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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS: PORTUGUÊS/INGLÊS E
RESPECTIVAS LITERATURAS
FLÁVIA RODRIGUES PEREIRA
O USO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA SALA DE AULA DE LÍNGUA
INGLESA NO 8° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
JUSSARA-GO
2013
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Flávia Rodrigues Pereira
O USO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA SALA DE AULA DE LÍNGUA
INGLESA NO 8° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Monografia apresentada ao departamento de Letras da Universidade Estadual de Goiás - UEG, Unidade Universitária de Jussara – GO, em cumprimento à exigência para obtenção do título de graduação em Letras Português/Inglês e respectivas literaturas, sob a orientação da professora: Fernanda Rocha Bomfim.
JUSSARA-GO 2013
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4
Primeiramente dedico este trabalho para Deus que tem me dado força para continuar
lutando, para atingir meus objetivos e que tem me capacitado diante das lutas. E em segundo
agradeço aos meus pais, que muito tem me ajudado.
Jamais poderia deixar de agradecer a professora Fernanda Bomfim, que com muito
esforço tem me ajudado, sempre explicando e respondendo os e-mails, que com muita calma e
sabedoria me ajudou.
Dedico também a todos meus colegas, pois foi juntos que passamos muitos sufoco e
alegrias. Porém agradeço a todos que de uma maneira ou de outra tem estado junto comigo
nessa caminhada, sempre cheio de trabalho, dificuldades e de vitórias também.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado à oportunidade de estar findando este
trabalho monográfico, pois se não fosse Deus eu jamais conseguiria chegar até aqui, meus
pais que muito tem me ajudado a professora Fernanda Bomfim, com a dedicação já fostes
comentado.
E a todos meus colegas, pois de uma forma ou de outra uns dão forças aos outros, e a
todo o corpo docente pelos momentos de aprendizagem constante e pela amizade solidificada
ao longo deste trabalho que certamente se eternizará. E também a todas as pessoas que de uma
forma ou de outra viram o meu sofrimento para me deslocar da cidade onde moro, as noites
em claro para concluir esse trabalho e me ajudaram a chegar até aqui.
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Ler histórias em quadrinhos é ler sua
linguagem, tanto em seu aspecto verbal
quanto visual (ou não verbal). Assim, a
relação entre fala e imagem, a onomatopeia,
as vozes narrativas, o tempo e o espaço e os
diversos tipos de balões utilizados são
analisados com crítica e fundamentação.
Trata-se de uma leitura constitutiva e
fundamental.
Paulo Ramos Resumo:
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O presente trabalho pretende mostrar a importância das histórias em quadrinhos conhecida como comics ou Hqs nas salas de aulas de Língua Inglesa (L.I.), tendo como objetivo apresentar os pontos positivos que o referido gênero textual pode trazer para o ensino-aprendizagem. Nessa perspectiva serão apontado o conceito dos comics, para então abordá-los dentro do processo de ensino de Inglês. O intuito é compreender a relação que este gênero estabelece para auxiliar o desenvolvimento das seguintes habilidades: listening, speaking,
reading and writing. Com a leitura das histórias em quadrinhos em LI, os alunos vão poder decifrar os símbolos, compreender e utilizar a informação para ampliar o conhecimento. Considerando tais pressupostos, este artigo será dividido em três capítulos sendo que o primeiro momento irá enfatizar as formas das Hqs, pois, estes possuem características a serem apontadas visando também a linguagem e a cultura que os quadrinhos possuem. As mesmas podem estar auxiliando em sala de aula, incentivando a leitura em inglês desenvolvendo o uso das quatro habilidades propostas pelo PCN. Sendo assim haverá uma dramatização em língua inglesa para que o aluno pratique a fala em diferentes contextos e sobre tudo uma educação popular em que haja interação e ao mesmo tempo produtiva para os educandos do ensino fundamental. Pretende-se realizar uma pesquisa de campo com alunos do 8° ano do ensino fundamental no Colégio Estadual Alfredo Nasser na cidade de Novo Brasil. O artigo em questão também contará com o suporte teórico dos seguintes autores: Delia Lerner(2002), Ângela Rama(2004), PCN(1998), Daniel da Costa(1987), dentre outros de grande importância para a elaboração desta pesquisa.
PALAVRAS – CHAVE: Comics. Língua Inglesa. Ensino. Aprendizagem.
SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO.......................................................................................................................08
CAPÍTULO 1 - AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS.......................................................10
1.1 A forma das histórias em quadrinhos..................................................................................14
1.2 Linguagem e cultura............................................................................................................17
CAPÍTULO 2 – AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E O SEU PODER.......................21
2.1 As histórias em quadrinhos e a sala de aula........................................................................25
2.1.1 O incentivo a leitura em Língua Inglesa..........................................................................27
2.1.2 O uso das quatro habilidades...........................................................................................31
2.1.3 A Dramatização em Língua Inglesa a partir das HQs......................................................34
CAPÍTULO 3 – ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS..................................................38
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................44
INTRODUÇÃO
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Este trabalho tem como objetivo discutir questões relativas aos processos de ensino e
aprendizagem da Língua Inglesa sob a ótica teórica dos gêneros textuais como prática social.
Tomar-se-á como objeto de estudos as histórias em quadrinhos (HQ). Este trabalho foi
estruturado em três capítulos.
No primeiro capítulo abordar-se-á a prática de ensino da Língua Inglesa nas escolas
por meio do trabalho com o gênero textual história em quadrinhos, as quais fornecem aos
alunos conhecimentos linguísticos e textuais necessários para atuar reflexivamente em
diferentes atividades comunicativas, uma vez que os alunos estariam praticando e refletindo
em sala de aula com base em textos originais veiculados na sociedade. Nesta perspectiva, será
abordado como é e de que forma as histórias em quadrinhos evoluíram e se tornaram tão
significativa nos dias atuais, sendo reconhecidos como meio de comunicação em massa.
O segundo capítulo ressalta o poder das Hqs, que são padrões comunicativos, os quais
socialmente utilizados funcionam como uma espécie de modelo comunicativo global,
representando o conhecimento social localizado numa situação concreta, isto é, eles são
componentes culturais e históricos, configurações repetitivas e expressivas de interagir em
conjunto, que ordenam e estabilizam nossas relações na sociedade.
Cada pessoa, por meio da comunicação e também de textos, aprende mais sobre suas
possibilidades pessoais, desenvolve as habilidades comunicativas e compreende melhor o
mundo no qual está inserida. Assim, cada indivíduo torna-se apto a participar ativamente
dentro dos espaços discursivos que se inserem, comunicando e compreendendo melhor as
situações comunicativas.
Os gêneros textuais estão sempre correlacionados as representações que existem sobre
situações diversas nos quais atuamos. Sendo assim, o conhecimento sobre o funcionamento da
linguagem em diferentes situações de comunicação é o que possibilita aos aprendizes o
entendimento do texto como um construto social, que adquire legitimação na relação entre
texto contexto de produção e distribuição.
Como as diretrizes básicas, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) propõem a
utilização dos gêneros textuais como processo de ensino e aprendizagem de Língua Inglesa,
partindo do pressuposto básico de que o texto é um construto social fruto da interação,
apresentando diferentes formas de acordo com os seus desígnios sociais. Nesse aspecto, a
justificativa para o desenvolvimento da prática de ensino no contexto escolar sob a ótica dos
gêneros textuais é proporcionar o desenvolvimento de diferentes habilidades comunicativas a
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partir da relação entre texto e contexto e suas implicações sociais para que os alunos
reconheçam a funcionalidade dos conteúdos e das atividades em sala de aula para a sua vida
social.
Com base nos pressupostos de ensino e aprendizagem estabelecidos pelo PCN, a
prática de ensino de língua inglesa com os gêneros mostra-se uma importante ferramenta para
a construção de conhecimentos relativos às manifestações reais da linguagem em nossas
atividades sociais. A apropriação dos gêneros textuais é um processo fundamental para a
socialização e inclusões funcionais do indivíduo para que se tornem capazes de refletir e agir
produtivamente na sociedade.
No terceiro capítulo será apresentada e analisada os dados coletados junto aos alunos
do 8° ano do Colégio Estadual Alfredo Nasser onde foram feitos alguns questionamentos para
poder analisar a importância das histórias em quadrinhos na prática pedagógica, sendo hoje
um dos gêneros mais explorados nos livros didáticos de língua inglesa, tornando assim uma
aula mais dinâmica e produtiva. Este trabalho apontará as dificuldades pré estabelecidas nas
diversas formas de aprendizagem, já que os jovens não gostam de ler, e as histórias em
quadrinhos é o objeto de análise, pois é um gênero bastante conhecido, rico em sua
composição e considerado hoje como arte visual.
Portanto, o uso dos comics é útil porque o professor tem ferramentas que podem ser
exploradas para que aconteça a aprendizagem dos alunos na disciplina de Língua Inglesa,
oferecendo ao discente a criatividade, estímulo e interesse. A razão de trabalhar o uso das
HQs na sala de aula de LI (língua inglesa) neste trabalho é mostrar como este gênero textual
proporciona ao aluno ir além do que este esteja acostumado no dia a dia de sala de aula, vendo
outras formas de aprender, usar sua imaginação e criatividade com frequência, não somente
na disciplina de português, mas também na de inglês, usando os comics de forma adequada
como ferramenta de ensino – aprendizagem.
CAPÍTULO 1 - AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
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O estudo da Língua Inglesa (L.I.) tornou-se um fenômeno mundial. Aprender inglês
possibilita aos alunos recuperarem a auto estima no processo de aquisição do idioma.
Atualmente, essa língua é utilizada nas novelas, nos documentários, propagandas, nas marcas
de carros, nos nomes de casas comerciais, enfim a Língua Estrangeira (L.E.) faz parte do
cotidiano do povo brasileiro. Portanto, esse idioma vem sendo considerado o mais importante
e imprescindível do século XXI, tendo em vista a grandiosidade da aquisição da mesma.
Dessa forma, a tradução e a memorização das regras gramaticais foram deixadas um
pouco de lado, priorizando o entendimento da ligação direta do objeto e sua expressão sempre
trabalhando com o real. As aulas de L.I. na escola devem ser criativas, com início, meio e fim,
privilegiando sempre a língua inglesa para que os alunos acostumem com esse idioma. Diante
do exposto, as histórias em quadrinhos (HQs) constituem um importante recurso didático para
proporcionar atividades com fins interativos entre o aluno, a língua e o grupo em que ele está
inserido. Além disso, contribuem para a elaboração de propostas didático-pedagógicas no
ensino da língua estrangeira e de suas realizações.
Percebe-se, o quanto é necessário que os alunos tenham a oportunidade de trabalhar
com os gêneros textuais nas aulas de L.E., assim o professor irá motivá-los a buscar outros
meios de adquirir o conhecimento além de ter uma leitura prazerosa e ainda aprender um novo
idioma, isto é, aprenderão a utilizar esse recurso para buscar novas informações juntamente
com o docente. No entanto, sabe-se que no século passado não poderia existir a interação
professor-aluno já que não era permitido errar. O maior problema era a falta de metodologia
adequada e também o controle das salas de aulas. Com o passar dos anos, houve revoluções e
mudanças, pois o Ministério da Educação criou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
para auxiliar os professores quanto à metodologia e execução das atividades propostas. Dessa
forma, o PCN de Língua Inglesa norteia o orientador embasando o ensino de L.E. nas quatro
habilidades: listening (ouvir), speaking (falar), reading (ler) and writing (escrever),
reforçando a importância do Inglês e da interação professor-aluno.
Segundo Falceta: “Nove em cada dez alunos querem aulas”. Com bastante
conversação [...] sempre que possível, partir daquilo que os alunos já sabem; a outra que só a
“partir de conteúdos significativos se consegue motivar alunos” (FALCETA, 2000, p. 63).
Se bem planejado for à aula, com conteúdo adequado, podemos dizer que esta será
bastante produtiva para os alunos. Em uma sala de aula o professor deve procurar saber as
dificuldades dos educandos para que este sinta prazer de ir buscar o seu conhecimento, tendo
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o papel de motivar os discentes a gostar do que fazem, pois este é um componente
indispensável ao processo, alegria, satisfação e ao prazer por aprender. Boa parte vai depender
do orientador com o tratamento disponibilizado a seu aprendiz. Dessa forma, o formador
interage com o aluno considerando o seu conhecimento prévio e trabalhando a partir desse
princípio para a superação de suas dificuldades. Por meio desse processo, o ensino de Língua
Inglesa flui com maior desenvoltura, e os aprendizes aprendem com mais facilidade a
construir o conhecimento por meio dos conteúdos propostos.
Para que o docente possa trabalhar melhor em suas aulas deve haver um bom
planejamento, seleção do material, e por fim aplicar os conteúdos para satisfazer as
necessidades dos educandos de forma que haja interação com o professor. Diante disso, os
Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados para mostrar e respeitar as diversas
regiões, políticas e culturas que existem no nosso país. Vale ressaltar que os PCNs criam
condições para que os jovens tenham acesso ao conhecimento que é elaborado e reconhecido
para que seja necessário exercer a cidadania.
Com isso, a escola tem o dever de mostrar aos alunos várias culturas escritas que
existem no Brasil, ou seja, incentivar a ler as diversas obras de autores brasileiros para que
eles despertem a curiosidade e futuramente sejam grandes pesquisadores. Com os comics não
seria diferente, porque estes auxiliam o ensino de Língua Estrangeira de forma que o aluno ao
ler sentirá motivação pelos conteúdos que às vezes seriam desgastantes se fossem trabalhados
no quadro negro e/ou diretamente com o livro. Por meio das figuras fica mais interessante
para o discente assimilar o conteúdo e ainda ajuda no processo de leitura, fazendo com que as
crianças e jovens leiam histórias em quadrinhos.
No entanto, para ajudar e proporcionar uma aula interessante e produtiva, os
professores estão usando os gêneros textuais para facilitar a comunicação entre aprendizes e
educador. Desta forma, os conteúdos se fazem entendidos por todos e não só pela maioria da
turma. Um bom aluno não fica somente nas explicações em sala, ele busca informações que o
leve às respostas desejadas, desenvolvendo por meio de pesquisas novos conhecimento. Esta
investigação também é uma estratégia que pode ser usada pelo professor para passar
atividades que levem o discente a pesquisar para encontrar suas respostas, continuando sua
aprendizagem fora da sala de aula.
Segundo Lerner: “Só se lê aquilo que é possível comentar em aula e com todo o grupo
ao mesmo tempo. Desse modo, dar lugar à escolha se torna fácil.” (LERNER, 2002, p.68).
Percebe-se que o material a ser trabalhado em sala de aula deve ser pesquisado e bem
explorado pelo professor, ou seja, havendo uma boa escolha para que este possa aproveitar o
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máximo às informações contidas no texto, mas sempre direcionando a toda a turma, pois
sabe-se que uma sala não contém alunos com aprendizado igual, então o docente deve estar
preparado para as dificuldades que poderão surgir, e sempre dando o melhor de si mesmo.
Portanto, ao trabalhar com os comics o educador deve fazer como já foi mencionado,
em que havendo uma boa seleção de material, vai ajudar os aprendizes de forma satisfatória
com conteúdos a serem ensinados, e principalmente com uma linguagem clara e objetiva,
porque dependendo da turma não resolve somente escolher o material, ou seja, o docente tem
que estudar e observar a linguagem que as HQs possuem, dependendo destas em vez de
ajudar os alunos acaba dificultando o entendimento, pois a cada momento eles irão procurar
os significados das palavras que estiver em inglês e diante disso, é pertinente frisar o que
Lerner (2002) diz:
O habitual na escola fundamental é – e é lógico que assim seja – trabalhar com textos que estão dirigidos a crianças, que foram produzidos pensando-se nas crianças como leitores potenciais. É muito menos habitual cometer a ousadia de confrontá-los com textos que não estão dirigidos especialmente a eles e que, portanto não incluem toda a informação que necessitam para entendê-los – enquanto os adultos já dispõem dela e pode “agregá-la” ao texto -, nem se limitam ao léxico que supõem conhecido pelas crianças. (p.69).
A citação nos mostra que os textos a serem ensinados para as crianças devem ser de
acordo com o grau de entendimento destas para que elas possam saber interpretar e
compreender a ideia, colaborando para ensino e aprendizagem. Portanto, existem textos de
vários tipos de linguagem, desde o mais fácil ao mais complexo e cabe ao professor escolher
as histórias em quadrinhos adequadas a faixa etária da turma.
No início do século XX, as histórias em quadrinhos foram conquistando seu espaço na
mídia e consolidou-se nos jornais com circulação global em diversos países sob as mais
variadas formas e estilos. Podemos afirmar que: “As histórias em quadrinhos com o tempo
foram ganhando autonomia, dado o sucesso de público alcançado, e passaram a figurar em
publicações especializadas, os gibis.” (MENDONÇA, 2007, p.200).
Sem dúvidas, o gênero histórias em quadrinhos (HQs) representa hoje, no mundo
inteiro, um meio de comunicação de grande penetração popular e circula com variedades até
mesmo em milhares de exemplares adquiridos e consumidos destinado ao público leal.
Pensando nisso, o papel da escola atualmente está voltado para formação do cidadão, na
preparação para a vida social e para o mercado de trabalho, assim é de grande importância o
uso das HQs como meio de ensino-aprendizagem, auxiliando o professor na sala de aula de
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Língua Inglesa, já que a mesma é um dos gêneros textuais que foram implantados no
currículo.
Marcuschi (2007) considera o gênero como atividade sócio-discursiva. Os gêneros
textuais, para ele, são articulados a vida cultural e social, fruto do trabalho coletivo e
contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia neste aluno.
(p.19). Nessa perspectiva, o estudo do referido recurso possibilita compreender melhor o que
acontece com a linguagem quando a utilizamos em determinada interação. Sendo os gêneros
textuais ferramentas indispensáveis de socialização, usados para compreender, expressar, e
interagir nas diferentes formas de comunicação social que participamos. Marcushi afirma
ainda que: “A língua é tida como forma de ação e história que, ao dizer, também constitui a
realidade, sem, contudo cair num subjetivismo ou idealismo ingênuo”. (MARCUSHI, 2007,
p.22).
Com base no contexto acima, os gêneros afirmam-se como ações sócio-discursivas
para refletir sobre diversas situações que encontramos no mundo em que participamos e
agimos. Observa-se que a linguagem dos alunos e suas composições deveriam ser julgadas
como atos de comunicação e não como campo de purismo gramatical ou exercícios de
ortografia.
Dessa forma, é pertinente que a escola ofereça subsídios para expor o aluno a diversos
tipos de gêneros textuais, tais como: informativos, dissertativos, poéticos, publicitários e
narrativos nos quais se encontram os comics. A partir desse contato com a diversidade, é
possível estabelecer discussões e esclarecer ao aluno que cada texto tem uma especificidade
com interpretativas diferenciadas. É necessário, também, que seja dada ao aluno a
oportunidade de debater, expor suas ideias, argumentar e criticar, capacitando-o a analisar a
construção de um texto, bem como os sentidos a ele atribuídos. Nesta oportunidade será
mostrada a grande evolução que as mesmas passaram até chegarem às escolas e se tornarem
um importante recurso didático para proporcionar atividades com fins interativos entre os
alunos, a língua e o grupo em que ele está inserido. Além disso, contribuem para a elaboração
de propostas didáticas no ensino de inglês e de suas realizações.
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1.1 A forma das histórias em quadrinhos.
O novo sistema educacional criou um método mais inovador para os professores
ensinarem os conteúdos: os gêneros textuais, especificamente as HQs por conterem uma
linguagem fácil e a imagem está sempre associada ao texto para facilitar a compreensão.
Os quadrinhos surgiram no século XIX com o cinema, expressão tecnológica típica da
revolução industrial, sendo uma forma de entretenimento e lazer. Desde o início da civilização
humana já se utilizava os quadrinhos para a comunicação, pois quando caçavam um grande
animal, os primitivos desenhavam para demonstrar a sua coragem ou até mesmo para
informarem às outras pessoas que existiam animais perigosos na região e também para
mostrarem que eram donos do território.
Segundo Vergueiro (2004, p.8) estas figuras feitas pelos “homens da caverna”
passaram a ser considerados como parte da história porque era relatado o dia a dia dos
primitivos por meio de desenhos. Mais tarde, mesmo com o surgimento da imprensa, não
houve mudanças. De fato as histórias em quadrinhos futuramente se tornariam um grande
veículo de massa, no qual muitas pessoas independentemente da faixa etária se
disponibilizaria a ler. Logo, houve uma grande revolução na década de 50 entre os quadrinhos
e o psiquiatra Fredric Wertham, pois este escreveu um livro chamado “Seduction of the
innocent”, ou seja, A Sedução dos Inocentes, constatando que as HQs poderiam fazer algum
mal aos jovens e crianças. Para isso, o psiquiatra baseou-se em pacientes nos quais atendiam
com doença mental, pois este alegava que os comics eram uma má influência para os
adolescentes da época. Dessa maneira, Luyten (1993) ressalta ainda que: “Através de uma
seleção parcial procurava ele demonstrar que os responsáveis por todos os males do mundo
eram os quadrinhos. Chegava a absurdos como o exemplo da moça que virou prostituta
porque lia HQs.” (LUYTEN, p.37).
Diante do contexto, o psiquiatra queria colocar a população contra os quadrinhos, pois
este mobilizou palestras, escreveu reportagens e dentre outros recursos para mostrar que as
histórias em quadrinhos não eram obras para adolescentes e crianças lerem e ainda frisava que
histórias do Batman e Robin representavam dois homossexuais, mas enfim são argumentos
que vistos hoje em dia não tem fundamento nenhum.
Dessa forma, os desenhistas criaram a associação para rebater as críticas do psiquiatra.
Essa ficou conhecida como “Association of Comics Magazine” (Associação de revistas em
Quadrinhos), mas não foi o suficiente para impedir o psiquiatra. A partir de então as histórias
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em quadrinhos só podiam ser publicadas com selo de segurança para o mercado infantil. Esses
fatores tiveram um ponto positivo e também negativo, pois, muitas editoras boas não
seguiram a frente porque era muito burocrático manter essas revistas no mercado, porém
algumas mantiveram seus trabalhos. Foi neste momento que surgiu então o código de ética
com finalidade de regular o que podia aparecer nas páginas, limitando a maneira de enfocar os
assuntos, o que acabou destruindo várias revistas em quadrinhos.
Depois de toda essa revolução, as HQs, influenciadas pelos atuais acontecimentos,
foram do cômico à aventura. É importante ressaltar que na década de 60 três gêneros
essenciais foram produzidos: a ficção científica, o policial e as aventuras na selva. Foi neste
momento que surgiu a história do Tarzan, o “rei da selva”, que foi criado por animais.
Marcando a chamada “Era de ouro”, período em que denominaram os super-heróis, como o
Superman, o primeiro personagem a ter uma identidade secreta. A partir disso, criaram-se
outros. E logo após, influenciadas pela ideologia do momento (Segunda Guerra Mundial), os
quadrinhos começaram a despertar interesses políticos e então tais histórias (comics)
chamaram a atenção, principalmente das autoridades, pois, estes perceberam o seu poder
como meio de comunicação de massa.
Foi no período seguinte que surgiram aproximadamente quatrocentos super-heróis,
entre eles o Capitão América. Nem todos eles sobreviveram, mas alguns merecem destaque
até nos dias atuais como: Batman, inspirados na máquina voadora de Da Vinci e no Zorro e o
Capitão Marvel. Tais personagens e histórias passaram a fazer parte da realidade do
momento, se tornaram armas ideológicas de uma sociedade que estava em guerra, serviram de
estímulo para os soldados e conforto para o povo, pois estes, levados pelas HQs, acreditavam
que havia soluções para acabar com os conflitos existentes na época. O próprio Capitão
América surgiu com a função de derrotar, combater Adolf Hitler (Líder político alemão).
Na década de 60, inicia-se a “Era de Prata” dos quadrinhos com o surgimento de
novos super-heróis e o retorno de Superman, Mulher Maravilha, Batman, Aquaman e outros.
Segundo Vergueiro (2004), nos anos 90, as histórias em quadrinhos começaram a sofrer
influência dos Mangás (quadrinhos japoneses) na caracterização dos personagens, como, por
exemplo, para mostrar a “gentileza”, quando um guarda a caminho de seu trabalho
encontrasse um idoso querendo atravessar a rua, mas estava impossibilitado porque estava
sem forças para andar o bom homem desviava de seu trabalho para ajudar o idoso a chegar em
casa, e dessa forma demonstrava a generosidade para com o próximo. Portanto os desenhistas
utilizavam os quadrinhos para conquistar o povo passando então uma boa imagem do governo
japonês.
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Diante do exposto, o cinema e os quadrinhos são artes próximas uma vez que utilizam
recursos descritivos e narrativos semelhantes. Nota-se que os comics passaram por um
processo de transformação em que os personagens saíram dos quadrinhos e foram para as
telas dos cinemas como Batman, Super-homem, Capitão América, Homem Aranha. E outros
já nasceram no cinema como: Tarzan, os Cowboys, Tom Mix e Roy Rogers, passando de uma
linguagem para outra, dos quadrinhos para o filme e desenhos animados conquistando um
público cada vez maior.
Vale ressaltar, que as histórias em quadrinhos são narrativas compostas por dois
códigos em constante interação: a visual e a verbal. A mensagem é transmitida através do
texto como a linguagem pictórica e sua transmissão, porém utiliza a linguagem não verbal que
é fundamental na transmissão de sua mensagem e não podendo deixar de citar os elementos
específicos de um quadrinho como os balões e as legendas que auxiliam os recursos
linguísticos que são discursos diretos, e ainda têm as onomatopeias, expressões populares, não
verbais como os gestos e expressões faciais para facilitar a compreensão do leitor. Essa
temática será abordada no próximo tópico de maneira mais clara e objetiva, pois sabe-se que a
linguagem é um ato individual que as pessoas possuem é o que ressalta Costa (1987): “O
indivíduo expressa e interpreta significados subjetivos e na medida em que a comunicação é
bem sucedida, os participantes estabelecem um significado intersubjetivo, ou seja, aquele que
o discurso tem para eles”. (p.71).
Sendo assim, as histórias em quadrinhos funcionam como meio de comunicação, que
veiculam na sociedade, criando condições para a efetivação do uso das mesmas, assim as
diversidades dos quadrinhos circulam em várias regiões do mundo, abrindo assim espaço para
a globalização de valores culturais e sociais. São enredos narrados quadro a quadro por meio
de imagens e textos que utilizam o discurso direto, característico da língua falada. Ao ler as
HQs, o leitor é capaz de interpretar cada fala e imagem que as mesmas possuem já, que os
comics tem uma linguagem acessível a cada tipo de público, desde as criancinhas aos adultos,
fazendo assim, todos se divertirem com entendimento que obtiveram nos quadrinhos.
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1.2 Linguagem e cultura
Como diretrizes básicas curriculares, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
propõe a linguagem como ação individual com uma finalidade específica: “O uso da
linguagem (tanto verbal quanto visual) é essencialmente determinado pela sua natureza
sociointeracional, pois quem usa considera aquele a quem se dirige ou que produziu o
enunciado. Todo significado é dialógico, isto é, é construído pelos participantes do discurso.”
(BRASIL, 1998, p.27).
Com base na citação acima, a linguagem é articulada de tal forma que o indivíduo, por
meio da fala, exerce um papel significativo na sociedade, tornando-se participante de sua ação
em diversas áreas, frente à linguagem e a sociedade permitindo ao cidadão fazer uso de sua
ação em sua prática social. Assim, as HQs possuem uma linguagem visual, a imagem
apresenta uma sequência de quadros explorados em fato real e aventuras. A leitura ocorrerá na
ordem dos quadrinhos, em relação à disposição dos personagens e suas respectivas falas, ou
seja, através dos desenhos são transmitidas as ações dos personagens, pois não precisa de
texto para saber o que acontece com os desenhos, só é uma sequência de acontecimentos, para
estar situando o leitor a observar o fato, então cabe ao leitor saber interpretar esses
acontecimentos.
Nesse sentido, as histórias em quadrinhos possuem a vinheta, que é um quadrinho
mais detalhado com movimentos dos desenhos. Por exemplo, quando um personagem está
brigando, o desenhista trabalha com as linhas de expressão e o grito deste, ou seja, no
momento em que vai caindo no chão ou qualquer outro lugar, o leitor tem a sensação de sentir
“pena” do desenho, isto é o grande poder que os quadrinhos possuem.
Entretanto, as vinhetas são empregadas de diferentes formas, desde o menor ao maior
ou até mesmo vertical ou horizontal, isto dependendo do modo que o artista pretende
demonstrar o acontecimento do desenho, fazendo com que os leitores se interessem mais pelo
fato ocorrido. Os autores vão ainda mais além do esperado, pois, há desenhos que não
utilizam nenhum quadro ou vinheta para demarcar o lugar em que este esteja inserido, mas
mesmo assim não é desvalorizado por não conter um espaço. E esse fato é uma característica
importante a ser observada porque os leitores pensam que os quadros na qual os personagens
são enquadrados não podem escapar nenhum ponto principal para não perder a essência, mas
não é bem assim, continua sendo um comics do mesmo jeito.
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É importante assinalar, os tipos de planos que as mesmas possuem para mostrar como
a imagem é representada e havendo assim uma função diferente, ou seja, os personagens são
demarcados nos quadrinhos e ampliados de forma a abranger ou (não) todo ambiente que está
ao redor do desenho aproveitando o máximo todos os detalhes desde os mais visíveis ao de
difícil acesso, há figura que é composta por vários protagonistas de corpo inteiro deixando o
espaço de lado, pois neste ponto o ambiente não tem importância alguma.
Em outro momento, as gravuras são mostradas de meio corpo, sendo assim observadas
com clareza às impressões faciais e o tipo de olhar, esse geralmente é utilizado em quadros
que os personagens estão dialogando. E por fim uma última característica a ser observada nos
quadrinhos é quando o desenho é visualizado pela face, ou seja, mostrando o estado
emocional que este se encontra, por exemplo: com raiva, alegria, medo e etc. Portanto todos
os autores tem um objetivo a ser alcançados quando trabalham com os planos nas HQs, então
é importante que os leitores das mesmas saibam identificar estes tipos de planos em que os
personagens estão inseridos para poder dar um sentido especial na leitura dos quadrinhos.
Diante de todas essas inovações, é importante frisar o uso dos ângulos. Os autores
usam para que os leitores possam estar observando os comics e dessa forma são divididos em
três sendo que no ângulo de visão médio, o desenho é relatado no meio do quadro para dar
ênfase na cena de lutas. Já a visão superior é mostrada quando os personagens estão sendo
observados de cima, ou seja, quando estão aprisionados em um ambiente causando assim uma
sensação de expectativa para que estes possam se salvar. E por fim, a visão interior ao
contrário da anterior, é vista de baixo para cima demonstrando um grande desenho e poderoso
nos quadrinhos sendo enaltecido, e são usados principalmente em histórias de heróis para
tornar um personagem maior além do normal.
Vale ressaltar que as histórias em quadrinhos estão na maioria dos meios
comunicativos como jornais, revistas, sendo assim, estas foram ocupando um espaço na
escola, por meio das falas contidas nos balões, pois estes surgiram no final século XIX com o
personagem Yellow Kid (o menino amarelo), desenhado por Richard Outcault. O desenho era
um menino pobre que vivia nas favelas de Nova Iorque e usava um camisolão amarelo,
publicado no jornal New York World introduzindo um novo elemento a estas histórias: o balão
de falas das figuras. Nascia então o primeiro herói dos quadrinhos. Vergueiro (2004) enfatiza
sobre a importância dos balloons:
Frequentemente, quando personagem de histórias em quadrinhos são transplantados para o meio cinematográfico, muitos leitores reclamam de
20
que a voz na tela não corresponde à do personagem. Como pode ser isso? Afinal, os personagens dos quadrinhos não falam. (p.56).
Diante do exposto, os balões não podem “falar” com o leitor, ou seja, a intuição que as
pessoas têm é que os personagens estão dialogando conosco, mas isso é devido ao processo
do nosso consciente, pois estes são associados à imagem dando um sentido maior nas falas, e
ainda há uma sequência a ser observada pelo leitor nos quadrinhos: o primeiro balloon na
parte esquerda do quadro deve ser lido primeiro para que aconteça uma ordem dos fatos
ocorridos nas histórias e só depois lê-se os demais.
Sendo assim, as histórias em quadrinhos trouxeram uma importante inovação para a
época: o texto, uma representação da linguagem como efetiva conotação, de fácil
compreensão pelos leitores, sendo assim ágil e dinâmico. No texto, os balões são
representados pela forma de expressão. Eles contêm imagens, sinais de pontuação ou
símbolos. Há vários tipos de balloons para representar uma fala ou expressar transmitir
emoções e pensamentos (surpresa, raiva, medo, cansaço) dos personagens. Os balões são
representados hoje como lócus da linguagem verbal nas HQs. Esses tipos de balões vão
depender de cada história contada que o desenhista quer mostrar para o leitor.
Entretanto, as histórias em quadrinhos possuem a legendas definidas como:
“representa a voz onisciente do narrador da história, sendo utilizada para situar o leitor no
tempo e espaço, indicando mudança de localização dos fatos”. (VERGUEIRO, 2004, p. 62).
O autor utiliza estas para situar os leitores na história que vai ser narrada, mostrando algum
avanço repentino dos personagens ou até mesmo para localizar os fatos dos desenhos diante
do contexto e se localizam na parte superior dos balões para ser lidas primeiramente antes dos
balloon.
As onomatopeias são usadas para imitar barulhos ou ruídos formados por letras
alfabéticas Luyten (1993) definem como: “Da mesma forma que os balões, as onomatopeias,
palavras que procuram reproduzir ruídos e sons, completam a linguagem dos quadrinhos e
lhes dão efeito de grande beleza sonora” (p.13).
Tal definição é mais um ponto a ser frisado, pois cada país utiliza onomatopeias
diferentes, ou seja, no Japão essa característica não é tão importante como no Brasil, Estados
Unidos e outros países, sendo assim estas imitam algum tipo de barulho que acontece no
espaço em que os personagens estão inseridos. Portanto, a maioria das onomatopeias é de
criação inglesa, e também depende da forma que o autor quer trabalhar com a referida
característica, mas nesse contexto é apenas para mostrar os ruídos dos objetos nas HQs.
21
Além disso, as linhas cinéticas conhecidas como linha de ação tem o objetivo de
movimentação, ou seja, quando o personagem está mexendo com as mãos, pulando, virando a
cabeça dando assim o efeito de ação, há ainda as interjeições que traduzem os sentimentos e
emoções dos personagens e sempre são acompanhadas pelo ponto de exclamação (!)! É
interpretado como um sentimento de dor que o desenho está “sentindo”.
Porém é muito importante os leitores terem conhecimentos destas características, pois
os comics são recursos riquíssimos em informações que às vezes, por não serem conhecidas,
acabam perdendo um pouco a essência que este material possui, criando o incentivo da
leitura, pois o indivíduo lê se divertindo com os desenhos, balões e dentre os outros processos
referidos e assim se tornam leitores obras consagrados. No entanto, esse processo de leitura e
compreensão das HQs é fator primordial para a aprendizagem de uma Língua Estrangeira e
neste caso a Língua Inglesa, abrindo novos caminhos e facilitando o processo de ensino
aprendizagem do idioma em questão.
22
CAPÍTULO 2 – AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS E O SEU PODER
A finalidade deste capítulo é mostrar como ocorre o ensino da Língua Inglesa por
meio dos gêneros textuais em especial histórias em quadrinhos nas escolas e como deve ser o
processo de interação como meio de realizar ações, de agir e atuar sobre um conjunto de
atividades que o circundam. Com base nisso, vale salientar que a educação passou por um
grande processo de mudanças até chegar nos dias atuais e ainda tem muito o que melhorar,
porém se compararmos a alguns anos atrás, isto é, no final do século passado o saber era
privilégio somente da alta sociedade, pois os pobres não tinham esse direito. Segundo Ana
Maria:
A escolarização deixou de ser percebida como uma conquista dos trabalhadores (mesmo que presa à ascensão da burguesia), e passa a ser algo danoso por inculcar nas mentes das classes populares uma ideologia que está atrelada aos interesses das camadas dominantes, cujo objetivo maior frente aos menos favorecidos é prepara-los enquanto força de trabalho para ser consumida pelo capital, permitindo sua realização (VALLE, 1996, p.17).
Sendo assim, a educação naquela época era vista diante de dois ângulos, de um lado a
burguesia tentava proibir a educação para a classe trabalhadora, pois, não precisa saber ler
para trabalhar, isso na concepção deles, mas por outro lado tinha que formar mão de obra
competente para servir a classe dominante, pois temiam que essa população tivesse um
interesse maior em estudar e não queriam mais servi-los já que eram escravos e sem direito
algum perante sociedade.
Celso de Rui (1992) apresenta algumas críticas que eram vistas alguns anos atrás na
relação entre professor-aluno: “O educador é quem sabe; e os educandos os que não sabem. O
educador é quem fala; os educandos os que escutam docilmente” (BEISIEGEL, p.271).
Podemos perceber como era vista a interação entre docente e estudante em que somente o
educador tinha voz em sala de aula e a única função do aprendiz era ficar calado e aceitar tudo
que era proposto para eles. E nesse processo educativo “o educador já não seria aquele que
somente educa, mas aquele que enquanto educa é educado através do diálogo com o
educando, que ao ser educado, também educa” (p.272).
Com base na citação acima, ambos aprendem juntos, isto é, se o professor tem
conhecimento o aluno também é merecedor do mesmo e assim por meio da conversação tanto
um quanto o outro cresceriam juntos, pois interagir significa fazer uso da linguagem como
fator discursivo, dizer alguma coisa a alguém de uma determinada forma, num determinado
23
contexto, entretanto essa prática é abordada pelo autor referido, ele mostra que o docente e o
aprendiz são capazes de pesquisar juntos:
Em tal processo educativo não haveria a rígida separação das atividades em dois momentos distintos: um primeiro, no qual o educador estuda em sua biblioteca ou trabalha em seu laboratório, e um segundo, quando este educador narra aos educandos os conhecimentos que havia adquirido. Era imprescindível que os educandos perdessem esta condição de “dóceis receptores de depósitos” e se transformassem em investigadores críticos em dialogo com o educador que, por sua vez, também seria um investigador critico (BEISIEGEL, 1992, p.273).
Sob o ponto de vista do teórico, percebe-se que o professor e o estudante podem ser
pesquisadores juntos, um apoiando o outro nas atividades a serem desenvolvidas, pois a
sociedade a qual fazemos parte vem sofrendo mudanças na área do conhecimento e da
educação numa velocidade tal que se torna até difícil de acompanhar tais desenvolvimentos.
As inúmeras linguagens estão presentes na nossa realidade, dentre elas a virtual. Estas não só
chamam a atenção dos jovens e crianças, mas também os convencem de que são as melhores
que trazem soluções aos seus problemas consumistas, diários e imediatos da busca pelo novo
e também única e necessária. Com isso, cada vez mais as bibliotecas estão sendo menos
frequentadas porque os alunos e às vezes até mesmo o professor preferem usar o meio mais
rápido, ou seja, a internet.
No Brasil, as HQs já são reconhecidas pela LDB (lei de diretrizes e bases) e pelo PCN
(parâmetros curriculares nacionais). “Pequenas histórias, quadrinhas, histórias em quadrinhos,
instruções de jogos, anedotas, trava-línguas, anúncios, pequenos diálogos, rótulos de
embalagem, cartazes, canções, pequenas notícias” (BRASIL, 1998, p.74). Segundo o PCN, é
fundamental esses gêneros citados porque os alunos já estão familiarizado com os mesmos,
pois faz parte do cotidiano de cada um. Atualmente vem sendo questionada a metodologia que
os profissionais usam ao ensinar a língua, pressupõe, que a linguagem no decorrer da
trajetória, constitui-se sujeito da cultura e ideologias.
Essa proposta enquadra-se em questões que abordam a metodologia que é
fundamentalizada nos PCNs e que define as diretrizes e bases curriculares de ensino. Os
parâmetros curriculares nacionais norteiam o ensino de língua como necessidade de construir
cidadãos através da mesma. Sendo esta norteadora de socialização do conhecimento, da
cultura e da valorização dos alunos, partindo do pressuposto que eles já possuem uma visão
de mundo.
Nesse sentido, os gêneros textuais vêm amenizar essa carência no ramo da educação,
tornando as aulas mais dialogadas e produtivas, pois a linguagem além de ser um meio de
24
comunicação ainda possibilita aos jovens ingressar no mundo real, fantástico e fictício por
meio das revistas em quadrinhos que veiculam em jornais, cinemas e gibis. As histórias em
quadrinhos muitas vezes representam problemas existentes na sociedade tais como de caráter
social, político e cultural.
Sob o ponto de vista didático, as HQs possuem um grande poder, porque contém uma
linguagem simples, estimula o hábito pela leitura e desta forma, incentiva o processo de
amadurecimento intelectual do indivíduo. A vantagem de utilizar os comics em sala de aula,
pois sendo um recurso didático de baixo custo e de fácil acesso permite a familiarização dos
estudantes com a língua inglesa por meio de comunicação. Sendo assim, compreender as HQs
é essencial para a boa utilização do mesmo em sala de aula, pois os quadrinhos envolvem e
atraem os leitores com as infinitas histórias retratadas de modo diferente, e ainda pode ser lida
por qualquer pessoa, pois é possível explorar a diversidade deste gênero e seus
funcionamentos em relação ao apoio que ele presta ao ensino da Língua Inglesa.
Zilda Augusta argumenta que: “A ficção deverá ser largamente aproveitada em uma
concepção funcional da educação” (ANSELMO, 1975, p.95). Segundo a autora, as HQs além
de serem uma ficção, ou seja, irreal, às vezes retratam temas da atualidade. É de grande
proveito serem trazidas para a sala de aula, porque os adolescentes sabem que aquela história
não é verdadeira, mas pode ter um ensinamento com os mesmos em conteúdos que julgariam
difíceis se observados em outros contextos, por isso a autora menciona: “Quanto aos temas de
crimes, é fácil observar que as HQs que tratam deles apresentam sempre uma moral implícita:
após várias proezas, os criminosos pagam dolorosamente pelos seus crimes” (p.95). Os
comics enfatizam temas como: amor ao próximo, ou até mesmo crimes, isto é, as crianças
sabem que são histórias contadas pelos autores, mas que infelizmente acontecem na vida real
e para quem pratica o mal sempre pagam pelos delitos cometidos e para as pessoas que fazem
o bem tem uma recompensa.
Sendo assim, cada pessoa por meio das HQ, está sempre correlacionadas as
representações que existem sobre as situações sociais diversas em que atuamos, e nisso, o
conhecimento sobre o funcionamento da linguagem em diferentes ângulos de comunicação é
o que possibilita aos aprendizes o entendimento do texto como construção social, que adquire
legitimação na relação entre texto e contexto de produção e distribuição. Por isso, o uso dos
comics na LI é de grande importância, pois ajuda os discentes nos conteúdos da sala de aula
além de incentiva-los a produzir textos e também fazer as leituras.
Vergueiro (2004), define os comics como uma sequência de quadros, compostos por
balões que narram histórias de diferentes temas, e os personagens são desenhados e/ou
25
pintados. As linhas que delimitam os quadrinhos, os balões e outros recursos gráficos
contribuem para a interação verbal, que indicam a temporalidade das ações, além de serem
um material bastante rico na sua composição cinematográfica, caracterizando os movimentos
de cada desenho. Analisando as práticas de ensino quanto a de aprendizagem de Língua
Inglesa, percebemos que está embasada no processo sóciointeracionista da ação pedagógica,
envolvendo o professor, o aluno e a sociedade, possibilitando aquisição de habilidades para
interpretar diferentes textos que circulam socialmente, tornando, assim este educando um
cidadão capaz de produzir textos eficazes nas mais variadas situações, tornando-o ser
participativo da sua própria autoria, fazendo uso da língua competentemente.
O sucesso das histórias em quadrinhos acontece de forma significativa, tendo sua
particularidade, humorística como mostra Ramos (2009) “Não se pode compreender o sentido
de humor presente num texto sem que o conteúdo seja lido e entendido. Humor e
entendimento textual são elementos interligados, um depende do outro” (p.187).
Segundo Ramos, para se compreender uma HQ, o indivíduo precisa primeiramente
entender o sentido da história, ou seja, ter um conhecimento do conteúdo abordado para
compreender a mensagem, é como ouvir uma piada, ler uma tira ou até mesmo uma crônica,
pois o leitor precisa ter o entendimento para depois encontrar a comicidade.
Outro ponto importante que merece destaque é a literatura nos quadrinhos, ou seja,
autores consagrados estão transformando grandes obras da literatura em histórias em
quadrinhos como, por exemplo, “O triste fim de Policarpo Quaresma” do autor Lima Barreto,
mas adaptado por Lailson de Holanda Cavalcanti. Nesta obra, o autor reconta a história de
forma divertida através dos quadrinhos, mas “a ideia é que a adaptação seja um dos modos
utilizados pelo professor para incentivar a leitura da obra original e também um material
auxiliar para atividades relacionadas a essa leitura” (VERGUEIRO, 2009, p.133).
Com base na citação acima, o educador apenas utiliza essa adaptação para incentivar o
aluno a ler uma determinada obra e ainda de forma mais resumida ensina os conteúdos que
não teriam tempo suficiente para que os aprendizes lessem a história original, pois quando o
professor for trabalhar com literatura na sala de aula pode dedicar um tempo a mais para que
os educandos leiam a obra original e a adaptação será utilizada como instrumento facilitador.
Nesta perspectiva, um bom desenvolvimento da prática de ensino na escola sob a ótica
dos gêneros textuais proporciona ao aluno diferentes habilidades comunicativas a partir da
relação entre texto, contexto e suas implicações sociais para que os aprendizes reconheçam a
funcionalidade dos conteúdos e das atividades trabalhadas em sala de aula para sua vida
social, sobre as dimensões discursivas e linguísticas que serão objeto de reflexão.
26
2.1 As histórias em quadrinhos e a sala de aula
A noção dos gêneros textuais vem sendo explorada por diversos autores, e várias
classificações têm aparecido ao longo dos tempos, dentre eles: a distinção entre a prosa e a
poesia, o lírico, épico e dramático, a oposição entre tragédia e comédia. Os estudos dos
gêneros foi dessa forma uma constante temática que interessou aos antigos e continua atraindo
preocupações dos estudiosos da linguagem atualmente.
Bakhtin (2010) propõe distinguir gêneros de discursos primários, constituídos por
aqueles da vida cotidiana e que mantém relação imediata com situações nas quais são
produtivas e gêneros de discursos segundos, que aparecem nas circunstâncias de uma troca
cultural (principalmente escrita) – artística, científica, sócio-política mais complexa e
relativamente mais evoluídas.
Os gêneros textuais são padrões expansivos que socialmente utilizados funcionam
como uma espécie de modelos comunicativos globais que representam o conhecimento
público localizado numa situação concreta, ou seja, eles são componentes culturais e
históricos, configurações repetitivas e expressivas de interagir em conjunto que ordenam e
estabilizam nossas relações na sociedade.
Bakhtin, ainda considera o enunciado, isto é, o texto, como o produto de interação
social em que a palavra é definida como produto de trocas sociais, pressupõe que quando um
indivíduo ouve, ele fala depois lê e consequentemente escreve, pois tem uma visão do texto
como um todo inacabado, juntamente com o seu conhecimento prévio referente às histórias
em quadrinhos porque o aluno aprende mais sobre suas possibilidades comunicativas e
compreende melhor o seu interlocutor.
O professor/aluno pode se mover frente à linguagem compartilhando com os diversos
gêneros (orais ou escritos), possibilitando o indivíduo a manifestar seu senso crítico em
diferentes formas e particularidades frente à sociedade em que veiculam. Desse modo, o
gênero pode ser trabalhado como forma discursiva, sendo o texto como produto de interação
social. Assim, cada pessoa torna-se apta a participar ativamente dentro dos espaços
discursivos em que se inserem. As histórias em quadrinhos são processos muito importantes
para o ensino e aprendizagem do aluno. Por meio da utilização dos comics o professor em sala
de aula pode diferenciar o modo de expor os conteúdos para os educandos e mostrando as
possíveis formas e estilos de composições, tirando vantagem das diversas variedades no
processo de ensino e aprendizagem, com um material bastante rico em sua formação.
27
Dessa forma, as HQs passaram por um processo, ficando reconhecidas como
instrumento didático, apoiando a educação dos discentes como meio de comunicação. Vale
salientar: “O uso dos pontos, linhas e cores e a composição em geral facilitam a interpretação
texto-imagem do aluno. Este processo pode induzir ao aluno a escrita, auxiliando-o no
processo de alfabetização, mesmo sendo que não saiba ler ou escrever direito” (CUNHA,
2008, p.29).
Nesta perspectiva, através dos múltiplos recursos utilizados no enquadramento a
imagem representada pela escrita possibilita ao aluno decodificar e associar a linguagem
especifica dos quadrinhos. As histórias em quadrinhos podem ser trabalhadas em várias
disciplinas especialmente na Língua Inglesa e como meio de ensino aprendizagem em
determinada área de conhecimento como ressalta Vergueiro (2004). Em análise dos estudos
feitos, a principal função das HQs é a de comunicar ideias, ou histórias por meio das palavras
e imagens, pois esta é uma narrativa sequencial chamada de “quadrinhos” daí o porquê este
meio de comunicação e artístico ser chamado de história em quadrinhos.
De fato, é importante mencionar que os comics na sala de aula são de complexidade
universal, porém iniciou de forma passiva. Muitas das mesmas eram utilizadas como pretexto
para auxiliar um conteúdo, como acontece nos livros didáticos de Língua Inglesa. Com os
quadrinhos, o professor pode criar aprofundar sobre a temática apresentada. Nota-se que:
Por fim, na utilização de quadrinhos no ensino, é importante que o professor tenha suficiente familiaridade com o meio, conhecendo os principais elementos da sua linguagem e os recursos que ela dispõe para representação do imaginário; domine razoavelmente o processo de evolução histórica dos quadrinhos seus principais representantes e característicos como meio de comunicação de massa; esteja a par das especificidades do processo de produção e distribuição de quadrinhos; enfim conheça os diversos produtos em que eles estão disponíveis (VERGUEIRO, 2004, p.29).
De acordo com a citação, cabe ao professor fornecer aos alunos os conhecimentos
linguísticos e textuais necessários para atuar reflexivamente nas atividades comunicativas,
uma vez que os aprendizes estariam praticando e refletindo em sala de aula por meio de obras
originais que veiculam na sociedade e através destes textos, com as HQs, o estudante desperta
seu senso crítico e intelectual, possibilitando ao indivíduo a desenvolver sua percepção frente
à linguagem e a sociedade.
Segundo Marcushi, (2007), o ensino através das frases humorísticas atuais que são
fáceis por serem extremamente curtas pode vir a ser o início de uma nova relação com a
língua escrita para aqueles que não gostam de ler. Com esse propósito, as histórias em
28
quadrinhos poderiam atender aos desejos, as necessidades e ao objetivo da leitura de um
público heterogêneo.
Os ensinamentos alicerçados nas frases humorísticas não se definem em uma
população que seria alvo e ainda se caracteriza em um público leitor diferenciado. As HQs
são ferramentas que apoiam o ensino, sendo que os jovens e crianças não leem, e os
quadrinhos é um gênero textual bastante rico, popular caracterizado pela sua composição e
estilo, por meio de imagens, alcançando o leitor infanto-juvenil e até mesmo os adultos.
Como se sabe, o estudante vem cada vez mais resistindo à prática da leitura,
principalmente quando é exigido dele leituras mais extensas. Percebe-se que a vida social
deste aluno está permeada de textos curtos que tem se tornando suficientes para a
compreensão das atividades praticadas por ele no dia a dia. Na perspectiva de adequar-se a
esta realidade, este estudo torna a história em quadrinhos como um texto menos carregado de
escrita, mas rico em informações oferecidas pelos recursos simbólicos impregnados nesse
gênero.
2.1.1 O incentivo a leitura em Língua Inglesa
O ato de ler é muito importante. Ler está relacionado com a escrita, pois ambas são
necessárias para as pessoas, porque sem leitura não temos argumentos suficientes para
elaborar um texto e da mesma forma é para nos comunicarmos, pois não se tem “bagagem”
necessária para comunicar. Mesmo se tratando das mesmas, o procedimento está ligado mais
a experiência da vivência de cada um, do que ao conhecimento sistêmico da língua. Cabe ao
professor conhecer os limites de sua ação e repensar sobre sua prática profissional e passar a
agir objetivamente e coerentemente em face dos desequilíbrios e desafios apresentados, sendo
que “o educador é o que sabe, se os educandos são os que nada sabem, cabe aquele dar, levar,
transmitir o seu saber aos segundos”. (MARTINS, 1984, p.24).
Quando se considera em primeiro lugar os erros ortográficos ao avaliar o texto, sem
antes dar a atenção ao seu conjunto, dificulta a relação do estudante com o ato de escrever,
revelando a ele uma concepção limitada da escrita. Com essas excessivas correções
ortográficas acabam-se levando ao empobrecer seu escrito, e nisso Figueiredo mostra as
maneiras de corrigir o discente sem deixa-lo desmotivado: “Autocorreção: o professor apenas
29
indica que um erro foi produzido, sublinhando-o ou usando apenas algum tipo de código que
o identifique”. (FIGUEIREDO, 2012, p.166)
Segundo o autor, há várias formas de correção às indiretas e diretas, porém a última
segundo ele não e a melhor maneira a ser utilizada, porque não envolve o aluno nesse
processo, pois não lhe dá à chance de refletir sobre o erro, mas a primeira é a melhor forma
que o professor pode estar trabalhando com o aprendiz, pois dá a chance deste refletir onde
errou e porque desacertou a questão.
O estudo com as histórias em quadrinhos possibilita ao aluno compreender melhor o
que acontece com a linguagem, pois, quando a utilizamos em determinada interação. Sendo os
gêneros textuais ferramentas indispensáveis de socialização, usados para compreender,
expressar e interagir nas diferentes formas de comunicação social do que participamos.
Marcushi afirma que: “A língua é tida como forma de ação social e histórica que ao dizer,
também constitui a realidade, sem, contudo cair num subjetivismo ou idealismo ingênuo”
(MARCUSHI, 2007, p.22). Com vista nisso, os comics afirma-se como ações sócio-
discursivas para refletir sobre diversas situações que encontramos no mundo em que
participamos e agir no mundo, se constituído de algum modo. Portanto, o docente não pode se
apegar a excessos de correção, pois o aluno está na fase de desenvolvimento.
Não da para ensinar métodos da gramática, escrita ou ortografia sem nunca ter
praticado. O ensino e aprendizagem não estão focalizados só na escola, mas sim em diversos
ambientes. O ser humano é um ser pensante por natureza, mas na sua capacidade precisa de
raciocínio e treinamento. Assim, para tornarem leitores críticos e participativos, precisamos
ter o ato da leitura, sendo assim, automaticamente a ortografia vai sendo modificada através
da mesma, quando mais se lê, mais se aprende.
Ao produzir ou ler um texto o estudante necessita ter conhecimentos prévios sobre a
língua estudada, a fim de que compreenda ou crie uma obra de melhor qualidade, pois ao
dominar este tipo de informação, as pessoas são capazes de construir seus textos orais ou
escritos a partir das escolhas gramaticalmente adequadas, possibilitando ao professor
transmitir conhecimentos linguísticos sem repressão, valorizando os valores subjacentes às
práticas pedagógicas.
Nessa perspectiva, “todo texto se organiza dentro de determinado gênero em função
das intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, as quais
geram usos sociais que os determinam” (BRASIL, 1998, p.21). Percebe-se que, cabe ao
professor planejar e criar condições para que o aluno possa desenvolver sua competência
discursiva por meio das HQs e possibilite ao educando o incentivo à leitura, em sua prática
30
para ampliarem seu vocabulário, sendo que, o aprendiz é sujeito da sua ação pedagógica, que,
por meio da linguagem, expressa ideias, pensamentos, ou seja, o estudante é o objeto do
aprender e de suas práticas sociais. Portanto, aprendizagem só acontece quando o sujeito
participa das práticas sociais mediadas pela linguagem que são os conhecimentos linguísticos,
Com vista nisso, podemos aprender a ler a partir do nosso contexto pessoal e ir além
dele. Ampliar a noção da leitura pressupõe transformação na visão de mundo em geral e na
cultura particular. (MARTINS, 1984, p.29). O conhecimento de mundo contribui para a
compreensão e interpretação do aluno ao ler um texto, pois o significado constrói-se pelo
esforço de interpretação do leitor ou escritor, a partir não do que está escrito, mas também da
soma de todas as suas vivências anteriores. Paulo Freire diz que a “leitura do mundo precede
sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”
(FREIRE, 1994, p.10).
O conhecimento textual é definido através da informação e organização de diferentes
tipos de textos sejam eles escritos ou orais (narrativas, descrições, entrevistas), isto é na sala
de aula, o aluno é capaz de utilizar textos cuja finalidade seja compreender um conceito,
apresentar uma informação nova, descrever um problema e comparar diferentes pontos de
vista, este envolvimento tanto na ajuda na tarefa de produção quanto na compreensão do
discurso.
A prática nas escolas, por meio do trabalho com gêneros textuais, fornece aos alunos
conhecimentos linguísticos e textuais necessários para atuar reflexivamente em diferentes
atividades comunicativas, uma vez que os alunos estariam praticando e refletindo em sala de
aula com base em textos originais que veiculam na sociedade.
A leitura, a construção e desconstrução dos textos de variados gêneros em sala de aula,
contribui para o efetivo pensar e repensar crítico nas várias atividades sociais que estamos
inseridas, possibilitando o sujeito envolvido no processo de aprendizagem a ampliação de
seus conhecimentos sobre diferentes formas de realização da linguagem. Diante dessa
perspectiva, segundo o PCN: “O foco em leitura não exclui a possibilidade de haver espaços
no programa para possibilitar a exposição do aluno a compreensão e memorização de letras de
músicas, de certas frases feitas (por exemplo: “Ça va?”, “How do you do?”, “Wie gehts?”), de
pequenos poemas, trava-línguas e diálogos” (BRASIL, 1998, p.22).
Diante da citação acima, percebe-se que cada aluno tem uma maneira de memorizar as
palavras. Escrever do jeito que fala é um recurso útil para aprender os sons dos vocábulos,
mas o educando não pode esquecer de que, quando for redigir um texto em inglês se lembrar
da forma correta e ter cuidado ao escrever, por exemplo, “wie gehts” no lugar de we gets.
31
Todas as estratégias de ensino de leitura são válidas, é preciso que os professores
saibam e transmitam aos alunos real conceito, função e importância do saber ler para construir
mais leitores. A produção textual não é apenas uma questão de gramática, de morfologia, ou
de sintaxe. Não é uma questão de executar certo ou errado determinando padrões linguísticos.
Escrever é necessariamente enfrentar a necessidade de comunicação como algo de situação
real, destinatário real com propósitos reais. Paulo Freire (1994) diz: “A leitura seria ponte
para o processo educacional eficiente, proporcionando a formação intelectual do individuo”.
Com base nos estudos feitos, é importante mencionar a dimensão teórica que os
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Inglesa estabelecem para entender a relação
entre ensino e aprendizagem e as concepções do gênero histórias em quadrinhos. O ensino da
LI é apresentado acerca das diversas formas de explorar os comics e mostrar a importância em
diferenciar os trabalhos na sala de aula de LE, é desenvolver o senso crítico dos alunos frente
à linguagem e a sociedade.
Percebe-se que, os comics na sala de aula são ferramentas norteadoras do processo de
ensino-aprendizagem do Inglês, possibilitando aos professores levarem para o ambiente
escolar não só conteúdos gramaticais para o ensino da língua, mas levar meios de revelar
valores subjacentes às práticas sociais. Em muitos países as histórias em quadrinhos são
utilizadas para a formação do gosto pela leitura das crianças. A partir das experiências por
meio da mensagem transmitida tanto pela sua história quanto pelos desenhos, a mesma
proporciona todo tipo de interpretação, com a vantagem de criar condições para a formação
do leitor, porém este só chega ao amadurecimento se o individuo gostar de ler.
Os quadrinhos contribuem de forma relevante para todas as fases: auxiliam na
memorização, estimulam naturalmente para reprodução e produção própria do leitor
proporcionando o gosto pela leitura. O uso das HQs é ferramenta indispensável para formar
leitores não passivos, meros receptores, mais ativos, colaboradores importantes na leitura e na
construção de novos textos. Com base nisso afirma que:
Em síntese, a leitura racional acrescenta a sensorial e a emocional o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e o conhecimento, a reflexão a reordenação do mundo objetivo, possibilitando-lhe, no ato de ler, atribuir significado ao texto e questionar tanto a própria individualidade como universo das relações sociais (MARTINS, 1984, p.66).
Por meio da leitura, o aluno torna-se participante da cidadania frente a um discurso
claro e objetivo, construindo seus próprios conceitos através das experiências relacionadas a o
seu cotidiano. E nesse sentido, os comics além de ter uma linguagem artística e de
32
comunicação social, despertam no público infantil e jovem grande interesse devido as suas
diversas possibilidades interativas, que podem nos auxiliar a compreender a diversidade de
interpretação de imagens.
Os educadores podem repensar sobre a sua prática pedagógica, transformando o
trabalho de acordo com as necessidades e dificuldades dos alunos, sendo os professores
responsáveis pela sua ação. Desse modo, o sistema educativo baseia-se no processo
ensino/aprendizagem como materialização da prática social, possibilitando ao individuo o
conhecimento de diferentes tipos de linguagem orais ou escritos. Assim, podemos perceber
que, quanto maior vivenciar esta prática comunicativa e sócio interacionista na sala de aula, o
aluno será capaz de refletir, analisar e ser criativo em realização nos contextos reais de
comunicação, respeitando os valores e ideologias presentes no contexto social e histórico
subjacente a prática social, que possam contribuir de forma eficaz para a sua formação.
Analisando tal aspecto, cabe à escola decidir juntamente com o docente possíveis
formas de aprendizagem para o aluno, sendo o professor norteador das práticas curriculares
pré-estabelecidas pela unidade escolar, permitindo ao discente explorar conteúdos
estabelecidos pelo educador, de forma que o aprendiz aproprie-se dos textos fazendo uso da
própria linguagem, ocorrendo assim as quatro habilidades propostas pelo PCN para que o
aprendiz possa aprender de forma mais dinâmica.
2.1.2 O uso das quatro habilidades
As escolas hoje enfrentam um grande desafio, fazer com que os alunos desenvolvam
as seguintes habilidades: listening, speaking, reading and writing. Sabe-se, que esse idioma
nas unidades escolares são opcionais. Além de serem poucas vezes na semana dificulta muito
para o docente desenvolver a escuta, fala, leitura e a escrita com os aprendizes. No entanto,
essas práticas são classificadas em receptivas e produtivas, ou seja, a primeira divide-se em:
compreensão oral, e leitura e a segunda é expressão oral e a escrita, portanto são um conjunto
que um depende do outro para que haja aprendizado dos estudantes.
Nessa perspectiva, o listening, ou seja, o ouvir tem um papel ativo. “O ouvinte é parte
crucial do processo, aplicando o que sabe ao que ouve e tentando compreender o que quer
dizer quem fala” (LIMA, 2012, p.137). Diante do exposto, tanto o falante quanto o ouvinte
tem um papel fundamental na comunicação e compreensão entre os indivíduos, isto é através
33
da interação verbal as pessoas expõe suas opiniões e ainda ensina e aprende. Com base nisso,
o PCN mostra o seguinte:
Isso não quer dizer, no entanto, que toda comunicação oral seja sempre recíproca, pois há casos, como em uma conferência ou em uma aula expositiva, em que não há uma interação recíproca nem troca de turnos. O que existe é a preocupação do falante com aquilo que vai ser dito, com a organização do texto, com os vários níveis de organização linguística e com as expectativas dos ouvintes para facilitar a compreensão da informação (BRASIL, 1998, p.94).
De acordo com a citação acima, nem sempre o diálogo acontece de forma dinâmica e
interpretativa, às vezes esse processo deixa a desejar a partir do momento em que o indivíduo
se preocupa muito mais com as palavras complexas no discurso é o “falar difícil” e esquece
que devemos estabelecer modos para a comunicação, ou seja, adequar à linguagem de acordo
com o público alvo ocorrendo assim à compreensão de todos.
Outro ponto a ser assinalado é o speaking, isto é, a produção oral, se questionarmos o
aluno qual o tipo de aula que ele prefere logicamente este irá escolher a conversação, pois
através da fala os aprendizes têm mais chances de aprender a pronunciar as palavras em
inglês. “Apesar deste desejo aparentemente da maioria dos alunos a falar a LE, a conversação
em sala de aula não é um processo naturalmente simples e requer muito empenho tanto dos
aprendizes quanto dos professores” (GOMES, 2012, p.101).
Segundo a linha de pensamento do autor, essa conversação na sala de aula pode
atrapalhar caso o docente não tenha controle da turma, ou seja, sabe-se que toda escola tem
alunos interessados e também desinteressados e dessa forma, cabe o professor saber se esses
alunos estão mesmo dialogando sobre o conteúdo ou simplesmente estão só atrapalhando os
colegas a aprender, então o melhor recurso é o educador fazer questionamentos individuais
caso este perceba que a aula entrou em outro assunto.
Além disso, essas perguntas feitas pelo educador são de suma importância para
aprimorar o conhecimento do aprendiz, a partir do momento que é considerado as pronúncias
que este obtém se levado em conta. O estudante só tem a crescer e para esta questão o PCN
aborda o seguinte:
Recuperar conhecimentos do aluno em relação aos mecanismos da fala em língua materna é uma forma de trazer à consciência recursos constitutivos da oralidade: um falante estabelece uma produção oral a partir do momento em que emite uma cadeia de sons significativos, cuja estruturação mental se dá num espaço de tempo reduzido, sujeito a hesitações e adequações para garantir a comunicação (BRASIL, 1998, p. 102).
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Nesta colocação, podemos notar o papel fundamental do professor em recuperar o
conhecimento do aluno, ou seja, com o passar das séries os educandos aprendem um pouco
mais a pronunciar as palavras, e dessa forma, o docente pode ensinar conteúdos novos sem
perder a essência dos vocábulos anteriores, pois este pode resgatar que o aluno aprendeu então
assim ele não irá esquecer o que foi aprendido nas etapas anteriores e assim facilitando a
interação entre professor/aluno.
O reading, isto é, a leitura é um fator crucial na vida estudantil dos alunos, como já foi
mencionada no tópico anterior a grande importância da leitura, pois “A leitura é entre os
vários modos de aquisição de informação capaz de gerar novos conhecimentos” (SABOTA,
2012, p.118). É através da leitura que adquirimos conhecimento, ou seja, com a mesma
obtemos um vocabulário enriquecedor e ainda escrevemos melhor. Dessa forma, “E nessa
fase que o aluno tem de projetar o seu conhecimento de mundo e a organização textual nos
elementos sistêmicos do texto” (BRASIL, 1998, p.92).
Diante do exposto, o aluno possui um breve conhecimento de mundo quando ler algo
sobre “cinema” ele associa a palavra ao que este conhece e o leva a infinitas definições da
mesma, criando assim um sentido ao que o indivíduo esteja lendo. A organização textual está
ligada a compreensão e delimitação de uma história, isto é, por exemplo, quando um
personagem está com problemas o leitor/aluno imagina uma solução para que este possa ter
um final feliz. E o conhecimento sistêmico é quando o aluno cria hipóteses para os
personagens da obra que ele esteja lendo e logo após vem à confirmação que este elaborou
para o final da história, enfim os três conhecimentos demonstrados, estão ligados à leitura de
uma obra.
Por último, o writing, ou seja, a escrita é outro fator muito importante, pois é através
desta que a comunicação continua se estabelecendo sem o interlocutor, isto é, não há
necessidade de estar frente a frente com uma pessoa para conversar, por exemplo, em cartas
utilizadas para as pessoas se interagirem à distância. Dessa maneira, “quem escreve se vê
obrigado a expor informações/ideias de maneira mais claras, planejadas e detalhadas que na
situação de interação face a face, caracterizando tal processo como aquele que precisa evitar a
ambiguidade e perseguir a clareza” (BRASIL, 1998, p.98).
Dentro desse contexto, ressalta a importância de escrever segundo a norma padrão,
pois a escrita é diferente da forma falada, porque quando falamos não temos a preocupação de
colocar em ordem os vocábulos, caso surja algo de dificuldade pode ser esclarecido
imediatamente. Nos comunicamos sem medo de errar, mas na escrita é totalmente diferente
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deve ser feita de forma clara e objetiva para a pessoa que irá ler o texto, caso contrário o
indivíduo pode até desistir de ler o restante.
Dessa forma, “há propósitos pedagógicos variados para o uso da escrita no contexto de
ensino e aprendizagem de inglês” (FERREIRA, 2012, p.85). Primeiramente esta é usada para
reforçar as atividades desenvolvidas na sala de aula, pois cada aluno aprende de maneira
diferente, uns ao ouvir outros ao escrever e sucessivamente. Consideradas essas observações,
diante das habilidades aqui citadas, mostram que cada um tem especialidade diferente, porém
é muito importante desenvolver as mesmas nas aulas de Língua Inglesa, em especial
utilizando as histórias em quadrinhos para desenvolver essas habilidades, pois a expressão
visual através da imagem, o aluno visualiza os elementos visuais que são utilizados no
processo interativo. O que aumenta a curiosidade dos educandos em saber em que conclusão
chegar e ao grau de interpretação que permite aos alunos perceber o contexto em que se
inserem e também do sentido.
Portanto, as HQs são importantes para o indivíduo, pois enriquece seu vocabulário,
permitindo o ensino e aprendizagem dos alunos através da linguagem, sendo os comics um
forte apoio didático, que permite ao professor descobrir formas de ensinar e criar maneiras
diferentes para que possam desvendar e debruçar sobre diferentes quadrinhos. Entretanto, as
histórias em quadrinhos são de fácil manuseio, e ainda leva o humor para as crianças e adultos
estimulando o gosto pela leitura, através dos múltiplos recursos utilizados. Então, a escola
precisa fornecer aos alunos conhecimentos voltados para desenvolver no aprendiz todas as
habilidades orais e escritas por meio dos comics, pois o aluno possa vir a precisar
futuramente.
2.1.3 A Dramatização em Língua Inglesa a partir das HQs
Em virtude, das novidades e também de informações, as escolas estão inovando os
métodos de ensino-aprendizagem como atrativos aos alunos para que estes consigam assimilar
as atividades propostas pelo professor. Existem muitas teorias, que justificam as mudanças
das metodologias e principalmente de tecnologias e todos a favor da educação.
Diante de muitas estratégias, merece destaque a dramatização, ou seja, as peças
teatrais, pois além de chamar a atenção para os cenários escolhidos, personagens, roupas,
enfim uma série de conjuntos associados, elas também desperta o interesse dos alunos.
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Entretanto, são diálogos feitos e adaptados para que estes possam desenvolver a peça teatral, e
interagir com os colegas. “Portanto, permite que os alunos trabalhem mais estruturas da língua
– apesar de se tratar um conteúdo decorado – e pratiquem entoação e ritmo dentro de um
contexto” (GOMES, 2012, p. 107).
Desse modo, a dramatização é de suma importância, pois ajuda o estudante a se
relacionar com os colegas além de proporcionar um crescimento intelectual do aluno, na qual
esse recurso referido tem bons resultados, mas se o professor fizer um acompanhamento e
muito esforço, e nisso o PCN reforça a importância do dialogo entre os discentes: “Quando se
conversa com alguém, um dos aspectos a considerar é como o espaço está organizado durante
a conversa. Se as pessoas conversam em pé, com três pessoas e um grupo, espera-se que a
conversa se dirija a três pessoas dispostas nessa configuração espacial” (BRASIL, 1998,
p.61).
Nesse sentido, quando o professor forma os grupos, a intenção é que os alunos
interajam com a equipe em que este esteja inserido e não com os grupos de fora tornando-se
assim meio desagradável tanto para o docente quanto para os aprendizes, nesse caso seria
ideal os alunos escolherem as equipes para não ocorrer este problema, pois toda sala de aula
possui um grupo específico, ou seja amigos mais próximos.
Além disso, para que aconteçam as dramatizações necessitam de uma série de
procedimentos, e vale frisar, que precisa-se de cenários, roupas e muito mais, e nisso Delia
mostra que não adianta somente esse processo, mas sim: “Para elaborar uma boa versão
necessita não só de muitos ensaios, como também de uma reflexão crítica e profunda sobre
cada um deles, para que o seguinte seja melhor realizado, necessita também da cooperação
constante com os colegas empenhados na mesma tarefa” (LERNER, 2002, p.79).
Dessa forma, esse recurso tem a finalidade de incentivar os alunos a participar, a
estimular os mesmos a gostar desta arte e principalmente ter um convívio mais elevado com
os colegas, pois necessitaria de ensaios para a peça teatral, além de utilizar uma linguagem
oral e também corporal. Dessa maneira, deve haver uma boa preparação tanto do professor
quanto dos educandos para a realização deste evento na escola e que venha a dar bons
resultados. Portanto, as peças teatrais são de grande importância nas unidades escolares, pois
o professore podem estar avaliando o interesse e também a postura do aprendiz.
Convém chamar a atenção para o uso da dramatização em Língua Inglesa, pois esta
técnica tem funções a serem atingidas, isto é, quando a adaptação é feita e distribuídas os
papeis aos alunos estes irão tentar pronunciar corretamente as palavras e depois memorizar as
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falas determinadas para cada um, acontecendo assim à comunicação do idioma em questão e
acima de tudo aprendendo outra língua.
Nesse aspecto, a justificativa do trabalho com a Língua Inglesa é que esta deve
proporcionar aos indivíduos envolvidos nos processos de ensino e aprendizagem,
conhecimentos necessários para interagir produtivamente em conjunto nas diferentes
atividades discursivas. Vale então analisarmos que:
Quando um sujeito interage verbalmente com o outro, o discurso se origina a partir das finalidades e intenções do locutor, dos conhecimentos que acredita que o interlocutor possua sobre o assunto do que supõe serem suas opiniões e convicções, simpatias e antipatias, da relação de afinidade e do grau de familiaridade que têm da posição e hierarquia que ocupam (BRASIL, 1998, p.21).
Com base na citação acima, os sujeitos se apropriam dos conteúdos transformando-os
em conhecimentos próprios por meio da ação sobre eles e pela interação com o outro.
Interagir significa fazer uso da linguagem como fator discursivo, dizer alguma coisa a alguém
de uma determinada forma, num determinado contexto. O ensino e aprendizagem de Língua
Inglesa, com prática pedagógica, é resultante da articulação de três variáveis: o aluno, os
conhecimentos com os quais se opera nas práticas de linguagem e a mediação do professor.
Dessa forma, podemos dizer que as histórias em quadrinhos são reflexões sobre a
linguagem, tornando-a uma atividade discursiva. O PCN afirma que: “Cabe à escola ensinar o
aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e a realização das apresentações públicas:
realização de entrevistas, debates, seminários e apresentações teatrais” (BRASIL, 1998, p.25).
Nessa perspectiva, podemos perceber que o ensino da LI não está fragmentado somente nas
regras gramaticais, mas em atividades que façam importância na vida social do aluno,
permitindo que o mesmo faça uso da sua própria linguagem, por isso é muito importante o
uso dos comics para as adaptações das peças teatrais, pois o aluno pratica o inglês de forma
divertida e espontânea com os colegas.
Nesse sentido, como já foi mencionado o processo das dramatizações, com os comics
não seriam diferentes pelo contrário ficariam mais interessantes e principalmente divertidas,
pois as mesmas possuem um humor diferenciado das outras histórias mesmo com
personagens conhecidos ou não, desde que no decorrer da peça deixe claro o que está
transmitindo para no final haver o sentido despertado pelo público que é o: humor. E nisso
Ramos deixa claro está questão:
Texto curto, inferências, conhecimentos prévios, quebra de expectativas no final, uso de personagens conhecidos ou não são apenas algumas
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aproximações entre as duas áreas. As piadas, assim como as tiras são ótimos exercícios de interpretação. Para depreender o humor da tira, o aluno tem de recuperar obrigatoriamente os elementos verbais e visuais presentes no texto (RAMOS, 2009, p.199).
Segundo o pensamento do autor, tanto as tiras quanto as piadas tem o mesmo efeito
cômico. Além disso, o educador pode estar adaptando ambos os recursos, e devem ser claras,
isto é, se as pessoas tiverem conhecimento da história desde o começo ficará mais perceptível
o entendimento deste, pois entendera toda a narrativa mesmo com elementos visuais e
também verbais e no final não haverá a quebra de expectativa do público. Portanto,
independentemente das técnicas usadas em sala de aula, faz com que os conteúdos fiquem
mais fáceis de ser assimilados pelo educandos tanto na escrita quanto na oralidade. Assim a
comunicação entre professor e aluno, torna a aprendizagem favorável para a Língua Inglesa.
Portanto, é de suma importância, a linguagem como atividade discursiva, o texto
como unidade de ensino e a noção da gramática como relativa ao conhecimento que o falante
tem de sua linguagem. As atividades curriculares em LI, principalmente as atividades
dialogadas: uma prática constante de escuta de textos orais e leituras de textos escritos, e que
devem permitir, por meio da análise e reflexão sobre os múltiplos aspectos envolvidos, a
expansão e construção dos instrumentos que permeiam ao aluno, progressivamente ampliar
sua competência discursiva por meio das histórias em quadrinhos usando as dramatizações
para aprender a Língua Inglesa.
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CAPITULO 3 - ANÁLISES DOS DADOS COLETADOS
Levando em consideração todos os tópicos estudados, percebe-se que os comics
podem ser um meio de ensino e aprendizagem inovador além de proporcionar ao aluno o
interesse aos conteúdos propostos pelo professor e ainda incentivá-los à leitura, pois os
quadrinhos pertencem a categoria da mídia impressa, portanto são similares aos livros,
apostilas e dentre outros meios.
O professor conhece por meio da prática em sala de aula as HQs e estas seduzem os
leitores, proporcionando uma leitura prazerosa e espontânea. Os quadrinhos são usados como
forma de apoio ao ensino, assim respeitando o ritmo dos educandos, sua sensibilidade e
percepção, hoje tão fragmentada pela mídia, os videogames, e as quadrinizações de alguns
contos.
A função deste capítulo é analisar alguns dados coletados dos alunos do 8° ano do
ensino fundamental do turno matutino e vespertino do colégio Estadual Alfredo Nasser. Em
relação ao uso dos comics e a importância de se aprender um segundo idioma, neste caso a
língua inglesa, pode ser notado durante o questionamento, que os alunos gostam da aula de LI
e ainda prestigiam o educador relatando que este tem domínio total das aulas, além de ser
ótimo professor. Eles ainda mostram que têm um contato maior com o inglês fora da sala de
aula, por exemplo, no celular, na televisão, com músicas e dentre outros meios mais
inovadores. Segundo os alunos, a gramática é mais trabalhada pelo educador, mas mesmo
assim eles prestigiam o uso dos gêneros, em especial as histórias em quadrinhos.
Os educandos demonstraram que conhecem os comics e sempre leem quando podem,
pois acham bastante divertidos e melhoram um pouco mais a leitura. No entanto, o docente já
abordou o gênero mencionado com a tradução das mesmas, e nisso Paulo Ramos sugere outra
ideia que poderia ajudar os alunos nesse processo de aprendizado da língua inglesa:
Uma proposta que estimula a criatividade dos alunos é entregar-lhes algumas páginas de uma história em quadrinhos com os balões de texto em branco para que completem o diálogo como bem entenderem. Isso feito inicia-se uma discussão a partir de uma apresentação espontânea dos alunos, procurando entender quais razões que motivaram a criação do texto desenvolvido (RAMOS, 2009, p.150).
Segundo o autor, a partir do momento que o aluno começa a elaborar sozinho as falas
desses balões, ele está revisando as palavras que já conhece e ainda buscando aprender outros
vocábulos desconhecidos e depois de feita esta atividade o professor pode corrigir e pedir para
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que ele fale o que escreveu, incentivá-lo a pronunciar as palavras corretamente e tirar as
dúvidas que irão surgindo no decorrer do trabalho. O mesmo autor mostra que quando o
docente estiver abordando algum tema por meio das HQs é importante observar uma série de
conjunto contidas nas mesmas:
Só esse exercício de articulação entre diferentes signos já justificaria o uso das tiras e dos demais gêneros dos quadrinhos na sala de aula. Há uma tendência de o ensino brasileiro ignorar os elementos visuais presentes nas produções textuais. Prioriza-se apenas a parte verbal escrita. É necessário acostumar e estimular os estudantes a ler também as imagens. O que elas significam? Qual é o papel das cores na representação da história? (RAMOS, 2009, p.200).
Analisando esta citação, nota- se que as histórias em quadrinhos ou tiras são usadas
como forma de apoio ao ensino, todas são cômicas, permitindo ao aluno interpretar o texto. O
autor ainda enfatiza a leitura visual, que permite o aluno ampliar seu repertório visual, pois
este contribui para que a arte faça parte do contexto de vida de cada indivíduo. E nisso, é
importante mencionar que os comics possuem várias características além destas, sendo
necessário que o aluno associe as imagens e cores ao contexto em que esteja inserido nas
HQs. Nesse sentido, Vergueiro menciona que os alunos do 8° ano já são capazes de:
Distinguir os níveis local, regional internacional, relacioná-los entre si e adquirir a consciência de estar em um mundo muito mais amplo do que nas fronteiras entre sua casa e a escola. O processo de socialização se amplia, com a inserção em grupos de interesse e a diferenciação entre os sexos. Têm a capacidade de identificar detalhes das obras de quadrinhos e conseguem fazer correlações entre eles e sua realidade social. As produções próprias incorporam a sensação superposição de elementos e a linha do horizonte, fruto de sua maior familiaridade com a linguagem dos quadrinhos (VERGUEIRO, 2004, p.28).
Com base na citação acima, esses alunos já estão familiarizados de alguma forma com
as histórias em quadrinhos com meios diversificados, pois os quadrinhos têm sua
particularidade que permite aos educandos desenvolver seu conhecimento por meio dos
recursos utilizados pelo mesmo, isto é, eles interagem com os colegas, tem a capacidade de
distinguir os elementos contidos nos comics e dentre outros recursos. Percebe-se que os
gêneros são instituições naturais que estão ao seu redor, basta que o indivíduo, por meio dele,
desenvolva e construa evidências para interpretar e lidar com os diversos gêneros
impregnados na sociedade, pois o mesmo proporciona conhecimento, vivências com relação
ao outro, sendo valores subjacentes às práticas sociais e conhecimentos textuais. Ler não é
somente decodificar palavras, mas saber identificar valores e buscar a intencionalidade do
sujeito para a possibilidade de significação.
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Justifica-se aí a importância de apresentar as histórias em quadrinhos para os alunos
do ensino fundamental da segunda fase, já que neste período que se começa a obter um maior
contato com a leitura, podendo assim prepará-los para que possam agir diante da sociedade,
adquirindo assim conhecimento na língua inglesa. Nota-se que a utilização dos comics nas
aulas de LE pode trazer para os estudantes do 8° ano muitas vantagens, com esse método o
educador apresenta ao aluno um material bastante vasto e muito rico.
É possível perceber que os docentes de LI estão cada vez mais tomando conhecimento
da diversidade de aulas, para que os aprendizes possam aprender com mais facilidade e tomar
gosto pelo uso do idioma. Os alunos que participaram da pesquisa afirmaram que as HQs são
tão importantes quanto à gramática, sendo que com a utilização do gênero em questão é
possível compreender melhor e conseguir desenvolver a pronúncia, o conhecimento e o
significado das palavras que possivelmente eles ainda não reconhecem, enriquecendo assim o
vocabulário. A respeito o PCN diz:
A aprendizagem de uma língua estrangeira deve garantir ao aluno seu engajamento discursivo, ou seja, a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso. Isso pode ser viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagógicas centradas na constituição do aluno como ser discursivo, ou seja, sua construção como sujeito discursivo via Língua Estrangeira. Essa construção passa pelo envolvimento do aluno com os processos sociais de criar significados por intermédio da utilização de uma língua estrangeira (BRASIL, 1998, p.21).
Nota-se então que a língua inglesa pode garantir ao aluno a aprendizagem satisfatória,
e que para que essa aprendizagem aconteça vale utilizar recursos que ajudem a despertar o
interesse em utilizar a língua não somente dentro do ambiente escolar, mas fora dele também.
Foi respondida por todos que a LI está inserida no nosso dia a dia por meio da televisão,
computador e dentre outros meios como já foi relatado anteriormente. Na sociedade em que
estamos vivendo, o uso do inglês se torna essencial para a comunicação, e sabendo se
comunicar se torna mais fácil a entrada no mercado de trabalho, pois onde quer que vá
encontra-se a necessidade de saber se comunicar por meio de um idioma, ou até mesmo para
trabalhar com máquinas equipadas em que se há necessidade de saber os vocábulos em inglês.
Dessa forma, os estudantes alegaram que as HQs são relevantes e produtivas pelo fato
de serem mais divertidas e que aprendem os conteúdos de forma variada por meio deste
gênero. Com isso, o uso dos comics no ensino da língua inglesa mostra o quanto se faz
importante o uso deste recurso e ainda os educandos têm a plena consciência que as histórias
em quadrinhos nas aulas de LI ajudam e muito o ensino da mesma, pois irão conhecer coisas
novas e vocabulários diferenciados.
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Os conteúdos passaram a ser vistos por meios dos gêneros textuais, em que se observa
primeiro as características do gênero em questão e só então se chega à gramática. No entanto,
as metodologias também foram reelaboradas sobre a proposta das sequências didáticas e
consequentemente existem vários meios de avaliações, dentre os quais também se propõe a
prática oral.
O objetivo da tarefa é facilitar à aprendizagem, por meio do aluno em um tipo de atividade que corresponda na sala de aula à tarefa da realidade extraclasse. O essencial é que a tarefa tenha propósitos claramente definidos e que o foco esteja na atividade ou num tópico e não em um aspecto específico do sistema linguístico, ou seja, que o foco esteja mais no significado e na relevância da atividade para o aluno do que no conhecimento sistêmico envolvido. As tarefas, assim, integrando as dimensões interacional, linguística e cognitiva da aprendizagem de Língua Estrangeira, funcionam como experiências construtoras da aprendizagem (BRASIL, 1998, p.88).
Há algum tempo atrás, eram priorizadas apenas o listening e o speaking e nos dias
atuais isso foi deixado um pouco de lado, ou seja, em vez de usarem somente duas hoje são
usadas as quatro habilidades como já foi comentado sobre a importância de cada uma no
capítulo anterior. Sendo assim, esse método pode ser visto como uma ferramenta poderosa
que se utiliza bem, com conteúdos significativos e relevantes ao aluno, além de conhecimento
cultural, levará o mesmo à reflexão e ajudará na melhoria das habilidades de leitura, oral e
escrita em LI. De acordo com o PCN, a língua inglesa pode garantir que o aprendiz tenha
capacidade de envolver com os outros no discurso, as pessoas que fazem uso do
conhecimento das habilidades orais da língua estrangeira é relativamente em números muitos
pequenos.
Diante disso, pode-se afirmar a possibilidade de se explorar as histórias em quadrinhos
no ensino fundamental visando o auxílio na aprendizagem, permitindo a aplicação dos que já
estão adquiridos, promovendo formas de discussão com temas relacionados à vida e
construindo informações compartilhadas, que contribui para a formação dos alunos. O estudo
da Língua Inglesa por meio dos comics pode acontecer com maior facilidade, do mesmo
formato que acontece a língua materna, quando se utiliza uma palavra a sua estrutura
gramatical pode ser facilmente lembrada na letra de uma música ou uma história.
Para que os estudantes se interessem no hábito da leitura, é necessário que leve em
consideração o grau de aprendizagem, o vocabulário que eles já conhecem, e assuntos que os
levem a ler, com autores aprovados pela mídia. É preciso que o professor conheça as
necessidades de seus alunos para a realidade vivida por eles. Neste percurso, o objetivo do
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ensino especificamente o da língua inglesa, é proporcionar ao aluno certo domínio da
linguagem como um recurso fundamental na sua carreira de estudante e ser humano.
Para que seja possível o ensino por meio das histórias em quadrinhos dentro da sala de
aula é preciso procurar ampliar o trabalho com as práticas de habilidades necessárias para o
aprendizado. E nisso, de nada adianta saber ouvir e ler e não saber falar e escrever ou vice e
versa, é preciso procurar ampliar o máximo essas capacidades do aluno, sendo que, por meio
dessas quatro técnicas é possível acrescentar qualquer conteúdo do ensino da língua. Porém,
esse desenvolvimento precisa ser realizado de forma a modificar os recursos e estratégias para
que as aulas sejam diferentes e não se tornem cansativas.
Dessa forma, se faz necessário ressaltar que as quatro habilidades já mencionadas se
realizam de forma que os conteúdos não sejam ensinados por etapas, pois cada prática é
trabalhada dentro do texto juntas, permitindo conhecer vários conteúdos usando as HQs por
meio da oralidade e suas características, como a representação dos personagens, a linguagem
verbal e não verbal e dentre outros.
Portanto, as histórias em quadrinhos passaram a ser utilizadas em sala de aula e
ganharam um espaço no livro didático, nas revistas, nos jornais e dentre outros meios, mesmo
sendo um recurso para introduzir o conteúdo. Os quadrinhos, sem dúvida, são um material
riquíssimo de apoio didático.
Se faz necessário a conscientização da necessidade de proporcionar aos alunos novas
formas de aprendizagem, novos contatos e incentivá-los a buscar sempre adquirir mais
conhecimento, e principalmente incentivá-los a expressarem sua opinião e compreensão,
tornando-os cidadãos conscientes e críticos, capazes de lidar com qualquer situação que este
possa vir a encontrar em sua vida social e também no âmbito escolar.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O inglês na sociedade atual tornou-se uma espécie de língua franca que está inserido
em todos os meios de comunicação, a tecnologia do mundo todo, podemos observar várias
palavras estrangeiras sendo utilizadas normalmente pelas pessoas e muitas vezes elas nem
sabem que são de origem inglesa. Em virtude naturalmente do poder econômico exercido pelo
capitalismo americano sobre outros países, cada vez mais se empregam, no Brasil, termos de
procedência inglesa. São vocábulos normalmente ligados à ciência, tecnologia, ao comércio e
meios de produção industrial e cada dia mais se torna familiarizados aos brasileiros.
Diante disso, o uso das histórias em quadrinhos traz para o educando a preparação
para a leitura em que ele possa prosseguir com seu estudo da LI relacionando-a a si mesmo,
sabendo interpretar textos e aprender a língua de uma maneira diferente e dinâmica. Esse
recurso usado pelos professores de inglês propicia ao aluno a informação de diversas
histórias, engrandecendo o seu conhecimento como estudante.
Ao procurar aprender a língua inglesa por meio dos comics, o aluno irá não só
entender o que diz a história, mas também vai se conscientizar da grande diversidade que o
mundo oferece, buscando assim o grande interesse pelo hábito da leitura, adquirindo o
conhecimento de muitas culturas seja ela local ou global, possibilitando ao mesmo a
oportunidade de dividir seu conhecimento com outras pessoas.
Percebe-se que o ensino dos diversos gêneros socialmente rodeia entre nós, permitindo
ampliar sua competência linguística e discursiva dos alunos, tornando cidadãos por meio do
uso da linguagem. Esperamos ter demonstrado a importância das HQs no ensino de Língua
Inglesa, não se limitando apenas ao contexto escolar, mas principalmente fora dele, e
contribuindo para que os professores de LE percebam a necessidade de se trabalhar com essa
atividade. É importante frisar que não foram colocadas neste trabalho as HQs como único
método de ensino, mas sim como um dos muitos meios para obter uma aprendizagem
satisfatória observando a sua grande importância.
Portanto, esperamos que este trabalho possa ser importante também porque como diz
Vergueiro (2008) existem vários motivos que levam as histórias em quadrinhos a terem um
bom desempenho nas escolas, possibilitando resultados muito melhores do que aqueles que se
obteriam sem eles. Nota-se então a grande importância que os comics possuem no ato de
ensinar, pois por meio destes o aluno irá conhecer coisas novas, sabendo compará-las com a
realidade, e conhecendo o valor de estudar a língua inglesa por meio dos gêneros textuais.
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APÊNDICE
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