Texto completo_IICCSE_Viviane Grimm e Geovana M.Lunarde Medes.Final.doc

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  • 7/24/2019 Texto completo_IICCSE_Viviane Grimm e Geovana M.Lunarde Medes.Final.doc

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    Agenda Global e Mercantilizao da Educao: Algumas Problematizaes

    Sobre as Polticas Educacionais de Distribuio Massiva de Latos

    Educacionais no Modelo !":"#

    $iviane GrimmDoutoranda em Educao do PGGE/FAED UDESC Brasil

    Professora do IFSC BrasilBolsista PDSE/CAPESvivi!rimm"!mailcom

    Geovana Mendona Lunardi Mendes

    Professora e Pes#uisadora do PPGE/FAED UDESC Brasil$%der do Gru&o de Pes#uisa '()servat*rio de Pr+ticas Escolares,- C.P#

    !eolunardi"!mailcom

    %esumo - ( entusiasmo &elas tecnolo!ias de informao e comunicao tm marcado o

    discurso &eda!*!ico e as &ol%ticas educacionais desde meados do s0culo 11 .a )usca &or

    'moderni2ar, a escola3 o curr%culo3 o &rofessor3 em o&osio aos modos de ensino tradicional3

    nos 4ltimos anos3 diferentes &a%ses lanaram &ol%ticas am)iciosas voltadas a insero de

    tecnolo!ias no conte5to escolar .este ensaio te*rico3 )uscamos &ro)lemati2ar a &ol%tica

    educacional de insero de tecnolo!ia )aseada no modelo '676, 8um com&utador &or aluno9 no

    se!uinte sentido7 o #ue tem mo)ili2ado &a%ses como Brasil e Portu!al a adotarem &ol%ticas

    massivas de distri)uio de la&to&s educacionais3 mais es&ecificamente os &ro!ramas

    P:(UCA e e-escolin;a3 desenvolvidos a &artir de ? Buscamos res&onder tal #uesto a

    &artir do referencial te*rico de autores do cam&o da sociolo!ia3 so)retudo3 Ste&;en Ball com os

    conceitos de '&ol%ticas !lo)ais, e 'mercantili2ao, da educao3 :o!er Dale com o conceito de

    'a!enda !lo)almente estruturada, e as contri)ui@es de Boaventura de Sou2a Santos so)re os

    &rocessos e as dinmicas das !lo)ali2a@es Partimos do &ressu&osto #ue as &ol%ticas

    educacionais de insero de tecnolo!ia no modelo '676, demandam de &ol%ticas transnacionais3

    e5ternas aos &a%ses e seus territ*rios3 #ue vem na educao um '!rande ne!*cio, e os

    Estados .ao seus consumidores3 tornando a &r*&ria formulao da &ol%tica educativa um

    &roduto comerciali2+vel3 em es&ecial &ara &a%ses &erif0ricos3 mo)ili2ados &ela ideia de #ue tais

    &ro!ramas so ca&a2es de resolver &ro)lemas educacionais e sociais diversos .o entanto3ca)e o)servar #ue estas &ol%ticas so tradu2idas e inter&retadas nos conte5tos nacionais e

    locais3 no devendo ser analisada como sim&les trans&osio Por fim3 o)servamos #ue as

    dis&utas em torno das &ol%ticas de insero de tecnolo!ias nas escolas tem &rivile!iado a

    distri)uio massiva em detrimento de outras &ossi)ilidades de a&ro&riao da cultura di!ital

    nos conte5tos educativos

    Palavras&c'ave: Pol%ticas educacionais A!enda !lo)al ercantili2ao da educao Um

    com&utador &or aluno

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    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    Argumentos (niciais

    Assim como no in%cio do s0culo 113 #uando se vivia um &er%odo marcado &or forte 'entusiasmo

    &ela educao, e 'otimismo &eda!*!ico, &ela &eda!o!ia nova ou escolanovista 8.a!le3 693

    &arece #ue se iniciou o s0culo 11I com um otimismo e5acer)ado &elas salas de aulas ocu&adas

    com &rodutos tecnol*!icos de 4ltima !erao e entusiasmo &elo uso das ecnolo!ias deInformao de Comunicao -IC no am)iente escolar 8Soares3

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    A &artir de este modelo de insero de IC nas escolas foi a&ro&riado &or diversos &a%ses3

    #ue ela)oraram &ro!ramas e &roetos com caracter%sticas )astante distintas 8ti&o de e#ui&amento3

    modo de a#uisio3 forma de distri)uio3 formao dos &rofessores93 dentre eles &odemos

    destacar o ProUCA Pro!rama Um Com&utador &or Aluno 8Brasil93 Conectar I!ualdad 8Ar!entina93

    Una Com&utadora &or .iQo 8Para!uai93 Plan Cei)al 8Uru!uai93 Proeto Canaima Educativo8Rene2uela93 e-escola 8Portu!al93 Plan Escuela

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    sistem+tico de &er!untas incontorn+veis &ara os estados-nao3 en#uadradas &ela relao destes

    com a !lo)ali2ao,3 e3 &or fim3 o termo 'educao, consiste em #uestionar7

    JK os &rinc%&ios e &rocessos da distri)uio da educao formal3 na definio3 formulao3

    transmisso e avaliao do con;ecimento escolar e em como 0 #ue estas coisas se relacionam

    entre si Elas diri!em-nos no sentido de desco)rir como 0 #ue a#ueles &rocessos so financiados3

    fornecidos e re!ulados e como 0 #ue este ti&o de formas de !overnao se relacionam com

    conce&@es mais am&las de !overnao dentro de uma sociedade 8i)dem7 M9

    .a &ers&ectiva da AGEE 8Dale3

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    tecnol*!icos acom&an;ados de al!um ti&o de variao em torno das instru@es de uso,3 redu2indo

    &rofessores e alunos a 'usu+rios/consumidores, 8i)idem7 >M9

    A e5istncia de industrias interessadas no mercado de &rodutos educacionais no 0 al!o recente

    no mundo 8oe!lin3

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    Proeto ($PC3 lcus de onde irradiou a ideia do 'um com&utador &or aluno, ou o 'la&to&

    educacional de 6== d*lares,3 )em como3 das referidas &ol%ticas nos conte5tos nacionais

    -LP.) Pro/.A e !Magal'es#: 0lu1os da oltica educacional como neg+cio

    Conforme + relatado na introduo deste tra)al;o3 a ideia de um la&to& &ara uso educacional no

    modelo '6 7 6, foi a&resentada em um not*rio es&ao &ol%tico e econHmico7 durante a reunio do

    F*rum EconHmico undial em Davos na Su%a3 no ano de 3 &elo Professor .ic;olas

    .e!ro&onte ratava-se de uma nova lin;a de &es#uisa do conceituado $a)orat*rio de %dias do

    Instituto de ecnolo!ia de assac;ussets 8edia$a)/I93 #ue )uscava desenvolver um

    com&utador &ort+til de 6== d*lares3 com confi!ura@es diferenciadas e es&ec%ficas3 &ara ser

    distri)u%dos a crianas entre e 6< anos de idade de &a%ses em desenvolvimento .e!ro&onte3 na

    sua a&resentao3 desafiou 'JK os &a%ses do mundo a se en!aarem num esforo !lo)al de

    universali2ao do acesso Os .ICs3 a &artir da meta de !arantir a todas as crianas o direito aoseu &r*&rio com&utador3 tomando como lema a ideia de um la&to& &ara cada criana, 8Relloso3

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    ano3 um &rot*ti&o do la&to& foi a&resentado &or .e!ro&onte3 em conunto com o secret+rio-!eral

    da (.U3 [ofi Annan3 em unis .esta ocasio3 [ofi Annan3 &u)licamente3 endossa o &roeto3 e

    .e!ro&onte declara #uais os &a%ses interessados e com&rometidos com o Proeto7 Ar!entina3

    Brasil3 C;ina3 E!ito3 \ndia3 .i!0ria e ailndia 8($PC Bra2il3 9

    A ret*rica constru%da em torno do &ro!rama da ($PC 0 tramada a &artir de um conunto de atores&ol%ticos com &oder de influncia mundial3 #ue le!itimam o &roeto3 sea &or meio do a&oio &4)lico

    as a@es da ($PC e ao seu modelo3 sea &or meio da 'com&ra, dos seus &rodutos ou dos

    concorrentes do mercado de com&utadores &ort+teis e ta)lets educacionais3 dentre eles3 as

    multinacionais Acer3 Intel3 ZP Ins&irin! [noYled!e3 Positivo entre outras3 #ue &assam a dis&utar a

    venda dos la&to&s educacionais em diversos &a%ses3 ancoradas na ideia de #ue estes carre!am

    consi!o os s%m)olos do #ue sea a modernidade &eda!*!ica e3 conse#uentemente3 de um &a%s

    #ue )usca ser com&etitivo no mercado mundial

    Passados de2 anos do in%cio da ($PC3 constata-se #ue o modelo '676, teve uma re&ercusso em

    escala !lo)al3 so)retudo nos &a%ses do sul3 destacadamente na Am0rica $atina e ]frica3 #ue eram

    seu &4)lico inicial - a ($PC )uscou desenvolver3 &rodu2ir e distri)uir la&to&s de )ai5o custo3 com

    es&ec%ficas confi!ura@es3 atrav0s da adeso ao &ro!rama &or &a%ses em desenvolvimento3

    contri)uindo com isso com a diminuio da ')rec;a, di!ital 8($PC3 9 .o entanto3 &ara al0m

    dos &a%ses #ue 'com&raram, o &ro!rama oferecido &ela ($PC3 muitos outros )asearam-se nesse

    modelo e desenvolveram iniciativas es&ec%ficas3 tanto &or meio do desenvolvimento de tecnolo!ias

    &r*&rias ou ad#uirindo o e#ui&amento de outras em&resas #ue tem dis&utado3 acirradamente3 o

    mercado de la&to&s e ta)lets educacionais Al0m da comerciali2ao da &ol%tica dos la&to&s no

    modelo '676, &ara diversos &a%ses3 sendo em al!umas situa@es acom&an;ada &elo &acote de

    assessoria &eda!*!ica e de !esto do &roeto3 a ($PC tam)0m criou o '1( a)let, com outros

    &arceiros &ara 'levar a sua e5&erincia &ara o mercado educacional, 8($PC3 93 sendo

    comerciali2ado em !randes redes de vareo3 tais como3 Ama2on3 ar!et e ^almart

    Inde&endente do &ercurso #ue cada &a%s o&tou3 &arece &ertinente o)servar a a)ran!ncia !lo)al

    da ideia disseminada &ela ($PC3 )em como3 o modo como conse!uiu transformar esta &ol%tica em

    um &roduto comerciali2+vel e )astante lucrativo3 &or meio de um conunto de a@es #ue

    influenciam nas &ol%ticas educativas dos conte5tos nacionais3 #ue &ode ser com&rado &elos

    diferentes &a%ses3 transformando os res&ectivos Estados em 'consumidores, de seus &acotes3

    &rinci&almente3 &a%ses &erif0ricos3 #ue diante da 'seduo tecnol*!ica, #ue as m+#uinas e5ercem3aca)am &or aderir ao &roeto .este sentido3 ca)e ressaltar #ue no se trata do desa&arecimento

    do Estado3 mas do desenvolvimento de uma forma es&ec%fica de se fa2er &ol%ticas no

    neoli)eralismo3 #ue tem como uma das suas caracter%sticas-c;ave o fato de 'JK no funcionar

    contrao Estado3 mas atravsdele, 8Dale3

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    contri)uir &ara o fortalecimento da economia com )ase nos im&erativos de uma Sociedade do

    Con;ecimento Al0m disso3 am)os os &a%ses3 viram no &roeto a &ossi)ilidade de adensamento da

    cadeia &rodutiva nacional de com&utadores &ort+teis

    ( caso do e-escolin;a ou 'a!al;es,3 como ficou &o&ularmente con;ecido3 e5&ressa uma

    relao direta com as &ol%ticas da Unio Euro&eia 8UE9 Conforme Sara Pereira 8

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    Deste modo3 o)serva-se3 &or uma lado3 o a#uecimento econHmico im&ulsionado &or uma '&ol%tica

    !lo)al,3 em #ue 'JK o !overno vale-se dessa necessidade criada &or outrem3 &ara &otenciali2ar

    suas demandas locais, 8$unardi-endes3 9 Por outro lado3 o)serva-se #ue3 &or meio da

    distri)uio massiva dos la&to&s no modelo '676,3 as em&resas do setor de inform+tica encontram

    na escola de massa um canal de difuso e &o&ulari2ao do seu uso3 conse!uintemente3&ro&iciada &or uma ineo de montantes si!nificativos de recursos vindos3 &rinci&almente3 dos

    cofres &4)licos 8Gas&ar da Silva L Amante3 7 N9 Assim3 Brasil e Portu!al &assam de

    consumidor a e5&ortador de e#ui&amentos &or meio de em&resas &rivadas do setor de

    inform+tica3 #ue vo untamente investir no conceito da &ol%tica '676, e &assam a dis&utar mercado

    unto aos Estados consumidores3 so)retudo nos &a%ses &erif0ricos

    (utro &onto em comum na &ol%tica desenvolvida nos dois &a%ses foi a descontinuidade dos

    &ro!ramas (s dois tiveram vida curta e3 a&*s forte &er%odo de entusiasmo e consider+vel

    investimento &4)lico3 foram a)andonados &elos !overnos ( 'a!al;es, iniciou em

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    - o conte5to da &r+tica educativa -3 estea determinado &or esta conce&o Pelo contr+rio3

    consideramos3 assim como o)serva Ste&;en Ball 863

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    Gas&ar da Silva3 R $ L Amante3 $ 89 ()ectos da escola? Wuando novos &ersona!ens

    entram em cena Archivos Anal$ticos de #ol$ticas %ducativas&%ducation #olic Analsis

    Archives3