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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI
CENTRO DE EDUCAÇÃO EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ
MARLENE HUEBES NOVAES
TURISMO NO ESPAÇO RURAL DE SANTA CATARINA:
UMA ANÁLISE DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM, NO ENFOQUE DA GESTÃO AMBIENTAL, DE 2004 A 2006
Balneário Camboriú 2007
MARLENE HUEBES NOVAES
TURISMO NO ESPAÇO RURAL DE SANTA CATARINA:
UMA ANÁLISE DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM, NO ENFOQUE DA GESTÃO AMBIENTAL, DE 2004 A 2006
Tese apresentada no Programa de Pós Graduação Stricto Sensu Doutorado em Turismo e Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí Orientadora: Profª. Drª. Dóris Van de Meene Ruschmann.
Balneário Camboriú 2007
MARLENE HUEBES NOVAES
TURISMO NO ESPAÇO RURAL DE SANTA CATARINA: UMA ANÁLISE DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM,
NO ENFOQUE DA GESTÃO AMBIENTAL, DE 2004 A 2006
Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutora, no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Turismo e Hotelaria, Área de Concentração: Turismo e Hotelaria, do Centro de Educação de Balneário Camboriú, da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI (SC) – e aprovada na sua versão final em: 23/04/2007.
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________ Profa. Dra. Dóris Van De Meene Ruschmann
- Orientadora -
_________________________________ Prof. Dr. Paulo dos Santos Pires
Membro – (Titular UNIVALI)
_________________________________ Prof. Dr Luis Moretto Neto. Membro - (Titular UFSC)
_________________________________ Profa. Dra. Marilia G. dos R. Ansarah
Membro – (Titular UNIP)
_________________________________ Profa. Dra. Yolanda Flores e Silva
Membro - (Titular UNIVALI)
DEDICATORIA
Aos meus pais (in memorian) pelos ensinamentos e exemplos de vida;
Ao Aldo, meu marido pelo estímulo, companheirismo e compreensão;
Aos meus filhos Rafael, Raísa e Aldo Neto pelo carinho, apoio e participação.
A realização desta conquista tem a presença de vocês.
AGRADECIMENTOS
À Prof. Dra.Dóris van de Meene Ruschmann, de reconhecida capacidade
intelectual, exigente orientadora nos caminhos da pesquisa e da construção do
conhecimento em turismo e hotelaria;
Às professoras Dra. Yolanda Flores e Silva e Dra. Marília G. dos R.
Ansarah e aos professores Dr. Luis Moretto Neto e Dr. Paulo dos Santos Pires, que
além de aceitar o convite para participar da banca, apresentaram subsídios valiosos
e sábias sugestões no exame da qualificação e defesa da tese;
Aos meus grandes mestres do curso de Doutorado: Prof. Dra Beatriz
Helena Lage, Prof. Dr. Mário Carlos Beni, Prof. Dr. Paulo dos Santos Pires, Prof.
Dra. Dóris Ruschmann, Profa. Dra. Maria José Barbosa de Souza, Profa. Dra.
Cássia Ferri, Profa. Dra. Raquel Maria Fontes do Amaral Pereira, Profa. Dra.
Josildete Pereira de Oliveira, que através de suas disciplinas não só repassaram
conteúdos, mas estimularam o meu interesse em avançar nas pesquisas teóricas e
práticas no campo do turismo e da hotelaria
Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Tomelim, Diretor do Centro de Ciências
Aplicadas- Comunicação, Turismo e Lazer da UNIVALI, meu colega de doutorado o
meu reconhecimento pelo incentivo e solidariedade;
À Prof. MSc. Sílvia Regina Cabral, exímia coordenadora do Curso de
Turismo e Hotelaria da UNIVALI e todos os colegas professores e funcionários pelo
apoio e colaboração na época de finalização da presente tese, em especial, a Profa.
MSc. Rose Anemarie Lucas Leite, Prof. MSc Norma Gonzalez e Profa. MSc Sueli
Maria Stoll, competentes colaboradoras nas dúvidas de interpretações, traduções
de textos e de revisão da tese;
Aos proprietários, gerentes e recepcionistas dos Meios de Hospedagem
do Espaço Rural de Santa Catarina, pela receptividade e boa vontade em participar
da pesquisa;
Ao Turismólogo Rafael de Fazio, bolsista de Pesquisa no Programa
Integrado de Pós-graduação e Graduação da UNIVALI - PIPG, quando pesquisamos
sobre as potencialidades e perspectivas do turismo no espaço rural de Santa
Catarina, no enfoque da sustentabilidade, de onde partiu a idéia da
presente tese.
Às Instituições como Ministério do Turismo, EMBRATUR, SANTUR,
ABRATURR, ABIH-SC e muitos profissionais e estudiosos do turismo rural, que
contribuíram com as minhas buscas por informações ou mesmo de referencial
bibliográfico;
Aos meus alunos de graduação e pós-graduação da UNIVALI e de outras
Universidades, pela motivação dada a minha carreira de docente e pesquisadora,
estimulando-me ao comprometimento com a qualidade do ensino e pesquisa;
Ao Aldo, meu marido querido e meus filhos: Rafael, Raísa e Aldo Neto,
meus amores e companheiros de todas as horas, acima de tudo, incentivadores da
minha carreira, toda a minha gratidão e reconhecimento;
A todos que de alguma maneira, me ajudaram a avançar na construção
dos saber em turismo e hotelaria.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cadastro de meios de hospedagem rurais .......................................................... 23
Tabela 2 - Distribuição dos meios de hospedagemUNIÃO EUROPEIA por região ............ 78
Tabela 3 - Indicadores de gestão ambiental nos meios de hospedagem do espaço rural. ... 82
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Divisão turística das regiões catarinenses. ........................................................ 24
Figura 2 Pirâmide do Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001. ..................................... 56
Figura 3 Fluxograma do processo de certificação . .......................................................... 62
Figura 4 Hotéis pesquisados no espaço rural que apresentam práticas ambientais ........ 80
Figura 5 Representação regional dos indicadores ambientais ......................................... 85
Figura 6 Representação global dos indicadores ambientais em Santa Catarina ............. 87
Figura 7 Origem geográfica dos hóspedes. ..................................................................... 91
Figura 8 Classe de Renda dos hóspedes. ....................................................................... 92
Figura 9 Procedimentos para gestão ambiental, no enfoque da sustentabilidade. ........... 93
Figura 10 Na inexistência da coleta seletiva. ..................................................................... 94
Figura 11 Na existência da coleta seletiva do lixo. ............................................................. 94
Figura 12 Quanto à destinação dos resíduos líquidos. ...................................................... 95
Figura 13 Origem da água de consumo do empreendimento. ........................................... 96
Figura 14 Tratamento da água. ......................................................................................... 97
Figura 15 Utilização de rios, açudes, lagos para lazer. ...................................................... 97
Figura 16 Existência de controle de qualidade das águas. ................................................ 98
Figura 17 Utilização de energia alternativa. ....................................................................... 98
Figura 18 Sistema de energia alternativa adotado. ............................................................ 99
Figura 19 Técnicas de adubagem na horta e pomares. ................................................... 100
Figura 20 Preocupação com a educação ambiental ........................................................ 100
Figura 21 Programas referente à educação ambiental. ................................................... 101
Figura 22 Plano de ocupação do solo orientado para preservação de áreas naturais. ... 102
Figura 23 Distribuição das edificações, com lay-out das instalações. .............................. 103
LISTAS ABREVIAÇÕES E SIGLAS
ABIH Associação Brasileira de Indústria de Hotéis
CMMAD Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente
CMMAD Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CST
CSD
FUNBIO
OEA
WWF
FEEE
PNUMA
ISO
MPE
PHN
IBH
PCTS
UNEP
Certificação para a Sustentabilidade Turística
Centro de Ecoturismo e Desenvolvimento Sustentável
Fundo Brasileiro para a Biodiversidade
Organização dos Estados Americanos
Fundo Mundial para a Natureza
Fundação para a Educação Ambiental na Europa
Programa das Nações para o Meio Ambiente
Organização Internacional de Normalização
Melhores Práticas para o Ecoturismo
Programa Hóspedes da Natureza
Instituto Brasileiro de Hospedagem
Programa de Certificação do Turismo sustentável
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo
IUCN União Internacional para a Conservação da Natureza
OMT Organização Mundial do Turismo
SISTUR Sistema de Turismo
UNIVALI
UNCED
CNUMAD
SGA
Universidade do Vale do Itajaí
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sistema de Gestão ambiental
UPR
IHA
IHEI
MHER
Unidade Produtiva Rural
Associação Internacional de Hotéis
Iniciativas Ambientais dos Hotéis Internacionais
Meios de Hospedagem do Espaço Rural.
NOVAES, Marlene Huebes. Turismo no espaço rural de Santa Catarina: uma análise dos meios de hospedagem, no enfoque da gestão ambiental, de 2004 a 2006. 2007, 164 f. Tese (Doutorado em Turismo e Hotelaria) – Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria, Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, 2007.
RESUMO
O desenvolvimento do turismo no espaço rural, ao mesmo tempo em que é reconhecido pelo aumento da atividade, impulsionado pelo potencial dos atrativos e equipamentos existentes, em paralelo, demonstra uma crescente preocupação com os efeitos negativos nos aspectos de conservação da natureza, nos aspectos sócio-culturais e econômicos. No entendimento que as atividades turísticas no espaço rural só poderão ser eficientes e viáveis, em médio e longo prazo, se garantirem que os recursos de que dependem serão mantidos ou mesmo revitalizados, destaca-se a necessidade do comprometimento com um modelo de gestão, aliado à preservação dos valores ecológicos e culturais da geração presente mantidos para as gerações futuras. A presente pesquisa, apresentou-se com potencial, pois os estudos científicos, neste contexto, apenas estão iniciando, denotando a necessidade de constatação dos princípios de gestão ambiental, adotados nos meios de hospedagem do espaço rural de Santa Catarina. A metodologia adotada foi o método de abordagem indutivo, buscando na realidade da dinâmica das regiões turísticas do Estado, o compromisso ecológico-ambiental dos equipamentos de hospedagem, partindo da constatação de situações específicas e dados particulares dos meios de hospedagem nas dimensões da gestão ambiental. Considerando-se que a presente pesquisa privilegiou mais a análise, entendendo que o todo e as partes são interdependentes, utilizou-se o método estruturalista, tomando por base, o modelo referencial do Sistur para analisar o comprometimento ambiental dos meios de hospedagem no espaço rural. As hipóteses foram comprovadas, pois as ações de comprometimento ambiental, na gestão dos meios de hospedagem no espaço rural de Santa Catarina estão em estágio incipiente. Embora muitos dirigentes tenham noção da importância de tais procedimentos, poucos adotam algumas condutas ambientais, mais especificamente na coleta seletiva de lixo e em programas de educação ambiental. O cenário atual demonstra que, na medida em que os gestores dos meios de hospedagem no espaço rural tomarem consciência da importância da implantação de princípios de gestão ambiental, o que implica numa transição de conduta, tais equipamentos apresentarão um diferencial mercadológico de qualificação. Nesta perspectiva a gestão dos meios de hospedagem no espaço rural estará demonstrando comprometimento com a responsabilidade ambiental, e gradativamente, adaptando-se as práticas de gestão ambientalmente sustentáveis.
Palavras-chave: Turismo. Gestão ambiental. Turismo rural. Meios de hospedagem.
NOVAES, Marlene Huebes. Tourism in the agricultural space of Santa Catarina: an analysis of the ways of lodging, in the approach of the environmental management, from 2004 to 2006. 2007, 164 f. Thesis (Doctorate in Tourism and hospitality). Doctor Degree Program in Tourism and Hospitality, Vale do Itajaí University, Balneário Camboriú, 2007.
ABSTRACT
The development of the tourism in the agricultural space, at the same time that is recognized by the increase of the activity, stimulated by the potential of the existing attractions and equipment, in parallel, demonstrates an increasing concern with the negative effect in the aspects of the conservation of nature, in the sociocultural and economic aspects. In the understanding that the tourist activities in the agricultural space could only be efficient and viable, in medium and long term, if they guarantee that the resources that they depend on will be kept or exactly revitalized, it is pointed out the necessity of the commitment with a management model, allied to the preservation of the ecological and cultural values of the present generation kept for the future generations. The present research, was presented with potential, therefore the scientific studies, in this context, are only initiating, denoting the necessity of proof of the principles of the environmental management, adopted in the ways of lodging of the agricultural space of Santa Catarina. The adopted methodology was the inductive method , searching in the reality of the dynamics of the tourist regions of the State, the ecological-environmental commitment of the lodging equipment, beginning at the proof of specific situations and particular data of the ways of lodging in the dimensions of the environmental management. Considering that the present research privileged more the analysis, understanding that the whole and the parts are interdependent, the structuralistic method was used, taking by base, the reference model of the SISTUR to analyze the environmental commitment of the ways of lodging in the agricultural space. The hypotheses had been proven, therefore the actions of environmental commitment, in the management of the ways of lodging in the agricultural space of Santa Catarina are in incipient stage. Although many controllers have notion of the importance of such procedures, few adopt some environmental behaviors, more specifically in the selective garbage collection and programs of environmental education. The scene demonstrates that, as the managers of the ways of lodging in the agricultural space become aware of the importance of the implantation of principles of environmental management, what implies in a behavior transition, such equipment will present a marketing differential of qualification. In this perspective the management of the ways of lodging in the agricultural space will be demonstrating commitment with the environmental responsibility, and gradually, adapting to the practical of management environmentally sustainable. keywords: Tourism. Environmental management. Agricultural tourism. Ways of
lodging.
NOVAES, Marlene Huebes. Turismo en el espacio rural de Santa Catarina: un análisis de los medios de hospedaje, en el enfoque de la gestión ambiental, de 2004 a 2006. 2007, 164 f. Tesis (Doctorado en Turismo y Hotelería) – Programa de Posgraduación en Turismo y Hotelería, Universidad del Valle del Itajaí, Balneário Camboriú, 2007.
RESUMEN
El desarrollo del turismo en el espacio rural, al mismo tiempo en que es reconocido por el aumento de la actividad, impulsado por el potencial de las atracciones y equipamientos existentes, paralelamente, demuestra una creciente preocupación por los efectos negativos en los aspectos de conservación de la naturaleza, socioculturales y económicos. Entendiendo que las actividades turísticas en el espacio rural sólo podrán ser eficientes y viables, a medio y largo plazo, si garantizan que los recursos de los que dependen serán mantenidos o aun revitalizados, se destaca la necesidad del compromiso con un modelo de gestión, aliado a la preservación de los valores ecológicos y culturales de la generación presente, mantenidos para las generaciones futuras. La presente investigación se presentó con potencial, pues los estudios científicos, en este contexto, apenas están iniciando, denotando la necesidad de constatación de los principios de gestión ambiental, adoptados en los medios de hospedaje del espacio rural de Santa Catarina. La metodología adoptada fue el método de abordaje inductivo, buscando en la realidad de la dinámica de las regiones turísticas del Estado, el compromiso ecológico-ambiental de los equipamientos de hospedaje, partiendo de la constatación de situaciones específicas y datos particulares de los medios de hospedaje en las dimensiones de la gestión ambiental. Considerándose que la presente investigación privilegió más el análisis, entendiendo que el todo y las partes son interdependientes, se utilizó el método estructuralista, tomando por base el modelo referencial del SISTUR para analizar el compromiso ambiental de los medios de hospedaje en el espacio rural. Las hipótesis fueron comprobadas, pues las acciones de compromiso ambiental, en la gestión de los medios de hospedaje en el espacio rural de Santa Catarina están en estadio incipiente. Aunque muchos dirigentes tengan noción de la importancia de tales procedimientos, pocos adoptan algunas conductas ambientales, más específicamente en la recolección selectiva de residuos y en programas de educación ambiental. El escenario demuestra que, en la medida en que los gestores de los medios de hospedaje en el espacio rural tomen conciencia de la importancia de la implantación de principios de gestión ambiental, lo que implica una transición de conducta, tales equipamientos presentarán un diferencial mercadológico de calificación. En esta perspectiva la gestión de los medios de hospedaje en el espacio rural estará demostrando compromiso con la responsabilidad ambiental, y gradualmente, adaptándose a las prácticas de gestión ambientalmente sustentables.
Palabras clave: Turismo. Gestión ambiental. Turismo rural. Medios de hospedaje.
SUMÁRIO
DEDICATORIA ................................................................................................................... 1
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... 2
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... 4
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................................. 5
LISTAS ABREVIAÇÕES E SIGLAS ................................................................................... 6
RESUMO ............................................................................................................................ 7
SUMÁRIO ......................................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 12
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA ................................................................................................ 16
1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 18
1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................... 18
1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................... 19
1.4 HIPÓTESES ......................................................................................................................... 19
1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................................... 20
1.5.1 Método de Abordagem ........................................................................................................ 20
1.5.2 Métodos de Procedimentos ................................................................................................. 21
1.5.3 Técnicas de Pesquisa .......................................................................................................... 22
1.5.4 População da pesquisa ........................................................................................................ 22
1.5.5 Formulário de Pesquisa ....................................................................................................... 25
1.6 A SÍNTESE DOS CAPÍTULOS ............................................................................................ 25
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 27
2.1 TURISMO NO ESPAÇO RURAL: GÊNESE E CONCEITUAÇÕES .................................... 27
2.2 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................... 34
2.3 O CONTEXTO DA QUALIFICAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL .......................................... 44
2.3.1 Sistema de gestão ambiental a ISO 14000 ......................................................................... 53
2.4 INICIATIVAS DE GESTÃO AMBIENTAL NO TURISMO E NA HOTELARIA ..................... 57
2.5 A GESTÃO AMBIENTAL NOS MEIOS DE HOSPEDAGEM ............................................... 68
3 RESULTADOS .................................................................................................... 72
3.1 O CENÁRIO DAS ATIVIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO RURAL ................................ 72
3.2 A PANORÂMICA DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM NO ESPAÇO RURAL ....................... 75
3.3 O RESULTADO E ANÁLISE DA PESQUISA DE CAMPO .................................................. 77
3.3.1 Os comparativos e análises da gestão ambiental, por regiões ........................................... 77
3.3.2 Os resultados e análises da aplicação dos questionários ................................................... 90
11
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 105
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 112
APENDICES ................................................................................................................... 119
Apêndice A – planilha de resultados gerais, por região. ................................................. 120
Apêndice B: modelo do formulário de pesquisa ............................................................... 128
Apêndice C – Tabulação dos resultados da aplicação dos questionários ........................ 130
ANEXOS ......................................................................................................................... 136
ANEXO A - Cadastro dos meios de hospedagem rural – Guia da SANTUR ( 2002) ....... 137
ANEXO B - Mapa da divisão microregional de SC. ......................................................... 138
ANEXO C - Mapa das regiões turísticas de SC. .............................................................. 140
ANEXO D - Selos internacionais de IVS .......................................................................... 142
ANEXO E - Publicação da ABIH-SC- Roteiros turísticos integrados. ............................... 158
ANEXO F - Guia turístico da Serra Catarinense com meios de hospedagem. ................. 160
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
A modernização das formas econômicas, o acelerado processo de
urbanização e as transformações nos processos produtivos, com a incorporação das
novas tecnologias, estão modificando os hábitos de lazer das pessoas, que buscam
novas alternativas de lazer e entretenimento como forma de aliviar o stress gerado
pela sociedade moderna. Com esta perspectiva, aumenta o interesse do homem
urbano em buscar as localidades de potencial paisagístico e cultural, buscando
contato com a natureza além da redescoberta dos valores antigos, representados
na arquitetura colonial, nos costumes e na interatividade com as comunidades rurais.
Joaquim (1999) diz que o desenvolvimento dos espaços rurais, passa
atualmente, pela diversificação de suas atividades, incluindo o triângulo agricultura,
ambiente e turismo. Ou seja, uma multifuncionalidade que além das atividades
agrárias tradicionais, pode também desempenhar funções ambientais, respondendo
à expectativas sociais cada vez mais amplas e articuladas. Assim, a perspectiva do
desenvolvimento do turismo no espaço rural, aliado à valorização do potencial das
localidades, revelado nos atrativos naturais e culturais é apontada por autores como
Cristóvão (2000) e Cavaco (1995), como possibilidades de diversificação.
Até pouco tempo entendia-se como turismo rural todos os fluxos turísticos
que tinham como cenário para seu desenvolvimento o meio não urbano,
independente de suas motivações, atividades, nível de interesse pela cultura rural,
vinculações com a população agrária e modalidades de alojamento.
Graziano da Silva et al. (1998) dizem que o turismo praticado no meio não-
urbano, consiste em várias atividades de lazer. Logo, é um turismo que inclui uma
gama de modalidades envolvendo a globalidade dos movimentos turísticos,
recebendo diferentes denominações: turismo rural, turismo alternativo, turismo
verde, ecoturismo, turismo cultural e étnico, agroturismo, entre outros.
Independente da terminologia adotada parte-se da constatação de que essas
atividades e toda a infra-estrutura e facilidades instaladas nas propriedades ou
fazendas, pode ser um agente motivador de trabalho para as famílias residentes no
13
campo, oportunidade de geração de empregos, enquanto oferece aos visitantes
situações de desfrutarem do ambiente rural, em contato com a natureza e costumes
fora do ambiente urbano. O turismo pode ser um recurso para os espaços rurais que
procuram uma nova alternativa de desenvolvimento local e, ao mesmo tempo, uma
oportunidade de valorizar seu patrimônio, paisagens e cultura.
Considerando os aspectos que contextualizam as modalidades turísticas
do espaço rural, Tulik (1997) afirma que a literatura existente sobre turismo rural
mostra grande riqueza de termos, expressões e conceitos que variam conforme a
realidade de cada país e expressam diferentes maneiras de aproveitar os recursos
do espaço rural, os programas e ações empreendidas nessa área. Tanto no Brasil
como em outros países o que se evidencia é uma clara variedade de conceitos,
concepções e atividades que expressam o uso da configuração sócio-espacial, com
características rurais.
O Ministério do Turismo (2004), nas Diretrizes para o Desenvolvimento do
Turismo Rural entende que o turismo rural “é o conjunto de atividades turísticas
desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária,
agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio
cultural e natural da comunidade”.
O documento acima, permite interpretar que na prática, o espaço rural é
um recorte geográfico, onde o turismo rural se insere. Isto é, as muitas práticas
turísticas que ocorrem no espaço rural não são necessariamente, turismo rural, e
sim atividades de descanso e lazer.
As atividades turísticas e instalações bem concebidas, integradas ao meio
ambiente local e adequadamente implantadas e monitoradas podem constituir-se
numa das alavancas do desenvolvimento rural. Todavia, Cristóvão (2000) ressalta
que o turismo não deve ser encarado como uma solução definitiva para problemas
sociais e econômicos do espaço rural, mas deve ser uma atividade interligada a
agricultura, pecuária e sivicultura, fundamentais para o desenvolvimento rural.
Assim, o turismo no espaço rural, incluindo-se a gestão dos meios de
hospedagem pode ocorrer em decorrência de uma nova atitude que une a
14
exploração econômica a outras funções como a valorização do ambiente rural e da
natureza, propiciando a valorização do ambiente onde é “explorado” devido a sua
capacidade de destacar a cultura e a diversidade natural de uma região. Deste
modo, justifica-se a preocupação ambiental com o desenvolvimento do turismo no
espaço rural, possibilitando e desenvolvendo o potencial dos empreendedores
rurais, transformando as propriedades em locais de visitação, oferecendo lazer e
entretenimento, adequando o produto com meios de hospedagem ou mesmo
instalando outros equipamentos ou atividades ecologicamente comprometidas, como
por exemplo, a educação ambiental em trilhas ou gincanas ambientais.
A gestão adequada do turismo no espaço rural pode ter um importante
papel no desenvolvimento dos municípios das diferentes regiões turísticas de Santa
Catarina, servindo como uma opção da comunidade para buscar a diversificação da
base econômica. No entanto, seu futuro depende de planejamento e medidas de
gestão estratégicas, visando gerar impactos favoráveis, qualidade do produto
oferecido, promoção dos valores locais, autenticidade cultural em paralelo ao meio
ambiente protegido.
Segundo Ruschmann (2000), o turismo sem a devida ordenação agride e
descaracteriza o meio natural, denotando degradação da qualidade ambiental, perda
de identidade cultural e a diminuição dos benefícios econômicos, com os turistas
buscando outras localidades nas quais parte da originalidade das paisagens assim
como a autenticidade das tradições ainda não foram totalmente afetadas, mesmo
que, considerando-se as perspectivas de mudanças no patrimônio cultural e natural.
Ainda ressalta-se que problemas como a ausência de princípios de gestão
sustentável, a falta de critérios, regulamentações, incentivos e outras informações
que possam orientar os produtores rurais, os investidores e o governo no estímulo e
na exploração do potencial turístico rural, são causas de uma atividade ainda
desordenada. Para que isso não ocorra faz-se necessário planejamento,
organização e desenvolvimento das atividades de forma harmônica à conservação
ambiental e cultural e aos anseios sócio-econômicos dos envolvidos, caminhando
para um desenvolvimento sustentável. Apesar de tudo é de concordância geral a
assertiva de que este se constitui um mercado promissor e em ascensão.
15
Constata-se segundo a ABIH (2003), que nos centros urbanos,
gradativamente, empresas hoteleiras estão implantando o gerenciamento ambiental
no dia-a-dia. Os meios de hospedagem têm um papel ambiental importante e devem
estar comprometidos a desenvolver atitudes no sentido de utilizar práticas
ambientais em todos os processos; ou seja, cumprir rigorosamente a legislação
ambiental; minimizar a geração de resíduos sólidos, reutilizando e reciclando;
convidar os clientes, fornecedores e serviços terceirizados a participar nos esforços
para proteger o meio ambiente; fornecer a todos os funcionários treinamento e
recursos requeridos para vir de encontro com os objetivos traçados; comunicar
abertamente sua política e práticas ambientais aos interessados; monitorar o
impacto ambiental e comparar a performance com outras políticas, objetivos e
metas.
Os documentos internacionais voltados para o desenvolvimento
sustentável, como a Declaração de Cocoyoc, Agenda 21, PNUMA, Relatório Nosso
Futuro Comum, Carta da Terra, entre outros, recomendam políticas ambientais,
planejamento e gestão ambiental participativa, significando produção do espaço com
incorporação da dimensão ambiental.
Neste sentido, Nahuz (1995), colabora dizendo que a gestão ambiental
passa a ser um conjunto dos aspectos da função geral de gerenciamento de uma
organização (inclusive o planejamento), necessário para desenvolver, alcançar,
implementar e manter a política e os objetivos ambientais de um equipamento.
Assim a questão ambiental foi ganhando importância para os clientes,
graças à evolução das campanhas publicitárias e notícias veiculadas nos meios de
comunicação. Desta forma as empresas vem demonstrando um crescente interesse
em melhorar seu desempenho ambiental, muitas vezes independente do interesse e
necessidade de certificação por normas.
As empresas adaptadas aos novos tempos, terão vantagens competitivas,
já que a preocupação ambiental é vista como fator estratégico de competividade.
De acordo com Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000) a gestão ambiental
é um processo contínuo e adaptativo, por meio do qual uma organização define (e
redefine) seus objetivos e metas relativas à proteção do ambiente saudável e de
segurança de seus empregados, clientes e comunidade. Neste entendimento a
16
gestão ambiental, é um processo sistemático e transparente a ser difundido e
interiorizado por toda a organização, com o propósito de implementar um
monitoramento de responsabilidades que vão ao encontro das metas ambientais, o
que possivelmente exigirá ações de conscientização visando à implementação de
práticas sustentáveis nas empresas, que nesse caso, são fazendas ou propriedades
rurais transformadas em meios de hospedagem.
Considerando-se que os estudos nessa temática, apenas estão iniciando,
existe campo aberto para estudos científicos, pela necessidade de constatação dos
princípios de gestão ambiental adotado nos meios de hospedagem, na perspectiva
do turismo sustentável no espaço rural de Santa Catarina. O estágio atual de
desenvolvimento do turismo no espaço rural das diferentes regiões turísticas de
Santa Catarina, aponta para a necessidade de estudos com o propósito de constatar
os impactos da atividade turística no espaço rural vinculados ou não, ao processo de
planejamento e gestão ambiental.
Assim, justifica-se o interesse em buscar indicadores de estudos para
identificar as práticas de gestão ambiental adotadas nos meios de hospedagem, do
espaço rural de Santa Catarina, nos anos de 2004 a 2006, tomando por base os
preceitos do turismo sustentável, entendido como uma parte de um sistema mais
amplo de desenvolvimento sustentável.
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA
Nas diferentes regiões turísticas de Santa Catarina, o passado e o
presente dialogam freqüentemente, fazendo emergir cenários e realidades que
precisam ser mapeados e caracterizados em seus diferentes estágios assim como
os modelos de gestão, no enfoque do desenvolvimento do turismo sustentável.
Na análise do desenvolvimento do turismo no espaço rural, percebe-se
que a oferta de turismo rural nem sempre apresenta as características apontadas
por Crosby et al (1993), ou seja, que o turismo rural deve harmonizar os interesses
do meio ambiente, da comunidade local e do próprio turismo, conjugando o
17
desenvolvimento da atividade turística aos elementos naturais e ecológicos, sócio-
culturais e econômicos. Esta percepção abre campo de pesquisa sobre a realidade
do turismo no espaço rural no que se refere: a integração envolvendo a comunidade
rural, setor público e a iniciativa privada visando impactos positivos na implantação
das atividades turísticas; a qualidade ambiental revelada na imagem dos
equipamentos e atividades nos espaços rurais; a oferta integral articulada com
atividades recreacionais, meios de hospedagem e outras facilidades.
O ambiente resulta da integração das esferas natural, social, econômica,
política e cultural. Para os mais otimistas o turismo é visto como fator de defesa do
meio físico e dos recursos históricos e culturais. Muito embora, as exigências de
mercadológicas e sociais exerçam influência neste processo. Argumenta-
se,freqüentemente, que o turismo proporciona incentivo à restauração dos
monumentos antigos e tesouros arqueológicos, além de promover a manutenção
das tradições culturais, expressas pela arte, pela religião, pelo folclore, pela
gastronomia, pelo artesanato, elementos altamente valorizados pelo turismo rural. O
mais importante, porém, é que as dimensões do turismo sustentável, no espaço rural
devem ser estudadas em profundidade e aplicadas integralmente, para oferecer os
referidos benefícios.
Ao mesmo tempo constata-se, segundo Rodrigues (1998) que a demanda
turística busca qualidade e, pela formação de uma consciência ambiental, passa a
ficar atenta aos aspectos de equilíbrio entre o aproveitamento dos recursos, porém
com a preocupação de que sejam mantidos e conservados.
Ross apud Silva, (1995), destaca que a necessária compatibilidade entre
turismo e o ambiente deve ser objeto de reflexão quando consideramos que
desenvolvimento sustentável implica em proteção ambiental, bem estar da
comunidade residente, satisfação do turista e integração econômica. Proporcionar
renda complementar para as propriedades rurais e estabelecer uma estrutura
econômica e social diversificada pode ser a condição para manter a pirâmide
populacional no meio rural e algumas possibilidades de autodesenvolvimento
através das atividades do turismo no espaço rural.
18
As questões decorrentes do turismo no espaço rural recaem em
categorias inter-relacionadas do sistema estrutural e, quando analisadas,
apresentam ferramentas para avaliar os efeitos sócio-culturais, ambientais e
econômicos servindo para estabelecer medidas de prevenção ou minimização dos
impactos desfavoráveis da atividade, especificamente, no que se refere à gestão dos
meios de hospedagem.
Conforme Ruschmann (2000, p.66), “não existe turismo bom ou mal, ou um
que respeita o meio ambiente e outro que destrói. Nenhum tipo de turismo, mesmo
o mais brando, é capaz de não agredir o meio ambiente”. Portanto, as atividades
turísticas desenvolvidas no espaço rural, incluindo meios de hospedagem devem
ocorrer, na perspectiva de agregar valor ao serviço ofertado, refletindo-se na adoção
de uma postura ambientalmente correta. Essa conduta tem sido influenciada por
diversas contingências, a saber: aumento das regulamentações ambientais;
necessidade de agir proativamente para alcançar novos nichos de mercado;
pressões sociais entre outras impostas pela demanda do turismo em espaços
naturais.
Os efeitos do desenvolvimento do turismo no espaço rural, no que se
refere à gestão dos meios de hospedagem, implantados espontaneamente ou
através de ações planejadas, foram alvo de estudo, na presente tese, buscando
respostas para a seguinte questão central de pesquisa:
De que maneira ocorreu o desenvolvimento do turismo no enfoque
estratégico da gestão ambiental nos meios de hospedagem, do espaço rural de
Santa Catarina, no período de 2004 a 2006?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Caracterizar o desenvolvimento do turismo no espaço rural, de Santa
Catarina, com enfoque nos princípios de gestão ambiental adotados pelos meios de
hospedagem, no período de 2004 a 2006.
19
1.3.2 Objetivos Específicos
• Identificar a dinâmica de distribuição do turismo no espaço rural de Santa
Catarina, de acordo com as modalidades turísticas e de lazer rural;
• Apresentar um mapeamento dos cenários de gestão ambiental dos meios de
hospedagem, por regiões em SC;
• Analisar alguns princípios de gestão ambiental, praticados nos meios de
hospedagem, considerando os postulados do desenvolvimento sustentável;
• Apresentar propostas estratégicas de gestão para garantir um efetivo
gerenciamento e melhorias ambientais nos meios de hospedagem do espaço
rural, como diferencial mercadológico.
1.4 HIPÓTESES
As pesquisas descritivas e exploratórias permitem o levantamento de
hipóteses, na tentativa de antecipar respostas do problema de pesquisa e, assim,
obter alguma vantagem metodológica, pois como diz Martins (1994) as hipóteses
também possuem a função de orientar e balizar o pesquisador na condução do
trabalho.
Para fundamentar os estudos teóricos e objetivos propostos, trabalhou-se
com três hipóteses, confirmadas pelo instrumento de pesquisa (Apêndice A) e
observações in loco, citadas a seguir:
H1 - A gestão ambiental e ecológica nos meios de hospedagem do espaço rural
catarinense apresenta-se incipiente;
H2 - A ausência da gestão ambiental sustentável nos meios de hospedagem rurais,
é resultado da falta de consciência e sensibilização sobre procedimentos
ambientalmente ecológicos;
20
H3 - Apesar do interesse em implantar algum modelo de gestão ambiental, a maioria
dos meios de hospedagem do espaço rural não o implanta pela inexistência de foco
no diferencial mercadológico.
1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia para a presente tese inclui concepções de abordagem,
conjunto de procedimentos e técnicas visando à construção do entendimento da
realidade dos meios de hospedagem no espaço rural, mais especificamente, no
comprometimento com a gestão ambiental.
Selltiz et al (1987), ressaltam que os métodos de pesquisa escolhidos
devem determinar o cenário existente, pois cada método traça um caminho diferente
e revela diferentes relações.
1.5.1 Método de Abordagem
Em seu sentido mais geral Cervo e Bervian, (1992) dizem que o método é
a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim
dado ou resultado desejado.
Quanto à forma de abordagem, foi qualitativa-quantitativa levando-se em
conta que o problema não pode ser traduzido somente em números, mas também,
nos significados das ações e relações humanas. De acordo com Minayo (2000, p.24)
“os dados quantitativos e qualitativos não se opõem. Ao contrário, se
complementam, pois a realidade abrangida por eles interage dinamicamente,
excluindo qualquer dicotomia”.
O fenômeno social tem que ser entendido nas suas determinações e
transformações dadas pelos sujeitos. Compreende uma relação intrínseca de
oposição e complementaridade entre o mundo natural e social, entre o pensamento
e a base material. Minayo (2000, p.25) ainda reforça a necessidade de trabalhar com
a complexidade, com especificidade e com as diferenciações que os problemas e/ou
“objetos sociais” representam.
21
Na concepção de utilização de método de abordagem utilizou-se, também,
do método indutivo, buscando na realidade da dinâmica de cada um dos meios de
hospedagem, das regiões do Estado, a existência ou não do compromisso com o
qualidade e consciência ambiental nas modalidades turísticas desenvolvidas no
espaço rural, partindo da constatação de situações específicas e dados particulares
dos meios de hospedagem conforme a prática revelada nas diferentes elementos e
possibilidades de gestão ambiental.
1.5.2 Métodos de Procedimentos
Considerando que a presente pesquisa quer privilegiar mais a análise,
entendendo que o todo e as partes são interdependentes, utilizou-se o método
estruturalista entendendo que a estrutura da gestão ambiental possui um caráter
sistêmico e a modificação em um dos elementos, referentes a tratamento de
efluentes, resíduos sólidos e líquidos, utilização de formas alternativas de energia,
educação ambiental e uso e ocupação do solo, considerando como base os
princípios do turismo sustentável acarretará modificações dos outros elementos.
De acordo com Gil (2002), o objetivo primordial nesta pesquisa é a
descrição das características do fenômeno da gestão ambiental em meios de
hospedagem do espaço rural estabelecendo relações entre as variáveis de estudo,
porque o objetivo da pesquisa exploratória-descritiva é proporcionar mais
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir
hipóteses. No caso da presente pesquisa, as hipóteses apresentadas servem como
elemento orientador da mesma.
Do ponto de vista dos objetivos e das questões investigadas tiveram um
caráter exploratório, com foco principal na descoberta dos procedimentos, no caso,
sobre as iniciativas de gestão ambiental. Ainda apoiada em Gil (2002) quando
argumenta que “desde que se tenha decidido que a solução de determinado
problema, deverá ser procurada a partir de material elaborado, procede-se a
pesquisa bibliográfica”, buscou-se o aprimoramento de estudos sobre o tema de
gestão ambiental em meios de hospedagens através de base teórica, como forma de
exploração e análise de conteúdos.
22
Assim o encaminhamento desta tese baseou-se na pesquisa exploratória-
descritiva, que, segundo Oliveira (1997) tem por finalidade observar, registrar e
analisar o fenômeno em estudo.
1.5.3 Técnicas de Pesquisa
As técnicas de coleta de dados foram de observação direta intensiva
abrangendo a observação assistemática participante das modalidades de turismo no
espaço rural (ecoturismo, agroturismo, turismo cultural, de aventura, entre outras,
desenvolvidas nos meios de hospedagem) e a aplicação de pesquisa, através de
formulário com questões abertas e fechadas, aplicadas nos meios de hospedagem
envolvidos com o turismo rural, além da pesquisa documental: fontes de referência
impressa ou em meio eletrônico e de documentação direta extensiva através da
análise de conteúdo.
O questionário com indicadores e variáveis de estudo, foi elaborado com
questões fechadas e abertas, enfocando aspectos da sustentabilidade ambiental do
turismo no espaço rural, conforme De Conto (2001), Gonçalves (2004), Tibor e
Feldmann (1996), Nahuz (1995), Layrargues (2000), Kinlaw (1997), Abreu (2001),
que tratam, entre outras variáveis, das adotadas nesta pesquisa, ou seja, a
tratamento de efluentes, resíduos sólidos e líquidos, utilização de formas alternativas
de energia, educação ambiental e uso e ocupação do solo.
Assim a coleta de dados aconteceu em três etapas: o pré-teste, que
avaliou o formulário; aplicação do formulário reformulado e a aplicação da entrevista
semi-estruturada e observações assistemáticas.
1.5.4 População da pesquisa
Através do Guia de Turismo Rural (Anexo A) desenvolvido pela SANTUR
em 2002, em edição única, foram elencados todos os empreendimentos hoteleiros
do espaço rural do estado de Santa Catarina, atendendo ao universo da população
23
para identificar os estabelecimentos que apresentaram algum comprometimento com
a gestão ambiental.
Considerando que, nem todos os equipamentos listados no referido Guia,
se enquadravam como meios de hospedagem e outros, no momento da pesquisa,
não ofereciam serviços de hospedagem, a população resultou em 41 meios de
hospedagem, efetivamente pesquisados, conforme Tabela 1, a seguir.
Assim, todos os meios de hospedagem do espaço rural, cadastrados junto
ao Guia da SANTUR, e na época de 2004, prestando serviços de hospedagem
constituíram-se em elementos da população e participaram da pesquisa que pode
ser considerada como censo. Ou seja, todos os indivíduos pesquisados se
enquadram dentro de critérios pré-estabelecidos.
Há de se ressaltar, a inexistência de arcabouço documental científico
sobre meios de hospedagem, o que dificultou a constituição do referencial de dados
para o universo ou plano amostral da presente pesquisa. Mesmo sabendo que os
documentos publicados por órgãos oficiais de turismo, carecem de procedimentos
científicos e base conceitual e metodológica na sua elaboração, pois são de cunho
promocional, o referido Guia serviu de referência pelo registro dos meios de
hospedagem, por região, no espaço rural de Santa Catarina.
Martins (1994) referindo-se ao plano amostral de pesquisa conceitua a
população como o conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam em comum
determinadas características definidas para o estudo, possibilitando o conhecimento
das variáveis pesquisadas. Neste caso, o tratamento de resíduos líquidos e sólidos,
economia de água e energia ou uso de energia alternativa, controle da qualidade
das águas e educação ambiental.
Tabela 1 - Cadastro de meios de hospedagem rurais
REGIAO Nº de equipamentos
(universo original) Nº de equipamentos (universo pesquisado)
Norte 12 7 Sul Catarinense 8 7 Oeste 6 2 Serra/Planalto 13 13 Litoral/ Grande Florianópolis 6 6 Vale do Itajaí 8 6 TOTAL 53 41
Fonte SANTUR (2002). (adaptado por Novaes. 2004)
24
Conforme o referido Guia, foram listadas diversas pousadas e hotéis-
fazenda, separadas por seis regiões que desenvolviam, na época, em 2002, o
turismo rural no Estado, ou seja: região Norte, Sul, Oeste, Região Serrana, Litoral
Centro/Grande Florianópolis e Vale do Itajaí, conforme Figura 1. Ressalta-se que, na
época da realização da pesquisa não existia outro documento de referência e que,
até então, não foi realizada a atualização do referido Guia.
Figura 1 - Divisão turística das regiões catarinenses. Fonte Santur (2002).
O Estado de Santa Catarina apresenta uma divisão microrregional
geográfica territorial, conforme mapa no Anexo B, que segundo o IBGE, compreende
o agrupamento de vários municípios com características naturais e sócio-
econômicas semelhantes, totalizando 20 microrregiões (SEPLAN,1991).
Embora, no mesmo Atlas, conste a divisão turística com 8 regiões a saber:
Região Norte, Litoral Norte, Litoral Centro, Região Sul, Vale do Itajaí, Região
Serrana, Vale do Peixe e Região Oeste, (Anexo C) optou-se por usar a divisão
turística elaborada pela SANTUR em 2002, conforme Figura 1.
1 – Oeste 2 – Norte 3 – Serrana 4 – Vale do Itajaí 5 – Litoral Centro/Grande - Florianópolis 6 – Sul Catarinense
25
1.5.5 Formulário de Pesquisa
Foi elaborado instrumento de pesquisa contendo questões fechadas e
semi-abertas tratando da observância dos fatores de extrema relevância na
preocupação e comprometimento dos empreendimentos hoteleiros em relação à
gestão ambiental apoiados nas premissas ecológicas referentes a tratamento de
efluentes, resíduos sólidos e líquidos, utilização de formas alternativas de energia,
educação ambiental e uso e ocupação do solo, considerando como base os
princípios do turismo sustentável. (Apêndice B)
Após a definição da amostra, em janeiro de 2004, realizaram-se contatos
telefônicos com os proprietários ou gerentes dos meios de hospedagem das
diversas regiões, para verificar a existência de práticas ambientais. (Apêndice A). A
pesquisadora explicou os objetivos, bem como a importância da participação do
equipamento nesta pesquisa, nos dois momentos. Em seguida, no final de 2004 e
início de 2005, realizou-se o encaminhamento dos formulários via correio eletrônico
ou postado, com respectiva apresentação e esclarecimentos referentes aos métodos
e procedimentos da pesquisa de campo.
Como uso adicional de procedimentos de coleta de dados, alguns meios
de hospedagem, das regiões pesquisadas, foram visitados, de maneira aleatória, no
período de 2004 a 2006, utilizando-se a técnica de observação direta e entrevista
informal com gerente ou proprietários, como fator de aumento da fidedignidade dos
resultados. Em outras situações, optou-se pela confirmação dos resultados
apontados na pesquisa através de telefonema com preenchimento de formulário
próprio. (Apêndice A).
1.6 A SÍNTESE DOS CAPÍTULOS
A presente tese de doutoramento, apresenta-se estruturada em três
capítulos.
O primeiro capítulo é o da Introdução apresentando a Justificativa através
de uma rápida contextualização histórica e conceitual, as diferentes modalidades do
26
turismo no espaço rural e a importância do planejamento e ordenamento ressaltando
a relevância de estudos sobre a gestão ambiental nos meios de hospedagem como
pressuposto para o desenvolvimento sustentável. Na seqüência, apresenta-se o
Problema de Pesquisa, os Objetivos, as Hipóteses e os caminhos metodológicos
para a realização da pesquisa.
O segundo capítulo, trata da Fundamentação Teórica, fazendo uma
abordagem conceitual sobre o turismo no espaço rural, apontando aspectos do
desenvolvimento sustentável e planejamento do turismo de acordo com as
dimensões da sustentabilidade e postulados defendidos pelos estudiosos da área.
Apresentam-se os referenciais que estruturam o marco teórico, de modo a ressaltar
as possibilidades dos meios de hospedagem do espaço rural a adotarem mudanças
comportamentais e práticas saudáveis com relação ao meio ambiente. Ainda
apresenta as experiências de sucesso e iniciativas de gestão ambiental adotadas
em alguns meios de hospedagem.
O terceiro capítulo apresenta os resultados da pesquisa de campo,
analisando e comparando-os com os objetivos e hipóteses de estudo,
caracterizando o cenário do turismo no espaço rural de Santa Catarina, enfocando a
situação relativa à adoção de princípios da gestão ambiental.
Por último, apresentam-se as Considerações Finais com uma síntese da
base teórica e dos resultados, demonstrando a confirmação das hipóteses e,
apontando algumas recomendações de iniciativas ambientais a serem adotadas
pelos meios de hospedagem do espaço rural de Santa Catarina, perspectivando
significância no cenário do desenvolvimento do turismo rural, não só com um
diferencial agregando valor de imagem e diferencial turístico e contribuindo para
melhorar o posicionamento competitivo, mas, principalmente, pelos resultados do
comprometimento sócio-ambiental através de processos de gestão ambiental dos
meios de hospedagem com repercussão na comunidade, visando à integração
homem e natureza num equilíbrio dinâmico e sustentável.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 TURISMO NO ESPAÇO RURAL: GÊNESE E CONCEITUAÇÕES
O Turismo Rural vem apresentando um crescimento contínuo na Europa
desde os anos 70, tendo sido descoberto por vários países como uma forma de
revitalização da economia de zonas rurais, embora Davies e Gilbert (1992) tenham
evidenciado em suas pesquisas o turismo rural acontecendo muito antes da década
de 50. Fora da Europa, outros países como o Canadá, os Estados Unidos e a Nova
Zelândia também descobriram o turismo rural como uma alternativa para
suplementar a receitas de fazendas, ao mesmo tempo em que proporcionam a
conservação do meio ambiente. Pearce (1990) destaca que na Nova Zelândia o
turismo rural apresenta um desenvolvimento com fluxo turístico internacional,
estando a atividade implantada em todo o país e, prestando serviços para uma
classe econômica alta.
Ao que parece, segundo documento expedido pela Embratur (1994), foram
os caçadores e pescadores que deram início a esta prática, pois em função da difícil
acessibilidade das áreas de caça e pesca farta, a única alternativa viável era
pernoitar nos ranchos mais próximos. Com o passar do tempo, essas propriedades
passaram a oferecer maior estrutura de acomodação e lazer, dando origem aos
primeiros hotéis-fazenda, que atualmente são conhecidos como: working farm,
working ranch, Guest farm, ranch resort, ou lodge resort e Wilderness lodge.
Ainda no que se refere as origens do turismo rural, Joaquim (1999) mostra
o pioneirismo da França, onde foi criada a primeira associação do gênero, em 1971,
a Tourisme en espace rural - TER. Em 1972, continua o autor, foi publicado o
célebre Manifeste de tourisme en espace rural, que o preconiza como “um
instrumento de reanimação dos campos na óptica de complementaridade entre a
agricultura, o turismo e o artesanato”, enfatizando “que não deve contribuir para a
colonização dos campos”.
No Brasil algumas ações isoladas e pontuais vêm se destacando segundo
Novaes (2000). É o caso de Lages (SC), pioneira do turismo rural, que em 1984
28
buscou uma alternativa turística aproveitando a estrutura existente nas fazendas
centenárias e estâncias de criação de gado. Atualmente, o turismo rural também se
desenvolve em outros municípios de Santa Catarina. No Estado do Espírito Santo,
destacam-se os municípios de Venda Nova do Imigrante e Domingos Martins que
iniciaram organizadamente a atividade a partir da criação da Agrotur, em 1993. No
interior de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia,
entre outros, também na década de 80 e 90 os proprietários rurais organizados em
associações, buscando parcerias com agências de receptivo, apoio dos órgãos
oficiais de turismo, secretarias de agricultura e meio ambiente desenvolvem o
turismo no espaço rural.
Nos diferentes lugares o turismo no espaço rural inclui uma gama de
modalidades, e como atividade multidisciplinar acontece no meio ambiente, fora das
áreas urbanizadas. É um agente motivador do trabalho para as famílias residentes
no campo. Como forma alternativa de turismo as propriedades rurais que possuem
atividade produtiva podem também oferecer diversos tipos de serviços turísticos:
hospedagem, alimentação típica, trilhas, venda de produtos artesanais locais, além
da oportunidade dos visitantes desfrutarem diferentes ambientes rurais, em contato
com a natureza e costumes fora do ambiente urbano. Pode-se dizer que como
existe uma grande variedade de paisagem nas diferentes regiões rurais, bem como
riqueza e diversidade cultural nas propriedades com sistema produtivo peculiar, cada
espaço tem o seu próprio turismo, valorizando assim a identidade local.
Rodrigues (1998), destaca que em Portugal, por exemplo, a expressão
turismo no espaço rural foi adotada oficialmente para designar as modalidades
turísticas típicas do campo: turismo de habitação, turismo rural, agroturismo e hotel
rural. A grande diversidade de termos, conforme cada configuração socioespacial,
faz com que o turismo assuma características próprias, de modo que não se pode
falar, em realidade, em um turismo rural, mas sim em um conjunto de práticas
turísticas em espaço rural.
Já na Espanha, o termo “turismo em áreas rurais” agrega também várias
modalidades.
29
Oxinaldi (1994), entendendo que as palavras turismo e rural, são bastante
ambiguas diz que o “turismo rural engloba modalidades de turismo, que não se
excluem e que se completam, de forma tal que o turismo no espaço rural é a soma
do ecoturismo e do turismo verde, turismo cultural, turismo esportivo, agroturismo e
turismo de aventura”.
De acordo com definição de Cals et al. (1995, p. 23):
Sim embargo, es más apropiado referirse a la globalidad de los movimientos turísticos que se desarrollan en el medio rural com la expresión “turismo en espacio rural”, y reservar la de turismo rural para aquellas manifestaciones que en mayor medida se identifican com las especificaciones de la vida rural, su hábitat, su economía y su cultura.
Neste entendimento, aspectos como a diversidade e as diferentes
tipologias dos cenários dos espaços rurais, serão decorrentes das potencialidades e
especificidades históricas, culturais e naturais, aliadas ao potencial das atividades
desenvolvidas e dos serviços prestados. Vários autores discutem a classificação ou
as terminologias apresentando algumas ramificações. Certo é, que o turismo
praticado no meio não-urbano, consiste em várias atividades de lazer, incluindo uma
gama de modalidades envolvendo a globalidade dos movimentos turísticos,
recebendo diferentes denominações. Independente das denominações, o que
importa é que o seu planejamento e gestão deve levar à agregação de valor e
qualidade de vida no espaço rural.
Tanto o arcabouço teórico quanto as observações empíricas ou de
pesquisa revelam as várias possibilidades dos tipos de serviços e/ou produtos
oferecidos, muitas vezes, relacionados às características dos países, regiões,
propriedades ou equipamentos turísticos.
O turismo no espaço rural como atividade multidisciplinar acontecendo em
ambientes fora das áreas urbanas, pode ser um agente motivador de trabalho para
as famílias residentes no campo. As propriedades rurais que possuem ou não
atividades produtivas, podem oferecer não só diversos tipos de serviços turísticos,
como hospedagem, gastronomia típica rural, venda de produtos artesanais loco-
regionais, bem como atividades de lazer permitindo que os visitantes desfrutem de
programações em trilhas ecológicas, eventos culturais, day use na propriedade rural,
entre outras.
30
Figueroa (1999), diz que no Chile o turismo rural está vinculado ao
Ministério da Agricultura, que promove as propriedades rurais onde o turista, além de
hospedar-se, participa das lidas do campo e das colheitas.
Os exemplos mais significativos do Turismo em Espaço Rural-TER, na
Europa, de acordo com Joaquim (1999), recobrem ofertas tão distintas como os
qítes ruraux franceses, que correspondem a pequenas casas rurais de três a seis
camas equipadas com cozinhas e sanitários; os chambre d’hôtels também na França
ou os bed and breakfest britânicos que constituem a oferta de quartos mobiliados e
pequeno almoço o accueil à la ferme ou as casas labranza espanholas, que
representam alojamento e recreação obrigatoriamente enquadrados numa
exploração agrícola; e ainda os gîtes d’etapes franceses vocacionados para o apoio
ao turismo pedestre, cicloturismo e turismo eqüestre.
No Brasil existem diferentes conceituações sobre a temática em questão.
Autores como Tulik (1997), Rodrigues (2001), Graziano (1998), Beni (2000), dentre
outros, têm contribuído grandemente para o debate sobre a pluriatividade rural,
enquanto uma nova forma de urbanização do meio rural, através de uma difusão de
atividades e relações econômicas, destacando-se o turismo rural.
A crescente demanda voltada para o espaço rural tem como aspecto
motivador a percepção da atratividade das paisagens rurais. Como diz Pires (2001),
deve-se ao legado de humanização da natureza por meio das atividades
agropastoris e outros aspectos da ocupação do espaço, o cenário da paisagem
cultural do espaço rural, revelados nas obras, instalações e benfeitorias rústicas, nas
moradias com estilo arquitetônico etnicamente representativo, entre outras
construções isoladas.
O aspecto cultural torna-se o vértice para o desenvolvimento sustentável
do turismo rural com a integração do turismo e cultura local, agregando valores ao
produto. Neste sentido, conforme Cavaco (2001, p.19) “ao turismo rural cabe um
papel fundamental de complemento de atividades e rendimentos, de reforço da
identidade e da imagem de lugares, bem cômoda auto-estima das populações, com
seus valores e cultura”, na medida em que estimula a valorização do patrimônio
cultural rural-material através das edificações e imaterial através dos saberes e
fazeres do espaço rural.
31
As atividades do meio rural podem representar um instrumento valioso na
revitalização do ambiente cultural de uma região, além de beneficiar o pequeno
produtor rural com uma fonte alternativa de renda e, principalmente, contribuir para
evitar o êxodo rural melhorando a qualidade de vida dos que vivem nessas
localidades, considerando que a modernização da agricultura brasileira, traz para o
campo os serviços de extensão rural que contribuem largamente para o
desenvolvimento das famílias do campo.
A tecnologia e a informática, deixaram algumas famílias em situações complicadas por não terem condições de acompanhar essa modernização da agricultura. Esses agricultores passam a praticar atividades que antes eram características do meio urbano.
Neste sentido, Bricalli et al (2002 p.183) ressalta que:
Dentre essas atividades não agrícolas destaca-se, no setor de serviços, o turismo rural. Essa atividade, além dos benefícios econômicos para as famílias, através do complemento da renda, está sendo capaz de revalorizar o espaço rural substituindo o conceito ou (preconceito) de atrasado, por novos valores que refletem de forma mais real as características do campo.
A revalorização do espaço rural com características peculiares, passou a
desenvolver, além da sua dinâmica habitual, atividades turísticas como o
agroturismo e outras modalidade referenciadas anteriormente, adaptando e incluindo
possibilidades de melhorias na vida rural.
Beni (2002), denomina o turismo rural como o “deslocamento de pessoas
a espaços rurais, em roteiros programados ou espontâneos, com ou sem pernoite
para fruição dos cenários e instalações rurícolas. Neste sentido, alguns autores
valem-se da expressão turismo no meio rural para incluir também o agroturismo”.
Nas origens do turismo rural, complementa Beni (2002), podem ser
identificadas em duas vertentes: a primeira está nas experiências já consolidadas
em vários países, e também no Brasil, consubstanciadas no deslocamento de uma
oferta de serviços de lazer e hospedagem em propriedades rurais produtivas,
mediante a introdução do turismo rural como alternativa de aumento de renda, de
agregação de valor à terra e de meio de fixação de trabalhadores rurais no campo.
Quando o turismo passa a ser então, a principal atividade produtiva explicita o
próprio conceito de turismo rural. A segunda vertente reside nos casos de
32
propriedades não produtivas que possuem amplas instalações receptivas, algumas
de valor histórico-patrimonial e arquitetônico de época que, adaptadas, permitem
absorver parte de uma demanda diferenciada. Ainda nesta vertente incluem-se os
modernos hotéis-fazenda e acampamentos de férias para jovem e idosos,
especialmente edificados nas áreas rurais de destacado valor cênico-paisagístico.
Quanto ao agroturismo, o Beni apud Novaes (2000, p.141 ) define como:
“o deslocamento de pessoas a espaços rurais, em roteiros programados ou
espontâneos, com ou sem pernoite, para fruição dos cenários e observação,
vivência e participação nas atividades agropastoris”.
Neste sentido destacam-se dois grandes aspectos que distinguem esses
segmentos do turismo rural. O primeiro é a produção agropastoril em escala
econômica que representa a maior fonte de rendimento da propriedade e o turismo
como receita complementar. O segundo é que as próprias atividades agropastoris
constituem, em si mesmas, o principal diferencial turístico. Neste caso os turistas,
para viverem a autêntica experiência da vida no campo, poderão ou não participar
da rotina diária dos afazeres domésticos ou produtivos da propriedade. Acrescenta
Beni (2000) que as instalações e equipamentos mantêm-se na forma original, tal
qual utilizada pelos proprietários e, se ampliadas para acomodarem os visitantes
deverão conservar as mesmas características arquitetônicas. No entender do autor
supra citado, o turismo rural tem características próprias bem definidas.
Em termos de permanência e de utilização de equipamentos, Beni (2000)
ainda destaca que tanto podem apresentar instalações de hospedagem em casas de
antigas colônias de trabalhadores e imigrantes dos distintos períodos agrários do
Brasil, bem como em sedes de fazendas e casas de engenho dos ciclos do café e
da cana-de-açúcar, que tipificam o patrimônio histórico-arquitetônico e étnico-cultural
de muitos estados brasileiros, quanto também em propriedades modernas,
complexos turísticos e hotéis-fazenda, particularmente voltados aos turistas que
buscam lazer e recreação em atividades agropastoris.
Neste sentido o desenvolvimento do turismo no espaço rural pode ser
entendido como um processo que permite mobilizar todos os recursos do mundo
rural, numa perspectiva de integração de todos os setores e atividades, desde o
33
turismo na pequena propriedade ao da grande fazenda, ao artesanato, ao comércio
local, aos eventos, à agroindústria, à pecuária e ao uso moderado dos recursos
florestais.
No veio condutor das diferentes modalidades de turismo no espaço rural,
reportando-se ao agroturismo como uma modalidade praticada dentro das
propriedades, de modo que o turista, independente do tempo de permanência, entre
em contato e participe ativamente das lides rurais, estudiosos desta área afirmam
que:
O agroturismo é uma opção para obter ingressos complementares em comunidades que se ressentem de dependência de setores como agricultura e pecuária, que em seus ciclos, mostram períodos de baixa atividade ou de crises mais severas. Uma das vantagens do turismo é que as compras dos produtos alimentícios são feitas na própria chácara, ou em outras vizinhas, de modo que o aporte econômico favorece diretamente a comunidade (MOLINA, 2001, p.77).
Quanto aos princípios e elementos básicos do turismo no espaço rural
Crosby (1993, p.40) ressalta que, “o turismo rural deve harmonizar os interesses do
meio ambiente, da comunidade local e do próprio turismo”. Isto significa conjugar o
desenvolvimento da atividade turística aos elementos naturais e ecológicos, sócio-
culturais e econômicos.
Assim todo o processo de desenvolvimento do turismo sustentável do
espaço rural deve acontecer e se manter de tal forma e em tal escala garantindo a
viabilidade por um período indefinido de tempo, sem degradar ou alterar o ambiente
em que existe e sem comprometer o desenvolvimento das outras atividades da
propriedade.
Para Lage e Milone (2001), o desenvolvimento sustentável do turismo rural
deve corresponder ao melhoramento da qualidade de vida da população rural, da
melhoria da renda ou do orçamento familiar, dos níveis de ocupação, do tempo livre,
da saúde, em conjunto com o respeito da conservação e preservação do meio
ambiente, da ecologia e da cultura.
Os princípios do turismo rural, segundo Crosby et al (1993), são o uso
sustentável dos recursos, revitalização das economias locais, qualidade do
planejamento e da gestão, incluindo o comprometimento ecológico ambiental no
34
processo de gestão dos equipamentos de hospedagem, a integração da população
local, desenvolvimento planificado e monitorado.
Para que ocorra o desenvolvimento sustentável é necessário que o
turismo no espaço rural mantenha, segundo Ansarah (1999), harmonia entre os
interesses do meio ambiente, das comunidades e do turismo. Para isso, também o
espaço rural, deve manter o uso sustentável dos recursos, a revitalização das
economias, a integração da população e do desenvolvimento planejado e controlado
que exige procedimentos de gestão de equipamentos comprometidos com a
sustentabilidade ambiental.
A implantação desta atividade implica em princípios como: uso sustentável
dos recursos; revitalização das economias locais; qualidade de gestão; integração
da população local; desenvolvimento planejado e controlado que implica em
capacidade de carga, baixo impacto e sustentabilidade.
Os objetivos do turismo rural, no entendimento de Crosby et al (1993),
devem favorecer o fluxo econômico no meio rural, provocando a revitalização
econômica e social e, ao mesmo tempo, conservando e melhorando o seu entorno.
2.2 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E TURISMO NO ESPAÇO RURAL
Segundo Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000), existe um novo
paradigma a ser enfrentado no século XXI, que é a assimilação de uma percepção
holística do mundo. Fato que envolve a ruptura de antigos valores, associados ao
lucro máximo, que, para serem superados, exigem transformações nas atitudes e
nos padrões de desperdício e consumo. Para atingir perfeita mudança de valor e
inserir a variável ambiental no sistema produtivo contemporâneo, é importante
ocorrer plena conscientização social.
Neste sentido, muitas estratégias ambientais passam a ser propostas. Em
1972, realizou-se em Estocolmo a Conferência Mundial das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente Humano, na qual foram lançadas estratégias mundiais para a
conservação da natureza e a criação de uma agenda global para mudanças; foi
35
elaborado, em 1987, o relatório Nosso Futuro Comum, pela Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, também denominado Relatório Brundtland
(CMMAD,1991). O relatório sugere estratégias ambientais de longo prazo para
atingir o almejado desenvolvimento sustentável.
A União Internacional para a conservação da Natureza e dos Recursos
Naturais - IUCN - considera desenvolvimento sustentável o processo que melhora as
condições de vida dos ecossistemas. Para Carvalho (1998), o conceito de
desenvolvimento sustentável, apresenta três vertentes principais: crescimento
econômico, equidade social e equilíbrio ecológico. Considerando esse tripé, o
ambiente é uma questão central e relevante para o turismo, pois depende das
condições que a natureza oferece, principalmente no turismo rural. Os investimentos
a realizar no turismo e o desenvolvimento de novos destinos e produtos terão de
evitar a destruição de nossa natureza, passando a abordar a sua magnitude e
valorização para a vida do homem.
Por sua vez, a OEA — Organização dos Estados Americanos considera
que o desenvolvimento do turismo sustentável significa atingir o crescimento de tal
forma que não esgote o meio ambiente natural e humano e preserve a cultura da
comunidade local. Isso implica em usar, porém não esgotar, os recursos locais
naturais e físicos. Implica, também, em que seja feito o possível para preservar e
enriquecer o patrimônio cultural local.
O Fundo Mundial para a Natureza, em 1992, estabeleceu que o Turismo
Sustentável é o turismo e a respectiva infra-estrutura, aos quais se aplicam os
seguintes princípios: usar os recursos naturais, sociais e culturais de forma
sustentável; reduzir o consumo excessivo e o desperdício; manter a diversidade
natural, social e cultural; integrar o turismo no planejamento estratégico; apoiar as
economias locais; envolver as comunidades locais; consultar pessoas envolvidas e o
público; treinar pessoas; fazer um marketing responsável; e realizar pesquisas e
monitoramento.
O surgimento da consciência e sensibilização ambiental da sociedade fará
com que surjam novos produtos turísticos que integrem valores ambientais e
ecológicos. Portanto o “setor” turismo deve estar preparado para esta mudança de
36
hábito e atitude do seu demandante. O nível de consciência ambiental depende de
variáveis econômicas e culturais da sociedade, dos diferentes grupos sociais e ainda
dos conflitos de interesse dos diferentes atores envolvidos — setor público, setor
privado e organismos sociais. No Brasil, podemos observar a presença de muitos
dos fatores elencados pela OMT, a escassa integração das políticas públicas de
turismo com as demais políticas de governo, a insuficiência de recursos destinados
aos órgãos públicos de administração do turismo, assim como a falta de recursos
públicos para obras de infra-estrutura básica e para fiscalização das atividades
turísticas, que somados à carência de dados para a construção de indicadores de
sustentabilidade, são os que mais se destacam dentro do setor público. No setor
privado falta ainda maior engajamento e investimentos para uma gestão
socioambiental responsável; a fragmentação em pequenas e micro empresas pode
também ser apontada como outro fator negativo para a difusão mais intensa de
práticas sustentáveis. Entretanto, não se pode, hoje, pensar estrategicamente a
gestão de empresas ou definir políticas públicas ignorando o paradigma da
sustentabilidade.
Pires (2002, p.37) enfatiza que,“mesmo iniciativas minoritárias no contexto
geral do turismo são de grande significado para as mudanças que sobreviverão com
a evolução das idéias e com a afirmação das tendências por um” turismo diferente”.
Uma das ações na gestão do turismo rural é a busca de alternativas
eficientes para utilizar os recursos naturais de forma a minimizar a depredação e a
deterioração. Precisa-se entender a forma de exploração sustentável, onde exista
um planejamento sistêmico que identifique as causas, os efeitos e as conseqüências
desta atividade para o meio.
O homem, ao invés de violentar e desrespeitar as regras que levam à
estabilidade do ecossistema pode muito bem servir de fator exógeno ao sistema
ecológico, assegurando sua estabilidade, conseqüentemente contribuindo para o
desenvolvimento sustentável.
Nas últimas décadas, essa mudança de valores passou a ser tratada com
mais seriedade pelas empresas. Atribui-se a isso contingências, tais como: a
necessidade de gerir a urbanização; o esgotamento dos recursos naturais; o
37
esgotamento da capacidade da biosfera em absorver resíduos e poluentes; a
globalização; as pressões sociais e as catástrofes ambientais.
Hoje, sabe-se que a natureza não é assim tão simples e que não existe a
possibilidade de uma ciência única que dê conta de explicar sua complexidade. Essa
consciência deve nos tornar mais humildes e dispostos ao diálogo efetivo. Todos os
saberes são necessários para estudar o meio ambiente. E é através da Educação
Ambiental que os agentes de decisão podem ser informados e orientados para uma
decisão correta em benefício do meio ambiente.
Considerando a Conferência Intergovernamental sobre Educação
Ambiental de Tbilisi, onde ficou evidenciado que todas as pessoas têm direito à
educação ambiental, de acordo com os princípios e objetivos estabelecidos, assim
como o Código de Ética da OMT (2003), e ainda, no caso do Brasil a Lei 9.795 que
traça a Política Nacional de Educação Ambiental, destaca-se que a educação
ambiental deve intensificar a participação responsável nas decisões e procedimentos
acerca da melhoria da qualidade do meio natural, social e cultural. Isso significa
dizer que:
As atividades de Educação Ambiental servem de instrumentos para a concretização de objetivos, desenvolvendo a sensibilização a respeito dos problemas ambientais, além de propiciar uma reflexão a respeito desses problemas e a busca de formas alternativas de solução (NOVAES, 2002, p.97).
Nesta discussão Cascino (1999), indaga sobre os “por quês” da Educação
ambiental, ressaltando que as questões ambientais, na atualidade, têm força e
penetração nas comunidades e que seus desdobramentos são conhecidos, levando-
se em conta a fragilidade do meio natural. Gestada a partir dos grandes debates
sobre o futuro do planeta e o papel que desempenham as novas gerações na
manutenção e no uso sustentável dos recursos naturais, a educação ambiental vem
assumindo importante papel sobre as questões ambientais, provocando a mídia, o
poder público, Ongs, organismos internacionais, educadores e demais grupos de
interesses a se comprometerem com esse processo, criando e efetivando planos de
ações interdisciplinares.
38
Como coloca Souza (1998), não existem soluções puramente ecológicas,
biológicas, jurídicas, agronômicas ou políticas, pois o meio ambiente, além de físico
é também social e psíquico e está inserido numa estrutura político-econômico-social.
A progressiva destruição dos ecossistemas naturais de uso turístico é um fato inegável. O processo progressivo,foi detectado pela ecologia, e é mediante a aplicação desse conhecimento que se pode reverter o dano, até se alcançar uma plena compatibilidade e integração entre a atividade turística e a atividade própria do ambiente natural. Até agora a ciência ecológica não foi aplicada à estratégia geral do desenvolvimento turístico, atividade esta que deveria contar, mais que qualquer outra, com claros objetivos de conservação do meio ambiente natural, juntos com os de ordem econômica e social (MOLINA, 2001, p. 98).
Dessa forma abre-se um amplo espaço para uma adequação educacional
e econômica, assim como uma adequação racional de consumo. A deterioração da
qualidade de vida não é puramente um fenômeno de poluição física do solo, das
águas, do ar, do resíduo, mas sobretudo, a poluição social e psíquica.
É nessa discussão das complexas interrelações do homem com o meio
ambiente que Sachs (1994), reelabora o conceito de desenvolvimento sustentável,
partindo do conceito de ecodesenvolvimento, discutida no CIRED de modo mais
intenso, desde o início da década de 70. Assim, referida discussão ampliou os seus
horizontes, como um estilo de desenvolvimento aplicável a projetos não só rurais,
mas também urbanos, oposto à diretriz mimético-dependente tradicionalmente
adotada nos países pobres, orientado pela busca de autonomia e pela satisfação
prioritária de necessidades básicas das populações envolvidas. A integração da
dimensão do meio ambiente é pensada não apenas como uma espécie de coação
suplementar, mas também na qualidade de um amplo potencial de recursos,
utilizando-se de critérios de prudência ecológica.
Na elaboração das ecoestratégias do desenvolvimento, o planejamento
trata de algumas dimensões de sustentabilidade, conforme as idéias de Sachs
(2000):
• Sustentabilidade Social – é a criação de um processo de desenvolvimento
civilizatório baseado no ser e que seja sustentado por uma maior eqüidade na
distribuição do ter, nos direitos e nas condições das amplas massas da
39
população, e achatar a distância entre os padrões de vida dos mais ricos e mais
pobres.
• Sustentabilidade Econômica - possibilita uma melhor alocação e gestão mais
eficiente dos recursos e por um fluxo regular do investimento público e privado.
Esta eficiência é macro-social, reduzindo os custos sociais e ambientais, bem
diferente da lógica economicista.
• Sustentabilidade Ecológica – incrementa o aumento da capacidade de recursos
naturais, limitando os recursos não-renováveis ou ambientalmente prejudiciais,
reduzindo o volume de poluição, autolimitando o consumo material pelas
camadas sociais mais privilegiadas, intensificando a pesquisa de tecnologias
limpas e definindo regras para uma adequada proteção ambiental.
• Sustentabilidade Espacial – é aquela voltada a uma configuração rural-urbana
mais equilibrada com ênfase nas seguintes questões: concentração excessiva
nas áreas urbanas, processos de colonização descontrolados, promoção de
projetos modernos de agricultura regenerativa e agroflorestamento,
industrialização centralizada, criação de empregos rurais não agrícolas, e o
estabelecimento de uma rede de reservas naturais e de biosfera para proteger a
biodiversidade.
• Sustentabilidade Cultural – engloba as raízes endógenas dos modelos de
modernização e dos sistemas rurais integrados de produção, respeitando a
continuidade das tradições culturais, e até mesmo a pluralidade das soluções
particulares.
• Sustentabilidade Política – privilegia a negociação da diversidade de interesses
envolvidos em questões fundamentais desde o âmbito local ao global.
É nesta ótica de sustentabilidade que Beni (2000), ressalta que o
planejamento oferece um novo modelo para políticas governamentais, com
estratégias concretas de intervenções corretivas, baseadas nos postulados
interdependentes de eficiência econômica, equidade social e prudência ecológica, e
um novo critério de racionalidade social baseado na crítica ao efeito de
externalização de custos sócio-ambientais, exercido pelo modelo puramente
40
econômico, sobretudo quando este planejamento é participativo, com atores sociais,
agentes e reagentes, com uma visão contratual com o meio ambiente.
O planejamento participativo recupera a participação social da sociedade,
de modo que o cidadão contribua na elaboração das ecoestratégias, desde a
informação até a execução da ação proposta, transformando a sociedade civil num
terceiro sistema, à medida que toma consciência de si mesma e começa a
interpelar-se e a conhecer-se.
Segundo Frangialli (1999), na medida em que se proceder um adequado
desenvolvimento da atividade turística, esta poderá reduzir ao mínimo seus efeitos
negativos para o meio ambiente e aumentar consideravelmente seus efeitos
benéficos. Nesta perspectiva aponta-se para o paradigma da sustentabilidade que,
aplicado ao turismo, conforme a Carta de Lanzarote apud Capece (1997), entende
que o desenvolvimento turístico deverá fundamentar-se em critérios de
sustentabilidade, ou seja, há de ser suportável ecologicamente em longo prazo,
viável economicamente e eqüitativo numa perspectiva ética e social para as
comunidades locais. Sendo o turismo um importante instrumento de
desenvolvimento, pode e deve participar ativamente na estratégia do
desenvolvimento sustentável. Uma boa gestão do turismo exige garantir a
sustentabilidade dos recursos dos quais depende.
Retomando Sachs (2000) existem quatro postulados, reunindo idéias
essenciais do enfoque do desenvolvimento sustentável. O primeiro deles é a
prioridade ao alcance de finalidades sociais, redirecionando o processo de
crescimento econômico, visando ao alcance de objetivos sociais prioritários,
traduzidos pelas suas necessidades materiais e psicossociais, como auto
determinação, participação política e auto-realização; o segundo é a valorização da
autonomia buscando um maior grau de controle dos aspectos cruciais do processo
de desenvolvimento, mediante a ação da sociedade civil organizada, no âmbito
local, microrregional ou regional, canalizando e maximizando os seus recursos
disponíveis, num horizonte de respeito às suas tradições culturais e sem incorrer
com isso em auto-suficiência ou isolacionismo; o terceiro é a busca de uma relação
de simbiose com a natureza, abandonando o padrão arrogante de relacionamento
com o meio ambiente biofísico instaurado pela modernidade à luz do processo
41
modernizador; e o quarto é a eficácia-econômica, situando a eficiência econômica
como uma alternativa à racionalidade microeconômica dominante, no sentido de
uma internacionalização efetiva da problemática dos custos sócio-ambientais do pro-
cesso de desenvolvimento.
Pode-se, também, reagrupar estes postulados do desenvolvimento
sustentável, de maneira a conceituar mais adequadamente em termos de estratégias
de um desenvolvimento socialmente mais justo, ecologicamente prudente e
economicamente eficaz.
No enfoque do desenvolvimento sustentável, o modelo teórico referencial
proposto por Beni (2000), relaciona-se com os postulados acima referenciados, pois
sugere a análise e o estudo do conjunto das relações ambientais que envolvem os
subsistemas: ecológico, social, econômico e cultural; complementa com a
organização estrutural que envolve a superestrutura e a infra-estrutura, entendendo-
se aqui a importância do papel a ser desempenhado pelos órgãos públicos e demais
organizações e Associações que regulamentam e promovem a atividade turística. E
por último, as ações operacionais que envolvem, no mercado, a oferta e a demanda
relacionadas à produção e ao consumo respectivamente, dependendo ambos do
sistema de distribuição, ou do dinamismo da cadeia produtiva, como o autor coloca,
nos seus estudos mais recentes.
Logo, a gestão ambiental inclui-se na oferta e no sistema de distribuição
como o conjunto dos aspectos da função geral de gerenciamento de uma
organização necessários para desenvolver, alcançar e manter a política e os
objetivos ambientais da organização. Em suma, é o remodelamento do processo
produtivo, tendo por função torná-lo compatível com a fragilidade e harmonia do
meio ambiente.
É somente sob o enfoque da sustentabilidade do turismo, que se pode
garantir e assegurar os componentes dos diferenciais turísticos, o processo racional
de exploração dos recursos ambientais naturais, histórico-culturais e temático-
artificiais. Envolve claramente o meio ambiente, a população residente, no caso a do
meio rural e o sistema econômico.
42
Como reforça Beni (2000, p.51), “é o entendimento do conjunto das
relações ambientais do Sistur que em sua dinâmica mantém um processo continuo
de relações dialéticas de conflito e colaboração com o meio ambiente”.
Para Callenbach, et al. (2001,p.86), “os problemas são sistêmicos,
interligados e interdependentes e sua compreensão e solução requerem um novo
tipo de pensamento sistêmico ou ecológico”. Esse novo pensamento precisa ser
acompanhado de uma mudança de valores, passando da expansão para a
conservação, da quantidade para a qualidade, da dominação para a parceria.
Ainda na linha do modelo referencial sistêmico de Beni (2000), aponta
para dimensão ecológica que abrange os diferenciais turísticos naturais
pertencentes aos ecossistemas que apresentam, em sua segmentação físico-
territorial, com significativo poder de atração. O turismo e o meio ambiente estão
intrinsecamente ligados e são interdependentes.
Na perspectiva da dimensão social compreende-se a interatividade dos
membros da comunidade no processo de planejamento do turismo no espaço rural.
É preciso lembrar que os impactos socioculturais do turismo nas comunidades
ocorre lenta e discretamente, porém com pouca ou nenhuma possibilidade de
reversão. Existem fatores que determinam se o resultado dos impactos
socioculturais resulta em impactos na atividade local. Dentre elas pode-se destacar:
a força e coerência da sociedade e da cultura local; natureza do turismo; grau de
desenvolvimento econômico e social da população local em relação aos turistas;
medidas adotadas pelo setor público para administrar o turismo no espaço rural
visando minimizar os custos socioculturais.
A dimensão econômica compreende a inserção ecológica e social de
empresas na vida da comunidade rural, integrando-a na dinâmica da competitividade
regional e nacional mediante a afirmação do local como marca de produtos e
serviços. Relaciona-se com impactos econômicos que podem apresentar variações
significativas entre os diferentes tipos de economia, dependendo dos gastos dos
turistas, dos empregos gerados pelo turismo no espaço rural, dos valores dos
salários e do efeito multiplicador da atividade.
43
Quanto à dimensão cultural, Beni (2000) aponta que o espaço cultural é
aquela parte da superfície terrestre que teve sua fisionomia e “aura” originais,
mudados pela ação do homem. É conseqüência da intervenção do trabalho físico e
mental do homem no espaço cultural. Os recursos turísticos culturais são, pois, os
produtos diretos das manifestações culturais. Como não existe cultura apenas – já
que cultura pode ser entendida com conjunto de crenças, valores e étnicas para lidar
com o meio ambiente, compartilhado entre os contemporâneos e transmitido de
geração a geração – vê-se que o que até agora foi aprendido e compreendido como
cultura norte-americana, francesa, italiana, espanhola e tantos outros rótulos
nacionais, nada mais é que uma coleção de subculturas, tantos quantos sejam os
grupos humanos que as produzem.
Neste entedimento, Sessa (1993) afirma que o turismo traz uma dupla
contribuição: direta, como resultado de uma experiência cultural que enriquece a
população visitada e o visitante com a aquisição de valores que ambas possuem;
indireta, que consiste no planejamento (antes da viagem e na verificação natural de
pontos de dúvida entre o turista e o visitado.
Torna-se relevante integrar a dimensão social do turismo com as
dimensões ambiental e econômica, de modo a se obter a visão holística e sistêmica
do turismo sustentável.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que o turismo é visto como
importante fator de valorização, também é entendido como fator de degradação
ambiental. É fundamental, segundo Rodrigues (1998), que se entenda o ambiente,
na sua concepção mais abrangente, ou seja, nas suas expressões (natural, ocupada
e construída) que se interpenetram num movimento sincrônico de ações e interações
recíprocas. O meio ambiente é um sistema que obedece a determinadas leis,
suscetível a qualquer ação externa, que pode provocar alterações. Quanto mais
frágil for o sistema, menor será a capacidade de assimilar ou absorver as ações
externas, ou seja, maior será o impacto ambiental.
Cavalcante (2001), alerta para que a política de governo para o
desenvolvimento sustentável esteja atenta à capacidade de suporte, adotando uma
44
ação que reconheça os limites dos recursos naturais, garantindo também o nível do
produto social, bem como a qualidade de vida.
Analisando os registros de Beni (2000 e 2003), Sachs (2000) e Frangialli
(1999), entre outros pesquisadores de planejamento e desenvolvimento sustentável
da atividade turística, chama-se a atenção para a importância do comprometimento
sistêmico e ecológico para monitorar os impactos não só do turismo desenvolvido
em áreas urbanas como também equipamentos e atividades desenvolvidas nos
espaços rurais.
Visto pela perspectiva do desenvolvimento rural, o turismo passa a ser
uma das atividades melhor colocadas para assegurar a revitalização do tecido
econômico rural, sendo tanto mais forte quanto conseguir endogeneizar os recursos
naturais, a história, as tradições e a cultura de cada região. Não é só um fator de
diversificação das atividades agrícolas, como um fator de pluralidade, através da
dinamização de um conjunto de outras atividades econômicas que interagem. É o
caso do artesanato, da produção de produtos tradicionais, dos quais se destacam os
produtos agrícolas e gêneros alimentícios certificados, serviços de transportes, de
guias turísticos, meios de hospedagem, restaurantes, museus, etc.
Importa pois, que o turismo no espaço rural, seja promovido de forma
planejada e estrategicamente administrado na busca da sustentabilidade, no
respeito pelas diferenças que caracterizam cada região e pelos requisitos de
qualidade e de comodidade exigidos pela demanda de hábitos ambientalmente
corretos.
2.3 O CONTEXTO DA QUALIFICAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL
O progressivo debate em torno das questões ambientais, teve seu início
na década de 60, embora as questões relativas à legislação sobre poluição da água,
do ar e a socialização da ética ambiental datem do início do século passado. Esse
movimento intensificou-se conforme quadro a seguir, fazendo com que a sociedade
45
de forma geral ficasse mais atenta aos hábitos diários e aos impactos destes hábitos
no meio ambiente.
1957 Surge nos Estados Unidos a exigência de projetos com dispositivos de controle ambiental;
1962 Rachei Carson lança o livro Primavera Silenciosa;
1968 Fundado o Clube de Roma: países que se reúnem para formar um movimento mundial de conscientização ecológica;
1971 A ISO (International Standard Organization), constitui três comitês técnicos para a normalização: O GRANA do ar (TC-146) o da Qualidade da água (TC-147), o da qualidade do solo (TC -148);
1972 O Clube de Roma promove a Primeira Conferência Mundial sobre o meio ambiente em Estocolmo. A Carta de Estocolmo estabelece 23 princípios comuns a todos os paises, capazes de inspirar e orientar a humanidade para a preservação e melhoria do meio ambiente, conforme o Relatório dos Limites do Crescimento;
1975 Primeiro marco internacional com o lançamento da Carta de Belgrado, definindo metas e orientações para a educação ambiental;
1977 Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental em Tbilisi, Geórgia;
1978 Por iniciativa da Alemanha, começam a surgir os selos ecológicos e a certificação ambiental;
1983 Criada a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - CMMAD;
1987 Como resultado do CMMAD surge o Relatório ”O nosso futuro comum” ou Brundtland;
1991 Realizada a Segunda Conferência Mundial da Indústria em Roterdam sobre Gestão Ambiental;
1992 Conferência da ONU sobre o meio ambiente e desenvolvimento UNCED (Rio 92); Aprovação da Agenda 21;
1992 Edição da Norma Britânica ES 7.750, que cria procedimentos para estabelecer um sistema de gestão ambiental, como base para a lSO 14000;
1996 Editada a Norma ISO 14.000, que trata do sistema de gestão ambiental para as empresas;
1996 OMT, lança a Agenda 21 para a Indústria de Viagem e Turismo, visando o desenvolvimento sustentável;
1999 Aprovado o Código Mundial de Ética do Turismo na Assembléia Geral da OMT;
2002 Cúpula de Quebec lança a Carta de Quebec, com recomendações para operadores do ecoturismo;
2002 Acontece o evento mundial RIO + 10, chamando atenção quanto ao cumprimento das ações das da Conferência da ONU, quanto à qualidade de vida no planeta.
Quadro 1 – Histórico das preocupações ambientais e sua evolução para a construção do desenvolvimento sustentável.
Fonte: Donaire (2001),PNUMA (2006), OMT (2003). Adaptada por Novaes (2007).
Observa-se que, paralelamente aos estudos já relatados no histórico da
problemática ambiental, surgiram muitas instituições internacionais de defesa,
preservação ecológica e certificação ecológica, tais como World Wildlife Foundation,
Green Globe, Forest Stewardship Council, Greenpeace, International Hotel in
Environmental Iniciative, Rainforest Alliance, International Ecotourism Society, CST –
Certificación para la Sostenibilidad Turística, CSD – Centro de Estúdios de
46
Ecoturismo para lo Desarollo Sostenido, e no Brasil a FUNBIO, ECOBRASIL, S.O.S.
Mata Atlântica, dentre outras.
Dos anos 70 até meados da década de 90, é possivel demarcar uma
fronteira muito clara da atuação empresarial relativa ao meio ambiente. De acordo
com Viola (1992), da típica postura reativa própria dos anos 70, que considerava a
relação entre proteção ambiental e desenvolvimento como absolutamente
antagônica, uma parte do setor empresarial assumiu uma postura proativa e inseriu-
se na comunidade ambientalista em meados da década de 80 como um dos seus
membros mais expressivos, ganhando destaque no início da década de 90. Assim o
modelo de desenvolvimento sustentável, advoga a total complementaridade entre a
proteção ambiental e o desenvolvimento.
Layrargues (2000) diz que o ambientalismo, movimento histórico originado
a partir do recente reconhecimento dos assustadores efeitos negativos da
intervenção antrópica na biosfera, em sua crítica ao modelo civilizatório ocidental,
reprovou os paradigmas norteadores da sociedade industrializada de consumo.
Como alternativa, propôs que se efetuasse uma alteração no rumo das coisas,
objetivando a elaboração dos pilares de uma nova era, pautada a partir de agora
não mais no esgotamento da natureza, mas na sustentabilidade ambiental.
Acontece então um esforço no processo de socialização da “consciência
ambiental”, antes limitada a um reduzido número de pessoas, como cientistas,
ativistas ambientais e funcionários de órgãos ambientais. Este aumento da
consciência ambiental deu origem a um novo segmento de mercado composto por
consumidores com atitudes positivas em relação a produtos verdes ou adoção da
ética no consumo.
Para Nahuz (1995), a gestão ambiental passa a ser todo o conjunto dos
aspectos da função geral de gerenciamento de uma organização necessários para
desenvolver, alcançar e manter a política e os objetivos ambientais da organização.
Em suma, é o remodelamento do processo produtivo, tendo por função torná-lo
compatível com a fragilidade e harmonia do meio ambiente. Nesse sentido, são
identificados os possíveis impactos negativos que a empresa gera ao meio e
medidas mitigadoras são adotadas num processo de busca de tecnologias limpas e
produção competitiva, sem, contudo, alterar as funções gerenciais básicas. Muitos
47
conceitos de gestão ambiental são abordados na literatura e alguns deles serão
citados como forma de melhor compreender o constructo.
Por volta de meados da década de 1980, um grande número de empresas
européias começou a adotar práticas ecológicas simples, como programas de
reciclagem, medidas de economia de energia, reutilização de recipientes. Algumas
foram além, implantando programas de qualificação ou Certificação ambiental
através da série das Normas da ISO 14000.
Steger apud Silva et alli (2003), também identificam os anos 80 como os
primórdios da gestão ambiental, por meio da adaptação das empresas norte-
americanas às novas exigências da legislação ambiental. Na Europa, no mesmo
período, as empresas já procuravam adotar atitudes proativas, prevendo as
oportunidades de negócios, advindas da gestão ambiental, considerando as
exigências do mercado. A Alemanha é um dos países onde a conscientização
ecológica está avançada entre a população em geral, empresários e políticos, como
produto da renovação da cultura empresarial, que constitui a base da gestão
ambiental.
Neste contexto, segundo relatório da OMT (2004) muitas iniciativas
voluntárias vem desempenhando um importante papel na regulamentação das
operações de turismo no que se refere às questões ambientais, econômicas e
sociais das empresas turísticas, incluindo-se os meios de hospedagem. O referido
relatório com base na análise de 104 iniciativas voluntárias, em âmbito mundial
fornece uma avaliação da eficácia dos projetos existentes em termos de
desenvolvimento do turismo sustentável, ou seja, comprometimento ambiental
através do gerenciamento de resíduos sólidos, uso eficiente de recursos
energéticos, conservação da água, uso de energia alternativa, uso de alimentos
orgânicos, informação aos hóspedes, treinamento de funcionários, participação
comunitária, construção civil, trilhas para educação ambiental, marketing
responsável, entre outros.
Numa análise do total das Iniciativas Voluntárias de Turismo Sustentável -
IVTS, constatou-se que 56 referiam-se a organizações mundiais que trabalham com
os meios de hospedagem representando 54% e destas, sete especificamente para
48
hospedagens rurais e dois para fazendas com produção orgânica. As demais, estão
voltadas para as iniciativas voluntárias sustentáveis em parques, campos de golfe
praias, camping, ilhas, clubes, meios de transportes, operadores de viagens, além
de outros empreendimentos.
Os critérios dessas iniciativas, reportaram-se aos princípios da Agenda 21,
mais especialmente os selos e premiações do Green Globe 21, certificada pela
WTTC, dizendo respeito aos critérios de redução e reciclagem de lixo, economia de
água e energia, uso de alimentos orgânicos e locais, trilhas ambientais, baixa
poluição sonora, entre outras.
A representação das iniciativas voluntárias dos meios de hospedagem,
resumindo a situação atual e algumas tendências, durante a fase de
desenvolvimento, exigências, procedimentos e eficácia dos grupos de rótulos
ecológicos, prêmios e auto-comprometimento dos equipamentos avaliados,
encontra-se no Anexo D.
Destaca-se nas IVTS o Prêmio Geen Hotel, concedido, em 2000 ao
Westin Rio Mar Hotel de Rio Grande-RS, pelo seu programa de reciclagem de
papelão, vidro, papéis, alumínio, embalagens e plásticos.
Nas conclusões do relatório realizado pela OMT, avaliando as iniciativas
voluntárias para o desenvolvimento sustentável, destaca-se que as três categorias
de IVTS, ou seja, selo ecológico, prêmios e iniciativas de auto-comprometimento,
tornaram-se parte da cadeia produtiva do turismo, movimentando as diferentes
empresas em direção à sustentabilidade, apesar do estímulo e suporte cauteloso
dos investidores do segmento.
Os critérios de conduta objetivam aumentar a conscientização levando a
melhorias através de decretos ou outras iniciativas de comprometimento na primeira
fase; identificar e estimular boas práticas com prêmios, na segunda fase; e
multiplicar as práticas e elevar os padrões de desempenho como é feito pelos selos
ecológicos, vem contribuir para a elevação do padrão geral de qualidade do setor
turístico.
49
Todos os sistemas de IVTS, através de suas comissões de qualidade
ambiental, monitoram e usam parâmetros de pontuação para verificar o alcance dos
objetivos, exigências e conteúdos, procedimentos, marketing, resultados, projetos
adicionais e perspectivas, dentro de cada categoria.
Embora os selos de meio ambiente ainda estejam em estágio inicial, o
relatório das Nações Unidas (1999) apud, OMT (2004) ressalta que as iniciativas
voluntárias e os acordos constituem um tipo específico entre uma variedade de
instrumentos que podem ser utilizados para alcançar o desenvolvimento sustentável.
Considerando que a discussão e implementação de programas
ambientais, seja ainda um fenômeno relativamente recente nos equipamentos
turísticos, de acordo com estudos sobre programas de certificação da atividade,
pode-se estimar que muitos selos internacionais, nacionais ou regionais sejam
significativos para potencias consumidores. Este grande número de programas de
certificação já implementados demonstra, não só, a importância desta estratégia
mercadológica para a “indústria” do turismo, mas principalmente para objetivos de
sustentabilidade.
O progressivo debate em torno das questões ambientais, vem se
intensificando ano a ano, e está fazendo com que a sociedade de forma geral fique
mais atenta aos hábitos diários e seus impactos no meio ambiente. Este aumento da
consciência ambiental deu origem a um novo segmento do mercado composto por
consumidores com atitudes positivas em relação à produtos verdes ou a adoção de
ética no consumo.
Os conceitos de sustentabilidade e preservação ambiental vêm sendo,
cada vez mais difundido buscando a consolidação, as empresas estão buscando
desenvolver processos de produção mais apropriados a essa realidade de
conscientização ecológica. Conforme previsão de Ricci (2002), as chamadas
tecnologias limpas são realidade em muitas áreas e, gradativamente, tenderão a
disseminar-se ainda mais intensamente, inclusive nos campos do turismo e
hotelaria.
50
Percebendo esta mudança nas atitudes do consumidor, diferentes setores
industriais e comerciais começaram a desenvolver estratégias de marketing e
produção para adequar seus produtos a padrões ambientais, ou produtos
ambientalmente corretos, os "produtos verdes".
No caso do turismo, este fenômeno passa a ser determinante, quando
empresas, especialmente agências e operadoras, tentam ampliar o efeito de
marketing de seus produtos turísticos através da associação com certas palavras,
como turismo ecológico, natural, romântico, alternativo, humano, leve ou ativo. Ao
fazer isto, estes empreendimentos auto caracterizam seus produtos como verdes
mesmo que os mesmos não atendam a nenhum acompanhamento de instituições
certificadoras, para que sejam classificados como ambientalmente corretos.
Segundo Swarbrooke (2000), nesta década empresas começam a sofrer
pressões públicas e políticas para atuarem com ética e responsabilidade social e o
turismo também é influenciado por essa tendência. A expressão turismo sustentável
aparece como uma proposta de maximização dos pontos positivos da atividade,
amenizando ou extinguindo os aspectos desfavoráveis em relação ao meio
ambiente. Os meios de hospedagem, servem de suporte básico para o
desenvolvimento do turismo, sobressaindo-se na busca por tecnologias limpas e
práticas mais sustentáveis. O fato de ser um dos principais elementos do turismo
reafirma a necessidade de redirecionamento nos processos de gestão desses
equipamentos não só nos grandes centros urbanos como também no espaço rural.
No âmbito global, foi a Eco 92 que evidenciou o papel das corporações na
proteção ambiental.
gestão ambiental é um conjunto dos aspectos da função geral de gerenciamento de uma organização (inclusive o planejamento), necessário para desenvolver, alcançar, implementar e manter a política e os objetivos ambientais da organização.( NAHUZ apud SILVA et al, 2003, p. 64 )
Segundo Andrade, Tachizawa e Carvalho (2000), para criar um sistema de
gerenciamento ambiental, é necessário investigar as condições internas e externas
que influenciam na organização, ou seja, o meio no qual a organização está
inserida. De acordo com os autores acima citados, a gestão ambiental é um
51
processo contínuo e adaptativo, por meio do qual uma organização define (e
redefine) seus objetivos e metas relativas à proteção do ambiente à saúde e
segurança de seus empregados, clientes e comunidade. Então, segundo os autores
a qualidade nas organizações deve ser entendida como uma filosofia que embasa o
modelo de gestão ambiental proposto. Aqui entendido como modelo de gestão
ambiental o conjunto de decisões exercidas sob princípios de qualidade ambiental e
ecológica preestabelecidos, com a finalidade de atingir e preservar um equilíbrio
dinâmico entre objetivos, meios e atividade no âmbito da organização.
Pela definição de Steger (2000), um sistema de gestão ambiental é um
processo sistemático e transparente a ser difundido e interiorizado por toda a
organização, com o propósito de implementar um policiamento e responsabilidades
que vão ao encontro das metas ambientais da corporação, tendo auxílio de
auditorias regulares de seus elementos.
Outro ponto a ser ressaltado é a relutância dos membros da organização
em assumir sua responsabilidade social, realizar novos treinamentos e
conscientizar-se sobre o paradigma ambiental. Muitas vezes, são criadas barreiras
que dificultam a implementação de práticas sustentáveis nas empresas. Essas
barreiras foram identificadas por De Simone e Popoff (2000) como:
• falta de conscientização da sociedade;
• disparidades de muitos problemas ambientais e ignorância dos indivíduos ao
lidarem com eles;
• agilidade ao tomar decisões, visto que as tendências de longo prazo são
ignoradas ou subestimadas;
• estrutura organizacional tradicional que inibe as interações com o ambiente
externo;
• ausência de comprometimento da alta gerência;
• falta de motivação e consciência entre os funcionários de nível médio e baixo;
• falha do sistema de gestão ambiental e da implementação de ferramentas;
52
• foco nos impactos da companha e falta de conhecimento dos fornecedores e
clientes.
Todavia, estudos como os de Darnall e Schenini apud Silva (2003) dão a
entender que, a adoção de práticas de gestão ambiental é influenciada pela cultura
da organização, tornando a compatibilidade desses dois elementos um fator
essencial para a efetividade da implantação de medidas que visam aprimorar a
atuação do hotel no que diz respeito à gestão ambiental.
Excetuando-se as iniciativas isoladas de ONGs e as publicações de
autores que não estão vinculadas a certificados ou selos verdes, os programas de
gestão ambiental apresentam três linhas principais de pensamento:
• desempenho sustentado: significa acoplar no nível intra-organizacional;
• o novo paradigma ambiental, associado com lucro e desempenho (KINLAW,
1997);
• ecoeficiência: é a “capacidade de adquirir preços competitivos que satisfaçam as
necessidades humanas e tragam qualidade de vida para a sociedade, enquanto
se reduz os impactos ambientais e a intensidade de recursos através do ciclo de
vida” (DE SIMONE E POPOFF, 2000, p.89);
• capitalismo natural: fornece subsídios para identificar relevantes ganhos, não
somente para as futuras gerações, mas também para os acionistas, pois podem
vir a gerar receitas decorrentes de uma política de valorização do capital natural.
Os hotéis que adotam a postura sustentável partem da reavaliação de
suas atitudes e da conscientização de seus membros, buscando uma postura menos
danosa ao ambiente. Sendo tal postura auferida através da otimização do uso dos
recursos, do reaproveitamento e reciclagem dos resíduos, maneiras simples de
repensar o processo e tentar racionalizá-lo. Em função da contenção do desperdício,
economiza-se nos custos operacionais, crescem as oportunidades de mercado
derivados das novas práticas ambientais, a imagem da corporação é fortalecida,
além de causar um impacto positivo na moral dos empregados, aumentando o
53
comprometimento dos clientes internos e o orgulho em ser parte da corporação
(ENZ e SINGUAW,1999).
2.3.1 Sistema de gestão ambiental a ISO 14000
As empresas hoteleiras percebem sua parcela de responsabilidade social
e está, gradativamente, se adaptando às práticas sustentáveis. Como a hotelaria é
um segmento de mercado em expansão que depende diretamente da atratividade
exercida pelo meio ambiente saudável, urge agregar em seus valores, política e
cultura, sua responsabilidade ambiental. Os meios de hospedagem precisam agir
proativamente, para garantirem-se competitivos, agregando valor ao serviço ofertado
e assegurando longevidade à atividade nos meios de hospedagem.
Abreu (2001) chama atenção para mudanças comportamentais relativas
ao meio ambiente, caracterizando um novo tipo de hóspede, mais comprometido
com a prática do turismo sustentável, mudando suas atitudes em relação ao meio
ambiente exigindo práticas ambientalmente mais saudáveis nos meios de
hospedagem.
Para Enz e Siguaw (1999), a transição na conduta empresarial se reflete
na adoção de uma postura mais ambientalmente coerente, pelas empresas
hoteleiras. Esta conduta vem influenciada por circunstâncias adversas: o aumento
das regulamentações ambientais; a necessidade de agir proativamente para
alcançar novos nichos de mercado, ou mesmo, as pressões sociais.
A discussão sobre essa temática leva os diferentes segmentos
empresariais ao entendimento que a responsabilidade empresarial quanto ao meio
ambiente deixou de ter características compulsórias para transformar-se em atitude
voluntária, superando as próprias características da sociedade.
Na definição advinda da norma NBR ISO 14001 (ABNT, 1996) o sistema
de gestão ambiental “é a parte do sistema de gestão global que inclui estrutura
organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas,
procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir,
analisar criticamente e manter a política ambiental”.
54
Ao ser utilizada como estratégia de mercado, a gestão ambiental abrange
novos mercados, fortalece a imagem da empresa, reduz os custos operacionais,
melhora o desempenho da empresa, reduz os riscos da atividade, criando-se assim,
um diferencial competitivo, para que as instituições garantam sua sobrevivência no
mercado (KINLAW, 1997; ANDRADE, TACHIZAWA e CARVALHO, 2000).
Compreendendo a relevância dos programas de gestão ambiental muitas
empresas, incluindo as hoteleiras, estão optando pelos programas de certificações,
pois estas buscam homogeneizar conceitos, ordenar atividades, criar padrões e
procedimentos do setor produtivo. São duas as principais certificações internacionais
de sistemas de gestão ambiental, a ISO 14000 (eco-management) e a EMAS (Audit
Scheme). Ambas as certificações foram inspiradas nas normas de qualidade ISO
9000, focalizando a adequação dos processos-chaves e sua respectiva
documentação.
Como fator a reforçar a importância do emprego desses elementos, destaca-se o advento da filosofia da qualidade total e certificação ISO 14000 no âmbito das organizações, fato esse que provoca, atualmente, um verdadeiro movimento a caminho da melhoria dos processos e, principalmente, dos produtos finais gerados em tais organizações. (ANDRADE,TACHIZAWA e CARVALHO, 2000, p. 93)
Entre os objetivos das normas IS0 14000, estão: conhecer a legislação
ambiental adequando-se a ela; ter responsabilidades sociais; controlar os custos
ambientais; melhorar continuamente os processos organizacionais; fortalecer a
imagem da empresa, associando seus objetivos da organização aos ditames da
internacionalização dos custos ambientais.
A norma ISO 14001 é o único padrão normativo sobre o sistema de gestão
ambiental. Por outro lado, a norma ISO 14004 é um padrão informativo que orienta a
implementação da ISO 14001.
É importante relatar que a ISO 14001 é uma norma de gestão ambiental,
não de desempenho ambiental. Desse modo, ela define os elementos-chave que
constroem um SGA sem definir com precisão, no entanto, o modo como devem ser
organizados ou implementados. Assim, cada organização fica livre para adaptar o
SGA às suas necessidades particulares. A ISO 14001 não define níveis, valores ou
critérios de desempenho, permitindo que cada organização estabeleça seus próprios
55
objetivos e metas, levando em consideração os requisitos reguladores da legislação
nacional, estadual e municipal, bem como os requisitos organizacionais.
Os princípios que embasam as normas ISO 14000 foram elaboradas
visando o manejo ambiental, e relacionam-se ao que a empresa pode fazer para
minimizar os efeitos nocivos ao ambiente causados por suas atividades. Estão
voltadas para o fomento dos processos de impactos ambientais uma vez que
orientam a organização quanto a sua estrutura, forma de operação e de
levantamento, armazenamento, recuperação e disponibilização dos dados e
resultados, sempre atentos para as necessidades futuras e imediatas de mercado e,
consequentemente, à satisfação dos clientes.
Ainda considerando a implantação da ISO 14001, Tibor e Feldmann
(1996) e Nahuz (1996) destacam, quanto às especificações com a instrução de uso
da SGA os elementos estruturais, ou seja, a política ambiental, o planejamento, a
implantação e operação, a verificação e ação corretiva, a avaliação pela alta
administração e a melhoria contínua.
De acordo com Gonçalves (2004), o Sistema de Gestão Ambiental – SGA
é parte do sistema administrativo de uma empresa ou empreendimento turístico e
aborda um gerenciamento ecológico envolvido em uma série de diretrizes,
estratégias, observando a estrutura organizacional, a atividade de planejamento,
responsabilidade, treinamento, práticas e procedimentos, processos e recursos.
Assim o desenvolvimento de políticas e comprometimento ambiental como
a base que permite alcançar objetivos e metas ambientais, através da implantação
de um processo de gestão que passa por auditorias e análise para garantir a
melhoria contínua ficam evidenciados na Figura 2, a seguir.
É preciso considerar que a base fundamenta-se no comprometimento com
as políticas ambientais da administração e dos colaboradores; o segundo nível
demonstra aonde e, em que medida, serão estabelecidos os objetivos qualitativos e
quantitativos; no terceiro nível está o plano de gestão ambiental focando o processo
de implementação de atitudes e procedimentos para alcançar os objetivos e
resultados esperados; no quarto nível aparece o monitoramento do processo através
56
das auditorias e estabelecimento de ações corretivas; o quinto nível envolve a
análise e acompanhamento da administração na busca da melhoria contínua que se
consolida no último nível com o comprometimento da organização com a gestão
ambiental.
Melhoria Contínua
_______________
Análise Crítica pela Administração
______________________
Auditoria e Ação Corretiva
_______________________________
Processo de Gestão Ambiental
________________________________________
Alvos, Objetivos e Metas Ambientais
_________________________________________________
Política e Comprometimento Ambientais
Figura 2- Pirâmide do Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001. Fonte: HARRINGTON, H. J.; KNIGHT (2001)
A perspectiva futura é a de que as questões relativas à preservação do
meio ambiente deixem de ser um problema meramente legal, com ênfase em
punições legais, para evoluírem para um contexto empresarial pleno de
oportunidades e de ameaças, em que as decorrências ambientais e ecológicas
passem a significar posições competitivas que ditarão a própria sobrevivência dos
meios de hospedagem rurais em seu mercado de atuação.
57
Todos os programas de gestão ambiental citados têm como ponto-chave o
reconhecimento dos limites da ecocapacidade e enfatizam a otimização do processo
para minimizar as perdas. Possuem como objetivos: reduzir o uso de matéria-prima
ou recursos no processamento das operações administrativas; reduzir o consumo de
energia; reduzir a utilização de substâncias tóxicas; ressaltar a reciclagem;
maximizar o uso de recursos reaproveitáveis; aumentar a durabilidade dos produtos;
reaproveitar materiais e criar valores adicionais para produtos e serviços,
aumentando a satisfação do cliente e minimizando os impactos ambientais.
Com a ISO 14000, Layrargues (2000) destaca que o controle ambiental,
antes sob a responsabilidade do Estado, passa para o âmbito da sociedade, que
teria no consumidor verde o efeito regulador da mão invisível, funcionando por meio
da lei da oferta e procura. Essa é a justificativa de todo êxtase que precocemente
comemora o seu sucesso, antes mesmo de sua aplicação cotidiana. É bem verdade
que um completo aparato tecnológico de ponta se encontra à disposição do setor
empresarial, todavia, ele só será utilizado caso venha a ser solicitado pelo
consumidor verde, quando indicadores de vendas evidenciarem que as escolhas no
mercado estão sendo selecionadas preferencialmente em função dos produtos
ecologicamente corretos.
A questão ambiental vem afetando diferentes segmentos, incluindo os
meios de hospedagem situados não só nos grandes centros urbanos, como também
os situados em áreas com recursos naturais que exigem igualmente à implantação
de programas de gestão ambiental.
2.4 INICIATIVAS DE GESTÃO AMBIENTAL NO TURISMO E NA HOTELARIA
A crescente necessidade da população dos centros urbanos em usufruir
do lazer em contato com a natureza, a fim de se recuperar do desgaste provocado
pelo cotidiano, leva um segmento de demanda a passar férias, finais de semana e
feriados prolongados a descansar e tentar recuperar-se nos empreendimentos
localizados no espaço rural catarinense. Por isso, a qualidade ambiental, torna-se
um elemento fundamental para a proteção e sustentabilidade dos meios visitados, a
58
melhoria das condições de vida das populações receptoras e a qualidade do
usufruto do tempo livre das pessoas. As questões ambientais são questões de
qualidade de vida e, como tal, fazem parte de uma tendência social global referente
à manutenção da saúde.
A necessidade de produtos e espaços sustentáveis, a maior consciência
do consumidor preferindo produtos naturais e atividades em espaços são, portanto,
os maiores argumentos a favor de programas de gestão ambiental.
Neste sentido os empreendimentos precisam buscar uma forma de
diferenciar produtos realmente verdes (ou sustentáveis) dos falsamente verdes, e,
conseqüentemente, atrair o mercado consumidor mais consciente.
O Programa Melhores Práticas para o Ecoturismo (MPE) proposto pelo
Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO, 2006) tem como objetivo principal
capacitar e treinar, in loco grupos de interesse, direta ou indiretamente relacionados
com o meio ambiente, cultura e turismo, interessados em fazer do ecoturismo uma
alternativa econômica sustentável. Em essência, “Melhores Práticas ecoturísticas”
são formas para executar um processo ou operação. São os meios pelos quais
organizações e empresas líderes alcançam desempenho e também servem como
metas para organizações que almejam atingir níveis de excelência (FUNBIO, 2006).
As atuações de organizações como a FUNBIO e a ECOBRASIL em
defesa por uma alta qualidade de vida e o sentido político que a ecologia adquire
vem ao encontro de estudiosos contemporâneos de turismo. Nessas obras fica
priorizada a responsabilidade social de órgãos governamentais e de empresas
particulares do setor, que devem incluir no trivial de seus objetivos a melhoria da
qualidade de vida das populações de núcleos receptores, ao mesmo tempo em que
a melhoria da qualidade de serviços para seus clientes, portanto, beneficiando os
próprios turistas (PELLEGRINI, 1993, p.137).
O programa MPE desenvolvido pela FUNBIO, em parceria com a
ECOBRASIL, apontam alguns indicadores quantitativos voltados para os aspectos
de inventário de estoque, grau de informatização; informação tecnológica; nível de
inovações tecnológicas; eficiência de promoção e vendas; entre outros. Também
fazem exigência em relação aos indicadores qualitativos como: design de produtos e
atualização tecnológica; qualidade na prestação de serviços; gerenciamento e
59
capacitação de recursos humanos; desenvolvimento de estratégias; programas de
conservação e educação ambiental; programas de saúde e de segurança no
trabalho; gerenciamento empresarial físico e financeiro; gerenciamento de recursos
e tecnologia; velocidade de atualização e agilidade para mudanças; orientação
voltada para produção e fornecimento; conhecimento do mercado e da clientela.
Em função desses critérios empresas atingem determinado desempenho
de medidas de eficácia e eficiência, "melhores práticas" que devem ser
continuamente atualizadas.
Além destas informações a FUNBIO destaca as entrevistas com clientes e
fornecedores que geralmente enxergam melhor os problemas ou oportunidades do
que alguém de dentro da organização. Outra estratégia consiste em visitas técnicas
a empreendimentos ou projetos de outras organizações para verificar sucessos e
fracassos da gestão. As relações interempresariais com associações profissionais e
cooperativas de serviços e produção também são fonte de informações e
estratégias.
A Declaração de Nuremberg é apontada por Rues (1995), como
referencial de metas para hotéis e restaurantes com orientações e procedimentos
para aplicação de uma gestão ambiental eficiente e consciente em prol do meio
ambiente. O que faz com que equipamentos de hospedagem visualizem o ambiente
como seu principal desafio e como oportunidade competitiva. Nesse contexto,
portanto, as empresas estão entendendo a importância de um objetivo comum, e
não um conflito, entre sustentabilidade econômica e proteção ambiental, tanto para
os dias de hoje como para gerações futuras.
Neste entendimento ressalta-se que as legislações ambientais são rígidas,
embora muitas vezes ineficazes. No Brasil a falta de fiscalização e controle permite
que muitos atos ilícitos sejam praticados contra o meio ambiente sem a ocorrência
de punições, nesse campo os códigos voluntários de conduta ambiental, vêm se
mostrando bastante eficientes trazendo alguns resultados significativos.
A Associação de Hotéis Roteiros do Charme, uma entidade privada
brasileira e sem fins lucrativos que congrega hotéis, pousadas e refúgios ecológicos
adotou o Código Voluntário de Conduta Ambiental.
60
Além do compromisso de todos os associados com a proteção do meio
ambiente natural, a associação também participa de projetos específicos de
preservação de fauna, flora e herança cultural.
Os hotéis, pousadas e refúgios ecológicos que fazem parte desta
Associação, reconhecendo a necessidade da preservação do meio ambiente para
sobrevivência desta e das gerações futuras, considerando que os princípios
fundamentais do ambientalismo estão intimamente ligados aos conceitos modernos
de eficiência, se comprometem a adotar as posturas ambientais contidas neste
Código de Ética e de Conduta Ambiental, que procura um objetivo comum e não o
conflito entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico.
Não se trata de nenhum mega e custoso programa social, mas tão
somente do estímulo a práticas ambientais no dia a dia de cada um. Ele tem como
objetivo, segundo a Associação de Hotéis Roteiros do Charme (2006), com medidas
singelas, buscar grandes resultados práticos, tais como:
• incentivo à manutenção paisagística em torno da casa dos empregados que
vivem com suas famílias dentro da propriedade, através da premiação mensal
do jardim mais bem cuidado, escolhido por eles mesmos;
• incentivo à redução do desperdício de energia, premiando aqueles que
consomem menos que a média consumida em casas do mesmo tamanho e
padrão existentes nas redondezas;
• incentivo à redução de energia consumida pelo hotel, através da distribuição de
prêmios;
• incentivo à reciclagem de resíduos sólidos produzidos pelo hotel, através da
recompensa financeira para empregados;
• encorajamento à participação dos vizinhos no programa de reciclagem, através
da estocagem comum em local apropriado, a fim de se obter as quantidades
mínimas exigidas pelos catadores;
• encaminhamento a instituições de caridade de roupa de cama, mesa e banho
que não puderem ser transformadas;
61
• incentivo ao aprimoramento profissional através de condições adequadas para o
estudo, horário de trabalho compatível com horário escolar e absorção pela
empresa de todo ou parte dos custos dos estudos para os empregados e seus
familiares (isto é, as facilidades necessárias para a continuidade dos estudos
dos empregados, assistências médica e dentária, de acordo com os princípios
da empresa sustentável).
Outra iniciativa de qualificação no Brasil foi o Programa Hóspedes da
Natureza- PHN enquanto um conjunto de ações planejadas de modo a proporcionar
a qualificação de pessoal, a implementação de projetos e a certificação de hotéis e
congêneres, em relação ao aprimoramento de suas responsabilidades sócio-
ambientais. Este programa foi lançado pela Associação Brasileira da Indústria
Hoteleira - ABIH em 1999 e durou até 2003, quando foi firmado um convênio de
parceria com o Instituto da Hospitalidade – IH, visando a incorporação do referido
programa no Programa de certificação do turismo sustentável – PCTS.
Vale destacar que o PCTS é um programa bem mais abrangente,
contemplando outras ações visando apoiar os empreendedores do turismo a
responder aos novos desafios do setor de turismo e contribuir para o
desenvolvimento sustentável do país, pois o novo paradigma do turismo sustentável.
Considera a autenticidade cultural, a inclusão social, a conservação do meio
ambiente e a qualidade dos serviços, como peças fundamentais para a viabilidade
do turismo ao longo prazo.
No contexto do PCTS, os requisitos são aqueles descritos na Norma NIH-
54 Meios de hospedagem - requisitos para a sustentabilidade e a certificação que irá
atestar que determinado meio de hospedagem tem um desempenho mínimo e um
sistema de gestão que atende aos requisitos de sustentabilidade, (PCTS,2006),
passando pelas fases do processo de certificação, conforme a Figura 3, a seguir.
62
Figura 3 - Fluxograma do processo de certificação. Fonte PCTS (2006)
O pressuposto que orienta parte proposta do PCTS, entre outros critérios
é o de gestão ambiental, o qual se refere a um processo criativo de transformação
do meio com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes, concebidas em função
das potencialidades deste meio, impedindo o desperdício inconsiderado de recursos,
e cuidando para que estes sejam empregados na satisfação das necessidades de
todos os membros da sociedade, dada a diversidade dos meios naturais e dos
contextos culturais e não restrito apenas à introdução de tecnologias limpas, mas
sim de soluções amplas, adequadas, integradas e eficazes do ponto de vista
ambiental e social.
Como responsabilidade sócio-ambiental compreende-se ações de
favorecimento na integração homem-natureza, em equilíbrio dinâmico, onde não
hajam hierarquias pré-estabelecidas, mas sim valores eqüitativos de importância.
Dessa forma, os aspectos culturais de cada comunidade humana tornam-se
relevantes, a partir do pressuposto que foram construídos historicamente com base
naquela interação.
63
Com base nesses pressupostos, considera-se que a gestão dos meios de
hospedagem deve demonstrar atitudes responsáveis na redução dos impactos
ambientais, portanto, adotando uma conduta voltada para o equilíbrio do ambiente.
Dessa maneira, a responsabilidade ambiental torna-se um importante instrumento
gerencial para dar condições de competitividade às organizações de qualquer
segmento do turismo e da hotelaria.
No que diz respeito às empresas o que pode ser aplicado também para
os meios de hospedagem, Callenbach, et al. (2001), registram que o exemplo mais
importante da mudança de expansão para conservação, de quantidade para
qualidade é a mudança nos critérios fundamentais de “sucesso”, do crescimento
econômico para a consciência ecológica. [...] A administração com consciência
ecológica inclui a restrição do crescimento econômico, introduzindo também a
sustentabilidade como critério fundamental de todas as atividades de negócios. O
que persiste num sistema vivo ao longo do tempo é o padrão de organização, isto é,
a teia de relações que define o sistema como um todo integrado. Esse padrão, a
verdadeira essência do sistema, é uma característica qualitativa .
Algumas linhas de ação definem a percepção e responsabilidade
ambiental das empresas, influindo nas suas funções e estruturas internas. De acordo
com Cavalcanti (2001), a função ambiental na empresa tem por atividade/
responsabilidade controlar a performance interna e externa da regulação ambiental,
por meio de: capacitação e informação das pessoas; mensuração das emissões do
lixo, dos produtos e processos nocivos; elaboração de planos de emergência;
manter contato com a comunidade (órgãos governamentais, vizinhança, entidades
ambientalistas e públicos em geral); influenciar a estratégia política da empresa
desde o lançamento de uma nova planta, produto e/ou serviço.
Partindo desses pressupostos, entende-se que no desenvolvimento das
atividades de prestação de serviços em meios de hospedagem a situação passa
pelo mesmo processo visando à implantação da gestão ambiental.
Como precursor no desenvolvimento da gestão ambiental na hotelaria, há
a Inter-Continental Hotéis e Resorts, cadeia hoteleira com mais de 190
empreendimentos, espalhados por 70 países. Os hotéis pertencentes a essa cadeia
64
agem com compromisso social e são benchmarks de práticas sustentáveis na
hotelaria.
Em 1990, a instituição lançou o programa de iniciativas ambientais,
instituindo metas de comprometimento ambiental; são elas:
• conservar recursos naturais, sem sacrificar hóspedes e inalterando os padrões
de segurança e conforto do hotel;
• selecionar produtos e materiais de fontes ambientais responsáveis;
• minimizar e gerenciar os resíduos eficazmente;
• conhecer e compreender as diferenças regionais, criando soluções compatíveis
com a particularidade/peculiaridade da localidade;
• identificar maneiras para participar das ações comunitárias;
• usar a educação ambiental para desenvolver a consciência ambiental.
A Inter-Continental Hotéis e Resorts, em parceria com a World Business
Council for Sustainable Development (WBCSD), identificou práticas e técnicas
viáveis para a hotelaria. Por causa do grande comprometimento dos membros da
instituição, resolveu-se criar um manual de referência ambiental e divulgar tais
práticas e técnicas, O programa tomou-se o catalisador da International Hotels
Environment Iniciatives (IHEI), programa específico do segmento hoteleiro que tem
por objetivo disseminar informações a respeito de como melhorar a performance
ambiental nos hotéis. As ecotécnicas, desenvolvidas e divulgadas pela International
Hotels Environment Iniciatives (lHEI) fundamentam-se na estruturação técnica de
modelos ambientais (Swarbrooke, 2000).
Os meios de hospedagem que adotam a postura sustentável partem da
reavaliação de suas atitudes e da conscientização de seus membros. Com isso,
buscam uma postura menos danosa ao ambiente, por meio da otimização do uso
dos recursos, do reaproveitamento e da reciclagem dos resíduos.
Reportando-se ao esgoto e lixo no contexto da ecologia rural, os autores
dizem que:
65
com o ambiente amplo e densidade populacional baixa, os meios rurais, de maneira geral, não sofrem drasticamente os impactos da falta de saneamento ambiental. No ambiente esparso, a poluição é diluída, ficando o problema mais localizado, porém ela não deixa de existir. É evidente que uma família e uma pequena comunidade bebe e usa a água, alimenta-se de produtos locais e adquire produtos beneficiados nas cidades com suas embalagens. Tudo isso gera esgoto e lixo que é destinado ao meio. ( NATAL et al,2004, p. 62)
Natal et al (2004), ainda lembra que, os empreendimentos rurais,
incluindo-se os meios de hospedagem, geralmente adotam soluções próprias para
questões de saneamento. Muitas vezes sem orientação e desconhecedores dos
riscos retiram água de cacimbas mal cuidadas e erroneamente localizadas nas
imediações do equipamento, lançam águas servidas no terreiro ou em córregos
próximos, contaminando o ambiente. Fazem monturos de lixo também no ambiente.
Além disso, muitas vezes criam animais em estábulos ou granjas improvisadas e
localizadas muito próximo do equipamento.
Neste sentido, De Conto (2001) chama atenção para a importância de
estudos relacionados ao comportamento de turistas e prestadores de serviço
turísticos em relação ao manejo de resíduos sólidos no âmbito dos meios de
hospedagem, ressaltando:
O desenvolvimento de estudos sobre o gerenciamento de resíduos sólidos em hotéis permite desencadear o processo de sensibilização dos agentes responsáveis pelo manejo desses resíduos. Tais estudos buscam o manejo ambientalmente saudável dos resíduos, tendo como desafio mudanças comportamentais dos turistas, tornando-os agentes multiplicadores, principalmente na identificação de resíduos e na sua separação. Um hotel ambientalmente organizado, que busca em suas atividades não desperdiçar, reutilizar materiais, separar materiais nos serviços oferecidos aos turistas, demonstra ser um local não apenas para hospedagem, mas também para desenvolver o processo ensino/aprendizagem. O hotel passa a ser uma escola a partir do momento em que implanta seu plano de gerenciamento de resíduos e o socializa para todos os turistas. ( DE CONTO, 2001, p.67)
Ainda, a autora acima, destaca no gerenciamento dos resíduos sólidos as
instituições: IHA, IHEI e UNEP que apresentam informações importantes para
estudos e diagnósticos dos resíduos gerados nos hotéis, controle da tipologia e
quantidade dos resíduos gerados, medidas para redução de desperdícios, para
reciclar os resíduos, utilização de matéria orgânica, putrescível como adubo,
reutilização dos artigos de toalete, condições de estocagem de resíduos e controle
da geração de resíduos perigosos.
66
Abreu (2001,p.58), considera a atividade hoteleira como potencial
impactante do meio ambiente quando se refere “à utilização dos recursos naturais
como água e energia; (...) ao lixo que é gerado nesses locais, aos equipamentos,
aos produtos de uso diário, aos efluentes líquidos misturados com detergentes e
outros dejetos orgânicos, e a tantos outros fatores (...)
Os conceitos de sustentabilidade e preservação ambiental vêm-se
difundindo e consolidando, as empresas estão buscando desenvolver processos de
produção mais apropriados a essa realidade de conscientização ecológica. As
chamadas tecnologias limpas já são realidade em muitas áreas e, gradativamente,
tenderão a disseminar-se ainda mais intensamente, inclusive nos campos do turismo
e da hotelaria, conforme prevêem Lamprecht e Ricci (2001).
Natal et al (2004) se reportam ao abastecimento de águas no contexto de
ecologia rural, chamando atenção para a aplicação de fertilizantes químicos e
produtos tóxicos de ação inseticida. Nessas áreas, a alteração do ambiental, pela
perda da cobertura vegetal primitiva e revolvimento da terra, altera acentuadamente
o fluxo das águas de precipitação. Com o aumento do escoamento superficial os
contaminantes são levados mais rapidamente aos fundos de bacias, atingindo os
corpos d’água, além de contaminar o lençol de água e de aqüíferos, gerando águas
de nascentes contaminadas que atingem os rios usados para captação e uso nas
propriedades rurais.
Considerando que todas as pessoas têm direito à educação ambiental, a
Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tbilisi (1977) que até
hoje é marco referencial na Educação Ambiental de diversos países, apresenta os
seguintes princípios e objetivos básicos da Educação Ambiental :
• considerar o meio ambiente em sua totalidade, seja nos aspectos naturais ou
criados pelo homem;
• constituir um processo contínuo e permanente, começando pelo pré-escolar e
continuando através de todas as fases do ensino formal e não-formal;
• aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada
disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada;
67
• examinar as principais questões ambientais, dos pontos de vista local, regional,
nacional e internacional, de modo que os educandos se identifiquem com as
condições ambientais de outras regiões geográficas;
• concentrar-se nas situações ambientais atuais, tendo em conta a perspectiva
histórica;
• insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional
para prevenir e resolver os problemas ambientais;
• considerar de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de
desenvolvimento e de crescimento;
• ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais;
• destacar a complexidade dos problemas ambientais e, em conseqüência, a
necessidade de desenvolver o senso crítico e as habilidades necessárias para
resolver tais problemas;
• utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para
comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, acentuando
devidamente as atividades práticas e as experiências pessoais.
Zolcsak (2002), reconhece que a educação ambiental promove
experiências concretas sobre o ambiente, facilitando a descoberta de interrelações
entre os ambientes físicos, biológicos e sociais e desta maneira, motivando a
apreciação e o senso de responsabilidade pela conservação do ambiente.
Existem diversas classificações de correntes da educação ambiental,
Sorrentino (1995), colocando-as em 4 grandes categorias, tanto de teoria tanto da
prática: conservacionista; educação ao ar livre; gestão ambiental; e economia
ecológica.
A primeira está ainda bem presente nas sociedades avançadas, e mesmo
no Brasil, através da atuação de diversas entidades que defendem o manancial das
matas e da fauna.
A segunda, “educação ao ar livre”, esta presente no trabalho de antigos
naturalistas como escoteiros, espeleólogos, adeptos do montanhismo e educadores
que enfatizam as caminhadas ecológicas, as trilhas de interpretação da natureza,
68
turismo ecológico, alem daqueles que buscam o auto-conhecimento no contato com
a natureza.
A terceira categoria, “gestão ambiental”, possui forte implicação política e,
portanto, bastante presente nas lutas dos movimentos sociais pela despoluição das
águas e do ar, pela crítica ao sistema capitalista predador da natureza, pela
participação democrática das populações nas decisões que lhes afetam.
A quarta categoria, chamada de “economia ecológica”, inspira-se no
conceito de ecodesenvolvimento formulado por Sachs e aparece na elaboração de
documentos importantes como o Nosso Futuro Comum (Comissão Brundtland,
1987), Nossa Própria Agenda (1989) e no Cuidando do Planeta Terra (PNUMA/
WWF. Esta categoria está presente na atuação de organismos internacionais como
a FAO e UNESCO, ongs e Associações Ambientalista que defendem tecnologias
alternativas no trato da terra, no uso da energia e no tratamento de resíduos.
Sendo assim, a função de uma atividade de Educação ambiental, tanto
formal quanto informal, é despertar a razão e a emoção para um melhor
aproveitamento das informações que estão sendo transmitidas, protegendo os
recursos por meio da compreensão dos seus valores.
Os meios de hospedagem do espaço rural tem se revelado em expansão,
porém é preciso vincular a atratividade exercida pelo meio ambiente saudável, como
fator de agregação aos valores, políticas, cultura do setor e responsabilidade
ambiental.
2.5 A GESTÃO AMBIENTAL NOS MEIOS DE HOSPEDAGEM E O DIFERENCIAL MERCADOLÓGICO.
Na definição advinda da norma NBR ISO 14001 (ABNT,1996), o sistema
de gestão ambiental “é a parte do sistema de gestão global que inclui estrutura
organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas,
procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir,
analisar criticamente e manter a política ambiental”.
69
Ao ser utilizada como estratégia de mercado, a gestão ambiental abrange
novos mercados, fortalece a imagem da empresa, reduz os custos operacionais,
melhora o desempenho da empresa, reduz os riscos da atividade, criando-se assim,
um diferencial competitivo, para que as instituições garantam sua sobrevivência no
mercado (KINLAW, 1997; ANDRADE, TACHIZAWA e CARVALHO, 2000).
O segmento hoteleiro, como visto acima, transforma-se ao agregar o
paradigma ambiental, nas experiências e procedimentos usados em diferentes
programas de gestão comprometida com os melhoramentos ecológicos, ações e
planos de melhoria ambiental permanentes. E, esta deve ser uma atitude visível em
procedimentos ambientalmente corretos agregando “negócios” num mundo cada vez
mais “verde”, fazendo com que o caráter ambiental se torne um diferencial,
atendendo às exigências do mercado.
O processo criativo de transformação do meio com a ajuda de técnicas
ecologicamente prudentes, concebidas em função das potencialidades deste meio,
impede o desperdício de recursos, cuidando para que estes sejam empregados na
satisfação das necessidades de todos os membros da sociedade, dada a
diversidade dos meios naturais e dos contextos culturais e não restrito apenas à
introdução de tecnologias limpas, mas sim de soluções amplas, adequadas,
integradas e eficazes do ponto de vista ambiental e social.
Neste sentido Tachizawa e Faria (2002), revelam algumas questões
relativas à gestão e responsabilidade ambiental, relacionadas ao aumento da
qualidade e competitividade; atendimento ao consumidor com preocupações
ambientais; à comunidade e às pressões de Ongs ambientalistas. Enfim, estar em
conformidade com a política ambiental da empresa além de melhorar a imagem
perante o mercado.
A gestão ambiental envolve a passagem do pensamento mecanicista para
o pensamento sistêmico, e um aspecto essencial dessa mudança diz respeito à
concepção da natureza e de uma sociedade ambientalmente mais comprometida
incluindo-se, portanto, os equipamentos turísticos voltados para a hospitalidade no
espaço rural.
Ainda, Tachizawa e Faria (2002), tratando da responsabilidade social e
ambiental, enfatizam a relação direta com o conceito de efetividade enquanto
70
capacidade de cumprir as metas do desenvolvimento econômico-social. A
efetividade está vinculada à satisfação da sociedade com o atendimento das
demandas sociais, econômicas culturais e naturais. Portanto uma organização é
efetiva e, no caso dos meios de hospedagem no espaço rural, quando mantêm uma
postura ambientalmente responsável. Os autores ainda reforçam que é preciso levar
em conta a lucratividade no cumprimento de questões ambientais, o crescimento
mundial dos movimentos ambientalistas, a valorização de práticas ambientais e o
faturamento dependente direto dos consumidores que darão preferência aos
produtos e serviços ecologicamente corretos.
Para Enz e Siguaw (1999), os meios de hospedagem precisam agir
proativamente para garantir sua competitividade, agregando valor ao serviço
ofertado e assegurando a sustentabilidade.
Autores como Gohr, Moretto Neto e Santana (2002), fazem referência as
principais transformações do setor turístico ligados à globalização da economia,
avanços tecnológicos, mudanças nas condições de oferta e demanda e aos
problemas ambientais. Assim destacam a imagem de respeito com a natureza como
uma importante estratégia para os meios de hospedagem, tentando compatibilizar
benefícios econômicos e conservação do entorno.
De acordo com Backer (1998) apud Dreher (2004), tudo indica, pelas
necessidades mercadológicas, que a questão ambiental fará parte, em curto prazo,
das responsabilidades de gestores, sejam quais forem os setores econômicos e
sociais. Assim a necessidade de produtos e espaços sustentáveis, a maior
consciência do consumidor serão, portanto, os maiores argumentos a favor de
programas de gestão ambiental e, conseqüentemente, para atrair um mercado
consumidor mais consciente.
A gestão ambiental na hotelaria pode ser implementada adotando-se
tarefas ou procedimentos específicos a cada processo do hotel. Como ponto comum
destaca-se o desperdício que deve ser definitivamente abolido em qualquer
indústria, evidenciando à reutilização ou readaptação de produtos, para que se
tornem recarregáveis ou reaproveitados.
O processo de sensibilização e conscientização dos membros deve ser
sistemático e contínuo, pois visa mudanças de atitudes, onde a cultura do
71
desperdício dá lugar à racionalização dos recursos. Através desse tipo de atitude,
disseminados em todos os setores produtivos e instituições, é possível alcançar um
desenvolvimento menos danoso aos habitantes do planeta. Utilizando-se do
paradigma ambiental para transformar atitudes nas empresas será uma das
soluções para a busca de uma realidade menos cruel para todos.
Logo a transição na conduta empresarial reflete-se na adoção de uma
postura ambientalmente coerente. Essa conduta tem sido influenciada pelas
diversas contingências acima citadas, mas também pelo aumento das
regulamentações ambientais e necessidade de agir proativamente para alcançar
novos nichos de mercado.
Abreu (2001), alerta para o advento de um novo tipo de hóspede: «os
ilustres hóspedes verdes’ que dão título à sua obra. Esse tipo de hóspede, atento à
necessidade da prática de um turismo mais sustentável, vem mudando sua atitude
em relação ao meio ambiente e exigindo práticas ambientalmente mais saudáveis no
âmbito dos meios de hospedagem. Além disso, segundo o autor, os cuidados com o
meio ambiente acabam sendo um fator decisivo para a escolha entre um ou outro
hotel.
Desponta, nesse contexto, segundo Layrargues (2000) o consumidor
verde, que é aquele em cujo poder de escolha do produto incide, além da questão
qualidade/preço, uma terceira variável: o meio ambiente, ou seja, a determinação da
escolha de um produto agora vai além da relação qualidade e preço, pois este
precisa ser ambientalmente correto, isto é, não prejudicial ao ambiente em nenhuma
etapa do seu ciclo de vida. Dizem até que, de agora em diante, o simples ato da
compra determina uma atitude de depredação ou preservação do ambiente,
transferindo o ônus da responsabilidade ambiental à sociedade, não mais ao
mercado ou Estado.
Deste modo pode-se inferir que, ao ser utilizada como estratégia de
mercado, a gestão ambiental abrange novos segmentos, fortalece a imagem
ecológica, reduz os custos operacionais, melhora o desempenho das atividades,
reduz os riscos, e cria assim, um diferencial competitivo, para os meios de
hospedagem no espaço rural.
3 RESULTADOS
3.1 O CENÁRIO DAS ATIVIDADES TURÍSTICAS NO ESPAÇO RURAL DE SANTA CATARINA
As características próprias das fazendas e propriedades rurais de Santa
Catarina com diferentes estruturas, oferecem instalações de hospedagem, oferta do
patrimônio histórico-arquitetônico e étnico-cultural, além dos recursos naturais. Em
alguns casos, as atrações oferecidas estão relacionadas com o negócio principal da
propriedade podendo ser denominadas de propriedades temáticas.
Através da realização de uma pesquisa empírica desenvolvida no presente
trabalho, constatou-se que os equipamentos rurais de Santa Catarina, oferecem uma
amálgama de atividades, muitas vezes, não diretamente relacionadas com a
principal atividade econômica da propriedade.
Assim o cenário do espaço rural de Santa Catarina configurado nos
atrativos e atividades potenciais, específicas e diferenciadas, segundo Novaes
(2003) revela-se através:
• Monocultura ou plantações diversificadas – observação, aprendizado de técnicas
agrícolas, “colheita de maçãs” na região do Vale do Contestado e Região
Serrana; observação e colheita de uvas na região do Vale do Contestado, Serra
Catarinense e Encantos do Sul, além da visitação e compras nas vinícolas, entre
outras, oferecidas pelos meios de hospedagem do espaço rural;
• Fauna Nativa - a maioria das fazendas oferecem a chance de ver e estar perto
de animais e aves típicos da região, através dos roteiros disponibilizados aos
visitantes e turistas;
• Acesso às lides do campo – estimulado através da organização de caminhadas,
cavalgadas e outros passeios em espaços naturais, ou modificados pelas
atividades agropastoris com traços da cultura local;
• Restaurante típico colonial – a maioria das fazendas ou propriedades rurais
oferecem a possibilidade de experimentar a culinária típica rural, com a
preparação de refeições, cafés coloniais, biscoitos e doces caseiros, com
produtos produzidos na propriedade ou moradores locais;
73
• Loja de lembranças e artesanato típico – atividade que incrementa a renda
através da venda de produtos com preços atrativos, dentre eles objetos de vime,
couro, lã, rendas, bordados, artesanato de madeira, etc. A produção de
artesanato típico, além de revitalizar as atividades tradicionais, constitui-se em
fonte de trabalho e renda;
• Museu / exposição – pequenos museus ou exposições temporárias são
organizadas, no caso da fazenda possuir maquinário agrícola antigo, peças ou
móveis antigos construções de valor e interesse históricos. Enfim, museu rural,
museu da banana, da maçã, do vinho entre outros cativam os visitantes e
turistas;
• Opções de entretenimento para crianças – São organizadas atrações e áreas de
lazer dirigidas para crianças incluindo os programas de educação ambiental,
atividades de recreação e lazer como caminhadas, banhos de rio, jogos, etc;
• Eventos – O espaço rural permite a realização de alguns eventos como parte de
suas atrações, (rodeios, Festas do colono, campeonatos de bocha, Festa do
queijo e do vinho, Festa do Morango, Festa da colheita, leilões, entre outros
eventos esportivos e culturais);
• Ecoturismo - praticado em florestas, montanhas, rios, cachoeiras, ou seja nos
espaços naturais com objetivo específico de admirar, estudar, desfrutar de
paisagens, sua fauna e flora ou reviver aspectos culturais. O que implica numa
atitude científica ou filosófica de quem o pratica. Para Ceballos-Lascurain (2000),
a busca do equilíbrio entre o que se desfruta e prioridade de conservação é o
que caracteriza o ecoturismo. Constata-se a implantação de agências de turismo
receptivo com roteiros programados e atividades como trekking, canyoning,
cavalgada, rafting, rapel, caminhadas, esportes náuticos e passeios de charrete
nas diferentes regiões do Estado;
• Hospedagem alternativa – são os meios de hospedagens que oferecem
atividades de recreação e lazer: Pousada rural, hotel fazenda, camping
ecológico, eco-hotéis, vilas de campo, etc, que aproveitam os recursos humanos
locais, muitas vezes administrados dentro de modelos de administração familiar.
Outros, em menor número, apresentam modelos de gestão dentro dos padrões
da moderna administração hoteleira.
74
Este cenário permite inferir que existe uma aproximação da realidade
constatada, através da pesquisa empírica com o referenciado pelos autores como:
Oxinaldi (1994), Tulik (1997), Rodrigues (1998), Cavaco (2001) Graziano (1998),
Beni (2002), dentre outros, confirmando as discussões sobre a pluriatividade rural,
enquanto uma nova forma de urbanização do meio rural, através de uma difusão de
atividades e relações econômicas.
Logo, também em Santa Catarina como em outros estados ou países, o
deslocamento de pessoas a espaços rurais, em roteiros programados ou
espontâneos, com ou sem pernoite, buscam as diversidade de atividades seja pela
vivência e participação nas atividades agropastoris, turismo de aventura, turismo
cultural e de eventos rurais, turismo esportivo, turismo de habitação, compras de
produtos coloniais e artesanato local entre outras atividades que não se excluem e
que se completam, independente das diferentes conceituações sobre a temática.
Neste contexto, as propriedades rurais de Santa Catarina, que possuem
atividade produtiva ou não podem oferecem diversos tipos de serviços turísticos:
hospedagem, gastronomia típica, venda de produtos artesanais locais, lazer e
entretenimento, além da oportunidade dos visitantes desfrutarem diferentes
ambientes rurais, em contato com a natureza e costumes fora do ambiente urbano.
Pode-se dizer que como existe uma grande variedade de paisagem nas diferentes
regiões rurais, bem como riqueza e diversidade cultural nas propriedades com
sistema produtivo peculiar, cada espaço tem o seu próprio turismo, de modo que não
se pode falar, em um turismo rural, mas sim em um conjunto de práticas turísticas
em espaço rural.
Considerando a configuração do cenário das atividades turísticas que
ocorrem em Santa Catarina, vale destacar o papel fundamental das mesmas, como
complemento de rendimentos, de reforço da identidade e da imagem de lugares,
bem como da auto-estima das populações, com seus valores e cultura, na medida
em que estimula a valorização do patrimônio cultural rural-material através das
edificações e imaterial através dos saberes e fazeres do espaço rural.
75
3.2 A PANORÂMICA DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM NO ESPAÇO RURAL
O órgão oficial de turismo do estado de Santa Catarina – SANTUR
elaborou, em 2002, um Guia de Turismo Rural do Estado (Anexo A) apresentando a
capacidade de hospedagem distribuída por região, totalizando 52 equipamentos e
820 unidades habitacionais, que serviu de base para a presente pesquisa. Deste
universo fazem parte pousadas, propriedades rurais transformadas em meios de
hospedagem, porque possuem amplas instalações receptivas, algumas de valor
histórico-patrimonial e arquitetônico de época que, adaptadas, permitem absorver
parte de uma demanda diferenciada. Ainda incluem-se os modernos hotéis-fazenda,
especialmente edificados nas áreas rurais de Santa Catarina, de destacado valor
cênico-paisagístico.
Vale destacar que, os dados acima não revelam a realidade atual, pois
existem propriedades que oferecem serviços de hospedagem assim como meios de
hospedagem construídos recentemente e até outros que, na época, não se
cadastraram no referido guia de hospedagem. Outros documentos como o Guia para
Profissionais de Turismo lançado pelo Ministério e governo de Santa Catarina, em
2004, apresentando os destinos catarinenses das oito regiões do estado,
apresentam outros meios de hospedagem. Do mesmo modo, uma publicação
realizada pela ABIH-SC, em 2003, sobre os roteiros turísticos integrados (Anexo E),
também faz referência aos meios de hospedagem registrando somente os filiados à
referida associação, no entanto, inclui alguns do espaço rural, distribuídos nas
diferentes regiões, conforme mapeado no processo da política de Regionalização do
Turismo em Santa Catarina.
Também foi publicado, em 2003, pelo Órgão oficial de turismo do Estado
de Santa Catarina, um levantamento ilustrado sobre os principais atrativos dos 18
municípios da Serra Catarinense, destacando o potencial turístico revelado na
cultura, história, atrativos naturais e equipamentos turísticos. (Anexo F)
O desenvolvimento do turismo no espaço rural de Santa Catarina está
incrementando novas atividades e programações oferecidas pelos meios de
hospedagem. Algumas delas possuem uma evidente base agrícola ou pecuária
76
tradicional, outras investindo na criação de aves e animais exóticos, agricultura
orgânica, fruticultura, cultivo de plantas ornamentais, programas de lazer e
entretenimento no espaço rural, eventos diversos, entre outros.
O turismo de rios e represas, em várias regiões do Estado, destaca-se
como importante fator de indução do crescimento das atividades do turismo de
aventura e esportes aquáticos no espaço rural com investimentos na hotelaria.
As programações de cursos especiais de culinária típica e artesanato local
ou roteiros de visitações nas propriedades rurais têm influenciado na movimentação
de turistas e visitantes em diferentes regiões do estado de Santa Catarina,
movimentando a taxa de ocupação hoteleira, especialmente na região Serrana.
Constata-se ainda que a oferta turística no espaço rural de Santa Catarina
é diversificada, mas para satisfazer o cliente, segundo Rodrigues (1998) os meios de
hospedagem precisam permanecer constantemente atentos às expectativas e
necessidades da demanda real e potencial como também analisar os impactos da
atividade.
Conforme os resultados da pesquisa, alguns equipamentos estão
investindo na adaptação de seus produtos e serviços, desenvolvendo a qualidade e
promovendo, gradativamente, as adequações necessárias, segundo as exigências
do mercado. Por outro lado, são iniciativas que demonstram limitações, em relação
ao modelo de gestão de meios de hospedagem, mais especificamente, em relação à
gestão ambiental.
Estudos de De Conto (2004), Dreher (2004), Gonçalves (2004),Tigre
(1994), Layrargues (2000) entre outros, retomados na análise dos resultados da
pesquisa de campo, na conclusão do subitem 3.3.1, permitem inferir que esta oferta
de produtos e serviços, assim como a comunidade rural necessita de intervenções
do poder público cumprindo com o seu papel em prol do desenvolvimento
sustentável e demais segmentos da sociedade civil organizada, no sentido de
instrumentalizar os proprietários rurais envolvidos com o turismo no espaço rural.
Como diz Beni (2003), o equilíbrio entre a atividade humana e o
desenvolvimento e a proteção do ambiente exige uma repartição de
77
responsabilidades em relação ao consumo e ao comportamento face aos recursos
naturais.
Isto implica na integração de considerações ambientais na formulação e
na implementação de políticas econômicas e setoriais, nas decisões das autoridades
públicas, na operação e no desenvolvimento dos processos de produção e nos
comportamentos e nas escolhas para o desenvolvimento do turismo rural. Implica,
igualmente, na existência de um diálogo real e a pactuação de ações de parceria.
3.3 O RESULTADO E ANÁLISE DA PESQUISA DE CAMPO
3.3.1 Os comparativos e análises da gestão ambiental, por regiões
O primeiro contato com os empreendimentos hoteleiros no espaço rural de
Santa Catarina, ocorrido em 2004, foi através de telemarketing. Inicialmente foram
selecionados todos meios de hospedagem, conforme constava no referido Guia da
SANTUR. Utilizou-se de comportamento ético em relação à exposição dos
resultados, apresentando os dados, regionalmente. Além dos telefonemas
realizaram-se algumas visitas técnicas para observações e entrevistas
assistemáticas. O resultado da pesquisa de 2004, em relação aos indicadores de
condutas ou princípios de gestão ambiental, por regiões, aparece na Tabela, a
seguir:
78
Tabela 2 – Distribuição dos meios de hospedagem por região
MUNICÍPIOS N° de Hotéis Cadastrados
N° de Hotéis Pesquisados
N° de Hotéis Pesquisados que apresentam algumas práticas ambientais
% de Hotéis Pesquisados que apresentam algumas práticas ambientais
Região Norte
Araquari 1 1
Campo Alegre 1 1
Itapoá 1 1
Joinville 3 3
São Francisco do Sul 1 1
TOTAL 12 7 7 100%
Região Sul
Araranguá 1 0
B. Arroio Silva 1 1
Imaruí 2 1
Jaguaruna 1 1
Lauro Muller 1 0
Pedras Grandes 1 1
TOTAL 8 7 4 57,14%
Região Oeste
São Jose dos Cedros 1 0
Treze Tílias 1 0
TOTAL 6 2 0 0,00%
Região Serrana
Bom Jardim da Serra 1 1
Lages 5 3
Urubici 5 3
Painel 1 1
São Joaquim 1 0
TOTAL 13 13 8 61,54%
Região Litoral Centro
Angelina 1 0
Antonio Carlos 1 0
Florianópolis 1 1
Gov. Celso Ramos 1 1
Sto. Amaro da Imperatriz 1 0
São Pedro de Alcântara 1 0
TOTAL 6 6 2 33,33%
Região Vale do Itajaí
Benedito Novo 1 0
Gaspar 2 2
Presidente Getúlio 1 0
Rio dos Cedros 1 1
Massaranduba 1 1
TOTAL 8 6 4 66,66%
Fonte: SANTUR e pesquisa realizada por Novaes (2004)
79
A pesquisa evidenciou que na Região Norte a totalidade (100%) dos
equipamentos entrevistados estão voltados para comportamentos ambientalmente
corretos. Ressalta-se que, este quadro não representa a totalidade dos
equipamentos existentes na época, nem que os pesquisados adotam a maioria
práticas ambientais elencados nos indicadores apresentados na Tabela 3.
Na Região Norte, dos 7 meios de hospedagens, pelo menos 1, adota em
sua prática de gestão ambiental um dos indicadores apontados. O que ainda
apresenta pouca significância se considerarmos que somente 3, fazem a coleta
seletiva do lixo e somente 2 estão envolvidos com educação ambiental.
Na Região Sul a porcentagem de meios de hospedagem ambientalmente
comprometidos chega a 57,1%, embora dos 7 meios de hospedagem, somente 4
apresentaram um indicador de comprometimento com a gestão ambiental, de modo
incipiente, em relação à coleta seletiva do lixo, tratamento de esgoto, educação
ambiental e economia de água e energia.
É possível inferir que os resultados apontam para o baixo nível de
utilização de práticas ambientais em todas as regiões que desenvolvem turismo no
espaço rural. As iniciativas ainda incipientes revelam a inexistência de uma cultura
organizacional inovadora e direcionada às exigências do mercado.
Na Região Oeste as iniciativas neste sentido não foram constatadas, pela
dificuldade de comunicação, resultando na pesquisa com somente 2 meios de
hospedagem dos cadastrados na Santur (2002), e que não permitiu diagnosticar as
situações de comprometimento ambiental.
Já na Região Serrana, foi possível pesquisar a totalidade (13) dos
equipamentos cadastrados, quando 61,5% dos equipamentos pesquisados
apresentaram procedimentos voltados para a gestão sustentável, conforme Figura 4.
O que é representativo, mesmo que as ações sejam de coleta seletiva do lixo,
educação ambiental e utilização de formas alternativas de geração de energia, sem
contar com os demais indicadores timidamente visíveis, na Tabela 3.
80
Na região de Lages, conhecida como a capital do turismo rural aparece a
maior concentração de hotéis-fazenda e investimentos em hotéis e pousadas
temáticas, além dos condomínios rurais. Constatou-se pelas visitas técnicas aos
meios de hospedagem que alguns gerentes e proprietários têm claro a percepção
de que os hóspedes verdes já estão influenciando o mundo dos serviços turísticos,
definindo com precisão os tipos de produtos e serviços que preferem. Assim, os
dirigentes estão repensando seus produtos, serviços e suas formas de gestão,
buscando novas alternativas que não agridam o meio ambiente.
Figura 4 - Hotéis pesquisados no espaço rural que apresentam práticas ambientais Fonte: pesquisa realizada por Novaes (2004)
Na Região do Litoral Centro dos seis hotéis cadastrados e pesquisados,
na época, somente 33,3% desenvolvem alguma prática de gestão ambiental. Na
verdade, somente 2 hotéis, apresentam práticas ambientais, mais especificamente
em relação à educação ambiental e coleta seletiva de lixo, além de outros
procedimentos ambientais isolados.
Na Região do Vale do Itajaí existem muitos equipamentos que não se
cadastraram no Catálogo da Santur. Considerando que a pesquisa foi realizada
81
com 6 meios de hospedagem e somente 4 usam de práticas ambientais, no
comparativo das regiões passa a representar, proporcionalmente, o segundo maior
percentual de comprometimento com condutas ambientais. Nesta região 66,6%
reconhecem a importância e adotam algum procedimento ambiental. Ressalta-se
que nas visitas técnicas ficou evidenciado, pelas gerências, a preocupação em
ampliar a adoção dos indicadores pesquisados, principalmente em relação à
educação ambiental, coleta e tratamento dos resíduos.
De Conto (2005), chama atenção para a importância da realização de
pesquisas sobre o manejo de resíduos no âmbito dos diferentes meios de
hospedagem para auxiliar no esclarecimento de possibilidades de melhorias na
construção de relações entre diferentes etapas de gerenciamento desses resíduos,
que constituem crescentes problemas sociais e ambientais.
Em conversa com alguns dirigentes dos meios de hospedagem, ficou
evidenciada, a percepção da maioria, em relação aos hóspedes que atentos à
gestão ambiental nos meios de hospedagem, e procedimentos adotados com os
resíduos sólidos, consumo da água e de energia e, conseqüentemente, a redução
dos desperdícios nesses meios de hospedagem, demonstrando comprometimento
com a gestão ambiental, o que passa a agregar valor e diferencial mercadológico.
Sabe-se que a implantação de um processo de educação ambiental
implicaria numa sensibilização, transmissão de conhecimento e busca de um
comprometimento do visitante como do cidadão da comunidade, visando sua
conscientização para modificação de comportamentos, valores e hábitos sociais.
A Figura 4, anteriormente apresentada, na página 80 permite fazer um
comparativo dos resultados percentuais, por região, o que não representa a
totalidade dos equipamentos cadastrados no catálogo da Santur (2002), conforme
mencionado na metodologia da pesquisa . Numa análise global constata-se que a
gestão ambiental, na grande maioria dos meios de hospedagem no espaço rural
ainda é insignificante e sem foco resultante de planejamento e gestão. Mesmo
assim, destacou-se na Região Serrana, Vale do Itajaí e Região Sul o
comprometimento de alguns meios de hospedagem do espaço rural, globalmente
visualizado na Tabela 2, na página 78 anteriormente exposta.
82
Tabela 3 - Indicadores de gestão ambiental e sua verificação nos meios de hospedagem do espaço rural.
Indicadores Presença dos indicadores nos hotéis por região
Norte Sul Oeste Serrana Litoral Centro
Vale do Itajaí
%
01-Coleta seletiva de lixo 3 2 - 8 2 4 46,34%
02-Controle de qualidade de mananciais de água 1 - - - 1 2 9,75%
03-Controle de qualidade do solo para plantio 1 - - - 1 1 7,31%
04-Educação ambiental com hospedes e funcionários 1 1 - 2 1 3 19,51%
05-Políticas de economia de água e energia elétrica 1 1 - 1 1 2 14,63%
06-Preocupação com impacto no momento da construção do hotel - - - - - 2 4,87%
07-Preservação de Sambaquis e Sítio Arqueológicos - 1 - - - 3 9,81%
08-Preservação de trilhas ecológicas 1 - - 1 1 1 9,81%
09-Reaproveitamento de lixo orgânico 1 - - 1 1 1 9,81%
10-Reflorestamento - - - - - 1 2,43%
11-Reserva particular de preservação 1 - - - - - 2,43%
12-Supervisão de profissionais da área ambiental - - - 1 1 1 7,31%
13-Trabalhos educativos junto a escolas 2 - - - 1 3 14,63%
14-Tratamento de esgoto sistema orgânico 1 1 - 1 1 2 14,63%
15-Utilização de formas alternativas de geração de energia 1 - - 3 - 2 14,63%
Fonte: Novaes ( 2004)
Quanto às atividades realizadas que demonstram algum comprometimento
com a gestão ambiental, ressalta-se na Tabela 3 e as Figuras 5 e 6 que salvo, um
ou outro equipamento, as ações ainda não decorrem de situações de gestão
ambiental estratégica, devidamente planejada. Na totalidade dos 41 meios de
hospedagem pesquisados, aparecem somente 3 equipamentos (7,3%), que aplicam
projetos ambientais com supervisão de profissionais da área.
Quanto à Coleta seletiva de lixo, menos da metade dos meios de
hospedagem, ou seja, 46,3% da amostragem realizam tal procedimento. O que
revela preocupação, pois com a tendência de aumento do turismo em áreas
naturais, crescerá o volume de resíduos. O não tratamento destes resíduos pode
contribuir significativamente para a degradação do ambiente, em detrimento da
qualidade de vida no espaço rural.
A coleta seletiva é definida pela ABNT como “coleta que remove os
resíduos previamente separados pelo gerador, tais como: papéis, latas, vidros e
outros” (NBR 12.980, 1993, p.3). A temática é bastante abordada atualmente, pois
afeta a humanidade e o meio ambiente.
Conforme defendido por vários autores “a associação do consumo” à
“qualidade de vida” representa precisamente um destes valores de fundamental
importância para a questão ambiental. A principal alternativa está na adoção de
Programas de Coleta Seletiva e Reciclagem, como esforço para diminuir os
resíduos.
Nesse sentido, a educação ambiental é uma peça fundamental para o
sucesso de qualquer programa de coleta seletiva, que ameniza o impacto negativo
das populações e dos turistas sobre o meio ambiente rural. Essa forma de
educação, que neste caso visa ensinar o cidadão sobre o seu papel como gerador
de lixo, é principalmente dirigida às escolas, mas sem deixar de abranger a
comunidade inteira. Quando à população fica ciente do seu poder ou dever de
separar o lixo, passa a contribuir mais ativamente com programas desta natureza.
Com isso, há uma diminuição cada vez maior dos materiais outrora destinados ao
aterro sanitário e uma maior economia de recursos. A informação sobre a realização
da coleta seletiva deve ser divulgada regularmente ao público em geral, prestando
contas dos benefícios e metas. No desenvolvimento dos programas de educação
84
ambiental destaca-se o efetivo papel dos órgãos públicos na implantação e
monitoramento das políticas de educação ambiental.
A educação ambiental com hóspedes e funcionários apresentou uma
participação de 19,5%, o que permite inferir que embora ainda represente o mínimo,
tal realidade tende a expandir-se considerando que é condição necessária para a
construção de um mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado.
A educação ambiental deve envolver aspectos primordiais relacionados
com o desenvolvimento e o meio ambiente, tais como: população, saúde, direitos
humanos e degradação da flora e fauna, promovendo cooperação e diálogo entre
indivíduos e instituições, com a finalidade de criar novos modos de vida, baseados
em atender às necessidades básicas de todos.
O tratamento de esgoto e o reaproveitamento de lixo orgânico, embora
incipiente, somado representa 26,8%. Atualmente a questão ambiental não se
restringe aos problemas de poluição gerado na saída do processo, mas sim à
operação por completo, não só das indústrias mas também dos demais segmentos
econômicos, incluindo-se os serviços turísticos e de hospedagem.
Os fatores que tornam a reciclagem do lixo economicamente viável
convergem, para a proteção ambiental e a sustentabilidade do desenvolvimento,
pois referem-se à economia de energia, à economia de matérias-primas, à economia
de água e à redução da poluição do subsolo, do solo, da água e do ar. Convergem
também para a promoção de uma forma de desenvolvimento econômica e
socialmente sustentável, resultando pois em ganhos para a sociedade.
Outros indicadores como utilização de formas alternativas de geração de
energia em 14,6% dos MHER ; trabalho educativo junto às escolas (14.6%);
preservação de trilhas ecológicas em 12,1% dos equipamentos, permite reforçar que
a questão ambiental se torna mais evidente, também no segmento dos meios de
hospedagem, como conseqüência da pressão dos consumidores, dos órgãos de
regulação e das organizações não governamentais.
Autores como Goldner, Ritchie e McIntosh (2002), destacam que os
turistas também precisam ser educados em relação ao consumo, com obrigações e
responsabilidades, no sentido de colaborarem com os projetos ambientalmente
responsáveis. Assim os programas de educação ambiental passam pela
85
sensibilização e envolvimento de todos os atores envolvidos no processo: setor
público, iniciativa privada, organizações não-governamentais, organismos
voluntários e comunidade.
Destaca-se que todos os meios de hospedagem precisam ter clareza de
suas operações, de entradas (água, energia e matéria-prima) e das saídas (produtos
resultantes das atividades diárias), nunca esquecendo que os resíduos sólidos como
restos de alimentos, resíduos de limpeza de jardim, composto orgânico mesmo que
indesejáveis, constituem esses produtos.
Figura 5 - Representação regional dos indicadores ambientais Fonte Novaes (2006)
01-Coleta seletiva de lixo02-Controle de qualidade de mananciais de água03-Controle de qualidade do solo para plantio04-Educação ambiental com hospedes e funcionários 05-Políticas de economia de água e energia elétrica 06-Preocupação com impacto no momento da construção do hotel07-Preservação de Sambaquis e Sítio Arqueológicos08-Preservação de trilhas ecológicas09-Reaproveitamento de lixo orgânico10-Reflorestamento11-Reserva particular de preservação12-Supervisão de profissionais da área ambiental13-Trabalhos educativos junto a escolas14-Tratamento de esgoto sistema orgânico15-Utilização de formas alternativas de geração de energia
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Norte Sul Oeste Serrana Litoral Centro Vale do Itajaí
86
Visualizando os resultados, por região, conforme Figura 5, constata-se que
a Região do Vale do Itajaí, embora com a representatividade de 6 meios de
hospedagem, apresentou, proporcionalmente, as maiores contribuições quanto ao
comprometimento com a gestão ambiental
Reforçando a importância do envolvimento integrado de ações e agentes
na direção da sensibilização ambiental, De Conto (2005), recomenda desenvolver o
programa como um instrumento de difusão de conceitos práticos de
responsabilidade ambiental, promovendo ações que envolvam todo o empresariado
dos meios de hospedagem rural, a comunidade, o poder público, os fornecedores,
os funcionários e, principalmente, os hóspedes.
As práticas ambientais realizadas nos equipamentos de hospedagem do
espaço rural de Santa Catarina ainda são relativamente limitadas, o que denota
preocupação em relação à preservação do patrimônio ambiental.
Os meios de hospedagem no espaço rural como toda empresa utilizam os
recursos naturais e, ao se utilizarem deles, contribuem para a redução dos mesmos ,
o que passa a ser representativo nos impactos ambientais decorrentes do lixo
gerado, do uso dos diferentes equipamentos e utensílios, dos produtos orgânicos e
químicos de uso diário, dos efluentes lançados nos rios, entre outros.
Os demais indicadores ambientais foram de pouca representatividade
apesar da tendência de alterações positivas no contexto de trabalho educativo nas
escolas, reaproveitamento do lixo orgânico, preservação de sambaquis e sítios
arqueológicos, qualidade do solo para plantio.
Analisando os resultados globais da Figura 6, confirma-se o baixo
comprometimento com a adoção de práticas de gestão ambiental, nos meios de
hospedagem do espaço rural de Santa Catarina. Tal resultado é influenciado pela
cultura da organização, fator essencial para a efetividade da implantação de
medidas que visam aprimorar a conduta dos meios de hospedagem no que diz
respeito à gestão ambiental.
87
Figura 6 – Representação global dos indicadores ambientais em Santa Catarina Fonte Novaes (2006)
Com base nos resultados apresentados, pôde-se inferir que o turismo no
espaço rural catarinense não pode ser considerado de atitudes e hábitos
preservacionistas, na sua totalidade. O turismo ainda apresenta-se como um
consumidor das paisagens, algumas vezes um instrumento de descaracterização
das comunidades anfitriãs e sua cultura e causador de impactos no ambiente
natural.
01-Coleta seletiva de lixo02-Controle de qualidade de mananciais de água03-Controle de qualidade do solo para plantio04-Educação ambiental com hospedes e funcionários 05-Políticas de economia de água e energia elétrica 06-Preocupação com impacto no momento da construção do hotel07-Preservação de Sambaquis e Sítio Arqueológicos08-Preservação de trilhas ecológicas09-Reaproveitamento de lixo orgânico10-Reflorestamento11-Reserva particular de preservação12-Supervisão de profissionais da área ambiental13-Trabalhos educativos junto a escolas14-Tratamento de esgoto sistema orgânico15-Utilização de formas alternativas de geração de energia
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
88
O homem ainda é o principal agente a desrespeitar as regras que levam à
estabilidade do ecossistema. As atividades do turismo rural necessitam de políticas
específicas no que diz respeito à gestão ambiental e responsabilidade sócio-
ambiental, na perspectiva de alcançar as vertentes de crescimento econômico,
equidade social e equilíbrio ecológico.
Quanto à gestão dos meios de hospedagem do espaço rural de Santa
Catarina, as práticas ambientais de certo modo bastante incipientes, ainda exigem
programas de educação ambiental, para utilizarem de tecnologias limpas e de novas
formas de gerir os meios de hospedagem de modo a minimizar os desperdícios e
racionalizar o uso dos recursos naturais.
Considerações de pesquisas de manejo de resíduos sólidos, em Caxias
do Sul, realizadas por De Conto (2004), expõe dados que apresentam uma parte,
ainda limitada, da situação desses resíduos gerados no âmbito dos meios de
hospedagem. Mas apontam para uma análise, uma reflexão e uma mudança de
condutas que os agentes responsáveis por esses meios devem desenvolver em
relação aos serviços que realizam e aos resíduos resultantes dos mesmos. Assim,
reforça a autora, é de suma importância que os meios de hospedagem assumam
suas responsabilidades pela geração dos resíduos sólidos; desenvolvendo um
ambiente adequado para a segregação, acondicionamento e armazenamento dos
resíduos; inserindo programas de sensibilização dos funcionários para problemas
relacionados aos resíduos sólidos em relação ao meio ambiente.
Dreher (2004), pesquisando sobre a responsabilidade ambiental dos
hotéis de Blumenau, destaca as falhas de compreensão sobre responsabilidade
ambiental, no atual comportamento dos empreendedores. Neste contexto, percebeu-
se que a maioria deles possui visão limitada sobre a responsabilidade ambiental,
pois dizem que compreendem a problemática, contudo não apresentam condutas
ecologicamente corretas. Entende-se que só há responsabilidade quando há
participação e comprometimento.
Ainda a autora relata, em sua pesquisa, que a maioria dos
empreendedores turísticos percebem a problemática ambiental e a necessidade de
transformação da precariedade da situação atual, concordando que a política
89
ambiental inserida no plano de negócios pode ser um dos instrumentos de
minimização dos problemas.
Gonçalves (2004), realizou uma pesquisa junto ao Hotel-Escola SENAC
Águas de São Pedro, e concluiu que, considerando a discussão teórico-conceitual
dos sistemas de gestão ambiental, pode-se afirmar que, atualmente, os
consumidores estão mais sensíveis aos aspectos visíveis da questão ambiental, mas
ainda não são exigentes quanto à qualidade ambiental das operações
implementadas pelas empresas que lhes prestam serviços.
No caso específico do hotel-escola, observou-se que as melhorias
ambientais desenvolvidas, inicialmente, não foram fruto de uma exigência do
mercado, mas decorreram, aparentemente do caráter educacional que envolve o
empreendimento, de uma visão mais abrangente de sua alta administração no que
se refere à responsabilidade social e às futuras pressões da nova legislação
hoteleira em vigor no Brasil.
Verificou-se, também nos estudos acima, que a implantação do SGA
baseado na ISO 14000 não chegou a se caracterizar, num primeiro momento, como
um diferencial turístico que contribuísse para melhorar o posicionamento competitivo
do hotel diante da concorrência, ainda que as questões relativas ao meio ambiente
sejam fundamentais para essa atividade.
A pesquisa de Tigre (1994) sobre a gestão ambiental, demonstrou que a
regulamentação governamental é o principal indutor da adoção de soluções
ambientais pela indústria. O mercado, sozinho, é insuficiente para alterar o
comportamento das empresas em relação ao meio ambiente. Assim, uma política
pública de controle da poluição, por mínima que seja, é vital para a transição à
sustentabilidade com uma gestão ambiental coerente, enquanto indicadores não
apontarem a existência de um número significativo de consumidores verdes a ponto
de tal fato implicar estímulos para a reconversão industrial às tecnologias limpas.
Layrargues (2000), em pesquisa realizada sobre sistema de
gerenciamento ambiental em empresas, chegou a conclusão que, a proposta
empresarial de “mudança de rumo em direção a uma nova era” perde seu
fundamento. O núcleo central que representa a estrutura vital dos paradigmas
90
norteadores da civilização industrializada de consumo permanece inalterado, não
ocorreram mudanças paradigmáticas. O que ora se presencia explicita apenas
mudanças de comportamentos dirigidos ao estilo de consumo, e não mudanças de
valores. Pode ser que a cultura do desperdício seja substituída pela cultura da
reciclagem, mas essa é uma transição míope, pois, enquanto não se questiona a
ideologia do consumismo, ela obedece unicamente ao interesse empresarial em
recuperar sua matéria-prima ao menor custo possível.
Tratando especificamente sobre unidades produtivas rurais no Estado de
São Paulo, Esteves (2004), fazendo um estudo sobre a sustentabilidade do turismo
rural, dentro das dimensões econômicas, sociais, ambientais e culturais apontadas
por Beni (2000), concluiu que apesar de variar bastante de uma UPR para outra,
existe uma preocupação ambiental, fato que indica uma tendência favorável, devido
à valorização dos aspectos voltados para preservação ambiental.
Ainda pesquisas realizadas na temática de gestão ambiental, por Polizelli
et al (2005), De Simone e Popoff (2000), Zolcsak (2002), Esteves (2004) entre
outros, falam de um cenário que demonstra perspectivas de avanço no
comportamento das empresas estudadas, com início de uma postura mais integrada
em relação às questões ambientais. Contudo, ao mesmo tempo, os meios de
hospedagem, mostram-se carentes de alguns instrumentos de intervenção como o
marketing ambiental.
3.3.2 Os resultados e análises da aplicação dos questionários
Na constatação de que a implementação de programas de gestão
ambiental, seja um fenômeno relativamente recente nos equipamentos turísticos, de
acordo com estudos sobre programas de certificação da atividade; que meios de
hospedagem estão agregando valor e significativos para potencias consumidores do
turismo, aliado a debate em torno das questões ambientais; que a sociedade de
forma geral está mais atenta aos hábitos diários e seus impactos no meio ambiente;
que o aumento da consciência ambiental deu origem a um novo segmento do
91
mercado composto por consumidores com atitudes positivas em relação à produtos
verdes ou a adoção de ética no consumo e, considerando as possibilidades de
implantar práticas ambientalmente corretas nos equipamentos do espaço rural
aplicou-se a presente pesquisa.
A finalidade foi a identificação do cenário da gestão ambiental nos meios
de hospedagem do espaço rural de Santa Catarina, com a aplicação de
questionários (Apêndice B), aplicado em 2005, junto aos dirigentes dos referidos
equipamentos, distribuídos nas regiões turísticas.
Adotou-se como referência, para a escolha da amostra o Guia de Turismo
Rural desenvolvido pela SANTUR, em 2002 (Anexo A).
Conforme o referido Guia, foram listados diversas pousadas rurais e
hotéis-fazenda, separados por seis regiões que desenvolviam, na época, em 2002, o
turismo rural no Estado, ou seja: região Norte, Sul, Oeste, Região Serrana, Litoral
Centro e Vale do Itajaí.
Considerando que, nem todos os equipamentos listados no referido Guia,
eram meios de hospedagem ou, no momento da pesquisa, não estavam oferecendo
serviços de hospedagem, a amostra resultou em 41 meios de hospedagem,
efetivamente pesquisados.
Os resultados a seguir, apresentados em forma de gráficos, constam no
Apêndice C, em forma de planilhas numéricas.
Figura 7 - Origem geográfica dos hóspedes. Fonte Novaes (2005- 2006)
92
A origem dos hóspedes que utilizavam os MHER do espaço rural de Santa
Catarina, no período de 2004 a 2006, indicou que 100% dos hóspedes, da região
Sul eram provenientes de municípios do estado. Em menor percentual os hotéis
rurais do Litoral Centro (86%) e da Região Serrana (75%), também recebiam
hóspedes de Santa Catarina, confirmando uma demanda de turismo rural regional,
com eventuais ocorrências de hóspedes de outros estados. Na Região Norte
revelou-se a procedência do Paraná, talvez pela localização, próximo de Curitiba,
inclusive nesta região apareceu a visita de europeus.
Figura 8 - Classe de Renda dos hóspedes. Fonte Novaes (2005- 2006)
A classe de renda dos turistas, conforme relatado pelos meios de
hospedagem ficou entre 6 e 10 salários mínimos para os hóspedes da Região
Serrana com mais de 65% seguida do Região do Litoral Centro ou a Grande
Florianópolis com 55% dos hóspedes e da Região Sul com 43%.
Num comparativo com a coluna que representa a faixa de 2 a 5 salários
mínimos aparece um certo equilíbrio, sobressaindo-se os MHER da Região Sul,
Norte e Litoral Centro, em torno de 50% dos equipamentos que recebiam hóspedes
dentro da referida faixa salarial.
Os hóspedes com renda superior a 10 salários mínimos, apareceram nos
MHER da Região do Vale do Itajaí, seguido da Região Norte com 13%.
93
Figura 9 - Procedimentos para gestão ambiental, no enfoque da sustentabilidade. Fonte Novaes (2005-2006)
Da totalidade dos MHER, por região do Estado de Santa Catarina,
pesquisados no período, quanto aos procedimentos de gestão ambiental,
sobressaiu-se a Região Norte (86%), seguida dos meios de hospedagem localizados
no Vale do Itajaí (67%), Região Serrana (54%), Sul (54%) e Litoral com 33%,
conforme representado na Figura 9. Evidenciou-se, na referida figura, que os meios
de hospedagem do Litoral Centro foram os que menos investiram em procedimentos
ambientais.
Esses resultados, embora num recorte temporal, permitem estabelecer
uma relação com o referencial de Enz e Singuaw (1999), quando os hotéis,
incluindo-se os do espaço rural, começam a sinalizar a adoção de alguns
procedimentos de gestão ambiental.
Observando-se as colunas da Figura 9, que representam a não utilização
de procedimentos ambientais nos MHER, confirmam-se as afirmações apresentadas
por De Simone e Popoff (2000), de que barreiras dificultam a implementação de
práticas ambientais tais como: falta de conscientização, ausência de
comprometimento e falta de motivação, entre outros. Situações decorrentes de
94
políticas públicas de educação ambiental, ainda não efetivamente implantadas e que
naturalmente envolveriam os demais segmentos da sociedade civil organizada.
Figura 10 - Na inexistência da coleta seletiva. Fonte Novaes (2005-2006)
Na inexistência de coleta seletiva os resultados revelaram que a maioria
do lixo era eliminado como lixo comum, recolhido pela Prefeitura, com exceção de
um equipamento da Região Norte e outro da Serrana que procediam a incineração.
Figura 11 - Na existência da coleta seletiva do lixo. Fonte Novaes (2005-2006)
95
Na ocorrência de coleta seletiva constatou-se que os MHER da Região
Serrana (88%), Litoral (100%) e Vale do Itajaí (100%), Sul (100%) e Norte (80%)
realizavam a reciclagem. Uma minoria vendia para os recicladores e outros
permitiam que os catadores fizessem a coleta do material reciclável.
Destarte aos resultados revelados, caracterizarem tão somente a coleta
seletiva do lixo, os estudos realizados por De Conto (2004), chamam atenção para o
planejamento eficaz e integrado com a comunidade e o poder público nas ações
voltadas para o gerenciamento de resíduos, envolvendo ações de manejo,
tratamento e destino final.
Referenciando ao que acontece com os programas de minimização e
reciclagem de resíduos sólidos, nas redes hoteleiras, segundo Rues (1995),
Goldner, Ritchie e McIntosh (2002), é possível inferir que nos meios de hospedagem
do espaço rural de Santa Catarina, embora ainda se constitua num desafio, as
iniciativas voluntárias em relação à gestão ambiental, começam a aparecer.
Figura 12 - Quanto à destinação dos resíduos líquidos. Fonte Novaes (2005-2006)
96
Quanto à destinação dos resíduos sólidos, a grande maioria utiliza fossa
séptica, sendo que 83% são os meios de hospedagem do Litoral Centro, seguidos
da Região Serrana (77%) e Sul com 71%. Porém já aparecia o tratamento por
sistema orgânico em 29% dos meios de hospedagem da Região do Vale do Itajaí,
seguida do Litoral Centro (17%). Na Região Serrana somente 8% faziam o
tratamento. Foi possível constatar que alguns hotéis rurais do Vale do Itajaí (14%),
Região Norte (25%), Região Serrana (15%) e Sul (14%) realizam tratamento parcial
dos resíduos líquidos.
Figura 13 - Origem da água de consumo do empreendimento. Fonte Novaes (2005-2006)
A totalidade dos MHER era servida por água da rede pública,
especialmente o Litoral. Nas outras regiões Norte e Sul existindo um certo equilíbrio
com percentuais em torno de 50%. Na Região do Vale 67% dos hotéis possuía poço
artesiano, certamente pela distância dos centros urbanos.
97
Figura 14 - Tratamento da água. Fonte Novaes (2005-2006)
Na grande maioria dos MHER existia tratamento da água com cloro, pois a
água era oferecida pela rede pública. Outros além de receber água da rede pública
também utilizavam água do poço artesiano, com destaque para o Vale do Itajaí
(67%), Região Serrana (50%) e Região Norte (25%). Constatou-se a utilização de
poço comum na Região Sul.
Figura 15 - Utilização de rios, açudes, lagos para lazer. Fonte Novaes (2005-2006)
Tanto os meios de hospedagem da Região Serrana, Litoral Centro e Sul,
utilizavam do manancial de águas de rios, açudes e lagos para a realização de
98
programações de lazer. Os MHER da Região Norte (67%) e Vale do Itajaí (83%)
também utilizavam o manancial hidrográfico da propriedade como um apelo de
atratividade para o equipamento.
Figura 16 - Existência de controle de qualidade das águas. Fonte Novaes (2005-2006)
No entanto, conforme a Figura 16, ficou evidenciado, nos MHER, a pouca
preocupação com o controle e tratamento da qualidade das águas, especificamente
no Litoral, Vale do Itajaí e Região Sul. Visualiza-se que a representatividade dos
meios de hospedagem do espaço rural da Região Norte fazendo tratamento da água
é de 40%, Região do Litoral Centro (17%) e da Região Serrana 15% dos
equipamentos.
Figura 17 - Utilização de energia alternativa. Fonte Novaes (2005-2006)
99
Por outro lado, a Figura 17 ressaltou o número de meios de hospedagem
que não utilizavam algum processo de energia alternativa, no caso o Sul (86%), o
Vale do Itajaí e a Região do Litoral com 83% dos equipamentos.
Muito embora a Região Norte tenha evidenciado comprometimento com
57% dos MHER utilizando procedimentos alternativos de energia. A Região Serrana
aparece com 38% e os demais com 17% dos equipamentos buscando a utilização
de energia alternativa.
Figura 18 - Sistema de energia alternativa adotado. Fonte Novaes (2005-2006)
Considerando os meios de hospedagem que utilizavam alguma fonte de
energia alternativa, ressalta-se que o uso de lareira e fogões para aquecimento da
água nos meios de hospedagem da Região Serrana, Vale e Norte correspondia a
50% dos equipamentos. O uso de placas de aquecimento solar ocorreu em dois
equipamentos da Região Norte, um do Vale do Itajaí e outro da Região Serrana. O
uso de energia eólica somente ocorreu nos MHER da Região Serrana (38%).
100
Figura 19 - Técnicas de adubagem em horta e pomares. Fonte Novaes (2005-2006)
A grande maioria dos meios de hospedagem não fazia adubagem, embora
na Região Serrana a adubagem orgânica viesse despontando, no período, seguida
dos meios de hospedagem da Região Sul. A Região Norte foi a que apresentou
menor percentual de uso de adubação orgânica, em torno de 15%, se comparada
com as demais regiões que sinalizam o uso de adubagem orgânica.
Figura 20 - Preocupação com a educação ambiental Fonte Novaes (2005-2006).
Constatou-se que a preocupação com a educação ambiental aplicada com
hóspedes e funcionários, acontecia, em maior proporção nos meios de hospedagem
da Região Norte, seguida do Vale do Itajaí e Região Serrana. Ao mesmo tempo em
que, com exceção da Região Norte, nos equipamentos do Litoral Centro, Sul e em
menor proporção também na Região Serrana, existiam limitações em relação à
implantação de programas de educação ambiental.
101
Retomando o referencial teórico de Abreu (2001), Swarbrook (2000), Rues
(1995), De Simone e Popoff (2000) e De Conto (2004), pode-se inferir que, a
atividade hoteleira, também no espaço rural de Santa Catarina, impacta o meio
ambiente, no que se refere a utilização dos recursos naturais como água energia,
geração de lixo, efluentes líquidos misturados com detergente e outros dejetos
orgânicos. Ainda compartilha-se com as idéias dos autores quando destacam que a
adoção de práticas ambientais é influenciada pela cultura da organização e da
sociedade incluindo-se os turistas, configurando a necessidade de intensificação dos
programas de educação ambiental.
Figura 21 - Programas referentes à educação ambiental. Fonte Novaes (2005-2006)
102
Os indicadores relacionados aos programas de educação ambiental
apareceram pouco representativos, embora no Vale do Itajaí a preocupação com a
paisagem nativa tivesse a maior representação, em torno de 43% dos meios de
hospedagem, aparecendo em seguida a Região Serrana e Norte. O incentivo à
economia de energia e diminuição da produção de lixo foi mais representativa na
Região Sul com 40% e na Região do Vale do Itajaí com 29% dos meios de
hospedagem preocupados com o processo.
Figura 22 - Plano de ocupação do solo orientado para preservação de áreas naturais.
Fonte Novaes (2005-2006)
Ainda ficou evidente que as preocupações durante o processo de
construção não levaram em conta um plano de ocupação do solo, salvo na Região
do Vale do Itajaí onde 50% das edificações sinalizaram preocupação com a
distribuição harmônica e preservação dos espaços naturais.
103
Figura 23 - Distribuição das edificações, com lay-out das instalações. Fonte Novaes (2005-2006)
Os resultados aqui expostos, embora não exaustivamente analisados,
representam um cenário ainda bastante limitado em relação ao comprometimento
ambiental, embora alguns procedimentos indiquem avanços, especialmente nos
meios de hospedagem da Região Norte, no Vale do Itajaí e na Região Serrana. O
cenário apresentado demonstra perspectivas favoráveis na aplicação de práticas
ambientalmente comprometidas na gestão dos meios de hospedagem do espaço
rural de Santa Catarina, no período de 2004 a 2006.
A tendência é de que, em médio prazo, a intensificação do debate em
torno das questões ambientais, interfira no comportamento dos proprietários ou
gerentes dos meios de hospedagem no espaço rural.
Ao mesmo tempo o aumento da consciência ambiental vem apresentando
um novo segmento do mercado composto por consumidores com atitudes positivas
em relação aos produtos ambientalmente comprometidos ou mesmo com a adoção
de ética ambiental no consumo. Os conceitos de sustentabilidade e preservação
ambiental vêm sendo, cada vez mais, difundido fazendo com empresas de prestação
de serviços incluindo-se os meios de hospedagem desenvolvam processos de
produção mais apropriados a essa realidade de conscientização ecológica.
O surgimento da consciência e sensibilização da sociedade fará com que
surjam novos produtos turísticos que integrem valores ambientalmente ecológicos o
104
que remeterá à mudanças de comportamento dos prestadores de serviços no
espaço rural. O nível de consciência ambiental dos turistas tende a ser cada vez
mais exigente em relação às práticas ambientais, que dependem de fatores
culturais, educacionais e econômicos.
Neste contexto os meios de hospedagem do espaço rural, se quiserem
permanecer no mercado, deverão buscar novas estratégias. E a gestão ambiental
pode abranger novos mercados, fortalecer a imagem desses equipamentos turísticos
rurais, reduzindo os custos operacionais, melhorando o desempenho, criando-se
assim, um diferencial competitivo. Ressalta-se a importância de um objetivo comum,
compatibilizando a sustentabilidade econômica e proteção ambiental, tanto para os
dias de hoje como para gerações futuras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento comprometido com a gestão ambiental no espaço
rural, deve fundamentar-se em critérios de sustentabilidade, ou seja, há de ser
suportável ecologicamente em longo prazo, dentro de perspectiva ética e social para
as comunidades locais. Sendo o turismo no espaço rural um importante instrumento
de desenvolvimento, conforme apresentado nas políticas de desenvolvimento do
turismo, pode e deve participar, ativamente, nas estratégias do desenvolvimento
sustentável.
A gestão do turismo exige garantir a sustentabilidade dos recursos dos
quais depende. Assim, todo o processo de desenvolvimento do turismo sustentável
do espaço rural deve acontecer e se manter de tal forma e em tal escala garantindo
a viabilidade por um período indefinido de tempo, sem degradar ou alterar o
ambiente em que existe e sem comprometer o desenvolvimento das outras
atividades da propriedade ou equipamento rural.
A expressão turismo sustentável aliada à gestão ambiental, aparece na
presente tese, como uma proposta de maximização dos aspectos positivos da
atividade turística rural, amenizando ou extinguindo os impactos relacionados às
questões ambientais.
Considerando que, no sistema turístico, os meios de hospedagem servem
de suporte básico para o desenvolvimento do turismo, devem sobressair-se na
busca por tecnologias limpas e práticas mais sustentáveis. O fato de serem um dos
principais elementos do turismo, permite reafirmar a necessidade de
redirecionamento nos processos de gestão, não só nos grandes centros urbanos
como também no espaço rural.
Estudos realizados nesta temática e experiências adotadas em relação à
gestão ambiental, revelam que com criatividade muitos equipamentos hoteleiros,
conseguiram com pouco investimento, grandes alterações nos resultados,
agregando valor interno e externo, pelo uso de medidas ambientalmente corretas.
106
A abordagem dos aspectos ambientais como conscientização e evolução
do pensamento ambiental, dando destaque à gestão ambiental dos meios de
hospedagem no espaço rural, reforça o fato de que o meio ambiente é o elemento
central do produto turístico e a implementação de princípios ambientais nestes
equipamentos será influenciada pelo perfil cultural e educacional das pessoas que
estão no gerenciamento das atividades e das que são colaboradoras, ou mesmo da
comunidade local.
O referencial teórico da presente pesquisa, discutiu conceituações do
turismo no espaço rural atrelados ao desenvolvimento sustentável para chegar no
contexto da gestão ambiental nos meios de hospedagem, mais especificamente, os
do espaço rural de Santa Catarina. Nesta relação, por um lado, pretende-se buscar a
mudança de uma postura reativa que ainda marca o modelo de gestão dos meios de
hospedagem. Por outro lado, chamar atenção para a responsabilidade dos órgãos
públicos, quanto ao ordenamento, normalização, legislação e fiscalização, já que
existe a regulamentação que disponibiliza instrumentos ao poder público para
implementação da política de desenvolvimento, o que afeta também o espaço rural.
Os resultados evidenciaram que as práticas ambientais realizadas nos
equipamentos de hospedagem do espaço rural de Santa Catarina, no período de
2004 a 2006, ainda eram bastante limitadas, com exceção de poucos meios de
hospedagem da Região Norte, seguido dos MHER da Região do Vale do Itajaí,
Região Serrana. O meios de hospedagem localizados Litoral Centro apresentaram
resultados de menor investimento em procedimentos ambientais.
Na análise dos resultados globais, destacou-se o baixo comprometimento
com a adoção de práticas de gestão ambiental, nos meios de hospedagem do
espaço rural de Santa Catarina. Neste caso, com o tratamento de resíduos líquidos e
sólidos, economia de água e energia ou uso de energia alternativa, controle da
qualidade das águas e educação ambiental.
Na realidade os MHER, demonstraram pequenas incidências de práticas
ambientais, nitidamente pontuais, uma vez que o lixo, na maioria, ainda era
eliminado como lixo comum; os resíduos sólidos passavam pelo uso de fossas
sépticas, a água utilizada era da rede pública, com uma minoria de MHER com poço
107
artesiano; pouca preocupação com o controle e tratamento das águas; pouco uso de
fontes de energia alternativa e uso de adubagem orgânica nas hortas. Embora
alguns MHER demonstraram alguma prática de educação ambiental, denota-se
ainda a necessidade de intensificar a implantação de programas e ações em relação
à preservação do patrimônio ambiental do espaço rural de Santa Catarina.
Os demais indicadores ambientais pesquisados, no que se referiu à
alterações positivas no contexto de trabalho educativo nas escolas,
reaproveitamento do lixo orgânico, preservação de sambaquis e sítios arqueológicos
e qualidade do solo para plantio, também não apresentaram resultados de destaque.
Assim, com referência às hipóteses levantadas, a pesquisa revelou
baixo nível de utilização de práticas ambientais, no período de 2004 a 2006. O que
vem confirmar a H1 e a H2 demonstrando que a conscientização sobre os
problemas ambientais ainda é incipiente na preocupação das empresas hoteleiras
quanto ao gerenciamento ecológico. Fato que envolve a ruptura de antigos valores,
associados ao lucro, que, para serem superados, exigem transformações nas
atitudes e nos padrões de desperdício e consumo. Para atingir perfeita mudança de
valor e inserir a variável ambiental no sistema produtivo dos meios de hospedagens,
torna-se necessária à mudança do pensamento mecanicista para o pensamento
sistêmico. É fundamental destacar que vivemos em tempos de transformação, isto é,
passa-se de um modelo burocrático, prestador de serviços para um modelo
empreendedor, de responsabilidade social onde o Estado deve assumir o seu papel
em conjunto com as empresas privadas e demais organizações.
Apesar do resultado da pesquisa apontar o interesse dos gerentes ou
proprietários, em implantar algum modelo de gestão ambiental, a maioria dos meios
de hospedagem do espaço rural de Santa Catarina não o implanta pela inexistência
de conhecimentos, de foco no diferencial mercadológico ou mesmo de visão
empreendedora, a exemplo do que vem acontecendo nos modelos de gestão da
hotelaria dos centros urbanos, confirmando a H3. Esta questão ficou evidenciada
pelas conversas informais junto aos proprietários e gerentes dos meios de
hospedagem. Logo, o progressivo debate em torno das questões ambientais, deve
ser intensificado, visando à implantação de um modelo de gestão que fique mais
atento aos hábitos diários e seus impactos no meio ambiente rural. O aumento da
108
consciência ambiental, por parte dos dirigentes e proprietários dos MHER, garantirá
a prestação de serviços a um novo segmento de mercado, composto por
consumidores com atitudes positivas em relação aos produtos verdes ou a adoção
de ética no consumo.
Logo, é possível inferir que o comprometimento com a gestão ambiental
nos meios de hospedagem do espaço rural de Santa Catarina, acontecerá na
medida em que se intensificar o processo de educação ambiental junto aos
gestores MHER, visando formar a consciência de que a responsabilidade ambiental
é uma questão de bom senso na realização de qualquer atividade ou prestação de
serviços, com investimentos em programas de preservação da natureza.
A adoção de práticas de gestão ambiental é influenciada pela cultura da
organização, tornando a compatibilidade desses dois elementos um fator essencial
para a efetividade da implantação de medidas que visam aprimorar a atuação dos
meios de hospedagem do espaço rural de Santa Catarina no que diz respeito à
gestão ambiental. Assim, os responsáveis pela gestão dos meios de hospedagem
no espaço rural também necessitam assumir a postura de aderir à responsabilidade
ambiental, entendendo que a criação de condições competitivas saudáveis, em face
às exigências ambientais do mercado, devem estruturar-se de forma adaptativa e
integrativa.
Assim, evidencia-se que os meios de hospedagem no espaço rural de
Santa Catarina como outras atividades utilizam os recursos naturais e, ao se
utilizarem deles, contribuem para a redução dos mesmos, o que passa a ser
representativo nos impactos ambientais decorrentes do lixo gerado, do uso dos
diferentes equipamentos e utensílios, dos produtos orgânicos e químicos de uso
diário, dos efluentes lançados nos rios, entre outros. Tais resultados são
influenciados pela cultura da comunidade, fator essencial para a implantação de
medidas junto às comunidades do entorno, o que tem interferência direta na conduta
dos colaboradores, vinculados aos meios de hospedagem, no que diz respeito à
gestão ambiental.
Muito embora, as discussões sobre as questões ambientais venham se
intensificando, na prática, os investimentos precisam ocorrer para o avanço da
109
conscientização e procedimentos ecológicos. Assim os programas de educação
ambiental devem envolver todos os atores no processo: setor público, iniciativa
privada, organizações não-governamentais, organismos voluntários, turistas e
comunidade.
Os meios de hospedagem no espaço rural de Santa Catarina podem usar
de comprometimento ambiental, servindo de multiplicadores no processo, com
influência no seu entorno, quando nas suas atividades não desperdiçam, reutilizam
materiais, separaram materiais nos serviços oferecidos aos turistas, demonstrando
ser um equipamento não apenas para hospedagem, mas também para desenvolver
o processo de educação ambiental.
As recomendações para adoção de um modelo de gestão ambiental para
os meios de hospedagem do espaço rural, não pretendem indicar, necessariamente,
a implantação da série de normas ISO 14000, mas tão somente, ações e atitudes
comprometidas com gerenciamento ecológico relacionado aos serviços de
abastecimento e uso da água, energia elétrica, rede sanitária, tratamento de
efluentes e coleta de resíduos sólidos, visando à minimização de danos ao conjunto
das relações ambientais do Sistur, que em sua dinâmica mantém um processo
contínuo de relações dialéticas de conflito e colaboração com o meio ambiente. Os
problemas são sistêmicos, interligados e interdependentes e sua compreensão e
solução requerem um novo tipo de pensamento sistêmico.
Considerando a implantação e o desenvolvimento dos meios de
hospedagem do espaço rural de Santa Catarina, muitas vezes, desprovido de
projetos arquitetônicos, assim como planos de negócios incluindo a gestão
ambiental, apresentam-se algumas recomendações, tomando por base e
devidamente adaptado à realidade rural de cada região, o que vem sendo adotado
na Carta Ambiental dos Hotéis do Roteiro do Charme, subsídios de gestão ambiental
da matriz de classificação dos meios de hospedagem da ABIH, orientações do
PCTS do Instituto da Hospitalidade (2005), ou ainda nas Iniciativas Voluntárias para
o Turismo Sustentável- IVTS:
• Instituir um Comitê de gestão ambiental para meios de hospedagem no espaço
rural, em parceria com a Associação Brasileira de Turismo Rural - ABRATURR e
110
ABIH-SC, institucionalizando a implantação de selo ambiental para meios de
hospedagem;
• Elaborar um conjunto de indicadores relevantes para situações específicas, ou
seja, redução do uso de matéria-prima ou recursos no processamento das
operações administrativas; redução do consumo de energia e água; redução da
utilização de substâncias tóxicas; implantação de processos de reciclagem;
maximização do uso de recursos reaproveitáveis; tratamento da água e de
resíduos sólidos e líquidos; reaproveitamento de materiais e criação de valores
adicionais para produtos e serviços, educação ambiental, entre outros.
• Definir critérios mínimos de participação, tal como um sistema de pontuação ou
graduação, podendo estimular a adesão dos meios de hospedagem e o seu
avanço para melhores níveis de sustentabilidade, a exemplo do que acontece
nas Iniciativas Voluntárias para o Turismo Sustentável, referendadas pela OMT;
• Considerar o investimento na proposta de educação ambiental com funcionários
e comunidades rurais, pois sem o conhecimento do fenômeno turístico,
formação de imagens mentais, interiorização de informações e alcance do
conhecimento não se consegue as ações efetivas. A proposta de educação
ambiental também envolverá os hóspedes sobre a importância dos
procedimentos adotados nos Meios de hospedagem do espaço rural;
• Divulgar os procedimentos relativos às condutas ambientais adotadas pelos
meios de hospedagem de Santa Catarina, como ferramenta de Marketing e
maior competitividade de mercado.
As propostas acima apresentadas, têm por base, experiências de gestão
ambiental, implantadas por alguns meios de hospedagem em área urbana (redes
nacionais e internacionais) e no espaço rural como é o caso de alguns
equipamentos dos Hotéis de Charme ou ainda dos critérios das IVTS, dos mais
simples ou mais exigentes. Nesse sentido, considerando o aspecto multi e
interdisciplinar, as realidades loco-regionais, a necessidade de envolvimento da
comunidade interna e externa, Associações, as Universidades e demais
organizações ligadas diretamente e indiretamente ao sistema do turismo rural de
Santa Catarina, incluindo-se as Instituições governamentais responsáveis pela
111
implantação das políticas de desenvolvimento do turismo, incluindo as do espaço
rural. Recomenda-se, inicialmente a organização de eventos visando a articulação
desses atores, promovendo a socialização e discussão da temática ambiental para
evocar a construção e o comprometimento coletivo com a efetivação de
procedimentos de gestão ambiental no espaço rural de Santa Catarina.
Esse novo pensamento precisa ser acompanhado de uma mudança de
valores, decorrentes da educação ambiental, passando da expansão para a
conservação, da quantidade para a qualidade, da dominação para a parceria, na
perspectiva de não só aumentar a satisfação do cliente, principalmente, minimizando
os impactos ambientais.
Os meios de hospedagem do espaço rural de Santa Catarina, que
adotarem uma postura sustentável, partindo da reavaliação de suas atitudes e da
educação e conscientização de seus funcionários e clientes, estendendo para a
comunidade onde estão inseridos, estarão buscando uma postura menos danosa ao
ambiente que, além otimizar o uso dos recursos, reaproveitando e reciclando
resíduos, economizarão custos operacionais, atingindo novos mercados derivados
das novas práticas ambientais. São propostas de procedimentos para os meios de
hospedagem, que incluem no trivial de seus objetivos a melhoria da qualidade de
vida das populações de núcleos receptores rurais, pois as questões ambientais são
questões de qualidade de vida e, como tal, fazem parte de uma tendência social
global referente à manutenção da saúde.
A partir dessas recomendações visualiza-se uma situação diferenciada
com os meios de hospedagem no espaço rural de Santa Catarina agregando-se ao
paradigma ambiental. Nesta perspectiva, tais processos não serão considerados
apenas pela diminuição dos custos operacionais e sim, como um diferencial
competitivo, além de garantir uma imagem altamente positiva dos meios de
hospedagem do espaço rural de Santa Catarina.
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119
APÊNDICES
120
APÊNDICE A – planilha de resultados gerais, por região. REGIÃO NORTE
Práticas de gestão ambiental: Coleta seletiva de lixo reciclável e envio para reciclagem.
Contato
Data 19/01/2004
Hora: 15:25
Empreendimento
Nome: A
Cidade: / Campo Alegre
Práticas de gestão ambiental: Coleta seletiva do lixo reciclável e reaproveitamento do lixo orgânico
Contato
Data 19/01/2004
Hora: 15:42
Empreendimento
Nome: B
Cidade: Joinville
Práticas de gestão ambiental: Controle da qualidade das águas do rio e tanques de pesca, solo paraplantio e árvores
Contato
Data 19/01/2004
Hora: 16:20
Empreendimento
Nome: C
Cidade: Joinville
Práticas de gestão ambiental: Trabalho educativo junto a escolas coleta seletiva de lixo
ContatoData: 19/01/2004Hora: 16:40
EmpreendimentoNome: DCidade: Joinville
Práticas de gestão ambiental: Possui uma reserva ambiental onde pratica educação ambiental na mata Atlântica, sistema orgânico de tratamento de residuos líquidos
Contato
Data: 19/01/2004Hora: 16:40
Empreendimento
Nome: ECidade: São Francisco do Sul
Práticas de gestão ambiental: Reserva particular de preservação
Contato
Data: 19/01/2004
Hora: 17:40
Empreendimento
Nome: F
Cidade: Itapoá
121
Práticas de gestão ambiental: Energia solar e política de economia (Água e Energia)
Contato
Data: 19/01/2004
Hora: 18:25
Empreendimento
Nome: G
Cidade: Araquari
122
REGIÃO SUL
Práticas de gestão ambiental: Coleta seletiva de lixo, recolhimento do lixo por catadores e Prefeitura
Contato
Data: 19/01/2004
Hora: 14:20
Empreendimento
Nome: A
Cidade: B. Arroio Silva
Práticas de gestão ambiental: Tratamento de esgoto implantado pela UNISUL, ecoturismo
desenvolvimento de programas para educação ambiental, preservação de sambaquis e sítios
arqueológicos na propriedade
Contato
Data: 19/01/2004
Hora: 14:52
Empreendimento
Nome: B
Cidade: Jaguaruna
Práticas de Gestão Ambiental: Coleta Seletiva e Produção de Adubo Orgânico
Contato
Data: 19/01/2004
Hora: 15:58
Empreendimento
Nome: C
Cidade: Pedras Grandes
Práticas de Gestão Ambiental: Coleta Seletiva
Contato
Data: 19/01/2004
Hora: 16:42
Empreendimento
Nome: D
Cidade: Imaruí
Obs.: Os outros 4 (quatro) meios de hospedagem dessa região não apresentavam práticas ambientais, na época da pesquisa
123
REGIÃO OESTE Obs.: Os 2 (dois) meios de hospedagem dessa região não apresentavam práticas
ambientais, na época da pesquisa
124
REGIÃO SERRANA
Praticas de gestão ambiental: Todo o municipio é abastecido por torre de energia eôlica.
Contato
Data: 20/01/2004
Hora: 15:00
Empreendimento
Nome: A
Cidade: Bom Jardim da Serra
Práticas de gestão ambiental: Coleta seletiva do lixo reciclável, energia solar implantada a pouco
Contato
Data: 20/01/2004
Hora: 15:20
Empreendimento
Nome: B
Cidade: Lages
Práticas de gestão ambiental: Coleta seletiva de lixo para reciclagem na cidade
Contato
Data: 20/01/2004
Hora: 15:34
Empreendimento
Nome: C
Cidade: Lages
Praticas de gestão ambiental: Modelo de gestão do Sesc, todos os procedimentos necessários são adotados e supervisionados por uma Bióloga Márcia Spiler
Contato
Data: 20/01/2004
Hora: 15:40
Empreendimento
Nome: D
Cidade: Lages
Práticas de gestão ambiental: preocupação intensiva com o meio ambiente porém não utiliza nenhuma
conduta escrita de gestão ambiental.
Contato
Data: 20/01/2004
Hora: 16:02
Empreendimento
Nome: E
Cidade: Urubici
Práticas de gestão ambiental: separação do lixo reciclável, fossa orgânica, educação ambiental com hospedes, que normalmente tem bastante consciência ambiental.
Contato
Data: 20/01/2004
Hora: 16:09
Empreendimento
Nome: F
Cidade: Urubici
125
Práticas de gestão ambiental: Fossa séptica feita pela vigilância sanitária, lixo - Coleta seletiva e reaproveitamento do orgânico, politica de economia de água e energia elétrica com hospedes e funcionários, e previsão de implantação de energia solar.
Contato
Data: 20/01/2004
Empreendimento
Nome: G
Cidade: Urubici
Práticas de gestão ambiental: coleta seletiva de lixo reciclável.
Contato
Data : 20/01/2004
Hora: 15:45
Empreendimento
Nome: H
Cidade: Painel
Obs.: Dos 13 (treze) meios de hospedagem pesquisados 5 (cinco) não
apresentavam, na época, comprometimento ambiental institucionalizado.
126
REGIÃO LITORAL CENTRO
Práticas de gestão ambiental: Coleta seletiva de lixo, recolhido pela prefeitura.
Contato
Data: 22/01/2004
Hora: 15:36
Empreendimento
Nome: A
Cidade: Florianópolis
Práticas de gestão ambiental: o hotel dispões de uma equipe que trabalha com escolas e grupos e trata da parte de educação ambiental, referente aos demais procedimentos praticam a coleta seletiva de lixo.
Contato
Data : 22/01/2004 - 10/03/2004
Hora: 15:41 - 14:27
Empreendimento
Nome: B
Cidade: Governador Celso Ramos
Obs.: Os outros 4 (quatro) meios de hospedagem dessa região não apresentavam
práticas ambientais, na época da pesquisa
127
REGIÃO VALE DO ITAJAÍ
Praticas de gestão ambiental: Coleta seletiva de lixo, geradores de oxigênio para a lagoa, trilhas ecológicas voltadas para educação ambiental.
Contato
Data : 20/01/2004
Hora: 16:40
Empreendimento
Nome: A
Cidade: Gaspar
Práticas de gestão ambiental: no momento da construção do hotel foram construidos tanques para tratamento do esgoto, o lixo é totalmente reciclado, o hotel praticou reflorestamento de algumas áreas de acordo com o exigido pela prefeitura de Gaspar, existe um projeto para implatação de uma horta.
Contato
Data: 22/01/2004
Hora: 17:39
Empreendimento
Nome: B
Cidade: Gaspar
Práticas de gestão ambiental: o lixo reciclável é levado a Blumenau, o hotel foi inteiramente construido com madeira reflorestada, e a procupação com a natureza esta em primeiro lugar nas políticas do hotel, utilização do forno a lenha para aquecimento da água e do ambienta interno.
Contato
Data: 20/01/2004
Hora: 16:56
Empreendimento
Nome: C
Cidade: Rio dos Cedros
Práticas de gestão ambiental: Coleta seletiva do lixo e preservação das trilhas ecológicas
Contato
Data: 19/01/2004
Hora: 16:50
Empreendimento
Nome: D
Cidade: Massaranduba
Obs.: Os outros 2 (dois) meios de hospedagem dessa região não apresentavam
práticas ambientais, na época da pesquisa
128APÊNDICE B: modelo do formulário de pesquisa
Instrumento para coleta de dados, referente à gestão ambiental nos empreendimentos hoteleiros do espaço rural de Santa Catarina. 1. Características da demanda: 1.1. Origem geográfica_________________________________________________ 1.2. Classe de Renda__________________________________________________ 1.3 Faixa etária______________________________________________________ 1.4 Grupal, individual, familiar, etc._______________________________________ 2. Existem procedimentos para gestão ambiental, visando aplicar a sustentabilidade neste
equipamento? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em fase de projeto ( ) Em fase de implantação
Obs.: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. Como é tratado o lixo recolhido? 3.1 Se não existe coleta seletiva? ( ) Todo o lixo é eliminado como lixo comum ( ) O lixo é incinerado ( ) Despejado em lixões. ( ) Enterrado 3.2 Se existe coleta seletiva do lixo ( ) É feita reciclagem ( ) O lixo é vendido para recicladores ( ) É recolhido gratuitamente por catadores ( ) Enviado para depósitos especializados (usinas de compostagem) 4. Quanto a destinação dos resíduos líquidos: ( ) Não existe qualquer tipo de tratamento ( ) Fossa séptica ( ) Fossa com sistema orgânico de tratamento ( ) Poço Morto ( ) É feito tratamento parcial. Em que condições são devolvidos ao meio ambiente?__________________________________________________________________________ ( ) É feito tratamento total dos resíduos. Em que condições são devolvidos ao meio ambiente?__________________________________________________________________________ 5. De onde provem a água de consumo do empreendimento? ( ) Rio ( ) Poço artesiano ( ) Rede pública ( ) Poço comum ( ) Lago ( ) Outro ________________________________ 6. A água de utilização mencionado no item anterior passa por algum tipo de tratamento? ( ) Não ( ) Sim. Qual? ___________________________________________________________ 7. O equipamento utiliza para atividade de lazer áreas com mananciais de água como, rios, açudes,
igarapés, lagos, etc.? ( ) Não
129( ) Sim. 8. Se a resposta anterior foi sim. Existe o controle de qualidade de suas águas? ( ) Sim. Qual, e com que freqüência é realizado _________________________________ ( ) Não____________________________________________________________________ 9. O empreendimento utiliza-se de alguma forma de geração de energia alternativa? ( ) Sim ( ) Não 10. Em caso de resposta anterior “sim”. Qual é o sistema? ( ) Fotovoltáico, onde placas solares de silício convertem a luz do sol em eletricidade ( ) Lareiras e fogões que aqueçam o ambiente ou a água utilizada ( ) Placas solares para aquecimento da água ( ) Hidráulico (roda d’água) ( ) Energia eólica ( ) Outros 11. Caso haja cultivo de hortas ou pomares na propriedade, quais as técnicas de adubagem? ( ) Não é feita adubagem ( ) Química ( ) Orgânica 12. Há preocupação com a educação ambiental? Quem é o alvo? ( ) Sim ( ) Cliente
( ) Funcionários ( ) Clientes e funcionários
( ) Não 13. Se a resposta anterior foi sim: o que é trabalhado referente à educação ambiental? ( ) Manutenção de áreas de preservação ( ) Ações especificas para proteção de espécies ameaçadas ( ) Prevenção de alimentação artificial dos animais silvestres ( ) Paisagismo com espécies nativa, manter as características do local ( ) Identificação de espécies de flora ( ) Conservação da vegetação nativa ( ) Incentivo para economia de energia e diminuição da produção de lixo. ( ) Outros _________________________________________________________________ 14. No momento da construção do equipamento foi elaborado um plano de ocupação do solo orientado
para preservar as áreas compreendidas pela propriedade? ( ) Não ( ) Sim. Quais os critérios? ____________________________________________ 15. Quanto a distribuição das edificações, existe algum critério que orienta o lay-out das instalações, e
em que sentido? ( ) Não ( ) Sim. Qual?______________________________________________________
130
APENDICE C – Tabulação dos resultados da aplicação dos questionários
131
Serrana Litoral centro
Vale do Itajaí
Norte Sul
1 Aspectos do empreendimento e/ ou propriedade Área total do terreno Ano de inicio da atividade turística Tipo de público que freqüenta Origem geográfica Estado 75% 15 86% 6 56% 5 50% 8 100% 7
América do Sul 5% 1 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
Europa 5% 1 0% 0 0% 0 6% 1 0% 0
Brasil 10% 2 14% 1 11% 1 0% 0 0% 0
Sul do Pais 5% 1 0% 0 33% 3 44% 7 0% 0
total 100% 20 100% 7 100% 9 100% 16 100% 7
Classe de Renda menor que 2 salários 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
entre 2 e 5 salários 33% 5 45% 5 40% 2 50% 4 57% 4
entre 6 e 10 salários 67% 10 55% 6 20% 1 38% 3 43% 3
maior que 10 salários 0% 0 0% 0 40% 2 13% 1 0% 0
total 100% 15 100% 11 100% 5 100% 8 100% 7
Faixa etária menores de 18 anos todos
entre 18 e 25 anos
entre 26 e 30 anos
entre 31 e 40 anos
entre 41 e 60 anos
maiores de 60 anos
Grupo, individual, familiar, etc.
total
132
Serrana Litoral centro
Vale do Itajaí
Norte Sul
2 Existem procedimentos para gestão ambiental, visando aplicar a sustentabilidade neste equipamento?
Sim 54% 7 33% 2 67% 4 86% 6 57% 4
Não 38% 5 67% 4 33% 2 0% 0 43% 3
Em fase de projeto 0% 0 0% 0 0% 0 14% 1 0% 0
Em fase de implantação 8% 1 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
total 100% 13 100% 6 100% 6 100% 7 100% 7
3 Como é tratado o lixo recolhido?
Se não existe coleta seletiva todo o lixo é eliminado como lixo comum 83% 5 100% 4 100% 2 67% 2 100% 4
o lixo é incinerado 17% 1 0% 0 0% 0 33% 1 0% 0
despejado em lixões. 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
Enterrado 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
total 100% 6 100% 4 100% 2 100% 3 100% 4
Se existe coleta seletiva do lixo é feita reciclagem 88% 7 100% 2 100% 4 80% 4 100% 3
o lixo é vendido para recicladores 13% 1 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
é recolhido gratuitamente por catadores 0% 0 0% 0 0% 0 20% 1 0% 0
enviado para depósitos especializados (usinas de compostagem) 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
total 100% 8 100% 2 100% 4 100% 5 100% 3
4 Quanto a destinação dos resíduos líquidos: Não existe qualquer tipo de tratamento 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
Fossa séptica 77% 10 83% 5 57% 4 50% 4 71% 5
Fossa com sistema orgânico de tratamento 8% 1 17% 1 29% 2 13% 1 14% 1
Poço Morto 0% 0 0% 0 0% 0 13% 1 0% 0
É feito tratamento parcial 15% 2 0% 0 14% 1 25% 2 14% 1
É feito tratamento total dos resíduos 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
total 100% 13 100% 6 100% 6 100% 8 100% 7
133
Serrana Litoral centro
Vale do Itajaí
Norte Sul
5 De onde provem a água de consumo do empreendimento? Rio 13% 2 0% 0 0% 0 0% 0 22% 2
Rede pública 31% 5 100% 6 33% 2 50% 4 56% 5
Lago 0% 0 0% 0 0% 0 13% 1 0% 0
Poço artesiano 50% 8 0% 0 67% 4 25% 2 0% 0
Poço comum 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 22% 2
Outro 6% 1 0% 0 0% 0 13% 1 0% 0
total 100% 16 100% 6 100% 6 100% 8 100% 9
6 A água de utilização mencionado no item anterior passa por algum tipo de tratamento?
Não 23% 3 0% 0 17% 1 29% 2 29% 2
Sim 77% 10 100% 6 83% 5 71% 5 71% 5
total 100% 13 100% 6 100% 6 100% 7 100% 7
7 O equipamento utiliza para atividade de lazer áreas com mananciais de água como, rios, açudes, igarapés, lagos, etc.? Não 0% 0 0% 0 17% 1 33% 2 0% 0
Sim 100% 13 100% 6 83% 5 67% 4 100% 7
total 100% 13 100% 6 100% 6 100% 6 100% 7
8 Se a resposta anterior foi sim. Existe o controle de qualidade de suas águas? Não 85% 11 83% 5 100% 5 60% 3 100% 7
Sim 15% 2 17% 1 0% 0 40% 2 0% 0
total
100% 13 100% 6 100% 5 100% 5 100% 7
9 O empreendimento utiliza-se de alguma forma de geração de energia alternativa? Não 62% 8 83% 5 83% 5 43% 3 86% 6
Sim 38% 5 17% 1 17% 1 57% 4 14% 1
total 100% 13 100% 6 100% 6 100% 7 100% 7
134
Serrana Litoral centro
Vale do Itajaí
Norte Sul
10
Em caso de resposta anterior “sim”. Qual é o sistema?
Fotovoltáico, onde placas solares de silício convertem a luz do sol em eletricidade
0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
Lareiras e fogões que aqueçam o ambiente ou a água utilizada 50% 4 0% 0 50% 1 50% 2 100% 1
Placas solares para aquecimento da água 13% 1 0% 0 50% 1 50% 2 0% 0
Hidráulico (roda d’água) 0% 0 100% 1 0% 0 0% 0 0% 0
Energia eólica 38% 3 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
Outros 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
total 100% 8 100% 1 100% 2 100% 4 100% 1
11 Caso haja cultivo de hortas ou pomares na propriedade, quais as técnicas de adubagem? Não é feita adubagem 46% 6 67% 4 67% 4 86% 6 57% 4
Química 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0
Orgânica 54% 7 33% 2 33% 2 14% 1 43% 3
total 100% 13 100% 6 100% 6 100% 7 100% 7
12 Há preocupação com a educação ambiental? Quem é o alvo? Cliente 0% 0 17% 1 0% 0 0% 0 0% 0
Funcionários 15% 2 0% 0 17% 1 43% 3 14% 1
Clientes e funcionários 46% 6 33% 2 50% 3 57% 4 43% 3
Não há preocupação 38% 5 50% 3 33% 2 0% 0 43% 3
Total
100% 13 100% 6 100% 6 100% 7 100% 7
135
Serrana Litoral centro
Vale do Itajaí
Norte Sul
13 Se há preocupação com a educação ambiental: o que é trabalhado referente à educação ambiental? Manutenção de áreas de preservação 11% 3 11% 1 0% 0 13% 2 20% 2
Ações específicas para proteção de espécies ameaçadas 7% 2 11% 1 0% 0 13% 2 0% 0
Prevenção de alimentação artificial dos animais silvestres 0% 0 0% 0 0% 0 6% 1 10% 1
Paisagismo com espécies nativas, mantendo as características do local 30% 8 22% 2 43% 3 25% 4 30% 3
Identificação de espécies de flora 11% 3 11% 1 0% 0 0% 0 0% 0
Conservação da vegetação nativa 19% 5 11% 1 14% 1 19% 3 0% 0
Incentivo para economia de energia e diminuição da produção de lixo. 22% 6 22% 2 29% 2 19% 3 40% 4
Outros 0% 0 11% 1 14% 1 6% 1 0% 0
total 100% 27 100% 9 100% 7 100% 16 100% 10
14 No momento da construção do equipamento foi elaborado um plano de ocupação do solo orientado para preservar as áreas compreendidas pela
propriedade?
Não 85% 11 67% 4 50% 3 71% 5 86% 6
Sim 15% 2 33% 2 50% 3 29% 2 14% 1
total 100% 13 100% 6 100% 6 100% 7 100% 7
15 Quanto a distribuição das edificações, existe algum critério que orienta o lay-out da das instalações? Não 69% 9 83% 5 50% 3 71% 5 86% 6
Sim 31% 4 17% 1 50% 3 29% 2 14% 1
total 100% 13 100% 6 100% 6 100% 7 100% 7
136
ANEXOS
137
ANEXO A - Cadastro dos meios de hospedagem rural – Guia da SANTUR ( 2002)
138
ANEXO B - Mapa da divisão microregional de SC. Fonte: Atlas Escolar de Santa Catarina (1991).
139
140
ANEXO C - Mapa das regiões turísticas de SC.
Fonte: Atlas Escolar de Santa Catarina (1991).
141
142
ANEXO D - Selos internacionais de IVS
143
Nº DENOMINAÇÃO ÁREA DE ATUAÇÃO
GRUPO-ALVO PRIMEIRO ANO
BREVE DESCRIÇÃO Nº DE LICENÇAS
01
Qualitát Plus Kleinwalsertal
Áustria
Meios de hospedagem (todos os tipos)
1988
Com a introdução do primeiro selo ecológico local, o Silberdistel (cardo de prata), em 1988, o Kleinwalsertal tornou-se o pioneiro internacional para selos ambientais em turismo. O projeto evoluiu e transformou-se no selo de qualidade Qualit Plus Kleiwalsertal. Seu estatuto contém agora uma pequena parte destinada aos critérios ambientais e, desde 1997, é considerado o mais alto padrão de qualidade socioambiental da região. No ano de 2001, 1 59 empreendimentos foram certificados, sendo que 111 dos licenciados são. meios de hospedagem. Esse volume representa cerca de 45% de toda a capacidade local de leitos. Esse selo é direcionado a todos os tipos de meios de hospedagem, comércio e indústria, teleféricos e bondinhos de montanha, transporte público, agricultura, escolas de esqui e snowboarding, cabanas de montanha, outlets e eventos r Austria. O órgão dirigente é a organização de turismo de Kleiwalsertal, a Kleiwalsertal Tourismus.
159
02 Blaue Schwalbe Europa Meios de hospedagem (vários tipos)
1990 Em 1990, o projeto privado Blaue Schwalb (banco de areia azul) foi iniciado por Vertrãglich Reisen. Da Finlândia à Itália, spa, hotéis e acomodações particulares para férias e negócios podem ser candidatos ao selo. Em 2001, foram certificados 118 participantes.
118
03 Grüne Hand — Wir tun etwas für die Umwelt
Áustria Meios de hospedagem (hotéis e particulares)
1991 Essa iniciativa privada, que significa “mão verde — fazemos algo pelo meio ambiente”, foi criada em 1991 e dirigida pelo proprietário do Hotel Birkenhof. Esse projeto local foi destinado a hotéis em Saalbach-Hinterglemm, em Salzburgo, na Áustria. Até o outono de 2001, sua organização dirigente decidiu reavaliar os critérios e o processo de verificação em função das seguintes razões: o questionarnento intenso que a certificação ecológica sofre em toda a Europa, a importância desse tipo de certificação para o desenvolvimento do turismo sustentável, o interesse da OMT por essa certificação e a grande importância do estudo da OMT.
04 Gite Panda Belgique Bélgica Meios de hospedagem (refúgios)
1992 O projeto Gite Panda Belgique (a organização WWF da Bélgica), implementado em 1992 na região de Wallonie, identifica a adequação de meios de hospedagem como os “refúgios rurais” ou “refúgios sazonais” estabelecidos em parques naturais ou em um município, sob um contrato de Biodiversidade ou sob um Plano Comunal de Desenvolvimento da Natureza (PCDN) com rigorosos critérios ecológicos e socioeducacionais. Até 1 5 projetos Gite Panda foram certificados na Bélgica.
15
144
05 Umweltsiegel Lungau Áustria Meios de hospedagem (vários tipos)
1992 Significa selo ambiental Lungau. Foi desenvolvido desde 1992 mediante parceria entre o Comitê Ecológico de Lungau e a Região de Turismo de Lungau. Foi orientado para todos os tipos de meios de hospedagem situados na pequena localidade de Lungau, em Salzburgo, Áustria. O primeiro ano de premiação foi 1992 e, em 2001, o projeto atingiu a marca de 100 licenças concedidas.
100
06 Wir führen einen umweltorientierten Hotel – und Gaststãttenbetrieb, Deutschland
Alemanha Meios de hospedagem (todos os tipos)
1993 Começou em 1991 como um prêmio nacional na Alemanha, dirigido pela Associação Alemã de Hospedagem e Gastronomia. É direcionado aos meios de hospedagem de pequeno e médio porte e concedeu cerca de 500 licenças em 2000. A gestão criou um manual com 40 itens denominados “Como dirigir uma empresa voltada para o meio ambiente”. Cada associação regional de meios de hospedagem na Alemanha é responsável por todas as etapas: inscrição, verificação, certificação e planejamento de marketing.
500
07 Alcúdia — Municipi Ecoturistic
Espanha Meios de hospedagem (vários tipos)
1994 È um selo ecológico local das llhas Baleares de Maiorca, sob a coordenação do município de Alcúdia. O processo de premiação teve início em 1994 e seu propósito é promover o respeito ao meio ambiente e implementar medidas considerando as políticas ambientais globais. Esse selo é destinado a hotéis e restaurantes. Em 2001, 14 hotéis e3 restaurantes haviam sido certificados.
17
08 Den Grønne Nøgle Dinamarca, Suécia, GnDenl e Estônia
Meios de hospedagem (todos os tipos)
1994 Significa chave verde e foi desenvolvido no início da década de 1990 pela Associação de Hotéis, Restaurantes e Indústria do Turismo (HORESTA). A “chave verde” é um diploma que premia hotéis, albergues da juventude, centros de convenções e férias, áreas de camping e casas de temporada na Dinamarca, Suécia, Groenlândia e Estônia. A premiação teve início em 1994, sendo que a maioria das empresas certificadas é composta de albergues da juventude e hotéis (20% da capacidade total de leitos). Em 2000, 106 empreendimentos foram certificados na Dinamarca, 1 na Groenlândia e 9 na Suécia.
116
145
09 ECOTEL Certification Mundial Meios de hospedagem (hotéis)
1994 Foi iniciada em 1993 pela HVS lnternational Eco Service, a qual auxilia empresas hoteleiras a planejarem e implementarem programas ambientais. Desde 1994, mais de 1.100 estalagens, hotéis e resort internacionais, espalhados por todo o mundo, se candidataram para a certificação, porém apenas 40 membros foram certificados por 1 a 5 prêmios (globos) e apenas 3 no mundo possuem todos os 5 globos. Muitos hoteleiros consideram essa certificação a mais confiável e mais difícil de se atingir, em virtude dos seus critérios rigorosos e pontuação a ser alcançada em cada departamento do hotel.
40
10 Nachhaltigkeits- Zertifizierung für Hotelbetriebe (“Label õ-plus”)
Suíça Meios de hospedagem (hotéis)
1994 Em 1994, o selo Õko-Grischun (Eco-Ebex) iniciou suas atividades como um selo regional no distrito de Graubünden, na Suíça. Direcionava-se aos meios de hospedagem e restaurantes. Em 2001, a organização dirigente ampliou sua área de atuação e os critérios para o aumento da sustentabilidade. O selo tornou-se um sistema de certificação nacional e passou a ser denominado como Nachhaltigkeits-Zertifizierung für Hotel betriebe (Label 5-pl us), dirigido pela organização &i . Agora, destina-se a hotéis ecológicos em toda a Suíça. Os candidatos são premiados recebendo de 1 a 5 selos È-plus. Até o final de 2002, a organização dirigente planejava certificar 50 hotéis.
0
11 Naturprodukt Nationalpark Hohe Tauern
Áustria Meios de hospedagem (todos os tipos) e outros empreendimentos
1994 Fundada em 1994, é uma das primeiras marcas dirigidas pela Associação Nationalpark-Region HoheTauern e já concedeu 37 licenças em 2001, sendo 16 delas para hotéis. Significa produtos naturais do Parque Nacional HoheTauern. O projeto é destinado a empreendimentos que operam na área de manufatura e agricultura ecológica, restaurantes e meios de hospedagem associados.
37
12 Standardy pro ubytovaci zarizerni venkovské turistiky
República Tcheca
Meios de hospedagem (hotéis-fazenda de temporada)
1994 Seu nome pode ser traduzido como padrões para meios de hospedagem rurais. Esse selo destina-se a serviços de hospedagem rural. O projeto é dirigido, desde seu início, pela organização European Centre for Ecotogical and Agricultural Tourism (ECEAT) da República Tcheca, que é o primeiro país europeu a certificar hotéis-fazenda ecológicos. Desde 1994, 70 meios de hospedagem obtiveram o nível básico (estrelas) e cerca de 50 estabelecimentos também alcançaram um ou mais critérios especiais da ECEAT.
120
146
13 UmweltsiegelTirol-Südtirol Áustria e Itália
Meios de hospedagem (todos os tipos)
1994 O selo Umweltsiegel Tirol começou em 1994, na Áustria. No ano seguinte foi ampliado e incluiu a área italiana do Tirol, passando a denominar-se Umweltsiegel Tirol-Südtirol (selo ambiental Tirol — sul do Tirol). O selo austríaco foi gerido por Landesregierung Innsbruck e o selo italiano do sul do Tirol por Südtirol Tourismus Werbung e Südtirol Landesregierung. O projeto dirige-se a hotéis, hospedarias, apartamentos de temporada, fazendas, áreas de camping, hospedagens particulares, pensões e hotéis de eventos na Áustria e na Itália. Em 1996, a iniciativa foi contemplada com o prêmio Tourism forTomorrowAward (Prêmio Turismo para o Futuro). A última certificação, de 86 empreendimentos no sul do Tirol e de 143 nõTirol, foi realizada em 1999. Atualmente, novas inscrições para esse certificado não são mais possíveis. Na realidade, desde 2001, a direção austríaca recomenda o empreendimento certificado a se inscrever ma premiação do selo ecológico oficial da Áustria. A direção italiana oferece ao empreendimento a implementação de um novo sistema de gestão ambiental, denominado Umweltzertifizierung für die Tourismusbranche.
14 Gite Panda France França Meios de hospedagem (refúgios)
1995 Foi implementado em 1992 pela Federation des Parcs Naturels Regionaux de France, a federação de parques naturais da França. O selo reconhece a adequação dos meios de hospedagem classificados pela Gite Panda France quanto às regulamentações de parques nacionais e regionais da França a partir de rigorosos critérios ecológicos e socioeducativos. Até o momento, 258 certificações Gite Panda foram feitas em 31 parques regionais e 5 parques nacionais da França.
258
15 PATA Green Leaf Program / APEC/ PATA Code for SustainableTourism
Ásia e Pacífico
Meios de hospedagem (todos os tipos) e empresas de turismo (todas as áreas)
1995 O projeto PATA Green Leaf Program foi implantado por Pacific Ásia TraveI Association (PATA) em 1992, porém não existe mais. Fundiu-se ao Green Globe 21 devido à falta de monitoramento ambiental. Esse programa permitia que empresas de turismo individuais da região da Ásia e do Pacífico utilizassem o PATA Green Seal simplesmente assinando um termo de compromisso. Também encorajava empresas de turismo a estabelecer diretrizes ambientais detalhadas para esse setor da indústria.
16 Sistema de Turismo Responsable (Biosphere Hotéis Quality for Life)
Espanha Meios de hospedagem (vários tipos)
1995 È um sistema de certificação privada independente com aspectos ambientais e culturais, dirigido pelo Instituto de Turismo Responsable desde 1997. O logo inclui o nome Biosphere Hotéis — Quality for Life. Destina-se a hotéis localizados na reserva da biosfera da Ilha de Lanzarote (Espanha) e entregou 18 licenças em 2001. A organização dirigente pretende estender a iniciativa para outras áreas da biosfera na Europa.
18
147
17 David Beílamy Conservation Award
Reino Unido Meios de hospedagem (parques, áreas de camping e trailer)
1996 Essa competição de três níveis é dirigida pela Associação Britânica de Parques Privados e Públicos, em conjunto com o Professor David Bellamy, um ambientalista muito conhecido e sua presença é uma das razões do sucesso do certificado. O processo de certificação teve início em 1996 e fornece status, além de uma auditoria ambiental. Direciona-se a parques, áreas de camping e trailer e também a parques privados no Reino Unido. No ano de 2001, foram concedidas 165 licenças ouro, 164 prata e 100 bronze.
429
18 Hiiumaa Roheline M — Loodussbbralik Teenindus
Estônia Meios de hospedagem (todos os tipos)
1996 Esse selo local foi desenvolvido em 1994 porTheWest-Estonian Archipelago Biosphere Reserve’s Hiiumaa Centre. Todos os tipos de meios de hospedagem e empresas de catering localizados em Hiiumaa podem candidatar-se a ele. Em 2000, 7 candidatos foram certificados. Aproximadamente 50% dos visitantes reconheciam o selo e 70% fizeram sua escolha a partir dele ao procurar acomodação.
7
19 Umweltgütesiegel auf Alpenvereinshütten
Alemanha, Áustria e Itália
Meios de hospedagem (cabanas alpinas)
1996 É um seio especial para cabanas situadas na alta região dos Alpes, direcionado aos clubes alpinos da Alemanha, Áustria e região sul do Tirol. Os 43 critérios de medição são todos compulsórios. A premiação começou em 1996 e, até o momento, há 24 licenciados no total, sendo 12 na Alemanha, 11 na Áustria e 1 na região sul doTirol.
24
20 Bayerisches Umweltsiegel für das Gastgewerbe
Alemanha Meios de hospedagem (todos os tipos)
1997 (competições únicas em 1991 e 1993/94)
Em 1991 e 1993/94, os primeiros empreendimentos foram premiados na estrutura regional do projeto Umweltbewubter Hotel- und Gaststãttenbetrieb. Desde 1997, o selo ecológico oficial da Bavária, denominado Bayerisches Umweltsiegel für das Gastgewerbe (locais de hospedagem e gastronomia ambientalmente responsáveis), é um programa de certificação com três níveis (bronze, prata e ouro) dirigido por Bayerisches Staatsministerium für Landesentwicklung und Umweltíragen (Ministério do Meio Ambiente), o órgão governamental local. Essa certificação destina-se a hotéis, meios de hospedagem privados, áreas de camping e apartamentos de temporada localizados na Alemanha. No ano de 2001, 200 prêmios foram entregues.
200
21 Certificación para la Sostenibilidad Turística
Costa Rica Meios de hospedagem (todos os tipos) e empresas de turismo (todas as áreas)
1997 A certificação foi iniciada em 1997 pelo Instituto de Turismo da Costa Rica, com o propósito inicial de classificar e certificar to dos tipos de empresas de turismo nacional. Na sua primeira fase, o programa gratuito estava aberto apenas para o setor hoteleiro, sendo que, em 2000, 46 estabelecimentos foram certificados. Uma diferenciação nos requisitos de certificação, de acordo com o tamanho do hotel, pode acontecer no futuro. Além disso, em breve os critérios socioculturais e ambientais também devem ser abertos para agências de viagens.
46
148
22 Das Õsterreichische Umweltzeichen für Tourismusbetriebe
Áustria Meios de hospedagem (todos os tipos)
1997 Esse é o selo ecológico oficial da Áustria, dirigido pelo Bundesministerium für Land- und Forstwirtschaft, Umwelt und Wasserwirtschaft (Ministério do Meio Ambiente) desde 1996. Foi o primeiro selo nacional para turismo na Europa. A premiação constitui-se de um abrangente sistema que avalia 135 critérios rígidos. Esse selo verifica produtos e serviços, sendo direcionado a todos os tipos de empresas de hospedagem. Em 2001, 150 empreendimentos foram licenciados. Desde 2000, os estabelecimentos de hospedagem doTirol também podem se inscrever para esse selo.
150
23 Green Key for Holiday Houses
Dinamarca Meios de hospedagem (casas de temporada)
1997 Desde 1997, é um selo local para casas de temporada na Ilha de Moen. É um sistema de avaliação bastante simples com 9 critérios. Desde 2000, o projeto evolui para tornar-se um selo nacional completo (cooperação intensa com Den Grønne Nøgle). Em 2001, 54 casas foram certificadas.
54
24 National Ecotourism Accreditation Program (NEAP)
Austrália Meios de hospedagem (vários tipos) e produtos turísticos (oferta turística)
1997 Implementado em 1996 pela Associação de Ecoturismo da Austrália, esse projeto está aberto a qualquer pacote, meio de hospedagem ou atrativo dos dois setores da indústria turística australiana: turismo ambiental e ecoturismo. O NEAP é atualizado a cada 3 anos. Em sua primeira edição, 260 produtos foram premiados e publicados. É o primeiro programa com esse perfil na Austrália, pois foi desenvolvido pela e para a indústria. Hoje em dia é muito conhecido entre os turistas australianos e também entre gestores de áreas protegidas envolvidos no processo de certificação. Colaboração com o Green Globe 21 também faz parte dos planos futuros da organização.
260
25 Strutture ricettive consigliate per Vimpegno in difesa dell’ambiente
Itália Meios de hospedagem (hotéis)
1997 Foi lançado em 1997 pela Legambiente, associação nacional para proteção do meio ambiente. Todo o projeto é diretamente inspirado nos princípios ecológicos contidos na Agenda 21. Começou a atuar na região do Mar Adriático e foi estendido para outras localidades italianas. Seu objetivo é abranger toda a Itália. No momento, 51 hotéis foram certificados na área de Riccione e novas iniciativas estão em progresso na província de Rimini e na região de Emilia-Romagna.
51
26 El Distintivo de Garantia de Calidad Ambiental (El Distintivo)
Espanha Meios de hospedagem (todos os tipos)
1998 Esse selo ecológico governamental oficial da região da Catalunha é dirigido pela sua província. Desde 1998 foi direcionado para produtos e serviços como áreas de camping, por exemplo. Em 2000 o selo ampliou sua atuação, direcionando-se também aos hotéis. No ano seguinte, 9 áreas de camping, 1 albergue da juventude e 3 hotéis foram certificados. A iniciativa combina excelente gerenciamento ambiental com ótimos componentes de desempenho.
13
149
27 Green Tourism Business Scheme
Reino Unido Meios de hospedagem (todos os tipos)
1998 É um projeto muito bem-sucedido que possui 3 níveis de certificação. O selo foi desenvolvido por uma parceria entre The Scottish Tourist Board e SEA Ltd. Direciona-se a todos os tipos de estabelecimentos de hospedagem tais como bed and breakfast, self catering, hotéis, hospedarias, albergues da juventude, parques, atrações turísticas, além de outras empresas escocesas. O processo de certificação teve início em 1998 e concedeu 254 licenças em 2001. Apenas empreendimentos com certificação ouro estão em condições de se candidatar ao ISO 14001. Projetos pilotos regionais serão implementados, de forma a estendê-lo para todo o Reino Unido. A organização dirigente demonstra interesse em desenvolver uma base de dados e um programa de benchmarking nacionais para o estabelecimento de diretrizes gerais dentro de sua área de atuação.
254
28 GreenLeaf Eco-Rating Program
Canadá Meios de hospedagem (todos os tipos)
1998 Foi lançado por TerraChoice Environmental Services Inc. por interesse de Hotel Association of Canada. Desde 1998, a organização TerraChoice opera esse programa com o apoio da American Express, visando à premiação de hotéis, motéis, resort, B&8 e chalés no Canadá e à melhoria de seu desempenho ambiental. Até o momento, 250 meios de hospedagem foram certificados após um programa de 3 anos. Um dos parceiros envolvidos (Environment Canada) chegou a iniciar um programa voluntário de incentivo para que os funcionários do governo federal se hospedem nos “hotéis verdes” durante as viagens de negócios
250
29 Hôtel au Naturel França Meios de hospedagem (hotéis)
1998 Foi criado pela Federation des Parcs Naturels Regionaux em 1992. A iniciativa reconhece proprietários de hotéis localizados em parques naturais regionais franceses. Esses hotéis integram ações de proteção ambiental em sua rotina de atividades mediante um programa de longa duração. O projeto compreende uma cadeia de 13 hotéis certificados, localizados nos parques regionais franceses. A meta para os próximos 5 anos é reconhecer 40 estabelecimentos hoteleiros na associação de comércio.
40
30 Milieubarometer Países Baixos
Meios de hospedagem (áreas de camping)
1998 É um sistema de três níveis (bronze, prata e ouro) dirigido por Stichting Keurmerk Milieu, Veiligheid en Kwaliteit. Criada em 1998, essa iniciativa direciona-se às áreas de camping e parques nos Países Baixos. Em 2001, 180 licenças foram concedidas. Empreendimentos certificados com o nível ouro automaticamente conseguem a certificação Milieukeur, que é reconhecida nacionalmente. Desde a sua criação, o selo ecológico é um projeto de autofinanciamento. Dois dos seus objetivos a longo prazo são estabelecer padrões ambientais para empresas do setor de lazer e atingir reconhecimento internacional.
180
150
31 Ôko-Pikto Europa Meios de hospedagem (áreas de camping)
1998 É a legitimação de produtos no principal guia de áreas para trailer e camping da Europa, o qual possui tiragem de 300.000 cópias e menção de 5.500 áreas para acampamento. Desde 1 998, o prêmio é dirigido por ADAC Publishing House, o clube alemão do automóvel. Voltado aos campings europeus, o projeto teve 500 licenciados no ano de 2001. Foca-se no uso de fontes alternativas de energia (pelo menos 30% das exigências energéticas totais) e consumo de água (economia de pelo menos 30% das necessidades hídricas totais de água não potável).
500
32 Regionalmarke Biosphãrenreservat Schorfheide-Chorin
Alemanha Meios de hospedagem (todos os tipos) e empresas do trade
1998 Projeto criado por Kulturlandschaft Uckermark e.V. em 1998. Direciona-se a estabelecimentos de hospedagem e gastronomia, assim como artesanato e artes, processamento de alimentos, apicultura, pesca, silvicultura, horticultura e agricultura na Reserva da Biosfera de Schorfheide-Chorin, na Alemanha. Em 2001, 53 membros foram certificados; dentre eles estavam 7 meios de hospedagem e 13 estabelecimentos de gastronomia.
53
33 Umweltsiegel Uckermark Alemanha Meios de hospedagem (vários tipos)
1998 Esse pequeno selo sub-regional é o primeiro da região de Brandemburgo, no leste da Alemanha, desenvolvido pelo Tourismusverband Uckermark, a associação de turismo de Uckermark. Desde 1998, foi direcionado para hotéis e hospedarias na região de Uckermark, em Brandemburgo Land e teve 1 9 licenciados em 2000. Os serviços para os hotéis certificados são muito limitados e a iniciativa, provavelmente, cessará suas atividades em breve.
19
34 Urlaub auf Biohõfen -Deutschland
Alemanha Meios de hospedagem (hotéis- fazenda ecológicos)
1998 Na Alemanha, (Jrlaub auf Biohõfen (férias em fazendas orgânicas) é um teste de qualidade dirigido pela ECEAT do país desde 1998 e já licenciou 143 empreendimentos em 2001. Esse selo é independente de qualquer suporte financeiro e seu objetivo é apoiar a agricultura ecológica por meio do turismo leve. É um projeto exclusivamente direcionado para hotéis-fazenda reconhecidos por produção orgânica e que possuam instalações de hospedagem na Alemanha. Os licenciados são publicados no guia Urlaub auf Biohãfen, juntamente com uma avaliação detalhada do desempenho das fazendas. Desse modo, a publicação mantém sua transparência e oferece informações altamente confiáveis sobre as iniciativas. Em 2002, a ECEAT Alemanha apresentou um novo sistema referente aos critérios.
143
151
35 EcoLabei Luxembourg Luxemburgo Meios de hospedagem (todos os tipos)
1999 Desde 1999, esse é o selo ecológico oficial de Luxemburgo, dirigido pelo Ministério do Turismo. Os licenciados são hotéis, albergues da juventude, meios de acomodação privados, apartamentos de férias, refúgios e áreas de camping. Em 2000, 21 empreendimentos foram certificados. Essa quantia representa cerca de 10% dos campings e cerca de 3% dos hotéis e albergues da juventude de Luxemburgo. A organização de certificação ecológica oferece seminários genéricos para empreendimentos e candidatos interessados. Os membros da comissão examinadora são consultores ambientais de Luxemburgo e estrangeiros.
21
36 Green Globe Certification Mundial Meios de hospedagem, operadoras de turismo e destinos
1999 A iniciativa foi estabelecida, em 1994, pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo*. Sua função é transformar os princípios da Agenda 21 em ações práticas para a indústria mundial de viagens e turismo. Esse projeto ambiental direciona-se a meios de hospedagem, operadoras de turismo e destinos de todo o mundo. Baseia-se mais no comprometimento do que no desempenho. Em 1999, uma joint ventur,e foi formada com o Australia’s Cooperative Research Centre for Sustainable Tourism (CRC), um centro de pesquisas para o turismo sustentável, com a finalidade de operar na região Ásia—Pacífico e com CAST e Green Seal, para operar nas Américas. Em maio de 2001, o Green Globe também trabalhou em projetos no Canadá e nas llhas Fiji.
37 Cuida Agli Agriturismi Bioecologici
Itália Meios de hospedagem (hotéis- fazenda ecológicos)
1999 O selo foi implementado pela Associação Italiana para Agricultura Biológica (Associazione Italiana per I’Agricoltura Biologica — A.I.A.B.), em 1998, em cooperação com a WWF da Itália, a Associação Italiana de Bioarquitetura, a Compagnia della Natura (operadora italiana especializada em turismo sustentável), a Eco&Eco e hotéis-fazenda orgânicos. O propósito dessa iniciativa é estabelecer um projeto de certificação, a fim de avaliar cada hotel- fazenda ecológico aberto à visitação na Itália e desenvolver a confiança dos consumidores. Todos os membros certificados são mencionados na edição do Cuide for Bio-Ecological Holiday Farms, o guia dos hotéis-fazenda ecológicos publicado pela Tecniche Nuove e distribuído para todas as livrarias do país. Em 2000, 135 empreendimentos de 145 candidatos receberam o prêmio.
135
152
38 Les Clefs Vertes França Meios de hospedagem (áreas de camping e trailer)
1999 É o selo ecológico nacional para áreas de camping, trailer e conjuntos de bangalôs da França. A direção do projeto está a cargo da Fundação de Educação Ambiental de Paris* desde 1999. No ano de 2000, 49 licenças foram entregues. A organização dirigente coopera com editoras de guias turísticos estrangeiros como o Le Guide Suisse. Posteriormente, o grupo-alvo deve ser ampliado para albergues e centros de férias franceses.
49
39 Nordic Ecolabeling: Miljërnãrkning av hotel
Países Nórdicos
Meios de hospedagem (hotéis)
1999 O Miljõmãrkning av hotel, conhecido como cisne nórdico, é o primeiro projeto de certificação ecológica oficial dos países Nórdicos (Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia e Dinamarca). As agências nacionais de certificação ecológica são responsáveis pela direção do projeto desde 1 999. Direciona-se a produtos e serviços como hotéis, estabelecimentos de hospedagem curta, restaurantes, instalações para eventos e piscinas. Concedeu 28 licenças em 2001. Esse é um projeto muito exigente, constituído de critérios de medição e gerenciamento. Além disso, é o primeiro que demanda critérios de limitação para o consumo de água e energia, limpeza e substâncias perigosas, bem como de produção de lixo por pernoite.
28
40 Õko-Proof-Betrieb Mundial Meios de hospedagem (hotéis)
1999 Esse projeto é bastante conhecido e a companhia de certificação independente TUV Umwelt Cert Umweltgutachter GmbH é a sua gestora desde 1999. Direciona-se a hotéis e centros de férias em todo o mundo. O candidato deve preencher 75% dos critérios exigidos e, após uma certificação bem-sucedida, os licenciados podem tentar uma certificação de acordo com DIN EN ISO 14000. O projeto foi desenvolvido para o mercado internacional com o intuito de avaliar o desempenho da gestão ambiental de hotéis. A iniciativa pretende se transformar em um selo econhecido no mundo inteiro e que foi iniciado na Alemanha. Em 2000, foram certificados 18 empreendimentos na Alemanha. Para o ano seguinte estimou-se a certificação de hotéis em Dubai, Espanha, Turquia e outros locais.
1 8
41 Entreprise éco- dynamique Bélgica Meios de hospedagem (hotéis) e empreen- dimentos não turísticos
2000 O selo Entreprise éco-dynamique (empresa ecodinâmica) possui três níveis de certificação. Desde 2000, a gestão do projeto está sob responsabilidade de lnstituit Bruxellois our la Gestion de l’Environnement (1GB E), o departamento do meio ambiente e energia de Bruxelas. Direciona-se a empresas privadas, assim como a hotéis e centros de conferência com matrizes na região da capital Bruxelas. Em 2001, de um total de 35 empresas certificadas, encontravam-se 7 hotéis.
35
153
42 Label Vert Bélgica Meios de hospedagem (vários tipos)
2000 Significa selo verde. É um novo selo regional gerido pela Fédération Touristique du Luxembourg Belge desde 2000. Essa iniciativa destina-se a hotéis, áreas de camping e alojamento localizados nessa pequena região belga. Os dirigentes colaboram com a Fundação Õko-Fonds, em Luxemburgo. Em 2000, fpram designadas 6 licenças.
6
43 Power Smart Green Hotel Program
Canadá Meios de hospedagem (todos os tipos)
2000 Foi lançado em dezembro de 2000 por BC Hydro and Power Authority. O projeto esta aberto a qualquer estabelecimento de hospedagem do Canadá que tenha banheiro privativo nos apartamentos e se comprometa com a implantação de medidas para economizar energia, conservar água e reciclar lixo. Esse programa incentiva hotéis a desenvolver seu próprio programa ambiental ideal. Até o ano 2000, do total de 3.400 estabelecimentos de hospedagem da Columbia Britânica, 42 meios de hospedagem foram nomeados Green oú Green Plus.
42
44 Groene Duim Países Baixos
Meios de hospedagem (vários tipos) e destinos
2001 O Groene Duim, polegar verde, é um prêmio de alcance mundial dirigido pela TU! dos Países Baixos, desde 2000. O projeto contempla meios de hospedagem e pacotes turísticos ambientalmente corretos pertencentes aos catálogos de viagem da TUI Netherlands. Em 200.1, 40 hotéis, além de todos os estabelecimentos da cadeia hoteleira Landidyll, 4 hotéis da cadeia Grecotel e 2 destinos (Rauris/AT e Bad Hofgastein/AT) receberam o prêmio. Esse projeto cessou suas atividades no verão de 2001 em conseqüência do efeito negativo observado por um grupo de consultores enviados para inspeção pela organização dirigente.
154
45 Umweltzertifizierung für die Tourismusbranche — Einführung von Umweltmanagement- systemen nach der Norm ISO für kleine Betriebe
Itália Meios de hospedagem (vários tipos)
2001 Fruto de uma parceria entre Siidtirol Marketing, Det NorskeVeritas Itália e associações hoteleiras, esse projeto foi lançado em 1999, na região sul doTirol (Itália). Suas atividades são possíveis graças à cooperação entre Provincia Autonoma di Boizano-Alto Adige (província autônoma de Bolzano-Alto Adige) e Agenzia Provinciaie per la Protezione deil’Ambiente e la Tutela dei Lavoro (agência de proteção ao meio ambiente e tutela do trabalho). Esse projeto segue outra iniciativa da região denominada Umweitsiegel Tirol Südtirol, voltada aos estabelecimentos de hospedagem de pequeno porte, iniciativa essa que foi considerada muito restrita e substituída pelo sistema de gestão ambiental ISO 14001. A lista das exigências contém todos os pontos incluídos no ISO 14001, os princípios de medição e gerenciamento referente a todos aspectos ecológicos. Para serem certificados, os candidatos devem estar de acordo com todos os pontos dessa lista e com a legislação ambiental em vigor. A organização incentiva empreendimentos certificados pelo seio Umweltsiegel Ti rol-Südti rol e outros empreendimentos da Áustria e da Itália a se candidatarem ao novo sistema comum, designado Umweltzertifizierung für die Tourismusbranche — Einführung von Umweltmanagementsystemen nach der Norma ISO für kleine Betriebe. Em 1999, 86 empreendimentos foram premiados com o selo ambientai no sul do Tirol. Atualmente não é mais possível se candidatar a ele. Em 2000, apenas 4 empreendimentos participaram do novo sistema e 2 já haviam sido certificados em 2001.
2
46 LeeValley Eco- Label Project Irlanda Meios de hospedagem (todos os tipos) e outros empreen- dimentos
Esperado para 2001/02
Em 1999, esse projeto comunitário foi lançado oficialmente na Irlanda por LeeValley Enterprise Board. Refere-se principalmente a produtos, porém está cada vez mais direcionado para a qualidade ambiental de determinadas regiões turísticas irlandesas. A obtenção de uma marca de qualidade ambiental fundamentada na área reforça o conceito do desenvolvimento sustentável dos recursos sociais e ambientais. Atualmente, o projeto está envolvido em um processo de transição. LeeValley é a única região na Irlanda empreendendo um projeto desse tipo. Mesmo estando nas etapas iniciais de desenvolvimento, o projeto obteve um grande reconhecimento no período de 1999 a 2001.
155
47 VIABONO Alemanha Meios de hospedagem, destinos e serviços adicionais
2001 Desde 2001, VIABONO é a nova marca de cobertura ambiental nacional na Alemanha. A iniciativa é gerida pela VIABONO GmbH em parceria com associações das áreas de turismo, meio ambiente, consumidor, comunidade, ministérios e governo. Direciona-se a empreendimentos de hospedagem na Alemanha. Também existem planos para que essa iniciativa forneça a licença aos destinos turísticos e serviços adicionais. A VIABONO deve se desenvolver em uma plataforma eletrônica para que os turistas encontrem produtos e serviços turísticos relacionados ao meio ambiente e natureza, lazer, cozinha regional, férias familiares ou arte e cultura.
48 Vorbildliche Campingplãtze in Deutschland
Alemanha Meios de hospedagem (áreas de camping)
1972 É um prêmio de três níveis dirigido pela Deutscher Tourismusverband, a associação alemã de turismo, que teve início oficialmente em 1972. O objetivo , a longo prazo, é tornar o turismo alemão competitivo em âmbito nacional mediante a melhoria de qualidade das áreas de camping públicas e privadas da Alemanha. Os principais critérios são integração das áreas com a paisagem e informações fornecidas aos clientes. Em 2000, havia 32 áreas de camping premiadas.
32
49 British Airways Tourism for Tomorrow Award
Mundial Meios de hospedagem (vários tipos), operadoras de turismo, destinos e reservas naturais
1992 É um prêmio internacional fundado, em 1993, pela agência ambiental da companhia British Airways. Direciona-se a operadoras de turismo, hotéis, administrações de parques nacionais e outras instituições turísticas domundo inteiro. Essa iniciativa encoraja, mediante a seleção de projetos mundiais que sirvam de exemplos das melhores práticas ambientais do segmento turístico, empresas a preservar o meio ambiente. Um ganhador é selecionado em .cada uma das cinco regiões onde atua: Pacífico, Sul, Américas, Europa e Reino Unido. Um vencedor geral também é nomeado.
6
50 CHA/AMEX Green Hotel ier of the Year
Caribe Meios de hospedagem (hotéis)
1996 Foi lançado, em 1996, por Caribbean Alliance for Sustainable Tourism (CAST). Esse prêmio, apoiado pela American Express, foi criado para reconhecer boas práticas ambientais entre os membros da Associação Caribenha de Hotéis. Inovação, criatividade e desafio são premiados todos os anos em duas categorias: hotéis de pequeno e de grande porte. A reutilização de jornais velhos em caixas para nidificação de pintos ou de sacas de cebolas e batatas para a área destinada ao lixo (economizando US$ 32 por dia) são exemplos de idéias premiadas em 2000. Nesse ano, havia de 50 a 60 inscritos e, destes, somente dois foram premiados em ambas as categorias. Os membros selecionados a princípio são anunciados na Conferência Caribenha da Indústria Hoteleira e promovidos por CHA e CAST.
4
156
51 PRHTA Annual Green Hotel & Green lnn Awards
Porto Rico Meios de hospedagem (hotéis)
1996 Foi lançado, em 1995, pela Associação de Turismo e Hotelaria de Porto Rico. Esse projeto recompensa anualmente as iniciativas de acordo com seu tamanho (um prêmio Green Hotel e um prêmio Green lnn). Baseia-se em um programa de prêmios semelhante ao desenvolvido, em 1994, pela Fundação Caribenha de Reciclagem para a Associação Caribenha de Hotéis. Os critérios são básicos, porém detalhados e incentivam albergues e hotéis porto-riquenhos a darem seus primeiros passos no campo ambiental. Simples comprometimentos como um programa para reciclar papelão, vidro, papel, óleo, alumínio, plástico, entre outros materiais, já foram premiados. No futuro, o projeto pode desenvolver um padrão de certificação ecológica para ser concedido a todas as atividades que preencham um número mínimo de exigências.
4
52 International Hotéis Environment lnitiative (IHEI)
Mundial Meios de hospedagem (hotéis)
1992 Foi fundada, em 1992, por um consórcio de diretores de 10 grupos multinacionais de hotéis (The Princes ofWales Business Leaders Forum). Funciona como uma plataforma não competitiva que incentiva melhorias contínuas no desempenho ambiental de toda a indústria hoteleira. Suas parcerias foram multiplicadas com associações hoteleiras, órgãos governamentais, ONG, órgãos de turismo e empreendimentos, a fim de estimular e auxiliar a fixação de iniciativas locais. Por exemplo, a IHEI iniciou o prêmio Green Hoteliers Award em parceria com a Associação Internacional de Hotéis e Restaurantes e com a American Express. Esse prêmio contempla um hoteleiro por seus esforços relacionados ao melhor desempenho ambiental. A IHEI planeja desenvolver uma nova iniciativa para a indústria da hotelaria denominada Sitting and Design Programme. O projeto engloba a definição de normas para que hotéis causem danos mínimos ao meio ambiente e reduzam os impactos ambientais provenientes de suas atividades. Atualmente, os membros hoteleiros representam mais de 11 .000 hotéis nos cinco continentes, ou seja, mais de 1,9 milhão de apartamentos.
53 Environmental Management Guide for Smail Hoteis and Resorts
llhas Fiji Meios de hospedagem (hotéis)
1998 Esse guia foi implementado, em 1998, nas llhas Fiji, pelo Conselho de Turismo do Pacífico Sul*. O programa apresenta uma estrutura para hotéis pequenos e médios e resorts e fornece idéias por meio das quais as operadoras podem desenvolver sua própria gestão ambiental. O projeto foi custeado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento mediante o conselho TCSP. Essas orientações são elaboradas a partir de uma quantidade considerável de publicações sobre gestão ambiental para hotéis e indústria do turismo. Além disso, estimula os candidatos a consultarem esses documentos e organizações como Green Globe, Environmental Hoteis of Auckland iniciative, international Hoteis Environment initiative, etc.
157
54 Caribbean Alliance for Sustainable Tourism
Caribe Meios de hospedagem (hotéis)
1999 A Aliança Caribenha para o Turismo Sustentável foi criada em 1999. A organização ajuda os hoteleiros do Caribe na gestão eficaz dos recursos ambientais e promove os esforços dos membros da Associação de Hotéis do Caribe na implementação de boas práticas ambientais. O projeto é um elo real entre todos os investidores da área do turismo. Essa rede também contemplaseus membros com os prêmios Green Hotel Award e Green Area of the Year Award. Eles fornecem, ainda, informação e apoio ao programa Green Globe.
55 ECOCAMPING — Integriertes Umweltmanagement auf Campingplãtzen
Alemanha, Áustria,Suíça e Itália
Meios de hospedagem (áreas de camping)
1999 Desde 1999, essa é a rede para campings na Europa, com um sistema integrado de gestão ambiental dirigido pela organização Bodensee-Stiftung. Desde 2001, a rede tem compreendido 14 áreas de campihg em Lake Constance (Alemanha), seis em Lago Maggiore (Itália) e 14 em Baden Württemberg (Alemanha). A próxima etapa inclui a concepção do selo ECOCAMPING com critérios fixos e componentes gerenciais flexíveis.
56 KENYA ECORATING SCHEME
Quênia Meios de hospedagem, operadoras de turismo, reservas naturais e instalações esportivas
2001 É uma iniciativa bastante nova, iniciada pela Sociedade de Ecoturismo do Quênia em 2001. O objetivo desse programa é preservar os recursos naturais e culturais do Quênia e melhorar a vida da população local. A organização de IVTS dirigente quer desenvolver uma estrutura de padrões de gestão ambiental para operadoras de turismo, hoteleiros, operadoras de alojamentos e camping, assim como gestores de destinos turísticos. O progresso de um sistema de classificação deve levar à certificação de empreendimentos identificados por selo ecológico. Além disso, o programa utilizará estratégias de marketing para se promover e fará a divulgação das empresas que alcançarem tal certificação. No longo prazo, o plano é identificar uma rede de organizações e/ou indivíduos que possam fornecer apoio e conselhos diretos para empreendimentos em busca de certificação.
Fonte: OMT. Iniciativas para o turismo sustentável. (2004), reorganizado por Novaes (2007)
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ANEXO E – Publicação da ABIH-SC- roteiros turísticos integrados.
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ANEXO F – Guia turístico da serra catarinense com meios de hospedagem. fonte SANTUR
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