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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Campus de Sobral PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA RAFAEL CARNEIRO BASTOS PROSPECÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE UM NOVO DITERPENO ISOLADO DE FOLHAS DE Croton argyrophylloides SOBRE RATOS HEMIPARKINSONIANOS SOBRAL 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC · 2019. 1. 22. · universidade federal do cearÁ campus de sobral programa de pÓs - graduaÇÃo em biotecnologia rafael carneiro bastos prospecÇÃo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Campus de Sobral

PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

RAFAEL CARNEIRO BASTOS

PROSPECÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE UM NOVO DITERPENO ISOLADO

DE FOLHAS DE Croton argyrophylloides SOBRE RATOS

HEMIPARKINSONIANOS

SOBRAL

2018

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RAFAEL CARNEIRO BASTOS

PROSPECÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE UM NOVO DITERPENO ISOLADO DE

FOLHAS DE Croton argyrophylloides SOBRE RATOS HEMIPARKINSONIANOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Biotecnologia, da Faculdade de

Medicina da Universidade Federal do Ceará –

Campus de Sobral, como requisito parcial para

obtenção do Título de Mestre em Biotecnologia .

Área de Concentração: Macromoléculas.

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Maranguape Silva

da Cunha

Co-orientadora: Profa. Dra. Lissiana Magna

Vasconcelos Aguiar

SOBRAL

2018

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RAFAEL CARNEIRO BASTOS

PROSPECÇÃO BIOTECNOLÓGICA DE UM NOVO DITERPENO ISOLADO DE

FOLHAS DE Croton argyrophylloides SOBRE RATOS HEMIPARKINSONIANOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Biotecnologia, da Faculdade de Medicina da Universidade

Federal do Ceará – Campus de Sobral, como requisito parcial

para obtenção do Título de Mestre em Biotecnologia.

Área de Concentração: Macromoléculas.

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Maranguape Silva da Cunha

Aprovada em: __/__/2018

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________

Prof. Dr. Rodrigo Maranguape Silva da Cunha (Orientador)

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA

Prof. Dr. Lissiana Magna Vasconcelos Aguiar (Co-orientadora)

Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral/UFC

Prof. Dr. Tiago Sousa de Melo (Examinador)

Centro Universitário Instituto Superior de Teologia Aplicada (UNINTA)

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“A encarnação é o sono da alma, as peripécias da vida

são os seus sonhos.”

BALZAC

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AGRADECIMENTOS

.

A Deus pelo milagre da vida e da evolução, pelas possibilidades, pelo o

maravilhamento da existência, pelos erros, aprendizados e acertos, pela força e luz que

me guia nas batalhas diárias desta encarnação, pelo cosmos e todo o seu esplendor.

À minha avó Maria da Conceição Loiola Carneiro por todos os ensinamentos, amor e

apoio incondicional desde os meus primeiros dias de vida até o presente. Sem você boa

parte dos meus progressos não teriam sido possíveis. Gratidão por tudo !

Aos meus pais Eduardo Mol Marques Lima e Karla Maria Loiola Carneiro pelos

ensinamentos tão valiosos, pelo apoio e influência aos estudos desde criança. Ao meu

irmão Hariel Mol Carneiro Lima pelas palavras de conforto, apoio e pelos felizes

momentos de descontração. Pelo o amor que sempre manteve e mantém esta família

unida.

Ao meu orientador, Prof Dr. Rodrigo Maranguape Silva da Cunha, pelos ensinamentos

durante a graduação e pela oportunidade de ingressar no Laboratório de Biologia

Molecular há 6 anos, pelo apoio científico desde a inciação científica até o presente. Sou

grato também pela oportunidade de ter atuado neste projeto de pesquisa, que favoreceu

enormemente ao meu desenvolvimento científico, profissional e pessoal, foi um grande

amadurecimento! Gratidão pelos ensinamentos que levarei por toda a vida. Que Deus

abençõe você e sua família, cobrindo-lhe de toda saúde para que possa nos contagiar

com sua inteligência e humanidade por muitas primaveras.

À profa. Dra. Lissiana Magna Vasconcelos, do Laboratório de Neurociências da

Faculdade de Medicina – UFC. Obrigado pelo acolhimento caloroso no laboratório

durante a execução dos experimentos, e também pelos esclarecimentos prestados

durante a realização das metas presentes nesta pesquisa. Muita gratidão pelos

ensinamentos transmitidos durante o curso de Pós-Graduação em Biotecnologia,

trabalhar sob sua co-orientação foi muito engrandecedor!

Ao prof. Dr. Hélcio Silva dos Santos pela disponibilidade de ir conosco até local de

coleta do espécime vegetal e por nos ceder o referido composto estudado nesta pesquisa.

Agradeço também a sua equipe pelos procedimentos de extração e purificação do

bioativo.

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Ao Centro Nordestino de Aplicação e Uso da Ressonância Magnética Nuclear

(CENAUREMN) pela disponibilidade da infraestrutura e equipamentos utilizados na

determinação da estrutura química da substância estudada.

À profa Dra. Betânea Andrade, por ceder os reagentes utilizados no teste de atividade

antioxidante, pelos esclarecimentos prestados durante a execução do experimento e,

claro, por todos os ensinamentos transmitidos durante a graduação nas saudosas aulas

do curso de biologia da UVA.

Ao prof. Dr. Igor Iuco Castro da Silva, coordenador do curso de Pós-Graduação em

Biotecnologia, pelos esforços na concessão da bolsa de estudos em tempos tão críticos

para a pesquisa deste país, por todas as dúvidas e esclarecimentos prestados, pelos

ensinamentos durante as disciplinas do curso de Pós-Graduação e por tudo que tem

realizado em prol da melhoria e desenvolvimento da pesquisa do Núcleo de

Biotecnologia de Sobral (NUBIS). Muito obrigado!

Aos meus mentores científicos Ricardo Basto Souza e Annyta Fernandes Frota, que me

instruíram e apoiaram desde a iniciação científica no ingresso e execução das tarefas

refente a esta linha de pesquisa, a qual desensvolvi bastante afinidade, e que ainda o

fazem mesmo de longe. Tabalhar com vocês foi uma grande honra, além de um imenso

aprendizado. Gratidão!

Ao meu colega Thomas Dominik pela paciência e ensino da técnica das exaustivas

cirurgias esteriotáxicas. O meu muito obrigado!

À Marcela Paiva, pela dedicação e paciência no auxílio da execução dos experimentos

comportamentais e demais análises, você foi essencial para a conclusão deste trabalho.

Obrigado por ter tornado a jornada deste grande desafio mais leve e divertida. Obrigado

pelas palavras de apoio, pelos risos e momentos de descontração. Você não tem ideia do

bem que me fez! Desejo a você toda felicidade dessse mundo.

Aos meus amigos da vida e colegas de Laboratório: Carlos Franciney, Pedro Paulo,

Erivan Ferreira Alves, Marcela Paiva, Nayanne, Nívea Maria, Dauanna, Deysen, Bruno,

Jedson, Daniel de Brito, João Garcia, e toda a equipe velha guarda do NUBIS. Muito

obrigado pela grande ajuda prestada e por todos os ensinamentos compartilhados!

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A minha amiga Vitória Inna Mary Muniz por todo o carinho e experiências vividas no

tempo em que convivemos, por tudo que aprendemos juntos e pelo o amor da nossa

amizade. Sou grato pela sua existência!

Ao Francisco Gomes técnico do laboratório de Neurociências por dúvidas esclarecidas e

sempre por está disposto em ajudar. Grato!

À Gadi e as meninas da cantina, Riviane e Thyara, pelas comidas saborosas que

saciaram nossa fome nos intervalos de trabalho, pelos bons momentos de risos e

descontração no momento do lanche. Agradeço especialmente a Gadi pela paciência e

confiança por criar uma conta, ajudando-nos com as nossas economias. Gratidão!

Às meninas do comitê de ética Alana Godinho e Jordânia Marques pela solicitude e

dedicação em manter a organização e os parâmetros do Biotério Setorial deste campus.

Agradecido também pelo trabalho prestado na entrega dos animais.

Aos vigilantes Sr. Antônio, Sr. Almino e os demais pela entrega das chaves e por

manter a segurança e ordem no ambiente desta universidade.

A toda a equipe de servidores, técnicos, secretaria e professores por manter a excelência

e o funcionamento do sistema desta instituição.

Aos pobres animais que tiveram suas vidas sacrificadas, em prol da pesquisa e do

desenvolvimento científico. Respeito máximo!

A todos que contribuíram de alguma forma para a execução e finalização deste trabalho.

A Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico –

FUNCAP, pela bolsa concedida.

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“...Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão

O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver

E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza

E arriscar tudo de novo com paixão

Andar caminho errado pela simples alegria de ser...”

CORAÇÃO SELVAGEM – BELCHIOR

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RESUMO

A doença de Parkinson é uma enfermidade crônica degenerativa de etiologia

desconhecida, causada pela perda progressiva de neurônios dopaminérgicos, alterações

neuroquímicas e neurocomportamentais que se refletem na desregulação do controle

motor, causando incapacidade severa em longo prazo. Croton argyrophylloides é um

pequeno arbusto do nordeste brasileiro amplamente utilizado pela medicina popular

tradicional para o tratamento de diversas enfermidades. Diversos estudos apontam que o

estresse oxidativo e eventos pró-inflamatórios estão relacionados com o processo

apoptótico que acomete a perda de neurônios dopaminérgicos na DP. Nesse contexto o

presente estudo analisou o efeito antioxidante e neuroprotetor de um novo diterpeno

(MP-1) isolado das folhas de C. argyrophylloides, sobre o teste de inibição de DPPH e

em ratos submetidos ao modelo de doença de Parkinson induzido por 6-OHDA,

respectivamente. Para avaliação da atividade redutora, foi realizado o teste de captura

do radical DPPH, no qual foram testadas 6 concentrações (10-2000 µg/mL) diferentes

de MP-1 dissolvido em DMSO1%. Ácido ascórbico foi utilizado como controle

positivo. Para avaliação do potencial neuroprotetor do MP-1, foram utilizados ratos

machos Wistar (250-300g), os quais foram submetidos ao modelo de doença de DP

através da injeção intraestriatal de 6-OHDA (21 µg/animal) e, após 10 minutos, tratados

com referido bioativo (MP-1) por via intracraniana apenas uma vez. No 14° dia de

tratamento os animais foram submetidos aos ensaios comportamentais específicos

(Campo Aberto, Rotarod e Teste Rotacional induzido por apomorfina) e, após eutanásia

e dissecação das áreas cerebrais (corpo estriado ipsi e contralateral, Hipocampo e

Córtex Pré-Frontal), foram realizadas as análises neuroquímicas (determinação dos

níveis de nitrito/nitrato, MDA e GSH). Os resultados demonstram que o diterpeno MP-1

apresentou efeito redutor sendo capaz de neutralizar mais de 50% dos radicais DPPH,

apresentando eficiência antiradicalar muito alta e um curto tempo de reação. Além

disso, pode-se observar um efeito neuroprotetor in vivo na recuperação dos danos

motores, com aumento da atividade exploratória espontânea e ganho de massa corpórea

pelos animais. O composto também foi capaz de prevenir as alterações neuroquímicas

induzidas pela neurotoxina reduzindo os níveis de nitrito/nitrato e MDA. Contudo o

MP-1 não foi capaz de induzir a resposta citoprotetora via GSH. Estes achados

demonstram um efeito antioxidante e neuroprotetor de MP-1, que possivelmente atua na

captura de radicais livres, atenuando injúrias neurotóxicas causadas por moléculas

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reativas, com importantes implicações para estudos futuros e sua aplicação para

desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para a DP.

Palavras-Chave: Neuroproteção, 6-hidroxidopamina, Diterpeno, Efeito antioxidante.

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ABSTRACT

Parkinson's disease is a chronic degenerative disease of unknown etiology, caused by

progressive loss of dopaminergic neurons, neurochemical and neurobehavioral

abnormalities that are reflected in motor control dysregulation, causing severe long-term

disability. Croton argyrophylloides is a small northeastern Brazilian shrub widely used

by traditional folk medicine for the treatment of various diseases. Several studies

indicate that oxidative stress and pro-inflammatory events are related to the apoptotic

process that affects the loss of dopaminergic neurons in PD. In this context, the present

study analyzed the antioxidant and neuroprotective effect of a new diterpene (MP-1)

isolated from the leaves of C. argyrophylloides, on the DPPH inhibition test and in rats

submitted to the 6-OHDA-induced Parkinson's disease model, respectively. For the

evaluation of the reducing activity, the DPPH radical capture test was performed, in

which 6 different concentrations (10-2000 μg / mL) of MP-1 dissolved in DMSO1%

were tested. Ascorbic acid was used as a positive control. Male Wistar rats (250-300g)

were used to evaluate the MP-1 neuroprotective potential, which were submitted to the

PD disease model by intra-atrial injection of 6-OHDA (21 μg / animal) and after 10

minutes, treated with said bioactive (MP-1) by intracranial route only once. On the 14th

day of treatment the animals were submitted to specific behavioral tests (Open Field,

Rotarod and Rotational Test induced by apomorphine) and, after euthanasia and

dissection of the cerebral areas (ipsi and contralateral striatum, Hippocampus and Pre

Frontal Cortex), (determination of nitrite / nitrate levels, MDA and GSH) were

performed. The results showed that diterpene MP-1 showed a reducing effect, being

able to neutralize more than 50% of the DPPH radicals, presenting very high

antiradicalar efficiency and a short reaction time. In addition, a neuroprotective effect

can be observed in vivo in motor damage recovery, with increased spontaneous

exploratory activity and gain of body mass by the animals. The compound was also able

to prevent neurotoxin-induced neurochemical changes by reducing levels of nitrite /

nitrate and MDA. However MP-1 was not able to induce the cytoprotective response via

GSH. These findings demonstrate an antioxidant and neuroprotective effect of MP-1,

which possibly acts on the capture of free radicals, attenuating neurotoxic injuries

caused by reactive molecules, with important implications for future studies and their

application for the development of new therapeutic strategies for PD.

Key words: 6-hydroxydopamine, Diterpene, Antioxidant effect, Neuroprotection.

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS.

L Microlitros

M Micromolar

6-OHDA 6-hidroxidopamina

A/ABS Aborbância

ATP Adenosina trifosfato

AP Antero-posterior

CAT Catalase

DP Doença de Parkinson

DAT Transportador de Dopamina

DA Dopamina

DMSO Dimetilsulfóxido

DPPH 2,2-difenil-1picril-hidrazila

DTNB Ácido 2-nitrobenzóico

EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético

EROS Espécies reatiavas de oxigênio

Gaba Ácido gama-butírico

G Gramas

GPe Globo Pálido Externo

GPi Globo Pálido Interno

GPx Glutationa Peroxidase

GSH Glutationa reduzida

HO Homeoxigenase

iNOS/NOS2 Óxido nítrico sintase induzida

Ipsi Ipsilateral

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Kg Quilogramas

L-DOPA L-3-4 diihidroxifenilanina

L Médio-lateral

MDA Malonildialdeído

Mg Miligramas

Min Minutos

MSNs Neurônios Espinhosos Médio

mM Milimolar

N Quantidade de animais por grupo

NaNO2 Nitrito de Sódio

NaOH Hidróxido de Sódio

NEED N-naftil-etilenodiamina

NAT Transportador de noradrenalina

NST Núcleo Subtalâmico

NF-KB Fator Nuclear Kappa B

Nm Nanômetros

ºC Graus Célsius

Rpm Rotações por minuto

SNpc Substância Negra Pars Compacta

S Segundos

SNCA α - Sinucleína

SNpr Substância Negra Pars Reticulata

SNC Sistema Nervoso Central

SOD Superóxido Desmutase

TBARS Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

UFC Universidade Federal do Ceará

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VTA Área Tegumentar Ventral

V Vertical

i.c Via intracraniana

Vol Volume

Δ Variação

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação esquemática da neuropatologia da Doença de Parkinson

(DP)........................................................................................................................... 25

Figura 2 - Geração de EROS e mecanismos antioxidantes..................................... 29

Figura 3 - Espécies reativas de oxigênio................................................................. 29

Figura 4 - Mecanismos envolvidos no processo neuroinflamatório na DP............ 32

Figura 5 - Mecanismo de ação da 6-OHDA.......................................................... 38

Figura 6 - Produção de terpenos a partir da condensação de unidades de isoprenos.. 41

Figura 7 - Estrutura química do diterpeno (MP-1) isolado e aplicado na presente

pesquisa..................................................................................................................... 41

Figura 8 - Classificação diagramática de ações de moléculas diterpenólicas...... 42

Figura 9 - Esquema representativo da reação no ensaio de inibição de DPPH... 46

Figura 10 - Gráfico de dispersão da equação da reta (y= ax+b) para a obtenção da

EC50.......................................................................................................................... 47

Figura 11 - Procedimento esteriotáxico de indução de hemiparkinsonismo através

de injeção unilateral intraestriatal de 6-hidroxidopamina (6-OHDA)...................... 51

Figura 12 - Equipamento utilizado no teste de campo aberto (Open Field Test).... 53

Figura 13 - Equipamento utilizado para o teste do rota-rod................................... 54

Figura 14 - Representação da reação de Griess...................................................... 56

Figura 15 - Reação do ácido tiobarbitúrico com os produtos de decomposição dos

hidroperóxidos........................................................................................................... 57

Figura 16 - Reação entre glutationa reduzida e DNTB (reagente de Ellman) para a

determinação de hidroperóxidos empregando a enzima glutationa peroxidase....... 58

Figura 17 - Atividade antioxidante – Ensaio de DPPH......................................... 60

Figura 18 - Análise da atividade exploratória espontânea através do teste de Campo

Aberto...................................................................................................................... 62

Figura 19 - Avaliação do comportamento motor através do teste de Rota-rod.... 64

Figura 20 - Análise temporal do teste rotacional induzido por apomorfina.......... 66

Figura 21 - Análise do número de rotações contralaterais totais......................... 67

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Figura 22 - Variação ponderal da massa corpórea (Δ g)................................... 69

Figura 23 - Níveis de nitrito/nitrato em áreas cerebrais.................................... 71

Figura 24 - Análise dos níveis de Peroxidação Lipídica (TBARS) nas áreas

cerebrais.............................................................................................................. 73

Figura 25 - Níveis de glutationa reduzida (GSH) nas áreas cerebrais.............. 75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Modelos experimentais de DP e toxinas utilizadas......................................35

Tabela 2 - Classificação do Comportamento Cinético Antioxidante.............................48

Tabela 3 - Classificação da Eficiência Antiradicalar (EA)........................................... 49

Tabela 4 - Protocolo de tratamento experimental...........................................................52

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 20

1.1 Doença de Parkinson .............................................................................................. 22

1.2 Etiologia e fisiopatologia da Doença de Parkinson .............................................. 23

1.3 Epidemiologia da Doença de Parkinson ............................................................... 26

1.4 Estresse oxidativo e Doença de Parkinson .......................................................... 27

1.5 Processo Neuroinflatório e Doença de Parkinson ............................................... 32

1.6 Tratamento Farmacológico da Doença de Parkinson ........................................ 34

1.7 Modelos animais de Doença de Parkinson ........................................................... 36

1.7.1 Modelo da Doença de Parkinson induzido por 6-OHDA ...................................... 38

1.8. Potencial biotecnológico dos Diterpenos.............................................................. 39

2. OBJETIVOS ............................................................................................................. 43

2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 43

2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 43

3. METODOLOGIA ..................................................................................................... 44

3.1 Coleta e identificação do material vegetal ............................................................ 44

3.2 Isolamento e purificação do Diterpeno ................................................................. 44

3.2.1 Determinação da estrutura química ....................................................................... 45

3.3 Ensaio de inibição de DPPH .................................................................................. 45

3.3.1 Determinação do percentual da atividade antioxidante ......................................... 46

3.3.2 Determinação da EC50 .......................................................................................... 47

3.3.3 Determinação da TEC50 ....................................................................................... 47

3.3.4 Determinação da eficiência antiradicalar (AE) ..................................................... 48

3.4 Animais .................................................................................................................... 49

3.5 Indução experimental do modelo de hemiparkinsonismo através da injeção

intraestriatal de 6-OHDA. ........................................................................................... 50

3.6 Protocolo de tratamento experimental ................................................................ 51

3.7 Análises comportamentais ..................................................................................... 52

3.7.1 Teste do Campo aberto (Open Field Test)............................................................. 52

3.7.2 Teste do Rota-rod .................................................................................................. 53

3.7.3 Teste Rotacional induzido por apomorfina ........................................................... 54

3.8 Análise da variação ponderal de massa corpórea ............................................... 55

3.9 Análises neuroquímicas .......................................................................................... 55

3.9.1 Determinação da Concentração de Nitrito/Nitrato ................................................ 55

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3.9.2 Determinação da Peroxidação Lipídica ................................................................. 56

3.9.3 Determinação da Concentração de Glutationa Reduzida (GSH)........................... 57

3.10 Análises estatísticas .............................................................................................. 58

4. RESULTADOS ......................................................................................................... 59

4.1 Análise da Atividade Antioxidante in vitro .......................................................... 59

4.1.1 Teste de inibição de DPPH .................................................................................... 59

4.2 Análises Comportamentais .................................................................................... 61

4.2.1 Teste do Campo Aberto (Open field Test) ............................................................ 61

4.2.2 Teste de Rota-rod................................................................................................... 63

4.2.3 Teste Rotacional induzido por apomorfina ........................................................... 65

4.3 Análise ponderal da massa corpórea .................................................................... 68

4.4 Análises Neuroquímicas ......................................................................................... 70

4.4.1 Derterminação da concentração de Nitrito (NO2) / Nitrato (NO3) em áreas

cerebrais .......................................................................................................................... 70

4.4.2 Determinação dos níveis de peroxidação lipídica (TBARS) nas áreas cerebrais .. 72

4.4.3 Determinação dos níveis de glutationa reduzida (GSH) nas áreas cerebrais ........ 74

5. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 76

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 82

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................83

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1. INTRODUÇÃO

Croton argyrophylloides Muell. Arg é um pequeno arbusto amplamente

difundido em regiões semiáridas no nordeste do Brasil (SALATINO et al., 2007;

SANTOS et al., 2009; CORDEIRO et al., 2014; SOUZA et al., 2017). O gênero desta

espécie pertence à família Euphorbiaceae, sendo bastante explorado pela medicina

popular para o tratamento de enfermidades diversas, tais como câncer, constipação,

diabetes, feridas externas, febre, hipercolesterolemia, hipertensão, inflamação, vermes

intestinais, malária, dor, úlceras e perda de peso (DE MORAIS et al., 2006; SANTOS

et al., 2009; ALVES et al., 2012; SANTOS et al., 2014;.FIRMINO et al., 2016).

Estudos anteriores com metabólitos secundários isolados da casca de C.

argyrophylloides, tais como os diterpenos kaurano, clerodanos (XU et al., 2011; WANG

et al., 2012; GONZALEZ-BURGOS et al., 2013), bem como outras subclasses de

moléculas terpenólicas das demais espécies deste gênero, demostraram ampla

aplicabilidade em estudos in vitro e em modelos in vivo de distúrbios motores e

neurocomportamentais, fornecendo novas perspectivas e subsídios para a pesquisa pré-

clínica em busca de novos bioativos com propriedades biotecnológicas e farmacológicas

de interesse (DEVAPPA; MAKKAR; BECKER, 2010; HU et al., 2012; SINGH et al.,

2013; WU, CHI-REI et al., 2015; ISLAM et al., 2016).

A doença de Parkinson (DP) é uma afecção neurodegenerativa crônica que afeta

o sistema nervoso central (SNC). A DP é causada pela perda progressiva de neurônios

dopaminérgicos seguida da escassez de dopamina no estriado e associada à acumulação

de agregados proteicos de α-sinucleína e ubiquitina (corpos de Lewy) nos neurônios da

medula, tronco e córtex cerebral (WIRDEFELDT et al., 2011; WERNECK, 2010;

HWANG, 2013; SARRAFCHI et al., 2016). Estas partes do SNC executam tarefas

importantes, tais como execução e coordenação dos movimentos, consequentemente, o

déficit de dopamina na via nigroestriatal acarreta distúrbios motores que se manifestam

em sinais clínicos como bradicinesia, tremores em repouso, rigidez, instabilidade

postural e marcha lenta (acinesia) (SILVERTHORN, 2010; RIZEK; KUMAR; JOG,

2016; LINS et al., 2017).

Esta enfermidade também provoca alterações em outros sistemas neuroquímicos,

tais como o serotonérgico, noradrenérgico e colinérgico, vindo a causar sintomas

psiquiátricos como alucinações, depressão e ansiedade (DEXTER; JENNER, 2013;

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PARKER et al., 2013). Devido à etiologia ainda desconhecida, o mal de Parkinson é

classificado como uma doença idiopática que envolve fatores ambientais e genéticos

(AGUIAR, 2009; PRINGSHEIM et al., 2014; SOUZA, 2017).

O tratamento da DP está limitado a reposição de dopamina (DA), através do uso

da L-3,4-diidroxifenilanina (L-DOPA), considerado a melhor escolha de tratamento

para a redução dos sintomas (DEXTER; JENNER, 2013; OLANOW, 2015). Entretanto,

nenhum dos tratamentos disponíveis é capaz de prevenir a neurodegeneração que

progride lentamente, ou de restaurar o dano neuronal característico desta patologia

(LINS et al., 2017). Contudo, a eficácia da terapia com L-DOPA reduz ao longo do

tempo, havendo ocorrência de efeitos colaterais como discinesias e flutuações motoras

(AZEVEDO et al., 2009; HAMETNER et al., 2010; BARBOSA et al., 2014).

O envelhecimento é caracterizado como o fator de risco mais proeminente para

esta doença, tendo em vista que a incidência e prevalência da DP aumentam com a

idade (CHAIMOWICZ, 2013; GOPALAKRISHNA; ALEXANDER, 2015). Nos

últimos anos, o aumento da prevalência da DP tem gerado altos custos econômicos para

os sistemas de saúde e para as famílias dos pacientes, pois os sintomas costumam

acarretar incapacidade severa com a evolução da doença (LAU; BRETELER, 2006;

PRINGSHEIM et al., 2014; REEVE; SIMCOX; TURNBULL, 2014).

Os tecidos neuronais são mais suscetíveis ao dano oxidativo, pois são ricos em

ácidos graxos poli-insaturados e apresentam elevado teor de utilização de oxigênio,

além disso, estudos recentes sugerem que o estresse oxidativo está envolvido na morte

celular neuronal dopaminérgica na DP (HAM; KHURANA; GAJBHIYE, 2013; WU,

CHI-REI et al., 2015). Nesse contexto, os diterpenos apresentam-se como moléculas

promissoras, visto que alguns bioativos desta classe apresentam atividades antioxidantes

e anti-inflamatórias já descritas, e alguns têm demonstrado efeito neuroprotetor em

modelos animais de DP induzidos por neurotoxinas (LEUNG et al., 2007; MA et al.,

2009; XU et al., 2010; SONG et al.,2012; PÉREZ-HERNÁNDEZ et al., 2016).

Desta forma, é de grande interesse para a pesquisa pré-clínica a realização de

estudos de triagem através da aplicação de bioativos em testes in vitro e modelos de

distúrbios locomotores in vivo, na busca por novos compostos que exerçam efeitos de

neuroproteção e que atuem de modo preventivo impedindo o dano neuronal.

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1.1 Doença de Parkinson

A doença de Parkinson foi descrita em 1817 pelo médico inglês James

Parkinson, que a descreveu com um distúrbio neurológico que afeta as funções motoras,

denominando-a de Paralisia Agitante em sua obra intitulada Essay on the Shaking Palsy

(GOETZ et al., 2011). Alguns anos mais tarde esta enfermidade recebeu a designação

pelo médico francês Jean-Martin Charcot de doença de Parkinson, que descreveu mais

precisamente os principais sintomas desta patologia (FIRMINO et al., 2016; LINS et al.,

2017). Tais estudos contribuíram para diferenciar a DP de outras doenças neurológicas

que afetam os movimentos e provocam tremores, tal como a esclerose múltipla

(GOETZ, 2011; OVALLATH; DEEPA, 2013; DONALDSON, 2015).

A DP é caracterizada como uma doença crônica, neurodegenerativa, provocada

pela perda progressiva de neurônios dopaminérgicos da substância negra pars compacta

(SNpc), com ocorrência de perturbações motoras (LANE; DUNNETT, 2008;

FAGOTTI, 2016). É considerada a segunda doença neurodegenerativa mais comum,

vindo a afetar homens e mulheres, com incidência ligeiramente maior em pessoas do

sexo masculino (FERREIRA et al., 2010; LITIM; MORISSET; DI PAOLO, 2016;

TSYNES; STORSTEIN, 2017).

Dados epidemiológicos consideram a DP como a segunda doença

neurodegenerativa de maior ocorrência após o Alzheimer, afetando 1% das pessoas com

mais de 60 anos de idade (LAU; BRETELER, 2006; PRINGSHEIM et al., 2014;

REEVE; SIMCOX; TURNBULL, 2014). Aproximadamente 10 milhões de pessoas são

acometidas em todo o mundo e devido ao aumento da prevalência de doenças crônicas

neurodegenerativas em idosos, o mal de Parkinson pode estar associado ao processo de

envelhecimento populacional, visto que sua incidência aumenta drasticamente com a

idade (CHAIMOWICZ, 2013; PRINGSHEIM; SANTOS, 2015; MENOTTI;

ZANUSSO JÚNIOR, 2016).

Por ser crônica e neurodegenerativa, pode gerar comprometimentos físico,

mental, social e econômico, e ainda, afetar o humor, a cognição, o psicológico, a fala e a

comunicação, interferindo na qualidade de vida dos indivíduos acometidos e de seus

familiares (GOLDSTEIN; YOUNG, 2013). Em alguns casos o Parkinson é hereditário,

podendo afetar também pessoas jovens, portadoras de mutações genéticas (GILKERS et

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al., 2005; LESS et al., 2009; WERNECK, 2010; DE OLIVEIRA VILHENA, 2014;

TEIXEIRA et al., 2016).

Caracterizada por ser uma enfermidade causadora de debilidade e incapacidade

em longo prazo, a DP é considerada uma doença de alto custo, visto que gera gastos

diretos com medicamentos, serviços de saúde e exames diagnósticos, além de prejuízos

indiretos como a redução da produtividade (BRIEN et al., 2009; FILIPPIN et al., 2014;

TAKAHASHI et al., 2016). O tratamento está restrito ao alívio sintomático e a média de

vida dos pacientes idosos diagnosticados é de 15 anos após a confirmação da doença

(SANTOS et al., 2014).

1.2 Etiologia e fisiopatologia da Doença de Parkinson

As causas para a degeneração neuronal na DP ainda são desconhecidas,

entretanto, diversos estudos apontam alguns processos endógenos tais como disfunção

mitocôndrial, estresse oxidativo e neuroinflamação, que podem desencadear o

metabolismo apoptótico (SCHAPIRA; JENNER, 2011; DEXTER; JENNER, 2013;

RIZEK; KUMAR; JOG, 2016). Além disso, fatores ambientais, genéticos e exposição a

toxinas também são responsáveis por alguns casos de DP, porém o parkinsonismo

causado por estes fatores correspondam a menos de 10% de todos os casos da doença,

sendo a maioria de etiologia desconhecida (GOPALAKRISHNA; ALEXANDER,

2015).

Alguns casos de pacientes com DP apresentando início da doença prococemente,

até mesmo antes dos 21 anos, já foram mencionados e, nestes indivíduos, o Parkinson

pode ser hereditário, ocasionado pela presença de múltiplas mutações genéticas,

incluindo alterações nos genes SNCA (α-sinucleína), PARK 2, PARK 7 (parkina) e

LRRK2 (Quinase 2 repetida rica em leucina) (AGUIAR; SEVERINO; WERNERCK,

2010; GONÇALVES, 2013). Estas mutações podem ser responsáveis pelo acúmulo de

filamentos intra-citoplasmáticos denominados corpos de Lewy, constituídos

principalmente por α-sinucleína e ubitquitina (Figura 1), nos neurônios remanescentes.

Contudo, estudos imunohistoquímicos tem demonstrado a presença de 90 tipos ou mais

de moléculas proteicas compondo estas inclusões (PERFEITO; REGO, 2012;

WAKABAYASHI et al., 2013; MILLER; O’CALLAGHAN, 2015).

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Outra característica histopatológica proeminente na DP é a degeneração de

neurônios pigmentados dopaminérgicos, da substância negra pars compacta (SNpc),

presente no estriado (núcleo caudado e putâmen) (MORAIS et al., 2015; CUNHA et al.,

2017). As projeções do corpo estriado abrangem o córtex cerebral e o tálamo, sendo

responsáveis pela seleção de ações, permitindo a execução dos movimentos

(SILVERTHORN, 2010; SOUZA, 2017).

Boa parte dos neurônios estriatais são neurônios espinhosos médios (MSNs),

produtores de ácido gama-butírico (GABA), podendo ser classificados em dois

subtipos: estriado-nigrais que emitem suas projeções axonais para a Substância Negra

parte reticulata (SNpr) e Globo Pálido interno (GPi) através da via direta (estriatonigral)

ou estriado-palidais com projeções para o Globo Pálido externo (GPe) através da via

indireta (via estriado-palidal) (KREITZER, 2009; LINS et al., 2017). Com a

degeneração de neurônios dopaminérgicos a dopamina se torna escassa e,

consequentemente, a disfunção estriatal causa um desequilíbrio nas vias excitatórias e

inibitórias, levando ao aparecimento dos distúrbios motores relacionados à doença

(CALABRESI et al., 2014).

Os MSNs que executam a via direta são gabaérgicos e produzem ácido gama-

butírico, inibindo os neurônios gabaérgicos da SNpr e globo pálido interno, estes ficam

impedidos de inibir os neurônios glutamatérgicos (excitatório) do tálamo (AGUIAR,

2009; KREITZER, 2009; DOS SANTOS STEIDL; ZIEGLER; 2016). Desta forma, o

tálamo é capaz de excitar o córtex cerebral através de suas projeções glutamatérgicas,

executando o movimento. De modo contrário, quando a via indireta é ativada, ocorre

uma inibição dos movimentos devido a ativação dos MSNs que inibem os neurônios

gabaérgicos do GPe, os quais deixam de inibir os neurônios glutamatérgicos do núcleo

subtalâmico (NST). Uma vez ativados, os neurônios do NST excitam os neurônios

gabaérgicos da SNpr e do GPi que causam a inibição dos neurônios glutamatérgicos do

tálamo reduzindo a transmissão tálamo-cortical (CALABRESI et al., 2014; LINS et al.,

2017).

Na DP, os neurônios dopaminérgicos que se projetam para o estriado fenecem,

provocando alterações nas vias direta e indireta (Figura 1) (OLANOW; SCHAPIRA et

al., 2015). Além disso, a depleção de dopamina no estriado leva a uma hiperativação da

via indireta e reduz as atividades da via direta, promovendo a hiperestimulação do NST

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e Gpi/SNpr e uma inibição da via tálamo-cortical, resultando em uma redução da

atividade locomotora e movimentos (CALABRESI et al., 2014). A degeneração

neuronal na DP atinge também outras áreas cerebrais, tais como área tegumentar ventral

(VTA- ventral tegumentar area), locus coeruleus e núcleos da rafe, vindo a afetar

outros sistemas de transmissão, resultando nos sintomas não motores da doença, tais

como distúrbios do sono, ansiedade e depressão (BRAAK et al., 2004; DEXTER;

JENNER, 2013; OBESO et al., 2010).

Figura 1. Representação esquemática da neuropatologia da Doença de Parkinson (DP).

Via nigroestriatal em condição normal (A) e na DP (B). Em (C), marcação

imunohistoquímica demonstrando corpos de Lewy, contendo alfa sinucleina e

ubiquitina em neurônios dopaminérgicos da SNpc.

Fonte: Adaptado por Lins (2017) de Dauer e Przedborski (2003).

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1.3 Epidemiologia da Doença de Parkinson

Estima-se que na América do Sul, a prevalência da DP é de aproximadamente

600 casos por 100.000 pessoas em indivíduos com idade entre 60 e 69 anos

(PRINGSHEIM et al., 2014). A média da incidência mundial é de 15-20 casos por 100

mil habitantes por ano, com aproximadamente 1% da população acima de 65 anos

apresentando manifestações clínicas evidentes (DE, 2012; DESPRENG; POWER,

2013). O acometimento da DP não distingue raça e classe social, entretanto alguns

dados na literatura discorrem sobre uma prevalência maior em pessoas europeias e

norte-americanas (100-300/100.000 habitantes), e menores taxas em africanos e

asiáticos (10-30/100.000 habitantes), sugerindo uma predisposição maior em raças

caucasianas (DA SILVA CORREIA et al., 2013; MENOTTI; ZANUSSO JÚNIOR,

2016).

No Brasil, a prevalência em pessoas com idade entre 60 e 69 anos é de

700/100.000 habitantes, e entre 70 e 79 anos é de 1500/100.000, sendo que 10% dos

portadores possuem menos de 50 anos e 5% têm menos de 40 anos (PEREIRA;

GARRET, 2010). Aproximadamente 15% dos portadores da DP apresentam histórico

familiar da doença, sendo que uma pequena porcentagem tem a doença a três gerações

(SCORZA; HENRIQUES, 2001; MENOTTI; ZANUSSO JÚNIOR, 2016).

De acordo com Valadas e colaboradores (2014), dada a relevância do processo

de envelhecimento na DP e no aumento da expectativa de vida na população mundial, a

incidência desta patologia está aumentando drasticamente. Estima-se que afete 6

milhões de pessoas no mundo (BOVÉ; PERIER, 2012), afetando cerca de 1 a 2% da

população acima de 65 anos de idade (SUBRAMANIAN; CHESSELET, 2013). Além

disso, homens apresentam 1,5 a 2 vezes mais chances de adquirir a doença

(GEORGIEV et al., 2017).

No Brasil, não existem dados oficiais do número de pessoas diagnosticadas com

DP, porém estima-se que aproximadamente 200 mil indivíduos são acometidos pela

doença e 36 mil novos casos surgem por ano no país (SOUZA et al., 2011; PEREIRA;

GARRET; 2010; LINS et al., 2017). Estudos conduzidos por Santos e colaboradores

(2015), inferiram que em 2060 o mal de Parkinson afetará aproximadamente 881.547

brasileiros, com um aumento de 440, 80%.

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1.4 Estresse oxidativo e Doença de Parkinson

A produção de radicais livres é um resultado inevitável da respiração dependente

de oxigênio (aeróbica). Em eucariotos, as mitocôndrias geram energia na forma de ATP

a partir de macromoléculas via ciclo de Krebs e cadeia de transporte de elétrons (CTE)

(TSANG; CHUNG, 2009). Muitos sistemas celulares eucarióticos apresentam

mecanismos endógenos de proteção contra moléculas reativas, os quais podem ser

constituídos por vias enzimáticas e não enzimáticas (GONZÁLEZ-BURGOS; GÓMEZ-

SERRANILLOS, 2012).

O estresse oxidativo é compreendido como a disfunção no sistema endógeno de

defesa do organismo e a produção exacerbada de espécies reativas de oxigênio (ROS) e

espécies reativas de nitrogênio (RNS) (BLESA, 2015; SARRAFCHI et al., 2016). Estes

radicais livres causam danos no material genético, lipídeos, proteínas, organelas e

macromoléculas podendo levar a morte celular por apoptose (BARREIROS; DAVID;

DAVID, 2006; TJALKENS; STREIFEL; MORENO, 2017). Na via enzimática, a ação

de enzimas como a catalase (CAT), superóxido desmutase (SOD), glutationa peroxidase

(GPx) e hemeoxigenase 1 (HO-1) reagem diretamente com os ROS, neutralizando-os.

No segundo caso, a neutralização destes compostos se dá pela reação de moléculas

como a vitamina E, vitamina C, bilirrubina e glutationa (GONZÁLEZ-BURGOS;

GÓMEZ-SERRANILLOS, 2013).

Os neurônios dopaminérgicos são mais suscetíveis ao dano oxidativo, em virtude

da elevada produção de dopamina, que gera EROs como subproduto nas reações de

síntese deste neurotransmissor (BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006; UTTARA et al.,

2009; HWANG, 2013). Além disso, os neurônios dopaminérgicos da substância negra

são ricos em íons ferro (Fe2+

), os quais reagem com o peróxido de hidrogênio através da

reação de Fenton, produzindo radicais hidroxila (HO•) (FOLLMER; NETTO, 2013;

FERNANDES, 2017). O radical HO• é altamente reativo, sendo deletério para o

organismo, apresentando meia-vida curta e dificuldade em ser neutralizado in vivo pelas

enzimas antioxidantes (HWANG, 2013; ARAÚJO; SANTOS 2017). Além disso, outras

espécies de radicais, tais como o radical superóxido (•O2-), radicais peróxido (•O2

-2) e o

peróxido de hidrogênio (H2O2) também são tóxicos para os tecidos neurais (Figura 2)

(ARAÚJO; AQUINO et al., 2017; DOS SANTOS et al., 2018).

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Outro importante contribuinte do estresse oxidativo é o metabolismo do óxido

nítrico (NO) (RIECK, 2016). O NO é uma molécula sinalizadora, responsável pela

transdução de sinais envolvidos nos processos de vasodilatação e neurotransmissão

(SARRIS et al., 2016). Durante a transdução de sinal, o NO ativa a guanilato ciclase

solúvel para gerar monofosfato cíclico de adenosina (GMPc), o qual atua como segundo

mensageiro (NELSON; COX, 2014; FLORA FILHO; ZILBERSTEIN, 2018). O NO é

gerado por três isoformas da óxido nítrico sintase (NOS): NOS induzida (iNOS), NOS

endotelial (eNOS) e NOS neuronal (nNOS) (KAVYA et al., 2006; TSANG; CHUNG,

2009).

Embora o NO seja uma importante molécula de sinalização, este pode reagir

com outras ROS para formar RNS extremamente tóxicos, tais como níveis elevados de

nitrito e nitrato, os quais, quando em excesso, promovem um evento citotóxico,

provocando a morte dos neurônios dopaminérgicos por apoptose (SZABO;

ISCHIROPOULOS; RADI, 2007; FERRER-SUETA; RADI; 2009; MEIRELES; 2014).

O estresse oxidativo decorrente da excessiva produção de ROS (Figura 3) podem

causar um aumento na peroxidação lipídica e modificações químicas em proteínas e

ácidos nucléicos e, com isso, resultar em neurodegeneração (FOLMER; NETTO, 2013).

Uma vez formada, as ROS podem abstrair hidrogênio do DNA formando DNA

radicalar, que leva a uma fragmentação do DNA, depleção de NADH e ATP e, por fim,

apoptose (BISWAS; HUSSAIN et al., 2016). Além disso, o tratamento tradicional de

restituição da dopamina também tem sido sugerido como um dos principais mecanismos

envolvidos na produção de ROS e metabólitos tóxicos nos neurônios dopaminérgicos

(OLANOW; SCHAPIRA, 2015; MENOTTI; ZANUSSO JÙNIOR; 2016).

Nesse contexto, provavelmente a Doença de Parkinson resulta de complexas

interações entre fatores genéticos e ambientais, ocasionando a disfunção mitocondrial, o

estresse oxidativo, a inflamação e a excitotoxicidade (TEIVE; ARRUDA, 2003;

SOUZA et al., 2011). Os fatores ambientais são correlacionados com a vivência na zona

rural, o uso de água de poço e exposição a pesticidas e herbicidas (WERNECK, 2010;

MARTINS, 2013). Sendo assim, agentes antioxidantes representam uma estratégia

terapêutica promissora para a prevenção ou tratamento da neurodegeneração observada

na DP (KOPPULA et al., 2012; PÉREZ-HERNÁNDEZ et al., 2016; SHAHPIRI et al.,

2016).

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Figura 2. Geração de EROS e mecanismos antioxidantes.

Legenda: A superóxido (O2•−

) é gerada a partir de O2 como um subproduto do

complexo da cadeia respiratória nas mitocôndrias ou por NADPH-oxidase. Por

superóxido dismutase (SOD), o O2•−

pode ser transformado em peróxido de hidrogénio

(H2O2), que pode ainda ser transformado para uma série de outros EROs, tais como os

radicais hidroxila (OH•).

Fonte: Adaptado de KIM HÁ et al., 2015.

Figura 3. Espécies reativas de oxigênio

Legenda: O metabolismo aeróbico, por meio da redução do oxigênio na aquisição de

elétrons leva a formação de EROs, dentre os quais se destacam: o ânion superóxido

(O2•−

), radical hidroxila (OH•), íon hidroxila (OH

-) e peróxido de hidrogénio (H2O2). O

ponto vermelho indica um elétron não emparelhado.

Fonte: Pontes, adaptado de KIM HÁ et al., 2015.

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1.5 Processo Neuroinflatório e Doença de Parkinson

A neuroinflamação e a ativação neuroimune demonstram desempenhar um papel

na etiologia de uma variedade de distúrbios neurológicos, tais como acidente vascular

cerebral (AVC), esclerose múltipla, Alzheimer e doença de Parkinson (TANSEY;

GOLBERG, 2010). Os processos neuroinflamatórios envolvem mecanismos complexos

(Figura 4) de respostas bioquímicas de todas as células imunes presentes no SNC,

incluindo micróglia, astrócitos e linfócitos T infiltrados (LE; WU; TANG, 2016).

Estudos recentes com animais transgênicos portadores de mutações ligadas ao

parkinsonismo, bem como neurotoxinas e modelos animais da DP, forneceram

informações valiosas sobre os potenciais mecanismos patogênicos envolvendo a

neuroinflamação (DUKE et al., 2007). Desta forma, muitas evidências sugerem que o

estresse oxidativo derivado da neuroinflamação e toxicidade dependente de citocinas

podem contribuir para a degeneração da via nigroestriatal e acelerar a progressão da

doença em humanos com DP idiopática (MACHADO; DE SOUZA; BRAGA, 2016).

O processo inflamatório é ativado pela produção de um fator transcricional, o

fator nuclear Kappa B (NF-KB), o qual atua na modulação positiva de mediadores pro-

inflatórios, tais como óxido nítrico sintase induzível (iNOS), interleucina 1 beta (IL1B),

ciclo-oxigenase 2 (COX-2) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) (BASSANI;

VITAL; RAUH, 2015). A existência de processos inflamatórios em curso que podem

contribuir a progressão da DP é apoiada por evidência de micróglia ativada, acúmulos

de citocinas, ativação da via do NF-KB e dano oxidativo a proteínas do líquido

cefalorraquidiano em cérebros de indivíduos com DP, sendo observado também em

autópsias de tecidos neurais pos-mortem e modelos experimentais (GAO et al., 2008;

HIRSCH; HUNOT, 2009; RAPPOLD; TIEU; TANSEY; GOLBERG, 2010).

Consistente com o papel do estresse oxidativo derivado da inflamação e da

disfunção mitocondrial, estudos com microarranjos de DNA, envolvendo análises de

cérebros com DP e controle, relevaram um aumento na expressão de genes que

codificam citocinas e subunidades pro-infamatórias da CTE, além da modulação

negativa na expressão de vários genes relacionados à glutationa na região lateral mais

vulnerável do sistema nervoso (FRANK-CANNON; GAO et al., 2008; TANSEY;

GOLBERG, 2010)..

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Os astrócitos atuam sinergicamente com a micróglia e amplificam a resposta

imune, aumentando a produção de fatores neurotóxicos e induzindo a morte de

neurônios dopaminérgicos (SAIJO et al., 2009; TENTILLIER et al., 2016). Resultados

de estudos com modelos animais da DP também têm demonstrado ativação da microglia

e seu envolvimento com a neurodegeneração após a injeção de neurotoxinas, tais como

MPTP e 6-OHDA (JOERS et al., 2016). A injeção intraestriatal de 6-OHDA induz um

aumento significativo dos níveis de N-acetilglucosaminidase (NAG), um marcador de

ativação microglial no SN e estriado de ratos após uma semana da lesão (TORRÃO et

al., 2012; MACHADO-FILHO et al., 2014; SILVA et al., 2016).

Desta forma, o processo infamatório exerce uma função crítica na DP, e

fármacos anti-inflamatórios têm sido considerados para o tratamento de pacientes com

mal de Parkinson (WANG; LIU; ZHOU, 2015; ALCALY, 2016). Nesse contexto, a

busca por bioativos que exerçam efeitos anti-inflamatórios tem sido um alvo promissor

nas pesquisas pré-clínicas, que através da aplicação desses compostos em modelos in

vivo e testes in vitro, avaliam suas atividades terapêuticas, bem como determinam seus

mecanismos de ação, respectivamente (WU et al., 2015; GONZÁLEZ-BURGOS et al.,

2012; ESSA et al., 2014).

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Figura 4. Mecanismos envolvidos no processo neuroinflamatório na DP.

Fonte: Adaptado de Rasool et al., 2016.

1.6 Tratamento Farmacológico da Doença de Parkinson

Atualmente, o tratamento medicamentoso da DP é mediado pela ação de

agonistas dopaminérgicos, que aumentam as atividades dos gânglios da base,

configurando-se o principal meio para o controle dos sintomas do mal de Parkinson

(BASTIDE et al., 2015; MENOTTI; ZANUSSO JÚNIOR, 2016). A levodopa (L-

DOPA) é a droga mais prescrita e eficaz para diminuição dos sintomas da DP,

entretanto, não é capaz de retardar a progressão da doença (SÁ, 2009; DE OILIVEIRA

VILHENA; CARDOSO; STAYTE; VISSEL, 2014). Além disso, o uso continuado

deste medicamento provoca efeitos colaterais como discinesias e flutuações motoras,

afetando 40 a 50% dos pacientes após 5 anos de tratamento crônico e, após 10 anos 70 a

80% dos pacientes apresentam complicações motoras (RIZEK; KUMAR; JOG, 2016;

LINS et al., 2017).

Estresse oxidativo

Excitotoxicidade

Depleção de

Neurotransmissores

Estresse Nitrosativo

Dano na barreira

hematoencefálica

Ubiquitinação

NEUROINFLAMAÇÃO

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A intervenção medicamentosa está direcionada ao aumento dos níveis de

dopamina, de modo a influenciar as manifestações clínicas da doença, não sendo capaz

de abolir todos os sintomas, principalmente os não-motores (VARA; MEDEIROS;

STRIEBEL, 2011). Contudo, dependendo da concentração sérica do medicamento, o

paciente pode ser acometido por um quadro clínico, denominado “on”, no qual

apresenta efeito máximo da droga e um período “off”, onde se observa o mínimo efeito

da droga (FOLLMER; NETTO, 2013; MONTEIRO et al., 2015).

A dopamina é uma catecolamina assim como a noradrenalina e a adrenalina,

também denominadas de amidas biogênicas, substâncias classificadas como pequenas

moléculas neurotransmissoras, cuja síntese ocorre nos terminais pré-sinápticos, a partir

do aminoácido tirosina (PINHEIRO GERSZT et al., 2014). A reação é catalisada pela

tirosina hidroxilase, enzima que converte o aminoácido em Di-hidroxifenilanina

(levodopa - [ácido (S)-2-amino-3-(3,4-di-hidroxifenil propanoico) em um processo que

requer o oxigênio como co-substrato e a tetrahidropteridina como co-fator (DAUBNER;

LE; WANG, 2011).

No tecido cerebral a L-DOPA é convertida através da ação da enzima L-

aminoácido DOPA-descarboxilase em seu metabólito ativo dopamina, que é

armazenada em vesículas pré-sinápticas até sua liberação para os receptores pós-

sinápticos (CANHOS, 2010; BARBOSA, 2012). Quando liberada, a dopamina atua

sobre os receptores dopaminérgicos específicos e a alguns receptores beta-adrenérgicos,

sendo removida da fenda sináptica por recaptação (PINHEIRO GERSZT et al., 2014).

O metabolismo da L-DOPA gera espécies reativas de oxigênio, os quais contribuem

com o estresse oxidativo e a neuroinflamação, causando toxicidade e aceleração do

processo neurodegenerativo (FARIAS; STAYTE; VISSEL, 2014).

Após exercer seus efeitos transmissores através dos receptores D1 e D2, a

dopamina é recaptada para dentro dos terminais nervosos ou células gliais vizinhas por

um transportador dependente de sódio, sendo metabolizada por enzimas como

monoaminaoxidase (MAO) e a catecol O-metiltransferase (COMT) (DEXTER;

JENNER, 2013; FAHN, 2015). A dopamina não é capaz de cruzar a barreira

hematoencefálica (BHE), porém, a L-DOPA, após ser absorvida no intestino delgado

atravessa a BHE facilmente. Contudo, devido à sua alta taxa de metabolização pelos

tecidos periféricos, apenas 1% do fármaco inalterado consegue alcançar a circulação

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cerebral, apresentando baixa biodisponibilidade (DE OLIVEIRA VILHENA;

CARDOSO; PINHEIRO GERSZT et al., 2014).

Desta forma, o tratamento farmacológico para a Doença de Parkinson consiste

no uso de agonistas dopaminérgicos através da restituição de dopamina, por meio da

administração do seu precursor L-DOPA (OLANOW; SCHAPIRA, 2015). Outros

fármacos também são utilizados como coadjuvantes da L-DOPA, tais como os agonistas

dopaminérgicos, inibidores das enzimas monoamina oxidase (MAO) e catecol o-metil

transferase (COMT), agentes anticolinérgicos, antagonistas do receptor A2A de

adenosina e antagonistas glutamatérgicos (DEXTER; JENNER, 2013; STAYTE;

VISSEL, 2014; FAHN, 2015). Entretanto, muito dos inibidores da MAO utilizados na

clínica são irreversíveis, ligando-se covalentemente à enzima causando sua inativação,

resultando em efeitos colaterais importantes, devido à interação com fármacos

sinaptomiméticos e com alimentos contendo tiraminas, o que resulta em reações

hipertensivas severas (FOLLMER; NETTO, 2013).

Nesse contexto, a busca por compostos antioxidantes e anti-inflamatórios que

possam ser utilizados como suplemento ou até mesmo coadjuvantes dos medicamentos

atuais no tratamento da DP se tornam uma boa estratégia para o desenvolvimento de

novas terapias neuroprotetoras (SANTOS, 2014; LINS et al., 2017).

1.7 Modelos animais de Doença de Parkinson

Atualmente, a literatura científica discorre sobre um amplo conhecimento a

respeito dos aspectos fisiopatológicos da DP (PEREIRA, 2007; LEÃO et al., 2015).

Estes conceitos foram desenvolvidos através de modelos experimentais em animais

roedores, tais como ratos e camundongos. Ao longo das últimas décadas vários modelos

animais da DP têm sido desenvolvidos permitindo a investigação de seus mecanismos

fisiopatológicos, além de fornecer ferramentas para o teste de novos compostos

terapêuticos que possam exercer efeito de neuroproteção (DUTY; JENNER, 2011;

STAYTE; VISSEL, 2014).

Os modelos experimentais são classificados em dois grupos: modelos tóxicos,

são aqueles induzidos por neurotoxinas, tais como MPTP (1-metil-4-fenil-1,2,3,6-

tetraidropiridina), 6-hidroxidopamina (6-OHDA), reserpina (RES) e rotenona, os quais

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são capazes de reproduzir algumas alterações na sinalização das vias direta e indireta

dos núcleos da base, resultando em achados clínicos e sintomáticos similares aquelas

observadas em pacientes com DP; e modelos genéticos que utilizam a expressão in vivo

de mutações relacionadas a DP (BLESA et al., 2012; PIFL et al., 2013; JAGMAG et al.,

2016).

Nos modelos induzidos por neurotoxinas (Tabela1), algumas características

presentes na DP idiopática humana estão ausentes, desta forma os modelos atualmente

disponíveis não são capazes de reproduzir todas as características de DP em humanos

(PROU; PRZEDBORSKI, 2005; BLESA; PRZEDBORSKI, 2014). Entretanto, estes

métodos são uma alternativa viável para a obtenção dos conhecimentos relacionados ao

mal de Parkinson, seus aspectos etiológicos, fisiopatológicos e possíveis alvos

terapêuticos, bem como o teste de novos bioativos isolados de fontes vegetais ou

animais com valor farmacológico e biotecnológico (DUTY; JENNER, 2011; JAGMAG

et al., 2016; LEÃO et al., 2015).

Tabela 1. Modelos experimentais de DP e toxinas utilizadas.

MODELO PATOLÓGICO TOXINA

Estresse Oxidativo 6-OHDA e Paraquat

Estresse Nitrativo LPS

Disfunção Mitocondrial Rotenona, MPTP e MPP+

Excitotoxidade Ácido ibotênico, Ácido Quinolínico

Disfunção Proteassomal PSI

Ativação das células da Glia LPS

Legenda: 6-OHDA= 6-hidroxidopamina; LPS= lipopolissacarídeo; MPTP= 1-metil-4-

fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina; MPP=1-metil-4-fenilpirimidina; PSI= inibidor de

proteassoma.

Fonte: Dexter; Jenner, 2013.

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1.7.1 Modelo da Doença de Parkinson induzido por 6-OHDA

A 6-OHDA é uma neurotoxina semelhante às catecolaminas dopamina e

noradrenalina, apresentando-se como um análogo estrutural desses compostos, contendo

um grupo hidroxila adicional. Esta toxina, também conhecida como 2,4,5-

trihidroxifeniletilamina foi descrita pela primeira vez em 1959, sendo atualmente a

neurotoxina mais utilizada no modelo da DP (LIMA et al., 2006; VIEIRA, 2015).

Os efeitos tóxicos desta substância ocorrem sobre os neurônios

catecolaminérgicos, exibindo alta afinidade pelos seus transportadores (dopamine

transporter- DAT e noradrenaline transporter -NAT), afetando o sistema nervoso

central e periférico. A 6-OHDA não atravessa a BHE, sendo administrada diretamente

dentro da SNPc, MFB (feixe prosencefálico medial) ou estriado, através de injeções

intracraniana (PROU; PRZEDBORSKI, 2005; LEHMENSIEK et al., 2006; SIMOLA;

MORELLI; CARTA, 2007).

A injeção de 6-OHDA é geralmente realizada unilateralmente, com o hemisfério

contralateral servindo como controle (hemiparkinsonismo), gerando distúrbios motores

assimétricos afetando apenas um lado do corpo (BATASSINI, 2015). Uma vez dentro

do neurônio, a 6-OHDA acumula-se no citosol sofrendo oxidação e promovendo a

produção de espécies reativas de oxigênio, incluindo o peróxido de hidrogênio, que

causa citotoxicidade e estresse oxidativo com consequente morte neuronal (Figura 5)

(BLUM et al., 2001; CARVALHO et al., 2017).

A aplicação de injeções bilaterais de 6-OHDA são menos viáveis devido à alta

taxa de mortalidade dos animais, que apresentam afagia e adipsias alguns dias após a

cirurgia (BLANDINI; ARMENTERO; MARTIGNONI, 2008; JAGMAG et al., 2016).

O modelo experimental de DP utilizando 6-OHDA também induz a processos

inflamatórios no local da lesão, que são caracterizadas pelo aumento dos níveis de

citocinas pró-infalmatórias, tais como TNF-α, IL-β, aumento na expressão da enzima

COX-2 e fatores apoptóticos como a caspase 3 (HERNANDEZ-BALTAZAR;

MENDOZA-GARRIDO; MARTINEZ-FONG, 2013).

A 6-OHDA atinge também as mitocôndrias bloqueando o complexo I da cadeia

respiratória, interrompendo a transferência de elétrons, causando inibição respiratória e

intensificação do processo oxidativo (BLANDINI; ARMENTERO; MARTIGNONI,

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2008; DEXTER; JENNER, 2013). Contudo, os efeitos tóxicos desta toxina quando

aplicada sobre o estriado, causam alterações em vias importantes, promovendo um

desequilíbrio no sistema dopaminérgico, resultando em alterações motoras e depleção

no conteúdo de dopamina. Portanto, além de fornecer subsídios para o conhecimento

fisiopatológico da DP, este modelo é bastante útil para avaliação de novas abordagens

terapêuticas em pesquisas pré-clínicas (SIMOLA; MORELLI; CARTA, 2007; DE

JESÚS-CORTÉS et al., 2015).

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Figura 5: Mecanismo de ação da 6-OHDA.

Legenda: Mecanismos envolvidos na neurotoxicidade induzida pela 6-OHDA. Após ser

captada do espaço extracelular pelo DAT ou NAT, a 6-OHDA é estocada nos neurônios

catecolaminérgicos. Dentro dos neurônios, a 6-OHDA é degradada pela MAO-A e sofre

um processo de auto-oxidação, produzindo várias espécies citotóxicas, que

comprometem a função celular e produzem dano neuronal. Além disso, a 6-OHDA

também induz neurotoxicidade por comprometer a atividade do complexo I da cadeia

respiratória mitocondrial.

Fonte: Adaptado por Ribeiro, 2013 de Blum et al., 2001.

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1.8. Potencial Biotecnológico dos Diterpenos

Os diterpenos são moléculas produzidas a partir da condensação de 4 moléculas

de isopreno. Estas substâncias estão presentes em uma ampla variedade de organismos

desde fungos, algas, bactérias e vegetais fazendo parte dos 30.000 metabólitos

secundários que compõem a classe dos terpenos (GERSHENZON; DUDAVERA, 2007;

BOER; DE VRIES-VAN LEEUWEN, 2012). Estes compostos são abundantes em óleos

essenciais e seiva elaborada, podendo desempenhar diversas funções endógenas em seus

produtores, tais como: proteção contra vírus e bactérias, resposta à herbivoria ou

estresse, atrativo para polinizadores e produção de fitohormônios (ZWENGER; BASU,

2008; GONZÁLEZ-BURGOS; GÓMEZ-SERRANILLOS, 2012).

Os produtos naturais usados para fins terapêuticos tiveram início desde a

antiguidade. Contudo, a partir do século XIX, os primeiros fármacos para tratar

condições patológicas do sistema nervoso, principalmente no SNC foram baseados em

recursos naturais, especificamente compostos de plantas (GOMES et al., 2009; ISLAM

et al., 2016). Atualmente, as atividades endógenas e o comportamento químico destas

moléculas podem ser explorados através da aplicação em testes pré-clínicos, de acordo

com interesses farmacológicos e biotecnológicos, contribuindo para o desenvolvimento

de novos medicamentos (SANTOS; ELFAHMI et al., 2014).

Vários diterpenos são conhecidos por suas atividades neurobiológicas. Estudos

conduzidos por Zhang e colaboradores (2015), sugere que os diterpenos, tanshinona

IIA, previnam a perda de neurônios dopaminérgicos nigrostriatais pela ativação da via

do elemento de resposta antioxidante ao fator 2 relacionado ao NF-E2 (Nrf2) em

neuroblastoma humano, em linhagens de células SH-SY5Y. Além disso, outros

diterpenos são conhecidos por inibir as vias de estresse oxidativo e neuroinflamação.

Tais achados foram relatados em estudos conduzidos por Wu e colaboradores (2015),

onde o diterpeno fenólico ácido carnósico (CA), isolado de Rosmarinus officinalis

protegeu contra a neurotoxicidade induzida por 6 – OHDA.

O crescente interesse pela descoberta de novos diterpenos e suas aplicações é

acompanhado pelo grande número publicações nessa área nos últimos anos. Chen e

colaboradores (2006) relatam atividade neuroprotetora para cinco novos diterpenoides

isolados do corpo de frutificação da Antrodia camphorata. Resultados similares são

descritos por Xu e colaboradores (2011) para diterpenos isolados de Fritillaria

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ebeiensis, Guo e colaboradores (2011) para Ajuga ciliata. González-Burgos e

colaboradores (2013) a fim de entender os mecanismos celulares por trás da atividade

antioxidativa apresentada pelos diterpenos foliol, linaerol e sidol extraídos de Sideritis

spp., verificaram a expressão das CAT, SOD, GPx, GR e HO-1. Ainda, os autores

verificaram um aumento de Nrf2, bem como, a diminuição de produtos da peroxidação

de lipídeos.

A DP é rotineiramente tratada pela administração do precursor de DA

(dopamina), L-3,4-dihidroxifenilanina (L-DOPA), resultando em uma síntese

aumentada do neurotransmissor DA no cérebro (ISLAM et al., 2016). O tratamento

também promove a degeneração de neurônios dopaminérgicos nigrais, causando

estresse oxidativo adicional a partir de produtos de auto-oxidação, devido ao aumento

no conteúdo de DA, além de efeitos colaterais em longo prazo (MÜLLER; LIPSKI et

al., 2011).

Nesse contexto, diterpenos de diferentes fontes podem ser de grande interesse

para pesquisas pré-clínicas, pois estes achados aumentam as perspectivas acerca do

potencial de identificação e utilização de novos diterpenoides para o desenvolvimento

de novas terapias neuroprotetoras.

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Figura 6. Produção de terpenos a partir da condensação de unidades de isoprenos.

Legenda: Produção de diversas classes de terpenos a partir de ligações covalentes

realizadas entre unidades de isoprenos.

Fonte:

https://www.researchgate.net/publication/297301899_Microrganismos_x_Planta_guerra

_ou_parceria.

Figura7. Estrutura química do diterpeno (MP-1) isolado e aplicado na presente

pesquisa.

Fonte: Autor

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Figura 8. Classificação diagramática de ações de moléculas diterpenólicas.

Fonte: Adaptado de Islam et al., 2016.

DIT

ER

PE

NO

Varredores de ROS

Indução de enzimas

antioxidantes (SOD, CAT,

GPx)

Indução do sistema

antioxidante endógeno

(Síntese de Glutationa)

Quelação de metais (ferro e

cobre)

Inibição ou repressão de

enzimas formadoras de ROS

(XO, NOX, LOX, MAO,

iNOS) Form

açã

o d

e R

OS

N

eutr

ali

zaçã

o d

e R

OS

An

tioxid

an

tes

C

ito-g

enotó

xic

os

Efeito sobre o sistema

cardiovascular: anti-inflamatório,

Antiagregantes plaquetares,

vasodilatadores

Ação quimiopreventiva:

antimutagênico, antiproliferativo,

proapoptótico, antiogiogênico

Ação sobre o trato gastrointestinal

Ação sobre o sistema imune

Ou

tras

açõ

es

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Verificar o potencial do efeito neuroprotetor de um novo diterpeno isolado de

folhas de Croton argyrophylloides, em ratos submetidos ao modelo neurodegenerativo

de hemiparkinsonismo induzido por 6-OHDA.

2.2 Objetivos específicos

a) Determinar o potencial da ação redutora in vitro de um novo diterpeno (MP-1)

isolado de folhas de Croton argyrophylloides.

b) Investigar os efeitos neurocomportamentais e locomotores (campo aberto,

Rotacional e RotaRod) em ratos submetidos ao modelo de doença de Parkinson

e tratados com diferentes doses de MP-1.

c) Investigar os efeitos neuroquímicos através da mensuração dos níveis de

nitrito/nitrato, peroxidação lípídica e glutationa reduzida nas áreas cerebrais de

animais com parkinsonismo induzido por 6-OHDA e tratados com diferentes

doses de MP-1.

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3. METODOLOGIA

3.1 Coleta e identificação do material vegetal

O material vegetal coletado foi constituído de folhas, caule e raízes de Croton

argyrophyloides da flora da região norte do estado do Ceará, no município de Ubajara, na

localidade do Assentamento dos Tucuns (03º 51' 16" S, 40º 55' 16" W). Durante a coleta

foi realizado a exsicata da amostra vegetal, que foi submetida ao Herbário da Universidade

Estadual Vale do Acaraú para a identificação botânica, realizada pelo professor Dr. Elnatan

Bezerra de Souza.

Fonte da imagem: arquivo pessoal do autor, 2016.

3.2 Isolamento e purificação do Diterpeno

A obtenção e purificação do respectivo metabólito secundário foram realizadas

através de procedimentos de extração e processos cromatográficos, pelo grupo de

pesquisa do professor Dr. Hélcio Silva dos Santos, no Laboratório de Química Orgânica

da Universidade Estadual Vale do Acaraú campus Betânea, através de procedimentos

cromatográficos.

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3.2.1 Determinação da estrutura química

A determinação estrutural do metabólito secundário isolado foi obtida através da

análise dos dados espectroscópicos de Infravermelho (IV), Ressonância Magnética

Nuclear (RMN) de 1H e 13C uni e bi-dimensionais e espectrometria de massas (E.M.).

Os procedimentos experimentais foram realizados no Departamento de Química

Orgânica e Inorgânica da Universidade Federal do Ceará e no Centro Nordestino de

Aplicação e Uso da Ressonância Magnética Nuclear (CENAUREMN).

3.3 Ensaio de inibição de DPPH

A atividade antioxidante foi realizada de acordo com a metodologia da captura

do radical orgânico 2,2-difenil-1picril-hidrazila (DPPH•) (BRAND-WILIAMS et al.

1995). O método é baseado na transferência de elétrons de um radical livre que, por

ação de um antioxidante ou uma espécie radicalar, reduz o radical DPPH• formando

difenil-picril-hidrazina, pelos mecanismos de transferência de elétrons (TE) ou

transferência de um átomo de hidrogênio (TAH). A redução do DPPH• (cor violeta)

pode ser visualizada pela mudança de cor, que varia do violeta claro ao amarelo, sendo

monitorada em espectrofotômetro pelo decréscimo da absorbância em comprimento de

onda a 515 nm.

O diterpeno (MP-1) foi dissolvido em dimetilsulfóxido (DMSO) 1% e diluído

seriadamente de 10-2000 µg / mL. Os testes foram realizados em triplicata nos tubos de

ensaio contendo 100 µL das soluções seriadas de MP-1 e 2,4 mL de solução etanólica

de DPPH. Para o controle negativo foi utilizado 100 µL de etanol absoluto e 2,4 mL da

solução de DPPH. Os tubos foram deixados em repouso durante 30 minutos na

ausência de luz e, em seguida foi realizada a leitura das absorbâncias em

espectrofotômetro (Ultrospec 1100 pro UV/visível – Amersham) a 515 nm. Para o

controle positivo, foi utilizada uma solução seriada de ácido ascórbico (10-2000 µg /

mL).

Os resultados foram expressos em percentual de atividade antioxidante (AA%),

concentração da amostra capaz de reduzir em 50% a concentração inicial do DPPH

(EC50), tempo necessário para atingir o estado estacionário da reação (TEC50) e

eficiência antiradicalar (AE).

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Figura 9. Esquema representativo da reação no ensaio de inibição de DPPH.

Legenda: Reação entre o radical DPPH• e um antioxidante através da transferência de

um átomo de hidrogênio.

Fonte: Autor.

3.3.1 Determinação do percentual da atividade antioxidante

Onde:

AA% = atividade antioxidante em porcentagem

ABS (bioativo) = absorbância do composto

ABS (controle negativo) = absorbância do controle negativo

ABS (controle positivo) = absorbância do controle positivo

AA% = [Abs controle DPPH – (Abs bioativo – Abs branco) x 100

Abs controle DPPH

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3.3.2 Determinação da EC50

O cálculo da EC50 foi realizado através de ferramentas do programa Excel, baseado

na curva dos valores de atividade antioxidante (AA%), onde no eixo y foi plotado a AA% e

no eixo x a concentração da amostra. Após a obtenção da equação da reta (y= ax+b) (Figura

10) a incógnita y foi substituída por 50 (equivalente a 50% da atividade antioxidante),

considerando o valor resultante de X como a concentração mínima capaz de inibir 50% de

DPPH. Os dados foram expressos em µg / mL.

Figura 10. Gráfico de dispersão da equação da reta (y= ax+b) para a obtenção da

EC50.

Fonte: Autor

3.3.3 Determinação da TEC50

O tempo (TEC50) de reação necessário para a amostra alcançar o estado

estacionário da EC50 foi obtido através de ensaios para cada concentração de amostra,

realizando as leituras em intervalos de tempo de 1, 2, 3, 4, 5, 10, 15, 20, 25 e 30 minutos.

Os dados foram expressos a partir da equação da reta (y= ax+b), obtida plotando os

intervalos de tempo no eixo X e as absorbâncias no eixo Y, admitindo o valor resultante de

X como a TEC50. Os dados foram analisados com ferramentas do programa Excel. A

classificação do comportamento cinético do diterpeno (MP-1) foi determinada de acordo os

parâmetros descritos por Sanchez-Moreno e colaboradores (1998).

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Tabela 2. Classificação do Comportamento Cinético Antioxidante.

COMPORTAMENTO CINÉTICO ANTIOXIDANTE

Tempo para atingir o estado estacionário

correspondente ao EC50

Classificação

< 5 minutos Rápido

5 – 30 minutos Intermediário

> 30 minutos Lento

Sanchez-Moreno et al., 1998

3.3.4 Determinação da eficiência antiradicalar (AE)

Onde:

AE = eficiência antiradicalar

TEC = tempo de reação necessário para a amostra alcançar o estado estacionário da

EC50.

A eficiência antiradicalar (AE) foi calculada levando em consideração a EC50 e o

tempo necessário para se atingir o estado estacionário da EC50 (TEC50). A AE do

composto (MP-1) foi determinada segundo a classificação descrita por Sanchez-Moreno

e colaboradores (1998).

AE = 1/EC50 X TE50

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Tabela 3. Classificação da Eficiência Antiradicalar (EA).

Eficiência antiradicalar (AE) Classificação

AE ≤ 1 x 10-3 baixa

1 x 10-3 < AE ≤ 5 x 10-3

média

5 x 10-3 < AE ≤ 10 x 10-3

alta

AE > 10 x 10-3

Muito alta

Sanchez-Moreno et al., 1998

3.4 Animais

Neste trabalho foram utilizados ratos machos da linhagem Wistar (Rattus

novergicus albinus), pesando entre 250-300 g, oriundos do biotério Setorial do

Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal do Ceará – UFC.

Os animais foram mantidos no Biotério, em grupos de 6 animais por caixa de moradia, à

temperatura media de 24 ± 2 °C em ciclos de alternância claro/escuro de 12 horas,

recebendo ração padrão e água ad libitum.

Todas as medidas necessárias foram tomadas a fim de minimizar o sofrimento

dos animais, além de permitir a redução do n amostral. Os procedimentos foram

seguidos de acordo com o “Guia para Cuidados e Uso de Animais de Laboratório” da

Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL). Todos os

experimentos utilizados neste estudo foram devidamente aprovados pela Comissão de

Ética no Uso de Animais – CEUA, da Universidade Federal do Ceará, sob o protocolo

de número 12/2016.

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50

3.5 Indução experimental do modelo de hemiparkinsonismo através da injeção

intraestriatal de 6-OHDA

Os animais foram divididos aleatoriamente em grupos de 5, com o n=6 por

grupo. Estes foram posteriormente anestesiados com cetamina (100 mg/kg) e xilasina

(10mg/kg), administrada por via intraperitoneal (i.p.). O animal foi fixado ao

equipamento esteriotáxico (INSIGHT), com duas barras sendo anexadas através dos

meatos auditivos externos e os dentes incisivos fixados em uma barra de sustentação.

Após o ajuste do animal ao equipamento, foi realizado assepsia com álcool 70%

no local, seguida de uma tricotomia. A incisão foi realizada para a remoção da pele e,

em seguida foi feita a retirada do periósteo para a exposição do bregma. A partir deste,

foram determinadas as coordenadas esteriotáxicas (em milímetros), segundo o atlas de

Paxinos e Watson (1986), para a realização de 3 orifícios: 1º: L: −2,5; AP: +0,5; V:+5,0;

2º: L:−3,0; AP: −0,5; V: +6,0; e 3º: L: −3,7; AP: −0,9; V: +6,5 como descrito por Souza

e colaboradores (2015). Após a cautelosa injeção com uma seringa de Hamilton de 5

μL, a agulha permaneceu no local por 2:30 minutos para permitir uma difusão completa

da solução, que logo em seguida foi retirada e o corte suturado (Figura 11).

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Figura 11: Procedimento esteriotáxico de indução de hemiparkinsonismo através de

injeção unilateral intraestriatal de 6-hidroxidopamina (6-OHDA).

Fonte: Frota, 2015.

3.6 Protocolo de tratamento experimental

Após 15 minutos a administração unilateral de 6-OHDA no estriado, os animais

foram tratados com o bioativo através de injeções esteriotáxicas, contendo MP-1

dissolvido em DMSO1% nas doses de 10, 100 e 500 µg/Kg, por via intracraniana (i.c.),

somente uma vez (Tabela 4). Os animais foram tratados apenas uma vez e pesados

diariamente durante 14 dias, a fim de observar uma possível variação no ganho de

massa corpórea. No 14° dia foram realizados os testes comportamentais: teste do

Campo Aberto seguido de Rotarod e teste Rotacional com um agonista doparminérgico,

a apomorfina (3 mg/kg, i.p.). O controle negativo (Sham) recebeu uma solução do

veículo DMSO1% diluído em água destilada, e o controle positivo foi tratado apenas

com 6-OHDA (21µg). No 15° dia os animais foram eutanaseados utilizando guilhotina,

sendo as áreas cerebrais (Hipocampo, Estriado e Córtex pré-frontal) dissecadas logo em

seguida para posteriores análises neuroquímicas.

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Tabela 4. Protocolo de tratamento experimental.

Fonte: Autor.

3.7 Análises comportamentais

3.7.1 Teste do Campo aberto (Open Field Test)

O teste do campo aberto foi realizado de acordo com a metodologia descrita por

Sielgel (1946) e validade por Archer (1973), que permite avaliar a atividade

exploratória, emocionalidade ou locomoção em animais roedores, submetidos a

mecanismos neurais subjacentes a determinadas toxinas. O experimento foi realizado

em uma arena feita de madeira e fórmica, onde os animais foram submetidos ao campo

aberto, sendo observados por 5 minutos a fim de mensurar a atividade exploratória

espontânea (Figura 12). Os parâmetros comportamentais avaliados foram: atividade

locomotora (número de cruzamento das linhas subdivisoras do equipamento), atividade

locomotora vertical (número de vezes em que o animal fica suspenso sobre duas patas,

GRUPOS

EXPERIMENTAIS

TRATAMENTO DOSE

(µg/kg)

VIA DE

ADMINISTRAÇÃO

DURAÇÃO

DO TTO

1 – Sham (Controle -)

DMSO 1% + água destilada

(controle -)

-

i.c.

1 dia

2 - 6-OHDA (Controle

+)

6-OHDA (controle +)

-

i.c.

1 dia

3 - 6-OHDA + MP1- 10

MP-1 dissolvido em solução

DMSO1%

10

i.c.

1dia

4 - 6-OHDA + MP1-100

MP-1 dissolvido em solução

DMSO1%

100

i.c

1 dia

5 - 6-OHDA + MP1-500

MP-1 dissolvido em solução

DMSO1%

500

i.c 1 dia

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sendo denominado de rearing), autolimpeza (grooming) e o tempo em que o animal

permaneceu parado.

Figura 12. Equipamento utilizado no teste de campo aberto (Open Field Test).

Fonte: Autor

3.7.2 Teste do Rota-rod

Este teste é capaz de mensurar os danos na coordenação motora de roedores

induzidos pelo tratamento com drogas e toxinas (CARLINI; BURGOS, 1979). Os

animais foram submetidos a um período de treinamento, a fim de reduzir qualquer

variável tendenciosa para a queda do animal que não esteja relacionada a seu

condicionamento físico, tais como a falta de adaptação ao equipamento. Desta forma, os

animais foram devidamente treinados no 11°, 12° e 13° dia, antes do teste

comportamental, utilizando rotações de 5 a 10 rpm, durante 5 minutos. No 14° dia, os

animais foram avaliados com rotação variando entre 4 a 40 rpm, também durante 5

minutos. Os parâmetros avaliados foram: a velocidade da primeira queda (RPM), o

número de quedas e o tempo de permanência sobre a barra giratória (DUNHAM; MYA,

1957 com adaptações) (Figura 13).

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Figura 13. Equipamento utilizado para o teste do rota-rod.

Fonte: Autor.

3.7.3 Teste Rotacional induzido por apomorfina

O modelo experimental de hemiparkinsonismo induzido por 6-OHDA provoca

um processo neurodegenerativo no estriado, causando a apoptose de neurônios

dopaminérgicos. Consequentemente, o desequilíbrio no metabolismo da dopamina

provoca alterações entre os núcleos da base (contralateral e Ipsilateral), acarretando o

surgimento de um comportamento assimétrico e hipersensibilidade a agonistas

dopaminérgicos. A apomorfina induz a um aumento temporário da atividade locomotora

no lado contralateral a lesão, promovendo uma rotação do animal no sentido para o

mesmo lado e, portanto, possibilitando uma quantificação comportamental do nível da

lesão (HEFTI et al., 1980; GREALISH et al., 2010).

O teste rotacional, induzido por apomorfina, representa o principal teste para

avaliar o nível da degeneração neuronal causado por neurotoxinas, com base na

mensuração da rotação contralateral em relação ao local lesionado. No 14° dia os

animais foram previamente tratados com apomorfina (3mg/kg; i.p), e foram

monitoradas as rotações contralaterais, em torno do próprio eixo, sendo contabilizados a

cada dez minutos durante 1 hora (KIM et al., 1998).

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3.8 Análise da variação ponderal de massa corpórea

A massa corpórea foi medida (g) diariamente desde o tempo zero (antes da

cirurgia esterotáxica), até o 14° dia após a indução do modelo de DP, para análise de

possíveis variações no ganho de massa e alterações sistêmicas. Após a realização da

curva ponderal, os valores foram expressos como variação (Δ) de massa corpórea (g),

em relação à massa inicial.

3.9 Análises neuroquímicas

No 15° dia os animais foram devidamente eutanasiados, e em seguida os

encéfalos retirados rapidamente, onde foram colocados sobre papel alumínio numa

placa de Petri com gelo. Em seguida, o corpo estriado (caudado, putâmen e globo

pálido), o córtex pré-frontal e hipocampo foram isolados das estruturas circunjacentes

por divulsionamento com uma tesoura de microdissecação após o rebatimento lateral do

córtex. Após a dissecação, as áreas foram embrulhadas em papel alumínio, sob gelo,

pesadas e armazenadas a -80 °C para uso posterior. Os tecidos foram considerados

como tendo a mesma viabilidade para experimentação até 24h após a dissecação.

3.9.1 Determinação da Concentração de Nitrito/Nitrato

Para a determinação da nitrito/nitrato, primeiramente preparou-se uma curva

padrão. Para isso, foram pesados 7 mg de NaNO2 e dissolvidos em 10 mL de água

destilada (estoque - 10 mM) e foram feitas diluições em série (10 e 20X), ficando

1mM, 100 µM, 10 µM, 5 µM, 2,5 µM, 1,25 µM, 0,625 µM, 0,312 µM. Assim, foi

realizada uma equação da reta para o cálculo das concentrações do teste (GREEN;

TANNEMBAUN; GOLDMAN, 1981). Para a determinação da concentração de nitrito

em cada tecido, foram preparados homogenatos das áreas cerebrais a 10% (p/v) em

solução de fosfato de sódio 150 mM, pH 7,4, após centrifugação (11000 g/15 min/4 °C),

os sobrenadantes foram coletados e a produção de óxido nítrico (NO) determinada

através da reação de Griess (Figura 14). Uma alíquota de 100 µL do sobrenadante foi

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incubada com 100 µL do reagente de Griess [sulfanilamida 1% em H3PO4 1%/N-(-1-

naphthyl)-ethylenediamine 0,1%/ H3PO4 1% / diluído em água (1:1:1:1)] a temperatura

ambiente por 10 minutos. A absorbância foi, então, medida em espectrofotômetro a

540nm. A concentração de nitrito (µM) foi determinada a partir de uma curva padrão de

NaNO2. Os resultados foram expressos em µM/mg de tecido.

Figura 14. Representação da reação de Griess.

Fonte: Adaptado por Souza (2015) de Ramos et al. (2006).

3.9.2 Determinação da Peroxidação Lipídica

O grau de lipoperoxidação lipídica em corpo estriado de ratos foi medido através

da determinação das concentrações de substâncias reativas do ácido tiobarbitúrico

(TBARS), conforme o método de Draper e Hadley (1990) (Figura 15). Foram

preparados homogenatos das áreas cerebrais a 10% em solução de fosfato de sódio 150

mM, pH 7,4. Um volume de 0,25 mL do homogeneizado foi mantido em banho maria a

37 °C por 1 hora, seguido por precipitação com 400 µL de ácido perclórico (35%).

Após centrifugação (14000 g/15 min/4 °C), o sobrenadante foi transferido e, a ele,

adicionado 200 µL de solução de ácido tiobarbitúrico (1,2%). Após banho de água

fervente (95-100 °C/30 min), o conteúdo de TBARS foi determinado em

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espectrofotômetro a 532 nm. Os resultados foram expressos em micromol de MDA por

mg de tecido.

Figura 15. Reação do ácido tiobarbitúrico com os produtos de decomposição dos

hidroperóxidos.

Fonte: Osawa; Felício; Gonçalves (2005).

3.9.3 Determinação da Concentração de Glutationa Reduzida (GSH)

Para determinação da atividade antioxidante, fora determinada a concentração da

GSH, a qual baseia na reação do reagente de Ellman (5,5’ –ditiobis; ácido 2-

nitrobenzóico) (DTNB) com o tiol livre originando um dissulfeto misto mais ácido 2-

nitro-5-tiobenzóico (Figura 16). A mensuração do produto de reação formado fora feita

por leitura da absorbância a 412 nm. A concentração da glutationa reduzida fora

expressa em nanograma de GSH / g de tecido. Para a determinação da concentração de

GSH, foi construída uma curva padrão a partir da solução padrão de GSH (1 mg/mL), a

qual foi preparada em triplicata de soluções a 6,25; 12,5; 25; 50 e 100 µg/mL. O branco

foi feito com água destilada (4mL) e a cada tubo das soluções de GSH foi acrescentado

4 mL de tampão Tris HCL 0,4M (pH 8,9). Para a determinação da equação da curva

padrão de GSH, foi adicionado ainda a cada tudo 0,1 mL de DTNB (0,01 M) e, logo

após, feita a leitura da absorbância a 412 nm.

Preparou-se o homogenato a 10% em EDTA 0,02 M, em seguida foi retirado

400 µL desse homogenato e adicionado 320 µL de água destilada e mais 80 µL de ácido

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tricloroacético a 50%. O material foi agitado e centrifugado (3000 g/15 min/4 °C). Em

seguida foi recolhido 400 uL do sobrenadante e acrescido 800 uL de tampão Tris-HCL

0,4 M, pH 8,9 e mais 20 µL de DTNB 0,1M. Após1 minuto da reação foi feita a leitura

da coloração em 412 nm, através de um espectrofotômetro. A concentração da

glutationa reduzida foi expressa em micrograma de GSH por grama de tecido como

descrito por Sedlak e Lindsay (1968).

Figura 16. Reação entre glutationa reduzida e DNTB (reagente de Ellman) para a

determinação de hidroperóxidos empregando a enzima glutationa peroxidase.

Fonte: Rover Junior et al. (2001).

3.10 Análises estatísticas

Todos os valores numéricos foram submetidos a análises de diferenças

estatísticas através da análise de variância (one-way ou Two-way ANOVA), seguido

pelo pós-teste de Comparações Múltiplas de Bonferroni. Consideram-se os valores com

P<0,05 como estatisticamente significativos. As análises estatísticas foram realizadas no

programa Graph Pad Prism, versão 7.0, (San Diego, Ca, EUA).

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4. RESULTADOS

4.1 Análise da Atividade Antioxidante in vitro

4.1.1 Teste de inibição de DPPH

Anteriormente à análise neuroprotetora in vivo, o composto (MP-1) isolado foi

analisado quanto a sua atividade redutora in vitro, a fim de testar sua capacidade

antioxidante. A atividade antioxidante foi realizada de acordo com a metodologia de

captura do radical orgânico 2,2-difenil-1picril-hidrazila (DPPH), o qual considera uma

molécula antioxidante quando esta apresenta a capacidade de inibir (sequestrar radicais

livres) em, pelo menos 50%. Observou-se no screening de concentrações de MP-1 (10-

2000 ug/ml), um alto percentual em atividade antioxidante de aproximadamente

56,98%, 86,25%, 93,67%, 94,27%, 94,47% e 95,36%, respectivamente, o qual

demonstrou similaridade em relação aos dados do controle positivo (10-2000 ug/mL de

ácido ascórbico) (Figura 17). Tais resultados demonstram uma alta capacidade redutora

do composto testado, o qual apresentou uma concentração necessária para inibição em

50% das moléculas de DPPH (EC50) de 13,59 µg/mL, e eficiência antiradicalar

classificada como muito alta (AE > 10 x 10-³; AE = 0,05). Em outro parâmetro de

análise, como o tempo necessário para atingir o estado estacionário da reação

correspondente ao EC50 (TEC50), a velocidade de reação do diterpeno foi classificada

em muito rápida, pois o MP-1 foi capaz de reduzir 50% das moléculas de DPPH em

menos de 5 minutos.

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Figura 17. Atividade antioxidante – Ensaio de DPPH

MP-1 Ác. ascórbico

Fonte: Autor. Legenda: O método é descrito de acordo com BRAND-WILIAMS et al.,

1995. A reação foi realizada com DPPH (100 mM) diluído em etanol e lido após 30 min

à 517 nm. (%) = [(A0-A1) / A0] x 100; onde A0 é absorbância do controle negativo

(solução de DPPH + solvente) e A1 é a absorbância da média obtida da triplicata de

cada amostra. O resultado é expresso em % de ação antioxidante e admite-se ação

antioxidante positiva quando o resultado for superior a 50 %.

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4.2 Análises Comportamentais

4.2.1 Teste do Campo Aberto (Open field Test)

A análise da atividade exploratória através do teste de campo aberto mostra o

efeito da administração de 6-hidroxidopamina (6–OHDA; 21 µg) sobre a atividade

locomotora dos animais. Observou-se que os ratos submetidos à injeção intracraniana

no estriado contendo a neurotoxina 6–OHDA (controle positivo) apresentaram

diminuição acentuada na atividade locomotora, de acordo com os parâmetros

analisados: diminuição significativa (p<0,001) da atividade locomotora horizontal de

aproximadamente 57,1% (28,3 ± 5,7 número de linhas cruzadas) (Figura 18 A) e 49,1%

(p<0,05) da vertical (14,8 ± 2,6 rearings) (Figura 18 B); consequentemente foi

observado um aumento significativo no tempo parado (48,38 ± 12,87 segundos) em

mais de 2000% (Figura 18 D) e uma diminuição na frequência de autolimpeza de

aproximadamente 77,4% (p<0,001) (5,25 ± 0,77 groomings) (Figura 18 C), em relação

ao grupo Sham (DMSO1% + água destilada – controle negativo) (cruzamentos: 65,91 ±

3,9; rearings: 25,56 ± 2,0; tempo parado: 1,66 ± 0,6 s; groomings: 23,13 ± 3,7,

respectivamente).

Foi observado nos grupos tratados com o diterpeno (MP-1) nas doses de 100 e

500 µg/kg (MP-1 + água destilada + DMSO 1%, i.c) um aumento significativo na

atividade locomotora horizontal de aproximadamente 143,21% (p<0,05) (60,83 ± 7,58

número de linhas cruzadas) e 140,28% (p<0,001), respectivamente, em relação ao

controle positivo. O MP-1 na dose de 10 µg/kg, no entanto, não apresentou efeito

significativo na contraposição dos efeitos deletérios da 6-hidroxidopamina neste

parâmetro de observação. Na atividade locomotora vertical, somente os animais tratados

com MP-1 nas doses de 100 e 500 µg/kg apresentaram um aumento significativo de

117,36% (32,17 ± 3,94 rearings) (p<0,001) e 72,29% (25,5 ± 1,71 rearings) (p<0,05),

respectivamente. Entretanto, nenhuma das três doses testadas foi capaz de restaurar a

frequência de autolimpeza, não apresentando diferenças significativas em relação ao

grupo lesionado. Por outro lado, todas as doses administradas foram capazes de reduzir

significativamente o tempo em que os animais permaneceram parados. As doses de 10,

100 e 500 µg/kg reduziram o tempo de imobilidade em 73,49% (12,83 ± 4,6 s), 92,44%

(3,66 ± 3,28 s) e 74,29% (12,44 ± 5,07 s), respectivamente, em relação ao controle

positivo.

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Figura 18. Análise da atividade exploratória espontânea através do teste de Campo

Aberto.

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2 0

4 0

6 0

8 0

A tiv id a d e lo co m o to ra h o r iz o n ta l

N.

de

cr

uz

am

en

tos

M P - 1 ( g /k g , i . c )

6 -O H D A (2 1 g )

* * *

###

#

A

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

1 0

2 0

3 0

4 0

A tiv id a d e lo c o m o to r a v e r t ic a l

N.

de

re

ar

ing

s

# # #

*

#

b

B

M P - 1 ( g /k g , i . c )

6 -O H D A (2 1 g )

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

1 0

2 0

3 0

A u to lim p eza

N.

de

gr

oo

min

gs

* * ** * *

C

M P - 1 ( g /k g , i . c )

6 -O H D A (2 1 g )

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2 0

4 0

6 0

8 0

Im o b ilid a d e

Te

mp

o p

ar

ad

o (

s)

* * *

#

##

##

D

6 -O H D A (2 1 g )

M P - 1 ( g /k g , i . c )

Fonte: Autor. Legenda: Os ratos (n = 6 por grupo) foram submetidos à injeção intracraniana no estriado,

contendo água destilada + DMSO 1% (Sham - controle negativo), ou contendo a neurotoxina 6-OHDA (21µg)

(controle positivo). Decorridos 15 minutos após a injeção de 6-OHDA, os animais foram tratados com injeções

intracraniana contendo o diterpeno (10, 100 e 500 µg/kg + água destilada + DMSO 1%; i.c). Após 14 dias, os

animais foram submetidos ao teste de campo aberto, onde foram avaliados os seguintes parâmetros: (A) número de

cruzamentos, (B) Atividade locomotora vertical (rearing), (C) Tempo de Imobilidade e (D) Autolimpeza

(grooming). One-way ANOVA, Bonferroni. *, ** e *** indicam P<0,05, P<0,01 e P<0,001 respectivamente, em

relação ao grupo Sham; e #, ## e ### indicam P<0,05, P<0,01 e P<0,001, respectivamente, em relação ao grupo 6-

OHDA. Os dados estão expressos em média ± EPM. Programa utilizado: GraphPad Prism (v.7,0), considerando

p<0,05. (b) indica p< 0,01 em relação ao grupo sham.

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4.2.2 Teste de Rota-rod

Os distúrbios locomotores e alterações na coordenação motora causados pela 6-

hidroxidopamina foram avaliados através do teste de Rota–rod. Previamente, todos os

animais foram submetidos a um treinamento em três períodos diferentes antes do teste

comportamental, a fim de descartar possíveis variáveis relacionadas à ausência de

adaptação do animal ao equipamento. Os parâmetros avaliados foram: latência para

queda, velocidade da primeira queda, número de quedas e tempo de permanência na

barra giratória.

Foi observado nos animais do controle positivo, os quais receberam injeção

intraestriatal de 6-OHDA, uma redução significativa (p<0,05) no tempo de latência de

aproximadamente 43,36% (42,64 ± 6,3 segundos) (Figura 19 A), 31,69% de redução

(9,66 ± 0,8 RPM) (p<0,001) na velocidade da primeira queda (Figura 19 B) e

diminuição de 35,23% (68,4 ± 9,7 segundos) no tempo de permanência sobre a barra

giratória, em relação ao grupo Sham (água destilada + DMSO1% i.c) (Figura 19 D).

Além disso, estes apresentaram um aumento significativo (p<0,05) de 110,81% no

número de quedas (7,84 ± 1,4 quedas), apresentando maior dificuldade em se equilibrar

na barra giratória, dificuldades no agarre e tremor, em relação ao controle negativo (3,7

± 0,26 quedas) (Figura 19 C).

Os animais tratados com MP-1 nas doses de 100 µg/kg e 500 µg/kg, por sua vez,

foram capazes de contrapor os danos motores induzidos pela 6-hidroxidopamina em

todos os parâmetros analisados. O grupo tratado com MP-1 a 100 µg/kg apresentou um

aumentou significativo (p<0,001) de 153,28% (108 ± 10,02 segundos) no tempo de

latência e 77,74% (17,17 ± 0,7 RPM) (p<0,001) na velocidade da primeira queda, em

relação aos animais hemiparkinsonianos. Além disso, este também apresentou um

aumento (p<0,01) de 70,76% (116,8 ± 5,3 segundos) no tempo de permanência sobre a

barra giratória e, consequentemente uma redução significativa (p<0,05) de 65,9% no

número de quedas (2,66 ± 0,21 quedas), em relação ao controle positivo.

A dose de 500 µg/kg também inibiu os efeitos deletérios da neurotoxina,

aumentando significativamente os parâmetros a saber: latência: 97,70% (p<0,01) (84,3

± 8,7 segundos); velocidade da primeira queda: 48,03% (14,3 ± 1,05 RPM) (p<0,01) e

permanência na barra giratória: 63,15% (111,6 ± 6,4 segundos). Ademais, foi observado

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64

neste grupo uma redução significativa (p<0,01) de 62,83% (2,9 ± 0,3 quedas) no

número de quedas em relação ao controle positivo. No entanto, a dose de 10 µg/kg não

apresentou efeito significativo em nenhum dos parâmetros observados.

Figura 19: Avaliação do comportamento motor através do teste de Rota-rod

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

5 0

1 0 0

1 5 0

L a tê n c ia

Te

mp

o (

s)

M P - 1 ( g /k g , i . c )

6 -O H D A (2 1 g )

*

#

A

# # #

#

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

5

1 0

1 5

2 0

V e lo c id a d e d a 1 º q u e d a

Ve

loc

ida

de

em

RP

M

* * *

#

# # #

#

B

M P - 1 ( g /k g , i . c )

6 -O H D A (2 1 g )

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2

4

6

8

1 0

N . d e q u e d a s

N.

de

qu

ed

as

* * *

*

###

C

6 -O H D A (2 1 g )

M P - 1 ( g /k g , i . c )

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

5 0

1 0 0

1 5 0

T e m p o d e P e r m a n ê n c ia

Te

mp

o (

s)

* *

####

D

M P - 1 ( g /k g , i . c )

6 -O H D A (2 1 g )

Fonte: Autor. Legenda: Os ratos (n = 6 por grupo) foram submetidos à injeção intracraniana no estriado,

contendo água destilada + DMSO 1% (Sham - controle negativo), ou contendo a neurotoxina 6-OHDA (21µg)

(controle positivo). Decorridos 15 minutos após a injeção de 6-OHDA, os animais foram tratados com injeções

intracraniana contendo o diterpeno (10, 100 e 500 µg/kg + água destilada + DMSO 1%; i.c). Após 14 dias os

animais foram submetidos ao teste do Rota-rod onde foram avaliados os seguintes parâmetros: (A) Latência para a

queda, (B) Velocidade da primeira queda, (C) Número de quedas e (D) Tempo de permanência. Os animais foram

treinados previamente antes da realização do teste, para adaptação do animal ao equipamento. One-way ANOVA,

Bonferroni *, ** e *** indicam p<0,05, p<0,01 e p<0,001, respectivamente, em relação ao grupo Sham; ; e #, ## e

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65

### indicam P<0,05, P<0,01 e P<0,001, respectivamente, em relação ao grupo 6-OHDA. Os dados estão expressos

em média ± EPM. Programa utilizado: GraphPad Prism (v.7,0), considerando p<0,05.

4.2.3 Teste Rotacional induzido por apomorfina

O teste rotacional induzido por apomorfina é considerado o principal teste para

avaliação do processo neurodegenerativo dopaminérgico no modelo de DP, apenas no

caso de lesão unilateral por 6-OHDA (SOUZA, 2015). Os danos induzidos pelo estresse

oxidativo causados pela ação da neurotoxina, culmina em degeneração seletiva de

neurônios doparminérgicos e, consequentemente escassez de dopamina no sistema

nigro-estriatal (SALAMA; ARIAS-CARRIÓN, 2011).

Este mecanismo induz a uma elevada expressão de receptores dopaminérgicos

nas células neurais do estriado em resposta a depleção de dopamina, tornando a

membrana das células extremamente sensíveis (DAUER; PRZEDBORSKI, 2003;

TIEU, 2011). Desta forma, o teste reflete a hipersensibilidade do animal a dopamina

(escassa) no lado lesionado, ocasionado pela administração intraperitoneal de

apomorfina, um agonista doparminérgico (AGUIAR, 2009; SOUZA, 2015). A

apomorfina induz a um aumento temporário da atividade locomotora no lado

contralateral a lesão, promovendo uma rotação do animal no sentido contrário ao lado

lesionado e, portanto, possibilitando uma quantificação comportamental do nível da

lesão (DEUMENS et al., 2002; BLANDINI et al., 2008).

No 14º dia de tratamento, os animais foram submetidos ao teste rotacional

induzido por apomorfina, a fim de quantificar o grau de degeneração através de rotações

contralaterais ao local lesionado (Núcleo da base ipsilateral) pela neurotoxina (6-

OHDA; 21 µg). Os resultados indicam um processo neurodegenerativo induzido por 6-

OHDA no estriado de ratos, os quais apresentaram rotações contralaterais

significativamente elevadas (p<0,001), e no período de 10 a 50 minutos,

respectivamente após a injeção intraperitoneal de apomorfina (Figura 20). Os resultados

indicaram um aumento em mais de 2900% (p<0,05) (101,6 ± 24.63 rotações) no número

de rotações contralaterais no grupo 6-OHDA em relação ao grupo Sham (3,3 ± 0,8

rotações) (Figura 21).

Os animais tratados com MP-1 a 100 µg/kg e 500 µg/kg apresentaram

diminuição no número de rotações contralaterais de 75,4% (p<0,05) (25 ± 18,55

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66

rotações) e 91,15% (p<0,05) (9 ± 3,5 rotações), respectivamente, em relação ao grupo

lesionado. No entanto, não houve diferenças quanto o número de rotações contralaterais

induzidas por apomorfina, entre os animais submetidos à dose de 10 µg/kg e o grupo

hemiparkinsoniano.

Figura 20. Análise temporal do teste rotacional induzido por apomorfina

0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

S H A M

6 -O H D A

M P - 1 1 0 g /k g

M P - 1 1 0 0 g /k g

T e m p o (m )

Nº d

e r

ota

çõ

es

co

ntr

ala

te

ra

is

*** ******

**M P - 1 5 0 0 g /k g*

Fonte: Autor. Legenda: Os ratos (n = 6 por grupo) foram submetidos à injeção intracraniana no estriado,

contendo água destilada + DMSO 1% (Sham - controle negativo), ou contendo a neurotoxina 6-OHDA (21µg)

(controle positivo). Decorridos 15 minutos após a injeção de 6-OHDA, os animais foram tratados com injeções

intracraniana contendo o diterpeno (10, 100 e 500 µg/kg + água destilada + DMSO 1%; i.c). Após 14 dias, os

animais foram submetidos ao teste Rotacional induzido por apomorfina (3 mg/kg; i.p), sendo contabilizado o

número de rotações contralaterais a cada 10 minutos durante 1 hora. Two-way ANOVA, Bonferroni. *, ** e

*** indicam p<0,05, p<0,01 e p<0,001, respectivamente, em relação ao grupo Sham. Os dados estão expressos

em média ± EPM. Programa utilizado: GraphPad Prism (v.7,0), considerando p<0,05 como diferença estatística

significativa.

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Figura 21. Análise do número de rotações contralaterais totais

S H AM - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

5 0

1 0 0

1 5 0

M P - 1 ( g / k g , i .c )

6 -O H D A (2 1 g )

*

#

. d

e R

ota

çõ

es

co

ntr

ala

te

ra

is

R o ta ç ã o t o t a l

#

*

7 5 ,4 %

9 1 ,1 5 %

Fonte: Autor. Legenda: Os ratos (n = 6 por grupo) foram submetidos à injeção intracraniana no estriado,

contendo água destilada + DMSO 1% (Sham - controle negativo), ou contendo a neurotoxina 6-OHDA (21µg)

(controle positivo). Decorridos 15 minutos após a injeção de 6-OHDA, os animais foram tratados com injeções

intracraniana contendo o diterpeno (10, 100 e 500 µg/kg + água destilada + DMSO 1%; i.c). Após 14 dias, os

animais foram submetidos ao teste Rotacional induzido por apomorfina (3 mg/kg; i.p), sendo contabilizado o

número de rotações contralaterais durante 1 hora. Two-way ANOVA, Bonferroni. *, ** e *** indicam p<0,05,

p<0,01 e p<0,001, respectivamente, em relação ao grupo Sham. Os dados estão expressos em média ± EPM.

Programa utilizado: GraphPad Prism (v.7,0), considerando p<0,05 como diferença estatística significativa.

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68

4.3 Análise ponderal da massa corpórea

Para uma análise mais acurada dos efeitos sistêmicos induzidos pela cirurgia

estereotáxica e pelas disfunções no sistema dopaminérgico provocadas pela

neurotoxina, respectivamente, a massa corpórea dos animais foi mensurada diariamente

durante os 14 dias de tratamento, com o propósito de observar uma possível variação no

ganho de massa dos animais (Figura 22). De acordo com a análise dos dados, observou-

se que todos os animais apresentaram uma perda na massa corpórea entre o 1º e o 5º dia

após a cirurgia, sendo esta mais acentuada nos animais hemiparkinsonianos (6-OHDA;

21 µg - controle positivo) que apresentaram uma diminuição significativa (p<0,001) na

massa, bem como maior dificuldade em recuperar a mesma durante os dias observados.

No entanto, todos os animais submetidos ao tratamento com injeção

intracraniana contendo MP-1 (10, 100 e 500 µg/kg; i.c) recuperaram normalmente o

ganho de massa a partir do 6º (100 µg / kg, i.c) ou 8º (10 e 500 µg / kg, i.c) dia de

tratamento, evidenciando a proteção do composto contra os efeitos sistêmicos

provocados pela neurotoxina.

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69

Figura 22. Variação ponderal da massa corpórea (Δ g)

-3 0

-2 5

-2 0

-1 5

-1 0

-5

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

3 0

3 5

4 0

Va

ria

çã

o p

on

de

ra

l (

g)

S h a m (C o n tr o le n e g a t iv o )

6 -O H D A (C o n tr o le p o s i t iv o )

6 -O H D A + M P -1 1 0 g / k g

2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4

T e m p o (d ia s )

***

6 -O H D A + M P -1 5 0 0 g / k g

******

******

******

*

6 -O H D A + M P -1 1 0 0 g / k g

***

*

* *

* *

***

*

***

* *

* ***

**

***

**

***

* * ** *

***

*

***

* *

**

***

**** *

***

***

* *

***

* *

***

Fonte: Autor. Legenda: Os ratos (n = 6 por grupo) foram submetidos à injeção intraestriatal com água

destilada e DMSO 1% (Sham - controle negativo), ou contendo a neurotoxina 6-OHDA (21 mg).

Decorridos 20 minutos após a indução, os animais foram tratados com o diterpeno 10, 100 e 500 mg/kg

(diterpeno + água destilada + DMSO 1%, i.c) e os controles com DMSO1%/água destilada. Os animais

foram pesados diariamente durante os 14 dias de tratamento. Two-Way ANOVA, Bonferroni. *, **, ***

indicam diferença estatística com p<0,05, p<0,01 e p<0,001, respectivamente, em relação ao grupo 6-

OHDA. Os dados estão expressos em média ± EPM. Programa utilizado: GraphPad Prism (v.7,0),

considerando p<0,05.

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70

4.4 Análises Neuroquímicas

4.4.1 Derterminação da concentração de Nitrito (NO2) / Nitrato (NO3) em áreas

cerebrais

A análise neuroquímica das áreas cerebrais revelou um acentuado aumento nos

níveis de nitrito/nitrato em mais de 100% no corpo estriado (p<0,001) e mais de 150%

no hipocampo (p<0,001) de animais hemiparkinsonianos, evidenciando o efeito

oxidativo da produção de nitrito/nitrato provocado pela administração intraestriatal de

6-OHDA, em relação ao grupo Sham (Figura 23). Por outro lado todos os animais

tratados com MP-1 nas de 10, 100 e 500 µg / kg, i.c, apresentaram redução significativa

(p<0,001) no nível de nitrito/nitrato de aproximadamente 87,2%, 75,41% e 65,25%,

respectivamente, em corpo estriado, e de aproximadamente 72,45%, 84,45% e 76,97%,

respectivamente, em hipocampo, em relação ao grupo 6-OHDA. Os níveis de

nitrito/nitrato no córtex pré-frontal de animais do controle positivo (6-OHDA, 21 µg)

também apresentaram aumento significativo (p<0,01) de 137,94% em relação ao grupo

Sham. Entretanto, todas as doses administradas (10, 100 e 500 µg / kg, i.c) de MP-1

reduziram significativamente o nível de nitrito/nitrato no córtex pre-frontal em 62,11%

(p<0,01), 72,99% (p<0,001) e 68,3% (p<0,01), em relação ao grupo lesionado,

demonstrando que o composto testado foi capaz de contrapor os danos oxidativos

relacionados à produção de nitrito/nitrato em todas as áreas cerebrais.

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Figura 23. Níveis de nitrito/nitrato em áreas cerebrais.

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2

4

6

C o r p o e s tr ia d o ( Ip s ila te r a l)

* * *

Nit

rit

o/N

itr

ato

mM

/g d

e t

ec

ido

# # #

# # #

# # #

* * *

6 -O H D A (2 1 g )

M P - 1 ( g /k g , i . c . )

A

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2

4

6

8

C o r p o e s tr ia d o (C o n tr a la te r a l)

*

Nit

rit

o/N

itr

ato

mM

/g d

e t

ec

ido

6 -O H D A (2 1 g )

M P - 1 ( g /k g , i . c . )

* * *

# # ## # # # # #

B

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2

4

6

C ó r te x P r é -F r o n ta l

* * *

M P - 1 ( g /k g , i . c . )

6 -O H D A (2 1 g )

Nit

rit

o/N

itr

ato

mM

/g d

e t

ec

ido

##

C

# # #

##

* *

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2

4

6

H ip o ca m p o

* * *

M P - 1 ( g /k g , i . c . )

6 -O H D A (2 1 g )

# # #

# # #

# # #

* * *

Nit

rit

o/N

itr

ato

mM

/g d

e t

ec

ido

D

Fonte: Autor. Legenda: Os ratos (n = 6 por grupo) foram submetidos à injeção intracraniana no estriado,

contendo água destilada + DMSO 1% (Sham - controle negativo), ou contendo a neurotoxina 6-OHDA (21µg)

(controle positivo). Decorridos 15 minutos após a injeção de 6 - OHDA, os animais foram tratados com

injeções intracraniana contendo o diterpeno (10, 100 e 500 µg/kg + água destilada + DMSO 1%; i.c). No 15º

dia após a cirurgia os animais foram eutanasiados e as áreas cerebrais de interesse devidamente dissecadas: (A)

Corpo estriado ipsilateral, (B) Corpo estriado contralateral, (C) Hipocampo e (D) Córtex Pré-Frontal para

análise dos níveis de Nitrito/Nitrato. One way ANOVA, Bonferroni. *, ** e *** indicam p<0,05, p<0,01 e

p<0,001, respectivamente, em relação ao grupo Sham; #, ## e ### indicam p<0,05, p<0,01 e p<0,001,

respectivamente, em relação ao grupo 6 - OHDA. Os dados estão expressos em média ± EPM. Programa

utilizado: GraphPad Prism (V.7,0), considerando p<0,05 como diferença estatística significativa.

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72

4.4.2 Determinação dos níveis de peroxidação lipídica (TBARS) nas áreas

cerebrais

O malonialdeído (MDA) é um dos principais produtos do processo da peroxidação

lipídica, e a mensuração da concentração deste composto nos tecidos cerebrais pode indicar

o nível de oxidação de lipídeos das membranas celulares, sejam causados pela

administração de neurotoxinas como a 6-OHDA ou mecanismo intrínseco desregulado,

produtor de radicais livres. Desta forma, a análise dos níveis de MDA nas áreas cerebrais

fornece mecanismos de investigação quanto à capacidade preventiva de determinados

compostos, capazes de proteger as células neurais do processo oxidativo. A fim de

observar os efeitos oxidativos gerados pela neurotoxina (6-OHDA; 21) nas áreas cerebrais

analisadas, foram mensurados os níveis de peroxidação lipídica baseando-se nas

substâncias reativas do ácido tiobarbitúrico (TBA), através da concentração de

malonialdeído (MDA). De acordo com os dados, a neurotoxina (6-OHDA) promoveu um

aumento significativo em mais de 100% nos níveis de malonialdeído (MDA) nos núcleos

da base ipsilateral (p<0,001) e contralateral (p<0,05), 89,90% (p<0,01) de aumento no

hipocampo, e mais de 400% (p<0,001) no córtex pré-frontal, em relação ao grupo Sham.

Por outro lado, todas as amostras cerebrais coletadas de animais tratados com MP-1 nas

doses de 100 e 500 µg / kg; i.c, apresentaram uma redução significativa (p<0,001) nos

níveis de peroxidação lipídica em mais de 75% nos núcleos da base, em relação aos

animais hemiparkinsonianos. Entretanto, nenhuma das três doses administradas foi capaz

de reverter os efeitos deletérios da 6-OHDA no córtex pré-frontal, além disso, apenas a

dose de 500 µg / kg reduziu os níveis de MDA no hipocampo, apresentando diminuição

significativa (p<0,01) de 48,03%, em relação ao controle positivo (figura 24).

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73

Figura 24. Análise dos níveis de Peroxidação Lipídica (TBARS) nas áreas cerebrais

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

5 0 0 0 0

1 0 0 0 0 0

1 5 0 0 0 0

C o r p o e s tr ia d o ( Ip s ila te r a l)

* * *

# # ## # #

* *

A

MD

A m

cg

/g d

e t

ec

ido

6 -O H D A (2 1 g )

M P - 1 ( g / k g , i .c . )

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2 0 0 0 0

4 0 0 0 0

6 0 0 0 0

8 0 0 0 0

1 0 0 0 0 0

C o r p o e s tr ia d o (C o n tr a la te r a l)

*

*

##

# # #

B

MD

A m

cg

/g d

e t

ec

ido

M P - 1 ( g / k g , i .c . )

6 -O H D A (2 1 g )

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2 0 0 0 0

4 0 0 0 0

6 0 0 0 0

8 0 0 0 0

C ó r te x P r é -F r o n ta l

* * *

C

* * *

MD

A m

cg

/g d

e t

ec

ido

6 -O H D A (2 1 g )

D i t e r p e n o ( g / k g , i .c . )

* * *

* ** *

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

2 0 0 0 0

4 0 0 0 0

6 0 0 0 0

8 0 0 0 0

H ip o ca m p o

* * *

M P - 1 ( g / k g , i .c . )

6 -O H D A (2 1 g )

##

* *

MD

A m

cg

/g d

e t

ec

ido

D

Fonte: Autor. Legenda: Os ratos (n = 6 por grupo) foram submetidos à injeção intracraniana no estriado,

contendo água destilada + DMSO 1% (Sham - controle negativo), ou contendo a neurotoxina 6-OHDA

(21µg) (controle positivo). Decorridos 15 minutos após a injeção de 6 - OHDA, os animais foram tratados

com injeções intracraniana contendo o diterpeno (10, 100 e 500 µg/kg + água destilada + DMSO 1%; i.c).

No 15º dia após a cirurgia os animais foram eutanasiados e as áreas cerebrais de interesse devidamente

dissecadas: (A) Corpo estriado ipsilateral, (B) Corpo estriado contralateral, (C) Hipocampo e (D) Córtex

Pré-Frontal para análise dos níveis de TBARS. One way ANOVA, Bonferroni. *, ** e *** indicam

p<0,05, p<0,01 e p<0,001, respectivamente, em relação ao grupo Sham; #, ## e ### indicam p<0,05,

p<0,01 e p<0,001, respectivamente, em relação ao grupo 6 - OHDA. Os dados estão expressos em média

± EPM. Programa utilizado: GraphPad Prism (V.7,0), considerando p<0,05 como diferença estatística

significativa.

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74

4.4.3 Determinação dos níveis de glutationa reduzida (GSH) nas áreas cerebrais

De acordo com a análise de GSH, houve um aumento significativo em todas as

áreas cerebrais do grupo 6-OHDA, em relação ao grupo Sham. Contudo, a análise das

áreas cerebrais revelou que os animais submetidos ao tratamento com MP-1 não

conseguiram reverter os danos oxidativos via GSH (figura 25).

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Figura 25. Níveis de glutationa reduzida (GSH) nas áreas cerebrais

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

C o r p o e s tr ia d o ( Ip s ila te r a l)

* * *

# # #

# # #

*

6 -O H D A (2 1 g )

M P - 1 ( g /k g , i . c . )

A

* * *

Nív

el

de

GS

H (

g/g

de

te

cid

o)

*

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

C o r p o e s tr ia d o (C o n tr a la te r a l)

6 -O H D A (2 1 g )

M P - 1 ( g /k g , i . c . )

* * *

# # #

B

# # #

Nív

el

de

GS

H (

g/g

de

te

cid

o)

* *

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

C ó r te x P r é -F r o n ta l

* * *

M P - 1 ( g /k g , i . c . )

6 -O H D A (2 1 g )

C

## ##

* *

Nív

el

de

GS

H (

g/g

de

te

cid

o)

*

S H A M - 1 0 1 0 0 5 0 0

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

H ip o ca m p o

M P - 1 ( g /k g , i . c . )

6 -O H D A (2 1 g )

* * *

D

*

## # # #

Nív

el

de

GS

H (

g/g

de

te

cid

o)

Fonte: Autor. Legenda: Os ratos (n = 6 por grupo) foram submetidos à injeção intracraniana no estriado,

contendo água destilada + DMSO 1% (Sham - controle negativo), ou contendo a neurotoxina 6-OHDA

(21µg) (controle positivo). Decorridos 15 minutos após a injeção de 6 - OHDA, os animais foram tratados

com injeções intracraniana contendo o diterpeno (10, 100 e 500 µg/kg + água destilada + DMSO 1%; i.c).

No 15º dia após a cirurgia os animais foram eutanasiados e as áreas cerebrais de interesse devidamente

dissecadas: (A) Corpo estriado ipsilateral, (B) Corpo estriado contralateral, (C) Hipocampo e (D) Córtex

Pré-Frontal para análise dos níveis de GSH. One way ANOVA, Bonferroni. *, ** e *** indicam p<0,05,

p<0,01 e p<0,001, respectivamente, em relação ao grupo Sham; #, ## e ### indicam p<0,05, p<0,01 e

p<0,001, respectivamente, em relação ao grupo 6 - OHDA. Os dados estão expressos em média ± EPM.

Programa utilizado: GraphPad Prism (V.7,0), considerando p<0,05 como diferença estatística

significativa.

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5. DISCUSSÃO

Os diterpenos são moléculas versáteis classificadas como metabólitos

secundários, fazendo parte dos produtos gerados no metabolismo vegetal a partir dos

compostos primários (macromoléculas, carboidratos, lipídios e proteínas) que atuam nas

rotas metabólicas geradoras de energia (ATP), poder redutor (NADPH) e biossíntese de

compostos essenciais à sua sobrevivência (PETERS, 2010; BOER; DE VRIES-VAN

LEEUWEN, 2012). Contudo, estes compostos apresentam atividades endógenas

diversas que conferem vantagens adaptativas aos seus produtores (vegetais, algas,

fungos, líquens) (RUZICKA, 1953; GONZÁLEZ-BURGOS; GÓMEZ-

SERRANILLOS, 2012). Estas moléculas apresentam comportamento químico

extremante diversificado e, é justamente esta diversidade química entre os diterpenos

que podem ser exploradas através de aplicações biotecnológicas, permitindo verificar

sua eficácia terapêutica e mecanismos de ação diante os diversos testes e modelos

experimentais (HWANG et al., 2008; JO et al., 2012; ISLAM; MARQUES et al., 2016).

Testes como o ensaio de inibição de DPPH permitem determinar eficientemente

se um dado composto possui propriedades antioxidantes (GONZÁLEZ-BURGOS et al.,

2010; JUNIOR; DE LIMA YAMAGUCHI; ALCANTARA, 2011). De acordo com os

resultados obtidos o diterpeno MP-1 apresentou uma elevada atividade redutora frente

aos radicais livres de DPPH neutralizando-os em mais de 50%, confirmando sua ação

antioxidante. Estes achados corroboram com dados descritos na literatura a cerca destas

moléculas, visto que alguns diterpenos apresentam atividades redutoras já descritas.

Estudos conduzidos por González-Burgos e colaboradores (2010), mostraram que os

diterpenos andalusol e lagascatriol isolados de diferentes espécies vegetais do gênero

Sideritis, reduziram em 20% o conteúdo de DPPH, em concentração de 50 µg/mL.

Estes resultados sugerem que estes compostos tem a capacidade de capturar radicais

livres, propriedade atribuída à possibilidade de doar um átomo de hidrogênio.

Os modelos experimentais, além de permitir um melhor entendimento a cerca da

patogênese da DP, possibilitam também avaliar a eficiência terapêutica de novos

fármacos e bioativos frente a injúrias provocadas por neurotoxinas (BLESA;

PRZEDBORSKI, 2014; SARMENTO SILVA et al., 2015; LINS et al., 2017). Ao longo

dos últimos anos, vários modelos animais de DP têm sido desenvolvidos e têm

contribuído extensivamente para a expansão do conhecimento da DP. O uso de drogas

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como a RES e 6-OHDA tem se mostrado eficaz para modelar diferentes aspectos da DP

em roedores (BLESA; PRZEDBORSKI, 2014).

A 6-OHDA afeta o sistema nigroestriatal causando degeneração seletiva de

neurônios dopaminérgicos, culminando no surgimento dos principais sintomas motores,

comportamentais e neuroquímicos associados à DP (TIEU; DUTY; JENNER, 2011;

BOVÉ; PERIER, 2012). De acordo com a análise dos resultados, estas alterações foram

observadas na diminuição da atividade exploratória (Figura 18), disfunção na

coordenação motora (Figura 19) e alterações no ganho normal de peso dos animais

(Figura 22). Estes sintomas estão relacionados às alterações neuroquímicas, tais como

diminuição no conteúdo de dopamina, sensibilização à agonistas dopaminérgicos,

processos pró-inflamatórios e pró-oxidativos. Além disso, a toxicidade induzida pela

neurotoxina é capaz de induzir uma adaptação celular para autoproteção contra o

estresse oxidativo (TIRMENSTEIN et al., 2005; CUNHA et al., 2013;

MAGALINGAM et al., 2014). Em nossos resultados, pode-se observar uma alteração

no sistema antioxidante endógeno, que apresentou um aumento significativo no

conteúdo de GSH nos animais do controle positivo (Figura 25).

Os diterpenos vêm despertando interesse por apresentarem potencial aplicação

na terapia de doenças relacionadas ao estresse oxidativo (CHEN et al., 2006; HWANG;

JEONG, 2008; NELSEY; WILKINS; LINSEMAN, 2010; XU et al., 2011;

GONZÁLEZ-BURGOS; GÓMEZ-SERRANILLOS, 2012; YAN et al., 2013). A partir

de então, a literatura tem demonstrado que diterpenos de diversas fontes podem exercer

efeitos neuroprotetores, atuando na contraposição de alterações neuroquímicas, sendo

capazes de reduzir os distúrbios motores e neurocomportamentais (HONG et al., 2007;

ZHANG; WU et al., 2015; LIN; TSAI; ISLAM; HABTEMARIAM, 2016).

No modelo de DP, induzido por 6-OHDA, pôde-se observar alguns dos

principais achados descritos na literatura desta neurotoxina em ratos, como uma

diminuição na atividade exploratória, redução no comportamento de bipedestação

(rearings) e aumento no tempo de imobilidade. No presente estudo, foi possível

observar um efeito do diterpeno (MP-1), na melhora da atividade exploratória

espontânea dos animais (100 e 500 µg/kg; i.c.), aumentando o número de linhas

cruzadas e de rearings, além da diminuição do tempo de imobilidade (10, 100 e 500

µg/kg; i.c.) (Figura 18). Além da dopamina estriatal, a 6-OHDA também é capaz de

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alterar o sistema serotonérgico, causando redução dos níveis de serotonina hipocampal

(5-HT) e sintomas de depressão em roedores (SANTIAGO et al., 2010). Em nosso

estudo, algumas destas alterações foram observadas na redução da taxa do

comportamento de autolimpeza (groomings) em animais hemiparkinsonianos. Contudo,

não foi observada uma melhora nas taxas de groomings nos grupos de tratamento, que

apresentaram diferenças significativas em relação ao controle negativo, demostrando

que o MP-1 não foi capaz de reverter este parâmetro.

O teste do rotarod é bastante utilizado para avaliar os déficits comportamentais e

o grau de lesão induzidos pela 6-OHDA em modelos animais de DP, e tem se mostrado

uma ferramenta útil para investigar a eficácia de novas drogas para o tratamento da DP

(ROZAS; GARCIA, 1997; LINS et al., 2017). Este teste é utilizado para avaliar a

coordenação motora e o equilíbrio de roedores quando os mesmos são colocados sobre

um eixo de rotação com um protocolo de frequência fixa ou de aceleração. No presente

estudo, utilizamos um protocolo de aceleração de 4 a 40rpm, que tem demonstrado ser

eficaz para identificar ratos lesionados após a injeção unilateral no estriado

(MONVILLE; TORRES; DUNNETT, 2006; SOUZA et al., 2017).

Animais com lesão tendem a apresentar uma dificuldade de permanecer no

aparato à medida que a frequência do eixo de rotação aumenta e, desta forma, eles

apresentam uma latência menor para a queda comparado aos animais controles sem

lesão (IANCU et al., 2005; MONVILLE; TORRES; DUNNETT, 2006; DECRESSAC;

MATTSSON; BJÖRKLUND, 2012). Estas alterações foram observadas em nossos

resultados, que apontaram uma maior dificuldade nos animais hemiparkinsonianos em

se manter sobre a barra giratória, com diminuição considerável da latência e maior

número de quedas, em relação ao controle negativo (Figura 19). Contudo, os animais

que receberam injeção intracraniana de MP-1 (100 e 500 µg/kg; i.c.), apresentaram

melhora significativa na coordenação motora observada no teste. Resultados

semelhantes foram observados por Hong e colaboradores (2007), que relataram o efeito

do melhoramento motor em camundongos submetidos ao modelo de DP induzido por

MPTP, e tratados por via intraperitoneal com o diterpeno tripchlorolide (TW397),

apresentando redução no número de quedas e melhor desempenho sobre a barra

giratória. Estes dados demonstram uma ação neuroprotetora de determinados compostos

diterpenoides, contra a toxicidade induzida por neurotoxinas, com importantes

implicações para o tratamento da DP.

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Ratos com lesões unilaterais do sistema nigroestriatal possuem um

comportamento estereotipado de rotação que tem sido associado a um desequilíbrio

neuroquímico, especialmente dos níveis de dopamina, entre os sistemas nigroestriatal do

lado ipsilateral e contralateral à lesão (HUDSON et al., 1993). Este comportamento

rotacional pode ser potencializado por agonistas dopaminérgicos, tais como a

apomorfina. A administração deste agonista, portanto, culmina em um comportamento

assimétrico, contralateral ao local lesionado. Dessa forma, pode-se validar a cirurgia

esteriotáxica unilateral de 6-OHDA, mensurando o número dessas rotações que

representa o principal teste de verificação do processo neurodegenerativo

dopaminérgico no modelo de DP induzido por esta neurotoxina (HEFTI et al., 1980;

GREALISH et al., 2010; SOUZA et al., 2017).

No presente estudo, observamos um aumento significativo no número de

rotações contralaterais do grupo 6-OHDA em relação ao grupo Sham (Figuras 20 e 21).

Os animais tratados com MP-1 (100 e 500 µg/kg; i.c.), por sua vez, apresentaram uma

redução no número de rotações, demonstrando um possível efeito neuroprotetor do

bioativo, que preveniu a redução dos níveis de dopamina endógena. Alguns diterpenos

encontram-se descritos pelos efeitos de prevenção de lesões nigroestriatais provocadas

por neurotoxinas. Estudos conduzidos por Wu e colaboradores (2015) mostraram que

ratos pré-tratados com o diterpeno ácido carnósico (CA) apresentaram diminuição no

número de rotações contralaterais. Resultados semelhantes também podem ser

observados em estudos conduzidos por Zhang e colaboradores (2015), que relataram a

redução no número de rotações contralaterais em camundongos submetidos a danos

unilaterais de 6-OHDA no estriado direito, e tratados intraperitonealmente com 10

mg/kg do diterpeno tanshionina IIA. Em nossos estudos, efeitos semelhantes foram

observados utilizando menores doses da droga, o que demonstra a ação eficaz de

neuroproteção do diterpeno MP-1 contra injúrias neurotóxicas.

A 6-OHDA é uma neurotoxina capaz de gerar alterações sistêmicas que se

refletem também na alteração do ganho normal de peso em animais

hemiparkinsonianos, em decorrência de desordens gastrointestinais, perturbação da

deglutição e/ou alterações no comportamento alimentar (KISTNER; LHOMMEÉ;

KRACK, 2014), visto que esta droga é capaz de mimetizar cerca de 60-70% dos

sintomas da DP (BOVÉ; PIER, 2012). De acordo com a literatura, pacientes com DP

mostram uma desregulação na massa corpórea, quando comparado com sujeitos sadios

de mesma idade (VAN DER MARCK et al., 2012). Alterações semelhantes foram

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observadas em nossos resultados, que apontaram uma perda de peso em ratos

submetidos à lesão pela neurotoxina. Entretanto, os animais tratados com o MP-1,

recuperaram o ganho de peso normal a partir do 6° (100 µg/kg i.c.) e 8° dia (10 e 500

µg/kg i.c.) de tratamento (Figura 22). Produtos de plantas são, frequentemente,

considerados menos tóxicos e com menos efeitos colaterais que drogas sintéticas, sendo

amplamente utilizadas pela população no tratamento de várias doenças (DORNAS et

al., 2009). Além disso, alguns diterpenos presentes em extratos vegetais são relatados

pelos seus efeitos de prevenção contra alterações metabólicas e hiperglicêmicas (LI et

al., 2007). Desta forma, a prospecção de compostos diterpenoides em modelos de DP

podem auxiliar no desenvolvimento de novas estratégias farmacológicas para a

neuroproteção com menos efeitos adversos.

Os mecanismos pró-apoptóticos causados pela neurotoxina 6-OHDA estão

relacionados a processos geradores de estresse oxidativo e nitrosativo, os quais

envolvem o aumento dos níveis de nitrito/nitrato (NO2/NO3) e peroxidação lipídica em

áreas cerebrais de roedores (DATTA et al., 2000; GILGUN-SHERKI; MELAMED;

OFFEN, 2001; DAUER; PRZEDBORSKI, 2003; ARAÚJO et al., 2013). No presente

estudo, este aumento foi observado nos animais hemiparkinsonianos, em relação ao

controle negativo. O tratamento com MP-1 foi capaz de reverter significativamente o

estresse nitrosativo, nas três doses testadas (figura 23). Entretanto, apenas as doses de

100 e 500 µg/kg (i.c.) foram capazes de reverter os níveis de MDA, previnindo a

peroxidação lipídica apenas no corpo estriado (ipsilateral e contralateral) e hipocampo

(500 µg/kg, i.c.) (Figura 24).

A GSH é um antioxidante potente presente em todos os tecidos de mamíferos,

participando da sinalização REDOX para o controle da peroxidação lipídica, bem como

para espécies reativas de oxigênio de nitrogênio (SCHOLZ et al., 1989; YANG et al.,

2002; XU et al., 2002; LU, 2013). Em estudos conduzidos por Tirmensteins e

colaboradores (2005), foi observado um aumento da concentração de glutationa

reduzida em cultura de neuroblastomas humanos (SH-SY5Y). No presente estudo,

resultados semelhantes foram observados em áreas cerebrais de animais do controle

positivo, que apresentaram um aumento nos níveis de GSH. Contudo, o MP-1 não foi

capaz de induzir a ação antioxidante por esta via, sendo observados níveis elevados de

GSH apenas nas áreas de animais submetidos à dose de 10 µg/kg (i.c.), que apresentou

menor eficiência na atividade de neuroproteção dentre os parâmetros analisados. Estes

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resultados sugerem que os altos níveis encontrados nos grupos tratados com 10 µg/kg

(i.c.) ocorreram devido à toxicidade induzida pela neurotoxina.

O diterpeno MP-1 testado no presente estudo é constituído por anéis cíclicos, de

estrutura volumosa, contendo grupos substituintes, principalmente cadeias alifáticas e

grupos hidroxilas. Desta forma, levando em consideração os resultados da TEC50 de

MP-1 que apresentou um curto tempo de reação (TEC50), pode-se sugerir que a sua

ação antioxidante e neuroprotetora ocorra pela neutralização de radicais livres, através

da transferência de átomos de hidrogênio, visto que o MP-1 apresenta uma alta

eficiência antiradicalar e não foi capaz de modular positivamente a resposta

citoprotetora via GSH em áreas cerebrais de ratos submetidos à neurotoxina 6-OHDA.

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6. CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos, o presente estudo conclui que o novo diterpeno

MP-1, isolado de C. argyrophylloides possui propriedades redutoras e exerce efeito de

neuroproteção, impedindo alterações neuroquímicas e neurocomportamentais induzidas

pela neurotoxina 6-OHDA e, portanto, apresenta-se como uma ferramenta

farmacológica em potencial, fornecendo subsídios para a continuidade de estudos

futuros e sua possível aplicação no desenvolvimento de estratégias neuroprotetoras

contra a DP.

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