7
Trabalho TMG: Determinação do coeficiente global de transferência de massa entre duas fases líquidas OBJETIVOS Calcular o valor experimental do coeficiente de transferência de massa, quando ácido acético é transferido de uma solução de butanol saturada com água (fase dispersa em gotas) para uma solução de água saturada com butanol (fase contínua). MONTAGEM EXPERIMENTAL O sistema é constituído por uma coluna de vidro vertical (diâmetro interno de 2.39 cm; altura 1.24 m) equipada com uma camisa de aquecimento (ver Figura 1): Figura 1: A – agulha hipodérmica; B1 – bomba centrífuga; B2 – bomba peristáltica; BT – banho termostatizado; C – coluna; CA – camisa de aquecimento; TC – tubo capilar; T1 – reservatório contendo a fase contínua; T2 – reservatório contendo a fase dispersa; T3 – 1/7 B2 B1 BT CA C V1 T2 T3 TC V2 T1 A

TMG TransferenciaMassaGotas v6

Embed Size (px)

DESCRIPTION

LEQ

Citation preview

  • Trabalho TMG:

    Determinao do coeficiente global de transferncia demassa entre duas fases lquidas

    OBJETIVOS

    Calcular o valor experimental do coeficiente de transferncia de massa, quando cido actico

    transferido de uma soluo de butanol saturada com gua (fase dispersa em gotas) para uma

    soluo de gua saturada com butanol (fase contnua).

    MONTAGEM EXPERIMENTAL

    O sistema constitudo por uma coluna de vidro vertical (dimetro interno de 2.39 cm; altura

    1.24 m) equipada com uma camisa de aquecimento (ver Figura 1):

    Figura 1: A agulha hipodrmica; B1 bomba centrfuga; B2 bomba peristltica; BT banho termostatizado; C coluna; CA camisa de aquecimento; TC tubo capilar; T1 reservatrio contendo a fase contnua; T2 reservatrio contendo a fase dispersa; T3

    1/7

    B2B1

    BT

    CA

    C

    V1

    T2

    T3

    TC

    V2

    T1

    A

  • recolha de amostras; V1 vlvula para regular o caudal de fase dispersa; V2 vlvula dedupla entrada.

    Quando h transferncia de massa de um soluto duma fase lquida dispersa em gotas parauma fase lquida contnua, pode escrever-se[1-2]:

    (1)

    onde

    a rea transferncia interfacial,

    concentrao do soluto na fase dispersa

    concentrao do soluto na fase contnua

    concentrao do soluto na fase dispersa que est em equilbrio com

    coeficiente global de transferncia baseado na fase dispersa

    coeficiente de distribuio

    nmero de moles de soluto transferido

    Se o volume de fase dispersa ( ) se mantiver constante durante o tempo de contacto com a

    fase contnua, podemos escrever o nmero de moles transferidos em funo da concentrao:

    (2)

    E a equao (1) pode rescrever-se como

    (3)

    Supondo que e o grupo mantm-se constantes durante o processo de transferncia

    de massa ao longo da coluna e no tempo , a integrao da equao (3) conduz, aps

    separao de variveis:

    (4)

    2/7

  • integrando:

    (5)

    Em que:

    concentrao final do soluto na fase dispersa

    concentrao inicial do soluto na fase dispersa

    Se a concentrao de soluto na fase contnua for zero, ento

    (6)

    Se e forem o volume e a rea superficial de uma gota, respetivamente, e assumindo que

    todas as gotas tm o mesmo tamanho, pode escrever-se:

    (7)

    Para gotas esfricas

    (8)

    e assim, podemos escrever:

    (9)

    Substituindo na equao (8):

    (10)

    Combinando todos estas equaes em (6), obtm-se a seguinte expresso para calcular o

    coeficiente global de transferncia de massa:

    (11)

    3/7

  • As concentraes e so determinadas por titulao com NaOH.

    Para calcular o volume aproximado das gotas, deve medir o caudal em gotas por unidade

    de tempo. Se chamamos esta caudal , e medimos o tempo que demora encher

    vezes o volume do capilar da instalao experimental, , possvel relacionar

    calcular o volume de uma gota, como:

    (12)

    Onde os valores agrupados com ndice ex, so quantidades experimentais medidas.

    Como alternativas a equao 11 para calcular o valor de coeficiente de transferncia demassa, existem correlaes que permitem estimar o mesmo valor [3], [4]:

    Calderbank e Korchinski:

    (13)

    (14)

    onde o dimetro da gota, a difusividade na fase dispersa, , onde

    so a densidade mssica e viscosidade da fase contnua, , a velocidade terminal

    da gota (utilizar a aproximao ), e o rcio de viscosidades.

    Skelland e Wellek:

    (15)

    onde a tenso interfacial e o nmero de Schmidt da fase descontnua.

    Handlos e Baron:

    (16)

    4/7

  • PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

    1. Determinao do volume do tubo capilar contido entre marcas:

    a. Regular a temperatura do banho termostatizado (BT) para 30C e ligar a

    bomba B1.

    b. Encher a coluna com a fase contnua (gua saturado com butanol), at quase a

    base onde comea o tubo capilar, que deve estar marcado no vidro. Este

    soluo de gua saturada com butanol est no tanque T3 (ver Figura 1). Caso

    a coluna j estiver cheia do incio, de um ensaio anterior, tirar 3 amostras de

    10 mL e titular com NaOH fornecido. Nesta fase do trabalho procure no

    encher ate o topo com a fase aquosa saturada. Deve deixar um volume por

    debaixo do capilar, para poder ter espao para a fase orgnica saturada, que

    ficar no topo. Se for preciso, manipular as vlvulas de purga e/ou do tanque

    de alimentao do topo para acertar o nvel (ver vlvula V2, Figura 1).

    c. Ligar a bomba peristltica (B2) e regular o caudal de fase dispersa (butanol

    saturado com gua) para um caudal aproximado de 100 gotas por minuto. Em

    algumas situaes, a coluna pode ficar como embaciada dificultando a

    visualizao das gotas. Neste caso, tentar a contagem por um dos extremos da

    coluna: um pode ser na base da coluna; ou muito perto do topo. Se no for

    possvel, pedir ajuda ao docente e/ou ao tcnico de laboratrio.

    d. Medir o tempo necessrio para encher o volume do tubo capilar a partir da

    marca visvel no topo da coluna.

    e. Durante um intervalo de tempo quntuplo do tempo registado em d ( )

    recolher uma amostra de fase dispersa sada do capilar.

    f. Medir o volume desta amostra (ponto e) com uma proveta de 10 mL. Repetir.

    2. Procurar as solues de cido actico em butanol saturado com gua com

    concentraes de 3%v/v e 5%v/v. Registar o ttulo rigoroso de cada soluo j

    fornecido.

    5/7

  • 3. Determinao do coeficiente global de transferncia de massa:

    a. Colocar em T2 a soluo de cido actico a 3%. Esta soluo j tem cor

    devido ao indicador vermelho de metilo, para facilitar a visualizao das gotas

    na coluna.

    b. Ligar a bomba peristltica e regular o caudal de fase dispersa para 100 gotas

    por minuto (i.e. para o mesmo caudal que registou no ponto 1.c).

    c. Cronometrar o tempo de subida de uma gota.

    d. Deixar o sistema a trabalhar durante cerca de 15 minutos, tendo o cuidado de

    manter o caudal de gotas constante. Verifique.

    e. Recolher 3 amostras de fase dispersa sada do capilar (T3): Durante um

    intervalo de tempo suficiente que permita recolher uns 3 mL na proveta de 10

    mL. Logo, tirar uma aliquota de 2 mL com uma pipeta volumtrica.

    f. Proceder titulao das amostras recolhidas com NaOH ~0.01M (verificar o

    ttulo rigoroso), usando vermelho de metilo como indicador (qual o ponto de

    viragem deste indicador?)

    g. Tirar 3 alquotas de 10 mL de soluo aquosa da coluna e titular com NaOH

    (use a sada por debaixo da coluna) e titule a soluo.

    h. Repetir o procedimento anterior para a soluo de cido actico a 5%, isto

    passos a-g.

    4. Tratamento de Resduos:

    a. Esvaziar a coluna que essencialmente gua saturada com butanol, e colocar

    no bido dos resduos aquosos junto ao porto.

    6/7

  • CLCULOS E TRATAMENTO DE RESULTADOS

    Determinar o volume de uma gota.

    Calcular as concentraes iniciais e finais das solues de cido actico.

    Determinar os valores dos coeficientes globais de transferncia de massa

    experimentais, utilizando a equao 11.

    A equao 11 ignora o efeito da concentrao do cido actico que se acumula

    durante as experincias ( ). Considerando novamente a equao 5

    recalcular os valores experimentais dos coeficientes globais de transferncia de

    massa, admitindo um valor mdio, em cada ensaio, tomando como referncia as

    concentraes experimentais de cido obtidas por titulao (ver passo g do

    procedimento experimental). Considerar que o valor do coeficiente de distribuio

    m igual a 1.1.

    Aplicar as correlaes propostas para calcular o valor do coeficiente global de

    transferncia de massa. Calcule o erro relativo aos valores experimentais. Apresentar

    todas as propriedades de transporte e termodinmicas em unidade C.G.S. e respetivos

    nmeros adimensionais em uma tabela apropriada.

    BIBLIOGRAFIA

    [1] R. E. Treybal, Mass-transfer operations. New York: McGraw Hill book company inc.,1981.

    [2] E. L. Cussler, Diffusion: mass transfer in fluid systems. Cambridge; New York:Cambridge University Press, 2009.

    [3] A. Kumar and S. Hartland, Correlations for Prediction of Mass Transfer Coefficients inSingle Drop Systems and LiquidLiquid Extraction Columns, Chem. Eng. Res. Des.,vol. 77, no. 5, pp. 372384, Jul. 1999.

    [4] J. Gaspar, R. dos Santos, and S. Tnia, Determinao do coeficiente global detransferncia de massa entre duas fases lquidas. Laboratrios de EngenhariaQumica, Departamento de Qumica, Universidade de Aveiro, 2014.

    7/7

    OBJETIVOSMONTAGEM EXPERIMENTALPROCEDIMENTO EXPERIMENTALCLCULOS E TRATAMENTO DE RESULTADOSBIBLIOGRAFIA