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INDICE ANALÍTICO Introdução________________________________________________________2 A Essência da Natureza do Homem___________________________________3 Questões Propostas________________________________________________3 O que a Bíblia quer dizer com “alma” e “espírito”? Será que são a mesma coisa?______________________________________________________3 De quantas partes compõe-se o homem? Explique usando bases bíblicas._________________________________________________________4 O dicotomista se baseia:_____________________________________________________4 O que dizem os que defendem a idéia Dicotomista? Cite os principais defensores dessa idéia e as referências bíblicas usadas por eles._________________________________________________________6 (1). Franklin Ferreira e Alan Myat____________________________________________6 (2). Henry Clarence Thiessen_______________________________________________8 (3). Tácito da Gama Leite Filho_____________________________________________8 (4). Augustus Hopkins Strong______________________________________________9 (5). Wayne Grudem_____________________________________________________10 (6). O Novo Dicionário da Bíblia____________________________________________11 (7). O Dicionário Bíblico Wycliffe___________________________________________11 O que dizem os que defendem a idéia Tricotomista? Cite os principais defensores dessa idéia e as referências bíblicas usadas por eles.________________________________________________________12 São conhecidos como defensores da Teoria Tricotomista:____________________________13 E você, o que diz sobre a essência da natureza humana? Explique usando base bíblica._____________________________________________14 Conclusão________________________________________________________15 Bibliografia_____________________________________________________16

Trabalho de Antropologia Cristã

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Page 1: Trabalho de Antropologia Cristã

INDICE ANALÍTICO

Introdução______________________________________________________________________2

A Essência da Natureza do Homem__________________________________________________3

Questões Propostas_______________________________________________________________3

O que a Bíblia quer dizer com “alma” e “espírito”? Será que são a mesma coisa?___________3

De quantas partes compõe-se o homem? Explique usando bases bíblicas.__________________4

O dicotomista se baseia:_________________________________________________________________4

O que dizem os que defendem a idéia Dicotomista? Cite os principais defensores dessa idéia e

as referências bíblicas usadas por eles._______________________________________________6

(1). Franklin Ferreira e Alan Myat_____________________________________________________6

(2). Henry Clarence Thiessen__________________________________________________________8

(3). Tácito da Gama Leite Filho________________________________________________________8

(4). Augustus Hopkins Strong__________________________________________________________9

(5). Wayne Grudem_________________________________________________________________10

(6). O Novo Dicionário da Bíblia______________________________________________________11

(7). O Dicionário Bíblico Wycliffe_____________________________________________________11

O que dizem os que defendem a idéia Tricotomista? Cite os principais defensores dessa idéia

e as referências bíblicas usadas por eles._____________________________________________12

São conhecidos como defensores da Teoria Tricotomista:______________________________________13

E você, o que diz sobre a essência da natureza humana? Explique usando base bíblica._____14

Conclusão______________________________________________________________________15

Bibliografia____________________________________________________________________16

Page 2: Trabalho de Antropologia Cristã

Introdução

Este trabalho tem por finalidade examinar a Essência da Natureza do Homem, dentro da Teologia Sistemática, na doutrina que lhe é peculiar e cuja nomenclatura denomina-se por Antropologia Bíblica. Abordará as duas teorias que se propõe a explicar como se dá a formação do homem, bem como as bases bíblicas usadas em defesa de ambas. Verdade é que, todos concordam que o homem tem tanto uma natureza material como uma imaterial. Sua natureza material é seu corpo; sua natureza imaterial é sua alma, seu espírito. Surge a questão: o homem é um ser duplo ou tríplice? O espírito e a alma são uma só e a mesma coisa ou devemos diferenciá-los um do outro? Aqueles que acreditam que a alma e espírito são uma só coisa são chamados de dicotomistas; os que afirmam que não são a mesma coisa são chamados de tricotomistas. Passemos agora a examinar a exposição e as diferentes opiniões defendidas por alguns autores a respeito deste assunto.

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Page 3: Trabalho de Antropologia Cristã

A Essência da Natureza do Homem

Questões Propostas

O que a Bíblia quer dizer com “alma” e “espírito”? Será que são a mesma coisa?

As Escrituras usam “alma” e “espírito” indistintamente.

Quando analisamos o uso das palavras bíblicas traduzidas como “alma”

(heb. nephesh e Gr. psyche) e “espírito” (heb. ruach e Gr pneuma),

parece-nos que às vezes são usadas indistintamente. Por exemplo, em

João 12.27, diz Jesus: “agora, está angustiada a minha alma”, enquanto

num contexto muito parecido, no capítulo seguinte, João diz que Jesus

“angustiou-se [...] em espírito (João 13.21). Do mesmo modo, lemos as

palavras de Maria em Lucas 1.46-47: “A minha alma engrandece ao

Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu salvador.”

Esse parece um exemplo bem evidente de paralelismo hebráico, o

artifício poético em que a mesma idéia é repetida com o uso de palavras

diferentes, mas sinônimas. Essa indistinção de termos também é

explicada por que as pessoas que morreram e foram para o céu ou para o

inferno podem ser chamadas de espíritos (Hebreus 12.23, “espíritos dos

justos aperfeiçoados”; também 1ª Pedro 3.19, “espíritos em prisão”) ou

“almas” (Apocalipse 6.9, “as almas daqueles que tinham sido mortos por

causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam”;

20.4 “as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus”).

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Page 4: Trabalho de Antropologia Cristã

De quantas partes compõe-se o homem? Explique usando bases bíblicas.

O homem é composto de duas partes, sendo uma delas material que

é o corpo e outra imaterial, que é chamada de “alma” ou “espírito”. O

homem é tido tanto como “corpo e alma” quanto como “corpo e

espírito”. Jesus nos exorta a não temer aqueles que “matam o corpo e

não podem matar a alma”, mas sim “aquele que pode fazer perecer no

inferno tanto a alma como o corpo” (Mt 10.28). Aqui a palavra “alma”

claramente se refere à parte da pessoa que persiste após a morte. Não

pode significar “pessoa” ou “vida”, pois não faria sentido falar daqueles

que “matam o corpo e não podem matar a pessoa”, ou “que “matam o

corpo e não podem matar a vida”, a menos que haja algum aspecto da

pessoa que continue vivo depois da morte do corpo.

O dicotomista se baseia:

a) Na criação, quando o corpo tornou-se possuído e vitalizado com a

inspiração do sopro: corpo e alma, e nada mais.

b) No testemunho da consciência, que segundo eles é favorável ao

dicotomismo. A isto podemos acrescentar que o consciente testifica que

há dois elementos no ser humano; podemos distinguir uma parte material

e uma imaterial. Mas o consciente de ninguém consegue distinguir entre a

alma e o espírito.

c) No uso intercambiável dos termos alma e espírito, no Antigo e em

o Novo Testamento: Gn 41.8; SI 42.6: Jo 12.27; 13.2; Mt 20.28; At 7.59; Lc

8.55.

d) Na morte, descrita como entrega do espírito ou alma a Deus: SI

31.5; Lc 23.46; At 7.59, Ap 6.9.

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Page 5: Trabalho de Antropologia Cristã

e) Pelo fato de o lugar mais elevado na religião ser atribuído à alma

(Marcos 12:30; Lucas 1:46; Hb. 6: 18-9; Tiago 1:21).

f) Pelo fato de se falar do corpo e da alma (ou espírito) como

constituindo o todo do homem (Mt. 10:28; 1ª Co. 5:3; 3ª João 2) e que

perder a "alma" é perder tudo (Mt. 16:26; Marcos 8:36, 37).

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Page 6: Trabalho de Antropologia Cristã

O que dizem os que defendem a idéia Dicotomista? Cite os principais defensores dessa idéia e as referências bíblicas usadas por eles.

(1). Franklin Ferreira e Alan Myat

Em seu livro Uma Análise Histórica, Bíblica, e Apologética Para o

Contexto Atual, em defesa da Teoria Dicotomista e refutando a Teoria

Tricotomista eles dizem:

Alguns teólogos e escritores populares fazem distinção entre o

espírito e a alma, fundamentados em Hebreus 4.12 e 1ª Tessalonicenses

5.23. Provavelmente o autor mais popular que ensina esta doutrina talvez

seja Watchman Nee, o místico chinês. Segundo Nee, o espírito é aquela

parte do homem que se relaciona com Deus, e a alma é a parte que tem o

intelecto, as emoções e a vontade. Ele, como os demais tricotomistas,

criou uma hierarquia, colocando o espírito no lugar mais alto, a alma no

meio e o corpo por último. Isso soa parecido com as teorias gnósticas que

criaram uma hierarquia do Ser, colocando os elementos espirituais na

parte de cima, num lugar de maior valor.

Uma implicação desta teoria é que Deus não se relaciona com o ser

humano por meio da mente, mas por meio de uma intuição mística.

Através da intuição, a mente pode conhecer a mente de Deus diretamente

e receber a orientação divina. O espírito também experimenta comunhão

com Deus, muito mais profunda do que pode ser experimentada por meio

da mente. Finalmente, o espírito tem uma consciência que convence a

pessoa do bem e do mal. É importante ter em mente que, segundo

Watchman Nee, tudo isso acontece sem o uso do intelecto, que só pode

operar na alma. Sendo inferior, o intelecto não é confiável.

O problema com tudo isso é que não é possível se relacionar com

Deus sem o intelecto, a não ser que a experiência se torne um misticismo

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Page 7: Trabalho de Antropologia Cristã

sem conteúdo. Neste caso, não seria possível conhecer a Deus, e é difícil

entender como alguém possa receber orientação de Deus sem usar o

intelecto! Mesmo que as emoções façam parte da alma, como na teoria de

Nee, o que acontece no nível prático é que, ao eliminar o intelecto do

relacionamento com Deus, as emoções ficam no controle de tudo. As

intuições, então, são apenas sentimentos e, de repente, a intuição pode

ser identificada com a voz de Deus, mesmo que Deus não tenha falado

palavra nenhuma. O grande perigo deste sistema é que ele desvaloriza

fortemente o raciocínio. Até o estudo da Bíblia fica num lugar inferior ao

das intuições. Portanto, a experiência se torna o critério último para

determinar a verdade. Para evitar o caos que resultaria da prática desta

teoria, Nee ensinou a submissão absoluta dos crentes aos anciões da

igreja.

Os tricotomistas não conseguiram provar, com base na Bíblia, que

existam três substâncias distintas no ser humano. Nosso estudo das

palavras alma, espírito e coração, no Antigo Testamento e Novo

Testamento, mostra nitidamente que elas são empregadas para descrever

uma única substância espiritual, que é o homem interior. O conceito deste

homem interior abrange o intelecto, a vontade e as emoções. É essa parte

do ser humano que o capacita a se relacionar com Deus e com outros

seres humanos. Então, quando o apóstolo expressou seu desejo de que

Deus santificasse o povo em "espírito, alma e corpo" (1 Ts 5.23), a

menção de espírito e alma é mais bem interpretada como um exemplo de

paralelismo. O paralelismo é um recurso da linguagem hebraica para

enfatizar um ponto, neste caso, o ponto de que a pessoa interior toda seja

santificada. Quando o autor de Hebreus disse que a palavra de Deus

divide a "alma e espírito" (Hb 4.12) isto é uma imagem que mostra que a

Palavra vai até a parte mais profunda de nossos pensamentos e emoções.

É evidente que o método de interpretação dos tricotomistas está

equivocado. Se aplicarmos este método a Marcos 12.30, podemos concluir

que o ser humano tem quatro partes: coração, alma, entendimento e

força. Isto obviamente é falso. A melhor interpretação é entender o uso

destas palavras com o intuito de enfatizar que devemos amar a Deus com

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Page 8: Trabalho de Antropologia Cristã

todo o nosso ser. Quanto à constituição da natureza humana, a evidência

bíblica demonstra que não existe nenhuma distinção entre o espírito e a

alma.

(2). Henry Clarence Thiessen

Em seu livro Palestras em Teologia Sistemática, acerca da Dicotomia

ele diz:

Esta teoria é sustentada por diversos fatos. Primeiro pelo fato de Deus

ter soprado no homem um só princípio, a alma vivente. (Gn. 2:7). Em Jó

27:3, "vida" e "espírito" parecem ser usados intercambiavelmente; cf.

33:18. Em segundo lugar, pelo fato dos termos "alma" e "espírito"

parecerem ser usados intercambiavelmente em algumas referências (Gn.

41:8 e SI. 42: 6; João 12:27 e 13:21; Mt. 20:28 e 27:50; Hb. 12:23 e Ap.

6:9). Em terceiro lugar, pelo fato de tanto o "espírito" quanto a "alma"

serem atribuídos à criação irracional (Ec. 3:21; Ap. 16:3). Mas como

Pardington observa: "Acredita-se que o princípio vivente nos animais

irracionais (alma ou espírito) seja irracional e mortal; no homem, racional

e imortal". Em quarto lugar, pelo fato da "alma" ser atribuída ao Senhor

(Amos 6:8, lit. "por sua alma"; Jr. 9:9; Is. 42:1; 53:10-12; Hb. 10:38). Em

quinto lugar, pelo fato de o lugar mais elevado na religião ser atribuído à

alma (Marcos 12:30; Lucas l: 46; Hb 6. 18-9; Tiago l: 21). E em sexto lugar,

pelo fato de se falar do corpo e da alma (ou espírito) como constituindo o

todo do homem (Mt. 10:28; I Co. 5:3; 3 Jo 2) e que perder a "alma" é

perder tudo (Mt. 16:26; Marcos 8:36, 37). A isto podemos acrescentar que

o consciente testifica que há dois elementos no ser humano; podemos

distinguir uma parte material e uma imaterial. Mas o consciente de

ninguém consegue distinguir entre a alma e o espírito.

(3). Tácito da Gama Leite Filho

Em seu livro O Homem em

três tempos – Uma Introdução à Antropologia Cristã, acerca da dicotomia ele

diz que:

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Page 9: Trabalho de Antropologia Cristã

O dicotomismo emprega o termo alma falando da relação da vida do

homem para com as coisas terrenas. O homem foi comparado a uma casa

de dois andares, tendo no segundo duas janelas: uma que dá para

contemplar o mundo (alma) e outra que dá para contemplar o céu

(espírito).

(4). Augustus Hopkins Strong

Em sua obra Teologia

Sistemática - Edição Revista e Ampliada, Volume 2, em defesa da teoria

Dicotomista ele diz:

Concluímos que a parte imaterial do homem, vista como uma vida

individual e consciente, capaz de possuir e animar um organismo físico

chama-se alma (psyche), vista como um agente racional e moral

suscetível de influência e habitação divina chama-se espírito (pneuma).

Espírito, então, é a natureza do homem com os olhos voltados para Deus e

capaz de receber e manifestar o Espírito Santo. Alma (psyche) é a

natureza do homem com os olhos voltados para a terra e tocando o

mundo dos sentidos. Espírito (pneuma) é a parte mais elevada do homem

relacionada com as realidades espirituais ou capaz de tais relações; a

alma (psyche) é a parte mais elevada do homem, relacionada com o corpo

ou capaz de tal relação. Portanto, o homem não é tricotômico, mas

dicotômico, e sua parte imaterial, conquanto tenha dualidade de poderes,

tem unidade de substância.

A natureza do homem não é uma casa de três andares, mas de dois,

com janelas no superior, apontando para duas direções — a terra e o céu.

O andar inferior é a nossa parte física - o corpo. No entanto, "o andar

superior" do homem tem dois aspectos; há um panorama das coisas

inferiores e uma clarabóia pela qual se vêem as estrelas. "A alma", diz

hovey, "é o espírito modificado pela união com o corpo".

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Page 10: Trabalho de Antropologia Cristã

(5). Wayne Grudem

Em sua obra Teologia

Sistemática – Atual e Exaustiva, em parte de sua defesa da teoria

Dicotomista faz uma observação interessante:

A “alma” pode pecar, ou o “espírito” pode pecar. Aqueles que

defendem a tricotomia geralmente concordam que a “alma” pode pecar,

pois crêem que a alma inclui o intelecto, as emoções e a vontade. (vemos

que nossa alma pode pecar em versículos como 1ª Pe 1.22; Ap 18. 14.)

O tricotomista, porém, geralmente considera que o “espírito” é mais

puro do que a alma e, quando renovado, livre do pecado e sensível ao

chamado do Espírito Santo. Essa concepção (que às vezes se insinua na

pregação e nos escritos cristãos populares) não encontra realmente apoio

no texto bíblico. Quando Paulo encoraja os coríntios a se purificar “de toda

impureza, tanto da carne como do espírito” (2º Co 7.1), ele sugere

nitidamente que pode haver impureza (ou pecado) no espírito. Ele cita

várias outras passagens semelhantes que dão a mesma idéia: 1ª Co 7.34;

Pv 16.18; Ec 7.8; Is 29.24; Dn 5.20; Pv 16.2; Sl 78.8, 32.2, 51.10.

Finalmente, o fato de as Escrituras aprovarem aquele “que domina seu

espírito” (Pv 16.32) implica que nosso espírito não é simplesmente a parte

espiritualmente pura da nossa vida, que deve ser acatada sempre, mas

que também pode ter inclinações ou desejos pecaminosos.

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Page 11: Trabalho de Antropologia Cristã

(6). O Novo Dicionário da Bíblia

Ao definir o termo Rüach (Espírito), traz a seguinte conclusão: Nem o

emprego que o Antigo Testamento faz nem o que aparece no Novo

Testamento justificam o conceito da constituição humana como uma

tricotomia.

(7). O Dicionário Bíblico Wycliffe

Em uma definição da Antropologia Bíblica, traz a seguinte explicação

em defesa da Dicotomia:

A natureza do homem. O homem é a mais elevada das criaturas de

Deus, além dos anjos (SI 8.5-8; Hb 2.6-9). Ele é a consumação da criação

de Deus, e recebe o domínio sobre a terra e a incumbência de dominá-la

(Gn 1.26,27). Para a salvação dos seres humanos, e somente deles, Deus

enviou o seu filho único, o seu primogênito, para redimi-los na cruz.

O homem tem, por natureza, ao menos duas partes. É composto de

corpo e também de alma ou espírito. Os anjos têm uma só parte, e são

puramente espírito. A visão tricotomista de que o homem é dividido em

três partes — espírito, alma e corpo - é baseada principalmente em l

Tessalonicenses 5.23, "todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam

plenamente conservados irrepreensíveis..." e em Hebreus 4.12, "penetra

até à divisão da alma, e do espírito". À luz de outras passagens das

Escrituras, estas aparentes distinções entre alma e espírito podem ser

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Page 12: Trabalho de Antropologia Cristã

mais bem explicadas como diferenças de função ou aspectos da

personalidade da parte não material do homem.

O que dizem os que defendem a idéia Tricotomista? Cite os principais defensores dessa idéia e as referências bíblicas usadas por eles.

Os que adotam a posição tricotomista buscam apoio em varias

passagens das Escrituras. Relacionamos abaixo as mais comumente

usadas.

1) 1ª Tessalonicenses 5.23. "O mesmo Deus da paz vos santifique em

tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros

e irrepreensíveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo" (1Ts 5.23).

Esse versículo porventura não fala claramente que o homem tem

três partes?

2) Hebreus 4.12. "A palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante

do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de

dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os

pensamentos e os propósitos do coração.” (Hb 4.12). Se a espada

das Escrituras divide a alma e o espírito, esses não seriam então

elementos distintos do homem?

3) 1ª Coríntios 2.14-3.4. Essa passagem trata de diferentes tipos de

pessoas, daqueles que são “carnais” (gr. sarkinos, 1 Co 3.1); do

que é "não espiritual" (gr. psyçhikos, lit. “almal”, 1Co 2,14); e

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Page 13: Trabalho de Antropologia Cristã

daquele que é "espiritual" (gr. pneumatikos, 1Co 2.15). Acaso

essas categorias não sugerem tipos diferentes de pessoas - os não

cristãos “carnais”, os cristãos “naturais”; que seguem os desejos

da alma e os cristãos mais maduros que seguem os do espírito?

Será que isso não sugere que alma e espírito são elementos

distintos da nossa natureza?

4) 1ª Coríntios 14.14. Quando Paulo diz: "Se eu orar em outra língua,

o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera"

(1Co 14.14), não sugere ele que a mente faz algo diferente do

espírito, e não sustentaria isso o argumento tricotomista de que a

mente e o pensamento devem ser atribuídos à alma, não ao

espírito?

5) O argumento da experiência pessoal. Muitos tricotomistas dizem

que têm uma percepção espiritual, uma consciência espiritual da

presença de Deus, que os afeta de modo que eles sabem ser

diferente do pensamento comum e também das emoções.

Perguntam eles: "Se eu não tenho um espírito distinto dos meus

pensamentos e das minhas emoções, então o que exatamente é

isso que sinto ser diferente dos meus pensamentos e das minhas

emoções, algo que só posso descrever como adoração a Deus em

espírito e como percepção da sua presença no meu espírito?

Porventura não há algo em mim maior, do que meramente meu

intelecto, minhas emoções e minha vontade, e não deve isso se

chamar espírito?

6) É nosso espírito que nos faz diferentes dos animais. Alguns

tricotomistas argumentam que os homens e animais têm alma,

mas sustentam que é a presença do espírito que nos faz diferentes

dos animais.

7) O espírito é aquilo que recebe vida na regeneração. Os

tricotomistas afirmam que, quando nos tornamos cristãos, nosso

espírito recebe vida: "Se, porém, Cristo está em vós, o corpo na

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Page 14: Trabalho de Antropologia Cristã

verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida,

por causa da justiça “ (Rm 8.10).

São conhecidos como defensores da Teoria Tricotomista:

Watchman Nee;

João Damasceno (representante deste pensamento na Igreja

Oriental, que igualmente defendia a tricotomia).

Orígenes

E você, o que diz sobre a essência da natureza humana? Explique usando base bíblica.

Devo admitir que, defendia apenas por tradição algo que eu

desconhecia. Posto que, afirmava ser tricotomista, desde os dias que

remontam ao início da minha conversão sem, contudo, conhecer com

propriedade os “dois lados da moeda”. Aceitava que os seres humanos

eram formados por três elementos distintos. Corpo, alma e espírito e

ainda, que a alma se inclinava para “os desejos carnais” e o espírito

para as “coisas de Deus”, embora não pudesse compreender como se

dava essa separação das duas substancias imateriais em meu ser.

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Page 15: Trabalho de Antropologia Cristã

Entretanto, ao perceber, que essa é uma questão que realmente

divide opiniões e, procurando ter uma posição firme a este respeito,

inclusive por ocasião do desenvolvimento deste trabalho extraclasse, foi-

me necessário que, por meio de um exame cuidadoso das Escrituras ante

o exposto pelas duas teorias, eu pudesse definir qual delas se encaixasse

melhor aos ensinamentos bíblicos.

Já agora, passando a examinar melhor as passagens citadas neste

estudo e a argumentação em defesa da Dicotomia, visto também que

quase a totalidade dos teólogos e estudiosos da bíblia, principalmente os

mais respeitados também a defendem, tenho-me inclinado com total

disposição a esta linha de pensamento, por considerá-la mais

substancialmente bíblica. Basicamente minha mudança de opinião deu-se

pelo fato de concordar que o uso intercambiável dos termos alma e

espírito, no Antigo no Novo Testamento: Gn 41.8; SI 42.6: Jo 12.27; 13.2;

Mt 20.28; At 7.59; Lc 8.55, prova que tudo o que se diz que a alma faz,

diz-se que o espírito também faz e tudo que se diz que o espírito faz, diz-

se que a alma também faz. E ainda, pelo testemunho da consciência, que

nos mostra que o consciente testifica que há dois elementos no ser

humano; podemos distinguir uma parte material e uma imaterial. Mas o

consciente de ninguém consegue distinguir entre a alma e o espírito,

embora os tricotomistas afirmem tê-la em certo ponto. E por último, pelo

fato de se falar do corpo e da alma (ou espírito) como constituindo o todo

do homem (Mt. 10:28; 1ª Co. 5:3; 3ª João 2) e que perder a "alma" é

perder tudo (Mt. 16:26; Marcos 8:36, 37).

Conclusão

O homem é formado de duas partes, sendo uma parte material, que

é o seu corpo físico, e uma parte imaterial, que é o seu corpo espiritual. O

seu corpo espiritual é chamado de alma, quando se trata das relações

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Page 16: Trabalho de Antropologia Cristã

humanas em sociedade, suas habilidades intelectuais, suas faculdades

psíquicas e sua existência enquanto ser racional que conhece e interage

com o mundo visível a sua volta. Já quando voltamos nossos olhos para o

homem em relação ao seu Criador, denomina-se a sua parte imaterial

como espírito, que é regenerado ao receber o Espírito Santo por ocasião

da conversão e prossegue dia após dia aperfeiçoando-se mediante o

conhecimento de Deus através da espiritualidade Cristã desenvolvida por

meio da Palavra de Deus e da intimidade com Ele. (Hebreus 12.23).

Embora existam duas linhas distintas de pensamento no que

diz respeito à Essência da Natureza do homem, concluímos que apenas a

Teoria Dicotomista sobreviveu ao exame cuidadoso das passagens bíblicas

e responde aos padrões da percepção que o homem próprio homem tem

de sua porção imaterial. Sendo assim, não há razão para concordarmos

com a teoria Tricotomista, uma vez que, mostrou-se falha, contraditória e

insuficiente e não resiste ao exame à luz das Escrituras Sagradas.

Concluímos também que, no que diz respeito às passagens de

Hebreus 4.12 e 1ª Tessalonicences 5.23, os dois termos foram usados com

o intuito de reforçar a idéia, com o uso dos paralelismos hebraicos,

artifício poético muito comum aos escritores bíblicos.

Bibliografia

O Homem em Três Tempos, LEITE Filho - Tácito da Gama, São Paulo

- CPAD 1982 - 8ª Ed.

Página 16

Page 17: Trabalho de Antropologia Cristã

Teologia Sistemática: Uma Análise Histórica, Bíblica, e Apologética

Para o Contexto Atual, FERREIRA – Franklin/ MYATT, Alan - São Paulo – Vida

Nova, 2007.

THIESSEN, H Clarence, W. Palestras em Teologia Sistemática. Editora Batista Regular, 1997.

GRUDEM, Wayne, Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva. Editora Vida Nova, 1999.

STRONG, Augustus Hopkins, Teologia Sistemática – Edição Revista e Ampliada – Volume 2. Editora Hagnos – 2007.

VINE, W. E.; UNGLER, M. F.; WHITE, W. Dicionário Vine. Rio de Janeiro. CPAD, 2006.

Novo Dicionário da Bíblia, O – J. D. Douglas, São Paulo. Vida Nova

1995.

Página 17