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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI MEURER LIDIANE JOÃO DOS SANTOS VANTAGENS DO PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO NO ASSENTAMENTO DE REVESTIMENTO CERÂMICO INTERNO PELO MÉTODO DE COLAGEM UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA Tubarão 2017

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

FELIPE GIASSI MEURER

LIDIANE JOÃO DOS SANTOS

VANTAGENS DO PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO NO ASSENTAMENTO

DE REVESTIMENTO CERÂMICO INTERNO PELO MÉTODO DE COLAGEM

UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA

Tubarão

2017

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FELIPE GIASSI MEURER

LIDIANE JOÃO DOS SANTOS

VANTAGENS DO PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO NO ASSENTAMENTO

DE REVESTIMENTO CERÂMICO INTERNO PELO MÉTODO DE COLAGEM

UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Engenharia Civil da Universidade

do Sul de Santa Catarina como requisito

parcial à obtenção do título de bacharel.

Orientador: Prof. Gil Felix Madalena. Esp.

Tubarão

2017

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FELIPE GIASSI MEURER

LIDIANE JOÃO DOS SANTOS

VANTAGENS DO PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO NO ASSENTAMENTO

DE REVESTIMENTO CERÂMICO INTERNO PELO MÉTODO DE COLAGEM

UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi

julgado adequado à obtenção do título de

Engenheiro Civil e aprovado em sua forma

final pelo Curso de Engenharia Civil da

Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 20 de junho de 2017.

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Dedico este trabalho, primeiramente, ao meu

DEUS, ao meu amor Wagner da Silva Fink

aos meus pais Maria de Lourdes e João, meu

sogro Francisco e minha sogra Valdeia e meus

irmãos, Lilian e Cristhyan.

Page 5: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao meu DEUS, por me dar inteligência, ânimo e

sabedoria para concluir a graduação, pois ele sabe o quanto foi difícil para eu chegar até aqui,

com alguns obstáculos, luta e garra, alcancei está conquista.

Ao meu pai que foi o meu espelho para cursar esta faculdade de engenharia civil,

sempre me incentivando e dando força para pensar positivo que eu iria conseguir e minha mãe

por estar sempre ao meu lado.

A meu amor Wagner da Silva Fink, que quando o conheci me deu a maior força

para eu cursar uma faculdade, que esteve comigo em todos os obstáculos que ocorreram

nestes anos, muitas vezes pensei em desistir, por cansaço de estudar e trabalhar, outras por

falta de dinheiro, mas ele sempre ali ao meu lado me incentivando a realizar o meu sonho,

nunca deixando eu desistir. Muitas vezes abdicamos de muitas coisas, por eu ter que estudar,

ele sempre me compreendeu e esteve ao meu lado, obrigado meu amor por estar sempre

comigo em momentos bons e difíceis que já passamos.

A minha sogra que sempre me deu a maior força, sempre me dizendo pensa no

canudo, não desanima.

Aos meus irmãos que amo muito, que eles são meus melhores amigos e

companheiros, incentivo-os a sempre a correrem atrás dos sonhos deles.

As minhas afilhadas, por me dar amor e carinho, e sabendo que estive ausente em

alguns momentos, por deixar de brincar ou passear com elas, por ter que esta focada aos

estudos.

Ao meu mais novo amigo que fiz na faculdade Felipe, agradeço por ter aceitado o

meu convite de fazer esta monografia.

Ao orientador professor Gil Felix, por toda sua sensibilidade, competência e

sabedoria, em nos orientar. Obrigado por ter tido o privilégio de conviver com você e de

alguma forma fazer parte de sua história.

Aos meus queridos membros da banca, Daiana e Fabiano, por terem aceitado meu

convite.

Page 6: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

Dedico este trabalho aos meus pais, Alosio e

Nilda, aos meus irmãos, Franki e Fabiana e à

minha eterna namorada, Sarah.

Page 7: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus e meus pais por possibilitar a realização deste

sonho de ser engenheiro civil.

Ao corpo docente do curso de engenharia civil da Universidade do Sul de Santa

Catarina que dedicaram seu tempo transmitindo o conhecimento necessário para a formação

profissional, em especial aos professores Maurício Alberto Büchele Motta e Lucimara

Aparecida Schambeck Andrade.

Agradeço a minha companheira de monografia Lidiane por ter me convidado para

participar desta jornada e ao nosso orientador Gil por ter aceito nos guiar neste período.

Aos meus irmãos e minha namorada por ter compreendido que neste período tive

que despender tempo longe deles.

Page 8: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

“Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje,

mas continue em frente de qualquer jeito” (MARTIN LUTHER KING).

Page 9: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo trazer à luz, através de

uma analise bibliográfica do procedimento operacional padrão (POP), o assentamento de piso

e azulejo cerâmico interno. Assim, foi explicitado o POP do assentamento de revestimento

cerâmico interno pelo método de colagem, sendo apresentados, os tipos de materiais, as

patologias ocorridas neste processo, as associações que criam normas e fazem o marketing da

categoria, os controles das diferentes etapas de execução do revestimento e apresentamos

alguns impactos que podem ocorrer. Nas diversas etapas do processo de revestimento

cerâmico, temos que seguir uma padronização, fazer um planejamento, seguir o projeto,

utilizar ferramentas e equipamentos fundamentais, utilizar materiais da forma correta e o

profissional deve ser qualificado. Para a elaboração do projeto foi exposto os materiais,

ferramentas e processos necessários para realizar a aplicação do sistema. Para que possamos

entender como funciona este sistema caracterizou-se as propriedades e funções dos materiais.

A falta do processo operacional padrão pode fazer com que o serviço realizado ocasione

manutenções futuras, causadas pelo que chamamos de patologia. Além disso, esta

manutenção futura trará um retrabalho, e um custo desnecessário, causando insatisfação do

cliente.

Palavras-chave: Processo Operacional padrão. Piso cerâmico. Azulejo cerâmico.

Revestimento interno.

Page 10: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

ABSTRACT

This end of course paper has the objective of bringing some light to the subject of

the seating of flooring and internal ceramic tiling by means of a bibliographic analysis of the

standard operating procedure (SOP). Thus the SOP for the seating of internal ceramic tiling

by gluing is detailed, along with the types of materials and the errors that can arise in this

process, the professional associations that set the rules and regulate the marketing, the

controls of the different stages of tiling, and we give some impacts that can occur. In the

various stages of the ceramic tiling process there must be standardization and planning,

following of the project, use of tools and fundamental equipment, as well as using the

materials correctly, and the labor must be qualified. In order to elaborate the project, the

materials, tools and processes necessary to apply the system are detailed, and the properties

and functions of the materials are characterized to provide an understanding of the system.

The lack of standard operating process can entail having to carry out future maintenance

work, caused by what is called a pathology. Furthermore, this future maintenance work can

lead to having to redo work, entailing unnecessary costs and client dissatisfaction.

Keywords: Standard operating process. Ceramic flooring. Ceramic tiling. Internal tiling.

Page 11: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasilera de Normas Técnicas

ABCERAM Associação Brasileira de Cerâmica

AC Argamassa Colante

ANAPRE Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

ANFACER Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica

CCB Centro Cerâmico do Brasil

EPU Expansão por umidade

GL Glazed

ISO International Organization for Standartization / Organização

Internacional de Normalização

NBR Normas Brasileira Recomendada

PEI Resistência do Esmalte a abrasão

POP Processo Operacional Padrão

UGL Unglazed

Page 12: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12

1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14

1.1.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 14

1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 14

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 15

2 METODOLOGIA DE TRABALHO .............................................................................. 16

3 SISTEMA DE REVESTIMENTO CERÂMICO .......................................................... 17

3.1 FUNÇÕES DO REVESTIMENTO CERÂMICO ........................................................... 17

3.2 PROPRIEDADES DO REVESTIMENTO CERÂMICO ............................................... 18

3.3 CARACTERÍSTICAS DO REVESTIMENTO CERÂMICO......................................... 18

3.3.1 Argamassa colante....................................................................................................... 20

3.3.2 Placas cerâmicas .......................................................................................................... 22

3.3.3 Juntas............................................................................................................................ 25

3.3.4 Espaçadores ................................................................................................................. 29

3.3.5 Argamassa de Rejuntamento ..................................................................................... 32

3.3.6 Mão de obra ................................................................................................................. 32

3.3.7 Outros ........................................................................................................................... 33

4 PROJETO E PLANEJAMENTO ................................................................................... 37

5 QUALIDADE, PRODUTIVIDADE E PADRONIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO

CIVIL ....................................................................................................................................... 41

6 PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO DE EXECUÇÃO DO SISTEMA

REVESTIMENTO CERÂMICO .......................................................................................... 44

6.1 PREPARO DO SUBSTRATO ........................................................................................ 44

6.2 EXECUÇÃO DA CAMADA DE ACABAMENTO ....................................................... 46

6.3 PREPARO E APLICAÇÃO DA ARGAMASSA COLANTE ........................................ 48

6.4 ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS ........................................................ 51

6.5 EXECUÇÃO DAS JUNTAS ........................................................................................... 58

6.6 EXECUÇÃO DO REJUNTAMENTO ............................................................................ 59

7 CONTROLE DA EXECUÇÃO ....................................................................................... 61

8 PATOLOGIA NO DESLOCAMENTO DE REVESTIMENRO ................................. 64

8.1 DESCOLAMENTO ......................................................................................................... 64

8.2 EFLORESCÊNCIA ......................................................................................................... 65

Page 13: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

8.3 TRINCAS, GRETAMENTO E FISSURAS .................................................................... 65

8.4 FALHAS NO REJUNTE, DETEORIZAÇÃO DAS JUNTAS ....................................... 67

8.5 MANCHAS DE UMIDADE, BOLOR ............................................................................ 67

9 ASSOCIAÇÕES DA CERÂMICA ................................................................................. 68

9.1 ANFACER ....................................................................................................................... 68

9.2 ABCERAM ...................................................................................................................... 68

9.3 ANAPRE .......................................................................................................................... 69

9.4 CCB .................................................................................................................................. 69

10 IMPACTOS DECORRENTES DA FALTA DE PADRONIZAÇÃO DO PROCESSO

70

11 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 78

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 80

ANEXOS ................................................................................................................................. 86

ANEXO A – UNIDADES DE COMPETÊNCIAS ............................................................... 87

ANEXO B – UNIDADES DE COMPETÊNCIAS ............................................................... 90

Page 14: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

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1 INTRODUÇÃO

A cerâmica é o material artificial mais antigo produzido pelo homem. Do grego

"kéramos” ("terra queimada" ou “argila queimada”), é um material de grande resistência,

frequentemente encontrado em escavações arqueológicas. Pesquisas apontam que a cerâmica

é produzida há cerca de 10-15 mil anos. Quando o homem saiu das cavernas e se tornou um

agricultor, encontrou a necessidade de buscar abrigo, mas também notou que precisariam de

vasilhas para armazenar água, alimentos colhidos e sementes para a próxima safra. Tais

vasilhas deveriam ser resistentes, impermeáveis e de fácil fabricação. Estas facilidades foram

encontradas na argila, deixando pistas sobre civilizações e culturas que existiram milhares de

anos antes da Era Cristã (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE

CERÂMICAS, 2017).

Para Campante e Baía (2003), o revestimento é um processo da construção civil

para dar acabamento e proteção de superfícies verticais (paredes) e horizontais (tetos, pisos).

É utilizado para regularizar a superfície, aumentar a resistência, dar acabamento e proteger

contra as ações do ambiente. Duas são as formas de revestir, podendo ser os que usam

argamassas para regularizar (argamassados) e os que podem utilizar a argamassa como forma

de colagem, mas não como produto final de acabamento (não-argamassados).

O revestimento cerâmico leva vantagem em relação aos pisos de PVC, carpete,

mármore, granito, pisos de borracha ou tacos de madeira, já que iguala ou supera a

comparação na limpeza, incombustibilidade, impermeabilidade, resistência das cores,

indeformabilidade e durabilidade (BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO

ECONÔMICO E SOCIAL, 2006).

Um dos polos industriais nacionais é o estado de Santa Catarina, com cerca de 17

empresas situadas em Criciúma, Imbituba, Morro da Fumaça, Tubarão e Urussanga. A região

busca a modernização da produção e novas formas de organização, assim o resultando é um

produto de qualidade e alto valor de mercado (BANCO NACIONAL DE

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL, 2006).

Segundo Santos (1997), a partir dos anos setenta, surgiu no sul de Santa Catarina

uma diversificação do mercado. Na década de 80 a indústria carbonífera era o principal

mercado da região seguido da indústria cerâmica. Na década de 90 o país tornou-se o terceiro

maior exportador de cerâmica.

O mercado mundial de cerâmica é dominado por China, Itália, Espanha e Brasil.

Os europeus centraram-se em modernização, aperfeiçoamento e organização ao longo dos

Page 15: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

13

anos. O Brasil corre atrás do prejuízo, mas detém uma excelente matéria prima

(ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS, 2017).

O Brasil é um dos principais protagonistas mundial no mercado de revestimento

cerâmico, ficando em segunda posição em consumo (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE

FABRICANTES DE CERÂMICAS, 2017).

Tabela 1 - Principais consumidores mundiais de cerâmica de revestimento 2012-2015.

País/Ano 2012 (em

milhões de m²)

2013 (em

milhões de m²)

2014 (em

milhões de m²)

2015 (em

milhões de m²) Total 2015(%)

China 4250 4556 4894 5230 68,68

Brasil 803,3 837,5 853,5 816,5 10,72

Índia 681 718 756 794 10,43

Indonésia 340 360 407 435 5,71

Vietnã 254 251 310 340 4,46

Total 6328,3 6722,5 7220,5 7615,5 100,00

Fonte: Adaptado de ANFACER (2017).

Tabela 2 - Principais exportadores mundiais de cerâmica de revestimento 2012-2015.

País/Ano 2012 (em

milhões de m²)

2013 (em

milhões de m²)

2014 (em

milhões de m²)

2015 (em

milhões de m²) Total 2015(%)

China 5200 5700 6000 6300 70,55

Brasil 865,9 871,1 903,3 899,4 10,07

Índia 691 750 825 850 9,52

Espanha 404 420 425 440 4,93

Indonésia 360 390 420 440 4,93

Total 7520,9 8131,1 8573,3 8929,4 100,00

Fonte: Adaptado de ANFACER (2017).

Tabela 3 - Principais produtores mundiais de cerâmica de revestimento 2012-2015.

País/Ano 2012 (em

milhões de m²)

2013 (em

milhões de m²)

2014 (em

milhões de m²)

2015 (em

milhões de m²) Total 2015(%)

China 1086 1148 1110 1091 55,43

Espanha 296 319 339 378 19,20

Itália 289 303 314 316,5 16,08

Irã 93 114 109 106 5,39

Brasil 58,8 63,3 69,2 76,8 3,90

Total 1822,8 1947,3 1941,2 1968,3 100,00

Fonte: Adaptado de ANFACER (2017).

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14

Considerando que nos últimos anos houve um crescimento maciço no número de

residências no Brasil, isso fez com que a competitividade venha crescendo na área da

construção civil, então este trabalho se faz de estrema importância, para mostrar como é

fundamental a padronização e qualidade nas fases da obra, fazendo com que as edificações

tenham um padrão de qualidade mínimo esperado.

Conforme afirmam Wetzel, Zurbriggen e Herwegh (2010 apud PEREIRA, SILVA

e COSTA, 2013a), o revestimentos cerâmicos tem sido utilizado com muita frequência no

acabamento final devido ao resultado estético e construtivo, porém apresenta desperdício de

materiais e patologias recorrentes que podem ser falhas nos materiais ou na técnica de

execução empregados. Segundo Campante e Baía (2003), esses problemas têm origem na

falta de planejamento, de detalhes nos projetos, falta de procedimentos racionalizados e

controle da execução. Por isso, faz-se necessário desenvolver o projeto e controlar sua

produção, através do detalhamento de elementos do projeto, da correta especificação de

materiais e do estabelecimento de procedimentos e controle na produção.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Apresentar o processo operacional padrão de assentamento interno de pisos e

azulejos cerâmicos pelo método de colagem, através de uma análise bibliográfica.

1.1.2 Objetivos específicos

1. Apresentar os materiais utilizados no assentamento de revestimento cerâmico

interno pelo método de colagem.

2. Realizar uma análise bibliográfica do processo operacional padrão do

assentamento de revestimento cerâmico interno pelo método de colagem.

3. Realizar uma análise bibliográfica das patologias apresentadas nesse processo.

4. Apresentar o controle de execução do revestimento cerâmico.

5. Analisar os impactos decorrentes da falta de padronização do processo.

Page 17: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

15

1.2 JUSTIFICATIVA

Nos dias atuais observa-se no canteiro de obra, muitos profissionais, executando a

mão de obra baseando-se somente na observação, sem questionar se esta forma de trabalho é

correta ou não.

Observando isso, este trabalho visa demonstrar de uma forma mais objetiva o

processo de assentamento de azulejos e pisos cerâmicos, baseando-se em normas técnicas, e

na literatura da construção civil.

Uma obra, sendo ela pequena, média ou grande, faz-se necessário que haja um

projeto bem executado, um bom planejamento e controle nas fases da obra, pois isso

influenciará no processo de produtividade e no custo final da obra, pois muitas vezes

acontecem os retrabalhos e desperdícios por falta de planejamento.

Conforme Goldman (2004, p. 27):

O primeiro passo necessário para que se tenha um bom planejamento e controle de

obras é a organização. A construção de um modo geral é um complexo que deve ser

bem caracterizado quanto aos seus insumos (materiais, mão de obra e

equipamentos). É baseando-se neste fato que se verifica a necessidade de um plano,

discriminando-o e procurando-se organizar as várias fases de execução da obra e, ao

mesmo tempo, englobando tudo que afete diretamente a construção. Chamaremos tal

organização de “Plano de Contas de Construção”.

Este mesmo procedimento acima citado se aplica também no assentamento de

pisos cerâmicos como mostraremos neste trabalho.

Page 18: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

16

2 METODOLOGIA DE TRABALHO

A proposta de apresentar o método de assentamento do sistema de revestimento

cerâmico interno surgiu pela diversificação dos métodos aplicados em campo. Tendo em vista

que não há o hábito de profissionalização da mão de obra com cursos técnicos, isto acaba por

ocasionar diversos métodos empíricos de aplicação, os quais podem resultar enormes

prejuízos.

Já que há uma metodologia determinada para a aplicação do revestimento

cerâmico, este trabalho visa expor o método e analisar quais suas vantagens em relação a não

padronização da forma de trabalho.

Como referência, foi consultado o acervo bibliográfico e normas para ter uma

base para o procedimento operacional padrão (POP), nela obteve-se limites e uma matriz da

forma como deve ser aplicado o material para que diminuam-se os problemas que podem

ocorrer. Também ficou demonstrado as patologias que costumam ocorrer nesta fase da obra.

A dificuldade de encontrar material atualizado sobre o assunto demonstra que esta tecnologia

evolui de forma lenta.

O objeto desta monografia é bibliográfico qualitativo, revisando os conhecimentos

explorados em artigos, livros e sites como base de dados. Para sustentar as ideias dos autores

utilizou-se as citações destes pesquisadores. Estes materiais foram obtidos através de

pesquisas em bibliotecas, acervos e internet.

O procedimento para obter os dados bibliográfico é baseado em fontes

secundárias, ou seja, obtém a informação pela leitura de diferentes contribuições científicas

sobre o assunto (GONÇALVES, 2005).

A técnica de pesquisa qualitativa é aquela em que usa-se conhecimento de

perspectivas construtivas e/ou reivindicatórias, baseados em teoria de estudo ou teoria

embasada na realidade, coletando dados para formular temas (CRESWELL, 2007).

Page 19: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

17

3 SISTEMA DE REVESTIMENTO CERÂMICO

Fonte: Fazer Mais (2017).

Revestimento é um acabamento que se aplica em uma parede, chão ou teto para

proteger a alvenaria de infiltrações, aumentar a sua resistência, facilidade na limpeza,

proporcionando um aspecto mais bonito e bem acabado ao ambiente. A sua durabilidade na

obra vai depender do processo de colocação.

O revestimento cerâmico é um sistema muito comum nos projetos, são

responsáveis pelo acabamento final dando aparência e estética nos locais aplicados, porém

ainda apresenta alguns problemas como patologias e desperdícios de materiais ou mão de

obra. Segundo Campante e Baía (2003), esses problemas têm origem na falta de

planejamento, de detalhes nos projetos, falta de procedimentos racionalizados e controle da

execução. Por isso, faz-se necessário desenvolver o projeto e controlar sua produção, através

do detalhamento de elementos do projeto, da correta especificação de materiais e do

estabelecimento de procedimentos e controle na produção.

3.1 FUNÇÕES DO REVESTIMENTO CERÂMICO

É errado pensar que a finalidade do revestimento cerâmico é estético e diferencia-

se apenas pela coloração, tamanho e beleza.

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

18

Para Campante e Baía (2003), as principais funções do revestimento cerâmico

são:

Proteger os elementos de vedação da edificação;

Auxiliar as vedações no cumprimento das suas funções: isolamento térmico e

acústico, estanqueidade à água e aos gases, segurança contra fogo;

Regularizar a superfície dos elementos de vedação;

Proporcionar acabamento final aos revestimentos de pisos e paredes.

3.2 PROPRIEDADES DO REVESTIMENTO CERÂMICO

Para cumprir estas funções alguns itens são fundamentais, como manter-se

aderido à base, resistir ao uso ou ambiente, resistir às tensões aplicadas direta e indiretamente,

isolar o fogo, ser antiderrapante ou impermeável e permanecer inalterado durante a vida útil

do ambiente (FIORITO, 1994).

Segundo Rebelo (2010), a cerâmica tem propriedades que vem tanto da matéria-

prima quanto da forma como é produzida. A massa pode influenciar na absorção de água,

EPU e resistência mecânica. Já o esmalte garante resistência a abrasão, a manchas, a produtos

químicos e confere o coeficiente de atrito.

O coeficiente de atrito confere aderência entre o solado do calçado e o sistema de

revestimento. Esta aderência é necessária em locais com necessidades antiderrapantes como

rotas de fugas e áreas molhadas. A resistência mecânica está inversamente relacionada à

capacidade de absorver água. Para pisos residenciais utiliza-se o valor máximo de 10% de

absorção de água, já para pisos industriais este valor deve ser de até 0,1%. (NBR 15575,

2013).

3.3 CARACTERÍSTICAS DO REVESTIMENTO CERÂMICO

O revestimento cerâmico é composto por um sistema onde seus elementos

trabalham de forma a interagi-los com a base a qual se aderem. A NBR 13816 (1997) define

revestimento cerâmico como o conjunto formado pelas placas cerâmicas, argamassa de

assentamento e pelo rejunte, falaremos destes itens neste capítulo.

Segundo Campante e Baía (2003), após a execução da base (alvenaria ou

estrutural) temos o substrato (emboço ou regularização) e depois a cerâmica. Podemos

caracterizar este como um sistema monolítico, onde a placa cerâmica deve ficar aderida à sua

Page 21: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

19

base e ao substrato através da argamassa colante. Já os espaços (juntas) entre estas placas

devem ser preenchidos (rejunte ou selante). Há alguns casos de aplicação da cerâmica

diretamente sobre a base, isto aumenta as tensões aplicadas sobre o revestimento e perda de

aderência ocasionando descolamento da base.

O sistema que compõe o revestimento possui diversas camadas de materiais

diferentes, estes estão interligados e qualquer deformação em uma camada reflete no conjunto

(FIORITO 1994). Pereira, Silva e Costa (2013a) citam a norma dizendo que, a aderência não

é uma propriedade exclusiva da argamassa, mas da interação entre as camadas do sistema,

sendo necessário especificar o substrato em que a argamassa será assentada.

A porosidade está diretamente ligada à aderência da base com a placa por meio da

argamassa. Substratos com alta porosidade absorvem muita água formando áreas frágeis e

com riscos de descolamento, já os pouco porosos não deixam que a argamassa preencha este

vazio conferindo pouca ancoragem (PEREIRA, SILVA e COSTA, 2013a).

As camadas que antecedem o revestimento cerâmico seriam: o substrato ou base,

a camada de regularização, o emboço e a camada de fixação. Os principais componentes do

sistema de revestimento cerâmico, internos de paredes e pisos são: argamassa colante, placas

cerâmicas, juntas, espaçadores, argamassa de rejuntamento e a mão de obra, os quais

mostraremos logo abaixo (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

Figura 01: Modelo do Sistema de Revestimento Cerâmico

Fonte: CCB (2017).

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20

3.3.1 Argamassa colante

Figura 02 - Armazenamento de argamassa colante

Fonte: Engenheiro no canteiro (2017).

A NBR 9817 (1987) define o conceito de argamassa colante como uma mistura

constituída de aglomerantes hidráulicos, agregados minerais e aditivos, quando preparada

exclusivamente com água, forma uma massa viscosa, plástica e aderente.

Para Fiorito (1994) as argamassas colantes são mais indicadas, pois possuem

padronização de fábrica, porém em alguns casos faz-se necessário a argamassa fabricada no

canteiro, como em interiores de reservatórios e obras hidráulicas. Esta pode ser empregada no

assentamento de revestimento de cerâmica ou pedra. Os ensaios de ruptura ao cisalhamento

mostram que a AC suporta 12 kgf/cm² enquanto a argamassa de cimento comum 10 kgf/cm².

A camada de fixação tem como objetivo aderir a placa ao substrato, normalmente

são usadas as argamassas colantes (AC) e as colas. Segundo a NBR 14081 (2004), existem

quatros tipos de argamassas colantes, cada uma com recomendações de uso diferentes. O uso

de colas é mais recomendado sobre superfícies em que as AC´s são contra indicadas, como o

gesso ou gesso acartonado.

Os tipos existentes de AC são devidos a variedade dos tipos de placas, as

porosidades e diferenças de aderência. Conforme a NBR 14081 (2004) são elas:

AC I: usado em revestimentos internos comuns, exceto locais como

churrasqueiras, saunas, piscinas e estufas;

Page 23: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

21

AC II: pode ser para revestimento interno ou externo sujeitos a variações

termo-higrométrica e à ação do vento;

AC III: esta é utilizada para revestimentos que necessitam de maior aderência;

AC E: argamassa dos tipos I, II e III com tempos em aberto estendidos.

Figura 03 – Tipos de argamassas colante industrializadas

Fonte: Engenheiro no Canteiro (2017).

Quando o revestimento é aplicado com argamassa colante externo (AC-III) sobre

outro revestimento com pouca porosidade, por exemplo uma cerâmica esmaltada, a

penetração do composto cimentício nos poros do substrato é reduzida devido à superfície lisa

da cerâmica antiga, isso faz com que reduza-se a aderência entre as camadas do piso sobre

piso. O pouco de ligação ocorre pela extensão de aderência entre a argamassa colante e o piso

cerâmico. Para aumentar a aderência é proposto que aumente a rugosidade das superfícies,

diminua-se o volume de vazios, a limpeza da base e melhore a formulação da argamassa

(PEREIRA, SILVA e COSTA, 2013a).

Conforme Gail (2017), para armazenar o material antes da aplicação deve-se

manter sobre estrados secos, isolando do contato com umidade, sol e chuva. E, de acordo com

engenheiro no canteiro, deve-se empilhar no máximo 15 sacos em uma altura

aproximadamente 1,5m.

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22

3.3.2 Placas cerâmicas

Figura 04 – Placas cerâmicas

Fonte: Telha Norte (2017).

A NBR 13816 (1997, p. 2), da ABNT, define a placa cerâmica para revestimento

como:

Material composto de argila e outras matérias-primas inorgânicas, geralmente

utilizadas para revestir pisos e paredes, sendo conformadas por extrusão

(representada pela letra A) ou por prensagem (representada pela letra B), podendo

tambem ser conformadas por outros processos (representados pela letra C). As

placas são entao secadas e ueimadas à temperatura de sinterização. Podem ser

esmaltadas ou não esmaltadas, em correspondência aos símbolos GL (glazed) ou

UGL (unglazed), conforme ISO 13006. As placas são incombustíveis e não são

afetadas pela luz.

O corpo cerâmico compõe-se de matérias-primas naturais, argilosas e não

argilosas. Os materiais argilosos são formados de uma mistura de diversos tipos e

características de argilas para dar a composição desejada e são a base do biscoito. Os

materiais não argilosos, quartzo, feldspato e caulim, servem para sustentar o corpo cerâmico

ou promover a fusão da massa e os materiais sintéticos são utilizados para a produção de

engobes e esmaltes e, servem para fazer a decoração dos revestimentos (ASSOCIAÇÃO

NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS, 2017)

Estes revestimentos são usados na construção civil para revestimento de paredes,

pisos, bancadas, e piscinas de ambientes internos e externos. Recebem designações tais como:

azulejo, pastilha, porcelanato, grés, lajota, piso, etc. A tecnologia do porcelanato trouxe

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produtos de qualidade técnica e estética refinada, que em muitos casos se assemelham às

pedras naturais (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS,

2017).

As placas cerâmicas são constituídas, em geral, de três camadas (CAMPANTE e

BAÍA, 2003):

o suporte ou biscoito,

o engobe, que tem função impermeabilizante e garante a aderência da terceira

camada, e;

o esmalte, camada vítrea que também impermeabiliza, além de decorar uma

das faces da placa.

No Brasil, a abundância dessa matéria prima, argila, estimulou o crescimento

desse mercado recheado de opções, com características específicas para se adaptar ou compor

diferentes ambientes (SANTOS, 1997).

A placa cerâmica é a parte deste sistema mais exposta do revestimento e ocupa a

maior área. Ela pode ter sua moldagem do tipo extrusada (tipo “A”) ou prensada (tipo “B”). O

acabamento superficial pode ser esmaltada, quando aplicada uma camada vítrea ou não-

esmaltadas. Sua textura pode ser lisa, com menor capacidade de absorção térmica, pois tem a

capacidade de reflexão dos raios solares e maior capacidade de limpeza, ou rugosa que podem

distribuir melhor o fluxo de água em ambientes externos. E a cor é caracterizada em fria ou

clara quando absorvem menos radiação, já a quente ou escura retém mais calor o que aumenta

as tensões ficando sujeita a choques térmicos (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

Tem como características a absorção de água, resistência mecânica, resistência à

abrasão ou desgaste superficial, dilatação térmica, expansão por umidade, resistência à

gretagem, resistência térmica à manchas ou a ataques químicos, presença de cádmio ou

chumbo e resistência ao escorregamento (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

As placas cerâmicas são classificadas quanto à expansão por umidade (EPU),

resistência do esmalte a abrasão (PEI), limpabilidade, absorção de água, resistência do

esmalte a ataques químicos, entre outros. Vamos falar dos mais importantes.

A EPU ocorre, pois ao sair do forno a placa retém a umidade e expande, esse

processo é irreversível e a expansão quando alta ocasiona fissuras e descolamento. Por isso

para ambientes internos recomenda-se o EPU de no máximo 0,60mm/m, já em fachadas deve

ser menor, no máximo 0,40mm/m (ZULIAN, DONÁ e VARGAS, 2002).

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Conforme Campante e Baía (2003), a absorção de água está relacionada a

porosidade da placa, isso interfere nas propriedades de resistência mecânica, ao gelo, química,

choque mecânico e ao choque térmico. A porosidade é determinada pelo modo de fabricação

como processo por via seca ou úmida, grau de compactação da massa, temperatura e tempo de

queima. Dessa forma as placas são denominadas da seguinte forma:

B I a: 0 a 0,5%;

B I b: 0,5 a 3,0%;

B II a: 3,0 a 6,0% e;

B II b: 6,0 a 10,0% de absorção de água.

Segundo Zulian, Doná e Vargas (2002), o PEI é um índice que indica a resistência

da cerâmica esmaltada ao desgaste superficial. A classificação varia de 0 a 5, podendo ser:

“0” menor resistência e indicado para paredes; “1” para locais de baixo tráfego como

banheiros residenciais e dormitórios; “2” cômodos com nível médio de tráfego, banheiros e

locais sem portas para áreas externas; “3” indicado para locais com tráfego médio ou alto

como cozinhas, corredores, halls, sacadas e quintais; “4” indicado para locais externos ou com

alta passagem de pedestres, como garagens, lojas, hospitais ou escritórios; e “5” locais

públicos ou com intenso trânsito de pessoas como shoppings.

Já no caso de placas não-esmaltadas, tanto extrusada como prensada, o método

para verificar é o de abrasão profunda. Sua classificação é:

Tabela 4 – Resistência a abrasão profunda para produtos não esmaltados.

RESISTÊNCIA À ABRASÃO PROFUNDA PARA PRODUTOS NÃO ESMALTADOS (mm³)

PRODUTOS EXTRUSADOS PRODUTOS PRENSADOS

B I a Menor ou igual a 175

A I Menor ou igual a 275 B I b Menor ou igual a 175

A II a Menor ou igual a 393 B II a Menor ou igual a 345

A II b Menor ou igual a 649 B II b Menor ou igual a 540

A III Menor ou igual a 2365 B III -

Fonte: NBR 13.818 (1997).

A resistência a manchas é denominado limpabilidade, e é caracterizado em cinco

classes: “1” impossibilidade de remover manchas; “2”, “3” e “4” dependendo do produto

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utilizado pode ter as manchas removidas; e “5” onde a limpeza é mais fácil (ZULIAN, DONÁ

e VARGAS, 2002).

A exposição ao ataque de produtos químicos é medida e classificada como: “A”

alta; “B” média e; “C” baixa (ZULIAN, DONÁ e VARGAS, 2002).

O gretamento ocorre pela diferença de dilatação entre a massa e o esmalte, sua

resistência é medida através de um processo que reproduz e acelera a exposição à umidade

submetendo a placa cerâmica a uma pressão de vapor de cinco atmosferas por duas horas

(CAMPANTE e BAÍA, 2003).

A cerâmica em pisos pode ser usada em ambientes molhados e que necessitam de

melhor aderência com os pés, para isso é medido o coeficiente de atrito dinâmico. Alguns

locais específicos, como cozinhas e escadas, são verificados por órgão se a superfície confere

aderência à caminhada, o valor mínimo é de 0,4 (NBR 15575, 2013).

Para manter a qualidade deve-se armazenar em local seco, sombreado, plano,

firme, longe de materiais abrasivos e sobre estrados empilhando as caixas, obedecendo o

limite indicado pelo fabricante ou dois metros de altura (NBR 9817, 1987).

Conforme a NBR 13818 (1997), a cerâmica escolhida deve atender as

necessidades da obras, por isso o correto é verificar a tonalidade, o tamanho, a quantidade, a

classe de resistência a brasão, o grupo de absorção, entre outras informações que constam na

embalagem.

3.3.3 Juntas

As juntas são os espaços entre as placas cerâmicas. As juntas são úteis para anular

ou diminuir a ação das tensões causadas pelo ambiente. O revestimento sofre com a tensão de

compressão e é a junta que possibilita o material trabalhar sem que se rompa. Por isso o uso

de juntas secas (placas encostadas sem rejunte) deve ser proibido (FIORITO, 1994).

Confira abaixo como são classificadas as juntas (CERÂMICA PORTINARI,

2017):

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1. Juntas de assentamento;

2. Juntas estruturais;

3. Juntas de movimentação;

4. Juntas de dessolidarização.

Figura 05 – Classificação das juntas.

Fonte: Cerâmica Portinari (2017).

De acordo com Cerâmica Portinari (2017), a junta de assentamento é o espaço que

existe entre as duas placas cerâmicas, sendo elas preenchidas com rejunte para que ocorra a

impermeabilização da base, garantindo assim a durabilidade do produto.

Para Azeredo (1987), as placas cerâmicas podem ser assentadas de acordo com as

juntas, conforme podemos ter:

Azulejo com juntas amarradas;

Azulejo com juntas paralelas ou a prumo;

Azulejo com juntas em diagonal desencontrada;

Azulejo com juntas em diagonal paralela.

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Figura 06 – Tipos de juntas de assentamento cerâmico

Fonte: Azeredo (1987).

Segundo NBR 13754 (1997) no perímetro da área revestida, no encontro de

quinas de paredes, pisos e forros, colunas, vigas, ou com outros tipos de revestimentos, tanto

em áreas internas quanto externas, se faz necessário projetar e construir as juntas de

dessolidarização, para aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio

revestimento.

Figura 07 – Juntas de dessolidarização em quinas, pisos e forros.

Fonte: Weber (2017).

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Quando houver juntas de movimentação ou juntas estruturais nas paredes, estas

devem ser respeitadas também em todas as camadas que constituem o revestimento, de forma

a haver correspondência entre elas (NBR 13754, 1997).

Em relação a juntas de movimentação, estas devem alcançar a superfície do

contrapiso, sendo com preenchimento de materiais elásticos. De acordo com, weber a junta de

movimentação, tem a função de diminuir as tensões causadas pela movimentação da base

onde é aplicado o revestimento ou pela própria expansão das placas cerâmicas. Usa-se nos

casos de encontro de pisos diferentes, encontro com pilares ou saliências, em lajes com

grandes dimensões, e em ambientes com áreas superior a 32m² ou sempre que a dimensão seja

maior que 8 metros lineares. Nesse caso, as juntas devem ter de 8 a 12mm de espessura

(SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).

Figura 08 - Juntas de movimentação em piso e parede

Fonte: Weber (2017).

Conforme Weber (2017), as juntas estruturais são vãos entre estruturas, cuja

função é aliviar as tensões provocadas pela movimentação do concreto, e de acordo com

Souza e Mekbekian (1996), devem ser mantidas no piso cerâmico, e preenchidas com

mastique elástico.

Figura 09 – Juntas estruturais em piso

Fonte: Weber (2017).

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3.3.4 Espaçadores

Espaçadores são pequenas peças de plástico, que proporcionam um melhor

acabamento e um fácil alinhamento entre as placas cerâmicas, e conseqüentemente, a

dilatação das peças, evitando estufamento e trincas no piso, eles podem ser de cor ou

transparente, sendo que o transparente não é necessário ser removido, pois pode ser coberto

pelo rejunte. O menor tamanho de junta de dilatação é de 1mm e o maior, 10mm. Os

espaçadores podem variar conforme o tipo de placa cerâmica a ser utilizada, sendo que quanto

mais a placa dilatar mais largo precisa ser o espaçador (FAZ FÁCIL, 2017).

Figura 10 – Espaçadores cruzeta.

Fonte: Plásticos Indaial (2017).

Mais recente foi lançado no mercado o kit nivelador para revestimentos

cerâmicos, que é composto por três componentes, sendo eles: a base niveladora, cunhas e

alicate, este kit proporciona um melhor alinhamento entre as peças cerâmicas e perfeito

nivelamento, deixando um trabalho com qualidade. Pode se utilizar em três larguras de junta,

de 1mm, 2mm e 3mm. As bases devem ser colocadas em torno de 5cm da extremidade das

placas, no caso de placas com lados maiores que 80cm, colocar uma base a cada 40cm entre

as peças, assim assegurando o desempenho correto das mesmas (ELIANE, 2017).

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Figura 11 – Kit nivelador aplicado na placa cerâmica.

Fonte: Ricasa (2017).

A base niveladora é responsável em determinar a largura das juntas e possibilita

que as peças cerâmicas sejam niveladas com a colocação das cunhas (ELIANE, 2017).

Figura 12 – Base niveladora do kit nivelador

Fonte: Eliane (2017).

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A cunha quando é encaixada na base niveladora, ela exerce uma força sobre as

placas, nivelando assim as placas cerâmicas (ELIANE, 2017).

Figura 13 – Cunha do kit nivelador.

Fonte: Eliane (2017).

O alicate pressiona todas as cunhas entre as bases niveladoras, dando assim mais

qualidade e rapidez na colocação dos niveladores (ELIANE, 2017).

Figura 14 – Alicate do kit nivelador.

Fonte: Eliane (2017).

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3.3.5 Argamassa de Rejuntamento

Fonte: Piniweb (2017).

O rejunte é o material que preenche as juntas, no assentamento de pisos e azulejos

e tem a função de impermeabilizar as laterais das placas cerâmicas e é resistente a abrasão e

fungos, tem durabilidade e absorve as deformações de intempéries (CAMPANTE e BAÍA,

2003).

De acordo com Gail (2017), existem diversos tipos de rejuntes: cimentício,

acrílico, vitra e epóxi. O uso de resina como rejunte é recomendado no porcelanato, para

ambientes internos o uso de epóxi é mais indicado, pois tem mais resistência a mofo,

acabamento mais fino e melhor limpabilidade. O rejunte deve ser armazenado da mesma

forma que a argamassa colante, sobre estrados secos, isolando do contato com umidade, sol e

chuva.

3.3.6 Mão de obra

Fonte: Pedreirão (2017).

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Segundo Gail (2017), é essencial trabalhar com uma equipe de instalação

habilitada para assentamento e rejuntamento cerâmico, com a qualificação e as competências

exigidas pela norma e é preciso que haja um engenheiro civil ou responsável técnico, ciente

de suas responsabilidades e conhecedor das normas técnicas vigentes, às quais deve sempre

respeitar a NBR 15825:2010.

Segundo a ABNT NBR 15825 (2010, p. 5), os agentes do setor da construção civil

consideram as necessidades de:

- assegurar a qualidade dos serviços prestados pelos seus profissionais;

- produzir mais, em menos tempo e com adequação técnica;

- desenvolver profissionais para acompanhar os avanços tecnológicos dos produtos e

processos construtivos;

- recuperar carências de educação formal e regular e de formação profissional dos

que nele atuam;

- desenvolver o capital humano e melhorar as condições de vida dos que nele atuam

e de seus familiares.

No caso do setor da construção civil, a certificação profissional tem como

objetivos (ABNT NBR 15825, 2010, p. 5):

- assegurar o nível de competências dos profissionais que atuam ou buscam atuar no

setor, base na totalidade ou em parte das Unidades de competências estabelecidas

para sua avaliação;

- garantir padrão de qualidade adequado às exigências evolutivas dos produtos,

elementos e processos construtivos;

- destacar e valorizar os profissionais de diferentes níveis de competência, criando

diferencial competitivo;

- proporcionar mecanismo para remuneração justa, com conseqüente satisfação e

motivação daqueles que optarem por evoluírem profissionalmente no setor.

A NBR 15825:2010 foi criada, para estabelecer um perfil desejado de

competência do assentador e rejuntador de placas cerâmicas. As diferentes unidades de

competências destes profissionais envolvem os elementos de competência e os componentes

de avaliação de competências exigidos para avaliar o perfil do profissional. Estas unidades são

indicadas no anexo A e B e atendem, quando necessário, às ABNT NBR 13753:1997, NBR

13754:1997 e NBR 13755:1997.

3.3.7 Outros

Existem os selantes, silicones, tarugos entre outros utilizados para a vedação das

juntas.

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O selante indicado para as juntas de movimentação do concreto, juntas em

fachadas, parapeito, juntas de conexão de aberturas entre outras é o poliuretano. Composto de

materiais elásticos, ele possui cura rápida através da umidade do ar (DIPROTEC, 2017).

Figura 15 – Aplicação de selantes poliuretano.

Fonte: Diprotec (2017).

Os adesivos selantes a base de silicone podem ser usados para vedação de

diversos tipos de materiais. Após o contato com a umidade do ar torna-se emborrachado,

resistente e flexível. Para a vedação de pisos e azulejos deve-se usar o silicone com cura

acética, já o de cura neutra é indicado para juntas de dilatação (DIPROTEC, 2017).

Figura 16 – Aplicação de silicone acético e neutro.

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Fonte: Diprotec (2017)

Em alguns casos faz-se necessário a utilização de tarugos nas vedações e juntas de

dilatação, este limita a profundidade, ajuda na vedação e é eficiente no acompanhamento da

dilatação do sistema (DIPROTEC, 2017).

Figura 17 – Tarugos.

Fonte: Diprotec (2017)

O selante epóxi é semirrígido e deve ser usado no selamento de juntas nos pisos,

de dilatação e estruturais (DIPROTEC, 2017).

Figura 18 – Aplicação de selante epóxi.

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Fonte: Diprotec (2017)

O primer melhora a aderência de produtos poliuretanos em contato com substratos

cimentícios, cerâmica, tijolo e madeira (DIPROTEC, 2017).

Figura 19 – Primer para selantes.

Fonte: Diprotec (2017)

Segundo a NBR 9817 (1987), nas juntas de movimentação ou dessolidarização

devem ser usados materiais com alto grau de deformidade, como borrachas alveolares,

espuma de poliuretano, manta de algodão para calefação, cortiça, aglomerado de madeira.

Além disso, faz-se necessário o uso de selantes à base de elastômeros, como poliuretano,

polissulfeto ou silicone.

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4 PROJETO E PLANEJAMENTO

Fonte: Cetel (2017).

De acordo com Rocha e Castro (2017), quanto mais eficaz o planejamento deve-se

alcançar a garantia de qualidade e produtividade das obras, a racionalização e economia de

materiais e serviços, treinamento da mão de obra, entre outros. E se houver uma deficiência

no planejamento, poderá acarretar em atrasos e escalas de custos, podendo assim colocar em

risco o sucesso do empreendimento.

O projeto é a etapa onde determina-se as especificações dos materiais e como

deve ser executado. Quando bem elaborado pode reduzir custos, tempo e desperdícios de

material (GAIL, 2017).

Muitos problemas poderiam ser evitados se órgãos fiscalizadores e gestores de

obras fossem mais exigentes, um caso é o planejamento do canteiro de obras. A cultura

nacional de não planejar as atividades com antecedência e apresentar soluções após a aparição

do problema incorre na mitigação do mesmo, retrabalho, oneração e aplicação de técnicas

erradas (HANDA e LANG, 1988; SAURIN, 1997; SAURIN e FORMOSO, 2006 apud

BALBINOT, 2012).

Para Souza e Mekbekian (1996, p.13), o canteiro de obras pode ser definido

como:

Page 40: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE GIASSI …

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- a “área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e

execução de uma obra” (NR-18)

- o conjunto de áreas destinadas á execução e apoio dos trabalhos da industria da

construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência” (NBR-12284)

Percebes-se, por estas definições, que o canteiro é a fabrica cujo produto final é o

edifício. Se é considerado uma fábrica, então o canteiro deve ser analisado sob a

ótica dos processos de produção do edifício e também como o espaço onde as

pessoas envolvidas na produção estarão vivendo sei dia-a-dia de trabalho.

É bom sempre implantar o canteiro de obras em local que ele permaneça o maior

tempo possível no processo da obra, pois demolições durante a obra causam muitos

transtornos.

A construção de uma edificação envolve diversas fases de execução, sendo que

cada fase se desenvolve através de vários serviços. Conforme Goldman (2004), segue abaixo

discriminação de serviços principais, que devem existir na obra:

1) Projetos

2) Análise de Solos

3) Análise de Custos

4) Cópias e Reproduções

5) Instalações Provisórias da Obra

6) Equipamentos e ferramentas

7) Transporte e Carretos

8) Impostos e taxas

9) Escritórios da Obra

10) Administração

11) Diversos

12) Trabalhos em Terra

13) Fundações

14) Estruturas

15) Instalações

16) Alvenaria

17) Coberturas

18) Tratamentos

19) Esquadrias

20) Revestimentos

21) Pavimentações

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22) Rodapés

23) Soleiras

24) Peitoris

25) Ferragens

26) Pinturas

27) Vidros

28) Aparelhos

29) Ligações

30) Utensílios Complementares

31) Limpeza Final

Segundo Faz Fácil (2017), no projeto, deve consistir a paginação do ambiente, que

nada mais é o estudo que estabelece como vai ser o padrão ou desenho do piso ou azulejo e a

partir dai, por onde começar a instalação das placas cerâmicas, tendo como especificado o

tamanho ideal das peças de revestimento, suas cores ou estampas, deve obter a quantidade de

peças e em que direção eles serão dispostos na hora da instalação, evitando excessos de cortes

das peças e conseqüentes perdas na hora da instalação. Considerando-se que uma boa

paginação confere uma enorme personalidade ao ambiente.

Campante e Baía (2003) também falam que a limitação de tamanho das peças

estão relacionadas com a posição das juntas de movimentação, para assim evitar as fissuras e

destacamentos. Após a escolha, deve-se detalhar em projeto a paginação, ou seja, o

posicionamento dos componentes cerâmicos e espessuras das juntas, para assim criar painéis

sem cortes de placas, diminuindo assim desperdícios e evitar erros.

Pessanha (2017) afirma que, em ambientes pequenos é mais indicado a paginação

octogonal, o uso de paginação diagonal fica melhor para ambientes mais amplos, apesar de

seus cortes e acabamentos serem um pouco mais trabalhosos, causando desperdícios das peças

em torno de 30% a mais. Em paredes fora de esquadro o ideal é começar o assentamento a

partir do ponto com menor número de recortes.

Abaixo encontramos o seguinte esclarecimento de duas plantas comparando o

correto e errado de uma paginação.

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Figura 20 – Exemplificação de como começar a paginação.

Fonte: Doutor Faz Tudo (2017).

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5 QUALIDADE, PRODUTIVIDADE E PADRONIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO

CIVIL

As transformações que o país sofre, gera maior competitividade entre empresas do

mesmo setor, com isso buscam-se melhores formas de reduzir gastos e obter melhor qualidade

do produto final. Na construção civil diversas são as opções para atingir esta meta, podendo

ser na fase de projeto ou execução (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

A construção civil é um setor que necessita da padronização, pois possui uma

gama enorme de serviços e tarefas em todo o processo que vão desde a elaboração de projetos

até os serviços de canteiro de obras e também a organização de toda a execução da obra,

como a contratação de serviços e materiais.

Para Saurin e Formoso (2006), o movimento de qualidade total se espalhou entre

diversas estratégias gerenciais, sendo que a padronização se destacou como umas das mais

importantes e eficientes, trazendo vários benefícios para a empresa e facilitando nas

atividades de planejamento, controle e execução. Contudo a padronização é utilizada com

critério sendo necessário fazer um estudo minucioso da real necessidade de implantação.

Goldman (2004) menciona que, o controle nos serviços de construção, requer

profissionais com o papel de controlador, com um bom conhecimento nos serviços que irá

controlar. Quando não houver isto o profissional deve buscar juntas técnicas gabaritadas,

subsídios a fim de que não deixem passar alguns detalhes, que possam afetar na eficiência do

controle. Antes que se comece a controlar é necessário que o serviço já esteja detalhado,

através do planejamento previamente elaborado, pois quando não há esta preocupação, muitas

vezes o profissional acaba se perdendo em controles minuciosos, que não trazem nenhum

benefício.

Conforme Goldman (2004), um canteiro bem organizado propicia na redução das

perdas de materiais, uma otimização de gastos de horas de mão de obra em transportes de

materiais e deslocamentos em frentes de trabalho. O controle de serviço requer quase sempre

desmembramentos em:

a) Materiais que serão utilizados na execução dos serviços.

b) Os equipamentos auxiliares para execução.

c) As ferramentas de trabalho dos operários.

d) A mão de obra necessária à execução.

e) O prazo de execução do serviço.

f) Considerações sobre o método de trabalho empregado.

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42

g) A quantidade produzida do serviço.

h) Os custos correspondentes a cada insumo.

Mendonça (2014) fala que, as pessoas são diferentes nas formas de agir, pensar,

trabalhar e produzir. O desenvolvimento de cada pessoa depende das necessidades que

enfrentou ao longo da vida, e a nossa capacidade de aprender, guardar os conhecimentos e

usar sempre que necessário. Na construção civil, cada pessoa com o equipamento correto, tem

a possibilidade de obter altos índices de produtividade, assim tendo um aumento importante

na produção. Muitas vezes o funcionário não atende a demanda na atividade que ele exerce,

mas as vezes atende com maior facilidade em outra atividade. É sempre possível obter

qualidade com produtividade. Os resultados do trabalho de cada equipamento dependerá do

operador que está fazendo o serviço, do conhecimento que ele tem do serviço que vai executar

e de sua habilidade, e também do equipamento que ele está utilizando.

Segundo Vieira Netto (1993 p.158):

A qualidade de um produto pode ser vista de duas formas, uma pelo produtor e outra

pelo cliente, o produtor tem o ponto de vista que a qualidade do produto se associa a

necessidade do cliente, já o cliente ve a qualidade do produto associada a utilidade

do produto, ou até mesmo ao valor.

Para Souza e Mekbekian (1996), a qualidade de uma obra resulta no

planejamento, na organização do canteiro de obras, nas condições de higiene e na segurança

do trabalho, no controle administrativo, no controle de recebimento e armazenamento de

materiais e equipamentos e na qualidade de cada serviço executado. Para garantir um bom

controle de qualidade na obra, é desejável que se tenha uma experiência acumulada do

profissional que irá executar o serviço, porém sempre seguindo com base nas normas técnicas

brasileira. É necessário que obtenha-se o procedimento de documentar a execução e inspeção

de cada serviço, e disponibilizar em formulários simples e de fácil manuseio. Os registros da

qualidade dos serviços também devem ser registrados em formulários, para caso ocorram

patologias construtivas, possam ser localizados facilmente.

Assim afirma Souza e Mekbekian (1996), o ciclo PDCA é um instrumento

adequado para gestão de qualidade e a padronização de processos, com aperfeiçoamento e

novas tecnologias.

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43

Figura 21 - Ciclo PDCA aplicado a serviços de execução de obras.

Fonte: Souza e Mekbekian (1996)

O Procedimento Operacional Padrão pode ser gerencial ou técnico, é um manual

detalhado das atividades repetitivas que uma empresa pode formatar para obter resultados

com o mínimo de variações. Com o começo da mecanização após a revolução industrial

surgiu a necessidade de padronizar os processos (DUARTE, 2005).

O POP é uma das mais importantes entre diversas estratégias gerenciais devido a

qualidade final, destaca-se pela eficácia do planejamento, controle e execução. As

informações que deve estar contido nele são: sequência de operação e frequência, responsável

pela execução, equipamentos fundamentais, assim como peças e materiais, descrição dos

procedimentos da tarefa por atividade crítica e seus pontos proibitivos, roteiro de inspeção

(COLENGHI, 1997) (DUARTE, 2005).

Quando bem feito, o POP garante que a qualquer momento do procedimento o

usuário possa ser substituído ou fazer intervalo sem que ocasione perdas ou resultados fora da

conformidade (COLENGHI, 1997).

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6 PROCESSO OPERACIONAL PADRÃO DE EXECUÇÃO DO SISTEMA

REVESTIMENTO CERÂMICO

A durabilidade e a viabilidade do revestimento cerâmico como solução na

construção civil dependem da fixação das peças cerâmicas. No entanto, as condições

ambientais, a especificação da cerâmica, a mão de obra de aplicação, as solicitações variáveis

de uso e a qualidade do rejuntamento influem também na vida útil do revestimento cerâmico

(THURLER e FERREIRA, 1995 apud PEREIRA, SILVA E COSTA, 2013b). Assim afirmam

Souza e Ripper (1998, p.22):

Em nível de qualidade, exige-se para a etapa de concepção, a garantia de plena

satisfação do cliente, de facilidade de execução e de possibilidade de adequada

manutenção; para a etapa de execução, será de garantir o fiel atendimento ao projeto,

e para a etapa de utilização, é necessário conferir a garantia de satisfação do

utilizador e a possibilidade de extensão da vida útil da obra.

Na fase de execução devemos respeitar o planejamento descrito no projeto, como

o material a ser utilizado, e planejar as atividades de preparação comprando os materiais

(placas, massa para assentar e massa das juntas), armazenagem destes, escolha das

ferramentas necessárias e contratação de mão de obra (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

6.1 PREPARO DO SUBSTRATO

Para Campante e Baía (2003), nesta etapa, se faz necessário a limpeza e

verificação da qualidade do substrato. Antes do inicio do assentamento preparar a superfície

removendo qualquer tipo de material contaminante, como poeira, partículas soltas, graxas e

outros resíduos com o auxilio de lixas, escovas, vassouras, água e produtos químicos para

remoção dos resíduos. Se necessário lavar, mas aguardar a completa secagem do substrato

para continuar o assentamento.

A textura precisa ser medianamente áspera, obtida com o uso de desempenadeira

de madeira quando na execução do emboço, conforme NBR 13754 (1997). Os contramarcos

devem estar chumbados nas esquadrias, as instalações hidráulicas e elétricas devem estar

concluías e testadas, e os ralos devem estar protegidos para evitar eventuais entupimentos

(SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).

Alinhar em todas as direções, de forma que tenha em toda sua extensão um

mesmo plano, já que a argamassa colante, em virtude de sua pequena espessura, não consegue

corrigir grandes ondulações ou diferenças da base (NBR 13754, 1997).

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Para Souza e Mekbekian (1996), verificar a igualdade do nível do contrapiso em

todo o perímetro da área a ser revestida, definindo, assim o nível do piso acabado. Deixar a

marcação dos níveis junto às paredes. Verificar o prumo, o esquadro e a uniformidade das

paredes, sendo assim corrigindo qualquer irregularidade encontrada.

A planicidade da superfície do substrato deve ter desvios máximos de 3 mm, pode

ser medidos em áreas internas com réguas de 2m metros com verificação em todas as direções

(CAMPANTE e BAÍA, 2003).

Segundo a ABNT NBR 9817 (1987) e NBR 13753 (1997), quando a base

apresentar irregularidades, de modo que não atenda os limites para a espessura da camada de

assentamento, ou quando houver a necessidade de corrigir a declividade da base para atingir o

caimento do piso, utiliza-se a camada de regularização, a espessura de camada é de 10mm e

30mm, em correções que superem 30mm a argamassa é lançada em duas ou mais camadas.

Cada camada é executada após a cura da anterior, na figura 22 mostramos:

Figura 22 – Preenchimento de irregularidade com argamassa colante.

Fonte: NBR 13753 (1997).

Segundo a NBR 13753 (1997), a quantidade de pasta e a sua espessura devem ser

determinadas para cada caso, dependendo das tolerâncias nas irregularidades da superfície do

contrapiso e empeno côncavo ou convexo das placas cerâmicas. Os espaços provocados por

estas irregularidades devem ser totalmente preenchidos pela argamassa colante.

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6.2 EXECUÇÃO DA CAMADA DE ACABAMENTO

O assentamento das placas cerâmicas deve ser realizado, após um período mínimo

de cura do emboço, para que este sofra todas as tensões de retração de secagem. O prazo

mínimo indicado é de 7 (sete) dias para áreas internas (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

O revestimento das placas cerâmicas deve ser executado em condições climáticas

médias, verificadas no local da obra. Recomenda-se a sua execução somente quando a

temperatura ambiente dos materiais for maior que + 5°C (NBR 13754, 1997)

Segundo o manual de execução da Gail (2017) arquitetura em cerâmica, o

assentador deve certificar, de que possui as ferramentas e equipamentos adequados, durante

execução do serviço, pois isto vai lhe poupar tempo e trabalho.

Para Souza e Mekbekian (1996), uma boa execução faz-se necessário o uso de

ferramentas adequadas como:

Azulejos e pisos cerâmicos

Argamassa colante

Argamassa industrializada para rejunte

Água

Lápis de carpinteiro

Mangueira de nível, nível alemão ou nível a laser

Caixa plástica para mistura da argamassa colante

Caixa plástica para mistura da argamassa industrializada para rejunte

Balde plástico

Régua de alumínio com nível de bolha acoplado

Esquadro de alumínio 60x80x100 cm

Linha de náilon

Prumo de face

Trena metálica

Nível de bolha

Pregos 15x15

Metro articulado;

Torquês;

Desempenadeira de aço ou PVC com lado dentado de 6x6mm, apropriada para

azulejos

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Desempenadeira de aço ou PVC com lado dentado de 8x8mm, apropriada para

pisos

Rodo sem cabo

Broxa

Escova de piaçaba

Sisal

Vassoura

Pano seco

Régua de alumínio de 1” x 2” com 2m de comprimento

Martelo de borracha

Colher de pedreiro 9”

Serra elétrica manual com disco de corte adiamantado

Riscador com vídea e furadeira com serra copo

Espátula

Detergente líquido neutro

EPIs: capacete, óculos de segurança, luvas e botas de borracha.

Algumas destas ferramentas estão ilustradas na figura 23.

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Figura 23 – Ferramentas para execução da camada de acabamento.

Fonte: Gail (2017).

6.3 PREPARO E APLICAÇÃO DA ARGAMASSA COLANTE

No método convencional é utilizada a argamassa produzida em obra, aplicada

diretamente sobre a alvenaria ou estrutura para assentar a cerâmica, a espessura recomendada

é de 2,5cm. Com ela ainda fresca, polvilha-se pó de cimento sobre sua superfície para então

colocar as placas. Este método depende de muitos fatores não controláveis, assim deve-se

optar por outro método. Neste outro método primeiramente deve-se regularizar a base com o

substrato para então aplicar a argamassa colante industrializada (CAMPANTE e BAÍA,

2003).

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Preparar a argamassa colante em um caixa plástica, misturando-se o pó com água,

obedecendo às informações do fabricante como consta na embalagem. A quantidade da

argamassa deve ser preparada para um período de trabalho, de duas a três horas, recomenda-

se sempre misturar um número inteiro de sacos. Deixa-se a argamassa descansar por 15

minutos e misturar novamente para iniciar o assentamento. Não adicionar água na hora que

estiver executando o revestimento (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).

A NBR 13754 (1997) afirma que, o material preparado na obra deve ser utilizado

imediatamente, e o industrializado deve ser utilizado dentro do prazo de validade indicado na

embalagem.

O espalhamento deve ser iniciado pela parte lisa da desempenadeira pressionando

contra a superfície do substrato, logo em seguida passa o lado dentado da desempenadeira

formando ângulo de 60° com a horizontal, conforme ilustrado nas figuras 24 e 25, o resultado

deve ser cordões com alturas entre 2mm e 5mm. Nas placas superiores a 250cm² e

assentamentos externos usa-se a desempenadeira de 8x8x8mm, já para placas menores e

ambientes internos recomenda-se a desempenadeira 6x6x6mm. Não é recomendado espalhar a

argamassa por mais de 1m², pois poderão ocorrer perdas na qualidade (CAMPANTE e BAÍA,

2003).

Iniciar ao assentamento dos azulejos cerâmicos, seguindo os mesmos

procedimentos e cuidados, apresentados no assentamento dos pisos cerâmicos. Neste caso

utilizar uma desempenadeira de aço com dentes de 6mm (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).

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Figura 24 – Finalização do espalhamento de argamassa colante.

Fonte: Souza e Mekbekian (1996).

Figura 25 - Aplicação do lado dentado da desempenadeira, formando cordões

Fonte: Souza e Mekbekian (1996).

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6.4 ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS

Antes do início da colocação do revestimento, deve ser verificado se as

quantidades de placas cerâmicas são suficientes, recomendando-se uma margem de sobra para

cortes, quebras, imprevistos ou futuros reparos (NBR 13754, 1997).

De acordo com o manual de assentamento cerâmico Gail (2017), considera-se

uma quantidade adicional de 5 á 10% do revestimento.

Conferir as peças e tonalidade para executar o serviço. Verificar se foram

deixados os rebaixos previstos no projeto em relação a outros pisos, e a impermeabilização de

pisos devem estar executadas e testadas (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).

Segundo a NBR 13753 (1997), os caimentos recomendados referente aos pisos

são os seguintes:

a) Os pisos de ambientes não molháveis, devem ser executados em nível ou

caimento máximo e 0,5%.

b) Os pisos internos de ambientes molháveis, devem ser executados com

caimento de 0,5% em direção ao ralo ou porta de saída, evitando ultrapassar o

valor de 1,5%.

c) Em boxes dos banheiros, o caimento deve ser entre 1,5% e 2,5% em direção ao

ralo.

Conforme o manual de assentamento cerâmico Gail (2017), é necessário verificar

o esquadro e as dimensões do local que será revestido para definir a posição das placas

cerâmicas, buscando reduzir o número de recortes e o melhor posicionamento das peças.

Não é necessário molhar a superfície do contrapiso para a aplicação da argamassa

colante, recomenda-se somente em locais sujeitos a insolação e/ou ventilação, a base deve ser

pré-umedecida, porém sem saturá-la (NBR 13753, 1997).

As placas cerâmicas também não devem ser molhadas, a menos que haja uma

recomendação do fabricante, estes procedimentos eram usualmente usados no método

convencional. E quando apresentar a superfície recoberta por um tardoz, recoberto por uma

camada de pó esbranquiçado, os mesmos deverão ser removidos com escova de aço um pano

seco. Se forem lavados com água a peça pode ser utilizada após a secagem completa (SOUZA

e MEKBEKIAN, 1996).

Segundo Souza e Mekbekian (1996), assentar as peças de piso sobre a argamassa

recém-aplicada, ficando atento quanto ao espaçamento entre as peças e o nivelamento e

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alinhamento do piso. As peças devem ser assentadas antes que se inicie a formação de uma

película esbranquiçada sobre os cordões, pois isto indica o tempo de abertura da argamassa,

que é o momento a partir do qual a aderência fica prejudicada. Para controlar este tempo,

pressionam-se os dedos sobre os cordões, se a argamassa não estiver pegajosa e não sujar as

pontas dos dedos terá que remover toda argamassa e aplicar novamente, pois o tempo de

abertura já se esgotou.

Para assentar a placa cerâmica, deve-se posicioná-la cerca de 2cm da situação

final e então arrastá-la com uma leve pressão em movimentos de vai e vem (CAMPANTE e

BAÍA, 2003)

O ajuste de posicionamento e a fixação das peças podem ser realizados por meio

de pequenas batidas com martelo de borracha, conforme mostrado na figura 26. O

posicionamento também pode ser realizado com o uso de espaçadores plásticos, conforme

mostrado na figura 27. Nesse caso o ambiente tem que estar em perfeito esquadro, pois se não

as eventuais correções obtidas pela variação das dimensões das juntas, ou devido a sua

distorção, podem ficar prejudicadas (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).

Segundo a NBR 9817 (1987), em ambientes fechados por paredes ou muretas

recomenda-se a colocação de rodapés em todo o contorno do piso nivelado, com a altura

mínima de 70mm.

Figura 26 - Ajuste para o correto posicionamento das peças.

Fonte: Souza e Mekbekian (1996).

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Figura 27 - Detalhe do espaçamento entre peças, garantido pelo posicionamento de

espaçadores plásticos em forma de cruz.

Fonte: Adaptado de Souza e Mekbekian (1996).

De acordo com a Cerâmica Portinari (2017), o assentamento de revestimentos em

paredes deve ser iniciado de baixo para cima, assim os eventuais recortes ficarão nas placas

junto ao teto, menos aparentes. Em ambientes como banheiros e cozinhas que receberão

cerâmica nas paredes e no chão, é recomendado iniciar o assentamento pelas paredes.

De acordo com Souza e Mekbekian (1996), para o posicionamento da fiada

mestra, partir do nível do piso ou teto é indicado que se comece o assentamento da segunda

fiada, deixando a primeira para arremates de caimento do piso. Para marcar a posição da fiada

mestra, usa-se uma trena metálica, considerando o tamanho das peças e a espessura correta

das juntas. Transferir o nível marcado para o outro extremo da parede, utilizando a mangueira

de nível, esticar uma linha de náilon entre os pontos marcados, definindo assim a posição

exata da primeira fiada, conforme figuras 28, 29 e 30 abaixo.

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Figura 28 - Fiada mestra e Guia de prumos.

Fonte: Zulian, Doná e Vargas (2002).

Figura 29 - Fiadas superiores.

Fonte: Zulian, Doná e Vargas (2002).

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Figura 30 - Fiada abaixo da fiada mestra.

Fonte: Zulian, Doná e Vargas (2002).

No encontro entre pisos e paredes, o revestimento de piso deve ficar embutido

junto à parede a fim de garantir sua perfeita ancoragem. Os azulejos devem ser assentados

com uma folga de 5mm em relação aos pisos, de modo a evitar o remonte das peças sobre os

piso, conforme a figura 31 (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).

Figura 31 - Detalhe do encontro entre pisos e paredes revestidos com cerâmica.

Fonte: Zulian, Doná e Vargas (2002).

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Quando houver necessidades de cortes das peças cerâmicas, estes deverão ser

planejados e executados antes da aplicação da argamassa colante (CAMPANTE e BAÍA,

2003) (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).

Os cortes retos podem ser realizados por riscador manual ou por serra elétrica

(CERÂMICA PORTINARI, 2017).

Figura 32 – Corte reto da placa cerâmica.

Fonte: Cerâmica Portinari (2017).

Conforme Campante e Baía (2003), para cortes circulares em placas cerâmicas

com baixa resistência, utilizar cortadores manuais e torqueses, e placas com maior resistência,

utilizar serra circular ou furadeira elétrica. As arestas do cortes deverão ser cobertas pelas

canoplas de torneiras e registros e pelos espelhos das caixas de luz.

Figura 33 – Detalhe do corte circular em placa cerâmica.

Fonte: Cerâmica Portinari (2017).

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Para a realização dos cortes quadrados, deve-se utilizar furadeira com a broca

diamantada de 6mm ou 8mm, fazer um furo a cada ângulo a ser formado. Com a serra

elétrica com o disco diamantado, realizar a união dos furos na face (CERÂMICA

PORTINARI, 2017).

Figura 34 – Corte com utilização de furadeira.

Fonte: Cerâmica Portinari (2017).

Para a realização dos recortes, utilizar uma furadeira com broca diamantada de

6mm ou 8mm, fazer um furo em cada ângulo a ser formado. Com a serra elétrica com o disco

diamantado, fazer os cortes das extremidades e concluir o corte no interior na peça

(CERÂMICA PORTINARI, 2017).

Figura 35 – Recorte da placa cerâmica utilizando furadeira e serra elétrica.

Fonte: Cerâmica Portinari (2017).

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6.5 EXECUÇÃO DAS JUNTAS

Segundo Cerâmica Portinari (2017), as juntas de assentamento são importantes,

para facilitar o alinhamento entre as peças, a troca de revestimentos danificados, acomodar as

movimentações da base e das placas, compensar a variação de tamanho permitida entre as

peças, facilitar a limpeza, garantir a vedação da umidade dos revestimentos e melhorar a

estética final dos ambientes.

No dizer de Campante e Baía (2003), as características das juntas entre

componentes, podem ser horizontalidade, verticalidade, uniformidade de espessura,

estanqueidade, capacidade de absorver deformações e resistência a fungos. As três primeiras

características citadas estão ligadas á estética, dependem da execução do rejuntamento, sendo

necessário o uso de espaçadores plásticos para manter a uniformidade de espessura e uso das

linhas de referência para manter a horizontalidade e verticalidade. As demais características

irão depender da qualidade da argamassa utilizado para o preenchimento do rejuntamento.

Figura 36 – Juntas de assentamento.

Fonte: Cerâmica Portinari (2017).

De acordo com a NBR 13754 (1997), não deve haver um ressalto maior que 1mm

entre as bordas das placas cerâmicas, alinhadas com a borda de um régua com 2m de

comprimento, faceada com as placas cerâmicas nas extremidades da régua.

Como descrito por Souza e Mekbekian (1996), as juntas entres as peças, devem

ter uma largura mínima, que será fornecida por cada fabricante, caso não haja esta

identificação pode-se utilizar as seguintes medidas:

Área dos componentes até 400cm². Junta de piso interno com 2mm;

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De 400 cm² a 600 cm². Junta de piso interno com 3mm;

De 600 cm² a 900 cm². Junta de piso interno com 5mm;

Área de componentes acima de 900 cm². Junta de piso interno com 6mm.

Verificar o esquadro e as dimensões do ambiente para definição da espessura das

juntas, considerando o mínimo possível de recortes. Analisar o melhor aproveitamento das

peças, e esticar uma linha de náilon nos dois sentidos do ambiente, demarcando a primeira

fiada a ser assentada, as linhas servirão de referência para as próximas fiadas, que devem ser

assentadas em perfeito alinhamento e esquadro em relação às duas primeiras fiadas. Em

ambientes grandes pode-se esticar a linha mais vezes se necessário para garantir o

alinhamento e o esquadro. Eventuais irregularidades que não possam ser absorvidas pelas

juntas devem ser corrigidas (SOUZA e MEKBEKIAN, 1996).

6.6 EXECUÇÃO DO REJUNTAMENTO

Do ponto de vista de Campante e Baía (2003), o rejuntamento das peças

cerâmicas deve ser iniciado após 72 horas do assentamento para evitar o surgimento de

tensões pela retração de secagem da argamassa colante, porém recomenda-se que não seja

excedido este prazo por muito mais tempo, pois as placas estão sujeitas a danos acidentais,

acumulando também sujeiras entre as juntas.

Conforme a NBR 13754 (1997), pode iniciar o rejuntamento da peças com os

seguintes procedimentos:

a) Fazer a limpeza das juntas com vassoura ou escova, eliminando toda a sujeira,

resíduos e poeiras que impeçam a penetração e aderência do rejuntamento.

b) Verificar por meio de um instrumento não contundente, se existe alguma placa

apresentando som cavo, a qual deve ser removida e imediatamente

reassentada.

c) Umedecer as juntas entre as placas cerâmicas com uma broxa e para garantir

uma boa hidratação e aderência do rejuntamento.

d) Preparar a argamassa de rejunte em um caixote plástico limpo, seguindo as

instruções na embalagem do produto.

e) Aplicar a argamassa de rejunte com uma desempenadeira de borracha, em

movimentos alternados, preenchendo completamente as juntas.

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f) Remover o excesso de argamassa de rejuntamento com um pano seco ou

espuma umedecida, assim que iniciar o seu endurecimento, para evitar a

aderência da argamassa com a placa cerâmica.

g) As juntas deverão ser frisadas com uma ponta de madeira macia com ponta

arredondada e lisa, para que haja uma maior compacidade da argamassa de

rejuntamento coma superfície, o acabamento final obtido pelo frisamento

deve ser liso e regular.

Conforme a NBR 13753 (1997), o revestimento cerâmico poderá ser exposto ao

tráfego de pessoas, após sete dias do rejuntamento. Devendo ser protegido contra respingos de

tintas, óleos, solventes, argamassas ou quaisquer matérias abrasivos, se necessário deverá ser

protegido com a aplicação de serragens, sacos de estopas ou retalhos de madeira.

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7 CONTROLE DA EXECUÇÃO

De acordo com a NBR 13753 (1997), o controle da execução do revestimento

deve ser inspecionada, nas suas diferentes etapas, e conforme Campante e Baía (2003), pode

isso acontecer antes, durante ou depois da conclusão do revestimento. Para que se tenha este

controle, é necessário definir os itens que devem ser verificados, e os limites de tolerância

para cada um deles.

O controle realizado antes do inicio da execução do revestimento cerâmico

envolve a verificação de todos os itens necessários para a adequada realização das atividades.

E iniciando a execução, deve ser feito um controle durante todo o processo para garantir o

atendimento ao projeto (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

Conforme a NBR 13754 (1997), é necessário verificar a superfície que será

revestida, verificar a dosagem da argamassa colante com água, verificar a proteção das

argamassas contra o sol, vento e chuva, preparação das placas cerâmicas, entre outros, e

transcrever os resultados da inspeção em livro diário da obra.

Na execução do revestimento, verificar as dimensões das juntas, o tempo entre a

aplicação da argamassa colante e o assentamento das placas cerâmicas, verificação da

aderência, removendo uma placa a cada 5m², no máximo 30 minutos após o assentamento

(NBR 13754, 1997).

A seguir, será apresentado um modelo de controle com três diferentes etapas,

sendo elas, antes do início, durante a execução e depois da conclusão das atividades, que

poderá ser utilizado como referência, com alguns itens para melhor controle das atividades, na

execução do revestimento cerâmico interno.

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Tabela 5 - Controle antes do início das atividades.

Item nº Controle antes do início das atividades Aprovação

Sim Não

1 Conclusão do substrato (emboço)

2 Disponibilidade dos materiais especificados

3 Ferramentas e equipamentos necessários

4 Equipamentos de proteção individual

5 Especificações do revestimento

6 Procedimentos de execução

7 Treinamentos

Fonte: Adaptado de Campante e Baía (2003).

Tabela 6: Check list do controle durante a execução.

Item nº Controle durante a execução Aprovação

Sim Não

1 Preparação da base

2 Definição das galgas e paginação

3 Execução de níveis e prumos

4 Produção da argamassa de assentamento

5 Aplicação da argamassa

6 Rejuntamento

7 Limpeza

Fonte: Adaptado de Campante e Baía (2003).

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Tabela 7: Controle após a conclusão das atividades.

Item nº Controle após a conclusão das atividades Aprovação

Sim Não

1 Completa finalização dos serviços

2 Limpeza da superfície do revestimento

3 Planicidade e nivelamento das superfícies

4 Esquadro e alinhamento do eixo das quinas e cantos

5 Alinhamento das juntas entre componentes

6 Posicionamento e nivelamento das juntas

7 Resistência de aderência do revestimento à base

Fonte: Adaptado de Campante e Baía (2003).

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64

8 PATOLOGIA NO REVESTIMENTO

Por definição patologia é a ciência que estuda todos os aspectos da doença, com

especial atenção a origem, aos sintomas e ao desenvolvimento. Nas construções é o campo da

Engenharia que estuda as origens, as manifestações, as consequências das falhas e dos

sistemas de degradação das edificações que pode aparecer durante ou, mais comumente, após

meses da execução. O prejuízo pode ser estético ou estrutural. São ocasionadas por má

qualidade da matéria prima ou material, falta de conhecimento do executor, descaso no

projeto, não conformidade de requisitos para escolha dos produtos, entre outros motivos

(KRÜGER, 1997).

No que diz Santos (2014), no geral as suas manifestações tanto da estrutura,

vedação e do próprio revestimento aparecem no revestimento. As patologias que mais

ocorrem no sistema do revestimento cerâmico são: descolamento, eflorescência, trincas,

manchas de umidade e falhas no rejunte.

Afirma Grandiski (2011, p.127 apud SANTOS, 2014):

[...] é altamente recomendável que os patologistas da construção façam uma

investigação completa do problema analisado, para identificar suas causas, o que

implica em percorrer toda a metodologia clássica investigatória, desde a análise do

problema, após a evidenciação da sintomatologia para verificar se o problema é

localizado ou generalizado, e assim poder definir a extensão do exame, fazer o

levantamento de subsídios investigativos, que possam conduzir ao entendimento dos

mecanismos de surgimento dessas patologias.

O reparo é muito mais oneroso do que o custo da prevenção (SANTOS, 2014).

8.1 DESCOLAMENTO

O descolamento consiste no desprendimento da camada de acabamento pela falta

de aderência, é a patologia mais preocupante, pois envolve a segurança de uso e operação do

empreendimento. É um problema de cunho civil do sistema construtivo, normalmente são

ocasionadas pela ruptura do sistema de revestimento cerâmico formado pela base, argamassa,

placa cerâmica e rejunte, ou seja, a aderência das camadas não foi suficiente para suportar as

movimentações ocasionadas pela deformação do sistema (CAMPANTE e BAÍA, 2003)

(GAIL, 2017).

A ruptura do sistema pode ser devido a fatores como variação térmica não

considerada para a escolha dos materiais, concreto com pouca rugosidade, vãos maiores que o

recomendado, erro no uso da AC (excesso de água, fora do prazo de validade ou excedido o

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65

tempo em aberto), utilização de ferramentas inadequadas para aplicar a AC, falta de limpeza

do substrato ou do tardoz para aplicação da argamassa, pressão inadequada na aplicação da

placa, infiltração de água, movimentações térmicas, estruturais ou mecânicas, falta de

aderência do substrato ou chapisco, mão de obra desqualificada, falta de detalhes construtivos

(juntas e vergas) (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS,

2017), (CAMPANTE e BAÍA, 2003), (GAIL, 2017).

Um dos sintomas característicos é o som cavo observado quando percutida a placa

cerâmica e o estufamento do sistema do revestimento. Ocorre mais nos primeiros e últimos

andares (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

É comum a necessidade de troca de toda a fachada ou vão quando ocorre este

problema. Por ser trabalhoso e custoso seu reparo, deve-se tomar cuidado com a qualidade do

assentamento. Silva, Bauer e Castro (2014) chegaram aos dados de que o descolamento é a

patologia mais ocorrente, 53% dos edifícios com até dez anos e 83% dos com mais de dez

anos.

8.2 EFLORESCÊNCIA

A eflorescência são reconhecidas como manchas esbranquiçadas ou escuras nas

placas e rejunte. É um fenômeno ocasionado pela transferência de sais presentes nas

argamassa através da água para a superfície do sistema, que em contato com o ar se solidifica.

A limpeza da superfície do revestimento não elimina o problema que é recorrente. Para acabar

com esta patologia deve-se resolver o problema de infiltração do sistema de revestimento

(GAIL, 2017).

Para que não ocorra tal problema deve-se reduzir o uso de cimento Portland ou

substituir por um com baixo teor de álcalis, utilizar placas queimadas a altas temperaturas e

respeitar o tempo de secagem das camadas anteriores à execução. O problema é reversível e

de baixo custo, sendo necessário uma lavagem simples ou com pequenas concentrações de

ácido clorídrico no local, com o passar do tempo sua incidência diminui (CAMPANTE e

BAÍA, 2003).

8.3 TRINCAS, GRETAMENTO E FISSURAS

As fissuras, gretamentos e trincas ocorrem quando perde-se a integridade da

superfície da placa, podendo ocasionar destacamento. São ocasionadas pela dilatação e

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66

retração das placas, deformação estrutural não absorvida pela alvenaria e substrato, ausência

de detalhes construtivos. Aparece devido a erros na execução do assentamento, como pouca

ou nenhuma massa no tardoz, argamassa vencida ou com tempo em aberto excedido, escolha

errada da AC, argamassa dosada in loco (CAMPANTE e BAÍA, 2003) (SANTOS, 2014).

Devido a deformação da estrutura ou falta de detalhes construtivos as

movimentações do substrato criam tensões que podem ser transferidas para o revestimento.

Ao sofrer a dilatação e retração por variação térmica e de umidade, ocorre tensão interna na

placa que ultrapassa o suportado pela mesma (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

Esta patologia pode ocasionar um simples defeito estético ou o destacamento da

placa, resultando em problemas estruturais. A fissura é a simples quebra das placas. Já as

trincas são reflexos dos esforços mecânicos que causam a separação das placas. O gretamento

é a fissura capilar da superfície esmaltada do revestimento. Pode ter formato circular, espiral,

ou em forma de teia de aranha (Fig. 37) (CAMPANTE e BAÍA, 2003).

Figura 37 - Aspectos assumidos pelo gretamento do esmalte cerâmico

Fonte: NBR 13818 (1997).

Figura 38 - Aspectos do gretamento em placas decoradas

Fonte: NBR 13818 (1997).

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67

8.4 FALHAS NO REJUNTE, DETEORIZAÇÃO DAS JUNTAS

A queda do rejunte é resultado de execução incorreta ou ação de intempéries. Para

evitar o problema deve-se aplicar conforme o POP, escolher o material correto e respeitar o

espaçamento das juntas. Ainda assim pode ser ocasionado devido à corrosão química,

infiltração, porosidade e baixa resistência mecânica. Ela é uma das responsáveis pelas fissuras

das placas cerâmicas (CAMPANTE e BAÍA, 2003) (GAIL, 2017).

8.5 MANCHAS DE UMIDADE, BOLOR

É reconhecido por apresentar manchas de umidade nas placas e rejunte. O

principal fator é a umidade residual do emboço ou reboco e infiltrações, isso ocorre quando

não é respeitado o tempo de cura das etapas. A água presente nas argamassas é transportada

através dos poros até a placa, onde ela não consegue transpassar e evaporar (CAMPANTE e

BAÍA, 2003).

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68

9 ASSOCIAÇÕES DA CERÂMICA

As associações têm como finalidade fomentar a assistência social, educacional,

cultural, representação política, defesa de interesse de classes, filantropia.

9.1 ANFACER

A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (ANFACER) para

Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres – foi fundada em 1984 com o propósito de

representar nacional e internacionalmente a cadeia da indústria cerâmica brasileira. Com sua

capacidade de articulação política e institucional, a associação obteve, ao longo dos anos,

avanços significativos no desenvolvimento do setor, no incremento de sua competitividade e

na ampliação de mercados. Entre suas principais ações, vale destacar (ASSOCIAÇÃO

NACIONAL DE FABRICANTES DE CERÂMICAS, 2017):

• Representação institucional no Brasil e no exterior;

• Marketing e comunicação social do setor cerâmico;

• Programas de promoção comercial e estímulo às exportações;

• Sistema de informações setoriais e inteligência comercial;

• Feira Expo Revestir e Fórum Internacional de Arquitetura e Construção;

• Defesa comercial e acompanhamento de acordos e tratados internacionais;

• Políticas e programas setoriais de qualidade e competitividade;

• Normalização de produtos e processos;

• Desoneração tributária do setor.

9.2 ABCERAM

A ABCERAM - Associação Brasileira de Cerâmica, fundada em 1953, é uma

associação civil, sem fins econômicos, com sede e foro jurídico na Cidade de São Paulo. Esta

associação contribuiu com o fomento e divulgação do assunto por meio de publicações,

eventos, cursos, via online por meio de sua página virtual e banco de dados. Foi idealizada

para forçar o diálogo entre pessoas físicas e jurídicas envolvidas no meio cerâmico e áreas

conexas, mantendo o setor em constante desenvolvimento buscando a inovação e pesquisa.

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69

9.3 ANAPRE

A Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho foi

fundada em 2004 com o objetivo de desenvolver uma plataforma mercadológica buscando a

expansão do setor de modo regrado.

Os idealizadores do projeto foram engenheiros que anos antes elaboraram normas

no segmento para exigir maior controle dos parâmetros da cerâmica. Com a fundação, o grupo

visou apontar ações de mercado para melhorar as divulgações e universalização dos trabalhos.

9.4 CCB

Criado em 1993, o Centro Cerâmico do Brasil reuni empresas associadas do setor

cerâmico e tem como objetivo desenvolver tecnologias e implantar normas técnicas que

certifiquem a qualidade dos produtos e da gestão.

Atualmente para certificar sistemas e produtos possui um laboratório completo

para o ensaio de placas cerâmicas, desempenho de edificações em pisos, parede e coberturas,

telhas, blocos cerâmico, blocos de concreto, argamassas colantes e de rejuntamento. Assim é

uma das mais importantes fomentadoras do setor, garantindo a qualidade e melhora dos

produtos expostos tanto no mercado interno quanto externo.

Os benefícios trazidos pelos processos da certificação são inúmeros, dentre eles,

destacamos:

Garantia que o produto ou o sistema atendem às normas vigentes no país;

Condição essencial para exportação para diversos mercados;

Redução das perdas no processo produtivo e melhoria de sua gestão;

Mobilização de pessoas em torno de um objetivo comum;

Oportunidade para alavancar a imagem da empresa;

Diferenciação dos produtos em relação a seus concorrentes;

Aumento da satisfação dos clientes;

Maior credibilidade e competitividade dos produtos junto aos clientes;

Diminuição de controles e avaliações por parte de seus clientes.

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10 IMPACTOS DECORRENTES DA FALTA DE PADRONIZAÇÃO DO

PROCESSO

Iniciar uma obra não é uma tarefa tão fácil, são inúmeros detalhes que devemos

levar em conta, como: qual material utilizar, equipamento correto, contratar o profissional

qualificado para determinado trabalho e ainda supervisionar o trabalho que esta sendo

realizado. Se não seguirmos uma padronização no processo de execução em cada etapa

poderá acontecer erros, que para reverte-los não seria uma tarefa muito fácil, pois isso faz

com que haja o retrabalho e compra de mais materiais, e acaba fazendo com que o custo da

obra aumente mais do que o esperado.

Como estamos falando de assentamento de cerâmica interna, é fundamental como

mostramos neste trabalho, que haja um projeto e planejamento, ficando sempre atento a

padronização do processo, para com que cada vez mais as atividades sejam realizadas da

melhor forma possível, para que no final tenhamos um serviço de qualidade e a satisfação do

cliente.

Vamos apresentar na sequência alguns impactos que ocorrem pela falta de

padronização no processo.

Na figura 39, foi verificado que a colocação das pastilhas, foram realizadas sem a

desempenadeira, sendo a utilização da massa em 5 pontos, sendo que anos atrás a forma de

assentar a cerâmica era assim e hoje ainda alguns profissionais não atualizados acabam

fazendo desta mesma forma. E bem provavelmente além do tipo de colocação também foi o

tipo de argamassa aplicada, pois em torno de 30 anos atrás não existia a argamassa

industrializada, somente a argamassa feita no canteiro de obra que era mais suscetível ao

cisalhamento, isso fazendo com que as placas descolassem da parede com mais facilidade.

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Figura 39 – Descolamento da cerâmica em uma cozinha residencial.

Fonte: Autor.

Para reduzir os recortes e distribuir melhor as peças no ambiente, deve-se simular

a paginação do ambiente antes do assentamento da cerâmica. Nas figuras 40 e 41 mostramos a

colocação de placas cerâmicas de um banheiro residencial, observa-se que de um lado do

banheiro o piso começou com a placa cerâmica inteira e do outro lado a placa foi cortada em

tiras, isto mostra que não obteve o projeto e o planejamento, faltando assim a paginação do

ambiente.

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Figura 40 – Paginação em banheiro residencial, começando com placa inteira.

Fonte: O Autor.

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Figura 41 – Paginação em banheiro residencial, finalizando com tiras da placa.

Fonte: O Autor.

Na biblioteca de uma universidade, encontramos revestimentos com descolamento

(fig. 42), e trincas (fig. 43) inclusive na própria estrutura. Verificamos que há falta da junta de

movimentação e a junta estrutural, considerando que a área é superior a 32m², e o fluxo de

pessoas é constante.

O descolamento pode ter ocorrido também pela falta de aderência do substrato

com materiais utilizados para o revestimento como, por exemplo o tipo de AC utilizado, a

falta de limpeza do substrato ou do tardoz ou ainda a mão de obra desqualificada. Além destes

fatores, pode ter ocorrido também um problema estrutural que acabou ocasionando a

patologia na estrutura e no revestimento.

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Figura 42 – Revestimentos soltos e trincas numa biblioteca universitária.

Fonte: O Autor.

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Figura 43 – Trincas.

Fonte: O Autor.

A figura 44 mostra uma cozinha industrial, onde a colocação da cerâmica foi

realizada a no máximo 2 anos e os rejuntes já começaram a se soltar. Pode ter ocorrido por ser

um estabelecimento que estava com a entrega prevista, e com a agilidade de entregar, quem

aplicou pode não ter esperado o tempo de cura da colocação da cerâmica para aplicar o

rejunte que é de 72 horas. Outra possibilidade é da aplicação incorreta do rejunte, infiltração,

porosidade e baixa resistência mecânica.

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76

Figura 44 – Queda de rejunte.

Fonte: O Autor.

A provável causa da eflorescência mostrada na figura 45 é a umidade ao qual o

sistema está exposto, como descrito no item 8.2 desta monografia. A água em contato com os

sais do rejunte e cimento floresce através das capilaridades até a superfície da placa, onde em

contato com o ar solidifica-se causando as manchas.

Uma forma de evitar esta patologia é quebrando este ciclo de água e sais, podendo

impermeabilizar o local, correta execução do rejunte, utilizar materiais impermeáveis e com

poucos sais.

Com uma simples limpeza da superfície com água ou ácido clorídrico essas

manchas diminuem consideravelmente com o passar do tempo. É uma patologia reversível e

de baixo custo.

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Figura 45 – Eflorescência em piso.

Fonte: Piso Clean (2017).

Esses eventos são ocasionados, pela má qualidade da matéria prima ou material,

falta de conhecimento do executor, ma elaboração do projeto, não conformidade de requisitos

para escolha dos produtos, ou seja, há um descompasso entre projeto, execução e materiais

utilizados.

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78

11 CONCLUSÃO

O objetivo principal deste trabalho é mostrar a importância do processo

operacional padrão, não somente na execução de revestimento cerâmico, mas sim em todas as

etapas de execução de obra. O POP não deve ser imutável, cada empresa deve elaborar um

protocolo para alcançar seus anseios.

A construção civil tem muito a crescer, o nivelamento dos profissionais está

baixo, já que muitas pessoas que não tem uma profissão ou por necessidade acabam entrando

na construção civil. Estas aprendem através da prática diária e acabam se intitulado servente

ou pedreiro, sendo assim grande parte da mão de obra na construção civil não é especializada.

Este cenário nos remete a fazermos uma reflexão do atual quadro, onde as empresas deveriam

contratar profissionais com certificados de conclusão de curso, ofertar aos seus colaboradores

o curso de qualificação profissional e elaborar o POP adequado para o seu universo.

Há necessidade de investir em qualificação profissional, remuneração compatível

com cada função e conscientizar as empresas que isso não é um custo, mas sim investimento.

Um profissional desqualificado ou a falta de planejamento pode causar muitos problemas

como: desperdício de materiais, ocorrência de patologias, compra de novos materiais,

retrabalho, custo elevado da obra, entre outros motivos.

Todas as etapas de uma obra tem um padrão a ser seguido, e não é diferente com o

revestimento cerâmico. Para obter um excelente acabamento na obra e reduzir as patologias

devemos seguir um bom planejamento, projeto bem elaborado, utilizar materiais de qualidade,

execução padronizada e controle por parte dos gestores.

Vimos que as literaturas do processo padrão de assentamento de revestimento

cerâmico são antigas e com poucas bibliografias sobre o assunto.

Tentamos mostrar um pouco de cada etapa do processo de execução do

revestimento cerâmico em nosso trabalho, e com isso vimos que há uma necessidade de novos

trabalhos a serem elaborados sobre este assunto, com atualizações de novos materiais para

execução do revestimento.

Sugerimos que seja realizado um estudo de caso comparando a aplicação

fundamentada em processo operacional padrão de revestimento cerâmico interno pelo método

de colagem com outros métodos que não estejam em conformidade com as normas do

referido assunto.

Pode-se também realizar trabalhos que analisem os materiais utilizados no sistema

de revestimento cerâmico comparando as marcas, afim de saber se as mesmas estão em

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79

conformidade com as exigências das normas brasileiras. Devido à concorrência algumas

empresas priorizam diminuir custos resultando em materiais de baixa qualidade. Com isso, se

faz a importância de que o profissional que vai construir, não só padronize o seu trabalho

como também procure fazer a escolha correta dos materiais, tendo assim uma garantia de um

acabamento bem realizado.

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THURLER, C. L; FERREIRA, V. A. A evolução da resistência de aderência de algumas

argamassas colantes nacionais. I simpósio de tecnologia de argamassas. Goiânia. 1995.

VIEIRA NETTO, Antônio. Construção Civil e produtividade: ganhe pontos contra o

desperdício. São Paulo: Pini, 1993.

WEBER. Tipos de juntas. 2017. Disponível em: <https://www.weber.com.br/pisos/ajuda-e-

dicas/apoio-ao-projeto/detalhes-construtivos/tipos-de-juntas.html>. Acesso em: 25 mai. 2017.

WETZEL, A.; ZURBRIGGEN, R.; HERWEGH, M. Spatially Resolved Evolution of

Adhesion Properties of Large Porcelain Tiles. Cement and Concrete Composites, v. 32, n. 5,

p. 327-338, maio, 2010.

ZULIAN, Carlan Seiler; DONÁ, Elton Cunha; VARGAS, Carlos Luciano. Notas da aula de

engenharia civil: Revestimentos. Ponta Grossa, 2002. Verificar como fazer esta referencia.

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ANEXOS

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ANEXO A – Unidades de competências

Elementos de competência e componentes de avaliação de competências exigidos

para avaliar o perfil do profissional, assentador de placas cerâmicas internas e externas em

paredes e pisos, conforme a NBR 15825 (2010).

UNIDADE DE COMPETÊNCIA Nº1

ASSENTAR PLACAS CERÂMICAS E PORCELANATOS EM PAREDES INTERNAS E PISOS EXTERNOS

ELEMENTOS DE COMPETÊNCIA COMPONENTES DE AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIA

1.1 PLANEJAR ATIVIDADE

Quantificar os materiais necessários;

Planejar a sequência das atividades, visualizando o produto acabado;

Identificar as interferências;

Definir e verificar as condições de uso dos equipamentos, ferramentas, EPI necessário;

Interpretar projetos ou desenhos de paginação;

Possuir visão do processo como um todo (visão sistêmica);

Elaborar orçamentos e negociar prazos e preços;

Consciência de preservação ambiental quanto a resíduos da obra;

Verificar o local do armazenamento;

1.2 PREPARAR O LOCAL

Limpar o local de trabalho;

Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;

Colocar andaimes se necessário;

Colocar os equipamentos de forma ergonômica;

Respeitar as condições de segurança;

Regularizar as imperfeições da base;

Verificar se as paredes estão aprumadas, alinhadas e planas;

Verificar se as bases estão niveladas e com caimentos adequados;

Respeitar prazos de cura das bases;

1.3 PREPARAR O MATERIAL

Verificar as quantidades e qualidades dos materiais;

Preparar as placas cerâmicas;

-Verificar se as identificações nas caixas (embalagens) atendem as necessidades da obra;

-Verificar e retirar o excesso de pó do tardoz das placas;

Dispor o material no local da aplicação;

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-Espalhar as placas para verificar as possíveis diferenças de tonalidade e/ou de bitola, bem como a paginação e efeitos desejados;

Preparar a argamassa colante;

-Utilizar produtos industrializados, atender as especificações do fabricante;

-Utilizar produtos não industrializados, atender as especificações de projeto ou ordem de serviço;

-Verificar a dosagem de água de acordo com o especificado pelo fabricante ou pelo projeto/ordem de serviço;

-Verificar o preparo das argamassas em locais protegidos contra sol, vento e chuvas;

-Utilizar as argamassas dentro dos prazos estabelecidos;

1.4 APLICAR A PLACA CERÂMICA OU PORCELANATO

Seguir o projeto ou ordem de serviço;

Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;

Aplicar noções de qualidade (5s);

Conhecer e aplicar ergonomia;

Verificar o assentamento das placas cerâmicas, com especial atenção para as condições de ventilação e insolação, as quais limitam a área de espalhamento da argamassa colante;

Verificar as dimensões das juntas de assentamento conforme a indicação dos fabricantes dos materiais utilizados;

Verificar as disposições construtivas das juntas de dessolidarização e de movimentação, quando for o caso;

Verificar a aderência;

Verificar o alinhamento das juntas, nivelamento, cota, planeza e caimento do piso acabado;

Manter os espaçamentos entre as placas limpos e desimpedidos, isentos de argamassa colante;

Deixar a área trabalhada limpa, protegida e desimpedida para os próximos trabalhos e destinar adequadamente os resíduos gerados;

1.5 APLICAR PLACAS CERÂMICAS OU

PORCELANATOS EM SOBREPOSIÇÃO

Seguir o projeto ou ordem de serviço;

Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;

Avaliar o tipo de base para receber o novo revestimento;

Avaliar o estado da base para receber o novo revestimento;

-Integridade da base;

-Planeza, nivelamento e alinhamento;

-Isenção de gorduras, óleos, ceras ou similares;

-Interferências com os equipamentos existentes para o novo nível acabado;

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Utilizar argamassa colante industrializada específica para o tipo de base encontrada, seguindo recomendações do fabricante, inclusive em seu preparo;

Preparar a base conforme orientações do fabricante da argamassa industrializada;

Respeitar os prazos recomendados pelos fabricantes;

Manter os espaçamentos entre as placas limpos e desimpedidos, isentos de argamassa colante;

Deixar a área trabalhada limpa, protegida e desimpedida para os próximos trabalhos;

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ANEXO B – Unidades de competências

Elementos de competência e componentes de avaliação de competências exigidos

para avaliar o perfil do profissional, rejuntador de placas cerâmicas internas e externas em

paredes e pisos, conforme a NBR 15825 (2010).

UNIDADE DE COMPETÊNCIA Nº3

REJUNTAR PLACAS CERÂMICAS E PORCELANATOS

ELEMENTOS DE COMPETÊNCIA COMPONENTES DE AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIA

3.1 PLANEJAR ATIVIDADE

Quantificar os materiais necessários;

Planejar a sequência das atividades, visualizando o produto acabado;

Identificar as interferências;

Definir e verificar as condições de uso dos equipamentos, ferramentas, EPI necessário;

Ter visão do processo como um todo (visão sistêmica);

Elaborar orçamentos e negociar prazos e preços;

Ter consciência ambiental quanto a resíduos de obra;

Verificar o local do armazenamento;

3.2 PREPARAR O LOCAL

Limpar o local de trabalho;

Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;

Colocar andaimes se necessário;

Colocar os equipamentos de forma ergonômica;

Respeitar as condições de segurança;

Respeitar prazos de cura;

Verificar a aderência, percutindo as placas cerâmica com objeto não contundente, antes de iniciar o rejuntamento;

Verificar a limpeza e regularidade das juntas existentes de assentamento, dessolidarização movimentação e estrutural;

3.3 PREPARAR O MATERIAL

Selecionar materiais de acordo com projeto ou ordem de serviço;

Dispor o material no local de trabalho;

Preparação da argamassa de rejuntamento;

-Utilizar produtos industrializados, atendendo as especificações do fabricante;

-Utilizar produtos não industrializados, atendendo as especificações do projeto ou ordem de serviço;

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-Verificar a dosagem de água de acordo com o especificado pelo fabricante ou pelo projeto/ordem de serviço;

-Verificar o preparo das argamassas de rejuntamento em locais protegidos contra sol, vento e chuvas;

-Utilizar a argamassa de rejuntamento dentro dos prazos estabelecidos;

3.4 APLICAR ARGAMASSA DE REJUNTAMENTO

Utilizar equipamentos, ferramentas e EPI;

Verificar o correto preenchimento das juntas de assentamento com a argamassa de rejuntamento;

Proceder à limpeza grossa e fina;

Verificar o acabamento final para que fique uniforme;

Proteger o piso após o término do rejuntamento para o tráfego leve de outros trabalhadores;

Deixar a área trabalhada limpa, protegida e desimpedida para os próximos trabalhos.