Upload
doancong
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MARKETING AMBIENTAL- UM NOVO CONCEITO PARA
AS EMPRESAS
PAULA CRISTINA BIGAREL LOPES
Orientador
Prof. Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MARKETING AMBIENTAL- UM NOVO CONCEITO PARA
AS EMPRESAS
Apresentação de monografia ao Instituto A
Vez do Mestre – Universidade Cândido
Mendes como requisito parcial para obtenção
do grau de especialista em Gestão
Empresarial.
Paula Cristina Bigarel Lopes
3
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a DEUS que sempre
esteve presente em minha vida.
Ao meu esposo Mauricio pelo incentivo
e apoio.
Aos meus mais novos amigos
conquistados na Pós Renata, Viviane,
Rogério, Bruno e Kátia que com
certeza serão lembrados por toda
minha vida.
E a minha amada amiga presente em
todos momentos Jaqueline.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus filhos Brenno e Felipe que são
minha vida e orgulho.
A minha mãe Cristina e minha avó Nilsa
pela dedicação aos meus filhos.
5
RESUMO
As questões ambientais vêm recebendo cada vez mais importância no
mundo dos negócios. A preservação do meio ambiente surge como um novo
objetivo usado estrategicamente pelas empresas na promoção de seus
produtos e ao mesmo tempo passar uma imagem de uma empresa
ecologicamente responsável. Foi através desta idéia , que surgiu o termo
Marketing ambiental que também pode ser chamado de Marketing verde ou
Marketing ecológico.
Este trabalho aborda o uso das estratégias de marketing ambiental como
ferramenta para a criação de uma imagem corporativa positiva e responsável, e
sua aplicabilidade pelas empresas. Buscar-se-á identificar os cenários que
solicitam a tomada de atitudes mais participativas e responsáveis.
6
METODOLOGIA
Analisaremos a seguir quais as iniciativas tomadas pelas empresas para
alavancar suas vendas, como mudaremos a visão do mundo.
Será citada a coleta de informações com profissionais da área de
Marketing as ações que estão criando, tendo em vista a importância que o
mercado consumidor as práticas mercadológicas, visando a proteção do meio
ambiente.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - MEIO AMBIENTE 10
CAPÍTULO II - CONCEITOS DE MARKETING 14
CAPÍTULO III - A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO AMBIENTAL 26
CAPÍTULO IV – FABER CASTELL 31
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 38
ANEXOS 40
ÍNDICE 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
8
INTRODUÇÃO
A nova forma de gestão das grandes empresas vem sendo pautada na
maneira ética e transparente de interagir com todos os públicos, por meio do
estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento
sustentável das comunidades onde estão inseridas, propondo a preservação
dos recursos ambientais e promovendo a redução das desigualdades sociais.
isto porque o cenário atual alerta para a necessidade de que todas as esferas
da sociedade repensem os rumos da exploração e do consumo sustentáveis,
em prol das futuras gerações, diante de um cenário iminente de crise
ambiental.
Neste contexto, o marketing é chamado a assumir um papel importante na
tentativa de reverter crenças, idéias e comportamentos arraigados na
sociedade atual, por meio de ações de marketing ambiental, que pode ser conceituado como uma modalidade que visa enfocar as necessidades de
consumidores ecologicamente conscientes, destaca-se que o marketing
ambiental contribui para o desenvolvimento de “produtos e serviços
direcionados a um segmento específico, que valoriza e consome produtos
ecologicamente corretos”. Trata-se de uma ferramenta capaz de projetar e
sustentar a imagem da empresa, difundindo-a com uma nova visão de
mercado, destacando sua diferenciação ecologicamente correta junto à
sociedade, fornecedores, funcionários e ao mercado.
Tais ações não só cooperam para o retrocesso dos problemas advindos do
comportamento e atuação insustentável, como permitem às empresas que as
implementam, se beneficiar desta iniciativa, criando uma imagem corporativa
mais engajada e responsável, que vá além da divulgação institucional
tradicional. O fato é que a situação global convoca todos a agir. De empresas a
governos, de instituições não governamentais a cada cidadão. E apesar de
iminente, este novo paradigma abre novas oportunidades para que as
empresas incrementem suas estratégias institucionais e solidifiquem junto à
sociedade, o caráter responsável de sua atuação, construindo uma imagem
atuante diante dos problemas existentes.
9
Considerando esta nova realidade, este artigo pretende discutir o uso das
estratégias de marketing ambiental pelas empresas, analisando a sua
aplicabilidade como forma de criar uma imagem positiva, que minimize os
impactos causados por suas atividades.
10
CAPÍTULO I
MEIO AMBIENTE
Define-se Meio ambiente como o conjunto de forças e condições que
cercam e influenciam 0s seres vivos e as coisas em geral. Os constituidores do
meio ambiente compreendem fatores abióticos, como o clima, a iluminação, a
pressão, o teor de oxigênio, e bióticos, como as condições de alimentação,
modo de vida em sociedade e para o homem, educação, companhia, saúde e
outros.
O meio ambiente tem sido alvo das mais variadas ações humanas, de uma
forma catastrófica, provocando uma degradação dos recursos naturais e dos
ecossistemas, hoje um dos principais focos são: aquecimento global que
provoca variações bruscas no clima e o desmatamento ilegal na Amazônia.
Paralelamente, tem-se adotado uma gestão ambiental reativa que se limita
aos problemas ambientais já instalados, fruto da destruição e poluição da
natureza e de seus recursos naturais.
O marketing ambiental é visto por dois ângulos: o esforço para a melhoria
em si e as oportunidades de negócios dele decorrentes. Tudo começa por um
trabalho de conscientização, a base para a introdução das práticas e dos
processos ambientalmente mais adequados, segundo MELLO et al (2008).
1.1 ÉTICA AMBIENTAL
Um dos aspectos mais importantes e menos discutidos do marketing verde
é o seu papel na construção de uma ética ambiental, com objetivo de construir
e consolidar novas normas de conduta que norteiem a relação dos seres
humanos com meio ambiente e que possibilitem o enfrentamento dos
problemas ambientais que conformam o que denominamos de crise ecológica.
(DIAS, 2007)
11
A participação tanto de indivíduos quanto de organizações é um aspecto
fundamental para melhorar as condições do meio ambiente, “e para tanto são
necessárias novas normas de conduta na relação do homem com a natureza,
ou seja, uma ética ecológica” (DIAS, 2007).
Até pouco tempo, as empresas tratavam os impactos ambientais gerados
por suas atividades “externalizando negativamente o efeito ambiental”. Ou seja:
os custos das ações que afetavam a natureza eram impostos às pessoas
externas às transações entre produtor e consumidor do produto poluente. As
argumentações para tal iniciativa geravam em torno do comprometimento da
lucratividade, conseqüentemente, da competitividade. Esse novo
posicionamento, que exige das empresas a adoção do moderno conceito de
gerenciamento ambiental, impõe à alta administração da organização a
obrigatoriedade de iniciar processos de diagnóstico ambiental, estabelecimento
de metas, objetivos e planos direcionados às ações essenciais na área
socioambiental.
O gerenciamento ambiental feito de forma correta, ética e responsável, traz
muitos benefícios econômicos e estratégicos para as empresas. Dentre eles, a
melhoria da imagem institucional; a melhoria das relações com órgão
governamentais, comunidade e grupos ambientalistas; o acesso facilitado às
linhas de financiamento; a economia de custos decorrentes da redução de
desperdícios antes não imagináveis (lembrando que economia também
significa o controle para evitar desperdícios); e a redução de multas e
penalidades por poluição ou não-adequação à legislação ambiental, entre
outros.
A formação de uma consciência ética ambiental é a única alternativa para
aquelas empresas que tratam com descaso seus problemas ambientais. Afinal,
elas tendem a incorrer em custos elevados com multas, sanções legais, além
da perda de competitividade em um mercado cada vez mais preocupado com a
qualidade de vida e processos produtivos em harmonia com o meio ambiente.
12
Define-se que o marketing ecológico consiste, portanto, na prática de todas
aquelas atividades inerentes ao marketing, porém, incorporando a preocupação
ambiental e contribuindo para a conscientização ambiental por parte das
empresas e do mercado consumidor.
1.2 ÉTICA NAS AÇÕES AMBIENTAIS NA VISÃO DOS CONSUMIDORES
Respeito ao meio ambiente são cada vez mais valorizados pelos
consumidores, que preferem empresas consideradas “ecologicamente
corretas”, as empresas que respeitam o meio ambiente têm maior potencial
para conquistar a comunidade ao seu redor, fixar sua marca e conquistar a
fidelização de clientes.
Pesquisas apontam que a maioria dos consumidores prefere empresas
ambientalmente responsáveis. Em um estudo realizado pela Confederação
Nacional da Indústria em parceria com o Ibope, em maio de 1998, com
consumidores acima de 16 anos de todas as regiões do Brasil, 68% dos
entrevistados afirmaram que pagariam mais caro por um produto que não
contaminasse o meio ambiente. Outra pesquisa, realizada no Estado de São
Paulo em 1999, pela Fundação Procon, mostrou que 91% dos consumidores
se preocupam com o futuro do planeta, seja pelo dever ético com as futuras
gerações. Estes levantamentos indicam uma tendência de comportamento do
consumidor em relação a produtos e empresas dos mais diversos segmentos.
Está se tornando cada vez mais evidente o reconhecimento da
importância da ética entre os profissionais de marketing através da dedicação
exclusiva a esse campo.
Instituições como Gallup (1999) e Imel (1997) mostram que nos Estados
Unidos da América, a preservação ambiental, colocada em primeiro lugar para
58% dos consumidores em 1992, subiu a 69% em 1997. Da mesma forma, no
Canadá essa porcentagem saltou de 67% para 73,5% no mesmo período. Já
na Grã Bretanha foi de 56% para 69%. Tal mudança no comportamento de
13
compra dos consumidores é também apresentada na pesquisa, onde Ruchel
(2003) mostra que essas mudanças se devem ao fato de o consumidor
descobrir que proteção e crescimento caminham lado a lado.
14
CAPÍTULO II
CONCEITOS DE MARKETING
O marketing segundo Dias (2007), o resultado de um longo período de
estudos e experimentações ocorridos desde o seu surgimento, que
possibilitaram o seu reconhecimento enquanto uma disciplina acadêmica,
aplicada e profissional, utilizada no meio organizacional.
Como resultante deste processo de desenvolvimento, tem-se hoje, segundo
Kotler (2006), uma rica variedade de conceitos e ferramentas que o definem,
estabelecendo características distintas para o marketing sob o ponto de vista
social e gerencial.
Sob a ótica social, Kotler (2006, p. 30) definiu o marketing como "um
processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo
de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de
produtos e serviços de valor com outros".
Dentre os conceitos centrais imprescindíveis para se compreender a
aplicação do marketing, destacamos o mix de marketing ou composto de
marketing que, segundo Boone e Kurtz (2001), trata do conjunto de
ferramentas do marketing (produto, preço, promoção e praça) que, combinados
em estratégias, têm o objetivo de atender às necessidades e preferências de
um mercado-alvo específico, para obter a sua satisfação. Dentro desta
concepção, definimos segmentação de mercado, segundo Czincota et al
(2001), é definida como a separação dos mercados-alvo em grupos distintos
baseando-se em características homogêneas.
O conceito original de produto, entendido basicamente como bem material,
é o conjunto de atributos físicos e psicológicos que constituem e caracterizam o
bem. (...) Preço é a quantificação monetária do valor do produto. (...) Promoção
é o conjunto de ações que visam divulgar o produto junto a seus diversos
públicos (...) Praça compreende toda a estrutura de distribuição de produtos, no
15
atacado e no varejo, englobando ainda o acompanhamento de qualidade após
o ato de venda.(...) (VAZ, 2001) o de produtos, no atacado e no varejo.
Necessidades, desejos e demandas são condicionantes básicas na
elaboração de estratégias de marketing, e devem ser consideradas para
alcançar resultados satisfatórios com o público-alvo para quem estas se
destinam. Seus conceitos são assim definidos:
Necessidades descrevem exigências humanas básicas. As pessoas
precisam de comida, ar, água, roupa, abrigo para poder sobreviver. (...) Essas
necessidades se tornam desejos quando são dirigidas a objetos específicos
capazes de satisfazê-las. Um americano necessita de comida, mas deseja
hambúrguer, batata frita e refrigerante. (...) Demandas são desejos por
produtos específicos apoiados pela possibilidade de pagar. Muitas pessoas
desejam um Mercedes, mas apenas algumas podem e estão dispostas a
comprar um. (KOTLER, 2006).
Há que se falar também no conceito de satisfação que, de acordo com
Boone e Kurtz (2001), diz respeito à capacidade de um produto ou serviço em
atender ou exceder às necessidades e expectativas dos clientes para quem as
estratégias do marketing se voltam.
Os conceitos apresentados são uma mostra da infinidade de termos
utilizados para se compreender o marketing e sua aplicação. Diante disto,
deve-se estar atento às novidades que surgem em torno do tema, sem,
contudo, esquecer as características básicas que o definem, como descreveu
Czincota et al (2001): "o conceito de marketing tem suas raízes na orientação
para o cliente, a qual é fundada na filosofia de que a produção e os esforços de
venda devem ser baseados em entender e servir às necessidades e desejos do
cliente".
16
2.1 AMBIENTES DE MARKETING
As decisões de negócios são tomadas, Segundo Czincota et al (2001), em
resposta a uma série de mudanças no ambiente interno (micro-ambiente) e
externo (macro-ambiente) da empresa. E diante disto, é preciso acompanhar
as variações e tendências em andamento, a fim de prever futuras mudanças e
como estas podem afetar os resultados dos programas de marketing
implementados pela empresa, transformando potenciais ameaças em possíveis
oportunidades.
O ambiente interno, ou micro-ambiente, segundo Czincota et al (2001),
consiste nos objetivos e recursos da empresa. Os objetivos são fundamentais
para que a empresa saiba para onde estão caminhando seus negócios, e os
recursos, que incluem finanças, capacidade tecnológica e de produção, talento
gerencial, entre outros, definem, de acordo com sua capacidade e restrições,
quanto e como a empresa poderá investir em suas estratégias.
O ambiente externo, ou macro-ambiente, por sua vez, segundo Kotler
(2006) consiste nas empresas e seus fornecedores, intermediários de
marketing, clientes, concorrentes e público que operam em um ambiente de
forças e tendências que dão forma a oportunidades e, por vezes, apresentam
ameaças.
Cabe ao profissional de marketing estar atento à natureza dinâmica das
cinco forças que influenciam o ambiente de marketing, definidos por Boone &
Kurtz (2001), como: ambiente competitivo, político-legal, econômico,
tecnológico e sócio-cultural; e adequar as estratégias para que estas não só
sejam bem sucedidas economicamente, como também, sejam socialmente
responsáveis, a fim de assegurar o crescimento da empresa.
Uma vez que os profissionais de marketing respondem às mudanças no
ambiente de marketing, eles devem fazê-lo de uma maneira que seja
socialmente responsável para assegurar a sobrevivência e o crescimento da
empresa. A primeira responsabilidade do marketing para com a sociedade é
17
fazer com que a vida, a liberdade e a felicidade geral avancem através da
criação de mercados, inovações de produtos e inovações de comércio que
aumentem a eficiência e eficácia do processo econômico. (CZINCOTA et al,
2001)
2.2 MARKETI�G AMBIE�TAL OU VERDE
Marketing Ambiental ou verde pode ser assimilado pelas empresas
como um objetivo estratégico. Para viabilizar este objetivo é necessário
desenvolver uma cultura de comunicação capaz de integrar conteúdos de
vários departamentos técnicos ligados ao meio ambiente e qualidade de vida.
O marketing ambiental é responsável em dar forma à política ambiental
da empresa, auxiliando a otimizar e a implementar seu aperfeiçoamento
integrado a um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
Trata-se de uma nova ferramenta que está levando a diferenciação das
organizações em ambientes altamente competitivos, através da obtenção de
vantagens sobre os concorrentes. Mais do que nunca as empresas estão se
comprometendo em atender às expectativas dos consumidores fazendo uso de
práticas ambientalmente corretas. Os consumidores, por sua vez, estão se
tornando cada vez mais exigentes, pois passaram a dar mais valor a produtos
e serviços que são praticados de forma consciente.
2.2.1 O CONCEITO
O termo Marketing Verde, ecológico ou ambiental, surgiu nos anos 70,
quando a American Marketing Association realizou um Workshop com a
intenção de discutir o impacto do Marketing sobre o meio ambiente. Após este
evento, o Marketing ecológico foi assim definido por seus especialistas:
“ O estudo dos aspectos positivos e negativos das atividades de
Marketing em relação a poluição, ao esgotamento de energia e ao
esgotamento dos recursos não renováveis”
18
Posteriormente, o Marketing Ambiental também foi discutido por Phlipi
Kotler (2000) que o definiu como sendo:
“ (...) um movimento das empresas para criarem e colocarem no
mercado produtos ambientalmente responsáveis em relação ao meio
ambiente”
Polonsky (1994, autor de várias obras sobre o tema, propõe um conceito
para o Marketing Verde, que ele próprio considera como sendo o conceito mais
abrangente:
“Marketing Verde ou Ambiental consiste em todas as atividades
desenvolvidas para gerar e facilitar quaisquer trocas com a intenção de
satisfazer os desejos e necessidades dos consumidores, desde que a
satisfação de tais desejos e necessidades ocorra com o mínimo de impacto
negativo sobre o meio ambiente”
A preocupação com os rumos de uma atividade predatória generalizada e
os conseqüentes resultados desta exploração desregrada teve início, segundo
Vaz (2001), na década de 60, dando margem a manifestações de alerta para
os problemas ambientais e ao surgimento do marketing ambiental.
Trata-se de um novo paradigma estratégico ambiental, definido como o
processo de formulação e implementação de estratégias organizacionais e
ambientais, com o objetivo de retorno pela disponibilização de trocas que
satisfaçam os objetivos econômicos e sociais de uma organização, segundo
MELLO et al (2008). Mas é na década de 70 como citado anteriormente que,
segundo BRAGA et al (2005), uma série de medidas de controle em favor do
meio ambiente passam a ser implementadas pelas empresas, que viam na
adoção de políticas ambientais corporativas, nos programas de prevenção da
poluição e nos sistemas de gestão ambiental normalizados, ótimas ferramentas
para a melhoria da imagem corporativa.
Diante desta mobilização em torno da temática ambiental, segundo Dias
(2007), as organizações se viram, a partir de então, pressionadas a adotarem
19
medidas de proteção ao meio ambiente, mostrando-se interessadas em
legitimar seu apoio à causa.
A crescente exposição na mídia dos danos que as organizações vêm
causando ao meio ambiente fez surgir a preocupação de que este não ofereça
mais condições adequadas para que as empresas operem em um futuro
próximo. Essa exposição, aliada à melhoria do nível educacional da sociedade
e à velocidade de disseminação das informações, provocou o surgimento de
um novo mercado consumidor, que, agora, mais informado e esclarecido,
tornou-se mais exigente, pressionando as empresas a adotar um modelo de
atuação mais responsável. (ACAR, 2008, p.15-16).
De fato a temática ambiental atual é alarmante e abre espaço para que as
empresas contribuam por meio de iniciativas responsáveis, que atuem não
meramente como tapa buracos para os problemas já existentes, mas como
efetivos colaboradores da causa, por meio de ações estratégicas de marketing
ambiental e elaborados planos de gestão que fomentam o desenvolvimento
sustentável.
Surgido em 1987, com o Relatório da Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente (CMMAD), o conceito de Desenvolvimento Sustentável, de acordo
com BRAGA (2005), veio para alavancar as discussões para as questões
ambientais institucionais, passando a ser amplamente conhecido a partir de
1992, com a realização da Rio-92, reunião que contou com a participação dos
países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), na qual foi
produzida a Agenda 21.
Desenvolvimento Sustentável é a forma como as atuais gerações
satisfazem as suas necessidades no presente sem, no entanto, comprometer a
capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades.
(ACAR, 2008), Inerente à atitude ambientalmente responsável adotada pelas
organizações está o lado estratégico das ações de marketing ambiental e dos
planos de gestão responsável que, segundo Vaz (2001), têm suas iniciativas de
20
apoio ecológico baseadas no princípio da geração de uma imagem favorável
para a empresa.
As organizações devem perceber que o marketing ambiental pode ser uma
oportunidade de alcançar seus objetivos. Os consumidores estão se tornando
cada vez mais conscientes sobre questões ambientais, o que faz com que
muitas empresas enxerguem uma oportunidade de melhorar sua vantagem
competitiva sobre outras empresas que não adotam a alternativa de marketing
verde. (DIAS, 2007, p. 84)
2.2.2 DESENVOLVENDO UM PROGRAMA VERDE
Uma empresa para ser considerada verde, antes de qualquer coisa,
precisa saber administrar uma cadeia de fatos que envolvem várias etapas,
como a fabricação, relação com os fornecedores, consumidores finais,
empregados e mídia. A implantação de um sistema de gerenciamento
ambiental e o investimento em projetos ambientais também faz parte da base
inicial do desenvolvimento e implantação de uma estratégia de Marketing.
Quando se traça esta estratégia é preciso começar pelos modos de
produção fazendo-se alguns questionamentos básicos com relação às matérias
a serem utilizados, a garantia de uma durabilidade sem comprometer a
qualidade, os componentes químicos que poderão ser substituídos para
diminuir os efeitos da poluição.
Sabemos que é indispensável à criação de uma nova cultura interna, em
todos os níveis de colaboradores, campanhas de conscientização de que o
descuido com os problemas ambientais pode comprometer o conceito da
empresa e que preservar o meio ambiente é responsabilidade de todos aqueles
que trabalham na empresa e não apenas da diretoria.
O apoio das empresas aos projetos ambientais já são uma resposta à
sociedade que está mais exigente em relação ao processo de produção e em
21
relação à responsabilidade do setor produtivo para com seus recursos
ambientais.
2.2.3 PRATICANDO O MARKETING VERDE
De acordo com Churchill e Peter (2000), as organizações precisam
desenvolver novos produtos para sobreviver e prosperar. Devido à grande
competição mercadológica, a empresa que não se preocupar em investir na
inovação, poderá fracassar. Já Kotler (2000) afirma que um novo produto
tornou-se um negócio acordo com a revista Nobel, podemos citar como
exemplo a Natura (cosméticos) que já investiu milhões em pesquisa,
desenvolvimento e esforços de marketing para lançar nova linha, sempre com
a preocupação em preservar o meio ambiente.
2.2.4 RECICLAGEM
Reciclagem é um termo originalmente utilizado para indicar o
reaproveitamento (ou a reutilização) de um polímero no mesmo processo em
que, por alguma razão foi rejeitado.
Reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os
detritos e reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram. E o resultado de
uma série de atividades, pela qual material que se tornariam lixo, ou estão no
lixo, são desviados, coletados, separados e processados para serem usados
como matéria-prima na manufatura de novos produtos.
Abraçar e participar de um programa de Marketing Ambiental, não basta
somente se preocupar em criar produtos menos agressivos a natureza, deve-
se preocupar também com os materiais que serão utilizados dentro da empresa
e a forma de descarte dos mesmos, um exemplo de uma empresa que se
preocupa com meio ambiente é o Banco Real, as folhas utilizadas pelo banco
são de materiais recicláveis assim como folder´s, formulários de abertura de
contas e separação do lixo.
22
É importante esta conscientização que as empresas estão tendo, pois a
quantidade de lixo produzida diariamente por um ser humano é de
aproximadamente 5 Kg. Se somarmos toda a produção mundial, os números
são assustadores. Só o Brasil produz 240 000 toneladas de lixo por dia. O
aumento excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder
aquisitivo e pelo perfil de consumo de uma população.
Logo os resultados dentro das empresas e fora dela vão aparecendo,
observa-se economia de energia e matérias-primas, menos poluição do ar, da
água e do solo; geração de oportunidades de emprego, pois as empresas que
fazem reciclagem precisam de colaboradores para suportar a demanda,
diminui-se consideravelmente o desperdício e por fim a empresa que adota a
reciclagem dá a oportunidade aos seus colaboradores de preservarem a
natureza de uma forma concreta, tendo mais responsabilidade com o lixo que
geram.
2.3 MARKETING E A QUESTÃO AMBIENTAL
A atuação do marketing se baseia na busca de soluções racionais para o
problema de tornar competitivos os produtos que de uma forma ou de outra
terão que incorporar no preço os custos ecológicos, o que cria a necessidade
do entendimento dos problemas ambientais, que acabarão levando de qualquer
forma a mudança de comportamento dos consumidores, das empresas e,
conseqüentemente do próprio marketing.
A questão ambiental tem-se revelado cada vez mais importante nas
relações de troca entre consumidores e empresa, por outro lado, é a sociedade
em modo geral, o que implica na necessidade de aplicação do marketing para
facilitar o desenvolvimento dessas relações.
O marketing pode ser citado em diversos fatores ambientais, segundo Dias
(2007):
23
¬ O aumento de consumidores por produtos comestíveis orgânicos,
produzidos sem a utilização de agrotóxicos,
¬ A legislação ambiental tem se tornado cada vez mais rigorosa.
¬ As empresas tem sido pressionadas cada vez mais para assumirem
posturas de responsabilidade social nos locais onde atuam, e “as
posturas ambientalmente corretas são cada vez mais relevantes”.
A preocupação com as questões ambientais, segundo Dias (2007),
estendeu-se a todos os âmbitos da sociedade, de tal modo, que se tornou
indiscutível a existência de uma crise ecológica. Isto porque, segundo Braga et
al (2006, p. 216), "o desenvolvimento da nossa sociedade urbana e industrial,
por não conhecer limites, ocorreu de forma desordenada, sem planejamento, à
custa de níveis crescentes de degradação ambiental".
Diante deste cenário, de acordo com Acar (2008), viu-se que o modelo de
crescimento econômico praticado ao longo da era industrial, no qual as
empresas ocupam-se apenas em extrair, transformar, comercializar e descartar
os recursos naturais, já não é mais viável, diante do quadro iminente de
escassez de recursos.
Dentro deste contexto, o marketing em torno das questões ambientais,
segundo Vaz (2001), foi desencadeado, tornando-se fator de condicionamento
mercadológico nos negócios, conduzindo a uma atuação institucional mais
ética e responsável. Isto porque, segundo Boone & Kurtz (2001), o marketing
desempenha um papel importante na sociedade, por ser a interface final entre
a empresa e o público com o qual interage, retratando as mudanças no mundo
dos negócios e atuando frente às diversas questões sociais que permeiam a
sociedade.
O marketing, portanto, amplia seu campo de atuação estratégica diante
desta nova realidade, e deixa de visar somente as necessidades do
consumidor em favor do lucro, passando a dar ênfase às ações que priorizem o
bem estar e a qualidade de vida da população, de modo a beneficiar toda a
sociedade.
24
O marketing terá um papel importante a desempenhar no futuro no sentido
de promover modos mais sustentáveis de viver e consumir.
Isto mostra a versatilidade e capacidade de adequação das estratégias de
marketing às diferentes realidades. Seu papel, hoje, diferente do que era
praticado na segunda metade do século XX, segundo Dias (2007), tira o foco
do consumismo irresponsável e insustentável e abre portas para a atuação
socioambiental responsável.
2.3.1 MARKETING AMBIENTAL E UMA ÚNICA CERTEZA: ECONOMIA
Ao utilizar o marketing verde, as empresas gastam menos para trabalhar
próximo da sociedade, por ser o foco de atenção crescente da mídia e a inda
atrair o apoio voluntário de formadores de opinião. De acordo com um estudo
elaborado pelo Pacto global, uma iniciativa da ONU focada na responsabilidade
social, o grupo de consumidores responsáveis, que hoje está em torno de
20%do total de compradores, tende a crescer cada vez mais ao longo dos
anos, o que pode fazer com que os pioneiros tenham mais experiência e
consigam vantagem competitiva.
De acordo com a ONU, o marketing ambiental é viável economicamente
principalmente para as empresas que não dispõem de grandes somas para a
publicidade, pois as ações social e ambientalmente responsáveis são cada vez
mais discutidas na sociedade, o que agrega ao produto e a organização. Além
disso, o estudo apresentada uma pesquisa que afirma que 70% dos
consumidores gostariam de consumir produtos socialmente corretos e só não
fazem mais freqüentemente por falta de informação.
Ao adotar este tipo de marketing, as empresas se beneficiam do apoio de
outros agentes. É que geralmente as corporações que adotam a proposta se
25
associam ao poder público e a organizações não-governamentais, que
promoverão indiretamente o produto e a marca.
Embora este relatório mencione que uma das maiores vantagens do
marketing verde seja o baixo custo, o estudo ressalta que a estratégia pode ser
uma alternativa para promover a elevação nas vendas. Uma das empresas que
aposta no marketing verde e bons resultados financeiros é a Faber Castell.
26
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO AMBIENTAL
A gestão ambiental tem um grande objetivo, que é buscar
permanentemente a melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e
ambiente de trabalho de qualquer organização seja ela pública ou privada.
Ela é usada para designar ações ambientais em determinados espaços
geográficos, como por exemplo: gestão ambiental de bacias hidrográficas,
gestão de áreas de proteção ambiental, gestão que incluam aspectos
ambientas, gestão ambiental de parques e reservas florestais e gestão
ambiental de reservas de biosfera entre outras modalidades.
A gestão ambiental empresarial está voltada para as organizações e
pode ser definida como sendo um conjunto de políticas, programas e práticas
administrativas e operacionais que se preocupam com a saúde e a segurança
das pessoas e a proteção do meio ambiente através da eliminação ou
minimização dos aspectos ambientais decorrentes das atividades industriais,
de acordo com a Ambiental Brasil. Essa busca pela qualidade ambiental é ,
portanto, um processo de aprimoramento do sistema de gestão ambiental
global de acordo com a política ambiental estabelecida pela organização.
3.1 ADOÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL
Até pouco tempo atrás, as empresas só adotavam um programa de
gestão do meio ambiente para obedecer à legislação. Por esta visão muitas
vezes o fato era encarado como um custo adicional, ou seja, tinha-se uma
visão limitada que não permitia que as organizações atuassem sobre os
aspectos ambientais.
27
Segundo a Ambiental Brasil, no Brasil, a legislação ambiental está
alterando significativamente a cultura e economia, juntamente com uma grande
parcela de consumidores verdes que estão surgindo. As empresas que visam
crescimento e aumento de capital, estão percebendo que se não agirem em
conformidade coma lei e com as novas exigências dos consumidores finais, o
mercado poderá fechar as portas e trazer prejuízos significativos.
A principal razão que leva as empresas a adotar a praticar a gestão
ambiental vão desde procedimentos obrigatórios de atendimento da legislação
ambiental até a fixação de políticas ambientais que visam à conscientização de
todo o pessoal da organização.
Os procedimentos gerenciais ambientalmente corretos, incluindo-se aí a
adoção de um SGA - Sistema de Gestão Ambiental encontra-se inúmeras
razões que justificam a sua adoção. Os fundamentos predominantes podem
variar de uma organização para outra.
As matérias primas estão sendo fortemente afetadas pelos processos de
utilização, exaustão e degradação decorrentes de atividades públicas ou
privadas, portanto estão cada vez mais escassos mais caros ou se encontram
legalmente mais protegidos. Os bens naturais, como a água e o ar, já não
podem mais serem considerados bens inesgotáveis. Certas indústrias
principalmente aquelas que utilizam tecnologia de ponta, necessitam de áreas
com relativa pureza atmosférica. Ao mesmo tempo, o crescimento da
população no planeta, destacando-se grandes regiões metropolitanas nos
países menos desenvolvidos, exerce forte conseqüência sobre o meio
ambiente em geral e os recursos naturais em particular.
A legislação ambiental está cada vez mais rigorosa, exigindo respeito e
cuidado com o meio ambiente, o que está conduzindo a população a uma
maior preocupação ambiental. Pressões públicas local, nacional e mesmo
internacional estão exigindo mais e mais responsabilidades ambientais das
empresas.
28
De uma maneira geral a sociedade vem cumprindo este papel, ficando
cada vez mais exigente e critica no que se diz respeito a danos causados ao
meio ambiente. Organizações não governamentais estão vigilantes, exigindo o
cumprimento da legislação ambiental, a minimização de impactos, a reparação
de danos ambientais ou simplesmente impedem a implantação de novos
empreendimentos ou atividades em locais protegidos.
Quando uma empresa se torna ambientalmente responsável, passa a ter
maios aceitabilidade por acionistas, fornecedores, autoridades públicas e
consumidores finais. A visão dos acionistas conscientes da responsabilidade
ambiental e investir em empresas lucrativas, mais principalmente naquelas que
se preocupam com o meio ambiente. A adoção do SGA está se tornando um
pré requisito para o sucesso de uma organização, principalmente nos países
ditos como industrializados. A demanda por produtos cultivados ou fabricados
de forma ambientalmente compatível cresce mundialmente, em especial como
já dito os países industrializados. Há uma forte tendência dos consumidores
dispensarem produtos e serviços que agridem o meio ambiente, podemos citar
que os consumidores estão se preocupando com o futuro da saúde de suas
próximas gerações e com a saúde do mundial.
De acordo com um artigo da Ambiental Brasil, cada vez mais
compradores, principalmente importadores, estão exigindo a certificação
ambiental, nos moldes da ISSO 14.000, ou mesmo certificados ambientais
específicos como, por exemplo, para produtos têxteis, madeiras, cereais, frutas
e etc.
Tais exigências são voltadas para a concessão do “selo verde”,
mediante a rotulagem ambiental. Acordos internacionais, tratados de comércio
e mesmo tarifas alfandegárias incluem questões ambientais na pauta de
negociações culminando com exigências não tarifárias que em geral afetam
produtores de países exportadores. Essa é uma tendência mundial e
indiscutível, pois apenas as normas ambientais da família ISSO 14.000, que
tratam do SGA e de Auditoria Ambiental, encontram-se em vigor.
29
A certificação pode significar um elemento importante do marketing para
produtos e empresas. A ISO 14.000 e o selo verde são mais um recurso de
marketing a disposição no mercado, pois informam ao público e aos clientes
potenciais, o comprometimento da empresa com as práticas.
3.2 O QUE É GESTÃO DO MARKETING AMBIENTAL PELA ISO 14001:1996
A legislação ambiental, a pressão e o surgimento de consumidores que
querem qualidade de vida condicionam o mercado e criam ambiente propício
para o desenvolvimento do marketing ambiental.
A norma ISO 14001¹ é uma ferramenta criada para auxiliar empresas a
identificar, priorizar e gerenciar seus riscos ambientais como parte de suas
práticas usuais. A norma faz com que a empresa dê uma maior atenção às
questões mais relevantes de seu negócio. A ISO 14001 exige que as empresas
se comprometam com a prevenção da poluição e com melhorias contínuas,
como parte do ciclo normal de gestão empresarial.
A norma é baseada no ciclo PDCA do inglês "plan-do-check-act" (planejar,
fazer, checar e agir) e utiliza terminologia e linguagem de gestão conhecida.
A obtenção da certificação ISO 14001 envolve a elaboração da análise do
ciclo de vida do produto e da rotulagem ambiental. O primeiro implica em
avaliar todos os estágios de sua produção, de forma a identificar os efeitos
sobre o meio ambiente dos componentes e processos. Vai desde a extração de
matérias-primas, inclusive o consumo de energia para fabricação, até a
disposição adequada e reciclagem.
A certificação pode significar um elemento importante do marketing para
produtos e empresas. A ISO 14.001 e o selo verde são mais um recurso de
marketing à disposição no mercado, pois informam ao público e aos clientes
potenciais o comprometimento da empresa com as práticas ambientais.
30
Os parceiros comerciais também estão ficando mais exigentes
ecologicamente, principalmente, quando o produto será exportado, quando é
atender também aos requisitos legais do país importador. Um dos requisitos é
a certificação ambiental, ISO 14.001 e selos de garantia ecológica, que atestam
que aquele produto é produzido em conformidade com as exigências
ambientais.
31
CAPITULO IV
FABER CASTELL
FABER-CASTELL, UNIDADE DE PRATA/MG
A Faber Castell, além de se preocupar em desenvolver produtos de
qualidade, cuida do planeta através de projetos ambientais auto sustentáveis.
Esses projetos visam suprir não só a demanda por madeira de qualidade para
a produção do lápis, como também preservar a fauna e flora nativas, segundo
a empresa, é da unidade de PRATA – MG que a Faber Castell extraí toda a
madeira para a produção de seus lápis.
4.1 A HISTÓRIA DA EMPRESA
A Faber-Castell é um dos grupos industriais mais antigos do mundo,
surgido antes mesmo da Revolução Francesa e da formação dos Estados
Unidos. Desde 1761, data de sua fundação, o respeito ao consumidor, à
comunidade e ao meio ambiente é parte integrante de sua política de atuação.
A empresa permanece nas mãos da mesma família e atualmente é
dirigida por Anton Wolfgang von Faber-Castell, membro da oitava geração, que
conduz os negócios pautado por uma trajetória de mais de 240 anos.
Hoje, ainda localizada em Stein, cidade próxima a Nuremberg, na
Alemanha, é um grupo de empresas que oferece produtos de alta qualidade
para escrita, desenho, pintura e trabalhos criativos para pessoas de todas as
idades.
A principal subsidiária do grupo está localizada no Brasil, com cerca de
2.700 colaboradores, formada por duas unidades de produção em São Carlos,
no interior de São Paulo, uma unidade de produção de mudas e operações
florestais com industrialização da madeira em Prata, Minas Gerais, uma área
de plantio e preservação em Morretes, Paraná, escritórios de marketing e
32
vendas na cidade de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, além de uma unidade
de produtos plásticos em Manaus (AM).
A produção anual de 1,8 bilhão de EcoLápis de madeira plantada torna o
Brasil líder mundial no setor. A unidade brasileira da Faber-Castell produz
mais de mil itens que abastecem o mercado interno e são exportados para
mais de 70 países.
Conde Anton W. Von Faber-Castell, também destaca os quatro valores
fundamentais para sua empresa
A - Competência e Tradição
Usamos nossa competência com base em nossa história, nossa
experiência e aprendizado contínuo para desenhar nosso próprio futuro
com espírito empreendedor. Isso nos garante um know-how diferenciado
para manter ou construir uma sólida liderança, alto grau de credibilidade
e uma forte rede global de comunicação e distribuição fundamentada
nas mais justas parcerias.
B - Qualidade Excepcional: Melhor da Categoria
Estamos determinados a ser os melhores da categoria em todos os
produtos e serviços. Respeitamos as necessidades dos mercados
regionais, sempre considerando as exigências globais.
Entendemos que oferecer qualidade é assegurar:
• valor agregado percebido e relevante;
• claro ponto de diferenciação;
• desempenho excepcional;
33
• design característico e intemporal.
C - Inovação e Criatividade
Nosso pioneirismo e progresso contínuo garantem inovação e
criatividade com o objetivo de oferecer soluções com benefícios
relevantes para os consumidores. Estimulamos nossa própria
criatividade através de uma atmosfera de trabalho aberta, dedicação,
compromisso e da troca de conhecimento entre equipes internacionais e
interdisciplinares.
D - Responsabilidade Socioambiental
Sentimo-nos em permanente obrigação e compromisso para com as
pessoas e o meio ambiente. Praticamos nossa responsabilidade social
dentro da empresa, com parceiros de negócios e na comunidade.
Estamos sempre pesquisando materiais e processos amigáveis ao
mesmo ambiente e aptos a contribuir com a preservação do planeta.
Movemo-nos à frente, antecipando tendências futuras e seus impactos,
para melhor cumprir com nossas obrigações e garantir sustentabilidade.
4.2 UNIDADE DA PRATA – MG
Em Prata a empresa mantém uma equipe de Planejamento Ambiental,
atualmente coordenada pelo Engenheiro Florestal, Ronaldo Oliveira. Essa
equipe é responsável por desenvolver projetos ambientais que busquem
conhecer os reflexos das atividades realizadas pela empresa sobre os recursos
naturais e a comunidade atingida.
34
Atualmente, estão em andamento cinco projetos ambientais com objetivo
de melhoria dos recursos naturais que levam em consideração a
biodiversidade, os recursos hídricos, o solo, a flora e fauna existentes no local
de plantio. Em suas operações de manejo florestal, utiliza técnicas para
conservação do solo, evita a utilização do fogo, expande a áreas de vegetação
nativa para possibilitar condições normais de desenvolvimento da fauna e flora
e realiza análise da água, freqüentemente, para monitorar a sua qualidade.
Dentre estes, o Projeto Animals ganhou destaque e visibilidade na
região. É um projeto que visa conhecer e monitorar as espécies da fauna
silvestre existentes nos Parques Florestais da empresa. Este estudo permitiu
identificar animais que estão em extinção e desenvolver ações para preservar-
lhes a vida no seu habitat natural. Como forma de divulgação, foi desenvolvida
a Campanha "Pedágio ecológico" em parceria com a Polícia Rodoviária
Federal, com a distribuição de folder e outros materiais educativos com
informações sobre as espécies animais e dicas de como evitar atropelamento
na rodovia.
O Projeto Ecomunidade Prata iniciou em 2000, com ações de Educação
Ambiental para a comunidade e seus colaboradores. Este trabalho tem como
principal objetivo envolver a comunidade e os colaboradores no processo
permanente de discussão e aprendizagem da Educação Ambiental na busca
pela melhoria na qualidade de vida.
Os trabalhos de Educação Ambiental na comunidade são realizados em
escolas municipais, estaduais e particulares, envolvendo educadores e alunos.
Em 2001 a empresa realizou o primeiro Simpósio em Educação Ambiental,
envolvendo mais de sete mil pessoas, o que equivale cerca de 1/3 da
população do município. E, em 2007 o VII Simpósio Socioambiental
reafirmando a continuidade do projeto.
O projeto lançou diversas ações como eventos de integração de
colaboradores internos no plantio de árvores, a ação "Pegada Ecológica" com
intuito de fomentar a discussão ambiental nos diversos órgãos e instituições da
35
região. Foi lançada proposta para incentivar, através de parcerias, a criação de
um espaço socioambiental chamado "sala verde", para constituir-se em um
Centro de Informação e Formação Ambiental articulados para as escolas,
produtores rurais, colaboradores, ONG's e demais parceiros do projeto. As
ações englobam ainda palestras, produção e difusão de materiais educativos,
capacitação de professores como multiplicadores de educação ambiental, entre
outros.
O Ecomunidade conquistou a parceria da Cooperativa dos Produtores
Rurais de Prata, ONG "Bem Viver", escolas, Prefeitura Municipal entre outras
instituições do município de Prata.
Diante do exposto, percebe-se que a responsabilidade socioambiental
da Faber-Castell se traduz em ações concretas, capazes de gerar mudança de
comportamento dos públicos com os quais interage. Projeta a imagem positiva
de uma empresa que além de cumprir com as exigências da legislação
ambiental, se mostra comprometida com seus colaboradores e com a
comunidade em que está inserida.
36
CONCLUSÃO
Vimos neste trabalho, que o marketing verde é bom para as empresas
porque busca a eficiência no uso dos materiais e também ajuda a reduzir os
custos. Empresas que não responderem às questões ambientais com produtos
mais seguros e ambientalmente mais saudáveis estão se arriscando a perder a
sintonia com o consumidor.
Ao empregar estratégias de marketing ambiental, a entidade pode
aumentar sua credibilidade e legitimidade, definir sua personalidade, área de
atuação e imagem, além de agregar valor à marca junto aos diversos
compradores.
A atividade produtiva gera desenvolvimento econômico e em
contrapartida provoca impacto ambiental ao meio ambiente em que se insere.,
essa constatação despertou no governo e na sociedade um novo olhar sobre
qual deva ser a responsabilidade das empresas e organizações nesse
processo.
Com o passar dos anos, vivenciamos o desenvolvimento econômico e
social que trouxeram grandes avanços e facilitaram a vida de milhares de
pessoas em todo o mundo, em contra partida, presenciamos o esgotamento
dos recursos naturais.
Neste contexto, a gestão ambiental responsável surge como a única
possibilidade das empresas se manterem no mercado, gerando mais
desenvolvimento e lucro de forma sustentável, sem comprometer as gerações
futuras. A dimensão da gestão ambiental deve permear todas as áreas da
empresa. O marketing ambiental surge como uma das áreas estratégicas que
ponderam aspectos de desenvolvimento de produtos com garantia de
sustentabilidade ambiental, provocando o consumidor mais exigente a
37
consumi-lo e, por fim, gerar boa vontade da sociedade em relação à sua
marca, projetada com diferencial competitivo e responsabilidade ambiental.
Através da empresa Faber Castell, percebemos de perto o quanto é
importante a conscientização das empresas com meio ambiente e a sociedade.
Destaco ainda, que devemos incessantemente cuidar dos recursos que
a mãe natureza nos proporciona, para que num futuro próximo bem próximo
possamos deixar de agredi-la, reutilizando tudo que já a foi tirada.
38
BIBLIOGRAFIA
ACAR, Thaís; REGIO, Silvana Hyppoliyo; EUGÊNIO, Nancy Franco; et al. A
Responsabilidade social das empresas: A contribuição das
universidades, volume 5. São Paulo: Peirópolis: Instituto Ethos, 2006.
BOONE & KURTZ. Marketing contemporâneo. 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC,
2001.
BRAGA, Benedito; HESPANHOL, Ivanildo; CONEJO, João G. Lotufo;
Introdução à engenharia ambiental. 2ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
CZINCOTA, Michael R.; DICKSON, Peter R.; DUNNE, Patrick; Marketing as
primeiras práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001.
DIAS, Reinaldo. Marketing ambiental. São Paulo: Atlas, 2007.
Disponível em: www.faber-castell.com.br – Acesso em 28/06/2009
Disponível em: WWW.administradores.com.br – acesso em 10/07/2009
KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall,
2006.
KOTLER, Plilip. Princípios de Marketing. 7ª Edição. Qualytmark, 1995.
MAIA, Galileu Limonta. Marketing Verde: estratégias para produtos
ambientalmente corretos. Revista de administração Nobel. Nº03.
MELLO, Maria Celina Abreu de; LEMOS, Ângela Denise da Cunha;
NASCIMENTO, Luís Felipe. Gestão socioambiental estratégica. Porto Alegre:
Bookman, 2008.
VAZ, Gil Nuno. Marketing institucional. 2ª ed. São Paulo: Pioneira, 2001.
ISO 14001 : HISTÓRICO . Disponível em WWW.ambiental-e.com.br.
Acessado em 10/06/09 às 22:00 horas.
39
ISO 9000 X 14000 : Disponível em WWW.ambiental-e.com.br. Acessado em
10/06/09 às 22:40 horas.
PLONSKY, Michael JAy. A introdução do Marketing Verde. Eletronic Green
Journal, 1994.
40
ANEXOS
Anexo 1
Anexo 2
Em 2002, os processos de gestão ambiental da Faber-Castell recebem a
certificação ISO 14001.
A Faber-Castell Brasil fornece 80.000 lápis de madeira certificada FSC para
Convenção do Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10.
41
Anexo 3
Em 2003, o Projeto Animalis, conquista o 1º lugar na categoria Natureza do
Prêmio Ambiental von Martius, e também classifica-se como finalista do Prêmio
Superecologia, promovido pela Revista Superinteressante.
A empresa classifica-se entre as 40 melhores empresas na gestão de pessoas
em pesquisa realizada pela Revista Valor Carreira e Hay Group.
Anexo 4
Em 2006, a Faber-Castell Brasil anuncia a ampliação de seus negócios
através da implementação de uma nova fábrica na cidade de Manaus para a
produção de canetas e lapiseiras.
O lápis Castell 9000 completa cem anos no mercado.
Extensão da certificação FSC aos fornecedores de madeira da Argentina.
Extensão das certificações ISO 9001 e ISO 14001 para a operação da Costa
Rica.
A Faber-Castell Brasil recebe os prêmios Chico Mendes e BRAMEX Ambiental
(categoria Preservação Fauna e Flora) concedido pela Câmara de Comércio
Brasil-México.
Criado o Comitê de Responsabilidade Socioambiental.
42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPITULO I
MEIO AMBIENTE 10
1.1 Ética Ambiental 10
1.2 Ética nas ações ambientais na visão dos consumidores 12
CAPITULO II
CONCEITOS DE MARKETING 14
2.1 Ambientes de Marketing 16 2.2 Marketing Ambiental ou Verde 17
2.2.1 O Conceito 17
2.2.2 Desenvolvendo um programa verde 20 2.2.3 Praticando o Marketing Verde 21 2.2.4 Reciclagem 21
2.3 Marketing e a Questão Ambiental 22 2.3.1 Marketing Ambiental e uma única certeza: Economia 24
CAPITULO III A IMPORTANCIA DA GESTÃO AMBIENTAL 26
43
3.1 Adoção do programa de Gestão Ambiental 26
3.2 O que é gestão do Marketing Ambiental pela ISSO 14001 29
CAPITULO IV FABER CASTELL 31 4.1 Histórico 31 4.2 Unidade da Prata – MG 33 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA 38 ANEXOS 40 ÍNDICE 42 FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Título da Monografia: MARKETING AMBIENTAL- UM NOVO
CONCEITO PARA AS EMPRESAS
Autora: Paula Cristina Bigarel Lopes
Data da entrega: 28/07/2009
Avaliado por ; Mary Sue Conceito: