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TECTÔNICA DAS PLACAS Conheça mais sobre o movimento que deu e dá início ao surgimento das cordilheiras, vulcões e terremotos. TEMPO UNIVERSAL Horários diferentes para lugares diferentes. Você sabe por quê? UM ESTRANHO NO NINHO? Conheça mais sobre o planeta Em que vivemos UM ESTRANHO NO NINHO? Conheça mais sobre o planeta em que vivemos

UM ESTRANHO NO NINHO? - videolivraria.com.br · Ter água é um dos grandes dife-renciais do planeta Terra. Não há vida como a conhece- ... começou então a se romper e a formar

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TECTÔNICA DAS PLACAS

Conheça mais sobre o movimento que deu e dá início

ao surgimento das cordilheiras, vulcões e terremotos.

TEMPO UNIVERSAL

Horários diferentes para lugares diferentes.Você sabe por quê?

UM ESTRANHO NO NINHO?Conheça mais sobre o planeta

Em que vivemos

UM ESTRANHO NO NINHO?Conheça mais sobre o planeta

em que vivemos

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A CORDILHEIRA DO HIMALAIA FICA ENTRE A ÍNDIA E O NEPAL.

UMA IMAGEM DA CORDILHEIRA DOS ANDES NO CHILE.

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A inclinação do eixo de rotação da Terra é de aproximada-mente 23,5 graus, e isso é a causa das estações do ano.

A Terra fi ca a uma distância média do Sol de 149,6 milhões de quilômetros e se move em torno dele a uma velocidade de mais ou menos 30 km/s.

A Terra não é uma esfera perfeita; ela tem formato geói-de. O seu achatamento polar é causado pelo efeito centrí-fugo da rotação. O diâmetro equatorial é levemente maior que o diâmetro polar (12.757km contra 12.714km, uma diferença de 43km). A massa da Terra é de 6.1024kg (o 6 é seguido de 24 zeros!).

Da superfície da Terra, 71% são ocupados por oceanos e 29% pelos continentes. Ter água é um dos grandes dife-renciais do planeta Terra. Não há vida como a conhece-mos sem água.

A atmosfera da Terra é composta por nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). Os outros gases perfazem apenas 1% da atmosfera (inclusive o gás carbônico, que aqui na Terra tem o percentual exato para causar um efeito estufa su-fi ciente para não congelarmos à noite). A temperatura na Terra varia apenas de –80ºC até +60ºC e seu valor médio é exatamente o suportável pelos seres humanos.

OS VULCÕES EXPELEM O MAGMA, PRODUZIDO ENTRE O MANTO E A CROSTA. A FALHA DE SAN ANDRÉAS, NA CALIFÓRNIA, É UM DOS LOCAIS

MAIS PROPENSOS A OCORRÊNCIA DE TERREMOTOS.

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A atmosfera da Terra pode ser considerada leve, com ventos fortes e também alterações climáticas cau-sadas por massas de ar. O interior da Terra costuma ter sua estrutura separada em partes: o núcleo

(subdividido em interno e externo), o manto e a crosta.

NÚCLEOO NÚCLEO INTERNO É FEITO DE FERRO SÓLIDO A MAIS DE 400ºC E É CERCADO PELO NÚCLEO

EXTERNO, FORMADO POR FERRO LÍQUIDO, RESPONSÁVEL PELO CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA.

MANTOCAMADA MAIS VOLUMOSA, ESTÁ EM MOVIMENTO, QUE CAUSA TENSÕES NA CROSTA.

CROSTACAMADA MAIS DELGADA, SUA PROFUNDIDADE VARIA DE 10 A 35KM, MAS PODE CHEGAR A 65KM NAS REGIÕES MONTANHOSAS. A CROSTA CONTINENTAL REPOUSA SOBRE O MANTO, ASSIM COMO UM ICEBERG FLUTUA NA ÁGUA.

Em termos de constituição, o elemento químico mais comum na Terra é o ferro, seguido pelo silício e pelo magnésio. Correntes fl uidas no núcleo exterior seriam respon-

sáveis pelo campo magnético terrestre. Da ordem de 0,4.10–4 tesla ou 0,4 gauss, o núcleo encontra-se inclinado 12º em relação ao eixo de rotação da Terra e funciona como um imenso

ímã (por isso a agulha das bússolas sempre aponta para o mesmo lugar, o Norte). Quando partí-culas eletricamente carregadas atingem esse campo que envolve toda a Terra, elas interagem com ele

e emitem luz, causando o fenômeno que chamamos de aurora.

NOSSO BONITO PLANETA NUNCA É VISTO DA MESMA MANEIRA DO ESPAÇO POR CAUSA

DAS NUVENS AO REDOR DELE, QUE ESTÃO EM CONSTANTE MOVIMENTO.

O FURACÃO FRANCES SE APROXIMANDO DA FLÓRIDA EM 2003. OS FURACÕES SÃO UM

DOS FENÔMENOS DO CLIMA NA TERRA.

A COSTA DO ALASCA COBERTA DE GELO. UMA VISÃO DA TERRA A PARTIR DE UM SATÉLITE EM ÓRBITA.

PANORAMA DE 360º DO QUE SERIA VISTO DO ALTO DO MONTE EVEREST, NO HIMALAIA, A QUASE 9 KM DE ALTURA. O EVEREST É O PONTO CULMINANTE DA TERRA.

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A crosta da Terra é formada por partes isoladas, sobre as quais fi cam os continentes. Dessa ma-neira, os continentes se movem sobre o manto do planeta e a distribuição das terras está sempre mudando. Há 220 milhões de anos havia apenas um supercontinente, denominado Pangéia, que começou então a se romper e a formar os conti-nentes modernos que conhecemos hoje (América, Europa, Ásia, África, Oceania e Antártida).

O movimento dessas placas é o responsável pelo surgimento das cordilheiras (como é o caso dos Andes, na América do Sul e do Himalaia, na Ásia) e também dos vulcões e terremotos. Para entender mais sobre o nosso planeta, também há uma série

de satélites artifi ciais em órbita. Eles têm outras fi nalidades, como as comunicações, e são muito úteis.

Os satélites permitem saber rapidamente o que acontece em qualquer lugar do mundo, e tam-bém auxiliaram no desenvolvi-

mento da telefonia.

Inicialmente os satélites foram utilizadas para a descoberta de jazidas minerais, atualmente permi-tem ao homem descobrir focos de desmatamen-tos, mapear rotas, e muitas outras coisas.

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PARALELOS E MERIDIANOS SÃO LINHAS IMAGINÁRIAS SOBRE O PLANETA TERRA.

UM PONTO P SOBRE A SUPERFÍCIE DA TERRA E SUA LATITUDE E LONGITUDE, AMBAS SENDO MEDIDAS

ANGULARES.

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POR UMA QUESTÃO DE CONVENIÊNCIA, OS FUSOS HORÁRIOS NO BRASIL NÃO UTILIZAM OS LIMITES TEÓRICOS.

FUSOS HORÁRIOS SOBRE A TERRA SÃO LEVEMENTE AJUSTADOS DE ACORDO COM A CONVENIÊNCIA DE CADA PAÍS.

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A Terra efetua um movimento de rotação em tor-no de um eixo imaginário. O período desse movi-mento é de 23h56min e não exatamente 24 horas. A principal conseqüência da rotação da Terra é o movimento aparente das estrelas, do Sol e da Lua. Aliás, graças a esse movimento aparente há mais de três mil anos, astrônomos já sabiam da rotação do nosso planeta.Como o Sol “nasce” no leste e “se põe” no oeste, eles concluíram que a Terra gira de oeste para leste. Suponha que você está andando de bici-cleta e que passa bem perto de um colega que está parado. Para seu colega, pode parecer que você está se movimentando na direção dele, mas você dirá exatamente o contrá-rio: do seu ponto de vista, é ele que está se movimentando em sua direção (note que o sentido do movimento dele é o posto ao seu). Esse movimento do seu colega é uma questão de percepção; os astrônomos e físicos dizem que é uma questão de refe-rencial. Na verdade este é um movimen-to aparente, como é o movimento diurno do Sol em nosso céu.

As interseções do eixo de rotação com a superfície da Terra defi nem os pon-tos que denominamos pólos norte e sul geográfi cos.

A velocidade de rotação não é a mesma para to-

dos os pontos da Terra, mas o que nos interessa

é que todos os pontos dão uma volta completa em

aproximadamente 24 horas.Em 1851, Jean Bernard Léon Foucault pendurou

um pêndulo na cúpula do Panthéon de Paris, feito

com uma esfera de ferro de 28 quilos pendurada

por um cabo de 67 metros e uma característica

importante: poder oscilar em qualquer plano li-

vremente. Esse pêndulo demonstrou e provou, de

uma vez por todas, a rotação da Terra.

Se colocarmos o pêndulo de Foucault para

oscilar sobre uma linha, num determinado

plano e o deixarmos oscilando ao longo de

horas, verifi caremos que ele não estará mais

oscilando sobre aquela linha inicial ou naquele

mesmo plano inicial, porque a Terra rotacionou

e o pêndulo manteve o mesmo plano inicial; ou

seja, tomando-se por referencial o pêndulo, quem

rodou foi o chão.Se estivermos num pólo da Terra (latitude de 90º)

com esse mesmo pêndulo, veremos que, uma vez

oscilando, ele demorará 24 horas para voltar ao pla-

no inicial; numa latitude de 45º, ele levará 1,4 dias;

levará cerca de 2 dias para uma latitude de 30º.

O PÊNDULO DE FOUCAULT NO PANTHÉON EM PARIS.

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ANALEMA SOLAR SOBRE A GRÉCIA – UM ANALEMA É O RESULTADO DE UMA FOTOGRAFIA DO SOL DURANTE

UM ANO, SEMPRE À MESMA HORA DO DIA. PARA O ANALEMA QUE VEMOS ACIMA,

38 FOTOGRAFIAS FORAM SUPERPOSTAS.

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É também o astro mais próximo da Terra e o único satélite natural de nosso planeta. Além de embelezar nosso céu, é ela que causa as marés. Uma série de outras infl uências é atri-buída a esse satélite, mas nenhuma delas é cientifi camente comprovada.

O teor dos elementos encontrados na Lua e na Terra é muito semelhante; por isso hoje os astrônomos acreditam que a Lua surgiu depois do impacto de um objeto do tamanho de Marte com a Terra. Após a colisão, partes dos dois corpos se misturaram e permaneceram orbitando nosso planeta. Aos poucos foram se reunindo num corpo.

Acredita-se que a Lua tenha um núcleo sólido não metálico e inativo, seguido por um manto talvez semi-sólido e uma fi na crosta.

A Lua fi ca a mais ou menos 384 mil quilômetros de distância da Terra (como a órbita não é circular, essa distância varia de 363 mil quilômetros até 406 mil quilômetros), o que em As-tronomia é considerado uma distância pequena. Tem 3.840 quilômetros de diâmetro e é 81 vezes menos massiva do que a Terra. Mesmo assim, a massa da Lua é imensa se compara-da a qualquer padrão humano diário, pois ela tem mais de 70 bilhões de toneladas.

A gravidade na superfície da Lua é apenas 1/6 da gravidade na superfície da Terra. Com facilidade um ser humano po-deria dar saltos bem maiores na Lua. É por isso que quando vemos as imagens das missões Apollo e dos astronautas que pousaram na Lua, parece que estavam em câmera lenta.

A superfície da Lua é cheia de crateras, resultado da ex-posição a várias colisões de meteoros. A Terra também foi bombardeada por meteoros, mas a erosão costuma deixar poucos vestígios para que notemos isso. Os mares da Lua, que recebem esse nome porque os primeiros observadores pensavam que fossem oceanos, não têm água nenhuma; são apenas enormes crateras antigas que foram cobertas com lava derretida. Os mares dividem a paisagem lunar com planaltos.

A maior parte da superfície da Lua é re-coberta por regolito, uma mistura de pó fi no e resíduos de rochas, resultado dos impactos dos meteoritos na superfície.

As crateras da Lua e dos outros corpos do Sistema Solar são uma base do modelo de formação do nosso sistema planetário. A partir da observação dessas crateras, ima-ginamos que existia uma enorme quantidade de rochas orbitando o Sol, que aos poucos se juntaram em corpos maiores que, quando menores, foram atingidos por outros corpos, que formaram crateras existentes até hoje em al-guns planetas e satélites.

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ALDRIN, TRIPULANTE DA APOLLO 11

A Lua praticamente não possui atmosfera. Se estivéssemos lá, poderíamos ver o Sol e ao mesmo tempo as estrelas, pois o céu seria escuro.

Como lá não existe atmosfera, não há efeito estufa, o que causa as grandes variações de temperatura (de 105ºC até 155ºC).

A Lua é o único astro visitado pelo homem (todos os treze astronautas que lá estiveram foram nas missões Apollo). Ela também foi o primeiro astro a receber sondas espaciais. A primeira vez que isso aconteceu foi em 1959 com a sonda soviética Luna 2. Desde então as sondas já trouxeram mais de 380 quilos de rochas lunares para a Terra, a fi m de serem pesquisadas. Além da Luna e da Apollo, a Lua foi visitada

pelas sondas Surveyor e Ranger.

Graças às forças de maré que a Terra exerce sobre a crosta lunar, essa perdeu energia de rotação e fi cou numa forma es-tável onde o seu período de rotação é igual ao período orbital, ou seja, a Lua está sempre com o mesmo lado apontado para a Terra. Ao lado oposto, aquele que nunca enxergamos (com exceção dos astronautas que viajaram até lá), damos o nome de face oculta. A Lua gira a 1,2 quilômetros por segundo em torno da Terra, e mesmo a essa velocidade demora 27 dias 7 horas e 43 minutos para dar uma volta em nosso planeta. Durante esse movimento, a aparência da Lua muda bastante; são as fases.

O JIPE LUNAR LEVADO PELA APOLLO PASSEIA PELO NOSSO SATÉLITE NATURAL.

Período de rotação é o tempo que um corpo demora para dar uma volta sobre si mesmo. No caso da Lua, esse período é de pouco mais de 27 dias; no caso da Terra, é de um dia. Período orbital é o tempo que um corpo demora para realizar uma órbita completa em torno de outro; a Lua demora pouco mais de 27 dias e a Terra demora um ano para completar uma órbita em torno do Sol.

Faça as suas próprias crateras em casa. Coloque areia fi na num recipiente com 5cm de profundidade, alise a superfície e atire bolas de gude sobre ela (uma de cada vez). Observe as formações e compare com observações ou fotos das crateras lunares. Tente aprimorar esse experimento, colocando uma fi na camada de farinha sobre a areia e atirando as bolas de gude com diferentes velocidades. Tente ver as montanhas que se formam na região do impacto bem como as raias do material ejetado. Desenhe e anote as diferenças entre cada cratera.

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ALGUMAS CRATERAS DA PAISAGEM LUNAR.

TYCHO É UMA CRATERA QUE PODE SER VISTA MESMO A OLHO NU.

UMA IMAGEM DA LUA.

As diferentes confi gurações são chamadas de fases da Lua, que acontecem porque o Sol ilumina metade da Lua e, de-pendendo da posição relativa entre Terra, Lua e Sol, nós na Terra não vemos necessariamente toda a parte iluminada da Lua.

As fases caracterizam-se pelo quanto dessa parte iluminada vemos.

Cada fase dura pouco mais que 7 dias e a sucessão de uma fase, ou seja, o período total das fases é de 28 dias 12 horas e 44 minutos. Cada fase se caracteriza somente pela mudan-ça da iluminação do satélite, mudando apenas a forma como a vemos; nada muda na Lua.

Na Lua Nova, o satélite está entre o Sol e a Terra, e o Sol ilumina a metade da Lua não visível da Terra. Na Lua Cheia, quando a Terra está entre a Lua e o Sol, vemos toda a me-tade iluminada da Lua. Entre as fases Nova e Cheia temos as fases Crescente e Minguante. Em ambos os casos uma pessoa na Terra vê um meio círculo lunar iluminado. Na fase Crescente vemos que o Sol se pôs, ou seja, no começo da noite, e costuma-se dizer que tem a forma de um “C”. Já na fase Minguante somente a veremos no fi nal da noite, antes de o Sol nascer, no formato de um “D”. Nessas duas fases ainda é possível ver a Lua durante o dia, quando Crescente, procure ela na parte da tarde, já na Minguante procure-a na parte da manhã.

Alguns dias depois do dia em que consideramos a Lua em fase Nova, podemos vê-la no hori-zonte oeste logo após o pôr-do-Sol, como um fi no C. Se repararmos bem, perceberemos que é possível ver toda a volta da Lua, porém bem “apagada”. O que está ocorrendo é que a parte que não está iluminada pelo Sol está sendo iluminada pela refl exão da luz solar pelas nuvens da Terra, ou seja, nosso planeta é que está iluminando a Lua. Esse efeito foi explicado por Leonardo da Vinci a cerca de 500 anos atrás e é conhecido como brilho da Terra (earthshine em inglês).

O tempo que a Lua demora para dar uma volta na Terra, o seu período orbital, é de pouco mais de 27 dias. Porém, o intervalo de tempo entre duas fases iguais (quando as fases voltam a se repetir) é de pouco mais de 29 dias. Isso porque enquanto a Lua orbita a Terra, as duas estão orbitando o Sol e nesse tempo é necessário que a Lua gire um pouco mais para estar na mesma posição em relação à Terra.

Tente acompanhar as fases da Lua durante um mês inteiro. Veja num jornal quando será a próxima fase e então passe a acompanhá-la, mesmo que seja durante o dia. Para localizá-la, pense no seguinte: a Lua Crescente estará no zênite (no ponto mais alto do céu) quando o Sol estiver se pondo; a Lua Cheia estará nascendo (horizonte leste) quando o Sol estiver se pondo; a Minguante estará no zênite quando o Sol estiver nascendo, ou no lado oeste do céu, durante a manhã; não conseguimos ver a Lua Nova, a não ser alguns dias depois do início da fase, quando ela já começa a se alterar, encami-nhando-se para a fase crescente.

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AS QUATRO POSIÇÕES PRINCIPAIS RECEBEM NOMES ESPECÍFICOS.

FOTOS SUCESSIVAS DIA A DIA, MOSTRAM A MUDANÇA DA LUA QUE VEMOS DA TERRA. ESSA MUDANÇA É CHAMADA LUNAÇÃO.

A LUZ DO SOL FAZ COM QUE VEJAMOS A LUA DE MANEIRA DIFERENTE, DEPENDENDO DE SUA POSIÇÃO NA ÓRBITA.

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Nosso planeta não é totalmente rochoso, pois tem a atmos-fera e os oceanos, que são fl uidos, esses se deformam con-sideravelmente, em decorrência da ação dessa força. Como essa força depende da distância, a parte do oceano mais pró-xima à Lua é atraída mais fortemente do que a parte central, formando um bojo nessa direção. A força gravitacional do Sol também faz um efeito de maré, mas sua força é menos intensa que a da Lua. Por isso dizemos que é a Lua quem rege as marés.

As marés altas e baixas são ampliadas quando a Lua é Cheia ou Nova, pois nesse caso as forças gravitacionais do Sol e da Lua somam esforços. Como o bojo acompanha a Lua, as marés altas e baixas alternam-se num período de mais ou menos seis horas.

Para habitantes do litoral, o efeito das marés é facilmente percebido pela variação do nível da água, algo que pode ser percebido em poucas horas. Os efeitos das marés variam de lugar para lugar e ainda dependem de outras condições, por isso a amplitude das marés não é a mesma em todos os luga-res, podendo chegar a até dez metros de amplitude.

O nível máximo da maré é chamado de maré-alta ou preamar, já o nível mais baixo é chamado de maré-baixa ou baixa-mar. Quando estamos em Lua Cheia ou Crescente, período em que a maré provocada pelo Sol e pela Lua se somam, temos as marés de sizígias.

Esse movimento de marés faz com que a Terra diminua sua rotação, assim como aconteceu com a Lua. A cada século a rotação atrasa cerca de 0,002 segundos, o que causará a ro-tação síncrona da Terra com a Lua, ou seja, a Terra mostrará a mesma face para a Lua, assim como o nosso satélite e vários outros do Sistema Solar já fazem. Isso também causa um afastamento da Lua, a cada ano ela se encontra 3,8cm mais distante de nós.

Se você mora perto do mar ou se vai passar as férias na praia, busque por uma tábua de marés (pode encontrar em loja de artigos para pesca ou no site da Marinha do Brasil)

e acompanhe o movimento dela, comparando com a posição da Lua.

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FUNDY NATIONAL PARK, NO CANADÁ, E AS MARÉS ALTA E BAIXA.

DE ACORDO COM A POSIÇÃO DA TERRA A MARÉ É ALTA OU BAIXA. COMO A TERRA GIRA EM TORNO DO SEU EIXO, EM 24 HORAS, NESSE PERÍODO

OCORREM DUAS MARÉS ALTAS E DUAS MARÉS BAIXAS.

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PARTE 02 DE 02

ALISSANDRO ANTONIO COLETTI

CONSTRÓI TELESCÓPIOS HÁ DEZ ANOS. AOS 14,

SUA CURIOSIDADE O LEVOU A PESQUISAR COMO CONSTRUIR

ESSES APARELHOS E DETERMINOU O QUE ELE

QUERIA FAZER.

E QUANTOS TELESCÓPIOS VOCÊ JÁ VENDEU ATÉ HOJE?

Centenas de instrumentos, entre kits de espelhos e telescópios completos.

A MAIORIA PARA AMADORES?

Eu posso contar nos dedos os telescó-pios que vendi para instituições pro-fi ssionais; uma delas é a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Lá estão três telescópios que eu construí, um deles está no Campus e outro no centro de observação junto ao Plane-tário. Lá eles divulgam a Astronomia. Também existem telescópios que eu construí em escolas de Ensino Médio. Ainda não tive a sorte de vender para uma instituição profi ssional.

OS TELESCÓPIOS PRECISAM DE MANUTENÇÃO? QUEM FAZ ESSE

TRABALHO?

Sim. Eles necessitam de manutenção, mas

não sou eu

quem faz, necessariamente. Todo telescópio precisa receber uma nova camada refl etora, a aluminização, a cada quatro anos. Esse é um serviço especializado feito dentro de uma câmara de alto vácuo, onde o alu-mínio é fundido em baixa pressão e vira uma nuvem, que gruda no vidro, formando o espelho.

QUANTOS TIPOS DE TELESCÓPIOS EXISTEM? E QUAL É A DIFERENÇA ENTRE ELES?

Existem basicamente três tipos de telescópios: o refl etor, o refrator e o catadióptrico. O telescópio refl etor mais comum é o newtoniano, forma-do por um espelho côncavo colocado no fundo de um tubo. Esse espelho refl ete os raios vindos do espaço para um ponto chamado focal, que é interceptado por um pequeno espelho plano incli-nado a 45°, cuja função

é desviar a luz em 90°, à qual se tem acesso pela ocular.

Outro telescópio refl etor é o casse-grainiano. Nele, o espelho principal é côncavo e tem um furo no centro. A luz do céu refl ete nesse espelho e é intercep tada por outro pequeno espelho convexo, que por sua vez refl ete a luz para o centro do primeiro espelho, passando pelo furo. A ocular é colocada atrás do espelho principal e as observações são feitas através do furo.

O telescópio refrator, como o próprio nome já diz, trabalha com refração da luz através de lentes. O principal ele-mento do telescópio refrator é a lente objetiva. Esse é o instrumento mais difundido entre iniciantes de Astrono-mia o que chamamos de luneta.

O terceiro tipo de telescópio, o catadióptrico, é um teles-

cópio composto, uma combinação dos dois

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UNIVERSAE

tipos já citados, ou seja, é composto por lentes e espelhos. Dois modelos básicos de sistemas catadióptricos são os Maksutovs e Schmidts. Das va-riações e combinações entre diversos sistemas refl etores e catadióptricos surgem modelos como Schmidt-Newtoniano, Schmidt-Cassegrain, Maksutov-Newtoniano, Maksutov-Cassegrain, e assim por diante. Pre-cisaríamos de algumas páginas para especifi car tipo, aplicação e descrição de cada combinação.

VOCÊ JÁ TRABALHOU NA MONTA-GEM DE ALGUM TELESCÓPIO EM OBSERVATÓRIO?

Trabalhei no Observatório do Estado do Paraná. Lá existe um telescópio para a divulgação e o estudo de Astro-nomia. Eu trabalhei nesse observató-rio justamente na época da inaugura-ção dele, em 1992. A minha função era a manutenção do telescópio, mas foi uma grande satisfação participar da colocação do equipamento para

funcionar.

COMO ESTÁ A FABRI-CAÇÃO DE TELESCÓ-

PIOS NO BRASIL?

Está extremamente carente. No Sul do Brasil eu sou o único que fabrica. No interior do estado de São Paulo existem mais duas pessoas e em Belo Horizonte, mais uma pessoa. No total, acho que são sete pessoas. É um absurdo.

VOCÊ RECEBE MUITAS ENCOMEN-DAS?

Ninguém aqui no Brasil consegue “vencer” todas as encomendas.

VOCÊ SÓ CONSTRÓI TELESCÓPIOS POR ENCOMENDA?

Sim. E o curioso é que não há como aumentar a produção, justamente pelo fato de este ser um trabalho ma-nual, meticuloso e artesanal.

ENTÃO HÁ MERCADO DE TRABA-LHO PARA QUEM QUISER ENTRAR NESSE RAMO?

Com certeza!

QUANTO CUSTA UM TELESCÓPIO?

Um telescópio de 15 centímetros de diâmetro, custa R$ 1.250,00 numa montagem dobsoniana. É por esse

preço que eu comercializo,

mas existem variações. Alguns ven-dem a R$700,00 e outros vendem a R$7.000,00 um equipamento do mes-mo diâmetro. O que diferencia um do outro são os quesitos qualidade óptica, mecânica e marca.

O TELESCÓPIO QUE VOCÊ PRO-DUZ TEM ALGUMA CARACTERÍS-TICA DIFERENTE? VOCÊ JÁ CRIOU ALGO NOVO?

Na verdade é difícil criar algo novo, mas eu criei duas coisas. As pessoas pintavam os tubos dos telescópios com tinta e isso não é efi ciente, porque o PVC é um substrato ruim para pintura, que acaba se soltando. Por acaso eu descobri que a espuma de EVA preta de 2mm tem altíssimo poder de absorção de luz. Essa espu-ma tem efi ciência muito maior dentro do tubo do teles-

cópio, porque refl ete pouquíssima luz, evitando refl exões indesejadas. Essa espuma também funciona como isolante térmico, o que é importante, porque determinadas posições de ob-servação fazem que nosso corpo fi que muito próximo ao tubo e emita calor que, irradiado para o tubo, entorta o espelho. Embora isso ocorra numa dimensão imperceptível a olho nu, é extremamente signifi cante para a qua-lidade da observação pelo telescópio, que é muito sensível ao calor. A mi-nha outra invenção aconteceu quan-do eu buscava solucionar o problema de fi xação do espelho principal do telescópio em sua unidade mecânica

(célula)

procedimento crítico, pois pode cau-sar deformações no espelho. Alguns construtores usam cola de silicone ou pinças simples para fi xar o espelho na célula, no que eu, particularmente, não confi o. Então, inventei um siste-ma de pinças complexo, que fi xa o es-pelho por pontos laterais e superiores e mantém a fi gura óptica inalterada e o espelho fi rme.

MUITO OBRIGADO PELA ENTREVISTA.

Também agradeço pela oportunidade Estou muito feliz por levar infor-mação a tantas pessoas. Espero ter conseguido despertar a curiosidade pela Astronomia e pelos instrumentos ópticos. Meu principal objetivo, como astrônomo amador, é fazer com que

as pessoas entendam que a Astro-nomia, apesar de parecer tão

complexa e abrangente é, sem sombra de dúvida, a mais

democrática e acessível de todas as ciências. Afi nal, bastam nossos olhos, alguma informação básica e um céu para nos fascinarmos com fenômenos que estão bem ali, um pouco acima de nossas cabeças. A maioria de nós dá um “tchau” ou “até logo”, mas no mundo da Astro-nomia amadora temos o hábito de nos despedir dizendo “Céu limpo!”

QUAL MENSAGEM VOCÊ DEIXA PARA OS JOVENS QUE QUEIRAM SEGUIR CARREIRA NA ASTRONOMIA?

Desejo que os jovens de todas as ida-des e de todas as classes que tenham um mínimo de curiosidade sobre Astronomia, se sintam estimulados para a prática desta que é a mais democrática das ciências, pois bastam seus olhos, um livro e o céu para dar os primeiros passos numa atividade que lhe proporcionará muito conheci-mento, entretenimento e dinamismo.

É uma atividade que reúne e estimula pessoas de interesse comum a formar uma sociedade mais equilibrada e cidadãos mais conscientes, pois ao ver quão grande é o Cosmos notamos quão pequenos e frágeis somos no nosso planeta. O resultado dessa con-clusão é um cidadão que presta mais atenção nas coisas simples e corriqueiras em nossa volta, obrigando-nos a cuidar melhor do nosso ambiente. Esta é mais uma característica da Astronomia amadora, a transdisciplinaridade. Muito obrigado.

REFERÊNCIAS UTILIZADAS

Ciências Naturais: aprendendo com o cotidiano, de Eduardo Leite do Canto. Ed. Moderna/2004.

Dez Novas Competências para Ensinar, de Philippe Perrenoud. Ed. Artmed/2000.

REFERÊNCIAS PESQUISADAS

Astronomia, de Amâncio Friaça, Elisabete Dal Pino e Vera Jatengo Pereira. Ed. EDUSP/2002.

Astronomia e Astrofísica, de Kepler de Oliveira e Maria de Fatima Saraiva. Ed. Livraria da Física/2004.

A Astronomia na Época dos Descobrimentos, de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão. Ed. Lacerda/2000.

Conceitos de Astronomia, de Roberto Boczko. Ed. Edgard Blucher/1998.

Dicionário Enciclopédico Astronômico e Astronomia, de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão. Ed. Lexikon/2001.

Fique Por Dentro da Astronomia, de Robin Kerrod. Ed. Cosac Naify/2001.

Fundamentos de Astronomia, de Romildo Povoa de Faria. Ed. Papirus/2003.

Guia de Astronomia, de Ian Ridpath. Ed. Jorge Zahar/2007.

Guia Prático de Astronomia, de Jean Lacroux e Denis Berthier. Ed. Gradiva/1994.

História da Conquista e Astronáutica: do sonho à realidade, de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão. Ed. Bertrand Brasil.

Manual do Astronomo Amador, de Jean Nicolini. Ed. Papirus/2004.

O Meu Primeiro Livro de Astronomia, de Jamie Jobb. Ed. Gradiva/1993.

Pequeno Guia do Céu, de Bernard Pellequer. Ed. Martins Fontes/1991.

Perdeu-se metade do Universo, de Jean-Pierre Petit. Ed. Intituto Piaget/1999.

Rumo as Estrelas, de Alberto Delergue. Ed. Jorge Zahar/1999.

Uma História da Astronomia, de Jean-Pierre Verdet. Ed. Jorge Zahar/1991.

Disponível em: <http://www.aeb.gov.br/>. Acesso em: 24/Out de 2007.

Disponível em: <http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/>. Acesso em: 24/Out de 2007.

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