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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Implantação do Sistema de Gestão Ambiental na Indústria Alimentícia. Por: Francisco Carlos de Lima e Silva

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Gestão Ambiental “serão importantes na aplicação para o desenvolvimento e Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Implantação do Sistema de Gestão Ambiental na Indústria

Alimentícia.

Por: Francisco Carlos de Lima e Silva

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Orientadora

Professora: Maria Esther de Araújo Oliveira

Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Implantação do Sistema de Gestão Ambiental na Indústria

Alimentícia.

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Apresentação desta monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do Titulo em pós-graduação em Gestão

Ambiental Por Francisco Carlos de Lima e Silva.

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AGRADECIMENTOS

A minha Orientadora Prof.ª Maria Ester

de Araújo Oliveira pelo incentivo,

simpatia e presteza no auxílio às

atividades e discussões sobre o

andamento e normatização desta

Monografia de Conclusão de Curso. A

todos os professores e seus

convidados pelo carinho, dedicação e

entusiasmo demonstrado ao longo do

curso.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho acadêmico a minha

cônjuge Cecília Georgina Bonfim da Silva,

a minha mãe Maria Auxiliadora Lima da

Silva, aos meus Filhos Thiago e Thuane

Caroli Silva os meus agradecimentos

por terem aceito se privar de

minha companhia pelos estudos,

concedendo a mim a oportunidade de

me realizar ainda mais.

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RESUMO

O presente estudo vem demonstrar o conceito de implantação e

funcionamento na aplicabilidade da coleta seletiva dos resíduos gerados na

indústria alimentícia, e ainda a real existência do Sistema de Gerenciamento

de Resíduos tão sonhados pelos cidadãos que pretendem exercer seus

direitos em promover a sustentabilidade para uma melhor qualidade de vida no

ambiente de trabalho.

A razão dessa pesquisa tem como cunho as traumáticas transformações

ambientais tanto na escala mundial como nacional, dando-se o surgimento de

uma nova esperança, através do gerenciamento de resíduos.

Entretanto, sofre esse nobre programa de algumas questões estruturais, pois

as organizações das etapas são ineficientes para que ao final do processo se

consiga dar o correto e efetivo destino a cada resíduo gerado.

Essas foram as maiores preocupações que deram origem a esses

apontamentos, visando esse acadêmico contribuir com tal pesquisa

demonstrar a realidade e a necessidade de promover e aprimorar tão valioso

instituto.

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METODOLOGIA

Este trabalho buscará apóio básico em pesquisas na Internet e livros na área

de Gestão Ambiental. Além disso, consulta a revista como “REBIA” e exemplos

práticos quanto a situações vivenciadas nas Industrias Bayer do Brasil S/A,

Coca Cola Refrescos, Cervejaria Brahma e Wickbold & Nosso Pão Industrias

Alimentícias Ltda e novas diretrizes publicas e privadas na área de gestão

Ambiental serão importantes na condução do trabalho.

Quanto aos livros utilizados, como bibliografia básica, pode-se citar a

Constituição da República Federativa do Brasil, Lei de Crimes Ambientais,

“HIRATA”, Mario Hiroyuki: FILHO, Jorge Mancini, que auxiliarão no

desenvolvimento as necessidades do assunto.

Os trabalhos acadêmicos realizados durante o curso de pós-graduação de

Gestão Ambiental “serão importantes na aplicação para o desenvolvimento e

Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos na Indústria no

ramo alimentício.

A consulta à bibliografia sugerida pelos professores também será uma maneira

de pesquisar materiais mais atualizados a fim de elaborar a monografia. Além

das fontes de consulta citadas, as anotações em sala de aula poderão

incrementar a monografia com alguma informação adicional.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I

GERENCIAMENTO AMBIENTAL DOS RESÍDUOS INDUSTRIAIS 13

1.1 - organização do gerenciamento 13

1.2 – a recuperação e reciclagem 14

CAPÍTULO II

GESTÃO AMBIENTAL E GLOBALIZAÇÃO 17

2.1 a indústria refém das mudanças 17

2.2 – A competitividade em educação ambiental 18

2.3- A eficácia das tecnologias de prevenção 20

CAPÍTULO III

ELABORAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO

AMBIENTAL DE RESÍDUO INDUSTRIAL 20

3.1-mobilização da organização 23

3.2- resíduos para reciclagem

3.2.1- bombona plástica

3.2.2– entulho 24

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3.2.3–lâmpada 25

3.2.4- lixo orgânico 26

3.2.5-madeira 27

3.2.6-óleo 27

3.2.7 papel e papelão 27

3.2.8-plástico 28

3.2.9- pneu 28

3.2.10–sucatas 29

3.2.11–tambores metálicos 29

3.3–procedimentos 29

3.4- monitoração 30

3.5–ação corretiva 31

3.6-verificação e registros 33

CAPÍTULO IV

MÉTODOS DE RECICLAGEM 34

4.1–incineração 34

4.2-compostagem 34

4.3-equipamentos utilizados para reciclagem em geral 35

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CONCLUSÃO 36

ANEXO I 38

ANEXO I I 42

BIBLIOGRAFIA 44

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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INTRODUÇÃO

Os residuos sólidos "lixo" é um dos grandes problemas que ameaçam a

vida no planeta terra, porque além de poluir o solo, a água e o ar, também atrai

animais que veiculam doenças. Ao contrário das tribos primitivas que só

produziam o necessário para a sua sobrevivência, vivemos numa sociedade

consumista onde as pessoas têm valor pela quantidade de bens que possuem.

Geralmente, quem tem maior poder aquisitivo, acaba por consumir mais,

produzindo mais lixo.

O crescimento demográfico, a mudança ou a criação de novos hábitos ou

culturas, a melhoria do nível de vida, o desenvolvimento industrial e uma série

de outros fatores é responsável por alterações nas características dos

resíduos, contribuindo para agravar o problema de sua destinação final.

Atualmente, a propaganda vem estimulando o consumo de materiais

descartáveis, porém, em nenhum momento, pensou-se nos descarte final dos

residuos gerados durante a fabricação e apos consumo, se estes serão

recicláveis ou não, e onde iremos descarta-los corretamente.

O gerenciamento inadequado desses resíduos pode resultar em riscos

para a qualidade de vida das comunidades, criando, ao mesmo tempo,

problemas de saúde pública e se transformando em fator de degradação do

meio ambiente, além, é claro, dos aspectos social, estético, econômico e

administrativo envolvidos.

O desperdício também gera resíduos. Só no Brasil, em 1992, foram

jogados fora cerca de 14 milhões de toneladas de alimentos, sendo que

existem 32 milhões de brasileiros famintos.

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Quando os resíduos sólidos, liquidos e gasosos não tratados

adequadamente são dispostos sem as devidas precauções em lixões a céu

aberto ou até em cursos d’água, há o perigo de contaminação de mananciais

de água potável, sejam superficiais ou subterrâneos e a disseminação de

doenças respiratórias ou por intermédio de vetores que se multiplicam nos

locais de disposição de papel, garrafas e restos de alimentos, que criam um

ambiente propício para a sua proliferação com o difícil controle e exterminação

destas pragas e vetores.

Para entender melhor o risco potencial à saúde, é preciso ressaltar que a

população pode ficar exposta a doenças infecciosas, diretas ou indiretamente,

em decorrência do gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos, líquidos e

gasosos seja na fase de manuseio, coleta, segregação, acondicionamento,

Identificou, transporte, armazenamento, tratamento e destinação final.

Este é um estudo individual feito através de pesquisa bibliográfica, com a

finalidade de aprofundar o conhecimento sobre o tema ora em questão.

O primeiro capítulo tratará do gerenciamento ambiental dos resíduos

industriais, da organização do gerenciamento e sua importância na sociedade,

a Recuperação e Reciclagem seu conceito, evolução, bem como os novos

paradigmas.

O segundo capítulo abordará a gestão ambiental e globalização a sua

formação sobre o pilar da transformação dos anseios da sociedade baseado

no princípio da sustentabilidade, assim como a necessidade de um novo

processo de produção.

O terceiro capítulo tratará da proteção legal à elaboração do PGARI –

plano de geenciamento ambiental de resíduo industrial direcionado a

prevenção da poluição e reaproveitamento de resíduos e sua utilização como

um novo produto. Abordará também, critérios técnicos, legislações sanitárias e

ambientais, normas de coleta e transporte.

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O quarto capítulo tratará dos métodos de reciclagem e os efeitos e

eficácia das técnicas utilizadas na padronização e adequação da segregação

dos Resíduos Sólidos, líquidos e gasosos nas industrias alimentícias para

minimização dos impactos ambientais.

Levantará a questão da importância do gerenciamento dos resíduos

garantir os direitos constitucionais independente de possível aspecto de

informalidade, respeitando a livre e voluntária decisão daqueles que

contribuem para melhoria na qualidade de vida da comunidade na natural

aproximação entre seres humanos.

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CAPÍTULO I – GERENCIAMENTO AMBIENTAL DOS RESÍDUOS

INDUSTRIAIS

1.1 – Organização do gerenciamento

A novíssima área de conhecimento e trabalho intitulada “Gestão

Ambiental” vem causando muita confusão entre os especialistas em meio

ambiente. A dúvida se inicia com a pergunta, mas afinal o que é Gestão

Ambiental?

Para responder essa difícil pergunta, antes de tudo deve ser esclarecido

que a Gestão Ambiental possui caráter multidisciplinar, profissional dos mais

diversos campos pode atuar na área, desde que devidamente habilitado.

O gerenciamento ambiental visa ordenar as atividades humanas para

que estas originem o menor impacto possível sobre o meio. Esta organização

vai desde as melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a locação

correta de recursos humanos e financeiros.1

Empresa que não produz lucro, e portanto não é sustentável do ponto de

vista financeiro, jamais poderá atingir a sustentabilidade.

Muitas empresas estão preocupadas com o tema da gestão ambiental.

Mais preocupadas do que organizadas para enfrentá-lo como se deve – mas

preocupadas.

Dizer que possui uma política ambiental é resposta vaga. De forma que é

preciso avaliar o que isso significa na prática. Pode ser desde molhar uma

plantinha na janela do chefe até a adoção de normas e procedimentos para os

processos de produção da companhia cujos impactos ambientais, atividades e

serviços são conhecidos pela administração.

1 Bruns, Giovana Baggio - Engª Florestal, especialista em Gestão Ambiental consultora na empresa Silviconsult Engenharia Ltda, Curitiba, Paraná, e mail: [email protected]

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Cuidar da preservação não é tarefa natural das companhias. Cabe às

empresas tratar de outro tema que é impedir que seus processos produtivos

consumam mais recursos naturais do que o necessário, produzam mais

subprodutos do que o necessário ou não lidem com os riscos ambientais

potenciais da sua operação de maneira adequada.

Preocupar-se com a gestão ambiental não quer dizer limitar-se aos

muros da fábrica. Longe disso. A capacidade de a empresa adotar

procedimentos de gestão ambiental com impacto para fora da organização

deve ser o objetivo principal.2

1.2 - A recuperação e reciclagem

Os benefícios do gerenciamento de resíduos são grandes, pois a máxima

redução de resíduos pode gerar lucros, muitas vezes substanciais, através do

uso mais eficiente dos subprodutos – que podem ser comercializados - e da

redução significativa dos custos de produção. O maior incentivo para a

indústria é a possibilidade de redução do custo da disposição e do tratamento.

Outro benefício da implantação de um plano de gerenciamento de

resíduos é evitar que a empresa sofra as penalidades previstas em lei, uma

vez que o plano prevê o levantamento de todos os requisitos legais pertinentes

aos resíduos gerados pela empresa.

Portanto, o gerenciamento de resíduos industriais é uma ferramenta que

busca um melhor desempenho ambiental por parte da indústria, minimizando o

risco de acidentes causados pela ingerência deste aspecto e priorizando

sempre os métodos de eliminação ou redução na fonte geradora.3

Desta maneira, justifica-se a preocupação com os resíduos sólidos,

líquidos e gasosos em função das recorrências de problemas de natureza

2 Moreira, JC- presidente do Conselho Deliberativo da REBIA- Rede Brasileira de Informação Ambiental Revista do Meio Ambiente, ed. 009, julho 2007. 3 São Thiago, Luiz Eduardo, Analista de Meio Ambiente - FIRJAN

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operacionais dos sistemas de coletas, tratamentos e disposição final nos

municípios.

Os atuais sistemas de recuperações e reciclagem demonstram que há

certo valor que pode ser agregado a cada tipo de resíduo. Desta forma,

podem-se transformar os resíduos em um recurso econômico ao ser

segregados e transportados para um novo local ou passar por um

beneficiamento.

A solução para os problemas de gerenciamento de resíduos não deve

ser delegada a um único tipo de sistema de eliminação, mas a uma rede

integrada de medidas capazes de satisfazer as necessidades da eliminação,

das correntes primárias de resíduos, mas também das correntes secundárias

(como os resíduos derivados de tratamento e de usinas de eliminação de

outros resíduos) e em curto prazo, mas também, em médio prazo.

A prevenção, em matéria de resíduos, deve permanecer como prioridade,

seguida pelo reaproveitamento (considerado em suas três dimensões:

reutilização, reciclagem e recuperação de energia) e, finalmente, a eliminação

segura de resíduos (limitada àqueles para os quais não existir mais

possibilidade de reaproveitamento).

A promoção da coleta Seletiva correta na indústria Alimentícia, através da

implantação do Sistema de Gerenciamento de Ambiental de Resíduos tem a

finalidade de dar destino final e correto aos resíduos gerados nos vários

setores da companhia.

Denomina-se Sistema de Gestão Ambiental a reciclagem e segregação

de materiais do lixo industrial, tais como papel, plásticos, vidros, metais, óleo,

orgânicos e resíduos da estação de tratamento de efluentes com a finalidade

de trazê-los de volta à indústria, para serem beneficiados.

Esses materiais e resíduos são novamente transformados em produtos

comercializáveis no mercado de consumo. Para se proceder à reciclagem de

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resíduos, a coleta seletiva deve ser extremamente cuidadosa, pois, sem esta

etapa, todo o material reciclável fica sujo e contaminado, tornando seu

beneficiamento mais complicado e mais caro.

Além disso, a separação tem que ser feita em baias, através de

processos manuais ou eletromecânicos, o que exige a presença de

colaborador treinado para esta segregação.

O objetivo é a conservação das fontes naturais, incluindo a energia,

utilizada para produção dos materiais, e a redução do volume de material que

deve ser disposto em aterros ou por meio de incineração.

A reciclagem propicia vantagens, como a preservação de recursos

naturais, economia de energia, economia de transporte, geração de empregos

e renda e, principalmente, a conscientização da população para as questões

ambientais.

A separação é de fundamental importância para sua recepção e

tratamento até chegar na disposição em aterro ou controle de processamento

futuro de cada tipo de resíduo.

Trata-se de um processo educativo e organizativo que pode abrir espaço

para que as pessoas envolvidas reflitam sobre o próprio trabalho e aprendam

mais sobre o trabalho dos colegas, quebrando parcialmente o caráter

fragmentado do processo de trabalho encontrado nas empresas.

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CAPÍTULO 2 – GESTÃO AMBIE�TAL E GLOBALIZAÇÃO

2.1 – A indústria refém das mudanças

As Organização que procura manter – se competitiva, respeita as

questões de Saúde, Segurança, Meio Ambiente, Qualidade de Vida,

Responsabilidade Social, investe cada vez mais em uma nova postura de

renovação continua deste processo.

O ambiente de negócios no mundo tem-se mostrado bastante instável e

turbulento, verificando-se a existência de mudanças bastante drásticas no

processo econômico e produtivo, com implicações diretas para as

Organizações industriais.

Fatos como transformações na economia internacional e globalização da

produção e do consumo têm sido acompanhadas de outras mudanças como,

por exemplo, um crescente grau de exigência dos consumidores, que por meio

de seu poder de compra, estão buscando variedade de produtos,

demonstrando a sua preocupação pela qualidade e manifestando uma

constante exigência para melhorar o binômio preço desempenho e

responsabilidade Social.

A emergência desse consumidor mais agressivo e exigente reflete em

grande parte as mudanças que a própria sociedade vem sofrendo quanto a

valores e ideologias e que envolvem suas expectativas em relação às

empresas e aos negócios.

Visando estes novos valores e ideologias incluem a democracia, a

igualdade de oportunidades, a saúde, segurança no trabalho, meio ambiente, a

proteção ao consumidor, um meio ambiente mais limpo, a qualidade do

produto, a busca na renovação, reaproveitamento e reciclagem entre outras

questões.

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2.2 – A competitividade em educação ambiental

Seja como consumidores, ou como trabalhadores, ou ainda por meio do

governo ou da mídia, a sociedade tem pressionado para que as Organizações

incorporem esses valores em seus procedimentos operacionais.

Buscando esta qualidade, as organizações estão se deparando com um

ambiente externo em que cada vez mais as questões sociais, ambientais,

políticas e legais estão cobrando cada vez mais uma nova perspectiva

administrativa.

As organizações procuram-se manterem competitiva e sobrevivente a

este ajuste do novo ambiente de negócios, que já se mostra bastante

concorrido, marcado por incertezas, instabilidades e rápidas mudanças,

percebem que cada vez mais, diante das questões ambientais, segurança e

saúde alimentar, é exigido novas posturas, seja na maneira de operar seus

negócios, sejam em suas organizações.

Essa renovação implica em mudanças continuas, que e dolorosas e

custosas em termos financeiros, por meio de regulamentações ambientais,

buscando preservar a imagem pública desta Organização, sem atritos com

comunidades locais ou um acidente ambiental.

Essas mudanças devem gerenciadas um por setor desta organização

para empreender e disseminar a práticas da política de Meio Ambientais que

promovam uma maior responsabilidade desta Organização quanto às questões

ambientais, mediante a adoção de padrões, monitorações, tratamento dos

seus efluentes, metas de redução da poluição e assim por diante.

Num sentido mais amplo, pode-se dizer que as organizações podem

utilizar diversos mecanismos para mostrar a sociedade a sua responsabilidade

em busca da qualidade de Vida e respeito ao meio ambiente.

Um dos mecanismos que podem ser utilizados é um novo projeto

envolvendo todas as preocupações na nova cultura do desenvolvimento

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sustentável na Organização, trata-se da disseminação entre colaboradores,

prestadores de serviços e fornecedores da nova cultura de sustentabilidade,

através do Marketing, Endomarketing, Semana do Meio Ambiente, palestras

educativas, Auditorias especificas nos cumprimentos dos padrões do SGA,

visitas técnicas especificas de estudantes, divulgação da nova cultura em

outras Organizações privadas e órgão públicos, associações Industriais e

Sindicatos que divulgue todos os seus projetos de comprometimento com a

prevenção de acidentes industriais e ambientais.4

Estes projetos têm a finalidade de melhorar cada vez mais os

cumprimentos das leis exigidas as iniciativas privadas, somente. Mais não

implicam na economia da organização. Algumas de suas vantagens, sob o

ponto de vista, relacionam-se ao fato de oferecerem um incentivo para a

Organização no investimento em processos de produção mais adequados, em

vez de se submeterem aos objetivos ambientais impostos por autoridades

governamentais, além de concederem uma imagem pública mais positiva da

Organização para os governos.

Outro mecanismo que pode ser utilizado é agir por conta própria nos

interesse do desempenho dessa Organização. No sentido de adotar posturas

pro ativas em relação ao meio ambiente mediante a incorporação dos fatores

ambientais nas metas, políticas e estratégias desta Organização, considerando

os riscos e os impactos ambientais não só dos processos produtivos, mas

também nos derivados e matérias primas que compõe os produtos.

Assim, a proteção ambiental fazer parte dos objetivos do negócio, e o

meio ambiente não são mais encarados como um adicional de custo, mas

como uma possibilidade de lucros, não mais um quadro de ameaças e

oportunidades para a organização.

4Natura - Aspectos e Impactos Ambientais dos Processos da Natura http://scf.natura.net/

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2.3- A eficácia das tecnologias de prevenção

As tecnologias ambientais são elementos fundamentais para assegurar

os desempenhos econômicos, produtivos e ambientais de qualquer

Organização, o uso da tecnologia é um fator importante para assegurar a

rentabilidade e a competitividade da Organização.

As tecnologias de controle de poluição cujo principal objetivo é combater

as saídas inadequadas ou descarte dos resíduos do processo produtivo, sem

realizar intervenções no próprio processo. Trata-se da estação de tratamento

de esgoto, tais como caixa separadora de resido sólido e liquido barreira de

contenção de gordura e óleo mineral, entre outros, que removam os resíduos

poluentes;

As tecnologias de prevenção da poluição: centradas no processo

produtivo para torná-lo mais eficiente, ou seja, ampliar a taxa de utilização dos

insumos nos produtos fabricados. Essas tecnologias permitem não só reduzir

os resíduos e poluentes na fonte, mas também reutilizar ou reciclar os resíduos

produzidos, preferencialmente ainda na planta industrial, voltando diretamente

ao processo produtivo, e, em último caso, tratar os resíduos que não podem

ser eliminados, reutilizados ou reciclados.5

O emprego de tecnologias de produtos e processos concorre para uma

série de benefícios para a Organização pro ativa ambientalmente.

• melhorias na eficiência produtiva com menor utilização de energia, água e

materiais;

• minimização da quantidade de resíduos dispostos no meio ambiente;

• desenvolvimento de tecnologias mais limpas, que se transformam em

vantagens competitivas e até mesmo em produto;

• Buscar matéria prima certificada corretamente ecológica;

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• desenvolvimento de novos produtos para novos mercados seja mediante o

reaproveitamento de resíduos e sua utilização como um novo produto, seja

mediante o desenvolvimento de produtos com atributos ambientais;

• maior segurança pública e minimização dos impactos ambientais de

produtos;

• melhoria da imagem pública e das relações com os órgãos governamentais,

com a comunidade e grupos ambientalistas, permitindo até um maior escopo

para auxiliar e influenciar os governos em novas regulamentações e projetos;

• melhoria nas condições de segurança e saúde dos trabalhadores e nas

relações de trabalho;

• maior comprometimento dos Gestores no crescimento sustentável;

Nesse sentido a organização deverá busca a proteção ambiental e

incorporar uma nova função administrativa em sua estrutura, com um corpo

técnico específico no Sistema de Gestão Ambiental. Este Departamento

Ambiental deverá em conjunto com o Departamento de segurança e saúde do

trabalhador para adequar suas relações com o meio ambiente, avaliando e

corrigindo os problemas ambientais presentes, minimizando os impactos

negativos futuros, integrando articuladamente todos.

A Organização quanto aos imperativos ambientais deverá realizar um

trabalho de comunicação ativo interno e externo.

O departamento de Segurança, Saúde e Meio Ambiente deverá ser

bastante pro ativo é provido de colaboradores determinados, motivados, de

alto nível, que tenha um conceito de Gestor Ambiental que vai muito além da

idéia do policiamento e da prevenção da poluição. Esse departamento deverá

promover programas preventivos que se estendem por toda a empresa, treina

os colaboradores e promove a conscientização e responsabilidade de

5 FREITAS C.M.; PORTO, M.F.S. Saúde, ambiente e desenvolvimento: integrando o desenvolvimento às necessidades da vida. Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ, 2006. No prelo.

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segurança, saúde e meio ambiente em todos os níveis da organização,

monitora as operações continuamente e trabalha rapidamente para corrigir

problemas assim que ocorrem. Também há uma grande ligação entre a função

de segurança, saúde e meio ambiente aos níveis mais altos da administração,

por meio de relações de informações diretas, encontros periódicos ou laços

informais. Assim, as exigências e as metas quanto aos ditames ambientais são

claras em todos os níveis da organização, e sistemas que facilitam o alcance

dessas metas são constituídas em cada área desta Organização.

Enfim, a empresa adotará a postura pro ativa em relação ao meio

ambiente procurando continuamente se capacitar melhor para enfrentar os

desafios ambientais e promover a proteção e a responsabilidade ambientais,

tanto externamente quanto a estrutura da empresa, busca também garantir a

qualidade de vida e excelência profissional dos colaboradores, e que os

negócios sejam bem sucedidos economicamente e comercialmente.

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CAPÍTULO 3 - ELABORAÇÃO DO PGARI – PLA�O DE

GERE�CIAME�TO AMBIE�TAL DE RESÍDUO I�DUSTRIAL

3.1- Mobilização da Organização

Abrange o envolvimento da organização para a realização do PGARI,

cujo objetivo é sensibilizar os funcionários sobre o processo que será iniciado,

disseminando informações gerais e específicas sobre gerenciamento

ambiental. O sucesso desse plano depende muito da maneira como são

escolhidos os recursos de comunicação e gestão de conflitos. O

gerenciamento ambiental dos resíduos não é só um registro de intenções, mas

vai além, pois aborda as condições de implementação e acompanhamento, o

que exige diversas providências e devem obedecer a critérios técnicos,

legislações sanitárias e ambientais, normas de coleta e transporte.6

Durante essa fase devem-se considerar os diversos interesses

envolvidos, dos trabalhadores, dos empresários, da autoridade pública, da

população em geral. Deve-se também definir de forma clara as

responsabilidades, o custo-benefício (econômico, social e cultural), a

efetividade das ações que serão tomadas, a factibilidade e facilidade de tomar

atitudes e a existência de transferência do risco para outras localidades.

3.2- Resíduos para Reciclagem

Fazem parte do Sistema Gerenciamento Ambiental o descarte,

reaproveitamento e reuso correto dos resíduos discriminados abaixo :

3.2.1 – bombona plástica

Todas as bombonas plásticas provenientes de produtos químicos e

outros devem ser depositados junto à área de limpeza de utensílios.

6 Resolução CONAMA nº 275, de 25.04. 2001, estabelece código de cores para diferentes tipos na coleta seletiva.

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As bombonas de produtos químicos devem ser devolvidas aos

fornecedores para destinação correta.

As que não podem ser devolvidas ou de propriedade da empresa

também devem ser acondicionadas junto à área de limpeza de utensílios, onde

serão contadas e armazenadas até obter a quantidade mínima de retirada

estabelecida pela empresa responsável pela reciclagem.

A retirada dessas bombonas é realizada por um veículo próprio da

empresa.

Esse trabalho é solicitado quando se tem armazenado um número

mínimo de 60 bombonas.

O profissional do departamento ambiental faz a contagem e emiti um

manifesto de carga onde consta a quantidade exata.

3.2.2- entulho

Os entulhos gerados dentro da empresa são provenientes de obras,

reformas e pequenos reparos executados por profissionais do setor de

Manutenção Predial.

Eles são acondicionados em caçambas que são solicitadas ao

departamento de Suprimentos pelo responsável da Manutenção Predial no

momento em que o mesmo inicia qualquer trabalho que possa gerar tal

resíduo.

Quando a caçamba está cheia, o responsável solicita a substituição ao

Setor de Suprimentos, conforme a sua necessidade.

A retirada dessas caçambas é realizada por veículo próprio da empresa.

3.2.3 - lâmpada

A operação de descarte de lâmpadas é realizado com auxílio de um

equipamento “papa-lâmpadas” montado em um tambor metálico de 200 litros.

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As lâmpadas fluorescentes são trituradas, capturando os vapores de mercúrio

por um processo de filtragem e liberando na atmosfera apenas o ar desconta

minado.

Esse equipamento é montado em um veículo próprio da empresa

prestadora responsável por esse processo.

Esse trabalho é solicitado quando se tem armazenado um número

mínimo de 500 lâmpadas e é realizado nas dependências da Organização.

Essa etapa da operação transforma a lâmpada, inicialmente um produto

perigoso de CLASSE I, passando a resíduo não perigoso CLASSE II. Após o

produto triturado, este é destinado à reciclagem de acordo com a legislação

vigente, quando então será oferecido um certificado de destinação final.

3.2.4 – lixo orgânico

De segunda a sábado até as 08:00 h, os resíduos das caçambas são

retirados pela empresa responsável, que por sua vez, destina-os ao aterro

sanitário.

Caracteriza-se por lixo orgânico : Restos de alimentos dos restaurantes,

papel higiênico, varreduras de fábrica (farelos caídos no chão), panos sujos de

limpeza de máquinas, etc...

Um profissional qualificado na área de limpeza retira os resíduos das

áreas duas vezes por turno, de segunda a sábado, com carrinho coletor interno

e acondiciona-os em 02 caçambas de 1,40 m³, com tampa, localizadas

próximo à Área de Tratamento de Resíduos Industriais..

Uma vez ao dia, de segunda a sábado, um profissional responsável pela

limpeza, realiza as lavagens das caçambas, utilizando jato de água à

temperatura ambiente e detergente diluído.

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3.2.5 - madeira

A retirada das madeiras em desuso é de responsabilidade da empresa

Reciclagem Ambiental, desde que não atinja um volume que não possa ser

transportado no mesmo caminhão que retira os demais resíduos. Caso haja

necessidade de um caminhão ou caçamba exclusivos deverá ser bem

acondicionado e seguro.

Todas as madeiras em desuso deverão ser acondicionadas na Área de

Tratamento de Resíduos Industriais.

3.2.6 - óleo

Toda vez que estiver armazenado nas dependências da empresa uma

quantidade mínima de 5 (cinco) tambores ( 200 litros cada) de óleo diesel,

granel, lubrificante ou mineral, os responsáveis pelas áreas de Manutenção

Industrial, Produção e Logística deverão comunicar o departamento ambiental

para providenciar a retirada dos resíduos.

O departamento ambiental será o responsável por programar a retirada

do óleo, pela emissão dos manifestos e nota fiscal do serviço.

3.2.7 - papel e papelão

Todos os papéis e papelões não contaminados gerados na empresa

devem ser depositados nos containeres de cor azul, os quais são esvaziados

pelos colaboradores da empresa responsável pela reciclagem, que levam para

Área de Tratamento de Resíduos Industriais, onde são analisados, separados,

prensados e enfardados para envio a empresa Recicla Ambiental.

Os fardos devem ter no máximo 25 Kg, visando garantir a integridade

física, bem como maior mobilidade no transporte.

Os fardos contendo os papéis e papelões são devidamente amarrados e

devem ser retirados pela empresa através de caminhão que é pesado na

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28

chegada e na saída (depois de carregado), a fim de obter o peso líquido dos

resíduos.

Os profissionais do departamento ambiental emitem o manifesto de

carga em 4 vias, sendo três delas enviadas (juntamente com a 2ª via do ticket

de pesagem) para a empresa Reciclagem Ambiental.

3.2.8 - plástico

Todos os plásticos provenientes de embalagens não utilizadas na

produção e demais setores, devem ser enviados para Área de Tratamento de

Resíduos Industriais, onde são prensados, enfardados e retirados pela

empresa Reciclagem Ambiental.

Os fardos devem ter no máximo 25 Kg, visando garantir a integridade

física, bem como maior mobilidade no transporte.

Os fardos contendo os plásticos limpos são devidamente amarrados e

devem ser retirados pela empresa através de caminhão que é pesado na

chegada e na saída (depois de carregado), a fim de obter o peso líquido dos

resíduos.

Os profissionais do departamento ambiental emitem o manifesto de

carga em 4 vias, sendo três delas enviadas (juntamente com a 2ª via do ticket

de pesagem) para a empresa Reciclagem Ambiental.

3.2.9 - pneu

A Logística é o setor responsável pelo controle de pneus da

organização, portanto, sempre que há um número mínimo de 10 (dez) peças

armazenadas, o responsável aciona o departamento ambiental para efetuar a

programação de retirada dos mesmos.

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3.2.10 - sucatas (Inox , Ferro, Alumínio, Cobre, etc.)

Toda sucata metálica deve ser encaminhada Área de Tratamento de

Resíduos Industriais, para separação e envio a empresa Reciclagem

Ambiental. Nesta área, a mesma deve ser acondicionada em tambores

metálicos.

Após a avaliação de quantidade, o departamento ambiental solicita a

retirada das sucatas metálicas, para reciclagem, através de caminhão que é

pesado na chegada e na saída (depois de carregado), a fim de obter o peso

líquido dos resíduos.

Os profissionais do departamento ambiental emitem o manifesto de

carga em 4 vias, sendo três delas enviadas (juntamente com a 2ª via do ticket

de pesagem) para a empresa Reciclagem Ambiental.

3.2.11 - tambores metálicos

Os tambores metálicos vazios de 200 litros devem ser dispostos na Área

de Tratamento de Resíduos Industriais deitados, onde são contados e

armazenados até obter a quantidade mínima de retirada estabelecida pela

empresa responsável.

A retirada desses tambores é realizada por um veículo próprio da

empresa.

Esse trabalho é solicitado quando se tem armazenado um número

mínimo de 60 tambores na Área de Tratamento de Resíduos Industriais,

Os profissionais do departamento ambiental fazem a contagem e emitem

um manifesto de carga onde consta à quantidade exata.

3.3 - Procedimentos

De acordo com as políticas nacionais em vigor no campo de resíduos

sólidos são levantadas as ações que já são realizadas na gestão de resíduos

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30

nos serviços públicos e em consonância com a documentação existente:

relatórios internos, literatura sobre o assunto, estatísticas oficiais, alvarás,

autos, licenciamento, etc.- é realizada uma avaliação preliminar dos resíduos

gerados pelo estabelecimento, através do mapeamento de todas as áreas

envolvidas com Resíduos Industriais.

Importa dizer que os resíduos devem ser identificados e acondicionados

em recipientes próprios, devidamente identificados, laváveis de bordas

arredondadas e resistentes a tombamentos.

A descrição da coleta é feita separadamente de acordo com grupo de

resíduos e recipientes específicos. Assim como deve ser verificado se o

dimensionamento da coleta está adequado ao volume gerado e funcionários

disponíveis.

Todo resíduo deve sair da organização após ter sido obrigatoriamente

pesado na balança interna e após a emissão do manifesto com a pesagem.

Não deve ser autorizada nenhuma retirada de resíduos sem a devida

pesagem.

As caçambas ou caminhões que retiram os resíduos devem ser pesados

na chegada e na saída, devendo ser descontado o peso do caminhão e

considerado o peso líquido.

3.4 - Monitoração

O que ? Como ? Quando ? Quem ?

A periodicidade de

execução dos

serviços

Checagem visual Diariamente Dep. Ambiental e

Logística

Descarte de Resíduos Acompanhamento

prático Diariamente Dep. Ambiental

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3.5 ação corretiva

As possíveis falhas na periodicidade de execução do serviço de coleta

são detectadas pelos profissionais da área para imediata realização do serviço.

Em caso de falha no procedimento de descarte dos resíduos, a empresa

responsável é acionada pelo Departamento Ambiental.

Quando há necessidade do desenvolvimento de um novo fornecedor é

necessário à apresentação dos seguintes documentos:

ü Cópia do Contrato Social

ü Certidão Negativa de débito de INSS

ü Certidão Negativa de débito de FGTS

ü GPS pagas mensalmente de todos os colaboradores que atuam

dentro da organização. INSS e FGTS

ü Cópia da ficha de registro de todos os funcionários

ü Ficha de EPI para comprovar entrega de equipamentos e calçados

de segurança

ü ASO (Atestado de Saúde Ocupacional)

ü Cópia do PPRA e PCMSO, empresas que realizam trabalho superior

a 30 dias

ü Licença de funcionamento junto a Prefeitura

ü Licença de funcionamento junto a INEA.

ü Licença para transporte de resíduos orgânicos.

ü A empresa deve ser cadastrada no SIF – Serviço de Inspeção

Federal

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ü Apresentar documento do ZOOTECNISTA – Profissional

responsável pela formulação dos produtos, que devem ser

registrados no Ministério da Agricultura – SIF (Serviço de Inspeção

Federal).

Observação :

os documentos solicitados aos novos fornecedores devem ser analisados e

aprovados pelo Departamento Ambiental.

Dentro das instalações é obrigatório o uso dos EPIs e antes de iniciar os

serviços é obrigatório participar da integração ao regulamento da empresa.

O que? Como? Quando? Quem?

Verificação de

condições de

funcionamento da

máquina de

descaracterização

Inspeção visual Diariamente

Dep.

Ambiental,

SESMT

Verificação de

Condições de

funcionamento da

máquina de

prensar plásticos

e papelões

Inspeção visual Diariamente

Dep.

Ambiental e

SESMT

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3.6 - verificação e registros

Identificação

Indexação

Arquivamento

Tempo de

Retenção

Disposição

Planilha de

controle de

Manifestos de

Carga

Cronológica

Pasta da

empresa

“Reciclagem

Ambiental”

1 ano

Arquivo

Morto

Planilha de

controle de

Manifestos de

Carga

Cronológica

Pasta da

empresa

receptor

1 ano

Arquivo

Morto

Planilha de

controle de

Manifestos de

Carga

(resíduos)

Cronológica

Pasta da

empresa

“Reciclagem

Ambiental”

1 ano

Arquivo

Morto

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CAPÍTULO 4. MÉTODOS DE RECICLAGEM

4.1- Incineração

Outra solução de serviço totalmente legalizada para fazer o controle,

segregação, transporte e destino final correto dos resíduos gerados dentro

desta industria, é através da incineração - oxidação de materiais por

combustão controlada até produtos simples mineralizados, como dióxido de

carbono e água. A principal vantagem da incineração do lixo sólido municipal é

a redução substancial do volume de material que deve ser aterrado. No caso

de substâncias tóxicas ou perigosas, um objetivo ainda mais importante é a

eliminação do perigo tóxico associado ao material.

O principal problema ambiental da incineração é a poluição do ar, tanto

por gases quanto por partículas. Os controles das emissões dos incinerados de

lixo sólido municipal podem controlar grande parte, mas não todas as

substâncias tóxicas lançadas no ar pelo processo de combustão. Portanto, é

necessário supervisionar periodicamente os filtros dos incineradores e fazer

uso de lavadores de gás para minimizar os gases e o pó gerado através da

combustão.

4.2 Compostagem

É o processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos

de origem animal ou vegetal, pela ação de microrganismos. Consiste num

processo biológico de decomposição controlada da fração orgânica

biodegradável contida nos resíduos, de modo que resulte em um produto

estável, similar ao húmus (matéria orgânica homogênea). Este produto final, o

composto, preparado com restos animais e/ou vegetais, domiciliares,

separados ou combinados, pode ser considerado um material condicionador

de solos. Além disso, o composto orgânico tem outros benefícios, tais como a

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melhoria das características físicas estruturais do solo com conseqüente

aumento da capacidade de retenção de água e ar do solo, devido à ação

agregadora em solos com baixo teor de argila; aumento no teor de nutrientes

do solo, que contribui para a estabilidade do pH e melhora o aproveitamento

de fertilizantes minerais; ativação substancial da vida microbiana e

estabelecimento de colônias de minhocas, besouros e outros animais que

revolvem e adubam o solo; favorece a presença de micronutrientes e de certas

substâncias antibióticas; além de auxiliar o desenvolvimento do sistema

radicular e a recuperação de áreas degradadas.

Despertar a Comunidade sobre a importância da Coleta Seletiva,

crecimento sustentavel e o reaproveitamento dos materias recicláveis, para

que assumam atitudes que possibilitem a redução na geração dos resíduos

sólidos, líquidos e gasosos e a correta destinação final destes residuos.

A aplicação deste projeto tem como objetivo melhorar na padronização e

adequação da segregação dos Resíduos Sólidos, líquidos e gasosos nas

industrias alimentícias para minimização dos impactos ambientais.

4.3 Equipamentos utilizados para reciclagem em geral

1) Máquina de descaracterização de embalagem plástica e papel

2) Prensa para confecção de fardos de papéis e plásticos

3) Gaiolas instaladas na área de resíduos

4) Caçamba mini dump para transporte de resíduos até Área de

Tratamento de Resíduos Industriais.

5) Balança de pesagem ate 1000 kilos

6) Caminhões apropriados para transporte dos resíduos

7) Tinas, centrifuga e outros equipamentos para compostagem

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CONCLUSÃO

As Industria que está localizada em uma área riquíssima em

biodiversidade, apresentando ecossistemas aquáticos (pela proximidade com

rios), e ecossistemas terrestres (mata de terra firme), tem o objetivo de

alcançar o equilíbrio entre a indústria e a natureza.

Esse trabalho apresenta um passo pioneiro nessa temática, estruturando

a questão da destinação dos resíduos sólidos, líquidos e gasosos.

Hoje, já existem muitas formas de tratar os resíduos, porém ainda não há

divulgação sufuciente para conscientizar os seres humanos sobre o grande

impacto que o lixo pode causar ao meio ambiente. Observa-se que esse

comportamento humano é de origem educacional, visto que as pessoas não

recebem nenhum preparo a nível familiar, escolar, social, religioso e político

para este assunto.

A implantação do sistema de Gestão Ambiental na indústria alimentícia,

contribuirá com a paisagem, estética, para uma vida melhor, e mais saudável

aos seus colaboradores e habitantes dos arredores servindo de referência para

outras comunidades.

A garantia de que todos os resíduos descartados dentro da organização

alimentícia, tenham o destino correto e atendam a todas normas da Legislação

Ambiental garante a minimização do impacto ambiental na região.

O despertar a Comunidade sobre a importância da Coleta Seletiva,

crescimento sustentável e o reaproveitamento das matérias recicláveis, para

que assumam atitudes que possibilitem a redução na geração dos resíduos

sólidos, líquidos e gasosos e a correta destinação final destes resíduos,

também é um objetivo a ser alcançado.

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Assim como, possibilitar a formação de cidadãos conscientes do seu

papel na sociedade e contribuir para melhoria na qualidade de vida da

comunidade trabalhadora.

Somente com o fomento da coleta seletiva legalizada, novas culturas e

hábitos pode-se contribuir para a construção de uma sociedade mais

consciente, civilizada, atenta, comprometida no desenvolvimento sustentável e

"mais limpa" .

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ANEXO 1

16/05/09 - 07h00 - Atualizado em 16/05/09 - 07h16

Rio só encaminha 3% de seu

lixo para reciclagem

Coleta seletiva chega a apenas 30% da população.

Crise leva catadores a não recolher material nas ruas.

Daniella Clark Do G1, no Rio

Tamanho da letra

A maioria dos cariocas ainda não conjuga o verbo reciclar. Seja por falta de informação

ou acesso – hoje a coleta seletiva municipal chega a apenas 1,8 milhão de pessoas, o que

corresponde a 30% da população – a realidade é que só 3% de todo o lixo domiciliar, de

quase 146 mil toneladas por mês, é encaminhado para reciclagem.

Esse índice, segundo o assessor da diretoria técnico-industrial da Comlurb, José

Henrique Penido, inclui o material recolhido pela companhia de limpeza e por catadores

e sucateiros nas ruas.

“O problema é que essa coleta seletiva acaba saindo cara, porque o caminhão anda muito

e recolhe pouco”, explica Penido. “A população ainda não aderiu à coleta seletiva. Sem

a participação da população não há como ter um bom programa”.

Hoje, a Comlurb conta com quatro caminhões para coleta seletiva, que percorrem 42

bairros da cidade, quase a metade deles na Zona Sul. A coleta porta a porta foi iniciada

em 2002 e vem aumentando aos poucos. Em 2004, segundo dados da empresa, 232

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toneladas por mês eram recolhidas. Esse número passou para 449 toneladas em 2006 e

540 toneladas por mês em 2008.

Crise reduziu preço de material reciclável

Com a crise financeira mundial, o preço pago pelo material recolhido aos catadores caiu

pela metade, o que levou a um desinteresse por parte desses trabalhadores informais.

Como resultado, a Comlurb passou a recolher mais material na coleta seletiva, que hoje

chega a 665 toneladas por mês, o que corresponde ainda a apenas 0,5% do total da

coleta de lixo domiciliar. “Diminuiu muito o número de catadores nas ruas”, diz Penido.

“No caso do papelão, o valor caiu 80%. Passou a pagar pouco e não valia a pena para os

catadores. O aumento de material reciclável na rua foi muito grande. Até isso a coleta

seletiva enfrenta, porque é um sistema muito frágil”, conta o consultor ambiental

Eduardo Bernhardt, da ONG Recicloteca.

Projeto-piloto no Leme

Segundo Bernhardt, o baixo índice de lixo reciclável no Rio se deve à pequena iniciativa do poder público

e à falta de iniciativa da população.

“A gente tem coleta seletiva no Rio, ela atende alguns bairros, mas ela tem pouca estrutura. Então acaba

não atendendo tão bem e a população que, quando quer fazer, às vezes não tem tanta informação, não

separa direito. A pequena falha de um com a pequena falha de outro prejudica todo o programa”, diz.

Para mudar esse cenário, uma parceria da Secretaria estadual do Meio Ambiente, da Subprefeitura da

Zona Sul e da Comlurb levará ao bairro do Leme um projeto-piloto de reciclagem e coleta seletiva.

Síndicos, comerciantes e moradores de comunidades carentes da região terão aulas sobre o tema, com

apoio da Recicloteca.

“A ideia é integrar tanto o catador de rua, como o caminhão da Comlurb, como os caminhões (de sucata)

que ficam estacionados no Leme. E regularizar eles, que virariam microempresas. Você tem o particular e

o público juntos. Um dando apoio para o outro”, explica Bernhardt.

A ONG Reviverde implanta coleta seletiva em condomínios e oferece oficinas de

reciclagem a moradores e funcionários (Foto: Divulgação/ONG Reviverde)

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Condomínio promove competição saudável

Iniciativas desvinculadas do poder público também dão fruto. Na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, o

condomínio Alfa Plaza aderiu à onda da coleta seletiva há cerca de um ano.

Com a ajuda da ONG Reviverde, a síndica Bernadette de Lourdes Pereira reformou as lixeiras dos 22

andares, instalando uma cesta exclusiva para a coleta, e agendou palestras e oficinas com moradores e

funcionários. Para incentivar ainda mais os condôminos, placas nos corredores indicam os andares que

estão misturando ou separando corretamente o lixo.

“Existe até uma boa competição, de andar para andar, que um quer sempre melhor do que o outro”, conta

Bernadette. “Isso estimula o funcionário, o morador e as domésticas a fazerem esse trabalho de separação

da coleta seletiva”.

O dinheiro arrecadado com a venda dos recicláveis é distribuído entre os funcionários e usado para a

compra de cestas básicas, sorteadas entre as domésticas que trabalham no edifício. A cada 15 dias, duas

toneladas são encaminhadas para sucateiros.

“Nos últimos dez anos, já implantamos esse sistema em mais de 30 condomínios no Rio. No total, são

cem toneladas por mês que deixam de ir para os lixões e são encaminhadas para reciclagem”, explica

Regina Laginestra, presidente da ONG Reviverde.

Setor movimenta R$ 10 bilhões no país por ano

Dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre) mostram que a geração de lixo urbano

no Brasil está em torno de 150 mil toneladas por dia e a reciclagem de lixo urbano gira em torno de 12%.

O setor como um todo movimenta no país cerca de R$ 10 bilhões por ano.

A campanha do Instituto Akatu tem o objetivo de reduzir o desperdício de alimentos

(Foto: Divulgação/ Instituto Akatu)

Ainda segundo dados da entidade, a coleta seletiva, ponto de partida para a reciclagem, tem crescido nos

últimos nove anos. Em 1994, 81 municípios faziam a coleta seletiva em escala significativa. Em 2004,

este número avançou para 237 e, em 2008, alcançou 405, o que ainda corresponde a somente 7% do total

de municípios no país.

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Combate ao desperdício

Antes da coleta e da reciclagem, no entanto, o consultor ambiental Eduardo Bernhardt lembra há etapas

importantes para a redução de lixo no planeta: a redução e a reutilização de produtos.

O primeiro “R” prega o fim ao desperdício, mesmo mote da campanha do Instututo Akatu sobre o

desperdício de alimentos: dados da entidade apontam que no Brasil aproximadamente um terço de todos

os alimentos comprados em uma casa é desperdiçado.

“O segundo passo é o da reutilização. Embalagens de vidro são mais fáceis de serem reutilizadas, por

exemplo. Fazendo esse segundo “R”, com o reduzir, pouca coisa sobra para a coleta coletiva”, explica.

Veja abaixo dicas para aderir à coleta seletiva

Como separar

Para a separação do material em casa, não é necessário separar cada tipo de resíduo. Basta ter em casa

dois recipientes: um para o lixo úmido e rejeitos a serem recolhidos pela companhia de limpeza e outro

recipiente para o reciclável a ser levado na coleta seletiva, como plástico, metal, vidro e papel. O

importante é que o material esteja limpo e seco.

No caso de condomínios, escolas ou empresas, pode-se aumentar o número de recipientes destinados à

coleta seletiva, identificando-os por cores e tipos de material.

Quem recebe

O material recolhido pela Comlurb é doado para cooperativas de catadores. A lista dos bairros atendidos

pela coleta seletiva municipal está disponível no site da Comlurb, no link "coleta seletiva".

Condomínios e áreas não atendidas pela coleta seletiva devem procurar grupos de catadores, sucateiros,

ferros-velhos, ou iniciativas comunitárias e de ONGs que coletem materiais recicláveis.

Para onde vai o lixo

Ao ser entregue aos catadores, o material separado é levado para um depósito, onde é feita uma triagem.

Após serem separados por tipo de material, esses volumes são vendidos para os grandes sucateiros, que

por sua vez vendem para as indústrias recicladoras.

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ANEXO 2

Home > 1ª Edição 14/07/2009 > Reportagem

Campanha de reciclagem de óleo ajuda combater a

poluição dos rios

A partir de agora, padarias vão receber óleo de cozinha usado. Galões

ficarão a disposição dos clientes.

A poluição dos rios e córregos é assunto do SPTV. Nossa reportagem tem mostrado

como é feito o tratamento de esgoto, o que as autoridades ainda precisam fazer e como

você pode colaborar. Um gesto pequeno, que ajuda muito, é não jogar lixo na rua.

Mas tem muito mais para fazer. Na cozinha, despejar a gordura no ralo da pia dá um

trabalho que não dá para imaginar. Se separar e guardar o óleo usado, é possível reciclar.

Contudo, se jogar fora tudo junto, tratar a água depois é muito mais complicado.

A reciclagem de óleo já existe, mas a partir de hoje vai aumentar. As padarias de São

Paulo lançaram uma nova campanha. Na hora de buscar o pãozinho de todo dia, também

será possível ajudar a limpar os nossos rios.

O que fazer com o óleo de cozinha, depois de fritar batatas?

A comerciante Sônia Cunha costuma guardar em um recipiente enquanto o óleo ainda

está limpo. Já sujo, coloca em um saco plástico e joga no lixo.

O ralo foi o destino da gordura usada pela dona de casa Leonilce Olivieri, para cozinhar

durante 10 anos. “Jogava na pia, lavava. Jogava no ralo e ia para o encanamento”.

No meio ambiente, o impacto é devastador. Um litro de óleo jogado no esgoto

contamina cerca de 20 mil litros de água potável. Hoje apenas 5% do óleo sujo é

reaproveitado no país.

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Em São Paulo uma campanha de reciclagem quer mudar estes números. A partir de

agora, padarias vão receber óleo de cozinha usado. Galões ficarão a disposição dos

clientes. Ficou fácil colaborar. Na hora de comprar o pãozinho, o consumidor aproveita

e entrega o óleo que foi armazenado em casa.

Qualquer recipiente pode ser usado. Além de garrafas pet, potes de plástico de um litro

são vendidos a R$1,50 nas próprias padarias.

“Eu sempre costumo dizer que a padaria é a sala de estar do paulistano, do brasileiro.

Então é fácil. Sempre que for à padaria, traga seu óleo usado, reciclado em um pote”,

diz Antero Pereira, presidente do Sindicato das Panificadoras.

Quando a padaria junta 30 litros, encaminha o galão a organizações não

governamentais. Em uma ONG na Mooca, o óleo é a matéria-prima para fabricação de

biodiesel.

Por mês são coletadas 250 toneladas de óleo usado. O produto é despejado em caixas de

filtragem. A sujeira fica retida na tela. O óleo segue para tanques como este e descansa

durante um dia. Depois é filtrado novamente e já pode ser vendido para indústrias que

fabricam o combustível.

De acordo com Roberto Costacoi, presidente da ONG Trevo, a ideia das organizações é

não despejar o óleo em mares e rios, como acontece em países mais desenvolvidos.

Além de contribuir para salvar os rios e gerar energia barata, a ONG consegue um bom

dinheiro com a reciclagem vendendo o óleo. O custo é só do transporte e do processo.

Hoje, no lançamento da campanha, 50 padarias estão participando do projeto de

reciclagem do óleo. Os organizadores esperam, em breve, contar com o apoio de pelo

menos 2.000 padarias, metade das filiadas ao sindicato patronal, na grande São Paulo.

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BIBLIOGRAFIA

1-Constituição da República Federativa do Brasil – Título III (Da Organização

do Estado), Capítulo II (Da União) -= artigos 23 e 24. Editora Saraiva, 2006.

2-Constituição da República Federativa do Brasil – Título VIII ( Da Ordem

Social), Capítulo VI ( Do Meio Ambiente) – artigo 225.

3-Lei nº 9605, de 12.02.1998 (Lei de Crimes Ambientais), dispõe sobre as

sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas

ao meio ambiente, e dá outras providências.

4-Decreto nº 3.179, de 21.09.1999, dispõe sobre a especificação das sanções

aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras

providências.

5-Decreto nº 96.044 de 18.05.1988, que aprova o Regulamento para o

Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, e dá outras providências.

6-Resolução CONAMA nº 6, de 19.09.1991, que dispõe sobre a desobrigação

da incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos, e

dá outras providências.

7-Resolução CONAMA nº 275, de 25.04. 2001, estabelece código de cores

para diferentes tipos na coleta seletiva.

8-HIRATA, Mario Hiroyuki; FILHO, Jorge Mancini. Manual de Biossegurança.

São Paulo: Editora Manole, 2002.

9–Bruns, Giovana Baggio - Engª Florestal, especialista em Gestão Ambiental

consultora na empresa Silviconsult Engenharia Ltda, Curitiba, Paraná, e

mail: [email protected]

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10–Moreira, JC- presidente do Conselho Deliberativo da REBIA- Rede

Brasileira de Informação Ambiental Revista do Meio Ambiente, ed. 009, julho

2007.

11- São Thiago, Luiz Eduardo, Analista de Meio Ambiente - FIRJAN

12–Natura - Aspectos e Impactos Ambientais dos Processos da Natura

http://scf.natura.net/

13– FREITAS C.M.; PORTO, M.F.S. Saúde, ambiente e desenvolvimento:

integrando o desenvolvimento às necessidades da vida. Rio de Janeiro: Ed.

FIOCRUZ, 2006. No prelo.

14-Resolução CONAMA nº 257, de 30.06.1999, que dispõe sobre o uso de

pilhas, baterias, e dá outras providências.

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