acabados, seguindo planos bem organizados emtodos os aspectos. Dessa forma, os mais diversos bens de consumo so produ-zidos, desde um simples parafuso at uma. aeronave comercial de grande porte(aproximadamente seis milhes de peas), passando pelo automvel (cerca dequinze mil peas). J o termojabricao empregado de forma mais restrita,limitando-se aos processos nele envolvidos.

    Para se ter uma idia dos fatores relacionados . atividade rnanufatureira ,Kalpakjian (1995) usa o exemplo da produo de um simples artigo: o clipe.Primeiro ele deve ser projetado para atender ao seu requisito funcional: manterjuntas vrias folhas de papel. Para tanto, deve exercer fora suficiente a fim deevitar o deslzamento de uma folha sobre a. outra. Geralmente, feito de aramede ao, embora hoje se encontrem no mercado clipes de plstico. O comprimentodo arame necessrio sua fabricao. cortado e ento dobrado vrias vezes ,para dar forma final ao produto. Por sua vez, o arame feito por um processo detre.filao a frio, no qual a seo transversal de uma barra reduzida ao passarpor uma matriz (ou fera) , a qual tambm confere algumas propriedades mec-nicas ao material, corno resistncia mecnica e dureza. A barra, por sua vez, obtida por processos como treflao e extruso de um lingote fundido. Portanto,a fabricao de um simples clipe envove projeto, seleo de material adequadoe de um mtodo de fabricao para atender aos requisitos de funcionalidade doproduto. As escolhas so feitas no somente com base em requisitos tcnicos,mas tambm com base em consideraes econmicas, visando rnnmzar os cus-tos de produo para que o produto possa ser competitivo no mercado.

    Nos processos de fabricao, geralmente haver mais de um mtodo quepoder ser empregado para produzir um determinado componente. A seleo

    Propriedades finais desejadas.

    Tamanho, forma e complexidade do componente. Tolerncias e acabamento super.ficial exigidos.

    Processo subsequente envolvido. Projeto e custo de ferrarnental; efeito do material na vida da ferramenta

    ou matriz.

    Sucata gerada e seu valor. Disponibilidade do equipamento e experincias operacionas.

    Lea time necessrio para iniciar a produo. Nmero de partes requerdas e taxa de produo desejada.

    Custo total do processamento.

    o engenheiro responsvel deve ter, portanto, amplos conhecimentos dosprocessos e dos materiais envolvidos. evidente que a fabricao de um pro-duto, seja ele um clipe, uma lmpada, uma calculadora ou um automvel, almde conhecimentos de projeto, materiais e processos, requer tambm grandeinterao entre os diversos departamentos da empresa. Quanto mais complexoo produto, maior a necessidade de comunicao entre eles.

    A Figura LI mostra a classificao dos processos ele fabricao (FERRA-RESI, 1977), na qual se destaca a usinagem, objeto principal tratado neste livro.Ao observar essa figura, a seguinte definio de usinagem pode ser extrada:processo de fabricao com remoo de cavaco. Uma definio mais abran-gente a seguinte: operao que ao conferir pea forma, dimenses eacabamento, produz cavaco. E por cavaco entende-se: poro de maiericuda pea retirada pela ferramenta e caracterizada por apresentar formageomtrica irregular.

    A usnagem reconhecidamente o processo de fabricao mais populardo mundo, transformando em cavacos algo em torno de 10% de toda a produ-o de metais e empregando dezenas de milhes de pessoas (TRENT, 1985).

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    TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais 5

    Apesar dessa popularidade, trata-se de um processo bastante imprevisvel e adefinio paradoxal que se segue relata com exatido toda a sistemtica queo envolve: processo complexo e simples ao mesmo tempo) no qual se pro-duzem peas removendo-se o excesso de material naforma de cavacos. um processo complexo devido s dificuldades em determinar as Imprevisveis

    A usinagem tem ainda a peculiaridade de ser um processo essencial-mente prtico e que envolve um elevado nmero de variveis. Shaw (1984)afirma que praticamente impossvel prever o desempenho no corte dosmetais. Entretanto, isso no significa que estudos detalhados dos processosde usinagern no tm valor. Cada ponto fundamental que detalhadament.e

    COI [.di-es-td-eats-de-corte:=E-stmMesperque, uma-vez determ-lna(ias-essasc.on~dies, o cavaco se forma corretamente, dispensando qualquer tipo de inter-veno do operador. As condies ideais de corte so as capazes de produzirpeas dentro de especificaes de forma, tamanho e acabamento ao menorcusto possvel.

    estudado e interpretado de maneira adequada contribui para o entendimen-to do processo, o procedimento mais prximo da capacidade de prever seucomportamento.

    De acordo com Black (1995), a irnprevisbilidade da usinagem se deveao fato de esse ser o nico processo de deformao plstica cuja nica res-trio oferecida pela ferramenta. de corte. Alm disso, a usnagern envolvealtas deformaes combinadas com altas taxas de deformao. A variedadede opes para os parmetros de entrada. do processo resulta em infinitascombinaes e h apenas trs maneiras de lidar com tal complexidade: pormeio da experincia adquirida por sucessivas tentativas e erros ao longo dosanos, alm de comparaes com situaes anlogas; por meio da experimen-tao, que onerosa, demorada e restrita a uma determinada situao, nopodendo ser generalizada; e por intermdio de modelos tericos, que vodesde modelos matemticos smplstas at sofisticados modelos numricos.Em geral, nenhuma dessas abordagens capaz de, sozinha, encontrar solu-es satistatrias, sendo recomendada a combinao de duas delas, ou mes-mo das trs abordagens .

    1.1 PRINCIPAIS OPERAES DE USINAGEM

    A seguir, as principais operaes de usinagem convencional executadascom ferramentas de geometria definida so apresentadas e agrupadas de acordocom a mquina-ferramenta empregada. As operaes de usinagem por abra-so, ou seja, realizadas com ferramenta sem geometria definida, sero tratadasposteriormente. importante salientar que todas as operaes apresentadas aseguir podem ser subdivididas em desbaste e acabamento. No desbaste, a prin-cipal preocupao garantir elevada taxa de remoo de material, sendo, por-tanto, limitado pela potncia da mquina-ferramenta. No acabamento, quando osobrernetal deixado pela operao de desbaste removido, a qualidade final docomponente proritra.

    Torneamento Fresamento.!'Furao ': . . t. ~Aplainamento " Mandrilarnento .. ~ Serramento-Brochemento Roseamento, Retificao ete.

    Convencional

    , Com remoo I.Usinagemde cavaco t .... .Jatod'gua

    , Jato abrasivo Fluxo abrasvo-Ultrsorn.Eletro.qumica

    No-convenctonal" Eletroeroso '~ "Feixe de eltrons i.t

    't , Laser'Plasma-Qumica '~'-Fotoqumca ete. }

    Processos defabricao

    - 'Fundio.: Soldagem

    :: ','Metalurgia

    . ." "d~:p'.. ..'Laminao,!.semremoo: . - .: : 'Extruso

    ..... decavaco:;:: 'Coriformao:.Trsfifao. . ., Forjamento

    Estarnpaern

  • 6 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAiS Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais

    A Figura 1.2 mostra as principais operaes realizadas no tomo. Nessescasos, a pea gira em torno de seu eixo enquanto a ferramenta de corte realizaos movimentos de avano longitudinal elou transversal. Essas operaes so:

    ~ Tomeamento cilndrico externo. Torneamento cilndrico interno.

    As operaes realizadas na furadeira so apresentadas naFigura 1.3. Aqui, aferramenta gira e realiza o movimento de avano, que pode ser manual ou automtico.Normalmente, a qualidade de trabalho produzida pela operao de furao nferior aITll. Caso seja exgda uma qualidade superor;o alargamento deve ser executado.

    Furaco. Torneamento ClCO externo.s Torneamento CTCO interno." Faceamento. Perfilarnento.li Sangramento. Recartilhamento.

    Furao com pr-furo.K Furao escalonada." Furao de centro.a Alargamento cilndrico. Alargamento cnico," Rebaixamento.li Ferramenta para trepanao." Furao profunda com broca canho.

    A operao de fresamento reconhecida pela versatilidade na produo degeometrias diversas, alm de garantir elevadas taxas de remoo de material, vstoque a ferramenta (fresa) possui mltiplas arestas de corte. Nesse grupo de opera-es, a ferramenta gira enquanto a pea, presa mesa, responsvel pelos movi-mentos de avano longitudinal e transversal (Figura 1.4). Em situaes especiais, apea pode ficar esttica enquanto a ferramenta realiza todos os movimentos.

    " Fresamento tangencal (concordante ou discordante)." Fresamento tangencial de canais ou de perfis.a Fresamento de topo. Fresamento frontal.a Fresamento com fresa de topo esfrica. Fresamento de cavidades.

    Alm disso, o fresamento o principal responsvel pela fabricao de en-grenagens. A Figura 1.5 ilustra os seguintes exemplos;

    Fresamento de engrenagens de dentes retos com fresa de perfil. Fresamento de engrenagens pelo processo Fellows.

    . ~ Fresamento de engrenagens cnicas helcoidas. Fresamento de engrenagens com par de fresas, .Fresamento de engrenagens com fresa caracol.

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    8 TEORIA DA USfNAGEM OOS MATERIAIS Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais 9

  • 10 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais

    o brochamento comumente empregado quando se deseja produzir furoscom formas diferentes da cilndrica, A ferramenta (brocha) traconada e apassagem de dentes sucessivos provoca a abertura de um furo inicial, para o

    perfil desejado. Elevada qualidade drnensional e geomtrica pode ser- conse-guda em componentes produzidos em massa. Formas externas tambm podem

    ser produzidas por meio dessa operao. A Figura 1.7 ilustra as operaes de

    brochamento interno e externo, bem como d exemplos de peas produzidas

    atravs dessa operao.

    A abertura de roscas uma operao bastante dversificada e que podeser realizada com o uso de dispositivos manuais ou por meio de mquinas-fer-

    ramentas (tornos, fresadoras, rosqueadeiras etc.), dependendo principalmente

    da taxa de produo esperada, mas tambm das dimenses da rosca. Roscas ex-

    ternas podem ser produzidas por cossnetes (conhecidos como tarraxas) ou por

    ferramentas de perfil nico ou mltiplo (Figura 1.8). J roscas internas podemser produzidas utilizando-se jogos de machos ou ferramentas de perfll nico ou

    mltiplo. A Figura 1.8 ilustra os seguintes exemplos:

    o mandrilamento realizado em um equipamento especco (mandrila-dera), similar a uma fresadora de grande porte. Nessa operao, utilizada prin-

    cipalmente no acabamento interno de furos cilndricos e com perfis especiais, aferramenta dotada dos movimentos de corte e avano, enquanto a pea per-manece esttica Fi ura 1.6 , particularmente interessante para a usnagemde peas de gran es

    11

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    12 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS 13Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais

    a Roscamento externo com ferramenta de ponta nica.o Roscamento nterno com ferramenta de ponta Ica. Roscamento interno com macho de corte. Roscamento externo com ferramenta multiarestas.Roscamento interno com ferramenta multarestas.

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    Roscamento externo com cossnete.

    'j '''-..s.> 1.2 GRANDEZAS FSICAS NO PROCESSO DE CORTE

    O princpio usado em toda mquna-ferrarnenta para obter a superfciedesejada providenciar um movimento relativo apropriado entre a pea e a fer-ramenta, escolhida adequadamente. Assim, para o estudo da usinagern, neces-sria a definio das grandezas fsicas no processo de corte. Anorma NBR 6162- Mouimeruos e Relaes Geomtricas na Usinagem dos Metais: Terminolo-gia trata justamente desses conceitos (ABNT, 1989). A seguir so apresentadasalgumas defmes bsicas extradas dessa norma.

    Os conceitos se referem a um ponto genrico da aresta cortante (gume),dito "ponto de referncia". Nas ferramentas de barra, esse ponto fixado naparte da aresta cortante prxima ponta da ferramenta.

    1.2.1 MovimentosOs movimentos nas operaes de usnagem so movimentos relativos

    entre a pea e a aresta cortante e a pea considerada estacionria. Podem-se

  • 14 TEOR!A DA USINAGEM DOS MATERIAiS Introduo Teora da Usinagem dos Materiais

    ~,;\/-

    "--distinguir dois tipos de movimentos: os que causam diretamente a sada de ca-Jo vaco e os que no tomam parte diretamente na sua retirada.

    f ~ovmentos que causam diretamente a sada do cavaco:Vi . Movimento de corte: realizado entre a pea e a aresta de corte, o qual,G , - '" . , _ .

    l!9-a de cavaCC!., Mouimeruo de avano: realizado entre a pea e a aresta de corte, o qual,com o movimento de corte, provoca a ttirada contnua de cavaco.Movimento efetivo: resultante dos movimentos de corte e avano, rea-lizados ao mesmo tempo.(.1--,;-\c:1.2.2 Direes dos movimentos

    Devem-se dstngur as direes dos movimentos que causam diretamentea retirada de cavaco:

    Direo de corte: instantnea do movimento de corte. Direo de avano: instantnea do movimento de avano. Direo efetiva: instantnea do movimento efetivo de corte.

    Defues anlogas so vlidas para os movimentos que no causamdiretamente a retirada de cavaco. As Figuras 1.9, 1.10 e 1.11 ilustram essasdirees para O tornearnento, a furao e o fresamento tangencal discordan-te, respectivamente.

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    16 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERiAiS 17Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais

    1.2.3 Percursos da ferramenta na peaD Percurso de corte (Le): o espao percorrido pelo ponto de refernciada aresta cortante sobre a pea, segundo a direo de corte.

    Percurso de avano (L}: ~ o espao percorrido pelo ponto de refern-cia da aresta cortante sobre a pea, segundo a direo de avano. Nos

    (1.1)lrdnVe=---1.000

    Onde:

    d :::;dimetro da pea ou da ferramenta em mm

    n ""nmero de rotaes por minuto (rpm)

    [rn/rnn]

    casos em que ha movJ.mento de avano pnnClpal e lateral, devem-sedistinguir os componentes do percurso de avano.

    R Percurso efetivo (L;J: o espao percorrido pelo ponto de refernciada aresta cortante sobre a pea, segundo a direo efetiva do corte.

    ,," U::... Velocidade de avano (v) a velocidade instantnea do ponto de refern-. /_'0 da '-da aresta cortante da ferramenta, segundo a direo e o sentido de avano.

    -' \ 0.0~:-~.>.>"~~ dada pela Equao 1.2:

    . ,;"/ '.... \\\ '':'./Definies anlogas so vlidas para os movimentos que no tomam parte. ( . \ \ "s " f n

    diretamente na retirada de cavaco. AFigura 1.12 lustra os percursos da ferra~ \\ ; 1 -~'~ ,~ , ! Onde'menta na operao de fresaroento tangencal discordante.. f \.. ;' ; 1 \ \', ,->./.' f = avano em mmlrev (mm por revoluo)'. ....'""""--- .-"; n = nmero de rotaes por minuto

    [mm/rnn] (1.2)

    Velocidade efetiva de corte (ve) a velocidade instantnea eloponto de re-ferncia da aresta cortante da ferramenta, segundo a direo e o sentido efetivodo corte. calculada vetoralmente como mostra a Equao 1.3:

    -V.=V,+V, [roJrnin] (1.3)

    A seleo das velocidades de corte e de avano (e consequentemente davelocidade efetiva) mais adequadas depende da operao de usinagern e dosmateriais da ferramenta e da pea. Alm destas, tm-se tambm as velocidadesde aproximao, de ajuste, de correo e de recuo. Embora no tomem parte naretirada de cavaco, as velocidades de aproximao e recuo so particularmenteimportantes em mquinas comandadas numericamente, visto que valores ele-vados para tais velocidades contribuem para a reduo do tempo total de fabri-cao da pea. .

    1.2.4 Velocidades

    Velocidade de corte ev) a velocidade instantnea do ponto de refernciada aresta cortante da ferramenta, segundo a direo e o sentido do corte. Paraprocessos com movmentos de rotao, a velocidade de corte. calculada pelaEquao Ll, usando-se as unidades mais usuais em usinagem:

    1.2.5 Conceitos auxiliares

    Para melhor compreender os conceitos relacionados s diferentes opera-es de usnagem necessrio compreender o conceito de plano de trabalho(Pj): esse plano, passando pelo ponto de referncia, contm as direes de corte

  • 18 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

    e de avano. Nele se realizam os movimentos que tomam parte na retirada decavaco (Figuras 1.13 e 1.14). No plano de trabalho possvel dentfcar e definiros ngulos da direo de avano e da direo efetiva de corte:

    ngulo da direo de avano (tp): formado entre a direo de avanoe a direo de corte. Nem sempre a direo de avano perpendicular

    Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais

    (1.4)

    durante o corte. ngulo da direo efetiva de corte (17): formado entre a direo efe-

    ______ --"t.t.za_cte_cDrte_e_a_di.r.RD_de_cor:t.e. _

    Apartir da Figura 1.14 pode-se desenvolver a Equao 1.4:

    VJ serup sen q;tg7]= --"---'-- = -----=--Vf.Costp + Vc costp + Vc V,

    Nota-se que, como na maioria dos casos, a velocidade de avano muito in-ferior velocidade de corte - o ngulo r; desprezvel (nas operaes de rcsquea-mente, 77 assume valores considerveis, pois a diferena entre Vc e vJ menor).

    Assuperfcies em usinagem so as geradas na pea pela ferramenta. Devem-se distinguir a superfcie em usnagsm principal. e a superfcie em usnagern

    {/, secundria, sendo que a primeira gerada pela aresta principal de corte, en-quanto a segunda gerada pela aresta secundria de corte (Figura 1.15).

    i.

    \ .....

    \\';

    \III

    !

    \j 1.2.6 Grandezas de corte

    So as grandezas que devem ser ajustadas na mquina direta ou indire-tamente. O avano (j) o percurso de avano em cada volta (mm./rev) ou emcada curso da ferramenta (mm/olpe). No caso de ferramentas que possuemmais de um dente, corno a fresa, distingue-se ainda o avano por dente (jz), que

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  • 20 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAiS

    )

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    representa o percurso de avano de cada dente medido na direo do avanoda ferramenta (correspondente gerao de duas superfcies consecutivas emusnagem). Valea relao representada pela Equao 1.5:

    [rnrn/rev] (1.5)

    \.

    Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais 21

    .I

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    pendicular ao plano de trabalho. A penetrao de trabalho (a) a penetraoda ferramenta em relao pea, medida no plano de trabalho e em uma direoperpendicular direo de avano. de grande importncia no fresamento e naretificao. J a penetrao de avano (ar) a grandeza de penetrao da fer-ramenta medida no plano de trabalho e na direo de avano. Essas grandezasesto representadas na Figwa 1.11.

    ) Onde:

    ) z = nmero de dentes

    ))1 en~o~a~v~a~nio~p~o~r~d~e~n~te~p~o~d~e~ffil1~~d~a~se~r~d~ec~o~miP~o~s~t~o~n~o~a~v~a~n~~O~d~e~co~rt~e~if~e~)--t--i~~~~I~~~~~~~~Wfit~~~1- e no avano efetivo de corte (f,), mostrados na Figura 1.16. O avano de corte i

    !) (te) a distncia entre duas superfcies consecutivas em usnagem medida na )

    ) Jcli'reoperpe~clit~Culdar drtirer:o) de corte no Pld~o.de.trabalhOd(EquaOf~.6). \)o avano ele lVO e co e v ; representa a stncia entre uas super cies

    ) consecutivas em usnagem medida na direo perpendicular direo efetiva) de corte no plano de trabalho (Equao 1.7). I

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    Ia =fz serup [mrn/dente] (1.6)

    [mmldente] (1.7)

    / Finalmente, a profundidade ou largura de usnagem (a '\ a profundidade\ . r)ou largura de penetrao da ferramenta na pea, medida em uma direo per-!

    )

    1.2.7;.

    II

    ir,I

    Grandezas relativas ao cavaco

    So grandezas derivadas das grandezas de corte e obtidas por meio declculos (Figura 1.18).

    A largura de corte (b) a largura calculada da seo transversal decorte a ser retirada, medida na superfcie em usnagern principal e segundoa direo normal direo .de corte. Em ferramentas com aresta cortanteretilinea e sem curvatura na ponta, a largura de corte (b) definida pelaEquao 1.8:

    b=~senx,.

    [rnm] (1.8)

    Onde:x,. = ngulo de posio da aresta principal de corte

    A espessura de corte (h) a espessura calculada da seo transversal decorte a ser retirada e medida, normalmente, superfcie em usnagern principal

  • 22 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Introduo Teoria da Usinagem dos Materiais

    " e segundo a direo perpendicular direo de corte. Em ferramentas comaresta de corte retilineas:

    Analogicamen,e, possvel definir a largura efetiva de corte (b.) comosendo a largura calculada da seo transversal efetiva de corte a ser retirada emedida na superfcie em usnagern principal, segundo a direo normal dire-o efetiva de corte. Pela Figura 1.17 deduz-se a Equao 1.12:

    (1.9)[mm]\.

    A espessura efetiva de corte (h) a espessura calculada da seo transversalefetiva de corte a ser retirada e medida normalmente superfcie em usnagem prin-

    .segun o a dfreao perpendicUlar dfreao efetiva de corte CEquaao I. 13) :

    h.= h!t.l [rnrn] (1.13)(1+ sen2 Xr' tlil)

    Por fm, a seo transversal efetiva de corte (A) a rea calculada daseo transversal efetiva de um cavaco a ser retirado e medida no plano normal

    direo efetiva de corte. Na maioria dos casos (ferramentas sem arredonda-mente de ponta), a seo transversal efetiva de corte (A.) pode sr calculadapelas Equaes 1.14 ou 1.15:

    (1.14)

    (1.15)

    A=a'"e p J"

    A = b . h 8

    .Assim, a seo transversal de corte (A), que a rea calculada da seo

    transversal de um cavaco a ser retirado e medida no plano normal direo decorte, pode ser calculada pelas Equaes 1.10 ou LU:

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICASABNT (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS). NBR 6162 -Movimentos eRelaes Geomtricas na Usinaem dos Metais: Terminologia.So Paulo, 1989.BLACK, J. T. "Introducton to machning processes". Metais hamdoook.machining. 9. ed. Nova York: ASM Internatonal, 1995.FERRA'tESI, D.Fundamentos da usinaera dos metais. So Paulo: Blucher, 1977 .KALPAKJIAN, S. Manufacturing enimeerin and technology. 3. ed. NovaYork: Addison-Wesley Publishing Co., 1995.

    McGEOUGH, J. A. Advanced methods of machining. Londres: Chaprnanand Hall, 1988.

    SHAW,M. C.Metal cutting principies. Londres: Oxford University Press, 1984.TRENT, E. M.Metal cutting. 2. ed. Londres: Butterworths & Co., 1985.

    A =a fp c (1.10)

    A = b h (l.11)

    23.

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    A geometria da ferramenta de corte exerce grande mrunca no desempe-nho da usnagem. Por melhor que seja o material da ferramenta, se a sua geome-tria no for preparada adequadamente, no haver xito na operao. Tamanha a sua importncia que se faz necessrio normalizar, da maneira mais conve-mente possvel, os ngulos da cunha cortante para uniformizar a nomenclaturaentre os profissionais e a literatura especializada. Como a norma brasileira NBR6163 - Conceitos da Tcnica de Usimaem: Geometria da Cunha Cortante:Terminologia (ABNT, 1980) trata desse assunto, as defnies apresentadas aseguir baseiam-se nela.

    2.1 DEFINiESAs seguintes definies adotadas so necessrias para a determinao dos

    ngulos da cunha cortante de uma ferramenta de usinagern,A superfcie de sada (A) a superfcie da cunha de corte sobre a qual

    o cavaco se move - e por superfcie de folga entende-se a superfcie que de-. termina a folga entre a ferramenta e a superfcie em usnagern. Distinguem-se. a superfcie principal de folga CAa) e a superfcie secundria de folga (Aa')Por meio do movimento relativo entre a pea e a ferramenta, formam-se os

    . cavacos pela ao da cunha de corte, composta pelas superfcies de sada e defolga da ferramenta.

    As arestas de corte so definidas pela interseo das superfcies de sada ede folga. Deve-se distinguir a aresta principal de corte (8) da aresta secundriade corte (S'): a primeira aquela cuja cunha de corte, observada no plano detrabalho, e para um ngulo da direo de avano (rp) igual a 90, indica a dire-o de avano; a segunda aquela cuja cunha de corte, observada no plano detrabalh, e para um ngulo da direo de avano (rp) igual a 90,indica a direocontrria direo de avano.

    Geometria da Ferramenta de Corte 25

    A ponta de corte a interseo das arestas principal e secundra de corte,ao passo que o ponto de corte escolhido serve como referncia para a determi-nao das superfcies e dos ngulos da cunha de corte, ou seja, as defnies sereferem a um ponto arbitrrio da ferramenta: o "ponto de corte escolhido" ou o"ponto de referncia".

    A Figura 2.1 representa os elementos de uma cUIi1i:a cortante de uma fer-ramenta qualquer, enquanto a Figura 2.2 trata de uma ferramenta de tornear. Ja Figura 2.3 representa uma fresa frontal, e a Figura 2.4, uma broca helicoidal.

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  • 26 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Geometria da Ferramenta de Corte

    2.2 SISTEMAS DE REfERNCIA

    Para a determinao dos ngulos na cunha de corte necessrio empregarum sistema de referncia. Normalmente, so empregados dois sistemas para. oestudo dos ngulos da ferramenta e dos ngulos efetivos ou de trabalho: o sste-

    2.2.1 Planos do sistema de referncia da ferramenta

    A seguir so apresentados os principais planos localizados no sistema de re-ferncia da ferramenta e essenciais determinao dos ngulos da cunha decorte. Convm lembrar de que todos os planos aqui descritos passam pelo pontode corte escolhido. A Figura 2.5 mostra duas vistas em perspectiva dos planoslocalizados no sistema de referncia da ferramenta. .J-

    O plano de referncia da ferramenta (Pr) perpendicular direo ad-rrutda de' corte, escolhida de modo que esse plano seja o mais paralelo ou per-pendicular possvel superfcie ou eixo da ferramenta. Nas ferramentas paratorneamento, o plano de referncia paralelo superfcie de apoio do cabo. Jnas ferramentas de fresarnento ou furao, ele contm o eixo de rotao dasferramentas.

    Existem dois planos de corte: o principal e o secundrio.jO plano de corte2.rincipal da ferramenta ceJ tangente. aresta de corte e perpendicular aoplano de referncia da ferramenta. Por sua vez, o plano de corte secundrio da _ (

    o sistema de referncia da ferramenta necessrio para a determinaoda geometria da cunha de corte da ferramenta durante as etapas de projeto,execuo e controle da ferramenta. J o sistema efetivo de referncia ne-cessrio para a determinao dageometria da cunha de corte da ferramentadurante o processo de usinagern, Alm desses, outro sistema de referncia po-der ser necessrio para a determinao do posiconarnento da ferramenta emrelao mquina.

    Aps a seleo do sistema de referncia a ser utilizado, possvel iden-tificar os planos e ngulos da ferramenta. Os planos e os ngulos relativos aosistema efetivo de referncia possuem definies anlogas aos correspondentes, encontrados no sistema de referncia, da ferramenta e, portanto, no sero tra---tados neste livro.

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    28 TEORIA DA USNAGEM DOS MATERIAIS 29Geometria da Ferramenta de Corte

    ferramenta (Ps') tangente aresta secundria de corte e perpendicular ao pla-no de referncia da ferramenta, e ambos passam pelo ponto de referncia.

    Corno o prprio nome indica, o.J?lanoortogonal da ferramenta ~) per-pendicular aos planos de referncia e de corte da ferramenta. Esse plano tam-bm conhecido corno "plano de medida".

    As Figuras 2.6, 2.7 e 2.8 mostram, respectivamente, os planos do siste-ma de referncia da ferramenta em ferramentas usadas nas operaes detornearnento, fresamento e furao.

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    o piano admitido de trabalho (Pr) perpendicular ao plano de referncia e.-...:.."" . I

    paralelo direo admitida de avano. escolhido de tal forma que fique omaisparalelo ou perpendicular possvel a uma superfcie ou eixo da ferramenta.

    Alm desses planos, so definidos ainda no sistema de referncia daferramenta:

    s Plano dorsal da ferramerua: (Pp): perpendicular aos planos de refe-rncia da ferramenta e admitido de trabalho.

    w Plano normal aresta de corte (P,,): perpendicular aresta principalde corte.

    D Plano ortconai superfcie de sada (Pg): perpendicular superfciede sada e ao plano de referncia da ferramenta.

    . Plano ortogonal superfcie defolga (Pb); perpendicular superfcede folga e ao plano de referncia da ferramenta.

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    o ngulo de ponta da ferramenta: O ngulo de posio da ferramenta (xl) ~---~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~i~~~~~~~~~~--~-~~~~aD~deortedafu~~en~~Jea~tidodetraballio~).

    sempre positivo e situa-se sempre fora da cunha cortante, de forma que oseu vrtice indica a ponta de corte. Esse ngulo mostra a posio da arestade corte.

    O ngulo de posio secundrio da ferramenta (X,.') localiza-se entre o~ -

    plano de corte secundrio da ferramenta (P;) e o plano admitido de trabalho(PI). sempre positivo e situa-se sempre fora da cunha cortante, de forma queo seu vrtice indica a ponta de corte. Esse ngulo indica a posio da arestasecundria de corte.

    Por sua vez, o ngulo de ponta da ferramenta (G',) formado pelos planosprincipal de corte CP) e secundrio de corte (P/). Os ngulos medidos noplano de referncia so suplementares, isto , vale a relao representada naEquao 2.1:

    32 TEORIA OAUSINAGEiv1 DOS MATERIAIS

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    Geometria da Ferramenta de Corte 33

    2.2.2 ngulos do sistema de referncia da ferramenta

    Os ngulosCia cOOhi':c8;iante destnam-se determinao da posio e daforma da cunha de urna ferramenta. So agrupados de acordo com oplano no qualesto localizados,ou seja, em ngulos medidos no plano de referncia, no plano decorte e no plano ortogonal.

    (2.1)

    Noplano de corte encontra-se apenas o ngulo de inclinao da ferramen-ta (?.), medido entre a aresta de corte (S) e o plano de referncia da ferramenta(P). O ngulo de inclinao sempre agudo e seu vrtice indica a ponta decorte. Ele positivo quando, observando-se a partir da ponta de corte, a arestade corte encontra-se na regio posterior em relao ao plano de referncia,orientando-se, para tanto, segundo o sentido de corte.

    Outros trs ngulos so medidos no plano ortogonal: o ngulo de folga daferramenta, o ngulo de cunha da ferramenta, e o ngulo de sada da ferramen-ta. O ngulo de folga da ferramenta (a) est situado entre a superfcie de folga, ~(A) e o plano de corte da ferramenta (P). O ngulo de. c1L.'1..h.ada ferrarr.ent~

  • 34 TEORIA DA US!NAGEM DOS MATERIAIS

    S!!.J formado pelas superfcies de sadalA~ e de folga .(jaJ- Finalmente, o.!ngulo de sada da ferramenta (y.) se localiza entre a superfcie de sada (A)e o plano de referncia da ferramenta (Pr)' De maneira anloga ao ngulo deinclinao, o ngulo de sada tambm sempre agudo e positivo quando a in-terseo entre a superfcie de sada e o plano ortogonal encontra-se na reg to

    _ (>

    o sentido de corte.

    Os ngulos medidos no plano ortogonal so complementares, portanto,vale a Equao 2.2:

    a + R +".1 = 900o ""0 {o (2.2)

    As Figuras 2.9,2.10 e 2.11 mostram, respectivamente, os ngulos medidosno sistema de referncia da ferramenta em ferramentas usadas nas operaes

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  • 36 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

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  • te de materiais de clifcil usinabilidade e em cortes interrompidos, por garantirmaior resistncia cunha de corte (f3o ::: 90). Em contrapartida, a usinagern demateriais dcteis, como ligas de alumnio e de magnsio, requer o emprego de

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  • 42 TEORIA DA USJNAGEM DOS MATERIAIS

    mente, a ruptura. A Figura q.l mostra esquematicamente esse planoou zona de cisalhamento primrio, defuda pelo ngulo de csalhamen-to rP formado entre o plano de csalharnento e a direo da velocidadede corte (v).

    Deslizamento das laanelas: contum1l.l=Icto a p@IHltra~o da ferramenta

    Formao de Cavacos 43

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    na pea, haver uma ruptura parcial, ou completa, na. regio decsalhamento, dependendo da extenso da propagao da trinca. As

    propriedades do material e as condies de avano e de velocidade de------,.c"'o""rtne"lrao detemlinar quanto o segmento de matenaI rompldo permane-

    cer unido ao cavaco recm-formado, dando origem a cavacos contnuos

    ou descontnuos, conforme a extenso e a resistncia da unio entre asIarnelas de material rompido.

    Sada do cavaco: devido ao movimento relativo entre a ferramenta ea pea, inicia-se um escorregarnento da poro de material deforma-da e rompida - o cavaco - sobre a superfcie de sada da ferramenta.Enquanto tal evento ocorre, uma nova Iamela de material (imediata-mente adjacente poro anterior) est se formando e passando pelosmesmos processos. Essa nova poro de material tambm escorregar

    sobre a superfcie de sada da ferramenta, repetindo mais uma vez ofenmeno.

    o escorregamento sobre a superfcie de sada no obedece, necessariamente,ao Modelo de Coulornb, uma vez que as.tenses normais, a velocidade relativa entreas superfcies, e, em geral, a temperatura, so muito elevadas. Isso provoca o surgi-mente de urna regio denominada "zona de cisalhamento secundrio".

    Dessa fOIma, o fenmeno da roJ:'fftao do cavaeo, nas condies normaisde trabalho, peridico, uma vez que se tem, ciclicamente, as fases de recalque,ruptura, deslizamento e sada do cavaco para cada pequena lamela de material aser removido. Essa periodicidade do fenmeno provoca excitaes dinmicas naferramenta de corte e comprovada experimentalIriente por meio de fill1\agem,ou pela frequnca e amplitude da fora de usinagem,

    As primeiras observaes do mecanismo de formao de cavacos permiti-ram a dealzao de um modelo simplificado, comparando-se as Iamelas a um"baralho de cartas", ircialmente publicado por Pispanen, em 1937, e ilustrado

    na Figura 3.2 (FERRARESI, 1977).

    Para facilitar o estudo cientfico da formao de cavacos, os primeiros mo-delos propostos basearam-se em Simplificaes, sendo a primeira. delas o modeloplano denominado "corte ortogonal" (BOOTHROYD, 1981; ERNEST, 1940).

    3.1 CORTE ORTOGONALNo corte ortogonal, a aresta de corte uma reta normal direo de corte

    e direo de avano, de maneira que a formao do cavaco pode ser conside-

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    44 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

    rada um fenmeno bdrnensonal e que ocorre em um plano normal aresta

    cortante] ou seja, no plano de trabalho. A Figura 3.3 ilustra dois exemplos deusinagern aproximando-se do corte ortogonal nos processos de torneamento ede fresamento.

    Alm das citadas, so admitidas algumas outras simplificaes, que per-rnitem um tratamento matemtico do corte ortogonal e podem ser estendidas aoutras operaes de usnagem. /1 vc I-] ~ t,{t7v. h 1;7 yc ::~I:: R[ > I

    O f d - - vc"'v /ri s cavacos erma os sao contnuos, sem a formao de aresta postiade corte (APe).

    No h contato entre a superfcie ele folga da ferramenta e a superfcieusnada.

    A espessura de corte (h), equivalente ao avano (f), suficientementepequena em relao largura de corte (b).

    A largura da aresta de corte maior que a largura de corte (b). A largura de corte (b) e a largura do cavaco (b') so idnticas.

    A aresta de corte idealmente afiada e perpendicular ao plano de trabalho.

    Segundo esse modelo, considere um volume de metal representado pelaseo "klmn" movendo-se em direo cunha cortante, conforme mostra a Fi-gura 3.4.

    Formao de Cavacos 45

    Ao passar pelos eventos anteriormente descritos para a formao de ca-vacos, definiu-se a zona primria de csalhamento, que passa a serrepresen-tada pelo trao do plano de cisalhamento, segmento OD na Figura 3.4. Aindasegundo esse modelo, a seo "klrnn", aps a total deformao plstica, setransforma na seo "pqrs", que entra em contato com a superfcie de sadada ferramenta. Nesse caso, essa regio representada pelo segmento OB damesma figura.

    3.2 RELAES CINEMTICAS E GEOMTRICAS NO CORTE ORTOGONAL

    Por meio das simplificaes anteriormente descritas para o modelo bi-.dimensional da formao de cavacos, foi possvel estabelecer planos e rela-es geomtricas importantes para o equacionamento matemtico do fen-meno. De acordo com aj mencionada Figura 3.4, pode-se definir o grau derecalque como: D;",.""" R(.. :

    h' oj

  • 46 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

    Alm disso, tem-se tambm:

    hsen"'=-'f' l' (32)

    h'5091>(90 rp + y) - T (3.3)

    ou, reformulando-se: t , '(), '"\ ~ ",i(.~ ,t:" c :'.t,. r.. c, ;'..,f n\ ;..

    ___ .~rRc -senr

    A Equao 3.4 demonstra que o ngulo de csalhamento funo do grau .de recalque e do ngulo de sada da ferramenta. Como esse ngulo de sadatem uma pequena faixa de variao, nas aplicaes prticas (entre _8 e 20),a dependncia maior do ngulo de csalharnento fica por conta do grau de re-calque. Como h restrio na superfcie de sada da ferramenta por onde o ca-vaco deve escoar, consequentemente existe uma desacelerao do volume dematerial a ser transformado em cavaco.' Dessa forma, a espessura do cavaco sempre maior antes de ele se formar, o que resulta em um grau de recalquesempre maior que a unidade. Admite-se tambm que o volume do material nose modifica durante a formao de cavacos. A Figura 3.5 mostra a relao entreo ngulo do plano de cisalhamento e o grau de recalque.

    - ......... ....... .......

    Forma o de Cavacos

    .~Ao contrrio do que possa parecer, o grau de recalque no facilmente

    obtido, pois o cavaco no possui uma espessura uniforme: ele formado porlamelas justapostas com extremidades irregularmente conformadas, porm, noscasos em que possvel sua correta estimativa, pode-se encontrar o ngulo doplano de cisalharnento. Estimativas melhores podem ser obtidas pela medida docomprImento e da densidade; chegando-se rea de seo do cavaco,

    Como o material recalcado para que o cavaco se forme, h uma desacelera-o deste quando passa pela regio de cisalharnento. Essa desacelerao pode ser

    ---eakllia4~z..que...o..:llOlume..nQ.s.e-.alt.era...d.urante o processo. A Figura 3.6mostra a relao geomtrica entre as velocidades envolvidas, ou seja, de sada docavaco Cvc.J e de cisalhamento (vz) em relao velocidade de corte (vJ.

    Ainda segundo o modelo idealizado, podem-se definir algumas relaesentre essas velocidades, calculadas a partir da aplicao da lei dos senos notringulo de velocidades da Figura 3.6, resultando em:

    sen~V.a." . Vc--= ::}seno sen[90 - (q) - r) J

    (3.5)vc~v=v .c cos(!f; - y)

    47

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    48 TEORiA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Formao de Cavacos 49:j":-

    v" Vc COS Y. = ==> V =v .~--'--sen(90-cp) sen[90-(~-r)l Z c COS(rjJ-r)

    (3.6) que no lmte resulta em:

    asE =-o ay (3.9)Usando-se as Equaes 3.4 e 3.5, tem-se:

    VV ==-!:..

    call R

    (3.7) Segundo uma defiro j comum em processos de conformao para gran-d$ defolma,;es, se ambas grandezas da EqJJao 39 forem divididas pelo roea

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    mo tempo, tem-se:Uma vez que os cavacos so formados por cisalharnento, o estudo dadeformao em um elemento antes e depois de passar pelo plano de cisa-lhamento pode trazer resultados importantes,-conforme esquematzado naFigura 3.7.

    V.o= ~._._-- (3.10)

    Onde vy a velocidade de deslocamento dos cavacos na direo perpendi-cular ao plano de cisalharnento. Pelas relaes geomtricas entre as velocidades

    na Figura 3.6, tem-se:

    v = v cosCO')+ V serit o= y);; c ca.1' (3.11)

    v = v sen(O')r c (3.12)

    Substituindo as equaes 3.11 e 3.12 pela Equao 3.10, obtm-se:

    v sen(dI-y)e = cot(rjJ) + -,c",,"',,-' ---,-'1'--'-o V

    cSI3"J1,(rp)

    Introduzindo agora a Equao 3.5, o resultado :

    (3.13)

    &'0 = cot(O') + tg(O'- r) (3.14)

    Outra grandeza importante a velocidade com que o material csalhadono plano de csalhamento, dada por:

    (3.15)

    Se a espessura do material que est sendo deformado for semelhante espessura de uma lamela de cavaco e usando-se a Equao 3.6 pode-se ter umaidia da velocidade de deformao por cisalhamento em uma operao de usi-nagem da seguinte forma:o grau de deformao, ou deformao angular, pode ser definido como:

    l1S :::;-o ~y

    1 ( cosr)E:::;- Vco ~y cos(rp-r) (3.16)(3.8)

  • 50 TEORIA D,A. USINAGEM DOS MATERIAIS

    Portanto, em um processo de tornearnento de ao em condies normais,pode-se estimar a velocidade de deformao do processo de formao de cava-cos por meio dos seguintes valores: .

    vc== 100 mlmin

    r= 10q; = 20L1Y = 0,0025 mm

    Formao de Cavacos 51

    rIU (l tJ,. (tfht 5; PiI( 7 r.fS

    3.3.1 Cavacos contnuos !'l/J 16Os cavacos contnuos so formados, na usinagem de materiais dcteis,

    como aos de baixa lga, alumnio e cobre, conforme mostrado esquematica-

    mente na Figura 3.8(a).

    ---'-----Result;do ~m 60: 6.7x 10-.5 8-' (FERRARESI, 1977). De;;;iorm;::'Pode:--------

    se afirmar que a velocidade de deformao da ordem de 10-5S-I para um proces-so normal de usnagern. Essa velocidade de ruptura muito superior na maioriados processos de conformao (5 S-I) ou nas velocidades normalmente empre-gadas em testes de trao ou de toro, fato que um dos responsveis pelasdiferenas encontradas quando se utilizam os valores de tenso de csalhamentoobtidos em ensaios padronizados e no clculo de foras de corte em usinagern.

    3.3 TIPOS DE CAVACOS

    Durante a usnagem, uma nova superfcie gerada na pea pela remoode material na forma de cavacos. Morfologcarnente, os cavacos podem ser con-tnuos, descontinuos e segmentados. Em geral, cavacos contnuos aparecemdurante a usnagern de materiais dctes, enquanto os descontnuos surgem em

    consequncia da formao de um fluxo de elementos de cavacos quebrados em pe-daos durante a usnagem de materiais frgeis. Existem vrias vantagens emproduzir cavacos curtos. A quebra do cavaco pode ocorrer naturalmente du-rante a sua formao, corno no caso da usnagern de bronze e de ferro fundido,ou sua quebra pode ser conseguida pelos quebra-cavacos. Nesse caso, prova-velmente. apenas a forma do cavaco ir se alterar. Entretanto, em uma classi-ficao mais detalhada, os tipos de cavaco podem ser; contnuo, parcialmentecontnuo, descontnuo, e segmentado.

    A obteno dos trs primeiros tipos depende muito da ductilidade (oufragilidade) do material da pea e dos parrnetros de corte. J o ltimo tiporefere-se a cavacos produzidos geralmente na usinagem de materiais de baixacondutivdade trmica e na presena de "cisalharnento catastrco (ou adab-tico)" (RECHT, 1964).

    Nesse caso, o metal csalha na zona primria de cisalhamento com grandesdeformaes e permanece homogneo, sem fragmentao. Apesar da forma defita externa no apresentar nenhuma evidncia clara de fratura ou trinca, essesfenmenos ocorrem para que uma nova superfcie seja formada.

    O tipo de cavaco tambm est fortemente ligado tenso normal no planode cisalhamento, a qual depende. do ngulo de cisalhamento r/J e das condiesde atrito na interface ferramenta/cavaco, ou seja, na zona secundria de csa-lhamento (DOYLE, 1979). Na formao do cavaco contnuo, no entanto, h umequilbrio entre a tenso normal e a de cisalharnento no plano de cisalharnento,de forma que a trinca surgida no momento da ruptura no se propague muito ourapidamente, para que o cavaco no seja interrompido. A complexidade da an-Use se deve ao fato de que tanto o primeiro quanto o segundo fator dependem

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  • 52 TEORIA DA US1NAGEM DOS MATERIAIS

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    das condiesde atrito na interface ferramenta/cavaco, isto , o que promove atenso csalhante no plano de cisalhamento, necessria abertura da trinca, a restrio que o cavaco tem ao se movimentar na superfcie de sada da ferra-menta. Quanto maior for tal restrio, maior ser a tenso provocada. E essamesma restrio que promove a tenso de compresso no plano de cisalhamento

    Formao de Cavacos 53

    conta de a energia elstica acumulada na ferramenta no ser suficiente para quea trinca se propague por toda a extenso do plano de csalharnento; e presenade grande tenso.de compresso no plano de cisalharnento, dificultando, assim,a propagao da trinca.

    e qJ1P poder restringir a propagao da trinca)

    Algumas aes podem favorecer a propagao da trinca, diminuindo a) restrio ao movimento do cavaco na zona secundria de cisalhamento e, por)_. - s:>~segl11te~tenso normal que determina a .~xte~scuia trinct..?-o mesmoJ tempo que reduz a tenso de cisalharnento. A adio de elementos como churn-) bo, tehirio, selnio e enxofre aos aos pode favorecer a formao de cavacos, o) que ocorre com os chamados aos de corte livre (MILOVIK,1983). Tais adies,

    alm de reduzirem as tenses normais no plano de csalhamento devido ao efei-) to lubrificante na interface ferramenta/cavaco, tambm reduzem a tenso de) csalhamento necessria para dar ircio trinca, pois fraglzam o material, Po-) rm, a geometria da aresta (ou gume), principalmente o ngulo de sada, a velo-) cidade de corte, o avano, a profundidade de corte,as incluses (a quantidade,) a forma e a dureza) e a rigidez da ferramenta tambm so variveis importantes

    que influenciam o tipo de cavaco.

    Os cavacos contnuos so indesejveis, pois podem causar acidentes, da-nificar a superfcie usnada etc. Se eles no se quebrarem naturalmente, umquebra-cavacos dever ser usado para promover a segrnentao. O cavaco serento fragmentado, mas no pelos mesmos mecanismos descritos a seguir como"cavacos segmentados".

    Uma variao do tipo de cavaco contnuo o cavaco contnuo na presenade aresta postia de corte (APC) (ALGARTE,1995), fenmeno mostrado esque-rnaticamente na Figura 3.8(b) e que ser discutido em detalhes mais adiante.

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    3.3.2 Cavacos parcialmente contnuos

    Trata-se de um tipo ntermedrio entre os cavacos contnuos e descon-tL.'1UOS, no qual a trinca se propaga parcialmente pela extenso do plano decisalhamento. , muitas vezes, denominado "cavaco de cisalhamento" (FERRA-RESI, 1977). A propagao da trinca interrompida por dois motivos, conformesugerido por Cook (1954): perda de contato entre a ferramenta e o cavaco, por.

    3.3.3 Cavacos descontnuos

    Esse tipo mais comum na usnagem de materiais frgeis, como bronzee ferros fundidos cinzentos, uma vez que no so capazes de suportar gran-

    ----------u-es--defonmre-s-sem-se-quebrar;-Entretantv,-lJaxa;s-vetocidades-u-e-corte;---~--- ngulo de sada pequeno e grandes avanos tambm podem produzir cavacos

    descontnuos em materiais de baixa ductilidade. Com o aumento da velocidadede corte, o cavaco tende a se tornar mais contnuo, pois alm de mais calor serproduzido e, por conta disso, os materiais se tornarem mas dcteis, a penetra-o de "contaminantes" na interface ferramenta/cavaco para reduzir a tensonormal no plano de cisalhamento torna-se mais difcil.

    A Figura 3.8(c) mostra um cavaco descontnuo, no qual a trinca se propa-ga por toda a extenso do plano de cisalhamento, promovendo sua segmenta-o, A zona secundria de csalhamento tambm desempenha importante papelpara que esse tipo de cavaco seja formado. Inicialmente, o componente de foratangencal superfcie de sada menor que a fora necessria para promovero escorregamento do cavaco. H, ento, o desenvolvimento de uma regio dematerial esttico e a separao do cavaco ocorrer com o aumento da relaoentre fora tangencial e normal.

    IJ,AI;K /I- CIJ)J/JIJ rI VI d/A p./vl.jJJr, I)a

  • 54 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

    como o titnio e suas ligas. O cisalharnento para formar o cavaco comea aocorrer em tJ?1 plano de cisalhamento particular, quando as tenses impostaspelo movimento da ferramenta contra a pea excedem o limite de escoamentodo material da pea. A energia associada a essa deformao convertida emcalor e, devido s propriedades trmicas do material, altas temperaturas so

    (

    (Formao de Cavacos 55

    Verificou-se, experimentalmente, que muitos materiais podem sofrer c-salhamento terrnoplstco catastrfico, dependendo da temperatura alcana-da durante a formao de cavacos e de suas propriedades trmicas. Pesquisascientficas mostraram que um material pode sofrer cisalhamento termoplsticocatastrfico - quando o efeito de amolecimento devido ao aumento da tempera-

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    (desenvolVIdas de muna concentrada, o qUe provoca amoleClfieIlCOlocalizadoe, consequentemente, um plano de deslizamento, como ocorre na formao

    mra supera o efeito do endureCh'tlento a frio ac:una de uma determmada velo-cidade, chamada "crtica" (RECHT, 1964). Para o Inconel 718, essa velocidade

    As formas de cavacos longos que causam os maiores transtornos quan-to segurana de produtividade, exigindo, portanto, mais cuidado e especialateno ao seu controle. Apesar de os parrnetros de corte poderem ser, namaioria das vezes, escolhidos para evitar ou reduzir a formao de cavacoscontnuos, o mtodo mais efetivo para produzir cavacos curtos a utilizaode quebra-cavacos.

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    TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

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    3.5 CONTROLE DO CAVACONaSoperaes de usnagern que utilizam corte contnuo em materiais dc-

    teis, como o torneamento de aos-baixo carbono, por exemplo,o controle docavaco pode ser imperativo para a produtividade da empresa. Esse problemase agrava quando novas geraes de ferramentas mais resistentes ao desgastepermitem o uso de altas velocidades de corte em mquinas CN,em sistemasprodutivos altamente automatzados, com mnima superviso humana. A pro-duode cavacos longos pode causar os seguintes problemas:

    As baixas densidades efetivas desse tipo de cavaco, devido ao alto volu-me que ocupam, dicultam o manuseio nos processos subsequentes demanuseio e descarte.

    s Podem aderir pea, a partes da mquina, ou ferramenta, criandosituaes de perigo ao operador por conta das altas velocidades e do fiode corte em cavacos de material endurecido pelo encruamento.

    I

  • 58 TEORIA DA USINAGEM DoOSMATERIAIS

    Podem prejudicar o acabamento superficial ao aderir pea, ou mesmolevar quebra da aresta de corte.

    Aumentam a fora de usinagem, a temperatura e, em geral, diminuem avida til das ferramentas.

    PrejJldicam o acesso do fulido dg corte rea de formao de cavacos.

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    diretamente proporcional razo h/r, onde r o raio de curvatura do cavaco, c c

    (ERNEST, 1940)., Se a deformao do cavaco no suficientemente grande paracausar a fratura, h a necessidade de aumentar h' ou diminuir r; a fim de conseguira quebra do cavaco. Mas h' depende, principalmente, do avano ou da espessurade usinagem, o qual prejudica o acabamento superficial se excessivamente aumen-

    Formao de Cavacos 59

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    Os quebra-cavacos podem ser postios ou integrais, pois ambos modificama superfcie de sada das ferramentas, causando uma curvatura mais acentua-da nos cavacos e levando-os quebra por fexo. Alm dos quebra-cavacos,tambm j foram utilizadas variaes na velocidade de avano, por meio dasquas criou-se uma situao semelhante da furao intermitente. Em ambosos casos a velocidade de avano reduzida a zero, ou quase isso, provocandoconcentrao de tenso e a consequente quebra do cavaco. Essa estratgia, noentanto, necessita de uma mquina CN com programa apropriado.

    Outro mtodo bastante eficiente para a quebra do cavaco a injeo defluido de corte em alta presso na superfcie de sada e em sentido contrrioao da sada do cavaco. Se o jato for forte o suficiente, haver fragmen!?o docavaco, conforme a sequnca mostrada na Figura. 3.12. .

    De maneira geral, quanto menor for a espessura do cavaco, mais flexvel ele, portanto, maior ser a.dificuldade de quebra. Os cavacos que j sofreram inten-sas deformaes passando pelas zonas primrias e secundrias de cisalhamentonecessitam de urna deformao crtica (e.r) para quebrar depois de deixar a su-

    perfcie de sada da ferramenta. A deformao que o cavaco sofrer nesse ponto

    tado. Dessa forma, procura-se reduzrr r,para promover a quebra dos cavacos.O mtodo mais usual para aumentar a curvatura do cavaco (diminuir rc)

    a utilizao de quebra-cavacos postios ou integrais (superfcies de sada comformatos especiais). O raio de curvatura rc pode ser estimado de acordo com asdimenses dos quebra-cavacos, como ser visto a seguir.

    3.5.1 Quebra-cavacos postio

    ro,= [Gn -ir)-CtcotO)]Co{ %) o [mm]Onde os smbolos esto de acordo com a Figura 3.13.

    (3.17)

    3.5.2 Uuebra-cavacos integral tipo I: anteparo

    o. -J tr =---+-, 2 h' [mrn] (3.18)Onde os srnbolos esto de acordo com a Figura 3.14.

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    60 TEORiA DA USINAGEM DOS MATERiAIS Formao de Cavacos 61

    (lf)' Tambm se q; for muito pequeno, o cavaco pode no seguir o contorno dacratera at que se obtenha um desgaste significativo.

    Os quebra-cavacos do tipo anteparo - sejam eles postios ou integrais,trabalhando sob condies normais de usinagern e quando comparados a super-fcies de sada planas, no afetam significativamente as foras de usnagem nas

    3.5.3 Quebra-cavacos integral tipo 11:cratera

    [rnm] (3.19)

    Onde os smbolos esto de acordo com a Figura 3.15.

    o quebra-cavacos integral tipo Il, mostrado na Figura 3.15, s ser efetivose a espessura en for menor que o comprimento de contato ferramenta/cavaco

    mesmas con oes \y.L"~"-'uma aresta postia estvel pode se formar ao longo da espessura e" (Figura3.15), aumentando de maneira considervel o ngulo de sada e diminuindo asmencionadas foras de usnagem (BOOTHROYD,1981).

    Verncou-se tambm que o desgaste de fanco no muda significativamentecom a aplicao de quebra-cavacos. Quanto ao desgaste de cratera, os que-bra-cavacos do tipo anteparo reduzem a rea de desgaste, enquanto os do tipocratera tendem a aument-Ia (BOOTHROYD,1981). importante verificar nateoria dos quebra-cavacos se estes iro garantir a reduo de rr. para que seatinja a deformao critica "l que promove a quebra. Alm disso, as ranhuras dosquebra-cavacos servem para conformar mais os cavacos, tornando-os .menosdctes e, portanto, reduzindo a deformao crtica.

    As Equaes 3.17,3.18 e 3.19 podem ser utilizadas como orientao parao projeto de quebra-cavacos, porm, deve-se tambm 'levar em consideraooutros fatores, como fragilidade do material, raio natural de curvatura e espes-sura do cavaco. Tambm afetaro a quebra do cavaco a geometria da ferramen-ta, por meio dos 'ngulos de sada, inclinao e posio, velocidade de corte,profundidade de usinagem e rigidez da mquina-ferramenta. Quanto menor ongulo de sada, menor ser o raio de curvatura natural e maior ser a espessurado cavaco. Quanto ao ngulo de posio, alm de afetar a direo de sada docavaco, quando este tende a sair perpendicular aresta, o ngulo afeta tambma espessura, que aumenta com o aumento desse ngulo. O ngulo de inclinaotem influncia direta na direo de sada do cavaco. Se for negativo, direcionao cavaco contra a pea; se for positivo, o efeito o contrrio. Um aumento davelocidade de corte tende a aumentar rc' porque o comprimento de contatoferramenta/cavaco reduzido. Alm dsso, a ductilidade do material elevada,tornando a quebra ainda mais diffcil.

    A combinao dos diversos efeitos que afetam a quebra do cavaco pode serexemplificada por meio da Figura 3.16.

  • 62 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Formao de Cavacos

    3.6 INTERFAGEFERRAMENTA/CAVACOA formao do cavaco um processo peridico, com cada ciclo dividido

    em quatro eventos distintos, sendo o ltimo o movimento do cavaco sobre asuperfcie de sada da ferramenta. As condies nas quais esse escorregarnento

    63

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    Os cavacos da Figura 3.16(c) so quebrados periodicamente quandoen-contram a superfcie recm-usnada, o que danfca o acabamento superficial. Oscavacos das Figuras 3.16(d) e 3.16(e) so quebrados quando colidem com a su-perfcie da pea a ser usinada. Se a direo lateral for suficiente, o cavaco podeevitar a pea, mas encontrar a superfcie de folga, formando, assim, cavacoscomo os da Figura 3.16(f). Se a direo Iateral for ainda maior, podem produzircavacos como os das Figuras 3.16(h) e 3.16(i), ou 3.160). Alm desses, vriosoutros tipos podem ser observados, representando a combinao dos cavacosmostrados na Figura 3.16(j) (SHAW,1986).

    Com todos esses conceitos em mente, os fabricantes de ferramentas demetal duro desenvolvem insertos com as mais variadas formas de quebra-ca-vacos. Geralmente, os quebra-cavacos so divididos em grupos para operaesde desbaste, semtacabamento e acabamento, cada qual cobrindo urna faixa deavano e de profundidade.

    mecanismo de formao do cavaco, na fora de usinagern, no calor gerado du-rante o corte e, consequentemente, na temperatura de corte e nos mecanismose taxa de desgaste das ferramentas, afetando assim seu tempo de vida. pre-ciso, portanto, entender como se processa o movimento do cavaco ao longo dasuperfcie de sada d.ferramenta.

    O conceito clssico de atrito, baseado nas leis de Amonton e Coulomb,no apropriado para aplicao em usinagem dos metais, pas, nesse caso, afora de atrito proporcional fora normal, sendo a constante de propor-cionaldade chamada "coeficiente de atrito". Em condies usuais de corte,a presso normal superfcie de sada da ferramenta , geralmente, bastanteelevada, chegando a 3,5 GN/mz na usnagem de certos aos (TRENT, 1963).Estudos sobre esse fenmeno tm se mostrado um grande desafio, principal-mente, por conta das altas velocidades de sada dos cavacos, e pelas reduzds-simas reas de contato ferramenta/cavaco. Para condies normais de corte,a velocidade de sada do cavaco (voa) pode ser. de 120 m/rnn (ou 2 rn/s), e area de contato pode chegar a apenas 6 mm". Amaioria das teorias modernasdisponveis derivou-se de estudos dessa interface aps o corte ter sido inter-rompido e utilizando-se dispositivos uick-stop, nos quas a ferramenta decorte retrada com velocidade superior velocidade de corte (de duas a trsvezes maior), deixando a raiz do cavaco em condies de anlise detalhadapor meio de microscpios. Basicamente, esses dispositivos tm a funo deestabelecer a operao de corte com o suporte da ferramenta apoiado em umpino de ao endurecido. Esse pino possui grande rigidez e capacidade de rup-tura sem deformao. Quando a formao do cavaco est acontecendo, o pinose rompe e a ferramenta afastada da pea em alta velocidade, quase instan-taneamente. A ruptura do pino de sustentao da ferramenta pode se dar pormeio de uma exploso, usando-se plvora de um cartucho, ou da fora de umamola, acelerando urna barra de impacto. A Figura 3.17 mostra dois exemplosdesses dispositivos.

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    64 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

    Quem mais difundiu a teoria das condies da interface ferramenta/ca-vaco, nos meios cientficos, foi Trent, que desde 1963 identificou e definiucom muita competncia a "zona de aderncia" (seizure zone ou stickingzone) e a "zona de escorregamento" (sliding zone). A zona de aderncia seestende da aresta de corte para dentro da superfcie de sada da ferramenta,'comuma zona de escorregamento se desenvolvendo ao longo de sua periferia.A Figura 3.18 identifica essas duas zonas: linha BC = aderncia; linha CD '"escorregarnento.

    Formao de Cavacos 65

    Em determinadas condies, a zona de aderncia pode ser suprimida,prevalecendo apenas a condio de escorregamento ou zona de escorrega-mente, citada no pargrafo anterior e abordada mais frente. Outra situao a existncia da APC, fenmeno que pode ocorrer a baixas velocidades de. .corte. A presena da APC altera a geometria da cunha cortante, o -que afetatodo o processo de usnagern (fora, temperatura, desgaste das ferramentas e

    acabamento superficial).

    3.6.1 Atrito no corte de metaisQuando duas superfcies so colocadas justapostas e em eminente movi-

    mento relativo, a rea de contato real (A) muito menor que a rea de contatoaparente (A), devido s rncroirregulardades presentes em qualquer superfcieacabada. Os contatos so estabelecidos apenas em alguns picos das rregular-

    dades, como ilustrado na Figura 3.19.

  • 66 T~ORIA DA USINAGEM- DOS MATERIAiS

    Aplicando-se uma fora normal (N), os pontos de contato so deformadosplasticamente, e a rea de contato real (AR) aumenta para suportar essa novacarga. A fora tangencal (F) (ou fora de atrito), por conseguinte, aumenta

    proporcionalmente, e o limte de proporcionalidade o coeficiente de atrito ;..t,valendo, portanto, a Lei de Atrito de Coulomb. Se a fora normal aplicada for au-mentada indefinidamente, pode-se atingir uma situao em qU.>-Wdos os picosdas irregularidades se deformaro de tal maneira que a rea real se iguala , rea

    aparente {AR = A). A fora normal necessria para que isso acontea defindacomo "fora normal limite" e, a partir desse valor, o aumento da fora normal

    no altera mais a fora tangencal (ou de atrito), isto , a fora tangencal no mais proporcional fora normal, pois passa a ser constante e assume valor su-

    ficiente para vencera resistncia ao cisalhamento do material menos resistente.

    Nessas condies, a Lei de Atrito de Coulomb no tem mais validade.

    Trs regimes diferentes de atrito slido podem ser identificados na F-

    gura 3.20.

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    / t~~ {ft(J f C-/"1

    No regime I, vale a Lei de Atrito de Coulomb (;..t:= da = constante) eAII A. No regme m, no existe superfcie livre entre os materiais, isto , AR =A, e'C independente de (J". Este comea a existir a partir do valor de tenso normallimite (17

    2), o regime II o de transio entre os regimes I e III, no qual o coefi-

    ciente de atrito diminui com o aumento da carga normal. WalIace e Boothroyd(1964), entretanto, sugerem a transio brusca do regime I para o III, com asupresso do regime li. Assim, aLei de Atrito de Coulomb vale at o pontoB da

    Figura 3.20, e a tenso normal mte passa a ser (J"r

    Durante o corte dos metais, os regimes I e III ocorrem simultaneamenteem pontos distintos ao longo do comprimento de contato entre o cavaco e aferramenta. O modelo de distribuio de tenso na superfcie de sada da fer-rarnenta, ilustrado na Figura 3.21, mostra que o comprimento de contato pode

    ser dividido em duas regies distintas: "a regio de aderncia" e "a regio de

    escorregamento" (ZOREV, 1963).. Segundo esse modelo, a: tenso normal mxrna na extremidade da aresta

    e decresce, exponencalmente, at zero, no ponto onde o cavaco perde contatocom a superfcie de sada. A tenso cisalhante constante na zona de aderncia(e assume o valor do limite de resistncia ao cisalhamento do material da pea

    67{ I

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    144 TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS

    variveis de entrada, bem como a configurao geomtrica da operao de corte.Por esse mtodo, a nterao entre a ferramenta e a pea equacionada e desen-volvida com base nesses parrnetros de entrada, solucionando-se as equaesque regem o comportamento do material e suas condies de contomo. Nessemodelo, a ferramenta realmente produz cavacos mediante a deformao e rup-tm'a do roatorililJ da pea, desde qlle esses dados sejam fornecidos nas condiesde trabalho de usinagem. A Figura 5.16 ilustra os resultados desse modelo.

    '7; : :" .. : -;

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    Esses so os mtodos mais comuns de determinao terica da tempera-tura na regio de formao de cavacos partindo-se apenas de dados de entrada,sem, necessariamente, ter de se realizar a operao de usnagem. H, no entan-to, mtodos de medio, ou de estimativa, experimentais da temperatura emprocesso, os quais sero abordados a seguir.

    5.4 TEMPERATURA NA FORMAO DE CAVACOS: ESTIMATIVAS EXPERIMENTAISPara avaliar o aumento de temperatura nas zonas de corte, vrias tcnicas

    foram desenvolvidas (BYRNE, 1987), e a maioria delas empregada para medir

    Temperatura no Processo de Usinagem 145

    a temperatura da ferramenta. Os mtodos prticos mais utilizados para a medi-

    o da temperatura na regio de formao de cavacos so:

    D Medio direta por termopares inseridos.

    Medio da fora termoeltrica entre a ferramenta e a pea (mtodo dotermopar ferramenta/pea).

    MeeHo por radiae Qg calor com sepsores jnfraverrnelhos.D Medio utilizando vernizes termosensveis.

    Medio por propriedades metalogrficas.

    Medio usando ps qumicos.

    Medio usando o mtodo do filme PVD.

    5.4.1 Termopares inseridos na ferramentaThornas Johann Seebeck, nascido em 1770. foi o fsico responsvel pela

    descoberta, em 1821, do efeito terr