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Universidade de Coimbra Faculdade de Economia “Política Ambiental” João Nuno dos Santos Silva 20070924 Coimbra, 2007

Universidade de Coimbra Faculdade de Economia “Política Ambiental” · É de referenciar que apesar de este ter sido o ano de adesão a CEE era também o Ano Europeu do Ambiente,

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Universidade de Coimbra

Faculdade de Economia

“Política Ambiental”

João Nuno dos Santos Silva

20070924

Coimbra, 2007

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Universidade de Coimbra

Faculdade de Economia

Fontes de informação sociológica

“Política Ambiental”

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de

Fontes de Informação Sociológica, do 1º ano do 1º ciclo

do curso de Sociologia leccionado pelo Doutor Paulo

Peixoto.

Autor do trabalho:

João Silva,

Aluno nº 20070924

Dezembro de 07

Imagem da capa retirada de: 

Http://www.fe.uc.pt/gifs/logo_feuc.jpg

 

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Índice

1.  Introdução ......................................................................................................... 1 

2.  Estado das Artes ................................................................................................ 3 

2.1  O Movimento Ambientalista Português ....................................................... 4 

2.2  Privatização da Água................................................................................... 12 

3.  Descrição pormenorizada do processo de pesquisa....................................... 15 

4.  Página de Internet Avaliada ............................................................................ 17 

5.  Ficha de Leitura ............................................................................................... 21 

6.  Conclusão ........................................................................................................ 26 

7.  Referencias Bibliográficas ............................................................................... 28 

 

 

 

 

Anexo A  

Cópia de página de internet avaliada 

Anexo B 

Cópia de texto de suporte para a ficha de leitura 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Os homens são fracos agora, contudo transformam a

superfície terrestre. Em milhões de anos o seu poder

aumentará até ao limite em que irão mudar a superfície da

Terra, os oceanos, a atmosfera e eles próprios. Eles irão

controlar o clima e o sistema solar como controlam a Terra.

Eles irão viajar para além dos limites do nosso sistema

planetário; eles irão alcançar outros Sóis e utilizar a sua

energia vibrante ao invés da energia do seu astro moribundo.

Konstantin Tsiolkovsky

 

 

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1. Introdução 

 

Chega de discutir o mundo, vamos transformá-lo. - Karl

Marx

O mundo em que vivemos sofre transformações diariamente,

quer sejam sociais, tecnológicas, ambientais, e é importante

percebermos que estas transformações vão alterar de forma clara o

nosso futuro enquanto seres humanos. Precisamos, portanto, de estar

preparados para um futuro próximo não muito favorável e por isso é

necessário, por um lado, discutir e debater estratégias de alteração de

comportamentos mas precisamos principalmente de decidir e mudar

de atitude.

Apesar de todas estas transformações que ocorrem no

panorama mundial serem significativas eu escolhi para tema do meu

trabalho “política ambiental” já que se trata de um tema actual, pouco

consensual e por isso algo controverso.

A preferência de uma industrialização e de um produtivismo

cego e insaciável leva-nos cada vez mais a assistir a grandes desastres

ecológicos no meio ambiente, desde o aquecimento global ao efeito

estufa são cada vez mais visíveis e notadas as consequências das

nossas opções.

Com o agravar da situação, o aquecimento global e as

alterações climáticas deixaram de ser conjecturas e passaram a ser

dados adquiridos, são factos inquestionáveis. O crescimento dos níveis

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de CO2 enviados para o meio ambiente e a progressiva destruição da

camada do ozono são verdades incontestáveis. As chuvas ácidas e a

radioactividade continuam a contaminar as nossas terras, os lençóis de

água ainda existentes são contaminados e os poucos utilizáveis são

sistematicamente destruídos. Os solos são desertificados, a frequência

de cheias aumenta e as águas costeiras e os estuários estão poluídos.

Infectam-se também os solos agrícolas, destroem-se as florestas

tropicais, fragmentam-se os habitats naturais, as pescas entram em

colapso. Os seres humanos produzem tanto azoto como toda a

restante natureza.

Enfim, os impactos da má gestão ambiental já são sofridos por

milhares de seres humanos, é por isso necessário rever todas as

políticas ambientais postas em prática até hoje e alterá-las de forma

significativa para tentarmos minimizar todas as alterações e efeitos

nocivos que criamos no ambiente. É consensual que esta mudança é

necessária, mas o problema está em alterar consciências, modos de

vida e modos de estar para que a curto prazo nos dêem resultados

visíveis.

È fundamental que a humanidade adquira rapidamente

consciência do que se está a passar e faça assim um acordo de aliança

com a terra.

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2. Estado das Artes 

A revisão da literatura ou Estado das artes procura reunir,

analisar e discutir as informações publicadas sobre o tema até ao

momento que o trabalho é elaborado. O seu propósito é fundamentar

teoricamente o objecto de investigação com bases sólidas, e não

arbitrariamente. É o "pano de fundo" do problema de pesquisa.

Compreende uma minuciosa busca na literatura, seleccionando-se e

sintetizando-se ideias, estudos e pesquisas que se relacionem com

problema investigado (Peixoto, 2002).

O meio ambiente, mais propriamente a política ambiental

pode ser discutida e vista sobre diferentes prismas, estes cada vez

mais alargados e discutidos.

Para o meu trabalho subdividi o tema Política Ambiental em

dois subtemas, “Movimento Ambientalista Português”, “Privatização da

Água”, porque na minha opinião, estes são dois subtemas essenciais

na discussão de um tema tão alargado e tão pouco consensual como a

Politica Ambiental.

 

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2.1 O Movimento Ambientalista Português 

 

Os movimentos ecologistas dos anos setenta vão defender um

modelo alternativo radical, apresentando a ecologia como a panaceia

para todos os problemas políticos da sociedade (silva, 2005).

Os quarenta e oito anos de ditadura (1926-1974) levaram a

uma anestesia cívica (Reis, 1994), cujos efeitos ainda se fazem sentir,

a fraca participação na democracia é uma marca notável deste período

negro da história da democracia portuguesa. Esta fraca participação na

democracia por parte dos cidadãos portugueses deu azo a uma

excessiva intervenção do Estado.

Com a Revolução dos Cravos, o povo saiu à rua e os

movimentos sociais emergiram, tanto os antigos como novos

movimentos sociais. Estes novos movimentos sociais traziam inerentes

os princípios da democracia participativa e de valores pós-

materialistas.

Os fortes movimentos populares e as inúmeras experiências de

luta e de participação colectiva que se viveram no período

“revolucionário” do pós 25 de Abril, combinaram dimensões de rebeldia

espontânea de “multidão”, com dimensões quer dos “velhos” quer dos

“novos” movimentos sociais. Essa diversidade de orientações e

dinâmicas colectivas foi de resto um traço comum que acompanhou a

vitalidade das acções populares desse período. Ao mesmo tempo que,

como então se dizia, a revolução estava na ordem do dia e visava a

sociedade socialista, a democracia participativa e o associativismo de

base pautavam-se por objectivos imediatos; ao mesmo tempo que a

vanguarda operária servia de principal emblema das acções “de classe”,

os protestos e a mobilização colectiva congregavam estudantes, jovens,

mulheres, associações de moradores, a mostrar a natureza

transclassista do movimento; ao mesmo tempo que emergiam grupos

de movimentos ecologistas, feministas e pacifistas (…); ao mesmo

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tempo que se multiplicavam as estruturas e organizações partidárias,

era a mobilização espontânea que tomava a dianteira (Estanque, 1999).

Um dos novos movimentos que surgiram no pós 25 de Abril de

1974 foi o movimento ambientalista, muito retraído e sem a força

necessária para provocar a verdadeira mudança que o país

necessitava.

Até 1974, poucas eram as manifestações sociais, e o

movimento ambientalista não fugiu à regra, pois são conhecidos muito

poucos protestos. Só existia uma associação ambientalista, que era

composta por um grupo de professores mas pouco significativo. Este

movimento é a Liga para a protecção da Natureza, que está hoje em

dia ainda em activo e é uma das associações mais importantes no

panorama nacional.

O surgimento desta organização não é algo novo já que era

comum nos Estados autoritários ocidentais a aceitação de organizações

de cariz exclusivamente conservacionista. Era normal é que estas

associações servissem como refúgio clandestino para movimentos anti-

regime, porém não foi esse o caso da LPN, já que estava ligada a

cientistas internacionais que se juntaram com o objectivo de proteger

a serra da Arrábida.

Como disse anteriormente, os movimentos ambientalistas

tiveram a sua hegemonia no período revolucionário e pós

revolucionário, foi nesta altura que estes movimentos despontaram e

começaram a organizar-se. O que levou a este ressurgimento do

movimento ambientalista foi o agravamento dos problemas ambientais

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no país devido também ao seu desenvolvimento económico mas

também à capacidade de intervenção da sociedade civil.

O Movimento Ecológico português (MEP) com actividades desde

1974, mas fundado em 1975, tinha como objectivos a luta contra o

industrialismo obsessivo e o consumismo. Esta época ficou marcada

pela emergência de várias organizações, mas também pela

enfermidade das mesmas devido à sua falta de capacidade de

organização e de ineficácia da passagem da mensagem ecologista.

Em 1976 as organizações ambientais nacionais ganham um

grande impacto assim como as organizações europeias, já que este

período observou uma grande onde de protestos anti-nucleares.

Em Novembro de 1974, o Eng. Torres Campos, membro do

governo provisório, colocava a opção nuclear como um dos objectivos

estratégicos nacionais em matéria de luta pela autonomia energética

nacional. Essa declaração iniciava um processo de combate cívico que se

desenrolaria, ao longo de uma dezena de anos, atingindo grandes picos

de atenção e mobilização pública, como foi o caso do grande protesto

em Ferrel (1978) (Soromenho – Marques, 2001).

Indo de encontro a esta política, em Ferrel, começou a

construção da primeira central nuclear portuguesa. Porém, mais uma

vez, o povo teve de sair à rua e tomar uma atitude, param os

trabalhos, fecharam as valas abertas e avisaram que se as obras

reiniciassem voltavam para destruir tudo o que houvesse para

destruir. Esta luta que havia sido iniciada somente pelos habitantes de

Ferrel rapidamente ganhara grandes apoios desde associações a

pessoas interessadas de várias áreas.

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Para além de fóruns, debates, manifestos e outras iniciativas,

foi o Festival “Pela Vida e Contra o Nuclear”, realizado nas Caldas da

Rainha que teria maior visibilidade (Duarte, 2007).

A luta contra a central nuclear de Ferrel foi um grande

contributo para a consciencialização ambiental nacional, crescendo

assim de forma exponencial as organizações ambientalistas existentes.

Começaram também a surgir encontros de grandes associações

ambientalistas nacionais, fóruns de discussão para promover a

coordenação das diferentes associações existentes de grupos

ambientalistas e também novas associações ecologistas. Como, por

exemplo, a Associação Portuguesa de Ecologistas/ Amigos da Terra e o

grupo Terra Viva. As iniciativas de luta ambiental destas associações

baseavam-se nas manifestações e lutas contra o nuclear e pelo

desarmamento, grandes festivais, marchas e ocupações.

A consciencialização vivida nesta época vai dar azo a uma certa

institucionalização e organização do movimento ambientalista que começa a

fazer-se notar no inicio da década de 80 e em 1982 surge o primeiro partido

político de carácter ecologista.

Perante a falência de Ideologias, estes movimentos difundem

uma nova utopia, propondo uma alternativa política global para todos os

problemas da sociedade, levando ao extremo a politização de uma

questão que, até há bem pouco tempo antes, nem sequer era do

domínio da política. Verifica-se, então, não apenas a politização como a

própria partidarização da ecologia, com o surgimento de múltiplos

partidos verdes, que assumem a configuração de partidos de

contestação (Silva, 2005).

O Partido os Verdes, que foi uma estrutura que não conseguiu

o impacto de outros partidos Verdes internacionais, visto que o Partido

Os Verdes nacional esteve sempre dependente do Partido Comunista

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Português, sem nunca conseguir mostrar sinais de autonomia. Os

Verdes sofreram por parte de um amplo sector do movimento

ecologista português várias criticas que argumentavam que esta

aliança representava uma absorção da questão ecológica pelos

partidos políticos e um desvio ao desenvolvimento do movimento

social.

A institucionalização e propagação das associações

ambientalistas iria aprofundar-se coma adesão a CEE, em 1986, que

impulsionou o desenvolvimento nacional de um quadro jurídico

ambiental, a execução de medidas públicas e políticas ambientais e uma

maior abertura à negociação e diálogo com as associações

ambientalistas da sociedade civil na área do ambiente (Duarte, 2007).

É de referenciar que apesar de este ter sido o ano de adesão a

CEE era também o Ano Europeu do Ambiente, facto este que teve

grande importância em todo o processo de propagação do

ambientalismo.

Em 1987, ano seguinte, é aprovada a Lei de Bases do

Ambiente, que veio direccionar a política ambiental planeada ao

estabelecer princípios, definições e instrumentos básicos na protecção

do ambiente. Consequência desta nova Lei de Bases do Ambiente é

criado o Instituto de Promoção Ambiental, hoje denominado Instituto

do Ambiente. Com a criação do Instituto de Promoção Ambiental foi

aprovada a Lei das Associações de Defesa do Ambiente (ADA) que veio

a conferir-lhes um enquadramento legal e apoios específicos. Estavam,

assim, criadas as condições ideias para a propagação da criação de

associações de defesa do ambiente.

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Com a entrada de fundos comunitários e estatais, o movimento

ambientalista português não foi consensual e nem todas as

associações aceitaram e usufruíram destes fundos. As mais radicais,

como Os Amigos da Terra – Associação Portuguesa de Ecologistas,

recusaram estes fundos visto que na sua opinião estavam a

compactuar com o poder instituído, porém esta atitude trouxe-lhes o

fim da associação.

As ADAs que aceitaram os fundos conseguiram retirar as

vantagens dos mesmos, conseguindo assim uma legitimidade

institucional que contrabalançava com as suas ideologias políticas e

assiste-se à consolidação de um número reduzido de ADAs como a

QUERCUS, o GEOTA e a LAPN, que começam a ganhar protagonismo e

credibilidade que lhes trouxe uma posição de fonte privilegiada para os

media.

Contudo, uma vez mais, a discrepância entre a capacidade de

coordenação dos movimentos, da competência e da visibilidade pública

foi notável e se as grandes associações conseguiram fortalecer-se as

pequenas permaneceram com uma fraca capacidade de mobilização.

(…) Há um crescente fosso entre algumas associações que

assumem elas próprias, cada vez mais, um papel de actores

privilegiados e que se engajam em lutas mais abrangentes e o restante

movimento associativo, com um âmbito de actuação mais restrito

(idem).

Na década de 90, o Ambiente deixa de ser tutelado por uma

Secretaria de Estado integrada no Ministério do Plano e Administração

do Território, sendo assim criado o Ministério do Ambiente e dos

Recursos Naturais, já em 1998 foi aprovada a proposta de Lei que

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define o Estatuto das Organizações Não Governamentais de Ambiente,

que trouxe uma supressão de algumas lacunas da Lei das ADAs, mas

também impulsionar o Movimento Ambientalista Português. Estes

foram apenas dois de alguns acontecimentos que reforçam o fosso

existente entre pequenas e grandes associações ambientais.

Este panorama contextualizador de uma maior intervenção e

formalização das ONGAs da década de 90 é notada também pela

proliferação de movimentos populares de base local, como por

exemplo as lutas referentes ao tratamento de resíduos e construção de

aterros, a luta contra a co-incineração, e ainda a luta de várias

associações ambientalistas e defesa dos direitos dos animais contra as

touradas e os touros de morte.

O Movimento Ambientalista português é marcado

caracteristicamente por uma série oscilações que, sem dúvida,

determinaram o seu destino.

As temporalidades do movimento ambientalista em Portugal

sugerem que temos assistido a um inevitável caminhar rumo a uma

maior institucionalização do movimento que se assume, cada vez mais,

como profissionalizado, académico e formal (Duarte, 2007)

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Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água. Thomas

Fuller

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2.2 Privatização da Água 

A intervenção do poder económico na privatização dos recursos

naturais tem-se notado de forma vertiginosa, e a água não escapa à

intervenção deste mesmo poder.

A intervenção privada no abastecimento público de água

começou por ser apenas residual e concentrada em França, Inglaterra

e Espanha, isto em 1996. Mais tarde, em 2001, o Banco Mundial já

apontava para uma gestão/concessão de cerca de 5% do

abastecimento público Mundial. Esta gestão era encabeçada por duas

multinacionais francesas, Suez/Lyonaise dês Eaux e a ex-Vivendi. Esta

ultima já está instalada em Portugal com várias concessões de

abastecimento de água.

(…) O essencial da distribuição da água no país acaba, assim,

por ser monopolizado num grupo controlado pelas grandes

transnacionais da água, como a Veolia/Vivendi/Générale des Eaux, a

Suez/Lyonnaise des Eaux/Ondeo ou a SAUR/Bouygues, que têm vindo a

colocar a Europa e a América do Norte como mercados preferenciais

(Soares, 2004).

O método de trabalhos destas multinacionais baseia-se muito

mais em corporação ou oligopólio (duas formas de mercado de

concorrência imperfeita) e conseguem constituir grupos de pressão

fortíssimos junto dos órgãos de poder supranacionais, com os órgãos

financeiros a ser o alvo preferido destas multinacionais, Banco

Mundial, FMI. EU, MERCOSUL, etc. O poder destas grandes

multinacionais tem vindo a crescer extraordinariamente na última

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década, conseguindo assim dominar de forma efectiva a política da

Água.

Fazem parte do Conselho Mundial da Água, que organiza o

Fórum Mundial da Água. Junto à UE, a Vivendi e a Suez fazem parte, por

exemplo, do "Fórum Europeu dos Serviços" (ESF), acreditado como ONG

e consultado nos processos de decisão, incluindo muitos que não são

submetidos ao Parlamento Europeu (TOVAR, 2003).

A privatização da água significa mais uma vez que os governos

estão a ceder de um direito dos cidadãos em virtude do poder

económico.

Este processo tem tido a conivência da maior parte dos

Governos dos países ricos e tem sido imposto aos países com dívida

externa pelo Banco Mundial e FMI assim como pela EU. (TOVAR, 2003).

A privatização efectiva da Água, ainda é minoritária, isto

porque apesar dos acordos internacionais do comércio e a Directiva

Quadro da Água da UE, os cidadãos estão em desacordo e opõem-se,

e, por isso, os Governos ainda não conseguiram ter a força necessária

para implementar esta política.

O Governo PSD/PP avança agora com mais uma maré de

privatizações, fazendo da água – bem como do saneamento básico e do

tratamento de resíduos – o próximo alvo da política de delapidação do

sector público (Avante, 2002)

A privatização do mercado da Água teve inicio logo após a

tomada de posse do Governo PSD/CDS, que anunciou a intenção de

privatizaras Águas de Portugal e norteou as suas políticas no rumo da

privatização de todo o sector das águas.

Ao invés da Holanda e da Irlanda, que garantem o carácter

exclusivamente público da água e dos seus serviços, Portugal optou

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pela via de “atracção do capital”, removendo as defesas legais do

direito público aos serviços de Água.

“Holanda ilegalizou a privatização do abastecimento de água e

demonstrou que procede em conformidade com a legislação da União

Europeia” (Tovar, 2003)

Estas medidas permitem assim que o Estado não se

responsabilize da prestação de serviços de água aos seus cidadãos,

concessionando a longo prazo as infra-estruturas e os serviços a

empresas privadas para exploração comercial.

Como os serviços de água são da inteira responsabilidade das

autarquias, e poucas é que concessionam de forma voluntária os seus

serviços, o Governo tenta pressionar as mesmas para que estas

transfiram para o Governo as suas competências.

Os actuais e sucessivos governos têm vindo a pressionar as

Câmaras intensamente para a adesão aos sistemas multimunicipais.

Estes investimentos têm sido largamente comparticipados pelo

Orçamento de Estado e pelo Fundo de Coesão, que o acesso é reduzido

às autarquias que mantenham as suas competências e o serviço

público.

“Os sistemas de distribuição de água a 31% da população

portuguesa residente, e a captação, tratamento e transporte da água

que abastece 69% estão incluídos no lote de privatização das Águas de

Portugal. Na Madeira a IGA SA, cuja maioria do capital é controlado pelo

Governo Regional, tem a concessão de todos os sistemas “em alta”. Em

paralelo também decorrem vários processos de privatização de serviços

detidos pelas autarquias.” TOVAR, Luísa (2003).

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3. Descrição pormenorizada do processo de pesquisa 

Após alguma dificuldade na escolha do tema do meu trabalho

devido a divergência de interesses que eu tenho que abrangiam quase

todos os temas disponibilizados pelo docente da cadeira de Fontes de

Informação Sociológica, acabei por me decidir pelo tema política

ambiental. A partir deste momento a minha preocupação foi

essencialmente em que subtemas iria dividir o trabalho. Já que este é

um tema actual e muito discutido tive muitas opções de subtemas. Os

subtemas que escolhi devem-se essencialmente porque quero um

trabalho que desse a conhecer um pouco mais de matérias menos

conhecidas mas igualmente muito importantes no enredo o Ambiente.

Apesar da minha preocupação em dividir o trabalho desde inicio, este

ainda sofreu algumas alterações.

Preferencialmente optei por escolher as fontes mais fiáveis,

como são os livros e as revistas científicas, artigos e teses de autores

de referência e páginas de internet. Este último recurso foi-me

essencial para a realização de alguns pontos do trabalho.

As palavras-chave que utilizei em toda a minha pesquisa foram

essencialmente: “politica ambiental”, “ambiente”, “movimentos

sociais”, “recursos naturais” e “privatização”. Estas palavras foram

pesquisadas tanto individualmente, como cruzadas em formulários de

bibliotecas e através de operadores booleanos.

A primeira pesquisa que realizei para o meu trabalho foi no

Google, isto para apurar os subtemas do meu trabalho. Posto isto, a

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minha pesquisa foi essencialmente feita no catálogo da biblioteca da

Faculdade de Economia de Coimbra (FEUC).

Devido ao facto de ter encontrado pouca informação sobre os

temas que realmente queria abordar no meu trabalho, iniciei a

pesquisa na internet, utilizando essencialmente o motor de busca

Google. Esta pesquisa revelou-se bastante frutífera, já que me levou

para sites que contêm informação bastante importante. Devido à

imensa quantidade de informação em sites de internet que encontrei,

criei uma pasta no Favoritos denominada “FIS” que contém todos os

sites utilizados para produção deste trabalho.

Em suma, tentei que o processo de pesquisa fosse o mais

pormenorizado possível para não cair no erro de não utilizar o

indispensável em virtude do dispensável. Este erro seria normal e

talvez esperado já que este tema tem uma imensidão de informação

disponível mas nem toda relevante.

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17  

4. Página de Internet Avaliada 

Caracterização Geral

Nome do Site: http://www.quercus.pt/scid/webquercus/

Tipo de Informação: Informar

Público-alvo: Vasto

Língua original: Português

Outras línguas: Não tem

Endereço URL: http://www.quercus.pt/scid/webquercus/

Avaliação feita por: João Silva

No âmbito da disciplina de: Fontes de Informação Sociológica

Número de aluno: 20070924

Checklist  Respostas 

Autor do Sitio  Sim  Não Não Sei 

1. O autor está identificado?  *     

2. O autor é um   Individuo     Instituição  *       

3. O sítio permite identificar as competências do autor nas matérias que aborda?    *   

4. O Autor é especialista na matéria    *   

5. Exprime‐se em nome individual?    *   

6. Pertence a alguma instituição?  Privada * Pública          

7. Exprime‐se em nome institucional?  *     

8. O endereço electrónico do autor ou do webmaster estão disponíveis?  *     

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Comentário global sobre a dimensão e a autoria do site:

Este sitio que escolhi para avaliar, tem uma grande dimensão, foi

construído por um empresa privada, de seu nome “Senso Comum

Lda.” O autor exprime-se em nome institucional já que é a Quercus.

No site podemos encontrar os contactos da instituição e ainda uma

hiperligação para a empresa construtora.

CheckList  Respostas 

Estrutura e navegação  Sim Razoavelmente  Não Não Sei 

1. O endereço URL é intuitivo e curto?  *          

2. O sítio disponibiliza instrumentos de pesquisa e de navegação?   *          

2.1 Motor de Pesquisa interna  *  Mapa do Sitio  *            

3. Os instrumentos de pesquisa e navegação são eficazes?  *          

4. A navegação é fácil de interiorizar?     *       

5. As ligações estão activas?  *          

6. As ligações são pertinentes  *          

7. O sítio tem publicidade?  *          

7.1 A publicidade prejudica a leitura de informação?        *    

8. A estrutura do sítio é complexa?        *    

Comentário global sobre a dimensão e estrutura do site:

O site apresenta um endereço URL curto e de fácil memória, é de fácil

navegação já que apresenta dois bons e eficazes instrumentos de

pesquisa e navegação, as suas ligações estão activas e são adequadas.

Apresenta um menu seu lado direito alguma publicidade que não

interfere em nada cm a leitura da informação

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19  

CheckList  Respostas 

Conteúdo e alcance do sítio  Sim Razoavelmente  Não  Não Sei 

1. A informação corresponde ao meu nível de estudos?  *          

2. A informação é apresentada metodicamente?      *       

3. A informação tem uma redacção clara?  *          

4. A informação parece exacta e objectiva?  *          

5. A informação confirma o que li noutro local?     *       

6. O conteúdo do sitio respeita as regras e a forma da língua em 

que esta escrito? 

*          

7. A última data de actualização do sítio está disponível?        *     

8. As referências são devidamente citadas?  *          

9. Quantas páginas de internet têm ligações para o sítio?            

Comentário global sobre o conteúdo alcance do sítio: A

informação apresentada é de fácil compreensão, é clara e objectiva

conseguindo atingir assim todos os seus leitores, apesar de não ser

muito metódica é necessária, apresenta uma redacção clara,

respeitando as regras e a forma da língua portuguesa. Não apresenta

data da última actualização nem o número de páginas de internet que

têm ligações para ela.

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20  

CheckList  Respostas 

Conteúdo e alcance do sítio  Sim Razoavelmente  Não  Não Sei 

1. O grafismo do sítio é atractivo?   *         

2. O texto é facilmente legível sem esforço visual?  *          

3. Se pretender imprimir as paginas, a impressão é fácil e 

formatada? 

*          

4. As imagens disponíveis no sítio são úteis e interessantes?  *          

5. O formato de leitura é adequado?  *          

6. A página tem um grafismo singular?  *          

Comentário Global sobre o grafismo: A nível de grafismo

considero este sítio muito bom, já que apresenta um grafismo

atractivo, com o verde como cor predominante, sendo este um site de

uma organização ecologista, considero esta cor como muito oportuna.

A nível textual, o texto é facilmente legível sem necessidade de

qualquer esforço. A nível de impressão, a minha critica é positiva já

que a impressão é fácil e as páginas vem correctamente formatadas. O

grafismo da página é singular o que não torna a pagina cansativa.

CheckList  Respostas 

Utilidade do sítio para o trabalho  Sim Razoavelmente  Não  Não Sei 

1. O sítio é importante para a realização do trabalho?     *       

2. O sítio cobre a generalidade das questões abordadas no trabalho?    *       

 

CheckList 

Globalmente considero o sítio 

Muito Bom     Bom  *  Razoável    Mau    Muito Mau    

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5. Ficha de Leitura 

Título da publicação: Natureza e Ambiente Representações na cultura

Portuguesa

Autores: Vários

Coordenação: Cristina Beckert

Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra (FEUC)

Data de publicação: 2001

Edição: 2001

Local de edição: Lisboa

Editora: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa

Título do capítulo: Ambientalismo e Politíca em Portugal, Valores e

Facetas de um Arco-íris débil

Autor do capítulo: Viriato Soromenho - Marques

Cota: 316,7COL

Nº de páginas do capítulo: 13

Assunto: Associativismo ambiental em Portugal

Palavras-chave: Associativismo ambiental, Nuclear.

Autores mais citados: Gonçalo Ribeiro Telles, Delgado Domingues.

Data de Leitura: Dezembro de 07

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Notas Sobre o Autor

Este autor nasceu em Setúbal, a 9 de Dezembro de 1957,

licenciou-se em filosofia pela Universidade de Lisboa em 1979. É Grau

de mestre em Filosofia Contemporânea pela Universidade Nova de

Lisboa, que obteve com a defesa de uma tese sobre A caracterização

trágica do Niilismo em Nietzsche. Doutorou-se me Filosofia pela

Universidade de Lisboa com a defesa de uma tesa cujo titulo é a Razão

e progresso na filosofia de Kant.

Resumo

No capítulo analisado, que teve participação directa no decorrer

do trabalho já que foi citado no mesmo, teve importância na medida

em que foi escolhido devido ao assunto que trata, Associativismo

Ambiental. Neste capítulo o autor trabalha e dá a conhecer o contexto

da história contemporânea de Portugal para conseguirmos perceber o

porquê da falta de consciência ambientalista em Portugal.

Estrutura

O autor, neste livro, escreve-nos sobre o associativismo

ambiental em Portugal e, para compreendermos as formações do

movimento ambientalista Português, é necessário possuirmos uma

visão larga e compreensiva das condições específicas de cada país, e

por isso, o autor cria quatro subtemas para percebemos o verdadeiro

contexto nacional. O primeiro foi “Características especificas da

ruralidade portuguesa” que depois divide em quatro subtemas, “A

ruralidade”, que explica o facto de ao longo do século XX se registarem

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vários problemas ambientais resultantes da mobilização de largas

áreas do espaço rural por politícas de conjunto apoiadas e/ ou

lideradas pelo estado. O segundo subtema, “Falta de espírito

competitivo”. Os empresários em Portugal viveram demasiado tempo à

sombra de políticas intervencionistas e não ofereceram resistência ao

regime proteccionista, não conseguindo agora compreender a

protecção ambiental como uma exigência da própria modernização do

tecido económico. O terceiro subtema, “Escassa literacia e débil

organização da sociedade civil”, em que percebemos que o elevado

nível de analfabetismo português e a repressão política explica o baixa

nível de associativismo ambiental. Por fim o último tema, um “Estado

burocrático e anquilosado”, este que tornou o Estado essencialmente

urbano e policial e não deu a importância necessária a uma política de

ambiente pujante.

No segundo tema que o autor nos apresenta, “As lutas e os

valores do associativismo ambiental depois do 25 de Abril de 1974”,

que depois de lermos percebemos que se por um lado a

democratização de Portugal criou as condições necessárias para um

maior associativismo ambiental, por outro a urgência em criar os

alicerces básicos para uma sociedade democrática retirou importância

as causas ambientais. Mais uma vez o autor subdivide este tema em

três pontos. “Critica do nuclear dos valores da tecnologia “, já que

nesta altura o Governo português começou a pôr o nuclear como

objectivo estratégico para a conseguir autonomia energética nacional.

Esta estratégia levou a população a juntar e manifestar-se na luta pelo

ambiente. O segundo subtema, “A modernidade de uma tradição

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crítica”, o autor fala-nos de outro autor, Gonçalo Ribeiro Telles, uma

figura notável na luta ambientalista, pioneiro numa terceira via face as

duas grandes escolas de pensamento, este autor defende o

“ecodesenvolvimento”. Por fim, o último subtema, “um estilo

fragmentário e polivalente”, que nos vem trazer as justificações da

dificuldade do movimento ambientalista ganhar influência.

“Em busca de um novo rumo”, o terceiro tema deste capítulo,

mostra-nos a evolução dos movimentos ecologistas na vida política,

que começou em Março de 1983 na Alemanha e que deu azo a

formação do Partido Ecologista os Verdes em Portugal.

O último tema deste capítulo, “Ambientalismo e sociedade:

notas para um balanço”, neste último tema, o autor analisa e compara

a situação dos movimentos e associações ambientalistas portuguesas e

alemãs, algo que não é comparável devido à extrema força dos

movimentos ecologistas alemães.

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Casuística inata nos homens a de mudar as coisas

mudando-lhes os nomes, e achar saídas para romper com a

tradição sem sair dela, sempre que um interesse directo dá o

impulso suficiente para isso – Karl Marx

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6. Conclusão 

Mas a ambição do homem é tão grande que, para

satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a

algum tempo pode resultar dela. - Maquiavel, Nicolau

O capitalismo selvagem, que leva à ambição desmesurada da

máxima industrialização, tudo na tentativa da obtenção das ditas

melhores condições de vida, passando assim por cima de qualquer

regra ambiental e utilizando exacerbadamente todos os recursos

naturais necessários, chegando mesmo a esgota-los e criando assim

situações por vezes irremediáveis no ecossistema da Terra, é uma das

grandes causas desta imensidão de alterações climáticas que

diariamente assistimos.

A plena e livre propriedade do solo por parte de grandes

grupos privados, que os leva a gerir a terra como se tratasse de capital

torna-se das grandes causas para alguns dos problemas ambientais

que hoje em dia assistimos.

No meu entender os alertas para o aquecimento global ou para

qualquer outro problema ambiental já não é o mais necessário neste

momento, visto que os problemas já não são possibilidades mas sim

factos consumados. Precisamos, por isso, de atitudes, mudanças. Não

basta informar é preciso educar. É obrigatório que os recursos naturais

não sejam passíveis de privatizações e livres de grandes explorações

do Homem. Por outro lado é importante também uma remodelação na

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educação e formar jovens com uma filosofia de vida que os leve a ter

comportamentos cívicos e saudáveis que não ponham em causa o

nosso meio ambiente.

Em suma, os grandes problemas ambientais derivam em muito

do grande capitalismo selvagem que se vive nos dias de hoje.

Precisamos, por isso, de lutar por uma “terra sem amos”, em que a

privatização não chegue ao comum de privar o que é natural.

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7. Referencias Bibliográficas 

I. Fontes Impressas

Duarte Madalena (2007), “Os Movimentos Sociais na Justiça: o

uso do direito nas lutas do movimento ambientalista português”.

Dissertação de Mestrado em Sociologia, Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra.

Estanque, Elísio (1999), “Acção colectiva, comunidade e

movimentos sociais: para um estudo dos movimentos de protesto

público”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 56, 85-112.

Reis, António (1994), “O processo de democratização, in

António Reis (org.), Portugal, Vinte anos de democracia. Lisboa:

Círculo de Leitores, 19-39.

Silva, Vasco Pereira da (2005), Verde Cor de Direito: lições de

Direito do Ambiente. Coimbra: Almedina

Soromenho – Marques, Viriato (2001), “Ambientalismo e

Política em Portugal, Valores e Facetas de um Arco-íris débil”, in

VV.AA, Natureza e Ambiente Representações na Cultura Portuguesa.

Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 116 – 128.

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II. Internet

Avante (2002), “Quadros do PCP contestam privatização da

água e saneamento”, Página Consultada em 20 de Dezembro de 2007,

disponível em http://www.pcp.pt/avante/20021010/506c3.html

Peixoto, Paulo (2002), “Estado das Artes”, página da cadeira de

Fontes de Informação Sociológica, Página Consultada em 15 de

Dezembro de 2007 disponível em

http:/www4.fe.uc.pt/fontes/restos/estado_das_artes.htm

Soares, Pedro (2004), “Os apetites neoliberais pela

privatização da água”, Página Consultada em 20 de Dezembro de 2007

disponível em

http://www.udp.pt/textos/diversos/privatizacaoagua.htm

TOVAR, Luísa (2003). “Holanda ilegalizou a privatização do

abastecimento de água e demonstrou que procede em conformidade

com a legislação da União Europeia”, Página Consultada em 17 de

Dezembro de 2007 disponível em

http://www.aguaonline.co.pt/arquivo/opiniao/holanda.htm

TOVAR, Luísa (2003), “A privatização dos serviços de água”,

Página Consultada em 17 de Dezembro de 2007 disponível em

http://resistir.info/agua/serv_agua.html

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