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Trás aspectos sobre o turismo no estado da Paraíba
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
O SETOR TURÍSTICO NA PARAÍBA: POTENCIALIDADES, PROBLEMAS, DESEMPENHO DO SETOR
JOÃO PESSOA
2015
1. INTRODUÇÃO
O turismo é uma atividade que contribui para o crescimento e desenvolvimento
de uma região, isso porque atua na geração de empregos, equilíbrio da balança
comercial e promove a melhora na infraestrutura através de subsídios. A atividade
turística envolve gastos na organização e na efetivação de viagens e requer uma
variedade de serviços disponíveis como hospedagem, alimentação, transportes,
agenciamento e etc. que acarretam investimentos prévios reduzidos em comparação ao
fluxo de capital produzido e de rápido retorno, gerando efeitos diretos sobre emprego e
renda. E, consequentemente efeitos multiplicadores sobre outras atividades econômicas,
além de efeitos indiretos sobre a ampliação da arrecadação.
Na Paraíba, esta atividade vem se desenvolvendo principalmente devido ao
potencial turístico do estado, pois apresenta uma diversidade de paisagem que varia
desde o litoral até as serras e depressões sertanejas. A construção do Hotel Tambaú, na
década de 70, veio dar grande impulso ao turismo da capital, atraindo investimentos
para esse setor e ampliando as possibilidades de desenvolvimento comercial na orla
marítima.
Atualmente, a prática do turismo vem se estendo pelo resto do estado, vários
municípios aproveitam seus recursos naturais, artísticos, históricos e arquitetônicos para
esta prática como é o caso dos municípios de Areia, Cabaceiras, Monteiro, Souza, Patos,
Guarabira e outros.
Não só a questão do desenvolvimento da atividade vem sendo discutida no país e
no estado, uma das práticas que vem chamando bastante atenção é o ecoturismo que é
uma exploração econômica pouco destrutiva que objetiva gerar recursos conservando a
natureza. Há uma discussão voltada para implementação do ecoturismo nas Unidades de
Conservação no país. No Estado, foram criadas, pela coordenadoria de Estudos
Ambientais, nove dessas unidades com dois parques, seis reservas ecológicas e um
monumento natural.
2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO
Antes mesmo do descobrimento do Brasil começa a história da Paraíba, quando
o litoral do atual território do estado era povoado pelos índios tabajaras e potiguaras. A
província foi fundada em 05 de agosto de 1585, tornando-se estado com a proclamação
da República, em 15 de novembro de 1889.
A Paraíba é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situada a leste da
região Nordeste e tem como limites o estado do Rio Grande do Norte ao norte, o
Oceano Atlântico a leste, Pernambuco ao sul e o Ceará a oeste. Ocupa uma área de
56.439 km². A Paraíba possui 3,8 milhões de habitantes distribuídos em 223 municípios.
A capital é João Pessoa, com cerca de 730 mil habitantes.
Na Paraíba encontra-se o ponto mais oriental das Américas, conhecido como a
Ponta do Seixas, em João Pessoa. Devido a sua localização geográfica privilegiada
(extremo oriental das Américas), a cidade de João Pessoa é conhecida turisticamente
como “a cidade onde o sol nasce primeiro”.
Geografia
O estado possui clima tropical úmido no litoral, com chuvas abundantes. À
medida que se desloca para o interior, depois da Serra da Borborema, o clima torna-se
semi-árido e sujeito a estiagens prolongadas e precipitações abaixo dos 500mm. As
temperaturas médias anuais ultrapassam os 26º, com algumas exceções no Planalto da
Borborema, onde a temperatura média é de 24º.
Relevo
Grande parte do território paraibano é constituída por rochas resistentes, e
bastante antigas, que remontam a era pré-cambriana com mais de 2,5 bilhões de anos.
Essas rochas formam um complexo cristalino que favorecem a ocorrência de
minerais metálicos, não metálicos e gemas. Os sítios arqueológicos e paleontológicos,
também resultam da idade geológica desses terrenos.
No litoral do estado tem-se a Planície Litorânea formada pelas praias e terras
arenosas.
Já na região da mata, tem-se tabuleiros que são formados por acúmulos de terras
que oriundas de lugares altos.
Na região do Agreste e Brejo, tem-se algumas depressões que ficam entre os
tabuleiros e o Planalto da Borborema, onde se encontram muitas serras, como a Serra da
Araruna, a Serra de Cuité, Serra da Jurema, Serra do Bodopitá e a Serra de Teixeira.
Encontra-se no município de Araruna o Parque Estadual Pedra da Boca.
Tem-se também o Planalto da Borborema ou Chapada da Borborema que é o
mais marcante acidente do relevo do estado. No estado ele tem um papel fundamental
no conjunto do relevo, rede hidrográfica e nos climas. As serras e chapadas atingem
altitudes que variam de 300 a 800 metros de altitude.
Na região sertaneja, tem-se uma depressão que se estende do município de Patos
até após a Serra da Viração. Uma das mais conhecidas é a Serra, com uma altitude
média de 700 metros, onde se encontra o ponto culminante da Paraíba, a saliência do
Pico do Jabre, que tem uma altitude de 1.197 metros acima do nível do mar, e fica
localizado no município de Matureia.
Vegetação
No estado a vegetação litorânea do estado da Paraíba apresenta matas,
manguezais e cerrados, que recebem o nome de “tabuleiro”, formado por gramíneas e
arbustos tortuosos, predominantemente representados, entre outras espécies por
batiputás e mangabeiras. Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença
de árvores altas, sempre verdes, como a peroba e a sucupira. Localizados nos estuários,
os manguezais apresentam árvores com raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência
neste tipo de ambiente natural.
A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão caracteriza-se pela
presença da caatinga, devido ao clima quente e seco característico da região. A caatinga
pode ser do tipo arbóreo, com espécies como a baraúna, ou arbustivo representado, entre
outras espécies pelo xique-xique e o mandacaru.
Cultura
Referente a cultura tem-se no estado as atividades artísticas culturais entre outros
eventos que integram o calendário cultural e turístico. Vários municípios paraibanos têm
se destacado com produções e circulações culturais. Como os demais estados
nordestinos a Paraíba está enraizada nas origens ibéricas, africanas e indígenas. Há as
danças e os folguedos, que na sua maioria estão ligados aos festejos religiosos e
populares. São as festas carnavalescas, juninas, festas que vem junto com o verão ou
com o inverno, e as festas de caráter religioso como as celebrações dos padroeiros que
acontecem em vários municípios paraibanos, em épocas diferentes, durante todo o ano.
Teatros
Em 1854 foi construído o primeiro teatro edificado na Paraíba foi o Teatro
Minerva, localizado em Areia. Em 1889, foi construído o Teatro Santa Roza, em João
Pessoa, atualmente o mais importante da Paraíba, não só pela imponência de sua
arquitetura neoclássica, mas sobretudo por sua história. Em seguida, o Teatro Santa
Ignez, em Alagoa Grande, construído no início do século XX.
O Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande, foi construído nos
anos 60. Um projeto arquitetônico de linhas modernas e bastante arrojadas para a época,
assim como o Teatro Paulo Pontes, no Espaço Cultural José Lins do Rego, que é
considerado um dos mais modernos do nordeste.
Na cidade de João Pessoa encontra-se o Centro Cultural São Francisco,
Fundação Casa José Américo, Casarão 34, Estação Cabo Branco Ciência, Cultura e
Artes, Museu José Lins do Rego, NAC- Núcleo de Arte Contemporânea, Pinacoteca da
Universidade Federal da Paraíba Campina Grande: Museu de Arte Assis Chateaubriand,
Museu de História e Tecnologia do Algodão e o Museu Histórico de Campina Grande.
No município de Areia encontra-se o Museu do Brejo da Paraíba, Museu
Regional de Areia e o Museu Casa Pedro Américo.
Em Alagoa Grande o Museu A Vida e Obra de Jackson do Pandeiro.
Em Bananeiras o Museu da Estação Barra de São Miguel, o Museu Histórico
Patos e o Museu Ernani Sátiro.
Artesanato
A Paraíba se destaca na produção de bordados, como o crochê e o tricô, e nas rendas
de labirinto e renascença. Com a tecelagem de mantas e redes de dormir. Na cerâmica
há panelas, potes, jarros e quartinhas, e vários artistas que produzem bonecos em barro,
madeira, pano ou estopa. Nas regiões litorâneas e entre os povos indígenas encontram-
se muitos artistas que produzem artesanato feito com coco, osso, conchas e mariscos.
Muitos no interior da Paraíba usam a habilidade manual para produzir brinquedos
populares feitos na maioria das vezes com madeira e outros objetos. Uma diversidade de
técnicas utilizadas por nossos artesões, que criam diversos objetos do artesanato
popular. Encontram-se nas casas especializadas em comercializar a arte popular e nos
mercados de artesanato mantidos pelo poder público e em feiras livres.
Em João Pessoa temos a Casa do Artista Popular, que é um espaço permanente
onde se divulga o que a Paraíba produz de melhor. E o Salão do Artesanato Paraibano,
que acontece uma vez ao ano e é um evento que reúne mais de cem artistas, que na
ocasião mostram e vendem o que produzem.
Culinária
Exuberante e variada, a miscigenação das raças tornou a culinária paraibana um
referencial da gastronomia nordestina. Levando os turistas a apreciação de uma
deliciosa combinação de sabores e cores, contribuindo assim, com o desenvolvimento
local. No litoral, logo após a pesca, podem ser preparados pratos com a agulhinha frita,
pratos à base do camarão, peixada e vindos do mangue os famosos caldinhos de
caranguejo com leite de coco.
No século XVIII na região compreendida entre o centro-norte paraibano e as
cidades do seridó norte-rio grandense surgiu a carne-de sol, um dos pratos mais
característicos do Estado como de todo o Nordeste.
Religioso
Na cidade de João Pessoa acontece a festa de Nossa Senhora da Penha, a
Romaria em homenagem à Nossa Senhora da Penha tem um percurso de 14 quilômetros
e acontece sempre no último domingo de novembro. Uma carreata conduz a imagem da
santa até a igreja de Nossa Senhora de Lourdes, no centro da capital. O Santuário da
Penha faz parte do roteiro histórico e turístico do litoral paraibano.
Em Patos tem-se o Santuário da Cruz da Menina que fica localizado a
margem da estrada que liga Patos à Pombal, pela rodovia BR-230, local de permanente
romaria e atração turística, beneficiado com a construção de um moderno parque
constituído de cobertura de alumínio (sobre a capela erguida em memória do trágico
fato ocorrido em 1923), salas de ex-votos, casa das velas, altar externo, ao pé de uma
cruz com 10 metros, lanchonete, lojas de “souvenir”, teatro de arena, passarelas e
jardins.
3. ATRATIVOS TURÍSTICOS
3.1 Litoral
O litoral do estado tem uma extensão de 138 km, possui cerca de 55 praias
naturais e urbanizadas, onde as suas areias claras, mar verde-azulado é incrementado
por suaves enseadas, barras, estuários, restingas, cordões litorâneos, tabuleiros, falésias
e etc.
Litoral Sul do estado
Praia de Tambaú – A 1 km mar a dentro, à altura da praia de Tambaú, existe a
presença de arrecifes coralíneos, descontínuos, amenizando a força do mar e atuando
como quebra-mar natural que em período de marés mais baixas é denominado de
Picãozinho, onde o acesso é realizado através de barcos. Com os arrecifes emergem
como platô recortados por canais e piscinas de águas límpidas e transparentes, chegando
até observar pequenos peixes e crustáceos.
Praia de Cabo Branco – Na praia do Cabo Branco há uma faixa de praias limitadas
pelos paredões verticais das falésias, com altura média de 50 metros, emoldurando as
costas do litoral Sul e sendo formada, eminentemente, por terrenos de cor avermelhadas,
recobertos por resto de Mata Atlântica, que predominava em expressiva área costeira do
Estado. Grande parte destas encostas florestadas foi tombada pelo Governo Federal e
constituem área de preservação ambiental.
Imagem 1: Picãozinho Imagem 2: Cabo Branco
Praia de Tambaba – Fica a 25 km de João Pessoa, no município do Conde. Em
Tambaba, foi instalada o primeiro campo de naturismo oficial do Nordeste, o segundo
do Brasil. Com uma extensão de 1,7 metros de pura beleza selvagem, estando protegida
graças as suas falésias altas e íngremes, ora cobertas por uma mata densa, ora desnudas,
enaltecendo o colorido dos terrenos de cor avermelhada ou branca.
Praia de Coqueirinho – A praia de Coqueirinho, como diz o nome, possui muitos
coqueiros. Tem forma arredondada com várias falésias. Em um dos seus trechos tem
águas claras, ondas fracas e arrecifes. Em outro ponto, possui ondas fortes em mar
aberto, que formam grutas naturais nas rochas. Esta praia é considerada como sendo
uma das praias mais belas do litoral paraibano, ideal para mergulhos, surfe e prática de
pesca submarina e para camping.
Litoral Norte do estado
Areia Vermelha – É uma ilha que se encontra a 1,5 km da costa, localizada em frente à
praia de Camboinha, em Cabedelo. Só aparece quando a maré está baixa. Seu nome é
proveniente da coloração de suas areias avermelhadas, é um recanto paradisíaco,
formado de piscinas naturais, peixes e corais ao alcance das mãos. A água é cristalina,
ótima para a prática de mergulho livre.
Praia do Jacaré – Esta praia chama atenção pelo belíssimo pôr-do-sol, fica localizada
na cidade de Cabedelo, a 18 km de João Pessoa. Ao som do Bolero de Ravel, os
visitantes podem assistir a este espetáculo da natureza.
Recentemente uma região da Praia do Jacaré, onde se localizam bares e onde as pessoas
se concentram para apreciar o pôr do Sol, foi urbanizada e recebeu uma infraestrutura
beneficiando o potencial turístico da região.
Praia de Intermares – A praia de Intermares fica localizada no município de Cabedelo
(a 18 km de João Pessoa) é considerada uma das mais belas do litoral brasileiro. Praia
considerada urbana, apesar de ter poucas construções próximas, é um dos principais
points dos surfistas nordestinos e, claro dos paraibanos. A praia também é espaço
apropriado para as atividades da Ong Guajiru, que gerencia o Projeto Tartarugas
Urbanas. Em três quilômetros de praia existem mais de 50 ninhos da tartaruga.
Praia de Camaratuba – A praia de Barra de Camaratuba fica localizada na divisa entre
a Paraíba e o Rio Grande do Norte, a 110 km da capital João Pessoa. Na área existe uma
pequena vila de pescadores pertencente ao município de Mataraca (PB). Privilegiada
pela sua exuberância natural e selvagem, a praia proporciona aos visitantes diversos
passeios para conhecer os encantos e magias da região. Além de emocionantes
passeios de buggy pelas extensas praias ligando a Paraíba ao Rio Grande do Norte, o
turista tem a oportunidade de conhecer a reserva indígena dos ‘potiguaras’ vivenciando
os costumes e danças com os nativos. O acesso à reserva indígena se faz de barco ou
jangada, através de um manguezal.
3.2 Sertão
O Sertão Paraibano é uma das mesorregiões da Paraíba. É formada pela união de
83 municípios agrupados em sete microrregiões: Cajazeiras, Catolé do Rocha,
Itaporanga, Patos, Piancó Serra do Teixeira e Sousa, sendo os principais centros
urbanos: Patos, Sousa e Cajazeiras.
É detentor de uma diversidade histórica, cultural e paisagística como em nenhum
outro lugar do país e do mundo. Apresenta um clima semi-árido com belas serras de
formações geológicas e arqueológicas desvendando um excelente lugar para a prática de
esportes radicais, com temperatura média entre 28 a 35 graus.
São vários os pontos turísticos potenciais que se estende pelo sertão paraibano.
Destaques para o Vale dos Dinossauros, em Sousa; a Fazenda Acauã, em Aparecida e a
Estância Termal Brejo das Freiras, em São João do Rio do Peixe. E ainda, outras quinze
cidades: Cajazeiras, Coremas (terra das águas); Maturéia, onde existe o Pico do Jabre
com 1197m, o mais alto do Estado; Patos; Piancó, Pombal; São Bento (terra das redes);
Santa Luzia; São Mamede; Teixeira; Triunfo e Vieirópolis.
É no sertão que a Paraíba abriga um dos mais importantes sítios paleontológicos
do mundo, com mais de 50 tipos de pegadas de animais pré-históricos, espalhadas por
toda bacia sedimentar do Rio do Peixe em uma extensão de 700 Km². Inúmeras espécies
de dinossauros viveram no sertão paraibano entre 250 e 65 milhões de anos.
Cientificamente reconhecido como um dos lugares mais importantes para
realização de estudos paleontológicos, o Vale dos Dinossauros atrai estudiosos de todas
as partes do planeta.
Em Santa Luzia é possível conhecer a comunidade de descendentes de escravos
do Quilombo do Talhado. Já em São Gonçalo, constitui-se uma região distrital da
cidade Sousa, onde são desenvolvidas atividades agrícolas da cultura do coco, banana e
outras culturas em áreas irrigáveis. Também sedia a Escola Agrotécnica Federal de
Sousa.
3.3 Brejo
Fica localizado na mesorregião do Agreste Paraibano, está dividida em oito
municípios: Matinhas, Alagoa Nova, Alagoa Grande, Areia, Pilões, Serraria, Borborema
e Bananeiras.
O Brejo paraibano compreende um conjunto de paisagem serrana com altitude
média de 550 metros e temperaturas oscilando entre 12 e 18 graus no período de junho a
agosto. Um cenário de clima frio, repleto de rios, cachoeiras, trilhas e mata atlântica,
além, patrimônio histórico das cidades centenárias que promovem eventos e a prática de
outros segmentos do turismo como: aventura, ecoturismo, religioso, histórico cultural,
negócios, entre outros.
Localizada aproximadamente 120 km de João Pessoa e a 70 km de Campina
Grande, possuem equipamentos hoteleiros e restaurantes servindo a rica gastronomia
regional. Região importante produtora da rapadura artesanal e da cachaça de alambique.
Uma viagem na história desta região leva aos tempos áureos dos engenhos de cana de
açúcar, permite ao visitante degustar produtos feitos na hora e participar da produção.
No seu rico patrimônio histórico, encontramos: teatros, engenhos, museus,
ladeiras e casarões que contam a historia do nosso Estado. Sempre acompanhados da
hospitalidade brejeira e da rica gastronomia, acompanhada das melhores cachaças da
Paraíba. A região é berço de renomados artistas, como o artista plástico Pedro Américo,
o músico Jackson do Pandeiro, o escritor José Américo de Almeida, e a líder sindical
Margarida Alves, entre outros nomes.
3.4 Cariri
A região na mesorregião da Borborema do Estado da Paraíba, e se caracteriza
por apresentar elevadas temperaturas e poucas chuvas ao longo do ano.
O Cariri é um dos destinos turísticos mais procurados do interior paraibano,
onde são encontrados atrativos paisagísticos e culturais em toda a região, que abrange
29 municípios. A economia do Cariri esta voltada para a criação do bode. Mas existem
outras culturas como do algodão tradicional, e os novos cultivos do algodão colorido.
Cerca de 12 municípios são apontados como possuidores de potencial turístico. Entre
outros estão os municípios de Cabaceiras, São João do Cariri, Serra Branca, Monteiro e
Prata.
Nesta região é possível conhecer sítios arqueológicos com inscrições e figuras
rupestres da Tradição Agreste e Itacoatiara. As manifestações populares, folclóricas e os
festejos religiosos são uma marca do Cariri. No folclore regional encontramos as
manifestações ligadas ao ciclo do gado, como as vaquejadas, corridas de argolinhas, a
pega do boi, o aboio, emboladores de coco, as congadas, repentistas e romarias. A
musicalidade está presente em toda a população do Cariri, principalmente o forró-pé-de-
serra.
A região também é lembrada pelos lajedos, pedras furadas e os mares de pedras.
O Lajedo do Pai Mateus, no município de Cabaceiras, está consolidado como um dos
mais importantes destinos turísticos no interior da Paraíba.
Em São João do Cariri, a Muralha dos Gigantes, é uma elevação de rochas
graníticas e metamórficas que se prolonga desde a divisa com o Rio Grande do Norte
até as proximidades de Pernambuco, cortando a Paraíba de norte a sul.
Em Monteiro destaca-se na paisagem natural a serra do Peru, cujo mirante
permite vista panorâmica do bioma caatinga e lugarejos próximos, e a Serra do Jabitacá,
onde brotam as nascentes do Rio Paraíba, maior curso d´água do Estado.
No seu artesanato, artigos rústicos de couro, fibras vegetais e algodão,
associados à típica culinária regional, têm mercado certo dentro e fora da região do
Cariri. O tear manual para produção de redes, tapetes, mantas e bolsas fortalece a
economia regional e constitui mais um elemento para o desenvolvimento do turismo
local.
3.5 Reservas naturais
Parque Arruda Câmara – Bica- (João Pessoa);
Jardim Botânico Benjamim Maranhão – Mata do Buraquinho- (João Pessoa);
Parque Estadual do Aratu – Mata do Aratu- (Microrregião de João Pessoa);
Reserva da Usina São João (Santa Rita);
Estação Ecológica do Pau-Brasil (Mamaguape);
Reserva Biológica Guaribas (Mamaguape/RioTinto);
Reserva Ecológica Mata do Rio Vermelho (Rio Tinto);
Parque Estadual Pedra da Boca (Araruna);
Monumento Natural Vale dos Dinossauros (Sousa);
Área de Proteção Ambiental das Onças (São João do Tigre).
4. PROGRAMAS DO GOVERNO
Dentre os projetos de turismo relevantes no estado está o PRODETUR/NE
(Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste) que prevê a disponibilidade
dos recursos financeiros no estado para modernizar infraestruturas e serviços turísticos.
O PRODETUR/NE contempla 12 munícipios da Paraíba através do Polo costas das
piscinas, entre eles estão: Mamanguape, Baía da Traição, Rio Tinto, Lucena, Cabedelo,
João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Pitimbu e outros.
A estrutura da gestão política do estado é representada pela Secretaria de Estado
do Turismo e do Desenvolvimento Econômico e pela PBTUR (Empresa Paraibana de
Turismo) que segue o modelo de atuação do governo federal, em que a Secretaria é
responsável pelas questões políticas institucionais e de planejamento, enquanto a
PBTUR trabalha para promover o estado nos âmbitos regionais, nacionais e
internacionais.
4.1 projeto costa do sol e amanhecer
A região do Altiplano Cabo Branco sempre foi alvo de especulações da
atividade turística tanto por sua beleza natural, quanto pela importância de sua
localização, já que é onde se encontra o ponto mais oriental das Américas. A partir daí,
uma série de ações de cunho político ocorreu ao longo dos anos com o objetivo de
promover o desenvolvimento dessa região, entre ela a mais conhecida é o chamado
Projeto Costa do Sol, que posteriormente tornou-se conhecido como Polo Turístico do
Cabo Branco (PCA), criado pelo Governador Tarcísio de Miranda Burity no final da
década de 80.
Alguns autores atribuem à escolha da região a atividade natural da costa
paraibana e seu grande potencial juntamente com a disposição do poder político em
construir um empreendimento do porte do Polo Turístico de Cabo Branco. Tal postura
do poder político consistia no comprometimento da concessão de uma série
comprometimento da concessão de uma série de incentivos fiscais e financeiros à
iniciativa privada, como a isenção do Imposto de Renda e adicionais por dez anos, do
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre as máquinas e
equipamentos das empresas entre outros.
Para o Governo a instalação desse projeto era importante visto que o mesmo iria
mudar o perfil turístico do Estado da Paraíba, já que contava com a instalação de 19
hotéis, um campo de golfe, um parque aquático, nove empreendimentos comerciais,
cinco áreas de animação turística, um centro de convenções além de três setores
destinados a residências.
Como a área não era urbanizada, o Governo Estadual iniciou as obras com
recursos do PRODETUR/NEI (Programa de Desenvolvimento do Nordeste – Primeira
Etapa), onde foram feitos os serviços de terraplanagem, pavimentação, implementação
dos sistemas de água, esgoto, telefonia e energia elétrica. Em 1991 a obra recebeu um
Auto de Infração pela prática de ações contrárias a preservação ambiental como
desmatamento de Mata Atlântica, aterro de Mangue na foz do Rio Jacarapé entre outras
(MOURA E GARCIA, 2008).
No ano de 2000, segundo Moura e Garcia (2008), foi lançado o Plano
Estratégico de Desenvolvimento do Turismo, também chamado de Plano Amanhecer,
que pretendia, com verbas do PRODETUR e outras, dinamizar a atividade turística da
Paraíba, tendo como uma de suas ações o ressurgimento do Polo Turístico Cabo Branco
primeiro com a segunda Etapa do PRODETUR, onde ocorreria uma recuperação
ambiental da área e posteriormente com a implantação dos equipamentos turísticos.
Entretanto, o Governo Estadual encontra problemas para a implementação da segunda
etapa do PRODETUR, uma vez que o estado da Paraíba não conseguiu assinar o
contrato de sub-empréstimo e por isso não está beneficiado pelo financiamento do
Banco do Nordeste e do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Em 2009 o Governo Estadual dá início a construção do Centro de Convenções
da Paraíba, caro chefe do Polo Turístico do Cabo Branco, sob o lema de que tal obra
teria o poder de alavancar as demais obras previstas, entretanto através de ação civil
ordinária, a APAN – Associação Paraibana dos Amigos da Natureza, fez com que o
Ministério do Turismo bloqueasse o repasse de verbas para a obra e mesmo depois de
tentativa de liminar o governo não conseguiu que a decisão do Supremo Tribunal
Federal fosse mudada.
4.2 Projeto Caminhos do Frio
Os municípios do Brejo paraibano associam seu lado rústico através de atrativos
naturais onde se proliferam as trilhas de beleza única, como as áreas às esculturas do
relevo cobertas pela caatinga. As paisagens naturais mesclam-se com os arranjos
socioeconômicos e culturais reproduzidos a nível estadual e local, através dos engenhos,
das senzalas, das plantações de cana, das moradias dos trabalhadores, com também
através das edificações relacionadas às atividades administrativas, religiosas e culturais
de expressivo valor histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, paleontológico e
científico.
O Projeto Caminhos do Frio – Rota Cultural atua nos municípios de: Bananeiras,
Alagoa Nova, Serraria, Areia, Pilões e Alagoa Grande.
Na Paraíba, as ações públicas de turismo são bastante recentes, mas já se pode perceber
através do Projeto Caminhos do Frio que a política pública nacional está servindo como
base para o desenvolvimento turístico regional, quando elas apresentam ferramentas
para que o poder público, a nível municipal e estadual, possa desenvolver projetos que
visem descobrir elementos peculiares locais/regionais e estabelecer diretrizes e planos
de ações, que visualizem na cultura a chave para a inclusão dos diversos agentes
envolvidos no desenvolvimento turístico através do planejamento estratégico.
5. PROBLEMAS DO TURISMO NO ESTADO
Na verdade, em países subdesenvolvidos encontram-se muitos obstáculos à exploração
do turismo: a inadequação e/ou a inexistência de infraestrutura urbana e de turismo
propriamente dita, e a baixa qualidade dos serviços oferecidos devido à desqualificação
dos recursos humanos. Além disso, a recreação limita-se ao binômio sol e mar.
A abordagem que trata o turismo sob o ponto de vista sociocultural; de um lado, exalta-
o como elemento de compreensão e paz entre os povos e, de outro lado, alerta sobre os
efeitos negativos do fenômeno turístico quanto às normas de comportamento social
vigente; à impossibilidade de intercâmbio cultural entre população dos núcleos
receptores versus turistas, devido à rapidez do contato; aos riscos de descaracterização
da história e à aculturação, com a introdução de hábitos de consumo incompatíveis com
a realidade local (efeito-demonstração); ao neocolonialismo, à prostituição, à violência e
aos problemas de saúde pública.
De acordo com a pesquisa anual do desempenho do turismo na região metropolitana de
João Pessoa desenvolvida pelo Instituto Fecomércio aponta problemas como à falta de
infraestrutura nas redes hoteleiras, estradas, aerovias e restaurantes. Também foi
colocada pela pesquisa como aspecto negativo a falta de mão de obra qualificada,
sinalização adequada e a falta de segurança.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Paraíba tem um grande potencial turístico conforme foi apresentado, não só
pelos aspectos naturais presentes no estado, mas também pela rica cultura. Possui um
vasto litoral, reservas naturais e inúmeros patrimônios históricos. Um aspecto forte da
região é o artesanato que vem como forma de gerar renda para os artesãos de maneira
que, a atividade turística atua aquecendo a economia.
Ao longo dos anos esta atividade vem crescendo no estado, dentre os projetos de
turismo relevantes no estado está o PRODETUR/NE (Programa de Desenvolvimento do
Turismo no Nordeste) que atua buscando recursos para modernizar infraestruturas e
serviços turísticos. O PRODETUR/NE contempla 12 munícipios da Paraíba através do
Polo costas das piscinas, entre eles estão: Mamanguape, Baía da Traição, Rio Tinto,
Lucena, Cabedelo, João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Pitimbu e outros.
Além disso, tem a PBTUR (Empresa Paraibana de Turismo) que trabalha para
promover o estado nos âmbitos regionais, nacionais e internacionais.
Na Paraíba, as ações públicas de turismo são bastante recentes, mas já se pode
perceber através do Projeto Caminhos do Frio que a política pública nacional está
servindo como base para o desenvolvimento turístico regional. Esse projeto tem
movimentado a economia dos municípios partícipes que são: Bananeiras, Alagoa Nova,
Serraria, Areia, Pilões e Alagoa Grande.
No entanto, mesmo com a implementação de projetos como esse existe certa
ausência da intervenção governamental e de conscientização da população e dos
próprios empreendedores do setor que acaba gerando efeitos negativos: depredação do
meio ambiente, descaracterização cultural, desestruturação de atividades tradicionais e
etc.
Também existe vários problemas referentes a atividade turística no estado como
por exemplo, falta de mão de obra qualificada, ausência de transporte público de
qualidade, falta de sinalização adequada, entre outras.
Conclui-se que o estado tem um grande potencial turístico, no entanto, precisa
que haja uma atuação governamental mais forte para que possa promover a atividade,
atuar cada vez na adequação da infraestrutura ao turista sem degradar o meio ambiente.
7. REFERÊNCIAS
FECOMÉRCIO. Pesquisa do Turismo da Fecomércio. Disponível em:
<http://fecomercio-pb.com.br/> Acesso em: 10 jan. 2015.
IBGE. Cidades. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>.
Acesso em: 28 jan. 2015.
GALVÃO, S. F. S.; SOUZA, B. A. J; MARQUES DA SILVA, K. S. Caminhos do
Frio - Rota Cultural: o Planejamento Estratégico e as Políticas Públicas no
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