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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Por: LINA FIGUEIRA FERRAZ Orientador: Profª. Maria Esther Araújo Co-orientadora: Profª. Lúcia Santana da Silva Carbone Santos 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES - Pós-Graduação · parcial para obtenção do grau de especialista em ... blogspot.com/2009_03_01_archive.html >. Acesso em 10/05 ... uma divisão funcional

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Por: LINA FIGUEIRA FERRAZ

Orientador: Profª. Maria Esther Araújo

Co-orientadora: Profª. Lúcia Santana da Silva Carbone

Santos

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade

Por: Lina Figueira Ferraz

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, pela inspiração, por ter me mostrado o caminho e me guiado na direção certa, por proporcionar acontecimentos favoráveis para que tudo acontecesse da melhor forma possível. Obrigada meu Deus por fazer-me acreditar em milagres e por fazê-los acontecerem em minha vida!

Enfim agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para que o presente trabalho se tornasse possível.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais José Silvestre Ferraz e Maria Noemi Ferraz por me incentivarem tanto nesta caminhada, por viabilizarem a elaboração deste trabalho e tantos outros, e ao meu filho Mateus Ferraz da Silva responsável pela minha “mãetamorfose”.

“A maternidade me deu olhos de ver. Deu-me uma nova oportunidade para (re)descobrir a vida. De pôr de cabeça para baixo uma série de certezas, questionar uma porção de verdades. A maternidade me deu uma nova chance para olhar minhas velhas fotografias e (re)visitar minha infância, sonhar de novo meus sonhos de adolescente, regular minhas vontades; deu-me coragem para realizar muitos dos meus mais secretos desejos. A maternidade me deu olhos de ver porque me abriu o peito e me cumulou de amores que eu nem sabia existirem. A maternidade operou uma metamorfose em minha vida. Transformou-me, me fez virar várias mulheres sendo eu mesma, cada vez mais verdadeira e intensa; tornou-me um ser humano melhor. A maternidade me deu olhos de ver, transmutou meu destino, e eu... eu nem tive medo” . (Januária Cristina Alves)

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RESUMO

O presente estudo teve como objetivo mostrar a importância do afeto relacionado a práticas educativas. Inicialmente, foram feitas considerações sobre os conceitos de educação e aprendizagem, levando em consideração estruturas anatômicas e processos fisiológicos relacionados a aprendizagem, sempre com um olhar voltado as questões afetivas relacionadas ao tema. Passa-se, então, a questão da influência direta das emoções sobre a aprendizagem, citando algumas e de que forma elas interferem no processo. A seguir demonstra-se a importância do professor, a partir de uma perspectiva afetiva, como agente mediador de grandes transformações, na escola, na vida de cada aluno, na comunidade e na educação. Conclui-se ao final, que é necessária uma reformulação na educação, ou melhor, uma humanização da educação e o professor precisa ser reconhecido pela sua grande responsabilidade neste processo.

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METODOLOGIA

Após um período de observação em sala de aula, levantou-se a

problemática e com isso a necessidade de uma mudança de postura promotora de

grandes transformações. A partir de então foi levantada uma vasta bibliografia

relacionada aos temas trabalhados, dessas algumas foram relacionadas e fazem

parte do estudo realizado por meio de pesquisa e revisão da literatura. Tendo

como principais bases a Pedagogia Waldorf de Rudolf Steiner, Goeth, Piaget,

Gabriel Chalita, Peter Senge, e tantos que dedicaram e dedicam suas vidas a

educação.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. O sistema límbico 14

Figura 2. Henri Wallon 19

Figura 3. Piaget 20

Figura 4. Goethe 29

Figura 5. Aristóteles 34

Figura 6. Rudolf Steiner 39

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - Educação e aprendizagem 11

1.1 Mecanismos cerebrais responsáveis pela aprendizagem 13

CAPÍTULO II - A influência da afetividade na aprendizagem 18

CAPÍTULO III - O professor como mediador do processo de aprendizagem

numa perspectiva afetiva 26

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

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INTRODUÇÃO

O tema deste estudo é a relação entre a afetividade e aprendizagem. Tendo

como questão central , a importância dos vínculos afetivos para o aprendizado

global de um indivíduo.

A proposta do trabalho é de fundamental relevância, pois no mundo

contemporâneo verificamos um alto índice de violência e criminalidade,

conseqüências de uma educação deficitária com distorção e perda dos valores.

Portanto faz-se urgentemente necessário ter um olhar para a educação, voltada à

promoção do resgate dos valores, da prática do respeito e do desenvolvimento

afetividade, para que realmente aconteça um aprendizado de qualidade. Tendo

por base a promoção da paz, sabendo ser algo que pode e deve ser aprendido e

praticado insistentemente, até que seja incorporado e se torne natural em nossa

sociedade. Favorecendo conseqüentemente o processo de absorção do conteúdo

a ser aprendido.

O indivíduo que não tem sua auto estima trabalhada por meio do respeito,

valorização individual e o cuidado com sua história de vida, acaba se fechando aos

relacionamentos, ao contato com o grupo, ao conhecimento e a uma série de

experiências que poderiam favorecer seu desenvolvimento global.

O objetivo desta pesquisa é, portanto, demonstrar a importância do

desenvolvimento de vínculos afetivos no processo ensino e aprendizagem ,

contribuindo para a diminuição da violência , valorização pessoal e o

desenvolvimento de uma cultura da paz. Ao passo que a promoção da boa

convivência e a criação de vínculos dentro dos estabelecimentos de ensino podem

provocar mudanças significativas nessa realidade, na família, na comunidade e em

toda a sociedade.

Para a elucidação da importância da afetividade para a aprendizagem, são

discorridos no primeiro capítulo deste trabalho, os conceitos de educação e

aprendizagem a perspectiva de vários autores que dedicaram grande parte de

suas vidas à essas questões. O segundo capítulo está focado na influência direta

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das emoções e a importância da afetividade para uma aprendizagem significativa.

O capítulo seguinte refere-se à relação professor-aluno, numa perspectiva afetiva,

visando uma educação humanizadora.

11

CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM

Conforme o dicionário Aurélio, educação é “ o processo de desenvolvimento

da capacidade física, intelectual e moral do ser humano”. (FERREIRA,1993,

p.197). Conceituar o fenômeno educativo é um desafio complexo, pois é

fundamental considerar e relacionar vários itens, que contribuem para a

construção do processo de ensino e aprendizagem.

Segundo Martins (2004,p. 13), “o conceito de educação sofreu influência do

nativismo e do empirismo. O primeiro era entendido como o desenvolvimento das

potencialidades interiores do homem, cabendo ao educador apenas exterioriza-las,

e o segundo era o conhecimento que o homem adquiria através da experiência”.

Abordar sobre educação é lidar com a única alternativa para a melhoria

das condições sociais do país e do mundo. Tamanha é a importância da escola e

igualmente a função do educador. Conforme declara Steiner (2007,pág.26):"Não

são, pois, as sentenças morais nem os ensinamentos da razão que atuam sobre a

criança, mas apenas o que os adultos fazem em sua redondeza de maneira

visível".

Relata Jaeger (1994) que, para os gregos, a educação é tão inerente à

humanidade, que por ser tão óbvia, leva um tempo para atingir a consciência

daqueles que a recebem e a praticam.

Como elemento inerente ao ser humano, a educação é o grande alimento

para que o homem possa obter o pleno desenvolvimento de suas faculdades

físicas, mentais e intelectuais. A educação proporciona ao indivíduo, liberdade e

autonomia, oferecendo ferramentas indispensáveis para a realização de seus

objetivos, a fim de que possa prosperar na vida. Teixeira (1968) tem razão ao

afirmar que a finalidade da educação se confunde com a finalidade da vida,

segundo o autor, o objetivo principal da vida é obter mais vida e com isso, mais

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liberdade e por conseqüência, mais felicidade, pois a medida que nos tornamos

mais livres, atingimos mais coisas em nossos corações e nossa inteligência, a

partir uma compreensão ampliada. Nesse contexto, o objetivo da educação vai se

relacionando com o objetivo da vida, pois no fundo de toda aprendizagem está

eminente a convicção de que a vida é boa e que pode ser melhorada a cada dia. O

processo educativo é o que assegura o desenvolvimento do lado bom da vida

enriquecendo-o e expandindo-o cada vez mais.

Pressupondo que o ser humano está em constante evolução, Assmann e

Mo Sung (2000) apontam a necessidade de uma transformação na educação,

buscando um educar para a sensibilidade solidária, promovendo a melhoria do ser

humano. Além de valorizar a importância da educação para minimizar as

desigualdades, afirmam que, o ser humano encontrando-se num processo

evolutivo, como citado anteriormente, está sempre avançando e jamais estagnado

numa plenificação totalmente alcançada. A educação e os novos conhecimentos

vão completando o ser humano pela própria natureza deste, elevando-o quando se

depara com obstáculos próprios da vida, tornando-o apto para reivindicar direitos e

reconhecer deveres, adquirindo portanto, chances de fugir de uma existência que

coloque em risco sua sobrevivência.

Ainda no dicionário Aurélio aprender é tomar conhecimento de algo, retê-lo

na memória, graças ao estudo, observação, experiência etc.(FERREIRA, 2006).

Atualmente, na prática podemos dizer que é a capacidade que um indivíduo

possui de adquirir conhecimentos. O aprender está de alguma forma relacionado a

capacidade intelectual. Essa capacidade intelectual determinará o ritmo e a

facilidade do aprendizado do conteúdo que é ensinado. Ainda no Aurélio,

inteligência é a facilidade de aprender, apreender e compreender ou adaptar-se

facilmente às situações da vida (FERREIRA, 2006).

Pode-se ir mais além, conforme Antunes (1999), pressupondo que é a

capacidade de saber por em prática o que foi aprendido. De forma ampla, significa

a capacidade cerebral pela qual conseguimos penetrar na compreensão das

coisas, escolhendo o melhor caminho. Tais considerações complementam o que

foi citado anteriormente por Assmann e Mo Sung.

Para Falcão (2003), aprendizagem é uma modificação, que tem relativa

duração, no comportamento, por meio da pratica, experiência e observação.

13

Aprender está além do recebimento de informações, o conteúdo para ser

bem absorvido, necessita de um algo a mais que facilite ou viabilize o processo. A

forma com que as informações e conhecimento são transmitidos fazem a grande

diferença no aprendizado.

Somente o comprometimento, o compromisso, o respeito, o

estabelecimento de vínculos e o amor são capazes de transformar e tornar o

processo efetivo. Chalita (2001) reforça, dizendo que o aprendizado só se

completa com o amor, embora existam muitas formas de se transmitir

conhecimento, o verdadeiro e eficiente ato de educar só se dá com afeto.

Na visão de Senge (2004):

A verdadeira aprendizagem chega ao coração do que significa ser humano. Através da aprendizagem, nos recriamos. Através da aprendizagem tornamo-nos capazes de fazer algo que nunca fomos capazes de fazer. Através da aprendizagem percebemos novamente o mundo e nossa relação com ele. Através da aprendizagem ampliamos nossa capacidade de criar, de fazer parte do processo gerativo da vida. (SENGE, 2004,p.38).

1.1 Mecanismos cerebrais responsáveis pela aprendizagem

O cérebro, órgão do sistema nervoso central pode ser dividido em duas

partes: o telencéfalo ( mais superficial) e diencéfalo( mais profundo). No

diencéfalo encontram-se várias estruturas, dentre elas o hipotálamo, o sistema

límbico e no telencéfalo encontra-se córtex. O hipotálamo controla as funções de

sobrevivência. Ali reside o centro da fome, da saciedade, da sede, do impulso

sexual.

O sistema límbico tem a função de prover o individuo de emoções, é

denominado como a casa dos sentimentos, sendo responsável pelo equilíbrio ou

desequilíbrio emocional do ser humano e pela produção das sensações ligadas

aos processos emotivos. As estruturas do sistema límbico são responsáveis por

grande parte da aprendizagem e da memória do cérebro.

14

Figura 1. O sistema límbico.

Disponível em <http://elzepsicologia.blogspot.com/2009_03_01_archive.html>. Acesso em 10/05/2011.

O córtex é responsável pelo controle dos movimentos do corpo, a percepção

dos sentidos e o pensamento, é a parte consciente. Tais estruturas funcionam

simultaneamente, porém independentes entre si, elas se complementam.

O neuropsicólogo Lúria (1977) propõe uma divisão funcional do córtex

fundamentada em seu grau de relação com a motricidade, com a cognição e com

a sensibilidade. As áreas diretamente ligadas à sensibilidade e à motricidade

(áreas de projeção) são chamadas de áreas primárias. As áreas de associação

são divididas em secundárias e terciárias. As áreas secundárias ou unimodais são

as que se relacionam indiretamente com uma determinada modalidade sensorial

ou motora. As áreas terciárias ou supramodais são as que se relacionam com as

atividades psíquicas superiores.

Além das estruturas, temos as sinapses, que são processos fundamentais à

aprendizagem humana, já que constitui-se na conexão nervosa via impulso ou

estímulo nervoso. O impulso pode ser transmitido de uma fibra nervosa a outra

fibra nervosa ou de uma fibra nervosa a uma fibra muscular. Dessa forma, uma

15

fibra eferente ou motora conduzirá o estímulo a um músculo esquelético ou

estriado, afastando o impulso de um lugar específico; enquanto que a fibra

aferente ou sensitiva conduzirá o estímulo ao sistema nervoso central, em uma

única direção. É então através das sinapses que o sistema nervoso envia

informações a respeito dos músculos, tendões, sensações corporais das mais

variadas. A esse tipo de informação chama-se de cinestesia, aspecto fundamental

ao conhecimento corporal e a movimentação (MATHEUS & FOX, 1979).

Goleman (1996), acrescenta outras perspectivas em relação à interação

aprendizagem/emoção ligadas ao processo da memória. Teríamos assim o

Cérebro Animal ou Instintivo, com sede no hipotálamo, responsável pelas reações

instintivas, automáticas do ser humano. O cérebro intelectual ou racional, com

sede no córtex, responsável pelas operações lógico-racionais, pelas

potencialidades racionais do ser humano: podemos denominá-lo de cérebro

pensante, pois, é a sede da razão. E o cérebro emocional, com sede no sistema

límbico, é responsável pelas reações emocionais, sentimentais, espirituais. Mas

quando os mecanismos estão em funcionamento, uma das partes sempre se

sobressai em relação às outras.

Assim, poderíamos dizer que cada cérebro possui uma capacidade própria

de aprender e uma forma toda particular de trabalhar esta aprendizagem. Em

outras palavras, possuiria três estruturas biológicas de inteligência: a Inteligência

Instintiva, a Inteligência Racional e a Inteligência Emocional.

A inteligência vista na sua totalidade ou nas funções de suas partes, pode

ser desenvolvida quando exercitada, treinada ou, e mais importante, educada. A

educação ocorre principalmente quando aprendemos a aprender. O que isto

significa? Ao educarmos as nossas inteligências para trabalharem em harmonia, a

razão, o instinto e a emoção irão trabalhar de forma equilibrada.

A finalidade da educação seria a humanização do próprio homem, o

desenvolvimento de todas as manifestações da vida humana, levada à maior

plenitude e perfeição.(Luzuriaga, 1978). Para Pestalozzi, estas manifestações

ocorreriam através de três capacidades do ser: o espírito, o coração e a mão. Ou,

em outras palavras, a vida intelectual, a vida moral e a vida prática ou técnica, as

quais devem ser desenvolvidas de forma integral e harmônica. Esta idéia torna-se

evidente quando Pestalozzi afirma que só é essencial e realmente educativo o que

16

influi nos homens no conjunto de suas capacidades. Tudo quanto não toca a

totalidade de seu ser, não o toca naturalmente e não é humanamente educativo na

extensão da palavra.(LUZURIAGA, 1978).

A educação tem por missão, por um lado transmitir conhecimentos sobre a

diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência

das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta

(DELORS, 2003).Isso significa conhecerem-se, onde o educando busca integrar-

se com as pessoas que o cercam através da interação das energias que envolvem

as relações de corporeidade entre os seres. Os conhecimentos trabalhados na

escola deveriam ter um papel primordial neste sentido, e isto deveria ocorrer desde

os primeiros ciclos do ensino fundamental. A instituição escolar deveria criar todas

as situações possíveis para que esta aprendizagem ocorra.

Podemos distinguir três tipos distintos de aprendizagem: cognitiva, afetiva e

motora. Tais aspectos afetam a modificação ou não de comportamento e podem

ser representados através de pensamentos, sentimentos e ações. Um indivíduo

deve pensar, sentir e agir.

- Aprendizagem cognitiva: consiste no armazenamento organizado de

informações na mente do indivíduo. Envolve a estrutura cognitiva.

- Aprendizagem afetiva: resulta de sinais internos ao indivíduo e pode

ser identificada com experiências tais como prazer ou dor, satisfação ou

descontentamento, motivação ou a falta de motivação, por exemplo.

- Aprendizagem motora: envolve respostas musculares adquiridas por

meio de treino e prática. Como resulta em ações, é possível observar e

quantificar.

Para Falcão (2003), a pessoa, na verdade, é um todo cognitivo-afetivo-

motor, e a modificação em um dos aspectos afeta os demais. De tal sorte, que

podemos afirmar que a aprendizagem é global, mesmo que quase sempre há

predominância de um dos aspectos.

Conforme Wolynec (2004), atualmente é possível afirmar que não existem

duas pessoas que aprendam do mesmo jeito na mesma velocidade, uma vez que

a aprendizagem provoca mudanças no cérebro, é fato observado por

17

pesquisadores que, quanto mais uma pessoa aprende, mais diferenciado tornará

seu cérebro.

Poderíamos acrescentar ainda, que a capacidade de aprender e de ser

inteligente está ligada ao prazer que a conquista do conhecimento pode

proporcionar, principalmente quando este conhecimento é produzido pelo próprio

educando. Isto nos leva a supor que o nível de emoção no momento do aprender

interfere no resultado final do processo. Como a emoção está diretamente

relacionada ao processo afetivo, segue no próximo capítulo a relação encontrada

entre afetividade e aprendizagem.

18

CAPÍTULO II

A INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.

(Rubem Alves)

Segundo a psicanálise, afetividade é o conjunto de fenômenos psíquicos

manifestados sob a forma de emoções ou sentimentos e acompanhados da

impressão de prazer ou dor, satisfação ou insatisfação, agrado ou desagrado,

alegria ou tristeza.

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Figura 2. Henri Wallon.

Disponível em <http://patatitralala.blogspot.com/2010/09/henri-wallon-e-afetividade-na-escola.html > Acesso em 10/05/2011.

Henri Paul Hyacinthe Wallon (França, 15 de junho de 1879 - 1 de dezembro

de 1962), estudioso francês com formação em medicina e filosofia (na época não

havia curso autônomo de psicologia e a formação do psicólogo vinculava-se ao

curso de filosofia), dedicou grande parte de sua vida ao estudo das emoções e da

afetividade. Identificou as primeiras manifestações afetivas do ser humano, suas

características e a grande complexidade que sofrem no decorrer do

desenvolvimento, assim como suas múltiplas relações com outras atividades

psíquicas. Afirma que a afetividade desempenha um papel fundamental na

constituição e funcionamento da inteligência, determinando os

Interesses e necessidades individuais.

20

Figura 3. Piaget.

Disponível em < http://www.escolhendoapilulavermelha.com.br/2009/11/jean-piaget-e-as-metas-da-educacao.html>. Acesso em 10/05/2011.

O termo construtivismo elaborado por Sir Jean William Fritz Piaget

(Neuchâtel, 9 de agosto de 1896 - Genebra, 16 de setembro de 1980 -

epistemólogo suíço, considerado o maior expoente do estudo do desenvolvimento

cognitivo), tem como um dos temas centrais a afetividade. Na teoria de Piaget , a

afetividade é a fonte de energia para o funcionamento da inteligência, é a energia

que impulsiona a ação de aprender. A ação, seja ela qual for, necessita de

instrumentos fornecidos pela inteligência para alcançar um objetivo, uma meta,

mas é necessário o desejo, ou seja, algo que mobiliza o sujeito em direção à este

objetivo e isso corresponde à afetividade.(DELL’’AGLIL E BRENELLI, 2006).

Ferreira (2006), define afetividade, como sendo o um conjunto de

fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e

paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou

21

insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza. Assim, vem ao

encontro do pensamento de Galvão (1999), quando refere-se às emoções, como

sendo uma forma de comunicação e que além disso é contagiosa. Essa

comunicação emocional, aos poucos, vai sendo substituída por outra forma mais

racional de comunicação. O indivíduo, com o seu desenvolvimento, aprende novas

maneiras de se relacionar com os outros. O sistema nervoso fica cada vez mais

capaz de controlar as emoções deixando o raciocínio tomar posse de suas

atitudes.

Diretamente ligada à emoção, a afetividade consegue determinar o modo

como as pessoas visualizam o mundo e também a forma com que se manifesta

dentro dele. Todos os fatos e acontecimentos que houve na vida de uma pessoa

traz recordações e experiências por toda a sua história. Dessa forma, a presença

ou ausência do afeto determina a forma com que um indivíduo se desenvolverá.

Para Chalita (2001), a habilidade emocional é o grande pilar da educação,

sendo que o desenvolvimento das habilidades cognitivas e sociais só pode se dar

ao trabalhar-se a emoção. O autor acrescenta ainda que, trabalhar a emoção

exige paciência, pois se trata de um processo continuado cujas mudanças não

ocorrem de uma hora para outra.

Conforme Coll (2004), os sentimentos, as emoções e os desejos

correspondem à afetividade, que dá sustentação às ações do sujeito.

Codo e Gazzotti (2002) acrescentam, “é mediante o estabelecimento de

vínculos afetivos que ocorre o processo ensino-aprendizagem”

Quando o individuo encontra-se em um estado de alegria, toda a sua

estrutura se encontra em um estado propício ao aprendizado, a começar pela

musculatura corporal, que se encontra em estado de relaxamento, facilitando o

processo. A meditação, por exemplo, é uma técnica que promove um relaxamento

corporal global, a importância desse estado é tão grande que traz inúmeros

benefícios para a vida do individuo inclusive para a cognição.

Dolores Avia (1995), faz uma relação com emoções positivas, tais como

alegria e coragem ao afeto positivo, gerando um estado motivação e felicidade.

Na alegria, segundo a autora, num estado alegre a pessoa intensifica a confiança,

tentando formar vínculos sociais mediante o contato com sensações positivas e,

22

na tristeza, a pessoa reduz a sua atividade, tentando restaurar a sua energia, na

procura de despertar simpatia e atenção.

O medo, segundo Frijda (1995), revela-se em uma mescla de expressões

que visam proteger e evitar determinados eventos, paralisando as ações. Já a

coragem triunfa sobre o medo, ou pelo menos tenta triunfar, só o fato de tentar já é

um ato corajoso, e para isso se faz necessário entrar em ação o acreditar em si

que está relacionado a auto estima. Formando assim um circulo onde uma coisa

depende ou leva à outra.

Oliveira (2006), afirma que a raiva, a agressividade, o medo, a timidez

excessiva, a ansiedade e a insegurança revelada pela baixa auto-estima,

sentimentos que são observados em alguns indivíduos, podem interferir na

aprendizagem do mesmo. O autor acrescenta ainda que uma pessoa com

problemas emocionais pode apresentar, olhos semicerrados, lábios contraídos,

tronco curvo, diminuição na amplitude e qualidade dos gestos,movimentos

inseguros, grande tensão muscular que se verifica no pescoço, nas mãos e na

postura. Ao contrário de um indivíduo que se encontra em harmonia com o

ambiente, que está alegre, que tem confiança em si mesmo e no mundo e

consegue interagir com o outro,com a sociedade, com a cultura, refletindo atitudes

descontraídas, sorriso fácil, olhar direto, ventre sem bloqueios, tônus muscular

normal nos braços e mãos, revelando qualidade dos gestos e boa postura

corporal.

Sabe-se que os vínculos emocionais estabelecidos a partir do nascimento

exercem grande importância na construção da personalidade, afetando

significativamente a auto-estima do indivíduo, facilitando assim a aquisição de

conhecimentos e conseqüentemente a conservação desses.

Para Wechsler (1993) existem muitas barreiras e bloqueios emocionais que

impedem a manifestação da realização criativa e da espontaneidade do

comportamento. Dentre esses, estão o medo do fracasso, o medo do

desconhecido,a frustração, a necessidade de equilíbrio, o medo de exercer

influência, medo de perder o controle etc. Tais bloqueios vão sendo enraizados ao

longo das experiências vivenciadas pelo indivíduo.

A raiva e a agressividade surgem da frustração, que ocorre quando alguém

se vê impedido por outro ou por ele mesmo de satisfazer uma exigência pulsional.

23

Indivíduos que acumulam experiências de frustrações, de falta de amor, podem

adotar a agressividade como forma de defesa.

Essas tendências podem vir de casa ou serem adquiridas nos contatos

sociais e até mesmo na escola. E é também na escola que essa agressividade

pode se revelar, por meio de atitudes como: depreciação dos colegas, utilização

de apelidos pejorativos, apresentação de sentimento de revolta e ressentimento,

dentre outras. Em geral são indivíduos sensíveis às criticas, indisciplinados, não

se comprometem com o ensino e procuram fazer barulho para irritar ou chamar

atenção de todos.

A compreensão das necessidades do indivíduo, a confiança em sua

capacidade de melhora, assim como a orientação no lugar de castigo, explicações

no lugar de ordens se traduzem no melhor método de disciplinar indivíduos

agressivos.

Segundo Houaiss (2001) o medo acompanha o ser humano desde o

nascimento e para alguns, o medo pode ser suscitado pela falta de informação em

um mundo que, para eles, parece ser misterioso, confuso e imprevisível. Alguns

tipos de medo estão ligados às experiências de aprendizagem: de ser

ridicularizado, de fracassar, de ser observado, de que alguém perceba seu

problema e o medo da novidade das experiências. Tal sentimento pode ser

demonstrado pelo indivíduo na falta de confiança em si mesmo, ao responderem a

perguntas com “eu não sei fazer”. Nesta resposta pode-se encontrar o medo do

fracasso, quando a tarefa aparenta ser muito difícil, e a possibilidade de fuga da

situação, pois é melhor dizer que não sabe fazer do que mostrar isso na prática.

Os mecanismos de defesa mais freqüentemente usados para o medo são

apatia, agressividade ou retração. Nestes momentos o corpo denuncia este

estado: os músculos ficam tensos, o batimento cardíaco se altera, apresenta

sudorese, distúrbio gastrointestinal, rubores na face, paralisação corporal, choro,

risos descontrolados ou dores no estômago.

Em conseqüência a aprendizagem acaba sendo prejudicada, assim,

mecanismos de motivação, compreensão, cuidado e respeito, aumentam a

segurança e diminuindo o medo.

Sentimento de inibição e timidez que estão diretamente relacionados com o

medo também comprometem o desenvolvimento da aprendizagem, devido a baixa

24

concentração, dificuldades no controle das emoções podendo haver distorções em

suas percepções.

A ansiedade, segundo Houaiss, (2001),estado afetivo penoso,

caracterizado pela expectativa de algum perigo que se revela indeterminado e

impreciso, e diante do qual o indivíduo se julga indefeso ,tem como sinais, o

nervosismo, dor de cabeça constante, aperto do tórax,sudorese, taquicardia,

irritabilidade, indisposição estomacal, tiques e dificuldade de concentração.

Novaes (1984) nos mostra que a carência afetiva determina uma série de

fatores que prejudicam o desenvolvimento global da individuo, tanto no âmbito

físico como psíquico. Essa carência pode ser identificada pela incapacidade do

indivíduo em manter trocas afetivas normais com outros seres humanos.

Outro fator que pode interferir de forma significativa na aprendizagem é a

autoestima. O autoconceito e a autoestima referem-se à representação da

avaliação afetiva que a pessoa tem de suas características em um determinado

momento, afirma (MIRAS, 2004).

O conteúdo psicológico multidimensional que caracteriza a autoestima

refere-se à possibilidade que tem o ser humano em ter diferentes valorações em

diferentes domínios e as características individuais de cada sujeito podem ser um

fator determinante na aquisição e elaboração da autoestima.

Um indivíduo tímido poderá sofrer mais influência em seu autoconceito, que

um indivíduo que não apresenta timidez. O vínculo afetivo que foi estabelecido na

relação parental e o padrão de apego nas interações mãe e filho, assim como o

estilo educativo a que foi submetido contribuem na construção da autoestima.

Ao passo que o indivíduo vai adquirindo cada vez maior competência

cognitiva, vai sendo capaz de elaborar sua autoestima, sendo menos influenciado

pela opinião dos outros, em função dos seus próprios resultados e conquistas.

De acordo com Pimentel (1974), a afetividade é quem direciona todos os

nossos atos. Ela é na verdade, o elemento que mais influencia na formação do

nosso caráter. Sabendo que as dificuldades afetivas provocam desadaptações

sociais e escolares, bem como perturbações no comportamento, o cuidado com a

educação afetiva deve caminhar lado a lado com a educação intelectual.

25

Embora a afetividade não modifique a estrutura no funcionamento da

inteligência, pode interferir no funcionamento dessas estruturas, acelerando ou

retardando o desenvolvimento dos indivíduos. Um ambiente acolhedor pode

propiciar e favorecer o desenvolvimento das competências e habilidades do

indivíduo.

Brenelli (2000) considera que a ação seja ela qual for, necessita de

instrumentos fornecidos pela inteligência para alcançar um objetivo, uma meta,

mas é necessário o desejo, ou seja, algo que mobiliza o sujeito em direção a este

objetivo e isso correspondem a afetividade. A afetividade passa então a constituir

um fator que influencia diretamente na aprendizagem, ou seja, a relação afetiva

entre quem ensina e quem aprende, isto é, a afetividade entre o professor e o

aluno.

É notável a importância das relações sociais e afetivas no contexto da

aprendizagem, pois contribuem para o sucesso do indivíduo em seu processo de

desenvolvimento. Como o presente trabalho refere-se aos ambientes

educacionais, temos o professor como o protagonista do processo de ensino

significativo, dedica-se a ele então o próximo capítulo.

26

CAPÍTULO III

O PROFESSOR COMO MEDIADOR DO PROCESSO DEAPRENDIZAGEM NUMA PERSPECTIVA AFETIVA

"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".(Rubem Alves)

Segundo Zajonc (2006), quando o poeta alemão Goethe declarou:

“Em toda parte nós só aprendemos de quem amamos”, ele estava se referindo diretamente à profunda ligação entre cognição e afeição. Nós somos especialmente abertos e receptivos àquele que amamos. Estamos mais propensos a lembrar as palavras de um querido mentor e ponderar sobre elas muito tempo depois. Os ensinamentos calam mais fundo no ser humano quando levados por uma profunda afeição; eles podem nos modificar e até mesmo nos ensinar a ver o mundo de forma diferente. Eu me sinto cada vez mais convencido da importância da ligação entre cognição e afeição ou, para ser mais claro, a relação crucial entre amor e conhecimento (ZAJONC,2006).

27

Figura 4. Goethe

Disponível em < http://atuleirus.weblog.com.pt/arquivo/2006/08/johann_wolfgang >. Acesso em 10/05/2011.

Sabe-se que é no decorrer do desenvolvimento do indivíduo que os

vínculos afetivos vão se ampliando e a figura do professor surge com grande

importância na relação de ensino e aprendizagem. “Para aprender, necessitam-se

dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre

ambos. (...) Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem

outorgamos confiança e direito de ensinar” (Fernández, 1991, p. 47).

Para Freire (1996), a imagem do professor sempre ficará na memória do

aluno, marcando de alguma forma suas vida, independente da forma como ele, o

professor se apresente.

“O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca." (FREIRE, 1996, p.73)

A relação entre educador e educando tem se tornado tema fundamental de

discussão nas reuniões de planejamento, nas escolas, nas universidades e em

todos os lugares onde se debata melhoria da Educação. Se a educação precisa

28

ser reformulada, não só no que tange o conteúdo, mas na relação ensino x

aprendizagem, o educador é o grande mediador desse processo.

Para Meirieu (1998) o que mobiliza uma pessoa a aprender, o que a in-

troduz em uma aprendizagem, o que lhe permite assumir as dificuldades da

mesma e vencer os obstáculos é o desejo de aprender e a vontade de conhecer.

Por esse motivo: o papel do professor é fazer com que nasça o desejo de

aprender, sua tarefa é ‘criar o enigma’ ou, mais exatamente, fazer do saber um

enigma: comentá-lo ou mostrá-lo suficientemente para que se entreveja seu

interesse e sua riqueza, mas calar-se a tempo para suscitar a vontade de

desvendá-lo.

Cury (2003), reforça dizendo que os professores precisam deixar de serem

bons e se tornarem fascinantes, para que suas aulas e conteúdos façam sentido e

possam ser assimilados por seus alunos. Diz também que são sete os pecados

capitais dos professores:

1. Corrigir publicamente

Causa um clima desagradável para todos os presentes, além do trauma que a pessoa terá que enfrentar dali em diante. O ideal continua sendo conversar e levar a pessoa a refletir sobre seu ato em particular;

2. Expressar autoridade com agressividade

A autoridade dos pais e professores deve ser conquistada com inteligência e amor. Expressar autoridade com agressividade nos faz ser respeitados por temor e não pelo reconhecimento do nosso caráter;

3. Ser excessivamente crítico

Através dos erros e falhas também aprendemos. Devemos deixar nossos filhos e alunos experimentarem, errarem, para poderem pensar a respeito e descobrirem o mundo que os rodeia.

4. Punir quando estiver irado e colocar limites sem dar explicações

Punir num momento de ira significa que você está tentando se vingar do erro do do aluno. Busque sempre compreender a situação e leve-o a refletir sobre o que fez. As explicações são sempre necessárias;

5. Ser impaciente e desistir de educar

Quando o jovem ou a criança parece não ter jeito, falta-nos paciência. As dores vividas por eles e seus pedidos de ajuda, carinho e conforto são das mais variadas formas, até com agressividade. Nessas horas, temos que acreditar e investir para que não se percam nos seus mundos de sofrimento;

6. Não cumprir com a palavra

29

Saber dar um não é uma forma de educar as emoções, desde que uma vez dada a palavra, esta não volte atrás. As frustrações vividas por um não recebido ensinam ao jovem que nem tudo que ele desejar, obrigatoriamente alcançará. Devemos sempre cumprir com o que prometemos ou falamos, do contrário, cairemos em descrédito e estaremos deixando nossos filhos e alunos despreparados para esse tipo de situação em suas vidas;

7. Destruir a esperança e os sonhos

Com sonhos e esperanças temos razões para viver. O jovem sem motivação torna-se opaco, sem alegria. Como educadores das emoções, jamais devemos fazer críticas severas às pessoas.(CURY,2003,p.85).

Segundo Chalita (2003), os valores do amor, da amizade, do idealismo, da

coragem, da esperança, do trabalho, da humildade, da sabedoria, do respeito e da

solidariedade precisam ser resgatados, ensinados, apropriados.

Para Boff(1999), há que haver uma nova aliança de paz entre o homem e

todas as demais espécies da Terra na expectativa de salvarmos a nós mesmos e a

nossa casa. No entanto, neste mundo globalizado, onde cada um luta por si, para

sobreviver, os valores vão sendo pouco a pouco, esquecidos e a vida virando um

caos.

Precisamos, de acordo com Chalita (2003), deixar que a fantasia e a

energia da criança interior de cada um de nós esteja sempre presente, ajudando-

nos – pais e professores – a formar, informar, transmitir saberes e afeto para que

não deixemos de ser humanos, capazes de sentir, de cuidar, de amar.

Visca (1987) considera que a aprendizagem normal é como um processo

de adaptação ativa através do qual o sujeito, frente a uma determinada situação,

recebe os estímulos que se lhe apresentam e os incorporam a esquemas de

conduta que resultaram efetivos em situações similares, modificando tais

esquemas com o fim de produzir uma conduta adequada a situações presentes.

As condições externas da aprendizagem são apresentadas como o

estímulo que o meio propicia por meio das condições afetivas, sociais, econômicas

e culturais, a que o sujeito está inserido. A aprendizagem significativa se produzirá

na proporção em que esses dois aspectos se ajustem entre si. É neste

contexto que localizamos o professor, como mediador para uma

30

aprendizagem significativa, que será influenciada pela afetividade em

todo processo de apropriação do conhecimento.

Depois da família, a escola é a lugar na qual se inicia a socialização entre

os indivíduos. Assim, a principal razão de ser da escola deixa de ser

exclusivamente a aprendizagem dos alunos. A interação social, mediada pela

afetividade, dá essa sustentação ao papel da socialização.

Espera-se que a escola faça diferença na vida de seus alunos. E o principal

papel do educador é o de orientar e guiar as atividades dos alunos, fazendo com

que aprendam, progressivamente, o que significa e representa a convivência

escolar diante da realidade do educando.

Segundo Peruzo (1998, pág.26), “Educar = Interação, corresponde às

chances de sucesso ou fracasso, dependerão muito da qualidade da relação entre

educador e educando”. A relação, por sua vez, deve ser de respeito mútuo.

O verdadeiro educador, ao ver o educando como um sujeito social com

direitos e deveres oportunizam-lhe o acesso ao conhecimento, à informação e

considera que o aluno já vem para a escola com sua bagagem de vida, ou seja,

deve sempre oportunizar uma aprendizagem significativa para a vida do mesmo.

Segundo Piaget (1994, pág. 96), “se o papel da escola é o de promover a

construção de determinados conhecimentos, é preciso que ela propicie interações

onde os alunos participem ativamente de atividades específicas.” Pode-se dizer

que a escola é mais do que o lugar de transmissão dos conhecimentos

sistematizados de uma geração à outra: ela é o lugar onde se criam novos

conhecimentos e onde se cria uma cultura.

Freire (1999), acrescenta ainda, de forma brilhante:

A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso obviamente permitir é que minha afetividade interfira no cumprimento ético do meu dever de professor no exercício de minha autoridade. E mais, a prática educativa é: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente, da permanência do hoje (FREIRE, 1999, p.159).

31

Uma relação afetiva com os seus alunos, evidentemente, não implica

diminuir a autonomia docente em sala de aula. Pelo contrário, a ênfase na emoção

e na afetividade humana imprime ao professor a essência humanizadora de seu

próprio ser.

Segundo Tisatto e Simadon (2002), todos os seres humanos são dignos

de confiança, da amizade e do respeito. Vive-se em relação com as outras

pessoas nas diversas esferas da vida, cada uma com maneiras diferentes de

perceber, de interpretar o que está ao seu redor. Saber lidar com elas é uma arte

necessária ao sucesso de qualquer atividade humana.

Freire (1999,p.160) arremata: "Ensinar e aprender não podem dar-se fora

da procura, fora da boniteza e da alegria". Portanto, um educar que fascina e

comove, provocando admiração e alegria, converte-se em rito de iniciação que

leva à celebração da vida.

Figura 5. Aristóteles.

Disponível em http://willycornelissen.multiply.com/journal/item/14/A_busca_da_felicidade.Acesso em 10/05/2011.

32

Conforme Aristóteles, (em grego: Ἀριστοτέλης, transl. Aristotélēs; Estagira,

384 a.C. – Atenas, 322 a.C. Filósofo grego, aluno de Platão), as virtudes não são

capacidades inatas, mas adquiridas por meio do exercício. Não se trata de um

processo de ensinar virtudes sob o ponto de vista pedagógico, mas de um

constante favorecimento para que elas possam ser exercitadas e tornar-se parte

das condutas humanas (BERKOWITZ, 1996).

Assim, será necessário pensar: quais tipos de relações são propícios à

formação virtuosa de nossos alunos?

Quando a escola, ou qualquer instituição que educa, favorece a expressão

dos sentimentos, a contraposição aos sentimentos do outro, está permitindo que o

indivíduo construa as representações necessárias para uma ação virtuosa.

Diferente do que muitos pensam trabalhar com a afetividade na escola não

significa acarinhar e relevar comportamentos inadequados. O carinho ou a

atenção que é oferecida encontram-se na possibilidade de que os alunos

construam sua estima própria e seu autocontrole, regulando suas ações e

permitindo que, pelo exercício desse falar de si, possam tornar-se futuramente

adultos equilibrados e sensíveis às necessidades do outro.

Sisto & Martinelli(2006) afirmam ainda que, o que se observa com mais

freqüência é o fato de que o aluno admirado ou valorizado pelo professor,tem suas

características cada vez mais acentuadas e, conseqüentemente, demonstra-as

com mais freqüência, o que o torna cada vez mais valorizado.

Segundo Freire (1999) a relação professor-aluno constitui-se em um

esquema horizontal de respeito e de intercomunicação, ressaltando o diálogo com

componente relevante a uma aprendizagem significativa. Considera ainda que:

“Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os alunos [...] A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso obviamente permitir é que minha afetividade interfira no cumprimento ético de meu dever de professor no exercício de minha autoridade. Não posso condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele.” (FREIRE, 1996, p.159-60)

33

Grande parte da maneira de ser da pessoa depende da forma como

percebe e interpreta as ações e falas daqueles que a cercam. Esse é um princípio

sempre válido nas relações humanas e afeta, conseqüentemente, a totalidade do

processo de ensino-aprendizagem. A representação que o professor faz de seus

alunos influi sobre o que pensa e espera deles. Essa representação leva o

professor a valorizar uns alunos e a menosprezar outros; a ser complacente com

uns e rigoroso com outros (LOCATELLI, 2001).

As imagens que são feitas do outro, isto é, as representações também

atuam sobre os alunos. Ao depender delas, o apreço pelo professor será maior ou

menor. A atenção ao que ele diz irá igualmente variar, bem como a importância

dada à disciplina que ele leciona. Sendo assim, a relação professor- aluno pode

variar muito dependendo da imagem que ele fizer sobre seu educando,

aumentando ou diminuindo sua auto-estima e seu afeto. Para Locatelli (2001,

p.39), “a auto-estima do aluno se relaciona com a expectativa de seu professor.”

As relações afetivas que o aluno estabelece com os colegas e professores

são de grande valor na educação, pois a afetividade constitui a base de todas as

reações da pessoa diante da vida.

É na escola, que a criança e o adolescente procuram buscar o atendimento

de algumas de suas necessidades afetivas. Por isso é importante que, na relação

entre professor aluno, sejam levados em consideração tanto os aspectos

cognitivos quanto os aspectos afetivos desta relação.

Assim, como o diálogo, o fator afetivo tem sua relevância na interação

professor-aluno, o que é enfatizado por Aquino (1996): Os laços efetivos que

constituem a interação professor-aluno são necessários à aprendizagem e

independem da definição social do papel escolar, tendo como base o coração da

interação dessa dupla, isto é, os vínculos cotidianos.

“Para por em prática o diálogo, o educador não pode colocar-se na posição ingênua de quem se pretende detentor de todo o saber; deve, antes, colocar-se na posição humilde de quem sabe que não sabe tudo, reconhecendo que o analfabeto não é um homem “perdido”, fora da realidade, mas alguém que tem toda a experiência de vida e por isso também é portador de um saber.” (GADOTTI, 1999, p.2)

34

As relações interpessoais são manifestadas de diversas formas, das quais:

a dedicação de tempo, à comunicação com os alunos, o elogio sincero, o interagir

com os alunos com prazer, entre outros; o oposto se trata de rejeição. Os alunos

devem sentir-se livres para errar e aprender com seus erros, sentir que o professor

se interessa por eles. O sentir-se livre traduz ausência de medo, de angústia de

ansiedade.

Não se deve utilizar pressões ou a garantia de prêmios àqueles que

realizarem com afinco as atividades, a autonomia do aluno está relacionada com a

liberdade concedida no momento da aprendizagem. É função de o professor

transformar sua aula motivada pelo bom relacionamento, pelas atividades grupais,

pela cooperação, pelo prazer, pelo amor e pela paz.

Segundo Steiner (2007),a arte pedagógica, realmente prática, não pode

nascer de uma mentalidade materialista. Se o homem não sentir unido a algo

superior, por meio de laços seguros, sua vontade e seu caráter permanecerão

dúbios, desintegrados e até doentios.

Construir a autoridade cobrando obediência, impondo suas vontades e seus

valores constituir-se-á como autoridade e obterá por parte dos alunos um respeito

unilateral, baseado no medo das punições. Já o professor que mantém relações

baseadas no respeito mútuo obterá autoridade por competência.

Para que a aprendizagem aconteça é necessário que o professor

reconheça seu papel diante da interação que manterá com seu aluno. Masseto

(1996) acrescenta que, o sucesso ou não da aprendizagem está fundamentado

essencialmente na forte relação afetiva existente entre alunos e professores,

alunos e alunos e professores e professores.

Segundo Mello (2004), não dá para ensinar pensando apenas na cabeça do

aluno,pois o coração também é importante.No contexto atual, é necessário que a

escola procure comprometer-se não apenas com o desenvolvimento cognitivo do

educando, mas principalmente com seu desenvolvimento sócio-emocional.

35

O vínculo afetivo se estabelece com os educandos à medida que cada

educador é capaz de vencer a barreira de seu próprio ego, na tentativa de captar

a realidade do educando a partir do referencial dele, sem deixar que o

referencial do educador interfira nesse processo de conhecimento. A pedra de

toque desse processo é a escuta, de tal forma que é indispensável que o

educador tenha desenvolvido uma grande capacidade de escuta, base dessa e de

qualquer relação vincular afetiva.

O caminho de aprendizagem de cada indivíduo é único, porque se constrói

a partir da sua historia, o que significa dizer que cada um constrói o seu caminho a

partir da sua biografia.

O foco do trabalho dos educadores está em desenvolver com os educandos

uma relação afetiva de tal qualidade que supra justamente aquilo que lhes faltou

no seu desenvolvimento precoce ou que lhes trouxe conseqüências danosas para

sua formação. A idéia é desenvolver com essas pessoas uma relação que lhes

permita restaurar ou criar um núcleo de confiança e esperança, a partir do qual

possa ser criado o núcleo de identidade de que essas pessoas carecem, para, só

então, desenvolver o desejo, o objeto do desejo e a capacidade de sonhar, que

prenuncia a confiança de que, com o próprio esforço, determinação e trabalho,

será possível alcançar o que se almeja.

Somente por meio do estabelecimento de um vínculo afetivo-emocional de

alta qualidade em termos humanísticos, perdido ou nunca vivenciado, que será

possível construir a própria identidade e tudo o mais que daí decorre em termos

psíquicos.

É de fundamental importância ver além do que cada educando apresenta

enxergar além da máscara protetora e respeitar a história de vida de cada um.

Levar em consideração que cada um tem uma forma própria de aprender, sendo

que um conteúdo ensinado é recebido de diferentes formas por cada indivíduo,

cabendo ao educador em respeito ao educando identificar e proporcionar formais

ideais de um melhor aproveitamento para cada indivíduo.

Também é fundamental respeitar as fases do desenvolvimento humano,

para que o individuo possa ter um melhor aproveitamento, respeitando os limites e

necessidades de cada um.

36

Figura 6. Rudolf Steiner.

Disponível em < http://patatitralala.blogspot.com/p/minhas-dindas-queridas.html>. Acesso em 10/05/2011.

Segundo a pedagogia Waldorf de Rudolf Steiner o indivíduo passa por

três fases distintas em seu desenvolvimento , uma que vai de 0 a 7 anos, chamada

de primeiro setênio, outra que vai dos 7 aos 14 anos – segundo setênio e 14 aos

21. Esse cuidado desenvolve o educar com afetividade proporcionando um

desenvolvimento global do individuo, favorecendo o desenvolvimento de suas

habilidade e valorizando as potencialidades de cada um, respeitando-o como um

Ser único. Com isso, o aprendizado organizado de forma adequada promove o

37

desenvolvimento global do indivíduo, o que de outra forma, pode ocasionar em um

grande desperdício de tempo, o qual se fará sentir nos anos seguintes.

Portando, o educador ensina por meio de seu exemplo, surgindo portanto a

necessidade de um aprendizado interior constante por parte do educador, para

que este possa ser o melhor exemplo para seus educandos.

38

CONCLUSÃO

A partir da análise da literatura relacionada ao tema proposto e a própria

prática observacional, estabeleceu-se como principal meta explorar a relação

existente entre a afetividade e a aprendizagem, com o intuito de divulgar a

importância dessa relação para uma aprendizagem significativa e para a

humanização na área educacional.

Wallon e vários autores já afirmaram que é possível atuar sobre o cognitivo

via afetivo e vice-versa. Nesse sentido, torna-se evidente que condições afetivas

favoráveis facilitam a aprendizagem.

O tema, assim fundamentado, exige uma reflexão profunda sobre o

conceito de educação e aprendizagem e o papel da afetividade no universo

educacional, trazendo para um espaço de destaque a questão dos sentimentos e

afetos como base para o processo.

O estudo sobre a forma como a afetividade afeta no processo de ensino e

aprendizagem, trouxe muito a tona, a questão da relação professor e aluno. A

educação constitui-se de relações interativas destacando-se entre elas, a relação

entre professor e aluno, assim como a sua influência para o processo ensino e

aprendizagem.

Considerar os sentimentos de afeto e respeito na esfera escolar, é estar

convencido da importância da escola para a melhoria na nossa realidade e

consequentemente da nossa sociedade como um todo.

O professor é o grande protagonista das transformações que se fazem

necessárias e emergentes na área da educação, o grande mediador do processo.

Medo, angústia, ansiedade e frustração são sentimentos que desgastam o

aluno. A serenidade e tranqüilidade das professoras auxiliaram na redução ou até

a eliminação desses sentimentos desagregadores, permitindo o que Dantas (1994)

denomina de “destravamento” da atividade cognitiva.

Para que o professor realmente consiga realizar o que lhe é proposto, isto

é, cumprir a sua missão, essa que é tão importante para o indivíduo, para a

39

família, para a comunidade e para toda a sociedade, ele precisa de ajuda. Precisa

do apoio de toda uma equipe de trabalho, coordenação, direção, participação da

família do educando etc. E principalmente, condições de investir em si próprio, em

seu autoconhecimento e autodesenvolvimento, a partir daí ele vai estar um pouco

mais preparado para lidar com os desafios que o processo exige. Porque quando

se vai tratar com a afetividade, com o amor na missão de educar, de levar

conhecimento, de transformar vidas, é preciso já “ser amor” por dentro.

40

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