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UniSALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Fernanda Maria Egéia
Marcella Adriany Faria Rodrigues
Rosemeire Cristina da Silva
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: um estudo de caso na Incubadora de Empresas
Lins /SP
LINS – SP
2017
FERNANDA MARIA EGÉIA
MARCELLA ADRIANY FARIA RODRIGUES
ROSEMEIRE CRISTINA DA SILVA
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado a Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Administração sob a
orientação da Prof.ª Ma. Máris de Cássia
Ribeiro Vendrame e orientação técnica da
Prof.ª Ma. Jovira Maria Sarraceni.
Lins – SP
2017
Egéia, Fernanda Maria; Rodrigues, Marcella Adriany Faria; Silva, Rosemeire Cristina.
Inteligência Emocional /Fernanda Maria Egéia; Marcella Adriany Faria Rodrigues; Rosemeire Cristina da Silva – – Lins, 2017.
73p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2017.
Orientadores: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame; Jovira Maria
Sarraceni 1. Inteligência Emocional. 2. Desempenho. 3. Carreira. 4 Gestor. I
Título. CDU 658
E58i
FERNANDA MARIA EGÉIA
MARCELLA ADRIANY FARIA RODRIGUES
ROSEMEIRE CRISTINA DA SILVA
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: Um Estudo de Caso na Incubadora de
Empresas de Lins/SP
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovada em: ____/____/_____
Banca Examinadora:
Profª. Orientadora: Ma. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame
Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba
Assinatura: ______________________________
1ºProf.(a): ____________________________________________________
Titulação: _____________________________________________________
Assinatura: ______________________________
2ºProf(a): ____________________________________________________
Titulação: _____________________________________________________
Assinatura: ______________________________
AGRADECIMENTOS
Gratidão primeiramente a Deus, por ter nos dado a oportunidade de concluirmos esta etapa de
grande importância em nossas vidas. Por nos conceder sabedoria para enfrentar os desafios e adquirir os
conhecimentos através dos ensinamentos de nossos professores. Pelas amizades conquistadas e pelas graças
alcançadas.
Agradecemos a nossa querida orientadora e amiga Máris, que nos auxiliou, nos presenteando com
todo o seu conhecimento e sua experiência. Somos gratas por estar do nosso lado nesta caminhada, sendo
paciente e compreensiva, uma profissional excepcional.
A querida professora Jovira e todos os professores que contribuíram para nossa formação
profissional.
Enfim aos nossos familiares e amigos e a Instituição Unisalesiano de Lins.
Fernanda, Marcella e Rosemeire
Gratidão primeiramente a Deus, pelo dom da sabedoria e por me ajudar a enfrentar todos os obstáculos que
surgiram em meu caminho. E a Nossa Senhora Aparecida, que não me deixou desistir quando meu corpo
se sentiu cansado.
Dedico este trabalho aos meus pais que amo muito, Milton Egéia e Gildete R. R. Egéia, que estiveram
ao meu lado a todo momento, que confiaram em mim e não mediram esforços para me ver formada, tudo isso
foi por vocês! Ao meu noivo Felipe Alan, por todo apoio, amor e carinho. A minha madrinha Eliana e seu
esposo Adilson (em memória) que abriram as portas da sua casa e de seu coração para mim.
Enfim, ao meu irmão Fernando e minha cunhada Josiane, minhas amigas e parceiras que se dedicaram
muito Marcella e Meire e todos os familiares e amigos que torceram por mim.
De todo o meu coração, que Deus abençoe imensamente todos que contribuíram para a realização do meu
sonho!
Fernanda Maria Egéia
A Deus, por me permitir viver as experiências mais incríveis que existem, pelo seu amor e cuidado.
A minha família, que sempre teve um papel essencial na minha vida e que me ensinou os melhores e maiores
princípios e valores de que um ser humano possa ter. Por sempre ter acreditado, apoiado e incentivado a ser
melhor e a fazer o melhor. Em especial a minha mãe Adriana Cristina Faria que me ensinou a ter coragem
para questionar realidades e propor sempre um novo mundo de possibilidades, e com seu amor, me provou
que o infinito existe. Minha avó Regina Aparecida Tudela Faria por ter segurado a barra enquanto o
mundo se desabava e ter lutado por nós. Por sempre estar presente e se fazer presente, por cuidar, proteger,
doar-se e amar. Algo que nunca faltou na minha infância foi atenção, cuidado e amor.
A cada pessoa que já passou pela minha vida e que, de alguma maneira ou outra, contribuiu para que me
tornasse uma pessoa melhor. Aos meus amigos, que tem o dom de tornar minha vida mais leve e colorida.
Na grande maioria dos casos, não melhoramos só por nós mesmos, mas o processo de crescimento pessoal e
profissional vem aliado a saber se relacionar com outros, se divertir com os outros e aprender com os outros.
A Fernanda e Meire, que desde primeiro ano o grupo já estava formado. Durante a caminhada vocês me
permitiram ver o mundo de outra maneira através dos seus olhos. Enfrentamos as dificuldades, superamos as
barreiras e crescemos. Obrigada.
Marcella Adriany Faria Rodrigues
É com imensa alegria que dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ter me proporcionado o privilégio
de ter cursado essa faculdade, sempre me dando sabedoria, e me abençoando nas dificuldades.
A toda minha família que sempre esteve ao meu lado, em especial a minha mãe Solange Aparecida da
Silva, que me deu total apoio para começar o curso e para eu não desanimar ao decorrer dos anos, ao meu
namorado Roberto Scherlevais Neto, pela paciência e pelas madrugadas acordado ao meu lado, me dando
força e me incentivando, amo vocês.
Dedico as minhas parceiras Fernanda e Marcella que sem o companheirismo e a nossa paciência não
teríamos concluído este trabalho maravilhoso, só nós sabemos tudo o que passamos, desde o começo até o
final desses quatro anos juntas. Obrigada por tudo.
Rosemeire Cristina da Silva
RESUMO
Atualmente as organizações vivenciam um cenário de constantes mudanças políticas e econômicas, quando as incertezas de mercado, o acúmulo de tarefas e a qualidade do trabalho tornam-se um desafio aos gestores. Diante disso, faz-se necessário que o gestor desenvolva a Inteligência Emocional e aplique as competências em sua rotina diária, as quais são: autopercepção, autorregulamentação, motivação, empatia e habilidade social, que lhe possibilitam crescimento pessoal, profissional e o alcance de objetivos com uma equipe harmônica e bem estruturada. As competências implica uma análise interna, com atitudes pessoais do ser humano, em pontos fortes e fracos, controle emocional, conhecimento das necessidades alheias, determinação e foco no cumprimento de metas e bom relacionamento com as pessoas. O intuito desta pesquisa foi mostrar a influência da Inteligência Emocional no desempenho do gestor e sua satisfação no trabalho, ressaltando a importância de colocar as práticas das competências da Inteligência Emocional de Daniel Goleman. Para isso, foi realizado uma revisão bibliográfica em livros e artigos científicos, assim como, uma pesquisa de campo com os gestores na Incubadora de Empresas de Lins – SP. Após a realização da pesquisa, percebeu-se que os gestores que desenvolvem esse método são criativos e se mostram satisfeitos com o trabalho que realizam, além de serem produtivos e tomarem decisões acertadas. Notou-se, também, a relevância da Inteligência Emocional no tocante ao relacionamento com os integrantes da equipe, pois um gestor que possui as cinco competências valoriza os colaboradores e é admirado pelos subordinados bem como possui uma equipe de alta performance, geradora de resultados.
Palavras-chave: Inteligência Emocional. Desempenho. Satisfação. Carreira. Gestor.
ABSTRACT Nowadays, organizations experience a scenario of constant political and economic changes, where market uncertainties, the accumulation of tasks and the quality of work become a challenge for managers. Given this, it is necessary for the manager to develop Emotional Intelligence and apply the skills in their daily routine. These competences, being: self-perception, self-regulation, motivation, empathy and social ability, enable the manager personal and professional growth, achievement of objectives, a harmonious and well-structured team. They imply in an internal analysis, in personal attitudes of the human being, strengths and weaknesses, emotional control, knowledge of the needs of others, determination and focus in the fulfillment of goals and good relationship with the people. The intention of this research was to show the influence of Intelligence Emotional in the performance of the manager and in his satisfaction in the work, emphasizing the importance of putting the practices the competences of the Emotional Intelligence of Daniel Goleman. For this, a bibliographical review was carried out through scientific books and articles, as well as a field research with some managers in the Lins - SP Business Incubator. After conducting the research with the managers of the Incubadora de Empresa, it was noticed that managers who develop Emotional Intelligence, are creative and are satisfied with the work they do, in addition to being productive and making assertive decisions. It was also noted the importance of Emotional Intelligence in relation to the relationship with the members of the team, a manager who has the five skills values employees, is admired by subordinates and has a team with greater level of efficiency and effectiveness in results. Keywords: Emotional Intelligence. Performance. Satisfaction. Career. Gestor.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fachada da ADETEC.........................................................................14
Figura 2: Logotipo do projeto Caipira Valley......................................................18
Figura 3: Banner do projeto Rede de Apoio ao Jovem Empreendedor
(REAJE).............................................................................................................19
Figura 4: Logotipo Empreendedor do Futuro.....................................................20
Figura 5: Logotipo Hotel de Projetos.................................................................21
Figura 6: Alunos do Senai..................................................................................22
Figura 7: Logotipo do Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) ........................23
Figura 8: Sala do Empreendedor.......................................................................24
Figura 9: Logotipo Incubadora de Empresas de Lins........................................25
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Líder x Gestor...................................................................................44
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Gênero dos gestores.........................................................................51
Tabela 2: Estado Civil dos gestores..................................................................51
Tabela 3: Faixa Etária dos gestores..................................................................52
Tabela 4: Escolaridade dos gestores................................................................52
Tabela 5: Você conhece o termo “Inteligência Emocional”?............................52
Tabela 6: No tocante ao cotidiano organizacional e as emoções você?.........52
Tabela 7: Você tem percepção das suas próprias emoções?.........................53
Tabela 8: Você tem percepção de alteração drástica de humor no exercício de
sua atividade?..................................................................................................54
Tabela 9: Você tem percepção das emoções das outras pessoas?...............54
Tabela 10: Você tem controle do seu temperamento e do seu domínio racional
perante as dificuldades encontradas na empresa?.........................................55
Tabela 11: Você se acalma rapidamente quando está muito alterado?..........55
Tabela 12: Você consegue manter a calma quando é alvo de raiva de outra
pessoa?.............................................................................................................55
Tabela 13: Você utiliza as emoções em busca da conquista de um objetivo?..56
Tabela 14: Você mostra empatia frente ás necessidades de outras pessoas?.56
Tabela 15: Como é o sei relacionamento com os clientes e funcionários?.....57
Tabela 16: Você gestor líder, considera importante o tema Inteligência
Emocional nas organizações?..........................................................................57
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADETEC: Agência de Desenvolvimento Tecnológico de Lins
BUSINESS MODEL GERATION: Modelo de Negócios Inovadores
CDTI: Centro de Desenvolvimento, Tecnologia e Inovação
CIT: Centro Inovação Tecnológica
CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
EMPATHY MAP: Mapa de Empatia
ETEC: Escola Técnica Estadual
EVT: Escola Vida e Trabalho
FATEC: Faculdade de Tecnologia
GADE: Grupo de Apoio ao Desenvolvimento Econômico de Lins
IE: Inteligência Emocional
IEL: Incubadora de Empresas de Lins
MEI: Microempreendedor Individual
MVP: Mínimo Produto Viável
PAT: Posto de Atendimento ao Trabalhador
QE: Quociente Emocional
QIE: Quociente de Inteligência Emocional
REAJE: Rede de Apoio ao Jovens Empreendedores
RPI: Rede Paulista de Inovação
SEBRAE: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAI: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
TI: Tecnologia da Informação
TI&C: Tecnologia da Informação e Comunicação
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
CAPÍTULO I – AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
TECNOLÓGICO DE LINS (ADETEC Lins) ...................................................... 14
1 HISTÓRICO DA ADETEC LINS ............................................................ 14
1.1 Missão e visão da ADETEC Lins ............................................................ 16
1.2 Objetivos da ADETEC Lins .................................................................... 16
1.3 Diretoria da ADETEC Lins ...................................................................... 17
1.4 Projetos da ADETEC Lins ...................................................................... 17
1.4.1 Caipira Valley ......................................................................................... 18
1.4.2 Infoprodutos e Eventos Educacionais .................................................... 18
1.4.3 Rede de Apoio ao Jovem Empreendedor (REAJE) ................................ 19
1.4.4 Empreendedor do Futuro ....................................................................... 20
1.4.5 Hotel de Projetos .................................................................................... 20
1.4.6 Escola Vida e Trabalho (EVT) ................................................................ 22
1.4.7 Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) ................................................. 22
1.4.8 Sala do empreendedor ........................................................................... 24
1.4.9 Incubadora de Empresas de Lins ........................................................... 24
1.4.10 Empresas ............................................................................................... 25
1.4.11 Empresas pré-incubadas........................................................................ 26
1.4.12 Empresas incubadas .............................................................................. 27
1.4.13 Empresas graduadas ............................................................................. 27
1.4.14 Empresas associadas ............................................................................ 29
1.4.15 Benefícios ............................................................................................... 30
1.4.16 Números da ADETEC Lins ..................................................................... 31
1.4.17 Parceiros da ADETEC Lins .................................................................... 31
2 HISTÓRICO DA INCUBADORA DE EMPRESAS DE LINS .................. 31
2.1 Missão da Incubadora de Empresas de Lins .......................................... 32
2.2 Objetivos da Incubadora de Empresas de Lins ...................................... 32
2.3 Espaço físico, instalações e localização................................................. 32
2.4 Ambiente da Incubadora de Lins ............................................................ 33
3 RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL .................................. 33
CAPÍTULO II –A IMPORTÂNCIA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PARA O
GESTOR ........................................................................................................... 34
2 COMPETÊNCIAS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ........................... 35
2.1 Autopercepção: percepção emocional, auto-avaliação precisa e
autoconfiança. ............................................................................................... 36
2.1.1 Percepção emocional ............................................................................. 37
2.1.2 Auto-avaliação precisa .......................................................................... 37
2.1.3 Autoconfiança ......................................................................................... 39
2.2 Autorregulamentação ............................................................................. 40
2.3 Motivação: determinação ....................................................................... 40
2.3.1 Determinação ......................................................................................... 41
2.4 Empatia .................................................................................................. 42
2.5 Habilidade social .................................................................................... 43
3 LIDERANÇA E GERÊNCIA ................................................................... 43
3.1 Relacionamento entre líder, gestor e equipe .......................................... 45
4 ORGANIZAÇÃO .................................................................................... 46
4.1 Inteligência organizacional ..................................................................... 46
CAPÍTULO III – A PESQUISA .......................................................................... 48
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 48
2 AS CINCOS COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS E SOCIAIS BÁSICAS DE
GOLEMAN NOS GESTORES DAS EMPRESAS INCUBADAS ...................... 50
2.1 Caracterização da pesquisa ................................................................... 51
2.2 Autopercepção ....................................................................................... 53
2.3 Autorregulamentação ............................................................................. 54
2.4 Motivação ............................................................................................... 56
2.5 Empatia .................................................................................................. 56
2.6 Habilidade Social .................................................................................... 57
2.7 A importância da Inteligência Emocional ................................................ 57
3 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL INFLUENCIANDO NO DESEMPENHO
DOS GESTORES DAS EMPRESAS ................................................................ 58
4 PARECER FINAL DO CASO ................................................................. 59
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 61
CONCLUSÃO ................................................................................................... 62
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 64
APÊNDICES ..................................................................................................... 66
12
INTRODUÇÃO
De acordo com Goleman (1999), os sentimentos têm importância na
medida em que facilitam a meta comum ou interferem nela.
O sucesso ou o fracasso de uma empresa só pode ser compreendido se
for estudado em sua totalidade, para conhecer os fatores que influenciam no
resultado final. E um dos principais influenciadores deste resultado é a
Inteligência Emocional (IE) dos gestores.
Segundo Santos et al.(apud GOLEMAN, 2015, p. 3), “a forma com que
as pessoas administram sua emoções e as emoções alheias são mais
importante do que qualquer outro componente mental do indivíduo para obter
sucesso.”
Uma pessoa que possui essa competência é capaz de dar o seu melhor
em tudo que faz, não deixando que sentimentos interfiram tanto na sua vida
pessoal e profissional, pois ela é capaz de usar as suas emoções em busca de
seu objetivo presente e futuro.
A capacidade de se auto motivar e continuar a sua caminhada, mesmo
que tenha passado por frustrações ou desilusões, são habilidades de quem
possui uma inteligência emocional centrada e tem o controle das suas
emoções em diversas situações.
O controle das emoções e dos sentimentos no cotidiano que se vive,
com finalidade em atingir algum objetivo, é um dos principais fatores para o
sucesso pessoal e profissional.
Empresas em formação precisam de um cuidado especial para que
consigam entrar no mercado e tornarem-se competitiva.
A maioria das organizações acomodam-se com os limites impostos pela
situação em que se encontram, dentre elas: falta de dinheiro, mercado, mão-
de-obra, matéria-prima, inovação; porem acabam se esquecendo da
importância que possuem e dos seus objetivos iniciais, pois ficam cegos diante
de alguns cenários em que vivem.
Com o objetivo de verificar a importância da IE para o desempenho da
carreira do gestor e em sua satisfação no trabalho, foi realizada uma pesquisa
13
de campo descritiva com abordagem qualitativa e quantitativa, na Incubadora
de Empresas de Lins, no período de fevereiro a outubro de 2017.
A pergunta problema que norteou o trabalho foi: A inteligência emocional
influência no desempenho da carreira do gestor e em sua satisfação no
trabalho?
Em resposta a tal questionamento surgiu a seguinte hipótese:
A inteligência emocional influência diretamente as relações em âmbito
inter e intrapessoal. Pois, contribui para o aprimoramento das habilidades
sociais e aquisição de novas competências. Além de favorecer o
autoconhecimento de seus limites e possibilidades, de autocontrole e avaliação
pessoal.
Para a realização da pesquisa utilizou-se dos seguintes métodos:
método de estudo de caso, de observação sistemática, histórico e estatístico.
As técnicas utilizadas foram: roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A), roteiro de
Observação Sistemática (Apêndice B), roteiro Histórico da Incubadora de
Empresas de Lins (Apêndice C), roteiro de entrevista para os gestores das
empresas incubadas na Incubadora de Empresas de Lins (Apêndice D) e
outros registros: dados ilustrativos.
O trabalho está assim estruturado:
Capítulo I: trata da história da ADETEC e da Incubadora, a estrutura
física, e os projetos da empresa.
Capítulo II: discorre o tema abordado sobre inteligência emocional.
Capítulo III: demonstra a pesquisa realizada na Incubadora de Empresas
de Lins e os resultados da pesquisa
Por fim, foram apresentadas as propostas de intervenção e a conclusão.
14
CAPÍTULO I
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TECNOLÓGICO
DE LINS (ADETEC LINS)
1 HISTÓRICO DA ADETEC LINS
A ADETEC Lins foi fundada em 05 de fevereiro de 2001, localizada no
Centro de Desenvolvimento, Tecnologia e Inovação – CDTI, na cidade de Lins-
SP, na Rua Floriano Peixoto, nº 1093. Nasceu para apoiar iniciativas no
domínio das políticas públicas, que contribuem para o desenvolvimento
econômico, tecnológico e social de Lins (SP) e região. A administração da
ADETEC está instalada juntamente com todos os projetos da organização.
Trata-se de um prédio com 1.500 m² de área construída e dividida em 17
módulos, sendo 12 deles destinados às empresas incubadas e aos
empreendimentos pré-incubados, salas de reuniões e treinamentos, auditório
com equipamento multimídia, cuja capacidade é de 70 pessoas.
Figura 1: Fachada da ADETEC Lins
Fonte: Portal ADETEC, 2017
A ADETEC é uma organização privada, sem fins lucrativos, mantida por
15
seu corpo de associados e pela realização de eventos e cursos relacionados
aos seus objetivos, mas, atualmente, a sua principal fonte de receita é o poder
público municipal, que mantém convênios com a Agência, para que ela faça a
gestão de iniciativas de interesse público na área de desenvolvimento, tais
como a Incubadora de Empresas, o Centro de Inovação Tecnológica e a
Escola Vida e Trabalho com cursos profissionalizantes. A Agência oferece às
empresas e aos empreendedores:
a) consultorias em gestão empresarial e gestão de inovação;
b) apoio para elaboração de projetos de captação de recursos;
c) apoio para elaboração de modelos e planos de negócios;
d) cursos, treinamentos e palestras;
e) rede de relacionamentos com encontro de negócios;
f) diagnósticos empresariais;
g) gerenciamento de cursos profissionalizantes;
h) discussão de políticas públicas na aera de desenvolvimento; e
i) integração entre empresas, academias e centros de pesquisa.
Na sua fundação, teve apoio inicialmente por convênio com a Prefeitura
Municipal e o SEBRAE/SP. A Agência realiza a gestão de programa
relacionado à Incubadora de Empresas de Lins – IEL, que, em seu início, era
de base mista, com negócios convencionais, mas que hoje é essencialmente
de base tecnológica.
Em 2010, o SEBRAE/SP retirou-se da parceria (de Lins e das demais
Incubadoras de SP), passando a ADETEC a manter o programa com base em
recursos de associados da iniciativa privada e, principalmente, com o
fortalecimento do convênio com o poder público municipal.
A partir de 2011, a ADETEC assumiu também a gestão da Escola da
Vida (EVT), do Centro Municipal da Formação Profissional com metodologia
SENAI, responsabilizando-se pela equipe encarregada da gerencia geral, pelo
pessoal da manutenção geral dos equipamentos e pelos professores da EVT,
incumbida do Centro pela formação de jovens aprendizes, nos termos da
legislação nacional sobre o assunto. No mesmo ano, iniciou um programa para
a inovação, abrindo um núcleo para a fabricação de softwares, em parceria
com a FATEC de Lins, com o objetivo principal de complementar a formação
dos estudantes da área de informática da instituição parceira, aberta às outras
16
instituições de ensino técnico e superior.
Em meados de 2013, o programa foi ampliado criando-se um Centro de
Inovação e Tecnologia (CIT), para motivar e apoiar iniciativas inovadoras nos
setores privado e público.
A administração da ADETEC está instalada, juntamente com a
Incubadora, o Centro de Inovação e a Sala do Empreendedor, no Centro de
Desenvolvimento, Tecnologia e Inovação (CDTI).
Além dos projetos da IEL e do CIT alocados no CDTI, a ADETEC iniciou
dentro deste centro outros projetos: o Hotel de Projetos; a Rede de Apoio aos
Jovens Empreendedores (REAJE); o concurso “Empreendedor do Futuro”;
Escola Vida e Trabalho (EVT); Grupo de Apoio ao Desenvolvimento Econômico
de Lins (GADE); Eventos de Qualificação Empresarial; Serviço Contábil de
Apoio ao Microempreendedor Individual-“MEI”; e o Desafio ADETEC de
Empreendedorismo nas escolas, que tem agitado alunos de cursos técnicos e
profissionalizantes em seu próprio ambiente de estudo.
Pelas instalações gerenciadas pela ADETEC, circulam mensalmente
cerca de 2.500 pessoas.
1.1 Missão e visão da ADETEC Lins
O principal compromisso da ADETEC é promover ambiente propício às
atividades de empreendedorismo e de inovação, mas a visão de longo prazo é
mudar a realidade econômica da região, migrando de atividades industriais
altamente demandantes de energia e recursos naturais, para negócios mais
contemporâneos, demandantes de inteligência, ciência e tecnologia.
1.2 Objetivos da ADETEC Lins
O grande objetivo da ADETEC é promover um ambiente propício ao
empreendedorismo e à inovação de Lins e região, integrando o poder público,
o setor empresarial, as instituições de ensino e as iniciativas de pesquisa. De
forma paralela e complementar, ela se preocupa também em:
a) desenvolver tecnologias alternativas;
17
b) produzir e divulgar conhecimentos técnicos e científicos;
c) promover melhorias na qualidade de vida das pessoas;
d) apoiar o surgimento e o desenvolvimento de empreendimentos
inovadores; e
e) apoiar projetos de geração de emprego e renda.
1.3 Diretoria da ADETEC Lins
A Diretoria da ADETEC é formada por associados 2017-2019, sem
remuneração. Entretanto é composta por profissionais de várias áreas,
mantidos sob contrato trabalhista, alguns, e contrato de prestação de serviços
específicos, outros. Essa equipe conta com especialistas em gestão geral,
administração de projetos, inovação, finanças, recursos humanos, vendas,
marketing, comércio digital, bem como os professores e coordenadores de
cursos habilitados pelo SENAI.
A diretoria é composta por:
a) Presidente – André Luís Fassa Garcia, representante da UNILINS –
Centro Universitário de Lins;
b) Vice-Presidente – Cássio Bauléo, representante do Escritório
Contábil Paulista;
c) 1º Tesoureiro – Paulo Grossi, representante da SENAG, Sociedade
de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Lins;
d) 2º Tesoureiro –Romulo Jorge Tinôco de Oliveira, representante das
Granjas Tinôco de Gurantã;
e) 1º Secretário – Juliano Beltane, representante da empresa Eco
Solutions;
f) 2º Secretário – Paulo Carence, representante da Associação dos
Contabilistas de Lins.
1.4 Projetos da ADETEC Lins
São desenvolvidos alguns projetos pela ADETEC Lins, tais como:
Caipira Valley; Infoprodutos e Eventos Educacionais; Rede de Apoio ao Jovem
Empreendedor (REAJE); Empreendedor do Futuro; Hotel de Projetos; Escola
18
Vida e Trabalho (EVT); Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) e a Incubadora
de Empresas de Lins.
1.4.1 Caipira Valley
O Caipira Valley é um movimento que está nascendo no meio
empreendedor da região, para discutir a importância de se interiorizar o
desenvolvimento no Estado de São Paulo. O movimento está nascendo com
um site, a iniciativa mais panfletária da ADETEC de Lins, para congregar
opiniões e divulgar fatos que tragam associação entre startups e qualidade de
vida.
O site do Caipira Valley é apenas uma ideia inicial uma ideia a ser
moldada por todos os que objetivam o mesmo tipo de mudança.
Figura 2: Logotipo do projeto Caipira Valley
Fonte: Portal ADETEC, 2017
1.4.2 Infoprodutos e Eventos Educacionais
Este projeto da ADETEC que ainda está em desenvolvimento. Os
infoprodutos serão produtos com conteúdo e informações digitais, que serão
disponíveis para vendas online ou disponibilizados gratuitamente através da
internet.
As ferramentas de marketing estarão disponíveis para quem queira
trabalhar ou divulgar negócios pela web. Assim, como o projeto, o logotipo
também está em construção.
19
1.4.3 Rede de Apoio ao Jovem Empreendedor (REAJE)
É uma iniciativa da ADETEC, que começou a reunir jovens interessados
em empreendedorismo. A ideia tomou corpo quando, após vários encontros, os
próprios jovens começaram a se organizar e resolveram desenvolver uma rede,
para permitir que todos os grupos semelhantes pudessem conversar entre si. É
uma rede que une os jovens Empreendedores, para que se desenvolvam,
façam contatos, apoiem e impactem positivamente, através do
empreendedorismo, a região onde vivem. Para tanto, desenvolveram um
modelo de grupo que pode ser facilmente implantado em qualquer lugar do
mundo.
As principais vantagens para os jovens que fazem parte da REAJE:
a) aprender na prática a empreender;
b) desenvolver novas amizades / Networking;
c) fazer cursos e treinamentos;
d) ter a oportunidade de fazer a diferença;
e) receber mentoria;
f) desenvolver novas habilidades pessoais; e
g) destacar-se e ser o protagonista.
As principais vantagens para as organizações que os apoiam são: contar
com pessoas engajadas para eventos; poder acelerar a divulgação dos eventos
e ações que promovem; ganhar maior visibilidade; e participar de projetos
inovadores.
Figura 3: Banner do projeto REAJE
Fonte: Portal ADETEC, 2017
20
1.4.4 Empreendedor do Futuro
O Projeto Empreendedor do Futuro é resultado da parceria entre o
Núcleo do Centro de Inovação “Inova Paula Souza“, por intermédio da FATEC
e da ETEC locais e pela ADETEC, por intermédio da sua Incubadora de
Empresas e do seu Centro de Inovação e Tecnologia e a Prefeitura Municipal,
por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentado. O objetivo do Projeto
é fomentar o espírito empreendedor em jovens estudantes e na comunidade
profissional, como consequência, despertar novas vocações no Município de
Lins e região. A principal ação do projeto é a organização de um concurso de
ideias de negócios, uma competição de Startups com foco em Tecnologia e
Inovação, em que participam grupos de escolas de Nível Superior, Técnico e
Profissionalizante, das cidades de Lins e região.
Figura 4: Logotipo do projeto Empreendedor do Futuro
Fonte: Portal ADETEC, 2017
1.4.5 Hotel de Projetos
O Hotel de Projetos é o local, no CDTI, onde as ideias de negócios
recebem mentoria para se transformarem efetivamente em empreendimentos
comerciais. Serve de hospedagem para que essas ideias se desenvolvam.
Cada projeto hospedado tem a sua singularidade, mas, as atividades são
sempre desenvolvidas a partir de métodos inovadores. Pretende-se que os
participantes aprendam a desenvolver negócios sustentáveis, baseado no ciclo
“construir-medir-aprender” – transformar a ideia em produto, medir a reação
dos clientes e aprender a decidir se é momento de dar continuidade à ideia ou
21
pivotar (partir para um novo projeto ou estratégia, caso a ideia não seja
validada pelo mercado).
Assim, o ciclo de aprendizagem envolve:
a) modelagem de negócios através da metodologia Business
ModelGeneration, como objetivo de gerar modelos de negócios
inovadores;
b) aplicação da metodologia “Lean Startup”, para criação de modelos
enxutos, protótipos rápidos, projetados para validar suposições de
mercado, a fim de melhorar o índice de sucesso de produtos
inovadores mais rápido possível, eliminando desperdício de recursos
e de tempo e estimulando maior contato com clientes;
c) aplicação do Empathy Map(mapa de empatia), que permite
compreender melhor o segmento de clientes de uma forma visual,
estabelecendo hipóteses claras a respeito das necessidades,
comportamentos e outros atributos das pessoas e/ou organizações
atendidas por um determinado modelo de negócio;
d) compartilhamento dos conhecimentos e experiências individuais com
todo o grupo de projetos, promovendo a socialização do
conhecimento e o desenvolvimento pessoal dos participantes;
e) participação em eventos de startups, em Cursos sobre: ferramentas
de apresentação, oratória, marketing digital e outros relacionados
principalmente ao desenvolvimento técnico em informática;
f) mentorias semanais, para desenvolvimento, avaliação e discussão
das atividades propostas;
g) criação do Mínimo Produto Viável (MVP).
O Hotel de Projetos oferece infraestrutura física, estrutura de
qualificação – suporte técnico, administrativo e de inovação – tecnologias
inovadoras e rede de relacionamentos.
Figura 5: Logotipo do projeto Hotel de Projetos
22
Fonte: Portal ADETEC, 2017
1.4.6 Escola Vida e Trabalho (EVT)
A EVT está localizada no Centro Municipal de Formação Profissional
SENAI, uma edificação sob responsabilidade da Prefeitura Municipal de Lins,
onde ocorrem os cursos de Jovens Aprendizes (EVT) e os desenvolvidos
diretamente pelo SENAI de Bauru.
A Prefeitura responsabiliza-se pela administração de toda a estrutura
física da ADETEC, pela gerência do pessoal de coordenação dos cursos e do
corpo docente da EVT. O SENAI de Bauru é responsável pela metodologia
empregada pela unidade e pelo corpo discente, acompanhando o desempenho
de todos os alunos do Centro.
O Centro Municipal de Formação Profissional nasceu para dar
respostas às necessidades empresariais do Município, oferecendo
instrumentos de formação e qualificação profissional com tecnologia SENAI e
tem oferecido, na EVT, cursos para formação, principalmente, de Mecânico
Geral, Eletricista Geral, Mecânico de Autos, Assistente Administrativo e
Almoxarife.
Figura 6: Alunos do SENAI
Fonte: Portal ADETEC, 2017
1.4.7 Centro de Inovação e Tecnologia (CIT)
A criação do Centro de Inovação Tecnológica – CIT, levou em conta o
perfil industrial da região, voltado para a área de alimentos, mas tem procurado
induzir o desenvolvimento da área de Tecnologia da Informação e
Comunicação – TI&C.
O CIT administra, em conjunto com a Incubadora, o fortalecimento do
23
Centro de Desenvolvimento, Tecnologia e Inovação – CDTI, a edificação onde
estão alocados os dois projetos, e tem o objetivo de criar um ambiente que
favoreça o crescimento dos negócios inovadores em Lins e região.
O CIT tem como seus objetivos específicos:
a) aproximar as universidades das empresas privadas, facilitando as
relações entre que precisa de soluções, o mercado, e quem tem
capacidade para gerá-las;
b) criar ambiente com alta tolerância as inovações que tragam
vantagens competitivas para as empresas, com ênfase em ciência e
tecnologia;
c) trabalhar na renovação da mentalidade empresarial, implantando
iniciativas que atraiam jovens de uma forma geral para um
ecossistema sustentável de empreendedorismo e inovação e que
envolvam empresários tradicionais com novas tecnologias e novas
abordagens de mercado;
d) induzir a vocação regional para setores de desenvolvimento de
tecnologia.
O CIT também administra o portal da ADETEC e o site do “Caipira
Valley”, estando intimamente relacionado, assim como a IEL, à Rede de
Jovens Empreendedores – REAJE, ao Hotel de Projetos, à produção de
Infoprodutos e ao prêmio “Empreendedor do Futuro”.
Figura 7: Logotipo do projeto CIT
Fonte: Portal ADETEC, 2017
24
1.4.8 Sala do empreendedor
A sala do empreendedor é uma sala pública, onde são oferecidos os
serviços de:
a) banco do povo;
b) contabilistas;
c) Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT);
d) cadastro mobiliário;
e) atendimento ao empreendedor; e
f) certificação digital.
Figura 8: Sala do empreendedor
Fonte: Foto tirada na ADETEC Lins
1.4.9 Incubadora de Empresas de Lins
O programa Incubadora de Empresas estimula a criação e
desenvolvimento de empresas com foco em crescimento, através de um
programa estruturado para ajudá-las a se consolidarem e estarem prontas para
competir no mercado. Por meio das orientações recebidas, os empreendedores
transformam boas ideias em negócios promissores e prontos para o sucesso.
Ao longo de sua existência, tem abrigado empresas de diversos ramos de
atividade: alimentício, confecções, informática, artesanato, adaptações para
deficiência, reprodução animal, tecnologia da informação, entre outras. Porém
o foco atual da Incubadora está voltado para negócios que envolvam
25
tecnologia. Diante disso, migrou da classificação como “Incubadora de Base
Mista” para “Incubadora de Base Tecnológica”.
A Incubadora é uma verdadeira escola de empreendedorismo, que
estimula a criação e desenvolvimento de micro e pequenas empresas,
oferecendo suporte técnico/gerencial e formação complementar ao
empreendedor. Para os que ingressam, são oferecidos para aprenderem a
administrar o próprio negócio:
a) consultoria para elaboração de seu plano de negocio;
b) cursos e treinamentos;
c) consultoria de marketing, finanças, gestão de pessoas e inovação; e
d) consultorias de acordo com as necessidades da empresa.
Podem participar pessoas que tenham uma ideia ou projeto e queiram
transformar em um negócio, empresas informais que buscam consolidar e
formalizar o empreendimento, micro e pequenas empresas já em operação ou
fase inicial de funcionamento.
O processo de seleção da Incubadora mantém Edital Permanente, ou
seja, a qualquer momento o interessado pode procurar a administração da
Incubadora para elaborar o seu modelo de negócio. Após passa pela avaliação
de um consultor, ele é apresentado para a diretoria da ADETEC, gestora da
Incubadora, para a decisão final.
Figura 9: Logotipo do projeto IEL
Fonte: Portal ADETEC, 2017
1.4.10 Empresas
As empresas apoiadas pela Incubadora têm acesso à estrutura física e
organizacional do CTDI (Centro de Desenvolvimento, Tecnologia e Inovação),
onde se encontra a Incubadora. Também possuem acesso à estrutura de
qualificação, composta por consultorias especializadas, cursos, palestras,
26
treinamentos, workshops e eventos direcionados à formação do empreendedor
e desenvolvimento da empresa.
1.4.11 Empresas pré-incubadas
Este programa de pré-incubação é destinado aos empreendedores que
tiveram os seus projetos aprovados para se instalarem a fim de aprimorar seus
modelos de negócios, desenvolvendo os protótipos ou já estão experimentando
acessar o mercado, realizando as primeiras negociações. Estes
empreendedores necessitam do apoio na fase inicial de estruturação, visando à
formalização e desenvolvimento do empreendimento, com período de
permanência de 12 meses (prorrogável por mais 12). Dentre as empresas pré-
incubadas estão:
a) A+MEDIA GROUP: desenvolve totens multimídia para
estabelecimentos empresarias. O totem multimídia é um veículo de
publicidade que dispõe de recursos de divulgação de produtos ou
serviços por meio de propaganda, vinhetas personalizadas,
conteúdos com mensagens rápidas e imagens impactantes que
fazem com que a marca fique registrada. O diferencial do totemsão
os carregadores de celular que atraem pessoas à sua volta;
b) CELESCSYS SISTEMA: desenvolve produtos e sistemas para o
setor agropecuário, aportando soluções na melhoria da segurança e
da produtividade, contribuindo para o gerenciamento das
propriedades pelos produtores;
c) CRONOS: a Cronos realiza cada etapa do processo burocrático do
registro da marca de uma empresa. Desde a pesquisa de viabilidade,
quanto à originalidade e registro, até a analise em casos eventuais
de disputas, levando praticidade e comodidade ao empresário;
d) FEVIHE: a empresa atende todos os tipos de eventos, tem uma
variedade de bolos, doces para festas e sobremesas, todos feitos
com ingredientes cuidadosamente selecionados;
e) LINX: é uma empresa de serviços que atua na área de limpeza e
portaria em prédios comercias e residenciais, unindo experiência,
conhecimento e tecnologia; e
27
f) CACHAÇA CÓRREGO AZUL: é uma destilaria, onde ocorre a
produção das cachaças, que são curtidas e distribuídas para
consumo.
1.4.12 Empresas incubadas
As empresas que participam do programa de incubação estão sediadas
na Incubadora, possuem modelos de negócios e produtos definidos e
necessitam de apoio para consolidarem os seus negócios. Os empreendedores
que participam do programa, recebem apoio para capacitação gerencial,
comercialização, elaboração de projetos, gestão da inovação e acesso a
eventos que proporcionam ampliar a rede de relacionamentos, com o período
de permanência de 24 meses (prorrogável por mais 12). Dentre as empresas
incubadas, está:
a) SONNI TECH: desenvolvem de forma obstinada soluções integradas
de tecnologia da informação que visam a, acima de tudo, reduzir
custos através da melhoria da eficiência e eficácia de setores
públicos ou privados. Formada por profissionais com vários anos de
experiência em áreas de Gestão do Conhecimento, Arquitetura da
Informação, Usabilidade, Soluções Web, Administração,
Contabilidade, Qualidade Industrial, Química e Engenharia. A união
destas diversas áreas de conhecimento torna a Sonni Tech,
especialista em soluções, que utiliza tudo o que a tecnologia tem de
mais moderno para automatizar e desburocratizar processos. A
equipe de TI é especialista em linguagem C#, JAVA, PHP, Android e
Banco de Dados, QL Server, Oracle entre outros e já desenvolveu
projetos no Brasil, Itália, Argentina, EUA, Canadá e Austrália.
1.4.13 Empresas graduadas
São as empresas que já passaram pelo programa de incubação e estão
preparadas para enfrentarem os desafios e a competitividade do ambiente
empresarial. Dentre as empresas incubadas, estão:
28
a) ANAIRAM: é uma confecção de moda íntima, sua produção também
é sob medida;
b) ANITA: confecção de bijuterias;
c) APPSOLUTE: busca e desenvolvimento de ferramentas e soluções
que visam a melhorar, agilizar e a facilitar as tarefas diárias das
pessoas e corporações;
d) BE BETTER: é uma empresa do ramo de marketing digital que atua
na criação de infoprodutos;
e) BRENNER: desempenha as etapas do campo, como a aspiração
folicular e a transferência de embriões;
f) CHOCOLINS: fabricação de chocolates;
g) EDAZ: agência de publicidade especializada em design gráfico;
h) EMAD: produção de equipamentos odontológicos voltados para o
tratamento de portadores de necessidades especiais;
i) HELP: calibração de equipamentos e automação de projetos;
j) MULTI COBRAS: empresa especializada em assistência técnica pra
informática;
k) NEXT SOLUTION: tecnologia da informação;
l) NOSSO BRIGADEIRO: ateliê de doces finos, especializada em
brigadeiros gourmet e macarrons. A empresa possui grande
variedade de doces finos para festas infantis, casamentos, eventos
empresarias e outros. A produção é artesanal e com ingredientes
especialmente selecionados;
m) NOVO PALADAR: produção de cone pizza;
n) SANTA RENDA: confecção de lingerie;
o) SENSEI KIMONOS: é uma fábrica especializada em quimonos para
esporte como Jiu-Jitsu, Judô, Taekwondo, Karatê, entre outros. Os
quimonos são confeccionados conforme cada estilo de luta e
categoria do lutador;
p) SOMA TI: é conhecida atualmente como Soma Monitoramento, é no
ramo de segurança. A empresa oferece serviços de monitoramento
24 horas para estabelecimentos comerciais, residenciais e áreas
rurais e comercializa produtos voltados para a segurança patrimonial;
q) TECNA: tecnologia de informação e desenvolvimento de softwares;
29
r) TELE ATIVA: conhecida como Águia Rádio Comando, é fabricante
de equipamentos para comandos elétricos sem fio, que sejam
automatizados ou comandados, nas áreas industriais, comerciais,
rurais e urbanas, onde há necessidade de comandos on/off em locais
que é inviável ou impossível a passagem de cabos, utilizando Rádio
frequência;
s) TOMATONY: indústria alimentícia que trabalha na produção de
tomates secos e berinjelas; e
t) TWR: assessoria em equipamentos de informática.
1.4.14 Empresas associadas
O associado da ADETEC é uma empresa, uma instituição ou uma
pessoa física que compartilha os mesmos valores da Agência e queira
beneficiar-se com suas iniciativas, bem como participar na criação de um
ambiente propício ao empreendedorismo e à inovação em Lins e região.
Os principais objetivos em se associar estão vinculados aos próprios da
ADETEC, pois os sócios podem partilhar a resolução de problemas específicos
ou comuns a vários empreendimentos, sejam de natureza administrativa,
econômica, financeira, tecnológica, social, cultural, científica, educacional,
ambiental, política ou institucional. Os enriquecimentos desta rede de contatos
podem ajudar também no desenvolvimento de parcerias nos setores público e
privado e na descoberta de oportunidades de negócios.
São oferecidos os benefícios de:
a) conhecimentos sobre tecnologia e inovação;
b) troca de experiências gerenciais;
c) networking exclusivo;
d) parcerias;
e) novas oportunidades de negócios; e
f) consultorias técnicas sob medida.
As empresas associadas são aquelas que possuem sede própria e que
procuram o apoio da Incubadora, para aprimorarem aspectos dos seus
negócios e receberem benefícios ofertados pela associação.
As associadas na ADETEC Lins são:
30
a) APOL: associação de produtores e olericultores de Lins e região;
b) ARTE E SONHO: empresa no ramo da moda infanto-juvenil e
enxovais. Fabrica enxovais, sob encomenda para que sejam
confeccionados de acordo com o desejo do cliente; trabalha com
marcas referenciais no mercado com objetivo de vestir seus clientes
com conforto e elegância;
c) AUTO POSTO REBUCCI: posto de combustíveis e conveniência;
d) AUTO POSTO RENASCENÇA: possui os serviços de qualidade e
garantias da rede Ipiranga; compõe também com o diferencial a
Conveniência, com pães quentinhos, salgados deliciosos e cafés
excelentes;
e) ELETRO MONTANHA: especializada na comercialização de
materiais elétricos e hidráulicos; trabalha com melhores marcas,
oferecendo produtos de excelência e garantia;
f) GRANJA TINÔCO:é uma granja que, além dos ovos comerciais
brancos, produz ovos vermelhos, cujas aves recebem manejo
nutricional específico, para a obtenção de cor de casca e gema
diferenciadas, muito apreciados no mercado atendido pela granja.
g) NOSSO BRIGADEIRO: ateliê de doces finos, especializada em
brigadeiros gourmet e macarrons. A empresa possui grande
variedade de doces finos para festas infantis, casamentos, eventos
empresarias e outros. A produção é artesanal e com ingredientes
especialmente selecionados;
h) PEPPY PET: é uma empresa especializada na fabricação de
alimentação animal.
1.4.15 Benefícios
a) consultoria em gestão empresarial;
b) participação de cursos e eventos com desconto de 20%;
c) descontos em treinamentos; e
d) participação com grupo GADE (Grupo de Apoio ao Desenvolvimento
Econômico).
31
1.4.16 Números da ADETEC Lins
Nestes 16 anos da ADETEC, foram realizados inúmeros procedimentos
que contribuíram para todos que participaram:
a) mais de 12 anos trabalhando com empreendedorismo;
b) mais de 30 empresas atendidas até o momento;
c) mais de 18 cases de sucesso (empresas graduadas);
d) mais de 90 empresas apoiadas;
e) mais de 250 palestras e cursos realizados;
f) mais de 5.000 horas de consultoria realizadas pelo time de experts;
g) mais de 11.000 pessoas já participaram das atividades realizadas;
h) mais de 120 eventos com especialistas, workshops e encontro com
empresários;
i) mais de 350 jovens já participaram da Rede de Apoio aos Jovens
Empreendedores;
j) mais de 640 jovens aprendizes formados pelo Programa Vida e
Trabalho;
k) mais de 20.000 reais distribuídos em incentivos à startups no Projeto
Empreendedor do Futuro;
l) mais de 17.000 estudantes universitários impactados pelas
atividades;
m) mais de 50 empresários participantes de discussões no Grupo de
Apoio ao Desenvolvimento Econômico.
1.4.17 Parceiros da ADETEC Lins
A ADETEC Lins conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Lins,
ETEC, FATEC, Unilins, UniSalesiano, Incubadora de empresas de Lins , RPI e
ANPROTEC.
2 HISTÓRICO DA INCUBADORA DE EMPRESAS DE LINS
Inaugurada em abril de 2003, a Incubadora de Lins é um ambiente
criado para acolher micro e pequenas empresas nascentes ou em operação
32
que buscam o desenvolvimento de suas atividades, agregando conhecimento,
inovação e tecnologia, através da equipe de profissionais e consultores da
Incubadora e parcerias com instituições de ensino e pesquisa,
empreendedorismo e inovação.
A infraestrutura da Incubadora é composta por ambientes individuais
com área de 30 a 70m², sala de reunião com capacidade para até 10 pessoas,
auditório com capacidade para até 80 pessoas, internet banda larga, refeitório
e estacionamento externo.
Os empreendimentos assistidos pela Incubadora podem estar
localizados no ambiente do CDTI (incubados) ou fora dele (associados) e
recebem consultoria de gestão, principalmente nas áreas de finanças,
mercado, recursos humanos, vendas e inovação.
Neste ano, foi realizada a 4ª visita por autoridades de cidades vizinhas
que foram conhecer o trabalho da Incubadora. Isso mostra que os funcionários
e diretores do programa de Lins estão executando suas atividades com ótima
qualidade, concluindo que, tanto o programa como a gestora ADETEC, é de
fato, referência na região e no estado.
2.1 Missão da Incubadora de Empresas de Lins
A missão da Incubadora é preparar empreendedores para criar
empresas inovadoras; apoiar o desenvolvimento de empresas competitivas e
difundir a cultura empreendedora, contribuindo para o desenvolvimento
econômico, social e sustentado de Lins e região.
2.2 Objetivos da Incubadora de Empresas de Lins
Buscar sempre aprimorar a qualidade das empresas incubadas, bem
como capacitar mais alunos, empreendedores e empresários.
2.3 Espaço físico, instalações e localização
33
A Incubadora de Empresas de Lins, está situada em um prédio térreo,
na cidade de Lins, localizado na Rua Floriano Peixoto, 1093. É uma localização
boa, que possui acesso para o centro da cidade.
2.4 Ambiente da Incubadora de Lins
Tem-se um ambiente criado para acolher micro e pequenas empresas
nascentes ou em operação que buscam o desenvolvimento de suas atividades,
agregando conhecimento, inovação e tecnologia, através da equipe de
profissionais e consultores da Incubadora e parcerias com instituições de
ensino e pesquisa, empreendedorismo e inovação.
O programa Incubadora de Empresas estimula a criação e
desenvolvimento de empresas com foco em crescimento, por meio de um
programa estruturado para ajudá-las a se consolidarem e estarem prontas para
competir no mercado. Com as orientações recebidas, os empreendedores
transformam boas ideias em negócios promissores e prontos para o sucesso.
3 RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL
A Agência ainda está passando por processos para contribuir na
preservação do meio ambiente, porém já estão utilizando alguns métodos,
como: a separação do lixo orgânico e do lixo reciclável e a utilização de copo
próprio de cada funcionário, para que diminuam o desperdício de copos
descartáveis.
34
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PARA O GESTOR
1 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Não é de hoje que se ouve falar sobre a Inteligência Emocional (IE), que
também pode ser chamada como Quociente de Inteligência Emocional (QIE)
ou apenas Quociente Emocional (QE).
Inteligência emocional é a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar bem as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos. (GOLEMAN, 1999, p.337)
A inteligência emocional permite um olhar amplo para si próprio e para
com os outros, promovendo ações pensadas e evitando julgamentos
equivocados.
Segundo Dann (2005), pensa-se e age-se através de um padrão de
emoções baseados em acontecimentos presentes e passados que acontecem
durante a vida. A inteligência emocional é também uma forma de inteligência
sobre a qual estão sendo feitas descobertas, as quais se encontram num
estágio inicial do seu entendimento.
Há várias descrições para inteligência emocional, porém muitas pessoas
desconhecem o que realmente é possuir inteligência emocional e ao tentar
desenvolvê-la, podem causar impactos negativos.
Inteligência emocional não significa ser simpático, pois em alguns
momentos pode haver confrontos com verdades desagradáveis, mas com a IE
é possível enfrentar essas verdades facilmente, controlando os seus
sentimentos. Não significa liberar sentimentos, mas sim, controlá-los de forma
apropriada e completa, permitindo um tranquilo trabalho em grupo, visando
objetivos e metas em comum. (GOLEMAN, 1999)
Uma pessoa com um QIE (Quociente de Inteligência Emocional, ou
somente QE, quociente emocional), identifica os fundamentos do seu próprio
pensamento e comportamento para escolher ações que tragam melhores
35
resultados, além do comportamento de outras pessoas. (DANN, 2005)
O profissional que possui inteligência emocional está cada vez mais apto
e preparado para preencher cargos de liderança, em que apenas o QI não é o
suficiente para atingir o êxito. Profissionais que ocupam cargos de liderança
têm que possuir QE, pois assim são capazes de lidar com cobranças, prazos,
pressões, tomar decisões mais acertadas e atingir resultados positivos.
2 COMPETÊNCIAS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Segundo Goleman (1999, p. 139), “competência emocional é uma
capacidade adquirida, baseada na inteligência emocional, que resulta num
desempenho destacado no trabalho.”
Desenvolver a inteligência emocional é uma porta aberta a novas
experiências, novos aprendizados, crescimento pessoal e profissional.
As competências emocionais se congregam em grupos, cada um baseado numa capacidade implícita de inteligência emocional. As capacidades implícitas de inteligência emocional são vitais para que as pessoas adquiram com êxito as competências necessárias para ter sucesso no trabalho.(GOLEMAN, 1999, p. 139)
Todas as pessoas possuem talentos e dons que serão necessários para
o decorrer de sua vida profissional e pessoal.
Goleman (1995) descreve que, os homens que desenvolvem com maior
intensidade a sua inteligência emocional, perante a sociedade, são
equilibrados, interagem sem receios. Têm facilidade de se envolver com
pessoas ou causas, são responsáveis, éticos e atenciosos em seu convívio
com pessoas. São bem sucedidos, de forma justa, são felizes em seu interior e
com a sociedade ao seu redor. Já as mulheres, são confiantes
intelectualmente, são fluentes ao expressarem suas ideias, dão valor ás
questões intelectuais e possuem uma grande variedade de interesses
intelectuais e estéticos.
Segundo Goleman (1999), a competência emocional está no centro da
liderança, e seu objetivo é fazer as pessoas trabalharem da melhor forma
possível. As competências emocionais que, com maior frequência levam a um
36
nível de êxito, são:
a) iniciativa: vontade de realizar e se adaptar as situações diversas;
b) influência: liderança de equipe e percepção política; e
c) empatia: autoconfiança e habilidade para impulsionar o
desenvolvimento de pessoas.
2.1 Autopercepção: percepção emocional, auto-avaliação precisa e
autoconfiança.
De acordo com Goleman (1999), a percepção emocional começa
sintonizando os sentimentos, presentes nas pessoas. E também com um
reconhecimento de como essas emoções transformam o que se percebe, o que
se pensa e o que se faz.
Essa capacidade de reconhecer o sentimento enquanto ele está ativo é
a chave da inteligência emocional.
“Autoconsciência é estar ciente do que você está sentindo.” (ROBBINS,
DECENZO, 2004, p. 169)
As pessoas que têm essa habilidade conseguem controlar mais as
decisões da vida.
Para Goleman (1999), essa percepção de como as emoções afetam o
que se faz é o que conduz a ajustar o que deve realizar na vida profissional, de
qualquer que seja o tipo, é uma competência fundamental.
O auto conhecimento torna-se fundamental na formação e desenvolvimento de um líder , na medida em que, com freqüência, ele necessitará manter o equilíbrio interior para melhor lidar com as diferentes situações com pessoas.(CAVALCANTE et al., 2006, p. 129)
O líder, quando conhece suas próprias emoções, é mais seguro e ocupa
seu cargo de liderança com mais êxito.
“Não é uma atenção que se deixa levar pelas emoções, reagindo com
exagero e amplificando a percepção. Ao contrário, é um modo neutro, que
mantém a autorreflexividade mesmo em meio às emoções turbulentas.”
(GOLEMAN, 1995, p. 129)
Goleman (1995), descreve que as pessoas que tem ciência de seu
37
estado de espírito no exato momento em que ele ocorre, são sofisticadas em
relação à sua vida emocional. Alguns pontos de suas personalidades podem
ser melhoradas por meio da clareza com que sentem suas emoções. Elas são
autônomas e conscientes de seus próprios limites, têm uma boa saúde
psicológica e tendem a ter uma perspectiva positiva sobre a vida. Quando
entram num estado de espírito negativo, não se lamentam e nem ficam
obcecadas com isso e conseguem sair rapidamente deles. Enfim, a vigilância
as ajuda a administrarem suas emoções.
A autopercepção é, em si, uma ferramenta para efetuar mudanças,
principalmente se a necessidade de mudança está de acordo com os objetivos,
o sentido de missão ou os valores básicos da pessoa, inclusive a crença de
que o esforço para melhorar a si mesmo é positivo. (GOLEMAN 1999)
Por meio da autoconsciência, é possível melhorar e reconhecer as
próprias emoções, é possível também, entender o porquê tal sentimento
ocorre.
2.1.1 Percepção emocional
Segundo Goleman (1999), as pessoas com essa competência
reconhecem seus sentimentos e porque eles estão acontecendo, percebem a
relação dos sentimentos com o que pensam, fazem e dizem, reconhecem
como seus sentimentos afetam seu desempenho, possuem uma percepção
orientadora de seus valores e objetivos.
Essa mesma capacidade exerce papel importante na maioria dos
trabalhos, especialmente naqueles que envolvem lidar com pessoas em
qualquer situação delicada. O ser humano com boa percepção emocional,
consegue com maior facilidade se controlar ao agir, equilibrando emoção e
razão.
Segundo Goleman (1999),o reconhecimento de como as emoções
afetam o desempenho é a capacidade de usar os valores para guiar a tomada
de decisões.
2.1.2 Auto-avaliação precisa
38
É realizar uma análise interior e exterior, apontando todas as variáveis,
pontos fortes e fracos em relação aos sentimentos e condutas pessoais. É de
grande importância para crescimento pessoal e profissional.
É uma percepção dos pontos fortes e das limitações pessoais, é ver os
aspectos que precisam ser melhorados, aprender e adquirir experiência.
Segundo Goleman (1999), as pessoas com essa competência
conhecem os seus pontos fortes e deficientes, são capazes de reflexão e
aprendem com sua experiência. São abertas a comentários francos, novas
perspectivas, aprendizados constantes e autodesenvolvimento, por fim podem
mostrar senso de humor e possuem um olhar crítico sobre si próprio.
Para Goleman (1999), os executivos mal sucedidos mostravam receios
em reconhecer seus próprios defeitos, e sempre desaceitavam as pessoas que
tentavam apontá-los. Essa resistência impediam mudanças.
Todos temos essa tendência de negar nossas falhas. É uma estratégia emocionalmente cômoda, que nos protege do sofrimento que acarretaria reconhecer a dura verdade. (GOLEMAN, 1999, p. 79)
Os pontos cegos mais comuns e mais onerosos, conforme Goleman
(1999) são:
a) ambição cega: o sujeito tem de ganhar ou parecer que está certo a
qualquer preço; compete em vez de cooperar; exagera no seu
próprio valor e contribuição; é prosa e arrogante; vê as pessoas em
termos de branco e preto, como aliados ou como inimigo;
b) metas não realistas: fixa metas excessivamente ambiciosas e
inatingíveis para o grupo ou organização; não é realista quando ao
que se requer para que o trabalho seja feito;
c) empenho incansável: trabalha de forma compulsiva, sacrificando tudo
mais na vida; torna-se vulnerável a uma exaustão total;
d) pressiona os demais: exerce pressão excessiva sobre as pessoas,
levando-as ao esgotamento; efetua um mínimo de gerenciamento
das pessoas e assume funções em vez de delegar autoridade;
mostra-se áspero ou inclemente e insensível quanto ao dano
emocional que cause a outros;
e) sede de poder: busca o poder em seu próprio interesse, e não no da
39
organização; persegue um programa, pessoa, sem se importar com
outras perspectivas; é explorador;
f) necessidade insaciável e reconhecimento: aferra-se à glória; colhe os
louros dos esforços alheios e lança sobre eles a culpa pelos erros;
sacrifica a complementação de tarefas, para sair atrás da próxima
vitória;
g) preocupação com as aparências: precisa parecer bem a qualquer
preço; preocupa-se em excesso com sua imagem externa; adora as
vantagens materiais do prestígio; e
h) precisa parecer perfeito: fica enfurecido com críticas ou as repudia;
culpa outras pessoas por suas falhas; não consegue admitir erros ou
deficiências pessoais.
2.1.3 Autoconfiança
Essa habilidade é um fator muito importante para conquistas pessoais e
profissionais de um líder, pois as pessoas que a possuem, inspiram confiança e
consequentemente, têm facilidade em ter credibilidade com todos que estão ao
seu redor.
Pessoas autoconfiantes, sabem do próprio valor e de sua capacidade.
“A coragem que provém da certeza sobre nossas capacidades, valores e
objetivos.” (GOLEMAN, 1999, p. 68)
As pessoas com essa competência, para Goleman (1999):
a) apresentam-se com segurança e presença;
b) expressam opiniões impopulares e se expor por algo correto; e
c) são decididas, tomam decisões sensatas a despeito de incertezas e
pressões.
Para quem não tem autoconfiança, cada fracasso confirma uma sensação de incompetência. A falta de autoconfiança pode se manifestar em sentimentos de incapacidade, impotência e dúvidas paralisantes sobre si mesmo. Por outro lado, um excesso de autoconfiança pode parecer arrogância, principalmente se a pessoa carecer de aptidões sociais. (GOLEMAN, 1999, p. 83)
40
Pessoas altamente autoconfiantes parecem exalar carisma e inspirar
confiança. A autoconfiança dá força para tomar uma decisão difícil ou adotar
um caminho de ação em que se acredita, a despeito de oposição, discordância
ou até mesmo desaprovação expressa de quem tem mais autoridade. As
pessoas que possuem autoconfiança são decididas ou defensivas e se mantêm
firmes em suas decisões. (GOLEMAN, 1999)
2.2 Autorregulamentação
Segundo Goleman (1999), a autorregulamentação emocional não inclui
apenas atenuar a aflição ou abafar o impulso. Pode também significar a
provocação intencional de uma emoção, até mesmo de uma emoção
desagradável.
Quando clarifica os princípios que vão governar a sua vida, o líder consegue estabelecer um propósito para suas decisões diárias. Um líder íntegro conta com um conjunto de valores que orienta suas opções de ação, independentemente da situação. Assim, para gerar credibilidade e exercer liderança, ele precisa resolver seus aspectos dissonantes internos. Só quando tiver liderado a si mesmo por meio de uma harmonização com seus valores oponentes, é que o líder está preparado para liderar outras pessoas.(CAVALCANTE et al., 2006, p. 131)
A autorregulamentação é lidar com as próprias emoções, de forma que
facilite a tarefa que se tem pela frente, em vez de interferir com ela, ser
consciencioso, adiar a recompensa, a fim de perseguir as metas e recuperar
bem de aflições emocionais. Quando se é influenciado pelo impulso da
agitação, da emotividade, a capacidade de pensar e de trabalhar fica
prejudicada. A autorregulamentação, administra os impulsos, bem como os
sentimentos aflitivos. (GOLEMAN, 1999)
2.3 Motivação: determinação
Motivação é utilizar as preferências mais profundas para impulsionar e
conduzir na direção das metas, a fim de ajudar a ter iniciativa e a ser eficaz,
bem como perseverar diante de reveses e frustrações. (GOLEMAN, 1999)
Segundo Chiavenato (2006), motivo é tudo aquilo que leva o individuo a
41
agir de certa forma, ou que cria um determinado comportamento.
É um mito achar que a motivação seja específica do ser humano, pois na verdade motivação é específica à situação. Outro mito é achar que todo trabalhador motivado é um funcionário de alto desempenho. A verdade é que, para ter um elevado desempenho, é necessário, além da motivação, uma grande dose de conhecimentos, habilidades e apoio. (SALGADO, 2005, p. 19)
As pessoas não são iguais em relação à motivação, pois as
necessidades dos indivíduos produzem comportamentos, valores sociais e
capacidade para atingir os objetivos de formas diferentes e assim por diante.
(CHIAVENATO, 2006)
Robbins, Decenze (2004) descreve que, uma necessidade é um tipo de
estado interno que tornam resultados aparentemente atrativos.
“A satisfação de certas necessidades é temporal e passageira, ou seja, a
motivação humana é cíclica e orientada por diferentes necessidades.”
(CHIAVENATO, 2006, p. 110)
Há três competências motivacionais que caracterizam quem têm
desempenho destacado, descreve Goleman (1999):
a) realização: intuito de melhorar ou ser o melhor;
b) dedicação: a adoção da visão e das metas da organização ou grupo;
c) iniciativa e otimismo: mobilizar as pessoas no sentido de agarrar as
oportunidades e as habilitá-las a absorver facilmente os reveses e os
obstáculos.
2.3.1 Determinação
Determinação é a força e o sentimento que impulsionam o ser humano a
querer atingir um objetivo e buscar forças e formas de alcançá-lo. No trabalho,
contribui para tomada de decisões, tarefa difícil para pessoas hesitantes, as
quais preferem ser orientadas e acatarem decisões alheias.
“A pessoa hesitante é a que marca poucos pontos em determinação.
São pessoas que valorizam o apoio e a orientação dos outros e gostam de
seguir procedimentos determinados por ele.” (SIMMONS; SIMMONS JR,
1999,p.179)
42
A determinação e a inteligência emocional caminham juntas, pessoas
que não recebem o apoio dos líderes ou trabalham por muito tempo em uma
determinada função, cujas responsabilidades do cargo são sempre as mesmas
e não possuem poder de escolher e de opinar, temem ao serem submetidas a
uma tomada de decisão. Esse medo diminui a determinação e,
consequentemente, aumenta a probabilidade de erros e desmotivação após
fazer uma escolha errada.
Pessoa determinada é aquela que tem como principal característica a autodireção. As pessoas determinadas são confiantes em relação as suas próprias ideias e capazes de tomar decisões rapidamente. Ao se depararem com uma situação e formarem uma opinião com confiança, chegam as suas próprias escolhas. Definem seus próprios objetivos, determinam suas prioridades e iniciam a ação. São bastante diligentes.(SIMMONS;SIMMONS JR, 1999,p.183)
É necessário trabalhar as dificuldades de pessoas hesitantes, para que
elas se sintam confiantes ao tomar uma decisão.
“Enfatize, dê exemplo, exija e recompense o estabelecimento de metas,
a tomada de decisão, a solução de problemas e o planejamento.”
(SIMMONS;SIMMONS JR, 1999,p.192)
A inteligência emocional auxilia na melhora do relacionamento de
pessoas determinadas, pois estas devem receber atenção, serem ouvidas e
orientadas a considerar e analisar pontos negativos e positivos antes de agir
mediante um problema, ou a uma opinião alheia.
2.4 Empatia
Empatia é sentir os sentimentos alheios. (ROBBINS, 2004)
É pressentir o que as pessoas estão sentindo, ser capaz de assumir sua perspectiva e cultivar o rapport e a sintonia com uma ampla diversidade de pessoas. (GOLEMAN, 1999, p. 338)
Possuir empatia possibilita maior compreensão de sentimentos alheios.
A empatia é encontrada principalmente em pessoas atenciosas que observam
os indivíduos ao seu redor.
43
Segundo Steve Simmons (1999), as pessoas atenciosas pensam nos
sentimentos e necessidades dos outros, importam-se e ouvem seus problemas.
Possuem empatia e sensibilidade ao que aflige os outros e compreendem suas
dificuldades.
De acordo Goleman (1995), há uma capacidade maior de adotar a
perspectiva do outro, melhor empatia e sensibilidade com os sentimentos do
próximo e no saber ouvir as pessoas.
2.5 Habilidade social
“Habilidade social é a habilidade de lidar com as emoções dos outros.”
(ROBBINS, DECENZO, 2004, p.169)
Segundo Goleman (1999), é lidar bem com as emoções nos
relacionamentos e analisar precisamente as situações sociais e redes, interagir
com facilidade, utilizar essas habilidades para liderar, negociar e solucionar
divergências, bem como para a cooperação e o trabalho em grupo.
A sociabilidade conecta uma pessoa à outra, e esta conexão traz
benefícios para a vida profissional e pessoal do ser humano. Se relacionar bem
com as pessoas que o cercam é algo indispensável para que um líder, junto
com sua equipe, consiga atingir com êxito seus objetivos
Segundo Simmons (1999), pessoas sociáveis gostam do convívio com
as outras, tanto no trabalho, quanto na diversão. Já pessoas reservadas
sentem dificuldade de conviver e se relacionar.
As pessoas reservadas não se sentem à vontade interagindo com um grupo grande de pessoas. Podem vir a se sentir cansadas ou exauridas após um longo período de interação com elas. Em ambientes puramente sociais, podem se sentir perdidas quanto ao que dizer. Talvez sintam-se ainda mais solitárias em meio a uma multidão, onde todos estejam se divertindo, conversando, e elas não. (SIMMONS, 1999, p. 259)
3 LIDERANÇA E GERÊNCIA
Liderança e gerência são palavras muito utilizadas no mundo
competitivo em que se vive, porém alguns pontos diferenciam um líder de um
gerente.
44
O líder possui poder de influência sobre pessoas com o mesmo poder
aquisitivo, função ou qualquer outra característica de igualdade.
“O líder é quem trata de assuntos palpáveis no âmbito organizacional,
enquanto o gestor cuida de pontos concretos.” (ARAÚJO, 2008, p.334)
Quadro 1: Líder x Gestor
Líder Gestor
Liderar é conectar as pessoas da
organização ao seu negócio.
Gerenciar é colocar para trabalhar
as pessoas da organização no seu
negócio.
Liderar é obter e manter as pessoas
da organização agindo e trabalhando
como proprietários.
Gerenciar é obter e manter as
pessoas da organização agindo e
trabalhando como pertencentes a
ela.
Liderança é a arte de fazer com que
os outros tenham vontade de fazer
algo que se está convencido de que
deva ser feito.
Gerência é a arte de fazer com que
os outros façam algo de que se está
convencido que deva ser feito.
Liderança é a arte de mobilizar os
outros a batalhar por aspirações
compartilhadas.
Gerência é a arte de mobilizar os
outros a batalhar.
Liderança é a arte de obter
resultados desejados, acordados e
esperados através de pessoas
engajadas.
Gerência é a arte de obter
resultados desejados, acordados e
esperados através de pessoas.
Fonte: Araújo (2008, p. 335)
Os líderes tanto podem ser nomeados como podem emergir de dentro de um grupo. Os líderes podem influenciar os outros a ter um desempenho que vai além das ações ditadas pela autoridade formal. (ROBBINS, DECENZO, 2004, p.169)
Já os gestores possuem cargos dentro de uma organização e podem
desenvolver características de um líder, para melhorar sua atuação perante um
grupo.
45
Segundo Robbins, Decenzo (2004), os gestores são nomeados e têm
poderes legítimos para recompensar ou punir. Suas habilidades em influenciar
baseiam-se na autoridade formal inerente a seus cargos.
Todos os líderes precisam de intelecto suficiente para compreender as especificidades das tarefas e desafios em pauta. É claro que aqueles dotados de clareza decisiva que o pensamento analítico e conceitual possibilita, sem dúvida agregam valor.(GOLEMAN, BOYATZIS, MCKEE, 2002, p.26)
Araújo (2008) defende que não se pode comprar ou aprender a
liderança, ela é conquistada por meio dos atos perante as pessoas que estão à
sua volta.
3.1 Relacionamento entre líder, gestor e equipe
Quando o líder envolve sua equipe no processo, ela se sente motivada e
o entusiasmo surge de forma natural.
O líder representa a equipe para outros constituintes, garante os recursos necessários, esclarece as expectativas dos outros para a equipe, agrupa as informações de fora e compartilha essas informações com os membros da equipe. (ROBBINS; DECENZO, 2004, p. 243)
Salgado (2005) diz que a pessoa entusiasmada acredita no seu
potencial de mudar as coisas, de fazer dar certo.
Quando um ambiente propício à motivação da equipe é criado, os
objetivos tornam-se mais fáceis de serem atingidos.
Um trabalhador motivado trabalha com motivação e persistência. Entretanto, esforço e persistência não compensarão, a menos que sejam canalizados numa direção benéfica a organização. Trabalhadores motivados e gerenciados por um líder habilidoso, tendem a formar equipes dispostas à melhorias contínuas nos processos desenvolvidos em suas funções.(SALGADO, 2005, p. 20)
Segundo Robbins, Decenzo (2004), as equipes conduzem os
funcionários a interagirem e implementarem melhorias, cuja essência contínua
é a melhoria do processo, e para isso é necessário que o funcionário participe.
46
Só existem equipes, se houver pessoas, e essas pessoas devem ser
entendidas, pois uma organização é um ambiente que reúne pessoas com
personalidades diferentes e cada ser humano tem sua complexidade.
O conceito homem complexo pressupõe que, em suas transações com o ambiente organizacional, os indivíduos sejam motivados por um desejo de usar suas habilidades de solucionar problemas ou de dominar os problemas com os quais se defrontam, ou – em, outros termos que se esforcem para dominar o mundo externo. (CHIAVENATO, 2006, p. 146)
Os problemas internos tendem ser resolvidos pela equipe, já quando os
problemas envolvem fatores externos, cabe ao líder solucionar.
Para Robbins, Decenzo (2004), os líderes de equipes solucionam
problemas. Quando a equipe tem problemas e pede ajuda, os líderes se
reúnem para ajudar e solucionar os problemas. Dificilmente o problema terá
relação com a parte operacional ou técnica, pois, na maioria das vezes, os
membros da equipem possuem mais experiências nesta área do que os
líderes.
4 ORGANIZAÇÃO
Para Robbins, Decenzo (2004), uma organização é um sistema de
pessoas que se juntam para conquistar alguns objetivos específicos.
“A sociedade moderna é uma sociedade de organizações. As
organizações são sistemas extremamente complexos compostos de atividades
humanas em diversos níveis de análise.” (CHIAVENATO, 2006, p. 26)
As organizações existem porque as pessoas têm objetivos que só são
possíveis de serem alcançados quando há atividade organizada.
4.1 Inteligência organizacional
Segundo Goleman (1999), a inteligência é a capacidade de resolver
problemas, enfrentar desafios ou criar produtos valiosos. Nesse sentido, a
inteligência organizacional representa essa capacidade, na medida em que
surge da complexa interação de pessoas e relacionamentos, cultura e funções,
47
dentro de uma organização.
Uma vez entendida a realidade emocional, as normas que regem as
equipes e a cultura organizacional vigentes, essa compreensão pode ser a
base para o desenvolvimento do ideal para o grupo – o qual, para ser
efetivamente cativante, precisa também estar sintonizado com a visão pessoal
de cada indivíduo. (GOLEMAN, BOYATZIS, MCKEE, 2002, p.173)
Para que a inteligência organizacional aumente, é necessário o
desenvolvimento da inteligência emocional entre seus membros.
O nível coletivo de inteligência emocional de uma organização determina o grau em que se concretiza o capital intelectual da mesma e, dessa maneira, o conjunto de seu desempenho. A arte de maximizar o capital intelectual consiste em orquestrar as interações das pessoas cujas mentes detêm o conhecimento generalizado e especializado.(GOLEMAN, 1999, p. 137)
48
CAPÍTULO III
A PESQUISA
1 INTRODUÇÃO
Inteligência Emocional é a capacidade de gerenciar os sentimentos em
situações diversas e é um pré-requisito para o mercado de trabalho.
Segundo Goleman (1999), a inteligência emocional é a capacidade de
identificar os próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a si mesmo e de
gerenciar bem as emoções dentro das próprias pessoas e nos
relacionamentos.
A inteligência emocional é de extrema importância na atuação de líderes
em suas organizações, pois com ela é possível criar um ambiente saudável e
propício para a motivação dos colaboradores e para solucionar conflitos bem
como ter um bom relacionamento com o grupo.
Com o objetivo de verificar a importância da inteligência emocional para
o desempenho da carreira do gestor e em sua satisfação no trabalho, foi
realizada uma pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa e
quantitativa na Incubadora de Empresas de Lins no período de fevereiro a
outubro de 2017.
Uma incubadora de empresas é uma instituição que se destina a apoiar
empreendedores, proporcionando um ambiente encorajador e condições
apropriadas para o funcionamento de suas empresas como: serviços
especializados de consultoria gerencial, orientação, espaço físico e
infraestrutura básica para seu funcionamento.
Antes das incubadoras tornarem-se o que são hoje, primeiramente
surgiu o parque tecnológico na década de 1940, na Califórnia, Estados Unidos,
sendo o modelo para todos os países desenvolverem seus polos tecnológicos.
Segundo Dornelas (2008), é importante notar que a participação dos
governos no incentivo às empresas de base tecnológica tem sido fundamental,
assim como no caso dos parques e polos tecnológicos, direcionando os
esforços de pesquisa para os setores considerados prioritários.
49
No Brasil, os primeiros polos tecnológicos surgiram em 1984, com a
criação dos polos e parques tecnológicos. O surgimento do conceito de
incubadoras de empresas de base tecnológicas foi natural, já que, para abrigar
as iniciativas empreendedoras, havia a necessidade de constituir espaços que
proporcionassem um perfeito desenvolvimento desses negócios inovadores e
acelerassem sua consolidação. (DORNELAS, 2008)
O surgimento das incubadoras no Brasil foi marcado pela criação da
primeira incubadora na cidade de São Carlos, no ano de 1985, apoiada pelo
CNPq. Logo após, foram abertas unidades em Florianópolis, Curitiba, Campina
Grande e Distrito Federal.
No estado de São Paulo, existem aproximadamente 70 incubadoras em
operação e todas contam com o apoio do SEBRAE – SP, que colabora dando
auxílios financeiros e gerenciais. As incubadoras trabalham desenvolvendo
diversas iniciativas juntamente com universidades e outras empresas, para
arrecadar contribuições que promovam o desenvolvimento de seus trabalhos.
De uma forma ampla, existem dois tipos de incubadoras, as públicas e
as privadas. As públicas são, em sua grande maioria, apoiadas pelo governo,
tendo o intuito de gerar oportunidades e não possuem o retorno de lucros e
estão ligadas à instituições e fundações. No caso das incubadoras privadas, o
apoio vem de investidores financeiros ou de incubadora criada por empresas
de grande porte e, neste modelo, há o retorno de lucros, sendo seu processo
admissional mais limitado que as públicas.
A partir desses dois tipos de incubadoras, são formados diferentes
modelos de incubação, sendo elas: incubadoras de empresas de base
tecnológica; incubadora de empresas de setores tradicionais; incubadora mista;
incubadora setorial; incubadora cultural; incubadoras sociais; incubadora
agroindustrial e incubadora cooperativa.
A Incubadora de Empresas de Lins, onde foi realizada esta pesquisa,
está situada na Rua Floriano Peixoto, n° 1093. É uma organização que
abrange novos negócios em empresas em desenvolvimento, com o intuito de
contribuir para a sua formação e aceitação no mercado, agregando
conhecimento, novas tecnologias e orientações para obtenção de bons
resultados e sucesso organizacional.
Para a realização da pesquisa, utilizaram-se dos seguintes métodos e
50
técnicas:
Método de estudo de caso: foi realizado um estudo de caso na
Incubadora de Empresas de Lins, analisando a importância da inteligência
emocional no desempenho da carreira do gestor e em sua satisfação no
ambiente de trabalho.
Métodos de observação sistemática: foram observados, analisados e
acompanhados os procedimentos aplicados por meio da inteligência emocional
do gestor no ambiente de trabalho.
Método histórico: foi observada a evolução histórica da Incubadora de
Empresas de Lins – SP.
Método estatístico: foi tabulada a pesquisa de campo para análise final
do trabalho de conclusão de curso.
Técnicas
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A).
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B).
Roteiro do Histórico da Incubadora de Empresas de Lins (Apêndice C).
Roteiro de entrevista para os gestores das empresas incubadas na
Incubadora de Empresas de Lins (Apêndice D).
Outros registros: dados ilustrativos.
2 AS CINCOS COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS E SOCIAIS BÁSICAS DE
GOLEMAN NOS GESTORES DAS EMPRESAS INCUBADAS
De acordo com Goleman, as competências emocionais e sociais não
somente auxiliam na vida pessoal, mas também na vida profissional. A
autopercepçãoo mantém conectado consigo mesmo, possibilitando o
reconhecimento de cada sentimento, dos pontos fortes e das limitações.
Os líderes que possuem essa competência são sinceros e autênticos e
têm mais facilidade para falar das metas que visam à convicção e se mantêm
abertos a críticas e opiniões, sem contar que se dão bem consigo mesmo.
Já a autorregulamentação auxilia a manter as emoções sob controle,
possibilitando administrar impulsos e sentimentos aflitivos. Isso não quer dizer
que se deva bloquear as emoções, e sim saber como lidar com elas, de forma
51
positiva e proveitosa. Um dos pontos positivos dos líderes com essa
competência é que são capazes de trabalhar sob pressão e permanecerem
calmos.
A motivação em si, nada mais é que o motivo da ação. Concentrar o
poder das emoções a serviço de uma meta, impulsiona a ter iniciativa e a ser
produtivo, sem perder o foco.
No tocante à empatia, uma das características dessa competência é que
ela possibilita uma percepção dos sentimentos alheios, sem necessidade de a
pessoa falar, isso inclui necessidades e preocupações. Os gestores com essa
habilidade têm forte poder de persuasão e liderança, porque não somente
interpretam seus subordinados, mas, principalmente os compreende, criando
um vínculo de companheirismo e confiança, e, consequentemente, obtêm
melhor desempenho de seus liderados.
A última competência é a habilidade social, que se trata de
relacionamento como um todo. É ter uma facilidade em se relacionar com as
pessoas, criar vínculos.
Abaixo serão apresentados os resultados da pesquisa aplicada,por meio
de um questionário, aos gestores das 9 empresas incubadas na Incubadora de
Empresa de Lins. Tomou-se como base o questionário elaborado por Goleman.
2.1 Caracterização da pesquisa
Tabela 1: Gênero dos gestores
Especificação F Fr%
Feminino 4 44,45%
Masculino 5 55,55%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Tabela 2: Estado Civil dos gestores
Especificação F Fr%
Solteiro 3 33,33%
Casado 6 66,67%
Divorciado 0 0%
Separado 0 0%
52
Viúvo 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Tabela 3: Faixa etária dos gestores
Especificação F Fr%
21 a 30 anos 2 22,22%
31 a 40 anos 5 55,56%
41 a 50 anos 1 11,11%
51 a 60 anos 1 11,11%
Mais de 60 anos 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Tabela 4: Escolaridade dos gestores
Especificação F Fr%
Ensino Fundamental 0 0%
Ensino Médio 0 0%
Ensino Superior 6 66,67%
Pós-Graduação 3 33,33%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Tabela 5: Você conhece o termo “Inteligência Emocional” ?
Especificação F Fr%
Conhece 3 33,33%
Conhece Razoavelmente 5 55,56%
Ouviu falar 1 11,11%
Não conhece 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Tabela 6: No tocante ao cotidiano organizacional e as emoções, você?
Especificação F Fr%
Presta atenção aos sentimentos e os controla com facilidade
3 33,33%
53
Acha útil pensar nas emoções, mas nem sempre as controla
6 66,67%
Deixa os sentimentos interferirem em seus comportamentos
0 0%
Não acredita ser importante prestar atenção e controlar as emoções
0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Conforme a pesquisa realizada, houve um equilíbrio em relação ao
gênero dos gestores, sendo 55,55% homens e 44,45% mulheres. Já no estado
civil, 66,67% dos líderes são casados, enquanto 33,33% são solteiros. Em
relação à faixa etária dos gestores, 22,22% têm de 21 a 30 anos, 55,56% de 31
a 40 anos, enquanto 11,11% têm de 41 a 50 anos e, por fim, 11,11% têm de 51
a 60 anos. A maioria dos gestores possuem ensino superior correspondente a
66,67% dos entrevistados, enquanto o restante 33,33% já possuem pós
graduação.
Já quando se trata do termo Inteligência Emocional, somente 11,11%
dos líderes já ouviram falar, 33,33% conhecem e 55,56% conhecem
razoavelmente. No tocante ao cotidiano organizacional e às emoções, 66,67%
dos líderes acham útil pensar nas emoções, mas nem sempre as controlam,
enquanto somente 33,33% deles prestam atenção aos sentimentos e os
controlam com facilidade.
Quando comparei pessoas de desempenho excelente com pessoas comuns em cargos de alta liderança, quase 90 por cento das competências que distinguiam o desempenho excepcional eram atribuíveis a fatores da inteligência emocional, em vez de habilidades puramente cognitivas. Outros pesquisadores confirmaram que a inteligência emocional não apenas distingue os líderes excepcionais, como também pode estar associada ao alto desempenho. (GOLEMAN, 2015, p. 13)
2.2 Autopercepção
A autopercepção é descobrir o que as experiências de vida dizem a
respeito de uma decisão na qual se está refletindo, como um caminho em que
se é guiado por valores. (GOLEMAN,2015)
54
Tabela 7: Você tem percepção das suas próprias emoções?
Especificação F Fr%
Sim 5 55,56%
Eventualmente 4 44,44%
Dificilmente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Tabela 8: Você tem percepção de alteração drástica de humor no
exercício de sua atividade?
Especificação F Fr%
Sim 6 66,67%
Eventualmente 2 22,22%
Dificilmente 0 0%
Nunca 1 11,11%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Tabela 9: Você tem percepção das emoções das outras pessoas?
Especificação F Fr%
Sim 6 66,67%
Eventualmente 3 33,33%
Dificilmente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Com base nas respostas referentes à competência autopercepção,
questionados sobre ter percepção das próprias emoções, 55,56%dos gestores
responderam que sim, e 44,44%responderam que eventualmente. Sobre as
alterações drásticas de humor no exercício de atividade, 66,67% tem
percepção, 22,22% eventualmente, e 11,11% nunca. A respeito de ter
percepção das emoções das outras pessoas, 66,67% responderam que sim e
33,33%, eventualmente.
2.3 Autorregulamentação
55
Esta competência encontra-se no controle emocional, em adaptar-se às
mudanças e manter-se firme, rumo ao objetivo. (GOLEMAN,2015)
A autorregulamentação é saber lidar com as próprias emoções de forma
que facilitem a tarefa que se tem pela frente, em vez de interferir com ela; ser
consciencioso e adiar a recompensa, a fim de perseguir as metas; recuperar-se
bem de aflições emocionais. (GOLEMAN, 1999)
Tabela 10: Você tem controle do seu temperamento e do seu domínio
racional perante as dificuldades encontradas na empresa?
Especificação F Fr%
Sim 6 66,67%
Eventualmente 3 33,33%
Dificilmente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Tabela 11: Você se acalma rapidamente quando está muito alterado?
Especificação F Fr%
Sim 4 44,45%
Eventualmente 4 44,44%
Dificilmente 1 11,11%
Nunca 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Tabela 12: Você consegue manter a calma quando é alvo de raiva de
outra pessoa?
Especificação F Fr%
Sim 4 44,44%
Eventualmente 5 55,56%
Dificilmente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Na competência autorregulamentação, foi questionado aos gestores se
56
eles controlam o seu temperamento e se as dificuldades são dominadas, diante
desta questão 66,67% das pessoas responderam que sim, e 33,33% que
eventualmente. Outro ponto abordado foi se quando estão muito alterados
conseguem controlar-se rapidamente 44,45% responderam que sim, 44,44%
eventualmente, 11,11% dificilmente. Sobre manter a calma quando são alvos
de outras pessoas, 44,44% sim, e 55,56%, eventualmente.
2.4 Motivação
Motivação é utilizar as preferências mais profundas para impulsionar-se
e guiar-se na direção de metas, a fim de ajudar as pessoas a terem iniciativa e
a serem altamente eficazes, e a se preservarem diante de reveses e
frustrações. (GOLEMAN, 1999)
Tabela 13: Você utiliza as emoções em busca da conquista de um objetivo?
Especificação F Fr%
Sim 6 66,67%
Eventualmente 3 33,33%
Dificilmente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Nesta competência, os gestores foram questionados sobre apoiar-se às
emoções em busca de um objetivo. Os resultados foram: 66,67%, sim
e33,33%, eventualmente.
2.5 Empatia
Empatia é pressentir o que as pessoas estão sentindo, serem capazes
de assumir a sua perspectiva e cultivar o rapport e a sintonia com uma ampla
diversidade de pessoas. (GOLEMAN, 1999)
Tabela 14: Você mostra empatia frente às necessidades de outras
pessoas?
57
Especificação F Fr%
Sim 6 66,67%
Eventualmente 3 33,33%
Dificilmente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Ao serem questionados a respeito do ato de demonstrar empatia perante
as necessidades alheias, a grande maioria dos gestores demonstram empatia,
sendo 66,67% sim e 33,33%, eventualmente.
2.6 Habilidade Social
Habilidade social é saber lidar bem com as emoções nos
relacionamentos e ler com precisão situações sociais e redes; interagir com
facilidade; utilizar essas habilidades para liderar, negociar e solucionar
divergências, bem como para a cooperação e o trabalho em equipe.
(GOLEMAN, 1999)
Tabela 15: Como é o seu relacionamento com os clientes e funcionários?
Especificação F Fr%
Muito bom 6 66,67%
Bom 2 22,22%
Regular 1 11,11%
Ruim 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
No tocante à habilidade social, 66,67% dos entrevistados responderam
ter um relacionamento muito bom com seus clientes e funcionários, enquanto
22,22% consideram seu relacionamento bom e apenas 11,11% regular.
2.7 A importância da Inteligência Emocional
Tabela 16: Você, gestor líder, considera importante o tema Inteligência
Emocional nas organizações?
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Especificação F Fr%
É importante 9 100%
Não é importante 0 0%
Parcialmente Importante 0 0%
Total 9 100%
Fonte: dados coletados pelos autores, 2017
Apesar de alguns gestores apresentarem dificuldades em algumas
competências, no tocante ao conhecimento e execução das mesmas, 100%
dos entrevistados destacaram a importância de se ter Inteligência Emocional
em seu cotidiano.
3 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL INFLUENCIANDO NO DESEMPENHO
DOS GESTORES DAS EMPRESAS
Diariamente, dentro de uma empresa, os gestores passam por várias
situações, em que precisam trabalhar o seu lado emocional, com o intuito de
enfrentar os desafios e vencê-los, utilizando as melhores ferramentas e os
melhores caminhos.
A partir do momento em que o gestor se conhece e passa a analisar o
seu mundo com empatia e com as necessidades de seu próximo, está
determinado e motivado a buscar melhorias e incentivar sua equipe para
conseguir resultados lucrativos.
“A clareza a respeito dos valores, do espírito e da missão de uma
organização conduz a uma autoconfiança decisiva nas tomadas de decisões
empresariais.” (GOLEMAN, p. 299, 1999)
De acordo com Goleman (1999), para identificar quais são esses valores
é necessário ter autopercepção emocional. Toda organização tem seus pontos
fortes e fracos em todos os setores, a partir do qual se tem consciência. Toda
competência emocional pode ser analisada nesses perfis, e isso pode ser
realizado em todos os níveis, unidades da organização e equipes de trabalho.
Todas as competências organizacionais são necessárias para
organização. Assim, através destas, a empresa poderá ser conduzida por um
gestor confiante e centrado que, consequentemente, servirá de espelho para
toda a sua equipe, pela qual será admirado e não temido.
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Goleman (1999) descreve que, em uma organização, cada pessoa
possui um conjunto de experiência compartilhada, que não é dita e se torna um
ponto cego na organização. A desatenção para isso pode causar prejuízos
potenciais para a empresa.
O medo impede as pessoas de se expressarem. Muitos dentro da
organização, sentem-se inibidos e acabam contribuindo para o agravamento de
um problema, ou muitas vezes, deixam de dar uma ideia que poderia ser a
chave para o sucesso e a lucratividade de uma empresa. (GOLEMAN, 1999)
“Os líderes que deixam de criar um ambiente que encoraje as pessoas a
apresentarem todas as suas dúvidas e indagações, inclusive as más notícias
estão arrumando um belo problema.” (GOLEMAN, p. 304, 1999)
O estado emocional dos integrantes das organizações, que muitas vezes
passam despercebidos, podem mostrar a viabilidade da organização. De
acordo com a teoria sistêmica, deixar de lado qualquer informação, limita a
compreensão e resposta. (GOLEMAN, 1999)
Em relação ao trabalho, quando os sentimentos interferem no alcance
de uma meta ou a facilita, deve-se dar importância. (GOLEMAN, 1999)
Líderes que praticam a Inteligência emocional proporcionam confiança à
sua equipe, o que possibilita a formação de um grupo disposto a enfrentar os
obstáculos e qualquer crise que possa surgir.
A inteligência emocional é fundamental, para que uma equipe ultrapasse
seus limites. (GOLEMAN, 1999)
4 PARECER FINAL DO CASO
A pesquisa de campo teve o intuito de analisar o comportamento dos
gestores perante as competências de Goleman.
Os resultados obtidos por meio de um questionário aplicado aos
gestores foram analisados e diante das informações, notou-se que a
Incubadora de Empresa de Lins vem realizando um trabalho fragmentado para
desenvolver a inteligência emocional nos gestores das empresas incubadas,
através de palestras, treinamento com uma profissional em Coaching, entre
outras atividades.
Observou-se que não há um conhecimento aprofundado sobre o termo
60
inteligência emocional, ou seja, muitos gestores praticam, de forma
involuntária, ações que contribuem para o desenvolvimento da inteligência
emocional no seu dia-a-dia, porém não trabalham todo o conjunto das
competências.
Com base nos resultados obtidos por meio da pesquisa, percebeu-se
que, se trabalhassem a IE como um todo, abordando todas as competências
em um único projeto, o aprendizado seria muito mais intenso e aconteceria de
forma mais rápida, pois os gestores compreenderiam com facilidade e
adotariam práticas para ter e fazer o uso da Inteligência Emocional em seu
cotidiano.
61
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Por meio da pesquisa aplicada aos gestores na Incubadora de
Empresas de Lins, notou-se que há uma grande quantidade deles que
possuem as competências da IE e fazem o uso em situações diversas durante
seu trabalho.
Isto mostra o quanto desenvolver a Inteligência Emocional é
indispensável para o desempenho da carreira do gestor e sua satisfação no
trabalho.
Sendo assim, propõe-se que seja desenvolvido um projeto para
conhecimento, estudo e desenvolvimento das competências da Inteligência
Emocional como um todo, ou seja, abordando todo o conjunto de
competências, a fim de facilitar a compreensão dos gestores.
Neste projeto, os gestores terão uma visão ampla de como as
competências se tornarão ferramentas auxiliadoras em sua gestão, além de
proporcionarem crescimento pessoal e satisfação no trabalho realizado.
62
CONCLUSÃO
Após a realização da pesquisa com os gestores na Incubadora de
Empresas de Lins e uma análise geral sobre o tema abordado neste trabalho,
concluiu-se que o desenvolvimento da Inteligência Emocional auxilia no
desempenho do gestor, em sua satisfação no trabalho, já que possibilita o
autocontrole, autopercepção, motivação, empatia e habilidade social.
O gestor que possui ou desenvolve a Inteligência Emocional, se auto
avalia, baseando-se nas cinco competências de Daniel Goleman, podendo
assim, verificar todos os fatores que influenciam suas atitudes.
Em análise aos resultados obtidos na pesquisa realizada, notou-se que
grande parte dos gestores participantes conhecem as competências da
Inteligência Emocional e aplicam em seu dia-a-dia. Deste modo, ao lidarem
com as situações diversas que venham a ocorrer em sua jornada de trabalho,
tendem a ser mais compreensivos, a terem o controle da situação, são
determinados e aceitam desafios facilmente, além de possuírem um bom
relacionamento com seus subordinados, clientes, fornecedores e jamais
perderem o foco no objetivo traçado, mesmo em meio às turbulências e às
mudanças de mercado.
A Incubadora de Empresas desenvolve alguns trabalhos envolvendo as
competências, porém separadamente, através de treinamentos, palestras
motivacionais e outros eventos, sendo que estas ações multiplicam os
conhecimentos dos gestores e os tornam aptos a saírem do processo de
incubação, prontos para o mercado competitivo.
Pode-se concluir que a pergunta-problema foi respondida, uma vez que
a Inteligência Emocional contribui para o desempenho do gestor e sua
satisfação no trabalho, proporcionando resultados melhores, uma gestão de
qualidade e harmonia junto à sua equipe de trabalho. A hipótese então foi
comprovada e os objetivos atingidos.
Conclui-se, então, que trabalhar as 5 competências da Inteligência
Emocional de forma unificada, tornam os conhecimentos dos gestores
aguçados, atribuem-lhes habilidade para lidar com as pessoas e com possíveis
problemas que possam surgir, propiciando a eles motivação e determinação,
conhecimento de si próprio, percepção sobre pontos fortes, limitações e
63
empatia , olhando as necessidades do próximo de forma a compreender ou
buscar entender suas atitudes.
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REFERÊNCIAS
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65
GOLEMAN, D.; BOYATZIS, R.; MCKEE, A. O poder da inteligência emocional: a experiência de liderar com sensibilidade e eficácia. Rio de Janeiro: Campus, 2002. HOTEL de projetos, ADETEC - Agência de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Lins, 2017. Disponível em: < http://www.adetec.org/projeto/44-hotel_de_projetos.html>. Acesso em: 15 jun. 2017. INCUBADORA de Empresas de Lins, ADETEC - Agência de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Lins, 2017. Disponível em: <http://www.adetec.org/projeto/41-incubadora_de_empresas_de_lins.html>. Acesso em: 20 jun. 2017. REDE de Apoio ao Jovem Empreendedor, ADETEC - Agência de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Lins, 2017. Disponível em: <http://www.adetec.org/projeto/46-rede_de_apoio_ao_jovem_empreendedor.html>. Acesso em: 13 jun. 2017. ROBBINS, S. P.; DECENZO, D. A. Fundamentos de administração: conceitos essenciais e aplicações. Tradução Robert Brian Taylor. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. SALGADO, L. Motivação no trabalho. Rio de Janeiro: Quality mark, 2005. SIMMONS, S.;SIMMONS JR, J. C. Avaliando a inteligência emocional: aprenda tudo sobre suas características emocionais e alcance o equilíbrio pessoal, o sucesso em seus relacionamentos e um grande desempenho profissional. Rio de Janeiro. São Paulo: Editora Record, 1999.
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APÊNDICES
67
APÊNDICE A – Roteiro de estudo de caso 1 INTRODUÇÃO Será realizado um levantamento de dados da evolução histórica da
Incubadora de Empresas de Lins para verificar a importância da inteligência
emocional para o desempenho da carreira dos gestores das empresas
incubadas.
1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado As informações serão coletadas através de entrevista para os gestores
das empresas incubadas na Incubadora de Empresas de Lins em visita ao local
da empresa.
1.2 Discussão Através da pesquisa será realizado confronto entre teoria e prática,
através de referencial teórico estudado.
1.3 Parecer Final Parecer final sobre o caso e sugestões sobre melhorias.
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APÊNDICE B – Roteiro de observação sistemática
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa: Localização: Cidade: Estado: Atividade:
II ASPECTO A SEREM OBSERVADOS
1 Origem da Incubadora.
2 Requisitos necessários para se ter uma empresa incubada.
3 O gestor da empresa incubada.
4 O desenvolvimento da inteligência emocional.
5 Os benefícios da inteligência emocional.
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APÊNDICE C – Roteiro do histórico da empresa
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: Localização: Cidade: Estado: Atividade: Data da Fundação:
II ASPECTOS HISTÓRICO DAINCUBADORA DE EMPRESAS DE LINS
1 Surgimento
2 Missão, Visão, Valores, Crenças
3 Evolução
4 Produtos
5 Serviços
6 Concorrentes
7 Clientes
8 Fornecedores
9 Projeto de Expansão
10 Organograma
11 Responsabilidade Social e Ambiental
12 Propagandas e Promoções
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APÊNDICE D – Questionário para os gestores das empresas incubadas
1 GÊNERO ( ) masculino ( ) feminino 1 ESTADO CIVIL
( ) solteiro ( ) casado ( ) divorciado ( ) separado ( ) viúvo
2 FAIXA ETÁRIA
( ) 21 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) 51 a 60 anos ( ) mais de 60 anos 3 GRAU DE ENSINO
( ) ensino fundamental ( ) ensino médio ( ) ensino superior ( ) pós graduação 4 VOCÊ CONHECE O TERMO “INTELIGÊNCIA EMOCIONAL”?
( ) conhece ( ) conhece razoavelmente ( ) ouviu falar ( ) não conhece 5 NO TOCANTE AO COTIDIANO ORGANIZACIONAL E AS EMOÇÕES,
VOCÊ:
( ) presta atenção aos sentimentos e os controla com facilidade. ( ) acha útil pensar nas emoções, mas nem sempre as controla. ( ) deixa os sentimentos interferirem em seus comportamentos. ( ) não acredita ser importante prestar atenção e controlar as emoções. 6 Com base na teoria de Daniel Goleman, utilizaremos as cinco
competências: autopercepção, auto-regulamentação, motivação, empatia
e habilidade social para avaliar se está aplicando o conceito de
inteligência emocional nas empresas incubadas.
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6.1 Primeira competência: Autopercepção
6.1.1 Você tem percepção de suas próprias emoções?
( ) sim ( ) eventualmente ( ) dificilmente ( ) nunca 6.1.2 Você tem percepção de alteração drástica de humor no exercício de
sua atividade?
( ) sim ( ) eventualmente ( ) dificilmente ( ) nunca 6.1.3 Você tem percepção das emoções das outras pessoas?
( ) sim ( ) eventualmente ( ) dificilmente ( ) nunca 7.2 Segunda competência: Autoregulamentação 7.2.1 Você tem controle do seu temperamento e do seu domínio racional perante as dificuldades encontradas na empresa? ( ) sim ( ) eventualmente ( ) dificilmente ( ) nunca 7.2.2 Você se acalma rapidamente quando está muito alterado? ( ) sim ( ) eventualmente ( ) dificilmente ( ) nunca 7.2.3 Você consegue manter a calma quando é alvo de raiva de outra pessoa? ( ) sim ( ) eventualmente ( ) dificilmente ( ) nunca 7.3 Terceira competência: Motivação
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7.3.1 Você utiliza as emoções em busca da conquista de um objetivo? ( ) sim ( ) eventualmente ( ) dificilmente ( ) nunca 7.4 Quarta competência: Empatia 7.4.1 Você mostra empatia frente às necessidades de outras pessoas? ( ) sim ( ) eventualmente ( ) dificilmente ( ) nunca 7.5 Quinta competência: Habilidade Social 7.5.1 Como é o seu relacionamento com os clientes e funcionários? ( ) muito bom ( ) bom ( ) regular ( ) ruim 8 Você, gestor líder, considera importante o tema Inteligência Emocional
nas organizações?
( ) é importante ( ) não é importante ( ) parcialmente importante
Grata pela atenção!