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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MARILDA LEAL DE ALMEIDA MODELO DE GESTÃO BASEADO NO CUSTEIO POR ATIVIDADES : ESTUDO DE CASO NA EMPRESA “X” Biguaçu 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MARILDA LEAL DE ALMEIDA

MODELO DE GESTÃO BASEADO NO CUSTEIO POR ATIVIDADES :

ESTUDO DE CASO NA EMPRESA “ X”

Biguaçu

2007

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MARILDA LEAL DE ALMEIDA

MODELO DE GESTÃO BASEADO NO CUSTEIO POR ATIVIDADES : ESTUDO

DE CASO NA EMPRESA “ X”

Monografia apresentada ao curso de Ciências Contábeis, na Universidade do Vale do Itajaí, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª. Msc.Marialene Pereira

Biguaçu

2007

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MARILDA LEAL DE ALMEIDA

MODELO DE GESTÃO BASEADO NO CUSTEIO POR ATIVIDADES : ESTUDO

DE CASO NA EMPRESA “X”

Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí e aprovada pela banca constituída pelo orientador e membros abaixo.

Biguaçu, 20 de julho de 2007

Professores que compuseram a banca:

Profª Marialene Pereira

(Orientador)

Prof. Sérgio Murilo Petri

(Membro de Banca)

Profª. Marisa L. Schwabe de Moraes

(Membro de Banca)

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Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Por isso, aprendemos sempre.

Paulo Freire

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por permitir a realização de um sonho de muitos anos, e

por sua especial ajuda nos momentos mais difíceis desta trajetória.

Agradeço as minhas irmãs pelo apoio e incentivo dispensados.

Aos professores Marialene Pereira, Francisco E. Pereira, pela orientação e

interesse em ver o trabalho bem concluído. Aos professores Sérgio M. Petri e

Marisa membros da banca examinadora, pelas considerações feitas.

Ao meu patrão e colegas de trabalho que me deram apoio, em especial ao

Sr. Maurício Uriona de Maldonado que contribuiu muito com empréstimos de

obras literárias, tornando mais leve a jornada deste trabalho monográfico.

Agradeço Sr. Aléxis Suren T. Morales, pela sua ajuda, que foi de grande

valia , permitindo hoje estar fazendo este reconhecimento com especial gratidão.

Agradeço a todas as pessoas que participaram de uma forma ou de outra

para a realização deste sonho.

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RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo, propor um modelo de gestão por meio do Sistema de Custeio Baseado em Atividades , para uma empresa desenvolvedora de software, localizada na cidade de Florianópolis-SC. Com o intuito de oferecer a esta empresa um melhor direcionamento no setor de software, buscou-se superar as dificuldades encontradas no que diz respeito à coleta de informações necessárias ao perfeito andamento do trabalho, utilizando-se planilhas de controles. Inicialmente foi realizado um levantamento teórico da Contabilidade Gerencial, da Contabilidade de Custos, em seguida foi apresentado o sistema de custeio ABC na visão de alguns autores, abordando-se ao final da base teórica as Empresas Desenvolvedoras de Software. De posse de um modelo de processos existentes na empresa pode-se visualizar as atividades. Através dos levantamentos de dados obteve-se condições de conhecer os recursos consumidos nas atividades. O sistema ABC mostrou ser uma eficaz ferramenta no que diz respeito ao conhecimento real dos custos dos produtos, possibilitando conhecer as atividades que agregam ou não valores aos produtos, bem como, fornecer parâmetros para os gestores na tomada de decisão.

Palavras-Chave: Sistema de custeio. Método de custeio ABC. Empresas desenvolvedoras de softwares.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - ESQUEMA DO CUSTO DE SOFTWARE ................................................................. 72

FIGURA 2 - ORGANOGRAMA ORGANACIONAL ....................................................................... 77

FIGURA 3 - IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO ESTRATÉGICO................................................. 90

FIGURA 4 - DENTIFICAÇÃO DO PROCESSO CHAVE............................................................... 96

FIGURA 5 - IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO DE APOIO/SUPORTE ....................................... 98

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - CONTABILIDADE GERENCIAL X CONTABILIDADE FINANCEIRA....................... 20

QUADRO 2 – FUNÇÕES DO TESOUREIRO E DO CONTROLLER ............................................ 23

QUADRO 3 - ETAPAS DA GESTÃO POR ATIVIDADES DE BOISVERT..................................... 48

QUADRO 4 - MODELO TRADICIONAL VS. MODELO ABC DO COGAN .................................... 50

QUADRO 5 - FLUXO DO SUBSISTEMA DECISÓRIO................................................................. 55

QUADRO 6 - MAPA DE DIRECIONADORES DE RECURSOS.................................................... 58

QUADRO 7 - MAPA DE ATRIBUIÇÃO DOS RECURSOS ÀS ATIVIDADES ................................ 58

QUADRO 8 - FLUXO DO SUBSISTEMA OPERACIONAL ........................................................... 59

QUADRO 9 - DIVISÃO DOS NÍVEIS DO PCBA........................................................................... 61

QUADRO 10 - MODELO SINTÉTICO DO PCBA ......................................................................... 62

QUADRO 11 - AMBIENTE INTERNO.......................................................................................... 86

QUADRO 12 - AMBIENTE EXTERNO......................................................................................... 86

QUADRO 13 - OS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS....................................................................... 87

QUADRO 14 - DIRECIONADORES DE RECURSOS .................................................................. 99

QUADRO 15 - ATRIBUIÇÃO DOS RECURSOS AS ATIVIDADES............................................. 100

QUADRO 16 - CONTROLE DE LIGAÇÕES............................................................................... 102

QUADRO 17 - DIRECIONADORES DE RECURSOS ................................................................ 103

QUADRO 18 - HORAS UTILIZADAS E PERCENTUAL POR ATIVIDADES ............................... 103

QUADRO 19 – DEMONSTRATIVO DO PROCESSO CHAVE.................................................... 103

QUADRO 20 - RECURSOS/CONSUMOS ATIVIDADES............................................................ 104

QUADRO 21 - ATRIBUIÇÃO DOS RECURSOS AS ATIVIDADES NO POP-DP003................... 104

QUADRO 22 - DIRECIONADORES DE ATIVIDADES ............................................................... 106

QUADRO 23 - ATRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES AO OBJETO DE CUSTO................................ 107

QUADRO 24 - ATRIBUIÇÃO DOS DIRECIONADORES DE ATIVIDADES AO OBJETO DE CUSTO(R$/CLIENTE) ............................................................................................................... 107

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................10

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................11

1.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA ...................................................................................12

1.3 OBJETIVO DA PESQUISA....................................................................................14

1.3.1 Objetivo Geral.......................................................................................................14

1.3.2 Objetivos Específicos ..........................................................................................14

1.4 SUPOSIÇÕES .......................................................................................................14

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ..............................................................................15

2. CONTABILIDADE GERENCIAL ............................................................................17

2.1 DIFERENÇAS DA CONTABILIDADE FINANCEIRA E GERENCIAL ....................19

2.1.1 Comparação entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira...20

2.2 CONTROLADORIA ...............................................................................................21

2.3 CONTROLLER ......................................................................................................22

2.4 ESTRATÉGIA ........................................................................................................24

2.4.1 Gestão Estratégica...............................................................................................25

2.4.2 Planejamento Estratégico....................................................................................26

3. CONTABILIDADE DE CUSTOS............................................................................28

3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS.....................28

3.2 SISTEMAS DE CUSTEAMENTO...........................................................................32

3.2.1 Sistema de custeamento por ordem de produção .............................................32

3.2.2 Sistema de custeamento por processo ..............................................................33

3.3 MÉTODOS DE CUSTEIO DE PRODUTO..............................................................35

3.3.1 Custeio por absorção...........................................................................................35

3.3.2 Custeio variável ....................................................................................................36

3.3.3 Custeio Padrão .....................................................................................................37

3.3.4 Custeio RKW ........................................................................................................38

4. SISTEMA DE CONTABILIDADE POR ATIVIDADES ............................................39

4.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO ........................................................................................39

4.2 MODELOS DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES .......................................41

4.2.1 O modelo de Kaplan e Cooper ............................................................................41

4.2.2 O modelo de Brimson ..........................................................................................43

4.2.3 O modelo de Nakagawa .......................................................................................45

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4.2.4 O modelo de Boisvert ..........................................................................................47

4.2.5 O modelo de Cogan .............................................................................................49

4.2.6 O modelo de Gomes ............................................................................................51

5. EMPRESAS DESENVOLVEDORAS DE SOFTWARE ..........................................63

5.1 AS EMPRESAS DE SERVIÇOS............................................................................63

5.1.1 Características dos serviços ...............................................................................63

5.1.2 Os serviços de interface......................................................................................65

5.1.3 O pacote de serviços ...........................................................................................65

5.1.4 O sistema de operações de serviços ..................................................................66

5.1.5 O custeio baseado em atividades em empresas de serviços ...........................67

5.2 AS EMPRESAS DESENVOLVEDORAS DE SOFTWARE ....................................67

5.2.1 A indústria de desenvolvimento de software no Brasil .....................................68

5.2.2 Os tipos de software ............................................................................................69

5.2.3 O ciclo de serviços das empresas desenvolvedoras de software....................70

5.2.4 Características dos custos de software .............................................................71

6. METODOLOGIA ....................................................................................................74

6.1 CARACTERÍSTICA DA PESQUISA ......................................................................74

6.2 ESTUDO DE CASO ...............................................................................................75

6.2.1 Caracterização da empresa .................................................................................76

6.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................82

7. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS............................................84

7.1 MODELO DE GESTÃO BASEADO EM ATIVIDADES ..........................................84

7.1.1 Divisão em processos..........................................................................................88

7.1.2 Levantamento dos Recursos...............................................................................98

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 109

8.1 GENERALIDADES .............................................................................................. 109

8.2 LIMITAÇÕES....................................................................................................... 111

8.3 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS........................................ 111

REFERENCIAS............................................................................................................. 112

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1. INTRODUÇÃO

O grande avanço da tecnologia da informação e das comunicações faz

com que a Contabilidade de gestão esteja sempre numa acelerada mutação, ou

seja, as empresas estão buscando fazer com que as práticas de contabilidade de

gestão se adaptem ao seu meio.

Visando um maior e real conhecimento de seus custos, as empresas

caminham velozmente em busca de ferramentas que venham ao encontro de

seus interesses, visto que a contabilidade tradicional não supre esta necessidade

no sentido de transmitir ao gestor segurança e transparência na apuração destes

custos. Dentro deste cenário surge uma ferramenta muito importante a

contabilidade por atividades. A contabilidade por atividades é uma fonte eficiente

no sentido de mensuração e informação trazendo às empresas maior agilidade e

segurança na tomada de decisão, tendo como foco a gestão dos negócios.

Ao longo de muitos anos, vários modelos de contabilidade por atividades

foram concebidos. Alguns visam descrever de maneira prioritária o consumo de

recursos para a realização das atividades. Outros objetivam descrever o

funcionamento das atividades e as relações existentes entre essas atividades

enquanto processos, e isso não apenas no ponto de vista dos custos, mas

igualmente em função de parâmetros operacionais tais como prazos, capacidade,

qualidade (Boisvert 1999, p.7).

Nesta monografia intitulada “Modelo de gestão baseado no custeio por

atividades: Estudo de caso na empresa “X”, pretende-se demonstrar de forma

clara e objetiva um modelo de gestão baseado no custeio por atividades que mais

se adapte a uma empresa desenvolvedora de software.

O modelo escolhido será o Custeamento Baseado em Atividades ( ABC –

Activity Based Costing) o qual possibilitará, não só a empresa que servirá como

base para este estudo, mas também para outras empresas do ramo de

tecnologia, a apuração dos custos e também a obtenção de parâmetros

necessários para um perfeito direcionamento da empresa, permitindo também

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o conhecimento dos processos de suas atividades, para, desta forma, chegar a

um nível maior de excelência no mercado de softwares.

De acordo com a definição de Ching (2001, p.41):

ABC é um método de rastrear os custos de um negócio ou departamento para as atividades realizadas e de verificar como estas atividades estão relacionadas para a geração de receitas e consumo dos recursos. O ABC avalia o valor que cada atividade agrega para a performance do negócio ou departamento.

Sendo assim o custeamento pelo método ABC, o objeto motivador deste

trabalho, será uma importante ferramenta na atividade diária da empresa da qual

se fará este estudo, permitindo melhorias no sentido de mensuração das

atividades desnecessárias, ou seja, aquelas que não estão agregando valor, ou

até mesmo as atividades que deveriam e não estão sendo realizadas em favor da

minimização dos custos e benefícios que agreguem valor ao produto.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

As empresas concorrem no mercado por uma posição firme e sólida.

Muitas vezes os administradores, por não utilizarem métodos de mensuração de

seus custos, elevam os preços de seus produtos simplesmente por comparação

com o mercado e não por saber realmente o quanto está custando o seu produto.

Procedendo desta forma a empresa poderá estar perdendo a oportunidade

de praticar um preço mais atraente, deixando assim de conquistar uma fatia maior

do mercado.

São várias as deficiências que poderão surgir quando a empresa trabalha

com um custo arbitrário, como, por exemplo, o desconhecimento das atividades

que não estão agregando valor ao produto e automaticamente contribuindo em

custos desnecessários. É baseado nestas deficiências que se pode enfatizar a

grande importância que representa a adoção de um eficaz sistema de

custeamento.

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De acordo com o tipo de atividade que cada empresa exerce e com a

escolha acertada de um sistema de custeamento, terão as empresas melhores

condições de apurar seus custos, conhecendo adequadamente as despesas em

relação a sua produção, oferecendo desta forma uma visão mais clara dos

desperdícios, permitindo uma competitividade maior.

A Empresa “X” é uma Empresa desenvolvedora de softwares, sediada em

Florianópolis–SC e atua no mercado de softwares contábeis desde 1994. Possui

soluções para a gestão contábil do escritório de contabilidade e gestão financeira

dos clientes do escritório. Devido a forte concorrência e constantes exigências

dos seus clientes, seus administradores estão em busca de um conhecimento

maior dos custos de seus produtos, para desta forma manter-se e conseguir um

espaço maior no seu setor.

Aproximadamente a um ano a Empresa “X” mudou-se para uma área

chamada Parque Tecnológico Alfa em Florianópolis-SC, pretendendo com isso

inserir-se cada vez mais ao meio da tecnologia, ou seja, convivendo com

empresas do mesmo ramo, trocando experiência para um crescimento mais

adequado.

Com o exposto pode-se formular as seguintes questões de pesquisa:

� De posse de um modelo de gestão baseado no custeio ABC, a

empresa terá condições de implantar um sistema de custos por

atividades?

� O modelo fornecerá de forma clara e objetiva quais as atividades

que estão ou não agregando valor ao produto ?

1.2 JUSTIFICATIVA DO TEMA

A empresa em questão é desenvolvedora de softwares contábeis, e como

toda empresa com fins lucrativos, objetiva crescimento e estabilidade

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Com o forte crescimento da concorrência e das inovações tecnológicas,

necessita a empresa estar em constante atualização para poder manter-se no

mercado, mas para tanto se faz necessário investimentos em diversas áreas da

empresa.

Segundo Kaplan (1998), as mudanças ocorridas no ambiente competitivo,

fazem com que gerentes necessitem de informações para melhorar a qualidade,

pontualidade e eficiência das atividades que executam, além de compreender

precisamente o custo e a lucratividade de cada um de seus produtos, serviços e

clientes.

Os custos de softwares possuem características peculiares, pelo fato de

sua produção não ser um produto tangível, assim, gerenciar custos de software é

mais difícil do que gerenciar custos de hardware, além disso, não há uma relação

muito esclarecedora entre o volume de entradas de insumos e a saída de produto.

(SAKURAI, 1997).

Para que esta empresa se torne mais competitiva e que obtenha garantias

do retorno desejado, identificou-se a falta de um modelo de gestão que venha a

possibilitar o conhecimento real dos custos consumidos em suas atividades, que

venha proporcionar maior segurança na gestão dos negócios.

Vislumbrando de forma geral a situação em que se encontra esta empresa

desenvolvedora de software, observou-se o grande respaldo na adoção de um

sistema de custeamento capaz de fornecer informações bastante objetivas e úteis

a seus gestores, neste trabalho foi escolhido o Custeio Baseado em Atividades

por possuir características ideais para as soluções esperadas pela mesma.

Este método de custeio, demonstra a maneira como a empresa dispensa

tempo e recursos na obtenção de seus objetivos, recursos estes que serão

consumidos pelas atividades, que por sua vez serão consumidas pelos produtos.

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1.3 OBJETIVO DA PESQUISA

1.3.1 Objetivo Geral

Apresentar um modelo de gestão baseado no custeio por atividades (ABC),

como ferramenta eficaz no processo de gestão dos negócios da empresa e nos

serviços de desenvolvimento de software.

1.3.2 Objetivos Específicos

Para embasar o objetivo geral as seguintes etapas são consideradas

importantes:

� Conhecer as atividades executadas na empresa.

� Apresentar o sistema ABC como ferramenta na gestão de custos da

empresa.

� Propor o uso de um modelo de gestão baseado em atividade.

1.4 SUPOSIÇÕES

As suposições são somente uma antecipação dos resultados que se

espera alcançar ao término da pesquisa, podendo ser confirmadas ou rejeitadas.

De posse de um modelo de gestão baseado no custeio por atividades o ABC, a

empresa terá condições de conhecer quais as atividades que estão

representando desembolsos desnecessários e quanto tempo estão sendo gastos

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nestas atividades, trazendo assim relevante conhecimento para tomada de

decisões. Segue abaixo:

• O modelo servirá a empresa como meio para implantação do

sistema de Custeio ABC, tornando-se importante ferramenta

gerencial, permitindo o conhecimento dos custos das atividades.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho em questão está dividido em sete capítulos como veremos a

seguir:

No primeiro capítulo introdutório, se encontra a definição do problema que

deu o norte para a pesquisa, também a justificativa do tema, bem como os

objetivos da pesquisa e as suposições que serão confirmadas ou reputadas ao

final do trabalho.

No segundo capítulo trata-se da contabilidade gerencial, sua origem,

objetivos, evolução, assim como, as diferenças entre a contabilidade gerencial e

contabilidade financeira, a controladoria, o controller, a estratégia, a gestão

estratégica e o planejamento estratégico.

No terceiro capítulo faz-se um levantamento bibliográfico da contabilidade

de custos, suas características, sistemas de custeamentos e alguns métodos de

custeio do produto.

No quarto capítulo intitulado Sistema de Contabilidade por Atividades é

demonstrado alguns modelos de ABC.

No quinto capítulo trata-se sobre as empresas desenvolvedoras de

softwares, para um maior conhecimento do ramo, uma vez que, o estudo de caso

diz respeito a este tipo de empresa.

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No sexto capítulo encontra-se a metodologia de trabalho que foi do tipo

estudo de caso, juntamente com a caracterização da empresa e os

procedimentos metodológicos usadas para a realização deste estudo.

No sétimo capítulo é apresentado o modelo de gestão baseado em

atividades.

No oitavo capítulo expõe-se as considerações finais, com as

generalidades, o alcance dos objetivos propostos, limitações e recomendações

para futuros trabalhos.

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2. CONTABILIDADE GERENCIAL

Neste capítulo será abordado a contabilidade gerencial, seu conceito,

objetivos e principalmente sua relevância como ferramenta gerencial, servindo

como fonte de informação nos processos de controle, alavancagem e tomada de

decisões nas organizações.

Com a abertura do mercado mundial os administradores de empresas se

viram na eminência de conhecer com mais clareza e exatidão os seus custos,

para que seus produtos continuassem sendo competitivos.

Através da contabilidade de custos passou-se a conhecer e mensurar os

estoques. Mais tarde então a Contabilidade se transforma em grande fonte de

informações gerenciais, onde o gestor encontra de forma detalhada e diferenciada

os dados necessários para a tomada de decisão.

Surge então uma nova maneira de captação e interpretação das

informações contábeis, que então passou a ser chamada de contabilidade

gerencial, ou seja, “significa gerenciamento da informação contábil (PADOVEZE

,1996, p.26).

Conforme Boisvert (1999) a contabilidade gerencial surgiu para responder

a demanda das transações internas da organização, permitindo reduzir os custos

e melhorar a performance da mesma.

A contabilidade gerencial providencia recursos aos gestores da

organização para dar suporte na tomada de decisão, assim sendo, Iudicibus

(1998) diz que : “a contabilidade gerencial está voltada para a administração da

empresa, procurando suprir informações que se encaixem de maneira válida e

efetiva no modelo decisório do administrador”.

Para que se possa fazer contabilidade gerencial é necessário um sistema

de informação contábil gerencial, um sistema de informação operacional, e que

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possa suprir os administradores de informações precisas para o gerenciamento

de sua entidade.(PADOVEZE 1996).

Crepaldi (2002), descreve de forma bem explícita a realidade das

organizações em relação a suas responsabilidades perante a sociedade . Diz ele

que as organizações em épocas passadas tinham como objetivo mostrar ao dono

qual o lucro obtido em suas negociações. Hoje a gama de usuários que

dependem de sua informação é muito maior.

Diante destes fatos, Crepaldi (2002) afirma que: “o grande objetivo da

contabilidade é planejar e colocar em prática um sistema de informação para uma

organização, com ou sem fins lucrativos”.

De acordo com Boisvert (1999, p.18): “A contabilidade de gestão tem por

finalidade produzir informações úteis aos gestores”. Diz ainda que: “ O contexto

conceitual da contabilidade de gestão se define com base em algumas questões

como:

• Que atividades são necessárias para obter-se um determinado

conjunto de objetos de custo?

• Que recursos são necessários para exercer essas atividades e por

quê?

• Que fatores determinam a utilização desses recursos?

Considerando que os gestores das organizações precisam de informação

econômica e financeira de forma eficiente e eficaz, Boisvert (1999) define alguns

objetivos para a contabilidade gerencial:

• Modelar as atividades da empresa;

• Escriturar todos os fatos da empresa, segundo os princípios

contábeis;

• Prestar informações periódicas aos gestores a respeito da situação

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econômica – financeira da empresa;

• Resumir de uma forma transparente e clara a informação a ser

repassada, como produto da contabilidade tradicional, dos sistemas

de custos ou de outros sistemas não ligados especificamente à área

contábil.

A contabilidade gerencial não participa diretamente no processo de

Tomada de Decisão, porém, influi nele através das informações repassadas para

os gestores (HAUSSMANN, 2001).

Assim, Kaplan e Cooper (1998) desenvolveram o modelo denominado ABC

(Custeio baseado em atividades) como uma proposta nova para satisfazer as

necessidades que os sistemas tradicionais não supriam para a Contabilidade

Gerencial.

2.1 DIFERENÇAS DA CONTABILIDADE FINANCEIRA E GERENCIAL

A contabilidade financeira está baseada nos princípios contábeis e é regida

por legislação pertinente. Periodicamente emite relatórios tais como Balanço

Patrimonial, Demonstração de Resultado, entre outros, para que os seus usuários

façam suas análises. Está voltada a informação para usuários externos,

(acionistas, credores, bancos, financiadoras, etc) enquanto que a contabilidade

gerencial tem como usuário os administradores, funcionários, que são os

chamados usuários internos.

Haussmann (2001, pg 192) diz que: “As informações gerenciais identificam

que problemas existem ou apontam formas para otimizar resultados e em outra

dimensão poderão indicar as alternativas mais viáveis para viabilizar soluções.”

Na Contabilidade gerencial os relatórios gerenciais são moldados de

acordo com a necessidade dos usuários, devendo ser de fácil entendimento.

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2.1.1 Comparação entre a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade Financeira

FATOR CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL

Usuários dos relatórios Externos e Internos Internos

Objetivo dos relatórios Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos

Objetivo especial de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão internamente

Forma de relatórios Balanço patrimonial, Demonstração dos Resultados, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Orçamentos, contabilidade por responsabilidade, relatório de desempenho, relatório de custos, relatórios especiais não rotineiros para facilitar a tomada de decisão

Freqüência dos relatórios Anual, trimestral, e ocasionalmente mensal

Quando necessário pela administração

Custos ou valores utilizados Primariamente históricos (passados)

Históricos e esperados (previstos)

Bases de mensuração usadas para quantificar os dados

Moeda corrente Várias bases( moeda corrente, moeda estrangeira- moeda forte, medidas físicas, índices,etc.)

Restrições nas informações fornecidas

Princípios Contábeis Geralmente Aceitos

Nenhuma restrição, exceto as determinadas pela administração

Arcabouço teórico e técnico Ciência Contábil Utilização pesada de outras disciplinas, como economia, finanças, estatística, pesquisa operacional e comportamento organizacional

Características da informação fornecida

Deve ser objetiva(sem viés), verificável , relevante e a tempo

Deve ser relevante e a tempo, podendo ser subjetiva, possuindo menos verificabilidade e menos precisão

Perspectiva dos relatórios Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o planejamento, controle e avaliação de desempenho antes do fato (para impor metas), acoplada com uma orientação histórica para avaliar os resultados reais (para o controle posterior do fato)

QUADRO 1 - CONTABILIDADE GERENCIAL X CONTABILIDADE FINANCEIRA

Fonte : Padoveze (1996 p.31)

De acordo com o quadro acima verifica-se que a grande diferença entre

contabilidade gerencial e a contabilidade financeira, reside na função das

informações. As informações da contabilidade financeira estão voltadas em

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satisfazer os interesses externos à empresa, obedecendo a normas princípios e

leis. Seus relatórios permitem ver o que passou, ou seja, os fatos ocorridos.

Já, na contabilidade gerencial as informações são basicamente de

interesse interno, servindo para a elaboração do planejamento, controle, e

avaliação do desempenho e tomada de decisão. Onde os relatórios são emitidos

na forma que mais convir ao gestor.

Sendo a contabilidade responsável pela concentração das informações

advindas das transações da empresa, e pela sua apresentação e interpretação,

pode-se dizer que a contabilidade gerencial apropria-se destas atividades como

função. Já da contabilidade financeira pode-se dizer que suas informações estão

direcionadas a terceiros.(CREPALDI 2002).

2.2 CONTROLADORIA

Com o fortalecimento da contabilidade gerencial como eficaz ferramenta de

gestão, surge a controladoria.

A grande evolução da área econômica e tecnológica obrigou as

organizações a manterem um nível de informações bastante coerentes e

eficientes para um público alvo, cada vez maior, interessado nestas informações.

Diante disto, a controladoria surge de maneira a vir preencher a estes anseios,

servindo hoje como um dos mais importantes meios de controle em uma

empresa, tendo como objetivo direcionar os gestores a tomada de decisões e

também servindo como fonte para a construção de seus planejamentos.

Por meio de seus relatórios se torna possível a análise geral dos negócios

em relação ao mercado e a estrutura da organização. Este setor servirá como

apoio aos gestores, fornecendo informações da contabilidade financeira e análise

da contabilidade gerencial, para assim, poder optar de forma adequada pelas

decisões a serem tomadas.

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Segundo Mossimann (1993):

A controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica. Pode ser visualizada sob dois enfoques:a) como órgão administrativo, com uma missão, função e princípios norteadores definidos no modelo de gestão do sistema empresa; e b) com fundamentos, conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências.

Na controladoria é delegado ao controller autoridade e responsabilidade,

para desta forma realizar as tarefas em relação à coordenação e controles dos

diversos departamentos.

De acordo com Crepaldi (2002 p.35):

A controladoria, quando organizada de forma departamental, é dividida em divisões, staff e setores, e detém autoridade científica sobre as matérias de organização, administração, contabilidade, orçamentos, planejamentos, custo e finanças.

Conclui-se da controladoria que não é uma ciência e sim um órgão interno

com a função de gerar informações através de relatórios emitidos mensalmente,

com intuito de dar suporte a realização dos objetivos da empresa de forma eficaz.

Sendo as informações coletadas, provenientes da contabilidade financeira, tendo

como atributo as questões voltadas à gestão, sendo o controller, responsável pela

garantia das informações que irão permitir o funcionamento perfeito dos

processos de decisão, ação, informação, controle, como veremos a seguir.

2.3 CONTROLLER

O controller dentro das organizações é aquele responsável pelas

informações oriundas dos diversos setores que estão a ele subordinados. Suas

responsabilidades são semelhantes à de um “contador geral” ou “gerente de

contabilidade.”(CREPALDI 2002).

As informações coletadas de todas as áreas por ele controladas, deverão

ser analisadas, e repassadas para os executivos da empresa, de forma simples

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clara e objetiva. Sua preocupação deve estar em visualizar o futuro da empresa

com base nas informações atuais, para desta forma buscar melhorias,

aprimorando e simplificando os controles internos.

Segundo Nakagawa (1993, p.13) a controladoria define que:

O controller desempenha sua função de controle de maneira muito especial, isto é, ao organizar e reportar dados relevantes exerce uma força ou influência que induz os gerentes a tomarem decisões lógicas e consistentes com a missão e objetivos da empresa.

O controller em algumas empresas é considerado aquele que guarda as

informações e as compila para emissão de relatórios externos.(HORNGREN,

1985).

Horngren (2000), distingue as funções do tesoureiro e do controller, de

acordo com o Instituto de Executivos Financeiros , uma associação americana de

tesoureiros e controllers de empresas:

Quadro 2 – Funções do tesoureiro e do controller

CONTROLADORIA TESOURARIA

Planejamento para o controle

Relatórios e interpretação

Avaliação e assessoramento

Administração tributária

Relatórios para o governo

Proteção de Ativos

Avaliação econômica

Obtenção de capital

Relação com os investidores

Financiamento a curto prazo

Relação com bancos e custódia

Créditos e cobranças

Investimentos

Seguros

Fonte : Horngren, (2000, p.11)

Neste quadro fica claro que o tesoureiro e o controller, estão

comprometidos com objetivos diferentes. Enquanto o primeiro envolve-se com

assuntos que necessariamente envolve o meio externo à empresa, o segundo

volta toda a sua atenção para os assuntos da gestão interna.

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A seguir será abordado um campo muito importante da contabilidade

gerencial, sendo fundamental seu conhecimento para as organizações que é o

planejamento estratégico. Será também conceituado a estratégia e a gestão

estratégica.

2.4 ESTRATÉGIA

Ao longo dos anos a sociedade vem sofrendo tremendas mudanças no que

diz respeito ao avanço da tecnologia e comunicação. O mercado se abriu

mundialmente. Os países comercializam seus produtos e serviços de maneira

veloz como nunca antes visto, entre todos os continentes. Dentro deste contexto

as organizações deram início a uma verdadeira batalha, para conquistar seu

espaço no mercado. A busca pela satisfação e conforto do consumidor tornou-se

alvo desta batalha, pois desta forma o sucesso será bem provável.

Para que as organizações alcancem este nível de sucesso foram criadas

inúmeras ferramentas a fim de sustentar seus objetivos, impulsionando de forma

correta e econômica em direção a otimização e soluções.

Um instrumento administrativo bastante utilizado nas empresas é a

estratégia empresarial. Através dela é possível o desenvolvimento racional

possibilitando a análise das ocorrências dentro e fora do ambiente organizacional.

O sucesso para um perfeito planejamento estratégico não reside somente

no seu conteúdo, mas necessariamente exige o envolvimento das pessoas com

extensa competência e dedicação a fim de obter os resultados positivos para a

empresa.

A estratégia empresarial nada mais é do que um enquadramento da

empresa dentro do contexto em que está inserida, ou seja, as organizações

precisam conhecer as necessidades do consumidor para desta forma dar o rumo

certo aos negócios dentro do mercado.

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Conforme Oliveira (1991, apud Pereira, 2004, p. 9), o conceito de

estratégia é: “o caminho, maneira ou ação formulada e adequada para alcançar

objetivos e as metas da empresa”. Afirma também que: “o conceito básico de

estratégia está relacionado à ligação da empresa com seu ambiente”. Dessa

maneira pode-se dizer que as empresas quando fazem um planejamento

estratégico estão indo em busca de uma direção calcada em parâmetros que vão

permitir encontrar solução antecipadamente aos problemas.

Segundo Gaj (1990 apud Pereira, 2004, p. 10): “implantar estratégias

significa então que a nossa preocupação com o concorrente deve ganhar um

espaço razoável de nosso tempo, de nossos recursos e de nossos esforços de

superação próprios, de melhorar internamente”.

2.4.1 Gestão Estratégica

A gestão estratégica, nos dias atuais, tornou-se imprescindível dentro das

organizações. Através da análise e da interpretação das informações e dados,

inerentes aos fatos internos e externos, é possível a projeção de ações

importantes que irão levar a uma competitividade maior.

O sucesso da empresa está intrínsicamente ligada a cadeia de valor, a

qual determinará a importância de um sistema de informação para a gestão

estratégica.

Conforme Gracioso (1996 apud Pereira 2004, p.12):

O processo de buscar a compatibilização da empresa com seu meio ambiente externo, através de atividades de planejamento, implementação e controle, consideradas as variáveis técnicas, econômicas, informacionais, sociais, psicológicas e políticas.

A gestão estratégica vem despertando crescentemente o interesse dos

administradores em sua adoção. Sua função é a de fazer com que o

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conhecimento interno e externo, seja analisado e com isso possa trazer

resultados positivos tornando possível o crescimento sustentável.

Ao implantar uma gestão estratégica a empresa estará se capacitando

para eventualidades atuais e futuras, visto ter a gestão estratégica caráter macro

fundamental para os relacionamentos comercias.

2.4.2 Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico é uma ferramenta que visa trazer soluções

para as inúmeras dificuldades enfrentadas pelas organizações. Pode-se dizer que

existe um planejamento estratégico a partir do momento que se elabora um plano

de ação que defina em sua integra os objetivos a serem atingidos pela empresa.

Conforme Drucker (1977, p.35), “planejamento estratégico é um processo

contínuo e sistemático, organizado e capaz de prever o futuro de maneira a tomar

decisões que minimizem riscos”.

O planejamento estratégico e uma metodologia que vem ao encontro das

necessidades das empresas, no sentido de nortear seus rumos estabelecendo

seu foco, e criando maneiras de como chegar aos objetivos propostos.

Segundo Fishmann & Almeida (1993, p.25):

Planejamento estratégico é uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e , através desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e reduzir riscos.

A partir destes conceitos pode-se concluir que o planejamento estratégico

são medidas que vão direcionar o futuro da empresa em vista dos fatos ocorridos

no passado e momento atual, desta forma permitindo a intervenção da empresa

nos resultados futuros, procurando maior eficiência e eficácia.

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O planejamento estratégico é composto por elementos que vão nortear o

processo de elaboração, como: o negócio, a missão e a visão.

Estes elementos inerentes a empresa, servirão como direcionadores para a

elaboração de um plano estratégico focado em bases éticas e comprometidas

com a sociedade, compromisso este, que todas as organizações devem ter.

Segundo Levy (1993, p.33), “o pensamento estratégico é a parte não

analítica do ser empresário: é iniciativa, empreendimento, força e imaginação”.

Então o pensamento estratégico é a peça motora que vai dar a

continuidade ao processo de planejamento e trazer as inovações necessárias

para a busca de melhorias dentro do ambiente organizacional.

No capitulo seguinte será abordado a Contabilidade de custos.

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3. CONTABILIDADE DE CUSTOS

Será tratado neste capítulo a origem e evolução da Contabilidade de

Custo, bem como sua definição e objetivos, juntamente com alguns conceitos

fundamentais.

3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

A Contabilidade Financeira satisfazia perfeitamente as necessidades de

apuração de resultados nas empresas comerciais (era mercantilista), Com o

advento da Revolução Industrial (séc. XVIII), se fez necessário mudanças nestes

critérios utilizados, até então.

Para a empresa comercial obter o resultado bastava fazer o levantamento

físico do estoque com a diferença do estoque inicial mais compras. Conforme

Martins (1996, p.19):

o contador verificava o montante pago por item estocado, e dessa maneira valorava as mercadorias . Fazendo o cálculo basicamente por diferença, computando o quanto possuía de estoques iniciais, adicionando as compras do período e comparando com que ainda restava, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, na clássica disposição: Estoques Iniciais + Compras – Estoques Finais = Custo das Mercadorias Vendidas.

Com o surgimento das industriais tornou-se mais difícil a apuração do

custo. Na empresa comercial era fácil a identificação do custo da mercadoria,

bastando aplicar a fórmula acima exposta. Na empresa industrial tornou-se

bastante complexo, devido aos diferentes fatores de produção.

Na empresa industrial o estoque adquirido passou a denominar-se matéria-

prima, que por sua vez seria transformado em produto, dando origem a um outro

estoque, o de produtos acabados.

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A avaliação do custo neste tipo de empresa já não corresponde mais

somente à matéria-prima, mas todos os fatores e esforços dispensados na

fabricação do produto até sua chegada ao mercado consumidor. Daí a origem da

Contabilidade de Custo.

A Contabilidade de Custo primeiramente trouxe a possibilidade de

apuração dos custos de forma mais detalhada e abrangente, mas atualmente ela

não só exerce esta função nas empresas, como a de prestar informações

gerenciais para tomada de decisão por parte dos gestores.

A Contabilidade de Custos é uma extensão da Contabilidade Geral.

Responsável pelo monitoramento das contas movimentadas pela empresa para o

desenvolvimento de suas atividades, coletando, processando e alimentando com

dados necessários ao desenvolvimento de suas funções, tendo em vista a

transferência de informações para os gestores no processo de tomada de

decisão.

Segundo Leone (2000, p.18):

A contabilidade de Custos pode ser conceituada como o ramo da função financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos produtos, dos estoques, dos serviços, dos componentes da organização, dos planos operacionais e das atividades de distribuição para determinar o lucro, para controlar as operações e para auxiliar o administrador no processo de tomada de decisões e de planejamento.

É justo comentar, através deste conceito que uma contabilidade de custo

por si só não obterá todo o sucesso e retorno esperado, se as informações

inseridas não forem corretamente implantadas.

A Contabilidade de Custo tornou-se uma importante ferramenta nas

empresas, trazendo maior exatidão e clareza na composição dos custos de seus

produtos. Com um sistema de informações bem delineado possibilitou políticas de

planejamento, na estruturação de setores/departamentos, direcionando o

empresariado e gestores para uma análise mais detalhada das informações

como base para tomada de decisões futuras, ficando para trás aquela visão de

informações com base histórica.

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O primeiro objetivo básico dos sistemas de custos tradicionais é encontrar

os custos dos produtos para avaliação de estoques, permitindo, deste modo, a

determinação do resultado da empresa pela contabilidade financeira. Outros

objetivos são o auxílio ao controle e à tomada de decisões.

Leone afirma (2000, p. 19 a 20):

A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho de planejamento e controle das operações e da tomada de decisões.

Através dos dados disponíveis na contabilidade de custos os gerentes

terão condições de analisar quais alternativas serão mais corretas utilizar,

quando houver necessidade. Portanto, cada vez mais este sistema está

influenciando de forma positiva os diversos níveis organizacionais.

Segundo Leone (2000, p.29): “A contabilidade de custos atua sobre a

empresa, seus produtos, seus serviços, os componentes operacionais e

administrativos que compõem sua estrutura funcional e sua estrutura objetiva

(...)”.

A Contabilidade de Custos tem como objetivos principais a avaliação de

estoques e controle gerencial:

a) Avaliação de estoque - Quanto custa o produto pertencente ao estoque

da empresa é a preocupação primeira da Contabilidade de Custos, para tanto ela

coleta dados na Contabilidade Geral que serão analisados e processados para

finalmente obter o valor correspondente.

A avaliação de estoque é um importante elemento de custo, podendo variar

dependendo do ramo de atividade de cada empresa. É importante ressaltar a

existência de Estoque de produtos acabados e aquele destinado ao processo

produtivo.

Leone, (2000, p. 39) assegura que o estoque:

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(...) constitui um dos mais significativos ativos da empresa. Se subtrairmos os valores do ativo permanente, o valor dos estoques equivale a aproximadamente 1/5 do total do Ativo. O subgrupo denominado de estoque na verdade congrega vários tipos, desde estoque de produtos acabados até o estoque de materiais diretamente ligados a Produção. A contabilidade de custos é o setor que se responsabiliza pela determinação dos valores desses estoques diferentes. Ela usa vários critérios de avaliação, entre eles o custo médio móvel (permanente ou perpetuo), empregado nas grandes empresas e o custo médio fixo ou periódico, usado pelas pequenas e médias industriais.

A partir desta análise podemos concluir então que, a avaliação de estoque

é complexa em algumas empresas em especial nas empresas industriais que

possuem estoques de produtos acabados e de matéria-prima.

Sendo assim, a contabilidade de custos utiliza da avaliação de estoque

como informação para vários fins, mediando informações entre

setores/departamentos, estruturando os processos, servindo como sistema de

informação para estabelecimento de estratégias operacionais influenciando no

desempenho organizacional.

b) O Controle Gerencial - A função gerencial tornou-se um dos grandes

objetivos da Contabilidade de Custo. Através das informações apuradas, os

gestores poderão tomar decisões como o quanto comprar de matéria-prima, qual

a quantidade de mão-de-obra necessária ao processo de produção, qual o preço

de venda ideal, entre outros.

Quando o sistema de gestão de custos é informatizado os gerentes podem

saber a qualquer momento o quanto seu departamento já gastou e com detalhes,

ou seja, pode-se planejar melhor qualquer gasto adicional para que os resultados

sejam ainda melhores.

Leone, (2000, p. 22) diz que:

De acordo com as necessidades gerenciais apresentadas pelos diversos níveis gerenciais, a contabilidade de custos vai-se organizar em termos de sistema de acumulação de dados, de critérios de avaliação e de apropriação dos custos a seus portadores (componentes organizacionais, atividades e operações, serviços e produtos e outros objetivos de custeio).

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O autor se refere neste texto que a contabilidade de custos pode ser

disposta de acordo com as necessidades de seus executores, acumulando dados

que irão estabelecer critérios possibilitando a mensuração dos custos.

Quando a empresa está amparada por informações substanciais e

eficientes que vão orientar na tomada de decisões e na apuração de um custo

mais real, melhor será a utilização dos recursos econômico-financeiros da

empresa se fazendo necessário um adequado controle gerencial.

Consequentemente o retorno financeiro será maior.

3.2 SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

Na sequência serão abordados dois tipos de sistema de custeamento

utilizados pela contabilidade de custos que são: a) Sistema de Custeamento por

ordem de produção; b) sistema de custeamento por processo. Ambos tem como

objetivo determinar o custo de produção.

3.2.1 Sistema de custeamento por ordem de produção

Este sistema é definido segundo Leone (2000, pg.235) como: “sistema de

custos que acumula e registra os dados e operações das empresas que

trabalham sob o regime de fabricação ou prestação de serviços por encomenda”.

O trabalho em uma empresa que produz produtos ou serviços por

encomenda, inicia com o pedido do cliente, após a empresa emite um orçamento

para discussão com o cliente, aprovado o orçamento a empresa autoriza a

fabricação do produto. A fábrica emite ordem de serviço de produção, de

fabricação ou de tarefas que servirá como autorização para a fabricação do

produto ou realização do serviço. (Leone, 2000, pg.235).

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Numa produção por encomenda existe todo um processo de preparação

para poder executar o pedido solicitado pelo cliente. Deverá haver um

planejamento para a produção, uma reestruturação do layout da fábrica, visto que

a produção anterior e a atual é diferente da que se pretende executar no

momento.

Conforme IBRACON-CRC/SP ( 2000, pg.30) o sistema de custeamento por

ordem de produção é baseado por três características :

• os custos são apropriados diretamente em cada “Ordem de

produção”.

• os custos reais são determinados por um tipo de produto;

• é feita a apuração do custo total de produção, e não do custo

unitário, quer do produto ou de determinado componente.

Por fim, neste sistema o custo do produto que foi encomendado pode ser o

real ou ainda estimado, sendo o foco central neste sistema o custo total da

produção.

3.2.2 Sistema de custeamento por processo

Este Sistema é caracterizado por produtos de grande consumo, sendo

produzido em série e padronizado, não havendo como necessidade a existência

de um pedido. O que vai disparar a produção será o próprio mercado ou

demanda, ou seja, enquanto o produto estiver sendo aceito pelo consumidor e

estiver sendo viável à empresa produzí-lo o processo se dará. O comando deste

processo estará em mãos do setor comercial.

Conforme Santos(1990, p.122):

Neste sistema a fábrica é dividida por fases de produção para alocação dos custos por determinado período de tempo (diário, semanal, mensal,

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etc.). No fim deste período os custos totais acumulados por fase são divididos pelas unidades produzidas à medida que a produção é transferida para outra fase com vista em outras transformações. O custo vai sendo acumulado de uma fase para outra até o acabamento final do produto, a débito de quem receber e a crédito de quem expedir.

No sistema de custeamento por processo os fatores de produção são

estabelecidos por processos, havendo o registro do consumo. Não é necessário a

princípio saber o consumo de recurso com o produto e sim com os processos de

fabricação.

Martins (1996, p.167) diz que: “Na apuração de Custo por Processos, os

gastos da produção são acumulados por período para rateio às unidades feitas.”

Segundo Iudícibus (1998, p.114): “As técnicas de custeio “por processo”

são utilizadas quando existe uma continuidade de produção de produtos ou

unidades de produtos iguais ou bastante semelhantes, ao contrário do que ocorre

com produção “sob encomenda.”

Analisando os dois sistemas de custeamento pode-se dizer que no

custeamento por ordem de produção se faz necessário uma quantia maior de

recursos, dificultando a adoção do mesmo por parte de muitas empresas. Já, se a

empresa tem interesse em conhecer o custo individual do produto ou dos

diferentes lotes de produção este sistema é mais conveniente, uma vez que

permite o conhecimento dos custos reais por tipo de produto. No sistema de

custos por processo o custo individual por produto não é conhecido.

Existem ainda empresas que utilizam os dois sistemas, sendo o sistema

por ordem de produção utilizado nos setores em que o produto fabricado é

diferenciado exigindo esforços específicos e o sistema por processo sendo

utilizado em setores em que os produtos fabricados são padronizados e em

grande quantidade.

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3.3 MÉTODOS DE CUSTEIO DE PRODUTO

Os métodos de custeio são utilizados como meio de alocar os custos aos

produtos. Através dos métodos de custeio é que se dará o processamento dos

dados para obtenção das informações necessárias para conhecimento dos

processos.

Neste tópico serão abordados alguns métodos de custeio.

3.3.1 Custeio por absorção

O custeio por absorção consiste na apropriação de custos retirados de

relatórios contábeis, que vão ser alocados aos produtos, sendo excluído as

despesas por não serem gastos empregados na fabricação.

Para Padoveze (1996, p.222) a definição de custeio por absorção é:

O método tradicional de custeamento, onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Os gastos industriais indiretos ou comuns são atribuídos aos produtos por critérios de distribuição.

Todos os custos incorridos no processo de fabricação como os custos

diretos, ou indiretos, fixos ou variável serão alocados ao produto. O custos diretos

serão alocados diretamente ao produto enquanto os indiretos por meio de critérios

de rateio.

Segundo Martins (1998, p.37):

Custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção dos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.

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O método de custeio por absorção atende aos princípios contábeis da

realização da receita, sendo os produtos acabados e em elaboração, não

vendidos no período, contabilizados em conta do ativo.

3.3.2 Custeio variável

A utilização do Custeio Variável como parâmetro de avaliação e

apropriação de custos está diretamente ligada ao volume de produção.

Na visão de Crepaldi (2002, p.149) custeio variável é:

Também conhecido como custeio direto, é um tipo de custeamento que consiste em considerar como custo de produção de período apenas os custos variáveis incorridos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período.

Se houver grande quantidade produzida, será grande o custo variável. Já

se não houver produção a variação será zerada.

Leone (2000, pg. 342) diz que :

O critério do custeio variável é um instrumento de grande utilidade para a gerência em sua função de planejamento das operações. Por quê? Quais são suas qualificações? O custeamento variável divide as despesas e os custos de fabricação ( e de outras funções) em fixo e variáveis; determina a margem de contribuição em relação a qualquer objeto ou segmento da empresa, facilita a análise do processo de simulação – muito empregado pela função de planejamento – porque pode antever os resultados da interação dos custos, volume e lucro.

Desta forma podemos afirmar que o custo variável irá compor a tomada de

decisão servindo como ferramenta aos gerentes no que diz respeito ao

planejamento, favorecendo também nas decisões quanto ao aumento ou

diminuição do volume das atividades de demanda de todo processo produtivo.

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3.3.3 Custeio Padrão

Esta forma de custeio é caracterizada pela padronização dos custos. Estes

padrões são fixados para os custos de produção, de matéria-prima, de mão-de-

obra e custos indiretos de fabricação, ao final do período estes custos padrões

são comparados aos realizados, possibilitando análises para assim se proceder

as regularizações devidas.

Segundo Leone (2000, p.37):

O sistema de custos-padrão envolve os custos operacionais, isto é, aqueles que guardam relação com os parâmetros operacionais. Normalmente são os custos diretos e variáveis, principalmente os custos de materiais e de mão-de-obra.

Neste método de custeio os custos são apropriados através de estimativa

do que deveriam ser e não pelo seu real valor, geralmente utilizados em

empresas que estabelecem o custo padrão como meta para sua produção, para

que no final do período sejam comparados com os custos incorridos.

Conforme Leone (2000, p.334):

Seu grande objetivo, portanto, é o de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. E isso leva a conclusão de que Custo-padrão não é uma outra forma de contabilização de custos ( como absorção ou variável ), mas sim uma técnica auxiliar. Não é uma alternativa, mas sim um coadjuvante. A instalação do Custo-padrão não significa a eliminação de custos a Valores Reais Incorridos (Custo Real) ; pelo contrário, só se torna eficaz na medida em que exista um Custo Real, para se extrair, da comparação de ambos, as divergências existentes.

Este sistema permite uma análise ampla no que diz respeito ao

planejamento da produção. Através desta análise pode-se ver se não está

havendo desvio de materiais, se está havendo ineficiências e defeitos nas linhas

de produção, bem como, verificar se os objetivos anteriormente estabelecidos,

foram alcançados.

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3.3.4 Custeio RKW

Neste método de custeio os custos e despesas incorridos pela empresa

são apropriados aos produtos. Desta forma, o preço final de venda será apurado

acrescentando o lucro idealizado pelos administradores.

Conforme Crepaldi (2002, p. 278) existem limitações deste método:

• Como encontrar o custo unitário do produto (CPV) no dia-a-dia, já que ele contém uma parcela do custo fixo total;

• Como encontrar as despesas operacionais por unidade, no dia-a-dia;

• As oscilações no volume de produção e seus efeitos no custo fixo unitário não são considerados;

• Os vários rateios necessários para alocar os custos fixos aos departamentos e destes aos produtos trazem consigo muitas distorções.

Esta técnica consiste no rateio não só dos custos de produção como

também de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a todos os

produtos.

Segundo Leone (2000, p. 236):

“Com esse rateio, chega-se ao valor de “produzir e vender” ( incluindo

administrar e financiar), que, fossem os rateios perfeitos, nos daria o

gasto completo de todo o processo empresarial de obtenção de receita.”

Nos dias atuais a adoção deste tipo de custeio se torna bastante difícil

tendo em vista o cenário do mercado cada vez mais competitivo, ou seja, mesmo

conhecendo seus custos e despesas não significa a possibilidade de apropriação

integral destes ao custo do produto.

O custeio ABC será apresentado no próximo capítulo separadamente, por

se tratar do método objeto de estudo deste trabalho.

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4. SISTEMA DE CONTABILIDADE POR ATIVIDADES

A Contabilidade por atividades terá neste trabalho especial tratamento visto

ser ela a base direcionadora deste estudo. Esta ferramenta promissora tem

representado às organizações significativas mudanças no que tange a

gerenciamento e tomada de decisão em relação ao processo produtivo.

Dentro do contexto de uma contabilidade financeira tradicional encontra-se

informações que supostamente servirão a terceiros, no sentido de mensuração

da “saúde econômico/financeiro das instituições.

Já na contabilidade de gestão as informações ali encontradas servirão aos

gestores das instituições, como ferramenta útil na elaboração de estratégias e

melhorias da empresa em geral.

4.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO

Ao abordar o sistema ABC surge a necessidade de conhecer sua origem,

evolução, para maior compreensão da necessidade da aplicação desta

ferramenta nos dias atuais.

Conforme Catelli e Guerreiro (apud DEVINCENZI, 2004), o método de

custeio baseado em atividades surgiu através de trabalhos desenvolvidos pela

empresa General Eletric, no início da década de 60 nos Estados Unidos.

Segundo alguns autores, o ABC já era conhecido e usado por contadores

em 1800 e início de 1900. Outros registros históricos mostram que o ABC já era

bastante conhecido e usado na década dos anos 60. (NAKAGAWA, 1994, p.41).

No Brasil, os estudos e pesquisas sobre o ABC tiveram início em 1989, no

Departamento de Contabilidade Atuária da Faculdade de Economia,

Administração e Contabilidade da USP “(NAKAGAWA, 1994, p.41).

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Conforme os autores acima pode-se dizer que o sistema ABC não é um

sistema muito recente. Apesar de no Brasil sua introdução ter início a 18 anos

atrás ,este sistema está ganhando espaço em grandes e conhecidas empresas.

Percebe-se que, com o crescimento e inovação no campo da tecnologia, a

mão-de-obra direta obteve uma queda considerável. As empresas começaram a

fazer gastos com despesas não ligadas diretamente a fabricação do produto,

como o marketing, por exemplo , fazendo com que os custos indiretos

aumentassem e muitas vezes sua participação no custo total do produto ou

serviço se tornou mais elevado que o próprio custo direto. (Cogan, 1994, p.XII-

XIV).

É aí então que o ABC começa a se tornar uma metodologia útil, porque

não trata a questão da alocação dos custos indiretos de forma arbitrária causando

distorções ,mas traz uma inovação no sistema de custeio que é baseado em

atividades que consomem recursos.

Segundo Sharman (apud Devincenzi 2004), o sistema ABC tinha como

idéia principal melhorar as informações de custo, mas houveram mudanças

nestas afirmações passando a ser útil como uma técnica importante no

gerenciamento de atividades, processos e desempenho.

O custeio baseado em atividades, conforme Mecimore e Bell (apud

Devincenzi 2004), passou por três gerações e afirmam ainda que poderá vir surgir

uma quarta geração.

A primeira geração para Mecimore e Bell (apud Devincenzi 2004) é

caracterizada pela preocupação com os custos dos produtos eliminando os

direcionadores que não agregavam valores nas melhorias nem nas atividades.

Ainda conforme Mecimore e Bell (apud Devincenzi 2004) na segunda

geração o custo do produto ficou em segundo plano, sendo dado ênfase maior

para a melhoria contínua e análise da performance.

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A terceira geração está mais direcionada para os negócios visando

melhorar a estratégia competitiva da empresa, analisando a cadeia de valor

através das atividades que agregam ou não valor à unidade de negócio, bem

como o aumento da vantagem competitiva da empresa.

4.2 MODELOS DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES

Neste ponto serão abordados alguns modelos do sistema de custeio ABC,

para desta forma tornar compreensível a importância, aplicação, e disseminação

desta ferramenta inovadora para a contabilidade de gestão das empresas.

4.2.1 O modelo de Kaplan e Cooper

Partindo do pressuposto de que quase todas as atividades de uma

empresa existem para dar suporte a produção e entregar bens e serviços, que o

sistema de custeio ABC na visão de Cooper e Kaplan, é o mais indicado para a

acurácia do cálculo do custo, ou seja, as atividades devem ser consideradas

como custo dos produtos.

Para estes dois autores a alocação dos custos indiretos distorciam o custo

do produto. Afirmam ainda, que, existem somente dois tipos de custos que não

devem ser inseridos em um sistema ABC: os custos de capacidade ociosa, por

não ser correto atribuir aos produtos individuais, devendo ser tratados como custo

do período e os custos de pesquisa e desenvolvimento para linhas de produtos

totalmente novas.

Desta forma vêem no ABC a forma de obter informações mais acuradas no

que diz respeito à produção, atividades e gerenciamento, permitindo aos gerentes

vislumbrar formas estratégicas quanto ao crescimento e competitividade das

empresas objetivando o aumento dos lucros.

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Segundo Kaplan e Cooper (1998), o sistema ABC é desenvolvido em 4

etapas conforme descrito abaixo:

1ª Etapa – elaboração do dicionário de atividades;

2ª Etapa - Avaliação dos gastos em cada atividade;

3ª Etapa – Identificação dos produtos, serviços e clientes da empresa;

4ª Etapa – Identificação dos geradores de custos da atividade que associam

os custos da atividade aos produtos, serviços e clientes da organização.

Na primeira etapa é identificado as atividades que consomem recursos

indiretos e de apoio, permitindo, desta forma o processo de elaboração do

dicionário de atividades, o qual irá relacionar e definir cada atividade processada

dentro da unidade organizacional.

Na segunda etapa o foco é a identificação dos direcionadores de recursos

os quais vão permitir a distribuição destes, às atividades, obtendo assim ,o gasto

de cada atividade. Devendo obedecer uma hierarquia de custo em unidade, lote e

bens e instalação, ou ainda selecionar atividades em grupos de processos de

negócios, exemplo: compras.

Na terceira etapa é realizada a identificação de todos os bens, serviços e

clientes possibilitando a análise quanto a remuneração da empresa no exercício

das atividades.

Na quarta etapa é proposto de que forma os geradores de custo de

atividade devem ser associados ao objeto de custo.”Um gerador de custo de

atividade é uma medida quantitativa do resultado de uma atividade”.(KAPLAN &

COOPER, 1998, p.109).

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Segundo os autores, a base para seleção de um gerador de custo de

atividade pode ser a transação, duração e intensidade (ou carga direta), devendo

este gerador de custo estar relacionado com a hierarquia de custo da atividade.

4.2.2 O modelo de Brimson

Brimson (1996) defende ser, a contabilidade por atividade uma

ferramenta que possibilita mudanças na forma de administrar os custos, atrelando

estes, as atividades identificáveis baseado no consumo destas atividades.

“O custo e desempenho das atividades fornecem à administração as

informações necessárias para determinar um custo de produto correto.”

(BRIMSON 1996, p. 41).

Na abordagem de Brimson (1996), a metodologia para análise de

atividades é composta por sete etapas:

1ª Etapa – Determinar o escopo da análise de atividades;

2ª Etapa – Determinar as unidades de trabalho;

3ª Etapa – Definir as atividades;

4ª Etapa – Racionalizar as atividades;

5ª Etapa – Classificar em primária ou secundária;

6ª Etapa – Criar mapa de atividades;

7ª Etapa – Finalizar e documentar as atividades.

Na primeira etapa é necessário evidenciar qual o problema específico que

servirá como base a ser analisado, de forma a direcionar esforços na área em que

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a empresa mais necessita de melhorias. Com este procedimento estará se

fazendo uma limitação a amplitude da identificação das atividades na análise, de

forma a obter informações mais eficazes.

Na segunda etapa se faz necessário a divisão da unidade organizacional

em grupos ou departamentos, tendo estes, objetivos comuns, passando a ser

definido como unidades de atividade, possibilitando a análise do custo de forma

ampla e precisa.

Na terceira etapa é feito um levantamento de todas as atividades

desenvolvidas por uma unidade de atividades, através de algumas técnicas de

medição. As principais técnicas são: a) análise dos registros históricos; b) análise

das unidades organizacionais; c) análise dos processos de negócio; d) análise

das funções do negócio; e) estudo dirigido de engenharia industrial; f)

reconciliação da definição das atividades.

Na quarta etapa evidencia a importância do desenvolvimento de uma lista

de atividades que ofereça informações suficientes, mas, sem excessos, para não

tornar complexo demais a administração dos negócios.

Na quinta etapa, Brimson defende a importância da classificação de cada

atividade em primária ou secundária, por ser necessária a apropriação dos custos

das atividades secundárias as primárias, assim poder analisar suas proporções.

“Uma atividade primária é aquela cuja saída é utilizada fora da unidade

organizacional. As atividades utilizadas dentro de um departamento, para apoiar

as atividades primárias são secundárias.”

Na sexta etapa deve ser criado um mapa de atividades que vai possibilitar

a identificação da relação entre funções, processos do negócio e atividades.

Na sétima etapa finalmente é feito um levantamento de atividades que vão

suprir as necessidades da análise organizacional dos processos do negócio e

funcional.

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Para se obter o custo de uma atividade é necessário que se conheça a

despesa de todos os gastos na produção, no desenvolvimento de uma atividade,

para após alocar aos objetos de custo que são os produtos/serviços.

Brimson mostra em seis etapas como calcular o custo de uma atividade:

1ª Etapa – Seleção das bases de custo;

2ª Etapa – Rastreamento dos recursos;

3ª Etapa - Determinação da medida de desempenho da atividade;

4ª Etapa – Seleção da medida de atividade;

5ª Etapa – Alocação das atividades secundárias;

6ª Etapa – Cálculo do custo por atividades.

Segundo (Brimson, 1996, p. 27):

A abordagem da contabilidade por atividades para gerenciamento de custos divide uma empresa em atividades. Uma atividade descreve o que uma empresa faz – a forma como o tempo é gasto e os produtos do processo. A principal função de uma atividade é converter recursos (material, mão-de-obra e tecnologia) em produtos/serviços. A contabilidade por atividades identifica as atividades desenvolvidas em uma empresa e determina seu custo e desempenho (tempo e qualidade).

A contabilidade por atividade proporciona uma administração dos custos de

forma diferenciada, ou seja, os custos são diretamente relacionados às

atividades. Além disso, é uma ferramenta importante para administração e

controle das operações organizacionais, oferecendo informações eficazes para a

melhoria de processos, eliminação de desperdícios, bem como propiciando o

planejamento estratégico do negócio.

4.2.3 O modelo de Nakagawa

Para Nakagawa (1994), o ABC é definido como: “Trata-se de uma

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metodologia desenvolvida para facilitar a análise estratégica de custos

relacionados com as atividades que mais impactam o consumo de recursos de

uma empresa”.

Na visão do autor esta ferramenta possibilitará mudança na cultura

organizacional servindo com eficácia para a análise estratégica dos custos.

Descreve o ABC em duas versões sendo que o surgimento da primeira

versão se deu no final dos anos 80, trazendo melhoria e acuração do custeio dos

produtos e serviços, determinando melhor mix e preços de produtos.”Cada grupo

de atividades pertencia a um centro de custos (cost Pools).” Nakagawa (1994, p.

68).

Com a aplicação do ABC na prática, houve um crescimento na utilização

de seus dados, servindo como referência na gestão de atividades, possibilitando

melhorias.

A segunda versão surge pela deficiência da primeira versão em separar do

grupo de atividades, as atividades relevantes para análise de seu desempenho,

pois estas encontravam-se agrupadas nos centros de custos. Tem como objetivo

oferecer informações indispensáveis, através de duas visões: visão econômica e

de custeio, visão de aperfeiçoamento do processo.

Algumas etapas são sugeridas para o desenho do ABC, conforme

Nakagawa:

1ª Etapa – Identificar as contas integrantes dos custos indiretos de

fabricação (CIF) com seus valores, por departamentos;

2ª Etapa – Apurar separadamente os custos consumidos pelas atividades

de produção daquelas direcionadas ao atendimento de clientes;

3ª Etapa – Separação dos departamentos das áreas de suporte pelas suas

principais funções;

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4ª Etapa – Transformar os custos dos departamentos em centro de custos

por funções;

5ª Etapa – Separar os centros de atividades que apresentam

homogeneidade de processos;

6ª Etapa – Identificação dos cost drivers( vetores de custos) relacionados

ao consumo de recursos pelas atividades;

7ª Etapa – Identificação dos cost drivers relacionados à alocação de

atividades aos produtos/serviços;

8ª Etapa – Selecionar as atividades por nível;

9ª Etapa – Selecionar a quantidade de cost drivers, baseado nos critérios

definidos.

No conceito de Nakagawa o ABC é uma ferramenta poderosa no suporte à

estratégia competitiva e gestão econômica das organizações.

4.2.4 O modelo de Boisvert

A criação de um sistema de contabilidade por atividades, segundo Boisvert

(1999) , é composto de várias etapas variando de acordo com o executor. Existem

duas etapas que são as mais importantes e que são divididas em outras:

Definição e mensuração das atividades da empresa

1. Descrever as atividades da empresa.

2. Identificar os recursos às atividades.

3. Definir os centros de reagrupamento.

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Definição e mensuração dos objetos de custo

4. Elaborar uma listagem dos objetos de custo.

5. Definir os atributos (direcionadores de custos).

6. Identificar as atividades aos objetos de custo.

QUADRO 3 - ETAPAS DA GESTÃO POR ATIVIDADES DE BOISVERT

Fonte : Boisvert (1999, p. 53)

Na concepção de Boisvert (1999), existem dois modelos de

desenvolvimento da CPA, que são: modelos de base e modelo de processo.

Modelo de base - No modelo de base a desfragmentação dos custos se

dá de duas formas :

• SIMPLES ( recurso � atividades � objetos de custo );

• MULTINÍVEIS (recurso � atividades � centro de atividades � objetos de

custo ).

No modelo de base simples as atividades consomem recursos e os

objetos de custos consomem atividades. São estabelecidos direcionadores de

custos que irão possibilitar a alocação dos custos às atividades, servindo como

parâmetro para mensurar corretamente o custo, distribuindo para cada atividade e

objeto de custo.

Os direcionadores de custos irão permitir a alocação dos custos em duas

fases: Na primeira fase os recursos são alocados as atividades que os

consumiram obtendo a partir daí o cálculo da atividade, denominando-se

direcionadores de recursos. Na segunda fase as atividades são alocadas aos

objetos de custo que as consumiram, chamando-se de direcionadores de

atividades.

No modelo de base multiníveis são estabelecidos centros de

reagrupamentos onde as atividades serão agrupadas, utilizando o direcionador

como critério para designar um centro de atividade.

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Modelo de processo – No modelo de processo as atividades são descritas

em relação aos processos, servindo como parâmetro na identificação da

eficiência e eficácia, bem como na melhoria de processo e gestão das atividades.

Boisvert (1999), em sua concepção, diz que:

“Não é somente possível, mas também útil e pertinente qualificar as

atividades e os objetos de custo. Isso permite medir simultaneamente várias

dimensões relativas às atividades e aos objetos de custo”.

4.2.5 O modelo de Cogan

Com a intenção de favorecer a implantação com baixo custo de um

sistema de gestão baseado no sistema ABC para empresas de pequeno porte e

que possuem número elevado de atividades, Cogan (1994) desenvolve um

modelo simplificado do ABC. Baseado no sistema ABC o autor consegue

simplificar um modelo útil para empresas onde o custo de uma implantação seria

elevado demais, visto terem que arcar com suporte estrutural.

Para a implantação do modelo simplificado, Cogan (1994), diz ser

necessário a criação de um grupo de trabalho na empresa composto por pessoas

chaves , como o proprietário, os responsáveis pela produção, pela

comercialização, pela área financeira entre outras pessoas com funções

importantes. Ficando estas pessoas responsáveis pela manutenção do sistema,

inserindo informações indispensável ao seu perfeito funcionamento.

A seguir Cogan (1994) descreve a metodologia para a implantação do

modelo, baseada em Gilligan (1990):

Fatores de análise – O grupo de trabalho deverá analisar cada produto em

sua complexidade, número de componentes, tamanho, volume de produção e

tempo de processamento. Deverá também ser definido a forma de alocação dos

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custos indiretos, relacionando-os aos recursos consumidos nas diversas

atividades. Este caso não se aplica às empresas que possuem um único

produto.

Os fatores de análise que são: complexidade, número de componentes,

tamanho, volume de produção e tempo de processamento, deverão ser atribuídos

através de uma pontuação de 1 a 5 que determinará, respectivamente, o grau de

complexidade, número de componentes, tamanho, volume de produção e tempo

de processamento.

Fator de nivelamento – O grupo de trabalho poderá influenciar na

determinação de percentuais finais através dos fatores de análise para que o

rateio das despesas indiretas sejam facilmente alocadas a cada produto.

Cogan (1994) através de um exemplo prático faz uma comparação do

modelo tradicional com o modelo ABC simplificado, chegando ao seguinte

resultado como mostra o quadro abaixo:

PRODUTO TRADICIONAL ABC PERCENTAGEM

CP1 $ 119.25 $ 74.98 - 37%

CP2 $ 63.60 $ 44.16 - 31%

CP3 $ 119.25 $ 191.83 + 61%

CP4 $ 63.60 $ 125.49 + 97%

QUADRO 4 - MODELO TRADICIONAL VS. MODELO ABC DO COGAN

Fonte: Cogan (1994)

O valor do custo indireto apurado pelo método tradicional de custeio foi de

$ 119.25, em comparação com o método do ABC Simplificado que foi de $ 74.98,

houve uma variação de 37% a menos a participação destes custos neste método.

Se formos continuar a avaliar os outros produtos vamos verificar que eles também

obtiveram diferenças positivas ou negativas também muito elevadas no que diz

respeito à parcela de contribuição do custo indireto.

Diante do exposto, é necessário ressaltar as elevadas distorções que

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causam no custo final de cada produto, a distribuição dos custos indiretos de

forma arbitrária, ocasionando o supercusteamento de alguns produtos, enquanto

outros são subcusteados.

4.2.6 O modelo de Gomes

Este modelo será o adotado como referência para o estudo de caso, tendo

em vista a sua aplicabilidade em uma empresa desenvolvedora de software.

Sendo o estudo de caso, também realizado em uma empresa de serviços em

desenvolvimento de software, o modelo servirá como importante base para

implementação na empresa “X”.

Segundo Gomes (2004):

O SPCA é estruturado em três componentes: o subsistema de suporte à decisão, subsistema operacional e subsistema do ciclo contábil, cuja implementação se desenvolve em três fases: criação do ambiente, planejamento da implementação e execução.

Gomes (2004), comenta em seu trabalho que o referencial teórico, como,

os aspectos fundamentais da gestão de serviços foram fundamentais na

elucidação dos pormenores relacionados à prestação de serviços, onde o cliente

além de ser a peça propulsora dos serviços , em determinados momentos, está

inserido nos processos.

Comenta também, que, o conhecimento do que é o sistema de operações

de serviços foi determinante quanto aos objetivos e funcionalidade dos

subsistemas do SCPA, em especial o subsistema operacional.

Com o estudo das características das empresas de softwares e os seus

produtos, o processo de desenvolvimento de software, trouxeram auxílio no que

diz respeito à definição da atuação do SCPA para as empresas de serviços em

desenvolvimento de software, trazendo à luz que o foco maior dos modelos de

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estimativa de custos é a mensuração dos esforços físicos e não monetários,

utilizados na produção do software e/ ou de um projeto.

Para conclusão das contribuições teóricas, Gomes (2004) fala das

características da contabilidade de software tradicional, que serviram como apoio

para estabelecer a diferença entre acumulação e gerenciamento de custos,

concluindo que seus procedimentos não suprem as necessidades de informações

dos administradores de empresas de serviços em desenvolvimento de software.

Gomes 2004, ressalta a importância de conhecer profundamente as

questões imprescindíveis para a implementação de um SCPA (sistema de

contabilidade por atividades), para que atinja seu objetivo que é servir como

instrumento útil ao processo de gestão das empresas. Para tanto se faz

necessário observar algumas orientações:

a) O sistema de contabilidade por atividades (SPCA) é um subsistema do

sistema empresa, interagindo, influenciando e sendo impactado pelos

demais subsistemas empresariais;

b) Deve-se configurar o SCPA baseado no conceito renovado de gestão a

fim de fornecer informações em relação às estratégias da empresa.

c) Devem as informações emitidas pelo SCPA ser de confiança,

oportunas, comparáveis e compreensíveis.

d) Devem também alcançar cinco objetivos gerais: 1) Ser útil no que diz

respeito à formulação de estratégias e dos planos de ação de longo

prazo;2) As informações devem permitir a tomada de decisões sobre a

utilização de recursos pelas atividades, tendo como foco o serviço, o

cliente, bem como o preço; 3) planejamento e controle do custo das

atividades; 4) mensuração da performance e avaliação das pessoas; 5)

obedecer aos PFC (Princípios Fundamentais de Contabilidade) e

legislações societárias e fiscais;

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e) Sendo a saída de cada subsistema do SCPA configurada com base no

interesse dos usuários da informação contábil, é importante conhecer

as necessidades de cada usuário.

f) Para a implantação do SCPA é necessário o mapeamento dos

processos de negócios e suas respectivas atividades.

g) O sucesso da implementação do SCPA está intrinsicamente

relacionado ao comprometimento e conhecimento por parte dos

gestores e funcionários, permitindo desta forma conquistar as melhorias

superando os custos de implementação.

O subsistema decisório é responsável pela interpretação das estratégias

da empresa e da demanda dos clientes, através da análise da cadeia de valor, da

elaboração do orçamento e identificação dos fatores-chave de sucesso,

transmitindo informações para o subsistema operacional.

O subsistema operacional recebe informações dos subsistemas,

decisório e de ciclo contábil, identificando as atividades e os direcionadores de

custos, possibilitando a mensuração dos objetos de custos, a análise dos lucros

dos clientes e melhorias dos processos.

O subsistema do ciclo contábil tem por objetivo registrar os eventos

econômicos, fruto das decisões dos gestores em função do consumo dos

recursos, e fornecer informações para o subsistema operacional e decisório.

Gomes (2004) conclui o SCPA, como:

“É um sistema de informação gerencial responsável pela produção e distribuição das informações financeiras e não-financeiras úteis à gestão da empresa, de modo a orientar as decisões de preço do serviço, melhorias de qualidade, flexibilidade e rapidez das operações do serviço e nicho de mercado.”

A seguir será abordado de forma mais abrangente os sistemas que

compõem o SCPA, de manera a esclarecer seu funcionamento e sua importância

no processo de implementação.

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4.2.6.1 Subsistema decisório

O subsistema decisório está dividido por três elementos que são: gestão de

custos, orçamento baseado em atividades e indicadores de desempenho, são

eles responsáveis pelo processamento das informações, tendo como objetivo o

fornecimento de informações úteis para os gestores na escolha das estratégias e

interação com os clientes.

Gestão de Custo – Tem como objetivo a emissão de relatórios que vão

influenciar a gestão estratégica de processos e da performance. Este elemento

centraliza as decisões no SCPA, estabelecendo o objetivo, a amplitude, a

extensão e os limites de cada subsistema, bem como de seus elementos

relacionados à qualidade e quantidade da informação.

Orçamento baseado em atividade – É necessário a comparação dos custos

com o controle do andamento do trabalho para se obter um controle orçamentário

eficiente. O orçamento permitirá um controle de resultado econômico

indispensável ao desempenho esperado. Através do subsistema do ciclo contábil

que se dará a construção do orçamento.

O controle orçamentário por atividades se dá segundo Kaplan e Cooper (apud

GOMES, 2004), através das seguintes etapas:

• Estima-se o volume de produção e serviços;

• Levanta-se a demanda de atividades;

• Calculam-se os recursos necessários;

• Determinam-se as necessidades de recursos para suprir a demanda;

• Determina-se a capacidade da atividade por meio do recurso.

Indicadores de desempenho - Tem como objetivo fornecer a empresa

informações necessárias para realização das melhorias contínuas dos processos

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em tempo hábil para as devidas correções, através dos indicadores de

desempenho.

Gomes (2003) conclui:

“O gerenciamento das atividades e do apontamento de horas trabalhadas permite o controle de tempo médio de resposta diário dos chamados de suporte, do índice de evolução e correção do sistema, do re-trabalho, do desempenho de funcionário e das atividades.”

OBJETIVO

Fornecer informações que permita à gestão decidir sobre a estratégia e grau de interação com o cliente

Interface de entrada Procedimentos Interface de Saída

Gestão estratégica,

Gestão dos processos e

Gestão da performance

Subsistema operacional

Entrada Saída

Estratégia da organização e planos de ações;

Diretrizes da gestão de processos;

Parâmetros dos indicadores de desempenho,

Relatórios gerenciais e contábeis

Pesquisa das necessidades dos clientes;

Análise da cadeia de valor;

Atributos do orçamento baseado em atividade;

Definição dos indicadores de desempenho

Plano de lucro

Metas orçamentárias;

Fatores – chave de sucesso

QUADRO 5 - FLUXO DO SUBSISTEMA DECISÓRIO

Fonte: Gomes (2004)

No quadro acima está demonstrado o fluxo do subsistema decisório, tendo

como objetivo maior, fornecer informações aos gestores que permitirão na

decisão sobre as estratégias a grau de interação com o cliente.

4.2.6.2 Subsistema operacional

Através deste subsistema as informações referentes ao custo das

atividades serão fornecidas para que os gestores, a fim de que tenham condições

de avaliar a lucratividade dos serviços prestados e dos clientes, visando as

melhorias dos processos.

O ciclo contábil é responsável por passar informações ao subsistema

operacional referente aos valores reais dos recursos consumidos na prestação de

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serviço. O subsistema decisório repassa informações como previsão de horas

necessárias para a execução de determinado projeto. Com estas informações o

subsistema operacional terá condições de fornecer os relatórios gerenciais, sendo

seus procedimentos os mesmos das etapas do custeio baseado em atividades.

Neste subsistema os recursos são representados por: pessoas; capital;

material, outros, e irão ser processados através dos direcionadores de recursos

em cada processo os quais serão selecionados pelos direcionadores de

atividades para finalmente haver a alocação ao serviço/cliente.

Para tanto se faz necessário a identificação das atividades e processos, a

fim de que se dê a parametrização, ou seja a limitação na quantidade de

atividades para se tornar viável o trabalho.

Gomes fala da divisão do sistema operacional em duas linhas de prestação

de serviços nas empresas desenvolvedoras de software, chamadas de: atividades

de palco ou linha de frente (front Office) e as atividades de bastidor ou retaguarda

(back Oficce), esta se preocupa com o processo de desenvolvimento de software

com baixo contato com o cliente, com maiores condições de previsão e

objetivação na avaliação de desempenho possibilitando a padronização. A outra

está comprometida com o ciclo de serviços da empresa, como, consulta de

interesse, assinatura de contrato de prestação de serviços e realização de testes,

tendo um nível maior de interação com o cliente.

Abaixo segue descrição dos processos de serviços das empresas

desenvolvedoras de software segundo Gomes:

a) Processo essencial -

• Compreender mercado e clientes;

• Realizar acordo e serviços;

• Desenvolver o sistema;

• Implantar o sistema;

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• Efetuar treinamentos;

• Prestar suporte ao cliente.

b) Processo de apoio-

• Desenvolver estratégia;

• Gerenciar informações econômico-financeiras;

• Gerenciar recursos físicos e financeiros;

• Executar programas de qualidade;

• Gerenciar recursos humanos;

• Prover relacionamentos externos.

O desenvolvimento dos processos deve ter como foco o cliente externo,

pois todos os esforços e recursos consumidos nestes processos serão utilizados

na agregação de valor para o cliente. Partindo deste pressuposto se faz

necessário o conhecimento do fluxo de trabalho e sua relação com os

departamentos, para tornar viável a estruturação destes processos.

Para se obter o conhecimento das atividades e processos pode-se fazer

uso de algumas técnicas como, observação, registro de tempo, questionários,

storyboards, entrevistas. É importante fazer um levantamento dos controles

internos da empresa para verificar se os procedimentos como, por exemplo, de

quantidade de horas e tempo de execução das atividades, para a escolha

acertada da técnica a ser adotada.

Para fazer a identificação dos direcionadores de recursos é necessário

fazer uma análise dos gastos consumidos pelas atividades, nos controles internos

de tempo de execução e qualidade.

RECURSOS DIRECIONADOR RECURSOS DIRECIONADOR

Mão-de-obra direta Revista, jornais e livros

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Licença de uso Impostos e taxas

Depreciação dos equipamentos Viagens

Acesso à internet Combustíveis e lubrificantes

Mão-de-obra indireta Despesas bancárias

Material de expediente Despesas postais

Impostos e taxas Serviços prestados por terceiros

QUADRO 6 - MAPA DE DIRECIONADORES DE RECURSOS

Fonte: Gomes (2004)

Quando o recurso for consumido por uma atividade, deverá ser alocado a

esta atividade, se acaso, for consumido por mais de uma atividade, então deverá

ser dividido entre estas, possibilitando assim o cálculo dos custos da atividade.

Sendo os valores dos recursos consumidos nas atividades, fornecidos pelo

subsistema do ciclo contábil.

Recursos/Atividades Atividade A Atividade B Atividade C

Acesso à internet Dedicada R$ R$ R$

Água da empresa(CASAN) R$ R$ R$

Depreciação de equipamentos R$ R$ R$

Deslocamento de viagem R$ R$ R$

Energia Elétrica R$ R$ R$

Mão-de-Obra R$ R$ R$

Serviços Terceirizados R$ R$ R$

Treinamentos R$ R$ R$

Tributos e taxas R$ R$ R$

CUSTO POR ATIVIDADE R$ R$ R$

QUADRO 7 - MAPA DE ATRIBUIÇÃO DOS RECURSOS ÀS ATIVIDADES

Fonte: Gomes (2004)

O direcionador de atividades serve para relacionar as atividades ao objeto

de custo, sendo necessário calcular o índice de custeio de atividades para sua

devida aplicação aos objetos de custos.

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O serviço em uma prestadora de serviços de software inicia pelo pedido do

cliente, sendo emitida uma ordem de serviço que será diferenciada dentro do

setor, pelos recursos consumidos, complexidade e tempo de execução.

Primeiro é necessário o reconhecimento do objeto de custo, em seguida

identificar os custos envolvidos, inclusive os indiretos, por meio dos

direcionadores de custos, para finalmente distribuir ao objeto de custo.

Através do subsistema de processo os gestores têm condições de

conhecer a causa dos custos, bem como avaliar a lucratividade dos serviços

prestados, projetos, clientes, processos e atividades. Poderá também promover

programas de melhoria contínua das atividades.

Objetivo

Compreender a estrutura de custos e avaliar a lucratividade de serviços prestados, processos, clientes e outros

Interface de entrada Procedimentos Interface de saída

Subsistema decisório e

Subsistema do ciclo contábi

Subsistema decisório e

Subsistema do ciclo contábil

Entrada Saída

Informações do subsistema decisório;

Dados fornecidos pelo controle interno;

Informações dos controles contábeis.

Identificar as atividades e os processos;

Determinar os direcionadores de custos;

Calcular os objetos de custo;e Relatórios gerenciais:

Custo de serviço prestado,

Lucratividade do serviço prestado;

Desempenho dos elementos operacionais

QUADRO 8 - FLUXO DO SUBSISTEMA OPERACIONAL

Fonte: Gomes (2004)

Neste quadro está representado o fluxo do subsistema operacional que tem

como objetivo compreender a estrutura de custos e avaliar a lucratividade de

serviços prestados, processos, clientes e outros.

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4.2.6.3 Subsistema do ciclo contábil

Neste subsistema são registrados todos os dados econômico-financeiros

oriundos de ações dos administradores em relação ao uso dos recursos da

empresa.

Os elementos que compõe este subsistema são: plano de contas baseado

em atividades; processo de registro de eventos e os relatórios contábeis.

O processo que se dá neste subsistema é o já conhecido pela

contabilidade, ou seja, é originado por um documento que deverá ser registrado

nos livros diário, razão e fiscais, finalizado com o encerramento das contas de

resultado e emissão dos relatórios contábeis.

A estruturação do plano de contas poderá estar baseada pela análise dos

processos empresariais realizado pelo subsistema operacional ou pelo dicionário

de atividades. Segundo Kaplan e Cooper (1998, pg.99): “A identificação de

atividades culmina com a criação de um dicionário de atividades que relaciona e

define cada grande atividade executada na instalação de produção”.

O grupo de contas de resultado (custo, despesa, receita), será estruturado

conforme as atividades provenientes de cada processo de negócio. Já o grupo de

contas patrimoniais estão divididos pelas contas do ativo, passivo, e patrimônio

líquido. O Dicionário de atividades

O plano de contas estruturado neste subsistema poderá ser classificado

por qualquer tipo de contas as quais irão acumular as informações de acordo com

as necessidades dos gestores, através de codificação. Por exemplo, as vendas

poderão ser acumuladas por vendedor, por tipo de serviço, por projeto, por classe

de preço, por região geográfica e/ ou por cliente.

Conforme Gomes (2004), a codificação do plano de contas também tem

finalidade de identificar as contas, facilitar a classificação de contas e de eventos

e comunicar significados especiais, devendo obedecer a um procedimento lógico.

Diz ainda que:

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Se o código de determinado serviço, numa empresa de serviços em desenvolvimento de software, é parte de um sistema de contabilização por atividade, então uma parte do código precisa conter o código de tal atividade ou processo. Assim, é possível identificar o responsável pelo processo.

O modelo de PCBA ( plano de contas baseado em atividades) de Gomes

foi desenvolvido com base na classificação dos processos das empresas de

serviços em desenvolvimento de software, e está dividido em grupos, subgrupos,

processos e atividades. Sua estrutura está baseada em 3 níveis (grau), sendo o

primeiro nível ou grau contábil, identificado pelos números de 1 a 4 que vão

representar os grupos e subgrupos de contas existentes no sistema de

contabilidade financeira. O segundo nível ou grau de processo, identificado pelo

número 5, terá como finalidade controlar os processos essencial e de apoio. O

terceiro nível ou grau de atividade controla os eventos registrados em cada

atividade. A quantidade de dígitos se dará de acordo com a necessidade da

informação pelo gestor, sendo o grau da conta separado por ponto.

GRAU DO PROCESSO GRAU DA ATIVIDADE GRAU CONTÁBIL

ESSENCIAL APOIO DE 101 A 206

1 2 3 4 5 6

QUADRO 9 - DIVISÃO DOS NÍVEIS DO PCBA

Fonte: Gomes (2004)

Gomes apresenta o PCBA em quatro colunas: código simplificado, código

da conta contábil, descrição e função e funcionamento.

Código simplificado

Código da conta contábil

Descrição Função e Funcionamento

das Contas

1.0.0.0.0.000 ATIVO

1.1.0.0.0.000 Ativo Circulante

1.1.1.0.0.000 Disponível

1.1.1.1 Caixa

1.3.0.0.0.000 Ativo permanente

2.0.0.0.0.000 PASSIVO

2.1.0.0.0.000 Passivo Circulante

2.1.2.0.0.000 Fornecedores

2.4.0.0.0.000 PATRIMONIO LÍQUIDO

3.0.0.0.0.000 RECEITAS

3.1.0.0.0.000 Mercado Nacional

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3.3.0.0.0.000 Processo

3.4.0.0.0.000 Atividade

4.0.0.0.0.000 CUSTOS

4.1.1.0.0.000 Custo de serviços de Mão-de-obra

4.1.1.1.0 Salário

4.1.1.1.1.000 Salário Processo Essencial

4.1.1.1.1.101 Salário-Essencial-Compreender mercado e cliente

4.1.1.1.2.000 Salário processo de Apoio

4.1.1.1.2.201 Salário-Apoio-Desenvolver estratégia

QUADRO 10 - MODELO SINTÉTICO DO PCBA

Fonte: Gomes (2004)

Diante do exposto, ressalta que para se obter um PCBA confiável e útil ao

processo de tomada de decisão deve-se identificar as atividades realizadas pela

empresa que permita as entradas de dados no SCPA e a emissão de relatórios

contábeis (financeiros e gerenciais)para os gestores.

No próximo capítulo, será abordado o tema “empresas desenvolvedoras de

software.

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5. EMPRESAS DESENVOLVEDORAS DE SOFTWARE

5.1 AS EMPRESAS DE SERVIÇOS

Neste capítulo serão abordadas as principais características das empresas

prestadoras de serviços e a relevância delas na economia, baseando-se nos

trabalhos de alguns autores como Cogan (1994) e Gianesi e Corrêa (1994).

Quando se fala em produto, geralmente se pensa num bem material fruto

de um processo de fabricação de manufatura. No entanto, o produto deve ser

entendido como o resultado de um processo de produção qualquer, seja para

obter bens ou serviços (GIANESI e CORRÊA, 1994), nesse sentido um serviço

pode ser entendido como um “produto” que é produzido por um sistema de

produção de serviços (GIANESI e CORRÊA, 1994).

Assim, o serviço pode ser definido como (Gronroos apud GOMES, 2004):

Uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos tangível – que normalmente, mas não necessariamente acontece durante as interações entre clientes e empregados de serviços e/ou físicos e/ou sistemas de serviços – que é fornecida como solução aos problemas do cliente.

Nas últimas décadas, houve um firme crescimento da importância dos

serviços para a economia mundial. Vários são os exemplos na literatura que

apresentam o incremento do Setor de serviços em indicadores como o PIB e

como o uso de força de trabalho (GIANESI e CORRÊA, 1994; FITZSIMMONS e

FITZSIMMONS, 2000).

5.1.1 Características dos serviços

As características bem documentadas dos serviços, são a intangibilidade,

heterogeneidade, inseparabilidade e perecibilidade (FITZSIMMONS e

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FITZSIMMONS, 2000).

A intangibilidade refere-se a que os serviços não podem ser

experimentados pelos “sentidos” antes de ser adquirido.

A heterogeneidade refere-se a que os serviços são altamente variáveis

entre si, basicamente porque em geral os serviços são customizados para cada

cliente.

A inseparabilidade refere-se a que a produção e o consumo, do “produto”

chamado serviço, em geral são simultâneos.

A perecibilidade refere-se a que os serviços não podem ser estocados.

Essas características precisam ser levadas em consideração para se chegar

um entendimento pleno da qualidade de serviços, já que serviços envolvem o

desempenho dos prestadores de serviços (GIANESI e CORRÊA,

1994;FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2000).

Já Azevedo (apud Horngren, 1985), diz ser as características das

organizações prestadoras de serviços as seguintes:

• A mão-de-obra é intensiva;

• O produto é, em geral, de difícil definição;

• Não se pode armazenar os principais insumos e produtos.

Como síntese pode-se dizer que as características de uma empresa

prestadora de serviços são um pouco diferentes, visto, esta, não produzir bens

tangíveis. O fato é que mesmo estes tipos de empresas podem ser beneficiadas

com a aplicação de um sistema de custeamento como o ABC.

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5.1.2 Os serviços de interface

Uma empresa de serviços geralmente é vista como fornecedora de

trabalhos relacionados com o atendimento “online” diretamente com o cliente

externo, ou seja, o serviços de ” interface”, ficando muitas vezes de lado a idéia

de que os trabalhos de apoio interno das empresas também devem ser

caracterizados como serviços, que são os serviços “offline” (COGAN, 1994).

Cogan (1994) caracteriza os serviços de “interface” prestados aos

consumidores da seguinte maneira:

a) Nas empresas prestadoras de serviços não existe um estoque de

serviços, como ocorre nas empresas fabricantes de produto. O serviço

geralmente é consumido simultaneamente a sua produção, devendo o

trabalho ser oferecido com qualidade. Se a demanda for maior que a

capacidade de prestação haverá uma deficiência na oferta. Se ao

contrário haverá perdas de serviços.

b) Os serviços são, de certa forma, intangíveis, a boa apresentação da

empresa no mercado influenciará na satisfação do cliente. Portanto, é

devido a atenção ao aspecto geral dos serviços prestados.

c) A percepção do cliente ante à fatos negativos é bem maior. Deve-se

então ter um cuidado especial.

d) Pessoas bem treinadas e qualificadas tem fundamental participação no

sucesso final da prestação de serviços.

5.1.3 O pacote de serviços

Segundo autores como Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000) e Gianesi e

Corrêa (1994) o pacote de serviços de uma empresa esta constituído por todos os

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elementos que compõem o serviço, que podem ser classificados em: instalações

de apoio, bens facilitadores, serviços implícitos e os serviços explícitos.

• As instalações de apoio em geral dão suporte à prestação do serviço, e

podem ser instalações, infraestrutura, equipamentos, etc.

• Os Bens facilitadores são elementos físicos que brindam um evidência

explícita da prestação do serviço, exemplos para empresas de software

podem ser: os CDs, os manuais, etc.

• Os serviços implícitos referem-se aos “benefícios psicológicos que o cliente

pode obter com a prestação do serviço” (GOMES, 2004).

• Os serviços explícitos referem-se aos benefícios obtidos pela prestação do

serviço.

5.1.4 O sistema de operações de serviços

Segundo Gianesi e Correa (1994) o sistema de operações ou de produção

de serviços está separado em: Linha de Frente (palco ou Front Office) e

retaguarda (Back-Office).

As atividades no palco têm alto contato com o cliente, alto grau de

incerteza e variabilidade e é de difícil controle, geralmente exemplificado com um

Departamento de Suporte Técnico.

As atividades na retaguarda (ou Back Office) geralmente têm baixo contato

com o cliente, pouca incerteza e pouca variabilidade. Pode ser exemplificado com

um Departamento de Desenvolvimento de Software.

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5.1.5 O custeio baseado em atividades em empresas de serviços

Assim como na indústria a produção é alicerçada pelos instrumentos

necessários a sua realização, na empresa prestadora de serviços isto também

ocorre (COGAN, 1994). Mesmo de forma diferenciada, nestas empresas, a

implantação de Sistema de Custeio baseados por atividades ajudam na gestão e

operacionalização delas.

Na empresa prestadora de serviços as áreas de suporte, permitem o

emprego de técnicas e metodologias que vão facilitar a aplicação de gestão da

qualidade e da produtividade, como em bancos, financeiras, corretoras,

seguradoras, hospitais, construtoras, etc.

A implantação de sistemas de custeio em uma empresa de serviços é de

fundamental importância uma vez que na prestação de serviços basicamente se

trabalha para oferecer aos clientes atendimento com qualidade e rapidez, sendo a

matéria-prima o próprio serviço. Desta forma o ABC supre todas as necessidades

de mensuração dos custos e gerenciamento destas atividades, propiciando

segurança nos dados apurados.

5.2 AS EMPRESAS DESENVOLVEDORAS DE SOFTWARE

A atividade de desenvolvimento de software vem se tornando crescente

com a informatização das empresas e a evolução tecnológica generalizada. O

desenvolvimento de um software se constitui numa atividade que possui um alto

grau de personalização dos serviços, seja trabalhando sob encomenda ou por

pacote, para atender a clientes específicos e para fins específicos.

Como toda atividade de serviços, a prestação de serviços de

desenvolvimento de software encontra-se atualmente em um ambiente de alta

competitividade e onde algumas das características dos serviços (intangibilidade,

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heterogeneidade, inseparabilidade e perecibilidade) possuem um peso maior na

gestão das operações delas.

É o caso da intangibilidade, que apresenta-se como uma característica

singular e muito importante para as empresas desenvolvedoras de software, já

que o software é por natureza intangível.

Segundo ROLT (apud Gomes 2004) software é definido como: “um sistema

de informação que é estratégico para as organizações e deve ser desenvolvido

utilizando-se metodologias que consideram o núcleo de negócios destas”.

Pressman (apud Gomes 2004) identifica três características do software:

(1) o software não é manufaturado no sentido clássico, mas é desenvolvido ou

projetado por engenharia; (2) o software não se desgasta; e (3) uma grande parte

do software é feita sob encomenda.

Sakurai (apud Gomes 2004), define software como:”um novo tipo de

criação humana que está fortemente ligado à informação” estando classificado em

três categorias :

• Tangível - pacotes de softwares de uso geral;

• Intangível – serviço de manutenção de sistemas de cliente

• Tangível e intangível – software personalizado.

5.2.1 A indústria de desenvolvimento de software no Brasil

Segundo Fleury e Spínola (2005), a história da indústria brasileira de

desenvolvimento de software pode ser dividida em duas etapas.

Antes de 1990, onde o Brasil adotou uma política de reserva de mercado

tanto para hardware como para software. A indústria brasileira de software

cresceu isolada das características da dinâmica tecnológica mundial, se tornando

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aos poucos em não-competitiva (FLEURY e SPINOLA, 2005) aonde já se tinha

um mercado de 1.1 Bilhões de Dólares Americanos.

A partir dos anos noventa, uma política liberal de abertura dos mercados

caracterizada pela integração da economia brasileira ao cenário mundial,

incluindo-se também à indústria de desenvolvimento de software (FLEURY e

SPINOLA, 2005).

Segundo Fleury e Spínola (2005) o mercado brasileiro de software, hoje em

dia, está acima dos 7.7 Bilhões de Dólares Americanos, sendo o sexto

desenvolvedor de software no contexto mundial.

O mercado interno das empresas desenvolvedoras de software está

composto principalmente por pequenas empresas (76% do total delas têm 50 ou

menos empregados) (FLEURY e SPINOLA, 2005) as quais se dedicam a produzir

softwares para nichos de mercado específicos customizados para atender os

requerimentos de clientes específicos, seja sob encomenda ou por pacote.

Certamente, a importância crescente da indústria de desenvolvimento de

software não pode ser negada, servindo também como uma justificativa para o

presente trabalho.

5.2.2 Os tipos de software

Segundo Gomes (2004) existem dois tipos de softwares, os que são feitos

sob encomenda e os que são feitos por pacote.

Os softwares sob encomenda geralmente são desenvolvidos para suprir as

demandas específicas do cliente, sendo em geral diferentes de cliente a cliente, o

que facilita que esse tipo de empresas assumam um papel de terceirizadoras da

informática do cliente.

De acordo com Gomes (2004):

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“Esse tipo de empresa assemelha-se a um restaurante, em que na retaguarda (back office) o sistema produtivo apresenta características de uma manufatura e, na linha de frente (front office), ocorrem os eventos peculiares às atividades de serviço”

Conforme Gomes (2004) as empresas desenvolvedoras de softwares por

pacote criam softwares que sejam por um lado suficientemente genéricos como

para cumprir com os requisitos dos diversos clientes, e que por outro lado, sejam

suficientemente personalizados como para atender a especificidade dos mesmos.

5.2.3 O ciclo de serviços das empresas desenvolvedoras de software

Segundo Albrecht (apud GOMES, 2004) um ciclo de serviços é “a cadeia

de eventos pela qual o cliente passa na medida em que experimenta o serviço

prestado pela organização”.

Conforme Gomes (2004) os encontros entre o cliente e o sistema de

produção de serviços de uma empresa desenvolvedora de software apresenta

algumas etapas identificáveis, dentro do ciclo de serviços:

• Consulta de interesse;

• Assinatura do contrato de prestação de serviço;

• Realização de teste do sistema;

• Implantação do sistema;

• Homologar a validação;

• Treinamento;

• Suporte.

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5.2.4 Características dos custos de software

Segundo Fleury e Spinola (2005) o crescimento da indústria de software no

Brasil é relativamente boa, se considerarmos o seu tamanho e nível de

desenvolvimento econômico em comparação com outros países.

Conforme a análise de países como a India, o Israel, e outros que

obtiveram grandes volumes de exportação de software nos últimos anos, a

evidência sugere que o sucesso delas provém de um incremento na base das

empresas desenvolvedoras de software e em alguns casos, um relação forte com

países consumidores como os Estados Unidos (FLEURY e SPINOLA, 2005).

Nesse sentido, para se incrementar a base de empresas, elas precisam

procurar a sustentabilidade através da melhora dos seus fatores de produção, e

dos meios que suportam a esses fatores, como é o caso de sistemas de custeio

por atividades.

Segundo Gomes (2004) “Em geral, o tipo de software desenvolvido pela

empresa (pacote ou sob encomenda) determina o conjunto de atividades da

cadeia de valor, bem como a estratégia de negócios, o modelo de gestão e a

estrutura de custos”.

Geralmente os softwares são classificados em básicos e aplicativos, sendo

os softwares básicos proveniente de uma linguagem não muito usual, exigindo

certo conhecimento pelo usuário ,como, por exemplo, os sistemas operacionais

DOS, Windows NT, e OS/2. Já os softwares aplicativos possuem linguagem mais

simples, alcançando o conhecimento do público em geral, tal como os usados nas

agências bancárias e internet.

A indústria de automação tem avançado muito nas últimas décadas

fazendo com que o interesse em conhecer o impacto dos custos na estrutura dos

custos das empresas seja alvo de estudos e pesquisas, desta forma forçando as

empresas desenvolvedoras de softwares ao gerenciamento dos custos das

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Custos de mão

de obra direta

Custos do

hardware

Custos do

software de

suporte

Custos indiretos de

desenvolvimento

Custos

administrativos

Custos comerciais

Custos financeiros

Valores Diretos

Valores Indiretos

Custo de

desenvolvi

-mento

Custos

empre-

sariais

Custo Total do

software

empresas.

Para Pressman (1995) as características de um software são:

• O software é um elemento de sistema lógico, e não físico;

• Possui estrutura dos custos diferente por ter o custo de mão-de-obra alto

e o de material muito baixo;

• Falta clareza na relação entrada (insumos) e saída (do produto);

• Grande maioria dos softwares são desenvolvidos sob medida.

Vegaro (1992), diz que a estrutura de custos das softhouses é dividida em

dois grupos:

• Custos empresariais e custos de desenvolvimento, conforme Fig 1:

FIGURA 1 - ESQUEMA DO CUSTO DE SOFTWARE

Fonte: Verago (apud GOMES, 2004)

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Conforme demonstrado acima os custos empresariais na grande maioria

são os custos fixos, não tendo relação com o volume de produção. Os custos de

desenvolvimento compreendem a todos os bens e serviços consumidos

diretamente no processo de desenvolvimento do software.

Para as empresas de serviços de desenvolvimento de software os esforços

aplicados no processo do trabalho é realizado por estimativa, sendo a

contabilidade de custo baseada em volume (GOMES, 2004).

Nos Capítulos 2, 3, 4 e 5 apresentaram-se os conceitos teóricos mais

relevantes que dão suporte ao presente trabalho. No próximo capitulo será dado

início o estudo de caso e a aplicação do Sistema de Contabilidade por Atividades.

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6. METODOLOGIA

Segundo Gil (1994, p.27), o método é “o caminho para se chegar a

determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos

intelectuais e técnicos adotado para se atingir o conhecimento”.

Sendo a metodologia uma forma de delineamento de um trabalho, cumpre

ressaltar que a usada neste trabalho, foi toda conduzida tendo em vista tornar

possível o conhecimento de um modelo de gestão baseada no Custeio por

atividades, o ABC, como ferramenta gerencial que possibilitará

conseqüentemente na apuração do cálculo dos custos e levantamento das

atividades.

Para tanto recorreu-se à periódicos, livros, internet, teses de mestrado e

doutorado, monografias, entre outros meios, afim de buscar na teoria a maneira

mais correta e acertada de alcançar o objetivo.

De outra forma, foram coletados dados no local onde desenvolveu-se as

atividades, dados contábeis e dados técnicos, que permitiram o desenvolvimento

prático necessário a demonstração do modelo de gestão.

6.1 CARACTERÍSTICA DA PESQUISA

A pesquisa para este estudo de caso foi caracterizada da seguinte forma:

Quanto à natureza pode-se dizer que é do tipo aplicada, pois gerou

conhecimento de algo útil para a solução de problemas. Neste trabalho foi

possível conhecer um modelo de gestão baseado em atividades que possibilitou

o conhecimento de como se fazer para apurar o custo e o tempo consumido em

cada atividade.

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75

Quanto a forma a pesquisa é do tipo qualitativa, pois não foi necessário a

utilização de métodos e técnicas estatísticas, sendo os dados obtidos, baseados

em informações atuais da empresa.

Quanto aos objetivos a pesquisa pode ser de 03 (três) tipos: descritiva

onde o pesquisador estuda os fenômenos sem manipulá-los, explicativa a qual se

preocupa em responder a razão e o “porque” de determinada realidade e a

exploratória que aproxima o pesquisador ao assunto por ele estudado,

aprofundando o conhecimento e tornando-o mais claro. Neste trabalho foi

utilizado a pesquisa descritiva, ( LEMOS 2003).

Quanto aos procedimentos a pesquisa é do tipo bibliográfica, tendo em

vista a utilização de material já publicado, sendo utilizados livros, artigos,

periódicos e material disponível na internet. A pesquisa foi ainda do tipo estudo de

caso, pois se concentrou em um caso específico e permitiu um conhecimento

maior e detalhado sobre o tema estudado.

Quanto ao meio a pesquisa caracteriza-se por ser de campo uma vez que

foi necessário a investigação na empresa onde se desenvolve os softwares .

6.2 ESTUDO DE CASO

Tendo como foco desta pesquisa, o conhecimento de um modelo de

gestão baseado no custeio por atividades (ABC), para proposta de aplicação em

uma empresa desenvolvedora de software, pode-se dizer que esta pesquisa é do

tipo estudo de caso.

Para Gil (1999, P.73):

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetivos de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados do mesmo, tarefa praticamente impossível mediante outros tipos de delineamentos considerados.

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A pesquisa tipo estudo de caso se caracteriza por ser um estudo

direcionado ao atendimento de um caso específico em uma entidade, reunindo

um número maior de informações, permitindo amplo conhecimento da empresa

em estudo.

Conforme Martins (1994) o estudo de caso reúne:

O maior número de informações detalhadas, por meio de diferentes técnicas de coleta de dados: entrevistas, questionários, observação participante, entrevista em profundidade, levantamento de dados secundários etc., com o objetivo de apreender a totalidade de uma situação e, criativamente, descrever a complexidade de um caso concreto.

6.2.1 Caracterização da empresa

A entidade escolhida para a realização do estudo de caso é uma empresa

desenvolvedora de software, com forma de tributação Lucro presumido. Está

localizada em Florianópolis, atuando de forma mais intensa dentro de seu próprio

município, em seguida na região metropolitana.

Fundada em 1994 por dois sócios, tem o início de suas atividades em

setembro deste mesmo ano, desenvolvendo softwares contábeis, possuindo,

atualmente, dez colaboradores.

Ao longo dos anos a empresa passou por transformações e dificuldades, inclusive com entrada e saída de sócios.

Sua história é delineada por fases de ascensão e também por fases

bastante críticas, talvés até pela rotatividade das partes societárias, instabilizando

de certa forma a estrutura da entidade.

Hoje a empresa trava árdua batalha para reverter os efeitos negativos

causados ao longo dos anos, motivada pela visão de mercado globalizado onde a

concorrência está esplícitamente feroz, procurando oferecer o melhor para seus

clientes e colaboradores.

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Atualmente os sócios recebem do setor financeiro relatórios gerenciais que

não são suficientes para uma análise ampla e segura para a correção dos

problemas. Recebe da contabilidade os balancetes mensais, demonstração de

resultado mensais e no final de cada exercício o Balanço Patrimonial e a

Demonstração do Resultado do Exercício. As informações obtidas através destes

relatórios não dão todo o suporte necessário aos administradores para

administrar seus negócios. A empresa não possui um sistema de custos, sendo

estes estabelecidos através do mercado.

Mediante este cenário, pode-se dizer que para a realização do estudo de

caso obteve-se total apoio dos sócios e colaboradores, tendo em vista, o grande

interesse por parte destes, na adoção de uma ferramenta de gestão eficiente que

venha ao encontro de seus objetivos, que hoje é obter parâmetros eficazes na

gestão de seus negócios, para desta forma encontrar a solidificação no mercado.

Abaixo sua estrutura organizacional:

FIGURA 2 - ORGANOGRAMA ORGANACIONAL

Fonte: autora

PROPRIETARIO

GERENTE

COMERCIAL

GERENTE

ADMINISTRATIV

O/ FINANCEIRO

GERENTE

PRODUÇÃO

DEPTO.

FINANCEIRO

DEPTO.

COMERCIAL

RECEPÇÃO

DEPTO.

SUPORTE TÉCNICO

DEPTO.

MEDIAÇÃO

DEPTO.

DESENVOLVIMENTO

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6.2.1.1 Descrição dos Departamentos

A empresa hoje está dividida em departamentos que são: Departamento

comercial, Departamento de suporte técnico, Departamento de Mediação,

Departamento de desenvolvimento, Departamento Financeiro, Recepção.

O departamento comercial está hoje composto por dois vendedores que

fazem tanto vendas internas (por telefone), quanto vendas externas ( visita no

local), tendo como material uma pasta contendo folders dos produtos

desenvolvidos pela empresa juntamente com o cartão de visitas. Este trabalho é

realizado diariamente sendo semanalmente programado as visitas a serem

realizadas. Este setor ainda não tem uma política bem definida , mas percebe-se

que os trabalhos realizados estão trazendo resultados positivos em relação ao

aumento da carteira de clientes.

No departamento de suporte técnico são realizados trabalhos que estão

diretamente ligados aos clientes que são os atendimentos via telefone, internet,

entre outros. Pode-se dizer que este departamento é a “sala de visitas” da

empresa. Está composto por três atendentes com bastante conhecimento e

experiência na sua respectiva área, sendo um, responsável pelo atendimento de

um só produto que é o Sistema Dinâmica folha, dominando não só o

conhecimento do funcionamento do próprio sistema como também da legislação

das leis trabalhista e recursos humanos, dando um completo suporte técnico aos

clientes, mesmo assim, será necessário num futuro próximo a contratação de

mais um atendente deste mesmo sistema, para assim completar de forma eficaz

a demanda atual.

Os outros dois atendentes são responsáveis pelo atendimento dos demais

sistemas que são : Sistema Dinâmica Fiscal, Sistema Dinâmica Contábil, Sistema

Dinâmica Condomínios, Sistema Dinâmica Gerencial.

A gerência tem como meta para os próximos meses o treinamento através

de cursos regulamentados das respectivas áreas de atuação de seus produtos,

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para os três atendentes a fim de que estes possam atender com eficiência a

todos os clientes independentemente do produto em questão.

O departamento de mediação é responsável pela interpretação dos

problemas relacionados aos sistemas de forma a identificar se a ocorrência é

realmente um problema do sistema ou se o cliente está reclamando solução de

algo que perante as normas e legislação não são permitidos, se isto se confirmar,

o cliente é contactado e informado que não será possível o atendimento de seu

pedido..

Estes problemas são passados pelo departamento de suporte técnico,

tendo em vista ser este o departamento que está em constante contato com o

cliente. As informações são enviadas por meio de um sistema chamado Help

Desk, (ferramenta utilizada para registro das ocorrências), onde são registrados

todas as chamadas dos clientes e quando o assunto não pode ser resolvido pelo

atendente ele transfere esta chamada para o setor de mediação. Este por sua vez

interpreta e transfere ao departamento de desenvolvimento para sua devida

correção, através de um sistema chamado Bug Track (ferramenta utilizada para

registro das ocorrências que envolvem diretamente os problemas com o

software). Atualmente este departamento está composto por um colaborador.

No departamento de desenvolvimento se dá a realização de

desenvolvimento dos sistemas, bem como, as correções necessárias para o

perfeito funcionamento dos sistemas já existentes e as implementações

solicitadas pelos clientes e as exigidas pela legislação que se dá através de lay-

outs disponibilizados pelos órgãos públicos e federais. Este departamento está

composto por dois colaboradores.

O setor financeiro é composto por um colaborador, responsável pela

cobrança dos clientes, pagamentos das contas, e compras necessárias ao

funcionamento da empresa. Neste setor está centralizado também a área de

recursos humanos. Sendo a contabilidade da empresa terceirizada.

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Setor de recepção é composto por um colaborador, responsável pela

recepção e atendimento telefônico aos clientes.

6.2.1.2 Descrição dos produtos

A empresa em estudo desenvolveu vários produtos de softwares, mas os

mais comercializados são os : Sistema Folha, Sistema Fiscal, Sistema Contábil,

Sistema Condomínio, Sistema Ativo, Sistema Gerencial.

Estes softwares são utilizados pelas empresas em geral e mais

amplamente pelas empresas de contabilidade.

A seguir será descrito alguns detalhes dos produtos desenvolvidos e

comercializados pela empresa, conforme material de divulgação existente na

empresa.

1) Sistema Dinâmica Folha - Este sistema permite o controle total das

operações do departamento de pessoal das empresas, como admissões ,

afastamento e rescisões, folhas de pagamento mensal, individual ou geral,

para funcionários e autônomos, tendo integração contábil automática e

configurável pelo usuário com o Sistema Dinâmica Contábil. Possibilita a

emissão de mais de 100 tipos de relatórios úteis ao perfeito controle dos

dados nele armazenados, como também, a transmissão de arquivos

magnéticos para os órgãos públicos, de arquivos como CAGED, RAIS,

DIRF, GFIP(SEFIP) entre outros.

2) Sistema Dinâmica Fiscal – O sistema fiscal é responsável pelo

armazenamento das operações fiscais, como as entradas, saídas e

serviços. Controla o faturamento mensal e acumulado anual. Emite

demonstrativos dos tributos federais, estaduais e municipais, assim como

os relatórios exigidos pela legislação em vigor, enviados por meio

magnético como o Sintegra, DCTF, DNF, DIME, entre outros. Tendo

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integração por lotes com o sistema Dinâmica Contábil. Calcula DARF´s

para pagamento dos impostos.

3) Sistema Dinâmica Contábil - O sistema contábil é responsável pelo

controle total da contabilidade comercial da empresa através de

lançamentos por lotes, pelos métodos das partidas simples ou dobradas e

por centro de custos. Possui cadastros, permite consultas rápidas, filtros de

lançamentos, plano de contas configurável e integração total com os outros

módulos da Dinâmica fiscal, folha e ativo. Emite relatórios obrigatórios

pelas leis pertinentes, bem como relatórios gerenciais e gráficos. Permite o

encerramento do exercício automaticamente, gera lay-outs de relatórios,

possui arquivo de Log ( arquivo que registra todas as operações de

alteração, exclusão e inserção feitas por cada usuário do sistema, com

data, horário, etc).

4) Sistema Dinâmica Gerenciador – Este sistema é responsável pelo

gerenciamento das operações realizadas nas empresas, ou seja, controla o

contas a pagar, o contas a receber, controla os cheques emitidos e

recebidos , as tarefas e serviços a serem realizadas mensalmente, entre

outras operações. Permite a emissão de vários relatórios como extrato de

contas bancárias e caixa, recibos, gera boletos para cobrança de clientes.

Não é um sistema que se submete à legislação, sendo simplesmente de

importância gerencial para controle, planejamento e tomada de decisões

por parte dos administradores.

5) Sistema Dinâmica Ativo – Este sistema permite o controle patrimonial dos

bens da empresa. Permite a depreciação destes bens, fornecendo seu

valor atual bem como o tempo de vida útil que ainda deverá ser

depreciado. Permite o controle dos créditos de ICMS inerentes à compra

dos bens do ativo imobilizado, os quais serão mensalmente creditados,

através do controle pela ficha CIAP. Emite vários relatórios como, listagens

de bens, etc.

6) Sistema Contábil Condomínio – O sistema de condomínio permite o

controle de despesas ordinárias, extraordinárias, de consumo, contas a

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pagar e movimento financeiro. Cálculo automático de frações ideais.

Emissão de boletos com baixa automática. Relatórios como, Balancetes,

Receitas e Despesas, Inadimplentes, Planilha de Gás e Àgua , Extrato e

Movimentação de Contas entre outros.

Estes produtos são comercializados pela empresa através de venda ou

locação da licença de uso. O processo comercial se dá entre o vendedor da

empresa que vai até o cliente, ou este entra em contato com a empresa

solicitando informações sobre o produto e a partir da assinatura do contrato, no

caso de locação ( quando o cliente adquiri a licença de uso e mensalmente paga

um valor fixo por 12 meses, conforme contrato de locação para receber

atendimento e atualizações dos sistemas), ou a partir da emissão da nota de

venda da licença de uso ( quando o cliente adquiri a licença de uso e paga um

valor único sem direito a atendimento e atualização), o técnico é acionado e irá

até o cliente para a instalação do programa. Após é dado o treinamento a fim de

que o cliente possa ter o conhecimento geral do funcionamento do sistema.

6.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a viabilidade deste trabalho alguns passos foram dado em direção ao

seu objetivo geral que é o do conhecimento de um modelo de gestão de custeio

baseado em atividades (ABC) para a Empresa “X”:

A princípio foi realizada pesquisa bibliográfica, através de livros, artigos,

dissertações de mestrado, trabalhos monográficos, internet, desta forma

possibilitando a fundamentação teórica.

Rudio (2001) define pesquisa como: um modo próprio que a ciência tem

para obter conhecimento da realidade empírica e se distingue de outra

modalidade qualquer de pesquisa pelo método, pelas técnicas, por estar voltada

para a realidade empírica e pela forma de comunicar o conhecimento adquirido.

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Utilizou-se o método da pesquisa participativa do pesquisador junto aos

sócios e colaboradores da entidade. De acordo com Brandão (1981), “são muito

evidentes as potencialidades de se obter um novo conhecimento sólido a partir do

estabelecimento, na pesquisa de uma relação mais proveitosa sujeito-sujeito, isto

é, uma completa integração e participação dos que sofrem a experiência da

pesquisa”. Desta maneira, pretende-se colher informações bastante úteis e

concretas para aplicação no estudo.

Em seguida será apresentado levantamento e acompanhamento de todas

as atividades e suas etapas no processo de execução. E finalmente demonstrar

de forma descritiva o modelo de gestão do custeio ABC.

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7. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após a adoção de todos os procedimentos, pretende-se analisar se o

problema da pesquisa foi sanado, se as perguntas elaboradas realmente foram

respondidas , a fim de obter o resultado proposto.

7.1 MODELO DE GESTÃO BASEADO EM ATIVIDADES

No modelo que será apresentado, já havia sido levantado pela empresa, as

atividades existentes, mas não fora colocado em prática nem dado maior

relevância ao modelo, talvés, até, por falta de conhecimentos mais aprofundado

em relação ao sistema ABC.

De posse dos processos e suas respectivas atividades levantados pela

empresa, a autora deu início a apresentação do modelo de gestão baseado em

atividades, criando um ambiente favorável ao levantamento de dados necessários

para dar continuidade ao trabalho, bem como, estabelecendo a forma de

implementação através de planilhas de controle, baseado na teoria estudada.

O modelo de gestão proposto neste estudo de caso tem como objetivo

conhecer os custos dos produtos, baseados em atividades desta empresa

desenvolvedora de software, para que consiga vislumbrar a real situação do

momento e o seu futuro a médio e a longo prazo.

A escolha deste modelo foi feito por apresentar de forma clara quais são os

processos que agregam maior valor à empresa e dentro destes processos ficam

delineadas as atividades permitindo uma visão ampla no sentido de oferecer ao

gestor uma posição dos fatos e ações que estão ou não contribuindo para o

verdadeiro desempenho desta organização.

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Com o grande volume de trabalho a ser realizado, o comprometimento dos

interessados e envolvidos deve ser a peça chave para seu sucesso. A criação de

um ambiente favorável ao bom desenvolvimento da implementação é

fundamental. Diante deste fato se entendeu necessário determinar inicialmente

algumas diretrizes importantes para o enriquecimento deste trabalho como: a

Visão, a missão, fatores chave de sucesso, análise dos ambientes internos

(pontos fortes e fracos) e externos (oportunidades e ameaças), como segue:

A Missão: Desenvolver softwares que garantam eficiência, capaz de

permitir aos clientes alcançar seus objetivos. Buscar o aperfeiçoamento dos

produtos e serviços com níveis de qualidade superiores, a fim de satisfazer as

necessidades e expectativas dos clientes e parceiros.

A Visão : Ter o reconhecimento de empresa desenvolvedora de software

avançada, sendo participantes ativos nas soluções para os clientes. Desta forma

solidificar relações com os clientes e parceiros. Oferecer aos colaboradores

melhores condições para seu crescimento pessoal e profissional.

Valores: Os valores estão fundamentados na ética, comprometimento com

a qualidade, respeito ao cliente, comprometimento com resultados.

Os fatores chaves de sucesso estão intrinsicamente ligados à

competitividade, integridade, relacionamento, comprometimento, foco na missão e

visão da organização.

A Análise dos ambientes internos e externos é fundamental para a

sobrevivência das organizações. Saber que rumo estão sendo tomados pelo

mercado e o rumo que está sendo tomado dentro da empresa são peças chaves

para o equilíbrio necessário para a permanência neste mercado, conforme segue

abaixo:

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Pontos Fortes Pontos Fracos

Experiência de muitos anos no mercado Falta de recursos financeiros para investir em

projetos inovadores

Aproximação dos clientes nas tomadas de

decisão

Recurso humano reduzido

Equipe gabaritada reconhecida pelos clientes

Saúde financeira dentro do panorama atual

QUADRO 11 - AMBIENTE INTERNO

Fonte: Autora

Oportunidades Ameaças

Liderança no segmento de tecnologia de

empresa desenvolvedora de software

Aumento do número de concorrentes

Aumento de recursos de pessoas com grande

capacitação

Evolução tecnológica veloz

Reconhecimento e participação no mercado

a nível nacional

Necessidade de aumento de recurso de

pessoal

QUADRO 12 - AMBIENTE EXTERNO

Fonte: Autora

Com a determinação dos processos necessários para a realização das

atividades dentro da empresa, e da determinação dos valores, visão, missão,

fatores chaves de sucesso e os ambientes internos e externos a empresa está

capacitada a realizar ações corretivas e preventivas, realizar planos de ação para

o presente e futuro, bem como realizar projetos que poderão vir a dar a

alavancagem nos negócios desta empresa.

Os objetivos estratégicos delineados foram:

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Financeiros Equilíbrio Financeiro Investimentos:

Financeiros

Profissionais

Tecnologias modernas

Clientes Satisfação/Fidelidade Excelência no atendimento

Inovações tecnológicas

Canal de relacionamento

Agregar valor ao negócio do

cliente

Pessoal Capacitação/Reconhecimento Cursos aprimoramento

Treinamentos

Benefícios

Reconhecimento financeiro

Produtos/serviços Modernização continua Atualização

Novas linguagens de

tecnologia

Aperfeiçoamento dos

softwares já existentes

QUADRO 13 - OS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

Fonte: Autora

Na visão financeira se buscará o equilíbrio financeiro para desta forma

poder fazer os investimentos necessários, como: investimento do excedente em

moeda forte, na bolsa, ou em outro tipo de aplicação. Investir em profissionais

gabaritados, bem como em tecnologias modernas e avançadas e assim poder

trazer resultados positivos. Este fato se dará através do bom gerenciamento das

receitas, custos, caixa e resultados.

Na visão clientes, pretende-se conquistar a satisfação e a fidelidade,

através de medidas eficazes como, excelência no atendimento, inovando a

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tecnologia, abrindo um canal de relacionamento onde o cliente terá devida

atenção para seus problemas e necessidades, bem como reconhecimento.

Agregar valor para o negócio do cliente, onde este possa além do uso dos

softwares também obter vantagens que venham a diminuir seus custos ou

melhorar sua imagem perante seus clientes.

Na visão pessoal pretende-se oferecer aos colaboradores capacitação e

reconhecimento pelos seus trabalhos, através de cursos de aprimoramento,

treinamentos, benefícios como plano de saúde, odontológicos, etc. reconhecer

financeiramente o colaborador é um importante ato, pois evita a sua saída para o

mercado, além de motivá-lo.

Na visão de produtos e serviços procurar-se-á a modernização contínua

através da atualização tecnológica, conforme o mercado, introduzindo novas

linguagens de tecnologias, e o aperfeiçoamento dos softwares já existentes.

Por meio das atividades será possível medir, através dos indicadores, o

desempenho da organização, para que seja tomada as decisões necessárias de

correção de custos, reavaliação das atividades que não agregam valor e também

será possível fazer planejamentos.

7.1.1 Divisão em processos

O modelo proposto está dividido em três processos já existentes na

empresa, que vão servir como ponto de partida para a realização do trabalho de

gerenciamento dos fatos, informações e das ocorrências registradas na empresa.

São estes os processos: a) Processos Estratégicos; b) Processos Chave;

c) Processos de Apoio/Suporte.

A) PROCESSOS ESTRATÉGICOS – Dentro deste processo desenvolvido pela

empresa, estão três importantes itens responsáveis pela sua sustentação, que

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são: gestão estratégica, capacitação para clientes, medição e análise de

indicadores.

A gestão estratégica tem um papel fundamental dentro do processo

estratégico. Para se manter no mercado a empresa necessita muitas vezes se

posicionar de forma a interferir nas questões não somente internas mas externas

à ela, para tanto deverá estar munida de informações úteis que vão servir de

apoio para as mudanças, muitas vezes agressivas, para desta forma se tornar

competitiva. Através da gestão estratégica se dará efetivamente as tomadas de

decisão que se fazem necessários para dar o rumo certo aos negócios da

organização.

Os dados e informações que compõem a gestão estratégica são

fornecidos pelos Processos Chave e Processos de Apoio/Suporte, devendo estas

informações ter o máximo de exatidão e coerência, visto ser de caráter contínuo.

A capacitação para clientes se dará quando os dados coletados oriundos

dos Processos Chave e Processos de Apoio/Suporte, informarem as deficiências

que estão acontecendo em relação direta com o cliente. A capacitação visa

transmitir ao cliente maior segurança no uso dos sistemas, no conhecimento

amplo e correto do produto, bem como do colaborador da empresa, para que este

possa oferecer ao cliente o apoio necessário e devido para o perfeito

entendimento e funcionamento dos sistemas.

A medição do desempenho se dará através de medidores de desempenhos

a ser estabelecido pelos gerentes, Esta ferramenta irá permitir a medição dos

fatos e ações realizadas na empresa através de indicadores. Abaixo quadro do

processo estratégico:

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FIGURA 3 - IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO ESTRATÉGICO

Fonte: Empresa B) PROCESSOS CHAVES - Este processo desenvolvido pela empresa é o mais

importante, visto reproduzir efetivamente o que é o negócio, no caso, a produção

dos softwares.

Está dividido este processo em sete processos operacionais :

1) Processo de venda de contrato POP-DP001 –

Telefonista – O cliente liga e é identificado no sistema da página da empresa na

internet, após, é registrada a ligação na planilha de controle de ligações entrantes,

é feito a abordagem da intenção do cliente, se necessita adquirir algum produto

ou serviço. Se a resposta for sim, a ligação será encaminhada para o setor

comercial, se não, deverá determinar qual é o motivo da ligação e também enviar

para o setor comercial para sanar suas dúvidas. .

Vendedor – Quando há o interesse o vendedor apresenta o sistema via telefone

ou através de email, após é feito levantamento dos requerimentos do cliente. Se o

cliente solicitar esclarecimento técnico do produto ele será encaminhado para o

atendente técnico, se não, será lançado proposta comercial, após é feito

negociação. Se a venda foi fechada será emitida ordem de serviço que será

enviada para o setor financeiro para cadastramento do cliente. Em seguida é

emitido requisição para a gerência técnica solicitando a instalação do sistema ou

envio via email, após o cliente é comunicado da data e hora da instalação e

PROCESSOS

ESTRATÉGICOS

Gestão Estratégica Capacitação para clientes Medição e Análise do

Desempenho

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finalmente é emitido o contrato. Se a venda não foi efetivada é feito nova

negociação.

Departamento financeiro – No processo de vendas o departamento financeiro

irá cadastrar o cliente no sistema e incluirá na pasta de clientes mensais.

Gerência técnica – A gerência técnica encaminhará para o atendente as ligações

dos clientes que necessitam de esclarecimentos técnicos. Também são

responsáveis pelo agendamento da data e hora de instalação correspondente a

ordem de serviço emitido pelo setor comercial. Após irá informar o setor comercial

que por sua vez comunicará o cliente.

Atendente técnico – Analisa a viabilidade dos requerimentos do cliente, após

completar a análise o atendente informará ao setor comercial a viabilidade , se

for sim o setor comercial será informado e fará o seu processo que é a proposta,

a negociação e aí por diante. Se for não o setor comercial deverá fazer uma nova

proposta ao cliente. A instalação dos sistemas é feito pelo atendente técnico que

recebe do setor comercial o contrato de prestação de serviço para entregar em

mãos para o cliente, sendo que após a instalação o cliente receberá o

treinamento inicial. Finalmente o atendente trará para a empresa o contrato

assinado.

2) Processo de venda POP-DP002

Telefonista – Fará o mesmo processo que realizou no Processo de Venda de

Contrato POP-DP001.

Vendedor – Fará o mesmo processo que realizou no Processo de Venda de

Contrato POP-DP001, exceto a elaboração do contrato visto se tratar de venda e

não de locação.

Departamento financeiro – Fará o cadastramento do cliente no sistema

financeiro, quando receber o pagamento fará a confirmação e após acionará o

setor comercial para dar início ao processo de requisição de instalação ou envio.

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Gerência técnica – Fará o mesmo processo realizado no Processo de Venda de

Contrato POP-DP001, sendo que o agendamento de data e hora de instalação é

informado diretamente ao atendente técnico para instalação ou envio via internet.

Atendente técnico - O procedimento é o mesmo do Processo de Venda de

Contrato POP-DP001, diferenciando que neste processo não é entregue o

contrato de locação por se tratar de uma venda.

3) Atendimento ao cliente POP-DP003

Cliente – O cliente entra em contato com a empresa para sanar suas dúvidas ou

problemas em relação ao sistema, quando se faz necessário enviar o seu banco

de dados para que o suporte técnico possa fazer análise do problema.

Telefonista – Identifica o cliente no sistema da página da empresa na internet,

registra a ligação entrante na planilha de controle de ligações, verifica se o cliente

está habilitado a receber o suporte. Se está, é investigado sua necessidade, se

reset ( senha de liberação para uso dos sistemas) ou atendimento. No caso se for

reset abre ocorrência no sistema Help Desk, realiza o reset, fecha a ocorrência no

mesmo sistema. Se houver mais de um cliente aguardando reset deverá solicitar

ao mesmo que ligue novamente. Se a intenção do cliente é adquirir um produto

ou serviço, deverá transferir a ligação para o setor comercial. Caso o motivo de

sua ligação não seja atendimento ou reset, nem intenção de compra, deverá

transferir a ligação para o setor financeiro.

Atendimento técnico – O atendente recebe a ligação transferida pela telefonista,

abre ocorrência no sistema Help Desk, preenchendo com seus dados, os dados

do cliente e numero do ticket criando uma tarefa que poderá ser uma sugestão do

cliente de implementação do sistema, caso contrário se não for sugestão de

implementação ou outro problema de bug ( erro do sistema), deverá analisar e

tentar encontrar solução, se não conseguir resolver, somente com as informações

transmitidas por telefone pelo cliente, deverá então solicitar a base de dados do

cliente para realização de testes. Após solução deverá informar ao cliente e

fechar ocorrência no sistema Help Desk. Se ao realizar os testes verificar que o

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problema exige conhecimento específico do técnico encaminhará a ocorrência

para o setor de mediação para análise de ocorrência. Uma vez encaminhado para

o setor de mediação deverá ser informado ao cliente , e alterado o status

(situação atual) da ocorrência para mediação no sistema Help Desk.

4) Processo de Análise de Ocorrência POP-DP004

Atendente Técnico – Ao registrar a ocorrência no sistema Help Desk, o

atendente encaminhará para a mediação (processo de atendimento técnico), que

irá analisar. Se a ocorrência registrada não se tratar de bug (erro do sistema de

software), então será devolvido para o setor de atendimento para re-teste, se

persistir o problema, será encaminhado novamente para a mediação. Se não for

necessário o re-teste deverá ser informado ao cliente sobre o resultado

apresentado pela mediação.

Mediador – O mediador irá testar e analisar as ocorrências com status de

mediação no Help Desk, se constatar que é bug, deverá gerar registro na

ferramenta Bug Track, após validada a ocorrência no bug track deverá depurar o

erro para o setor de desenvolvimento, após deverá criar formatação do bug, e

envio do mesmo para o programador . Se constatar que não é bug deverá recusar

alterando o status para assim repassar posição ao suporte, sobre a base legal ou

a correta interpretação de uso do sistema.

Programador – Recepciona o bug no Bug Track , após regularização, devolve

para o setor de mediação para os testes que se aprovados serão repassados

para o setor técnico para envio de patch ( arquivos com as regularizações do

sistemas) .

5) Processo de desenvolvimento e Publicação POP-DP005

Programador – Consulta a ferramenta Bug Track, seleciona o bug de prioridade

mais alta, re-testa, se o erro persistir, aplica a solução avaliando o código, após

constatar que o erro foi solucionado, muda o status para “bug em testes” no Bug

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Track, em seguida libera para testes para o mediador. Ao re-testar o bug e o erro

não persistir, muda o status para “não é bug” no Bug Track, repassando a posição

ao mediador.

Mediador – Consulta na ferramenta Bug Track o status “bug em testes” e “não é

bug”. No caso de “não é bug” , re-testa a ocorrência se constatar que é bug muda

o status para “Reaberto” no bug Track, faz novos testes, e envia novamente para

o programador. Se constatar que o bug foi corrigido com sucesso, muda o status

para “fechado” no bug Track e no Help Desk muda para “corrigido”, repassa a

posição para o suporte técnico. Em seguida seleciona todos os bugs que irão ser

publicados no Patch/Realise, informa para o suporte a data da liberação, cria o

Realise Notes (documento explicativo) explicando os itens que foram corrigidos.

Utiliza uma ferramenta chamada Innosetup (ferramenta para compactar os

arquivos executáveis) para empacotamento no Realise Notes. Depois publica o

novo realise na página, seção Downloads.

Atendente Técnico – Verifica no Help Desk todas as ocorrências com status de

“bug corrigido”, repassa a informação ao cliente sobre as correções aplicadas e a

previsão de liberação.

6) Produção de Software POP-DP006

Consultoria – A Consultoria neste caso poderá vir a ser todas as pessoas

consultadas com seus respectivos conhecimentos e especialidades, que irão

trazer informações corretas e legalmente amparadas, como contadores,

advogados, administradores, engenheiros, inclusive o próprio cliente, conforme

necessidade. Estes irão avaliar as necessidades do grupo de análise na questão

relacionada ao modelo de software proposto, se irá atender eficientemente ao

público interessado e se está dentro das normas e leis vigentes. Após analisar o

modelo apresentado, irá transmitir as informações necessárias para

complementação do modelo ou se este estiver sido projetado de forma correta irá

liberar para o grupo de análise elaborar definitivamente o modelo para

desenvolvimento.

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Análise – O grupo de análise entrevista a consultoria/cliente, após levantamento

das necessidades relacionadas pela consultoria, define o modelo para

desenvolvimento. Se houver alguma duvida, novamente acionará a consultoria, se

todas as dúvidas estiverem sanadas deverá definir o dicionário de dados, após

definirá as tabelas e cadastro dos processos e relatórios. Em seguida elaborará o

modelo que será apresentado novamente aos consultores para mais uma

avaliação. Se os consultores concordarem que está tudo correto este será

liberado para o desenvolvimento.

Desenvolvimento – O setor de desenvolvimento irá elaborar um cronograma de

desenvolvimento, após desenvolverá o framework ( estrutura de suporte,para

desenvolvimento de outro projeto) . Em seguida será desenvolvido as tarefas do

cronograma. Feito isto, será liberado para testes (setor de testes), se houver

algum problema será devolvido para a devida correção.

Testes - Será testado o programa e feito a leitura do escopo, se não houve

compreensão irá buscar informação com o grupo de análise, após realizar os

testes , listar os bugs e enviar para correção no setor de desenvolvimento, se não

houver bug informar no cronograma que os testes estão concluídos .

Suporte – O setor de suporte irá receber treinamento do setor de testes, após irá

elaborar o manual/help do processo. Caso perceba algo de importante, transmite

sugestão ao setor de desenvolvimento. Fará o lançamento da demonstração no

sistema da página da empresa na internet. Fará instalação, demonstração e

treinamentos aos usuários e vendedores do sistema. Enfim inicia-se o processo

de suporte e manutenção do software.

7) Processo de Triagem de cliente POP-DP007

Telefonista – Ao atender a ligação a telefonista faz a abordagem para saber se é

ligação de clientes ou não. Se for cliente identifica-o. Se necessita do suporte

técnico, então o cliente é identificado no sistema da página da empresa, após

registra a ligação entrante na planilha de controle de transferências e

indisponibilidades, se o cliente está habilitado a receber o suporte a ligação é

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transferida para o setor de suporte técnico(POP-DO003) ou se não desejar

atendimento do suporte e sim de atendimento do setor financeiro, a ligação é

transferida para este setor (PAS-DP001). Quando a ligação não for de cliente

identifica se pretende adquirir produto ou serviço, se a resposta for afirmativa a

ligação é transferida para o setor comercial (POP DP-001 E POP-DP002), se for

negativa deverá determinar o motivo do contato.

Depto.Comercial - Neste departamento é realizado os processos operacionais

POP-DP001 E POP-DP002, a partir da ligação enviada pela telefonista.

Abaixo demonstração do processo chave:

FIGURA 4 - DENTIFICAÇÃO DO PROCESSO CHAVE

Fonte: Empresa C) PROCESSO DE APOIO/SUPORTE

Este processo desenvolvido pela empresa é denominado como apoio e

suporte por não serem o objeto do negócio, mas ser de fundamental importância

para se tornar possível a concretização do desenvolvimento do software. Neste

processo estão inclusos o processo de pré-venda, Gestão administrativa

Financeira e a gestão do TI.

Processo Chave

Venda de Contrato POP-DP001

Produção de Software POP-DP006

Triagem POP-DP007

Desenvolvimento e Publicação dp Produto POP-

DP005

Análise e Testes de Ocorrências POP-DP004

Atendimento ao Cliente POP-DP003

Venda Simples POP-DP002

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Pré-venda – É caracterizada pelas ações que antecedem efetivamente a venda,

ou seja, o vendedor vai em busca de telefones, emails de empresas ou pessoas

físicas que supostamente teriam interesse no software. De posse de uma lista

deverá fazer os contatos, por meio de prospecção. A prospecção se dá através do

telefone, onde abordará o cliente descrevendo a utilidade e qualidades do

produto. Se o cliente demonstrar interesse é marcado visita para demonstração

do produto, ou será enviado por email material com proposta. É realizado também

visitas sem aviso prévio, para entrega de folders e cartão de visitas.

Processo de Gestão Financeira PAS-DP001

Vendedor – encaminha ao departamento financeiro a ordem de pedido, e após a

confirmação do pagamento pelo cliente transmitido pelo departamento financeiro,

o processo de venda será iniciado.

Financeiro - Ao receber do departamento comercial a ordem de pedido, irá fazer

o cadastramento no sistema “Finance” em contas a receber. Se for venda de

contrato deverá cadastrar o novo cliente no sistema de cobrança de bancos. Fará

também o cadastro no sistema de notas fiscais. No caso de não ser venda de

contrato deverá emitir nota fiscal e enviar ao cliente, em seguida emitir boleto

bancário quando precisar. Deverá emitir todos os boletos de cobrança mensais na

data determinada. Se o cliente pagou será lançado a baixa do pagamento no

sistema finance e informar o departamento comercial do pagamento efetuado.

Cliente - Ao fechar negociação o cliente recebe a ordem de pedido, após o

boleto bancário ou somente o número da conta corrente para depósito, seguido

da nota fiscal.

Gestão T.I. – Este processo é responsável pela administração das ferramentas

tecnológicas que maximizam a produtividade dos departamentos e asseguram as

informações das bases de dados da empresa. Alguns exemplos: políticas de anti-

virus, backups, acesso a internet, cabeamento de redes, entre outros.

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FIGURA 5 - IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO DE APOIO/SUPORTE

Fonte: Empresa

Com base no modelo dos três processos apresentados ( Processos

Estratégicos, Processos Chave, Processos de Apoio/Suporte), a empresa está

capacitada a desenvolver um método de apuração de custos que é o foco

principal do trabalho . Para tanto será levantado os recursos existentes na

empresa como etapa inicial, após será levantado os direcionadores destes

recursos, e finalmente será descrito os direcionadores das atividades. De posse

destes dados será determinado de forma prática como esta empresa poderá

apurar seus custos.

7.1.2 Levantamento dos Recursos

Para ser possível a atribuição dos custos as atividades e destas aos

objetos de custos ( produtos, serviços, clientes ), se faz necessário o

conhecimento dos direcionadores destes custos, que são os direcionadores de

recursos e os direcionadores de atividades. Conforme quadro abaixo será

estabelecido os direcionadores de recursos, através do levantamento dos gastos

consumidos dentro de um período que, neste caso, foi escolhido o mês de

maio/07 para servir como amostra:

Processos de Apoio/Suporte

Pré-Venda

Gestão Administrativa Financeira PAS-DP001

Gestão T.I.

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Recursos Direcionador Recursos Direcionador

Custos Diretos Condominios

Mão-de-obra direta Telefone

Custos indiretos Combustíveis

Mão-de-Obra indireta Material limpeza

Água Manutenção Computadores

Energia Internet

Aluguel Despesas bancárias

Impostos e taxas Cursos e treinamentos

Material expediente Correios

QUADRO 14 - DIRECIONADORES DE RECURSOS

Fonte : Autora

Cada recurso será alocado proporcionalmente à atividade que o consumiu,

ou seja, caso mais de uma atividade tenha consumido o mesmo recurso, este

será dividido entre as atividades que o consumiram, para desta forma, obter-se o

custo de cada atividade. Estas informações foram coletadas do sistema finance

(controla o contas a receber/ a pagar/receitas e despesas) existente na empresa.

Para se obter o custo da atividade basta ter as informações acima

juntamente com seus respectivos valores a fim de serem atribuídos os recursos

as atividades , conforme demonstra o quadro abaixo:

Recursos/Atividades

Ati

vid

ade

001

AT

IVID

AD

E

002

AT

IVID

AD

E

003

AT

IVID

AD

E

004

AT

IVID

AD

E

005

AT

IVID

AD

E

006

AT

IVID

AD

E

007

Mão-de-obra direta R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

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Depreciação R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Mão-de-Obra indireta R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Água R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Energia R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Aluguel R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Impostos e taxas R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Material expediente R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Correios R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Despesas bancárias R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Combustíveis R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Material limpeza R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Manutenção Computadores R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Internet R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Telefone R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Cursos e treinamentos R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

Condomínios R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$

QUADRO 15 - ATRIBUIÇÃO DOS RECURSOS AS ATIVIDADES

Fonte: Autora Para dar uma limitação ao trabalho será escolhido dentro do processo

Chave o diagrama de processo operacional DP003 o qual refere-se ao

atendimento ao cliente que servirá como exemplo para desenvolvimento de todos

os passos necessários à implementação do sistema ABC.

Processo Operacional de Atendimento ao cliente POP-DP003

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Para atribuir os recursos às atividades que os consumiram é necessário o

conhecimento de medidas que possam ser identificadas dentro das atividades.

Todavia, para se obter esta medida, foi necessário identificar as atividades

executadas dentro deste processo que são:

1)Atendimento telefônico/rastreamento e transferência de ligação pela telefonista;

2) Atendimento telefônico/internet pelo setor suporte técnico ao cliente;

3) Realização de testes e correção do problema;

4) Encaminhamento de problemas/sugestões para setor de mediação;

5) Informação ao cliente sobre posição de sua ocorrência;

6) Atendimento ao cliente pelo vendedor

7) Atendimento ao cliente pelo setor financeiro

Tomando como base o mês de maio de 2007, buscou-se o conhecimento

das atividades executas dentro deste processo operacional, para em seguida

atribuir as medidas necessárias para a mensuração dos recursos ali consumidos

. Para tanto foi elaborado a seguinte planilha que serviu como ferramenta de

medição das ocorrências envolvendo os quatro setores (telefonista, vendas,

suporte técnico e financeiro ):

a) Quantas ligações foram recebidas de clientes, identificação do cliente e

quantas ligações foram realizadas pela empresa para o cliente.

b) Qual o tempo destas ligações.

c) Qual foi o direcionamento das ligações recebidas e realizadas quanto aos

setores: suporte técnico, vendas, financeiro, conforme modelo abaixo:

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ENTRADA DE LIGAÇÕES SAÍDA DE LIGAÇÕES

DATA CLIENTE SETOR DURAÇÃO DATA CLIENTE SETOR DURAÇÃO QUADRO 16 - CONTROLE DE LIGAÇÕES

Fonte: Autora

De posse dos resultados foi escolhido como medida para o direcionador de

recursos às atividades, o fator tempo, neste caso denominado como percentual

utilizado por se achar mais adequado neste tipo de processo, no caso

atendimento ao cliente. Já, os recursos consumidos diretamente pela atividade foi

denominado atribuição direta.

Elaborando o quadro de direcionadores de recursos ficou assim

demonstrado:

Recursos Direcionadores de Recursos

Mão-de-obra Atribuição Direta

Depreciação Percentual utilizado

Água Percentual utilizado

Energia Percentual utilizado

Aluguel Percentual utilizado

Impostos e taxas Percentual utilizado

Material expediente Percentual utilizado

Correios Percentual utilizado

Despesas bancárias Percentual utilizado

Combustíveis Percentual utilizado

Material limpeza Percentual utilizado

Manutenção Computadores Percentual utilizado

Internet Percentual utilizado

Telefone Percentual utilizado

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Cursos e treinamentos Percentual utilizado

Condomínios Percentual utilizado

QUADRO 17 - DIRECIONADORES DE RECURSOS

Fonte: Autora Os recursos consumidos que foram determinados pelo percentual utilizado

foram desta forma estabelecidos:

ATIVIDADES HORAS CONSUMIDAS PERCENTUAL POR ATIVIDADE

1)Atendimento telefônico/rastreamento/transferência de ligação pela telefonista

99 30,55

2)Atendimento telefônico/internet pelo setor suporte técnico ao cliente

80 24,69

3)Realização de testes e correção do problema

50 15,43

4)Encaminhamento de problemas/sugestões para setor de medição

20 6,17

5)Informação ao cliente sobre posição de sua ocorrência

15 4,62

6)Atendimento ao cliente pelo vendedor 40 12,34

7)Atendimento ao cliente pelo setor financeiro

20 6,20

TOTAL 324 100,00%

QUADRO 18 - HORAS UTILIZADAS E PERCENTUAL POR ATIVIDADES

Fonte: Autora POP-DP001

Direcionador de atividade

POP-DP002

Direcionador de atividade

POP-DP003

Horas consumidas

POP-DP004

Direcionador de atividade

POP-DP005

Direcionador de atividade

POP-DP006

Direcionador de atividade

POP-DP007

Direcionador de atividade

X X 324 X X x x

QUADRO 19 – DEMONSTRATIVO DO PROCESSO CHAVE

Fonte: Autora

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Este quadro mostra que dentro do processo chave, o qual está dividido em

sete processos, foi escolhido o processo POP-DP003, e determinado o seu

direcionador de recursos através da medida de tempo, ou seja, para realizar as

sete atividades deste processo foi consumido 324 horas. Se for dado continuidade

nos outros processos da apuração de seus direcionadores se chegará a um

resultado, que representará 100% do consumo dos recursos , conforme abaixo:

Total Recursos R$ 30.000,00

Total Processo Chave 100%

QUADRO 20 - RECURSOS/CONSUMOS ATIVIDADES

Fonte : Autora Suponhamos que o POP-DP003 represente 20% deste consumo, já

excluído os recursos não utilizados pelo processo, então podemos afirmar que, o

valor do consumo das atividades neste processo é de (R$30.000,00 -

R$7.000,00(valor dos recursos não utilizados)= R$23.000,00) x 20% =

R$4.600,00), logo, se a atividade 1 representa 30,33%, o consumo em reais será

de R$ 1.395,18 conforme demonstração:

Recursos Valor total de mai/07 POP-DP003 – 20% Atividade01 30,33%

Material Expediente 180,00 36,00 10,91

Depreciação 950,00 190,00 57,62

Água 120,00 24,00 7,27

Luz 500,00 100,00 30,33

Outros 21250,00 4.250,00 1.289,05

Outros recursos não

utilizados

7000,00 0,00 0,00

Total 30.000,00 4.600,00 1.395,18

QUADRO 21 - ATRIBUIÇÃO DOS RECURSOS AS ATIVIDADES NO POP-DP003

Fonte: Autora

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Percebe-se neste quadro que alguns recursos não foram consumidos(

outros recursos não utilizados) na atividade número 1, o que quer dizer que dado

recurso foi alocado diretamente ao produto ( alocação direta), ou esta atividade

não consome determinado recurso, exemplo; viagens.

Os recursos consumidos representaram na atividade um, 30,33%,

determinado pelo consumo de horas nesta atividade. Portanto o valor consumido

na atividade 1, é de R$ 1.395,18, que deverá ser alocado aos

produtos/serviços/clientes de acordo com os direcionadores de atividades.

Os direcionadores de atividades foram estabelecidos pelos processos:

POP-DP001, POP-DP002, POP-DP003, POP-DP004, POP-DP005, POP-DP006,

POP-DP007, sendo utilizado para amostra de implementação o processo

operacional POP-DP001, onde se fará o levantamento para verificar a forma

como se deu a atribuição das atividades aos produtos/serviços/clientes, ou seja,

como foi definido os direcionadores de atividades.

Para se fazer a ligação das atividades aos objetos de custos como

produtos, serviços e clientes é necessário estabelecer os geradores de custos

das atividades, que conforme Kaplan & Cooper ( 1998, pág. 109 ), nada mais é do

que : “uma medida quantitativa do resultado de uma atividade.

Com esta informação, foi determinado os seguintes geradores de custos de

acordo com a respectiva atividade:

Atividade Direcionador de custo da atividade

1)Atendimento telefônico/rastreamento/transferência de ligação pela telefonista Horas/homem

2)Atendimento telefônico/internet pelo setor suporte técnico ao cliente Horas/homem

3)Realização de testes e correção do problema Número de testes/correções

4)Encaminhamento de problemas/sugestões para setor de medição Número de encaminhamentos/sugestões

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5)Informação ao cliente sobre posição de sua ocorrência Número de ligações/email

6)Atendimento ao cliente pelo vendedor Número de atendimentos

7)Atendimento ao cliente pelo setor financeiro Número de atendimentos

QUADRO 22 - DIRECIONADORES DE ATIVIDADES

Fonte: Autora

O direcionador estabelecido por horas/homem, determinado como gerador

de atividade da atividade 1 e 2, terá como base o controle realizado através da

planilha “controle de ligações”, onde estão registrados a quantidade de horas

consumida em cada ligação recebida ou emitida pelos setores de suporte técnico

e telefonista.

Na atividade 3 foi escolhido como gerador de atividade, a quantidade de

testes e correções, realizados pelo suporte técnico.

A atividade 4, 5 e 6 foram determinados os geradores respectivos: número

de encaminhamentos/sugestões, número de ligações/email, número de

atendimentos, na atividade 7, também foi definida como gerador o número de

atendimento.

Atividade Gerador de custo da atividade Objeto de custo(produto/serviço/cliente

1)Atendimento telefônico/rastreamento/transferência de ligação pela telefonista

Horas/homem Cliente

2)Atendimento telefônico/internet pelo setor suporte técnico ao cliente Horas/homem Cliente

3)Realização de testes e correção do problema Número de testes/correções Cliente

4)Encaminhamento de problemas/sugestões para setor de medição

Número de encaminhamentos/sugestões

Cliente

5)Informação ao cliente sobre posição de sua ocorrência Número de ligações/email Cliente

6)Atendimento ao cliente pelo vendedor Número de atendimentos Cliente

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7)Atendimento ao cliente pelo setor financeiro Número de atendimentos Cliente

QUADRO 23 - ATRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES AO OBJETO DE CUSTO

Fonte: Autora

Selecionando a atividade número 1 como amostra, pode-se dizer que, o

total dos recursos utilizados por esta atividade no mês de maio foi de R$

1.395,15, e será este valor dividido pelas horas consumidas com cada cliente,

através da planilha número 1 ( controle de ligações). Conforme exemplo abaixo:

Atividade 1 – Atendimento telefônico/rastreamento/transferência de ligação

pela telefonista.

• Horas consumidas – 99

• Total de recursos consumidos em reais – R$ 1.395,15

Cliente Atividade 1

Horas consumidas

Valor/R$

Cliente A 5 70,46

Cliente B 4 56,36

Cliente C 2 28,18

Cliente D 8 112,76

Outros 80 1.127,39

Total 99 1.395,15

QUADRO 24 - ATRIBUIÇÃO DOS DIRECIONADORES DE ATIVIDADES AO OBJETO DE CUSTO(R$/CLIENTE)

Fonte : Autora

De posse destas informações será possível analisar o quanto está

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custando para a empresa cada cliente, podendo então fazer uma comparação

com o valor que o cliente está pagando pelo serviço prestado com o custo efetivo

deste, para a empresa. Ressaltando que o quadro acima foi baseado somente na

atividade número 1 do processo operacional POP-DP003. O procedimento se

dará da mesma forma se trocarmos o objeto de custo para “produto”.

Concluindo esta apresentação pode-se dizer que realmente o sistema ABC

mostrou ser uma ferramenta eficaz e que vai trazer a esta empresa grandes

transformações, pois a partir do conhecimento de quanto custa seu cliente,

produtos e serviços será bem mais fácil direcionar seus recursos, empenhando

seus esforços de forma acertada.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentro do contexto das grandes revoluções tecnológicas e da mudança

acentuada do perfil do consumidor, estão as organizações, em busca de

aperfeiçoamento no que diz respeito a administração de seus negócios.

A competitividade acirrada e a necessidade de permanecer e destacar-se

no mercado, tirou muitas organizações do marasmo para a verdadeira guerra do

mundo dos negócios.

Este estado de coisas forçou alguns entendidos a pensar em formas de

como gerir um negócio, através de ferramentas que realmente iriam atender as

necessidades impostas por este cenário.

Uma das ferramentas gerenciais que surgiu e que trouxe grande impacto

no que tange a gerenciamento, foi o Custeio Baseado em Atividades, o ABC. Este

sistema de custeamento possibilitou enormemente a avaliação dos custos,

através de informações das atividades exercidas, e consequentemente, trouxe o

auxílio a tomada de decisões por parte dos gestores.

8.1 GENERALIDADES

O teor deste trabalho monográfico teve como objetivo revelar o sistema de

custeio baseado em atividades, tendo como base uma empresa desenvolvedora

de software.

Através deste estudo pode-se observar que o modelo de gestão baseado

em atividades possibilitou a empresa condições de implantar um sistema de

custos por atividades, fornecendo de forma clara e objetiva quais atividades que

estão ou não agregando valor ao produto a fim de que seus gestores possam

conhecer os custos de seus objetos de custos (produtos, serviços, clientes), bem

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como, condições de conhecer quais os recursos consumidos nas atividades e nos

objetos de custos, mostrando ser uma ferramenta eficaz no processo de gestão

dos negócios da empresa e nos serviços de desenvolvimento de software.

Quanto aos problemas da pesquisa que eram: De posse de um modelo de

gestão baseado no custeio ABC, a empresa terá condições de implantar um

sistema de custos por atividades? O modelo fornecerá de forma clara e objetiva

quais as atividades que estão ou não agregando valor ao produto? A conclusão

que se chegou é de que realmente foi possível implantar um sistema de custos

por atividades por meio do modelo apresentado pela empresa e este modelo

forneceu de forma clara e objetiva através da atividade 1, demonstrada no

capitulo 7, que é possível evidenciar as atividades que estão ou não agregando

valor ao produto.

Quanto aos objetivos da pesquisa pode-se concluir que o modelo de

gestão, deu condições a empresa de conhecer as atividades existentes, e de

posse deste conhecimento, foi apresentado o sisterma ABC como ferramenta na

gestão de custos, demonstrado através dos quadros representados no capítulo 7,

que finalizaram com o conhecimento do custo de cada cliente, sendo que o

mesmo procedimento poderá ser aplicado aos produtos e serviços da empresa.

Quanto ao que foi suposto anteriormente, pode-se dizer que realmente o

modelo apresentado serviu como meio de implantação do sistema de custeio

ABC, pois através das atividades existentes foi possível o conhecimento do

custos destas.

Esta ferramenta também é de enorme valia para o estabelecimento do

planejamento estratégico, abrindo horizontes além, do que no trabalho foi

proposto, como agregação de ferramentas para mensuração de desempenho.

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8.2 LIMITAÇÕES

As limitações dispensadas a este trabalho foi, que, em função de tempo

não houve como, através dos demonstrativos, apurar os custos de forma geral,

ou seja, dos produtos, clientes e serviços. Somente foi possível a demonstração

do cálculo dos custos de clientes. Mas mesmo assim ficou claro a maneira de

como se deve proceder para chegar aos custos destes outros objetos de custos.

Com isto se conseguiu alcançar o que foi proposto inicialmente, que foi dar

condições de demonstrar um sistema de custos por atividades através do modelo

de gestão baseado no custeio ABC, para fornecer com clareza quais as

atividades que agregam ou não valor ao produto.

8.3 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

Recomenda-se para futuros trabalhos, primeiramente um envolvimento

amplo com a empresa a fim de poder analisar e definir de forma clara todas as

atividades existentes , uma vez que este trabalho restringiu-se a uma parte,

somente das atividades existentes na empresa.

Sendo este trabalho um fruto da contabilidade gerencial recomenda-se,

(mesmo não ter sido estudado de forma aprofundada), também, definir um o

planejamento estratégico juntamente com o avaliador de desempenho como o

Balanced Scorecard, pois de posse destas três ferramentas, modelo de gestão

ABC, Planejamento Estratégico e Balanced Scorecard estará a empresa

alicerçada dentro do mercado de forma a alcançar com mais tranqüilidade, seus

objetivos.

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ANEXOS:

ANEXO A - DEMONSTRATIVO DOS PROCESSOS

ANEXO B - DEMONSTRATIVO PROCESSOS OPERACIONAIS(ATIVIDADES)

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ANEXO A – DEMONSTRATIVO DOS PROCESSOS

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ANEXO B – DEMONSTRATIVO PROCESSOS OPERACIONAIS (ATIVIDADES)