119
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE FtSICA E CI~NCIA DOS MATERIAIS Caracterização por Ressonância Magnética Nuclear de Na Beta" Alumina Hidratada Yara Galvão Gobato Dissertação apresentada ao Instituto de Física e Quí- mica de são Carlos.USP, ~ ra obtenção do título de Mestre em Física Básica. Orientador:Prof.Dr.José Pedro Donoso Gonzalez são Carlos são Paulo 1989 I SERVIÇÔDE"BIS'LioTECA E INFORMAÇAO _ IFQSC • FlslCA

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE FtSICA E CI~NCIA DOS MATERIAIS

Caracterização por Ressonância

Magnética Nuclear de Na Beta"

Alumina Hidratada

Yara Galvão Gobato

Dissertação apresentada ao

Instituto de Física e Quí­

mica de são Carlos.USP, ~

ra obtenção do título de

Mestre em Física Básica.

Orientador:Prof.Dr.José Pedro Donoso Gonzalez

são Carlos são Paulo

1989

I SERVIÇÔDE"BIS'LioTECA E INFORMAÇAO _ IFQSC •FlslCA

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MEMBROS DA COMISSÃO JULGADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE

Yara Galvão Gobato APRESENTADA

AO INSTITUTO DE FíSICA E QUíMICA DE SÃO CARLOS, DA UNIVERSI

DADE DE SÃO PAULO, EM 14 DE agosto DE 198 9.

COMISSÃO JULGADORA:

Dr. José Orientador

Dr. Otaciro Rangel Nascimento

C ~'~ __Dr. Carlos Rettori

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Aos meus pais

Page 4: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

Agradecimentos

.Ao Prol. Dr. José Pedra Danoso Gonzalez pela

orientação e incentivo neste trabalho.

ao Proi. Dr Claúdio J. Maqon pelas discussões durante

a realização deste trabalho.

a Pro(a. Dra.Dulcina M. P. F. de Souza pelas alnostras

de Na,.g"alumina, discussões e sugestões .

ao Prol. Or. MáKilno Siu Li pelos monocristais de

Nal3"alumina •

a Profa. Ora. Rosemary Sanches pelas discussões

ao Prof. Or. Otaciro R. Nascimento pelos espectros de

RPE •

a Prata. ana M. Plepis pelas medidas de TGa

ao Prol. Or Horácio C Panepucci e Prol. Or. Luis Nunes

de Oliveira pelas sugestões e discussões que muito contribuiram

para elaboração deste trabalho .

ao SalnDel alvarez pelos desenhos .

ao Sérgio P. a. Souto pela paciência , pelo carinho J

pelas discussões e aUKÍlio no laboratório.

a todos os

Ressonância Magnética.

técnicos dos grupos de Biofísica e

aos professores colegas e funcionários do

departamento que co laboraram para minIla formação c ient ifica e

realização desse trabalho.

a FAPESP e CKPQ pelo apoio financeiro

Page 5: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

tKDICE

Re s ttnlO •••••••••••••••••••••••••••••••.••••••••••••••••• 1

Ab 5t r a c t 2

Int r od~tção 3

Capítulo I

Ressonância ftagnética Ruclear

1-1 Conceitos Básicos 7

1-2 Influência do Movimento na relaxação de RMN ••.•.••• 13

A-Sistema sujeito a uma perturbação aleatória no tempo. 15

B-Matriz densidade 18

C-Relaxação por interação dipolar ••.••.••••.••••..•.••• 19

D~Modelo BPP •••• 23

1-3 Efeito das Impurezas Magnéticas ••.•....•••.•••..••• 27

Re f e rê no ias .••••..•.•.•••.•...••••..•.•...•...•.•.••••. 29

Capitulo II

JJ Almninas

11-1 Estrutura Cristalina das fases ~ e ~....••.•.•..••• 30

11-2 Propriedades de troca iônica. 35

Page 6: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

Re f e r êno i as .• 11 ••• 11 ••• 11 • 11 11 ••• 11 •••• 11 11 ••••• 11 11 • 11 11 •••• 11 ••• 11 •• 64

Capitulo III

Técnica Experimental

I I 1-1 AlnoStra 11 • 11 • 11 11 • 11 11 • 11 11 11 11 11 11 11 11 • 11 11 11 11 • 11 • 11 • 11 11 11 • 11 11 •••••••• 66

II1-2 Experiência de RMN Pulsada •.•••.••••••••...•••••• 67

I I 1-3 Medida de T2. 11 •• 11 11 • 11 •••• 11 11 ••••••••• 11 •••••• 11 11 •••• 11 70

I11-4 Medida de TI •••••••••••••••••••••••••••••.••••••• 73

Espectrômetro

Baixa

I11-5

111-6

II 1-7

Sistema

Sistema

de

de

de

Alta

RMN.

Temperatura.

Temperatura ••••••••.

75

77

79

111-8 Ressonância Paramaqnética Eletrônica •.•••.••••••• 81

111-9 TGA. 11 11 •• 11 11 • 11 •••••••••• 11 •• 82

Re f e rê De i a 5 11 •••••••••••••••••••• 11 11 11 ••••••••• 11 11 • 11 ••••••• B4

Capitulo IV

Resultados e Discussio •..•..•....••••••.•.•.•••••.•.•.• 85

Rere r êne i as •.•• 11 ••••••••••• 11 ••••••••••••••••••••••••••• 11 2

Cone lusao ...•..•••..••.•• 11 11 •• 11 11 • 11 • 11 11 11 • 11 11 11 11 11 11 11 11 11 • 11 • 11 ••• 11 ••• 113

Re E e r êne i as •••••• 11 11 11 11 •••••• 11 ••••••••••••• 11 •••••••• 11 11 ••• 11 11 5

Page 7: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 1 -

RESUI'IO

Neste

temperatura dos

trabalho . estudamos a dependência com

tempos de relaxação nuclear TI e T2 do lH

a

em

deintervalonopol icristais de Na~"alumina hidratada

temperatura de 255<T<540K , em 24,5nHz .

Três amostras em pó foram selecionadas para medidas de

RI'IN : duas puras e uma dopada com Fe (500ppm em peso). A

presença de impurezas magnéticas nessas amostras foi observada

através de espectros de Ressonância Paramagnética Eletrônica .

Estudamos também a liberação de moléculas de água em

função da temperatura pela técnica de TGA ("Thermal Gravimetric

Ana 1ys is..) .

O sinal de RnN observado no intervalo de temperatura

de 258<T<423K foi associado a moléculas de água fracamente

ligadas enquanto que o sinal observado em temperaturas

superiores foi associado a moléculas fortemente ligadas

provavelmente localizadas no plano de condução .

Nossos resultados n~stram que a hidratação e o

comportamento em função da temperatura dos tempos de relaxação

nuclear são consideravelmente afetados pela presença de

impurezas magnéticas .

Page 8: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 2 -

ABSTRACT

Proton HMRrelaxation times Ti and T2 were measured on

hydrated polycrystalline NaJ3""alumina in the temperature range

2SS<T<S40K at 24. Sl1Hz • In order to get some reeI ing ror the

temperature at which water would leave the sample a thermal

.gravimetric analysis (TGA) was also perrormed .

Three powner samples , two pure and one iron doped

(SOOppm nominal) , with particle diameters oE lS0-2S0pm were

selected Eor NMR measurements . Paramagnetic impurities were

detected by EPR studies •

Our results suggest that loosely bound water produces

the NMR signal at temperatures lower than 423K while more

tightly bound water , probaly in the conduction planes • is

predominant at higher temperatures . The relaxation time

measurements show that magnetic impurities aEEect considerably

the temperature dependence •

Page 9: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 3 -

IHTRODuçAo

° nome ~ alumina é dado a uma família de aluminatos de

sódio tendo estrutura e propriedades químicas semelhantes

Este nome também designa um composto desta família cuja fórmula

empírica corresponde a Na20.11A1203 .A

primeiramente anunciada por Rankin e Merwin(l) em

alumina foi

1916 . Naquela

época pensava-se que o composto era uma modificação

cristalográiica da alumina e por esta razão denominou-se de

~ alumina • Em 1936 , Ridway(2)et. aI. mostraram definitivamente

que o composto era um aluminato de sódio

Ela é const ituída por blocos

(1931) Beevers e Brohul t(4)

A estrutura deste material

trabalhos de Braqq(3) et. aI.

(1936) e Beevers Ross(S) (1937)

foi estabelecida nos

tipo espinélio formado por íons de alumínio e oxiqênio separados

por planos contendo íons sódio e oxiqênio .

Em 1967 • Yao e Kummer(6) anunciaram que a ~ alumina

apresentava uma rápida difusão do íon Na+ e uma alta

condutividade iônica .Esta difusão é restrita aos planos que

separam os blocos tipo espinélio .

Posteriormente um qrande número de trabalhos foram

realizados visando a utilização destes materiais como eletrólito

sólido em baterias com alta densidade de enerqia .

Um outro lnembro muito importante desta família

corresponde a ,B"alumina , cuja fórmula ideal é Na20.SA1203 . Sua

Page 10: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 4 -

estrutura é mui to semelhante a f3 alumina sendo que sua célula

unitária possui três blocos tipo espinélio enquanto que a f3

possui apenas dois .

Um dos grandes problemas encontrados na aplicação

técnolog ica das f3 aluminas em baterias corresponde a sua

reatividade com a água . a absorção de água em monocristais de f3

alumina foi primeiramente anunciada por Kummer(7) (1971)

Resultados de RMN referent~s ao trabalho de Kline et.

aI. (8) (1972) mostram que a exposição do pó de f3 alumina em

amb iente úmido resul ta no aparecimento de moléculas de H20 em

sua estrutura cristalina Will(9) (1976) estudou a influência

da água na condutividade iônica da f3 alumina policristalina e

observou que a umidade provoca um aumento na resistividade dos

grãos e uma degradação nas propriedades mecânicas .

DUdney(10) et. aI. (1981) mostraram através de

medidas de infravermelho em Lif3 alumina , que móleculas de água

difundem no plano de condução Isto também foi verif icado no

trabalho de Kuhns et. al.(11) , em 1982 , através de medidas de

espectros de RMN do lH em função da temperatura em monocristais

de Haf3"alumina .

Neste trabalho estamos interessados em estudar

policristais de Naf3"alumina hidratada . Para isso , utilizamos a

técnica de TGA e a técnica de Ressonância Magnética Nuclear

Pulsada (RI1N).

No capítulo I , abordaremos conceitos gerais de RMN e

sua apl icação no estudo de motJimentos iônicos e moleculares

StRVIÇO DE BIBLIOTECA E INFORMAÇAO _ IFaSCF1SICA

Page 11: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

Descrel.Jeremos também o

- 5 -

modelo de Bloembergen Pound e

Purcell(12) . Esse modelo é usualmente utilizado para explicar o

comportamento de taxas de relaxação em função da temperatura em

eletrólitos sólidos, hidretos metálicos e etc .

No capítulo 11 discutiremos as principais

propriedades das aluminas tais como estrutura

de tempos de

hidratação das

nosso

condutividade e hidratação , etc .

No cap itu1o III • descreveremo s

experimental e a técnica utilizada para medidas

relaxação . Descrel.Jeremos também o método de

sistema

amostras de Na.B"alumina .

No capitulo IV apresentaremos os resultados e

discussões referentes ao nosso trabalho .

Page 12: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 6 -

1. G. A. Rank~n , H. E. Kerwin , J. Am. Chem. Soe. 38 , (1916)

568 •

2. R. Ridqway , A. Klein , W. O'Leary , Trans. Electrochem. Soe.

70 , (1936) .

3. W. L. Braqq , C. GottEried , J. West : Z. Krist 77 ,(1931)

255 •

4. C. A. Beeuers , S. Brohult , Z. Krist. 95 , (1936) 472 .

5. C. A. Beeuers , K. A. S. Ross , Z. Krist. 97 (1937) , 59 .

6. Y. F. Yao , J. T. Kummer , J. Inorg. Nucl. Chem. 29 , (1969)

2453 .

7. J. T. Kummer ,in Progress in Solid-State Chemistry , edited

by H. Reiss and J. O. McCaldin (Perqamon , New York , 1971 )

uol. 7 , Chap. 5 , 141 .

8. D. Kline • H. S. Story , W. L. Roth , J. Chem. Phys. 57

,(1972) 5180 .

9. F. G. Will , J. Electrochem. Soe. 123 , (1976) 834 .

10. N. J. Dudney ,J. B. Bates, J. C. Wang , Phys. Rev B , 24

,12 (1981) 6831 •

11. P. L. Kuhns , L. J. Richter , M. S. Conradi , J. Chem. Phys.

76 ,1 (1982) 6 .

12. N. Bloembergen , E. M. Purcell , R. V. Pound , Phys. Reu. 73

, (1948) 679 .

Page 13: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- ? -

CAPiTULO I

Ressonância Magnética Nuclear

I-i Conceitos Básicos

-seçao , discutiremos a teoria básica de RMN . Um

estudo mais completo pode ser encontrado nas referências (1-3) .

Considere um sistema onde os núcleos possuem momento

magnético-tJl e momento angular de spin !h relac ionado5 da

seguinte forma

(1)

onde ~ é a razão giromagnética •

o momento magnético total do sistema é dado por

(2)

onde-tJiK designa o momento magnético do K-ézimo spin

Na presença de um campo magnét ico 8

possui a seguinte hamiltoniana de interação :

H = - 11.8

cada núcleo

(3)

Quando 8 = temos

(4)

Page 14: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

por

- B -

Desta forma , os níveis de energia do núcleo são dados

onde

E = - 'IflBom

m = I , 1-1 , ... , -I .

(5 )

a figura 1 ilustra os níveis de energia referentes a

um núcleo de spin I = 1/2 •

B = Bo it

B = O <1lm= -1/2

~E = 'IflBo~

m = +1/2

Figura 1. Níveis de energia para um núcleo

com spin I=1/2 na presença de um

campo magnético Bo •

Na presença de um campo magnético alternado

perpendicular ao campo Bo podemos ter transições entre os

níveis de energia . De acordo com a teoria de perturbações , as

transições permitidas correspondem àquelas entre níveis de

Page 15: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 9 -

energia adjacentes , ou seja

onde

t1~ = .óE = YfÍBo

~ é a freqüência do campo alternado .

(6)

Este fenômeno é usualmente conhecido como Ressônancia

l"Iagnética Nuc lear A freqüênc ia ~ = "1Bo dada pela equação

acima , é denominada de freqüência de Larmor

Além da interação acima mencionada o sistema

interage com a rede ou seja temos uma transferência de

energia entre núcleos e reservatório . No caso de um sistema de

spins I = 1/2 , os núcleos se distribuem nos dois estados • de

forma que a razão de número de spins no nível de energia mais

alto e no nível mais baixo no equilíbrio é dado por

exp(-.óE/kT) assim teremos mais spins no estado de energia

mais baixo resultando em uma diferença de população

origina a magnetização da amostra .

o que

o fenômeno de RI"INtambém pode ser apresentado através

de um tratamento clássico . Neste caso , a equação que descreve

a evolução de ~ é idêntica à equação obtida para o valor médio

do momento magnético , quando utilizamos a mecânica quântica .

Na presença de um campo magnét ico S

momento magnético ~ sofre um torque dado por :

Como ~ = yj pOdelnDS escrever

o núcleo de

(7)

Page 16: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 10 -

(8 )

acima

~ ~ ....Quando o campo B = Boz , obtemos , atraves da equaçao

que o momento magnét ico precess iona-se em torno de Bo

com velocidade angular ~ = -YBo .

Para discutirmos o efeito de um campo magnético

alternado B (t) = Bo~

cos~t ~ , podemos escrever :

(9)

onde:

BR = Bl( t cos~t + 1 sen~t

)(10)BL = Bl( t cos~t - 1sen~t

)

Se Bl«Bo o efeito de um campo girante sobre um

momento magnético é desprezível a menos que sua freqüência de

rotação esteja próxima da freqüência de Larmor Desta forma

podemos tratar nosso problema (1) considerando somente o campo

o efeito da componente girando na freqüência -~BR pois ,

fora de ressonância por 2~ é mui to pequeno podendo

assim ser desprezado EsCretlendo a equação (8) em um sistema

girante t, ~,J ) que roda em torno de it com velocidade

~ ~angular ~ = -~ k , temos

mas: B = Bok + 81

(11)

Page 17: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 11 -

(12)

(13)

Desta forma , no sistema girante , o momento magnético

precessiona-se em torno de um campo efetivo âef • Na condição de

A. ~ B 7,ressonanc~a , Bef = l~' assim , o momento magnético , que no

início era paralelo ao campo Bo , precessiona-se no plano Y'-'"- .Quando o campo B é apl icado por um período de tempo

curto t , o momento irá precessionar por um ângulo 8 = ~B t • Se

t resultar em 8=11 , o pulso inverterá o momento .Este pulso é

usualmente denominado de pulso 11 analogamente se 8=1112

(pulso 1112) , o momento irá apontar na direção y' . a figura 2

ilustra a aplicação de um pulso 11e 1112 •

equação (8) não descreve a magnetização de

equilíbrio M = Mo = ~oBo , adquirida quando o sistema é colocado

na presença de um campo estático â=Bo~ • Este fenômeno pode ser

descr i to atra~Jés das equações de Bloch . Essas equações foram

derivadas de argumentos fenomenológicos e descrevem a evolução

da magnetização , sendo dadas por :

dMx/dt = ~(MH Ê)x- Mx/T2 (14)

dMy/dt = ~(MH Ê)y- My/T2

(15)

dMz/dt = ~(M H Ê)z -(Mo - Mz)/Tl

(16)

Page 18: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 12 -

~Zl

- ~MO "

Ii11

II11r .....Te11 \ 12)' •••

~- yl

/HI

M

( Q )

Xl

Zl

1MOI,

"'I'I,-li .......Te

A7 yl

~ ( b )

Xl

iM"

Figura 2. Rotação da magnetização no plano z'-y'

resultante da aplicação de um pulso

0/2 (a) e de um pulso O (h).

Page 19: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 13 -

De acordo com essas equações I na presença de um campo

a magnetização transversal decresce com um tempo

característico T2 e a magnetização longitudinal cresce com um

tempo característico Ti até atingir o valor Mo no equilíbrio

termodinâmico

nuclear •

Este fenômeno é conhecido como relaxação

o tempo Ti é usualmente denominado de tempo de

relaxação spin-rede (ou longitudinal) e está associado com a

aproximação da n~gnetização para o valor de equilíbrio térmico

o tempo T2 está relacionado com o aparecimento de

campos locais diferentes para cada núcleo decorrentes das

interações entre eles Isto resulta em uma mudança na taxa de

preces são dos núcleos individuais Desta forma haverá uma

defasagem entre eles o que acarreta no anulamento da

magnetização transversal . Por esta razão T2 é frequentemente

chamado de tempo de relaxação spin-spin ou tempo de relaxação

transversal •

1-2 Influência do Movimento na Relaxação de RMN

Em Iíquidos ou gases as lnoléculas constituintes

possuem um grau de liberdade bastante a1to podendo assim

efetuar t.1ários tipos de movimentos Dentre eles podemos

destacar rotações de moléculas i nd i t.1 i dua i s translação

relativa das moléculas e migrações de átomos de uma molécula

para outra ("chemical exchange")

....._-~~.. ,- .•... '-"----~--,._,-_...•

Page 20: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 14 -

Os núcleos são influenciados por campos locais que

acoplam com seus momentos magnéticos ou quadripolares Estes

mouimentos mudam os campos internos J fazendo com que os núcleos

Os processos de relaxação dependem destas

como conseqüência podemos obter informações a

experimentem

quadripolares

flutuações e

flutuações nas interações magnéticas e/ou

respeito desses mouimentos atraués de medidas dos tempos de

relaxação longitudinal e transuersal •

O efeito do mouimento na largura de linha de RMN e nas

foi estudado portaxas de

Purcell(3)

relaxação

(BPP) em 1948 Nesse

Bloembergen

trabalho os

Pound e

autores

elaboraram um modelo para explicar o comportamento dos tempos de

relaxação e largura de linha em líquidos J soluções

paramagnéticas J gás de hidrogênio e gelo .

O formal ismo para o cá lcul0 dos tempos de re laxação

pode ser encontrado na referência (2) . Estes cálculos são

realizados atraués da expansão J em segunda ordem J da equação

de euolução da matriz densidade .

Nesta seção discutiremos alguns resultados

referentes a esse formal ismo Não temos nenhuma intenção de

realizar todos os cálculos J pois todos detalhes encontram-se na

referência mencionada Discutiremos também o modelo BPP e o

efeito de impurezas magnéticas na relaxação nuclear .

Page 21: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 15 -

A - Sistema sujeito a uma perturbação aleatória no tempo •

Considere um sistema S possuindo autoestados Ia':."

,..., I~) com energias ha , h~ etc e sujeito a uma perturbação

dependente do tempo líH1(t)

pode ser representado por :

Neste caso , o estado do sistema

Ia) =L c (t) eHp(-iat)Ia)(17)a a

onde :

idca/dt = L <aIHl(t)I~> eHp(iwa~t) c~ (18)~ e

MafJ= a - fJ

Assim a probabi 1idade de transição por unidade de

t

WafJ=} <pIHl(t)la) (a/Hl(t') /fJ) eHP[iMafJ(t'-t)] dt' + C.C. (19)o

Suponha que H1(t) seja um operador aleatório, isto é

,seus elementos de matriz são funções aleatórias no tempo. Isto

ocorre por eHemplo , no acoplamento dipolar entre dois spins

em movimento relativo Browniano • Neste caso ; WafJ é tawhém uma

função aleatória . Tomando o valor médio de t.l fJ em um ""ensemble"", a

estatístico, telnos :

Page 22: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 16 -

t

Wa/3 = I <J9lHdt) ia> (aIHdt') W eKP[Ü.Ja/3(t'-t)] dt'+c.c. (20)o

a quantidade\ \.

(filHdt) Ia) (a IHdt' )OOé a função de

correlação Ga~ da função aleatória (aIHI(t) 1/3>.Assim:

(21)

A função de correlação é un~ espécie de função memória

pois mede o quanto uma dada grandeza física no tempo testá

relacionada com seu valor no tempo t' Quando (a IHI(t) 1/3>é

estacionária ou seja int.1ariante na mudança da or iqem de

tempo , a quantidade na inteqral depende somente da diferença

T = t-t'Assim:

(22)

Para tempos menores que um certo valor TC

o

movimento pode ser considerado desprezível assim Hdt)

Para T > T o valores de HI{t+T)c tornam-se

progressivamente menos correlacionados com os valores de HI{t) ,

Desta forma (1)à medida que T é aumentado

quando T = O e tende a zero quando> > Tc

Ga/3 ( T ) é má K i mo

O tempo T éc

usualmente denominado de tempo de correlação e é uma medida do

tempo entre as flutuações de campo.

Page 23: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 17 -

Substituindo (22) em (20) temos

t

Wa~= J Ga~(T} eKP(-i@ap T) dT +C.C.=o

t

= I Gap(T) eKp(-i@aP T) dT-t

Considerando t » l/@a~ temos

+~

Wa~ = J Ga~(T) eKP(-i@ap T) dT-~

(23)

(24)

Obsert.1equeWa~éatransformadadeFourierde

Ga~(T}

Wa~ = Ja~(@a~}

(25)

Usualmente

espectral(1-3) .chamamos de densidade

Page 24: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 18 -

B - ftatriz densidade

a evolução temporal da matriz densidade a do sistema S

é dada pela seguinte expressão :

(1/i)da/dt = -(H,a]

e H1(t) uma perturbação aleatória

(26)

o valor médio de um operador de spin Q é dado por

(Q) = Tr{a(t)Q} (27)

Para calcular os tempos de relaxação nuclear

geralmente resolvemos a equação (27) , utilizando uma série de

aproximações •

Considere a seguinte transformação

a* =exp[iHot] a exp(-iHot]

Neste caso:

. * * *(1/~)da /dt = - (H1(t) , a ] (28)

Page 25: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

Expandindo

- 19 -

*iJ em segunda ordem cDtemos

(29)

Realizando algumas aproximações(2) em (29) obtemos

(30)

onde: T=t-t'

c - Relaxação por interação dipolar

a Hami 1toniana de interação dipolar entre os spins

nucleares 1 e S é dada por :

Desta forma , a hamiltoniana total do sistema é

(32)

onde (hamiltoniana Zeeman)

Page 26: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 20 -

Consideraremos Hd como uma perturbação temporal do

sistema possuindo hami 1toniana Ho A dependência temporal

aparece quando os spins estão em movimento relativo , por

exemplo em liquidos e superi8nicos

A expressão (31) pode ser escrita da seguinte forma

onde ..2

A = I 5 (1 - 3cos 8)z z(1+5_ + 1_5+)

2B = -1/4 (1 - 3cos 8)

C = -3/4

(1z5+ + 5z1+) sen8 cos8 exp(-i~)

D = C*E = -3/4 1+5+ [ sen2e exp(-2i~)

]F= E*

(33)

Podemos reagrupar os termos constituintes de (33) da

seguinte forma :

(34)

onde: F(q) são funções aleatórias das posições relativas dos

dois spins e A(q) são operadores de spin

F(q)= [F(-q)]* e A(q)= [ a(q)]t .

(O) 2 3F =(1 -3cos 8)/r

F(1}=[sen8 cos8 exp(-i~)]/r3

Por convenção

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- 21 -

a(O)= a [(-2/3}I~5~ + {1/6}(I+5_+ I_5+}]~ -a(1)= a [ I 5 + I 5 ]z + + Z

a(2)= (1/2) a 1+5+

a =(-3/2) 1115 ~

Nesta seçã9 , discutiremos apenas o caso em que temos

spins idênticos • Desta forma , ~I = 15 .

assumiremos um movimento aleatório para os spins

nucleares

correlação

Neste caso podemos definir as funções de

= Õ G(q)()qq' T (35)

E as densidades espectrais:

+~

J(q)(~) = J G(q)(T) eHp(-i~T) dT-00

(36)

Como mencionado na seção anterior , o cálculo de T1 e

T2 é feito reSOI1:1endo-se a. equação (27)

utilizaremos <Q)* ao invés de <Q) :

* 1) -" ',* { * }q \ t = <,..Q/> = tr a Q

Por contJ'eniência

(37)

Considere inicialn~nte Q = I~ + I:•. .:",

Ut i 1izando a

expressão (30) e subst i tuindo *a

*por a facilmente

Page 28: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 22 -

obtemos

d(I + I')/dt = -(a~ - ao)z z •. {38}

onde: *} ~,,*a = tr{T a = (T~/z z _

ao =tr{T ao}z

ao = [eKp(-~o/KT)]/tr[eKp(-~o/KT)] (operador densidade

de equilíbrio)

Realizando os cálculos , obtemos

Tz= 1/2 J(1){~I) {[Q(-l),[a(l),Iz+I~]]} + h.c.

+ (1/2) J(2)(2~I} {[a(-2),[a(2),Iz+I~]]} +h.c. (39)

sendo h.c. = hermitiana conjuqada .

Na aproximação de altas temperaturas(2):

(I .1,2) ~ (I >I{I+l)/3z x· Z'"

~I .1') ~ (I .1'> ~ O"z z· z x~

(40)

Realizando os cálculos obtemos a equação

macroscópica para relaxação spin-rede

onde:

Page 29: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 23 -

De forma análoga obtemos:

onde:

*d(1 +1') /dt =x x (-1/T2)

/.......1 +1''>*x x/ (43)

1/T2 = ~4 b2 1(1+1)

+(3/8) J(O~O) ]

[ (3/8) J(2)(2~1) +(15/4) J(1)(~1)

(44)

Estes resultados podem ser generalizados para o caso

em que cada spin 1do sistema interage com os demais J desde que

seus movimentos não sejam correlacionados

Se o tempo de correlação da variação aleatória de

H1{t) é muito pequeno quando comparado com 1/~I e se é o mesmo

para todas quantidades aleatórias(2) ~

D - Ifodelo BPP

(45)

Bloembergen Pound e Purcell(4) assumiram que a

função de correlação G(q)(T) decresceexponencialmente

seja :

ou

Como mencionado anteriormente , o tempo T correspondec

Page 30: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 24 -

a um tempo característico do movimento aleatório e da função de

correlação G(q) ('l") sendo usualmente denominado de tempo de

correlação . Neste caso :

'l"C

21[1+«(,)'l" ) ]c

Substituindo em (42) e (44) temos

2 2llTl = C ['l" I( 1+«(,)1'l" ) ) + 4'l" I ( 1+{2(,)r'l" ) ) ] (47)c c c c

2 2l/T2 = C [(3/2)'l" + (512) 'l" 1(1 +{(,)r'l" ) ) + 'l" 1{1+(2(,)r'l") )]c c c c c

onde : C é uma constante •

Observe que quando (')'l" « Ic temos

l/TI = l/T2 = 5C'l"c (4B)

Analoqamente , quando (')'l" » 1c temos

(49)

quando

O tempo de relaxação spin-rede atinqe seu valor mÍnilno

(')'l" :: IcA sequir , discutiremos a aplicação deste modelo para

. - . I -d - A - (4-6) N t~ons move~s em so ~ os ~on~cos . es e caso :

onde d é o espaçalnento do vizinho mais próximo

Page 31: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 25 -

expressão para T2 é válida somente quando

/" 2 ..... < 1 C ' "~~~ / < • aso contrar~o ou seja

o parâmetro TC

é freqüentemente identificado como o

tempo entre dois saltos do ion móvel o valor de 1/T (taxa dec,

pulos do íon) é usuallnente dado pela relação de Rrrhenius :

onde:

l/T = l/To exp(-U/KT)c ( 51)

l/TO é a freqüência de tentativa , geralmente da ordem de

fA 't" (1012 1013 -1)um onon o ~co a seg •

U é altura da barreira de energia ou energia de ativação do

processo termicamente ativado .

K constante de Boltzmann •

T temperatura .

Substituindo (51) em (47) , obtemos a dependência dos

tempos de relaxação em função da temperatura A. figura 3

mostra essa dependência em um gráfico de In(I/T.) versus I/T .~

Desta forma medindo-se os tempos de relaxação em

função da temperatura , podemos extrair a energia de ativação U

através da inclinação nos limites ~IT » 1 e ~IT « 1 . O valor

de To tanlbém pode ser obtido Isto é feito utilizando-se a

condição de mínimo , ou seja , ~ T ~ 1

Page 32: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 26 -

,,-..OIctO-ctXct..JlLIa::

lLICctXct••••.........•

~

I/ - T.-2

-000

1/ TEMPERATURA

Figura 3. Taxas de relaxação nuclear em Eunção da

temperatura para o nmdelo BPP.

Page 33: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 27 -

o \uodelo BPP não eKplica os diferentes comportamentos

de tempos de relaKação nuclear em função da temperatura

observados em sólidos iônicos Vários modelos teóricos foram

propostos para o cálculo da

sólidoS(8-10)

função de correlação nestes

1-3 Efeito das Impurezas Magnéticas

Os momentos magnéticos de impurezas paramagnéticas

+2 +3 +3 _ 3(Mn , Cr , Gd , etc) sao cerca de 10 vezes superiores aos

mo\nentos magnéticos nucleares Desta forma os campos locais

gerados na posição do núcleo são bastante intensos .

Em vários sistemas o núcleo pode se movimentar

podendo assim migrar nas vizinhanças da impureza onde ele é

relaKado • Vários \uodelos foram propostos para eKplicar o efeito

dessas impurezas na relaKação nuclear Nesta seção

discutire\uos breve\nente o trabalho de Resing e Thompson(ll)

Esse modelo considera uma distribuição uniforme de uma

"geléia" ("jelly") paramagnética que preenche todo espaço a

partir de uma certa distância pl Esta distância corresponde a

mínima aproKimação do centro paramagnét ico a uma molécula que

está rodando rapidamente

de compri\nento 1 •

A molécula efetua saltos aleatórios

Quando a interação entre o centro paramagnét ico e a

nIDlécula é do tipo dipolar os tempos de relaKação na

Page 34: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 28 -

condição ~S» ~I ' são dados por

2l/Tl= 0.75 ~I C J(~I)

I/T2= 0.125 ~iC [3J(~I) + 4J(0)]

(52)

(53)

onde:

e

C=(4/15)~2 ~ S(S+I)[4aN/3(PI)3]e

(54)

(55)

sendo:

T o tempo entre pulos

p um parâmetro que depende da estrutura cristalina

N o número de centros paramaqnéticos por unidade de volume

5 spin eletrônico

I spin nuclear

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Page 35: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 29 -

Referências

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Springer - Verlag J New York , 1978 •

.i.. A. Abragam J The PrincipIes of Nuclear Magnetism , OKford

University Press , New York , 1961 •

3. V. M. S. Gil , C. F. G. C. Geraldes , Ressonância Magnética

Nuclear , Fundação Calouste Gulbenkian , Lisboa , 1987 .

4. N. Bloembergen , E. M. Purcell , R. V. Pound , Phys. Rev. 73

(1948) 679 •

5. J. B. Boyce , B. A. Huberman , Phys. Rep. ~ ,4 (1979) 189

6. D. Brinkman , Solid State 10nics , ~ (1981) 53 •

7. P. Vashita • J. H. Mundy ,G. K. Shenoy eds •. Fast 10n

Transport in Solids , Horth - Holland , Amsterdam (1979) 171 .

8. H. C. Torrey , Phys. Rev. 95 , (1953) 962 •

9. M. Eisenstadt , A. G. Redfield , Phys. Rev 132 , (1963) 635 .

10. loJolf, Z. Naturforsch 26a , (1971) 1816 ; Phys. Rev. B 15 ,

(1977) 37 •

11. H. A. Resing , J. K. Thompson • Journal Ot Chemical

Physics , 46 ,8 (1967) 2876 .

12. R. C. Slade , P. F. Fridd , T. K. Halstead , P. McGeehin J

Journal Ot Solid State Chemistry , 32 , (1980) 87 .

Page 36: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 30 -

CAPtnn.o 11

/3Aluminas

Existe um grande interesse + ..em ma •..erlalS que possuem

aIta condut iuidade iônica det.Jidoa sua potencialidade para

aplicação como eletrólito sólido em baterias de alta densidade

de energia Esses materiais são usualmente conhecidos como

superiônicos e apresentam condutiuidade iônica da ordem de

-11{Qcm) em temperaturas inferiores a sua temperatura de

referentes a

fusão • Dentre eles , prouauellnente o mais estudado corresponde

à família das paluminas • Os constituintes dessa família são

sistemas bastante complexos e muitas questões(l)

eles , permanecem ainda incompreendidas .

Neste capítulo discutiremos as principais

características desses sistemas tais como estrutura das

fases p e /3" propriedades de troca iônica condutiuidade e

rea t it.fidade com a água Faremos também uma ret.Jisão

bibliográfica dos trabalhos de RMN em /3alumina hidratada .

11-1 Estrutura Cristalina das fases /3 e /3M

Os membros mais importantes da família de /3 aluminas

correspondem a Na/3 alumina cuja estrutura é hexagonal e

Page 37: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 31 -

Na.B"alumina cuja estrutura é romboédrica A fórmula química

referente a estrutura ideal desses materiais é Na20.11A1203 para

o primeiro e Na20.5a1203 para o último .

ambos materiais são constituidos por blocos tipo

separados por planos contendo sódio e

oxigênio , sendo que o alumínio ocupa as posições do Mg e aI na

estrutura do espinélio .

a estrutura cristalina desses compostos encontra-se

ilustrada na figura 1 Como se pode observar a célula

unitária da ~..apresenta três blocos tipo espinélio enquanto que

da ~ apr~senta apenas dois • Os parâmetros de rede para Na~

o o .• o o (3)a=5.59A , c=22.53a e para Na~ a=S.614A, c=33.BSA .

-sao

Os planos que separam os blocos tipo espinélio possuem

uma estrutura bastante aberta , Eavorecendo assim o movimento do

+~on Na • a condutividade iônica é restrita a esse plano , e por

esta razão , usualmente o denominamos de plano de condução . No

caso da Naf3 esse plano corresponde a um plano tipo espelho

pois reflete os blocos tipo espinélio .

as f3 aluminas são geralmente não estequiométricas

sendo a Na,B caracterizada por um eKcesso de Na+ e a Naf3" por uma

. +deficiência de Na

No composto estequiométrico o íon sódio ocupa uma

posição cristalográfica denominada de BR ( Beevers e Ross) • Nos

compostos não estequiom~tricos eKistem duas outras posições

+cristalográficas que podem ser ocupadas pelo Na Uma delas é

denominada de aBR (anti Beevers e Ross) , pois foi rejeitada por

Bee'<.1ers e Ross outra corresponde a mO (mid

Page 38: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 32 -

C

AB'CAC

SA

C

S'f{

A

BC

CB

A

AB

C'

AI ~Ó~

AB f"'\ I

B

• AI +++ o Na+ o 0--

Figura 1 . Estrutura cristalina de Na~ alumina

e Na ~"alumina .

Page 39: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

-o:{ygen)

condução

- 33 -

pois reside entre os ions de oxigênio do plano de

Essas posições encontram-se ilustradas na figura

2 . No caso da Na~H os sitios BR e aBR correspondem a posições

cristalográficas equivalentes.

Para discutirmos o mecanismo de compensação elétrica

considere , por conveniência a fórmula química da Na ~ alumina

escrIta da seguinte forma:

o primeiro parênteses corresponc{e ao bloco tipo

espinélio enquanto que o restante corresponde ao plano de

condução . Neste caso J podemos ter as seguintes situações :

a) y = O

b} x = O

c) x ~ y ~ O

No primeiro caso a compensação elétrica ocorre com a

criação de defeitos tipo Frenkel ou seja os oxigênios

necessários para compensação ocupam posições interstíciais

correspondentes aos sítios mO . No segundo

é obtida pela substituição de ions Al+3

caso J a compensação

, +2por 10ns Mg . No

terceiro caso , temos ambos os efeitos acima lnencionados .

Para Na~Halumina

smnente pela troca de ions

a compensação elétrica é feita

+3 , +2 . +AI por 10ns Mg ou LI e etc

Page 40: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

," O, ',

- 34 -

-----u

Figura 2. Posições cristalográficas para o íon

+ .Na nas p alum1nas .

Page 41: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

Esses ~ons são

- 35 -

usualmente denominados de elementos

estabilizantes .

II-2 Propriedades de troca iônica

,+ .Os ~ons Na das ~ alumlnas podem ser trocados com um

grande número(2) de íons de sais fundidos em temperaturas de 300

a aoooe . Essa troca pode ser completa ou parcial . Dentre os

íons monovalentes que podem realizar troca completa com os

, +lons Na podemos citar

.+ + + + +Ll ,K, Ag ,NH4, H30 e etc

Os

parâmetros de rede das ~ aluminas são afetados pela troca de

íons como ilustra a tabela I •

Ion a(Á)C CÁ)tic (,.\)

Na+

5.59422.530O

K+5.59622.729+0.199

K+-Na+(50~~)5.59522.606+0.076

Li+5.59622.570+0.040

Ag+5.59422.498-0.032

Rb+5.59722.883+0.347

NH~+5.5962~.888+ 0.358

NO+5.597:!Z.71 1+0.181

Ga+5.60022.718+0.188

H)O+

--+0.125

H+5.60222.677+0.147

(2'Tabela I - Constantes de rede ) de ~ aluminas .

s"VlçÓDÊ,íÚ-i õi Ê c;;;~-~fõ;:;::;""(;--, " <)-i~--- .

Page 42: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 36 -

Como se pode observar , a variação com relação ao eixo

a é mui to pequena enquanto que a tlariação do eixo c é mais

acentuada o aumento do eixo c geralmente está associado à

I +troca de lons maiores que o Na

II-3 Condutividade

Nesta seção discutiremos as principais

caracteri~tioas da oondutividade iônica das ~ aluminas tais

como : dependência com a temperatura efeito da troca iônica ,

estrutura J composição química e etc

Os íons de Na + difundem rapidamente nos planos de

condução Essa rápida difusão é responsável pela alta

condutitlidade iônica desses materiais Afigura 3 ilustra o

comportamento da condutividade em função da temperatura para um

monocristal de Na~ alumina .

Em geral as curvas de condut ividade em função da

temperatura das ~ alt.nninassatisfazem a equação de Arrhenius

u. = (C/KT) exp(- E /KT1 a

onde: E é a energia de ativaçãoaK a constante de Boltzmann

T a temperatura em Kelvin

(1)

Page 43: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 37 -

C uma constante que depende da carga iônica , concentração

de íons móveis e etc .

a condutividade varia muito quando efetua-se troca

iônica Segundo o trabalho de Whittingham e Huggins (1971) no

caso da f3 aIumina o Na+ exibe maior condutividade indicando

+provavelmente que o Na possui um tamanho ideal tons com raio

iônico muito grande experimentam uma forte repulsão ao

motJimentar-se de sítio para sítio resul tando em uma aIta

energia de ativação e baixa condutividade Por outro lado

íons pequenos caem em poços de potencial no plano de condução

resultando em movimentos retardados .

a f3"alumina apresenta maior condutividade quando

comparada com a ~ alumina . Existem dois fatores estruturais(5}

que poderiam contribuir para isso :

a) Em Naf3" os sítios BR e aBR são cristalograficamente

equi t.Jalentes assim a energia de ativação para difusão é

menor e mais sítios são disponíveis para ocupação do catíon •

b) A estrutura ~,. é estabelecida pela adição de Mg+2+ou Li o

• I Al+3qual subst~tuem ~ons A estabilidade de carga é mantida

pelo preenchimento de vacâncias de cations no bloco tipo

espinélio e por eliminação de íons de oxigênio interstíciais no

plano de condução

I +~ons Na •

Isto remove uma bal'reira para difusão de

No entanto a importância dos fatores acima

Page 44: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 38 -

800 200 25 -100 (Oe) -150

1

7I I I I345 6

IOOO/T O~-l)

2

2

-3

y-E

ou c:~I-

-Ib O'l

o-' -2

Figura 3. Condutividade em função da temperatura para

um monocristal de Nap alumina (4)

Page 45: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 39 -

mencionados no aumento da condutividade da fase /3" não é ainda

bem conhecida .

Para aplicações práticas é mais desejável a

utilização de policristais de /3aluminas pois , podem ser feitos

em diversos tamanhos e formas. Vários fatores podem influenciar

a condutiuidade dos policristais Dentre eles podemos

destacar proporção relativa das fases fie fi" microestrutura

e densidade aparente •

Na figura 4 temos as curvas de condutividade de

monocristais e policristais de fie fi" • Como se pode observar ,

os policristais apresentam menor condutividade quando comparados

com os monocristais .

afetar a

a presença de impurezas nas fases fie fi" também podem

condutividade . Kennedy e Stuber(6)estudaram

condut itlidade iônica das fi aluminas dopadas com Fe através de

medidas de impedância complexa e observaram um aun~nto na

condut itlidade em relação à amostra não dopada Eles

observaram que amostras contendo 10% de Fe apresentam um máximo

na condutividade e um minimo na energia de ativação do grão .

Como será discutido posteriorlnente , as fialuminas são

consideravelmente higroscópicas . amostras , em contato com a

umidade • apresentam um aumento na resistividade do grão(8) • a

figura 5 mostra o comportamento da condutividade iônica do grão

e de seus limites ("grain boundary") para cerâmina Nafi"alumina •

analisando afigura vemos que o aquecilnento do material a

T=6000C restaura suas propriedades elétricas .

Page 46: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 40 -

700 300 100O- 50(OC)-I

u_ ..._ I I.~

3~~ __ ~ ______

------------- 10

----I .....•.••.•... ~ DII _ ~2 ~ ----~

~•.. -----------II -IEE I "'-_

()u -- '-'--c:

"'".- ----2bI- bO-- o--- oo-

---------~o -3~ (3, Poly-I

I . __

I1 ______ - _II____-11.0

2.03.04.0

tOOO / T(K -t)

Figura 4. Condutividade de monocristais (s,c.) e policristais

(Poly) de ~ alumina e p~alumina •

Page 47: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 41 -

6 6li 6 66 •6

6

tM:)600

400300200 10020

_f ~.,..Eu.•. c:i='"c~

4

-2

-4\5 2 2.5

Figura 5. Condutividade em função da temperatura para o

grão (b) e vizinhanças do grão (gb) para uma

amostra policristalina de Na~"alumina .Símbolos

preenchidos,referem-se a an~stra em ambiente se-

co , símbolos vazios ,a amostras em ambiente

úmido E as cruzes , após o aquecimento em 600DC.

Page 48: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 42 -

11-4 Hidratação das ~ aluminas

as ~ aluminas absorvem água quando colocadas em

ambientes úmidos Essa absorção é responsável por uma

diminuição na condutividade e por uma degradação de suas

propriedades &. (8-11)mecan~cas Nesta seção discut iremos a

reatividade com a água os detalhes referentes a sua

localização

aluminas .

e suas consequências nas propriedades das

Com relação a reatividade com a água obSertla-se(12)

que os cristais de Li-Na~"alumina são mais reativos que os

cristais de Na~"alumina Por outro lado verifica-se que

cristais de agW'alumina praticamente não absort.Jemágua Essas

observações sugerem que a reatividade das ~ aluminas depende

principalmente

materiais .

do tipo de ion móvel presente nesses

Garbarczyk et. aI. (1986) propuseram um modelo(13)para

descrever a interação entre dipolos de H20 e ions móveis nas ~1 •a~uml.nas Esse modelo embora bastante simples pretlê uma

forte interação+

ag+

Rb

+ +de H20 com Na e Li

+e TI • concordando

e uma

com os

fraca

dados

interação com

eKperimentais

acima descritos

Os elementos estabilizantes também podem afetar na

reatividade com a água(14) • Em particular, Garbarczyk et. aI.

mostraram! 15) através de medidas de TGa {termogravimetric

Page 49: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

analysis)

- 43 -

que amostras de Nap"alumina dopadas com Co são mais

resistentes ao ataque da água do que amostras dopadas com Zn ou

Cu .

Obsertla-se também , que amostras de l3"alumina abSOrtlem

mais água quando comparadas com amostras de 13alumina .

Bates et. a!. estudaram através de medidas de

difração de neutrons espectroscopia de infravermelho e

espalhamento Raman , o efeito de H20 em monocristais de Li e Nal3

alumina • A seguir , discutiremos alguns resultados referentes a

este estudo •

Para medidas de difração de neutrons foram

utilizados monocristais de Lil3 alumina contendo

aproximadamente 1.55 moléculas de água por celula unitária . A

partir dessas medidas, os autores determinaram os parâmetros de

rede da amostra hidratada e da an~stra seca . Os valores obtidos

correspondem respectivamenteo

a=b=5.59Ao

c=22.72A eo o

a=b=5.59A e c=22.56G .Esses resultados mostram que a hidratação

é acompanhada por um expansão do eixo d

A localização das moléculas de água em 13 alumina

encontra-se ilustrada na figura 6 as linhas pontilhadas

indicam três posições equivalentes em torno do sitio aBR Como

se pode obSertlar o oxigênio pertencente ao H20encontra-se

ono plano de condução entre os sitios aBR e mO (0.72 A do sitio

mO) , enquanto que os hidrogênios encontram-se localizados a=irna

~_."""--.-,._,... ,...-----' .. ,.,.,.,..~.,-.-,-'.'.....,.

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Page 50: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 44 -

Figura 6. Localização espacial de H20 em Li~ alumina :(a) parte

da célula unitária mostrando as moléculas de H20 no

plano de condução;(b) detalhes da estrutura de H20 .

Page 51: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 45 -

e abaixo do plano .

Os hidrogênios ligam-se com os oxigênios 0(4)

pertencentes à rede hospedeira . a linha que liga os hidrogênios

de uma molécula de água é paralela ao eixo ~ .

a figura 7 ilustra o plano de condução de Li~ alumina

contendo w~léculas de água • O raio da molécula foi tomado como

sendo o tamanho de íons O (1. 4oa) Quando todos sítios

disponíveis estiverem preenchidos por

nIDléculas de água por célula unitária .

H20 • teremos duas

No caso de Li+~ alumina

o excesso de Li+ é compensado por íons extra de O

localizados no plano de condução próximos à posição ocupada

pela água . Isto reduz o número máximo de moléculas de H20 , por

célula unitária, para 1.8 .

Os espectros de infravermelho obtidos para Na~

alumina e Li~ alumina hidratadas , encontram-se na figura 8 • De

acordo com a lei de Beer , o pico da absorbancia (10gI0[Io/1])

dit}'ididopela espessura da amostra A/d. é propore iona1 à

concentração Analisando a figura, velnos que a maior banda de

absorção encontra-se localizada em 3175cm-1 . Essa banda decorre

das t.,ibraçôes ( "symetric stretching" ) de moléculas de água na

orientação descrita na figura 6 Comparando as duas curt}'as

uerif icamos que o monocristal Li.B alumina absorve água mais

rapidamente que Na .B alumina .

A figura 9 mostra o espectro de Li.B alumina hidratada

em T=77K . Esse espectro apresenta un2 série de picos . Os picos

de 3350 cm-1 são atribuídos a íons OH e as bandas localizadas

abaixo de 2700-1 ~em sao atribuídas a espécies e

Page 52: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 46 -

Li tJ·AlUMINA

•.ú(){i0/t:::.

................. ,

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•••••••••. ...•.•............

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Figura 7. Localização de lnoléculas de água no plano de

condução de Li~ alumina .

Page 53: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 41 -

O4000 3500 3000 2500 2000

WAVENUMBER (em-I)

45

40 ~~

Li li - ALUMINA(H~ AT 235'"C)35 - íe 30~~ 2511I~~ 20a:g~ '5

tO525

I ••Na Ii-ALUMINA

20

(H~ AT 235'"C)

íe

u- t5~11I~C(5 tO11)

G:lCIl

5

Fiqura 8. Espectros de absorção de monoc~istais de Li e

Na~ alumina medidos em 2~oC com Eo ! c , em

diferentes intervalos de tempo de hidratação .

Page 54: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 48 -

twuz~a:~alct

Li 13 - ALUMINA

T = 77K

(a) H20

10.371

3800 3500 3200 2900 2600 2300 2000

Figura 9. Espectro de absorção de Li~ alumina

hidratada com Eo 1 c .

Page 55: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

Esses ~ons são

- 49 -

produzidos como conseqüência da

dissociação de moléculas de água no cristal

+Os Íons H ligam-se com O da rede hospedeira ou combinam-se com

I I ()+moleculas de H20 para formar especies H H20 n . No caso de Na~

alumina não existe nenhuma e\Jidência do aparecimento de tais

espécies .

Bates et. a!. (18) também estudaram através de

infratlermelho o efeito da água nas J3"aluminas o espectro

obtido

observar

encontra-se ilustrado na figura 10

tanto no caso de NaJ3" como Li.B"

Como se pode

temos o

aparecimento de dois picos : um centrado em 3400cm-1 e outro em

-130S0cm Esses dois picos decorrem do fato das moléculas de

água ocuparem diferentes tipos de sítios Os possiveis sitios

que podem ser ocupados por moléculas de água são

vacantes de Na+(VNa) e sitios mO .

sitios

orientação das moléculas de água pode ser

determinada calculando-se o mínimo de energia eletrostática do

H20 nas duas posições . Qs l~léculas localizadas em mO tem uma

ligação O-H apontando na direção 0(2) e outra na direção 0(4)

Para o caso de moléculas localizadas nos sitios BR

analogal~nte temos uma ligação O-H apontando para 0(4) e outra

apontando para 0(2} Como os sitios mO e BR são

cristalografican~nte distintos temos diferentes orientações

para cada sitio. Q figura 11 ilustra as posições de moléculas

de água em monocristais ~"alumina .

Page 56: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 50 -

Nap"(Mg)(.)

T2.81

T14.21

E2"C...•••..«

(b) LiP"(Mg)

4000 3500 3000 2500

Figura 10. Espectro de absorção de infravermelho em

temperatura ambiente , com Eo 1 c , para

Na e Li ~ualumina .

Page 57: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

,I

II\\,

z .. O ----

oZ -- 2.3 A

51

/;

,\II

Ij. - '••

1\I,

... - -'

,\\,

I, -

0=

\\II

I~/

Figura 11. Plano de conduçâo em Na~"alumina hidratada

Page 58: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 52 -

11-5 Ressonância Magnética Nuclear

Nesta seção discutiremos "os principais trabalhos

referentes ao estuao de fl aluminas por Ressonância Magnét ica

Nuclear (RI1N) Como estamos interessados no efei to da água

daremos enfâse ao estudo de fl aluminas hidratadas .

Colocando o íon 23Na (spin nuclear 3/2) na presença de

um campo magnético Bo , na direção z , temos o aparecimento de

quatro níveis de energia igualmente espaçados , cuja separação é

onde 6'J é a frequênc ia de Larmor Neste caso ,as três

transições maqnéticas , m=3/2~1/2 m=I/2~-1/2 e

m=-1/2~-3/2 ocorrem na mesma frequência 6'J No entanto os

núcleos de 23Ha possuem momento de quadrupolo elétrico o qual

inter~qe com gradientes de campo elétrico produzido por átomos

vizinhos •

De acordo com a teoria de perturbação as

transições (19-20) m=3/2~1/2 e m=-1/2~-3/2 são alteradas em

primeira ordem em e2qQ/h enquanto que a transição central é

aIterada em segunda ordem Essa alteração depende também da

orientação do cristal relativa ao campo magnético aplicado .

No caso de amostras policristalinas todas

orientações estão presentes resultando em pm alargamento das

linhas satélites Como esse alargamento é grande no intervalo

detectadas . assim

essas

em

de freqüência

o

linhas

espectro

não

típico

são

para

facilmente

23Na

Page 59: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

policristais de f3 alumina

(m=1/2 ~ m=-1/2)

- 53 -

e dado pela t . ~ t 1 (21)ransIçao cen ra_

por Ailon

A figura 12(a)

122)e Hayes \

ilustra a forma de linha do 23Na obtida

para um policristal de Na,B"alumina

Quando a amostra é colocada em ambiente úmido obser~Ja-se o

aparecimento de um pico central bastante acentuado (figura

12(h)} . O espectro obtido após a secagem parcial da amostra em

em ~Jácuo por 30 minutos (figura 12{c» apresenta a

mesma estrutura do espectro da figura 12(a) .

Através de medidas de TGA (Thermal Gravimetric

analysis) e medidas de largura de linha em função da temperatura

de secagem de amostras hidratadas os autores concluiram que

85% da água absorvida por Na,B"alumina encontra-se na superficie

e somente 15% parece penetrar no plano de condução .

Os autores também realizaram medidas de tempo de

relaxação spin-rede do em função da temperatura para

amostras parcialmente secas, como ilustra a figura 13 .

Analisando o gráfico, vemos que a presença de água é

responsável pelo deslocan~nto para baixas temperaturas do

mínimo de Ti além disso a energia de ativação obtida para

temperaturas acima de minilllOde TI é menor do que no caso da

amostra seca Para exp Iicar essas obser~Jações os autores

sugeriram que o n~uil~nto de moléculas de H20 poderia resultar

. d 1 ~ d·· I • 23Nem um mecanISmo e re axaçao a lCIona para os lons a.

Em um trabalho posterior(23) Ailion e Hayes

Page 60: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 55 -

\\\\\,,.\ o

,,'*\ • /'"~ ~'t' • ~,. O h\ /'

\ ~ C'l>.- ~ ,.~\ -. Q o,.\ o /' ~"---

100

6040

600

400

-;; 200iIOOOt" o

.~-

2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5Inverse Temperature JOOOIT (·K")

Figura 13. Tempo"de relaHação longitudinal em função

da temperatura para Nal3ualumina em pó .

(o) após 2 horas em 10SoC (.) após 2 ho-

ras em lS00C ; (ô) após 2 horas em 2S0oC .

a curva pontilhada representa os dados refe-

rentes a amo:.:>~raseca em 500°C •

Page 61: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 56 -

estudaram o efei to da umidade na forma de linha do 23Na para

amostras policristalinas de ,a"alumina , em pó , tendo diferentes

tamanhos de partículas e grãos .

Q. figura 14 mostra a forma de 1inha obt ida para uma

amostra com diâmetro de partículas entre 147-250 J.fmcontendo

grãos grandes (diâ\~tro 200~m) e pequenos (diâ\netro 10~m) . Os

espectros obtidos correspondem a diferentes tempos de exposição

da amostra , em ambiente com 100% de umidade relativa •

Q. figura 14(b) mostra o aparecimento da linha estreita

e um pequeno decréscimo na amplitude da linha larga • Nos

espectros de 14(c) e 14(d} observa-se o desaparecilnento da

estrutura encontrada na amostra seca O tempo necessário para

obter o espectro (d) é consideravelmente grande quando comparado

com amostras de partículas e grãos pequenos •

Q. figura lS ilustra os espectros para amostras de

Na,a"alumina com diferentes tamanhos de partículas e grãos

Observando a figura 15(b} vemos que, no período de 23 horas de

exposição em umidade 100'l., maior quantidade de água é absorvida

do que em uma amostra contendo grãos grandes. No caso da figura

lS(c} obSerValnDS uma penetração de água mais acentuada .

Com a finalidade de determinar a origem do pico

estreito, os autores lnediram o espectro da amostra úmida, logo

após sua imersão em metanol anidrico (figura 14(e» Os

resultados indicam que a linha estreita está associada com a,

grande quant idade de água localizada abaixo da superf icie mas

suficientemente próxima de forma que essa água possa

Page 62: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 57 -

(o)

(b)

(c)

(d)--..(e)

MAGNETIC FIELD

Figura 14. Espectro de RMN do 23Na em .a"alumina após

exposição progressiva em umidade 100% de

alnostras policristalinas com diâmetro de

partículas de 147-250pm e grãos de 200pm

e 10pm • (a) amostra seca;(b) exposta em

umidade por 66 horas;{c} por 159 horas;(d}

297 horas (e) anIDstra úmida após imersão

em metanol anidrico .

Page 63: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 58 -

(o)

(b)

(c)

MAGNETIC FIELD

Figura 15. Efeito da umidade na forma de linha do 23Na em

amostras policristalinas de NaJJ"alumina com

diferentes tamanhos de partículas e/ou grãos.

(a) partículas grandes (147-2S0#m) com grãos

grandes (200 e 10pm) expostos a umidade 100%

por 66 horas; (b)partículas grandes (147-250pm)

e grãos pequenos (10pm) expostos por 23 horas;

(c) partículas pequena5 «74pm) com grãos peque-

nos (10pm) expostos por 22 horas.

--"~-_...,,..;SERViÇO DE BIBLIOTECA E. INFORMAÇAO -

F1SICA

Page 64: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 59 -

facillnente difundir para a superfície e dissolver no metanol

Richter et aI (24) realizaram medidas do espectro de

NMR do 1H em lnonocristais . A figura 16 mostra o espectro obtido

para Li.B alumina em diferentes temperaturas Esses espectros

foram obtidos para o caso em que o ângulo 8 entre o eixo d e o

campa magnético externo é zero . O espectro consiste basicamente

de um dubleto de Pake e de uma linha central de menor

intensidade • O dubleto aparece devido a interação dipolar entre

os hidrogênios de uma mesma lllÓlecula de água Se HH são

paralelos ao eixo-+c como mencionado nos trabalhos de

infratlermelho , o "splitting" do dubleto será dado pela seguinte

_ (25)expressao :

(2)

onde r é a distância HH

e Y a razão giromagnética do proton

através da expressão acima pode-se extrair a distância

r entre os protonso

Os autores obt iveram 1'=1.65 A para o

espectro em baixa temperatura (T=120K) , concordando com o valor

obtido por difração de neutrons e infravermelho (1'=1.66)

Richter et aI também mediram o tempo de relaxação

spin-reie do em função da temperatura para Li.B alumina e

realizaram um estudoRichter etEm 1982

Ag-Li.B"alumina . afigura 17 lnostra os resultados obtidos.

al(26)

semelhante em um lllonocristalde Na,B"alumina hidratada . a figura

18 lnostra o espectro obtido quando o campo magnético é paralelo

Page 65: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

394 K

378 K

350K

- 60 -

40 kHz

Figura 16. Espectros de RMN do lH I em 8=0 , para um

monocristal de Li~ alumina hidratada .

Page 66: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 61 -

o

o

o • •

4

o •

.I"4

2 4IOOO/T

6(K-I)

Figura 17. Tempo de relaxação spin-rede do 1H em

função da temperatura para o monocris-

tal Li,B alumina (o) e Ag-Li,B"aluminalõ).

Page 67: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 62 -

287K

..

.'" - .

.......•.....•......,.

...: .................

.....

:....•...-.•......: '

133K

'...... '.

-....~.

-40 -20 O 20

FreQ (KHz)

40

Figura 18. Espectro de RMN do lH em n~nocristais de

NaJ3"alumina em 287K e 133K com campo Bo

paralelo ao eixo d (8=O).

~~=;','~.~-' .·····~·.'·~-;:·'r·:··." ·I·-·~·",-:-·~.LERYIÇ~:- ~,~_.v ~~'F'I'S~'~';'",R.~~.{r y \ .11, '~J

Page 68: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

ao e i KO d (B =0 )

- 63 -

De forma aná Ioga o espectro é constituído

por um dubleto de Pake e uma linha central

Os autores realizaram simulações para a forma de linha

e obtilleram um melhor ajuste na situação em que a orientação

do HH em relação ao eixo ri está entre 5°e a 13°e . a distância

HH ca lculada a part ir dos dados exper imenta is está entre

°'1.65 a i.?1 Q •

Medidas da largura de linha de cada dubleto em função

da temperatura também foram realizadas para Os

resultados obtidos mostram que o aumento da temperatura

(T ) 250) resulta em um estreitamento de linha (Umotional

narrowing U)

de condução .

indicando que moléculas de água difundem no plano

Page 69: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 64 -

REFERtNc Ias

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Page 70: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

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Page 71: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 66 -

CAPíTULO I I I

Técnica Experimental

Neste capítulo , descreveremos o método de hidratação

das amostras o método de detecção de RftN pulsada e o

espectrômetro de RftN Discut iremos t'ambém , brevemente as

técnicas de RPE (Ressônancia Paramagnética Eletrônica) e TGA

("Thermal Gravimetric Analysis") •

111-1 Amostra

As amostras policristalinas de Nal3"alumina com

composição 8.85'l.Na20+ 0.75'l.Li20+ 90.40'l.AI203{'l.em peso) foram

preparadas pela ProE{a) Dr(a) Dulcina n. P. F. Souza do

Departamento de Engenharia de nateriais da UFSCar • O método de

preparação e a caracterização dessas amostras encontram-se

descritos na referência (I) •

Neste trabalho selecionamos três amostras de

Nal3"alumina amostra pura identiE icada 'como A-I , amostra

dopada com Fe (500ppm em peso) , identiticada como A-2 e amostra

menos pura que A-I identificada como A-3 .

A dopagem com Fe foi efetuada pela adição de sulfato

terroso durante o processo de mistura da alumina a com carbonato

SERViÇO DE BIBLlOTEC~ E INFOlMAc;AO •. 'faleFISICA

Page 72: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 67 -

de sódio e zeta aluminato de litio(1).

As amostras selecionadas foram moidas e o pó

resultante separado com auxilio de peneiras na Eaixa

granulométrica de 150 a 250pm • Para eliminação completa da água

, ocasionalmente absorvida pelo material antes da hidratação

aqueceu-se o pó à temperatura de ;; 5000C pelo periodo de uma

noite .

A hidratação Eoi realizada colocando-se as amostras em

ambientes úmidos à temperatura ambiente sendo a umidade

Nesse trabalho

controlada pela presença de soluções salinas saturadas(2)

utilizou-se soluções de RCI e Na2504 o qual

fornecem , em temperatura ambiente , umidade relativa de 85% e

93'l. respectivamente(2) .

A quant idade de água absorvida pel~s amostras Eo i

obtida pela variação del1\ilssa

balança analítica Rern 52000 •

Para isso utilizou-se uma

As amostras hidratadas foram seladas em tubos de pirex

, estando assim prontas para medidas de RnN •

111-2 Experiência de RMN Pulsada

No método pulsado o sistema de spins possuindo

magnetização inicial Mo , é removido da condição de equilibrio

pela aplicação de um campo oscilante B1 , perpendicular a Bo ,

por um intervalo de tempo curto (pulso) Como discutido

Page 73: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

anteriormente

- 68 -

dependendo do intervalo de tempo podemos ter

um pulso n , n/2 , etc (veja figura 2 do capitulo I) . Terminada

a aplicação do pulso, a sistema relaxa e sua magnetização H(t)

é observada em função do tempo •

o campo B1 é geraln~nte produzida por uma bobina L de

radiofreqüência (RF) que envolve a amostra (figura 1)

Após a aplicação de um pulso nl2 a magnetização H(t)

precessiona-se em torno de 80 até atingir a situação de

equilíbrio térmico (H = Ho) • A taxa de decaimento da componente

transversal e o aumento da componente longitudinal da

magnet ização ..dependem dos vários mecanismos de relaxação do

sistema .

o decaimento da componente transversal induz um sinal

de RF na mesma freqüência na bobina L , usualmente denominado de

decaimento livre da preces são ou FIO (Ufree induction decay")

Em várias situações , esse decaimento é exponencial

resultando em um sinal senoidal cuja amplitude decai na taxa

exp(-t/T2) • Devido à freqüente não homogeneidade do campo Bo na

anIDstra , o sinal observado decai com uma constante de tempo T2*

menor que T2 .Por esta razão, dificilmente extraímos o tempo de

relaxação spin-spin do FIO . Para obtenção do valor correto de

T2 usualmente utiliza-se a técnica de eco de spins a qual

encontra-se discutida com detalhes na próxima seção •

Page 74: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 69 -

CIRCUITO RESSONANTE

11

Figura 1. Dispositivo esquemático para experiência de

Ressonância Magnética Nuclear .

Page 75: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 70 -

111-3 Medida de T2

o tempo de relaxação transversal foi medido pela

técnica de eco de spin(3-4) . Para isso utilizamos uma

seqüência de pulsos n/2-- n conID ilustra a figura 2.

o efeito da aplicação dessa seqüência pode ser

visualizado na figura 3 . Como se pode observar imediatamente

após a aplicação do pulso n/2 , a magnetização é posicionada no

eixo y' do sistema girante (x',Y',z') a não homogene idade do

campo estático provoca uma defasagem na preces são dos spins

nucleares resul tando no anulamento da componente transversal

de magnetização .

Mo tempo posterior ~ um pulso n é aplicado

resultando na refocalização em fase de todos elementos de

magnetização em t=2~ a refocalização é responsável pelo

aparecimento do chamado eco de spin como ilustra a figura 2 .

Se o decaimento da magnetização transversal é

exponencial a amplitude do eco em t=2~ é proporcional à

seguinte expressão :

M = Mo exp[-2~/T2] ( 1)

Desta forma medindo-se a amplitude do eco para

diferentes valores de ~ , pode-se extrair o tempo de relaxação

transversal .

Page 76: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 71 -

C>TEf0PO

RELAXAÇÃO TRANSVERSAL

SINAL

1-

.......•..............••......• ---

-I- /-r: ~

1;

ECO

-/-

Figura 2. Seqüência tipica para obtenção de eco de spins .

Page 77: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 12 -

...:

(Jl 1=0-

z.

y'I( o lr',

• x'

l/l) 1=0+

z.'

y'

- - -.- --

b.ll~~_.!:.~--\

---

z'

---,,~

I r\

y'

,.-

I

------, .•..li; 1.11

: = T

\,-/('

--- --y'

le!l T = Zt

Figura 3. Formação de um eco de spins , no sistema girante ,

pela aplicação de uma seqüência de pulsos 0/2-0

(a)Magnetização no equilíbrio térmico (t=O-)

(b}Magnetização logo após a aplicação de um pulso 8/2

(c)Efeito da não homogeneidade do campo Bo no

elemento de magnetização 5M

(d)Efeito de um pulso O em ôM

(e}Magnetização do sistema em t=2T

Page 78: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 73 -

I11-4 Medida de Ti

a bobina de RF é sensível somente à componente

transversal da magnetização Conseqüentemente o tempo de

relaxação longitudinal não pode ser medido diretamente pela

técnica descrita acima . Uma alternativa seria n~dir a amplitude

do eco para uma separação fixa entre os pulsos n/2-n para

diferentes taxas de repetição da seqüência , pois a intensidade

do sinal depende também da magnetização longitudinal inicial .

Existem várias sequências de pulsos que podem ser

util~zadas para medida de Ti (4) • Neste trabalho • utilizamos

uma sequência infinita de pulsos n/2 (método de saturação

progressiva)

figura 4 .

separados por um tempo T como ilustra a

Após a aplicação do pulso n/2 a magnetização

longitudinal aun~ntará até atingir seu valor de equilíbrio

térmico Esse processo freqüentemente apresenta um

comportamento exponencial . Neste caso , o sinal após cada pulso

é proporcional a MZ(T) onde

(2)

Desta forma medindo-se a amplitude do sinal para

diferentes valores T

long itud inaI .

pode-se extrair o tempo de relaxação

Page 79: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 74 -

Figura 4. Seqüência de pulsos para medida de Ti .

Page 80: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- ?5 -

111-5 Espectrôn~tro de RI1N

figura 5 ilustra de forma esquemática o

espectrômetro de RMN pulsado Ele é constituído basicamente

de um eletroimã , um gerador de radiofreqüência , um gerador e

amplificador de pulsos, um circuito ressonante e um receptor.

o eletroimã utilizado foi fabricado pela Varian

modelo V-?200 equipado com uma fonte de alimentação V-??OO .

o gerador de radiofreqüência

Packard , foi usado como fonte cw •

, modelo 854GB da Hewlet

A radiofreqüência (cw) é amplificada e modulada na

forma de pulsos por um modulador da Matec , modelo 5100 equipado

com os mádulos 515A (0.5--25MHz) e 525A{25--150MHz) •

A seqüência de pulsos é en~iada para a bobina de RF ,

que envolve a amostra o sinal gerado na bobina após o

término de cada pulso, é amplificado e detectado em um receptor

da Matec modelo 615 •

o circuito ressonante é ajustado na impedância de 50Q

pelo capacitor C2

capaci tor Cl .

e na freqüência de ressonância pelo

o ressonador de RMN ut i1izado nesse estudo assim

como os detalhes de seu ajuste encontram-se descr itos em um

artigo específico, na referência (5)

Finalmente para medida de TI e T2 , utilizamos uma

unidade de processamento de dados "Signal A~erager" da Princeton

~pplied Research Corporation modelo 4002 .

[SERViÇO DE BIS7:.ToTECI\ E I~FÕTMAÇÀO - IFOSCI FlslCA

Page 81: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

r-----------------------------------~ SINAL DE REFERÊNCIA

GERADOR DE PULSOS

..TI.fUl.11JL

TRANSMISSOR

PROCESSADORDE

DADOS

D

RECEPTOR

C1

C

DIVISOR DEPOTÊNCIA

AI IB

AMPLIFICADORGERADOR DE

RADIO FREQÜÊNCIA (RF)

IIII

L MOOULADOR I

---------r----------- J

RESSONANTE

C2L

,-- - --- --,- ---- - -----,IIIIIIIIIII . _

L-------~------l---CIRCUITO

Figura 5, ESQUEM~ DE. UM ESPECTR'ÔMETRO DE RMN

Page 82: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 77 -

III-6 Sistema de alta Temperatura

Para medidas de tempos de relaxação , em temperaturas

superiores à temperatura ambiente utilizamos um sistema

Esse sistemaexperimental desenvolvido em nosso laboratório

encontra-se ilustrado na figura 6 .

O aquecilnento das amostras é feito pela passagem de um

fluxo quente de N2 . Uma resistência de níquel-cromo , colocada

no interior de um tubo de alumina é responsável pelo aquecimento

do fluxo.

amostra encontra-se aproximadamente na região

central do cabeçote (a) Sua temperatura é obt ida por um

termopar de cobre-constantan , posicionado na bobina de RF .

Para um r luxo estável

temperatura dentro de ± lOCa

esse sistema estabiliza a

Para medidas em temperaturas superiores a 150°C

utilizamos um ressonador especifico(S) , onde o aquecimento é

feito por um forno resistivo , próximo a bobina de RF .

Page 83: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

A.quecedor

Tubo de alumina

LResistência

B

H.

c

.,~

D

,:.~' 0 •• '. :.": :.

ll,FL

:'.:,':'....' :':.:.<.:~::~'/;:;:':>.::' r:.:: ~.::"::~~':{ :'-'.'. :.::- :-:; . :. :.:.••••••• , ••• _ •.•.•• ' > •• ' ' •• ,. ,., '. " • f.l ....... ..,-..:<.~.:,',::,:: :;.~.':.:.;;', .. ' .', : ';'Hk::':... "' .....•.....•.. '1.0 I'" •

.:.-:{::~(~·;.~.trf·;'~?~i:~.'::;.~~.:~:;.:....:Hn~"'

Figura 6. Sistema de alta temperatura

(A] Cabeçote;(B)Tubo de alumloa;(C)Iso130te el~trlcoi

(D)Isolante térmicoi(E)Aquecedori(F)Tubo de cobre.'.

Page 84: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 79 -

111-7 Sistema de Baixa Temperatura

Temperaturas menores que a temperatura ambiente foram

obtidas por um sistema fabricado pela Qir Product . Esse sistema

consiste basicamente de um fluxo irio de N2 ' onde a temperatura

é estabilizada por um controlador de temperaturas como ilustra a

figura 7 .

o nitrogênio atravessa uma 1inha de transferênc ia em

direção ao cabeçote e o i luxo é controlado por ama válvula de

agulh~ localizada entre a linha de transferência e o cabeçote

O termopar e a resistência do controlador de temperatura

encontram-se posicionados em B e C respectivamente .

O isolamento térmico do sistema é obtido fazendo-se

vácuo entre as paredes do tubo de quartzo . a amostra é colocada

no interior desse tubo , próxima ao estrangulamento Q .

Page 85: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

2

TUBO DEQUARTZO

vÁcuo

VÁLVULA DE AGULHA

/

-I1IIIIII

. I~ ),IA}I( ')I II II II I

:1.L-1J11 \\

/1 ,\11 "

O.':l

lSl

IIIII'dII

----- ..... II------===-=-=----\\ I'------ II III 'III I,II lill. ;'J---

f . JJ, =;:.- --------:~.. rã' rLc.JL_.J _•N2 -

fVÁcuo

Fig~ra 7. Sistema de baixa temperatura .

Page 86: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 81 -

111-8 Ressonância Paramagnética Eletrônica

Para identificação das impurezas paramagnéticas

presentes nas amostras utilizamos a técnica de Ressonância

Paramagnét ica Eletrônica (RPE) Este fenômeno é obsert.1adoem

materiais paramagnéticos contendo elétrons desemparelhados

colocados na presença de um campo estático Bo e submetido a uma

radiação de microondas (6) • a condição de ressonância é dada

pela seguinte expressão

~E = huo = 9 ~ Bo (3)

onde: ~ é o magneton de Bohr h a constante de Plank Uo a

freqüência de microondas e 9 o fator espectroscópico o qual é

sensível à simetria do íon paramagnético .

Se o íon da impureza também possui um spin nuclear 1

o espectro apresentará uma estrutura hiperfina devido a

interação dos elétrons desemparelhados com o momento nuclear .

O hamiltoniano , para uma interação isotrópica é dado

por:

H = a ~.t (3 )

onde a é a constante de acoplamento hiperfino •

Essa interação resulta em um espectro de 21+1 linhas

Page 87: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

de igual intensidade

- 82 -

o valor de a pode ser obt ido com a

separação dessas linhas .

Em um espectrômetro de RPE , a fonte de microondas é

acoplada com a cavidade na freqüência de ressonância o campo

Bo é cont inuamente var iado enquanto a freqüência é mantida

fixa. a

qualidade

ressonâcia é detectada pela

da cavidade de microondas(?)

mudança no fator de

Nos espectrômetros

modernos , geralmente utiliza-se o método de detecção sensível à

fase e um campo de modulação (100 KHz) , de forma que a saída é

proporcional a primeira derivada da curva de absorção •

Nesse traba lho os espectros de RPE foram obtidos a

temperatura ambiente , em um espectrômetro da Varian operando na

banda K •

111-9 TGa

Neste trabalho utilizamos um analisador

termogravimétrico (TGa) da Du Pont Instruments modelo 951 .

através desse sistema pode-se medir a massa de determinado

material em função da temperatura ou isotermicamente , em função

do tempo .

o sistema é basican~nte constituído por uma balança e

um forno . a temperatura da amostra é obt ida por um termopar

localizado próximo da an~stra .

Page 88: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 83 -

Para evitar que os gases liberados pela amostra

retornem por difusão um fluxo de N2 é introduzido na

câmara . a taxa de aquecimento e a temperatura do forno são

ajustadas pelo programador .

Detalhes referentes ao princípio de operação e

características desse sistema podem Ser encontrados no manual do

operador da Ou Pont Company .

Page 89: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 84 -

REFERtnclas

1. Dulcina 1'1.P. F. Souza Tese de doutorado Instituto de

Física e Química de São Carlos , USP (1987) .

2.F. E. O'Brien

(1948) 73 .

Journal or Sc ient iric Instruments 25

3. C. P. Slichter PrincipIes or l'1agnetic Resonance

Springer-Verlag Heidelberg New York , (1978) .

4. E. Fukushima S. Roeder Experimental Pulse NI'lR

Addison-Wesley Publishing Company , (1981) •

5. J. P. Donoso , S. Souto , A.. Tannus , Variable Temperature

NI'lR Probes suba a Revista de Física aplicada e

Instrumentação ,(1989) .

6. G. E. Pake T. L. EstIe The Physical PrincipIes or

EIectron Paramagnetic Resonance , W. A.. Benjamin Inc. (1973) .

7. C. P. Poole Electron Spin Resonance A. Comp!'ehensive

Treatise on Experimental Techniques

(1983) .

John WiIey & Sons

SE.RYIÇO DE. BIBLIOTECA E INFQRMA~Ag '" Inr9hF1SICA

Page 90: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 85 -

CAP tTOLO IV

RESULTaDOS E DISCUSSnO

Nesta seção apresentaremos os resul tados obt idos

para as três amostras policristalinas de Nat3"alumina hidratada •

a presença de impurezas magnéticas nessas amostras é

um fator bastante importante pois mesmo em baixas

concentrações , introduz um mecanismo de relaxação nuclear muito

eficiente Como mencionado na seção anterior utilizamos a

técnica de Ressonância Paramagnética Eletrônica para identificar

essas impurezas. as figuras 1 2 e 3 mostram os espectros de

RPE obtidos para diferentes amostras a-itemperatura ambiente .

a-2 A-3 em

Os espectros da amostra a-i (nominalmente pura ) e da

Essasal~stra A-3 apresentam seis linhas centradas

linhas também foram observadas em Na e NH4

em 9 ~ 2

alumina(1-2) e

estão associadas, +2a presença de l'1n (1=5/2)

Desta forma ambas as a\~stras nominalmente puras

apresentam uma pequena contaminação paramagnética

provaveln~nte decorrente dos produtos comerciais utilizados

durante seu processo de preparação .

o espectro referente a anmstra A-2 apresenta uma linha

centrada em 9 ~ 4.5 com largura aproximada de 200G

+3a presença de Fe .

atribuída

Page 91: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 86 -

1200 G 1

1200 G

200 Gt

3200 G

J

Figura 1 . Espectros de RPE para o policistal a-1

em u = 9.514 GHz .

Page 92: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 87 -

1200 G I

1200 G

1200 G I

3200 G

Figura 2 . Espectros de RPE para o policristal Q-3

em u = 9.514 GHz .

Page 93: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 88 -

1000 G

2700 G

Figura 3 . Espectro de RPE para o policristal &-2 (500ppm de

Fe) em ~ = 9.138 GHz .

Page 94: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 89 -

É importante mencionar que, embora a presença de Fe+2

não tenha sido observada é bastante provavél que estes íons

também estejam presentes em nossa amostra .As outras seis linhas

, com largura 20G centradas em 9 ~ 2.0 • também estão associadas

• +2a presença de Mn •

Uma questão bastante importante neste estudo

corresponde a identificação e localização de moléculas de água

nos policristais de NaJJualumina • Esforços nesse sentido também

foram realizados por Hayes e Ailion (3) Segundo eles

aproximadamente 15% de moléculas de água estão fortemente

ligadas enquanto 85% estão fracamente ligadas podendo ser

removidas por uma noite com vácuo a temperatura ambiente .

Para esclarecer esses aspectos , realizamos medidas de

TGA em amostras hidratadas por um período de quatro dias em

ambiente com 85% de umidade relativa •

oComo pode-se observar

As figuras 4 e 5 mostram as curvas obtidas para uma

taxa de aquecimento de 100C/min

policristal absorve muito mais água que o monocristal .Isto já

foi obsert.radona literatura{4) e a explicação para tal fato é

que nos policristais existem mais regiões que podem ser ocupadas

por moléculas de água .Estas regiões correspondem aos grãos ,ã

vizinhança dos grãos ã superfície etc No caso dos

monocristais , as moléculas de água estão localizadas nos planos

de condução Desta forma existe um valor limite para a

quantidade de água absorvida que corresponde ao número de sitios

disponíveis .

Page 95: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 90 -

26100 I

",11.21°/0 I

(2.117mg)I\I

90- ~

80 ~ \12.36°/02o - (2.322 mo)2.083°/0 31.411°/0 4~ (0.3912 mo)(0.2163 mo)(f) I(f) <t~

, 141T10 I- 350451

650

~ 60

200 400

TEMPERATURA (Oe)

600 800

Figura 4 . Análise Termogravimétrica (TGA) de Na .a"alumina

policristalina em pó hidratada . TaRa de aqueci-

mento : 10oC/min. Massa inicial: 18.7820 'ng •

Hidratação : 40 'l. .

Page 96: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

100

~o-< 95VlVl<:E

90

, t

25

- 91 -

-+ 1.64 I °/0 It (0.3746 mo)301

RESIDUAL

96.16 % (750 C)(22.4Imo)

65100 200 300 400 500 600 700 600 900

TEMPERATURA (Oe)

Figura 5 . Análise Termograuimétrica (TGA) de Na,B"alt.mÜna

monocristalina hidratada . Taxa de aquecimento:

100C/min . Massa inicial 22.8300 mg

Page 97: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 92 -

Analisando a figura 4 vemos que o policristal

apresenta três estág ios de remoção de água Esses estág ios

estão associados com a liberação de moléculas localizadas em

diferentes regiões Garbaczyk et obser~Jaram um

comportamento semelhante e sugeriram que existe uma liberação

associada Com moléculas de água adSOrl.1idas e outra em

temperaturas mais elevadas associada a moléculas fortemente

ligadas no plano de condução •

A figura 6 mostra um desenho esquemático das possíveis

localizações das moléculas de água absorvidas no policristal

De acordo com a figura, as moléculas podem estar em a , B . C

ou D • A região A corresPQnde aos vazios entre as partículas , a

região B~aos vazios existentes entre o grãos, C à superfície e

D o interior do grão •

o desenho referente afigura 6b mostra os grãos de

forma bastante simplificada . Uma visão real de seus tamanhos e

orientações pode ser encontrada na figura 7 .

o primeiro estágio de remoção de água está associado a

moléculas bastante litlres provavelmente localizadas em A

Neste estágio , ~ 39% de H20 absorvida é removida .

as moléculas localizadas em B são provavelmente

liberadas no segundo estágio .No final deste estágio ~ 83% de

H20 é liberada .

O terceiro estágio deve estar associado à remoção de

lnoléculas fortemente ligadas na superfície e interior do grão .A

porcentagem de água 1iberada neste estág io (= 17% ) está de

acordo com as observações de ailion e Hayes(3)

Page 98: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 93 -

(Q)

( b ) PARTlCULA

o

!

Figura 6 . Possíveis localizações de moléculas de H20 absorvi­

das pelo policristal de Nap'"alumina . (a)Ilustração

do pó •.(b) Ilustração dos grãos.

Page 99: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 94 -

(A) (8)

Fiqura 7 • Microestrutura tina obtida por microsOopia

eletr6nica (6)'para :

(A) Amostra A-I •

(B).Amostra A-2 •

SERViÇO DE BIBLIOTECA E INFORMAÇ,J.O - IFaSCFISICA .

Page 100: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 95 -

Colocando-se as amostras a-i e a-2 em ambientes com

condições idênticas de umidade e temperatura , observa-se que a

quantidade de água absorlJida não é a mesma Hidratando em

ambiente de 85/. de umidade relativa por um período de quatro

dias , obtem-se que a amostra a-i absorve 22/.de H20 em relação

ailustra o sinal de RMN do

enquanto que a amostra a-2 absorve apenas

i H referenteafigura 812/. •

à amostra seca

estas amostras a amplitude do sinal de a-I é o dobro da

referente a amostra a-2 .

a hidra tação depende também do tamanho de part iculas

do pó Amostras possuindo part iculas menores absorvem ma i s

facilmente moléculas de água Por esta razão as amostras

estudadas foram divididas em faixas de tamanhos de partículas .

a figura 9 mostra a dependência com a temperatura dos

tempos de relaxação spin-spin e spin-rede de lH em 24.5MHz para

a amostra a-I . ° tempo TI cresce com o aumento da temperatura ,

atingindo seu valor máxilno em aproximadamente T=110oC o tempo

T2 cresce I ocom a temperatura ate T == 28 C a part ir deste

ponto torna-se praticamente constante

Em T ~ -laoe observamos um desaparecimento bi~USCO do

sinal de RMN Nessa temperatura temos provaveln~nte ,um

congelalnento das moléculas de H20 fazendo com que o sinal

decaia rapidamente .Sinais com tempo de relaxação muito curtos

== ps) não podem ser observados em nosso sistema experimental

Os valores de Ti mostram um comportan~nto quase

exponencial para 0<T<60oC dirigindo-se provaveln~nte para um

mínimo em temperaturas inferiores Supondo um movimento

Page 101: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 96 -

25

20

- 15

> E-.J< 10

z-(1).

oo 400 800

t (1-1 ,)

1200 1600

Figura 8 . Amplitude do sinal de RMN do iH a temperatura

ambiente para amostras A-i e Q-2 hidratadas

em condições idênticas • A curva superior

corresponde a amostra A-i e a interior a anIDS-

tra A-2 .

Page 102: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 97 -

10 O -10

124.5MHz H

-=­-- ..•..

•••••

T(C)100 50

I

200 150103

oOÜ 102OXOQ)

Ct::

Q)

\:J 10OO-EQ)I-

12.00 4.00

Figura 9 • Tempos de relaxação nuclear em função da

temperatura para a amostra a-I com hidra-

tação 19% , onde (*) TI e (o) T2 .

Page 103: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 98 -

termicamente ativado que segue a lei de Arrhenios ,podemos

extrair a energia de ativação E =a 0.21 + 0.02 eV na região

antes de discutir os prováveis mecanismos de relaxação

responsáveis por estes resultados é importante saber quais

moléculas de água estão contribuindo para o sinal de RMN .

Na tentativa de se conhecer o efeito de moléculas

localizadas em diferentes regiões realizamos medidas da

amplitude de sinal e tempo de relaxação TI após uma secagem

parcial em T=BOoC (temperatura referente ao término do primeiro

estágio fig.4) Os resultados obtidos (Eigura 10) para

secagem , realizada por IS minutos indicam que as moléculas

localizadas em a não contribuem para o valor de TI .

Rea Iizando a secagem por 60 minuto s

di.minuição considerável no tamanho do sinal

observa-se uma

Esta diminuição

limita a precisão das medidas ficando dificil determinar o

quanto TI foi afetado • Mesmo que este valor seja alterado , não

sabemos se outras moléculas de água ( B , C ou D ) também foram

liberadas •

No entanto acred itamos que na região de

temperaturas em que foram realizadas nossas medidas • as

moléculas de B e C são predominantes na contribuição para TI e

T2 •

De acordo com a figura 9 o valor de TI decresce com o

aumento da temperatura (T > 110°C) sugerindo o aparecimento de

outro ~rocesso de relaxação • Por esta razão , realizamos também

medidas de TI em temperaturas mais altas ( ) lS00C } , para uma

Page 104: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 99 -

102

...••......••.>E..........",Q)

""O 10:::5+"'".--o...E«

10.00 50.00 100.00 150.00

t(ms)200.00 250.00

Figura 10 • Amplitude do sinal em função da taxa de repetição

do pulso , obtido pelo método ~e saturação. pro-

gressiva onde : (~) antes do aquecimento,Tl=117ms

(o) após o aquecimento a BOoC por 15 min

, Tl=116ms , (*) após aquecimento a BOoC por 1 ho-

ra , Tl=12Bms .

Page 105: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 100 -

T~C)200 150 100 50 10 O -10

,............,

(f)

5102

124.5MHz H

-::a::

::a::

101.50 2.00 3.50 .. 4.00

Figura 11 . Tempo de relaxação longitudinal em função da

temperatura para amostra A-i onde : (*) hidra-

tação 19% e (o) hidratação 11% •

Page 106: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 101 -

amostra de mesma composição química (figura 11) . Esta amostra

foi sinterizada em uma temperatura ligeiramente diferente das

amostras anteriores podendo assim apresentar uma

microestrutura diferente apesar disso pode-se superpor os

resultados de ambas as amostras para assim analisarmos os

diferentes processos de relaxação (figura 11)

Os resultados indicam o aparecilnento de um mínimo como

esperado pelo modelo BPP Extraindo a energia de ativação na

reg ião de [180oC obtemos E =0.11 + 0.01 eVa - Esta

região está associada a moléculas fortelnente ligadas

provavellnente no plano de condução .

Utilizando os dados de largura de linha em função da

temperatura referentes ao trabalho de Kuhns Richter e

Conrad i(?) (figura 12) podemos extrair a energia de ativação

associada à difusão de moléculas de água no plano de condução

Para isto. utilizamos a fórmula empirica(S)

2 2 -1(õu ) + (õu ) 2/n [tan (a 2n ÕU T)]res· RL ( 1)

onde: õu é a largura de linha residual em altas temperaturasres

devido a não homogeneidade do campo magnético, õ. é a larguraRL

de linha da rede rígida e a uma constante da ordem de 1 .

Assumiremos que T é dado pela relação de Arrhenius

expressão (51) do capitulo I ) . Realizando os cálculos obtemos

E =0.12 eVoque está muito próximo do valor encontrado para oa

policristal em altas temperaturas (0.11 ± 0.01 eV) Isto

fortalece a idéia de que esta região está associada a moléculas

Page 107: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 102 -

16.00

,-....N

~

•I

••~ 12.00

••.....•..•...

O

..J •...c C

I •.-~ 8.00(])

""'O

O]

•~

~ 4.00

~J

•O •~ ••] 0.00 100.00

200.00300.00400.00500.00

T(K)

Figura 12 . Largura de linha em função da temperatura de cada

linha do dubleto de Pake em um monocristal de

Na,B"alumina hidratada .

Page 108: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 104 -

localizadas no plano de condução •

Como sugerido no trabalho de Kunns(?)essa região está

associada a um processo de difusão de moléculas de água . Na

região de baixas temperaturas o mínimo sugerido pelos valores de

TI em T~IOoC está provavelmente associado a um processo de

rotação e reorientação das moléculas Resul tados semelhantes

foram observados por Slade et. al.(9) no estudo de RMN do 1H em

NH4~ alumina •

A figura 14 mostra os valores de TI e T2 obtidos para

a amostra A-I , com hidratação 35'l.em relação à amostra seca

Comparando os resul tados de TI com os obt idos para amostra de

19'1., verificamos que a hidratação afeta na posição do máximo e

míni mos da curva o que ref lete uma mudança na mobil idade de

moléculas de água Efei tos semelhantes foram obsert.'ados por

Furuka",a , Nakabayashi e Kawai (10)no estudo de H30+ ~"alumina .

Extraindo a energia de ativação na região de [ 1300C , 1?00C ]

obtemos E =0.34 + 0.01 eV •a -

o valor de T2 na amostra mais hidratada atinge um

valor constante em uma temperatura inferior (T = 100C) quando

comparado com a alnostra n~nos hidratada .

Os resultados referentes a amostra a-3 contendo 19'1.

de H20 em relação à amostra seca encontram-se na figura 15

.Como se pode observar , a curva de TI apresenta um máximo em T

1020C .Extraindo a energia de ativação na região [-100C

o16 C] , obtemos Ea= 0,11 ± 0.02 eV

A figura 16 mostra os valores de Ti e T2 em função da

temperatura para a anIDstra A-2 . Extraindo a energia de ativação

Page 109: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 105 -

200 150T(C)

100 50 10 O -10

124.5MHz H

-ooU103OXOQ)

O::::

Q)

""010%

Oa..EQ)I-

102.00 4.00

Figura 14 . Tempos de relaxação nuclear em função da temperatu-

ra para amostra a~1 com hidratação 35% , onde: (*)

TI e (o) T2 •

ISéRVJÇODe BIBLIOTECA E lNFORMAÇAO _ "o'e~FISICA .

Page 110: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 106 -

T(C)200

1501005010 O -1010 3

~

~24.5MHz

1 HrJ) E'-"" :a:::E:

::z:: ::z;...o '*' :x-o

I::11::U 102

I:!:I ::z::

O:x

XI

O-Cl)O::: :l!I:::III:::JII:::O::

::11I::

~ 10 J

::E:E::m: II II :LIO a..ECl)

I-1

2.002.503.00

(K-1).504.00

1000/T

Figura 15 . Tempos de relaxação nuclear em função da

temperatura para amostra A-3 com hidrata-

ção 19% J onde : {"*) T1 e (o) T2 .

Page 111: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

200 150

- 107 -

100T(C)

50 10 O -10

ooÜ102oXoQ)

n::

Q)

-o 10Oo...

EQ)I-

124.5MHz H

12.00 4.00

Figura 16 . Tempos de relaxação nuclear em função da

temperatura para amostra A-2 com hidrata-

ção 19'1. , onde: (*) T1 e (o) T2 .

Page 112: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

na região [-10°C ,

- 108 -

na região [100°C, 177oC] da curva de

TI obtemos respectivamente E =0.10 ± 0.01 eV e E'=0.12 + 0.02 eVa a-

o t}'alor de T2 é praticamente constante na região de baixas

temperatura ,- decrescendo na região de ali::as temperaturas.

As figuras 17 e 18 mostram as curvas de TI e T2 das

amostras A-i (pura) e A-2 (dopada com Fe) Comparando estes

resultados verifican~s que o comportamento do tempo de

relaxação em função da temperatura é bastante afetado pelas

impurezas magnét icas No entanto esses valores são maiores

que os valores esperados para uma amostra contendo 500ppm de

Fe . Este resultado sugere que os protons da molécula de água

interagem somente com uma fração de impurezas paramagnéticas .

Na tentativa de se estimar a quantidade de impurezas

que estariam participando do processo de relaxação , utilizamos

° modelo descrito na seção 3 do Capítulo I .

Na condição de minimo de TI o modelo prevê ~T ~ 1

Utilizando a expressão (52) e o valor da freqüência de nossas

medidas (u = 24.5MHz) , obtemos

(TI). = [287/C]m1.n2

mseg G

de 151 mseg

De acordo com os resul tados obt idos (f igura 16)

temos , prova',elmente J um minimoem altas temperaturas da ordem

Utilizando a expressão acima obtemos C=1.9 G2

.Substituindo na expressão (55) obtemos a dependência da

Page 113: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 109 -

10 3

200 150T(t)

100 50 10 O -10

124.5MHz H

...--..­(f)

$102I-

102.00 2.50 3.00 13.50

1000 í/T (K-)4.00

Figura 17 . Tempo de relaKação longitudinal em função da

temperatura para amostra A-I (o) e amostra

A-2 (*) , a~bas com hidratação 19% .

Page 114: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

200 15010 2

- 1110 -

T(t)í 00 50 10 O -10

124.5MHz H

~r.J)

510N~

12.00

I I

4.00

Figura 18 . Tempo de relaxação transversal em função da

temperatura para amostra a-1 (o) e amostra

a-2 (*) , ambas com hidratação 19% •

Page 115: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 111 -

concentração de impurezas magnéticas

[S(S+1)N]/(pl)3 = 4.95 1039

onde: S é o spin eletrônico

-6em

N o número de impurezas por unidade de volume

pl a distância mínima de aproximação da mólecula ao centro

paramagnético .

, +2 +3Os atomos de Fe podem estar na forma de Fe e Fe e

ocupam as posições do ~1+3 no bloco espinélio(ll). Utilizando os

n~smos parâmetros do trabalho de Slade et. al.(9) obtemos N=7.95

16 -310 em o que corresponde a 2ppm em peso de Fe .

ovalorencontradoémuitomenorqueosSOOppm

nominais

.concordandocomofatodequeosprótonsdas

moléculas

deáguainteragemsomentecomalgunsíons

paramagnético

.Istoérazoátlelparaocasoemqueosinal

localizadasobservado seja das moléculas de H20

estrutura (na vizinhança ou superfície dos grãos)

fora da

Page 116: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 112 -

REFEB.tNc IAS

1. R. C. Barklie , K. O'Donnel , J. Phys. C 10 , (1977) 4127 .

2. Q. R. Ochadlick , H. S. Story , Solid State lonics 2 , (1981)

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(1981) 195 •

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Grodzinski , Phys. Sta. Sol. (a) , 70 , K163 (1982) .

6. Dulcina M. Pinatti Ferreira de Souza , Tese de Doutorado

Instituto de Física e Química de São Carlos , USP (1987) .

7. P. L. Kuhns , L. J. Richter , M. S. Conradi , J. Chem. Phys.

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8 Q. Qbraqam The PrincipIes of Nuclear Magnetism Oxford

University Press (1961) .

9. R. C. T. Slade , P. F. Fridd , T. K. Halstead , P. McGeehin ,

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10. Y. Furukawa , Y. Nakabayashi , S. Ka\~i , Solid State Ionics

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11. J. R. Qkridqe B. Srour C. Meyer Y. Gross J. H.

Kennedy , Journal of Solid State Chemistry 25 , (1978) 169 •

SE;RViIÇODE IIBLlOTECA E INFORMAÇÃO - IFascFISICA

Page 117: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 113 -

COHCLusAo

Neste trabalho estudamos as propriedades de

policristais de Na,Bualumina hidratada atrat.1ésdas técnicas de

TGa e de Rmt .

Os resultados obtidos pela análise térmica em amostras

em pó permitiram identificar moléculas de água absorvidas em

diferentes reg iões superf ície da part ícula espaços entre

grãos superfície e interior do grão (planos de

condução) .Nossos estudos mostraram que apenas 17% de moléculas

de água absort.1ida pelo policristal encontram-se fortemente

ligadas no plano de condução , sendo completamente liberadas em

temperaturas da ordem de 650°C .

Os tempos de relaxação nuclear do lH medidos na região

de [-15°,150°] foram associados a moléculas de água localizadas

na superfície e t.1izinhançasdos grãos. Os resultados obtidos,

em temperaturas superiores a 150° , foram associados a moléculas

de água localizadas no plano de condução .

O comportalnento do tempo de relaxação longitudinal em

função da temperatura para amostra pura (a-i) sugere dois

processos de relaxação decorrentes da interação dipolar

modulada pela molécula de água (1) rotação ou reorientação

molecular (T { 370K} e {2} difusão molecular {T } 370K}

Os estudos referentes a amostras dopadas com Fe

(SOOppm em peso) nIDstraram uma diferença na taxa de absorção de

Page 118: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 114 -

água e no comportalnento de tempos de relaxação nuclear em função

da temperatura .

o prin~iro resultado é bastante importante do ponto de

vista tecnológico pois tais amostras além de absorverem água

mais lentamente apresentam maior condutividade iônica quando

(1>comparada com a anIDstra pura J É importante mencionar que o

fato da amostra dopada com Fe absorver menos água pode estar

relacionado com uma pequena diferença no método de preparação da

amostra Desta forma é necessário' um estudo mais detalhado

para se saber porque as amostras "pura" e dopada com Fe absort}'em

diferentes quantidades de água quando colocas em ambientes

idênticos .

Os valores obtidos para Ti foram pouco afetados

quando comparado com a amostra pura Este resultado é

supreendente para o caso de uma dopagem de 500ppm de Fe

Utilizando um modelo simples onde as moléculas se movimentam em

um "jelly" de impurezas 'to (2-3)paramagne l.cas encontramos que

apenas 2ppm de Fe participam da relaxação nuclear Esse

~esultado sugere que as moléculas de água interagem somente com

uma fração de impurezas paramagnéticas(4)

Para continuidade deste trabalho propol~s o estudo

da relaxação longitudinal em função da freqüência

pode-se encontrar a densidade espectral J(~)

Com isso

além disso é interessante estudar a relaxação

nuclear em al'lIDstraspolicristalinas de Na,B"alumina dopadas com

impurezas não magnéticas J por exemplo Ca e Si

Page 119: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE FtSICA E QUtMICA …

- 115 -

REFERtNclas

1. Dulcina M. P. F. Souza Tese de doutorado Inst i tuto de

Física e Química de São Carlos - USP , {1987} .

2. H. Q. Resinq , J. K. Thompson , Journal of Chemical Physics ,

46 , 8 (1967) 2876 .

3. R. C. Slade , P. F. Fridd , T. K. Halstead , P. McGeehin ,

Journal of Solid State Chemistry , 32 , (19BO) B7 .

4. P. Donoso , Y. G. Gohato , L. N. Oliveira, H. Panepucci , D.

F. de Souza • "Proton Nuclear Maqnet ic Relaxat ion Study of

Hydrated Na.B"alumina , suhmited to Bulletin of Maqnetic

Resonance , (1989) .