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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A OTIMIZAÇÃO DO TEMPO NO PROCESSO DE GESTÃO DE
UM PROJETO: MELHORIA OU UTOPIA?
Por: Mônica Moraes do Nascimento
Orientador
Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves
Rio de Janeiro
Setembro de 2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A OTIMIZAÇÃO DO TEMPO NO PROCESSO DE GESTÃO DE
UM PROJETO: MELHORIA OU UTOPIA?
Apresentação de Monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Engenharia da
Produção.
Por: Mônica Moraes do Nascimento.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por guiar meus atos
e pensamentos. Agradeço todos os
meus amigos de trabalho que me
ajudaram a decidir o tema pesquisado
e principalmente a minha amiga
Sandra que me incentivou a continuar
sempre. Agradeço em especial a minha
irmã e minha mãe que são meu pilar e
que me deram apoio para que este
trabalho se concretizasse. Obrigada a
todos.
4
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado à minha família,
em especial a minha irmã, minha mãe e
meu pai que com apoio emocional e
financeiro me ajudaram a superar
dificuldades e a realizar o sonho de
concluir esta Pós. É por mim e para eles
que estou realizando e concluindo mais
esta etapa em minha vida.
5
RESUMO
Esta monografia esclarece algumas dúvidas que ainda perduram dentro
das organizações em relação ao tratamento do Tempo. Ela apresenta uma
visão sobre a importância de se gerenciar o fator Tempo nos Projetos.
A monografia faz um detalhamento do conceito de Projeto, de
Gerenciamento do Projeto e do Tempo.
Ela aborda a utilização de ferramentas tradicionais de controles de
Tempo visando um gerenciamento mais adequado e de melhor qualidade para
o Gestor, a Equipe do Projeto e a Organização, com o mínimo de desvios do
cronograma elaborado no início do projeto e o mínimo de esforços
desperdiçados em vão.
Em resumo, a pesquisa demonstra de forma clara alguns elementos e
ferramentas importantes para um bom desenvolvimento de um Projeto e
Otimização do seu tempo de planejamento e execução.
Palavra Chave: Tempo, Gerenciamento, Otimizar, Projeto, Gestão,
Planejamento.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a elaboração e realização desta
monografia se deu através de pesquisas em livros que tratavam do tema
escolhido, consultas de diversos sites, trabalhos acadêmicos e artigos
especializados nas áreas de Engenharia da Produção e Administração da
Produção.
A pesquisa e os principais materiais utilizados para realizar essa
monografia têm como base o método de gerenciamento do PMI e as edições
de 2004 e 2009 do Guia PMBOK®.
Os principais autores relatados na pesquisa são Eduardo O.C. Chaves,
Renato Bernhoeft, Idalberto Chiavenato, Santo Agostinho, Peter Drucker, Rosa
R Krausz, Donna M. Genett.
Esta pesquisa procura enfatizar métodos e técnicas que ajudem a
orientar e possivelmente, solucionar problemas nas organizações ligados ao
tema pesquisado.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O TEMPO 09
CAPÍTULO II - GESTÃO DO TEMPO 14
CAPÍTULO III – OTIMIZANDO O TEMPO 25
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA e CITADA 40
ÍNDICE 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO 43
8
INTRODUÇÃO
A maioria das pessoas é levada a acreditar que a idéia e utilização da
Gestão de Projeto e Administração do Tempo de um projeto sejam mitos. Para
se obter um bom resultado na entrega de um Projeto, é de extrema
importância saber Administrar o Tempo a ser trabalhado. Santo Agostinho
afirma em um dos seus livros que discutir o Tempo é algo muito complicado,
pois o Tempo parece ser algo simples e conhecido por todos, quando não
tentamos ponderar sobre ele. Basta apenas tentar teorizar sobre o Tempo para
que nos envolvermos em uma grande confusão.
Ao propor nesta pesquisa discutir a administração do Tempo no
decorrer do planejamento de um projeto, estou de certa forma, correndo riscos
semelhantes. De um lado o risco de ficar discutindo o óbvio, que nada mais é
que o conhecimento geral. De outro lado, o de, ao tentar fugir deste óbvio, cair
em uma confusão ainda maior.
Às vezes precisamos ser relembrados do óbvio para alertamos a nós
mesmos da direção a ser seguida. É natural que as pessoas responsáveis pelo
desenvolvimento do Projeto, iniciem suas tarefas antes mesmo de entender e
planejar o andamento da tarefa em questão. Os insucessos surgem neste
momento: sejam eles por falta de planejamento, por falta de informação ou a
descoberta de processos tardiamente.
Tomando como base o Guia PMBOK®, esse trabalho tem por objetivo
evidenciar a utilização destas práticas de Gestão de Projetos focando a
importância de saber administrar o Tempo.
9
CAPÍTULO I
O TEMPO
O Conceito e Entendimento
Falamos e escutamos frases e teorias sobre o Tempo, que passam
despercebidas em nossa vida; mas se pararmos um instante que seja para
refletirmos sobre seu conteúdo, logo perceberemos sua importância.
“Hoje o Tempo voa (...)
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há Tempo
Que volte (...)
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...”
(Tempos Modernos. Composição: Lulu Santos)
“Deus ajuda quem cedo madruga”
“Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”
“A gente é que faz o Tempo”
“Tempo é organização”
Letras de música, frases e provérbios como estes nos remetem a
questionar sobre o que é Tempo e seu valor para cada indivíduo. O conceito
de Tempo quase sempre se encontra atrelado à idéia de intervalo entre um
acontecimento e outro, talvez por isso transcorra grandes áreas do
conhecimento como: filosofia, cosmologia, história astrologia e sociologia.
10
Desde as eras mais remotas da história da humanidade, o tempo faz-se
presente como uma das preocupações freqüentes do homem. Enquanto
alguns se queixam da falta de tempo, outros reclamam que não tem idéia do
que fazer para o tempo passar mais rápido. A verdade é que cada um de nós
tem todo o tempo que existe a nosso dispor, isto é, vinte e quatro horas por
dia, nem mais, nem menos. De acordo com Bernhoeft (1985, pag.2), é possível
conceituar o Tempo, sem necessariamente aliá-lo ao valor econômico. Para
ele:
“O tempo é irreversível no sentido objetivo de sua dimensão. Eu posso rever, ao nível subjetivo, o tempo passado através das recordações e do aprendizado obtido com as experiências acumuladas. Não posso ter o tempo de volta (...), eu não posso guardar ou ‘esticar o tempo’. A experiência do tempo pode ser maior ou menor naquilo que se refere à sensação que nos permeia, mas a hora continua segundo a sua convenção de 60 minutos como o dia será de 24 horas.”
Esta citação nos faz analisar o tempo em seus aspectos conceituais e o
seu impacto sobre a vida das pessoas.
Santo Agostinho, filósofo de grande influência no pensamento cristão,
costumava falar o seguinte sobre o assunto em sua obra Confissões (398):
"Que é, pois, o Tempo? (...) Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser
explicar (...) já não sei".
O Tempo pode ser conceituado a partir de vivências pessoais, pela
intuição, como no caso do Tempo biológico (crescimento, envelhecimento) e
do Tempo psicológico interno dos indivíduos (idéia de sucessão, de mudança).
O Tempo em outras palavras é um componente usado para medir as
seqüências de eventos, a sua duração, seus intervalos e quantificar o
movimento de objetos. De todos os recursos cotidianos, a humanidade tem
que se preocupar mais com o Tempo por ter característica de ser irrecuperável
11
e insubstituível, tendendo a ser escasso. É importante lembrar que o tempo
perdido e tempo passado não podem ser recuperados.
A Gestão do Tempo é fator determinante para a projeção pessoal e
profissional; porém é um fator, e não o único fato. A gestão eficaz do Tempo
vem sempre acompanhada do princípio da direção. Só é possível gestionar o
Tempo quando se tem certeza de onde se quer chegar.
DRUKER em seu livro O Gerente Eficaz (1978, pág. 35) afirma que “o
gerente eficaz sabe que para controlar o Tempo é preciso saber onde este é
realmente empregado”.
Administrar e Gerenciar o Tempo de um Projeto envolve desde iniciá-lo
até finalizá-lo no período de Tempo planejado com as folgas de Tempo
previstas.
A socióloga Rosa KRAUSZ afirma em seu livro Administre Bem o Seu
Tempo (1986, pág. 8) que “o objetivo básico da administração do Tempo é
aumentar a eficácia do executivo, permitindo que este produza mais em menos
tempo, atingindo seus objetivos profissionais e pessoais com o menor
desgaste emocional e evitando com isso que as preocupações com o trabalho
prejudiquem outras áreas de sua vida”. Ou seja, ao administrarmos nosso
tempo da melhor maneira possível, otimizaremos nosso trabalho.
Mitos e Verdades
É natural que pessoas responsáveis pelo desenvolvimento de algum
Projeto, iniciem suas atividades antes mesmo de entender e planejar o
andamento do projeto ou atividade em questão. Por este motivo, o insucesso
passa a ter o papel principal nos trabalhos e projetos iniciados.
12
Abaixo, seguem alguns mitos analisados nesta pesquisa, que cercam a
administração do Tempo na execução de um Projeto.
O primeiro mito é que quem administra o Tempo torna-se escravo do
relógio. Pelo contrário: quem administra o Tempo coloca-o sob controle, torna-
se Senhor dele. Quem não o administra é dominado por ele, pois acaba
fazendo as coisas sendo pressionado pelo momento. Gasta esforços e
desprende de mais tempo para corrigir as falhas.
Esse mito se alimenta do fato de que muitas pessoas que tentam
administrar o tempo acreditam, pelo menos no início, que é possível programar
100% do seu tempo. Administrar o Tempo acaba sendo para algumas
pessoas, como vestir uma camisa de força e não mais tirá-la. A verdade é que
administrar o Tempo não é programar a vida nos mínimos detalhes: é adquirir
controle sobre ela. É necessário planejar, sem dúvida, mas é preciso ser
flexível, saber fazer correções de curso.
O segundo mito é que administrar o Tempo é algo que se aplica
apenas à vida profissional. Falso. Certamente há muitas coisas em nossa
vida pessoal e familiar que nós reconhecemos que devemos e desejamos
fazer, mas não fazemos - "por falta de tempo". Um indivíduo pode estar
querendo há anos, reformar algumas coisas em sua casa, ou escrever um
livro ou um artigo, ou aprender uma língua estrangeira, ou então a dançar, ou
desenvolver algum hobby, ou tirar duas semanas sem perturbações na Região
dos Lagos ou na Serra, ou ainda curtir os filhos que estão crescendo, tudo isso
sem conseguir. A culpa vai sempre estar falta de Tempo. Saber com
administrar o seu tempo poderá permitir que este indivíduo faça essas coisas
em sua vida pessoal e familiar.
O terceiro mito é que a gente só produz ou só trabalha melhor, sob
pressão. Esse é um mito criado para racionalizar a preguiça e a indecisão do
indivíduo. Não há evidência que justifique este mito. Na verdade, a evidência
13
justifica o contrário do que ele expressa. Pegando como exemplo um contexto
escolar: quem estuda ao longo do ano, com calma e sem pressões, tem na
maioria das vezes um resultado muito melhor do que quem deixa para estudar
nas vésperas das provas e, por isso, vê-se obrigado a passar noites em claro
para fazer aquilo que deveria vir fazendo durante o tempo todo. Este exemplo
vale em outros contextos.
O quarto mito é que ter Tempo é questão de querer ter Tempo. De
certa forma essa afirmação está correta; mas até onde ela vai? Normalmente
damos um jeito de arrumar Tempo para fazer aquilo que realmente queremos
fazer. Não basta simplesmente querer ter tempo para se ter tempo. É preciso
também querer o meio indispensável de obter mais Tempo, e esse meio é a
administração do Tempo.
Quem tem Tempo é quem consegue se organizar administrando o
tempo que possui, definindo o que é prioridade, o que é urgente e o que pode
ser deixado para outro momento. Isso resulta na otimização deste Tempo.
14
CAPÍTULO II
GESTÃO DO TEMPO
Não posso desenvolver o assunto de Gestão do Tempo sem antes fazer
uma referência à Gestão de Projetos, seus conceitos, aplicação e surgimento.
Gerenciamento de Projetos
O Guia PMBOK® (2004, pág.8) define projeto como “um esforço
temporário empreendido para criar um produto, um serviço ou resultado
exclusivo”. A Gerência de projetos, gestão de projetos, gerenciamento de
projetos ou ainda administração de projetos é a aplicação de conhecimentos,
habilidades e técnicas na elaboração de atividades relacionadas para atingir
um conjunto de objetivos pré-definidos, em um determinado prazo, com um
determinado custo e qualidade, através da mobilização de recursos técnicos e
humanos.
Visualizando o Gerenciamento de Projetos com uma disciplina, percebe-
se que ele foi desenvolvido de diversos campos de aplicação diferentes,
incluindo a Construção, a Engenharia Mecânica e os Projetos Militares.
Nos Estados Unidos, o pioneiro da gerência de projeto foi Henry Gantt,
chamado o pai de técnicas do planejamento e do controle, que é conhecido
pelo uso do gráfico de barras como uma ferramenta de gerência do projeto,
para ser um associado às teorias de Frederick Winslow Taylor da
administração científica, e para seu estudo do trabalho e da gerência do
edifício do navio da marinha. Seu trabalho é o precursor a muitas ferramentas
de gerência modernas do projeto, tais como a WBS (Work Breakdown
Structure) ou EAP (Estrutura Analítica do Projeto) de recurso que avalia o
trabalho.
15
Em 1969, o Project Management Institute (PMI) foi dando forma para
servir ao interesse da indústria da gerência de projeto. Em 1981, os diretores
do PMI autorizaram o desenvolvimento do que se transformou em um guia de
projetos o Project Management Body of Knowledge (Guia PMBOK®), contendo
os padrões e as linhas mestras das práticas que são usadas extensamente
durante toda a profissão.
De acordo com o PMBOK, os processos de gerenciamento de projetos
podem ser organizados em cinco grupos de processos:
• Processos de Iniciação – autorização do projeto ou fase;
• Processos de Planejamento – são processos iterativos de definição e
refinamento de objetivos e seleção dos melhores caminhos para atingir
os objetivos;
• Processos de Execução – execução dos planos do projeto:
coordenação de pessoas e outros recursos para executar o plano;
• Processos de Monitoramento e Controle – medição e monitoramento
do desempenho do projeto. Garantem que os objetivos do projeto são
alcançados através do monitoramento e medição regular do progresso,
de modo que ações corretivas possam ser tomadas quando necessário;
• Processos de Fechamento – aceitação formal do projeto (com
verificação de escopo) ou fase para a sua finalização.
Os grupos de processo são ligados pelos resultados que produzem: o
resultado de um processo frequentemente é à entrada de outro. Os cinco
grupos de processos possuem conjuntos de ações que levam o projeto
adiante, em direção ao seu término.
Repetir os processos de iniciação antes da execução de cada fase é
uma maneira de se avaliar se o projeto continua cumprindo as necessidades
de negócio. O gerente de projetos precisa monitorar e comunicar o
desempenho do projeto. A comunicação do desempenho do projeto é um dos
principais elementos para o gerenciamento de projetos bem sucedido.
16
O Gerenciamento de Projetos adquire controle sobre três variáveis:
Tempo, Custo, e Escopo. Isto é conhecido também como "triângulo da
gerência de projeto", ou "triângulo de restrições" onde cada lado representa
uma variável. Um lado do triângulo não pode ser mudado sem impactar no
outro.
Alguns profissionais entendem que a variável Qualidade está separada
do Escopo e a definem como sendo uma quarta variável, considerando a como
parte do triângulo de restrição tripla expandida.
Fonte: http://www.blogcmmi.com.br/comunicacao/
A restrição do Tempo influencia o prazo até o término do projeto. O
Tempo requerido para terminar os componentes do projeto é normalmente
influenciado quando se pretende baixar o Tempo para execução de cada tarefa
que contribui diretamente à conclusão de cada componente.
Ao executar tarefas usando a gerência de projeto, é importante cortar o
trabalho em diversas partes menores, de modo que seja fácil definirmos
condições de criticidade e de folgas.
17
Gerenciamento do Tempo nos Projetos
KRAUSZ também menciona em seu livro Administre Bem o Seu Tempo
que “o tempo, aplicado racionalmente, determinará a qualidade de vida
profissional e pessoal”. Essa “falta de tempo” gera atrasos, retrabalhos e
impedem a otimização do trabalho gerencial.
Gerenciar o Tempo de um Projeto inclui os processos necessários para
assegurar que o projeto será implementado no prazo previsto e definido pela
equipe do projeto. Administrar o Tempo começa com uma auto descoberta. O
gestor do Projeto precisa controlar os processos relacionados ao tempo deste
projeto para que possa finalizar as entregas dentro do prazo desejado.
Os principais processos desta gestão apontados pelo Guia PMBOK®
(2004, pág. 123) são:
• Definições das Atividades: identificar as atividades específicas do
cronograma que devem ser realizadas para produzir os diversos
subprodutos do projeto;
• Seqüenciamento das Atividades: identificar e documentar as
dependências entre as atividades do cronograma;
• Estimativa de Recursos de Atividade: estimar o tipo e as quantidades
dos recursos requeridos para executar cada atividade do cronograma;
• Estimativa de Duração de Atividade: estimar o período que será
necessário para conclusão individual de cada atividade do cronograma;
• Desenvolvimento do Cronograma: analisar as seqüências das
atividades, suas dependências, suas durações e recursos requeridos
para criar o cronograma;
• Controle do Cronograma: controlar as mudanças no cronograma do
projeto.
Esses processos interagem uns com os outros e também com os
processos das demais áreas de conhecimento. Cada processo pode envolver
esforço de um ou mais indivíduos ou ainda, envolver esforços de um grupo de
18
indivíduos dependente das necessidades do projeto. Esses processos ocorrem
pelo menos uma vez em cada fase do projeto.
Embora não pareça um processo distinto, o trabalho envolvido na
realização dos seis processos de gerenciamento de tempo do projeto acima
citados, é precedido por um esforço de planejamento da equipe de
Gerenciamento de Projetos.
Quem administra o Tempo reduz o stress causado pelo mau uso desse
tempo. As principais finalidades do estudo de Tempo a serem observadas são:
• Estabelecer padrões para os programas de produção.
• Fornecer os dados para a determinação dos custos padrões.
• Estimar o custo de um produto novo.
• Fornecer dados para o estudo de balanceamento de estruturas de
produção.
O processo de Gestão do Tempo de um Projeto deve ter como base o
ciclo PDCA (planejar, executar, controlar e agir corretivamente) e os conceitos
de: essencial e importante. Estes conceitos serão utilizados para dividir as
tarefas.
Atividades Essenciais são aquelas que nos levam de imediato ao
alcance das metas e possuem pressão temporal. Atividades Importantes são
aquelas que nos levam ao alcance das metas, mas não possuem pressão
temporal e acidentas são as atividades que não nos levam de imediato ao
alcance das metas e não possuem pressão temporal. Ao programar as
atividades sejamos realistas, temos que ter consciência das limitações do
tempo disponível e não incluir atividades em excesso.
O PDCA ou Ciclo PDCA, é também conhecido por Ciclo de Shewhart
(Walter Shewart), que foi quem o idealizou na década de 1930, e ainda por
19
Ciclo de Deming (W. Edward Deming), seu principal divulgador na década de
1950, na reconstrução do Japão após a 2ª. Guerra Mundial.
Também conhecido como Método Gerencial Básico Da Qualidade, o
PDCA é um método para Controle de Processo. O PDCA se aplica geralmente
quando há metas de melhorias, das quais é a melhor forma de gestão, de
persistência nos resultados planejados. Uma vez atingidos esses resultados,
deve-se revê-los buscando com isso, a melhoria contínua. O ciclo PDCA deve
ser utilizado para ajudar na estruturação da gestão do tempo:
Fone: http://www.anythingresearch.com/Strategic-Planning/PDCA-Plan-Do-Check-Act.htm
• Fase P (Planejar) – O gestor deve fazer um diagnóstico de como está
gastando o tempo, dando especial atenção àquelas coisas que o
consomem mais. Além disso, deve rever suas metas, fazendo um
esboço das tarefas necessárias para atingi-las e determinando quanto
tempo locará para cada tarefa. Assim que existir uma boa compreensão
das tarefas-chave, o gestor poderá programar seu tempo.
• Fase D (Executar) – O gestor deve colocar em prática o seu plano de
ação de gestão do tempo.
• Fase C (Controlar) – O gestor deve controlar a aplicação do seu plano
de ação.
20
• Fase A (Agir) – O gestor deve buscar responder às seguintes
perguntas: As metas foram alcançadas? Até que ponto a programação
funcionou a contento? O que pode ser melhorado para a próxima vez?
A aplicação do Ciclo PDCA a todas as fases do projeto leva ao
aperfeiçoamento e ajustamento do caminho que o empreendimento deve
seguir.
Desperdiçadores de Tempo
As organizações estão mais enxutas, o trabalho está cada vez mais
complexo e as operações cada vez mais just in time, ou seja, produzir bens e
serviços exatamente no momento em que são necessários, deixando de
desperdiçar o tempo com etapas que atrasariam o processo, e a pressão por
resultados só faz aumentar (CALDAS. 2001, pág.474).
Gerenciamento do tempo é sinônimo de disciplina. Diferenciar os
conceitos de urgência, importância e prioridade é o primeiro passo para ter
horas de trabalhos produtivas e eficazes. É preciso, ainda, ficar atento e
acabar com os chamados desperdiçadores do tempo. Autores como KRAUSZ
(1986) e BERNHOEFT (1989), relacionam os desperdiçadores de tempo mais
comuns no mundo dos negócios. São eles:
• Interrupções telefônicas;
• Visitantes inesperados;
• Delegação inadequada;
• Reuniões desnecessárias;
• Ausência de objetivos, prioridades e planejamento;
• Gerência em crise;
• Fazer várias coisas ao mesmo tempo;
• Desorganização pessoal/falta de autodisciplina;
• Indecisão;
21
• Incapacidade de dizer “não”;
• Comunicação ineficaz;
• Ausência de limites claros de autoridade e responsabilidade;
• Informações incompletas / atrasadas;
• Pessoal não treinado e;
• Bate-papo/atrasos eficazes.
Conhecendo os desperdiçadores de tempo, fica mais fácil se organizar.
Listar os problemas não é difícil, a maioria das pessoas conhece bem as suas
dificuldades. Mais difícil é encontrar soluções para essas dificuldades. As
soluções, em regra, não passam de bom senso. Mas o mais difícil de tudo é
seguir o bom senso. É necessário examinar as causas estruturais, ambientais,
culturais, individuais e gerenciais.
Economizadores de Tempo
O segredo para se gerenciar com sucesso o tempo, é tomar uma
decisão consciente de atingir uma meta específica. Na verdade os
Economizadores de Tempo são o resultado de todo um trabalho de
planejamento deste tempo. É preciso preparar todos os dias uma lista de
coisas a fazer. Ela nos dará uma visão de tudo que tem que ser feito no dia.
São alguns economizadores:
• Definição de prioridades;
• Definição de metas e objetivos;
• Criação de listas Mestras ou listas de Tarefas;
• Acompanhamento e organização das tarefas;
• Reuniões objetivas;
• Motivação de Pessoas em reuniões;
• Ser produtivo;
• Delegar mais tarefas;
• Utilização de uma agenda ou um calendário de reuniões;
22
• Manutenção de suas metas em vista;
• Organização e acesso com rapidez a informações que são usadas com
freqüência.
Uma das características das empresas e pessoas de sucesso é ter claro
que não basta tentar “prever o futuro”, tem-se que fazer o futuro; é construir o
futuro, fazê-lo no dia-a-dia e não reagir a ele.
O importante é que “a idéia de que planejar é adivinhar o futuro é
simplesmente absurda”, já dizia Peter DRUCKER.
Um pensamento de Igor ANSOFF (1990) diz que “A chave do sucesso
de qualquer empresa que queira crescer e manter firme posição no mercado é
gerenciar bem o presente, mas com olhos voltados para o futuro”.
Donna M. GENETT cita em seu livro O Poder de Delegar (2009, pág.
46) que “quanto mais detalhada for à preparação para o trabalho, mais rápido
ele será realizado e mais satisfeito você ficará quando estiver pronto”.
Desta forma, as empresas têm maior chance de sucesso quando
planejam o seu próprio sucesso e que este sucesso não acontece por acaso,
tem no seu bojo o Planejamento.
Dernizo PAGNOCELLI e Paulo VASCONCELOS Filho, em seu livro
Sucesso Empresarial Planejado (2002) afirmam que “Planejamento Estratégico
é o processo através do qual a empresa se mobiliza para atingir o sucesso e
construir o seu futuro, por meio de um comportamento proativo, considerando
seu ambiente atual e futuro”.
23
Utopia ou Realidade?
Muitas empresas prestadoras de serviços trabalham basicamente com
projetos, mas carecem de uma metodologia que lhes assegure resultados no
tempo planejado.
Conseguir tais resultados no tempo esperado, para muitos é uma utopia.
Mas o que é Utopia?
"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar"
(Eduardo Galeano).
Formada com o grego ou- (do adv. de negação) + tópos, ou 'não-lugar',
Utopia tem como significado mais comum a idéia de civilização ideal,
imaginária, fantástica. Utopia é um termo inventado por Thomas Morus que
serviu de título a uma de suas obras escritas em latim por volta de 1516.
Segundo a versão de vários historiadores, More se fascinou pelas
narrações extraordinárias de Américo Vespucio sobre a recém avistada ilha de
Fernando de Noronha, em 1503. More decidiu então escrever sobre um lugar
novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.
O "utopismo" consiste na idéia de idealizar não apenas um lugar, mas
uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e
normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo não só
absurdamente otimista, mas também irreal de ver as coisas do jeito que
gostaríamos que elas fossem.
As empresas que perceberam que o desenvolvimento de projetos,
quando realizado com base na experiência, resulta na maior parte dos casos
24
em desperdício de tempo e recursos iniciam uma busca por alternativas de
trabalho mais produtivas e eficientes. O desenvolvimento de uma metodologia
de gerenciamento de projetos surge assim quase como uma obrigação na
busca de eficiência e resultados. É a luta para tornar que parece fantasioso ou
utópico em realidade.
Muitos que questionam a validade do planejamento, e assim com esta
postura estão condenados ao fracasso, colocam como obstáculo a idéia de
que não podemos “prever os imprevistos” e assim fica difícil planejar. Para eles
a resposta é muito simples: O planejamento do tempo deve ser flexível,
administrado dia a dia, gerenciado e ajustado conforme as mudanças e
imprevistos ocorrem de forma que a empresa possa se adaptar e, se possível
conseguir até transformar ameaças em oportunidades.
Alvin TOFFLER faz uma importante afirmação: “Apesar de tudo, à
medida que caminhamos para a terra desconhecida do amanhã, é melhor ter
um mapa geral e incompleto, sujeito a mudanças, do que não ter mapa algum”.
Diante disso, mais uma vez, é relatado à importância vital da
administração do tempo na gestão de um projeto, visando à otimização deste
tempo e evitando desperdício de esforços. Isso prova que esta Gestão está
longe de ser uma utopia e cada vez mais perto de ser uma realidade na cultura
das empresas. Quem administra o tempo, aumenta sua produtividade, que é o
produto da eficácia pela eficiência.
25
CAPÍTULO III
OTIMIZANDO O TEMPO
A compreensão do significado das palavras "Otimizar" ou "Otimização"
pode fazer grande diferença quando é ou são utilizadas para definir vários
tipos de atividades. O uso da palavra não está errado, mas o contexto em que
estão inseridas pode fazer toda a diferença, normalmente causando confusão
ou mau entendimento para o público leigo.
Otimizar ou Otimização é uma realidade que aplicamos todos os dias,
em quase todos assuntos. A todo o momento estamos trabalhando para
otimizar nossa vida, pois queremos mais qualidade e produtividade para nós
mesmos, em todos os sentidos. Podemos otimizar nosso trajeto de ida ao
trabalho e volta para casa conseguindo desviar do trânsito, ganhando uns
minutos a mais na tranqüilidade do nosso lar. Tentamos otimizar nossas
tarefas no trabalho para sermos mais produtivos, eficientes e de certa forma,
visamos uma recompensa por isto, que de certa maneira também pode
otimizar outras questões em nossas vidas.
No dicionário encontra-se a definição para a palavra Otimizar como
sendo:
Otimizar v.t. Dar a (algo, uma máquina, uma empresa) um rendimento ótimo, criando-lhe as condições mais favoráveis ou tirando (dele ou dela) o melhor partido possível; tornar (algo) ótimo ou ideal.
Dicionário Aurélio (Versão Beta_on-line)
E para o termo Otimização como sendo:
Otimização. sf. Processo pelo qual se determina o valor ótimo de uma grandeza.
Dicionário Aurélio
26
o.ti.mi.za.ção sf. (otimizar+ção) 1 Estat Processo pelo qual se determina o valor ótimo de uma grandeza. 2 por ext Ato ou efeito de otimizar, acepção 2.
Dicionário Michaelis (Versão on-line)
Otimização pode se referir também a:
• Otimização (matemática) ao tentarmos encontrar máximos e
mínimos de uma função.
• Otimização (Ciência da Computação) visando à melhoria de um
sistema para reduzir o tempo de execução de tarefas, largura de
banda, requisitos de memória ou de outras propriedades de um
sistema, em particular.
• Otimização de Processos, no mundo dos negócios, engenharia,
metodologias para a melhoria e eficácia de um processo de
produção.
• Otimização de Produtos, na indústria e marketing, metodologias
para a melhoria da qualidade nas oportunidades de um produto
atual ou de um produto conceito.
Em linhas gerais, temos como premissa a idéia de que, ao utilizarmos o
verbo otimizar estamos nos referindo a algo que queremos melhorar até o
ponto máximo permitido que alcance um determinado estado de "suposta
perfeição" dentro dos próprios limites do objeto, situação e natureza.
Se a modificação sugerida é relevante a ponto de poder melhorar
adotamos como a melhor opção; caso a proposta sugerida não alcance
melhoras significativas tendemos a ficar com a condição que já temos.
Portanto, o uso da palavra Otimizar ou Otimização é comum nas mais
diversas áreas, seja para determinar ações, avaliações, aplicações de
protocolos técnicos na execução de tarefa ou atingir determinado status ou
condição dentro de um ambiente.
27
O tempo é um dos fatores das exigências da otimização, pois sem este
tempo, não se consegue melhorar a produtividade desejada.
Ferramentas da Gestão do Tempo
Muito se investe em treinamento, processos, ferramentas e estruturas,
para aumentar a maturidade de um ambiente de gerenciamento. Dentro da
Gerência de Tempo temos métodos, planos e programas que são ferramentas
para auxiliar nesta gestão.
As técnicas denominadas PERT e CPM foram independentemente
desenvolvidas para o Planejamento e Controle de Projetos no final da década
de 50, porém a grande semelhança entre estas fez com que o termo
PERT/CPM fosse utilizado corriqueiramente como apenas uma técnica.
O PERT - Programa de Avaliação e Revisão Técnica usa a lógica de
uma rede seqüencial e uma estimativa de média ponderada para calcular a
duração do projeto. Este método consiste em representar, sob a forma de
representação gráfica, uma rede de tarefas cujo encadeamento permite
alcançar os objectivos de um projeto.
Foi concebido pela Marinha Americana para coordenar os trabalhos de
vários milhares de pessoas para conduzir à realização de Ogivas Nucleares
POLARIS. A rede PERT (chamada às vezes representação gráfica PERT) é
composta pelos elementos:
• Tarefa (ou atividade ou etapa), representada por uma flecha. A cada
tarefa corresponde um código e uma duração. No entanto, o
comprimento da flecha é independente da duração.
• Etapa, ou seja o início e o fim de uma tarefa. Cada tarefa possui uma
etapa de início e uma etapa de fim. Com excepção das etapas iniciais e
finais, cada etapa de fim é uma etapa de início da tarefa seguinte. As
28
etapas são geralmente numeradas e representadas por um círculo, mas
podem às vezes ter outras formas (quadrado, retângulo, oval, etc.).
• Tarefa fitícia, representada por uma flecha ponteada, permite indicar os
limites na cadeia entre certas etapas.
A representação gráfica da rede PERT pode ter diversas formas de
acordo com o nº de atividades que se quer controlar. Exemplo de uma Rede
PERT desenhada:
Fonte: commons.wikimedia.org/wiki/File:5n_PERT_graph...
A figura representa as atividades pelas letras A, B, C, D, E; e a duração
em dias representada pelos números. Já está assinalado em vermelho o
caminho crítico conceituado em alguns parágrafos abaixo.
O PERT possibilita incorporar a incerteza tornado viável planejar um
projeto sem saber precisamente os detalhes e as durações de todas as
atividades. Esse é método é pouco usado atualmente, embora as estimativas
similares do PERT sejam freqüentemente usadas nos cálculos de CPM
(Método do Caminho Crítico).
O CPM foi criado na empresa norte-americana Dupont com o objetivo
de realizar as paradas de manutenção no menor prazo possível e com o nível
constante de utilização dos recursos, ou seja, o CPM está diretamente ligado
no planejamento do tempo, com o objetivo de minimizar o tempo da duração
total do projeto.
29
O CPM - Método do Caminho Crítico enfoca o cálculo da flutuação com
a finalidade de determinar quais das atividades têm a menor flexibilidade no
cronograma. Utiliza-se de construções gráficas simples como flechas, círculos
numerados e linhas tracejadas, que constituem, respectivamente:
• O diagrama de flechas;
• A atividade fantasma;
• O nó ou evento.
A cauda de cada flecha representa o início da operação e a ponta marca
o seu final. Elas são usadas para expressar as relações entre as operações e
definir uma ou mais das seguintes situações:
• A operação deve preceder algumas operações;
• A operação deve suceder algumas operações;
• A operação pode ocorrer simultaneamente a outras operações.
O Caminho crítico é um caminho percorrido através dos eventos cujo
somatório dos tempos condiciona a duração do trabalho. Por meio do caminho
crítico obtém se a duração total do trabalho e a folga das tarefas que não
controlam o término do trabalho.
A importância de se identificar o Caminho Crítico fundamenta-se nos
seguintes parâmetros:
• Permitir saber, de imediato, se será possível ou não cumprir o prazo
anteriormente estabelecido para a conclusão do plano;
• Identificar as atividades críticas que não podem sofrer atrasos,
permitindo um controle mais eficaz das tarefas prioritárias;
• Permitir priorizar as atividades cuja redução terá menor impacto na
antecipação da data final de término dos trabalhos, no caso de ser
necessária uma redução desta data final;
• Permitir o estabelecimento da primeira data do término da atividade;
• Permitir o estabelecimento da última data do término da atividade.
30
Freqüentemente, o Caminho Crítico é tão maior que os demais que
basta acelerá-lo para acelerar todo o trabalho. O CPM joga com o atraso das
tarefas com folga e o remanejamento do pessoal envolvido nas tarefas iniciais.
Os dois métodos (PERT e CPM) são quase idênticos; porém, as
empresas, em termos de manutenção, adotam basicamente o CPM.
Usando como exemplo as atividades realizadas através dos métodos
PERT/CPM, damos o nome de caminho crítico ao conjunto de atividades ou
etapas de um projeto que não podem sofrer atrasos em sua execução, para
não prejudicar o desenvolvimento desse projeto. As técnicas do caminho crítico
objetivam:
a) Determinar em um projeto, quais as etapas a executar dentro de
uma rígida programação predeterminada, a fim de que esse projeto não sofra
atrasos em sua execução;
b) Determinar em um projeto, como devem ser executadas as etapas,
para que não sejam excedidos os recursos disponíveis;
c) Determinar em um projeto, o custo de sua execução, bem como se
comporta o custo desse projeto quando se pretende acelerar sua execução.
Estas técnicas podem ser aplicadas a todos os tipos e projetos sejam
eles de longa, média ou curta duração. Evidentemente, o importante é analisar
se é econômica a sua aplicação na resolução dos projetos de curta e média
duração.
Os projetos de longa duração, devido aos vultosos recursos
normalmente envolvidos, como decorrência de um melhor planejamento
(aumento da eficiência), possibilitam grandes economias. Estas economias por
si só justificam a utilização de técnicas mais sofisticadas de planejamento.
31
Os projetos de curta duração não possuem grandes recursos
envolvidos, mas muitas vezes é compensadora a utilização das técnicas do
caminho crítico, devido à freqüência com que o projeto é executado.
Outro método que não posso deixar de mencionar é o Método de
MARCOS, semelhantes aos Gráficos de Barras, porém identifica o início ou a
conclusão dos principais subprodutos ou entregas e os pontos de interfaces
externas importantes.
Outro princípio que nos auxilia é o Princípio de Pareto. Este deve seu
nome ao italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), economista italiano que
descobriu que 80% das riquezas tendem a ficar nas mãos de 20% da
população, e sua validade foi demonstrada em diversas áreas do
conhecimento humano.
Este princípio diz que, dentro de um determinado grupo, algumas partes
têm valor muito maior do que sugeriria sua participação relativa no todo.
Exemplificando, se aplicarmos o princípio de Pareto ao controle de estoques,
constataremos que 20 por cento do estoque representam 80 por cento do valor
total do mesmo. A concentração dos controles sobre esses poucos elementos
essenciais, trouxe resultados líquidos que excediam em muito a eficácia de
todo o trabalho anterior de controle de estoques. Esclarecendo melhor
observemos os exemplos a seguir:
• 20% dos clientes (ou produtos) geram 80% das vendas ou dos lucros.
• 80% dos clientes (ou produtos) geram 20% das vendas ou dos lucros.
• 20% dos erros causam 80% das rejeições
• 80% dos erros causam 20% das rejeições.
Percebe-se assim, o porquê do principio de Pareto ser conhecido
também como a regra dos 80:20. A aplicação dessa regra à situação de
trabalho de um gerente significa que, no processo de produtividade, os
primeiros 20% dos gastos (insumo) realizam 80% dos resultados de
32
produtividade (produção). Aplicando ao tema desta monografia, os 80%
restantes do tempo gasto respondem por apenas 20% dos resultados totais.
O gráfico abaixo demonstra melhor esse princípio na prática da gerência
do tempo:
Isso significa que devemos proceder de acordo com a prioridade e não
preferirmos as tarefas mais fáceis, interessantes ou que levem menos tempo.
Deve-se priorizar os poucos problemas, porém essenciais, em detrimentos dos
muitos, todavia secundários.
Diante do pressuposto de que ser bem sucedido no trabalho significa
fazer as coisas certas de forma precisa e correta, tomar decisões em termos
de auto-gerencia significa fixar prioridades claras e orientadas para metas.
Portanto, aplicar o princípio de Pareto é uma atitude sensata no sentido de
querer usar melhor o Tempo, visto que ele define a amplitude do mundo em
que cada um de nós vive.
Outra ferramenta essencial na gestão de um Projeto e organização do
tempo deste projeto é o MS Project. O MS Project é um software da Microsoft,
desenvolvido para gerenciamento de projetos. Sua primeira versão foi lançada
em 1985. Desde então, além de contar com interface gráfica e amigável, vem
sofrendo melhorias e dispondo de novos e poderosos recursos. Sua última
33
versão foi lançada em 2007. A vantagem de se utilizar a ferramenta é que os
gestores de projetos poderão apresentar as informações, rápida e facilmente,
num vasto leque de formatos.
Os processos de gerenciamento de Tempo do Projeto e suas
ferramentas e técnicas associadas, variam por área de aplicação; são
normalmente definidos como parte do Ciclo de Vida do Projeto e são
documentados no Plano de Gerenciamento do Cronograma que é um plano
auxiliar do plano de gerenciamento do projeto e pode ser formal ou informal,
bem detalhado ou genérico, com base nas necessidades do projeto.
A figura abaixo, extraída do PMBOK, ilustra uma visão geral dos
processos que envolvem o gerenciamento do Tempo de um projeto:
Fonte: Guia do PMBOK®; (2004, pág. 125)
34
Esta visão geral já foi citada rapidamente no Capítulo II desta pesquisa.
O processo Definição da atividade identificará as entregas no nível mais
baixo da estrutura analítica do projeto (EAP), chamado pelo Guia do PMBOK®
de pacote de trabalho. Os pacotes de trabalho do projeto são decompostos em
componentes menores, chamados de atividades do cronograma para fornecer
uma base para a estimativa, elaboração de cronogramas, execução, e
monitoramento e controle do trabalho do projeto. Possuem entradas,
Ferramentas e Técnicas, e Saídas conforme demonstra a figura a cima.
O Seqüenciamento de atividades é o item 6.2 da figura a cima; Para
elaborar o Cronograma é preciso identificar e levantar a documentação do
trabalho a ser realizado. As atividades do cronograma podem ser
seqüenciadas logicamente usando as relações de precedência adequadas,
além de antecipações e atrasos, para dar suporte ao desenvolvimento
posterior de um cronograma do projeto realista e alcançável. O
seqüenciamento pode ser realizado usando um software de gerenciamento de
projetos ou técnicas manuais. As técnicas manuais e automatizadas também
podem ser usadas em conjunto.
A Estimativa de recursos da atividade do cronograma envolve
determinar os recursos (pessoas, equipamentos ou material) e as quantidades
de cada recurso que serão usados e quando cada recurso estará disponível
para realizar as atividades do projeto. O processo de Estimativa de recursos da
atividade é estreitamente coordenado com o processo de Estimativa de custos.
O processo de Estimativa de durações das atividades do cronograma
usa as informações sobre: escopo de trabalho da atividade do cronograma,
tipos de recursos necessários, estimativas das quantidades de recursos e
calendários de recursos com as disponibilidades de recursos. As entradas das
estimativas de duração da atividade do cronograma se originam da pessoa ou
do grupo da equipe do projeto que está mais familiarizado com a natureza do
conteúdo do trabalho na atividade do cronograma específica.
35
A estimativa de duração é progressivamente elaborada e o processo
considera a qualidade e disponibilidade dos dados de entrada. O processo de
Estimativa de duração da atividade exige que a quantidade de esforço de
trabalho necessária para terminar a atividade do cronograma seja estimada,
que a quantidade prevista de recursos a ser aplicada para terminar a atividade
do cronograma ou estimada e que o número de períodos de trabalho
necessário para terminar a atividade do cronograma seja determinado. Todos
os dados e premissas que dão suporte à estimativa de duração são
documentados para cada estimativa de duração da atividade.
A estimativa do número de períodos de trabalho necessário para
terminar a atividade do cronograma pode exigir que se considere o tempo
decorrido como um requisito relacionado ao tipo específico de trabalho. A
maioria dos softwares de gerenciamento de projetos para elaboração de
cronogramas lidará com essa questão usando um calendário de projeto e
calendários de recursos de período de trabalho alternativos que geralmente
são identificados pelos recursos que exigem períodos de trabalho específicos.
As atividades do cronograma serão trabalhadas de acordo com o
calendário de projeto e as atividades do cronograma para as quais os recursos
estão atribuídos também serão trabalhadas de acordo com os calendários de
recursos adequados. A duração total do projeto é calculada como uma saída
do processo Desenvolvimento do cronograma.
O Desenvolvimento do cronograma pode exigir que as estimativas de
desenvolvimento do cronograma do projeto, o item 6.5 da figura acima, é um
processo iterativo que determina as datas de início e término planejadas das
atividades do projeto. A duração e as estimativas de recursos são
reexaminadas e revisadas para criar um cronograma do projeto aprovado, que
possa servir como uma linha de base em relação a qual o progresso pode ser
acompanhado.
36
O desenvolvimento do cronograma continua durante todo o projeto
conforme o trabalho se desenvolve, o plano de gerenciamento do projeto se
modifica e os eventos de risco esperados ocorrem ou desaparecem à medida
que novos riscos são identificados.
Embora um cronograma do projeto possa ser apresentado na forma
tabular, ele é mais freqüentemente apresentado de forma gráfica, usando um
ou mais dos seguintes formatos:
• Diagramas de rede do cronograma do projeto.
• Gráficos de barras.
• Gráficos de marcos.
Abaixo, seguem exemplos gráficos do Cronograma do projeto:
Fonte: Guia do PMBOK®; (2004, pág. 150)
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A figura a cima fornece uma representação gráfica de um Cronograma
de Marcos, de um Cronograma Sumarizado e de um Cronograma Detalhado. A
figura também mostra visualmente os relacionamentos entre os três diferentes
níveis de apresentação de cronogramas.
O Controle do cronograma está relacionado a:
• Determinação do andamento atual do cronograma do projeto
• Controle dos fatores que criam mudanças no cronograma
• Determinação de que o cronograma do projeto mudou
• Gerenciamento das mudanças conforme elas efetivamente ocorrem.
O controle do cronograma é uma parte do processo de Controle
integrado à célula de Mudanças.
A análise global de um projeto permite ter uma visão da série de ações
necessárias para um encerramento de projeto bem sucedido. Tendo o gerente
do projeto se deparado com problemas, é importante que este reveja todo o
processo e determine novas atitudes a partir da identificação do potencial
insucesso. Por isso é importante evitar concentrar a atenção aos problemas
isolados e ao tempo presente; é preciso ver o processo como um todo.
38
CONCLUSÃO
Percebe-se então que com a velocidade que o mundo vem mudando,
administrar o Tempo, principalmente no processo de gerenciamento de um
projeto, é tarefa importante e fundamental para se ter qualidade de vida (seja
ela profissional ou pessoal).
Uma questão importante é que administração do tempo se relaciona
com a auto-administração. Aprender a administrar o tempo é uma das ações
mais importantes de uma pessoa para melhorar suas chances de sucesso nos
negócios e na vida. Criar listas com prazos de curto, médio e longos prazos
para o projeto a ser desenvolvido, atualizar agendas, observar o que é
prioridade e o que pode ser delegado ao resto da equipe do projeto resulta em
desenvolver a equipe e obter uma melhor produtividade com maior qualidade
em menor espaço de tempo.
Esta pesquisa mostrou que praticar a boa administração do tempo
requer disciplina, organização e cumplicidade daqueles que os rodeiam.
Conclui-se que Administrar ou Gerenciar o tempo é saber aonde se quer
chegar, é transformar objetivos em metas com prazos possíveis de serem
alcançados.
Com a pesquisa, conclui-se também que não existe um modelo ou um
padrão ideal e obrigatório a ser utilizado para o gerenciamento de projetos. O
que existe é uma série de recomendações enumeradas pelo PMI, conhecidas
como sendo as melhores práticas de gestão de Projetos, que são hoje
utilizadas por profissionais cada vez mais qualificados, em diversas
organizações com particularidades próprias.
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O essencial desta pesquisa é mostrar que o tempo que é gasto em
planejamento deve ser entendido como investimento para a organização, pois
trará sem dúvidas, retornos positivos.
Vale ressaltar que com esforços e disposição da equipe mudar seus
hábitos, tornando rotina algumas das ferramentas citadas nesta pesquisa, é
possível ter um maior controle sobre o tempo e maior flexibilidade de seus
horários.
Por isso, o objetivo de Gestão de Tempo e desta pesquisa não deverá
ser o de encontrar mais Tempo nas horas do dia, mas sim o de usar o Tempo
que se tem de forma eficiente. O segredo é saber gerenciar o tempo ao seu
favor.
40
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Knowledge – PMBOK Guide. 3ª Edition - 2004.
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Dernizo PAGNOCELLI e Paulo VASCONCELOS Filho. Sucesso Empresarial
Planejado. São Paulo: Qualitymark, 1992.
42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O TEMPO 09
O Conceito e Entendimento 09
Mitos e Verdades 11
CAPÍTULO II - GESTÃO DO TEMPO 14
Gerenciamento de Projetos 14
Gerenciamento do Tempo nos Projetos 17
Desperdiçadores de Tempo 20
Economizadores de Tempo 21
Utopia ou Realidade? 23
CAPÍTULO III – OTIMIZANDO O TEMPO 25
Ferramentas da Gestão do Tempo 27
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA e CITADA 40
ÍNDICE 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO 43