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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
LEONARDO OLIVEIRA DA ROCHA
TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
JOÃO PESSOA 2020
LEONARDO OLIVEIRA DA ROCHA
TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Monografia apresentada a Coordenação do Curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Psicologia sob orientação da Prof.ª Ms. Jayana Ramalho Ventura.
JOÃO PESSOA 2020
R672t Rocha, Leonardo Oliveira da.
Terapia Cognitivo Comportamental para Casais: uma revisão bibliográfica/Leonardo Oliveira da Rocha. - João Pessoa, 2020.
f.44
Orientador (a): Profª. Ms. Jayana Ramalho Ventura. Monografia (Curso de Psicologia) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.
1. Relacionamento Conjugal. 2. Terapias do
Comportamento Cognitivo. 3. Terapia de Casais. I. Título.
UNIPÊ / BC CDU - 615.832.9
TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL PARA CASAIS: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
LEONARDO OLIVEIRA DA ROCHA
Monografia apresentada ao Curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do título de Psicóloga,
obtendo Conceito _____
Data: ________________ ( ) Aprovada ( ) Reprovada
BANCA AVALIADORA
________________________________________________________________ Profa. Ms. Jayana Ramalho Ventura
(Orientadora - UNIPÊ)
________________________________________________________________ Prof. Esp. Guilherme Jorge Stanford Dantas
(Membro – UNIPÊ)
________________________________________________________________ Profa. Ms. Luciane Lira da Cruz
(Membro – UNIPÊ)
Esse trabalho é dedicado a todos que se fizeram presentes durante todo esse meu processo de transformação pessoal e profissional, pois um pouco que trago de cada
um, me fez tornar o que sou hoje.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pois creio que Ele é quem nos dá o sustento diário, por me abençoar com pessoas maravilhosas, que em meu caminho foram postas. Aos meus pais, pelo apoio que me é dado sempre, seja nas diversas perspectivas que a vida me apresenta, a cada novo amanhecer. Aos meus familiares que estão sempre presentes e são torcedores assíduos por cada passo e sucesso que vou alcançando. Aos colegas e amigos, em especial, aos que fiz durante todo esse processo de graduação, e que se tornarão colegas de profissão, e é com eles que aprendo a cada dia o significado da profissão em seus diversos contextos. Aos professores, que foram essenciais para nos preparar um ambiente onde a construção do conhecimento pôde ter sido realizado da melhor forma possível, uma verdadeira troca de saberes, que é o espírito real do crescimento.
O casamento não precisa ser o lugar onde eu possa ser inteiramente eu mesmo, mas pode ser o lugar onde eu descubro algumas das possibilidades de eu me tornar eu mesmo (COLMAN,1994 –Tradução do autor).
RESUMO
Viver a dois é uma arte, todas as características sejam elas positivas ou negativas atuam com força e interferem de modo direto na construção conjugal. O modo como a sociedade vem evoluindo está tornando as relações cada vez mais frágeis, solicitando dos integrantes a busca por mecanismos que os ajudem a ter uma relação mais funcional e realista, na busca de uma relação bem mais assertiva e harmoniosa. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) vem sendo uma ferramenta eficaz para o acompanhamento dos casais, em seus problemas conjugais, no intuito de melhorar os relacionamentos para ambos os cônjuges. O presente trabalho tem o intuito de apresentar a relevância da TCC para as relações conjugais, pontuando o processo evolutivo do matrimônio e a maneira como o contexto vivenciado pelo casal, impacta interfere na no equilíbrio da relação. Apropria-se de um método qualitativo de cunho bibliográfico. Ao longo da pesquisa é possível compreender a história da TCC nos seus aspectos gerais, incluindo seu contexto histórico, seus fundamentos e as terapias comportamentais contextuais além disso, o reflexo de casamento e família, o modo como o casamento vem evoluindo, com suas relações e dinâmicas e o auxílio da psicoterapia para os casais, e, por fim, a TCC no tratamento de problemas conjugais, incluindo suas técnicas, atuação do terapeuta, dentre outros. A TCC possuem técnicas fundamentais, com evidências que podem ser cientificamente comprovadas para solucionar os conflitos conjugais, que causam sofrimento psíquico aos cônjuges, como aquisição de habilidades e treinos de comunicação, no intuito de tornar essas relações mais válidas e harmoniosas, refletindo em indivíduos mais conscientes frente a suas emoções e comportamentos. O trabalho tratou de uma pesquisa bibliográfica, baseada em fontes como livros, artigos científicos, dissertações e teses relacionadas ao desempenho da TCC, casais e suas interações e desempenho da TCC com os cônjuges. Palavras chave: Relacionamento Conjugal. Terapias do Comportamento Cognitivo. Terapia de casais.
ABSTRACT Living for two is an art, all characteristics whether positive or negative act with force and directly interfere in marital construction. The way society has been evolving is making relationships increasingly fragile, asking members to search for mechanisms that help them to have a more functional and realistic relationship, in the search for a much more assertive and harmonious relationship. Cognitive Behavioral Therapy (CBT) has been an effective tool for the follow-up of couples, in their marital problems, in order to improve relationships for both spouses. The present work aims to present the relevance of Cognitive-Behavioral Therapy for conjugal relationships, punctuating the evolutionary process of marriage and the way the context experienced by the couple, impacts interferes in the balance of the relationship. It appropriates a qualitative method of bibliographic nature. Throughout the reading it is possible to understand the history of cbt in its general aspects, including its historical context, its fundamentals and contextual behavioral therapies in addition, the reflection of marriage and family, the way marriage has been evolving, with its relationships and dynamics and the aid of psychotherapy for couples, and finally CBT in the treatment of marital problems , including his techniques, the therapist's performance, among others. TCCs have fundamental techniques, with evidence that can be scientifically proven to solve marital conflicts, which cause psychological distress to spouses, such as acquisition of communication skills and training, in order to make these relationships more valid and harmonious, reflecting on individuals more aware of their emotions and behaviors. The work dealt with a bibliographic research, based on sources such as books, scientific articles, dissertations and theses that related to the performance of CBT, couples and their interactions and performance of CBT with spouses. Key Words: Marital Relationship. Cognitive Behavior Therapies. Couples Therapy.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 ASPECTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS DA TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL............................................................................................... 11
2.1 CONSTRUTO HISTÓRICO DAS TERAPIAS COGNITIVOS
COMPORTAMENTAIS .............................................................................................. 11
2.1.1 Terapias Cognitivas ....................................................................................... 11
2.1.2 Terapias Comportamentais ........................................................................... 12
2.2 PRESSUPOSTOS DAS TCCS ............................................................................ 13
2.3 TERAPIAS COGNITIVAS COMPORTAMENTAIS CONTEXTUAIS .................... 16
3 O CASAL, SUAS RELAÇÕES E A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOTERAPIA ......... 20
3.1 CASAMENTO X FAMÍLIA: UM CONSTRUTO HISTÓRICO ............................... 20
3.2 O CASAL E SUA RELAÇÃO ............................................................................... 22
3.3 A PSICOTERAPIA COMO FERRAMENTA PARA OS CONFLITOS
CONJUGAIS ............................................................................................................. 24
4 A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA CASAIS ......................... 27
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37
9
1 INTRODUÇÃO
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) se baseia em dois fundamentos
que determinam que nossas cognições determinam os pensamentos e
comportamentos, e a forma como atuamos podem influenciar nossas formas de
pensamentos e afetos (WRIGHT, 2018). Já a Terapia Cognitivo Comportamental para
Casal (TCCC) é uma abordagem terapêutica, de que se detém a Psicologia, para o
acompanhamento terapêutico conjugal. A escolha pelo estudo através dessa linha
teórica, se dá pelo fato de já ter demonstrado empiricamente, bastante eficácia em
vários segmentos, através de uma gama de estudos já realizados.
As crises conjugais exigem métodos terapêuticos que estabilizem o
desequilíbrio do casal e se concentrem em modificações a situações mais crônicas.
Segundo o IBGE (2016), o número de casais que vivem relacionamentos conflituosos
tem alcançado números bastante significativos. Outro ponto importante é o fato de
que o término do relacionamento de casal tem mostrado um dos maiores estressores
de vida, podendo desenvolver alguns transtornos mentais e patologias (MELO, 2018).
Decorrente desse cenário, surge os questionamentos para o crescente conflito, e a
necessidade do acompanhamento terapêutico para o casal, buscando o trabalho
contribuir, para que se compreenda a relevância da terapia para a demanda
apresentada, através das especificidades que a TCCC tem embasada.
O objetivo principal deste trabalho é a relevância da TCC para as relações
conjugais, pontuando o processo evolutivo do matrimônio e a maneira como o
contexto vivenciado pelo casal, impacta interfere na no equilíbrio da relação. Dentre
os objetivos específicos, encontram-se compreender o modelo terapêutico, entender
a forma como ele age no auxílio dos casais e pautar a atuação do terapeuta durante
o processo de aplicação do método.
A relevância da pesquisa parte desde a disseminação de informações para os
estudantes de psicologia, como para consagrar os estudos já realizados dentro dessa
temática. Destacando que o TCC proporciona um modelo de domínio e tratamento
psicológico que compreende os problemas dos fenômenos mentais como um sistema
de respostas que se debruçam no conjunto dos seguintes aspectos: o cognitivo,
afetivo, fisiológico e comportamental. O decorrer do conteúdo apresentado vai
apresentar os pressupostos das TCCs, suas teorias e técnicas, as relações conjugais
e seus conflitos, e a TCC no auxílio frente a essas problemáticas apresentadas por
esses cônjuges em sua relação.
10
O trabalho realizado foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica.
Para Andrade (2010), o método bibliográfico divide-se em algumas etapas, como:
acervo geral, que seria a busca por fontes de uma forma global, como enciclopédias,
anuários, que vão apontar as para fontes mais específicas; em seguida apresenta uma
leitura prévia, que servirão como base para uma leitura mais específica adiante; essa
leitura mais específica estaria ligado a seleção de capítulos ou parte das obras
pesquisadas, que contenham os conteúdos necessários; e por fim, a etapa da leitura
crítica, onde a busca a apreensão do conteúdo estudado, fase que requer mais do
leitor, pois dessas leituras, vão ser elaborado as anotações pertinentes da pesquisa.
Essa pesquisa tem como intuito pesquisar e descrever sobre um determinado
tema definido, sendo elaborado através de fontes bibliográficas, sem a necessidade
de ser um trabalho inédito (SOUZA, 2017). Para a realização dessa revisão
bibliográfica, foram utilizados artigos, livros, dentre outros documentos científicos,
priorizando autores célebres e mais atuais que explanam a respeito da temática.
11
2 ASPECTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS DA TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
A abordagem cognitivo comportamental surge em decorrência da insatisfação
dos modelos puramente comportamentais e também pelo crescimento voltado ao
papel da cognição para o funcionamento humano, na psicologia de um modo geral
(FALCONE, 2018). A TCC surge na década de 60, através dos trabalhos de Aaron
Beck e de Albert Ellis (NEUFELD et al., 2018). Decorrente do que foi apresentado,
compreende que essa abordagem surge no intuito de suprir pontos deficitários que
foram construídos por outras teorias da época.
2.1 CONSTRUTO HISTÓRICO DAS TERAPIAS COGNITIVOS
COMPORTAMENTAIS
2.1.1 Terapias Cognitivas
A terapia cognitiva inicia ao realizar um trabalho de pesquisa com o objetivo
de verificar os pressupostos psicanalíticos acerca da depressão, Para Freud (1917
apud BAHLS; NAVOLAR, 2004), as pessoas deprimidas, apresentavam uma
“hostilidade retrofletida”, uma forma de masoquismo ou necessidade de sofrer. Porém
durante seus estudos Beck, se deparou com resultados de outra natureza, os
pacientes não resistiram a certas mudanças (BAHLS; NAVOLAR, 2004). Com isso,
Beck propôs um modelo cognitivo da depressão e que com o passar do tempo acabou
evoluindo para a compreensão e tratamento de outros transtornos, destinando tanto
ao tratamento dos diferentes transtornos psicológicos e emocionais como a
depressão, ansiedade, transtornos alimentares, transtornos psicossomáticos, fobias,
traumas, dependência química e outros transtornos (BECK, 2013).
Com isso, Beck e outros pesquisadores, iniciaram uma sequência de novos e
diversos estudos sobre a depressão, que passou a ser vista como um transtorno, onde
as pessoas depressivas, apresentam um tendência negativa, e expectativas
negativas em relação ao seu comportamento e também uma visão negativa de si
mesma (BAHLS; NAVOLAR, 2004).Posteriormente, os demais estudos se
desenvolveram de maneira a testar táticas de modificação de tendências negativas
existentes na depressão, além de testar este novo modelo em outros transtornos
(BAHLS; NAVOLAR, 2004):
12
A teoria cognitiva é vista como pertencente às teorias construtivistas pois vê o homem como um ser que constrói seus significados sobre os fatos e, portanto, constrói sua própria realidade já que a forma como este interpreta seu mundo determinará a maneira com que ele irá comportar-se. (BAHLS; NAVOLAR, 2004, p. 5).
A seguir, é apresentado o quadro contendo comparações entre terapias
cognitivas, visando a compreensão de seus processos e objetivos:
Quadro 1 – Comparações entre terapias cognitivas
Terapia Emotiva Racional de Ellis
Técnica mais diretiva, que busca conscientizar seus pacientes a desafiar suas crenças irracionais,
no intuito de erradicá-las, pois o paciente é responsável suas emoções e comportamentos.
Terapia Cognitiva de Beck
Técnica mais ou menos diretiva, essa terapia, enfatiza as distorções cognitiva, transpondo para uma
ressignificação por pensamentos reais e úteis para o enfrentamento das situações.
Treino de Autoinstrução de Meichenbaum
Surge da teoria comportamental, defende que o paciente deve se adaptar as situações, para que
seja possível a criação de meios para o embate dos conflitos. Essa técnica se aproxima mais com a
de Beck no fato de ser menos diretiva e mais aberta.
Fonte: Elaboração própria com base em KERBAUY, 1983.
2.1.2 Terapias Comportamentais
Já a origem da terapia comportamental, de acordo com Barbosa e Borba
(2010), relaciona-se as pesquisas realizadas na Rússia, no final do século XIX, a
emergência do behaviorismo nos Estados Unidos no ano de 1913 e com o
desenvolvimento da Psicologia da aprendizagem.
A utilização do termo terapia comportamental, vai ter sua aparição, na década
de 1950, a menção do termo surgiu com os estudos de Lindsley, Skinner e Solomon,
quando estes se referiram a procedimentos que envolviam o condicionamento
operante junto a pacientes psicóticos hospitalizados (BARBOSA; BORBA, 2010). “O
desenvolvimento da teoria comportamental permitiu o conhecimento a respeito das
leis gerais do comportamento tornando-o mais previsível” (BAHLS; NAVOLAR, 2004,
p. 5).
13
Em torno da década de 50, existiam duas formas clínicas que sobressaíram
através do Behaviorismo, que eram: a Terapia Comportamental, que se concentravam
nos questionamentos do condicionamento reflexo e a Modificação do Comportamento,
que detinham dos estudos voltados para o condicionamento operante (MELNIK;
ATALLAH, 2016).
De acordo com Martin e Pear (2015), duas correntes principais atuavam: uma
que defendia o condicionamento operante e outra que defendia o condicionamento
respondente. O intuito principal seria a modificação do comportamento que apresenta
como características meios de intervenções para modificar o ambiente que o indivíduo
está inserido.
O condicionamento respondente, também conhecido como condicionamento
clássico, defende que um estímulo condicionado gera um reflexo condicionado,
descobrindo assim um primeiro nível de aprendizagem; já o condicionamento
operante defende uma tríplice contingência, em que envolvem as relações entre uma
resposta emitida e seus estímulos antecedentes e consequentes (LONDERO, 2016).
Corroborando com essa ideia, a formulação que envolve o organismo e seu
ambiente tem que estudar conjuntamente: o momento e situação que envolve a
resposta (Sd), a resposta em si (R) e o resultado reforçador (Sr). Compreendem o
comportamento numa interação onde o organismo modifica o mundo e é modificado
como o resultado de seu ato (MELNIK; ATALLAH, 2016).
De acordo com Martin e Pear (2015) algumas terapias comportamentais se
destacam, como: dessensibilização sistemática (desenvolvido por Wolpe em 1958,
tido como o primeiro tratamento comportamental direcionado para os transtornos
fóbicos), em que o terapeuta utiliza de outros estímulos relacionados aos que causam
medo, apresentando numa ordem hierárquica, partindo dos que causam menos medo;
inundação, que seria a possibilidade de expor o indivíduo ao vivo ou por meio de
imagens de uma forma a extinguir a aversão, confrontando diretamente a situação
aversiva ou seja, eliciar o medo na sua intensidade máxima ou mais próxima disso; já
a modelação participante está ligado a aproximação dos estímulos temidos, isso se
dá conjuntamente com o terapeuta, o terapeuta serviria como um modelo a encorajar
o paciente a apresentar os seus comportamentos.
2.2 PRESSUPOSTOS DAS TCCS
14
Um dos pilares para a Teoria Cognitivo Comportamental é que o ambiente que
o indivíduo está inserido reflete as crenças sobre si e do meio, interferindo suas
interações e pensamentos (MIRA; MARQUES, 2016). De acordo com essa afirmativa,
a situação em si, não gerará os efeitos cognitivos nos indivíduos, mas sim a maneira
como eles interpretam determinada situação.
De acordo com Bahls e Navolar (2004), a terapia comportamental se baseia na
de acordo com os construtos estudados sobre o comportamento que são advindos
desde o início do século XX e que na década de 50, de acordo com os méritos dados
as obras de Skinner. O modelo teórico cognitivo-comportamental, tem como princípio
básico, compreender como que a percepção de mundo, modificam comportamentos,
sentimentos e emoções (GONÇALVES, 2018).
Esses autores refletem bem, a união da terapia comportamental com a terapia
cognitiva, pois falam dos estudos iniciados na observação dos comportamentos,
principalmente nas obras de Skinner, e uma futura remodelação, onde a cognição foi
incorporado nesse processo de percepção.
Já para Mira e Marques (2016) dois pressupostos norteiam a Terapia Cognitivo
Comportamental: as cognições, que controlam as emoções e o comportamento; e
como atitudes e comportamentos interferem na maneira como pensa e sente.
Baseado nesses autores, a terapia parte da premissa que a percepção que alguém
terá de algo regula todo seu processo emocional e comportamental e que o sofrimento
psíquico parte, quando esse modo de perceber as coisas estão em desacordo com a
realidade, causando assim reações disfuncionais e desadaptativas.
De acordo com Nogueira (2017, p.110),
a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), desenvolvida por volta de 1960 por Aaron Beck, é uma abordagem da psicologia que tem por objetivo reduzir reações emocionais excessivas e os comportamentos desadaptativas, partindo da modificação de pensamentos e crenças disfuncionais subjacentes a estas reações.
De acordo com os pressupostos básicos da TCC que foram citadas
anteriormente, Santos (2017, p. 205) diz que “uma das finalidades da TCC consiste
em corrigir as distorções cognitivas que estão gerando sofrimento ao indivíduo e fazer
com que o mesmo desenvolva meios eficazes para enfrentá-los”.
Essas distorções estariam ligados ao que a Terapia Cognitiva atribui como
níveis de pensamento: pensamentos automáticos (PA), que são os pensamentos que
se apresentam mais rapidamente a consciência, que em muitas situações são tidos
como verdadeiros e as crenças, também conhecidas por alguns autores como
15
esquemas, que seriam estruturas mais arreigadas que os seres humanos trazem
consigo decorrente de seu desenvolvimentos e que são mais difíceis de serem
moldadas (KNAPP; BECK, 2008). Esses escritos refletem que a distorções cognitivas
ocorreriam pelo fato de como a pessoa tenha incorporado suas vivências, sua forma
individual de compreender a si e ao meio, que quando estão em desacordo.
De acordo com Beck (2013), essas distorções seriam as seguintes:
Quadro 2 – As distorções cognitivas: seus conceitos e exemplos
Pensamento dicotômico
A situação é vista através de duas possibilidades, em seus polos, tudo ou nada. Ex: Se eu não conseguir tirar 10 na prova, eu sou burro.
Catastrofização A pessoa prenuncia o futuro de maneira negativa, sem perceber outras possibilidades mais prováveis de acontecimentos Ex: Eu vou ficar nervosa, assim eu não vou conseguir estudar.
Desqualificar ou Desconsiderar o positivo
A pessoa desconsidera suas qualidades Ex: Eu passei naquela prova, só porque estava fácil.
Raciocínio Emocional
O indivíduo acredita algo ser verídico, só pelo fato dele ter um preceito que algo iria acontecer, sem considerar a real situação. Ex: Eu faço muitos gols, mas não me sinto um goleador.
Rotulação A pessoa rotula a si e aos outros, de maneira inflexível, sem levar em consideração sinais menos adversos. Ex: Eu sou um fraco. Ele é um incapaz.
Magnificação/ Minimização
O indivíduo avalia a si e ao outro maximizando o polo negativo e depreciando o polo positivo. Ex: Receber uma crítica, prova o quanto estou errado. Ter recebido o prêmio, não quer dizer que mereci.
Filtro Mental A pessoa enxergar a situação negativa, sem levar em conta o contexto de forma inteira. Ex: Como que não fui aprovado, se quase todos da turma foram.
Leitura Mental A pessoa crê que sabe o que passa na cabeça dos outros, sem compreender o que realmente acontece. Ex: Ele pensa que eu não vou consegui passar no concurso.
Supergeneralização O indivíduo toma uma decisão radical de algo, que sobressai para mais do que se apresenta. Ex: : Como eu não fiquei calado, eu não posso ser uma pessoa comportada.
Personalização A pessoa acredita que a culpa é dela pelas pessoas agirem negativamente, sem levar em conta os esclarecimentos racionais da situação. Ex: A pessoa falou alto comigo, porque eu sou um idiota.
Afirmações com “deveria” e “tenho que”
O indivíduo acredita ter um pensamento fixo de como você e as outras pessoas devem se apresentar, e superestima o mal que será se o que pensa não for correspondido. Ex: Foi horrível o que você fez. Eu tenho que estar sempre bem.
Visão em túnel A pessoa só percebe o lado negativo da situação. Ex: Meu chefe não sabe ser um líder. Ele é totalmente egoísta e insensível.
Fonte: Elaboração própria com base em Beck, 2013.
Essa terapia estuda uma norma marcante no tocante à Psicologia Clínica,
apresentando uma nova maneira de compreender as particularidades que são típicas
da personalidade e que auxiliam na assistência (BECK, 2013; HOFMANN, 2014). A
TCC se dá em um emprego associado entre paciente e terapeuta, de maneira diretiva,
16
estruturada e breve, onde busca modificar os pensamentos do paciente que estão em
desacordo (NOGUEIRA et al., 2017).
Essa terapia surgiu como uma novidade na Psicologia, uma forma pioneira de
entender e intervir nos processos psíquicos dos pacientes, focado especialmente em
suas cognições, e como elas influenciam no psiquismo.
A TCC está baseada em alguns princípios, como: formulação e conceituação
do paciente, aliança terapêutica, colaboração e participação ativa, orientada para os
objetivos e focada nos problemas, enfatiza o presente, ensina o paciente a ser seu
próprio terapeuta, é limitada no tempo, as sessões são estruturadas, ensina os
pacientes a identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças
disfuncionais e usa de várias técnicas para mudar o pensamento, o humor e o
comportamento (BECK, 2013).
Por se tratar de uma terapia onde a participação do paciente é tão relevante
quanto a do terapeuta, e o terapeuta busca prepará-lo para uma futura alta, cito aqui,
duas técnicas como bases essenciais para que isso ocorra: a psicoeducação e o
questionamento socrático.
Segundo Beck (2013), a psicoeducação proporciona ao indivíduo uma reflexão
frente a seus pensamentos, de si e de mundo e como comportar-se frente a essas
situações. Já no questionamento socrático o terapeuta guia o paciente, de forma
investigativa, direcionando o paciente para que ele compreenda a situação, busque
possíveis soluções e estratégias para enfrentar as dificuldades (SANTOS;
MEDEIROS, 2017). Seguindo os princípios citados anteriormente e apresentando
estratégias e técnicas, como algumas aqui citadas, o objetivo terapêutico pode ser
alcançado.
2.3 TERAPIAS COGNITIVAS COMPORTAMENTAIS CONTEXTUAIS
As Terapias de terceira geração, conhecidas também como terapias
contextuais de uma maneira geral, segundo Hayes (2004, p.658), nos concerne como
sendo:
Enraizada em uma abordagem empírica e focada em princípios, a terceira onda de terapia comportamental e cognitiva é particularmente sensível ao contexto e ás funções dos fenômenos psicológicos, não somente nas suas formas, e assim tende a enfatizar estratégias de mudanças contextuais e experenciais em adição às estratégias mais diretas e didáticas. Estes tratamentos tendem a buscar a construção
17
de repertórios amplos, flexíveis e efetivos acima de uma abordagem eliminativa de problemas estreitamente definidos, e a enfatizar a relevância dos problemas tanto para os clientes, como para os clínicos (HAYES, 2004).
De acordo com o autor citado anteriormente, essas terapias surgem no intuito
de compreender o homem no meio em que insere e suas relações. Corroborando com
isso, essas terapias nos mostra um novo modo de visualizar o ser, aquele que não é
mais observado de uma maneira absoluta, mas sim, fruto de um construto social
(BARBOSA; TERROSO; ARGIMON, 2014).
A maioria dessa abordagem terapêutica, busca em seu repertório, expor as
vivências para o auxílio de seus pacientes a focarem no presente momento e
contestarem essa luta incessante em controlar suas emoções, pensamentos e
sentimentos, como uma condição primordial de transformação comportamental
(SANTOS, 2018).
Segundo Santos (2018), as terapias de terceira geração, ou terapias
contextuais mais populares, são: Psicoterapia Analítica Funcional (FAP), Terapia de
Aceitação e Compromisso (ACT), Terapia Comportamental Dialética, Ativação
Comportamental, Terapia Comportamental Baseada em Mindfulness, Terapia Focada
na Compaixão, Programa de Redução de Estresse Baseada em Mindfulness e
Terapia Integrativa de Casais. Abaixo, segue o propósito de algumas dessas terapias.
De acordo com Barbosa, Terroso e Argimon (2014) a ACT enfatiza na aceitação
de suas sensações fisiológicas, suas cognições e percepções, como sua função
primordial para que a pessoa possa atingir sua essência. Acredita que os conflitos
surgem decorrentes da esquiva, onde o paciente tenta fugar a todo custo de suas
privações e experiências repulsivas, com isso a terapia utiliza técnicas que tragam
consciência dessa evitação ao paciente, proporcionando a aceitação desses
acontecimentos repugnados (MELNIK; ATALLAH, 2016).
Como o que foi citado anteriormente pelos teóricos, a ACT, defende
compreender que o paciente no momento que começa a aceitar seus sentimentos e
sensações, acabam por evitar as fugas das situações rotineiras que atrapalham sua
vivência, que resulta na eliminação dos conflitos que os deixam estagnados.
A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) destaca-se pelo envolvimento do
terapeuta de maneira consciente na sua exposição perante a sessão e sobre seu
paciente, uma relação de envolvimento emocional e íntimo como essencial durante o
desenrolar terapêutico (SANTOS; GOUVEIA; OLIVEIRA, 2015). É nessa interação
durante a intervenção psicoterápica que ocorre o desenvolvimento da mudança, onde
18
o intuito é que o profissional está consciente às aparições ao vivo das problemáticas
que são apresentadas pelo paciente durante as sessões (MELNIK; ATALLAH, 2016).
Pelo que foi citado pelos autores, na FAP é acrescido algo que reformula essa
relação terapeuta paciente, que é o envolvimento emocional por parte do terapeuta,
fundamental para que o paciente reviva situações enfrentadas, durante as próprias
sessões, isso transforma a sessão em seu meio.
A Terapia Comportamental Dialética (DBT) foi de início, uma linha terapêutica
desenvolvido para os pacientes que sofrem de Transtorno de Personalidade
Borderline, mas que foi observado para outros transtornos que evidenciem uma
desregulação emocional (SANTOS; GOUVEIA; OLIVEIRA, 2015). Esta terapia está
fundamentado numa perspectiva biopsicossocial, onde ocorre através do elo entre
uma tendência natural apresentada pelo indivíduo para seu desordenamento
emocional, em um contexto que revoga as suas vivências afetivas (BARBOSA;
TERROSO; ARGIMON, 2018). Isso reflete que, essa desregulação surge, de um
organismo que já concerne esse emocional, aliado a um meio que ativa o que já está
propenso pelo seu próprio sistema orgânico.
A Ativação Comportamental é utilizado principalmente em pacientes
deprimidos, pois seu sentimento de anedonia, refletindo em comportamentos que
validam esse sentimento de desprazer. A função principal do terapeuta é tornar esse
paciente mais ativo, dando-lhes respaldos por cada esforço realizado, podendo assim
refletir um incremento em seu humor, auxiliando na propensão de sentimento de
autoeficiência (BECK, 2013).
As Terapias baseadas em Mindfulness, tem o intuito de concentrar a atenção a
uma única experiência, em primeiro momento de uma forma estável, no intuito de
estabelecer esse momento a outras situações de forma gradativa, expondo pra efeitos
corporais e mentais (BARBOSA; TERROSO; ARGIMON, 2018). A finalidade não é
avaliar se o pensamento está correto ou coerente, mas sim, realizar uma observação
consciente, experenciando o que ocorre no momento presente (MELNIK, ATALLAH,
2016). As terapias de Mindfulness, vai tentar incrementar o paciente para seu
autoconhecimento, sem qualquer tipo de julgamento, mas sim, ciente de cada evento
sentido.
A Terapia Focada na Compaixão tem como premissa transformar o seu
paciente menos oponente consigo mesmo, incorporando um estímulo compassivo no
processo de modificação. O terapeuta estabelece o Treino da Mente Compassiva,
estabelecendo a compaixão em seus pacientes através de atributos (empatia,
19
sensibilidade, não julgamento, dentre outros) e habilidades (atenção, sentimentos,
comportamentos, dentre outros), isso promove sentimentos de gentileza e apoio em
um cabedal de afazeres deixando bem claro da importância de utilizar essas
ferramentas consigo mesmo (SANTOS; OLIVEIRA; GOUVEIA, 2015). Essa terapia
tenta incorporar a seu paciente sentimentos de complacência consigo mesmo,
desenvolvendo algumas estratégias que serão também levadas frente aos outros.
De acordo com Santos, Oliveira e Gouveia (2015) a Terapia Integrativa de
Casais surgem, quando os terapeutas percebem que a terapia utilizada para casais
buscavam a modificação dos cônjuges. O que necessitava era um acolhimento entre
eles, uma aceitação de problemas que surgem naturalmente da relação conjugal, com
isso, de forma geral, o terapeuta tenta unir o casal de forma empática na solução dos
problemas apresentados.
20
3 O CASAL, SUAS RELAÇÕES E A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOTERAPIA
3.1 CASAMENTO X FAMÍLIA: UM CONSTRUTO HISTÓRICO
O casamento consiste na união de duas pessoas legitimada judicialmente ou
perante os princípios da igreja. De acordo com Alves-Silva, Comin-Scorsolini e Santos
(2017) com uma pesquisa realizada com casais, eles mencionaram, que a fé e o
compromisso assumido frente à religião são motivos importantes para manutenção do
casamento.
Ocorrem também aqueles ditos “amigados”, onde apenas passam a morar
juntos sem a assinatura de qualquer papel. O casamento estar relacionado a
construção de uma família, essa relação vem evoluindo e constituindo novos viesses
à medida que a sociedade evolui:
Embora continue patriarcal a sociedade, o homem, hoje, já não exerce mais a liderança absoluta em sua casa. O papel da mulher se torna cada vez mais ativo e importante. O sustento do lar é provido por ambos; os papéis ativo e passivo se revezam. Em outras palavras, ora manda o homem, ora manda a mulher. Depende do assunto e do momento ( FIUZA, 2004, p. 893).
No âmbito do nosso Direito, o casamento é um ato formal, plurilateral, intuitu
personae (pessoal), dissolúvel, realizado entre pessoas de sexos diferentes. Para
Venosa (2009) na questão do direito, o matrimônio cria uma ligação jurídico entre
ambos os parceiros, que resulta numa relação de apoio e de incorporação físico-
psíquica, como também do cuidado aos filhos. Assim a um sentido mais amplo no
casamento, que exacerba alguns sentimentalismos, como uma sina sexual.
De acordo com Leal e Pepino (2020), a entidade casamento civil perpassaram
por diversos momentos, arraigados consigo distintas maneiras de compreensão , que
antes defendia o casamento como legítimo de fato e o termo fora do casamento como
"concubinato" (1973). Já a legislação de 2002, já defende a relação fora do
casamento, como união estável.
De acordo ao citado acima pelos autores, é visto que a evolução nas formas de
relacionamentos que foram sendo instituídos durante o tempo, pode ter contribuído
para uma mudança em compreender essas uniões. Com isso, é nítido que a legislação
evolui para compreender as várias facetas das famílias com suas várias
configurações, constituindo garantia de direitos, que antes não detinham (LEAL;
PEPINO, 2020).Isso defende bem a evolução que foi construída no que tange ao
conceito e formar de enxergar as uniões.
21
De acordo com Alves-Silva, Comin-Scorsolini e Santos (2017), as modalidades
de relacionamentos ou uniões que são perpassadas correspondem aos contextos
advindos de sua individualidade , questões familiares e sociais, mas a relação dos
cônjuges é obtido durante o período que estão juntos, desde a escolha do parceiro. O
paradigma apresentado, reflete que, ao decidirem se relacionar, precisam
compreender que o construto relacional precisa sobressai sobre suas vivências
enraizadas.
Já partindo por uma contextualização histórica que compreende a família,
ressalta-se o patriarcado que institucionalizou a família uma composição pela figura
paterna e materna, que juntos geram filhos. A família no contexto patriarcal constitui-
se a partir do casamento, Segundo Gagliano e Pamplona (2014) a família configura-
se como um fator social reprodutor de efeitos jurídicos. Enfatiza-se que sua relevância
é notada diante sua citação na Constituição Federal (1988) onde indica a família como
base da sociedade e detentora de proteção do Estado (BRASIL, 1988). No decorrer
dos anos a família vem evoluindo também em suas constituições e interações e como
a legislação vem creditando esses valores a família.
Atualmente, o conceito de família abrange a todas as formas de convivência,
estando caracterizado necessariamente um dos principais elementos, ou seja, o
vínculo afetivo. A família é a maneira primordial de organização que aconteceu
durante a humanidade. De início a família dispõe de crenças místicas advindas da
religiosidade (SANTOS, 2018).O conceito de família vem evoluindo à medida que a
sociedade estabelece novos critérios e constrói seus vínculos.
Nos paradigmas familiares atuais, compreende-se um momento onde as
pessoas se motivam por meio de seus desejos e expectativas de suas
individualidades, deixando um pouco de lado, os momentos singulares da relação
(SANTOS, 2018). A relação nos tempos de hoje, reitera por uma convivência mais
longínqua, mas é observado que suas individualidades , busca do crescimento
profissional e as realizações individuais construídas, interferem nessa realização
(ALVES-SILVA; COMIN-SCORSOLINI; SANTOS, 2017).
Segundo Taibbi (2016) a família vem se constituindo através de alguns
arcabouços que poderão se tornarem prejudiciais para o casal, como: centrar na
criança, onde o casal usa todo seu tempo para dedicação quase que total para os
filhos; as vidas separadas, onde os filhos tem o contato na maior parte com um de
seus pais, fazendo com que a parentalidade venha a desmoronar; a questão do
cônjuge substituto, onde a proximidade entre pais e filhos pode se tornar algo doentio,
22
interferindo em seus limites hierárquicos, podendo acarretar no incesto físico (forma
mais grave), como também no incesto emocional; conspirar contra, aqui seria as
uniões e rivalidades que são criadas entres filhos e também entre os pais, gerando
uma espécie de guerra familiar; rivalidade fraterna, os pais tem que tentar
compreender essas discussões na frente dos filhos, tentar perceber quando os filhos
discutem, se é algo do casal que já reflete neles, cuidado na hora de tomar alguma
partido entre os filhos; e separa os papéis, tentar buscar e compreender seus
problemas como casal, separando dos seus problemas como pais.
3.2 O CASAL E SUA RELAÇÃO
Conceituar o que vem a ser um casal, está tornando-se cada vez mais
complexo, devido às relações se darem das mais variadas formas possíveis
(ESTRADA, 2015). De uma maneira habitual todos os casais se iniciam quando
ambos constroem sentimentos afetivos entre si e assim se juntam para denominar-se
casal e nessa dinâmica, acaba que 1+1 tornam-se 3, pois aliados as suas
individualidades também incorpora-se o que os dois constroem juntos (MOREIRA,
2015).
Os autores Estrada (2015) e Moreira (2015) refletem bem a dificuldade de
compreender a forma como muitos casais se formam na contemporaneidade, que por
mais que tenham adquiridos esse laço afetivo, eles também continuam com sua
essência pessoal, de onde debruçam para a construção de seu interstício conjugal.
A família é um sistema complexo, de onde se ramificam alguns subsistemas,
numa escala ordenada, com regras que regulam mutuamente suas relações
(STURMER; MARIN; OLIVEIRA, 2016). Nessa temática se destaca um dos
subsistemas familiares, que é o subsistema conjugal. O subsistema conjugal é
compreendido quando dois indivíduos se unem para formar uma família, onde ambos
carregam em si, as suas vivências e individualidades (STURMER; MARIN; OLIVEIRA,
2016).
Essas afirmações mostram a relação conjugal como um subsistema, que
advém do macro sistema que é a família, deste modo a relação conjugal se dá nas
entre linhas da interação de ambos os cônjuges, com as vivências que trazem consigo.
Para uma maior e melhor compreensão de como o casal se encontra é
necessário estudar a satisfação e a qualidade conjugal (ESTRADA, 2015). De uma
maneira mais complexa,
23
o casal sentirá maior ou menor satisfação ao avaliar a qualidade do seu casamento – o desempenho na e da relação –, nível de satisfação esse que irá influenciar a qualidade, a qual, por sua vez, irá influenciar a satisfação, e assim sucessivamente, estabelecendo-se, pois, um ciclo de instigação recíproca que se autoperpetua (NARCISO; RIBEIRO, 2009, p.59).
De acordo com Silva, Scorsolini-Comin e Santos (2017), nos tempos atuais a
união conjugal ainda está ligada a convicção de romantismo, de felicidade e de
relações indesatáveis e indestrutíveis, como se fossem para sempre. Mas os
momentos de crise são natural do casal e na realidade devem já serem previstos,
decorrentes dos confrontos de suas singularidades (SILVA; SCORSOLINI-COMIN;
SANTOS, 2017).
Esses pensamentos refletem que o afeto por si, traz aquela crença que a
relação é algo que não acaba, mas anterior a essa relação afetuosa existia indivíduos
com suas individualidades, e que esse conflito será algo natural do próprio casal, ou
seja, não é porque existiu conflitos que a união do casal tenha que ser desfeita. Como
já foi dito anteriormente, o conflito torna-se algo comum na relação conjugal, mas em
muitas situações esse embate não consegue ser resolvido entre os cônjuges.
Para que evite esse choque é necessário que o casal constitua modos flexíveis
de estabelecer a relação frente a individualidade de cada um, criando um espaço para
debater o desenvolver da união com excelência (FONSECA; CARVALHO, 2016). O
casal tem que estar ciente que as individualidades são distintas para cada um, mas
que o ambiente formado tenha que ser instável para expor suas vivências, refletindo
assim numa situação mais harmoniosa e saudável.
Quando percebe-se que o conflito está instaurado, é necessário uma busca
terapêutica. De acordo com Machado et al. (2018) é preciso que o terapeuta faça uma
avaliação inicial, para que busque compreender o que o casal traz como queixas, seus
sofrimentos e as condições de meio que estão inseridos; para que essa psicoterapia
seja indicada, é necessário que esses conflitos estejam incorporados a vivência
compartilhada entre os dois na relação.
No início de um relacionamento, quando uma pessoa se apaixona, apresenta
resposta racional, que pode evitar ver os defeitos do outro ou justificar seus próprios
erros, e também produzir distorções que fazem com que o outro veja o outro como
perfeito, podendo vir à tona no futuro, com um novo significado (GARCÍA, 2002). No
processo de namoro, as pessoas muitas vezes ficam fascinadas pelo fato de só
24
enxergarem pontos positivos, pois há um processo de idealização que faz com que as
distorções também tenham um significado positivo (BECK, 1995).
Durante o namoro, é comum que os casais não morem juntos e se encontrem
em um curto período de tempo. Quando se casam, a dinâmica acaba mudando, o
tempo de convivência aumenta, e passam a lidar com dificuldades de comunicação,
o que leva a julgamentos e comparações de suas condições anteriores ao casamento
e de seu comportamento hoje (ELIAS; BRITTO, 2007). Quando se casaram,
começaram a pensar que a pessoa havia mudado após o casamento, e aos poucos
foram saindo da briga para mostrar a situação anterior da pessoa. Veja os problemas
que surgem tanto quanto possível, ignorando todas as coisas positivas que o cônjuge
fez (BECK, 1995).
Muitos requisitos fazem os casais procurarem tratamento/atendimento
profissional (por exemplo, dificuldades de comunicação, problemas de
comportamento das crianças, problemas de saúde da família, luto, traição). Visto que
o casal vem sendo acompanhado por diversos planos pessoais derivados de sua
história pessoal, e esses planos se estabelecem através da relação com os pais e a
cultura inserida, desencadeando pensamentos, crenças e pressupostos que podem
ser a causa modo de desconforto conjugal (ELIAS; BRITTO, 2007). As relações
conjugais acabam gerando conflitos e desentendimentos, pois por muitos anos cada
cônjuge tem desejos diversos e acreditam que, no relacionamento conjugal, serão
capazes de atender a essas necessidades, aumentando assim as expectativas para
o casamento podem se tornar um problema (SCRIBEL; SANA; BENEDETTO, 2007).
Dessa forma, a discordância esclarece alguns conflitos, fazendo com que as
distorções cognitivas tenham consequências negativas, fazendo com que cada
parceiro reaja à situação de forma errada, evitando a discordância e atribuindo-a ao
egoísmo (BECK, 1995). Essas diferenças são repassadas para o comportamento de
demanda e retirada como se fosse uma escala, ou seja, conforme a demanda
aumenta, a retirada diminui gradativamente. Além disso, em certos comportamentos,
um dos parceiros está mais preocupado com os relacionamentos do que com outras
atividades. Por fim, a diferença é bastante significativa, e as mudanças em torno do
aspecto emocional estão relacionadas à racionalidade (ELIAS; BRITTO, 2007).
3.3 A PSICOTERAPIA COMO FERRAMENTA PARA OS CONFLITOS CONJUGAIS
25
Conforme a sociedade foi evoluindo e buscando métodos para solucionar os
problemas, a psicoterapia se tornou um caminho coeso e muito frequentado. Para
Machado et al. (2018) a psicoterapia seria um meio de tratamento indicado para
atribulações emocionais, onde o terapeuta busca compreender o momento do
paciente, buscando a remissão do seu sofrimento e com isso a possível melhora.
A psicoterapia de casal em si, vai buscar compreender, o que o casal apresenta
como queixa e o que pode estar mais a fundo dessa queixa, pois muitas vezes essa
queixa é um mero sintoma do que está apresentado e assim o terapeuta tem o papel
de apresentar uma condução para essa díade (MACHADO et al., 2018). A terapia irá
ressignificar as vivências estabelecidas pelo casal, na busca de restabelecê-los de
maneira que a relação possa ser retomada de maneira precisa.
O ensino de habilidades de comunicação durante a terapia de casal é a
principal razão e motivação para a mudança. Quando eles observam e têm uma forma
de interpretação mais confiante, a atitude torna-se mais efetiva, e as habilidades
ensinadas podem auxiliar no desempenho de comportamentos verbais e não verbais
e prevenir comportamentos de evitação (VANDENBERGHE, 2008).
Várias são as vertentes a serem trabalhadas numa psicoterapia com o casal,
segundo Taibbi (2016), a busca está em compreender algumas dinâmicas conjugais
que se padronizam na relação conjugal, como segue abaixo:
Quadro 3 – Padrões de dinâmicas conjugais
Comunicação Esse ponto mostra o papel fundamental de saber ouvir e falar, tentar incorporar esse meio no casal, onde eles possam conversar. O terapeuta auxilia com alguns exercícios de comunicação para educa-los, buscar discutir o problema apresentado de forma conjunta.
Violência O terapeuta tem que estar atento as questões que envolve violência entre o casal, buscar incorporar esse questionamento, mostrando que a violência em suas diversas manifestações, são questões que podem surgir por meio alguns problemas que estejam subentendidos e de emoções invalidantes.
Emoções e Relacionamentos
O papel aqui é buscar conscientizar que não adianta centrar numa relação agressor-vítima, e sim instruí-los a perceber que seus estilos emocionais se diferem, mas que ambos sentem a mesma coisa, que é uma forte desregulação. O terapeuta tenta fazer com que eles criem uma visão de cenário.
Reconhecimento dos papéis dos filhos
É buscar compreender as mudanças que estão ocorrendo com os filhos, como apresentando comportamentos diferentes, rendimento escolar baixo, desinteresse por algumas atividades que antes tinham, isso pode ser reflexo dessa relação conjugal. O terapeuta busca que os pais se conscientize dessas situações e consigam perceber a que ponto a relação entres eles podem estar sendo prejudiciais para os filhos ou vice versa.
Habilidades frente aos problemas
É trazer ao casal uma visão mais realista das situações que estão sendo prejudiciais para ambos
Questões de supremacia
Essa questão é bem típica entre os casais, onde tem que dê a última palavra em casa, ao invés de tomarem as decisões de forma conjunta. O terapeuta tenta entender o que ocorre e tornar claro as emoções existentes.
26
Apoio ao prejudicado
Aqui seria a ideia do terapeuta como alguém ativo nesse processo de transição que o casal está passando durante a terapia, planejando as modificações necessárias que devem ser feitas em casa, para uma boa evolução do caso.
Criação de situações positivas
Aqui se trata de estratégias que o casal começa a incorporar em suas vivências, aqueles conflitos mal resolvidos, distanciamentos entre cônjuges, problemas com os filhos, vã dando espaço a programas que unem mais o casal em sua intimidade.
Interrupção de padrões
Aqui seria o que realmente busca na terapia de casal de uma maneira geral, interromper referências desadaptativas, e vendo as novas formas de enfrentamento que são apresentadas pelo casal.
Fonte: Elaboração própria com base em Taibbi, 2016.
Em resumo, o quadro apresentado anteriormente mostra vivências que são
relatadas e descobertas no processo de psicoterapia com o casal, e onde o terapeuta
deva estar atento a compreender como auxiliar e proceder frente a isso. O terapeuta
irá se impor de algumas ferramentas que o incrementam para lidar com as
problemáticas apresentadas.
De maneira geral, a psicoterapia traz como experiência, compreender que os
atos que são realizados por alguém, nunca será mais importante como a sua forma
de pensar e refletir a essência de você fazer determinado ato, e que não é fácil esse
processo de compreensão, isso será com altos e baixos, com dores, confusões
frustrações, etc. (TAIBBI, 2016). Assim dando prosseguimento ao papel da Terapia
no âmbito cognitivo comportamental frente às relações conjugais.
27
4 A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA CASAIS
Há diversos desafios no relacionamento que podem levar um casal a procurar
a terapia conjugal, o que seria uma opção segura, prática e menos cansativa de
resolução de problemas. Essas pessoas procuram a psicoterapia porque querem
entender melhor seu relacionamento, o que deu errado com elas e como melhorar seu
relacionamento (PIZOL, 2009).
De acordo com Peçanha e Rangé (2008), os conceitos das técnicas de
intervenção em terapia cognitivo-comportamental têm apresentando eficácia no
tratamento de indivíduos que passam por relacionamentos complicados e cheios de
percalços, tendo como fator consequente às distorções cognitivas. Dessa forma, os
problemas que os casais vêm apresentando de forma contínua, estão relacionados a
pensamentos disfuncionais que agregam no desenvolvimento de emoções e
comportamentos, as quais em diversas situações, prejudicam o relacionamento e a
comunicação afetiva, influenciando de forma negativa.
Beck (1997) apresenta que a TCC teve início em meados dos anos 60, onde
Aaron T. Beck apresentou o objetivo de realizar terapia com breve uso de tempo para
tratamento de transtornos emocionais ligados a ansiedade e depressão. Todo o seu
trabalho ancorou-se em encontrar diversas formas de modificar os pensamentos, ao
modo que estes se apresentem de maneira disfuncional, gerando problemas
cognitivos e tornando mais difícil a tomada de decisão e resoluções de problemas de
uma forma concreta e eficaz.
Dessa forma, o início da TCC para casais se deu logo após a experiencia
supracitada, em meados dos anos 60 e 70, por meio das contribuições significativas
de Albert Ellis para a área, de modo que, a terapia foi sendo reconhecida de modo
continuada e enfim introduzida como fator importante na reestruturação cognitiva de
casais, tendo sido evidenciado o ganho de força do tema somente nos anos 80
(DATTILIO, 2011).
Para tanto, a partir do fortalecimento da psicoterapia, alguns terapeutas se
dedicaram a observar a TCC individual, no qual concluíram sua viabilidade de
melhoria, para então se tornar adaptação para TCC de casais. Dessa forma, foi
possível distinguir sua agregação de valor, contribuindo para a amenização e o cessar
de conflitos e divergências do casal, através da busca por evidências para trabalhar
as distorções provedoras dos problemas conjugais. (DATTILIO, 2011).
28
É importante evidenciar que a TCC se demostra com grande eficiência no
trabalho das disfunções cognitivas, as quais surgiram através de crenças absurdas
decorrentes de avaliações negativas.
A TCC para casais é inquestionavelmente, uma abordagem bem
contemporânea e no Brasil, esse meio de assistência terapêutica, com casais em
conflito ainda se apresenta num estágio inicial (GUIMARÃES, 2019). Segundo
Gameiro e Corrêa (2019), o fortalecimento da TCCC se deu à medida que A TCC
individual também se fortalecia, assim adaptando a terapia para casais. De acordo
com esses autores é notório perceber esse segmento terapêutico com um poder de
avanço evidente, quando comparado com seu despontamento real, advindo dos
construtos trazidos pela TCC individual.
Segundo Dattilio (2011), aos poucos, a terapia foi obtendo seu valor na forma
de ressignificar as cognições dos casais, pois corroboravam efetivamente nas
distorções e conflitos que se apresentavam nas relações conjugais. Alguns
pesquisadores que atuam nessa área, defendem que a premissa central do TCCC é
que a satisfação conjugal depende de 3 vieses: comportamentos positivos e negativos
do casal, das cognições que um tem do outro e da relação que um apresenta com o
outro (NASCIMENTO, 2016).
Reforçando o que foi citado anteriormente, Silva e Paro (2018), diz que o
objetivo da terapia seria identificar e reestruturar crenças e pensamentos que são
inválidos, no intuito de alcançar as modificações comportamentais e emotivas da
relação. Com isso, a reestruturação cognitiva exerce o papel primordial para que o
relacionamento seja retomado de uma maneira mais assertiva, refletindo em
comportamentos e emoções mais condizentes com a realidade.
Observamos o surgimento de habilidades sociais conjugais, estão que
necessariamente tem por objetivo maior, prestar auxílio em ajustar a interpretações a
fim de garantir a satisfação conjugal. Algumas pesquisas buscam apontar a satisfação
conjugal sendo dependente de habilidades de interação. Apresentando o exemplo da
capacidade de conseguir contornar conflitos, além de manter uma boa comunicação,
uma vez que também foi observado nos indivíduos satisfeitos com suas relações,
habilidades sociáveis e comunicação assertiva. (DURÃES, 2016).
Cardoso e Del Prette (2017), apontam a importância de observar o momento
dos conflitos, uma vez que os casais tem por costume, a maximização de eventos
negativos, gerando uma maior dificuldade em buscar evidencias que possam
contribuir para a minimização dos desentendimentos.
29
De acordo com Dattilio (2011), TCC de casais, de modo geral, tem pesquisas
e estudos direcionados para a melhoria da comunicação do casal e na resolução de
problemas/conflitos. Os estudos que se dedicaram a abordar o trabalho ligado a uma
reestruturação cognitiva ainda são escassos no meio acadêmico.
Os conflitos são caracterizados por desejos e valores considerados
incompatíveis, no qual as pessoas lidam com um desacordo, por causa de suas
diferentes posições, interesses e necessidades. Estes apresentam relevante
importância na relação, podendo ser motivo de fortalecimento ou enfraquecimento, a
depender do processo e das devidas resoluções possíveis, uma vez que também é
um meio para gerar novos caminhos de entendimento. Ainda acerca do conflito,
existem autores que apontam como sendo algo inevitável entre casais, afinal é
praticamente impossível que dois indivíduos quando estão em uma relação de
intimidade, tenham sempre desejos iguais (LOPES, 2015).
Isso pode ser reflexo de que a medida que o indíviduo escolhe um parceiro, isso
se dá quase que em sua totalidade, para a satisfação própria, escolhendo assim uma
pessoa que vá confirmar os seus esquemas em relação a si, ao outro e ao futuro
(GAMEIRO; CORRÊA, 2019).
Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
(2019), entre 2017 e 2018 o número de casamentos caiu 1,6% enquanto o de divórcios
aumentou significativos 3,2% somente no intervalo dos anos citados. Os conflitos na
relação conjugal estão sendo considerados agentes estressores e estão associados
ao desenvolvimento de transtornos psicológicos (PEÇANHA E RANGÉ, 2008).
Dessa forma, é notória a necessidade de investigação e pesquisa sobre esta
área, a fim de contribuir para um aumento significativo de estudos voltados para esta
terapia, a qual se encontra cada vez mais solicitada e aceitada de modo geral, por
possuir características como a colaboração de práticas e desenvolvimento de técnicas
das habilidades diretivas e assertivas, a fim de garantir relacionamentos melhores
através das mudanças realizadas nos níveis cognitivos, comportamental e afetivo.
(DATTILIO, 2011).
Esta terapia condiz com a necessidade de garantir estratégias especiais de
intervenção, à medida que possam ser utilizadas para amenizar os estados de crise,
através de uma habilidade do terapeuta de casal enquanto avaliador e indicador de
uma melhor alternativa de tratamento para esta crise. (SILVA; PARO, 2018).
As relações contemporâneas se tornaram mais frágeis ao longo do tempo, o
que pode levar um casal a procurar terapia conjugal, por consequências de problemas
30
como o aumento das discussões, insatisfação na área sexual, dificuldades de
diferentes possibilidades, as quais o casal não consegue resolve-las. Dessa forma, a
tcc com ênfase no tratamento de casais que estejam passando por conflitos, tem
objetivos traçados, ligados a reestruturação de cognições inadequadas, possibilidade
de manejo das emoções, busca pela modificação de padrões de comunicação até
então não funcionais e por fim o desenvolvimento de estratégias que apontem
soluções dos problemas cotidianos. (PEÇANHA; RANGÉ, 2008).
Estes problemas geram dificuldades emergentes nos relacionamentos, como
por exemplo as crenças. Quanto maior o controle de pressupostos, mais difícil fica a
resolução do problema por causa da criação das cognições inadequadas. (PEÇANHA;
RANGÉ, 2008). Uma comunicação ineficiente também causa interferência no
relacionamento, uma vez que provoca o surgimento de novos conflitos com um tipo
de rebaixamento de negociações. Portanto se configura como importante o trabalho
no aspecto que abrange a terapia, para que se possa implementar a comunicação
diária do casal como uma das melhores formas de resolução de problemas (PRADO;
VANDERBERGHUE, 2008).
A maneira como as pessoas interpretam as situações, geram pensamentos
negativos nas condições que regem o relacionamento, tendo a situação um significado
invertido, tornando-o um problema e criando barreiras para a resolução do conflito
gerado. Os conflitos de modo geral, tendem a levar as pessoas a criarem uma visão
generalizada do problema, tendo reflexo direto na comunicação do casal. (BECK,
1995).
Segundo Rocha (2019), cada um inserido na relação conjugal, apresentam
suas compreensões, e quando essas se dão de modo instável, ambos se encontram
abertos para a comunicação, já quando se dá de forma estável, pode se tornar
inflexível mentalmente, especialmente quando esses cônjuges não apresentam
brechas para a modificação e também não conseguem perceber os empecilhos
adversos que ocorrem durante a relação.
Elias e Britto (2007), apontam que diversas são as distorções cognitivas que
atingem o relacionamento do casal, causando consequências negativas. Nas relações
são observadas um tipo de leitura mental, caracterizada como um erro de pensamento
muito frequente no relacionamento, à medida que ambas as partes passam a tirar
suas próprias conclusões sobre o que o outro pensa ou faz, gerando assim uma
reação nem sempre positiva no posicionamento com o outro. As generalizações são
preocupantes porque induzem ao pensamento cerrado, uma vez que ainda que se
31
tenha atitudes positivas a serem levadas em consideração, por causa do ato de
generalizar formando uma opinião própria sobre uma determinada atitude, acontece
uma situação aversiva, onde se ignora todo o feito positivo de antes, dando ênfase
somente ao que aconteceu de negativo.
Segundo Gameiro e Corrêa (2019), as principais distorções que prejudicam o
relacionamento conjugam se configuram na leitura mental, interpretando que sabe o
que o outro pensa frente aos acontecimentos; e nas generalizações onde um
determinado ocorrido é maximizado e o que foi realizado de positivo fica retraído.
Dando espaço a uma interpretação errônea que o parceiro não realiza nada
condizente, acarretando conflitos de diálogo, acarretando rótulos negativos, gerando
sentimento de culpa.
Baptista e Teodoro (2012) referem-se à intervenção com casais como sendo
um modulo de treinamento preventivo, ao mesmo tempo que educacional, o qual visa
engajar os envolvidos no casamento em processos voltados para a aprendizagem,
reflexão conscientização e treinamento de habilidades.
Epstein e Baucom (2002) apontaram duas perspectivas utilizadas nas
intervenções para modificação de interações entre o casal:
1. Mudança orientada de comportamento: o terapeuta tem o papel de
auxiliar o casal na identificação dos excessivos comportamentos negativos e nas
deficiências dos comportamentos positivos em suas interações, ressignificando o
aumento dos atos positivos e a diminuição dos atos negativos, pois a satisfação do
casal está diretamente ligada as atitudes agradáveis e desagradáveis apresentadas.
2. Intervenções baseadas em habilidades: os terapeutas ensinam as
habilidades essenciais para expor seus comportamento e emoções, como ouvir de
forma empática, através dos treinamentos de comunicação e de solução de
problemas.
Segundo Gameiro e Corrêa (2019) uma importante estratégia utilizada para
uma relação mais harmoniosa entre os cônjuges é o registro de conduta, técnica que
ajuda o parceiro a ter uma interpretação mais realista frente as situações.
Uma grande dificuldade na terapia de casais configura-se no desenvolvimento
de modelos de intervenções que sejam capazes de absorver a complexidade das
relações, tendo em vista que as dimensões que resultam a qualidade da relação
conjugal são complexas, além de subjetivas. Dessa forma, identificar os motivos pelos
quais acontecem os conflitos mais comuns na relação, pode garantir o subsidio
terapêutico a fim de que reflitam sobre a realidade diária que estão sendo expostos,
32
assim como os filhos e demais envolvidos, buscando a possibilidade de engajamento
dos cônjuges no processo. Há intervenções que se mostram eficazes com os casais
abertos a envolver o parceiro em situações de aprendizagem, reflexão,
conscientização e treinamento de habilidades. Portanto, é de grande importância
estabelecer proposta de intervenção conjunta do casal, para que ambos possam
desfrutar do amadurecimento proposto pelo processo. (MOSMANN; FALCKE, 2011).
O estudo de Mosmann e Falcke (2011), aponta que:
Os resultados apontaram que o motivo mais frequente de desentendimento entre o casal é a relação com os filhos, seguido pelo tempo que desfrutam juntos, o dinheiro, as tarefas domésticas e, por fim, o sexo e as questões legais. Preponderaram as formas de resolução em discussões com calma, mas situações de agressão verbal foram reportadas como já tendo ocorrido por 75,8% dos casais e episódios de agressão física ou arremesso de objetos já haviam ocorrido com 7,3% dos casais. Sendo assim, estabelecer um foco específico para intervir junto aos casais, por exemplo, no desenvolvimento de estratégias de resolução de conflitos, pode favorecer o incremento dos níveis de qualidade nos relacionamentos conjugais (MOSMANN; FALCKE, 2011, p.5).
Os meios interventivos que são mais utilizados predizem aos registros dos
pensamentos automáticos, uma atividade que encaminha os seus pacientes a um
meio de compreensão de pensamentos, sentimentos e comportamentos, em um dado
momento durante suas atividades rotineiras, indagações a respeito das sessões e
suas lembranças (SILVA; PARO, 2018).
De acordo com Melo (2018), o casal tem um grande déficit em exteriorizar os
seus pensamentos e sentimentos durante a interação entre os cônjuges, isso reflete
muito na maneira de assimilar e compreender o que um dos cônjuges pensam e
sentem a respeito de uma determinada circunstância, utilizando assim de palavras
inadequadas que passam interpretações ambíguas. Isso dá-se decorrente, a
comunicação de maneira errônea, é uma problemática comum encontrada nos
relacionamentos conjugais, elevando cada vez mais os problemas ou ocasionando
um novo, pois a comunicação é o ouvir e o falar entre os cônjuges. (GUIMARÃES,
2019). A maneira de compreender o outro torna-se dificultosa por vários fatores, por
isso a importância de adquirir habilidades para a interação conjugal.
No decorrer da psicoterapia, algumas situações devem ser compreendidas,
como: cada cônjuge deve identificar, suas regras e vivências estabelecidas em seus
comportamentos funcionais e disfuncionais durante seu desenvolvimento; identificar
e perceber os pensamentos e sentimentos que mais são emitidos nas suas relações;
identificar maneiras de comunicação entre o casal e estabelecer o treinamento de
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novas formas mais adaptativas; identificar outras formas para tomar as decisões e
treiná-las (FREIRE, 2019).
Através da elaboração de perguntas a respeito do que se pensa outro e regras
do consulente, é feita a busca pela presença de pensamentos automáticos, crenças
intermediarias e centrais (BECK, 1997), dessa forma a utilização destas técnicas,
ainda que sejam advindas de uma teoria não relativamente nova, proporciona ao casal
visualizar de forma clara, a relação que tem os pensamentos e as reações emocionais
que são grandes contribuintes para o desgaste da relação.
Entretanto, diversas outras intervenções são utilizadas por psicoterapeutas de
casais a fim de modificarem as cognições problemáticas, buscando ensinar cada
parceiro a forma com que pode ser feita a avaliação de experiencias pessoais e assim
ser possível entender a lógica que pode sustentar ou até mesmo contradizer uma
condição que seja particular de estresse (EPSTEIN, 2010).
De acordo com as sessões, elas devem ser iniciadas com a presença de ambos
os cônjuges, para que o terapeuta possa observar a problemática do casal e como se
dá essa interação, auxiliando na formulação das hipóteses preliminares; após isso são
realizadas sessões individuais, para que possam expor algo que não se sentem bem
em falar na presença do outro e não tenha sido expressado na presença do parceiro
(SILVA; PARO, 2018).
De acordo com a estruturação das sessões na linha cognitivo comportamental
está baseado na compreensão do histórico de vida e da descrição dos conflitos que
envolvem a relação, o controle emotivo, a compreensão dos comportamentos, que
envolvem a identificação destes por parte dos cônjuges, testando e validando seus
pensamentos, estratégias para o enfrentamento dos conflitos e de abertura de diálogo,
visando uma modificação de suas condutas inválidas, evitando assim a reincidência
que acarretavam negativamente a relação (ROCHA, 2019).
Segundo Dattilio (2011), os casais vêm se incorporando a terapia, devido a ser
colaborativa, prática e por obter em seu repertório, técnicas de habilidades diretivas e
assertivas, que promovem uma qualidade no relacionamento, de acordo com as
mudanças feitas no campo cognitivo, comportamental e afetivo.
De acordo com Mosmann e Falcke (2011) é importante apresentar uma base
mais diretiva na questões da resolução dos conflitos, interpretando que os casais
possuem incapacidades para enfrentarem seus conflitos, então trazendo o enfoque
para essas técnicas, privilegiam para que os propósitos sejam alcançados com mais
facilidade.
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Portanto, é nítida a necessidade do trabalho em diferentes níveis com ambos
os envolvidos, a fim de buscar a plena conscientização sobre os mitos existentes nas
relações conjugais, sobre a importância do reconhecimento e a modificação dos
padrões que resultaram o conflito, além da melhoria nos processos de comunicação,
como já foi evidenciado que a comunicação diária possibilita uma melhor relação.
De acordo com Gameiro e Corrêa (2019):
É importante que o casal se conscientize de que a forma empática de enfrentamento é uma das melhores estratégias para a redução das distorções e essa conscientização é desenvolvida através da TCCC, que tem por finalidade auxiliar nas habilidades de comunicação e procurar evidências cognitivas que comprovem a funcionalidade ou não de como o casal está se comportando, com a perspectiva de ativar a organização e interpretação do pensamento de forma positiva. Isso explica o fato de que os casais que têm mais facilidade de lidar com suas emoções minimizam com mais facilidade esses erros de pensamento.(GAMEIRO; CORRÊA, 2019, p.226).
De modo geral, o processo terapêutico e a terapia conjugal garante o privilégio
do indivíduo reconhecer-se, motivo pelo qual tende a melhorar sua tomada de
decisão, assim como suas atitudes, por estar em uma condição superior a quem não
auto se conhece, podendo assim controlar o comportamento diante das mais diversas
situações, ainda que estas sejam de conflitos com o conjugue.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o trabalho, foi observado que o principal objetivo da terapia
cognitivo comportamental é buscar ressignificar os sistemas de significados que os
pacientes apresentam diante de situações que a eles são apresentadas, que alteram
assim suas emoções e comportamentos, que na maioria das circunstâncias, se
apresenta como invalidantes, refletindo num paciente com dificuldades de adaptação
nas diversas áreas de sua vida. Nas questão da relação conjugal, busca ressignificar
esses seus conceitos que são construídos ao longo da vida, e que ficam enraizados
em cada um dos cônjuges, isso é realizado principalmente, através de técnicas de
comunicação e treino de habilidades que procuram tornar esses indivíduos mais
flexíveis para uma relação mais útil e harmônica.
Ressalta-se que algumas questões são primordiais para o tratamento
psicoterápico, que seriam: a aliança terapêutica uma relação mútua de confiança e
autenticidade, pois essa situação facilita para que o paciente se sinta num ambiente
onde ele possa ser aceito em sua essência, sem rotulações ou julgamentos, que
interferem diretamente no processo psicoterápico, com isso o paciente poderá relatar
tudo o que está vivenciando; a questão da psicoeducação do paciente, para que no
futuro ele possa se tornar seu próprio terapeuta; os questionamentos realizados
durante a terapia, no intuito de revalidar as distorções cognitivas que são
apresentadas; e o desenvolvimento de técnicas e habilidades que tornam os pacientes
mais flexíveis a mudança. O terapeuta cognitivo comportamental possui comprovação
empírica, que validam seus estudos numa gama de contextos, buscando meios para
que o paciente consiga refletir sobre suas vivências, e desenvolver estratégias que
poderão ressignificar suas cognições e moldar seus comportamentos.
Na questão da relação conjugal em si, foi pertinente as questões dos conflitos
que surgem e que tornam uma convivência prejudicial entre ambos os cônjuges, em
sua maioria tocante a respeito da comunicação e nas habilidades sociais, que
apresentam como um ponto a ser trabalhado e desenvolvido durante o processo de
terapia. Nela, a busca são desenvolverem estratégias para que esse casal possa se
tornar mais funcional diante das situações rotineiras que surgem, tornando essa
relação mais harmoniosa. O intuito é fazer com que os cônjuges se tornem mais
flexíveis e conscientes frente a suas vivências e comportamentos, para que esses
conflitos conjugais possam ter uma resolução equilibrada, tornando a convivência em
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conciliação. Isso tudo através, de um casal que esteja ativo e aberto a terapia e um
terapeuta autêntico e neutro em relação a demanda apresentada.
O intuito do trabalho foi alcançado, pois era contribuir de uma maneira geral
com os estudos que também já foram realizados acerca da temática, numa maior
elaboração de conhecimento científico, que reflita as diversas formas de como se
formam e constituem as relações conjugais, nas suas mais variadas facetas, e como
a Terapia Cognitivo Comportamental pode contribuir para esse campo, que ainda é
muito vasto, devido as diversas transformações com que essas relações vem se
dando no decorrer do tempo.
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