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Tombamento de mudas Caciara Gonzatto Maciel
Marília Lazarotto
Graziela Piveta
Marlove Fátima Brião Muniz
O tombamento de mudas pode ocorrer em pré-emergência e/ou pós-
emergência. No primeiro caso, o patógeno coloniza e mata as sementes antes
de sua germinação, sendo muitas vezes confundido com baixa taxa de
germinação. No segundo caso a plântula tomba logo após sua emergência,
sendo o tombamento o sintoma típico. Os principais agentes patogênicos
causadores de tombamento são fungos de solo e que retiram seu alimento de
restos de matéria orgânica. Outro sintoma comum é o anelamento do floema
na haste das mudas, principalmente na região do coleto ou ao longo do caule,
que culmina no tombamento da muda. Esses sintomas ocorrem, geralmente,
logo após a germinação das sementes ou depois do fechamento do canteiro,
onde o tocar das copas das mudas cria um ambiente favorável à infecção. As
lesões apresentam-se de coloração marrom-escuras e, geralmente, recobertas
pela esporulação do patógeno.
Observa-se a ocorrência de plântulas mortas em reboleiras, tanto no
canteiro quanto em embalagens.
Os principais agentes causais do tombamento de mudas em viveiro
pertencem aos seguintes gêneros: Pythium, Rhizoctonia, Phytophthora,
Fusarium, Cylindrocladium, dentre outros. Ainda existem aqueles que causam
danos esporádicos em plântulas ou podridões de sementes como:
Colletotrichum, Phoma, Helminthosporium, Cercospora e Botrytis.
A seguir serão apresentadas fotos e descrições dos sintomas de alguns
fungos causadores de tombamento, identificados na Região Central do Estado.
a) Agente causal: Botrytis cinerea
Hospedeiro: Eucalyptus sp.
Sintomas: afeta os tecidos mais jovens da parte aérea das plantas,
especialmente de mudas jovens, causando a morte do ápice ou até mesmo, de
toda a muda. Os sintomas iniciam-se pelo enrolamento das folhas, seguido de
seca e queda das mesmas. Comumente, observa-se um crescimento de um
mofo acinzentado sobre as partes afetadas.
Estrutura de Botrytis cinerea em hastes de Eucalyptus sp. vistas em lupa (A), e no microscópio ao aumento de 40 x (B).
A B
b) Agente causal: Cylindrocladium candelabrum
Hospedeiro: Eucalyptus sp.
Sintomas: os sintomas visíveis são podridão e escurecimento da haste,
tratando-se de uma lesão escura que progride da base para o ápice da estaca.
A podridão pode estar localizada na região da interface estaca/substrato ou em
porções superiores da estaca. A lesão avança sobre os tecidos da estaca,
escurecendo-a por completo, provocando a morte das gemas e impedindo o
seu enraizamento.
Lesão na estaca causada por Cylindrocladium candelabrum, em Eucalyptus sp. (A), e esporos do fungo vistos em microscópio com aumento de 20x (B). .
B A
c) Agente causal: Rhizoctonia sp.
Hospedeiro: Cedro (Cedrela fissilis Vell.)
Sintomas: os sintomas aparentes são podridão de colo ou haste, seguida de
tombamento da muda. Pode-se observar escurecimento das raízes devido à
associação com o fungo. Sobre a muda atacada forma-se uma espécie de “teia
de aranha” que são, na verdade, as hifas do fungo. Rhizoctonia solani ataca
também estacas de eucalipto, causando a chamada mela das estacas com
sintomas semelhantes aos descritos anteriormente.
Tombamento de muda de cedro (A) e hifa de Rhizoctonia sp. vista em microscópio ao aumento de 20 x (B).
B A
d) Agente causal: Fusarium sp. Hospedeiro: Angico-vermelho (Parapiptadenia rigida)
Sintomas: os sintomas verificados foram podridão dos cotilédones e má
formação do sistema radicular, caracterizando tombamento em pré-
emergência. Quando as mudas são retiradas do substrato e mantidas em
câmara úmida, pode-se verificar a presença do micélio fungico esbranquiçado.
Tombamento de mudas de angico-vermelho (A) e macroconídios de Fusarium sp. vistos em microscópio com aumento de 20 x (B).
A B
Bibliografia consultada ALFENAS, A.C., ZAUZA, E. A. V., MAFIA, R. G. & ASSIS, T. F. Clonagem e
doenças do eucalipto. 1ª Edição. Viçosa MG. Editora UFV. 2004, 442p.
GALLI, F.; CARVALHO, P. C. T.; TOKESHI, H.; BALMER, E. ; KIMATI, H.; CARDOSO, C. O. N.; SALGADO, C. L.; KRUGNER, T. L.; CARDOSO, E. J. B. N.; FILHO, A. B. Manual de Fitopatologia, Doenças das Plantas Cultivadas. São Paulo: Agronômica Ceres, 1980, v. 2, 663p.