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FLORESTA DE EUCALIPTO PARA PRODUÇÃO DE MADEIRA: UMA ALTERNATIVA PARA DIVERSIFICAÇÃO DE RENDA NA PEQUENA PROPRIEDADE.

UMA ALTERNATIVA PARA DIVERSIFICAÇÃO DE RENDA NA … 02 01... · O objetivo dessa cartilha é apresentar aos peque-nos produtores, de forma sucinta e inicial, quais são os principais

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FLORESTA DE EUCALIPTOPARA PRODUÇÃO DE MADEIRA:UMA ALTERNATIVA PARA DIVERSIFICAÇÃO DE RENDA NA PEQUENA PROPRIEDADE.

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INTRODUÇÃO

ESPÉCIES DE EUCALIPTO RECOMENDADAS

ESCOLHA DA ÁREA PARA PLANTIO

CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS

SEMENTES CERTIFICADAS

QUALIDADE DAS MUDAS

PREPARO DO SOLO

PLANTIO

ADUBAÇÃO

TRATOS CULTURAIS

RALEIO OU DESBASTE

PODA OU DESRAMA

CONSÓRCIO DE FLORESTA E PECUÁRIA

POUPANÇA VERDE

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SUMÁRIO

Cartilha desenvolvida pela Philip Morris Brasil com conteúdo de Jorge Antonio de Farias, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria, RS • 1ª Edição - Setembro/2012

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FOTO DA CAPA: PEDRO NOGUEIRA | DREAMSTIME.COM

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INTRODUÇÃOAssim como no passado, as florestas continuam

sendo fundamentais para a existência da vida

humana. Isto porque as florestas fornecem alimen-

tos, são responsáveis pela regulação do clima, pela

retenção das águas das chuvas e também pela

proteção das fontes de água. Por esse motivo, a

legislação restringe cada vez mais a exploração das

matas nativas.

Por outro lado, a procura pelos produtos florestais

continua crescendo significativamente. Um dos

produtos mais valorizados são as toras para

produção de madeira em serrarias, principalmente

porque a exploração de madeira de lei, proveniente

de matas nativas, é cada vez mais controlada pelos

órgãos ambientais.

Para suprir esse mercado crescente de madeira, o

plantio de eucalipto se apresenta como uma

excelente opção de renda para as pequenas proprie-

dades. O eucalipto é uma espécie de crescimento

muito rápido e quando manejado corretamente,

produz uma madeira de excelente qualidade.

O objetivo dessa cartilha é apresentar aos peque-

nos produtores, de forma sucinta e inicial, quais são

os principais procedimentos técnicos recomenda-

dos para a produção de madeira em florestas de

eucalipto, bem como demonstrar o potencial de

geração de renda dessa atividade.

Caro produtor, caso esse assunto desperte seu

interesse, você poderá buscar maiores informações

com agrônomos, técnicos e engenheiros florestais.

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ESPÉCIESDE EUCALIPTORECOMENDADAS

Atualmente, se conhece em torno de 800 espécies diferentes de eucalipto, sendo que no sul

do Brasil as principais espécies cultivadas são: Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna e Euca-

lyptus dunnii. Essas três espécies se adaptam muito bem à pequena propriedade rural, espe-

cialmente dos agricultores que cultivam tabaco, por serem espécies com uso bem variado,

inclusive com grande potencial de uso em serrarias.

O quadro abaixo apresenta as principais características dessas três espécies de eucalipto.

A única espécie de eucalipto indicada para solos úmidos é o Eucalyptus robusta, que também

é conhecido como eucalipto de casca grossa. É uma espécie que também produz boa madeira

para serraria, mas que nem sempre é tão facilmente encontrada nos viveiros de mudas.

GRANDIS

SALIGNA

DUNNII

USOS

GRANDIS SALIGNA DUNNII

SOLO

CLIMA

MADEIRA

Tolera bem a maioria dos

solos, mas não deve ser

plantado em solos úmidos.

Para lenha, varas, escoras,

postes e excelente para

serrarias.

Tolera bem a maioria dos

solos, mas não deve ser

plantado em solos

úmidos.

Para lenha, varas,

escoras, postes e

excelente para serrarias.

Baixa tolêrancia ao frio.

Deve ser plantado após

as últimas geadas.

Indicado para regiões

de ocorrência de

geadas mais fortes.

Tolera bem a maioria

dos solos, mas não

deve ser plantado em

solos úmidos.

Para lenha, varas,

escoras, postes e

moirões. Uso razoável

em serrarias.

Madeira bem pesada.Leve, de tom rosa a

vermelho claro.

Um pouco mais pesada

que a do grandis.

Coloração avermelhada.

Baixa tolêrancia ao frio.

Deve ser plantado após

as últimas geadas.

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FONTE: DADOS DO AUTOR.

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CONTROLEDE FORMIGASCORTADEIRAS

As formigas cortadeiras são o maior inimigo dos plantios florestais. Caso elas não sejam corre-

tamente combatidas, a perda pode chegar facilmente a totalidade do plantio.

O controle das formigas cortadeiras deve ser feito durante todo o primeiro ano da floresta e

não somente no momento do plantio. Ao contrário do que se imagina, as formigas cortam o

ano inteiro, mudando apenas o horário em que trabalham. No verão, elas aparecem com mais

frequência no final da tarde e até a noite, enquanto no inverno o seu horário é entre o final da

manhã e inicio da tarde.

O melhor mês para combater um formigueiro é julho, antes das formigas realizarem os

enxames para formarem novos formigueiros em outras áreas.

A forma ideal para combater as formigas é distribuir iscas por toda a área de plantio, em vez

de passar o dia procurando os formigueiros. Se a isca for nova e de boa qualidade, no mesmo

dia as formigas irão procurá-la e carregá-la.

AS FORMIGAS SAÚVAS FORMAMENORMES NINHOS COM DANOSSEVEROS EM REFLORESTAMENTOS.

AS FORMIGAS DE MONTE (QUENQUÉNS)TÊM NINHOS MENORES, MAS OS SEUSDANOS SÃO IGUALMENTE SEVEROS.

ESCOLHA DAÁREA PARA PLANTIO

Preferencialmente, os plantios florestais das pequenas propriedades devem ser realizados nas

áreas com menor aptidão para a agricultura . As áreas mais distantes da sede, ou com maior

declividade, ou com pedras, ou com muita dificuldade de preparo de solo podem ser utiliza-

das para o plantio de florestas, deixando as melhores áreas disponíveis para outros cultivos.

É importante lembrar que as florestas, não importando de qual espécie, nunca devem ser

plantadas nas margens de rios, arroios ou riachos e nem próximo a nascentes ou olhos d’água.

Estas áreas são consideradas áreas de preservação permanentes (APPs) e nelas não pode haver

nenhuma atividade agropecuária, inclusive plantio de florestas comerciais. Uma floresta de

eucalipto plantada nessas áreas poderá ter o seu corte embargado no futuro.

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ROTEIRO PARA OCONTROLE EFICIENTE DA FORMIGA

Fazer o controle em julho, antes do plantio da floresta.

Antes do controle às formigas, não realizar roçada e nem preparo de solo na área de plantio.

Se na área de plantio houver formigas Quenquéns ou de monte, as iscas devem ser distribuídas em toda a área da floresta, num espaçamento de 4 x 6 metros. Em cada um destes pontos, equivalentes a 24 metros quadrados, devem ser colocados 10 gramas de isca.

FORMIGAS CARREGANDO ISCA

Se na área houver o ataque de formigas

Saúvas, é necessário estimar o tamanho

do formigueiro. Nestes casos, se aplica

10 gramas de isca granulada para cada

metro quadrado de formigueiro.

As iscas devem ser SEMPRE NOVAS. Nunca se deve armazenar iscas em casa, pois elas perdem facilmente o aroma atrativo para as formigas. O ideal é comprar as iscas semanalmente.

Use somente iscas registradas no Minis-tério da Agricultura. Há muitas iscas granuladas falsificadas e sem registro, o que pode causar sérios danos ao meio ambiente, além de não realizar um controle eficiente.

As iscas devem ser colocadas ao lado do carreiro da formiga. NUNCA colocar dentro do formigueiro ou sobre o carreiro.

PORTA-ISCA,USANDO UMA GARRAFA PET

BARREIRA FÍSICANO CAULE DAS MUDAS

Uma técnica muito interessante no combate às formigas cortadeiras é o uso de porta-iscas.

As iscas, ao entrar em contato com a umidade do solo ou do sereno, perdem toda a sua atra-

tividade e as formigas não as carregam. Dessa forma, o uso de porta-iscas é uma boa alterna-

tiva, porque caso as formigas não carregarem, as iscas poderão ser reutilizadas em outro

local. Além disso, se houver chuva as iscas estarão protegidas e também não contaminarão

o ambiente.

Ainda existem outras técnicas de controle do

ataque de formigas. São técnicas associadas ao

uso de produtos que criam uma barreira física,

ou seja, são produtos que impedem a passa-

gem das formigas pelo caule das plantas. Estes

produtos são aplicados na base das mudas. O

produto é bastante pegajoso, evitando que as

formigas consigam ultrapassar essa barreira.

Eles têm durabilidade superior a três meses,

não são tóxicos e não causam nenhum prejuízo

ao desenvolvimento das plantas. Esses produ-

tos não matam a formiga e nem acabam com o

formigueiro, servindo apenas de barreira física.

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A aparência da muda também é muito impor-

tante e os principais pontos a serem observados

na escolha das mudas são:

A – Sistema radicular: as mudas devem apre-

sentar um sistema radicular bem formado. O

torrão deve ser firme e consistente ao ser

retirado do tubete. A muda ideal é aquela que

apresenta raízes finas e brancas. As mudas com

raízes grossas e marrons são mudas que ficaram

muito tempo no viveiro e que já passaram do

ponto.

B – Altura das mudas: o ideal é que as mudas

apresentem uma altura na faixa dos 30 centí-

metros. Mudas com esta altura apresentam um

bom sistema radicular e apresentam uma boa

quantia de folhas. Uma boa quantidade de

folhas é fundamental para que as mudas

tenham um crescimento rápido logo após o

plantio.

QUALIDADEDAS MUDAS

AS MUDAS COM RAÍZES GROSSAS E MARRONSDEVEM SER DESCARTADAS.

MUDA COM BOA ALTURAE BOA QUANTIDADE DE FOLHAS.

O sucesso de um projeto florestal é a soma de

muitas variáveis, mas, sem dúvida, a qualidade

genética das sementes é a mais importante.

Ao observar a imagem é possível verificar a

existência de muitas qualidades nas árvores que

servirão de matrizes para as sementes. São

árvores uniformes, retas, de grande produtivi-

dade. Mudas produzidas com sementes de

árvores matrizes com essa qualidade têm grande

possibilidade de resultar em uma floresta com as

mesmas qualidades. Por outro lado, as sementes

de florestas mal manejadas ou de árvores com

características inadequadas (tortas, crescimento

desuniforme, com muitas forquilhas) certa-

mente produzirão uma floresta com as mesmas

características indesejadas. Por isso, é muito

importante que as mudas sejam produzidas

somente com sementes certificadas.

SEMENTESCERTIFICADAS

A ESCOLHA ERRADA DAS SEMENTES RESULTA EM PREJUÍZOS NO FUTURO.

SEMENTES DE BOAS MATRIZESPRODUZEM BOAS FLORESTAS.

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O preparo do solo, principalmente a

descompactação da linha de plantio, é

fundamental para o rápido estabeleci-

mento dos plantios florestais.

No caso dos plantios florestais, o preparo

de solo é feito apenas na linha de plantio.

No restante da área, se realizam apenas

roçadas. Uma boa descompactação da linha

de plantio irá resultar em crescimento mais

rápido das mudas.

O primeiro passo no preparo do solo é

subsolar a linha de plantio. Para isso, cada

produtor rural deve utilizar os equipamen-

tos disponíveis na sua propriedade. Pode ser

feito com subsolador, com arado de aiveca,

com “mola”, com arado búfalo. O funda-

mental é romper as camadas superficiais do

solo, da forma mais profunda possível. Após

a descompactação, deve ser feito o destor-

roamento, utilizando-se uma grade de

arrasto, correntes ou troncos.

Nos casos em que o terreno não permite o

uso de implementos agrícolas, seja pela

declividade ou pelo excesso de pedras, a

alternativa é a abertura de covas. Neste

caso, quanto maior a cova, melhor será o

desenvolvimento inicial das mudas.

PREPARODO SOLO

FLORESTA DE EUCALIPTO COM 3 ANOS E ESPAÇAMENTO DE 3X2M.

PLANTIO

Atualmente o melhoramento genética do eucalipto melhorou muito. Para se ter uma ideia, em

1970, cada hectare de eucalipto crescia por ano em torno de 15 metros cúbicos. Atualmente,

já se consegue atingir um crescimento superior a 60 metros cúbicos por ano.

Essa informação é importante para se compreender porque, atualmente, a distância de

plantio entre as árvores deve ser maior do que era no passado. Além disso, no caso das

florestas para produção de madeira, o maior espaçamento é importante para que as árvores

fiquem mais grossas e uniformes, produzindo toras de maior valor nas serrarias.

Para produção de madeira com eucalipto, se recomenda duas opções de espaçamentos para

as pequenas propriedades:

• 3 x 2 metros = ao redor de 1.600 árvores por hectare

• 3 x 3 metros = ao redor de 1.100 árvores por hectare

Com esses espaçamentos, no primeiro ano, é possível fazer o plantio consorciado com alguma

outra cultura agrícola (milho, feijão) entre as linhas de plantio do eucalipto.

O plantio deve ser realizado após o período das geadas de cada região, mas antes das

temperaturas mais altas da primavera. Então, no sul do Brasil, os meses de agosto e setembro

são os mais recomendados.

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A adubação de base deve ser realizada imediatamente após o plantio e nunca deve ser

dentro da cova ou dentro da linha de plantio. O adubo deve ser aplicado na superfície do

solo, sendo distribuído ao redor das mudas e na distância de um palmo. Isso evita a queima

das raízes das mudas.

Para essa adubação de plantio, recomenda-se escolher um adubo rico em fósforo, como

por exemplo as fórmulas 05-30-15 ou 06-30-06. A quantidade recomendada é de 100

gramas por planta.

Após 45 a 60 dias do plantio, deve-se fazer uma adubação de cobertura, usando 100 gramas

por planta de alguma fórmula rica em nitrogênio. As fórmulas mais usuais para a cobertura

são: 26-00-00 ou 20-00-20 ou 20-02-14. Repete-se esta adubação de cobertura após 120 dias

ADUBAÇÃO

O ADUBO DEVE SER DISTRIBUÍDO NA SUPERFÍCIE DO SOLO

16 17

TRATOSCULTURAIS

Após o plantio, os principais tratos culturais são a capina ou coroamento ao redor das mudas

e também as roçadas nas entrelinhas. Essas práticas são fundamentais, pois o eucalipto não

apresenta um crescimento uniforme quando cresce em meio aos inços. Dessa forma é funda-

mental manter os inços sempre abaixo da copa das mudas, de maneira que as mudas possam

crescer em altura e também desenvolver uma boa copa. Normalmente, esses tratos culturais

são necessários somente no primeiro ano do plantio.

AS MUDAS NÃOPODEM CRESCER

NO MEIO DOMATO.

O OBJETIVO DACAPINA É DEIXAR

A COPA DOEUCALIPTO

CRESCER COMBASTANTE ESPAÇO.

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RALEIO OUDESBASTE

Nos dois exemplos acima, após o segundo raleio, que será realizado quando a floresta tiver 10

anos, ainda sobrarão ao redor de 250 árvores. Se bem manejadas, a partir dos 15 anos, essas

árvores produzirão toras de altíssima qualidade para serraria, além de produzir lenha da

ponteira e das galhadas.

6 ANOS

ÁRVORESCORTADASIDADE TIPOS DE

PRODUTOS VOLUME PRODUZIDO

10 ANOS

15 ANOS

700

Lenha, toretese toras

Lenha e toretes

Lenha100 metros de lenha

empilhada

245 metros cúbicosde toretes + 60 metros

de lenha da pontae dos galhos

246 metros cúbicos de toras + 105 metros cúbicos de

toretes + 30 metros de lenha da ponta e dos galhos

650

250

EXEMPLO DE MANEJO PARA UMA FLORESTA COM ESPAÇAMENTO 3 x 3 m (1.100 árvores por hectare)

6 ANOS

ÁRVORESCORTADASIDADE TIPOS DE

PRODUTOS VOLUME PRODUZIDO

10 ANOS

15 ANOS

500

Lenha, toretese toras

Lenha, toretese toras

Lenha80 metros de lenha

empilhada

68 metros cúbicos de toras + 127 metros cúbicos de

toretes + 40 metros de lenha da ponta e dos galhos

277 cúbicos de toras +64 metros cúbicos de toretes

+ 30 metros de lenha da ponta e dos galhos

350

250

TORAS DE EUCALIPTO COM ALTA QUALIDADE PARA USO EM SERRARIAS

18 19

O raleio das árvores é um manejo muito importante

em uma floresta plantada para a produção de toras

para serraria. O raleio deve ser realizado quando as

árvores entrarem em competição por nutrientes, água

e luz. Após o raleio, as árvores que não foram descarta-

das irão se desenvolver com o tronco mais grosso, reto

e uniforme. Dessa forma, a floresta terá um maior

rendimento de toras e com alta qualidade para serraria.

A idade e a quantidade de árvores que serão descarta-

das em cada operação de raleio, vai depender do espa-

çamento que foi usado no plantio. Em todas as opera-

ções de raleio, deve sempre ser realizado um corte

seletivo. Isso significa descartar as árvores mais finas e

com defeito, sempre mantendo as melhores árvores

para a produção de toras.

EXEMPLO DE MANEJO PARA UMA FLORESTA COM ESPAÇAMENTO 3 x 2 m (1.600 de árvores por hectare)

SELEÇÃO DAS MELHORESÁRVORES PARA PRODUÇÃO

DE TORAS

FONTE: DADOS DO AUTOR.

FONTE: DADOS DO AUTOR.

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SERROTE APROPRIADO PARA A DESRAMA CONSEQUÊNCIA DOS NÓS NA MADEIRA SERRADA

ESSES SÃO OS GALHOS QUE DEVEM SER CORTADOSPARA A PRODUÇÃO DE MADEIRA SEM NÓ

O CORTE DEVE SER RENTE AO TRONCO

PODA OUDESRAMA

20 21

A desrama é o corte dos galhos inferiores da

copa da árvore. Tem a única finalidade de dar

qualidade à madeira, pois com essa operação as

árvores irão produzir madeira sem nó e serão

mais valorizadas pelas serrarias.

As florestas destinadas à produção de lenha não

devem e não precisam sofrer desrama.

A desrama só deve ser realizada nas árvores que

serão destinadas à produção de toras. Então, a

desrama só será feita nas árvores mais uniformes

e com melhor desenvolvimento, que não serão

descartadas no primeiro raleio.

A desrama deve se iniciar quando os troncos das

árvores estiverem com uma grossura de 4 dedos

ou 10 centímetros. O que define o momento de

iniciar e terminar a desrama é o diâmetro do

tronco. Então, a desrama nunca deve ser feita na

parte do tronco com grossura inferior a 10 centí-

metros, independente da idade ou da altura da

árvore.

A desrama é uma atividade que deve ser feita

anualmente nos meses de inverno, quando as

árvores sentem menos o corte dos galhos.

É muito importante que a operação de desrama

seja realizada com serrote próprio para esta

finalidade. A desrama nunca deve ser realizada

com facão ou foice. O corte deve ser bem junto

ao tronco, sem machucar, sem lascar e sem deixar

qualquer pedaço ou toco de galho.

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CONSÓRCIODE FLORESTAE PECUÁRIA

CRESCIMENTO DECAPIM TANZÂNIA

EM CONSÓRCIOCOM EUCALIPTUS

GRANDIS NOESPAÇAMENTO

DE 3 X 2 M

COM ESSAQUANTIDADE DE

LUZ É POSSÍVELA SEMEADURA

DE AZEVÉM

O PLANTIO EMESPAÇAMENTOS

MAIORES PERMITE OCULTIVO AGRÍCOLANO PRIMEIRO ANO

E PASTAGEM NOSANOS SEGUINTES

22 23

Antigamente se alguém falasse em cultivar pasto no meio do

eucalipto, não seria levado a sério. No caso de floresta de

eucalipto para produção de madeira, é perfeitamente possível

o consórcio de florestas com pastagens cultivadas. Isso ocorre

porque as árvores de eucalipto são plantadas com a distância

mínima de 3 metros entre as linhas de plantio. Além disso, ao

se conduzir a produção para a serraria, será necessário realizar

a desrama a partir do segundo ano, o que permitirá que entre

mais luz na floresta.

O raleio, que é feito aos 6 anos, também permitirá uma maior

entrada de luz na floresta, permitindo o desenvolvimento de

uma boa pastagem.

Em consórcio com a floresta, a pastagem cultivada sofre

menos na estiagem e, no inverno, não seca tanto com a geada.

Outra boa opção, é o consórcio da floresta de eucalipto com

os potreiros de campo nativo, que são bem comuns nas

pequenas propriedades. Nessa opção, pode ser usado o espa-

çamento de 6 x 6 metros, resultando ao redor de 280 árvores

por hectare. Nesse caso, não será necessário nenhum raleio

durante o desenvolvimento da floresta, mas apenas a realiza-

ção de desrama. Essas 280 árvores serão cortadas para

produção de toras a partir dos 15 anos de idade, sem interferir

no aproveitamento do potreiro de campo nativo para alimen-

tação dos animais da propriedade.FO

TO: G

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TO: J

ORG

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RIA

SFO

TO: J

ORG

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POUPANÇAVERDE

MUDAS

FORMICIDA

FERTILIZANTES

HERBICIDAS

PREPARO DO SOLO

TOTAL

QUANTIA/HECTAREINSUMOS VALOR TOTAL (R$)

1.100 (+ 5% de replante)

3 Kg

330 Kg

3 Litros

-

-

30,00

345,40

288,75

51,00

630,00

1.345,15

24 25

O reflorestamento é um investimento de longo prazo e

pode ser um complemento importante para a renda dos

produtores, devido ao alto valor que as toras de eucalipto

alcançam no mercado atual de madeira. No futuro, o valor

de mercado destas toras poderá ser ainda mais elevado,

devido às maiores restrições ao uso de madeira de lei

proveniente de espécies de árvores nativas.

Se compararmos o retorno do investimento em refloresta-

mento com uma aplicação em caderneta de poupança,

percebemos como pode ser alta a viabilidade de se inve-

stir em florestas de eucalipto para produção de madeira,

conforme apresentado abaixo.

O gasto médio para o plantio de 1 hectare de eucalipto no

sul do Brasil, com espaçamento de 3 x 3 metros, é estimado

em:

FONTE: DADOS DO AUTOR.

ESTE MÓVEL É FEITO DE MADEIRA DE Eucalyptus grandis:QUALIDADE E DURABILIDADE.

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REA

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IME.

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VALOR ATUAL DAPRODUÇÃO (R$)

TOTAL

500

350

250

Lenha

Lenha, toretese toras

Lenha, toretese toras

80 metros de lenha empilhada

68 metros cúbicos de toras+ 127 metros cúbicos de toretes + 40 metros de

lenha da ponta e dos galhos

6 ANOS

IDADE TIPOS DEPRODUTO VOLUME PRODUZIDOÁRVORES

CORTADAS

10 ANOS

15 ANOS

277 metros cúbicos de toras+ 64 metros cúbicos de toretes + 30 metros de

lenha da ponta e dos galhos

2.000,00

11.565,00

27.920,00

R$ 41.485,00

26 27

Neste exemplo, com o espaçamento de 3 x 3 m, o produtor rural irá gastar R$ 1.345,15 para

plantar 1 hectare de eucalipto. Se ele aplicar esse recurso na poupança por 15 anos, essa

aplicação irá render R$ 4.721,45, considerando um rendimento médio de 0,7% ao mês.

Se o produtor seguir todas as recomendações técnicas e conduzir esta floresta para produzir

madeira para serraria, ele irá obter o seguinte rendimento:

Os dados acima mostram que ao longo de 15 anos, mesmo sem considerar um aumento no

preço atual da madeira e vendendo as árvores em pé, essa floresta poderá render R$ 41.485,00.

Isso significa que a floresta poderá render aproximadamente nove vezes mais do que a pou-

pança. Com base nesta simulação, vemos que o plantio de florestas para a produção de

madeira poderá ser uma opção de investimento para complementar a renda dos produtores

rurais e trazer segurança para sua família.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A presente cartilha não deve ser considerada uma proposta. Seu conteúdo também não deve representar promessa de resultado, sendo tão somente uma compilação e um agrupamento de informações técnicas em um único documento a respeito da produção de florestas manejadas, que poderão despertar o interesse do produtor rural a se aprofundar no assunto e procurar informações técnicas com profissionais da área. A leitura dessa cartilha não substitui a consulta e a orientação prévia de profissionais especializados.

FONTE: DADOS DO AUTOR.

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