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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA KAMILA DE SOUSA OTÁVIO PURIFICAÇÃO PARCIAL DA BSP5 DO PLASMA SEMINAL BOVINO FORTALEZA 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE ......Prof. Dr. Jorge André Matias Martins Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) _____ Dr. Mauricio Fraga van Tilburg Universidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

KAMILA DE SOUSA OTÁVIO

PURIFICAÇÃO PARCIAL DA BSP5 DO PLASMA SEMINAL BOVINO

FORTALEZA

2017

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KAMILA DE SOUSA OTÁVIO

PURIFICAÇÃO PARCIAL DA BSP5 DO PLASMA SEMINAL BOVINO

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia,

Universidade Federal do Ceará, como requisito

parcial para obtenção do Título de Mestre em

Zootecnia. Área de Concentração: Reprodução

Animal.

Orientador: Prof. Dr. Arlindo de Alencar

Araripe Noronha Moura.

Co-orientador: Dr. Fábio Roger Vasconcelos.

FORTALEZA

2017

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KAMILA DE SOUSA OTÁVIO

PURIFICAÇÃO PARCIAL DA BSP5 DO PLASMA SEMINAL BOVINO

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia,

Universidade Federal do Ceará, como requisito

parcial para obtenção do Título de Mestre em

Zootecnia. Área de Concentração: Reprodução

Animal.

Aprovada em ____/_____/____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________

Prof. Dr. Arlindo de Alencar Araripe Noronha Moura (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_______________________________________________________

Dr. Fábio Roger Vasconcelos (Co-orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_______________________________________________________

Prof. Dr. Jorge André Matias Martins

Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

________________________________________________________

Dr. Mauricio Fraga van Tilburg

Universidade Estadual do Ceará (UECE)

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Aos meus queridos avós gostaria de dedicar

esta conquista.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter colocado pessoas tão especiais ao meu lado nessa trajetória.

À Universidade Federal do Ceará e ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, pela

oportunidade de realização desta conquista.

Ao Prof. Dr. Arlindo Moura por sua dedicação e conhecimentos dispensados a mim

durante o mestrado. Você é referência profissional e pessoal para o meu crescimento.

Ao Dr. Jorge Martins por ter contribuído com sua genialidade para nosso experimento,

mesmo que de longe sempre nos acompanhando. Meu profundo agradecimento pelo seu

profissionalismo e amizade.

Ao Dr. Fábio Roger Vasconcelos, agradeço pela colaboração, apoio e tempo dedicado

a mim durante a execução deste trabalho para obtenção de melhores resultados.

À CAPES pela concessão da bolsa de auxílio financeiro.

Aos membros participantes da banca examinadora: Jorge André Matias Martins, Fábio

Roger Vasconcelos e Mauricio Fraga van Tilburg, pela valorosa contribuição com a melhoria

do nosso trabalho.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia pelos conhecimentos

transmitidos.

Aos meus pais, Mário César e Carmen, obrigada pelo amor incondicional, por todo

incentivo e por sempre acreditarem em meu potencial.

Aos avós mais lindos do mundo, Maria de Lourdes e Belarmino (in memoriam), Elcisa

e Francisco (in memoriam), Maria do Socorro e Wilson. Tudo o que eu sou eu devo a vocês!

À toda minha família que representa o meu bem mais precioso e a minha maior

saudade, obrigada por todas as palavras de apoio e incentivo para que eu sempre seguisse de

cabeça erguida por onde quer que eu fosse.

À minha parceira de mestrado Bruna Félix pela amizade e companheirismo durante

esses anos, do qual teremos muitas histórias para contar, muitos áudios no Whatsapp

compartilhando desde os mais banais até os problemas mais cabeludos. Obrigada por tudo!

As minhas companheiras de apartamento Luanda Rêgo e Solange Damasceno por toda

amizade e sempre estarem ao meu lado. Obrigada por todos os conselhos e momentos

compartilhados!

A Mónica Ramírez e Aderson Viana por toda paciência e nunca hesitarem em me

ajudar, vocês são profissionais admiráveis e meus anjos da guarda nesse laboratório.

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Ao Fagner Cavalcante pelo tempo dedicado ao me fazer compreender os métodos de

purificação assim que cheguei ao laboratório.

Aos amigos do laboratório pela parceria de sempre: Revila Melo, Deisy Díaz, Ana

Luiza Cazaux, Mayra Vettorazzi, Renato Passos, Moemia Portela, Taciane Alves, Thiago

Damasceno, Eduardo Pessoa, David Vale, Arabela Guedes, Antônio Carlos Albuquerque,

Maria Júlia Bezerra, Fábio Vasconcelos, Jander Fabrício, Mariana Baraldi, Nielyson Batista.

Vocês são a minha família cearense!

Aos amigos do laboratório de genética molecular, em especial ao Dr. Thalles Barbosa

Grangeiro e Dr. José Edvar Monteiro Júnior pela parceria e contribuição para o andamento do

experimento.

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“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor,

mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou

o que deveria ser, mas Graças a Deus, não sou

o que era antes.”

(Marthin Luther King)

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RESUMO

O plasma seminal vem sendo objeto de várias pesquisas devido a sua importância na fisiologia

espermática, ao qual a análise dos fluidos reprodutivos fornece informações cruciais para a

compreensão dos mecanismos que determinam a capacidade fecundante dos gametas

masculinos. Objetivou-se no presente estudo indicar um método para purificar a Binder of

SPerm 5 (BSP5), proteína de 30 kDa presente no fluido das glândulas vesiculares de touros Bos

indicus. O fluido seminal foi extraído das glândulas vesiculares obtidas em abatedouro, e

posteriormente, submetido às cromatografias de afinidade à heparina (Hitrap Heparin HP)

seguida pela cromatografia de troca iônica (SP Sepharose). Para o monitoramento da

purificação, realizou-se SDS-PAGE e para confirmação das proteínas foi realizado western blot

com anticorpo específico para BSP5. Baseado no perfil cromatográfico da heparina, foram

observados dois picos bem definidos (nHBP e HBP), dos quais o pico referente às proteínas

com afinidade pela heparina (HBP) representou percentual de 51,5% de proteínas do fluido das

glândulas vesiculares. As HBPs, quando separadas por meio de cromatografia de troca-iônica,

apresentaram seis picos agrupados em quatro frações cromatográficas (P1, P2, P3 e P4), dos

quais os picos de proteínas ligantes (P3 e P4) totalizou 80,97%. O Western blot com anticorpo

anti-BSP5 purificado a partir de anti-soro de coelho, confirmou a presença da banda de 30 kDa

no fluido das glândulas vesiculares, no pico com afinidade à heparina e pico 4 da troca iônica.

A partir dessa purificação parcial, foi observada que a sequência cromatográfica de afinidade

pela heparina seguida de troca catiônica, é eficaz para capturar a BSP5. Contudo, faz-se

necessário a ampliação desse método, seguido de confirmações através de sequenciamento

recombinante e espectrometria de massas. E a partir dessa purificação é possível a realização

de testes funcionais que permitem compreender os mecanismos pelos quais as proteínas BSPs

modulam a capacitação espermática, além de incrementar processos biotecnológicos.

Palavras-chave: BSP5. Bos indicus. Glândulas vesiculares. Fluido seminal.

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ABSTRACT

Seminal plasma has been the subject of several studies due to its importance in sperm

physiology, which analysis of reproductive fluids provides crucial information for

understanding the mechanisms that determine the fertile ability of male gametes. The objective

of the present study was to indicate a method to purify the Binder of SPerm 5 (BSP5), a 30-kDa

protein present in the vesicles gland fluid from Bos indicus bulls. The seminal fluid extracted

from seminal vesicles glands was obtained in abattoir, and subsequently subjected to heparin

affinity chromatography (Hitrap Heparin HP), followed by ion exchange chromatography (SP

Sepharose). For the monitoring of purification, SDS-PAGE was performed and western blotting

with BSP5-specific antibody was performed for protein confirmation. Based on heparin-

binding proteins, it was observed two well-separated peaks (nHBP and HBP), which heparin-

binding proteins (HBP) represented a percentage of 51.5% of seminal vesicle fluid proteins.

HBPs, when separated by ion exchange chromatography, showed four peaks (P1, P2, P3 and

P4), which the peaks of binding proteins (P3 and P4) represented 80.97%. Western blot with

anti-BSP5 antibody purified from rabbit antiserum confirmed the presence of the 30-kDa band

in seminal vesicle fluid, HBPs and ion exchange peak 4. From this partial purification, it was

observed that heparin followed by ion exchange chromatographies are effective to capture the

BSP5. However, it is necessary to extend this method, followed by confirmations through

sequencing and mass spectrometry. Moreover, from this purification it is possible to perform

functional tests that allow the understanding of the mechanism by which BSP proteins modulate

the sperm capacitation, in addition to increasing biotechnological processes.

Keywords: BSP5. Bos indicus. Seminal fluid. Vesicle gland.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 − Vista anterior da vesícula seminal............................................................. 15

Figura 2 − Aspectos da fisiologia espermática e fertilização que são potencialmente

influenciados por proteínas identificadas no fluido das glândulas sexuais

acessórias de touros Holteins.....................................................................

17

Figura 3 − Estrutura das proteínas BSPs..................................................................... 22

Figura 4 − Cromatografia de afinidade........................................................................ 26

Figura 5 − Cromatograma de afinidade à heparina das proteínas fluido seminal

bovino........................................................................................................

32

Figura 6 − Cromatograma integrado de afinidade à heparina das proteínas do fluido

seminal bovino. A análise do cromatograma foi realizada através do

Software PrimeView..................................................................................

33

Figura 7 − SDS-PAGE de fluido seminal de touros Bos indicus e frações não-ligantes

e ligantes à heparina......................................................................

33

Figura 8 − Western blot de proteínas do fluido seminal de touros Bos indicus e frações

sem afinidade à heparina e frações retidas na heparina.................

34

Figura 9 − Cromatograma de troca-iônica das proteínas retidas à heparina................ 35

Figura 10 − Cromatograma integrado da troca-iônica das proteínas retidas à heparina.

A análise do cromatograma foi realizada através de Software

PrimeView..................................................................................................

35

Figura 11 − SDS-PAGE de fluido seminal de touros Bos indicus e frações coletadas de

cromatografias de afinidade à heparina e troca-iônica..........................

36

Figura 12 − Western blot de frações cromatográficas da troca-iônica........................... 36

Figura 13 − Estratégia aplicada para purificação da proteína BSP5.............................. 37

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

µg Micrograma

µl Microlitro

aSFP Proteína ácida do fluido seminal bovino

BSP Binder of SPerm Proteins

CaCl2 Cloreto de Cálcio

g Grama

HBP Heparin Binding Proteins

HBP Proteína ligadora de heparina

HDL Lipoproteína de alta densidade

M Molar

mA Miliamperagem

mAu Miliunidade de absorbância

mBar Milibar

mL Mililitro

mm Milimetro

mM Milimolar

MWCO Molecular Weight Cut-Off

NaCl Cloreto de sódio

OPN Osteopontina

P1 Pico não retido da heparina

P2 Pico retido da heparina

PAGE Eletroforese em gel de poliacrilamida

pH Potencial hidrogeniônico

pI Ponto Isoelétrico

PLA2 Fosfolipase A2

PVDF Polyvinylidene difluoride

RSVP Ram Seminal Vesicle Protein

SDS Dodecil-sulfato de sódio

Tris Tris (hidroximetil) aminometano

V Volts

W Watt

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13

2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 15

2.1 Vesícula seminal e fluido das glândulas vesiculares ..................................................... 15

2.2 Proteínas do fluido da vesícula seminal relacionados à fertilidade ............................ 16

2.3 Binder of Sperm Proteins (BSP) .................................................................................... 20

2.4 Purificação de proteínas .................................................................................................. 24

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 27

3.1 Coleta e processamento do fluido seminal bovino ........................................................ 27

3.2 Precipitação das proteínas do fluido seminal bovino com etanol frio ........................ 27

3.3 Cromatografia de afinidade à heparina ........................................................................ 28

3.4 Cromatografia de troca-iônica ....................................................................................... 28

3.5 Eletroforese unidimensional ........................................................................................... 29

3.6 Confirmação da proteína Binder of Sperm 5 (BSP5) por western blot ....................... 29

4 RESULTADOS ................................................................................................................ 31

5 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 38

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 41

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 42

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1 INTRODUÇÃO

Os espermatozoides de mamíferos passam por uma série de eventos de maturação

antes de estarem aptos a fertilizar o oócito. Nas últimas décadas, diversos estudos têm sido

realizados com as proteínas presentes no fluido das glândulas vesiculares para melhor

compreensão do seu papel no processo de maturação espermática. Em inúmeras espécies, o

plasma seminal apresenta proteínas que se ligam perifericamente a superfície dos

espermatozoides, as quais são secretadas pelas glândulas sexuais acessórias, como as ampolas,

a próstata, as glândulas vesiculares e as bulbouretrais (MANJUNATH et al., 1984, 1987;

MANJUNATH; THERIEN, 2002; VILLEMURE; LAZURE; MANJUNATH; 2003;

SANCHEZ LUENGO et al., 2004; BERGERON et al., 2005; LUSIGNAN et al., 2007;

MOURA et al., 2007; MANJUNATH et al., 2009). Na espécie bovina, uma superfamília de

proteínas representada pelas BSPs (Binder of SPerm Proteins) constitui aproximadamente 60%

das proteínas totais do plasma seminal e desempenha função essencial na capacitação

espermática (MANJUNATH et al., 2008). As proteínas BSPs apresentam peso molecular

relativamente baixo (12-30 kDa), podendo ser ou não glicosiladas. No bovino, esse grupo de

proteínas é constituído pela BSP1, BSP3 e BSP5, conhecidas antes como BSP-A1/A2 ou PDC-

109, BSP-A3 e BSP-30kDa, respectivamente. As proteínas BSP1 apresentam peso molecular

entre 15,0-16,5 kDa, a BSP3 (13,0-14,0 kDa), enquanto a BP5 apresenta peso molecular entre

28,0-30,0 kDa (THERIÉN; MOREAU; MANJUNATH, 1999).

As BSPs possuem uma estrutura modular constituída de extensões de N-terminal não

conservados, seguidos de um domínio de Fibronectina tipo II (Fn2). Estes domínios estão

envolvidos na ligação da membrana espermática, mas o papel do N-terminal nas proteínas BSP

não tem sido investigado (JOIS; MANJUNATH, 2010). Além disso, as BSPs presentes no

fluido nas glândulas sexuais acessórias se ligam as células do epitélio do oviduto contribuindo

para a formação de reservatórios espermáticos (GWATHMEY et al., 2003; MOURA et al.,

2007). São conhecidas por se ligarem a membrana do espermatozoide no momento da

ejaculação devido a sua interação com as colina-fosfolipídios, no entanto ao contrário da BSP1

e BSP3 que apresentam maior afinidade a esse grupo de ligação às colina-fosfolipídios, as

proteínas BSP5 apresentam capacidade de ligação mais ampla aos lipídios (JOIS et al., 2015).

Essas proteínas estão presentes no plasma seminal de bovinos, caprinos, suínos, equinos e

bisões, e interagem com a heparina através dos seus domínios de Fn2, sendo estes responsáveis

pela sua interação com a gelatina e outros ligantes (MANJUNATH; SAIRAM, 1987;

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MARTINS et al., 2013). Membros desta superfamília também foram isolados através de

cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), utilizando coluna de fase reversa e

cromatografia de gel filtração (MANJUNATH, 1984), e cromatografia de afinidade

(RODRIGUEZ-VILLAMIL et al., 2016).

Embora essas proteínas apresentem um papel importante para a fertilidade, foi

constatado que as mesmas são prejudiciais aos espermatozoides no processo de criopreservação

(BERGERON et al., 2004), uma vez que o momento da ejaculação essas proteínas induzem o

efluxo de colesterol da membrana (THERIÉN; MOREAU; MANJUNATH, 1999). Apesar de

melhorias significativas nas últimas décadas em processos relacionados a criopreservação,

preservar o espermatozoide em estado congelado ainda é um desafio, uma vez que causa

alterações morfológicas e funcionais nos espermatozoides de ruminantes (MAXWELL et al.,

1996; MENEZES et al., 2016).

Portanto, o estudo dos componentes presentes no fluido das glândulas vesiculares tem

despertado o interesse em pesquisa nas últimas décadas. Esses estudos têm levado a descoberta

de marcadores proteicos que auxiliam nos processos de fertilidade, uma vez que o fluido possui

proteínas capazes de modular a fisiologia espermática. E em virtude dessas descobertas, este

trabalho objetivou avaliar métodos cromatográficos para a purificação da proteína BSP5

presente no fluido das glândulas vesiculares de touros (Bos indicus), constatando que é possível

capturar as proteínas BSPs do fluido por meio de cromatografias de afinidade à heparina e

cromatografia catiônica.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Vesícula seminal e fluido das glândulas vesiculares

As vesículas seminais (Figura 1) se encontram lateralmente às ampolas, próximo a

bexiga. Em bovinos, ovinos e caprinos, esses órgãos são firmes e lobulados apresentando

lúmen estreito, enquanto em equinos e suínos, assemelham-se a uma bolsa

(CUNNINGHAM, 2014). O par de vesículas seminais secretam um fluido viscoso e

amarelado denominado fluido das glândulas vesiculares, rico em frutose que constitui

aproximadamente 70% do ejaculado. Embora este fluido também seja constituído de

aminoácidos, citratos, prostaglandinas e proteínas, a frutose é o principal componente, uma

vez que ela atua como fonte de energia para os espermatozoides (GARTNER, 2007). Por

sua vez, o fluido apresenta a função de nutrir e facilitar a motilidade dos espermatozoides, e

devido sua natureza alcalina, ajudar a neutralizar o ambiente ácido da uretra masculina e

trato genital feminino (STABENFELDT; EDQVIST, 1996).

Fonte: Netter (2000).

A identificação dos componentes proteicos do ejaculado já mostravam o fluido

seminal como uma complexa mistura de proteínas (LARSON; SALISBURY, 1954). Contudo,

Figura 1 - Vista anterior da vesícula seminal.

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com o aperfeiçoamento de métodos em proteômica permitiu novas análises desse conteúdo do

plasma seminal (GEORGIEV, 1978), sendo que uma das principais colaborações, foram as

indicações de proteínas presentes no fluido das glândulas vesiculares como possíveis

marcadores de fertilidade e congelabilidade do sêmen bovino (JOBIM et al., 2004; MOURA et

al; 2006). Killian et al. (1993), em estudo avaliando a relação dessas proteínas com a fertilidade

in vivo de touros, observaram a presença de duas proteínas mais expressas em animais de

fertilidade superior, sendo elas a Osteopontina (55 kDa) e a Prostaglandina D sintase (26 kDa).

Proteínas presentes no fluido das glândulas vesiculares estão envolvidas na motilidade

e metabolismo espermático, equilíbrio osmótico, além de exercerem diversas outras funções

nos diferentes estágios do processo de fertilização (SHIVAJI; SCHEIT; BHARGAVA; 1990;

SOUSA, 2015).

2.2 Proteínas do fluido da vesícula seminal relacionados à fertilidade

O plasma seminal vem sendo objeto de várias pesquisas devido a sua importância na

fisiologia espermática. Considerando a função desta, a análise dos fluidos reprodutivos fornece

informações cruciais para a compreensão dos mecanismos que determinam a capacidade

fecundante dos gametas masculinos (MOURA et al., 2011). As glândulas sexuais acessórias

produzem as secreções do ejaculado que entram em contato com os espermatozoides

produzindo ambiente nutritivo e de proteção para que o mesmo entre em contato com o trato

reprodutivo da fêmea. Dessa forma, as proteínas presentes no fluido seminal desempenham

papel importante na estabilização dos espermatozoides, uma vez que conferem estabilidade à

membrana plasmática e participam de processos como formação de reservatórios espermáticos

e interação espermatozoide-oócito (JUYENA; STELLETTA, 2012; SANTOS, 2015). Dentre

as proteínas presentes no fluido das glândulas vesiculares relacionadas à alta congelabilidade

do sêmen e indicadas como marcadores, destacam-se a proteína ácida do fluido seminal bovino

(aSFP), clusterina, albumina, osteopontina (OPN), espermadesinas, TIMP-2 e BSPs (JOBIM;

GREGORY; MATTOS; 2009) (

Figura 2).

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17

A proteína aSFP é secretada pelas vesículas seminais, ampolas e epidídimo. Além

disso, é conhecida por ser membro da família das espermadesinas (12 - 26 kDa) (ROMERO et

al., 1997). A aSFP liga-se a superfície do espermatozoide ejaculado (HAASE et al., 2005).

Dessa forma, acredita-se que ela atue como fator decapacitante do espermatozoide e não como

molécula de ligação da zona pelúcida (Dostalova et al., 1994). Ressalta-se uma alta atividade

antioxidante associada a aSFP devido a presença de pontes dissulfeto, que auxiliam na

manutenção das membranas plasmáticas íntegras e funcionais (EINSPANIER et al., 1993;

MOURA et al., 2007). Estudos realizados com a adição de aSPF purificada ao sêmen bovino

apresentaram influência significativas nas características seminais, no qual foi observada

redução na motilidade dos espermatozoides quando adicionada concentração de 6,0 g/L, além

de redução da atividade mitocondrial com a adição de 4,0 g/L (SCHONECK; BRAUN;

EINSPANIER; 1996).

Figura 2 - Aspectos da fisiologia espermática e fertilização que são potencialmente

influenciados por proteínas identificadas no fluido das glândulas sexuais acessórias de touros

Holteins.

Fonte: Adaptado de Moura (2007).

Por sua vez, a clusterina possui atividade de chaperona, interagindo com proteínas

danificadas e corrigindo-as ou levando-as a sua degradação, protegendo assim as células do

efeito citotóxico oriundo da precipitação proteica (IBRAHIM et al., 1999; BAILEY et al.,

2002). Acredita-se que o acúmulo de clusterina nos espermatozoides seja um indicador de

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problemas no processo da espermatogênese (MOURA et al., 2007) pois ela pode ser expressa

na próstata, glândulas vesiculares, epidídimos e testículos (SYLVESTER et al., 1991), e está

relacionada a processos fisiológicos, tais como: adesão e agregação celular, metabolismo de

lipídios, secreção endócrina, maturação espermática e proteção espermática (MERI; JARVA;

2001; SOUSA, 2015). Ela possui peso molecular de 25,35 kDa e é conhecida por possuir sítios

de ligação à heparina (PANKHURST; BENNET; EATERBROOK-SMITH; 1998; JOBIM;

GREGORY; MATTOS; 2009). Essa proteína é induzida por danos a célula e foi previamente

identificado como parte da membrana espermática de touros. Apresenta ação de proteção ao

espermatozoide contra reações imunes e ligação a células defeituosas no epidídimo (BAILEY;

GRISWOLD, 1999; IBRAHIM et al., 2001; van TILBURG et al., 2013). Chaperonas como as

BSPs e a clusterina foram encontradas nos componentes do fluido das glândulas vesiculares

com afinidade à heparina. A clusterina apresenta-se de forma abundante na cauda do epidídimo

e fluido das glândulas sexuais acessórias de touros (MOURA et al., 2007), sendo secretada em

resposta à danos a célula (MERI; JARVA, 2001; MARTINS et al., 2013).

A albumina apresenta peso molecular de 66,0 kDa e pI 5,4, e quando adicionada ao

sêmen favorece sua motilidade (DOTT; HARRISON; FOSTER, 1979; JOBIM; GREGORY;

MATTOS, 2009). Ela está envolvida no efluxo de colesterol e fosfolipídios que ocorre durante

a capacitação, modulando assim a constituição lipídica da membrana plasmática (ALVAREZ;

STOREY, 1985; JOBIM et al., 2004). Proteínas presentes no plasma seminal quando

adsorvidas à superfície da membrana espermática são capazes de modular a capacitação

espermática (MANJUNATH et al., 1994). Dentre essas proteínas, a albumina promove o efluxo

de colesterol e demais fosfolipídios de membrana que ocorrem na capacitação (DAVIS;

BYRNE; HUNGUND; 1979; JOBIM; GREGORY; MATTOS; 2009). Em estudos realizados

por Oberst et al., (2004), demonstram que as variações nas concentrações de albumina no

plasma seminal foram associados com alterações na espermiogênese e hipoplasia testicular

(SZUMOSKI, 1956; ROCHA; GARCIA; FERREIRA NETO, 1974).

A osteopontina (OPN) é uma glicoproteína fosforilada que se liga ao cálcio e interage

com o receptor de vitronectina e integrina (GONÇALVES; WOLINETZ; KILLIAN; 2007).

Essa glicoproteína de pI 4,5, foi inicialmente identificada na matriz óssea bovina, estando

associada à grande quantidade de ácido aspártico e glutâmico na matriz óssea (FRANZEN;

HEINEGARD, 1985). A sua presença em diversos tecidos, relacionada a adesão e

reconhecimento celular estendeu o reconhecimento desta proteína (MOURA, 2005). A

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presença da OPN no plasma seminal de touros se refere principalmente a secreções da ampola

e vesícula seminal e possivelmente pelo epidídimo e próstata (RODRÍGUEZ; DAY; KILLIAN;

2000). Ela é classificada como uma citocina, ou seja, proteína solúvel capaz de modular as

funções celulares através de efeitos mediados por receptores (PATARCA; SAAVEDRA;

CANTOR, 1993; JOBIM; GREGORY; MATTOS, 2009). Esta proteína também é secretada no

oviduto da vaca, confirmando a sua importância no local da fertilização, independente se é

oriunda do plasma seminal ou secreção tubária (GABLER, CHAPMAN; KILLIAN, 2003;

BUSTAMANTE FILHO, 2010). A OPN oriunda do fluido das glândulas sexuais acessórias se

liga a membrana dos espermatozoides por meio das integrinas, e este complexo osteopontina-

integrina interage com os receptores da membrana oocitária, atuando no momento da

fertilização (D’CRUZ, 1996). Os receptores para integrina desempenham papel na ligação

espermatozoide-oócito, na pré-implantação e implantação (VINATIER, 1995). O papel da OPN

na adesão celular acontece por meio dos receptores da família das integrinas, logo a relação

desta proteína com a congelabilidade do sêmen pode ser atribuída à modulação da função

celular da membrana espermática, levando a proteção da mesma no processo de criopreservação

(JOBIM, 2001; JOBIM et al., 2002).

As espermadesinas são polipeptídeos multifuncionais com a capacidade de ligação a

diversas moléculas como fosfolipídios e inibidores de proteases, o que indica envolvimento nas

fases do armazenamento espermático e fertilização (CALVETE; SANZ, 2007;

BUSTAMANTE FILHO, 2010). Essas proteínas apresentam baixo peso molecular (12 – 16

kDa), possuindo a capacidade de interagir com espermatozoides ejaculados (SANZ et al., 1992;

SOUSA, 2015). Apresentam em sua composição aproximadamente 109 a 113 aminoácidos,

constituídos por um único domínio que serve como suporte estrutural (ROMERO et al., 1997).

Em estudos realizados por Killian et al., foi detectado um peptídeo de baixo peso molecular

associado à antifertilidade, posteriormente identificado como espermadesina Z13. Esta

apresenta maior intensidade no fluido das glândulas sexuais acessórias de reprodutores de baixa

fertilidade (TEDESCHI et al., 2000; SOUSA, 2015).

A TIMP-2 (Metalloproteinase inhibitor 2 precursor) se liga ao espermatozoide de

touros logo após a ejaculação, o que sugere que a mesma participe do processo de interação

entre gametas (CORREA et al., 2000; RÊGO, 2014). Essa proteína atua de modo a integrar um

sistema proteolítico envolvido na reação acrossômica e interação entre gametas (MCCAULEY

et al., 2001). Ela apresentou sua expressão de RNAm detectado em todos os tecidos das

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glândulas sexuais acessórias de touros, e posteriormente foi identificada no fluido das glândulas

vesiculares (MCCAULEY et al., 2001; MOURA et al., 2007; RÊGO, 2014).

2.3 Binder of SPerm Proteins (BSP)

As proteínas BSPs compreendem a maior parte do plasma seminal bovino (KELLY et

al., 2006; MOURA et al., 2007). As proteínas dessa família possuem a capacidade de interagir

com fosfolipídios, contendo colinas presentes na membrana dos espermatozoides no momento

da ejaculação. A interação lipídio-proteína atua na remoção de colesterol e fosfolipídios de

membrana, diminuindo dessa forma a relação colesterol:fosfolipídio, que é essencial a

capacitação espermática (DESNOYERS; MANJUNATH, 1992). Vale ressaltar que elas são

capazes de se ligar ao LDL de forma rápida e saturável, e essa interação tem efeitos

consideráveis na preservação da função espermática (BERGERON et al., 2004). Além disso,

essa família de proteínas está correlacionada com índices de fertilidade em touros, além de

constituírem o principal grupo de proteínas do plasma seminal de ruminantes, que se

apresentam como potenciais indicadores de fertilidade na reprodução de machos (MOURA et

al., 2011).

Glicosaminoglicanos são secretados na fase folicular pelo trato reprodutor feminino,

se ligando ao espermatozoide bovino através das HBPs (heparin-binding proteins), tornando-se

aptos a induzir o processo de capacitação espermática (LENZ et al., 1983; MILLER; WINER;

AX, 1990). As HBPs são produzidas pelas glândulas sexuais acessórias e secretadas no plasma

seminal, possuindo a capacidade de se ligar à membrana plasmática do espermatozoide no

momento em que entram em contato com o plasma seminal. Dessa forma, os espermatozoides

adquirem receptores específicos pelos quais tornam-se responsivos ao efeito da capacitação

pela heparina (LENZ et al., 1983; LENZ et al; 1988; SOUSA, 2015). A HDL, por sua vez,

associada as BSPs estimulam o efluxo de colesterol do espermatozoide epididimário e tem

papel no início da modificação da membrana, durante o processo de capacitação espermática

(ZARINTASH; CROSS, 1996). Este efluxo de lipídios por proteínas BSPs depende do tempo

de concentração, e a contínua exposição do espermatozoide ao plasma seminal que contém

essas proteínas é prejudicial a membrana espermática, tornando-a mais sensível no momento

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de estocagem durante o processo de criopreservação (THÉRIEN et al., 1997; MANJUNANTH

et al., 2007; JOBIM; GREGORY; MATTOS, 2009).

Membros da família BSP compõe grande parte do fluido das glândulas sexuais

acessórias e plasma seminal dos bovinos (20-40 mg/ml ou 65% de proteínas totais) (KELLY et

al., 2006; MANJUNATH; THERIÉN, 2002). As BSPs bovinas são proteínas bem

caracterizadas em termos de estrutura e função biológica, e já bem descritas com relação as

interações com grande variedade de ligantes, tais como heparina, glicosaminoglicanos e

apoliproteína A1, além de diluidores de sêmen que atuam na sua preservação (MANJUNATH;

JOIS, 2010).

A BSP1 difere da BSP3, uma vez que a primeira é uma glicoproteína e a BSP3 não

contém nenhum carboidrato ligado covalentemente (MANJUNATH; SAIRAM, 1987),

diferendo apenas no grau de glicosilação (THÉRIEN; SOUBEYRAND; MANJUNATH, 1997).

A estrutura primária dessas proteínas consiste de dois domínios de fibronectina tipo II

arranjados em conjuntos, e cada domínio consiste de 38 e 41 aminoácidos com duas pontes

dissulfeto, respectivamente (MANJUNATH; THERIÉN, 2002). Domínios de fibronectina tipo

II, também conhecidos como Fn2, é uma assinatura das proteínas BSP e recentemente uma

análise de bioinformática com todas as proteínas contendo esse domínio de Fn2 identificou

muitas proteínas homólogas da BSP (MANJUNATH et al., 2008).

A BSP1 é conhecida por ser a proteína de maior ligação à heparina do plasma seminal

bovino, ligando-se especificamente as colina-fosfolipídios do espermatozoide durante a

ejaculação, o que facilita o processo de capacitação através do efluxo de colesterol e

fosfolipídios (THÉRIEN; MOREAU; MANJUNATH, 1999). Manjunath et al., (2002)

observaram redução significativa dessas proteínas após a criopreservação do sêmen, o que

indica modificação na membrana plasmática durante o congelamento.

A BSP3 também atua no processo de capacitação, uma vez que provoca o efluxo de

colesterol da membrana plasmática do espermatozoide. Contudo, supõe-se que altos níveis

dessa proteína associadas ao espermatozoide podem desestabilizar a membrana plasmática dos

gametas, diminuindo sua resistência ao choque térmico (MANJUNATH; SAIRAM, 1987;

MANJUNATH, 2007). Esta proteína apresenta menor peso molecular (13 - 14 kDa) quando

comparado a BSP1, uma vez que ela não apresenta glicosilação (MANJUNATH; SAIRAM,

1987).

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A BSP5 é a mais glicosilada dessa família e apresentam um N-terminal mais longo, o

que pode explicar o seu maior peso molecular (28 - 30 kDa) em relação as outras proteínas da

família BSP (CALVETE et al., 1996; MARTINS, 2010). Assim como as demais BSPs (Figura

3), ela desempenha um papel fundamental no processo de capacitação espermática devido ao

efluxo de colesterol e fosfolipídios (JOIS; MANJUNATH, 2010). Além disso, as BSPs ligam-

se aos espermatozoides durante o trânsito no trato reprodutivo feminino para mediar a interação

entre os espermatozoides e o epitélio do oviduto, além de atuarem como chaperonas sob

condições de estresse (SANKHALA; SWAMY, 2010; RÊGO, 2014). A presença de proteínas

e açúcares componentes da membrana plasmática do espermatozoide e tuba uterina funcionam

como fatores determinantes na interação espermatozoide-células da tuba uterina (FAZELI et

al., 1999). Ressalta-se que após a cobertura ocorre a formação de reservatórios da tuba, que

acontece na região do istmo em diversas espécies de mamíferos e garante a disponibilidade de

espermatozoides viáveis e aptos a fertilização (GUALTIERI et al., 2010). Os espermatozoides

permanecem ligados no reservatório da tuba uterina até o momento da ovulação, no qual eles

se desprendem de forma gradativa e seguem para a ampola (GUALTIERI et al., 2010).

Consiste em um N-Terminal longo, seguido de dois similares domínios de Fn2 denominados A

e B. Ao contrário das BSP1 e BSP3 que se ligam especificamente à fosfatidilcolinas, a BSP5

tem apresentado um padrão de ligar-se também a lipídios. Até agora, a maioria dos

conhecimentos obtidos sobre as proteínas tem sido coletados a partir BSP1 devido a sua grande

concentração no plasma seminal. Todavia, a BSP5 é conhecida por ser a mais glicosilada, com

um N-Terminal mais longo e ser o membro mais ativo dessa família (JOIS; MANJUNATH,

2010). A estrutura da BSP5 sugere que essa glicoproteína possa ser um dos fatores contribuintes

para o fenótipo específico do espermatozoide bovino, modulando os efeitos da heparina na

capacitação espermática (CALVETE et al., 1996). Um comparativo entre a sequência de

aminoácidos da BSP5, BSP1, BSP3 mostram que além do domínio de Fn2, essas proteínas são

modeladas por único e exclusivo N-Terminal.

As proteínas BSPs são capazes de modular in vitro a atividade da proteína C e tirosina

quinase (YU et al., 2003). A sua interação com oligossacarídeos presentes no epitélio do

oviduto é responsável pela manutenção do reservatório espermático, uma vez que protege os

espermatozoides contra processos oxidativos (GWATHMEY et al., 2003; MOURA et al.,

2007). A BSP5 expressa no fluido das glândulas sexuais acessórias apresenta uma associação

com o índice de fertilidade de touros, e esta associação apresenta um “link” das BSPs em

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modelar o efluxo de colesterol da membrana espermática e seu potencial de interação com a

fosfolipase A2 (MOURA et al., 2007). Esta apresenta uma variedade de características

funcionais aos quais estão relacionadas sobretudo com a reação acrossômica e a fusão da

membrana espermatozoide-oócito (RIFFO; PARRAGÁ, 1997; YUAN et al., 2003; MOURA

et al., 2007). A fosfolipase A2 (PLA2) desempenha funções durante a interação

espermatozoide-oócito, uma vez que estas podem ser desenvolvidas via zona pelúcida ou por

sinalizações intracelulares via mensageiros secundários (YUAN et al., 2003; RÊGO, 2014).

Figura 3 - Estrutura das proteínas BSPs

Fonte: Manjunath e Thérien (2002).

Fatores de capacitação como glicosaminoglicanos, bicarbonato, BSA e heparina possuem

capacidade similar a das proteínas BSP promovendo o processo de capacitação espermática

(LEE; AX, 1984; RODRÌGUEZ-VILLAMIL et al., 2016). Em estudos realizados por

Rodrìguez-Villamil et al., no qual os mesmos avaliaram taxa de reação acrossômica de

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espermatozoides incubados com diferentes concentrações de BSP1 (0, 10, 20 e 40 µg/ml),

observaram que as taxas aumentaram até a concentração de 20 µg/ml e que após incubação com

heparina essas taxas subiram em 74,5%.

2.4 Purificação de proteínas

O processo de purificação de proteínas apresenta como objetivos principais a obtenção

da amostra pura para melhor compreensão de suas características estruturais e bioquímicas,

além de um produto com maior atividade específica para aplicação em diversos processos

(KOBLITZ et al., 2004).

Para o estudo de proteínas determinando suas características físico-químicas são

necessárias preparações homogêneas e determinado teor de pureza. A metodologia de

purificação de proteínas utiliza como ponto de partida as características de cada proteína para

separá-las. Essas características envolvem o peso molecular, carga de superfície,

hidrofobicidade e afinidade por alguns ligantes. Essas metodologias utilizadas, tais como

centrifugação, diálise e cromatografias são realizadas em sequência de modo a obter a amostra

purificada (MORAES et al., 2013).

A cromatografia consiste em método físico-químico de separação de componentes de

uma amostra, através da distribuição desses componentes em duas fases que estão em íntimo

contato (COLLINS et al., 1993). Embora existam diversas técnicas e sistemas, todos os

métodos envolvem uma fase móvel e outra fase estacionária, no qual os componentes a serem

separados são deslocados ao longo da fase estacionária com auxílio da fase móvel, e a separação

consiste na velocidade na migração da amostra (PESSOA, 1993). Ressalta-se que a fase

estacionária distingue-se em sólida, líquida ou quimicamente ligada.

São vários os critérios utilizados para definição das diversas modalidades de

cromatografias, sendo os mais comuns relacionados à técnica empregada, ao mecanismo de

separação envolvido e aos diferentes tipos de fases utilizadas. Ela se subdivide em

cromatografia planar ou cromatografia em coluna, sendo que estas apresentam uma fase

estacionária na forma de partículas e a fase móvel na forma de um sólido ou líquido que pode

recobrir a superfície do sólido ou estar quimicamente ligado a ele. De acordo com a fase móvel,

a cromatografia se subdivide em gasosa, líquida ou supercrítica. A cromatografia líquida em

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coluna, por sua vez, é dividida em cromatografia líquida clássica no qual é realizada em colunas

de vidro, com o fluxo da fase móvel exercido pela força da gravidade; e a cromatografia líquida

de alta eficiência, no qual usa colunas metálicas e pressões de fase móvel elevadas, obtidas com

o auxílio de bomba de alta pressão (COLLINS et al., 1993). Dentre os métodos de

cromatografia em coluna, diferem quanto à matriz utilizada, sendo classificados de acordo com

suas propriedades físico-químicas e ao método de separação da amostra. As cromatografias são

realizadas de acordo com o volume molecular (cromatografia de exclusão molecular),

polaridade (cromatografia de troca-iônica), hidrofobicidade (cromatografia de interação

hidrofóbica e de fase-reversa) além de especificidade de ligação (cromatografia de afinidade)

(MORAES, 2013).

A cromatografia líquida clássica ou cromatografia em coluna é uma técnica muito

utilizada para o isolamento de diversas substâncias químicas. Dentre os materiais mais

utilizados para a realização de cromatografia em coluna destacam-se a sílica e a alumina.

Durante o seu trajeto pela coluna cromatográfica, a molécula apresenta mudança entre a fase

estacionária e a fase móvel, deslocando-se ao longo da coluna apenas quando está na fase

móvel. Dessa forma, o tempo que a molécula permanece em cada fase após a transferência

depende da afinidade a cada uma delas. Logo, essas podem deslocar-se rapidamente devido a

um tempo relativamente curto na fase móvel enquanto permanecem por mais tempo na fase

estacionária. Portanto, uma separação eficiente dessas amostras vai depender basicamente do

equilíbrio e diferença de afinidade entre as fases estacionária, móvel e o volume de retenção do

soluto (PESSOA, 1993). Para a escolha do eluente a ser utilizado na corrida cromatográfica,

deve ser levado em consideração a constituição da amostra, uma vez que características como

a polaridade seja crucial para definição de eluentes polares e apolares (DEGANI et al., 1998).

Logo, o volume a ser recolhido depende do grau de dificuldade da separação da amostra, além

da quantidade de material injetado no sistema.

A cromatografia de afinidade (Figura 4) consiste na interação reversível entre a

proteína ou um grupo de proteínas, e um ligante acoplado à matriz de resina, no qual o momento

da eluição representa o momento no qual as proteínas se desacoplam da coluna seja por uma

mudança no pH, polaridade ou salinidade. Dessa forma, a eluição dos componentes retidos à

matriz que ocorreram devido a mudanças nas propriedades da fase móvel, que por sua vez

modificam as propriedades do grupo ligado (COLLINS et al., 1993). A liberação das

biomoléculas do suporte de afinidade pode ser realizada de modo específico ou inespecífico.

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Para o modo específico utiliza-se um competidor, o que leva a uma quebra de interações

existentes apenas a nível de sítio de ligação. As eluições inespecíficas ocorrem com a quebra

de interações hidrofóbicas, pontes de hidrogênio e pontes salinas presentes no contato

específico entre o sítio específico de ligação e a matriz (LOTAN; NICOLSON, 1979; SANTOS

FILHO, 2001).

Figura 4 - Cromatografia de afinidade

(A) Matriz com ligantes presos à fase estacionária. (B) Aplicação da amostra com diferentes sítios de ligação. (C)

Apenas o grupo de proteínas com capacidade de reconhecer o ligante da matriz interagiu com a fase estacionária.

(D) Proteínas com alta afinidade à resina. (E) Eluição da amostra após alteração nas condições físico-químicos.

Fonte: Moraes (2013).

Essa técnica cromatográfica é eficaz no isolamento de BSPs, devido a sua propriedade

de ligação à heparina. Outra técnica utilizada é a cromatografia líquida de alta performance

(FPLC), onde as proteínas são separadas de forma mais específica, considerando o peso

molecular e a afinidade a coluna (SALVADOR, 2005). A associação das técnicas de

cromatografia e eletroforese permitem a separação de proteínas específicas, tais como as

proteínas que participam de processos de capacitação (FOLHADELLA et al., 2013).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Coleta e processamento do fluido seminal bovino

O fluido seminal foi obtido de glândulas vesiculares colhidas de dez touros Bos indicus

em um abatedouro comercial da região metropolitana de Fortaleza. As glândulas foram

transportadas em recipiente refrigerado para o Laboratório de Fisiologia Animal do

Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará. Após dissecadas, uma incisão

longitudinal de 2 cm foi feita em cada glândula com o auxílio de um bisturi com lâmina número

24. Em seguida, as glândulas foram gentilmente massageadas na incisão para extração do

fluido, que foi colhido em tubos Falcon de 15 mL. Imediatamente após extração, coquetel de

inibidor de protease (Sigma Aldrich, USA) foi adicionado na proporção 1:1000 ao fluido das

glândulas vesiculares e, em seguida centrifugado (700 x g, 4ºC, 15 min), para separação dos

artefatos celulares do sobrenadante. O sobrenadante foi pipetado em tubos Falcon limpos de 15

mL e centrifugados novamente (5000 x g, 4ºC, 60 min). Então, foi realizado um pool de todas

as amostras para uniformizar o conteúdo e foram feitas alíquotas de 1,0 ml, armazenando-as a

-20ºC. Uma alíquota foi utilizada para determinar a concentração de proteína seguindo

metodologia descrita por Bradford (1976).

3.2 Precipitação das proteínas do fluido seminal bovino com etanol frio

Para a precipitação, foram adicionados 36 mL de etanol frio (-20ºC) em 4 mL de fluido

seminal em um tubo Falcon de 50 mL, e estes permaneceram em agitação por duas horas em

um isopor para que as proteínas pudessem precipitar, as quais foram recuperadas por meio de

centrifugação (10000 x g, 4ºC, 15 min). Logo, foram realizadas três lavagens com etanol frio

seguidas de centrifugações, conforme descrito acima, e as amostras permaneceram secando

“overnight” (18h) a 4ºC. Quando as amostras estavam completamente secas, elas foram

solubilizadas em 50mM de bicarbonato de amônio e então liofilizadas. Aproximadamente 300

mg de pó seco foram recuperados e ressuspendidos em 55 mL de tampão de ligação

(BERGERON, 2005).

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3.3 Cromatografia de afinidade à heparina

Proteínas do fluido seminal (3mg) foram injetadas em uma coluna Hitrap Heparin HP

anexada a um sistema Äkta Prime System Plus (GE Healthcare, USA). A coluna foi

previamente equilibrada com um tampão de ligação (Solução A: Tris 40mM, CaCl2 20mM, pH

7,4). As proteínas misturadas com a solução A foram injetadas no sistema sob fluxo de 1ml/min.

As proteínas ligantes a heparina (HBP) foram eluídas com solução B (Sol. B: Sol.A + 1 M

NaCl, pH 7,4). Estas foram então dessalinizadas e centrifugadas utilizando os filtros Amicon

MWCO 10 kDa (Sigma Aldrich, USA) e por meio de diálise, no qual foram realizadas oito

trocas de água em um intervalo de uma hora cada. Para diálise, membranas de 10 kDa (Sigma

Aldrich, USA) foram utilizadas para cada pico cromatográfico e então liofilizados. Para

ressuspender os picos, foi utilizado tampão de ligação. Para estimar o percentual de proteínas

que se ligam à heparina foi realizado uma integração dos picos através do Software PrimeView

Evaluation (GE Healthcare, USA) (RODRÍGUEZ-VILLAMIL et al., 2016). Proteínas do

plasma seminal (3 mg) foram submetidas a cromatografia de afinidade à heparina com o intuito

de estabelecer um comparativo ao experimento conduzido com amostras de fluido seminal.

Essas foram submetidas à SDS-PAGE e posterior análise por espectrometria de massas para

confirmação das bandas.

3.4 Cromatografia de troca-iônica

A fração ligante à heparina foi separada por cromatografia de troca-iônica utilizando

uma coluna de 5 mL SP Sepharose empacotada em uma coluna vazia de vidro (GE Healthcare,

USA). A coluna foi equilibrada com tampão de ligação (Sol. A: 20 mM C6H8O7, pH 3,4)

utilizando o sistema Äkta Prime Plus System. As amostras foram injetadas na coluna em um

fluxo de 2 ml/min. As frações da heparina retidas na troca-iônica foram eluídas com solução B

(Sol. B: C6H8O7 20 mM, NaCl 1M, pH 3,4). Estas frações foram dessalinizadas e concentradas

através de diálise, seguidas de liofilização por 48h à -50ºC e a um mínimo de pressão de 0.035

mBar. As frações foram armazenadas a -20ºC até posterior análise. Para estimar o percentual

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de proteínas da fração retida na heparina que se ligaram à coluna de troca-iônica, foi realizada

uma integração dos picos e estes foram analisados através de Software PrimeView Evaluation

(GE Healthcare, USA).

3.5 Eletroforese unidimensional

Amostras liofilizadas de HBP e troca-iônica obtidas através de cromatografia de

afinidade à heparina e troca-iônica, respectivamente, foram ressuspendidas em 200 µl de

tampão de amostra e as proteínas quantificadas por meio do método protein A280

(Nanodrop,Thermo Scientific) . Para a eletroforese, foram utilizados 20 µg de proteínas do

fluido das glândulas vesiculares (controle positivo), HBPs, proteínas não-retidas à heparina e

frações cromatográficas da troca-iônica adicionado de tampão de corrida (0,125 M Tris–HCl,

pH 6,8, 4% SDS, 20% (v/v) glicerol, 0,2 M DTT, 0,02% azul de bromofenol). As amostras

foram aquecidas por 90 segundos, e pipetadas nos poços do gel de concentração (4% de

acrilamida), colocado sobre um gel de corrida de 12,5% de acrilamida. Em um poço do gel de

concentração foram colocados 5 µl de marcador molecular Amersham ECL Full-Range

Rainbow Molecular Weight (GE Healthcare, USA) para estimar o peso molecular das proteínas

nas bandas. Para a corrida eletroforética foi utilizado o seguinte padrão da eletroforese (SE600

Ruby, GE Healthcare): 500V, 25mA/gel, 90W. O gel foi corado com Coomassie Brilliant Blue

(CBB-R250) “overnight” e descorado após lavagens com soluções contendo etanol (40%),

ácido acético (10%) e água destilada (50%). Os géis foram digitalizados com o auxílio do

ImageScaner (GE Healthcare, USA) a 300 dpi.

3.6 Confirmação da proteína Binder of Sperm 5 (BSP5) por western blot

Fluido seminal, proteínas ligantes à heparina e não-ligantes obtidas através de

cromatografias de afinidade à heparina foram avaliadas através de Western Blot. Em resumo,

20 µg de proteínas totais do fluido seminal, HBPs, proteínas não-retidas à heparina e frações

cromatográficas da troca-iônica foram separadas de acordo com seu peso molecular por meio

de SDS-PAGE em gel de acrilamida (12,5%). Proteínas foram transferidas do gel para uma

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membrana de PVDF (Hybond-P, GE Lifesciences, USA) utilizando uma unidade de

transferência (TE 70, GE Lifesciences, USA). As membranas foram bloqueadas “overnight” à

4ºC submersa em mistura de 30 ml de PBS-T (PBS + 0,5% de Tween-20) e 5% de leite

desnatado, seguidas de um hora de incubação com anticorpo primário contra a BSP5 bovina

(1:6000) cedido pelo Dr. Puttaswamy Manjunath (Departamento de Medicina, Universidade de

Montreal, Canadá). A membrana de PVDF foi lavada três vezes com PBS-T por dez minutos,

seguida de 1h de incubação com anticorpo secundário (1:5.000 Dnk pAb to Rb IgG; Abcam or

Donkey anti-rabbit) e então enxaguados três vezes com PBS-T por dez minutos. A

imunorreação foi visualizada após a exposição da membrana ao substrato fosfatase alcalina

BCIP/NBT (Sigma Aldrich, USA). A reação foi parada após lavar a membrana com água Mili-

Q.

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4 RESULTADOS

O cromatograma de afinidade à heparina das proteínas do fluido das glândulas

vesiculares demonstrou um pico sem afinidade (agrupado como P1) e dois picos com afinidade

à heparina (agrupado como P2). A amplitude máxima atingida em P1 e P2 foram de 200 mAu

e 180 mAu, eluídos aos 5 e 25 minutos, respectivamente (Figura 5). As proteínas que se ligam

à heparina representaram 51,5% (1,54 mg) das proteínas do fluido seminal de touros Bos indicus

(FIGURA 6).

Figura 5 - Cromatograma de afinidade à heparina das proteínas fluido seminal bovino.

P1= Pico não-retido; P2= Pico retido à heparina. Fonte: o Autor.

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Figura 6 - Cromatograma integrado de afinidade à heparina das proteínas do fluido seminal

bovino. A análise do cromatograma foi realizada através do Software PrimeView.

P1 = Pico não-retido; P2 = Pico retido à heparina. Fonte: o Autor.

A eletroforese unidimensional confirmou a presença de diversas proteínas no fluido

seminal bovino. Quatorze bandas foram detectadas no fluido seminal, com peso variando entre

12 e 225 kDa, sete bandas no P1, com peso variando entre 12 kDa e 102 kDa, e sete bandas no

P2, com peso variando entre 12 kDa e 225 kDa (

Figura 7).

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33

Figura 7- SDS-PAGE de fluido seminal de touros Bos indicus e frações não-ligantes e ligantes

à heparina.

FS = fluido seminal bovino; P1 = Pico não-retido; P2 = Pico retido à heparina. Fonte: o autor.

Uma estratégia utilizando cromatografia de afinidade à heparina com plasma seminal

bovino detectou BSP5 no P2, e o plasma seminal apresentou um perfil proteico semelhante ao

do fluido das glândulas vesiculares, os géis foram analisados por espectrometria de massas e a

proteína próxima a banda de 30 kDa, foi identificada como TIMP 2.

Após análise por western blot foi verificada imunorreação para BSP5 no fluido seminal

(controle positivo) e no P2, enquanto que em P1 não houve marcação. Portanto, a banda de 30

kDa se liga à heparina e é separada em dois picos quando passada na coluna Hitrap Heparin HP

(

Figura 8).

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Figura 8 – Western blot de proteínas do fluido seminal de touros Bos indicus e frações sem

afinidade à heparina e frações retidas na heparina.

As membranas PVDF foram imunizadas com anticorpo anti-BSP5. FS = fluido seminal bovino; P1 = Pico não-

retido; P2 = Pico retido à heparina. Fonte: o autor.

Quando o P2 da cromatografia de afinidade à heparina foi submetido a cromatografia

de troca-iônica, observamos seis picos bem definidos agrupados em quatro frações, no qual os

picos 3, 4 e 5 foram agrupados em P3 devido à proximidade de suas cargas isoelétrica, com

amplitude máxima para P4 com 10 mAu, eluído em 40 minutos de corrida cromatográfica,

seguidos de P1 eluído aos 10 minutos, P2 eluído aos 25 minutos e P3 eluído aos 40 minutos de

corrida cromatográfica (Figura 9). As proteínas ligantes a troca-iônica representaram 80,97%

das proteínas ligantes à heparina, representando a maior concentração de proteínas na troca-

iônica (Figura 10). Eletroforese unidimensional com material da coluna de heparina e troca-

iônica foram realizados para confirmação da presença da BSP5 dentre as diversas bandas. SDS-

PAGE confirmou a presença da mesma no pico retido na heparina, uma banda foi detectada no

pico 1 da troca-iônica, duas bandas no pico 2, três bandas no pico 3 e quatro bandas no P4

(Figura 11).

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Figura 9 - Cromatograma de troca-iônica das proteínas retidas à heparina.

Fonte: o Autor.

Figura 10 - Cromatograma integrado da troca-iônica das proteínas retidas à heparina. A

análise do cromatograma foi realizada através de Software PrimeView.

Fonte: o Autor.

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Figura 11 - SDS-PAGE de fluido seminal de touros Bos indicus e frações coletadas de

cromatografias de afinidade à heparina e troca-iônica.

MM=Marcador Molecular; P2 = Pico retido à heparina; P1 = Pico não-retido; P1I = Pico 1 da Troca-Iônica; P2I

= Pico 2 da Troca-Iônica; P3T = Pico 3 da Troca-Iônica; P4T = Pico 4 da Troca-Iônica. Fonte: o Autor.

Após realização de SDS-PAGE dos picos cromatográficos e identificação da BSP5 no

pico 4 da troca iônica, a técnica de western blot foi realizada para analisar a presença das

proteínas BSP no fluido seminal de touros Bos indicus. Estas demonstraram que a banda

imunorreativa correspondente a BSP5 foi detectada na fração P4 da troca-iônica (Figura 12).

Figura 12 – Western blot de frações cromatográficas da troca-iônica.

As membranas PVDF foram imunizadas com anticorpo anti-BSP5. P1= P1 da troca- iônica; P2 = Pico 2 da

troca-iônica; P3 = Pico 3 da troca- iônica; P4 = Pico 4 da troca-iônica. Fonte: o Autor.

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O esquema da Figura 13 ilustra a estratégia utilizada para purificação da proteína BSP5

do fluido seminal bovino, no qual em 13A observa-se o primeiro passo realizado com a coluna

de heparina Hitrap Heparin HP, no qual obteve-se o pico retido à esta que foi utilizado para o

passo seguinte. Como observado na figura 13B, o pico das HBPs que foi utilizado para ser

injetado na coluna SP Sepharose originou quatro picos na cromatografia de troca-iônica. Os

géis demonstraram a presença de diversas bandas proteicas no fluido seminal, enquanto o pico

de interesse da heparina (Figura 13C) mostrou-se mais fracionado com a presença de poucas

bandas. Uma vez realizada a cromatografia de troca-iônica com este material, o pico 4 no qual

a banda de 30 kDa mostrou-se com maior intensidade apresentou a presença de outras três

bandas na mesma coluna.

Figura 13 - Estratégia aplicada para purificação da proteína BSP5.

(A) Cromatograma de afinidade à heparina de proteínas presentes no fluido seminal. (B) Cromatograma de troca-

iônica das proteínas ligantes à heparina. (C) Géis realizados com material oriundo de fluido seminal de touros Bos

indicus, onde: FS = fluido seminal, P1= Pico não retido; P2 = Pico retido na heparina; MM = Marcador molecular;

P1H = Pico não retido; P2H = Pico retido na heparina; P1T = Pico 1 da troca-iônica; P2 = Pico 2 da troca-iônica;

P3 = Pico 3 da troca-iônica; P4 = Pico 4 da troca-iônica. Fonte: o autor.

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5 DISCUSSÃO

Baseado nos conhecimentos funcionais das HBPs e informação oriunda da literatura,

foram discutidos os métodos utilizados para purificação da BSP5 e participação desta na

reprodução do macho. Para tanto, foi utilizada a propriedade de ligação à heparina dessas

proteínas para isolá-las por cromatografia de afinidade, no qual a coluna Hitrap Heparin HP

pôde separá-las em dois picos bem definidos. A estratégia incluiu a purificação da BSP5 a partir

do fluido seminal bovino.

Esse estudo descreve a purificação parcial da BSP5 do fluido das glândulas vesiculares

bovinas utilizando cromatografias de afinidade e troca-iônica. A cromatografia de afinidade

apresenta como principal estratégia a separação de determinado grupos de proteínas por meio

da interação reversível entre a amostra e um ligante acoplado a matriz. As proteínas presentes

no fluido seminal foram separadas devido a sua capacidade de se ligar à heparina, um

glicosaminoglicano. A seguir, as proteínas retidas por interação com a heparina foram

submetidas a cromatografia de troca-iônica para que as mesmas fossem separadas de acordo

com seu pI por uma coluna SP Sepharose. Logo, proteínas com composição de aminoácidos

diferentes poderão ter cargas distintas, isso varia de acordo com as condições a que são

submetidas. As proteínas, possuem pI característico, nos quais possuem carga líquida igual a

zero (MORAES et al., 2013).

Neste trabalho foi possível observar que o cromatograma de afinidade à heparina

(FIGURA 5) apresentou dois picos bem definidos e absorbâncias semelhantes. Para definição

de qual fração seria utilizada para a cromatografia seguinte, foi realizada uma SDS-PAGE com

as frações obtidas e verificou-se que a proteína de 30 kDa possivelmente encontrava-se no pico

retido à heparina. Dados que corroboram com trabalhos publicados por Manjunath (1993), no

qual em gel realizado com três diferentes amostras, a banda de 30 kDa esteve presente no

espermatozoide epididimário, no ejaculado e no plasma seminal. Em estudos realizado por

Martins et al (2011), foi realizada cromatografia líquida de afinidade à heparina em modo de

eluição “step wise”, no qual as frações cromatográficas foram submetidas à eletroforese

unidimensional e a bandas com pesos semelhantes às BSPs (1, 3 e 5) foram detectadas,

mostrando-se uma técnica eficiente para a purificação desse grupo de proteínas.

A integração das áreas sob os picos da cromatografia de afinidade por heparina

ilustrada na figura 6 revela que as proteínas ligantes representaram mais da metade das proteínas

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presentes no fluido das glândulas vesiculares, no qual as proteínas de interesse representaram

51,5% do fluido seminal bovino. Resultados semelhantes foram encontrados por Rodriguez-

Villamil et al., (2016), no qual houve formação de dois picos bem definidos. Contudo, a

intensidade de absorbância do pico retido foi ligeiramente maior, retendo 55,1% de HBPs.

Conforme observado nos resultados, as bandas grifadas no fluido seminal (FS) e pico

retido na heparina (P2) apresentaram peso molecular aproximado a 30 kDa (FIGURA 7). As

bandas grifadas apresentaram intensidade de 3,10% e 4,24%, respectivamente, em análises

realizadas em Software Quantity One. O fluido seminal apresentou 14 bandas proteicas,

enquanto o P1 e P2 apresentaram 7 bandas proteicas. Baseado na similaridade de peso

molecular, acredita-se que as bandas presentes destacadas sejam BSP5 e TIMP2 encontradas

no fluido seminal bovino, com 30 kDa e 28 kDa, respectivamente. A TIMP2 foi detectada no

plasma seminal de carneiros Santa Inês (SOUZA et al., 2012), cauda do epidídimo e fluido das

glândulas sexuais acessórias de bovinos (MOURA et al., 2007; MARTINS et al., 2013). Há

uma associação positiva entre aqueles touros que apresentaram atividade da TIMP2, sugerindo

que esta module aspectos importantes na função espermática (HAO et al., 2008; MARTINS et

al., 2013).

A análise por Western Blot utilizando anticorpo contra BSP5 confirmou a presença da

referida proteína na banda de 30 kDa, no pico retido à heparina e no fluido seminal bovino

(controle positivo). Em trabalho realizado por Manjunanth et al. (1993), três amostras foram

testadas por meio de imunoblot (espermatozoide epididimário, ejaculado e plasma seminal

precipitado), no qual apenas duas apresentaram marcação para o anticorpo anti-BSP5, sendo

eles o espermatozoide ejaculado e o plasma seminal, demonstrando que a proteína ainda não

está aderida a membrana do espermatozoide epididimário.

O cromatograma da troca-iônica (FIGURA 9), demonstrou quatro picos bem

definidos, com amplitude máxima para P4, de 10 mAu, eluído aos 80 minutos de corrida

cromatográfica. A partir da integração desse pico no Software PrimeView (FIGURA 10)

obteve-se o percentual de proteínas (80,97%) presentes no material retido à heparina que foram

fracionadas na cromatografia de troca iônica.

Como avaliado na figura 11, um SDS-PAGE realizado com amostras de heparina e

troca-iônica, as bandas de 30 kDa estão presentes no fluido seminal, pico retido à heparina e

pico 4 da troca-iônica. O pico não-ligante da heparina apresentou 7 bandas proteicas, enquanto

o pico retido à heparina apresentou 8 bandas proteicas. Seguidos de 4 picos da troca iônica que

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apresentaram 2 bandas nos picos 1 e 2, 4 bandas proteicas no pico 3, e 4 bandas proteicas no

pico 4. Acredita-se que as mesmas presentes na troca-iônica sejam BSP1, BSP3, BSP5 e

clusterina com base em géis realizados com frações cromatográficas de afinidade à heparina,

uma vez que por meio de confirmação de espectrometria de massas obtivemos resultados dessas

proteínas em bandas semelhantes às encontradas no presente estudo. No entanto se faz

necessário confirmação através de espectrometria de massas.

A técnica de western blot com frações cromatográficas de troca iônica foi utilizada

para avaliar a expressão de BSPs no fluido seminal bovino. Os resultados demonstraram que a

BSP5 foi detectada em todas as amostras, entretanto, foi mais significativo no pico 4 devido a

sua maior intensidade. Resultados que necessitam ser confirmados por demais técnicas, tais

como espectrometria de massas e N-terminal, no entanto demonstram pré-purificação dessa

proteína.

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6 CONCLUSÃO

A estratégia de purificação adotada não foi eficiente em isolar complementarmente a

BSP5 do fluido das glândulas vesiculares, mas foi eficiente em capturar esse grupo de proteínas

em certo grau de pureza. A partir dessa previa purificação, foi observada que a sequência

cromatográfica de heparina com troca iônica, foi eficaz em capturar as proteínas do grupo BSP,

principalmente a BSP5. Contudo, faz-se necessário a ampliação desse método, seguido de

confirmações por meio de sequenciamento recombinante e western blot. E a partir dessa

purificação é possível a realização de testes funcionais que permitem entender os mecanismos

pelos quais as proteínas BSPs modulam a capacitação espermática, além de incrementar

processos biotecnológicos.

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