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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA
CURSO DE ZOOTECNIA
KAMILA CRISTINA DA SILVA MACEDO
CRÉDITO RURAL, UMA OPÇÃO AO PRODUTOR
CUIABÁ 2016
i
KAMILA CRISTINA DA SILVA MACEDO
CRÉDITO RURAL, UMA OPÇÃO AO PRODUTOR
Trabalho de Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientadora: Profa. Dra. Aline Regina. Piedade
CUIABÁ 2016
iii
Á Deus em primeiro lugar e em especial a minha mãe Kátia Macedo, meu pai Alamir Macedo, meu irmão Alamir Macedo Filho, minha avó Ana Otália, meu namorado Thiago Mengatti e aos meus familiares e amigos por todo amor, compreensão, companheirismo e ensinamentos
Dedico
iv
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pela sabedoria e determinação em iniciar e concluir o curso
de graduação em Zootecnia.
À minha mãe Kátia Macedo, ao meu pai Alamir Macedo, meu irmão Alamir Macedo
Filho, pelo apoio, compreensão. Por tanto amor e carinho.
Por me ensinarem a ter fé e nunca desistir. Obrigado pelo incentivo e pelo colo que
me acolheu nas horas difíceis. Obrigado pelas broncas, por que elas me ensinaram
que a vida não é como a gente quer, mas que podemos lutar para conquistar nossos
sonhos. Sem vocês eu não chegaria a lugar nenhum.
A minha avó Ana Otália por todo amor e encorajamento. Por não medir esforços
para estar ao meu lado e me ajudar em todas as situações, por ser meu ombro
amigo e por me ensinar coisas que só ela, com toda sabedoria poderia ensinar.
Ao meu namorado Thiago Mengatti pela compreensão, amor, companheirismo e
principalmente pela paciência. Por ser meu refúgio nas horas de desespero, me
ajudar nos estudos, me tranquilizar e encorajar a seguir em frente.
E minha sogra Elisete Mengatti por todo incentivo na realização do meu sonho.
Aos meus primos e amigos, por não me abandonarem e torcerem por mim, apesar
da minha ausência.
Às grandes amizades que construí “As Najas”, Anna Luz, Júlia Rodrigues, Juliana
Madruga, Renata Ropelato, Ronyatta Weich e Tamara Boaventura. Obrigada por
todo companheirismo em todos os momentos. A amizade de vocês é algo que
levarei por toda a vida.
Aos amigos de estudo, Bianca Corrêa, Daniel Araújo, Gustavo Milanello, Maurício
Rosa e Thais Mendes por todas as madrugadas que passamos estudando e fazendo
trabalhos, vocês foram fundamentais.
v
A minha prima, Laiany Santos (in memorian), que mesmo não estando mais
presente, sempre será um exemplo de força e honestidade. Me ensinou a nunca
desistir. Tenho certeza que está ela vibrando por minha vitória.
À Universidade Federal do Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Zootecnia, e
todos os professores que contribuíram para me proporcionar uma graduação sólida.
Aos professores Joanis Zervoudakis e Nelcino de Paula que disponibilizaram o
estágio na fazenda experimental da UFMT.
Aos colegas estagiários que tornaram mais divertidas e alegres as idas para a
fazenda experimental e no Laboratório de Nutrição Animal.
Aos mestrandos que ampararam minhas atividades nos experimentos.
A AGRIPLAN Assessoria e planejamento pela oportunidade de estágio, Luiz Carlos
Alécio, Luiz Carlos Alécio Filho e Luiz Antônio Guimarães pela amizade e
conhecimento compartilhado.
À Professora Aline Regina Piedade por partilhar seus conhecimentos, ajuda e
contribuição como orientadora.
À banca examinadora deste trabalho na pessoa dos Professores Regina Célia de
Carvalho e Thelma Michella Saddi e do Engenheiro Agrônomo Luiz Antonio
Guimarães.
Obrigada a todos, por tornarem essa jornada mais fácil e alegre. Cada um vocês,
teve participação efetiva na construção desta história. Da minha história.
vi
“Acredite em si próprio e chegará um dia em que os outros não terão outra escolha senão acreditar com você. ”
Cynthia Kersey
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Imagem aérea da localização da AGRIPLAN. (Cuiabá, JUNHO de 2016)............ 18
viii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Principais linhas de financiamento disponíveis ao produtor rural e praticadas na Agriplan Consultoria e Planejamento Ltda (2016). ................................................. 9
Quadro 2. Relação de documentos para cadastro do produtor rural. .............................. 23 Quadro 3. Exemplificação da primeira etapa para cadastramento de informações
pessoais do proponente. ........................................................................................... 24 Quadro 4. Exemplificação da segunda etapa para cadastramento do levantamento
patrimonial do proponente. ........................................................................................ 25 Quadro 5. Exemplificação da terceira etapa para cadastramento do levantamento
máquinas, equipamentos e veículos do proponente. ................................................ 26 Quadro 6. Exemplificação do limite de crédito do rebanho do ano atual. ........................ 27 Quadro 7. Exemplificação de outras informações adicionais para o projeto de crédito
rural. .......................................................................................................................... 28 Quadro 8. Exemplificação do limite de crédito do rebanho do ano anterior. .................... 29 Quadro 9. Exemplificação do demonstrativo de receita do ano anterior e projeção do ano
seguinte. .................................................................................................................... 30
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
A.A. - Ao ano
ABC - Agricultura de Baixo Carbono
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CADIN - Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal
CDE - Conselho de Desenvolvimento do Estado
CMN - Conselho Monetário Nacional
CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento
CPF – Cadastro de Pessoas Físicas
FCO - Fundos Constitucionais de Financiamento do Centro-Oeste
FNE- Fundos Constitucionais de Financiamento do Nordeste
FNO - Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte
INDEA-MT - Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso
IOF - Imposto sobre Operações Financeiras
Ltda. – Limitada
LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MCR - Manual de Crédito Rural
NCR - Negócio Certo Rural
OCB - Organização das Cooperativas do Brasil
PCA – Programa para Construção e Ampliação de Armazéns
PROAQUA - Programa Apoio ao Desenvolvimento da Aquicultura
PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PRONAMP - Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural
ROB – Receita Operacional Bruta
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa
SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SNCR - Sistema Nacional de Crédito Rural
x
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. vii
LISTA DE QUADROS .............................................................................................. viii
LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................... ix
RESUMO.................................................................................................................... xi
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. OBJETIVO ............................................................................................................. 3
2.1. Objetivo Geral ...................................................................................................... 3
2.2. Objetivos específicos ........................................................................................... 3
3. REVISÃO ............................................................................................................... 4
3.1. Agronegócio de as cadeias produtivas ............................................................. 4
3.2. Extensão rural .................................................................................................. 5
3.3. Credito rural ...................................................................................................... 5
3.3.1. A Evolução do Credito Rural ......................................................................... 8
3.3.2. Principais linhas de financiamento ................................................................ 9
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ................................................................................. 18
4.1. Local do Estágio ............................................................................................. 18
4.2. Elaboração de Projetos .................................................................................. 20
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO .............................................. 21
5.1. Exemplificação da elaboração de um projeto de financiamento ..................... 21
6. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 32
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 33
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34
xi
RESUMO
O crédito Rural objetiva estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas cooperativas, favorecendo assim o setor rural e incentivando o aumento de produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais, adequada utilização dos recursos naturais e regularização de terras pelos pequenos produtores, posseiros, arrendatários e trabalhadores rurais, desenvolvendo mais atividades e estimulando a geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra na agricultura empresarial. O agronegócio, em especial a agropecuária, está em evidência no Brasil, por seu constante crescimento e evolução, pela conquista de novos mercados e o avanço tecnológico, fatores que estão relacionados com a agropecuária empresarial. A agropecuária menos profissionalizada, no entanto, necessita da ajuda e incentivos para permanecer exercendo suas atividades, principalmente a de abastecer o mercado interno e evitar a ocupação desordenada dos centros urbanos por pessoas originadas da zona rural. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi o relato das ações observadas, no período de 20 de junho a 24 de setembro de 2016, durante o estágio curricular supervisionado do curso de graduação em Zootecnia (FAAZ/UFMT) e neste trabalho relata-se os benefícios do crédito rural ao produtor. As atividades do estágio foram realizadas na empresa Agriplan Assessoria e Planejamento Ltda., localizada no município de Cuiabá – MT. A empresa realiza projetos das principais linhas de financiamentos e tributos direcionados ao setor agropecuário no estado de Mato Grosso, respeitando todas as exigências observadas no Programa de Crédito Rural. A empresa tem a rotina de elaboração de projetos, na qual o cliente, inicialmente, entrega a documentação necessária e dá informações para subsídios de propostas de projetos de financiamento rural e a mesma serve como articuladoras intermediária entre a instituição financeira e o produtor rural. Durante o período de estágio, o destaque se deu para o perfil dos clientes, na qual a simplicidade dos mesmos era marcante. Foi notado que na maioria, são pessoas de alto poder aquisitivo, porém simples no trato e no vestir. Outro ponto de destaque foi devido a falta de informação sobre esse tipo de prestação de serviço, sendo que muitos clientes, ao chegar no escritório, vinham com a impressão de que a concessão do crédito era algo difícil, ou que a documentação exigida era complicada. No entanto, com devida orientação na prestação de tal serviço, os mesmos observavam e se espantavam com a facilidade de acesso ao crédito na qual o escritório podia evidenciar nessa intermediação junto a instituição financeira. Também se observou pouca procura por clientes do sexo feminino. Assim, verificou-se que tal experiência de estágio, na área de crédito rural foi fundamental na formação profissional do zootecnista. Antes do estágio, notava-se falta de informação sobre o trabalho do zootecnista no ramo do crédito rural. Hoje, foi possível notar o alcance social da profissão, podendo identificar a mudança causada pelo crédito rural na vida dos proprietários e trabalhadores rurais, vendo o fruto da profissão zootecnista na mudança de vida, tanto econômica quanto social dos participantes, possibilitando a esperança de um futuro melhor.
Palavras-chaves: Crédito Rural, Financiamento, Agronegócio.
1
1. INTRODUÇÃO
O crédito rural é um financiamento destinado a produtores rurais,
cooperativas ou associações de produtores. Tem por objetivo, estimular os
investimentos, ajudar no custeio da produção e comercialização de produtos
agropecuários.
São também beneficiárias do crédito rural empresas agropecuárias de
pesquisa ou produção de mudas, sementes e de sémen para inseminação artificial,
de prestação de serviços mecanizados e outras companhias com finalidade
comercial no ramo da piscicultura, aquicultura, bovinocultura, ovinocultura, lavouras,
atividades florestais, integração e etc.
Para conseguir o crédito, o tomador deve ser idôneo, ou seja, não constar
dívidas em seu cadastro de pessoa física, apresentar um projeto, plano ou
orçamento que justifique o valor pedido, onde no mesmo contarão seus dados
pessoais, dados da propriedade e vão todos os documentos como, comprovante de
residência, cópias dos documentos pessoais e de veículos e imóveis, imposto de
renda e as certidões pessoais e da propriedade.
Obtém-se o financiamento nos bancos e cooperativas integrantes do Sistema
Nacional de Crédito Rural (SNCR). Seus prazos variam conforme a fonte de
recursos, a finalidade e o plano de produção apresentado.
Os juros e encargos também vão variar, e dependem das fontes de recursos
que darão suporte ao financiamento. Para recursos controlados, relativos a
aplicações obrigatórias dos bancos ao amparo da exigibilidade dos depósitos à vista,
os juros de recurso controlado estão fixados à taxa efetiva de juros de 9,5 % ao ano,
recurso não controlado vai de acordo com a agente financeiro, podendo chegar até
27% ao ano. Nas operações de crédito rural a alíquota de Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) é zero. As garantias podem ser acertadas entre o financiado e o
financiador, de acordo com a natureza e o prazo do crédito. As garantias podem ser
o penhor (agrícola, pecuário ou mercantil), a alienação fiduciária, a hipoteca comum
2
ou cedular, o aval ou fiança e outras que o Conselho Monetário Nacional (CMN)
permitir.
Diante disso, o objetivo deste trabalho foi descrever as atividades realizadas
durante o período de estágio na empresa Agriplan Consultoria e Planejamento, o
que o crédito rural proporcionou para os produtores rurais, as facilidades e
benefícios desse financiamento e toda a mudança na economia, desenvolvimento e
melhoria de vida de todos envolvidos na atividade rural.
3
2. OBJETIVO
2.1. Objetivo Geral
O objetivo deste trabalho foi descrever a importância do crédito rural e sua
evolução, as atividades realizadas durante o período de estágio na empresa
Agriplan Consultoria e Planejamento Ltda., no período de 20 de junho a 24 de
setembro de 2016, totalizando 312 horas, do estágio curricular supervisionado do
curso de graduação em Zootecnia, da Faculdade de Agronomia e Zootecnia, da
Universidade Federal de Mato Grosso (FAAZ/UFMT).
2.2. Objetivos específicos
Descrever a rotina da empresa, o modo como ocorre o recebimento dos
clientes e de que forma são elaborados os projetos de financiamento;
Expor os aspectos significativos do crédito rural para os produtores, as
facilidades e benefícios que o crédito traz para o desenvolvimento do setor no
cenário brasileiro;
Apresentar as exigências, facilidades e dificuldades encontradas nesse meio,
toda a mudança que o Crédito Rural proporciona na economia, desenvolvimento e
melhoria de vida de todos envolvidos;
4
3. REVISÃO
3.1. Agronegócio de as cadeias produtivas
O agronegócio é distinguido com integridade no setor agrícola e tem se
tornado o setor mais importante dentre todos os existentes no processo econômico.
Com a maior abertura econômica do país e com a gradual retirada do apoio
governamental, a agricultura exige do produtor rural um melhor gerenciamento de
seus negócios, com o objetivo de atingir um novo patamar de aumento na eficiência
econômica para a propriedade rural como um todo (AÉCIO FILHO, 2013).
A noção de cadeia produtiva é parte do conceito de que o negócio agrícola
deve ser visto numa perspectiva antes, durante e após a porteira da fazenda,
representando o total de operações de produção e distribuição de suprimentos e
insumos agrícolas, as operações de produção na própria unidade rural e o posterior
armazenamento, processamento a distribuição dos produtos agrícolas (AÉCIO
FILHO, 2013).
Castro & Carvalho (2009 p. 33), argumentam sobre o núcleo dos estudos
sobre as cadeias agropecuárias e observam a contribuição que se pode ter pela
modificação do agronegócio como um todo, em cadeias ou subsetores.
A disseminação entre as instituições tecnológicas ou organizações de
desenvolvimento no mercado permitiu que fosse possível viabilizar novas
composições ou maneiras de se compreender os sistemas de abastecimento ou de
suprimento de determinados produtos.
A cadeia produtiva busca a melhor maneira de proporcionar maior valor ao
cliente, possuir menor custo, conveniência na obtenção do valor e mostrar grande
versatilidade no gerenciamento de risco em atenção aos tratados de Basiléia I e II,
os quais impuseram nova formatação nas exigências do sistema financeiro, seja em
operações de mercado ou operações de financiamento a terceiros.
A noção de cadeia produtiva é favorável para estabelecer a análise de um
determinado segmento agrícola e com isso compreender a complexidade dos
5
macroprocessos de produção, para analisar o desempenho desses sistemas,
determinar gargalos, oportunidades e processos produtivos unificando os campos
sociais, econômicos, biológicos, gerenciais e tecnológicos em pesquisas, e também
proporcionar ações que permitam até mesmo o desenvolvimento de metodologias
para definição de cenários futuros (CASTRO, LIMA & CRISTO, 2002).
3.2. Extensão rural
Os produtores rurais brasileiros têm conquistado lugar de destaque no cenário
mundial de produção, e esse é o resultado de muito trabalho e avanços em
pesquisas e tecnologia. “Essa competência precisa ser transferida à gestão das
propriedades rurais (...) só a gestão eficiente da propriedade permitirá bons negócio
e renda para o produtor e sua família” (NCR CNA/SENAR/SEBRAE, 2012).
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) o SENAR e o
SEBRAE levaram aos proprietários rurais e suas famílias a capacitação para melhor
entendimento e aproveitamento dos recursos já existentes em suas propriedades,
possibilitando a inclusão de novas atividades.
A Constituição Federal Brasileira de 1988, no seu art. 187, IV, assegura que
a: política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação
efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem
como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando
em conta, especialmente “(...) a assistência técnica e extensão rural” (PEIXOTO,
2008a).
O modelo brasileiro, público e gratuito, dá prioridade para os agricultores
familiares e é executado pelas instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural
(ATER), nos estados e entidades, por ela credenciadas (PEIXOTO, 2008b).
3.3. Credito rural
No Brasil, são observados dois modos de produção agropecuária, a
agricultura familiar e a agricultura empresarial. A agricultura familiar é fundamental
na construção da estabilidade social, segurança alimentar e também no
6
desenvolvimento econômico, esse tipo de agricultura é responsável pela
alimentação do brasileiro, já que produz 84% da mandioca, 67% do feijão, 58% dos
suínos, 52% do leite, 49% do milho, 40% das aves e ovos e 31% do arroz (O
ENCONTRO DA AGRICULTURA FAMILIAR COM A ALIMENTAÇÃO ESCOLAR,
2010)
A agricultura empresarial é a principal responsável pela geração de divisas,
além de âncora verde do Plano Real, a partir dos últimos anos, com taxa de câmbio
mais favorável, vem contribuindo para gerar um superávit nas contas externas. Em
2002 a balança comercial brasileira gerou cerca de 13 bilhões de dólares de
superávit, o agronegócio, isoladamente, gerou 20 bilhões de dólares em termos de
exportação. Portanto, a balança comercial brasileira só é superavitária em razão das
exportações agrícolas e agroindustriais. (AÉCIO FILHO, 2013).
Assim, a agricultura empresarial e a familiar são complementares e não
excludentes. Devem-se traçar políticas públicas diferenciadas segundo as
características de cada segmento. (AÉCIO FILHO, 2013).
Destaca-se ainda a importância da agricultura na sustentação a inúmeras
cadeias produtivas, que através de seus vários estágios fazem com que os produtos
cheguem às prateleiras do consumo, gerando nesse caminho postos de trabalho,
renda e bem-estar à população. (AÉCIO FILHO, 2013).
Os valores que fundamentam a produção de “commodities” não são os
mesmos da produção familiar. Isso não prescinde, no entanto, que se dê atenção
especial para se melhorar a competitividade da produção familiar. Ou seja, a busca
de modernização não deve contemplar apenas a produção em escala, mas também
a pequena produção. (AÉCIO FILHO, 2013).
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)
destina-se a estimular a geração de renda e melhorar o uso da mão de obra familiar,
por meio do financiamento de atividades e serviços rurais agropecuários e não
agropecuários desenvolvidos em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias
próximas. (BANCO CENTRAL DO BRASIL)
O Crédito rural de agricultura empresarial envolve recursos destinados ao
custeio, investimento ou comercialização. Suas regras, finalidades e condições estão
estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR), este foi elaborado pelo Banco
Central do Brasil. Essas normas são seguidas por todos os agentes que compõem o
7
Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), como bancos e cooperativas de crédito.
(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA)
Os créditos de custeio ficam disponíveis quando os recursos são destinados
a cobrir despesas habituais dos ciclos produtivos, da compra de insumos à fase de
colheita, ou seja, implantação de lavouras periódicas, manutenção e colheita de
lavouras permanentes, gastos com a exploração pecuária, beneficiamento de
produtos agropecuários, entre outros gastos, observadas as restrições normativas
quanto a itens e atividades que o programa não financia. Já os créditos de
investimento são aplicados em bens ou serviços duráveis, que possuem benefícios
de longa duração, ou seja, indicado para o produtor que deseja ampliar e modernizar
seu agronegócio com a compra de máquinas e equipamentos, animais, formação ou
recuperação de pastagens e construção de cercas, currais e galpões. Por fim, os
créditos de comercialização asseguram ao produtor rural e suas cooperativas os
recursos necessários à adoção de mecanismos para garantir o abastecimento e o
armazenamento da colheita nos períodos de queda de preços. Com o adiantamento
a cooperados, a cooperativa pode antecipar os recursos que irá receber com a
comercialização assim que for realizada a entrega do produto para venda,
observadas as exceções normativas internas previstas para créditos da espécie, o
programa financia as despesas necessárias à fase seguinte à colheita da produção
própria. (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA)
O produtor pode requerer as três modalidades de crédito rural como pessoa
física ou jurídica, as cooperativas rurais são também beneficiárias do sistema.
(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA)
A oferta de linhas de créditos para investimentos conta com recursos do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos Fundos
Constitucionais de Financiamento do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, conhecidos,
pela ordem, como FCO, FNO e FNE. O crédito disponibilizado é de recurso
controlado, com o teto de R$ 1.800.000,00 (Um milhão e Oitocentos mil reais) por
Cadastro de Pessoa Física (CPF), teve aumento de R$ 600.000,00 (Seiscentos mil)
no ano de 2016, em 2015 o teto estava em 1.200.000,00 (Um milhão e Duzentos mil
reais), onde a taxa de juros é de 9,5% ao ano, porém se o produtor quiser uma
quantia maior que o teto, ele pode pegar o teto em recurso controlado e o excedente
em recurso não controlado com taxas de juros de no mínimo 12% ao ano.
(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA)
8
3.3.1. A Evolução do Credito Rural
O Crédito Rural teve início no final da década de 60 e depois de sua criação
tornou-se uma das principais políticas agrícolas do país, para compreender o crédito,
o cooperativismo e o contexto em que a Agricultura Familiar está inserida, é
necessário analisar, os impactos históricos que uma economia basicamente
agroexportadora refletiu sobre a agricultura (AÉCIO FILHO, 2013).
As várias mudanças da história e a velocidade em que elas acontecem são
dinâmicas e presentes em todos os tempos, como não podia deixar de ser, o espaço
rural também sofreu grandes transformações, tanto no avanço da modernização
agrícola quanto nas novas atividades cultivas no seu interior. Assim afirma-se que foi
nos anos 80 e 90 que realmente houve um grande aumento na produtividade
agrícola e isto ocorreu em todo o mundo (SILVA, 2005).
Afirma-se que foi a velocidade das mudanças na agricultura que fizeram com
que a necessidade de recursos financeiros também aumentasse, principalmente no
setor agrícola, pois na antiga forma de produzir pode se dizer que era uma produção
sem custos que incluía o manejo de solo com tração animal, uso de sementes
próprias, não existia a necessidade de adubo e a natureza se encontra em equilíbrio
(MELLAGI FILHO, 2013).
O agricultor, muitas vezes pelo difícil acesso a informações se torna carente
de informações de acesso ao credito bancário rural ou pela dificuldade e
insuficiência de meios de produção, tais como, tamanho da área disponível,
quantidade e qualidade dos recursos. Nota-se que o crédito rural buscou estimular a
tecnologia e aumentar a oferta de alimentos de origem agropecuária fortalecendo
seus produtores, e com isso a produção agrícola tem crescido cada vez mais nos
últimos anos, principalmente no estado de Mato Grosso (AÉCIO FILHO, 2013).
O Plano Agricultura e Pecuário 2016/2017 destinará R$ 185 bilhões de crédito
aos produtores rurais brasileiros investirem. O plano foi disponibilizado em 1º de
julho de 2016 e se estende até 30 de junho de 2017. O volume de crédito rural
sofreu alteração. Em maio deste ano, o governo federal anunciou R$ 202,88 bilhões
para o Plano Agrícola e Pecuária 2016/2017. No entanto, os recursos ficaram agora
9
em R$ 185 bilhões. Isso é reflexo do redimensionamento da Letra de Crédito do
Agronegócio (LCA), que terá em torno de R$ 10 bilhões à taxa controlada de 12,75%
ao ano. (MINISTÉRIO DA AGRICUTURA)
3.3.2. Principais linhas de financiamento
Existem inúmeras linhas de financiamento de crédito rural disponíveis aos
produtores rurais, que são apresentadas no plano safra, porém foram descritas
nesse subitem onze linhas de financiamentos, sendo as mais praticadas na empresa
de realização deste estágio.
As informações abordam uma sequência lógica de distribuição das linhas de
financiamento, sendo subdivididas em: (i) crédito para custeio e; (ii) crédito para
investimento, conforme descreve o quadro 1.
Tais informações, no geral, explanam a finalidade da linha, os beneficiários, a
fonte de recurso, o limite financiável, a taxa de juros e o prazo de quitação da linha
do financiamento, carência e adimplência.
Quadro 1. Principais linhas de financiamento disponíveis ao produtor rural e praticadas na Agriplan Consultoria e Planejamento Ltda (2016).
10
CRÉDITO PARA CUSTEIO
a) Custeio Agropecuário
É o crédito destinado à cobertura das despesas do dia a dia da produção das
atividades agrícolas e pecuárias. Com podem ser financiados insumos, tratos
culturais, colheita, beneficiamento ou industrialização do produto financiado,
produção de mudas e sementes certificadas e fiscalizadas, como também, as
despesas de custeio, relacionadas à bovinocultura, suinocultura, avicultura,
bubalinocultura, ovinocaprinocultura, apicultura, atividade aquícola e pesqueira
relacionada à captura, cultivo, conservação, beneficiamento ou à criação comercial
de peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios e algas.
Os beneficiários podem ser, produtor rural, pessoa física e jurídica, de forma
direta ou mediante repasse por cooperativas de crédito rural, cooperativas de
produtores rurais e suas centrais, quando se tratar de exploração própria,
agroindústrias que explorem atividades ligadas à suinocultura e à avicultura de corte,
sob regime de parceria, aquicultores e pescadores.
A fonte de recursos é através do MCR (Manual do Crédito Rural) 6-2 e MCR
6-4 (controlados) e MCR 6-4 Livre e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) (não
controlado)
O valor financiável é de R$ 3,0 milhões por ano agrícola, sendo até 60% (R$
1,8 milhão) no período de 01/07 a 31/12 e o restante no período de 01/01 a 30/06,
possui um teto adicional de R$ 1 milhão para retenção de matrizes bovinas. Para
recursos não controlados e LCA Controlada, não há teto
As taxas de Juros são de 9,5% a.a. para recursos controlados e de 12,5%
a.a. para LCA (letras de credito do agronegócio) controlada. Para recursos não
controlados a taxa é prefixada.
Os prazos são: (i) Custeio Agrícola: 60 dias após a colheita, observado o
máximo de 02 anos; (ii) Custeio Pecuário: a) 01 ou 02 anos, de acordo com a
finalidade e; b) Até 02 anos podendo ter 12 meses de carência para Retenção de
Matrizes Bovinas contratadas com teto adicional.
11
b) FCO Rural
Crédito destinado a cobertura das despesas de produção das atividades
agrícolas e pecuárias de empreendimentos situados na região Centro-Oeste, com
ele pode-se financiar a aquisição de insumos, execução de serviços, lavouras
periódicas, entressafra de lavouras permanentes e a extração de produtos vegetais,
como também a exploração do ciclo produtivo dos animais, confinamento de bovinos
e bubalinos, retenção de bezerros, novilhos para recria, além da aquicultura e pesca.
Os beneficiários são os produtores rurais, pessoa física e jurídica e
cooperativas (exceto de médio e grande porte).
A fonte de recurso vem do FCO. O valor financiado para custeio Agrícola
varia entre: (i) o âmbito do FCO Verde - Conservação da Natureza: de acordo
com a localização do empreendimento e o porte do produtor; (ii) Custeio Pecuário:
a) Confinamento de bovinos e bubalinos: até 5 mil animais, limitado a R$ 5 milhões
por tomador; b) Retenção de bezerros e novilhos: até 1.500 animais e; c) no âmbito
do Proaqua (Programa de apoio ao desenvolvimento da aquicultura): de acordo com
a localização do empreendimento e porte do tomador. Demais - agrícola e pecuário:
R$ 3,0 milhões por ano agrícola, sendo até 60% (R$ 1,8 milhão) no período de 01/07
a 31/12 e o restante, no período de 01/01 a 30/06.
As taxas de juros para o mini produtor, pequeno e pequeno-médio é de 9,50%
a.a.. Quanto ao prazo: (i) Custeio Agrícola: até 60 dias após a colheita, limitado a:
a) Uva: até 01 ou 02 anos; b) Hortaliças e lavouras de ciclo curto: 01 anos; c)
demais: até 02 anos; (ii) Custeio Pecuário: a) Aquisição de alevinos de enguia e
materiais para captura para atividade pesqueira: até 02 anos; b) Confinamento de
bovinos e bubalinos: até 180 dias; c) Retenção de bezerros: até 03 anos; d)
Retenção de novilhos: até 2 anos; e) demais: até 01 anos.
CRÉDITO PARA INVESTIMENTO
a) ABC – Programa para redução da emissão de gases de efeito estufa na
Agricultura
Crédito para financiar práticas que contribuam para a redução da emissão dos
gases de efeito estufa oriundos das atividades agropecuárias. Com ele financia-se,
12
projetos de investimento que contribuam para reduzir o desmatamento, aumentar a
produção agropecuária em bases sustentáveis, adequar as propriedades rurais à
legislação ambiental, ampliar a área de florestas cultivadas e estimular a
recuperação de áreas degradadas (ABC Recuperação), implantação e
melhoramento de sistemas orgânicos de produção agropecuária (ABC Orgânico);
implantação e melhoramento de sistemas de plantio direto "na palha" (ABC Plantio
Direto); implantação e melhoramento de sistemas de integração lavoura- pecuária,
lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta e de sistemas
agroflorestais (ABC Integração); Implantação, manutenção e melhoramento do
manejo de florestas comerciais, inclusive aquelas destinadas ao uso industrial ou à
produção de carvão vegetal (ABC Florestas); adequação ou regularização das
propriedades rurais frente à legislação ambiental, inclusive recuperação da reserva
legal, de áreas de preservação permanente, recuperação de áreas degradadas e
implantação e melhoramento de planos de manejo florestal sustentável (ABC
Ambiental); implantação, manutenção e melhoramento de sistemas de tratamento de
dejetos e resíduos oriundos de produção animal para geração de energia e
compostagem (ABC Tratamento de Dejetos); Implantação, melhoramento e
manutenção de florestas de dendezeiro, prioritariamente em áreas produtivas
degradadas (ABC Dendê); estímulo ao uso da fixação biológica do nitrogênio (ABC
Fixação); Implantação, melhoramento e manutenção de plantações de açaí e de
cacau no bioma Amazônia (ABC Bioma Amazônia).
Os beneficiários são os produtores rurais, pessoa física e jurídica e
cooperativas. Fonte de recursos, BNDES e MCR 6-4 (controlado)
O valor financiável para Florestas Comerciais é de R$ 3 milhões para
produtores com até 15 módulos fiscais e R$ 5 milhões, para produtores com mais de
15 módulos fiscais e as demais - R$ 2,2 milhões;
Juros: Beneficiários do Pronamp: 8,0% ao ano. Demais: 8,5% ao ano
Prazo: (i) Implantação de viveiros de mudas florestais: até 5 anos,
incluídos até 2 anos de carência; (ii) Adequação do sistema de agricultura
orgânica e à recuperação de pastagens e de sistemas de integração
produtivos: até 8 anos, com carência de até 3 anos; (iii) Implantação e
manutenção de florestas comerciais e produção de carvão vegetal: até 12
anos, com carência de até 8 anos; (iv) Projetos para recomposição e manutenção
de áreas de preservação permanente ou de reserva legal: até 15 anos, incluídos
13
até 1 anos de carência; (v) Projetos para implantação e manutenção de florestas
de dendezeiro: até 12 anos, incluídos até 6 anos de carência; Os demais projetos
é até 10 anos, incluídos 5 anos de carência.
b) Moderfrota
Crédito para modernização da frota de tratores agrícolas, implementos
associados e colheitadeiras. Pode ser utilizado para financiar itens novos e usados
revisados, tais como tratores, colheitadeiras, pulverizadores, plantadeiras e
semeadoras, com certificado de garantia emitido por concessionário autorizado.
Aquisição de itens novos, isoladamente ou não, e de itens usados, revisados e com
certificado de garantia emitido por concessionário autorizado.
Os beneficiários são, produtores rurais, pessoa física e jurídica e suas
cooperativas. Fonte de recursos BNDES/Finame MCR 6-4 (controlado).
Valor financiável de equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento
de café é de R$ 320 mil, por mutuário, por ano agrícola e os demais não há teto.
As taxas de juros são de 8,5% a.a. para proponentes com ROB (Receita
Operacional Bruta) anual até R$ 90 milhões e de 10,5% a.a. para proponentes com
ROB anual superior a R$ 90 milhões.
Prazo para itens novos é de até 08 anos, sem carência e itens usados de até
04 anos, sem carência.
c) Inovagro
Crédito para financiamento de inovações tecnológicas nas propriedades
rurais, investe em inovação tecnológica na propriedade rural, visando o aumento da
produtividade, a adoção de boas práticas agropecuárias e de gestão, além da
inserção competitiva dos produtores rurais nos diferentes mercados consumidores.
Incorporação de inovação tecnológica nas propriedades rurais, visando ao aumento
da produtividade, à adoção de boas práticas agropecuárias e de gestão da
propriedade rural e à inserção competitiva dos produtores rurais nos diferentes
mercados consumidores. Fonte de recurso BNDES MCR 6-4 (controlado)
Beneficiários são os produtores rurais e suas cooperativas de produção.
Limite Financiável de R$ 1,1 milhão para empreendimentos individuais e R$
3,3 milhões para empreendimentos coletivos, respeitando o limite individual por
14
participante. Taxa de Juros 8,5% a.a. Prazo de até 10 anos, incluídos até 3 anos de
carência.
d) PCA - Construção e Ampliação de Armazéns
Crédito para ampliar a capacidade de armazenamento agrícola do País,
reduzir problemas logísticos de escoamento da produção em pico de safra e
proporcionar ao produtor rural e suas cooperativas a possibilidade de escolher o
melhor momento de escoamento e comercialização de seus produtos. Apoiar
investimentos necessários à ampliação, modernização, reforma e construção de
novos armazéns.
Os itens financiáveis são para investimentos individuais ou coletivos
necessários à ampliação e à construção de novos armazéns, destinados à guarda
de grãos, frutas, tubérculos, bulbos e hortaliças, de insumos a serem utilizados na
fabricação de rações para alimentação exclusiva do rebanho do próprio produtor,
nas atividades de avicultura, bovinocultura e suinocultura, desde que tais insumos
sejam grãos, frutas, tubérculos, bulbos e hortaliças.
Aquisição de câmaras frias, sempre que o seu uso seja indispensável à
armazenagem da produção rural do beneficiário, exclusivamente nos casos de
produtos permitidos na linha.
Beneficiários são, produtor Rural, pessoa física e jurídica, e suas
Cooperativas.
O limite financiável é de até 100% do valor do projeto. Taxa efetiva de juros
de 8,5% a.a. Prazo de até 15 anos, incluída carência de até 3 anos.
e) FCO Programa de Desenvolvimento Rural
Financiamento de investimentos fixos e semifixos e de custeio associado a
um projeto de investimento. Beneficiários são, produtor rural, pessoa física e jurídica,
e suas Cooperativas. Fonte de recursos do FCO.
O limite financiável de investimentos fixos e semifixos de acordo com o porte
do produtor e localização do empreendimento. Aquisição de matrizes bovinas de
1.000 cabeças por beneficiário. Aquisição de bovinos, machos e fêmeas, padrão
precoce a serem terminados de até R$ 1 milhão por beneficiário. Custeio associado
a um projeto de investimento de até 30% do valor do investimento. Os demais são
de até R$ 20 milhões.
15
Para definição do limite financiável, deve ser considerado o porte do mutuário
e a tipologia de renda do município de localização do empreendimento.
Juros de 8,5% a.a.-ROB (Receita Operacional Bruta) de até 16 milhões. 9,5%
a.a.-ROB acima de 16 milhões e até 90 milhões e 11% a.a.-ROB acima de 90
milhões. Bônus Adimplência de 15% concedido exclusivamente se o mutuário pagar
as prestações (juros e principal) até as datas dos respectivos vencimentos.
(i) Prazo Investimento fixo: até 12 anos, incluídos até 3 anos de carência.
(ii) Investimento semi-fixo: a) colheitadeiras, tratores e outros equipamentos
motorizados e auto propelidos, até 10 anos, com carência de até 3 anos; b)
aquisição de bovinos, machos e fêmeas, padrão precoce a serem terminados, até 24
meses, com carência de até 12 meses; c) aquisição de equipamentos, utensílios,
hormônios, sêmen e outros insumos, até 3 anos, incluído o período de carência de
até 1 ano; d) aquisição de matrizes e reprodutores bovinos, equipamentos e
implementos agrícolas, caminhões e demais itens não especificados acima de até 06
anos, com carência de até 2 anos. (ii) Custeio associado a um projeto de
investimento: até 3 anos, com carência de até 01 ano. (iii) Investimento fixo e
semifixo: Infraestrutura de Armazenagem de até 15 anos.
f) FCO Rural - Programa de Retenção de Fêmeas Bovinas na Planície
Pantaneira
Financiamento para retenção de fêmeas bovinas na Planície Pantaneira.
Beneficiados, produtor rural, pessoa física e jurídica e suas Cooperativas. Fonte de
recurso do FCO.
Valor financiável até 1.500 fêmeas por beneficiário, valor este a ser definido
pelo Conselho de Desenvolvimento do Estado (CDE).
Juros de 8,5% a.a.-ROB (Receita Operacional Bruta) até 16 milhões, 9,5%
a.a.-ROB acima de 16 milhões e até 90 milhões, 11% a.a.-ROB acima de 90
milhões. Bônus Adimplência: 15%, com prazo de até 8 anos, incluídos até 4 anos de
carência.
g) FCO Rural – Programa de Adequação do Sistema de Produção na Região
da Fronteira
Tem a finalidade do financiamento de bens e serviços necessários aos
empreendimentos, tais como aquisição de máquinas, equipamentos e implementos a
16
serem utilizados no processo de alimentação do rebanho. Beneficiado é o produtor
rural, pessoa física e jurídica e suas Cooperativas. Fonte de recurso do FCO
O valor financiável é de até R$ 20 milhões, definido de forma conjunta, pela
Embrapa Gado de Corte, pelas Agências Estaduais de Defesa Sanitária Animal e
Vegetal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, pelo Banco do Brasil e pelos
Governos dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Os juros são de: (ii) 8,5% a.a.-ROB (Receita Operacional Bruta) até 16
milhões; (ii) 9,5% a.a.-ROB acima de 16 milhões e até 90 milhões; (iii) 11% a.a.-ROB
acima de 90 milhões. Bônus Adimplência: 15%.
Prazo de até 4 anos, incluídos até 3 anos de carência.
h) FCO Rural - Programa de financiamento à Agropecuária Irrigada
Tem a finalidade de financiar bens e serviços necessários aos
empreendimentos relativos à irrigação e às drenagens agropecuárias
Beneficiados são, o produtor rural, pessoa física e jurídica e suas
cooperativas. Fonte de recurso do FCO.
Valor financiável é de até R$ 20 milhões. Para definição do limite financiável,
deve ser considerado o porte do mutuário e a tipologia de renda do município de
localização do empreendimento. Custeio associado a projeto de investimento, até
30% do valor financiado pelo FCO para o investimento.
Juros de 8,5% a.a.-ROB (Receita Operacional Bruta) até 16 milhões, 9,5%
a.a.-ROB acima de 16 milhões e até 90 milhões, 11% a.a.-ROB acima de 90
milhões. Bônus Adimplência: 15%.
Prazos: (i) Investimento fixo: a) adubação, correção do solo, formação e
reforma de pastagens: até 6 anos, incluído o período de carência de até 2 anos; b)
Implantação de lavouras permanentes: até 12 anos, incluído o período de carência
de até 3 anos; c) As demais: até 15 anos, incluído o período de carência de até 3
anos. (ii) Investimentos semifixos: a) máquinas e equipamentos de até 10 anos,
com carência de até 3 anos; b) as demais de até 06 anos, com carência de até 2
anos. (iii) Custeio associado a um projeto de investimento: até 3 anos, com
carência de até 01 ano.
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i) FCO Rural – Linha Especial para Desenvolvimento da Aquicultura –
Proaqua
Tem a finalidade de financiamento para implantação, ampliação,
modernização e reforma de empreendimentos aquícolas, bem como financiamento
da cadeia produtiva da aquicultura. Implantação, ampliação, modernização e reforma
de empreendimentos destinados à produção de insumos, beneficiamento,
comercialização e armazenamento da produção. Custeio associado de itens
necessários à atividade aquícola. Custeio isolado.
Beneficiados são, aquicultores, pessoa física e jurídica, e suas cooperativas e
associações. Fonte de Recurso do FCO.
Valor financiável de até R$ 20 milhões. Investimentos fixos e semifixos e
projetos executivos associados a investimentos, limite financiável de acordo com o
porte do produtor e a localização do empreendimento. Custeio associado a projeto
de investimento, 30% do valor do investimento.
Juros de 8,5% a.a.-ROB (Receita Operacional Bruta) até 16 milhões, 9,5%
a.a.-ROB acima de 16 milhões e até 90 milhões, 11% a.a.-ROB acima de 90
milhões. Bônus Adimplência: 15% Investimentos fixos de até 12 anos, incluída a
carência de até 3 anos. Prazo de investimentos semifixos de até 8 anos, incluída
carência de até 2 anos. Custeio associado a um projeto de investimento, até 3 anos,
incluída carência de até 1 ano.
18
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO
4.1. Local do Estágio
O estágio curricular profissionalizante do curso de graduação em Zootecnia
da FAAZ/UFMT, foi remunerado e realizado durante o período de 20 de junho a 24
de setembro de 2016, totalizando 312 horas.
A empresa escolhida para a realização do mesmo foi a Agriplan Consultoria e
Planejamento Ltda. A empresa possui sede administrativa localizada no Centro da
cidade, em Cuiabá – MT. Na Figura 1 é possível observar a imagem aérea de sua
localização.
Figura 1. Imagem aérea da localização da empresa Agriplan Consultoria e Planejamento Ltda. (Cuiabá-MT, JUNHO de 2016).
Fonte: Google Maps
Fundada em 1980, a empresa Agriplan Consultoria e Planejamento Ltda.
possuía sede em Londrina-PR, onde o atual proprietário trabalhava como
engenheiro agrônomo inicialmente, possuía uma filial localizada em São Paulo - SP.
19
Posteriormente, o mesmo foi enviado a fazer uma vistoria de um custeio na
cultura do arroz, no estado de Mato Grosso, em uma propriedade rural e ao chegar
no estado, notou a expansão vivida, com muita área ainda ser agricultável,
despertando assim o interesse em abrir uma filial em Cuiabá-MT.
Com isso o escritório da filial de São Paulo-SP, entrou em contato com a
matriz, em Londrina-PR, que acatou a possibilidade de transferência do então
funcionário na época e atual proprietário, à Mato Grosso.
Depois de alguns anos, em 1985, o escritório da matriz de Londrina foi
transferido para Cuiabá-MT e o escritório da filial, de São Paulo-SP foi fechado.
Também, conforme contrato social, o funcionário que propôs a filial em Cuiabá-MT e
sua esposa se tornaram sócios proprietários da empresa, centralizando os negócios
na cidade.
A empresa já está consolidada há mais de 30 anos no mercado e desde
então, vem trabalhando no auxílio aos produtores rurais para aquisição do crédito
rural, contribuindo com a expansão no agronegócio brasileiro.
A principal área de atuação da Agriplan Consultoria e Planejamento Ltda. é o
estado de Mato Grosso, para projetos de crédito rural, para projetos de avaliações
rurais. Porém, a empresa tem respaldo para trabalhar em todo território nacional.
As principais áreas de atuação são elaboração de projetos de custeio
pecuário e agrícola, projetos para investimento com recursos do FCO rural e créditos
do BNDES, realiza se também os projetos como ABC RURAL, e todos os outros
projetos mencionados no MCR.
A empresa é conveniada com o Banco do Brasil, com a Cooperativa de
Credito Sicredi e outros bancos que já não mais existem, como Banorte, Mercantil,
Banco Rural.
Para fazer projetos rurais, de custeio, investimento e avaliações de
propriedades rurais, a maioria de seus clientes estão na baixada Cuiabana, Poconé,
Rosário, Santo Antônio, Nossa Senhora do Livramento.
O principal ramo de atividade dos clientes que a empresa atende, é a
pecuária de corte, cria, recria e engorda de bovinos, tendo também, clientes nas
áreas cultura de soja, milho, algodão, arroz e alguns clientes na área de piscicultura,
os projetos são feitos para pessoas físicas, jurídicas ou cooperativas de produtores.
20
4.2. Elaboração de Projetos
As atividades foram realizadas no escritório de assessoria e planejamento
agrícola, com a razão social AGRIPLAN Assessoria e Planejamento Ltda. Onde
foram repassados ensinamentos de como elaborar projetos, possibilitando agregar
mais conhecimentos no dia a dia e por consequência obter mais facilidade na
elaboração dos projetos, inicialmente foi ensinado a realizar os cadastros e limites
de crédito, a partir deste que é o projeto base para iniciar o vínculo com o banco,
nele vão todas as informações necessárias aos bancos, para avaliação pessoal e da
propriedade para assim realizar um levantamento do proponente e liberar um valor
de custeio e outro de financiamento para que o proponente junto ao seu consultor
possam avaliar que projeto é mais viável para ser feito e adquirir o valor proposto a
financiar.
21
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO
A atividade do estágio profissionalizante se referiu ao gerenciamento na
elaboração de projetos para a obtenção do crédito rural, destinadas aos produtores
rurais bem como de seus familiares, que compreendeu ações de supervisão,
acompanhamento da metodologia e sua aplicação conforme o descritivo do
programa e as metas de execução, explanados neste item.
Todo o projeto de obtenção do credito rural segue a cartilha do MCR, todas as
normativas de leis são regidas por esse manual que é valido em todo território
brasileiro.
5.1. Exemplificação da elaboração de um projeto de financiamento
As atividades foram realizadas no escritório de assessoria e planejamento
Agrícola, com a razão social AGRIPLAN Assessoria e Planejamento Ltda. Todas as
atividades realizadas no escritório foram passadas a estagiária, como elaborar
projetos, inicialmente o cliente chega no escritório buscando alguém que possa
elaborar o projeto de financiamento desejado, é realizada uma série de perguntas
para que possa saber qual projeto técnico é viável e qual a instituição financeira que
o cliente tem bom relacionamento é voltada para programas de financiamento.
No período de estágio pude observar o baixo número de clientes do sexo
feminino a frente da obtenção do crédito rural para suas propriedades, a maioria das
pessoas não sabe qual é a participação das mulheres na contratação do credito rural
no Brasil, os números do banco central indicam que na região sul do Brasil na safra
de 2014/2015, as mulheres tomaram credito de R$ 4,8 bilhões em 106 mil contratos,
na região sudeste foi de 4,5 bilhões e 93 mil contratos, na região centro oeste foram
4.45 bilhões e 30 mil contratos, a região nordeste chama a atenção, tem um valor
menor , de 2,14 bilhões, porém o número de contratos e o maior, sendo de 405 mil.
22
O valor médio de cada contrato é de R$ 5,3 mil no nordeste e R$ 150 mil no
centro oeste. O Total de créditos levantados pelas mulheres brasileiras na safra
passada foi de R$ 17,03 bilhões em 659 mil contratos, as mulheres representam
25% do número total de contratos e 15% do volume de credito rural contratado no
Brasil. Com os números, é possível ver o quanto é significativa a importância das
mulheres na gestão da agropecuária brasileira.
Na Agriplan tive a oportunidade de realizar um levantamento nos arquivos dos
anos de 2012 a 2016, onde os números indicaram que 87,2% dos clientes são
homens e apenas 12,8% são mulheres, onde parte dessas mulheres não atuam
diretamente à frente de seus negócios, mas sim auxiliando seus companheiros a
adquirir créditos para suas propriedades, pois o teto de recurso controlado é de R$
1.800.000,00 (Um milhão e Oitocentos mil reais) por CPF, ou seja, juntos
conseguem pegar o dobro dessa quantia R$ 3.600.000,00 (Três milhões e
Seiscentos mil reais).
Inicialmente um projeto, seja investimento ou custeio é apresentado um check
list ao cliente onde consta todas as documentações necessárias para elaboração do
projeto, se for pecuária necessita da ficha do INDEA, se for apenas agrícola, qual a
área plantada, o que ele planta, qual a produção do ano passado, do ano atual e
talvez uma projeção do ano seguinte, com todos esses dados damos início a um
limite de credito.
Essa relação de documentos é de estrema importância para a agilidade da
elaboração dos projetos, onde o cliente fica responsável por conseguir toda a
documentação e o projetista de elaborar com qualidade e eficiência o projeto de
financiamento, é importante ressaltar que essa documentação não é exigida pela
empresa, mas sim pelos bancos, que atendem as regras do MCR (Manual do
Crédito Rural), onde a falta de quaisquer documentos reflete na não aceitação do
projeto.
Vale também salientar que esses documentos (Quadro 2) asseguram aos
bancos a idoneidade dos clientes e também evita os “calotes”, pois com essa
documentação o banco tem como ter uma garantia de pagamento, pois bens
imóveis, imóveis, rebanhos, entre outros podem ser colocados como garantia.
À primeira vista, o cliente tem a impressão que é difícil reunir todos os
documentos exigidos, porem estando com a situação fiscal em dias, tanto física
23
quanto da propriedade, é muito fácil ter os documentos, algo que merece mais
atenção e a regularização de propriedades rurais, onde a falta de informação para o
produtor menos favorecido, leva ao desconhecimento de possibilidades de melhoria
como o financiamento.
Quadro 2. Relação de documentos para cadastro do produtor rural.
Fonte: Banco de dados da AGRIPLAN assessoria e planejamentos Ltda.
24
Estando com toda a documentação em mãos, damos início ao cadastro de
produtor rural e limite de crédito, é um limite de crédito e cadastro, pois os dois são
anexos um ao outro, no mesmo projeto, porem no cadastro consta todas as
informações pessoais e da propriedade. Todo o projeto é feito a partir de formulas
lançadas em planilha eletrônica, onde gera os valores necessários para elaboração
do mesmo.
No Quadro 3, constam dados pessoais como nome do proponente, endereço
atual, estado civil, se o proponente for casado, são necessários os documentos
pessoais do cônjuge e o número de dependentes se houver, estando em falta
algumas dessas informações o banco pode recusar o cadastro e limite de crédito
pois não constam informações suficientes para a avaliação.
Quadro 3. Exemplificação da primeira etapa para cadastramento de informações pessoais do proponente.
Fonte: Banco de dados da AGRIPLAN assessoria e planejamentos Ltda.
No Quadro 4, são incluidas informações da propriedade rural, como nome da
fazenda, tamanho da propriedade, pastagem plantada, nativa, reserva legal, o que
25
há de benfeitorias na propriedade, qual o valor da área, todas essas informações
agregam valor ao imóvel, podendo ser usado como garantia para o financiamento,
nessa mesma página são colocados quantos imóveis o proponente tiver, cada
matrícula com suas informações, ônus e gravames é o campo onde se declara se a
propriedade possui dividas, onde Nihil que vem do Latim significa nada, indicando
que a propriedade não possui dividas, no caso de áreas arrendadas o valor fica
zerado pois não é área própria, não podendo ser utilizada como garantia, apenas
como receita (Quadro 4).
Quadro 4. Exemplificação da segunda etapa para cadastramento do levantamento patrimonial do proponente.
Fonte: Banco de dados da AGRIPLAN assessoria e planejamentos Ltda.
No Quadro 5 vão informações sobre máquinas, equipamentos e veículos do
proponente. Caso ele possua, é importante que o número de informações exigidas
26
sejam respondidas contendo o máximo de informações que o proprietário tiver,
essas informações servem para o banco ver o grau de mecanização que o
proponente tem em sua área, ou seja, se é moderno, moderado ou mais antigo,
essas informações servem para o banco saber as maquinas que tem na propriedade
para valoração patrimonial, as maquinas que pode pegar como penhor de maquinas,
serve como informação para o banco oferecer seguro, essas maquinas podem ser
vinculadas como garantia.
Quadro 5. Exemplificação da terceira etapa para cadastramento do levantamento máquinas, equipamentos e veículos do proponente.
Fonte: Banco de dados da AGRIPLAN assessoria e planejamentos Ltda.
O limite de crédito se inicia no Quadro 6, do projeto onde vão informações
como, quanto produziu no ano atual e quanto foi produzido no ano anterior, esse
valor é feito a partir da ficha do INDEA que o proponente forneceu quando foi
passado o check-list com a documentação necessária para elaboração do projeto,
essas informações e projeções do rebanho são baseadas na quantidade do
rebanho, categoria comercializada, idade e valor dos animais, onde cada categoria
27
possui um valor e esse valor deve ser atualizado sempre que houver alteração no
valor da arroba pois irá influenciar diretamente no valor da receita gerada, esse
rebanho irá gerar ao proponente essa receita que posteriormente será utilizada para
realizar de pagamento do mesmo.
Quadro 6. Exemplificação do limite de crédito do rebanho do ano atual.
Fonte: Banco de dados da AGRIPLAN assessoria e planejamentos Ltda.
No Quadro 7 vão informações de outros imóveis e dividas caso o proponente
possua. Da mesma forma que máquinas, veículos e equipamentos podem ser
utilizadas para fornecer garantias e prestação de serviços do banco, os imóveis tem
a mesma função de oferecer garantias para o banco, somar a valoração patrimonial
do proponente e oferecer serviços de seguros.
28
Quadro 7. Exemplificação de outras informações adicionais para o projeto de crédito rural.
É feita a receita obtida no ano anterior, e uma projeção do ano seguinte no
Quadro 8 do projeto, onde nesse demonstrativo é realizada a receita bruta anual,
calculam-se os gastos com a atividade, o lucro total para chegar na receita liquida
anual, esse demonstrativo é feito para saber a capacidade de pagamento do
produtor, onde é visto se ele obterá lucros que o permitam pagar o financiamento ou
se terá prejuízos, implicando na reprovação do projeto de financiamento.
29
Quadro 8. Exemplificação do limite de crédito do rebanho do ano anterior.
Fonte: Banco de dados da AGRIPLAN assessoria e planejamentos Ltda.
Esse demonstrativo de receita futura é feito a partir do quadro 9, onde os
valores demonstrativos são retirados de uma planilha de custos fornecida pelo
Banco, nessa planilha estão todos os valores necessários, como custo para
produção de cada animal, quantas matrizes são necessárias para produção de um
número específico de bezerros desejados, levando em consideração a taxa de
mortalidade e proporção de machos e fêmeas, quantidade de bezerros necessária
para produção de um número específico de boi gordo, assim sucessivamente para
cada categoria que se deseja produzir.
30
Quadro 9. Exemplificação do demonstrativo de receita do ano anterior e projeção do ano seguinte.
Fonte: Banco de dados da AGRIPLAN assessoria e planejamentos Ltda.
Com esses dados, parte do projeto é finalizado, nessa última página vai o
nome do proprietário da fazenda, tamanho da área total do imóvel, número da
matrícula e um mapa que mostra o caminho que deverá ser percorrido para se
chegar a propriedade. Para finalizar são anexados ao projeto os documentos que
foram exigidos no check-list, na sequência de documentos pessoais do proponente e
cônjuge, RG, CPF, comprovante de residência, certidão negativa de débitos relativos
aos tributos federais e à dívida ativa da união, documentos do imóvel rural, matrícula
do imóvel, certidão negativa de débitos de imóvel rural, certificado de cadastro do
imóvel rural (CCIR), imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), cadastro
ambiental rural (CAR), em caso de arrendamento é necessário o contrato ser
anexado.
31
Com projeto finalizado, é encaminhado ao banco que o proponente tiver
conta. Chegando no banco, será feito um limite de crédito para o cliente, estipulando
o valor, observando se ele possui SERASA, CADIM, caso esteja tudo certo o banco
define dois valores, um para custeio e um para investimento, posteriormente o
proponente e seu consultor avaliam o melhor financiamento a ser feito para o banco
liberar o valor proposto. O custeio possui dois tipos: o controlado que tem prazo de
um ano com taxa de juros de 9,5 % ao ano e o não controlado que a taxa de juros
varia, onde o cliente pode pegar um valor maior, porem a taxa de juros aumenta
podendo chegar a 24,5% ao ano. O investimento depende se ele vai enquadrar no
PRONAF, onde é necessário ser de baixa renda e possuir propriedade de até 4
módulos fiscais, os juros são menores, porem quem não se enquadra deverá entrar
no ABC, FCO, PRONAMP, dentre outros, onde os juros variam.
A partir do limite de crédito aprovado pelo banco e o valor estipulado, o cliente
pode dar início a outros projetos como Custeio, FCO, ABC, Inovagro, dentre outros
projetos citados neste trabalho, todos muito bem detalhados para saber até onde o
cliente pode ir no projeto de financiamento, sem comprometer sua renda total,
ocasionando prejuízos que podem ser irreversíveis, com base nesses dados se
projeta um financiamento eficiente para a empresa e para o produtor, sendo sempre
bem investido e tendo o retorno desejado.
32
6. CONCLUSÃO
A elaboração deste trabalho de conclusão de curso exigiu persistência,
detalhamento, sistematização, leitura, análise e observação na busca de
informações e conhecimento. Demandou perseverança e dedicação como em
qualquer outra atividade que um profissional necessita ter.
Possibilitou a ampliação dos conhecimentos com relação à gestão do
agronegócio e fixação dos procedimentos práticos de aplicação das metodologias de
análise da cadeia de produção rural.
Bem como a assimilação da visão sistêmica das empresas, instituições
governamentais e das atividades do campo e seus efeitos mercadológicos.
Como resultado do estágio foi possível identificar que a mudança causada
pelo Crédito Rural na vida dos proprietários e trabalhadores rurais promove um
impacto na vida dos colaboradores de cada setor envolvido.
Ver o fruto do seu trabalho na mudança de vida tanto econômica quanto
social dos participantes, possibilitando a eles o renascimento da esperança de um
futuro melhor.
Esta experiência foi fundamental na minha formação profissional como
zootecnista podendo-se notar uma grande melhoria no desenvolvimento pessoal,
capacidade de comunicação e liderança junto com a possibilidade de assumir novas
responsabilidades e cumpri-las de forma satisfatória, volvendo o meu olhar para o
alcance social de minha profissão.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração deste trabalho de conclusão de curso exigiu persistência,
detalhamento, sistematização, leitura, análise e observação na busca de
informações e conhecimento. Demandou perseverança e dedicação como em
qualquer outra atividade que um profissional necessita ter.
Possibilitou a ampliação dos conhecimentos com relação à gestão do
agronegócio e fixação dos procedimentos práticos ao credito rural aos produtores
rurais.
Ver o fruto do seu trabalho na mudança de vida tanto econômica quanto
social dos participantes, possibilitando a eles o renascimento da esperança de um
futuro melhor.
Esta experiência foi fundamental na minha formação profissional como
zootecnista volvendo o meu olhar para o alcance social de minha profissão. Como
sugestão ao curso, deixo a possibilidade de abrir na grade de Zootecnia mais
disciplinas voltadas ao assunto e aumentar a carga horaria das disciplinas já
existentes, pois o curso atualmente oferece pouca informação e conhecimento sobre
o assunto.
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REFERÊNCIAS
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[Mensagem pessoal] Mensagem recebida por: <[email protected]>. Em: 17
jul. 2016.
BRASIL. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. O encontro da Agricultura Familiar com a Alimentação Escolar. 2011. Disponível em: <file:///C:/Users/KAMILA/Downloads/O%2BEncontro%2Bda%2BAF%2Bcom%2Ba%2BAE (2).pdf>. Acesso em: 15 jul. 2016. BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017. 2016. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/pap>. Acesso em: 19 set. 2016. CANAL RURAL (Brasil). Momento Agro do Brasil: A força das mulheres no crédito
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