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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM
Curso de Administração - CAD
Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
DETERMINAÇÃO DA IMAGEM DA CIDADE DE PAU DOS FERROS-RN COMO UM DESTINO TURÍSTICO
PAU DOS FERROS - RN 2016
Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes
DETERMINAÇÃO DA IMAGEM DA CIDADE DE PAU DOS FERROS-RN COMO UM DESTINO
TURÍSTICO
Relatório Final de Curso apresentado ao Curso de Administração/CAMEAM/UERN, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel(a) em administração.
Professora Orientadora: Profa. Ma. Sidnéia Maia de Oliveira Rego
Área: Administração Pública
PAU DOS FERROS - RN 2016
COMISSÃO DE ESTÁGIO
Membros:
_____________________________________________________________________ Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes
Aluna
_____________________________________________________________________ Prof. Ma. Sidnéia Maia de Oliveira Rêgo
Orientadora
_____________________________________________________________________ Luiz Carlos da Silva
Supervisor de Estágio
_____________________________________________________________________ Prof. Me. Alexandre Wállace Ramos Pereira Coordenador de Estágio Supervisionado
Antônia Rafaela Pamola Mota Fernandes
DETERMINAÇÃO DA IMAGEM DA CIDADE DE PAU DOS FERROS-RN COMO UM DESTINO
TURÍSTICO
Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de
BACHAREL(A) EM ADMINISTRAÇÃO
e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de Administração/CAMEAM/UERN, Área:____________________________________________.
Pau dos Ferros/RN, em _____ de __________________ de __________.
BANCA EXAMINADORA
Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Sidnéia Maia de Oliveira Rêgo
Orientadora – UERN
Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Alexandre Wállace Ramos Pereira
Examinador – UERN
Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ José Vivaldo Machado Fernandes Junior
Examinador – UERN
Á minha estimada Avó (in memorian), Terezinha Mota da Silva,
em agradecimento por tudo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus aquele que nos deu o dom da vida e colocou no nosso caminho
pessoas que nos ajudaram na conclusão desta pesquisa, além do discernimento, inspiração e força para
seguir em frente, sempre
A minha família (mãe, padrasto e irmã) que são a base de tudo, sem eles não seria possível a
concretização de mais esta etapa na minha vida.
A minha orientadora, a Professora Mestra Sidnéia Maia de Oliveira Rêgo pela disposição de
continuar nos guiando nesta etapa final do curso, pela contribuição e orientação inestimável no
desenvolvimento desta pesquisa e formação acadêmica.
Ao Professor Doutor João Batista de Freitas pela confiança na qual depositou em nós, ao dá
início a construção desta pesquisa.
Aos colegas do curso de graduação, pela jornada que compartilhamos juntos na concretização
de um mesmo objetivo, nos tornar Bachareis em Administração. Em especial as amigas Angélica Aquino,
Aline Saito, Epifania Bessa, Micaele Lopes e Silvia Cibeli, pelos momentos de alegria e atividades
acadêmicas vivenciados durante o curso.
Aos professores do Curso de Administração da UERN/CAMEAM, pelos valiosos ensinamentos,
palavras de motivação, experiências compartilhadas e esforços dedicados a nossa formação não apenas
como administradores, mas também como seres humanos.
A todos que compuseram a amostra desta pesquisa, visitantes, turistas, empresários do setor
hoteleiro, fontes de informações inestimáveis, que doaram seu tempo e se dispuseram a contribuir no
desenvolvimento desta pesquisa.
A toda equipe da Secretaria de Cultura e Turismo (SECULT), pelo acolhimento durante a
realização do estágio. Em especial a Secretária Marta Pontes e ao coordenador de turismo Luiz Carlos
da Silva pela disponibilização de tempo para realização de entrevistas e informações que nortearam a
construção deste trabalho.
A banca examinadora pela atenção, avaliação e contribuições postas a este trabalho, que foram
de suma importância para o seu aprimoramento.
“O fomento do turismo, não importa onde for, só
será acompanhado de desenvolvimento
econômico e social se for feito a partir de um
planejamento sustentável”.
(RUSHMANN)
RESUMO
O turismo tem-se destacado como uma atividade contemporânea de grande impacto mundial na geração de emprego e renda, a partir disso visualiza-se esta atividade como uma alternativa para o desenvolvimento socioeconômico de toda e qualquer localidade com um potencial turístico eminente. Dessa forma o presente trabalho analisou a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na escolha da localidade como destino turístico. A presente pesquisa configura-se como um estudo de caso, onde foram aplicados 68 questionários com visitantes e ainda foram realizadas entrevistas com agentes públicos e empresários do setor hoteleiro, na busca por entender melhor como se desenvolve a atividade turística no Município, permitindo assim uma análise qualitativa e quantitativa do estudo. Os resultados obtidos confirmaram o potencial da cidade para o Turismo de Negócios e Eventos, mesmo sendo incipiente alguns recursos e serviços indispensáveis para o seu pleno desenvolvimento. A pesquisa revelou ainda que a imagem da cidade é positiva e atrativa, embora apresente uma composição mista de elementos e características que representam a localidade como destino turístico, a imagem como um elemento do produto turístico deve ser trabalhada como um diferencial competitivo para posicionar-se diante dos demais destinos que compõe o Polo Turístico Serrano. Palavras-Chave: Turismo de Negócios e Eventos; Imagem; Pau dos Ferros-RN.
ABSTRACT
Tourism has been highlighted as a contemporary activity of great global impact on the generation of employment and income, from visual-viewing this activity as an alternative to the socioeconomic development of any and all locality with an eminent potential. In this way the present work analyzed the influence of the image of Pau dos Ferros-RN in the choice of the locality as tourist destination. The present research is a case study, where 68 questionnaires were applied with the visitors and were also interviewed with public agents and businessmen of the hotel sector, in the search for a better understanding of how a tourism activity in the Municipality develops, thus allowing a Qualitative and quantitative analysis of the study. The results obtained confirmed the city's potential for Business and Event Tourism, even though some resources and services are incipient for its full development. The research also revealed that the image of the city is positive and attractive, although it presents a mixed composition of elements and characteristics that represent the locality as a tourist destination, the image as an element of the tourist product must be worked as a competitive differential to position itself In front of the other destinations that make up the Serrano Tourist Polo. Keywords: Business Tourism and Events; Image; Pau dos Ferros - RN.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Siglas
CAD – Curso de Administração
CVBX – Convention & Visitors Bureaux
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo
FGV – Fundação Getúlio Vargas
FINECAP – Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto Oeste Potiguar
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OMT – Organização Mundial do Turismo
PDITS – Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo
PNT – Plano Nacional do Turismo
RN – Rio Grande do Norte
SECULT – Secretaria de Cultura e Turismo
SETUR – Secretaria Estadual de Turismo
SMT – Sistema Municipal de Turismo
UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figuras
Figura 01 – Mapa do Rio Grande do Norte: em destaque o Município de Pau dos Ferros....................16
Figura 02 – Organograma da SECULT...................................................................................................20
Figura 03 – Eventos realizados pela SECULT........................................................................................21
Figura 04 – Estrutura do Estado.............................................................................................................29
Figura 05 – Composição do Produto Turístico........................................................................................39
Figura 06 – Processo de decisão de compra..........................................................................................49
Figura 07 – Fatores que influenciam na decisão de compra do consumidor..........................................50
Figura 08 – Fatores Pessoais e de estimulo na formação da imagem de destinos turísticos.................59
Figura 09 – Microrregião de Pau dos Ferros...........................................................................................64
Figura 10 – Nuvem de palavras da Imagem da cidade de Pau dos Ferros..........................................104
Quadros
Quadro 01 – Projetos futuros da SECULT..............................................................................................22
Quadro 02 – Tipos de turismo.................................................................................................................42
Quadro 03 – Fases do processo de decisão de compra do turista.........................................................53
Quadro 04 – Motivações relacionadas ao turismo..................................................................................54
Quadro 05 – Definições de Imagem........................................................................................................57
Quadro 06 – Tipos de Imagem................................................................................................................60
Quadro 07 – Ficha Técnica de Pesquisa................................................................................................67
Quadro 08 – Caracterização empresários do setor hoteleiro..................................................................68
Tabelas
Tabela 01 – Valores críticos associados ao grau de confiança na amostra............................................65
Tabela 02 – Calculo amostral..................................................................................................................65
Tabela 03 – Cidade e Estado de Origem................................................................................................84
Tabela 04 – Avaliação da infraestrutura da cidade de Pau dos Ferros...................................................98
Tabela 05 – Avaliação dos atrativos turísticos cidade de Pau dos Ferros..............................................98
Tabela 06 – Avaliação dos serviços turísticos ofertados na cidade de Pau dos Ferros..........................99
Fotografias
Fotografia 01 - Sede da Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros...........................................................17
Fotografia 02 - Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia”....................................................................18
Fotografia 03 - Feira-Livre de Pau dos Ferros........................................................................................78
Fotografia 04 - Açude Público de Pau dos Ferros: Barragem................................................................79
Fotografia 05 - Terminal Turístico “Lindalva Torquato”: Barravento.......................................................79
Fotografia 06 - Praça de Eventos “Nossa Senhora da Conceição” .......................................................80
Fotografia 07 - Igreja Matriz “Nossa Senhora da Conceição” ................................................................80
Fotografia 08 - Obelisco do Centenário..................................................................................................81
Fotografia 09 - Praça da Matriz “Monsenhor Caminha” .........................................................................81
Fotografia 10 - Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia” ....................................................................82
Gráficos
Gráfico 01 – Gênero................................................................................................................................85
Gráfico 02 – Estado Civil.........................................................................................................................86
Gráfico 03 – Faixa Etária........................................................................................................................86
Gráfico 04 – Nível de escolaridade.........................................................................................................87
Gráfico 05 – Renda.................................................................................................................................88
Gráfico 06 – Profissão.............................................................................................................................88
Gráfico 07 – Motivação...........................................................................................................................90
Gráfico 08 – Fontes de informação que ajudaram na escolha do destino..............................................91
Gráfico 09 – Transporte que utilizou para chegar ao destino.................................................................91
Gráfico 10 – Transporte que utiliza na cidade........................................................................................92
Gráfico 11 – Tempo de estada na cidade...............................................................................................93
Gráfico 12 – Periodicidade que vem a Pau dos Ferros...........................................................................94
Gráfico 13 – Acomanhamento................................................................................................................94
Gráfico 14 – Hospedagem......................................................................................................................95
Gráfico 15 – Quanto gasta na cidade.....................................................................................................96
Gráfico 16 – Estabelecimentos mais frequentados.................................................................................97
Gráfico 17 – Intenção de retornar a cidade...........................................................................................101
Gráfico 18 – Intenção de recomendar a cidade....................................................................................101
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
EPÍGRAFE
RESUMO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................15
1.1 Caracterização da organização.......................................................................................................15
1.1.1 O Município de Pau dos Ferros-RN..................................................................................................16
1.1.2 A Secretária de Cultura e Turismo (SECULT)..................................................................................18
1.2 Situação problemática.....................................................................................................................23
1.3 Objetivos...........................................................................................................................................25
1.3.1 Geral................................................................................................................................................25
1.3.2 Específicos......................................................................................................................................25
1.4 Justificativa.......................................................................................................................................26
2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................................28
2.1 Administração Pública.....................................................................................................................28
2.1.1 Definição, estrutura e elementos que compõe o Estado...................................................................28
2.1.2 Governo...........................................................................................................................................30
2.1.3 Administração Pública: conceitos e modelos...................................................................................31
2.1.3.1 Administração Pública Patrimonialista..........................................................................................32
2.1.3.2 Administração Pública Burocrática...............................................................................................33
2.1.3.3 Administração Pública Gerencial..................................................................................................34
2.1.4. O Turismo e a Administração Pública.............................................................................................34
2.2 Turismo.............................................................................................................................................36
2.2.1 Destinos Turisticos..........................................................................................................................38
2.2.2 Segmentação da atividade turística.................................................................................................41
2.2.2.1 Turismo de Negócios e Eventos....................................................................................................43
2.2.3 Marketing aplicado ao turismo.........................................................................................................46
2.2.3.1 Comportamento do consumidor no turismo..................................................................................48
2.2.3.2 O consumidor de turismo e suas motivações................................................................................51
2.3 Imagem de destinos turísticos.........................................................................................................55
2.3.1 Formação da imagem......................................................................................................................58
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................................................62
3.1 Tipo de pesquisa...............................................................................................................................62
3.2 Universo e amostra...........................................................................................................................63
3.3 Coleta de dados................................................................................................................................65
3.4 Tratamento dos dados.....................................................................................................................67
3.4.1 Caracterização dos entrevistados....................................................................................................68
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................................................................70
4.1 Mapeamento da cidade de Pau dos Ferros como destino turístico..............................................70
4.1.1 História............................................................................................................................................70
4.1.2 Turismo na cidade de Pau dos Ferros..............................................................................................71
4.1.2.1 Atrativos turísticos da cidade........................................................................................................77
4.2 Caracterização sócio demográfica dos visitantes e turistas.........................................................83
4.2.1 Perfil socieconomico........................................................................................................................83
4.2.2 O consumidor de turismo e seus hábitos de viagem.........................................................................89
4.3 Imagem da cidade de Pau dos Ferros enquanto destino turístico..............................................102
5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES.....................................................................106
5.1 Conclusões.....................................................................................................................................106
5.2 Sugestões e recomendações........................................................................................................107
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................110
APÊNDICES..........................................................................................................................................116
Apêndice A – Questionário aplicado aos visitantes e turistas da cidade de Pau dos Ferros-RN.........116
Apêndice B – Formulário aplicado aos empresários do setor hoteleiro da cidade...............................118
Apêndice C – Roteiro de entrevista aplicado aos agentes públicos responsáveis pelo desenvolvimento
do turismo na cidade de Pau dos Ferros...............................................................................................119
ANEXOS................................................................................................................................................120
ANEXO A – Lei nº 1487/15 da Politica Municipal de Turismo..................................................................120
15
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi estruturado em 5 (cinco) capítulos, além de referências biográficas,
apêndices e anexos. O primeiro capítulo inicia-se com a introdução e traz consigo a caracterização da
organização onde foi realizado o estágio supervisionado I e II, e um pouco do processo histórico e
características geográficas do Município escolhido para a realização desta pesquisa, que é a cidade de
Pau dos Ferros – RN. Ainda neste capítulo temos a situação problemática, os objetivos e a justificativa
que norteou o desenvolvimento dessa pesquisa.
O capítulo II trata-se do referencial teórico que embasou a construção dessa pesquisa, onde são
abordados os conceitos e reflexões acerca de Administração Pública, Turismo e Imagem de destinos
turísticos.
No capítulo III estão expressos os procedimentos metodológicos, técnicas que nos guiaram e
permitiram alcançar os resultados e atingir os objetivos propostos nesse trabalho.
O capitulo IV foram descritos as análises e os resultados dessa pesquisa, relatando todos os
aspectos mencionados anteriormente pelos objetivo geral e objetivos específicos nessa pesquisa,
mostrando os dados obtidos através de gráficos, tabelas e imagens, bem como sua discussão com o
referencial teórico construído.
E o capítulo V que nos traz as conclusões, sugestões e recomendações ao fim da pesquisa,
como ela pode ser aplicada e qual as suas contribuições para a organização do estágio, para os
participantes da pesquisa e para o próprio Município de Pau dos Ferros – RN.
1.1 Caracterização da organização
Este tópico irá tratar da caracterização da organização onde foi realizado o Estágio
Supervisionado I e II, a Secretaria de Cultura e Turismo do Município de Pau dos Ferros-RN, e para
melhor entendimento no que diz respeito a atuação da respectiva pasta no Município, foi subdividido em
duas subseções, que estão dispostas da seguinte forma: O Município de Pau dos Ferros e A Secretaria
de Cultura e Turismo (SECULT).
16
1.1.1 O Município de Pau dos Ferros-RN
Município que se destacou desde o início pela sua localização privilegiada e de fácil acesso,
mantinha um crescimento regular dentre os pequenos povoados que o cercava, sendo também favorável
a realização de atividades comerciais, especialmente advindos do setor pecuário. Teve seu crescimento
de forma gradativa de um pequeno povoado, a uma freguesia que logo veio a se tornar vila e por fim no
dia 2 de dezembro de 1924, a lei nº 593, o governador em exercício elevava a vila de Pau dos Ferros à
categoria de cidade.
Na atualidade, o espaço rural vem sendo substituído pelo urbano, e para atender às exigências
de expansão urbana, dada pelo aumento das atividades produtivas na cidade (indústria, comércio e
serviços) e pelo aumento da demanda habitacional, em consequência do desenvolvimento da cidade nos
últimos anos provocado principalmente pela instalação de universidades federais e faculdades privadas,
como também, pelo rotativo movimento comercial, pelo qual sempre se destacou; vale salientar que Pau
dos Ferros-RN é tida como cidade polo da região e capital do Alto Oeste Potiguar (PAU DOS FERROS,
2016).
Pau dos Ferros está localizada no interior do estado do Rio Grande do Norte, Região Nordeste
do país. Situa-se na microrregião homônima e mesorregião do Alto Oeste Potiguar situada a uma
distância de quatrocentos quilômetros a oeste da capital do estado, Natal, como pode ser visualizado na
Figura 01.
Figura 01 – Mapa do Estado do Rio Grande do Norte: em destaque o Município de Pau dos Ferros
Fonte: Open Brasil (2012). Disponível em: <http://paudosferros.openbrasil.org/search/label/%28%2004%20%29%20GEOGRAFIA>
Ocupando uma área de 259,959 km², e com uma população estimada no ano de 2016 em 30.206
habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Município está
cadastrado no referido órgão através do código 2409407. E segundo dados resultantes do Senso 2010
realizado pelo respectivo órgão, o Município de Pau dos Ferros consta com uma densidade demográfica
17
de 106, 73. Seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é de 0,678 e um Produto Interno
Bruto (PIB) per capita de 10.817,84 reais, advindo do setor de serviços e com participação expressiva
das atividades comercias, segundo dados divulgados pelo IBGE, referentes ao ano de 2013 (DANTAS,
2014; IBGE, 2016).
À sua posição geográfica, associada ao seu processo histórico de ocupação do solo urbano, onde foram instalados alguns dos principais serviços públicos estaduais e federais, bem como diversas atividades comerciais, fizeram de Pau dos Ferros – RN o polo regional de Atividades Socioeconômicas do Alto Oeste Potiguar (DANTAS, 2014, p.153).
A Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros, está inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
com o CNPJ de n° 08.148.421/0001-76, e localiza-se na Avenida Getúlio Vargas, 1323, Centro, na
Cidade de Pau dos Ferros-RN, como pode ser visto na Fotografia 01.
Fotografia 01 – Sede da Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros
Fonte: Portal Rafael Fernandes (2016). Disponível em: <http://www.portalrafaelfernandes.com/2016/12/liminar-deferida-pela-justica-garante.html>
A estrutura administrativa Organizacional da Prefeitura foi modificada através da Lei N°
1408/2013 e instituída pela Lei complementar n°03/09, pelo prefeito em exercício que em uso das suas
atribuições fixadas no Art. 72° da Lei Orgânica do Município tornando pública está restruturação com o
intuito de simplificar e modernizar a gestão pública municipal como consta nos Art. 3° da referida lei,
promovendo assim o fortalecimento da gestão pública.
Atualmente, a Prefeitura Municipal está estruturada administrativamente em cinco eixos divididos
entre órgãos decisórios, de assessoramento, estratégicos, gerenciais e de serviços, estes eixos estão
subdivididos em 13 (treze) Secretarias (Governo; Planejamento e Desenvolvimento Econômico;
Tributação; Administração; Finanças; Saúde; Desenvolvimento Social; Educação; Meio Ambiente;
Desenvolvimento Rural; Infraestrutura; Cultura e Turismo; Esporte e Lazer). Além de quatro Assessorias,
18
três Gerências, uma Controladoria que são subsidiadas internamente por Coordenadorias, Diretorias,
Núcleos e Seções.
Órgãos esses, que tem como principal função dentro de suas atribuições especificas auxiliar a
Administração Municipal na formulação de planos de ação, diretrizes e operacionalização de políticas
instituídas pelo Governo, através de um trabalho colaborativo entre as pastas, o que resultará em uma
gestão comprometida com o desenvolvimento da cidade e o bem estar dos munícipes (PAU DOS
FERROS. Lei N°1408/2013, 2016).
1.1.2 A Secretária de Cultura e Turismo (SECULT)
A Secretaria de Cultura e Turismo, foi implementada na gestão do Prefeito Luiz Fabrício do Rego
Torquato, e tem como secretária Marta Maria Pontes Feitosa Chaves, cuja a sigla é SECULT, compete
dentre outras atribuições regimentais, promover e desenvolver atividades e iniciativas de natureza
artística, cultural e de turismo. Como também planejar, coordenar e executar programas, projetos,
eventos e iniciativas, por meio de políticas públicas sustentáveis entre o governo municipal e em parceria
com os demais entes públicos e setores da sociedade, no intuito de fomentar o incremento das atividades
turísticas do Município e a valorização de sua cultura local (SECULT, 2016).
A “Casa de Cultura Popular Joaquim Correia”, como pode ser vista na Fotografia 02, foi
reinaugurada em 12 de Junho de 2015 com essa nova denominação e está situada na Rua Praça da
Matriz, 157 – Centro. E desde então, abriga a sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo
(SECULT) e a Biblioteca “Manoel Jácome de Lima”.
Fotografia 02 – Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia”
Fonte: Barão Turismo (2016). Disponível em: <http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2016/06/pau-dos-ferros-rn.html>
19
Prédio histórico, patrimônio cultural e importante atrativo turístico da cidade, local onde foram
dados os primeiros passos na educação dos habitantes do Município de Pau dos Ferros, primeira escola
oficializada no Município e na região Oeste do Estado (Lei nº 11 de 09/03/1835), o Grupo Escolar
“Joaquim Correia”. E ainda na década de 1980 abrigou o Campus Avançado da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte (UERN) e foi posteriormente transformado em centro cultural.
Conforme o Art. 26° da Lei Complementar N°03/09, são competências da Secretaria de Cultura
e Turismo:
I - promover eventos e campanhas de incentivo à cultura, à arte, e a preservação do patrimônio
histórico, artístico e cultural do Município;
II - desenvolver ações para a captação de projetos culturais e artísticos para o Município;
III - montar um sistema de informações culturais, artísticas, do patrimônio histórico e
informações;
IV - incentivar a criação e manutenção de museus, teatros, dança, literatura, grupos folclóricos,
cinema, música, artesanato, artes plásticas e equipamentos culturais, com base na lei de incentivo à
cultura;
V - promover a organização de festivais, concursos, encontros, seminários, conferências e
demais promoções educativas e culturais, bem como o calendário cultural e cívico do Município;
VI - planejar, elaborar e coordenar a execução de projetos, estudos, pesquisas e levantamentos
de dados necessários à formação e ao funcionamento do sistema de turismo e eventos;
VII - contribuir para o diagnóstico de necessidade de melhorias na qualidade da infraestrutura
oferecida ao turista no Município;
VIII - sugerir e acompanhar a execução de campanhas publicitárias, com vistas à projeção do
Município no âmbito estadual, nacional e internacional;
IX - estabelecer e manter permanente contato com órgãos oficiais de turismo, público ou
privados com o objetivo de manter a Secretaria atualizada quanto aos planos, programas e normas de
turismo vigentes;
X - executar o Plano de Desenvolvimento Integrado de Turismo Sustentável.
São órgãos vinculados a Secretaria de Cultura e Turismo:
I - Assessoria Técnica;
A) Coordenadoria de Artes e Patrimônio Cultural:
- Orquestra Sinfônica.
Biblioteca Municipal.
B) - Coordenadoria de Turismo:
20
Diretoria de Promoção Turística;
Diretoria de Eventos.
II - Núcleo de Suporte Administrativo (PAU DOS FERROS. Lei N°1408/2013, 2016).
Na Figura 02, podemos visualizar a estrutura administrativa da SECULT:
Figura 02 – Organograma da SECULT
Fonte: Lei n.º 1408/2013 que modifica a Estrutura Administrativa Organizacional da Prefeitura de Pau dos Ferros.
Em conformidade com as suas competências e estrutura administrativa composta por órgãos
responsáveis pelo desenvolvimento do potencial turístico da cidade, como também, pela conservação
de seu patrimônio histórico-cultural, para esse fim a SECULT busca desenvolver projetos e promover
eventos que fomentam as necessidades do Município no víeis cultural e turístico, como mostra a Figura
03.
Importante salientar o crescimento notório do turismo de negócios e eventos tem-se destacado
como fomentador da economia local, mesmo ocorrendo em datas especificas, movimenta o comercio
local e principalmente nos segmentos de calçados, vestuários e serviços de salão de beleza,
hospedagem e alimentação, atraindo visitantes de municípios circunvizinhos e até de outros estados
para participar da Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto Oeste Potiguar
(FINECAP), principal evento da cidade (DANTAS, 2014).
21
Figura 03 – Eventos realizados pela SECULT
Fonte: Elaboração própria baseada em informações da SECULT (2016). Disponível em: <http://www.secultpdf.com.br/projetos>
Eventos que são responsáveis por atrair milhares de pessoas anualmente, sendo considerados
os principais atrativos turísticos do município, dentre estes eventos estão:
O Arrasta Fest: festival realizado durante o mês de junho com intuito de
preservar e resgatar as tradições populares das festas juninas, especialmente
as quadrilhas nos estilos matuta estilizada;
A Vitrine Cultural “Xanana Diógenes”: abre as festividades culturais da
Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto Oeste
Potiguar (FINECAP). Evento que é realizado em três noites, proporcionando
ao povo de Pau dos Ferros e região, diversas atrações culturais, sob a
coordenação das instituições de ensino (privadas, municipais, estaduais e
federais);
A Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto
Oeste Potiguar (FINECAP): é um evento que celebra a emancipação política
da cidade de Pau dos Ferros. Tornou-se, desde sua criação, no ano de 1997,
o principal evento cultural, turístico e de desenvolvimento socioeconômico da
cidade e da região do Alto Oeste Potiguar, evento que conta com exposição
de stands e shows musicais regionais e nacionais.
A Cavalgada e Missa do Vaqueiro: realizada sempre aos 04 (quatro) dias do
mês de setembro, em que se comemora a Emancipação Política do Município,
enaltece e homenageia o principal personagem da história pauferrense, “o
vaqueiro”, que com marcas de ferro do seu gado, fixado no tronco da frondosa
oiticica, originou o nome de Pau dos Ferros (SECULT, 2016).
22
A cidade ainda compõe o Polo Turístico Serrano juntamente com outros 18 (dezoito) municípios,
criado com o intuito de promover o desenvolvimento do turismo sustentável através das potencialidades
turísticas dos municípios com características semelhantes, tornando-os aptos a serem comercializados
como produtos turísticos, visto que, esse segmento é um grande gerador de ganho econômico e social
em todo o mundo (RIO GRANDE DO NORTE, 2016).
Considerando as competências da SECULT, principalmente pensando no desenvolvimento da
atividade turísticas no Município, verifica-se que a secretaria procura atuar de forma efetiva em projetos,
em especial na perspectiva futura, como pode ser visto no Quadro 01:
Quadro 01 – Projetos futuros da SECULT
Fonte: Elaboração própria baseada em informações da SECULT (2016). Disponível em: <http://www.secultpdf.com.br/projetos>
Além disso, com intuito de promover e divulgar o Município e seus atrativos turísticos,
desenvolver, ordenar e promover o potencial turístico de forma participativa e sustentável, agregar renda
à economia local, dentre outros objetivos, foi sancionada a Lei n°1487/15 que instituiu a Politica Municipal
de Turismo e cria o Sistema Municipal de Turismo (SMT) que constitui-se num instrumento de articulação,
gestão e fomento de políticas públicas voltadas ao turismo, compreendendo ainda a criação de um
Conselho, Plano Municipal e um Fundo Municipal de Turismo.
A SECULT de acordo com suas atribuições legais, realiza um trabalho integrado com a promoção
da cultura e do turismo da cidade de Pau dos Ferros, desenvolvendo ações e atividades que visam
fortalecer e resgatar a cultura do Município, se fazendo atuante e participativo nas iniciativas que resultam
no desenvolvimento constante da cidade para torná-la ainda mais atrativa para outras pessoas.
PROJETOS FUTUROS
PROJETOS CULTURAIS PROJETOS TURÍSTICOS
Criação da Academia Pauferrense de Literatura e Artes.
Construção do Teatro Municipal.
Criação da Feira de Literatura.
Realização do Festival "Vozes do Sertão Potiguar".
Criação dos Pontos de Cultura.
Realização do Carnaval Cultural Popular (CCP).
Criação de Arte Teatral Dona Cotinha
Construção da Rodoviária Regional de Pau dos Ferros.
Iluminação do entorno do aeroporto de Pau dos Ferros.
Sinalização turística da cidade de Pau dos Ferros.
Construção da Arena do Vaqueiro: Praça temática, auditório, parque de hipismo, parque de exposição de Bovino, Equino, Ovino, Caprino e etc.
23
1.2 Situação problemática
Atualmente, o turismo se destaca como uma das mais importantes atividades econômicas do
mundo, principalmente por ser um grande gerador de emprego e renda, sendo considerado um fenômeno
de várias faces: geográfica, cultural social, econômica, ambiental, pois seu desenvolvimento gera
impactos positivos em todos esses aspectos, porém seu potencial ainda é pouco explorado no Brasil
(DIAS e CASSAR, 2005).
Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo nas principais capitais do país Brasília, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo aponta a intenção de viagens de
brasileiros com baixa renda e nível de escolaridade marcando um aumento no percentual de intenção de
viagem para 26,3% o melhor resultado deste ano de 2016 onde os atrativos do Nordeste destaca-se
como os preferidos dos entrevistados tendo avião como principal meio de transporte, os hotéis e as casas
de parentes e amigos serão os principais meios de hospedagem dos brasileiros que viajaram nos
próximos seis meses período que corresponde as festividades do fim do ano de 2016 até o carnaval
(BRASIL. Ministério do Turismo, 2016).
Nesse contexto, a atividade turística apresenta-se como forte potencial para o estudo, não só
empírico, mas também como prático, pois há evidencias que em alguns municípios que compõe o Polo
Turístico Serrano esta atividade ainda não está totalmente consolidado como produto turístico, por não
apresentar a infraestrutura adequada, recursos turísticos, gestão profissional, preço competitivo,
equipamentos, ou seja, os aparatos indispensáveis para que o turista possa satisfazer as necessidades
mínimas, durante a sua estada nos destinos turísticos selecionados; portanto, tais fatores podem
impactar de forma direta na imagem, a qual o turista terá da localidade, e consequentemente, no seu
comportamento e motivação para retornar e recomendar o destino.
Em linhas gerais, partindo do pressuposto das potencialidades existentes, entende-se que uma
alternativa para fortalecer da atividade turística, pode estar na promoção do desenvolvimento local com
ênfase na potencialização do turismo local como estratégia para o fortalecimento da imagem dos destinos
turísticos, o que pode contribuir para a construção de uma identidade local, visto que são os atrativos
associados com a imagem projetada pelo turista que tendem a influenciar sobre o comportamento do
consumidor, e principalmente na escolha da localidade como destino turístico (DIAS e CASSAR, 2005).
A imagem de um lugar pode ser definida a partir de um conjunto de ideias, crenças, impressões,
nas quais o indivíduo tem de uma determinada localidade baseado em informações, opiniões
experiências que posteriormente serão utilizadas para designar uma percepção geral daquele destino,
seja ela positiva ou negativa (IGNARRA, 2003).
24
É importante ressaltar que o conceito de imagem se torna complexo, por nos conduzir a vários
significados. Porém, quando se fala em imagens de destinos turísticos, a maioria dos conceitos nos
remete a um conjunto de impressões que as pessoas associam a um determinado lugar. Imagem essa,
que será um forte motivador ou desmotivador do consumo de um determinado destino.
O estudo da imagem de destinos turístico tem sido considerada uma temática de grande
interesse para os pesquisadores em todo o mundo, mais especificamente pela sua interdisciplinaridade,
ou seja, capacidade de ser analisado por diferentes áreas do conhecimento como: geografia,
antropologia, psicologia, sociologia e marketing (SCALABRINI; REMOALDO e LOURENÇO, 2015).
Conforme estudo realizado sobre as publicações de turismo envolvendo o tema “imagem de
destinos” com base em periódicos nacionais evidenciou-se que o tema de estudo ainda é pouco
explorado, mas está em potencial ascensão, visto que, o foco dessas pesquisas realizadas no país, nos
últimos anos limita-se apenas a imagem do Brasil e de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba
(SCALABRINI; REMOALDO e LOURENÇO, 2015). Torna-se relevante estudar a imagem das pequenas
localidades visando o desenvolvimento e fortalecimento do setor de turismo nesses destinos através do
seu potencial caracterizador, uma vez que o sucesso do desenvolvimento de um destino turístico está
relacionado a imagem que os turistas e potenciais turistas projetam dessa localidade o que,
consequentemente, influencia no seu comportamento de compra, pois a construção de uma imagem
forte e consolidada implica desenvolver no consumidor-turista uma percepção diferenciada e favorável,
tornando-se uma vantagem competitiva em relação as demais localidades.
Para o desenvolvimento desta pesquisa foi selecionada a cidade de Pau dos Ferros-RN,
Município Polo do Alto Oeste Potiguar, que atrai inúmeras pessoas diariamente com intuito de usufruir
de suas atividades comerciais, serviços públicos, lazer e que nos últimos dez anos destaca-se pelo
crescimento da oferta do ensino superior através das instalações de universidades públicas e privadas,
atraindo cada vez mais pessoas para a cidade, cidade que também pode ser classificada como um centro
sub-regional em função de algumas características especificas, como a oferta de emprego, serviços de
complexidade média nas áreas de educação e saúde, esse destaque do Município de Pau dos Ferros –
RN, bem como o fluxo de pessoas constante em busca dos mais variados produtos e serviços que a
cidade dispõe, esse destaque a cidade de Pau dos Ferros - RN deve-se em grande parte a sua
localização, pois o Município se encontra-se as margens de duas rodovias federais (BR-405) e (BR-226),
além da proximidade com as fronteiras do Estado da Paraíba e Ceará (DANTAS, 2014). E ainda pode-
se ressaltar as transformações urbanas ocorridas nos últimos doze anos como uma forma de tornar a
cidade mais moderna e atrativa para residentes e visitantes. Ademais, o Município compõe o Polo
Turístico Serrano e se destaca também pelo turismo cultural e de eventos, atraindo milhares de pessoas
todos os anos para um dos eventos mais tradicionais no segmento de negócios do estado do Rio Grande
25
do Norte, a Feira Intermunicipal de Educação, Cultura, Turismo e Negócios do Alto Oeste Potiguar
(FINECAP) (SETUR, 2016). “Pau dos Ferros foi e continua sendo na atualidade um destes Polos
Regionais cuja a dinâmica espacial é condicionada pela prestação de serviços comerciais básicos até
serviços mais especializados nas áreas de educação superior, de saúde e financeiros (DANTAS, 2014,
p.152). Portanto, estudar a imagem da respectiva localidade é indispensável para a consolidação da
cidade como destino turístico e potencialização de novos atrativos que possam ser identificados pelos
visitantes.
O estudo da imagem como fator determinante na escolha do destino turístico, mostra-se
indispensável como estratégia de impulsionamento do potencial turístico da localidade, não apenas como
um diferencial competitivo, mas principalmente como suporte ao desenvolvimento sustentável a partir da
criação e manutenção de uma imagem forte e atrativa capaz de persuadir e atrair o turista a conhecer o
destino (CHAGAS, 2009). Assim, mediante os argumentos apresentados, o presente trabalho buscará
responder a seguinte problemática de pesquisa: Qual imagem de Pau dos Ferros é percebida enquanto
destino turístico?
1.3 Objetivos
Este tópico apresenta os objetivo geral e os objetivos específicos a qual está pesquisa propõem-
se a responder. Objetivos estes que foram criados com base na atividade turística que desenvolve-se na
cidade de Pau dos Ferros – RN.
1.3.1 Geral
Analisar a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na escolha da localidade como destino
turístico.
1.3.2 Específicos
Mapear a cidade de Pau dos Ferros-RN como destino turístico a partir de seus aspectos
históricos e atrativos turísticos;
Traçar o perfil do visitante de Pau dos Ferros-RN;
Identificar o comportamento do consumidor do turismo na cidade de Pau dos Ferros-RN;
26
Levantar as variáveis que compõe a imagem do destino turístico na perspectiva dos agentes
públicos, hoteleiros e visitantes.
1.4 Justificativa
O presente trabalho tem como norte conhecer a imagem da cidade de Pau dos Ferros, a partir
da percepção dos visitante, agentes públicos e empresários do setor hoteleiro, no intuito de aprofundar
e ampliar os estudos acerca do turismo em âmbito local, bem como sua aplicabilidade, pois os resultados
obtidos podem servir de subsídio para a criação de políticas públicas e auxiliar na tomada de decisões
estratégicas para a construção de uma imagem forte e consistente do destino.
Hoje, o turismo se caracteriza como um dos mais importantes instrumentos de geração de
emprego e renda em todo o mundo (DIAS e CASSSAR, 2005), porém é um fenômeno ainda pouco
estudado na região do Nordeste, em particular no interior do estado do Rio Grande do Norte. Nesse
contexto, pensar no desenvolvimento do turismo local, é pensar de forma global e agir localmente;
paralelo a isso, vale ressaltar que os municípios precisam compreender que o turismo é uma fonte
indutora do desenvolvimento local, não só economicamente falando, mas também em qualidade de vida
e progresso social.
Dito isto, vale salientar ainda, que o Governo do Estado do Rio Grande do Norte tem investido
na interiorização do turismo, este que pode ser entendido como a expansão da atividade turística para
as pequenas localidades, através de projetos como a construção do Plano de Desenvolvimento Integrado
do Turismo (PDITIS), Plano de Sinalização e o Plano Estratégico de Marketing, que serão elaborados
de forma participativa a partir das reuniões do Polo Serrano, planos estes que o Município deve se
apropriar e fomentar a realização de atividades dentro do Município que venha atrair os visitantes até a
localidade. Além da promoção e divulgação dos destinos em eventos de turismo, bem como a criação
de eventos que fomentem a cidade em períodos sazonais (TURISMOETC, 2016).
Inicialmente, a escolha da imagem como o foco principal desta pesquisa se deu pela
necessidade de conhecer a percepção dos visitantes, até então desconhecida, pois não se tem estudos
nesse campo que contemplem a respectiva localidade, ou mesmo, um outro Município que compõem o
Polo Turístico Serrano. Além do mais, a imagem de uma localidade é um dos elementos mais
significativos que pode atrair os turistas; portanto, a imagem deve ser trabalhada como um produto da
atividade turística (DIAS e CASSAR, 2005).
Vale salientar que o Município de Pau dos Ferros caracteriza-se por ser a cidade polo da
mesorregião do Alto Oeste Potiguar do Rio Grande do Norte, visto sua relevância no contexto econômico
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e educacional da região. Contudo, a cidade recebe um número considerável de visitantes, principalmente
porque se tem um grande público que circula diariamente em função de negócios, serviços públicos e
lazer ofertados. Ainda, a cidade se destaca pelo turismo religioso e eventos de negócios que atraem
milhares de pessoas todos os anos (SETUR, 2016).
Dessa forma, mostra-se pertinente conhecer a imagem do destino, a qual é projetada pelos
consumidores-turistas que frequentam a cidade, e assim compreender as motivações que os fizeram
escolher a respectiva cidade como destino turístico. Sendo assim, o estudo pode favorecer na criação
de estratégias para o desenvolvimento do turismo na cidade, a partir da imagem identificada pelos
visitantes e relaciona-la com a imagem percebida pelos agentes públicos e empresários do setor hoteleiro
e assim, subsidiar a construção de uma marca, ou seja, criação de sua identidade própria, a qual
representará o principal motivo pelo qual o consumidor-turista potencial escolheu esse destino.
Quanto à motivação pessoal para desenvolver esta proposta de pesquisa na área do turismo,
esta surgiu após ter contato com a temática por meio da disciplina optativa ofertada pelo Curso de
Administração (CAD), como também pela percepção de ser uma temática pouco estudada
regionalmente, além do conhecimento de avanços que se tem feito nas discussões realizadas pelo Polo
Serrano, tendo em vista sua importância na economia mundial.
No que diz respeito a academia, o presente estudo será de grande valia para instigar a realização
de novos trabalhos sobre a temática que se apresenta em potencial ascensão. Quanto a Secretaria de
Cultura e Turismo do Município, órgão onde foi realizado o estágio supervisionado, visto que entre as
suas competências está a contribuição para o diagnóstico de necessidade de melhorias na qualidade da
infraestrutura oferecida ao turista no Município e ainda à projeção do Município no âmbito estadual,
nacional e internacional, a presente pesquisa servirá de subsídio para o desenvolvimento de novas ações
e projetos que venham concretizar as atividades a que se propõe a missão da referida Secretaria. Diante
do que foi exposto, visualiza-se a necessidade de potencializar a atividade do turismo a nível local, por
meio da construção de uma identidade projetada através da imagem percebida pelo turista.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capitulo, irá tratar do embasamento teórico, na qual está respaldada esta pesquisa,
apresentando os conceitos fundamentais para o desenvolvimento do trabalho.
Nesse contexto, o presente capitulo está estruturado em três seções principais, à conhecer:
Administração Pública; Turismo e Imagem de destinos turísticos, que estão subdivididos em subseções
para melhor compreensão da temática abordada com o intuito de compreender como essas definições
estão atreladas ao desenvolvimento da atividade turística.
2.1 Administração Pública
A administração pública compõe-se de todo aparato existente a disposição do governo,
(recursos, leis, normas, processos, instituições) que são responsáveis por estabelecer as diretrizes que
regem o exercício da autoridade política, para que assim, o governante legitimo possa gerir a máquina
pública de forma que suas ações, tomadas de decisões e objetivos públicos, resulte primordialmente no
bem comum da coletividade (PALUDO, 2010; MATIAS-PEREIRA, 2010).
Partindo desse entendimento, compreende-se que a essência da administração pública é a
promoção do bem comum da coletividade, subsidiada por uma gestão pautada pelas necessidades de
um povo que tem suas características próprias.
Porém, antes de adentrar-se definitivamente, no que vem a ser de fato a “Administração Pública”,
é importante entender e conhecer algumas definições que estão associadas a esse termo, entre elas o
conceito de Estado, Governo, suas funções, como ele está organizado. Importante salientar que o
conceito a qual objetivamos chegar, não está definido de forma exata e absoluta, pois existe uma
multidisciplinaridade que o envolve, proveniente das ciências administrativas, políticas e sociológicas
(ACERENZA, 2002).
2.1.1 Definição, estrutura e elementos que compõem o Estado
No que refere-se ao viés administrativo, o estado é a execução legitima do poder através do
Governo, em prol do bem coletivo. E para esse fim, está composto pelas “entidades estatais, pelo
aparelho (Governo e administração) e pelo sistema constitucional legal, que regula a população nos
limites de um território” (PALUDO, 2010. p. 03).
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Estado pode ser definido como sendo um conjunto de regras, pessoas e organizações, que se
separam da sociedade para organizá-la, estabelecendo limites, separando o público do privado, através
da sua representatividade legitima, que por sua vez, só irá existir com a garantia de uma instancia legal
que reconheça a existência de uma hierarquia e que esteja claro a separação de governantes e
governados (PALUDO, 2010; COSTIN, 2011).
Já Acerenza (2002) nos apresenta um conceito mais rebuscado de Estado definindo-o como
uma pessoa jurídica, sujeita de direitos e deveres, que está organizada de forma política, jurídica e
administrativamente, na qual seu principal objetivo é fazer com que o interesse geral prevaleça sobre os
interesse particulares. Exercendo, assim a sua função social como representante legitimo de um povo.
Assim, pode-se concluir que o Estado é a instancia social que detém o poder de governar o povo
de um determinado território, através de um sistema constitucional-legal, de sua estrutura administrativa
e de um representante político na qual sua missão é primordialmente a realização do bem comum.
Na sua versão moderna o Estado apresenta um conjunto de organismos de decisão (parlamento
e governo) que está associado a produção de normas que conduzirão a sociedade, e de execução
(Administração Pública), que é responsável pela gestão das instituições públicas (COSTIN, 2011).
A Figura 04 a seguir, ilustra a estrutura do Estado, considerando a forma política,
física/geográfica, administrativa e jurídica.
Figura 04 – Estrutura do Estado
Fonte: Elaboração própria adaptado de Paludo (2010).
Na sua forma política o Estado é composto por três níveis, a União, Estados Membros e
Município, que por sua vez exercem seus poderes a partir de três funções: O legislativo que é
responsável pelo estabelecimento das leis que serão seguidas pela sociedade. O Executivo que tem a
incumbência de aplicar e fiscalizar essas leis, além de implementar políticas públicas, arrecadar impostos
para o desempenho das funções do Estado. E por fim o Judiciário que detém o poder de julgamento, no
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que refere-se ao descumprimento das leis, e ainda aplicando as penas que correspondem ao ato ilícito
cometido (PALUDO, 2010; COSTIN, 2011).
Ainda segundo Costin (2011), o Estado está disposto de duas formas: O Estado unitário e o
Estado federativo, na primeira forma de estado o país é governado por um governo centralizado, embora
exista um subdivisão de níveis inferiores denominados de unidades subnacionais, elas não tem qualquer
autonomia política, são criadas apenas para fins meramente administrativos. Já o Estado federativo conta
com unidades subnacionais autônomas, ou seja, com governo próprio e competências estabelecidas
pela carta maior que é a constituição do país, que jamais serão revogadas pelo governo central.
O estado está composto por 3 (três) elementos essenciais que legitimam a sua existência, são
eles: o povo, o território e o poder político, que aqui serão apresentados de forma breve e objetiva:
O povo: um agrupamento de pessoas que habitam uma determinada localidade;
Território: espaço físico com limites territoriais estabelecidos, onde o povo não apenas
reside, mas produz e retira recursos necessários para sua sobrevivência;
Poder: compreende um grau de influência que uma pessoa exerce sobre outra a partir
da função que exerce.
O Estado não pode existir sem o povo, ao contrário de uma nação, na qual a sua essência é a
cultura (costumes, crenças, dialetos, comportamento). Dessa forma, entende-se que dentro de um grupo
de pessoas que dividem o mesmo espaço territorial pode existir várias nações, mas o povo é a essência
do Estado (ACERENZA, 2002; PALUDO, 2010).
2.1.2 Governo
O governo define a forma como o Estado é administrado. Em linhas gerais refere-se as diretrizes,
definições dos objetivos de atuação, como são fixadas as políticas públicas, de que forma são tomadas
as decisões políticas-administrativas, ou seja, é responsável por estabelecer as normas, regras,
processos a serem seguidos pela administração pública de forma que sejam alcançados os objetivos do
Estado e a promoção do bem comum (PALUDO, 2010).
De forma a complementar este conceito mais técnico, Matias-Pereira (2010) ao citar Jhoson
(1997) diz que o governo é constituído por um grupo específicos de pessoas que ocupam cargos de
poder dentro do Estado.
Reforçando o que foi dito anteriormente, Costin (2011) afirma que o Governo é comando direto
exercido por um representante político legal (elegido pelo povo) e que através de suas atribuições legais
são responsáveis por gerir um povo, visando o cumprimento das leis e o prevalecimento do bem comum.
31
Nesse contexto, compreende-se que o Governo é a ferramenta utilizada pelo Estado para
exercer o poder sobre o povo de um determinado território, isto é, através de um representante político
legal e que detém toda a responsabilidade constitucional e política para comandar o povo (MATIAS-
PEREIRA, 2010).
2.1.3 Administração Pública: conceitos e modelos
Inúmeras são as definições atribuídas ao termo “Administração Pública” e para melhor
compreensão conceitual Paludo (2010) apresenta essa definição a partir de duas ciências, são elas:
Quanto ciência da administração: que corresponde ao ramo da administração
aplicada nas administrações diretas e indiretas na gestão das três esferas de governo
(Municipal, Estadual e Federal);
Quanto ciência jurídica: que está relacionada as atividades desenvolvidas pelos entes
públicos, dentro dos limites legais, e que tem como objetivo maior a prestação de
serviços a sociedade em prol do bem comum.
Pois, como dito anteriormente, o conceito de “Administração Pública” apresenta uma
multidisciplinaridade, sendo objeto de estudo de diversas ciências sociais como a economia,
administração e direito.
Para definir administração pública Costin (2011) usando das palavras de Alexandre Moraes,
(2003) apresenta este conceito a partir de dois enfoques: o objetivo que a define como uma atividade
direta que o Estado desenvolve para garantir o interesse da coletividade. E o enfoque subjetivo a
determina como um conjunto de entidades e pessoas jurídicas estabelecidas em Lei para exercer
funções administrativas.
De uma forma mais genérica e abrangendo em um único conceito todas as ideias expostas
anteriormente, Acerenza (2002), afirma que a Administração Pública é uma atividade realizada pelo
Estado para alcançar suas finalidades, auxiliadas por organismos que compõe o estado em sua forma
administrativa.
Nesse contexto, vale salientar que a administração pública está pautada por alguns princípios
que servem de alicerce para a execução de uma gestão racional e pura, tais princípios permitem a exata
compreensão dos atos públicos.
E para que possa desempenhar o seu papel de forma efetiva a “Administração Pública” está
dividida em órgãos e entidades, a sua estruturação, eventuais alterações, atribuições de competências
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administrativas estão previstas em lei, e para tanto, conforme o art. 37 da Constituição Federal a
administração pública divide-se em direta e indireta (PALUDO, 2010).
A administração direta é composta pelos órgãos integrantes dos três poderes e que possuem
competências especificas. Já a Administração indireta compõe as entidades que possuem personalidade
jurídica própria, ou seja, órgãos e entidades que auxiliam os governantes a gerirem de forma eficaz e
eficiente.
Vale salientar, que para existir uma gestão competente e a administração pública possa alcançar
seus objetivos, faz-se necessário realizar três funções básicas praticadas pela administração privada que
são o planejamento, a execução e a supervisão das atividades desenvolvidas, pois muito se fala da
modernização da administração pública, e o caminho para isso seria adotar algumas práticas da
administração de negócios, claro, adaptando as suas necessidades e particularidades. E para esse fim,
faz-se necessário uma estrutura organizacional compatível com a forma de gestão adotada pelo
representante político (ACERENZA, 2002).
Os conceitos de Estado, Governo e Administração Pública estão interligados de tal forma que
podem causar confusão, até mesmo para quem atua no meio público, e para desmistificar esses termos,
possibilitando uma melhor compreensão Paludo (2010) reconhece que o Estado exerce seu poder
através do Governo, ou seja, o Governo é o instrumento que o Estado usa para gerir a máquina pública,
através do agente político que por meio das suas atribuições legais define os as normas a serem
seguidas pela administração pública.
A Administração Pública é responsável por executar serviços realizados pelo Governo e pôr em
pratica as funções políticas e assim atender as necessidades da população. E para esse fim passou por
três diferentes formas, durante o seu processo histórico, são elas: Patrimonialista, Burocrática e
Gerencial (MATIAS-PERREIRA, 2010).
2.1.3.1 Administração Pública Patrimonialista
A evolução do processo histórico da Administração Pública não ocorreu de forma autoritarista,
isto é, por imposição de Governo, mas exatamente pela necessidade de mudanças na forma de gerir e
organizar a máquina pública, mudanças essas, advindas das conquistas políticas e sociais da população
que já lutavam por seus direitos (MATIAS-PERREIRA, 2010).
Este modelo de Administração Pública denomina-se patrimonialista, exatamente por não haver
qualquer tipo de separação entre o patrimônio da monarquia e o patrimônio público. Nesta época, o poder
soberano, reinava na mão dos monarcas, que por sua vez, distribuíam cargos públicos como
33
recompensas, ou seja, não existia carreiras organizadas ou se quer divisão do trabalho, todos os cargos
eram de livre nomeação do soberano. O estado era propriedade do soberano e a administração pública
apenas uma extensão de seu poder, não pensava-se no bem da coletividade, tudo o que era feito
restringia-se a um pequeno grupo encabeçado pelo soberano os serviços públicos oferecidos consistiam,
na segurança contra invasores e na justiça exercida pelo soberano pautada pelo respeito a tradições de
cunho religioso e ocasionalmente alguns bons súditos contavam com auxilio econômico.
No entanto, as mudanças decorrentes das conquistas políticas e sociais da população como: o
surgimento de grandes organizações, o processo de industrialização e as demandas sociais emergentes
que impuseram a necessidade de haver essa distinção de patrimônios, pois, os cidadãos que pagam
impostos passaram a exigir garantia dos seus direitos e lutar por eles (MATIAS-PERREIRA, 2010;
PALUDO, 2013).
2.1.3.2 Administração Pública Burocrática
A administração Burocrática surge na segunda metade do século XIX, com intuito de combater
a corrupção e o nepotismo patrimonialista. E propunha aplicação dos princípios do desenvolvimento, da
profissionalização, ideia de carreira pública, hierarquia funcional, impessoalidade, formalismo, tudo
imposto pelo poder legal com intuito de reestruturar e fortalecer a administração pública. No entanto,
para esse fim, era necessário um controle rígido dos processos e do ingresso a carreira púbica, impondo
regras nas admissões, controle de compras, evitando assim abusos de poder e ineficiência da máquina
pública.
Embora, fosse necessário mudanças gestão pública, este modelo apresentou inadequações na
no que diz respeito aos interesses da população, pois suas regras passaram a sobrepor o bem comum,
suas regras e normas eram extremamente rígidas e operando de forma funcional, como se tudo pudesse
ser resolvido por meio de regras e manuais (MATIAS-PERREIRA, 2010; PALUDO, 2013).
Nesse contexto, após adoção do modelo burocrático quando o Estado passa a ser democrático
em meados do século XX, na qual seu principal fim é a geração do bem comum, ocorre um aumento
significativo das funções do Estado nos campos socioeconômicos e políticos, a partir daí o modelo
burocrático já não é mais suficiente para atender as necessidades desse novo Estado que surge,
proveniente do atendimento adequado das crescentes demandas da população.
Sendo assim, com a incapacidade do modelo burocrático de atender as novas demandas do
Estado, tem-se início um processo de transformação, impondo uma reforma na gestão pública, que visa
transformar o modelo de Estado burocrático em Estado gerencial.
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2.1.3.3 Administração Pública Gerencial
O Estado assume um novo papel, agora como Estado gerencial exime-se da total
responsabilidade sob o desenvolvimento econômico e social do seu território, transferindo para o setor
privado as atividades que podem ser controladas pelo mercado, mediante expansão comercial, como
estratégia para reduzir custos e tornar mais eficiente a gestão dos inúmeros serviços, que até então,
eram de inteira responsabilidade do Estado.
Segundo Bresser-Pereira e Spink (2006), o Estado gerencial vai além de criação de agências
reguladoras, ele apresenta-se como um Estado democrático e eficiente que age como capacitador da
competitividade entre as empresas privadas e ainda, como financiador de serviços sociais e pesquisas
cientificas. Isto é, esta nova forma de Estado orienta-se para o cidadão e para o alcance de resultados
atribuindo aos políticos e funcionários públicos um grau limitado de confiança que permite a execução
da descentralização e o incentivo a criatividade e inovação e os gestores públicos tenham liberdade para
escolher os métodos mais apropriados para o alcance de suas metas.
Em suma, a Administração Pública Gerencial está pautada pelo desenvolvimento tecnológico,
abertura e expansão de mercados e globalização da economia mundial, visando a melhoria da qualidade
dos serviços ofertados, a eficiência, a flexibilidade das regras, a avaliação dos processos que reconhece
o cidadão como contribuinte e cliente dos serviços ofertados pelo Governo (PALUDO, 2013).
Vale salientar ainda, que as duas fases evolutivas posteriores a administração patrimonialista
que compõe o processo histórico da Administração Pública no Brasil estão pautadas pela criação de
novas instituições, mudanças constitucionais e ainda transformações profundas no sistema
administrativo afetando os interesses políticos e econômicos do país (MATIAS-PERREIRA, 2010).
Após todas as reformas pela qual a Administração Pública passou, sua atual missão é construir
um Estado que atenda às necessidades dos cidadãos, um Estado democrático que permita o cidadão
fiscalizar o desempenho dos representantes políticos, e que ao mesmo tempo os políticos possam
fiscalizar e prestar contas com a sociedade.
2.1.4. O turismo e a administração pública
A atuação da Administração Pública no âmbito do turismo ocorre a partir da criação de órgãos e
entidades constituídos com intuito de fomentar essa atividade em lugares que se destacam como
potenciais destinos turísticos. Além da manutenção dos serviços básicos públicos como transporte,
saneamento básico, gestão da via pública, segurança, limpeza, dentre outros que são responsáveis pelo
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bem estar da população, satisfação do turista e fortalecimento da imagem do destino (VALLS, 2006).
Embora não haja uma classificação especifica para o turismo no setor econômico, por envolver um
conjunto de negócios dos mais variados ramos e que ofertam diversos produtos e serviços aos visitantes
(turistas e excursionistas), é percebido claramente o impacto econômico desta atividade em alguns
destinos já consolidados (ACERENZA, 2002).
Importante salientar que, o planejamento realizado de forma estratégica e sustentável do turismo
é o passo inicial para o desenvolvimento dessa atividade em uma localidade, através dele é que ações
e direcionamentos poderão ser tomados de forma apropriada, com a participação de todos os agentes
envolvidos na atividade turística, pois não envolve somente a construção de atrativos ou a construção
de uma boa imagem, todos os elementos que compõe a atividade turística perpassa por decisões
estratégicas que se iniciam com o Plano Nacional do Turismo (PNT) que associado aos planos municipais
criem projetos e estruturas capacitadas para manutenção de um fluxo turístico constante (BIGNAMI,
2005; QUEVEDO, 2007 ).
No âmbito local, o turismo deve estar presente na estrutura administrativa do Município, através
da criação de secretarias de turismos e suas atividades compreendem a criação de infraestrutura,
conservação e proteção de atrativos, concessão de alvarás para abertura de negócios que venham
atender as necessidades dos turistas, criação de impostos especiais, criação e divulgação de roteiros e
atrativos disponíveis. Tais atividades são subsidiadas por entes estaduais que cooperam na
disponibilização de recursos financeiros, criação de órgãos especializados para ajudar no
desenvolvimento da atividade turística, através da criação de planos, políticas públicas, projetos,
capacitação, ou seja, é um agente facilitador tanto na alocação de recursos, quanto no estabelecimento
de diretrizes a serem seguidas (BIGNAMI, 2005; VALLS, 2006).
Já no âmbito nacional concentra-se o desenvolvimento e direcionamento de políticas turísticas,
promoção do turismo no exterior, criação de planos voltados para construção de atrativos turísticos, leis
que estimulem a criação de negócios especializados em serviços turísticos, fiscalização e distribuição de
recursos.
Mas para que de fato aconteça o desenvolvimento efetivo da atividade turística e ela possa de
fato produzir os resultados esperados deve-se criar estratégias de cooperação e conscientização para
que haja articulação e sinergia entre os atores envolvidos (administração pública, iniciativa privada,
universidades, comunidade local) só assim será possível o desenvolvimento de uma atividade turística
com a qualidade que os visitantes e turistas almejam quando buscam um destino para visitar (VALLS,
2006).
36
2.2 Turismo
Na literatura, historicamente, o conceito de turismo é amplo e não há uma definição universal, a
palavra turismo que surgiu ainda no século XVII na Inglaterra atribuindo-se ao um tipo de viagem
especial, denominada tour, palavra de origem francesa que significa voltar e que remete-se a classe
privilegiada, pois só eles realizavam esse tipo de viagem. E para melhor compreensão é importante
desmistificar o conceito de viajem e turismo Viajem é o ato de deslocar-se e turismo exige a presença de
alguns elementos como infraestrutura, recursos e uma estrutura administrativa. Os Romanos se
destacaram como principais antecedentes remotos do turismo, eles foram os primeiros a viajar por
prazer, tinham como destino o campo, o mar, os templos e festivais, movidos pelos objetivos que hoje é
identificado como turismo de lazer. Mas foi somente após a Segunda Guerra Mundial, mais
especificamente no século XX que esse fenômeno obteve destaque e expandiu-se para o mundo inteiro,
atividade que antes era privilégios da elite, com o advento da indústria, o aumento do poder de compra
do consumidor e a busca pelo bem estar, tornou-se uma das atividades econômicas mais importantes
do mundo, presente nas mais variadas formas e para os mais diversos públicos (BARRETO, 2008;
RUSCHMAN, 2008).
O turismo para Dias e Cassar (2005), pode ser analisado a partir de duas vertentes: a
sociocultural que considera essa atividade uma prática social e cultural, que busca atender as
necessidades psicossociologicas dos potenciais consumidores-turistas que podem ser de lazer,
descanso, negócios, conhecimento de novos lugares, culturas e/ou pessoas. E a econômica que define
o sistema turístico como um sistema econômico-industrial integrado por várias empresas que ofertam
inúmeros serviços (alimentação, transporte, hospedagem) e consumo de bens.
Segundo La Torre (1992), o turismo é um fenômeno social que tem como principal objetivo o
deslocamento temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que tem como motivação o lazer,
descanso, cultura, esporte. Enquanto Trigueiro (2001), diz que o turismo é um somatório de fenômenos
resultantes das relações que surgem da interação entre turistas, empresas, comunidade receptora
durante a sua estada no destino.
Já Beni (2007), apresenta três tendências para a definição de turismo: a econômica, a técnica e
a holística. A definição econômica entende o turismo como um conjunto de operações envolvidas no
deslocamento do turista até a localidade, bem como os serviços que garantem a sua estada no local,
(transporte, alojamento, recreação, alimentação e serviços afins), porém, existe uma grande controvérsia
entre os teóricos quanto a existência de uma definição econômica precisa do turismo, pois enquanto
alguns autores tratam-no como uma indústria, outros o visualizam como um fenômeno econômico e
social.
37
Na busca de estabelecer algum controle sob o tamanho e as características do mercado turístico,
alguns órgãos governamentais competentes e empresas especializadas no turismo adotaram algumas
definições técnicas, dentre elas tem-se a desmistificação dos termos “visitantes” e turistas”. Em 1963, as
Nações Unidas durante uma Conferência sobre viagens internacionais e Turismo realizada em Roma,
concluiu que “para fins estatísticos, o termo ‘visitante’ descreve a pessoa que visita um país que não seja
o de sua residência, por qualquer motivo, e que nele não venha a exercer ocupação remunerada” (BENI,
2007, p. 35).
Definição esta, que incorpora dois novos conceitos:
Turistas – visitantes temporários que permaneçam pelo menos vinte quatro horas no
país visitado, cuja finalidade de viagem pode ser classificada sob um dos seguintes
tópicos: lazer (recreação, férias, saúde, estudo, religião e esporte), negócios, família,
missões e conferencias;
Excursionistas – visitantes temporários que permaneçam menos de vinte e quatro
horas no país visitado, incluindo os viajantes de cruzeiros marítimos (BENI, 2007, p. 35).
Quanto a definição holística do turismo, busca-se estabelecer um conceito que incorpore toda a
sua essência, nessa perspectiva o turismo pode ser definido como um conjunto de fenômenos e relações
que ocorrem fora do seu local habitual, proporcionados pelas atividades econômicas envolvidas na
satisfação das necessidades dos visitantes, durante a sua estada.
Mediante o contexto atual, observa-se que são inúmeras as definições de turismo e estas se
diferenciam pela sua abordagem, ótica e múltiplos aspectos que envolvem o turismo. As definições aqui
expostas por La Torre (1992), Trigueiro (2001), Dias e Cassar (2005) e Beni (2007) evidenciam o turismo
como um fenômeno social e econômico pela interação que surge a partir da escolha da destinação,
movimento das pessoas até outras localidades estendendo-se ao longo da sua estada e satisfação de
suas necessidades motivadas por atividades de descanso e lazer.
Embora, os conceitos apresentados sobre o turismo enfatize que os elementos fundamentais
para a ocorrência desse fenômeno esteja ligado a atividades de descanso, lazer, entretenimento, tempo
de permanência na localidade e realização de atividades não lucrativas. Observa-se que, oposto a isso
estão as pessoas que viajam por motivos alheios ao turismo, mas utilizam dos mesmos serviços
disponíveis aos turistas, destacam-se nesse aspecto os profissionais que viajam a trabalho que as vezes
estão acompanhados da família que irão usufruir dos serviços e atrativos turísticos disponíveis na
localidade (BARRETO, 2008).
No contexto teórico, o conceito de turismo vem avançando na medida em que cresce sua
relevância no mundo; paralelo a isso, vem sendo desenvolvido diversos termos no campo de
conhecimento do turismo, dentre eles podemos destacar os Destinos Turísticos e Produtos Turísticos.
38
2.2.1 Destinos Turísticos
Em linhas gerais, um destino turístico é formado por produtos turísticos que dão suporte ao
desenvolvimento dos recursos e atrativos existentes na localidade. A Organização Mundial do Turismo
(OMT), define que destinação turística é o local onde um visitante permanece por pelo menos uma noite
e nela está incluído atividades de suporte e atrações, bem como equipamentos turísticos que satisfaçam
a sua breve estada.
Segundo Dias e Cassar (2005), para que uma localidade seja considerada uma destinação
turística, deve-se ter um conjunto de organizações e indivíduos integrados que colaboram e competem
na oferta de diversos produtos e serviços que venham satisfazer as necessidades dos turistas.
Desse modo, uma localidade não pode se tornar uma destinação turística apenas por deter um
atrativo turístico, seja ele natural, artificial ou qualquer acontecimento que desperte interesse turístico e
motive o deslocamento de pessoas, este potencial atrativo configura-se como um elemento
desencadeador e motivador, mas sobreposto a ele, e indispensável para que a atividade turística possa
acontecer de forma sustentável no destino, faz-se necessário a formação de uma cadeia integrada e
preparada para atender o turista ofertando-os serviços que tornem a atração ou atrativo turístico
passiveis de ser aproveitado, que envolve não apenas a iniciativa privada, mas órgãos de apoio,
comunidade local e a gestão pública, pois a oferta turística é composta não somente de atrativos, mas
de equipamentos e serviços turístico (hospedagem, serviços de alimentação e entretenimento e
infraestrutura básica (saneamento básico, água, luz, segurança, serviços médico-hospitalares,
transportes) dentre outros que permita a plena satisfação das necessidades dos visitantes (turistas e
excursionistas) durante a sua estada no destino.
Ou seja, pode ser qualquer unidade territorial que esteja disposta a desenvolver o seu potencial
turístico através de um planejamento sustentável e uma equipe administrativa capaz de desenvolve-la,
o que nos remete a um novo conceito presente na atividade turística e no próprio conceito de destino
turístico, que é o de produto turístico (VALLS, 2006; CAMPOS, 2010).
O produto turístico pode ser definido como sendo um conjunto de bens e serviços especializados
no atendimento das necessidades dos turistas que estarão presentes desde a saída da sua casa, bem
como durante a sua estada e até o seu retorno, o que também se configura como oferta turística, ou seja,
o produto turístico é formado a partir dos bens e serviços ofertados ao turista desde o momento da
escolha da destinação turística, que correspondem, aos atrativos naturais, culturais, estrutura turística,
preço e comercialização, sem estes itens não é possível a realização de qualquer atividade turística na
localidade, pois a mesma não estará apta para receber visitantes. (ROSE, 2002; IGNARRA, 2003)
39
Ainda segundo Ignarra (2003), o produto turístico é composto por seis componentes, como
mostra a Figura 05:
Figura 05 – Composição do Produto Turístico
Fonte: Elaboração própria adaptado de Ignarra (2003)
Conforme os elementos apresentados na figura 05, temos os bens e serviços necessários para
atender as necessidades do consumidor-turista que são produtos alimentícios, produtos de uso nas
instalações turísticas de acordo com a atividade ofertada, hospedagem, ou seja, são os serviços já
esperados pelos turistas, assim como os serviços auxiliares cinema, livrarias, lavandarias, organizadores
de eventos entre outros. Já infraestrutura básica refere-se à sinalização, saneamento básico, energia
elétrica, redes de comunicação, capacitação de recursos humanos, ou seja, são elementos fundamentais
para que ocorra a atividade turística. Os recursos dizem respeito aos recursos naturais (solo, fauna, flora,
água) de trabalho (organizações e recursos humanos) e de capital (público e privado). A gestão que é
responsável pelo planejamento estratégico e realização continua da atividade turística no local,
proporcionando a integração entre os agentes. E por fim a imagem da marca que pode ser conhecida ou
não pelos turistas, como também, pode estar apenas na mente do visitante e está relacionada as
impressões, ideias, opiniões que um potencial turista tem sobre o destino. Ou seja, o produto turístico
nada mais é que uma cadeia produtiva formada por subprodutos que estão implícitos durante o processo
de escolha da destinação turística que mais se adequa as necessidades do turista naquele momento
(IGNARRA, 2003; FERNANDES, 2011).
Diferentemente da oferta de produtos e serviços convencionais, o produto turístico apresenta
algumas características peculiares, pois trata-se de um produto estático que só pode ser consumido
durante a sua utilização, uma vez que, o turista é quem deve ser atraído até o produto para de fato
consumi-lo. Além de enfrentar uma concorrência forte em relação aos seus atrativos e passar por
40
períodos sazonais, a atividade turística necessita de uma complementariedade, resultante da integração
entre os empreendimentos disponíveis no mercado para atender as necessidades dos consumidores.
Diante desse cenário, uma localidade turística que busca atuar competitivamente nesse mercado deve
prezar pela diversidade dos atrativos turísticos e fortalecimento da sua cadeia produtiva (ROSE, 2002).
Todos esses elementos que compõem a oferta do produto turístico devem estar integrados em
uma cadeia produtiva de forma que venha oferecer preços competitivos, diversidade de atrativos,
serviços de qualidade, atendimento personalizado de forma que o turista tenha em mente uma imagem
forte e positiva da localidade o que resultará na indicação para outras pessoas, bem como na intenção
dele de retornar a localidade.
Conhecido os elementos que envolve o sistema turístico, bem como os recursos e serviços
necessários para que de fato possa acontecer a atividade turística, o próximo passo é compreender como
utilizar o marketing para divulgação, atração e retenção desse potencial turista até a localidade, pois
diferentemente dos produtos convencionais que podem ser avaliados antes da compra, o turismo é um
serviço de consumo simultâneo.
Como uma atividade de muitas faces, o turismo pode trazer inúmeros efeitos positivos desde de
impactos sobre o comportamento dos indivíduos na sociedade, a aproximação desses indivíduos com
lugares diferentes, contatos com novas culturas provoca a mudança de hábitos, quebra de preconceitos
e tabus, pois trata-se de uma experiência única, rica de conhecimento e transformadora.
Já na vertente econômica é uma atividade geradora de empregos, provoca um efeito cascata,
pois todas as demais atividades econômicas presente na localidade são afetadas, fomenta o
empreendedorismo, valoriza o patrimônio cultural, induzindo a gestão pública a investir nesses setores,
porém quando não bem gerida essa atividade pode causar alguns pontos negativos como o
encarecimento de produtos, investimentos em infraestrutura que serão utilizadas apenas em períodos
sazonais, aumento de gastos públicos.
Embora apresente aspectos tanto positivos, quanto negativos caracterizando o turismo como um
fenômeno paradoxal e estereotipado pelas pessoas que o associam apenas a “sol e praia”, porém,
através de uma conscientização, gestão integrada e oferta de serviços de qualidade, qualquer localidade
poderá desenvolver alguma atividade turística que seja adequada as suas particularidades e
posteriormente a construção de uma imagem capaz de atrair potenciais turistas (DIAS e CASSAR).
41
2.2.2 Segmentação da atividade turística
A segmentação surge na atividade turística como uma forma de organizá-la, permitindo assim a
realização do planejamento, da gestão e construção do mercado. Estes segmentos podem ser
estabelecidos a partir dos elementos e características que compõe a identidade do destino gerando uma
relação de oferta e demanda o que a caracteriza como atividade econômica.
Segundo o Ministério do Turismo (2006, p. 03) a partir da identificação da oferta, que está
associada as potenciais características do destino é que se define os tipos de turismo, que podem ser
identificados a partir da existência das seguintes elementos na localidade:
Atividades, práticas e tradições (agropecuária, pesca, esporte, manifestações culturais,
manifestações de fé);
Aspectos e características (geográficas, históricas, arquitetônicas, urbanísticas, sociais);
Determinados serviços e infraestrutura (de saúde, educação, de eventos, hospedagem,
de lazer).
Dessa forma, identificado os elementos turísticos presentes na localidade, deve-se também,
identificar os grupos de consumidores, suas motivações, fatores que determinam a sua decisão,
características, isto é, a determinação de roteiros, estruturação de produtos devem ser estabelecidos em
função demanda. Pois, como bem sabemos o mercado está em constante transformação, da mesma
forma, que as pessoas mudam de ideias, atitudes e buscam novas experiências, exatamente em função
do desenvolvimento, criatividade e inovação tecnológica.
A motivação da viagem configura-se como principal elemento disponíveis para segmentação do
mercado turístico que abrange desde a exploração de recursos naturais com o ecoturismo até a utilização
de recursos econômicos, culturais e históricos da cidade com a pratica do turismo de negócios e eventos,
dessa forma, dentre os maiores segmentos desse mercado destaca-se: descanso ou férias, negócios
ou compras, desportivo ecológico; rural; de aventura; religioso; cultural; cientifico; gastronômico;
estudantil; congressos; familiar e de amigos; de saúde e ainda o turismo de interesses específicos com
uma ampla variedade de opções (COBRA, 2005; BRASIL, 2006).
Dentre os vários conceitos de turismo existentes na literatura, compreende-se que as pessoas
viajam por diversos motivos, seja a busca de conhecimento, repouso, lazer, ou até mesmo por
simplesmente gostar de viajar (ATHENIENSE, 2004). Dessa forma, os diversos tipos de turismo podem
ser classificados da seguinte forma, como mostra o Quadro 02, a seguir.
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Quadro 02 – Tipos de Turismo
TURISMO DE FÉRIAS
A forma mais tradicional e comum do turismo praticado em dias que as pessoas tem por direito após
um ciclo anual de trabalho e caracteriza-se pela busca de descanso, lazer e alivio da rotina, os destinos
mais procurados para esse tipo de turista são os de sol e praia, em outros casos optam pela neve,
montanhas, parques temáticos.
TURISMO CULTURAL
Procurado por pessoas que buscam conhecer e apreciar novas culturas, etnia, atraídos por
monumentos históricos, museus e as mais diversas manifestações culturais. Ou seja, a principal
motivação desses turistas é a busca pelo conhecimento de outros povos
TURISMO DE LAZER
Este tipo de turismo, considerado um dos mais comuns, são realizados por pessoas que viajam em
busca de conhecer novos localidades, descansar. Locais que ofereçam uma infraestrutura adequada.
ECO TURISMO
Turismo realizado por pessoas que apreciam a natureza, e objetivam praticar atividades que tenham
contato direto com a natureza como trilhas, caminhadas para respirar ar puro e contemplar sua beleza
TURISMO DE AVENTURA
Praticado por pessoas que gostam de adrenalina, destacam-se nesta prática atividades como rapel,
alpinismo, escaladas.
TURISMO DE CONGRESSOS
Turismo realizado por pessoas motivadas a participar de congressos, convenções, seminários,
palestras que abordam determinadas áreas de interesse ligados a sua profissão ou curso universitário.
TURISMO DE NEGÓCIOS
Esta relacionados a viagens realizadas e caráter profissional que envolvam: reuniões, parcerias,
vendas, conhecimento de mercado, capacitações.
TURISMO DESPORTIVO
Engloba as viagens realizadas para participação em competições esportivas nacionais, estaduais e
mundiais, feitas por torcedores, atletas e comissões técnicas.
TURISMO DE SAÚDE
Pessoas que viajam em busca técnicas avançadas e inovadoras de tratamentos de saúde física ou
mental objetivando uma melhor qualidade de vida.
TURISMO RELIGIOSO
Motivado pela realização de visitas a lugares que expressam sentimentos místicos e suscitam a fé de
pessoas ligadas aos vários tipos de religião.
Fonte: Elaboração própria a partir de Rose (2002); Atheniense (2004); Cobra (2005); Brasil (2006).
O turismo apresenta-se de modo geral como um fenômeno de caráter econômico e social que
surge a partir da necessidade que o indivíduo, grupo de indivíduos ou famílias, perpetuam ao procurar
uma forma de sair do seu lugar habitual, da sua casa, cidade em busca lazer, descanso e que na maioria
43
das vezes está relacionado ao período de férias das pessoas, essa seria a prática de turismo mais
comum, porém o turismo com sua dinamicidade apresenta-se de várias formas como o turismo de
negócios, eventos, natureza, entre outros.
2.2.2.1 Turismo de Negócios e Eventos
O turismo de negócios é considerado uma das mais antigas formas do turismo, pois ocorre
desde as antigas civilizações. Ainda na Idade Média esta prática já e estava presente durante a
realização da famosa feira anual de Beaucaire1, que era conhecida e frequentada por todo mundo
ocidental, em seguida veio a Revolução Industrial e suas transformações, que impulsionaram ainda mais
essa prática com a implantação das estradas de ferro, facilitando assim a locomoção das pessoas aos
destinos, mas foi somente após a Segunda Guerra Mundial que essa prática intensificou-se provocada
por alguns aspectos, como:
Melhorias tecnológicas nos meios de transporte;
Ascenção da economia local;
O desenvolvimento de novas formas de turismo de negócios como as viagens de
incentivo (SWARBROOKE e HORNER, 2002).
Ainda no século XIX em Detroit nos Estados Unidos, empresários do setor hoteleiro na busca
por atrair clientes para se hospedarem em seus hotéis uniram-se para promover a localidade como um
destino propicio para realização de convenções e eventos, e a partir daí surge um dos instrumentos mais
eficazes a disposição do mercado para promover o turismo, mas principalmente o turismo de negócios
os convention e visitor bureaux.
A ideia originou-se de um artigo publicado pelo recém chegado jornalista Milton Carmichel no
The Detroit Journal, um das principais meios de comunicação da época, tal artigo gerou alvoroço ao
criticar a forma pelo qual os empresários do setor hoteleiro divulgavam seu negócio, viajando para
cidades vizinhas com o mesmo discurso batido “se um dia você for a Detroit, lembre-se de que sua
melhor opção de hospedagem é o meu hotel” além de criticar a competição predatória que havia entre
os empresários dos principais setores econômicos da cidade.
Algumas semanas depois um novo artigo de Carmichel anunciava a criação do primeiro
convention bureau do mundo e partir daí empresários do setor hoteleiro, comerciantes decidiram fundar
1 Feira Anual de Beaucaire uma das feiras comercias mais famosas do século XV realizada as margens rio Rhône, no Sul de
França, era conhecida em todo o Mundo Ocidental onde vinham comerciantes de todas as partes para usufruir dos serviços locais existentes como alojamento e alimentação (MARQUES, 2012).
44
uma organização para promover de forma estratégica e conjunta a cidade de Detroit como o destino ideal
para realização de convenções, e assim surgiu em 1907 o The Detroit Convention & Businessmen’s
League, ou Liga de Convenções e Homens de Negócios de Detroit, esta prática que surgiu a partir de
um artigo de opinião, gerou fortes impactos no desenvolvimento do turismo de forma estratégica,
ganhando assim notoriedade em muitos países juntamente com a criação de Convention & Visitors
Bureaux (CVBx) pelo mundo (CARVALHO, 2013).
Os CVBx, segundo o Ministério do Turismo (2008) se configuram como organizações não
governamentais, ou seja, sem fins lucrativos criadas e mantidas pelos agentes que atuam no segmento
turístico de negócios (hotéis, organizadores de eventos, centro de convenções) e tem como objetivo
principal promover o aumento do fluxo de visitantes e turistas através da captação de eventos para o
destino, sua entidade representativa é a Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux.
As viagens realizadas por motivos profissionais e denominada como “Turismo de Negócios” não
envolve mais, apenas vendas e transporte de mercadorias, nos últimos anos novas modalidades dessa
prática vem surgindo, como: conferencias, lançamentos de produtos, cursos de treinamento, eventos
corporativos, feiras são alguns exemplos de atividades neste segmento. E para acompanhar o seu
desenvolvimento alguns negócios como o setor hoteleiro tem se especializado para atender as
necessidades desses turistas. Pois, a realização dessas atividade requer a utilização de algumas
estruturas como centro de convenções, auditórios, salas de reuniões, laboratórios para realização de
oficinas e/ou minicursos. Evidenciando e consolidando ainda mais a denominação não somente de
turismo de negócios, mas “Turismo de Negócios e Eventos”, embora ambos possam acontecer
separadamente, necessitam de estruturas físicas semelhantes para sua realização e podem estar
integrados (SWARBROOKE e HORNER, 2002).
Pensando na abrangência e integração das temáticas de negócios e eventos, o Ministério de
Turismo define o Turismo de Negócios e Eventos como sendo um conjunto de atividade turísticas
resultantes dos encontros de interesse profissional, institucional, técnico, cientifico e social (BRASIL,
2008).
Diante disso, o turismo de negócios pode ser entendido como viagens realizadas por motivos
profissionais, como participação de reuniões ou eventos corporativos, viagens de incentivo, compra e
venda de produtos ou serviços, ou seja, realização de atividades que estejam relacionadas a empresa
ou instituição na qual tem-se um vínculo empregatício (CUNHA e SANTOS, 2011). Ou ainda, praticado
por qualquer pessoa que saia da sua localidade habitual com objetivo de realizar negócios, cumprir
tarefas profissionais, participar de eventos de caráter comercial, promover futuros negócios, ou seja, toda
ou qualquer atividade quem envolva fins comerciais de qualquer natureza econômica (ROGERS e
MARTIN, 2011).
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Este segmento do turismo pode ser desenvolvido principalmente em localidades onde não
existem fortes atrativos físicos, naturais e/ou culturais capazes de provocar o deslocamento de turistas
até o destino, bem como, cidades que disponibiliza de um mercado comercial significativo provocando
assim o fortalecimento da rede hoteleira e o crescimento econômico local, através da geração de
emprego e renda e criação de infra estrutura (PAWELKIEWICZ e BANDEIRA, 2012).
Atrelado o Turismo de Negócios e Eventos está o Turismo Educacional com a expansão de
universidades em todo o país, anterior a isto os povos da elite grega e romana já viajavam em busca de
ampliar sua compreensão de mundo, dessa forma, destaca-se nesse segmento de turismo as viagens
de intercambio de estudantes onde os jovens vão para outros países por um determinado tempo
aprender o idioma e vivenciar a cultura daquele país e também temo as férias com interesse especial
viagens realizados por pessoas que buscam sempre aprender algo novo como cursos de pintura,
culinária, aprender novos idiomas e a partir daí com o passar do tempo surge novas subcategorias como
é o caso do Turismo de Congressos realizado por pessoas pela participação em congressos,
convenções, seminários em busca de aprendizagem e crescimento profissional (SWARBROOKE e
HORNER, 2002; ATHENIENSE, 2004).
O Ministério do Turismo (2008, p. 20) define alguns aspectos importantes no desenvolvimento
do Turismo de Negócios e Eventos em uma localidade, merecem destaque:
Institui-se como atividade de alta rentabilidade, uma vez que o turista desse segmento, em relação ao turista de lazer, apresenta maior gasto médio, normalmente retorna mais vezes e com maior tempo de permanência no destino.
Os eventos e atividades de negócio funcionam como ferramenta de marketing para o destino, expondo-o significativamente na mídia e estimulando que o turista volte para fins de lazer e divulgue-o a outras pessoas.
Possibilidade de interiorização da atividade turística, pois podem ser realizados em cidades menores, desde que apresentem as condições e estruturas necessárias para a realização de eventos, reuniões e visitas de negócio.
Aumento da arrecadação de impostos – normalmente, o turista de negócios e eventos necessita da emissão de notas fiscais para comprovação de despesas à empresa a qual pertence.
Motivação ocasionada pelo interesse no evento, e não pela atratividade do destino (BRASIL, 2008).
Além dos benefícios acima destacados, as viagens de negócios são cada vez mais importantes
para as organizações e instituições que as promovem, pois podem proporcionar o surgimento de
parcerias, abertura de novos negócios, capacitação de funcionários gerando diferencial competitivo para
a organização e crescimento de suas atividades (CASTELLARI e POGGI, 2006).
Ainda segundo os mesmos autores esse segmento de turismo durante a sua estada na
localidade realizam gastos superiores aos turistas de lazer, embora alguns autores não considere o
turismo de negócios uma atividade turística a Organização Mundial do Turismo (OMT) classificou-o como
46
segmento turístico, exatamente pela demanda expressiva das pessoas que viajavam por motivos
profissionais, mas que utilizam os bens e serviços turísticos no seu tempo livre, como visitas a pontos
turísticos, idas a restaurantes (CORIOLANO, 2006).
Importante salientar que existe uma linha tênue entre o turismo de negócios e o turismo de lazer,
pois após o fim dos seus compromissos profissionais os turistas que podem estar acompanhados de sua
família ou colegas de profissão podem buscar atrativos de lazer para relaxar, como restaurantes,
passeios turísticos e locais para diversão ofertadas pela localidade, com intuito de socializar com os
colegas de profissão, ou simplesmente conhecer a cidade no seu tempo livre, além disso, os turistas de
negócios utilizam dos equipamentos necessários para realização da atividade turística de qualquer
segmento (SWARBROOKE e HORNER, 2002; ROGERS e MARTIN, 2011).
2.2.3 Marketing aplicado ao turismo
Nos dias atuais, o turismo tem se destacado como uma das atividades de maiores fontes de
renda e geração de empregos. Dessa forma, a promoção do produto turístico através de ações
estratégicas de marketing bem definidas é fundamental para o crescimento da destinação turística, de
modo, que venha atrair cada vez mais turistas ao destino. Vale salientar que a principal função do
marketing é reter e conquistar clientes. Porém, a promoção do fenômeno turístico é complexa, porque o
consumidor tem que ser atraído até o produto turístico, diferentemente da compra de produtos
convencionais, uma vez que, envolve uma série de diferentes produtos e serviços ofertados aos turistas
durante a sua estada na localidade, e é a partir das relações provenientes do turista com as empresas,
gestão pública local e comunidade receptora que o turismo acontece (TRIGUEIRO, 2001).
Diferentemente da oferta de produtos na forma de bem de consumo, o produto turístico é
intangível e caracteriza-se como uma experiência que pode ser positiva ou negativa e só poderá ser
avaliada completamente após o fim da sua estada, onde o turista terá formado uma imagem definitiva
daquele destino o que interfere diretamente na recomendação e intenção de retorno a localidade.
Diante disso, o mercado turístico pode ser definido como um conjunto de consumidores-turistas
potenciais que compartilham a necessidade ou desejo de viajar, dispostos a conhecer novos lugares,
que ofertem produtos e serviços turísticos adequados e organizados de tal forma que permita a
realização da atividade turística no destino e atenda os anseios e expectativas dos consumidores (DIAS
e CASSAR, 2005).
Segundo Trigueiro (2001), a função do marketing turístico é precisamente identificar potenciais
localidades, promover o desenvolvimento de produtos turísticos e fornecer ao turista informações sobre
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os atrativos e os equipamentos disponíveis para atender as necessidades do consumidor-turista durante
sua permanência no destino.
Uma vez identificado e desenvolvido seu potencial turístico deve-se pesquisar onde se
encontram os turistas, quais as suas motivações, necessidades e desejos, conhecer o seu
comportamento durante a busca pela localidade, que impressões ele tem desse destino, qual o seu poder
aquisitivo, dentre outras informações que venham resultar na escolha do destino turístico.
Uma destinação que busca crescer e atuar de forma competitiva deve conhecer e definir
precisamente seus mercados e públicos alvos. Mas para que isso ocorra, é necessário a presença de
uma administração profissional e comprometida com a criação de políticas voltadas a geração de
emprego e renda, com a criação de negócios que estejam focados no turista, ou seja, proporcionando o
desenvolvimento turístico na localidade, sobretudo focado na auto sustentabilidade do destino.
Para Beni (2007), o marketing turístico é o meio pelo qual as empresas de turismo identificam
seus clientes e com eles se conectam para conhecer suas necessidades, motivações, desejos para que
assim possam adaptar seus produtos para satisfazer os turistas.
De forma geral, se observa que as definições de marketing turístico se direcionam para o
conhecimento do comportamento do consumidor, para que a partir disso possam ser desenvolvidos
produtos e serviços que venham satisfazer plenamente a necessidade do turista, pois sabemos que a
sua insatisfação pode implicar na queda da demanda de turista, pois estará se produzindo uma imagem
negativa daquele destino.
Como dito anteriormente, o produto turístico é formado por (bens, serviços, serviços auxiliares,
recursos, infraestrutura, equipamentos gestão, imagem da marca e preço), ou seja, uma cadeia integrada
é que torna possível o desenvolvimento da atividade turística. Dessa forma, o marketing de uma
destinação deve ser trabalhado de forma que venha informar e atrair o turista até a localidade.
Destinações com potenciais turísticos que buscam se desenvolver e atrair potenciais turistas
devem investir em um bom plano de marketing que abrange pelo menos 4 (quatro) atividades chaves
definidas por Trigueiro (2001, p. 20 - 21), são elas:
1. Elaborar um marketing-mix adequado; 2. Incentivar a criação de atrações e eventos para conquistar e manter os turistas; 3. Fornecer produtos e serviços que atendam suas necessidades e desejos; 4. Promover adequadamente os valores e imagem para que os turistas conheçam
realmente as vantagens e diferenciais de localidades.
A criação de um bom plano de marketing permite que a localidade diferencia-se das demais e
ainda possibilita uma análise sistêmica dos pontos positivos e negativos em relação ao seu design urbano
que diz respeito a conservação do patrimônio histórico e arquitetura urbana, investimento e manutenção
da infraestrutura básica como saneamento, limpeza pública, energia elétrica, bem como manter a
48
qualidade na prestação dos serviços básicos como segurança, atendimento nos órgão públicos e
privados, a divulgação de eventos e atrações de forma integrada, para que atinja o maior número de
pessoas possíveis, possibilitar ações de conscientização da população para que ela se envolva no
desenvolvimento de atividades turísticas da localidade, gerando assim uma imagem positiva para a
localidade, a partir da hospitalidade das pessoas (TRIGUEIRO, 2001).
A aplicabilidade do marketing para a promoção de destinos turísticos é de fundamental
importância tanto para a atração de potenciais consumidores-turistas, quanto para o aumento da
competitividade no setor, pois como sabemos que o processo de escolha de um destino é complexo e
parte da influência de vários fatores externos e internos a localidade evidenciado pelo estudo do
comportamento do consumidor, que torna-se pertinente para a desenvolvimento de um marketing
adequado ao que a localidade está ofertando ao potencial turista.
2.2.3.1 Comportamento do consumidor no Turismo
O estudo do comportamento do consumidor é fundamental para a realização de um plano de
marketing adequado e desenvolvimento de estratégias promissoras para o púbico alvo que se pretende
atingir. Pois como sabemos o principal objetivo do marketing é satisfazer as necessidades e desejos dos
clientes, dessa forma o comportamento do consumidor estuda e busca compreender como as pessoas,
grupos de indivíduos ou organizações compram, selecionam, usam e descartam produtos, serviços ou
experiências e que está atrelada a diversas áreas do conhecimento como (economia, psicologia,
comunicação e administração) e que contribuem para a compreensão do comportamento do consumidor
a partir da análise de vários aspectos que influenciam perante uma ação de compra. (LAS CASAS, 2006).
Vale salientar, que o comportamento do consumidor é um processo continuo que não acaba no momento
em que o consumidor entrega o dinheiro, bem como, dinâmico, pois opiniões, atitudes e sentimentos
mudam constantemente (KOTLER e KELLER, 2006; PETER e OLSON, 2010; SOLOMON, 2016).
Mais do que apenas adquirir um determinado produto ou serviço, o estudo do comportamento
do consumidor envolve atividades de pré-compra que estão voltadas para a conscientização da
existência de uma necessidade e busca de opções para satisfazê-la, e atividades de pós-compra que
estão relacionadas a avaliação do item comprado durante a sua utilização, tal conhecimento é
fundamental para a gestão de marketing nas suas tomadas de decisões e consequentemente transformar
esse consumidor em cliente assíduo.
Dessa forma, faz-se necessário entender como se dá o processo de compra do consumidor até
chegar a decisão final, aquela que se julga ser a melhor opção mediante os atributos oferecidos. O
49
processo de decisão de compra do consumidor é tido por muitos teóricos como cognitivo por estar
relacionado a forma como as pessoas percebem as coisas, processam informações e agem sobre elas.
Visto isso, esse processo inicia-se com a conscientização da necessidade ou desejo do indivíduo que
em seguida buscará uma forma de satisfazer a necessidade ou desejo despertado perpassando por uma
variedade de situações até chegar a aquisição do produto ou serviço que irá satisfazê-lo (BAKER et al.,
2005).
Para Las Casas (2006), o processo de decisão de compra se efetua a partir de cinco etapas,
conforme pode ser observado na Figura 06, a seguir:
Figura 06 – Processo de decisão de compra
Fonte: Adaptado de Las Casas (2006)
Tal processo tem início com a formação da necessidade, onde o indivíduo percebe que precisa
de determinado bem ou serviço para satisfazer algum desejo, seja ele momentânea ou não; em seguida,
por uma questão pragmática, se busca informações e recomendações desse bem ou serviço ofertado
nos diversos meios de comunicação; posteriormente, munido de um conjunto de informações, o
consumidor passa a avaliar todas as alternativas disponíveis e viáveis; a etapa seguinte é a decisão,
momento no qual se visualiza com mais frequência a subjetividade, principalmente pelas experiências
vividas no decorrer de outras compras, porém essa etapa pode ser caracterizada por um processo de
intensa reflexão, visto a complexidade da decisão final; por fim, é efetuada a decisão mais conveniente
para cada realidade, tem-se a etapa de pós-compra, na qual o indivíduo entra em estado de ansiedade
para saber se suas expectativas serão ou não atendidas.
Nesse contexto, se tem uma significativa contribuição de Kotler e Keller (2006), no qual os
autores apresentam de forma simples e singular os vários fatores influenciam no processo de decisão
de compra do consumidor, como podemos ver na Figura 07, a seguir:
50
Figura 07 – Fatores que influenciam na decisão de compra do consumidor
Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2006)
Os fatores culturais são um dos principais determinantes do comportamento e desejos de uma
pessoa, pois durante a sua evolução o indivíduo vai absorvendo e adquirindo costumes, valores,
preferencias, comportamentos de sua família e pessoas que fazem parte do seu cotidiano. Existem
também as subculturas que são grupos que fornecem identificação e socialização ao indivíduo de uma
forma mais especifica, onde eles passam a usufruir de alguns elementos particulares.
Além dos fatores culturais os indivíduos também são influenciados pelos fatores sociais que são
compostos pelos grupos de referência: são aqueles que exercem alguma influência direta ou indireta. Os
grupos que influenciam diretamente são os grupos de afinidade, primários como família, amigos, vizinhos
a qual interage de forma continua e informalmente e secundários como grupos religiosos, associações,
onde as pessoas interagem com um menor grau de interação. Já as famílias destacam-se como o grupo
de referência mais influente, pois as pessoas tendem a confiar mais nas opiniões dos seus familiares e
por fim os papeis sociais e status: as pessoas em geral participam de vários grupos e nele desempenha
um papel e cada papel carrega um status o que influencia diretamente no poder de compra, pois elas
irão optar por produtos e serviços que evidenciem seu papel e status real ou desejado na sociedade.
As características pessoais de um indivíduo como idade, estágio no ciclo de vida, circunstâncias
econômicas, personalidade, estilo de vida e valores também geram um impacto direto sobre o
comportamento do consumidor, atrelado a isso temos alguns fatores psicológicos como motivação,
percepção, aprendizagem, e memoria que exercem poder sobre a mente do consumidor levando-o a
efetivação da compra.
O ser humano possui necessidades o tempo todo, algumas delas são fisiológicas (fome, sede e
desconforto), outras psicológicas como ser reconhecido em determinada situação de destaque público,
dito isso, uma necessidade pode vir a se transformar em motivo quando a pessoa está envolvida de tal
forma que seu próximo passo é agir em busca da satisfação de suas necessidades.
Algumas teorias sobre motivação humana surgiram com o intuito de analisar o comportamento
do consumidor mediante ações projetadas pelo marketing, como as teorias de Sigmund Freud, Abraham
51
Maslow e Frederick Herzberg sobre motivação humana se destacam entre elas. Sigmund Freud atribui
as forças psicológicas as decisões tomadas pelo consumidor durante o processo de compra, afirmando
que os indivíduos nesse processo estão quase inconscientes, de forma que ninguém consegue
compreender por completo as próprias motivações (KOTLER e KELLER, 2006).
O conhecimento dos fatores que influenciam na decisão de compra dos consumidores, bem
como o desenvolvimento de teorias que procuram explicar o que faz as pessoas agirem de tal forma
mediante uma situação de compra que na maioria das vezes resulta de uma ação de marketing deixa
claro que o comportamento do consumidor é um processo constante de decisão, avaliação, percepção
e aprendizagem que se renova a cada nova experiência. Dessa forma, o marketing deve identificar essas
mudanças e alinhar suas estratégias para atingir seu o público alvo.
Portanto, levando-se em consideração o mercado atual, onde os consumidores estão sendo
constantemente bombardeados de informações por vários meios de comunicação, em razão do
crescimento da web através da criação de páginas na internet, com intuito de informar, persuadir e
vender. Nesse contexto, os consumidores tornam-se cada vez mais exigentes, buscam o máximo de
informações possíveis sobre o produto ou serviço antes de tomar sua decisão final, bem como, valor
agregado e produtos que atendam suas necessidades e excedam suas expectativas.
Mesmo sendo um processo complexo e de muitas variáveis envolvidas, que dificulta o
entendimento do que realmente acontece na mente do consumidor quando exposto a uma ação de
marketing garantindo que a mesma produza resultados satisfatórios. Muitos progressos foram feitos e
ainda estão sendo conduzidos para produzir teorias consistentes que proporcionem melhor
entendimento, e consequentemente a satisfação dos clientes.
2.2.3.2 O consumidor de turismo e suas motivações
O estudo do comportamento do consumidor é primordial para a construção de um projeto de
marketing adequado para o público alvo que se deseja atingir. Porém, ainda mais difícil e necessária
quando se trata do consumidor de turismo, pois envolve um significado emocional e ainda maiores
dispêndios, mas para se tornar um destino turístico competitivo, conhecer o perfil do turista e qual tipo
de viagem ele prefere, a melhor resposta seria investir em modelos do comportamento do consumidor.
(COBRA, 2005; SONAGLIO e FABBRIS, 2012).
Porém, conhecer o perfil do turista, seus hábitos, preferencias, necessidades, faixa-etárias,
rendimentos, se viajam em grupos ou sozinho, tais características, montam um perfil de turistas que
frequentam assiduamente aquela localidade, mas não permite compreender outros fatores que surgem
52
durante a sua estada no local, bem como, não mostra o motivo pelo qual o destino foi escolhido, pois
sempre vão existir grupos e pessoas com características semelhantes que irão demonstrar
comportamentos diferentes em relação a viagens (BENI, 2007). Por esse motivo que a presente pesquisa
busca analisar não apenas o perfil do turista, mas suas motivações e principalmente a imagem que
produzida por ele em relação a cidade como potencial destino turístico.
O consumidor de turismo durante o seu processo de decisão de compra tendem a tomar mais
decisões do que os consumidores de produtos convencionais, pois ele precisa escolher o pacote de
viagem que mais se adequa aos seus objetivos, escolha do meio de transporte para se deslocar até o
destino, onde irá se hospedar, ou seja, o consumidor de turismo é altamente envolvido com o processo
de decisão, o que caracteriza-se como um comportamento complexo do consumidor no que diz respeito
ao estilo de compra (BAKER et al., 2005).
O turista como principal agente da atividade turística deve ser analisado como um subconjunto
dos consumidores de modo geral, pois trata-se de uma experiência de compra mais complexa, pois
envolve decisões relacionadas ao tempo que irá permanecer no local, quanto gastar, o que levar e
principalmente avaliar o custo benefício da viagem.
As informações disponíveis sobre o destino nos mais variados meios de comunicação permitem
que o turista absorva e filtre essas informações orientandas por suas aspirações e desejos, ou seja,
inicialmente, ele selecionará aqueles destinos que preencham os requisitos necessários para a
satisfação das suas expectativas durante a sua estada na destinação; posteriormente, o segundo passo
é a tomada de decisão a partir da imagem que ele cria na sua mente e análise de variáveis como
facilidades, preços, valor dos atributos, e pôr fim, a tomada de decisão final onde o destino receberá um
turista exigente, com alto nível de expectativa (PETROCHI, 2009).
Para Dias e Cassar (2005), o consumo turístico envolve uma série de características que torna
a decisão de compra do consumidor um processo complexo:
Envolve o deslocamento do consumidor para fora do seu lugar habitual;
Disponibilidade de recursos financeiros compatível com o a destinação que se deseja
visitar;
Não se trata de uma simples estada, mas toda a experiência vivenciada durante o
período que permanecerá na localidade;
A decisão de compara envolve a compra de algo desconhecido e composto de diversos
elementos, gerando assim expectativas e incertezas no consumidor.
Assim, como todos os consumidores de modo geral, os consumidores de turismo também são
influenciados por grupos de referência, fatores culturais, sociais, psicológicos, personalidade a atitudes,
53
como mencionados anteriormente. Portanto, mediante o exposto, se pode concluir que o consumidor-
turista é o único que perpassa por todo o processo de decisão de compra, pois as pessoas viajam para
satisfazer necessidades, realizar sonhos e desejos; dessa forma, faz-se necessário compreender o que
se passa na cabeça das pessoas na compra de uma viagem ou pacote turístico, e só assim poderá
atender as suas expectativas e oferecer alternativas adequadas com elementos que eliminem suas
dúvidas e acelerem o processo de decisão.
O processo de compra do consumidor-turista está condicionado ao conceito de valor, quer dizer,
a destinação escolhida pelo consumidor será aquela que apresentará o maior valor em relação a outros
lugares que o mesmo deixou de escolher. Esse real valor será percebido de forma mais realista a partir
do contato inicial com a localidade, a interação com as pessoas, as experiências vivenciadas, os
conhecimentos adquiridos, onde turista irá perceber se realmente era o que ele esperava (DIAS e
CASSAR, 2005).
Nesse processo intervém algumas fases, que foram desenvolvidas por Beni (2007) na qual o
turista leva em consideração na hora de decidir pela compra, como mostra o Quadro 03, a seguir:
Quadro 03 – Fases do processo de decisão de compra do turista
FASES DO PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA DO TURISTA
1. ESTIMULO INICIAL Desejos e necessidades provocadas pela publicidade, literatura especializada ou sugestões de viajantes.
2. REFERÊNCIA CONCEITUAL
Pré-escolha de um conjunto de produtos oferecidos ao consumidor que corresponde as suas expectativas, levando em consideração características pessoais e socioeconômicas.
3. IDENTIFICAÇÃO DE FATOS INTERVENIENTES
Conjunto de elementos ou fatores que causem repulsa no consumidor.
4. FIXAÇÃO DE PRESSUPOSTOS
Obtenção de informações nos pontos de vendas e de informações relativas aos processos turísticos.
5. QUADRO DE ALTERNATIVAS
Listando e ordenando as possíveis compras que possa efetuar.
6. PREVISÃO DE CONSEQUÊNCIAS
Avaliação dos riscos que possam apresentar.
7. ANÁLISE DE CUSTO BENEFÍCIO
Tangíveis e intangíveis que ele poderá obter.
8. DECISÃO DE COMPRA Levando em consideração todas as etapas anteriores.
9. CONSEQUÊNCIAS DESSA DECISÃO
Que irão proporcionar uma real satisfação ou mesmo decepção do consumidor
Fonte: Adaptado de Beni (2007).
Dentre os diversos fatores que podem influenciar no comportamento de compra do consumidor
a motivação destaca-se como um dos mais importantes fatores psicológicos no consumo do produto
turístico, vale salientar que a motivação parte de uma necessidade, porém quando se trata principalmente
de produto turístico a intensidade e o envolvimento do consumidor deve ser estimulado de tal forma, que
resulte na ação de compra. É importante destacarmos que motivações são subjetivas e diferem de
54
consumidor para consumidor, dessa forma alguns autores como Swarbrooke e Horner (2002) e
Montejano (1996) desenvolveram modelos tipológicos de motivações turísticas, pois em sua maioria
corroboram que as motivações estimulam o desejo de viajar nas pessoas (DIAS e CASSAR, 2005).
As motivações propostas por esses autores estão relacionadas a fuga da rotina diária, relaxar,
visita a familiares e amigos, relação com a natureza, liberdade, busca por novos conhecimentos, como
pode ser visualizado no Quadro 04.
Quadro 04 – Motivações relacionadas ao turismo
MOTIVAÇÕES RELACIONADAS AO TURISMO
PREÇO Primeira forma de induzir o cliente quando o mesmo busca satisfação e baixo preço.
MODA Lugares onde aconteceram algum fato histórico, foram gravados cenas marcantes de filmes, tendem a tornar-se modismo por determinado período de tempo.
HOSPITALIDADE A amabilidades, simpatia dos habitantes daquele local é um dos fatores determinantes na sua escolha e fundamental na construção de uma imagem positiva.
COMODIDADE As pessoas em geral buscam o conforto que não encontram em sua localidade.
PRESTIGIO Viagens para determinados lugares dão prestigio as pessoas que pertencem a determinados grupos sociais.
SEGURANÇA Um dos fatores que mais pesam na decisão do turista, pois eles buscam um lugar seguro e tranquilo.
PRAZER A satisfação da necessidade de prazer é o ponto inicial quando começa o planejamento da viagem.
EFEITO DEMONSTRAÇÃO
O turista muitas vezes busca repetir o comportamentos de outras pessoas influentes e que viajam com frequência.
ENTRETENIMENTO Com a correria e stress do dia a dia a viajem se torna um dos entretenimentos mais eficientes quando busca-se distanciar por um período de tempo.
SAÚDE As pessoas também viajam para sanar problemas de saúde e que muitas vezes são recomendações médicas.
Fonte: Adaptado de Dias e Cassar (2005).
Tais motivações podem atender inúmeras necessidades dos turistas que podem evoluir e
modificar com o tempo, dessa forma faz-se necessário acompanhar as mudanças de comportamento
dos consumidores.
Todas essas decisões que são tomadas pelo consumidores serão de fato definidas no momento
de programar sua viajem. Dito isto, o destino turístico deve ser desenvolvido com base em um perfil
turístico bem definido, a qual permitirá o desenvolvimento de estratégias mais assertivas, ofertando o
que realmente aquele turista deseja, levando em consideração suas características e motivações. E
consequentemente conhecendo o perfil de turista adequado para os atrativos ofertados pela destinação.
55
Os empresários devem ter em mente que estão sendo avaliado a todo momento desde o primeiro
contato do visitante com o destino, até o fim da sua estada. Pois, segundo Petrochi (2009, p. 04), o turista
deseja:
Encontrar os atributos pelos quais o destino foi escolhido entre tantos outros
concorrentes;
Ter a percepção de qualidade dos serviços à altura do valor pago;
Viver uma experiência memorável durante a permanência no destino.
Este comportamento crítico do consumidor-turista de analisar a todos os aspectos em todos os
momentos deve ser considerado pelos empresários, e monitorado de forma constante, pois uma única
empresa que compõe a cadeia produtiva do turismo pode prejudicar a imagem do destino turístico como
o todo resultando em uma avaliação negativa do turista no fim da sua permanência que acarretará no
não retorno do turista e na divulgação de uma imagem negativa comprometendo assim a sobrevivência
econômica dos negócios que compõe a destinação turística.
Porém o comportamento do consumidor-turista não está estagnado, ele tem passado por
algumas mudanças provenientes do aumento da preocupação socioambiental, interesse maior na
diversidade cultural, maior flexibilidade nos períodos de férias, além das exigências por um serviço de
qualidade, fatores esses que serão fundamentais na tomada de decisão dos turistas, quanto escolha do
destino.
O consumidor-turista tende a se tornar mais crítico e exigente a cada nova experiência
vivenciada, seja ela positiva ou negativa, bem como o acumulo de informações que possui sobre
determinado destino, e a partir disso ele estará formando em sua mente, uma imagem que deseja
encontrar desde o primeiro contato com o destino.
2.3 Imagem de destinos turísticos
O estudo da imagem de destinos turísticos tem se destacado como um tema de grande interesse
entre os pesquisadores, especialmente pela interdisciplinaridade, isto é, a capacidade de ser estudada
por várias áreas do conhecimento como marketing, geografia, sociologia (SCALABRINI; REMOALDO e
LOURENÇO, 2015); assim como, a própria área do turismo que vem sendo trabalhada como uma forma
de impulsionar o desenvolvimento local nos municípios, devido ao impacto causado por esse fenômeno
na economia mundial. Nesse contexto, observa-se que, tanto a nível local, quanto regional a imagem de
56
destinos turísticos é pouco explorada no campo científico, por consequência esse fato evidencia a
importância de um aporte teórico que possa subsidiar a construção e desenvolvimento de novos
conhecimentos.
A Imagem é um termo originado do latim imāgo e que se refere à figura, representação,
semelhança ou aparência de algo. Dentre as principais definições apresentadas pelo Dicionário Aurélio
(2016) podemos citar:
Representação gráfica, plástica ou fotográfica de pessoa ou de objeto.
Estampa que representa assunto ou motivo religioso.
Representação mental de um objeto, impressão, lembrança, recordação.
Analisando as seguintes definições percebe-se claramente a amplitude e complexidade da
definição de imagem, embora as definições sejam distintas, é possível estabelecer uma relação entre os
três conceitos apresentados aqui e a “imagem de destinos turísticos”, a qual se pretende compreender
com mais propriedade no decorrer deste trabalho.
Partindo do pressuposto que o consumidor turista antes de chegar a localidade projeta em sua
mente uma imagem do destino, durante a sua estada ele irá verificar se a imagem projetada em sua
mente condiz com a realidade e após isso irá fazer registros que o façam recordar dos momentos e
experiências vividas, bem como, sua motivação poderá está atrelada ao cunho religioso.
Para melhor compreender o termo “imagem” é importante compreender que ela está dividida em
dois domínios. O primeiro domínio refere-se as imagens como representações visuais que estão
dispostas através de desenhos, pinturas, gravuras, fotografias e as imagens televisivas e
cinematográficas, imagens nessa perspectiva, são objetos matérias que representam o nosso meio
ambiente visual. Já o segundo domínio trata da imagem como imaterial, projetada na nossa mente,
através de visões, fantasias, imaginações, modelos, ou de forma geral, representações mentais. Porém,
ambos os domínios estão interligados, um não existe sem o outro, não existe uma imagem visual, que
anteriormente não tenha sido projetada na mente de alguém (SANTTAELA e NOTH, 2008).
No que diz respeito à definição de imagem de destinos turísticos, inúmeros sãos os conceitos
encontrados na literatura. Nesse sentido, a imagem de um lugar pode ser definida a partir de um conjunto
de ideias, crenças, impressões, no qual o indivíduo tem de uma determinada localidade baseado em
informações, opiniões e experiências, que posteriormente serão utilizadas para designar uma percepção
geral daquele destino. Essa imagem representa uma simplificação de todas as informações que o turista
conhece da localidade, ou seja, é o produto de uma mente que tenta processar e extrair a essência do
local (TRIGUEIRO, 2001; IGNARRA, 2003).
A imagem, nada mais é, que uma representação mental que as pessoas criam de uma
determinada localidade, a partir de impressões visualizadas por elas, através de informações de
57
familiares e amigos, obtidas nos meios de comunicação, ou ainda, através de fotografias. E essa imagem
projetada pelo consumidor-turista influencia diretamente no comportamento de compra e escolha da
destinação (DIAS e CASSAR, 2005).
O Quadro 05 a seguir, mostra as principais definições de imagem baseada em Gallarza et al.
(2002):
Quadro 05 – Definições de Imagem
Fonte: Adaptado pela autora com base em Gallarza, et al. (2002 apud Tomikawa, 2004).
Diante das definições aqui apresentadas sobre imagens de destinos turísticos, pode-se perceber
claramente que há similaridades entre os conceitos discutidos, todos os autores corroboram que imagem
vem a ser um conjunto de ideias, impressões, crenças que uma pessoa tem de uma determinada
localidade baseada em um conhecimento prévio e pela seleção de diferentes fontes de informações, pois
diferentemente dos outros produtos, a imagem de um destino turístico é gerada pelos próprios turistas a
partir dos estímulos recebidos e processados pelo visitante.
Dessa forma, a construção de uma imagem própria para o destino irá desenvolver no potencial
consumidor turista uma percepção diferenciada e favorável em relação ao produto que se deseja
DEFINIÇÕES DE IMAGEM PARA ALGUNS TEÓRICOS
Hunt (1971): Impressões que uma pessoa ou pessoas têm sobre um estado no
qual eles não residem.
Markin (1974): Nosso próprio, personalizado, internalizado entendimento do que
conhecemos.
Lawson and Bond-Bovy (1977):
A expressão de todo conhecimento objetivo, impressões,
preconceitos, imaginações e emoções que um indivíduo ou grupo tem
de um lugar em particular.
Crompton (1979): A soma de crenças, ideias e impressões que uma pessoa tem de uma
destinação.
Reynolds (1985):
Imagem é a construção mental desenvolvida pelo consumidor
baseada em uma seleção de poucas impressões entre o total de
impressões. Ela vem de um processo criativo no qual as impressões
selecionadas são elaboradas, enfeitadas e ordenadas.
Kotler et al (1994): A imagem de um lugar é a soma de crenças, ideias e impressões que
uma pessoa tem dele.
Santos Arrebola (1994): Imagem é a representação mental dos atributos e benefícios
percebidos de um produto.
Parenteau (1995): É um pré-julgamento favorável ou desfavorável que o público tem de
um produto ou destinação.
58
oferecer, e principalmente que esteja condizente com a realidade (DIAS e CASSAR, 2005; COOPER, et
al., 2011).
A imagem caracteriza-se como um fator determinante no processo de decisão de compra do
consumidor, e consequentemente como uma mola propulsora que impulsiona as vendas. Um
consumidor-turista que não conhece o destino irá tomar a sua decisão baseada em expectativas, desejos
e elementos construídos a partir de experiências já vividas e a partir disso ele projetará em sua mente
uma imagem positiva baseado nas informações que ele adquiriu, porém, essa imagem será transformada
após a sua estada no destino de forma positiva ou negativa. No turismo uma imagem já estabelecida
pode atrair o consumidor-turista, porém ela deve estar condizente com a realidade (BIGNAMI, 2005).
No que diz respeito ao produto turístico, o consumidor não tem como avaliar fisicamente o que
está sendo comprado, no processo de decisão de compra, por que ele só irá usufruir durante o período
em que permanecerá no destino, ou seja, a imagem é a única evidencia que o turista tem antes de visitar
o destino. Portanto, ele está comprando uma imagem que foi projetada na sua mente e para que seja
criado uma imagem turística positiva, é necessário causar impactos positivos e atributos relevantes
capazes de penetrar na mente do consumidor de forma que os atraiam a essa localidade.
Para Cooper et al. (2011) existem duas razões que fundamentam a importância da formação de
uma imagem para os destinos turísticos, são elas:
I. A natureza intangível do produto, pois a imagem é a única coisa que o turista tem como
evidencia antes de visitar o destino, para ele as possibilidades são incertas, e as suas
decisões estão pautadas pelo que foi construído em sua mente e que servirá como
parâmetro de avaliação da sua estada na localidade.
II. A inseparável natureza dos processos turísticos, ou seja, a imagem construída em sua mente
será modificada a partir do momento que o turista estiver realmente no destino.
O conhecimento da imagem que os turistas geram e absorvem de um determinado lugar é
indispensável para o crescimento da localidade como destino turístico, pois ela é capaz de afetar a
percepção individual de um potencial turista e principalmente afetar a sua escolha pelo lugar.
2.3.1 Formação da Imagem
A imagem de um lugar é construída a partir de um processo cognitivo, que envolve a absorção
e entendimento de informações verdadeiras, ou não, difundidas pelos setores envolvidos na atividade
turística, bem como na mídia através dos variados meios de comunicação.
59
De acordo com Gun 1989 (apud BIGNAMI, 2005), a imagem de destinos se classifica a partir de
dois níveis, orgânico e induzido. A imagem orgânica é formada com as informações, conhecimentos
assimilados e socialização, ou seja, imagem inicial. Já a induzida, refere-se a imagem formada a partir
da promoção turística. E ainda podemos citar a imagem complexa, e por que não dizer real, que é
exatamente a imagem formada de acordo com a experiência direta com o destino que consequentemente
será a imagem que o turista irá incorporar.
Porém essa imagem também é resultante de uma construção coletiva baseada em três pilares:
a cadeia produtiva, os órgãos públicos e a sociedade do lugar. De forma geral, pode-se entender que
para alcançar níveis satisfatórios de qualidade, bem como atender as perceptivas e anseios dos
consumidores turistas se faz necessário um planejamento de ações integradas, no qual possa envolver
o maior número de agentes ou instituições que compõem a cadeia produtiva do turismo no intuito de
fortalecer a imagem do destino (PETROCHI, 2009).
Outro modelo criado para a formação de imagem de destinos turísticos foi desenvolvido
originalmente por Baloglu e McCleary (1999), posteriormente sendo adaptado por Guttiérrez (2005), na
ocasião os autores ratificam que as variáveis envolvidas no construto da imagem de destinos podem ser
divididas em duas categorias: fatores de estímulo e fatores pessoais, conforme pode ser visualizado na
Figura 08.
Figura 08 – Fatores Pessoais e de estimulo na formação da imagem de destinos turísticos
Fonte: Adaptado de Gutiérrez (2005, p. 23).
Em linhas gerais, os fatores pessoais referem-se as características psicológicas e sociais dos
visitantes e turistas através das motivações, da própria personalidade e de valores culturais que estão
atrelados aos grupos de influência evidenciados nas teorias do comportamento do consumidor. Enquanto
que, os fatores de estímulo se reportam as fontes de informações, isto é, os meios de comunicação que
estão entre as principais fontes de informação que definem as imagens turísticas, elementos físicos que
FATORES PESSOAIS IMAGEM DE DESTINO FATORES DE ESTÍMULO
Psicológicos
- valores
- motivações
- Personalidade
Sociais
- Idade, educação,
estado civil e outros.
Cognitiva
Afetiva
Global
Fonte de informações
- quantidade
- tipo
Experiência prévia
60
influenciam na formação da imagem, bem como a experiência anterior (prévia) que pode fortalecer ou
enfraquecer a imagem do destino a cada nova visita.
A imagem projetada dos destinos turísticos está condicionada a diversos fatores que compõe o
sistema turísticos e não exclusivamente a existência de seus atrativos, o que resultará na formação de
uma imagem atrativa ou repulsiva (BIGNAMI, 2005). Dessa forma, no Quadro 06, pode-se visualizar os
tipos de imagens projetadas pelos turistas.
Quadro 06 – Tipos de Imagem
TIPO DE IMAGEM CARACTERIZAÇÃO
Demasiadamente
atraente
Aqueles poucos destinos que possuem atratividade excessiva. Existe a
necessidade de maior controle e responsabilidade na promoção, pois, podem
vir a ter problemas em suportar tantos interessados em visitá-lo.
Positiva/atrativa
É aquela imagem que favorece o destino. Estimula fortemente a vinda de
turistas ao local. Inexiste a necessidade de mudanças da imagem, apenas faz-
se necessário a maior divulgação para mais mercados em potencial.
Contraditória É aquela que dá margens a diferentes perspectivas na análise da imagem.
Pobre/fraca É aquela com baixo potencial atrativo, seja por falta de divulgação ou mesmo
de recursos naturais/artificiais para o turismo.
Neutra Aquela que não provoca nenhum sentimento de atração ou repulsa no
consumidor turístico.
Negativa/repulsiva
Aquela em que um ou mais aspectos desfavoráveis apresentam-se de maneira
mais intensa que os possíveis aspectos favoráveis junto ao público-alvo do
destino.
Mista
Aquela que apresenta um mix de componentes atrativos e repulsivos, ao
mesmo tempo em que desperta interesse e causa sentimentos de incerteza ou
ressalva com relação a um ou mais aspectos.
Estereotipada Aquelas em que algum aspecto do destino tomou grandes proporções a ponto
de se tornar um tipo de “ícone”, de representação ao se falar dele.
Distorcida/confusa Aquela que apresenta certa supervalorização de algum(s) aspecto(s)
desfavorável(is), não necessariamente expressando a verdade.
Fonte: Chagas (2008, p. 450-451).
O destino que pretende construir uma imagem consistente e atrativa deve identificar as
necessidades dos turistas-alvo, posicionando-a através da integração dos benefícios ofertados e
necessidades identificadas, avaliando sistematicamente o impacto dessa imagem junto aos turistas.
Trigueiro (2001, p. 46) define alguns critérios necessários para que uma imagem produza efeitos
sobre os turistas, são elas:
61
Validade e credibilidade: o local só deve divulgar aquilo que tem;
Simplicidade: não se deve divulgar diversas imagens, pode causar confusão na mente do turista;
Atratividade: a imagem deve sugerir atrações que motivem a visita do turista;
Diferenciada: a imagem funciona melhor quando diferencia-se das demais localidades.
A imagem de um local pode estar atrelada a uma característica peculiar da localidade, um evento
de grande visibilidade. Ter uma imagem definida pode ser um diferencial para uma localidade que deseja
tornar-se competitiva no segmento turístico, porém a definição dessa imagem, requer a manutenção e
percepção imediata por parte do turista assim que chegar a localidade, pois ela estará refletida no clima,
na hospitalidade, na estrutura urbana, nas pessoas, nas paisagens e o turista é um avaliador constante
que busca uma experiência única e memorável e para que essa imagem seja percebida e divulgada, faz-
se necessário o auxílio de um plano de marketing com estratégias bem definidas, que possibilitará o
alcance do objetivo principal que é atrair cada vez mais turistas ao destino.
62
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa cientifica consiste na realização de um estudo planejado e estruturado de forma
sistemática, a partir da aplicação de métodos científicos que possibilitarão a sua validação e o alcance
dos objetivos preestabelecidos neste trabalho.
Apresenta-se a seguir a caracterização metodológica da pesquisa, a partir da sua tipologia,
universo e amostra, coleta de dados e tratamento dos dados que consiste na apresentação dos
procedimentos intelectuais e técnicos adotados, e que configura a presente pesquisa como cientifica.
3.1 Tipo de pesquisa
Uma pesquisa cientifica pode ser qualificada a partir de vários aspectos, mas de forma especifica
quanto a seus objetivos, procedimentos e natureza. Porém, os critérios de caraterização para cada tipo
de pesquisa podem divergir de autor para autor; no entanto, os critérios devem estar em conformidade
com o objetivo do trabalho.
O presente trabalho analisou a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na escolha da
localidade como destino turístico na ótica dos visitantes, agentes públicos e empresários do setor
hoteleiro. Trata-se de uma pesquisa pura quanto a sua finalidade, pois busca-se aprofundar e ampliar os
estudos acerca do turismo em âmbito local.
Quanto aos fins esta pesquisa classifica-se como descritiva e exploratória. Descritiva porque
dentre os objetivos específicos está conhecer o perfil do turista da cidade de Pau dos Ferros, e esse nível
de pesquisa permite a descrição das características de determinado público como (idade, sexo, renda,
escolaridade) e ainda o estabelecimento de relações entre essas variáveis, e por fim, analisar como elas
influenciam na formação da imagem da respectiva cidade. Como também exploratória, que possibilita
não somente o desenvolvimento um estudo com uma temática pouco explorada, como é o caso do
turismo em âmbito local, mas também, possibilita a construção e esclarecimento de ideias e
pensamentos acerca do tema em questão de forma que proporcione uma visão geral, clara e objetiva do
que se propõe a pesquisa (GIL, 2008).
Quanto aos meios a pesquisa se caracteriza como um estudo de caso. Entende-se por estudo
de caso um método que busca analisar com profundidade informações coletadas sobre determinado
individuo ou grupo de indivíduos, com intuito de compreender esse fenômeno no contexto em que está
inserido, no que diz respeito ao objetivo da pesquisa, que remete-se as variáveis que compreende a
formação da imagem do respectivo destino a partir da visão dos visitantes, agentes públicos e
63
empresários do setor hoteleiro, na qual permite-se obter um conhecimento mais abrangente a partir da
análise dos resultados e descrição das conclusões (YIN, 2001; SANTOS, 2012; PRODANOV e FREITAS,
2013). Além disso, a pesquisa proposta tem como objeto de estudo os visitantes (turistas e
excursionistas) que frequentam a cidade de Pau dos Ferros-RN, e que está entre os 18 (dezoito)
municípios que compõe o Polo Serrano, vale salientar ainda, que o contexto na qual está inserida esta
pesquisa, seus elementos não estão claramente definidos, pois não há evidencias de estudos realizados
no Polo que compreenda os objetivos aqui propostos.
Quanto a sua natureza essa pesquisa caracteriza-se como quali-quantitativa, para atender os
objetivos aqui propostos e analisar a influência da imagem na escolha do destino, requer tanto uma
abordagem quantitativa, quanto qualitativa. O método quantitativo permite a mensurar a relação entre
variáveis, identificando associações, causa ou efeitos e ainda nos permitirá transformar em números,
opiniões e informações que posteriormente serão analisadas e classificadas, para tal requer o uso de
recursos estatísticos e softwares adequados para a mensuração dos dados coletados (ROESCH, 1999;
PRODANOV e FREITAS, 2013). Já a análise qualitativa possibilita ao pesquisador organizar os dados
coletados por meio de etapas que envolvem sua categorização, interpretação e construção do relatório
de analises onde o pesquisador é o instrumento chave que irá interpretar e atribuir significados as
informações coletadas (GIL, 2002; PRODANOV e FREITAS, 2013).
3.2 Universo e amostra
Markoni e Lakatos (2003) definem universo como sendo um conjunto de seres que apresentam
ao menos uma característica em comum relacionados ao objeto de estudo da pesquisa. Dessa a forma,
a presente pesquisa não trabalha com o senso, ou seja, a totalidade desse universo, pois o mesmo é
desconhecido, mas com a amostra, que pode ser definida, pelas mesmas autoras como uma parte
selecionada e representativa desse universo.
A amostra da pesquisa será representada pela cidade de Pau dos Ferros – RN, a qual está
localizado na região do Alto Oeste Potiguar, possui uma população estimada de 30.204 habitantes (IBGE,
2016). Conforme ilustra a Figura 09, temos em destaque no número 07 o Município de Pau dos Ferros
juntamente com as demais cidades que compreendem sua microrregião, bem como de onde também se
origina as pessoas que visitam a referida cidade.
64
Figura 09 – Microrregião de Pau dos Ferros-RN
Fonte: City Brasil (2016).
Os sujeitos pesquisados foram os visitantes (turistas e excursionistas) que frequentaram a
respectiva cidade, nesse sentido para definição da amostra necessária para realização dessa pesquisa,
que se classifica como probabilística, por utilizar-se de procedimentos estatísticos para determinar o
número sujeitos da pesquisa, e quanto ao seu tipo de amostra, configura-se como por conglomerados,
pois ela é indicada para pesquisas que apresentam algumas limitações, como dificuldades na
identificação de seus sujeitos. Vale salientar ainda, que uma amostra só poderá representar com
fidedignidade o seu universo a partir da definição de alguns fatores, são eles: amplitude do universo,
nível de confiança e erro máximo permitido (GIL, 2008).
Os sujeitos investigados foram representados por 68 visitantes (turistas e excursionistas), sendo
que esse valor foi determinado para um intervalo de confiança de 90% e um erro amostral de 10%.
Considerando que a população alvo é desconhecida, será adotada uma taxa de prevalência esperada
da ordem de 50%.
A definição da amostra de 68 visitantes (turistas e excursionistas) foi definida com base na
formula de amostras para populações infinitas, por tratar-se de uma população desconhecida.
Fórmula para o cálculo de amostra com populações infinitas conforme Gil (2008):
n = 𝜎2 p.q e2
Onde: n = Tamanho da amostra;
𝜎2 = Nível de confiança escolhido, expresso em número de desvios-padrão; p = Percentagem com a qual o fenômeno se verifica; q = Percentagem complementar (1 - p); e2 = Erro máximo permitido.
65
Os valores de confiança mais utilizados podem ser encontrados na Tabela 01:
Tabela 01 – Valores críticos associados ao grau de confiança na amostra
Grau de Confiança 𝜎 Valor crítico 𝜎2
90% 0,10 1,645
95% 0,05 1,96
99% 0,01 2,575
Fonte: Elaboração própria (2016).
O cálculo do valor da amostra para esta pesquisa pode ser visualizado na Tabela 02, a seguir:
Tabela 2 – Cálculo amostral
1º Passo 2º Passo 3º Passo 4º Passo
n = 𝜎2 p.q e2
n = 1,6452 x 0,5 (1 - 0,5) 0,102
n = 2.706025 x 0,25 0,01
n = 68
Fonte: Elaboração própria (2016).
3.3 Coleta de dados
Para a coleta dos dados, foi utilizado um questionário estruturado e adaptado a partir do modelo
desenvolvido pelo Centro de Excelência em Turismo e aplicado na “Pesquisa do perfil e da Satisfação
do turista de lazer e de negócios em Brasília” (CET-UnB/BrasiliaTur, 2008) Este instrumento, consiste
em uma série de questões fechadas, e que foi apresentado aos sujeitos da pesquisa, por escrito (Ver
Apêndice A).
Optou-se por este instrumento de coleta de dados por entender que o questionário estruturado
é um instrumento que permite de forma clara e objetiva o alcance dos objetivos propostos, quando busca-
se conhecer valores, sentimentos, características, expectativas e comportamento de um determinado
público, questionário este que será composto de questões fechadas e abertas por permitir, mas em sua
maioria fechadas, permitindo ao pesquisador uma maior uniformidade, bem como questões de fácil
entendimento do público alvo, além de permitir um maior alcance de pessoas, essa técnica de
investigação não expõe os pesquisados de forma que venha sofrer qualquer influência (MARKONI e
LAKATOS, 2003; GIL, 2008).
Esse questionário teve como diretriz a literatura que trata de Turismo, Comportamento do
Consumidor e Imagem de destinos turísticos, fruto de uma revisão teórica que terá como propósito
66
investigar as características relativas à satisfação dos visitantes (turistas e excursionistas) que estiveram
na cidade de Pau dos Ferros no período de 29 de julho a 19 de setembro de 2016 abordados nos pontos
turísticos da cidade (Praça de eventos, Feira Livre, Hotéis e Pousadas) em relação a sua infraestrutura,
atrativos turísticos e qualidade dos serviços ofertados. Essas características serão quantificadas por meio
de uma escala Likert na qual os inqueridos avaliavam a partir das seguintes opções (ótimo, bom,
razoável, ruim e não sei).
A escala de Likert, é uma das escalas mais utilizadas nas ciências sociais, onde pretende-se
mensurar alguma característica, comportamento ou atitude de determinado púbico, através da atribuição
de pontos para as diferentes categorias, gerando uma escala artificial de pontos, sua aplicação exige
que os respondentes indiquem um grau de concordância ou discordância (ROESCH, 1999).
O uso de escalas sociais na mensuração dos dados da pesquisa permite medir de forma mais
objetiva possível a intensidade de opiniões e atitudes dos indivíduos pesquisados através de uma série
de itens que representam da melhor forma a sua percepção acerca da imagem do destino (GIL, 2008).
Dessa forma, será possível realizar uma análise descritiva das variáveis para medir objetivamente a
imagem percebida pelos visitantes.
Para aprofundar-se e melhor compreender como desenvolve-se a atividade turística na cidade,
bem como, identificar a imagem divulgada e percebida da cidade de Pau dos Ferros-RN, foi realizada
também entrevistas com os principais atores que fomentam a atividade turística no Município, são eles
a Secretária de Cultura e Turismo, o Coordenador de Turismo e os empresários do setor hoteleiro da
cidade
Segundo Markoni e Lakatos (2003) a entrevista é um instrumento de coleta de dados realizado
através de uma conversação profissional entre duas pessoas, na qual uma delas busca obter
informações sobre determinado assunto, este instrumento possibilita a obtenção de dados mais precisos
e fidedignos do contexto situacional, permitindo assim averiguação de fatos, determinação de opiniões e
sentimentos, descoberta de planos de ações, dentre outras informações que não seria possível com a
utilização de outros instrumentos.
Essas entrevistas foram realizadas com a utilização de um formulário semiestruturado (Ver
Apêndices B e C) que permite o investigador guiar a entrevista de acordo com a situação tornando a
entrevista mais descontraída, o formulário será preenchido pelo próprio investigador no decorrer da
entrevista. Importante enfatizar que o processo da realização de uma entrevista deve ser pontual e muito
bem planejado, de forma que não ocorra nenhum imprevisto, ou situação incomoda que comprometa o
andamento da entrevista e a obtenção dos dados necessários para a conclusão da pesquisa (MARKONI
e LAKATOS, 2003).
67
3.4 Tratamento dos dados
Para Gil, (2008) o tratamento ou análise dos dados é a forma como esses dados foram
organizados para fornecer ao pesquisador as respostas necessárias para o problema de pesquisa
proposto. Como este estudo possui um delineamento cuja natureza é quantitativa e qualitativa, sendo
assim, para os dados qualitativos foi utilizado a análise de conteúdo; em quanto que, para os dados
quantitativos foi utilizado a estatística descritiva.
A definição da análise de conteúdo ocorreu em função das características dos dados que foram
coletados; este método trata-se de um conjunto de procedimentos que permite ao pesquisador analisar
a comunicação ocorrida durante a coleta dos dados, ou seja, tem como objetivo decifrar a mensagem
que foi dita pelo emissor, descrevendo-as de forma objetiva e sistemática (BARDIN,1977). Assim,
entende-se essa técnica como uma forma de descrever objetiva e sistematicamente o conteúdo buscado
para embasar esse estudo de forma que se resulte nas interpretações coesas destas informações (GIL,
2008). Logo, o mesmo autor enfatiza que para o tratamento dos dados de natureza quantitativa que
apresentam um comportamento particular, serão utilizados alguns recursos proporcionados pela
estatística descritiva com o auxílio de formulas estatísticas e planilhas eletrônicas.
De modo a facilitar a compreensão do leitor a vista dos procedimentos metodológicos aplicados
nesta pesquisa, apresenta-se através do Quadro 07, a seguir:
Quadro 07 – Ficha Técnica de Pesquisa
Fonte: Adaptada de Gomes (2012).
Uma Ficha Técnica de pesquisa que evidencia de forma sucinta as principais informações acerca
dos elementos necessários para que seja realizada a coleta de dados e posteriormente sua análise e
descrição atingindo assim os objetivos propostos neste trabalho.
FICHA TÉCNICA DA PESQUISA
Universo da amostra: visitantes (excursionistas e turistas) que frequentaram a cidade de Pau dos Ferros-RN no período de 29 de Julho a 19 de Setembro de 2016 abordados na Praça de Eventos, Hotéis e Pousadas, Praça da Matriz e Feira Livre. ;
Instrumento de coleta de dados: questionário semiestruturado
Censo populacional: população infinita;
Tipo de amostra: probabilística;
Tamanho: 68 respondentes.
68
3.4.1 Caracterização dos entrevistados
Durante o período de 29 de Julho a 19 de Setembro de 2016 foram aplicados 68 questionários
com visitantes e turistas que frequentaram a cidade neste período, abordados nas praças da cidade, nos
hotéis, na feira livre, nos pontos de paradas dos transportes alternativos que trazem os visitantes até a
cidade, ou seja, nos pontos de maior circulação de pessoas, com intuito de identificar o perfil desse
visitante e turista que vêm a Pau dos Ferros – RN.
E ainda participaram da pesquisa um grupo de turistas da cidade do Rio de Janeiro que estavam
na cidade para realizar eventos de cunho social e religioso, o que nos mostra o potencial da cidade para
atrair visitantes de todo o Brasil e para realizar diversas atividades e não apenas em função das
festividades e negócio. Esses turistas estiveram na cidade por um período de sete dias, em sua maioria
estavam hospedados em uma escola estadual, mas alguns utilizaram serviços de hotéis e pousadas da
cidade. Embora esses turistas não representem o perfil dos visitantes que frequentam a cidade
diariamente, o que configura-se como uma fragilidade da pesquisa, mas eles são uma espécie de
alavanca para o desenvolvimento da atividade turística, pois a partir do momento que tem-se potenciais
turistas deve-se buscar estratégias para reter e fazer com que eles retornem a cidade.
A fim de atender os objetivos da pesquisa de forma mais ampla realizou-se também entrevistas
com os agentes envolvidos na atividade turística da cidade de Pau dos Ferros-RN, foram eles os
empresários do setor hoteleiro, onde realizou-se 3 (três) entrevistas dos 7 (sete) meios de hospedagem
existentes na cidade, através de formulários estruturados nos dias 12 e 30 de Agosto de 2016 de acordo
com a disponibilidade dos entrevistados.
Na análise dos dados, as informações obtidas na aplicação dos formulários foi utilizado a
codificação (EMP) para empresários do setor hoteleiro, dispostas uniformemente de acordo com a ordem
de aplicação dos formulários apresentados no Apêndice C, e não houve registro por meio de áudio. Como
mostra o Quadro 08.
Quadro 8 – Caracterização empresários do setor hoteleiro
CODIFICAÇÃO HOTEL/ POUSADA DATA DE
ABERTURA TOTAL DE
LEITOS
EMP 1 Hotel Jatobá 29 de Janeiro de
1986 55
EMP 2 Pousada Mão Preta 20 de Junho de
1999 57
EMP 3 Pousada Parque das
Serras
14 de Janeiro de
1997 59
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
69
Como também, foram realizadas entrevistas com os agentes públicos responsáveis pela pasta
do turismo no Município na gestão do Prefeito Fabricio Torquato (2013 – 2016), foram entrevistados a
Secretaria de Cultura e Turismo do Município a Senhora Marta Pontes e o Coordenador de Turismo Luís
Carlos da Silva. As entrevistas foram realizadas em 19 de Setembro de 2016 gravadas em áudios de
11min cada e transcritas conforme o roteiro que pode ser verificado no Apêndice B desta pesquisa. Na
análise e interpretação do conteúdo obtido foi utilizado como forma de codificação a sigla (AGP) para
agente público.
70
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capitulo será abordado as discussões e analises acerca dos dados coletados durante o
desenvolvimento da pesquisa e para esse fim, estará dividido em três partes, o mapeamento da cidade
de Pau dos Ferros enquanto destino turístico, o perfil dos visitantes (turistas e excursionistas) e a imagem
da cidade enquanto destino turístico.
4.1 Mapeamento da Cidade de Pau dos Ferros como Destino Turístico
Este tópico apresenta os elementos que compõe a atividade turística no município de Pau dos
Ferros - RN desde os seus aspectos históricos, onde buscou-se também identificar o segmento de
turismo praticado na cidade, a infraestrutura disponível, aspectos legais de fomentação desta atividade.
E assim poderemos compreender como está sendo desenvolvida a atividade turística no Município e o
que ele dispõe para tornar a localidade cada vez mais atrativa para os visitantes e turistas.
4.1.1 História
Até o início do século XVII a região onde hoje está localizada a cidade de Pau dos Ferros, era
apenas uma extensa área ainda inexplorada, uma região que ficava entre duas grandes serras permitindo
fácil acesso a longas caminhadas, onde vaqueiros e viajantes criaram uma trilha para ter acesso a
Província do Ceará e ao longo dessa trilha seguia um curso de água que estava sempre cheio no período
de janeiro a julho, caracterizado como época de inverno na região. Mais tarde o pequeno curso de água
ficou conhecido como Rio Apodi, e nas suas margens haviam grandes árvores que eram utilizados pelos
viajantes e vaqueiros para descanso e ainda, como ponto de atividades comercias, principalmente a
venda e marcação a ferro dos rebanhos de gado.
Francisco Marçal, considerado o grande pioneiro da história de Pau dos Ferros, que com grande
mobilização ergueu a capela em 1738; a qual veio a se tornar Matriz em 1756, dando continuidade ao
desenvolvimento da freguesia construíram um núcleo de um pequeno povoado, alguns anos depois já
havia muitas casas de taipas ao redor da pequena fazenda.
O pequeno povoado continuava a se desenvolver durante o século XVII, mas a freguesia sentia-
se prejudicada por estar subordinada político-administrativamente ao pequeno povoado de Portalegre,
71
distante 33 km a leste do povoado, localizado em uma serra, localização que era considerada pelas
pessoas como empecilho comercial.
Em toda zona serrana só havia três povoados (Apodi, Portalegre e Pau dos Ferros), e ainda
existiam mais dois que começavam a se destacar, São Miguel e Luís Gomes, ambos localizados em
serra, o que dificultava o crescimento de ambos. De todos estes, apenas Pau dos Ferros tinha um
crescimento regular pela sua localização privilegiada pelo fácil acesso.
Em 23 de agosto de 1856, na sessão da Assembleia Legislativa Provincial em Natal, o deputado
provincial Benvenuto Fialho apresentou um projeto que criava a Vila de Pau dos Ferros. A lei n.º 344 foi
sancionada em 4 de setembro daquele ano e elevou à categoria de vila a povoação de Pau dos Ferros
e fixou um limite de 1700 km². O nome Pau dos Ferros permaneceu como denominação do local desde
quando era um pequeno povoado, vem de uma árvore, mais precisamente de marcas fixadas com ferro
em brasa numa oiticica muito frondosa que, pela sua grande dimensão, oferecia uma farta sombra e
consequentemente um excelente local para o repouso dos vaqueiros, quando chegavam cansados do
difícil trabalho de campear reses tresmalhadas. Naquela época havia um rotativo movimento comercial
e o lugar era um importante entroncamento para a região. Na gestão do governador José Augusto
Bezerra de Medeiros, no dia 2 de dezembro de 1924, a lei n.º 593, eleva a vila de Pau dos Ferros à
categoria de cidade (PAU DOS FERROS, 2016).
Atualmente com cerca de 30.206 mil habitantes, segundo dados atualizados de 2016 pelo IBGE
e considerada cidade Polo do Alto Oeste Potiguar pela sua localização privilegiada que permite a
circulação de 200 mil pessoas por semana, o espaço rural vem cada vez mais, sendo substituído pelo
urbano em decorrência do aumento das atividades produtivas na cidade (indústria, comércio e serviços)
e pelo aumento da demanda habitacional, gerado pela concentração populacional, uma das causas mais
evidentes, seriam a instalação de universidades públicas e privadas na cidade nos últimos anos e o
desenvolvimento comercial constante com instalação de novas atividades comercias gerando assim um
desenvolvimento socioeconômico Município.
4.1.2 Turismo na cidade de Pau dos Ferros
Pau dos Ferros é um dos municípios que compõe Polo Turístico Serrano, mecanismo criado em
2008 para desenvolver o potencial turístico de cidades com características semelhantes, permitindo
assim, um crescimento socioeconômico dessas regiões através da atividade turística. Dentro do Polo
Pau dos Ferros destaca-se pelo Turismo de Negócios e Eventos, Turismo Religioso e Turismo Ecológico,
ou seja, percebe-se que há uma oferta diversificada no segmento turístico da cidade, mas são os grandes
72
eventos tradicionais que ocorrem pontualmente na cidade os principais responsáveis por atrair os
visitantes, como a Feira de Educação, Cultura e Negócios do Oeste Potiguar (FINECAP), criada em 1997
para celebrar a emancipação política do Município, evento que conta com exposições de stands e
atrações musicais. E a Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição que acontece no mês de
dezembro, período em que a cidade recebe seus filhos ausentes e seu público devoto.
Considerada ainda cidade Polo do Alto Oeste Potiguar ou Capital do Alto Oeste Potiguar pela
sua localização estratégica, afirmado desde a sua origem, além de ser referência econômica e cultural
para mais de 30 municípios que compõe o estado do Rio Grande do Norte (SETUR, 2016; SECULT,
2016).
Podemos destacar o Turismo de Negócios e Eventos como o segmento turístico em
desenvolvimento na cidade de Pau dos Ferros, identificado, não somente pelo Polo Turístico Serrano
através dos planos e projetos desenvolvidos pela Secretaria Estadual de Turismo (SETUR) em parceria
do RN Sustentável, e que estão em fase de elaboração, temos o Plano de Desenvolvimento Integrado
do Turismo Sustentável (PDITS), o Projeto de Sinalização Turística e ainda o Plano Estratégico de
Marketing Turístico do RN, como também, pelo Inventário Turístico do Município realizado em 2007, com
intuito de identificar o potencial turístico do Município, este que é tido como um dos primeiros processos
de planejamento municipal para políticas de turismo. Corroborando com isso, os agentes públicos
responsáveis pela pasta do turismo no Município, quando questionados sobre o tipo de turismo que eles
consideravam predominante na cidade de Pau dos Ferros, obteve-se as seguintes respostas:
AGP1: “Aqui em Pau dos Ferros, o turismo predominante é o de negócios e o turismo de
eventos [...], e dentro desse turismo de negócios eu quero enfatizar o comércio e a prestação de serviços,
devido, essa grande oferta que a gente tem aqui [...]”.
AGP2: “Em Pau dos Ferros o nosso turismo é o que podemos identificar turismo de passagem e turismo de negócios, [...] por ser uma cidade muito centralizada, a maioria dessas pessoas, vem em busca, exatamente dos negócios a questão de passagem por que liga os estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte”.
Diante das respostas obtidas, afirma-se o potencial existente já identificado anteriormente por
meio dos documentos consultados e elementos existentes para o desenvolvimento da atividade turística
na localidade, embora esse turismo de negócios ainda não esteja desenvolvido em todo seu potencial,
pois não trata-se apenas de transações comerciais realizadas por pessoas de outras localidades, estas
que ainda não conseguem identificar as suas visitas frequentes a cidade de Pau dos Ferros como uma
forma de turismo, isso ocorre em função da carência de divulgação dos atrativos e ainda pela inexistência
de elementos que produza essa identificação imediata na cabeça das pessoas, contribuindo assim com
73
a geração de uma imagem na mente das pessoas e consequentemente na formação de uma identidade
para o destino.
Posto isto, o mesmo questionamento foi feito aos empresários do setor hoteleiro da cidade, que
confirmaram o potencial da localidade para o Turismo de Negócios e Eventos, embora alguns deles
afirmarem que não existe turismo na cidade, quando questionados sobre o perfil e a motivação dos
hospedes ao escolherem a cidade de Pau dos Ferros, a palavra “negócios” entra mais uma vez em
evidência.
EMP 1: “Não existe turismo em Pau dos Ferros, os hóspedes diários são viajantes vindos a
negócios e o fluxo maior ocorre na época dos eventos como a FINECAP”.
EMP 2: “Turismo de Negócios e Eventos, pois os hóspedes diários em sua maioria são viajantes
a negócios e Funcionários Públicos e o período de maior movimentação ocorre durante as festas
tradicionais da cidade”.
EMP3 “Não existe turismo em Pau dos Ferros pela falta de atrativos e incentivo, os hóspedes
que vem a pousada são professores, funcionários públicos, representantes de vendas e universitários, e
o maior fluxo de hóspedes ocorre durante o período da FINECAP e demais eventos festivos da cidade”.
A fala dos empresários do setor hoteleiro é direta e objetiva, embora o potencial para o Turismo
de Negócios confirme-se, é perceptível que não há uma comunicação integrada e efetiva entre o setor
público e o setor privado para a criação de estratégias que fomentem a atividade turística voltada para
os negócios, talvez aliado a uma certa competitividade entre os hoteleiros e a falta de discussões
continuas, pois essa integração é o que permitirá de fato a existência de uma atividade turística que
satisfaça a necessidade dos turistas, pois o turismo precisa ser visto como um sistema, onde as
premissas básicas sejam investir, fomentar e gerir.
O Turismo de Negócios e Eventos que anteriormente só envolviam viagens de transações de
mercadorias, hoje contempla novas modalidades como treinamentos, convenções, seminários,
capacitações, mas para que essa atividade seja bem desenvolvida necessita-se de uma infraestrutura
adequada com salas de reuniões, laboratórios, centro de convenções, auditórios e até mesmo hotéis
especializados nesse segmento (SWARBROOKE e HORNER, 2002; BRASIL, 2008).
Dito isto, as discussões e os projetos a serem desenvolvidos em âmbito municipal deve-se voltar
para a captação de recursos a serem investidos em uma infraestrutura apropriada para o
desenvolvimento do turismo de negócios na cidade, como a construção de um centro de convenções,
uma estrutura que permite a realização de eventos dos mais diversos segmentos de uma forma mais
ampla, além de ser um recurso necessário para atrair eventos para a localidade.
74
Os hoteleiros também foram questionados sobre o que é necessário ser feito para aumentar o
fluxo de turistas na cidade, e responderam que o retorno dos grandes eventos festivos, pois são os
principais atrativos turístico da cidade.
EMP 1: “Retornar os eventos que existiam como Carnapau, Pau dos Ferros Cidade do Forró e
ações de melhoria na crise hídrica do Município”.
EMP 2: “Melhorar as atrações dos eventos tradicionais como a FINECAP, Arrasta Fest, criar um
calendário anual de eventos da cidade e melhorar a estrutura dos recursos turísticos naturais locais como
Barravento e a construção de uma Orla no “Açude 25 de Março”.
EMP 3: “Promover mais eventos e melhorar as atrações dos eventos tradicionais existentes”.
Nota-se por parte dos hoteleiros uma visão limitada e cômoda quanto ao desenvolvimento do
turismo na localidade, evidencia-se apenas os eventos festivos, não se visualizando outras
possibilidades, o que talvez seja fruto de poucas discussões e da competitividade local. Visto isso, os
agentes públicos foram questionados quanto ao crescimento universitário na cidade, se isso poderia ser
um fator impulsionador para o turismo de eventos acadêmicos, e obteve-se as seguintes respostas:
AGP1: “Eu considero crucial, está sendo assim um ponto muito positivo, e nós precisamos demais explorar as universidades para esses eventos científicos de grande natureza, por que Pau dos Ferros não tem um centro de convenções, para realizar esses eventos [...] Isso é uma rede e tem que um funcionar bem, [...] por que se realiza um grande evento cientifico, então quem vier vai procurar os serviços de hotéis, de restaurantes, vai procurar os atrativos turísticos, vai procurar onde vende lembranças da cidades, os survinis, vai procurar o comércio, realmente é uma rede, precisa trabalhar em conjunto e de forma integrada”. AGP2: “[...] Realmente Pau dos Ferros tem crescido muito, avançado muito, em termos universitário [...] as pessoas estão centralizando mais em suas cidades e vindo a Pau dos Ferros em busca do ensino superior e é muito gratificante de se ver, agora infelizmente, a gente ainda tem essa questão de espaços ainda não suficientes para atender essa necessidade, a gente não ter um grande teatro, ter um centro de convenções que anexe isso, ou seja, tendo as devidas modalidades culturais, turísticas, desportivas [...] então isso deixa um pouco a desejar”.
Apesar de não ser mencionado pelos agentes públicos e pelo setor hoteleiro de forma imediata
como um potencial fomentador do turismo de eventos e que já está acontecendo, é notório o crescimento
universitário da cidade nos últimos 10 (dez) anos, falta discussão e integração entre os setores públicos
privados, inibindo assim o desenvolvimento do potencial turístico da cidade, pois os olhares estão
voltados para uma única direção, impactando diretamente no desenvolvimento de uma infraestrutura
75
adequada para a prática do Turismo de Negócios e Eventos, quando na verdade se observa um
movimento significativo dos eventos acadêmicos que precisam de maiores investimentos.
Dessa forma, identifica-se não somente o potencial turístico para negócios e eventos, mas uma
limitação de infraestrutura, considerado um ponto chave inibidor desse progresso e consequentemente
de vender a cidade como um destino turístico, pois o turista não escolherá o destino com base em um
potencial, ele será atraído por produtos e oferta turística. Quando questionados sobre as dificuldades de
vender o Município como destino turístico, os agentes públicos responderam que:
AGP 1: “Os elementos que dificultam e [...] que realmente prejudicam um pouco a demanda turística daqui, primeiro é, essa barragem seca, por consequência dessa grave seca [...]. Outra questão, que eu acho que Pau dos Ferros ainda precisa muito investir nesses profissionais que fazem parte dos elementos que compõe a oferta turística, a gente precisa muito de profissionais capacitados nos hotéis, nos restaurantes, nas pousadas, [...] ter aqueles guias turísticos que orientem a onde se encontra o artesanato, aonde se encontra os pontos históricos que eles poderão visitar, então a gente não tem, esses guias turísticos, placas de sinalização [...] a gente precisa urgentemente de um projeto de governo, tanto da instancia federal como estadual [...] um projeto de engenharia de trafego, o transito daqui está prejudicando muito, [...] não ter um estacionamento adequado pra esses carros de linha, tudo isso”.
AGP 2: “Olhe é muito complicado a gente vender Pau dos Ferros hoje, inclusive debatíamos isso na última reunião do Polo que aconteceu em Patu [...] nós não temos alguns serviços essenciais, como por exemplo, [...] a gente não tem ainda aquele hotel, ou aquela pousada, a reclamação dos serviços dos elementos são muito grandes, ou seja, da forma de atendimento, a gente sabe que isso reflete muito, quando alguém chega lá fora e vai colocando, [...] nós também não temos guias turísticos, para que o turista chegue, e ele seja recepcionado, e que tenha essa visão turística de Pau dos Ferros, [...] nós não temos empresas de linha, de vendas de pacotes, é uma pena, mais ainda fica esses pontos a desejar, mais que, é uma cidade que ainda recebe muitos elogios, de muitas coisas e de algumas formas de embelezamento”.
Ainda que, o Município de um modo geral disponha de bons elementos e recursos de
infraestrutura turística como restaurantes, hotéis, pousadas e serviços públicos, é perceptível que há
uma deficiência na qualidade do atendimento e ainda na falta de alguns recursos essências como foi
mencionado pelos agentes públicos, guias turísticos, deficiência no tráfego urbano, um hotel ou pousada
mais especializado no turista, a atual crise hídrica e principalmente a divulgação e valorização dos
atrativos pela comunidade local e a própria integração do setor público e privado.
Mostrando-se envolvido e ativo nas discussões do Polo Serrano por meio da Secretaria de
Cultura e Turismo (SECULT), órgão criado para ser responsável pelo desenvolvimento de projetos que
fomentem o turismo e a cultura no Município. O Prefeito em exercício Fabricio Torquato por meio de suas
atribuições legais, além de implementar uma pasta encarregada pelo desenvolvimento da atividade
76
turística, também instituiu a Lei nº 1487/15 Política Municipal de Turismo, e cria o Sistema Municipal de
Turismo (SMT).
A referida lei dispõe da Política Municipal de Turismo que estabelece o papel da gestão pública
municipal no desempenho da atividade turística e define pressupostos que embasam os projetos,
políticas e ações formuladas e executadas pela Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros, com a
participação da sociedade, no campo do turismo, dentre os seus objetivos está promover e divulgar o
Município e seus atrativos; estimular a integração com o setor privado e o terceiro setor para a realização
de parcerias necessárias ao desenvolvimento turístico e proporcionar o crescimento da oferta de trabalho
e melhor distribuição de renda.
Propondo a criação do Sistema Municipal de Turismo, ferramenta de articulação, gestão e
fomento da atividade turística do Município, através da implementação de políticas públicas efetivas,
essas que serão discutidas, analisadas, revisadas e aprovadas pelo Conselho Municipal de Turismo
órgão de classe deliberativo, consultivo e normativo com composição paritária entre Poder Público
Municipal e Sociedade Civil, se constitui no principal espaço de participação social institucionalizada, de
caráter permanente, na estrutura do Sistema Municipal de Turismo. E posteriormente exposto, discutido
e aprovado na Conferencia Municipal de Turismo instancia de participação da sociedade civil. Tem-se
como instrumentos de gestão do Sistema Municipal de Turismo (SMT) o Plano Municipal de Turismo e o
Sistema Municipal de Financiamento ao Turismo que se caracterizam como ferramentas de
planejamento, técnico e financeiro, e de qualificação dos recursos humanos (Ver Anexo A).
É importante evidenciar que as decisões políticas implementadas para o produto turístico devem
ser tomadas de forma estratégica e para isso deve-se considerar, entre outros fatores: a imagem, o
produto, (recursos, bens de consumo e serviços), a infraestrutura em geral (hotéis, restaurantes, vias de
acesso) os profissionais e a tecnologia a disposição, as responsabilidades de cada agente e formas de
controle para a manutenção dos níveis da atividade turística ofertada, além disso não se faz marketing
turístico de lugares sem a participação de todos os elementos facilitadores.
A Gestão Municipal dispõe de elementos fundamentais para o desenvolvimento da atividade
turística, como dito anteriormente por Valls (2006) o primeiro passo para o desenvolver da atividade
turística na administração pública é a criação de órgãos instituídos para impulsionar o desenvolvimento
do potencial turístico através da criação de infraestrutura, conservação e proteção de atrativos,
concessão de alvarás para abertura de negócios que venham atender as necessidades dos turistas
dentre outras atividades, inciativas possibilitam o subsidio de recursos financeiros das esferas estaduais
e federais, consolidando assim o potencial do destino turístico através de um planejamento estratégico
focado em tornar o destino mais atrativo e competitivo e assim concorrer em nível de igualdade com os
outros destinos e consequentemente atrair moradores, turistas, investidores possibilitando a geração de
77
lucros, bem como, a divulgação e promoção do destino através de um investimento continuo seja na
revitalização, conservação dos atrativos, novas infraestrutura e até mesmo na criação de uma imagem
positiva da cidade.
Porém, é preciso estar mais atuante as vistas da sociedade e principalmente dos visitantes,
turistas ou excursionistas que frequentam a cidade diariamente, colocando em prática o que está previsto
na lei do Plano Municipal de Turismo. Visitantes estes, oriundos de cidades circunvizinhas e dos estados
do Ceará e da Paraíba em busca do comercio local, serviços públicos, como também, entretenimento e
lazer através dos eventos tradicionais, praça de eventos e uma oferta diversificada de restaurantes e
lanchonetes disponíveis na localidade.
4.1.2.1 Atrativos Turísticos da Cidade
De acordo com Dias e Cassar (2005), para que uma localidade seja considerada uma destinação
turística, deve-se ter um conjunto de organizações e indivíduos integrados que colaboram e competem
na oferta de diversos produtos e serviços que venham satisfazer as necessidades dos turistas, além de
seus atrativos, que pode ser considerado o principal fator determinante pela escolha do destino, mas
sem os serviços essenciais o turista não terá uma experiência satisfatória, e consequentemente não
retornará, criando em sua mente uma imagem negativa daquele destino.
Dito isto, e em conformidade com o que foi mencionado anteriormente a cidade no geral conta
com um bom aparato de serviços turísticos, tais como, hotéis, pousadas, restaurantes, serviços públicos,
embora, ainda seja incipiente, a localidade é uma destinação turística com potencial iminente, mas ainda
pouco explorado efetivamente como produto turístico, pois não há uma integração entre os elementos
que compõe a atividade turística enquanto produto (bens e serviços auxiliares, gestão, imagem da marca,
preço, infraestrutura e equipamentos e recursos) dificultando assim a venda da localidade como um
destino turístico. Inicialmente, faz-se necessário identificar o potencial turístico, a partir de seus atrativos,
e para melhor identifica-los, foi questionado aos agentes públicos responsáveis pela pasta do turismo,
quais eram os principais elementos que representava a cidade enquanto destino turístico, e obteve-se
as seguintes respostas.
AGP 1: “Os elementos que eu considero, que representa Pau dos Ferros como destino turístico [...] dentro do turismo religioso que a gente sabe que é a festa da padroeira, dentro do turismo de eventos, a FINECAP [...] mas o mais forte mesmo desses elementos, [...] é o comercio daqui, o comercio junto com a feira livre, que é muito diversificada”.
78
AGP 2: “O que nos representa mais, são os elementos culturais, aqui gente ainda tem muito forte
a questão do turismo de cultura, de eventos, então é muito atrativo, por isso que a gente pode ver por
exemplo a FINECAP, a cavalgada do vaqueiro, o Arrasta Fest”.
De acordo com a fala dos agentes públicos, é nítido que eles consideram os eventos tradicionais
e o comercio da cidade, como os principais elementos que expõe e representa a cidade de Pau dos
Ferros como um destino turístico, pois são eles os responsáveis por atrair turistas a cidade em épocas
de festividades e aos sábados com a Feira Livre. Mas de acordo com alguns documentos internos
consultados como o próprio Inventário Turístico da cidade feito em 2007 a cidade apresenta alguns
atrativos turísticos, na qual pode-se destacar:
Fotografia 03 – Feira livre de Pau dos Ferros
Fonte: Nossa Pau dos Ferros (2016). Disponível em:
<http://nossapaudosferrosrn.blogspot.com.br/2015/09/decreto-executivo-modifica-feira-livre.html>
Criada em dia 01 de Dezembro de 1859 pela câmara dos vereadores, a Feira Livre que
anteriormente representava apenas um pequeno ponto de encontro e reunião dos habitantes locais, é
hoje um importante empório de comercialização dos mais variados produtos de abastecimento e
consumo e tem como dia especifico os sábados, e tida como um dos maiores destaques de feira livre da
região do Alto Oeste Potiguar (SECULT, 2016).
79
Fotografia 04 – Açude Público de Pau dos Ferros (Barragem)
Fonte: RN Cidades (2016). Disponível em: <http://www.rncidades.com/place/barragem-de-pau-dos-ferros/>
A construção da Barragem teve início no ano de 1965 com uma capacidade de 54.846.000 (m³)
e em 1967, dois anos após sua construção teve sua primeira sangria. Considerado ponto turístico natural
de bastante destaque na cidade durante os fins de semana e períodos de cheia. Nos dias atuais em
consequência de uma crise hídrica severa consta com um volume atual de 0% da sua capacidade, ou
seja está, completamente seca, fato que ocorre pela primeira vez na sua história que interrompeu não
somente o fluxo de visitantes e turistas no atrativo, como também, a distribuição de água na cidade.
(IGARN, 2016; SECULT, 2016).
Fotografia 05 – Terminal Turístico “Lindalva Torquato”: Barravento
Fonte: Evanio Araújo (2016). Disponível em: <http://evanioaraujo.zip.net/images/09_2.JPG>
80
Inaugurado dia 09 de setembro de 2003, é um espaço de bastante notoriedade na cidade de Pau
dos Ferros por ser um forte pilar de sustentação turística no Município. Frequentado durante os fins de
semana e períodos de cheia da barragem, hoje em desuso devido crise hídrica que assola a região
(SECULT, 2016).
Fotografia 06 – Praça de Eventos Nossa Senhora da Conceição
Fonte: Jânio Melo Disponível em: < https://www.flickr.com/photos/janiomelo/6843994375 >.
A Praça de Eventos Nossa Senhora da Conceição, construída no mandato do ex-prefeito
Leonardo Rêgo, foi inaugurada no dia 25 de junho de 2008. Esta obra ofertou aos pauferrenses maior
visibilidade no setor do turismo e é referência em estrutura de eventos na região como a FINECAP, além
de ser um local bastante frequentado para a prática de exercícios físicos e entretenimento e lazer através
dos eventos que sedia como a FINECAP, Arrasta Fest e através dos quiosques mantem o fluxo de
pessoas diariamente (SECULT, 2016).
Fotografia 07 – Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição (Antes e nos dias atuais)
Fonte: Barão Turismo (2016). Disponível em: <http://mapio.net/a/14571840/> e <http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2016/06/pau-dos-ferros-rn.html />
81
A capela de Nossa Senhora Imaculada Conceição foi construída no ano de 1738. Em 1756 foi
elevada à categoria de Matriz. Atualmente com uma nova arquitetura, a última reforma foi de 2012 a
2015 e culminou com a construção da segunda torre da igreja e principal ponto turístico religioso da
cidade (SECULT, 2016).
Fotografia 08 – Obelisco do Centenário
Fonte: Barão Turismo (2016). Disponível em: <http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2016/06/pau-dos-ferros-rn.html>
O Obelisco, monumento que foi construído, inicialmente, no ano de 1955 e inaugurado em 17 de
dezembro de 1956 em comemoração ao centenário do Município de Pau dos Ferros-RN e ao
bicentenário da freguesia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição (SECULT, 2016)
Fotografia 09 – Praça da Matriz “Monsenhor Caminha”
Fonte: Férias Tur (2016). Disponível em: <http://www.ferias.tur.br/fotos/7233/pau-dos-ferros-rn.html >
82
Construída durante o início do século XX, mais precisamente no ano de 1942, a Praça da Matriz
“Monsenhor Manoel Caminha Freire” é um marco memorial na cultural e na história do Município pau-
ferrense. E reinaugurada em 27 de junho de 2009 após reforma de modernização urbana que a tornou
mais bonita e atrativa (SECULT, 2016).
Fotografia 10 – Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia”
Fonte: Barão Turismo (2016). Disponível em: <http://franciscoguiacm.blogspot.com.br/2016/06/pau-dos-ferros-rn.html>
A atual Casa de Cultura Popular “Joaquim Correia” O prédio foi erguido em virtude do decreto nº
234 de 10 de novembro de 1910 que instituía a primeira escola da região Oeste do RN. Reinaugurada
em 12 de Junho de 2015 com essa nova denominação e que desde então, abriga a sede da Secretaria
Municipal de Cultura e Turismo (SECULT) e a Biblioteca “Manoel Jácome de Lima”, galerias de exposição
e ainda um auditório, espaço na qual é realizado diversos eventos (SECULT, 2016).
Em relação aos atrativos turísticos da cidade, é importante ressaltar que alguns acabam sendo
autossuficientes como a Feira Livre e a própria praça de eventos, mesmo não sendo tão divulgados, em
razão das atividades comerciais envolvidas ao seu redor, outros utilizados eventualmente como a Casa
de Cultura, enquanto os atrativos naturais tais como a Barragem e o Açude da 25 Março sofrem com a
crise hídrica que assola a região nos últimos anos.
Os elementos e características aqui identificados compõe a identidade do destino, e devem ser
trabalhados de forma que gerem uma relação de oferta e demanda, e consequentemente a pratica efetiva
da atividade turística e para que isso aconteça, o desenvolvimento da atividade turística da cidade de
Pau dos Ferros, deve ser feita com base em um plano estratégico com ações efetivas para que seus
atrativos sejam de fato divulgados, através do marketing, que fará o papel de informar e atrair o turista
83
até a localidade, pois não há um site que os divulgue ou venda a cidade como destino turístico,
aproveitando todo o seu potencial, através de projetos e ações realizadas frequentemente, de forma que
venham atrair os visitantes que circulam diariamente na cidade, uma vez que a cidade não dispõe de
recursos naturais tão atrativos como Martins e Portalegre, municípios serranos com uma atividade
turística já consolidada, no entanto, devido a sua localização a cidade se torna uma espécie de “canal”
para divulgação e acesso aos atrativos dos demais municípios que compõe o Polo Serrano, o que poderia
desencadear no surgimento de empreendimentos especializados no turismo.
4.2 Caracterização sócio demográfica dos visitantes
Nesta seção será analisado o perfil sócio demográfico dos visitantes e turistas que frequentaram
a cidade de Pau dos Ferros no período de 29 de Julho a 19 de Setembro de 2016. Conhecer o perfil dos
visitantes (turistas e excursionistas) de um destino é fundamental para o desenvolvimento da atividade
turística da localidade, além de influenciar, na formação da imagem que o indivíduo constrói sobre o
destino antes e após a sua estada na cidade. Pois eles são fontes de informação importantes no
apontamento de direções a serem seguidas no desenvolvimento da atividade turística de uma localidade.
As variáveis a serem analisadas e discutidas serão: cidade de origem, gênero, estado civil, grau
de escolaridade, renda e ocupação.
4.2.1 Perfil socioeconômico
Durante o período de 29 de Julho a 19 de Setembro de 2016 foram aplicados 68 questionários
com visitantes e turistas que frequentaram a cidade neste período, abordados nas praças da cidade, nos
hotéis, na feira livre, pontos de maior circulação de pessoas, com intuito de identificar o perfil desse
visitante e turista para melhor compreender esse turismo que ainda ocorre de forma latente.
Conforme mostra a Tabela 03, os visitantes e turistas que frequentaram a cidade de Pau dos
Ferros durante esse período vieram de pelo menos 20 (vinte) localidades diferentes que em sua grande
maioria são cidades circunvizinhas o que reforça o fato de que cerca de 200 mil pessoas circulam durante
a semana na cidade, fato mencionado em uma edição do Programa “Rota Inter Tv” na edição em que
apresenta o município de Pau dos Ferros, devido sua localização geográfica estratégica, comércio local
e serviços públicos, dentre outros motivos que serão abordados posteriormente (ROTA INTER TV, 2016).
84
Tabela 03 – Cidade e Estado de Origem
CIDADE E ESTADO DE ORIGEM FREQUÊNCIA PORCENTAGEM
RIO DE JANEIRO – RJ 20 29,41%
NATAL – RN 5 7,35%
MOSSORÓ – RN 4 5,88%
TENENTE ANANIAS – RN 3 4,41%
ALEXANDRIA – RN 3 4,41%
ITAÚ – RN 3 4,41%
MARTINS – RN 3 4,41%
TABULEIRO GRANDE – RN 3 4,41%
RAFAEL FERNANDES – RN 2 2,94%
ÁGUA NOVA – RN 2 2,94%
MARCELINO VIEIRA – RN 2 2,94%
JOSÉ DA PENHA – RN 1 1,47%
PILÕES – RN 1 1,47%
RIACHO DE SANTANA – RN 1 1,47%
SOUSA – PB 1 1,47%
FRANCISCO DANTAS – RN 1 1,47%
RODOLFO FERNANDES – RN 1 1,47%
ANTONIO MARTINS – RN 1 1,47%
LUÍS GOMES – RN 1 1,47%
VIÇOSA – RN 1 1,47%
PETROLINA – PE 1 1,47%
SERRINHA DOS PINTOS – RN 1 1,47%
UIRAÚNA - PB 1 1,47%
CURRAIS NOVOS – RN 1 1,47%
PARNAMIRIM – RN 1 1,47%
LAVRAS – CE 1 1,47%
SÃO FRANCISCO DO OESTE – RN 1 1,47%
SEVERIANO MELO – RN 1 1,47%
ENCANTO – RN 1 1,47%
TOTAL 68 100%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Em destaque na tabela 03 temos a cidade do Rio de Janeiro – RJ com (29, 41%), representado
por um grupo de turistas que neste período estavam não somente visitando a cidade, mas também
realizando eventos de cunho religioso e social, deixando um legado e realizando conexões que possam
estar trazendo-os de volta a localidade futuramente. Embora, não vieram pensando na localidade como
um destino turístico propriamente dito, passaram um processo de decisão que envolveram visitas
prévias, pesquisas e votação para saber se a cidade de Pau dos Ferros tinha as características que eles
85
consideravam ideias para implementação do seu projeto, o que envolve a influência de fatores culturais,
sociais, pessoais e psicológicos apresentados pela teoria do comportamento do consumidor. Seguido da
capital do estado Natal representado por (7,35%) e da cidade de Mossoró com (5,88%) e o restante
oriundos de municípios circunvizinhos como Alexandria, Tenente Ananias e Itaú representados
respectivamente por (4,41%) Marcelino Vieira, Rafael Fernandes com (2,94%) e até de outros estados
como Souza – PB, Petrolina - PE e Lavras – CE com (1,47%) dos entrevistados.
Quando questionados sobre o gênero, e expresso no Gráfico 01, o sexo masculino se
sobressaiu em relação ao sexo feminino.
Gráfico 01 – Gênero
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Conforme mostra o gráfico 01, quanto ao gênero, (58,82%) dos entrevistados eram do sexo
masculino, enquanto (41,18%) do sexo feminino. Embora não haja nenhuma pesquisa que identifique a
predominância do gênero masculino na localidade, durante a aplicação dos questionários percebeu-se
uma certa resistência do público feminino para responder os questionários, bem como, a presença mais
forte do público masculino nos meios de hospedagem da cidade, evidencia-se a presença constante de
representantes de vendas e profissionais que pernoitam na cidade, e outros profissionais que trabalham,
mas não utilizam de meios de hospedagem na cidade que também é considerada Polo Comercial.
Em relação ao estado civil dos entrevistados, como pode ser visualizado no Gráfico 02, a seguir:
58,82
41,18
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
Masculino Feminino
86
Gráfico 02 – Estado Civil
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Com uma porcentagem bastante significativa de (55,88%) a grande maioria dos respondentes
afirmaram serem casados, seguidos de (32,35%) solteiros e (8,82%) divorciados, as categorias de união
estável, viúvo e outros obtiveram uma representatividade inexpressiva de (1,47% e 0%) respectivamente.
Os resultados desse questionamento demonstram que deve-se pensar em projetar atrativos e
empreendimentos turísticos voltados para o público familiar, vale salientar que a Barragem (ver
Fotografia 04) era o atrativo que supria as necessidades deste público, mas em consequência da crise
hídrica, o atrativo está impossibilitado de ser frequentado.
Em relação as pessoas que afirmaram estarem solteiros segunda maior parcela dos
respondentes, estes são atraídos constantemente pelos eventos, clubes de festas, restaurantes e bares
noturnos ofertas já existentes na cidade e que tem-se intensificado ainda mais com a instalação de novas
atividades comerciais com um conceito mais jovem e moderno.
Em relação a faixa-etária de idade do público pesquisado e expresso no Gráfico 03, a seguir.
Gráfico 03 – Faixa etária
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
55,88
8,82
32,35
1,47 1,47
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Casado Divorciado Solteiro União estável Viúvo
4,41
22,06
44,12
26,47
2,94
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
Até 20 21 - 30 31 - 45 46 - 65 Acima de 65
87
De acordo com o Gráfico 03, quanto a faixa etária de idade, de forma expressiva (44,12%)
concentra-se na faixa etária de 31 a 45 anos, o que configura-se como pessoas de meia idade que podem
já estar inseridos no mercado de trabalho e consequentemente em busca de alguma forma de
entretenimento e lazer que pode ser suprida através da comercialização de pacotes turísticos, permitindo
assim, uma experiência mais vasta em relação a atividade turística, seguidos de (26,47%) com 46 a 65
anos e (22,06%) 21 a 30 anos, com (4,41%) até 20 anos e (2,94%) acima de 65 anos apresentam
resultados pouco expressivos.
O Gráfico 04, a seguir apresenta os dados coletados em relação ao nível de escolaridade dos
visitantes e turistas.
Gráfico 04 – Nível de Escolaridade
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
De acordo com o Gráfico 04, (44,12%) dos entrevistados possuem habilitação no ensino
superior completa ou incompleta, fator decorrente do desenvolvimento universitário na localidade nos
últimos 10 (dez) anos e que consequentemente é um dos elementos responsáveis por atrair pessoas em
busca de qualificação e ascensão profissional. E consequentemente fomentador do turismo de eventos
acadêmicos, dando subsídio para a cidade desenvolver-se neste segmento turístico. Enquanto (13, 24%)
já possui alguma especialização, (4,41%) mestrado e apenas (1,47%) possuí doutorado, é perceptível o
avanço do nível de escolaridade, uma vez que a localidade vem crescendo neste setor. Já (23, 53%)
afirmaram ter concluído ou não o ensino médio e uma parcela de (13, 24%) possuem ensino fundamental
completo ou incompleto.
No que diz respeito a renda mensal dos respondentes, como pode ser visualizado no Gráfico
05, abaixo.
13,24
23,53
44,12
13,24
4,41
1,47
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Fundamental (1° a 9° ano)
Médio (2º grau)
Superior
Especialização
Mestrado
Doutorado
88
Gráfico 05 - Renda
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Quando questionados sobre a sua renda mensal, de acordo com o gráfico 05, (29,41%)
responderam que tem uma renda que mensal que varia de R$ 881,00 a R$ 2.250,00, seguidos de (25%)
que se enquadram na categoria de R$ 2.251, 00 a R$ 4.500, 00 e (20, 59%) que ganham até R$ 880,00.
E ainda temos uma parcela de (16,18%) que ganham de R$4.501,00 a R$9.000,00 e (8,82%) que tem
uma renda estimada de acima de R$9.001,00. E a partir destes dados pode-se constatar que há um
equilíbrio entre a renda mensal dos visitantes e turistas, ou seja, a cidade recebe um público com um
poder aquisitivo variado, o que possibilita o desenvolvimento de uma atividade turística mais
diversificada.
Diretamente associado ao fator renda, o Gráfico 06 a seguir, mostra qual a profissão dessas
pessoas.
Gráfico 06 – Profissão
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
20,59
29,41
25,00
16,18
8,82
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
Até R$ 881,00
R$881,00 – R$2.250,00
R$ 2.251,00 – R$4.500,00
R$4.501,00 – R$9.000,00
Acima de R$ 9.001,00
2,94
11,76
5,88
20,59
35,29
13,24
10,29
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Do lar
Aposentado
Estudante
Profissional liberal
Emprego Público
Empresa privada
Outro
89
De acordo com o Gráfico 06, quanto a profissão dos respondentes que corresponde a maior
parcela de (35,29%) são funcionários públicos, o que justifica a estabilidade financeira apresentada pelos
entrevistados na variável renda, seguidos de (20,59%) que são profissionais liberais e (13, 24%) que
trabalham em empresas privadas, (11,76%) aposentados e (10,29%) outros, porém não foi mencionado
o tipo de ocupação. E com números pouco expressivos (5,88%) são estudantes e (2,94%) do lar.
4.2.2 O Consumidor-turista e seus hábitos de viagem
Identificado os elementos turísticos presentes na localidade e identificar o perfil desse visitante,
deve-se também, apontar suas motivações, fatores que determinam a sua decisão, isto é, a
determinação de roteiros, estruturação de recursos, empreendimentos e atrativos devem ser
estabelecidos em função da sua demanda.
A motivação é tida como principal elemento disponível para identificação do mercado turístico
que envolve desde a exploração de recursos naturais através do ecoturismo até a utilização de recursos
econômicos, culturais e históricos da cidade como a pratica do turismo de negócios e eventos, tendo em
vista que o turista está mais envolvido no processo de decisão na escolha de um destino, do que os
consumidores convencionais, pois essa pratica requer um planejamento que inicia na escolha da
localidade e vai até o seu retorno para casa e nesse processo estão envolvidas várias decisões como:
qual meio de transporte utilizar, o que levar, quanto gastar dentre outras. Mas o que influenciará além da
motivação e dos atrativos turísticos será a própria experiência em si com a satisfação de suas
expectativas e uma imagem previa condizente com a realidade.
Embora o Município não detenha de tantos atrativos turísticos naturais e estruturas de grande
porte responsáveis por atrair milhares de pessoas aos destinos e pela qual muitos cidades se destacam,
e tem esses atrativos como cartões postais.
O município de Pau dos Ferros diferentemente dos outros municípios que compõe o Polo
Serrano ele atua como um ponto estratégico para o crescimento do Polo, pois pode e deve ser trabalhado
como o ponto de partida, divulgação para os demais municípios e ofertando entretenimento e atividades
comerciais que os outras cidades não dispõe.
Quando questionados sobre a principal que os trouxeram a cidade de Pau dos Ferros, como
mostra o Gráfico 07, a seguir:
90
Gráfico 07 – Motivação
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
A principal motivação com (46,25%) das respostas estão relacionados à negócios/ trabalhos,
embora não haja frequentemente a realização de eventos de negócios, devido à falta de uma
infraestrutura adequada, as pessoas que identificam essa motivação, relacionam a atividades de compra,
funcionários públicos em prestação de serviço, professores e universitários que vem participar de eventos
ou visitar universidades. Seguido de (25%) que responderam eventos religiosos, representados em maior
parte pelos turistas oriundos da cidade do Rio de Janeiro que estavam na cidade realizando atividades
relacionadas a esta modalidade. Enquanto (11,25%) afirmam estar na cidade para visitar parentes
amigos, e consequentemente acabam conhecendo a cidade e frequentando algum atrativo, mesmo que
só tenha conhecimento após já estar no destino, o que não causa nenhuma expectativa ou projeção de
uma imagem de forma turística. As demais opções foram eventos festivos representado por (6,25%),
seguido de lazer e entretenimento com (5%), eventos acadêmicos (3,75%) e outros com (2,5%) não
mencionando a motivação. Importante ressaltar que as motivações foram marcadas em conjunto,
obtendo-se um total de 117 respostas, o que caracteriza a existência de um potencial não identificado
pela maioria das pessoas e ainda pouco explorado. Tendo como grande destaque o comercio local e a
oferta de serviços, por isso deve-se evidenciar e divulgar seus atrativos e atividades de entretenimento
disponíveis para que as pessoas que visitam a cidade em função do comercio e serviços, também
venham usufruir desse entretenimento ofertado pela cidade.
O Gráfico 08 a seguir, diz respeito as fontes de informação que conduziram esses visitantes a
cidade de Pau dos Ferros.
5,00
11,25
46,25
25,00
6,25
3,75
2,50
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Lazer/entretenimento
Visitar parentes e amigos
Negócios/trabalho
Eventos Religiosos
Eventos Festivos
Eventos Acadêmicos
Outros
91
Gráfico 08 – Fontes de informação que ajudaram na escolha do destino
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
De acordo com os dados representados pelo Gráfico 08, podemos identificar que (47,06%) estão
na cidade devido visitas anteriores, evidenciando visitas frequentes, que em maior parte está relacionada
ao atrativo comercial que a cidade possui. Seguido de outros com (42,65%) afirmado pelos turistas
advindos do Rio de Janeiro, na qual realizam uma longa pesquisa e visitas prévias, que colocava a cidade
de Pau dos Ferros como opção de destino. E ainda (8,82%) que responderam indicação de familiares e
amigos, internet e sites especializados e agências de viagem obtiveram o percentual de (1,47% e 0%)
respectivamente, o que podemos remeter a pouca divulgação e informações em sites especializados de
turismo.
Os Gráficos 09 e 10 a seguir, nos mostra qual o meio de transporte utilizado pelas pessoas para
chegar até o destino, bem como, o meio utilizado para transitar na cidade.
Gráfico 09 – Transporte que utilizou para chegar ao destino
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
1,47
8,82
47,0642,65
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
Internet/Siteespecializado
Indicação deparentes/amigos
Visitasanteriores
Outros
42,65
19,1222,06
7,35 8,82
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
Carro Van Ônibus Moto Outros
92
Os meios de transporte são um dos serviços essenciais da atividade turística, responsáveis pela
locomoção do turista até chegar ao destino e durante a sua estada para conhecer a cidade.
Gráfico – 10 Transporte que utiliza na cidade
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
De acordo com os Gráficos 09 e 10 acima, (42,65%) dos respondentes afirmaram que vem a
cidade de Carro, o que corrobora com os (48,53%) como pode ser visualizado no gráfico 10, que utilizam
carro próprio para locomoção dentro do destino. Seguido de (22,06%) que vieram e utilizaram o ônibus
também para deslocamentos dentro da cidade, estes representados pelos turistas cariocas e (19,12%)
responderam van, representado pelos visitantes das cidades circunvizinhas que frequentam diariamente
o destino, estes que após a chegada no destino se locomovem a pé, representado por (17,65%) dos
inqueridos. No decorrer da coleta de dados foi mencionado pelos visitantes o problema da escassez de
vaga de estacionamentos da cidade, que são ocupadas pelas vans e carros de linha diariamente. Ou
seja veículos alternativos que diariamente circulam com pessoas de todas as localidades circunvizinhas
e até de outros estados para usufruírem do comercio local e serviços ofertados pelo Município de Pau
dos Ferros – RN.
Dessa forma para que de fato aconteça uma atividade turística é preciso estar atento aos
serviços básicos da cidade, nesse caso, principalmente uma restruturação no trafego, pois esse fator é
um ponto negativo para o planejamento da atividade turística.
O tempo de estada destas pessoas na cidade, representado no Gráfico 11, a seguir, é o que
nos revela a classificação deste público na atividade turística.
2,94
22,0617,65
2,94
48,53
5,88
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Van Ônibus A pé Moto táxi Carropróprio
Motoprópria
93
Gráfico 11 – Tempo de estada na cidade
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Conforme podemos visualizar no Gráfico 11, (41,18%) dos inqueridos permanecem na
localidade por menos de 24h, em sua grande maioria pessoas oriundas de cidades circunvizinhas,
seguidos de (32,35%) que permaneceram por cerca de 6 a 7 dias, a qual pode ser justificada pelos
turistas cariocas e (17,65%) que responderam mais de 7 dias, representadas por pessoas que estudam
ou trabalham na cidade, mas que nos fins de semana voltam para suas cidades de origem. Com pouca
representatividade (5,88%) estão as pessoas que passam eventualmente 2 a 3 dias na cidade,
geralmente a negócios ou trabalho, mais que utilizam os meios de hospedagem e frequentam os atrativos
da cidade, (2,94%) permanecem de 4 a 5 dias.
Este público, segundo Beni (2007) podem ser classificados de duas maneiras, são eles:
Turistas, considerando as pessoas que permanecem na localidade por mais de 24 horas, ou seja, que
pernoitam e realizam atividades que envolvam entretenimento e lazer e Excursionistas, estes
permanecem na localidade por menos de 24 horas e realizam atividades de recreação, descanso e lazer
independente da sua modalidade, seja ela (férias, esportes, entretenimento, saúde, cultural, religioso
entre outros). Uma das alternativas para atração de novos públicos que venham a se tornar turistas, é
investir na infraestrutura adequada para realização de eventos acadêmicos e de negócios, consolidando
assim a atividade turística no Município.
Com relação a periodicidade que frequenta a cidade de Pau dos Ferros, como pode-se visualizar
no Gráfico 12, a seguir:
41,18
5,88
2,94
32,35
17,65
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Menos de 24hs
2 a 3 dias
4 a 5 dias
6 a 7 dias
Mais de 7 dias
94
Gráfico 12 – Periodicidade que vem a Pau dos Ferros
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
De acordo com o Gráfico 12, com a parcela significativa de (36,76%) e justificada pela presença
de um grupo de turistas cariocas estavam na cidade pela primeira vez, seguidos de (33,82%) que visitam
a cidade de 2 a 5 vezes, (23,53%) ou mais de 11 vezes durante o mês e (5,88%) entre 6 e 10 vezes.
Inúmeras pessoas frequentam a cidade de Pau dos Ferros mensalmente, embora essas pessoas sejam
apenas excursionista, podem vir a se tornar potenciais turistas se forem enxergados nesta perspectiva.
Pois são frequentemente atraídos pelo comercio e variedade de opões de entretenimento e lazer,
normalmente fazem uso de veículo próprio, o que corrobora com os resultados expostos nos Gráficos 09
e 10 desta pesquisa.
Quando questionados sobre as pessoas que lhe acompanhavam na viagem, demonstrado pelo
Gráfico 13, obteve-se os seguintes resultados.
Gráfico 13 – Quem lhe acompanha na viajem
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
36,76
33,82
5,88
23,53
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Primeira Vez
Entre 2 e 5 vezes
Entre 6 e 10 vezes
Mais de 11 vezes
1,47
7,35
26,47
30,8833,82
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
Filho(s) Cônjuge Amigo(s) Família Viaja sozinho
95
De acordo com o Gráfico 13, a maioria dos inqueridos na pesquisa afirmaram com (33,82%) que
viajam sozinhos, comportamento esse, que também pode estar relacionado a falta de divulgação dos
atrativos e recursos que retenham esses visitantes, bem como investimentos por parte da iniciativa
privada em atrativos que satisfaçam a necessidade de um púbico mais diversificado, seguidos de
(30,88%) que viajam acompanhado da família e (26,47%) vieram com amigos e ainda (7,35%) com o
cônjuge e (1,47%) com filhos.
Quando questionados se utilizavam algum meio de hospedagem, atingiu-se os seguintes
resultados expostos no Gráfico 14, a seguir.
Gráfico 14 – Hospedagem
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Conforme o gráfico 13, (39,71%) não pernoitaram na cidade, seguidos de (25%) que
responderam outros, representados pelos turistas oriundos do Rio de Janeiro que estavam hospedados
em uma escola da cidade, (17, 65%) estavam hospedados em casa de amigos e familiares, e outros (10,
29%) mantem apartamento ou casa alugada na cidade, e apenas (7,35%) estiveram hospedados nos
hotéis e pousadas da cidade. Os resultados aqui há uma procura relativamente baixo pelo setor hoteleiro,
porém durante entrevista com os empresários o fluxo de pessoas se mantém pelas pessoas que vêm a
negócios e o fluxo intensifica nos períodos festivos, principalmente durante a FINECAP.
Em relação aos gastos realizados na cidade, como demonstrado no Gráfico 15, abaixo.
17,65
10,29
7,35
39,71
25,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Casa de amigos/Familiares
Apartamento/Casa alugada
Hotel/Pousada
Sem hospedagem
Outros
96
Gráfico 15 – Quanto gasta na cidade
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Segundo o Gráfico 15, logo acima, como uma parcela significativa de (47,06%) gastam pelo
menos R$ 100,00 durante sua estada na localidade, seguido de (26,47%) que afirmaram gastar de R$
101 a R$ 300,00, gastos que podem estar relacionados a compras eventuais realizadas no dia respectivo
a aplicação do questionário, ou ainda por não ser o período na qual os inqueridos costumam fazer
compras (14,71%) R$ 301 a R$ 500,00. Ainda temos (8,82%) que desembolsam acima de R$ 501,00,
que podem ser considerados os que satisfazem todas as suas necessidades comerciais na cidade e
(2,94%) que afirmaram gastar nada.
Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) em parceria com a
Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que o turista de negócios gasta 4 (quatro) vezes mais que o
visitante de lazer no Brasil, tal fato demonstra que o turismo de negócios e eventos dentre os tipos de
turismo existentes mais rentáveis, pois, além disso, movimenta vários setores econômicos desde a
hotelaria até os setores de apoio as organizações de eventos como a produção de material gráfico
(BRASIL. Embratur, 2016).
Relacionado diretamente ao despenho financeiro durante a estada na cidade estão os locais
mais frequentados pelos visitantes e turistas durante a sua estada, representado de forma mais
detalhada pelo Gráfico 16, a seguir.
2,94
47,06
26,47
14,71
8,82
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00
Nada
Até R$100,00
R$101,00 a R$300,00
R$301,00 a R$500,00
Acima de R$501,00
97
Gráfico 16 – Estabelecimentos mais frequentados
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Quando questionados sobre quais estabelecimentos mais frequentavam durante sua
permanência na cidade em sua maioria com (29,91%) responderam que costumam visitar as lojas
comerciais, seguidos de (23,93%) que afirmaram frequentar os empreendimentos do setor alimentício,
ambos de grande variedade e destaque na cidade de Pau dos Ferros - RN, considerado um de seus
principais atrativos. Representados por (19,66%) estão as instituições religiosas que foram motivação
principal do grupo de turistas cariocas e outros divididos entre (12,82%) frequentam as instituições
financeiras, (7,69%) instituições de ensino e (5,98%) hospitais e clinicas, mas em sua maioria, os
visitantes frequentam todos esses estabelecimentos em momentos diferentes. Mais uma vez destaca-se
a oferta do comercio, mostrando-se que os atrativos e estabelecimentos de entretenimento são pouco
divulgados, além de não atenderem a necessidade de todos os púbicos.
Além de conhecer o perfil dos visitantes e turistas, seus hábitos de viajem também foram
avaliados pelos inqueridos a infraestrutura da cidade, os serviços disponíveis e seus atrativos, como
mostram as tabelas 04, 05 e 06 a seguir. Estes considerados elementos fundamentais para o
desenvolvimento da atividade turística bem como responsáveis por garantir a satisfação do turista
durante a sua estada na localidade produzindo uma imagem positiva em sua mente.
De acordo com a Tabela 04, logo abaixo, quanto a avaliação da infraestrutura da cidade, levando
em consideração vias de acesso, sinalização, arquitetura, segurança e transportes, obteve-se os
seguintes resultados:
23,93
29,91
12,82
7,69
19,66
5,98
0,00 5,00 10,0015,0020,0025,0030,0035,00
Restaurantes/ Padarias/…
Lojas comerciais
Instituições Financeiras (bancos)
Instituições de Ensino
Instituições Religiosas
Hospital/Clínicas
98
Tabela 04 – Avaliação da Infraestrutura da cidade de Pau dos Ferros
AVALIAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE PAU DOS FERROS ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
Vias de acesso a Pau dos Ferros (estradas, placas)
14,71% 35,29% 38,24% 5,88% 5,88% 0%
Sinalização (nomes de rua, faixa de pedestre, estacionamento);
7,35% 33,82% 44,12% 10,29% 4,41% 0%
Arquitetura e Limpeza urbana (Prédios, praças, monumentos);
4,41% 57,35% 27,94% 5,88% 2,94% 1,47%
Segurança pública (iluminação, câmeras policiamento)
8,82% 33,82% 45,59% 4,41% 4,41% 2,94%
Transportes (taxi, moto-taxi, ônibus) 7,35% 36,76% 32,35% 13,24% 2,94% 7,35%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Conforme mostra a tabela 04, em relação as vias de acesso a cidade com (35,29%) e (38,24%)
avaliaram como “BOM” e “REGULAR” respectivamente, devido ser uma cidade com uma localização
geográfica estratégica facilitando o acesso e o fluxo continuo de pessoas, gerando nas pessoas uma
expectativa positiva quanto a qualidade das estradas e sinalização. Já em relação a sinalização das ruas
(44,12%) consideram “REGULAR”, como já mencionado anteriormente pelos próprios agentes púbicos
a cidade necessita de uma restruturação no trafego, o que justifica a avaliação dos inqueridos. Quanto a
arquitetura e limpeza urbana do Município (57,35%) classificaram como “BOM” o que podemos
considerar também fruto das mudanças arquitetônicas, principalmente nas praças da cidade realizada
nos últimos anos, tornando-as mais atrativas aos visitantes. Em relação a segurança maior parte dos
respondentes com (45,59%) consideraram “REGULAR” embora não haja presença de câmeras ou
policiamento nas ruas de forma mais efetiva. Já quanto aos meios de transporte disponíveis na cidade
(36,76%) e (32,35%) classificaram como “BOM” e “REGULAR” respectivamente, devido ao acesso
relativamente fácil, embora a maioria dos respondentes afirmaram vir de carro próprio a cidade.
A Tabela 05, a seguir, traz a avaliação acerca dos atrativos turísticos da cidade.
Tabela 5 – Avaliação dos Atrativos Turísticos cidade de Pau dos Ferros
AVALIAÇÃO DOS ATRATIVOS DE PAU DOS FERROS ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
Atrativos naturais (barragem) 4,41% 10,29% 20,59% 13,24 13,24% 38,24%
Atrativos culturais/sociais/religiosos (igrejas, casa de cultura popular) 11,76% 44,12% 26,47% 8,82% 2,94% 5,88%
Atrativos comerciais/negócios/saúde (comercio local) 11,76% 60,29% 23,53% 1,47% 1,47% 1,47%
Atrativos acadêmicos (Universidades, eventos acadêmicos) 11,76% 45,59% 29,41% 0% 1,47% 11,76%
99
Atrativos de entretenimento e lazer (Finecap, Arrasta Fest, bares e restaurantes, pizzarias, Praça de eventos).
25,00% 41,18% 26,47% 1,47% 1,47% 4,41%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Conforme os dados apresentados na tabela 05, em relação aos atrativos naturais da cidade, os
entrevistados avaliaram em sua maioria como “NÃO SEI” (38,24%) devido à crise hídrica na região que
causou a seca da Barragem, antes considerado um atrativo natural que atraia um grande fluxo de
pessoas durante os fins de semana e nos períodos de cheia. Quanto aos atrativos culturais e religiosos
(44,12%) dos inqueridos classificaram como “BOM” pois dois dos principais atrativos que representam
esse tipo de turismo estão localizados no centro da cidade como a “Igreja da Matriz” que após a sua
reforma se tornou ainda mais atrativa e a casa de Cultura Popular “Joaquim Correia” responsável por
resgatar e manter viva a cultura da cidade, mesmo considerando seu potencial como atrativo turístico
deveria ser mais explorado através de exposições dentre outras atividades que atraísse o público que
circula diariamente na cidade.
Em relação aos atrativos comerciais como a feira livre e a oferta comercial e responsável por
manter o fluxo diário de pessoas (60,29%) avaliaram como “BOM”, o mesmo ocorreu com os atrativos
acadêmicos (45,59%) avaliaram como “BOM” pois é um setor que está em desenvolvimento na cidade e
merece mais atenção como potencial fomentador de eventos. E no que diz respeito aos atrativos de
entretenimento e lazer com destaque para os eventos tradicionais como a FINECAP, (25%) e (41,18%)
avaliaram como “ÓTIMO” e “BOM” respectivamente, o que pode-se considerar uma avaliação que
excedeu as expectativas do público.
Como sabemos os serviços e recursos turísticos disponíveis na cidade são essenciais na
garantia da satisfação do visitante e turista durante a sua estada na localidade, só a presença de um
ótimo atrativo turístico não basta, é necessário uma integração entre os setores públicos e privados para
a promoção de uma atividade turística adequada as necessidades dos turistas e condizente com as suas
expectativas.
A Tabela 06 a seguir, apresenta a avaliação realizada pelos inqueridos acerca dos serviços
ofertados na localidade.
Tabela 06 – Avaliação dos Serviços Turísticos ofertados na cidade de Pau dos Ferros
AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS TURÍSTICOS
ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO NÃO SEI
Qualidade no atendimento dos hotéis e pousadas 4,41% 22,06% 29,41% 8,82% 2,94 32,35
Restaurantes/Lanchonetes/ Padarias (variedades de pratos, qualidade no atendimento, preços)
8,82% 54,41% 33,82% 0% 1,47% 1,47%
100
Entretenimento ofertados (festas, bares, praça de eventos, restaurantes, pizzarias, etc.)
7,35% 57,35% 29,41% 1,47% 1,47% 2,94%
Qualidade do comércio/instituições financeiras/instituições de saúde (variedade, atendimento, preços, diversidade dos produtos e serviços)
8,82% 44,12% 42,65% 1,47% 1,47% 1,47%
Informações disponíveis a respeito dos atrativos da cidade (folders, sites, mapas, outdoor, etc.)
- 13,24% 20,59% 11,76% 47,06% 7,35%
Como classifica, em termos de satisfação, a sua estada na cidade de Pau dos Ferros
23,53% 64,71% 8,82% 2,94% 0% 0%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Conforme a tabela 06, em relação a avaliação dos meios de hospedagem da cidade (32,35%)
avaliaram como “NÃO SEI” devido a maior presença de excursionistas na cidade, ou seja, que assam
menos de 24 horas e outros que se hospedam em casa de familiares e amigos. Quanto a avaliação dos
empreendimentos do setor alimentício no que diz respeito a qualidade, preço, variedade (8,82%) e
(54,41%) dos respondentes classificaram como “ÓTIMO” e “BOM” respectivamente caracterizando como
uma avaliação satisfatória. Em relação aos eventos e opções de entretimento ofertadas (7,35%) e
(57,35%) %) dos inqueridos também avaliaram como “ÓTIMO” e “BOM”. Quanto as atividades comerciais
disponíveis (44,12%) e (42,65%) classificaram como “BOM” e “REGULAR” nesta ordem, o que configura-
se como uma avaliação mediana, deixando algo a desejar.
Com relação as informações disponíveis sobre os atrativos turísticos (47,06%) avaliaram como
“PESSIMO”, pois não divulgação através de cartazes, folders ou panfletos ou um site que divulgue a
cidade como atrativo turístico, para ser atraído o turista necessita de informações e ela devem estar
disponíveis nos locais onde os turistas são recepcionados.
Por fim quando questionados sore o grau de satisfação em relação a sua estada na cidade com
(23,53%) e (64,71%) avaliaram como “ÓTIMO” e “BOM” respectivamente, ou seja, as pessoas mesmo
que não consigam visualizar a localidade como um destino turístico ainda, gostam de estar na cidade e
usufruir do que ela oferece de melhor que o seu comercio e a oferta de serviços, porém o Município
dispõe de ferramentas e elementos que podem tornar a cidade ainda mais atrativa para seus visitantes
e potencias turistas, através de um planejamento estratégico estruturado, colocando em prática a Lei
Municipal de Turismo, com a participação mais efetiva da comunidade local, universidades com apoio a
pesquisas e o interesse da iniciativa privada, mas isso só será possível com a integração deste eixos,
gerando de fato uma cadeia produtiva do turismo.
101
E ainda confirmando o que o Gráfico 17 e 18, a seguir que apresentam dados sobre a intenção
dos visitantes e turistas em retornar a cidade, bem como, de recomendar o destino para amigos e
familiares.
Gráfico 17 – Intenção de retornar a cidade
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
De acordo com o Gráfico 17 (89,71%) dos inqueridos da pesquisa pretendem retornar a cidade
em função do setor comercial, serviços públicos e eventos, seguidos de (8,82%) que responderam
“TALVEZ”, provavelmente por serem de uma cidade mais distante e apenas (1,47%) disse que não
retornaria.
Gráfico 18 – Intenção de recomendar a cidade
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
89,71
1,47
8,82
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
Sim
Não
Talvez
94,12
5,88
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00
Sim
Talvez
102
Conforme o Gráfico 18, logo acima (94,12%) recomendariam o destino aos familiares e amigos,
apenas (5,88%) afirmaram que “TALVEZ”, e nem um dos inqueridos optaram pela alternativa “NÃO”
Apesar de pouco divulgado como atrativo turístico a cidade consegue se manter com a sua oferta
comercial e eventos tidos e confirmados aqui como os principais elementos responsáveis por manter o
fluxo constante de pessoas na cidade, mas foram identificados ferramentas que serão a chave para o
desenvolvimento de forma efetivo desse potencial turístico, alavancando recursos de esferas estaduais
e federais para a construção de uma infraestrutura adequada ao desenvolvimento efetivo do turismo de
negócios e eventos para que assim a cidade seja de ato visualizada como uma destinação turística tanto
para os visitantes e turistas, quanto pela comunidade local e assim possa se formar uma imagem positiva
na mente do visitante ou turista e condizente com a realidade o que resultará na construção de uma
identidade.
4.3 Imagem da cidade de Pau dos Ferro – RN como destino turístico
A imagem de um destino pode ser definida a partir de um conjunto de ideias, crenças,
impressões, no qual o indivíduo tem de uma determinada localidade baseado em informações, opiniões
e experiências, que posteriormente serão utilizadas para designar uma percepção geral daquele destino.
Essa imagem representa uma simplificação de todas as informações que o turista conhece da
localidade, ou seja, é o produto de uma mente que tenta processar e extrair a essência do local a partir
das informações, fotografias ou opiniões que ouviu sobre o local e é através dessa imagem projetada na
mente do turista que ele coloca todas as suas expectativas antes de chegar ao destino, e essa imagem
deve estar condizente com a realidade, sua formação definitiva acontece a partir da interação entre o
indivíduo e a realidade, e caso isso não ocorra a reputação do destino estará comprometida.
A formação dessa imagem está diretamente ligada a natureza intangível do produto, no caso o
destino, onde os turistas só avaliaram de forma definitiva após toda experiência vivenciada, esta que
pode vir a ser positiva ou negativa, como também pelo segmento de público que a localidade poderá
atrair, por isso deve-se trabalhar na construção de uma imagem não somente positiva, mas
principalmente atrativa, pois essa imagem também é resultante de uma construção coletiva baseada em
três pilares: a cadeia produtiva, os órgãos públicos e a sociedade do lugar que são os atores
responsáveis por promover uma estada satisfatória do turista na localidade. Pois a imagem é o elemento
que com auxílio do marketing servirá para a criação de um vínculo entre o público e o produto turístico,
na medida que os potenciais turistas identificam um lugar como aquele que possa satisfazer as suas
103
necessidades através da imagem que tem dela, estará contribuindo para o seu posicionamento diante
de outras localidades.
A partir desse entendimento, foi questionado aos agentes públicos qual a imagem está sendo
divulgada sobre a cidade de Pau dos Ferros para atrair visitantes e potenciais turistas e obteve-se as
seguintes respostas:
AGP 1: “A Imagem é a feira livre [...] esse centro, esse grande complexo comercial [...] como
também, é, os prédios históricos, principalmente, esse grande templo que a gente tem, por que o turismo
religioso é muito forte, então a Igreja Matriz, um grande patrimônio histórico da nossa cidade.
ENT 2: “Olha, é bem complicado, apesar da secretaria ser muito nova, a gente vive buscando parceria com o setor privado, [...] para que se possa ter verdadeiramente uma imagem de forma atrativa, ou seja, a imagem maior mesmo no momento que a gente tem muito voltada para o negócio, só que muitas pessoas não despertam dessa determinada forma quando elas veem usar esse serviço, elas estão de uma determinada forma usufruindo do turismo, mas o que realmente a gente precisa ainda ter um marco que seja atraente, [...] mas ainda o forte que a gente pode dizer é a feira livre de Pau dos Ferros.
De acordo com as respostas obtidas é nítido que não há uma imagem formada da cidade, tudo
o que foi dito está relacionado aos elementos que eles consideram como maior atrativo da cidade, que é
a feira livre e o comercio, dessa forma, podemos concluir que precisa-se definir uma imagem voltada
para o Turismo de Negócios e Eventos anteriormente identificado como os segmentos predominantes
na cidade, embora ainda não esteja desenvolvido com todo seu potencial, pela falta de uma infraestrutura
adequada.
Quando questionado aos empresários do setor hoteleiro qual a imagem da cidade de Pau dos
Ferros, obteve-se as seguintes respostas:
EMP 1: “Negativa, pois a cidade teve um declínio no seu desenvolvimento em relação aos
eventos, incentivos e infraestrutura.”
EMP 2: “A imagem da cidade em relação ao turismo é negativa, pois não se tem atrativos.”
EMP: 3 “Mesmo com a falta de atrativos e incentivos, temos uma imagem bastante positiva em
relação aos negócios e eventos.”
A definição de uma imagem em relação a Pau dos Ferros não está clara tanto na mente dos
agentes públicos, nem dos empresários do setor hoteleiro, o que observa-se é uma inclinação para os
negócios, este que ainda precisa ser trabalhado e desenvolvido de forma mais efetiva a partir de
104
parcerias entre o público e o privado, conscientização da comunidade local, capacitações e capitação de
recursos a partir das ferramentas que o Município já dispõe, mas necessita-se colocar em prática.
De acordo com o modelo desenvolvido por Gutiérrez (2005) dois fatores influenciam na formação
de uma imagem, são eles os fatores pessoais que estão divididos em psicológicos e sociais e envolve
seu perfil socioeconômico, suas motivações e personalidade, dados na qual coletamos por meio de
questionário aplicado com os visitantes e turistas, e fatores de estimulo que envolve fontes de informação
que o levaram até a localidade e experiências previas que definem uma imagem que pode ser cognitiva,
afetiva ou global.
Foi feito aos visitantes e turistas da cidade o seguinte questionamento “Quando você pensa em
Pau dos Ferros que “IMAGEM” vem a sua cabeça?” os resultados obtidos a partir dele, podem ser
visualizados na Figura 10.
Figura 10 – Nuvem de palavras: Imagem da cidade de Pau dos Ferros-RN
Fonte: Elaboração própria com base em dados da pesquisa (2016).
As respostas obtidas em frases ou em um único elemento característico ou palavra, e que foram
compiladas em 10 (dez) palavras, as quais foram mencionadas com mais frequência, são elas:
“COMERCIO”; “NEGÓCIOS”; “HOSPITALIDADE”; “PRAÇA DE EVENTOS”; IGREJA MATRIZ”;
“DESENVOLVIMENTO”; “CLIMA”; “TRABALHO”; “FAMILIA”; UNIVERSIDADES”.
Os visitantes não tem em mente uma imagem do destino enfatizada para o turismo, mas
identificam essa imagem de forma “GLOBAL” a partir dos elementos que consideram ser os pontos fortes
da localidade na qual se destacaram os negócios, o comercio e a hospitalidade dos residentes.
A imagem é identificada como fator determinante na escolha de um destino turístico, é
necessário que esta imagem tenha vínculo com a realidade do lugar e com as suas características locais,
105
dessa forma, de acordo com os dados obtidos na pesquisa podemos classificar a imagem da cidade de
Pau dos Ferros como “MISTA”, por apresentar um mix de componentes atrativos e repulsivos, ao mesmo
tempo em que desperta interesse e causa sentimentos de incerteza ou ressalva com relação a um ou
mais aspectos, ao mesmo tempo que se torna POBRE/FRACA pela falta de divulgação e atrativos, mas
ainda assim “POSITIVA e POTENCIALMENTE ATRATIVA”, pois ainda precisa ser promovida de fato
como um destino turístico a partir da divulgação e integração dos setores públicos e privados. Imagem
essa que deve ser simples, deve ter credibilidade e deve ser diferenciada e facilmente percebida pelos
visitantes e turistas assim que chegarem ao destino, pois o lugar que o produto ocupa na mente do
visitante ou turista deve ser claro, exclusivo na medida do possível e diferente do posicionamento dos
destinos concorrentes.
Portanto, a criação de uma imagem forte, consistente e condizente com a realidade deve ser
fruto de tomadas de decisões estratégicas de médio e longo prazo, presentes em um plano de decisões
políticas e vinculadas ao produto turístico e coerentes com os objetivos da cidade e que permita
mudanças positivas na estrutura social que irão refletir direta e positivamente na oferta turística do local.
Pois durante um processo de decisão na escolha de uma localidade o turista levará em consideração
dentre outros fatores, a promessa de uma experiência, que estará associada a uma imagem seja ela
promovida, ou criada em sua mente através dos diversos tipos de informações obtidos em conversas
com amigos, familiares e pelos meios de comunicação. Ou seja, a decisão por uma determinada
localidade é a resposta para a satisfação de suas necessidades naquele momento.
106
5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES
Este capitulo trata-se das conclusões, sugestões e recomendações obtidas após análise e
discussão dos dados, evidenciando a concretização dos objetivos a qual se propôs esta pesquisa na
qual tinha como objetivo principal analisar a imagem de Pau dos Ferros-RN fator determinante na escolha
da localidade enquanto destino turístico.
5.1 Conclusões
O objetivo geral deste trabalho foi analisar a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na
escolha da localidade como destino turístico e para esse fim foram elencados 4 (quatro) objetivos
específicos e por meio deles buscou-se identificar elementos para compreender se de fato a imagem de
Pau dos Ferros é utilizada como um fator determinante na escolha da localidade enquanto destino
turístico.
As cidades transformam-se ao longo do tempo e se tornam sedes de organizações, eventos,
festas, centro de compras, centros religiosos e referência para inúmeras pessoas, tudo isso ocorre em
decorrência de uma imagem informal que as pessoas criam na sua imaginação, gerando assim uma
identidade para a localidade. Os elementos identificados na definição da imagem do Município de Pau
dos Ferros-RN a define como uma cidade de referência, onde pode-se realizar atividades que vão desde
a utilização de serviços públicos e privados até a busca por entretenimento e lazer, gerando uma imagem
positiva, pois é um centro comercial onde as pessoas consideram que podem fazer quase tudo que
necessitam.
Dessa forma percebe-se que esses atributos podem e devem ser utilizados como diferencial e
posicionamento competitivo diante dos demais municípios que compõe o Polo Turístico Serrano, pois a
cidade dispõe de ferramentas para o desenvolvimento turístico. O fortalecimento dessa identidade
informal construída na mente das pessoas deve ocorrer de forma concreta a partir do envolvimento da
gestão pública local, do setor privado, este que tem a maior parcela de responsabilidade na satisfação
dos turistas durante a sua estada e ainda a comunidade local, estes que consomem permanentemente
os serviços ofertados na cidade devem reconhecer e aceitar a cidade como um destino turístico, já que
a “HOSPITALIDADE” dos residentes foi um elemento que se destacou na pesquisa.
O perfil dos visitantes e turistas identificados pela pesquisa são do gênero masculino, casados e
com uma certa estabilidade financeira, mas que viajam sozinhos a negócios e passam menos de 24h na
cidade, configurando--se como excursionistas, a partir disso evidencia-se a carência de atrativos que
107
motivem estas pessoas a trazerem suas famílias, ou ainda provocado pela falta de divulgação dos
atrativos que se tem, mas um perfil condizente com o segmento de turismo identificado como sendo de
negócios e eventos pelos agentes públicos, visitantes e empresários do setor hoteleiro.
A cidade ainda destacou-se por uma diversidade na oferta de atividades e atrativos turísticos,
embora tenha-se obtido uma avaliação satisfatória no que diz respeito a sua infraestrutura, qualidade e
oferta de serviços e recursos turísticos com destaque para o comercio local, mas para que possa de fato
tornar-se efetivamente um produto turístico deve-se identificar com clareza aquela forma de turismo que
mais se destaca na cidade e fazer dele o atrativo principal, o segmento de turismo de negócios e eventos
foi a atividade turística de destaque na cidade, este que será responsável pelo fluxo constante de
visitantes turistas, e assim os demais atrativos serão complementares a experiência vivenciada durante
a estada do visitante. Mas para que essa atividade turística aconteça de forma efetiva deve-se colocar
em prática a Lei Municipal de Turismo, promover a integração entre todos os agentes envolvidos nesta
atividade e desenvolver a infraestrutura necessária, concretizando assim o potencial identificado.
Com os dados obtidos na pesquisa podemos ainda classificar a imagem da cidade de Pau dos
Ferros como “MISTA”, por apresentar um mix de componentes atrativos, ao mesmo tempo que se torna
POBRE/FRACA pela falta de divulgação e atrativos, mas ainda assim “POSITIVA e POTENCIALMENTE
ATRATIVA”, pois ainda precisa ser promovida de fato como um destino turístico a partir da divulgação e
integração dos setores públicos e privados. Imagem essa que deve ser diferenciada, simples e que seja
percebida pelos visitantes e turistas assim que chegarem ao destino, portanto ele compra uma imagem
antes de mais nada e só irá desfruta-la durante a sua estada. Podemos concluir que a cidade de Pau
dos Ferros dispõe de ferramentas e elementos que se trabalhados de forma adequada, possibilitam a
destinação de ter uma atividade turística planejada, organizada e sustentável capaz de contribuir para o
desenvolvimento socioeconômico local e regional.
Portanto, conclui-se que todos os objetivos na qual a presente pesquisa, foram atingidos e
evidenciaram a importância da construção de uma imagem para a cidade de Pau dos Ferros-RN, já que
a mesma dispõe de ferramentas e elementos que incentivam e fomentam o desenvolvimento da atividade
turística voltada para o segmento de negócios e eventos.
5.2 Sugestões e recomendações
Através dos resultados obtidos na presente pesquisa aos agentes públicos municipais por meio
da Secretaria de Cultura e Turismo (SECULT) e os demais atores envolvidos no desenvolvimento da
108
atividade turística da localidade com intuito de posicionar a cidade de Pau dos Ferros como um destino
turístico a vista dos visitantes e potenciais turistas, sugere-se:
Pôr em prática as ações propostas na Lei n°1487/15 (Lei Municipal do Turismo);
Capacitar os profissionais responsáveis pela pasta do turismo através de parcerias com
outros municípios que compõe o Polo Serrano;
Atualizar o Inventario Turístico Municipal a cada 2 (dois) anos e disponibilizá-lo nos sites
oficiais da prefeitura;
Estabelecer parcerias com as universidades públicas e privadas da cidade no que diz
respeito ao desenvolvimento de pesquisas cientificas voltadas a temática do turismo na
qual seu resultados auxiliaram na tomada de decisões e construção do planos turísticos;
Criar calendário anual de eventos e fazer ampla divulgação;
Realizar frequentemente eventos, discussões, seminários, palestras, oficinas para
mobilizar e orientar comunidade local para compreensão do fenômeno turístico e sua
capacidade de geração de emprego e renda;
Criar parcerias público e privado para capacitar a mão de obra para os próximos anos
com apoio do SEBRAE/RN.
Utilizar os resultados desta pesquisa para a criação de uma imagem forte e consistente
do destino levando em consideração as opiniões de todos os envolvidos no
desenvolvimento da atividade turística agentes públicos, setor hoteleiro, residentes;
Alinhar recursos e iniciativas para a captação de recursos para construção de uma
infraestrutura adequada ao desenvolvimento do segmento turístico de negócios e
eventos como um centro de convenções;
Melhorar a infraestrutura geral dos recursos e serviços ofertados na localidade em
relação a crise hídrica e ao trafego urbano que necessitam de uma atenção especial;
Intensificar a segurança pública da cidade;
Divulgar a cidade através da internet e em parcerias com os empresários produzir folders
informativos e deixar nos hotéis, praças e restaurantes, no próprio site da oficial da
prefeitura, mídias sociais e ainda criação de um site destinado exclusivamente ao
turismo;
Criar um centro de informações turísticas;
Desenvolver um aplicativo turístico que contenha rotas para os atrativos e os serviços e
recursos disponíveis na localidade.
109
E em relação a trabalhos futuros levando-se em consideração as limitações deste trabalho, com
intuito de despertar o interesse dos graduandos do curso de administração para a temática do turismo
no desenvolvimento de trabalhos científicos, recomenda-se:
Identificar a imagem do destino perante os moradores, o gestor público e demais
agentes envolvidos a qual não foram utilizados nessa pesquisa com intuito de construir
uma marca-destino compatível com realidade do destino;
Realizar a presente pesquisa em um período de tempo relativo a um ano e com uma
amostra maior de pessoas, considerando os eventos tradicionais da cidade a fim de
confrontar os resultados da pesquisa;
Realizar pesquisas de oferta e demanda de serviços e equipamentos turísticos.
110
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116
APÊNDICES APÊNDICE A - Questionário aplicado aos visitantes e turistas da cidade de Pau dos Ferros-RN
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM
Caro respondente,
Este questionário é parte de uma pesquisa com a finalidade “Analisar a influência da imagem de Pau dos Ferros-RN na escolha da localidade como destino turístico”, sendo um estudo de caráter obrigatório para conclusão do Curso de Administração/CAMEAM/UERN.
A sua participação é voluntária e sua identidade será preservada com padrões profissionais de sigilo, utilizando as informações somente para os fins acadêmicos e científicos. Seu nome ou o material que indique sua participação não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar. Contamos com a sua colaboração.
I. SEU PERFIL
1. Qual a sua cidade e estado de origem? ___________________________
2. Gênero: □ Masculino □ Feminino
3. Estado civil: □ Solteiro □ Casado □ Viúvo □ Divorciado □ União estável □ Outro
4. Faixa etária:
□ Até 20 □ 21-30 □ 31-45 □ 46-65 □Acima de 65
5. Escolaridade: Fundamental (1° a 9° ano): □completo □ incompleto Médio (2º grau): □ completo □ incompleto Superior (3º grau): □ completo □ incompleto Especialização: □ completo □ incompleto Mestrado: □ completo □ incompleto Doutorado: □ completo □ incompleto Pós-doutorado: □ completo □ incompleto
6. Qual o valor da sua renda? 7. Local de trabalho □ Até R$880,00 □ Empresa privada □ Emprego público □ R$881,00 – R$2.250,00 □ Profissional liberal □ Empresário □ R$ 2.251,00 – R$4.500,00 □ Estudante □ Aposentado
□ □ R$4.501 – R$9.000,00 □ Do lar □ Outro. Qual? __________ □ Acima de R$ 9.001,00
II. HÁBITOS DE VIAGEM
8. Motivo que o trouxe a Pau dos Ferros □ Lazer/entretenimento □ Visitar parentes e amigos
□ Negócios/trabalho □ Eventos Religiosos □ Eventos Festivos □ Eventos Acadêmicos □ Outros
9. Quais das seguintes fontes de informação o ajudaram a escolher o destino de Pau dos Ferros: □ Agência de Viagem □ Internet/Site especializado
□ Indicação de parentes/amigos □ Visitas anteriores
□ Outros________________________
10. Qual o meio de transporte “prioritário” que utilizou para chegar a Pau dos Ferros? □ Carro □ Ônibus □ Moto □ Van □ Outro. Qual? _________________
11. Qual o tempo de sua estada na cidade de Pau Dos Ferros? □ Menos de 24 horas □ 1 dia □ 2 a 3 dias □ □ 4 a 5 dias □ 6 a 7 dias □ mais de 7 dias
□ 4 a 5 dias □ 6 a 7 dias □ mais de 7 dias
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12. Periodicidade que vem a Pau dos Ferros: □ 1ª vez □ Entre 2 e 5 vezes
□ Entre 6 e 10 vezes □ Mais de 11 vezes
13. Quem lhe acompanha na viagem? □ Filho(s) □ cônjuge □ outro(s) familiar(s) □ Amigo(s) □ família □ viaja sozinho
14. Onde está hospedado? □ Casa de amigos/familiares □ Apartamento/casa alugada □ Hotel/Pousada □ Sem hospedagem □ Outros. Qual? _____________________
15. Qual transporte utiliza na cidade? □ Carro alugado □ Táxi □ Van □ Ônibus □ A pé □ Moto táxi □ Carro próprio □ Outros. Qual? ______________ □ Moto própria
16. Quanto gasta por dia em Pau dos Ferros (inclua despesas com hospedagem, alimentação, entretenimento, transporte na cidade)? □ Nada □ Até R$100,00 □ R$101 a R$300,00 □ R$301 a R$500,00 □ Acima de R$501,00
17. Durante a sua estada na cidade de Pau dos Ferros, quais os estabelecimentos mais frequentados por você? □ Restaurantes/ Padarias/ Lanchonetes □ Lojas comerciais □ Instituições Financeiras (bancos) □ Instituições de Ensino □ Instituições Religiosas □ Hospital/clínicas □ Outros. Qual? ________
18. Pensa em voltar a cidade? □ Sim □ Não □ Talvez
19. Recomendaria Pau dos Ferros para amigo/familiar? □ Sim □ Não □ Talvez
III. SUAS IMPRESSÕES SOBRE PAU DOS FERROS
20. Avaliação da infraestrutura de Pau dos Ferros
Itens Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
Não Sei
1 Vias de acesso a Pau dos Ferros (estradas, placas)
2 Sinalização de Trânsito (nomes de rua, faixa de pedestre), semáforos, placas)
3 Arquitetura e Limpeza urbana (Prédios, praças, monumentos) 4 Segurança pública (iluminação, câmeras policiamento)
5 Transportes (taxi, moto-taxi, ônibus)
21. Avaliação dos atrativos de Pau dos Ferros
Itens Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
Não Sei
1 Atrativos naturais (barragem)
2 Atrativos culturais/sociais/religiosos (igrejas, casa de cultura popular)
3 Atrativos comerciais/negócios/saúde (comercio local)
4 Atrativos acadêmicos (Universidades, eventos acadêmicos)
5 Atrativos de entretenimento e lazer (Finecap, Arrasta Fest, bares e restaurantes, pizzarias, Praça de eventos).
22. Avaliação dos serviços turísticos
Itens Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
Não Sei
1 Qualidade no atendimento dos hotéis e pousadas
2 Restaurantes/Lanchonetes/ Padarias (variedades de pratos, qualidade no atendimento, preços)
3 Entretenimento ofertados (festas, bares, praça de eventos, restaurantes, pizzarias, etc.)
4 Qualidade do comércio/instituições financeiras/instituições de saúde (variedade, atendimento, preços, diversidade dos produtos e serviços)
5 Informações disponíveis a respeito dos atrativos da cidade (folders, sites, mapas, outdoor, etc.)
6 Como classifica, em termos de satisfação, a sua estada na cidade de Pau dos Ferros.
118
Obrigada por participar desta pesquisa!
APÊNDICE B - Formulário aplicado aos empresários do setor hoteleiro da cidade
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM
Curso de Administração – CAD
IDENTIFICAÇÃO
ENTREVISTADO (FUNÇÃO):
DATA: HORÁRIO:
QUESTIONAMENTOS
1. Tempo de atuação no mercado?
2. Media de dias que os hospedes costumam ficar no hotel?
3. Período de mais movimento no hotel ou pousada?
4. Que estratégias utiliza para atrair os hospedes nos períodos de sazonalidade?
5. Qual o turismo que você considera predominantes na cidade de Pau dos Ferros e esse
turismo seria um dos principais responsáveis por atrair hospedes para o hotel ou pousada?
6. Quais as principais motivações que trazem os hospedes a cidade de Pau dos Ferros?
7. Quais ações devem ser realizadas tanto pela administração pública, quanto pelo setor
privado para impulsionar o fluxo de turistas na cidade de Pau dos Ferros?
8. Para você qual a “IMAGEM” da cidade de Pau dos Ferros enquanto destino turístico?
23. Quando você pensa em Pau dos Ferros que “IMAGEM” vem a sua cabeça? _____________________________________________________________________________________________
119
APÊNDICE C - Roteiro de entrevista aplicado aos agentes públicos responsáveis pelo desenvolvimento
do turismo na cidade de Pau dos Ferros
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM
Curso de Administração – CAD
IDENTIFICAÇÃO
ENTREVISTADO (FUNÇÃO):
DATA: HORÁRIO:
ROTEIRO DE ENTREVISTAS 1. Em sua opinião, qual o tipo de turismo identificado como predominante na Cidade de Pau
dos Ferros/ RN?
2. Na sua opinião, quais elementos melhor representam a cidade de Pau dos Ferros enquanto destino turístico?
3. Quais as maiores dificuldades encontradas ao “vender” a cidade como um destino turístico?
4. Que imagem da Cidade de Pau dos Ferros está sendo divulgada para atrair potenciais turistas e visitantes?
5. Como sabemos Pau dos Ferros é cidade Polo do Alto este Potiguar e tem se desenvolvido
em função das instalações de Universidades públicas e privadas. Nesse contexto o(a) senhor(a) acha que a cidade pode ser trabalhada na perspectiva da realização de grandes eventos acadêmicos?
120
ANEXOS
ANEXO A - Lei nº 1487/15 da Política Municipal do Turismo
Institui a Política Municipal de Turismo, cria o Sistema Municipal de Turismo (SMT) e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE PAU DOS FERROS. Faz saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I DA POLÍTICA MUNICIPAL DE TURISMO Art. 1º A Política Municipal de Turismo em conformidade com a Constituição Federal art. 180 e Lei nº 11.771/08 (Lei geral do turismo – LGT) estabelece o papel do Poder Público Municipal na gestão do turismo e define pressupostos que fundamentam as políticas, programas, projetos e ações formuladas e executadas pela Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros-RN, com a participação da sociedade, no campo do turismo. Parágrafo Único - A Política Municipal de Turismo obedecerá aos princípios constitucionais da livre iniciativa, da descentralização, da regionalização e do desenvolvimento econômico-social justo e sustentável. CAPÍTULO I DA CONCEITUAÇÃO Art. 2º Para fins desta Lei devem ser observados os conceitos: I - Turismo é uma atividade econômica representada pelo conjunto de transações, compra e venda de produtos e serviços turísticos efetuadas entre os agentes econômicos do turismo. É gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita. II - Turistas são aqueles que se deslocam de sua residência, em busca de um conjunto de experiências e sensações, consumindo produtos e serviços. Pode-se também dizer que são visitantes temporários que permanecem pelo me- nos vinte e quatro horas no local visitado, com a finalidade de lazer, negócios, família, eventos. III - Excursionistas são aqueles que permanecem menos de vinte e quatro horas e mais de quatro horas em local que não seja o de sua residência, com as mesmas finalidades que caracterizam os turistas, mas não pernoitam nesta localidade. IV - Região Turística é o território caracterizado por um conjunto de espaços turísticos ou de interesse turístico, que possuem afinidades e complementaridades culturais ou naturais, que possibilitam o planejamento e a organização integrados, como também a oferta de produtos turísticos mais competitivos nos diferentes mercados, agregando força principalmente na gestão e promoção. V - Demanda Turística é o número total de pessoas que viajam, ou gostariam de viajar, utilizando instalações ou serviços turísticos em lugares afastados de seus locais de residência e trabalho. VI - Oferta Turística é o conjunto de atrativos, equipamentos, bens e serviços de alojamento, alimentação, de recreação e lazer, de caráter cultural, social, ambiental, econômico, entre outros, capaz de atrair e assentar num determinado local, durante um período determinado de tempo, um público visitante. VII - Atrativos turísticos são locais, objetos, equipamentos, pessoas, fenômenos, eventos ou manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los.
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VIII - Atividades Turísticas são aquelas ligadas à hospedagem, alimentação, agenciamento, transporte, recepção turística, eventos, entretenimento, entre outras utilizadas pelos turistas em seus deslocamentos. IX - Produto Turístico são atrativos, infraestrutura e serviços urbanos, equipamentos e serviços turísticos, acrescidos de facilidades, contando com uma gestão integrada, ofertados no mercado de forma organizada, por um determinado preço e caracterizados por uma imagem diferenciada. CAPÍTULO II DOS OBJETIVOS Art. 3º A Política Municipal de Turismo tem por objetivos: I - promover e divulgar o município e seus atrativos turísticos; II - desenvolver, ordenar e promover o potencial turístico de forma participativa e sustentável, visando à ampliação dos fluxos turísticos, o tempo de permanência e o gasto médio dos turistas no Município; III - agregar renda à economia local; IV - auxiliar na redução das disparidades sociais e econômicas, promovendo o crescimento da oferta de trabalho e melhor distribuição de renda; V - descentralizar e desconcentrar o turismo municipal, estimulando o planejamento participativo das atividades turísticas de forma sustentável e a integração com a Região Turística; VI - estimular a integração com o setor privado e o terceiro setor para a realização de parcerias necessárias ao desenvolvimento turístico; VII - orientar empreendedores e empresários e estimular a competitividade do setor por meio da melhoria da qualidade, eficiência e segurança na prestação de serviços e a busca da diferenciação dos produtos; VIII - estimular a formação, o aperfeiçoamento, a qualificação e a capacitação de recursos humanos para a área do turismo, bem como a implementação de políticas que viabilizem a colocação profissional no mercado de trabalho; IX - implementar a produção, a sistematização, o intercâmbio e a divulgação de informações relativas à demanda, às atividades, atrativos e aos empreendimentos turísticos instalados no Município e mantê-los atualizados. TÍTULO II DO SISTEMA MUNICIPAL DE TURISMO CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO Art. 4º O Sistema Municipal de Turismo se constitui num instrumento de articulação, gestão, fomento e promoção de políticas públicas, bem como de informação e formação na área de turismo, tendo como essência a coordenação e cooperação intergovernamental. Art. 5º O Sistema Municipal de Turismo fundamenta-se na Política Municipal de Turismo expressa nessa Lei para instituir um processo de gestão compartilhada com os demais entes federativos, instituições e a sociedade civil. CAPÍTULO II DOS COMPONENTES Art. 6º Integram o Sistema Municipal de Turismo: I - coordenação: a) Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT). II - instâncias de articulação, pactuação e deliberação:
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a) Conselho Municipal de Turismo; b) Conferência Municipal de Turismo. III - instrumentos de gestão: a) Plano Municipal de Turismo; b) Sistema Municipal de Financiamento ao Turismo; SEÇÃO I DA COORDENAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE TURISMO Art. 7º A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT) é órgão superior, subordinado diretamente a gestão municipal, e se constitui no órgão gestor e coordenador do Sistema Municipal de Turismo. SEÇÃO II DAS INSTÂNCIAS DE ARTICULAÇÃO, PACTUAÇÃO E DELIBERAÇÃO Art. 8º Constituem-se instâncias de articulação, pactuação e deliberação do Sistema Municipal de Turismo: I - Conselho Municipal de Turismo; II - Conferência Municipal de Turismo. Art. 9º O Conselho Municipal de Turismo, órgão colegiado deliberativo, consultivo, e normativo, com composição paritária entre Poder Público Municipal e Sociedade Civil, se constitui no principal espaço de participação social institucionalizada, de caráter permanente, na estrutura do Sistema Municipal de Turismo. Art. 10º O Conselho Municipal de Turismo será constituído por 08 membros titulares e igual número de suplentes, com a seguinte composição: Representantes do poder público municipal: a) 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – SECULT; b) 01 (um) representante da Secretaria de Meio Ambiente – SEMA; c) 01 (um) representante de Secretaria de Desenvolvimento Social – SEDES; d) 01 (um) representante de Educação – SEDUC; Representantes da sociedade civil organizada: e) 02 (dois) representantes de organizações sem fins lucrativos; f) 01 (um) representante das empresas de hospedagem; g) 01 (um) representante dos proprietários de restaurantes, bares e similares. § 1º O Presidente do Conselho é detentor somente do voto de desempate. § 2º Nenhum membro representante da sociedade civil, titular ou suplente, poderá ser detentor de cargo em comissão ou o servidor ocupante de cargo ou emprego público vinculada ao Poder Executivo do Município; § 3º O mandato dos membros do Conselho Municipal de Turismo terá a duração de 02 (dois) anos, permitida uma única recondução pelo mesmo período de 02 (dois) anos. Art. 11º. Ao Conselho Municipal de Turismo compete: I - Formular políticas, diretrizes, apreciar, aprovar e acompanhar a execução do Plano Municipal de Turismo; II - Garantir o cumprimento dos objetivos da Política Municipal de Turismo; III - Deliberar, supervisionar e fiscalizar as ações do Fundo Municipal de Turismo; IV - Analisar e emitir parecer aos projetos apresentados ao Fundo Municipal de Turismo; V - Fiscalizar a realização e o cumprimento dos projetos financiados; VI - Convocar técnicos para emissão de parecer sempre que necessário. Art. 12º. Compete à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo viabilizar ao Conselho Municipal de Turismo espaço físico para reuniões e material de expediente para realização de suas funções. Art. 13º. O desempenho do Conselho Municipal de Turismo será considerado de relevante interesse público e seus membros não serão remunerados.
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SUBSEÇÃO II DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE TURISMO Art. 14º. A Conferência Municipal de Turismo constitui-se numa instância de participação social, em que ocorre articulação entre o Governo Municipal e a sociedade civil, para analisar e propor diretrizes na área de turismo do Município para a formulação de políticas públicas de Turismo. § 1º É de responsabilidade da Conferência Municipal de Turismo analisar, aprovar proposições e avaliar a execução das metas concernentes ao Plano Municipal de Turismo e às respectivas revisões ou adequações. § 2º Cabe à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo convocar e coordenar a Conferência Municipal de Turismo. Art. 15º. Constituem-se instrumentos de gestão do Sistema Municipal de Turismo: I - Plano Municipal de Turismo; II - Sistema Municipal de Financiamento ao Turismo. Parágrafo Único - Os instrumentos de gestão do Sistema Municipal de Turismo se caracterizam como ferramentas de planejamento, inclusive técnico e financeiro, e de qualificação dos recursos humanos. SUBSEÇÃO I DO PLANO MUNICIPAL DE TURISMO Art. 16º. O Plano Municipal de Turismo tem duração decenal e é um instrumento de planejamento estratégico que organiza, regula e norteia a execução da Política Municipal de Turismo na perspectiva do Sistema Municipal de Turismo. Art. 17º. O Plano Municipal de Turismo será a base das atividades e programações do Sistema Municipal de Turismo e seu financiamento será previsto no Plano Plurianual - PPA, na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, na Lei Orçamentária Anual - LOA e no Fundo Municipal de Turismo. Art. 18º. O Plano Municipal de Turismo será aprovado pelo Conselho Municipal de Turismo e submetido à homologação do Executivo Municipal através de Decreto específico. SUBSEÇÃO I DO SISTEMA MUNICIPAL DE FINANCIAMENTO AO TURISMO Art. 19º. O Sistema Municipal de Financiamento ao Turismo é constituído pelo conjunto de mecanismos de financia- mento público do turismo, no âmbito do Município de Pau dos Ferros/RN, que devem ser diversificados e articulados. Parágrafo Único - São mecanismos de financiamento público do turismo, no âmbito do Município de Pau dos Ferros/RN: I - Orçamento Público do Município, estabelecido na Lei Orçamentária Anual (LOA); II - Fundo Municipal de Turismo, definido nesta lei; III - Outros que venham a ser criados. Art. 20º. Fica criado o Fundo Municipal de Turismo, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo para financiamento das políticas públicas municipais de turismo. Art. 21º. O Fundo Municipal de Turismo se constitui em um mecanismo de financiamento com recursos destinados a programas, projetos e demais ações de turismo. Art. 22º. O Fundo Municipal de Turismo será administrado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e fiscaliza- do pelo Conselho Municipal de Turismo na forma estabelecida no regulamento, e poderá financiar projetos de turismo apresentados por pessoas físicas e jurídicas, conforme disponibilidade orçamentária por meio das modalidades: I - Induzida, via solicitações espontaneamente apresentadas ao Fundo. II - Indutora, via lançamento de editais. Parágrafo Único - A prestação de contas será obrigatória independente da forma de concessão.
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Art. 23º. São receitas do Fundo Municipal de Turismo: I - dotações consignadas na Lei Orçamentária Anual (LOA) do Município de Pau dos Ferros/RN e seus créditos adicionais; II - transferências federais e/ou estaduais à conta do Fundo Municipal de Turismo; III - doações e patrocínios; IV - auxílios de entidades de qualquer natureza, inclusive de organismos internacionais; V - saldos de exercícios anteriores; VI - outras receitas legalmente incorporáveis que lhe vierem a ser destinadas; Art. 24º. Os custos referentes à gestão do Fundo Municipal de Turismo com planejamento, estudos, acompanhamento, avaliação e divulgação de resultados, incluída a aquisição ou locação de equipamentos e bens necessários ao cumprimento de seus objetivos, não poderão ultrapassar cinco por cento (5%) de suas receitas, observados o limite fixado anualmente pelo Conselho Municipal de Turismo. Art. 25º. Compete à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo com o apoio do Conselho Municipal de Turismo a elaboração dos editais do Fundo Municipal de Turismo e ao Conselho Municipal de Turismo a indicação de técnicos para avaliação, a aprovação dos projetos selecionados, a homologação e divulgação final dos resultados. Art. 26º. Os recursos provenientes do Fundo Municipal de Turismo serão destinados ao financiamento de até 100% (cem por cento) dos valores aprovados para os projetos selecionados. § 1º Os projetos da modalidade indutora beneficiados pelo Fundo Municipal de Turismo deverão apresentar contra- partida para o Município de Pau dos Ferros/RN a ser definida de forma específica nos editais. § 2º Os projetos da modalidade induzida beneficiados pelo Fundo Municipal de Turismo deverão apresentar contra- partida para o Município de Pau dos Ferros/RN a ser definida de forma específica no próprio projeto. Art. 27º. A utilização indevida dos recursos financeiros obtidos por meio do Fundo Municipal de Turismo, sujeita o proponente, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, à suspensão do direito de apresentar projetos de turismo por prazo de até 02 (dois) anos, à devolução ao Município dos recursos não utilizados na finalidade originalmente prevista, e à multa correspondente até o dobro do valor destes recursos. Art. 28º. Na seleção dos projetos deve-se ter como referência maior o Plano Municipal de Turismo e considerar as diretrizes e prioridades definidas anualmente pelo Conselho Municipal de Turismo. TÍTULO III Das Disposições Finais Art. 29 - O desempenho da função de Conselheiro Municipal será considerado de relevância para o Município. Art. 30 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação