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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL CARLOS ALIBERT SOUZA TELES JÚNIOR AVALIAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTE COLETIVO DE FEIRA DE SANTANA NO PERÍODO 2005-2009 Feira de Santana-BA 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL

CARLOS ALIBERT SOUZA TELES JÚNIOR

AVALIAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTE COLETI VO DE FEIRA DE SANTANA NO PERÍODO 2005-2009

Feira de Santana-BA 2010

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CARLOS ALIBERT SOUZA TELES JÚNIOR

AVALIAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTE COLETI VO DE FEIRA DE SANTANA NO PERÍODO 2005-2009

Esta monografia é a avaliação do trabalho de conclusão de curso realizado pela disciplina Projeto Final II do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana, outorgada pelo Departamento de Tecnologia e ministrada pela professora e coordenadora Eufrosina de Azevedo Cerqueira.

Orientador: Professora Doutora Rosângela Leal Santos

Feira de Santana-BA

2010

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CARLOS ALIBERT SOUZA TELES JÚNIOR

AVALIAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE TRANSPORTE COLETI VO DE FEIRA DE SANTANA NO PERÍODO 2005-2009

Esta monografia é a avaliação do trabalho de conclusão de curso realizado

pela disciplina Projeto Final II do curso de Engenharia Civil da Universidade

Estadual de Feira de Santana, outorgada pelo Departamento de Tecnologia e

ministrada pela professora e coordenadora Eufrosina de Azevedo Cerqueira.

Feira de Santana, 21 de Julho de 2010.

_______________________________________________________________

Prof.ª Rosângela Leal Santos – Doutora

Universidade Estadual de Feira de Santana

_______________________________________________________________

Prof.ª Janeide Vitória de Souza – Especialista

Universidade Estadual de Feira de Santana

_______________________________________________________________

Prof. Areobaldo Oliveira dos Aflitos – Especialista.

Universidade Estadual de Feira de Santana

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AGRADECIMENTOS

Um trabalho de conclusão de curso não é apenas a busca em

fontes bibliográficas em arquivos e artigos para a elaboração de um trabalho. É

aliar a busca do conhecimento com o estudo de um problema conhecido. Por

sorte, recebi ajuda de amigos e professores, que foram de fundamental

importância para a realização dessa tarefa. A todas estas pessoas, e outras

que por esquecimento possa ter deixado de citar, que facilitaram e tornaram

menos árduo a realização deste trabalho, o meu sincero obrigado.

A Secretaria Municipal de Transporte de Transito de Feira de

Santana, as empresas Viação Princesinha do Sertão Ltda. e a Viação 18 de

Setembro Ltda. que através de seus funcionários, pôde disponibilizar

informações e dados para a realização deste trabalho.

As professoras Rosângela Leal Santos e Janeide Vitória de

Souza, pela enriquecedora orientação, pelo desafio e pelo tempo empregado

para construção deste trabalho.

A Gerinaldo Costa Alves, professor da disciplina Projeto Final

II, que me guiou, cobrou e ensinou a iniciar e desenvolver esse trabalho. A

professora Eufrosina da disciplina Projeto Final I, que me deu as primeiras

orientações para esse trabalho.

E para finalizar também não posso esquecer do apoio dos

meus colegas de curso Ítalo Giovanne, Daniel Cardoso e Valéria Carvalho, e

em especial a minha querida namorada Wilma Daiane que foi a maior

incentivadora e colaboradora para conclusão deste trabalho.

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A Deus por ter me concedido a alcançar

meu sonho.

A meu admirável Pai Carlos e a minha

magnífica Mãe Marisete.

As minhas amáveis irmãs Carla, Cristiane

e a saudosa Aline.

A minha querida namorada Wilma.

Aos meus parentes paternos e maternos.

Aos amigos e incentivadores.

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RESUMO

JÚNIOR, C. A. S. T. Avaliação do Sistema Integrado de Transporte Coletivo de Feira de Santana no Período 2005-2009. Feira de Santana, Bahia. Monografia (Graduação). Universidade Estadual de Feira de Santana. Este trabalho tem como objetivo a avaliação do Sistema Integrado de Transporte (SIT) coletivo urbano de Feira de Santana, cidade de porte médio situada no estado da Bahia, nos períodos correspondentes de 2005 até o ano de 2009. Em seu contexto foram abordados os principais conceitos e as transformações do transporte público urbano atrelado aos resultados da interação dos indicadores operacionais. Assim, este trabalho identificou e categorizou os seguintes indicadores operacionais: número de linhas, frota, número de viagens, quilometragem percorrida; índice de passageiros por quilômetro (IPK) e tarifa. É mister salientar que esses indicadores fazem parte do planejamento do sistema de transporte público coletivo que, bem avaliados, tendem a aumentar a eficiência da oferta deste serviço, melhorando seu desempenho para a população feirense. Os indicadores irão apontar para a recuperação ou não do sistema, mais conforto dos usuários, menores tempos de viagem e melhor oferta de linhas e frota para o atendimento às necessidades dos clientes e um melhor entendimento na determinação tarifária. E neste sentido evidenciar que a integração foi uma estratégia que, até o momento, propiciou fôlego para o sistema e deu novas perspectivas às empresas e aos seus usuários. Os resultados desse modo demonstraram que o SIT foi uma ótima opção para a cidade de Feira de Santana, no que tange a um evidente crescimento de indicadores operacionais, os quais contribuíram para um sistema de transporte urbano num víeis mais racional, em especial, um planejamento de sistemas de transportes públicos mais eficientes e com melhor qualidade para a população feirense. Contudo verifica-se ainda a fragilidade do sistema no que diz respeito a alguns tópicos, como: demanda de passageiros superior a frota em algumas linhas, ônibus com idade superior à permitida e infra-estrutura viária deficitária em algumas linhas. Palavras chaves: Desempenho; transporte público; indicadores; ônibus; SIT.

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ABSTRACT

JR, C A. S. T. Public transportation: Integrated Transport. Feira de Santana, Bahia. Monograph (Graduation). Universidade Estadual de Feira de Santana. This work has as objective the evaluation of the Integrated Transport (SIT) collective urban Feira de Santana, medium-sized city located in the state of Bahia, in the corresponding periods of 2005 until the year 2009. In its context the main concepts were discussed and the transformation of urban public transport tied to results from the interaction of operational indicators. This study identified and categorized the following operational indicators: number of lines, fleet, number of trips, mileage, index of passengers per kilometer (IPK) and fee. One must note that these indicators are part of the planning system of public transportation as well studied, tend to increase the efficiency of the offer this service, improving its performance for the population feirense. The indicators will point to a recovery or not the system, users' greater comfort, reduced travel times and better supply lines and fleet to meet customer needs and better understanding in determining rates. And in this sense show that integration was a strategy that, until now, has provided impetus for the system and gave new perspectives to business and its users. The results thus showed that SIT was a OTMA option for the city of Feira de Santana, in regard to a clear increase of operational indicators, which contributed to an urban transportation system in a more rational víeis In particular, a planning of public transport systems more efficient and better quality for the population feirense. However there is still the weakness of the system with respect to some topics, such as passenger demand over the fleet in a few lines, buses older than allowed and the road infrastructure deficit in some lines.

Key words: Performance; public transportation; indicators; bus; SIT.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Sistema geral de circulação rodoviária do Brasil (a) e Bahia (b) ................ 37

Figura 2 - Região Geográfica de Feira de Santana (BA), destacando o sistema

viário da região. ......................................................................................................... 38

Figura 3 – Características das linhas anteriores ao SIT – tipo de serviço ................. 44

Figura 4 - Características das linhas anteriores ao SIT – Características

urbanas e distritais .................................................................................................... 44

Figura 5 – Composição modal ................................................................................... 46

Figura 6 - Terminais de Integração de Feira de Santana. ......................................... 50

Figura 7 - Veículo "Padron" de três portas. ............................................................... 52

Figura 8 - Principais corredores das linhas troncais. ................................................. 53

Figura 9 - Ônibus Tronco-Diametral. Fonte: AGKF (2006). ....................................... 54

Figura 10 - Ônibus Radial. Fonte: AGKF (2006). ...................................................... 54

Figura 11 - Van alimentadora. Fonte: AGKF (2006). ................................................. 55

Figura 12 - Van expressinho. Fonte: AGKF (2006). .................................................. 55

Figura 13 - Redesenho da rede de integração .......................................................... 57

Figura 14 – Número de linhas estruturadas por serviço ............................................ 67

Figura 15 - Traçado das linhas urbanas .................................................................... 67

Figura 16 - Traçado das linhas troncais .................................................................... 68

Figura 17 - Traçado STPAC linhas urbanas .............................................................. 70

Figura 18 - Traçado STPAC linhas distritais.............................................................. 71

Figura 19 – Demanda de passageiros - 2008 ........................................................... 90

Figura 20 - Demanda de passageiros - 2009 ............................................................ 91

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Informações demográficas e fisiográficas do município de Feira de

Santana ..................................................................................................................... 32

Tabela 2 - Cidades do entorno de Feira de Santana ................................................. 33

Tabela 3 - Características das linhas anterior ao SIT (até 2005) .............................. 43

Tabela 4 - Composição Modal de Transporte (Viagem/Dia)...................................... 46

Tabela 5 - Pontos e linhas correspondentes do STPAC ........................................... 57

Tabela 6 - Número de linhas estruturadas de 2005-2009 ......................................... 66

Tabela 7 - Itinerário do STPAC ................................................................................. 69

Tabela 8 - Veículo 0km que entraram em operação no SIT ...................................... 73

Tabela 9 - Idade média da frota anual ....................................................................... 76

Tabela 10 - Número de veículos acessível adquiridos (anual ) ................................. 76

Tabela 11 - Frota operacional 2009 .......................................................................... 77

Tabela 12 - Frota reserva das operadoras (2009) ..................................................... 79

Tabela 13 - Viagens por dia de semana, extensão da linha ...................................... 80

Tabela 14 - Quilometragem percorrida ...................................................................... 84

Tabela 15 - Índice de passageiros por quilômetro (IPK) ........................................... 87

Tabela 16 - Demanda de passageiros 2008 ............................................................. 89

Tabela 17 - Demanda de passageiros 2009 ............................................................. 90

Tabela 18 - Gratuidade SIT 2009 .............................................................................. 92

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CIS Centro Industrial Subaé. (Feira de Santana - BA)

CONATRAN Conselho Nacional de Trânsito 2009

EBTU Empresa Brasileira de Transportes Urbanos

EMTU Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos

FDTU Fundo de Desenvolvimento dos Transportes Urbanos

NTU Associação Nacional de Empresas de Transporte Urbanos

O.S.O Ordem de Serviço de Operação

RM Regiões Metropolitanas

SIT Sistema Integrado de Transporte

SMTT Secretaria Municipal de Transporte de Transito

STPAC Serviço de Transporte Público Alternativo e Complementar

STU Superintendências de Transportes Urbanos

TPUO Transporte Público Urbano por Ônibus

UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14

1.1. Considerações Iniciais .................................................................................... 14

1.2 Justificativa ..................................................................................................... 15

1.3 Objetivo Da Pesquisa ..................................................................................... 17

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 17

1.3.2 Objetivo Específico ......................................................................................... 17

1.4 Estrutura Do Trabalho..................................................................................... 17

2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA .......................................................................... 19

2.1 Importância do Transporte Urbano Coletivo ................................................... 19

2.2 Classificação dos Modos de Transporte Urbano Coletivo .............................. 20

2.3 Histórico Sobre Implantação do Sistema Integrado de Transporte no

Brasil ..................................................................................................................... 21

2.4 Metodologia da Integração do Sistema de Transporte de Passageiros .......... 23

2.5 Condições Atuais da Integração no Brasil ...................................................... 26

3 METODOLOGIA ............................................................................................. 29

4. ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO DO SIT DE FEIRA DE SANTAN A

DESDE 2005 ATÉ DEZEMBRO DE 2009 ................................................................. 31

4.1 Cenário de Atuação ........................................................................................ 31

4.2 Histórico do Transporte Urbano da Cidade de Feira de Santana ................... 33

4.3 Planejamento Urbano de Feira de Santana .................................................... 37

4.4 Transporte Coletivo Urbano e Seu Gerenciamento ........................................ 40

4.5 O Modelo Antes da Mudança ......................................................................... 42

4.5.1 Principais Características do Sistema de Ônibus Antes do Sit ....................... 42

4.5.2 Características da Operação .......................................................................... 43

4.5.3 Proposta do SIT .............................................................................................. 47

4.5.4 Fatores Complementares ............................................................................... 48

4.5.5 Transportes ..................................................................................................... 49

4.5.6 Terminais de Integração ................................................................................. 50

4.5.7 Frota ............................................................................................................... 51

4.5.8 Características das Linhas .............................................................................. 51

4.5.9 Classificação da Frota .................................................................................... 54

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4.5.10 Inclusão do Transporte Alternativo ................................................................. 56

4.5.11 Redesenho da Rede ....................................................................................... 57

5 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO .......................................... 58

5.1 A Visão Sistemica do Transporte Coletivo ...................................................... 58

5.2.1 Número de Linhas .......................................................................................... 60

5.2.2 Frota ............................................................................................................... 60

5.2.2.1 Levantamento da Situação da Frota ......................................................... 61

5.2.3 Número de Viagens ........................................................................................ 61

5.2.4 Quilometragem Percorrida .............................................................................. 62

5.2.5 Índice de Passageiros Por Quilômetro (IPK) .................................................. 62

5.2.6 Tarifa............................................................................................................... 63

5.2.6.1 Gratuidade e Descontos ........................................................................... 63

5.3 Resultados Encontrados ................................................................................. 64

5.3.1 Número de Linhas (NL) ................................................................................... 65

5.3.2 Frota ............................................................................................................... 71

5.3.3 Número de Viagens ........................................................................................ 79

5.3.4 Quilometragem Percorrida (Km) ..................................................................... 83

5.3.5 Índice de Passageiros Por Quilômetro (IPK) .................................................. 86

5.3.6 Tarifa............................................................................................................... 87

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 93

REFERÊNCIAS .........................................................................................................96

ANEXOS ...................................................................................................................99

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1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentado o tema escolhido para esta

monografia, estabelecendo algumas considerações iniciais sobre o sistema de

Transporte Urbano de Passageiros por Ônibus, apresentando as justificativas

para o desenvolvimento do tema, assim como os objetivos, geral e os

específicos, e a estrutura do trabalho.

1.1. Considerações Iniciais

O sistema de transporte coletivo pode ser considerado um dos

principais vetores de circulação dentro do espaço urbano. Ele é de fundamental

importância para o desenvolvimento econômico e social da cidade, pois é o

responsável pela mobilidade da população dos lugares de residência aos locais

de trabalho e de lazer.

Como aponta Gadret:

Moradia, local de trabalho, sítio de recreio são lugares estáticos e estáveis. A circulação é o movimento; o que torna a cidade diferente de sua fotografia é o toque anímico, sem o qual a cidade não funciona, não trabalha, não se diverte, em uma palavra: não vive (GADRET, 1969).

O transporte coletivo exerce, também, o papel de fixador do

homem no espaço urbano, podendo influenciar na localização das pessoas,

serviços, edificações, rede de infra-estruturas e atividades urbanas. Ferraz,

afirma que “o transporte determina a localização das atividades e as condiciona

tanto para um ordenamento racional quanto para o ordenamento irracional”

(FERRAZ, H.1997).

A localização das funções urbanas, bem como as funções

referentes a trabalho e moradia, dentro da cidade pode determinar as

características da dinâmica de circulação. Considerando que a produção do

espaço urbano constrói uma relação dialética quanto ao transporte e

localização das estruturas, é importante que haja um planejamento racional. O

transporte e as pessoas, em suas dinâmicas e características, podem

influenciar o local, como o local pode estruturar o transporte. Para o

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conhecimento da realidade, analisamos a organização do sistema de

transporte urbano de Feira de Santana (SIT) nos períodos compreendidos

entre os anos de 2005 até 2009, levando em consideração os principais

agentes do sistema de transporte coletivo urbano: usuários, poder público e

empresas operadoras do sistema.

Partindo desse pressuposto, propõe-se analisar o transporte

público coletivo da cidade de Feira de Santana como um fenômeno urbano que

vem provocando reflexões sobre a sua mobilidade e desempenho, no intuito de

evidenciar os resultados da interação dos deslocamentos de pessoas e bens

entre si e com a própria cidade.

1.2 Justificativa

O mundo atual é essencialmente urbano. Se, de um lado, a

vida urbana traz uma série de benefícios à sociedade nela inserida, do outro

traz grandes desafios, como, por exemplo, a solução para os problemas de

água, esgoto, lixo, energia elétrica e transporte.

O grau de desenvolvimento econômico e social de uma

sociedade está diretamente associado à facilidade de transporte de

passageiros e carga. Em particular, a qualidade de vida das cidades é

fortemente influenciada pelas características do sistema de transporte urbano

(GADRET, 1969).

Dessa forma, por se considerar o equacionamento adequado

da questão do transporte público urbano como um dos grandes desafios das

sociedades de todo o mundo, pretende-se neste trabalho de pesquisa trazer a

lume o estudo e a avaliação de indicadores operacionais do sistema integrado

de transporte coletivo de Feira de Santana nos períodos compreendidos entre

2005 até 2009.

Quando se fala de transporte público coletivo, cabe destacar

dois aspectos positivos de grande importância. Primeiro a questão social: o

transporte coletivo é o único modo motorizado acessível à população de baixa

renda que oferece certa segurança e comodidade. Segundo, o caráter

democrático: o transporte público é, muitas vezes, a única forma de locomoção

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para aqueles que não tem automóvel, não podem ou não querem dirigir

(FERRAZ e TORRES, 2004).

O tema do trabalho é atual e representa a tentativa de se

caminhar ao encontro dos anseios da população feirense, das empresas

operadoras e do poder concedente. O desafio que ora se apresenta é

fundamentado no desempenho operacional como solução aos entraves

encontrados e como ferramenta de mudança e alavancagem, já que vem se

observando que o sistema de transporte público da cidade de Feira de

Santana-BA apesar de ser baseado no sistema integrado de Curitiba-PR, não

possui as mesmas características técnicas e operacionais deste município.

Sendo assim, ficou evidente a necessidade de uma análise de indicadores

visando identificar os fatores fundamentais ao desempenho adequado do

transporte.

Desse modo, o trabalho que se propõe é relevante, na medida

em que se trata da análise de um conjunto de medidas que surgiram em função

das necessidades da população, por um serviço de melhor qualidade, e das

empresas, por uma questão de sobrevivência e recuperação do mercado.

Assim, a busca de instrumentos para melhoria dos indicadores

através da avaliação do desempenho do sistema de transporte integrado

justifica a relevância deste estudo, pois as empresas de transportes até por

questões de exigências legislacionais, ao avaliarem seus serviços, precisam

estar contemplando as necessidades de seus clientes.

Nesta perspectiva o foco deste trabalho será avaliar o Sistema

Integrado de Transporte (SIT) coletivo urbano de Feira de Santana desde sua

implantação em 2005, até dezembro de 2009, usando como parâmetros os

indicadores operacionais (número de linhas, número de viagens,

quilometragem percorrida, índice de passageiros por quilômetro (IPK) e número

de passageiros total transportados por ano, frota e tarifa).

Assim sendo, através deste estudo busca-se avaliar a

efetividade da implantação deste modelo no sistema de transporte coletivo da

cidade, sua implantação e evolução e posterior conseqüências; em especial, no

planejamento de sistemas integrado de transportes públicos mais eficientes e

com melhor qualidade para a população feirense, que possui cerca de

aproximadamente 600.000 habitantes.

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Primordialmente, a escolha de pesquisar sobre os transportes

públicos significa reafirmar o sentido da própria história local que nesse caso se

desenrola nas ruas da cidade de Feira de Santana.

Sendo assim, esta análise acerca dos indicadores

supracitados, vem despertando muitos questionamentos, principalmente por

parte dos usuários, que buscam entender o funcionamento deste sistema, e

querem resultados quanto à comparação entre o modelo proposto do SIT ao

que foi implantado e encontra-se em operação.

1.3 Objetivo da Pesquisa

Os projetos de racionalização e modernização de sistemas de

transporte público urbano têm por meta a melhoria da qualidade e da eficiência

do serviço, visando promover maior justiça social, beneficiando as pessoas de

menor renda que utilizam este modo de transporte ( FERRAZ; TORRES, 2004).

Dessa forma, esses projetos são de interesses dos usuários e

da comunidade, devendo, por tanto, estar entre as prioridades dos governos

municipais. O presente trabalho tem os seguintes objetivos:

1.3.1 Objetivo Geral

Avaliar alguns indicadores operacionais do Sistema

Integrado de Transporte (SIT) coletivo urbano de Feira de Santana no período

de 2005 até dezembro de 2009.

1.3.2 Objetivo Específico

• Abordar as redes de transportes coletivos na cidade,

através do Sistema Integrado de Transporte, verificando o seu modelo de

gestão.

• Identificar alguns aspectos dos indicadores do Sistema

Integrado de Transporte coletivo urbano de Feira de Santana.

1.4 Estrutura do Trabalho

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Este primeiro capítulo apresenta o tema escolhido para a

pesquisa com algumas considerações iniciais, apresentando a justificativa da

escolha de tal tema, qual o objetivo geral e específico desta pesquisa, à

metodologia utilizada para alcançá-los e como está estruturado o trabalho. O

segundo capítulo é uma revisão bibliográfica necessária sobre o tema, que

apresenta a importância do transporte urbano coletivo, a classificação dos

modos de transporte público coletivo, o histórico sobre a implantação do

sistema integrado de transporte no Brasil, a metodologia da integração do

sistema de transporte de passageiros e as condições atuais da integração no

Brasil.

O terceiro capitulo faz um detalhamento da metodologia de

pesquisa aplicada no trabalho.

O quarto capítulo é o estudo de caso em questão, iniciando

com um histórico do transporte coletivo em Feira de Santana a partir da

descrição do Sistema Integrado de Transporte, do seu planejamento,

apresentando as características do modelo sistema de transporte coletivo

urbano antes da implantação do SIT.

O quinto capítulo descreve a contextualização do estudo de

caso, evidenciando a visão sistêmica do transporte coletivo. Compreende

também a análise dos indicadores, apresentando suas definições e os seus

resultados.

O sexto capítulo apresenta as considerações finais da pesquisa

com observações, limitações, bem como avaliação do processo e

recomendações.

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2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

Neste capítulo foi realizada uma revisão de literaturas

relacionadas ao tema, abordando conceitos, história e importância do

transporte no geral e de toda infraestrutura necessária a sua implantação,

assim como todos os agentes que compõem esse sistema.

2.1 Importância do Transporte Urbano Coletivo

Transporte é a denominação dada ao deslocamento de

pessoas e de produtos. O deslocamento de pessoas é referido como transporte

de passageiros e o de produtos, como transporte de carga ( FERRAZ e

TORRES, 2004).

O termo transporte urbano é empregado para designar os

deslocamentos de pessoas e produtos realizados no interior das cidades

(TORRES, I.G. 2004).

Os transportes públicos numa cidade providenciam o

deslocamento de pessoas de um ponto a outro na área dessa cidade. A

facilidade de deslocamento de pessoas, que depende das características do

sistema de transporte de passageiros é um fator importante na caracterização

da qualidade de vida de uma sociedade e, por consequência, do seu grau de

desenvolvimnento econômico e social (GADRET,1969).

O transporte público coletivo urbano é parte essencial de uma

cidade. Diminui a poluição, uma vez que menos carros são utilizados para a

locomoção de pessoas, além de permitir o deslocamento de pessoas que, não

possuindo meios de adquirir um carro, precisam percorrer longas distâncias

para o local de trabalho ( FERRAZ e TORRES, 2004).

As atividades comerciais, industriais, educacionais, recreativas,

etc.,que são essenciais à vida nas cidades modernas, somente são possíveis

com o deslocamento de pessoas e produtos. Assim, o transporte coletivo

urbano é tão importante para a qualidade de vida da população quanto o

serviço de abastecimento de água, coleta de esgoto, fornecimento de energia

elétrca, iluminação pública, etc ( FERRAZ e TORRES, 2004).

A mobilidade é, sem dúvida, o elemento balizador do

desenvolvimento urbano. E “proporcionar uma adequada mobilidade para todas

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as classes sociais constitui uma ação essencial no pocesso de

desenvolvimento econômico e social das cidades” ( FERRAZ e TORRES,

2004).

O transporte público urbano é, assim, impressindível para a

vitalidade econômica, a justiça social, a qualidade de vida e a eficiência das

cidades modernas ou em processo de modernização.

2.2 Classificação dos Modos de Transporte Urbano Coletivo

Os modos de transporte urbano de passageiros podem ser

classificados em três grandes grupos: privado ou individual; público, coletivo ou

de massa; e semipúblico ( FERRAZ e TORRES, 2004).

No privado ou individual os veículos são conduzidos por um

dos usuários, que podem escolher livremente o caminho e o horário de partida.

A capacidade do veículo é pequena e a posse pode ser momentânea, pois ele

pode estar emprestado ou a serviço ( FERRAZ e TORRES, 2004).

Os modos mais comuns de transporte privado são: a pé,

bicicleta, motocicleta, carro ( termo utilizado neste texto para designar

automóvel, perua, van ou camioneta),montado em animal e veículo com tração

animal ( FERRAZ e TORRES, 2004).

No que se refere ao semipúblico o veículo pertence a uma

empresa ou indivíduo e pode ser utilizado por determinado grupo de indivíduos

ou por qualquer pessoa, tendo rota e horários adaptáveis aos desejos dos

usuários em vários graus. Os modos mais comuns de transporte semipúblico

são: táxi, mototáxi, carona programada, lotação (perua/van ou microônibus),

veículo fretado e veículo alugado (MELLO, 1981).

Será dado, contudo, neste trabalho maior ênfase aos

transportes públicos coletivos e de massa, veículos que pertencem, em geral, a

uma empresa e operam em rotas predefinidas e horários fixos. Não há

flexibilidade de uso no espaço e no tempo e o transporte não é de porta a

porta, pois normalmente é necessário caminhar distâncias consideráveis para

completar as viagens. A capacidade do veículo é grande, sendo a viagem

compartilhada por um grande número de passageiros ( FERRAZ e TORRES,

2004).

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21

Os modos mais comuns de transporte público são: ônibus,

bonde, pré-metrô, metrô e trem suburbano (metropolitano). (GADRET,1969)

2.3 Histórico Sobre Implantação do Sistema Integrado de Transporte no

Brasil

A integração no Brasil começou com a reforma do sistema de

transporte urbano de Curitiba e de Goiânia, iniciado por volta de 1974, e com a

alimentação por ônibus ao metrô de São Paulo, adotado a partir de 1975 (NTU,

1999).

De acordo com um estudo da Associação Nacional das

Empresas de Transportes Urbanos, NTU (1999), pode se classificar as cidades

brasileiras que possuem sistemas integrados de acordo com a complexidade

do sistema em:

• Metrópoles nacionais: alta complexidade;

• Regiões Metropolitanas (RM) e grandes centros urbanos:

média complexidade;

• Centros urbanos de médio porte: baixa complexidade.

A RM de São Paulo é a única do grupo das metrópoles

nacionais, dispondo de um conjunto de sistemas de integração que envolve o

sistema ferroviário, o sistema metroviário, o sistema de ônibus municipal de

São Paulo e de alguns municípios da RM e algumas linhas de ônibus do

sistema intermunicipal (no Corredor ABD). A integração não abrange todo o

sistema de transporte público. A outra metrópole nacional, a RM do Rio de

Janeiro, não possui integração em escala significativa.

Segundo dados da NTU de 1999 o grupo das RM e grandes

centros urbanos compreendem seis Regiões Metropolitanas e cinco municípios

isolados com população urbana superior a 500 mil habitantes. Num primeiro

nível estão as Regiões Metropolitanas de Curitiba (2,4 milhões de habitantes),

Fortaleza (2,6 milhões) e Vitória (1,2 milhões), além de grandes centros como

Goiânia e Campinas (populações entre 800 mil e 1 milhão habitantes), onde há

sistemas integrados abrangentes e relativamente complexos, ao menos do

ponto de vista operacional. Incluem-se também neste grupo três metrópoles

regionais, de Belo Horizonte (3,8 milhões), Recife (3,1 milhões) e Porto Alegre

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22

(3,2 milhões), onde a integração cobre apenas parte da rede de transporte

público, principalmente para servir ao sistema ferroviário e ao sistema

metroviário.

No grupo dos centros urbanos de médio porte, que

compreende os municípios com população urbana entre 100 e 500 mil

habitantes estão à maioria dos sistemas integrados. Todos possuem apenas

um modo de transporte (ônibus). Destacam-se as cidades na faixa de 300 e

400 mil habitantes como Aracaju, Cuiabá, Joinville, Londrina, Sorocaba,

Ribeirão Preto, São José dos Campos e Uberlândia. Algumas têm sistemas

mais abrangentes, como Aracaju e Uberlândia, e em outras a integração é

apenas parcial. Nas faixas das cidades de 100 a 300 mil habitantes há

sistemas integrados importantes como os de Criciúma, Blumenau e Franca

(este último com bilhetagem automática e sem terminais).

A Associação Nacional de Empresas de Transporte Urbanos

(NTU) realizou uma pesquisa nos municípios com mais de 100 mil habitantes

situados fora de regiões metropolitanas para verificar onde existem sistemas

integrados e quais as suas características básicas. Dos 96 municípios que,

segundo o IBGE em 1996 tinham uma população urbana superior a 100 mil

habitantes e estavam localizados fora das Regiões Metropolitanas, 88

responderam à pesquisa. Deste total, 29 (33%) possuem algum sistema de

integração ônibus – ônibus que abrange a totalidade ou parte da rede de

transporte público. Com exceção de Campinas, Campo Grande, São Luís,

Goiânia e Manaus, todos os demais 24 municípios (82,8%) se enquadram entre

as cidades de porte médio (NTU, 1999).

Cerca de 79% dos sistemas integrados foram implantados a

partir de 1990. Nas 28 cidades com sistema integrado que deram informações

nesse tópico na pesquisa realizada em NTU, existem 96 terminais com área

fechada para a realização de transferências sem pagamento de tarifa adicional,

ou seja, uma média de 3,4 terminais por cidade. Apenas em Franca (SP) não

há terminais, pois a integração é feita com base num sistema de bilhetagem

automática. Em 8 cidades há apenas 1 terminal de integração e em outras 3,

apenas 2 terminais (NTU, 1999).

A estrutura tarifária predominante nas cidades com sistemas

integrados é a de tarifa única. Cerca de 90% das 29 cidades encontram-se

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23

nesse caso. Apenas 24% das cidades com integração possuem um sistema de

câmara de compensação tarifária. Em parte, esse baixo percentual se deve ao

fato de muitas cidades terem apenas uma empresa operadora. Dos 88

municípios pesquisados, 19 (16,7%) têm projeto para implantar sistemas

integrados ou expandir os existentes (NTU, 1999).

Ainda de acordo as pesquisas realizadas pelo NTU em 1999,

existiam apenas dois casos documentados de experiências com a integração

temporal no Brasil que ocorreram nos municípios de Ribeirão Preto e Rio Claro,

onde o tempo adotado foi de duas horas para permitir a integração tarifária com

outro veículo, sem a necessidade da existência de um terminal. Foram

utilizados bilhetes informatizados, em Ribeirão Preto, e bilhetes convencionais,

em Rio Claro.

2.4 Metodologia da Integração do Sistema de Transporte de Passageiros

Os recursos de transporte em uma área urbana consistem,

segundo Ferra e Torres (2004), em:

• Infra-estrutura: rodovias, ferrovias, terminais, garagens,

sistemas de controle, estacionamentos, etc.;

• Material rodante: ônibus, trens, metrôs, automóveis, táxis,

motos, bicicletas, peruas, moto-táxi, etc.

Esses recursos oferecem um grande conjunto de opções na

forma de como pode se realizar uma viagem urbana. Todos esses recursos de

transportes e opções modais são interdependentes e fazem parte do sistema

total de transporte urbano. Buscando servir da melhor maneira os usuários,

segundo Gadret “todos esses recursos devem ser incorporados em um

programa único coordenado de planejamento e operação que possa fazer o

uso mais eficiente dos recursos de transporte disponíveis para garantir a

mobilidade urbana dentro de um grande conjunto de opções modais”.

(GADRET, 1969).

Além disso, de acordo com ANTP a implantação do sistema

integrado deve começar a ser considerada devido aos problemas de

sustentabilidade econômica e de atratividade do transporte coletivo (ANTP,

1996).

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Nesta linha de raciocínio podem se apresentar as

seguintes situações:

• Em termos de demanda de transporte, a cidade começar a

apresentar diversos pontos de destino de viagens e não apenas a área central,

fazendo com que cresça o percentual de transferências no centro para

conclusão da viagem e desequilíbrio dos fluxos de passageiros;

• Em termos de oferta de transporte, as linhas radiais e

diametrais, otimizadas operacionalmente ao máximo, já não conseguem

atender aos desejos dos usuários;

• Um determinado modo de transporte já não consegue

atender ao volume da demanda existente;

• Em termos de custos de transporte, uma parcela

significativa dos usuários necessita tomar várias conduções para chegar a seus

destinos, ocasionando um aumento nos gastos com transporte;

• O sistema, para atender satisfatoriamente à maioria dos

deslocamentos, começa a apresentar custos elevados;

• Em termos de qualidade de vida, a operação do transporte

provoca deterioração da qualidade de vida de seus usuários e degradação

ambiental e urbana.

Ainda segundo dados da ANTP a integração de sistemas de

transporte é uma estratégia que permite ao mesmo tempo fornecer maior

acessibilidade aos usuários e racionalizar a oferta dos serviços de transportes

(ANTP, 1996).

As conseqüências da integração, dependendo da forma da sua

implementação, podem ser as seguintes:

• Reduzir o fluxo de ônibus nos pontos de parada ou

terminais da área central, visando melhorar a operação nos terminais centrais e

descongestionar o sistema viário da área central;

• Desenvolver pólos de comércio e serviço em torno dos

terminais de integração com a finalidade de reduzir a necessidade de

deslocamento para a área central da cidade;

• Reduzir os gastos dos usuários decorrentes da

necessidade de transferências entre linhas;

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• Facilitar o acesso dos usuários às linhas ou redes de

transporte de alta capacidade (geralmente metrô-ferroviário), cujos tempos de

viagem costumam ser menores;

• Aumentar o conforto e reduzir os tempos e custos de

transferências entre linhas ou redes de diferentes modos de transporte, etc.

Se a integração entre os modos de transporte aumenta a

acessibilidade dos usuários, por outro lado impõe o custo das transferências.

Desse modo a integração deve propiciar ao usuário algum ganho para

compensá-lo pelo transtorno das transferências. Alternativas de ganho para o

usuário podem ser a melhoria do tempo, redução dos gastos com transportes,

aumento da acessibilidade e da segurança (FORNECK, 1993).

Uma forma de organização comum da integração é a de

sistemas tronco-alimentados onde o sistema de maior capacidade de

transporte (sistema troncal) é integrado com o sistema de menor capacidade

(sistema alimentador). A grande vantagem desse tipo de integração é a

prioridade dada a um meio de transporte com, geralmente, menor tempo de

viagem e maior capacidade. Esse tipo de integração pode ser feito utilizando

algumas das seguintes formas:

• Integração de ponta: o terminal de integração se situa na

extremidade da linha de maior capacidade. As linhas alimentadoras são aí

seccionadas e o usuário é obrigado a se integrar compulsoriamente. Segundo

Forneck “em vários casos tem o objetivo de se obter demanda para viabilizar

um projeto, como por exemplo, o caso da linha Norte – Sul do metrô de São

Paulo”. (FORNECK, 1993)

• Integração ao longo da linha: terminais menores são

construídos ao longo da linha do modo de maior capacidade, diluindo-se as

linhas alimentadoras nestes locais. Algumas destas são seccionadas e outras

operam de passagem por estes terminais. Para Forneck “essa forma foi

utilizada em Curitiba e na linha Leste – Oeste do metrô de São Paulo”;

(FORNECK, 1993)

• Integração complementar: as linhas alimentadoras, além de

carregarem parte de seus usuários para o modo de maior capacidade,

complementam esse serviço oferecendo uma oferta alternativa. Nesse tipo de

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integração, cabe ao usuário escolher o que é melhor para si: permanecer no

primeiro ou trocar de modo em função de algum benefício oferecido nesta

troca, tais como redução do tempo de viagem e maior acessibilidade. Essa

forma foi utilizada na terceira linha do metrô de São Paulo. (ANTP, 1996)

A capacidade dos modos de transportes influi na escolha dos

sistemas troncais e alimentadoras. Os sistemas de transporte rodoviários têm

uma maior limitação de capacidade do que os sistemas de transporte

ferroviários, devido à segregação dos sistemas ferroviários em relação ao

tráfego geral.

2.5 Condições Atuais da Integração no Brasil

Em 1999, a NTU realizou um estudo para analisar as

condições operacionais dos Sistemas Integrados no Brasil, podendo-se, desse

modo inferir as seguintes conclusões:

• Em geral, os usuários, operadores e gestores mostram-se

satisfeitos com os sistemas integrados de suas respectivas cidades. Os

resultados são bastante favoráveis no que diz respeito ao nível e qualidade dos

serviços, à melhoria das condições de acesso aos pólos geradores de viagens

e à economia de gastos pela eliminação das transferências tarifadas. Quando

estão presentes, os objetivos de descongestionamento dos corredores radiais e

das áreas centrais têm sido atendidos;

• Apesar da boa aceitação, os sistemas integrados estão

sendo pouco eficazes para conter a queda do número de passageiros que

caracteriza a conjuntura atual do transporte público em quase todas as

cidades;

• Ao contrário das expectativas, a racionalização do

transporte público pela integração não tem resultado em diminuição de custos;

• A produção quilométrica apresenta tendências de

crescimento e o IPK diminui mesmo nas implantações recentes onde é possível

uma comparação do tipo antes - depois. Em muitos casos a frota cresce com a

implantação dos sistemas integrados;

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• Ausência de vias exclusivas na maioria dos sistemas de

integração mais recentes;

• Custos ampliados e receitas reduzidas pelas transferências

não tarifadas em terminais fechados compõem uma situação de risco para a

sustentabilidade econômico-financeira dos sistemas integrados, sugerindo a

necessidade de critérios mais rigorosos para o planejamento e implementação

destas políticas.

Com relação à queda do número de passageiros

transportados, seu início oorreu em 1995, ano também em que começou a se

registrar a existência do transporte clandestino e o crescimento substancial da

frota de automóveis.

Segundo dados da ANTP, 2000,

A razão principal no Brasil para a queda da quantidade de passageiros transportados pelos sistemas de transporte por ônibus é a pouca atratividade do serviço com relação às outras opções de transporte. Essa queda deve-se principalmente com relação à baixa prioridade de circulação dada ao transporte coletivo, tanto em sistema integrados como em sistemas não-integrados. Com a demanda do transporte coletivo deixando de ser cativa, diante da melhoria da condição econômica e da maior acessibilidade a outras opções de transporte obtida em tempos recentes pela população brasileira em geral e da abertura às exportações na indústria automobilística, o usuário passa a ter condições de escolher, entre os serviços de transporte disponíveis, aquele que mais lhe atrai (ANTP, 2000).

Observa-se que as vias exclusivas, que nos projetos iniciais de

integração eram considerados os equipamentos com maior potencial de

geração de benefícios, foram relegadas a um segundo plano e raramente

fazem parte dos projetos mais recentes. Um outro aspecto a observar é que, na

ausência de vias exclusivas para os ônibus, os projetos de integração que

visam descongestionar corredores radiais e áreas centrais acabam

favorecendo a circulação dos automóveis. Nessas condições, a redução dos

fluxos de ônibus, ao invés de permitir o aumento das velocidades comerciais do

transporte público, acaba sendo um fator de retardamento devido ao

congestionamento do tráfego privado. Além disso, a massa crescente dos

usuários do automóvel descontente com o desconforto dos congestionamentos

é um alvo potencial para os sistemas integrados com prioridade de circulação

no sistema viário.

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Em uma simulação feita pela Secretaria de Transportes

Metropolitanos de São Paulo, concluiu-se que as reduções mais significativas

de custo e tarifa se dão com a segregação de vias para o transporte público,

principalmente quando conjugadas com o aumento de capacidade dos

veículos. (NTU e ANTP 2000)

Nesta perspectiva, em NTU foi salientado que os principais

problemas apresentados pela integração, nos moldes em que vem sendo

praticada referem-se a dois aspectos da maior importância para a

sustentabilidade dos transportes públicos nas atuais condições de mercado:

• Às dificuldades de manutenção do equilíbrio econômico-

financeiro; e.

• À sua ineficácia para conter a queda do atendimento.

(NTU, 1999).

Mesmo diante dessa situação, observa-se que a integração

ainda é bem aceita pelos planejadores em geral. Por exemplo, duas das

recomendações resultantes dos estudos realizados em ANTP sobre o

crescimento do transporte clandestino estão diretamente relacionadas com a

integração dos serviços de transportes:

• Troncalização dos sistemas, adotando soluções axiais de

maior capacidade, integradas às alimentadoras, de menor capacidade;

• Considerar o serviço de transporte público urbano de

passageiros como fazendo parte de uma rede integrada de serviços, da qual a

atividade específica de transporte é apenas um dos elementos constituintes;

(ANTP, 2000)

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3. METODOLOGIA

De acordo com a metodologia de Ribeiro Neto (2001), a

proposta será baseada na abordagem sobre os fatos, no que diz respeito aos

dados realmente ocorridos a partir da implantação desse sistema de transporte

coletivo urbano.

Deve ser adotada a abordagem interpretativa baseada em um

estudo de caso exploratório, com análise fenomenológica, detalhando o projeto

de implantação, sua estrutura, rede de serviços, modelo de exploração e toda a

sua configuração, estudando os indicadores de desempenho qualitativo do

setor, fazendo um breve retrospecto dos períodos em que antecederam a

implantação vigente, contudo dando ênfase ao período de 2005 que marca a

implantação do SIT até o ano de 2009 analisando os resultados obtidos após a

estruturação do sistema (LAKATOS, 2006).

A metodologia do trabalho propõe avaliar os novos números

em relação à quantidade e extensão das linhas, novos traçados, quantidade

total de carros (frota), número de viagens, tarifa, IPK dentre outros fatores que

possam comprovar as mudanças e evoluções no sistema de transportes de

Feira de Santana.

Segundo a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito

(SMTT), o setor possui um sistema informatizado e diário de coleta de dados.

Cada carro (ônibus) tem instalado em seu interior uma coletora de dados que,

no final de cada dia, transmite-os para o computador central de cada empresa.

As informações de cada empresa, quando concentradas no sindicato, fornecem

uma visão de todos os indicadores do setor, como por exemplo:

• Número de viagens realizadas por carro, por linha, por

empresa, por região ou totais de viagens;

• Número de passageiros transportados, obedecendo ao

mesmo detalhamento anterior;

• Quantidade de quilômetros percorridos, obedecendo ao

mesmo detalhamento anterior;

• Tipologia e quantidade de passagens comercializadas,

assim como a receita detalhada e específica;

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• Estrutura tarifária, dentre outras informações. (SMTT, 2009)

Na abordagem deste estudo de caso, algumas técnicas

poderão ser utilizadas, tais como: Análise de Documentos, Análise de

Registros em Arquivos, Observações Diretas Realizadas em Campo. Essas

técnicas e a análise dos dados permitirão, segundo Lakatos, comprovar o

desempenho do sistema proposto, no intuito de verificar a sua eficácia desde a

sua implantação até dezembro de 2009. (LAKATOS, 2006)

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4. ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO DO SIT DE FEIRA DE SAN TANA

DESDE 2005 ATÉ DEZEMBRO DE 2009

Neste capítulo apresenta-se o projeto de implantação do

sistema integrado de transporte coletivo urbano de Feira de Santana. Para uma

análise mais crítica apresentou-se os dados populacionais do município em

questão e dos localizados em sua vizinhança mais significante, com influência

direta sobre o serviço de transporte coletivo oferecido pela mesma.

Para efeito ilustrativo foi demonstrado o modelo de operação

antes da mudança, suas características, a atuação das operadoras, a

distribuição de frota, participação de mercado, tipo de gestão, dentre outros

aspectos, e o novo modelo que foi implementado.

Este capítulo foi dividido em três partes:

• Primeira parte: retrata o cenário de atuação e um breve histórico

da evolução do transporte coletivo urbano em Feira de Santana;

• Segunda parte: foi apresentado o primeiro modelo de operação e

gerenciamento;

• Terceira parte: foram tecidas as características e resultados dos

indicadores do SIT.

4.1 Cenário de Atuação

A cidade de Feira de Santana, cenário desse estudo de caso, é

a segunda maior cidade do estado da Bahia, sendo considerada a maior

população entre as cidades do interior da Bahia, pertencente á região nordeste,

distante 108 quilômetros de Salvador. O transporte coletivo urbano da cidade

atende à população da mesma e á algumas cidades do seu entorno.

A tabela 1 mostra as informações demográficas e fisiográficas

do município de Feira de Santana.

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Tabela 1 - Informações demográficas e fisiográficas do município de Feira de

Santana

Ano de fundação 1833

Área 1344 Km²

Economia Comércio, Agropecuária e Indústria.

Latitude - 12º 15’ 25” S

Longitude 38º 57’ 53” W

Altitude 256 metros

Fuso Horário - 3 horas

Índice Pluviométrico Anual 900 a 1400 mm

Período Chuvoso Abril a Junho e Setembro a Dezembro

Temperatura Média 24,1º

População 535.284 habitantes

Ponto mais elevado Serra de São José – 675 m – GPS

Limites

Norte: Santa Bárbara e Santanópolis

Sul: São Gonçalo dos Campos e Antônio

Cardoso

Leste: Coração de Maria

Oeste: Anguera e Serra Preta

Distritos

Bonfim de Feira, Governador João Durval

Carneiro, Humildes, Jaguará, Jaíba, Maria

Quitéria, Matinha e Tiquaruçu.

Clima Quente e Úmido

Fonte: IBGE,2009

Além da população da cidade de Feira de Santana, o sistema

de transportes serve ás cidades do entorno, mais próximas, e que se dirigem á

cidade por motivos diversos, fazendo uso do sistema. A Tabela 2 mostra os

municípios mais próximas do município de Feira de Santana e suas respectivas

populações.

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Tabela 2 - Cidades do entorno de Feira de Santana

Municípios Distância de Feira de Santana População

Amélia Rodrigues 32 km 24491

Anguera 39 km 9826

Antônio Cardoso 30 km 12589

Candeal 63 km 9050

Conceição do Jacuípe 26 km 28769

Coração de Maria 28 km 23774

Ipecaetá 44 km 15888

Santa Bárbara 40 km 20461

Santanópolis 35 km 9643

Santo Amaro 49 km 58387

São Gonçalo dos Campos 22 km 30724

Serra Preta 49 km 16168

Tanquinho 36 km 7875

Total 267645

Total incluindo Feira de Santana 859353

Fonte: IBGE 2009

4.2 Histórico do Transporte Urbano da Cidade de Feira de Santana

As necessidades de mobilidade cresceram de forma

exponencial em Feira de Santana e os seus padrões alteraram-se

significativamente nas ultimas décadas, marcada pela utilização crescente de

transporte individual e pela ineficiência do transporte coletivo. Nesta

perspectiva, para Lewis Mumford “a civilização atual é como um gigantesco

veiculo, movendo-se em uma via de mão única e em velocidade cada vez

maior” (LEWIS MUMFORD, 1969).

Caminhando nesta perspectiva e procurando respostas para

tantas indagações que surgem sobre as questões relacionadas à mobilidade

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urbana em Feira de Santana objetivamos através deste trabalho analisar as

redes de transportes coletivos na cidade , através do Sistema Integrado de

Transporte, verificando o seu modelo de gestão bem como trazer a lume as

medidas que adotam e enfatizam o uso do transporte coletivo e não do

transporte individual, no intuito de reduzir os congestionamentos da cidade,

contribuindo para o reordenamento da distribuição de infra-estrutura desse

sistema.

No esforço de dar visibilidade a malha coletiva urbana como

vetor de mobilidade é de fundamental importância evidenciar o contexto sócio-

histórico de Feira de Santana desde os primórdios da implantação desse

serviço.

Foi no ano de 1951 que chegaram a Feira de Santana quatro

nordestinos vindos do Rio Grande do Norte que traziam consigo três

“marinetes” 1 e o desejo de utilizá-las para prestarem serviços de transporte

coletivo na cidade.

O prefeito, do período, Prof. Almáchio Alves Boaventura

concedeu permissão para que os nordestinos Otávio, Buriti, Manoel e Pedro

desse início aos primórdios do serviço de transporte de Feira de Santana.

Desse modo, no dia 21 de junho de 1951 as marinetes já trafegavam pelos

bairros Sobradinho até a Pampalona, Ponto Central via Rua Quintino Bocaiúva

(antiga Rua do Fogo), Brasília via Senador Quintino, Rua Pedro Suzarte e

Cristovão Barreto (antigo Pilão). Depois de alguns meses, desistiram, pois o

número de passageiros era insuficiente para cobrir as despesas, e os prejuízos

já eram grandes.Com isso, a prefeitura patrocinou o combustível por um prazo

de um ano, para que eles conseguissem se manter nas linhas. Após dois anos

prestando este serviço, eles venderam as velhas "marinetes" ao casal

Antoninho e Dona Zizi Mascarenhas. Mas, como este casal não tinha

concessão da prefeitura e não recolhiam impostos regularmente, foram

obrigados a vendê-las, pois o prejuízo acumulado também já não viabilizava o

negócio.

1 O termo marinete usado neste texto refere-se a um veículo que transportava pessoas.

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Sendo assim, a cidade de Feira de Santana ficava sem os

serviços do transporte coletivo por algum tempo, agravando assim, a

viabilidade de locomoção dos moradores dessa cidade.

Então, em 1962, José Ferreira Pinto (Zé Pinto), que já tinha o

propósito de colocar um serviço de transporte coletivo em Feira de Santana,

elaborou um oficio no qual solicitava ao então Prefeito Arnold Ferreira da Silva

a concessão para explorar o serviço de transporte coletivo na cidade através

de veículos Kombi um automóvel utilitário considerada a precursora das vans

de passageiros e carga. O projeto foi aprovado pela Câmara, por se tratar da

primeira empresa do gênero no nordeste. Depois de sancionada a lei pelo

Prefeito Arnold Silva e publicada nos jornais, os donos da empresa

denominada "Expresso Alvorada" compraram 13 Kombis, na antiga

concessionária Volkswagen denominada Feira Motor Ltda, onde os veículos

foram financiados pela metade do valor. Alguns meses depois foram adquiridos

mais 15 veículos Kombis, totalizando a frota em 28 veículos.

Com o passar do tempo, foram surgindo outras empresas,

dentre elas, o Expresso São Cristóvão, também em veículos Kombis. Depois,

José Ferreira Pinto e sócios compraram no Rio de Janeiro 21 micro-ônibus, os

quais em 1965 foram registrados, recebendo o nome de "TRANSLAR"

(Transportes para o Lar Ltda). Posteriormente, outro irmão Joviniano Ferreira

Pinto Neto entrou na sociedade e adquiriu 15 ônibus, colocando-os nas linhas

de Campo Limpo, Cidade Nova e Mangabeira. Com este aumento de

investidores no ramo de transportes coletivos acabou incitando um clima de

concorrência desleal, pois, para a época, a oferta estava maior que o número

de usuários, inviabilizando pouco a pouco o negócio. Assim, os sócios

resolveram vender todo o patrimônio da empresa, sendo que parte dela foi

vendida para a Senhora Dona Ivone Falcão Vieira, que mudou o nome de

Translar para Transul, e os Senhores Nezinho Oliveira e Carlos Lacerda o

segundo prefeito, na época do município de São Gonçalo dos Campos, os

quais denominaram sua empresa de Oliveira Lacerda, com sede no bairro do

Tomba. Depois, Zeca Marques criou a empresa Autounida. Oswaldo Santos de

Jesus, ou seja, "Vavá de Manoel de Milha", criou a empresa Safira. Dona

Valdelice adquiriu ônibus e abriu sua empresa no bairro da Queimadinha

denominada Autocel. O Sr. Raimundo Souza Silva, ex-prefeito de Milagres na

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época e atual prefeito desta, implantou também em Feira de Santana a

empresa R. S. Silva. O Sr. José de Paula Maciel Filho e Sérgio Augusto de

Almeida, ambos de Minas Gerais, adquiriram a empresa Transul e foram

adquirindo as outras posteriormente, tendo vendido ao Srs. Gilson Almeida

Rodrigues e Dílson Almeida Rodrigues.

Aos poucos o município de Feira de Santana foi se

desenvolvendo e, conseqüentemente, ampliando também seu sistema de

transporte, pois com crescimento da cidade, passou a haver uma maior

demanda de passageiros. O sistema de transporte teria, por sua vez, que se

adequar a essa nova demanda o que, atualmente, culminou em um sistema de

transporte integrado.

Embora a demanda por serviços de transportes de passageiros

seja o principal vetor que induz a oferta empresarial desses serviços,

envolvendo ações governamentais de controle e monitoração, um aspecto

relevante que acompanha essa oferta é a oportunidade de planejar de forma

mais abrangente a geração do desenvolvimento sócio-econômico regional.

Esse planejamento deve contemplar as necessidades regionais por energia,

educação, saúde, moradia, saneamento básico, estrutura viária, políticas de

preservação ambiental, segurança e controle populacional das áreas,

atividades comerciais e industriais, além do fomento do setor de serviços. Para

que tudo isso aconteça harmonicamente o planejamento da mobilidade urbana

de transportes, em qualquer modo e mesmo para sistemas com pequenas

matrizes de tráfego, deve considerar as interfaces com outras necessidades

populacionais.

Por exemplo, ao planejar uma rota em um sistema rodoviário

deve-se levar em conta se os pontos de parada são estações construídas

especificamente para tal, se existe iluminação pública que permite o seu

acesso, se existe calçamento o que exige uma estrutura viária construída, se

tem comércio próximo ou mesmo locais de atendimento à saúde. Isso pode

levar ou não à implantação de equipamentos urbanos que facilitem a criação

de novas oportunidades de negócios, por exemplo, praças, parques ou

espaços dedicados para eventos culturais, dentre outros. O desdobramento

dessas ações pode viabilizar a abertura de novas vias e acessos, a criação de

novas rotas e a inclusão de novos operadores no sistema.

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37

4.3 Planejamento Urbano de Feira de Santana

A cidade de Feira de Santana se destaca como o mais

importante entroncamento rodoviário do Norte/Nordeste do país, sendo as BR

101, 116 e 324 e as BA 084, 502 e 504 as suas principais vias de acesso. O

município de Feira de Santana possui uma área de 1.344 km² e população de

480.949 habitantes. A densidade demográfica é de 3,53 habitantes/hectare e o

grau de urbanização corresponde a 89,8%. A taxa geométrica de crescimento

anual da população urbana é de 2,37%, o que implica em uma projeção da

população urbana para 2009 de 535.284 habitantes. (IBGE, 2009)

(a) (b)

Figura 1 - Sistema geral de circulação rodoviária do Brasil (a) e Bahia (b)

Observa-se na Figura 1 o sistema gera de circulação

rodoviária do Brasil e do estado da Bahia representados em (a) e (b). Enquanto

que na Figura 2 demonstra a região geográfica de Feira de Santana (BA),

destacando o sistema viário da região da mesma.

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38

-

Figura 2 - Região Geográfica de Feira de Santana (BA), destacando o sistema

viário da região.

A cidade de Feira de Santana, acompanhando o

desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador tem vivenciado um

crescimento influenciado pela chegada de novas empresas; expansão das já

estabelecidas; crescimento e inserção de universidades (pública e privadas)

que, em conseqüência, aumentaram a circulação de pessoas; tornando o fluxo

de cargas e pessoas mais difíceis ocasionando problemas decorrentes desse

crescimento.

O sistema de transportes seja para transportar pessoas ou

cargas, particular ou público tem sofrido com este crescimento, pois seu

planejamento não tem conseguido atender a todos que necessitam desse

serviço e cujas vias não têm se expandido proporcionalmente ao crescimento

do cidade.

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39

A pesquisa caminha por esse viés, que pode contribuir para a

melhoria da qualidade do transporte coletivo urbano, bem como do tráfego na

cidade de Feira de Santana; atender às necessidades e ampliar os benefícios

aos usuários; gerar informações que possam proporcionar a melhoria dos

serviços prestados pela empresa e ao planejamento urbano.

O melhor planejamento do transporte coletivo urbano em Feira

de Santana, poderia ainda contribuir para a melhoria da qualidade do ar

(reduzindo a poluição), fluxo do tráfego, redução de acidentes e ampliação do

espaço para estacionamento de automóveis, além de permitir ao usuário

mitigar a probabilidade de gastos e multas com o sistema de estacionamento

no centro da cidade.

De acordo com Ferrari (1979), planejamento ou planificação é

“um método de aplicação, contínuo e permanente, destinado a resolver

racionalmente, os problemas que afetam uma sociedade situada em

determinado espaço, em determinada época, através de uma previsão

ordenada capaz de antecipar suas ulteriores conseqüências”.

É preciso, portanto, conhecer a cidade ou região a ser

planejada, os problemas e as características positivas, o que pressupõe uma

pesquisa prévia e análise dos dados, que vão gerar informações importantes

para o bom andamento de todo o planejamento.

Ainda de acordo com Ferrari (1979), “o planejamento do

transporte público urbano não é um fim em si mesmo, é um meio para se

atingir um fim. Como processo de pensamento ou método de trabalho, o plano

jamais poderá ser considerado definitivo: é um método de pesquisar, analisar,

prever e ordenar mudanças.”

O planejamento não pode ser da competência de apenas um

técnico ou uma categoria profissional, é necessário formar uma equipe, um

grupo de trabalho, que deve ser composto por:

• setor físico-territorial: arquiteto, urbanista, engenheiro civil,

engenheiro agrônomo, geógrafo, foto-interpretador, hidrólogo, etc.;

• setor social: sociólogo, assistente social, educador, psicólogo,

médico sanitarista, etc.;

• setor econômico: economistas de diversas especialidades

como demógrafo, estatístico, desenvolvimento regional, etc.;

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40

• outros técnicos: especialistas em relações públicas e em

comunicação; dependendo da necessidade.

4.4 Transporte Coletivo Urbano e Seu Gerenciamento

De acordo com Mello (1981), o transporte de massa constitui-

se de um sistema que,

São movimentados grandes volumes de passageiros ao longo dos corredores com elevada intensidade de demanda; são meios de transporte com alta capacidade de escoamento em termos de passageiros/hora, operados por entidades públicas, com definições precisas de paradas, horários e intervalos. Pode ainda, compreender uma ou mais modalidades de transporte, integradas ou não como já explicitado anteriormente.

Na visão de Valente (1997) a alocação da frota consiste em

Determinar a distribuição de viagens em função do conjunto de veículos e pessoal (motoristas, cobradores, etc.) envolvidos. Cada viagem (horário de uma linha) é destinada para um veículo. Cada motorista tem sua carga de trabalho alocada nas linhas, de acordo com a distribuição de viagens (observando-se a legislação trabalhista).

O processo de alocação é complexo e deve compreender

alguns fatores como a relação de linhas, com locais de início e término, além

dos horários de saída e término de viagem; característica da frota (quantidade

e capacidade dos veículos, comprimento, potência, estado de conservação,

autonomia de combustível, custo operacional por veículo ou grupo de veículos,

entre outros), que vai determinar em quais linhas cada veículo pode operar;

estrutura da rede viária (terminais, garagens, trafegabilidade); disponibilidade

de motoristas e cobradores (leis trabalhistas, políticas internas da empresa,

rotatividade, entre outros). Além destes critérios, outros como, por exemplo, a

confiabilidade do cumprimento dos horários estabelecidos (o que exige certa

folga que absorva atrasos decorrentes do trânsito, folgas estas que podem

gerar custos operacionais).

É sabido salientar que na história dos transportes públicos no

Brasil e, em particular, em Feira de Santana verificam-se terem sido poucas as

iniciativas que trataram o usuário daquele serviço como um consumidor. Assim,

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41

o transporte coletivo vem recebendo pouco tratamento mercadológico ao longo

de sua existência entendendo-se como tal o tratamento do produto transporte e

das relações dos operadores (produtor) com a comunidade usuária (cliente).

Segundo Ribeiro Neto (2001)

O transporte público por ônibus é o ato, efeito ou operação para transportar pessoas (em massa) de um lugar para outro (centro–bairro-centro ou inter-bairros), com um veículo modelo ônibus (motorizado, para transporte dos passageiros, com itinerários pré-estabelecidos).

No Brasil, o transporte público de passageiros é uma atividade

regulamentada por lei. Portanto, o transporte público ou coletivo de

passageiros é o serviço de locomoção de pessoas, prestado pelo poder

público, quer direta ou indiretamente através de concessionárias.

No contexto de transporte de passageiros, o comportamento do

consumidor pode ser um elemento que tem o potencial de explicar as escolhas

que os usuários fazem por transporte. Nesse sentido, Pindyck (1994) afirma

que:

O consumidor possui três características: o primeiro é o das preferências do consumidor (preferem a mercadoria X à Y); o segundo é o fator restrição orçamentária, pois a renda e a quantidade de mercadorias que se pode adquirir são limitadas; e, por último, a união das preferências do consumidor com as restrições orçamentárias determinam as escolhas do consumidor.

Para o comportamento do consumidor ser melhor analisado, se

faz necessário atender a três premissas, as quais constituem a base da Teoria

do Consumidor. São elas: que as preferências sejam completas: que dois

produtos/serviços (cestas) possam ser comparados, uma ou outra satisfarão ao

consumidor. Ou seja, o consumidor é capaz de ordenar cestas de consumo a

partir de suas preferências; que sejam transitivas: esta premissa tem implícita a

racionalidade do consumidor, ou seja, se diante de três cestas (X, Y, Z) a cesta

X é preferível a Y e Y é preferível a Z, então X é preferível a Z. Por causa desta

premissa, as curvas de indiferença não podem se interceptar; que as

mercadorias sejam desejáveis: os consumidores sempre preferem quantidades

maiores de uma mercadoria, é o princípio da insaciabilidade.

Direcionando a teoria do consumidor para o caso do transporte

coletivo, com base nas premissas, os usuários poderiam ordenar e escolher

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entre o serviço A ao invés do B, ou o B ao invés do C (premissa da preferência

completa); se o consumidor prefere usar seu veículo próprio à táxi, mas táxi é

preferível à ônibus, então carro próprio é preferível à ônibus (premissa da

transitividade); então, para que o usuário prefira utilizar o sistema ônibus, é

necessário que este sinta-se satisfeito com o todo do serviço (atendimento,

conservação dos veículos, tarifa), e queira utiliza-lo com mais frequencia e

incentive a outros usuários que façam uso do mesmo.

4.5 O Modelo Antes da Mudança

4.5.1 Principais características do sistema de ônibus antes do SIT

As características mostradas abaixo se referem a um estudo

realizado anteriormente à implantação do SIT em Feira de Santana. (AGKF,

2006)

• Sistema com baixa produtividade e, baixo aproveitamento

da frota de ônibus;

• Elevado número de linhas e excessiva capilaridade do

sistema;

• Linhas com elevados intervalos e pouca frota gerando

perda de atratividade e demanda de passageiros (85,5% das linhas com frota

até 03 veículos);

• Excesso de linhas radiais ao centro da cidade (84 linhas),

gerando quantidade representativa de passageiros com pagamento de duas

tarifas;

• Concentração de linhas de Transporte Coletivo (80) e

apenas 10 distritais;

• Maior participação de oferta nas linhas distritais (105

veículos), contra as linhas urbanas (55 veículos) do Sistema de Transporte

Alternativo;

• Os Corredores Norte apresentam baixo índice de

rotatividade;

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43

• No Anel Central as linhas apresentaram velocidades baixas

(em torno de 10 a 13 km/h), principalmente nos horários de pico de tráfego

(almoço e tarde);

• Permissão de estacionamento de veículos, nos dois lados

da via, prejudicando a operação de embarque e desembarque de passageiros

e à velocidade operacional do sistema.

4.5.2 Características da operação

O sistema de Transporte Urbano de Feira de Santana segundo

a AGKF era composto de 90 linhas, sendo operadas por 4 empresas de

transporte coletivo distribuída conforme a tabela 3, e figuras 3 e 4 :

Tabela 3 - Características das linhas anterior ao SIT (até 2005)

Empresa Nº

de

Linh

a

Classificação Tipo de Serviço Característica

Urbana

s

Distritai

s

Circula

r

Ligeirinh

o

Radia

l

Diametra

l

Transul 34 31 3 26 8 32 2

Autounid

a

32 27 5 22 10 28 4

R.S.Silva 20 18 2 13 7 20 0

Safira 4 4 0 2 2 4 0

Total 90 80 10 63 27 84 6

Fonte :AGKF, 2006

Embora possuindo identificações de pessoa jurídicas

diferentes, era de implícito conhecimento público que a empresa R.S. Silva era

também proprietária da Safira e da Autounida. Desta forma, considerando esta

informação, tem-se reduzido o sistema de transporte urbano de ônibus, para

apenas duas empresas, sendo que a R.S.Silva seria responsável por 56 linhas,

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44

enquanto a Transul seria responsável por 34, das linhas disponíveis,

perfazendo um total respectivo de 38% das linhas e a R.S. Silva com 62% das

linhas existentes.

Figura 3 – Características das linhas anteriores ao SIT – tipo de serviço

Figura 4 - Características das linhas anteriores ao SIT – Características

urbanas e distritais

O sistema de transporte abrangia toda a área adensada do

município, possuindo parte das linhas, frota e freqüências compatíveis com as

demandas de transporte coletivo. Os trechos de itinerário na área central

Características das linhas anterior ao SIT em Feira de Santana (BA): Tipo de Serviço - até 2005

0

5

10

15

20

25

30

Transul Autounida R.S.Silva Safira

Empresa

No.

de

Linh

as

Tipo de Serviço Circular Tipo de Serviço Ligeirinho

Características das linhas anterior ao SIT de Feira de Santana (BA): Características Urbanas e Distritais - até 2005

0

5

10

15

20

25

30

35

Transul Autounida R.S.Silva Safira

Empresa

No.

de

Linh

as

Classificacao Urbanas Classificacao Distritais

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45

enfrentavam problemas de congestionamentos e superlotação nos pontos

terminais (Getúlio Vargas e Nordestino), por serem Terminais de médio porte.

Todas as linhas passavam na área central; eram poucas as

opções de deslocamento para destinos fora do centro e as linhas se

sobrepunham, operando comboios de ônibus com baixa velocidade, sem

trechos com prioridade de circulação.

O sistema transportava por dia, uma média de passageiros de

95.646, perfazendo 1880,5 viagens, totalizando 37.464,25 quilômetros,

representando um IPK de 2,38.

A frota operante era composta de 158 veículos, apresentando

vida útil de 6,81 anos. Podia-se observar que os equipamentos destinados a

atender o usuário do transporte coletivo, eram basicamente traduzidos por

pontos de parada, especialmente na área central.

A estrutura dos abrigos não era considerada satisfatória, do

ponto de vista da qualidade e quantidade. Apresentava ainda, problemas de

excesso linhas com baixa velocidade operacional e alto custo operacional, que

indicavam a necessidade de alterações, mostrando-se urgente a racionalização

do sistema.

Configurando-se, com maioria de linhas radiais, induzindo os

usuários ao destino central, obrigando a utilização de 2 ou 3 linhas de grande

percurso a pé, para uma parte significativa da demanda. Sua composição

estimava modal do transporte demonstrando o percentual de viagens de ônibus

com relação aos meios de deslocamentos na cidade, conforme a tabela abaixo:

A Tabela 4 e a figura 5 apresentam a composição da frota

geral de transporte de passageiro de Feira de Santana, classificada segundo o

tipo de veículo e quantidade de passageiro/dia.

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46

Tabela 4 - Composição Modal de Transporte (Viagem/Dia)

MODO PASSAGEIROS/DIA %

AUTOMÓVEL 90.000 24

ÔNIBUS 115.000 31

STPAC 50.000 13

MOTOTÁXI 6.000 2

TÁXI 6.000 2

FRETAMENTO 15.000 4

MOTO PARTICULAR 30.000 8

BICICLETA 58.000 16

TOTAL 370.000 100

Fonte: AGKF, 2006

Figura 5 – Composição modal

Conforme apresentado na Tabela 4 , podemos observar que a

participação do modal ônibus, no conjunto de deslocamentos diários da

população corresponde 31%, número este reduzido se considerarmos este um

Composição Modal de Transporte (Viagem/Dia) em Feir a de Santana (2006)

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

Tipo de Transporte

de P

assa

geiro

s

PASSAGEIROS/DIA

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47

transporte de massa, mas que, na cidade de Feira de Santana, é quase

equivalente ao transporte de automóvel (24%). Segundo o IBGE (2005), o

ônibus é o meio de transporte utilizado por cerca de 60% das pessoas em

cidades de porte médio.

4.5.3 Proposta do SIT

Para a melhoria da acessibilidade a proposta apresentada pela

AGKF-Engenharia e Consultoria Ltda. em 2006 consistia na implantação do

SIT, em uma primeira etapa, através do corredor Norte–Sul, com alimentadores

operando com veículos do sistema de Transporte coletivo, propondo:

• Normalizar e regularizar o sistema de transportes de Feira

de Santana;

• Fiscalizar efetivamente todos os sistemas de transportes

regulares, fazendo cumprir os regulamentos;

• Combater sistematicamente serviços irregulares e não

autorizados, tais como vans, ônibus, microônibus, motocicletas que vem operar

e prejudicar o sistema regular de transporte de Feira de Santana;

• Normatizar o sistema convencional de ônibus ou o sistema

alternativo complementar, e todos teriam que cumprir horários, normas e serem

fiscalizados pela prefeitura e usuários;

• Reformular e rediscutir todo o sistema de gratuidade do

município, criando uma única lei com regras claras e objetivas de gratuidade e

descontos;

• Cadastrar todos os usuários beneficiados com passe livre,

de modo a coibir as fraudes e irregularidades;

• Operacionar e atender com qualidade e segurança aos

deslocamentos de seus usuários;

• Integrar as linhas de bairro utilizando veículos menores,

onde os passageiros são integrados em terminais apropriados, deixando para

os corredores a operação com transporte de maior capacidade e mais rápida;

• A ocasião propícia e adequada para a implantação do

Sistema Integrado de Transportes;

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• Reorganização pode ser traduzida em aumento de conforto

nas linhas tronco, aumento da velocidade operacional nos corredores, redução

do tempo de viagem e/ou custo do transporte;

• Implantar um sistema de informações aos usuários para

que possam programar suas viagens, facilitando pela concentração de linhas

nos terminais;

• Melhorar a freqüência e a regularidade nos corredores

onde se concentra o maior número de usuários;

• Racionalizar o custo de transporte, mediante o melhor

aproveitamento dos veículos e, conseqüentemente, a redução da frota e

quilometragem;

• Induzir a formação de sub-centros em volta dos terminais

para diminuir a polarização de todas as atividades no centro tradicional,

inibindo a verticalização indesejável da cidade.

A proposta consistia na implantação do SIT, em uma primeira

etapa, através do corredor Norte (Avenida José Falcão) – Sul (Avenida Araújo

Pinho/Senador Quintino) através de linha troncal Norte-Sul, com integração em

três terminais proporcionando deslocamentos com pagamento de tarifa única

em ônibus “padron” (3 portas) com ar condicionado, alimentadores operando

com veículos do sistema alternativo, implantação dos terminais (central, norte e

sul) e a eliminação completa de circulação dos veículos do STPAC, no corredor

Norte-Sul (AGKF, 2006).

Sendo que foram consideradas no estudo, os diversos sub-

sistemas de transportes urbanos existentes: Transporte Coletivo por Ônibus,

Transporte Alternativo, Táxi e Moto táxi, no sentido de alcançar uma desejável

complementaridade entre os sub-sistemas, ao contrário de uma situação de

competitividade danosa, que reflete a situação atual do sistema de Transporte

Coletivo de Feira de Santana (AGKF, 2006).

4.5.4 Fatores Complementares

Os fatores complementares estão associados aos seguintes

aspectos:

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• O conforto consiste na melhoria da oferta em termos de

viagens, que beneficiará o usuário na medida em que reduzirá de maneira

significativa o tempo de espera;

• A velocidade do sistema será incrementada em função da

racionalização de linhas propostas, nos trechos periféricos e no trecho central,

eliminando-se a utilização indiscriminada de vias e falta de prioridade ao

transporte coletivo;

• A confiabilidade consiste na certeza do transporte mais

rápido e eficiente, com boa freqüência, proposto para os corredores, o que

inevitavelmente canalizará para o sistema de transporte, usuários de outras

modalidades;

• A acessibilidade constitui o fator mais importante da

proposta, visto que a mesma proporcionará um rol de deslocamentos

significativos, abrangendo praticamente todos os setores de importância em

demanda de passageiros, agregados através das linhas integradas e

alimentadoras e linhas radiais à rede básica de transporte, sendo estes

deslocamentos realizados com o pagamento de apenas uma tarifa;

• A comunicação significa a possibilidade de programação e

divulgação dos horários das linhas, através dos terminais de integração;

• A regularidade é representada pela melhor condição de

execução da programação em razão do tempo de viagem mais curto e

circulação prioritária do transporte coletivo. (AGKF, 2006)

4.5.5 Transportes

Possibilidade de utilização racional da frota de ônibus, através

da locação de veículos de capacidade adequada à demanda de cada linha,

utilizando adequadamente desde ônibus de maior capacidade, até microônibus.

Linhas Alimentadoras: com itinerários curtos e menores tempo

de viagem, o que permite melhor cumprimento da programação de horária e

maior confiabilidade; (AGKF, 2006)

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50

Linha Tronco: itinerários com prioridade de circulação e grau

adequado de segregação, o que permite o cumprimento da programação e a

regularidade dos intervalos. (AGKF, 2006)

4.5.6 Terminais de Integração

Os Terminais de Integração devem ser fechados e seu acesso

somente permitido mediante pagamento da tarifa. Com isso os passageiros

poderão embarcar em qualquer linha dentro do Terminal sem pagamento de

nova tarifa (AGKF, 2006).

Tem como pré-requisito serem confortáveis e amplos, com

disponibilidade de equipamentos, com informação visual e informações sobre

os horários das linhas. Atividades comerciais que reforçam a caracterização do

terminal como indutor de sub-centros urbanos (AGKF, 2006).

Existindo três terminais de integração em Feira de Santana:

Terminal Central, Terminal Norte e Terminal Sul, como ilustrado na figura 6 , os

Terminais Central e Norte. (AGKF, 2006)

Figura 6 - Terminais de Integração de Feira de Santana.

Fonte: AGKF (2006).

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51

4.5.7 Frota

Fator de grande importância na operação do SIT, a frota deve

ser compatível com a demanda projetada. Nos corredores do SIT a grande

concentração de demanda dos terminais, associada à demanda do corredor

deve ser considerada na definição do tipo de capacidade do veículo (AGKF,

2006).

Fatores como a rotatividade dos trechos, espaçamento de

pontos de parada, existência de sinalização preferencial, forma de cobrança de

tarifa, comportamento do embarque e desembarque na área central e

terminais, são complementos na equação de definição de veículo.

Em termos operacionais, a capacidade do veículo resulta no

intervalo da oferta, o qual deverá ser sempre ajustado à necessidade de

atendimento e a não formação de comboios.

Em termos operacionais, a capacidade do veículo, fatores

como layout interno, características mecânicas e número de portas, etc., são

decisivos. Em termos de custos, o fator capacidade do veículo é inversamente

proporcional ao fator custo/passageiro (AGKF, 2006).

Devem ser utilizados desde microônibus e vans, nos trechos,

de menor demanda, até ônibus de maior capacidade, nos corredores principais.

4.5.8 Características das Linhas

A configuração do SIT segundo dados da (AGKF, 2006)

deveria ser a seguinte:

a) Linhas Tronco

As linhas tronco terão características de linhas radiais ou

diametrais, com veículos de maior capacidade: ônibus tipo “Padron”, com três

portas e layout interno especial. A figura 7 mostra um ônibus “Padron” de três

portas.

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52

Fonte: Foto Cláudio Almeida

Figura 7 - Veículo "Padron" de três portas.

No SIT, as linhas tronco têm a função de suprir a necessidade

de transporte nos principais corredores, bem como captar a demanda de

passageiros oriunda dos bairros, a partir dos terminais de integração. Circular

pelos corredores principais, oferecendo intervalos favoráveis aos usuários, o

que permite eliminar vias próximas dos corredores, racionalizando a rede de

itinerários.

Podendo ser radiais, essas linhas cumprem melhor a função de

distributivas, na forma de diametrais, ligando corredores fisicamente opostos e

equilibrados. As linhas diametrais são os primeiros avanços no sentido de

suprir a necessidade de ligações diretas entre bairros sem obrigatoriedade de

troca de linha no centro e pagamento de duas tarifas.

A função principal das linhas tronco-diametrais é o de

proporcionar o atendimento das viagens intersetoriais, de modo a beneficiar e

incentivar os pares de deslocamentos entre corredores. As conseqüências

imediatas desse benefício serão a racionalização de custo e o incremento das

atividades de serviço, comércio e indústrias ao longo dos principais corredores.

b) Linhas Alimentadoras

Linhas com características convencionais, radiais ou circulares

com função de transportar passageiros das áreas periféricas com menor

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demanda, aos terminais de integração. A frota deverá ser formada por veículos

com capacidade de 80 passageiros, utilizando-se a frota existente, ou veículos

de menor capacidade (microônibus ou vans), para setores de baixa densidade

populacional.

c) Linhas Interbairros

Corresponde às linhas de apoio ao SIT com características de

linha convencional, com itinerários entre os terminais, atendendo as áreas

tangentes ao centro, ou seja, fora dos eixos de transporte de massa. Os

veículos poderão ser idênticos aos de linhas alimentadoras, porém em

melhores condições de operação, ou seja, veículos mais novos da frota

existente, ou de preferência, veículos do tipo “Padron” de três portas.

d) Linhas Convencionais

Além do sistema tronco-alimentador, permanecerão algumas

linhas com características operacionais idênticas ao sistema atual. Os veículos

a serem utilizados poderão ser os mesmos da frota existentes. As linhas

convencionais poderão ser integradas ao sistema troncal, no Terminal Central

de Integração. A figura 8 ilustra o Sistema dos principais corredores das linhas

troncais.

Figura 8 - Principais corredores das linhas troncais.

Fonte: AGKF (2006).

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54

4.5.9 Classificação da Frota

Troncal: função de linhas tronco, transportando de terminais

para terminais e traçado de diametral, aparecem na cor verde, conforme a

figura 9 .

Figura 9 - Ônibus Tronco-Diametral. Fonte: AGKF (2006).

Radial: com itinerários de terminais para bairros e vice-versa,

aparecem na cor Vermelha, conforme a figura 10 .

Figura 10 - Ônibus Radial. Fonte: AGKF (2006).

Alimentadoras: Vans e Micro-ônibus que tem atendimento exclusivo aos

terminais norte e sul gratuitamente, aparecem na cor Vermelha ou laranja,

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conforme a figura 11 .

Figura 11 - Van alimentadora. Fonte: AGKF (2006).

Expressinhos: Vans e Micro-ônibus que transportam direto para o centro sem

passar pelos terminais de integração aparecem na cor azul, conforme a figura

12.

Figura 12 – Micro-ônibus expressinho. Fonte: AGKF (2006).

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4.5.10 Inclusão do Transporte Alternativo

O serviço de Transporte Alternativo (STPAC) foi estabelecido

através de concorrência pública, e formalizado através de contratos de adesão

de cada permissionário. O fator e definição da concorrência foram à maior

oferta proposta pelos concorrentes. Assim, era implantado o serviço público

autônomo integrante do Sistema Municipal de Transportes, através de

permissão a título precário para os distritos e áreas urbanas do município, pelo

prazo de 5 anos (AGKF, 2006).

O Sistema de Transporte Alternativo e Complementar (STPAC)

era realizado por 40 linhas regulares, sendo 17 distritais com 105 veículos e 23

urbanos com 55 veículos. As linhas que compunham o STPAC tinham

características Radiais, partindo dos bairros, loteamentos, distritos ou conjuntos

habitacionais diretamente para o centro da cidade utilizando os principais

corredores de tráfego (AGKF, 2006).

A circulação na área central era realizada, em sua maioria, por

03 itinerários distintos sendo:

• Circular passando pelo Centro de Abastecimento, utilizando

a Avenida Canal e a Rua Matias.

• Terminal Nordestino através das Avenidas Senhor dos

Passos e José Falcão e;

• Avenida Getúlio Vargas, Visconde do Rio Branco e Rua

Germiniano Costa.

Observa-se que na área Central o itinerário era reduzido,

proporcionando maior rapidez, menor tempo de viagem e maior freqüência. As

linhas do sistema de Transporte Coletivo por ônibus na sua maioria circulavam

toda a área central abrangendo simultaneamente as três opções do STPAC.

A tabela 5 abaixo ilustra os pontos e linhas correspondentes do

STPAC.

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Tabela 5 - Pontos e linhas correspondentes do STPAC

Pontos Linhas

Rua Monsenhor Mário Pessoa Feira VII, Fraternidade, Luanda, Panorama,

Aviário, Terra Dura, Feira IX, Viveiros

Rua Voluntários da Pátria São José/Pampalona, George Américo,

Campo do Gado, Gabriela, Pedra Ferrada,

Jardim Cruzeiro, Jaguara.

Av. Maria Quitéria João Paulo II, Loteamento Modelo,

Conceição II, Mangabeira, Caseb, Candeal II.

Av. Getúlio Vargas Lagoa Subaé, Santo Antônio, SIM, Aeroporto,

Jaíba, Lagoa Barreca, São Roque.

Av. José Falcão Campo Limpo, Candeia Grossa, São José/BR

116, Km13, Santa Quitéria, Tiquaruçu.

Fonte: IBAHIA AGKF 2006.

4.5.11 Redesenho da Rede

Fonte: AGKF 2006

Figura 13 - Redesenho da rede de integração

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5 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Neste capítulo propõe-se traçar um paralelo entre as medidas e

ações adotadas no plano de implantação do sistema integrado de transporte

coletivo urbano de Feira de Santana no período correspondente a 2005-2009,

sob a óptica do marco conceitual aqui adotado Pretende-se visualizar os

conceitos teóricos que contribuíram para a formatação desse sistema, tendo

por base a analise de indicadores operacionais do SIT com foco nos dois

momentos do sistema de transportes da cidade de Feira de Santana, antes e

após implantação do SIT, para que possam refletir as melhorias nos aspectos

operacionais. Para tanto se faz necessário a definição dos indicadores, assim

como de seus conceitos e características.

5.1 A Visão Sistêmica do Transporte Coletivo

As mudanças do sistema operacional são percebidas de forma

muito clara e explícita. O anterior sistema, utilizando exclusivamente a

exploração por linhas, priorizava a idéia do individualismo, com cada operadora

preocupada apenas com a sua fatia cativa de mercado, com a sua

possibilidade de resultado, mas sem flexibilidade e sem a perspectiva do

conjunto (NTU, 1999).

A adoção, pelo SIT, do sistema de exploração por regiões,

trouxe a flexibilização do sistema, eliminando primeiramente a sobreposição e

disputa por linhas. As regiões e suas inter-relações propiciam a visão sistêmica

do transporte coletivo, inovando na participação conjunta de duas empresas na

mesma região, sendo ambas responsáveis pelo resultado dessa região,

resultado esse que deve ser compartilhado por elas (RIBEIRO NETO, 2001).

As relações entre as regiões, executadas através das novas

modalidades de linhas, criam um novo e real conceito de integração física e

espacial, representando a preocupação com o conjunto do sistema de

transportes. No complemento dessa ação, o centro da cidade, principal pólo de

atração de viagens, denominado centro expandido segundo (Ribeiro Neto,

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2001), recebe os passageiros das linhas de eixo, com maior fluxo de

passageiros, deslocando-se de forma mais rápida.

O objetivo de um sistema integrado de transporte em relação a

criação de pontos de conexão é de ampliar a integração da rede, diminuindo a

concentração de passageiros e ônibus nos terminais (estações), além de

facilitar a ligação das linhas alimentadoras com as demais modalidades de

linhas. Esse benefício é também atingido pelas linhas expressas que ligam os

bairros diretamente ao centro, com um conceito particular de atendimento ao

usuário (IGNÁCIO, 2001).

No contexto de Feira de Santana podem ser citadas como

linhas alimentadoras as vans gratuitas que funcionam juntos aos terminais

norte e sul, sendo exemplos deste tipo de linhas as da Cidade Nova, Parque

Ipê e Santa Quitéria todas essas alimentando o terminal norte (SMTT, 2009).

Quanto às linhas expressas podemos apresentar como

exemplos: Jardim Cruzeiro/ Terminal Central (linha 057);, Shopping Boulevard/

Terminal Central (linha 058); Gabriela Ii - Terminal Central(linha 073); e Sim -

Vermelho/ Terminal Central (linha 095). (SMTT, 2009)

5.2 Definição dos Indicadores

A definição dos indicadores passa pela disponibilidade do

banco de dados das operadoras e na SMTT. Quanto a esta última é sabido

salientar uma real precariedade na disponibilidade dos dados, mesmo tendo

sido solicitado com bastante antecedência. Já em alguns casos a

disponibilidade fez-se restrita, em função da necessidade de preservação de

informações de caráter confidencial, segundo estas concessionárias, o que não

afetou a proposta de análise deste trabalho.

De acordo com o referencial teórico de Ferraz e Torres, dentre

os vários indicadores do setor de transporte coletivo urbano de uma cidade, é

possível que haja uma perda do fator comparativo, já que a estrutura e as

características de um novo sistema podem ser bem diferentes de um sistema

anterior, ou seja, impossibilitando essa comparação (Ferraz e Torres, 2001).

Os indicadores de desempenho operacional, descritos a seguir,

mostram como o sistema está sendo utilizada no dia-a-dia do transporte

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público da cidade de Feira de Santana no período compreendido entre 2005 -

2009.

São estes os seguintes indicadores a serem analisados:

• Número de linhas

• Frota

• Número de viagens

• Quilometragem percorrida

• Índice de passageiros por quilômetro (IPK)

• Tarifa

5.2.1 Número de linhas

Este indicador consiste na identificação dos itinerários de todas

as linhas de transporte público urbano e na localização das estações de

embarque, desembarque e transbordo e dos pontos terminais situados nos

extremos das linhas onde são realizados os controles dos horários.

Essas informações devem ser colocadas em mapas para

permitir uma visão espacial clara de cada linha, do conjunto de linhas e da

localização dos pontos terminais e das estações. (Ferraz e Torres, 2001).

Para obter essas informações são feitas consultas ao órgão de

gerencia, as empresas operadoras e aos profissionais que trabalham na área,

podendo ser necessária eventual checagem de algumas informações no

campo.

5.2.2 Frota

Segundo Barat o progressivo aumento da frota de veículos em

circulação nas vias públicas, somado à impossibilidade de se implementar no

mesmo ritmo a oferta de capacidade viária para absorver este volume

adicional de veículos, tem levado as autoridades de trânsito a constantemente

modificar esquemas de circulação existentes e otimizar o uso da capacidade

disponível (BARAT, 1979).

Outro autor relata da importância do veículo, que é através do

mesmo que se obtêm suas receitas, ampliando a demanda, o público alvo,

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conseguindo aprimorar a prestação de serviço e futuramente ampliar a frota de

ônibus (VALENTE 1997).

Em face dessas explicações, empresas de transporte coletivo

vêem a importância do veículo ônibus à obtenção de maior lucratividade a

partir de uma avaliação real, em função dos dados da operação.

Um baixo aproveitamento da frota pode ocorrer devido aos

seguintes fatores: pouca eficiência de má qualidade do serviço de manutenção,

realização de manutenção nos períodos de maior necessidade de ônibus na

operação e programação operacional mal elaborada, que deixa veículos

parados por longos tempos durante a operação. Quanto menor o

aproveitamento da frota, maior a quantidade de coletivos necessários.

(FERRAZ e TORRES, 2004).

5.2.2.1 Levantamento da situação da frota

Este levantamento consiste na quantificação e na qualificação

da frota de veículos das empresas operadoras. As principais informações a

serem obtidas são: quantidade de veículos total e em operação nos diversos

períodos em dias típicos - útil, sábado, domingo e feriado - , marca e tipo de

veiculo (ver em anexo ), dimensões, capacidade, idade, estados dos veículos ,

numero de portas, números e posições dos assentos, largura do corredor,

altura dos degraus, etc.

Essas informações são relevantes na análise da qualidade do

serviço prestado aos usuários durante as viagens, bem como na avaliação dos

custos e das tarifas do sistema.

A coleta das informações é feita mediante consulta às

empresas operadoras e ao órgão de gerencia do município, havendo como foi

feito neste trabalho, a necessidade de realizar a checagem dos dados.

5.2.3 Número de viagens

Com esse indicador pretende-se analisar se as melhorias

aplicadas à quantidade de viagens ofertadas aos usuários do sistema, o que

propiciaria uma melhor distribuição dos passageiros ao longo dos períodos de

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maior fluxo, o descongestionamento das estações ou terminais e a

flexibilização de maiores opções aos usuários.

5.2.4 Quilometragem percorrida

Indicado para avaliar a oferta aos usuários em termos de

distâncias percorridas. Esse indicador está diretamente ligado ao número de

linhas ofertadas, à distância do ciclo de cada viagem, número de viagens e

tamanho da frota. Neste cenário, Ferraz e Torres consideram essa grandeza

um parâmetro fundamental para o controle e a qualidade da operação

(FERRAZ E TORRES, 2001).

De acordo com a visão dos autores, a quilometragem

percorrida é formada por duas componentes: a quilometragem ociosa e a

efetiva.

A ociosa corresponde à quilometragem percorrida não

tranpostando passageiros, ou seja, consumida nos trajetos garagem para

terminais e vice-versa, ou entre terminais. Já a efetiva corresponde à

quilometragem percorrida durante a operação da linha.

O sistema de coleta de informações limita a análise à

quilometragem total percorrida, somando-se as distâncias de todas as regiões

do trajeto.

5.2.5 Índice de passageiros por quilômetro (IPK)

Esse indicador mede a produtividade do sistema, ou seja,

quanto maior a quantidade de passageiros que estão sendo transportados por

quilômetro percorrido, maior será a eficiência do sistema e menor o custo de

cada passageiro transportado. Porém, aos olhos do usuário essa eficiência

pode não representar melhoria de conforto. Ao contrário, representa ônibus

mais cheio a cada quilômetro rodado, com conseqüente perda de conforto

(Ferraz e Torres, 2001).

Cabe ressaltar que o IPK deve ser analisado em conjunto com

o número total de passageiros transportados, pois o aumento do número de

carros pode massacrar o indicador, aparentando uma queda por rejeição dos

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usuários, o que representaria perda de produtividade por parte da operadora.

Porém pode representar uma escolha das operadoras pelo aumento do número

de veículos na linha ou no sistema, o que significa uma clara escolha pela

qualidade e pelo conforto nas viagens ofertadas aos usuários.

A análise conjunta com o número total de passageiros

transportados indica se houve ou não crescimento desse quantitativo, o pode

representar a satisfação com o conjunto do sistema de transporte coletivo, o

que não poderia ser observado somente com a análise do IPK.

5.2.6 Tarifa

A avaliação da tarifa pode ser feita, entre outros, sob dois

pontos de vista. Primeiro como custo para o usuário, um requisito importante

da qualidade dos serviços que alguns preferem denominar “modicidade da

tarifa”, mas que, na realidade, reflete o peso dos gastos com transporte público

nos orçamentos das famílias de usuários. Segundo, como fator de cobertura de

custos e de rentabilidade para os operadores, uma vez que são raros, nas

cidades brasileiras, os casos de serviços subsidiados pelo poder público.

Influem na avaliação da tarifa não só o seu valor, mas as gratuidades e

descontos concedidos ( FERRAZ e TORRES, 2004).

É importante ficar atento para o serviço que está sendo

oferecido por determinada tarifa. Em alguns casos trata-se apenas do

deslocamento numa linha, em outros pode ser o acesso a uma rede de linhas

integradas, com ou sem restrição temporal de uso.

5.2.6.1 Gratuidade e descontos

Segundo Ferraz e Torres:

As gratuidades e descontos, se de um lado representam vantagens para os passageiros que deles se valem, de outro, quando não há fontes financeiras para a sua cobertura, significam ônus para o sistema de transporte que precisam ser assumidos por operadores ou, na maioria das vezes, pelos passageiros pagantes. Também nesse caso, como se vê, há diferentes perspectivas de avaliação ( FERRAZ e TORRES, 2004).

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De acordo com dados da NTU a porcentagem mais alta de

passageiros que utiliza o sistema de transporte público sem o pagamento de

tarifas no Brasil é encontrada nos municípios com população entre 100.000 e

200.000 habitantes (21,1%) e a mais baixa nos que têm população entre

500.000 e 1 milhão de habitantes (15,8%). (NTU, 2007).

A principal gratuidade é a concedida para os idosos, acima de

65 anos de idade. Ela se aplica a todos os municípios por ser decorrência de

dispositivo constitucional. O controle dessa gratuidade é objeto de polêmica,

pois alguns não usufruem pela necessidade de cadastro prévio dos idosos nos

órgãos gestores e apresentação de documentos especiais para fazer jus ao

benefício, enquanto outros aceitam a qualificação mediante apresentação da

carteira de identidade.

Além da gratuidade para idosos, há muitas outras criadas

principalmente por legislação municipal, sendo as mais comuns o transporte

gratuito para pessoas deficientes, policiais militares e civis, agentes de correio

e oficiais de justiça.

Em 92,5% dos municípios pesquisados no Brasil de acordo

com a NTU existe o passe estudantil, dando direito a desconto que, em média,

é de 53,6% do valor da tarifa. Em boa parte desses municípios, 12,1% dos

passageiros do transporte público utilizam o passe estudantil e não há

correlação significativa entre essa proporção e o tamanho da população dos

municípios (NTU, 2007).

Ao avaliar o valor da tarifa, analisado no item anterior, é preciso

levar em conta as gratuidades e descontos, a maioria dos quais não têm

respaldo em fontes orçamentárias governamentais.

5.3 Resultados Encontrados

Neste item serão demonstrados a análise e os resultados dos

indicadores caracterizados acima bem como suas melhorias para o SIT de

Feira de Santana.

Os indicadores analisados foram selecionados de acordo com

sua importância e representatividade (PETENATE, 2002; FERRAZ e TORRES,

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2004), bem como disponibilidade e acesso à informação, para avaliação do

setor de transporte coletivo público urbano.

Todas essas informações expostas neste tópico foram

adquiridas a partir do estudo e análise das Ordens de Serviços de Operação

(O.S.O) emitidas pela SMTT sobre as empresas Viação Princesinha do Sertão

Ltda e da Viação 18 de Setembro, concessionárias que atuam no SIT de Feira

de Santana.

5.3.1 Número de linhas (NL)

Com o crescimento do aglomerado urbano, o surgimento de

novos bairros e a crescente distância a ser vencida, a necessidade de criação

de novas linhas se tornou latente, o que poderia flexibilizar o sistema e

aumentar as opções dos usuários.

Fato que também não seria garantia de melhoria, pois talvez

representasse o interesse de uma operadora e não do conjunto da operação ou

do cliente (RIBEIRO NETO, 2001).

A nova proposta de operação e gerenciamento distribuindo as

operadoras por regiões mudou e flexibilizou as decisões que, antes, dependiam

exclusivamente do poder concedente. As operadoras, apoiadas pelo seu

sindicato e pelo poder concedente, passaram a ser responsáveis pelas

melhorias do sistema de atendimento, atendendo os padrões mínimos de

desempenho estabelecidos pelos órgãos gestores.

Essa liberdade de ação, embasada na integração do sistema,

trouxe agilidade ao novo modelo de operação, possibilitando a criação de

diversas linhas, representando melhorias no sistema de transporte coletivo da

cidade. As opções dos usuários cresceram dentro das suas regiões de origem

e nas integrações com as demais regiões do sistema.

A tabela 6 demonstra a evolução positiva desse indicador.

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Tabela 6 - Número de linhas estruturadas de 2005-2009

ANO

QUANTIDADE DE LINHAS

TRONCAIS RADIAIS EXPRESSINHO ALIMENTADOR

2005 03 40 02 26

2006 05 42 02 26

2007 05 43 02 26

2008 05 47 02 26

2009 05 53 00 26

Fonte:S.M.T.T 2009

De acordo com a tabela 6 e a figura 14 percebe-se uma

pequena mudanças nas alterações da quantificação das linhas dentro do SIT

no periodo de 2005 a 2009. Conclui-se com isso que as linhas obtiveram a

seguinte evolução:

• Troncais: crescimento de 67 % de 2005 para 2006 , e a

partir daí nenhuma mudança até dezembro de 2009.

• Radiais:Um crescimento constante variando de ano a

ano,ou seja, de 2005 a 2006 (5%), de 2006 a 2007 (2,4%), de 2007 a 2008

(9,3%) e 2008 a 2009 (12,8).

• Expressinho: Não ouve nenhum crescimento no período de

2005 a 2008, e sim uma extinção deste tipo de serviço no ano de 2009.

• Alimentador: Assim como o expressinho, o alimentador não

ocorreu nenhum crescimento no período de 2005 a 2009.

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Figura 14 – Número de linhas estruturadas por serviço

Cabe ressaltar que na tabela acima os dados são referentes á zona

urbana,também expostos nas figuras 15 e 16 .

Figura 15 - Traçado das linhas urbanas

Fonte: SMTT 2009

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Figura 16 - Traçado das linhas troncais

Fonte: SMTT 2009

Contudo no que concerne aos distritos, este por sua vez, de

modo geral possuíam 17 (dezessete) linhas até o ano de 2009. Este modelo de

linhas especificas contempla um maior número de áreas atendidas na cidade

de Feira de Santana.

Assim sendo o indicador demonstra uma grande melhoria no

número de linhas do sistema como um todo, caracterizando o crescimento das

opções disponibilizadas aos usuários. Comprovou-se a opção das empresas

operadoras pela melhoria da qualidade do atendimento ao usuário, indo de

encontro à satisfação de um dos maiores anseios da população do aglomerado

urbano em questão.

Dentro desse contexto, no que diz respeito aos serviços

alternativos de transporte coletivo - vans, kombis e lotações - pesquisas

recentes do IBGE (2009) indicam que estes tipos de transportes estão

presentes em 52% dos municípios brasileiros, e em 63,3%, o serviço ainda é

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informal e que região onde o transporte alternativo é mais freqüente é o

Nordeste do país.

De acordo com Machado (2007), os serviços alternativos de

transporte coletivo muitas vezes é utilizado para atender as necessidades

locais ou para preencher lacunas deixadas por outras modalidades como o

ônibus.

Na Tabela 7 , observa-se a demanda de linhas atendidas pelo

STPAC (Serviço de Transporte Público Alternativo e Complementar).Também

destrinçadas nas figuras 17 e 18.

Tabela 7 - Itinerário do STPAC

LINHA

S

URBANAS LINHAS DISTRITAIS

01 FEIRA VII 24 HUMILDES

02 CAMPO LIMPO 25 CANDEIA GROSSA

03 AVIÁRIO 26 TERRA DURA

04 STO. ANTONIO DOS

PRAZERES

27 GENIPAPO

05 CONJ. FRATERNIDADE 28 CANDEAL II

06 LUANDA 29 BONFIM DE FEIRA

07 PANORAMA 30 SÃO JOSÉ/PAMPALONA

08 MANGABEIRA 31 SÃO JOSÉ VIA BR 116

09 CASEB 32 KM 13

10 LOT. MODELO 33 KM 14

11 JARDIM CRUZEIRO 34 LIMOEIRO

12 PEDRA FERRADA 35 TIQUARUÇÚ

13 LAGOA SUBAÉ 36 JAÍBA

14 VIVEIROS 37 JAGUARA

15 SIM 38 L. DE BERRECA

16 FEIRA IX 39 SÃO ROQUE

17 AEROPORTO 40 SANTA QUITÉRIA

18 GABRIELA

19 SUBAÉ VIA 35º BI

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70

20 CAMPO DO GADO

21 GEORGE AMÉRICO

22 CONJ. JÕAO PAULO

23 CONCEIÇÃO II

FONTE: SMTT 2009

Figura 17 - Traçado STPAC linhas urbanas

Fonte: SMTT 2009

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71

Figura 18 - Traçado STPAC linhas distritais

Fonte: SMTT 2009

5.3.2 Frota

De acordo a análise da frota de veículos introduzidos com a

implantação do SIT em Feira de Santana a partir de 2005 constata-se um

progressivo aumento de ônibus em circulação nas vias públicas.

A Tabela 8 traça o histórico dos veículos (convencional e

micro) 0km que entraram em operação no SIT nos períodos compreendidos

entre 2005 a 2009. Apesar dos dados mostrarem-se bastante significativos é

mister salientar que só a partir do ano de 2007 que ocorreu a introdução de

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72

veículos 0km adaptados para cadeirantes. Só para se ter uma idéia a frota

total de ônibus de Feira de Santana dentro do SIT conta com

aproximadamente 200 carros. Destes, entretanto, apenas 60 são adaptados

para pessoas com deficiência (0,5 ônibus por linha). No início de 2006,

conforme a tabela 10 eram apenas 29 ônibus “acessíveis” em toda a Cidade

(equipados com elevadores, o que complicava ainda mais o trânsito, pois o

embarque dos cadeirantes levava em média 15 minutos).

Os ônibus que circulam atualmente proporcionam maior

comodidade e conforto aos passageiros, pois contam com piso rebaixado,

maior largura das portas, assentos para pessoas com deficiência, idosos e

obesos e áreas para cadeirantes.

Segundo Tiago Dias, diretor técnico da empresa Viação

Princesinha, a partir de 2009, todos os novos ônibus que entraram na frota da

supracitada empresa deverão ser adaptados. (Ver Tabela 8 ). Além do conforto

e acessibilidade dos veículos novos, outra vantagem é a redução dos índices

de poluição do ar na cidade. Os novos ônibus tendem a diminuir a emissão de

monóxido de carbono em quase 50% e de material particulado em

aproximadamente 80%, conforme taxas médias aferidas nos veículos

(CONATRAN, 2009).

Seguindo esta análise do estudo sobre a frota de Feira de

Santana, é importante trazer a lume um dado muito relevante sobre as

exigências do SIT relacionada a idade média da frota. A Lei nº 2.397, de 23 de

janeiro de 2003, que organiza o serviço de transporte coletivo urbano do

município traz como uma de suas exigências para as empresas operadoras

que a frota operante do sistema da modalidade de ônibus apresente a idade

média de 48 meses. Contudo de acordo com a Tabela 9 , apresentada pela

SMTT de Feira de Santana, a vida útil deste tipo de transporte ainda não

corresponde de forma fidedigna para com os deveres e obrigações conforme o

edital de licitação de transporte coletivo implementada em 2005. Considerando

os dados disponíveis, informados apenas pela Empresa Princesinha do Sertão

Ltda., a idade média de um ônibus circulando na cidade, desta frota é de

aproximadamente 8 anos, estando longe do estipulado em lei, exigidas pelo

SIT.

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73

Tabela 8 - Veículo 0km que entraram em operação no SIT

S.M.T.T

VEÍCULO 0KM QUE ENTRARAM EM OPERAÇÃO NO SIT – A

PARTIR DE SUA IMPLANTAÇÃO

Nº. DE ORDEM ANO TIPO EMPRESA

A35 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A36 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A37 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A38 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A39 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A40 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A41 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A42 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A43 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A44 2005 CONVENCIONAL PRINCESINHA

Nº. DE

ORDEM

ANO TIPO EMPRESA

C101 2006 CONVENCIONAL PRINCESINHA

C102 2006 CONVENCIONAL PRINCESINHA

Nº. DE ORDEM ANO TIPO EMPRESA

A200 AD 2007 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A201 AD 2007 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A202 AD 2007 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A203 AD 2007 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A204 AD 2007 CONVENCIONAL PRINCESINHA

B11 2007 CONVENCIONAL 18 DE

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74

SETEMBRO

B12 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B13 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B14 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B15 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B16 AD 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B17 AD 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B18 AD 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B19 AD 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B20 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B149 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B150 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B151 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B152 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B153 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B154 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B155 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

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75

B156 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B157 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B158 AD 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

B 159 AD 2007 CONVENCIONAL 18 DE

SETEMBRO

Nº. DE ORDEM ANO TIPO EMPRESA

A238 AD 2008 MICRO PRINCESINHA

A239 2008 MICRO PRINCESINHA

A240 2008 MICRO PRINCESINHA

Nº. DE ORDEM ANO TIPO EMPRESA

A224 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A225 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A226 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A227 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A228 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A229 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A230 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A231 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A232 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A233 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A234 AD 2009 MICRO PRINCESINHA

A235 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A236 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A237 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A241 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A242 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A243 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A244 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

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76

A245 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A246 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A247 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A248 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

A249 AD 2009 CONVENCIONAL PRINCESINHA

Fonte: SMTT 2009

Com base na tabela 8 verifica-se que as empresas operantes

do sistema não estão em cumprimento com lei municipal Nº. 2.397, DE 23 DE

JANEIRO DE 2003, que organiza o serviço de transporte coletivo urbano do

município de Feira de Santana e dá outras providencias, que prevê um

percentual de renovação da frota anual em 10%

Tabela 9 - Idade média da frota anual

ANO IDADE MÉDIA

PRINCESINHA 18 DE SETEMBRO

2005 9,6 -

2006 10,5 -

2007 7,5 -

2008 7,0 -

2009 6,35 -

Fonte: SMTT 2009

Tabela 10 - Número de veículos acessível adquiridos (anual )

ANO PRINCESINHA 18 DE SETEMBRO

FROTA

ADQUIRIDA

TOTAL DA

FROTA

FROTA

ADQUIRIDA

TOTAL DA

FROTA

2005 00 66 - -

2006 29 95 - -

2007 00 95 - -

2008 04 99 - -

2009 19 118 - -

Fonte: SMTT 2009

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Tabela 11 - Frota operacional 2009

ORD. LINHA FROTA PRINCESINHA

ORD. LINHA FROTA 18 SETEMBRO

UTIL SÁBADO DOMINGO UTIL SÁBADO DOMINGO

1 001 6 4 3 1 001 6 3 3

2 002 3 2 2 2 002 3 2 2

3 003 5 4 1 3 004 1 1 1

4 004 2 2 2 4 004 2 2 2

5 005 1 1 1 5 007 1 1 1

6 006 1 1 1 6 009 2 1 1

7 007 3 1 1 7 011 1 1 1

8 008 2 2 2 8 012 1 1 1

9 050 1 1 1 9 013 1 1 1

10 051 1 1 1 10 014 1 1 1

11 052 1 1 1 11 015 4 3 2

12 053 1 1 1 12 016 4 3 2

13 054 1 1 1 13 017 8 5 2

14 055 2 2 2 14 018 5 3 2

15 056 1 1 1 15 019 7 5 3

16 057 2 2 1 16 020 5 4 2

17 058 2 2 2 17 021 1 1 1

18 059 1 1 1 18 022 4 2 2

19 060 1 1 1 19 023 2 1 1

20 061 3 2 1 20 024 1 1 1

21 062 3 2 2 21 025 2 1 1

22 063 3 2 2 22 026 3 2 2

23 064 1 1 1 23 027 4 2 1

24 065 1 1 1 24 028 1 1 1

25 066 1 1 1 25 030 2 1 1

26 067 2 2 1 26 031 1 1 1

27 068 2 1 1 27 032 1 1 1

28 069 1 1 1

29 070 3 2 1

30 071 3 2 2

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78

31 072 2 2 1

32 073 1 1 1

33 074 4 3 2

34 075 3 2 2

35 076 2 2 2

36 077 3 2 2

37 078 2 2 1

38 079 1 1 1

080 1 1 1

40 081 2 1 1

41 082 2 2 1

42 083 2 2 2

43 084 1 1 1

44 085 2 2 1

45 086 2 2 2

46 087 2 2 1

47 088 4 3 2

48 089 2 2 1

49 090 1 1 1

50 094 1 1 1

51 095 1 1 1

52 096 1 1 1

53 097 1 1 1

54 098 2 2 1

55 099 1 1 1

56 100 3 2 1

57 101 1 1 1

58 102 1 1 1

TOTAL 111 93 76 TOTAL 72 49 40

Fonte: SMTT ordem de serviço de operação 2009

Obs.: A cor azul identifica as linhas que são servi das por microônibus,

não possuindo cobradores.

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79

A Tabela 11 demonstra que os veículos destacados na cor azul

fazem parte da frota de micro-ônibus e não possuem cobradores. Já o restante

da frota operacional apresenta os ônibus convencionais e estes, por sua vez,

contam com os serviços de cobradores. Um outro dado relevante a ser

comentado está expresso na tabela 12 que se refere a frota reserva de cada

operadora. A Viação Princesinha conta com 4 micro-ônibus e 12 ônibus

convencionais, contudo a empresa 18 de Setembro conta com 2 micro-ônibus

e 7 ônibus convencionais.

Tabela 12 - Frota reserva das operadoras (2009)

EMPRESA MICRO-ÔNIBUS CONVENCIONAL

PRINCESINHA 4 12

18 DE SETEMBRO 2 7

FONTE: SMTT, 2009

5.3.3 Número de viagens

As viagens de uma determinada linha têm, durante um dia de

operação, quatro períodos com diferentes comportamentos da demanda de

passageiros. Esses períodos, segundo a SMTT (2009), leva em consideração

as características, particularidades e especificidades da cidade de Feira de

Santana e podem ser divididos em:

• Pico matutino, aproximadamente das 6:30 h m às 9:00 h ;

• Entre pico matutino e vespertino, aproximadamente das

11:30 h às 14:30 h;

• Pico vespertino, aproximadamente das 17:30 h às 18:30 h;

• Entre pico noturno, aproximadamente das 18:30 h às

22:30h.

Nos denominados períodos de pico, a demanda de

passageiros é maior, necessitando, portanto, de um número maior de viagens,

que coincidem com o início e término de um dia de trabalho. Nos períodos de

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80

entre - pico, a partir do fim do pico, as viagens vão sendo diminuídas de acordo

com a redução da demanda.

A demanda e os horários de pico e entre – pico foram

determinados por uma pesquisa de origem e destino, realizada pela SMTT. Ela

foi atualizada no ano de 2008, servindo como fonte para as operadoras e

órgãos gestores na definição da característica de atendimento, o que não é

foco desse trabalho.

Os números da análise aqui demonstrados referem-se aos

períodos diários, considerando os dias úteis, sábados e domingos.

Os resultados do total de viagem realizada por mês,

demonstrados na Tabela 13 podem ser encontrados a partir da programação

diária de cada linha. Para facilitar esta compreensão faz-se uso da seguinte

fórmula:

NV = (DU * 20) + (SAB * 4) + (DOM * 6), onde:

NV= NÚMERO DE VIAGENS MENSAL

DU= NÚMERO DE VIAGENS DIA ÚTIL

SAB= NÚMERO DE VIAGENS AOS SÁBADOS

DOM= NÚMERO DE VIAGENS AOS DOMINGOS

20=QUANTIDADE DE DIAS ÚTEIS NO MÊS

4=QUANTIDADE DE SÁBADO NO MÊS

6=QUANTIDADE DE DOMINGO NO MÊS

Tabela 13 - Viagens por dia de semana, extensão da linha

ORD. LINHA VIAGENS EXTENSÃO TOTAL MENSAL

UTIL SÁBADO DOMINGO CICLO/LINHA VIAGENS

1 001 100,5 66,5 66,5 24,66 2.675

2 002 67 55,5 52 21,68 1.874

3 003 75,5 34 0 17,26 1.646

4 004 27,5 27,5 27,5 30,32 825

5 005 41,5 41,5 41,5 4,20 1.245

6 006 35 17 0 8,46 768

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81

7 007 60 21,5 0 13,22 1.286

8 008 31 31 31 13,98 930

9 050 8 8 7 30,41 234

10 051 8 8 6,5 37,33 231

11 052 7,5 7,5 6,5 51,41 219

12 053 7 7 3 36,23 186

13 054 3,5 3,5 3,5 57,43 105

14 055 21,5 19 19 31,00 620

15 056 4 4 4 36,28 120

16 057 48 35 0 8,30 1.100

17 058 40 40 40 11,40 1.200

18 059 13 13 13 28,44 390

19 060 9,5 9,5 9,5 37,82 285

20 061 41,5 34 23 16,42 1.104

21 062 38,5 30 30 19,16 1.070

22 063 38 26 26 22,42 1.020

23 064 15 15 15 17,06 450

24 065 13 13 13 19,97 390

25 066 17 17 17 15,14 510

26 067 36 32 20 14,83 968

27 068 24 13 13 23,56 610

28 069 13 12 12 17,46 380

29 070 40 29 17 13,77 1.018

30 071 39 29 29 16,78 1.070

31 072 34 34 20 19,51 936

32 073 16 16 16 11,44 480

33 074 60 38 35 15,83 1.562

34 075 83 62 36 9,55 2.124

35 076 32 30 19 14,88 874

36 077 38 27 27 19,23 1.030

37 078 31 29 17 19,01 838

38 079 17 17 17 19,00 510

39 080 14 14 14 17,81 420

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82

40 081 35 21 21 11,24 910

41 082 30 23 14 24,49 776

42 083 20,5 20,5 20,5 25,11 615

43 084 9 9 9 27,59 270

44 085 31 27 21 17,74 854

45 086 27 24 24 23,87 780

46 087 22,5 18,5 15 23,56 614

47 088 59,5 40 32,5 20,32 1.545

48 089 34 34 18 13,77 924

49 090 28,5 33,5 33,5 5,93 905

50 094 13 13 13 21,67 390

51 095 11 11 11 25,57 330

52 096 25 25 25 6,56 750

53 097 15 15 15 11,93 450

54 098 44 39 28 17,04 1.204

55 099 30 30 30 6,17 900

56 100 35,5 35,5 25,5 27,39 1.005

57 101 13 13 13 29,45 390

58 102 12 12 12 17,11 360

TOTAL

1.743,50 1.410,00 1.127,50 1.199,17 47.275

Fonte: Viação Princesinha do Sertão Ltda. 2009

Em geral, é preferível ter um menor número de linha com maior

freqüência do que um grande número de linha com baixa freqüência, desde

que respeitado o limite máximo de caminhada dos usuários. Do ponto de vista

de eficiência operacional, as linhas de transporte público urbano devem ter as

suas extensões definidas em função das características do atendimento.

Considerando duas linhas da Tabela 13, uma que atende a

UEFS e outra a rodoviária da cidade, pode-se simular o quantitativo de viagens

a serem realizados no percurso de 1 hora. Para isso leva-se em conta a

extensão da linha e uma freqüência de, por exemplo, 6 viagens por hora (10

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83

minutos entre veículos) e assim determinar o percurso horário total (ida e volta)

de cada linha.

• Linha 003 (UEFS DIRETA / TERMINAL CENTRAL) com

extensão de ciclo/linha de 17,26 km, o resultado seria um percurso horário de

103,56 km com freqüência de 1 carro a cada 10 minutos disponível aos

usuários .

• Linha 005 (TERMINAL CENTRAL / RODOVIARIA) com

extensão de ciclo/linha de 4, km, o resultado seria um percurso horário de 4 km

com freqüência de 1 carro a cada 10 minutos.

Para essa mesma Tabela 13 observa-se o total de 1.199,17 km

de extensão (ciclo/linha) com um total de 47.275 viagens em um mês operadas

pela empresa Princesinha.

5.3.4 Quilometragem Percorrida (Km)

O resultado desse indicador foi avaliado a partir de dados da

empresa Viação Princesinha do Sertão Ltda que demonstrando presteza e

transparência dos seus serviços realizados em Feira de Santana forneceu-nos

cópias das ordens de serviço de operação (O.S.O) que possibilita-nos analisar

dentre outros indicadores a quilometragem percorrida pelos ônibus em cada

linha em que a empresa presta seus serviços. Em função dos resultados

obtidos e analisados neste indicador observa-se o aumento da quilometragem

percorrida por esta operadora, principalmente em face do aumento da frota, do

número de linhas e do número de viagens.

O aumento da quilometragem percorrida seria inevitável,

mesmo em função das preocupações com os custos operacionais, pois o

atendimento não era ofertado a todas as localidades de maneira satisfatória.

Muitos usuários se deslocavam de suas residências, até um ponto de ônibus

mais próximo, percorrendo grandes distâncias a pé, o que impactava

negativamente a acessibilidade do sistema.

Os resultados representam melhorias tanto para os usuários do

sistema quanto para as operadoras, tornando-o mais eficiente e inteligente

para ambos.

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84

Tabela 14 - Quilometragem percorrida

ORD. LINHA EXTENSÃO QUILOMETRAGEM TOTAL MENSAL

CICLO/LINHA UTIL SÁBADO DOMINGO QUILOMETRAGENS

1 001 24,66 1294,65 900,09 826,11 34.450,02

2 002 21,68 704,60 585,36 552,84 19.750,48

3 003 17,26 1303,13 586,84 0,00 28.409,96

4 004 30,32 560,92 560,92 560,92 16.827,60

5 005 4,20 174,30 174,30 174,30 5.229,00

6 006 8,46 296,10 143,82 0,00 6.497,28

7 007 13,22 561,85 105,76 0,00 11.660,04

8 008 13,98 433,38 433,38 433,38 13.001,40

9 050 30,41 243,28 243,28 212,87 7.115,94

10 051 37,33 298,64 298,64 242,65 8.623,23

11 052 51,41 385,58 385,58 231,35 10.641,87

12 053 36,23 253,61 253,61 108,69 6.738,78

13 054 57,43 201,01 201,01 201,01 6.030,15

14 055 31,00 666,50 604,50 589,00 19.282,00

15 056 36,28 145,12 145,12 145,12 4.353,60

16 057 8,30 398,40 290,50 0,00 9.130,00

17 058 11,40 456,00 456,00 456,00 13.680,00

18 059 28,44 341,28 341,28 341,28 10.238,40

19 060 37,82 283,65 283,65 283,65 8.509,50

20 061 16,42 648,59 558,28 377,66 17.470,88

21 062 19,16 699,34 574,80 574,80 19.734,80

22 063 22,42 851,96 582,92 582,92 22.868,40

23 064 17,06 255,90 255,90 255,90 7.677,00

24 065 19,97 259,61 259,61 259,61 7.788,30

25 066 15,14 257,38 257,38 257,38 7.721,40

26 067 14,83 533,88 474,56 296,60 14.355,44

27 068 23,56 565,44 306,28 306,28 14.371,60

28 069 17,46 226,98 209,52 209,52 6.634,80

29 070 13,77 523,26 399,33 234,09 13.467,06

30 071 16,78 595,69 486,62 486,62 16.780,00

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85

31 072 19,51 663,34 663,34 331,67 17.910,18

32 073 11,44 183,04 183,04 183,04 5.491,20

33 074 15,83 949,80 601,54 554,05 24.726,46

34 075 9,55 496,60 339,03 339,03 13.322,25

35 076 14,88 476,16 446,40 416,64 13.808,64

36 077 19,23 730,74 519,21 519,21 19.806,90

37 078 19,01 589,31 551,29 323,17 15.930,38

38 079 19,00 323,00 323,00 323,00 9.690,00

39 080 17,81 249,34 249,34 249,34 7.480,20

40 081 11,24 393,40 236,04 236,04 10.228,40

41 082 24,49 661,23 514,29 342,86 17.338,92

42 083 25,11 514,76 514,76 514,76 15.442,65

43 084 27,59 248,31 248,31 248,31 7.449,30

44 085 17,74 549,94 478,98 372,54 15.149,96

45 086 23,87 644,49 572,88 572,88 18.618,60

46 087 23,56 530,10 435,86 353,40 14.465,84

47 088 20,32 1209,04 812,80 660,40 31.394,40

48 089 13,77 468,18 468,18 247,86 12.723,48

49 090 5,93 169,01 198,66 198,66 5.366,65

50 094 21,67 303,38 303,38 303,38 9.101,40

51 095 25,57 281,27 281,27 281,27 8.438,10

52 096 6,56 164,00 164,00 164,00 4.920,00

53 097 11,93 178,95 178,95 178,95 5.368,50

54 098 17,04 647,52 562,37 408,96 17.653,64

55 099 6,17 154,25 154,25 154,25 4.627,50

56 100 27,39 972,35 972,35 698,45 7.527,10

57 101 29,45 323,95 323,95 323,95 9.718,50

58 102 17,11 205,32 205,32 205,32 6.159,60

Total 1.199,17 27.700,79 22.861,61 19.179,81 760.541,08

Fonte: Viação Princesinha do Sertão ltda. 2009

Os resultados do total de quilometragem realizada no mês,

demonstrados na Tabela 14 podem ser encontrados a partir da programação

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86

diária de cada linha. Para facilitar esta compreensão faz-se uso da seguinte

fórmula:

QM = (QU * 20) + (SAB * 4) + (DOM * 6), onde:

QM = QUILOMETRAGEM MENSAL

QU= NÚMERO DE QUILOMETROS DIA ÚTIL

SAB= NÚMERO DE VIAGENS AOS SÁBADOS

DOM= NÚMERO DE VIAGENS AOS DOMINGOS

20=QUANTIDADE DE DIAS ÚTEIS NO MÊS

4=QUANTIDADE DE SÁBADO NO MÊS

6=QUANTIDADE DE DOMINGO NO MÊS

5.3.5 Índice de Passageiros por Quilômetro (Ipk)

Utilizado como um dos indicadores de eficiência do transporte

coletivo, o IPK (Índice de Passageiros por Quilômetro) é calculado tendo como

base a divisão dos dados de passageiros transportados e a quilometragem

realizada pelo sistema de transporte em um mês típico.

O resultado é a indicação do custo do sistema de transporte,

ou seja, quanto maior a quilometragem mais cara é a operação do serviço.

Por outro lado, a quantidade de passageiros transportados é

um dado que dá indicação de receita do sistema -- quanto maior o IPK mais

receita por custo é gerada.

Segundo o especialista Adolfo Mendonça, da ANTP

(Associação Nacional dos Transportes Públicos), deve-se utilizar este índice

com muita cautela, já que um IPK elevado pode representar além de um

sistema mais eficiente, um sistema com pior qualidade de serviço para o

usuário, caso este IPK elevado esteja baseado num aumento de lotação nos

ônibus. "Considerando que a qualidade do serviço para o usuário encontra-se

relativamente estável, uma queda no IPK representa uma piora na eficiência do

sistema de transporte coletivo", observa o especialista (MENDONÇA, 2008).

O cálculo deste índice é muito complexo e requer a

consideração de diversas variáveis, de acordo com a intenção e objetivo com

que é usado.

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Há dois tipos de IPK, o físico e o econômico. O primeiro refere-

se à relação entre a quantidade total de passageiros transportados pela

quantidade de quilômetros percorridos pelo sistema de transporte coletivo. O

IPK econômico, do qual se faz uso na tabela 15, é a relação entre os

passageiros equivalentes pela quilometragem. O passageiro equivalente

corresponde aos passageiros efetivamente pagantes, ou seja, os estudantes

são considerados 0,5 passageiros e os isentos não são considerados.

No caso de Feira de Santana, ao dividir a quantidade de

passageiros usuários do sistema com a quilometragem geral o valor

corresponde aos valores anuais fornecidos na Tabela 15 .

Tabela 15 - Índice de passageiros por quilômetro (IPK)

ANO IPK

2006 1,67562

2007 1,76381

2008 1, 95979

2009 2,70916

Fonte: SMTT 2009

5.3.6 Tarifa

Segundo Andrade (2000), a partir de dados da Pesquisa de

Orçamento Familiar do IBGE, o item de serviço público de maior peso nas

despesas das famílias de baixa renda é o transporte coletivo urbano. As

pessoas acabam abandonando as viagens por meio do transporte público

substituindo-as por outros meios mais baratos, como a bicicleta e a caminhada,

a motocicleta, o transporte informal, ou simplesmente não retornam para casa,

todos os dias, dormindo no serviço.

A tarifa é calculada rateando-se o custo total do serviço entre

os passageiros pagantes que o utilizam, o seu alto preço deve ser atribuído,

por um lado, aos altos custos operacionais e por outro ao reduzido número de

passageiros. Mas há outros fatores incidindo sobre o preço final das tarifas,

especialmente os custos que não derivam diretamente da operação, como os

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88

decorrentes das gratuidades (ver tabela 18) que não contam com fontes de

financiamento externas e da ineficiência das redes.

Ademais, o atual método de fixação da tarifa, pelos custos, não

estimula ganhos de eficiência da operação ( ex: as economias de escala, o

aumento da velocidade comercial, a redução da frota, etc.) com repasse para

as tarifas, pois esses significariam redução da receita. Assim, quando estes

ganhos acontecem são, na maioria das vezes, internalizados pelas operadoras

e não repassados para os usuários dos serviços. Por outro lado, os aumentos

de custos, são repassados quase que automaticamente, a cada aumento

tarifário.

Por essas razões é que se defende a busca de outros métodos

de remuneração e fixação de tarifas, que superem as falhas atuais, que

estimulem a eficiência e contemplem a divisão dos ganhos de produtividade

com os usuários.

A adoção de uma política tarifária adequada para o transporte

coletivo pode reduzir problemas de congestionamentos. O fato é que muitas

cidades como Feira de Santana estão presas a um círculo vicioso: não

conseguem atrair de forma intensiva passageiros para o transporte coletivo

porque as passagens são caras, e não podem conter os aumentos das tarifas

porque a perda de passageiros ameaça a sustentabilidade econômico-

financeira do sistema.

Há um limite físico e financeiro para a cidade acomodar o

tráfego urbano. O que se observa normalmente, é um crescimento mais

acentuado da demanda em relação a oferta (Ver tabelas16 e 17, e figuras 19 e

20).

Dentre os impactos provenientes de tal situação, tem-se:

* Aumento do número de acidentes

* Congestionamentos

* Aumento de custos em sistema de controle de tráfego

* Perdas de tempo

* Maiores gastos de combustíveis

* Desconforto

* Deterioração do meio ambiente (poluição do ar, sonora, etc.)

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89

Visibilizando a realidade apresentada as empresas

concessionárias no intuito de atrair mais passageiros para a utilização do

ônibus na cidade de Feira de Santana no período correspondente a 2008-2009

adotaram as seguintes medidas:

• Colocação de câmeras na maioria da frota, principalmente

nas regiões onde ocorrem assaltos com frequência;

• Implantação da sangria no terminal central para diminuição

de dinheiro no ônibus devidos os assaltos;

• Melhoria nos quadros de horários para melhor atender ao

usuário;

• Criação do passe fácil para retirar dinheiro dentro do ônibus

e para reduzir o número de assaltos;

• Sorteio em 10.000,00 reais todos os meses para os

usuários que adquirem ao passe.

·

Tabela 16 - Demanda de passageiros 2008

MÊS PRINCESINHA

18 DE

SETEMBRO

TOTAL

JANEIRO 1.323.375 797.601 2.120.976

FEVEREIRO 1.241.899 799.268 2.041.167

MARÇO 1.543.141 1.001.459 2.544.600

ABRIL 1.500.669 935.592 2.436.261

MAIO 1.525.574 945.691 2.471.265

JUNHO 1.509.059 863.161 2.345.220

JULHO 1.494.581 885.875 2.380.456

AGOSTO 1.617.726 1.017.409 2.635.135

SETEMBRO 1.610.633 1.028.027 2.638.660

OUTUBRO 1.595.986 988.722 2.584.708

NOVEMBRO 1.539.082 957.585 2.496.667

DEZEMBRO 1.582.520 985.136 2.567.656

TOTAL GERAL 18.084.245 11.205.526 29.289.771

Fonte: SMTT, 2009

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90

Tabela 17 - Demanda de passageiros 2009

MÊS PRINCESINHA 18 DE

SETEMBRO

TOTAL

JANEIRO 1.442.533 869.417 2.311.950

FEVEREIRO 1.336.545 860.181 2.196.726

MARÇO 1.722.977 1.118.168 2.841.145

ABRIL 1.513.458 943.565 2.457.023

MAIO 1.666.879 1.033.284 2.700.163

JUNHO 1.644.413 940.582 2.584.995

JULHO 1.755.416 1.039.304 2.794.720

AGOSTO 1.735.547 1.089.622 2.825.169

SETEMBRO 1.706.035 1.088.920 2.794.955

OUTUBRO 1.773.868 1.098.920 2.872.788

NOVEMBRO 1.741.473 1.083.509 2.824.982

DEZEMBRO 1.784.636 1.110.955 2.895.591

TOTAL GERAL 19.823.78 12.276.427 32.100.207

Fonte: SMTT, 2009

Figura 19 – Demanda de passageiros - 2008

Demanda de passageiros em Feira de Santana (BA) para 2 empresas de transporte de passageiros - 2008

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

1.800.000

Meses

No.

Pas

sage

iro/M

ês

PRINCESINHA 18 DE SETEMBRO

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91

Figura 20 - Demanda de passageiros - 2009

Pela Tabela 18, verifica-se que uma proporção relativamente

alta de passageiros utiliza o sistema de transporte público sem o pagamento de

tarifas. Eles são 11,33% quando se considera a totalidade dos não pagantes

referentes as duas empresas em 2009.

É importante informar que o município de Feira de Santana

assim como os demais municípios do Brasil tem o poder discricionário de

legislar a cerca da gratuidade. No caso dos idosos a Lei Municipal nº

3.026/2009 garante gratuidade no transporte coletivo urbano para as pessoas

com idade acima de 60 anos. Demonstrando um ganho para esta categoria já

que boa parte das leis municipais só garantem este benefício a partir de 65

anos.

Demanda de passageiros em Feira de Santana (BA) par a 2 empresas de transporte de passageiros - 2009

0200.000400.000600.000800.000

1.000.0001.200.0001.400.0001.600.0001.800.0002.000.000

Meses

Pas

sage

iros/

mês

PRINCESINHA 18 DE SETEMBRO

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92

Tabela 18 - Gratuidade SIT 2009

MÊS PRINCESINHA 18 DE

SETEMBRO

TOTAL/SISTEM

A

JANEIRO 173.755 103.863 277.618

FEVEREIRO 155.364 98.570 253.934

MARÇO 192.447 124.853 317.300

ABRIL 179.833 107.439 287.272

MAIO 188.135 118.856 306.991

JUNHO 189.446 108.009 297.455

JULHO 211.570 127.758 339.328

AGOSTO 209.285 129.634 338.919

SETEMBRO 206.095 128.358 334.453

OUTUBRO 213.274 132.074 345.348

NOVEMBRO 205.536 128.173 333.709

DEZEMBRO 205.644 127.589 333.233

TOTAL GERAL 2.330.384 1.305.542 3.635.926

Fonte: PESQUISA SMTT, 2009

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93

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após considerar o conceito de Transporte Público Urbano na

sua dinâmica organizacional, verificando os padrões atuais exigidos para a

implantação de um sistema integrado de transporte, a pesquisa se limitou ao

sistema de transporte público por ônibus, que integra o SIT, no município de

Feira de Santana (BA), nos períodos compreendidos entre 2005 até 2009, por

se considerar que esse modelo é o melhor e a mais viável economicamente

viável opção para cidades brasileira de porte médio.

Dentro desse contexto, utilizou-se 5 indicadores para avaliação

do SIT : número de linhas, frota, número de viagens, quilometragem percorrida,

índice de passageiros por quilômetro (IPK) e tarifa.

É importante ressaltar que pela análise dos dados observou-se

que ocorreu uma melhoria significativa dos indicadores avaliados. Contudo

ainda não se chegou a um patamar de excelência, pois os mesmos dados

cedidos pela SMTT, bem como empresas concessionárias demonstram a

fragilidade do sistema no que diz respeito a alguns tópicos, como: demanda de

passageiros superior a frota em algumas linhas, ônibus com idade superior à

permitida e infra-estrutura viária deficitária em algumas linhas.

Embora tenha sido proposto utilizar a tarifa como um dos

indicadores, não foi possível adotar um método de calculo da tarifa de ônibus

em Feira de Santana e suas compensações tarifárias, prejudicando assim a

análise dos custos do transporte público, seu financiamento e sua importância

em relação ao valor correto da tarifa. Sobre tarifa, contudo, o que apenas pode-

se afirmar com esse estudo é que existe em Feira de Santana integração

tarifária que permite a transferência de um veículo para o outro sem novo

pagamento dentro das estações de transbordo.

Apesar das dificuldades e limitações desta pesquisa, a

metodologia do trabalho atingiu os objetivos propostos, de maneira a se obter

um resultado condizente com a realidade apresentada no SIT, no que se diz

respeito ao transporte público oferecido.

Na análise dos indicadores realizada através dos dados, um

dos fatores positivos a serem destacados, diz respeito ao crescimento da

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94

demanda de passageiros, ampliada com uma média em torno de 10% entre

2005 a 2009. Outro dado relevante também referente ao crescimento foi o do

índice de passageiros por quilômetro (IPK) no período 2006 a 2009, com uma

média de 2,3 passageiros por km, dado visivelmente superior aos anos de

2008, 2007, 2006.

É importante informar ainda o considerável aumento da frota

atrelado a uma diminuição da idade média da mesma com a implantação do

SIT, assim como a modernização do sistema com a aquisição de 35 novos

ônibus adaptados a deficiente no período de 2007 a 2009.

Foi percebido também o crescimento real das linhas radias, ou

seja, o sistema poderar ter um volume grande de veículos em direção ao centro

da cidade ocasionando congestionamentos e ineficiência ao sistema. Com isso

é preciso que o poder público tenha muito cuidado para que esta crescente não

traga ao SIT características anteriores á sua implantação.

Diante desses resultados, conclui-se que o sistema de

integração implementado na cidade de Feira de Santana foi uma estratégia

bem elaborada, pois com esta integração ocorreu a fomentação do sistema

como um todo. Fatores positivos como integração no transporte de passageiros

(transbordo sem necessidade de caminhar), integração física (implantação de

miniestações ou mais estações), integração tarifária (utilização de bilhetagem

inteligente) e integração no tempo (conexão de uma ou mais linhas

alimentadoras com uma linha principal).

Em contra partida, deve-se atentar ainda para pontos negativos

dentro do SIT, os quais podem ser identificados em situações como o não

cumprimento de horários por parte das empresas operadoras, o não

fornecimento de horários nos pontos de ônibus dificultando assim uma maior

fiscalização por parte do usuário, a qualidade dos pontos de ônibus (falta de

bancos e cobertura), educação ao trato com os usuários por parte de

motoristas e cobradores, a não fixação dos itinerários na parte lateral ou frontal

do ônibus dificultando acesso do usuário, e a precária informatização do

sistema.

É relevante que se dê continuidade a esse tipo de pesquisa,

englobando um maior número de indicadores para se ter um detalhamento

mais preciso do sistema como um todo. Neste ponto cabe uma crítica de cunho

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95

construtivo para o órgão gestor, neste caso a SMTT, no que concerne a

disponibilização, transparência, agilidade, compromisso para com o

fornecimento dos dados oficiais do SIT. Em contramão a SMTT é sabido frisar

a presteza da empresa concessionária Viação Princesinha do Sertão Ltda.,

pois sua hábil contribuição foi de grande valia para a realização deste trabalho.

Uma face relevante que este trabalho mostra é que com

conhecimento técnico adequado é possível melhorar significativamente o

desempenho, a qualidade e a eficiência dos sistemas de transporte público

urbano. Espera-se, no entanto, com o presente estudo, deixar contribuições a

pesquisadores e interessados pelo conhecimento do sistema de transporte

coletivo urbano de Feira de Santana que tanto tem a contribuir para o melhor

desempenho desta cidade, no que tange de forma geral à sua

operacionalidade.

Por assim dizer cabe, enfim, explicitar algumas sugestões que,

por ventura, possam ser implementadas neste sistema futuramente, como:

grandes áreas de estacionamento de carros (a preço baixo ou mesmo gratuito)

junto a estações (terminais) das linhas troncais, para incentivar a integração

automóvel – transporte público, pivô de muitos inconvenientes para uma

estrutura mais racional do SIT.

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96

REFERÊNCIAS

AGKF - Engenharia e Consultoria LTDA. Estudo de Racionalização e Modernização do Sistema de Transportes Coletivos de Feira de Santana. 2006. Feira de Santana, Bahia;

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ANEXOS

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