Upload
dodan
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANAacute
CENTRO DE CIEcircNCIAS BIOLOacuteGICAS E DA SAUacuteDE
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO STRICTO SENSU EM CONSERVACcedilAtildeO E MANEJO DE
RECURSOS NATURAIS ndash NIacuteVEL MESTRADO
VIVIANE COSTA DE MENEZES
COMPOSICcedilAtildeO E ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTOcircNICA A MONTANTE E A
JUSANTE DAS CATARTAS DO IGUACcedilU PARQUE NACIONAL DO IGUACcedilU PARANAacute
BRASIL
CASCAVEL-PR
Fevereiro2012
2
VIVIANE COSTA DE MENEZES
COMPOSICcedilAtildeO E ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTOcircNICA A MONTANTE E A
JUSANTE DAS CATARTAS DO IGUACcedilU PARQUE NACIONAL DO IGUACcedilU PARANAacute
BRASIL
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo
Stricto Sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais ndash Niacutevel Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas
e da Sauacutede da Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute
como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em
Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais
CASCAVEL-PR
Fevereiro2012
3
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO
VIVIANE COSTA DE MENEZES
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do Iguaccedilu
Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo stricto sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de
Recursos Naturais-Niacutevel de Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede da Universidade
Estadual do Oeste do Paranaacute como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em
Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais pela comissatildeo Examinadora composta pelos membros
Prof Drordf Norma Catarina Bueno
Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute (Presidente)
____________________________________
Prof Dr Pitaacutegoras Augusto Piana
Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute
____________________________________
Dra Susicley Jati
Universidade Estadual de Maringaacute
Aprovada em 16 de fevereiro de 2012
Local da defesa Sala 56 (Bloco novo)
4
Aos meus pais Joaacutes e Josilda
e aos meus amigos dedico
5
AGRADECIMENTOS
Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que
eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo
Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais
Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado
Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado
compor a banca da minha defesa
Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado
Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e
Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel
nas coletas
Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da
aacuterea de estudo
Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos
momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas
fundamentais nessa etapa da minha vida
Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e
incertezas
Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse
trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental
Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por
ser realmente um companheiro de verdade
Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu
potencial
Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa
vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer
6
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante
das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07
RESUMO07
ABSTRACT08
1 INTRODUCcedilAtildeO09
2 MATERIAL E MEacuteTODOS11
21 Aacuterea de estudo11
22 Metodologia de campo12
23 Metodologia de laboratoacuterio13
24 Tratamento estatiacutestico dos dados14
3 RESULTADOS14
31 Comunidade fitoplanctocircnica17
4 DISCUSSAtildeO29
5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34
7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39
7
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do
Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade
fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia
destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material
fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23
W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408
taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se
uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza
total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta
estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A
diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma
maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila
sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade
de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram
observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo
causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da
comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou
significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado
Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
8
Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the
Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of
phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River
investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community
Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg
35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total
of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a
large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and
density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by
the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was
classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance
showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and
Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The
heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a
longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton
community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the
composition and structure of this community in the studied environment
Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
9
1 Introduccedilatildeo
A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio
rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson
2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda
satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo
(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil
2010)
Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e
perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua
manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo
transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)
De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a
estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem
um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas
funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente
Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em
cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)
onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses
ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do
nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria
dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)
Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre
outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et
al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente
controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos
(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade
luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de
Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)
Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das
condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade
fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma
vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de
vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo
sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
2
VIVIANE COSTA DE MENEZES
COMPOSICcedilAtildeO E ESTRUTURA DA COMUNIDADE FITOPLANCTOcircNICA A MONTANTE E A
JUSANTE DAS CATARTAS DO IGUACcedilU PARQUE NACIONAL DO IGUACcedilU PARANAacute
BRASIL
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo
Stricto Sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais ndash Niacutevel Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas
e da Sauacutede da Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute
como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em
Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais
CASCAVEL-PR
Fevereiro2012
3
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO
VIVIANE COSTA DE MENEZES
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do Iguaccedilu
Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo stricto sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de
Recursos Naturais-Niacutevel de Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede da Universidade
Estadual do Oeste do Paranaacute como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em
Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais pela comissatildeo Examinadora composta pelos membros
Prof Drordf Norma Catarina Bueno
Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute (Presidente)
____________________________________
Prof Dr Pitaacutegoras Augusto Piana
Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute
____________________________________
Dra Susicley Jati
Universidade Estadual de Maringaacute
Aprovada em 16 de fevereiro de 2012
Local da defesa Sala 56 (Bloco novo)
4
Aos meus pais Joaacutes e Josilda
e aos meus amigos dedico
5
AGRADECIMENTOS
Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que
eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo
Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais
Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado
Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado
compor a banca da minha defesa
Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado
Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e
Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel
nas coletas
Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da
aacuterea de estudo
Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos
momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas
fundamentais nessa etapa da minha vida
Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e
incertezas
Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse
trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental
Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por
ser realmente um companheiro de verdade
Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu
potencial
Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa
vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer
6
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante
das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07
RESUMO07
ABSTRACT08
1 INTRODUCcedilAtildeO09
2 MATERIAL E MEacuteTODOS11
21 Aacuterea de estudo11
22 Metodologia de campo12
23 Metodologia de laboratoacuterio13
24 Tratamento estatiacutestico dos dados14
3 RESULTADOS14
31 Comunidade fitoplanctocircnica17
4 DISCUSSAtildeO29
5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34
7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39
7
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do
Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade
fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia
destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material
fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23
W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408
taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se
uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza
total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta
estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A
diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma
maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila
sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade
de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram
observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo
causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da
comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou
significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado
Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
8
Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the
Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of
phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River
investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community
Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg
35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total
of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a
large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and
density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by
the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was
classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance
showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and
Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The
heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a
longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton
community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the
composition and structure of this community in the studied environment
Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
9
1 Introduccedilatildeo
A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio
rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson
2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda
satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo
(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil
2010)
Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e
perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua
manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo
transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)
De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a
estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem
um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas
funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente
Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em
cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)
onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses
ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do
nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria
dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)
Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre
outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et
al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente
controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos
(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade
luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de
Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)
Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das
condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade
fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma
vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de
vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo
sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
3
FOLHA DE APROVACcedilAtildeO
VIVIANE COSTA DE MENEZES
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do Iguaccedilu
Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo stricto sensu em Conservaccedilatildeo e Manejo de
Recursos Naturais-Niacutevel de Mestrado do Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede da Universidade
Estadual do Oeste do Paranaacute como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em
Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais pela comissatildeo Examinadora composta pelos membros
Prof Drordf Norma Catarina Bueno
Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute (Presidente)
____________________________________
Prof Dr Pitaacutegoras Augusto Piana
Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute
____________________________________
Dra Susicley Jati
Universidade Estadual de Maringaacute
Aprovada em 16 de fevereiro de 2012
Local da defesa Sala 56 (Bloco novo)
4
Aos meus pais Joaacutes e Josilda
e aos meus amigos dedico
5
AGRADECIMENTOS
Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que
eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo
Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais
Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado
Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado
compor a banca da minha defesa
Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado
Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e
Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel
nas coletas
Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da
aacuterea de estudo
Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos
momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas
fundamentais nessa etapa da minha vida
Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e
incertezas
Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse
trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental
Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por
ser realmente um companheiro de verdade
Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu
potencial
Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa
vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer
6
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante
das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07
RESUMO07
ABSTRACT08
1 INTRODUCcedilAtildeO09
2 MATERIAL E MEacuteTODOS11
21 Aacuterea de estudo11
22 Metodologia de campo12
23 Metodologia de laboratoacuterio13
24 Tratamento estatiacutestico dos dados14
3 RESULTADOS14
31 Comunidade fitoplanctocircnica17
4 DISCUSSAtildeO29
5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34
7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39
7
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do
Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade
fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia
destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material
fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23
W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408
taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se
uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza
total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta
estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A
diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma
maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila
sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade
de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram
observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo
causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da
comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou
significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado
Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
8
Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the
Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of
phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River
investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community
Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg
35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total
of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a
large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and
density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by
the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was
classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance
showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and
Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The
heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a
longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton
community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the
composition and structure of this community in the studied environment
Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
9
1 Introduccedilatildeo
A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio
rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson
2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda
satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo
(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil
2010)
Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e
perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua
manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo
transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)
De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a
estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem
um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas
funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente
Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em
cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)
onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses
ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do
nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria
dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)
Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre
outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et
al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente
controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos
(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade
luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de
Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)
Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das
condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade
fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma
vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de
vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo
sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
4
Aos meus pais Joaacutes e Josilda
e aos meus amigos dedico
5
AGRADECIMENTOS
Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que
eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo
Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais
Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado
Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado
compor a banca da minha defesa
Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado
Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e
Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel
nas coletas
Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da
aacuterea de estudo
Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos
momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas
fundamentais nessa etapa da minha vida
Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e
incertezas
Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse
trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental
Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por
ser realmente um companheiro de verdade
Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu
potencial
Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa
vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer
6
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante
das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07
RESUMO07
ABSTRACT08
1 INTRODUCcedilAtildeO09
2 MATERIAL E MEacuteTODOS11
21 Aacuterea de estudo11
22 Metodologia de campo12
23 Metodologia de laboratoacuterio13
24 Tratamento estatiacutestico dos dados14
3 RESULTADOS14
31 Comunidade fitoplanctocircnica17
4 DISCUSSAtildeO29
5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34
7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39
7
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do
Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade
fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia
destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material
fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23
W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408
taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se
uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza
total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta
estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A
diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma
maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila
sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade
de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram
observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo
causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da
comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou
significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado
Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
8
Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the
Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of
phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River
investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community
Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg
35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total
of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a
large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and
density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by
the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was
classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance
showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and
Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The
heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a
longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton
community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the
composition and structure of this community in the studied environment
Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
9
1 Introduccedilatildeo
A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio
rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson
2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda
satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo
(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil
2010)
Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e
perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua
manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo
transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)
De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a
estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem
um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas
funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente
Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em
cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)
onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses
ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do
nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria
dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)
Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre
outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et
al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente
controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos
(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade
luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de
Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)
Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das
condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade
fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma
vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de
vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo
sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
5
AGRADECIMENTOS
Agrave minha orientadora Drordf Norma Catarina Bueno por todo tempo de dedicaccedilatildeo e apoio para que
eu alcanccedilasse mais essa etapa na minha formaccedilatildeo
Ao programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos Naturais
Agrave CAPES pela concessatildeo da bolsa de mestrado
Ao Dr Pitaacutegoras Augusto Piana (Unioeste - Toledo) e Drordf Susicley Jati (UEM) por terem aceitado
compor a banca da minha defesa
Ao professor Bartolomeu Tavares pelos momentos de descontraccedilatildeo e aprendizado
Ao laboratoacuterio do programa aquaIguaccedilu (PNI) na pessoa de Fernanda de Almeida Gurski e
Yolanda Oliveira pelas anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas das amostras de aacutegua e pelo apoio imprescindiacutevel
nas coletas
Agrave equipe de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu por ter disponibilizado o mapa da
aacuterea de estudo
Agraves minhas amigas Elaine Margaret Wiviany Irauza Thamis e Thaiacutes pela companhia apoio nos
momentos difiacuteceis pelas palavras de incentivo momentos de descontraccedilatildeo Vocecircs foram peccedilas
fundamentais nessa etapa da minha vida
Agrave Jascieli que mesmo estando longe me ajudou me acalmando nos momentos de preocupaccedilotildees e
incertezas
Agrave Drordf Luzia Cleide Rodrigues (UEM) pela paciecircncia e imensa ajuda oferecida para que esse
trabalho pudesse ser realizado da melhor maneira possiacutevel Seu apoio foi fundamental
Ao Douglas pela paciecircncia amor por sempre estar presente me ouvindo me incentivando por
ser realmente um companheiro de verdade
Aos meus pais por todo apoio por sempre acreditarem agraves vezes mais do que eu mesma no meu
potencial
Agrave Deus pelo cuidado com a minha vida me capacitando para que eu pudesse alcanccedilar mais essa
vitoacuteria Obrigada Senhor Sem Ti nada posso fazer
6
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante
das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07
RESUMO07
ABSTRACT08
1 INTRODUCcedilAtildeO09
2 MATERIAL E MEacuteTODOS11
21 Aacuterea de estudo11
22 Metodologia de campo12
23 Metodologia de laboratoacuterio13
24 Tratamento estatiacutestico dos dados14
3 RESULTADOS14
31 Comunidade fitoplanctocircnica17
4 DISCUSSAtildeO29
5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34
7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39
7
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do
Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade
fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia
destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material
fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23
W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408
taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se
uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza
total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta
estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A
diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma
maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila
sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade
de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram
observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo
causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da
comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou
significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado
Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
8
Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the
Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of
phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River
investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community
Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg
35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total
of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a
large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and
density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by
the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was
classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance
showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and
Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The
heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a
longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton
community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the
composition and structure of this community in the studied environment
Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
9
1 Introduccedilatildeo
A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio
rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson
2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda
satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo
(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil
2010)
Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e
perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua
manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo
transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)
De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a
estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem
um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas
funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente
Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em
cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)
onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses
ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do
nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria
dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)
Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre
outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et
al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente
controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos
(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade
luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de
Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)
Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das
condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade
fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma
vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de
vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo
sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
6
SUMAacuteRIO
CAPIacuteTULO 1 Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante
das Catartas do Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil07
RESUMO07
ABSTRACT08
1 INTRODUCcedilAtildeO09
2 MATERIAL E MEacuteTODOS11
21 Aacuterea de estudo11
22 Metodologia de campo12
23 Metodologia de laboratoacuterio13
24 Tratamento estatiacutestico dos dados14
3 RESULTADOS14
31 Comunidade fitoplanctocircnica17
4 DISCUSSAtildeO29
5 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS33
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS34
7 ANEXO (Normas Brazilian Journal of Biology)39
7
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do
Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade
fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia
destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material
fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23
W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408
taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se
uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza
total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta
estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A
diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma
maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila
sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade
de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram
observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo
causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da
comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou
significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado
Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
8
Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the
Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of
phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River
investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community
Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg
35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total
of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a
large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and
density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by
the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was
classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance
showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and
Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The
heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a
longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton
community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the
composition and structure of this community in the studied environment
Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
9
1 Introduccedilatildeo
A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio
rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson
2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda
satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo
(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil
2010)
Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e
perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua
manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo
transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)
De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a
estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem
um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas
funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente
Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em
cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)
onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses
ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do
nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria
dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)
Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre
outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et
al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente
controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos
(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade
luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de
Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)
Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das
condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade
fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma
vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de
vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo
sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
7
Composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Catartas do
Iguaccedilu Parque Nacional do Iguaccedilu Paranaacute Brasil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
RESUMO - Este trabalho objetivou analisar a variaccedilatildeo da composiccedilatildeo e estrutura da comunidade
fitoplanctocircnica a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu rio Iguaccedilu observando a influecircncia
destas quedas drsquoaacutegua e das variaacuteveis ambientais sobre esta comunidade As coletas do material
fitoplanctocircnico foram realizadas em duas estaccedilotildees de amostragem no rio Iguaccedilu (25deg 35 S 54deg 23
W e 25deg 38 S 54deg 27 W) entre maio de 2010 e maio de 2011 (exceto novembro) Um total de 408
taacutexons foram identificados sendo Bacillariophyceae o grupo melhor representado Observou-se
uma grande diferenciaccedilatildeo na composiccedilatildeo do fitoplacircncton entre as estaccedilotildees amostradas A riqueza
total e densidade dos grupos fitoplanctocircnicos foram muito baixas em ambos os locais de coleta
estando representadas pelas classes Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria A
diversidade de Shannon foi classificada como muito baixa agrave meacutedia A equitabilidade de uma
maneira geral foi alta A Anaacutelise Multivariada de Variacircncia mostrou que natildeo houve diferenccedila
sazonal nem espacial significativa para densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade
de Shannon No entanto quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente diferenccedilas sazonais significativas foram
observadas A heterogeneidade das caracteriacutesticas do rio Iguaccedilu entre os locais amostrados natildeo
causaram uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que diz respeito aos atributos da
comunidade fitoplanctocircnica enquanto que a variaccedilatildeo sazonal das condiccedilotildees climaacuteticas influenciou
significativamente a composiccedilatildeo e estrutura dessa comunidade no ambiente estudado
Palavras-chave Ecossistema loacutetico potamoplacircncton rio Iguaccedilu
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
8
Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the
Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of
phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River
investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community
Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg
35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total
of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a
large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and
density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by
the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was
classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance
showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and
Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The
heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a
longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton
community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the
composition and structure of this community in the studied environment
Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
9
1 Introduccedilatildeo
A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio
rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson
2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda
satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo
(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil
2010)
Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e
perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua
manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo
transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)
De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a
estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem
um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas
funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente
Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em
cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)
onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses
ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do
nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria
dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)
Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre
outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et
al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente
controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos
(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade
luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de
Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)
Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das
condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade
fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma
vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de
vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo
sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
8
Composition and structure of phytoplankton community upstream and downstream of the
Iguaccedilu Falls Iguaccedilu National Park Paranaacute Brazil
Viviane Costa de Menezes 1 amp Norma Catarina Bueno
1
ABSTRACT - This work aimed to analyze the composition variation and structure of
phytoplankton community upstream and downstream of the Iguaccedilu Falls Iguaccedilu River
investigating the influence of these waterfalls and environmental variables on this community
Samples of phytoplankton material were carried out in two sampling stations in Iguaccedilu River (25deg
35 S 54deg 23 W e 25deg 38 S 54deg 27 W) from May 2010 to May 2011 (except November) A total
of 408 taxa were identified and Bacillariophyceae was the best represented group There was a
large difference in phytoplankton composition between the sampled stations The total richness and
density of phytoplankton groups were very low in both collection sites and it was represented by
the classes Bacillariophyceae Chlorophyceae and Cyanobacteria The Shannon diversity was
classified as very low The equitability in general was high The Multivariate Analysis of Variance
showed no significant spatial or seasonal difference for total density total richness equitability and
Shannon diversity However when measured densities and richness classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separately significant seasonal differences were observed The
heterogeneity of the characteristics of the Iguaccedilu River between the sampling sites did not cause a
longitudinal compartmentalization of the river regarding to the attributes of the phytoplankton
community while the seasonal variation of weather conditions influenced in a significant way the
composition and structure of this community in the studied environment
Keywords Lotic ecosystem potamoplankton Iguaccedilu River
1 Universidade Estadual do Oeste do Paranaacute Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Conservaccedilatildeo e Manejo de Recursos
Naturais Rua Universitaacuteria 2019 Jardim Universitaacuterio 85819110 Cascavel Paranaacute Brasil
e-mail viviane_cmbiohotmailcom ncbuenounioestebr
9
1 Introduccedilatildeo
A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio
rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson
2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda
satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo
(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil
2010)
Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e
perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua
manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo
transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)
De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a
estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem
um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas
funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente
Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em
cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)
onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses
ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do
nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria
dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)
Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre
outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et
al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente
controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos
(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade
luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de
Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)
Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das
condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade
fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma
vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de
vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo
sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
9
1 Introduccedilatildeo
A compreensatildeo da dinacircmica e ecologia das comunidades bioloacutegicas bem como do proacuteprio
rio eacute de grande relevacircncia para o manejo e a preservaccedilatildeo de toda a biota aquaacutetica (Stevenson
2009) entretanto estudos no Brasil acerca dos ambientes loacuteticos e suas comunidades bioacuteticas ainda
satildeo escassos considerando que o paiacutes compreende uma das maiores redes fluviais do mundo
(Borges et al 2003 Brassac e Ludwig 2006 Soares et al 2007 Bortolini et al 2010a b Brasil
2010)
Ecossistemas loacuteticos constituem-se habitats que estatildeo sujeitos a constantes mudanccedilas e
perturbaccedilotildees e nestes ambientes apesar de ser possiacutevel o desenvolvimento das algas a sua
manutenccedilatildeo torna-se limitada agrave curtos periacuteodos de tempo pois estatildeo continuamente sendo
transportadas agrave jusante (Reynolds 1988 Descy 1993 Rodrigues et al 2007)
De acordo com a Teoria do Rio Contiacutenuo - RCC (Vannote et al 1980) que descreve a
estrutura e funcionamento das comunidades aquaacuteticas ao longo de um rio sistemas loacuteticos possuem
um gradiente contiacutenuo de condiccedilotildees fiacutesicas desde a nascente ateacute a foz estando as caracteriacutesticas
funcionais e estruturais dos organismos adaptadas a esta continuidade das condiccedilotildees do ambiente
Entretanto em rios controlados ou seja que apresentam uma seacuterie de reservatoacuterios em
cascata como o rio Iguaccedilu haacute uma descaracterizaccedilatildeo da teoria postulada por Vannote et al (1980)
onde o que pode ser observado eacute uma descontinuidade das caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas desses
ecossitemas aquaacuteticos cuja intensidade das modificaccedilotildees ocasionadas dependeraacute da localizaccedilatildeo do
nuacutemero em seacuterie e da operaccedilatildeo das barragens como discutido por Barbosa et al (1999) na Teoria
dos Reservatoacuterios em Cascata ndash The Cascading Reservoir Continnum Concept (CRCC)
Para o monitoramento das comunidades algais nos ecossistemas loacuteticos analisa-se dentre
outros fatores a composiccedilatildeo especiacutefica riqueza diversidade e densidade dos organismos (Borics et
al 2007) A composiccedilatildeo e densidade do fitoplacircncton em ambientes turbulentos satildeo principalmente
controladas por mecanismos hidroloacutegicos (vazatildeo tempo de retenccedilatildeo da aacutegua) quiacutemicos
(concentraccedilatildeo de nutrientes pH condutividade eleacutetrica) fiacutesicos (temperatura intensidade
luminosa) e bioloacutegicos (competiccedilatildeo herbivoria) (Ha et al 2002 Borges et al 2003 Zalocar de
Domitrovic et al 2007 Borics et al 2007 Salmaso e Zignin 2010)
Diversos trabalhos realizados em rios tropicais e subtropicais denotam a influecircncia das
condiccedilotildees climaacuteticas (pluviosidade e temperatura) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade
fitoplanctocircnica (Bovo-Scomparin e Train 2008 Rodrigues et al 2009 Nogueira et al 2010) uma
vez que a variaccedilatildeo sazonal dos iacutendices pluviomeacutetricos e o consequente aumento dos niacuteveis de
vazatildeo bem como as variaccedilotildees na temperatura atuam diretamente sobre os padrotildees de distribuiccedilatildeo
sazonal do fitoplacircncton (Soares et al 2007)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
10
Mudanccedilas no regime de vazatildeo dos rios possuem implicaccedilotildees diretas sobre a biodiversidade
(Zohary et al 2010) Frequentemente a densidade potamoplanctocircnica eacute inversamente proporcional
agrave vazatildeo do rio devido agrave diluiccedilatildeo e agraves mudanccedilas fiacutesicas causadas pelo intenso fluxo que altera
dentre outros fatores a velocidade e a turbulecircncia dos rios (Zalocar de Domitrovic et al 2007) As
taxas de crescimento das populaccedilotildees fitoplanctocircnicas soacute atingem um niacutevel significativo quando se
sobrepotildeem agrave taxa de diluiccedilatildeo dos ecossistemas loacuteticos (Descy 1993)
A comunidade fitoplanctocircnica eacute constituiacuteda por uma grande variedade de algas que se
caracterizam por possuir diferentes formas e estrateacutegias de desenvolvimento que as auxiliam na
maximizaccedilatildeo de sua produtividade (Chellappa et al 2009) apresentando tambeacutem adaptaccedilotildees
morfoloacutegicas e comportamentais tais como tamanho reduzido mobilidade e elevada taxa de
crescimento (Wetzel 1993 Buzzi 2002 Salmaso e Zignin 2010)
O potamoplacircncton como eacute denominado o fitoplacircncton de rios (Margalef 1983 Reynolds
1988 Reynolds e Descy 1996) eacute composto principalmente por formas algais capazes de sobreviver
agraves diversas forccedilas seletivas atuantes nesses ecossistemas (Margalef 1983 Zalocar de Domitrovic et
al 2007) e se caracteriza por ter em sua composiccedilatildeo uma contribuiccedilatildeo relativamente grande de
espeacutecies raras (Rodrigues et al 2009) Dentre os grupos de algas formadores da comunidade
potamoplanctocircnica destacam-se as diatomaacuteceas ndash Bacillariophyta as algas verdes ndash Chlorophyta
principalmente da ordem Chlorococcales e as Cyanobacteria (Descy 1993 Wehr e Descy 1998
Stevenson 2009 Esteves e Suzuki 2011)
Estudos acerca do potamoplacircncton satildeo de grande relevacircncia para a manutenccedilatildeo de
ecossistemas aquaacuteticos isso porque a dinacircmica e ecologia dessas espeacutecies influenciam outras
comunidades algais e por sua vez acabam sendo influenciadas pelas caracteriacutesticas limnoloacutegicas da
aacutegua intensidade luminosa e pelo clima Satildeo capazes de indicar diferentes tipos de impactos
antroacutepicos aleacutem de desempenhar importante papel nos ciclos biogeoquiacutemicos atuando dessa
forma como ferramentas bastante uacuteteis de indicaccedilatildeo bioloacutegica de qualidade da aacutegua (Margalef
1983 Buzzi 2002 Reynolds 2006 Borics et al 2007 Bicudo 2009 Stevenson 2009)
Diante disso o objetivo do presente estudo foi analisar a variaccedilatildeo espacial e sazonal da
estrutura e composiccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica em duas estaccedilotildees de amostragem no trecho
final do rio Iguaccedilu (Baixo Iguaccedilu) ndash antes e apoacutes as Cataratas do Iguaccedilu observando a influecircncia
dessas quedas drsquoaacutegua sobre esta comunidade a fim de contribuir para o conhecimento da ecologia e
biodiversidade deste rio subtropical
Tem-se como hipoacutetese que as diferenccedilas na profundidade distacircncia entre as margens e
velocidade de correnteza do rio Iguaccedilu antes e apoacutes as quedas (variaccedilatildeo espacial) atuam
diretamente na composiccedilatildeo e estrutura da comunidade fitoplanctocircnica diminuindo os atributos
diversidade equitabilidade riqueza total e densidade total registrados a jusante onde a turbulecircncia
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
11
profundidade e velocidade de correnteza do rio satildeo maiores Aleacutem disso a variaccedilatildeo sazonal da
temperatura da aacutegua e dos niacuteveis pluviomeacutetricos tambeacutem atuaraacute como fator estruturador da
comunidade fitoplacircnctonica deste ecossistema
2 Material e Meacutetodos
21 Aacuterea de estudo
A Bacia Hidrograacutefica do Iguaccedilu com uma aacuterea de drenagem total de aproximadamene
70000 km2 apresenta-se subdivida em Alto Iguaccedilu e Ribeira Meacutedio Iguaccedilu e Baixo Iguaccedilu
(Sema 2010) O rio Iguaccedilu canal principal desta Bacia eacute o maior rio completamente situado dentro
do estado do Paranaacute encontrando-se na sub-bacia do Baixo Iguaccedilu o trecho amostrado para o
presente estudo
O rio Iguaccedilu eacute um dos rios mais importantes para geraccedilatildeo de energia eleacutetrica no Brasil com
cinco grandes reservatoacuterios em cascata (Foz do Areia Segredo Salto Santiago Salto Osoacuterio e Salto
Caxias) que produzem em meacutedia 6550 MW (Silva et al 2005 Perbiche-Neves et al 2011)
Possui cerca de 1300 km de extensatildeo (Sema 2010) e em seu trecho final (Baixo Iguaccedilu) encontra-
se o Parque Nacional do Igauccedilu (PNI) Foz do Iguaccedilu Paranaacute onde se formam as Cataratas do
Iguaccedilu
No trecho que antecede as Cataratas este rio atinge 1 200 m de largura estreitando-se ateacute
65 a 100 m proacuteximo a formaccedilatildeo do cacircnion (IAP 2010 Maack 2002) As margens do rio Iguaccedilu no
trecho a montante das quedas (estaccedilatildeo 1) nos limites do PNI satildeo caracterizadas pela presenccedila de
vegetaccedilatildeo nativa Floresta Estacional Semidecidual jaacute a jusante (estaccedilatildeo 2) suas margens satildeo
caracterizadas por paredotildees rochosos (lado argentino) e pela vegetaccedilatildeo nativa no lado brasileiro
(Figura 1)
Abaixo uma caracterizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem no Baixo rio Iguaccedilu
1 Estaccedilatildeo 1 (25deg 35 S 54deg 23 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 090 a 462 metros e sua velocidade meacutedia eacute de 04 ms-1
2 Estaccedilatildeo 2 (25deg 38 S 54deg 27 W) neste trecho a profundidade meacutedia do Baixo
Iguaccedilu varia de 890 a 2640 metros e a velocidade meacutedia eacute de 68 ms-1
A vazatildeo meacutedia do trecho estudado do rio Iguaccedilu para o periacuteodo estudado em 2010 (maio-
dezembro) foi de 2071 4 m3s
-1 (mediccedilatildeo Hotel Cataratas ndash montante das Cataratas do Iguaccedilu) e
26214 m3s
-1 (mediccedilatildeo Salto Cataratas ndash jusante das Cataratas do Iguaccedilu) Jaacute para no periacuteodo
amostrado em 2011 (janeiro-maio) as vazotildees meacutedias registradas a montante e a jusante das quedas
foi de respectivamente 19943 e 2023 8 m3s
-1 (Itaipu Binacional Instituto das Aacuteguas do Paranaacute)
A temperatura no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu onde se localiza o trecho estudado do rio
varia em torno de 3 ˚C a 40 ˚C sendo a meacutedia de aproximadamente 26 ˚C O clima em geral eacute
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
12
subtropical uacutemido mesoteacutermico sem estaccedilotildees secas definidas sendo a pluviosidade meacutedia anual de
cerca de 1600 mm (Salamuni et al 2002 Guimaratildees et al 2003) Com a chegada do outono
(maio-junho) haacute um aumento na variabilidade das chuvas no estado estando nas regiotildees oeste e
sudoeste os maiores iacutendices pluviomeacutetricos se comparados ao norte paranaense (Simepar 2011)
A vegetaccedilatildeo da aacuterea de estudo eacute caracterizada pela Floresta Estacional Semidecidual sendo
tambeacutem registrados fragmentos tiacutepicos das matas de araucaacuterias savanas e banhados (Parque
Nacional do Iguaccedilu 2002 Guimaratildees et al 2003)
Figura 1 Mapa e localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de amostragem a montante (Estaccedilatildeo 1) e a jusante (Estaccedilatildeo 2) das Cataratas
do Iguaccedilu Baixo rio Iguaccedilu PNI
Fonte Setor de Geoprocessamento do Parque Nacional do Iguaccedilu
22 Metodologia de campo
As coletas de aacutegua para a anaacutelise das variaacuteveis limnoloacutegicas e do material fitoplanctocircnico
foram realizadas mensalmente de maio de 2010 a maio de 2011 (exceto novembro ndash renovaccedilatildeo da
licenccedila ICMBio) no rio Iguaccedilu (PNI Foz do Iguaccedilu Paranaacute) As aacutereas amostradas localizam-se a
montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu sendo respectivamente
acessadas atraveacutes das trilhas das Bananeiras e do Macuco Safari
Para o estudo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram obtidas amostras agrave
subsuperfiacutecie (20 cm de profundidade) as quais foram acondicionadas em frascos de polietileno
com capacidade de 350 mL e fixadas com soluccedilatildeo de lugol aceacutetico 1 Suplementarmente foram
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
13
coletadas amostras com auxiacutelio da rede de placircncton de 25 m de abertura de malha atraveacutes de
arrasto horizontal na superfiacutecie da coluna drsquoaacutegua com o objetivo de concentrar o material e auxiliar
no estudo taxonocircmico As amostras do fitoplacircncton de rede foram acondicionadas em frascos de
polietileno de 350 mL e preservadas em soluccedilatildeo Transeau na proporccedilatildeo 11 de acordo com Bicudo
e Menezes (2006)
23 Metodologia de laboratoacuterio
O estudo qualitativo do fitoplacircncton foi realizado em microscoacutepio oacuteptico binocular modelo
Olympus CBA acoplado agrave cacircmara clara com ocular micrometrada e a morfometria dos taacutexons em
aumento de 400 e 1000X O enquadramento sistemaacutetico dos taacutexons em Classes seguiu Komaacuterek e
Anagnostidis (1989) para as Cyanobacteria e Bicudo e Menezes (2006) para os demais grupos
Todas as amostras encotram-se depositadas no herbaacuterio da Universidade Estadual do Oeste do
Paranaacute ndash UNOP campus Cascavel
A contagem do fitoplacircncton seguiu a metodologia descrita por Utermoumlhl (1958) As
amostras foram analisadas em microscoacutepio invertido modelo Olympus CK2 O volume
sedimentado foi definido de acordo com a concentraccedilatildeo de algas eou detritos presentes na amostra
sendo o tempo de sedimentaccedilatildeo equivalente agrave altura da cacircmara utilizada (Margalef 1983) A
contagem foi realizada aleatoriamente por campos ateacute a obtenccedilatildeo de 100 campos O caacutelculo da
densidade fitoplanctocircnica foi realizado de acordo com a American Public Health Association -
APHA (1995) Os indiviacuteduos foram contados na forma em que ocorrem na natureza ceacutelulas
colocircnias cenoacutebios ou filamentos Os resultados foram expressos em indiviacuteduos por mililitros
(indmL-1
)
Para a compreensatildeo da estrutura da comunidade fitoplanctocircnica foram considerados os
atributos riqueza de espeacutecies (nuacutemero de taacutexons por amostra quantitativa) densidade (indmL -1
)
diversidade (bitsind-1
) e equitabilidade (E)
Os dados de precipitaccedilatildeo (mm) do municiacutepio de Foz do Iguaccedilu foram fornecidos pelo
Instituto Meteoroloacutegico do Paranaacute (SimeparCuritiba) e os dados de vazatildeo do rio Iguaccedilu pela Itaipu
Binacional e Instituto das Aacuteguas do Paranaacute
O oxigecircnio dissolvido ndash OD (mgL -1
) e temperatura da aacutegua ndash T aacutegua (ordmC) foram obtidos in
situ com auxiacutelio de oxiacutemetro microprocessado modelo AT 150 e termocircmetro digital
respectivamente As medidas de pH foram obtidas com o pHmetro ATndash300 a condutividade
eleacutetrica ndash Cond (microScm-1
) com condutiviacutemetro manual modelo AT-230 transparecircncia da coluna
drsquoaacutegua ndash Transp (m) por meio do disco de Secchi e as concentraccedilotildees de amocircnio ndash NH4+ (μgL
-1)
nitrogecircnio total ndash NT (μgL -1
) nitrato ndash NO3macr (μgL
-1) fosfato ndash PO4
-3 (μgL
-1) e turbidez (NTU)
foram fornecidos pelo laboratoacuterio do Programa aquaIguaccedilu ndash PNI
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
14
24 Tratamento estatiacutestico dos dados
As variaacuteveis abioacuteticas foram sintetizadas utilizando-se uma Anaacutelise de Componentes
Principais (PCA) sendo os eixos significativos selecionados de acordo com o criteacuterio de Broken
Stick (Jackson 1993) O mecircs de maio de 2010 foi retirado desta anaacutelise por tratar-se de uma
condiccedilatildeo excepcional ocasionada pela elevada pluviosidade nas cabeceiras do rio Iguaccedilu que
resultou em um valor extremamente elevado para as formas nitrogenadas em relaccedilatildeo aos demais
meses de coleta Os eixos retidos da PCA foram plotados em relaccedilatildeo aos niacuteveis de pluviosidade
registrados para o municiacutepio de Foz do Iguaccedilu Paranaacute e tambeacutem em relaccedilatildeo aacutes estaccedilotildees de
amostragem ndash montante (estaccedilatildeo 1) e jusante (estaccedilatildeo 2)
As relaccedilotildees entre as variaacuteveis abioacuteticas (selecionadas a partir dos eixos significativos da
PCA) e variaacuteveis bioacuteticas (densidade riqueza diversidade e equitabilidade dos grupos
fitoplanctocircnicos) foram estudadas usando a anaacutelise de Correlaccedilatildeo de Spearman Os atributos da
comunidade (densidade total riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) foram
submetidos agrave Anaacutelise Multivariada de Variacircncia ndash MANOVA seguida de uma Anaacutelise de
Variacircncia Unifatorial ndash ANOVA para os efeitos principais significativos em relaccedilatildeo aos locais e
periacuteodos todas ao niacutevel de significacircncia de 5 O mesmo procedimento foi adotado para avaliar as
diferenccedilas significativas das densidades e riquezas por classes (Bacillariophyceae Chlorophyceae
Cyanobacteria) entre os locais e periacuteodos de amostragem
Segundo Scheiner e Gurevitch (1993) a MANOVA tem a vantagem de controlar o aumento
que ocorre na chance de erro tipo I (p-valor) ao realizar-se mais de uma ANOVA para as variaacuteveis
dependentes advindas de um mesmo conjunto de dados
O iacutendice de diversidade especiacutefica (Hacute) ndash Iacutendice de Shannon ndash da comunidade
fitoplanctocircnica foi estimado segundo Shannon e Wiener (Shannon e Weaver 1963) e a
equitabilidade como uma medida de quatildeo homogeneamente a densidade estaacute distribuiacuteda entre as
espeacutecies segundo Pielou (1966)
Para estimar a diversidade especiacutefica e equitabilidade e realizar a PCA foi utilizado o
programa estatiacutestico PC-ORD versatildeo 40 (McCune e Mefford 1999) As anaacutelises de correlaccedilatildeo de
Spearman MANOVA e ANOVA foram realizadas utilizando o programa Statistica versatildeo 71
(Statsoft 2005)
3 Resultados
Foram observados altos valores de precipitaccedilatildeo da primavera ao iniacutecio do veratildeo setembro a
dezembro de 2010 e baixos valores no inverno periacuteodo de seca (Figura 2) Em relaccedilatildeo aos valores
meacutedios mensais de vazatildeo do Baixo Iguaccedilu nas estaccedilotildees 1 (montante) e 2 (jusante) observa-se que
apesar da alta variabilidade sazonal relacionada aos iacutendices pluviomeacutetricos que implica na
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
15
operaccedilatildeo das barragens dos reservatoacuterios em cascata situados agrave montante houve pouca
variabilidade espacial Diferenccedilas significativas foram verificadas entre os meses de agosto de 2010
e janeiro de 2011 final do periacuteodo seco e iniacutecio do periacuteodo chuvoso (Figura 3) Quanto agrave
temperatura do ar os valores miacutenimos foram registrados no inverno nos meses de junho e agosto
de 2010 e os valores maacuteximos entre janeiro e marccedilo de 2011 no veratildeo periacuteodo chuvoso m
ai10
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jn11
fev
mar
abr
0
10
20
30
40
50
60
70
Pre
cipit
accedilatildeo
(m
m)
Figura 2 Valores diaacuterios de pluviosidade registrados no municiacutepio de Foz do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a
abril de 2011 dias de amostragem (setas)
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
out
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Vaz
atildeo (
m3 s-1
)
Montante Jusante
Figura 3 Valores meacutedios mensais de vazatildeo do rio Iguaccedilu a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Na maioria dos meses amostrados os valores de pH estiveram proacuteximos a neutralidade em
ambas as estaccedilotildees de coleta atingindo caracteriacutesticas alcalinas no periacuteodo seco (inverno) e valores
proacuteximos agrave acidez no periacuteodo chuvoso (veratildeo) Os maiores valores de OD em todo o periacuteodo
estudado foram registrados na estaccedilatildeo 2 (jusante) onde o fluxo de correnteza do rio Iguaccedilu eacute maior
jaacute os maiores valores de turbidez foram observados no veratildeo quando o volume de chuvas foi maior
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
16
e os menores valores em maio de 2011 mecircs cuja vazatildeo foi uma das menores de todo o periacuteodo
amostrado (Tabela 1)
Para o NH4+ os menores valores foram registrados nos meses com baixos iacutendices
pluviomeacutetricos sendo os maiores valores deste nutriente observados em meses cujos niacuteveis de
precipitaccedilatildeo e a vazatildeo do rio Iguaccedilu foram elevados Os maiores valores tanto de NT quanto de
NO3macr
foram registrados no periacuteodo de maior vazatildeo (maio2010) na estaccedilatildeo a montante das Cataratas
do Iguaccedilu (estaccedilatildeo 1) enquanto que os valores de PO4-3
apresentaram o maior coeficiente de
variaccedilatildeo na estaccedilatildeo 2 As demais variaacuteveis apresentaram baixa variaccedilatildeo espacial (Tabela 1)
Tabela 1 Valores de temperatura da aacutegua- T aacutegua (ordmC) oxigecircnio dissolvido- OD (mgL -1
) pH
condutividade eleacutetrica - Condut (microScm-1
) transparecircncia da coluna drsquoaacutegua- Transp (m) turbidez-
Turb (NTU) NH4+ (μgL
-1) NT (μgL
-1) NO3
macr (μgL
-1) PO4
-3 (μgL
-1) profundidade- Prof (m)
e coeficiente de variaccedilatildeo (CV) a montante (estaccedilatildeo 1) e a jusante (estaccedilatildeo 2) das quedas para o
periacuteodo de coleta
Mecircs T aacutegua OD pH Condut Transp Turb NH4+ NT NO
-3 PO4
-3 Prof
Estaccedilatildeo 1
Mai10 203 72 73 432 05 19 32414 94500 67700 11 27
Jun 196 88 82 403 13 33 121 16600 16400 301 19
Julh 187 85 72 403 14 80 121 17000 16800 1201 16
Ago 172 103 92 379 16 28 83 7000 5400 148 16
Set 224 83 87 328 21 20 13 2520 9533 165 14
Out 205 82 74 352 16 31 704 1400 10033 48 17
Dez 253 81 71 386 16 27 08 3640 8200 65 16
Jan11 254 43 72 391 13 76 275 1680 10533 73 14
Fev 254 43 69 407 11 261 18 1960 10533 140 23
Mar 255 78 68 385 28 73 64 560 700 107 16
Abr 23 72 61 446 09 203 405 4480 2533 157 17
Mai 193 90 73 358 20 21 373 3360 1000 165 20
CV () 137 231 114 85 404 959 3214 2040 1350 1438 243
Estaccedilatildeo 2
Mai10 203 124 76 436 05 19 1457 3080 178001 4201 173
Jun 186 108 82 400 11 30 607 11500 10900 11 145
Julh 191 113 74 384 21 77 243 6200 5900 501 115
Ago 171 108 93 382 17 32 326 4900 5400 332 128
Set 230 76 83 340 21 32 788 2240 6367 240 117
Out 204 95 73 358 15 29 13 2520 14867 40 139
Dez 257 83 78 394 14 49 55 2240 4100 190 156
Jan11 256 96 69 384 14 84 215 1400 2200 57 185
Fev 256 96 68 395 10 167 08 2800 8533 165 189
Mar 260 76 68 422 20 88 106 1120 1400 123 243
Abr 220 96 59 436 07 221 210 5040 2867 148 158
Mai 193 99 82 328 36 28 489 1680 400 165 173
CV() 146 148 118 88 512 804 1108 781 797 8922 225
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
17
Os dois eixos da PCA foram significativos com autovalores iguais a 40 e 28 e explicaram
juntos 486 da variabilidade total dos dados no Baixo Iguaccedilu O eixo 1 foi influenciado
positivamente pelo pH (037) e transparecircncia da coluna drsquoaacutegua (034) e negativamente pela
temperatura da aacutegua (-033) condutividade eleacutetrica (-037) vazatildeo (-036) e turbidez (-042)
evidenciando uma tendecircncia de separaccedilatildeo dos meses nos periacuteodos de seca e chuva Jaacute o eixo 2 da
PCA esteve associado positivamente aos valores de NT (054) NO3macr (047) e PO4
-3 (038) e
negativamente aos valores de temperatura da aacutegua (-032) (Figura 4)
Eixo 1
Eix
o 2
BAN Jun
BAN julh
BAN Ago
BAN Set
BAN Ma 1
MS Jun
MS julhMS Ago
MS Set
MS Mai 1
BAN OutBAN DezBAN Jan
BAN Fev
BAN Mar
BAN Abr
MS Out
MS Dez
MS Jan
MS Fev
MS Mar
MS Abr
-4 -2 0 2 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5 Periacuteodo seco
Periacuteodo chuvoso
pH Transp
T aacutegua Condut
Turb Vazatildeo
NT
NO
3macr P
O4
-3 T
aacuteg
ua
Figura 4 Ordenaccedilatildeo dos meses e estaccedilotildees de amostragem a montante (M) e a jusante (J) das Cataratas do Iguaccedilu rio
Iguaccedilu em relaccedilatildeo aos dois primeiros eixos da PCA e aos periacuteodos seco e chuvoso
31 Comunidade fitoplanctocircnica
A anaacutelise das amostras qualitativas e quantitativas da comunidade fitoplanctocircnica do trecho
amostrado do rio Iguaccedilu PNI foi representada por elevada biodiversidade sendo registrados 408
taacutexons (Tabela 2) Dentre os grupos taxonocircmicos inventariados Bacillariophyceae (522)
Chlorophyceae (179) Cyanobacteria (108) e Zygnemaphyceae (103) contribuiacuteram com o
maior nuacutemero de taacutexons Os demais grupos Rhodophyceae Euglenophyceae
Craspedomonadophyceae Chrysophyceae Oedogoniophyceae Chlamydophyceae Dinophyceae e
Xanthophyceae juntos representaram 88 do total de taacutexons identificados Os gecircneros Pinnularia
(Bacillariophyceae) Desmodesmus (Chlorophyceae) Lyngbya (Cyanobacteria) Closterium e
Staurastrum (Zygnemaphyceae) foram os que apresentaram maior nuacutemero de taacutexons
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
18
A comunidade fitoplanctocircnica esteve constituiacuteda por 258 taacutexons na estaccedilatildeo a montante das
Cataratas (estaccedilatildeo 1) e por 344 na estaccedilatildeo a jusante (estaccedilatildeo 2) Deste total 177 taacutexons foram
comuns aos dois locais amostrados 75 foram exclusivos da estaccedilatildeo 1 e 159 foram exclusivos da
estaccedilatildeo 2
Tabela 2 Relaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas registradas na regiatildeo do Baixo Iguaccedilu PNI Foz do
Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
BACILLARIOPHYCEAE Montante Jusante
Achnanthes coarctata (Breacutebison ex W Smith) Grunow x
Achnanthes inflata Grunow x x
Achnanthes inflatagrandis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki x x
Achnanthidium exiguum var constrictum (Grunow) Andersen Stoermer e kreis x x
Achnanthidium minutissimum (Kuumltzing) Czarnecki x
Adlafia cf drouetiana (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Adlafia sp x
Amphipleura lindheimeri Grunow x x
Amphipleura pellucida (Kuumltzing) Kuumltzing x x
Amphora copulata (Kuumltzing) Schoeman e Archibald x x
Amphora sp x
Amphora veneta Kuumltzing x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen x x
Aulacoseira ambigua (Grunow) Simonsen var ambigua f spiralis (SK) Ludw x x
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen x x
Aulacoseira granulata varangustissima (Muumlller) Simonsen x x
Aulacoseira cf muzzanensis (Meister) Krammer x x
Aulacoseira pusilla (Meister) Tuji e Houki x x
Caloneis sp x
Carpatograma crucicula (Grunow ex Cleve) Ross x
Cocconeis pediculus Eherenberg x
Cocconeis placentula Eherenberg x x
Cocconeis placentula var acuta Meister x x
Cocconeis placentula var lineata Meister (Eherenberg) Cleve x
Craticula cf ambigua (Eherenberg) Mann x
Craticula sp x x
Cyclotella sp x
Cyclotella meneghiniana Kuumltzing x x
Cymbella cf tropica Krammer x x
Cymbella charrua Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Cymbella dorseornata Oslashstrup x x
Cymbella tumida (Breacutebisson ex Kuumltzing) Heurck x x
Diploneis cf subovalis Cleve x
Discostella stelligera (Cleve e Grunow) Houk eKlee x
Encyonema cf minutum (Hilse) Mann x x
Encyonema cf neomesianum Krammer x x
Encyonema cf purpusillum (Cleve) Mann x
Encyonema cf silesiacum (Bleisch) Mann x x
Encyonema cf vulgare Krammer x
Eunotia bidens Ehrenberg x
Eunotia cf camelus Ehrenberg x x
Eunotia cf flexuosa (Breacutebisson ex Kuumltzing) Kuumltzing x x
Eunotia cf diodonopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Eunotia cf minor (Kuumltzing) Ehrenberg x
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
19
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Eunotia cf monodon Ehrenberg x x
Eunotia cf odebrechtiana Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Eunotia cf praerupta Ehrenberg x
Eunotia cf sudetica Muumlller x
Eunotia major (W Smith) Rabenhorst x
Eunotia major var gigantea Frenguelli x x
Eunotia rabenhorsti x
Eunotia serra Ehrenberg x
Eunotia valida Hustedt x
Eunotia sp 1 x
Eunotia sp 2 x
Fragilaria capucina Desmaziegraveres x x
Fragilaria cf acus x x
Fragilaria cf tenera (W Smith) Lange-Bertalot x x
Fragilaria nanana Lange-Bertalot x x
Frustulia cf saxonica Rabenhorst x
Frustulia cf vulgaris (Thwaites) De Toni x
Frustulia crassinervia (Breacutebisson) Costa x
Frustulia crassinervia cf var ecuadoriana x x
Frustulia guayanensis Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Frustulia guayanensis ssp ecuadoriana Lange-Bertalot e Rumrich x
Frustulia neomundana Lange-Bertalot e Rumrich x
Geissleria cfneosubtropica Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Geissleria punctifera (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema anglicum Ehrenberg x
Gomphonema brasiliense Grunow x x
Gomphonema brasiliensoide Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf affinopsis Metzeltin Lange-Bertalot e Garcia-Rodriguez x x
Gomphonema cf entolejum Oslashstrup x
Gomphonema cf hawaiiense Reichardt x
Gomphonema demerarae (Grunow) Franguelli x x
Gomphonema grcile Ehrenberg x x
Gomphonema kobayashiae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Gomphonema lagenula Kuumltzing x x
Gomphonema mexicanum Grunow x x
Gomphonema parvulum (Kuumltzing) Heurck x x
Gomphonema pseudoagur Lange-Bertalot x
Gomphonema sp 1 x
Gomphonema sp 2 x x
Gyrosigma acuminatum (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Gyrosigma obtusatum (Sullivan) Boyer x x
Gyrosigma sp1 x x
Hantzschia cf abundans Lange-Bertalot x
Hantzschia amphyoxis (Ehrenberg) Grunow x x
Hantzschia graciosa var neotropica Metzeltin e Lange-Bertalot x
Hantzschia limi (Franguelli) Franguelli x
Hydrosera whampoensis (Schwarz) Deby x x
Lemnicola hungarica (Grunow) Round e Basson x
Luticola cf peguana (Grunow) Mann x x
Luticola charlatii (Peragallo) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Luticola charlatii f simples (Hustedt) Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Luticola cf mutica (Kuumltzing) Mann x x
Luticola uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Melosira cf moniliformis Agardh x x
Melosira varians Agardh x x
Melosira sp 1 x
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
20
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Melosira sp 2 x x
Navicula amphiceropsis Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf kuseliana Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf lohmanii Lange-Bertalot e Rumrich x
Navicula cf rostellata Kuumltzing x
Navicula cf escambia (Patrick) Metzeltin e Lange-Bertalot x
Navicula cf symmetrica Patrick x x
Navicula cf viridula (Kuumltzing) Ehrenberg x x
Navicula cryptocephala Kuumltzing x x
Navicula cryptotenella Lange-Bertalot x x
Navicula germainii Wallace x
Navicula trivialis Lange-Bertalot x x
Navicula viridula (Kuumltzing) var rostellata (Kuumltzing) Cleve x x
Navicula viridulacalcis Lange-Bertalot x
Neidium cf affine (Ehrenberg) Pfitzer x
Neidium ampliatum (Ehrenberg) Krammer in Krammer e Lange-Bertalot x x
Neidium infirmum Metzeltin e Krammer sensu Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Neidium productum (Smith) Cleve x x
Nitzschia cf acicularis (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf amphibia Grunow x
Nitzschia cf dissipata (Kuumltzing) Rabenhorst x x
Nitzschia cf frustulum (Kuumltzing) Grunow x
Nitzschia cf intermedia Hantzsch ex Cleve e Grunow x
Nitzschia cf lorenziana Grunow x x
Nitzschia cf palea (Kuumltzing) Smith x x
Nitzschia cf sigma (Kuumltzing) Smith x
Nitzschia cf subacicularis Hustedt x
Nitzschia coarctata Grunow x x
Nitzschia dissapata (Kuumltzing) Grunow var media (Hantzsch) Grunow x x
Nitzschia levidensis var levidensis x x
Nitzschia levidensis (Smith) Grunow var victoriae (Grunow) Cholnoky x x
Nitzschia sp 1 x x
Nitzschia sp 2 x
Nitzschia sp 3 x
Pinnularia acrosphaeria (Breacutebisson) Rabenhorst x x
Pinnularia acrosphaeria var parva Krammer x x
Pinnularia borealis Ehrenberg x
Pinnularia butantanum (Krasske) Krammer x x
Pinnularia cf bartii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia cf carambolae Franguelli x
Pinnularia cf decrescens (Grunow) Krammer x
Pinnularia cf divergens var media Krammer x
Pinnularia cf joculata (Manguin) Krammer x x
Pinnularia cf latarea Krammer x
Pinnularia cf major (Kuumltzing) Rabenhorst x
Pinnularia cf mayeri Krammer x
Pinnularia cf notabilis Krammer x
Pinnularia cf percuneata var minor Krammer x x
Pinnularia cf saprophila Lange-Bertalot Kobayasi e Krammer x
Pinnularia cf silviasalae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Pinnularia cf similiformis Krammer x
Pinnularia cf subbrevistriata Krammer x
Pinnularia cf subcapitata Gregory x x
Pinnularia cf subgibba Krammer x
Pinnularia cf tenuistriata Hustedt x
Pinnularia cf viridiformis Krammer x x
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
21
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pinnularia cf viridis Ehrenberg x x
Pinnularia divergens var divergens Smith x x
Pinnularia divergens var malayensis Hustedt x
Pinnularia divergens var mesoleptiformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x
Pinnularia gibba (Ehrenberg) Ehrenberg x
Pinnularia gigaformis Krammer e Metzeltin sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia latevittata Cleve x
Pinnularia microstauron (Ehrenberg) Cleve x
Pinnularia neomajor Krammer x x
Pinnularia nobilis var regularis Krammer x
Pinnularia roland-schmidtii x x
Pinnularia subumbrosa Metzeltin e Krammer sensu Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Pinnularia sp x
Placoneis abundans x x
Placoneis cf gracilis x
Placoneis densa (Hustedt) x
Placoneis disparilis (Hustedt) Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Placoneis ovillus Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Placoneis serena (Franguelli) Metzeltin x x
Placoneis uruguayensis Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriacuteguez x x
Planothidium biporomum (Hohn e Hellerman) Lange-Bertalot x x
Planothidium heteromorphum (Grunow) Lange-Bertalot x x
Planothidium lanceolatum (Breacutebisson ex Kuumltzing) Lange-Bertalot x x
Planothidium rostratum (Oslashstrup) Lange-Bertalot x x
Pleurosira laevis (Ehrenberg) Compegravere x x
Rhopalodia sp x x
Rophalodia gibberula var schweinfurthi Muumlller sensu Frenguelli x
Sellaphora cf densistriata (Lange-Bertalot e Metzeltin) Lange-Bertalot e Metzeltin x x
Sellaphora cf pseudopupula (Krasske) Lange-Bertalot x
Sellaphora cf rhombicarea Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x x
Sellaphora garciarodriguezii Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Sellaphora laevissima (Kuumltzing) Mann x x
Sellaphora sp 1 x
Sellaphora sp 2 x
Stauroneis anceps Ehrenberg sensu latu x
Stauroneis sylviabonillae Metzeltin Lange-Bertalot e Garciacutea-Rodriguez x
Stauroneis sp x
Stenopterobia sp x x
Surirella angusta Kuumltzing x x
Surirella apiculata var panduriformis Frenguelli x x
Surirella cf didyma Kuumltzing x x
Surirella cf minuta Breacutebisson x
Surirella cf minuta var peduliformis Frenguelli x x
Surirella splendida (Ehrenberg) Kuumltzing x x
Surirella cf splendioides Hustedt x x
Surirella cf tenera var subconstricta Hustedt x x
Surirella guatimalensis Ehrenberg x x
Surirella linearis var constricta Grunow x x
Surirella susanae Metzeltin e Lange-Bertalot x x
Surirella sp 1 x x
Surirella sp 2 x
Synedra goulardii Breacutebisson ex Cleve e Grunow x x
Thalassiosira rudis Tremarin Ludwig Becker e Torgan x
Terpsinoeuml musica Ehrenberg x x
Terpsinoeuml sp x
Ulnaria ulna (Nitzsch) Compegravere x x
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
22
Continuaccedilatildeo Tabela 2
CHLOROPHYCEAE Montante Jusante
Actinastrum sp x
Ankistrodesmus fusiformis Corda x
Ankistrodesmus gracilis (Reinsch) Korshikov x x
Chlorella sp x
Coelastrum astroideum De notaris x x
Coelastrum cf pseudomicroporum Korshikov x
Coelastrum indicum Turner x
Coelastrum pulchrum Schmidle x
Coelastrum reticulatum (Dangeard) Lemmermann x x
Coelastrum sp x
Coenocystis subcylindrica Korshikov x
Crucigeniella cf apiculata (Lemmermann) Komaacuterek x
Desmodesmsus communis (Hegewald) Hegewald x
Desmodesmus abundans (Kirchner) Hegewald x
Desmodesmus armatus (Chodat) Hegewald x
Desmodesmus armatus var bicaudatus (Guglielmetii) Hegewald x x
Desmodesmus caudato-aculeolatus Chodat x
Desmodesmus denticulatus (Lagerheim) An Friedl e Hegewald x
Desmodesmus magnus Meyen x
Desmodesmus maximus (West e West) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis (Richter) Hegewald x
Desmodesmus opoliensis var carinatus (Lemmermann) Hegewald x x
Desmodesmus opoliensis var mononensis (Chodat) Hegewald x x
Desmodesmus protuberans (Fritsch e Rich) Hegewald x x
Desmodesmus spinosus (Chodat e Hegewald) x
Desmodesmus spinulatus (K Biswas) Hegewald x
Desmodesmus sp 1 x
Desmodesmus sp 2 x
Dictyosphaerium cf pulchellum Wood x
Dictyosphaerium tetrachotomum var fallax Komaacuterek x
Dimorphococcus cordatus Wolle x x
Dimorphococcus lunatus Braun x
Eutetramorus cf fottii (Hindaacutek) Komaacuterek x x
Eutetramorus cf nygardii Komaacuterek x
Franceia sp x x
Gloeocystis sp x
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas Gonzalez x
Kirchneriella lunaris (Kirchner) Moumlbius x
Kirchneriella rostelata Hindaacutek x
Kirchneriella sp x
Micractinium sp x
Nephrocytium sp x
Oocystis borgei Snow x
Oocystis cf marssonii Lemmermann x
Oocystis cf pusilla Hansgirg x
Oocystis cf submarina var variabilis Skuja x x
Oocystis granulata Hortobaacutegyi x x
Oocystis incrassata (West e West) Skuja x
Oocystis sp 1 x
Oocystis sp 2 x
Pediastrum duplex Meyen x x
Pediastrum duplex var gracilimum West e West x x
Pediastrum simplex Meyen x
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
23
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Pediastrum simplex var sturmii (Reinsch) Wolle x
Pediastrum simplex var echinulatum Wittrock x
Pediastrum sp 1 x x
Pediastrum sp 2 x
Quadrigula cf clostarioides (Bohlin) Printz x
Quadrigula lacustris (Chodat) Smith x
Radiococcus sp x x
Scenedesmus javanensis var javanensis Chodat x
Scenedesmus javanensis Chodat f schroeteri (Huber-Pestalozzi) Comas et Komaacuterek x
Scenedesmus obliacutequos (Turpin) Kuumltzing var dimorphus (Turpin) Hansgirg x
Sphaerocystis cf planctonica Woronichin x
Sphaerocystis cf schroeteri Chodat x
Sphaerocystis sp x x
Stauridium tetras (Ehrenberg) Hegewald x x
Tetrachlorella sp x
Tetrastrum triangulare (Chodat) Komaacuterek x
Treubaria sp x
Trochiscia sp x
Uronema sp x
Clorophyceae colonial natildeo identificada x
Taacutexons ainda registrados na literatura como Scenedesmus Meyen (Komaacuterek e Fott 1983)
CYANOBACTERIA Montante Jusante
Aphanocapsa cf grevillei (Berkeley) Rabenhorst x
Aphanocapsa cf incerta (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x
Aphanocapsa delicatissima West e West x x
Aphanocapsa elachista West e West x
Aphanocapsa holsatica (Lemmernann) Gronberg e Komaacuterek x x
Aphanocapsa planctonica (Smith) Komaacuterek et Anagnostidis x x
Aphanocapsa sp x
Aphanothece sp x
Bacularia sp x
Blennothrix cf coerulea (Gardner) Anagnostidis et Komaacuterek x
Chamaesiphon sp x x
Chroococcus aphanocapsoides Skuja x x
Coelosphaerium sp x
Geitlerinema amphibium (Agardh) Anagnostidis x
Heteroleibleinia sp 1 x
Heteroleibleinia sp 2 x
Homoeothrix juliana (Meneghini) Kirchner x x
Homoeothrix sp 1 x
Homoeothrix sp 2 x
Lyngbya cf hieronymusii Lemmermann x
Lyngbya martensiana Meneghini x
Lyngbya sp 1 x
Lyngbya sp 2 x x
Lyngbya sp 3 x
Lyngbya sp 4 x x
Lyngbya sp 5 x
Lyngbya sp 6 x
Lyngbya sp 7 x
Lyngbya sp 8 x
Lyngbya sp 9 x
Merismopedia tenuissima Lemmermann x
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
24
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Merismopedia sp x
Microcystis sp x x
Nostoc sp x
Oscillatoria cf tenuis Agardh x
Oscillatoria princeps Vaucher x
Oscillatoria sp 1 x
Oscillatoria sp 2 x
Oscillatoria sp 3 x
Phormidium chlorinum (Kuumltzing) Umezaki e Watanabe x
Phormidium sp 1 x
Phormidium sp2 x
Pseudoanabaena mucicola (Naumann e Huber-Pestalozzi) Schwabe x
Pseudoanabaena sp x
ZYGNEMAPHYCEAE Montante Jusante
Closterium cf lunula (Muumlller) Nitzsch x
Closterium cf striolatum Ehrenberg x
Closterium ehrenbergii Meneghini ex Ralfs x
Closterium kuetzingii Breacutebison x
Closterium kuetzingii var vittatum Nordstedt x x
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg x x
Closterium setaceum Ehrenberg x x
Closterium sp 1 x
Closterium sp 2 x
Closterium sp 3 x x
Cosmarium cf blytii Wille x
Cosmarium formosulum Hoff x
Cosmarium granatum Breacutebisson ex Ralfs x x
Cosmarium margaritatum var margaritatum (Lundell) Roy e Bisset x
Cosmarium quadrum var sublatum (Nordstedt) West e West x
Cosmarium speciosum Lundell x x
Cosmarium subspeciosum Nordstedt var validius Nordstedt x
Cosmarium tetragonum (Naumlg) Archer var lundellii Cooke x
Cosmarium vexatum West x
Desmidium swartzii (Agardh) Agardh x
Desmidium cf aptogonum var tetragonum (Dalponte) West e West x
Euastrum cf insulare (Wittrock) Roy x
Euastrum spinulosum Delponte x
Gonatozygon sp x
Mougeotia sp1 x x
Mougeotia sp2 x
Spondylosium desmidiiforme (Borge) West x
Spyrogira sp x
Staurastrum leptocladum Nordstedt x
Staurastrum leptocladum var smithii Groumlnblad x x
Staurastrum rotula Nordstedt x x
Staurastrum setigerum Cleve x
Staurastrum sp 1 x x
Staurastrum sp 2 x x
Staurastrum sp 3 x x
Staurastrum sp 4 x
Staurastrum sp 5 x
Staurastrum sp 6 x
Staurodesmus cuspidatus (Breacutebisson) Ralfs x
Staurodesmus dejectus (Breacutebisson ex Ralfs) Teiling x x
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
25
Continuaccedilatildeo Tabela 2
Staurodesmus dickiei (Ralfs) Lillieroth var rhomboideus (West e West) Lillieroth f minor x
Zygogonium sp x
RHODOPHYCEAE Montante Jusante
Batrachospermum sp1 x x
Batrachospermum sp2 x
Chantransia sp x x
Compsopogon coeruleus (Balbis) Montagne x x
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus (Muumlller) Ehrenberg x x
Euglena oxyuris Schmarda x
Hyalophacus ocellatus Pringsheim x
Lepocinclis sp x
Phacus sp x x
Strombomonas sp x x
Trachelomonas cf hispida (Pery) Stein x
Trachelomonas lemmermannii cf var acuminata Delflandre x
Trachelomonas sp 1 x
Trachelomonoas sp2 x
CRASPEDOMONADOPHYCEAE
Codosiga sp x
Salpingoeca sp 1 x x
Salpingoeca sp 2 x x
CHRYSOPHYCEAE
Mallomonas sp 1 x
Mallomonas sp 2 x
Mallomonas sp 3 x
Mallomonas sp 4 x
Mallomonas sp 5 x x
Mallomonas sp6 x x
OEDOGONIOPHYCEAE
Oedogonium sp 1 x
Oedogonium sp 2 x
Oedogonium sp 3 x
Oedogonium sp 4 x
Oedogonium sp 5 x x
Oedogonium sp 6 x x
Oedogonium sp7 x
Oedogonium sp8 x x
Oedogonium sp9 x
CHLAMYDOPHYCEAE
Chlamydomonas sp x
Volvox sp x
DINOPHYCEAE
Dinoflagelado natildeo identficado x
XANTHOPHYCEAE
Pseudostaurastrum lobulatum (Naumlgeli) Bourrelly x
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
26
A riqueza de espeacutecies fitoplanctocircnicas nas estaccedilotildees 1 e 2 foi baixa e esteve constituiacuteda por
Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria (Figura 5A) As diatomaacuteceas
(Bacillariophyceae) foram as que mais contribuiacuteram para a riqueza do ambiente estudado Os
maiores valores de riqueza de bacilariofiacuteceas para ambas as estaccedilotildees ocorreram nos meses de
outubro 2010 e abril 2011 As cianobacteacuterias de uma maneira geral foram registradas apenas no
periacuteodo do veratildeo quando ocorreram temperaturas mais elevadas (Tabela 1) As clorofiacuteceas
apresentaram maior contribuiccedilatildeo agrave riqueza na estaccedilatildeo 1 e foram registradas na estaccedilatildeo 2 apenas nos
meses de junho e dezembro de 2010 e janeiro de 2011
Os valores de densidade fitoplanctocircnica foram extremamente baixos em ambas as estaccedilotildees
amostradas (Figura 5B) com meacutedia de 25 indmL-1
na estaccedilatildeo localizada a montante (estaccedilatildeo 1) e
19 indmL-1
a jusante (estaccedilatildeo 2)
Tanto na estaccedilatildeo 1 quanto na 2 a densidade do periacuteodo seco (inverno) esteve representada
principalmente por Bacillariophyceae Chlorophyceae e Cyanobacteria apresentaram as mais baixas
densidades agrave jusante das Cataratas com 19 e 38 indmL-1
respectivamente Em dezembro 2010
(veratildeo) na estaccedilatildeo 1 foi registrada a maior densidade fitoplanctocircnica do presente estudo com um
pico de 55 indmL-1
da Cyanobacterira Chamaesiphon
M-m
ai10
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai11
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
2
4
6
8
10
12
Riq
uez
a (
n
taacutex
on
s)
Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
A
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
27
M-m
ai1
0
M-j
un
M-j
ul
M-a
go
M-s
et
M-o
ut
M-d
ez
M-j
an
M-f
ev
M-m
ar
M-a
br
M-m
ai1
1
J-m
ai1
0
J-ju
n
J-ju
l
J-ag
o
J-se
t
J-o
ut
J-d
ez
J-ja
n
J-fe
v
J-m
ar
J-ab
r
J-m
ai1
1
0
10
20
30
40
50
60
70D
ensi
da
de
(in
dm
L-1
) Cyanobacteria
Chlorophyceae
Bacillariophyceae
B
Figura 5 Variaccedilatildeo mensal da riqueza (A) e densidade (B) fitoplanctocircnicas do Baixo Iguaccedilu PNI a montante - M
(estaccedilatildeo 1) e a jusante - J (estaccedilatildeo 2) das Cataratas do Iguaccedilu no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
Foram observados baixos valores meacutedios para o iacutendice de diversidade de Shannon (Hrsquo) na
estaccedilatildeo a montante (156 bitsind-1
) e agrave jusante (158 bitsind-1
) das Cataratas do Iguaccedilu (Figura 6)
Os maiores valores deste atributo foram registrados em outubro (21) e abril (montante = 21
jusante = 22) nas duas estaccedilotildees amostradas e em janeiro apenas a montante (23) enquanto que os
menores iacutendices de diversidade de Shannon foram observados apenas na estaccedilatildeo 1 nos meses de
junho (069) e dezembro (072)
A comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu PNI apresentou de forma geral uma alta
equitabilidade com valores que variaram entre 045 em dezembro estaccedilatildeo 1 e 10 nos meses de
junho agosto setembro e fevereiro (estaccedilatildeo 1) e maio julho setembro e marccedilo (estaccedilatildeo 2)
indicando que as densidades das espeacutecies se distribuiacuteram homogeneamente em quase todo o
periacuteodo amostrado (Figura 6)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
28
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
mai
jun
julh
ago
set
ou
t
dez jan
fev
mar
abr
mai
11
04
06
08
10
12
14
16
18
20
22
24D
iver
sidad
e (b
its
ind
-1)
00
02
04
06
08
10
Equit
abil
idad
e
Equitabilidade
Diversidade de espeacutecies
Montante Jusante
Figura 6 Variaccedilatildeo mensal da diversidade de Shannon e equitabilidade da comunidade fitoplanctocircnica nas estaccedilotildees de
amostragem no periacuteodo de maio de 2010 a maio de 2011
A correlaccedilatildeo de Spearman (p lt 005) realizada entre os atributos da comunidade
fitoplanctocircnica e os eixos significativos da PCA mostraram que as alteraccedilotildees na estrutura do
fitoplacircncton do rio Iguaccedilu foram observadas apenas para densidade (p = -069) e riqueza (p = -076)
das Cyanobacteria e estiveram correlacionadas com o pH transparecircncia da coluna drsquoagua
condutividade eleacutetrica turbidez e vazatildeo (variaacuteveis significativas do eixo 1 da PCA)
A partir da MANOVA verificou-se que os atributos da comunidade (densidade total
riqueza total equitabilidade e diversidade de Shannon) natildeo diferiram entre as estaccedilotildees de
amostragem (Wilks λ = 082 p = 045) e nem entre os periacuteodos seco e chuvoso (Wilks λ = 075 p
= 024) Poreacutem quando avaliadas as densidades e riquezas das classes (Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria) separadamente observou-se diferenccedilas sazonais significativas
(Figura 7) Densidade (Wilks λ = 061 p = 002) e Riqueza (Wilks λ = 060 p = 002) mostrando
em ambos os atributos uma tendecircncia de aumento relacionada ao aumento dos iacutendices
pluviomeacutetricos Esses resultados indicam a importacircncia das variaccedilotildees climaacuteticas (temperatura e
pluviosidade) sobre a estruturaccedilatildeo da comunidade fitoplanctocircnica do Baixo Iguaccedilu
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
29
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-10
-5
0
5
10
15
20
25
Den
sid
ad
e d
as
class
es
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
A
Seco Chuvoso
Periacuteodo
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
Riq
uez
a d
as
cla
sses
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Cyanobacteria
B
Figura 7 Variaccedilatildeo da densidade (A) e riqueza (B) das classes fitoplanctocircnicas observadas no Baixo Iguaccedilu no periodo
seco e chuvoso
4 Discussatildeo
A alta complexidade taxonocircmica da comunidade fitoplanctocircnica registrada na regiatildeo do
Baixo Iguaccedilu tambeacutem pocircde ser observada por Descy (1993) no rio Moselle ndash Franccedila Silva et al
(2001) no rio Corumbaacute ndash Brasil Ha et al (2002) no rio Nakdong ndash Coreacuteia Rodrigues et al (2009)
nos rios Paranaacute Baiacutea e Ivinhema ndash Brasil Devercelli (2010) no rio Paranaacute ndash Argentina e por Descy
et al (2011) no rio Loire ndash Franccedila Segundo Reynolds e Descy (1996) a composiccedilatildeo
fitoplanctocircnica de ecossistemas loacuteticos geralmente eacute representada por centenas de taacutexons no
entanto a porcentagem de espeacutecies potamoplanctocircnicas eacute muito reduzida como observado no
presente estudo onde muitas das algas registradas satildeo da comunidade perifiacutetica
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
30
Na composiccedilatildeo fitoplanctocircnica do presente estudo os grupos taxonocircmicos mais
representativos tambeacutem foram relevantes nas pesquisas realizadas por Descy (1993) Wehr e Descy
(1998) Rodrigues et al (2009) Stevenson (2009) Devercelli (2010) Twiss et al (2010) e Descy et
al (2011) em diversos rios A reduzida contribuiccedilatildeo de cianobacteacuterias para o fitoplacircncton do Baixo
Iguaccedilu cerca de 10 do total de taacutexons identificados tambeacutem foi registrada por OrsquoFarrell et al
(2002) para o rio Lujaacuten As espeacutecies de Cyanobacteria satildeo muito sensiacuteveis agraves altas vazotildees
observadas nos ecossistemas loacuteticos (Rodrigues et al 2009) o que justifica os resultados obtidos
nesses estudos
As diferenccedilas na composiccedilatildeo do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu entre as estaccedilotildees 1
(montante) e 2 (jusante) podem estar relacionadas agrave profundidade transparecircncia da coluna drsquoagua
vazatildeo velocidade de correnteza e turbulecircncia do rio entre os dois trechos amostrados bem como
aos distintos niacuteveis de adaptaccedilatildeo das espeacutecies fitoplanctocircnicas a essas variaccedilotildees uma vez que as
mesmas apresentam requerimentos fisioloacutegicos especiacuteficos quanto agrave incidecircncia luminosa e
concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009)
A constataccedilatildeo de um maior nuacutemero de espeacutecies de bacilariofiacuteceas a jusante das quedas
principalmente da ordem Pennales que segundo Train et al (2000) satildeo tipicamente bentocircnicas
indica a forte influecircncia da correnteza nesse trecho amostrado aumentando dessa forma a influecircncia
da regiatildeo marginal do rio formada basicamente por paredotildees rochosos cuja largura eacute cerca de dez
vezes menor que a encontrada a montante
A contribuiccedilatildeo de taacutexons bentocircnicos (perifiacuteticos) eacute comum em sistemas loacuteticos pois estes
podem se desprender dos substratos devido agrave vazatildeo e agrave forte correnteza dos rios sendo entatildeo
transportados pelo fluxo da aacutegua (Lair e Reyes-Marchant 1997 Soares et al 2007 Stevenson
2009) Descy et al (2011) observaram que mais de 70 das espeacutecies de diatomaacuteceas identificadas
no rio Loire eram bentocircnicas e natildeo potamoplanctocircnicas assim como no Baixo Iguaccedilu
Jaacute na estaccedilatildeo 1 (montante) a menor contribuiccedilatildeo de diatomaacuteceas perifiacuteticas pode estar
relacionada agraves caracteriacutesticas das margens do rio nesse trecho (ausecircncia de paredotildees rochosos) bem
como agrave velocidade de corrente e turbulecircncia inferiores em relaccedilatildeo agraves observadas na estaccedilatildeo 2 Esses
fatores tornam a consequente ressuspensatildeo do sedimento reduzida diminuindo a diversidade
taxonocircmica de bacilariofiacuteceas inventariadas
A alta contribuiccedilatildeo de Bacillariophyceae como observado neste estudo tem sido
comumente registrada em rios nos quais este eacute um dos principais grupos que compotildeem a
comunidade fitoplanctocircnica (Wehr e Descy 1998 Train et al 2000 Ha et al 2002 OrsquoFarrell et
al 2002 Borges et al 2003 Rodrigues et al 2009) isso devido ao seu baixo requerimento em
incidecircncia luminosa e agrave sua adaptaccedilatildeo agrave ambientes turbulentos (Reynolds 1995 OrsquoFarrell et al
2002 Raven e Waite 2004 Silva et al 2005 Soares et al 2007 Rodrigues et al 2009)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
31
Os maiores valores de diversidade de Shannon registrados em ambas as estaccedilotildees de
amostragem foram observados no periacuteodo chuvoso (veratildeo) e estatildeo relacionados agrave ampla
contribuiccedilatildeo das bacilariofiacuteceas tanto para a riqueza quanto para a densidade do fitoplacircncton no
Baixo Iguaccedilu No entanto eacute importante ressaltar que a riqueza e densidade da classe
Bacillariophyceae foram representativas natildeo apenas no periacuteodo de chuva mas tambeacutem de seca
(inverno)
De acordo com Cavalcanti e Larrazaacutebal (2004) a diversidade de Shannon pode ser avaliada
como muito baixa (valores inferiores a 10 bitsind-1
) baixa (entre 20 e 10) meacutedia (entre 30 e
20) e alta (acima de 30) Segundo estes criteacuterios a diversidade da comunidade fitoplanctocircnica
registrada nos trechos a montante e a jusante das Cataratas do Iguaccedilu Baixo Iguaccedilu pode ser
classificada como muito baixa a meacutedia
Esses resultados satildeo esperados uma vez que o trecho estudado do rio Iguaccedilu encontra-se
situado agrave jusante da cascata de reservatoacuterios instalada nesse rio Segundo Henry (1999) as
pertubaccedilotildees natildeo-ciacuteclicas produzidas pela operaccedilatildeo das barragens em rios controlados bem como
por outras accedilotildees antropogecircnicas tornam as comunidades bioloacutegicas instaacuteveis e gradativamente mais
simples
Os resultados observados para o Baixo Iguaccedilu diferem daqueles obtidos por Devercelli
(2010) cuja diversidade meacutedia observada no rio Paranaacute (Argentina) pocircde ser classificada como alta
(327 - 343) e por Descy et al (2011) onde a diversidade de Shannon para o rio Loire variou de
muito baixa (034) a alta (578) Diferentemente do rio Iguaccedilu o rio Paranaacute (Argentina) eacute
caracterizado por apresentar grande carga de material em suspensatildeo como tambeacutem o chamado
regime hidrossedimentoloacutegico ndash com a formaccedilatildeo de planiacutecies de inundaccedilatildeo - o que aumenta a sua
riqueza de espeacutecies potamoplanctocircnicas bem como o nuacutemero de espeacutecies esporaacutedicas que satildeo
principalmente incorporadas ao canal principal deste rio como consequumlecircncia das flutuaccedilotildees
hidroloacutegicas acarretando na alta diversidade observada por Devercelli (2010)
O fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu apresentou caracteriacutesticas semelhantes agraves observadas por
Soares et al (2007) no rio Pomba (MG) em que a diversidade e riqueza de espeacutecies foi muito
baixa por Rodrigues et al (2009) no rio Ivinhema (MS) onde a riqueza fitoplanctocircnica abrangeu
uma alta proporccedilatildeo de espeacutecies raras e a densidade de uma maneira geral foi muito baixa e por
Devercelli (2010) no Meacutedio rio Paranaacute (Argentina) onde em condiccedilotildees hidroloacutegicas normais o
fitoplanctocircn deste rio apresentou uma baixa densidade
O aumento dos valores de densidade observado em dezembro de 2010 na estaccedilatildeo a
montante das Cataratas do Iguaccedilu com dominacircncia da cianobacteacuteria Chamaesiphon ressalta a
contribuiccedilatildeo da comunidade perifiacutetica para o potamoplacircncton principalmente em periacuteodos de maior
vazatildeo e turbulecircncia Assim como observado para o rio Lujaacuten (OrsquoFarrell et al 2002) as densidades
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
32
fitoplanctocircnicas mais elevadas no Baixo Iguaccedilu foram registradas no final da primavera e iniacutecio do
veratildeo
Na distribuiccedilatildeo da diversidade e equitabilidade fitoplanctocircnicas do ambiente estudado eacute
possiacutevel observar que houve uma variaccedilatildeo brusca exatamente no mecircs de dezembro (2010) devido
ao pico de densidade registrado de Chamaesiphon sp havendo dominacircncia dessa espeacutecie em
relaccedilatildeo agraves demais e natildeo mais uma homogeneidade na distribuiccedilatildeo da densidade do fitoplacircncton
entre os locais de amostragem ndash equitabilidade relativamente baixa
A baixa diversidade e alta equitabilidade fitoplanctocircnicas observadas no trecho amostrado
do rio Iguaccedilu podem estar relacionadas agrave correlaccedilatildeo negativa comumente registrada em ambientes
loacuteticos entre os valores de diversidade e biomassa do fitoplacircncton e os niacuteveis de vazatildeo dos rios ou
seja com o aumento da vazatildeo haacute uma tendecircncia de diminuiccedilatildeo da riqueza e densidade
fitoplanctocircnicas devido agrave maior taxa de diluiccedilatildeo associada a este evento (Descy 1993 Wher e
Descy 1998 Zalocar de Domitrovic et al 2007) somando-se a isso a contribuiccedilatildeo relativamente
grande de espeacutecies raras agrave riqueza do fitoplacircncton do Baixo Iguaccedilu que segundo Rodrigues et al
(2009) resulta em uma alta equitabilidade
Aleacutem das consequecircncias oriundas da grande taxa de diluiccedilatildeo observada em certos ambientes
loacuteticos a baixa diversidade das espeacutecies fitoplanctocircnicas tambeacutem eacute decorrente da necessidade de
que haja periacuteodos de estabilidade da coluna drsquoagua para que alguns grupos algais como das
cloroacutefitas possam realizar a colonizaccedilatildeo desses ecossistemas (Stevenson 2009) situaccedilatildeo essa
dificilmente observada em rios jaacute que esses apresentam fluxo contiacutenuo
Quanto agrave ordenaccedilatildeo dos dados abioacuteticos realizada pela PCA observou-se uma tendecircncia de
separaccedilatildeo apenas sazonal (periacuteodos seco e chuvoso) isso indica que a natildeo diferenciaccedilatildeo
limnoloacutegica da aacutegua do Baixo rio Iguaccedilu nos trechos a montante e a jusante das quedas pode estar
relacionada dentre outros fatores agrave distacircncia relativamente curta entre as estaccedilotildees de amostragem
(aproximadamente 12 km) somando-se a isso a natildeo observaccedilatildeo de atividades antroacutepicas (induacutestrias
agricultura) nos trechos proacuteximos aos locais da coleta que acarretariam em um aumento das
concentraccedilotildees principalmente de nitrogecircnio e foacutesforo nesse ambiente (Dodds e Whiles 2010)
diferentemente do observado nas regiotildees do Alto e Meacutedio Iguaccedilu (Sema 2010)
A concentraccedilatildeo de nutrientes nos ecossistemas loacuteticos que geralmente apresenta-se em
proporccedilotildees superiores ao requerimento das algas (Salmaso e Zignin 2010) pode natildeo atuar como
fator limitante para o desenvolvimento do fitoplacircncton como observado por Descy (1993) no rio
Moselle ndash Franccedila Zalocar de Domitrovic et al (2007) no Meacutedio rio Paranaacute ndash Argentina Centis et
al (2010) no rio Adige ndash Itaacutelia Twiss et al (2010) no rio Saint Lawrence ndash Canadaacute Descy et al
(2011) no rio Loire ndash Franccedila e tambeacutem no rio Iguaccedilu para o presente estudo Entretanto natildeo deve
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
33
ser descartada a avaliaccedilatildeo da influecircncia da concentraccedilatildeo dos nutrientes sobre o desenvolvimento
longitudinal da comunidade fitoplanctocircnica em rios (Wher e Descy 1998)
A dinacircmica do potamoplacircncton responde primeiramente aos fatores fiacutesicos ambientais
podendo sofrer consideraacuteveis variaccedilotildees no tempo e no espaccedilo (Descy et al 2011) Esse pode ser o
motivo pelo qual a estrutura fitoplanctocircnica em rios de grande porte frequentemente natildeo apresenta
correlaccedilotildees fortes com as variaacuteveis quiacutemicas da aacutegua (Wher e Descy 1998)
Os valores de densidade e riqueza da Classe Cyanobacteria correlacionaram-se com a
temperatura da aacutegua evidenciando uma marcada sazonalidade para a regiatildeo de estudo bem como
com outras variaacuteveis limnologicas da aacutegua (condutividade eleacutetrica turbidez pH e vazatildeo) As
cianobacteacuterias obtiveram riqueza e densidades mais significativas nos meses de veratildeo quando a
temperatura da aacutegua foi mais elevada estando de acordo com condiccedilotildees favoraacuteveis para o
desenvolvimento dessas algas (Dokulil e Teubner 2000)
5 Consideraccedilotildees Finais
Com base nos dados apresentados acima conclui-se que natildeo houve uma diferenciaccedilatildeo
espacial significativa da riqueza total densidade total diversidade de Shannon e equitabilidade da
comunidade fitoplanctocircnica do rio Iguaccedilu Esses resultados indicam que a heterogeneidade das
condiccedilotildees hidroloacutegicas do rio (profundidade velocidade de correnteza turbulecircncia) a montante e a
jusante das Cataratas do Iguaccedilu natildeo causou uma compartimentalizaccedilatildeo longitudinal do rio no que
diz respeito aos atributos da comunidade Diferentemente do registrado quanto agrave composiccedilatildeo do
fitoplacircncton onde foram observadas diferenccedilas acentuadas entre as estaccedilotildees 1 e 2 Por outro lado a
variaccedilatildeo sazonal da temperatura e dos iacutendices pluviomeacutetricos com a tendecircncia de separaccedilatildeo dos
periacuteodos em seco e chuvoso influenciou significativamente na composiccedilatildeo e estrutura da
comunidade fitoplanctocircnica desse ecossistema loacutetico mostrando uma tendecircncia de aumento da
riqueza e densidade das classes no periacuteodo chuvoso
Compreender o papel das variaacuteveis ambientais sobre a ecologia das comunidades algais eacute
um dos primeiros passos para o manejo adequado dos ecossistemas loacuteticos (Stevenson 2009) Esse
conhecimento preacutevio acarretaraacute em medidas apropriadas de utilizaccedilatildeo dos benefiacutecios fornecidos
pelos rios como os usos muacuteltiplos da aacutegua ndash abastecimento puacuteblico navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca
dentre outros
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
34
6 Referecircncias
APHA - American Public Health Association 1995 Standart methods for the examination of water
and wasterwater 19th
edn APHA Washington DC
BARBOSA FAR PADISAacuteK J ESPIacuteNDOLA ELG BORICS G and ROCHA O 1999
The cascading reservoir continuum concept (CRCC) and its application to the river Tietecirc-Basin
Satildeo Paulo State Brazil In TUNDISI JG and STRAKRABA (Eds) Theorical Reservoir Ecology
and its Applications International Institute of Ecology Brazilian Academy of Sciences and
Backhuys Publishers Satildeo Carlos 425-437
BICUDO CEM and MENEZES M 2006 Gecircneros de Algas de Aacuteguas continentais do Brasil
chave para identificaccedilatildeo e descriccedilotildees Satildeo Carlos Rima
BORGES PAF RODRIGUES LC THOMAZ AP and TRAIN S 2003 Spatial variation of
phytoplankton and some abiotic variables in Pirapoacute River- PR (Brazil) in August 1999 a
preliminary study Acta Scientiarum Biological Sciences vol 26 no 1 p 1-8
BORICS G VAacuteRBIacuteROacute G GRIGORSZKY I KRASZNAI E K SZABOacute S and KISS K T
2007 A new evaluation technique of potamo-plankton for the assessment of the ecological status
of Rivers Archives of Hydrobiology (suppl) vol 161 no 3-4 p 465-486
BOVO-SCOMPARIN VM and TRAIN S 2008 Long-term variability of the phytoplankton
community in an isolated floodplain lake of the Ivinhema River State Park Brazil Hydrobiologia
vol 610 p 331-344
BRASIL - Portal Brasil Disponiacutevel em
httpwwwbrasilgovbrsobregeografiamapashidrografia (Acesso em 12 12 2011)
BRASSAC NM and LUDWIG TAV 2006 Diatomaacuteceas da Bacia do Rio Iguaccedilu Paranaacute
Brasil Pinnularia e Caloneis Hoehnea vol 33 no 2 p 127-142
CAVALCANTI EAH and LARRAZAacuteBAL MEL 2004 Macrozooplacircncton da zona econocircmica
exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expediccedilatildeo oceanograacutefica ndash REVIZEENE II) com ecircnfase
em Copepoda (Crustacea) Revista Brasileira de Zoologia vol 21 no 3 p 467-475
CENTIS B TOLOTTI M and SALMASO N 2010 Structure of the diatom community of the
River Adige (North- Eastern Italy) along a hydrological gradient Hydrobiologia vol 639 p 37-42
CHELLAPPA NT CAcircMARA FRA and ROCHA O 2009 Phytoplankton community
indicator of water quality in the Armando Ribeiro Gonccedilalves Reservoir and Pataxoacute Channel Rio
Grande do Norte Brazil Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biololgy vol 69
no 2 p 241-251
DESCY JP 1993 Ecology of the phytoplankton of the River Moselle effects of disturbances on
community structure and diversity Hydrobiologia no 249 p 11-116
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
35
DESCY JP LEITA M EVERBECQ E SMITZ JS and DELIEacuteGE JF 2011 Plankton of the
River Loire France a biodiversity and modelling study Journal of Plankton Research p 1-16
DEVERCELLI M 2010 Changes in phytoplankton morpho-functional groups induced by extreme
hydroclimatic events in the Midle Paranaacute River (Argentina) Hydrobiologia vol 639 p 5-19
DODDS W and WHILES M 2010 Physiography of flowing water In DODDS W e WHILES
M (Eds) Freshwater Ecology concepts e environmetal applications of limnology 2 ed Elsevier
811 p
DOKULIL MT and TEUBNER K 2000 Cyanobacterial dominance in lakes Hydrobiologia
vol 438 p 1-12
ESTEVES FA and SUZUKI MS 2011 Comunidade fitoplanctocircnica In ESTEVES FA
(Coord) Fundamentos de Limnologia 3 ed Rio de Janeiro Interciecircncia 826 p
GUIMARAtildeES AE LOPES CM MELLO RP and ALENCAR J 2003 Ecologia de
mosquitos (Diacuteptera Culicidae) em aacutereas do Parque Nacional do Iguaccedilu Brasil 1 ndash Distribuiccedilatildeo por
habitat Caderno de Sauacutede Puacuteblica vol 19 no 4 p 1107-1116
HA K JANG M and JOO G 2002 Spatial and temporal dynamics of phytoplankton communites
along a regulated river system the Nakdong River Korea Hydrobiologia vol 470 p 235-245
HENRY R 1999 Ecologia de Reservatoacuterios Estrutura Funccedilatildeo e Aspectos Sociais
FAPESPFUNDBIO 799
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANAacute ndash IAP Disponiacutevel em
httpwwwiapprgovbrarquivosFileprogramas_e_projetosiguacupdf (Acesso em 2004 2010)
JACKSON DA 1993 Stopping rules in principal component analysis Ecology vol 74 p 2204ndash
2214
KOMAacuteREK J and ANAGNOSTIDIS K 1989 Modern approach to the classification system of
Cyanophytes 4 - Nostocales Algological Studies vol 56 p 247-345
LAIR N and REYES-MARCHANT P 1997 The potamoplankton of the Middle Loire and the
role of the ldquomoving littoralrdquo in downstream transfer of algae and rotifers Hydrobiologia vol 356
p 33-52
MAACK R 2002 Geografia fiacutesica do Estado do Paranaacute 3 ed Rio de Janeiro Livraria Joseacute
Olympio 438 p
MARGALEF R 1983 Limnologia Barcelona Ediciones Omega 1010 p
MCCUNE B and M J MEFFORD 1999 PC-ORD Multivariate analysis of ecological data
version 40 MjM Software Design Gleneden Blach Oregon
NEIFF JJ 1996 Large rivers of South America toward the new approach Verhandlugen des
Internationalen Verein Limnologie vol 26 p 167-180
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
36
NOGUEIRA MG FERRAREZE M MOREIRA ML and GOUVEcircA RM 2010
Phytoplankton assemblages in a reservoir cascade of a large tropical ndash subtropical river (SE
Brazil) Revista Brasileira de Biologia = Brazilian Journal of Biology vol 70 no 3 p 781-793
OrsquoFARRELL I LOMBARDO RJ PINTO PT and LOEZ C 2002 The assessment of water
quality in the Lower Lujaacuten River (Buenos Aires Argentina) phytoplankton and algal bioassays
Environmental Pollution vol 120 p 207-218100
PADISAacuteK J 1993 The influence of different disturbance frequencies on the species richness
diversity and equitability of phytoplankton in shallow lakes Hydrobiologia vol 249 p 135-156
Parque Nacional do Iguaccedilu Caminho aberto para a vida 2002 Curitiba Rede nacional Proacute-
Unidades de Conservaccedilatildeo rede verde de informaccedilotildees ambientais 112 p
PERBICHE-NEVES G FERRAREZE MF SERAFIM-JUacuteNIOR M SHIRATA MT and
LAGOS PED 2011 Influence of atypical pluviosity on phytoplankton assemblages in a strech of
a large sub-tropical river (Brazil) Biologia Section Botany vol 66 no 1 p 33-41
PIELOU EC 1966 The measurement of diversity in different types of biological collection
Journal of Theoretical Biology no 13 p 131-144
RAVEN JA and WAITE AM 2004 The evolution of silicification in diatoms inescapable
sinking and sinking as escape New phytologist vol 162 p 45-61
REYNOLDS CS 1988 Potamoplankton paradigms paradoxes and prognoses In ROUND FE
(Ed) Algae and Aquatic environment Biopress Bristol England p 283-311
REYNOLDS CS and DESCY JP 1996 The production biomass and structure of phytoplankton
in large rivers Archives of Hydrobiology vol 1-4 p 161-187
REYNOLDS CS 2006 Ecology of Phytoplankton Cambridge Ed University Press 535 p
RODRIGUES SC TORGAN L and SCHWARZBOLD A 2007 Composiccedilatildeo e variaccedilatildeo
sazonal da riqueza do fitoplacircncton na foz de rios do delta do Jacuiacute RS Brasil Acta botanica
brasiacutelica vol 21 no 3 p 707-721
RODRIGUES LC TRAIN S BOVO-SCOMPARIN VM JATI S BORSALLI CCJ and
MARENGONI E 2009 Interanual variability of phytoplankton in the main Rivers of the Upper
Paranaacute River floodplain Brazil influence of upstream reservoirs Revista Brasileira de Biologia =
Brazilian Journal of Biology vol 69 p 501-516
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIacuteDRICOS - SEMA 2010
Revista Bacias Hidrograacuteficas do Paranaacute ndash Seacuterie Histoacuterica Curitiba p 1-140
SALAMUNI R SALAMUNI E ROCHA L A and ROCHA A L 2002 Parque Nacional do
Iguaccedilu PR Cataratas de fama mundial In SCHOBBENHAUS C CAMPOS D A QUEIROZ E
T WINGE M and BERBERT-BORN M L C (Eds) Siacutetios Geoloacutegicos e Paleontoloacutegicos do
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
37
Brasil DNPMCPRM - Comissatildeo Brasileira de Siacutetios Geoloacutegicos e Paleobioloacutegicos (SIGEP)
Brasiacutelia p 313-321
SALMASO N and ZIGNIN A 2010 At the extreme of physical gradients phytoplankton in
highly flushed large rivers Hydrobiologia vol 639 p 21-36
SCHEINER SN and GUREVITCH J 1993 Design and analysis of ecological experiment New
York Chapman and Hall 434p
SHANNON CE and WEAVER W 1963 The mathematical theory of communication Illinois
University Press Urbana
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2001 Estrutura e dinacircmica da comunidade
fitoplanctocircnica a jusante e montante do reservatoacuterio de Corumbaacute Caldas Novas Estado de Goiaacutes
Brasil Acta Scientiarum Biological Sciences vol 23 no 2 p 283-290
SILVA CA TRAIN S and RODRIGUES LC 2005 Phytoplankton assemblages in a Brazilian
subtropical cascading reservoir system Hydrobiologia vol 537 p 99-109
SIMEPAR ndash Instituto Tecnoloacutegico Simepar Disponiacutevel em
httpwwwsimeparbrtempoclimaclimajsp (Acesso em 2411 2011)
SOARES MCS HUSZAR VLM and ROLAND F 2007 Phytoplankton dynamics in two
tropical river with different degrees of human impact (Southeast Brazil) River research and
applications vol 23 p 698-714
STATSOFT INC 2005 Statistica (data analisys software system) version 71 Available at www
statsoftinc
STEVENSON RJ 2009 Algae of River Ecosystems In LIKENS GE (Ed) River Ecosystem
Ecology a global perspective San Diego Academic Press 411 p
TRAIN S OLIVEIRA MD and QUEVEDO MT 2000 Dinacircmica sazonal da comunidade
fitoplanctocircnica de um canal lateral (Canal Cortado) do Alto Rio Paranaacute (PR Brasil) Acta
Scientiarum Biological Sciences vol 22 p 389-395
TWISS MR ULRICH C KRING SA HAROLD J and WILLIAMS MR 2010 Plankton
dynamics along a 180 Km reach of the Saint Lawrence River from its headwaters in Lake Ontario
Hydrobiologia vol 647 p 7-20
UTERMOumlHL H 1958 Zur Vervollkommnung der quantitativen phytoplankton-methodic
Mitteilungen Internationale Vereinigung fuumlr Theoretische und Angewandte Limnologie vol 9 p 1-
38
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
38
VANNOTE RL MINSHALL GW CUMMINS KW SEDELL JR and CUSHING CE
1980 The River Continuum Concept Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences vol 37
p 130-137
WEHR JD and DESCY JP 1998 Use of phytoplankton in large river management Journal of
Phycology no 34 p 741-749
WETZEL RG 1993 Limnologia Lisboa Fundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian 919 p
WETZEL RG 2001 Limnology Lake and River Ecosystems 3 Ed San Diego Academic Press
1006 p
ZALOCAR DE DOMITROVIC Y DEVERCELLI M and GARCIA DE EMILIANI M O
2007 Phytoplankton In The Midle Paranaacute River Limnology of a Subtropical Wetland p 177-203
ZOHARY T PADISAacuteK J and NASELLI-FLORES L 2010 Phytoplankton in the physical
environment beyond nutrients at the end there is some light Hydrobiologia no 639 p 261-269
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)
39
7 Anexo (Normas Brazilian Journal of Biology)