Upload
hoangkhanh
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AUDITORIA INTERNA: A SUA IMPORTÂNCIA NO
DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES
Por: Flavia de Carvalho Barros Côrtes
Orientador
Prof. Luciana Madeira
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
AUDITORIA INTERNA: A SUA IMPORTÂNCIA NO
DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para aprovação no
curso de pós-graduação “LATO SENSU em
Auditoria e Controladoria
Por: Flavia de Carvalho Barros Côrtes
3
AGRADECIMENTOS
A minha mãe, minha irmã, meu irmão e
a meu noivo por sempre estarem ao
meu lado me apoiando e me
incentivando em meus estudos
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao meu amor
eterno, Paulinho a minha mãe, minha
irmã, que colaborou bastante neste
período da execução da monografia, e
meu irmão.
5
RESUMO
O presente trabalho tem como principal objetivo mostrar como a
auditoria interna pode ser útil no desenvolvimento, no sucesso de uma
organização.
Inicialmente, será apresentado o surgimento da figura do auditor interno
nas empresas e, logo em seguida, uma explicação do que é a auditoria interna
na visão do autor Joaquim Leite Pinheiro, bem como de importantes
instituições, tais como: Instituto de Auditores Internos (IIA – Institute of Internal
Auditors) e Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
No segundo capítulo será feita, essencialmente, uma comparação entre
auditor interno e auditor externo.
No decorrer do trabalho é abordado, também, os principais atributos e
responsabilidades do auditor interno, bem como da auditoria interna, passando,
em seguida, pelo planejamento e execução do trabalho de auditoria, até o
capítulo referente à Auditoria Interna x Governança Corporativa, onde será
abordado também a influência da Auditoria Interna no desempenho
organizacional.
Por fim, na conclusão da presente monografia, será finalizada a idéia
central do trabalho, tendo como base tudo o que foi colocado no decorrer do
respectivo, ratificando a importância da Auditoria no Desenvolvimento das
Organizações.
6
METODOLOGIA
O desenvolvimento do trabalho, que trata-se de uma pesquisa
bibliográfica, foi feito focando nas melhores práticas do Auditor Interno e em
como estas melhores práticas podem gerar melhorias nas Organizações.
A metodologia empregada foram consultas a referências acadêmicas e
bibliográficas, tendo como horizonte de pesquisa os últimos dez anos,
experiências adquiridas durante a minha vida profissional, além de sites
relacionados à área, onde foram consultadas, inclusive, as normatizações
reguladoras de Auditoria Interna.
Os principais autores utilizados durante a pesquisa foram: Almeida,
Marcelo Cavalcanti; Attie, William; Pinheiro, Joaquim leite. Além dos
respectivos autores, foram utilizadas, também, informações de sites, tais como:
www.Ibracon.org.br; www.cfc.org.br e www.portaldecontabilidade.com.br.
E, por fim, os principais temas pesquisados tratam do que é a Auditoria
Interna, das suas principais diferenças em relação a Auditoria Externa, das
responsabilidades do Auditor Interno, do seu trabalho como um todo,
abrangendo desde o planejamento, passando pela sua execução até a
elaboração do Relatório, bem como da relação da Auditoria Interna com a
Governança Corporativa e sua influência no desempenho organizacional.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Auditoria Interna 10
CAPÍTULO II - Auditoria Interna x Auditoria Externa 14
CAPÍTULO III – Atributos e Responsabilidade do Auditor
Interno e da Auditoria Interna 19
CAPÍTULO IV – Planejamento e Execução do Trabalho de
Auditoria Interna 25
CAPÍTULO V – Auditoria Interna x Governança Corporativa e a sua Influência
no Desempenho Organizacional 34
CONCLUSÃO 43
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 44
ÍNDICE 46
8
INTRODUÇÃO
A visão de como surgiu a figura do Auditor Interno nas empresas, por
Almeida, Marcelo Cavalcanti (2003), é que a administração da empresa, com a
expansão dos negócios, sentiu a necessidade de dar maior ênfase às normas
ou aos procedimentos internos, devido ao fato de que o administrador, ou em
alguns casos o proprietário da empresa, não poderia supervisionar
pessoalmente todas as suas atividades. Entretanto, de nada valia a
implantação desses procedimentos internos sem que houvesse um
acompanhamento, no sentido de verificar se estes estavam sendo seguidos
pelos empregados da empresa.
Adicionalmente, o auditor externo ou independente, além de sua opinião
ou parecer sobre as demonstrações contábeis, passou a emitir um relatório-
comentário, no qual apresentava sugestões para solucionar os problemas da
empresa, que chegaram a seu conhecimento no curso normal de seu trabalho
de auditoria. Entretanto, o auditor externo passava um período de tempo muito
curto na empresa e seu trabalho estava totalmente direcionado para o exame
das demonstrações contábeis. Para atender à Administração da empresa, seria
necessária uma auditoria mais periódica, com maior grau de profundidade e
visando também às outras áreas não relacionadas com contabilidade (sistema
de controle de qualidade, administração de pessoal etc).
As empresas também notaram que poderiam reduzir seus gastos com
auditoria externa, se utilizassem melhor seus funcionários, criando um serviço
de conferência e revisão interna, contínua e permanente a um custo mais
reduzido. Cabe ressaltar que os auditores externos, também ganharam com
isso, pois puderam se dedicar exclusivamente ao seu principal objetivo que era
o exame da situação econômico-financeira das empresas.
9
Portanto, surgiu o auditor interno como uma ramificação da profissão de
auditor externo e, consequentemente, do contador. O auditor interno é um
empregado da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar
subordinado àqueles cujo trabalho examina. Além disso, o auditor interno não
deve desenvolver atividades que ele possa vir um dia a examinar (como, por
exemplo, elaborar lançamentos contábeis), para que não interfira em sua
independência. A título de exemplo, em uma estrutura organizacional, o
Departamento de Auditoria deve estar subordinada apenas a alta
administração, de preferência à diretoria ou ao conselho de administração, uma
vez que ela não pode examinar trabalhos de departamento aos quais está
subordinada ou averiguar trabalhos que ela mesma elaborou.
Após essa breve descrição da visão de como surgiu a figura do Auditor
Interno nas empresas, por Almeida, Marcelo Cavalcanti (2003), vale mencionar,
que o motivo da escolha do tema do presente trabalho foi o fato da Auditoria
Interna ser uma ferramenta de extrema importância para as empresas,
proporcionando maior segurança ao funcionamento correto das operações,
através do acompanhamento dos procedimentos internos, verificando se estão
adequados e se atingem os objetivos da empresa, avaliando inclusive se há a
necessidade de novas normas internas, além de ainda servir de ferramenta de
apoio na Gestão. Enfim, o objetivo principal do respectivo é tentar deixar claro
como a Auditoria Interna pode colaborar para um bom desempenho das
Organizações.
Será abordado no decorrer do trabalho o que vem a ser Auditoria
Interna, a diferença entre Auditoria Interna e Auditoria Externa, atribuições e
responsabilidades do Auditor Interno, como é feito do seu planejamento do
trabalho, como é executado o trabalho da Auditoria Interna, quais são os
objetivos da Auditoria Interna e por fim, diante dos dados mencionados, será
feita uma conclusão atestando o porque da Auditoria Interna ser uma
ferramenta de extrema importância para um bom desempenho das
Organizações.
10
CAPÍTULO I
A AUDITORIA INTERNA
A definição de Auditoria Interna mundialmente reconhecida e divulgada,
inclusive, pelo Instituto de Auditores Internos (IIA), conforme apresentado pelo
autor Pinheiro, Joaquim Leite (2010), considera a respectiva sendo uma
atividade independente e objetiva de garantia e consultoria, concebida para
adicionar valor e melhorar as operações de uma organização. Ela ajuda uma
organização a atingir seus objetivos através de uma abordagem sistemática e
disciplinada para avaliar e melhorar a efetividade dos processos de
gerenciamento de riscos, controle e governança.
Seguindo a linha de raciocínio do autor Pinheiro, Joaquim leite (2010), a
Auditoria Interna visa dentre outros aspectos:
- Analisar e avaliar a segurança, adequação e aplicação de todos os
sistemas de controle não só existentes, mas também propostos
(promover controles a custos razoáveis);
- Verificar o nível de concordância com as políticas estabelecidas,
planos e legislação relevante;
- Determinar a eficácia com que os ativos estão salvaguardados de
perdas de todos os tipos;
- Verificar a exatidão e segurança da informação estratégica para a
gestão; e
- Analisar as operações do ponto de vista da economia, eficiência e
eficácia.
11
Em um contexto moderno e proativo a Auditoria Interna visa,
essencialmente, indicar os meios de operacionalizar a mudança na empresa.
Ao revelar as disfunções existentes na respectiva e ao descobrir as relações de
coerência e incoerência com as políticas estabelecidas pela gestão, a
Auditoria Interna exerce um papel pedagógico importante, obrigando a que os
gestores operacionais tenham uma política de gestão mais atuante, com
adoção de medidas que mitiguem o risco negativo.
Conforme estabelecido na NBCT – 121, regulada pela Resolução CFC
no 986/2003, a Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações,
levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a
avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos
processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao
ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração
da entidade no cumprimento de seus objetivos.
A mesma NBCT – 121, diz que a atividade de Auditoria Interna está
estruturada em procedimentos, com enfoque técnico, objetivo sistemático e
disciplinado, e tem por finalidade agregar valor ao resultado da organização,
apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e
dos controles internos, por meio de recomendação de soluções para as não-
conformidades apontadas nos relatórios.
Logo, em suma, a Auditoria Interna através de seus procedimentos,
previamente definidos e sistemáticos tem a finalidade de avaliar os processos,
Sistemas de Informação e Controle Interno das empresas agregando, desta
forma, valor a Organização.
1 – Disponível em: www.cfc.org.br, acesso em 12/02/2012
12
Tendo em vista as definições mencionadas anteriormente, o objetivo
principal da auditoria interna, é de beneficiar a empresa com um melhor
controle de seu patrimônio, procurando reduzir a ineficiência, negligência,
incapacidade etc. Com essa ferramenta de controle administrativo a empresa
se beneficiará dos diagnósticos, quanto à obediência as normas e
procedimentos internos, possíveis áreas de risco, possibilitando a
administração tomar as decisões necessárias. Portanto essa ferramenta tão
preciosa que é a auditoria interna, proporciona maior segurança ao
funcionamento correto das operações2.
De uma forma detalhada, os objetivos da auditoria interna podem ser
visualizados da seguinte forma3:
- Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e
operacionais e os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e
comunicar essas informações;
- Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às
políticas, planos, leis, e regulamentos que tenham, ou possam ter,
impacto sobre operações e relatórios, e determinar se a organização
está em conformidade com as diretrizes;
- Examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se
necessário, comprovar sua existência real;
- Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e
econômica;
2 – Disponível em: www.portaldecontabilidade.com.br, acesso em 12/02/2012 3 – Disponível em: www.ufersa.edu.br, acesso em 15/02/2012
13
- Examinar operações e programas e verificar se os resultados são
compatíveis com os planos e se essas operações e esses programas
são executados de acordo com o que foi planejado; e
- Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram
tomadas as providencias necessárias a respeito de suas
descobertas.
Por fim, de acordo com Pinheiro, Joaquim Leite Pinheiro (2010), a
auditoria interna deverá ter como objetivo fundamental apresentar os
resultados dos trabalhos realizados com a oportunidade necessária, de modo
que as propostas de recomendações possam ser implementadas
adequadamente e contribuir, objetivamente, para a melhoria do desempenho
de toda a empresa, em uma lógica de satisfação da alta administração.
14
CAPÍTULO II
AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA
De acordo com Instituto dos Auditores Independentes do Brasil –
IBRACON, as principais diferenças entre o Auditor Interno e o Auditor Externo
são as seguintes1:
- Quanto às suas principais características:
Auditor Interno: é empregado da empresa auditada; possui menor grau
de independência; executa auditoria contábil, operacional, de gestão, de
qualidade, de processos, de produtos e outros.
Auditor Externo: não tem vínculo empregatício com a empresa auditada;
possui maior grau de independência; executa apenas auditoria contábil.
- Quanto aos principais objetivos:
Auditor Interno: verificar a existência, a suficiência e a aplicação de
controles internos, bem como contribuir para o seu aprimoramento; verificar se
as normas internas estão sendo seguidas; verificar a necessidade de
melhoramento das normas internas vigentes; avaliar a necessidade de novas
normas internas.
Auditor Externo: emitir um parecer ou opinião sobre as demonstrações
contábeis, no sentido de verificar se estas refletem adequadamente a posição
patrimonial ou financeira,
1 – Disponível em: www.ibracon.com.br, acesso em 12/01/2012
15
o resultado das operações e as origens ou aplicações de recursos da empresa
examinada; analisar também se essas demonstrações foram elaboradas de
acordo com os princípios contábeis e se esses princípios foram aplicados com
uniformidade em relação ao exercício anterior.
- Quanto às principais características do seu trabalho:
Auditor Interno: apresenta um maior volume de testes em função da
maior disponibilidade de tempo na empresa para executar os serviços de
auditoria.
Auditor Externo: apresenta um menor volume de testes, já que o auditor
externo está interessado em erros que individualmente ou cumulativamente
possam alterar de maneira substancial as informações das demonstrações
contábeis.
Conforme mencionado por Pinheiro, Joaquim Leite (2010), ao auditor
externo interessa todos os trabalhos realizados pelos auditores internos, que
lhe permitam ajuizar sobre a confiabilidade dos registros financeiros, tais como:
- avaliações efetuadas ao sistema de informação contabilístico;
- avaliações aos sistemas de controle interno e acompanhamento do
seu funcionamento;
- desenho dos processos e articulação com os indicadores de
performance;
16
- matriz de riscos e departamentos responsáveis pela atualização e
monitarização;
- ações de controle que visem a salvaguardarem os ativos da entidade
e evitem seu uso indevido;
- análise de conformidade sobre as políticas da entidade e
procedimentos legais;
- análises sobre a utilização econômica e eficiente dos recursos;
- como reserva, o auditor externo sabe que a auditoria interna faz parte
da estrutura da empresa e da sua estrutura de controle, pelo que
deve avaliar o desempenho e competência da auditoria interna, numa
base de rigor e de independência face às atividade operacionais.
O auditor externo deve fazer a avaliação da auditoria interna,
relativamente aos seguintes aspectos:
- posição no organograma da empresa;
- reporte funcional ao Conselho de Auditoria;
- visão e missão estabelecidas;
- âmbito e objetivos da função;
- competência técnica dos auditores (equipes);
* – O conteúdo da respectiva página está disponível em: www.ibracon.com.br,
acesso em 12/01/2012
17
- planejamento das ações face à matriz de risco;
- preparação das ações de auditoria;
- relacionamento com os auditados na formulação das recomendações
e avaliação do sistema de controle;
- relatórios elaborados;
- monitorização do progresso de melhoria ( Follow-up`s realizados);
- indicadores de atividade da função.
Abaixo, está demonstrado de uma forma concisa, as principais
diferenças de um auditor interno para o externo:
DIFERENÇAS ENTRE AUDITOR INTERNO E EXTERNO
AUDITOR INTERNO AUDITOR EXTERNO
É empregado da empresa Não tem vinculo empregatício
Menor grau de independência Maior grau de independência
Executa auditoria contábil e
operacional
Executa apenas auditoria contábil
Principal objetivo: verificar se as
normas internas vem sendo seguidas
Principal objetivo: Emitir o parecer
Executa maior volume de testes Executa menor volume de testes
Remuneração: salário Remuneração: honorários
Responsabilidade trabalhista Responsabilidade civil e criminal
Reporte: Diretoria Reporte: geralmente aos acionistas ou
diretores CHERMAN, BERNARDO (2011)
* – O conteúdo da respectiva página está disponível em: www.ibracon.com.br,
acesso em 12/01/2012
18
Sendo assim, o auditor externo deve conhecer o plano de ação previsto
e determinar as áreas em que ele julga conveniente utilizar o trabalho da
auditoria interna, como suporte ao seu trabalho.
O auditor externo deverá informar à auditoria interna de qualquer
assunto relevante que possa afetar o seu desempenho e que possa contribuir
para a melhoria do sistema de controle interno.
De acordo com Attie, William (2007), o dirigente de auditoria interna deve
coordenar, tanto quanto possível, o trabalho dos auditores internos e externos.
O trabalho de auditoria interna e externa deve ser coordenado de modo
que assegure cobertura adequada e reduza ao mínimo a duplicidade de
esforços.
A coordenação do trabalho de auditoria pressupõe o seguinte:
- reuniões periódicas para discutir assuntos de interesse mútuo;
- acesso recíproco aos programas de auditoria e papéis de trabalho;
- troca de relatórios de auditoria e cartas de recomendações à
gerencia;
- pontos de vistas comuns sobre técnicas, métodos e terminologia da
auditoria.
19
CAPÍTULO III
ATRIBUTOS E RESPONSABILIDADES DO AUDITOR
INTERNO E AUDITORIA INTERNA
Conforme detalhado por Attie, William (2007), o auditor interno deverá:
- Observar as normas de conduta estabelecidas para a profissão
O Código de Ética do Instituto de Auditores Internos estabelece normas
de conduta e fornece bases para reforço das mesmas junto aos membros
desse mesmo Instituto. O Código exige alto padrão de honestidade,
objetividade, diligência e lealdade a ser mantido pelos auditores internos.
- Ter conhecimento, capacidade e instrução essenciais à realização
dos exames de auditoria interna
Todo auditor precisa atender aos seguintes quesitos:
- capacidade para aplicação das normas, procedimentos e técnicas, na
execução das auditorias internas;
- capacidade na área de princípios e técnicas contábeis;
- conhecimento dos princípios de administração;
- capacidade de resolver situações que possam ocorrer; reconhecer
eventuais desvios relevantes e efetuar a pesquisa necessária para
chegar a soluções viáveis; e
20
- conhecimento dos fundamentos de contabilidade, economia, direito
comercial, impostos, finanças, métodos quantitativos e sistema de
processamento eletrônico de dados.
Ainda conforme detalhado por Attie, William (2007), o auditor interno
deverá:
- Ter habilidade no trato com as pessoas e em comunicar-se de
maneira eficaz
Os auditores internos necessitam ser capazes de se comunicar bem,
oralmente e por escrito, de modo a transmitir eficazmente assuntos
relacionados com as suas atividades e com aquelas as quais se defrontam,
especificando, com clareza, a todos os níveis e pessoas que precisam ser
certificados a esse respeito.
- Aprimorar sua capacidade técnica através de educação
continuada
Os auditores internos têm a responsabilidade de continuar sua própria
educação profissional, a fim de se manterem atualizados. Devem estar sempre
informados sobre novos eventos e sobre tudo o que se passa com normas,
procedimentos e técnicas de auditoria interna.
- Deve demonstrar zelo no desempenho das incumbências de
auditoria interna
O zelo profissional implica cuidado e competências razoáveis, não
infalibilidade ou desempenho excepcionalmente bom. Não se exige do auditor
zeloso que faça auditorias pormenorizadas de todas as transações, mas que
realize exames e verificações em grau de extensão razoáveis.
21
Por esses motivos, o auditor interno não pode garantir com absoluta segurança
que não haja irregularidades ou inobservância de normas ou princípios. A
aplicação e o discernimento profissional significam a utilização de
conhecimento e discernimento profissional razoável na realização da auditoria.
O auditor interno deve estudar pelo menos o seguinte:
- o âmbito e a extensão do trabalho necessário para atingir s objetivos
de auditoria;
- a importância relativa ou a significação de questões às quais se
aplicarão os procedimentos de auditoria;
- adequação e eficácia dos controles internos;
- o custo da auditoria, relativamente aos benefícios que dela se espera
obter.
De acordo com o autor Pinheiro, Joaquim Leite (2010), a auditoria
interna não deverá assumir uma posição conservadora, de modo a realizar
ações, exclusivamente, em áreas tradicionais, a procurar exclusivamente a
identificações de erros; porém, deverá saber identificar, em conjunto, soluções
para os problemas identificados pelos auditores ou, mesmo, para as
dificuldades apresentadas pelos gestores operacionais, numa lógica de
proatividade e de capacidade de partilha.
A auditoria interna é uma função de avaliação independente,
estabelecida em uma organização, para examinar e avaliar as suas atividades,
como um serviço à própria organização, de auxiliar os membros da
organização no cumprimento eficaz das suas responsabilidades.
O auditor interno deverá influenciar positivamente o comportamento do
resto da organização, não só pela aceitação do código de ética formalmente
22
estabelecido mas e, sobretudo, pelo exemplo demonstrado no
desenvolvimento/execução das ações de auditoria, sabendo ouvir, respeitando
as opiniões dos outros intervenientes, sem nunca perder de vista a
responsabilidade de opinião e das recomendações que deverá formular sobre o
trabalho realizado.
Ainda de acordo com o autor Pinheiro, Joaquim Leite (2010), o resultado
de uma ação de auditoria depende, essencialmente, de um conjunto de fatores
e do envolvimento dos auditores internos na empresa, tais como:
- a capacidade de identificar os controles-chave das atividades ou
operações a auditar;
- a capacidade de utilizar ferramentas informáticas;
- a adoção de metodologia adequada para a realização da auditoria;
- a capacidade de supervisão das auditorias e a esquematização de
estratégias para a realização destas;
- o empenho na revisão dos papéis de trabalho em uma ótica de
identificação de soluções e não meramente de
problemas/fragilidades;
- o empenho na discussão com a equipe do trabalho desenvolvido e
da minuta do relatório, em uma lógica de aproveitar sinergias do
conhecimento adquirido pelos auditores;
- a capacidade de diálogo com os auditados para apresentar as
soluções propostas e convencê-los da sua implementação;
- o acompanhamento da implementação das soluções.
23
A auditoria Interna constitui-se em parte integrante das estruturas
organizacionais, possuindo funções específicas e independentes em cada setor
distinto, abrangendo, segundo Teixeira, Ivandi Silva (1995):
- Exame, comprovação análise, avaliação, recomendações, assessoria
e informações relativas à estrutura da organização;
- Análise dos fluxos operacionais, sistemas de processamento, registro
e informações de dados contábeis, financeiros e operacionais; e
- Apreciação dos planos, orçamentos, diretrizes, normas, metas,
objetivos e regulamentos da empresa.
A auditoria interna deve, portanto, possuir autoridade necessária para
revisar todos os registros e documentos da empresa bem como avaliar as suas
políticas, planos, sistemas, procedimentos e técnicas.
E, por fim, conforme mencionado por Jund, Sergio (2001) a auditoria
interna deve ser estruturada na empresa, no sentido de realizar qualquer tipo
de auditoria, tais como:
- Auditoria Contábil; segundo Pinheiro, Joaquim Leite (2010), tem a
função principalmente de avaliar se a informação financeira condiz
com a realidade da empresa, avaliar a salvaguarda dos ativos, bem
como detectar os erros com materialidade (impacto significativo na
apuração dos resultados);
- Auditoria Tributária; segundo Jund, Sergio (2000), a auditoria
tributária objetiva o exame e a avaliação de planejamento tributário e
a eficiência e eficácia os procedimentos e controles adotados para a
operação, pagamento e recuperação de impostos, taxas e quaisquer
24
ônus de natureza físico-tributária que incida nas operações, bens e
documentos na empresa;
- Auditoria Operacional; segundo Pinheiro, Joaquim Leite (2010), tem a
função de avaliar as diversas atividades/processos da empresa,
levando em conta a complexidade das operações, bem como o
controle interno instituído em uma ótica de contribuir para a melhoria
da performance da organização;
- Auditoria de Gestão; segundo Pinheiro, Joaquim Leite (2010), visa
avaliar e rever o desempenho da empresa, face os normativos
estabelecidos e alcance dos objetivos ao mínimo custo, em uma ótica
de economia, eficácia e eficiência das operações;
- Auditoria de Sistemas Informatizados; segundo Pinheiro, Joaquim
Leite (2010), visa avaliar a adequacidade das aplicações, avaliar a
gestão e tratamentos dos dados relativos a informações estratégicas
para a empresa, e qualidade do sistema de informação em uma ótica
de fornecimento de informação fidedigna e oportuna à gestão;
- Auditoria de Qualidade; segundo Pinheiro, Joaquim Leite (2010), a
auditoria de qualidade visa ajudar a garantir a certificação da
empresa realizada segundo as normas de qualidade ISO e podem
ser auditoria ao processo, ao produto ou ao serviço;
- Auditoria Ambiental; segundo Pinheiro, Joaquim Leite (2010), é,
essencialmente, uma forma de controle de qualidade, do ponto de
vista ambiental; e
- Auditoria Especial; segundo Sá, Antonio Lopes de (2000), a auditoria
especial é deflagrada a partir de identificação ou suspeição de
problemas.
25
CAPÍTULO IV
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO TRABALHO DE
AUDITORIA INTERNA
Neste quarto capítulo será abordado, principalmente, o que compreende
o planejamento do trabalho de auditoria interna, o seu objetivo, bem como o
que envolve tal planejamento e em seguida será abordado o passo a passo da
execução do trabalho de auditoria interna.
4.1 – PLANEJAMENTO DO TRABALHO DE AUDITORIA INTERNA
Conforme determinado na NBC T 12 – Da Auditoria Interna1, o
planejamento da auditoria interna compreende os exames preliminares da
Entidade, para definir a amplitude do trabalho a ser realizado de acordo com as
diretivas estabelecidas pela administração, logo qualquer auditoria a ser
iniciada pela auditoria interna deverá ter como etapa inicial o planejamento.
O Planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na
execução dos trabalhos, especialmente os seguintes:
- o conhecimento detalhado dos sistemas contábil e de controles
internos da Entidade e seu grau de confiabilidade;
- a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria
interna a serem aplicados;
1 - Disponível em: www.cfc.org.br, acesso em 12/02/2012
26
- a existência de Entidades associadas, filiais e partes relacionadas
que estejam no âmbito dos exames da auditoria interna;
- o uso do trabalho de especialistas e outros auditores;
- os ciclos operacionais da Entidade relacionados com volume de
transações e operações;
- o conhecimento das atividades operacionais da Entidade, como
suporte para a análise eficaz dos procedimentos e sistemas de
contabilidade de custos que estão sendo aplicados para acompanhar
e controlar o uso e o consumo de recursos, visando verificar a
existência de desvios em relação às rotinas preestabelecidas;
- o conhecimento da execução orçamentária, tanto operacional como
de investimentos, no sentido de verificar a exatidão de apropriação
dos valores, se os desvios estão sendo controlados e se as
conseqüentes ações corretivas estão sendo aplicadas.
O auditor interno deverá documentar seu planejamento e preparar, por
escrito, o programa de trabalho, detalhando o que for necessário à
compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza,
oportunidade e extensão.
Conforme Attie, William (2007) os objetivos principais do planejamento
do trabalho de auditoria são os seguintes:
- permitir a realização de exame adequado e eficiente, que facilite a
consecução dos objetivos do auditor interno dentro de um espaço de
tempo razoável;
27
- facilitar o controle sobre o desenvolvimento do trabalho e sobre o
tempo que se gasta nele;
- estabelecer racionalmente a extensão dos diversos procedimentos
de auditoria;
- evitar a sobrecarga de trabalho.
E por fim, ainda de acordo com Attie, William (2007) um planejamento
deve envolver, entre outras, as seguintes considerações:
- conhecimento prévio das atividades;
- pesquisa de fontes alternativas;
- definição do trabalho;
- assistência e colaboração da área auditada;
- orçamento de horas;
- período de execução;
- pessoal envolvido; e
- plano de auditoria.
O plano de auditoria visa orientar o trabalho a ser executado e a sua
eficiência. Este formaliza as atividades a serem executadas pelos auditores.
Fomenta o exercício das tarefas segundo as linhas traçadas pelo dirigente,
somente sendo possível sua realização por intermédio de um plano aprovado.
Quando praticável,o plano pode ser discutido com os responsáveis pela
28
administração da área a ser auditada, buscando levar o entendimento sobre o
significado da tarefa, assim como obter subsídios de melhoria e de alcance
para o plano proposto.
4.2 – EXECUÇÃO DO TRABALHO DE AUDITORIA INTERNA
Levando-se em consideração a opinião de Attie, William (2007) a
execução do trabalho de auditoria pode ser subdividida nas seguintes etapas:
- Fase de execução do trabalho de campo
A fase de execução do trabalho de campo implica levar a efeito o
trabalho previamente planejado, em obediência às normas usuais de auditoria
e à aplicação dos procedimentos de auditoria para a obtenção dos objetivos
traçados.
A fase de execução do trabalho de campo compreende o conhecimento
e a documentação, em papéis de trabalho, dos procedimentos definidos e o
contato direto e pessoal com as áreas e os responsáveis.
- Programa de trabalho
O programa de trabalho procura encorajar o processamento ordenado
do serviço e fornecer registro formal do que se pretende executar para chegar
ao objetivo final; alem disso, contribui para a adequada supervisão do pessoal;
visa, também, controlar o tempo e evidenciar o trabalho realizado.
29
Segundo Attie, William (2007), a determinação dos procedimentos de
auditoria e da extensão de aplicação deles depende de uma série de fatores,
tais como:
- existência de variações significativas na área ou atividade a ser
revista, cuja natureza e alcance possam afetar as atividades da
empresa;
- aplicação de diferentes procedimentos e controles internos entre as
diversas atividades da empresa;
- ocorrência de mudanças nos procedimentos;
- conhecimento prévio de problemas específicos.
A preparação dos programas de auditoria precisam contemplar, entre
outros, os seguintes aspectos:
- Familiarização: essa parte do programa de auditoria visa contemplar
uma abordagem geral acerca da tarefa.
- Seleção dos testes
- Formalização dos itens selecionados
- Estabelecimento de testes e procedimentos específicos
- Conclusão: o programa de auditoria interna deverá sempre ser
finalizado dirigindo o auditor a:
o Efetuar comentários sobre o trabalho feito;
30
o Destacar os pontos de auditoria levantados, elaborando
recomendações específicas;
o Concluir sobre os resultados do trabalho feito;
o Evidenciar a revisão e atualização do programa.
- Abordagem geral
Levando-se em consideração a opinião de Attie, William (2007) a
execução do trabalho de auditoria pode ser subdividida, ainda, nas seguintes
etapas:
- Documentação do Trabalho
A documentação do trabalho pode ser entendida como a tradução para
os papéis de trabalho, que são a base para a fundamentação da opinião do
auditor, das informações, apontamentos, provas e descrições dos serviços
executados.
Os papéis de trabalho constituem a documentação preparada pelo
auditor ou fornecida a este na execução da auditoria. Eles integram um
processo organizado de registro de evidências da auditoria, por intermédio de
informações em papel, meios eletrônicos ou outros que assegurem o objetivo a
que se destinam.
- Supervisão e treinamento ao pessoal de campo
As normas usuais de auditoria indicam que todo cuidado e zelo sejam
exercidos no planejamento, realização e finalização do trabalho. No geral,
grande parte do trabalho global é realizada pelo pessoal de campo, aos quais
devem ser despendidos adequada supervisão e treinamento pelo pessoal
responsável.
31
- Controle da realização do trabalho
Segundo Attie, William (2007), o controle da realização do trabalho
objetiva a manutenção de um sistema de acompanhamento permanente do
trabalho realizado e aquele a realizar, assim como as bases de tempo
despendidas compradas às orçadas.
- Constatação e observação de problemas
Ainda segundo Attie, William (2007), a constatação e observação de
problemas, assim como qualquer antecipação de sua existência que possa ser
praticada, são fundamentais para a adequada execução do trabalho de
auditoria.
O auditor precisa ter em mente os seguintes aspectos que podem
auxiliar na determinação de Possíveis problemas:
- Conhecimento antecipado da operação em exame e pensamento
profissional e adequado sobre todos os possíveis aspectos
decorrentes do objeto em exame;
- Revisão pronta e permanente de papéis de trabalho e dúvidas dos
assistentes adotados ao trabalho;
- Fundamentação adequada e imediata de quaisquer lançamentos de
ajustes ou problemas observados;
- Recomendação inteligente de melhoria do sistema de controle
interno;
- Tudo o que possa resultar em reduções de custos para a empresa ou
área em exame e evitar possíveis contingências.
32
Ainda levando-se em consideração a opinião de Attie, William (2007) a
execução do trabalho de auditoria pode ser subdividida, também, nas seguintes
etapas:
- Informação prévia aos interessados
Consiste em levar a informação aos interessados e responsáveis pelas
atividades auditadas de maneira antecipada à emissão do relatório de
auditoria, de todos os aspectos que mereçam atenção por parte da atividade
auditada.
- Finalização do trabalho
Compreende o encerramento do serviço previamente planejado, de
acordo com os objetivos definidos.
A finalização do trabalho deve envolver dois aspectos básicos, a saber:
- Fechamento dos papéis de trabalho; e
- Emissão do relatório de auditoria.
- Fechamento dos papéis de trabalho
São nestes que são encontrados a documentação de todo o trabalho
realizado e, consequentemente, onde se encontra fundamentada a opinião do
auditor sobre o trabalho.
O respectivo fechamento inclui, de maneira geral, os seguintes itens:
- Revisão final do conteúdo de cada um dos papéis de trabalho;
33
E, por fim, conforme Attie, William (2007):
- Indicação da realização do trabalho e da revisão praticada em cada
papel de trabalho;
- Confronto final entre o trabalho planejado e o realizado com vistas
nos objetivos predeterminados;
- Referenciação adequada entre os papéis de trabalho;
- Revisão da folha de pontos a completar quanto aos itens ali
representados e conseqüente inclusão nos papéis de trabalho
devidos;
- Fechamento das horas despendidas no trabalho e confronto com as
orçadas;
- Arrumação seqüencial dos papéis de trabalho de acordo com
codificação adequada e sua inclusão nas pastas de auditoria;
- Avaliação do pessoal envolvido na execução do trabalho.
- Emissão do relatório de auditoria
Uma vez que as constatações e observações decorrentes do trabalho
tenham sido previamente discutidas com os interessados, faz-se necessária a
sua tradução para o relatório de auditoria.
É através do relatório que a auditoria evidencia o serviço realizado
mostrando à Organização suas idéias, pontos de vista e sugestões que, uma
vez implementados, constituem-se na oportunidade de melhorar e solidificar os
controles existentes.
34
CAPÍTULO V
AUDITORIA INTERNA X GOVERNANÇA CORPORATIVA
E A SUA INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO
ORGANIZACIONAL
Neste capítulo será apresentado um breve histórico de como aconteceu
a implantação da governança corporativa, a relação entre a auditoria interna e
a governança corporativa, além de, finalmente, ser exposta a influência da
auditoria interna no desempenho organizacional, que é o foco do respectivo
trabalho.
5.1 – CENÁRIO PARA O SURGIMENTO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA
Conforme apresentado pelo autor Dias, Sergio Vidal dos Santos (2008) o
cenário que levou a tornar a Governança Corporativa necessária foi o segunte:
- A empresa WorldCom colocou no balanço US$ 3,8 bilhões como
investimentos, quando na verdade, eram despesas. Diante desta situação
especialistas dizem que os auditores da Andersen deveriam ter descoberto o
problema.
- Na empresa Enron, ocorreu que, em função de participações
acionárias em pequenas empresas que não constavam no balanço, foram
destacados bilhões em dívidas. No último balanço publicado, os lucros foram
superestimados em US$ 600 bilhões e fizeram desaparecer dívidas de US$
650 bilhões. A Enron vendeu também bens a essas empresas por preços
supervalorizados (falsas receitas).
35
- Já na Parmalat, foram registradas operações em suas empresas
controladas, que depois se descobriu que eram falsas. Sendo que boa parte do
resultado da Parmalat vinha dessas operações. Como conseqüência ocorreram
queda no preço das ações sem motivo aparente, perdas financeiras – diretas e
indiretas, excesso de penalidades legais, perdas nos canais de entrega dos
serviços, perda de reputação, estragos no meio ambiente e saídas dos
negócios.
5.2 – A GOVERNANÇA CORPORATIVA
Ainda de acordo com o autor Dias, Sergio Vidal dos Santos (2008),
Governança Corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade
otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes
interessadas, ou seja, investidores (minoritários inclusive), empregados e
credores. A Governança Corporativa tem por objetivo principal dar maior
transparência, equidade de tratamento dos acionistas e prestação de contas.
Caso sejam aplicadas, em suma, teremos um aumento do valor da companhia,
pois boas práticas de Governança Corporativa repercutem na redução de custo
de capital, o que aumenta a viabilidade do mercado de capitais como
alternativa de capitalização.
Em Junho de 2002, a CVM emitiu uma cartilha contendo recomendações
relativas às boas práticas de governança corporativa. Tal cartilha adaptou
alguns conceitos de Governança Corporativa internacional às características
próprias da realidade brasileira, sendo dividida da seguinte forma:
- Transparência: Assembléias, Estrutura Acionária e Grupo de
Controle;
- Estrutura e Responsabilidade do Conselho de Administração;
- Proteção a Acionistas Minoritários;
36
- Auditoria e Demonstrações Financeiras.
Conceitualmente, a Governança Corporativa surgiu para superar o
conflito de agência, decorrente da separação entre a propriedade e a gestão
empresarial. Nesta situação, o proprietário (acionista) delega a um agente
especializado (executivo) o poder de decisão sobre sua propriedade. No
entanto, os interesses do gestor nem sempre estarão alinhados com os do
proprietário, resultando em um conflito de agencia ou conflito agente-principal1.
A preocupação da Governança Corporativa é criar um conjunto eficiente
de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de
assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o
interesse dos acionistas1.
A boa governança proporciona aos proprietários (acionistas e cotistas) a
gestão estratégica de sua empresa e a monitoração da direção executiva. As
principais ferramentas que asseguram o controle da propriedade sobre a
gestão são o conselho de administração, auditoria independente e o conselho
fiscal1.
A empresa que opta pelas boas práticas de Governança Corporativa
adota como linhas mestras a transparência, a prestação de contas, a equidade
e a responsabilidade corporativa. Para tanto, o conselho de administração deve
exercer seu papel, estabelecendo estratégias para a empresa, elegendo e
destituindo o principal executivo, fiscalizando e avaliando o desempenho da
gestão e escolhendo a auditoria independente1.
A ausência de conselheiros qualificados e de bons sistemas de
Governança Corporativa tem levado empresas a fracassos decorrentes de1:
- Abusos de poder (do acionista controlador sobre monoritários, da
diretoria sobre o acionista e dos administradores sobre terceiros); 1 – Disponível em: www.IBGC.org.br, acesso em 16/02/2012
37
- Erros estratégicos (resultado de muito poder concentrado no executivo
principal); e
- Fraudes (uso de informação privilegiada em benefício próprio, atuação
em conflito de interesses).
De acordo com Dias, Sergio Vidal dos Santos (2008), a SEC não
estipulou procedimentos e controles de divulgação específicos que devam ser
adotados; ao contrário, espera que as empresas desenvolvam um processo
que seja consistente com o seu negócio e fundamentado em suas atividades
de gerenciamento, supervisão e controles internos. Podendo ser relacionadas
como boas práticas de governança e ética corporativa, as mencionadas abaixo
- Código de Ética Corporativo;
- Restrição a empréstimos e concessão de crédito para diretores;
- Código de ética para executivos financeiros e insiders;
- Restrição à contratação de serviços dos auditores externos;
- Quarentena para contratação de funcionários que já atuaram como
auditores externos (nível executivo para área financeira);
- Comitê de Auditoria;
- Combate a fraudes financeiras;
- Estruturação e monitoramento dos controles internos;
- Governança em tecnologia da informação; e
38
- Gestão e gerenciamento de riscos.
Mais notadamente, a SARBOX ( lei que visa garantir a criação de
mecanismos de auditoria e segurança confiáveis nas empresas, incluindo ainda
regras para a criação de comitês encarregados de supervisionar suas
atividades e operações, de modo a mitigar riscos aos negócios, evitar a
ocorrência de fraudes ou assegurar que haja meios de identificá-las quando
ocorrem garantindo a transparência na gestão das empresas) é contundente
quanto ao papel crítico dos controles internos, definindo-o como um processo
desempenhado pela alta gestão, diretores, gerente e demais funcionários,
visando a alcançar o sucesso no negócio, nas categorias mencionadas:
- Eficiência e eficácia das operações;
- Confiança nos reportes financeiros; e
- Submissão a leis e regulamentos aplicáveis.
5.3 – AUDITORIA INTERNA X GOVERNANÇA CORPORATIVA
A adoção da auditoria interna é fortemente recomendada como boa
prática de governança corporativa. O IBGC (2009) afirma que a auditoria
interna tem a responsabilidade de monitorar e avaliar a adequação do
ambiente de controles internos e das normas e procedimentos estabelecidos
pela gestão. Cabe a esses auditores atuar proativamente na recomendação do
aperfeiçoamento dos controles, das normas e dos procedimentos, em
consonância com as melhores práticas do mercado. O IBGC (2009), ainda
afirma que a gestão da organização e, particularmente, o diretor-presidente são
diretamente beneficiados pela melhoria do ambiente de controle decorrente de
uma atuação ativa da auditoria interna e, consequentemente, auxilia o trabalho
da auditoria independente2. 2– Disponível em www.contabilidadedenegocios.com.br, acesso em 16/02/2012
39
A auditoria interna fortalece a governança corporativa e agrega valor à
organização, pois contribui para o alinhamento de interesses entre as partes
envolvidas e às premissas básicas de transparência das informações,
prestação de contas - compromisso, equidade e responsabilidade - visão
estratégica, a fim de garantir a concretização dos objetivos de negócios.3
Devido ao fato de que o mercado impõe uma seleção por empresas que
demonstram superação nas qualidades, a auditoria interna também confirma
que a governança corporativa tende a ser adotada por uma maior quantidade
de empresas em todo mundo3.
A excelência de governança corporativa depende da auditoria interna
quanto ao seu papel em desempenhar processos de controle interno,
gerenciamento de riscos, efetividade operacional e conformidade como
instrumento para a prevenção de perdas, identificação de oportunidades e
dedução de custos3.
Exercer as atividades com base nos princípios de boa governança é
uma tendência a se intensificar anualmente. A aderência às ações de
governança corporativa pelas entidades é tida como uma atitude essencial por
parte dos investidores e da maioria dos interessados na corporação, pois
conhecem sua necessidade e importância.3
As auditorias (interna e externa), bem como a governança corporativa
atuam objetivando aumentar a credibilidade de uma instituição perante os seus
stakeholders e shareholders. Essa credibilidade ocorre fundamentalmente com
base em eficazes controles internos3.
3 – Disponível em www.brasiliano.com.br, acesso em 16/02/2012
40
Por fim, os auditores internos colaboram na aplicação das boas práticas
de governança corporativa da seguintes forma4:
- Revisando controles críticos de sistemas e os processos de
gerenciamento de riscos;
- Realizando uma revisão eficaz das avaliações de riscos da
administração e dos controles internos;
- Dando conselhos no desenho e melhoria do sistema de controles e das
estratégias para mitigar riscos;
- Implementando uma estratégia com base em riscos para planejar e
executar o processo de auditoria interna;
- Certificando que os recursos de auditoria interna são direcionados
aquelas áreas mais importantes para a organização; e
- Desafiando a base de avaliação do gerenciamento de riscos da
administração e avaliando a adequação e eficácia das estratégias de
tratamento dos riscos.
5.4 – INFLUÊNCIA DA AUDITORIA INTERNA NO DESEMPENHO
ORGANIZACIONAL
A auditoria interna é uma ferramenta de extrema importância no tocante
ao desempenho organizacional; conforme Dias, Sergio Vidal dos Santos
(2008), o resultado esperado de uma auditoria recai na possibilidade de ganhos
financeiros ou na qualidade do processo avaliado, considerando:
4 – Disponível em: www.crc-ce.org.br, acesso em 16/02/2012
41
- Recuperação, diminuição ou extinção das perdas financeiras
existentes;
- Eliminação de prejuízos à imagem da empresa, perante seus clientes
e o mercado utilizado em suas operações;
- Melhora na qualidade dos processos, tornando-os mais precisos e
rentáveis, propiciando assim melhor performance; e
- Identificação das mudanças ou adaptações necessárias aos
procedimentos e rotinas desenvolvidos, visando agilidade, melhor controle e
eficácia das operações envolvidas.
Ainda de acordo com Dias, Sergio Vidal dos Santos (2008), este
resultado pode ser obtido em sua totalidade ou de forma parcial, considerando,
principalmente, o tipo de processo auditado.
A Auditoria interna tem por fundamento na empresa, dar garantias aos
administradores quanto às informações geradas pela contabilidade, para
averiguar se elas estão em entendimento com os aspectos legais, e se seu
relatório faz ver as operações da empresa em um determinado intervalo de
tempo. Dessa maneira, pode-se dizer que sua finalidade é:
- Integridade das informações e registros;
- Verificar a eficácia e eficiência dos controles; e
- Utilizar métodos para salvaguardar os ativos e comprovação da
existência, entre outros.
A administração da empresa é responsável pelo estabelecimento do
sistema de controle interno, pela verificação de que está sendo seguido pelos
42
funcionários e por suas possíveis modificações no sentido de adaptá-lo às
novas circunstâncias e as principais razões para se definirem as atribuições,
são5:
- Assegurar que todos os procedimentos de controles sejam
executados;
- Detectar erros e irregularidades; e
- Apurar as responsabilidades por eventuais omissões na realização
das transações da empresa.
Nas organizações a auditoria interna deve ser de um "agente visionário",
com atitudes e idéias voltadas para alavancar resultados, e não somente
exercer atividades de controles internos. O profissional desta área deve estar
permanentemente atualizado, através de estudos contínuos, adequando-se e
adaptando-se às novas exigências do mercado5.
Conclui-se, que a auditoria interna é uma ferramenta que auxilia a
administração da empresa, assegurando que os controles internos e rotinas de
trabalho estejam sendo habilmente executadas e que os dados contábeis
merecem confiança5.
5 – Disponível em: www.portaldecontabilidade.com.br, acesso em 16/02/2012
43
CONCLUSÃO
Diante dos pontos abordados no decorrer do trabalho conclui-se que a
auditoria interna é de suma importância para as organizações, desempenhando
papel de grande relevância, ajudando a eliminar desperdícios, simplificar
tarefas, servir de ferramenta de apoio à gestão e transmitir informações aos
administradores sobre o desenvolvimento das atividades executadas1.
Uma empresa que utiliza a ferramenta de auditoria interna é beneficiada
na questão de liderança, eficácia na manutenção e criação de controle interno
etc. A empresa que não dispõe de controle administrativo, o seu sistema de
contabilidade é considerado por muitos sem valor, por não depositar confiança
em suas informações e em seus relatórios.
Com o trabalho de auditoria interna, a empresa pode ter seus controles
assegurados e as informações geradas internamente transparecem maior
confiança para possíveis acionistas e investidores, agregando valor à
respectiva.
Logo, para finalmente concluir o presente trabalho, pode-se constatar
que a atuação da auditoria interna poderá contribuir para um bom desempenho
das Organizações quando, principalmente, verifica os controles internos das
respectivas e opina, dizendo o que poderia ser feito para melhorar tal controle,
quando verifica se as normas internas estão sendo seguidas, ou até mesmo se
existem normas internas eficientes e suficientes para nortear a empresa como
um todo, dentre outros trabalhos de verificação dos procedimentos existentes
nas Organizações auditadas, lembrando-se de que tudo isso contribuirá para a
Organização se for feito com as metodologias corretas, apresentadas no
decorrer do trabalho. 1 - Disponível em: www.portaldecontabilidade.com.br, acesso em 12/02/2012
44
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti; Auditoria – Um Curso Moderno e Completo;
Editora Atlas; 6a Edição 2003
ATTIE, William; Auditoria Interna; Editora Atlas; 2a Edição 2007
Dias, Sergio Vidal dos Santos; Auditoria de Processos Organizacionais; Editora
Atlas; 2ª Edição 2008
Jund, Sergio; Auditoria – Conceitos, Normas, Técnicas e Procedimentos;
Editora Ímpetus; 2ª Edição 2011
Pinheiro, Joaquim Leite; Auditoria Interna; Rei dos Livros; 2a Edição 2010
Teixeira, Ivandi Silva; A Auditoria Interna e o Gerenciamento da Qualidade –
Textos para Discussão; 1995
WWW.IBRACON.ORG.BR, acesso em 12/02/2012
Foi utilizada o artigo que menciona as principais diferenças entre Auditor
Interno e Externo
WWW.CFC.ORG.BR, acesso em 12/02/2012
Foi utilizada a NBCT – 12
WWW.PORTALDECONTABILIDADE.COM.BR, acesso em 12/02/2012
Foi utilizado o artigo Auditoria Interna e sua Importância para s Organizações
WWW.UFERSA.EDU.BR, acesso em 15/02/2012
Foi utilizado artigo que menciona os objetivos da Auditoria Interna
45
WWW.IBGC.ORG.BR, acesso em 16/02/2012
Foi utilizado referente ao surgimento da Governança Corporativa e o que
proporciona às empresas q a adotam
WWW.CONTABILIDADEDENEGOCIOS.COM.BR, acesso em 16/02/2012
Foi utilizado artigo referente à auditoria interna como ferramenta das boas
práticas de Governança Corporativa
WWW.BRASILIANO.COM.BR, acesso em 16/02/2012
Foi utilizado artigo referente à Auditoria Interna fortalecendo a Governança
Corporativa e a Auditoria Interna agregando valor às Organizações
WWW.CRC-CE.ORG.BR , acesso em 16/02/2012
Foi utilizado artigo referente à aplicação das boas práticas de GC pelos
Auditores Internos
46
ÍNDICE
CAPA 01
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Auditoria Interna 10
CAPÍTULO II - Auditoria Interna x Auditoria Externa 14
CAPÍTULO III – Atributos e Responsabilidade do Auditor
Interno e da Auditoria Interna 19
CAPÍTULO IV – Planejamento e Execução do Trabalho de
Auditoria Interna 25
4.1 – Planejamento do Trabalho de Auditoria Interna 25 4.2 – Execução do Trabalho de Auditoria Interna 28 CAPÍTULO V – Auditoria Interna x Governança Corporativa e a sua Influência
no Desempenho Organizacional 34
5.1 – Cenário para o Surgimento da Governança Corporativa 34 5.2 – A Governança Corporativa 35 5.3 – Auditoria Interna x Governança Corporativa 38 5.4 – Influência da Auditoria Interna no Desempenho Organizacional 40
47
CONCLUSÃO 43
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 44
ÍNDICE 46