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Crise hídrica de São Paulo passa pelo agronegócio, desperdício e privatização da água ESCRITO POR GABRIEL BRITO E PAULO SILVA JUNIOR, DA REDAÇÃO SEGUNDA, 10 DE NOVEMBRO DE 2014 Para muitos, o racionamento de água em São Paulo já é uma realidade líquida e certa. Resta saber até quando políticos ganharão tempo para escondê-la ou se a população agirá, a ponto de, quem sabe, se repetirem as chamadas ‘guerras da água’, já vistas em locais onde os serviços hídricos e sanitários foram privatizados. De toda forma, o assunto não é passageiro e exige toda uma reflexão a respeito dos atuais modelos de vida e economia. (...) A entrevista completa com Marzeni Pereira, realizada nos estúdios da webrádio Central3, pode ser lida a seguir. Correio da Cidadania: Qual o resumo que você faz, num breve histórico, das origens e razões da crise da água no estado de São Paulo? Marzeni Pereira: Podemos dizer que o histórico da crise de água em São Paulo tem bastante tempo. Em 2003, por exemplo, o sistema Cantareira chegou próximo de zero, com menos de 5% de sua capacidade de armazenamento e todo o sistema de saneamento quase entrou em colapso. Houve um princípio de racionamento, com a Operação Pajé (na qual se bombardeavam nuvens e se pulverizava sua água). Nesse período, foi elaborado um plano para que o saneamento de São Paulo dependesse menos do Cantareira, ao ser assinada uma outorga com vistas a reduzir a dependência do reservatório – o que mais abastece a capital e a região metropolitana. De lá pra cá, a ideia era reduzir perdas, aumentar o reuso e encontrar novas formas de abastecimento, por outros mananciais. Isso não aconteceu. Em 2004 e 2005, houve uma recuperação da reservação de água; em 2009, houve um pico, com quase 100% das represas cheias. Em 2009, houve um período de enchentes, como a do Jardim Pantanal (zona leste); e em 2011, teve a enchente de Franco da Rocha, por conta da abertura da represa Paiva Castro. Mas, de toda forma, não houve redução da participação do sistema Cantareira. As perdas caíram, mas não o suficiente para suprir a demanda, que cresceu. Não houve, portanto, contrapartida suficiente na disponibilidade de água. Esse é o principal problema. Outro ponto é que tivemos, recentemente, em 2013 e 2014, uma estiagem bastante forte, apesar de curta, comparando com outras regiões do Brasil, com 5 ou 10 anos de estiagem. Aqui são menos de dois anos, de modo que não era pra estarmos na atual situação. Neste ano, também teve outro problema: com eleições e Copa do Mundo, havia a necessidade de o governo manter sua imagem em alta. Por isso, não se tomaram medidas para reduzir o consumo de água a partir de janeiro e fevereiro de 2014. (...) Correio da Cidadania: Como dimensiona a crise da água no país como um todo, em si e relativamente a São Paulo? Em que medida a destruição dos biomas do Cerrado e amazônico explicam a grave situação que vivemos? Marzeni Pereira: A estiagem em São Paulo, com certeza, tem relação com o desmatamento da Amazônia e do Cerrado. Obviamente, sempre que há desmatamento se reduz a evaporação de água pela evapotranspiração das árvores. O Cerrado brasileiro sofreu muito com a

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Crise hídrica de São Paulo passa pelo agronegócio, desperdício e privatização da água

ESCRITO POR GABRIEL BRITO E PAULO SILVA JUNIOR, DA REDAÇÃOSEGUNDA, 10 DE NOVEMBRO DE 2014

Para muitos, o racionamento de água em São Paulo já é uma realidade líquida e certa. Resta saber até quando políticos ganharão tempo para escondê-la ou se a população agirá, a ponto de, quem sabe, se repetirem as chamadas ‘guerras da água’, já vistas em locais onde os serviços hídricos e sanitários foram privatizados. De toda forma, o assunto não é passageiro e exige toda uma reflexão a respeito dos atuais modelos de vida e economia.

(...)

A entrevista completa com Marzeni Pereira, realizada nos estúdios da webrádio Central3, pode ser lida a seguir.

Correio da Cidadania: Qual o resumo que você faz, num breve histórico, das origens e razões da crise da água no estado de São Paulo?

Marzeni Pereira: Podemos dizer que o histórico da crise de água em São Paulo tem bastante tempo. Em 2003, por exemplo, o sistema Cantareira chegou próximo de zero, com menos de 5% de sua capacidade de armazenamento e todo o sistema de saneamento quase entrou em colapso. Houve um princípio de racionamento, com a Operação Pajé (na qual se bombardeavam nuvens e se pulverizava sua água).

Nesse período, foi elaborado um plano para que o saneamento de São Paulo dependesse menos do Cantareira, ao ser assinada uma outorga com vistas a reduzir a dependência do reservatório – o que mais abastece a capital e a região metropolitana. De lá pra cá, a ideia era reduzir perdas, aumentar o reuso e encontrar novas formas de abastecimento, por outros mananciais. Isso não aconteceu.

Em 2004 e 2005, houve uma recuperação da reservação de água; em 2009, houve um pico, com quase 100% das represas cheias. Em 2009, houve um período de enchentes, como a do Jardim Pantanal (zona leste); e em 2011, teve a enchente de Franco da Rocha, por conta da abertura da represa Paiva Castro. Mas, de toda forma, não houve redução da participação do sistema Cantareira. As perdas caíram, mas não o suficiente para suprir a demanda, que cresceu. Não houve, portanto, contrapartida suficiente na disponibilidade de água. Esse é o principal problema.

Outro ponto é que tivemos, recentemente, em 2013 e 2014, uma estiagem bastante forte, apesar de curta, comparando com outras regiões do Brasil, com 5 ou 10 anos de estiagem. Aqui são menos de dois anos, de modo que não era pra estarmos na atual situação.

Neste ano, também teve outro problema: com eleições e Copa do Mundo, havia a necessidade de o governo manter sua imagem em alta. Por isso, não se tomaram medidas para reduzir o consumo de água a partir de janeiro e fevereiro de 2014.

(...)

Correio da Cidadania: Como dimensiona a crise da água no país como um todo, em si e relativamente a São Paulo? Em que medida a destruição dos biomas do Cerrado e amazônico explicam a grave situação que vivemos?

Marzeni Pereira: A estiagem em São Paulo, com certeza, tem relação com o desmatamento da Amazônia e do Cerrado. Obviamente, sempre que há desmatamento se reduz a evaporação de água pela evapotranspiração das árvores. O Cerrado brasileiro sofreu muito com a devastação promovida pelo agronegócio.

Para se ter ideia, no ano passado, em torno somente de quatro produtos (soja, carne, milho e café), o Brasil exportou cerca de 200 bilhões de metros cúbicos de água. Não produziu, apenas exportou, ‘água virtual’, como se diz. Tal número significa abastecer São Paulo por quase 100 anos, apenas com a quantidade de água gasta por esses quatro produtos.

Outro problema é que houve redução da quantidade de água superficial. À medida que há uma degradação, tanto pela remoção da vegetação como pela irrigação intensiva de larga escala, reduzem-se os afluentes dos grandes rios, como os amazônicos e o São Francisco, que já está sofrendo muito com a redução da água.

A umidade atmosférica, mantida através dos chamados “rios voadores”, que vêm do Norte do Brasil e precisam da

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continuidade da vegetação, foi reduzida. A atuação do agronegócio, quem mais desmata no Brasil, teve influência em São Paulo.

Mas não é só isso. Teve também o desmatamento de todo o centro-oeste do estado de São Paulo. Praticamente toda a vegetação de tal região foi removida, para plantios de cana, eucalipto, laranja etc. A redução dessa vegetação também tem influência. A redução das matas ciliares dos rios que abastecem as represas é outro fator, pois provoca o assoreamento e um secamento mais rápido.(...)

Correio da Cidadania: Finalmente, o que pensa que poderiam ser soluções tanto a curto, dada a gravidade da situação, como a médio e longo prazos?

Marzeni Pereira: A principal solução é chover. Se chover, tudo se resolve. Torcemos pra isso; de fato, caso contrário, a população vai sofrer. Se não chover, temos de tomar algumas medidas (na verdade, mesmo que chova, teremos que tomá-las).

Em primeiro lugar, é preciso reeducar a população a reduzir o consumo. As empresas também, pois quando se fala em redução de consumo parece que só a população consome. Mas, no Brasil, 70% da água é consumida pela agricultura, 22%, pela indústria e 8%, pelas residências. E quando se fala em redução de consumo, só se fala dos 8%, mas não dos 92%.

A região metropolitana de São Paulo não tem muito peso da agricultura, mas tem da indústria. Precisa reduzir o consumo residencial e industrial. Precisa também de uma forte redução de perdas. Precisa de uma orientação sem meio termo para a população. Não pode ser como hoje, o governo e a Sabesp têm de falar mais claramente à população de como a situação é grave, além de esclarecer se precisamos fazer rodízio, racionamento ou as duas coisas juntas.

Há a necessidade de definir as atividades humanas básicas que terão suprimento de água garantido, como hospitais, escolas, creches. Quanto à população de baixa renda, com menos condição de comprar caixa d’água, seria necessário o governo distribuir tais caixas, distribuir filtros de hipoclorito, porque muita gente vai usar água de mina se precisar, o que traz risco de contaminação. Em caso de falta de água generalizada e uso de carros-pipa, tem que se saber como aqueles que não têm caixa poderão armazená-la.

Outro ponto é em relação ao emprego. Se de fato se concretizar a previsão, ou seja, se ocorrer falta de água generalizada em 2015, muitas empresas vão fechar, ao menos temporariamente, ou se mudar. Se não tiver política de estabilidade no emprego, pode ser uma catástrofe.

Também se deve incentivar uso de água de chuva e reuso. Pouco se fala em coletar água de chuva. Se a população fizesse isso, e reduzisse ao menos 10% do consumo, teríamos cerca de 5 metros cúbicos por segundo de economia de água. Isso equivale ao novo sistema que a Sabesp constrói agora, o São Lourenço, que custará 2 bilhões de reais.

Finalmente, é necessário estatizar o saneamento – não a Sabesp, mas o próprio saneamento. Não tem sentido um serviço tão importante quanto esse na mão de quem quer lucro. Mas a estatização não pode ficar na mão do governo, com empresários controlando por dentro. É preciso controle dos trabalhadores. Além de uma comissão e investigação populares, que apurem responsabilidades. É preciso coletar e tratar mais esgoto, usando tal água em atividades, principalmente, industriais, pois há uma série de usos possíveis com a água de esgoto.

Recuperar mananciais é outro ponto importante. Se isso não for feito, as consequências futuras podem ser mais graves. O Rodoanel passou pelos mananciais, o que mostra como não se deu importância a eles. Pessoas que moram em áreas de mananciais precisam sair de lá, através de negociações sérias, com plano habitacional. Com casa garantida, claro, ao invés de serem retiradas como lixo.

Há uma série de ações possíveis no médio e curto prazo. Mas têm de ser feitas em diálogos com a população, se não os interesses pelo lucro vão falar mais alto.

http://www.correiocidadania.com.br/index.php?

option=com_content&view=article&id=10233%3Amanchete101114&catid=72%3Aimagens-rolantes

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Crise hídrica, retrato de um divórcio com a natureza – 15 DE OUTUBRO DE 2014 Além de S.Paulo, Minas e Cerrado atingidos. Gravidade do problema, em país com imensas reservas d’água, exige rever por completo politica para rios e florestas

Por Washington Novaes, na Envolverde/IPS

É preocupante que a maior parte das discussões sobre a crise no abastecimento de água em várias regiões do País continue a admitir – explícita ou implicitamente – que a solução virá, neste fim de ano, apenas com a “normalização” do regime de chuvas, principalmente em São Paulo, Minas Gerais e no Cerrado. Será preciso muito mais.

Vai-se de susto em São Paulo. Pela primeira vez na história, a nascente do Rio São Francisco, na Serra da Canastra (MG), está “completamente seca” – e o rio também quase não recebe mais, ao longo de seus 2.700 quilômetros, água de seus tributários que nascem no Cerrado ou nele estão.

Há quase uma década o autor destas linhas registrava, em documentário para a TV Cultura, que o problema já estava presente no Verde Grande e outros afluentes do São Francisco, com o desmatamento no Cerrado; o então diretor de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, professor Bráulio S. Dias, dizia que uma avaliação no subsolo do Cerrado – que verte água para as três maiores bacias brasileiras – mostrava um estoque suficiente para sete anos. Mais alguns anos à frente, já secretário-geral da Convenção da Biodiversidade da ONU, o professor Bráulio mostrava sua preocupação com a queda do estoque para um fluxo de apenas três anos.

Ao que parece, em alguns lugares o estoque se esgotou, com o desmatamento (mais de 50% do Cerrado) e a impermeabilização do solo, que impedem a infiltração da água. E não se recomporá apenas de um ano para outro. É a tese, por exemplo, do professor João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco (Recife), para quem “a chegada de novas chuvas não garante, em absoluto, a infiltração da água no solo e tampouco a volta da normalidade nas nascentes” (remabrasil, 30/9).

O problema é grave também em outras áreas. Observa o jornalista científico Julio Ottoboni (Eco21, agosto de 2014), que parte do Sudeste brasileiro, do Centro do País e do Sul podem estar caminhando “para a desertificação”, com a situação atual agravada pela seca relacionada com a devastação da Floresta Amazônica e sua influência nos regimes do clima mais a sul, como “cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do Instituto de Pesquisas da Amazônia alertam há uma década”. A Floresta Amazônica, lembra ele, só de 1970 para cá perdeu 600 mil quilômetros quadrados de mata (já há cálculos de que, no total, sejam 750 mil quilômetros quadrados , segundo aFolha de S.Paulo, 9/6). Com isso o fluxo para o Sul de nuvens de ar úmido que dali provinham vem sendo bloqueado progressivamente.

Também a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO-ONU) vem alertando (24/7) para a necessidade premente de deter o processo de degradação do solo, que já é de moderado a altamente preocupante em 33% das terras, onde está um quarto da biodiversidade e parcela importante da água. No nosso continente a degradação já está presente em 25% dos solos; desde o século 19, nada menos que 60% do carbono armazenado nos solos se perdeu, com mudanças no uso da terra, desmatamento para a agricultura e pecuária e outras atividades.

No Semiárido brasileiro – “o mais chuvoso do mundo”, segundo João Suassuna -, 90% da água da água se evapora sem se infiltrar no solo impermeabilizado. E faz lembrar o então ministro Celso Furtado quando dizia que a ocupação da faixa litorânea do Nordeste pela cana-de-açúcar deslocara a maior parte da população para as regiões mais áridas e impróprias para a agricultura, com água escassa (daí a criação, em pequena escala, de gado bovino e bodes). Faz lembrar também o escritor Ariano Suassuna, que ao ser perguntado por este escriba sobre o que achava dos programas de combate à seca no Nordeste, respondeu de pronto: “Tentar combater a seca no Nordeste é o mesmo que tentar impedir a neve na Sibéria”. O correto são programas de convivência, explicou. Como as cisternas de placa, as barragens subterrâneas – e não com transposição de água, pode-se acrescentar.

Então, não se avançará sem forte apoio à substituição da lenha na matriz energética do Semiárido (30% do total). Não se avançará sem programas federais, estaduais e municipais de combate drástico ao desmatamento (o desmatamento recente na Amazônia voltou a crescer). Sem repressão implacável a queimadas ali e no Cerrado, onde no período janeiro/julho último foram quase 20 mil, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Onde as novas áreas de pastagens respondem por 46% da área desmatada, segundo o Inpe e Embrapa (Valor, 22/9).

E é preciso partir imediatamente, em todo o país, e mais especialmente no caso paulista, para fortes programas de redução de perdas nas redes de distribuição de água. No País, a perda média é de 40%. Mesmo em São Paulo, que as reduziu para pouco mais de 25%, não faz sentido admitir um futuro muito sombrio se é possível eliminar essa perda – desde que se impeça a influência das grandes empreiteiras de obras, que não as querem nas redes, por se tratar de pequenas intervenções ao longo de toda a cidade, e não de obras milionárias (como as de transposição ou de captação de água a grandes distâncias).

(...)

Soluções há. Mas é preciso deixar de lado velhas crenças de que a natureza, sozinha, tudo fará, e num prazo curto – basta que retornem as chuvas, esquecendo-se as situações mencionadas neste artigo e outras. O Brasil tem jeito. Mas é preciso querer buscar caminhos adequados – que precisam ser o foco das discussões no segundo turno da votação.

http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/crise-hidrica-retrato-de-um-divorcio-com-a-natureza/

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Mundo urbano não discute o rural

Um texto sobre outra conferência – em Brasília, entre os dias 25 a 27 de março — cita alguns argumentos sobre a importância do solo:

“Os solos constituem insumo fundamental para o desenvolvimento humano. Nenhum país consegue desenvolver-se plenamente sem acesso a esse recurso natural e as suas riquezas são incalculáveis. Em interface com a atmosfera, a hidrosfera, a biosfera e a litosfera o solo é responsável pelos principais processos biogeoquímicos que garantem a vida na Terra, estoca a água e recicla nutrientes, protege contra enchentes, sequestra carbono e abriga 25% da biodiversidade”.

Ocorre que o mundo atual é urbano, digital, eletrônico e não comporta espaço nem discussão sobre assuntos considerados rurais, do campo, de outra esfera. A não ser quando da realidade bate a porta e começa a sumir a água das torneiras e, de repente, milhões ficarão sem água, como acontecerá em 2015 em São Paulo. É o que diz um trabalho divulgado pela The Nature Conservancy sobre o problema da falta de água nas grandes cidades.

Detonaram o mato dos mananciais

Se 14,3 mil hectares dos 493,4 mil hectares que formam os sistemas Cantareira, Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Grande fossem reflorestados com mato nativo, isso diminuiria em 568,9 mil toneladas de sedimentos que são jogados nos cursos d’água, que alimentam os reservatórios.

“- A sedimentação tem impacto direto na quantidade e na qualidade da água dos mananciais. Isso ocorre porque não há cobertura vegetal ao redor dos rios e das represas. O solo exposto, além de sofrer erosão e não absorver a água das chuvas provoca o escoamento da terra para os corpos d’água, assoreando o leito e diminuindo a vida útil dos reservatórios”, como explica Samuel Barreto, coordenador do Movimento Água para São Paulo.

A região dos mananciais já perdeu 70% da mata nativa para a pecuária e agricultura. Os números levantados pela organização não governamental SOS Mata Atlântica são piores – só restam 488km2, ou seja, 21,5%. Não se trata de uma novidade brasileira. A erosão na China já consumiu 19% da área agrícola e os números apontam para descarga de terra superior no rio Yang-Tsé, o maior da Ásia, superior as dos rios Nilo e Amazonas juntos – três bilhões de toneladas ao ano.O tempo passa, as cidades inflam, os rios são empanturrados não somente de terra, de solo perdido, juntamente com seus nutrientes e dos fertilizantes químicos, mas também de esgoto e lixo de todo tipo. É uma situação vergonhosa o que acontece no Brasil, onde o tratamento de esgoto ainda não é considerado uma prioridade, mesmo com verbas federais autorizadas. O conto do vigário de políticos sem compromisso com a população não combina com obras que ficam embaixo da terra. Hoje, ao se fazer uma pesquisa sobre assoreamento de rios e represas no país, o resultado é revoltante. Sem exceções, todos os principais rios brasileiros estão assoreados e entupidos de esgoto e lixo. Seus afluentes, córregos e nascentes foram detonados, sem mato para proteção. Tudo em nome do progresso e da modernidade, que fede com os excrementos de milhões de pessoas.

Colapso do sistema público de água

Em 2015, justamente quando o assunto solo poderá ganhar as páginas da mídia ordinária, o país será usado como exemplo do que pode ocorrer na maior metrópole, a falta de água nas torneiras paulistas. O Centro de Desastres Climáticos, do INPE calculou as estimativas de chuvas até abril – mesmo com fevereiro acima da média-, além do que a SABESP retira do sistema Cantareira. E a previsão é que o sistema seca em julho. No início de dezembro passado ocorreu um encontro na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, sobre as perspectivas de abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo. O professor Pedro Luiz Cortês, da Uninove, coordenador do encontro, disse:

“Temos um sistema cada vez mais suscetível a eventos climáticos, como secas prolongadas, além do consumo cada vez mais intenso. Desde 2012 sabíamos que entraríamos num regime de falta de chuvas. O governo deveria vir a público apresentar os cenários com os quais está trabalhando”.

Outro comentário, agora do professor Reginaldo Berto, do Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas, da USP:“É preciso se preparar para o colapso do sistema público de abastecimento a partir de abril de 2015”.

Enquanto isso, a mídia ordinária faz uma contagem regressiva ao contrário, dando uma falsa impressão à população de que as coisas estão melhorando. O Sistema Cantareira, assim como outros sistemas de abastecimento, começou a entrar em colapso ao longo dos últimos anos. A essência do problema é que a classe política conservadora não considera o ambiente como parte da vida e do suporte da vida, além de combater a noção que vivemos mudanças climáticas, como se fosse ideia de comunista. E, por essa e outras, que o país, que tem água doce em grande quantidade, dará um exemplo ao contrário ao mundo. Claro, que tudo ainda depende da decisão técnica do governador paulista.

http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/desertificacao-mais-uma-crise-omitida-pelos-jornais/

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http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/quase-metade-da-agua-usada-na-agricultura-e-desperdicada-8cloqojyzd90xgtv7tdik6pn2

Tubulação

Perda também na rede de abastecimento

A agropecuária não pode ser apontada como única vilã quando o assunto é desperdício de água. Em média, metade do volume destinado à distribuição domiciliar é jogado ralo abaixo no Brasil. “A estimativa é que de cada 100 litros que saem para distribuição 50 são perdidos. É necessária uma reforma no sistema”, afirma o coordenador da The Nature Conservancy, Albano Araújo. Segundo dados da FAO, 10% da água utilizada no Brasil têm como destino o abastecimento residencial e 20% o setor industrial.

De acordo com Devanir dos Santos, da Agência Nacional de Águas, há municípios em que 70% da água que sai para distribuição não chegam ao destino. “Instalações antigas, adutor estourado e até ‘gatos’ na ligação da água contribuem para isso”, explica.

Até 2050

Alta na demanda por alimentos aumentará consumo de água

O Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos, lançado neste mês, estima que o mundo necessite de 70% a mais de alimentos até 2050. Este aumento poderá refletir em um incremento de 19% na água utilizada pelo setor agrícola. Isso porque a previsão é de que a população mundial possa dobrar até metade do século.Segundo o relatório, 86% da população dos países em desenvolvimento terão acesso garantido à água potável em diferentes regiões do mundo até 2015. Contudo, hoje, um bilhão de pessoas ainda não têm acesso. A Unesco destaca ainda a falta de saneamento básico, que não acompanha o crescimento das cidades e hoje não oferece uma estrutura condizente com o tamanho da população. Atualmente, aproximadamente 80% da água consumida no mundo não é tratada. (DA)

Pegada hídrica é termo ainda desconhecido

O termo “pegada hídrica” ainda não se popularizou no Brasil. Em países como a Holanda, essa ferramenta já é utilizada desde 2003. A proposta do método é apontar quanto de água é necessário para a fabricação ou cultivo de determinado bem ao longo de toda cadeia produtiva. No entanto, no Brasil ainda não existem estudos que apontem a realidade de cada região.

Hoje, Dia Mundial da Água, a “pegada hídrica” no campo é tema de uma apresentação no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, feita por Wilson Bonança, consultor para assuntos de recursos hídricos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Para ele, a metodologia no país está longe de ser colocada em prática. “Faltam estudos e testes para quantificar quanto de água é necessário para produzir determinada cultura. Existem mais de 20 metodologias para se chegar a uma média, mas é necessário testá-las”, aponta. Segundo Bonança, a CNA está buscando parcerias para aplicar a “pegada” em todo o território nacional.

Caso a técnica seja aplicada a expectativa de Albano Araújo, do The Nature Conservancy, é de que a população se conscientize de qual produto consumir. “Dessa forma, é possível a população optar pelo produto que agrediu menos o meio ambiente”, diz. (DA)

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Quase metade da água usada na agricultura é desperdiçadaIrrigações mal-executadas e falta de controle da quantidade usada estão por trás do uso inconsequente da água doce no Brasil 

Diego AntonelliTexto publicado na edição impressa de 22 de março de 2012

O setor que mais consome é também o que mais desperdiça água doce no Brasil. A agropecuária usa 70% da água no país, porém quase metade desse montante é jogada fora. As estimativas são do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês). Entre os motivos do desperdício estão irrigações mal-executadas e falta de controle do agricultor na quantidade usada em lavouras e no processamento dos produtos. Os impactos recaem sobre o ecossistema, já que lençóis freáticos e rios sofrem com a falta de chuvas e correm o risco de secar ao longo dos anos.

O último levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (Snis), do Ministério das Cidades, mostrou que a média de consumo diário de água de cada brasileiro é de 150 litros, o que resulta em um consumo médio anual de 10,4 trilhões de litros no país. Desse total, pouco mais de 7 trilhões são destinados à agricultura, que acaba desperdiçando cerca de 3 trilhões de litros de água.

O consultor nacional da FAO, José Roberto Borghetti, diz acreditar ser necessário encontrar um caminho para a agropecuária utilizar a água com eficácia. “O produtor rural precisa ter maior rendimento na produtividade usando menos água possível”, afirma. Segundo ele, caso não sejam tomadas medidas emergenciais no setor, o país pode viver o que ele denomina de estresse hídrico. “O que resultaria em falta de água e má distribuição em diferentes regiões do país”, explica.De acordo com o coordenador de Estratégia para Água Doce da organização The Nature Conservancy, Albano Araújo, a retirada excessiva e uso desordenado do líquido na agricultura culminarão em impactos nocivos ao meio ambiente. “A irrigação só deve ser usada quando não chove. Mas em períodos de seca o rio fica com menos água. Dessa forma, o rio corre o risco de sofrer com pouco volume. Quando a irrigação é feita diretamente de um lençol freático, o aquífero ou os poços artesianos podem ser afetados com baixa vazão ao longo dos anos”, explica.

Conforme aponta Samuel Barreto, coordenador do programa Água Brasil da organização não-governamental WWF, é necessário adotar mecanismos para o uso eficiente e inteligente no campo. “Devem ser criadas ferramentas que possam indicar o quanto pode usar de água e o que precisa ser recuperado. Para isso, o Estado deve interferir e ser mais protagonista neste sentido”, diz.

Wilson Bonança, consultor para assuntos de recursos hídricos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), discorda da tese de que a agricultura é a maior consumidora de água. “Isso é um mito. Na região de São Paulo, o uso no setor não chega a 30% do total. Existe desperdício de água em tudo, até na hora de tomar banho. Mas existem, por exemplo, técnicas de irrigação adequadas para cada região e cada cultura”, ressalta.

O gerente para uso sustentável da Agência Nacional de Águas (ANA), Devanir dos Santos, acredita na possibilidade de redução do desperdício nas lavouras. “Às vezes trocar a forma de irrigação ou as peças do mecanismo já ajuda a minimizar gastos desnecessários”, diz. No entanto, revela que falta a devida orientação para que os produtores se conscientizem do uso racional da água. “Não existe assistência técnica eficaz no país para que os agricultores aprendam a melhorar o sistema de irrigação e entendam o quanto de água deve ser usada em diferentes culturas”, ressalta.

Projeto orienta produtores rurais a usar melhor a águaO Paraná tem aproximadamente 10,5 milhões de habitantes e cerca de 1,7 milhão vive no meio rural. O estado responde por aproximadamente 25% da produção nacional de grãos e 8% da produção pecuária. Os números demonstram o tamanho da importância do campo na economia paranaense.

Entretanto, entre os principais problemas rurais, está justamente o manejo adequado do solo e da água. “No campo, é possível gastar muita água ou equacionar o uso se preocupando com o meio ambiente”, aponta o coordenador do Programa de Manejo do Solo e da Água da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, Erick Schaitza.

O órgão desenvolve um programa que objetiva orientar o produtor a planejar o cultivo a fim de que se encontre uma sustentabilidade ambiental. “Para isso é necessário planejar o cultivo e olhar toda a paisagem. Saber, por exemplo, onde se devem manter as florestas e preservar as margens dos rios. Tudo isso irá contribuir para o bom andamento da agricultura e o uso equilibrado de água”, explica.

MicrobaciasSchaitza afirma que o governo estadual dividiu o Paraná em microbacias. “Cada microbacia atinge entre 50 a 60 produtores.

Os técnicos elaboram o planejamento de como o agricultor deve atuar para preservar o meio ambiente como um todo”, diz. De acordo com ele, todos devem trabalhar considerando a conservação de solos, água e biodiversidade. “Independentemente do que é plantado ou criado na propriedade”, salienta.

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Agronegócio é responsável por 60% do desperdício de água no país, aponta consultoria 

José Cruz/ABr

Brasília - Um balão da Organização Não-Governamental (ONG) WWF, no gramado do Congresso Nacional, lembra o Dia Mundial da Água

Brasília, 22 de março de 2.007 - A irrigação no agronegócio é responsável por 60% do desperdício de água no Brasil, vindo em seguida o setor industrial (26%) e, por fim, o consumo humano (14%). O estudo foi feito pela empresa de consultoria especializada em uso racional da água H2C e divulgado no Dia Mundial da Água, comemorado hoje (22).

No consumo doméstico, os três principais motivos para desperdício de água em domicílios são o chuveiro (46% de perda), a torneira de cozinha (14%) e o vaso sanitário (14%). Juntos, os três respondem por 74% da perda cotidiana de água numa residência. Os demais 26% de desperdício são provocados por outros motivos.

A consultoria também indica dez mandamentos para economizar o produto em casa. “São os dez mandamentos da economia doméstica, e que funcionam. Obedecendo a essas dicas, o consumidor ajuda a economizar um produto finito e não renovável”, explica o consultor e especialista em programas de racionalização de consumo de água da H2C, Paulo Costa.

O consultor assinala que, em média, um brasileiro consome 340 litros por dia de água nas metrópoles, muito acima do que a Organização das Nações Unidas (ONU) aponta como necessário. No Egito, o consumo diário é de 40 litros, e na Etiópia, de 1 litro por pessoa.

“Lamentavelmente, a sociedade civil e o poder público ainda têm uma visão míope sobre a questão do consumo da água. A educação ambiental é a chave para uma conscientização a longo prazo, e deve começar com as crianças no ensino fundamental”, ressalta Costa, acrescentando que países como França, Estados Unidos, Alemanha, Suécia e Japão já têm a educação ambiental como matéria obrigatória no currículo escolar.

Os dez mandamentos para se economizar água nas residências, segundo a H2C:

1. Quando estiver lavando pratos com a mão, não deixe a água escorrer enquanto estiver enxaguando. Encha uma vasilha com água de lavar e outra com água de enxaguar.

2. Coloque para funcionar sua máquina de lavar louças ou roupas quando estiverem cheias. Você pode economizar 3.600 litros de água por mês.3. Use uma vassoura no lugar de uma mangueira para limpar calçadas e economize água, tempo e dinheiro.

4. Se o chuveiro enche um vasilhame de 5 litros em menos de 15 segundos, troque o seu chuveiro por um mais eficiente, ou seja, que despeje menos água.

5. Reduza o seu tempo de banho em 1 ou 2 minutos e você economizará até 540 litros de água por mês.

6. Ao usar a lavadora de roupa, verifique o nível da água para a carga da máquina.

7. Feche a torneira enquanto escova os dentes, e economize até 1.000 litros de água por mês.

8. Feche a água enquanto você ensaboa seus cabelos, e economize até 500 litros de água por mês.

9. Feche a torneira enquanto faz a barba, e economize até 1.000 litros de água por mês.

10. Lave seu carro sobre o gramado e você molhará a grama ao mesmo tempo.

Fonte: José Carlos Mattedi, Repórter da Agência Brasilhttp://www.ecolnews.com.br/agronegocio_desperdicio_agua.htm

http://www.ecodesenvolvimento.org/dicas-e-guias/guias/2013/julho/praticas-conscientes-na-industria-reduzem-o?tag=agua#ixzz3XQo9ikQB 

Page 8: Textos Sobre a Crise Hídrica

TEXTO 1

ONU: população precisará de 40% a mais de água em 2030

Na semana em que se comemorou o Dia Mundial da Água (22 de março), a Organização das Nações Unidas (ONU) previu que, em 2030, a população global vai necessitar de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia. Neste ano, as celebrações giram em torno do tema Água e Energia, e a relação arraigada entre esses dois elementos foi destaque na reunião da ONU, em Tóquio, para celebrar o dia.(...)O Relatório Global sobre Desenvolvimento e Água 2014, de autoria da ONU-Água, reforça a necessidade de políticas e marcos regulatórios que reconheçam e integrem abordagens sobre prioridades nas áreas de água e energia.O Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos é o documento principal da ONU-Água, elaborado pelo Programa Mundial de Avaliação de Recursos Hídricos (WWAP), um programa da ONU-Água com sede na UNESCO.(...)Este importante relatório é um documento integral, que oferece uma visão global da situação dos recursos de água doce no Planeta. Nele são analisadas as pressões exercidas pelas decisões relacionadas à demanda por água e os efeitos que elas têm sobre a sua disponibilidade. Oferece ferramentas que ajudarão as lideranças de governos, setor privado e sociedade civil a fazerem frente aos riscos atuais e futuros. O relatório também sugere meios para reformar as instituições.

Práticas conscientes na indústria reduzem o consumo de água

Práticas como reuso, aproveitamento de água da chuva e limpeza a seco têm sido adotadas para gerar economia e reduzir o impacto ambiental

De todo potencial de água que existe no planeta, quase um quinto (22%) é utilizado pela indústria, estima o site acadêmico Evergreen. Por isso, este setor tem papel fundamental na conservação do recurso natural.

Práticas como reuso, aproveitamento de água da chuva, limpeza a seco e uso consciente na produção têm sido adotadas para gerar economia na conta e, principalmente, reduzir o impacto da indústria   na manutenção deste recurso . Veja alguns exemplos de grandes empresas que estão poupando o precioso líquido durante a fabricação de seus produtos.

Ambev - A fabricante de bebidas Ambev informou ter reduzido o consumo de água de sua produção em 36%, por meio da reutilização da matéria-prima nos últimos dez anos. Ao final do segundo semestre de 2002, a companhia tinha um índice de consumo médio de 536 litros de água para cada 100 litros de produção. Em 2012, a quantidade usada era de 340 litros para produzir obter o mesmo resultado.

Bacardi - Informou ter melhorado sua eficiência de água em 11% durante o ano de 2012 em relação a 2011, com medidas de conservação de água, equipamentos eficientes e reciclagem do recurso. Foram poupados 1,6 milhões de litros em 2012.

Braskem - Uma das maiores empresas petroquímicas do mundo, a Braskem sentiu a necessidade de buscar soluções sustentáveis nas suas operações industriais, já que utiliza cerca de 450 milhões de litros de água mensalmente - um número elevado para uma região da Grande São Paulo, que fornece em média 140 mil litros de água por habitante/ano, menos de 10% do que a ONU considera ideal. Para isso, recorreu ao projeto Aquapolo Ambiental, a maior iniciativa de água de reuso para fins industriais do Brasil.

Coca-Cola -A multinacional alcançou seu menor nível de uso de água em 2012. A empresa passou a usar 1 litro e 400 ml para produzir um litro de cada um de seus produtos, são 30 ml a menos - um copo de cafezinho leva 50 ml, observando cada unidade. Mas ao todo a redução caiu de 9,4 milhões de metros cúbicos para 8,2 milhões, de 2011 em relação ao ano passado.

Google - A empresa adota datacenter (centro de processamento de dados, onde ficam os servidores) na Finlândia, que usa metade do que habitual com energia, água e outros recursos necessários para refrigerar os computadores.

Nestlé - A maior empresa mundial de nutrição, com operações industriais em 83 países, anunciou que desde 1988, até o fim de 2012, o uso de água na multinacional caiu 81%. Isso equivale a 25,8 milhões de m3, capaz de abastecer, por um ano, uma comunidade de 350 mil habitantes. Na emissão de carbono, a redução foi de 63%. A marca também tem realizado um projeto para reutilizar suas garrafas de água mineral, mas esta ação está em desenvolvimento e deve ser restrita às escolas.

http://www.ecodesenvolvimento.org/dicas-e-guias/guias/2013/julho/praticas-conscientes-na-industria-reduzem-o?tag=agua