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trabalho de perfilagem geofísica de bacias de todo o brasil
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Universidade Federal do Espirito Santo
Centro Universitário do Norte do espírito Santo
Curso de Engenharia de Petróleo
Cintia Menegardo Corona
Diego Barbosa Pereira
Gustavo da Silva Fontoura
Kaio Rodrigo Boeira Campos Braz
Bacia do Solimões
São Mateus
Fevereiro/2014
Cintia Menegardo Corona
Diego Barbosa Pereira
Gustavo da Silva Fontoura
Kaio Rodrigo Boeira Campos Braz
Bacia do Solimões
Trabalho apresentado ao curso de Engenharia de
Petróleo, da Universidade Federal do Espírito Santo,
como requisito parcial para aprovação na disciplina
de Geologia do Petróleo.
São Mateus
Fevereiro/2014
Lista de Figuras
FIGURA 1: MAPA DAS BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRAS, COM INDICAÇÃO DAS
PROVÍNCIAS PRODUTORAS DE ÓLEO E GÁS NO PAÍS .................................................................. 3
FIGURA 2: LOCALIZAÇÃO DA BACIA DO SOLIMÕES ................................................................. 4
FIGURA 3: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS CAMPOS DE ÓLEO E GÁS DA BACIA DO SOLIMÕES E
A SUA RELAÇÃO COM AS ESTRUTURAS DE SUBSUPERFÍCIE ....................................................... 5
FIGURA 4: ESBOÇO DE UMA BACIA INTRACRATÔNICA ............................................................. 6
FIGURA 5: BACIA DO SOLIMÕES COM A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ACUMULAÇÕES
PETROLÍFERAS JÁ DESCOBERTAS E A ÁREA PRODUTORA DO PÓLO DO RIO URUCU ................ 6
FIGURA 6: SEÇÃO GEOLÓGICA LONGITUDINAL DA BACIA DO SOLIMÕES COM A
DISTRIBUIÇÃO DOS CAMPOS DE ÓLEO E GÁS ............................................................................. 8
FIGURA 7: CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO SOLIMÕES, COM INDICAÇÃO DOS
ELEMENTOS DO SISTEMA PETROLÍFERO ATUANTE NA ÁREA .................................................... 9
FIGURA 8: SEÇÃO SÍSMICA DE REFLXÃO, REPRESENTATIVA DO ESTILO ESTRUTURAL
CARACTERÍSTICO NA ÁREA DO CAMPO DO RIO URUCU ........................................................... 9
FIGURA 9: CARTA DE EVENTOS DO SISTEMA PETROLÍFERO BARREIRINHA-ITAITUBA ......... 10
RESUMO
Os estudos relacionados às bacias sedimentares brasileiras, em sua grande maioria, são
voltados à exploração de petróleo isso se deve à grande importância do mesmo na economia
mundial. A bacia do Solimões situada na região norte do Brasil, Estado do Amazonas, possui
uma área para possível prospecção de petróleo totalizando 480.000 km². Em 1978, foi
constatada a primeira acumulação de gás, na área do Rio Juruá; em meados dos anos 80, foi
descoberta a província de gás e óleo do Rio Urucu. Foi constatado também, que os
hidrocarbonetos presentes na bacia do Solimões são de boa qualidade, com grau API elevado
e baixo teor de enxofre e acidez, ganhando o título de melhor petróleo onshore do país. Em
termos de produção a bacia do Solimões ganha importância no cenário nacional com os
campos terrestres Rio do Urucu e Leste do Urucu, ambos na Bacia de Solimões, ocupando a
1ª e 2ª posição, respectivamente, em 2011 no ranking de maiores produtores de gás natural, e
são os únicos campos terrestres entre os 20 maiores produtores em barris de óleo equivalente.
Palavras-chaves: Bacia do Solimões; Urucu; Petróleo Onshore; Gás Natural.
SUMÁRIO
CAPA .........................................................................................................................................III
FOLHA DE ROSTO ..................................................................................................................... IV
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................................... V
RESUMO .................................................................................................................................... VI
SUMÁRIO ................................................................................................................................. VII
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 3
2 CONTEXTO GEOLÓGICO ...................................................................................................... 5
2.1 SISTEMA PETROLÍFERO JANDIATUBA-JURUÁ ............................................................................ 7
2.2 PÓLO DO RIO URUCU ................................................................................................................... 7
2.3 SISTEMA PETROLÍFERO BARREIRINHAS-ITAITUBA ................................................................. 10
3 CONTEXTO ECONÔMICO ................................................................................................... 10
4 ASPECTOS DOS HIDROCARBONETOS ................................................................................. 13
5 ESTUDOS DE CASO ............................................................................................................. 14
5.1 ESTUDO DE CASO 1: "DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE
PETRÓLEO E GÁS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA - ESTUDO DE CASO PETROBRÁS" ........................... 14
5.2 ESTUDO DE CASO 2: "A EZPLORAÇÃO DO PETRÓLEO E OS IMPACTOS AMBIENTAIS SOCIO -
ECONÔMICOS NA CIDADE DE URUCU-COARI / AMAZONAS" ............................................................ 17
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 19
7 REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 19
3
1. Introdução
Figura 1: Mapa das bacias sedimentares brasileiras,
com indicação das províncias produtoras de óleo e gás no País.
A Bacia do Solimões (Figura 1) localiza-se na região norte do Brasil, Estado do
Amazonas. Trata-se de uma bacia paleozoica intracratônica com cerca de 950.000 km² de área
sedimentar total, dos quais 480.000 km2 correspondem à área prospectável para petróleo
(óleo + gás + condensado). Limita-se ao norte pelo Escudo das Guianas, ao sul pelo Escudo
Brasileiro, a leste pelo Arco de Purus e a oeste pelo Arco de Iquitos. O Alto de Carauari
divide a bacia em Sub-bacia do Juruá, a leste e Sub-bacia do Jandiatuba, a oeste, com
aproximadamente 3.800 e 3.100 m de espessura de rochas sedimentares e soleiras de diabásio,
respectivamente.
4
Figura 2: Localização da Bacia do Solimões
Esta bacia, juntamente com a do Amazonas, corresponde à primitiva Bacia do
Amazonas, dividida em três domínios: Alto, Médio e Baixo Amazonas, separados,
respectivamente, pelo Alto de Purus e pelo Alto de Monte Alegre. Apesar da designação
prévia de Bacia Solimões ter sido aplicada para a cobertura cenozoica do oeste da Amazônia
(Santos, 1974), Caputo (1984) sugeriu a substituição do nome Alto Amazonas por Solimões.
O nome da Bacia do Amazonas atualmente corresponde à antiga Bacia do Médio e Baixo
Amazonas (Eiras et al. 1994a) sendo que as duas bacias (Amazonas e Solimões) estão
separadas pelo Alto de Purus que corresponde aproximadamente ao limite entre as províncias
Tapajós–Parima e Rio Negro (Santos et al. 2000).
Atividades exploratórias têm sido executadas na Bacia desde os anos 50. Inicialmente,
poços estratigráficos eram perfurados às margens dos rios. Em 1975, aconteceu a primeira
campanha de levantamento de dados sísmicos. Em 1978, foi constatada a primeira
acumulação de gás, na área do Rio Juruá; em meados dos anos 80, foi descoberta a província
de gás e óleo do Rio Urucu. Até o presente, foram descobertas 11 acumulações de gás e 3
campos de óleo e gás na bacia, com reservas de óleo de 132 milhões de barris e de gás
alcançando 44 bilhões de m³ (ANP, 2001); trata-se da segunda maior reserva de
hidrocarbonetos atualmente disponível nas bacias brasileiras.
5
Figura 3: Mapa de localização dos campos de óleo e gás da Bacia do Solimões e a
sua relação com as estruturas de subsuperfície
2. Contexto Geológico
As bacias interiores do Brasil podem ser classificadas de acordo com os seguintes
tipos: Intracratônica, Strike-Slip, Antepaís e Riftes Abortados (Aulacógenos).Sendo que as
bacias intracratônicas fanerozóicas do Brasil estão situadas no interior continental da
Plataforma Sul-Americana (Almeida et al. 2000), região de história geológica longa e
complexa, onde se depositaram espessas sequências de rochas sedimentares paleozoicas e
mesozoicas, algumas com intenso magmatismo básico e alcalino associado. Essas rochas
sedimentares afloram em área superior a 3.500.000 km2, remanescente de superfície
primitivamente muito maior, cujos sítios deposicionais foram condicionados por estruturas
herdadas do Ciclo Brasiliano-Pan-Africano (Milani e Thomaz Filho, 2000).
No Brasil elas abrangem tanto as sinéclises paleozoicas, conforme esses autores, como
as bacias mesocenozóicas e cenozoicas, em alguns casos, superpostas às sinéclises. Sua
evolução consiste em uma combinação e sucessão de diversos processos de formação de
bacias, que incluem: 1) extensão continental; 2) subsidência termal sobre grande área; e 3)
ajuste isostático posterior (Klein, 1995).
6
Figura 4: Esboço de um bacia intracratônica
A Bacia do Solimões situa-se na porção norte do Brasil, sob a selva amazônica,
compreendendo área sedimentar de mais de 600.000 km2 (Fig. X.4). A ocorrência de pacotes
sedimentares paleozoicos, não-aflorantes, restringe-se a dois terços de sua área total, uma vez
que, com a evolução mesocenozóica do continente, esta seção mais antiga ficou sotoposta a
um pacote arenoso continental de idade cretácica a recente. Em conjunto com a Bacia do
Amazonas, a Bacia do Solimões constitui ampla calha intracratônica com 2.500 km de
comprimento, 500 km de largura e até 5.000 m de profundidade (Milani e Zalán, 1998).
Figura 5: Bacia do Solimões, com a localização das principais acumulações
petrolíferas já descobertas e a área produtora do Pólo do Rio Urucu
7
2.1. Sistema Petrolífero Jandiatuba-Juruá
Os folhelhos do Frasniano–Famenniano (Neodevoniano) da Formação Jandiatuba
constituem os geradores do gás e óleo da província petrolífera da Bacia do Solimões (Eiras,
1998). Trata-se de rochas com teores de carbono orgânico variando entre 2% e 8%, compondo
seção sedimentar com espessura entre 10 e 50 m. Dados de maturação indicam uma destacada
influência do calor de corpos ígneos mesozoicos na história térmica da área,
consequentemente na geração e na expulsão de petróleo da seção geradora, bem como no
craqueamento in situ de acumulações previamente formadas (Camoleze et al. 1990). O
contato gerador–reservatório é direto, estando este posicionado estratigraficamente acima do
primeiro, condição que favorece sobremodo os processos de migração. Os reservatórios dessa
província petrolífera são arenitos da Formação Juruá, de idade neocarbonífera, que exibem
espessuras de até 40 m. Um selo efetivo é provido pelos evaporitos neocarboníferos da
Formação Carauari.
A trapa é dominantemente do tipo estrutural, na forma de anticlinais associados a
falhas reversas de direção dominantemente SW–NE, que se inserem no Megacisalhamento do
Solimões (Caputo e Silva, 1990), proeminente cinturão de deformação transcorrente
intraplaca, de orientação E–W, originado durante o Jurássico–Cretáceo e que se desenvolve
ao longo da calha sedimentar paleozoica desde os limites ocidentais da Bacia do Solimões até
as proximidades do Arco de Purus, já no limite com a Bacia do Amazonas. As principais
acumulações da província são Rio Urucu, Juruá, Nordeste de Juruá, Sudoeste de Urucu,
Igarapé Marta, São Mateus e Leste de Urucu.
2.2. Pólo do Rio Urucu
A perfuração do pioneiro 1-RUC-1-AM, em 1986, revelaria a primeira descoberta
comercial de óleo em rochas paleozoicas no Brasil, na Bacia do Solimões, a cerca de 600 km
a W–SW de Manaus. As jazidas dessa área, hoje arranjadas em pólo de produção, incluem
Rio Urucu, Leste de Urucu, Sudoeste de Urucu e Igarapé Marta, em uma área total excedendo
os 100 km2. As estruturas portadoras de petróleo resultaram de atividade tectônica
transpressional e conformam-se como anticlinais assimétricos associados a falhas reversas,
individualmente com áreas em torno de 15 km2. A coluna de óleo alcança 20 m e é recoberta
por uma capa de gás com até 80 m de espessura; a acumulação de líquido, na realidade, tem
8
uma geometria em anel circundando a culminância estrutural da região, na forma de uma
jazida com grande área de ocorrência e delgada espessura (Yokota et al. 2001). A área do
Pólo de Rio Urucu inclui reservas de 45 milhões de barris de óleo, 16 milhões de barris de
condensado e 14 bilhões de m3 de gás (Kinzel et al. 1996). A produção de óleo e gás no Pólo
de Rio Urucu se dá a partir de reservatórios neocarboníferos da Formação Juruá. Essa unidade
inclui depósitos arenosos eólicos e de planície de maré como as fácies de melhores
características permoporosas, com porosidade média da ordem de 18%. O óleo tem densidade
de 41o API*, sendo produzido juntamente com condensado (60 a 70o API) e gás (80%
metano, etano e propano; Camoleze et al. 1990). A principal zona produtora na área,
conhecida como Juruá- 70, encontra-se em torno de 2.400 m de profundidade e caracteriza-se
pelo excelente selecionamento granulométrico e boa continuidade lateral. Delgadas
intercalações de anidrita, folhelho e marga, de ampla distribuição, constituem bons marcos
estratigráficos para o zoneamento dos reservatórios (Kinzel et al. 1996). O mecanismo de
produção de óleo nas jazidas do Pólo de Rio Urucu, que se dá por surgência, é por expansão
da extensa capa de gás, com influência pouco expressiva do aquífero sotoposto.
Figura 6: Seção geológica longitudinal da Bacia do Solimões com a distribuição dos campos de óleo e gás
9
Figura 7: Carta estratigráfica da Bacia do Solimões, com indicação
dos elementos do sistema petrolífero atuante na área
Figura 8: Seção sísmica de reflexão, representativa do estilo estrutural característico na área
do Campo do Rio Urucu
10
2.3. Sistema Petrolífero Barreirinha-Itaituba
Mello et al. (1994), baseando-se em uma antiga nomenclatura estratigráfica,
apresentam o sistema petrolífero Barreirinha-Itaituba como o sistema petrolífero da Bacia do
Solimões, composto por rochas geradoras principais, representadas pelos folhelhos marinhos
restritos radioativos do Neodevoniano, Membro Barreirinha da Formação Curuá. Segundo os
autores, os principais reservatórios seriam os arenitos eólicos pensilvanianos da base da
Formação Itaituba e os secundários, arenitos deltaicos da Formação Monte Alegre. As rochas
selantes, seriam camadas evaporíticas da Formação Itaituba. As trapas, anticlinais formadas
nos blocos altos de falhas reversas com direção geral NE-SW, desenvolvidas durante o
Megacisalhamento do Solimões. Os autores basearam-se em analises geoquímicas em
testemunhos e amostras de óleo a partir de poços perfurados na Bacia do Solimões para
concluir que o óleo das rochas reservatório Itaituba foi originado da rocha fonte Barreirinha,
certificando que o sistema petrolífero Barreirinhas-Itaituba seria conhecido. Neste sentido
apresentaram uma carta de eventos para o referido sistema petrolífero.
Figura 9: Carta de eventos do sistema petrolífero Barreirinha-Itaituba
3. Contexto Econômico
A bacia de Solimões, é a principal bacia produtora no cráton amazônico e também a
terceira em produção de óleo do Brasil, com uma reserva estimada em 132 milhões de barris
11
de Petróleo, para valores de referencias em 2002 a produção foi de 58.074 barris de óleo por
dia, 3,8% da produção total do país no período, além disso, o óleo urucu produzido nas
bacias de Solimões, é o melhor óleo do pais, com o maior grau API° e dele são produzidos
derivados nobres como o nafta e o diesel, com tamanha reserva, a Amazônia chega a ser
considerado auto suficiente.
Porém a bacia do Solimões possui como forte mesmo o gás natural, tendo em 2002 a
segunda maior reserva do país com 44,5 bilhões de metros cúbicos, recentemente a
concessionária local perfurou um poço que de acordo com estimativas possui uma reserva de
10 a 32 bilhões m³ de gás.
Com relação a produção atual, os números são satisfatórios, com produção de óleo de
52 milhões BBL/dia e de gás 12 milhões m³/dia, números esses de referencia de junho de
2011.
É importante citar que os investimentos na bacia, são cada vez maiores com o passar
dos anos, em 2008, por exemplo, foram investidos pelos concessionários 100 milhões de
reais, já em 2010 foram 270 milhões, em 2011 estava previsto cerca de 678 milhões com o
intuito de perfurar 15 poços, ate o ano de 2014 a previsão era de 4.5 bilhões de reais.
Essa retomada de investimentos se deve principalmente a campanha de perfuração da
empresa HRT e a descoberta de óleo leve pela Petrobras no poço chibata, que terá capacidade
de produzir 2,500 barris de óleo por dia.
A bacia de Solimões tem atualmente sete campos de petróleo e gás em produção, 26
blocos e concessão e a previsão é pra que ate 2020, a produção alcance 150.000bbl/dia.
Atualmente existem duas empresas retentoras das licitações com direitos a perfurar e
explorar os recursos minerais na bacia de Solimões, que são Petrobras e HRT, porem
recentemente a HRT vendeu os direitos de participação de 45% sobre 21 blocos que detém na
bacia do Solimões para a empresa russa TNK-BP, em contrato no valor de US$ 1 bilhão,
pagamento que será feito ao longo de dois anos.
A companhia recomprou em maio a fatia de 45% dos blocos, que estava nas mãos da
Petra Energia. Essa transferência ainda deverá ser aprovada pela Agencia nacional do
Petróleo, Gás natural e Bicombustível (ANP), para a conclusão do negócio com a empresa
russa.
12
A HRT detém 21 blocos de exploração de petróleo na bacia do Solimões destes apenas
os blocos sol-t-169(Juruá), sol-t-168, sol-t-194(urucu) estão em produção. Os blocos do
Solimões, dos quais a companhia é operadora e detém 55% de participação, cobrem uma área
de aproximadamente 42.578km².
A Petrobras detém vários campos de exploração de petróleo na bacia do Solimões, são
eles: sol-t-150, sol-t-173, bt-sol-1, sol-t-171, sol-t-193. Em abril de 2010, a Petrobras
informou à ANP a descoberta de óleo leve, condensado e gás natural no poço 1-BRSA-769-
AM (bloco SOL-T-171), em reservatórios de profundidade de 3.200 metros.
O pagamento de royalties ao Governo do Amazonas pela exploração de petróleo e gás
na Bacia do Solimões expandiu 33,6% em julho desse ano comparado a julho de 2010 e 22%
na comparação dos primeiros sete meses desse ano com o mesmo período do ano passado.
A entrada da HRT Oil & Gas na exploração dos recursos não renováveis da Bacia do
Solimões e a expansão da exploração da Petrobras na Bacia refletiram no aumento das
compensações recebidas pelo Governo do Amazonas e pelos municípios produtores ou
afetados pelas operações de embarque e desembarque no Estado.
Em julho, o governo do Estado recebeu R$ 15,5 milhões das companhias que
exploram e produzem petróleo ou gás natural no Amazonas, enquanto em julho de 2010
foram pagos R$ 11,6 milhões. Com relação a junho, as compensações expandiram 1,3%.
Os municípios produtores ou afetados pelas operações de embarque e desembarque
receberam um total de R$ 6,6 milhões em julho, 61% acima do que foi pago em julho de
2010. No acumulado dos sete meses do ano, o volume de royalties pagos aos municípios
chegou a R$ 44,95 milhões, R$ 10 milhões acima do acumulado do ano passado.
Os royalties incidem sobre o valor da produção do campo e são recolhidos
mensalmente pelas empresas concessionárias por meio de pagamentos efetuados à Secretaria
do Tesouro Nacional (STN), até o último dia do mes seguinte àquele em que ocorreu a
produção. Então, os royalties creditados em julho são referentes à produção de maio.
Coari é o município do Amazonas que recebeu o maior volume de royalties: R$ 5,22
milhões em julho, com previsão de R$ 31,78 mi no ano. Manaus recebeu em julho R$ 1,28
milhão e R$ 11,32 milhões no acumulado até julho. No acumulado do ano, Tefé aparece em
terceiro lugar, com R$ 1,13 milhão pagos pela produção do Teste de Longa Duração (TLD)
13
da Petrobras no poço Igarapé Chibata. O município não recebeu royalties de maio a julho por
conta da paralisação do TLD que iniciou em março e foi retomado em junho desse ano.
4. Aspectos dos Hidrocarbonetos
Segundo o Boletim de produção nacional da ANP, em 2011 o campo com maior
produção de petróleo foi Roncador, bacia de Campos, e Rio Urucu, bacia de Solimões, a
maior produção de gás natural.
Os campos terrestres Rio do Urucu e Leste do Urucu, ambos na Bacia de Solimões,
ocuparam a 1ª e 2ª posição, respectivamente, no ranking de maiores produtores de gás natural,
e são os únicos campos terrestres entre os 20 maiores produtores em barris de óleo
equivalente. Em 2012 Urucu produziu, 33.299 boe/dia sendo o maior produtor da bacia do
Solimões.
Dois sistemas petrolíferos, Jandiatuba-Juruá e Jandiatuba-Uerê , são identificados na
bacia, o primeiro, e o mais importante, contêm atualmente 99,8% das acumulações
comerciais.
Em outubro de 1986, o sonho de prospecção petrolífera na Amazônia tornou-se
realidade com a descoberta da província do Urucu, a 600 km de Manaus. Dois anos depois, o
óleo já estava sendo escoado por balsas, através do rio Solimões, até a Refinaria Isaac Sabbá
(UN-Reman), na capital do estado. Em 1998 teve início a operação do poliduto, com 285 Km
de extensão, entre Urucu e Coari, cidade mais próxima da base petrolífera.
A produção de petróleo no Amazonas, em outubro de 2002, de acordo com a Unidade
de Negócios da Bacia do Solimões (UN-BSOL), foi de 58.074 barris de óleo por dia, o que
representa 3,8% da produção do país (1.524.953 barris/dia) no mesmo período. O petróleo de
Urucu é considerado o de melhor qualidade no país e dele são produzidos, principalmente,
derivados mais nobres (de alto valor agregado) como diesel e nafta. A região Amazônica já é
autossuficiente em petróleo e parte de sua produção é exportada para outras refinarias da
Petrobras, localizadas em diferentes regiões do país.
14
Segundo o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o petróleo
extraído do campo de Rio Urucu possui um grau API de 48.5 e um baixo teor de enxofre
(0,05%), o que faz com que seja o petróleo onshore de melhor qualidade do país.
Cerca de 92% da capacidade da UN-Reman é ocupada pelo petróleo de Urucu. O
gerente de Otimização de Processos da Reman, José Augusto Carrinho Antônio, explica que
esse petróleo tem características especiais, pois é extremamente leve e por isso não produz
asfalto, sendo necessário, portanto, importar petróleo mais pesado da Venezuela. Os 8%
restantes da capacidade da refinaria são ocupados pelo petróleo importado, de nome Leona,
com o único objetivo de produzir o asfalto necessário para o abastecimento do mercado
regional.
5. Estudos de Caso
5.1. Estudo de Caso 1: “Desenvolvimento Sustentável em Exploração e Produção de
Petróleo e Gás na Amazônia Brasileira – Estudo de Caso Petrobrás”
5.1.1. Introdução
O estudo pretende mostrar como a Petrobrás promove a manutenção da posição de
liderança dentro do seu ambiente competitivo, tendo como política uma atuação segundo os
princípios do Desenvolvimento Sustentável. Ele focaliza as ações estratégicas e os desafios e
oportunidades que envolvem as atividades da Companhia na Bacia Petrolífera de Urucu, na
Amazônia.
A grande preocupação da Companhia, hoje, refere-se à sustentabilidade de seus
negócios. Nos dias atuais não se pode falar em crescimento socioeconômico sem falar em
Desenvolvimento Sustentável. A evolução das atividades da Petrobrás na Amazônia está
beneficiando diretamente toda a região Norte do País, que passa a contar agora também com
uma infra-estrutura para facilitar a disponibilização do gás natural, combustível essencial para
as novas termelétricas projetadas para suprir a crônica deficiência de energia elétrica da
região.
15
Desde os anos 60, em virtude de vários desastres de poluição industrial, os países
industrializados e em industrialização passaram a adotar padrões de qualidade para o ar e para
as águas. No entanto, no mundo globalizado, as indústrias passaram a adotar códigos
voluntários de conduta como a atuação responsável e as normas internacionais visando à
aceitação dos produtos de acordo com os padrões internacionais de qualidade, segurança
operacional e respeito ao meio ambiente.
A Petrobrás se preocupou em desenvolver e implantar um Sistema de Gestão
Integrado exigindo trabalho árduo de toda a equipe e uma perfeita integração com as
empresas prestadoras de serviços. Todos os empregados próprios e de empresas contratadas
que atuam na região amazônica são constantemente treinados por intermédio do Programa de
Sensibilização para as Áreas de Meio Ambiente, Segurança, Saúde e Qualidade.
Este Sistema de Gestão contribui para que sejam alcançados resultados globais,
harmônicos, como a melhoria do desempenho econômico-financeiro e a redução de taxas de
acidentes.
5.1.2. O Problema
Quinze anos após dar início à produção comercial de óleo, a Província Petrolífera de
Urucu, esperava o sinal verde dos órgãos ambientais para a construção de dois gasodutos
(Coari-Manaus e Urucu-Porto Velho) viabilizando o projeto de gás natural de Urucu para
geração termelétrica. Com a conclusão dos dois gasodutos, será possível a geração térmica em
Manaus, Porto Velho e Acre, substituindo o óleo combustível pelo gás natural, conseguindo
chegar à autossuficiência energética do Norte e de parte do Nordeste do País.
As restrições ao projeto passavam pelos danos ambientais e inerentes à operação.
Entidades de defesa do meio ambiente no Brasil e no exterior ainda duvidam que petróleo e
preservação ambiental possam andar juntas. A Petrobrás, apesar do passado de desastres de
grandes proporções nas águas do Sul e Sudeste, garante que sim.
Após treze meses de estudos e conversações, envolvendo a população (cerca de 3.000
pessoas), Ministérios Públicos Estadual e Federal, Petrobrás e UFAM, a Companhia
finalmente obteve, em maio deste ano, a concessão oficial do licenciamento ambiental para a
construção do gasoduto Coari-Manaus. Quanto ao poliduto de Urucu-Porto Velho os estudos
ambientais do projeto deverão ser refeitos. De acordo com o Gerente-Geral da Bacia do
16
Solimões, a estatal adota as mais avançadas tecnologias para tornar mais seguras as operações
em Urucu.
Várias ONGs estão preocupadas com a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho,
segundo eles existe a necessidade do estudo ser refeito. Uma das preocupações é o “inchaço”
das cidades por onde passa o projeto. Em 1998, a Petrobrás construiu a primeira parte do
gasoduto, segundo essas ONGs o gasoduto provocou impactos desastrosos nas comunidades
locais e na floresta. De acordo com elas os projetos adentrariam partes intactas e vulneráveis
da floresta.
O Governador do Amazonas diz que é importante que no custo do gasoduto estejam
previstos recursos para serem investidos em políticas sociais e em políticas públicas
possibilitando a criação de modelos de Desenvolvimento Sustentável.
5.1.3. Desdobramentos das Ações Estratégicas
Para desenvolver as atividades em Urucu, a Petrobrás consultou renomados cientistas
que contribuíram para que soubesse produzir na Amazônia sem comprometer o meio
ambiente e com benefícios para a população local. Alguns anos depois, os renomados
cientistas que foram consultados no início do projeto, afirmaram que a Petrobrás havia feito
muito mais do que tinha sido recomendado em termos de preservação do ecossistema
amazônico.
Na Base de Operações Geólogo Pedro de Moura foi tudo construído em plena floresta,
com todos os cuidados necessários para a preservação do equilíbrio ambiental. Dentro do
complexo encontra-se a maior UPGN do Brasil. A Província Petrolífera de Urucu torna-se
hoje um importante centro gerador de recursos energéticos e de Desenvolvimento Sustentável
numa das regiões mais ricas do planeta.
Foram feitos trabalhos preliminares de interpretação geológica e em seguida equipes
especializadas realizaram levantamento sismógrafo, a fim de obter informações que
embasassem a escolha definitiva dos locais a serem perfurados.
Paralelamente, é feito um sério trabalho de programas sociais da Companhia, são
desenvolvidas ações comunitárias e sócio-educativas e melhoria de infra-estrutura no
17
município onde se situa a Base de Operações. Mais de mil pessoas foram alfabetizadas nos
últimos três anos e a Companhia está ajudando na melhoria da saúde pública.
A Petrobrás também está ajudando a elevar o nível de escolaridade dos trabalhadores
de Empresas Contratadas que atuam na Base de Urucu. Em parceria com ONGs está
combatendo o despejo de lixo nos rios através de campanhas educativas. Está especializando
a mão de obra local para posteriormente contratá-la.
A região está adquirindo reconhecimento global em relação à harmonia entre a
produção petrolífera e a preservação ambiental. Com os trabalhos da Petrobrás está surgindo
oportunidade de amplo fornecimento de gás natural, combustível indutor de desenvolvimento
e essencial às novas termelétricas projetadas, e abastecimento de grande parte da Amazônia
com produtos extraídos, processados e refinados na própria região.
5.1.4. Conclusão
O artigo se propôs a mostrar como as ações estratégicas da Petrobrás podem contribuir
para vencer os grandes desafios e as grandes questões ambientais e sociais que envolvem as
atividades da Companhia na Província Petrolífera de Urucu, na produção de óleo e gás na
Amazônia, utilizando como política uma atuação segundo os princípios do Desenvolvimento
Sustentável.
5.2. Estudo de Caso 2: “A Exploração do Petróleo e os Impactos Ambientais
Socioeconômicos na Cidade de Urucu-Coari / Amazonas”
O processo de exploração causa impactos ao meio ambiente e às populações locais.
Este estudo tem como objetivo mostrar as características dos grandes projetos desenvolvidos
na Amazônia, com enfoque às questões ambientais, e como se deu o processo evolutivo da
exploração de petróleo na região amazônica, e principalmente a influência e os impactos
ambientais, sociais e econômicos causados pelas atividades de exploração de petróleo na
província petrolífera de Urucu na cidade de Coari, e quais os mecanismos de controle
realizados, tanto na esfera estadual como na municipal.
No início das atividades da Província Petrolífera de Urucu, a Petrobras tomou a
iniciativa de procurar as entidades ligadas à pesquisa e à preservação ambiental na Amazônia,
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e em 1988 promoveu um workshop sobre o assunto com renomados cientistas nacionais
especialistas em ecossistema amazônico.
No ano de 2000 foi instalado o Centro de Defesa Ambiental da Amazônia (CDA-AM),
uma central de logística preparada para responder de forma rápida e eficaz a qualquer
emergência nos rios amazônicos, atuando na contenção e redução de riscos ambientais no
caso de vazamentos de petróleo. Até 2005, a UN-Reman pretende investir mais de R$ 50
milhões em projetos para aumento da segurança operacional e gestão ambiental, incluindo
patrocínios institucionais para a preservação de animais silvestres.
Essas atividades estão sendo desenvolvidas no âmbito do programa nacional
implantado pela Petrobras, denominado Programa de Excelência em Gestão Ambiental e
Segurança Operacional. As ações ambientais da Petrobras na Amazônia são acompanhadas,
por meio de convênios, por entidades de pesquisa e preservação do meio ambiente e órgãos
governamentais da região, tais como Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (Ipaam),
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade Federal do Amazonas
(UFAM), Universidade Tecnológica do Amazonas (Utam) e prefeituras municipais.
A pequena cidade de Coari, a 600 quilômetros de Manaus, já dá sinais de mudanças
depois do início da exploração do petróleo e do gás natural pela Petrobras. Como a cidade
passou a receber muito dinheiro com os royalties da exploração, começou também a atrair
outras populações, tanto das redondezas como de outras regiões, em busca de emprego.
O novo perfil trouxe problemas como aumento da prostituição e da violência, por exemplo. A
população ribeirinha também sente o afastamento dos peixes devido à movimentação das
embarcações no terminal construído pela Petrobras no Rio Solimões.
A Petrobrás desenvolve projetos sociais, educativos, culturais e de treinamento
profissional junto às comunidades próximas às suas instalações. Para recuperar as áreas
desmatadas pela exploração do gás foi criada a rede Clareiras na Amazônia: avaliação,
prevenção e recuperação dos danos causados em áreas de prospecção e transporte de gás
natural e petróleo na Amazônia Brasileira.
A tecnologia de ponta utilizada pela Petrobras em Urucu inclui o controle automático
do funcionamento da parte mecânica dos poços, UPGN e dutos, dos dados de pressão,
temperatura, vazão e vibração, com o registro permanente dessas informações. Em caso de
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irregularidade, as operações de produção petrolífera, de processamento ou de transporte são
imediatamente interrompidas.
6. Conclusão
Após uma análise do conteúdo apresentado anteriormente, constata-se que a
exploração da Bacia do Solimões, surtiu um grande efeito tanto para as empresas vencedoras
das licitações quanto para a população que circunda a região perfurada e explorada. Mas, tal
impacto pode ser considerado positivo, pois para as empresas a estrutura geológica
corresponde lhe deram um produto muito bom tanto em termos de óleo quanto em termos de
gás, o que lhe proporcionaram um grande rendimento, tendo assim uma boa posição quanto a
produção de gás natural em uma âmbito nacional. Para a população o ganho veio em cima do
desenvolvimento da região, pois como visto no estudo de casos houve um aprimoramento e
até a implementação em algumas regiões da rede elétrica, também ocorreu uma melhora na
educação e no comércio devido ao aumento populacional. Tendo em vista esse pontos
positivos os mesmos se contrapõem ao impacto ambiental já que regiões de mata densa e
"virgem" foram exploradas com a perfuração e a construção dos gasodutos. Sendo assim, a
conclusão em cima da exploração dessa bacia como benéfica ou não depende do ponto de
vista adotado, mas na maioria tem-se essa ação como positiva e promissora para a região.
7. Referências
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<http://www.scgas.com.br/gas_natural/anp104.pdf> Acesso em: fev. 2014.
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