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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Tecnologias e Certificações para Canteiros Sustentáveis Gabriela B. M. Brandão Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil Orientador: Profa. Dra. Sheyla Baptista São Carlos 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Tecnologias e Certificações para Canteiros Sustentáveis

Gabriela B. M. Brandão

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de Engenharia

Civil da Universidade Federal de São Carlos

como parte dos requisitos para a conclusão da

graduação em Engenharia Civil

Orientador: Profa. Dra. Sheyla Baptista

São Carlos

2011

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos aqueles que me

acompanharam até o presente momento, e que de

alguma maneira contribuíram para o meu

desenvolvimento como pessoa e como profissional.

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AGRADECIMENTOS

Meus mais sinceros agradecimentos à minha família, especialmente minha mãe

Cristina, meu avô Otto, minha avó Carminha e meu irmão Guilherme, por todo o apoio,

carinho e compreensão ao longo destes cinco anos de graduação.

Dedico também este trabalho a todos os meus amigos da faculdade, que me

acompanharam durante as noites de estudos, trabalhos, provas e festas. Obrigada por

sempre estarem ao meu lado. Ao Thomas Izzo pela compreensão, paciência e apoio no

decorrer deste ano.

À professora Dra. Sheyla, pela orientação e contribuição neste trabalho, e também

no decorrer da faculdade. E aos professores doutores Douglas Barreto e Léa Cristina que

aceitaram meu convite para participar da banca avaliadora.

Às empresas que abriram suas portas para que eu pudesse cumprir com os objetivos

deste trabalho.

À todos que contribuíram para este trabalho, de maneira direta ou indireta, e que eu

porventura não tenha citado.

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RESUMO

Um dos maiores desafios da sociedade nos dias de hoje trata-se de como se

desenvolver de maneira sustentável, que não venha a prejudicar o meio ambiente, afim de

se evitar danos irreparáveis para as gerações futuras. A construção civil neste aspecto tem

um papel importante e relevante, visto que é um dos setores que mais agride ao meio

ambiente e também que possui a maior demanda por recursos naturais. Neste contexto é

que surgiram as certificações de construções sustentáveis, que buscam mesurar o quão

sustentável um edifício é, e também identificá-los meio a tantos outros. A partir destas

certificações elaborou-se uma lista de verificação exclusivamente voltada para o canteiro de

obra, ou seja, para a execução do empreendimento, e com a intenção de priorizar as

necessidades brasileiras. Em seguida esta lista foi aplicada a três canteiros diferentes.

Numa etapa final foram compilados todos os resultados das visitas, e a partir destes dados

foi possível se identificar os itens mais críticos. Também foram propostas soluções e

tecnologias para cada um dos itens da lista.

Palavras-chave: Canteiro, sustentabilidade e certificações da construção civil.

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ABSTRACT

One of the greatest challenges facing society today it is how to develop a sustainable

manner, that will not harm the environment in order to avoid irreparable damage tofuture

generations. The construction in this regard has an important and relevant, as itis one of the

sectors that harms the environment and that has increased demand for natural resources. In

this context it appeared that the certifications of sustainable

buildings, looking bow how sustainable a building is, and also identify them among many

others. From these certifications was elaborated a checklist exclusively devoted to the

construction site, and for the execution of the project, and with intent to prioritize the needs of

Brazil. Then this list was applied to three different sites. In a final stage were compiled results

of all visits, and from these data it was possible to identify the most critical items. It was also

proposed solutions and technologies for each of the items on the list.

Keywords: Construction Site, sustainability and certification of construction.

.

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Sumario

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 9

1.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................................... 9

1.2 OBJETIVOS ............................................................................................. 11

1.3 METODOLOGIA ....................................................................................... 11

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 13

2.1 Definições ............................................................................................... 13

2.1.1 O canteiro na construção civil ............................................................... 14

2.2 Histórico da sustentabilidade ................................................................ 18

2.3 Certificações da construção civil .......................................................... 19

2.3.1 A certificação Leed ............................................................................... 20

3. Elaboração da lista de verificação ................................................................ 21

3.1 Itens Lista de Verificação ....................................................................... 25

3.2 aplicação da lista de verificação ............................................................ 27

3.2.1 Obra a ................................................................................................... 27

3.2.2 Obra b ................................................................................................... 28

3.2.3 Obra c ................................................................................................... 28

3.2.4 comparação entre as obras ................................................................... 28

3.3 Estratégias e tecnologias para canteiros sustentáveis ....................... 28

4. APLICAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO .................................................... 29

4.1 Visita a obra A ......................................................................................... 29

4.1.1 Pontuação ............................................................................................. 30

4.1.2 Detalhamento dos itens ........................................................................ 31

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4.2 Visita a obra b ......................................................................................... 41

4.2.1 Pontuação ............................................................................................. 42

4.2.2 Detalhamento dos itens ........................................................................ 42

4.3 Visita a obra c ......................................................................................... 48

4.3.1 Pontuação ............................................................................................. 49

4.3.2 Detalhamento dos itens ........................................................................ 50

5. ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS PARA CANTEIROS SUSTENTÁVEIS ..... 55

5.1 Comparativo dos itens ........................................................................... 55

5.2 estratégias e tecnologias ....................................................................... 57

5.2.1 Controle de Poluição ............................................................................. 58

5.2.2 Escolha do terreno ................................................................................ 59

5.2.3 Recuperação do terreno ....................................................................... 59

5.2.4 conforto térmico .................................................................................... 59

5.2.5 Reuso de água ...................................................................................... 59

5.2.6 Separação de resíduos ......................................................................... 60

5.2.7 Destinação correta dos resíduos ........................................................... 61

5.2.8 Controle de perdas de materiais ........................................................... 61

5.2.9 Reuso de materiais ............................................................................... 62

5.2.10 Armazenamento ................................................................................... 62

5.2.11 Iluminação e ventilação natural ............................................................ 63

5.2.12 Diminuição do processamento no canteiro ........................................... 63

5.2.13 Diminuição do consumo de energia ...................................................... 63

6. CONCLUSÕES ................................................................................................ 63

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 65

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1. INTRODUÇÃO

Na conjuntura atual, de globalização e desenvolvimento, a preocupação com o meio

ambiente se torna um dos assuntos mais abordados e imprescindíveis quando se pensa a

respeito, visto que a situação de depredação do meio ambiente tomou tais dimensões que

se corre o risco de se ficar sem alguns dos recursos naturais. Sendo assim é preciso se

pensar no meio ambiente antes de se executar qualquer atividade, das mais simples até as

mais elaboradas.

Portanto o setor da construção civil não poderia ficar fora deste contexto, visto que se

trata de um setor que é indispensável para uma sociedade, principalmente quando está em

ascensão, como o caso do Brasil, que gera uma demanda por infraestrutura,

desenvolvimento, e espaços urbanos que atendam a estas demandas. No mesmo contexto

vale enfatizar que o setor da construção civil gera grandes quantidades de resíduos e

poluição, e que também emprega boa parte dos trabalhadores do país.

Alem disso é totalmente válido para os profissionais da construção civil, que se

conscientizem a respeito do assunto, e para isso é de extrema importância a realização de

estudos aprofundados a respeito, sem também esquecer que cabe a todas as pessoas

contribuir para um mundo mais sustentável.

Existem inúmeros estudos que comprovam e reafirmam que a construção é uma dos

setores que mais agride ao meio ambiente, partindo da quantidade energética e de recursos

que são utilizadas para obtenção de materiais, até o consumo direto de energia, e a

quantidade de resíduos desperdiçados que são gerados pelo setor.

Simples medidas, que podem ser tomadas na fase de projeto, como por exemplo

aproveitamento da iluminação e ventilação natural (a partir de uma locação correta de

acordo com a localização e insolação no terreno em questão), reaproveitamento de águas

pluviais, consumo racional de água no período de uso e manutenção do edifício, são estas

todas atitudes que minimizam o impacto da edificação para o meio ambiente.

Com o aumento da preocupação e a percepção de que tais medidas poderiam causar

menos danos ao meio ambiente, maior economia na execução do empreendimento, e ainda

uma vantagem competitiva, foram criadas as certificações de construções sustentáveis,

surgindo e se disseminando inicialmente em países desenvolvidos, e sempre buscando se

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manter os altos padrões que a população estava acostumada, sem se agredir

excessivamente o meio ambiente.

O canteiro, na construção civil é de extrema importância para a execução adequada

de uma edificação. Seu “layout”, armazenamentos e usos incorretos podem ocasionar

grandes desperdícios de recursos e energéticos, sendo estes relacionados ao uso direto e

ao indireto (ou seja, se por exemplo um material for locado demasiadamente longe do

cremalheira, o tempo para transporte e energia despendidas nesta atividade serão bem

maiores que se este material tivesse sido armazenado num local mais adequado). Portanto

as questões de desperdícios e mau uso dos recursos ficam evidenciadas. Sendo assim

torna-se válida esta área de estudo, pois seu uso adequado pode vir a otimizar não somente

os recursos, mas também os serviços.

Afim de se obter maiores informações e conhecimento a respeito do assunto são

estudadas dois tipos de certificações : LEED e AQUA, as quais são mais detalhadas na

revisão bibliográfica. Tais certificações abordam a questão de construções sustentáveis, e

também de canteiros de obras.

1.1 JUSTIFICATIVA

A questão ambiental é um dos temas mais abordados, e que mais preocupam

estudiosos e empresas nos últimos anos. Visto que a construção civil é um grande

contribuinte para esta questão, tanto na fase de execução quanto na fase de uso e

manutenção, através da emissão de resíduos, equipamentos, materiais e desperdícios,

justificando-se assim importância e relevância deste estudo.

Pretende-se contextualizar o problema, e aprofundar os conhecimentos a respeito de

ações, boas práticas, e quais são as maiores dificuldades enfrentadas pelo setor da

construção civil para se tornar menos nocivo ao meio ambiente, sendo o principal foco o

canteiro de obras.

Trata-se de um tema atual e relevante para qualquer profissional da construção civil,

sendo válido que cada vez mais estudos sejam realizados a respeito. Colaborando assim

para a conscientização dos profissionais e também para a disseminação da importância da

sustentabilidade.

1.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Nesta etapa será feita uma inserção do tema em questão na situação atual do nosso

país e do mundo.

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O mercado brasileiro vem experimentando nos últimos anos um crescimento e

investimento grande, por parte do governo e de terceiros na construção civil. Por parte do

governo o fato se justifica pela criação do programa minha casa minha vida, que se trata de

um financiamento pela Caixa Federal para famílias com rendas mais baixas. Esta franca

expansão pode ser notada pois em junho de 2011, de acordo como a ABRAMAT, as

movimentações de crédito para financiamentos imobiliários chegou a marca dos 12,2% do

total das operações de crédito, valor este superior em três pontos percentuais com relação

ao ano de 2009. A mesma expansão dos investimentos na construção civil também pode ser

comprovada pela ABRAMAT, que indica que no Segundo trimestre de 2011 a venda de

materiais ultrapassou a marca de R$15,6 bilhões

Na tabela abaixo encontra-se o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro nos últimos dez

anos, e a parcela que a construção civil ocupa neste panorama. A tabela também apresenta

o crescimento da construção civil nos mesmos anos, e em 2010 este crescimento de 11,6%

contra 6,3% em 2009.

Tabela 1-1- Resumo PIB brasileiro (CBIC)

Existe também um grande crescimento na construção civil devido aos recentes

incentivos do governo através de financiamentos pela Caixa Econômica Federal, pelo

programa Minha Casa Minha Vida. Esta franca expansão pode ser notada na tabela abaixo

retirada do boletim estatístico de 2011 do CBIC:

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Tabela 1-2 - Indicadores mercado imobiliário brasileiro

1.2 OBJETIVOS

O presente trabalho de conclusão de curso tem por objetivos:

Evidenciar e definir os tipos mais usuais de certificações de construções sustentáveis

comparando-os entre si.

Adaptar uma lista de verificação, com base nas informações obtidas pela revisão

bibliográfica, e aplicá-la a um determinado canteiro de obra.

Comparar e analisar criticamente os resultados obtidos na lista de verificação,

levando em consideração a importância e relevância de cada item.

1.3 METODOLOGIA

Revisão Bibliográfica:

Para que se atinjam os objetivos propostos neste trabalho, serão estabelecidas

atividades, sendo a primeira destas uma revisão bibliográfica, que trata-se de uma base

teórica e conceitual para o trabalho.

Esta revisão bibliográfica foi realizada para o entendimento das construções

sustentáveis e sua importância, maiores dificuldades, empecilhos e seus benefícios. Alem

disso afim de se obter uma perspectiva da situação das certificações ambientais no Brasil

em empreendimentos e também como alvo de estudos. E ainda se as construtoras que se

utilizam de tais certificações possuem vantagens competitivas, aumento do lucro e vendas,

e qual seria o publico alvo destes. Foram também estabelecidos conceitos importantes

quando se trata do assunto construções sustentáveis. Afim de se aplicar praticamente os

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conceitos, será feita uma comparação entre as principais certificações ambientais,

relacionando os aspectos positivos e negativos, com ênfase no âmbito nacional.

Para isso foram consultadas diversas fontes, sendo estas acadêmicas

tradicionais, como anais de congresso, teses e dissertações; e também aquelas fontes de

interesse mais específicas, como sites de organizações voltadas para as certificações

ambientais na construção, e ainda artigos técnicos que tratam também do assunto.

Elaboração da lista de verificação:

A partir dos conceitos adquiridos na revisão bibliográfica e das listas de verificação

da certificação LEED foi elaborada uma lista exclusivamente voltada para o canteiro de

obra, tal lista pode ser vista na Tabela 3-1.

Aplicação da Lista de Verificação:

Em seguida a lista foi aplicada a três canteiros diferentes, com a intenção de se obter

resultados mais consistentes.

Estratégias e tecnologias para canteiros sustentáveis:

Finalmente nesta ultima etapa os resultados obtidos nas visitas são compilados, e

comparados de maneira crítica. A partir destes resultados são identificados os itens mais

críticos e com menor índice de atendimento. E também são propostas soluções e

tecnologias para cada um dos itens da lista.

Para um maior aprofundamento acerca dos itens da lista de verificação, e um estudo

de caso mais detalhado e com mais visitas, a fim de se obter resultados cada vez mais

consolidados e próximos da realidade, seria necessário um maior tempo, não compatível

com o disponível para a elaboração deste trabalho. Fica expressa aqui a vontade da autora

em dar continuidade e seguimento ao estudo.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 DEFINIÇÕES

Para que se possa iniciar as discussões a respeito de construções sustentáveis,

algumas definições devem ser feitas, para que se estipulem conceitos e diretrizes, sem que

ocorram equívocos e mistura de conceitos.

O primeiro trata-se da própria definição de meio ambiente, que segundo ARAUJO

(2009) trata-se da circunvizinhança que se está operando, englobando-se ar, água, solo e

outros recursos naturais, e ainda os seres humanos, e sendo assim como todos estes se

relacionam entre si.

Sustentabilidade pode ser definido, por MATEUS ( 2004) como tudo aquilo que

satisfaz as necessidades do presente, sem prejudicar que as necessidades das gerações

futuras. Ou seja, criar um mundo sustentável é criar um mundo menos agressivo.

Já desenvolvimento sustentável, em 1987 ficou definido pela Comissão Mundial do

Meio Ambiente como sendo aquele desenvolvimento que atenda as necessidades do

presente, sem que o futuro seja prejudicado, ou seja sem que as gerações futuras sejam

impedidas de realizarem suas próprias necessidades. (BRUNDTLAND inpud ARAUJO,

1989). Ainda se tratando do desenvolvimento sustentável (NIANG e SOARES, 2004) o

definem como a conciliação dos imperativos sociais e humanos, acompanhados pelo

desenvolvimento econômico, respeitando o equilíbrio do meio ambiente. Ainda segundo os

mesmo autores é aí que entra o setor da construção civil, visto que este é responsável por

grande parte dos impactos ecológicos.

Finalmente a construção sustentável é desenvolvida a partir de ações que combatam

crises e solucionem o problema ecológico, por meio do uso tecnologias e materiais

adequados. Criando assim construções que sejam úteis não somente ao usuário, mas ao

meio ambiente também. Tem por princípios o uso de materiais recicláveis, utilização racional

de água, eficiência energética sem deixar de proporcionar conforto ao usuário (VALENTE,

2009).

Ainda segundo, Valente 2009, a construção sustentável deve começar ainda na etapa de

projeto, e seguir durante a etapa de execução e uso da edificação.

Para MATEUS (2003) para se ter uma construção compatível com as necessidades

humanas e do meio ambiente e preciso se atender a seis critérios:

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Funcionalidade

Segurança

Durabilidade

Viabilidade econômica

Arquitetura

Impacto ambiental

Sendo assim conciliando-se estes critérios com os conhecimentos técnicos adequados

pode-se enfim se obter um edifício de significância ambiental e para o ser humano.

Segundo SILVA V. (2003) o desenvolvimento sustentável está apoiado sobre três

pilares principais:

Social: busca por uma sociedade mais justa em relação ao desenvolvimento humano

e qualidade de vida;

Ambiental: equilíbrio entre a proteção e o uso dos recursos naturais;

Econômico: possibilidade de acesso aos recursos e oportunidades sem se ferir o

meio ambiente que se circunda.

2.1.1 O CANTEIRO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Por sua vez, um canteiro de obra, na construção civil trata-se de um local de

disposição de recursos necessários para que a produção da obra em ocorra, sejam

materiais, equipamentos ou mão-de-obra. Sendo que todos estes se encontram dispostos

de maneira a tornar os serviços de execução mais otimizados e eficientes. Vale a pena

salientar que cada canteiro de obra é diferente do outro, com layouts e equipamentos

distintos, e este pode até mesmo se alterar dependendo da etapa que a obra se encontra,

visto que depende dos tipos dos equipamentos, quantidades de materiais e mão de obra.

Para se ressaltar a importância e a magnitude dos impactos gerados pelos

canteiros da construção civil Cardoso e Araujo (2007) falam que uma ordem de 50% de

todos os resíduos gerados nos centro urbanos são oriundos de canteiros. Os mesmos dizem

que tais assuntos não são discutidos com a seriedade e grandeza que deveriam pelas

empresar privadas, acadêmicos e até mesmo pelo governo, ressaltando assim mais uma

vez a importância deste trabalho e outros relacionados ao tema.

Já se é sabido que um canteiro bem organizado, elaborado otimiza os processos

construtivos de um edifício, podendo assim causar uma redução no custo global do

empreendimento. (FARIA, 2008)

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Canteiros verdes, ou canteiros sustentáveis são aqueles que têm como

qualidade principal o respeito á qualidade ambiental na concepção do empreendimento.

Para isso são definidos dois níveis, de acordo com Niang e Soares (2004):

Da obra e das proximidades imediatas: no qual os vizinhos ou usuários internos

sentem os danos causados por barulhos, sujeira, transito e estacionamento.

Do ambiente e da população em geral onde a meta é preservar os recursos naturais

e reduzir os impactos dos canteiros ao meio ambiente.

Sendo assim o objetivo dos canteiros verdes é de limitar estes impactos somente aos

vizinhos mais próximos. A adesão a estes princípios pode muitas vezes ir contra a

conjuntura econômica do país, porém apresenta uma vantagem competitiva diante a

concorrência.

De acordo com Niang, Soares (2004) uma avaliação feita pelo CSTB - Centre de

sciences ET Techiques Du Batiment ( Centro de Ciências e Técnicas do imóvel) na França

revela que o programa „Canteiros de Obras Verdes‟ gerou ganhos na produtividade global

dos canteiros, do ponto de vista técnico e econômico.

Cardoso, Araujo (2007) elaboraram um manual para aqueles trabalhadores que atuam

nos canteiros de obra que é subdivido em quatro grandes temas: infra-estrutura do canteiro

de obras, recursos, resíduos, incômodos e poluição.

O primeiro tema, a infra-estrutura do canteiro de obra aborda como se criar instalações

provisórias de canteiro que minimizem impactos ambientais e nas vizinhanças. Quanto a

recursos, trata do uso dos recursos naturais e manufaturados durante a execução da obra.

Resíduos verifica se são atendidas as prescrições da Resolução do CONAMA, em outras

palavras, se existe destinação correta destes. E finalmente os incômodos e poluição tratam

das atividades transformadoras que ocorrem em um canteiro de obras, sendo estas as mais

variadas e diversificadas de acordo com a fase da obra.

A partir de tais premissas os autores desenvolveram uma tabela específica para

canteiros, a qual será utilizada como parâmetro para a tabela a ser criada neste trabalho,

que pode ser na Tabela 2-1 e Tabela 2-2 Erro! Fonte de referência não encontrada.:

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Tabela 2-1- Matriz aspectos e impactos ambientais para aspectos de produção num canteiro (DEGANI apud

CARDOSO)

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Tabela 2-2 Continuação matriz aspectos e impactos

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2.2 HISTÓRICO DA SUSTENTABILIDADE

Ao se observar uma cidade, com todas suas edificações, escolas e hospitais, torna-se

claro o quão relevante a construção civil é para um país. Assim como os impactos que esta

causa são também facilmente notáveis; existindo aqueles de caráter transitório, tais como

impedimento de trafego em ruas, ruídos, poluição do ar; assim como aqueles de caráter

permanente, como a impermeabilização do solo, alterando assim a drenagem do local,

podendo causar enchentes e reduzir as reservas nos lençóis freáticos; repercutindo assim

na vida das pessoas e também no meio ambiente (PARDINI 2009).

Segundo Mateus (2004) a temático do desenvolvimento sustentável surgiu em meados

da segunda metade do século XX, que foi quando o homem passou a adquirir consciência

da degradação que suas políticas e ações vinham causando ao meio ambiente.

Visto que no modelo atual de produção a grande parte dos resíduos são gerados pela

produção de bens de consumos duráveis (casas, edifícios, etc.), com o aumento da

urbanização no país, que aconteceu em meados de 1980, a questão dos resíduos foi se

agravando, seu gerenciamento se tornou oneroso e complexo, devido ao seu grande

aumento. Com a urbanização e valorização dos terrenos, se tornou mais difícil se encontrar

lugares adequados para deposição destes resíduos. (ÂNGULO, 2001).

Para se ter idéia das dimensões dos resíduos gerados, e da importância dos assuntos

tratados neste trabalho, foram coletados alguns dados de Pardini (2009)

A construção civil gera em média 450kg/hab.ano, ou 80 milhões de toneladas por

ano

A produção de cimento gera de 8% a 9% de toda a produção de CO2 no país

O Brasil somente ingressa para o Conselho Internacional de Sustentabilidade em

2000 durante o Sustainable Buildings 2000 aonde foram apresentadas as estratégias do

time brasileiro (SILVA, 2009).

A sustentabilidade na construção civil trata-se de um grande desafio para o setor,

principalmente no Brasil, visto que até recentemente era visto como um setor muito

artesanal, e no qual o consumo dos recursos naturais e a geração de resíduos é muito

grande. Sendo assim é preciso se mudar radicalmente os paradigmas e conceitos da

construção civil no país,o que envolve mudanças nos aspectos sociais, econômicos, e

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ambientais; pois somente assim será possível implementar práticas sustentáveis, tanto de

canteiros quanto de execução e projeto, no dia-a-dia de uma obra.

2.3 CERTIFICAÇÕES DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Com a crescente demanda por sustentabilidade e busca por maior qualidade

ambiental, foram criados sistemas de avaliação, formados por métodos e softwares

(CISLANG, 2004). Além disso atualmente os próprios clientes, cada vez mais exigentes e

conscientes dos problemas globais, procuram por edifícios sustentáveis, sendo assim e

preciso comprovar para eles que tais edificações possuem tais requisitos de

sustentabilidade.

O ideal seria que cada país ou região criasse suas próprias diretrizes, visto

que disponibilidade de materiais, condições climáticas e disponibilidade de mão de obra são

fatores determinantes para a adoção de determinadas práticas. Porém o próprio Brasil é um

exemplo de um país que não possui suas próprias diretrizes, e utiliza as que foram criadas

em outros países, sendo estas parcialmente adaptadas para a realidade do país.

Seguem listadas algumas das certificações existentes e mais utilizadas no mundo

atualmente:

BREEAM (Building Establishment Assessment Method): avaliação pioneira, criada no

Reino Unido em 1990. Tem como objetivos minimizar os impactos ambientais, tanto em

edificações em fase de projeto como aquelas já construídas. Trata-se de uma certificação

por pontuação mínima.

LEED ( Leadership in Energy and Environmental Design): criado nos EUA em 1994, que

também funciona a base de pontuações mínimas a serem atingidas, sendo estas referentes

a etapa de projeto e a etapa de execução

HQE ou AQUA (Haute Qualité Environnemrntale): lançada na França em 1996, aborda

a edificação desde a etapa de projeto, até a etapa de manutenção. Tem como diferencial a

inserção do bem estar e saúde dos usuários.Não se trata apenas de uma lista de

verificação, mas também a gestão destes itens.

Devido a grande vantagem competitiva que edifícios com certificados de

sustentabilidade trazem, a procura no Brasil por estas certificações cresce a cada ano.

No Brasil as certificações mais utilizadas e populares são a AQUA e LEED

(PARDINI,2009). Como mencionado anteriormente, a situação ideal seria que cada região

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possuísse sua própria certificação e seus próprios parâmetros, porem o Brasil ainda não

possui uma certificação própria.

Existe ainda um estudo preliminar do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

(CBCS) relacionado a indicadores de sustentabilidade de empreendimentos, como uma

forma de se mensurar e quantificar. Neste texto são mostrados nove indicadores sendo eles:

1. Qualidade do ambiente externo e infraestruturas

2. Seleção e consumo de materiais

3. Gestão do canteiro

4. Gestão da água

5. Eficiência energética

6. Qualidade do ambiente interno e saúde dos usuários

7. Operação e manutenção

8. Social

9. Poluição por emissões

Dentro destes indicadores foram definidas escalas, aos níveis do usuário, do bairro,

sociedade e empreendedor.

Destes indicadores supracitados, a gestão de canteiros de obras foi utilizada como

base para este estudo em questão. Sendo assim as medidas seguidas em cada escala,

deste indicador são:

Escala do Usuário: medido em porcentagem (%) de resíduos gerados durante a

obra, que possuam potencial de reciclagem. Conta esta sendo obtida pela divisão do volume

de resíduos recicláveis pelo volume de resíduos gerados.

Escala Bairro: porcentagem obtida pelo numero de empreendimentos que obtenham

retorno direto durante a realização da obra divido pelo numero de empreendimentos total

nos arredores.

Escala Sociedade: a unidade é o volume de resíduos intertes gerados por

trabalhador.

Escala Empreendedor: unidade é o volume de água utilizado por trabalhador.

2.3.1 A CERTIFICAÇÃO LEED

O LEED é de um sistema de certificação e também orientação ambiental para

edificações. Foi criado pelo Green Building Council que atualmente disponibiliza os

seguintes tipos de certificações:

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LEED NC- Novas Construções e grandes projetos de renovação

LEED ND – Desenvolvimento de bairros

LEED CS – Projetos de envoltória e parte central do edifício

LEED Retail NC e CI – lojas de varejo

LEED Healthcare – Unidades de saúde

LEED EB-OM – Operação de manutenção de edifícios existentes

LEED Schools – escolas

LEED CI – Projeto de interiores e edifícios comerciais.

Dentro de todas estas possibilidades de empreendimentos o LEED é estruturado a base

de pontuações, variando numa escala de 0 a 100, sendo que esta escala que define qual o

grau de certificação se obterá. Estes pontos se dividem da seguinte maneira:

Canteiros sustentáveis: 26 pontos passíveis

Uso racional da água: 10 pontos passíveis

Energia e atmosfera: 35 pontos passíveis

Materiais e recusos: 14 pontos passíveis

Qualidade ambiental interna: 15 pontos

Sendo assim, de acordo com a pontuação obtida e desejada se obtém o tipo de

certificação LEED, conforme segue na imagem abaixo:

A partir da lista de verificação desta certificação é que será elaborada uma lista própria,

que por sua vez será aplicada em campo.

3. Elaboração da lista de verificação

A partir da lista de verificação que pode ser vista Figura 3-1 Lista de verificação

LEED Figura 3-1 foram feitos os itens da lista de verificação deste trabalho, selecionando

apenas aqueles itens referentes ao canteiro de obra em si. Foram também selecionados

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itens da tabela Tabela 1-2- Matriz aspectos e impactos ambientais para aspectos de

produção num canteiro (DEGANI apud CARDOSO)

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Figura 3-1 Lista de verificação LEED

Levando em consideração também os conceitos adquiridos na revisão bibliográfica

foi elaborada uma lista de verificação específica e original para um canteiro sustentável, com

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o intuito de se mensurar a qualidade ambiental durante a fase de execução do

empreendimento. Tal lista pode ser vista na Tabela 3-1abaixo.

Tabela 3-1- Lista de Verificação para Canteiros Sustentáveis

Como pode ser notado na tabela acima foram atribuídos pontos para cada item, afim

de se mensurar e comparar de maneira mais adequadas os empreendimentos a serem

visitados. Sendo assim cada obra poderá obter uma pontuação máxima de dezesseis

pontos. E para se chegar as notas finais o seguinte procedimento será adotado: se o item

for atendido, ganha-se um ponto, senão for atendido, zero pontos, e caso não seja aplicável

ele será retirado do sistema de pontuação.

Feito isso para se uniformizar a notas de todas as obras, visto que cada obra terá

uma pontuação máxima de acordo com suas próprias circunstâncias, a seguinte fórmula

será aplicada:

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Desta maneira desta maneira nivelaremos todos os resultados de maneira que nota

máxima que o empreendimento pode obter é um, e a mínima zero, podendo assim

comparar-se os empreendimentos entre si de maneira efetiva.

E ainda afim de se estabelecer parâmetros para os canteiros a serem estudados,

serão estabelecidas faixas a partir desta nota final com o seguinte critério:

Se a pontuação do empreendimento ≤ 0,6 tem-se um canteiro não sustentável

Se a pontuação do empreendimento for ≥ 0,6 tem-se um canteiro sustentável

3.1 ITENS LISTA DE VERIFICAÇÃO

Nesta etapa será detalhado cada um dos itens da lista de verificação, afim de se

esclarecer e tornar a compreensão da lista mais fácil:

1. Controle de Poluição: trata-se de um controle da erosão do solo, da quantidade

de sedimentos na água e ar. Para isso é necessário a apresentação de um plano

de ação neste sentido que atenda aos seguintes quesitos:

- prevenção da perda de solo durante as etapas da construção, por meio

de ventos ou correntes de água

- prevenção da poluição do ar com poeira ou qualquer outro tipo de

partícula, no perímetro do empreendimento e em sua vizinhança.

2. Escolha adequada do terreno: certificar-se que este não se encontra em zona de

proteção ambiental, e que atenda ao plano diretor da cidade em questão.

3. Recuperação de terrenos: recuperar solos que foram danificados ou

contaminados nos quesitos ambientais.

4. Incentivo a transportes alternativos: consiste em avaliar quais políticas para o

transporte dos materiais utilizados durante a execução, a construtora adotará,

como por exemplo a priorização de materiais próximos ao local de execução,

diminuindo assim o consumo de combustíveis, emissão de gases e ainda

estimulando o comércio local, requisitos estes todos que atendem aos princípios

da sustentabilidade.

5. Proteção do terreno: conservação da flora natural existente no terreno em

questão, e ainda se existe um plano de recuperação de possíveis áreas que.

tenham sido perdidas ao longo dos anos.

6. Conforto térmico: relacionado ao conforto do usuário, se o empreendimento

apresenta algum plano para proporcionar maior conforto térmico nas áreas de

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vivência e técnicas, como por exemplo sombreamento ou mesmo possíveis

espelhos d‟água.

7. Reuso de água: se o empreendimento em questão, durante a sua execução

apresenta planos de reaproveitamento de águas pluviais, e também de redução

de consumo.

8. Separação de resíduos: verificar se há coleta seletiva. E ainda este item

contempla se durante a etapa de planejamento do edifício foram priorizados

materiais passíveis de reciclagem, e também se são empregados materiais de

origem reciclada. Contempla ainda a separação daqueles resíduos que são

perigosos e contaminantes, afim de minimizar seus efeitos, e de contaminar

outros materiais que poderiam ser passivos de reaproveitamento, e também de

se contaminar solos e águas.

9. Destinação correta de resíduos: verificar se resíduos que são passíveis de

reaproveitamento estão sendo devidamente destinados. E ainda se aqueles

perigosos e contaminantes são destinados a aterros sanitários apropriados.

10. Controle de perdas de materiais: controle de desperdícios de materiais e

energias durante a execução da obra. Através de uma adequada logística de

canteiro, minimizando os transportes horizontais dentro do canteiro, reduzindo

assim os esforços. Também pode ser feito através de um rígido controle de

qualidade do produto, minimizando assim retrabalhos e desperdícios.

11. Reuso de materiais: verificar se existe o aproveitamento de resíduos durante a

própria obra, para se reduzir assim a demanda por materiais „virgens‟, reduzindo

assim desperdícios não somente do material em si, mas de tudo que envolve

seu processamento (energia, transporte, matéria prima).

12. Armazenamento: este item consiste em se verificar se os critérios estabelecidos

por norma e pelo fabricante para armazenamento de materiais estão sendo

seguidos, evitando assim desperdícios de materiais. Dentro dos diversos

materiais passíveis de uso, para fins deste estudo serão selecionados apenas

quatro, sendo estes:

- Cimento: armazenamento em cima de estrados, pilhas de no máximo dez

sacos.

- Aço: não deve ser mantido em contato com o chão e deve ser separado por

bitolas

- Blocos: devem ser separados por tipo, pilhas de no máximo 1,80m ,

armazenados em local coberto

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- Tubulações PVC ou Ferro: armazenadas em local coberto, não devem ter

contato com o chão, separados por diâmetro, uso de espaçadores entre as

camadas.

13. Madeira certificada: incentivo ao uso de madeira de reflorestamento.

14. Iluminação e ventilação natural: verificar se durante a execução do

empreendimento, no canteiro e locais de armazenamento, foi priorizado o uso

de iluminação e ventilação natural.

15. Diminuição do processamento no canteiro: Este item verifica se a obra procura

utiliza materiais com maior industrial, como argamassa pronta, concreto pronto,

entre outros, evitando assim desperdícios de materiais no canteiro, e também

otimizando espaços de armazenamento de materiais, e ainda despendendo

menores esforços para se chegar ao produto final.

3.2 APLICAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÃO

A próxima etapa trata de colocar em pratica os conceitos obtidos na revisão

bibliográfica, através de um estudo de caso, com visitas presenciais a obras que apliquem

conceitos de canteiros sustentáveis.

Durante esta visita foram aplicados os conceitos adquiridos sobre canteiros, como

coleta seletiva, reaproveitamento de materiais na própria obra, dentro outros, e também a

lista de verificações , para cada obra.

Para que se possa obter resultados consistentes foram visitadas as obras

apresentadas a seguir:

3.2.1 OBRA A

Empreendimento comercial triple A,da Yuny Incorporadora e GTIS localizado no

bairro Itaim Bibi, São Paulo. Possui cinco subsolos, térreo, mezaninos e uma torre com 18

pavimentos tipo e ático para áreas técnicas. O escopo conta com fundação, estrutura,

acabamentos civis e instalações em um terreno de aproximadamente 7.970 m². A previsão

para entrega da obra e final de 2012. E a obra busca a certificação LEED categoria Gold. A

visita foi realizada no mês de setembro, quando o edifício ainda possuirá simultaneidade de

diversos serviços, ou seja, um bom momento para uma avaliação do canteiro.

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3.2.2 OBRA B

Trata-se de um empreendimento residencial, constituído por duas torres,com onze

pavimentos tipos e um pavimento duplex, dois subsolos.Possui piscina, churrasqueira,

quiosque, quadra poliesportiva, playground, academia, guarita, lan house, praça, pista de

skate, dentro outros.

Fica localizada na cidade de Guarulhos, estado de São Paulo, porem a construtora e

o nome do empreendimento não podem ser citados neste trabalho. Trata-se de um

empreendimento de médio padrão.

3.2.3 OBRA C

Trata-se de um empreendimento residencial com apenas uma torre, de vinte e dois

pavimentos, de alto padrão. Dentre os itens de lazer que o prédio será equipado estão a

presença de 4 piscinas, sendo uma raia olímpica, uma descoberta, uma coberta e aquecida,

e uma piscina infantil. O empreendimento possuirá um bosque para usufruto dos moradores,

com o diferencial de que todas as arvores do bosque eram arvores que estavam no terreno

e precisaram ser realocadas devido a construção do mesmo. Um grande diferencial é uma

árvore araucária que teve de ser preservada, que fica localizada no meio do terreno.

O empreendimento em questão fica localizado na zona norte de São Paulo, no bairro

de Santana. A construtora e o nome do empreendimento não puderam ser divulgados.

3.2.4 COMPARAÇÃO ENTRE AS OBRAS

Nesta etapa os resultados das visitas são comparados e estudados de maneira crítica,

buscando conhecer quais os pontos fracos e fortes dos canteiros em questão, para que se

possa partir para a etapa a seguir.

3.3 ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS PARA CANTEIROS SUSTENTÁVEIS

A partir dos resultados da etapa anterior foram propostas estratégias para a

obtenção de um canteiro sustentável, enumerando quais os maiores desafios, pontos de

atenção, e quais as tecnologias para estes pontos.

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4. APLICAÇÃO DA LISTA DE

VERIFICAÇÃO

4.1 VISITA A OBRA A

Foi a primeira obra a ser visitada, portanto um teste da funcionalidade da lista de

verificação elaborada.

Trata-se de um empreendimento comercial, de 18 pavimentos tipo, 6 subsolos, e 2

andares com casas de máquinas. É um empreendimento com um canteiro relativamente

reduzido, no qual a construtora optou por verticalizar este, ou seja, não existe apenas um

local para armazenamento de materiais, este é feito em diversos subsolos, sendo assim

mais espalhado.

No momento da visita a estrutura da obra já estava finalizada, portanto não há mais

armazenamento de aço, formas e escoras, e sim armazenamentos de materiais de

acabamentos, vedações e impermeabilização.

Pode-se notar que a construtora dá bastante atenção a qualidade do produto, buscando

sempre seguir os procedimentos da norma para armazenamento e execução de serviços.

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Tabela 4-1 Lista de verificação da OBRA A

4.1.1 PONTUAÇÃO

Como pode ser visto na Tabela 4-1, a obra obteve uma pontuação de quatorze

pontos, de um máximo passível de dezesseis. A partir disso a fórmula que foi explicada na

metodologia foi aplicada da seguinte maneira.

Sendo assim a pontuação final é de 0.875 ponto, onde se pode considerando o

canteiro sustentável, visto que a pontuação foi maior que 0,6 ponto.

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4.1.2 DETALHAMENTO DOS ITENS

4.1.2.1 Controle de Poluição

Os limites do canteiro da obra são muito bem delimitados e vedados por tapumes,

evitando assim a propagação de poeiras, melhorando a qualidade do ar nas vizinhanças

(Figura 4-3- tapumes externos).

O solo constantemente umedecido afim de evitar sua propagação, e não prejudicar a

qualidade do ar no canteiro e suas redondezas.

Nenhuma limpeza é realizada sem a aspersão de água no local, visando maior

qualidade do ar no canteiro e redondezas.

As sacarias, quando fechadas podem ser simplesmente armazenadas em estrados

(Figura 4-1 - armazenamento de sacarias fechadas), porém quando abertas são cobertas

com lona (Figura 4-2 - sacarias cobertas).

Figura 4-1 - armazenamento de sacarias fechadas

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Figura 4-2 - sacarias cobertas

Figura 4-3- tapumes externos promovendo vedação

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4.1.2.2 Escolha do Terreno

O terreno escolhido para a execução do empreendimento não se encontra em uma

zona de proteção ambiental, e o plano diretor da cidade foi seguido adequadamente,

respeitando os limites de zona de ocupação dentre outros.

4.1.2.3 Recuperação de Terreno

O item não foi aplicável visto que não se tratava de um terreno contaminado.

4.1.2.4 Proteção do Terreno

A obra respeitou as diretrizes da prefeitura que estabelece que vegetação de porte

arbóreo, aquela composta por espécime ou espécimes vegetais lenhosos, com diâmetro do

caule à altura do peito (DAP) superior a 0,05 (cinco centímetros) sendo que o DAP é o

diâmetro do caule da árvore à altura de, aproximadamente, 1,30 m (um metro e trinta

centímetros) do solo.

Ainda ocorreu uma visita do DEPAVE (Departamento de Áreas Verdes) no qual

foram estabelecidas quais árvores deveriam permanecer no terreno, e quais poderiam ser

retiradas e plantadas em outros locais específicos. Na imagem a seguir (Figura 4-4- Árvore

original mantida) pode-se visualizar estas árvores que foram mantidas no terreno protegida

com tela laranja, evitando assim que equipamentos venham a colidir nela, evitando danos.

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Figura 4-4- Árvore original mantida, protegida com tela laranja

4.1.2.5 Transportes alternativos

O empreendimento prioriza a compra de materiais a uma distância de até 100 km,

diminuindo assim a emissão de poluentes na atmosfera, e ainda estimulando o comércio

local. E ainda durante a execução da obra, todos os veículos e equipamentos que entram na

obra são inspecionados a respeito de vazamentos de óleos e do nível de emissão de gás

carbônico.

4.1.2.6 Conforto térmico

Tanto o canteiro da engenharia quanto as áreas de vivência são localizados em

região sombreada, nos subsolos, com circulação de ar, proporcionando maior conforto

térmico aos usuários.

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4.1.2.7 Reuso de água

Toda a água que é utilizada na obra, antes de ser enviada para o esgoto da cidade é

decantada , afim de evitar que sejam enviados muitos particulados e sedimentos para o

esgoto público. Porém não existe um reuso em si da água no próprio canteiro

4.1.2.8 Separação de resíduos

Existe coleta seletiva na obra, de materiais orgânicos e recicláveis (como papel)

dentro do próprio escritório e áreas de vivência.

Além disso no próprio canteiro, os resíduos em si da construção civil não são

misturados, ou seja, resíduos de cimentícios são separados de lãs de rochas, que por sua

vez são separados de resíduos de madeira, e assim por diante, como podem ser visto nas

imagens a seguir:

Figura 4-5- baia de separação de papel e papelão

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Figura 4-6- baia de separação de lã de vidro ou rocha

Figura 4-7 - Sacos para

armazenamento de recicláveis

Figura 4-8 - Sacos para

armazenamento de recicláveis

Como pode ser visto na Figura 4-7 - Sacos para armazenamento de recicláveis” e

Figura 4-8 - Sacos para armazenamento de recicláveis” são dispostos este sacos em cada

pavimento, para facilitar o armazenamento dos resíduos e seu futuro transporte até as

baias.

4.1.2.9 Destinação correta de resíduos

Todos os resíduos são separados por baias, adequadas com o tipo de

armazenamento que demandam.

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Além disso são destinados de acordo com sua origem (papéis, madeira, cimentícios,

metais, lãs) para cooperativas de reciclagem específicas, como pode ser visto na Figura 4-9.

Aqueles que foram contaminados ou não são passíveis de reciclagem são enviados

para aterros sanitários comuns autorizados pela prefeitura.

Figura 4-9 Caçamba para reciclagem de madeira

4.1.2.10 Controle de perdas de materiais

A obra se enquadra neste quesito, pois apresenta plano de redução do consumo de

água em 20% durante a execução do empreendimento.

4.1.2.11 Reuso de materiais

Não existe plano de ação neste âmbito, mas vale ressaltar que ocasionalmente

ocorre reaproveitamento de materiais, porém este quesito não foi atendido.

4.1.2.12 Armazenamento

Como a estrutura da obra já estava finalizada no momento da visita, este item se

tornou não aplicável, porem os demais foram atendidos, pois a empresa procura sempre

seguir as recomendações dos fabricantes, como pode ser visto nas imagens a seguir:

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Figura 4-10 – Armazenamento de argamassa sobre estrado

Figura 4-11 – Armazenamento de gesso sobre estrado

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Figura 4-12- Armazenamento correto produtos para impermeabilização

Figura 4-13 - Armazenamento resíduos perigosos

E na Figura 4-13 observa-se o armazenamento de resíduos inflamáveis. Como pode

ser visto a construtora prima por sinalizar que no devido local existe risco, por isso também

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coloca uma placa sinalizando que é proibido fumar, e ainda os armazena em local arejado,

evitando assim o risco de explosão.

4.1.2.13 Madeira certificada

Durante a execução da obra toda a madeira utilizada possui selo FSC, porém existe

um acabamento de madeira em determinados pontos que não é de madeira certificada,

porém por se tratar de um acabamento final, a obra atende ao quesito.

4.1.2.14 Iluminação e ventilação natural

Este item é atendido pois em locais de armazenamento e preparação de

componentes, sempre se usa da iluminação e ventilação material, porém sem deixar de se

preocupar com a propagação de particulados pelo mesmo.

4.1.2.15 Diminuição do processamento no canteiro

O empreendimento utiliza argamassas prontas, diminuindo as perdas nos processos

de produção in loco e ainda ganhando espaço de armazenamento, como pode ser

observado na Figura 4-14. A obra não se encontra mais na fase da estrutura, porém quando

estava sempre se utilizava de concreto usinado.

Figura 4-14 Argamassa pronta

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4.1.2.16 Diminuição do consumo de energia

Para a execução de ligações provisórias o empreendimento instala um robô por

pavimento, evitando assim desperdícios com ligações mal executadas e evitando o risco de

curto circuitos, que pode danificar equipamentos, gerando resíduos e retrabalhos.

Figura 4-15 Robô para ligações provisórias

4.2 VISITA A OBRA B

O empreendimento em questão não pode ser identificado, assim como a construtora

que o executa. Trata-se de um edifício residencial, composto por duas torres, com

apartamentos de 2 ou 3 dormitórios, de 59 a 113m², com onze pavimentos tipo mais um

pavimento duplex, totalizando treze andares por torre. O edifício conta com área de vivencia

com piscina, quadra, quiosque, dois subsolos para estacionamento e guarita. Localizado na

grande São Paulo.

O edifício é executado em alvenaria estrutural, e no momento da visita ambas as torres

se encontravam no décimo pavimento, sendo que tanto estrutura quanto acabamentos finos

como gesso, louças e caixilharias já estavam em execução.

O resultado da lista de verificação desta obra foi. (ver Tabela 4-2)

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Tabela 4-2-Lista de Verificação Obra B

4.2.1 PONTUAÇÃO

Como pode ser visto na tabela Tabela 4-2, a obra obteve uma pontuação de treze

pontos, de um máximo passível de dezesseis. A partir disso a fórmula que foi explicada na

metodologia foi aplicada a seguir da seguinte maneira:

Sendo assim a pontuação final é de 0.813 ponto, considerando o canteiro

sustentável.

4.2.2 DETALHAMENTO DOS ITENS

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4.2.2.1 Controle de poluição

Não existe nenhum plano de ataque tanto no aspecto de poluição da água, quanto do

solo quanto do ar, e pelo estagio que obra se encontra (execução de estrutura, e

concretagem das cortinas de contenção) deveriam existir planos nesse sentido, sendo assim

a obra não atende este quesito.

4.2.2.2 Escolha do terreno

O terreno não estava em zona de proteção ambiental e a obra foi executada

respeitando o plano diretor da cidade em questão quanto ao nível de ocupação, recúo e

demais requisitos.

4.2.2.3 Recuperação do terreno e transportes alternativos

Ambos os itens não foram previstos e não fazem parte do escopo.

4.2.2.4 Proteção do terreno

Nos pontos nos quais existe solo exposto não existe nenhum tipo de proteção.

4.2.2.5 Conforto térmico

Não foi previsto nenhum plano de ação a respeito deste item, o que pode ser verificado

pela locação da área da engenharia e do refeitório em locais descobertos, longe do

sombreamento de árvores.

4.2.2.6 Reuso de água

As águas de origem pluvial são utilizadas para lavagem, principalmente de calçadas e

áreas externas, portanto o quesito é atendido.

4.2.2.7 Separação de resíduos

Existe uma coleta seletiva de resíduos recicláveis e orgânicos, nos escritórios e áreas

de vivência, como pode ser visto na Figura 4-16 e Figura 4-17 - Coleta seletiva refeitório.

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Figura 4-16- Coleta seletiva escritório

Figura 4-17 - Coleta seletiva refeitório

Quanto aos demais resíduos de construção civil, estes são separados, porém não se

trata de uma meta do empreendimento. Sendo assim este item é atendido porém poderia

melhorar.

4.2.2.8 Destinação correta de resíduos

Assim como o item anterior o item é atendido, porém poderia melhorar.

4.2.2.9 Controle de Perdas de materiais

Por se tratar de uma obra de alvenaria estrutural existe modulação de blocos de

concreto e projetos de alvenaria.

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Todos os blocos já são comprados com as medidas corretas do projeto, minimizando

assim recortes, retrabalhos e, portanto desperdícios. Pode-se observar os blocos na Figura

4-18 abaixo.

Figura 4-18 - Blocos concreto modulares

4.2.2.10 Reuso de materiais

O empreendimento não possui plano de ação neste aspecto, porém ocasionalmente,

dependendo da situação pode vir a ocorrer, de maneira informal.

4.2.2.11 Armazenamento

O empreendimento atende aos requisitos do fabricante para os materiais alvos deste

estudo.Sendo estes:

Blocos de concreto: como pode ser visto na Figura 4-19 a seguir são armazenados

de acordo com sua tipologia, e longe de contato com o chão.

Figura 4-19- Armazenamento blocos sobre estrado

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Aço: separados por bitola e longe do contato com o solo, como pode ser observado

na Figura 4-20.

Figura 4-20 Armazenamento aço

Argamassa e Cimento: armazenados em cima de estrados e com altura de no

máximo dez sacos, como pode ser observado na Figura 4-21, no qual ele está apenas

esperando para a utilização.

Figura 4-21- Central de dosagem de argamassa

Existe um almoxarifado, no qual a política do PEPS (primeiro a entrar, primeiro a

sair) é utilizada e no qual os materiais são armazenados longe de umidade e exposição ao

sol. Vide Figura 4-22.

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Figura 4-22 Almoxarifado

4.2.2.12 Madeira certificada

Ocorre o uso de madeira autorizada e certificada pelo Ibama durante toda a execução

da obra, seja no tapumes para execução das áreas de vivência e escritórios, seja para

execução de formas e bandejas de proteção.

4.2.2.13 Iluminação e ventilação natural

Em diversos pontos da obra observou-se armazenamento em locais com iluminação

natural e sempre que possível com ventilação também, como pode ser visto na Figura 4-23,

no qual a central de argamassa é localizada em local coberto, porém aberto, não

necessitando assim de iluminação e ventilação natural.

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Figura 4-23 Central de argamassa utilizando iluminação e ventilação natural

O mesmo ocorre com as áreas de vivência, como o escritório da engenharia e o

refeitório, que são localizados no térreo, aproveitando de iluminação e ventilação natural por

meio de janelas com telas de “nylon”.

4.2.2.14 Diminuição de processamentos no canteiro

Este item é atendido pois a obra utiliza concreto usinado diminuindo os desperdícios

de processamento “in loco”, e ainda ocorre o ganho de espaço para outras atividades.

4.2.2.15 Diminuição do consumo de energia

Toda a energia provisória utilizada na obra é feita através de robôs, que reduzem o

risco de desperdício de energia em ligações mal feitas, ainda diminuindo o risco de curtos

circuitos.

4.3 VISITA A OBRA C

A obra em questão não pode ser identificada, assim como a construtora

responsável por sua execução.

Trata-se de um empreendimento residencial, de uma única torre, com construção

tradicional, de concreto armado. No momento da visita a obra se encontrava em fase de

estrutura.

A lista obtida durante a visita foi a seguinte:

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Tabela 4-3 Lista verificação Obra C

4.3.1 PONTUAÇÃO

Como pode ser visto na Tabela 4-3 Lista verificação Obra C, a obra obteve uma

pontuação de doze pontos, de um máximo passível de dezoito. A partir disso a fórmula que

foi explicada na metodologia será aplicada foi aplicada a seguir da seguinte maneira:

Sendo assim a pontuação final é de 0.667 pontos, considerando o canteiro

sustentável.

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4.3.2 DETALHAMENTO DOS ITENS

4.3.2.1 Controle de poluição

Não existe nenhum plano de ataque tanto no aspecto de poluição da água, quanto

do solo e do ar e, pelo estágio que obra se encontra (execução de estrutura, e concretagem

das cortinas de contenção) deveriam existir planos nesse sentido, sendo assim a obra não

atende este quesito. As únicas espécies de proteções que a obra apresenta são a tela de

proteção do empreendimento, e tapumes vedados. Porém não se enquadram nos critérios

deste item,

Figura 4-24 Tela protetora

Figura 4-25 Tapumes para vedação

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4.3.2.2 Escolha do terreno

O terreno não está em zona de proteção ambiental, e a obra foi executada se

respeitando o plano diretor da cidade em questão quanto ao nível de ocupação, recuo e

demais requisitos.

4.3.2.3 Recuperação do terreno

Não se aplica, pois não se trata de um terreno contaminado.

4.3.2.4 Transportes alternativos

O empreendimento não apresenta nenhum plano de ação neste aspecto.

4.3.2.5 Proteção do terreno

A construtora responsável pelo empreendimento optou por fazer uma recuperação

da flora natural do terreno. Nenhuma árvore sequer foi retirada do terreno, todas elas foram

transplantadas para uma outra região delimitada, que futuramente será um bosque para os

moradores desfrutarem. Além disso existe uma grande araucária no meio do terreno, que

não foi derrubada, e todo o projeto foi feito considerando a árvore, ou seja, ela faz parte da

arquitetura do empreendimento, como pode ser visto na Figura 4-26.

Figura 4-26 Araucária

4.3.2.6 Conforto térmico

Não existe plano de ação neste aspecto, embora as árvores do terreno pudessem ter

sido utilizadas como uma forma de sombreamento e área de vivência para os trabalhadores.

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4.3.2.7 Reuso de água

Nenhuma água, seja de origem pluvial, seja de origem do próprio canteiro são

utilizadas.

4.3.2.8 Separação de resíduos

Existe coleta seletiva na obra para os resíduos provindos das áreas de vivência

(papel, plástico, orgânico), e também ocorre separação dos resíduos da execução do

empreendimento em si.

4.3.2.9 Destinação correta de resíduos

Todo o resíduos que são separado, e corretamente destinado de maneira adequada.

4.3.2.10 Controle de perdas de materiais

O empreendimento não apresenta nenhum plano de ação neste aspecto, porém vale

ressaltar que eventualmente podem ocorrer reusos, mas de maneira informal.

4.3.2.11 Reuso de materiais

Não existe plano de ação neste aspecto. Porém vale ressaltar que ocasionalmente

materiais são reutilizados, de maneira pontual, como por exemplo um bloco que porventura

tenha sido quebrado, o que resta dele pode ser utilizado para a modulação da alvenaria de

vedação.

4.3.2.12 Armazenamento de materiais

São seguidas as boas práticas do ramo e também as recomendações do fabricante

para armazenamento.

Blocos de concreto e cerâmicos são armazenados em estrados, longe do contato

com o solo, e separados de acordo com sua tipologia. Vide Figura 4-27:

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Figura 4-27 - Armazenamento de blocos

Tubos são mantidos em local longe de iluminação direta do sol, longe do contato

com o solo, e ainda separados de acordo com seu diâmetro e funcionalidade. Vide Figura

4-28:

Figura 4-28 Armazenamento de tubos

Quanto ao armazenamento de aço estes são mantidos longe do contato com o solo,

e separados de acordo com sua bitola, vide Figura 4-29:

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Figura 4-29 Armazenamento aço

Foi observado durante a visita que o empreendimento adota o método PEPS

(primeiro a entrar, primeiro a sair). No seu almoxarifado os produtos são separados por este

método e também de acordo com sua funcionalidade. Vide Figura 4-30:

Figura 4-30 Almoxarifado do canteiro

4.3.2.13 Uso de madeira certificada

Toda a madeira que entra no canteiro do empreendimento possui o selo FSC, seja

para tapumes dos barracões, seja para uso como formas para a estrutura.

4.3.2.14 Iluminação e ventilação natural

Em todas as áreas de vivência existe a preocupação de ser utilizada a iluminação e a

ventilação natural como forma de economia, e também bem estar para os usuários, o

mesmo pode ser visto na Figura 4-31.

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Figura 4-31 Refeitório que utiliza ventilação e iluminação natural

4.3.2.15 Diminuição do processamento no canteiro

Para a execução da estrutura da obra são utilizados apenas concretos usinados,

reduzindo assim os desperdícios que o concreto moldado “in loco” gera, ganhando espaço

para demais armazenamentos, e também gerando um concreto com maior precisão e

tecnologia.

4.3.2.16 Diminuição do consumo de energia

Para realização da iluminação provisória são utilizados robôs para as ligações

elétricas, minimizando a possibilidade de desperdícios energéticos e de que ocorram curto

circuitos nos equipamentos.

5. ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS

PARA CANTEIROS SUSTENTÁVEIS

5.1 COMPARATIVO DOS ITENS

Nesta etapa foram analisados e comparados os resultados obtidos nas três visitas a

obras, com a finalidade de se entender quais as maiores dificuldade, afim de se propor

tecnologias para os possíveis atendimentos.

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Figura 5-1 Comparativo obras

No gráfico acima as notas totais dos empreendimentos foram plotados, podendo assim

visualizar que a maior delas ficou para a obra C, vide Tabela 5-1 Comparativo resultados

finais

Tabela 5-1 Comparativo resultados finais

OBRA NOTA

OBRA A 0,875

OBRA B 0,813

OBRA C 0,667

Foi feito um gráfico comparativo com a porcentagem média de atendimento dos

itens, possibilitando identificar os itens mais críticos e aqueles mais facilmente atingidos.

Obra C

Obra B

Obra A

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

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57

Figura 5-2 Comparativo entre os itens

A partir do gráfico pode-se observar que os itens que proporcionaram maiores

dificuldades, que por conseqüência não foram atendidos nos canteiros em questão:

Controle Poluição

Uso de transportes alternativos

Proteção do terreno

Prevenção contra ilhas de calor

Reuso de água

Reuso de materiais

Portanto agora identificado os itens com problemas, pode-se propor soluções

tecnológicas para mitigar as deficiências dos itens.

5.2 ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS

Nesta etapa, para cada um dos itens da lista de verificação foram enumeradas e

descritas as tecnologias, boas práticas e soluções que foram adotadas nos

empreendimentos visitados ou mesmo em bibliografias.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Co

ntr

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Po

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5.2.1 CONTROLE DE POLUIÇÃO

5.2.1.1 Poluição do ar

A seguir serão enumerados alguns itens que foram observados como alternativas

para este impacto gerado durante a execução de um empreendimento no canteiro de obra:

Proteção de sacarias abertas com lona para evitar a propagação de

particulados;

Aspergir água durante toda e qualquer limpeza;

Asperção de água em locais com solo exposto e depois cobrir com lona, ou

de preferencia utilizar estabilizadores químicos adequadas para este fim;

Lavar rodas de todos os veículos que adentram a obra, evitando assim a

propagação de particulados no ar, e no meio externo a obra, evitando assim

de se prejudicar a qualidade do ambiente que cerca o canteiro;

Inspeção de veículos e equipamentos que ficarão trabalhando

frequentemente no canteiro quanto a emissão de partículas e poluição pelo

escapamento;

5.2.1.2 Poluição do solo

Enumeram-se a seguir as boas práticas e tecnologias observadas

Posicionamento de kits de mitigação em locais estratégicos ao longo do

canteiro. “Kits” de mitigação são feitos para emergências em caso de

vazamento de óleo no solo, dentro destes “kits” são colocados uma pá,

serragem, e sacos de lixo. Em caso de vazamentos deve ser colocada a

serrragem no local, afim de absorver o vazamento, retirar a área de solo que

foi contaminada, colocá-la dentro do saco de lixo, e dar uma destinação

adequada. Porém estas medidas devem ser feitas o mais rápido possível,

para isso deve haver um pessoal treinado e capacitado a respeito no terreno;

Inspeção de todo e qualquer equipamento mecânico que adentre o canteiro

para possíveis vazamentos de óleo;

Não utilizar óleos para lavagem da betoneira;

5.2.1.3 Poluição da água:

Uso de decantadores no terreno, para que os particulados sólidos que são

enviados para a rede de esgoto municipal sejam minimizados. A respeito

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deste item, a certificação LEED pontua a obra que não ultrapassa um limite

pré-determinado, variando este de acordo com a certificação.

5.2.2 ESCOLHA DO TERRENO

As únicas recomendações para o atendimento deste item é que sejam atendidos os

requisitos estabelecidos no plano diretor da cidade a respeito do coeficiente de ocupação do

terreno, e respeito às zonas de proteção ambiental.

5.2.3 RECUPERAÇÃO DO TERRENO

Neste item não foram observadas tecnologias nem boas práticas a respeito, mas

como a sua própria descrição diz, este item trata de terrenos que porventura possam ter

sofrido desmatamento, contaminação do solo, ou então água.

Sendo assim caso algum destes itens se aplique ao terreno do empreendimento em

questão, então o item passa a ser aplicável, e se a construtora apresenta planos de realizar

descontaminação, porem não cabe aqui descrever esta descontaminação pois tratam-se de

processos específicos para cada caso.

5.2.4 CONFORTO TÉRMICO

A respeito deste item poucas tecnologias foram observadas, visto que as

possibilidades para prevenção de desconfortos térmicos dos usuários são sombreamento

natural e espelhos d‟água. A opção espelhos d‟água muito dificilmente será encontrada, a

não ser que o empreendimento final apresente-os e em determinado momento da obra,

quando estes estiverem prontos o canteiro seja locado de maneira próxima.

O que mais foi observado acerca deste item são canteiros locados em locais abertos,

com uso de iluminação e ventilação natural, aumentando assim a eficiência energética, o

conforto do usuário, e a visualização da obra nas áreas de escritório.

5.2.5 REUSO DE ÁGUA

Neste item, vale enfatizar que a preservação dos recursos hídricos que temos a

disposição é essencial para um desenvolvimento sustentável, portanto este item trata-se de

um dos mais relevantes da lista de verificação.

A respeito de redução do consumo de água potável, de acordo com Araujo

(2009) é possível ocorrer através do uso de válvulas redutoras de pressão nos pontos de

utilização, diminuindo assim a vazão de saída. Esta tecnologia pode ser empregada tanto

em locais de vivência quanto no restante do canteiro, sendo ela passível de

reaproveitamento no empreendimento final. Uma medida interessante, que se permite

localizar os pontos mais críticos, e então tomar ações a respeito, é a execução de medições

individualizadas em áreas de produção e áreas de vivência.

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Quanto ao reaproveitamento de água, existem duas possibilidades: o reuso de água

provinda do próprio canteiro, e o uso de águas pluviais.

Uma tecnologia simplificada, porem eficiente, para retenção de águas pluviais são a

instalaçõs de caixas de água em locais abertos, mais elevados que o restante do canteiro,

para que a condução por gravidade seja possível, facilitando assim seu transporte, e de fácil

acesso, para que esta possa vir a ser utilizada posteriormente.

Quanto a água de reuso do próprio canteiro, esta pode ser armazenada tambem em

caixas de água, em locais estratégicos para que a chegada da água a ser armazenada seja

simples, de preferencia por gravidade, e para que o transporte até o local de reuso seja

facilitado. Desta maneira, o armazenamento implicará na água em estado de decantação, o

que faz com que os particulados sólidos sejam acumulados no fundo da caixa, e não sejam

utilizados.

Em ambos dos casos, o uso de drenos pode vir a facilitar o transporte adequado do

recurso hídrico.

Em ambos os casos, a aplicabilidade do recurso hídrico se dá para:

Limpeza geral do canteiro

Irrigação

Lava rodas de caminhões e demais veículos que adentrem o canteiro

Limpeza de calçadas externas

Lavagem de equipamentos

Independente da adoção ou não das tecnologias citadas acima, vale ressaltar que

uma boa conscientização dos trabalhadores a respeito do uso dos recursos hídricos, e

inspeção regulares em equipamentos para verificação de possíveis vazamentos, são muito

eficientes para a redução do consumo de água no canteiro.

5.2.6 SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS

Para este item, o mínimo que deveria ser realizado em todo e qualquer canteiro seria

atender as legislações do município em que ele esta localizado, referentes a separação e

destinação de resíduos, ou então na ausência deste, deveria atender a resolução n

307/2002 do Conama.

Para separação adequada de resíduos uma solução bastante interessante, e

eficiente que foi adotada nas obras visitadas é o uso de bags (sacos) nos andares, com

indicação de que tipo de resíduo pode ser depositado nele. Desta maneira não ocorre a

contaminação de materiais por outros, tornando assim a reciclagem mais fácil, e facilitando

seu transporte até um local final de armazenamento, que é o local no qual serão

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depositados todos os resíduos de um determinado fim a esperar pela reciclagem e

destinação adequada.

Quanto ao armazenamento destes resíduos, a criação de baias separadas de acordo

com o material se mostrou bastante eficiente para o armazenamento destes enquanto

aguardam sua destinação final.

5.2.7 DESTINAÇÃO CORRETA DOS RESÍDUOS

Este item nada mais é que uma consequência e continuação do item anterior. Se houver

uma separação correta e adequada, a destinação é final seria o mais fácil. Tudo que o

empreendimento deve fazer é se assegurar que segue as diretrizes impostas pelas leis

municipais ou pelo Conama.

O que seria bastante interessante para o empreendimento é um monitoramento das

quantidades de resíduos que são enviados para reciclagem contra a quantidade de resíduos

totais gerados. Este procedimento não foi observado em nenhuma das obras visitadas,

porem ele proporciona maneiras de se mensurar e observar pontos fracos e fortes da obra,

fazendo assim que as possíveis ações para se aumentar a quantidade de resíduo reciclavel

seja mais acertiva.

5.2.8 CONTROLE DE PERDAS DE MATERIAIS

O item controle de perdas engloba as perdas de recursos que possam vir a ocorrer

durante a execução do empreendimento, e também considera o consumo necessário dos

recursos.

Sendo assim, para o consumo de recursos naturais, Araujo (2009) recomenda que

sejam feitas ações desde a seleção do material e do fornecedor, verificando se eles emitem

notas fiscais, obedecem as leis trabalhistas, e se atuam de maneira sustentável. A partir

disto passa-se a se estudar a maneira como os recursos serão utilizados.

Para uma bom controle de perdas de materiais o ideal é a realização de sistemas

que sejam pré fabricados, diminuindo os desperdícios que ocorrem quando são moldados

no canteiro, in loco, e também a utilização de modulação, desde a estrutura até os

acabamentos finais.

Resumindo, uma escolha adequada tanto de materiais quanto de sistemas

construtivos pode gerar perdas e desperdícios menores. Ambas os requisitos se referem a

etapa de projetos, porem se forem seguidas, a execução do empreendimento em si gerará

menos perdas.

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5.2.9 REUSO DE MATERIAIS

Reuso de materiais foi um dos itens que apresentaram maiores dificuldades em sua

execução, visto que nenhum dos empreendimentos visitados, e nenhuma bilbiografia fala de

planos de ação a respeito, o que ocorre são reutilizações de maneira pontuais, em alguns

casos específicos somente.

5.2.10 ARMAZENAMENTO

Os cuidados gerais que devem ser tomados quanto a armazenamento de materiais,

quaisquer que sejam, são:

Identificação

Proibição de acesso (somente pessoas e equipamentos autorizados)

Armazenamentos em locais estanques, impermeáveis

Uso do PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair)

Quanto aos materiais específicos que foram selecionados na lista de verificação:

5.2.10.1 Cimento

Todos os sacos de cimento devem ser armazenados em cima de estrados, afim de

se evitar seu contato com o solo (evitando possíveis contaminações do próprio solo, e

também pode acarretar umidade no material), em pilhas de no máximo dez sacos, e

também devem ser atendidas as prescrições do fabricante.

5.2.10.2 Aço

O armazenamento de aço deve ser feito longe do contato com o solo, afim de evitar

contaminações e desgaste do aço. Devem ser separados de acordo com sua bitola para

facilitar o transporte e utilização. Também devem ser atendidas as recomendações do

fornecedor.

5.2.10.3 Blocos

Os blocos, tanto de concreto quanto cerâmicos devem ser separados de acordo com

seu tamanho e tipologia, em pilhas de no máximo um metro e oitenta, e armazenados em

local aberto e arejado. As recomendações do fornecedor também devem ser atendidas.

5.2.10.4 Tubulações

Devem também ser separadas de acordo com seu uso, diâmetros, longe do contato

com o solo, e em local coberto. Orientações do fornecedor também devem ser seguidas.

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63

5.2.11 ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO NATURAL

As indicações para este itens são para que sempre que possível e adequado se

utilize de iluminação e ventilação natural, seja esta para armazenamentos (quando o

material permitir), áreas de vivência, escritórios, guarita e demais áreas.

5.2.12 DIMINUIÇÃO DO PROCESSAMENTO NO CANTEIRO

O atendimento a este item, ou seja, a priorização de materiais com maior grau de

industrialização, leva a inúmeros benefícios no canteiro:

Maior agilidade

Menos desperdícios (com relação a sistemas moldados in loco)

Ganho de espaço de canteiro

Menor uso de mão de obra

O uso de materiais industrializados leva a inúmeros benefícios como listado acima,

porem em contrapartida, geralmente seus custos são mais elevados que o mesmo sistema

moldado in loco, sendo esta a única desvantagem

5.2.13 DIMINUIÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA

A energia é um recurso natural, portanto finito, sendo assim sua preservação e uso

consciente é primordial e imprescindível em qualquer canteiro. Para que este objetivo possa

ser atingido uma boa campanha de conscientização com os trabalhadores do

empreendimento deve ser realizada, afim de que eles adquiram a consciência de que

equipamentos não devem ser ligados por mais tempo do que o tempo de uso, dentro outros

princípios.

Uma solução adotada em todos os empreendimentos visitados é o uso de robôs

elétricos nos pavimentos para a iluminação e geração de energia provisória. Eles possuem

como principal característica e execução de ligações bem feitas, reduzindo assim a

possibilidade de perdas de energia nestas, e também de curto circuito em equipamentos.

6. CONCLUSÕES

Como observado em todo o decorrer deste trabalho, as certificações existentes para

construções sustentáveis possuem um maior enfoque no conforto do usuário e eficiência

energética pós ocupação dos empreendimentos, dando pouca, ou até mesmo nenhuma

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como no caso da CASBEE, atenção ao período de execução do empreendimento. Alem

disso nenhuma destas certificações foi criada para ser empregada no Brasil, somente a

AQUA, que foi adaptada para as necessidades do país.

A questão das certificações de construções sustentáveis é um assunto bastante

recente no país, e pouco disseminado e estudado, faltando assim referencias e parâmetros

(benchmark) para futuras aplicações. Motivos estes tanto pela falta de uma certificação que

se adapte as necessidades do local, quanto pela falta de conscientização.

Por outro lado, a construção civil no Brasil vêm crescendo a cada ano, com uma

participação no PIB do país cada vez maior, e por conseqüência a quantidade de resíduos e

poluentes gerados, a demanda por recursos naturais e energéticos vem aumentando

também. Diante disso fica evidenciada a necessidade da criação de uma certificação que

tenha como enfoque o canteiro da construção, e que seja própria e adequada para cada

região do Brasil, visto que é um país extremamente extenso, com regiões muito distintas no

quesito disponibilidade de mão de obra, recursos e acessibilidade.

Através dos estudos de casos realizados foi possível se obter parâmetros para

análise. Embora os resultados das pontuações de todos os canteiros tenham sido positivos,

observou-se certa informalidade acerca do assunto sustentabilidade. Muitas vezes as

medidas são atendidas de maneira instintiva, ou seja, não existem planos de ataque e ação

acerca do assunto. Dentro deste mesmo contexto alguns dos itens não foram atendidos em

nenhuma das obras, representando assim a dificuldade de disseminação acerca do assunto.

Tais dificuldades provem da própria falta de uma orientação (seja uma certificação, seja uma

cartilha de boas práticas) tanto da mão de obra, quanto da alta gerência.

Porem vale lembrar que os resultados positivos (todos os empreendimentos

obtiveram notas maiores que 0,6) são relativos, visto que a nota parâmetro foi adotada a

critério deste estudo e de se estabelecer um comparativo, sem qualquer embasamento

teórico, visto que o mesmo não existe acerca do assunto. Seguindo adiante com o raciocínio

as certificações de construções sustentáveis podem estar sendo feitas de maneira errônea,

visto que não existe um comparativo, um benchmark real.

A sustentabilidade atualmente é um dos temas mais abordados e comentados. Cada

vez mais a população vem criando consciência a respeito da sua importância, para que

possamos continuar usufruindo dos recursos naturais. Porem é preciso se tomar muito

cuidado com o termo sustentabilidade, para que não sejam feitos equívocos a respeito.

Assim como a expressão „ falsa segurança é pior que não se ter segurança alguma‟ na

sustentabilidade o mesmo ocorre. Ações como coleta seletiva já não devem ser o diferencial

de uma empresa, e sim obrigatório, são suas outras ações que a definirão como sustentável

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ou não. Na construção civil o mesmo ocorre, portanto cada vez mais ações, estudos e

conscientização acerca do assunto são necessários.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMAT. Boletim estatístico 2011. Disponível em: <

http://www.abramat.org.br/lista_publicacao.asp?s=14>. Acesso em: 01 nov. 2011.

ABRAMAT. Numero de pessoas na construção civil. Disponível em: <

http://www.abramat.org.br/lista_publicacao.asp?s=14>. Acesso em: 01 nov. 2011.

ABRAMAT. PIB construção civil 2011. Disponível em: <

http://www.abramat.org.br/lista_publicacao.asp?s=14>. Acesso em: 01 nov. 2011.

ÂNGULO, S. C.; ZORDAN, S. E.; JOHN, V. M.. Desenvolvimento Sustentável e a reciclagem

de resíduos na construção civil. Sustentabilidade, São Paulo:Poli-USP,v. 1, n.1,p. 1-13,

2001.Disponível em : < http://www.pedrasul.com.br/artigos/sustentabilidade.pdf > . Acesso

em: 01 maio 2011.

ANTONIAZZI, Ângelo. A certificação ambiental na construção: boas práticas na gestão

do canteiro de obras. São Carlos: UFSCar/Departamento de Engenharia Civil, 2010. 78 p.

Trabalho de Conclusão de Curso

ARAUJO, V. M.. Práticas recomendadas para gestão mais sustentável de canteiros de

obras.São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,2009. 230p. Dissertação

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