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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG
Instituto de Ciências da Natureza
Curso de Geografia – Licenciatura
Saulo Rocha Leite
EMPRESAS LOCAIS x MULTINACIONAIS: A QUESTÃO DAS
INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS DA REGIÃO DE ALFENAS.
O PODER DO TERRITÓRIO.
Alfenas - MG
2010
5
Introdução
Apresentação do tema.
Partimos da idéia de apresentar neste referido trabalho, as reais atribuições,
dificuldades enfrentadas, mercado de atuação, perspectivas de crescimento, entre
outras atividades, que as empresas locais de produtos derivados de leite, lácteos,
laticínios, enfrentam na disputa comercial e territorial de atuação, com as gigantes
multinacionais.
O Estado de Minas Gerais ocupa, há muito tempo, o primeiro lugar na
produção de leite nacional. Minas Gerais 3,7 bilhões de litros de leite, São Paulo 1,8
bilhões, Rio Grande do Sul 1,1 bilhões, Goiás 1,0 bilhões. Verifica-se que Minas
Gerais possui a maior produção de leite do país, e o sul de Minas é a relação de
estudo. Por outro lado, existem estudos mostrando que o desenvolvimento sócio-
econômico do pequeno agricultor passa pela inclusão, em seu sistema de produção,
nos moldes como vem sendo conduzido este mercado de derivados do leite, devido
a competitividade que as indústrias processadoras do leite exigem referente a
qualidade desta matéria prima.No entanto o produtor de leite deve se adequar as
tais exigências,e o pequeno industrial também, para garantirem a sobrevivência
neste mercado.
Esse estudo tem como objetivo analisar a inserção dos pequenos e médios
processadores de leite, pequenas indústrias locais, regionais, que utilizam o território
de atuação, como refúgio, abrigo. E de outro lado como reestruturam no sistema
lácteo global a partir das mudanças produtivas do final do século XX. Diversas
evidências apontam para uma redistribuição da produção mundial de leite, a
matéria-prima básica. Além disso, tem ocorrido um aumento do consumo mundial
per capita de lácteos e derivados e também um aumento no número dos
consumidores. Na medida em que novas técnicas de armazenamento, distribuição
desta produção vem surgindo este mercado permite superar o espaço de atuação
das redes, as necessidades de se adequar e buscam na expansão territorial de
atuação a característica de um mercado sem limites fronteiriços a superar. A
globalização como perversidade. As Grandes empresas multinacionais desenvolvem
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técnicas capazes de minimizarem este espaço territorial, longínquo.Neste trabalho
apontaremos as necessidades enfrentadas pelo pequeno e médio produtor de
derivados lácteos, derivados de leite,vem enfrentando na atuação territorial de
disputas comerciais contra as gigantes multinacionais. A cadeia produtiva das
indústrias lácteas, derivados de leite, será nosso principal objeto de estudo, na
inserção desta com as empresas regionais versos as multinacionais.
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2. Objetivos
2.1 Objetivos Gerais
Analisar a atuação das grandes empresas multinacionais, na região de maior
concentração de produtores de leite do Sul de Minas. O que esta modificando o
relacionamento de atuação no mercado das pequenas e médias empresas
processadoras de produtos derivados do leite.
A pequena empresa tradicional que sempre esteve na região vem sendo
engolida pela presença destas gigantes no setor. Porém, a mesma indústria local
encontra atributos relacionados à territorialidade para garantir uma presença neste
mercado. Neste referido trabalho debruçaremos nossos estudos nesta relação no
Sul de Minas. Pequenas empresas contra as multinacionais, a questão de espaço,
territorialidade.
2.2 Objetivos Específicos
Elaborar uma análise investigativa, a partir de um estudo das empresas de
Laticínios do Sul de Minas, de pequeno e médio porte. Analisar a atuação das
Grandes empresas, multinacionais, instaladas na região, bem como o processo de
cadeias produtivas, e distribuição. Detectar o papel do espaço competitivo, tais como
territorialidade, de ambas. A globalização como perversidade, segundo Milton
Santos.
Obter dados através de pesquisa a campo dos pequenos e médios industriais,
no segmento de laticínios. Relacionar a disparidade de atuação das empresas, no
âmbito nacional até mesmo internacional, com o regional. Diagnosticar a relação da
divisão internacional do trabalho, perante a abertura do mercado, com as empresas
tradicionais, regionais.
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Justificativas
Minas Gerais se destaca como o maior estado produtor de leite e inúmeras
famílias vivem exclusivamente desta atividade. Os números apontam a importância
de atentarmos para este aspecto Em 2005, à produção de leite em Minas Gerais
atingiu 6,9 bilhões de litros, participando com 28% da produção brasileira segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007). O valor real bruto da
produção de leite em 2005 foi de R$ 3,8 bilhões, calculado com base no IBGE e no
preço médio do CEPEA (2007). Em todo o país esse valor atingiu R$13,3 bilhões. As
exportações de lácteos em Minas Gerais também vêm crescendo. Em 2006 houve
US$ 66,4 milhões em exportação, com incremento de 74% em relação ao ano
anterior (SECEX, 2007). As importações somaram US$ 12,6 milhões em 2006. Além
disso, a Indústria de Laticínios ocupa a 12º posição na geração total de emprego, à
frente de setores como construção civil, têxtil, siderurgia entre outros (MARTINS,
2006). O setor de leite vem crescendo e as necessidades de atuação da cadeia
produtiva do mesmo também. Porem o pequeno e médio produtor de produtos
derivados de Leite, que ocupam posições estratégicas, pois em sua grande maioria
está bem próxima do produtor de leite, vem encontrando uma serie de dificuldades
de continuidade de seu mercado. Os avanços nos processos de captação da
matéria prima, armazenagem e logística, vêm fazendo com que as empresas
tradicionais em sua região, não consigam acompanhar com a mesma velocidade
que as multinacionais vêm atuando.
“o leite é uma boa alternativa quando se pensa em um pequeno
produtor disposto a trabalhar e que não tenha muito capital para investir.
Pode ser explorado em pequenas áreas, apresenta baixo risco comercial
(sempre haverá por perto alguma linha de leite, o risco tecnológico nos
sistemas a pasto é reduzido (compare com horticultura ou fruticultura
intensivas), o fluxo de caixa mensal é atraente e há emprego de mão-de-
obra familiar, representando uma forma interessante de ocupação e renda
para a população rural.” CARVALHO (2006, p. 97),
9
Estas características nos permite dizer que o leite pode sim ser um grande
responsável para a renda rural não ser sazonal e que a família trabalhe no campo. O
mesmo pode entender que aumentando valor agregado no produto transformado, a
renda aumenta. Dai a importância de reafirmarmos nosso estudo no processo da
pequena empresa de laticínios que compete diretamente tanto com o produtor da
matéria prima, o leite, como na venda do produto industrializado.
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Material e método
Estudo teórico: levantamento e revisão bibliográfica;
Coleta de dados primários, junto aos órgãos oficiais e de pesquisa
Elaboração de Material Ilustrativo, como mapas e relações de proporcionalidade,
como gráficos.
Pesquisa de campo: realização de Entrevistas com proprietários de
pequenos e médios Laticínios, bem como produtores de leite.
Analise e Tabulação dos dados coletados, informativos. Redação e
relatório final da pesquisa.
5 O território
As empresas tradicionais que possuem uma história com o espaço local, pois
é peculiar de sua importância o processo de transformação desta matéria prima, o
leite, em produtos industrializados, vem a cada dia perdendo espaço no chamado
mercado global. É sabido que as multinacionais, no ramo de produtos de derivados
de leite, atuam na região do Sul de Minas Gerais, como é o caso da Danone, Nestle
etc. Estas empresas buscam no território uma matéria prima mais barata e de boa
qualidade. No entanto, estão se instalando no local, ocupando o território com a
necessidade ou característica de buscar matéria prima barata e um grande mercado
consumidor para seus produtos. Bem diferente das empresas tradicionais que estão
no espaço local a partir de uma característica própria, e encontrou na forma de
produção a transformação desta matéria prima um mercado próspero e
característico do espaço local. A modernização do país ocorrida em meados do
século XX indica uma nova etapa da industrialização nos países periféricos
subdesenvolvidos. A invasão das multinacionais e consequentemente ao conceito
de urbanização provocou mudanças significativas no espaço produtivo local. Novos
conceitos, padrões e tecnologia propiciam uma grande arrancada nas indústrias. A
11
distinção entre os dois tipos, portes de empresas será principalmente a questão a
ser observada neste referido trabalho.
As multinacionais com o propósito de encontrar matéria prima de boa
qualidade, barata, as características de compra deste produto, o leite. A dominação
das grandes empresas modifica como toda relação de matéria prima, pois o produtor
de Leite fica refém de tais especificações, sanitárias, logísticas e, sobretudo, o
preço, pois os grandes são articulados em dominar o ramo através do preço, lei de
oferta e demanda impedem as empresas menores de participar deste seleto
mercado. Neste aspecto o pequeno produtor de produtos derivados do leite, que na
região encontramos inúmeros, fica de certa forma impotente diante das relações
desiguais com os grandes produtores. A distorção entre estes dois grupos de
produtores são enormes. As grandes empresas utilizam o espaço territorial para
aumentar seus lucros estando próximas as grandes bacias leiteiras. Já o pequeno
não consegue ter o mesmo tipo de ferramenta devido às distorções que o mercado
ocasiona. Neste caso, os pequenos laticínios utilizam o território como um refugio,
um abrigo para não desaparecerem por completo deste segmento. A tradicional
característica da região torna se a fundamental atração das empresas locais a não
desaparecerem. Sistemas locais com uma ativa co-presença de pessoas e de um
ramo de atividade consistindo de pequenas empresas independentes especializadas
nas diferentes fases de um particular processo de produção. Sforzi (2003, p. 158-
159). A forma de competitividade esta presente na exclusividade no especifico.
Características típicas que só o pequeno industrial pode fornecer. Utilizando destes
argumentos faz do produto única forma de competitividade que possui.
5.1 Território como recurso:
O consumidor está no foco das ações das grandes empresas multinacionais e
o território será para as mesmas apenas um dos fatores preponderantes para
aquisição de novos clientes. Nestlé e Danone, mais precisamente a Nestlé que
constitui objeto de estudo neste referido trabalho, apresenta claramente a
12
importância do território para a implementação de um sistema que não permite uma
concorrência leal com as empresas de pequeno porte que estão na região.
5.2 Território como abrigo
A Região, nas suas mais diversas formas de divisão, conota variedades
específicas, como natural, histórico-cultural, administrativo ou econômico. No
entanto, nossa vertente será a relação econômica do espaço local referente a
especialização produtiva. Partimos da produtividade da bacia leiteira do sul de
minas. A especificidade da localidade permite olhares distintos, relacionados aos
interesses também com características desproporcional. Nesta idéia, o espaço
geográfico, nos permite relacionar o estudo sobre a globalização por reproduzir a
dicotomia pertinente nas mais obscuras formas de desconstrução deste espaço
geográfico, e uma nova reconstrução do mesmo. Porém, o espaço geográfico
permite resistências a tais mudanças e utilizam da territorialidade como forma de
manter a característica impar de sua construção da territorialidade, regionalidade. A
região torna-se para muitas empresas pequenas de laticínios um abrigo que reluta a
esta mudança desleal, na qual a globalização as permite a o deslocamento destes
interesses de produtividade no espaço. Estas empresas estão em suas limitações
por ordem de produtividade, qualidade, logística, preço etc. As pequenas empresas
independentes não mantêm uma ligação direta com grandes empresas e não há
uma explicação única para sua inserção no mercado. Em alguns casos trata-se de
pequenas empresas que atuam em setores (ou segmentos) tradicionais e
competitivos com baixas barreiras à entrada e concorrência predominantemente em
preço..
Em outros casos, são empresas que "concorrem" com as grandes
em setores mais concentrados e que só se tornam viáveis graças à
maior flexibilidade, à estrutura mais simples e de menor custo e, não
raro, a menores custos da mão-de-obra. Há ainda pequenas
empresas "independentes" que conseguem ser bem sucedidas em
estruturas industriais nas quais há liderança das grandes empresas,
ocupando espaços ("nichos") em termos de produto, processo ou
13
mercado delimitados, e sendo flexíveis o suficiente para buscar e
ocupar novos espaços à medida que os que ocupam se estreitam.
Isoladamente o tamanho não é uma variável suficiente para definir se
uma empresa necessariamente forma parte de uma população de
pequenos negócios. (TORRÈS; JULIEN, 2005, p. 359)
Conforme a circulação de informações de modais distintos, o mercado atual
permite que as multinacionais migrem conforme seus interesses de região a região.
A mobilidade está na própria forma de atuação de mercado. O mesmo não permite
que as pequenas usufruam de mecanismos idênticos, apesar de intensificar a
dependência do mercado consumidor e produtivo. Entretanto, as regiões tornam-se
abrigo, refúgio, para as pequenas empresas de Laticínios.
[...] uma fonte de 'especificidade' provém da impossibilidade de
acesso aos vários tipos de economias de escala e outra, também
constatada a partir da observação empírica provém das influências
culturais que restringem e conformam a ação da administração do
pequeno negócio. (CURRAN, 2006, p. 206).
No século XX, a indústria de laticínios, derivados de leite, caracterizou-se pelo
convívio relativamente estável entre três grupos de empresas: um pequeno número
de empresas com predomínio do capital externo e dedicando-se à fabricação de
produtos com elevado valor agregado; outro de empresas com capital nacional, de
origem predominantemente familiar, dedicadas à fabricação de produtos com baixo
valor agregado e de mais elevada perecibilidade, com abrangência local e ou
regional, produtos que se tornaram característicos do espaço produtivo local e, por
fim, um grupo de cooperativas que podem ser divididas em centrais de cooperativas
e cooperativas individuais, que neste momento de estudo não cabe refletir
interpretações. E não é por acaso que os fundos de investimentos estejam
comprando grandes empresas da indústria brasileira láctea, o cenário futuro aponta
para uma importância crescente da indústria brasileira na cadeia produtiva global. A
concentração pode vir através de cooperativas. De empreendimentos de pequeno e
médio porte, só se tornam viáveis caso atuem em nichos de mercados
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diferenciados. O espaço de atuação, com a maior diversificação de produtos lácteos,
manufaturados do leite. Porém, a briga pelo mercado torna-se desleal.
Micro, e macro Circuito: a dinâmica espacial da cadeia produtiva, de
derivados do leite, laticínios, assume-se aqui o papel central da grande empresa na
articulação da cadeia produtiva, esta por sua vez responsável pelas grandes
transações financeiras e de produtos. A relação avança nas seguintes hipóteses
secundárias: está ampliando-se o espaço ocupado pelo capital nacional na divisão
de tarefas em nível mundial, divisão internacional do trabalho as indústrias nacionais
não ocupavam este espaço por sua territorialidade, ainda assim, os agentes
econômicos de capital nacional assumem um papel subordinado e,
conseqüentemente, com menores graus de liberdade. Pois, é relativo que este
espaço de atuação na territorialidade, regionalidade, devido a inúmeros fatores de
limitação e não por incompetência, não seja ocupado.
Este projeto apoia seus estudos da premissa básica na lógica capitalista,
portanto, compreende a economia capitalista contemporânea segundo a tradição
dos grandes autores que apontaram a tendência inerente da acumulação capitalista
em promover uma mudança radical e contínua do território tradicional, perdendo
este suas raízes originais, características de sua atuação em determinado
segmento, conforme a divisão internacional do trabalho. Suas bases técnicas,
promovendo a concentração e a centralização dos capitais, oriundos estes de outras
espacialidades, pois a globalização as permite alterar este espaço. Nesse sentido, a
grande empresa capitalista moderna compreendida como “grupo financeiro com
predominância industrial” (Chesnais, 1995) e unidade de valorização de capital –
destaca-se como principal agente das transformações que periodicamente destroem
as próprias estruturas estabelecidas de produção, distribuição, circulação e consumo
de determinados nichos de produção estabelecidos ao longo da historia.
Circuito espacial Produtivo: estes circuitos dinâmicos e característicos
apontam antes da disseminação da produção do leite UHT, por si só, que a
perecibilidade limitava a abrangência das plantas industriais e possibilitava a
existência de pequenos laticínios de caráter regional. Ficava desta forma,
estabelecida uma divisão de mercados, onde a grande empresa atuava nos
produtos mais elaborados e a pequena empresa se responsabilizava pela produção
do leite fluído com distribuição local. Com a adoção da tecnologia de pasteurização,
15
verificou-se então a passagem de um mercado de abrangência local para um
mercado nacional, ampliando-se os espaços da concorrência e a diversidade de
marcas disponíveis para o consumidor. Altera-se assim o âmbito da concorrência do
leite fluído, transformando-se esse espaço de cativo do produtor local para espaço
disputado, sobretudo entre empresas grandes de caráter nacional ou multinacional.
A introdução da tecnologia UHT significou mais do que a mudança de hábitos de
consumo, provocou uma transformação na coordenação da cadeia produtiva láctea
e em certa medida foi responsável pela reestruturação produtiva ocorrida no setor.
No Brasil, essa tecnologia, propriedade da empresa TetraPak, foi introduzida pela
empresa Parmalat. Posteriormente, diversas empresas passaram a produzir leite
pasteurizado. Estas tecnologias proporcionaram uma disseminação do produto e da
industrialização do mesmo. Num período mais recente, e que repercutiram
diretamente sobre a indústria de laticínios, temos a abertura do mercado nacional,
que propiciou um fluxo intenso de capitais externos nos anos 1990, capitais estes
que aumentaram os fluxos dos investimentos diretos externos (IDE) realizados na
economia brasileira.
“As firmas compõem seus produtos, fabricando componentes em
lugares geográficos distantes entre si, uma forma de especialização da
Produção. A tecnologia carrega a espacialização e facilita atentar contra o
território de outros modos” Santos (1996, p.242).
Sobretudo as multinacionais constroem novas redes de distribuição e criação
de novos conceitos, O território hoje pode ser formado de lugares contínuos e de
lugares em rede. São, todavia, os mesmos lugares que formam redes e que formam
o espaço banal. São os mesmos lugares, os mesmo pontos, mas contento
simultaneamente funcionalizações diferentes, divergentes. No caso da indústria de
laticínios, esses recursos foram os responsáveis diretos pela intensificação da onda
de fusões e aquisições que se verificou no setor. Estes eram provenientes,
sobretudo, dos países centrais, com especial destaque para o capital de
procedência européia. As grandes empresas de laticínios internacionais com uma
larga tradição na industrialização e comercialização de produtos lácteos. A indústria
de alimentos foi um dos segmentos que mais recebeu esse tipo de recurso. Esse
processo levou à constituição de grandes indústrias, conglomerados horizontais de
atuação no setor. Assim como condicionou a nova forma de atuação dos agentes
16
integrantes do complexo agroindustrial de laticínios, desencadeando novas formas
de coordenação da cadeia produtiva. Neste aspecto, com a abertura e
desregulamentação do mercado de laticínios brasileiro, estas grandes empresas
conseguiram com certa facilidade a inserção no território. Território este que não
estabelece etapas de modernização de seu parque industrial, ou seja, as
multinacionais ao estabelecerem as relações com o espaço transformam o mesmo
pulando etapas importantes de desenvolvimento regional. O que ocasiona o
desaparecimento de diversas outras empresas. E dificultando a ação das pequenas
empresas que ainda sobrevivem do território, da limitação espacial. A dependência
regional torna-se latente, tanto por parte do produtor como do pequeno industrial de
produtos lácteos.
5.3 Cadeia Produtiva
O produtor de leite, detentor da matéria prima poderá vender seu produto ao
grande produtor de produtos derivados do leite, no caso as multinacionais, ou ao
pequeno que utiliza a tradição de seu produto para permanecer no mercado. Uma
desigualdade imensa. O grande produtor estabelece o preço possui maior
credibilidade diante a sua atuação internacional, o que intimida o produtor de leite,
seja ele pequeno, médio ou grande. Estes atributos do grande produtor de produtos
industrializados fazem modificar toda uma relação de dinâmica da cadeia produtiva
do leite. Novas tendências e técnicas são estabelecidas mais uma vez as
imposições internacionais, desterritorializando o espaço local característico e
tradicional.
5.4 Empresa territorial
Na abertura economica do mercado brasileiro nos anos 90, antes disso na
década de 30 as multinacionais já estavam no Brasil. Entende-se então que a
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atuação das mesmas com o mercado produtor de leite no Brasil não é nova. A
concentração da estrutura de mercado pode ser analisada pela grande concentração
de multinacionais no país, a partir da Nestle, um pequeno grupo assume a quase
totalidade de produção e distribuição no território.
Ainda que existam mais de 2.300 empresas processadoras de leite no
território brasileiro, as quatro maiores empresas captam quase 30% do total de leite
inspecionado. As oito maiores empresas em captação são responsáveis por 35% do
leite captado em território nacional. Ou seja, um pequeno grupo apoderando-se de
quase a totalidade da produção, mais uma vez a lógica capitalista de concentração
de riqueza. O que denota que as pequenas empresas de laticínios tornam-se cada
vez mais restritas em seu território, pois a atuação das grandes do setor vem
tomando seu espaço na cadeia produtiva.
Na região do Sul de Minas, por se tratar de uma região especifica do ramo de
leite, possui uma grande quantidade de indústrias de pequeno a médio porte. Á sua
tradição na produção de queijos, manteigas, iogurtes, doces, produtos
manufaturados do leite, etc. Essa indústria ou ramo industrial, no desenho clássico
de produção industrial, é composto por empresas multinacionais, por grupos
nacionais, por cooperativas e também por pequenos laticínios. As empresas
multinacionais são os grandes grupos privados controlados por capital de origem
externa, com abrangência nacional, geralmente possuindo uma marca consolidada.
Sua produção não se dá apenas na área de lácteos, mas sim em alimentos de uma
forma mais ampla. Os grupos nacionais caracterizam-se por uma atuação mais
regionalizada, com especialização em alguns produtos lácteos. Dentre as
cooperativas, temos as cooperativas singulares ou de primeiro grau, voltadas
principalmente para o consumo local em mercados regionais, e as cooperativas
centrais ou de segundo grau, que são constituídas por um grupo de cooperativas
singulares. Por fim, temos os pequenos laticínios, de alcance regional, atuando
muitas vezes de forma clandestina, sem inspeção sanitária. Jank (1999, p.278). A
especificidade setorial foi ocorrência precursora, antecipando o movimento que
ocorreu no restante da indústria. Essa análise, ainda que de forma abreviada,
evidencia a redução no número de empresas atuantes, em decorrência
principalmente das operações de fusões e aquisições verificadas.
18
No período compreendido entre 1985 e 2003 ocorreram 48
operações de fusões e aquisições envolvendo empresas processadoras de
leite. Essa movimentação é entendida como parte integrante e decisiva
das estratégias de crescimento das empresas, condicionantes dos demais
movimentos dessa indústria. Carvalho (2006, p. 57)
Queijos
33%
5.5 Crédito
Fica evidente nas entrevistas realizadas com os pequenos industriais, que a
aquisição de crédito perante as instituições financeiras, fica de certa forma
prejudicada. Pois, as exigências governamentais, sanitárias, etc, denotam
claramente as imposições dos padrões de fabricação e consumo vindos dos países
desenvolvidos adotados. Cabe neste caso um estudo mais detalhado, e não
interessa neste momento estar relacionando as dificuldades encontradas pelos
pequenos industriais que têm a região, o regionalismo como fator determinante para
a sobrevivência no comércio de produtos derivados do leite.
5.6 Logística
A competitividade nos dias atuais proporciona que as empresas possuam
maiores relações com a cadeia produtiva. As novas técnicas relacionadas a coletas
de leite na propriedade, armazenamento, distribuição e produção difundem
conceitos e parâmetros a serem seguidos. As multinacionais engajadas e
precursoras de tais conceitos lançam a perspectiva de atuação global. As inúmeras
manifestações da divisão internacional do trabalho relacionam a regionalidade, a
territorialidade no contexto específico que cada região proporciona na cadeia
produtiva.
19
A logística, devido ao engajamento de novos mecanismos, proporciona antes
de tudo uma nova relação de intermediação de produtos que até então ficava
estacionado neste contexto de proximidade de fluxos produtivos e consumidores. No
caso do leite, a mesma hipótese está diretamente relacionada. Por ser um produto
de um extensivo consumo como antes relacionado, demonstra a imensa viabilidade
de criar cadeias inter-relacionadas, entre produto (matéria prima) com consumidores
em produtos industrializados. Denota que as regiões seguem o mesmo jogo do
capitalismo entre regiões desenvolvidas e subdesenvolvidas. Neste mesmo caso,
entende-se a especialização da região do Sul de Minas na produção de leite, entre
pequeno, e grande produtor e a proximidade das cadeias de distribuição, no caso as
grandes empresas mundiais alocadas nas proximidades desta bacia leiteira, no
caso, Danone etc. Todas com grandes modais logísticos. Estas mesmas tomando,
ou aniquilando as pequenas processadoras de leite, as pequenas indústrias de
derivados de leite do espaço produtivo local, como a Magestic de Alfenas, MG.
5.7 Propaganda e Marketing
O mercado consumidor destes produtos está diretamente relacionado à base
da pirâmide alimentar do ser humano. O que indica que este mercado é propenso a
só aumentar. A cultura, a tradição de certas regiões originou a especialização em
tais produtos, como no caso o queijo de minas, ou o queijo da serra da canastra, etc.
Porém, a especificidade de tais produtos está relacionada ao pequeno produtor
destes produtos derivados do leite, como o caso do doce de leite, manteiga,
requeijão etc. No mercado a concorrência com o grande produtor e pequeno torna-
se desigual. A disponibilidade de recursos físicos e financeiros da grande empresa
de laticínios é completamente superior perante a propaganda e os recursos da
pequena empresa. A propaganda dos dois tipos de empresas é completamente
distinta: a grande atuando para a grande maioria na mídia nacional, em contra
partida, a pequena, a propaganda torna-se boca-a-boca devido sua qualidade e
especificidade, do tradicional. Neste caso, o espaço geográfico restringe o pequeno
produtor, que passa a atuar somente no local, espaço de origem, o território como
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abrigo, refúgio. Mas, este território sofre a atuação da grande empresa que esta
relacionada como um todo no espaço geográfico nacional, não somente na região
com características tradicionais.
5.8 Transnacionais, elas estão na região, espaço produtivo local.
O Sul de Minas Gerais possui uma das maiores bacias leiteiras do Brasil, o
que possibilitou a fixação de diversas empresas multinacionais na região. Estar bem
próximo da matéria prima e controlar a oferta do produto, fixando preços e contratos
futuros de exclusividade tornam estas regiões subdesenvolvidas, dependentes
destes mecanismos, perversos da globalização. Estas multinacionais, como a
Danone, instalada em Poços de Caldas, concorre diretamente com empresas locais
de laticínios. E ainda é concorrente na aquisição do produto, matéria prima, o leite.
Os produtores de leite desta região ou vendem seu produto para as multinacionais
ou para os pequenos. O fator decisivo para a venda diretamente relacionada com a
quantidade e a forma de pagamento. E, neste aspecto, como a quantidade
condicionada como, o preço pago aos pequenos, médios e grandes produtores.
Diferenciando assim da quantidade de matéria prima adquirida pelos pequenos e
médios produtores de produtos industrializados, que neste caso de concorrência
pelo fator preço formas de pagamentos etc. Por exemplo, as multinacionais pagam
um valor que com certeza cumpre o compromisso, pois detém a facilidade de
disponibilidade de recurso e crédito no mercado, assim as pequenas com recursos
escassos e dificuldade de obtenção de crédito.
5.9 Oferta e demanda
O controle da oferta deste produto, possui inúmeros fatores que irão de
encontro com muitas vertentes relacionadas a economia local, parte das pequenas
empresas, e mundial parte das grandes empresas. Primeiro, as tradicionais regiões
21
produtoras de leite, possuem na regionalidade a produção por diversas
características, regionais, especificas do espaço, na qual estão inseridos. E, neste
caso, as indústrias processadoras de leite também desenvolveram seus produtos ao
longo desta história de perpetuação e modelagem do espaço geográfico. Porém, as
multinacionais não possuem um histórico de característica de fidelidade no espaço
geográfico, e as novas vertentes competitivas relacionadas como tecnologias
avançadas.
A demanda por produtos industrializados derivados do leite ao longo do
século XX só vem aumentando possibilitando a criação de inúmeras empresas.
Sobretudo a criação de um novo conceito na cadeia alimentar da população. A
população do mundo inteiro cria uma dependência alimentar sobre tais alimentos.
Grandes corporações atentas a tais acontecimentos buscam novas cadeias
produtivas regionais. Esta atitude de avançar na conquista de mercados impulsiona
as grandes empresas, consolidando a marca. Neste mesmo contexto as pequenas
empresas estão perdendo seu próprio mercado de atuação. Mas o espaço produtivo
e consumidor de seus produtos agem como refugio e a demanda pelos produtos
tradicionais não desaparece.
6. Novas tecnologias
A estrutura clássica da cadeia láctea apresentado tem-se alterado nos últimos
tempos. Cada vez mais ocorre a exclusão dos produtores não especializados,
tendência que se acentuou com a Normativa do Ministério da Agricultura n° 51, que
impõe uma série de condições para que os produtos cheguem ao mercado, desde o
começo da cadeia produtiva. Em face da necessidade de investimentos
indispensáveis para a manutenção do fornecimento de leite, inicialmente ocorre esta
exclusão. Assim, como integrante da cadeia produtiva láctea, colocamos somente o
produtor especializado. Outra distinção diz respeito à divisão entre as empresas,
desaparecendo a relativa à origem do capital. Na verdade, o que interessa é a
dimensão desse capital, sua abrangência. Nesse quesito, a diferenciação diz
respeito ao porte, as empresas se diferenciam entre grandes empresas de
22
abrangência nacional e pequenas empresas mais regionalizada e ou especializadas.
O papel das cooperativas diminui, pois muitas passaram a fornecer para empresas
privadas. Mas o atributo principal que diferencia os dois grupos de empresa é a
prática da atividade de pesquisa e desenvolvimento, e conseqüentemente, da
inovação.
6.1 Capitulo I
As empresas multinacionais estão como referimos anteriormente, alocadas no
espaço geográfico perante a necessidade de crescimento no mercado de atuação.
Para as mesmas, a ampliação do espaço geográfico é a garantia de mercado
consumidor para seus produtos. O que também denota a modificação, bem como a
imposição de novos costumes de alimentação, já que estamos falando de produtos
derivados do leite. A empresa francesa Danone, que possui uma processadora de
derivados de leite em Poços de Caldas, sul de Minas, apresenta em seus folders,
páginas na internet, que tem como um dos principais objetivos da empresa estar
presente na mesa de famílias de todo o mundo, produtos de sua fabricação. O que
mais uma vez reforça que Milton Santos descreve em seu livro, Território
Globalização e Fragmentação, a empresa francesa atuando fortemente bem próxima
de seus fornecedores e também de seus consumidores. “A nível local, muitos
municípios interioranos passaram a oferecer uma serie de incentivos visando atrair
indústrias.” Santos (1996, p.113). O espaço geográfico de atuação da mesma sendo
ampliado. Como todos os outros, este segmento, possui os mesmos objetivos
capitalistas da empresa global tende a cada vez se solidificar com grandes
empresas, rentável e competitiva. A modificação, ou reestruturação do mercado
produtor de matéria prima e consumidor de seus produtos, faz com que todo um
processo de construção do espaço produtivo tradicional, territorialidade, como
demorou certo tempo para construir, em apenas décadas sejam destruídos. Novos
hábitos num espaço que antes havia uma sólida e tradicional forma de interagir,
talvez nem tão sólida assim, pois foi desconstruída. E faz perceber que a disputa
deste território foi de certa forma conquistada com mecanismos que o capitalismo as
23
desenvolveu. Tornando assim um luta desigual. O espaço produtivo, desta empresa
passa a ser o global, e países subdesenvolvidos tornam-se mercados fáceis de agir
e interromper o que estava sendo produzido neste determinado nicho de mercado. O
que concluímos é que o espaço produtivo no seguimento de produtos lácteos não
difere muito de outros segmentos e as atuações das empresas globais fazem o jogo
da globalização que interessam. A competitividade com outras empresas do mesmo
ramo, porém local, fica de certa forma, comprometida. As redes e cadeias
produtivas, as tecnologias, a variabilidade de produtos, a disposição dos produtos na
gôndola dos mercados, a marca a exposição de marketing as disparidades de
atuação no mercado. Todos estes atributos fazem perceber como arrojada são as
multinacionais neste segmento. Como já referimos anteriormente, não é novidade a
atuação das multinacionais no Brasil, porém, a modificação de hábitos alimentares e
a concepção de dominação de todo o mercado de produtos lácteos é relativamente
novo. A globalização como ferramenta propulsora das modificações. Quanto mais
espaço, território de atuação a obtenção de lucro e dominação da chamada empresa
global. Com uma marca forte consolidada em todo o mundo, com forte presença,
fica fácil a entrada destas em todo o mundo. Inclusive a sucursal de Poços de
Caldas a Danone, (francesa), recebeu inúmeros incentivos, governamentais para
construção de indústria, isenção de alguns impostos. A imposição de novos
métodos, seja de aquisição de matéria prima, como armazenagem e transformação,
fez com que estas empresas impusessem tais tecnologias e métodos produtivos. A
dominação na cadeia produtiva fortalece a relação de dominação de mercado.
6.2 Capitulo II
As empresas regionais, locais de produtos derivados do leite. Estas por sua
vez possuem como características básicas a tradição no setor lácteo brasileiro.
Como referimos anteriormente, estas estão para o espaço geográfico de atuação
como parte inseparável da característica da região. É o caso do estado de Minas
Gerais, que conhecido mundialmente pelos produtos tradicionais, como o queijo,
manteiga, doces, etc... .
24
“Este processo de construção de constituição de nação se opõe, de
um lado, ao local, mas ele também, de outro, se opõe ao global porque
este tende sempre a destruir bases desta construção nacional, a
fragmentar, não no sentido local, mas no sentido global de negação
inclusive dos espaços locais e de constituição de redes, de sistema de
caráter global, porque o global se apoia hoje na idéia de rede”
Santos(1996,p.75).
O fato primordial será a fragmentação do território porem a ligação feito pelos
modais tecnológicos permite a ligação antes inexistente. As empresas locais,
regionais possuem a tradição de estar atuando há tempos na região pela própria
característica produtiva da mesma. Como demonstramos anteriormente o estado de
Minas Gerais possui esta característica no mercado de leite no território brasileiro.
Empresas que possuem um forte e antigo vinculo com os produtores. No caso
estudado deste artigo, analisamos a empresa, Laticínios Alfenense, Magestic Ltda,
empresa tradicional no ramo de laticínios, familiar.Características da empresa:
Continentes: 1.
Países: 1.
Fábricas: 1.
Colaboradores: 25.
Agricultores beneficiados com assistência técnica gratuita: 00.
Vendas: 300.000
Lucro líquido: 98.000
Uma marca
Mais de13 produtos.
Esta inserida num determinado espaço, território que fez da necessidade, e
habilidade sua própria existência. O próprio território alavancou diversas empresas
deste segmento talvez pela própria característica do estado na produção de leite. Ao
agregar valor em seus produtos transformados, as regiões tomam notoriedade de
seus produtos pela qualidade e tradição. As redes e cadeias produtivas já existiam
um próprio método, porem rudimentares. Como a captação da matéria prima que era
feita em latões de 50 litros, possuía uma cadeia, ou melhor, uma rede de captação a
linha de fornecedores de leite da região. Atualmente a matéria prima ainda é
coletada nos latões de 50 litros totalmente fora dos padrões da vigilância sanitária. A
25
logística consistia na captura destes latões de vários fornecedores em uma lógica de
transformação desta matéria prima para transformação de produtos, com valor
agregado. Estas empresas num determinado tempo foram para a região uma
referencia dos produtores, pois só havia um comprador para seu leite, o que de certa
forma causava dependência. Esta indústria de transformação de derivados de leite
de certa forma era, e torna-se referencia para a região, seus produtos disponíveis
nas cidades da região. Porem no final do século XX, com a inserção de novas
tecnologias, o avanço das multinacionais para as proximidades das regiões
produtoras, ocorre uma modificação na relação produtor com os laticínios.
“Um enfoque mais recente se articula em torno de uma nova
divisão espacial e internacional do trabalho-introduzida pela empresa
multinacional e, de maneira mais geral, pela empresa de estabelecimentos
múltipla, na qual as deferentes fases do processo de produção são
atribuídas no espaço diferenciado, em função de suas características
tecnológicas e do nível de qualificação que querem.” Santos ( 1996, p.52)
A concorrência, a implementação e a adequação de novos métodos de
captação da matéria prima proporcionou uma grande modificação na estrutura da
dinâmica territorial de produção. Nessa forma de inserção das pequenas empresas,
dada a sua amplitude, não existe um padrão único de relação pequenas
empresas/grandes empresas. Situam-se, aqui, empresas "satélites", totalmente
submetidas ao comando das contratantes, e empresas que se beneficiam do
privilégio de estar sob o "guarda-chuva" de uma grande empresa, com
funcionalidade tão alta, que adquirem forte poder de negociação.
“Daí a necessidade de encarar o território, e consequentemente, a
territorialidade, como categoria temporária, de vez que no espaço e no
tempo nada é permanente, tudo se acha em constante transformação.”
Santos (1996,p.48)
Em caso de quebra dos vínculos, a grande empresa, no mínimo, defrontar-se-
á com a desvantagem representada pelo tempo necessário para encontrar, formar e
adaptar um novo fornecedor. Portanto, a base e a dimensão das relações entre as
26
empresas estão muito mais na troca de conhecimentos e experiência que na simples
relação de compra e venda (como na relação de subcontratação tradicional). Quanto
mais relevante for o papel das pequenas empresas na determinação da
competitividade das grandes empresas, quanto menores as assimetrias no poder de
negociação. Isso se dá, em particular, quando a subcontratação, ou qualquer que
seja a relação, é de especialização. A cadeia produtiva sofre uma inversão de
estrutura, territorial. Porem a mesma implementação, de uma nova relação de poder
é instaurada. Se num determinado momento a empresa local, detinha o privilegio de
ter uma gama de fornecedores, já não possui e ainda tem um concorrente global.
Porem a mesma não chega a desaparecer, pois utiliza o território, a tradição para
permanecer mesmo com as adversidades. Esta utiliza o território como refugio,
abrigo, como cita Milton Santos em seu livro, Território Globalização e
Fragmentação. O território protege desta concorrência desleal, provocada pela
invasão das multinacionais na região. O que determina a existência destas
empresas, no entanto a tradição, o espaço geográfico. Os produtos, a marca, a
logística não conseguem acompanhar a evolução tecnológica, e mesmo financeiro,
neste momento a disparidade de empresas, uma bem mais reformulada e
estruturada financeiramente, no caso as multinacionais, neste referido trabalho
citamos a Danone e Nestle, francesa e suíça, respectivamente, versus as empresas,
locais citadas neste trabalho: a brasileira, Laticínios Alfenense, Magestic Ltda, do
município de Alfenas, MG. O que fica notório é a inversão de relação entre indústria
e produtores de leite. E também a dicotomia de relação entre espaço, território de
atuação. Uma empresa utiliza o território para ganhar mercado consumidor e
conseqüentemente aumentar sua atuação, global e lucro, território como fator
determinante para crescimento organizacional e dominação no segmento. A outra
possui o mesmo espaço produtivo local como fator de abrigo, pois possui uma
relação direta com a territorialidade, a tradicionalidade, como fator positivo para
permanecer no mesmo segmento produtivo, competitivo, porem utilizam a
especificidade para permanecer no mercado. E o espaço geográfico passa a ser um
abrigo, refugio para não desaparecer.
“O conceito território não deve ser confundido com o de espaço ou
de lugar, estando muito ligado à idéia de domínio ou de gestão de um
27
determinado lugar. Assim, deve-se ligar sempre a idéia de território à idéia
de poder...” Santos, (1996 p. 213)
O propósito das empresas de laticínios locais estarem sobrevivendo ao
avanço das multinacionais será de certa forma o poder do território, este como
abrigo, refugio para sua organização empresarial e seus produtos.
28
Conclusão
Neste trabalho, temos a pretensão de discutir a dinâmica das relações entre o
pequeno industrial de produtos derivados do leite com a grande indústria
multinacional. Diagnosticar as verdadeiras relações entre espaços competitivos,
questão da territorialidade, seus usos e atribuições. A tradição de certas regiões em
determinados produtos, divisão internacional do trabalho. As características de
desenvolvimento atribuídas à região. A mudança de atores propensos à mudança da
paisagem geográfica local, nacional e internacional. Neste referido trabalho
delimitamos a região do Sul de Minas, cidade de Alfenas, pois as relações de
disputa do território são nítidas. E as empresas disputam o mesmo consumidor,
produtor, rede e cadeias produtivas. Cadeia produtiva, bem como suas relações
interdependentes, como logísticas técnicas de produção, captação e industrialização
do leite, e seus derivados. A Globalização como perversidade, ao sufocar e dificultar
o pequeno tradicional produtor de produtos derivados do leite. Pois ao interferir de
forma desleal no mercado regional local, obrigando de certa forma a que as
empresas menores tendem a desaparecer, devido a disputa territorial. As redes
interligadas monopolizando a coleta de matéria prima, no caso o leite, manipulando
o preço e articulada com a demanda internacional. A inserção das Multinacionais
processadoras de alimentos derivados do leite, competitividade desleal. Enfim
observamos o conjunto de tais acontecimentos na região do Sul de Minas, e a
questão do território local, a necessidade diferente entre estes dois tipos de
produtores de produtos derivados do leite. O pequeno industrial, tradicional, com o
grande, a multinacional no mesmo território, interesses distintos em relação ao
espaço de atuação. E neste caso a zona de atuação das duas empresas se choca.
Porem uma depende da territorialidade para permanecer no mercado, e está sendo
constantemente sufocada pelas maiores que necessitam de mercados
consumidores cada vez maiores para aumentar sua participação no mercado
mundial. Neste aspecto, o território local se fragmenta perante a globalização.
29
Anexos
As características das grandes empresas produtoras de produtos derivados
do leite. As grandes empresas possui diversas características que acentua-se
conforme a proximidade das empresas no espaço local. As grandes corporações
possuem linhas de financiamento que atende as necessidades das empresas em
todo o mundo. Diferente das pequenas e medias empresas que não possuem tanta
linha de crédito disponível no mercado. A aquisição de linhas de credito para
grandes empresas possibilita uma melhor adequação de equipamentos novas
tecnologias, logística e espaços produtivos.
Tecnologia:
As tecnologias das pequenas empresas estão muito atrasadas referente as
tecnologias das grandes industrias. As necessidades de aquisição de mercado com
grandes capitais e crédito disponível possibilitaram que as grandes empresas se
modernizassem. A modernização do setor foi fundamental para se adequar ao nicho
de mercado, pois se criou uma nova demanda de consumo na população. Novos
produtos e com especificações que o mercado necessita foi criado por tais empresas
multinacionais. Este novos produtos, adequado a legislações fito sanitárias
garantiram as grandes empresas impor regras conceitos, que as pequenas
empresas tem dificuldades em se adequar. Neste aspecto as pequenas empresas
possuem tecnologias defasadas e que de certa forma não atende as especificações
fito sanitárias vigentes. Equipamentos antigos e defasados impedem as pequenas
empresas de possuir novos produtos e fabricar nas condições que os grandes
industriais possuem.
Em todos os países onde opera, as atividades da Nestlé se alinham aos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ação coordenada pela Organização das
Nações Unidas (ONU) que estabelece oito macro-objetivos para a sustentabilidade
do planeta:
1. Acabar com a fome e a miséria
2. Educação básica de qualidade para todos
30
3. Igualdade entre sexos e valorização da mulher
4. Reduzir a mortalidade infantil
5. Melhorar a saúde das gestantes
6. Combater a aids, a malária e outras doenças
7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente
8. Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento
A Nestlé também trabalha conforme os princípios do Pacto Global, iniciativa
pela qual a ONU propõe à comunidade empresarial o desafio de apoiar
mundialmente a promoção de valores fundamentais nas áreas de Direitos Humanos,
Direitos do Trabalho, Proteção Ambiental e Combate à Corrupção.
Continentes: 5.
Países: 86.
Fábricas: 480.
Colaboradores: 276 mil.
Agricultores beneficiados com assistência técnica gratuita: 610 mil.
Vendas: CHF 107,6 bilhões.*
EBIT: CHF 15 bilhões.
Lucro líquido: CHF 10,6 bilhões.
Mais de 6 mil marcas.
Mais de 10 mil produtos.
Mais de 800 especialistas em agricultura.
500 projetos de assistência técnica gratuita, voltados para 400 mil
fazendeiros.
6,2 bilhões de dólares em matéria-prima comprada, a cada ano, em
países em desenvolvimento.
(*) CHF = franco suíço: 1 franco suíço = R$ 1,6222 (taxa média 2007
A Nestlé está no Brasil desde 1921. Por meio de uma administração robusta e
focada no consumidor, baseia seu crescimento igualmente nos desempenhos
econômico, social e ambiental do País.
31
Oferecer ao consumidor brasileiro produtos reconhecidamente líderes em
qualidade e valor nutritivo, que contribuam para uma alimentação mais saudável e
agradável, gerando sempre oportunidades de negócios para a empresa e valor
compartilhado com a sociedade brasileira.
Valores da Empresa
Pessoas em primeiro lugar.
Qualidade de nossos produtos e serviços.
Segurança é inegociável.
Respeito para todos, dentro e fora da empresa.
Responsabilidade em toda decisão.
Paixão pelo que fazemos.
A Nestlé está no Brasil desde 1921. Por meio de uma administração robusta e
focada no consumidor, baseia seu crescimento igualmente nos desempenhos
econômico, social e ambiental do País.
Números da Nestlé no Brasil
Fábricas: 27.
Categorias de produtos: 28.
Marcas: 141.
Produção: 1,4 milhão de toneladas por ano.
Empregos diretos: 17.670.
Empregos indiretos: 220 mil.
Fornecedores e produtores rurais: 40 mil.
Penetração nos lares: 98%.*
Faturamento bruto em 2007: CHF 7,4 bilhões**/R$ 12 bilhões.
Dentro do grupo, a Nestlé Brasil é o 4º mercado em faturamento e 2º
em volume.
A distribuição de produtos Nestlé pelo Brasil envolve muita estratégia e
tecnologia. Conheça este processo que começa na fabricação e termina nos pontos-
de-venda. A Nestlé tem o nome de seu fundador, Henri Nestlé, o alemão que
32
inventou a primeira fórmula de alimento infantil, chamada por ele de Farinha Láctea.
A partir dessa iniciativa, ocorrida há mais de 130 anos na cidade de Vevey, na
Suíça, a Nestlé foi crescendo e se tornou A Empresa Mundial de Alimentos e
Nutrição.
O relacionamento da Nestlé com seus fornecedores se baseia nas
orientações dos Princípios de Compra Nestlé. Este documento estabelece os
padrões de qualidade necessários às matérias-primas, além das condutas éticas
esperadas dos fornecedores em relação a temas como meio ambiente e
discriminação, entre outros. A empresa orienta sua relação com os parceiros
comerciais em concordância com as regras estabelecidas pela Câmara Internacional
de Comércio. A Nestlé também exige de seus fornecedores o cumprimento das
diretrizes internacionais que tratam do assunto. Na condição de fornecedora, a
empresa cumpre fielmente esses conceitos e práticas.
Serviços ao Produtor de Leite
Maior captadora de leite fresco do País, a Nestlé contribui para o
desenvolvimento das propriedades rurais por meio de diversas ferramentas e
programas. Por meio da DPA (Dairy Partners Américas – “Parceiros em Laticínios
nas Américas”), procura contribuir para o desenvolvimento das propriedades rurais e
cooperativas parceiras. O Serviço ao Produtor de Leite DPA (SPL) visa proporcionar
melhorias em qualidade, rentabilidade e sustentabilidade das fazendas, por meio de
várias iniciativas.
Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira
A Nestlé se empenha para propiciar o crescimento dos negócios conduzidos
pelos produtores rurais. Por meio do Programa de Desenvolvimento da Pecuária
Leiteira (PDPL), a empresa fornece assistência técnica aos produtores, em parceria
com as Universidades Federais de Viçosa (MG) e Goiânia (GO). O auxílio se dá por
meio de assistência técnica às propriedades por estudantes dos últimos anos de
Medicina Veterinária, Agronomia, Zootecnia, Tecnologia em Laticínios, Engenharia
de Alimentos e Agrimensura, sob a orientação de técnicos do projeto e professores
das universidades. O Programa oferece aos estudantes a oportunidade de aplicar o
33
conhecimento acadêmico em situações reais de trabalho profissional, nas fazendas
de leite da região – sempre com o acompanhamento dos técnicos e dos
professores-orientadores dos projetos –, e cria a possibilidade de transferência de
tecnologia para os produtores, buscando o crescimento da atividade leiteira e o
aumento de sua competitividade. Nesse trabalho, os universitários interagem com
todas as áreas das propriedades, com foco central no aspecto da gestão. Os jovens
aprendem a adotar recursos tecnológicos, sociais e de gestão, visando à redução do
custo da produção, ao aumento da qualidade do leite captado e, consequentemente,
à melhoria da produtividade e da qualidade de vida dos produtores. Já passaram, ao
todo, pelos PDPLs de Goiânia e Viçosa, 2.162 estagiários. No total, 282
propriedades rurais das regiões próximas a Viçosa e Goiânia foram beneficiadas.
Desde a adoção do PDPL de Viçosa, em 1988, houve um aumento significativo de
360% na produção média diária das vacas em lactação. Todo o investimento do
PDPL de Goiânia é suportado pela DPA, e a maior parte do investimento do PDPL
de Viçosa também, com participação do Sebrae-MG desde 2006. Para participar do
projeto, a fazenda precisa estar em localidades próximas às universidades. O
produtor deve demonstrar interesse, ter espírito empreendedor, acompanhar as
recomendações dos estudantes, técnicos e professores e ser receptivo – condições
para que se mantenha no projeto.
Assistência Técnica ao Produtor
Em programas como Educampo e Núcleo de Assistência Técnica Autorizada
(Nata), técnicos qualificados e treinados pela DPA (engenheiros agrônomos,
veterinários ou zootecnistas) atendem grupos de produtores em todas as regiões de
atuação da Nestlé. Primeiro, ocorre uma visita técnica para se obter um diagnóstico
da propriedade. Em seguida são realizadas as orientações, indicando os caminhos
para que cada produtor consiga aprimorar o manejo produtivo de forma econômica e
sustentável.
Recentes resultados, no Brasil, mostraram aumento de 23,5% no volume de
leite, em 2007, para produtores que possuem assistência técnica, em comparação
com o incremento de 8,8% para produtores sem assistência técnica, no mesmo
período.
34
• Fazendas Referência – É realizado um debate, em propriedades leiteiras,
com o objetivo de mostrar um caso de sucesso em tema predefinido. Esse tipo de
evento é interessante porque mostra a realidade da região em que os produtores
participantes estão inseridos. Um professor de universidade participa, reforçando o
elo entre pesquisa, ensino e extensão rural. O professor discute com os
participantes as técnicas utilizadas na fazenda e mostra como elas podem ser
aplicadas por outros produtores. Em geral, esses encontros, que se encerram com
um almoço, reúnem aproximadamente 50 participantes.
• Visita Técnica – Especialistas internacionais também participam de encontros com
produtores. Em 2005, o renomado professor neozelandês Colin Holmes esteve na
Argentina, no Brasil e no Equador, a convite da DPA, da Fonterra e da New Zealand
Trade and Enterprise (NZTE ). Holmes falou para mais de mil pessoas da cadeia
leiteira, nos três países. A partir dessas visitas, foi criada uma parceria da DPA com
a NZTE, por meio da qual foram realizados treinamentos para técnicos da DPA e
prestadores de serviço, com o intuito de mostrar o manejo produtivo que é feito na
Nova Zelândia e aplicá-lo de forma adaptada ao Brasil. Em 2007 ocorreram seis
palestras para produtores sobre a transferência de tecnologia neozelandesa
adaptada às condições locais. Em 2008 teve início um projeto-piloto envolvendo seis
propriedades em diferentes regiões para servirem de unidades demonstrativas e
multiplicadoras.
• Programa Custos de Produção – Para criar uma cultura gerencial que valorize o
acompanhamento dos gastos na atividade leiteira, a DPA criou o programa Custos
de Produção. Ele envolve quase cem fazendas de produtores da DPA, distribuídas
em várias regiões do Brasil. Participam do programa pequenas, médias e grandes
propriedades, com sistemas de produção diferentes (pastagem, semi-intensivo e
intensivo).
No início de cada mês, o técnico da DPA que atende a fazenda, coleta todas as
informações sobre os gastos e as receitas do mês anterior. Esses dados vão para
um programa de computador, que faz os processamentos e emite os relatórios.
Posteriormente, o técnico, que foi treinado em metodologia de acompanhamento
gerencial voltado para custos, retorna à propriedade e discute os números dos
35
relatórios com o produtor, apontando os aspectos positivos (que devem ter
continuidade) e os que devem ser melhorados (buscando maior eficiência e mais
rentabilidade).
O programa está sendo desenvolvido em todos os mercados nos quais a DPA atua.
Pretende-se que as melhores práticas possam ser incorporadas por todos os
fornecedores. A meta é fazer com que isso resulte em menores custos e melhores
desempenhos e no fortalecimento da sustentabilidade dos negócio.
Clube de Compras de Insumos e Serviços DPA
O produtor adquire diretamente de empresas conveniadas os produtos e os
serviços indispensáveis à atividade leiteira. Como vantagem, o produtor que
participa do Clube de Compras tem produtos de qualidade e preços competitivos,
até 40 dias para pagar e nenhuma preocupação com boletos bancários. Existe um
limite que o produtor pode utilizar, variável de acordo com o valor que ele tem a
receber pelo leite fornecido. Isso é feito para garantir que o produtor não assuma
compromisso de compra maior do que o valor que tem a receber, servindo como um
gerenciamento para ele.
A lista de todas as empresas está disponível no site www.dpamericas.com.br, onde
o produtor encontra, por categoria e região, a loja conveniada que lhe interessa. Ele
pode recomendar empresas para fazer parte do Clube de Compras, as quais
passam por uma análise feita pela DPA.
Relacionamento Transparente
A DPA mantém um abrangente sistema de comunicação com seus
fornecedores e parceiros. O relacionamento acontece por meio de várias
ferramentas: site, Carta de Informações de Preços, extrato de relacionamento,
Revista Leite DPA e Calendário DPA.
• Carta de Informações de Preços – A DPA envia, mensalmente, a todos os seus
produtores parceiros, uma carta individualizada, com informações sobre valores
mínimos que receberá pelo leite a ser fornecido no mês seguinte. A Carta também
antecipa a tendência do preço para dois meses à frente. São exemplos da forma
36
transparente como a DPA atua e uma maneira de dar segurança ao produtor,
garantindo o preço mínimo – assim, ele pode se planejar melhor.
• Extrato de Relacionamento – Também mensalmente, o produtor parceiro tem, no
extrato, as informações sobre o leite que forneceu à DPA no mês anterior. Os dados
incluem histórico das análises de Contagem Bacteriana Total (CBT) e Contagem de
Células Somáticas (CCS), classificação de acordo com os parâmetros de qualidade
e sólidos estabelecidos no Sistema de Valorização da Qualidade DPA e resultados
do mês de referência (de acordo com as análises laboratoriais e as médias de
gordura, proteína, CBT e CCS).
• Revista Leite DPA – Lançada em novembro de 2000, como Leite Nestlé, a
publicação mudou seu nome para Leite DPA em setembro de 2003. É um importante
canal de comunicação e orientação ao produtor brasileiro, pois leva até ele
informações que o auxiliam no dia a dia e contribuem para o seu crescimento como
empresário na atividade leiteira. A revista foi eleita pelos fornecedores de leite, em
2006, como o melhor canal de informação para os produtores. Por meio da
publicação, todo mês, o produtor recebe gratuitamente, em sua propriedade ou
residência, informações atualizadas sobre o que acontece na DPA e na pecuária de
leite no Brasil.
• Calendário DPA – Todo ano é enviado a fornecedores e parceiros o Calendário
DPA, que, além de informações técnicas e relacionadas às atividades desenvolvidas
pela DPA , traz as datas de pagamento do leite para o ano todo.
Valorização da Qualidade
Em janeiro de 2005, com o lançamento do SVQ (Sistema de Valorização da
Qualidade), a DPA passou a remunerar os produtores que fornecem leite de acordo
com os resultados de análises, valorizando os produtores cujo leite apresenta os
menores índices de CBT e CCS e altos teores de proteína e gordura. Todas as
análises de acompanhamento da qualidade do leite são realizadas nos laboratórios
da Rede Brasileira de Controle da Qualidade do Leite (RBCQL), habilitados pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Isso garante
37
objetividade e imparcialidade.
Outra iniciativa pioneira da DPA, o SVQ Empresas (Sistema de Valorização da
Qualidade Empresas) foi implementado em março de 2007, com o objetivo de
avaliar parâmetros de qualidade, composição do leite e processos de garantia da
qualidade e segurança do alimento aplicados nas companhias fornecedoras. O SVQ
Empresas já demonstra resultados positivos. Entre os principais pontos estão
incrementos nos processos e melhoria na qualidade do leite comprado de outras
companhias. Também há ganhos adicionais envolvendo a composição do leite e a
implantação de um programa de rastreabilidade. De março de 2007 a abril de 2008
houve uma melhoria de 178% na qualidade do leite recebido, no item CBT. A DPA
também realiza o Programa de Avaliação do Sistema de Qualidade de empresas,
um checklist, aplicado por técnicos do Senai, que contém uma série de
procedimentos que visam garantir a qualidade do leite e a segurança dos processos
envolvidos no beneficiamento do leite nas unidades de recebimento das companhias
fornecedoras. O programa visa à melhoria da qualidade e da segurança do leite
fornecido por empresas, por meio da aplicação de ferramentas como APPCC
(Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle), Boas Práticas de Fabricação,
implementação de sistemas de rastreabilidade e monitoramento de resíduos
químicos, além de cuidados com o impacto no meio ambiente. Iniciado em setembro
de 2005, o programa conta atualmente com 70 empresas, das quais 21 já
implantaram a ferramenta APPCC como parte de seus processos.
Boas Práticas na Fazenda
A DPA tem como parceiros, no programa Boas Práticas na Fazenda, o Senai
(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), gestor do Programa Alimento Seguro
(PAS), e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), responsável
pelo treinamento das equipes, pelo suporte técnico às fazendas participantes e pela
validação da implementação dos procedimentos. A base do programa veio de
projetos semelhantes desenvolvidos em outros países, como na Nova Zelândia,
onde os fornecedores da Fonterra aplicam o sistema há vários anos, também com o
suporte de instituições locais. Por meio dele, vários itens e procedimentos,
identificados num checklist, são avaliados nas propriedades participantes. Os
tópicos são divididos em pontos críticos e não críticos, de acordo com o impacto na
38
segurança e na qualidade final do leite produzido. Entre os aspectos destacados no
Boas Práticas na Fazenda e que se refletem na melhor gestão das propriedades
estão a capacitação de pessoal, a preservação do meio ambiente, o manejo e o
bem-estar dos rebanhos, os cuidados com equipamentos e insumos, o registro das
informações e a melhoria da qualidade do leite produzido. A aplicação de boas
práticas valoriza a atividade leiteira e contribui para a segurança e a qualidade dos
alimentos, requisitos indispensáveis para atender às justas exigências de
consumidores de todo o mundo. Dividido em três fases – bronze, prata e ouro –, o
programa tem caráter progressivo. À medida que os itens correspondentes a cada
fase vão sendo cumpridos, a fazenda passa para a fase seguinte. Depois de
atendidos novos registros e controles, a fazenda – classificada inicialmente como
bronze – passa para a fase prata e, finalmente, chega à última, a etapa ouro. As
auditorias para verificar o cumprimento dos requisitos que permitem classificar a
propriedade certificada como fazenda ouro são realizadas periodicamente pela
Embrapa. Atualmente no Brasil existem 25 fazendas na fase ouro. Ao todo, o
programa conta com 314 produtores participantes no País. A qualidade do leite
(considerando a Contagem Bacteriana Total) é, em média, 40% melhor na
comparação com outras propriedades que não fazem parte dessa iniciativa.
Sistema para Integração e Gestão de Dados (Siga)
Rastrear o leite é, literalmente, rastrear desde a saída da propriedade
(propriedade que abastece a empresa fornecedora) até o momento em que é
descarregado em uma das unidades DPA, DPAM (DPA Manufacturing) ou Nestlé. O
Siga é capaz de informar a origem e a idade do leite, os resultados das análises e as
rotas ou linhas de coleta, entre outros dados que subsidiam a tomada de decisões
estratégicas por parte das empresas e dos gestores da DPA. Para que seja possível
rastrear o leite, é usado um programa desenvolvido especialmente para a DPA,
instalado em computadores das empresas parceiras. Por meio do software e da
internet, as empresas alimentam um banco de dados com informações que incluem
os horários em que o leite foi recolhido nas fazendas dos cooperados, a temperatura
com que o leite foi captado em cada fazenda e os resultados das análises (por
exemplo, resíduos de antibióticos) feitas pelas parceiras.Atualmente, 64 empresas
39
fornecedoras da DPA estão com o sistema implementado. O objetivo da DPA é fazer
com que 100% do leite seja rastreado desde as fazendas.
Coleta de Dados Automatizada
As vantagens do sistema incluem: maior agilidade e segurança no processo
de busca e transmissão dos dados sobre as coletas de leite nas fazendas e sobre os
resultados das análises; otimização da comunicação da DPA com as
transportadoras e os produtores; maior quantidade de dados referentes à coleta de
leite; e a disponibilização para as transportadoras, de forma antecipada, das
programações das rotas de coleta. As logísticas destas empresas são grandiosas e
modifica toda uma infraestrutura arcaica que havia a tempos construídas. A
modernidade a passos largos interrompe a estabilidade de uma empresa de menor
porte.
Interveniência de Tanques e Ordenhas
Para incentivar a compra de ordenhadeiras mecânicas e de tanques de
resfriamento, a DPA mantém um convênio por meio do qual produtores parceiros
podem adquirir equipamentos a preços competitivos, com financiamento em 36
parcelas fixas e os juros reembolsados em até 100%.
Iniciativa Pró-Alimento Sustentável
Para fomentar a sinergia entre os diversos setores envolvidos, da produção
ao consumo de alimentos, dez grandes empresas e organizações fundaram a
Iniciativa Pró-Alimento Sustentável (Ipas), com o objetivo de desenvolver projetos
que tragam inovação e sustentabilidade aos sistemas agroindustriais.
Entre as empresas que fazem parte da Ipas estão Bunge, Carrefour, Klabin, Nestlé e
Sadia. Também participam da iniciativa a organização não-governamental The
Nature Conservancy (TNC), a Sociedade Rural Brasileira (SRB), a organização de
fomento Organics Brasil e as instituições de ensino e pesquisa Pensa/FEA-USP e
Escola de Marketing Industrial. O grupo é aberto para receber outros participantes
do setor relacionados à produção e ao consumo de alimentos. Neste caso o governo
brasileiro com as suas Universidades possuem grande responsabilidade em politicas
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publicas liberais para que as multinacionais encontrem profissionais qualificados
para tais aplicações de metodologias e programas de desenvolvimento de novos
produtos.
1– Gerar inovações a favor da sustentabilidade.
2– Engajar cadeias completas – “do campo ao pós-consumo” – para a
sustentabilidade.
3– Pesquisar e educar o cidadão sobre alimento sustentável.
4– Promover e exigir dos associados e seus fornecedores práticas mínimas comuns
alinhadas com princípios da sustentabilidade.
5– Interagir com governos e organizações civis sobre sustentabilidade.
6– Favorecer relacionamentos comerciais baseados em boas práticas.
7– Tornar-se um fórum permanente de discussão e apoio nas tomadas de decisão
dos associados Ipas sobre questões voltadas à sustentabilidade.
O consumidor está no foco das ações da Nestlé. O desenvolvimento de
produtos, além de todos os controles de qualidade inerentes às indústrias de
alimentação de padrão mundial, inclui a avaliação por parte de consumidores e
nutricionistas para chegar à fórmula ideal. Por atribuir grande importância à opinião
de seus consumidores, a Nestlé oferece diversos canais para estar sempre em
contato.Todas estas atitudes empresariais denota toda a grandiosidade de um
sistema que não esta preocupado com as peculiaridades dos territorios que esta
atuando e sim na ocupação destes espaços tão importante no seu negocio
Grupo Danone
O Grupo Danone é uma empresa multinacional de origem francesa, líder
mundial em produtos lácteos frescos, vice-líder em águas, nutrição infantil e
hospitalar. A missão da Danone é levar saúde e nutrição para o maior número de
pessoas. Ao longo dos anos, a Danone se transformou em sinônimo de nutrição,
saúde, qualidade e inovação. Presente em mais de 120 países, o grupo conta com
aproximadamente 90 mil colaboradores em todo o mundo. É o terceiro maior grupo
alimentício da Europa, o sétimo maior fabricante de alimentos do mundo e o primeiro
em países como a França, Espanha e Itália. Segundo a consultoria britânica
InterBrands, somente a marca Danone está avaliada em US$ 4,48 bilhões,
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ocupando a posição de número 63 no ranking das marcas mais valiosas do mundo.
No Mundo, sua missão de levar saúde e nutrição para todos os públicos
Danone Brasil Ratifica Compromisso Público Relativo à Publicidade
Dirigida ao Público Infantil
A Danone Brasil, subsidiária do Grupo Danone, tem como missão levar saúde
e nutrição ao maior número de pessoas por meio de produtos saudáveis, nutritivos e
saborosos. Comprometida com a qualidade nutricional de seus produtos, a Empresa
investe permanentemente em pesquisa e desenvolvimento, bem como em uma
comunicação clara, criteriosa e transparente com seus consumidores. Além de
divulgar os benefícios de seus produtos, a Danone busca promover e incentivar
cada vez mais hábitos de vida saudáveis e uma alimentação equilibrada. O estudo
Nutri-Brasil Infância, radiografia inédita sobre as condições nutricionais da criança
brasileira em todas as regiões do país.Com o intuito de reforçar publicamente tais
valores e compartilhar os parâmetros que norteiam sua atuação a partir do respeito
ao consumidor e à permanente busca pela qualidade de seus produtos, a Danone
Brasil voluntariamente ratifica o Compromisso Público relativo à comunicação
dirigida ao público infantil.
A Danone Brasil reitera sua satisfação e comprometimento com as
prerrogativas do Compromisso Público, diretrizes que já integram seu trabalho,
contribuindo para o fortalecimento de sua liderança nos mercados mundial e
nacional de produtos lácteos frescos e de principal referência internacional em
nutrição e saúde nesse segmento. Estas declarações da Danone permitem nos
reafirmar a grandiosidade que uma marca possui em construir um conceito. E a
mesma sabe da sua grande força de mudança de hábitos neste caso específico o
alimentar e atenta para isso pois leis estão sendo formuladas para tal assunto.
Sustentabilidade
“Responsabilidade Corporativa não termina nos portões da fábrica
ou nas portas dos escritórios. Os empregos e negócios criados são parte
central da vida dos empregados, e a energia e matéria prima que nós
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consumimos mudam nosso planeta. Opinião publica existe para lembrar-
nos da nossa responsabilidade no mundo industrializado de hoje”.
Antonie Riboud, fundador e ex-presidente do Grupo Danone, 1972
Em 2001, grupo passou a utilizar ferramentas de avaliação comum para todas
as unidades da Danone no mundo, capacitando times em todos os países para
incluir a preocupação com Desenvolvimento Sustentável na estratégia do dia a dia.
Estas ferramentas evoluíram e possibilitou à Danone a criação de duas
oportunidades para negócio da companhia: defender a reputação do Grupo e
encorajar a inovação social.Baseado nesses dois pilares bem definidos,
Fundamentos e Inovação Social, o Grupo Danone criou o Danone Way
Fundamentals, onde se obteve como resultado principal um maior rigor de controle
em todas as ações, buscando sempre a excelência nas ações de responsabilidade
social e respeito ao meio ambiente. Estas duas grandes empresas multinacionais,
européias, que tem como missão estar presentes nas mesas de todo o mundo. A
utilização do território como estratégia competitiva novos mercados, é meta
explicitamente da empresa. Com um discurso todo bem elaborado paras cidades, as
multinacionais encontram por parte do estado facilidades para entrar no território
novo excelente mercado a ser explorado. O próprio estado dando oportunidades de
“invasão do território”, ou seja o próprio estado não nos esforços para impedir, mas
sim para atrair novas empresas.” As redes e a tecnologia impostas no século XX
permite tal fragmentação de território e ligação através de padrões únicos,
interligados através de redes. A fabrica de produtos derivados do leite da Danone
esta situada na cidade Poços de caldas, sul de Minas Gerais. Recebeu entre outros
inúmeros benefícios a redução no valor pago pela água tratada entregue com toda a
infraestrutura da cidade. Mais uma vez o estado fortalecendo as multinacionais. Em
contra partida fideliza um grande numero de produtores de leite, para vender para tal
empresa.
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Figuras/Fotos.
Estado de Minas Gerais 1990/2004.
Legenda: Relação de área produtora de Leite do estado de Minas Gerais.
As partes escuras relacionadas como as maiores áreas produtoras de leite.
Fonte: IBEGE
A diputa terotirial lado a lado.
Laticinios Alfenense X Distribuidora da Nestle(na cidade de Alfenas)
Foto 1 -
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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