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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ SAMARA BENVENUTI A INFLUÊNCIA DO STRESS NA QUALIDADE DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS DA AGÊNCIA DO BB BESC DE CAMBORIÚ Balneário Camboriú 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

SAMARA BENVENUTI

A INFLUÊNCIA DO STRESS NA QUALIDADE DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS DA

AGÊNCIA DO BB BESC DE CAMBORIÚ

Balneário Camboriú

2009

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SAMARA BENVENUTI

A INFLUÊNCIA DO STRESS NA QUALIDADE DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS DA

AGÊNCIA DO BB BESC DE CAMBORIÚ

Balneário Camboriú

2009

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – ênfase em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. MSc. Marcos Aurélio Batista

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SAMARA BENVENUTI

A INFLUÊNCIA DO STRESS NA QUALIDADE DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS DA

AGÊNCIA DO BB BESC DE CAMBORIÚ

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em Marketing da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Administração de Recursos Humanos

Balneário Camboriú, 01 de julho de 2009.

_________________________________

Prof. MSc. Marcos Aurélio Batista

Orientador

___________________________________

Prof. MSc. Laercio Antônio Braggio

Avaliador

___________________________________

Prof. MSc. Luzia Fröhlich

Avaliadora

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiário(a): Samara Benvenuti

Área de Estágio: Administração de Recursos Humanos

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder, MSc.

Supervisor da Empresa: Cibele dos Santos Kahl

Professor(a) orientador(a): Marcos Aurélio Batista, MSc.

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: BB Besc

Endereço: Rua Getúlio Vargas, 85 – Centro – Camboriú/SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Atendimento

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Cibele dos Santos Kahl – Gerente

Administrativa

Carimbo do CNPJ da Empresa:

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 01 de julho de 2009.

A Empresa BB Besc, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do

Itajaí – UNIVALI a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio

executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela acadêmica Samara

Benvenuti.

___________________________________

Cibele dos Santos Kahl

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“A coisa mais indispensável a um homem é

reconhecer o uso que deve fazer do seu

próprio conhecimento”.

(Platão)

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Dedico este trabalho aos meus pais Henrique

Domingos Benvenuti e Valci Vinholi Benvenuti que

estiveram presentes durante essa etapa da minha

vida e que sempre me apoiaram.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida.

Aos meus pais pelo apoio oferecido ao longo de todo o curso, sempre acreditando

em meu potencial.

Ao Professor Marcos Aurélio Batista pela sua orientação e seu apoio para a

elaboração desta Monografia.

Ao Professor Márcio Daniel Kiesel pelas excelentes contribuições dadas ao longo do

curso, o apoio repassado em cada semestre e a força para que continuássemos

nossa caminhada até o fim, enfrentando todos os obstáculos.

À Coordenação do curso por todas as informações que nos foram passadas até hoje

e pelo excelente atendimento oferecido.

Aos meus colegas de curso por terem se tornado grandes amigos e dividido comigo

seus conhecimentos e experiências em sala de aula.

E aos colaboradores da agência do BB Besc de Camboriú que me ofereceram a

oportunidade de estagiar e contribuir para meu conhecimento.

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RESUMO

Este trabalho foi realizado na agência do Banco BB Besc da cidade de Camboriú, com o objetivo de identificar se o stress dos colaboradores influencia na qualidade dos serviços bancários da agência. Na fundamentação teórica, foram abordados os seguintes tópicos: o stress, conseqüências do stress, o stress ocupacional, marketing, marketing de serviços e qualidade de serviços. Foram realizadas duas pesquisas. A primeira foi realizada com todos os colaboradores da agência, sendo de abordagem quantitativa, objetivo descritivo, tipologia de estudo de caso e realizada por meio de questionários. A segunda pesquisa foi realizada com 207 clientes da agência, que também teve abordagem quantitativa, objetivo descritivo, tipologia de estudo de caso e realizada por meio de questionários. Os resultados das pesquisas apresentaram que os colaboradores não estão estressados em nenhum aspecto pesquisado e paralelamente a isso os clientes encontraram-se satisfeitos com qualidade dos serviços da agência. Ao final do estudo, foram apresentadas sugestões de melhorias para a agência. Palavras-chave: STRESS. MARKETING DE SERVIÇOS. QUALIDADE DE SERVIÇOS.

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ABSTRACT

This work was carried through in the agency of de bank BB Besc in city of Camboriú, with the objective to identify if the collaborators stress influences in the quality of the banking services of the agency. In the theoretical recital, the following topics had been boarded: the stress, stress consequences, the stress occupational, marketing, marketing of services and quality of services. Two research had been carried through. The first one was carried through with all the collaborators of the agency, being of quantitative boarding, descriptive objective, kind of case study and carried through by means of questionnaires. The second research was carried through with 207 customers of the agency, that also it had quantitative boarding, objective description, kind of case study and carried through by means of questionnaires. The results of the research had presented that the collaborators are not in stress in any kind of the searched aspect and parallel to this the customers had met satisfied with quality of the services of the agency. In the end of the study, suggestions of improvements for the agency had been presented. Keywords: STRESS. MARKETING OF SERVICES. QUALITY OF SERVICES.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Idade dos colaboradores.............................................................. 50

Gráfico 2 Prática de exercícios dos colaboradores...................................... 51

Gráfico 3 Gênero dos colaboradores........................................................... 52

Gráfico 4 Tempo no cargo atual dos colaboradores.................................... 53

Gráfico 5 Estado civil dos colaboradores..................................................... 54

Gráfico 6 Tempo para descanso e descontração dos colaboradores.......... 54

Gráfico 7 Escolaridade dos colaboradores.................................................. 55

Gráfico 8 Tempo de serviço na agência dos colaboradores........................ 56

Gráfico 9 Idade dos clientes......................................................................... 69

Gráfico 10 Gênero dos clientes...................................................................... 70

Gráfico 11 Escolaridade dos clientes............................................................. 70

Gráfico 12 A percepção dos clientes em relação ao oferecimento de um

serviço confiável...........................................................................

71

Gráfico 13 A rapidez no atendimento na percepção dos clientes.................. 72

Gráfico 14 A percepção dos clientes em relação aos serviços prestados

aos correntistas............................................................................

73

Gráfico 15 A percepção dos clientes em relação ao aspecto de ser

atendido de acordo com suas solicitações...................................

74

Gráfico 16 A percepção dos clientes em relação aos serviços oferecidos

pela agência do BB Besc de Camboriú e sua relação com a

concorrência.................................................................................

75

Gráfico 17 Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à

qualidade dos serviços e o stress dos colaboradores em

relação ao ambiente físico............................................................

77

Gráfico 18 Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à

qualidade dos serviços e o stress dos colaboradores em

relação ao ambiente social...........................................................

78

Gráfico 19 Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à

qualidade dos serviços e o stress dos colaboradores em

relação às inclinações pessoais...................................................

79

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Gráfico 20 Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à

qualidade dos serviços e o stress dos colaboradores em

relação às tarefas organizacionais...............................................

80

Gráfico 21 Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à

qualidade dos serviços e o stress dos colaboradores em

relação aos papéis organizacionais.............................................

81

Gráfico 22 Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à

Qualidade dos Serviços e o stress dos colaboradores em

relação a Outros Sintomas...........................................................

82

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Relação entre a idade e a prática de exercícios dos

colaboradores...............................................................................

51

Tabela 02 Relação entre o gênero e o tempo no cargo atual dos

colaboradores...............................................................................

53

Tabela 03 Relação entre o estado civil e o tempo para descanso e

descontração dos colaboradores.................................................

55

Tabela 04 Relação entre a escolaridade e o tempo de serviço na agência

dos colaboradores........................................................................

56

Tabela 05 Sintomas relacionados ao estado físico dos colaboradores........ 58

Tabela 06 Sintomas relacionados à saúde mental dos colaboradores......... 59

Tabela 07 Percepção dos colaboradores em relação ao ambiente físico..... 60

Tabela 08 Percepção dos colaboradores em relação ao ambiente social.... 61

Tabela 09 Percepção dos colaboradores em relação às inclinações

pessoais.......................................................................................

63

Tabela 10 Percepção dos colaboradores em relação às tarefas

organizacionais............................................................................

64

Tabela 11 Percepção dos colaboradores em relação aos papéis

organizacionais.............................................................................

65

Tabela 12 Percepção dos colaboradores em relação a outros sintomas...... 67

Tabela 13 Somatório das dimensões da qualidade de serviços................... 77

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 16

1.1 Tema........................................................................................................ 16

1.2 Problema de pesquisa............................................................................ 17

1.3 Objetivos da pesquisa............................................................................ 18

1.4 Justificativa da pesquisa....................................................................... 18

1.5 Contextualização do ambiente de estágio........................................... 19

1.6 Organização do trabalho........................................................................ 20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 21

2.1 O stress................................................................................................... 21

2.1.1 A síndrome geral de adaptação................................................................ 22

2.1.2 O processo de mudança........................................................................... 25

2.1.3 Conseqüências do stress......................................................................... 26

2.1.4 O stress ocupacional................................................................................ 29

2.1.5 O gerenciamento do stress no contexto organizacional........................... 34

2.2 Do marketing ao endomarketing........................................................... 38

2.3 Marketing de serviços............................................................................ 41

2.3.1 Características dos serviços..................................................................... 42

2.3.2 Qualidade de serviços.............................................................................. 43

3 METODOLOGIA CIENTÍFICA ................................................................. 47

3.1 Tipologia de pesquisa............................................................................ 47

3.2 Sujeito do estudo.................................................................................... 47

3.3 Instrumentos de pesquisa..................................................................... 48

3.4 Análise e apresentação dos dados....................................................... 48

4 RESULTADOS ........................................................................................ 50

4.1 Análise do perfil dos colaboradores..................................................... 50

4.2 Análise do nível de stress dos colaboradores.................................... 58

4.3 Identificação da relação do stress com o ambiente de trabalho....... 60

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4.4 Análise da satisfação dos clientes em relação à qualidade de

serviços...................................................................................................

69

4.5 Relação do nível de stress com a qualidade dos serviços................ 77

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 83

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 85

APÊNDICES ............................................................................................ 87

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1 INTRODUÇÃO

Diante da urgência do dia-a-dia, as pessoas estão cada vez mais

estressadas. Escuta-se muito sobre qualidade de vida no trabalho, mas mesmo

assim ainda existem empresas que não investem nisso. Esse fato pode ser muito

prejudicial, tanto para as empresas como também para os colaboradores.

O stress e a qualidade de serviço são dois fatores que estão diretamente

ligados. Quanto mais stress, menos qualidade no serviço e no atendimento ao

público. O resultado disso é que todos saem perdendo: a empresa, o funcionário e

os clientes. A empresa porque perde clientes e ganha funcionários estressados, o

funcionário porque é prejudicado pelo fato de estar estressado e os clientes porque

não estão satisfeitos com o atendimento.

O assunto parece ser simples, mas deve-se tomar cuidado ao lidar com as

conseqüências trazidas pelo stress, e o mais importante é saber o que fazer diante

desse problema.

1.1 Tema

O stress é uma situação normal e saudável porque mantém o corpo em

equilíbrio com o meio em que vivemos. A correria diária, problemas financeiros,

problemas no trabalho, problemas familiares, tudo isso envolve stress (ROSSI;

PERREWÉ; SAUTER, 2005). Por isso, muitas pessoas estão estressadas e não

percebem. Apresentam um comportamento diferente, ou até mesmo as funções do

organismo mudam sem que elas mesmas percebam.

No trabalho, explica-se que existe o stress “bom” e o “ruim”. O stress “bom”,

que é denominado eustress, pode ser explicado com o exemplo de uma pessoa que

estuda para um concurso, e passa. Nesse caso, o stress torna-se positivo. E o stress

“ruim”, denominado distress, pode ser explicado com o exemplo de uma pessoa que

está insatisfeita no trabalho e desconta tudo isso na família, afetando sua saúde.

Juntamente com essa variável, foi pesquisada a qualidade dos serviços

bancários na percepção dos clientes dessa agência. Foram analisadas cinco

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dimensões de qualidade de serviços, que são: confiabilidade, atendimento,

segurança, empatia e tangíveis.

Esta pesquisa irá descrever como os funcionários costumam se comportar

diante dos fatores estressores, os sintomas mais fáceis de serem identificados, a

qualidade de serviços bancários na visão dos clientes, e a relação existente entre

essas duas variáveis.

1.2 Problema de pesquisa

A agência do BB Besc de Camboriú é uma agência pequena com 08

funcionários para uma demanda de 3.981 clientes de conta-corrente ativos, sem

considerar os clientes que vão ao banco para pagar contas específicas entre outros

serviços.

Em dias de maior movimento, que são o início e o fim de cada mês, a agência

fica lotada, o número de caixas não é suficiente para atender em tempo hábil as

pessoas e as condições de atendimento também não são as melhores. Com isso, o

público tende a reclamar cada vez mais, o que acaba denegrindo a imagem do

banco.

Porém, muitas pessoas não sabem que o número de funcionários operando

por agência depende muito da administração geral da rede BB Besc.

Essas ocorrências do dia-a-dia fazem com que o colaborador mude seu

comportamento até mesmo sem perceber, e acaba refletindo na qualidade de seu

serviço.

Tal situação gerou o problema de pesquisa: o stress dos colaboradores

influencia na qualidade dos serviços bancários da agência do BB Besc de

Camboriú?

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1.3 Objetivos da pesquisa

1.3.1 Objetivo Geral

Identificar a influência do stress dos colaboradores na qualidade dos serviços

bancários da agência do BB Besc de Camboriú.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Avaliar o nível de stress dos colaboradores;

• Identificar se os colaboradores estão estressados em virtude do

ambiente de trabalho;

• Identificar a satisfação dos clientes em relação à qualidade dos

serviços prestados;

• Relacionar o nível de stress com a qualidade no atendimento.

1.4 Justificativa da pesquisa

Nessa pesquisa são analisadas duas variáveis: o stress e a qualidade de

serviços. O stress é “uma condição na qual um indivíduo é confrontado por uma

oportunidade, restrição ou exigência relacionada ao que ele deseja e pela qual o

resultado é percebido como sendo tanto incerto quanto importante” (ROBBINS,

1999, p. 409).

Sabe-se que a qualidade de serviço é “o nível de excelência que a empresa

escolheu alcançar para satisfazer à sua clientela-alvo. É, ao mesmo tempo, a

medida com que ela se conforma a esse nível” (HOROVITZ, 1993, p. 21).

O estudo do stress e da qualidade de serviços é de suma importância tanto

para a empresa, como também para a academia, pois se desconhecem estudos que

envolvam essas duas variáveis e a relação existente entre elas.

Com a realização da pesquisa, são apresentadas soluções que podem ser

encaminhadas até a administração geral da rede BB Besc, para melhorias em

alguns aspectos.

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Para a academia, a pesquisa colabora na construção do conhecimento

científico, fazendo com que pesquisadores possam usar o material como base para

estudos futuros.

1.5 Contexto do ambiente de estágio

O BESC – Banco do Estado de Santa Catarina foi fundado em 1962, na

cidade de Florianópolis, capital do estado. Começou a operar com poucas agências

e em 2006, atingiu 100% de presença em todos os municípios do Estado. Hoje com

45 anos, conta com 441 pontos de atendimento.

Em 1º de outubro de 2008, houve um marco histórico para o BESC, que foi a

incorporação feita pelo Banco do Brasil. Com isso, teve sua nomenclatura alterada

para BB Besc. A partir daí ainda ocorrerão muitas mudanças para a história do

banco.

A agência do BB Besc de Camboriú foi inaugurada em Janeiro de 1983 pelo

governador Henrique H. V. de Córdova, pelo presidente da CODESC José Francisco

Hamms, pelo presidente Nilson José Boeing e vice-presidente José E. P. Barbosa

Lima e pelos diretores Antônio Alves Filho, Carlos Roberto Amorim, Conrado Morro,

Joaquim Fiúza Ramos e Marco Aurélio Garcia. Quando inaugurada, operava no

endereço da rua Lauro Muller, no Centro de Camboriú, e, há quinze anos, opera no

endereço atual que é na rua Getúlio Vargas, nº 85, no Centro da cidade de

Camboriú. Tem a estrutura de 372 metros quadrados e conta com 08 funcionários

sendo um gerente geral, um gerente de negócios, um gerente administrativo, um

tesoureiro e quatro caixas. Conta com 03 funcionários terceirizados que fazem

serviço de segurança e limpeza da agência.

O BB Besc oferece atualmente como produtos, seguro de carro, vida, casa,

oferece o OUROCAP que agora também é o título de capitalização do BB Besc,

débito em conta, cartões múltiplos (débito e crédito), previdência privada, entre

outros. Faz serviços de câmbio, transferência de valores e pagamento de benefício

do INSS. Com a incorporação feita pelo Banco do Brasil, tende a aumentar o

portfólio de produtos e serviços, trazendo mais comodidade para os clientes.

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1.6 Organização do trabalho

O trabalho está dividido em cinco capítulos. O primeiro capítulo que é a

introdução, mostra de maneira geral do que se trata o tema, o problema de

pesquisa, a justificativa e o contexto do ambiente de estágio. No segundo capítulo,

têm-se os conceitos de stress, as conseqüências que o stress pode trazer, o stress

ocupacional, como gerenciar o stress dentro da organização, conceitos de

marketing, marketing de serviços e também qualidade de serviços, onde são

apresentadas as cinco dimensões de qualidade. No terceiro capítulo fala-se da

metodologia, como foram aplicadas as pesquisas, os tipos de pesquisas, o sujeito de

estudo e os instrumentos utilizados para a aplicação das pesquisas. No quarto

capítulo são apresentados os resultados que foram obtidos com as pesquisas, por

meio de gráficos e tabelas e também é feita a relação entre as duas variáveis

estudadas. No quinto capítulo, são colocadas as considerações finais, o que se pôde

concluir com este trabalho, as respostas aos objetivos do trabalho e as limitações da

pesquisa. No apêndice, encontram-se os dois questionários utilizados nas

pesquisas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O stress

O stress surgiu há muito tempo. Desde os primórdios, o homem que tentava

acender uma fogueira, já sofria de stress. Além disso, o stress ataca indivíduos de

todas as sociedades (PERKINS, 1995).

A palavra stress foi utilizada pela primeira vez em 1926, por Hans Selye que

notou que as pessoas sofriam de várias doenças físicas e reclamavam de alguns

sintomas em comum, como a falta de apetite, pressão alta e fadiga (LIPP, 1998).

Segundo Rossi, Perrewé e Sauter (2005, p. xii) stress “é a reação do

indivíduo a uma adaptação e que pode causar um conjunto de sintomas – físicos,

psicológicos e comportamentais”.

Limongi-França e Rodrigues (2005, p.32-33) complementam o pensamento

de Rossi, Perrewé e Sauter (2005) explicando que o stress

[...] pode ser observado em duas dimensões: como processo e como estado. O stress como processo é a tensão diante de uma situação de desafio por ameaça ou conquista. O stress como estado é o resultado positivo (eustress) ou negativo (distress) do esforço gerado pela tensão mobilizada pela pessoa.

Tamayo (2007, p.25) corrobora com o pensamento de Limongi-França e

Rodrigues (2005) afirmando que o stress

[...] não é necessariamente um fenômeno negativo. As pessoas procuram espontaneamente experiências desafiadoras que constituem verdadeira confrontação dos limites pessoais, nas mais diversas áreas da existência, tais como trabalho, esporte, aventura. O estresse pode ser considerado como mecanismo utilizado pelas pessoas para se adaptarem às exigências do meio externo ou para responderem a metas que fixam para si próprias.

Robbins (1999, p.409) explica que o stress é “uma condição na qual um

indivíduo é confrontado por uma oportunidade, restrição ou exigência relacionada ao

que ele deseja e pela qual o resultado é percebido como sendo tanto incerto quanto

importante”.

Entretanto, para Wagner III e Hollenbeck (2004, p. 121) stress “é um estado

emocional desagradável que ocorre quando as pessoas estão inseguras de sua

capacidade para enfrentar um desafio percebido em relação a um valor importante”.

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Pode-se compreender que o stress é uma resposta a um processo de

adaptação pelo qual o indivíduo passa e a maneira com que o mesmo reagirá a esse

processo poderá ser positiva ou negativa. Surgiu há muito tempo, sem nem mesmo

as pessoas saberem que sofriam de stress.

Wagner III e Hollenbeck (2004) ressaltam que é mais fácil entender o stress

se dividir sua definição em três partes: desafio percebido, valor importante e

incerteza da resolução.

O desafio percebido é quando o stress surge da interação entre as pessoas e

sua percepção do ambiente. Pode-se citar como exemplo uma fábrica que

supostamente irá fechar. Isso causará stress entre os funcionários, mesmo não se

tendo certeza do fato.

O valor importante é fundamental para a satisfação. O desafio só causará

stress quando ameaçar algum valor importante. Como exemplo, a fábrica irá fechar

e isso causará stress entre os funcionários, porém aqueles que estão prestes a se

aposentar, não ficarão estressados.

A incerteza da resolução é quando uma pessoa interpreta uma situação em

termos da percepção da probabilidade de lidar satisfatoriamente com o desafio.

Certamente, se as pessoas perceberem que podem lidar de maneira boa com ele,

não haverá stress. À medida que o nível de dificuldade e o nível de capacidade se

aproximam, o resultado se torna cada vez mais incerto. E é exatamente isso que

gera o stress, e não o medo de um resultado negativo.

O que se observa é que o stress gera insegurança para as pessoas diante de

desafios que elas possam vir a enfrentar e que terão um valor significativo para elas.

É decorrente da forma como as pessoas reagem a determinadas situações.

Dentro do assunto stress, é citada a síndrome geral de adaptação, que foi

descoberta por Hans Selye. Procura-se-á entender melhor seu conceito no capítulo

seguinte.

2.1.1 A síndrome geral de adaptação

Síndrome geral de adaptação “é um conjunto de respostas inespecíficas que

surgem no organismo diante de qualquer situação que exija da pessoa esforço para

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adaptação, inclusive psicossociais” (SELYE apud LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES,

2005, p. 41).

Hans Selye, um famoso médico e pesquisador, desenvolveu a teoria da

síndrome geral de adaptação para explicar a relação entre stress e sintomas

fisiológicos. De acordo com Selye, a reação do corpo ao stress crônico ocorre em

três fases: alarme, resistência e esgotamento (WAGNER III e HOLLENBECK, 2004,

LIMONGI-FRANÇA e RODRIGUES, 2005, LIPP, 1998).

No alarme, a ameaça é identificada pelo indivíduo. A reação de alarme tem

como características o aumento da freqüência cardíaca, aumento da pressão

arterial, aumento da concentração de glóbulos vermelhos, redistribuição do sangue,

aumento da freqüência respiratória, dilatação dos brônquios, dilatação da pupila,

aumento da concentração de glóbulos brancos, ansiedade (WAGNER III e

HOLLENBECK, 2004, LIMONGI-FRANÇA e RODRIGUES, 2005).

Na resistência, o indivíduo torna-se “elástico” às pressões criadas pela

ameaça inicial. Todos os sintomas da fase de alarme desaparecem, mesmo que a

causa do stress ainda exista. É caracterizada pelo aumento do córtex da supra-

renal, ulcerações no aparelho digestivo, irritabilidade, insônia, mudanças no humor,

diminuição do desejo sexual e atrofia de algumas estruturas relacionadas à

produção de células do sangue (WAGNER III e HOLLENBECK, 2004, LIMONGI-

FRANÇA e RODRIGUES, 2005).

Se a exposição à causa do stress continua, a pessoa alcança a fase do

esgotamento. Muitos sintomas fisiológicos da fase de alarme reaparecem. Se o

stress continua inabalado, os indivíduos podem sofrer estafa, um estado de

exaustão que pode conduzir a dano físico grave, como morte por infarto ou doença

cardíaca. O indivíduo apresenta falha dos mecanismos de adaptação, esgotamento

por sobrecarga fisiológica e morte do organismo.

Entende-se que essa teoria faz a relação entre stress e seus sintomas. Está

dividida em três fases, que são alarme, resistência e esgotamento, ou seja, a

identificação dos sintomas, o desaparecimento dos sintomas iniciais, e se tiver

persistência, o retorno dos sintomas inicias e, consequentemente um estágio final

para o organismo, podendo chegar ate à morte.

Porém, o stress muitas vezes é confundido com algo prejudicial e nem

sempre é assim.

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Limongi-França e Rodrigues (2005, p. 43) dividem o stress em dois tipos. O

primeiro tipo é o eustress, que é “a tensão com equilíbrio entre esforço, tempo,

realização e resultados.” Apresenta como características sentido, maneabilidade,

afeto positivo, envolvimento e vigor (ROSSI; PERREWÉ; SAUTER, 2005).

Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) complementam o pensamento de

Limongi-França e Rodrigues (2005) afirmando que o eustress em níveis moderados

pode incentivar ou ajudar o indivíduo, gerando mais desempenho para ele.

Tamayo (2007, p. 25) corrobora com o pensamento de Schermerhorn, Hunt e

Osborn (1999), afirmando que o eustress “é equivalente aos desafios na vida e no

trabalho. Portanto ele é positivo, sadio e, geralmente, maximiza performance e o

desempenho das pessoas, levando a resultados construtivos”.

O segundo tipo é o distress, que para Limongi-França e Rodrigues (2005, p.

43) é “a tensão com rompimento do equilíbrio biopsicossocial por excesso ou falta de

esforço, incompatível com tempo, resultados e realização.” Tem como

características a raiva e hostilidade, alienação ao trabalho, frustração, afeto negativo

e ansiedade (ROSSI; PERREWÉ; SAUTER, 2005).

Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) complementam o pensamento de

Limongi-França e Rodrigues (2005) afirmando que o distress em níveis altos reduz o

desempenho do indivíduo. Quando uma pessoa está estressada, seu desempenho

cai, consequentemente a mesma produzirá menos, cometendo mais erros e tendo

comportamentos inadequados e até antiéticos.

Tamayo (2007, p. 25) explica que o stress negativo ou distress é “a exposição

incontrolável e excessiva a situações estressantes”, e esclarece que o que diferencia

o stress saudável do stress negativo é “a intensidade, freqüência e duração da

exposição e, particularmente, a falta de controle sobre a situação estressante”.

Compreende-se que os dois tipos de stress são bem distintos. Um pode levar

a resultados positivos (eustress), como por exemplo, a pressão de alguém que

estuda para um concurso ou uma prova e obtém bons resultados; e o outro

(distress), pode levar a resultados negativos, como a sobrecarga de trabalho, que

pode gerar sérios problemas. Porém, o que difere um tipo do outro é apenas a

intensidade em cada situação que o indivíduo passa.

O stress está muito relacionado com processos de mudança. A mudança,

dependendo do tipo, pode trazer boas ou más reações. O corpo humano tende a

reagir de maneiras diferentes, de acordo com a dimensão de cada mudança. O

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capítulo seguinte descreve de maneira geral como funciona o processo e quais as

principais reações.

2.1.2 O processo de mudança

Ferreira e Tomei (2006, p. 9) explicam que as mudanças organizacionais são

“os fatores no trabalho que mais produzem desconforto, ansiedade e estresse.

Normalmente, causam uma ruptura na forma do trabalho assim como nas relações

pessoais entre pares, subordinados e superiores”.

Davis e Newstron (2001, p.36) explicam que mudança no trabalho “é qualquer

alteração que ocorra no ambiente de trabalho”.

Além disso, o local de trabalho competitivo e em constante mudança está

aumentando os níveis de stress na organização (ROBBINS, 1999).

Segundo Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999, p. 282)

algumas das mudanças que as pessoas sentem nas organizações podem ser descritas como mudanças radicais ou mudanças que quebram a estrutura. É aquela cujo resultado é uma revolução importante na organização e/ou nos sistemas que a compõem.

Robbins (1999, p.397) caracteriza a mudança radical como mudança de

segunda ordem, que é “uma mudança multidimensional, multinível, descontínua e

radical, que envolve reequandramento das pressuposições sobre a organização e o

mundo onde ela opera”.

Este tipo de mudança começa por um acontecimento marcante, como a

admissão de um novo gerente na empresa, um novo dono da empresa, ou por

causa de péssimos resultados operacionais. Nestes exemplos, a mudança radical é

intensa e envolve a organização como um todo (SCHERMERHORN; HUNT;

OSBORN, 1999).

Outra forma de mudança organizacional “é a mudança incremental ou

mudança de dimensionamento da estrutura” (SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN,

1999, p. 282). É um tipo de mudança que acontece com maior freqüência, não

abrange a todos os membros da organização e é menos chocante para os

funcionários. São mudanças como, por exemplo, um novo sistema implantado, uma

nova linha de produtos da empresa, etc.

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Robbins (1999, p.397) caracteriza a mudança incremental como mudança de

primeira ordem, que é “linear e contínua. Não implica mudanças fundamentais nas

pressuposições que os membros organizacionais têm do mundo ou de como a

organização pode melhorar seu funcionamento”.

O êxito desses dois tipos de mudança depende das próprias pessoas, pois

são elas as responsáveis pela mudança de comportamento de outras pessoas

(SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN, 1999).

A mudança no trabalho é complicada pelo fato de não produzir um ajuste

direto. A resistência a mudanças consiste em qualquer atitude intencional de um

funcionário para desacreditar, atrasar ou impedir a implementação de uma mudança

no trabalho. Os funcionários resistem a elas por ameaçarem suas necessidades de

segurança, uma interação social, posição e estima pessoal (DAVIS; NEWSTROM,

2001).

Mesmo que as pessoas tendam a resistir às mudanças, esta tendência é

compensada pelos desejos que elas têm de novas experiências e pelas

recompensas a elas associadas (DAVIS; NEWSTROM, 2001).

Observa-se que a mudança incremental e radical são distintas. Aquela que

acontece com maior freqüência (mudança incremental) não é tão chocante para os

membros da organização, já aquela que acontece com menos freqüência (mudança

radical), gera maior trauma para as pessoas, são mudanças grandes, de maior

impacto sobre o indivíduo. Já Davis e Newstron (2001) explicam que a mudança é

qualquer alteração que ocorre no trabalho. Compreende-se que é de difícil aceitação

qualquer tipo de mudança para os funcionários, pois se sentem ameaçados. Porém,

a vontade deles de viverem experiências novas, faz com que deixem de resistir à

mudança.

2.1.3 Conseqüências do stress

As reações de stress são naturais e necessárias para a vida. Porém, em

alguns casos, elas podem tornar-se prejudiciais para as pessoas (LIMONGI-

FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

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Como conseqüências, o stress pode levar a um, de três tipos comuns de

resultados: fisiológicos, psicológicos e comportamentais (ROSSI, PERREWÉ e

SAUTER, 2005, SPECTOR, 2006, ROBINS, 1999).

Robbins (1999) explica que os sintomas fisiológicos são caracterizados por

mudanças no metabolismo, alterações dos batimentos cardíacos e ritmo respiratório,

cansaço, aumento da pressão sanguínea, dores de cabeça e náuseas. Além disso,

podem surgir sintomas como dores de cabeça, problemas digestivos e doenças

como o câncer (SPECTOR, 2006).

Os sintomas psicológicos caracterizam-se por tensão, ansiedade, tédio,

irritabilidade, frustrações e insatisfações no trabalho (SPECTOR, 2006, ROBBINS,

1999).

Os sintomas comportamentais incluem mudanças na produtividade,

absenteísmo e rotatividade, e também mudanças nos hábitos de alimentação, fala

mais rápida, aumento do consumo de álcool ou cigarro, inquietação, acidentes e

distúrbios do sono (SPECTOR, 2006, ROBINS, 1999).

Grande parte das pessoas sabe a maneira com que o stress as influencia,

seja no aspecto fisiológico, psicológico e comportamental. Depressão, letargia, falta

de motivação, nervosismo extremo, incapacidade de enfrentar situações difíceis,

dificuldades de concentração são alguns sintomas das pessoas que sofrem de

stress. Esses sintomas podem aliar-se a graves impactos biológicos nos sistemas

circulatório, respiratório e neurológico (PERKINS, 1995).

As conseqüências apresentadas anteriormente formam o quadro de stress

que um indivíduo pode apresentar, e se não tratadas a tempo, podem até levar a

morte. Parecem sintomas inofensivos, mas podem agravar-se com o passar do

tempo chegando a um estágio final.

Um tipo de stress profissional muito conhecido é o burnout, que também é

conhecido como estafa. É considerado um dos mais importantes tipos de stress

profissional. Limongi-França e Rodrigues (2005, p. 52) consideram o burnout como

sendo:

a resposta emocional à situações de stress crônico, em função das relações intensas – em situações de trabalho – com outras pessoas ou de profissionais que apresentam grandes expectativas em relação a seus desenvolvimentos profissionais e dedicação à profissão; no entanto, em função de diferentes obstáculos, não alcançaram o retorno esperado.

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Spector (2006, p.446) caracteriza o burnout como estafa, e a define como “um

desgaste psicológico que um funcionário pode experimentar depois de estar no

trabalho por um longo tempo”.

O burnout ou estafa são medidos por meio de escalas aplicadas aos

funcionários. A escala mais conhecida, que é o inventário de estafa de Maslach1, é

caracterizada por três aspectos básicos: exaustão emocional, despersonalização e

redução da realização pessoal (LIMONGI-FRANÇA, RODRIGUES, 2005,

SPECTOR, 2006).

Limongi-França e Rodrigues (2005) esclarecem que a exaustão emocional faz

com que o profissional se sinta esgotado, sem energia para realizar suas tarefas, e,

consequentemente nervoso, pouco tolerante e facilmente irritável, tanto no ambiente

de trabalho, como também em casa. O profissional apresenta, muitas vezes, um

comportamento rígido, fica distante de clientes e colegas. É o sentimento de

cansaço e fadiga não trabalho (SPECTOR, 2006).

A despersonalização é o desenvolvimento do distanciamento emocional que

se exacerba, como frieza, indiferença diante das necessidades dos outros,

insensibilidade e postura desumanizada. O profissional que assume essa atitude

deixa de perceber o mundo ao seu redor, deixa de perceber todas as pessoas.

Como resultado desse processo, o profissional perde a capacidade de identificação

e empatia com as pessoas que o procuram em busca de ajuda e as trata não como

seres humanos, mas como “objetos”. Tende a ver cada questão relacionada ao

trabalho como um transtorno, como mais um problema a ser resolvido, ficando

irritado. As atitudes em geral são de intolerância, irritabilidade e ansiedade

(LIMONGI FRANÇA; RODRIGUES, 2005). É o desenvolvimento de um sentimento

cínico e hostil em ralação às outras pessoas (SPECTOR, 2006).

Com a má qualidade de atividade, a redução da realização pessoal fica

comprometida. Com o incremento da exaustão emocional e da despersonalização e

todas suas conseqüências, não é raro um senso de inadequação e o sentimento de

que se têm cometido falhas, com suas normas e conceitos. Pode surgir a sensação

de que se tornou outro tipo de pessoa, diferente, mais fria e descuidada. Como

conseqüência surge queda da auto-estima (LIMONGI FRANÇA; RODRIGUES,

1 Maslach foi uma das pioneiras nos estudos empíricos sobre a estafa profissional, sendo a autora do primeiro trabalho publicado sobre o tema em 1986.

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2005). É o sentimento de que o empregado não está desenvolvendo nada de

importante no trabalho, o que leva á baixa motivação e baixo desempenho

(SPECTOR, 2006).

Os sentimentos dessa síndrome estão correlacionados com muitos fatores e

variáveis de estresse e desgaste no trabalho e são considerados um tipo de

desgaste (SPECTOR, 2006).

A soma de três características resulta na estafa ou burnout. As pessoas ficam

desmotivadas, trabalham sem vontade, somente por obrigação, começam a tratar as

pessoas como se fossem objetos, tornam-se frias (processo de desumanização) e

podem chegar até a depressão.

2.1.4 O stress ocupacional

Um problema que vem surgindo nos últimos tempos, o stress ocupacional,

está dificultando a vida profissional de muitas pessoas. A irritação, o cansaço e a

aflição de horas de trabalho tornam-se um caminho para esse tipo de stress. Mais

que um estado de espírito, o desgaste físico e psicológico pode levar a

comportamentos agressivos e afetar a saúde.

De acordo com o The American Institute of Stress (apud FERREIRA; TOMEI,

2006, p. 8) o cotidiano das organizações é uma das principais fontes de stress.

O stress pode surgir de vários fatores, como por exemplo, o próprio trabalho

em si, ou problemas pessoais que afetam os membros da organização.

Para Gignac e Appelbaum (1997 apud FERREIRA; TOMEI, 2006, p. 9), os

fatores causadores de stress podem ser de origem interna, como características

individuais, ou externa, que estão relacionados ao ambiente.

De maneira semelhante, Robbins (1999) divide em três grupos os fatores

causadores de stress. São os fatores ambientais que são os que influenciam a vida

das organizações e dos indivíduos, os fatores organizacionais que são encontrados

dentro das empresas e, os fatores individuais que são os que dizem respeito à vida

pessoal.

Fatores como ambiente físico e social, inclinações pessoais, tarefas

organizacionais, e papéis organizacionais fazem parte de fatores que geram o

stress.

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• Ambiente físico e social

Wagner III e Hollenbeck (2004) explicam que no ambiente físico e social, as

características físicas do local de trabalho podem estimular reações emocionais

negativas nos trabalhadores. Pesquisas mostraram, por exemplo, que temperaturas

muito frias ou muito quentes podem afetar as atitudes de trabalho, como também o

desempenho e a tomada de decisão; que tarefas diferentes exigem diferentes níveis

de iluminação, e que a escuridão está correlacionada com a insatisfação no

trabalho; além de provar que características físicas do ambiente de trabalho como

limpeza, instalações ao ar livre e riscos a saúde tem um papel muito importante no

modo como as pessoas realizam suas tarefas.

Em termos de ambiente social, supervisores e colegas de trabalho servem

como fontes de satisfação ou frustração para o trabalhador. O funcionário pode estar

satisfeito com seu superior ou com colegas porque eles o ajudam a atingir alguns

resultados. Uma atitude desse tipo é chamada de atração funcional. Uma pessoa

também pode ser atraída pelas outras devido a semelhança de valores e atitudes.

Essa é a atração de entidade (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

A densidade social e privacidade são dois aspectos importantes para

entender o comportamento. A densidade social é uma medida de aglomeração,

calculada pela divisão do número de pessoas em uma determinada área pelo

número de metros quadrados desta área.

Já a privacidade, é a liberdade para trabalhar sem ser vigiado ou

interrompido. A densidade social torna-se um problema quando seu número é

grande e a privacidade é baixa, gerando assim uma alta rotatividade de funcionários

(WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) também citam o ambiente físico como

um dos principais estressores. Como exemplo, uma pessoa que pode estar

incomodada com condições de trabalho insalubres ou desagradáveis.

Entende-se que o ambiente físico, como iluminação e climatização, e o

ambiente social, que é a relação com superiores e colegas, quando não estão em

condições adequadas para o trabalho, tornam-se um fator estressor.

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• Inclinações pessoais

Wagner III e Hollenbeck (2004) explicam que o termo afetividade negativa

descreve o temperamento de angústia subjetiva que inclui humores desagradáveis

como raiva, desprezo, culpa, medo e nervosismo.

Além disso, as pessoas apresentam dois tipos de padrões de comportamento,

o comportamento tipo A e o comportamento tipo B. Uma variável de diferença entre

as pessoas, é o padrão de comportamento tipo A. Pessoas com essa personalidade

são caracterizadas como agressivas e competitivas, e são submetidas sempre a

pressões de tempo. Porém, as pessoas de tipo B não apresentam esses

sentimentos. As características da pessoa impaciente, ambiciosa e agressiva ao

extremo do tipo A fazem com que ela se torne uma pessoa com facilidade para se

estressar. Essa suscetibilidade também pode explicar o risco maior de uma pessoa

de tipo A contrair doença coronariana, que é duas vezes maior do que uma pessoa

tipo B (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

Para Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) os problemas interpessoais

também formam o quadro dos estressores, como, por exemplo, sentir má relação e

trabalhar com pessoas com as quais não se dá bem.

O stress também pode surgir de fatos que ocorrem fora do trabalho. Alguns

fatos afetam os níveis de stress que os trabalhadores trazem para o trabalho

(WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

Pode-se compreender que as inclinações pessoais são situações, como por

exemplo, trabalhar com pessoas que o irritam com facilidade, ter medo de errar no

trabalho, medo de não conseguir finalizar o trabalho, e etc.

• Tarefas organizacionais

Wagner III e Hollenbeck (2004) descrevem a seguir os principais fatores que

determinam a insatisfação e o stress nas tarefas organizacionais.

� Complexidade da tarefa: a impressão desagradável gerada por trabalhos

simples e repetitivos, para muitas pessoas resulta em frustração, o que causa

insatisfação e stress. O tédio gerado pela falta de complexidade da tarefa também

pode afetar o desempenho em certos tipos de trabalho. O pessoal de segurança dos

aeroportos, operadores de usinas nucleares, técnicos de saúde estão em uma área

de trabalho que requer vigilância. Porém, como esses eventos são muito raros, os

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trabalhos são extremamente enfadonhos, e o enfado resulta em pouca

concentração.

� Esforço Físico: como a tecnologia continua avançando, percebe-se que o

esforço físico é uma característica indesejável no trabalho. Entretanto, ainda existem

trabalhos caracterizados como fisicamente exigentes que podem gerar stress e

insatisfação.

� Insignificância da tarefa: é importante para o trabalhador acreditar que seu

trabalho tem valor. Os trabalhadores voluntários executam seus trabalhos quase

exclusivamente por causa do significado associado ao trabalho.

Segundo Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) as exigências da tarefa, que é

quando pedem para fazer demais ou de menos, fazem parte também dos principais

estressores.

Os autores colocam que tarefas que não são muito complexas, são

repetitivas, que exigem esforço físico com a tecnologia em alta e que não

apresentam valor para o colaborador, tornam-se um fator para o stress ocupacional.

• Papéis organizacionais

“Papel é toda função, acompanhada de um conjunto mais ou menos

característico de condutas próprias para uma função, que você desempenha em um

momento de sua vida” (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES. 2005, p. 155).

Desempenhar o papel adequado facilita a interação social e também permite

que ela se efetive de maneira adequada (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

Pode ser definido como o conjunto total de expectativas que é defendido pela

pessoa, e também pelos demais que fazem parte do ambiente social. Os aspectos

mais pesquisados são a ambigüidade do papel, o conflito de papéis e o âmbito do

papel (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

� Ambigüidade do papel: São as incertezas ou a falta de clareza sobre o

papel da pessoa na organização (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

Para Limongi-França e Rodrigues (2005) a ambigüidade de papéis surge

quando a pessoa ou membros da organização não têm muita certeza quanto ao

papel que devem desempenhar, por não terem claro qual o seu papel exatamente.

Pode gerar falta de confiança no trabalhador, insegurança, irritação e rejeição.

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Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) também apresentam a ambigüidade do

papel como um fator estressor e citam como exemplo não saber as expectativas de

desempenho ou os padrões do trabalho.

No conceito de ambigüidade de papel, os autores concordam entre si,

conceituando que a ambigüidade de papel é não ter claro qual o papel do

colaborador na organização.

� Conflito de papéis: é o reconhecimento de demandas incompatíveis ou

contraditórias com que se defronta a pessoa a cargo de um papel. Pode acontecer

de maneiras distintas. O conflito de papéis inter-emissores acontece quando duas ou

mais pessoas no ambiente social têm expectativas exclusivas. O conflito de papéis

intra-emissores acontece quando uma pessoa no ambiente social tem duas

expectativas em competição. E o conflito inter-papéis é quando a maioria das

pessoas desempenha vários papéis, e as expectativas para papéis diferentes podem

estar em conflito (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

Limongi-França e Rodrigues (2005) explicam que conflito de papel é quando o

indivíduo tem que exercer mais de um papel em uma mesma situação.

Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) citam que conflito de papel é sentir

possíveis e múltiplas expectativas conflitantes de desempenho;

No conceito de conflito de papéis, entende-se que é quando as pessoas têm

vários papéis na mesma tarefa. Isso pode acontecer entre duas pessoas, como por

exemplo, dois colaboradores querendo exercer um só papel.

� Âmbito de Papel: é o número de expectativas para a pessoa que

desempenha um papel. No papel superdimensionado, muitas expectativas são

colocadas ao ocupante do papel, e no papel subdimensionado acontece ao contrário

(WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

Ainda nos papéis organizacionais, Limongi-França e Rodrigues (2005)

descrevem mais dois tipos, que são a incompatibilidade de papel e a sobrecarga de

papéis.

A incompatibilidade de papel é quando as expectativas dos membros da

organização de trabalho são bem conhecidas por eles, mas são incompatíveis com

as características do indivíduo para o desempenho desse papel. (LIMONGI-

FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

Na sobrecarga de papéis, o indivíduo possui um número muito grande de

papéis. Não deve ser confundido com sobrecarga de trabalho. Como exemplos

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podem-se citar pessoas que delegam pouco, empresas que passam por momento

de transição e executivos que estão sendo promovidos. (LIMONGI-FRANÇA;

RODRIGUES, 2005).

Como fatores estressores, Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) ainda

apresentam os dilemas éticos, que é quando pedem para o trabalhador fazer coisas

ilegais ou que violam valores pessoais; e desenvolvimentos de carreira que é a

movimentação rápida demais, e o indivíduo se sente sobrecarregado ou

movimentação lenta demais, e ele sente-se estagnado.

Limongi-França e Rodrigues (2005) apresentam ainda mais alguns fatores.

São eles:

• Liderança do tipo autoritário;

• execução de tarefas sob repressão;

• falta de conhecimento no processo de avaliação de desempenho e de

promoção;

• carência de autoridade e de orientação;

• excesso de trabalho;

• grau de interferência na vida particular que os trabalhadores podem ter.

Com todos os fatores estressores acima apresentados, entende-se que o

stress possui diversas causas, não existe uma causa principal responsável por ele.

Isso varia de pessoa para pessoa, de como cada um reage diante de mudanças no

trabalho.

2.1.5 O gerenciamento do stress no contexto organizacional

Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) alertam que é necessária uma atenção

especial das empresas para que se tome uma providência quanto a esse assunto.

Altos níveis de stress, ou mesmo baixos níveis em longos períodos de tempo

podem levar à redução de desempenho do empregado e, dessa forma, exigem ação

dos administradores (ROBBINS, 1999).

Muitos gerentes não se dão conta de que prevenir esse problema é

praticamente uma solução para muitos outros. Para isso, as pessoas devem manter

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a autodisciplina, os problemas familiares poderiam ser aliviados com uma mudança

no horário de trabalho, por exemplo. Organização e novas práticas gerenciais

também podem ajudar nesses casos, como por exemplo, maior apoio às famílias,

treinamento adequado, definição de metas, etc. Porém, se o stress já atingiu um

ponto destrutivo, devem ser utilizadas técnicas especiais. Devem ser reconhecidos

os principais sintomas do stress, pois o importante é o bem estar pessoal. Itens

como peso, fumo, uso de álcool e condições físicas tem maior atenção quando o

stress chega a este ponto. Pessoas com mais condições físicas, que possuem uma

vida saudável, sem uso de álcool, cigarro, uso abusivo de medicamentos e uma

alimentação balanceada estão mais aptas a enfrentarem o stress do dia-a-dia, tanto

em casa, quanto no trabalho (SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN, 1999).

Os custos gerados pelo stress do trabalhador podem ser altos, e cabe aos

gerentes identificarem esses problemas. Depois de identificá-los, as intervenções

devem ser dirigidas para fonte do stress. Se não for possível acabar com a causa do

stress, o gerente deve ajudar o funcionário a controlar e lidar com ele (WAGNER III;

HOLLENBECK, 2004).

Esclarecem, Wagner III e Hollenbeck (2004), que algumas vezes, as próprias

pessoas contam seus problemas de stress e insatisfação. Alguns têm medo de falar

que não podem superar seus problemas de trabalho. Outros, descontentes com algo

no trabalho, não falam porque não querem parecer pessoas que reclamam o tempo

todo. E, por fim, as atitudes de alguns trabalhadores podem ter deteriorado que eles

consideram uma perda de tempo falarem o que pensam sobre a insatisfação e

stress. Por isso, é importante que os gerentes fiquem atentos aos tipos fisiológicos,

cognitivos e comportamentais de respostas, em busca de pistas de níveis de

insatisfação e stress.

Wagner III e Hollenbeck (2004) afirmam que toda empresa que deseja

reforçar as atitudes de seus funcionários precisa realizar regularmente pesquisas

sobre a satisfação, para que sejam realizadas mudanças na área. A pesquisa de

opinião organizacional deve ser realizada a fundo, já que em geral aumentam as

expectativas. É importante que a organização que faz a pesquisa esteja pronta a

agir de acordo com os resultados.

Como os custos associados à insatisfação e ao stress nas empresas são

grandes, existem vários modos de lidar com eles (WAGNER III; HOLLENBECK,

2004).

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Para Robbins (1999) o próprio empregado pode assumir, em alguns aspectos,

responsabilidade pessoal para reduzir seu nível de stress. Algumas estratégias que

são eficazes são a administração do tempo e o aumento da rede de suporte social.

A administração de tempo pode ajudar as pessoas a lidarem melhor com

tensões criadas pelas exigências do trabalho. E o aumento da rede de suporte

social também pode ser um meio de reduzir a tensão. Ter amigos, família ou colegas

de trabalho para conversar é uma saída quando o stress se torna excessivo.

Robbins (1999) explica que alguns fatores que causam stress, como por

exemplo, as exigências de tarefa e de papel, e o ambiente físico, são controlados

pela administração. São eles: determinação de metas, redimensionamento de

cargos, aumento da comunicação organizacional e programas de bem-estar.

Com a determinação de metas as pessoas se saem melhor quando tem

metas específicas e desafiadoras e recebem feedback sobre seu progresso. O uso

de metas pode reduzir o stress e proporcionar motivação.

O redimensionamento de cargos oferece aos empregados mais

responsabilidade, trabalho mais significativo, mais autonomia e feedback crescente

pode reduzir o stress, pois estes fatores dão ao empregado maior controle sobre as

atividades de trabalho e diminuem a dependência em relação aos outros.

O aumento a comunicação organizacional reduz a incerteza ao diminuir a

ambigüidade do papel e o conflito do papel.

O oferecimento de programas de bem-estar organizacionalmente sustentado

está voltado à condição física e mental do empregado. As empresas geralmente

fornecem workshops para ajudar as pessoas a parar de fumar, controlar o consumo

do álcool, perder peso e fazer exercícios físicos regularmente. Porém os

empregados precisam assumir responsabilidade pessoal por sua saúde física e

mental. A organização é apenas um veículo para este fim.

A natureza da tarefa exerce uma grande influência sobre o stress e alguns

dos meios mais eficazes de reduzir reações negativas ao trabalho estão na tarefa.

Os métodos de enriquecimento do trabalho incluem técnicas destinadas a adicionar

complexidade e significado ao trabalho de uma pessoa. Como sugere o termo

enriquecimento, esse tipo de intervenção é dirigida a trabalhos que são enfadonhos,

porque são repetitivos ou de pequeno alcance. Mesmo que o enriquecimento nem

sempre seja bem sucedido em suscitar melhores reações do trabalhador para o

trabalho, pode ser muito válido (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

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O treinamento é uma forma para tentar ajudar o trabalhador a mudar o que

gera stress. O treinamento em administração do tempo e de metas, por exemplo,

tem sido importante na redução de sintomas fisiológicos de stress de gerentes, como

os de taquicardia e pressão alta (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

A capacidade de uma pessoa lidar com experiências de trabalho estressantes

também aumenta quando há uma oportunidade de falar sobre problemas. A

oportunidade formal de reclamar com a organização sobre uma situação de trabalho

foi chamada de voz. Ter voz garante aos empregados um escape ativo e construtivo

para suas frustrações de trabalho (WAGNER III e HOLLENBECK, 2004, ROBBINS,

1999).

Além de abrir espaço para dar opiniões, existem empresas que dão

oportunidade seus funcionários tomarem decisões com base nas próprias opiniões.

A participação na tomada de decisão dá aos trabalhadores a oportunidade de

fornecer dados para decisões organizacionais importantes em que seu trabalho está

envolvido (WAGNER III e HOLLENBECK, 2004, ROBBINS, 1999).

Em alguns casos, nem os papéis e tarefas, nem as capacidades individuais

podem ser alteradas a ponto de reduzir o stress. Desse modo, as intervenções

devem visar os sintomas de stress. Mesmo que não seja tão desejável quanto a

eliminação dos próprios fatores causadores de stress, a eliminação dos sintomas é

melhor do que nada. Algumas intervenções que entram nessa categoria concentram-

se somente nas reações fisiológicas ao stress. O condicionamento físico,

principalmente o exercício aeróbico, ajuda o indivíduo a tornar-se mais resistente às

mudanças fisiológicas (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004). Exercícios físicos não

competitivos como ginástica aeróbica, caminhada, jogging, natação e andar de

bicicleta são recomendados pelos médicos. Eles aumentam a capacidade do

coração, diminuem o ritmo cardíaco em repouso, fornecem distração mental das

pressões do trabalho e oferecem meios de acabar com a tensão diária (ROBBINS,

1999).

Outra forma para o tratamento de sintomas é o relaxamento. Quando uma

pessoa enfrenta uma situação muito estressante, alguns músculos do corpo são

tensionados. Os programas de relaxamento concentram-se na eliminação da tensão

da maioria dos principais grupos musculares. O relaxamento dos grandes grupos de

músculos diminui a pressão sangüínea e o ritmo cardíaco, além de reduzir outras

manifestações de stress (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004). Técnicas como

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meditação, hipnose e bio-feedback tem o objetivo de alcançar um relaxamento

profundo, em que a pessoa se sinta fisicamente relaxada e desapegada de

sensações corporais. Com isso, ocorrem mudanças significativas do ritmo cardíaco,

pressão sanguínea, e outros fatores fisiológicos resultam de alcançar o estado de

profundo relaxamento (ROBBINS, 1999).

Outra maneira de lidar com o stress é permitir que a pessoa passe um tempo

fora do ambiente de trabalho estressante. Embora uma pessoa possa não se sentir

capaz de lidar com o stress, muitas vezes é possível que ela os tolere por período

temporário. Muitos empregadores adotam o rodízio de cargos, ou seja, a

transferência temporária do trabalhador de um trabalho para outro, numa tentativa

de oferecer aos funcionários uma pausa no stress (WAGNER III; HOLLENBECK,

2004).

Por fim, se as características negativas de um trabalho não podem ser

mudadas, os gerentes devem precaver os possíveis ocupantes desses cargos sobre

a natureza do trabalho. Muitas companhias hesitam em admitir os aspectos

indesejáveis de um trabalho ao tentar recrutar trabalhadores por receio de que

ninguém aceite o cargo. Mas enganar uma pessoa para que ela assuma um cargo

em que não estaria interessada, não é bom nem para a empresa e nem para a

pessoa. O resultado final é o aumento da rotatividade (WAGNER III; HOLLENBECK,

2004).

Observa-se que o stress tem dois pontos: o que ainda há prevenção, e o que

entrou em um estágio avançado, já se tornou destrutivo. Para cada tipo, uma

solução diferente. Só é dada uma atenção especial ao stress avançado, pois este já

afetou diretamente o fator fisiológico das pessoas, portanto tem-se que tomar as

providências necessárias para uma vida mais saudável, e isso varia muito de pessoa

para pessoa.

2.2 Do marketing ao endomarketing

O marketing nasceu nos Estados Unidos e para chegar ao mundo inteiro foi

um processo relativamente lento. Na Europa, só começou a ser aceito após a

segunda guerra mundial, e no Brasil começou a ser usado em 1954, na recém criada

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Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da fundação Getúlio Vargas

(RICHERS, 2000).

Para Richers (2000, p.5), o marketing nada mais é do que “a intenção de

atender e entender o mercado”.

Kotler e Keller (2006, p.4) complementam o pensamento de Richers (2000)

explicando que o marketing “envolve a identificação e a satisfação das necessidades

humanas e sociais. De uma maneira simples, ele “supre as necessidades

lucrativamente”.

Ainda, Kotler e Keller (2006, p.4) vêem a administração de marketing “como a

arte e a ciência da escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e

fidelização de clientes por meio da criação, da entrega, e da comunicação de um

valor superior para o cliente”.

Para Lamb Jr., Hair Jr. e McDaniel (2004, p.6) o marketing tem duas

perspectivas: “primeiro, é uma filosofia, uma atitude ou uma orientação de

gerenciamento que realça a satisfação do cliente. Segundo, o marketing é um

composto de atividades utilizadas para implementar essa filosofia.”

Ressaltam ainda que, de acordo com a American Marketing Association, o

marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, do preço,

promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar trocas que

satisfaçam os objetivos individuais e das organizações.

Compreende-se que o principal objetivo do marketing é entender o que

realmente o cliente quer e, com isso, criar produtos e serviços que atendam às

necessidades e desejos do mesmo.

Da mesma maneira que o marketing é voltado para o público externo da

organização, ou seja, os clientes, existe também o endomarketing.

A palavra “endo” provém do grego e quer dizer “ação interior ou movimento

para dentro”. Endomarketing é, portanto, marketing para dentro (BRUM, 1998).

Brum (1998, p.15) ainda explica que o endomarketing “é uma decorrência da

necessidade de se motivar pessoas para programas de mudança”.

Bekin (2004, p.3) corrobora com o pensamento de Brum (1998) explicando

que o endomarketing “consiste em ações de marketing dirigidas para o público

interno da empresa ou organização. Sua finalidade é promover entre os funcionários

e os departamentos os valores destinados a servir o cliente ou, dependendo do

caso, o consumidor”.

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Por definição, Bekin (2004, s/p) explica que o endomarketing

são ações gerenciadas eticamente dirigidas ao público interno (funcionários) das organizações e empresas focadas no lucro, das organizações não-lucrativas e governamentais e das do terceiro setor, observando condutas de responsabilidade comunitária e ambiental.

O autor ainda compreende que o endomarketing consiste em “um processo

cujo foco é alinhar, sintonizar e sincronizar, para implementar e operacionalizar a

estrutura organizacional de marketing da empresa ou organização, que visa e

depende da ação para o mercado e a sociedade” (BEKIN, 2004, s/p).

Entende-se, portanto, que o endomarketing é um tipo de marketing que está

voltado para os membros da organização, procurando melhorar a postura e imagem

da empresa perante aos funcionários.

O endomarketing tem como principal objetivo fazer com que todos os

funcionários tenham uma visão geral sobre a empresa, incluindo itens como gestão,

metas, resultados, produtos, serviços e mercados nos quais atua (BRUM, 1999).

Além disso, facilitar e realizar trocas criando lealdade no relacionamento com

os funcionários, compartilhando os objetivos da organização, cultivando para

harmonizar e fortalecer as relações e melhorando a sua imagem e seu valor de

mercado, também fazem parte dos principais objetivos do endomarketing (BEKIN,

2004).

Sua função é integrar a noção de “cliente” e seus valores nos processos

internos da empresa, propiciando uma melhoria na qualidade de produtos e,

serviços, com produtividade pessoal e de processos (BEKIN, 2004).

Um programa de endomarketing bem aplicado pode tornar o funcionário

comprometido com a modernidade e com a nova postura da organização, cada um

em sua área de atuação e através do seu trabalho (BRUM, 1998).

2.3 Marketing de serviços

A área de serviços é um dos setores da economia que mais tem crescido nos

últimos anos em diversos países, principalmente na América Latina. O marketing de

serviços é considerado hoje uma parte significativa da área de marketing, pois os

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serviços estão presentes em todos os momentos da vida de uma pessoa (COBRA,

2001).

Os serviços constituem grande parte da economia de hoje, não só no Brasil,

como também no mundo inteiro. São responsáveis pela maior parte do crescimento

dos novos empregos (LOVELOCK e WRIGHT, 2004, LAS CASAS, 2000).

Las Casas (2000, p.15) apresenta dois conceitos de serviços. No primeiro fala

que “os serviços constituem uma transação realizada por uma empresa ou por um

indivíduo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem”.

Em seu outro conceito, o autor explica que o serviço “é um ato, um esforço,

um desempenho e que pode apresentar-se de várias formas” (LAS CASAS, 2000,

p.15).

Para Hoffman e Bateson (2003, p.5) serviços podem ser definidos como

“ações, esforços ou desempenho”.

Lovelock e Wrigth (2004, p.5) complementam com o pensamento de Hoffman

e Bateson (2003) explicando que o serviço é “um ato ou desempenho oferecido por

uma parte à outra. Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, o

desempenho é essencialmente intangível e normalmente não resulta em

propriedade de nenhum dos fatores de produção”.

Os autores ainda explicam que “serviços são atividades econômicas que

criam valor e fornecem benefícios para clientes em tempos e lugares específicos,

como decorrência da realização de uma mudança desejada no destinatário do

serviço (LOVELOCK; WRIGHT, 2004, p.5).

Entende-se que os serviços são atos realizados por pessoas e que tem como

principal característica a intangibilidade, pois mesmo que no processo do

desempenho do serviço existam bens envolvidos, o serviço não pode ser tocado.

2.3.1 Características dos serviços

As principais características dos serviços são: intangibilidade,

inseparabilidade, heterogeneidade e perecibilidade (HOFFMAN; BATESON, 2003).

Além dessas, Las Casas (2000) ainda apresenta como características dos

serviços a simultaneidade. Cobra (2001) e Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) citam

também a participação do cliente no processo dos serviços.

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• Intangibilidade: serviços são intangíveis, ou seja, neles não se pode tocar

(LAS CASAS, 2000). Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) afirmam que os

serviços são idéias e conceitos. Hoffman e Bateson (2003, p.31)

completam o conceito explicando que a intangibilidade “é uma

característica dos serviços que os torna incapazes de serem tocados ou

sentidos da mesma maneira que os bens físicos”.

• Inseparabilidade: os serviços são inseparáveis, pois no momento em que

o funcionário está frente a frente com o cliente é que ocorre a ação (LAS

CASAS, 2000). Assim, o serviço depende muito da performance das

pessoas, tanto do cliente, quanto do funcionário (COBRA, 2001). Hoffman

e Bateson (2003, p.35) explicam que a inseparabilidade “é uma

característica distinta de serviços que reflete as interconexões entre o

provedor de serviços, o cliente envolvido no recebimento do serviço e

outros clientes que compartilham a experiência de serviço”.

• Heterogeneidade: é uma característica peculiar que reflete a variação de

consistência de uma transação de serviço para a seguinte. (HOFFMAN;

BATESON, 2003, p.43). A junção da intangibilidade com o cliente como

um participante na prestação de serviços, resulta na variação de serviços

de cliente para cliente (FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2005, LAS

CASAS, 2000).

• Perecibilidade: o serviço é uma mercadoria perecível, pois não pode ser

estocado se não for usado (FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2005).

Hoffman e Bateson (2003, p.45) explicam que é “uma característica dos

serviços que não permite que eles sejam guardados, nem estocados, nem

a capacidade não usada pode ser recuperada”. Por esse motivo, a

demanda deve ser bem calculada e administrada (COBRA, 2001).

• Simultaneidade: significa que o processo de prestação de serviços e o de

consumo acontecem ao mesmo tempo (LAS CASAS, 2000). Os serviços

são criados e consumidos simultaneamente e, portanto, não podem ser

estocados (FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2005).

• Participação do cliente no processo de serviços: muitos serviços não

podem ser produzidos sem que o cliente esteja presente. Como também

não podem ser armazenados, devem ser produzidos ao mesmo tempo em

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que serão consumidos (COBRA, 2001). Além disso, a presença do cliente

no local do serviço requer atenção ao ambiente físico onde ocorre o

processo (FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2005).

Entende-se que as características dos serviços estão diretamente ligadas

umas às outras. O serviço é intangível, pois não pode ser tocado, perecível, pois não

pode ser estocado, inseparável, pois depende de um ato, heterogêneo, pois varia de

pessoa para pessoa e simultâneo pois acontece com a presença do cliente.

2.3.2 Qualidade de serviços

Para Lovelock e Wright (2004, p.106) qualidade de serviço “são avaliações

cognitivas de longo prazo, por parte dos clientes sobre a entrega do serviço de uma

empresa”.

Os autores afirmam que o conceito de qualidade de serviço está ligado

também à satisfação do cliente, porém são conceitos distintos. Satisfação do cliente

“é uma reação emocional de curto prazo ao desempenho específico de um serviço”

(LOVELOCK; WRIGHT, 2004, p. 106).

Hoffman e Bateson (2003, p. 357) definem qualidade do serviço como “a

decorrência da avaliação geral, de longo prazo, do desempenho de uma empresa”.

No conceito apresentado pelos autores da satisfação do cliente, afirmam que

“é uma medida de curto prazo, específica da transação” (HOFFMAN; BATESON,

2003, p.357).

Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005, p.146) explicam que “em serviços, a

avaliação da qualidade surge ao longo do processo de prestação do serviço. Cada

contato com um cliente é referido como sendo um momento de verdade, uma

oportunidade de satisfazer ou não o cliente”.

Antes de os clientes comprarem um serviço, eles têm uma expectativa sobre

a qualidade do serviço, com base em necessidades individuais, experiências

passadas, recomendações de terceiros e propagandas. Depois que compram e

consomem o serviço, os clientes compraram sua qualidade esperada com aquilo que

realmente receberam (LOVELOCK; WRIGHT, 2004).

A satisfação do cliente com a qualidade do serviço pode ser definida pela

comparação de percepção do serviço prestado com as expectativas do serviço

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desejado. Quando se superam as expectativas, o serviço é de qualidade

excepcional. Quando as expectativas não são atendidas, a qualidade do serviço

passa a ser inaceitável. E quando as expectativas são atingidas, a qualidade é

satisfatória (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005).

Existem muitas dificuldades na avaliação da qualidade do serviço. Em

primeiro lugar, as percepções de qualidade geralmente dependem das comparações

da expectativa do cliente em relação a determinado serviço. Não importa quanto seja

bom, se ele falha em satisfazer as expectativas do cliente, o mesmo o perceberá

como de baixa qualidade. Em segundo lugar, o cliente avalia o serviço não só

porque gosta ou não do resultado, mas também pela aparência do prestador de

serviços e o que ele sabe fazer (HOFFMAN; BATESON, 2003).

O processo de qualidade do serviço pode ser examinado em termos de

lacunas entre expectativas e percepções da gerência, dos funcionários e dos

clientes (HOFFMAN; BATESON, 2003).

Existem quatro tipos mais importantes de lacunas: lacuna de serviço, lacuna

de conhecimento, lacuna de padrões, lacuna de execução e lacuna de

comunicações (HOFFMAN, BATESON, 2003, LOVELOCK, WRIGHT, 2004). Além

dessas, Lovelock e Wright (2004) ainda apresentam as lacunas de entrega, de

percepção e de interpretação.

• Lacuna de serviço: Hoffman e Bateson (2003) e Lovelock e Wright (2004)

explicam que é a distância entre a expectativa do cliente e sua percepção

do serviço entregue, o serviço realmente prestado.

• Lacuna de conhecimento: Hoffman e Bateson (2003) e Lovelock e Wright

(2004) explicam que é a diferença entre o que os clientes esperam de um

serviço e o que a gerência percebe que os clientes esperam na realidade.

• Lacuna de padrões: Hoffman e Bateson (2003) e Lovelock e Wright (2004)

definem lacuna de padrões como sendo a diferença entre o que a

gerência percebe que os clientes esperam e os padrões de qualidade

estabelecidos para a entrega do serviço.

• Lacuna de comunicações: é a diferença entre as características e a

qualidade real do serviço prestado e a divulgada nas comunicações

externas da empresa (HOFFMAN e BATESON, 2003, LOVELOCK e

WRIGHT, 2004).

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• Lacuna de execução: é “a diferença entre as especificações de qualidade

estabelecidas para a prestação do serviço e sua qualidade real”

(HOFFMAN; BATESON, 2003, p.360).

• Lacuna na entrega: é “a diferença entre padrões de entrega especificados

e o desempenho real do fornecedor de serviço” (LOVELOCK; WRIGHT,

2004, p.108).

• Lacuna nas percepções: é “a diferença entre aquilo que é realmente

entregue e aquilo que os clientes percebem ter recebido (porque são

incapazes de avaliar acuradamente a qualidade do serviço)” (LOVELOCK;

WRIGHT, 2004, p.109).

• Lacuna na interpretação: é “a diferença entre aquilo que as campanhas de

comunicação de um fornecedor de serviço realmente prometem e aquilo

que um cliente acha que foi prometido por essas comunicações”

(LOVELOCK; WRIGHT, 2004, p.109).

Por meio dessas lacunas os clientes conseguem avaliar a qualidade de um

serviço. Se um serviço não apresenta nenhuma lacuna, ele foi um serviço

satisfatório.

Qualquer uma das lacunas na qualidade pode prejudicar as relações com os

clientes. A qualidade do serviço é uma opinião geral do cliente sobre a entrega do

mesmo, que é formada por uma série e experiências bem e mal sucedidas com o

serviço. Evitar as lacunas no serviço ajudará a empresa a melhorar sua reputação

de qualidade do serviço (LOVELOCK; WRIGHT, 2004).

Além das lacunas, para medir a qualidade do serviço são consideradas cinco

dimensões. São elas: tangíveis, confiabilidade, segurança, empatia e atendimento

(HOFFMAN; BATESON, 2003).

O atendimento também é reconhecido como sensibilidade (LOVELOCK;

WRIGHT, 2004) e responsabilidade (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005).

• Tangíveis: compara as expectativas do cliente com o desempenho da

empresa no que diz respeito à sua capacidade de administrar seus

tangíveis, isto é, a variedade de objetos envolvidos na prestação do

serviço (HOFFMAN; BATESON, 2003, p.368). É a aparência das

instalações físicas, equipamentos e materiais (FITZSIMMONS e

FITZSIMMONS, 2005, LOVELOCK e WRIGHT, 2004).

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• Confiabilidade: reflete a coerência e a confiança que o desempenho de

uma empresa inspira (HOFFMAN; BATESON, 2003, p.369). É a

capacidade de prestar o serviço prometido com confiança e exatidão

(FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2005, LOVELOCK e WRIGHT, 2004).

• Segurança: diz respeito à competência da empresa, à cortesia que ela

oferece a seus clientes e à segurança de suas operações (HOFFMAN;

BATESON, 2003, p.371). Está relacionada ao conhecimento e a cortesia

dos funcionários (FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2005, LOVELOCK e

WRIGHT, 2004).

• Empatia: é a capacidade de perceber as sensações dos outros como se

fossem próprias (HOFFMAN; BATESON, 2003, p.372). É demonstrar

interesse e atenção personalizada aos clientes (FITZSIMMONS e

FITZSIMMONS, 2005, LOVELOCK e WRIGHT, 2004).

• Atendimento (sensibilidade ou responsabilidade): é a disposição e/ou

prontidão dos funcionários para prestar o serviço (HOFFMAN; BATESON,

2003, p.370). Diz respeito ao pronto atendimento (FITZSIMMONS e

FITZSIMMONS, 2005, LOVELOCK e WRIGHT, 2004).

Essas cinco dimensões são utilizadas pelos clientes para julgarem a

qualidade dos serviços, que estão baseados na comparação entre o serviço

esperado e o serviço percebido. A diferença entre eles é uma medida da qualidade

do serviço e, a satisfação, é negativa ou positiva (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS,

2005).

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3 METODOLOGIA

3.1 Tipologia de pesquisa

A abordagem das pesquisas é quantitativa que, segundo Martins e Lintz

(2000, p.45) “procura mensurar ou medir variáveis”.

O objetivo das pesquisas é descritivo que segundo Alves (2003, p. 52)

“descreve as características de uma população ou de um fenômeno, ou ainda

estabelece relação entre fenômenos (variáveis)”. Uma das pesquisas descreve como

o stress influencia no meio organizacional, em que pontos o stress encontra-se em

níveis mais elevados. A outra pesquisa descreve a satisfação dos clientes diante das

cinco dimensões de qualidade.

O tipo das pesquisas é um estudo de caso, pois apresenta o caso da agência

bancária do BB Besc de Camboriú, como seus funcionários e clientes pensam. Para

Goldenberg (2000, p.33-34) estudo de caso “reúne o maior número de informações

detalhadas, por meio de diferentes técnicas de pesquisa, com o objetivo de

apreender a totalidade de uma situação e descrever a complexidade de um caso

concreto”.

3.2 Sujeito de estudo

Foram realizadas duas pesquisas. Uma delas foi feita com os funcionários da

agência. A agência conta com um total de 08 funcionários. A amostra foi do tipo

censitária, que abrangeu a totalidade da população.

A outra pesquisa foi realizada com os clientes. O total de clientes ativos da

agência incluindo pessoa física e jurídica é de 3.981 clientes. Partindo deste número

foi calculada a amostra:

3.981 x 400 __________ = 363,48 questionários

3.981 + 400

Não foi possível chegar a esse número de questionários pelo fato da

permanência do estágio na agência, então foram aplicados 207 questionários com

os clientes.

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Dessa forma, o tipo de amostra é não probabilística, que segundo Martins

(2000, p.40) “são amostragens em que há uma escolha deliberada dos elementos da

amostra. Não é possível generalizar os resultados das pesquisas para a população,

pois as amostras não-probabilísticas não garantem a representatividade da

população”.

A pesquisa com os funcionários foi realizada no período de 20 a 26 de março

de 2009, e a pesquisa com os clientes foi realizada no período de 17 de fevereiro a

30 de abril de 2009.

3.3 Instrumentos de pesquisa

Para a realização das pesquisas foram aplicados questionários com os

funcionários e clientes (apêndices A e B), que segundo Lima (2004, p.52)

“questionário corresponde a uma técnica de coleta de dados utilizada em pesquisa

de campo de caráter quantitativo. É resultado da formulação e da aplicação de uma

série ordenada de questões. Deve explicitar os objetivos da pesquisa em

andamento”. A elaboração dos questionários foi baseada na Escala de Likert, sendo

que nessa escala “em geral são utilizadas quatro ou cinco categorias ordinais”

(ALEXANDRE et al., 2003, p. 1). Como ilustração e entendimento dos respondentes

as categorias ordinais, são associadas a ilustrações que correspondem: 1 - nunca, 2

- raramente 3 - às vezes, 4 - quase sempre e 5 - sempre.

3.4 Análise e apresentação

Foi utilizado o software Excel, estatística descritiva e análise comparativa. Os

dados são apresentados por meio de gráficos e tabelas.

Na análise do perfil dos colaboradores, foi utilizado o software Excel, e foram

feitas tabelas com análise cruzada entre dois gráficos, por exemplo: idade dos

colaboradores e prática de exercícios dos colaboradores.

Na análise do nível de stress dos colaboradores, que partiu do questionário

(apêndice A), as tabelas são apresentadas com freqüência negativa, neutra e

positiva. Os itens que apresentam freqüência negativa demonstram que raramente

ou nunca os colaboradores apresentam os sintomas descritos. Assim, para se

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indicar o stress, faz-se necessário uma percepção maior na freqüência positiva

(sempre e quase sempre os funcionários percebem os sintomas descritos).

Na identificação da relação do stress com o ambiente de trabalho, que

também partiu do questionário (apêndice A), foram feitas tabelas com freqüência

negativa, neutra e positiva. Os itens que apresentam freqüência positiva

demonstram que sempre ou quase sempre estão “satisfeitos” com os aspectos

analisados. Dessa forma, para se indicar o stress, faz-se necessário uma percepção

maior na freqüência negativa (nunca e raramente os funcionários percebem os

aspectos positivos).

Na análise da satisfação dos clientes em relação à qualidade dos serviços

bancários, os resultados são apresentados por meio de gráficos.

Na relação do nível de stress com a qualidade dos serviços, foi feita uma

tabela com o somatório das dimensões da qualidade de serviços. Foram somadas

as freqüências de cada dimensão de qualidade de serviço. Para o stress dos

colaboradores em relação aos aspectos pesquisados, foi utilizado o total de cada

tabela já analisada e, com isso, foram feitos os gráficos para a análise global de

cada aspecto.

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50

4 RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados da pesquisa realizada com os

colaboradores e com os clientes ativos da agência do BB Besc de Camboriú, por

meio de gráficos e tabelas. A pesquisa realizada com os clientes teve início em 17

de fevereiro de 2009 e término em 30 de abril de 2009, e a pesquisa com os

colaboradores foi realizada no período de 20 a 26 de março de 2009.

O capítulo apresenta o perfil dos colaboradores, identifica-se o nível de stress

dos mesmos, sua relação com o ambiente de trabalho, a satisfação dos clientes em

relação aos serviços prestados e a relação entre o stress dos colaboradores e a

satisfação dos clientes.

4.1 Análise do perfil dos colaboradores

Na análise do perfil dos colaboradores, são apresentados os resultados por

meio de gráficos de dados como idade, sexo, escolaridade e estado civil dos

colaboradores, dentre outras questões.

Gráfico 1: Idade dos colaboradores. Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

13%

38%

0%

49%

0%18-25 anos

26-33 anos

34-41 anos

42-50 anos

mais de 50 anos

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Observou-se que a maior parte dos funcionários tem idade entre 42 e 50

anos. Em seguida, funcionários com idade entre 26 e 33 anos aparecem com 38%, e

entre 18 e 25 anos aparecem com 13%.

Gráfico 2: Prática de exercícios dos colaboradores. Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Observou-se que a maior parte dos funcionários pratica exercícios de forma

regular. Apenas 38% não praticam.

Tabela 01 – Relação entre a idade e a prática de exercícios dos colaboradores.

Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Exercícios físicos não competitivos como ginástica aeróbica, caminhada,

jogging, natação e andar de bicicleta são recomendados pelos médicos. Eles

aumentam a capacidade do coração, diminuem o ritmo cardíaco em repouso,

Idade Prática Exercícios

18–25 anos 26–33 anos 34–41 anos 42–50 anos mais de 50

anos

Sim 1 - 4 -

Não 1 2 - -

62%

38%

Sim

Não

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fornecem distração mental das pressões do trabalho e oferecem meios de acabar

com a tensão diária (ROBBINS, 1999).

Pode-se concluir com a análise cruzada que os funcionários mais velhos

praticam exercícios e entre os mais novos apenas um deles tem este hábito. Com a

idade mais avançada a prática de exercícios torna-se um fator essencial para a

saúde na percepção dos colaboradores.

Gráfico 3: Gênero dos colaboradores. Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Constatou-se que metade dos funcionários é do sexo masculino e a outra

metade do sexo feminino.

50% 50%

Masculino Feminino

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Gráfico 4: Tempo no cargo atual dos colaboradores. Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

A maior parte dos funcionários encontra-se no cargo atual de 6 meses a 2

anos. Com 25%, aparecem os que estão no mesmo cargo de 3 a 5 anos. E com

13%, parecem os que estão no mesmo cargo há mais de 10 anos.

Tabela 02 – Relação entre o gênero e o tempo no cargo atual dos colaboradores. Cargo Atual Sexo

6 meses a 2

anos

3 a 5 anos

6 a 10 anos

mais de 10

anos

Feminino 2 1 - 1

Masculino 2 2 -

Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Com a análise dos gráficos, conclui-se que o sexo não influencia no tempo

em que o funcionário está no cargo atual, pois a quantidade de homens e mulheres

que estão no mesmo cargo em até dois anos é a mesma, fazendo com que o sexo

não se torne um fator que gere disputa de cargos.

62%25%

0%13%

6 meses a 2 anos

3 a 5 anos

6 a 10 anos

mais de 10 anos

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Gráfico 5: Estado civil dos colaboradores. Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

O gráfico mostra que 38% dos funcionários são casados, 37% são solteiros e

25% divorciados.

Gráfico 6: Tempo para descanso e descontração dos colaboradores. Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

0%0%

62%

38%

0%Nunca

Raramente

As Vezes

Frequentemente

Sempre

37%

38%

25%0%0%

Solteiro

Casado

Divorciado

Viúvo

Outros

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Observou-se que 62% dos funcionários às vezes encontram tempo para

descansar e se descontrair. 38% afirmaram que frequentemente encontram tempo

para descanso e descontração.

Tabela 03 – Relação entre o estado civil e o tempo para descanso e descontração dos colaboradores.

Descanso Est. Civil

Nunca

Raramente

Às vezes

Frequentemente

Sempre

Solteiro 2 1 Casado 1 2

Divorciado 2 Viúvo - - - - -

Outros - - - - - Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Pode-se concluir que os funcionários que são casados encontram mais tempo

para descansar e descontrair-se do que os funcionários que são solteiros e

divorciados.

Gráfico 7: Escolaridade dos colaboradores. Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Observou-se que 38% dos funcionários têm ensino superior completo, 37%

tem ensino médio completo e 25% tem ensino superior incompleto.

0%

37%

25%

38%

0%0%0%0%

Ens. Fund. Completo

Ens. Médio Completo

Superior Incompleto

Superior Completo

Pós-graduação

Especialização

Mestrado

Doutorado

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Gráfico 8: Tempo de serviço na agência dos colaboradores. Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

A maioria dos funcionários está trabalhando na agência entre 6 meses e 2

anos. Em seguida, os funcionários que estão trabalhando na agência entre 3 e 5

anos aparecem com 38%. Com 13%, aparecem os que estão trabalhando na

agência há mais de 20 anos.

Tabela 04 – Relação entre a escolaridade e o tempo de serviço na agência dos colaboradores. Tempo de

Serviço Escolaridade

6 meses a 2 anos

3 a 5 anos

6 a 10 anos

10 a 15 anos

15 a 20 anos

Mais de 20 anos

Fundamental Completo

- - - - - -

Médio Completo

2 1

Superior Incompleto

1 1

Superior Completo

2 1

Pós-graduação

- - - - - -

Especialização - - - - - - Mestrado - - - - - -

Doutorado - - - - - - Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

49% 38%

0%0%0%13% 6 meses a 2 anos

3 a 5 anos

6 a 10 anos

10 a 15 anos

15 a 20 anos

mais de 20 anos

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Pela análise dos gráficos, conclui-se que quem tem ensino superior completo

ou cursando está mais tempo trabalhando na agência do que quem tem apenas

ensino médio completo. Pode-se destacar que os funcionários que tem ensino médio

completo são apenas três. Dois deles trabalham na agência de 06 meses a 02 anos,

e apenas um trabalha na agência de 03 a 05 anos.

Na percepção dos colaboradores pode-se destacar que quanto maior a idade,

mais necessidade de exercício físico eles têm, o que ajuda também a diminuir o

stress ocupacional. O sexo dos colaboradores é um fator que não tem relação com o

tempo em que o mesmo está no seu cargo atual, pois o tempo em que homens e

mulheres ocupam seu cargo é praticamente o mesmo. Os colaboradores que são

casados encontram mais tempo para descanso e descontração do que aqueles que

são solteiros ou divorciados. Os funcionários que têm ensino superior completo ou

cursando estão a mais tempo trabalhando na agência do que os funcionários que

tem apenas o ensino médio completo, concordando com a idéia de que as pessoas

têm que se aperfeiçoarem cada vez mais profissionalmente para ter um crescimento

futuro.

No capítulo seguinte, é feita a análise do nível de stress dos colaboradores,

tanto dos sintomas relacionados ao estado físico, como também dos sintomas

relacionados à saúde mental. São analisados por meio de tabelas.

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4.2 Análise do nível de stress dos colaboradores

Para a análise do nível de stress dos colaboradores os resultados a seguir

apresentam-se em tabelas que mostram alguns sintomas de stress que os

colaboradores podem apresentar quando estão estressados.

Tabela 05 – Sintomas relacionados ao estado físico dos colaboradores

Nº ITEM Freqüência Negativa

Freqüência Neutra

Freqüência Positiva

01 Dificuldade de dormir ou sono perturbado

6 2 -

02 Dor de cabeça 4 3 1

03 Dor no estômago 5 3 - 04 Sensação de cansaço 1 4 3 05 Tendência de comer, beber ou

fumar mais que o habitual 6 - 2

06 Diminuição do interesse sexual 6 1 1 07 Sensação de fôlego curto ou falta

de ar 5 2 1

08 Tremores musculares (por exemplo, nas pálpebras)

7 - 1

09 Sensação de desânimo pela manhã, ao se levantar

5 1 2

10 Sensação de sentir seu coração bater mais forte

7 - 1

11 Tendência a suar em excesso 7 - 1 12 Dor nos músculos do pescoço e

ombros 2 3 3

TOTAL 61 19 16

Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Como conseqüências, o stress pode levar a um, de três tipos comuns de

resultados: fisiológicos, psicológicos e comportamentais (ROSSI, PERREWÉ e

SAUTER, 2005, SPECTOR, 2006, ROBINS, 1999).

Robbins (1999) explica que os sintomas fisiológicos são caracterizados por

mudanças no metabolismo, alterações dos batimentos cardíacos e ritmo respiratório,

cansaço, aumento da pressão sanguínea, dores de cabeça e náuseas. Além disso,

podem surgir sintomas como dores de cabeça, problemas digestivos e doenças

como o câncer (SPECTOR, 2006).

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Os sintomas comportamentais incluem mudanças nos hábitos de

alimentação, fala mais rápida, aumento do consumo de álcool ou cigarro,

inquietação, acidentes e distúrbios do sono. (SPECTOR, 2006, ROBINS, 1999).

Observa-se que sintomas como sensação de cansaço, sensação de

desânimo pela manhã ao se levantar e dor nos músculos do pescoço e ombros são

os fatores que muitos dos funcionários sentem com freqüência ou às vezes.

Sintomas de dor de cabeça e dor de estômago são sentidos em alguns

momentos pelos funcionários, e alguns apresentam frequentemente a tendência de

comer, beber ou fumar mais que o habitual.

Porém, o total da tabela de freqüência positiva é 16 e comparando-se com a

freqüência neutra e negativa, conclui-se que os colaboradores não apresentam

condições extremas que possam levar ao stress.

Tabela 06 – Sintomas relacionados à saúde mental dos Colaboradores

Nº ITEM Freqüência Negativa

Freqüência Neutra

Freqüência Positiva

13 Sensação de incapacidade 7 1 - 14 Dificuldades de relacionamentos 6 1 1

15 Angústia 6 1 1 16 Perda de concentração no

trabalho 4 3 1

17 Irritabilidade sem causa aparente 6 - 2 18 Comportamento não cooperativo 6 2 - 19 Ansiedade 6 2 - 20 Vontade de fugir de tudo 5 2 1 21 Chorar com facilidade 7 1 - 22 Perda do senso de humor 6 1 1 23 Pensar/falar constantemente num

só assunto 6 2 -

TOTAL 65 16 7

Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Os sintomas psicológicos caracterizam-se por tensão, ansiedade, tédio,

irritabilidade, frustrações e insatisfações no trabalho (SPECTOR, 2006, ROBBINS,

1999).

Observa-se que a irritabilidade sem causa aparente é um sintoma que

frequentemente acontece com alguns dos funcionários.

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A perda de concentração no trabalho, o comportamento não cooperativo, a

ansiedade, a vontade de fugir de tudo e pensar e falar constantemente num só

assunto são sintomas que ocorrem com alguns dos funcionários em alguns

momentos.

Analisando a tabela, foi obtido um total de 7 como freqüência positiva, o que

indica que quanto à saúde mental o funcionários também não se encontram com

possibilidade de stress no atual momento.

As tabelas 05 e 06 apresentaram os sintomas físicos e comportamentais dos

colaboradores, em que a freqüência maior foi a negativa, ou seja, não apresentaram

sintomas de stress físico e psicológico.

4.3. Identificação da relação do stress com o ambiente de trabalho

Na identificação da relação do stress com o ambiente de trabalho, os

resultados também são por meio de tabelas com situações do cotidiano dos

colaboradores, e foram feitas as conclusões com os resultados obtidos.

Tabela 07 – Percepção dos Colaboradores em relação ao Ambiente Físico

Nº ITEM Freqüência Negativa

Freqüência Neutra

Freqüência Positiva

01 A climatização do meu ambiente de trabalho é adequada

- 1 7

02 A iluminação do meu local de trabalho é adequada para o desempenho das minhas tarefas

- - 8

03 Trabalho em um local limpo e agradável

- - 8

04 Não tenho problemas físicos decorrente da realização de meu trabalho

3 5 -

05 Trabalho em um local organizado e que traz facilidades para mim

- 2 6

06 Meu trabalho não oferece riscos à minha saúde física

2 5 1

TOTAL 5 13 30 Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Wagner III e Hollenbeck (2004) explicam que no ambiente físico, as

características físicas do local de trabalho podem estimular reações emocionais

negativas nos trabalhadores. Pesquisas mostraram, por exemplo, que temperaturas

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muito frias ou muito quentes podem afetar as atitudes de trabalho, como também o

desempenho e a tomada de decisão; que tarefas diferentes exigem diferentes níveis

de iluminação, e que a escuridão está correlacionada com a insatisfação no

trabalho; além de provar que características físicas do ambiente de trabalho como

limpeza, instalações ao ar livre e riscos a saúde tem um papel muito importante no

modo como as pessoas realizam suas tarefas.

Em relação ao ambiente físico, os funcionários encontram-se satisfeitos, pois

acreditam que a climatização, iluminação, limpeza e organização são adequadas.

Apesar disso, cabe atentar que com uma freqüência negativa significativa os

colaboradores acreditam que o trabalho realmente causa problemas físicos e que ele

oferece riscos a sua saúde.

Tabela 08 – Percepção dos Colaboradores em relação ao Ambiente Social

Nº ITEM Freqüência

Negativa Freqüência

Neutra Freqüência

Positiva 07 Estou satisfeito com meu superior

e colegas de trabalho - 2 6

08 Tenho liberdade para trabalhar sem ser vigiado ou interrompido

1 2 5

09 A distribuição de pessoas em meu local de trabalho é adequada

3 2 3

10 Não me sinto incomodado com situações desagradáveis em meu trabalho

2 5 1

11 Meus colegas colaboram para que eu possa realizar minhas tarefas

1 2 5

12 Concordo com as atitudes tomadas pelos meus colegas e superiores

1 4 3

TOTAL 8 17 23 Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Em termos de ambiente social, supervisores e colegas de trabalho servem

como fontes de satisfação ou frustração para o trabalhador. O funcionário pode estar

satisfeito com seu superior ou com colegas porque eles o ajudam a atingir alguns

resultados. Uma atitude desse tipo é chamada de atração funcional. Uma pessoa

também pode ser atraída pelas outras devido a semelhança de valores e atitudes.

Essa é a atração de entidade (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

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A densidade social e privacidade são dois aspectos importantes para

entender o comportamento. A densidade social é uma medida de aglomeração,

calculada pela divisão do número de pessoas em uma determinada área pelo

número de metros quadrados desta área.

Já a privacidade, é a liberdade para trabalhar sem ser vigiado ou

interrompido. A densidade social torna-se um problema quando seu número é

grande e a privacidade é baixa, gerando assim uma alta rotatividade de funcionários

(WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

No ambiente social, observa-se que no que diz respeito ao superior e colegas

de trabalho, os funcionários estão satisfeitos. Eles têm liberdade para trabalharem

sem serem vigiados ou interrompidos, e os colegas colaboram para o desempenho

de suas tarefas. Os funcionários às vezes se sentem incomodados com situações

desagradáveis no trabalho e às vezes concordam com atitudes tomadas pelos

colegas e superiores. Alguns acreditam que a distribuição de pessoas no local de

trabalho é sempre adequada e outra parte acredita que raramente é adequada.

Em relação ao ambiente social, os itens que mais chamam a atenção são a

distribuição de pessoas no local de trabalho, que para alguns foi negativa e para

outros foi positiva, e também o item que o colaborador não se sente incomodado

com situações desagradáveis em seu trabalho, em que a maioria das respostas foi

dada na freqüência neutra. No total, a freqüência positiva é maior do que as outras

freqüências, concluindo-se que os colaboradores não apresentam sintomas

relevantes de stress.

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Tabela 09 – Percepção dos Colaboradores em relação às Inclinações Pessoais

Nº ITEM Freqüência Negativa

Freqüência Neutra

Freqüência Positiva

13 Não tenho medo de errar no trabalho

1 3 4

14 Meus colegas e clientes não me irritam com facilidade

1 3 4

15 Trabalho somente com pessoas que gosto e tenho bom relacionamento

1 4 3

16 Não me sinto estressado com problemas que trago de casa

- 1 7

17 Meu trabalho não me estressa 1 3 4 18 Não fico nervoso se não consigo

realizar meu trabalho corretamente

2 4 2

TOTAL 6 18 24 Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Wagner III e Hollenbeck (2004) explicam que o termo afetividade negativa

descreve o temperamento de angústia subjetiva que inclui humores desagradáveis

como raiva, desprezo, culpa, medo e nervosismo.

Observa-se que os funcionários raramente têm medo de errar no trabalho,

alguns até tem, só que às vezes. Os colegas e clientes raramente os irritam com

facilidade. Os funcionários não se sentem estressados com problemas que trazem

de casa, e o trabalho não os estressa. Alguns dos funcionários ficam nervosos

quando não conseguem realizar o trabalho corretamente e alguns ficam nervosos

somente às vezes. Os funcionários trabalham com pessoas que gostam e tem bom

relacionamento somente às vezes.

Os itens que podem ser destacados neste aspecto são os itens “trabalho

somente com pessoas que gosto e tenho bom relacionamento”, em que a maior

parte se posicionou na freqüência neutra, e o item “não fico nervoso se não consigo

realizar meu trabalho corretamente”, em que a maioria também se posicionou na

freqüência neutra e alguns na freqüência negativa. No total, a freqüência negativa

aparece em um número pequeno, apresentando como resultado que os funcionários

não estão estressados por esse aspecto.

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Tabela 10 – Percepção dos Colaboradores em relação às Tarefas Organizacionais

Nº ITEM Freqüência

Negativa Freqüência

Neutra Freqüência

Positiva 19 Tolero pessoas lentas e que não

entendem o que tem que fazer 1 4 3

20 As tarefas exercidas em meu trabalho não requerem esforço físico

- 1 7

21 As tarefas exercidas em meu trabalho representam um grande valor para mim e para a organização

- - 8

22 O acúmulo de trabalho não me incomoda

2 5 1

23 Costumo ficar sem ter o que fazer e isso não me incomoda

8 - -

24 Consigo desempenhar minhas tarefas de maneira calma e correta

- 3 5

TOTAL 11 13 24 Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Dentro das tarefas organizacionais existem os tipos que são: complexidade

da tarefa, esforço físico e insignificância da tarefa (WAGNER III; HOLLENBECK,

2004).

A complexidade da tarefa é a impressão desagradável gerada por trabalhos

simples e repetitivos, para muitas pessoas resulta em frustração, o que causa

insatisfação e stress. O tédio gerado pela falta de complexidade da tarefa também

pode afetar o desempenho em certos tipos de trabalho.

O esforço físico é uma característica indesejável no trabalho, devido a

tecnologia que continua avançando. Entretanto, ainda existem trabalhos

caracterizados como fisicamente exigentes, o que pode gerar stress e insatisfação.

A insignificância da tarefa é importante para o trabalhador acreditar que seu

trabalho tem valor.

Segundo Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) as exigências da tarefa, que é

quando pedem para fazer demais ou de menos, fazem parte também dos principais

estressores.

De acordo com a tabela, os funcionários reconhecem que as tarefas

exercidas no trabalho sempre representam um grande valor tanto para ele mesmo,

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quanto para a organização. Às vezes toleram pessoas lentas e que não entendem o

que tem que fazer. Apenas um dos funcionários afirma que não tolera pessoas

assim. Quase sempre desempenham suas tarefas de maneira calma e correta.

Alguns dizem que às vezes o acúmulo de trabalho não incomoda e alguns deles

afirmam que o acúmulo de trabalho é um fator que sempre os incomoda. Eles nunca

ficam sem ter o que fazer no trabalho e isso os incomoda. Observa-se também que

as tarefas exercidas raramente requerem esforço físico.

Neste aspecto, o total da freqüência negativa foi baixo em relação a

freqüência positiva, podendo-se concluir que os colaboradores não apresentam

sintomas relevantes de stress.

Tabela 11 – Percepção dos Colaboradores em relação aos Papéis Organizacionais

Nº ITEM Freqüência

Negativa Freqüência

Neutra Freqüência

Positiva 25 Sei e entendo com clareza qual é

o meu papel em meu local de trabalho

- - 8

26 Sei quais são as expectativas de desempenho de meu papel

- - 8

27 Não exerço mais de um papel em uma mesma situação no trabalho

6 2 -

28 Tenho muitas expectativas no desempenho do meu papel

- 4 4

29 Conheço as minhas expectativas de papel, mas meus colegas não

- 4 4

30 Não me sinto sobrecarregado com meus papéis na organização

1 3 4

TOTAL 7 13 28 Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Pode ser definido como o conjunto total de expectativas que é defendido pela

pessoa, e também pelos demais que fazem parte do ambiente social. Os aspectos

mais pesquisados são a ambigüidade do papel, o conflito de papéis e o âmbito do

papel (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

A ambigüidade do papel são as incertezas ou a falta de clareza sobre o papel

da pessoa na organização (WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

O conflito é papel é quando o indivíduo tem que exercer mais de um papel

em uma mesma situação (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

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O âmbito de papel é o número de expectativas para a pessoa que

desempenha um papel. No papel superdimensionado, muitas expectativas são

colocadas ao ocupante do papel, e no papel subdimensionado acontece ao contrário

(WAGNER III; HOLLENBECK, 2004).

Ainda nos papéis organizacionais, Limongi-França e Rodrigues (2005)

descrevem mais dois tipos, que são a incompatibilidade de papel e a sobrecarga de

papéis.

A incompatibilidade de papel é quando as expectativas dos membros da

organização de trabalho são bem conhecidas por eles, mas são incompatíveis com

as características do indivíduo para o desempenho desse papel. (LIMONGI-

FRANÇA; RODRIGUES, 2005).

Na sobrecarga de papéis, o indivíduo possui um número muito grande de

papéis. Não deve ser confundido com sobrecarga de trabalho. Como exemplos

podem-se citar pessoas que delegam pouco, empresas que passam por momento

de transição e executivos que estão sendo promovidos. (LIMONGI-FRANÇA;

RODRIGUES, 2005).

Os colaboradores sempre sabem e entendem com clareza qual o seu papel

no local de trabalho e quais as expectativas de desempenho do seu papel. Muitos

deles exercem mais de um papel em uma mesma situação no trabalho e alguns

sentem-se sobrecarregados com os papéis na organização às vezes. Alguns sempre

conhecem suas expectativas de papel e alguns às vezes as conhecem.

Como a freqüência negativa é menor que a freqüência positiva, os

colaboradores também não apresentam sintomas de stress nesse aspecto.

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Tabela 12 – Percepção dos Colaboradores em relação a Outros Sintomas

Nº ITEM Freqüência Negativa

Freqüência Neutra

Freqüência Positiva

31 Os líderes de meu trabalho não são autoritários

- 5 3

32 Não executo minhas tarefas sobre pressão

- - 8

33 O meu trabalho não interfere em minha vida particular

1 1 6

34 Não tenho carência de autoridade e orientação em meu trabalho

- 2 6

35 Não tenho excesso de trabalho em meu trabalho

2 3 3

36 Sei exatamente quais os objetivos da empresa para mim

1 2 5

TOTAL 4 13 31 Fonte: Pesquisa realizada no período de 20 a 26 de março/2009.

Como fatores estressores, Schermerhorn, Hunt e Osborn (1999) ainda

apresentam os dilemas éticos, que é quando pedem para o trabalhador fazer coisas

ilegais ou que violam valores pessoais; e desenvolvimentos de carreira que é a

movimentação rápida demais, e o indivíduo se sente sobrecarregado ou

movimentação lenta demais, e ele sente-se estagnado.

Limongi-França e Rodrigues (2005) apresentam ainda mais alguns fatores.

São eles:

• Liderança do tipo autoritário;

• execução de tarefas sob repressão;

• falta de conhecimento no processo de avaliação de desempenho e de

promoção;

• carência de autoridade e de orientação;

• excesso de trabalho;

• grau de interferência na vida particular que os trabalhadores podem ter.

Nenhum funcionário executa suas tarefas sobre pressão. Grande parte deles

acredita que o seu trabalho não interfere na sua vida particular e também não tem

carência de autoridade e orientação no trabalho. A maioria sabe os objetivos da

empresa para ele mesmo. Alguns acreditam que às vezes tem excesso de trabalho

no trabalho, outros acreditam que sempre tem excesso de trabalho no trabalho.

Alguns ainda acreditam que, às vezes os líderes são autoritários.

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Com relação a percepção de outros sintomas, o que pode ser destacado é o

item de excesso de trabalho no trabalho, em que os colaboradores se posicionaram

na freqüência neutra e positiva também.

No total a freqüência positiva é maior, portanto com relação aos outros

sintomas os colaboradores não estão estressados.

Cada aspecto que foi analisado anteriormente são os fatores que causam

stress dentro das organizações. Nas tabelas, cada aspecto foi analisado

separadamente, que são o ambiente físico, o ambiente social, as inclinações

pessoais, as tarefas organizacionais, os papéis organizacionais e os outros

sintomas. Em todos eles, a freqüência positiva sempre foi maior.

Cabe salientar dois aspectos em que a freqüência negativa foi relevante em

relação à freqüência positiva, que são o ambiente social e os papéis

organizacionais. No ambiente social a questão da distribuição de pessoas no local

de trabalho é o item que mais se destacou, isso porque o espaço físico da agência

não é muito grande, e em dias de pico como inícios e finais de mês a agência fica

lotada e as pessoas se aglomeram, causando transtornos. Nos papéis

organizacionais o item “não exerço mais de um papel em uma mesma situação no

trabalho”, também teve destaque, e é da onde o stress poderia surgir, pois 06 dos 08

colaboradores responderam este item como freqüência negativa.

Em geral, como todos os resultados tiveram a freqüência positiva em alta,

percebe-se que os funcionários da agência do BB BESC de Camboriú dentro desse

período que foi pesquisado não apresentaram sintomas de stress ocupacional,

portanto não estão estressados.

Na análise da satisfação dos clientes em relação à qualidade dos serviços

bancários a seguir, são apresentados os dados dos clientes como idade e

escolaridade. É apresentada também a percepção dos clientes com relação às

dimensões de qualidade dos serviços prestados pela agência, também por meio de

gráficos.

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4.4 Análise da satisfação dos clientes em relação à qualidade dos serviços

bancários

Nesta análise, são apresentados os resultados por meio de gráficos, que diz

respeito à qualidade dos serviços bancários da agência do BB Besc de Camboriú.

As cinco dimensões da qualidade avaliadas são: confiabilidade, atendimento,

segurança, empatia e tangíveis. Vale ressaltar que o período em que foi realizada a

pesquisa com os clientes, a agência passou por constantes mudanças e que

atualmente ainda passa.

24%

25%27%

22%2%

18-25 anos

26-35 anos

36-45 anos

46-60 anos

Acima de 60 anos

Gráfico 9: Idade dos clientes. Fonte: Pesquisa realizada no período de 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

A maior parte dos clientes tem de 36 a 45 anos. Em seguida aparecem os

clientes de 26 a 35 anos, com 25%. Com 24%, aparecem os clientes de 18 a 25

anos e com 22% os de 46 a 60 anos. Apenas 2% dos clientes que responderam a

pesquisa tem acima de 60 anos.

Mesmo com a imagem que o BB Besc tem de “banco de aposentados”,

grande parte que respondeu ao questionário são pessoas mais novas, que se situam

na idade mediana. Nesse aspecto deve-se considerar que as pessoas acima de 60

anos permanecem menos tempo no banco, considerando que as mesmas tem

prioridade no atendimento, inviabilizando o acesso aos mesmos. Deve-se considerar

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também o fato da maior facilidade de compreensão do conteúdo e da importância da

pesquisa pelas pessoas de idade entre 36 e 45 anos.

38%

62%

Masculino

Feminino

Gráfico 10: Gênero dos clientes. Fonte: Pesquisa realizada no período de 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

Das pessoas que responderam ao questionário, 62% são do sexo feminino e

38% são do sexo masculino, não apresentando representatividade em relação ao

número de clientes no que diz respeito ao gênero.

14%

11%

3%

31%14%

14%

12% 1%

Ens. FundamentalIncompleto

Ens. FundamentalCompleto

Ens. Médio Incompleto

Ens. Médio Completo

Ens. Superior Incompleto

Ens. Superior Completo

Pós-graduação

Outros Gráfico 11: Escolaridade dos clientes. Fonte: Pesquisa realizada no período de 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

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A maior parte dos clientes tem ensino médio completo. Com 14% aparecem

os clientes com ensino fundamental incompleto, os de ensino superior incompleto e

ensino superior completo. Com 12% aparecem os pós-graduados e com 11% os

clientes com ensino fundamental completo. Com apenas 1% aparecem os outros,

com mestrado e doutorado, por exemplo.

Percebe-se que há uma heterogeneidade de níveis educacionais na agência

do BB Besc de Camboriú.

A seguir são analisadas as cinco dimensões de qualidade dos serviços na

percepção dos clientes da agência.

67%

29%

4%0%0%Sempre

Quase Sempre

Às Vezes

Raramente

Nunca

Gráfico 12: A percepção dos clientes em relação ao oferecimento de um serviço confiável. Fonte: Pesquisa realizada no período de 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

A confiabilidade reflete a coerência e a confiança que o desempenho de uma

empresa inspira (HOFFMAN; BATESON, 2003, p.369). É a capacidade de prestar o

serviço prometido com confiança e exatidão (FITZSIMMONS e FITZSIMMONS,

2005, LOVELOCK e WRIGHT, 2004).

A pergunta feita aos clientes foi se a agência oferece um serviço confiável.

67% dos clientes responderam que a agência sempre oferece um serviço confiável,

29% responderam que quase sempre, 4% às vezes e 0% raramente e nunca.

Portanto, em relação à confiabilidade os clientes estão satisfeitos.

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Cabe ressaltar que no momento em que a pesquisa começou a ser aplicada,

ainda existiam os gerentes antigos, e no decorrer dela houve uma alteração no

pessoal da agência, em que os gerentes foram substituídos por gerentes já do

Banco do Brasil, ainda assim, tal fator não representou diferenciação nos resultados.

10%

29%

36%

20%5%

Sempre

Quase Sempre

Às Vezes

Raramente

Nunca

Gráfico 13: A rapidez no atendimento na percepção dos clientes. Fonte: Pesquisa realizada no período de 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

O atendimento é a disposição e/ou prontidão dos funcionários para prestar o

serviço (HOFFMAN; BATESON, 2003, p.370). Diz respeito ao pronto atendimento

(FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2005, LOVELOCK e WRIGHT, 2004).

A pergunta feita aos clientes foi se agência oferece um atendimento rápido. A

maioria respondeu que às vezes o atendimento é rápido, em seguida com 29% os

clientes responderam que quase sempre é rápido, com 20% é raramente rápido,

com 10% é sempre rápido e com 5% nunca é rápido. Houve uma variação de

respostas, pois a fila do caixa geralmente é extensa e as pessoas esperam muito

para serem atendidas. Porém, observou-se no período de estágio, que isso

acontece em dias de pico que são inícios e finais de mês. Vale lembrar que com esta

mudança que foi a incorporação dos dois bancos, esse fato tem sido constante.

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69%

26%

5% 0%0%Sempre

Quase Sempre

Às Vezes

Raramente

Nunca

Gráfico 14: A percepção dos clientes em relação aos serviços prestados aos correntistas. Fonte: Pesquisa realizada no período de 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

A segurança diz respeito à competência da empresa, à cortesia que ela

oferece a seus clientes e à segurança de suas operações (HOFFMAN; BATESON,

2003, p.371). Está relacionada ao conhecimento e a cortesia dos funcionários

(FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2005, LOVELOCK e WRIGHT, 2004).

Na opinião dos clientes, 69% responderam que os serviços prestados aos

correntistas sempre são cumpridos conforme o acordo entre o banco e o cliente.

26% responderam que quase sempre isso acontece e 5% respondeu que somente

às vezes isso acontece. No aspecto segurança, pode-se concluir que os clientes

encontram-se satisfeitos com os serviços oferecidos pela agência.

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41%

41%

15% 2%1%Sempre

Quase Sempre

Às Vezes

Raramente

Nunca

Gráfico 15: A percepção dos clientes em relação ao aspecto de ser atendido de acordo com as suas solicitações. Fonte: Pesquisa realizada no período de 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

A empatia é a capacidade de perceber as sensações dos outros como se

fossem próprias (HOFFMAN; BATESON, 2003, p.372). É demonstrar interesse e

atenção personalizada aos clientes (FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2005,

LOVELOCK e WRIGHT, 2004).

Foi perguntado aos clientes se eles são atendidos conforme suas solicitações.

A freqüência positiva (sempre e quase sempre) somou 82%. Com 15% apareceu a

opção às vezes, 2% a opção raramente e 1% a opção nunca.

Como a agência tem um serviço confiável na percepção dos clientes,

consequentemente os mesmos são atendidos conforme solicitam. Conclui-se que na

dimensão empatia, a agência BB Besc de Camboriú é satisfatória para os clientes.

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18%

37%

33%

8% 4%Sempre

Quase Sempre

Às Vezes

Raramente

Nunca

Gráfico 16: A percepção dos clientes em relação aos serviços oferecidos pela agência do BB Besc de Camboriú e sua relação com a concorrência. Fonte: Pesquisa realizada no período de 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

Os tangíveis comparam as expectativas do cliente com o desempenho da

empresa no que diz respeito à sua capacidade de administrar seus tangíveis, isto é,

a variedade de objetos envolvidos na prestação do serviço (HOFFMAN; BATESON,

2003, p.368). É a aparência das instalações físicas, equipamentos e materiais

(FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2005, LOVELOCK e WRIGHT, 2004).

Foi perguntado aos clientes se os serviços oferecidos pela agência são

melhores que os da concorrência, ou seja, os outros bancos. Essa questão teve uma

grande variedade de respostas. 35% dos clientes afirmaram que sempre é melhor,

37% acreditam que quase sempre é melhor e 33% acreditam que somente às vezes

é melhor. Com 8% aparecem os clientes que acreditam que raramente isso acontece

e 4% acreditam que os serviços da agência nunca são melhores que os da

concorrência.

Os outros bancos que existem na cidade de Camboriú são o HSBC, o Banco

Itaú e o Banco do Brasil. Muitas pessoas que responderam a essa questão não

possuem contas em outros bancos, porém levou-se em conta o atendimento no

geral, filas de caixas e outros. O BB Besc tem sua agência lotada na maioria dos

dias, o que acaba dificultando o atendimento, e o seu número de caixas operando

também é restrito. Por este motivo, houve tanta dispersão nas respostas, mas ainda

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assim compreende-se que o serviço da agência acaba sendo melhor que os da

concorrência.

Na questão aberta, foi deixado um espaço para sugestões, críticas e

reclamações. O que os clientes colocam é que existe muita fila nos caixas e no auto-

atendimento. Alguns acreditam que falta orientação nos caixas automáticos para

ajudar as pessoas e muitos reclamaram da mudança que está ocorrendo no BB

Besc, com a incorporação dos dois bancos. Muitos disseram que agora está pior do

que antes e que está faltando organização.

Como sugestões, o que apareceu com maior freqüência nos questionários, é

ter mais funcionários no banco. Como o atendimento foi uma dimensão que teve

mais pontos negativos, mais funcionários ajudariam a agilizar o atendimento, não

ficando a agência lotada. Outros colocam que deveria existir mais caixas atendendo

e até mesmo um caixa rápido e um funcionário fixo atendendo no auto-atendimento,

pois com essa mudança não existem mais estagiários na agência para auxiliar.

Alguns falam da estrutura da agência, que deveria ter mais caixas

automáticos, um melhor espaço físico, água para os clientes e ar condicionado

funcionando melhor e que a agência deveria ser ampliada. Colocam ainda que a

agência deveria ter funcionários mais bem treinados para assumir determinados

cargos e para obter mais praticidade no atendimento.

Das dimensões pesquisadas, observa-se que quanto à confiabilidade e

segurança os clientes encontram-se satisfeitos, ou seja, os serviços são de

qualidade. Quanto à empatia e os tangíveis percebe-se que é um serviço

qualificado, mas pode sempre melhorar, para tornar-se de alta qualidade e para que

os clientes fiquem totalmente satisfeitos. Já na dimensão atendimento, o que se

conclui é que deve haver uma melhora grande nesse aspecto, pois houve uma

variância de respostas. O número de caixas fica restrito para a capacidade de cada

agência, mas os administradores podem organizar-se melhor para oferecerem um

atendimento mais ágil para os clientes. Como já foi mencionado anteriormente, a

agência está num processo de mudança, e essa dimensão ficou ainda mais evidente

com este fato.

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4.5 Relação do nível de stress com a qualidade dos serviços

Nesta parte é feito um comparativo da qualidade do serviço bancário em

relação ao nível de stress dos funcionários em determinados aspectos.

Na tabela 13 estão os somatórios das dimensões da qualidade, que foi

dividido em freqüência negativa, freqüência neutra e freqüência positiva.

Tabela 13 – Somatório das Dimensões da Qualidade de Serviços

DIMENSÕES Freqüência Negativa

Freqüência Neutra

Freqüência Positiva

Confiabilidade 02 08 197 Atendimento 52 75 80 Segurança 02 11 194 Empatia 07 31 169 Tangíveis 26 68 113 TOTAL 89 193 753

Fonte: Pesquisa realizada no período de 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

A partir da tabela, seguem os gráficos abaixo, com o comparativo entre as

duas variáveis.

10%

27%

63%

9%

19%

73%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Frequência Negativa Frequência Neutra Frequência Positiva

Porcentagem de representativade dasfreqüências de stress em relação aoAmbiente Físico

Porcentagem de representativade dasfreqüências em relação à Qualidadedos Serviços Bancários

Gráfico 17: Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à Qualidade dos Serviços e o stress dos colaboradores em relação ao Ambiente Físico. Fonte: Pesquisas realizadas nos períodos de 20 a 26 de março e 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

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No gráfico 17 são comparadas a qualidade dos serviços bancários na

percepção dos clientes e o nível de stress dos funcionários em relação ao ambiente

físico. Na freqüência negativa os funcionários apresentam mais insatisfação do que

os clientes. Na freqüência neutra a diferença já é um pouco maior entre a percepção

dos funcionários e a percepção dos clientes. A freqüência positiva aparece com

maior representatividade no gráfico, tanto para os funcionários como para os

clientes. Segundo o gráfico, os clientes encontram-se ainda mais satisfeitos do que

os funcionários, demonstrando que a satisfação predomina entre os clientes e os

funcionários (no aspecto ambiente físico), com maior destaque para os clientes

(73%).

17%

35%

48%

9%

19%

73%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Frequência Negativa Frequência Neutra Frequência Positiva

Porcentagem de representativade dasfreqüências de stress em relação aoAmbiente Social

Porcentagem de representativade dasfreqüências em relação à Qualidadedos Serviços Bancários

Gráfico 18: Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à Qualidade dos Serviços e o stress dos colaboradores em relação ao Ambiente Social. Fonte: Pesquisas realizadas nos períodos de 20 a 26 de março e 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

No gráfico 18, já houve uma variância de resultados. Na freqüência negativa,

os funcionários apresentam uma maior porcentagem de insatisfação com o ambiente

físico do que os clientes. Na freqüência neutra, os funcionários também aparecem

representando um número maior que os clientes. No geral, a freqüência positiva é

maior para as duas variáveis, mas houve uma diferença significativa entre a

percepção dos funcionários e a percepção dos clientes. E, apesar de não estarem

estressados, a soma da freqüência negativa e neutra ultrapassa os 50%, o que

pode, num momento futuro, representar riscos para a satisfação dos clientes.

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79

13%

38%

50%

9%

19%

73%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Frequência Negativa Frequência Neutra Frequência Positiva

Porcentagem de representativade dasfreqüências de stress em relação àsInclinações Pessoais

Porcentagem de representativade dasfreqüências em relação à Qualidadedos Serviços Bancários

Gráfico 19: Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à Qualidade dos Serviços e o stress dos colaboradores em relação às Inclinações Pessoais. Fonte: Pesquisas realizadas nos períodos de 20 a 26 de março e 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

O gráfico 19 mostra a percepção dos funcionários em relação às inclinações

pessoais e a percepção dos clientes em relação à qualidade dos serviços bancários.

A freqüência negativa aparece com menor representatividade de ambas as

partes. Na freqüência neutra, houve uma variância entre funcionários e clientes, pois

os funcionários consideram que às vezes trabalham somente com pessoas que

gostam e tem bom relacionamento e que ficam nervosos quando não conseguem

realizar o trabalho corretamente. A freqüência positiva aparece com mais

representatividade de ambas as partes, demonstrando mais uma vez uma maior

satisfação dos clientes, se comparado aos funcionários no aspecto de inclinações

pessoais.

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80

6%

27%

67%

9%

19%

73%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Frequência Negativa Frequência Neutra Frequência Positiva

Porcentagem de representativade dasfreqüências de stress em relação asTarefas Organizacionais

Porcentagem de representativade dasfreqüências em relação à Qualidadedos Serviços Bancários

Gráfico 20: Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à Qualidade dos Serviços e o stress dos colaboradores em relação às Tarefas Organizacionais. Fonte: Pesquisas realizadas nos períodos de 20 a 26 de março e 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

O gráfico 20 mostra a percepção dos funcionários em relação às tarefas

organizacionais e a percepção dos clientes em relação à qualidade dos serviços

bancários.

A freqüência negativa aparece com menor representatividade de ambas as

partes. Na freqüência neutra, houve uma diferença entre as respostas dos

funcionários e as respostas dos clientes, pois, segundo os colaboradores, às vezes

eles tem acúmulo de trabalho e isso os incomoda. A freqüência positiva ainda

aparece com maior representatividade das duas partes, que foi praticamente a

mesma. Pode-se compreender que em relação às tarefas organizacionais, tal item é

o que mais se equipara à satisfação dos clientes.

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15%

27%

58%

9%

19%

73%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Frequência Negativa Frequência Neutra Frequência Positiva

Porcentagem de representativade dasfreqüências de stress em relação aosPapéis Organizacionais

Porcentagem de representativade dasfreqüências em relação à Qualidadedos Serviços Bancários

Gráfico 21: Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à Qualidade dos Serviços e o stress dos colaboradores em relação aos Papéis Organizacionais. Fonte: Pesquisas realizadas nos períodos de 20 a 26 de março e 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

O gráfico 21 mostra a percepção dos funcionários em relação aos papéis

organizacionais e a percepção dos clientes em relação à qualidade dos serviços

bancários.

A freqüência negativa foi pequena para as duas partes. A freqüência neutra

foi maior para os colaboradores do que para os clientes. Por fim, a freqüência

positiva foi maior tanto para os colaboradores como para os clientes. Segundo o

gráfico, a satisfação dos clientes é bem mais relevante que o baixo stress dos

colaboradores, apesar de satisfatória.

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82

8%

27%

65%

9%

19%

73%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Frequência Negativa Frequência Neutra Frequência Positiva

Porcentagem de representativade dasfreqüências de stress em relação àOutros Sintomas

Porcentagem de representativade dasfreqüências em relação à Qualidadedos Serviços Bancários

Gráfico 22: Comparativo entre a satisfação dos clientes em relação à Qualidade dos Serviços e o stress dos colaboradores em relação a Outros Sintomas. Fonte: Pesquisas realizadas nos períodos de 20 a 26 de março e 17 de fevereiro a 30 de abril de 2009.

O gráfico 22 mostra a percepção dos funcionários em relação a outros

sintomas e a percepção dos clientes em relação à qualidade dos serviços bancários.

A freqüência negativa foi baixa e praticamente igual para funcionários e

clientes. Na freqüência neutra já houve uma variância de resultados, pois segundo

os colaboradores, eles às vezes têm excesso de trabalho no trabalho. No geral, a

freqüência positiva teve maior representatividade podendo-se dizer que os

funcionários não estão estressados em relação a outros sintomas de stress.

Da relação entre a qualidade dos serviços bancários e o stress dos

colaboradores, o que se conclui é que os mesmos não estão estressados em

nenhum aspecto pesquisado e tal fator pode ser refletido na satisfação dos clientes

com a qualidade dos serviços da agência.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho, foi possível identificar que o stress dos colaboradores não

influencia na qualidade dos serviços bancários da agência do BB Besc de Camboriú,

pois segundo as pesquisas realizadas os colaboradores não apresentaram sintomas

relevantes de stress e as dimensões da qualidade de serviços pesquisadas foram

satisfatórias para os clientes no período pesquisado.

Identificou-se também que o nível de stress dos colaboradores é baixo, não

apresentando sintomas relevantes. Sintomas como sensação de cansaço, sensação

de desânimo pela manhã ao se levantar e dor nos músculos do pescoço e ombros

são fatores que muitos dos funcionários sentem com certa freqüência, mas na

análise geral não são considerados relevantes.

Como resultados, os colaboradores não se encontraram estressados em

relação ao ambiente de trabalho. Existem alguns pontos em que o stress ocorre em

uma relativa freqüência negativa, como nas tarefas organizacionais em que às vezes

o acúmulo de trabalho os incomoda, nos papéis organizacionais em que sempre

exercem mais de um papel em uma mesma situação no trabalho e também em

outros sintomas que às vezes tem excesso de trabalho no trabalho. Ainda assim a

freqüência positiva é predominante.

Na qualidade de serviços pesquisada, os clientes encontraram-se satisfeitos

em todas as dimensões. Nas dimensões confiabilidade e segurança, pode-se

compreender que os serviços são de qualidade. Nas dimensões empatia e tangíveis

pode-se dizer que os serviços são de qualidade, mas que apresentam aspectos a

serem melhorados. É dada uma atenção especial à dimensão atendimento, em que

as opções às vezes e quase sempre e sempre ficaram praticamente iguais. Essa é

uma dimensão que tem que ser melhorada.

Na relação do nível de stress com a qualidade no atendimento, observa-se

que os funcionários não estão estressados e paralelamente os clientes estão

satisfeitos com a qualidade no atendimento, dando coerência à pesquisa.

Alguns fatores limitantes para se atingir os resultados da pesquisa foram: o

número de funcionários que é pequeno e a conclusão da pesquisa foi praticamente

unânime; a acessibilidade aos clientes, pois a maioria trabalha e não tem tempo

disponível para tal evento; e também o fato de grande parte dos clientes serem

idosos, pessoas que não tiveram muita instrução e que por esse motivo não

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puderam responder à pesquisa. Além disso, durante o período de aplicação das

pesquisas com os clientes, a agência passou por constantes mudanças de

organização e de pessoal de trabalho. Por esse motivo, muitos clientes que

responderam à pesquisa ficaram na dúvida se respondiam o que pensavam antes

ou depois dessa mudança. O tempo de pesquisa também ficou limitado, pelo fato do

término do estágio devido à incorporação da agência pelo Banco do Brasil.

O que poderia ser sugerido para esta agência é a contratação de mais

funcionários para os caixas e para atendimento no geral. Porém, como o solicitado

pelos próprios clientes não pode ser alcançado pelo fato da capacidade física da

agência, o que se sugere é que os gerentes organizem a forma de como irão

trabalhar, organizando da melhor maneira possível o pessoal de trabalho, para que o

atendimento seja mais rápido e eficaz e que satisfaça a todos os clientes. É sugerido

também mudanças e ampliação do espaço físico para que a disposição de pessoas

seja adequada e para que os clientes não fiquem com a impressão de agência

lotada.

Pode ser sugerido que sejam feitas novas pesquisas nesta agência, como o

processo de mudança BESC x BB Besc, para que se tenha uma idéia geral de como

os clientes foram influenciados por essa mudança, pois esse processo não foi

enfatizado nessa pesquisa.

O projeto contribuiu para o conhecimento, pois tinha uma outra idéia de como

seria avaliada a qualidade de serviços pelos clientes e também acreditava que o

stress estaria influenciando os colaboradores no desempenho de seus serviços.

Para a empresa, a realização dessa pesquisa foi muito válida, pois se tinham

algumas dúvidas em relação ao fator stress. Com o resultado foi possível ver que os

colaboradores não estão estressados e que a qualidade de atendimento foi

satisfatória no período em que a pesquisa foi aplicada. Para a universidade, teve

uma excelente contribuição, pois ainda não tinham sido analisadas estas duas

variáveis numa só pesquisa, e com a mesma, fica aberto um espaço para que mais

pesquisas sejam realizadas na agência no BB Besc de Camboriú.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

APÊNDICE A

PESQUISA APLICADA COM OS FUNCIONÁRIOS DO BB BESC – AGÊNCIA CAMBORIÚ.

Idade: ___________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Estado Civil:_________________________________________________________ Escolaridade: ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo ( ) Pós-graduação ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado Tempo de serviço na agência:___________________________________________ Tempo em que você está no cargo atual:__________________________________ Você pratica algum exercício físico de forma regular? ( ) Sim ( ) Não Você encontra tempo para descansar e descontrair-se? ( ) Nunca ( ) Raramente ( ) As Vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre

Nun

ca

Rar

amen

te

Ás

Vez

es

Qua

se

sem

pre

Sem

pre

de O

rdem

ITEM

01 02 03 04 05 Ambiente Físico

01 A climatização do meu ambiente de trabalho é adequada 02 A iluminação do meu local de trabalho é adequada para o

desempenho das minhas tarefas

03 Trabalho em um local limpo e agradável 04 Não tenho problemas físicos decorrente da realização de

meu trabalho

05 Trabalho em um local organizado e que traz facilidades para mim

06 Meu trabalho não oferece riscos à minha saúde física Ambiente Social 01 02 03 04 05 07 Estou satisfeito com meu superior e colegas de trabalho

08 Tenho liberdade para trabalhar sem ser vigiado ou interrompido

09 A distribuição de pessoas em meu local de trabalho é adequada

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10 Não me sinto incomodado com situações desagradáveis em meu trabalho

11 Meus colegas colaboram para que eu possa realizar minhas tarefas

12 Concordo com as atitudes tomadas pelos meus colegas e superiores

Inclinações Pessoais 01 02 03 04 05

13 Não tenho medo de errar no trabalho 14 Meus colegas e clientes não me irritam com facilidade 15 Trabalho somente com pessoas que gosto e tenho bom

relacionamento

16 Não me sinto estressado com problemas que trago de casa

17 Meu trabalho não me estressa 18 Não fico nervoso se não consigo realizar meu trabalho

corretamente

Tarefas Organizacionais 01 02 03 04 05

19 Tolero pessoas lentas e que não entendem o que tem que fazer

20 As tarefas exercidas em meu trabalho não requerem esforço físico

21 As tarefas exercidas em meu trabalho representam um grande valor para mim e para a organização

22 O acúmulo de trabalho não me incomoda 23 Costumo ficar sem ter o que fazer e isso não me

incomoda

24 Consigo desempenhar minhas tarefas de maneira calma e correta

Papéis Organizacionais 01 02 03 04 05 25 Sei e entendo com clareza qual é o meu papel em meu

local de trabalho

26 Sei quais são as expectativas de desempenho de meu papel

27 Não exerço mais de um papel em uma mesma situação no trabalho

28 Tenho muitas expectativas no desempenho do meu papel 29 Conheço as minhas expectativas de papel, mas meus

colegas não

30 Não me sinto sobrecarregado com meus papéis na organização

Outros Sintomas 01 02 03 04 05

31 Os líderes de meu trabalho não são autoritários

32 Não executo minhas tarefas sobre pressão 33 O meu trabalho não interfere em minha vida particular

34 Não tenho carência de autoridade e orientação em meu trabalho

35 Não tenho excesso de trabalho em meu trabalho

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36 Sei exatamente quais os objetivos da empresa para mim

Nos últimos 03 meses, com que freqüência você tem sentido os seguintes sintomas:

1. Nunca 2. Raramente 3. Poucas Vezes 4. Frequentemente 5. Muito Frequentemente

Sintomas relacionados ao estado físico 01 02 03 04 05

01 Dificuldade de dormir ou sono perturbado

02 Dor de cabeça

03 Dor no estômago

04 Sensação de cansaço

05 Tendência de comer, beber ou fumar mais que o habitual

06 Diminuição do interesse sexual

07 Sensação de fôlego curto ou falta de ar

08 Tremores musculares (por exemplo, nas pálpebras)

09 Sensação de desânimo pela manhã, ao se levantar

10 Sensação de sentir seu coração bater mais forte

11 Tendência a suar em excesso

12 Dor nos músculos do pescoço e ombros

Sintomas relacionados à saúde mental 01 02 03 04 05

13 Sensação de incapacidade

14 Dificuldades de relacionamentos

15 Angústia

16 Perda de concentração no trabalho

17 Irritabilidade sem causa aparente

18 Comportamento não cooperativo

19 Ansiedade

20 Vontade de fugir de tudo

21 Chorar com facilidade

22 Perda do senso de humor

23 Pensar/falar constantemente num só assunto

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APÊNDICE B

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – ÊNFASE EM MARKETING

QUESTIONÁRIO

Este questionário faz parte de uma pesquisa de Conclusão do Curso de Administração. Os dados aqui coletados serão tabulados em conjunto, e sua participação individual não será revelada. Agradecendo a sua colaboração, gostaríamos que levasse em conta o seguinte: � Se cometer algum erro, risque a resposta errada e marque a correta; � Verifique cada seção para ter certeza que respondeu todos os itens. Idade: __________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio completo ( ) Ensino Superior incompleto ( ) Ensino Superior completo ( ) Pós-graduação ( ) Outros

ASPECTO

1. CONFIABILIDADE: A agência oferece um serviço confiável.

( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) As vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

2. ATENDIMENTO: A agência oferece atendimento rápido aos clientes.

( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) As vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

3. SEGURANÇA: Os serviços prestados aos correntistas são cumpridos conforme o acordo entre o banco e o cliente.

( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) As vezes

( ) Raramente ( ) Nunca

4. EMPATIA: Sou atendido conforme minhas solicitações.

( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) As vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

5. TANGÍVEIS: Os serviços oferecidos pela agência do BB Besc de Camboriú são melhores que os da concorrência.

( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) As vezes

( ) Raramente ( ) Nunca

6. RECLAMAÇÕES, CRÍTICAS E SUGESTÕES _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________