133
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA Mestrado em Clínica Médica PREVALÊNCIA DE LESÕES PRECURSORAS DO CÂNCER GÁSTRICO E DO HELICOBACTER PYLORI EM FAMILIARES DE PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO Cícero Robério Araújo Motta Fortaleza 2004

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA ...repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/990/1/2004_dis_cramotta.pdf · câncer gástrico, quando comparado a controles sem história

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA Mestrado em Clínica Médica

PREVALÊNCIA DE LESÕES PRECURSORAS DO CÂNCER

GÁSTRICO E DO HELICOBACTER PYLORI EM FAMILIARES DE

PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO

Cícero Robério Araújo Motta

Fortaleza 2004

Cícero Robério Araújo Motta

PREVALÊNCIA DE LESÕES PRECURSORAS DO CÂNCER

GÁSTRICO E DO HELICOBACTER PYLORI EM FAMILIARES

DE PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Medicina.

Orientadora:

Prof.a Dr.a Lúcia Libanês Bessa Campelo Braga

Fortaleza 2004

FICHA CATALOGRÁFICA Preparada pela Biblioteca de Ciências da Saúde da

Universidade Federal do Ceará ©reprodução autorizada pelo autor

M873p Motta, Cícero Robério Araújo Prevalência de lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter pylori em familiares de pacientes com câncer gástrico / Cícero Robério Araújo Motta. – Fortaleza, 2004.

133 f.: il.

Orientador: Profa. Dra. Lúcia Libanês Bessa Campelo Braga . Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Ceará. Faculdade

de Medicina.

1. Helicobacter pylori - patogenicidade. 2. Neoplasias gástricas. 3. Gastrite – diagnóstico. 4. Metaplasia. 5. Gastrite atrófica. I. Braga, Lúcia Libanês Bessa Campelo (Orient.). II. Título.

CDD 616.99433

Cícero Robério Araújo Motta

PREVALÊNCIA DE LESÕES PRECURSORAS DO CÂNCER

GÁSTRICO E DO HELICOBACTER PYLORI EM FAMILIARES

DE PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Medicina.

Aprovação em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________ Prof.a Dr.a Lúcia Libanês Bessa C. Braga (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará - UFC

______________________________________________ Prof.a Dr.a Margarida Maria de Lima Pompeu

Universidade Federal do Ceará - UFC

______________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Alcântara Holanda Universidade Federal do Ceará - UFC

______________________________________________

Prof. Dr. Fernando Tarcíso Miranda Cordeiro Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

A minha estimada esposa, pelo apoio e

incentivo, com um pedido de desculpas pelos

momentos de ausência.

Aos meus pais, por tudo, a todo instante e

para sempre.

AGRADECIMENTOS

À Prof.a Dr.a Lúcia Libanês, pela presteza, serenidade, incentivo e competência na nossa orientação.

À Dr.a Patty Saldanha, pela valiosa e fundamental ajuda na análise dos exames histopatológicos.

À Dr.a Alzira Barbosa pela inestimável ajuda no atendimento e seguimento dos pacientes.

Aos colegas Éder Guerra, Francisco Will Saraiva e Marcellus Henrique pelo grande empenho na realização dos exames endoscópicos.

À Prof.a Rosa Maria Mota Salani, pela dedicação e presteza na análise estatística dos dados.

Ao Núcleo de Epidemiologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, em particular ao Prof. Dr. João Macedo Coelho Filho pela atenção e ajuda.

Aos professores que fazem o Departamento de Medicina Clínica pelo amor e dedicação a docência, em especial ao Prof. Dr. José Milton de Castro e Lima pelo apoio e incentivo.

Aos verdadeiros amigos pelo incentivo nas horas difíceis.

À secretária do Mestrado em Clínica Médica, Ivone Mary Fontenele de Sousa, sempre disponível em ajudar.

Às funcionárias do Serviço de Endoscopia do Hospital Universitário Walter Cantídio pela paciência e valioso auxílio.

Aos pacientes – razão de todo o estudo – que humildemente aceitaram participar da pesquisa.

Aos estudantes Ellis e Isabel pela inestimável ajuda no recrutamento dos pacientes.

A chefia e funcionários do Departamento de Patologia e Medicina Legal por permitirem a conclusão do projeto.

Ao Francisco Eládio pela presteza na consolidação do banco de dados.

A secretária da Gastroenterologia do HUWC, Aurilene, pelo auxílio e ajuda dispensada.

A Deus, por tudo.

“De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro.”

Fernando Sabino

RESUMO

A infecção pelo Helicobacter pylori acomete mais da metade da população mundial, sendo esta bactéria reconhecida como carcinógeno do grupo I pela Organização Mundial de Saúde-OMS. Familiares em primeiro grau de pacientes com câncer gástrico têm um maior risco de desenvolver câncer gástrico. Avaliamos a prevalência de lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter pylori nos familiares em primeiro grau de pacientes com câncer gástrico, quando comparado a controles sem história familiar. Cento e quatro familiares foram recrutados à partir de 40 casos de câncer gástrico tipo não-cárdia e foram comparados com cento e dezoito controles, não havendo diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos com relação a idade, sexo, tabagismo, etilismo e condições socioeconômicas garantindo a homogeneidade da amostra. Todos os pacientes foram submetidos a avaliação endoscópica e biópsias seguindo o protocolo de Sydney. A análise histopatológica foi realizada pôr um único patologista experiente e mascarado quanto a origem das amostras. Ainda que a prevalência da atrofia e da metaplasia intestinal tenha ocorrida de forma similar nos dois grupos, a associação destas lesões foi mais encontrada nos familiares que nos controles (p=0,021). A metaplasia intestinal tipo incompleta foi mais significante nos familiares (p=0,001), assim como a displasia (p=0,025). O padrão de gastrite encontrado nos familiares foi o de pangastrite associada a presença de folículos linfóides, padrão este já definido como o de fenotípico de maior risco para a carcinogênese gástrica. Não houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos com relação a prevalência do H. pylori , porém a topografia da infecção envolvendo antro e corpo foi maior nos familiares (p=0,001). De acordo com os resultados obtidos neste estudo, encontramos que familiares de pacientes com câncer gástrico têm uma maior prevalência de alterações histopatológicas, estando estas alterações confinadas a presença do Helicobacter pylori.

ABSTRACT

Infection by Helicobacter pylori, a bacterial species classified by WHO as being carcinogenic (group I) affects more than half the world population. First-degree relatives to patients with gastric cancer are at increased risk of developing gastric cancer. The present study evaluated the prevalence of precursor lesions of gastric cancer and infection by Helicobacter pylori in first-degree relatives to patients with gastric cancer as compared to controls with no family history of gastric cancer. One hundred four first-degree relatives to 40 patients with noncardiac gastric cancer were enrolled in the study and compared to 108 controls. The groups were statistically homogenous in terms of age. All patients were submitted to endoscopic evaluation and biopsy as described in the Sydney protocol. The histopathological analysis was carried out by a single, experienced pathologist blinded to the origin of the samples. Although the prevalence of atrophy and intestinal metaplasia was similar for the two groups, association with these lesions was more common among relatives than controls (p=0.021). Incomplete intestinal metaplasia was also more significant among relatives (p=0.001), as was displasia (p=0.025). The group of relatives presented a pattern of pangastritis associated with lymphoid follicles characteristic of increased risk for gastric carcinogenesis. There was no statistically significant difference between the groups with regard to the prevalence of H. pylori, though infection involving body and antrum was more prevalent among relatives (p=0.001). Our findings suggest that relatives to patients with gastric cancer present a greater prevalence of histopathological changes associated with the presence of H. pylori.

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

< menor que > maior que et al. e outros H. pylori Helicobacter pylori Hp Helicobacter pylori P. aeruginosa Pseudomonas aeruginosa n. número p. página v. volume h. hora CO2 gás carbônico O2 oxigênio X2 Qui-quadrado NS não significativo C13 carbono 13 C14 carbono 14 µm micromilímetro HE Hematoxicilina-eosina UG Úlcera gástrica GC Gastrite Crônica MI Metaplasia Intestinal

LISTA DE SIGLAS

ATPase adenosina trifosfatase cagA gene associado à citotoxina A CagA proteína codificada pelo gene cag A Bab A Adesina protéica Vac A citotoxina vacuolizante vacA gene da citotoxina vacuolizante ELISA enzimaimunoensaio IARC International Agency for Research on Cancer IgG Imunoglobulina G IgA Imunoglobulina A IL-1 Interleucina 1 IL-2 Interleucina 2 IL-6 Interleucina 6 IL-8 Interleucina 8 MALT Tecido Linfóide Associado a Mucosa PCR reação em cadeia de polimerase RNA ácido ribonucleico DNA ácido desoxirribonucleico DAP diagnóstico anátomopatológico EDA endoscopia digestiva alta COX2 cicloxigenase 2 PGE2 prostraglandina E2

Bax/Bcl-2 moléculas relacionadas com a apoptose p53 gen associado a oncogênese INCA Instituto Nacional do Câncer AINES Anti-inflamatórios não-esteroidais

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Distribuição dos casos em função do sexo ................................................... 67

Figura 2 Distribuição dos controles em função do sexo ............................................. 68

Figura 3 Distribuição dos pacientes por grupos, em função da faixa etária ............... 69

Figura 4 Distribuição Global dos pacientes por grupos, em função da idade, sexo, hábitos e sintomas ........................................................................................

69

Figura 5 Distribuição dos pacientes por grupos, em função do diagnóstico endoscópico .................................................................................................. 70

Figura 6 Distribuição da prevalência global do Helicobacter pylori em função da faixa etária .................................................................................................... 72

Figura 7 Distribuição da prevalência do H. pylori por grupos em função do sexo .... 72

Figura 8 Distribuição dos pacientes por grupos, em função do diagnóstico anáto-mo-patológico (DAP) .......................................................................... 74

Figura 9 Distribuição dos pacientes por grupos, em função da atrofia e faixa etária .. 76

Figura 10 Distribuição dos pacientes por grupos, em função da presença de metaplasia intestinal e faixa etária ............................................................... 78

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição dos pacientes com pólipos segundo a idade, sexo, diagnóstico endoscópico e histopatológico ........................................................................ 75

Tabela 2 Distribuição dos pacientes com displasia segundo o grupo, idade, sexo, sintomas, endoscópico e histopatológico ....................................................... 79

Tabela 3 Análise global dos pacientes com atrofia, metaplasia e displasia ................... 80

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 18

1.1 Helicobacter pylori ................................................................................ 19

1.1.1 Considerações Históricas sobre o Helicobacter pylori .................................. 19

1.1.2 Microbiologia do Helicobacter pylori ......................................................... 20

1.1.3 Mecanismos Patogênicos do Helicobacter pylori ......................................... 22

1.1.4 Epidemiologia da Infecção do Helicobacter pylori ....................................... 24

1.1.5 Diagnóstico do Helicobacter pylori ............................................................. 26

1.1.6 Patologias Associadas ao Helicobacter pylori .............................................. 28

1.1.7 Histopatologia da Gastrite Associada ao Helicobacter pylori ........................ 31

1.1.8 Helicobacter pylori e Câncer Gástrico ........................................................ 35

1.1.9 Helicobacter pylori e questões a responder ................................................. 43

1.2 Câncer Gástrico .................................................................................... 44

1.2.1 Fatos Históricos sobre o Câncer Gástrico ................................................. 44

1.2.2 Considerações Gerais sobre a Epidemiologia do Câncer Gástrico ................ 45

1.2.3 Considerações Gerais sobre a Classificação do Câncer Gástrico .................. 48

1.2.4 História Familiar e Câncer Gástrico ......................................................... 50

1.3 Justificativa ........................................................................................... 52

2 OBJETIVOS ............................................................................................ 53

2.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 54

2.1 Objetivo Específico ............................................................................... 54

3 CASUÍSTICA E MÉTODOS ................................................................. 55

3.1 Desenho do Estudo ............................................................................... 57

3.2 Protocolo e População do Estudo ...................................................... 57

3.3 Local do Estudo .................................................................................... 58

3.4 Seleção dos Pacientes ........................................................................... 58

3.5 Método ................................................................................................... 59

3.6 Segmento dos Pacientes ....................................................................... 64

3.7 Análise Estatística ................................................................................ 64

4 RESULTADOS ..................................................................................... 65

4.1 Características da População Estudada ............................................. 64

4.1.1 Grupo Index ........................................................................................... 66

4.1.2 Grupo de Estudo ..................................................................................... 66

4.1.3 Grupo Controle .......................................................................................

4.1.4 Análise Comparativa Global da População Estudada.......................................

67

68

4.2 Resultado Avaliação Endoscópica ..................................................... 70

4.3 Infecção pelo Helicobacter pylori ......................................................... 71

4.3.1 Prevalência do Helicobacter pylori ............................................................ 71

4.4 Resultado Avaliação Histopatológica Gástrica nos Casos e Con-troles ............................................................................................. 73

4.4.1 Resultado Diagnóstico Anátomo-Patológico (DAP) .................................... 73

4.4.2 Avaliação da Atrofia ................................................................................ 75

4.4.3 Avaliação da Metaplasia Intestinal ........................................................... 76

4.4.4 Avaliação da Displasia ............................................................................. 78

4.4.5 Avaliação da Inflamação .......................................................................... 81

4.4.6 Avaliação da Atividade ............................................................................ 81

4.4.7 Presença dos Folículos Linfóides ............................................................... 81

5 DISCUSSÃO ............................................................................................ 82

6 CONCLUSÕES ....................................................................................... 92

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 94

ANEXOS ..................................................................................................... 119

INTRODUÇÃO

19

1 INTRODUÇÃO

1.1 Helicobacter pylori

1.1.1 Considerações Históricas sobre o Helicobacter pylori

Durante muito tempo o estudo da microbiologia gástrica foi um campo

negligenciado até receber grande impulso a partir do isolamento do Helicobacter pylori em

biópsias gástricas (MARSHALL; WARREN, 1983) em estudo realizado em Perth, Austrália.

Quando de sua pesquisa inicial sobre a participação de bactérias na patologia

gastroduodenal, Marshall encontrou muitas descrições de organismos gástricos espiralados

em estudos prévios (MARSHALL, 1989).

Os primeiros relatos observaram a presença incidental de organismos espiralados

no estômago de cães (BIZZOZERO, 1893), e de ratos e gatos (SALOMON, 1896). Há

também relatos do início de século passado da presença de organismos semelhantes no suco

gástrico de pacientes com carcinoma ulcerado do estômago (KREINITZ, 1906). Outros

artigos confirmaram estes achados, mencionando também a ausência desses microorganismos

em indivíduos saudáveis (LUGER; NEUBERGER, 1921). Uma série de relatos evidenciaram

o encontro desses microorganismos nos estômagos de portadores de doença ulcerosa benigna

(ROSENOW; SANFORD, 1915; APPELMANS; VASSILIADIS, 1932; FREEDBURG;

BARRON, 1940).

Doenges (1938) em um estudo abrangente de necropsia mostrou uma prevalência

de 43% para organismos espiralados no estômago humano, porém não descobriu qualquer

relação entre a presença destes organismos e doenças gástricas.

Na época havia grande controvérsia com relação a possível correlação daqueles

organismos com qualquer doença gástrica em humanos. Além disso, alguns pesquisadores

sugeriram que os organismos vistos por outros autores em biópsias gástricas representavam

contaminantes introduzidos pela deglutição do conteúdo oral, sendo esta hipótese reforçada

por um estudo em que se avaliou os resultados de biópsias do estômago realizadas em 1000

20

indivíduos (PALMER, 1954). Com o resultado deste estudo o interesse nas bactérias gástricas

diminuiu consideravelmente.

Steer e Collin-Jones (1975) fizeram renascer o interesse pelo estudo do papel das

bactérias gástricas no aparecimento de patologias como a doença ulcerosa péptica. Estes

autores descreveram a presença de organismos nas camadas profundas da mucosa gástrica em

portadores de úlcera gástrica. Foi sugerido que estes organismos alteravam a resistência da

mucosa gástrica, predispondo, assim, à ulceração. Porém, a tentativa de cultivar estes

organismos acabaram em crescimento de Pseudomonas aeruginosa.

Através de estudo de revisão deste artigo sugere que o organismo observado na

mucosa gástrica era uma bactéria espiralada e de forma não ligada a P. aeruginosa. Admite-se

agora que a cultura obtida por aqueles autores representavam uma contaminação a partir do

endoscópio e que aqueles organismos relatados tratavam-se certamente do H. pylori.

Atualmente é sabido da correlação do Helicobacter pylori com a produção de

urease. Vários autores documentaram em estudos anteriores a presença da atividade da urease

endógena no estômago de várias espécies, antes da descoberta marcante do Helicobacter

pylori. Luck e Seth (1924) foram os primeiros a descrever esta atividade. Um estudo de

revisão concluiu que a urease situava-se predominantemente no corpo gástrico e era de

origem bacteriana (KORNBERG; DAVIES, 1955). Outro estudo reportou a associação da

enzima urease com a doença ulcerosa (FITZGERALD; MURPHY, 1950).

É possível agora conciliar os achados de bactérias espiraladas no estômago de

alguns indivíduos em relatos dos primeiros autores com a atividade da urease observada por

outros pesquisadores.

Porém, através da perseverança de Marshall e Warren, o fator preponderante neste

processo foi o isolamento e a identificação na mucosa gástrica de um bacilo espiralado,

gram-negativo, microaerofílico, em forma de S, a princípio denominado Campylobacter

pyloridis (MARSHALL; WARREN, 1983), logo depois Campylobacter pylori (MARSHALL

et al., 1987) e hoje conhecido como Helicobacter pylori (GOODWIN et al., 1989).

1.1.2 Microbiologia do Helicobacter pylori

Apesar de vários relatos anteriores da presença de uma bactéria espiralada no

estômago de humanos, só foi possível a realização da cultura desta em 1983, quando Marshall

21

e Warren foram capazes de isolar este microorganismo similar ao Campilobacter de

espécimes biopsiadas da porção antral de estômagos de humanos adultos, após um período

prolongado de incubação de 5 a 10 dias a 37°C, em um ambiente úmido microaerofílico

(5-15% de O2 com CO2 adicional).

Esses microorganismos lembram outras espécies de Campylobacter e sua

morfologia foi totalmente descrita (MÉGRAUD, 1989; GOODWIN; ARMSTRONG, 1990).

O Helicobacter pylori é um organismo espiralado, unipolar e poliflagelado, com extremidades

arredondadas e rombas, medindo cerca de 0,5 a 1µm de largura e 2,5 a 4 µm de comprimento.

É uma bactéria que se apresenta recurvada ou levemente espiralada na mucosa gástrica

humana.

Embora sejam classificados como uma espécie de Campylobacter, diferenças

morfológicas e bioquímicas foram detectadas entre Campylobacter pylori e outras espécies de

Campylobacter (CZINN; SPECK, 1989). De tal forma que muitos pesquisadores apostavam

na idéia que esta bactéria pertencia a um novo gênero (MEGRAUD et al., 1985), daí a

mudança para Helicobacter pylori.

Taylor et al. (1991) fizeram o mapeamento preliminar do genoma do H. pylori e

relataram tamanho variado de 1,6 a 1,71 megabases. Outros estudos genéticos mais

abrangentes da urease do H. pylori foram feitos através da expressão da urease do

Helicobacter pylori no Campylobacter jejuni (LABIGNE; CUSSAC; COURCOUX, 1991).

Foi relatado que o genoma do H. pylori sofre mudanças contínuas durante a sua colonização

crônica de um indivíduo inclusive importando pequenos fragmentos de DNA alheio de outro

H. pylori durante persistência da infecção ou infecções transitórias por outras cepas

(SUERBAUM; MICHETTI, 2002).

É uma bactéria microaerófila obrigatória, produtora de urease e que apresenta

diferentes cepas cujos lipopolissacarídios são estruturalmente heterogêneos e podem ter graus

de endotoxicidade variável (PEREZ-PEREZ et al., 1988).

O Helicobacter pylori possui grande quantidade de uma urease extremamente

ativa (EVANS et al., 1991). A enzima urease, quebra a uréia no suco gástrico, gerando

bicarbonato e íon em volta da mesma formando um verdadeiro “halo” de defesa funcionando

como barreira e permitindo sua passagem segura através da barreira ácida, auxiliada através

da motilidade promovida pelos flagelos (HAZELL et al., 1986), e sua chegada à mucosa

protetora (MARSHALL, 1994).

22

1.1.3 Mecanismos Patogênicos do Helicobacter pylori

Como já mencionado, o Helicobacter pylori é uma bactéria gram-negativa que

possui seis flagelos e coloniza preferencialmente áreas da mucosa gástrica não-secretora de

ácido (antro-cárdia) e produz enzimas, catalases, oxidases, proteases, fosfolipases e,

principalmente, urease, que desdobra a uréia em amônia e dióxido de carbono, cabendo a

amônia a neutralização do pH gástrico ao redor da bactéria, que possibilita desse modo, sua

sobrevivência em meio ácido.

Inúmeros fatores foram incriminados direta ou indiretamente na patogenia da

infecção pelo Helicobacter pylori. O sucesso desta bactéria como patógeno gástrico depende

de fatores de virulência (manutenção) e de mecanismos patogênicos.

Os fatores de virulência são aqueles que permitem ao Helicobacter pylori

sobreviver ao ambiente inóspito do estômago; estes fatores são o formato espiralado, a

motilidade, as enzimas e proteínas de adaptação e a capacidade de aderir às células da mucosa

e ao muco gástrico.

Os mecanismos patogênicos são aqueles que rompem a integridade da mucosa,

incluindo toxinas e mediadores da inflamação, ou que contribuem para a atividade clorido-

péptica do estômago. É importante salientar que ocorre uma superposição entre essas funções.

Os fatores de virulência deste patógeno o fazem se tornar um microorganismo

com características singulares quando comparados a outros microrganismos especialmente no

que tange a motilidade (EATON et al., 1989).

Ao infectar o hospedeiro, este chega ao estômago e consegue sobreviver ao

ambiente hostil através da produção de urease (MOBLEY, 2001), a qual desdobra a uréia

presente no suco gástrico em amônia e CO2, neutralizando o ambiente ao seu redor e através

de sua motilidade atinge incólume a superfície gástrica, onde passar a aderir as células

gástricas. A motilidade é essencial para a colonização desta bactéria (JOSENHANS;

SUERBAUM, 2001).

In vivo, o Helicobacter pylori liga-se basicamente às células secretoras de ácido,

incluindo focos de metaplasia gástrica. Na microscopia eletrônica, esta aderência às células de

muco do estômago pode envolver a justaposição das membranas celulares bacterianas e

mucosas assemelhando-se a “pedestais de inserção”. A bactéria adere a mucosa permitindo

23

uma série de ações, que facilitam sua colonização e início do processo inflamatório (BRUCE,

1993). Tudo indica que a bactéria produz inflamação para obter a nutrição através das células

assim multiplicadas (MARSHALL, 1994).

A especificidade da aderência bacteriana implica a interação entre adesinas do

microorganismo e receptores da célula da mucosa gástrica. Várias supostas adesinas foram

identificadas (EVANS et al., 1988, 1991; FAUCHERE; BLASER, 1990). A adesina de maior

importância é a BabA, uma proteína de 78 kD ligada a antígenos B de Lewis presentes em

pessoas do grupo sangüíneo “O” (ILVER et al., 1998).

Várias evidências em modelo animal sugere que a adesão, particularmente por

Bab A, é relevante na associação do Helicobacter pylori com o aparecimento de doenças, e

pode influenciar na gravidade das mesmas (GURUGE et al., 1998), embora outros estudos

sejam contraditórios.

Após a adesão à mucosa, dá-se início a um processo inflamatório local e

elaboração de toxinas os quais são os principais responsáveis pela redução da integridade da

mucosa, onde a barreira da mucosa gástrica íntegra formada por células epiteliais e gel de

mucina sofre alterações na sua integridade predispondo a retrodifusão de íons H+

(GOODWIN, 1988).

Grande parte dos tipos de H.pylori produz uma citotoxina vacuolizante que lesa as

células da mucosa gástrica produzindo vacúolos (MONTECUCCO et al., 2001). Essa proteína

de 95 kD é expressa em torno de 65% das cepas de H.pylori (COVER; BLASER, 1992).

Além disso, a VacA é também direcionada a membrana mitocondrial onde causa liberação do

citocromo c e indução da apoptose (GALMICHE et al., 2000).

O Helicobacter pylori, em sua grande maioria, contém um fragmento genômico

de 27 kb e com 29 genes, considerado como uma “ilha de patogenicidade” (cag), encontrada

nas cepas de pacientes portadores de doenças (CENSINI et al., 1996).

A maioria dos genes cag está provavelmente envolvidos na gênese secretória que

transloca a proteína CagA, uma proteína de 120 a 128 kDa, para o citoplasma das células

epiteliais gástricas. Uma vez dentro da célula epitelial, a CagA é fosforilada agindo como um

fator de crescimento levando a uma resposta celular e a produção de citocinas pela célula

hospedeira (HIGASHI; TSUTSUMI; MUTO, 2002). Ela está significativamente mais

associada a cepas isoladas de pacientes com úlcera duodenal ou úlcera gástrica que a cepas de

pacientes unicamente com gastrite (ASPINALL et al., 1996).

24

O Helicobacter pylori causa inflamação gástrica contínua em praticamente todas

as pessoas infectadas (DOOLEY et al., 1989). A resposta inflamatória inicial consiste no

recrutamento de neutrófilos, seguido de linfócitos B e T, plamócitos e macrófagos ao longo

das células epiteliais lesadas (GOODWIN; ARMSTRONG; MARSHALL, 1986).

A urease produzida pela bactéria além de ser um fator de proteção para a

sobrevivência em meio ácido, também contribui para o extravasamento e quimiotaxia dos

neutrófilos (MAI; NIMISH, 1992; TUFANO; ROSSANO; CATALANOTTI, 1994).

O epitélio gástrico de pessoas infectadas pelo H.pylori apresenta elevados níveis

de interleucina-1 β, interleucina-2, inteleucina-6, interleucina-8 e fator de necrose tumoral α

(CRABTREE et al.,1991, 1994; YAMAOKA et al., 1996, 1997).

A infecção pelo H.pylori induz uma vigorosa resposta sistêmica e humoral da

mucosa (PEREZ-PEREZ et al., 1988). O anticorpo produzido não serve para avaliar a

erradicação do microorganismo, mas a persistência do mesmo contribui para o dano tissular.

Alguns pacientes infectados pelo H.pylori tem resposta por auto-anticorpos direcionados

contra a bomba H+/K+ ATPase das células gástricas parietais o qual está relacionado a atrofia

progressiva do corpo gástrico (NEGRINI; SAVIO; APPELMELK, 1997).

Polimorfismos pro-inflamatórios do gen da interleucina-1β favorece o

desenvolvimento de gastrite predominantemente corpal, a qual encontra-se associada a

hipocloridia, atrofia gástrica e adenocarcinoma gástrico. Na ausência destes polimorfismos

pro-inflamatórios a gastrite mediada pelo Helicobacter pylori será predominantemente antral

e estará associada a níveis normais a elevados de secreção ácida (EL-OMAR et al., 2000a).

1.1.4 Epidemiologia da infecção pelo Helicobacter pylori

A infecção pelo Helicobacter pylori é considerada atualmente, a de maior

prevalência em todo o mundo (LACY; ROSEMORE, 2001). Estudos apontam que cerca de

50% da população mundial está infectada pela bactéria (MARSHALL, 1994; WILLIAMS;

POUNDER, 1999), especialmente em países com baixo desenvolvimento sócio-econômico,

onde a infecção geralmente ocorre em tenra idade.

25

Nos países em desenvolvimento, a infecção é contraída precocemente, sendo

grande a percentagem de infectados nos primeiros anos de vida, com uma prevalência de

cerca de 80% em adultos jovens (BARDHAN, 1997; CASTRO; COÊLHO, 1998). Estudo

realizado na capital do nosso estado mostrou que 82% dos adultos e 56% das crianças estão

contaminados (RODRIGUES, 2001).

O baixo nível sócio-econômico, as precárias condições de vida e deficientes

cuidados sanitários e de higiene representam significantes fatores de risco para a aquisição

deste patógeno e são os principais responsáveis por esse comportamento da infecção

(FIEDOREK et al., 1991; GRAHAM et al., 1991; MENDALL et al., 1992).

Já em países desenvolvidos, estudos sorológicos realizados têm demonstrado um

aumento progressivo da prevalência da infecção com o passar dos anos, chegando a acometer

cerca de 50% da população na faixa etária dos 60 anos (PEREZ-PEREZ et al., 1988;

DOOLEY; COHEN, 1988), sendo, no entanto, pouco freqüente na infância (MÉGRAUD et

al., 1989; PRIETO et al., 1992).

A transmissão do microorganismo é facilitada por precárias condições de higiene

e da habitação de aglomerados humanos que permitem o contato mais íntimo entre adultos

com alta prevalência da infecção e crianças, resultando no aumento do risco de contaminação

na infância (MÉGRAUD et al., 1989; FIEDOREK et al., 1991; MENDALL et al., 1992;

GALPIN; WHITAKER; DUBIEL, 1992).

Oliveira et al. (1994), demonstraram em um estudo nacional uma prevalência de

34% da infecção em crianças de baixo nível socioeconômico, percentagem esta elevada

quando comparada aos dados dos países desenvolvidos, porém inferiores a outros países em

desenvolvimento, tais como a Índia, a Nigéria, a Argélia e a Costa do Marfim (MÉGRAUD et

al., 1989; GRAHAM et al., 1991).

A gastrite crônica pelo Helicobacter pylori, de caráter infecioso e transmissível,

implica em preocupantes taxas de morbidade e mortalidade, principalmente em decorrência

de sua evolução para úlcera péptica e câncer, e tem um impacto econômico que pode

comprometer parte significativa dos recursos destinados à saúde pública, sobretudo em nações

menos evoluídas (SONNENBERG; EVERHART, 1997; INADOMI; SONNEMBERG,

1998).

As vias de transmissão do patógeno Helicobacter pylori ainda não estão bem

esclarecidas. O conceito de que a bactéria é transmitida por via fecal-oral é aceito por muitos

26

pesquisadores e esta idéia é reforçada por vários estudos através do isolamento da bactéria em

fezes diarréicas (THOMAS et al., 1992; KELLY et al., 1994). O achado da bactéria em

populações que ingerem vegetais crus (HOPKINS et al., 1993) e sua maior prevalência em

populações que não dispõem de água potável (KLEIN et al., 1991) reforçam esta via de

transmissão.

Outros estudos reportaram o isolamento do H.pylori em placas dentárias

(OLSSON; WADSTROM; TSYKIEWICZ, 1993; NGUYEN et al., 1993) e saliva

(FERGUSON et al., 1993) aventando a possibilidade de transmissão oral-oral.

Estas duas vias de transmissão, fecal-oral e oral-oral, poderiam ser responsáveis

pela transmissão da bactéria; a via fecal-oral seria dominante em populações com alta

prevalência da infecção na infância e proveniente das classes menos favorecidas, enquanto

que a via oral-oral predominaria nas populações com melhores condições socioeconômicas.

Os conhecimentos de epidemiologia e os modos de transmissão do Helicobacter

pylori são importantes para prevenir sua disseminação e pode ser útil em identificar

populações de alto risco, especialmente em áreas de elevadas taxas de linfoma gástrico,

câncer e úlceras gastro-duodenais.

1.1.5 Diagnóstico do Helicobacter pylori

Existem vários métodos para detecção deste microorganismo. Em primeiro lugar

ele foi cultivado a partir de tecido gástrico obtido endoscopicamente. No entanto, sua cultura

é difícil, exigindo um meio adequadamente enriquecido e incubação prolongada durante 3 a 5

dias, em ambiente microaerofílico controlado (MORRIS et al., 1989). Por isso, usualmente

não se emprega este método, ficando o mesmo reservado para circunstâncias especiais, como

determinação de perfis de sensibilidade de antibióticos, quando estamos à frente de

organismos resistentes.

Outro método de detecção é análise histopatológica através da pesquisa da

bactéria empregando técnicas de coloração como a hematoxilina-eosina (MONTGOMERY;

MATIN; PEURA, 1988), porém sua sensibilidade varia com a técnica de coloração, o número

de organismos presentes e a experiência do histopatologista.

27

Outras colorações são empregadas, que permitem identificar mais facilmente os

organismos, entre elas citaremos a de Giemsa, a de Warthin-Starry e a de Genta. A

sensibilidade e a especificidade da histologia são de >95% (CHODOS et al., 1988).

Em geral, reservam-se os corantes especiais (MADAN et al., 1988;

MONTGOMERY et al., 1988) para os estudos de pesquisa e para os casos em que o clínico

tem necessidade compulsiva de saber se existem até mesmo poucos organismos em um

determinado paciente.

Vários corantes foram confirmados, porém os mais comumente usados são o

Giemsa modificado e o corante Warthin-Starry. Os organismos ficam de cor púrpura-escura

com o corante Giemsa modificado. O corante de Warthi-Starry é mais trabalhoso, porém os

organismos aparecem mais largos e enegrecidos.

A histologia é o padrão para a detecção em muitos estudos, já que o objetivo é

confirmar a presença dos organismos e da gastrite. Há excelente correlação entre a cultura dos

organismos e a identificação histológica (BARTHEL; EVERETT, 1990).

Como resultado do maior conhecimento da gastrite pelo Helicobacter pylori, a

detecção deste organismo na biópsia gástrica tornou-se rotina.

Um terceiro método de detecção através de material colhido via endoscópica, é o

aproveitamento da produção de urease pela bactéria para efetuação do diagnóstico indireto da

presença do Helicobacter pylori através do ensaio rápido da urease (THILLAINAYAGAN et

al., 1991). A sensibilidade varia de 89-98 % com especificidade em torno de 93-98%. Estes

métodos relatados acima são considerados métodos invasivos; A seleção do teste apropriado

depende da situação clínica (HOWDEN; HUNT, 1998).

Existem os testes não-endoscópicos, considerados não invasivos que incluem a

sorologia, o teste respiratório e a pesquisa do antígeno fecal. Podem-se detectar os anticorpos

IgG e IgA dirigidos a vários antígenos bacterianos pelo ensaio imunossorbente ligado à

enzima (ELISA). Embora os níveis de anticorpos possam cair, após a erradicação bem

sucedida das bactérias, eles continuam altos até 3 anos. Desta forma, a utilidade deste método

para avaliar a “cura” pós-tratamento do Helicobater pylori, fica limitado devido essa “cicatriz

sorológica” (CRABTREE et al., 1991).

O outro método não-invasivo para detecção do Helicobacter pylori é o teste

repiratório (HENZE et al.,1990), empregado principalmente para monitorar a resposta ao

tratamento e avaliar a re-infecção, pois só é positivo na infecção ativa.

28

No teste respiratório, o paciente ingere uma pequena quantidade de uréia

rádio-marcada. O H. pylori por ser produtor de urease, hidrolisa a uréia, liberando dióxido de

carbono marcado, o qual é absorvido e exalado pela respiração. Após isso ele é coletado

através da exalação em um recipiente e é feita a quantificação do dióxido de carbono

marcado. A sensibilidade e especificidade deste teste são superiores a 95%.

A pesquisa do antígeno fecal proporciona uma alternativa ao teste respiratório,

com uma sensibilidade de 89 a 98% e especificidade de 90% (GRAHAM; QURESHI, 2001).

Este teste pode ser realizado em crianças de todas as idades e deve ser o método não invasivo

para este grupo de pacientes.

É importante salientar, que estes testes diagnósticos precisam, para apresentar

vantagens custo-benefício, serem analisados individualmente.

Quando se indica a endoscopia diagnóstica para que se investigue a presença de

uma determinada patologia responsável pelos sintomas do paciente, o método preferido é o da

detecção indireta do Helicobacter pylori realizada pelo teste rápido da urease através de

amostras retiradas da mucosa antral gástrica (HOWDEN; HUNT, 1998) que aumenta muito

pouco o custo do procedimento endoscópico, sem contar que é um complemento importante

no diagnóstico da etiologia da patologia encontrada durante a endoscopia. Este teste permite o

resultado em 24 horas, porém seus resultados podem ser obtidos em até 1 h, enquanto a

interpretação histológica leva vários dias, e como mencionado antes, raramente se indica

cultura bacteriana direta.

Enfatizamos a necessidade de investigação do H. pylori nos familiares em

primeiro grau de pacientes com história de câncer gástrico através da combinação de testes de

investigação para aquele patógeno, em especial com a realização de biópsias da mucosa

gástrica para análise histopatológica complementar.

1.1.6 Patologias Associadas ao Helicobacter pylori

Este microorganismo vem estarrecendo o mundo médico, devido à revolução que

provocou na gastroenterologia. Inúmeros trabalhos sobre a bactéria foram publicados em um

período relativamente curto, depois do relato inicial que aquela bactéria poderia sobreviver

em meio hostil como a câmara gástrica e sua forte associação com patologias

29

gastroduodenais, sugerindo o papel etiológico do Helicobacter pylori com diversas patologias

como gastrite, doença ulcerosa péptica, linfoma MALT e o carcinoma gástrico, conforme

descreveremos à seguir.

A relação do Helicobacter pylori como agente lesivo a mucosa gástrica foi

comprovada através de Marshall et al. (1985) e Morris e Nicholson (1987) quando

satisfizeram o postulado de Koch ao induzirem gastrite, confirmada histologicamente, após a

ingesta de uma suspensão de microorganismos viáveis e subseqüentemente recuperando a

bactéria ingerida. Após a relação entre o patógeno e doença da mucosa gastroduodenal, foi

evidenciado que a eliminação deste microorganismo resulta na resolução das anormalidades

histológicas e melhora clínica.

Nos dias atuais, a associação entre Helicobacter pylori e enfermidades

gastroduodenais está bem estabelecida. Este patógeno é o maior responsável pela gastrite

crônica e esta quando associada à bactéria apresenta alterações histopatológicas evolutivas

consideradas pré-malígnas.

O curso clínico da infecção pelo Helicobacter pylori é extremamente variável e é

influenciado por condições do próprio hospedeiro e fatores de virulência da bactéria.

A história natural da infecção pelo Helicobacter pylori vai desde a aquisição,

geralmente na infância, causando um quadro de infecção aguda, sendo que nesta fase

raramente é diagnosticado, evoluindo para gastrite crônica. Porém, cerca de 80-90% dos

pacientes, embora persistentemente colonizados, não apresentam sintomas (SUERBAUM;

MICHETTI, 2002).

Embora muitos dos pacientes sejam assintomáticos, sabe-se que mais de 95% dos

infectados pelo Helicobacter pylori desenvolvem gastrite crônica ativa (DOOLEY et al.,

1989). A região antral é geralmente a primeira a ser acometida, embora tanto a região do

corpo, quanto o antro e corpo (pangastrite) possam estar envolvidas.

Logo após a infecção inicial, o aspecto histológico é caracterizado pela presença

de células mononucleares escassas, estando ausente os folículos linfóides e granulócitos

polimorfonucleares. A fase aguda é caracterizada por inflamação ativa corpal e antral com

diminuição da produção de ácido (GRAHAM et al., 1988). Esta fase pode durar semanas até a

normalização da produção ácida e instalação da fase crônica da gastrite, caracterizada pela

colonização do antro pela bactéria.

30

O Helicobacter pylori pode eventualmente migrar para a região corpal e causar

neste sítio o processo inflamatório (MORRIS et al., 1988). Durante esta fase crônica as

células mononucleares superam em número os granulócitos, e folículos linfóides podem ser

encontrados. O processo progride com a cronicidade e acontece um “afilamento” da camada

de muco e erosões na superfície epitelial (HUI et al., 1992). O tratamento de erradicação da

bactéria proprociona uma melhora significativa caracterizada pela redução do processo

inflamatório e regressão do dano epitelial (WITTEMAN et al., 1995).

Aqueles que apresentarem níveis elevados de produção ácida são geralmente

associados a gastrite predominantemente antral e estão mais predispostos ao desenvolvimento

de úlcera duodenal.

Esta forte correlação com a úlcera duodenal é comprovada por estudos que

demonstram que a erradicação do Helicobacter pylori reduz a recorrência da úlcera duodenal

(GEORGE et al., 1990; VAN DER HULST et al., 1997). E é reforçada pela recidiva ulcerosa

associada a taxas de reinfecção (PATCHETT et al., 1992; COÊLHO et al., 1992; FORBES et

al., 1994).

A associação do Helicobacter pylori e úlcera duodenal é muito evidente. Cerca de

95% dos pacientes com úlcera duodenal estão infectados com o H. pylori. A infecção leva ao

excesso da produção de ácido, e devido a esta sobrecarga crônica e contínua, a mucosa

duodenal na tentativa de aumentar sua resistência frente esta acidez permanente, sofre um

processo de metaplasia gástrica duodenal, e a partir daí é colonizada pela bactéria seguida de

alterações estruturais culminando com a gênese da úlcera duodenal além de outros fatores

envolvidos.

Porém aqueles que apresentam menor secreção ácida estão correlacionados com

uma gastrite associada ao Helicobacter pylori predominantemente corpal, e estes estão mais

predispostos ao desenvolvimento de úlcera gástrica e podem iniciar uma sequência de eventos

que, em raros casos, evolui para o carcinoma gástrico.

Em relação à úlcera gástrica, cerca de 60-90% ocorre na vigência de gastrite por

H. pylori. Esta bactéria torna, por diversos mecanismos, a mucosa gástrica mais suscetível às

lesões ácidas.

A infecção pelo Helicobacter pylori também induz a formação de tecido linfóide

associado a mucosa (MALT) no tecido gástrico. O linfoma associado a este tecido linfóide é

outra rara complicação da infecção pelo Helicobacter pylori (PARSONNET et al., 1994).

31

O Helicobacter pylori pode ter ainda um papel na dispepsia ulcerosa e do tipo

não-ulcerosa, embora este papel não esteja definido atualmente.

Estudos recentes levantam possibilidades de associação do gênero Helicobacter

na etiologia de doenças extragástricas.

Embora a infecção não seja invasiva, desencadeia uma resposta inflamatória local

marcante e uma resposta imune sistêmica. A infecção do estômago por esta bactéria poderia,

compreensivelmente, produzir efeitos em outros locais ao alterar os níveis de mediadores

inflamatórios sistêmicos.

Poderia ser dito que a infecção guarda algumas semelhanças com a sífilis, pelo

fato de ser assintomática por um longo período levando a complicações na fase tardia, bem

como a tuberculose, devido sua terapêutica ser feita com esquema multidrogas, para que se

tenha benefício com o sinergismo entre as mesmas.

A infecção desta bactéria causadora de úlcera, Helicobacter pylori, é responsável

por cerca de 80% das gastrites do tipo B, também conhecida como gastrite antral. Podendo

algumas vezes com a progressão do processo inflamatório causar o desenvolvimento

subseqüente da atrofia e metaplasia intestinal nesta região.

Em resumo, o Helicobacter pylori tem grande importância clínica desde sua

descoberta, assumindo papel determinante na gênese de diversas patologias gastroduodenais,

especialmente a sua correlação com o desenvolvimento de lesões precursoras do câncer

gástrico, entre elas a metaplasia intestinal e a gastrite atrófica, cujo o risco de câncer aumenta

sobremaneira em familiares de primeiro grau de pacientes com câncer gástrico.

1.1.7 Histopatologia da Gastrite Associada ao Helicobacter pylori

A mucosa gástrica que recobre o Helicobacter pylori quase sempre mostra

inflamação e alterações epiteliais. A gravidade da inflamação pode ser maior naqueles países

onde a infecção ocorre precocemente na infância.

Com relação a patologia da mucosa gástrica associada ao Helicobacter pylori, em

geral, há pouca correlação entre o aspecto endoscópico e a presença ou gravidade da gastrite

inespecífica não erosiva (SAUERBRUCH et al., 1984; ELTA et al., 1987). Talvez a exceção

seja a gastrite do Helicobacter pylori nas crianças, nas quais aparece comum a nodularidade

32

antral (BUJANOVER; KONIKOFF; BARATZ, 1990; HASSAL; DIMMICK, 1991; ROSH et

al., 1992) que geralmente está associada histologicamente a hiperplasia linfóide.

O exame histopatológico é considerado essencial ao diagnóstico da gastrite e deve

ser rotina na prática atual (CORDEIRO; FRANÇA; JUCÁ, 2000).

Em busca da uniformidade do diagnóstico da gastrite foi criado o Sistema de

Sydney, cuja classificação da gastrite enfatiza a importância da combinação entre os achados

topográficos, morfológicos e informações sobre a etiologia, e que possa ser reprodutível em

todo o mundo (MISIEWICZ, 1991). Em 1994, um grupo de patologistas reunidos em

Houston, Texas, revisaram o Sistema de Sydney com objetivos de identificarem, definirem e

resolverem alguns questionamentos daquela classificação inicial (DIXON et al., 1996).

A descoberta do Helicobacter pylori alterou os conceitos de etiologia, sendo

considerada a infecção por este patógeno a maior causa de gastrite crônica não auto-imune

(PRICE, 1991).

Várias entidades nosológicas de gastrites foram divididas em três categorias

principais: aguda, crônica e especial. O reconhecimento da displasia epitelial, bem como

outras lesões importantes e precursoras do câncer gástrico, assume grande importância no

contexto da gastrite crônica.

Um mapeamento de biópias passou a ser extremamente útil, através da análise de

quatro amostras (duas de antro e duas de corpo gástrico), no diagnóstico do status do

Helicobacter pylori (GENTA; GRAHAM, 1994). As biópsias do corpo gástrico são

extremamente úteis para se avaliar resultados após tratamento, especialmente na vigência do

uso de inibidores de secreção ácida (HUNT, 1993), bem como no estabelecimento do modelo

de gastrite, o qual tem importantes implicações para o risco de doenças associadas (DIXON et

al., 1996).

O ponto máximo no diagnóstico da atrofia e da metaplasia intestinal gástrica é o

estudo endoscópico e histopatológico através de biópsias da incisura angularis (SOLCIA et

al., 1993; STEMMERMANN, 1994; SUGIMURA et al., 1994), o qual é também o local que

mais freqüentemente revela displasia pré-malígna (RUGGE et al., 1994; CORREA; SHIAO,

1994).

Para um diagnóstico completo e detalhado, faz-se necessária uma comunicação

entre o endoscopista e o patologista, através do fornecimento de informações sobre os

33

achados endoscópicos como metaplasia, atrofia, pólipos, úlcera, erosões, lesão vegetante,

entre outras lesões focais (DIXON et al., 1996).

Em adição a coloração de Hematoxicilina e eosina (HE), colorações especiais

podem ser empregadas para o melhor reconhecimento do Helicobacter pylori. A coloração de

Giemsa modificado, Warthin-Starry, ou a de Genta (GENTA; ROBASON; GRAHAN, 1994)

são de extrema importância e as mais usadas na prática atual. O uso de uma coloração

especial é fortemente recomendado, particularmente quando a HE falha em revelar os

organismos nas amostras com gastrite crônica em atividade.

As recomendações atuais do Sistema de Sydney modificado (DIXON et al., 1996)

consistem em coleta de amostras provenientes de 5 (cinco) locais pré-determinados (duas do

antro , duas do corpo e uma da incisura angularis). As amostras do antro, corpo e incisura

angularis devem ser identificadas e colocadas em frascos separados, além da transmissão das

informações sobre os achados endoscópicos, história clínica e locais das biópsias para o

patologista e a realização de uma coloração especial para a detecção do Helicobacter pylori

antes de declarar a ausência deste microorganismo em amostras de mucosa com inflamação

crônica.

Definição e Classificação das Variáveis

Densidade do Helicobacter pylori. A informação da presença deste patógeno é de

fundamental importância. Variações na densidade da bactéria podem orientar sobre a

associação com patologias e tem uma importância epidemiológica (TRESPI et al., 1994).

Dificuldades na identificação do Helicobacter pylori são particularmente encontradas nas

porções da mucosa que apresentam metaplasia intestinal, onde nestas áreas são usualmente

não colonizadas pela bactéria. É recomendado iniciar a abordagem através das áreas em que

normalmente a bactéria reside.

Infiltrado Inflamatório. Em geral, o infiltrado inflamatório combina

mononucleares e neutrófilos. O grau de inflamação varia em gravidade, de infiltrado mínimo

da lâmina própria com arquitetura preservada até gastrite grave com inflamação densa

(CHAN et al., 1991). Nos casos mais graves, podem ser vistos neutrófilos dentro do epitélio

superficial e nas fóveas gástricas em microabscessos. Os neutrófilos foram enfatizados nos

primeiros estudos da gastrite causada pelo Helicobacter pylori, mas, posteriormente, ficou

34

claro que numerosas células inflamatórias crônicas (plasmócitos e linfócitos) também fazem

parte do quadro inflamatório (KARTTUNEN; NIEMELA; LEHTOLA, 1991). Normalmente,

não há neutrófilos na mucosa gástrica, de modo que qualquer coleção é anormal. A presença

da atividade dos neutrófilos é sempre considerada um fenômeno universal de gastrite

associada ao Helicobacter pylori (DIXON et al., 1996). A densidade de neutrófilos

intra-epitelial tem sido correlatada com extenso dano a mucosa gástrica e com a intensidade

da infecção pelo Helicobacter pylori (STOLTE; EIDT, 1992). A presença dos Neutrófilos é

um indicador sensível da presença da bactéria e eles desaparecem após dias da cura da

infecção.

Com relação a inflamação crônica, a mucosa gástrica normal contém somente

algumas células inflamatórias (mononucleares) na lâmina própria. Qualquer aumento de

leucócitos mononucleares, incluindo linfócitos, células plasmáticas e macrófagos (monócitos),

indica gastrite crônica (DIXON et al., 1996).

Epitélio. A evidência da lesão epitelial causada pelo Helicobacter pylori vem de

vários estudos de microscopia óptica e eletrônica. Em um estudo da gastrite do Helicobacter

pylori e alcoólica, as biópsias H. pylori-positivas apresentaram volume significativamente

maior de anomalias epiteliais do que as negativas. As alterações incluem depleção de mucina,

perda da polaridade do núcleo e nucleomegalia. Como é comum na gastrite inespecífica não

erosiva, as alterações epiteliais foram mais acentuadas nas regiões foveolares do que no

epitélio superficial (ROBERT; WEINSTEIN, 1993).

Atrofia Glandular. A atrofia da mucosa glandular é definida como a perda do

tecido glandular.A perda da glândula pode seguir uma erosão da mucosa ou ulceração com

destruição do tecido glandular ou resultar de um prolongado processo inflamatório. Embora a

metaplasia intestinal possa aparecer de forma independente, a presença da mesma pode ser

um indicador da presença da atrofia. A atrofia da mucosa gástrica corpal está associada a

diminuição da secreção ácida e o desenvolvimento da metaplasia intestinal, as quais estão

fortemente associadas ao aumento no risco de câncer gástrico (CORREA, 1992; SIPPONEN

et al., 1992; SIPPONEN, 1994).

Metaplasia Intestinal. A metaplasia intestinal é comum na gastrite crônica de

todas as causas, e sua prevalência aumenta com a duração da doença. O epitélio metaplásico

pode ser reconhecido pela presença de células caliciformes, células absortivas, e células

semelhantes aos colonócitos ou pelo conteúdo mucinoso. Ela tem sido dividida em duas

categorias (tipo intestino delgado ou completa e tipo colônica ou incompleta) de acordo com a

35

morfologia e conteúdo glicoprotéico (SIPPONEN et al., 1992). A metaplasia intestinal é

reconhecida como uma condição predisposta a malignidade. Filipi e Jass (1986) propuseram

uma classificação para a metaplasia intestinal. Tipo I, também também chamada de tipo

intestino delgado ou completa, é composta de células caliciformes, células absortivas e células

de Paneth. A tipo II ou incompleta, é composta por células caliciformes, poucas células

absortivas e poucas células de Paneth. E a do tipo III ou metaplasia colônica, com poucas

células caliciformes, células colunares imaturas e raras células de Paneth. A tipo I (completa)

está associada a um baixo risco de câncer gástrico. Porém, a metaplasia intestinal com

características do intestino grosso, tipo III (incompleta) tem sido fortemente associada ao

câncer (ROKKAS; FILIPI; SLADEN, 1991; TOSI et al., 1993). Um estudo de seguimento

realizado na Eslovênia revelou ao comparar os tipos de metaplasias completa e incompleta,

que o tipo III (incompleta) tem um risco de 2,7 a 5,8 vezes a mais de desenvolver câncer

gástrico (FILIPI et al., 1994). O fato desta lesão nem sempre ser visível durante a

investigação endoscópica na maioria das vezes, requer a realização de cromoendoscopia com

corantes ou um “mapeamento” dos principais locais das biópsias para a análise

histopatológica (FENNERTY, 2003).

Displasia. Definida como um processo neoplásico não invasivo. É o penúltimo

estágio da carcinogênese gástrica (LAUWERS, 2003). É graduada em baixo e alto grau pela

maioria dos patologistas (LAUWERS; RIDDELL, 1999). O seu diagnóstico assume grande

importância pelo fato que 60% dos casos de câncer gástrico descobertos após o diagnóstico da

displasia são de carcinoma gástrico precoce (LANSDOWN et al., 1990).

1.1.8 Helicobacter pylori e Câncer Gástrico

A infecção pelo Helicobacter pylori está presente em 50% da população mundial

e aqueles infectados tem um maior risco de desenvolver câncer gástrico do corpo médio e

distal (NOMURA et al., 1991; PARSONNET et al., 1991; FORMAN et al., 1991;

PARSONNET et al., 1997). Um a cada 100 infectados pode desenvolver o carcinoma gástrico

(KUIPERS, 1998).

Estudos metanalíticos demonstraram que a prevalência do Helicobacter pylori foi

de 74,1% (3212/4334) naqueles com câncer gástrico quando comparados a 57,4%

(4527/7887) dos controles (ESLICK et al., 1999). Outros estudos de metanálise revelaram que

36

o risco de câncer gástrico foi estimado em duas a três vezes mais elevado naqueles infectados

pelo Helicobacter pylori quando comparado aos não infectados (BRENNER et al., 2004).

Outro estudo envolvendo 109 pacientes com adenocarcinoma gástrico não-cárdia,

revelou que 84% tinham sido infectados previamente pela bactéria H.pylori versus 61% do

grupo controle (PARSONNET et al., 1991).

Para determinar a forte associação do H.pylori com o carcinoma gástrico, foi

realizado um estudo retrospectivo e determinada a detecção da bactéria através de anticorpos

anti-Hp. Nos pacientes com carcinoma gástrico não-cárdia, 65% tinham anticorpos anti-Hp

versus 38% no grupo controle mostrando uma significante associação (TALLEY et al., 1991).

Com o objetivo de definir de forma mais consistente o risco relativo de câncer

gástrico associado à infecção pelo H.pylori, The Helicobacter and Cancer Collaborative

Group (2001), do Reino Unido, analisou em conjunto, os 12 maiores estudos epidemiológicos

na área, provenientes dos Estados Unidos da América, Europa e Ásia. Foram analisados 1228

casos de câncer gástrico sendo determinado como 5,9 o risco relativo da associação entre

Helicobacter pylori e câncer gástrico.

Estudos recentes mostram que a validade das estimativas podem estar abaixo da

realidade. Um estudo tipo caso-controle, em que a odds ratio foi reajustada, o risco de câncer

gástrico associado a infecção pelo Helicobacter pylori aumentou de 2,2 para 21,0, quando

aqueles que eram inicialmente considerados negativos através de testes realizados por ELISA,

passaram a ser CagA positivos por testes realizados por immunoblot (EKSTRÖN et al.,

2001).

A relação entre hábito de fumar, infecção pelo Helicobacter pylori e câncer

gástrico tem sido reforçada. Um estudo alemão demonstrou que, quando comparado com não

fumantes, porém infectados por cepas CagA positivas, tinham um risco relativo de 6,1 para o

desenvolvimento de adenocarcinoma distal do estômago. Quando indivíduos infectados por

cepas CagA positivas eram também fumantes, o risco relativo passou a ser 16,6 (BRENNER

et al., 2002).

Uemura et al. (2001), em um importante estudo prospectivo japonês de 1526

pacientes, infectados e não infectados, com idade entre 50 e 60 anos, acompanhados por 7,8

anos com endoscopias periódicas, revelou que 2,9 % dos pacientes infectados desenvolveram

câncer gástrico, em contraste com nenhum dos não infectados.

37

O risco de desenvolver câncer gástrico é relatado através de alterações

histopatológicas e funcionais ocorridas após a infecção pela bactéria e induzidas por esta no

estômago (VILLAKO et al., 1991; RECAVARREN-ACRE et al., 1991; SIPPONEN, 1994;

KUIPERS et al., 1995; EL-OMAR et al., 1997).

A forte correlação do processo inflamatório crônico com o aparecimento e

consolidação de alterações histológicas persistentes foi relatada por estudos iniciais que

sugeriram que a história natural da gastrite superficial progrida após décadas para gastrite

atrófica (SIURALA; VARIS; WILJASALO,1966; SIURALA et al., 1968; KEKKI et

al.,1977).

Estudos que usaram a avaliação histológica da gastrite sugerem a ocorrência de

uma progressão lenta e gradual de gastrite crônica ativa para gastrite crônica com graus

variáveis de atrofia e metaplasia intestinal (VILLAKO et al., 1982; IHAMAKI et al., 1985;

KEKKI; SUIRALA; VARIS, 1987) e estas importantes alterações são reconhecidas como

fatores que aumentam o risco de câncer gástrico (CORREA, 1975, 1982, 1992; SIPPONEN et

al., 1985).

O Helicobacter pylori coloniza o estômago e promove uma série de reações

inflamatórias. Esse processo inflamatório crônico é considerado uma importante causa de

gastrite atrófica (TSUGANE et al., 1993; WATANABE et al., 1997), como mostra várias

evidências experimentais (TATEMATSU et al, 1998; SUGIYAMA et al., 1998; SHIMIZU et

al., 1999). E a gastrite crônica atrófica é considerada o primeiro estágio da seqüência de

eventos (gastrite – metaplasia – carcinoma).

A gastrite atrófica começa, em geral, como um processo multifocal no estômago

distal. Progride então continuadamente por duas a três décadas. No decorrer deste período,

pode ocorrer coalescência dos focos iniciais, com redução da produção de ácido clorídico, que

pode chegar a acloridia. Esta gastrite de padrão atrófico e, sobretudo, a metaplasia intestinal,

evoluem para displasia que, finalmente, evolui para câncer.

Um estudo longitudinal para determinar a associação da infecção pelo H.pylori e a

progressão da gastrite atrófica para câncer, mostrou após o seguimento de 7,7 anos de

indivíduos assintomáticos, que existe uma forte associação entre aquele patógeno e o

aparecimento da gastrite atrófica, sendo que nenhum caso de câncer gástrico desenvolveu no

grupo isento tanto do H.pylori, quanto da gastrite atrófica. A observação positiva da

38

correlação entre a gastrite induzida pela bactéria e o desenvolvimento do carcinoma foi forte,

especialmente para o adenocarcinoma gástrico tipo intestinal (OHATA et al., 2004).

É estimado que aproximadamente 50% dos pacientes infectados pelo Helicobacter

pylori desenvolvem a gastrite atrófica (LAUWERS, 2003).

A aquisição de cepas agressivas ainda na infância com capacidade de produzir

citotoxinas e a diminuição da produção ácida são fatores relacionados com à atrofia

(KUIPERS et al., 1997).

A gastrite crônica induzida pelo Helicobacter pylori está também associada com

supressão da secreção de ácido ascórbico dentro do estômago, desta forma reduzindo a

concentração de um importante inibidor de formação dos compostos N-nitrosos (FEIZ;

MOBARHAN, 2002). Assim como, a bactéria parece ser prejudicial ao papel protetor dos

carotenos no estômago (ZHANG et al., 2000).

Além disso, outros mecanismos foram propostos como o estímulo a excessiva

proliferação celular pela influência mitogênica da amônia e o efeito da infecção com o

aumento de monócitos e neutrófilos capazes de sintetizar radicais oxidativos (mutagênicos).

O modelo aceito atualmente para a carcinogênesis do estômago tem início com a

gastrite crônica associada ao Helicobacter pylori, seguida da gastrite crônica atrófica,

metaplasia intestinal, displasia e finalmente o carcinoma gástrico (CORREA, 1991, 1992).

O Carcinoma gástrico está acompanhado, em 85% a 90% dos casos, de

hipocloridia e tem sido demonstrado que esta pode preceder o câncer gástrico por muitos

anos. Postula-se que um pH intragástrico alto promove o crescimento de bactérias, que

reduzem os nitratos da dieta a nitritos e, por conseguinte, são convertidas as aminas da dieta –

na presença destes nitritos – nos compostos carcinogênicos N-nitrosos (HALL et al., 1986).

Há relatos de níveis elevados de nitritos no suco gástrico induzidos pela infecção

do Helicobacter pylori e esta associação é importante no desenvolvimento do carcinoma

gástrico, especialmente com lesões múltiplas.

Vários outros fatores também estão implicados na gênese da gastrite de padrão

atrófico e variam desde ambientais (dieta, ingesta de sal, álcool e tabagismo), refluxo

duodenogástrico, formação de substâncias a base de nitro compostos, deficiência de vitaminas

e minerais, além de fatores genéticos (BONNEY et al., 1986; KEKKI; SIURALA; VARIS,

1987). Todos estes fatores podem interagir para produzir a doença; contudo um enorme

39

volume de dados corrobora um papel central da resposta imune do hospedeiro na definição da

evolução da doença.

A progressão da gastrite crônica associada ao Helicobacter pylori é o caminho

mais evidente no desenvolvimento do câncer gástrico (GRAHAM, 2000).

Após a infecção pela bactéria, a resposta imune passa a ser o determinante isolado

mais importante da doença. Polimorfismos de um único nucleotídio na região do promotor de

vários genes proinflamatórios críticos aumentam dramaticamente o risco de câncer gástrico

associado ao Helicobacter (LI et al., 2004).

Portanto, a atenção foi dirigida para o estudo dos polimorfismos de genes de

citocina do hospedeiro. A primeira citocina estudada em detalhe foi a IL-1β, uma citocina

proinflamatória que comprovadamente induz a liberação de gastrina, inibe a secreção ácida e

promove a apoptose. El-Omar et al. (2000a) sugeriram que os genótipos com elevada

expressão de IL-1β aumentam o risco de desenvolvimento de atrofia e câncer gástrico

secundários a infecção pelo Helicobacter. Além disto, o estabelecimento do fenótipo de IL-1β

e TNF-α elevados e IL-10 diminuída, confere um risco 50 vezes aumentado de câncer

gástrico (EL-OMAR et al., 2003).

Após a infecção pelo H. pylori e o estabelecimento de uma gastrite crônica, os

níveis de apoptose aumentam, resultando em perda de células parietais. A integridade tissular

é mantida através da proliferação celular aumentada, porém esta é acentuadamente anormal

(LI et al., 2004).

A gastrite atrófica intensa e a metaplasia intestinal produzida pela infecção

crônica por esta bactéria, estão intimamente relacionados ao desenvolvimento do câncer

gástrico, especialmente do tipo intestinal (TALLEY et al, 1991; CORREA, 1992). Estas

alterações, gastrite atrófica e metaplasia intestinal, juntamente com a gastrite

predominantemente do corpo, prediz significativamente a ocorrência do câncer gástrico (LI et

al., 2004).

Estudos epidemiológicos demonstraram que a infecção por este patógeno é fator

de risco para o desenvolvimento do câncer gástrico intestinal e difuso (FORMAN et al.,

1991).

Com base neste conhecimento e em extensas pesquisas na área, em 1994 a

Internacional Agency for Research on Cancer, divisão da Organização Mundial de Saúde,

40

concluiu por declarar o Helicobacter pylori como agente carcinógeno tipo I, com relação a

carcinogênese gástrica (BLASER, 1996).

A Gastrite crônica associada a bactéria apresenta alterações histopatológicas

consideradas pré-malígnas. Assim sendo, a identificação de achados específicos que possam

predizer o risco elevado de câncer é essencial em indivíduos assintomáticos portadores de

gastrite associada ao Helicobacter pylori.

O ambiente pré-neoplásico para o estômago, com alta freqüência de acloridia,

grave atrofia e metaplasia intestinal, é conhecido como prejudicial à colonização pelo

Helicobacter pylori. Desta forma, a sua relação com a carcinogênese gástrica ocorre através

do envolvimento nos primeiros estágios dos múltiplos passos na cascata que levam ao câncer

gástrico (COÊLHO, 2000).

A gastrite crônica induzida pelo Helicobacter pylori até o estabelecimento da

atrofia causada por este patógeno, se processaria semelhante ao sal. À parte destes

mecanismos, a infecção pelo Helicobacter pylori pode ter outras conseqüências de relevância

para o câncer, como distúrbios da regulação normal de citocinas e estímulo de produção de

radicais tóxicos de oxigênio.

É sabido que a topografia da inflamação pelo Helicobacter pylori assume alguma

correlação com o desenvolvimento das patologias. Ou seja, quando a gastrite associada ao

patógeno é predominantemente antral ocorre maior correlação com as úlceras do duodeno.

Porém, quando o processo inflamatório gástrico envolve o corpo gástrico com

intensidade similar ou superior a porção antral, esta pangastrite ou o modelo

corpo-predominante é usualmente acompanhada de atrofia e alterações secretórias. Neste caso

existe uma maior associação com o desenvolvimento de úlcera gástrica e gastrite atrófica, esta

sendo considerada hoje juntamente com a metaplasia intestinal, condições pré-malígnas para

o desenvolvimento do câncer gástrico. Este grupo tem marcadamente maior risco de

desenvolver câncer gástrico tipo não-cárdia (EL-OMAR et al., 2000b).

É evidente que o desenvolvimento ou não do câncer gástrico envolve aspectos

relacionados a defesa do hospedeiro, fatores de virulência do Helicobacter pylori e fatores

ambientais.

A infecção pelo Helicobacter pylori é o fator chave nessa doença multifatorial,

mas existe também uma interação com fatores genéticos, regionais e dietéticos. Assim, a

infecção pelo H.pylori e uma predisposição genética para a doença aumentam ambas o risco

41

de câncer gástrico (LA VECCHIA et al., 1992; HUANG et al., 1998; DANESH, 1999), mas a

presença desses fatores em conjunto fornece a maior taxa de desigualdade (KAAKS et al.,

1998; HANSEN et al., 1999; SIMAN et al., 2001; BRENNER et al., 2001).

Durante o curso da inflamação crônica, ocorrem alterações gênicas expressivas

(CICLITIRA; MACARTNEY; EVAN, 1987). Em adição, a estrutura e função dos genes

podem se alterar (GOLDSTONE; QUIRKE; DIXON, 1996; YASUI et al., 2000). Como

resultado destes eventos moleculares, ocorre uma série de alterações na estrutura histológica

do estômago, levando ao início de uma extensa gastrite atrófica – metaplasia – displasia e

carcinoma nesta seqüência (CORREA, 1992).

A inflamação causada pela bactéria resulta em gastrite ativa crônica, a qual pode

iniciar uma cascata de eventos em certos indivíduos predispostos que terminam por levar ao

desenvolvimento do carcinoma gástrico. Porém, é sabido que algumas dessas interações

moleculares que ocorrem precocemente podem ser revertidas (MALFERTHEINER, 2001).

O Brasil gasta muitos recursos financeiros com o tratamento dos pacientes com

câncer, quando isso poderia ser diferente se houvesse um programa de incentivo a prevenção.

Estudos fornecem importantes indícios para reduzir o número de vítimas do

câncer gástrico, ainda a segunda malignidade mais comum na escala global, através da

erradicação do Helicobacter pylori e uso de antioxidantes em áreas de elevada prevalência de

câncer gástrico e lesões pré-cancerosas (PARSONNET et al., 1996).

O Consenso Europeu realizado em Maastricht definiu que indivíduos com elevado

risco de câncer (portadores de condições pré-neoplásicas, cirurgia prévia por câncer gástrico

ou história familiar positiva para câncer gástrico) devam ser tratados quando da presença do

Helicobacter pylori (MALFERTHEINER et al., 2002).

O Consenso Canadense, similarmente ao Consenso Europeu, contra-indica a

investigação em massa do Helicobacter pylori, mas recomenda que deva ser tratado todos os

casos que forem positivos para a presença da bactéria (HUNT; THOSON, 1998).

Dixon (2001), no reino unido, em extensa revisão sobre a biologia e história

natural destas lesões sugere que a regeneração normal das glândulas oxínticas, após atrofia

glandular verdadeira com fibrose de substituição, é improvável.

Da mesma forma, a restauração da diferenciação normal na metaplasia não deve

ocorrer na presença de mutações estáveis nas células tronco. Apesar disso, algum grau de

42

regressão tanto da atrofia da mucosa como da metaplasia intestinal tem sido descrito (RUIZ et

al., 2001; KOKKOLA et al., 2002).

O câncer de estômago é uma importante doença, considerada a segunda causa de

morte em todo o mundo (GLOBOCAN..., 2001). A associação com o H. pylori está bem

definida e esta infecção é facilmente curável com um simples curso de antibióticos

(PARSONNET; FORMAN, 2004).

Para se prevenir o câncer de estômago associado ao Helicobacter pylori, a

prevenção da infecção é necessária (a busca da vacina anti-Hp ou outras estratégias de

prevenção) ou o tratamento anti-Hp precoce (investigação e tratamento ainda na infância pode

ser necessário) ou tratar antes do aparecimento das primeiras células displásicas, nos casos de

investigação e tratamento em adultos (PARSONNET; FORMAN, 2004).

Wong et al. (2004) demonstraram em um estudo de seguimento realizado em

população de alto-risco na China que há benefícios com a erradicação do patógeno H. pylori

especialmente naquele sub-grupo que ainda não desenvolveu as lesões pré-cancerosas,

sinalizando para a necessidade de uma intervenção cada vez mais precoce naquelas

populações com elevado risco de desenvolver o carcinoma gástrico.

No entanto, esses resultados conflitam com os dados epidemiológicos que

mostram uma associação entre o Helicobacter pylori e câncer gástrico. O pouco benefício da

erradicação no grupo portador de lesões pré-cancerosas deva ser explicado em razão do

acompanhamento de curto prazo naquele estudo realizado por Wong e colaboradores. Muito

embora, dos 1630 pacientes acompanhados por 7,5 anos, os autores identificaram câncer em

0,86% no grupo que submeteu a esquema anti-Hp, quando comparado a 1,35% no grupo que

recebeu apenas placebo, o que representa uma redução de 37% na incidência do câncer

gástrico (PARSONNET; FORMAN, 2004).

Outros estudos mostram uma significante proteção naqueles casos em que o

Helicobacter pylori foi erradicado com sucesso ou se inexistem condições pré-neoplásicas.

O câncer gástrico é determinado através de um lento processo de décadas desde a

mucosa normal até o surgimento da displasia seguida do carcinoma. Em alguns indivíduos o

câncer pode aparecer sem a presença prévia, 7 a 8 anos antes, das condições pré-neoplásicas.

Neste grupo a biologia de sua doença não é totalmente compreendida (PARSONNET;

FORMAN, 2004). O risco neste grupo é consistente ao observado por Uemura et al. (2001)

43

no Japão, onde encontraram um notável risco para câncer gástrico naqueles indivíduos

infectados pelo Helicobacter pylori, sem atrofia ou metaplasia intestinal.

Em suma, o modelo atual da progressão do câncer gástrico defende a infecção

pelo H. pylori como indutor primário da doença gástrica metaplásica e neoplásica através da

indução de uma acentuada resposta imune. Esta resposta se combina com fatores bacterianos,

hormonais, dietéticos e outros fatores ambientais para induzir a perda apoptótica de células

parietais, estimulação compensatória ou independente de proliferação, atrofia, metaplasia,

displasia e, por fim, adenocarcinoma gástrico.

1.1.9 Helicobacter pylori e questões a responder

Apesar do grande interesse despertado por este patógeno, interesse este refletido

nas inúmeras e crescentes publicações, existem várias lacunas a serem desvendadas

especialmente no que tange ao seu importante papel na gênese de patologias como o câncer

gástrico, sua correlação com lesões precursoras de câncer gástrico em pacientes com história

familiar para aquele câncer, bem como as implicações decorrentes de sua erradicação nessa

doença, sobretudo para observações a longo prazo.

O conhecimento sobre o papel do Helicobacter pylori enquanto fator de risco para

câncer gástrico é pequeno em pacientes com história familiar de câncer gástrico.

A forma pela qual a infecção por Helicobacter pylori altera o epitélio gástrico a

nível molecular é complexa e ainda mal compreendida. A aplicação de métodos de análise

global da expressão gênica (microarrays studies), tem resultado em uma verdadeira explosão

de informações acerca dos mecanismos moleculares ativados pelo Helicobacter pylori nas

células epiteliais gástricas, em portadores de câncer gástrico (SEPULVEDA; COÊLHO,

2002).

Enquanto estudos imunológicos reforçam a relação IgA>IgG anti-HP é

significativamente maior nos pacientes com câncer gástrico quando comparados aqueles

apenas com gastrite, o mecanismo exato da transformação da mucosa gástrica segue obscuro.

Postula-se que uma proliferação excessiva das células da mucosa poderia resultar

em atrofia gástrica, mutação e transformação em um fenótipo de maior malignidade. Este

processo parece completar-se com a expressão COX2, como enzima inflamatória que

44

favorece um excesso de PGE2, proliferação, redução da apoptose e estímulo a angiogênese,

levando ao crescimento tumoral. Além disso, se observa que uma sub-regulação dos fatores

de crescimento e COX2, e a desregulação do sistema Bax/BCL-2 (moléculas relacionadas

com a apoptose), naqueles pacientes infectados com o Helicobacter pylori, pode contribuir

para a transformação neoplásica (CORREA, 2001).

Por último, o polimorfismo de IL-B, que está associado a um aumento do risco de

câncer gástrico associado a infecção pelo Helicobacter pylori, está relacionado com a

presença da mutação no gen p-53, de conhecida associação com a oncogênese.

1.2 Câncer Gástrico

1.2.1 Fatos Históricos sobre o Câncer Gástrico

Os tumores de estômago há muito flagela a humanidade. Há relatos de tumores de

estômago na raça humana desde as mais antigas épocas. Há registro das escolas médicas de

Isphahan na Pérsia e de Córdoba na Espanha, escritos por grandes nomes da medicina da

época, como Avicena (980-1037). Já os conhecimentos anatomopatológicos sobre esta

patologia iniciaram nos séculos XVIII com Morgagni, Rokitansky e Virchow (MÓDENA,

2000).

É uma doença heterogênea que apesar de grandes avanços nos estudos de

epidemiologia, etiopatogenia, diagnóstico e terapêutica, ainda assola populações em todo o

mundo de uma maneira impar e há séculos. Figuras históricas importantes, incluindo

familiares de Napoleão Bonaparte, vieram a falecer deste mal. O fato de Napoleão Bonaparte

ser sempre retratado em posição típica, com as mãos colocadas no dorso e à frente do

epigástrio, foi atribuído às dores intensas que sentia por “gastrites” prolongadas, que o

acometia nos seus breves períodos de reclusão (REMINE, 1985; FUCHS; MAYER, 1995).

De tal forma, a neoplasia gástrica sempre despertou um grande interesse na sua

investigação, principalmente no que tange ao diagnóstico. Esta preocupação com o

diagnóstico sofreu grande revolução quando compararmos ao diagnóstico de suspeição

empregado até o início do século XX, quando o diagnóstico era suspeitado pela história

clínica de dor epigástrica, anorexia e emagrecimento – e pelo exame físico dos pacientes –

45

estes geralmente, já apresentavam massa abdominal palpável e, deste modo, uma doença

avançada e incurável.

Em 1906, Rieder e Holzknecht publicaram artigos sobre o valor dos estudos de

raios-x empregando subnitrato de bismuto, para a detecção contrastada das lesões da câmera

gástrica (REMINE, 1985). A endoscopia, apesar de ter sido desenvolvida anteriormente a

radiologia, ainda estava dando seus primeiros passos na época.

Desde os primeiros exames endoscópicos, na época realizados com gastroscópios

rígidos e com enormes dificuldades principalmente com relação ao grande impecílio da época,

que era a iluminação da câmara gástrica através de um aparelho rídido e acotovelado, até os

dias atuais com os modernos videoendoscópios flexíveis totalmente manobráveis e com

canais de biópsias, podemos ressaltar a enorme revolução no tocante ao diagnóstico do câncer

gástrico. Estes modernos aquipamentos permitem através da visualização direta da lesão a

retirada de pequenas amostras (biópsias) permitindo que se firme o diagnóstico.

A busca por um diagnóstico mais preciso e precoce ainda hoje é uma constante,

haja visto o enorme benefício da cura que caminha junto com o diagnóstico do câncer gástrico

em uma fase precoce.

1.2.2 Considerações Gerais sobre a Epidemiologia do Câncer Gástrico

O câncer gástrico só perde para o pulmonar como causa de morte em todo o

mundo (PARKIN; LAARA; MUIR, 1988). As estimativas mais recentes da incidência de

câncer gástrico apontam como o segundo mais freqüente em todo o mundo, com mais de 800

mil novos casos por ano, sendo a segunda causa de óbito mais observado no mundo

(PARKIN; PISANI; FERLAY, 1999).

Dados estatísticos revelam um declínio da incidência do câncer gástrico

especificamente nos Estados Unidos, Inglaterra e outros países desenvolvidos. Apesar deste

declínio, 900 mil mortes são esperadas para o ano 2010 (FUCHS; MAYER, 1995). A alta

mortalidade é registrada atualmente na América Latina, principalmente em países como o

Brasil, Costa Rica, Chile e Colômbia. Porém, a maior casuística ainda é o Japão.

Segundo as estimativas de incidência e mortalidade por câncer no Brasil,

publicadas pelo Instituto Nacional do Câncer – INCA, estão previstos 20.640 novos casos de

46

câncer de estômago para o ano de 2003. O câncer de estômago será o quinto tipo de câncer

mais mortal, com previsão de 11.145 óbitos.

Os dados do registro de Base Populacional Brasileira (INCA, 1991) indicam que

as taxas descritas para o Brasil situam São Paulo, Fortaleza e Recife, com coeficientes altos,

entre as cinco cidades do mundo com mais freqüência de câncer gástrico em homens.

A prevalência de câncer gástrico no Brasil varia de região para região. No

Nordeste e mais especificamente no Ceará, se revela como uma região de média a alta

incidência (JUAÇABA et al., 1984; SAMPAIO e MORAES, 2000). Segundo o INCA/MS

estão previstos para o Estado do Ceará 640 casos novos de câncer para o ano de 2003.

Estudos feitos na capital do estado do Ceará apontam o câncer gástrico como a neoplasia

interna mais comum no sexo masculino concorrendo com aproximadamente 22% de todos os

óbitos por câncer (BRAGA; MARSHALL; GUERRANT, 1995).

Há uma pequena predominância no sexo masculino e o tumor é comum na faixa

etária de 50-70 anos.

É uma doença altamente letal, principalmente devido ao diagnóstico em uma fase

tardia com poucas chances de cura, representado por sintomas vagos e inespecíficos no

momento de sua apresentação, a não ser que se produza significante obstrução ou ocorrência

de uma disseminação (VENNOOK et al., 1996).

No momento do diagnóstico, os pacientes têm idade acima de 50 anos (DUPONT

et al., 1978), mas também foram referidos casos em pacientes jovens e, até, em crianças

(SIEGEL et al., 1976; GRABIEC; OWEN, 1985; TSO et al., 1987).

Vários fatores de risco têm sido apontados e geralmente atuam de forma

combinada a depender do estilo de vida, tempo e lugar, usualmente chamados de fatores

promotores (ALEXANDRE, 1997). Enumeram-se como fatores promotores os alimentos

salgados (peixe salgado, carne salgada, “carne de sol”); grande ingesta de cereais não

refinados, baixa ingestão de frutas e vegetais frescos, tabagismo, ingestão de álcool, baixa

escolaridade, baixa condição socioeconômica, entre outros.

Já os protetores estariam a ingestão de alimentos não derivados da carne animal,

os produtos derivados do leite, os vegetais verdes ou amarelados, frutas frescas e o feijão

(JUAÇABA et al., 1977; BUIATTI; PALLI; DECARLI, 1990; CORREA, 1992; AOKI,

1993; FUCHS; MAYER, 1995). O consumo de ácido ascórbico e Beta-carotenos pode ter um

47

efeito importante assim como a erradicação da bactéria que favorece uma remissão da gastrite

e evita a progressão da enfermidade (CORREA, 2001).

A carcinogênese gástrica é um processo complexo e multifatorial (CORREA et

al., 1975) e a incidência de câncer gástrico na presença de dois ou mais fatores de risco deve

ser diferente da incidência esperada quanto a ocorrência dos efeitos individuais (LUNET e

BARROS, 2003). A associação do Helicobacter pylori e o câncer gástrico pode ser

modificada pela exposição a outros fatores, a depender da interação da bactéria com os

demais fatores ambientais.

Deficiência de antioxidantes na dieta, tabagismo ou ingesta de álcool podem estar

associados a diferentes estágios da carcinogênese gástrica (LUNET; BARROS, 2003).

Numerosas substâncias carcinogênicas estão presentes no cigarro e a ingesta de nutrientes nos

fumantes é substancialmente diferente nos não fumantes. Estas diferenças nutricionais podem

exacerbar os efeitos deletérios do cigarro (DALLONGEVILLE et al., 1998).

O tabagismo pode ter um papel na iniciação e o álcool pode promover o

desenvolvimento do câncer gástrico, porém este papel estaria mais relacionado ao câncer

gástrico da cárdia (INOE et al., 1994).

As condições precursoras assumem importante papel na gênese do câncer de

estômago. A gastrite atrófica com metaplasia intestinal, a anemia perniciosa, a gatrectomia

parcial, a doença de Ménétrier, os pólipos gástricos adenomatosos, a história familiar e a

infecção pelo Helicobacter pylori são fortemente implicados (FUCHS; MAYER, 1995),

sendo que esta última vem recebendo enorme interesse e forte correlação como “gatilho” para

o desenvolvimento do processo da carcinogênese gástrica.

Com relação a presença de pólipos e câncer gástrico, os adenomatosos oferecem

maior risco. Um estudo de revisão de mais de cinqüenta mil endoscopias mostrou a presença

de 347 pólipos, 6% destes eram adenomatosos e apenas estes sofreram malignização com um

risco de 35% (MOTTA et al., 1998).

A melhoria das condições de vida, um aumento do poder aquisitivo, com certeza

podem influenciar no decréscimo da prevalência do carcinoma gástrico, através por exemplo

do acesso a geladeira e a conseqüente preservação saudável dos alimentos. No nordeste do

Brasil ainda é freqüente, especialmente nas populações de baixo poder aquisitivo, o hábito de

“salgar” os alimentos como forma de preservar carnes até o seu consumo. As condições

48

sanitárias adequadas, como água encanada e esgoto, e o grau de escolaridade, são também

itens imprescindíveis nesse processo.

Aliado a estes hábitos dietéticos de ingerir carnes conservadas em sal, com a baixa

ingesta de frutas e vegetais frescos, somada a contaminação ainda na infância do Helicobacter

pylori, contribuem em muito na carcinogênese gástrica e na elevada prevalência desta

patologia no nosso meio.

O câncer gástrico causado pelo Helicobacter pylori demora de 30 a 40 anos a

partir do momento da infecção para se desenvolver. Se a contaminação se deu aos 10 anos de

idade, teria um câncer gástrico na fase inicial aos 40 anos, que poderia crescer e metastatizar

caso não seja feito o diagnóstico precocemente (CORREA, 1991).

1.2.3 Considerações Gerais sobre a Classificação do Câncer Gástrico

O prognóstico do carcinoma gástrico está relacionado com as características do

tumor primário, mas a classificação histológica pode ser difícil, visto que o tumor apresenta

estruturas variáveis. Conseqüentemente, diferentes classificações baseadas na morfologia

foram propostas para os tumores gástricos (ESPINOZA et al., 1999).

Existem hoje várias classificações histológicas e, para se ter o máximo de

benefício, uma classificação deve preencher três requisitos básicos: 1) indicar a etiologia e

histogênese do tumor; 2) auxiliar na previsão prognóstica e 3) ser de fácil aplicação por

diferentes patologistas, sendo prontamente reprodutível.

Uma das classificações histológicas foi proposta por Laurén (1965) onde o tumor

foi inicialmente classificado como intestinal ou difuso, de caráter infiltrante, com base na

predominância da disposição microscópica arquitetural. No tipo intestinal as células estão

dispostas em padrões glandulares bem formados, enquanto que no difuso as células tumorais

estão dispostas isoladamente ou em pequenos aglomerados sem formação glandular

(DAYAL; DELELLIS, 1989; LUNDEGARDH et al., 1991; LAURÉN; NEVALAINEN,

1993; MASUDA; KASAJINA, 1994).

49

A Classificação de Laurén tem recentemente ganho importância, pois tem provado

seu valor no que diz respeito aos propósitos epidemiológicos e planejamento clínico-cirúrgico

terapêutico (MICHELASSI et al., 1994). Esta classificação permitiu uma associação com a

patogênese, pois o tipo difuso evoluía a partir de mucosa normal e estava ligado

principalmente a fatores hereditários, podendo ser visto em idades mais jovens; e o tipo

histológico intestinal evoluía a partir de mucosa com gastrite crônica e metaplasia intestinal,

acometendo mais idosos.

Para padronização, bem como para avaliação prognóstica, vários autores

estabeleceram que tumores que possuem estruturas tanto do tipo intestinal quanto do tipo

difuso, desde que esta relação não ultrapasse 5%, devem ser classificados como do tipo

difuso.

Porém, mesmo que a maioria dos carcinomas gástricos se classificando dentro

desses dois tipos (Difuso e Intestinal), em 10 a 15% tal intento se torna impossível, pois eles

quase não ultrapassam o percentual de 5% de formação de células isoladas ou de formação

glandulares, ou são indiferenciados com um padrão de crescimento sólido compacto. Nesse

caso, esses tumores devem ser chamados de mistos, não classificáveis ou indeterminados

(NAGAYO, 1993; MAEHARA et al., 1994).

Considerando o estudo de cada patologista, tanto a sensibilidade, como a

especificidade sempre foram maior na classificação de Laurén, de forma que a maioria dos

grandes centros de referência no mundo inteiro prefere hoje essa classificação histológica

(PALLI et al., 1994).

De acordo com Lambert e Parkin (2002), já em 1977, foram propostos pela

Organização Mundial de Saúde-OMS quatro subtipos para o adenocarcinoma gástrico:

Papilar, Tubular, Mucinoso e Anel de Sinete. Além das outras categorias da neoplasia gástrica

como o carcinoma indiferenciado, espinocelular, adenoescamoso e não classificado.

Outra classificação proposta é a de Ming que divide o carcinoma gástrico em dois

tipos: infiltrante e expansivo. Nesta classificação, portanto, considera-se exclusivamente o

comportamento das margens tumorais, só podendo ser ela aplicada em peças cirúrgicas e não

em biópsias (HERMANEK; WITTEKIND, 1993). Ela tem uma correlação prognóstica menor

que a de Laurén e segundo alguns autores não possui nenhum valor prognóstico, pois peca

também pelo fato de ser aplicada apenas nas neoplasias avançadas (CIMERMAN et al.,

1994).

50

Em 1926, Borrmann dividiu a aparência macroscópica dos cânceres gástricos em

quatro tipos: tipo I – polipóide ou vegetante; tipo II – ulcerado, bem delimitado; tipo III –

ulcerado e infiltrante, e o tipo IV – difuso, Linitis plástica, avaliando em sua revisão a

sobrevida em 5 anos dos tipos (BORRMANN, 1926).

A pior correlação prognóstica entre as quatro, Laurén, Ming, Borrmann e OMS,

tem sido a da OMS, e isso já era esperado, pois é baseada essencialmente em características

morfológicas. A Classificação de Laurén tem sido a que oferece melhor correlação

prognóstica e planejamento terapêutico (CIMERMAN et al., 1994).

A utilidade dessas classificações são dependentes não somente de suas

adequações para propósitos clínicos, especialmente como guia para métodos de tratamento

pós-operatório e para avaliação prognóstica, mas também nas suas utilidades epidemiológica,

estatística e de investigação científica (NAGAYO, 1993).

1.2.4 História Familiar e Câncer Gástrico

Há uma forte correlação entre câncer gástrico e história familiar. Estudos relatam

que a história familiar de câncer gástrico foi identificada em aproximadamente 10-15% dos

casos de carcinoma gástrico (ZANGHIERI et al, 1990).

Outro estudo reportou o risco de 3x de câncer gástrico em parentes de primeiro

grau (LISSOWSKA et al, 1999). Quando há associação de história familiar de câncer gástrico

e presença do Helicobacter pylori este risco passa a ser 8x maior de desenvolver carcinoma

gástrico (BRENNER; BODE; BOEING, 2000).

Hansen et al. (1999) mostraram que quando existe uma predisposição genética

associada a presença do Helicobacter pylori há um risco 6,9 vezes maior de ocorrer o

desenvolvimento do carcinoma gástrico.

O Helicobacter pylori está implicado na predisposição ao câncer gástrico através

da indução de atrofia gástrica e hipocloridia. Naqueles parentes em primeiro grau de pacientes

com câncer gástrico estas alterações ocorrem mais freqüentemente, de tal forma que os

familiares apresentam um maior risco de desenvolver câncer gástrico (EL-OMAR et al,

2000b).

51

Neste estudo onde foi realizada investigação em 100 parentes em primeiro grau de

portadores de câncer gástrico não cárdia e comparados com controles sem história familiar de

câncer gástrico, foi evidenciada uma elevada prevalência de hipocloridia (27% vs. 3%) e

atrofia gástrica (34% vs. 5%), especialmente correlacionada com o aumento da idade. Os

autores concluíram a forte correlação da história familiar com a maior prevalência de lesões

precursoras do câncer gástrico, sendo estas anormalidades confinadas a presença do patógeno

Helicobacter pylori.

A predisposição familiar ao aparecimento do câncer gástrico é bem reconhecida e

o risco de desenvolvimento deste é maior em parentes com história familiar positiva,

especialmente nos casos de mais de um familiar acometido, quando comparado a casos

esporádicos de apenas um índex caso (GRAHAM; LILENFELD, 1958; CWERN et al., 1981;

OGAWA;KATO; TOMINAGA, 1985; ZANGHIERI et al., 1990; LA VECCHIA et al.,

1992).

Não somente a infecção pelo Helicobacter pylori é mais prevalente nos familiares

de pacientes com câncer gástrico. Estes membros da mesma família também são expostos a

fatores ambientais similares, como o tabagismo, a dieta rica em sal e a baixa ingesta de

vitamina C (SIMAN et al., 1998; FOX et al., 1999).

Com relação aos fatores genéticos, um estudo verificou que condições pré-

neoplásicas (hipocloridia, atrofia, e metaplasia intestinal) ocorrem em 1/3 dos familiares de

câncer gástrico infectados pelo Helicobacter pylori (CARNEIRO et al., 1993). A atrofia pode

ser resultante de uma predisposição genética, como foi demonstrado em ratos (SUTTON et

al., 1999).

A suscetibilidade genética também pode ser demonstrada através da associação do

grupo sanguíneo A com o carcinoma gástrico. Os pacientes com este grupo sanguíneo A

apresentam maior risco de gastrite atrófica devido a maior aderência do Helicobacter pylori

causada pela presença do antígeno “b” de Lewis neste grupo sanguíneo (CARNEIRO et al.,

1996). Similarmente, um aumento no risco de câncer gástrico tem sido reportado naqueles

com anemia perniciosa.

Muitos fatores genéticos do hospedeiro estão implicados na predisposição dos

familiares a atrofia, como os alelos HLA-DQA1*0102 ou HLA-DQB1*0401 e o aumento da

secreção da interleucina IL-1ß causado por um polimorfismo no gene da mesma (NIV, 2003).

A combinação destes fatores com a aquisição de cepas virulentas do Helicobacter pylori em

52

pacientes com história familiar de câncer gástrico contribue para a carcinogênese gástrica. Por

exemplo, a predisposição a elevados níveis de IL-1ß aumenta a suscetibilidade para a

hipocloridia e atrofia da mucosa gástrica (EL-OMAR, 2001).

Recentemente, o foco tem-se direcionado para o sistema E-caderina-catenina e a

enzima COX-2 no envolvimento do câncer gástrico, papel este já estabelecido no carcinoma

colo-retal (EBERT et al., 2000; GRADY et al., 2000).

A relação entre o câncer gástrico e o Helicobacter pylori está bem estabelecida. A

família é a unidade central da transmissão daquele patógeno, e a colonização ainda na infância

por cepas virulentas, é um fator de risco para o desenvolvimento da carcinogênese. Quando

existe um caso relatado de câncer gástrico na família, em familiares de primeiro grau, os

demais podem ser infectados pela mesma cepa, e estes apresentam um maior risco de

desenvolver o carcinoma gástrico (NIV, 2003).

Foi sugerido o uso de uma técnica de estratificação de risco para o câncer gástrico

(semelhante ao do câncer colo-retal), considerando como grupo de risco aqueles familiares em

primeiro grau de pacientes com câncer gástrico e tratados para a bactéria, sem a necessidade

de pesquisa prévia do Helicobacter pylori (NIV, 2003). Esta estratégia parece ser mais

manejável e custo-efetiva do que a investigação de toda a população, na qual a mortalidade

por câncer gástrico distal tem declinado concomitantemente com a erradicação da bactéria.

1.3 Justificativa

A elevada prevalência da infecção pelo Helicobacter pylori em nosso meio, com

elevadas taxas de infecção ainda em tenra idade, a forte correlação da bactéria Helicobacter

pylori com o câncer gástrico, com risco ainda mais elevado se houver história familiar de

câncer gástrico, este sendo responsável por elevadas taxas de mortalidade na nossa região, faz

com que este estudo seja de extremo interesse, especialmente no que tange a importância do

diagnóstico precoce da infecção pela bactéria e das lesões precursoras do câncer gástrico

trazendo imenso benefício para este grupo de risco.

53

OBJETIVOS

54

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar a prevalência das lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter

pylori em pacientes com história familiar de câncer gástrico quando comparado ao grupo

controle.

2.2 Objetivo específico

Correlacionar a presença das lesões precursoras do câncer gástrico com o

Helicobacter pylori.

55

CASUÍSTICA E MÉTODOS

56

3 CASUÍSTICA E MÉTODOS

A investigação do estudo foi realizada inicialmente com a construção de um

fluxograma a partir de index casos de câncer gástrico não-cárdia registrados durante

internação hospitalar no período de março 2001 a junho de 2004 no Hospital das Clínicas da

Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará - UFC e Instituto do Câncer do

Ceará - ICC devidamente comprovados através da análise histopatológica e confirmados se

tratar de pacientes portadores de adenocarcinoma gástrico não cárdia.

Dos 84 (oitenta e quatro) index casos entrevistados, 131 (cento e trinta e um)

familiares em primeiro grau (pais biológicos, filhos ou irmãos) de 46 (quarenta e seis) index

casos aceitaram participar do estudo e compareceram ao ambulatório especializado para

consulta inicial. Os familiares dos demais index casos não foram contemplados na pesquisa

por não aceitação a participação no estudo ou não preenchimento dos critérios de inclusão.

Durante a consulta médica os pacientes foram submetidos a um protocolo de

investigação a partir de um questionário padronizado, através de uma anamnese detalhada e

com um posterior exame físico minucioso, onde foram atendidos por profissional médico

qualificado depois da devida explanação dos objetivos do estudo e posterior consentimento

formal e por escrito.

O questionário padronizado contemplava aspectos relacionados à idade,

procedência, condições socioeconômicas, hábitos alimentares, tabagismo, etilismo, sintomas

gastrointestinais, história familiar de câncer gástrico ou cânceres em outros sítios, uso de

antibióticos, medicamentos anti-secretores, entre outros.

O estudo foi submetido à análise e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa-

COMEPE da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará-UFC.

No grupo de estudo, dos 131 (cento e trinta e um) familiares em primeiro grau

entrevistados, vinte e sete não deram prosseguimento ao estudo com a realização da

investigação endoscópica ou foram excluídos. 104 (cento e quatro) familiares, de 40

(quarenta) index casos, preencheram os critérios de inclusão e prosseguiram a investigação

adicional através do exame videoendoscópico com posterior análise histopatológica

complementar, independente dos achados endoscópicos.

57

Utilizamos para nosso grupo de referência aqueles portadores de dispepsia sem

história familiar de câncer gástrico, provenientes do ambulatório de dispepsia do Hospital das

Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará-UFC e denominamo-lo

de “grupo-controle”.

Os dois grupos apresentaram amostras pareadas com relação ao sexo e faixa

etária, além de serem provenientes da mesma classe socioeconômica, assim sendo os aspectos

sócio-culturais e higieno-dietéticos eram similares caracterizando a homogeneidade das

amostras. Nos dois grupos (estudo e controle) não se conhecia o status prévio da infecção pelo

Helicobacter pylori.

Todos os casos do grupo-controle foram submetidos a um preenchimento de

questionário padronizado. Cento e vinte e nove pacientes do grupo-controle foram

entrevistados seguindo análise dos critérios de inclusão neste grupo. Destes 129 (cento e vinte

e nove) entrevistados inicialmente, 118 (cento e dezoito) prosseguiram a investigação através

do exame videoendoscópico e análise histopatológica complementar.

3.1 Desenho do Estudo

Este foi um estudo observacional tipo caso x controle.

3.2 Protocolo e População do Estudo

Foram entrevistados 131 (cento e trinta e um), indivíduos parentes em primeiro

grau (pais biológicos, filhos, irmãos) de pacientes com câncer gástrico tipo não-cárdia.

Destes, 104 (cento e quatro) foram investigados videoendoscopicamente e foram alocados no

grupo de estudo, a partir de 40 (quarenta) “índex casos” de câncer gástrico entrevistados, com

posterior revisão do laudo histopatológico e lâminas por um único patologista experiente após

consulta ao prontuário hospitalar de pacientes portadores de câncer gástrico internados de

março 2001 a junho de 2004.

58

Só consideramos “index caso” aqueles cujo tumor primário era gástrico, tipo não

cárdia, nunca quando dois órgãos (esôfago-estômago) eram acometidos para minimizar o

risco do tumor primário não ser do estômago.

Em linguagem acessível, todos os pacientes receberam informações sobre o

estudo e a importância deste, fornecendo consentimento por escrito para a realização do

mesmo.

O status do Helicobacter pylori foi avaliado através da detecção indireta pelo

teste da urease, associado à pesquisa direta através da análise histopatológica (padrão ouro)

após coloração pela hematoxicilina-eosina e giemsa modificado, avaliando a presença de

lesões precursoras de câncer gástrico, em especial a gastrite atrófica e metaplasia intestinal,

nos dois grupos.

3.3 Local do Estudo

Os pacientes Foram atendidos no Ambulatório de Gastroenterologia do Hospital

das Clínicas da UFC em horários previamente agendados e os exames endoscópicos foram

realizados no Serviço de Endoscopia do Hospital Universitário Walter Cantídio da Faculdade

de Medicina da Universidade Federal do Ceará – UFC.

3.4 Seleção dos Pacientes

Foram critérios de inclusão:

• Idade mínima de 18 anos e máxima de 81 anos de ambos os sexos;

• Indivíduos parentes em primeiro grau de pacientes com câncer gástrico

não-cárdia (grupo de estudo);

59

• Pacientes com queixas dispépticas persistentes os quais foram encaminhados

para investigação diagnóstica, porém sem história familiar de câncer gástrico

(grupo controle);

• Não ter feito tratamento anti-H.pylori;

• Pacientes que aceitaram participar do estudo e assinaram o termo de

consentimento informado.

Foram critérios de exclusão:

• Gravidez ou lactação;

• Condições associadas com distúrbios da fisiologia gástrica, como vagotomia,

ressecção gástrica, síndrome de Zollinger-Ellison ou estenose pilórica;

• Insuficiência Renal, Insuficiência hepática, Insuficiência Cardíaca Congestiva

ou instabilidade hemodinâmica que contra-indique a investigação endoscópica;

• Pacientes em uso de anti-inflamatórios não-esteroidais (AINES),

anti-secretores, antibióticos ou ambos nos 30 dias antecedentes à inclusão do

estudo;

• Conhecimento prévio do status do Helicobacter pylori e/ou aqueles que tenham

sido submetidos a terapêutica anti-Helicobacter pylori.

3.5 Método

Avaliação Endoscópica dos Parentes em Primeiro Grau e Controles

Para a realização dos exames endoscópicos, os pacientes foram orientados sobre o

desenrolar do procedimento, bem como a necessidade de preparo prévio com jejum de pelo

menos 8 horas.

60

O preparo para a realização do exame foi realizado em todos os pacientes. Os

mesmos ingeriram 40 gotas de dimeticona líquida (Luftal®) e tiveram a orofaringe

anestesiada com lidocaína à 10% (Xylestesin®) em spray, além de sedação endovenosa com

Diazepan (1amp=10mg/2ml) e Meperidina (1amp=100mg/2ml) nos casos selecionados, a

depender da idade, sendo a dose calculada pelo peso em quilogramas.

O aparelho utilizado foi um gastrovideoendoscópio (Olympus ® Optical Co, Ltd.

GIF TYPE V) bem como pinças apropriadas de biópsias endoscópicas. Tanto o endoscópio,

quanto as pinças de biópsias foram devidamente limpos e desinfectados no início de cada

sessão e após cada exame realizado, através de limpeza manual rigorosa com lavagem com

sabão neutro e água corrente, seguida de escovação metódica com passagem de escova

apropriada através do canal de biópsia e uso de detergente enzimático (Endozyme®). Em

seguida os mesmos foram imersos para a desinfecção em solução de glutaraldeído a 2%

durante dez minutos, enxaguados com água corrente e irrigados os canais com álcool a 70%,

conforme normas da Sociedade Brasileira de Endoscopia - SOBED/AMB (VARGAS;

MACHADO; MARANGONI, 1993; MÓDENA, 1996) e que correspondem também as

diretrizes da Sociedade Européia de Endoscopia Gastrointestinal (EUROPEAN SOCIETY OF

GASTROINTESTINAL ENDOSCOPY, 2000).

Os exames foram realizados no Serviço de Endoscopia do Hospital Universitário

Walter Cantídio da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – UFC,

seguindo a rotina já estabelecida pelo serviço.

Foi realizada a inspeção convencional do esôfago, estômago e duodeno, onde

biópsias do corpo e antro gástrico foram obtidas para análise histopatológica - independente

dos achados endoscópicos - com retirada de fragmentos do corpo e antro, seguindo um

protocolo de biópsias através do mapeamento dos sítios a serem biopsiados. Biópsias

adicionais foram realizadas naqueles pacientes com úlcera gástrica, suspeita de câncer,

pólipos, ou outros achados patológicos significantes.

O “mapa” de biópsias incluia 5 (cinco) sítios pré-determinados seguindo o

protocolo validado de biópsias do Sistema de Sydney modificado (DIXON et al, 1996).

Foram obtidos 6 (seis) fragmentos, dos quais 5 (cinco) foram destinados para análise

histopatológica, sendo encaminhados para o Serviço de Patologia e Medicina Legal da UFC,

em frascos separados e com as seguintes especificações a depender do local da coleta (IA, A1,

61

A2, B1, B2). O outro fragmento foi para a pesquisa indireta do Helicobacter pylori através do

teste da urease, sendo este fragmento proveniente do sítio (A2).

Os locais da coleta dos espécimes foram os seguintes: (IA): um fragmento do

antro, seguindo pela pequena curvatura, junto a incisura angularis; (A1): um fragmento do

antro, seguindo pela pequena curvatura à cerca de 2-3 cm do piloro; (A2): dois fragmentos do

antro seguindo pela grande curvatura à cerca de 2-3 cm do piloro; (B1): um fragmento do

corpo, seguindo pela pequena curvatura à aproximadamente 4 cm do ângulo. (B2): um

fragmento da porção média do corpo, pela grande curvatura, à aproximadamente 8 cm da

cárdia.

Foi considerada endoscopicamente normal a mucosa gástrica de coloração rósea

brilhante e homogênea, habitualmente lisa no antro, podendo apresentar até três pregas

pré-pilóricas, e com pregas longitudinais organizadas de até 5mm de espessura na região do

corpo segundo a descrição de Meireles Filho e André (1994).

Para o diagnóstico de gastrite endoscópica, foi utilizada a classificação de Sydney,

considerando os achados de edema, enantema, friabilidade, exsudato, erosões planas e

elevadas, nodosidade ou micronodularidade, hiperplasia ou atrofia de pregas, aumento da

trama vascular submucosa ou presença de sangramento intramural (MISIEWICZ, 1991).

O estadiamento das úlceras obedeceu à classificação de Sakita (1973), onde

A = ativa, H = em cicatrização e S = cicatrizada.

A classificação dos pólipos foi realizada de acordo com Yamada e Ichikawa

(1974), sendo Yamada I quando o pólipo era ligeiramente elevado, Yamada II quando o

pólipo era séssil, Yamada III quando era sub-pediculado e Yamada IV naquele pediculado.

As fichas de endoscopias foram preenchidas após análise endoscópica de cada

paciente e avaliava a topografia das lesões (antro/corpo gástrico), descrição das mesmas e o

diagnóstico endoscópico final (normal, gastrite do antro, gastrite do corpo, gastrite do antro e

corpo, úlcera gástrica, atrofia antral, atrofia do corpo, atrofia corpal e antral, metaplasia

intestinal ou associação destes fatores).

62

Realização e Avaliação do Teste da Urease

O teste da Urease foi realizado na sala de endoscopia pela imersão de um

fragmento da região antral no frasco contendo tampão específico. A análise foi efetuada

imediatamente após a coleta do material e uma leitura final foi realizada em 24 horas. O teste

da urease foi produzido no laboratório e validado localmente.

O teste da urease foi considerado positivo quando houve mudança da coloração da

substância de “amarelo” para “vermelho”. Nos casos em que a solução permaneceu “amarela”

por 24 h após a coleta, a interpretação foi considerada negativa. Quando houve dificuldades

em estabelecer precisamente a mudança da coloração, o teste foi considerado indeterminado.

Análise Histopatológica

A análise histopatológica foi realizada no Departamento de Patologia e Medicina

Legal da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará – UFC. Amostras do

corpo e antro provenientes do exame endoscópico foram colocadas em frascos separados,

fixadas em solução de formaldeído a 10% e encaminhadas ao Serviço de Patologia

devidamente identificadas com o nome do paciente, número do prontuário, data da coleta, e

local de retirada do espécime seguindo o protocolo de biópsias descrito anteriormente.

Depois de removidas endoscopicamente e fixadas em solução de formaldeído a

10% as mesmas foram cortadas em blocos de parafina. A técnica consiste em uma primeira

fase de desidratação do tecido em séries de álcool anidro, passando por xilol para posterior

inclusão em blocos de parafina. Do tecido incluído em parafina foram realizados cortes

seriados da espessura que variava entre 3 e 5 micra, e montagem em lâminas de vidro. Depois

de desparafinados estes cortes eram corados com hematoxilina-eosina (HE) e giemsa

modificado.

Um único patologista experiente e “mascarado” quanto a origem do material

histopatológico, se do grupo de estudo ou do grupo controle, fez a análise histopatológica

sendo avaliada a concordância inter-observador com posterior revisão de todas as lâminas.

63

Foi considerado material suficientemente adequado para análise histopatológica

quando as amostras incluiram toda a espessura da mucosa, necessária para avaliar a presença

de atrofia e o nível do infiltrado inflamatório.

A ficha de histopatologia contemplava parâmetros morfológicos usando o Sistema

de Sydney (PRICE, 1991; ANDREW; WYATT; DIXON, 1994; DIXON et al., 1996;

GENTA et al., 1996). Foi usada uma graduação de 0 - 4 de acordo com a ausência (0),

discreta (1), moderada (2), acentuada (3) e inadequada (4) com relação a pontuação da

presença de inflamação (mononucleares), atividade (polimorfonucleares), atrofia, metaplasia

intestinal e displasia no antro (A) ou corpo (C) gástrico.

O achado da metaplasia intestinal foi reconhecido pela presença de células

absortivas colunares metaplásicas e células caliciformes através da coloração

hematoxicilina-eosina, a gastrite atrófica foi definida pela perda do tecido glandular e

substituição por fibrose na lâmina própria e a displasia foi definida por presença de citologia

atípica e desarranjo na arquitetura independente do grau de inflamação e classificada em

baixo ou alto grau.

A presença de gastrite atrófica, metaplasia intestinal, pólipo adenomatoso e

displasia foram classificadas como lesões pré-cancerosas.

Além disso, a análise histopatológica avaliou a amostra quanto a ausência (0),

presença (1) e amostra inadequada (4) dos seguintes achados: folículos linfóides, edema,

erosões, atrofia degenerativas, vacuolização citoplasmática, diminuição do muco, atipias

regenerativas e hiperplasia foveolar no antro (A) ou corpo (C).

A presença do patógeno Helicobacter pylori foi avaliada diretamente após

colorações hematoxicilina-eosina seguida do giemsa modificado. A densidade do

Helicobacter pylori foi quantificada de acordo com o número em: ausente (0), raros (1),

número médio (2), grande número (3) ou amostra inadequada (4) no corpo (C) ou antro (A).

O status do Helicobacter pylori foi determinado através do teste da urease e

análise histopatológica através da visualização direta, sendo esta considerada padrão-ouro na

análise da prevalência da bactéria.

64

3.6 Seguimento dos Pacientes

Os pacientes foram instruídos a comparecer ao ambulatório para receber os

resultados dos exames, bem como início da terapêutica e acompanhamento dos casos

necessários.

3.7 Análise Estatística

• A análise estatística foi realizada através da Análise Descritiva, com uso de

tabelas, gráficos e medidas descritivas;

• Para análise de associação entre variáveis categorizadas foram utilizados os

testes: Exato de Fisher para variáveis dicotômicas e os testes Qui-quadrado e

de Verossimilhança para variáveis politômicas;

• Na análise dos resultados, as variáveis eram representadas por freqüências

absolutas (n) e relativas (%);

• Para efeito de significância estatística foi considerado p <0,05;

• As amostras consideradas inadequadas não foram incluídas na análise

estatística;

• Foi usado o pacote de estatística SPSS – 10.0 for Windows.

65

RESULTADOS

66

4 RESULTADOS

4.1 Características da População Estudada

4.1.1 Grupo Index

O grupo index era composto de 40 pacientes com diagnóstico de adenocarcinoma

gástrico não-cárdia. A faixa etária variou de 23 a 85 anos com média de idade de 59,8 ± 16,14

anos.

Dos 40 pacientes, 27 (67,5%) eram do sexo masculino e 13 (32,5%) do sexo

feminino, sendo 24 (60 %) casos procedentes de Fortaleza.

Com relação a caracterização do tumor, 21 (52,5%) eram Borrmann III, 10 (25%)

Borrmann II, 3 (7,5%) Borrmann IV e 3 (7,5%) Borrmann I. Em 3 (7,5 %) pacientes não foi

possível avaliar com detalhes o aspecto macroscópico do tumor.

Quanto ao tipo histopatológico, o difuso acometia 20 (50%) pacientes, o intestinal

14 (35%) pacientes, o misto em 3 (7,5%) pacientes e em outros 3 (7,5%) pacientes não foi

possível avaliar com precisão o tipo histopatológico.

O tumor acometia o antro em 14 (35%) pacientes, o corpo em 14 (35%) pacientes,

antro e corpo em 9 (22,5%) pacientes e em 3 (7,5%) pacientes não foi definido com precisão o

acometimento do tumor.

Dos quarenta pacientes do grupo index, 8 (20%) tinham história familiar de câncer

gástrico, sendo que em 4 (50%) destes o parentesco era de irmãos.

4.1.2 Grupo de Estudo

Dos 104 pacientes estudados, 38 (36,5%) eram do sexo masculino e 66 (63,5%)

do sexo feminino (Figura 1), sendo que a faixa etária variou de 18 a 81 anos com média de

67

idade de 42,8 ± 14,18 anos (Figura 3) e 65 (62,5%) pacientes eram procedentes de Fortaleza,

sendo os demais oriundos do interior do estado.

Neste grupo, 83/104 (79,8%) pacientes apresentavam sintomas, sendo os sintomas

predominantes o empachamento em 48 (46,2%) pacientes e a epigastralgia em 21 (20,2%)

pacientes. 21/104 (20,2%) pacientes eram assintomáticos (Figura 4).

Dos 104 pacientes entrevistados, 7 (6,9%) tinham história de mais de um parente

com câncer gástrico, em 1 caso tanto o pai, quanto a mãe foram acometidos, 1 caso (irmão e

avó), 1 caso (irmão e tio), 3 casos (pai e tio) e em 1 caso (filho e tio) foram acometidos pela

neoplasia gástrica. Nos demais do grupo de estudo, o parentesco do familiar era em 39

(37,5%) casos o de irmã (o)s, 39 (37,5%) casos o de pai, em 11 (10,58%) casos o de mãe e em

5 (4,81%) casos o (a) filho (a) era o portador do câncer gástrico, sendo que a média de

pacientes estudados por cada família foi de 2,6 pacientes.

4.1.3 Grupo Controle

Os 129 (cento e vinte e nove) controles foram àqueles pacientes que apresentavam

queixas dispépticas persistentes, porém sem história familiar de câncer gástrico e foram

alocados no grupo controle. Destes, 11 (onze) não preencheram os critérios de inclusão, sendo

Figura 1. D istribuição dos casos, em função do sexo

M asculino Fem inino

38/104

66/104

68

excluídos do estudo e 118 (cento e dezoito) concluíram o estudo através da análise

endoscópica e histopatológica complementar.

A faixa etária variou de 18 a 78 anos com média de idade de 46,1 ± 14,20 anos

(Figura 3). Dos 118 pacientes, 39 (33,1%) eram do sexo masculino e 79 (66,9%) do sexo

feminino (Figura 2). Neste grupo, 92 (78,0%) pacientes eram procedentes da capital do estado

e 113 (95,7%) eram sintomáticos, sendo que os sintomas predominantes foram o

empachamento em 54 (46,6%) pacientes e epigastralgia em 47 (40,5%) pacientes (Figura 4).

4.1.4 Análise Comparativa Global da População Estudada

À admissão, não havia diferença estatisticamente significante entre o grupo de

estudo e controle com relação a idade (p=0,083), sexo (p=0,672), tabagismo (p=0,107) e

etilismo (p=0,077) (Figura 4), sendo os pacientes dos dois grupos procedentes da mesma

classe socioeconômica com características culturais e higienodietéticas similares.

Figura 2. Distribuição dos controles, em função do sexo

Masculino Feminino

39/118

79/118

69

25/104

15/118

31 /118

19/104

26/118

19/10424/118

14/104

22/118

0

5

10

15

20

25

30

% . de Pacientes

18 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 81

Faixa E tária

Figura 3. D istribuição dos pacientes por grupos, em função da faixa etária

CasosControles

Teste de hom ogeneidade da distribuição da idade por faixas etárias e grupos (p = 0,252)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

% . dos Pacientes

Idade Média

Sexo m asculino

Tabagism o

Etilism o

Assintom ático

Em pacham ento

Epigastralgia

Hem atêm ese

Melena

Outros

Figura 4. D istribuição G lobal dos pacientes por grupos, em função da idade, sexo, hábitos e sintomas

CO NTRO LESCASO S

NS

p =0,313

p =1,000

p =0,001

p =1,000p =0,000

p =0,077

p =0,107

p =0,067

p =0,083

70

4.2 Resultado Avaliação Endoscópica

Dos 222 pacientes estudados, 90 (40,5 %) tiveram diagnóstico endoscópico

normal e 132 (59,5%) tinham alguma alteração endoscópica. Daqueles com diagnóstico

endoscópico normal, 31/104 (29,8 %) pacientes foram do grupo de estudo e 59/118 (50 %)

pacientes do grupo controle (p=0,003) (Figura 5).

No grupo de estudo ocorreram 5 casos de pólipos no estômago. Um jovem de 30

anos, cujo pai tinha falecido de câncer gástrico tipo intestinal, tinha um diminuto pólipo,

menor que 5 mm, localizado na região antral, séssil (Yamada II), o qual foi retirado “in

totum” através de pinça apropriada de biópsias. Uma paciente de 46 anos, cujo o pai tinha

falecido de adenocarcinoma gástrico intestinal, tinha um pólipo gástrico corpal, séssil

(Yamada II), pequeno, localizado no fórnix, o qual foi retirado sem intercorrências. Em outro

caso, um homem de 52 anos, com história de câncer gástrico paterno, do tipo difuso, tinha um

pólipo antral séssil (Yamada II), de cerca de 6 mm, seguindo pela pequena curvatura, o qual

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

%. de Pacientes

Normal

Gastrite Antral

Gastrite Corpal

Pangastrite

UG

Atrofia Antral

Atrofia Corpal

MI

Pólipo

UD

Ach

ados

End

oscó

pico

s

Figura 5. Distribuição dos pacientes por grupos, em função do diagnóstico endoscópico

CASOS CASOS CONTROLES

p =0,012

p =1,000

p =0,047

NS

p =1,000

p =0,687

p= 0,683

p =0,004

p= 0,747p =0,003

71

foi também foi retirado na sua totalidade através polipectomia endoscópica com alça oval e

sem intercorrências. Outro caso de pólipo ocorreu em uma senhora de 60 anos, cujo o irmão

teve câncer gástrico tipo difuso, a endoscopia revelou um pólipo antral, séssil (Yamada II), de

5 mm, o qual também foi retirado através de múltiplas biópsias. Tivemos um caso de uma

senhora de 69 anos, cuja a irmã tinha falecido de câncer gástrico tipo intestinal, que tinha uma

lesão polipóide antral, de aspecto vegetante, medindo cerca de 4,0 x 2,5 cm, a qual foi

biopsiada e encaminhada para ressecção cirúrgica, após análise histopatológica complementar

devido as características e tamanho da mesma.

No grupo controle, 4 pólipos foram evidenciados endoscopicamente. Um

diminuto pólipo antral séssil (Yamada II), em uma paciente de 62 anos, um outro pólipo séssil

(Yamada II), de 0,5 cm diagnosticado em uma senhora de 59 anos, um pólipo antral

ligeiramente elevado (Yamada I) e menor que 0,5 cm em uma paciente de 39 anos e um

pólipo antral com umbilicação central, séssil, com característica endoscópica de ser

sub-mucoso, sugestivo de pâncreas ectópico, em uma paciente de 34 anos (Tabela 1).

Foram encontrados 3 casos de úlcera no grupo de estudo, 1 caso de em um

paciente de 43 anos que tinha uma úlcera gástrica antral ativa (A2 de Sakita), 1 caso de uma

diminuta úlcera no corpo recoberta por tênue fibrina (H1 de Sakita) em uma paciente de 53

anos e 1 caso de úlcera gástrica antral cicatrizada (S2 de Sakita) em uma paciente de 57 anos.

Nos controles tivemos 4 casos de úlcera gástrica, 2 casos de úlcera cicatrizada no

antro gástrico, sendo uma S1 de Sakita em um paciente de 61 anos e outra S2 de Sakita em

um paciente de 71 anos e outros 2 casos foram encontradas 1 úlcera antral ativa (A2 de

Sakita) em um paciente de 46 anos e 1 úlcera em cicatrização (H1 de Sakita) localizada no

antro gástrico de uma paciente de 32 anos.

4.3 Infecção pelo Helicobacter pylori

4.3.1 Prevalência do Helicobacter pylori

Dos 222 pacientes, em 93% (214/222) foi realizado o teste da urease e a análise

histopatológica, entretanto em 8 pacientes os testes da urease tiveram resultados

indeterminado ou o resultado não foi informado.

72

Dos 171 pacientes que revelaram a presença da bactéria pela análise

histopatológica, o teste da urease foi positivo em 88%, vale ressaltar que apenas 1 (um)

fragmento do antro foi usado para o teste da urease no nosso estudo, bem como não tivemos a

intenção de comparar a sensibilidade e especificidade entre os dois métodos.

A prevalência global do Helicobacter pylori nos pacientes estudados foi de 80%

(171/214), sendo que a média de idade dos infectados foi de 43,73 anos, e a maioria

encontravam-se na faixa etária de 50 a 60 anos (Figura 6). A Figura 7 ilustra a distribuição do

H. pylori em função do sexo.

3 3 /4 0 4 8 /5 8

3 4 /4 3

3 5 /4 2

2 1 /3 0

62

64

66

68

70

72

74

76

78

80

82

84

% . d o s P a c ie n te s

18 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 61 61 a 81F a ix a E tá r ia

F ig ura 6 . D istribuição da prevalência g lobal do H elico b a cter p ylo ri em função da faixa etária

29/83 29/88

54/8359/88

0

10

20

30

40

50

60

70

%. dos Pacientes

Masculino Feminino

Sexo

Figura 7. Distribuição da Prevalência do H. pylori por grupos em função do sexo

Casos

Controlesp =1,000

p =0,773

73

No grupo de estudo a prevalência foi maior quando comparado aos controles,

84,7% (83/98) versus 75,8% (88/116), porém esta diferença não foi estatísticamente

significante (p=0,167).

A prevalência da bactéria acometendo antro e corpo simultaneamente foi maior no

grupo de estudo, onde encontramos 70/98 (71,4%) casos quando comparados a 53/116

(45,6%) controles (p= 0,001).

No grupo controle a presença da bactéria confinada apenas a região antral foi

maior, ocorrendo em 29,8% (34/116) dos controles versus 13,3% (13/98) dos casos

(p=0,001).

A média da densidade do H.pylori no antro naqueles pacientes Hp positivos no

grupo de estudo foi de 2,10 (score 1-3), sendo no grupo controle de 1,3 (score 1-3).

Dos 98 pacientes do grupo de estudo e Hp positivos no antro, 30/98 (30,6%)

apresentavam score 3 (grande quantidade) quando comparados a 4/114 (3,5%) pacientes do

grupo controle.

No corpo gástrico a média da densidade do Hp no grupo de estudo foi de 1,6

(score 1-3) dos 70/98 (71,4%) pacientes Hp positivos no corpo e 1,3 (score 1-3) nos 53/114

(46,4%) controles Hp positivos.

No grupo de estudo dos 70 pacientes Hp positivos na região corpal, 6 (8,5%) eram

em grande número (score 3), quando comparados a 3 (5,6%) dos 53 controles Hp positivos.

4.4 Resultado Avaliação Histopatológica Gástrica nos Casos e Controles

4.4.1 Resultado Diagnóstico Anátomo-Patológico (DAP)

No grupo de estudo existiram 2 (1,9%) casos em que o diagnóstico foi

histopatologicamente normal quando comparados a 5 (4,2%) controles (p=0,452), todos os

resultados normais ocorreram em pacientes H.pylori negativos.

A Figura 8 ilustra a distribuição dos pacientes por grupos em função do

diagnóstico anáto-patológico (DAP).

74

Nos dois pacientes com DAP de úlcera gástrica, um tinha 57 anos, sexo feminino

e apresentava ao exame histopatológico área cicatricial sugestivo de local de úlcera e na

mucosa circunvizinha revelou gastrite crônica com intensa atividade associada ao Hp, erosões

e displasia de alto grau. O outro paciente, também do grupo de estudo, com úlcera gástrica era

do sexo masculino, tinha 43 anos e ao exame histopatológico da mucosa circunvizinha ao

bordo e leito de ulceração péptica apresentava gastrite crônica associada ao Hp em moderada

atividade com metaplasia intestinal completa e incompleta. Todos estes pacientes receberam

esquema anti-Hp e encontram-se em seguimento ambulatorial com recomendação de nova

endoscopia com 3 meses após esquema de erradicação da bactéria. Solicitamos avaliação da

cirurgia quanto a paciente com diagnóstico de úlcera péptica com displasia de alto grau em

mucosa circunvizinha.

Os demais casos de úlcera diagnosticados pelo exame endoscópico, não

confirmaram úlcera e sim mucosa inflamada por gastrite crônica associada ao H. pylori, em

atividade e com erosões. Em um caso do grupo de estudo revelou na mucosa circunvizinha a

presença de gastrite crônica erosiva associada ao H. pylori em moderada atividade com

metaplasia intestinal completa e incompleta além de displasia de baixo grau.

Dos 9 (5 casos e 4 controles) pólipos, os 5 do grupo de estudo correspondiam

histopatologicamente a 3 pólipos hiperplásicos, 1 pólipo adeno-tubular com displasia e 1

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

%. de Pacientes

Normal

GC Antral

GC Corpal

Pangastrite

GC c/ MI

GC c/Atrofia e MI

UG

Displasia

Dia

gnós

tico

His

topa

toló

gico

Figura 8. Distribuição dos pacientes por grupos, em função do diagnóstico anátomo-patológico (DAP)

CONTROLESCASOS

p =0,452

p =0,000

p =0,601

p =0,005

p =0,032

p =0,021

p =0,218

p =0,025

4

75

adenoma túbulo-viloso com displasia e atipia. Dos 4 pólipos do grupo controle, 2 eram do tipo

inflamatório, 1 hiperplásico e outro a biósia veio negativa para pólipo, provavelmente por se

tratar de pólipo sub-mucoso conforme achado endoscópico sugestivo de lesão submucosa

(Tabela 1). Todos aqueles pacientes do grupo de estudo que apresentaram H. pylori positivo

ao exame histopatológico receberam esquema anti-Hp após ressecção do pólipo e

encontram-se em seguimento ambulatorial e endoscópico.

TABELA 1 – Distribuição dos pacientes com pólipos segundo a idade, sexo, diagnóstico

endoscópico e histopatológico

Idade Sexo Endoscopia Histopatologia

30 Masculino Yamada II Hiperplásico

46 Feminino Yamada II Hiperplásico

52 Masculino Yamada II Adeno-tubular com displasia

60 Feminino Yamada II Hiperplásico

C A S O S

69 Feminino Borrmann I Adenoma Túbulo-viloso com displasia

34 Feminino Sub-mucoso Pâncreas Ectópico?

39 Feminino Yamada I Inflamatório

59 Feminino Yamada II Inflamatório

C O N T R O L E S 62 Feminino Yamada II Hiperplásico

4.4.2 Avaliação da Atrofia

Não houve diferenças significativas entre a presença da atrofia no antro e/ou

corpo nos dois grupos, 11 (11,2%) casos e 13 (11,2%) controles (p=1,000). Ao avaliarmos a

presença da atrofia no corpo tivemos 5 casos (5,1%) versus 2 (1,7%) controles (p=0,251),

sendo que em 2 (2,0%) casos ocorreu simultaneamente no corpo e antro versus 1 (0,9%)

76

controle. Os dois casos de atrofia no antro e corpo apresentavam metaplasia intestinal e

displasia associadas, sendo um dos pacientes com 28 anos e outro com 52 anos.

Na amostra, dos 24/214 (11,2%) pacientes que apresentaram atrofia, o H. pylori

estava presente em 21/24 (87,5%) pacientes.

A presença da atrofia gástrica ocorreu em aproximadamente 55% dos casos antes

da quinta década de vida, enquanto que em aproximadamente 80% dos controles a mesma

ocorreu após a quinta década (Figura 9).

No grupo de estudo, dos 11 pacientes com atrofia, em 5 casos houve associação

com metaplasia intestinal versus nenhum do grupo controle (p= 0,021).

4.4.3 Avaliação da Metaplasia Intestinal

A metaplasia intestinal estava presente em 25% (54/214) do total da amostra

estudada. No grupo de estudo a metaplasia intestinal ocorreu em 29,6% (29/98) dos casos e

em 21,6% (25/116) dos controles.

2/11

1/131/11

2/13

3/11

0/13

3/11

4/13

2/11

6/13

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

%. de Pacientes

18 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 81

Faixa Etária

Figura 9. Distribuição dos pacientes por grupos, em função da presença da atrofia e faixa etária

CasosControles

p =1,000

p =1,000

p =0,062p =1,000

p =1,000

77

Dos 54 pacientes com metaplasia intestinal, 85% (46/54) tinham Helicobacter

pylori positivo, sendo 26 do grupo de estudo e 20 controles.

Dos 54 pacientes portadores de metaplasia intestinal, 46 (85%) eram Helicobacter

pylori positivos. Daqueles 29 pacientes portadores de metaplasia intestinal no grupo de

estudo, 26 eram Hp positivos e 20 dos 25 controles com metaplasia intestinal tinham a

bactéria.

No grupo de estudo dos 29 casos com metaplasia intestinal, 17 ocorreram somente

no antro, 5 somente no corpo e 7 envolveram o antro e corpo. Com relação a topografia da

lesão somente no antro e somente no corpo, não houve diferença estatisticamente significante

ao compararmos os dois grupos.

Houve uma maior prevalência no grupo de estudo quando do envolvimento

simultâneo da metaplasia intestinal no antro e corpo, ocorrendo 7/98 (7,1%) casos versus

2/116 (1,7%) controles, embora sem significância estatística (p= 0,083).

No grupo de estudo dos 29/98 (29,6%) pacientes que apresentaram metaplasia

intestinal, 7/29 (24,1%) eram do tipo completa, 4/29 (13,7%) eram do tipo incompleta e 18/29

(62%) eram do tipo completa e incompleta. Dos 22/29 (75,8%) casos que tinham metaplasia

intestinal incompleta, o H. pylori estava presente em 19 (86,3%) casos.

No grupo controle dos 25/116 (21,5%) pacientes que apresentaram metaplasia

intestinal, 18/25 (72%) eram do tipo completa, 1/25 (4%) era do tipo incompleta e 6/25 (24%)

eram do tipo completa e incompleta. Dos 7/25 (28%) casos que tinham metaplasia intestinal

incompleta, o H. pylori estava presente em 5 (71,4%) casos. O achado da metaplasia intestinal

incompleta ocorreu em 75,9% (22/29) dos casos quando comparado a 28% (7/25) nos

controles (p=0,001).

A metaplasia intestinal ocorreu em aproximadamente 60% dos controles à partir

da quinta década de vida, sendo que nos casos a mesma ocorreu em aproximadamente 50%

dos casos antes da quinta década de vida (Figura 10), embora sem significância estatística. Na

faixa etária de 51 a 60 anos houve maior prevalência nos casos quando comparado aos

controles (p=0,011).

78

4.4.4 Avaliação da Displasia

No grupo de estudo a presença da displasia ocorreu em 7 (7,1%) casos quando

comparado a apenas 1 (0,8%) controle (p= 0,025). Dos 7 casos, a displasia acometia antro e

corpo em dois pacientes e no único paciente do grupo controle a displasia acometia apenas

corpo (Tabela 2).

Ocorreu displasia de baixo grau em 2 irmãos com idades de 28 e 30 anos. Nos

outros 5 casos do grupo de estudo a idade variou de 52 a 69 anos. O paciente do grupo

controle com displasia tinha 51 anos.

Os 3 casos de displasia de alto grau ocorreram em pacientes com lesões

associadas, sendo 1 caso de úlcera antral ativa, 1 caso com pólipo adenomatoso túbulo-viloso

no antro e 1 caso de pólipo adeno-tubular. Todos os casos de displasia foram confinados a

presença do Helicobacter pylori no corpo e antro (p=0,011).

4/29

2/25

4/29

2/25

6/29

7/25

12/29

5/25

3/29

9/25

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

%. de Pacientes

18 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 81

Faixa Etária

Figura 10. Distribuição dos pacientes por grupos, em função da presença de metaplasia intestinal e faixa etária

CasosControlesp =1,000 p =0,402

p =0,742

p =0,011

p =0,704

79

TABELA 2 – Distribuição dos pacientes com displasia segundo o grupo, idade, sexo,

sintomas, diagnóstico endoscópico e histopatológico

Grupo Id. S Sintomac Tab Endoscopia H.pd Histopatologiae

CASOa 28 M ASSINT. SIM PANGASTRITE (A):1; (C);1

ATR(A)(C);MI(A)+DBG(A)

CASO 30 M EPIGAST. NÃO PÓLIPO (A) (A):3; (C);3

MI(C)+DBG(A)(C)+ P.HIPERPLÁSICO

CASO 52 M EPIGAST. NÃO PÓLIPO (A) (A):1; (C):0

ATR(A)(C);MI(A)(C)+ DAG(A),DBG(C)

CASO 53 F DISPEPSIA NÃO U.G. (C) (A):3; (C):1

MI(A)+DBG(A)

CASO 57 F EMPACH. SIM U.G.(A) (A):2; (C):2

ATR(A)+DAG(A)

CASO 58 M EPIGAST. SIM PANGASTRITE (A):2; (C):2

MI(A)+ DBG(A)

CASO 69 F EPIGAST. NÃO PÓLIPO (A) (A):4; (C):4

PÓLIPO ADENOMATOSO(A)

COM DAG CONTR.b 51 F EMPACH. SIM PANGASTRITE (A):1;

(C):1 MI(C)+DBG(C)

a Caso; b Controle; Id. Idade(anos); c Sintoma: Epigast.=epigastralgia;Empach.=empachamento;Tab= tabagismo; (A): antro; (C): corpo; d H. pylori; (1): pequena quantidade; (2): Moderada quantidade; (3): grande quantidade; (4): amostra inadequada; e Histopatologia: Atr= atofia; DBG= displasia baixo grau; DAG= displasia alto grau; MI= metaplasia intestinal; (A)= antro; (C)= corpo.

A Tabela 3 expressa os achados de atrofia, metaplasia intestinal e displasia da

amostra estudada.

80

81

4.4.5 Avaliação da Inflamação

A presença da inflamação ocorreu em 97/98 (99%) dos casos e em 112/116

(96,5%) dos controles não sendo estatisticamente significante (p= 1,000). Porém, o processo

inflamatório envolvendo antro e corpo simultaneamente ocorreu em 93/98 (94,9%) casos

quando comparado a 97/116 (83,6%) controles (p=0,024), sendo esta associada a presença do

H. pylori (p=0,001). O Helicobacter pylori estava presente em 83/98 (84,6%) casos e em

87/116 (75%) controles.

Não houve diferenças estatísticamente significantes entre o acometimento do

processo inflamatório com relação as faixas etárias entre os dois grupos.

4.4.6 Avaliação da Atividade

No grupo de estudo, a atividade ocorreu em 86/98 (87,7%) dos casos quando

comparada a 86/116 (74,1%) dos controles (p=0,035). Quanto a atividade do antro e corpo, a

mesma estava presente em 61/98 (62,2%) casos quando comparada a 54/116 (46,5%)

controles (p=0,028). Houve uma forte associação entre a atividade antral e corpal com a

presença do H. pylori (p=0,000) nos dois grupos, porém não houve diferenças

estatisticamente significantes entre os dois grupos com relação as faixas etárias.

4.4.7 Presença dos Folículos Linfóides

No grupo de estudo, os folículos linfóides foram encontrados em 76/98 (77,6%)

casos versus 46/116 (39,6%) controles, sendo estatisticamente significante (p= 0,000) e sua

presença foi fortemente associada ao H. pylori (p=0,000).

Houve diferença estatisticamente significante com relação a presença dos

folículos linfóides nos casos acomentendo as faixas etárias mais jovens (p=0,003), com

tendência de não haver diferenças com o aumento da idade (p=1,000) nos dois grupos.

82

DISCUSSÃO

83

5 DISCUSSÃO

Vários estudos epidemiológicos têm mostrado que o risco de câncer gástrico é

fortemente associado com fatores ambientais, como ingesta de sal, nitratos e baixa ingesta de

frutas e vegetais (FUCHS; MAYER, 1995; HILL, 1998; TERRY; NYREN; YUEN, 1998;

SANDOR et al., 2001; SERAFINI et al., 2002).

Estudos recentes tem indicado que a infecção pelo Helicobacter pylori é também

um forte fator de risco para o desenvolvimento do câncer gástrico (FORMAN et al., 1991;

PARSONNET et al., 1991; NOMURA et al., 1991; TALLEY et al., 1991; SIPPONEN et al.,

1992; EUROGAST STUDY GROUP, 1993; IARC, 1994, BLASER et al., 1995; HUANG et

al., 1998; DANESH, 1999; UEMURA et al., 2001).

A prevalência da infecção pelo Helicobacter pylori e a sua associação com

gastrite crônica e o desenvolvimento de atrofia e metaplasia intestinal, condições estas

universalmente aceitas como pré-malignas, faz com que este tema seja preocupante e desperte

interesse em todo o mundo.

A ocorrência de malignidade gástrica tem sido associada com a presença de

gastrite avançada com atrofia e metaplasia intestinal associada (SIPPONEN et al., 1998;

CASSARO et al., 2000; OHATA et al., 2004).

A gastrite crônica atrófica é o primeiro estágio da seqüência de alterações da

mucosa até o estabelecimento do câncer. O modelo atual da carcinogênese gástrica inicia-se

com gastrite associada ao H. pylori, seguida de gastrite crônica atrófica, metaplasia intestinal,

displasia e finalmente o câncer (CORREA, 1991, 1992).

A infecção pelo Helicobacter pylori pode iniciar a gastrite atrófica multifocal

(SIPPONEN et al., 1985; CORREA, 1988), e a natureza multifocal da lesão influencia na

dificuldade em detectar a infecção e associá-la com a metaplasia intestinal (EL-ZIMAITY;

GRAHAM, 1999).

No nosso estudo a amostra foi constituída por 222 pacientes, com características

socioeconômicas e demográficas semelhantes, não apresentando diferenças estatisticamente

significantes com relação a idade, tabagismo ou etilismo garantindo a homogeneidade das

amostras.

84

Utilizamos o mapeamento de biópsias recomendado pelo Sistema de Sydney

modificado (Houston), usando os 5 sítios pré-determinados (DIXON et al., 1996).

Optamos pelo uso da coloração do Giemsa modificado após análise inicial com

HE, devido ser mais factível que as demais e ser superior com relação ao diagnóstico do H.

pylori quando comparada a de Warthin and Starry (POTTERS et al., 1987).

No nosso estudo encontramos que 20% dos pacientes com câncer, pertencentes ao

grupo index caso, tinham história familiar positiva corroborando com os dados da literatura,

que reportam um maior risco de câncer naqueles com história familiar (LA VECCHIA et al.,

1992), sugerindo que possa existir uma predisposição genética, sendo esta hipótese reforçada

por Zanghieri et al. (1990) que evidenciaram uma história familiar positiva em 10-15% dos

casos de câncer gástrico.

O diagnóstico endoscópico normal ocorreu em 31 casos versus 59 controles, estes

valores de normalidade diminuíram após a análise histopatológica, passando a ser apenas dois

casos versus 5 controles, o que reforça os dados da literatura que apesar do diagnóstico

endoscópico normal, a histopatologia mostra alterações como a presença de gastrite

(MIHARA et al., 1999; SIPPONEN, 2001).

De uma forma global, encontramos que a presença da atrofia foi similar nos dois

grupos. Esses dados contrastam com os relatados por El-Omar et al. (2000b).

O fato do achado de atrofia nos dois grupos do nosso estudo pode ser justificado

pela elevada prevalência do patógeno Helicobacter pylori em nosso meio com aquisição

daquela bactéria ainda em tenra idade (OLIVEIRA et al., 1994; RODRIGUES, 2001), sendo o

tempo de infecção fortemente associado as alterações histopatológicas desenvolvidas na

mucosa gástrica (SIURALA et al.,1968; KEKKI et al., 1977).

Estima-se que cerca de 50% dos pacientes infectados pelo Helicobacter pylori

podem desenvolver gastrite atrófica (LAUWERS, 2003), sendo o achado da atrofia um forte

indicador da presença da metaplasia intestinal.

Outros fatores, além da bactéria, como a idade (SIURALA et al., 1985),

tabagismo, hábitos dietéticos e predisposição genética estão envolvidos no aparecimento da

atrofia gástrica (FORMAN, 1987; CORREA, 1988; ZANGHIERI et al., 1990; YOU et al.,

2000).

85

A ingesta acentuada de sal está associada a um maior risco de gastrite atrófica

(CORREA et al., 1975) e este hábito também facilita a colonização do Helicobacter pylori em

modelo animal e perpetua a gastrite crônica ativa e atrofia (FOX et al., 1999).

Em todos os casos de atrofia do corpo gástrico havia a presença do H. pylori,

sendo que a presença da atrofia foi sempre maior naqueles Hp positivos tanto nos familiares

quanto nos controles. Apenas 3 (1 caso e 2 controles) casos de atrofia ocorreram na ausência

da bactéria.

No nosso estudo observamos que a atrofia ocorreu mais precocemente nos

familiares do que nos controles.

O padrão de atrofia também está associado ao risco de carcinogênese. Quando a

atrofia é multifocal (antro e corpo) e a mesma encontra-se associada a metaplasia intestinal,

este padrão tem maior valor no processo de aparecimento do câncer gástrico (CORREA,

1992; SIPPONEN et al., 1998; CASSARO et al., 2000; SIPPONEN, 2001).

Tivemos 3 (3,1%) casos de gastrite atrófica somente corpal comparada a apenas 1

(0,9%) controle, todos os casos associados a presença do Helicobacter pylori. Este tipo de

gastrite envolvendo apenas a região do corpo gástrico pode ser vista também no fenótipo

auto-imune, muito embora na gastrite corpal auto-imune a pesquisa do Helicobacter pylori é

negativa em 90% dos casos (SIPPONEN, 2001).

Entretanto, no nosso estudo a extensão da atrofia envolvendo somente o corpo,

bem como antro e corpo simultaneamente, a graduação da mesma e a associação com a

metaplasia intestinal foi mais evidente nos casos quando comparado aos controles.

A atrofia associada a metaplasia intestinal ocorreu em 5/24 casos, todos Hp

positivos e pertencentes ao grupo de estudo (p= 0,021).

Pacientes com metaplasia intestinal possuem um risco 10 vezes mais elevado de

desenvolver câncer gástrico (LEUNG; SUNG, 2002), apresentando um risco de progressão da

metaplasia intestinal evoluir para câncer de 6,4 (UEMURA et al., 2001).

Estudos mostram que a metaplasia intestinal tipo completa está associada a um

baixo risco de câncer gástrico, enquanto que o tipo incompleto está associado a um maior

risco de câncer, apresentando um risco 4 vezes maior que a do tipo completa (MATSUKURA

et al., 1980; FILIPI et al., 1994).

86

No nosso estudo, o achado de metaplasia intestinal não foi estatísticamente

significante entre os dois grupos, porém o envolvimento simultâneo antro-corpal e o tipo de

metaplasia intestinal incompleta ocorreu com maior freqüência no grupo de estudo.

Embora não tenha sido estatísticamente significante, a metaplasia intestinal

ocorreu em aproximadamente 50% dos casos antes da quinta década de vida.

A presença da metaplasia intestinal não só no grupo de estudo, como nos

controles foi também relatada por El-omar et al. (2000b). Esse fato pode ser explicado por

esta lesão ser altamente prevalente naqueles de meia idade, especialmente em regiões de

elevada prevalência de câncer gástrico, conforme também relatos de Sepulveda et al. (2002).

No grupo de estudo, dos 7 casos de displasia, em 5 casos tinham metaplasia

intestinal tipo incompleta associada.

Tanto o tipo incompleto de metaplasia (SOREN, 1981; FILIPI et al., 1994;

TESTINO; CORNAGGIA; DE IACO, 2002), quanto a extensão da mesma (BRONNER,

1999; CASSARO et al., 2000) estão fortemente associados a um maior risco de carcinogênese

gástrica, especialmente se o achado de metaplasia intestinal estiver associado a atrofia, o que

ocorreu com maior freqüência no grupo de estudo.

Um outro estudo mostrou a associação da metaplasia intestinal incompleta com a

displasia (TOSI et al., 1993) e aquela tem sido associada com uma maior incidência de câncer

gástrico (FILIPI et al., 1994).

Independente dos fatores ambientais e do hospedeiro, reconhecidamente

importantes, a virulência das cepas infectantes é determinante para o desenvolvimento das

lesões associadas ao H. pylori (BLASER; CRABTREE, 1996; OHATA et al., 2004). Os

familiares provavelmente são contaminados por cepas com ilha de patogenicidade tipo CagA

de maior poder agressivo que as cepas dos controles (BRENNER; BODE; BOEING, 2000).

Lamentamos no nosso estudo a indisponibilidade, por dificuldades econômicas, da realização

da genotipagem das cepas envolvidas.

A metaplasia intestinal está fortemente associada ao H. pylori, e no nosso estudo

observamos que foi mais evidente a presença desta lesão naqueles Hp positivos tanto nos

casos, quanto nos controles.

Porém tivemos 8 casos (3 do grupo de estudo e 5 controles) que não evidenciamos

a presença da bactéria. Este fato pode ser justificado por estudos que mostram que em fases

87

avançadas do estabelecimento da lesão a população bacteriana diminue gradativamente com o

aparecimento do ambiente hostil da metaplasia intestinal (EL-OMAR et al., 2000b, OHATA

et al., 2004), bem como de outras lesões como a atrofia (SIPPONEN, 2001).

Outra possibilidade é que erros de amostragem possam ter ocorridos, muito

embora os trabalhos mostram que apenas 5 biópsias naqueles locais pré-determinados do

protocolo de Sydney bastam para o diagnóstico histopatológico (SEPULVEDA; COÊLHO,

2002).

Além disso, embora tenha sido critério de exclusão dos pacientes o uso de

antibióticos pelo menos 30 dias antes da realização da endoscopia, é freqüente em nosso meio

o uso indiscriminado de antibióticos, por vezes como auto-medicação o que também pode

justificar a negatividade da bactéria naqueles pacientes.

O papel isolado do Helicobacter pylori como fator causal isolado da metaplasia

não está claro e é evidente que outros fatores ambientais são implicados (CORREA et al.,

1976) e a prediposição genética também pode influenciar o aparecimento destas lesões na

ausência do Helicobacter pylori (SHIAO et al., 1994).

Talvez fosse interessante nestes casos de presença de lesões com negatividade da

bactéria pelo exame histopatológico, a necessidade de outros exames para melhor definição da

infecção pela bactéria como o teste respiratório que indica a presença da bactéria na vigência

da infecção ou o teste sorológico que indica contato prévio com a bactéria.

A presença de displasia foi estatisticamente significante no grupo de estudo, tendo

uma forte correlação com o H. pylori quando do envolvimento antral (p= 0,011), bem como a

presença da displasia no antro e/ou corpo com a presença da bactéria (p=0,05).

Encontramos a prevalência de 7,1% (7/98) de displasia gástrica nos familiares,

corroborando com os dados da literatura que mostra esta prevalência naquelas regiões de

maior risco.

Muito embora a displasia possa ser encontrada mais freqüentemente em homens

maiores que 50 anos, tivemos dois casos de displasia em pacientes jovens, dois irmãos com 28

e 30 anos, o que reforça a necessidade de seguimento destes pacientes com história familiar

positiva para câncer gástrico, onde as lesões podem ocorrer mais precocemente do que na

população em geral.

88

Displasia é o penúltimo estágio da carcinogênese gástrica (LAUWERS;

RIDDELL, 1999), tendo uma forte associação com o câncer precoce (40-100%) e em 5-80%

com o câncer avançado (OEHLERT et al., 1979; ZHANG, 1993), assumindo importância

pois cerca de 60% dos cânceres de estômago são descobertos após o diagnóstico da displasia

(DI GREGORIO et al., 1993; RUGGE et al., 1994).

A prevalência da displasia gástrica pode chegar a 9-20% em áreas de risco

(ZHANG, 1993). A maioria tem sido diagnosticada em homens da quinta a sétima décadas de

vida (DI GREGORIO et al., 1993), sendo usualmente encontrada no antro e incisura angularis

e freqüentemente associada a metaplasia intestinal, embora possa desenvolver em mucosa

normal (DI GREGORIO et al., 1993; MING, 1998).

A displasia gástrica pode ser plana ou polipóide associada ao adenoma

(MING, 1979; MORSON; JASS, 1985). Os adenomas gástricos são geralmente sésseis e

menores que 2 cm. Naqueles maiores que 2 cm o câncer pode está instalado

(TOMASULO, 1971; SNOVER, 1985).

O achado de pólipos no estômago foi mais evidente nos casos e o tipo

histopatológico também foi diferente entre os grupos. Nos casos, dos 5 pólipos, 3 eram

hiperplásicos e 2 eram adenomatosos com displasia, sendo um destes do tipo túbulo-viloso,

enquanto que nos controles encontramos 2 pólipos inflamatórios e apenas 1 hiperplásico.

Tanto o tipo hiperplásico, quanto o adenomatoso estão associados a um maior

risco de câncer na mucosa circunvizinha ao pólipo (MING, 1984), porém o risco de

malignização do pólipo é maior no adenomatoso (CRISTALLINI; ASCANI; BOLIS, 1992),

este estando relacionado com o aumento da incidência de câncer gástrico, especialmente se

for do tipo túbulo-viloso e maior que 2 cm.

Um dos casos era uma lesão polipóide, maior que 2 cm, cujo o histopatológico

mostrou ser do tipo túbulo-viloso com displasia associada. Nesta paciente, procedente do

interior do estado, foi indicado esquema anti-Hp, retorno curto para agendamento da

ressecção cirúrgica, porém a mesma só retornou 6 meses após. Foi realizada uma nova

endoscopia com biópsias e o aspecto macroscópico foi do tipo Borrmann I, cujo resultado

histopatológico revelou adenocarcinoma tipo intestinal, sendo a mesma submetida a

gastrectomia sub-total.

Diferentes tipos de gastrite crônica, incluindo antral predominante, corpo

predominante, e pangastrite multifocal, são associadas a infecção pelo Helicobacter pylori

89

(SEPULVEDA; COÊLHO, 2002). A progressão da gastrite associada a bactéria é o caminho

mais evidente para o desenvolvimento do câncer gástrico (HUANG et al., 1998; GRAHAM,

2000).

No nosso estudo, não somente o modelo de gastrite nos casos foi diferente dos

controles, como também a intensidade da gastrite foi maior naqueles familiares de pacientes

com câncer gástrico.

Outras diferenças significantes foram observadas como a distribuição e densidade

do H. pylori, distribuição e densidade dos folículos linfóides, além da atividade, sendo estes

mais evidentes nos casos quando comparado aos controles. Ressaltamos que estes achados

ocorreram com maior freqüência na população jovem menor que 40 anos.

Encontramos o padrão de pangastrite com elevada densidade de folículos linfóides

associada ao Helicobacter pylori no grupo de estudo o que corrobora com o modelo

encontrado por outros autores (SEPULVEDA; COÊLHO, 2002), quando do estudo de

pacientes com história familiar de câncer gástrico.

A presença de folículos linfóides é característica da gastrite crônica associada ao

H. pylori, sendo sua presença considerada um marcador deste diagnóstico (DIXON et al.,

1996).

O modelo da pangastrite de caráter persistente e associada ao H. pylori naqueles

familiares de pacientes com câncer gástrico, em contraste com o modelo predominantemente

antral dos controles, pode indicar uma deficiência dos casos em eliminar a bactéria

(SEPULVEDA; COÊLHO, 2002).

Este padrão de gastrite, particularmente gastrite do corpo, é significativamente

maior naqueles pacientes com câncer gástrico (STOLTE; MEINING, 2000).

No grupo de estudo, durante análise histopatológica, o processo inflamatório

predominante corpal e o padrão de gastrite com atividade antro-corpal (fenótipo de gastrite

relacionada ao câncer gástrico) associado a prevalência aumentada de folículos linfóides,

corrobora com os dados da literatura que mostram este padrão histopatológico de gastrite nos

familiares de pacientes com câncer gástrico quando comparado ao padrão de gastrite crônica

antral dos controles (SIPPONEN, 2001; SEPULVEDA; COÊLHO, 2002).

Um estudo reportou uma forte correlação entre o grau e atividade da gastrite

corpal associada a bactéria e a presença da metaplasia intestinal no antro ou corpo, ressaltando

90

que este padrão de gastrite predominantemente do corpo pode ser considerado um marcador

do risco de câncer gástrico com vantagens de apresentar menor variação inter-observador

quando comparado com a metaplasia intestinal (MEINING; STOLTE, 2002).

Não somente o diagnóstico histopatológico de pangastrite aumenta o risco de

câncer gástrico, mas também o envolvimento corpal precoce, antes dos 36 anos de idade

(SEPULVEDA; COÊLHO, 2002).

Há uma correlação positiva entre a extensão da gastrite Hp induzida e o

desenvolvimento do câncer gástrico, especialmente do tipo intestinal. A asociação da gastrite

acentuada com a extensa metaplasia intestinal é um grande fator de risco para o câncer

gástrico (OHATA et al., 2004).

Observamos nos controles que o padrão histopatológico de gastrite foi

predominantemente antral (p=0,000) quando comparado aos casos cujo o padrão era difuso

(pangastrite), e naquele grupo observamos um maior número de pacientes com úlcera

duodenal, 14 controles versus 3 casos (p= 0,012), reforçando os dados da literatura.

É sabido que a predominância ou restrição da inflamação antral associada ao

Helicobacter pylori é correlacionada com a não atrofia corpal, o que caracteriza o fenótipo

mais comum e que este padrão de gastrite é associado a um maior risco de úlcera duodenal

(SIPPONEN, 2001).

A presença de lesões mais graves ocorreu quando a bactéria estava presente

simultaneamente no antro e corpo.

A prevalência do Helicobacter pylori foi similar aos estudos nacionais (CASTRO;

COÊLHO, 1998; SOUTO et al., 1998) e local (RODRIGUES, 2001), havendo um leve

aumento desta com relação a idade.

Apesar da prevalência da bactéria ter sido similar nos dois grupos, a presença e

associação de lesões como atrofia, metaplasia intestinal e displasia foi mais evidente nos

familiares. Isto pode ser jutisficado pela contaminação por cepas mais agressivas ou uma

maior dificuldade em eliminar a bactéria neste grupo, além do envolvimento de outros fatores

como ambientais (SIMAN et al., 1998; FOX et al., 1999) e genéticos (CARNEIRO et al.,

1993; SUTTON et al., 1999; NIV, 2003).

A presença do Hp é alta em familiares de pacientes com câncer gástrico,

especialmente mãe e irmãos (BRENNER et al., 2000) e os familiares têm maior chances de

91

adquirir cepas virulentas ainda na infância (PARSONNET, 2000), sendo o tipo Cag A+ de

cepa um fator de risco independente para câncer gástrico (WONG et al., 1999; BRENNER et

al., 2000; MAEDA et al., 2000).

A densidade do H. pylori foi mais elevada no grupo de estudo, tanto no antro,

quanto no corpo e ocorreu em pacientes mais jovens que os controles. Esta maior densidade

corpal poderia ser explicada pelo processo de hipocloridia que ocorre de forma precoce

naqueles com história familiar de câncer gástrico, a qual facilita a migração do patógeno para

a região corpal (EL-OMAR et al., 2000b; SEPULVEDA; COÊLHO, 2002).

Aqueles pacientes portadores de lesões importantes foram devidamente tratados e

orientados sobre a importância do seguimento.

Em suma, encontramos uma maior prevalência de lesões precursoras do câncer

gástrico nos familiares quando comparado aos controles, ratificando aquele grupo como um

grupo de risco.

Há uma grande preocupação com o câncer gástrico devido a sua elevada

prevalência e forte associação com a bactéria, demonstrada por consenso internacional

(MALFERTHEINER et al., 2002), que recomenda a erradicação do Helicobacter pylori em

pacientes que são parentes de primeiro grau daqueles com câncer gástrico.

A probabilidade de regressão de lesões pré-neoplásicas é infinitivamente maior

nos estágios mais precoces. A prevenção é provavelmente a melhor tática para este desafio

clínico e o conceito pragmático atual é de erradicar o Helicobacter pylori em pessoas com

risco de doença, mas estratégias futuras poderão envolver a erradicação da bactéria em

populações de risco ou em escala global.

A prevenção atual continua sendo a identificação precoce e a seleção de pacientes

de alto risco como alvos para a intervenção.

As chances de cura estão diretamente associadas a detecção precoce das lesões ou

de alterações que sinalizem sobre o desfecho clínico de cada paciente, abrindo horizontes para

novos trabalhos sobre este importante e atual tema, especialmente em regiões de elevada

prevalência do câncer gástrico como a nossa.

92

CONCLUSÕES

93

6 CONCLUSÕES

– A prevalência das lesões precursoras foi maior no grupo de estudo que nos

controles. A associação da atrofia e metaplasia intestinal foi signicativamente

maior nos familiares, sendo que a extensão da metaplasia envolvendo antro e

corpo e o tipo incompleto foi maior nos familiares que nos controles. Quanto a

displasia gástrica esta também foi maior no grupo de estudo que nos controles.

Na maioria das vezes que ocorreram lesões tipo metaplasia intestinal, atrofia e

displasia, o Helicobacter pylori estava presente no antro e corpo.

– A prevalência do Helicobacter pylori foi semelhante nos dois grupos, entretanto

a gastrite de antro e corpo (pangastrite) com presença dos folículos linfóides, foi

mais freqüente nos familiares que nos controles, sendo estas alterações

confinadas a presença do Helicobacter pylori.

– Os resultados deste estudo demonstram a necessidade de melhor

acompanhamento destes pacientes e ressaltam a importância de realizar

pesquisas adicionais para melhor esclarecimento sobre os fatores de risco do

câncer gástrico.

94

REFERÊNCIAS

95

REFERÊNCIAS

ALEXANDRE, A.J.A. Contribuição ao estudo morfométrico da reação fibrótico-desmoplástica do adenocarcinoma gástrico. 1997. 111p. Dissertação (Mestrado em Cirurgia) - Universidade Federal do Ceará-UFC, Fortaleza, 1997.

ANDREW, A.; WYATT, J.I.; DIXON,M.F. Observer variation in the assessment of chronic gastritis according to the Sydney system. Histopathology, v.25, p.317-322,1994.

AOKI, K. End results of surgical treatment of gastric adenocarcinoma: American experience. In: NISHI, M. et al. (Eds.). Gastric cancer. Tokyo: Springer-Verlag, 1993. pt. 1, p.2-15.

APPELMANS, R.; VASSILIADIS, P. Etude sur la flore microbienne des ulcers gastroduodenaux et des cancers gastriques. Rev. Belge. Sc. Med., v.4, p.198-203, 1932.

ASPINALL, G.O.; MONTEIRO, M.A.; PANG, H.; WALSH, E.J.; MORA, A.P. Lipopolysaccharide of the Helicobacter pylori type strain NCTC 11637 (ATCC43504): structure of the O antigen chain and core oligosaccharide regions. Biochemistry, v.35, p.2489-2487, 1996.

BARDHAN, P.K. Epidemiological features of Helicobacter pylori infection in developing countries. Clin. Infect. Dis., v.25, n.5, p.973-978, 1997.

BARTHEL, J.S.; EVERETT, E.D. Diagnosis of Campylobacter pylori infections: the “gold standard” and the alternatives. Rev. Infect. Dis., v.12, p. S107, 1990.

BIZZOZERO, B. Ueber die schlauchfoermigen Drusen des Magendarmkanals und die Beziehunger ihres Epithels zu dem Oberfachenepithel der Schleimhaut. Arch. F. Mikr. Anat., v.23, p.82-152, 1893.

BLASER, M.J. The Bacteria behing ulcers. Sci. Am.,v.20, p. 92-97,1996.

BLASER, M.J.; CRABTREE, J.E. CagA and the outcome of Helicobacter pylori infection. Am. J. Clin. Pathol., v.106, p.565-567, 1996.

BLASER, M.J.; PEREZ-PEREZ, G.I.; KLEANTHOUS, H.; COVER, T.L.; PEEK, R.M.; CHYOU, P.H.; STEMMERMANN, G.N.; NOMURA, A. Infection with Helicobacter pylori strains possessing cag A is associated with an increased risk of developing adenocarcinoma of the stomach. Cancer Res., v.55, p.2111-2115, 1995.

96

BONNEY, G.; ELSTON, E.; CORREA, P.; HAENSZEL, W.; ZAVALA, D.E.; ZARAMA, G.; COLLAZOS, T.; CUELLO, C. Genetic etiology of gastric carcinoma I. Chronic gastritis. Genet. Epidemiol., v.3, p. 213-224, 1986.

BORRMANN, R. Geschwülste des Magens und Duodenum. In: ______. Handbook of speciallized pathologic anatomy and histology. New York: [S. n.], 1926.

BRAGA, L.L.B.C.; MARSHAL, B. J.; GUERRANT, R.L. H.pylori: gastritis, peptic ulcer and gastric cancer in developing countries. Edge Develop., v. 13, p.127-144,1995.

BRENNER, H.; ARNDT, V.; BODE, G.; STEGMAIER, C.; ZIEGLER, H.; STUMER, T. Risk of gastric cancer among smokers infected with Helicobacter pylori. Int. J. Cancer, v.98, p.446-449, 2002.

BRENNER, H.; ARNDT, V.; STEGMAIER, C.; ZIEGLER, H.; ROTHENBACHER, D. Is Helicobacter pylori infection a Necessary Condition for Noncardia Gastric Cancer? Am. J. Epidemiol., v.159, p.252-258, 2004.

BRENNER, H.; ARNDT, V.; STURMER, T. et al. Individual and joint contribution of family history and Helicobacter pylori infection to the risk gastric carcinoma. Cancer, v.88, n.2, p. 274-279, Jan. 2000.

BRENNER, H.; BODE, G.; ADLER, G.; HOFFMEISTER, A.; KOENING, W.; ROTHENBACHER, D. Alcohol as a gastric disinfectant? The complex relationship between alcohol consumption and current Helicobacter pylori infection. Epidemiology, v.12, p. 209-214, 2001.

BRENNER, H.; BODE, G.; BOEING, H. Helicobacter pylori infection among offspring of patients with stomach cancer. Gastroenterology, v.118, p.31-35, Jan. 2000.

BRONNER, M.P. Gastric cancer and metaplasia intestinal. Human Pathology, v.30, n.7, 1999.

BRUCE, E.D. Mecanismos Patogênicos do Helicobacter pylori. Clínicas de Gastroenterologia da América do Norte,v.1, p.43-57,1993.

BUIATTI, E.; PALLI, D.; DECARLI, A. A case-control study of gastric cancer and diet in Italy. Association with nutrients. Int. J. Cancer, v.45, p.986-901, Sept. 1990.

BUJANOVER, Y.; KONIKOFF, F.; BARATZ, M. Nodular gastritis and Helicobacter pylori. J. Pediatr. Gastroenterol. Nutr., v.11, p.1141, 1990.

CARNEIRO, F.; AMADO. M.; LAGO, P. et al. Helicobacter pylori infectionand blood groups. Am. J. Gastroenterol., v.91, p.2646-2647, 1996.

97

CARNEIRO, F.; TAVEIRA-GOMES, A.; CABRAL-CORREA, A. et al. Characteristics of the gastric mucosa of direct relatives of patients with sporadic gastric carcinoma. Eur. J. Cancer Prev., v.2, p.239-246, 1993.

CASSARO, M.; RUGGE, M.; GUTIERREZ, O. LEANDRO, G.; GRAHAM, D.Y.; GENTA, M.R.M. Topografic patterns of intestinal metaplasia and gastric cancer. Am. J. Gastroenterol., v.95, n.6, p.1431-1438, 2000.

CASTRO, L.P.; COÊLHO, L.G. Helicobacter pylori in South América. Can. J. Gastroenterol., v.12, p.509-512, 1998.

CENSINI, S.; LANGE, C.; XIANG, Z. et al. cag, A pathogenicity island of Helicobacter pylori, encodes type I-specific and disease-associated virulence factors. Proc. Natl. Acad. Sci. USA, v.93, p.14648-14653, 1996.

CHAN, W.Y.; HUI, P.K.; et al. Epithelial damage by Helicobacter pylori in gastric ulcers. Histopatology, v.19, p.47, 1991.

CHODOS, J.E.; DWORKIN, B.M.; SMITH, F. et al. Campylobacter pylori and gastroduodenal disease: a prospective endoscopic study and comparison of diagnostic tests. Am. J. Gastroenterol., v.83, p.1226-1230, 1988.

CICLITIRA, P.J.; MACARTNEY, J.C; EVAN, G. Expression of c-myc non-malignant and pre-malignant gastrointestinal disorders. J. Pathol., v.151, p.293-296, 1987.

CIMERMAN, M.; REPSE, S.; JELENEC, F.; OMEJC, M.; BITENC, M.; LAMOVEC, J. Comparison of Lauren’s, Ming’s and Who histological classification of gastric cancer as a prognostic factor for operated patients. Int. Surg., v. 79, n.1, p.27-32, Jan./Mar. 1994.

COÊLHO, L.G. et al. Helicobacter pylori: análise crítica de seu papel em diferentes afecções humanas. JBM, v.78, n.1/2, p.36-45, 2000.

COÊLHO, L.G.; PASSOS, M.C.; CHAUSSON, Y.; COSTA, E.L.; MAIA, A.G.; BRANDÃO, M.H.; RODRIGUES, D.C.; CASTRO, L.P. Duodenal ulcer and eradication of Helicobacter pylori in a developing country. An 18-month follou-up study. Scand. J. Gastroenterol., v.27, p.362-366, 1992.

CORDEIRO, F.; FRANÇA, S.T.M.; JUCÁ, N.T. Gastrite. In: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA- SOBED. Endoscopia digestiva. 3. ed.. Rio de Janeiro: Medsi, 2000. cap. 36, p.391-401.

CORREA, P. A human model of gastric carcinogenesis. Cancer Res., v.48, p.3554-3560, 1988.

CORREA, P. A model for gastric cancer epidemiology. Lancet, v.2, p.58-59, 1975.

98

CORREA, P. Es el cancer um problema infectológico? In: CONGRESSO DE LA ASOCIACIÓN PANAMERICANA DE INFECTOLOGIA, 10., 2001, Guadalajara. Anais... Guadalajara, 2001.

CORREA, P. Human gastric carcinogenesis: a multistep and multifactorial process-First American Cancer Society Award Lecture on Cancer Epidemiology and Prevetion. Cancer Res., v.52, p.6735-6740,1992.

CORREA, P. Precursors of gastric and esophageal cancer. Cancer, v.50, p.2554-2565, 1982.

CORREA, P. The epidemiology of gastric cancer. World J. Surg., v.15, p.228-234, 1991.

CORREA, P.; CUELLO, C.; DUQUE, E. et al. Gastric cancer in Colobiam. III. Natural history of precursor lesions. J. Natl. Cancer Inst., v.57, p.1027-1035, 1976.

CORREA, P.; HAENSZEL, W.; CUELLO, C.; ARCHER, M.; TANNENBAUM, S. A model of gastric cancer epidemiology. Lancet, v. 2, p.58-60, 1975.

CORREA, P.; SHIAO, Y.H. Phenotypic and genotypic events in gastric carcinogenesis. Cancer Res., v.54, p.1941S-1943S, 1994.

COVER, T.L.; BLASER, M.H. Purification and characterization of the vacuolating toxin from Helicobacter pylori. J. Biol. Chem., v.267, p.1570-1575, 1992.

COVER, T.L.; BLASER, M.H. Purification and characterization of the vacuolating toxin from Helicobacter pylori. J. Biol. Chem., v.112, p.92-99, 1997.

CRABTREE, J.E.; SHALLCROSS, T.M.; HEATLEY, R.V. et al. Evaluation of a commercial ELISA for serodiagnosis of Helicobacter pylori infection. J. Clin. Pathol., v.44, p.326-328, 1991.

CRABTREE, J.E.; SHALLCROSS, T.M.; HEATLEY, R.V.; WYATT, J.I. Mucosal tumour necrosis factor alpha and interleukin-6 in patients with Helicobacter pylori associated gastritis. Gut, v.32, p.1473-1477, 1991.

CRABTREE, J.E.; WYATT, J.I.; TREJDOSIEWICZ, L.K., et al. Inteleukin-8 expression in Helicobacter pylori infected, normal, and neoplastic gastroduodenal mucosa. J. Clin. Pathol., v.47, p.61-66, 1994.

CRISTALLINI, E.G.; ASCANI, S.; BOLIS, G.B. Association between histologic type of polyp and carcinoma of the stomach. Gastrointest Endosc., v.38, p. 481-484, 1992.

CWERN, M.; GARCIA, R.; DAVIDSON, M.I.; FRIEDMAN, I.H. Simultaneous occurrence of gastric carcinoma in identical twins. Am. J. Gastroenterol., v.75, p.41-47, 1981.

99

CZINN, S.G.; SPECK, W.T. Campylobacter pylori: a new pathogen. J. Pediatr., v.114, n.4. p. 670-671, 1989.

DALLONGEVILLE, J.; MARÉCAUX, N.; FRUCHART, J-C, AMOUYEL, P. Cigarrette smoking is associated with unhealthy patterns of nutrients intake: a meta-analysis. J. Nutr., v.128, p.1450-1457, 1998.

DANESH, J. Helicobacter pylori infection and gastric cancer: systematic review of the epidemiological studies. Aliment Pharmacol. Ther., v.13, p.851-856, 1999.

DAYAL, Y.; DELELLIS, R. The gastrointestinal Tract. In: ROBBINS, S.L.; CONTRAN, R.S. Robbins pathologic basis of disease. 4. ed. Philadelphia: W.B. Saundesrs, 1989. cap.18, p.838-860.

DI GREGORIO, C.; MORANDI, P.; FANTE, R. et al. Gastric dysplasia: a follow-up study. Am. J. Gastroenterol., v. 88, p.1714-1719, 1993.

DIXON, M.F. Commentary: role of the Helicobacter pylori on gastric mucosal damage, gastric cancer? Gastroenterology, v.113, suppl.1, p. S65-S66, 1997.

DIXON, M.F. Prospects for intervention in gastric carcinogenesis: reversibility of gastric atrophy and intestinal metaplasia. Gut, v.49, p. 2-4, 2001.

DIXON, M.F.; PATH, F.R.C.; GENTA, R.M.;YARDLEY, J.H., CORREA, P. Classification and grading of gastritis: The Updated Sydney System. Am. J. Surg. Pathol., v.20, p.1161-1181, Oct.1996.

DOENGES, J.L. Spirochetes in the gastric glands of macacus rhesus and humans without definite history of related disease. Proc. Soc. Exp. Med. Biol., v.38, p. 536-538, 1938.

DOOLEY, C.P.; COHEN, H. The clinical significance of Campylobacter pylori. Ann. Intern. Med., v.108, p.70-79, 1988.

DOOLEY, C.P.; COHEN, H.; FITZGIBBONS, P.L. et al. Prevalence of Helicobacter pylori infection and histologic gastritis in asymptomatic persons. N. Engl. J. Med., v.312, p.1562-1566, 1989.

DUPONT Jr., J.B.; LEE, J.R.; BURTON, G.R.; COHN Jr., I. Adenocarcinoma of the stomach. Review of 1.497 cases. Cancer, v.41, p.941-947, 1978.

EATON, K.A.; MORGAN, D.R.; KRAKOWKA, S. Campylobacter pylori virulence factors in gnotobiotic piglets. Infect. Immun., v.57, p.1119, 1989.

EBERT, M.; YU, J.; MIEHLKE, S. et al. Alpha-catenin expression is decreased in human gastric cancers and in the gastric mucosa of first-degree relatives [abstract]. Gastroenterology, v.118, p. A42, 2000.

100

EKSTROM, A.M.; HELD, M.; HANSSON, L.E.; ENGSTRAND, L.; NYREN, O. Helicobacter pylori in gastric cancer established by CagA immunoblot as a marker of past infection. Gastroenterology, v.121, p.784-791, 2001.

EL-OMAR, E.M. The importance of interleukin 1ß in Helicobacter pylori-associated disease. Gut, v.48, p.743-747, 2001.

EL-OMAR, E.M.; CARRINGTON, M.; CHOW, W.H. et al. Interleukin-1 polymorphisms associated with increased risk of gastric cancer. Nature, v.404, p. 398-402, 2000a.

EL-OMAR, E.M.; OIEN, K.; EL-NUJUMI, A.; GILLEN, D.; WIRZ, A.; DAHILL, S.; WILLIAMS, C.; ARDILL, J.E.S.; McCOLL, K.E.L. Helicobacter pylori infection and chronic gastric acid hyposecretion. Gastroenterology, v.113, p.15-24, 1997.

EL-OMAR, E.M.; OIEN, K.; MURRAY, L.; EL-NUJUMI, A.; WIRZ, A.; GILLEN, D. et al. Increased prevalence of precancerous changes in relatives of gastric cancer patients: critical role of H. pylori. Gastroenterology, v.118, p.22-30, Jan. 2000b.

EL-OMAR, E.M.; RABKIN, C.S.; GAMMO, M.D. et al. Increased risk of noncardia gastric cancer associated with proinflammatory cytokine gene polymorphisms. Gastroenterology, v.124, p.1193-1201, 2003.

ELTA, G.H.; APPELMAN,H.D.; BEHLER, E. et al. A study of the correlation between endoscopic and histological diagnoses in gastroduodenitis. Am. J. Gastroenterol., v.82, p.749, 1987.

EL-ZIMAITY, H.M.; GRAHAN, D.Y. Evaluationof gastric mucosal biopsy site and number for identification of Helibobacter pylori of intestinal metaplasi: role of the Sydney System. Hum. Pathol., v.30, p.72-77, 1999.

ESLICK, G.D.; LIM, L.L.; BYLES, J.E.; XIA, H.H.; TALLEY, N.J. Association of Helicobacter pylori infection with gastric carcinoma: a meta-analysis. Am. J. Gastroenterol., v.94, n.9. p.2373-2379, 1999.

ESPINOZA, L.A. et al. Pathological and karyotypic abnormalities in advanced gastric carcinomas. Cancer Genet. Cytogenet., v.109, p.45-50, 1999.

EUROGAST STUDY GROUP. An international association between Helicobacter pylori infection and gastric cancer. Lancet, v.341, p.1359-1362, 1993.

EUROPEAN SOCIETY OF GASTROINTESTINAL ENDOSCOPY. Guidelines on cleaning and desinfection in GI endoscopy. Endoscopy, v.32, p.77-83, 2000.

EVANS, D.G.; EVANS, D.J.; MOULDS, J.J. et al. N-acetylneuraminyl-lactose-binding fibrillar hemagglutinin of Campylobacter pylori: a putative colonization factor. Infect. Immun., v.56, p.2896, 1988.

101

EVANS, D.G.; KARJALAINEN, T.; EVANS, D.J. et al. Molecular cloning of the Helicobacter pylori major adhesin gene. [abstract B-125]. In: ANNUAL MEETING OF THE AMERICAN SOCIETY FOR MICROBIOLOGY, 91., 1990, New York. Programs and abstracts of the... New York, 1991. p. 45.

EVANS, D.J.; EVANS, D.G.; KIRKPATRICK, S.S. et al. Characterization of the Helicobacter pylori urease and purification of it subunits. Microb. Pathog., v.10, p.15-26, 1991.

FAUCHERE, J.L.; BLASER, M.J. Adherence of Helicobacter pylori cells and their surface components to HeLa membranes. Microb. Pathog., v.9, p.427, 1990.

FEIZ, H.R.; MORBAHAN, S. Does vitamin C intake slow the progression of gastric cancer in Helicobacter pylori-infected populations? Nutr. Rev., v.60, p.34-36, 2002.

FENNERTY, M.B. Gastric intestinal metaplasia on routine endoscopic biopsy. Gastroenterology, v.125, p.586-590, 2003.

FERGUSON, D.A.; LI, C.; PATEL, N.R.; MAYBERRY, W.R.; CHI, D.S.; THOMAS, E. Isolation of Helicobacter pylori from saliva. J. Clin. Microbiol., v.31, p.2802-2804, 1993.

FIEDOREK, S.C.; MALATY, H.M.; EVANS, D.L.; PUMPHREY, C.L.; CASTELL, H.B.; EVANS, D.J.; GRAHAM, D.Y. Factors influencing the epidemiology of Helicobacter pylori infection in children. Pediatrics, v.88, n.3, p.578-582, 1991.

FILIPI, M.I.; JASS, J.R. (Ed.). Gastric carcinoma. Edinburgh: Churchill Livingstone, 1986.

FILIPI, M.I.; MUNOZ, N.; MATKO, I. et al. Intestinal metaplasia types and the risk of gastric cancer: a cohort study in Slovenia. Int. J. Cancer, v.57, p.324-329, 1994.

FITZGERALD, D.; MURPHY, P. Studies on the physiological chemistry and clinical significance of urease and urea with special reference to the stomach. Ir. J. Med. Sci., v. 292, p. 97-159, 1950.

FORBES, G.M.; GLASER, M.E.; CULLEN, D.J.; WARREN, J.R.; CHRISTIANSEN, K.J.; MARSHALL, B.J.; COLLINS, B.J. Duodenal ulcer treated with Helicobacter pylori eradication: seven-year follow-up. Lancet, v.343, p.1785-1788, 1994.

FORMAN, D.; NEWELL, D.; FULLERTON, F. et al. Association between infection with Helicobacter pylori and risk of gastric cancer: evidence from a prospective investigation. Biol. Med. J., v.302, p.1302-1305,1991.

FORMAN, D.; WEBB, P.; PARSONNET, J. Helicobacter pylori and Gastric cancer. Lancet, v.343, p.243-244,1994.

102

FOX, J.G.; DANGLER, C.A.; TAYLOR, N.S. et al. High-salt diet induces gastric epithelial hyperplasia and parietal cell loss, and enchances Helicobacter pylori colonization in C57BL/6 mice. Cancer Res., v.59, p.4823-4828, 1999.

FREEDBURG, A.S.; BARRON, L.E. The presence of spirochetes in human gastric mucosa. Am. J. Dig. Dis., v.7, p. 443-445, 1940.

FUCHS, C.; MAYER, R.J. Gastric carcinoma. N. Engl. J. Med., v.333, n.1, p.32-41, Jul. 1995.

GALMICHE, A.; RASSOW, J.; DOYE, A. et al. The N-terminal 34Kda fragment of Helicobacter pylori vacuolating cytotoxin targets mitochondria and induces cytochrome c release. EMBO J., v.19. p.6361-6370, 2000.

GALPIN, O. P.; WHITAKER, C.J.; DUBIEL, A. J. Helicobacter pylori infection and overcrowding in childhood. Lancet, v.339, p.619, 1992.

GASBARRINI, A.; FRANCESCHI,F.; GASBARRINI, G.; POLA, P. Extraintestinal pathology associated with Helicobacter infection. Eur. J. Gastroenterol. Hepatol., v.9, p.231-233,1997.

GENTA, R.M. Recognising atrophy: another step toward a classification of gastritis. Am. J. Surg. Pathol., v.20, suppl. 1, p. S23-S30, 1996.

GENTA, R.M.; GRAHAM, D.Y. Comparison of biopsy sites for the histopathologic diagnosis of Helicobacter pylori: a topographic study of Helicobacter pylori density and distribution. Gastrointest Endosc., v.40, p.342-345, 1994.

GENTA, R.M; GURER, I.E.; GRAHAM, D.Y. et al. Adherence of Helicobacter pylori to areas of incomplete intestinal metaplasia in the gastric mucosa. Gastroenterology, v.111, p.1206-1211, 1996.

GEORGE, L.L.; BORODY, T.J.; ANDREWS, P. et al. Cure of duodenal after eradication of Helicobacter pylori. Med. J. Aust., v.153, p.145-149, 1990.

GLOBOCAN 2000: cancer incidence, mortality and prevalence worldwide, version 1.0. IARC CancerBase No.5. Lyon: IARC Press, 2001. Disponível em URL: htpp://www.dep. iarc.fr/globocan.htm. Acesso em: 17 dec. 2003.

GOLDSTONE, A.R.; QUIRKE, P.; DIXON, M.F. Helicobacter pylori infection and gastric cancer. J. Pathol., v.179, p.129-137, 1996.

GOODWIN, C.S. Duodenal ulcer, Campylobacter pylori, and the leaking roof concept. Lancet, v.2, p. 1467, 1988.

103

GOODWIN, C.S.; ARMSTRONG, J.A. Microbiological aspects of Helicobacter pylori (Campylobacter pylori).Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dis., v.9, p.1-13, 1990.

GOODWIN, C.S.; ARMSTRONG, J.A.; CHILVERS, T. et al. Transfer of Campylobacter pylori and Campylobacter mustalae to Helicobacter gen. Nov. as Helicobacter pylori comb. Nov. and Helicobacter mustelae comb. Nov. respectively. Int. J. Syst. Bacteriol., v.39, p.397-405, 1989.

GOODWIN, C.S.; ARMSTRONG, J.A.; MARSHALL, B.J. Campylobacter pyloridis, gastritis, and peptic ulceration. J. Clin. Pathol., v.39, p.353-365, 1986.

GRABIEC, J.; OWEN, D.A. Carcinoma of the stomach in young persons. Cancer, v.56, p.388-396, 1985.

GRADY, W.M.; GUILFORD, P.J.; WILLIS, J. et al. Inactivation of E-cadherin in stomach cancers arising in the hereditary diffuse gastric cancer syndrome [abstract]. Gastroenterology, v.118, p.A665, 2000.

GRAHAM, D.; ALPERT, L.C.; SMITH, J.L.; YOSHIMURA, H.H. Iatrogenic Campylobacter infection is a cause of epidemic achlorydria. Am. J. Gastroenterol., v.83, p.974-980, 1988.

GRAHAM, D.Y. Helicobacter infection is the primary cause of gastric cancer. J Gastroenterol., v.35, p.90-97, 2000.

GRAHAM, D.Y. Helicobacter pylori infection is the primary cause of gastric cancer. J. Gastroenterol., v.35, p. 90-97, 2000.

GRAHAM, D.Y.; ADAM, E.; REDDY, G.T.; ARGAWAL, J.P.; ARGAWAL, R.; EVANS, D.J.; MALATY, H.M.; EVANS, D.G. Seroepidemiology of Helicobacter pylori infection in Índia. Comparison of developing and developed countries. Dig. Dis. Sci., v.36, n.8, p.1084-1088, 1991.

GRAHAM, D.Y.; QURESHI, W.A. Markers of infection. In: MOBLEY, H.L.T.; MENDZ, G.L.; HAZELL, S.L. (Ed.). Helicobacter pylori: physiology and genetics. Washigton, D.C.: ASM Press, 2001. p.499-510.

GRANHAM, S.; LILENFELD, M. Genetic studies of gastric cancer in humans: an appraisal. Cancer, v.11, p.945-958, 1958.

GURUGE, J.L.; FALK, P.G.; LORENZ, R.G. et al. Epithelial attachment alters the outcome of Helicobacter pylori infection. Proc. Natl. Acad. Sci. USA, v.95, p.3925-3930, 1998.

HALL, C.N.; DARKIN, D.; BRIMBLECOMBE, R.; COOK, A.J.; KIRKHAM, J.S.; NORTHFIELD, T.C. Evaluation of the nitrosamine hypothesis of gastric carcinogenesis in precancerous conditions. Gut, v.27, p.491-498, 1986.

104

HANSEN, S.; MELBY, K.; AASE, S.; JELLUM, E.; VOLLSET, S. Helicobacter pylori infection and risk of cardia cancer and non-cardia gastric cancer. a nested case-control study. Scand. J. Gastroenterol., v.34, p.353-360, 1999.

HASSAL, E.; DIMMICK, J.E. Unique features of Helicobacter pylori disease in children. Dig. Dis. Sci., v.36, p.417, 1991.

HAZEL, S.L.; LEE, A.; BRADY, L.; HENNESSEY, W. Campylobacter pyloridis: association with intracellular spaces and adaptation to an enviroment of mucus as important factors in colonization of the gastric epithelium. J. Inf. Dis., v.153, p.658-663, 1986.

HELICOBACTER AND CANCER COLLABORATIVE GROUP. Gastric cancer and Helicobacter pylori: a combined analysis of 12 case-control studies nested within prospective cohorts. Gut, v.49, p.347-353, 2001.

HENZE, E.; MALFERTHEINER, P.; CLAUSEN, M. et al. Validation of a simplified carbon-14-urea breath test for routine use for detecting Helicobacter pylori noninvasively. J. Nucl. Med., v.31, p.940-1944,1990.

HERMANEK, P.; WITTEKIND, C. Histological typing and grading of gastric carcinomas. In: NISHI, M. et al. (Ed.). Gastric cancer.Tokyo: Springer-Verlag, 1993. pt. 3, p.40-52.

HIGASHI, H.; TSUTSUMI, R.; MUTO, S. et al. SHP-2 tyrosine phosphatase as an intracellular target of Helicobacter pylori CagA protein. Science, v.295, p. 683-686, 2002.

HILL, M.J. Salt and gastric cancer. Eur. J. Cancer Prev., v.7, p.173-175, 1998.

HOPKINS, R.J.; VIAL, P.A.; FERRECCIO, C.; OVALLE, J.; PRADO, P.SOTOMAYOR, V.; RUSSELL, R.G.; WASSERMAN, S.S.; MORRIS Jr, J.G. Soroprevalence of Helicobacter pylori in Chile: vegetables may serve as one route of transmission. J. Infect. Dis., v.168, p.222-226, 1993.

HOWDEN, C.W.; HUNT, R.H. Guidelines for the management of Helicobacter pylori infection. Am. J. Gastroenterol., v.93, p.2330-2338, 1998.

HUANG, J.Q.; SRIDHAR, S.; CHEN, Y.; HUNT, R.H. Meta-analysis of the relationship between Helicobacter pylori seropositivity and gastric cancer. Gastroenterology, v.114, p.1169-1179, 1998.

HUI, P.K.; CHAN, W.I.; CHEUNG, P.S.; CHAN, J.K.C. Pathologic changes of gastric mucosa colonized by Helicobacter pylori. Hum. Pathol., v.23, p.548-556, 1992.

HUNT, R.; THOMSON, A.B. Canadian Helicobacter pylori consensus conference. Can. J. Gastroenterol., v.12, p.31-41, 1998.

105

HUNT, R.H. Hp and pH: implications for the eradication of Helicobacter pylori. Scand. J. Gastroenterol., v.196, suppl., p.12-16, 1993.

IHAMAKI, T.; KEKKI, M.; SIPPONEN, P.; SIURALA, M. The sequelae and course of chronic gastritis during a 30-34 year bioptic follow-up study. Scand. J. Gastroenterol., v.20, p.485-491, 1985.

ILVER, D.; ARNQVIST, A.; OGREN, J. et al. Helicobacter pylori adhesin binding fucosylated histo-blood group antigens revealed by retagging. Science, v.279, p.373-377, 1998.

INADOMI, J.M.; SONNEMBERG, A. The impact of peptic ulcer disease and infection with Helicobacter pylori on life expectancy. Am. J. Gastroenterol., v.93, p.1286-1290, 1998.

INOE, M.; TAJIMA, K.; HIROSE, K.; KUROISHI, T.; GAO, C.M.; KITOH, T. Life-style and subsite of gastric cancer joint effect of smoking and drinking habits. Int. J. Cancer, v.56, p.494-499, 1994.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER-INCA. Dados dos Registros de Base Populacional. Rio de Janeiro, 35 pp., 1991.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER-INCA. Estimativas do câncer gástrico. Disponível em URL: <http://www.inca.gov.br>. Acesso em: 15 jul. 2004.

INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEACH ON CANCER-IARC. Monographs on the evaluation of the carcinogenic risks in humans. Schistosomes, liver flukes and Helicobacter pylori. IARC, v.61, p.177-241, 1994.

JOSENHANS, C.; SUERBAUM, S. Helicobacter motility and chemotaxis. In: ACHTMAN, M.; SUERBAUM, S. (Ed.). Helicobacter pylori: molecular and cellular biology. Wymondham: Horizon Scientific Press, 2001. p.171-184.

JUAÇABA, H.; FROTA, G.M.; LIMA, J.M.; SILVA, I.C.; SAMPAIO, J.B. Gastric cancer in Fortaleza, Brazil. A study of 242 cases. Rev. Méd. Univ. Fed. Ceará, v.24, n.1, p.3-9, 1984.

JUAÇABA, H.G.; ANDRADE, A.C.F.; MACEDO, J.E.; TEIXEIRA, C.E.; MUNIZ, E.L. Câncer gástrico. Estudo de 177 casos. Rev. Méd. Univ. Fed. Ceará, v.17, n.1/2, p.11-14, 1977.

KAAKS, R.; TUYNS, A.; HAELTERMAN, M.; RIBOLI, E. Nutrient intake patterns and gastric cancer risk: a case-control study in Belgium. Int. J. Cancer, v.78, p. 415-420, 1998.

KARTTUNEN, T.; NIEMELA, S.; LEHTOLA, J. Helicobacter pylori in dyspeptic patients: quantitative association with severity of gastritis, intragastric pH, and serum gastrin concentration. Scand. J. Gastroenterol., suppl..186, p.124, 1991.

106

KEKKI, M.; SUIRALA, M.; VARIS, K. Classification priciples and genetics of chronic gastritis. Scand. J. Gastroenterol., v.22, suppl. 141, p.1-28, 1987.

KEKKI, M.; VILLAKO, K.; TAMM, A.; SIURALA, M. Dynamics of antral and fundal gastritis in an Estonian rural population sample. Scand. J. Gastroenterol., v.12, n.3, p.321-324, 1977.

KELLY, S.M.; PITCHER, M.C.; FARMEY, S.M.; GIBSON, G.R. Isolation of Helicobacter pylori from feces patients with dyspepsia in the United Kingdom. Gastroenterology, v.107, p.1671-1674, 1994.

KLEIN, P.D.; GRAHAM, D.Y.; GAILLOUR, A.; OPEKUN, A.R.; SMITH, E.O. Water source as a risk factor for Helicobacter pylori infection in Peruvian children. Lancet, v.337, p.1503-1506, 1991.

KOKKOLA, A. ;SIPPONEN, P.; RAUTELIN, H. et al. The effect of Helicobacter pylori eradication on the natural course of atrophic gastritis with dysplasia. Aliment Pharmacol. Ther., v.16, p.515-520, 2002.

KORNBERG, H.L.; DAVIES, R.E. Gastric urease. Physiol. Rev., v.35, p.169-177, 1955.

KREINITZ, W. Ueber das auftreten von spirochaeten verschiedener form im mageninhalt bei carcinoma ventriculi. Dtsch. Med. Wochenshr, v.32, p.872, 1906.

KUIPERS, E.J. Relationship between Helicobacter pylori, atrophic gastritis and gastric cancer. Aliment Pharmacol. Ther., v.12, suppl.1, p.25-36, 1998.

KUIPERS, E.J.; KLINKERBERGER-KNOL, E.C.; VANDENBROUCKE-GRAULS, C.M.; APPELMELK, B.J.; SHENK, B.E.; MEUWISSEN, S.G. Role of Helicobacter pylori in the pathogenesis of atrophic gastritis. Scand. J. Gastroenterol., v.32, suppl.223, p.28-34, 1997.

KUIPERS, E.J.; UYTERLINDA, A.M.; PERIA, A.S.; ROOSENDAAL, R.; PALS, G.; NELIS, G.F.; FESTEN, H.P.M.; MEUWISSEN, S.G.M. Long-term sequelae of Helicobacter pylori gastritis. Lancet, v.345, p.1525-1527, 1995.

LA VECCHIA, C.; NEGRI, E.; FRANCESCHI, S.; GENTILE, A. Family history and the risk of stomach and colorectal cancer. Cancer, v.70, p.50-55, 1992.

LABIGNE, A.; CUSSAC, V.; COURCOUX, P. Shuttle cloning and nucleotide sequences of Helicobacter pylori genes responsible for urease activity. J. Bacteriol., v.173, p.1920-1931, 1991.

LACY, B.E.; ROSEMORE, J. Helicobacter pylori: ulcers and more. The beginning of an era. J. Nutr., v.131, n.10, p.2789S-2793S, 2001.

107

LAMBERT, R.E.; PARKIN, D.M. Gastric cancer: screening, surveillance, and prevention. In: KELSEN, D.P. et al. Gastrointestinal oncology: principles and practice. Philadelphia: Williams & Wilkins, 2002. p.341-354.

LANSDOWN, M.; QUIRKE, P.; DIXON, M.F. et al. High-grade dysplasia of the gastric mucosa: a marker for gastric carcinoma. Gut, v.31, p.977-983, 1990.

LAUREN, P. The two histological main types of gastric cancer: diffuse and so-called intestinal type carcinoma. Acta Path. Microbiol. Scand., v.64, p.31, 1965.

LAUREN, P.A.; NEVALAINEN, T.J. Epidemiology of intestinal and diffuse types of gastric carcinoma. A time-trend study in Filand with comparison between studies from high and low-risk areas. Cancer, v.71, n.10, p.2926-2933, May 1993.

LAUWERS, G. Defining the pathologic Diagnosis of Metaplasia, Atrophy, Dysplasia, and Gastric Adenocarcinoma. J. Clin. Gastroenterol., v.36, suppl.1, p.37-43, 2003.

LAUWERS, G.Y.; RIDDELL, R.H. Gastric epithelial dysplasia. Gut, v.45, p.784-790, 1999.

LEUNG, W.K.; SUNG, J.J.Y. Review article: intestinal metaplasia and gastric carcinogenesis. Aliment Pharmacol. Ther., v.16, p.1209-1216, 2002.

LI, H.; CALIN, S.; CAI, X.; WANG, T.; HOUGHTON, J. Helicobacter e mecanismos patológicos do câncer gástrico: resposta do hospedeiro e suscetibilidade à doença. Curr. Gastroenterol. Reports Brasil, v.2, p.11-19, 2004.

LISSOWSKA, J.; GROVES, F.D.; SOBIN, L.H. et al. Family history and risk of stomach cancer in Warsaw, Poland. Eur. J. Cancer Prev., v.8, p.223-227, 1999.

LUCK, J.M.; SETH, T.N. Gastric urease. Biochem. J., v. 18, p.1227-1231, 1924.

LUGER, A.; NEUBERGER, H. Ueber Spirochatenbefunde im Magensaft und deren diagnostische Bedeutung fur Carcinoma ventriculi. Ztschr. F. Klin. Med., v.92, p. 54-75, 1921.

LUNDEGARDH, G.; LINDGREN, A.; ROHUL, A.; NYREN, O.; HANSSON, L.E.; BERGSTROM, R.; ADAMI, H.O. Intestinal and difuse types of gastric cancer: secular trends in Sweden since 1951. Br. J. Cancer, v.64, n.6, p.1182-1186, Dec. 1991.

LUNET, N.; HENRIQUE BARROS. Helicobacter pylori infection and gastric cancer: facing the enigmas. Int. J. Cancer, v.106, p.953-960, 2003.

MADAN, E.; KEMP, J.; WESBLOM, T.U. et al. Evaluation of staining methods for identifying Campylobacter pylori. Am. J. Clin. Pathol., v.90, p.450, 1988.

108

MAE, F.G.O.; NIMISH, V. Helicobacter pylori infection. Clin. Perspect. Gastroenterol., v. 15, p. 141-153, May-June, 1999.

MAEDA, S.; YOSHIDA, H.; OGURA, K. et al. Assessment of gastric carcinoma risk associated with Helicobacter pylori may vary depending on the antigen used: CagA specific ELISA versus commercially availabre H. pylori ELISAs. Cancer, v.88, p.1530-1535, 2000.

MAEHARA, Y.; OSHIRO, T.; ADACHI, Y.; OHNO, S.; AKAZAWA, K.; SUGIMACHI, K. Growth pattern and prognosis of gastric cancer invading the subserosa. J. Surg. Oncol., v.55, n.4, p.203-208, Apr. 1994.

MALFERTHEINER, P. Fator de risco para câncer gástrico. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL, 2001, Estrasburgo. Anais... Estrasburgo, 2001.

MALFERTHEINER, P.; MÉGRAUD, F.; O’MORAIN, C.; HUNGIN, P.; AXON, A.GRAHAM, D. et al. Current concepts in the management of Helicobacter pylori infection – The Maastricht Consensus. Aliment Pharmacol. Ther., v. 16, p.167-180, 2002.

MARSHALL, B.J. Helicobacter pylori. Am. J. Gastroenterol., v.89, p.116-26,1994.

MARSHALL, B.J.; ARMSTRONG, J. A.; MCGECHIE, D.D.; GLANCY, R.J. Attempt to fulfill Koch’s postulates for Campylobacter. Med. J. Aust., v.142, p.436-439, 1985.

MARSHALL, B.J.; WARREN, J.R. Unidentified curved bacillus on gastric epithelium in active chronic gastritis. Lancet , v.1, p.1273-1275,1983.

MARSHALL, B.J.; WARREN, J.R.; FRANCIS, G.J.; LANGTON, S.R. et al. Rapid urease test in the management of Campylobacter pyloridis-associated gastritis. Am. J. Gastroenterol., v.82, p. 200-210, 1987.

MARSHALL. B.J. History of the discovery of C. pylori. In: BLASER, M.J. (Ed.). Campylobacter pylori in gastritis and peptic ulcer disease. New York: Igaku-Shoin, 1989. p. 7-24.

MASUDA, A.; KASAJIMA, T. Morphometrical analices of cystadeno-lymphoma (Warthi’s tumor). Subclassification and characterization of the lymphoid stroma in comparison with gastric lymphoid follicles. Pathol. Res. Pract., v. 190, n.5, p.457-465, May 1994.

MATSUKURA, N.; SUZUKI, K.; KAWACHI, T. et al. Distribution of marker enzymes and mucin in intestinal metaplasia in human stomach and relation to complete and incomplete types of intestinal metaplasia to minute gastric carcinomas. J. Natl. Cancer Inst., v.65, p.231-240, 1980.

MÉGRAUD, F. Microbiological characteristics of Campylobacter pylori. Eur. J Gastroenterol.Hepatol., v.1, p.5-12, 1989.

109

MÉGRAUD, F.; BONNET, F.; GARNIER, M.; LAMOULIATTE, H. Characterization of Campylobacter pyloridis by culture, enzymatic profile and protein content. J. Clin. Microbiol., v.22, p.1007-1010, 1985.

MÉGRAUD, F.; BRASSENS-RABBÉ, M.B.; DENIS, F.; BELBOURI, A.; HOA, D.Q. Seroepidemiology of Campylobacter pylori infection in various populations. J. Clin. Microbiol., v.27, n.8, p.1870-1873, 1989.

MEINING, A.; STOLTE, M. Close correlation of intestinal metaplasia and corpus gastritis in patients infected with Helicobacter pylori. Z. Gastroenterol., v.40, p.557-560, 2002.

MEIRELLES FILHO, J.S.; ANDRE, E.A. Gastrites. In: SOBED (Ed). Endoscopia digestiva, São Paulo: MEDSI, 1994, p.113-125.

MENDALL, M.A.; GOGGIN, P.M.; MOLINEAUX, N. et al. Childhood living conditions and Helicobacter pylori seropositivity in adult life. Lancet, v.339, p.896-897,1992.

MICHELASSI, F.; TAKANISHI, D.M.Jr.; PANTALONE, D.; HART, J.; CHAPPEL, R.; BLOCK, G.E. Analysis of clinicopathologic prognostic features in patients gastric adenocarcinoma. Surgery, v.116, n.4, p.804-810, Oct. 1994.

MIHARA, M.; HARUMA, K.; KAMADA, T. et al. The role of endoscopic findings for the diagnosis of Helicobacter pylori infection: evaluation in a country with high prevalence of atrophic gastritis. Helicobacter, v.4, p.40-48, 1999.

MING, S.C. Cellular and molecular pathology of gastric carcinoma and precursor lesions: a critical review. Gastric Cancer, v. 1, p. 31-50, 1998.

MING, S.C. Dysplasia of gastric epithelium. Front Gastrointest. Res., v.4, p.164-172, 1979.

MING, S.C. Malignant potential of epithelial polyps of the stomach. In: MING, S.C. (Ed.). Precursors of gastric cancer. New York: Praeger, p.219-231, 1984.

MISIEWICZ, J.J. Management of Helicobacter pylori-related disorders. J. Gastroenterol. Hepatol., v.9, suppl. 1, p.17-21, 1997.

MISIEWICZ, J.J. The Sydney System: a new classification of gastritis. Introdution. J. Gastroenterol. Hepatol., v.6, p.207-208, 1991.

MOBLEY, H.L.T. Helicobacter pylori urease. In: ACHTMAN, M.; SUERBAUM, S. (Ed.). Helicobacter pylori: molecular and cellular biology. Wymondham: Horizon Scientific Press, 2001. p.155-170.

MÓDENA, J.L.P. Aspectos práticos para a limpeza dos endoscópios – prevenção e controle de infecções em endoscopia digestiva. In: ENCONTRO PAULISTA DO APARELHO DIGESTIVO, 1996, Águas de Lindóia. Anais... Águas de Lindóia, 1996. p.1-19.

110

MÓDENA, J.L.P. História do câncer gástrico. In: CODEIRO, F.; MENEGHELLI, U.; RESENDE, J.M. (Ed.). A gastroenterologia no Brasil. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. p.121-144.

MONTECUCCO, C.; PAPINI, E.; DE BERNARD, M. et al. Helicobacter pylori VacA vacuolating cytotoxin and HP-Nap neutrophil activating protein. In: ACHTMAN, M, SUERBAUM, S. (Ed.). Helicobacter pylori: molecular and cellular biology. Wymondham: Horizon Scientific Press, 2001. p.245-263.

MONTGOMERY, E.; MARTIN, M.F.; PEURA, D.A. Rapid diagnosis of Campylobacter pylori by Gram’s stain. Am. J. Clin. Pathol., v.90, p.606-609, 1988.

MORRIS, A.; ALI, M.R.; BROWN, P. et al. Campylobacter pylori infection in biopsy specimens of gastric antrum: laboratory diagnosis and estimation of sampling error. J. Clin. Pathol., v.42, p.727-732,1989.

MORRIS, A.; MAHER, K.; THONSEN, L.; MILLER, M.; NICHOLSON, G.; TASMAN-JONES, C. Distribution of Campylobacter pylori in the human stomach obtained at postmortem. Scand. J. Gastroenterol., v.23, p.257-264, 1988.

MORRIS, A.; NICHOLSON, G. Ingestion of Campylobacter pyloridis causes gastritis and raised fasting gastric pH. Am. J. Gastroenterol., v.82, p.192-199, 1987.

MORSON, B.C.; JASS, J.R. Precancerous lesions of the gastrointestinal tract. In: ______. Stomach. London: Baillieres Tindall, 1985. p. 5-9.

MOTTA, C.R.A.; MÓDENA, J.L.P; BRUNALDI, J.E; PEREIRA, L.C.C.; SANTOS, E.S.; TORQUATO, M.M. Polipectomia gástrica e o risco de malignização dos pólipos adenomatosos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GASTROENTEROLOGIA, 35.,1998, Salvador. Anais... Salvador, 1998..

NAGAYO, T. Classification of gastric carcinoma. In: NISHI, M. et al. (Ed.). Gastric cancer. Tokyo: Springer-Verlag, 1993. p. 53-65.

NEGRINI, R.; SAVIO, A.; APPELMELK, B.J. Autoantibodies to gastric mucosa in Helicobacter pylori infection. Helicobacter, v.2, suppl.1, p.S13-S16, 1997.

NGUYEN, A.M.; ENGSTRAND, L.; GENTA, R.M.; GRAHAM, D.Y.; EL ZAATARI, F.A. Detection of Helicobacter pylori in dental plaque by reserve transcription polymerase Caín reaction. J. Clin. Microbiol., v.31, p.783-787, 1993.

NIV, Y. Family history of gastric cancer: should we test and treat for Helicobacter pylori? J. Clin. Gastroenterol., v.36, p.204-208, 2003.

NOMURA, A.; STEMMERMANN, G.N.; CHYOU, P. et al. Helicobacter pylori infection and the risk of gastric carcinoma among Japanese Americans in Hawaii. N. Engl. J. Med., v.325, p. 1132-1162, 1991.

111

OEHLERT, W.; KELLER, P.; HENKE, M. et al. Gastric mucosaldysplasi: what is its clinica significance? Front Gastrointest. Res., v. A, p. 173-182, 1979.

OGAWA, H.; KATO, I.; TOMINAGA, S. Family history of cancer among cancer patients. Jpn J. Cancer Res., v.76, p.113-118, 1985.

OHATA, H.; KITAUCHI, S.; YOSHIMURA, N.; MUGITANI, K.; IWANE, M.; NAKAMURA, H. et al. Progression of chronic atrophic gastritis associated with Helicobacter pylori infection increases risk of gastric cancer. Int. J. Cancer, v.109, p.138-142, 2004.

OLIVEIRA, A.M.R.; QUEIROZ, D.M.M.; ROCHA, G.A.G.; MENDES, E.N. Seroprevalence of Helicobacter pylori infection in children of low socioeconomic level in Belo Horizonte, Brazil. Am. J. Gastroenterol., v.89, p.2201-2204,1994.

OLSSON, K.; WADSTROM, T.; TSYKIEWICZ, C. Helicobacter pylori in dental plaques. Lancet, v.341, p.956-957, 1993.

PAGANO, M. ; KIMBERLLE, G.Tradução da 2ª Ed. Norte-americana: Pioneira Thomson Learning, 2004.p.505.

PALLI, D.; GALLI, M.; CAPOROSO, N.E. et al. Family history of cancer and risk of stomach cancer in Italy. Cancer Epidemiol. Biomarkers Prev., v. 3, p.15-18, 1994.

PALMER, E.D. Investigation of the gastric mucosa spirochetes of the human. Gastroenterology, v.27, p. 218-220, 1954.

PARKIN, D.M.; LAARA, E.; MUIR, C.S. Estimates of the worldwide frequency of sixteen major cancers in 1980. Int. J. Cancer, v. 41, p.184,1988.

PARKIN, D.M.; PISANI, P.; FERLAY, J. Estimates of the worldwide incidence of 25 major cancers in 1990. Int. J. Cancer, v.80, p.827-841, 1999.

PARSONNET, J.; HARRIS, R.A; HACK, H.M.; OWENS, D.K. Modelling cost-effectiveness of Helicobacter pylori screening to prevent gastric cancer: a mandate for clinical trials. Lancet, v.348, p.150-154,1996.

PARSONNET, J. When heredity is infectious. Gastroenterology, v.118, p.222-227, 2000.

PARSONNET, J.; FORMAN, D. Helicobacter pylori infection and gastric cancer – for want of more outcomes. JAMA, v.291, n.2, p. 244-245, 2004.

PARSONNET, J.; FRIEDMAN, G.D.; ORENTREICH, N.; VOGELMAN, H. Risk for gastric cancer in people with CagA positive or CagA negative Helicobacter pylori infection. Gut, v.40, p.297-301, 1997.

112

PARSONNET, J.; FRIEDMAN, G.D.; VANDERSTEEN, D.P. et al. Helicobacter pylori and the risk of gastric carcinoma. N. Engl. J. Med., v.325, p. 1127-1131, 1991.

PATCHETT, S.; BEATTIE, S.; LEEN, E.; KEANE, C.; O’MORAIN, C. Helicobacter pylori and duodenal ulcer recurrence. Am. J. Gastroenterol., v.87, p.24-27, 1992.

PEREZ-PEREZ, G.I.; DWORKIN, B.M.; CHODOS, J.E.; BLASER, M.J. Campylobacter pylori antibodies in humans. Ann. Intern. Med., v.109, n.1, p.11-17, 1988.

POTTERS, H.V.P.J.; LOFFELD, R.J.L.F.; STOBBERINGH, E.; VAN SPREEUWEL, J.P.; ARENDS, J.W. Rapid staining of Campylobacter pyloridis. Histopathology, v.11, p.1223, 1987.

PRICE, A.B. The Sydney System: histological division. J. Gastroenterol. Hepatol., v.6, p.209-222,1991.

PRIETO, G.; POLANCO, I.; LARRAURI, J.; ROTA, L.; LAMA, R.; CARRASCO, S. Helicobacter pylori infection in children: clinical, endoscopic, and histologic correlations. J. Pediatr. Gastroenterol. Nutr., v.14, p.420-425, 1992.

RAMIREZ-RAMOS, A. Gastrointestinal physiology working group: Helicobacter pylori and gastritis in Peruvian patients: relationship to socioeconomic level, age and sex. Am. J. Gastroenterol., v.85, p.819,1990.

RAUNS, E.A.J.; TYTGAT, G.N.J. Natural history of C. pylori infection. In: BLASER, M.J. (Ed.). Campylobacter pylori: gastritis and peptic ulcer disease. New York:Igaku-shoin, 1989. p.187-194.

RECAVARREN-ACRE, S.; LEON-BARU, R.; COK, J.; BERENDSON, R.; GILMAN, R.H.; RAMIREZ-RAMOS, A.; RODRIGUEZ, C.; SPIRA, W.M. Helicobacter pylori and progressive gastric pathology that predisposes to gastric cancer. Scand. J. Gastroenterol., v.26, suppl.181, p.51-57, 1991.

REMINE, W.H. Carcinoma of the stomach. In: ______. Maingot’s abdominal operations. 8th ed. Connecticut: Appleton-Century-Crofts, 1985. cap.37, p.957-985.

ROBERT, M.E.; WEINSTEIN, W.M. Patologia gástrica associada ao Helicobacter pylori. In: DOOLEY, C.P.; COHEN, H. Infecção pelo Helicobacter pylori: clínicas de gastroenterologia da América do Norte. New York: Saunders, 1993. cap.5, p.59-72. v.22.

RODRIGUES, M.N.T. Estudo da prevalência da infecção pelo Helicobacter pylori em uma comunidade de baixo nível socioeconômico em Fortaleza-CE-Brasil.2001. Dissertação (Mestrado em Gastroenterologia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2001.

113

ROKKAS, T.; FILIPI, M.I.; SLADEN, G.E. Detection of an increased incidence of early gastric cancer in patients with intestinal metaplasia type III who are closely followed up. Gut, v32, p.1110-1113, 1991.

ROSENOW, E. C.; SANFORD A.H. The bacteriology of ulcer of the stomach and duodenum in man. J. Infect. Dis., v.17, p.219-226, 1915.

ROSH, J.R.; KURFIST, L. A.; BENKOV, K.J. et al. Helicobacter pylori and gastric lymphonodular hyperplasia in children. Am. J. Gastroenterol., v.87, p.135, 1992.

RUGGE, M.; FARINATI, F.; BAFFA, R. et al. Gastric epithelial dysplasia in the natural history of gastric cancer: a multicenter prospective follow-up study. Interdisciplinary Group on Gastric Epithelial Dysplasia. Gastroenterology, v.107, p.1288-1296, 1994.

RUIZ, B.; GARAY, J.; CORREA, P. et al. Morphometric evaluation of gastric antral atrophy: improvementafter cure of Helicobacter pylori infection. Am. J. Gastroenterol., v.96, p.3281-3287, 2001.

SAKITA, T. Endoscopy in the diagnosis of early ulcer. Clin. Gastroenterol., v.2, p.345-360, 1973.

SALOMON, H. Ueber das Spirillum des Saugetiermagens und sein Verhalten zu den Belegzellen. Zentralbl. Bakteriol. Mikrobiol. Hyg., v.19, p.433-442, 1896.

SAMPAIO, J.A .; MORAES, M.O . Câncer Gástrico: Relação entre o tipo histológico e consumo de alimentos regionais do nordeste brasileiro. GED., v.19, p.225-232, 2000.

SANDOR, J.; KISS, I.; FARKAS, O.; EMBER, I. Association between gastric cancer mortality and nitrate content of driking water: ecological study on small area inequalities. Eur. J. Epidemiol., v.17, p.443-447, 2001.

SAUERBRUCH, T.; SCHREIBER, M.A.; SCHUSSLER, P. et al. Endoscopy in the diagnosis of gastritis: diagnostic value of endoscopic criteria in relation to histological diagnosis. Endoscopy, v.16, p.101, 1984.

SEPULVEDA, A. R.; LEIF, P.E.; SHELTON, J.; GUTIERREZ, O.; GRAHAM, D.Y. Histological patterns of gastritis in H. pylori-Infected Individuals with a family history of gastric cancer. Am. J. Gastroenterol., v.97, n.6, p.1365-1370, 2002.

SEPULVEDA, A.R.; COÊLHO, L.G.V. Helicobacter pylori and gastric malignancies. Helicobacter, v.7, suppl.1, p.37-42, 2002.

SERAFINI, M.; BELLOCCO, R.; WOLK, A.; EKSTRÖM. Total Antioxidant Potential of Fruit and Vegetables and Risk of Gastric Cancer. Gastroenterology, v.123, p.985-991, 2002.

114

SHIAO, Y.H.; RUGGE, M.; CORREA, P. et al. p53 alteration in gastric precancerous lesions. Am. J. Pathol., v.144, p.511-517, 1994.

SHIMIZU, N.; INADA, K.; NAKANISH, H.; TSUKAMOTO, T.; IKEHARA, Y. et al. Helicobacter pylori infection nhances glandular stomach carcinogenesis in Mongolian gerbils treated with chemical carcinogens. Carcinogenesis, v.20, p.669-676, 1999.

SIEGEL, S.M.; HAYS, D.M.; ROMANSKY, S.; ISSACS, H. Carcinoma of the stomach in childhood. Cancer, v.38, p.1781-1784, 1976.

SIMAN, J. FORSGREN, A.; BERGLUND, G.; FLOREN, C.M. Tobacco smoking and Helicobacter pylori infection are risk factors of gastric carcinoma. Gut, v.43, suppl.2, p.A63, 1998.

SIMAN, J. FORSGREN, A.; BERGLUND, G.; FLOREN, C.M. Tobacco smoking increases the risk for gastric adenocarcinoma among Helicobacter pylori-infected individuals. Scand. J. Gastroenterol., v.36, p. 208-213, 2001.

SIPPONEN, P. Gastric cancer – a long-term consequence of Helicobacter pylori infection? Scand. J. Gastroenterol., v.201, p.24-27, 1994.

SIPPONEN, P. Update on the pathologic approach to the diagnosis of gastritis, gastric atrophy, and Helicobacter pylori and its sequelae. J. Clin. Gastroenterol., v.32, n.3, p.196-202, 2001.

SIPPONEN, P.; HYVARINEN, H.; SEPPALA, K.; BLASER, M.J. Review article: pathogenesis of the transformation from gastritis to malignancy. Aliment Pharmacol. Ther., v.12, suppl.1, p.61-71, 1998.

SIPPONEN, P.; KEKKI, M.; HAAPAKOSKI, J.; IHAMAKI, T.; SIURALA, M. Gastric cancer risk in chronic atrophic gastritis: statistical calculations of cross sectional data. Int. J. Cancer, v.35, p.173-177, 1985.

SIPPONEN, P.; KOSUNEN, T.U.; VALLE, J.; RIIHELÄ, M.; SEPPÄLÄ, K. Helicobacter pylori infection and chronic gastritis in gastric cancer. J. Clin. Pathol., v.45, p.319-323, 1992.

SIURALA, M.; ISOKOSKI, M.; VARIS, K.; KEKKI, M. Prevalence of gastritis in a rural population. Bioptic Study of subjects selected at random. Scand. J. Gastroenterol., v.3, p.211-213, 1968.

SIURALA, M.; SIPPONEN, P.; KEKKI, M. Chronics gastritis: dynamic and clinicl aspects. Scand. J. Gastroenterol., v.109, p.69-76, 1985.

SIURALA, M.; VARIS, K.; WILJASALO, M. Studies of patients with atrophic gastritis: a 10-15-year follow-up. Scand. J. Gastroenterol., v.1, n.1, p.40-48, 1966.

115

SNOVER, D.C. Bening epithelial polyps of the stomch. Pathol. Annu., v.20, p.303-329, 1985.

SOLCIA, E.; RINDI, G.; SILINI, E.; VILLANI, L. Enterochromaffinlike (ECL) cells and their growths: relationships to gastrin, reduced acid secretion and gastritis. Baillieres Clin. Gastroenterol., v.7, p.149-165, 1993.

SOLTO, F.J.D.; FONTES, C.J.F.; ROCHA, G.A.; OLIVEIRA, A.M.R.;MENDES, E.N.M.; QUEIROZ, D.M.M. Prevalence of Helicobacter pylori infection in a rural area of the state of Mato Grosso, Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v.93, p.171-174, 1998.

SONNENBERG, A.; EVERHART, J.E. Health impact of peptic ulcer in the United States. Am. J. Gastroenterol., v.92, p.614-620, 1997.

SOREN, A. Join inflammations as complications in intestinal inflammations. Z. Rheumatol., v.40, p.1-5, 1981.

STEER, H.W.; COLIN-JONES, D.G. Mucosal Changes in gastric ulceration and their response to carbenoxolone sodium. Gut, v.16, p.590-597, 1975.

STEMMERMANN, G.N. Intestinal metaplasia of the stomach: a status report. Cancer, v.74, p.556-564, 1994.

STOLTE, M.; EIDT, S. Chronic erosions of the antral mucosa: a sequela of Helicobacter pylori-induced gastritis. Z. Gastroenterol., v.30, p.846-850, 1992.

STOLTE, M.; MEINING, A. Helicobacter gastritis of the gastric carcinoma phenotype: is histology capable of identifying high-risk gastritis? J. Gastroenterol., v.35, p.98-101, 2000.

SUERBAUM, M.D.S.; MICHETTI, P. Helicobacter pylori infection. Review article. N. Engl. J. Med., v.347, n.15, p.1175-1186, Oct. 2002.

SUGIMURA, T.; SUGANO, H.; TERADA, M.; STEMMERMANN, G.N.; YASUI, W.; TAHARA, E. First International Workshop of the Princess Takamatsu Cancer Research Fund: intestinal metaplasia and gastric cancer. Mol. Carcinog., v.11, p.1-7, 1994.

SUGIYAMA, A.; MARUTA, F.; IKENO, T.; ISHIDA, K.; KAWASAKI, S.; KATSUYAMA, T.; SHIMIZU, N.; TATEMATSU, M. Helicobacter pylori infection enhances N-methyl-N-nitrosourea- induced stomach carcinogenesis in the Mongolian gerbil. Cancer Res., v.58, p.2067-2069, 1998.

SUTTON, P.; WILSON, J.; GENTA, R. et al. A genetic basis for atrophy: dominant non-responsiveness and Helicobacter-induced gastritis in F1 hybrid mice. Gut, v.45, p.335-340, 1999.

116

TALLEY, N.J.; ZINSMEISTER, A.R.; WEAVER, A.; DIMAGNO, E.P.; CARPENTER, H.A. ; PEREZ-PEREZ, G.I.; BLASER, M.J. Gastric Adenocarcinoma and Helicobacter pylori infection. J. Natl. Cancer Inst., v.83, p.1734-1739, 1991.

TATEMATSU, M.; YAMAMOTO, M.; SHIMIZU, N.; YOSHIKAWA, A.; FUKAMI, H.; KAMINISHI, M. et al. Induction of glandular stomach cancers in Helicobacter pylori-sensitive Mongolian gerbils treated with N-methyl-N’-nitro-N-nitrosoguanidine in drinking water. Jpn J. Cancer Res., v.89, p.97-104, 1998.

TAYLOR, D. F.; SIMONS, M.; CHANG, N. et al. Differentiation of Helicobacter pylori isolates by pulsed-field gel electrophoresis of genome DNA [abstract]. Microbial Ecol. Health Dis., v. 4, special issue, p. S172, 1991.

TERRY, P.; NYREN, O.; YUEN, J. Protective effects of fruits and vegetables on stomach cancer in a cohort of Swedish twins. Int. J. Cancer, v.76, p.35-37, 1998.

TESTINO, G.; CORNAGGIA,M.; DE IACO. Intestinal metaplasia, high-grade epithelial dysplasia and gastric cancer. Scand. J. Gastroenterol., v.37, p.1475-1476, 2002.

THILLAIINAYAGAM, A.V.; ARVIND, A.S.; COOK, R.S., et al. Diagnostic efficiency of an ultrarapid endoscopy room test for Helicobacter pylori. Gut, v. 32, p. 467-469, 1991.

THOMAS, J.E.; GIBSON, G.R.; DARBOE, M.K.; DALE, A.; WEAVER, L.T. Isolation of Helicobacter pylori from human feces. Lancet, v.340, p.1194-1195, 1992.

TOMASULO, J. Gastric polyps. Histologic types and their relationship to gastric carcinoma. Cancer, v. 27, p.1346-1355, 1971.

TOSI, P.; FILIPI, M.I.; LUZI, P. et al. Gastric intestinal metaplasia type III cases are classified as low-grade dysplasia on the basis of morphometry. J. Pathol., v.169, p.73-78, 1993.

TRESPI, E.; BROGLIA, F.; VILLANI, L.; LUINETTI, O.; FIOCCA, R.; SOLCIA, E. Distinct profiles of gastritis in dispepsia subgroups. Their different clinical responses to gastritis healing after Helicobacter pylori eradication. Scand. J. Gastroenterol., v.29, p.884-888, 1994.

TSO, P.L.; BRINGAZE III, W.L.; DAUTERIVE, A.H.; CORREA, P.; COHN Jr., I. Gastric carcinoma in the young. Cancer, v.59, p.1362-1365, 1987.

TSUGANE, S.; KABUTO, M.; IMAI, H. et al. Helicobacter pylori, dietary factors, and atrophic gastritis in five japanese populations with different gastric cancer mortality. Cancer Causes Control, v.4, p.297-305, 1993.

TUFANO, M. A.; ROSSANO, F.; CATALANOTTI, P. et al. Immunobiological activities of Helicobacter pylori porins. Infect Immun, v.62, p.1392-1399, 1994.

117

UEMURA, N.; OKAMOTO, S.; YAMAMOTO, S. et al. Helicobacter pylori infection and the development of gastric cancer. N. Engl. J. Med., v.345, p. 784-789, 2001.

VAN DER HULRST, R.W.; RAUWS, E.A.J.; KOYCU, B.; KELLER J.J.; BRUNO, M.J.; TIJSSEN, J.G.P.; TYTGAT, G.N.J. Prevention of ulcer recurrence after eradication of Helicobacter pylori: a prospective long-term follow-up study. Gastroenterology, v.113, p.1082-1086, 1997.

VARGAS, C.; MACHADO, G.; MARANGONI, D. Normas para prevenção e controle de infecções em endoscopia digestiva: Manual da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva. São Paulo: SOBED, 1993.

VENNOK, A.; GOODNIGHT, J.; SMITH, N.G.; TAYLOR, C.; GILDEN, R.; FIGLIN, R.A. Practice GUIDELINES FOR GASTRIC CANCER. Cancer J. Sci. Am., v.2, n.3, suppl. A, p.545-552, 1996.

VILLAKO, K.; KEKKI, M.; MAAROOS, H.I.; SIPPONEN, P.; UIBO, R.; TAMMUR, R.; TAMM, A. Chronic gastritis: progression of inflammation and atrophy in a six-year endoscopic follow-up of a random sample of 142 Estonian Urban subjects. Scand. J. Gastroenterol., v.186, p.135-141, 1991.

VILLAKO, K.; KEKKI, M.; TAMM, A.; TAMMUR, R.; SAVISAAR, E.; VIIRSALU, V.; SIPPONEN, P. Epidemiology and dynamics of gastritis in a representative sample of Estonian urban population. Scand. J. Gastroenterol., v.17, p.601-607, 1982.

WATANABE, Y.; OZAWA, K.; HIGASHI, A. et al. Helicobacter pylori infection and atrophic gastritis: a case-control study in a rural town of Japan. J. Clin. Gastroenterol., v.25, p.391-394, 1997.

WILLIAMS, M.P.; POUNDER, RE. Helicobacter pylori: from the benign to the malignant. Am. J. Gastroenterol., v.94, suppl. p.11-16, 1999.

WITTEMAN, E.M.; MRAVUNAC, M.; BECX, M.J.; HOPMAN, W.;VERSCHOOR, J.S.; TYTGAT, G.N.; DE KONING, R.W. Improvement of gastric inflammation and resolution of epithelial damage one year after eradication of Helicobacter pylori. J. Clin. Pathol., v.48, p.250-256, 1995.

WONG, B.C.; LAM, S.K.; CHING, C.K. et al. Seroprevalence of cytotoxin-associated gene A positive Helicobacter pylori strains in Changle, na area with high prevalence of gastric cancer in south China. Aliment Pharmacol. Ther., v.13, p.1295-1302, 1999.

WONG, B.C-Y, LAM, K., S.; WONG, W.M. et al. Helicobacter pylori Eradication to Prevent Gastric Cancer in a High-Risk Region of China. JAMA, v.291, n.2, p.187-194, Jan. 2004.

YAMADA, T.; ICHIKAWA, H. X-ray diagnosis of elevated lesions of the stomach. Radiology, v.110, p.79, 1974.

118

YAMAOKA, Y.; KITA, M.; KODAMA, T.; SAWAI, N.; IMANISHI, J. Helicobacter pylori cagA gene and expression of cytokine messenger RNA in gastric mucosa. Gastroenterology, v.110, p.1744-1752, 1996.

YAMAOKA, Y.; KITA, M.; KODAMA, T.; SAWAI, N.; KASHIMA, K.; IMANISHI, J. Induction of various cytokines and development of severe mucosal inflammation by cagA gene positive Helicobacter pylori strains. Gut, v.41, p.442-451, 1997.

YASUI, W.; YOKOSAKI, H.; FUJIMOTO, J.; NAKA, K.; KUNIYASU, H.; TAHARA, E. Genetic and epigenetic alterations in multi-step carcinogenesis of the stomach. J. Gastroenterol., v.35, p.111-115, 2000.

YOU, W.C.; ZHANG, L.; GAIL, M.H. et al. Gastric dysplasia and gastric cancer: Helicobacter pylori, serum vitamin C and other risk factors. J. Natl. Cancer Inst., v.92, p.1607-1612, 2000.

ZANG, Y. Typing and grading of gastric dysplasia. In: ZANG, Y.; KAWAI, K. (Ed.). Preconcerous conditions and lesions of the stomach. Berlim: Spring-Verlag, 1993. p. 64-84.

ZANGHIERI, G.; DI GREGORIO, C.; SACCHETTI, C. et al. Familial ocorrence of gastric cancer in the 2-year experience of a population-based registry. Cancer, v.66, p.2047-2051, Nov.1990.

ZHANG, Z.W.; PATCHETT, S.E.; PERRET, D.; DOMIZIO, P.; FARTHING, M.J. Gastric α-tocopherol and beta-catotene concentrations in association with Helicobacter pylori infection. Eur. J. Gastroenterol. Hepatol., v.12, p.497-503, 2000.

119

ANEXOS

120

ANEXO A – Questionário

Projeto de Pesquisa – Questionário

GRUPO DE ESTUDO

Prevalência de lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter pylori em pacientes com história familiar de câncer gástrico

FICHA N° : _______ DATA:___ /___ /_______ Preenchido por : ____________________________________________________________________ 1.IDENTIFICAÇÃO 1.1 Paciente: ____________________________________________________________________ 1.2 Sexo:1. Masculino2. Feminino 1.3 Idade:_____1.4 Data de Nascimento:_____/____/_____ 1.5 Naturalidade:________________________ 1.6 Procedência: _________________________ 1.7 Endereço: ___________________________________________________________________ 1.8 Fone contato: ______________________ 1.9 Referência: _____________________________ 1.10 Cidade:_____________________________1.11 Estado: ______________________________ 2.HISTÓRIA CLÍNICA 2.1) Queixa Principal:_____________________________________________________________ 2.2) Dor: 1.Queimação 2.Pontada 3. “Roendo” 4.Tipo “fome” 5.Outra ___________________________________________________________________ 2.3) Localização: 1.Epigástrica 2. Hipocôndrio direito 3. Costas 4.Outra ___________________________________________________________________ 2.4) Dor noturna: 1.Freqüente 2.Rara 3.Nunca 2.5) Relação com o estresse: 1.Sim 2.Não 2.6) Alívio da dor: 1.Alimentação 2.Antiácidos 3.Antagonista H2 4.Inibidor bomba de prótons 5.Outros: ________________________________________ 2.7) Hematêmese: 1.Sim 2.Não 2.8)Melena : 1.Sim 2. Não 2.9) Perda de peso?: 1.Sim 2.Não; Quantos quilos?_____Há quanto tempo?_______________ 2.10) Empachamento?: 1.Sim 2.Não 2.11)Azia? 1.Sim 2.Não 2.12) Disfagia? 1.Sim 2.Não 2.13) Endoscopia prévia? 1.Sim 2.Não Quantas? ____________________________________ Resultados: ________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 2.14) História de úlcera na família? 1.Sim; Qual o parentesco? ____________________________ 2.Não 2.15) Câncer gástrico na família (parente em 1º grau)? 1.Sim; Qual o parentesco?____________

2.Não 2.16) Câncer na família em outros sítios? 1.Sim Local: ________________________________ 2.Não 2.17) Uso freqüente de AINES (Anti-inflamatórios Não-Esteroidais)?: 1.Sim Qual?________________________ 2.Não 2.18) Em uso atual (Últimos 30 dias)? 1.Sim 2.Não

121

2.19) Fumante (atual)?: 1.Sim 2.Não 2.20) Etilista? 1.Sim 2.Não 2.21) Uso freqüente de antibióticos ? 1.Sim 2.Não 2.22) Em uso atual (Últimos 30 dias)? 1.Sim Qual_____________ 2.Não 2.23) Uso freqüente de anti-secretores? 1.Sim 2. Não 2.24) Em uso atual (Últimos 30 dias)? 1.Sim 2. Não 3.CONDIÇÕES PSICO-SOCIAIS 3.1) Tipo de moradia: 1.Alvenaria 2.Taipa 3.Madeira 4.Papelão 5.Outro 3.2) Quantos cômodos?_________________________ 3.3) Quantas pessoas residem? ___________________ 3.4) Possui rede de esgoto? 1.Sim 2.Não 3.5) Possui água encanada? 1.Sim 2.Não 3.6) Possui banheiro na casa? 1.Sim 2.Não 3.7) Tipo de ingesta da água: 1.Sem tratamento 2.Filtrada 3.Fervida 4.Ozonizada 5.Mineral 6.Outros__________________________________________ 3.8) Formação escolar: 1.Analfabeto 2.Semi-analfabeto 3.1°grau incompleto 4.1° completo 5. 2° incompleto 6. 2° completo 7. 3° incompleto 8.Nível superior 3.9) Estado civil: 1. Solteiro 2.Casado 3.Divorciado 4.Outros_______ 3.10) Profissão:__________________________________________________ 3.11) Renda Mensal: 1.< 1 SM 2. 1 SM a 2 SM 3. 2 SM a 3 SM 4. 3 SM a 5 SM 5. > 5 SM 4.HÁBITOS ALIMENTARES: 4.1 Ingesta freqüente de defumados? 1.Sim 2.Não 4.2 Ingesta freqüente de carnes secas/salgadas? 1.Sim 2.Não 4.3 Ingesta freqüente de farináceos? 1.Sim 2.Não 4.4 Ingesta freqüente de verduras/frutas cítricas? 1.Sim 2.Não 4.5 Forma de armazenamento/estocagem dos alimentos?________________ 4.5.1 Geladeira/Freezer: 1.Sim 2.Não 4.5.2 “salga” e “seca” as carnes 1.Sim 2.Não 4.5.3 Outros: 1.Sim Qual? ______________________ 2.Não 5.OBSERVAÇÕES: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

122

ANEXO B – Termo de Consentimento

Prevalência de lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter pylori em pacientes com história familiar de câncer gástrico

TERMO DE CONSENTIMENTO

Responsáveis: Dra.Lúcia Libanez Bessa Campelo Braga (Orientadora) Dr.Cicero Robério Araújo Motta (mestrando)

Você está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa. Sua participação é importante, porém não deve participar contra a sua vontade. Depois de ler as informações abaixo, ouça com atenção as explicações que lhe serão dadas e faça qualquer pergunta que desejar para que todos os procedimentos desta pesquisa sejam devidamente esclarecidos. O abaixo assinado___________________________________________________________________, ______anos, Ident. ________________SSP-CE, prontuário________________, declara que é de livre e espontânea vontade que está participando como voluntário do projeto citado acima e está ciente que: 1-O objetivo da pesquisa é avaliar a prevalência de uma bactéria denominada Helicobacter pylori, bactéria esta que se instala no estômago podendo causar gastrite, úlcera ou câncer gástrico, além de avaliarmos os fatores de risco para o Helicobacter pylori, bem como a correlação dos achados endoscópicos com o estudo anátomopatológico (estudo microscópico do tecido do estômago) através de biópsias (pequenos fragmentos) colhidos durante o exame endoscópico de forma totalmente indolor, permitindo identificar a presença de lesões precursoras do câncer gástrico; 2-Após ser informado sobre o preparo para o exame endoscópico (jejum de pelo menos 8 horas) solicitado pelo médico que o (a) consultou, você deverá ingerir por via oral medicamento dimeticona (Luftal®) gotas com objetivo de limpar o seu estômago permitindo melhor observação do mesmo durante o exame endoscópico; 3-Poderá ser necessário o uso de sedativos por via endovenosa para uma melhor tolerância ao exame, naqueles pacientes selecionados e que não apresentem contra-indicação ou riscos para o uso dos mesmos; O uso de medicamentos endovenosos poderá acarretar em hematomas ou flebites no local da punção, que são minimizados com a realização de pressão local por poucos minutos e compressas com água morna à posteriori ao exame; 4-Você não poderá tomar decisões importantes, conduzir veículos, guiar motos ou operar máquinas após o exame, caso tenha sido necessário fazer uso de sedativos endovenosos; aconselha-se vir acompanhado; 5-Deverá informar se é portador de alergias e/ou patologias concomitantes (doença cardíaca grave ou pulmonar) antes da realização do procedimento endoscópico; 6-Realizarei coleta de espécimes (pequenos fragmentos) através de biópsias do seu estômago, de forma totalmente indolor e com pequenos riscos de sangramento que logo será cessado. Esta coleta nos permitirá identificar a presença ou não do Helicobacter pylori, bem como avaliar as alterações microscópicas após análise complementar de um médico patologista;

123

7-O procedimento de endoscopia é um método importante no tocante ao diagnóstico das doenças do estômago, considerado seguro e baixos índices de complicações; siga as orientações do médico endoscopista, deixando o aparelho penetrar levemente pela garganta, respirando fundo pelo nariz e em poucos minutos o exame será completado; 8-Os equipamentos de endoscopia, bem como pinças apropriadas de biópsias serão desinfectados, entre cada exame, seguindo normas da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva - SOBED/AMB e as seringas e agulhas utilizadas no caso de sedação serão descartáveis; 9-Obteve todas as informações necessárias para decidir conscientemente sobre sua participação na pesquisa; 10-Tem a liberdade de desistir ou interromper a participação neste estudo no momento que desejar, sem necessidade de qualquer explicação e sem que isso venha a interferir no seu atendimento nesta Instituição; 11-Tem permissão para procurar os médicos responsáveis a qualquer dia e hora pelos telefones que lhe serão fornecidos (Dra.Lúcia Libanez : 223 69 82 / Dr. Robério Motta 231 68 10), no Ambulatório de Familiares de Pacientes com Câncer (sexta-feira, manhã; sala 14, 1º andar) ou no Ambulatório de Dispepsia (segunda-feira, manhã) no Setor de Ambulatórios do Hospital Universitário Walter Cantídio-UFC; 12-O resultado do exame será fornecido individualmente a cada paciente. Nenhum paciente será identificado quando da exposição ou divulgação do resultado final deste estudo; 13-Poderá contactar a Secretaria da Comissão de Ética (fone: 85.4009.8338) para apresentar recursos ou reclamações em relação ao estudo; 14-Os médicos responsáveis o manterão informado e prestarão qualquer tipo de esclarecimento quanto ao progresso da pesquisa, conforme solicitação do paciente. Fortaleza/CE, / /

_____________________________________________ Assinatura do paciente

Dr.Robério Motta-Res. (85) 2316810 Cel.(88) 99651701 Cons.(88) 35119999 Dra.Lúcia Libanez-Res.(85) 2792045 Cel.(85) 99840738 Un.Pesq.(85) 2236982

124

ANEXO C- Ficha de Endoscopia UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLÍNICA MESTRADO EM CLÍNICA MÉDICA

Prevalência de lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter pylori em pacientes com história familiar de câncer gástrico

MESTRANDO: CICERO ROBÉRIO ARAÚJO MOTTA

ORIENTADORA: PROFª. DRA.LÚCIA LIBANEZ BESSA CAMPELO BRAGA

Ficha de Endoscopia Caso Nº l_l l_l l_l Nome: __________________________________________________ Sexo: 1.l_l M 2.l_l F Idade: l_l l_l (em anos) Topografia Descrição das lesões Marcar a casa não escrever Adequada ____________________________________________________________ 1.Esôfago 1.1 Normal* 1.Sim 2.Não 1.2 Hérnia Hiatal 1.Sim 2.Não 1.3 Exulceração 1.Sim 2.Não 1.4 Erosões 1.Sim 2.Não I_I l_l I_I 1.5 Ulcerações 1.Sim 2.Não 1.6 Barrett 1.Sim 2.Não 1.7 Outro(s) ________ 1.Sim 2.Não ____________________________________________________________ 2.Antro Gástrico 2.1 Normal 1.Sim 2.Não 2.2 Enantema 1.Sim 2.Não 2.3 Erosões 1.Sim 2.Não l_l l_l l_l 2.4 Edema 1.Sim 2.Não 2.5 Micronodularidade/ 1.Sim 2.Não Padrão Nodoso 2.6 Atrofia 1.Sim 2.Não 2.7Metaplasia Intestinal 1.Sim 2.Não 2.8 Úlcera 1.Sim 2.Não 2.9 Pólipo(s) 1.Sim 2.Não 2.10 Outro(s) _______ 1.Sim 2.Não

125

_____________________________________________________________ 3.Corpo Gástrico 3.1 Normal 1.Sim 2.Não 3.2 Enantema 1.Sim 2.Não 3.3 Erosões 1.Sim 2.Não l_l l_l l_l 3.4 Edema 1.Sim 2.Não 3.5 Micronodularidade 1.Sim 2.Não 3.6 Atrofia 1.Sim 2.Não 3.7 Metaplasia Intestinal 1.Sim 2.Não 3.8 Úlcera 1.Sim 2.Não 3.9 Pólipo(s) 1.Sim 2.Não 3.10 Outro(s) _______ 1.Sim 2.Não ___________________________________________________________ 4.Duodeno 4.1 Normal 1.Sim 2.Não 4.2 Hiperemia 1.Sim 2.Não 4.3 Erosões 1.Sim 2.Não l_l l_l l_l 4.4 Linfangiectasia 1.Sim 2.Não 4.5 Metaplasia Gástrica 1.Sim 2.Não 4.6 Úlcera Péptica 1.Sim 2.Não 4.7 Outro(s)_________ 1.Sim 2.Não ___________________________________________________________ 5.Diagnóstico 5.1. Normal l_l 5.2. Gastrite do antro l_l 5.3. Gastrite do Corpo I_I 5.4. Gastrite do antro e corpo l_l 5.5. Úlcera Gástrica l_l 5.6. Atrofia Antral I_I 5.7. Atrofia Corpal I_I 5.8. Atrofia Corpo e Antro I_I 5.9. Metaplasia Intestinal I_I 5.10. Outro(s): __________________________________ ____________________________________________________________ 6.Teste da Urease: ı_ı 6.1 ٱ Positivo ı_ı 6.2 ٱ Negativo ı_ı 6.3 ٱ Indeterminado ____________________________________________________________ 7.Observações: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ *Plexo veno-capilar da extremidade distal do esôfago visível;

126

ANEXO D - Ficha de Histopatologia UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLÍNICA MESTRADO EM CLÍNICA MÉDICA

Prevalência de lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter pylori em pacientes com história familiar de câncer gástrico

MESTRANDO: CICERO ROBÉRIO ARAÚJO MOTTA

ORIENTADORA: PROFª. DRA. LÚCIA LIBANEZ BESSA CAMPELO BRAGA

Ficha de Histopatologia Caso nº |_| |_| |_| Prontuário n° |_| |_| |_| |_| |_| |_| |_| Patologista : _______________________ Nome : ___________________________________________________________ Sexo: |_| ( M ou F) Idade : |_| |_| (em anos) 1- Por favor, anote para antro (A) e corpo (C) da seguinte maneira: 0: ausente - 1 : discreta – 2: moderada - 3: acentuada – 4: inadequada 1.1 Inflamação A |_| C |_| 1.2 Atividade A |_| C |_| 1.3 Atrofia A |_| C |_| 1.4 Metaplasia Intestinal A |_| C |_| 1.5 Displasia* A |_| C |_| * No item 1.5 considerar apenas 0: ausente, 1: baixo grau, 3: alto grau e 4: amostra inadequada. 2—Por favor, anote para antro (A) e corpo (C) da seguinte maneira: 0: ausente – 1: presente – 4: inadequada 2.1 Folículos Linfóides A |_| C |_| 2.2 Edema A |_| C |_| 2.3 Erosões A |_| C |_| 2.4 Atrofia degenerativa A |_| C |_| 2.5 Vacuolização citoplasmática A |_| C |_| 2.6 Diminuição de muco A |_| C |_| 2.7 Atipia regenerativa A |_| C |_| 2.8 Hiperplasia foveolar A |_| C |_|

127

3-Por favor, anote para antro (A) e corpo (C) da seguinte maneira: O: ausente – 1: raros - 2: número médio – 3: grande número – 4: inadequada 3.1 Helicobacter pylori A |_| C |_| 4- Diagnóstico anátomo-patológico (não anote nestas casas: |_| |_| |_|) 4.1 Normal |_| 4.2 Gastrite Crônica do Antro |_| 4.3 Gastrite Crônica do Corpo |_| 4.4 Gastrite Crônica do Antro e Corpo (Pangastrite) |_| 4.5 Gastrite Crônica com Atrofia do Antro |_| 4.6 Gastrite Crônica com Atrofia do Corpo |_| 4.7 Gastrite Crônica com Atrofia do Corpo e Antro |_| 4.8 Gastrite Crônica com Metaplasia Intestinal |_| 4.9 Gastrite Crônica com Atrofia e Metaplasia Intestinal |_| 4.10Úlcera Gástrica |_| 4.11Displasia |_| 4.12 Outro (s)______________________________________ |_| 4.13 Amostra Inadequada |_| 5- Observações :

128

ANEXO E - Ficha Índex Caso Universidade Federal do Ceará - UFC Faculdade de Medicina Departamento de Clínica Médica Mestrado em Medicina Clínica

FICHA ÍNDEX CASO

Prevalência de lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter pylori em pacientes com história familiar de câncer gástrico

DATA:___ /__ /___ Preenchido por: _____________________________________________________________ 1.IDENTIFICAÇÃO 1.1. Paciente:___________________________________________________________________ 1.2. Sexo: 1. Masc. 2. Fem. 1.3 Data de Nascimento: _____/_____/_____ 1.4 Idade ______ 1.5. Naturalidade:__________________1.6.Procedência:________________________________ 1.7. Contato/Fone:_______________________________________________________________ 1.8. Endereço:__________________________________________________________________ 1.9. Cidade:________________________________Estado:______________________________ 1.10. Tipo Sanguíneo: 1. Tipo A; 2.Tipo B; 3.Tipo AB; 4. Tipo O; 5. Não Identificado 1.11 Fator Rh: 1.Positivo; 2. Negativo; 3. Não Identificado 2.CONDIÇÕES PSICO-SOCIAIS 2.1) Tipo de moradia: 1.Alvenaria 2.Taipa 3.Madeira 4.Papelão 5.Outro 2.2) Quantos cômodos?____________2.3) Quantas pessoas residem?______________________ 2.4) Possui rede de esgoto? 1.Sim 2.Não 2.5) Possui água encanada? 1.Sim 2.Não 2.6) Possui banheiro na casa? 1.Sim 2.Não 2.7) Tipo de ingesta da água: 1.Sem tratamento 2.Filtrada 3.Fervida 4.Ozonizada 5.Mineral 6.Outros __________ 2.8) Formação escolar: 1.Analfabeto 2.Semi-analfabeto 3.1°grau incompleto 4.1° completo 5. 2° incompleto 6. 2° completo 7. 3° incompleto 8.Nível superior. 2.9) Estado civil: 1. Solteiro 2.Casado 3.Divorciado 4.Outros_______________ 2.10) Profissão: __________________________________________________________________ 2.11) Renda Mensal: 1.< 1 SM 2. 1 SM a 2 SM 3. 2 SM a 3 SM 4. 3 SM a 5 SM 5. > 5 SM

129

3.HISTÓRIA CLÍNICA 3.1 Sintomatologia : 1.Assintomático 2.Empachamento 3.Epigastralgia 4.Hematêmese 5.Melena 3.2 História de úlcera na família? 1. Sim 2. Não 3.3 História de câncer gástrico na família? 1. Sim Qual o parentesco? _________________ 2. Não 3.4 História de outros cânceres na família? 1. Sim 2. Não 3.5 Se sim, qual sítio? ___________________________________________________________ 3.6 Tabagismo? 1.Sim 2. Não 3.7 Etilismo? 1.Sim 2. Não 4.HÁBITOS ALIMENTARES 4.1 Ingesta freqüente de defumados? 1.Sim 2. Não 4.2 Ingesta freqüente de carnes secas/salgadas? 1.Sim 2. Não 4.3 Ingesta feqüente de farináceos? 1.Sim 2. Não 4.4 Ingesta freqüente de verduras e frutas (cítricas)? 1.Sim 2. Não 4.5 Forma de armazenamento dos alimentos (carnes/farináceos)?__________________________ 5.ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA 5.1 Local da Histopatologia: _____________________________________________________ 5.2 Lâmina Nº __________________ 5.3 Protocolo Nº________________________________ 5.4 Bloco N°______________________ 5.5 Data da Realização: ___/___/___ 5.6 Patologista:___________________________________ 5.7 Tipo de Tumor Gástrico: Não identificado .5ڤ ____________:Outro.4ٱ Misto.3ٱ Difuso.2ٱ Intestinal.1ٱ 5.8 Acometimento do Tumor: _____________________________________________________ 5.9 Invasão linfanodal: 1 ٱ.Sim 2ٱ.Não 5.10 Helicobacter pylori: 1ٱ.Presente 2ٱ.Ausente 3ڤ. Não identificado 5.11 Descrição Histopatológico: 5.12 Conclusão: __________________________________________________________________________________

6. INVESTIGAÇÃO ENDOSCÓPICA:

6.1 1. Sim 2. Não 6.2 LOCALIZAÇÃO DO TUMOR: 1. Antro 2.Corpo 3.Difuso (Corpo/Antro) 4. Não identificado 6.3 ASPECTO MACROSCÓPICO DO TUMOR:

1. Borrmann I; 2. Borrmann II; 3. Borrmann III; 4. Borrmann IV; 5. Não identificado 6.4 DESCRIÇÃO ENDOSCÓPICA:

130

7. CIRURGIA

7.1 Achados:__________________________________________________________________

7.2 Tipo de Cirurgia:____________________________________________________________

7.3 Data da Cirurgia:______/______/_______

7.4 Local da Cirurgia:___________________________________________________________

8.OBSERVAÇÃO:

________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________

131

ANEXO F - Ficha Caso Controle Universidade Federal do Ceará - UFC Faculdade de Medicina Departamento de Clínica Médica Mestrado em Medicina Clínica

FICHA CASO CONTROLE

Prevalência de lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter pylori em pacientes com história familiar de câncer gástrico

FICHA N° : DATA:_____ /_____ /______ Preenchido por : ___________________________________________________________ 1.IDENTIFICAÇÃO 1.1 Paciente: _________________________________________________________________ 1.2 Sexo: 1 ڤ.Masc. 2 ڤ.Fem 3.ڤ Idade: _____Data de Nascimento: ______/______/______ 1.4 Naturalidade:_______________________1.5 Procedência:__________________________ 1.6 Endereço:_________________________________________________________________ 1.7 Cidade:_______________________________1.8 Estado:___________________________ 1.9 Fone/Contato: _____________________________________________________________ 2.CONDIÇÕES PSICO-SOCIAIS 2.1) Tipo de moradia: 1.Alvenaria 2.Taipa 3.Madeira 4.Papelão 5.Outro 2.2) Quantos cômodos?________________ 2.3)Quantas pessoas residem?_____________ 2.4) Possui rede de esgoto? 1.Sim 2.Não 2.5) Possui água encanada? 1.Sim 2.Não 2.6) Possui banheiro na casa? 1.Sim 2.Não 2.7) Tipo de ingesta da água: 1.Sem tratamento 2. Filtrada 3.Fervida 4.Ozonizada 5.Mineral 6.Outros_________________________________________ 2.8) Formação escolar: 1.Analfabeto 2. Semi-analfabeto 3. 1° grau incompleto 4.1° completo 5. 2° incompleto 6. 2° completo 7.3° incompleto 8. Nível superior 2.9) Estado civil: 1. Solteiro 2.Casado 3.Divorciado 4.Outros_______________________________________ 2.10) Profissão: _______________________________________________________________ 2.11) Renda Mensal: 1.< 1 SM 2. 1 SM a 2 SM 3. 2 SM a 3 SM 4. 3 SM a 5 SM 5. > 5 SM

132

3.HISTÓRIA CLÍNICA 3.1 Sintomatologia : 1.Assintomático 2.Empachamento 3.Epigastralgia 4.Hematêmese 5.Melena 6.Outro (s) ______________________________ 3.2 História de úlcera na família? 1. Sim Qual o parentesco? ____________ 2. Não 3.3 História de câncer gástrico na família? 1. Sim Qual o parentesco? __________ 2. Não 3.4 História de outros cânceres na família? 1. Sim 2. Não 3.5 Se sim, Qual sítio?__________________________________ 3.6 Tabagismo? 1.Sim 2.Não 3.7 Etilismo? 1.Sim 2. Não 3.7 Uso freqüente de anti-inflamatórios (AINES)? 1.Sim Qual? ____________________ 2.Não 3.8 Em uso atual (Últimos 30 dias)? 1.Sim 2.Não 3.8 Uso freqüente de antibióticos? 1.Sim Qual?____________________________________ 2.Não 3.9 Em uso atual (Últimos 30 dias)? 1.Sim 2.Não 3.10 Uso freqüente de anti-secretores? 1.Sim Qual?____________________________________ 2. Não 3.11 Em uso atual (Últimos 30 dias)? 1.Sim 2. Não 3.12 Endoscopia prévia? 1.Sim; quantas? ___ 2. Não 3.13 Resultado da Endoscopia prévia: ___________________________________________________ 4.HÁBITOS ALIMENTARES 4.1 Ingesta freqüente de defumados? 1.Sim 2. Não 4.2 Ingesta freqüente de carnes secas/salgadas? 1.Sim 2. Não 4.3 Ingesta feqüente de farináceos? 1. Sim 2. Não 4.4 Ingesta freqüente de verduras e frutas (cítricas)? 1. Sim 2. Não 4.5 Forma de armazenamento dos alimentos (carnes/farináceos)?_____________________________

133

ANEXO G – Mapa de Biópsias Universidade Federal do Ceará - UFC Faculdade de Medicina Departamento de Clínica Médica Mestrado em Medicina Clínica

MAPA DE BIÓPSIAS

Prevalência de lesões precursoras do câncer gástrico e do Helicobacter pylori em pacientes com história familiar de câncer gástrico

Representação Esquemática dos locais de biópsias seguindo o protolo de

biópsias do Sistema de Sydney Modificado

(IA) : 1 fragmento do antro, seguindo pela pequena curvatura, junto a incisura angularis - histopatologia; (A1) : 1 fragmento do antro seguindo pela pequena curvatura à cerca de 2-3 cm do piloro - histopatologia; (A2) : 3 fragmentos do antro seguindo pela grande curvatura à cerca de 2-3 cm do piloro - histopatologia, urease e cultura; (B1) : 1 fragmento do corpo, seguindo pela pequena curvatura do corpo à aproximadamente 4 cm do ângulo. (B2) : 1 fragmento da porção média do corpo, pela grande curvatura, à aproximadamente 8 cm da cárdia.