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leonardo-marques-vilarinho
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Todos os dias serão nublados,Todas as manhãs serão cinzentas
Todas as tarde sonolentas,Todas as noites chuvosas
E as madrugadas barulhentasQue é para não se conciliar
A insônia com o sono.E ao amanhecer com olheiras
Ficar patente o abandonoQue o poeta costuma viver,
Longe de você
A fumaça do cigarro se misturaCom a poluição do ambienteE o pulmão reclama doentePor conta de um respirar afrontadoE do bater de um coração acelerado
Que só faz viver desanimadoPor não querer mais sofrer.
Longe de você.Todo o amanhã será passadoE passará assim tão caladoQue não dará a perceber
Aquilo que eu tinha pra viver.
O que eu como, não saboreioO que eu bebo, se faz amargo
E o que eu cheiro, rejeito enjoado
E me dá um fastio danado,Coisas de um apaixonado,
Destes que dá dó de se ver,Longe de você.
O violão se cala desafinado,
A poesia perde o encanto e a magia
Do novo, do surreal, do inusitado
E o que se vê é só lamento,
A solidão é desentranhamento
De quem vive tentando um remédio,
Uma vacina, um antídoto para o tédio
De viver sem você.
Longe de vocêEu já não quero saber de outra dança,
Se alguém me convida, eu recuso!Digo que estou cansado,
Peço licença e saio apressado,Volto para o meu quarto tão frioE deito assim solitário.