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Miguel Ángel Vallecillo Teodoro / Eduardo Naharro Macías Machado UNIDAD DIDÁCTICA OS LUSÍADAS DE LUÍS DE CAMÕES Colabora:

Unidad didáctica "Os Lusíadas" de Luís de Camões

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Elaborada en colaboración con la asociación "Raízes Portuguesas" de Olivenza, esta unidad didáctica, dirigida a Primer y Segundo Ciclo de Secundaria, pretende acercar a los alumnos a la figura y obra cumbre del insigne poeta portugués Luis de Camões.

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Miguel Ángel Vallecillo Teodoro / Eduardo Naharro Macías Machado

UNIDAD DIDÁCTICA

OS

LUSÍADAS

DE

LUÍS DE

CAMÕES

Colabora:

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Miguel Ángel Vallecillo Teodoro / Eduardo Naharro Macías Machado

TEMA: Os Lusíadas NIVEL: Primer y Segundo Ciclo de Secundaria. ÁREA: Lengua, Sociales, Portugués, Ética y Religión. TEMPORALIZACIÓN: OBJETIVOS:

- Conocer la historia de Portugal principalmente en el siglo XVI y anteriores, para descubrir el significado de Os Lusíadas.

- Acercar al alumnado a los distintos países de los que habla el libro. - Acercar al alumnado a la cartografía, embarcaciones y técnicas de navegación de

la época. - Descubrir la pasión por la lectura de libros clásicos. - Despertar la curiosidad del alumnado, aplicando las nuevas tecnologías para la

búsqueda de información y su interpretación, para así forjarse sus propias opiniones.

COMPETENCIAS: 1.- Comunicación lingüística 1.1. Comprender e interpretar fragmentos de Os Lusíadas. 1.2. Emplear terminología adecuada para la redacción de textos y exposición oral. 1.3. Expresarse por escrito y oralmente de forma cohesionada. 2.- Competencia digital 2.1. Buscar, recoger, seleccionar, procesar y presentar información sobre el tema. 2.2. Utilizar tecnologías de la información y comunicación para recabar información e interpretarla. 3.- Competencia social y ciudadana 3.1. Situar ciudades y países en los que estuvo Camões. Unirlos. 3.2. Conocer de manera breve la vida y obra de Camões y la historia de Portugal principalmente en el siglo XVI y anteriores. 4.- Cultural y artística. 4.1. Aprovechar la sala para realizar actividades relacionadas con la plástica, realizando una serie de dibujos sobre lo que más le haya llamado la atención. 5.- Aprender a aprender 5.1. Aprender a buscar información, aunar conocimientos y redactarlos. Se trabajará en consonancia con la competencia 2.1. 6.- Autonomía e iniciativa personal 6.1. Desarrollar el espíritu crítico del alumno y su capacidad para analizar situaciones y sus consecuencias.

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CONTENIDOS 1.- Vida de Camões. 2.- Obra 3.- Actividades y cuestionarios sobre los poemas 1.- Vida de Luís de Camões Luís de Camões é a maior figura literária da Língua Potuguesa de todos os tempos. Julga-se que a família Camões é originária da Galiza. No último quartel do século XIV um Camões veio fixar-se em Portugal. Dele descenderia o genial Luís de Camões, filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá, ou de Ana de Sá Macedo. Mas é uma identidade controversa. Ignora-se o ano e o lugar onde nasceu, provavelmente em 1525, em Lisboa. Há quem relacione a data de nascimento com o eclipse de 1524, a partir de um soneto célebre, cuja autoria, foi recentemente contestada. Há quem admita o seu parentesco com Vasco da Gama, sendo sua avó paterna Guiomar Vaz da Gama. Ignora-se que estudos realizou e onde, talvez em Coimbra, onde seu tio, D. Bento de Camões, era prior de Santa Cruz. Mas certamente teve uma educação centrada nas humanidades, adquirindo um enorme conhecimento dos clássicos e dos grandes autores renascentistas. Foi também um profundo conhecedor da história de Portugal, tendo lido, decerto, várias crónicas sobre os reis portugueses. A vida do poeta, desconhece-se praticamente até rumar a Oriente em 1553, onde passou 17 anos. Pelos seus poemas podemos supor que terá tido uma vida amorosa agitada, Na juventude terá tido por estes motivos desterro da corte. Uma das coisas que se têm como certas, na vida atribulada de Camões, é que serviu como militar no Norte de África, entre 1547 e 1548, onde perdeu o olho direito, passando a ser conhecido pelo zarolho. Alude este malefício num dos seus mais extraordinários poemas, a chamada “Canção Autobiográfica”, “Agora, experimento a fúria rara de Marte, que cos olhos quis que logo visse e tocasse o acerbo fruto seu” Envolvido numa desordem, no Rossio, numa procissão do Corpus Christi, em 1552, passou vários meses na prisão de Lisboa. A troco de embarcar para a Índia, em 1553, onde prestou três anos de serviço, conseguiu a liberdade. Depois de ter terminado os três anos de serviço, partiu para o Extremo Oriente e esteve algum tempo em Macau. Não se sabe ao certo, se na ida ou na vinda, naufragou na foz do rio Mekong, salvando o manuscrito das suas obras. Voltaria a estar preso no regresso a Goa, embora não se saiba porquê, mas tudo indica por irregularidades. Entre 1558 e 1561, dirige umas oitavas ao vice-rei de então, D.

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Constantino de Bragança, queixando-se da injustiça e do seu padecimento. Mais tarde, e também em Goa, publicou em 1563, o poema no Colóquios dos Simples e Drogas da Índia do Dr. Garcia da Orta, sendo o primeiro texto impresso de Camões, e dirigido ao Vice-Rei D. Francisco Coutinho, Conde do Redondo. Entre 1567 / 69 encontra-se na ilha de Moçambique, tendo regressado a Portugal em 1570, numa miséria extrema, mas com o texto da sua epopeia praticamente findo para a sua edição, informação pelo historiador Diogo de Couto. Camões com a ajuda do Conde de Vimioso, D. Manuel de Portugal, também poeta e figura do saber, tinha mandado copiar Os Lusíadas em nanuscrito, sendo a revisão feita pelo próprio Camões. Neste manuscrito, cujos restos só se conhecem por uma cópia do século XIX, também figurava um retrato do próprio autor por Fernão Gomes. Os Lusíadas foram publicados em 1572, e com essa data ainda há exemplares que apresentam um diferença principal, para além de muitas outras no próprio texto. São as chamadas edições do “pelicano para a direita” e do “pelicano para a esquerda do leitor”, conforme a posição da cabeça do pelicano que encima a gravura das portadas. Hoje tende-se a pensar que a primeira edição é a do “pelicano para a esquerda”. Nesse mesmo ano, de 1572, o Rei D. Sebastião concede-lhe uma pequena tença, como prémio aos serviços prestados. Isto ocorreu com o regresso a Lisboa do Vice-Rei D. Luís de Ataíde, Conde de Atouguia, regressando cheio de Glória da Índia. Por sua vez este conde era irmão de um dos grandes amigos do poeta. Em 1574, viria a ser criticado por Pêro de Magalhães Gandavo, manifestando que nunca as obras do genial poeta teriam fama. Se da data e do lugar de nascimento não temos referências ao certo, pois também se ignoram o lugar e data da morte, entre 1579 e 1580. Estando a sua campa na igreja de Santa Ana terá sido destruída pelo terramoto de Lisboa (1-11-1755). Para falarmos só do século XVI, temos ainda as duas traduções de Os Lusíadas em castelhano (1580), a recolha dos seus textos inéditos, a edição sucessiva da poesia lírica (1595 e 1598) e as novas edições da epopeia. Datará da altura de 1597 o início da fascinação de decifrar todos os enigmas que rodeiam a sua vida e a sua obra... figura que se converteu em símbolo quase absoluto da identidade nacional portuguesa. Camões viveu a fase final da expansão portuguesa e depois da decadência e do desmoronamento político do seu país. A sua morte, um ou dois anos depois da derrota de Alcácer-Quibir, coincide praticamente com a perda da independência portuguesa em favor de Espanha, situação que iria durar até 1640. Os Lusíadas, durante o domínio espanhol ou chamado Filipino, tornaram-se o autêntico estandarte de resistência do povo português. Não devemos esquecer que 10 anos antes de Vasco da Gama concretizar a passagem do Cabo da Boa Esperança também conhecido pelo Cabo das Tormentas, tinho sido a viagem de Bartolomeu Dias, outro ilustre marinheiro português o que conseguiu que pela primeira vez dois oceanos fossem navegados, ultrapassando um dos últimos obstáculos para dar início a uma nova era.

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Mas também é de realçar que Camões viveu num período intelectual singular da história socio-cultural económica e política de Portugal, da Europa e do mundo. Na época de Camões os valores do humanismo clássico do Renascimento, entretanto espalhados pela Europa a partir da Itália dos fins do século XV, misturavam-se aos ecos do Eramismo e da Reforma. Camões imortalizou a sua obra épica e lírica com tradição e inovação, platonismo e aristotelismo, sabedoria e experiência vivida, mitologia e cristianismo, alegria e angústia, renascimento e maneirismo. Camões cantor dos Descobrimentos e da Epopeia do Homem moderno, não esqueceu os dois alicerces mais importantes da expansão marítima: a propagação da fé entendendo-o como a difusão de uma cultura própria do nosso continente, e a do comércio organizado à escala mundial e para proveito de todos os povos. Camões conheceu as peripécias de longas viagens, foi à guerra, foi ao extremo Oriente, conheceu o exílio, as dificuldades, os perigos, as desgraças, o sofrimento, o desespero, ele acabou por viver e manifestar na epopeia o preço humano dos Descobrimentos. 2.- Obra A Lírica Camoninana Além de ter composto a maior obra da literatura portuguesa Os Lusíadas, é também autor de três comédias e de uma extensa obra lírica de qualidade admirável. Foi o maior e mais influente poeta lírico do Renascimento, mas sendo um poeta do Renascimento recebeu as influências das literaturas clássicas antigas e da literatura italiana do final da Idade Média, e sua contemporánea. No entanto cultivou também as formas poéticas, os temas e o estilo da poesia de tradição palaciana portuguesa e peninsular que vinham de trás como as que estavam reunidas no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. Existem ainda vestígios da lírica medieval galaico-portuguesa. Da poesia tradicional palaciana, Camões, recuperou as formas poéticas, seguindo motes seus ou alheios, o poeta glosou com grande elegância o vilancete e a cantiga. Ficaram famosas composições como “Descalça vai para a fonte”, “ Verdes são os campos” e “Perdigão perdeu a pena”. A vertente renascentista da lírica Camoniana, cultivou grande parte das formas poéticas renascentistas que Sá de Miranda e António Ferreira haviam introduzido em Portugal. Outro género que o poeta trabalhou com brilhantismo foi a canção, um género mais intimista e reflexivo, que simula a confissão. Nestas composições encontramos representações artísticas e poéticas da vida do autor como na canção X. O soneto é a estrutura poética que, Camões, compõe com maior maestria.

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Duas temáticas dominam a lírica de Camões: o amor e o desconcerto do mundo. A poesia amorosa de Camões é atravessada por uma tensão entre dois pólos, dois tipos de sentimentos contraditórios: o amor espiritual e o amor sensual. O amor espiritual é concebido com base na conceção de Petrarca, que cantava a sua afeição deslumbrada por uma mulher idealizada. En tensão com este amor espiritual surge o amor sensual, marcado pelo desejo e pelo prazer. Isto podemos vê-lo no episódio da Ilha dos Amores d’Os Lusíadas. Os poemas camonianos procuram uma conciliação entre estes opostos. Se a solução é abdicar da carnalidade do amor, a ideia não se concretiza face à incontrolável pulsão do desejo. Tentam-se outras formas mas nenhuma resulta. A impossibilidade sentida pelo poeta de alcançar o amor pleno traz-lhe frustração e angústia. A temática do desconcerto do mundo engloba todo tipo de questões, e está relacionada com a desordem das coisas, o desajuste que reina na terra. O antogonismo entre o ideal e a prática pertence ao domínio social, religioso e político, mas igualmente vivido pelo poeta. A angústia e a ansiedade do poeta não se devem somente ao facto de este constatar que o desconcerto existe no mundo que o rodeia, mas também, e sobretudo ao facto de sentir que a sua vida sofre estruturalmente com este desajuste. A desordem é vivida interiormente, o amor é irrealizável, a sua vida revela-se tumultuosa e difícil, a desorientação (moral, religiosa) é grande. Estes problemas deixam o poeta numa situação de conflito interior, angústia e desilusão. No sentido de procurar uma solução para o problema, o poeta aponta a renúncia, a abdicação do mundo desconcertado. Mas o plano nunca é empreendido porque ele sabe que nunca resolveria o problema. Quanto aos aspectos da linguagem e ao estilo, para tal contribuem o ritmo e a harmonia que imprime nos seus versos. As comédias Além de ter cultivado a epopeia e a poesia lírica, Camões produziu textos dramáticos. Escreveu três comédias, Anfitriões, El-Rei Seleuco e Filodemo, que ocupam um lugar à parte no teatro português quinhentista. Foram redigidas na sua juventude, numa fase em que a sua escrita não tinha amadurecido. As estruturas e os processos dramáticos usados em Filodemo e El-Rei Seleuco são os que se filiam na tradição do teatro de Gil Vicente. Anfitriões é uma comédia de modelo clássico que se inspira na peça homónima do comediógrafo romano Plauto. Os três textos partilham o tema que os anima: o amor. Os Lusíadas O poema está dividido em 10 partes, chamados cantos na lírica, constituídos por oitavas de versos decassílabos. A finalidade do autor é cantar aos portugueses a sua glória.

A estrutura da obra obedece às regras das epopeias clássicas, apresentando quatro partes constituintes:

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• Proposição – sumário do poema em que o poeta enuncia o objetivo do poema e quem vai cantar;

• Invocação – pedido de ajuda às Musas / Tágides, divindades do Tejo;

• Dedicatória – o poeta dedica o poema a D. Sebastião, monarca do seu tempo;

• Narração – iniciada in medias res – a Nnrração da viagem de Vasco da Gama até à Índia começa a ser feita, quando os portugueses já percorreram a metade do caminho, encontrando-se no Oceano Índico, mais precisamente no canal de Moçambique “Já no largo Oceano Navegavam” [C.I.19]. A parte incial é narrada posteriormente, num processo de retrospetiva, pelo próprio herói, Vasco da Gama, a partir do canto IV, est.83, ao rei de Melinde.

A obra desenvolve-se em quatro planos estruturais que apresentam uma função específica: Plano da viagem; Plano dos Deuses; Plano da História de Portugal e Plano das Intervenções do poeta.

• Plano da Viagem de Vasco da Gama constitui a acção central do poema. A sua função é conceder unidade ao poema, sendo, por isso, uma éspecie de esqueleto do mesmo – cantos I, II, V, VI, VII, VIII, IX e X;

• Plano da intriga dos Deuses ou da Mitología surge continuamente articulado com o da Viagem e paralelo a este. A sua função é conferir beleza, ação e diversidade ao poema e ajudar no processo de divinização dos portugueses – cantos I, II, V, VI, VII, VIII, IX e X;

• Plano da História de Portugal surge encaixado no Plano da Viagem. A sua função é relatar e enaltecer a História de Portugal – cantos II, III, IV, VIII e X;

• Plano das Reflexões do Poeta, das suas considerações ou da subjetividade, normalmente nos finais de canto, é constituído por reflexões, críticas, lamentos, exortações. A sua função é transmitir as posições do poeta face ao mundo, aos outros e a si mesmo – cantos I, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X.

Os três pontos fulcrais da viagem do Gama são: A narração da História de Portugal feita por Vasco da Gama ao rei de Melinde, a chegada à Índia com as narrações de Paulo da Gama ao Catual e o encontro de Vasco da Gama com o Samorim, e narrações dos personagens mitológicos (Consílio dos Deuses, intervenções de Júpiter e oposições entre Baco e Vénus, Ilha dos Amores), contam os episódios de Vasco da Gama e os seus parceiros de viagem.

3.- Actividades y cuestionarios sobre los poemas 1.- Busca en el diccionario las siguientes palabras. Una vez que comprendas lo que significan, escribe dicha definición con tus palabras o un sinónimo. Troco, manuscrito, epopeia, tença 2.- Sitúa en el planisferio las ciudades y países en los que estuvo Camões. Traza una línea que una Lisboa con estos lugares.

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3.- Intenta contestar a las siguientes preguntas: - ¿En qué año nació y murió Camões? ¿Cuántos años vivió? - ¿En qué países estuvo? - ¿Por qué es desterrado de Portugal? - ¿Dónde perdió el ojo derecho? - ¿En qué río naufragó? ¿En qué país se encuentra en la actualidad? Cantos d’Os Lusíadas Constituem uma enciclopédia de grande parte dos acontecimientos do tempo do autor, históricos, geográficos, antropológicos, técnicos e científicos. Lee los poemas y responde al cuestionario. Canto I O poema inicia-se com a Proposição [ests. 1-3], em que o poeta apresenta o assunto do poema: cântico das grandes figuras da saga nacional – os navegadores, os conquistadores, os reis e os heróis imortais. Segue-se a Invocação [ests. 4-5]. O poeta pede inspiração às ninfas do Tejo, para que elas lhe concedam um estilo adequado à grandeza dos feitos que vai cantar. O objetivo do poeta é não só cantar de forma adequada os feitos nacionais (estilo épico), mas também divulgá-los por todo o mundo. Na Dedicatória [ests. 6-18], o poema é dedicado a D. Sebastião, que é incentivado a continuar os grandes feitos dos seus antepassados, nomeadamente no que diz respeito à

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expansão de carácter bélico e religioso. O poeta elogia os heróis portugueses, comparando-os com grandes figuras da Antiguidade ou das epopeias europeias da Idade Média. A estrofe 19 marca o início da Narração, enquanto a armada de Vasco da Gama já se encontra no Índico, reúne-se com o Consílio dos Deuses, convocado por Júpiter, com o objetivo de decidir se os portugueses devem ou não ser apoiados na sua aventura marítima. Vénus e Marte apoiam os portugueses; Baco, por pura inveja, opõe-se à ajuda aos lusitanos, a pesar de descenderem de Luso. Júpiter cede aos argumentos da deusa do amor e do deus da guerra, decidindo que os portugueses devem chegar à Índia. 46 As embarcações eram, na maneira Mui veloces, estreitas e compridas; As velas com que vem eram de esteira, Dũas folhas de Palma bem tecidas; A gente da cor era verdadeira, Que Fáëton nas terras acendidas, Ao mundo deu, de ousado, e não prudente, (O Pado o sabe e Lampetusa o sente). 106 No mar tanta tormenta, e tanto dano, Tantas vezes a norte apercebida, Na terra, tanta guerra, tanto engano, tanta necessidade aborrecida. Onde pode acolherse hum fraco humano, Onde terá segura a curta vida? Que não se arme e se indigne o ceo sereno Contra um bicho da terra tam pequeno Cuestionario del Canto I

• Lee los poemas anteriores.

• Responde a las siguientes preguntas: 1.- ¿Cómo serán las embarcaciones de los indígenas con los que se encuentra Camões? 2.- ¿De qué material estaban hechas las velas de sus barcos? 3. -¿A qué raza o color de piel crees que se refiere? 4.- Infórmate sobre quiénes fueron Phaeton y Lampetusa. 5.- ¿A quién llama bicho Camões? También lo nombra con un adjetivo, localízalo. 6.- ¿Qué critica Camões en la estrofa 106? Canto II Em Mombaça, a armada de Vasco da Gama é recebida pelo rei que, influenciado por Baco, prepara una nova armadilha. Mais uma vez, Vénus, agora com a colaboração das

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Nereidas, impede a entrada das naus no porto de Mombaça, manobra que tinha sido orientada por um falso piloto. Vasco da Gama e os seus nautas, tomando consciencia do perigo corrido, dirigem uma prece à Divina Providência, agradecendo o terem sido salvos. 108 Em práticas o Mouro diferentes Se deleitava, perguntando agora Pelas guerras famosas e excelentes Co povo havidas que a Mafoma adora; Agora lhe pergunta pelas gentes De toda a Hespéria última, onde mora; Agora, pelos povos seus vizinhos, Agora, pelos húmidos caminhos. 109 – Mas antes, valeroso Capitão, Nos conta (lhe dizia), diligente, Da terra tua o clima e região Do mundo onde morais, distintamente; E assi de vossa antiga geração, E o princípio do Reino tão potente, Cos sucessos das guerras do começo, Que, sem sabê-las, sei que são de preço; 110 E assi também nos conta dos rodeios Longos em que te traz o Mar irado, Vendo os costumes bárbaros, alheios, Que a nossa África ruda tem criado; Conta, que agora vêm cos áureos freios Os cavalos que o carro marchetado Do novo Sol, da fria Aurora trazem; O vento dorme, o mar e as ondas jazem. Cuestionario del Canto II

• Lee los poemas anteriores. • Responde a las siguientes preguntas:

1.- ¿Qué siginfica Mafoma en el verso de la estrofa 108? 2.- ¿Qué es Hespéria? 3.- En la estrofa 109 se relata uno de los puntos cruciales de Os Lusíadas. ¿A qué se refiere la estrofa? 4.- Explica por tus palabras el siguiente verso:

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“E assi também nos conta dos rodeios Longos em que te traz o Mar irado,” Canto III Vasco da Gama, consciente da grandeza da tarefa que lhe é pedida, invoca a Calíope, musa da poesia épica, para que ela lhe dê a inspiração condizente com a narrativa da História de Portugal que vai encetar. Deste modo, é inserido na estrutura narrativa o Plano da História de Portugal, que ocupa os cantos III e IV. O canto termina com uma reflexão: o poeta interroga-se sobre o poder do amor. 42 Mas já o Príncipe Afonso aparelhava O Lusitano exército ditoso, Contra o Mouro que as terras habitava De além do claro Tejo deleitoso; Já no campo de Ourique se assentava O arraial soberbo e belicoso, Defronte do inimigo Sarraceno, Posto que em força e gente tão pequeno, 54 E nestes cinco escudos pinta os trinta Dinheiros por que Deus fora vendido, Escrevendo a memória, em vária tinta, Daquele de Quem foi favorecido. Em cada um dos cinco, cinco pinta, Porque assi fica o número cumprido, Contando duas vezes o do meio, Dos cinco azuis que em cruz pintando veio. 120 Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruto, Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito, Nos saüdosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos nunca enxuto, Aos montes ensinando e às ervinhas O nome que no peito escrito tinhas. 123 Tirar Inês ao mundo determina, Por lhe tirar o filho que tem preso,

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Crendo co sangue só da morte indina Matar do firme amor o fogo aceso. Que furor consentiu que a espada fina Que pôde sustentar o grande peso Do furor Mauro, fosse alevantada Contra ũa fraca dama delicada? Cuestionario del Canto III

• Lee los poemas anteriores.

• Responde a las siguientes preguntas: 1.- Pesquisa sobre:

a) Batalha de Ourique b) D. Afonso Henriques c) D. Afonso III d) La bandera portuguesa e) D. Dinis

2.- ¿Quién es el enemigo Sarraceno? 3.- Explica el siguiente verso de la estrofa 54:

“E nestes cinco escudos pinta os trinta Dinheiros por que Deus fora vendido,” 4.- En las estrofas 120 y 123 se nombra a Inês. ¿Conoces algo de Inês de Castro?

Canto IV 1 Depois de procelosa tempestade, Nocturna sombra e sibilante vento, Traz a manhã serena claridade, Esperança de porto e salvamento; Aparta o Sol a negra escuridade, Removendo o temor ao pensamento: Assim no reino forte aconteceu Depois que o rei Fernando faleceu.

45 O vencedor Joane esteve os días Costumados no campo, em grande glória; Com ofertas, despois, e romarias, As graças deu a Quem lhe deu vitória. Mas Nuno, que não quer por outras vías Entre a gentes deixar de si memória Senão por armas sempre soberanas, Pera as terras se passa Transtaganas.

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87 Partimo-nos assi do santo templo Que nas praias do mar está sentado, Que o nome tem da terra, pera exemplo, Donde Deus foi em carne ao mundo dado. Certifico-te, ó Rei, que, se contemplo Como fui destas praias apartado, Cheio dentro de dúvida e receio, Que apenas nos meus olhos ponho o freio. 94 Mas um velho, d’aspeito venerando, Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, Cum saber só d’experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito: 104 … Mísera sorte! Estranha condição! Cuestionario del Canto IV

• Lee los poemas anteriores.

• Responde a las siguientes preguntas: Vasco da Gama continúa con su narrativa, relatando ahora los acontecimientos de la segunda dinastía portuguesa. 1.- ¿A qué momento histórico se refiere la estrofa 1 del canto IV? 2.- En la estrofa 45 nombra a Joane y a Nuno. Quiénes son? 3.- ¿El autor a quién alude con “Quem” y a que victoria se refiere? 4.- ¿De dónde parten y adónde van los portugueses, en la estrofa 87? 5.- ¿Con la expresión “Ó Rei”, a qué rey se dirige? 6.- En la estrofa 94 hay una palabra que alude el episodio de “O Velho do Restelo”. Explícalo. 7.- “O velho” culmina la estrofa 104 con una reflexión. ¿ Qué nos quiere decir? Canto V 40 Tão grande era de membros, que bem posso Certificar-te que este era o segundo

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De Rodes estranhíssimo Colosso, Que um dos sete milagres foi do mundo. Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso, Que pareceu sair do mar profundo. Arrepiam-se as carnes e o cabelo, A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo! 50 – Eu sou aquele oculto e grande Cabo A quem chamais vós outros Tormentório, Que nunca a Ptolomeu, Pompónio, Estrabo, Plínio e quantos passaram fui notório. Aqui toda a Africana costa cabo Neste meu nunca visto Promóntorio, Que pera o Pólo Antártico se estende, A quem vossa ousadia tanto ofende. 97 Enfim, não houve forte Capitão Que não fosse também douto e ciente, Da Lácia, Grega ou Bárbara nação, Senão da portuguesa tão somente. Sem vergonha o não digo: que a razão De algum não ser por versos excelente É não ser prezado o verso e rima, Porque quem não sabe arte, não se estima. Cuestionario del Canto V

• Lee los poemas anteriores.

• Responde a las siguientes preguntas: Este canto se denomina el “canto marítimo”, cumplimentado por la narrativa del viaje de la armada de Vasco da Gama de Lisboa a Melinde. 1.- ¿Dónde se encuentra Melinde? 2.- ¿ “Tão grande era de membros” a quién insinúa (estrofa 40) ? 3.- ¿Dónde se encuentra el “Cabo das Tormentas” (estrofa 50)? ¿Qué dificultades presentaba? 4.- ¿Quién y en qué año se consiguió pasar el “Cabo das Tormentas” por primera vez? 5.- ¿Qué se conseguía con esta hazaña? 6.- Después de Vasco da Gama terminar su narración al rey de Melinde, Camões concluye el canto V. ¿Qué pretende? al decir “É não ser prezado o verso e rima, Porque quem não sabe arte, não se estima” (estrofa 97)

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Canto VI 8 No mais interno fundo das profundas Cavernas altas, onde o mar se esconde, Lá donde as ondas saem furibundas Quando às iras do vento o mar responde, Neptuno mora e moram as jocundas Nereidas e outros Deuses do mar, onde As águas campo deixam às cidades Que habitam estas húmidas Deidades. 13 Noutra parte, esculpida estava a guerra Que tiveram os Deuses cos Gigantes; Está Tifeu debaixo da alta serra De Etna, que as flamas lança crepitantes. Esculpido se vê, ferindo a Terra, Neptuno, quando as gentes, ignorantes, Dele o cavalo houveram, e a primeira De Minerva pacífica ouliveira. 15 – Ó Neptuno (lhe disse) não te espantes De Baco nos teus reinos receberes, Porque também cos grandes e possantes Mostra a Fortuna injusta seus poderes. Manda chamar os Deuses do mar, antes Que fale mais, se ouvir-me o mais quiseres; Verão da desventura grandes modos: Ouçam todos o mal que toca a todos. 25 Já finalmente todos assentados Na grande sala, nobre e divinal, As Deusas em riquíssimos estrados, Os Deuses em cadeiras de cristal, Foram todos do Padre agasalhados, Que co Tebano tinha assento igual; De fumos enche a casa a rica massa Que no mar nace e Arábia em cheiro passa. 35

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A ira com que súbito alterado O coração dos Deuses foi num ponto, Não sofreu mais conselho bem cuidado Nem dilação nem outro algum desconto: Ao grande Eolo mandam já recado, Da parte de Neptuno, que sem conto Solte as fúrias dos ventos repugnantes, Que não haja no mar mais navegantes! 36 Bem quisera primeiro ali Proteu Dizer, neste negócio, o que sentia; E, segundo o que a todos pareceu, Era algũa profunda profecia. Porém tanto o tumulto se moveu, Súbito, na divina companhia, Que Tétis, indinada, lhe bradou: –Neptuno sabe bem o que mandou! 50 Destarte as aconselha o Duque experto E logo lhe nomeia doze fortes; E por que cada dama um tenha certo, Lhe manda que sobre eles lancem sortes, Que elas só doze são; e descoberto Qual a qual tem caído das consortes, Cad' ũa escreve ao seu, por vários modos, E todas a seu Rei, e o Duque a todos. 58 Chega-se o prazo e dia assinalado De entrar em campo já cos doze Ingleses, Que pelo Rei já tinham segurado; Armam-se d' elmos, grevas e de arneses. Já as damas têm por si, fulgente e armado, O Mavorte feroz dos Portugueses; Vestem-se elas de cores e de sedas, De ouro e de jóias mil, ricas e ledas. 80 Vendo Vasco da Gama que tão perto Do fim de seu desejo se perdia, Vendo ora o mar até o Inferno aberto,

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Ora com nova fúria ao Céu subia, Confuso de temor, da vida incerto, Onde nenhum remédio lhe valia, Chama aquele remédio santo e forte Que o impossíbil pode, desta sorte: 81 –Divina Guarda, angélica, celeste, Que os céus, o mar e terra senhoreias: Tu, que a todo Israel refúgio deste Por metade das águas Eritreias; Tu, que livraste Paulo e defendeste Das Sirtes arenosas e ondas feias, E guardaste, cos filhos, o segundo Povoador do alagado e vácuo mundo: 92 Já a manhã clara dava nos outeiros Por onde o Ganges murmurando soa, Quando da celsa gávea os marinheiros Enxergaram terra alta, pela proa. Já fora de tormenta e dos primeiros Mares, o temor vão do peito voa. Disse alegre o piloto Melindano: – Terra é de Calecu, se não me engano. Cuestionario del Canto VI

• Lee los poemas anteriores.

• Responde a las siguientes preguntas: El poeta en éste canto recupera el estatuto de narrador contando la salida de la armada de Melinde hacia Calecut. 1.- ¿Quién va al palacio de Neptuno y para qué? 2.- ¿Después del encuentro a quién apoyan? 3.- Después de Baco salir reforzado de su capricho en la reunión, ¿qué decisión toma Neptuno (estrofa 35)? 4.- ¿En qué verso y estrofa se convoca “O Consílio dos Deuses”? 5.- Habla sobre Minerva (estrofa 13). 6.- ¿Quién es “Padre” en la estrofa 25? 7.- ¿Quién es Tétis (estrofa 36)? 8.- ¿Quiénes son los “doze da Inglaterra” y quién lo relata en la obra (estrofas 50 y 58? 9.- ¿Qué episodio relata en la estrofa 81 y a quién se recurre?

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10.- ¿Qué avistan y que relevancia tiene en la obra (estrofa 92)? Canto VII 2 A vós, ó geração de Luso, digo, Que tão pequena parte sois no mundo, Não digo inda no mundo, mas no amigo Curral de Quem governa o Céu rotundo; Vós, a quem não sòmente algum perigo Estorva conquistar o povo imundo, Mas nem cobiça ou pouca obediência Da Madre que nos Céus está em essência; 3 Vós, Portugueses, poucos quanto fortes, Que o fraco poder vosso não pesais; Vós, que, à custa de vossas várias mortes, A lei da vida eterna dilatais: Assi do Céu deitadas são as sortes Que vós, por muito poucos que sejais, Muito façais na santa Cristandade. Que tanto, ó Cristo, exaltas a humildade! 4 Vede'los Alemães, soberbo gado, Que por tão largos campos se apacenta; Do sucessor de Pedro rebelado, Novo pastor e nova seita inventa; Vede'lo em feias guerras ocupado, Que inda co cego error se não contenta, Não contra o superbíssimo Otomano, Mas por sair do jugo soberano. 5 Vede'lo duro Inglês, que se nomeia Rei da velha e santíssima Cidade, Que o torpe Ismaelita senhoreia (Quem viu honra tão longe da verdade?), Entre as Boreais neves se recreia, Nova maneira faz de Cristandade: Pera os de Cristo tem a espada nua, Não por tomar a terra que era sua.

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73 Já com desejos o Idolátra ardia De ver isto que o Mouro lhe contava; Manda esquipar batéis, que ir ver queria Os lenhos em que o Gama navegava. Ambos partem da praia, a quem seguia A Naira geração, que o mar coalhava; À capitaina sobem, forte e bela, Onde Paulo os recebe a bordo dela. 74 Purpúreos são os toldos, e as bandeiras Do rico fio são que o bicho gera; Nelas estão pintadas as guerreiras Obras que o forte braço já fizera; Batalhas têm campais aventureiras, Desafios cruéis, pintura fera, Que, tanto que ao Gentio se apresenta, A tento nela os olhos apacenta. 82 Vede, Ninfas, que engenhos de senhores O vosso Tejo cria valerosos, Que assi sabem prezar, com tais favores, A quem os faz, cantando, gloriosos! Que exemplos a futuros escritores, Pera espertar engenhos curiosos, Pera porem as cousas em memória Que merecerem ter eterna glória! Cuestionario del Canto VII

• Lee los poemas anteriores. • Responde a las siguientes preguntas:

La armada ya se encuentra en Calecut. 1.- El poeta en las estrofas 2, 3, 4 y 5 comienza con una reflexión. Elogia a unos y críticas a otros. ¿A quién o quiénes elogia y critica? ¿Y por qué? 2.- ¿Qué personaje de la obra va a visitar las embarcaciones y con quién entabla conversación (estrofa73)? 3.- ¿Cuál es el tema de la estrofa 74? 4.- ¿Qué nos quiere transmitir el autor en la estrofa 82?

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Canto VIII 1 Na primeira figura se detinha O Catual que vira estar pintada, Que por divisa um ramo na mão tinha, A barba branca, longa e penteada. Quem era e por que causa lhe convinha A divisa que tem na mão tomada? Paulo responde, cuja voz discreta O Mauritano sábio lhe interpreta: 2 – Estas figuras todas que aparecem, Bravos em vista e feros nos aspeitos, Mais bravos e mais feros se conhecem, Pela fama, nas obras e nos feitos. Antigos são, mas inda resplandecem Co nome, entre os engenhos mais perfeitos. Este que vês, é Luso, donde a Fama O nosso Reino «Lusitânia» chama. 5 Ulisses é, o que faz a santa casa À Deusa que lhe dá língua facunda; Que se lá na Ásia Tróia insigne abrasa, Cá na Europa Lisboa ingente funda.» – «Quem será estoutro cá, que o campo arrasa De mortos, com presença furibunda? Grandes batalhas tem desbaratadas, Que as Águias nas bandeiras tem pintadas!» 6 Assi o Gentio diz. Responde o Gama: – «Este que vês, pastor já foi de gado; Viriato sabemos que se chama, Destro na lança mais que no cajado; Injuriada tem de Roma a fama, Vencedor invencíbil, afamado. Não tem com ele, não, nem ter puderam, O primor que com Pirro já tiveram.

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8 Vês, connosco também vence as bandeiras Dessas aves de Júpiter validas; Que já naquele tempo as mais guerreiras Gentes de nós souberam ser vencidas. Olha tão sutis artes e maneiras Pera adquirir os povos, tão fingidas: A fatídica cerva que o avisa. Ele é Sertório, e ela a sua divisa. 9 Olha estoutra bandeira, e vê pintado O grão progenitor dos Reis primeiros: Nós Húngaro o fazemos, porém nado Crêm ser em Lotaríngia os estrangeiros. Despois de ter, cos Mouros, superado Galegos e Lioneses cavaleiros, À Casa Santa passa o santo Henrique, Por que o tronco dos Reis se santifique.» 11 – Este é o primeiro Afonso (disse o Gama), Que todo Portugal aos Mouros toma; Por quem no Estígio lago jura a Fama De mais não celebrar nenhum de Roma. Este é aquele zeloso a quem Deus ama, Com cujo braço o Mouro imigo doma, Pera quem de seu Reino abaxa os muros, Nada deixando já pera os futuros. 13 Este que vês olhar, com gesto irado, Pera o rompido aluno mal sofrido, Dizendo-lhe que o exército espalhado Recolha, e torne ao campo defendido; Torna o Moço, do velho acompanhado, Que vencedor o torna de vencido: Egas Moniz se chama o forte velho, Pera leais vassalos claro espelho. 17 É Dom Fuas Roupinho, que na terra E no mar resplandece juntamente,

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Co fogo que acendeu junto da serra De Ábila, nas galés da Maura gente. Olha como, em tão justa e santa guerra, De acabar pelejando está contente. Das mãos dos Mouros entra a felice alma, Triunfando nos Céus, com justa palma. 32 Se quem com tanto esforço em Deus se atreve Ouvir quiseres como se nomeia, Português Cipião» chamar-se deve; Mas mais de «Dom Nuno Álvares» se arreia. Ditosa pátria que tal filho teve! Mas antes, pai! que, enquanto o Sol rodeia Este globo de Ceres e Neptuno, Sempre suspirará por tal aluno. 37 Olha cá dous Infantes, Pedro e Henrique, Progénie generosa de Joane; Aquele faz que fama ilustre fique Dele em Germânia, com que a morte engane; Este, que ela nos mares o pubrique Por seu descobridor, e desengane De Ceita a Maura túmida vaidade, Primeiro entrando as portas da cidade. 94 Vem a fazenda a terra, aonde logo A agasalhou o infame Catual; Co ela ficam Álvaro e Diogo, Que a pudessem vender pelo que val. Se mais que obrigação, que mando e rogo, No peito vil o prémio pode e val, Bem o mostra o Gentio a quem o entenda, Pois o Gama soltou pela fazenda. 95 Por ela o solta, crendo que ali tinha Penhor bastante, donde recebesse Interesse maior do que lhe vinha Se o Capitão mais tempo detivesse, Ele, vendo que já lhe não convinha

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Tornar a terra, por que não pudesse Ser mais retido, sendo às naus chegado Nelas estar se deixa descansado. 96 Nas naus estar se deixa, vagaroso, Até ver o que o tempo lhe descobre; Que não se fia já do cobiçoso Regedor, corrompido e pouco nobre. Veja agora o juízo curioso Quanto no rico, assi como no pobre, Pode o vil interesse e sede imiga Do dinheiro, que a tudo nos obriga. 97 A Polidoro mata o Rei Treício, Só por ficar senhor do grão tesouro; Entra, pelo fortíssimo edifício, Com a filha de Acriso a chuva d' ouro; Pode tanto em Tarpeia avaro vício Que, a troco do metal luzente e louro, Entrega aos inimigos a alta torre, Do qual quási afogada em pago morre. Cuestionario del Canto VIII

• Lee los poemas anteriores.

• Responde a las siguientes preguntas: Una vez más el poeta da voz a otro narrador: Paulo da Gama. 1.- ¿Qué relata Paulo da Gama a Catual y a quién enaltece en las estrofas 1, 2, 5, 6, 8, 9, 11, 13, 17, 32 y 37? 2.- ¿Conoces a Viriato? Háblame de él. 3.- ¿Qué sabes de Egas Moniz? 4.- ¿Quién es el Conde D. Henrique? 5.- Averigua que ocurre en la leyenda de D. Fuas Roupinho. 6.- ¿Qué importancia tiene Nuno Álvares Pereira en la historia de Portugal? 8.- ¿Cómo se le denomina a la generación a la que pertenecen los infantes D. Pedro e D. Henrique? 9.- Después de leer las estrofas 94, 95, 96 y 97 qué quiere decir el poeta con sus lamentaciones “a troco do metal luzente e louro” Canto IX

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52 De longe a Ilha viram, fresca e bela, Que Vénus pelas ondas lha levava (Bem como o vento leva branca vela) Pera onde a forte armada se enxergava; Que, por que não passassem, sem que nela Tomassem porto, como desejava, Pera onde as naus navegam a movia A Acidália, que tudo, enfim, podia. 54 Três fermosos outeiros se mostravam, Erguidos com soberba graciosa, Que de gramíneo esmalte se adornavam, Na fermosa Ilha, alegre e deleitosa. Claras fontes e límpidas manavam Do cume, que a verdura tem viçosa; Por entre pedras alvas se deriva A sonorosa linfa fugitiva. 64 Nesta frescura tal desembarcavam Já das naus os segundos Argonautas, Onde pela floresta se deixavam Andar as belas Deusas, como incautas. Algũas, doces cítaras tocavam; Algũas, harpas e sonoras frautas; Outras, cos arcos de ouro, se fingiam Seguir os animais, que não seguiam. 65 Assi lho aconselhara a mestra experta: Que andassem pelos campos espalhadas; Que, vista dos barões a presa incerta, Se fizessem primeiro desejadas. Algũas, que na forma descoberta Do belo corpo estavam confiadas, Posta a artificiosa formosura, Nuas lavar se deixam na água pura. 88 Assi a fermosa e a forte companhia O dia quási todo estão passando

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Nũa alma, doce, incógnita alegria, Os trabalhos tão longos compensando. Porque dos feitos grandes, da ousadia Forte e famosa, o mundo está guardando O prémio lá no fim, bem merecido, Com fama grande e nome alto e subido. 89 Que as Ninfas do Oceano, tão fermosas, Tétis e a Ilha angélica pintada, Outra cousa não é que as deleitosas Honras que a vida fazem sublimada. Aquelas preminências gloriosas, Os triunfos, a fronte coroada De palma e louro, a glória e maravilha, Estes são os deleites desta Ilha. 90 Que as imortalidades que fingia A antiguidade, que os Ilustres ama, Lá no estelante Olimpo, a quem subia Sobre as asas ínclitas da Fama, Por obras valerosas que fazia, Pelo trabalho imenso que se chama Caminho da virtude, alto e fragoso, Mas, no fim, doce, alegre e deleitoso, 91 Não eram senão prémios que reparte, Por feitos imortais e soberanos, O mundo cos varões que esforço e arte Divinos os fizeram, sendo humanos. Que Júpiter, Mercúrio, Febo e Marte, Eneas e Quirino e os dous Tebanos, Ceres, Palas e Juno com Diana, Todos foram de fraca carne humana. 92 Mas a Fama, trombeta de obras tais, Lhe deu no Mundo nomes tão estranhos De Deuses, Semideuses, Imortais, Indígetes, Heróicos e de Magnos. Por isso, ó vós que as famas estimais,

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Se quiserdes no mundo ser tamanhos, Despertai já do sono do ócio ignavo, Que o ânimo, de livre, faz escravo. 93 E ponde na cobiça um freio duro, E na ambição também, que indignamente Tomais mil vezes, e no torpe e escuro Vício da tirania infame e urgente; Porque essas honras vãs, esse ouro puro, Verdadeiro valor não dão à gente: Milhor é merecê-los sem os ter, Que possuí-los sem os merecer. Cuestionario del Canto IX

• Lee los poemas anteriores. • Responde a las siguientes preguntas:

Después de superar algunas vicisitudes, los portugueses, siempre ayudados por Monçaide, inician el viaje de regreso a su patria. Venus, siempre atenta, resuelve darles una sorpresa, una recompensa por todos los sacrificios pasados. Crea una isla. 1.- ¿Cómo se llama la Isla? 2.- Los héroes recorren sucesivas etapas: a) ¿En qué verso y de qué estrofa? se constata el aparecimiento de la isla, mágico y súbito. b) ¿En qué palabras de la estrofa 54 se denota el locus amoenus clásico? 3.- ¿En las estrofas 64 y 65 quién aconseja a los juegos de seducción de las “belas Deusas”? 4.- ¿Qué es un argonauta? ¿En la estrofa 64 quiénes son los argonautas? 5.- ¿Qué conduce a la “fama grande” en un verso de la estrofa 88? 6.- ¿Cuáles son los deleites de la isla? 7.- ¿Quién es Tétis? 8.- Tétis se encuentra en su palacio con Vasco da Gama y ¿en qué versos, de la estrofa 88, le explica a Vasco da Gama que el reposo es la compensación? 9.- Explica el siguiente verso de la estrofa 90: “Lá no estelante Olimpo, a quem subia Sobre as asas ínclitas da Fama,” 10.- Comenta el siguiente verso de la estrofa 91: “Todos foram de fraca carne humana.” 11.- Identifica el apóstrofe en la estrofa 92 y explica la intención en el verso. Canto X

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3 Ali, em cadeiras ricas, cristalinas, Se assentam dous e dous, amante e dama; Noutras, à cabeceira, d' ouro finas, Está co a bela Deusa o claro Gama. De iguarias suaves e divinas, A quem não chega a Egípcia antiga fama, Se acumulam os pratos de fulvo ouro, Trazidos lá do Atlântico tesouro. 6 Cantava a bela Ninfa, e cos acentos, Que pelos altos paços vão soando, Em consonância igual, os instumentos Suaves vêm a um tempo conformando. Um súbito silêncio enfreia os ventos E faz ir docemente murmurando As águas, e nas casas naturais Adormecer os brutos animais. 7 Com doce voz está subindo ao Céu Altos varões que estão por vir ao mundo, Cujas claras Ideias viu Proteu Num globo vão, diáfano, rotundo, Que Júpiter em dom lho concedeu Em sonhos, e despois no Reino fundo, Vaticinando, o disse, e na memória Recolheu logo a Ninfa a clara história. 8 Matéria é de coturno, e não de soco, A que a Ninfa aprendeu no imenso lago; Qual Iopas não soube, ou Demodoco, Entre os Feaces um, outro em Cartago. Aqui, minha Calíope, te invoco Neste trabalho extremo, por que em pago Me tornes do que escrevo, e em vão pretendo O gosto de escrever, que vou perdendo. 10 Cantava a bela Deusa que viriam Do Tejo, pelo mar que o Gama abrira,

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Armadas que as ribeiras venceriam Por onde o Oceano Índico suspira; E que os Gentios Reis que não dariam A cerviz sua ao jugo, o ferro e ira Provariam do braço duro e forte, Até render-se a ele ou logo à morte. 143 «Podeis-vos embarcar, que tendes vento E mar tranquilo, pera a pátria amada.» Assi lhe disse; e logo movimento Fazem da Ilha alegre e namorada. Levam refresco e nobre mantimento; Levam a companhia desejada Das Ninfas, que hão-de ter eternamente, Por mais tempo que o Sol o mundo aquente. 155 Pera servir-vos, braço às armas feito, Pera cantar-vos, mente às Musas dada; Só me falece ser a vós aceito, De quem virtude deve ser prezada. Se me isto o Céu concede, e o vosso peito Dina empresa tomar de ser cantada, Como a pres[s]aga mente vaticina Olhando a vossa inclinação divina, 156 Ou fazendo que, mais que a de Medusa, A vista vossa tema o monte Atlante, Ou rompendo nos campos de Ampelusa Os muros de Marrocos e Trudante, A minha já estimada e leda Musa Fico que em todo o mundo de vós cante, De sorte que Alexandro em vós se veja, Sem à dita de Aquiles ter enveja. Cuestionario del Canto X

• Lee los poemas anteriores. • Responde a las siguientes preguntas:

Tétis y las demás ninfas le ofrecen un banquete a los portugueses.

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1.- ¿Qué ocurre en la estrofa 3? 2.- En las estrofas 6 y 7, con un discurso profético, ¿una ninfa qué narra? 3.- ¿A quién invoca el poeta en la estrofa 8? Explica quién es. 4.- Explica os versos: “Cantava a bela Deusa que viriam Do Tejo, pelo mar que o Gama abrira,” 5.- ¿A quién exhorta el autor? 6.- Explica los versos: “Podeis-vos embarcar, que tendes vento E mar tranquilo, pera a pátria amada.” 7.- Explica los versos:

a) “Pera servir-vos, braço às armas feito, Pera cantar-vos, mente às Musas dada;” b) “A vista vossa tema o monte Atlante, Ou rompendo nos campos de Ampelusa Os muros de Marrocos e Trudante,”