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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA LUAN UISLEI SANTOS ALMEIDA CORROSÃO EM ARMADURAS DE CONCRETO - VERIFICAÇÃO DO PROCESSO CORROSIVO EM POSTES DE CONCRETO ARMADO NO CONJUNTO FEIRA VI, FEIRA DE SANTANA - BA FEIRA DE SANTANA 2012

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANAcivil.uefs.br/DOCUMENTOS/LUAN UISLEI SANTOS ALMEIDA.pdf · Figura 13: Deterioração do concreto por reações químicas ( Metha; Monteiro,

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

LUAN UISLEI SANTOS ALMEIDA

CORROSÃO EM ARMADURAS DE CONCRETO -

VERIFICAÇÃO DO PROCESSO CORROSIVO EM

POSTES DE CONCRETO ARMADO NO CONJUNTO

FEIRA VI, FEIRA DE SANTANA - BA

FEIRA DE SANTANA

2012

LUAN UISLEI SANTOS ALMEIDA

CORROSÃO EM ARMADURAS DE CONCRETO -

VERIFICAÇÃO DO PROCESSO CORROSIVO EM

POSTES DE CONCRETO ARMADO NO CONJUNTO

FEIRA VI, FEIRA DE SANTANA - BA

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Civil,

Departamento de Tecnologia, Universidade Estadual de

Feira de Santana (UEFS), como requisito para

aprovação na disciplina Projeto Final II.

Orientador: Prof. Antônio Freitas da Silva Filho

Feira de Santana

2012

LUAN UISLEI SANTOS ALMEIDA

CORROSÃO EM ARMADURAS DE CONCRETO -

VERIFICAÇÃO DO PROCESSO CORROSIVO EM

POSTES DE CONCRETO ARMADO NO CONJUNTO

FEIRA VI, FEIRA DE SANTANA - BA

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Civil, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), pela

seguinte banca examinadora:

_______________________________________________________________

Professor e Orientador: Msc. Antônio Freitas da Silva Filho

Universidade Estadual de Feira de Santana

_______________________________________________________________

Professor: Msc. Eduardo Antônio Lima Costa

Universidade Estadual de Feira de Santana

_______________________________________________________________

Professor: Msc. Elvio Antônino Guimarães

Universidade Estadual de Feira de Santana

" Conhecer os outros é inteligência,

conhecer-se a si próprio é verdadeira

sabedoria. Controlar os outros é força,

controlar-se a si próprio é verdadeiro poder.

". (Lao-Tsé)

AGRADECIMENTOS

Agradecer é ter humildade em reconhecer que precisamos de alguém, e que

sozinho não chegamos a lugar nenhum. Assim, inicialmente, agradeço à Deus, pelo

dom da vida, por sua infinita benevolência e por sua constante presença em minha

vida, desde os primeiros passos, até a coroação dessa tão almejada conquista.

Inesquecíveis, ainda, são os meus amados pais, Gilvandro e Lourdes, dignos

da gratidão que brota de minha alma, por sempre fazerem o possível na árdua

atividade de educar; o meu irmão, exemplo de esforço e dedicação aos estudos, e,

ainda, toda a minha família, cujo apoio ocorreu de maneira irrestrita em minha vida.

Agradeço à Universidade pela oportunidade que me foi dada. Ao professor

Antônio Freitas, por sua simplicidade e por todos os ensinamentos, dentro e fora da

sala de aula. Aos demais mestres e funcionários da UEFS, pela dedicação na

construção de uma instituição melhor.

Agradeço aos meus amigos que já possuía e aqueles que consegui durante

a graduação. Eles foram importantíssimos nos momentos de estudo e curtição. Não

citarei os nomes desses amigos, sob pena de esquecer o nome de algum deles.

Agradeço ainda a minha namorada Irani Coelho que esteve ao meu lado em

todos os momentos, sempre mostrando compreensão e apoio em todos os

momentos enfrentados durante o curso.

Por fim, gostaria de agradecer aos meus amigos e companheiros de trabalho

da FCK Construções e Incorporações Ltda, que tiveram comprometimento e

paciência para me proporcionar um maior conhecimento e uma preparação para

assumir o cargo de engenheiro.

I

RESUMO

Este trabalho descreve uma das manifestações patológicas mais comuns do

concreto armado, a corrosão das armaduras. Este trabalho inicia-se com a revisão

bibliográfica onde são abordados, de forma sucinta, os conceitos químicos da

corrosão, descrevendo todo seu processo, origem e as causas deste fenômeno.

Posteriormente, tomou-se como foco o tema principal do trabalho: a corrosão em

armaduras de concreto, onde foram descritas as principais causas que levam uma

estrutura a apresentar tal manifestação e as características mínimas que uma

estrutura de concreto armado deve apresentar segundo a NBR 6118. Foi descrito

todo o fenômeno, além da identificação do concreto quanto a sua alcalinidade

através da aplicação de fenolftaleína. O presente trabalho também procura mostrar a

vida útil das estruturas apresentando os níveis de deterioração das armaduras de

concreto armado de acordo com o Comité Eurointernational du Beton (CEB). Por fim

realizou-se um levantamento dos postes do Conjunto Feira VI mostrando através de

planta sua distribuição e confeccionou-se uma tabela com o proposito de caracterizar

os níveis de deterioração de cada poste.

Palavras-chave: Corrosão das armaduras, Armadura, Vida útil.

II

ABSTRACT

This paper describes one of the most common pathological manifestations of

reinforced concrete, the steel corrosion. This work begins with the literature review

where they were discussed, succinctly, the chemical concepts of the corrosion,

describing all process, origin and the causes of this phenomenon. Posteriorly, focused

the main theme of the work: corrosion in concrete, where were described the main

causes that for a structure to present this manifestation and the minimal requirements

that steel a concrete structure should present following the NBR 6118. Were

described the periods of initiation and propagation in all common corrosion, besides

the identification of concrete according to the alkalinity through the use of

phenolphthalein. This work also tries to show the useful life of the structures showing

the levels of deterioration of reinforcement concrete according to the Committee

Eurointernational du Beton (CEB). Finally there was a survey of poles Fair Set VI

showing through its distribution and plant it was made a table with the purpose of

characterize the level of deterioration of each post.

Keywords: Corrosion of reinforcement, Steel, Lifetime.

III

Lista de Símbolos e Siglas:

Cl2: gás cloro

Cl-: íon cloreto

CaCl2: cloreto de cálcio

Ca(OH)2 : hidróxido de cálcio

pH: potencial hidrogeniônico

C3A: aluminato tricálcico

H+: íon hidrogênio

NaCl: cloreto de sódio

CaCO3: carbonato de Cálcio

O2: molécula de oxigênio

OH-: íons hidroxila

Cr: cromo

Mo: molibdênio

Ni: níquel

Cu: cobre

CO2: dióxido de carbono

CEB: Comité Eurointernational du Beton

H2O: água

Ddp: diferença de potencial

Cr: cromo

Ni: níquel

Mo: molibdênio

Cu: cobre

UEFS: Universidade Estadual de Feira de Santana

DT: duplo T

IV

LISTA DE FIGURAS

Figura 1:Lascamento de parte do concreto .............................................................. 15

Figura 2: Lei de evolução de custos, Lei de Sitter (Helene & Figueiredo, 2003) ....... 16

Figura 3: Corrosão por pilha num mesmo metal (Rodrigues, 2001). ......................... 25

Figura 4: Modelo de vida útil proposta por Tuutti, Cascudo (1997). .......................... 28

Figura 5: Diagrama de Pourbaix (Helene 1986). ....................................................... 29

Figura 6: Avanço do Processo de Carbonatação (Cascudo, 1997). .......................... 31

Figura 7: Representação do Avanço da Frente de Carbonatação (Carmona, apud

TULA, 2000)............................................................................................................ 32

Figura 8: Teor de umidade no interior dos poros (Andrade, 1992). ........................... 32

Figura 9: Grau de carbonatação em função do teor de umidade (Andrade, 1992). .. 33

Figura 10: Lixiviação na laje de concreto.

(http://www.dicionario.pro.br/dicionario/index.php/Estalactite) .................................. 35

Figura 11: Laje executada sem o mínimo de cobrimento da armadura.

(http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/relatos.htm) ........................................... 37

Figura 12: Causa física da deterioração do concreto ( Metha; Monteiro, 1994). ....... 40

Figura 13: Deterioração do concreto por reações químicas ( Metha; Monteiro, 1994).

................................................................................................................................. 41

Figura 14: Modos de atuação do ambiente marinho sobre a estrutura. .................... 43

Figura 15: Esforços no concreto, devido a corrosão da armadura. (Cascudo, 1997).

................................................................................................................................. 46

Figura 16: Esquema de carbonatação no interior da fissura (Figueiredo, 1993). ...... 47

Figura 17: Fissuras causadas por sulfatos presentes na água do mar

(www.revistatechne.com.br/engenharia civil/160/imprime179251.asp). .................... 48

Figura 18: Corrosão de armaduras por ataque de cloretos

(http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/relatos.htm). .......................................... 49

Figura 19: Ilustração dos três tipos de corrosão (Cascudo,1997). ............................ 51

Figura 20: Vista área do conjunto feira VI (www.feira6.com.br)................................. 53

Figura 21: Conjunto feira VI em planta (www.feira6.com.br). .................................... 54

Figura 22: Postes de seção DT (http://www.interpostes.com.br/postes.php) ............ 54

Figura 23: Corrosão na base do poste ..................................................................... 56

V

Figura 24: Intensa corrosão com ruptura da armadura. ............................................ 57

Figura 25: Desprendimento de parte do concreto. .................................................... 58

Figura 26: Estrutura em estado crítico. ..................................................................... 59

Figura 27: Coloração do local após aplicação da fenolftaleína. ................................ 60

Figura 28: (a) corresponde ao local de ensaio; (b) limpeza do local; (c) vista após a

aplicação da solução de fenolftaleína. ...................................................................... 61

Figura 29: Deterioração típica de “pé” de pilar. ......................................................... 62

Figura 30: Corrosão em toda a estrutura. ................................................................. 63

Figura 31: Distribuição dos poste no local de estudo (próprio autor). ....................... 64

Figura 32: Grau de deterioração dos postes estudados, segundo o CEB. ................ 66

VI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classe de agressividade ambiental ........................................................... 14

Tabela 2: Custos com reparo e manutenção em alguns países, em bilhões de Euros

(UEDA, TAKEWAKA, 2007). .................................................................................... 17

Tabela 3: Diferença de coloração conforme o valor do pH do concreto, com adição da

fenolftaleína.............................................................................................................. 36

Tabela 4: Correspondência entre classe de agressividade ambiental e

cobrimento nominal. ................................................................................................. 38

Tabela 5: Níveis de deterioração de elementos de concreto armado sujeitos a

corrosão de armaduras. ........................................................................................... 42

Tabela 6: Níveis de deterioração dos postes estudados de acordo com o Comité

Eurointernational du Beton (CEB). ........................................................................... 65

VII

Sumário

1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13

1.1JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 15

1.2.OBJETIVO ........................................................................................................................ 18

1.2.1 Geral .............................................................................................................................. 18

1.1.2 Especifico ...................................................................................................................... 18

1.4 METODOLOGIA .............................................................................................................. 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 20

2.1.CONCRETO ..................................................................................................................... 20

2.1.1 Cimento .......................................................................................................................... 20

2.1.2 Agregado ......................................................................................................................... 21

2.1.3.Água ............................................................................................................................22

2.1.4. Aditivos ........................................................................................................................... 23

2.1.5.Concreto armado ............................................................................................................. 23

2.2. PROCESSOS DA CORROSÃO ........................................................................................ 24

2.2.1 Componentes da pilha ..................................................................................................... 25

2.3 CORROSÃO DA ARMADURA NO CONCRETO .......................................................... 27

2.3.1. Período de iniciação ....................................................................................................... 29

2.3.2. Período de propagação ................................................................................................... 36

2.4. FATORES E PROPRIEDADES DO CONCRETO LIGADAS A CORROSÃO .............. 37

2.5. VIDA ÚTIL ....................................................................................................................... 39

2.6. INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ....................................................................................... 43

2.6.1. Corrosões em Zonas de Atmosfera Marinha .................................................................. 43

2. 6.2. Corrosão em Ambiente Urbano, Rural, Industrial e Viciado......................................... 44

2.7. FISSURAS E LASCAMENTOS DO CONCRETO CAUSADOS POR CORROSÃO..... 46

2.7.1. Fissuras causadas por carbonatação ............................................................................... 47

2.7.2. Fissuras causadas por ataque de sulfatos ........................................................................ 47

2.7.3. Fissuras causadas por ataque de cloretos ........................................................................ 49

2.8. TIPOS DE CORROSÃO ENCONTRADOS NA ARMADURA DE CONCRETO

ARMADO ................................................................................................................................. 50

VIII

2.8.1 Corrosão uniforme ........................................................................................................... 50

2.8.2 Corrosão por pite ............................................................................................................. 50

2.8.3 Corrosão sob tensão fraturante. ....................................................................................... 51

3 VERIFICAÇÃO DO PROCESSO CORROSIVO NOS POSTES ............................... 52

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL ................................................................................. 52

3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS DANOS.............................................................................. 55

4.CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 67

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 68

IX

13

1. INTRODUÇÃO

As patologias encontradas nas construções estão intimamente ligadas à

qualidade dos materiais e o ao modo de execução, embora estas tenham avançado

muito e continue progredindo cada vez mais, essas “doenças” não diminuirão nas

mesmas proporções.

As lesões nas estruturas são fenômenos tão velhos como os próprios

edifícios. Na Mesopotâmia, há quatro mil anos, o Código de Hamurabi já assinalava

regras para prevenir defeitos nos edifício, sendo pois o primeiro tratado conhecido

sobre patologia na construção. As regras básicas a que se refere o citado Código,

pelo drástico de seu conteúdo, devem ter tido, naquela época, uma grande

repercussão na qualidade da construção.

As patologias ou defeitos podem levar a estrutura a não apresentar um

desempenho adequado devido à falta de qualidade. Segundo Helene (1992), os

problemas patológicos só se manifestam após o início da execução propriamente

dita.

... normalmente ocorrem com maior incidência na fase de uso. Há

casos de corrosão de armadura em lajes de forro/piso de apartamentos que

se manifestam intensamente, inclusive com colapso parcial, depois de 13

anos do “Habite-se”. (HELENE, 1992, p. 21).

Pesquisas mostram que uma das patologias mais comum do concreto

armado é a corrosão da armadura.

A corrosão pode levar a diminuição da seção de armadura devido a perda de

elétrons oriundas da reação de oxidação e causar fissuras no concreto, na direção

paralela à armadura. Manchas podem vir a surgir no concreto, isso acontece quando

os poros do concreto estão com um alto índice de saturação, o que leva essas

manchas nem sempre aparecer no local exato da corrosão, ANDRADE, (1992).

14

Dentre os diversos problemas que uma edificação pode apresentar destaca-se

a corrosão de sua armadura, esta pode esta diretamente ligada a diversos fatores

como a relação água/cimento, e ao ambiente em que a estrutura esta inserida

(Tabela 01).

Tabela 1: Classe de agressividade ambiental

Classe de agressividade ambiental

Agressividade Classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto

Risco de deterioração da estrutura

I Fraca Rural Submersa

Insignificante

II Moderada Urbana 1) , 2) Pequeno

III Forte Marinha 1) Industrial 1) , 2)

Grande

IV Muito forte Industriais 1) , 3) Respingos de maré

Elevado

______________________________________________________________________________

1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima)

para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de

apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com

argamassa e pintura).

______________________________________________________________________________

2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em:

obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da

estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove

raramente.

______________________________________________________________________________

3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em

indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.

______________________________________________________________________________

Fonte: NBR 6118: 2007

15

1.1 JUSTIFICATIVA

Embora haja uma grande evolução dos materiais e das técnicas de

construção, tem-se notado um grande número de edificações apresentando algum

tipo de manifestação patológica.

Para Figueiredo (2010), um programa eficiente de inspeção/manutenção

periódica garante a durabilidade das edificações e permite estabelecer prioridades

para as ações necessárias ao cumprimento da vida útil prevista.

São muitos os danos que a corrosão pode trazer, em quase todos os setores

da atividade humana. Suas consequências resultam em vários problemas, de ordem

social, econômica e ecológica.

“Os danos por corrosão podem afetar a capacidade portante dos

componentes estruturais, em função da perda de seção transversal

das armaduras, da perda de aderência entre o aço e o concreto e da

fissuração deste”. (SBARDELINI; PEREIRA; CISOTTO, 2008, p. 23).

Devido à essa perda de aderência o concreto vir sofrer desplacamento da

estrutura, podendo atingir veículos ou até mesmo pessoas, como pode ser visto na

(Figura 01).

Figura 1:Lascamento de parte do concreto (http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br)

16

Para Helene (1992), quanto mais cedo começarem as medidas de correção na

estrutura menor será seus gastos e mais efetiva será seu tratamento. A

demonstração mais expressiva dessa afirmação é a chamada “lei de Sitter” que

mostra os custos crescendo segundo uma progressão geométrica.

Segundo Stiller apud Helene (1992), os custos de manutenção das estruturas

crescem em razão de 5 (cinco) quando comparados com os custos de uma medida

preventiva na fase de projeto (Figura 02).

Figura 2: Lei de evolução de custos, Lei de Sitter (Helene & Figueiredo, 2003)

As patologias apresentadas pelo concreto armado representam elevados

custos para alguns países, os gastos com reparos e manutenção das obras

correspondem, quase sempre a metade do preço do empreendimento Tabela 02.

Dentre as diversas manifestações patológicas que podem vir atingir uma

estrutura de concreto armado, a corrosão de sua armadura corresponde a cerca de

20% dessas manifestações (JUNIOR, 2008).

17

Tabela 2: Custos com reparo e manutenção em alguns países, em bilhões de Euros (UEDA, TAKEWAKA, 2007).

País Custos com

construções novas Custos com

manutenção e reparo Custos totais com

construção

França 85,6 (52,2%) 79,6 (48%) 165,2 (100%)

Alemanha 99,7 (50%) 99,0 (50%) 198,7 (100%)

Itália 58,6 (43%) 76,8 (57%) 135,4 (100%)

Reino Unido

60,7 (50%) 61,2 (50%) 121,9 (100%)

Fonte: Revista Téchne (17 de outubro de 2009).

Obs: Todos os dados se referem ao ano de 2004, exceto no caso da Itália que

se refere ao ano de 2000.

Vilasboas (2004), afirma que nos últimos anos, o crescimento no custo de

reposição de estruturas de concreto e a ênfase crescente no custo do ciclo de vida,

ao invés do custo inicial, estão forçando os engenheiros a tomarem consciência das

ações dos fatores ambientais. Nessa perspectiva, há a compreensão de que existe

uma estreita relação entre a durabilidade dos materiais e a harmonia com o meio

ambiente. A conservação de recursos através da produção de materiais mais

duráveis é, sobretudo, uma medida com caráter ecológico.

Além desses transtornos, a corrosão provoca um visual desagradável da

edificação, acarretando desvalorização, e para não passar essa impressão os

proprietários desses locais “doentes” tentam corrigir essas imperfeições com

métodos impróprios, o que só agrava a situação.

18

1.2. OBJETIVO

1.2.1 Geral

O objetivo principal do trabalho é verificar a gravidade do processo corrosivo

encontrado nos postes de concreto armado.

1.1.2 Especifico

▪ Identificar os problemas de corrosão presentes nos postes de concreto

armado localizado no conjunto Feira VI.

▪ Mostrar quais as consequências que essa manifestação patológica

pode trazer para uma estrutura.

▪ Mapear a distribuição dos postes de concreto que possuem sintomas

de corrosão.

19

1.4 METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, foram efetuadas pesquisas sobre o referente

tema, nos mais diversos meios, como, livros, artigos, internet e consultas a

profissionais da área, a fim de adquirir um maior conhecimento sobre o fenômeno da

corrosão.

Em seguida foram feitas diversas inspeções nos locais de estudo, a fim de

determinar os pontos afetados pela corrosão. Esses locais foram catalogados e

registrados para mapear sua distribuição.

Também se realizou a construção de um quadro sintomatológico do fenômeno

além de um projeto identificando a distribuição dos postes.

Esses resultados encontrados foram apresentados em forma de tabela para

proporcionar uma melhor visualização do trabalho final.

20

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. CONCRETO

O concreto hidráulico é um material de construção composto pela mistura de

alguns materiais como: o cimento Portland, agregados, água e possíveis aditivos que

venham proporcionar ao concreto uma maior economia e também a melhora de

algumas de suas propriedades (PETRUCCI ,1983).

Um concreto de boa qualidade proporciona a estrutura um tempo de vida útil

maior, a medida que protege a peça de alguns agentes agressivos, que possam vir

atacar a armadura do concreto armado.

2.1.1 Cimento

O cimento é um dos produtos mais utilizados na construção civil, por conta de

sua larga utilização nas diversas fases das construções. Dados da indústria e

estimativas de mercado indicam que as vendas de cimento para o mercado interno

brasileiro em 2010, atingiram 59,121 milhões de toneladas, um novo recorde de

vendas, representando um crescimento de 14,8% sobre o ano de 2009, ano em que

as vendas chegaram a 51,501 milhões de toneladas.

O cimento pertence a classe dos aglomerantes hidráulicos, em contato com a

água, produz reação exotérmica de cristalização, ganhando assim resistência

mecânica.

A história do cimento inicia-se no Egito antigo, Grécia e Roma, onde as

grandes obras eram construídas com uso de certas terras de origem vulcânicas, com

propriedades de endurecimento sob a ação de água. Os primeiros aglomerantes

usados eram compostos de cal, areia e cinza vulcânica. A denominação cimento

21

Potland se deve a Joseph Aspin que, em 1824, onde recebeu na Inglaterra a patente

do cimento obtido a partir da queima em elevadas temperaturas de calcário e argila

já moídos e misturados (BATTAGIN, s,d).

Com o passar do tempo às propriedades físico-químicas do cimento Portland

tem evoluído constantemente, inclusive com o emprego de aditivos que melhoram

suas características.

2.1.2. Agregado

Petrucci (1983), define agregado como um “material granular, sem forma e

volumes definidos, geralmente inerte, de dimensões e propriedades adequadas para

uso em obras de engenharia”.

Os agregados possuem uma importante função nos concretos uma vez que

está intricadamente relacionado com algumas características importantes, como:

retração, aumento da resistência ao desgaste, sem prejudicar a resistência aos

esforços mecânicos, pois os agregados de boa qualidade possuem resistência ainda

maior que a pasta de aglomerante, (PETRUCCI, 1983).

Souza e Ripper (1998), afirmam a necessidade de escolher bem o material

antes que esse venha ser usado no concreto, prevenindo assim contra os efeitos

expansivos que possam vir à afeta-lo.

O agregado graúdo também pode ser natural ou artificial. Agregado graúdo

natural (pedregulho) também pode ser obtido em rios ou em jazidas secas, mas são

pouco utilizados atualmente. Agregado graúdo artificial é obtido através de britagem

e moagem de rocha. No comércio o agregado graúdo é classificado em função da

dimensão característica dos grãos.

Segundo Souza e Ripper (1998), a composição granulométrica tem muita

influência sobre a qualidade do concreto, principalmente sobre a compacidade e a

22

resistência aos esforços mecânicos. Tendo significativa importância sobre a

trabalhabilidade e a uniformidade do concreto.

2.1.3. Água

Na preparação do concreto a qualidade e a quantidade da água utilizada são

de suma importância, pois ela é a responsável por ativar a reação química que

transforma o cimento em uma pasta aglomerante.

Petrucci (1983), a água utilizada na fabricação do concreto não deve conter

impurezas, pois esta pode vir a prejudicar a relação entre ela e os compostos do

cimento. Sempre que houver suspeita que a água utilizada na fabricação do concreto

apresenta impurezas, é necessário se verificar a influência sobre o tempo de pega,

resistência mecânica e estabilidade de volume. Além disso as impurezas pode

causar eflorescência na superfície do concreto e corrosão das armaduras.

Vilasboas (2004), também ressalta a qualidade da água de amassamento,

quando afirma que as impurezas contidas na água podem interferir na pega do

cimento, comprometer a resistência do concreto ou provocar o aparecimento de

manchas na superfície, como também, resultar em corrosão de armadura. Por esses

motivos, deve-se avaliar a qualidade da água usada no amassamento e na cura do

concreto.

Se sua quantidade for muito pequena, a reação não ocorrerá por completo e

se for superior a ideal, a resistência diminuirá em função dos poros que ocorrerão

quando este excesso de água evaporar.

23

2.1.4. Aditivos

Petrucci (1983), define que aditivos são substâncias empregadas no concreto

durante sua preparação que visa reforça ou melhorar certas características do

concreto, inclusive seu preparo e utilização.

Vilasboas (2004), chama a atenção para o grande número de aditivos para

concreto que se tem no mercado, e ressalta a necessidade de um conhecimento

aprofundado do seu potencial, antes de decidir a sua aplicação, e uma fiscalização

severa da qualidade, logo que, num dado canteiro, faça-se a opção pelo uso de tal

aditivo. O autor também destaca a importância das diferentes remessas de aditivos

que recebem na obra para que sejam rigorosamente iguais àquelas com que foi feito

o estudo inicial, ocasião em que se buscou conhecer as propriedades do produto.

2.1.5. Concreto armado

Segundo Metha (1994), o concreto armado é o material composto de concreto

e barras de aço, sendo que os dois componentes resistam juntos aos esforços

solicitados.

24

2.2. PROCESSOS DA CORROSÃO

Como diz Helene (1986), varias são as vezes em que o profissional de

engenharia civil se vê diante de um problema de corrosão de armadura nas

edificações de concreto armado.

Muitos são os motivos que levam uma estrutura a corrosão, em vista disso

não é fácil afirmar o porquê de uma estrutura apresentar o problemas enquanto

muitas outras estruturas em iguais condições não as apresentam.

Segundo Panossian (1993), “a corrosão é a transformação de um material

pela sua interação química ou eletroquímica com o meio em que se encontra”.

Essa transformação defini corrosão como a interação de um material com o

ambiente seja por reação química, ou eletroquímica. Basicamente, são dois os

processos principais de corrosão que podem sofrer as armaduras de aço para

concreto armado: a oxidação e a corrosão propriamente dita.

“Por oxidação entende-se o ataque provocado por uma reação gás-

metal, com formação de uma película de óxido. Este tipo de corrosão é

extremamente lento à temperatura ambiente e não provoca deterioração

substancial das superfícies metálicas, salvo se existirem gases

extremamente agressivos na atmosfera”. (JUNIOR, 2008, p. 02)

“A corrosão metálica é um processo eletroquímico que tem lugar no meio

aquoso. A corrosão acontece quando é formada uma película de eletrólito sobre a

superfície dos fios ou barras de aço”. (CASCUDO, 1997).

Segundo o mesmo autor, esse tipo de corrosão ocorre quando se acrescenta

um metal em um eletrólito, que é uma solução na qual estão inseridos ions, inclusive,

contendo íons deste próprio metal. Porém, é necessário destacar que ao estarem

imersos mais de um metal no mesmo eletrólito seus potenciais de equilíbrio podem

se tornar diferentes, uma vez que estão ligadas pelo mesmo condutor.

25

Logo, tal procedimento promove a formação de pilhas, no qual pode se dar

entre metais diferentes ou no mesmo metal Figura 03.

Figura 3: Corrosão por pilha num mesmo metal (Rodrigues, 2001).

O problema da corrosão não se restringe apenas as estruturas de concreto

armado, ela pode ser percebida nas mais diversas atividades, como por exemplo,

nas industrias petroquímicas, ferroviário, metroviário, nos meios de transporte aéreo,

entre outros setores.

2.2.1 Componentes da pilha

Para entender o fenômeno da corrosão é necessário o estudo dos elementos

que compõe a pilha eletrolítica da corrosão.

Ânodo:

Para Cascudo (1997), eletrodo no qual se verificam as reações anódicas de

oxidação do metal. Estas reações consistem em um átomo metálico deixar o metal

para formar íons desse metal no eletrólito. No ânodo há uma perda de elétrons, ou

26

seja, os elétrons oriundos das reações anódicas (reação de oxidação), movem-se

para o cátodo, onde serão consumidos em outra reação superficial.

Cátodo:

Segundo Cascudo (1997), o cátodo é o eletrodo no qual se verificam as

reações catódicas de redução de espécies eletroquímicas ou íons do eletrólito.

Reações catódicas típicas são: redução de oxigênio (caso da armadura no concreto)

ou a redução de íons H+, para formar o átomo de hidrogênio. No cátodo há um

ganho de elétrons originários de regiões anódicas, necessário para viabiliza as

reações de redução de cátions em suas proximidades.

Eletrólito:

Condutor (usualmente um líquido) contendo íons que transportam a corrente

elétrica do ânodo para o cátodo.

2.2.2 Diferença de Potencial (ddp)

Gentil (2003), explica que a imersão de um metal, sob a forma de lâmina,

placa, bastão etc. nas soluções eletrolíticas determina o estabelecimento de uma

diferença de potencial entre a fase sólida e a líquida. Esta diferença de potencial é,

simultaneamente, de natureza elétrica e química, e por isso se denomina diferença

de potencial eletroquímico.

Deve existir uma diferença de potencial para que haja o processo de corrosão,

existindo a formação de uma pilha eletroquímica e é desta diferença que ocasiona a

formação da pilha, proporcionando o movimento eletrônico entre o ânodo e o cátodo.

27

Polito (2006), afirma que a ddp é fruto de diferentes causas como: solicitações

mecânicas distintas, diferenças de composição química do aço, aeração diferencial e

concentração salina diferencial. Dentre estas a mais importante é a aeração

diferencial, onde no concreto mais compacto (menos poroso) teremos a zona

catódica e onde o concreto se apresentar menos compacto (mais poroso) teremos a

zona anôdica.

2.3 CORROSÃO DA ARMADURA NO CONCRETO

Segundo Cascudo (1997), a armadura encontra-se no interior do concreto em

meio alcalino (pH em torno de 12,5). Esta alcalinidade provém da fase liquida

constituinte dos poros do concreto, a qual, nas primeiras idades, basicamente é uma

solução saturada de hidróxido de cálcio - Ca(OH)2, sendo esta oriunda das reações

de hidratação do cimento. Em idades avançadas o concreto ainda continua,

propiciando um meio alcalino.

“... a armadura presente no interior do concreto, em meio alcalino, está protegida do fenômeno da corrosão, devida a presença de uma capa ou película protetora de caráter passivo, que envolve essa armadura; é a chamada proteção química. O filme passivo é muito aderente ao aço e bastante “fino” (normalmente invisível ao olho nu). De acordo com Leek & Poole e Sagoe-Crentsil & Glasser, esse filme é composto por óxido de ferro; este é formado rapidamente a partir das reações de oxidação do ferro e da redução do oxigênio”. (CASCUDO, 1997, p.39).

A fim de expor o mecanismo da corrosão do aço no concreto adotar-se-á o

modelo de Tuutti, que subdivide o processo em iniciação e propagação.

Andrade (1992), define o período de iniciação como o período de tempo que

vai desde a execução da estrutura até a ação do agente agressivo em atravessar o

28

concreto de cobrimento, alcançar a armadura e despassivá-la; a propagação por sua

vez, consiste no desenvolvimento da corrosão até que se alcance um grau

inaceitável do processo, (Figura 04).

Para Huerta, (1997), passivação significa a capacidade de um metal ou liga

metálica se manter inerte em relação as mudanças que venham a ocorrer no seu

exterior.

Figura 4: Modelo de vida útil proposta por Tuutti, Cascudo (1997).

Pourbaix mostra em seu diagrama potencial-pH, Figura 05, que para valores

de pH entre 10,5 e 12,6, bem como para potenciais situados entre + 0.1 e 0,5V,

relativos ao potencial normal de hidrogênio, há passivação do ferro/aço. (Helene

1986).

Andrade (1992), define que no estado de “passividade”, o metal se recobre de

uma capa de óxidos que serve de barreira para o metal, impedindo que este venha a

sofrer oxidação.

29

Figura 5: Diagrama de Pourbaix (Helene 1986).

2.3.1. Período de iniciação

Segundo Cascudo (1997), a película passiva é a grande defesa da armadura e

a garantia de que esta não sofrerá corrosão. Entretanto, ela pode ser perdida, frente

a dois fatores desencadeantes, presença de cloretos e a diminuição da alcalinidade.

Presença de uma quantidade suficiente de íons cloreto;

Helene (1986), afirma ser usual, a incorporação de elementos agressivos

durante o preparo do concreto, devido a falta de conhecimento das técnicas

envolvidas durante seu preparo.

O agente mais comum que pode ser adicionado ao concreto é o cloreto (íons

que podem ser adicionado involuntariamente, a partir de aditivos aceleradores

de pega, agregados e água contaminados.

30

Andrade (1992), afirma que os cloretos podem entrar no concreto seja pelo

seus componentes, água, aditivos etc., ou penetrem através de seus poros,

principalmente em ambientes marinhos.

Segundo Cascudo (1997), uma das causas que podem levar uma estrutura a

apresentar corrosão é a passagem dos íons no concreto, onde vem a gerar

diferentes concentrações e estas provocam inúmeros prejuízos para a estrutura,

muito mais do que se houvesse concentrações uniformemente distribuídas.

Outros autores como Araújo e Freitas (s. d.), afirmam que os íons cloretos são

os agentes encontrados na natureza que mais proporcionam as degradações das

armaduras de concreto, mesmo que não haja no meio cientifico um entendimento

sobre o nível de responsáveis pela despassivação das armaduras.

Os agregados de regiões próximas ao mar e águas contaminadas ou salobras,

também podem conter cloretos, na maioria das vezes sob a forma de cloreto de

sódio (NaCl).

Diminuição da alcalinidade do concreto;

O cimento quanto misturado a água possui um pH de aproximadamente 12,5.

Este pH é uma importante proteção do aço frente a corrosão. Contudo, o hidróxido

de cálcio do concreto reage com o gás carbônico presente na atmosfera, conforme a

equação Ca(OH)2 + CO2 = CaCO3 + H2O reduzindo para aproximadamente 9 o pH

da massa do concreto, tornando possível a corrosão da armadura, (Figura 06),

HELENE, (1992).

O tempo que a carbonatação leva para atingir o aço depende da qualidade do

concreto. Esta pode ser associada à resistência mecânica do concreto (que depende

da relação a/c) e ao grau de compactação, (PEREIRA, s d).

31

Segundo Cascudo (1997), dobrando a espessura do recobrimento, multiplica-

se por quatro o períodos de tempo que a carbonatação levará para atingir a

armadura.

Pereira (s. d.), afirma que relação a/c pode levar o concreto a uma maior

permeabilidade, aumentando assim a velocidade de carbonatação. A profundidade

de carbonatação em concretos com mesma idade, feitos com relação água/cimento

igual a 0,5, podem ser 1/3 da observada em concretos com relação água /cimento

igual a 0,8.

Figura 6: Avanço do Processo de Carbonatação (Cascudo, 1997).

Essa reação de carbonatação acontece aos poucos, fazendo com que a

camada carbonatada aumente de espessura com o passar do tempo, essa camada

carbonatada é chamada de frente de carbonatação. Como pode ser visto na (Figura

07).

32

Figura 7: Representação do Avanço da Frente de Carbonatação (Carmona, apud TULA, 2000).

2.3.1.1 Carbonatação x Umidade relativa

Segundo Dugato 2006, o teor de umidade está diretamente ligado a

carbonatação.

Em função da umidade relativa do ar, os poros do concreto podem conter

diferentes quantidades de água, Figura 08. Em ambientes secos, ambientes

molhados ou ambientes úmidos, a difusão do CO2 é totalmente diferente.

Figura 8: Teor de umidade no interior dos poros (Andrade, 1992).

Segundo Andrade (1992), a umidade relativa fica entre 50% e 65% nos casos

que possuem o maior grau de carbonatação, e com umidades menores que 20% ou

33

maiores de 95%, a carbonatação acontecerá lentamente, e em alguns casos nem

ocorrerão, Figura 09.

Huerta ( 1997), concorda com Andrade quando afirma que os poros com baixa

umidade relativa o processo de corrosão é dificultado devido a falta de um meio para

que o processo ocorra, enquanto que poros com muita umidade dificulta a

penetração do CO2 até a armadura.

Outro fator que pode levar ao aumento da corrosão é a lixiviação do concreto:

A corrosão por lixiviação consiste na dissolução e arraste do hidróxido de

cálcio existente na massa de cimento Portland endurecido devido ao ataque de

águas, que serão responsáveis pela corrosão. A lixiviação traz prejuízos ao concreto,

em vista que com a remoção de sólidos, ocorre redução na resistência mecânica do

material e abre caminho para a entrada de gases e líquidos agressivos às armaduras

e ao próprio concreto, além da penetração de água e oxigênio, ocasionando

diminuição do pH do concreto.

Figura 9: Grau de carbonatação em função do teor de umidade (Andrade, 1992).

34

O hidróxido de cálcio retirado do concreto, além de causar perda de

resistência também traz prejuízos estéticos a estrutura. É bastante comum a

interação do produto lixiviado com o CO2 presente no ar, ocasionando a precipitação

de crostas brancas de carbonato de cálcio na superfície. Este fenômeno, conhecido

como eflorescência, é mais frequente nos concretos com porosidade nas

proximidades da superfície e é influenciado pelo tipo de material das formas, o grau

de adensamento e pela relação água-cimento. A ocorrência do fenômeno é maior

quando após um período de clima fresco e chuvoso, há um período seco e quente.

(VILASBOAS, 2004, apud NEVILLE, 1982, p. 433)

A carbonatação ocorre quando o CO2, do ar ou quando a água, se combina

com o Ca(OH)2, formando o carbonato de cálcio, CaCO3, insolúvel. Este processo

diminui o pH da solução de equilíbrio de 12,5 para 9,4, favorecendo a precipitação

desse composto (SILVA ,1995).

Para Gentil (2003) este novo pH fica entre 8,5 e 9,0. Andrade (1992) cita pH

próximos de 7 como típicos do concreto carbonatado.

Quanto mais poroso o concreto, maior a intensidade da corrosão. A

dissolução, o transporte e a deposição do hidróxido de cálcio Ca(OH)2, (com

formação de estalactites e de estalagmites), Figura 10, podem levar ao aparecimento

de eflorescência, as quais são caracterizadas por depósitos salinos de hidróxido de

cálcio dissolvido em água, com coloração branca, que emergem até a superfície do

concreto em forma de carbonato de cálcio proveniente do interior do concreto.

35

Figura 10: Lixiviação na laje de concreto. (http://www.dicionario.pro.br/dicionario/index.php/Estalactite)

2.3.1.3 Métodos usados para medir a espessura carbonatada

Helene (1986), diz que a fenolftaleína a 1% pode indicar a queda do pH

sofrida pelo concreto, contribuindo assim, para a identificação do surgimento a

corrosão.

A fenolftaleína é uma solução que quando em contato com um substrato de

pH elevado sofre uma mudança de tonalidade. Em vista dessa propriedade sua

utilização se faz necessário para a identificação da carbonatação do concreto.

Uma mesma barra de aço pode estar submetida a diferentes alcalinidades,

tendo em vista que o concreto que recobre a armadura pode apresentar diferentes

pH na mesma peça. Através da coloração obtida com a adição de fenolftaleína é

possível a identificação do pH do concreto Tabela 03.

36

Tabela 3: Diferença de coloração conforme o valor do pH do concreto, com adição da fenolftaleína.

VALORES DO Ph COLORAÇÃO

Inferior a 8,3 Incolor

Entre 8 e 9,5 Variável entre rosa e vermelho-carmim

Superior a 9,5 Vermelho-carmim

Fonte: Cascudo (1997).

2.3.2. Período de propagação

É o período que vai desde a despassivação da armadura até este atingir um

nível inaceitável de corrosão. Para que o processo da corrosão ocorra é necessário

que existam os elementos básicos, que são: eletrólito, diferença de potencial e

oxigênio.

O eletrólito é essencial na corrosão eletroquímica já que permite o movimento

de elétrons de regiões anódicas para regiões catódicas da armadura, sendo assim, o

eletrólito tem grande importância no processo como um todo. Ele se apresenta sob a

forma de película líquida sobre a superfície do aço. O teor de umidade do concreto é

considerado como o principal controlador da taxa de corrosão, porque fixa a

disponibilidade de O2 ao redor da armadura e fixa também a resistividade elétrica do

concreto CASCUDO (1997).

2.3.2.2 Oxigênio

É indispensável a presença de oxigênio para a formação da ferrugem. A

redução do oxigênio possibilita o consumo de elétrons vindos da área anôdica e

produz o radical (OH-) que reage com íons de ferro e formam os produtos de

corrosão.

37

2.4. FATORES E PROPRIEDADES DO CONCRETO LIGADAS A CORROSÃO

Cobrimento

O cobrimento do concreto é um elemento de grande importância para um bom

estado das estruturas de concreto armado. A não observação dos valores

preconizados pela norma NBR 6118, tem ocasionado diversas estruturas com

problemas, onde necessita de recuperação estrutural que quase sempre, envolve

altas somas em dinheiro, Figura 11.

O concreto quando bem executado, possui por natureza, como uma de suas

vantagens, proteger as estruturas da corrosão. Essa proteção baseia-se no

impedimento da formação de células eletroquímicas, através da proteção física e

proteção química, ( HELENE, 1986 ).

“ ... um bom cobrimento das armaduras, com concreto de alta

compacidade, sem ninhos e com um perfeito equilibro entre seus elementos

e homogeneidade garante, por impermeabilidade a proteção do aço ao

ataque de agentes agressivos externos. Esses agentes podem estar

contidos na atmosfera, em águas residuais, águas do mar, águas

industriais, dejetos orgânicos, etc. ( Helene ,1986, p.4)”

Figura 11: Laje executada sem o mínimo de cobrimento da armadura. (http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/relatos.htm)

38

Outra função do cobrimento é a proteção química das armaduras. Em

ambiente altamente alcalino, é formada uma capa ou película protetora de caráter

passivo na superfície do aço. O cobrimento protege essa capa protetora contra

danos mecânicos e ao mesmo tempo mantem sua estabilidade (Tabela 04).

Tabela 4: Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento nominal.

Classe de agressividade ambiental

Tipo de estrutura Componente ou elemento

I II III IV

Cobrimento nominal (mm)

Concreto armado Laje 20 25 35 45

Viga/Pilar 25 30 40 50

Concreto protendido

Todos 30 35 45 55

Fonte: NBR 6118: 2007

Temperatura

Cascudo (1997), a temperatura possui grande influência no processo de

deterioração, se a temperatura sobe a um aumento na velocidade de corrosão, em

virtude da maior mobilidade iônica, por outro lado sua diminuição pode trazer o

fenômeno da condensação, as quais podem produzir incrementos locais no teor de

umidade.

Em ambientes secos a vida útil de uma estrutura tende a aumentar, pelo fato

desses ambientes não apresentar condições para o surgimento de eletrólitos, o que

não leva ao surgimento de pilhas, dificultando assim, o processo da corrosão.

39

Fissuração do concreto de cobrimento

São vários os fatores que podem levar o concreto a apresentar fissuras.

Alguns autores como Carpentier e Soretz, apud Helene (1986) provaram, ensaiando

vigas com fissuras de abertura 0,2 a 0,3 mm, que a corrosão é mais intensa quanto

maior a abertura dessas fissuras e quanto mais cedo elas aparecem.

Relação água/cimento

A relação água/cimento, é um dos principais fatores que pode levar a

armadura do concreto à corrosão, sua relação pode fazer com que o concreto

apresente características como porosidade, capacidade de absorção e

permeabilidade favorecendo a penetração de agentes agressivos ao aço.

Cascudo (1997), afirma que a relação água/cimento é de suma importância

para a proteção da armadura, em vista que esta define as características de

compacidade ou porosidade da pasta endurecida. Uma baixa relação água/cimento

resultará em um concreto com maior capacidade de resistir a agentes agressivos que

possam vir atingi-lo.

2.5. VIDA ÚTIL

Vilasboas (2004), ressalta que as causas físicas Figura 12, da deterioração

do concreto podem ser agrupadas em duas categorias: desgaste superficial (perda

de massa) devido à abrasão, erosão e cavitação; e fissuração devido a gradientes

normais de temperatura e umidade, pressões de cristalização de sais nos poros,

carregamento estrutural e exposição a extremos de temperatura tais como

congelamento ou fogo.

40

Do mesmo modo, as causas químicas Figura 13, da degradação são

agrupadas em três categorias: a) hidrólise dos componentes da pasta do cimento por

água pura; b) trocas iônicas entre fluidos agressivos e a pasta do cimento; e c)

reações causadoras de produtos expansíveis, tais como: na expansão por sulfatos,

reação álcali-agregado e corrosão da armadura do concreto, (VILASBOAS, 2004).

CAUSAS FÍSICAS DA DETERIORAÇÃO DO CONCRETO

Figura 12: Causa física da deterioração do concreto ( Metha; Monteiro, 1994).

41

DETERIORAÇÃO DO CONCRETO POR REAÇÕES QUÍMICAS

Figura 13: Deterioração do concreto por reações químicas ( Metha; Monteiro, 1994).

Souza e Ripper 1998, afimam que para uma estrutura se manter durável é

necessário um conjunto de decisões e procedimentos que garantam à estrutura e

aos materiais que a compõem um desempenho satisfatório ao longo de sua vida útil.

Essas patologias mostram que a estrutura esta apresentando problemas, que

se não resolvidas em um determinado período de tempo tende a se propagar,

levando a desvalorização do empreendimento, devido o surgimento de manchas,

fissuras, destacamento do concreto que recobre a estrutura metálica e por fim pode

levar ao fim da vida útil do bem devido a falta de manutenção adequada.

“A maior parte do conhecimento sobre os processos físico-

químicos responsáveis pela deterioração do concreto vem de

estudos de casos de estruturas no campo, porque é difícil

simular em laboratório a combinação das condições de longa

duração normalmente presentes na vida real” (METHA;

MONTEIRO, 1994, p. 121).

42

O Comité Eurointernational du Beton (CEB), estabelece níveis de deterioração

(A, B, C, D e E) em função de alguns parâmetros (cor dos produtos de corrosão,

fissuração, lascamento, perda de seção do aço e flechas).

A Tabela 05, apresenta os níveis de deterioração das armaduras de concreto

armado onde a partir do nível C, a estrutura apresenta situação crítica que requer

intervenção imediata.

Tabela 5: Níveis de deterioração de elementos de concreto armado sujeitos a corrosão de armaduras.

INDICAÇÕES

NÍVEIS DE DETERIORAÇÃO

VISUAIS A B C D E

Mudança de cor

Manchas de ferrugem

Idem ao A Idem ao A Idem ao A Idem ao A

Fissuração Algumas

longitudinais

Várias longitudinais; algumas nos

estribos.

Acentuado

Idem ao C Idem ao C

Lascamento ----------- Algum Acentuad

o

Perda de contato

aço/concreto em alguns

trechos

Idem ao D

Perda de seção do aço

----------- ~ 5% ~10% ~25%

Alguns estribos

quebrados e barras

principais flambadas

Flechas ----------- ----------- ----------- Possíveis Aparentes

Fonte: Cascudo (1997)

43

2.6. INFLUÊNCIA DO AMBIENTE

2.6.1. Corrosões em Zonas de Atmosfera Marinha

Para Geimba e Wippich (s.d), o ambiente marinho possui características que o

torna bastante agressivo as estruturas civis. A influência do ambiente marinho na

durabilidade das construções depende do micro-clima no qual a construção se

encontra, podendo ser de diferentes intensidades de degradação.

Para caracterizar os distintos meso-climas da região marinha, apresenta-se a

Figura 14. Essa divisão, por zonas de ataque, se caracteriza pelo distinto acesso de

Oxigênio e umidade (forma com que a água entra em contato com a estrutura); a

presença dessas duas substâncias, em contato com os diversos materiais e sistemas

de construção, é responsável por grande parte das manifestações patológicas

presentes nas construções existentes nas regiões litorâneas, GEIMBA e WIPPICH0 (

s.d).

Figura 14: Modos de atuação do ambiente marinho sobre a estrutura.

44

Regiões abertas onde o mar através do vento carrega uma nevoa de sais,

geralmente perto da costa, faz com que se acelere o processo de corrosão das

armaduras. Os ventos podem carregar os sais na forma de partículas sólidas ou

como gotas de solução salina contendo vários outros constituintes. A quantidade de

sais presente vai diminuindo em função da distância do mar, sofrendo influência da

velocidade e direção dos ventos predominantes A possibilidade de corrosão na

atmosfera marinha pode variar de 30 a 40 vezes maior do que na atmosfera rural

(HELENE, 1986).

2. 6.2. Corrosão em Ambiente Urbano, Rural, Industrial e Viciado

Segundo Geimba e Wippich (s.d), o meio ambiente urbano, por suas

características de concentração populacional, provoca alterações no meio ambiente

original. Essas alterações, quando se estuda a degradação das construções, em

especial das estruturas de concreto, passa pela ocorrência de chuvas ácidas,

deposição de partículas sólidas e lançamento de dióxido de carbono na atmosfera,

responsável pela carbonatação dos concretos e consequente corrosão das

armaduras.

Ainda segundo Geimba e Wippich (s.d), a manifestação patológica com maior

incidência, e também com maior responsabilidade estrutural, é a corrosão das

armaduras presentes no concreto armado. Por exemplo, podem ser apresentados os

seguintes levantamentos:

a) Andrade (1997), realizou um levantamento no Recife e chegou a

percentuais de 64%;

b) Nince e Clímaco (1996), em levantamento realizado no Centro-Oeste,

apresentam percentuais de 30% de incidências referentes à corrosão de

armaduras;

c) Carmona e Marega (1988), apresentaram percentuais semelhantes aos de

Nince e Clímaco (1996) para o Sudeste;

45

d) Dal Molin (1988) chegou a índices de 40% das manifestações analisadas,

com base em atendimentos realizados pelo CIENTEC, referentes à corrosão

de armaduras.

As pesquisas feitas nas diversas partes do Brasil evidencia que o problema da

corrosão não se concentra em uma única parte. Embora os dados tenham sido

coletados a algum tempo essa manifestação patológica ainda persiste, talvez com

mais intensidade, em vista que as estruturas do Brasil vem envelhecendo, e a

quantidade de industrias aumentado em todo o país.

Já locais abertos, longe de fontes poluidoras do ar, com fraca agressão as

armaduras no concreto, pelo lento processo da redução da proteção química

proporcionada pela película passiva pela alcalinidade. Por falta de ácidos, gases

suficientes para depositarem nas superfícies expostas, o aceleramento do processo

de carbonatação fica impedido, sendo mais lento (HELENE, 1996).

Com relação a atmosfera industrial que é uma das mais agressivas à

estrutura, seus gases contribuem para a redução da alcalinidade, podendo acelerar o

processo de corrosão em 60 a 80 vezes se comparado ao ambiente rural. Para

Helene (1986), a ação destrutiva gerado por essa atmosfera, deve ser considerada

sempre em conjunto com a umidade relativa do ar, pois se não atingida a umidade

critica não haverá um processo corrosivo acentuado.

Regiões fechados com baixa taxa de renovação do ar, onde pode haver uma

intensificação da concentração e até geração de gases agressivos as armaduras de

concreto são locais bastante perigosos as estruturas. Um exemplo é a ação do écido

sulfúrico gerado em coletores e interceptadores de esgoto (HELENE, 1986).

46

2.7. FISSURAS E LASCAMENTOS DO CONCRETO CAUSADOS POR

CORROSÃO

Gentil (2003), choques mecânicos podem danificar o concreto causando

fissuras, podendo favorecer a penetração de eletrólitos e gases aumentando com

isso o ataque à armadura.

O produto da corrosão passa a ocupar um volume 3 a 10 vezes superiores ao

volume inicial do aço no concreto, esses produtos expansivos vão se acumulando

cada vez mais ao redor da armadura produzindo esforços contra o concreto. Tais

esforços geram tensões que culminam com a fissuração das peças de concreto,

Figura 15. As fissuras produzidas se manifestam na direção paralela a barra

corroída, essas fissuras aumentam com o passar do tempo o que implica posterior

lascamento o concreto (CASCUDO, 1997).

Figura 15: Esforços no concreto, devido a corrosão da armadura. (Cascudo, 1997).

47

2.7.1. Fissuras causadas por carbonatação

Segundo Freire (2005), o processo de carbonatação ocorre

preponderantemente ao longo das paredes das fissuras. Sendo esta carbonatação,

mais rápida que as demais.

Figueireido (1993), diz que é através das fissuras que o CO2 consegue

penetrar no concreto mais rapidamente. Isto depende da dimensão de abertura da

fissura, da quantidade de íons OH- e da água no seu interior Figura 16.

Figura 16: Esquema de carbonatação no interior da fissura (Figueiredo, 1993).

2.7.2. Fissuras causadas por ataque de sulfatos

Vilasboas (2004), afirma que ao se avaliar o perigo de ataque por sulfatos,

deve-se conhecer a movimentação da água contendo a substância sobre a estrutura.

O ataque será mais intenso se o concreto estiver exposto de um só lado à pressão

de água contendo sulfato. Similarmente, saturação e secagem alternadas acarretam

à deterioração rápida. Por outro lado, se o concreto estiver completamente

enterrado, não havendo renovação da água subterrânea ou diferencial de umidade

nas suas faces, as condições serão muito menos severas.

48

Segundo o mesmo autor o concreto atacado por sulfatos tem, como

característica, uma aparência esbranquiçada. A degradação comumente se inicia nos

cantos e arestas, sendo posteriormente seguida por uma fissuração progressiva e

um desprendimento de lascas que reduzem o concreto a uma condição frágil.

“Soluções contendo íons sulfato são, também, meios agressivos ao concreto, causando perda de resistência, expansões volumétricas, trincas e degradação. Os íons sulfato reagem com o componente C3A do cimento; havendo suficiente quantidade de água, dão lugar à etringita, fortemente hidratada, muito volumosa e expansiva. Este material formado provoca a fissuração do concreto, facilitando posteriormente a penetrações de agentes agressivos”. (FREIRE, 2005, p. 47).

Esse tipo de fissura acontece bastante em estruturas localizadas em ambiente

marinho, como mostrado na Figura 17.

Figura 17: Fissuras causadas por sulfatos presentes na água do mar (www.revistatechne.com.br/engenharia civil/160/imprime179251.asp).

49

2.7.3. Fissuras causadas por ataque de cloretos

Figueireido (1993) assegura que a corrosão de uma estrutura se da em

regiões expostas à água, vapor ou solos que contenham íons cloreto, sendo que

esses agentes se apresentam com maior intensidade em regiões fissuradas.

A presença de cloretos na água num teor acima do limite pode provocar

corrosões de armaduras, além de manchas e eflorescências superficiais. O uso de

águas inadequadas na operação de cura dos concretos acarreta maiores problemas

do que no amassamento, em virtude de sua maior ou menor renovação constante.

Os cloretos podem se integrar ao concreto durante seu preparo como também

pode ser incorporado depois da estrutura pronta, como ocorre com algumas

estruturas devida a utilização de produtos de limpeza contendo tais íons. A Figura

18, mostra uma estrutura bastante avariada devido a presença de íons cloretos.

Metha; Monteiro (1994), ressalta que quando grandes quantidades de cloretos

estão presentes, o concreto tende a conservar mais umidade, o que também

aumenta o risco da corrosão do aço. Com a passividade da armadura localmente

destruída, ocorre um aumento da taxa de corrosão.

Figura 18: Corrosão de armaduras por ataque de cloretos (http://patologiaestrutura.vilabol.uol.com.br/relatos.htm).

50

2.8. TIPOS DE CORROSÃO ENCONTRADOS NA ARMADURA DE CONCRETO

ARMADO

2.8.1 Corrosão uniforme

Como pode ser percebido através do próprio nome, este tipo de corrosão se

da de maneira generalizada em toda a superfície da armadura, podendo ser de forma

regular ou irregular (faixas com uma corrosão mais acentuada).

HUERTA (1997), afirma que esse tipo de ataque se da de forma homogênea,

sobre toda a superfície metálica, e portanto a penetração media é aproximadamente

a mesma em todos os pontos.

2.8.2 Corrosão por pite

O que caracteriza esse tipo de lesão é o modo como se da a corrosão, seu

ataque se dá de forma localizada, acarretando uma perfuração na armadura,

enquanto que regiões vizinhas se mantem intactas.

Esse tipo de corrosão não é muito comum em estruturas de concreto armado,

os casos mais comuns desse tipo de corrosão ocorrem em peças metálicas imersas

em água do mar (HELENE, 1986).

51

2.8.3 Corrosão sob tensão fraturante.

É um tipo de corrosão localizada que se da em estruturas submetidas a ação

de tração, encontrada com mais frequência em estruturas de concreto protendido. É

um tipo de corrosão bastante perigoso já que a estrutura com esse tipo de problema

não apresenta características e a estrutura pode vir ao colapso sem um aviso prévio.

Segundo Andrade (1992), esse tipo de tensão causa microfissuras que vai

progredindo muito rapidamente, sendo a única forma de confirmar a atuação de um

fenômeno desse tipo é mediante um estudo cuidadoso das superfícies da fratura.

A figura 19, destaca esses três tipos de corrosão mostrando como cada uma

pode ser percebida na armadura do concreto.

Figura 19: Ilustração dos três tipos de corrosão (Cascudo,1997).

52

3 VERIFICAÇÃO DO PROCESSO CORROSIVO NOS POSTES

A verificação do processo corrosivo se realizou no dia 17 de dezembro de 2011,

onde foi preciso a utilização de alguns equipamentos como câmera fotográfica para

registrar os sintomas do processo, caderno e canetas para fazer um croqui da

distribuição das estruturas analisadas e um recipiente contendo uma solução de

fenolftaleína para indicar a carbonatação da peça.

Procurou-se realizar a verificação em um dia ensolarado para que a umidade não

interferisse nos resultados.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

A verificação foi realizado no conjunto Feira VI, pertencente ao bairro Campo

Limpo, em Feira de Santana – BA.

O conjunto Feira VI, conhecido inicialmente como Conjunto Habitacional Áureo

Filho, teve como proposta inicial servir de residência para os policiais do Batalhão de

Polícia, e com o passar do tempo este cenário foi modificando-se, vindo também a

ser local de residência de muitos funcionários da UEFS e seus estudantes, Figura

20.

53

Figura 20: Vista área do conjunto feira VI (www.feira6.com.br).

Embora o conjunto esteja distante do centro da cidade, fora do anel rodoviário

que a cerca, possui uma boa infraestrutura capaz de receber estudantes de várias

regiões da Bahia.

Por se tratar de uma área bastante ampla procurou-se delimita-la, realizando o

estudo apenas na parte circunscrita pela cor laranja, acreditando-se que esta área

seja capaz de representar toda a área deste conjunto, Figura 21.

54

Figura 21: Conjunto feira VI em planta (www.feira6.com.br).

A estrutura de concreto armado selecionada foi a dos postes de iluminação

pública, que fazem parte do conjunto, sue estrutura possui seção duplo t (DT) –

Possui seção em “ H ” e a conformação tronco-piramidal, como na figura 22.

Figura 22: Postes de seção DT (http://www.interpostes.com.br/postes.php)

55

3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS DANOS

Objetivando a obtenção dos dados, primeiramente se realizou uma análise

visual em todos os postes estudados, registrando as manifestações patológicas

provocadas pela corrosão das armaduras através de fotografias. Constatou-se que

32 entre 50 postes apresentou o problema.

Na grande maioria das estruturas percebeu-se que essa patologia se dá na

base do terreno natural. Para Helene (1986), a umidade relativa em uma construção

pode variar segundo a microrregião que se considere, é mais comum encontrar

casos de corrosão em bases de pilares do que em sua parte superior, devido à

umidade próxima ao solo ser maior.

A fim de se verificar a profundidade da carbonatação aplicou-se em algumas

estruturas uma solução de fenolftaleína a 1%, percebendo-se que a frente de

carbonatação avança em direção ao interior do concreto despassivando a armadura,

tornando a estrutura defeituosa.

Para os postes utilizados nos sistemas de distribuição de energia elétrica, a

NBR 8451, (Postes de concreto armado e protendido para redes de distribuição e de

transmissão de energia elétrica) estabelece a garantia de vida média de 35 anos,

com taxa de tolerância de 6%, período no qual o poste deve manter todas as

características básicas de resistência mecânica nominal e flechas nominal e residual

e não apresentar indicação visual de quaisquer trincas ou rachaduras que

comprometam a vida útil da armadura e desempenho do poste.

A armadura longitudinal ou transversal deve possuir cobrimento de concreto

com espessura mínima de 15 mm, com exceção dos furos e da armadura transversal

dos postes duplo T, o caso em análise, onde admite-se 10 mm como mínimo (NBR

8451, 2011).

Durante o levantamento dos dados verificou-se a data de fabricação dos

postes, percebendo suas elevadas idades. A grande maioria dos postes apresenta

idade entre 29 a 31 anos, onde segundo a NBR 8451 (2011) deveria possuir suas

56

características básicas.

Muitos dos postes em estudo apresentaram os sintomas caracterizado por

Cascudo, contrariando o prazo de vida útil determinada pela NBR 8451.

A Figura 23 mostra os danos ocorridos na base do poste 01, onde pode-se

observar a exposição da armadura devido a perda de parte do concreto que o

recobria, além de algumas fissuras, onde segundo o Comité Eurointernational du

Beton (CEB), pode estar enquadrado no nível de deterioração B.

Já no poste 02 percebeu-se uma intensa corrosão da armadura, o qual faz

com que a estrutura corra risco de sofrer um colapso. Esta estrutura apresenta

grande quantidade de fissuras além de possuir grande parte da armadura da base

exposta a meio ambiente. Observando pode perceber a grande diminuição das

seções da armadura além de armaduras totalmente quebradas, Figura 24.

Embora o poste em questão tenha data de fabricação no ano de 1982, onde

segundo a norma deveria apresentar boas condições de uso, a estrutura apresenta

situação crítica que requer cuidados imediatos.

Figura 23: Corrosão na base do poste

57

Segundo o CEB a estrutura está inserida na categoria E de deterioração,

estágio crítico, onde a peça já deveria ter sido vistoriada, afim de se tomar medidas

para sua recuperação ou substituição.

O poste 03 apresenta danos bastante semelhantes ao do poste 01, pequenas

fissuras espalhadas em toda a base e um desprendimento de parte do concreto

ocorrido pela expansão da armadura devido o processo corrosivo, Figura 25.

Figura 24: Intensa corrosão com ruptura da armadura.

58

Figura 25: Desprendimento de parte do concreto.

O poste 5 é outro elemento bastante deteriorado, apresentando fissuras em

todo o corpo da estrutura, não apenas na base, além de grande exposição de sua

armadura e grande desprendimento do concreto que a recobre, Figura 26.

O poste em questão não se encontra em perfeitas condições de uso,

perdendo muito de sua resistência mecânica.

59

O poste 8 apresenta todas as características do processo corrosivo

apresentada por Cascudo, fissuras no concreto paralelas às armaduras;

fragmentação e destacamento do cobrimento; lascamento do concreto em estágios

avançados; exposição das armaduras corroídas, apresentando produtos que se

avolumam radialmente as barras (ferrugem); Comprometimento da aderência aço-

concreto; manchas na superfície do concreto com coloração “ferruginosa”.

Por ser uma estrutura bastante danificada resolveu-se escolhê-lo para a

aplicação da solução de fenolftaleína, em uma região recém exposta e limpa,

sabendo-se que a zona carbonatada se apresentaria incolor, e a não carbonatada

apresentarias uma coloração rosada.

Aplicou-se a solução de fenolftaleína em dois pontos distintos do poste onde

se pode notar pouca diferença de coloração nos pontos.

Figura 26: Estrutura em estado crítico.

60

A Figura 27 mostra a coloração do local onde se foi colocado o produto, nota-

se uma pequena mudança de cor na região mais superficial, por ser uma região

pintada com tinta a base de cal.

A carbonatação inicia-se na superfície da estrutura e forma a “frente de

carbonatação”, que avança em direção ao interior do concreto e quando alcança a

armadura ocorre a despassivação do aço o que lhe torna vulnerável.

O segundo local onde se aplicou a solução foi obtido através de choque

mecânico em local que apresentava pequena fissura, o que fez expor parte de uma

região ainda em “perfeito estado”. Ao deixar o local exposto foi necessário uma

limpeza a fim de se tirar o material pulverulento que se encontrava na superfície.

O resultado encontrado mostrou que o local já estava carbonatado, devido a

não mudança de cor após a aplicação da fenolftaleína, Figura 28.

Figura 27: Coloração do local após aplicação da fenolftaleína.

61

(a) (b)

©

Figura 28: (a) corresponde ao local de ensaio; (b) limpeza do local; (c) vista após a aplicação da solução de fenolftaleína.

62

O poste 41 representado pela Figura 29 mostra uma deterioração típica de

“pé” de pilar com destacamento de parte do concreto de cobrimento e exposição das

armaduras.

Outro poste que apresenta deteriorações em sua base é o 43, as fotos

mostram um destacamento do concreto que recobre a armadura, além de algumas

fissuras em sua base.

Ao longo do “corpo” da estrutura nota-se algumas exposições da armadura,

indicando que a corrosão não esta atuando apenas em sua base, Figura 30.

Figura 29: Deterioração típica de “pé” de pilar.

63

A partir dos dados coletados constatou-se que a grande maioria dos postes

apresenta algum sintoma de corrosão, essas estruturas estão distribuídas de forma

heterogênea em toda a área, a Figura 31 representa a localização de cada poste,

onde os quadrados em vermelhos representam os postes que possuem a

manifestação patológica.

A tabela resumo mostra a condição de cada poste de acordo com o Comité

Eurointernational du Beton (CEB), indicando o nível de deterioração de cada

estrutura, Tabela 06.

Figura 30: Corrosão em toda a estrutura.

64

Figura 31: Distribuição dos poste no local de estudo (próprio autor).

65

Tabela 6: Níveis de deterioração dos postes estudados de acordo com o Comité Eurointernational du Beton (CEB).

66

O gráfico mostra em porcentagem, o grau de deterioração que se encontra

cada estrutura, sendo esses resultados correspondentes aos 32 postes que

apresentarão os sintomas da corrosão.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

A B C D E

%

Grau de deterioração

Série1

Figura 32: Grau de deterioração dos postes estudados, segundo o CEB.

67

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a obtenção dos dados, chega-se a conclusão de que o principal fator de

degradação dos postes é a carbonatação, sendo na base da estrutura o local com

maior incidência e com maior gravidade da corrosão. A elevada incidência da

manifestação nos poste indica a necessidade de atenção ao local.

É importante ressaltar que para a conservação da vida útil dos postes é

necessário manter um programa de inspeção/manutenção preventiva das estruturas.

Pinturas provavelmente a base de cal foram utilizadas para minimizar os efeitos da

carbonatação, devido sua alta alcalinidade, o que parece não apresentar os efeitos

esperados.

A idade das estruturas indica a necessidade da concessionária de energia do

estado inspecionar e planejar a remoção dos mesmos, devido à inviabilidade de sua

recuperação.

A fenolftaleína aplicada no poste apresentou-se com uma coloração incolor

indicando a diminuição do pH do concreto, e consequentemente a sua carbonatação.

O fato de o concreto absorver água com facilidade e perdê-la com dificuldade faz

com que a estrutura apresente um meio favorável a tal fenômeno.

A grande exposição das armaduras, assim como o lascamento do concreto,

ressalta a gravidade do processo corrosivo que esta acontecendo nos postes,

levando a dúvida se o problema está relacionado á má qualidade na fabricação das

peças ou a falta de manutenção das mesmas.

68

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