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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO DAS ÁREAS ACADÊMICAS IV COORDENAÇÃO DA ÁREA DE MECÂNICA BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE SUPRESSÃO DE RUÍDOS PARA MOTORES A JATO PURO ÁREAS DO CONHECIMENTO GRANDE ÁREA: ENGENHARIA MECÂNICA SUBÁREA: MECÂNICA DOS SÓLIDOS, MECÂNICA DOS FLUIDOS, TERMODINÂMICA E TRANSFERÊNCIA DE CALOR ALUNO: LUIZ FERNANDO MOURÃO SOARES (20101010970042) ORIENTADOR: PROF. DR. JOSÉ LUIZ OLIVEIRA PENA CO-ORIENTADOR: PROF. CELSO FARIA DE SOUZA GOIÂNIA, JULHO / 2015

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSOw2.ifg.edu.br/goiania/mecanica/images/Arquivos/TCC_MECANICA/at… · GRAU / ANO: Graduação/2015. É concedida ao Instituto Federal de Educação,

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

DEPARTAMENTO DAS ÁREAS ACADÊMICAS IV

COORDENAÇÃO DA ÁREA DE MECÂNICA

BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE SUPRESSÃO DE

RUÍDOS PARA MOTORES A JATO PURO

ÁREAS DO CONHECIMENTO

GRANDE ÁREA: ENGENHARIA MECÂNICA

SUBÁREA: MECÂNICA DOS SÓLIDOS, MECÂNICA DOS FLUIDOS,

TERMODINÂMICA E TRANSFERÊNCIA DE CALOR

ALUNO: LUIZ FERNANDO MOURÃO SOARES (20101010970042)

ORIENTADOR: PROF. DR. JOSÉ LUIZ OLIVEIRA PENA

CO-ORIENTADOR: PROF. CELSO FARIA DE SOUZA

GOIÂNIA, JULHO / 2015

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

DEPARTAMENTO DAS ÁREAS ACADÊMICAS IV

COORDENAÇÃO DA ÁREA DE MECÂNICA

BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE SUPRESSÃO DE

RUÍDOS PARA MOTORES A JATO PURO

LUIZ FERNANDO MOURÃO SOARES

APROVADO POR:

José Luiz Oliveira Pena, Prof. Dr.

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

(ORIENTADOR)

Celso Faria de Souza, Eng. Mecânico-Aeronáutico

Project-Air Engenharia Ltda.

(CO-ORIENTADOR)

Felipe Pamplona Mariano, Prof. Dr.

Universidade Federal de Goiás

(AVALIADOR CONVIDADO)

APROVADO EM: Goiânia, 02 de julho de 2015.

Trabalho de conclusão de curso submetido ao

Departamento IV, Coordenação de Mecânica do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, como

parte dos requisitos necessários para obtenção da graduação

em Engenharia Mecânica.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

SOARES, L.F.M. Dimensionamento de um sistema de supressão de ruídos para

motores a jato a puro. Trabalho de Conclusão de Curso 2, Coordenação de Mecânica,

Departamento de Áreas Acadêmicas IV, Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia de Goiás, Goiânia, Goiás.

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR:

Luiz Fernando Mourão Soares

TÍTULO DA MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO: Dimensionamento de

um sistema de supressão de ruídos para motores a jato a puro.

GRAU / ANO: Graduação/2015.

É concedida ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnológica de Goiás permissão para

reproduzir cópias deste Trabalho de Conclusão de Curso e para emprestar ou vender tais cópias

somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e

nenhuma parte deste trabalho pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

Luiz Fernando Mourão Soares

Rua U-40, Quadra 23, Lote 17, Setor União

C.E.P.: 74.313-240

Goiânia / GO – Brasil

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Aos meus pais, Natal e Cátia, e à minha irmã, Giuliana,

por todo o apoio e carinho que me ofereceram.

Aos meus orientadores, Pena e Celso,

pela paciência, ensinamentos e disponibilidade.

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“Nada na vida deve ser temido, somente compreendido.”

– Marie Curie

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RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como problema motivador possibilitar

que aeronaves Learjet Series 24 & 25 atendam aos requisitos vigentes que regulam a

emissão de ruídos máxima por aeronaves a jato, por meio da instalação de um sistema de

supressão de ruídos.

Para tal, serão feitos estudos sobre os principais mecanismos de geração de ruídos

numa aeronave e, com base na Teoria Cinética dos Gases, será proposta uma metodologia

para quantificar os níveis de ruídos emitidos pelas referidas aeronaves.

Feito isso, serão determinadas as cargas aerodinâmicas, às quais o projeto do

supressor proposto estará submetido, e, através da Resistência clássica, será concretizado o

dimensionamento do supressor de ruídos em questão. Por fim, será estimada a capacidade

que o supressor tem de reduzir a emissão de ruídos. Em um resumo constará resultados

como o tamanho do supressor e quanto de ruído ele conseguiu diminuir.

Palavras-chaves:

Learjet 24, Learjet 25, motor a jato, supressão de ruído, supressor de ruídos corrugado,

dimensionamento.

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ABSTRACT

This Senior Design Project was developed in order to allow Learjet Series 24 & 25

aircrafts to meet the current regulations concerned about international noise standards,

through the installation of a corrugated noise suppressor.

There will be studies about the main noise generation mechanisms in a turbojet

aircraft and, based on the Kinetic Theory of Gases, it will be suggested a method to

quantify the noise levels emitted from the referred flight vehicles.

After such accomplishment, the aerodynamic loads, which the designed device will

be subjected to, will be determined and, through the classical Resistance analysis, the

design of the corrugated noise suppressor will be completed. At the end, it will be

estimated how effective the noise suppression of the proposed equipment is. Summarily, it

will be shown results such as the size of the noise suppressor and its capability in noise

suppression.

Keywords:

Learjet 24, Learjet 25, turbojet engine, noise suppression, corrugated noise suppressor,

design.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

1.1 Apresentação do problema e justificativa da solução proposta .................... 1

1.2 Taxa de contorno e suas influências sobre motores aeronáuticos ................ 2

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E DIMENSIONAMENTO ANALÍTICO

CONVENCIONAL .................................................................................................. 8

2.1 Mecanismos de geração de ruídos em motores a jato .................................... 8

2.2 Medição de ruídos em motores aeronáuticos .................................................. 9

2.2.1 O decibel ................................................................................................. 9

2.2.2 Ciclo de Brayton ideal .......................................................................... 11

2.3 Métodos de supressão de ruídos em motores a jato ..................................... 12

2.4 Substanciação estrutural tradicional ............................................................. 14

2.4.1 Cálculo da força aerodinâmica ............................................................. 14

2.4.2 Seleção da chapa ................................................................................... 17

2.4.3 Seleção dos rebites ................................................................................ 18

2.4.4 Cálculo da tensão na chapa do supressor .............................................. 19

2.4.4.1 Tensão na chapa da unidade externa ...................................... 19

2.4.4.2 Tensão na chapa da unidade interna ....................................... 20

2.4.5 Cálculo da tração dos rebites na unidade interna .................................. 21

2.4.6 Cálculo do cisalhamento dos rebites na unidade externa ..................... 21

2.4.7 Cálculo do esmagamento dos rebites na unidade externa ..................... 22

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3 VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA E ESTIMATIVA DA REDUÇÃO DE

RUÍDOS .................................................................................................................. 24

3.1 Tensões de tração nas chapas do supressor .................................................. 24

3.1.1 Unidade externa .................................................................................... 24

3.1.2 Unidade interna ..................................................................................... 24

3.2 Tensão de tração dos rebites da unidade interna ......................................... 24

3.3 Tensão de cisalhamento dos rebites da unidade externa ............................. 25

3.4 Tensão de esmagamento dos rebites da unidade externa ............................ 25

3.5 Fechamento das verificações de segurança ................................................... 25

3.6 Estimativa da redução de ruídos.................................................................... 25

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO .................................................. 27

REFERÊNCIAS………………………………………………………………………….29

APÊNDICE A

CONVERSÃO DE DECIBEL (dB) PARA “EFFECTIVE PERCEIVED NOISE

LEVEL IN DECIBEL” (EPNdB)……………………………………………………….30

APÊNDICE B

DIMENSÕES DO SUPRESSOR DE RUÍDOS………………………………………...37

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.1 – Aeronave Learjet 24 ..................................................................................... 1

FIGURA 1.2 – Aeronave Learjet 25 ..................................................................................... 2

FIGURA 1.3 – Anatomia de um turbopropulsor ................................................................... 3

FIGURA 1.4 – Vista em corte do Garrett TPE331 ............................................................... 4

FIGURA 1.5 – Anatomia de um turbofan de alta taxa de contorno ...................................... 5

FIGURA 1.6 – Vista em corte do Pratt & Whitney JT9D-20 ............................................... 5

FIGURA 1.7 – Motor a jato puro .......................................................................................... 6

FIGURA 1.8 – Comparação entre eficiências propulsivas.................................................... 6

FIGURA 2.1 – Mistura dos gases e estrutura dos choques ................................................... 8

Figura 2.2 – Motor a jato de ciclo aberto ............................................................................ 11

FIGURA 2.3 – Supressor de ruídos corrugado ................................................................... 13

FIGURA 2.4 – Jato de escape de um motor a jato .............................................................. 14

FIGURA 2.5 – Efeitos do supressor corrugado sobre o jato de escape .............................. 14

FIGURA 2.6 – Comportamento da resistência mecânica do AISI 301 em função da

temperatura .......................................................................................................................... 18

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LISTA DE TABELAS

TABELA A.1 – Constantes para conversão de SPL(i) em noy(i)…………………………35

TABELA A.2 – Equações base para calcular os fatores de correção de tom……………...39

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo dedica-se ao dimensionamento de um sistema mecânico de supressão

de ruídos para motores aeronáuticos a jato puro. Os objetivos macros deste projeto são a

aplicação dos conceitos, dos conhecimentos, das técnicas e das práticas desenvolvidas ao

longo das aulas do curso de Engenharia Mecânica.

O problema motivador deste estudo consiste em obedecer às medidas e

determinações técnicas que regulam a emissão máxima de ruídos em aeronaves com os

referidos motores dentro do espaço aéreo brasileiro, por parte da Agência Nacional de

Aviação Civil (ANAC).

1.1 Apresentação do problema e justificativa da solução proposta

As aeronaves Learjet Série 24 (Figura 1.1) foram desenvolvidas, em essência, com

fins de combate aéreo. Entretanto, por motivos técnico-econômicos norte-americanos, estas

aeronaves foram adaptadas ao voo executivo. Ademais, as Indústrias Learjet, baseadas no

projeto da Série 24, desenvolveram as aeronaves Série 25 (Figura 1.2) para o mesmo

propósito civil, com o diferencial do transporte de uma carga maior em voo.

FIGURA 1.1 – Aeronave Learjet 24 (reproduzido da Wikipedia)

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FIGURA 1.2 – Aeronave Learjet 25 (reproduzido da Wikipedia)

Para que atuassem como caças aéreos, um dos requisitos que teriam que ser

cumpridos era o de ter alta autonomia e velocidade de voo, os quais foram possibilitados

por meio da incorporação de motores a jato puro naquelas aeronaves.

O motivo principal que justifica a incorporação destes motores nos Learjet é ligado

ao modo como o empuxo é gerado por este tipo de motor. Entretanto, antes de discutir tal

motivo, deve-se, primeiramente, introduzir o significado de taxa de contorno, e destacar

alguns pontos relevantes e influências deste parâmetro no projeto de motores aeronáuticos.

1.2 Taxa de contorno e suas influências sobre motores aeronáuticos

Como uma aplicação prática do Princípio Fundamental da Dinâmica, a geração de

empuxo num motor aeronáutico é dada pelo aumento da velocidade total dos gases que

passam pelo referido motor.

Uma das maneiras de se obter este aumento é desviando internamente parte do ar

admitido pelo motor. Tal desvio é contabilizado pela taxa de contorno (TC) (ou razão de

bypass – “bypass ratio”, em inglês) do motor aeronáutico.

A taxa de contorno compara quanto do ar puxado pelo ventilador do motor é

desviado (passa pela câmara fria) com a quantidade do ar queimado (que passa pela câmara

de combustão) do motor [4], ou seja:

𝑇𝐶 =�̇�FRIA

�̇�QUENTE (1.1)

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Por exemplo, num motor com uma taxa de contorno de 10:1, para cada 10kg de ar

que passarem pelos dutos externos à câmara de combustão, 1kg de ar será insuflado pela a

mesma câmara.

Os principais motores aeronáuticos podem ser classificados quanto à taxa de

contorno como:

a. Motores a jato puro: motores com taxas de contorno nulas.

b. Motores “turbofan”: taxas de contorno entre 0,3 e 1,0 para voos civis nacionais;

podendo chegar a maiores que 5,0 em voos civis internacionais.

c. Motores “turboprop” (ou turbopropulsores): taxas de contorno variando entre 50 e 100.

A escolha da taxa de contorno influi diretamente na eficiência do motor

aeronáutico. Em adição, a taxa de contorno também participa ativamente na aparência,

tamanho e peso final do motor: o motor a jato puro, por exemplo, tem um diâmetro menor

comparado a seu comprimento; enquanto que um turbofan de alta taxa de contorno tem um

diâmetro total de dimensões próximas à do seu comprimento [4].

Analisando separadamente cada um dos tipos de motor discriminados acima, pode-

se dizer que turbopropulsores (Figura 1.3) são motores que geram empuxo pelo

deslocamento de grandes massas de ar a baixas velocidades comparadas com as do jato

puro, e que admitem basicamente o ar necessário para seu funcionamento.

FIGURA 1.3 – Anatomia de um turbopropulsor (reproduzido da Wikipedia)

Nestes motores, os gases de escape não têm energia suficiente para gerar um

aumento de velocidade significante, já que quase toda esta energia é direcionada a rotação

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do propulsor. Isto também é decorrência da taxa de contorno característica deste tipo de

motor: como são muito elevadas, estes motores tendem a ser maiores, mais pesados (com

as pás da hélice acopladas) e, portanto, de alto custo de fabricação e aquisição.

Um exemplo em corte, o Garrett TPE331 (Figura 1.4):

FIGURA 1.4 – Vista em corte do Garrett TPE331 (reproduzido da Wikipedia)

Assim, pelos motivos citados acima, a aplicação dos turbopropulsores é focada a

aeronaves subsônicas de pequeno porte, como as da categoria acrobática e categoria de

transporte regional (ou entre pequenas-médias distâncias), as quais se mostram mais

eficientes na propulsão a baixas velocidades de cruzeiro [16].

Motores turbofan, por sua vez, são motores que geram um empuxo total pela a

aceleração de duas massas de ar: (i) uma que passa pela câmara de combustão, e (ii) outra

que passa pela câmara fria.

A primeira é devido ao aquecimento do ar a volume constante pela referida câmara

de combustão; enquanto que a segunda é devido à canalização do ar desviado (“bypass”) e

convergido através de um bocal convergente.

A vista em corte de um turbofan de alto bypass é trazida pela Figura 1.5.

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FIGURA 1.5 – Anatomia de um turbofan de alta taxa de contorno

(reproduzido de Cumpsty)

Como combinam jatos puros (pela queima do ar através do núcleo do motor) com

propulsores (fan rotor, na Figura 1.5), turbofans têm alta eficiência propulsiva quando

operados num envelope de velocidades de cruzeiro entre 500 a 1000 km/h [16];

velocidades estas que são comumente empregadas por linhas aéreas comerciais.

Para turbofans, quanto maior a taxa de contorno do motor, maior será a carga

permissível de transporte; maior será a economia de combustível; menores serão as

velocidades dos jatos de escape; e, consequentemente, menores serão os ruídos emitidos

por estes motores.

Na Figura 1.6 é exemplificado o que foi descrito sobre motores turbofan, através do

corte do modelo JT9D-20 da Pratt & Whitney.

FIGURA 1.6 – Vista em corte do Pratt & Whitney JT9D-20 (reproduzido de Pratt & Whitney)

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Finalmente, motores a jato puro (Figura 1.7), como os presentes nas aeronaves

Learjet Series 24 & 25 em estudo, são motores aeronáuticos que geram empuxo, única e

exclusivamente, pela queima do combustível injetado à mistura gasosa que entra no

referido motor.

FIGURA 1.7 – Motor a jato puro (reproduzido de Cumpsty)

Nestes motores, a taxa de contorno é nula, o que implica na queima da mistura

combustível, sem que haja desvio por “bypass”. Isso possibilita jatos de elevadas

velocidades e motores mais leves e compactos; em contrapartida, resulta num aumento

considerável do consumo de combustível necessário e na emissão de ruídos por parte

destes motores.

Além disso, quando se têm velocidades de voo abaixo de, aproximadamente, 720

km/h, estes motores são menos eficientes que turbopropulsores. Portanto, a aplicação de

motores a jato puro é recomendada somente para situações em que haja a necessidade de

altas velocidades de deslocamento.

O infográfico da Figura 1.8 sumariza as discussões feitas acerca da eficiência

propulsiva dos tipos de motores aeronáuticos em função da velocidade de voo:

FIGURA 1.8 – Comparação entre eficiências propulsivas

(reproduzido de Rolls-Royce)

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Sendo assim, pode-se agora justificar o segundo motivo que levou à incorporação

de motores a jato puro nas aeronaves Learjet Series 24 & 25.

Aplicando motores a jato puro na propulsão de caças militares/aeronaves

executivas, o custo-benefício seria maior, quanto à aceleração destas aeronaves às

velocidades necessárias.

Entretanto, os jatos a velocidades possibilitadas pelos motores incorporados aos

Learjet produzem escoamentos turbulentos capazes de originar ruídos numa ampla faixa de

frequências.

Isto resultou no surgimento de normas que delimitassem as áreas nas quais

poderiam ser constatados ruídos decorrentes de aeronaves; e que definissem os níveis e

durações destes mesmos ruídos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E DIMENSIONAMENTO ANALÍTICO

CONVENCIONAL

A fundamentação teórica deste trabalho tem como finalidade analisar e aplicar o

conhecimento mínimo necessário para que se atinja o dimensionamento do sistema de

supressão proposto. Ela será desenvolvida de forma gradual e solidária às etapas que se

fizerem necessárias ao dimensionamento.

2.1 Mecanismos de geração de ruídos em motores a jato

As principais fontes de um motor a jato que contribuem para a geração de ruídos

são: o compressor axial, a turbina e os jatos de escape do motor. Enquanto que os ruídos

causados pelo compressor e pela turbina são caracterizados por conceitos aerodinâmicos

complexos que modelam campos de pressão que interagem entre si, os ruídos causados

pelos jatos de escape podem ser essencialmente correlacionados ondas de choque.

Estes vórtices surgem devido ao diferencial de velocidade entre os jatos de escape e

a atmosfera, e, por este motivo, dão origem a ruídos em frequências variadas, inclusive as

do espectro audível.

A Figura 2.1 ilustra a situação descrita acima.

FIGURA 2.1 – Mistura dos gases e estrutura dos choques

(reproduzido de Rolls-Royce)

Em adição, quando a velocidade dos jatos excede a velocidade local do som, são

originados ruídos oriundos dos choques normais devido ao escoamento compressível dos

gases.

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2.2 Medição de ruídos em motores aeronáuticos

Os ruídos oriundos de motores aeronáuticos são descritos através da escala EPNdB

(do inglês, Effective Perceived Noise in Decibels).

No âmbito da resposta humana ao espectro percebido, o nível EPNdB leva em

consideração características como os tons do sinal, bem como suas respectivas durações.

Estas características são calculadas e contabilizadas através da inserção de dois fatores

distintos no modelo matemático:

um fator de correção de tom, o qual dá mais peso a algumas frequências mais

incômodas a audição e filtra outras menos relevantes;

e outro fator de correção de duração, que atribui maior peso às frequências de

maior duração.

O método principal para a obtenção do nível de ruídos em EPNdB é um método

padrão internacional e foi transcrito para Apêndice A deste trabalho.

2.2.1 O decibel

Fundamentalmente, a conversão de dB para EPNdB só pode ser realizada caso seja

feito um prévio levantamento dos níveis de pressão sonora, em decibéis, dos ruídos

emitidos pelas aeronaves.

O decibel, por sua vez, é uma escala utilizada na descrição de sinais e vale 10 vezes

o logaritmo na base 10 de duas grandezas de intensidade (ou potência), e é a escala que

melhor representa o modo como a audição humana se comporta.

Analiticamente, o decibel é definido por [5]:

NIS = 10 log (Q

Q0) dB (2.1)

na qual:

NIS é o nível de intensidade sonora, em decibel.

Q é uma grandeza de intensidade (ou potência).

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10

Q0 é o valor de referência de Q.

Na Acústica, a medição da pressão sonora é usualmente mais acessível do que a

medição da intensidade sonora (assim como a medição de velocidades na Cinemática, ou

medição de acelerações na Dinâmica). Por este motivo, costumam-se estimar os níveis de

pressão sonora (NPS), ao invés dos níveis de intensidade sonora (NIS).

A intensidade de uma onda sonora é proporcional ao quadrado da pressão sonora

[5].

Q α P2 (2.2)

Portanto, partindo de (2.1), tem-se que:

NPS = 10 log (P2

PREF2 )

NPS = 10 log (P

PREF)

2

NPS = 20 log (P

PREF) dB (2.3)

em que:

NPS é o nível de pressão sonora, em decibel.

P é a pressão medida, em Pascal.

PREF é a pressão de referência para o cálculo dos níveis de ruído [5].

De modo que seja possível o cálculo dos níveis de pressão sonora em decibel, para

sua posterior conversão em EPNdB, e a fim de estimar a taxa de emissão de ruídos pelas

aeronaves Learjet Series 24 & 25, será incluído neste estudo uma análise simplificada do

ciclo de Brayton (que rege o funcionamento de um motor a jato puro) para fornecer bases

complementares e fundamentos de projetos para a síntese do sistema de supressão de

ruídos proposto.

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2.2.2 Ciclo de Brayton ideal

Motores a jato puro operam baseados no ciclo de Brayton. Num ciclo de Brayton

ideal, o ar é considerado como um gás ideal e sofre transformações isentrópicas, i.e.,

adiabáticas e reversíveis [2].

O ciclo de Brayton é um ciclo aberto e pode ser representado como mostrado na

Figura 2.2:

Figura 2.2 – Motor a jato de ciclo aberto

(reproduzido de Boles)

Neste ciclo, ar é comprimido no compressor (processo 1→2); misturado a um

combustível e queimado à pressão constante (processo 2→3); e expandido através da

turbina, descarregando sua pressão e realizando trabalho (processo 3→4).

Uma vez considerado que 1→2 e 3→4 são processos isentrópicos, que P2 = P3 e

que P4 = P1, pode-se utilizar a seguinte relação isentrópica [2]:

P𝑆𝐴Í𝐷𝐴

PENTRADA= (

T𝑆𝐴Í𝐷𝐴

TENTRADA)

k

k−1

(2.4)

na qual 𝐤 é a razão de calor específico, e que vale k = 1,4 para o ar.

Substituindo (2.4) em (2.3), segue que:

NPS = 20 log (TSAÍDA

TENTRADA)

k

k−1

dB

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NPS = 20. (k

k − 1) log (

TSAÍDA

TENTRADA) dB

NPS ≈ 70. log (TSAÍDA

TENTRADA) dB (2.5)

De (2.5), infere-se que se houver uma redução na temperatura de saída de um gás,

comparada a sua temperatura de entrada, haverá uma consequente redução dos ruídos

emitidos. Entretanto, há ainda outros aspectos dos jatos do motor que acarretam na redução

dos ruídos (como a velocidade dos jatos) [4, 13, 16, 19].

2.3 Métodos de supressão de ruídos em motores a jato

Os ruídos gerados num motor a jato podem ser suprimidos por diversos métodos,

entre eles [4]:

Seleção cuidadosa do ciclo de operação do motor.

Análise dos números de pás no rotor do motor e na turbina.

Redução da velocidade dos jatos de escape.

Aplicação de forros acústicos nas paredes internas da carenagem ao longo do

motor, durante a fase de montagem do motor.

Instalação de sistemas de supressão de ruídos após a montagem do motor

aeronáutico.

Exceto pelo último, os métodos para supressão de ruídos atualmente utilizados

requerem maiores investimentos iniciais e buscam atuar diretamente na fonte geradora do

ruído, i.e, nos componentes girantes e no desenvolvimento de novos conceitos de projetos,

entre outros.

Como a ANAC não determinou a maneira como os ruídos das aeronaves estudadas

devem ser atenuados, e por ser uma solução que apresenta menos complicações técnicas e

menores custos totais, será dimensionado um sistema inteiramente mecânico que promova

a redução da temperatura da mistura gasosa que sai do motor.

Esta decisão foi tomada ante o fato de os jatos de alta turbulência serem a fonte

primária de ruídos em motores a jato puro (conforme discutido na seção 2.1), e pelo fato de

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13

que, reduzindo a temperatura dos gases, haverá uma consequente redução dos ruídos

emitidos pela aeronave.

Além disso, através de estudos previamente desenvolvidos pela NASA, percebeu-se

que dividindo o jato de escape do motor em jatos menores, a energia dissipada como ruído

seria maior [13].

Por fim, sabe-se que um supressor de ruídos corrugado (Figura 2.3) é o método

mais eficiente para solucionar o problema proposto, porque ele consiste numa estrutura que

permite a mistura dos jatos de escape (quentes) com o ar atmosférico (frios) [13, 17], e por

este motivo, propor-se-á um supressor de ruídos corrugado para a redução de ruídos das

aeronaves Learjet 24 & 25 em análise.

FIGURA 2.3 – Supressor de ruídos corrugado

(reproduzido de Rolls-Royce)

Os efeitos resultantes da instalação do supressor corrugado podem ser ilustrados

através das Figuras 2.4 e 2.5, nas quais a cor vermelha representa altas temperatura e a azul

baixas temperaturas:

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FIGURA 2.4 – Jato de escape de um motor a jato

(reproduzido de Rolls-Royce)

FIGURA 2.5 – Efeitos do supressor corrugado sobre o jato de escape

(reproduzido de Rolls-Royce)

2.4 Substanciação estrutural tradicional

Tanto a geometria, quanto as dimensões do supressor, cujo projeto se propõe neste

estudo, estão discriminadas no Apêndice B deste Trabalho. Ademais, deste ponto em

diante, supor-se-á familiaridade com o referido Apêndice.

2.4.1 Cálculo da força aerodinâmica

O escoamento dos jatos de escape do motor pela unidade interna do supressor

representa a situação crítica do projeto, pois a velocidade destes jatos [9] é maior que a

velocidade de voo da aeronave [7].

Devido à velocidade relativa entre os jatos (em deslocamento) e a unidade interna

(estática), haverá uma variação no momento dos gases.

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De modo a quantificar esta variação, a qual resultará numa força aplicada à

estrutura em dimensionamento, primeiramente será estimada a temperatura da mistura dos

jatos de escape e o ar atmosférico.

Para a estimativa da referida temperatura, aplicar-se-á a Primeira Lei da

Termodinâmica no volume de controle limitado pelo supressor.

Sejam:

Vacft = 243𝑚

𝑠, a velocidade de cruzeiro da aeronave [7].

Asup = 0,035m2, a área de ar desviado.

Vturb = 518𝑚

𝑠, a velocidade dos jatos de escape da turbina [9].

Abt = 0,098m2, a área do bocal de saída da turbina.

Assim, podem ser calculadas as vazões volumétricas do ar atmosférico e dos jatos

de escape como sendo:

V̇frio = Vacft. Asup = (243). (0,035) = 8,50m3

s (2.6)

V̇quente = Vturb. Abt = (518). (0,098) = 50,77m3

s (2.7)

Sabe-se, ainda, que a temperatura atmosférica a 45.000 pés vale T∞ = 217K [4], e

que a temperatura dos gases de escape da turbina é tal que Tturb = 866,5K [9].

Logo, uma vez misturados os jatos de escape da turbina com o ar frio atmosférico, a

temperatura no plano de saída do supressor é calculada como sendo:

Tdepois =V̇frio. T∞ + V̇quente. Tturb

V̇frio + V̇quente

(2.8)

Tdepois =(8,50). (217) + (50,77). (866,5)

(8,50 + 50,77) (2.9)

Tdepois = 773,4K (2.10)

Tendo definido a temperatura da mistura em (2.10), pode-se calcular a densidade

dos gases (𝜌𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 = 0,933𝑘𝑔/𝑚³).

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A seguir, aplica-se o Teorema de Transporte de Reynolds [21] para a determinação

da variação do momento da mistura ao longo do supressor, que resultará numa força

solicitante a partir do escoamento dos jatos.

O Teorema de Transporte de Reynolds é dado por:

𝑑𝑁

𝑑𝜂= ∫

𝜕

𝜕𝑡(𝜌𝜂)𝑑𝑉

𝑉𝑂𝐿.𝐶𝑂𝑁𝑇.

+ ∫ 𝜌𝑆𝑈𝑃.𝐶𝑂𝑁𝑇.

𝜂�⃗�. �̂�𝑑𝐴 (2.11)

na qual:

N é uma propriedade extensiva.

𝛈 é uma propriedade intensiva associada a N.

𝐭 é o tempo.

𝐕𝐎𝐋. 𝐂𝐎𝐍𝐓. se refere ao volume de controle.

SUP. CONT. se refere à superfície de controle.

V é o volume.

𝒗 é a velocidade da superfície de controle.

𝐧 é o vetor normal ao elemento de área.

𝐀 é a área.

Definindo um sistema e um volume de controle que envolva todo o sistema de

supressão proposto, seguem os cálculos do esforço solicitante.

Conservação de massa:

Para um sistema, a massa do fluido permanece constante. Portanto, segue o cálculo

da velocidade de saída da mistura gasosa do supressor:

𝜕𝑀

𝜕𝑡= 0 = ∫ 𝜌

𝑆𝑈𝑃.𝐶𝑂𝑁𝑇.

�⃗�. �̂�𝑑𝐴 (2.12)

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Sabe-se que para o sistema considerado há duas entradas (1: bocal da turbina, e 2:

canais de entrada do ar atmosférico) e uma saída (3: saída no supressor). De posse das

velocidades VTURB e VACFT, e sabendo os valores das áreas citadas por 1, 2 e 3, foi

resolvida a equação (2.12) e a velocidade da mistura na saída do supressor foi calculada

como sendo:

𝑣3 =𝜌1. 𝑣1. 𝐴1 + 𝜌2. 𝑣2. 𝐴2

𝜌3. 𝐴3= 497,2 𝑚/𝑠 (2.13)

Variação do momento linear:

Resolvendo a equação (2.6) para a variação do momento linear, pode-se estimar a

força do escoamento do jato ao longo do supressor:

FD = 𝜌𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎 . 𝑣32. 𝐴3 − 𝜌1. 𝑣1

2. 𝐴1 − 𝜌2. 𝑣22. 𝐴2 ≈ 15,66kN (2.14)

2.4.2 Seleção da chapa

O material a partir do qual o supressor de ruídos será produzido é o aço inoxidável

AISI 301 – especificação AMS 5901 recozido – pelo fato de que ele, dentre os aços

inoxidáveis disponíveis e aplicáveis à aviação, é utilizado com maior frequência em

situações que requeiram boas resistência mecânica e resistência à corrosão em ambientes

insalubres.

Devido à alta temperatura dos jatos de escape da turbina, a dureza do AISI 301

deve ser penalizada de modo a contabilizar a diminuição de sua resistência mecânica.

Assim, segue a Figura 2.7 com o comportamento da resistência do AISI 301 em função da

temperatura do meio da aplicação:

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FIGURA 2.6 – Comportamento da resistência mecânica do AISI 301 em função da temperatura

(reproduzido de NTIS)

Da Figura 2.7, vê-se que a Tturb = 1100°F, o AISI 301 tem resistência mecânica

correspondente a cerca de 54% da sua resistência nominal de 503,3MPa. Assim, será

considerado para fins de projeto que o aço inoxidável atuará com uma resistência

aproximada de σmáx = (0,54). (503,3) = 271,8MPa [14].

Como critérios de seleção da espessura da chapa, foram utilizados: a facilidade de

obtenção da chapa e sua disponibilidade no mercado, seu custo agregado, sua usinabilidade

e conformabilidade, resistência mecânica e resistência à corrosão; e determinou-se que o

supressor será produzido com chapas de espessura t = 1mm.

2.4.3 Seleção dos rebites

Para a seleção dos rebites utilizados na fixação do supressor ao motor,

consideraram-se primeiramente os principais problemas que poderiam decorrer da escolha

errônea do diâmetro, do material e do número de rebites. Esses problemas são:

Desprendimento do acessório no caso de número insuficiente de rebites.

Cisalhamento de rebites.

Rasgamento da chapa.

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Degradação do conjunto supressor-rebite na interface de fixação, devido aos efeitos

galvânicos, no caso de materiais antagônicos.

Foi determinado que o material dos rebites será o monel, que é uma liga de aço com

e níquel e cobre, e que é utilizado na substituição de aços inoxidáveis em aplicações

especiais. Também foi considerado o fato do monel ter propriedades eletroquímicas

semelhantes às do aço AISI 301, indicando que falhas devido aos efeitos galvânicos entre o

rebite e a chapa do supressor serão prevenidas.

Para a seleção do diâmetro dos rebites, seguiram-se as indicações de Bruhn, e os

dados disponibilizados em [14]; o que findou na seleção de rebites de diâmetro d =

3,175mm.

2.4.4 Cálculo da tensão na chapa do supressor

As chapas de ambas as unidades que compõem o supressor de ruídos estarão

sujeitas a duas tensões:

σ1 =ΔP.R

2.t, devido ao gradiente de pressão entre o interior da unidade e a atmosfera.

σ2 =FD

Ares, devido ao escoamento dos jatos.

2.4.4.1 Tensão na chapa da unidade externa

Após a furação da chapa da unidade externa para sua fixação à fuselagem que

recobre o motor a jato, a área resistente à tração causada pelo escoamento viscoso é dada

por:

Ares,ext = 2. π. RP,ext. t − d. t. N (2.15)

na qual:

𝐑𝐏,𝐞𝐱𝐭 é o raio da unidade externa na zona de fixação, e vale RP,ext = 234,95mm.

𝐝 é o diâmetro dos rebites, tal que d = 3,175mm.

t é a espessura da chapa, sendo que t = 1mm.

N é o numero de rebites, tal que N = 41 rebites.

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Logo, vem que Ares,ext vale:

Ares,ext = 2. π. (0,23495). (0,001) − (0,00375). (0,001).41 = 1322 mm2 (2.16)

Seguem os cálculos de σ1,ext (tensão de tração) e σ2,ext (tensão de cisalhamento):

σ1,ext =(221400 − 15000). (0,23495)

2. (0,001)= 24,25MPa

(2.17)

σ2,ext =15660

0,001322= 11,84MPa (2.18)

De posse destas tensões, calcular-se-á a tensão equivalente de von Mises na chapa

da unidade externa do supressor:

σVM,ext = √σ1,ext2 + (σ1,ext − σ2,ext)

2+ σ2,ext

2

2 (2.19)

σVM,ext = √(24,25)2 + (24,25 − 11,84)2 + (11,84)2

2 (2.20)

σVM,ext = 20,9MPa (2.21)

2.4.4.2 Tensão na chapa da unidade interna

Para o cálculo da tensão de tração normal à chapa (σ2,int), será ser incluído um

fator de concentração de tensão (k = 3), devido à redução da área no anel de fixação.

Segue:

Ares,int = 2. π. RP,int. t = 2. π. (0,180). (0,001) = 1131mm2 (2.22)

Então:

σ1,int =(221400 − 15000). (0,180)

2. (0,001)= 18,60MPa

(2.23)

σ2,int = 3.15660

0,001131= 35,56MPa (2.24)

O que permite calcular a tensão equivalente de von Mises na chapa da unidade

interna como:

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σVM,int = √σ1,int2 + (σ1,int − σ2,int)

2+ σ2,int

2

2 (2.25)

σVM,int = √(18,60)2 + (18,60 − 35,56)2 + (35,56)2

2 (2.26)

σVM,int = 30,8MPa (2.27)

2.4.5 Cálculo da tração dos rebites na unidade interna

Os rebites que serão utilizados na fixação da unidade interna ao motor aeronáutico

estarão sujeito a uma tensão de tração pura. Entretanto, para que esta tensão seja

determinada, precisa-se primeiro calcular o esforço solicitante individual em cada rebite.

Fsol,reb =FD

N=

15660

41= 381,95N (2.28)

Além disso, a área resistente à tração de cada rebite vale:

Ares,reb =π. d2

4=

𝜋. (0,003175)2

4= 11mm2 (2.29)

Então, a tensão de tração pura em cada rebite é:

σreb =Fsol,reb

Ares,reb=

381,95

11= 34,73MPa (2.30)

2.4.6 Cálculo do cisalhamento dos rebites na unidade externa

A força aerodinâmica resultante do escoamento dos jatos de escape ocasionará o

cisalhamento puro dos rebites responsáveis pela fixação da unidade externa à fuselagem do

motor.

Sabendo que eles se encontram na mesma quantidade e nas dimensões que os

empregados na fixação da unidade interna, segue o cálculo da tensão de cisalhamento nos

referidos rebites:

τreb =Fsol,reb

Ares,reb=

381,95

11= 34,73MPa (2.31)

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2.4.7 Cálculo do esmagamento dos rebites na unidade externa

Outra possível falha a que os rebites da unidade externa encontram-se sujeito é a

falha por esmagamento. Esta falha está relacionada ao espaçamento dos rebites, e este será

um dos fatores fundamentais para o cálculo correto da resistência ao esmagamento.

De [14], sabe-se que, para rebites de diâmetro d = 3,175mm em chapas de

espessura t = 1mm, a resistência ao esmagamento é tabelada e vale:

Re = 2286N (2.32)

Entretanto, a resistência ao esmagamento deve ser corrigida por um fator que varia

de acordo com o material da chapa, com a espessura da chapa e com a razão de

espaçamento (C). A razão de espaçamento é modelada como sendo [3]:

C =e

d (2.33)

na qual:

𝐞 é o espaçamento entre os rebites, sendo que e = 12,7mm.

d é o diâmetro dos rebites, com d = 3,175mm.

Assim, segue o cálculo de C:

C =12,7

3,175= 4,0 (2.34)

Os valores do fator de correção estão dispostos na tabela D1.8 de [3] somente para

razões de espaçamento entre 1,5 e 2. Logo, não há como determinar precisamente o fator

de correção de que se precisa. Além disso, essa tabela traz fatores de correção somente

para ligas de alumínio.

Analisando a referida tabela, infere-se que o fator de correção é função crescente da

razão de espaçamento. Assim sendo, o fator de correção necessário será obtido através do

produto entre o fator de correção para quando C = 2,0 e um fator de ajuste (𝜉). Acredita-se

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que essa escolha fará o dimensionamento do supressor de ruídos caminhar no sentido de

um cálculo mais conservativo.

O fator de ajuste mencionado será calculado relacionando a tensão última de

esmagamento do aço inoxidável AISI 301 (Fbru,aço) e a tensão última de esmagamento do

alumínio (Fbru,alumínio). De [14], Fbru,aço = 162ksi e Fbru,alumínio = 129ksi.

Calcula-se abaixo o fator de ajuste:

ξ =Fbru,aço

Fbru,alumínio=

162

129= 1,26 (2.35)

Quando C = 2,0, o fator de correção a ser utilizado vale K1 = 1,24 [3]. Então, o

fator de correção ajustado vale:

K1′ = ξ. K1 = (1,26). (1,24) = 1,56 (2.36)

Por fim, aplicando (2.36) em (2.32), cada rebite tem uma resistência ao

esmagamento de:

Re′ = K1

′ . Re = (1,56). (2286) = 3571,7N (2.37)

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3 VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA E ESTIMATIVA DA REDUÇÃO DE

RUÍDOS

Uma vez concluído o dimensionamento do sistema de supressão de ruídos

proposto, deve-se agora confirmar se estas referidas dimensões fornecerão condições de

resistência às solicitações previamente quantificadas.

Para tanto, serão calculadas as margens de segurança de cada solicitação

dimensionada.

3.1 Tensões de tração nas chapas do supressor

3.1.1 Unidade externa

Lembrando que, por se tratar de uma aplicação a alta temperatura, a resistência

mecânica do aço inoxidável 301 precisou ser penalizada, segue o cálculo referente à

resistência à tensão de tração da unidade externa:

MS1 = (σ′MÁX

σVM,ext− 1) . 100% = (

271,8

20,9− 1) . 100% = 1200% (3.1)

3.1.2 Unidade interna

De modo análogo à unidade externa, segue o cálculo da margem de segurança da

resistência à tração da unidade interna:

MS2 = (σ′MÁX

σVM,int− 1) . 100% = (

271,8

30,8− 1) . 100% = 782% (3.2)

3.2 Tensão de tração dos rebites da unidade interna

Segue o cálculo da margem de segurança da resistência à tração dos rebites de

fixação da unidade interna, sendo que σtu,monel = 517MPa [14]:

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MS3 = (σtu,monel

σreb− 1) . 100% = (

517

34,73− 1) . 100% = 1388% (3.3)

3.3 Tensão de cisalhamento dos rebites da unidade externa

Segue o cálculo da margem de segurança da resistência ao cisalhamento dos rebites

de fixação da unidade externa, sendo que τsu,monel = 337,8MPa [14]:

MS4 = (τsu,monel

τreb− 1) . 100% = (

337,8

34,73− 1) . 100% = 872% (3.4)

3.4 Tensão de esmagamento dos rebites da unidade externa

Por fim, segue o cálculo da margem de segurança da resistência ao esmagamento

dos rebites da unidade externa:

MS5 = (Re

Freb− 1) . 100% = (

3571,7

381,95− 1) . 100% = 735% (3.5)

3.5 Fechamento das verificações de segurança

Como calculado nas Equações 3.1 – 3.5, o supressor de ruídos corrugado proposto

resistirá às solicitações aerodinâmicas que lhe forem impostas, pois todas as margens de

segurança calculadas são maiores que zero.

3.6 Estimativa da redução de ruídos

Tendo sido provado que o supressor de ruídos dimensionado resistirá de forma

segura às cargas aerodinâmicas presentes enquanto as aeronaves Learjet estiverem em voo,

deve-se agora estimar a eficiência do supressor quanto sua capacidade de atenuar ruídos.

Tomando como base a Equação (2.5):

ΔNPS = NPSdepois − NPSantes = 70. (log (T𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎

T0) − log (

Tturb

T0)) (2.5)

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Considerando que T0 = 300K é a temperatura ambiente a 1atm, o cálculo da

diferença entre os níveis de pressão sonora antes e depois da instalação do sistema de

supressão de ruídos vem a seguir:

ΔNPS = 20. (log (773,4

300) − log (

866,5

300)) = 70. (0,411 − 0,461) (3.6)

ΔNPS = −2,5dB

(3.7)

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO

De forma geral, este Trabalho de Conclusão de Curso consistiu na demonstração do

dimensionamento analítico tradicional de um sistema de supressão de ruídos corrugado.

Para que ele pudesse ser concluído, foram estudados os mecanismos de geração de

ruído num motor aeronáutico do tipo jato puro, e a partir das bases criadas deste estudo,

foram levantadas hipóteses (que no final se mostraram verdadeiras e confiáveis) relativas à

quais abordagens tomar, quanto à forma mais eficiente de se abordar o problema proposto.

Além disso, foi desenvolvida uma base teórica a partir da Teoria Cinética dos

Gases, a fim de se obterem meios de quantificar a redução de ruídos promovida pelo

supressor idealizado; e possibilitar insights sobre quais parâmetros abordar com o fim de

atenuar os ruídos gerados pelo motor aeronáutico.

Uma vez concebida a geometria do sistema de supressão de ruídos, e a partir das

cargas aerodinâmicas calculadas das especificações técnicas do motor, partiu-se para uma

análise mecânico-estrutural dos componentes necessários para a montagem segura e

eficiente do referido sistema.

Foram considerados critérios de dimensionamento como a tensão equivalente de

von Mises, para os casos onde havia carregamentos combinados; e equações mais básicas,

como as utilizadas para a determinação das tensões puras de tração e cisalhamento.

Finalizada esta etapa, mostrou-se o quão seguro é o sistema proposto, por meio dos

cálculos das margens de segurança de cada elemento relevante. Pôde-se, então, determinar

a temperatura final da mistura dos gases promovida pela instalação do supressor de ruídos,

a fim de estimar o quanto de ruído seria atenuado. Atenuação esta que foi satisfatória, haja

vista que, na escala logarítmica adotada, foi observa uma redução na emissão dos ruídos na

casa de quase quatro ordens de grandeza.

Como sugestões para desenvolvimentos futuros têm-se:

a) validar a aplicação da metodologia proposta na qual se adotou o ciclo ideal de

Brayton como referencial para o dimensionamento do dispositivo supressor de

ruído, por meio dos valores estimados e medidos, com a conversão dos ruídos

gerados para EPNdB; de modo a saber se, de fato, o supressor seria capaz de

atender as regulamentações técnicas impostas pela ANAC, e possibilitar o voo

autorizado das aeronaves Learjet Series 24 & 25 tomadas como base;

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b) realizar análises comparativas entre diversas geometrias para o supressor de ruídos

utilizando a metodologia proposta;

c) proceder estudos com base em simulações de dinâmica dos fluidos computacional

(do inglês: Computational Fluid Dynamics, CFD), para verificar a sensibilidade da

técnica proposta quanto a variação de geometria utilizando ferramentas de

otimização.

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REFERÊNCIAS

[1] “Viscosidade cinemática do ar a 45000 pés de altitude”. Extraído de:

www.wolframalpha.com, em 17 de maio de 2015.

[2] BOLES, M., ÇENGEL, Y. Thermodynamics: an engineering approach. 7ª Edição.

McGraw-Hill. Nova Iorque: 2011.

[3] BRUHN, E.F. Analysis and Design of Flight Vehicle Structures. Original. Jacobs:

Austin, 1973.

[4] CUMPSTY, N. Jet Propulsion: A simple guide to the aerodynamic and

thermodynamic design and performance of jet engines. 2ª Edição. Cambridge:

London, 2003.

[5] EVEREST, F.A., POHLMANN, K. Master Handbook of Acoustics. 6ª Edição.

McGraw-Hill/TABElectronics: Nova Iorque, 2014.

[6] FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Noise Standards: Aircraft Type

And Airworthiness Certification, FAR 36. Estados Unidos da América, 1969.

[7] FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Type Certificate Data Sheet no.

A10CE. Revisão 65. Estados Unidos: 2013.

[8] Garrett TPE331. Extraído de: http://en.wikipedia.org/wiki/Garrett_TPE331, em 03

de maio de 2015.

[9] General Electrics CJ610 Maintenance Manual SEI-185, Rev. 20 de 31 de maio de

1998;

[10] Learjet 24. Extraído de:

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/40/NASA_DFRC_Lear_24_in_fli

ght.jpg, em 08 de fevereiro de 2015.

[11] Learjet 25. Extraído de:

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a2/Learjet_25_der_NASA.jpg, em

08 de fevereiro de 2015.

[12] Learjet. Extraído de: http://en.wikipedia.org/wiki/Learjet, em 08 de fevereiro de

2015.

[13] NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE ADMINISTRATION, (NASA). Jr.,

LOFTIN, L. Quest for Performance – The Evolution of Modern Aircraft. NASA

SP-468. CreateSpace Independent Publishing Platform: Nova Iorque, 2014.

[14] NATIONAL TECHNICAL INFORMATION SERVICE (NTIS). Metallic Materials

Properties Development and Standardization. 1ª Edição. NTIS: Springfield,

Virgínia, 2003.

[15] Pratt & Whitney JT9D-20. Extraído de:

http://www.pw.utc.com/Content/JT9D_Engine/img/B-1-8_jt9d_cutaway_high.jpg,

em 03 de maio de 2015.

[16] ROLLS ROYCE. The Jet Engine.5ª Edição. ISBN: 0-902121-2-35. 1996. [S.l.;s.n.]

[17] Turboprop. Extraído de: http://en.wikipedia.org/wiki/Turboprop, em 03 de maio de

2015.

[18] FOX, R., MCDONALD, A. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 5ª Edição. LTC:

Nova Iorque, 1998.

[19] CALLAGHAN, E. Noise Suppressor for Jet Engines. NACA: Cleveland, Ohio,

1994.

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APÊNDICE A: CONVERSÃO DE DECIBEL (dB) PARA “EFFECTIVE

PERCEIVED NOISE LEVEL IN DECIBEL” (EPNdB)

Este apêndice traz o método de análise de ruídos disponibilizado na Federal

Aviation Regulation (FAR) Parte 36, da Federal Aviation Administration (FAA). Ele deve

ser o método através do qual uma aeronave deve comprovar cumprimento às normativas

técnicas que regem a emissão de ruídos por motores aeronáuticos [6].

A FAA é o órgão norte-americano responsável por reger e fiscalizar todas as

atividades aeronáuticas estadunidenses. Por ser de caráter mais conservador em suas

considerações e por ter convalidação técnica com a Agência [brasileira] Nacional de

Aviação Civil (ANAC), acredita-se que por cumprir as indicações propostas por este órgão

fiscalizador, no que remete ao cálculo do EPNdB, ter-se-á um projeto mais conservador e

confiável.

Seguem as orientações propostas:

a) Para cada banda de um-terço de oitava de 50Hz a 10kHz, converte-se o nível de

pressão sonora (SPLn(i)) para “ruidez percebida” (noyn(i)). Os valores noyn serão

depois combinados e então convertidos para níveis de ruído percebidos

instantâneos, PNdB. O método para o cálculo de PNdB foi originalmente

desenvolvido por K.D. Kryter, e os itens seguintes descrevem suas etapas:

Se 𝐒𝐏𝐋 ≥ 𝐒𝐏𝐋(𝐚) então 𝐧𝐨𝐲 = 𝟏𝟎𝐌(𝐜).[𝐒𝐏𝐋−𝐒𝐏𝐋(𝐜)]. (A.1)

Se 𝐒𝐏𝐋(𝐛) ≤ 𝐒𝐏𝐋 < 𝑺𝑷𝑳(𝒂) então 𝐧𝐨𝐲 = 𝟏𝟎𝐌(𝐛).[𝐒𝐏𝐋−𝐒𝐏𝐋(𝐛)]. (A.2)

Se 𝐒𝐏𝐋(𝐞) ≤ 𝐒𝐏𝐋 < 𝑺𝑷𝑳(𝒃) então 𝐧𝐨𝐲 = (𝟎, 𝟑). 𝟏𝟎𝐌(𝐞).[𝐒𝐏𝐋−𝐒𝐏𝐋(𝐞)]. (A.3)

Se 𝐒𝐏𝐋(𝐝) ≤ 𝐒𝐏𝐋 < 𝑺𝑷𝑳(𝐞) então 𝐧𝐨𝐲 = (𝟎, 𝟏). 𝟏𝟎𝐌(𝐝).[𝐒𝐏𝐋−𝐒𝐏𝐋(𝐝)]. (A.4)

Tabela A.1. Constantes para conversão de SPL(i) em noy(i)

(i) f

[Hz] SPL(a) SPL(b) SPL(c) SPL(d) SPL(e)

1 0 91 64 52 49 55

2 3 85.9 60 51 44 51

3 80 87,3 56 49 39 46

4 100 79,9 53 47 34 42

5 125 79,8 51 46 30 39

6 160 76 48 45 27 36

7 200 74 46 43 24 33

8 250 74,9 44 42 21 30

9 315 94,6 42 41 18 27

10 400 ∞ 40 40 16 25

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11 500 ∞ 40 40 16 25

12 630 ∞ 40 40 16 25

13 800 ∞ 40 40 16 25

14 1000 ∞ 40 40 16 25

15 1250 ∞ 38 38 15 23

16 1600 ∞ 34 34 12 21

17 2000 ∞ 32 32 9 18

18 2500 ∞ 30 30 5 15

19 3150 ∞ 29 29 4 14

20 4000 ∞ 29 29 5 14

21 5000 ∞ 30 30 6 15

22 6300 ∞ 31 31 10 17

23 8000 44,3 37 34 17 23

24 10000 50,7 41 37 21 29

M(b) M(c) M(d) M(e)

0,043478 0,30103 0,079520 0,058098

0,040570 0,30103 0,068160 0,058098

0,036831 0,30103 0,068160 0,052288

0,036831 0,30103 0,059640 0,047534

0,035336 0,30103 0,053013 0,043573

0,033333 0,30103 0,053013 0,043573

0,033333 0,30103 0,053013 0,040221

0,032051 0,30103 0,053013 0,037349

0,030675 0,30103 0,053013 0,034859

0,030103 - 0,053013 0,034859

0,030103 - 0,053013 0,034859

0,030103 - 0,053013 0,034859

0,030103 - 0,053013 0,034859

0,030103 - 0,053013 0,034859

0,030103 - 0,059640 0,034859

0,029960 - 0,053013 0,04221

0,029960 - 0,053013 0,037349

0,029960 - 0,047712 0,034859

0,029960 - 0,047712 0,034859

0,029960 - 0,053013 0,034859

0,029960 - 0,053013 0,034859

0,029960 - 0,068160 0,037349

0,042285 0,029960 0,079520 0,037349

0,042285 0,029960 0,059640 0,043573

A seguir, os valores 𝐧𝐨𝐲𝐧 serão combinados utilizando a próxima equação, a fim de

calcular o valor da “ruidez percebida” total (𝐍𝐧):

𝐍𝐧 = 𝟎, 𝟖𝟓. 𝐧𝐨𝐲𝐧,𝐌𝐀𝐗 + 𝟎, 𝟏𝟓. ∑ 𝐧𝐨𝐲𝐧(𝐢)

𝟐𝟒

𝐢=𝟏

(A.5)

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Na qual, noyn,MAX é o maior valor noyn para cada entrada. Assim, noyn,MAX e Nn

devem ser determinados e convertidos em PNdBn utilizando a Equação (A.6):

𝐏𝐍𝐝𝐁𝐧 = 𝟒𝟎, 𝟎 +𝟏𝟎

𝐥𝐨𝐠 (𝟐)𝐥𝐨𝐠 (𝐍𝐧) (A.6)

b) Um fator de correção de tom (𝐶) agora deve ser calculado para cada espectro,

para compensar a resposta subjetiva da presença de irregularidades espectrais.

Começando com o nível de pressão sonora na banda de um-terço de oitava de 80Hz

(banda número 3), calculam-se as mudanças no nível de pressão sonora (ou diferenças)

para o restante das bandas de um-terço de oitava, como a seguir:

sn(3) = 0

sn(4) = SPLn(4) − SPLn(3)

sn(i) = SPLn(i) − SPLn(i − 1)

sn(24) = SPLn(24) − SPLn(23)

Destacam-se, então, os valores das diferenças (sn (i)), em que o valor absoluto da

alteração na diferença é maior que cinco (5), isto é, em que:

sn(i) − sn(i − 1) > 5

Se o valor destacado das declinações sn (i) for positivo e algebricamente maior que

a declinação sn (i − 1), destaque SPLn′ (i). Se o valor destacado das declinações sn (i) for

zero ou negativo e a declinação sn (i − 1) for positivo, destaque então SPLn′ (i − 1). Para

qualquer outro caso, nenhum nível de pressão sonora deve ser destacado.

Calculam-se agora os novos níveis de pressão sonora ajustados (SPLn′ (i)) como a

seguir:

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Para níveis de pressão sonora não destacados, definem-se os novos níveis de

pressão sonora como sendo iguais aos níveis de pressão sonora originais, SPLn′ (i) =

SPLn (i).

Para os níveis de pressão sonora destacados nas bandas de 1 a 23 inclusive, define-

se o novo nível de pressão sonora como sendo igual à média aritmética do nível de pressão

sonora anterior e seu seguinte, como mostrado abaixo:

SPLn′ (i) =

SPLn(i − 1) + SPLn (i + 1)

2

Se o nível de pressão sonora na banda de maior frequência (i = 24) for destacado,

defina o novo nível de pressão sonora nessa banda como sendo igual a:

SPLn′ (24) = SPLn(23) + sn(23)

Sendo assim, devem-se calcular novas diferenças (sn′ (i)), incluindo uma

diferençapara uma 25ª banda virtual:

sn′(3) = sn′(4)

sn′ (4) = SPLn′(4) − SPLn′(3)

… sn′(i) = SPLn′(i) − SPLn′(i − 1) … sn′(24) = SPLn′(24) − SPLn′(23) sn′(25) = sn′(24)

Para i, de 3 a 23, calcularam-se as médias aritméticas das três diferenças adjacentes,

como a seguir:

s̅n(i) =sn

′(i)+ sn

′(i+1)+ sn

′ (i + 2)

3

Calculam-se agora os níveis de pressão sonora de um-terço de banda de oitava

finais, SPLn"(i), começando com a banda número 3 e procedendo para a banda número 24,

como a seguir:

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SPLn"(3) = SPLn (3)

SPLn" (4) = SPLn" (4) + s̅n (3)

SPLn"(i) = SPLn" (i − 1) + s̅n(i − 1)

SPLn"(24) = SPLn"(23) + s̅n (23)

A seguir, calculam-se as diferenças, F(i), entre o nível de pressão sonora original e o

nível de pressão sonora final, Fn(i) = SPLn(i) − SPLn"(i), e destacam-se somente os

valores maiores ou iguais a 1,5.

Para cada uma das bandas de um-terço de oitava (3 a 24), determinam-se fatores de

correção de tom, Cn, das diferenças entre os níveis de pressão sonora F(i, k) com a Tabela

A.2.

Tabela A.2. Equações base para calcular os fatores de correção de tom

Frequência, f

Hz

Nível de diferença, 𝐅𝐧

dB

Correções de tom, 𝐂𝐧

dB

50 ≤ f < 500

1,5 ≤ Fn < 3 Fn

3−

1

2

3 ≤ Fn < 20 Fn

6

Fn ≥ 20 3,5

500 ≤ f ≤ 5000

1,5 ≤ Fn < 3 2.Fn

3− 1

3 ≤ Fn < 20 Fn

3

Fn ≥ 20 20

3

5000 < 𝑓 ≤ 10000

1,5 ≤ Fn < 3 Fn

3−

1

2

3 ≤ Fn < 20 Fn

6

Fn ≥ 20 3,5

Designa-se Cn o maior valor dentre os fatores de correção de tom.

Níveis de ruído percebido corrigidos pelo tom (PNdBT) devem ser determinados

através da adição dos valores de C aos correspondentes valores PNdB.

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c) Os fatores de correção de tom (𝐶𝑛) devem ser somados aos níveis de ruído

percebido (𝑃𝑁𝑑𝐵) para que sejam obtidos os níveis de ruído percebido corrigidos

pelo tom (𝑃𝑁𝑑𝐵𝑇), a cada incremento de meio segundo:

PNdBTn = PNdBn + Cn (A.7)

Os valores instantâneos de PNdBTn são, então, calculados e o valor máximo,

PNdBTMAX, é determinado.

d) Um fator de correção de duração, 𝐷𝐹𝐴𝐶𝑇𝑂𝑅, deve ser calculado através da integração

da curva de níveis de ruído percebido corrigidos pelo tom em função do tempo (ver

Figura A.1).

A equação para o fator de correção de duração, DFACTOR, é dada por:

DFACTOR = 10 log [(1

10) ∑ Δt . 10

PNdBT(i)

10

t10Δt⁄

i=1

] − PNdBTMAX (A.8)

onde Δt é 0,5 segundo e t10 é o intervalo de tempo até o 0,5s mais próximo durante o qual

PNdBT permanece maior que ou igual a PNdBTMAX − 10dB.

FIGURA A.1 – PNdBT em função do tempo

(reproduzido de Federal Aviation Administration, FAR 36)

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e) O nível de ruído percebido efetivo, 𝐸𝑃𝑁𝑑𝐵, é determinado através da soma algébrica

do maior nível de ruído percebido corrigido pelo tom, 𝑃𝑁𝑑𝐵𝑇𝑀𝐴𝑋, com o fator de

correção de duração:

EPNdB = PNdBTMAX + DFACTOR (A.9)

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APÊNDICE B: DIMENSÕES DO SUPRESSOR DE RUÍDOS

Neste Apêndice encontram-se as dimensões, em milímetro, do supressor de ruídos

corrugado proposto.

a) Vista explodida do sistema de supressão de ruídos

PEÇA NOME DESCRIÇÃO QUANTIDADE

1 Unidade externa Unidade externa do supressor de ruídos corrugado 1

2 Unidade interna Unidade interna do supressor de ruídos corrugado 1

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b) Dimensões da unidade externa – peça 1

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c) Dimensões da unidade interna – peça 2