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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A RELAÇÃO CUSTO X BENEFÍCIO DE UM SGA EM UMA
ORGANIZAÇÃO DE PEQUENO PORTE
Por: Marlene Pereira de Araújo Lamim
Orientador
Prof. Maria Esther de Araújo
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A RELAÇÃO CUSTO X BENEFÍCIO DE UM SGA EM UMA
ORGANIZAÇÃO DE PEQUENO PORTE
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Ambiental.
Por: Marlene Pereira de Araújo Lamim.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus quem tem me sustentado. Ao
meu esposo Messias e aos meus filhos
Felipe e Pedro pela compreensão em
momentos de crises.
4
DEDICATÓRIA
Ao meu marido Messias, a meus filhos
Felipe e Pedro, aos meus pais Do Carmo
e Francisco.
5
RESUMO
Com a cobrança cada vez maior por parte da sociedade surge, nas
organizações, a necessidade de um sistema de gestão que analise, diminua,
corrija os impactos ambientais e que trabalhe de maneira preventiva; o Sistema
de Gestão Ambiental – SGA vem suprir esta necessidade. Desta forma este
estudo apresenta o SGA com ações práticas e rotineiras passando pela
educação ambiental, fator este que não pode deixar de compor um Sistema de
Gestão Ambiental eficaz.
As pequenas empresas, com características peculiares, apresentam
orçamento mais restrito e um quadro de funcionários menor, o que poderá
tornar inviável financeiramente a implantação de um SGA, nos moldes da ISO
14001. Porém percebe-se que o movimento ambiental veio para ficar e as
pequenas empresas precisam se adequar a este novo cenário. As empresas
que ainda não estão em condições de realizarem uma certificação poderão
fazer uso do SGA inserindo-o na estratégia da empresa, começando com
ações no nível estratégico até o nível operacional. Desta forma as pequenas
empresas que implantam um Sistema de Gestão Ambiental eficiente e eficaz
estarão demonstrando sua preocupação com a qualidade ambiental e
identificarão oportunidades de melhorias como a redução do desperdício, a
conquista de novos clientes e satisfação dos funcionários, como também
economia e retorno financeiro que é o objetivo fim de toda empresa.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi investigativa de revisão bibliográfica em
textos já publicados referentes à Gestão Ambiental.
A pesquisa foi realizada em sites do Google como o da Revista de
Administração Contemporânea e da Revista Eletrônica de Administração; na
norma da ABNT ISO 14001:2004; em livros de Administração, Gestão
Ambiental e Sustentabilidade e ainda em pesquisa realizada através de e-mail
a empresas certificadoras da ISO 14001.
As pesquisas em sites foram realizadas no período de janeiro de 2012 a
junho de 2012 e privilegiaram autores conhecidos que desenvolvem trabalhos
nessa área.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL – SGA 09
CAPÍTULO II - MICROS E PEQUENAS EMPRESAS BRASILEIRAS-MPEs 19
CAPÍTULO III – CUSTOS E BENEFÍCIOS DE UM SGA EM MPES 29
CONCLUSÃO 36
ANEXOS 38
BIBLIOGRAFIA 43
WEBGRAFIA 45
ÍNDICE 47
FOLHA DE AVALIAÇÃO
8
INTRODUÇÃO
Gestão Ambiental ainda é um assunto desconhecido para alguns
empresários e tem se tornado uma questão a solucionar. Como implantar um
Sistema de Gestão Ambiental – SGA sem comprometer a receita da empresa,
ou seja, é viável a implantação de um SGA em uma empresa, mesmo sendo
esta de pequeno porte?
A importância da discussão em torno dos benefícios e custos da
implantação de um SGA, em empresas de pequeno porte, se apresenta
quando são observados os números: em 2004 das quase 6 milhões de
empresas no Brasil 99% eram de micro e pequenas empresas (Antonik, 2004),
portanto há necessidade de informar e incluir SGA neste meio.
Como alguns empresários não têm o conhecimento do assunto, eles têm
a idéia de que é um processo complexo, caro e portando longe do alcance
financeiro e até mesmo estrutural de sua empresa. Para mudar tal pensamento
faz-se necessário informar o que é um SGA, que ele precisa ser visto como
investimento e que pode ser inserido na estratégia da empresa com ações
práticas, rotineiras e com baixo custo, passando pela educação ambiental. Isto
muito se assemelha com a opinião de Antonik (2004) no que diz respeito à
gestão financeira: “Não são necessários sistemas poderosos e caros para a
administração financeira das pequenas e médias empresas. Soluções baratas,
disponíveis em planilhas eletrônicas, resolvem perfeitamente a questão.”
Talvez as soluções para um eficiente SGA não esteja em planilhas eletrônica,
mas estas poderão comprovar que ações do SGA podem trazer novos clientes,
satisfação aos funcionários e até mesmo economia.
Desta forma esclarece-se a viabilidade financeira da implantação de um
SGA em empresas de pequeno porte e que, ao contrário do pensamento
comum, SGA traz retorno financeiro que é o objetivo fim de toda empresa.
9
CAPÍTULO I
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA
Segundo diversos autores após a Revolução Industrial, no século XVIII,
agravou se o problema ambiental, com a evolução da industrialização e o
conseqüente aumento da capacidade de intervenção do homem na natureza.
Isto fica evidente quando se verifica a evolução da contaminação do ar, da
água e do solo em todo o planeta e pelo número crescente de desastres
ambientais com impactos cada vez maiores que têm levado o planeta a uma
devastação de seus ecossistemas e, consequentemente, a uma crise em
vários setores da sociedade, como o econômico, social e o educacional
(LEMES JÚNIOR; PISA, 2010, p.36; CANEDO, 2012; ANDREOLI, 2012) . A
questão ambiental tem sido tema na grande maioria dos eventos mundiais e a
partir de 1968, com o primeiro encontro mundial a demonstrar preocupação
com o meio ambiente - Conferência da Biosfera (Paris) – passou-se a ter
encontros específicos para tratar do assunto, tamanha a preocupação dos
ambientalistas, ecologistas, governantes, empresas e da sociedade em geral
que não querem continuar a poluir e serem conhecidas como inimigos da
sociedade.
Diante de tal preocupação foram criadas algumas normas objetivas que
orientam as organizações, como a série das normas da família ISO 14000.
Estas normas buscam a padronização de algumas ferramentas e ainda
estabelecem meios e sistemas para a administração ambiental. Destas normas
são passíveis de certificação as ISO 14001 e a ISO 14040.
Família de normas NBR ISO 14000
ISO 14001 Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – Especificações
para a Implantação e Guia
ISO 14004 Sistema de Gestão Ambiental – Diretrizes Gerais
ISO 14010 Guias para Auditora Ambiental – Diretrizes Gerais
10
ISO 14011 Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para
Auditorias
ISO 14012 Diretrizes para Auditoria Ambiental – Critérios de
Qualificações
ISO 14020 Rotulagem Ambiental – Princípios Básicos
ISO 14021 Rotulagem Ambiental – Termos e Definições
ISO 14022 Rotulagem Ambiental – Simbologia para Rótulos
ISO 14023 Rotulagem Ambiental – Testes e Metodologia de
Verificações
ISO 14024 Rotulagem Ambiental – Guia para Certificações com
Base em Análise Multicriterial
ISO 14031 Avaliação da Performance Ambiental
ISO 14032 Avaliação da Performance Ambiental dos Sistemas de
Operadores
ISO 14040 Análise do Ciclo de Vida – Princípios Gerais
ISO 14041 Análise do Ciclo de Vida - Inventário
ISO 14042 Análise do Ciclo de Vida – Análise dos Impactos
ISO 14043 Análise do Ciclo de Vida – Migração dos Impactos
Tabela 1: Família de normas NBR ISO 14000 Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT
Com a cobrança cada vez maior por parte da sociedade surge, nas
organizações, a necessidade de um sistema de gestão que analise, diminua,
corrija os impactos ambientais e que trabalhe de maneira preventiva. Com este
estudo tem se o intuito de mostrar que um Sistema de Gestão Ambiental –
SGA pode ser utilizado como um sistema básico, com ações rotineiras e
práticas e que desta forma seja um precursor e que prepare a organização
para a implantação de uma ISO da família 14000, como a ISO 14001 que
estabelece os requisitos necessários para a implantação de um Sistema de
Gestão Ambiental certificável. Para isto faz-se necessário compreender o que
é um Sistema de Gestão Ambiental e que o SGA não existe para cuidar do
11
meio ambiente, mas para melhorar o desempenho ambiental e operacional da
empresa.
De acordo com a Norma ABNT ISO 14001:2004 “Sistema de Gestão
Ambiental é a parte de um sistema de gestão de uma organização utilizada
para desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus
aspectos ambientais”. Para KRAEMER (2012) sistema de gestão ambiental
“pode ser definido como um conjunto de procedimentos para gerir ou
administrar uma organização, de forma a obter o melhor relacionamento com o
meio ambiente.” A autora ainda indica que o sistema precisa ser verificado para
saber se o programa proposto está funcionando como o previsto através da
análise crítica e periódica modificando o sistema, caso não esteja funcionando
como o planejado, procurando alternativas e buscando a melhoria contínua.
Nesta mesma linha de pensamento PADOIN, GOLDSMIDT, ROSA (1998)
apontam o sistema de gestão ambiental como uma estratégia que envolve a
empresa na conquista da qualidade ambiental, para atingir esta meta, ao
menor custo e de forma permanente. Estes autores ainda colocam que com a
estratégia do SGA os empresários têm condições de identificar oportunidades
de melhorias que diminuam os impactos de sua empresa sobre o meio
ambiente e ainda conquista de mercado e de lucratividade. Já para DIAS
(2009) Sistema de Gestão Ambiental é visto de forma macro:
O Sistema de Gestão Ambiental é o conjunto de responsabilidades organizacionais, procedimentos, processos e meios que se adotam para a implantação de uma política ambiental em determinada empresa ou unidade produtiva. Um SGA é a sistematização da gestão ambiental por uma organização determinada. É o método empregado para levar uma organização a atingir e manter-se em funcionamento de acordo com as normas estabelecidas, bem como para alcançar os objetivos definidos em sua política ambiental. (DIAS, 2009, p. 91)
Apresentado como um modelo por ANDRADE, TACHIZAWA E
CARVALHO que envolve princípios da qualidade:
Entendido como modelo de gestão ambiental o conjunto de decisões exercidas sob princípios de qualidade ambiental e ecológica
12
preestabelecidos, com a finalidade de atingir e preservar um equilíbrio dinâmico entre objetivos, meios e atividades no âmbito da organização. (ANDRADE, TACHIZAWA E CARVALHO, 2002, p. 92)
O sistema de gestão ambiental segue um modelo que se baseia no
princípio de melhoria contínua, o PDCA, procedimento muito utilizado no
Sistema de Qualidade Total e quando a empresa busca atingir seus objetivos e
metas visando melhorar seu desempenho. Para a ISO 14001 o Planejar,
executar, verificar e agir é definido como:
• Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir
os resultados em concordância com a política ambiental da organização.
• Executar: Implementar os processos.
• Verificar: Monitorar e medir os processos em conformidade com a
política ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros, e relatar
os resultados.
• Agir: agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema de
gestão ambiental.
A norma inclui o Comprometimento e Política que segundo REIS (2002,
p. 30) é de responsabilidade da alta administração e gerência.
Para assegurar sucesso, um passo preliminar par o desenvolvimento ou aperfeiçoamento de um SGA é a obtenção do comprometimento da alta administração da organização com a melhoria da gestão ambiental de suas atividades, produtos ou serviços. São cruciais o comprometimento e a liderança permanentes da alta administração. (REIS apud NBR ISO 14004).
Segundo a Norma ABNT ISO 14001:2004 a política Ambiental deverá:
a) Ser apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas
atividades, produtos e serviços;
b) Incluir comprometimento com a melhoria continua e com a prevenção de
poluição;
13
c) Incluir comprometimento em atender aos requisitos legais aplicáveis e
outros subscritos pela organização que se relacionem a seus aspectos
ambientais;
d) Fornecer uma estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos e
metas ambientais;
e) Ser documentada, implementada e mantida;
f) Ser comunicada a todos que trabalhem na organização ou que atuem
em seu nome;
g) Ser disponível para o público.
CICLO PDCA.
Figura 1: CICLO PDCA Fonte: ABNT NBR ISO 14001:2004
14
1.1 - Educação Ambiental
Para que um SGA possa ter eficácia precisa ser difundido e conhecido
por todos na organização, algumas empresas usam até mesmo sua Missão
para propagar os conceitos de Gestão Ambiental. Entende-se que a ferramenta
fundamental para tornar o Sistema de Gestão Ambiental eficiente e eficaz é a
educação ambiental. De acordo com VIEIRA (2012) o objetivo da Educação
Ambiental – EA nas empresas é alcançar mudança nos funcionários desde o
presidente até ao funcionário de chão de fábrica, com relação ao uso
inteligente dos recursos naturais, redução de infrações ambientais, destinação
adequada dos rejeitos, entre outras questões. Para tanto todos os funcionários,
independente do trabalho que executa, deve ter conhecimento das questões
ambientais da empresa e de que como ele, em sua função, interage com estas
questões. Sendo assim a EA produz mudança de comportamento e de
atitudes em relação ao meio ambiente interno e externo à empresa. A
Educação Ambiental não é ensinada apenas nas escolas ela pode acontecer
também nas empresas, para tanto é preciso conhecer o que a lei diz sobre EA
e seus princípios básicos.
De acordo com a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999 que dispõe sobre a
educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, em
seu Art. 1º:
Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (Lei 9.795/99, Art.1º)
Os princípios básicos da Educação Ambiental são relacionados no Art.
4º da Política Nacional de Educação Ambiental:
I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II – a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III – o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinalidade; IV – a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
15
V – a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI – a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII – o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. (Lei 9.795/99, Art.4º)
Os princípios são as características essenciais sem as quais não é possível
descrever Educação Ambiental.
A Educação Ambiental pode ser no ensino formal ou não formal. Na Lei
de Política Nacional de Educação Ambiental são conceituados estes dois tipo:
Formal - Seção II, Art. 9º “Entende-se por educação ambiental na educação
escolar as desenvolvidas no âmbito das instituições de ensino públicas e
privadas (...).”
Não Formal - Seção III, Art. 13 “Entendem-se por educação ambiental não
formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade
sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da
qualidade do meio ambiente." Desta forma as empresas que não possuem
universidades corporativas ou coisa do gênero, desenvolvem a educação
ambiental não formal.
Segundo ANDRADE, TACHIZAWA E TAKESHY (2002, p.168) a
empresa precisa adotar como política de recursos humanos a permanente
educação ambiental de seus funcionários, começando com o pessoal da alta
administração até a base da pirâmide organizacional, com os funcionários do
chão-de-fábrica. Desta forma haverá uma convergência entre as práticas de
todos os funcionários o que dará uma condição favorável à obtenção de maior
produtividade empresarial.
O educador ORR (1992) apud MESSINA (2010) cria o termo
Alfabetização Ecológica que deixa clara a necessidade de entender o meio em
que se vive e a responsabilidade de cada um em mantê-lo saudável:
“Alfabetização Ecológica tem como proposta uma educação pautada na
satisfação das necessidades humanas sem prejudicar as próximas gerações,
iniciando pela compreensão dos princípios básicos que regem a vida na Terra.”
16
No Portal do Meio ambiente, BERNA coloca que as organizações, por
necessidade, estão cada vez mais comprometidas com a Educação Ambiental.
O autor desenvolveu um guia - Dez Mandamentos na Empresa - onde se
encontra atitudes que podem estar presentes nas organizações para a
melhoria do meio ambiente e serve como recurso pedagógico para as
organizações. Lembrando-se sempre que não há uma receita de bolo e que
cada empresa deverá criar seu próprio guia que atendam suas características.
Dentre as dicas estão: Estabelecer princípios ambientalistas; fazer investigação
de recursos e processos tendo como meta reduzir o uso de recursos e o
desperdício e estabelecer política de compras que priorize a compra de
produtos ambientalmente corretos.
1.2 - Sustentabilidade
De acordo com a BRUNDTLAND, em seu relatório Nosso Futuro
Comum “o desenvolvimento sustentável é aquele que visa que atende às
necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das gerações
futuras atenderem às suas próprias necessidades”. (LEMOS et al 2006, p. 1,
apud Nosso Futuro Comum). Porém os autores definem como extremamente
complexo conceituar desenvolvimento sustentável que envolve dimensões
ambiental, tecnológica, econômica, social, política e cultural e desta forma
“segmentos diferentes da sociedade tendem a interpretar esta definição
priorizando os seus próprios interesses,” (LEMOS et al, 2006, p.1)
Porém LEMES JÚNIOR E PISA (2010, p. 34) reduz estas dimensões ao
dizer que “A Sustentabilidade empresarial contempla três dimensões:
econômica, social e ambiental, denominadas por alguns autores ‘o tripé da
sustentabilidade’”.
17
As Três Dimensões da Sustentabilidade
Figura 2: As Três Dimensões da Sustentabilidade Fonte: Elaborado pela autora
Para que haja eficiência nas três dimensões precisa ter visão integrada e
indissociável destas dimensões.
“Responsabilidade econômica: É a primeira responsabilidade da empresa para com o desenvolvimento do país, através da geração de emprego e renda à população, lucratividade, para que possa continuar existindo por longo período. Responsabilidade social: A empresa socialmente responsável é reconhecida pela sociedade onde está inserida por apresentar certas diferenças visíveis a todos por suas ações, não pelo que está inscrito em seu código de ética: • Autonomia para empregados. • Distribuição/participação nos lucros. • Tratamento igualitário, respeito à diversidade. • Parceria efetiva com clientes e fornecedores. • Desenvolvimento da comunidade local. • Conservação do meio ambiente. Responsabilidade Ambiental: Empreendimentos de todos os portes devem adotar a gestão ambiental com método de produção que preservem as fontes de matérias-primas, combatam rigorosamente o desperdício, e, também, assumir políticas internas de reciclagem e de controle e destinação correta de resíduos”. (LEMES JÚNIOR E PISA 2010, p. 34 e 35)
18
O Instituo Ethos (2011) apresenta indicadores ambientais importantes a
serem observados pelas empresas para serem usados como ferramenta que
permite a auto avaliação da gestão ambiental:
• Compromisso com a Melhoria da Qualidade Ambiental
• Educação e Conscientização Ambiental
• Gerenciamento dos Impactos sobre o Meio Ambiente e do Ciclo de Vida
de Produtos e Serviços
• Sustentabilidade da Economia Florestal
• Minimização de Entradas e Saídas de Materiais
De acordo com o Instituto dentro destes indicadores estão itens como:
possuir iniciativas para o uso de fontes de energia renovável, manter ações de
controle da poluição causada por veículos próprios e de terceiros a seu serviço,
reduzir o consumo de água, redução da geração de resíduos sólidos e redução
da emissão de CO2, dentre outros.
Mesmo que a empresa não deseje, no momento, uma certificação, faz-
se necessário a tomada de ações objetivas que busquem minimizar os
impactos que todos os seres humanos, independente da atividade
desempenhada, causam ao meio ambiente. A conscientização do problema,
pela alta administração da organização, seria o primeiro passo. Após, faz-se
necessário à compreensão de que para uma organização tornar-se sustentável
precisa haver educação ambiental, que por sua vez é fator indispensável para
que o SGA seja eficaz.
19
CAPÍTULO II
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - MPEs
As pequenas empresas são analisadas em conjunto com as micro
empresas devido à legislação, os autores FERREIRA; PIVETTI; ARAÚJO
(2007), ressaltam que não são todas as empresas que se enquadram como
micro ou pequenas empresas:
Firmas com participação no capital de pessoa física que resida no exterior ou de outra pessoa jurídica; pessoa física titular de firma mercantil individual ou sócia de outra empresa que goze de benefícios jurídicos com base na mesma lei – exceto se a participação for no máximo de até 10% do capital social de outra empresa e desde que a receita bruta anual global não supere os limites determinados pela legislação. (FERREIRA; PIVETTI; ARAÚJO, 2007, p.71)
Conforme a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, nº 123 de 14 de
dezembro de 2006, as microempresas são as que aufiram receita bruta igual
ou inferior a R$ 360.000,00 e de pequeno porte, as que aufiram, em cada ano-
calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$
3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Antonik (2004) relata no site
da revista FAE BUSINESS, que no Brasil, das quase 6 milhões de empresas
que existiam no ano 2000, 99% são consideradas micro e pequenas. No setor
da indústria elas representam cerca de 18% do total de empresas, e no de
comércio por 45% e no de serviços por 37%.
PORTE INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇOS
TOTAL Nº % Nº % Nº %
Micro 939.267 17,8 2.414.662 45,8 1.923.389 36,4 5.277.308Pequena 48.314 19,7 88.941 36,2 108.203 44,1 245.458Média 9.856 33,3 5.724 19,4 13.999 47,3 29.579Grande 1.580 7 2.955 13,2 17.89 79,8 22.434TOTAL 999.017 17,9 2.512.272 45,1 2.063.490 37 5.574.779
Tabela 2: Números de Micro, Pequenas , Médias e Grandes empresas. Fonte: FAE BUSINESS, número 8, maio 2001
20
Faz-se necessário entender como as MPEs surgem. Segundo
MAXIMIANO (2006, p. 20), no século XXI os empregos duradouros e a
probabilidade de carreira nas grandes empresas têm perdido espaço, isso tem
influenciado muitas pessoas a tentarem serem seus próprios patrões ao abrir
suas empresas, abrir empresas que em sua maioria se constitui por pequenas
e médias, desta forma, as MPEs são classificadas no Brasil de acordo com seu
faturamento e o numero de empregados. Além de não dominar o seu segmento
a pequena empresa é uma instituição independente operada pelos seus
proprietários. BATEMAN e SNELL (2009, p. 630) contrapõem relatando que
uma pequena empresa possui menos que 100 colaboradores.
De acordo com GOMES (2005, p.9), as micro e pequenas empresas -
MPEs apresentam como característica essencial a figura dos fundadores.
Começam pequenas como empreendimentos, mas surgem do mesmo modo
sob direção de uma pessoa ou pessoas, tendo um desafio ao mesmo tempo
profissional e pessoal. Ressalta-se que o empreendedorismo é uma das
características marcantes das MPEs. Empreendedorismo é definido por
OLIVEIRA (2008, p. 407) define como processo evolutivo e inovador da aptidão
e habilidade profissionais orientadas à maximização dos resultados das
organizações e a consolidação de novos projetos estrategicamente relevantes.
Desta forma entende-se como empreendedorismo um procedimento dinâmico,
inovador que corre riscos e é guiado para o crescimento.
A criação das MPEs não seria possível sem o empreendedor, que é a
pessoa que corre risco e procura segurar as chances que outros deixaram para
trás ou as observaram como problemas ou ameaças. No contexto empresarial,
o empreendedor inicia novos empreendimentos dando vida a novas idéias de
produtos ou serviços. (SCHRERMERHORN, 2007, p. 123).
Segundo GOMES (2005, p.5), empreendedor não é o gerente ou diretor
da firma que dirige um negócio estabelecido, mas um líder que toma iniciativa
tem autoridade e faz previsão, já DOLABELA (1993) apud GOMES, (2005, p.3),
21
afirma que empreendedor é a pessoa que se dedica à geração de riqueza, seja
na transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, mas na geração
do próprio conhecimento ou na inovação. Indo mais além, SANTOS et al (2007,
p.64) dizem que os empreendedores na maior parte das vezes, os criadores de
suas empresas tendem a dominar todas as etapas decisórias da organização,
devido ao tamanho da mesma, o que pode influenciar o processo de
desenvolvimento e prática das estratégias das MPEs. Outro autor,
SCHERMERHORN (2007, p. 125) acrescenta que empreendedores possuem
características que lhes são peculiares como persistência, motivação,
capacidade de correr riscos, acreditam em si mesmos, querem ser seus
próprios patrões e são orientados pela paixão e pela ação. O mesmo afirma
que se deve levar em consideração as características do dirigente da MPEs,
pois a sua posição é que irá influenciar a postura estratégica de seu
proprietário.
OLIVEIRA (2008, p. 198) cita que para uma MPE conseguir um
crescimento em longo prazo deve haver uma melhora em seus processos e
produtos, funções e mercados através de uma inovação contínua. A teoria
salienta que a característica principal do espírito empreendedor é a inovação
baseada no conhecimento, não sendo bastante somente ter iniciativa, pois ela
pode até facilitar e impulsionar, mas não garantirá resultados satisfatórios.
Segundo LEMES JÚNIOR E PISA (2010, p.54), a experiência de vida é
uma das características do comportamento dos empreendedores. Derivadas
desta característica nascem às chamadas idéias decorrentes da experiência.
Estas idéias são aquelas que, devido à atividade profissional exercida, se
mostrarão úteis na implantação de novo negócio, essa experiência ajudará na
prevenção de erros e poupará tempo e recursos de aprendizagem.
Porém GOMES (2005, p.9), ressalta que novos empreendimentos não
fazem inovação, no entanto fazem a descoberta de um novo produtos ou
22
serviço, novos métodos que melhorem o processo produtivo, novos métodos
de comercialização e aproximação dos produtos com os clientes.
Segundo SCHERMERHORN (2007, p. 137) às micro e pequenas
empresas são formadas inicialmente por empreendedores, estes fazem nascer
a empresa e cuidam dela nos primeiros estágios de vida, depois a liderança
precisa ser passada para uma liderança estratégica profissional. A liderança
estratégica profissional direciona a empresa á maturidade por isso surge à
necessidade de se planejar a sucessão de gestores. Da sucessão de gestores
dependerá a continuidade e sobrevivência do negócio.
2.1 - Competividade para as MPEs.
COSTA NETO, (2007, p. 87), orienta o que as empresas devem oferecer
para serem competitivas no mundo globalizado:
Diversas conceituações podem ser encontradas para a competitividade, mas, em essência, uma empresa é competitiva se conserva ou amplia a fatia de mercado para seus produtos ou serviços, estando apta a enfrentar a atuação dos seus concorrentes [...]. Para a empresa ser competitiva, deve poder oferecer seus produtos ou serviços com a qualidade esperada pelos clientes e com preços aceitáveis pelo mercado.
Entende-se por competitividade a aptidão de um sistema - país, setor
industrial, grupo de empresas - de atingir o sucesso em um determinado ramo
de negócio.
De acordo com FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER (1996) apud
BRITO; LOMBARDI (2007, p.11), competitividade é a habilidade da
organização de desenvolver e programar estratégias competitivas, capazes de
aumentar ou manter, de forma estável, uma posição sólida no mercado.
Segundo DIAS (2009, p.52) a competitividade de uma empresa depende de um
conjunto de fatores, variados e complexos, que se inter-relacionam e são
mutuamente dependentes, como: custos, qualidade dos produtos e serviços,
23
nível de controle de qualidade, capital humano, tecnologia e capacidade de
inovação. Um fator que tem se destacado com relação à competitividade entre
empresas tem sido a gestão ambiental, devido aos benefícios que traz ao
processo produtivo e a outros fatores como a visibilidade positiva da marca.
Dentre as vantagens competitivas da gestão ambiental relatadas por
DIAS (2009, p.52), destaca-se:
• Com o cumprimento das exigências normativas, há melhora no
desempenho ambiental de uma empresa, abrindo-se a possibilidade
de maior inserção num mercado cada vez mais exigente em termos
ecológicos, com a melhoria da imagem junto a clientes e
comunidade;
• Com a redução do consumo de recursos energéticos, ocorre a
melhoria na gestão ambiental, com a consequente redução nos
custos de produção;
• Ao se reduzir ao mínimo a quantidade de material utilizar por produto,
há redução dos custos de matéria-prima e do consumo de recursos;
• Quando se utilizam materiais renováveis, empregando-se menos
energia pela facilidade de reciclagem, melhora-se a imagem da
organização;
• Com a otimização do uso do espaço nos meios de transporte, há
redução nesse tipo de gasto com a conseqüente diminuição do
consumo de gasolina, o que diminui a quantidade de gases no meio
ambiente.
Atualmente têm-se muitos ambientes hostis, que são classificados de
acordo com SANTOS et al (2007, p.63) como aqueles que apresentam
atividades econômicas precárias, acirrada competição, clima difícil e deficiência
de oportunidades de possível exploração. Em um ambiente de hostilidade, a
sobrevivência e o crescimento são grandes desafios para as empresas de
menor porte. Isso se deve a escassez de recursos e a relativa falta de
habilidade gerencial a que estão sujeitas.
24
Neste contexto emerge a necessidade de ter uma vantagem competitiva,
que de acordo com PORTER (1999) apud CARVALHO NETO; MACHADO;
PEREIRA, (2006, p.3) corresponde a um beneficio importante, e de longo prazo
de uma organização sobre seus concorrentes. Para HITT; IRELAND;
HOSKISSON (2008, p. 79) vantagem competitiva é o quanto os concorrentes
conseguem copiar com êxito um bem, serviço ou processo de outra
organização. De acordo com COSTA NETO (2007, p. 34) as vantagens
competitivas são dadas através da preferência dos clientes, pelo baixo custo,
flexibilidade operacional e inovação de produtos e processos.
O objetivo de qualquer empresa segundo SHERMERHORN (2007, p.
193) não é somente a vantagem competitiva. A meta é sobreviver no mercado
e torna-se sustentável. Estes autores evidenciam que a vantagem competitiva
é um dos objetivos estratégicos das empresas a ser perseguido. E um SGA
eficiente pode ser uma vantagem competitiva.
2.2 - O Planejamento e sua Importância para as MPEs.
Segundo CASTEJON (2005, p. 10), o ato de planejar se baseia em
examinar as situações antes de executar as ações para conquistar resultados.
Seguindo a mesma linha de pensamento, SCHERMERHORN (2007, p. 171)
afirma que o planejamento é a maneira pelo qual as pessoas e as empresas
permanecem a frente da concorrência tornando-se melhores no que fazem.
Planejamento de acordo com SOBRAL E PECI (2007, p.132), “é a função
administrativa responsável pela definição dos objetivos da organização”. Outro
autor, COSTA NETO (2007, p. 64) descreve que “o planejamento deve decidir
sobre o que fazer, por que fazer e como fazer”. O planejamento não faz
menção a decisões futuras, ele é realizado no momento atual, seus resultados
é que se projetam no futuro (LACOMBE, 2009, p 69), portanto o planejamento
é feito voltado para o futuro, podendo ser um futuro distante ou um bem
próximo.
25
De acordo com estes teóricos o planejamento é para todos, tanto para
empresas quanto para pessoas, e também é para tudo desde uma simples
tomada de decisão até para a criação de um empreendimento ou um projeto
maior.
Os administradores precisam planejar suas ações, independente do
nível hierárquico, sem planejamento as organizações andariam a deriva e sem
rumo. Nem sempre o planejamento é formalizado em documentos escritos. Em
organizações pequenas, é comum existir um tipo de planejamento informal,
este pode levar as mesmas a terem definições vagas de seus objetivos, porque
existe a perda de foco e a falta de senso de direção. Devido a isso “é
importante planejar de forma consistente para enfrentar as mudanças que
ocorrem nas diversas áreas da sociedade” (SOBRAL; PECI; 2007 p. 133).
Segundo COSTA NETO (2007, p. 187) o planejamento pode ser
considerado em três níveis: nível estratégico, tático e operacional. O nível
operacional consiste na execução das ações na rotina da empresa. O nível
Tático tem como objetivo melhorar o desempenho para aumentar a eficiência
nos processos da organização. O nível estratégico tem foco em dilemas
relevantes para empresa, de acordo com sua missão. Os resultados são as
políticas e diretrizes que determinam as demais atividades em médio e longo
prazo. Em relação a resultados em longo prazo surge então o interesse pelo
planejamento estratégico que para CASTEJON (2005, p.8), é decidir o que
fazer antes da concorrência, não apenas previsões, mas na tomada de
decisões que produzirão efeitos e conseqüências no futuro da organização.
RIBEIRO (2009, p.8) salienta sobre a importância do planejamento
estratégico para as organizações:
Planejamento estratégico é o processo de elaboração da estratégia, projetando os objetivos e resultados esperados em longo prazo; considera a relação existente entre a empresa e seu ambiente e deve ser abrangente, envolvendo toda a empresa. A elaboração do planejamento envolve os processos de analise do ambiente e de organização. Geralmente, os altos executivos da empresa são os responsáveis por sua elaboração.
26
Segundo ACKOFF (1976) e OLIVEIRA (1989) apud ANTONIALLI (2000,
p. 143), o planejamento estratégico se destaca porque é um processo de longo
prazo que trabalha com decisões duradouras e de difícil modificação. Estas
decisões têm como foco manter a atenção às decisões do mercado e da noção
de que os acontecimentos futuros poderão não seguir a linha que se deseja.
Desta maneira o planejamento busca oferecer a organização uma realidade de
eficiência, eficácia e efetividade na busca de uma posição no mercado que se
pretende atingir. (ANSOFF,1991 apud CASTEJON, 2005,p.11).
BATEMAN e SNELL (2009, p. 121), afirmam que o planejamento
estratégico é o grupo de ações para a tomada de decisão a respeito dos
objetivos e das estratégias. Seguindo a mesma linha de pensamento
MAXIMIANO (2006, p. 333) entende planejamento estratégico como o meio de
criar estratégias, ou seja, a interação pretendida da organização com seu
ambiente. O planejamento estratégico é importante para que a organização
possa se estabelecer no mercado, habilitando a responder questões como:
“Em que negócio estamos? Em que negócio devemos estar ou estaremos?
Quem são nossos clientes? Como podemos ou devemos atendê-los?
Queremos focar no negócio principal ou diversificar?” As respostas a essas
perguntas auxiliarão a criar estes objetivos que darão direção à empresa
(BATEMAN; SNELL, 2009, p. 576).
Para ANDRADE, TACHIZAWA E CARVALHO (2002, p.103) o
planejamento estratégico pode ser entendido como o conjunto de decisões
programadas previamente, relativas ao que deve ser feito na empresa à longo
prazo. Desta forma as estratégias devem direcionar a gestão das empresas.
Ainda segundo estes autores o planejamento estratégico ambiental é um
processo que tem o objetivo de dotar a empresa de um instrumento de gestão
estratégica, o plano estratégico ambiental, de longo prazo e serve de
orientação para a definição e o desenvolvimento dos planos de curto e médio
prazo.
27
Os objetivos estratégicos são as metas principais ou resultados finais
relativos à sobrevivência, valor e crescimento da empresa à longo prazo
(BATEMAN; SNELL, 2009, p. 121). Da mesma forma MAXIMIANO (2006, p.
341), cita os objetivos estratégicos como os resultados que a organização
almeja alcançar. COSTA NETO (2007, p. 66) ressalta que existem autores, que
consideram ultrapassado a definição de planejamento estratégico, dando
preferência à gestão estratégica. Isso ocorre porque o planejamento
estratégico esta associado a decisões de médio ou longo prazo, e
considerando-se que na atualidade devido a globalização as decisões
importantes devem ser tomadas com rapidez e flexibilidade, o conceito de
planejamento estratégico se torna obsoleto.
Por outro lado, conclui-se que o planejamento estratégico é importante
para empresa sobreviver no mercado, pois SCHERMERHORN (2007, p. 131)
ressalta que um dos fatores que levam as MPEs ao fracasso é a falta de
planejamento, pois os empreendedores não definem a razão de ser da
empresa e suas metas, não há construção de estratégias bem como sua
utilização. Outros autores, FISCHMANN e ALMEIDA (1991) apud ANTONIALLI,
(2000, p.143), descrevem planejamento estratégico como recurso
administrativo que, através da análise do ambiente da empresa, define suas
oportunidade e ameaças dos pontos fortes e fracos.
De acordo com LÄNSILUOTO (2004) apud SOUZA; MELLO; PAIVA
JÚNIOR (2007, p. 48) “os dados do ambiente podem ser utilizados para estimar
o grau de dificuldade nas áreas de crescimento econômico e das previsões
organizacionais”. Um dos instrumentos utilizados para análise do ambiente é a
chamada análise SWOT que é definida por SANTOS et al (2007, p. 51), como
a análise das oportunidades e ameaças da empresa em face do estudo dos
fatores externos, sendo assim possível verificar os pontos fortes e fracos
organizacionais.
28
Pode-se dizer que uma empresa não é uma ilha, não vive isolada, por
isto vê-se a importância de analisar o ambiente que a cerca, de sua adequação
ou não às condições ambientais dependerá sua sobrevivência ou extinção.
Desta forma ANDRADE, TACHIZAWA e CARVALHO (2002, p.40) conceitua
este tema:
Uma empresa ou uma organização, como um organismo vivo, é um agrupamento humano em interação, que, ao se relacionar entre si e com o meio externo por meio de sua estruturação interna de poder, faz uma construção social da realidade, que lhe propicia a sobrevivência como unidade, segundo os mesmos princípios pelos quais mutações são preservadas dentro de cadeias ecológicas do mundo vivo.
Desta forma entende-se que às Micro e Pequenas empresas tem grande
impacto na economia do país e, por consequência, no meio ambiente. Por se
tratar de organizações que tem gestores empreendedores, criativos e voltados
para a inovação, atender as leis ambientais e as expectativas da sociedade
poderá se tornar uma vantagem competitiva não difícil de alcançar.
Principalmente se for percebido pela alta direção que, disto poderá dependerá
a sobrevivência da organização e sua sustentabilidade. Para tanto um Sistema
de Gestão Ambiental será fundamental em seu planejamento estratégico,
analisando os ambientes da empresa – interno e externo - com suas
oportunidades e ameaças.
29
CAPITULO III
CUSTOS E BENEFÍCIOS DE UM SGA EM MPEs
Para falar a respeito dos custos da implantação de um Sistema de
Gestão Ambiental faz-se necessário compreendermos as diferenças entre
custos, despesas e investimento. Segundo o Dicionário de Economia de
SELDON e PENNANCE (1983) Custo pode ser entendido como a quantia a ser
paga por um bem ou serviço. Despesas são gastos financeiros relativos à
manutenção da atividade da empresa e Investimento é a aplicação de dinheiro
para obter lucro futuro. Desta forma pode-se entender que a quantia
empregada na implantação e manutenção de um SGA pode ser considerada
custo ou investimento. Benefício é entendido como vantagem, proveito e
melhoramento.
3.1 - Custos de um SGA
De acordo com SANTOS E SEIFFERT (2006) em artigo publicado no
site da Universidade da Paraíba é difícil mensurar o valor a ser investido na
implantação da ISO 14001, porém percebem-se dois custos distintos: custos de
implantação e custos de processo.
Os custos de implantação são compostos basicamente pela contratação de uma consultoria (...). Estes custos são difíceis de mensurar e podem variar de 100 a 300 mil reais, dependendo do tamanho da empresa. É importante considerar que o processo de implantação da ISO 14001, não é necessariamente caro (Viterbo, 1998), isto dependerá fundamentalmente da natureza da organização e dos aspectos/impactos associados. Que pode, entretanto, atingir valores proibitivos em curto prazo. (SANTOS; SEIFFERT; 2006)
De acordo com a ISO TOP Consultoria, com relação à implantação de uma
ISO “O que é importante considerar no cálculo do investimento necessário é o
quanto a empresa precisa mudar, inclusive sobre aspectos culturais...” Para
REIS (2002, p. 26) o principal custo é o tempo utilizado pelos colaboradores da
30
empresa na preparação e implantação do sistema, o tempo utilizado em
treinamento e quando for o caso a assistência de uma empresa de consultoria.
Nesta mesma linha de pensamento DIAS (2009) coloca que as pequenas
empresas têm dificuldades na implantação de um sistema de gestão ambiental
por causa da necessidade de dispor de parte dos recursos humanos e
financeiros á sua implantação. Estas empresas não possuem funcionários
técnicos que possam se dedicar a manutenção de um SGA. Porém ele observa
que quando as pequenas empresas trabalham com grandes clientes elas
precisam se adequar ao que o mercado exige:
Quando pequenas empresas estão vinculadas a grandes clientes que exigem de seus fornecedores um SGA, ou são empresas voltadas para exportação em determinados setores, a implantação de um sistema de gestão sustentável pode ser necessária para a continuidade dos negócios, e aí a decisão de sua implantação deve se basear nas vantagens e desvantagens que advirão de sua adoção. Deve-se levar em conta que a cada dia torna-se cada vez maior a exigência da adoção de sistemas de gestão sustentáveis, por parte dos consumidores, das instituições públicas e do mercado internacional, em particular aquele vinculado aos países desenvolvidos. (DIAS, 2009, p.91)
Desta forma, serve a orientação do site da revista Pequenas Empresas
& Grandes Negócios, quando Camargo coloca que no caso das pequenas
empresas o consultor se torna mais necessário e pode se encontrar bons
profissionais por, em média, oitenta reais à hora. Vale destacar que o preço
cobrado por uma certificadora, para empresas de pequeno porte é de em
média R$ 12.000,00 e que este oscila em função do tamanho da empresa e do
escopo do projeto, conforme pesquisa realiza com dois laboratórios
certificadores da ISO 14001. Portanto estes valores, consultoria e certificadora,
devem fazer parte dos custos de implantação.
Sendo assim, dependendo das características da empresa e levando em
consideração os custos de implantação e de processo, a curto prazo a
implantação da ISO 14001 poderá ser vista como inviável, contudo deverá ser
31
analisado com visão de futuro e pensando na imagem que a empresa quer
transmitir:
As dificuldades apresentadas pelas organizações em particularizar os itens de custos associados à implantação de um SGA, denotam sua dificuldade em inserir a gestão ambiental com um item importante de planejamento estratégico o qual deve estar previsto em seu planejamento anual de investimento. (SANTOS E SEIFFERT; 2006)
Mesmo a empresa, principalmente se tratando de pequenas e médias,
que não tem condição de arcar financeiramente com a implantação da ISO
14001 em virtude de seu orçamento restrito, precisa tomar ações que
demonstre seu interesse em cuidar e preservar o ambiente em que está
inserida. Para empresa com baixo impacto ambiental, tais ações podem ser
práticas e rotineiras, dependendo do ramo de atividade da empresa, podem ser
de fácil aplicação e de baixo custo. Como, por exemplo, uma livraria “onde a
preocupação deverá ser apenas com a coleta seletiva do lixo, otimização dos
recursos utilizados, como energia e a conscientização do pessoal, onde tudo
deve ser documentado, implementado, monitorado e revisado” (BARBOSA et
al; 1996).
3.2 - Benefícios do SGA
A gestão ambiental pode ser aplicada em empresas de qualquer
tamanho e de qualquer setor, porque toda empresa pode reduzir o consumo de
energia, de água, pode fazer uso de produtos recicláveis, adotando como
vasilhames os recipientes adequados para recolhimento (DIAS, 2009, p.90)
Com relação às vantagens do sistema de gestão ambiental ANDREOLI
(2012) relata a diminuição de custos que são reduzidos pela eliminação dos
desperdícios, racionalização de recursos humanos, físicos e financeiros. O
autor ainda descreve como vantagens do SGA a diminuição de riscos, a
melhoria organizacional e a criação de um diferencial competitivo.
A implementação de um SGA constitui uma ferramenta para que o empresário identifique oportunidades de melhoria que reduzam os
32
impactos das atividades de sua empresa sobre o meio ambiente, orientando de forma otimizada os investimentos para implementação de uma política ambiental eficaz, capaz de gerar novas receitas e oportunidades de negócio. (ANDREOLI; 2012, p.65)
Com relação à imagem da empresa DIAS (2009, p.91) coloca que a gestão
ambiental é uma ferramenta para a empresa melhorar sua imagem no
mercado, o que tem ficado cada dia mais concreto por causa do aumento da
consciência ambiental dos consumidores, e isto é uma das vantagens
competitivas que o SGA oferece. Desta mesma forma, SANTOS e SEIFFERT
(2006) colocam que a certificação interfere na imagem da empresa percebida
pelos clientes:
Por fim, a certificação vem interferir diretamente na imagem da empresa, evidenciando uma postura adequada da organização em relação ao meio ambiente, atendendo a consumidores com opinião cada vez mais rígida em preferir produtos ambientalmente corretos. (SANTOS E SEIFFERT; 2006)
Entende-se que a imagem da empresa é a forma como o cliente enxerga
a marca, é a percepção de valor atribuída a um bem intangível. Sendo assim,
melhorar a imagem da marca é o mesmo que investir em Marketing e
Propaganda, ou seja, é possível utilizar o Sistema de Gestão Ambiental
também para conquistar novos clientes e fidelizar antigos clientes.
De acordo com vários autores o sistema de gestão ambiental acabou
por se tornar mais que uma obrigação imposta por leis e exigida pela
sociedade, tornou-se uma alavanca que impulsiona para o crescimento, desta
mesma forma ANDRADE, TACHIZAWA E CARVALHO (2002. P. 63) colocam
que os resultados econômicos dependem cada vez mais de decisões que
levam em conta que:
a) não há conflito entre a lucratividade e a questão ambiental;
b) o movimento ambientalista cresce em escala mundial;
c) clientes e comunidades em geral passam a valorizar cada vez mais a
proteção do meio ambiente;
d) a demanda e, portanto, o faturamento das empresas passa a sofrer cada
vez mais pressões e a depender diretamente o comportamento de
33
consumidores que enfatizarão suas preferências por produtos e
organizações ecologicamente corretas.
Para REIS (2002, p.26) os benefícios da implantação do Sistema de Gestão
Ambiental envolve o cumprimento da legislação ambiental, cada vez mais
rígida e, portanto um fator a ser cada vez mais observado pelas empresas. O
autor ainda destaca como consequencias benéficas da implantação do SGA:
a) Demonstra aos clientes o comprometimento com a gestão ambiental;
b) Mantém ou melhora as relações com a comunidade e público em geral;
c) Facilita o acesso a novos investimentos;
d) Obtém diminuição dos custos de seguro;
e) Melhora a imagem da empresa;
f) Melhora o controle de custos;
g) Diminui o custo via redução de desperdício de fatores produtivos;
h) Reduz e/ou elimina os impactos ambientais
i) Reduz o número de auditorias dos clientes.
Entende-se que a Gestão Ambiental exige a participação dos clientes como
também da comunidade na qual a empresa está inserida. Desta forma
ANDRADE, TACHIZAWA e CARVALHO (2002 p. 19) colocam que em uma
pesquisa realizada observou-se, na prática, a economia anual de um hotel que
resolveu adotar ações que reduziu seus impactos ambientais:
a) Reciclagem (caixas de papelão, vasilhames de vidro, latas e metal,
papel de escritório, jornais, listas telefônicas, desperdício de alimento):
R$ 2.877,00;
b) Redução de uso de energia ao trocar lâmpadas incandescentes por
compactas fluorescentes: R$ 6.341,00;
c) Redução dos custos de trabalho, lâmpadas fluorescentes tem a
durabilidade maior que as incandescentes: Sem valor estimado;
d) Orientar aos funcionários para desligar os aparelhos e lâmpadas fora de
uso: sem valor estimado;
34
e) Redução do consumo de água com a substituição nos banheiros das
descargas por outras mais econômicas e dos chuveiros por outros de
grande eficiência: RS 9.822,00;
f) Oferecer aos hóspedes a opção de reutilização de suas tolhas e lençóis,
caso se hospedarem por mais de um dia: R$ 4.000,00
Nesta pesquisa constatou-se que as pequenas economias são tão
importantes quantos as grandes e que todos podem contribuir com o SGA,
independente da função ou posição (cliente, funcionário, parceiros...).
“O efeito cumulativo do envolvimento de muitos pequenos atores implica uma redução que não pode ser quantificada, mas deve ser significante.” (ANDRADE, TACHIZAWA E CARVALHO; 2002 p. 20)
Pode-se destacar também como benefícios do SGA a redução de diversos
riscos como custos de remediação, multas, processos na justiça, acidentes
ambientais, barreias a exportação de seus produtos, perda de competitividade
e ainda prejuízo à imagem organizacional.
Sendo assim, verifica-se que os custos para a implantação da ISO 14001,
podem ser vistos como investimento. Estes custos não são fáceis de mensurar,
pois depende muito das características da empresa e em que estágio
ambiental ela se encontra. Devido aos vários benefícios da implantação e da
efetiva manutenção do Sistema de Gestão Ambiental fica clara a necessidade
das organizações não terem apenas visão do presente, mas principalmente de
futuro.
A administração, com vários atores interagindo entre si com o objetivo de
reduzir o impacto ambiental, pode ser considerada como administração com
consciência ecológica que entrelaçada a características estratégicas e a
princípios traz vários benefícios para a empresa, como os listados na tabela a
abaixo:
35
ADMINSTRAÇÃO COM CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA SEIS BENEFÍCIOS
1. sobrevivência humana 2. consenso público
3. oportunidade de mercado 4. redução de risco
5. redução de custos 6. integridade pessoal
SEIS PRINCÍPIOS ESSENCIAIS PARA O SUCESSO A LONGO PRAZO DE UMA EMPRESA
1. qualidade 2. criatividade 3. humanidade 4. lucratividade 5. continuidade
6. lealdade TRÊS CARACTERÍSTICAS DAS ESTRATÉGIAS
1. inovação 2. cooperação
3. comunicação Tabela 3: ADMINSTRAÇÃO COM CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA Fonte: Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002). Elaboração própria.
De toda forma, as empresas que não possuem condições de ter um SGA
nos moldes da ISO 14001, devido a seu orçamento restrito, podem implantar
ações que demonstrem e verdadeiramente retratem a preocupação que a
empresa tem com o ambiente.
Percebe-se que a imagem da empresa aparece como um dos mais
importantes benefícios a ser observado, destaca-se também a redução de
custos e desperdício, de consumo de energia e água bem como o ganho com a
reciclagem e ainda a redução de riscos de acidentes ambientais.
36
CONCLUSÃO
Há algum tempo a sociedade tem se preocupado com o ambiente,
porém faltavam caminhos que mostrassem por onde seguir. As normas da
família da ISO 14000 vêem responder a esta questão dando ferramentas para
orientação, principalmente a ISO 14001 que estabelece os requisitos
necessários para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental
certificável. O Sistema de Gestão Ambiental - SGA é o meio pelo qual a
empresa, reunindo responsabilidades, procedimentos e processos implanta sua
política ambiental. Para que o SGA seja eficiente e eficaz precisa ser entendido
por todos na organização, desde o topo da pirâmide organizacional até a sua
base e para isto pode-se usar a Educação Ambiental. Com a Educação
ambiental cria-se “discípulos”, que iram difundir as idéias e pôr em prática. Os
funcionários precisam ser vistos como parte integrante do sistema e assim
valorizados, não se compreende uma empresa com um SGA implantado com
funcionários insatisfeitos porque a base da sustentabilidade é a
Responsabilidade social, economia e ambiental, estas responsabilidades
precisam andar em consonância.
O custo com a implantação da ISO 14001 pode ser visto como um
investimento, inclusive na imagem da empresa, com retorno financeiro a ser
esperado para longo prazo. Porém algumas empresas devido a seu
faturamento, como no caso das Micro e Pequenas Empresas, poderão não ter
condições financeiras de arcar com este custo. Estas MPEs são na maioria
criadas por pessoas inovadoras e empreendedoras, sendo assim não terão
dificuldades em demonstrar a sociedade sua preocupação ambiental tomando
ações que integrem seu planejamento estratégico e que além de reduzir custos
e melhorar processos conquiste novos clientes, aumentado sua fatia de
mercado. O fato é que estas empresas não podem permanecer à margem
deste processo, porque ele veio para ficar e o quanto antes as MPEs se
adequarem as leis e exigências da sociedade elas perpetuarão seu negócio e
prolongarão seu tempo de vida.
37
Por fim, entende-se que o SGA precisa ser adequado a empresa e
poderá servir como um caminho para se chegar aos moldes da ISO 14001 e,
apesar de compreender os vários benefícios e necessidade de mercado, não
se prega aqui a implantação da ISO 14001 a qualquer custo. Fala-se aqui em
uma resposta as necessidades das MPEs e da sociedade. Desta forma conclui-
se que a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental em uma Micro e
Pequena Empresa é viável e até mesmo lucrativo, porém as ações a serem
tomadas são muito específicas e depende das características de cada
empresa, sendo assim difícil de mensurar.
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ANEXOS
Anexo 1 >> Os dez mandamentos ambientais na empresa.
Anexo 2 >> Respostas de pesquisa realizada através de e-mail a laboratórios
certificadores de ISO 14001.
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ANEXO 1
OS DEZ MANDAMENTOS AMBIENTAIS NA EMPRESA Por Vilmar Sidnei Demamam Berna http://www.portaldomeioambiente.org.br/especial/empresa.asp
Nossa espécie tem usado mais a capacidade de modificar o meio ambiente para piorar as coisas que para melhorar. Agora precisamos fazer o contrário, para nossa própria sobrevivência. Reveja seu dia-a-dia e tome as atitudes ecológicas que julgar mais corretas e adequadas. Não espere que alguém venha fazer isso por você. Faça você mesmo. 1 - Estabeleça princípios ambientalistas - Estabeleça compromissos, padrões ambientais que incluam metas possíveis de serem alcançadas. 2 - Faça uma investigação de recursos e processos Verifique os recursos utilizados e o resíduo gerado. Confira se há desperdício de matéria-prima e até mesmo de esforço humano. A meta será encontrar meios para reduzir o uso de recursos e o desperdício. 3 - Estabeleça uma política ecológica de compras Priorize a compra de produtos ambientalmente corretos. Existem certos produtos que não se degradam na natureza. Procure certificar-se, ao comprar estes produtos, de que são biodegradáveis. Procure por produtos que sejam mais duráveis, de melhor qualidade, recicláveis ou que possam ser reutilizáveis. Evite produtos descartáveis não reciclados como canetas, utensílios para consumo de alimentos, copos de papel, etc. 4 - Incentive seus colegas - Fale com todos a sua volta sobre a importância de agirem de forma ambientalmente correta. Sugira e participe de programas de incentivo como a nomeação periódica de um 'campeão ambiental' para aqueles que se destacam na busca de formas alternativas de combate ao desperdício e práticas poluentes. 5 - Não Desperdice - Ajude a implantar e participe da coleta seletiva de lixo. Você estará contribuindo para poupar os recursos naturais, aumentar a vida útil dos depósitos de lixo, diminuir a poluição. Investigue desperdício com energia e água. Localize e repare os vazamentos de torneiras. Desligue lâmpadas e equipamentos quando não estiver utilizando. Mantenha os filtros do sistema de ar-condicionado e ventilação sempre limpos para evitar desperdício de energia elétrica. Use os dois lados do papel, prefira o e-mail ao invés de imprimir cópias e guarde seus documentos em disquetes, substituindo o uso do papel ao máximo. Promova o uso de transporte alternativo ou solidário, como planejar um rodízio de automóveis para que as pessoas viajem juntas ou para que usem bicicletas, transporte público ou mesmo caminhem para o trabalho. Considere o trabalho à distância, quando apropriado, permitindo que
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funcionários trabalhem em suas casas pelo menos um dia na semana utilizando correio eletrônico, linhas extras de telefone e outras tecnologias de baixo custo para permitir que os funcionários se comuniquem de suas residências com o trabalho. 6 - Evite Poluir Seu Meio Ambiente - Faça uma avaliação criteriosa e identifique as possibilidades de diminuir o uso de produtos tóxicos. Converse com fornecedores sobre alternativas para a substituição de solventes, tintas e outros produtos tóxicos. Faça um plano de descarte, incluindo até o que não aparenta ser prejudicial como pilhas e baterias, cartuchos de tintas de impressoras, etc. Faça a regulagem do motor dos veículos regularmente e mantenha a pressão dos pneus nos níveis recomendáveis. Assegure-se que o óleo dos veículos está sendo descartado da maneira correta pelos mecânicos. 7 – Evite riscos - Verifique cuidadosamente todas as possibilidades de riscos de acidentes ambientais e tome a iniciativa ou participe do esforço para minimizar seus efeitos. Não espere acontecer um problema para só aí se preparar para resolver. Participe de treinamentos e da preparação para emergências. 8 - Anote seus resultados - Registre cuidadosamente suas metas ambientais e os resultados alcançados. Isso ajuda não só que você se mantenha estimulado como permite avaliar as vantagens das medidas ambientais adotadas. 9 – Comunique-se - No caso de problemas que possam prejudicar seu vizinho ou outras pessoas, tome a iniciativa de informar em tempo hábil para que possam minimizar prejuízos. Busque manter uma atitude de diálogo com o outro. 10 - Arranje tempo para o trabalho voluntário - Não adianta você ficar só estudando e conhecendo mais sobre a natureza. É preciso combinar estudo e reflexão com ação. Considere a possibilidade de dedicar uma parte do seu tempo, habilidade e talento para o trabalho voluntário ambiental a fim de fazer a diferença dando uma contribuição concreta e efetiva para a melhoria da vida do planeta. Você pode, por exemplo, cuidar de uma árvore, organizar e participar de mutirões ecológicos de limpeza e recuperação de ecossistemas e áreas de preservação degradados, resgatar e recuperar animais atingidos por acidentes ecológicos ou mesmo abandonados na rua, redigir um projeto que permita obter recursos para a manutenção de um parque ou mesmo para viabilizar uma solução para problema ambiental, fazer palestras em escolas, etc. (BERNA)
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ANEXO 2
RESPOSTAS DE PESQUISA REALIZADA ATRAVÉS DE E-MAIL COM
LABORATÓRIOS CERTIFICADORES DA ISO 14001.
PESQUISA Remetente: "Marlene Pereria de Araujo Lamim" <[email protected]> Data: 06/06/2012 15:50 (38 minutos atrás) Assunto: ORÇAMENTO Para: "Marlene Pereria de Araujo Lamim" <[email protected]> Prezados, Faço uma pós-graduação em Gestão Ambiental e na minha monografia estou falando sobre custos e benefícios de um SGA. Cabe em minha mono colocar, mesmo que por média, o custo da implantação da ISO 14001, em uma pequena e média empresa, como por exemplo um mini mercado. Vocês poderiam me ajudar com isto?? -- Marlene Lamim Resposta 1: laboratório TECPAR Em 8 de junho de 2012 17:37, Arthur Eduardo Pereira de Souza <[email protected]> escreveu: Prezada Marlene, boa tarde!! Os critérios para formação de preço p/ uma certificação SGA são abrangentes e seguem determinadas literaturas estabelecidas pelos organismos acreditadores, no caso do Brasil, o Inmetro. A título de estimativa, presumo que o escopo de seu mini mercado seja comercialização de produtos alimentícios, higiene e etc.... Desta forma os custos podem ser considerados prelinarmente da seguinte forma: - Auditoria Inicial de Certificação (fases 1 e 2) - R$ 6.000,00 - 1 Auditoria de Supervisão - R$ 3.000,00 - 2 Auditoria de Supervisão - R$ 3.000,00 Total - R$ 12.000,00
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Os valores acima são estimados para um ciclo de 3 anos e não estão previstas as despesas com alimentação, hospedagem e deslocamento da equipe auditora, bem como os custos com a implantação do SGA. Bons estudos e boa sorte em seu TCC. TecparCert Resposta 2: ABS Group Services do Brasil Ltda Enc: ORÇAMENTO - Marlene Lamim Entradax [email protected] 11 jun (9 dias atrás) Bom dia Marlene, Sou o representante de vendas que irá lhe atender para este levantamento de valores da certificação Ambiental. Para o dimensionamento de uma proposta para ISO 14001, levamos em consideração dois aspectos principais: 1- Atividade da empresa - grau do impacto ambiental que representa - Complexidade 2-Porte da empresa - número de colaboradores. Desta forma solicito que me informe estas duas características da empresa que está estudando. Para seu conhecimento, estou emviando uma tabela que mostra o dimensionamento que temos que seguir para uma certificação ISO 14001. Qualquer dúvida favor contatar-me. Atenciosamente, ABS Group Services do Brasil Ltda http://www.abs-qe.com
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BIBLIOGRAFIA CITADA
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL - SGA 9
1.1 - Educação Ambiental 14
1.2 - Sustentabilidade 16
CAPÍTULO II – MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - MPEs 19
2.1 – Competitividade para as MPEs 22
2.2 – O Planejamento e sua Importância para as MPEs 24
CAPITULO III – CUSTOS E BENEFÍCIOS DE UM SGA EM MPEs 29
3.1 – Custos de um SGA 29
3.2 – Benefícios de um SGA 31
CONCLUSÃO 36
ANEXOS 38
BIBLIOGRAFIA CITADA 43
WEBGRAFIA 45
ÍNDICE 47