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Eletronica
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Transístor
O transístor bipolar é o transístor mais importante do ponto de vista histórico e o de
utilização mais corrente. No entanto, convém referir os transístores de efeito de campo
(FET, “Field Effect Transistor”), nomeadamente, os transístores FET de junção unipolar,
os transístores MOSFET (“Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor”), e os
CMOS (“complementary MOSFET”), os quais são muito usados na electrónica integrada
de alta densidade.
O material semicondutor mais usado no fabrico de transístores é o silício. Contudo, o
primeiro transístor foi fabricado em germânio. O silício é preferível porque possibilita o
funcionamento a temperaturas mais elevadas (175 ºC, quando comparado com os ~75ºC
dos transístores de germânio) e também porque apresenta correntes de fuga menores. O
transístor bipolar é formado por duas junções p-n em série, podendo apresentar as
configurações p-n-p e n-p-n . Os transístores n-p-n são os mais comuns, basicamente
porque a mobilidade dos eletrões é muito superior à das lacunas, isto é, os eletrões
movem-se mais facilmente ao longo da estrutura cristalina o que traz vantagens
significativas no processamento de sinais de alta frequência. E são mais adequados à
produção em massa. No entanto, deve-se referir que, em várias situações, é muito útil ter
os dois tipos de transístores num circuito.
O transístor de junção bipolar é um dos componentes mais importantes na Eletrónica. É
um dispositivo com três terminais. Num elemento com três terminais é possível usar a
tensão entre dois dos terminais para controlar o fluxo de corrente no terceiro terminal,
i.e., obter uma fonte controlável. O transístor permite a amplificação e comutação de
sinais, tendo substituído as válvulas termo-iónicas na maior parte das aplicações. A figura
da página seguinte mostra, de forma esquemática, um transístor bipolar p-n-p. Este
transístor é formado por duas junções p-n que partilham a região do tipo n (muito fina e
não representada à escala). Neste aspeto, o dispositivo corresponde à sanduíche de um
material
do tipo n, entre duas regiões do tipo p. Existe também a estrutura complementar (npn).
Dependendo da polarização de cada junções (direta ou inversa), o transístor pode operar
no modo ativo/linear, estar em corte ou em saturação.
Um transístor bipolar (com polaridade NPN ou PNP) é constituído por duas junções PN
(junção base-emissor e junção base-colector) de material semicondutor (silício ou
germânio) e por três terminais designados por Emissor (E), Base (B) e Colector (C).
Símbolos Transístores
Zonas Funcionamento Transístores
NPN PNP
Zona Condições Modelo Condições Modelo
Corte VBE < 0.7V
VBC < 0.7V
IC = 0
IE = 0
IB = 0
VEB < 0.7V
VCB < 0.7V
IC = 0 IE = 0
IB = 0
Activa VBE =0.7V
VBC <0.7V
VBE =0.7V
IC = β* IB
IE = IC+IB
ou
IE = (β+1)*IB
VEB = 0.7V
VCB < 0.7V
VEB =0.7V
IC = β* IB
IE = IC+IB
ou
IE = (β+1)*IB
Saturação VBE = 0.8V
VBC = 0.7V
VBE =0.8V
VCE =0.1V
IE = IC+IB
VEB = 0.8V
VCB = 0.7V
VEB =0.8V
VEC =0.1V
IE = IC+IB
Em cada transístor bipolar existem duas junções que irão apresentar zonas de
funcionamento diferentes, consoante as junções base-emissor e base-coletor se encontram
polarizadas direta ou inversamente.
Os transístores têm três zonas de funcionamento distintas:
Corte - Ambas as junções estão polarizadas inversamente
Saturação - Ambas as junções estão polarizadas diretamente
Ativa - Junção base-emissor polarizada diretamente e junção base coletor
polarizada inversamente
Transístor como Amplificador
Um transístor funciona como amplificador, quando a corrente de base oscila entre zero e
um valor máximo. Neste caso, a corrente de coletor é um múltiplo da corrente de base.
Se aplicarmos na base do transístor um sinal, vamos obter uma corrente mais elevada no
coletor proporcional ao sinal aplicado:
Ganho de um transístor
O ganho de um transístor, é uma característica do transístor, é o fator de multiplicação da
corrente de base (Ib)ou Beta ß ou hfe do transístor.
A formula matemática que permite efetuar o cálculo é:
Ic = Ib x ß
* Ic: corrente de coletor
* Ib: corrente de base
* ß : beta (ganho)
Existem algumas especificações definidas pelo fabricante:
Ref ou Tipo: é o nome do transístor.
VCEO: tensão entre coletor e emissor com a base aberta.
VCER: tensão entre coletor e emissor com uma resistência no emissor.
Pol: polarização; N=NPN e P=PNP.
PTOT: Potência máxima que o transístor pode dissipar
Ft: Frequência máxima.
Encapsulamento: Cápsula do transístor que define cada um dos terminais.
Determinar Tensões e Correntes TJB (Transístor Junção Bipolar)
Considerando o circuito da figura em que o transístor bipolar NPN é caracterizado por
β=100 (ganho)
Determinar tensões e correntes do transístor.
Considerando que o transístor está na zona activa, consideramos o circuito seguinte
Circulando pela malha da base:
-V1 + RB * IB + VBE = 0
ou
IB = (V1 - VBE) / RB
IB = (10-0,7)/220
IB = 42,27µA
IC=β*IB ou IC=4,23mA
para as tensões temos:
VE=0 VB=0,7 VC=10-RC*IC ou VC=5,7 onde
VBE=0,7 e VBC=-6,4 < 0,7
Podemos concluir que o transístor se encontra na zona ativa.
Configurações Transístor Bipolar
Ligação típica transístor
Configuração Emissor
comum
Base
comum
Coletor
comum
Impedância entrada Média Baixa Alta
Impedância saída Média Alta Baixa
Ganho de tensão Médio Alto Baixo
Ganho de corrente Médio Baixo Alto
Ganho de potência Alto Baixo Médio
Desvio de fase 180° 0° 0°
1. Base Comum (Ganho em tensão, sem ganho em corrente).
2. Emissor Comum (Ganho em tensão e corrente).
3. Coletor Comum (Ganho em corrente, sem ganho em tensão).
Transístor - Emissor Comum
A montagem de um transístor em emissor comum é um estágio baseado num transístor
bipolar em série com um elemento de carga. O termo "emissor comum" refere-se ao facto
de que o terminal do emissor do transístor tem uma ligação "comum", tipicamente a
referência de 0V ou Terra. O terminal do coletor é ligado à carga da saída, e o terminal
da base atua como a entrada de sinal.
O circuito do emissor comum é constituído por uma resistência de carga RC e um
transístor NPN; os outros elementos do circuito são usados para a polarização do
transístor e para o acoplamento do sinal.
Os circuitos emissor comum são utilizados para amplificar sinais de baixa voltagem,
como os sinais de rádios fracos captados por uma antena, para amplificação de um sinal
de áudio ou vídeo
Características de um amplificador com transístor em emissor comum:
IMPEDÂNCIA DE ENTRADA (Ze): É igual ao quociente entre a tensão de
entrada (Ee = tensão CA do sinal de entrada) e a corrente de entrada (Ie = corrente
CA do sinal de entrada). A impedância de entrada está compreendida entre 10KΩ
e 100KΩ
Ze=Ee / Ie
IMPEDÂNCIA DE SAÍDA (Zs): É igual ao quociente entre a tensão CA do sinal
de saída (Es), quando a saída esta em vazio (isto é, Is = 0) e a corrente CA do sinal
de saída (Is), quando a saída está em curto-circuito (Es =0).A impedância de saída
esta situada entre 10KΩe 100KΩ.
Zs= Es (saída em vazio) / Is (saída em curto)
AMPLIFICAÇÃO DE CORRENTE (Ai): é o quociente entre a corrente CA do
sinal de saída e a corrente CA do sinal de entrada. A amplificação de corrente está
compreendida entre 10 e 100 vezes.
Ai = Is / Ie
AMPLIFICAÇÃO DE TENSÃO (Av): é o quociente entre a tensão CA do sinal
de saída e a tensão CA do sinal de entrada. A amplificação de tensão está situada
entre 100 e 1000 vezes.
Av = Es / Ee
AMPLIFICAÇÃO DE POTÊNCIA (Ap): é igual ao produto entre a
amplificação de corrente e a amplificação de tensão. A amplificação de potência
está compreendida entre 1.000 e 100.000 vezes.
Ap = Ai x Av
RELAÇÃO DE FASE: Ocorre um desfasamento de 180° entre a tensão do sinal
de saída e a tensão do sinal de entrada (180° = 180 graus).
Transístor - Coletor Comum
O circuito com um transístor com coletor comum possui um ganho de tensão muito
próximo da unidade, significando que os sinais em CA que são inseridos na entrada serão
replicados quase igualmente na saída, assumindo que a carga de saída não apresente
dificuldades para ser controlada pelo transístor. O circuito possui um ganho de corrente
típico que depende em grande parte do hFE do transístor. Uma pequena mudança na
corrente de entrada resulta em uma mudança muito maior na corrente de saída enviada à
carga. Deste modo, um terminal de entrada com uma fraca alimentação pode ser utilizado
para alimentar uma resistência menor no terminal de saída. Esta configuração é
comumente utilizada nos estágios de saída dos amplificadores Classe B e Classe AB, o
circuito base é modificado para operar o transístor no modo classe B ou AB. No modo
classe A, muitas vezes uma fonte de corrente ativa é utilizada em vez do RE para melhorar
a linearidade ou eficiência.
Características de um amplificador com transístor em coletor comum:
IMPEDÂNCIA DE ENTRADA: de 100KΩ a 1MΩ.
IMPEDÂNCIA DE SAÍDA: de 50Ω a 5000Ω.
AMPLIFICAÇÃO DE CORRENTE: de 10 a 100 vezes.
AMPLIFICAÇÃO DE TENSÃO: é menor do que 1. Neste tipo de amplificador
não há amplificação de tensão.
AMPLIFICAÇÃO DE POTÊNCIA: de 10 a 100 vezes.
RELAÇÃO DE FASE: não há desfasamento entre a tensão do sinal de saída e a
tensão do sinal de entrada.
Transístor - Base Comum
A ligação de um transístor em base comum é uma configuração de um transístor na qual
sua base é ligada ao ponto comum do circuito.
Esta montagem é utilizada de forma menos frequente do que as outras configurações em
circuitos de baixa de baixa frequência, é utilizada para amplificadores que necessitam de
uma impedância de entrada baixa. Como exemplo temos o pré-amplificador de
microfones.
É utilizado para amplificadores VHF e UHF onde a baixa capacitância da saída à entrada
é de importância crítica.
Os parâmetros α (Alfa) e β (Beta) de um transístor bipolar Quando um transístor bipolar
é ligado em base comum, o quociente entre a corrente de coletor (Ic) e a corrente de
emissor (Ie) recebe o nome de GANHO DE CORRENTE ESTÁTICO DA MONTAGEM
BASE COMUM, e é indicado pela letra grega α (ALFA).
α=Ic/Ie
Características de um amplificador com transístor em base comum:
IMPEDÂNCIA DE ENTRADA: entre 10Ωe 100Ω.
IMPEDÂNCIA DE SAÍDA: entre 100 KΩ e 1MΩ.
AMPLIFICAÇÃO DE CORRENTE: é um pouco inferior à unidade (entre O,95
e O,99).Portanto, neste tipo de circuito não há amplificação de corrente.
AMPLIFICAÇÃO DE TENSÃO: entre 500 e 5.000 vezes.
AMPLIFICAÇÃO DE POTÊNCIA: entre 100 e 1.000 vezes.
RELAÇÃO DE FASE: não há desfasamento entre a tensão do sinal de saída e a
tensão do sinal de entrada.
Transístor Darlington
Transístor Darlington
O Darlington não é mais do que a ligação de vários transístores com a finalidade de
aumentar o ganho.
O ganho (HFE) total do Darlington é a multiplicação dos ganhos individuais de cada um
dos transistores.
Vantagens:
Maior ganho de corrente.
Tanto o disparo como bloqueio são sequenciais.
A queda de tensão em saturação é constante.
Desvantagens:
Utilização apenas com médias frequências e médias potências.
Fototransístor
Fototransístor
O fototransístor não é mais do que um transístor bipolar em que a luz incide sobre a base.
O seu funcionamento não difere do funcionamento do transístor bipolar, no entanto, a
base é polarizada pela luz.
Tem um tempo de resposta maior e é mais sensível que o fotodíodo.
Tem uma enorme utilização nos acopladores óticos que têm a função de isolar
eletricamente circuitos diferentes. O acoplador ótico é composto por um díodo emissor
de luz (LED) e um fototransístor.
Os transístores têm várias caixas segundo os vários fabricantes.