UNIPSetembro/2011

Profa.: MSc. Carolina Brum

CAP. 1: A respeito da FenomenologiaCAP. 1: A respeito da Fenomenologia

Método Fenomenológico de conhecimento: problema da perspectiva no conhecimento que invoca o caráter da provisoriedade, mutabilidade e relatividade da verdade. X Pensamento metafísico: a verdade é uma, estável e absoluta.

A Metafísica como um limite e não como inverdade.

Fenomenologia (óbvio): um ponto de vista é apenas um ponto de vista.

Reconhecimento da relatividade da perspectiva = reconhecimento da relatividade da verdade.

Um conhecimento é apenas uma articulação de uma alternativa de aproximação do real.

P/ a metafísica: o conhecimento é resultado da superação da insegurança do existir.

P/ a fenomenologia: é a aceitação dessa insegurança que permite o conhecimento.

P/ a Metafísica: o conhecimento se dá baseado na segurança da precisão metodológica. Fala da forma lógica do ser.

P/ a fenomenologia: o conhecimento se dá na angústia. Fala dos modos infindáveis do ser.

A relatividade não é um problema a ser superado p/ a fenomenologia, e sim a condição do ser se manifestar. “Tudo é relativo...”

Provisoriedade: tudo que é, vem a ser e permanece sendo.

P/ Heidegger: não é só um modo de pensar o homem; é um modo dele ser no mundo, de habitar o mundo, de instalar-se nele, de conduzir sua vida.

Método de investigação fenomenológica: cuidar do talhamento do olhar!

Sentimento de não pertencimento ao mundo, desamparo, desabrigo... Apesar de sermos um ser-no-mundo, o mundo não nos acolhe (como queremos)... A todo momento e em diferentes culturas mudam as formas de relação com as coisas, mudam os sentimentos, as sensações...

Há uma mediação entre homem e mundo que se dá na trama de significados das coisas: quando as coisas mudam, é porque nossas idéias sobre isso mudou, ou mudou a serventia que tinha para nós.

A inospitalidade do mundo revela o mundo tal qual ele é, e não o que ilusoriamente pensávamos sobre ele! Assim, entendemos o que não havíamos compreendido sobre o mundo: ele é uma sutil trama de significações que nos enlaçam e dá consistência ao nosso ser, nosso fazer e nosso saber. Mas uma trama fluida que também se dilui e desaparece e, então, nos faz falta!

Experiência de inospitalidade do mundo, do nada e da mais plena liberdade em que somos lançados independente do nosso arbítrio é a Angústia.

Não pertencemos a coisa alguma de forma fixa. Não pertencemos ao amado, à mãe, ao pai... Formamos redes de relações que funcionam como redes de aprisionamento (ilusório)

Experiência humana da vida é originaria-mente a experiência da fluidez, da mutabili-dade, da inospitabilidade do mundo, da liberdade. A segurança não está em parte alguma.

Na Idade Moderna para Descartes: era possível a produção de idéias claras e distintas sobre o mundo. Os saberes sobre o mundo eram controlados, estáveis, precisos. O homem dominava as idéias do mundo e não ao contrário. Insegurança do ser transposta pela segurança do saber.

O mundo poderia ser representado através de idéias claras, precisas e imutáveis. Assim, o mundo renasce estável e seguro e a realidade é construída e controlável. Assim, lidamos com a inospitalidade do mundo!

O sonho do homem moderno de ser o centro e senhor do universo através da representação do mundo, tem se mostrado tarefa impossível. Tenta-se controlar a natureza, mas somos controlados por ela.

Na perda de sentido do ser, encontramos espaço para pensar. Diante de um vazio de sentido do ser, os significados se tornam insignificantes e o pensamento se lança na aventura de saber, de conhecer!

Fenomenologia Fenomenologia não é somente uma escola filosófica, mas um pensamento provocado pelo descompasso, pelo esvaziamento, pela nadificação do sentido do ser. O homem em relação com o mundo, com ele mesmo. Pensar o homem é pensá-lo diante de um vazio, contudo, é um pensar que se abre (p/ novas possibilidades).

O pensar:O pensar: é um poder, uma força, um vigor. O que funda o pensamento é a existência.