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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS AVALIAÇÃO DO USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) POR ALUNOS E PROFESSORES DE ESCOLAS PÚBLICAS DO SEMIÁRIDO PARAIBANO FRANCILENNY FAMYLLA ANDRADE DE ARAÚJO Patos-PB 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · Edevaldo da Silva, pela dedicação prestada, e repasse de conhecimento e o qual eu admiro pela inteligência e amor à profissão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

AVALIAÇÃO DO USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) POR ALUNOS E PROFESSORES DE ESCOLAS

PÚBLICAS DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

FRANCILENNY FAMYLLA ANDRADE DE ARAÚJO

Patos-PB

2014

FRANCILENNY FAMYLLA ANDRADE DE ARAÚJO

AVALIAÇÃO DO USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) POR ALUNOS E PROFESSORES DE ESCOLAS

PÚBLICAS DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Campus de Patos, PB, como requisito para obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Edevaldo da Silva

Patos-PB

2014

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG

A658a

Araújo, Francilenny Famylla Andrade de

Avaliação do uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) por

alunos e professores de escolas públicas do semiárido paraibano /

Francilenny Famylla Andrade de Araújo. – Patos, 2015.

45f.: color. Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) – Universidade

Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2015. “Orientação: Prof. Dr. Edevaldo da Silva”

Referências. 1. Redes sociais. 2. Ensino-aprendizagem. 3. Informática educativa.

I. Título.

CDU 573:37

Dedico

A minha mãe, por ser essencial e

surpreendente em minha vida.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por iluminar os meus passos durante mais uma caminhada em minha vida.

Aos meus pais Lucinete e Francisco, pela influência positiva que me deram força e coragem

apoiando minhas decisões e suprindo minhas necessidades. Obrigada pela educação e o

amor que me ofertaram.

Aos meus irmãos, Fernanda e Frankleudo, que sempre me transmitiu segurança e

conhecimento.

A minha Filha Maria Alícia, pela oportunidade de ser mãe. Você revolucionou minha

existência e o meu amado e compreensivo esposo Marcílio por estar sempre ao meu lado.

A minha avó Maria Luduvina, pelo carinho, que Deus nos dê a bênção de sempre tê-la

conosco.

Ao meu orientador, Prof°. Dr. Edevaldo da Silva, pela dedicação prestada, e repasse de

conhecimento e o qual eu admiro pela inteligência e amor à profissão.

E a todos aqueles que direta ou diretamente contribuíram para minha formação. Muito

Obrigada!

RESUMO

O uso das novas Tecnologias da Comunicação e Informação representa uma grande inovação na Educação, pois instigar o espírito investigativo, tanto dos alunos quanto dos professores, sendo que estes poderão apropriar-se do uso das tecnologias para mediar os trabalhos dos estudantes, sentindo-se desafiados a buscar condições mais adequadas para o processo de aprendizagem interativo e dinâmico. Esse trabalho teve como objetivo avaliar como os alunos e os professores do ensino médio utilizam as TIC e como os professores, em específico, as utilizam para a implementação de métodos para desenvolver o uso das TIC na Educação das escolas Públicas. Trata-se de um estudo alicerçado na pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. A população estudada foi constituída de alunos e professores de duas escolas localizadas no município de Patos, Paraíba. A amostra foi composta por 86 alunos e 10 professores, escolhidos aleatoriamente e que aceitaram participar da pesquisa. O instrumento de coleta de dados foi por meio da aplicação de um questionário estruturado, com boa parte de suas perguntas construídas segundo o modelo da Escala de Likert. O questionário foi constituído por 13 perguntas. Os resultados identificaram que, a maioria dos alunos entrevistados (60,5%) afirmaram que acessam a internet diariamente. Enquanto que 60% (n = 6) dos professores afirmaram acessar a internet três vezes por semana. Quanto à habilidade para usar a internet, boa parte dos professores (70,0%) e dos alunos (71,0%) classificaram o uso da internet como fácil ou muito fácil. Para acesso à internet os professores e alunos entrevistados utilizam, preferencialmente, o celular/ smartphone (alunos 83,7%; professores: 70,0%) e o computador de mesa (alunos: 16,3%; professores: 30,0%). Dentre os softwares (editor de texto, planilha eletrônica e Power point) mais comumente usados para atividades de ensino e aprendizagem, o editor de texto (Microsoft Word ou similar) é o que os professores (40,0%) e alunos (43,0%) utilizam mais e possuem mais conhecimento. Em contrapartida o Microsoft Power point ou similar é menos utilizado por ambos os grupos (alunos = 5,8% e professores 20%). Verifica-se que a acessibilidade à internet entre os alunos entrevistados é alta, entretanto, eles utilizam boa parte do tempo de uso do computador e/ou celular para dedicar-se a outras atividades. Os professores devem potencializar essas TIC para o ensino escolar, pois, vive-se num mundo tecnológico onde a nova tecnologia oferece transformação pessoal, além de favorecer a formação tecnológica para o futuro profissional da sociedade. Palavras-chaves: Redes sociais. Ensino-aprendizagem. Informática Educativa.

ABSTRACT The use of new Information and Communication Technologies is a major innovation in education, for instigating the investigative spirit, both students and teachers is that they can take ownership of the use of technology to mediate the work of students, feeling challenged to seek more suitable conditions for the process of interactive and dynamic learning. This study aimed to evaluate this work is how students and high school teachers use ICT and how they use them for the implementation of methods to develop the use of ICT in Education Public schools. This is a grounded study in descriptive research with quantitative approach. The study population were students and teachers from two schools located in Patos Paraíba. The sample consisted of 86 students and 10 teachers chosen randomly, and agreed to participate. The data collection was through the application of a structured questionnaire with most of your questions built on the model of Likert Scale. The questionnaire consisted of 13 questions. The results ported that most students interviewed (60.5%) stated that access the internet daily. While 60% (n = 6) of teachers said they access the internet three times a week. As for the ability to use the internet, most of the teachers (70.0%) and students (71.0%) rated the use of the Internet as easy or very easy. To access the internet teachers and students interviewed use, preferably, the mobile / smartphone (students 83.7%); Teachers: (70.0%) and the desktop (students: 16.3%); Teachers: (30.0%). Among the software (word processing, spreadsheet and Power point) most commonly used for teaching and learning activities, the text editor (Microsoft Word or similar) is that teachers (40.0%) and students (43, 0%) use more and have more knowledge. In contrast to Microsoft Power or the like is less used by both groups (students and teachers = 5.8% 20 %). It appears that the accessibility of the internet among the students interviewed is high, however, they use much of the computer use time and / or mobile engage in other activities. Teachers should enhance these ICT for schools, because we live in a technological world where new technology offers personal transformation, in addition to promoting technological training for the professional future of society. Key words: Social networks. Teaching and learning. Educational Informatics.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 OBJETIVO ............................................................................................................. 14

2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 14

2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 14

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 15

3.1 Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação .............................. 15

3.1.1 Desafios do uso da Tecnologia na Sala de Aula ................................... 18

3.1.2 Os professores e as TIC ........................................................................ 19

3.1.3 Integração da Tecnologia na Atividade Escolar ..................................... 22

3.1.4 Estatística das TIC na Educação Brasileira (2010-2012) ...................... 24

4 MATERAL E MÉTODOS ....................................................................................... 26

4.1 Área de Estudo ................................................................................................ 26

4.2 Coleta e amostra dos dados ............................................................................ 26

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 28

5.1 Perfil dos entrevistados .................................................................................... 28

5.2 O uso das TIC pelos professores e alunos entrevistados ................................ 28

6 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 37

7 REFERÊNCIAS BIBLIÓGRAFICAS ...................................................................... 38

Apêndice A - Questionários de ambos alunos e professores ............................. 45

LISTA DE FIGURAS Figura1 - Distribuição da opinião dos alunos e professores ..................................... 29

Figura 2 - Frequência (%) dos alunos e professores segundo .................................. 31

Figura 3– Distribuição dos alunos e professores entrevistados sobre qual

equipamento tecnológico se usa para o acesso a internet. ....................................... 32

Figura 4 – Frequência percentual das atividades que alunos e professores

entrevistados acessam na maior parte de seu tempo. .............................................. 33

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Frequência absoluta (fa) e percentual (fr) do perfil dos alunos (N = 86) e

professores (N = 10) entrevistados segundo o gênero e a idade .............................. 28

Tabela 2 - Distribuição da opinião dos alunos e professores entrevistados em relação à opção que melhor reflete a frequência para uso dos seguintes softwares. .................................................................................................................................. 34 Tabela 3 - Distribuição da opinião dos alunos e professores entrevistados em relação à opção que melhor reflete o conhecimento para uso dos seguintes softwares. .................................................................................................................. 35

12

1 INTRODUÇÃO

As mudanças que ocorrem nas mais diversas áreas e setores da sociedade,

principalmente no que se refere ao acesso às Tecnologias da Informação e

Comunicação (TIC) foram desencadeadas pelo desenvolvimento acelerado das

últimas décadas. Atualmente, as tecnologias movimentam as transformações sociais

e proporcionam uma série de mudanças na forma de como se constrói o mundo e o

conhecimento.

A informação desencadeou a Revolução do Conhecimento e disparou a

evolução das tecnologias inerentes a ela e à comunicação. De acordo com Cassany

e Ayala (2008), é bastante difundida a ideia de que, atualmente, coexistem duas

gerações diferentes, uma de jovens – incluindo crianças – e outra de adultos, que

compartilham uma mesma tecnologia informática, móvel e multimodal, contudo, a

utilizam e a transformam de maneiras distintas e peculiares.

O surgimento de diversas inovações tecnológicas possibilita a universalização

de uma educação escolar de qualidade e contribui para a modernização e

atualização do processo ensino-aprendizagem, incorporando novos saberes aos

alunos, oferecendo-lhes uma educação condizente com seu tempo e preparando-os

para o convívio na sociedade da era tecnológica (PARRENAUD, 2000).

De acordo com Machado e Mandelbaum (2010) os alunos de hoje dificilmente

recusam a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na

aprendizagem. Para eles, as TIC não representam uma barreira à aprendizagem,

pois são instrumentos que eles conhecem desde sempre, que apreciam e que

dominam com naturalidade.

A tecnologia facilita a construção do conhecimento de forma interativa, nos

moldes da visão sociointeracionista, segundo a qual o desenvolvimento cognitivo se

dá por meio da interação social em que, no mínimo, duas pessoas estão envolvidas

ativamente, trocando experiências e ideias, gerando novas experiências e

conhecimento (MOREIRA, 2009).

Neste enfoque, Jenkis (2008), comenta que hoje impera a cultura de

convergência, compreendida pelas mudanças nas nossas práticas socioculturais em

função das influências da tecnologia, da economia e da convergência da velha e

nova mídia.

13

As tecnologias da informação e comunicação estão cada vez mais presentes

na sociedade e propiciam um novo debate em torno da filosofia do conhecimento,

por serem responsáveis por novas formas de elaboração e distribuição do saber.

Neste sentido compreende-se que as novas Tecnologias representam um

processo de assimilação de determinados conhecimentos, capaz de transformar

valores e atitudes, sendo necessário que se produza uma série de aprendizagens

através de uma nova ética, que sensibiliza e conscientiza na formação da relação

integrada do ser humano na sociedade aspirando ao equilíbrio tecnológico, como

forma de melhorar a qualidade de todos os níveis de vida (CARVALHO, 2006).

A educação constitui-se na mais poderosa de todas as ferramentas de

intervenção no mundo para a construção de novos conceitos e consequente

mudança de hábitos, ou seja, o uso das chamadas novas Tecnologias de

Informação e Comunicação (TIC) pode enveredar tanto para o recrudescimento do

poder e controle social, quanto para o reforço de práticas democráticas.

Segundo Kenski (2008) comenta, a humanidade passa por uma autonomia do

conhecimento que chega à sociedade contemporânea baseada no uso da linguagem

oral, da escrita e da síntese entre som, imagem e movimento. O processo de

produção e o uso desses meios compreendem as tecnologias específicas de

informação e comunicação, as TIC.

Para Brito; Purificação (2008), o fato das tecnologias estarem presentes em

todos os setores da sociedade, constitui um justo argumento para sustentar sua

necessidade na escola e na educação. Para essas autoras, educação e tecnologia,

são ferramentas que propiciam ao sujeito a construção do conhecimento.

A importância principal dessa pesquisa é mostrar que é possível estabelecer

novas relações entre professor e alunos na produção do conhecimento, que deve

possibilitar motivação ao trabalho pedagógico nas Novas Tecnologias de Informação

e Comunicação TIC, no ambiente escolar, como suporte para o processo educativo,

incentivando os docentes das mais variadas modalidades a introduzirem estes

recursos no processo de ensino aprendizagem.

O objetivo desse trabalho é avaliar como os alunos e os professores do

ensino médio utilizam as TIC e como os professores as utilizam para a

implementação de métodos para desenvolver o uso das TIC na Educação das

escolas Públicas.

14

2 OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

Avaliar como os Alunos e Professores de Escolas Públicas do Semiárido Paraibano

Utilizam as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na Escola.

2.2 Objetivos Específicos

- Aplicar um questionário específico, para professores e alunos, sobre o uso das

TICs em seu cotidiano e na escola.

- Identificar como os professores e alunos se relacionam com as TIC na sua

educação escolar e no seu cotidiano;

- Identificar qual o software mais utilizado para atividades de ensino e aprendizagem

dos professores e alunos.

15

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação

Nos últimos anos a expansão da rede mundial de computadores concede um

novo sentido na inserção das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no

ambiente escolar, como suporte para o processo educativo, incentivando os

docentes das mais variadas modalidades a introduzirem estes recursos no processo

de ensino aprendizagem.

O uso das tecnologias é eminente e está transformando as relações humana

em todas as suas dimensões: econômicas, sociais e no âmbito educacional. De todo

modo, vivemos um momento em que o uso das TIC nos ambientes escolares

começa a ser relativizado (BLIKSTEIN e ZUFFO, 2003).

Dentro desse contexto marcado pelo desenvolvimento cognitivo do ser

humano numa sociedade rígida pelas descobertas tecnológicas, novas formas de

comunicação estão ampliando o potencial humano. A incorporação das TIC

demanda novas formas de se pensar, agir e conviver através das tecnologias.

Barreto e Leher (2003, p.39) reforçam essa ideia ao afirmar que “Um

admirável mundo novo emerge com a globalização e com a revolução tecnológica

que a impulsiona rumo ao futuro virtuoso”.

A partir dessa premissa, organismos internacionais e governos fazem ecoar

uma mesma proposição: É preciso reformar de alto a baixo a educação, tornando-a

mais flexível e capaz de aumentar a competividade das nações, sendo o único meio

de obter o passaporte para o seletivo grupo de países capazes de uma integração

competitiva no mundo globalizado (GADOTTI, 2000).

Nesta concepção, essas modernizações proporcionam teoricamente grandes

possibilidades no desenvolvimento social, trazendo mudanças de algumas

características consideradas imprescindíveis nas vidas das pessoas como pré-

requisitos para tornar o ser humano apto para aprender.

Acredita-se que, desse modo, são abertas possibilidades para a

concretização de uma democracia cognitiva, caraterizada pela reorganização das

práticas sociais e educativas. Afortunadamente, hoje, a nova tecnologia já está ao

16

alcance dos alunos mais novos antes de frequentarem o ensino universitário

(FERREIRO 2011).

Nesse sentindo, Castells (2007) chega a afirmar que as vidas das pessoas

estão sendo moldadas pelas forças das sociedades em rede, sob o impacto da

globalização nas identidades, quando as interconexões entre a tecnologia, a

economia e a cultura estão desafiando, combatendo e impactando umas às outras

em escala mundial.

Desta forma, entende-se que o desenvolvimento, enfatizando a introdução

das TIC através da educação, tem se tornado um aspecto determinante em vários

campos profissionais, que possibilitam perspectivas para contribuição das relações

sociais. Segundo Mata (2002, p.8): “os meios informatizados são como ambientes

nos quais a mente humana encontra espaço para dialogar consigo mesma, assim

como para facilitar a organização e sistematização do processo de construção do

conhecimento”.

Os computadores são, então, meios nos quais se desenvolve o pensamento

crítico e reflexivo, na forma concebida por Vygotsky (2003). É possível, portanto

considerar os conceitos de mediação da aprendizagem e de zona proximal nestes

ambientes.

Modernamente, a TIC é utilizada como processo de assimilação de

determinados conhecimentos que foram evoluindo em ritmo acelerado. Observa-se,

por outro lado, estudos sobre a tecnologia na educação que se inserem numa lógica

determinista, a qual tende a considerar que as TIC fazem surgir novos paradigmas

ou perspectivas educativas (SANCHO, 2006).

A consolidação das tecnologias na educação, assim como nas mais diversas

áreas, também é uma realidade e não poderia ser diferente. A disseminação dessas

tecnologias, especialmente no cotidiano das novas gerações, forçou ainda mais a

sua incorporação e uso na área educacional. A escola não pode ficar alheia ou

ignorar as mudanças ou as inovações que acontecem no mundo onde está inserida.

Ao contrário, existe.

O reconhecimento de que a educação deve seguir lado a lado com os avanços que a sociedade alcança isso, fica claro quando percebe-se que as sociedades contemporâneas exigem um novo tipo de indivíduos, de saberes e de trabalhador. Todos os setores sociais e econômicos necessitam de indivíduos dotados de competências

17

técnicas, habilidades específicas e adaptação às novas situações (BELLONI, 2005, p. 22).

Diante dessas expectativas, a implantação das TIC na educação é cada vez

mais impulsionada e tem se tem tornado essencial. Alguns aspectos foram decisivos

para essa realidade tecnológica na sociedade e, consequentemente, na educação,

conforme ressaltam Bertoncello e Vosgerau (2008, p. 71):

Sensível penetração da Internet no Brasil e no mundo; redução no custo de equipamentos; preocupação com a inserção de práticas pedagógicas inovadoras em sala de aula; ampliação do acesso à tecnologia para as classes menos favorecidas; proliferação da digitalização da informação; criação de novos softwares e aplicativos para a educação.

Por outro lado, é válido comentar que a utilização das tecnologias no âmbito

educativo sempre foi um ponto de controvérsias, considerando todo o desafio desde

o processo de inserção até as intensas discussões e reflexões acerca da forma de

ensinar e aprender nesse novo modelo (GIDDENS, 2005).

O uso das TIC na esfera educacional é justificado, por exemplo, pela

necessidade de que “quanto mais tecnologias avançadas, mais a educação precisa

de pessoas humanas, evoluídas, competentes, éticas. São muitas informações,

visões, novidades. A sociedade torna-se cada vez mais complexa, pluralista e exige

pessoas abertas, criativas, inovadoras, confiáveis” (MORAN, 2007a, p. 167).

Outro argumento é o de que “embora essas técnicas ainda não tenham

demonstrado toda sua eficácia pedagógica, elas estão cada vez mais presentes na

vida cotidiana e fazem parte do universo dos jovens, sendo essa a razão principal da

necessidade de sua integração à educação” (BELLONI, 2005, p. 25).

É válido destacar, entretanto, que ao longo dos séculos, especialmente no

último, em várias ocasiões se pensou haver encontrado uma tecnologia capaz de

produzir a revolução muito desejada na educação: telefone, rádio, televisão, vídeo,

fax, computadores, estas são apenas alguns exemplos de tecnologias que se

mostram como valiosas ajudas na tarefa de transmitir conhecimentos, mas que não

conseguiram romper com a milenar estrutura de nosso sistema de ensino (GARCÍA,

2002).

Por outro lado, Moran (2007a) afirma que o deslumbramento com o

computador e a Internet na escola tem provocado a redução do uso das mídias

audiovisuais (televisão e o vídeo) como se já estivessem ultrapassadas ou não

18

fossem mais tão importantes. Entretanto, a televisão, o vídeo, o CD ou DVD,

continuam desempenhando, indiretamente, um papel educacional relevante.

Essas tecnologias, pela diversidade de recursos que oferecem como textos,

imagens, sons e animações, transformaram-se nos principais recursos utilizados no

âmbito educacional e têm provocado mudanças significativas nesse espaço. A

propagação destas tecnologias tem sido a principal responsável pelo crescimento e

potencialização do uso das TIC no âmbito educativo.

3.1.1 Desafios do uso da Tecnologia na Sala de Aula

Compreende-se que as inovações educacionais decorrentes da utilização da

tecnologia na complexidade dos recursos técnicos de ensino aprendizagem,

redefinem o papel do professor na construção de conhecimentos sob o ponto de

vista dos avanços tecnológicos e científicos, através de um processo de interação e

de transformações que estão modificando as práticas educativas.

Por essa razão, é requerido um novo perfil de professor que saiba atuar

criticamente com tecnologias e compreenda as mudanças que o uso delas imprime

em sua prática pedagógica (TERUYA, 2006; BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008).

No entremeio, as TIC podem constituir novos formatos para estas, velhas

concepções de ensino e aprendizagem, inscritas em um movimento de

modernização conservadora ou, ainda, em condições específicas, instaurar

diferenças qualitativas nas práticas pedagógicas (BELLONI, 2001; CYSNEIROS,

2001; PRETTO, 2001).

Partindo disso, não há aprendizagem significativa se não houver organização

e seriedade na implantação das novas tecnologias na educação. Para as escolas

terem as vantagens de se utilizar as tecnologias como ferramentas em atividade

pedagógicas se faz necessário que elas obtenham computadores. Segundo

Littlewood (2004, p. 94):

Os métodos comunicativos de ensino contribuem para que o aprendiz desenvolva sua própria personalidade no processo de aprendizagem. Eles também contribuem com o professor que deixa seu papel de professor, para se tornar um ser humano entre seres humanos.

19

As inovações das TIC nos leva a uma nova forma de reunião de grupos

humanos a partir do ambiente virtual que surge com a popularização da internet. O

uso da tecnologia aplicada à educação é fundamental para o envolvimento de

metodologias que estimulem ações cooperativas e socializadoras entre alunos,

professores e escola e comunidade, levando à construção coletiva dos saberes.

A situação ainda é mais complexa quando os alunos e professores dispõem e

usam as tecnologias no seu quotidiano, mas, infelizmente, essa não é a realidade da

sua escola. “A realidade mundial faz com que nossos alunos estejam cada vez mais

informados, atualizados, e participantes deste mundo globalizado” (KALINKE, 1999,

p. 15).

O professor precisa estar preparado para lidar com as tecnologias na sala de aula. A participação em formação continuada, que envolva o uso pedagógico das TIC, é uma alternativa para os professores que acreditam na necessidade de adotar uma nova postura e pretendem dinamizar e aprimorar a sua prática pedagógica (MEDEIROS, 2010, p. 2).

Outro ponto a considerar é a dificuldade dos professores em selecionar e

trabalhar com a grande quantidade de informação disponível, hoje em dia, para

realizar as suas atividades. “Considerando o grande volume de informações

existentes, presume-se que o professor tenha capacidade de discriminar entre

aquela informação que é útil para o seu trabalho e aquela que além de ser inútil,

advém de fontes duvidosas” (ROMAN, 2006, p. 4).

Nas palavras de Moran (2009), pode-se dizer que alguns desafios diante da

implantação das TIC no âmbito educacional apontam para que o papel do professor

mude cada vez mais: ensina menos, orienta mais e articula melhor.

Frente a todo exposto, constata-se que as tecnologias estão presentes, e

cada dia mais, nas escolas. Por outro lado, ainda são muitos os entraves para um

pleno aproveitamento dos recursos que oferecem e que podem ser usados no

processo de ensino e aprendizagem.

3.1.2 Os professores e as TIC

Diversos autores têm discutido o papel do professor diante da inserção das

TIC no universo educacional, de forma que fica claro que esse é um tema que

20

merece destaque e atenção especial, considerando que este profissional exerce um

papel fundamental, ou melhor, é o elemento central e essencial em todo esse

processo.

Como não poderia ser diferente, existe o consenso de que, assim como

acontece de modo geral, a sua implicação determinará o êxito ou o fracasso de

qualquer política de mudança de sistemática na educação. A passagem do velho e

tradicional para o novo e tecnológico passa necessariamente pelas suas mãos. “De

nada adianta ter uma escola informatizada se não existirem professores capazes de

entender o grande desafio de pensar e agir sobre uma nova lógica” (NASCIMENTO,

2001, p. 32).

Sobre esse assunto, Demo (2008, p. 134), utiliza-se da seguinte

argumentação: “temos que cuidar do professor, porque todas essas mudanças só

entram bem na escola se entrarem pelo professor, ele é a figura fundamental. Não

há como substituir o professor. Ele é a tecnologia das tecnologias, e deve se portar

como tal”.

Uma das grandes barreiras da introdução das tecnologias na educação, como

comentado anteriormente, é capacitar os professores adequadamente para que

possam explorá-las pedagogicamente na sua prática educativa.

Pozo (2008, p. 29), por sua vez, vem ressaltar que para “o uso adequado da

tecnologia na educação é necessária a capacitação dos profissionais da educação,

para que eles possam instruir os alunos em como usar essas ferramentas para

aprendizagem significativa”.

É evidente que no novo modelo de ensino, como afirma Kenski (2003, p. 95),

a

“autonomia, criticidade e domínio das novas linguagens tecnológicas são competências necessárias e urgentes que devam ser exigidas dos educadores nessa árdua tarefa de aproximação e distanciamento crítico das novas tecnologias para a utilização consciente no ensino de todos os níveis”.

Ainda de acordo com esta autora,

É necessário, sobretudo, que os professores se sintam confortáveis para utilizar esses novos auxiliares didáticos. Estar confortável significa conhecê-los, dominar os principais procedimentos técnicos para sua utilização, avaliá-los criticamente e criar novas

21

possibilidades pedagógicas, partindo da integração desses meios com o processo de ensino (KENSKI, 2003, p. 97).

Nesta perspectiva, Libâneo (2006, p. 10) comenta que

“o novo professor precisaria, no mínimo, de uma cultura geral mais ampliada, capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional, saber usar meios de comunicação e articular as aulas com as mídias e multimídias”.

Nesse panorama, Debald (2007, p. 85) declara que:

É possível dizer que o uso das tecnologias em sala de aula não ocorre instantaneamente, por vontade exclusiva do professor. Para usar adequadamente as TIC em sala de aula torna-se necessário não só um processo de integração e domínio dos meios tecnológicos de computação, mas também um conhecimento de como estes meios podem ser utilizados para potencializar o processo de ensino. Este processo é lento e gradual.

Ao introduzir as tecnologias nas suas ações educativas, o professor deve ser

constantemente encorajado a trabalhar com os recursos que essas ferramentas

oferecem, visando tornar a sua atividade mais interessante e despertar o aluno para

esse novo mundo. Para isso, é claro, faz-se necessário modificar a sua prática

pedagógica e imprimir uma nova metodologia com o objetivo de integrar as TIC ao

ensino (GODOTTI, 2001).

Nesta perspectiva, Moran (2000, p. 137) destaca que com as TIC “o professor

tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua

comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar com os alunos

presencial e virtualmente e também de avaliá-los”. Além disso, o importante “é levar

os professores a apropriarem criticamente essas tecnologias, descobrindo as

possibilidades de utilização que colocam à disposição da aprendizagem do aluno, e

favorecendo dessa forma o repensar do próprio ato de ensinar” (MERCADO, 1999,

p. 53).

Ainda sobre o papel do professor em todo esse processo, Moran, Masetto e

Behrens (2000, p. 162) ressaltam que:

Seu papel não é saber tudo o que existe sobre um determinado assunto antes do estudante, mas estar aberto para aprender com as novas informações conquistadas por esse estudante. E, principalmente, estar em condições de discutir e debater as

22

informações com ele, bem como ajudá-lo a desenvolver sua criticidade diante do que venha a encontrar.

Como visto, um dos eixos das mudanças em todo o processo de incorporação

das TIC na educação passa por uma mudança da postura do professor frente às

suas experiências educativas. É um rompimento com as práticas até então

exercidas, através de um novo modelo de formação. “O educador que adota as

novas tecnologias perde o posto de dono do saber, mas ganha um novo e

importante posto, o de mediador da aprendizagem” (MARQUES, 2002, p. 138).

3.1.3 Integração da Tecnologia na Atividade Escolar

As tecnologias vêm para nos proporcionar uma educação de qualidade, com

as inovações do ensino escolar que provocam muitas mudanças em tão pouco

tempo na sociedade. O domínio da tecnologia educativa devia analisar criticamente

a evolução das novas maneiras de pensar e conviver dentro da escola: Como

confere Postman (2002, p. 218), que afirma que: “A educação tecnológica não é

uma disciplina técnica. É um ramo das humanidades”.

Toda a comunidade escolar deve ter consciência das diferenças individuais e

das mudanças constantes apresentadas no tempo e no espaço. Assim, as novas

tecnologias têm produzido novas práticas sociais que constitui adequadamente a

utilização dos recursos digitais.

Segundo Manuel Castells (1999) as tecnologias da informação, junto com a

habilidade para usá-las e adaptá-las, são o fator crítico para gerar e possibilitar

acesso à riqueza, poder e conhecimento no nosso tempo.

De outro lado, a educação tecnológica torna-se um processo para

compreender a objeção no ensino educacional, caracterizado por uma nova

tecnologia de comunicação que necessita de alternativas que possam favorecer o

desenvolvimento humano, uma vez que cabe aos educadores cooperar, orientar e

mostrar caminhos para torná-lo ingresso à inclusão Digital.

A área especifica (educação e tecnologia) torna mais complexo o atendimento

a essa expectativa, não apenas por ser nova, por estar em processo de

configuração, mas por compreender território difícil de delimitar, caracterizado por

muitos deslocamentos de centro e margens, relacionados à objetivação das

23

tecnologias mesmas e da sua incorporação educacional bem como aos espaços de

lugares e de fluxos envolvidos. (OLIVEIRA, 2001).

Cabe destacar que o trabalho do professor no âmbito escolar não se realiza

arbitrário ou casualmente. A ação do professor deve estar sempre comprometida

com as inovações tecnológicas interagindo com a sociedade, com certos valores,

que condicionam as relações estabelecidas no processo ensino aprendizagem

(PINHEIRO E GONÇALVES, 2001; WOLFF, 2001).

Nesta perspectiva as novas tecnologias são ferramentas úteis ao processo de

ensino e aprendizagem na escola, porque proporcionam o acesso às informações,

auxiliam na construção de conhecimentos, desenvolvem novas habilidades como o

uso de diferentes mídias, facilitam o processo de criação de redes colaborativas de

aprendizagem, propiciam melhor interação entre a comunidade escolar, entre

alunos, professores e os pais.

“[…] se pensarmos nas dimensões do nosso país, na quantidade de pessoas para serem educadas, na infra-estrutura física disponível, assim como no número de educadores com capacidade para facilitar esse processo de construção de conhecimento, facilmente chegamos à conclusão de que a educação a distância é uma solução viável”. (VALENTE, 2002).

Todas as mudanças tecnológicas, pelas quais a sociedade vem passando,

“geram transformações na consciência individual, na percepção do mundo, novos

valores e nas formas de atuação social”. (BRASIL, 1998, p.136).

Partindo disso, o uso das atividades tecnológicas é, entre outras umas das

possibilidades de ligação entre os conteúdos, linguagem, problemas e diversidades

para as construções dentro e fora da sala de aula, que se faz necessária para o

desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade contextualizando-os num sistema

maior de acesso a informação e democratização do conhecimento.

Segundo Morin (2006) para que o conhecimento seja pertinente, a educação

deve levar em conta o contexto, o global, o multidimensional e o complexo, com isso

estará possibilitando a promoção da inteligência geral. Propõe a reforma do

pensamento por meio da transdisciplinaridade, isto é, que se rompa com a forma

fragmentada, compartimentada e disciplinar do conhecimento.

24

3.1.4 Estatística das TIC na Educação Brasileira (2010-2012)

A revolução das TIC na educação deve habilitar e dar oportunidade aos

alunos da rede pública para adquirir conhecimento, facilitando no processo de

ensino aprendizagem, ao disponibilizar de conteúdos de qualidade, apoiados em

linguagem dinâmica. Enfim, ser um complemento que inova as práticas de ensino e

favorece a aprendizagem do aluno.

Atualmente, no Brasil, o estudo prospectivo fornece bases para a estruturação

de uma estatística de desenvolvimento em TIC. De acordo com o Censo Escolar de

2010, há 51,5 milhões de alunos matriculados nas escolas do país. Desses, apenas

15% cursam a Educação Básica em escolas privadas, enquanto a grande maioria,

85%, está matriculada em colégios públicos (TIC EDUCAÇÃO, 2010).

Por outro lado, as escolas têm desenvolvimento inadequado na estratégia de

implementação da TIC na educação, mostrando-se mais tradicionais do que

inovadoras. Apesar dos avanços das TIC não terem evidencias que tenham crescido

nas escolas públicas, elas abrem uma nova dimensão ao exercício intelectual na

qual é determinante o seu papel na escola.

A introdução das tecnologias de comunicação e informação na escola pública

universaliza seu acesso. Isso é importante já que, se não for à escola, muitos

estudantes não terão outras oportunidades de contato com os equipamentos e

conteúdos por ela oferecidos (TIC EDUCAÇÂO, 2011).

Em 2010 todas as escolas possuíam pelo menos um computador, sendo

limitados os números de computadores por aluno: 75% dos docentes acreditam que

esse fator prejudica o uso das TIC no processo pedagógico, perspectiva

compartilhada por 69% dos coordenadores pedagógicos. (TIC EDUCAÇÃO 2011).

Para Frimel; Signer (2010): “A difusão dessas novas tecnologias não ocorre sem

desigualdade, e estas são provocadas pelas clivagens socioeconômicas que

provocam diferentes níveis de inclusão digital”.

Podemos observar que, a entrada das TIC nas escolas acontece como um

desafio no qual cada instituição de ensino, através de sua organização pedagógica,

pode fazer com que a inclusão digital realmente aconteça para que todos possam se

beneficiar do uso das ferramentas que estão disponíveis. Desta forma, alunos e

professores estarão abrindo novas perspectivas para a construção de seu

conhecimento.

25

Segundo a Unesco (2008, p. 12): “Os professores também precisam ter a

habilidade e a inclinação para experimentar e aprender a usar constantemente as

TIC para criar comunidades profissionais de conhecimento”.

As TIC surgiram para atender à necessidade criada pela mudança e avanços

tecnológicos em relação às ferramentas mais utilizadas pelo homem moderno para a

construção de um mundo globalizado. A popularização e expansão da internet

potencializou o uso das TIC nos diversos setores da sociedade, trazendo mudanças

na forma das relações econômicas, sociais e culturais.

Segundo pesquisa realizada pelo censo escolar de 2012, o acesso à Internet

está em 93% dos domicílios dos professores, proporção muito superior ao da

população geral, com 40%. Entre os alunos das escolas públicas 54% possui acesso

à Internet em seus domicílios, proporção que chega a 91% dos domicílios de alunos

das escolas particulares. (TIC EDUCAÇÃO 2012).

A perspectiva da integração está direcionada para a questão de como as

inovações educacionais de base tecnológica podem não apenas ser incorporadas,

mas também monitoradas e avaliadas, expandindo o ensino e a aprendizagem para

além do que é feito com os materiais atualmente utilizados. Para isso, as pessoas

envolvidas nesse processo precisam ser consultadas e informadas de seu uso

(VASCONCELLOS, 2006).

Modernamente, as TIC vêm fazendo parte da vida das pessoas, modificando

seus costumes e a tendência é que esse fenômeno venha a aumentar de maneira

progressiva nos tornando cada vez mais dependentes do uso desses elementos,

sendo assim o uso das TIC trazem a ideia de facilidade, conforto, praticidade e

obriga o cidadão a viver em uma constante aquisição para o uso das novas

tecnologias.

26

4 MATERAL E MÉTODOS

4.1 Área de Estudo

O estudo foi realizado nas escolas públicas: Escola Estadual do Ensino

Fundamental e Médio Jose Gomes Alves e Escola Estadual do Ensino Fundamental

e Médio Dr. Dionísio Marques de Almeida, ambas localizadas no município de Patos,

na Paraíba.

A população amostral constituiu-se por alunos e professores das séries que

compõe o ensino médio (1º, 2º e 3º ano), no mês de julho de 2014. Foram

entrevistados 86 alunos e 10 professores, que aceitaram participar voluntariamente

e que foram devidamente informados sobre total liberdade de participar ou não da

pesquisa. No caso da população de alunos, a quantidade deles, quanto aos

gêneros, foi equivalente.

A escolha pelo método descritivo tem o objetivo de descrever as

características de um determinado grupo de pessoas, procurando identificar o perfil

do grupo e as relações entre as variáveis. O estudo exploratório proporciona melhor

familiaridade e clareza com o problema, o que proporciona aprimoramento de ideias

ou a descoberta de intuições, seu planejamento flexível, contemplando os mais

variados aspectos relativos ao fato estudado (GIL, 2001).

O trabalho foi realizado em duas etapas distintas: a primeira etapa, a

elaboração do questionário e a segunda etapa, a aplicação do questionário

definitivo, validado com alunos e depois com professores.

4.2 Coleta e amostra dos dados

Foi solicitada autorização à direção de cada escola por oficio. As atividades

foram desenvolvidas no mês de julho de 201, durante o horário regular das aulas de

Biologia. Para a coleta de dados foram utilizados dois questionários: um aplicado

aos alunos e outro aplicado apenas aos professores (Apêndice A). Os questionários

aplicados para ambos versaram sobre o uso das TIC em seu cotidiano, na escola e

quanto à sua aplicação para auxiliar na construção de conhecimentos e propiciar

interação com as inovações tecnológicas. O questionário aplicado apenas aos

professores versou também sobre o uso das TIC em sala de aula.

27

Os questionários consistiam de 13 questões no modelo da Escala de Likert,

com cinco níveis de respostas. Os resultados foram analisados a partir do percentual

das respostas para cada pergunta, em seus cinco níveis de respostas.

Os dados foram analisados estatisticamente, por meio do software Microsoft

Excel 365, utilizando-se a estatística descritiva. As possíveis comparações entre as

respostas de professores e alunos foram comparadas por meio da análise de

variância, com nível de probabilidade de 5%.

Essa pesquisa foi submetida à aprovação pelo Comitê de Ética da

Universidade Federal de Campina Grande – CEP HUAC, e todos os participantes

foram informados sobre a importância de sua participação, e assinaram termo de

consentimento livre e esclarecido ou termo de assentimento livre e esclarecido para

ser assinado e levando em consideração os aspectos éticos em pesquisa que

envolvem seres humanos, conforme descrito na Resolução N°196/96 do Conselho

Nacional de Saúde, que regulamente a pesquisa envolvendo seres humanos

(BRASIL, 1996).

28

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Perfil dos entrevistados

Os alunos entrevistados apresentaram idades que variaram entre 14 e 20

anos, sendo frequência maior (59,3%, n = 51) do gênero feminino. Dentre os

professores participantes da pesquisa, metade (50 %, n = 5) tinha idade acima de 39

anos, sendo predominante (90 %, n = 09) o gênero feminino (tabela 1).

Tabela 1 – Frequência absoluta (fa) e percentual (fr) do perfil dos alunos (N = 86) e professores (N = 10) entrevistados segundo o gênero e a idade.

Variável Alunos Professores

Fa r % Fa fr %

Gênero Masculino 35 40,7 1 10

Feminino 51 59,3 9 90

Idade

14 - 16 42 48,8 3 30

17 - 19 43 50 2 20

Acima de 20 1 1,2 5 50

5.2 O uso das TIC pelos professores e alunos entrevistados

A maioria dos alunos entrevistados (60,5%, n = 52) afirmaram que acessam a

internet diariamente. Enquanto que 60% (n = 6) dos professores afirmaram acessar

a internet três vezes por semana (Figura 1).

Analisando-se de forma específica o acesso dos professores e alunos a

internet conforme Figura 1, aponta-se justamente para o entendimento dos alunos e

professores entrevistados acessarem com frequência a internet, a grande maioria

dos alunos, acessam diariamente, e, os professores três vezes por semana.

Neste sentido, observa-se o que reporta a literatura pertinente ao tema, as

Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) já são uma realidade na sociedade

em que se vive. São muitas as mudanças e transformações provocadas por essas

tecnologias no cotidiano da população. E a escola não pode ficar à margem dessas

vivências e deixar de considerá-las no seu entorno, tendo em vista os inúmeros

recursos que oferecem e que podem ser usados para auxiliar no processo ensino-

aprendizagem (LITWIN, 2006).

29

As tecnologias evoluíram e com elas os modos de produção mudaram, assim

como os processos educacionais. A geração que nasce em plena era da informação

exige meios mais elaborados e atrativos de adquirir conhecimentos, pois eles

possuem à sua disposição o mundo e um emaranhado de tecnologias prontas a lhes

proporcionar facilidade, acessibilidade e comodidade (VALENTE, 1999).

Figura1 - Distribuição da opinião dos alunos e professores entrevistados, sobre com que frequência acessam a internet.

A partir desses resultados, pode-se dizer que é consenso por partes dos

professores e alunos a importância de se acessar a internet.

Na sociedade da informação, todos estão reaprendendo a conhecer, a

comunicarmos, a ensinar, reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico, a

integrar o individual, o grupal e o social. É importante conectar sempre o ensino com

a vida do aluno. Chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis: pela experiência,

pela imagem, pelo som, pela representação (dramatizações, simulações), pela

multimídia, pela interação on-line e off-line (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000).

A sociedade atual é marcada por avanços e sofisticadas tecnologias ao tempo

em que o cidadão vivencia as transformações provocadas pelos rápidos avanços

tecnológicos, naturalmente percebe que lhe são exigidos conhecimentos e

capacidades para interagir com essa nova realidade. E isso tem provocado

mudanças significativas na sua forma de agir, aprender, pensar, relacionar-se e

comunicar-se com o mundo (MASETTO, 1998).

14,0%

1,0%

18,0%

6,0%

61,0%

1x/Semana 2x/Semana

3x/Semana 4x/Semana

Diariamente

10,0%

40,0%

50,0%

2x/Semana 3x/Semana

Diariamente

30

O uso da internet com critério pode tornar-se um instrumento significativo para

o processo educativo em seu conjunto. Ela possibilita o uso de textos, sons,

imagens e vídeo que subsidiam a produção do conhecimento. Além disso, a internet

propicia a criação de ambientes ricos, motivadores, interativos, colaborativos e

cooperativos (BEHRENS, 2006).

Explorando bem as potencialidades do ambiente virtual nas situações de

ensino-aprendizagem, possibilita-se a maior interação do aluno no processo de

acordo com Moran (2000, p.06):

A internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. Essa motivação aumenta, se o professor a faz em um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos. Mais que a tecnologia, o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor, de estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio competências e simpatia com que atua.

Ainda assim, constata-se que a internet, desde o início de sua utilização como

ferramenta educacional, por volta dos anos 90, vem se tornando uma fonte

potencialmente infinita de informações e trouxe diferentes tipos de vantagem e

problemas novos ao professor, pois ao mesmo tempo em que possibilita

intervenções pedagógicas bem mais sofisticadas e até mais interessantes que as

aulas (SAMPAIO, 1999).

Por outro lado, levam o professor a enfrentar alterações nas relações de

poder sobre o conhecimento, onde o professor deixa de ter o controle sobre o

conteúdo de referência e passa a gerenciar informações imprevisíveis que os alunos

trazem de suas consultas online para discussão em sala de aula.

Quanto à habilidade para usar a internet, boa parte dos professores (70%, n =

07) e dos alunos (71%, n = 61) classificou o uso da internet como fácil ou muito fácil

(Figura 2).

Essas informações nos suscitam afirmar que tanto os professores quanto os

alunos entrevistados possuem habilidade para acessarem a internet. Percebe-se

que as novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) começam a fazer

parte da dinâmica escolar nos diferentes níveis com a proposta de oferecer um

recurso especial.

31

Figura 2 - Frequência (%) dos alunos e professores segundo a sua habilidade em usar a internet.

Assim sendo, aliar os novos recursos tecnológicos que estão surgindo à

atividade pedagógica pode significar dinamismo, criatividade e interação são só de

conhecimentos teóricos, mas daqueles relacionados à vida dos estudantes.

Segundo Marques Caetano (2002, p.158):

Para a educação, a internet pode ser considerada a mais completa, abrangente e complexa ferramenta de aprendizado. Podemos, através dela, localizar fontes de informações que, virtualmente, nos habilitam a estudar diferentes áreas do conhecimento.

Portanto, compreender e incorporar a linguagem virtual nas salas de aula das

escolas significa compreender também o processo de construção de aprendizagem,

a epistemologia do processo de ensinar e aprender na realidade posta pela

sociedade de informação.

Brandão (2002, p.04) pontua que, “no mundo transformado pela tecnologia

mais do que nunca a educação deve estar apoiada na busca de alunos e

professores inventivos e criativos, capazes de preconizar uma sociedade melhor”. É

preciso que haja envolvimento na produção de conhecimento para que os alunos ao

utilizarem a tecnologia, fiquem restritos a participações passivas diante da mesma,

mas que saibam ousar na busca de novos saberes.

Para acesso à internet os professores e alunos entrevistados utilizam,

preferencialmente, o celular/ smartphone (alunos 83,7%, n = 72; professores: 70%, n

= 7) e o computador de mesa (alunos: 16,3%, n = 14; professores: 30%, n = 3). Essa

constatação pode ser resultado do avanço das tecnologias onde o celular supera o

45,0

26,0

2,0

22,0

5,0

40,0

30,0

20,0

10,0 0,0

0

10

20

30

40

50

Muito Fácil Fácil Difícil Muito difícil Muito difícil

Fre

quência

(%

)

Aluno

Professor

32

uso do computador de mesa ou notebook para ser o equipamento mais utilizado

para acesso à internet pelos alunos e professores (Figura 3).

Figura 3– Distribuição dos alunos e professores entrevistados sobre qual equipamento tecnológico se usa para o acesso a internet.

O celular/smartphone é o equipamento tecnológico mais utilizado pelos

entrevistados para o acesso à internet. Entende-se que aqui se vislumbra um campo

amplo para integração e comunicação visto que o celular/smartphone é um

instrumento de consumo mais abrangente, o que facilita seu uso. Nessa perspectiva,

tecnologias e conhecimentos se integram para criar novos conhecimentos que

permitam articular os conteúdos escolares com a realidade de professores e alunos.

83,70%

16,30%

70%

30%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

celular/ smartphone computador de mesa

Aluno Professor

33

O nosso acesso à informação hoje é indiscutivelmente maior do que o das

gerações passadas. Com a diversificação das TIC – Tecnologias da Informação e da

Comunicação, o cenário comunicacional atual é repleto de mídias e outras fontes de

informações (TV, rádio, jornal, comunicações via satélite, internet, etc.), as quais

propiciam aos seus usuários um acesso quase que imediato aos dados sobre algum

fato ou situação já ocorrido ou que ainda esteja ocorrendo em algum lugar do mundo

(ALONSO, 2005).

De acordo com García (2002) antes da diversificação tecnológica, as

informações apresentavam um caráter mais estático, ou seja, havia uma certa

defasagem entre um acontecimento e o acesso aos informes do mesmo pelo público

em geral, já que os meios de transmissão de informações ainda eram

prioritariamente a mídia televisiva ou impressa; hoje, podemos acompanhar eventos

em tempo real e obtermos informações simultâneas sobre eles recorrendo a

recursos tecnológicos diversos (celulares, computadores, internet, etc.)

Em relação às diversas modalidades de comunicação que estão se

estabelecendo na então intitulada “sociedade da informação” (CASTELLS, 2000), as

redes sociais estão num processo de expansão contínuo, principalmente as redes

sociais focadas em relacionamentos via WEB (Orkut, Facebook, Hi5, Myspace,

Haboo, etc.) as quais possuem, enquanto principais usuários, a geração net

(TAPSCOTT, 2010), ou seja, jovens e crianças que já nasceram e estão crescendo

40,6

23,4

7,8

18,8

9,4 6,3 12,5

43,8

6,3

31,3

0

10

20

30

40

50

Fre

quência

(%

)

Atividades

Alunos Professores

Figura 4 – Frequência percentual das atividades que alunos e professores entrevistados acessam na maior parte de seu tempo.

34

imersos numa sociedade cada vez mais tecnologizada, os quais aprendem desde a

infância a acessar e utilizar as tecnologias, principalmente as TIC a serviço de seus

interesses – lazer, estudos, relacionamentos, etc., e as redes sociais são um

importante instrumento a serviço desses interesses.

A web hoje passou a ser um dos meios mais utilizados por estes jovens para

se comunicar e obter acesso à informação. Isto se explica pelo fato da net oferecer

uma gama muito ampla de fontes de dados sobre algo e de forma mais rápida,

atualizada e acessível ao usuário do que a maioria dos livros e outros materiais

impressos, os quais nem sempre acompanham o ritmo das informações da forma

que esse público deseja, ou seja, da forma mais imediata, atualizada e acessível

possível (BEHRENS, 2006).

A Tabela 2 reporta que boa parte, tanto dos professores quanto dos alunos,

ainda não utiliza muito os softwares mais acessíveis em um computador e que,

geralmente, são utilizados no ensino e aprendizagem escolar. O Microsoft Word ou

similar foi o software com maior frequência de uso, onde um maior número de

professores (40%, n = 4) e alunos (43,0%, n = 37) declaram usá-lo muito, quando

comparado com a frequência de uso para Microsoft Word e Excel.

Esses resultados mostram que, para os professores o aplicativo Microsoft

Word facilita a produção textual, assim considerado um recurso de fácil acesso,

onde alunos e professores passam a utilizar esse recursos como forma de

apresentar conteúdos e pesquisas.

Tabela 2 - Distribuição da opinião dos alunos e professores entrevistados em relação à opção que melhor reflete a frequência para uso dos seguintes softwares.

Variáveis

Opções

Microsoft Word ou similar

Microsoft Excel ou similar

Microsoft Power ou

similar

%A %P %A %P %A %P

Frequência de uso

1 - Nenhum 24,4 0,0 40,7 0,0 32,6 0,0

2 – Pouco 25,6 30,0 34,9 60,0 23,3 20,0

3 - Razoável 43,0 20,0 18,6 30,0 22,1 50,0

4 – Muito 4,7 40,0 4,7 0,0 16,2 30,0

5 - Completo 2,3 10,0 1,1 10,0 5,8 0,0

Quanto aos conhecimentos dos alunos e professores para utilizar esses

softwares (Tabela 3), verificou-se que 80,0% dos professores entrevistados

possuem entre muito (40,0%, n = 04) e razoável (40,0%, n = 04) conhecimento uso

35

do Microsoft Word ou similar, enquanto que, 13,9% dos alunos declaram ter muito

conhecimento nesse software.

Os professores afirmaram terem conhecimento similar no software Power

Point, onde 80,0% sabiam entre razoável (50,0%, n = 05) e muito (30,0%, n= 03)

utilizá-lo.

Esses resultados apontam justamente para o entendimento de que a maioria

dos professores possuíam conhecimento desse software, o que representa um

avanço no que tange ao acesso e uso das TIC nas escolas públicas, pois o

professor não estaria limitado a produzir recursos como o projetor de vídeo para

apresentar slides por falta de conhecimento.

Em contrapartida, a grande parte dos alunos não sabem nada ou pouco usar

o Microsoft Word ou similar e o Excel, sabendo usar um pouco mais o Microsoft

Power Point. Dessa forma, um ensino que instigue os alunos a utilizarem mais esses

recursos os capacitarão mais para utilizar com maior segurança esses softwares em

atividades acadêmicas e, futuramente, utilizá-los profissionalmente.

Tabela 3 – Relação da opinião dos alunos e professores entrevistados em relação à opção que melhor reflete o conhecimento para uso dos seguintes softwares.

Variáveis Opções Microsoft Word

ou similar Microsoft Excel

ou similar Microsoft Power

ou similar

%A %P %A %P %A %P

Conhecimento

1 - Nenhum 18,6 0,0 34,8 0,0 23,3 0,0

2 – Pouco 30,2 20,0 39,3 50,0 24,4 20,0

3 - Razoável 29,2 40,0 19,7 40,0 22,1 50,0

4 – Muito 13,9 40,0 10,5 0,0 17,4 30,0

5 - Completo 8,1 0,0 4,6 10,0 12,8 0,0 Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

De modo geral, pode-se perceber que, a consolidação das tecnologias na

educação, assim como nas mais diversas áreas, é uma realidade e não poderia ser

diferente. A disseminação dessas tecnologias, especialmente no cotidiano das

novas gerações forçou ainda mais a incorporação e uso na área educacional

(CARVALHO, 2006).

A escola e o professor não podem ficar alheios ou ignorar as mudanças ou as

inovações que acontecem no mundo onde está inserida. Ao contrário, o

reconhecimento de que a educação deve seguir lado a lado com os avanços que a

sociedade alcança é imprescindível. O papel da escola é o de preparar e formar o

36

aluno para trabalhar na sociedade que exige, cada vez mais, mão de obra

qualificada, fruto de desenvolvimento tecnológico (BELLONI,2001).

Em síntese, a internet é percebida como um recurso importante de

informação e comunicação nos meios acadêmicos. Segundo García (2002) Ela tem

contribuído para que mudanças paradigmáticas ocorram nos diversos setores da

sociedade. A educação também passa por este momento de transformação, no qual

os conceitos são rediscutidos, reformulados, e o novo está em construção.

37

6 CONCLUSÕES

Constatou-se que a maioria dos professores e alunos entrevistados afirmou

que acessa a internet diariamente e três vezes ao dia, respectivamente, e que a

habilidade para usá-la é boa para ambos os grupos avaliados. Em seu cotidiano,

professores e alunos acessam a internet, preferencialmente, por meio do

celular/smartphone e do computador de mesa.

Nas atividades de ensino e aprendizagem, o software mais utilizado é o

PowerPoint, seguido do Microsoft Word ou similar. Quanto aos seus conhecimentos

para usar esses softwares, boa parte dos professores afirmaram saber entre

razoável e muito usar o Microsoft Word e Power Point. Enquanto que a grande parte

dos alunos não sabem nada ou pouco usar o Microsoft Word ou similar e o Excel,

sabendo usar um pouco mais o Microsoft Power Point.

38

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