101
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL EDILENE PEREIRA ANDRADE AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DE HIDROGÉIS PARA APLICAÇÃO NA AGRICULTURA FORTALEZA 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

EDILENE PEREIRA ANDRADE

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DE HIDROGÉIS PARA APLICAÇÃO NA

AGRICULTURA

FORTALEZA

2016

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

EDILENE PEREIRA ANDRADE

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DE HIDROGÉIS PARA APLICAÇÃO NA

AGRICULTURA

Monografia apresentada ao Curso de

Engenharia Ambiental do Departamento de

Engenharia Hidráulica e Ambiental da

Universidade Federal do Ceará, como requisito

parcial à obtenção do título de Bacharel em

Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Suetônio Mota. Co-orientadora: Prof. Drª. Maria Cléa Brito de

Figueiredo.

FORTALEZA

2016

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório
Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório
Balcão
Retângulo
Balcão
Retângulo
Balcão
Retângulo
Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

Aos meus pais, Edna e Carlos. Aos meus

irmãos Edicarla e Eric. Ao meu noivo, Mateus.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar forças quando tudo parecia mais difícil do que deveria estar.

A minha família pelo apoio e suporte sempre.

Ao meu noivo Mateus pelo seu apoio incondicional em todas as decisões, por todo seu

amor, pelo seu entusiasmo e por sempre acreditar em mim.

À Embrapa, pela oportunidade de estágio e pela excelente estrutura do trabalho.

A Prof. Dra. Maria Cléa Brito de Figueiredo, pela confiança desde o primeiro dia que

começamos a trabalhar. Também por ser sempre doce e por me passar tanto conhecimento.

Ao professor Dr. Suetônio Mota por aceitar ser meu orientador neste trabalho e por

suas excelentes aulas durante os 5 anos de graduação na UFC.

Ao Professor Ronaldo Stefanutti pelos 5 anos de aprendizado e confiança. O senhor

sabe da importância que teve na minha vida acadêmica.

A Professora Ana Bárbara por despertar o desejo em mim em ser professora. A

senhora é o maior exemplo de dedicação e empenho que podemos ter.

Ao Professor André Bezerra por suas aulas completíssimas e pela sua didática de

priorizar tudo. O senhor é um professor maravilhoso.

Agradeço ao grupo de “ACVistas” da Embrapa, em especial ao Diêgo, por toda sua

paciência me ajudando na resolução dos problemas que encontramos durante a realização do

trabalho e por suas revisões neste trabalho.

Ao Laboratório de Polímeros da UFC pela oportunidade de realizar parte do trabalho,

em especial à Maslândia e Carol, por suas considerações valiosas e pelo seu amplo

conhecimento.

Aos meus amigos Gabriela, João Victor pela paciência e por sempre tornar meus dias

mais leves.

Aos amigos e colegas de curso, em especial Isa e Diana, pelas boas conversas,

companheirismo e tira-dúvidas antes das provas.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

“Ás vezes é preciso dar um passo

atrás no caminho que você acha

que é certo para poder dar dois

passos à frente no caminho que

você tem certeza que é certo.”

(Jonatas Persan)

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

RESUMO

Hidrogéis superabsorventes são polímeros hidrofílicos reticulados que têm a capacidade de

sorver e manter em sua estrutura soluções aquosas sem se dissolverem. Os hidrogéis podem

ser puros ou estar misturados com cargas minerais, dando origem aos compósitos que tanto

diminuem os custos econômicos de produção, como agregam melhorias nas características

físicas e químicas dos hidrogéis sintetizados. O objetivo deste trabalho é comparar os

impactos ambientais, de dois processos de produção de hidrogéis superabsorventes em escala

laboratorial: sistema A, produção do hidrogel copolimérico de acrilamida-acrilato de potássio

(Pam Acril) e o sistema B, produção do compósito com casca de ovo (CalG20). Seguiram-se

as normas NBR ISO 14040 e 14044 para a Avaliação do Ciclo de Vida. A fronteira dos

sistemas desse trabalho abrange a produção dos hidrogéis (processos de síntese, lavagem e

secagem) e dos insumos (água, energia e reagentes químicos). A unidade funcional utilizada

foi um hidrogel com a capacidade de absorção de 1 L de água, implicando na necessidade de

produzir 1,368 g do hidrogel PamAcril e 0,901 g do CalG20 como fluxos de referência. O

programa utilizado foi o Sima Pro versão 8.0, e a base de dados foi a do Ecoinvent. Os

métodos utilizados para a avaliação dos impactos ambientais foram: o ReCiPe na versão

hierárquica, considerando os impactos de mudança climática, eutrofização, acidificação;

Pfister, para o estudo de escassez hídrica e o USEtox, para análise dos impactos de toxicidade

humana (cancerígena e não cancerígena) e ecotoxicidade. Os resultados desse estudo mostram

que o hidrogel produzido no sistema A gera maior impacto ambiental quando comparado ao

sistema B, em todas as categorias analisadas, causando cerca de duas vezes mais impacto. A

análise de incerteza pelo método de Monte Carlo confirma os resultados com uma

significância de mais de 95% em todas as categorias utilizadas para o estudo. Analisando

separadamente as etapas em ambos os sistemas, os maiores impactos se devem ao consumo de

energia na etapa de secagem e ao consumo de água na etapa de lavagem. Para redução dos

impactos nos dois sistemas, sugere-se modificações na etapa de secagem.

Palavras-chave: Impactos ambientais, acrilamida, casca de ovo, hidrogel

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

ABSTRACT

Superabsorbent hydrogels are crosslinked hydrophilic polymers that have the ability to absorb

and retain aqueous solutions in their structure without dissolving themselves. The hydrogels

may be pure or mixed with mineral fillers, creating the composites that decrease production

cost and improve physical and chemical characteristics of the synthesized hydrogels. It can be

found in eggshells in the form of calcite, implying their use in reducing the waste

management expenses. This study aims compare the environmental impacts of two hydrogels

superabsorbent production processes in laboratory scale: System A, copolymer hydrogel

production of potassium acrylamide acrylate (Pam Acril) and system B, the composite

production with bark egg (CalG20). This study is according to the ISO 14040 and 14044

standards for Life Cycle Assessment. The extension of this work system covers the

production of hydrogels (synthesis processes, washing and drying) and inputs (water, energy

and chemicals). The functional unit used was a hydrogel with the absorption of 1 liter

capacity, requiring 1,368 g of hydrogel PamAcril and 0,901 g and of CalG20 as reference

flows. The software used was version 8.0 Sima Pro, and the database was the Ecoinvent.The

methods used for assessing the environmental impacts were: the recipe in hierarchical version,

including the impacts of climate change, eutrophication, acidification; Pfister, for the study of

water scarcity and USEtox for analysis of the impacts of human toxicity (carcinogenic and not

carcinogenic) and ecotoxicity. The results of this study show that the hydrogel produced in the

system generates greater environmental impact when compared to the system B, in all

analyzed categories, causing about two times more impact. The uncertainty analysis by Monte

Carlo method check out the results with a significance of more than 95% in all categories

used in the study. Separately analyzing the steps in both systems, larger impacts are due to

energy consumption in the drying step and the water consumption by a washing step. To

reduce the impact on the two systems, it is suggested modifications in the drying step.

Key-words: Acrylamide, eggshell, environmental impacts, hydrogel

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Intumescimento de uma rede polimérica de um hidrogel hidrofílico ....................... 20

Figura 2: Interface existente entre um produto industrial e o meio ambiente .......................... 26

Figura 3: Ciclo de vida de um produto e seus impactos ambientais......................................... 26

Figura 4: As fases da ACV ....................................................................................................... 30

Figura 5: Etapas para construção do Inventário de Ciclo de Vida. .......................................... 33

Figura 6: Exemplo da etapa de Classificação e Caracterização de um estudo de ACV. .......... 38

Figura 7: Fases da interpretação dos resultados da ACV ......................................................... 43

Figura 8: Diferença entre os métodos de AICV ....................................................................... 45

Figura 9: Fronteira da ACV ...................................................................................................... 49

Figura 10: Síntese do Pam Acril ............................................................................................... 52

Figura 11: Pam Acril em repouso após síntese......................................................................... 53

Figura 12: Processo de lavagem do Pam Acril ......................................................................... 54

Figura 13: Hidrogel durante processo de secagem ................................................................... 56

Figura 14: Síntese do CalG20 ................................................................................................... 56

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1: Cálculo do indicador de midpoint para categoria de impacto m ........................... 37

Equação 2: Cálculo do indicador resultante para Escassez hídrica pelo Método de Pfister et al

(2009) ....................................................................................................................................... 40

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Avaliação de impacto ambiental comparativa de produção de hidrogel nos sistemas

A e B. ........................................................................................................................................ 62

Gráfico 2: Análise de incerteza pelo método de Monte Carlo, comparando os sistemas A e B.

.................................................................................................................................................. 63

Gráfico 3: Resultado da avaliação de impacto ambiental da produção do hidrogel no sistema

A. .............................................................................................................................................. 64

Gráfico 4: Resultado da avaliação de impacto ambiental da produção do hidrogel no sistema

B. .............................................................................................................................................. 65

Gráfico 5: Comparação percentual entre produção do Pam Acril com e sem a etapa de

secagem na estufa. .................................................................................................................... 67

Gráfico 6: Comparação percentual dos impactos causados na produção do CalG20 com e sem

a etapa de secagem na estufa. ................................................................................................... 69

Gráfico 7: Análise de impactos do sistema A (Pam Acril) sem a etapa de secagem na estufa 70

Gráfico 8: Análise de impactos do sistema B (CalG20) sem a etapa de secagem na estufa .... 72

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Categorias de impacto, descrição, método e indicadores. ........................................ 36

Tabela 2: Métodos de AICV de acordo com a sua abordagem ................................................ 46

Tabela 3: Entradas e saídas dos processos unitários na produção de 1,368 g de hidrogel no

sistema A. ................................................................................................................................. 59

Tabela 4: Entradas e saídas dos processos unitários na produção de 0,901 g de hidrogel no

sistema B. ................................................................................................................................. 61

Tabela 5: Comparação quantitativa entre produção do Pam Acril com e sem a etapa de

secagem na estufa. .................................................................................................................... 68

Tabela 6: Comparação quantitativa entre produção do CalG20 com e sem a etapa de secagem

na estufa .................................................................................................................................... 69

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACV Avaliação do Ciclo de Vida

AIA Avaliação de Impactos Ambientais

AICV Avaliação de Impactos do Ciclo de Vida

AT Acidificação Terrestre

CH4 Gás Metano

CO2 Gás Carbônico

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CTUh Unidade Comparativa de Toxicidade Humana

CTUe Unidade Comparativa de Toxicidade para Ecossistema

ECO Ecotoxicidade

ED Eutrofização de Águas Doces

EIA Estudo de Impacto Ambiental

EM Eutrofização Marinha

EH Escassez Hídrica

ICV Análise de Inventário do Ciclo de Vida

MC Mudanças Climáticas

PAG Potencial de Aquecimento Global

N Nitrogênio

N2O Óxido de Nitrogênio

P Fósforo

RIMA Relatório de Impacto Ambiental

SO2 Óxido de enxofre

THC Toxicidade Humana Cancerígena

THNC Toxicidade Humana Não Cancerígena

VF Verification Factor

WSI Water Stress Index

WTA Withdrawal to availability

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

Sumário 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16

2. OBJETIVOS........................................................................................................................ 18

2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 18

2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 18

3. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 19

3.1 Hidrogéis.............................................................................................................................20

3.2 Hidrogéis e suas aplicações relacionadas à água ................................................. 21

3.2.1 Hidrogéis na purificação de água ........................................................................... 21

3.2.2 Hidrogéis na produção agrícola .............................................................................. 22

3.2.3. Casca do ovo de galinha .......................................................................................... 24

3.3 Avaliação do Ciclo de Vida .................................................................................... 25

3.3.1 Fases da ACV ........................................................................................................... 30

3.3.2 Objetivo e escopo...................................................................................................... 30

3.3.3 Análise de inventário do Ciclo de Vida (ICV) ........................................................ 32

3.3.4 Avaliação de Impactos do Ciclo de Vida (AICV) ................................................... 33

3.3.4.1 Elementos obrigatórios.............................................................................................. 34

3.3.4.2 Elementos opcionais .................................................................................................. 38

3.3.4.3 Categorias de impacto utilizadas .............................................................................. 38

3.3.4.3.1 Escassez hídrica ......................................................................................................... 39

3.3.4.3.2 Eutrofização ............................................................................................................... 40

3.3.4.3.3 Mudanças climáticas ................................................................................................. 40

3.3.4.3.4 Toxicidade ................................................................................................................. 41

3.3.4.3.5 Acidificação ............................................................................................................... 42

3.3.5 Interpretação dos resultados .................................................................................... 43

3.3.6 Métodos de avaliação da ACV .................................................................................. 44

3.3.7 Elaboração do Relatório e Revisão Crítica .............................................................. 47

4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................. 47

4.1 Objetivos, escopo do estudo e unidade funcional .................................................. 49

4.2 Inventário: Coleta de dados ..................................................................................... 50

4.2.1 Materiais utilizados .................................................................................................... 51

4.2.2 Descrição do Sistema A ............................................................................................. 52

4.2.2.1 Síntese ......................................................................................................................... 52

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

4.2.2.2 Lavagem ..................................................................................................................... 54

4.2.2.3 Secagem ...................................................................................................................... 55

4.2.3 Descrição do Sistema B ............................................................................................. 56

4.2.3.1 Síntese ......................................................................................................................... 56

4.2.3.2 Lavagem ..................................................................................................................... 57

4.2.3.3 Secagem ...................................................................................................................... 57

4.3 Avaliação de impactos .............................................................................................. 57

4.4 Análise de cenários ................................................................................................... 58

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 58

5.1 Análise do inventário do Sistema A ........................................................................ 58

5.2 Análise do inventário do Sistema B ........................................................................ 60

5.3 Avaliação de impactos .............................................................................................. 62

5.3.1 Comparação dos dois processos ................................................................................ 62

5.3.2 Pam Acril (Sistema A) ............................................................................................... 63

5.3.3 CalG20 (Sistema B) ................................................................................................... 65

5.4 DISCUSSÃO DE ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DOS IMPACTOS

AMBIENTAIS NOS SISTEMAS A E B. .......................................................................................... 66

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 72

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 74

APÊNDICE A ........................................................................................................................ 84

APÊNDICE B ........................................................................................................................ 85

APÊNDICE C ........................................................................................................................ 86

APÊNDICE D ....................................................................................................................... 87

APÊNDICE E ....................................................................................................................... 88

APÊNDICE F ....................................................................................................................... 89

APÊNDICE G ....................................................................................................................... 90

APÊNDICE H ....................................................................................................................... 91

APÊNDICE I ........................................................................................................................ 92

APÊNDICE J ........................................................................................................................ 93

APÊNDICE K ....................................................................................................................... 94

APÊNDICE L ....................................................................................................................... 95

APÊNDICE M ...................................................................................................................... 96

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

APÊNDICE N ....................................................................................................................... 97

APÊNDICE O ....................................................................................................................... 98

APÊNDICE P ....................................................................................................................... 99

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

16

1. INTRODUÇÃO

Hidrogéis superabsorventes são polímeros reticulados que têm a capacidade de

sorver e manter em sua estrutura soluções aquosas com uma massa centenas e até milhares de

vezes maiores que a sua, sem perda de sua estrutura química por solubilização e/ou

degradação de suas cadeias hidrofílicas (FEKETE et al., 2014). A essa capacidade de elevada

absorção de água dá-se o nome de intumescência.

Segundo Wang e Boogher (1987), os hidrogéis são usados desde a década de 80

como condicionadores de solos, onde sua alta capacidade de absorção de água em um curto

intervalo de tempo e liberação lenta são características muito atrativas para uso na agricultura.

Além disso, por liberar lentamente essa água acumulada, torna-se um aliado para sistemas de

irrigação, melhorando a eficiência do uso de água na agricultura. Essas propriedades

associadas ao hidrogel são bastante relevantes quando se trata de ambientes com elevados

índices de escassez, como, por exemplo, o semiárido brasileiro.

Quando puros os polímeros mostram propriedades que muitas vezes não

correspondem às especificações técnicas que deveriam ter os produtos finais fabricados a

partir deles (LIMA, 2007). Soma-se a isso o fato de possuírem um alto custo de produção.

Assim, cargas minerais têm sido utilizadas em misturas com os mais variados tipos de

polímeros, misturas estas chamadas compósitos, que têm por finalidade diminuir os custos e,

mais importante, agregar melhorias nas características físicas e químicas dos produtos que

serão fabricados (BOTELHO, 2006). Esses minerais têm a capacidade de aumentar tanto a

resistência mecânica das matrizes poliméricas quanto a capacidade de absorção desses

materiais (ZHANG e WANG, 2007).

Talco, pirofilita, calcita, dolomita, caulinita, esmectita, muscovita, quartzo,

wollastonita e barita são os principais minerais utilizados como cargas em polímeros no

Brasil, devido à abundância na natureza. Estes minerais apresentam baixos custos de extração

e fragmentação e seus preços no mercado são relativamente baixos.

O carbonato de cálcio, principal componente da calcita, é um dos materiais mais

absorventes que existem na natureza (FAN, 2007). A casca de ovo é composta por 94% de

carbonato de cálcio, na forma de calcita e, como a maioria dos resíduos industriais, ela é

descartada no ambiente, com potencial de gerar poluição do meio (MURAKAMI et al, 2007;

IYER e TORKELSON, 2014).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

17

Assim como todo produto, o hidrogel tem potencial de gerar impactos ambientais,

sendo necessário identificar os aspectos ambientais relacionados ao ciclo de vida desse

produto para indicar alternativas de produção menos impactantes, evitando-se problemas

antes da sua produção em escala industrial. É importante identificar e comparar os vários

processos viáveis de produção de hidrogel e, dessa maneira, poder “escolher” aquele que

causará menor impacto na natureza e nos seus recursos. Uma maneira de avaliar os impactos

ambientais relacionados ao ciclo de vida de um produto, sejam positivos ou negativos no

meio ambiente, é utilizando a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).

A ACV é uma metodologia que determina os impactos causados no meio ambiente por

um produto, processo e serviço, levando em consideração todos os processos produtivos e de

consumo relacionados ao produto. Um estudo utilizando a ACV mostra o impacto potencial

causado pelo produto, processo ou serviço. Além do mais, essa metodologia está em constante

evolução devido a atual importância de assuntos relacionados ao meio ambiente, sendo por

isso largamente utilizada por empresas e governos para dar suporte a suas decisões.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

18

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Identificar os impactos ambientais causados por dois processos de produção de

hidrogéis, em escala experimental, para aplicação na agricultura e definir qual processo é o

que provoca menor impacto no meio ambiente.

2.2 Objetivos específicos

Inventariar dois processos de produção de hidrogel;

Realizar a avaliação de impacto comparativa do hidrogéis desses dois

processos;

Identificar em qual etapa da produção se deram os maiores impactos;

Propor melhorias na produção dos hidrogéis.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

19

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Hidrogéis

Hidrogéis são polímeros hidrofílicos reticulados que possuem capacidade de reter

grandes quantidades de água ou solução salina em sua estrutura.

Através de uma polimerização térmica em meio aquoso de ácido acrílico e

divinilbenzeno, em 1938, iniciou-se a produção dos primeiros polímeros absorvedores de

água (BUCHHOLZ, 1996). Os hidrogéis surgiram na década de 50 com uma capacidade de

intumescimento variando entre 40 a 50%, e eram utilizados na oftalmologia na composição

das lentes de contato. Em 1978, polímeros superabsorventes começaram a ser produzidos no

Japão para uso em absorventes femininos; já na Alemanha, em 1980, foram empregados em

fraldas descartáveis para crianças.

As pontes de hidrogênio existentes nas suas ligações são as responsáveis pelas

fortes interações entre o hidrogel e a água, sendo esse processo de intumescimento

coordenado por fatores físicos e ambientais. Pode-se citar como fatores físicos favoráveis ao

intumescimento a presença de forças de coesão, grupos hidrofílicos, baixa densidade de

reticulação e flexibilidade da cadeia do polímero. Já as mudanças de pH, forças iônicas,

temperatura, composição do solvente são fatores ambientais que prejudicam o processo de

absorção de água pelo gel.

O hidrogel intumesce por meio de uma ampliação de seu volume como

consequência da retenção do líquido no interior da sua estrutura. À medida que a água é

absorvida pelo hidrogel, passa a ocupar os espaços entre as cadeias poliméricas fazendo com

que estas se estendam procurando uma nova configuração, dado que a presença da água no

sistema provoca a expansão e a reorganização das cadeias. Dessa maneira, ocorre um

fenômeno osmótico que direciona o solvente para o interior do hidrogel até que se atinja um

equilíbrio e assim o hidrogel para de absorver água em sua estrutura (AOUADA, 2006). A

Figura 1 exemplifica o intumescimento de uma rede polimérica hidrofílica, mostrando as

interações entre as moléculas de água, através de ligações de hidrogênio, com os grupos

hidrofílicos fixos na rede.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

20

Figura 1: Intumescimento de uma rede polimérica de um hidrogel hidrofílico

Fonte: RUDZINSKI et al. ( 2002)

Os hidrogéis podem ser aplicados em diversos campos como, por exemplo: na

indústria de alimentos como agentes espessantes (ARENAS, 2012), na oftalmologia

compõem as lentes de contato (KLAUS et al.,1990) e substrato para engenharia de tecidos

(KRSKO e LEBETA, 2005), e na odontologia estão presentes em implantes (FERNANDES,

2013). Além disso, são empregados no tratamento de queimaduras (KIYOZUMI et al., 2007),

preenchimento de ossos esponjosos (ZHANG et al., 2009), substituição de cartilagens

(LEONE et al., 2008), liberação controlada de fármacos (KARADAG et al., 2014),

capacitores (LEE e WU, 2008), baterias (IWAKURA et al., 2005), sensores (YU et al., 2008),

dispositivos ópticos e janelas inteligentes (AOUADA et al., 2006), entre outros.

Polímeros reticulados com elevado grau de intumescimento em água ou solução

salina podem ser elaborados a partir de macromoléculas com elevada tendência hidrofílica e

alta flexibilidade, geralmente em combinação com cadeia de polieletrólito natural (OMIDIAN

et al, 1999). As associações com poliacrilamida contendo certa quantidade de grupos

ionizáveis na forma de unidades de ácido acrílico são as tendências mais favoráveis na

pesquisa. A formação de hidrogéis pode ser realizada através de vários métodos físicos e

químicos, sendo os mais comuns (PEPPAS e MIKOS, 1986):

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

21

Copolimerização e reticulação simultânea de um ou mais monômeros

monofuncionais e um monômero multifuncional seguido de intumescimento em

solvente apropriado.

Reticulação de um homopolímero ou copolímero em solução ou no estado sólido,

seguido do intumescimento em água ou fluido biológico.

A capacidade de retenção de água no hidrogel depende da elasticidade da parede,

da presença de grupos funcionais hidrofílicos (-OH, -COOH, -CONH2, -SO3H) na cadeia

polimérica, do grau de reticulação e do nível de porosidade do material. A presença de sais

solúveis também interfere na capacidade de retenção de água, sendo responsáveis pela

diminuição da capacidade de retenção de água quando estiverem presentes em altas

concentrações.

As indústrias que processam polímeros têm usado quantidades crescentes de

cargas minerais em misturas com polímeros. Paralelamente, diversos trabalhos de pesquisa

têm sido realizados no intuito de entender os comportamentos destes compósitos (LIMA,

2007). Essas pesquisas têm o objetivo de estabelecer a proporção de carga mineral mais

adequada para ser utilizada juntamente ao polímero, e, assim, conseguir uma melhoria das

propriedades do polímero (PAOLI et al, 2002).

Os carbonatos podem ser utilizados como cargas em polímeros, tendo o tamanho

de grão abaixo de 45µm, conseguidos a partir da moagem de rochas calcárias. Essas rochas

podem apresentar em sua composição apenas calcita (CaCO3) ou uma mistura de calcita e

dolomita [CaMg(CO3)2]. A incorporação da carga mineral no polímero acarreta uma

variedade de mudanças nas suas propriedades decorrentes do tipo de interação entre essas

duas fases da mistura (LIMA, 2007).

3.2 Hidrogéis e suas aplicações relacionadas à água

3.2.1 Hidrogéis na purificação de água

As indústrias e seus processos contribuem bastante para a contaminação de águas

residuais com metais tóxicos (cromo, níquel, cobre, chumbo, mercúrio e zinco), sendo sua

remoção um grande problema, pois a precipitação química por osmose reversa é incompleta.

Desse modo, o desenvolvimento de hidrogéis com capacidade de remover íons metálicos

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

22

através de complexação e mecanismo de troca iônica pode ser considerado uma possível

solução para esse problema.

Os hidrogéis copoliméricos de metacrilato de glicidila-co-dimetacrilato de

etilenoglicol com diferentes porosidades foram utilizados na retirada de Cu+2

, Cd+2

, Cr+3

sob

condições de não competitividade (NASTASOVI et al., 2004). A remoção de íons metálicos

de detritos e águas industriais também é um grande inconveniente, pois processos de

precipitação convencionais não geram resultados satisfatórios e as resinas sintéticas de troca

iônica têm custo elevado. Hidrogéis inteligentes, obtidos a partir de polímeros naturais estão

sendo constantemente estudados para a remoção de íons metálicos de águas residuais.

O intumescimento de hidrogéis copoliméricos à base de acrilamida e acrilato de

sódio sofreu uma rápida variação de volume quando postos em soluções de Ni+2

e Ba+2

,

provando que esses hidrogéis são fortes candidatos para remoção de íons bivalentes tóxicos de

soluções aquosas (BAJPAI e JOHNSON, 2005). Hidrogéis de poliacrilamida modificada

foram usados para a remoção dos metais pesados Cu+2

, Cd+2

e Pb+2

, os quais após serem

reutilizados por regeneração não perderam a capacidade de absorção (KASGOZ, OZGUMUS

e ORBAY, 2003).

Indústrias de plásticos, de papel, de cosméticos e as têxteis utilizam corantes para

dar cor aos seus produtos. Corantes esses que poluem a água bastando apenas uma quantidade

bem pequena para dar uma coloração bem visível à água, podendo ser tóxico à vida aquática

(DELVAL et al., 2005). Os corantes afetam a natureza da água e inibem a penetração da luz

solar nos rios reduzindo as suas atividades fotossintéticas. Devido a isso, os efluentes desses

tipos de indústrias precisam de tratamentos adequados para a remoção desses contaminantes.

A remoção do corante Índigo Carmim de um meio aquoso foi proposta utilizando

hidrogéis amino funcionalizado de acrilamida e ácido maléico e poli (N-

hidroximetilacrilamida) com incorporação de grupos amina via reação de aminação

(KASGÖZ, 2005, 2006). A remoção do corante catiônico Basic Blue 17 foi estudada

empregando hidrogéis adsorventes de acrilamida e acrilato de sódio utilizando diferentes

agentes de reticulação (UZUM e KARADAG, 2006).

3.2.2 Hidrogéis na produção agrícola

Desde muito tempo o homem vem buscando formas de irrigação de plantas. Um

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

23

sistema que armazene água e, em seguida, libere para a planta de forma gradual é de grande

valia. Elementos porosos podem ser utilizados como reservatórios e emissores de água.

Um condicionador de solo é caracterizado por todo material natural ou sintético,

que, quando adicionado ao solo, modifica de maneira favorável as suas características

estruturais, na proporção que eleva sua capacidade de retenção de água, favorecendo a

permeabilidade do solo e também as taxas de infiltração (KÄMPF e FERMINO, 1999).

Hidrogéis superabsorventes ganham destaque devido sua característica de

incorporar melhorias significativas nas propriedades do solo (NIMAH, RYAN e

CHAUDHRY, 1983; WANG e BOOGHER, 1987). Dentre essas melhorias podem ser

apontadas:

Intensificação da capacidade de retenção de água do solo;

Crescimento da capacidade de retenção de nutrientes móveis, como o nitrato,

diminuindo consideravelmente a lixiviação desses nutrientes;

Aumento do uso eficiente de água;

Nos casos de plantios irrigados, há redução da frequência de irrigação diminuindo

os custos com essa atividade;

Melhoria da permeabilidade do solo e a infiltração à água.

Assim, uma importante função para hidrogéis superabsorventes na agricultura é

na área de tecnologia de liberação controlada de água que é fortemente dependente da

estrutura química do hidrogel, do pH e da temperatura de intumescimento. Um sistema de

liberação controlada por meio de uma matriz polimérica é bastante vantajoso, pois se utiliza

uma quantidade muito menor do agente ativo, seja ele água ou um insumo químico

(AOUADA, 2006).

MARQUES et al. (2013) investigaram o uso de hidrogéis na irrigação de mudas

de café. Os autores observaram que o uso do hidrogel proporcionou mudas de qualidade

semelhantes ao método tradicional de irrigação. Thomas (2008) explicou que o hidrogel

melhora a sobrevivência das mudas, pois permite que as raízes das plantas cresçam por dentro

dos grânulos do polímero hidratado, com maior superfície de contato entre raízes, água e

nutrientes.

Em relação à contaminação do solo, os hidrogéis superabsorventes quando

misturados com a terra, têm a capacidade de absorver parte da solução fertilizante em

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

24

partículas gelatinosas, em volta das quais as raízes podem crescer extraindo de forma

gradativa os elementos nutrientes retidos na zona superficial do solo (ROSA, BORDADO e

CASQUILHO, 2008).

Os agroquímicos são utilizados para aumentar uma ocasional colheita. Entretanto,

a aplicação convencional de agroquímicos pode resultar em contaminação da água do subsolo.

Uma alternativa para contornar esse problema é realizar aplicações mais controladas, para que

se reduzam as quantidades de agentes ativos, sem prejudicar sua eficiência. A substituição do

método convencional de manejo de agroquímicos por sistemas de liberação controlada além

de evitar o risco de saúde do agricultor, oferece também uma maneira de minimizar o

desperdício do agente ativo (BAJPAI e GIRI, 2003).

A combinação de agroquímicos com materiais poliméricos tem despertado grande

interesse nas últimas décadas, objetivando obter formulações com propriedades de liberação

controlada (KOK et al., 1999). Esses materiais poliméricos carregados intumescem e

posteriormente liberam o composto carregado no ambiente em que se deseja, constituindo a

base da tecnologia de liberação do agente ativo.

Os objetivos das formulações de liberação controlada são a proteção do

fornecimento do agente ativo para permitir a sua liberação automática no alvo a uma taxa

controlada e manter sua concentração no sistema dentro de um limite ótimo sobre certo

período de tempo, produzindo grande especificidade e constância (BAJPAI e GIRI, 2002).

3.2.3 Casca do ovo de galinha

Em 2014, a produção nacional de ovos de galinha foi de 2,826 bilhões de dúzias,

o maior número já registrado na série histórica da pesquisa, iniciada em 1997, representando

um aumento de 3,1% em relação ao ano anterior (AGÊNCIA BRASIL, 2015).

A casca de ovo é considerada resíduo classe II B, não perigoso e inerte.

Atualmente, o método mais comum de destinação final para esse resíduo é a disposição em

aterros por ser mais barato. Entretanto, devido aos níveis crescentes de impostos e restrições

criadas para a utilização dos aterros, esta opção se torna cada vez menos atraente.

Além disso, a casca do ovo é um resíduo que possui valor devido a sua

composição, podendo ser aproveitada como matéria-prima para obtenção de produtos de alto

valor agregado. A casca do ovo serve como base para desenvolvimento de produtos na

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

25

indústria cosmética, suplementos alimentares, bases biocerâmicas, fertilizantes, implantes

ósseos e dentários, e como agentes antitártaro em cremes dentais (MURAKAMI, 2006).

A casca de ovo é rica em minerais, tais como o carbonato de cálcio (94% do peso

da casca), carbonato de magnésio (1%) e fosfato de cálcio (1%) (NEVES, 1998). Observa-se

que o cálcio está presente em maior quantidade, sendo encontrado na forma de carbonato de

cálcio na proporção de 40% biodisponível do produto em pó (PERES e WASZCZYNSKYJ,

2010).

As cargas minerais têm sido utilizadas como carga em compósitos com os mais

variados tipos de polímeros. Essas misturas têm como finalidade baratear os custos e, além

disso, agregam melhorias das características físicas e químicas dos hidrogéis fabricados. Os

trabalhos de Li e Wang (2005), Almeida Neto (2010) e Lima (2008) compararam o

comportamento de hidrogéis com e sem mineral. Os resultados mostram que a incorporação

de mineral aos hidrogéis reduz a porcentagem de perda na capacidade de absorção de água

dos compósitos quando os mesmos são submetidos a cinco ciclos de intumescimento e

secagem. Os materiais sem mineral têm uma porcentagem de perda média de 48,7%,

enquanto que os compósitos perdem em média 35,3% de sua capacidade de absorção após 5

ciclos.

3.3 Avaliação do Ciclo de Vida

Todo produto, não importa de que material seja feito, madeira, vidro, plástico,

metal ou qualquer outro elemento, provoca um impacto no meio ambiente, seja em função de

seu processo produtivo, das matérias-primas que consome, ou devido ao seu uso e disposição

final (CHEHEBE, 1997).

Segundo Chehebe (1997), a crescente preocupação com os impactos ambientais

gerados pela provisão de bens e serviços à sociedade tem sido indutora do desenvolvimento

de novas metodologias que visam auxiliar na compreensão, controle e/ou redução desses

impactos. A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma dessas metodologias e considera todo

o ciclo de vida do produto, desde a extração da matéria-prima utilizada na produção, passando

pelo seu uso e finalizando com a disposição final do produto. A Figura 2 mostra a interface

existente entre um produto industrial e o meio ambiente:

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

26

Figura 2: Interface existente entre um produto industrial e o meio ambiente

Fonte: CHEHEBE (1997)

A ACV é uma metodologia gerencial que avalia os impactos potenciais causados

no meio ambiente por produtos, processos ou serviços. O enfoque gerencial da ACV

constitui-se em uma forte tentativa de integração da Qualidade Tecnológica do Produto, da

Qualidade Ambiental e do Valor Agregado para o consumidor e para a sociedade

(CHEHEBE, 1997). O resultado de uma ACV é quantitativo, sendo contabilizados os fluxos

de entrada e saída e os impactos ambientais potenciais associados a um produto ou processo

durante todo o seu ciclo de vida.

Em um estudo ACV identificam-se e quantificam-se os aspectos ambientais -

elementos das atividades, produtos ou serviços de uma organização que podem interagir com

o meio ambiente - e avalia os impactos - efeito de qualquer tipo de ação sobre o meio

ambiente - potenciais associados a um produto, processo ou serviço causados ao meio

ambiente atribuídos aos seus ciclos. O ciclo de vida de um produto, processo ou serviço

envolve desde a extração de recursos naturais até a sua disposição final, como mostrado na

Figura 3:

Figura 3: Ciclo de vida de um produto e seus impactos ambientais

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

27

Fonte: USEPA (2001)

Estudos de ACV tiveram início nas décadas de 60 e 70, nos Estados Unidos, para

contabilização do uso cumulativo de energia e materiais. Naquela época esses estudos eram

denominados Resourse and Environmental Profile Analysis. Um dos primeiros trabalhos

realizados foi conduzido pelo Midwest Research Institute, a pedido da Coca-Cola, e consistia

em uma avaliação para saber qual tipo de embalagem, plástico ou vidro, era melhor do ponto

de vista ambiental. Embora nunca tenha sido publicada na integra devido ao seu caráter

confidencial, essa pesquisa mostrou que o plástico não era pior que o vidro, como se

imaginava na época (FERREIRA, 2004).

Apesar de surgido nas décadas de 60 e 70, o aumento de estudos de ACV na

Europa e nos Estados Unidos ocorreu a partir dos anos 90, evidenciado pelo número de

workshops e fóruns organizados. Atualmente, essa metodologia continua em processo de

desenvolvimento com o objetivo de incorporar mais categorias de impactos ambientais e

reduzir incertezas dos estudos.

A metodologia de ACV auxilia tanto pesquisadores no desenvolvimento de

inovações de reduzidos impactos ambientais quanto às indústrias no aumento da eficiência

dos seus processos, redução de custos e promoção do marketing verde de seus produtos. Além

desses atores, o setor governamental pode se amparar nos resultados dos estudos de ACV para

a elaboração de políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis.

O uso da ACV também é importante para mostrar a empresas, consumidores e

governos que suas responsabilidades não estão limitadas à produção e à condução de

processos, mas considerando todo o ciclo de vida do produto. Pode-se continuamente

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

28

identificar pontos críticos e oportunidades de melhorias nos processos produtivos de consumo

e pós-consumo combinando-se de maneira mais eficiente aspectos econômicos e ambientais.

Produtos e processos interagem com os setores econômicos e sociais no decorrer

de seus ciclos de vida. Essa interação dos aspectos socioeconômicos com os aspectos

ambientais transforma o conceito da ACV em uma análise da sustentabilidade do ciclo de

vida de um produto ou processo, uma área de grande importância para indústrias e países que

discutem o desenvolvimento sustentável (UNEP/SETAC, 2005).

A ACV serve de subsídio às estratégias de marketing, como declarações

ambientais ou esquemas de rotulagens, além de ajudar a evitar declarações simplistas de

concorrentes não baseadas em uma análise mais ampla do sistema de produção (CHEHEBE,

1997).

No Brasil, a ACV foi formalmente introduzida em 1993 com a criação de um

subcomitê do Grupo de Apoio à Normalização (GANA) destinado particularmente à

Avaliação do Ciclo de Vida. Já em 1998, as atividades passaram a ser controladas pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que regulamenta o método através das

normas NBR ISO 14000 (ABNT).

As normas da série NBR ISO 14040 foram estruturadas da maneira a seguir:

ABNT NBR ISO 14040 – Análise do Ciclo de Vida – Princípios e Práticas Gerais;

ABNT NBR ISO 14041 – Análise do Ciclo de Vida – Definição do objetivo e

escopo e Análise do Inventário;

ABNT NBR ISO 14042 – Análise do Ciclo de Vida – Avaliação dos Impactos;

ABNT NBR ISO 14043 – Análise do Ciclo de Vida – Interpretação dos

Resultados;

Atualmente essas Normas foram substituídas pelas Normas:

ABNT NBR ISO 14040:2009 (Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo

de Vida – Princípios e Estrutura); e

ABNT NBR ISO 14044:2009 (Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo

de Vida – Requisitos e orientações).

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

29

No passado, a abundância de estudos sobre o ciclo de vida dos produtos sem uma

metodologia normalizada propiciou alguns exageros que quase comprometeram a imagem

dessa metodologia de avaliação. Fase essa denominada por alguns autores como a fase de

guerras das ACV’s. Uma comparação detalhada entre dois estudos de ACV sobre embalagens

de papelão foi publicada em 1992 pela Ekvall, contratada pelo Swedish Paper and Packaging

Group para descobrir as razões por trás dos resultados conflitantes entre o estudo suíço

“Ökobilanz von Packstoffen” e o estudo sueco “Packaging and the Environment” feito por

Chalmers Industriteknik (CHEHEBE,1997). Os dois estudos aparentemente sobre o mesmo

tipo de embalagem e utilizando-se dos mesmos dados apresentavam consideráveis diferenças

nos resultados, devido, principalmente, aos dados de entrada das unidades de processo.

O caso relatado acima mostra a importância da qualidade dos dados utilizados em

um estudo ACV. Assim, torna-se mais compreensível a razão pela qual as normas ISO 14040

e 14041 preocupam-se tanto com a questão da transparência e dos aspectos éticos do método.

A metodologia de ACV não é restrita apenas a uma avaliação geral de toda a

cadeia de impactos de um processo, o chamado do “berço-ao-túmulo”, podendo também ser

realizada em certas etapas do ciclo de vida, como do “berço ao portão”, do “portão ao portão”

e do “portão ao túmulo”. Os diferentes escopos de estudos de ACV são mais bem explicados

a seguir de acordo com a norma ISO/TS 14048/2002:

“do berço-ao-portão” (cradle-to-gate): Escopo que envolve extração de recursos,

incluindo também algumas operações de fabricação ou operações de serviço,

parando nesse ponto, não segue até o destino final.

“do berço-ao-túmulo” (cradle-to-grave): Escopo que envolve todo o ciclo de vida

do produto, processo ou serviço, indo desde a extração de matérias-primas até a

sua disposição final.

“do portão-ao-portão” (gate-to-gate): Esse escopo envolve um processo em que

todas as fases de produção ocorrem dentro de um local (indústria). Processos que

estejam fora dos portões do local definido não estão incluídos.

No Brasil, a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) é parte do Estudo de

Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), necessárias

para obtenção das licenças ambientais das indústrias potencialmente poluidoras, segundo a

CONAMA 237/97. O uso das ferramentas citadas acima combinados com ACV pode ajudar

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

30

na melhor qualidade dos estudos ambientais e na tomada de decisões por parte das empresas

para a melhoria ambiental de seus processos e produtos.

3.3.1 Fases da ACV

Segundo a ISO 14040/09, a ACV consiste em quatro fases (Figura 4):

1. Definição de Objetivo e Escopo;

2. Análise do Inventário do Ciclo de Vida (ICV);

3. Análise de Impacto Ambiental de Ciclo de Vida (AICV);

4. Interpretação de Resultados.

Figura 4: As fases da ACV

Fonte: ISO 14040/09

Além dessas quatro fases mencionadas anteriormente, acrescenta-se a elaboração

do relatório e a revisão crítica do mesmo. Como é possível perceber, cada fase individual da

ACV usa os resultados das outras fases, e a abordagem interativa entre as fases contribui para

a compreensão e consistência tanto do estudo como dos resultados apresentados (HEIJUNGS

et al, 1992).

3.3.2 Objetivo e escopo

No primeiro passo de uma ACV, o objetivo e o escopo do estudo devem ser

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

31

determinados. Isto inclui uma exata formulação do que será investigado, e como esta

investigação será realizada. Além disso, as fronteiras do sistema são escolhidas e discutidas

(UNEP/SETAC, 2005).

A Norma ISO 14040 preconiza que na fase de definição dos objetivos seja

esclarecida de forma clara e inequívoca a utilização que se pretende dar aos resultados do

estudo, a que tipo de audiência se destina e o processo de revisão crítica que se pretende

adotar. Essas definições, que estabelecem a funcionalidade do sistema, devem ser dadas antes

da formulação da metodologia a ser utilizada e, como influenciam no resultado final,

representam uma etapa-chave de qualquer estudo de ACV (CHEHEBE, 1997).

O escopo se refere à aplicabilidade geográfica, tecnológica e temporal do estudo.

Deve-se definir quais os processos produtivos que serão considerados na avaliação, onde

esses processos ocorrem e qual a idade aceitável dos dados coletados. Deve-se definir também

como o estudo será atualizado, como a informação será trabalhada e onde os resultados serão

aplicados.

O objetivo de uma ACV deve incluir a aplicação pretendida, as principais razões

para a realização do estudo e o público-alvo. De acordo com a ISO 14044:2006, o escopo do

estudo identifica diversos elementos cruciais para a realização de um estudo em ACV. Em

meio aos variados itens assinalados pela ISO, devem ser apontados e diretamente descritos os

seguintes itens:

O sistema de produto a ser estudado;

Os limites do sistema de produto (fronteira);

As funções do sistema de produto;

A unidade funcional;

Os procedimentos de alocação, quando necessária;

As categorias de impacto a serem avaliadas;

Métodos de análise de impacto de ciclo de vida e subsequente interpretação que

será utilizada.

O sistema de produto a ser estudado representa uma série de subsistemas

(processos unitários) ligados entre si por fluxos de materiais ou de energia, que realizam uma

ou mais funções definidas (ISO 14040:2006). Já os limites do sistema de produto ou a

fronteira do sistema definem todos os processos e os fluxos ambientais de entrada e saída a

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

32

serem considerados no estudo da ACV. Embora a definição da fronteira do estudo seja uma

decisão subjetiva, é muito importante definir com clareza os critérios adotados na sua

demarcação. Os limites da ACV são geralmente apresentados em fluxogramas que mostram a

sequência principal do sistema de produto em estudo (CHEHEBE, 1997).

A função de um sistema é a definição clara das características de desempenho do

produto a ser avaliado, quando fabricado, utilizado e/ou descartado. Um sistema pode ter

várias funções possíveis. A função selecionada para um determinado estudo depende do

objetivo e do escopo do estudo. A quantificação ou medição dessa função identificada é

chamada de unidade funcional (CHEHEBE, 1997).

A unidade funcional gera um fluxo de referência a que todos os outros fluxos

modelados do sistema estão relacionados. É por isso que a unidade funcional necessita ser

quantitativa (BAUMANN, TILLMAN, 2004).

3.3.3 Análise de Inventário do Ciclo de Vida (ICV)

A análise do Inventário do Ciclo de Vida (ICV) especifica os processos que

ocorrem durante o ciclo de vida de um produto. No ICV, um inventário é feito com todas as

entradas e saídas dos processos que ocorrem durante o ciclo de vida de um produto

(UNEP/SETAC, 2005). Nessa etapa ocorre a coleta de dados e os procedimentos de cálculo

do uso de insumos e emissões em relação à unidade funcional (CHEHEBE, 1997).

A ICV pode ser dividida em diversas etapas, segundo a ISO 14044:2006 (Figura

5):

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

33

Figura 5: Etapas para construção do Inventário de Ciclo de Vida

Fonte: ISO 14044 (2009)

O primeiro passo no ICV é a especificação de todos os processos envolvidos no

ciclo de vida do produto em termos de fluxo gráfico. O próximo passo é a coleta de dados de

cada processo, podendo ser tanto por consulta de literatura científica ou coleta primária de

dados. A coleta de dados é a etapa que consome mais tempo e talvez a parte mais difícil da

ACV. Uma vez que os dados foram coletados em todos os processos, um processo crítico

pode ser selecionado para análises mais adiante (UNEP/SETAC, 2005).

No último estágio da análise de inventário, os dados serão processados. Uma

tabela do inventário será criada, na qual todas as entradas e saídas são traduzidas para

entradas (consumos de materiais e energia) e saídas (produtos, coprodutos e emissões)

relativas a uma unidade funcional estabelecida (UNEP/SETAC, 2005).

3.3.4 Avaliação de Impactos do Ciclo de Vida (AICV)

De acordo com Chehebe (1997), a avaliação de impactos é uma etapa da ACV que

procura identificar, caracterizar e avaliar quantitativamente, impactos potenciais das

intervenções ambientais identificadas na etapa de análise do inventário. Consideram-se efeitos

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

34

potenciais, pois como a ACV considera vários processos nos mais diversos estágios, seria

impossível estabelecer precisamente os efeitos reais.

As “entradas” e “saídas” quantificadas na análise do inventário são interpretadas

em função dos impactos que eles causam no meio ambiente, em relação à unidade funcional

definida (UNEP/SETAC, 2005).

A ISO 14044 traz os elementos obrigatórios e os essenciais para a AICV. Os

elementos obrigatórios são os seguintes:

Seleção das categorias de impacto, indicadores de categoria e métodos de

avaliação;

Correlação dos resultados do ICV às categorias de impacto selecionadas

(classificação);

Cálculo dos resultados dos indicadores de categoria (caracterização).

Já os elementos opcionais são os seguintes:

Normalização;

Ponderação;

Agrupamento;

Análise da qualidade dos dados.

3.3.4.1 Elementos obrigatórios

De acordo com a ISO 14044:2009 a seleção de categorias de impactos,

indicadores de categoria e modelos de caracterização deve ser justificada e consistente com o

objetivo e o escopo da ACV. É nessa etapa que são identificados os grandes focos de

preocupação ambiental, as categorias e os indicadores que o estudo utilizará Os modelos de

caracterização descrevem a relação entre os resultados do ICV e os impactos ambientais

(midpoint), e, até mesmo, entre o ICV e o dano ambiental (endpoint) causado à saúde

humana, qualidade dos ecossistemas e recursos naturais. Esses modelos são utilizados para

gerar os fatores de caracterização.

A Tabela 1 traz as categorias de impacto midpoint, os métodos indicados pela

União Europeia (2012) para serem utilizados em ACV conduzidos em regiões europeias.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

35

Atualmente, ainda não foram disponibilizados estudos que indiquem métodos mais

apropriados às condições ambientais brasileiras.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

36

Tabela 1: Categorias de impacto, descrição, método e indicadores

Categoria de

Impacto Descrição Método Indicador

Mudança

climática

Liberação de CFC’s,

HFCs e HALONs na

atmosfera

IPCC (2006), 100 anos

Potencial de

aquecimento global

(GWP)

Depleção de

Ozônio

Avalia a taxa de destruição

da camada de ozônio na

atmosfera

Potencial de depleção indicado

pela Organização Mundial

(WHO; UNEP, 2010), 100 anos

Potencial de

depleção de ozônio

Acidificação

Deposição atmosférica de

substâncias inorgânicas no

solo ou na água

Modelo EUTREND do método

Recipe (Seppälä et al., 2006,

Posch et al., 2008)

Excesso acumulado

Eutrofização

Deposição excessiva de

nutrientes como o fósforo e

o nitrogênio no solo ou na

água

Modelo EUTREND do método

Recipe

(Seppälä et al., 2006,

Posch et al., 2008)

Excesso acumulado

Toxicidade Explica a toxicidade/efeito

de uma substância química

Modelo USEtox

(Rosenbaum et al., 2008)

Unidade tóxica

comparativa para

seres humanos

Radiação

Ionizante

Descreve os danos a

saúde humana

relacionado com a

liberação de material

radioativo na atmosfera

Modelo de efeito sobre a saúde

humana desenvolvido por

Dreicer et al. (1995) e

Frischknecht et al.,(2000)

Exposição humana

a eficiência relativa

do U235

Uso da terra

Reflete os danos aos

Ecossistemas causados pela

ocupação e

transformação de terra

Modelo baseado na

matéria orgânica do solo (Milài

Canals et al., 2007)

Matéria orgânica

do solo

Escassez

hídrica

Contabiliza o impacto na

escassez resultante do

consumo de água em uma

região

Método de Pfister et al. (2009)

O uso de água

relacionada com a

escassez dos locais

Esgotamento de

Recursos

Mineral, Fóssil

e Renovável

Contabiliza a quantidade

de recursos disponível

Modelo para consumo de

água em Ecoscarcity

(Frischknecht et al.,

2008)

Escassez

Fonte: Adaptado de European Commission (2012)

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

37

Escolhidas as categorias, inicia-se então a classificação com o objetivo de

atribuir, a cada uma das categorias selecionadas e identificadas, os dados correspondentes

do inventário. De acordo com a ISO 14044 é importante considerar também:

A correlação dos resultados do ICV que sejam exclusivos para uma categoria

de impacto;

Identificação dos resultados do ICV que se correlacionem a mais de uma

categoria de impacto.

Na caracterização, as contribuições de cada consumo e emissão do ICV para

cada categoria ambiental são quantificadas (CHEHEBE, 1997). Envolve a conversão dos

resultados do ICV para unidades comuns e a agregação dos resultados convertidos dentro

da mesma categoria de impacto, utilizando fatores de caracterização. O resultado do

cálculo é um fator numérico (ISO 14044: 2006). Cada método de caracterização apresenta

um modelo prórpio de cálculo para geração do fator de caracterização (Equação 1).

Equação 1: Cálculo do indicador de midpoint para categoria de impacto m

Fonte: GOEDKOOP et al. (2009)

Onde mi é a magnitude ou tamanho da intervenção i (entrada ou saída

quantificada no inventário), Qmi o fator de caracterização que conecta a intervenção i com

a categoria de impacto de m, e Im o impacto da categoria de impacto de m.

Os fatores de caracterização indicam quanto determinada substância (entrada

ou saída do inventário) contribui para um determinado problema ambiental comparada a

uma substância de referência (figura 6). Exemplificando, na avaliação da categoria de

impacto mudanças climáticas, a massa de cada substância que contribui para o efeito

estufa (dado do inventário) é multiplicada pelo Potencial de Aquecimento Global (PGA)

de cada substância, sendo o PGA fator de caracterização utilizado. Esse fator é calculado

em relação ao CO2, com o impacto medido em termos de CO2 – equivalente (PRE

CONSULTANTS, 2010). O GWP do CO2 é 1, do CH₄ é 25 e o do N2O 298, como

exemplo.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

38

Figura 6: Exemplo da etapa de Classificação e Caracterização de um estudo de ACV

Fonte: Ferreira (2004)

3.3.4.2 Elementos opcionais

A normalização é feita dividindo-se os valores dos impactos pela referência

escolhida, sendo o perfil de impacto normalizado o resultado desse procedimento. A

normalização permite que os resultados das categorias sejam expressos em uma mesma

unidade de medida, podendo assim aumentar a comparabilidade dos dados entre as

diferentes categorias de impacto. Assim, a normalização faz com que categorias de

impacto ambiental que contribuem apenas com uma pequena parcela do total do impacto,

comparado com outras categorias, sejam reveladas, podendo ser deixadas de lado. Reduz-

se, assim, a quantidade de dados para serem avaliados (PRE CONSULTANTS, 2010).

Na etapa de ponderação são atribuídos pesos para cada categoria de impacto,

de acordo com um critério estabelecido para denotar a importância de cada categoria para

a instituição realizadora do estudo ACV. Esse critério é subjetivo e, por isso, de acordo

com a ISO 14040:2006, não pode ser aplicado em comparações públicas entre produtos,

sendo apenas utilizado para estudos de determinadas empresas.

De acordo com a ISO 14044:2009, o agrupamento é a reunião de categorias de

impacto em um ou mais conjuntos podendo envolver agregação ou hierarquização.

Uma análise criteriosa da qualidade dos dados utilizados e resultados obtidos é

necessária para que se tenha uma compreensão mais razoável do significado, das

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

39

incertezas e da sensibilidade dos resultados da AICV. A análise de incerteza ajuda na

identificação dos resultados não significativos em estudos comparativos de ACV, assim

como na mensuração do erro em cada categoria de impacto, considerando a propagação

dos erros nos dados de inventário. Já a análise de sensibilidade é o efeito de uma mudança

em uma única entrada nos resultados finais de um estudo de ACV (ROSEMBAUM et al.,

2012).

3.3.4.3 Categorias de impacto utilizadas

3.3.4.3.1 Escassez hídrica

A água é um recurso escasso em várias partes do mundo, porém em outras é

um recurso abundante. Ao contrário de outros recursos não existe um mercado global que

possa garantir uma distribuição global desse recurso, pois o mercado não funciona para

grandes distâncias devido aos altos custos de transporte.

Quando se extrai água de uma área muito seca, como, por exemplo, o nordeste

brasileiro, o impacto é muito maior se comparado ao impacto causado pela extração de

água na Amazônia, que possui água em abundância.

A escassez hídrica, pelo método do Recipe (2009) apenas quantifica o volume

de água (por m3) consumida em todos os processos relacionados ao sistema de produto de

um estudo de ACV. Esse tipo de análise é muito primária, pois não correlaciona o volume

de água requerido por um processo com a vulnerabilidade da região onde ocorre à

escassez física de água nessa região.

O método desenvolvido por Pfister et al. (2009) corrige esse problema, pois

apresenta fatores de escassez hídrica para bacias hidrográficas de todo o mundo. Esse fator

é denominado WSI (Water Stress Index), calculado considerando-se a relação entre o

consumo hídrico das indústrias, agricultura e doméstico, a disponibilidade de água

presente nas bacias da região considerada e a variação sazonal na disponibilidade de água

(Withdrawal to availability-WTA). A relação entre retirada e disponibilidade hídrica

(WTA – withdraw to availability) é ponderada pela variação de precipitação anual e

mensal em cada bacia (Variability in precipitation-VF), sendo o WSI o resultado da

combinação desses dois fatores. O WSI varia de 0,01 a 1, onde o 1 representa estresse

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

40

hídrico máximo. A equação 2 mostra o impacto gerado na categoria de escassez hídrica

quando se utiliza o Método de Pfister et al. (2009):

Equação 2: Cálculo do indicador resultante para Escassez hídrica pelo Método de Pfister et al. (2009)

( )

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

Onde V é o volume de água consumido no processo, WSI o fator de

caracterização que conecta a intervenção com a categoria de impacto de midpoint, e I

(WD) o indicador resultante para a categoria de impacto de escassez hídrica.

3.3.4.3.2 Eutrofização

Eutrofização é o nome dado ao enriquecimento natural dos nutrientes dos

lagos, em grande parte pelo escoamento de nutrientes vegetais, como nitratos e fosfatos,

das terras adjacentes (VON SPERLING, 1994). Nitrogênio e fósforo são nutrientes

essenciais para vida, porém em excesso na água, essas substâncias contribuem para o

aumento de fitoplâncton e algas. O crescimento e abundância de algas, por sua vez,

resulta em redução da disponibilidade de oxigênio e diminuição da transparência da água,

a sobrevivência e desenvolvimento dos peixes. Um grande aumento de nitrogênio na Terra

pode causar distúrbios no balanço de nutrientes nas plantas. Perto de regiões agrícolas ou

urbanas, as atividades humanas podem acelerar bastante a entrada de nutrientes vegetais

em um lago, causando a eutrofização cultural (VON SPERLING, 1994).

As principais consequências da eutrofização nos corpos hídricos são as

seguintes (VON SPERLING, 1994):

Problemas estéticos e recreacionais;

Condições anaeróbias no fundo do corpo d’água;

Eventuais mortandades de peixes;

Maior dificuldade e elevação nos custos de tratamento da água;

Toxicidade das algas;

Modificações na qualidade e quantidade de peixes de valor comercial;

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

41

Redução na navegação e capacidade de transporte;

Desaparecimento gradual do lago como um todo em decorrência da

eutrofização e do assoreamento.

Os indicadores ambientais na AICV utilizados para avaliação da eutrofização

em águas doces e marinha são as concentrações de fósforo (P) e nitrogênio (N),

respectivamente. Os resultados das avaliações são expressos em relação ao P e ao N, em

termos de kg de N –equivalente, para a eutrofização de águas doces e kg de P –

equivalente, para eutrofização marinha (GOEDKOOP et al., 2009).

3.3.4.3.3 Mudanças climáticas

As principais substâncias causadoras desses problemas são os gases de efeito

estufa, sendo os principais: o dióxido de carbono (CO2); metano (CH4); óxido nitroso

(NO). Também são gases do efeito estufa os clorofluorcarbonos (CFC’s), os

hidroclorofluorcarbonos (HCFC’s), os halocarbonos e tetracloreto de carbono.

Os gases do efeito estufa causam diversos tipos de impacto, como: aumento de

temperatura, mudanças na precipitação, aumento no nível do mar, mudanças nas correntes

marítimas, tempestades, furacões, e possivelmente outros impactos na saúde humana e nos

recursos bióticos naturais. O impacto desses gases nas mudanças climáticas é avaliado

considerando o Potencial de Aquecimento Global (PAG), que estabelece o forçamento

radioativo expressando a capacidade de uma substância absorver radiação infravermelha

quando considerados a concentração e o tempo de residência da substância na atmosfera

(BAUMANN, TILLMAN, 2004).

O método Recipe utiliza o PAG definido pelo Painel Intergovernamental de

Mudanças Climáticas (IPCC, 2006) para o período de 100 anos, considerando o CO2

como substância de referencia. O resultado da avaliação é expresso em termos de kg de

CO2 equivalente. (GOEDKOOP et al., 2009).

3.3.4.3.4 Toxicidade

Três tipos de informação são relevantes quando se avalia os impactos

ambientais na saúde humana: destino químico (transporte no meio ambiente), exposição

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

42

humana e efeitos toxicológicos. Nesse estudo são consideradas três subcategorias:

toxicidade humana cancerígena, toxicidade humana não cancerígena e ecotoxicidade em

águas doces.

Atualmente, há um número crescente de métodos de contagem das diferenças

nas potenciais consequências dos impactos toxicológicos na saúde humana, como por

exemplo, Quality Adjusted Life Years (QALY) e Disability Adjusted Life Years (DALY).

Apesar dos avanços em termos de contabilização das diferenças nos cenários de emissão,

as estimativas atuais geralmente fornecer apenas ideias preliminares ou de rastreio.

Embora o cálculo dos níveis de caracterização permita cálculos complexos (como curvas

de resposta a dose baixa não-lineares, limiares biológicos), na prática, os dados

necessários permanecem muito limitados (GOEDKOOP et al., 2009).

A acrilamida é uma substância química usada na produção de poliacrilamida, a

qual é empregada no tratamento de água potável, águas de reuso para remover partículas e

outras impurezas. É também utilizada na produção de colas, papel, cosméticos e ainda em

construção, nas fundações de represas e túneis. Além disso, pode ser gerada quando

alguns alimentos são preparados em altas temperaturas. A poliacrilamida combinada com

o material sólido torna mais fácil a filtragem ou remoção de substâncias indesejáveis.

Existem apenas níveis muito baixos de acrilamida e poliacrilamida na água após o

tratamento.

O indicador midpoint adotado no método USEtox (ROSENBAUM et al.,

2008) é a unidade tóxica comparativa para os seres humanos (CTUh) para toxicidade

cancerígena e não-cancerígena; e unidade tóxica comparativa para os ecossistemas

(CTUe) para ecotoxicidade em água doces.

3.3.4.3.5 Acidificação

A acidificação do solo ocorre devido à deposição de substâncias inorgânicas,

como os sulfatos, nitratos e fosfatos, sendo os maiores causadores NOx, NH3 e SO2. Para a

maioria das plantas existe um valor até o qual elas suportam a acidez, excedido esse

limite, a acidificação do solo pode causar mudanças nessas espécies. Os poluentes

acidificantes causam diversos impactos no solo, água subterrânea, águas superficiais,

organismos biológicos, ecossistemas e materiais (GOEDKOOP et al., 2009).

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

43

É uma das categorias de impacto na qual a sensibilidade local tem um papel

fundamental e a possibilidade de incluir diferenças regionais no modelo ACV tem sido um

ponto chave nos últimos anos.

A acidificação é usada como indicador e mede o grau de absorção de um solo

saturado com cátions básicos, exceto hidrogênio e alumínio. Ele é definido como o

somatório de cátions básicos por quilo de solo e dividido pelo total, Capacidade de Trocas

Catiônicas do solo, e multiplicado por 100, obtendo assim o valor em porcentagem. O

resultado é expresso em relação à substância dióxido de enxofre (Kg SO2), em termos de

kg de SO2-equivalente (GOEDKOOP et al., 2009).

3.3.5 Interpretação dos resultados

A última etapa da avaliação de impactos é a interpretação, que envolve uma

comparação dos problemas ambientais, analisando-se os resultados, tirando-se conclusões,

explicando-se as limitações e fornecendo-se recomendações para uma análise completa do

ciclo de vida. Além disso, a interpretação dos resultados deve também mostrar as

limitações que tornam os objetivos iniciais inalcançáveis ou impraticáveis. O seu objetivo

principal é aumentar a confiança e significado do estudo ACV executado (CHEHEBE,

1997).

Na essência, essa fase descreve uma série de verificações necessárias com o

propósito de avaliar se as conclusões obtidas no estudo são adequadamente consentidas

pelos dados e pelos procedimentos utilizados. É importante verificar se as suposições,

métodos, modelos e dados coletados são consistentes com o objetivo e escopo do estudo.

A fase de interpretação envolve três etapas (figura 7):

Figura 7: Fases da interpretação dos resultados da ACV

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

44

Fonte: CHEHEBE (1997)

1-Identificação das questões ambientais mais significativas, baseando-se nos

resultados do ICV e/ou AICV. O processo de identificação deve ser realizado

considerando-se os objetivos e o escopo do estudo, de forma interativa com a fase de

avaliação. Envolve a estruturação das informações provenientes do inventário, a

identificação das questões ambientais relevantes para o estudo e a determinação das

emissões ambientais do sistema do produto.

2-Avaliação dos resultados, podendo incluir elementos como, checagem da

integridade, análise de sensibilidade e incerteza. A análise de sensibilidade mostra como

pequenas alterações nos dado influenciam o resultado final, mostrando assim que dados

necessitam ser mais bem elaborados. Caso pequenas alterações nos parâmetros causem

grandes mudanças na conclusão, significa que os resultados finais precisam ser revistos A

checagem da consistência visa o estabelecimento de um determinado grau de confiança

para os resultados do estudo, de acordo com o seu objetivo geral.

3- Conclusões e recomendações. No final, devem ser mostradas as conclusões

obtidas na interpretação dos resultados alcançados. Além disso, é necessário fazer

recomendações ao objeto de estudo sobre os maiores pontos de impacto que podem

causar.

3.3.6 Métodos de avaliação da ACV

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

45

Vários métodos têm sido desenvolvidos para fornecer os fatores de

caracterização em cada categoria de impacto. Esses fatores indicam quanto uma

determinada substância contribui para um determinado impacto ambiental comparada a

uma substância de referência (CHEHEBE,1997).

Os métodos AICV podem ser agrupados em duas categorias:

Impacto ambiental (Midpoint): ligam diretamente os resultados do ICV às

categorias de impacto, porém não chegam ao final da avaliação do dano

ambiental. Possui uma abordagem voltada para o problema ambiental.

Dano ambiental (Endpoint): vão além das categorias de impacto intermediário,

mostrando os danos causados a saúde humana, aos ecossistemas e aos recursos

naturais.

A Figura 8 apresenta a diferença de abordagem das metodologias de impacto

Midpoint e Endpoint:

Figura 8: Diferença entre os métodos de AICV

Fonte: UNEP/SETAC (2005)

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

46

Em geral, na abordagem de midpoint o número de categorias de impacto é

maior (ao redor de 10) e os resultados são mais exatos e precisos quando comparados às

três áreas de proteção do endpoint (EC-JRC, 2010a).

O ILCD Handbook (EC-JRC, 2010a) é um documento que se baseia nas

ISO’s, traz uma análise dos seguintes métodos de AICV: CML 2002, Eco-Indicator 99,

EDIP 1997, EDIP 2003, EPS 2000, Impact 2002+, LIME, LUCAS, ReCiPe, Ecological

Scarcity Method, TRACI, MEEuP e USEtox. A tabela 2 traz os métodos citados acima

com a classificação de sua abordagem, midpoint ou endpoint:

Tabela 2: Métodos de AICV de acordo com a sua abordagem

Método de AICV Abordagem

Eco-indicator 99 Endpoint

EDIP 97 Midpoint

EDIP 2003 Midpoint

EPS 2000 Endpoint

Impact 2002+ Midpoint e Endpoint

JEPIX Midpoint

LIME Midpoint e Endpoint

TRACI Midpoint

CML 2002 Midpoint

LUCAS Midpoint

Ecological Scarcity Method Midpoint e Endpoint

ReCiPe Midpoint e Endpoint

MEEuP Midpoint

USEtox Midpoint

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

47

Pfister et al. Midpoint

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

3.3.7 Elaboração do Relatório e Revisão Crítica

Além de todas as fases para a elaboração de um estudo de ACV, a ISO 14040

trata da necessidade da realização de análises críticas, pois segundo a norma, essa análise

pode facilitar a compreensão do estudo e aumentar sua credibilidade.

A revisão crítica pode facilitar o entendimento e aumentar a credibilidade da

ACV, por exemplo, quando envolve as partes interessadas. A revisão crítica deve garantir

que:

Os métodos utilizados para realizar a ACV são consistentes com o padrão

internacional e cientifico e tecnicamente válidos;

Os dados utilizados são apropriados ao objetivo do estudo;

As interpretações refletem as imitações identificadas e o objetivo do estudo;

O relatório do estudo é transparente e consistente.

Segundo a ISO 14040, os processos de Revisão Crítica podem ser realizados

por:

Especialista interno;

Especialista externo;

Por partes interessadas.

Após a revisão crítica, o relatório final pode ser publicado e endereçado ao seu

público alvo.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

48

4. MATERIAL E MÉTODOS

Esse estudo seguiu as normas NBR ISO 14040 - Gestão ambiental - Avaliação

do ciclo de vida - Princípios e estrutura - e 14044 - Gestão ambiental - Avaliação do ciclo

de vida - Requisitos e orientações - para a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).

O escopo desse trabalho será uma avaliação do berço ao portão, abrangendo

os processos de produção de insumos e de hidrogel. Os dados de inventário foram obtidos

por repetições dos processos de produção dos hidrogéis copolimérico de acrilamida-

acrilato de potássio (Pam Acril) e compósito com casca de ovo (CalG20), no Laboratório

de Polímeros da Universidade Federal do Ceará.

Os impactos de cada processo foram calculados no software Sima Pro, pelo

método ReCiPe midpoint, versão hierárquica (GOEDKOOP et al., 2009), método de

Pfister (PFISTER et al, 2009) e modelo USEtox (ROSENBAUM et al., 2008). As

categorias de impacto avaliadas foram: eutrofização de águas doces, eutrofização marinha,

mudanças climáticas, toxicidade humana (cancerígena e não cancerígena), acidificação

terrestre e escassez hídrica.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

49

4.1 Objetivos, escopo do estudo e unidade funcional

Este trabalho avalia os impactos ambientais advindos de dois sistemas de

produção de hidrogéis voltados para aplicação na agricultura. Os sistemas estudados são:

(i) Sistema A, copolímero de acrilamida-acrilato (Pam Acril) e (ii) Sistema B, compósito

acrilamida-acrilato com casca de ovo (CalG20). Esse estudo identifica o sistema de

produção com melhor desempenho ambiental e propõe melhorias que reduzem os

impactos identificados.

A fronteira dos sistemas em estudo envolve os processos de produção de

insumos (água, energia e reagentes químicos) e os seguintes processos que fazem parte da

produção dos hidrogéis: síntese, lavagem e secagem (Figura 9).

A unidade funcional adotada é a quantidade necessária de hidrogel para

absorver 1000g de água. Assim, o fluxo de referência adotado é 1,368 g do Pam Acril e

0,901 g do CalG 20.

A unidade funcional escolhida foi considerada a mais coerente, pois se avalia

a principal função dos hidrogéis hidrofílicos que é a sua capacidade de intumescer na

presença de solução aquosa. Os dados referentes a essa capacidade de intumescimento

foram obtidos a partir de Bezerra (2015).

A fronteira do sistema de produto envolve os processos de produção de

insumos (água, energia e reagentes químicos) e seguintes processos que fazem parte da

produção dos hidrogéis: síntese, lavagem e secagem (Figura 9). A unidade funcional

adotada é a quantidade necessária de hidrogel para absorver 1 L de água. O fluxo de

referência adotado foi 1,368 g do Pam Acril e 0,901 g do CalG 20.

Figura 9: Fronteira da ACV

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

50

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

4.2 Inventário: Coleta de dados

Os dados primários referentes às quantidades de insumos utilizados nos

processos de produção do Pam Acril e do CalG 20 foram obtidos em laboratório, por meio

da realização de balanços de massa, seguindo os processos definidos por Bezerra (2015).

Os dados referentes à produção de insumos, como a acrilamida, ácido acrílico,

água destilada e energia foram obtidos na base de dados ecoinvent (FRISCHKNECHT &

JUNGBLUTH, 2007). A base de dados utilizada não possuía dados referentes ao

acelerador da reação N,N,N',N'–tetrametiletilenodiamino (TEMED), ao iniciador

persulfato de potássio (KPS) e ao reticulante N,N'–metilenobisacrilamida (MBA).

Em relação ao iniciador, utilizaram-se os dados referentes ao persulfato de

sódio. Essa alteração não causará grandes mudanças, pois o uso do persulfato de potássio

se justifica por um possível benefício de ser liberado o potássio no solo quando se fizer o

uso dos hidrogéis e a mudança do cátion não influencia a síntese, segundo o método

desenvolvido por BEZERRA (2015).

Já os impactos causados pelo acelerador e pelo reticulante não puderam ser

contabilizados. Foi possível realizar essa exclusão, pois em relação ao total formado após

a síntese, a massa de TEMED e MBA representam menos de 0,005% dessa totalidade,

porém, a partir do momento que esses inventários forem disponibilizados, devem ser

inseridos na ACV.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

51

Os cálculos dos consumos de energia nos processos de produção, síntese e

secagem foram feitos considerando a potência em quilowatts-hora (kWh), o tempo (h) e a

capacidade mássica de cada equipamento em cada processo unitário. O valor da potência

total de cada aparelho utilizado foi ponderado em relação ao volume ou área ocupado no

mesmo, não sendo contabilizada a totalidade da potência como a utilizada em cada etapa.

O cálculo do volume do gás nitrogênio utilizado na síntese foi realizado

considerando a vazão desse gás multiplicada pelo tempo em que permaneceu aberto o

cilindro contendo o gás.

4.2.1 Materiais utilizados

Na síntese de hidrogéis superabsorventes emprega-se uma variedade de

monômeros, principalmente acrilatos. O ácido acrílico e seus sais de sódio ou potássio

além da acrilamida, são os mais frequentemente empregados na produção industrial desses

materiais.

A acrilamida (AM), o ácido acrílico (Ac), o acelerador da reação N,N,N',N'–

tetrametiletilenodiamino (TEMED), o iniciador persulfato de potássio (KPS) e o

reticulante N,N'–metilenobisacrilamida (MBA) foram oriundos da SIGMA-ALDRICH. O

hidróxido de potássio foi proveniente da VETEC. Os reagentes foram utilizados sem

purificação adicional e a água destilada usada apresentava condutividade de 2,50 μSc-1

.

O persulfato de potássio é um sal branco, cristalino, inodoro, resumindo-se

tecnicamente, em peroxodissulfato de potássio puro. Ele é utilizado como iniciador na

polimerização de monómeros e como um forte agente oxidante em muitas aplicações.

Além disso, possui as vantagens de ser levemente higroscópico, de fácil uso e por seguro

de manusear. Como resultado do processo utilizado na sua produção, é livre de

contaminação de íons amônio.

O TEMED é derivado do etilenodiamino a partir da substituição de quatro

grupos N-H por quatro grupos N-metil. Catalisa a formação de radicais livres do

persulfato de amônio (APS) e da riboflavina que ajudam na polimerização da acrilamida e

bis-acrilamida para formar uma matriz de gel. Quanto a sua periculosidade, líquido e

vapor facilmente inflamáveis, nocivo por ingestão, nocivo por inalação, provoca

queimaduras na pele e lesões oculares graves.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

52

O composto bifuncional N,N’-metilenobisacrilamida (MBA) é o agente de

reticulação solúvel em água mais usado na formação de hidrogéis superabsorventes.

Potenciais Agudos na Saúde: Perigosos em caso de contato com a pele (irritante), de

contato com os olhos (irritante), ingestão, inalação. A substância pode ser tóxica para o

sistema nervoso central. A exposição repetida ou prolongada à substância pode provocar

danos nos órgãos-alvo. A exposição repetida a um material altamente tóxico pode

provocar a deterioração geral da saúde por uma acumulação em um ou muitos órgãos

humanos.

As cascas dos ovos de galinhas utilizadas eram do tipo brancas e foram

obtidas de uma padaria local. Foram lavadas, sanitizadas com hipoclorito de sódio e,

posteriormente, secas em estufa a 100°C por 24h. Após secagem, as cascas dos ovos

foram trituradas até a obtenção de um pó utilizando-se um liquidificador. O material

obtido foi macerado, utilizando-se almofariz e pistilo, e separado por granulometria,

através de peneiras de aço inox. Para a síntese do compósito, utilizou-se a fração

granulométrica passada em tela de 325 mesh, ou seja, de tamanho menor que 45 μm.

O sal acrilato de potássio foi preparado a partir do ácido acrílico (Ac) através

de neutralização, sob refrigeração, com KOH até pH = 7,0 (OMIDIAN et al., 1998;

DURMAZ e OKAY, 2000).

4.2.2 Descrição do Sistema A

4.2.2.1 Síntese

Em um reator de fundo redondo adicionaram-se 23 mL de água destilada, à

temperatura ambiente sob agitação magnética, fluxo de gás nitrogênio e uma barra

magnética (Figura 10). O gás N2 é necessário para “expulsar” o O2 que está no reator e,

assim, o iniciador e o acelerador da reação possam realizar suas funções. Os tempos de

funcionamento da agitação e fluxo de gás nitrogênio foram contabilizados até cessarem

com a formação do gel.

Figura 10: Síntese do Pam Acril

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

53

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

Após 10 minutos foram adicionados os monômeros acrilamida dissolvidos 0,9

mL de água destilada (1,05 g = 0,015 mol), acrilato de potássio na forma de solução (3 ml,

5 mol/L = 0,015 mol). Passados mais 10 minutos, acrescentaram-se 16,2 mg do iniciador

KPS à solução, dissolvidos em 1,5 mL de água destilada. Após 10 minutos, 9 mg do

reticulante MBA dissolvido em 1,5 ml de água destilada e 50 µl do acelerador TEMED na

concentração de 0,57 mol/l foram adicionados à mistura reacional. O sistema foi fechado e

mantido sob agitação e fluxo de N2 até a formação de um gel firme, caracterizado pela

impossibilidade de agitação e parada da barra magnética. O tempo de formação do gel

varia, tendo-se apenas uma previsão de 40 a 50 minutos. Após a formação do gel, o

sistema ficou em repouso por 24 horas para que se completasse a reação e restasse a

menor quantidade possível de monômeros de acrilamida não reagidos (Figura 11).

Figura 11: Pam Acril em repouso após síntese

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

54

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

4.2.2.2 Lavagem

Após as 24 horas para completar a reação, o gel resultante foi retirado do

sistema, cortado com uma tesoura em pequenos pedaços e lavado com água destilada para

a retirada de solúveis (Figura 12).

Figura 12: Processo de lavagem do Pam Acril

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

A primeira lavagem foi realizada com 8 L de água destilada dentro de uma

caixa de plástico limpa, onde o hidrogel picado é despejado e agitado manualmente para

que se disperse na água. O hidrogel permanece na água por uma hora. Após esse período,

ele é coletado, já bastante intumescido e despejado em um balde limpo. Foi coletada, em

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

55

um béquer de 250 ml, uma amostra desse efluente e verificada sua condutância em um

condutivímetro CG1800 (Gehaka).

A segunda lavagem é realizada também com 8 l de água, porém o tempo que

permanece na água por 30 minutos. Após esse período, o hidrogel é coletado novamente,

mais intumescido do que na primeira lavagem, e despejado em um balde limpo. Foi

coletada, novamente, 250 ml de amostra do efluente em um béquer e medida a

condutividade do efluente.

A terceira lavagem também é realizada com 8 l de água e tempo de

permanência na água por 30 minutos. Após esse período, o hidrogel é coletado

novamente, mais intumescido do que nas lavagens anteriores, e despejado em um balde

limpo. Foi coletado, novamente, 250 ml de amostra do efluente em um béquer e medida a

condutividade do efluente. Mesmo que a condutividade esteja acima dos 20 µS/cm, não é

realizada outra lavagem.

A condutividade abaixo de 20 µS/cm significa que o hidrogel não necessita

mais ser lavado, caso esteja acima do valor limite inicia-se a segunda lavagem. A escolha

da condutividade limite de 20 µS/cm se deu, pois, após realizados vários testes associando

diferentes condutividades ao grau de intumescimento, viu-se que até 20 µS/cm não havia

diferença no grau de intumescimento dos géis.

A cada lavagem foram contabilizadas e coletadas amostras de efluentes. As

análises físico-químicas dos efluentes foram realizadas no Laboratório de Biomassa da

Embrapa.

4.2.2.3 Secagem

Após as lavagens necessárias, o material foi disposto em uma bandeja e posto

em uma estufa com circulação de ar da empresa Nova Ética à temperatura de 70ºC (Figura

13). Deixou-se o gel secando, e após secagem macerado, separado por granulometria

através de peneiras de aço e pesado.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

56

Figura 13: Hidrogel durante processo de secagem

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

4.2.3 Descrição do Sistema B

4.2.3.1 Síntese

Na síntese do compósito com casca do ovo, a adição de casca ao copolímero

foi de 20% m/m em relação aos monômeros, obtendo-se o CalG20. Antes da adição dos

monômeros, a dispersão de casca do ovo, obtida com a adição de 0,5340 g de casca de ovo

em 23 mL de água destilada, que ficou em constante agitação magnética por 24 horas,

para que o mineral passasse por um processo de desagregação. Após essa desagregação, o

processo de formação tanto para o Pam Acril como para o CalG20 é o mesmo (Figura 14).

Figura 14: Síntese do CalG20

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

57

4.2.3.2 Lavagem

A lavagem do hidrogel compósito CalG 20 requer o mesmo procedimento que

o utilizado para a lavagem do Pam Acril.

4.2.3.3 Secagem

A secagem do hidrogel CalG20 requer o mesmo procedimento que o utilizado

para a secagem do hidrogel Pam Acril.

4.3 Avaliação de impactos

Para este estudo, avaliaram-se as categorias de impacto:

Escassez Hídrica (EH)

Eutrofização Marinha (EM) e de Água Doce (ED)

Mudanças Climáticas (MC)

Toxicidade Humana Cancerígena (THC) e não Cancerígena (THNC)

Ecotoxicidade (ECO)

Acidificação Terrestre (AT)

As categorias de EM, ED, MC e AT foram analisadas pelo método ReCiPe

midpoint, versão hierárquica (GOEDKOOP et al., 2009), utilizando o software Sima Pro

8.0 e a base de dados utilizada foi a do Ecoinvent. A categoria de EH foi analisada pelo

Método de Pfister (2009). Já as categorias de THC, THNC e ECO foi analisada pelo

método USEtox (ROSENBAUM et al., 2008). Os dados obtidos foram tratados e

apresentados em forma de gráficos e tabelas.

Depois de calculado os impactos ambientais em cada categoria foi realizada a

análise de incerteza com o método de Monte Carlo. Considerou-se que cada variável dos

inventários (consumos e emissões) possui uma distribuição log-normal de probabilidade.

Utilizou-se a Matriz de Pedigree (ALTHAUS, 2004) para obtenção dos desvios padrões

de cada variável. Adotou-se um nível de significância de 95%, para esta análise de

incerteza, sendo realizados 10000 ciclos de geração de valores para as variáveis de

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

58

consumo e emissão, para assim determinar propagação do erro dos inventários para a

avaliação de impacto nesse estudo comparativo de ACV.

4.4 Análise de cenários

Realizou-se uma análise de cenário para avaliar a influência dos aspectos mais

relevantes nos resultados dos impactos. Nesse estudo, modifica-se o processo de secagem,

atualmente realizado em estufa, para ao ar livre, avaliando-se o impacto dessa modificação

nos resultados da análise comparativa de impactos.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Análise do inventário do Sistema A

Para a análise dos inventários, considerou-se a quantidade de hidrogel

formado para a capacidade de intumescer 1 L de água (Tabela 3). O maior consumo

energético foi observado na etapa de secagem, onde foram gastos 155,416 kWh quando se

compara com a etapa de síntese onde foram gastos 0,048 kWh.

Em se tratando da produção de efluentes nesse sistema, a etapa da lavagem é

onde se tem a geração do efluente. As cargas orgânicas estão contidas no volume de

efluentes padronizado de acordo com a unidade funcional de 1 L de água absorvidos, que

para o sistema A foi de 9,863 L (Tabela 3). O nitrogênio total foi determinado pela análise

TOC que mostra a concentração de nitrogênio na amostra em mg N/L. Considerou-se que

todo nitrogênio que estava presente no efluente era vindo da acrilamida, pois os outros

insumos que contêm nitrogênio em sua estrutura têm massa muito pequena, sendo assim

totalmente consumidos na reação de síntese.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

59

Tabela 3: Entradas e saídas dos processos unitários na produção de 1,368 g de hidrogel no sistema A

SÍNTESE

ENTRADAS Unidade Funcional

1 L de água absorvida

Volume de nitrogênio (L) 0,510

Massa Acrilamida (g) 1,067

Massa Acrilato de potássio (Kac) (g) 1,671

Massa Persulfato de potássio (g) 0,016

Massa MBA (g) 0,009

Massa Temed (g) 0,007

Massa Água (g) 27,238

Energia (kWh) 0,048

SAÍDAS

Gel (g) 21,936

LAVAGEM

ENTRADAS Unidade funcional

1 L de água absorvida

Gel (g) 21,936

Água (L) 11,843

SAÍDAS

Gel intumescido (g) 1996,172

Efluente (L) 9,863

Acrilamida (total) (g) 0,147

SECAGEM

ENTRADAS Unidade funcional

1 L de água absorvida

Gel intumescido (g) 1996,172

Energia (kW) 155,416

SAÍDAS

Gel seco (g) 1,368

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

60

5.2 Análise do inventário do CalG20 (Sistema B)

Já para análise do inventário do sistema B (Figura 17), novamente,

o maior consumo energético foi identificado na etapa de secagem, onde foram

gastos 72,6 kWh, enquanto que na etapa de síntese foram gastos apenas 7,599

kWh.

Quando se trata da produção de efluentes no sistema B, a etapa da

lavagem também é onde se tem a geração do efluente. As cargas orgânicas

estão contidas no volume de efluentes padronizado de acordo com a unidade

funcional de 1 L de água absorvidos, que para o sistema A foi de 12,582 L

(Figura 17). Foi adotado o mesmo critério do sistema A para determinação da

acrilamida no sistema B. Para determinação da dureza foi utilizado o Método

de Volumetria de Complexação- Determinação da dureza da água (APHA,

1995).

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

61

Tabela 4: Entradas e saídas dos processos unitários na produção de 0,901 g de hidrogel no

sistema B

SÍNTESE

ENTRADAS Unidade Funcional

1 L de água absorvida

Casca do ovo 0,300

Volume de nitrogênio (L) 0,107

Massa Acrilamida (g) 0,592

Massa Acrilato de potássio

(Kac) (g) 0,927

Massa Persulfato de potássio (g) 0,009

Massa MBA (g) 0,005

Massa Temed (g) 0,002

Massa Água (g) 15,110

Energia (kWh) 7,599

SAÍDAS

Gel (g) 16,946

LAVAGEM

ENTRADAS Unidade funcional

1 L de água absorvida

Gel (g) 16,946

Água (L) 13,481

SAÍDAS

Gel intumescido (g) 910,924

Dureza (mg CaCO3) 0,014

Acrilamida (g) 0,112

Efluente (L) 12,582

SECAGEM

ENTRADAS Unidade funcional

1 L de água absorvida

Gel intumescido (g) 910,924

Energia (kWh) 72,616

SAÍDAS

Gel seco (g) 0,901

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

62

5.3 Avaliação de impactos

5.3.1 Comparação dos dois processos

A comparação entre as produções dos hidrogéis pelo sistema A (Pam Acril) e

B (CalG20) mostra que o processo de produção que resulta em maior impacto ambiental

em todas as categorias analisadas é o do A (Figura 15).

Figura 15: Avaliação de impacto ambiental comparativa de produção de hidrogel nos sistemas A e B

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

A análise de incerteza pelo método de Monte Carlo confirma que a produção

de Pam Acril (Sistema A) possui um pior desempenho ambiental, em todas as categorias

de impacto analisadas, dentro do intervalo de confiança de 95%. O gráfico 2 mostra em

porcentagem a quantidade vezes que um sistema apresentou maiores impactos que o outro

em 1000 ciclos de avaliação. A categoria é considerada relevante quando o impacto de um

sistema é maior ou menor que do outro sistema em mais de 95% dos ciclos. Caso alguma

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MC (kg CO₂ eq)

AT (kg SO₂ eq)

ED (kg Peq)

EM (kg Neq)

THC (CTUh) THNC(CTUh)

ECO (CTUe) DH (m³)

Produção do hidrogel CalG20 Produção do hidrogel PamAcril

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

63

categoria apresentasse resultado menor que 95%, essa categoria não seria relevante para o

estudo.

Figura 16: Análise de incerteza pelo método de Monte Carlo, comparando os sistemas A e B

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

5.3.2 Pam Acril (Sistema A)

Em todas as categorias consideradas, a etapa responsável pelo maior impacto

no meio ambiente foi a de secagem, ocorrendo mesmo quando se considerou a categoria

de impacto EH cujo único insumo é o consumo de água destilada (Figura 17).

-20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

MC (kg CO₂ eq)

AT (kg SO₂ eq)

ED (kg P eq)

EM (kg N eq)

THC (CTUh)

THNC (CTUh)

ECO (CTUe)

DH (m³)

Análise de Incerteza

Sistema A < Sistema B Sistema A >= Sistema B

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

64

Figura 17: Resultado da avaliação de impacto ambiental da produção do hidrogel no sistema A

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

Os fluxos de rede apresentados nos Apêndices A a H mostram detalhadamente

o ponto principal que representou maior impacto. Observa-se que:

MC: Produção de energia hidroelétrica que está dentro da matriz energética

brasileira.

AT, ED e EM: Produção de energia a partir do carvão que é outra forma de

produção de energia que compõe a matriz brasileira.

THC , THNC e ECO: Disposição de rejeitos (sulfetos) que vêm do

beneficiamento do cobre utilizado na produção de energia.

EH: Produção de energia nuclear que utiliza bastante água no seu sistema.

A partir dos dados apresentados, nota-se que, devido ao alto consumo energético,

os possíveis impactos das outras etapas de produção ficam mascarados, não sendo possível

identificá-los com esse primeiro resultado.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MC (kg CO2eq)

AT (kg SO2eq)

ED (kg P eq) EM (kg Neq)

THC (CTUh) THNC(CTUh)

ECO (CTUe) EH (m³)

Síntese Lavagem Secagem

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

65

5.3.3 CalG20 (Sistema B)

Assim como no sistema A, em todas as categorias consideradas, a etapa de

secagem foi a responsável pelo maior impacto no meio ambiente. Isso ocorreu mesmo quando

consideramos a categoria de impacto EM em que único insumo também é o consumo de água

destilada (Figura 18).

Figura 18: Resultado da avaliação de impacto ambiental da produção do hidrogel no sistema B

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

Com os fluxos de rede apresentados nos Apêndices I a P, é possível verificar no

detalhe em que etapa ou que insumo foi o causador do maior impacto. Observou-se que:

MC: Produção de energia hidroelétrica.

AT e EM: Produção de energia a partir do carvão.

ED, ECO, THC e THNC: Disposição de rejeitos (sulfetos).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MC (kg CO2eq)

AT (kg SO2eq)

ED (kg P eq) EM (kg Neq)

THC (CTUh) THNC(CTUh)

ECO (CTUe) EH (m³)

Síntese Lavagem Secagem

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

66

EH: Uso de água descarbonizada na planta de produção de energia a partir do

gás natural.

A etapa de secagem para o CalG 20 gasta menos energia quando comparada ao

Pam Acril, como foi mostrado nos inventários dos dois processos (Tabelas 3 e 4). Essa

situação está refletida na Figura 18 em que é possível identificar um percentual de impactos

tanto para a síntese quanto para a lavagem. Além disso, na síntese do CalG 20, também há o

uso de energia na homogeneização da casca do ovo, o que acentua os impactos causados

nessa etapa do processo.

5.4. Discussão de alternativas para redução dos impactos ambientais nos sistemas A e B.

Devido aos resultados de avaliação de impactos ter mostrado que o maior

causador de impactos na produção dos hidrogéis foi o consumo energético, resolveu-se propor

uma síntese em que a etapa de secagem na estufa fosse eliminada do processo, introduzindo a

secagem ao ar livre. Com isso pretende-se obter benefícios imediatos, em termos de impactos

ambientais devido a essa mudança. A etapa de secagem que com a estufa demorava cerca de 7

dias, passou para 13 dias no total quando o hidrogel foi secado ao ar livre. Essa secagem

natural poderia ser mais acelerada caso o hidrogel fosse secado ao sol ou em uma estufa

natural, sendo adotadas medidas de proteção ao hidrogel, como, por exemplo, cobrir com uma

tela de nylon.

Na figura 19 é ilustrada, em termos percentuais, uma comparação entre os

impactos dos processos, para o Pam Acril, após a mudança proposta. É possível ratificar que

retirando a secagem os impactos causados pelo processo reduzem drasticamente em todas as

categorias. A diminuição dos impactos foi menor na categoria EH onde a água deionizada

utilizada na lavagem representa um aspecto importante para os impactos causados.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

67

Figura 19: Comparação percentual entre produção do Pam Acril com e sem a etapa de secagem na estufa

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

Já na tabela 5 são apresentadas essas mudanças em um resultado quantitativo,

mostrando a grande redução de impacto, para o Pam Acril após a eliminação da última etapa,

mostrando reduções de até 1000 vezes no impacto. Esses resultados mostram com mais

clareza a importância em termos de impactos que representa o uso da estufa na etapa de

secagem.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MC (kg CO₂ eq)

AT (kg SO₂ eq)

ED (kg Peq)

EM (kg Neq)

THC (CTUh) THNC(CTUh)

ECO (CTUe) DH (m³)

Produção PamAcril Produção PamAcril-sem secagem

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

68

Tabela 5: Comparação quantitativa entre produção do Pam Acril com e sem a etapa de secagem na estufa

Categoria de impacto Produção do Pam

Acril

Produção do Pam Acril-

Sem Secagem

Redução de

emissões(vezes)

Mudanças Climáticas (kg CO₂

eq) 45,486 0,046 1000

Acidificação Terrestre (kg SO₂

eq) 0,053397794 0,0000188 284

Eutroficação de águas doces (kg

P eq) 0,00789 0,0000172 460

Eutroficação marinha (kg N eq) 0,0023 0,0000228 100

Toxicidade Humana cancerígena

(CTUh) 0,0000023 0,00000000536 430

Toxicidade Humana não

cancerígena (CTUh) 0,000012 0,0000000193 640

Ecotoxicidade (CTUe) 254,73665 0,593 430

Escassez hídrica (m³) 0,0712221 0,005441 13

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

Na Figura 20 é ilustrada, em termos percentuais, uma comparação entre os

impactos dos processos, para o CalG20, após a retirada da estufa no processo de secagem do

gel. Como é possível observar, a redução dos impactos após a mudança proposta é menor no

CalG 20, apesar de grande, é menor que a do Pam Acril. Essa diferença é

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

69

Figura 20: Comparação percentual dos impactos causados na produção do CalG20 com e sem a etapa de

secagem na estufa

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

Já na tabela 6 são apresentadas essas mudanças em um resultado quantitativo,

mostrando a redução de impacto para o CalG20 após a eliminação da última etapa.

Tabela 6: Comparação quantitativa entre produção do CalG20 com e sem a etapa de secagem na estufa

Categoria de impacto Produção do

CalG20

Produção do CalG20 -

Sem Secagem

Redução de emissões

(vezes)

Mudanças Climáticas

(kg CO₂ eq) 23,48 2,23

10

Acidificação Terrestre

(kg SO₂ eq) 0,0028 0,0027 10

Eutroficação de águas

doces (kg P eq) 0,0041 0,0004 10

Eutroficação marinha

(kg N eq) 0,0012 0,00012 10

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MC (kg CO₂ eq)

AT (kg SO₂ eq)

ED (kg Peq)

EM (kg Neq)

THC (CTUh) THNC(CTUh)

ECO (CTUe) DH (m³)

Produção CalG20 Produção CalG20 - sem secagem

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

70

Toxicidade Humana

cancerígena

(CTUh)

0,0000012 0,00000012 10

Toxicidade Humana

não cancerígena

(CTUh)

0,0000063 0,00000061 10

Ecotoxicidade (CTUe) 131,55026 12,590357 10

Escassez hídrica (m³) 0,0452 0,0093 5

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

Com a retirada da secagem, que “mascarava” os outros impactos, foi possível

verificar os impactos causados nas outras etapas do processo (gráficos 7 e 8). No sistema A, a

síntese representou maior impacto na categoria EM. Já para as categorias MC, AT, ED, ECO

THC, THNC e EH, a lavagem representou maior impacto. Foi possível verificar no detalhe

em que etapa ou que insumo foi o causador do maior impacto. Observou-se que:

MC e ED: Uso do gás cloro na produção de água deionizada.

AT , TNHC e EH: Produção da água deionizada.

EM: Produção de acrilamida.

ECO, THC: Uso do aço na estrutura de produção da água deionizada.

Gráfico 1: Análise de impactos do sistema A (Pam Acril) sem a etapa de secagem na estufa

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

71

Fonte: Elaborado pela autora (2016)

No sistema B, a síntese representou maior impacto em todas as categorias de

impacto analisadas, exceto na EH, onde a lavagem representou maior impacto. Isso se deve,

principalmente, pelo uso da energia na preparação das cascas de ovos. Foi possível verificar

no detalhe em que etapa ou que insumo foi o causador do maior impacto. Observou-se que:

MC: Produção de energia hidroelétrica.

AT e EM: Produção de energia a partir do carvão.

ED, ECO, THC e THNC: Disposição de rejeitos (sulfetos).

EH: Uso de água para produção de energia nuclear.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MC (kg CO2eq)

AT (kg SO2eq)

ED (kg Peq)

EM (kg Neq)

THC (CTUh) THNC(CTUh)

ECO (CTUe) EH (m³)

Síntese Lavagem

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

72

Gráfico 2: Análise de impactos do sistema B (CalG20) sem a etapa de secagem na estufa

Fonte: Elaborada pela autora (2016)

A água utilizada para lavagem também representa um alto consumo de recursos

na produção dos hidrogéis, portanto, recomenda-se reutilizá-la. Além da reutilização da água

recomenda-se o desenvolvimento de processos para recuperar a acrilamida nos efluentes, e,

assim, verificar a possibilidade de reutilizar tanto a água como a acrilamida em produções de

hidrogéis futuras.

Outra possibilidade é o uso de reagentes obtidos por meio de fontes renováveis.

Segundo BELLO (2008) o ácido acrílico e a acrilamida podem ser produzidos a partir de

fontes o que pode contribuir para melhorar o desempenho ambiental dos hidrogéis. Outra

alternativa é o uso de polímeros naturais, como a celulose, em substituição parcial da

acrilamida e do ácido acrílico para a obtenção de hidrogéis compósitos no Sistema B.

O trabalho realizado é inédito e pode contribuir para o desenvolvimento de

produtos inovadores com alto desempenho ambiental.

6. CONCLUSÃO

Assim, a abordagem de ciclo de vida demonstrou ser uma metodologia de grande

utilidade para a análise dos impactos ambientais da produção de hidrogéis utilizados na

agricultura, nesse caso um “puro” e um adicionado de cargas minerais, conforme o proposto

no objetivo e no escopo para a metodologia da ACV.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MC (kg CO2eq)

AT (kg SO2eq)

ED (kg P eq) EM (kg Neq)

THC (CTUh) THNC(CTUh)

ECO (CTUe) EH (m³)

Síntese Lavagem

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

73

Utilizando o método de avaliação de impacto ambiental ReCiPe e como

ferramenta computacional o software SimaPro 8, foi possível obter indicadores ambientais e

apontar os impactos causados pelos hidrogéis enquanto produção dos mesmos. A

interpretação dos resultados tomou-se em conta nos conhecimentos obtidos sobre a

metodologia de ACV e no conhecimento das sínteses dos dois hidrogéis adotados para o

estudo.

No sistema A em que há produção do hidrogel copolimérico de acrilamida-

acrilato de potássio (Pam Acril), o consumo energético é o responsável pelo maior impacto

ambiental em todas as categorias consideradas: mudanças climáticas, eutrofização de águas

doces, eutrofização marinha, toxicidade humana cancerígena e não cancerígena,

ecotoxicidade, acidificação terrestre e escassez hídrica. Mesmo na categoria de escassez

hídrica, em que há elevado consumo de água na etapa de lavagem, ainda assim é a secagem

que promove maior impacto.

No sistema B em que há produção do hidrogel compósito com casca de ovo

(CalG20), também o consumo energético é o principal responsável pelo impacto nas

categorias utilizadas.

No estudo comparativo entre os dois sistemas de produção de hidrogéis, observa-

se que o Pam Acril implica um maior impacto ambiental do que o CalG20, em todas as

categorias de impacto consideradas no trabalho. Segundo a análise de incerteza realizada,

todas as categorias são confiáveis para o estudo, pois seu grau de confiabilidade de 95% foi

alcançado.

Para próximos estudos, indica-se que, assim que seja possível, a inserção dos

dados de produção referentes aos insumos que atualmente não estão disponíveis, e assim obter

resultados mais precisos.

Recomenda-se a realização de testes para saber como esse hidrogel se comporta

no solo e após findado seu uso, identificando seus impactos positivos e negativos, podendo

assim dar continuidade nesse estudo de ACV, para que a abordagem berço-túmulo, que é a

mais completa, possa ser realizada.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

74

REFERÊNCIAS

AGABA, H., ORIKIRIZA, L.J.B., ESEGU, J.F.O., OBUA, J., KABASA, J.D.,

HUTTERMANN, A.; Clean-Soil Air Water 2010, 38, 328.

AGÊNCIA BRASIL. Abate de suínos cresce 2,3% em 2014. Disponível em:

http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2015/03/abates-de-frangos-e-de-suinos-

crescem-no-4o-trimestre-de-2014 . Acesso em: 23/01/2016.

ALVES, T.V.G. Obtenção e caracterização de hidrogéis de poliacrilamida-co-

metilcelulose como sistemas carreadores de cloridrato de propranolol. Dissertação

(Mestrado em Ciências da Saúde) - Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do

Pará, Belém, Pará, 2011.

ALMEIDA NETO, M. P. Hidrogéis de Poliacrilamida e Bentonita: Síntese,

Caracterização e Aplicação na Agricultura. Tese de Doutorado- Universidade Federal do

Ceará, Fortaleza, (2010).

ALTHAUS H., DOKA G., DONES R., HECK T., HELLWEG S., HISCHIER R., NEMECEK T.,

REBITZER G., SPIELMANN M. Ecoinvent Report Nº 1: Overview and Methodology. Swiss

Centre for Life Cycle Inventories, Dübendorf, 2004.

ANGÉLICA ALVES MARQUES, Patricia; ANTÔNIO DE MELO CRIPA, Marcos;

HENRIQUE MARTINEZ, Eduardo. Hidrogel como substituto da irrigação complementar

em viveiro telado de mudas de cafeeiro. Ciência Rural, http://revistas.bvs-vet.org.br/crural,

v. 43, n. 1, p. 1-7, may 2014. ISSN 1678-4596. Disponível em: <http://revistas.bvs-

vet.org.br/crural/article/view/21651/22471>. Acesso em: 23/10/ 2015.

AOUADA, Fauze Ahmad et al . Síntese de hidrogéis e cinética de liberação de amônio e

potássio. Rev. Bras. Ciênc. Solo, Viçosa , v. 32, n. 4, p. 1643 1649, Aug 2008. Disponível

em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-

06832008000400029&lng=en&nrm=iso> . Acesso em: 09/01/2016.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

75

AOUADA, F. A.; GUILHERME, M. R.; CAMPESE, G. M.; GIROTTO, E. M.; RUBIRA, A.

F.; MUNIZ, E. C., Polymer Testing, 25, (2006), 158-165.

APHA. 1995. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater.

American Public Health Association. 19th Edition. American Public Health Association.

Washington, D.C.

ARAUJO, M. M.;FIOR, C. S.; SALDANHA, C. W.; OLIVEIRA, L. M.; TABALDI, L. A..

Hidrogel como condicionador de substrato para produção de mudas de Eucalyptus

dunnii Maiden. 2013. Tese de Doutorado em Engenharia Florestal - Universidade Federal de

Santa Maria.

ARENAS, M.Z. Filme Biodegradável à base de fécula de mandioca como potencial

indicador de pH. 2012. 131f. Dissertação (Mestrado em Engenharia na área de concentração:

Engenharia Química) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP.

2012.

BAJPAI, A. K., GIRI, A., Carbohydrate Polymers, 53, (2003), 271-279.

BAJPAI, A. K., GIRI, A., Reactive & Functional Polymers, 53, (2002A), 125–141.

BAJPAI, A.K., JOHNSON, S., Reactive & Functional Polymers, 62, (2005), 271–283.

BAUMANN, H.; TILLMAN, A.M. The hitch hiker’s guide to LCA. An orientation

in life cycle assessment methodology and application. United States of America, 2004.

BEZERRA, M. N. Hidrogéis superabsorventes compósitos de poli(acrilamida-co-acrilato

de potássio) e carbonatos para aplicação agrícola. Tese de Doutorado- Universidade

Federal do Ceará, Fortaleza, (2015).

BOTELHO T. B., Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, (2006). Dissertação

de Mestrado.

BUCHHOLZ, F.L., Journal of Chemical Education, 73, (1996), 512-515.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

76

CALBO, A. G.; SILVA, W. L. de C e. Sistema irrigas para manejo de irrigação:

fundamentos, aplicações e desenvolvimentos. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças, 2005. 174

p.

CANEVAROLO JR, S. V. Ciência dos Polímeros: um texto básico para tecnólogos e

engenheiros. 1ed. São Paulo. ArtLiber Editora, 2002.

CHAUHAN, G.S., MAHAJAN, S., Journal of Applied Polymer Science, 86,(2002), 667-

671.

CHEHEBE, José Ribamar. Análise do ciclo de vida de produtos: ferramentas gerencial da

ISO 14000. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997. 104 p.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 357/05. Estabelece a

classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional. Brasília, SEMA,

2005.

DAYAL, U., MEHTA, S.K., CHOUDHARY, M.S., JAIN, R.C., Journal of

Macromolecular Science-reviews in Macromolecular Chemistry and Physics, C39,

(1999), 507-525.

DE OLIVEIRA BELLO, Fábio et al. Desenvolvimento tecnológico orientado ao mercado–

um estudo de caso da cadeia produtiva do ácido acrílico. 2008.

DELVAL, F., CRINI, G., BERTINI,S., FILIATRE, C., TORRI, G., Carbohydrate Polymer,

60, (2005), 67-78.

DURMAZ, S.; OKAY, O., Polymer, 41, (2000), 3693-3704.

EC-JRC – JOINT RESEARCH CENTRE OF THE EUROPEAN COMMISSION. Analysis

of existing Environmental Impact Assessment methodologies for use in Life CIcle

Assessment- background document. ILCD Handbook – International Reference Life Cycle

Data System, European Union, 2010a.

EUROPEAN COMMISSION, Joint Research Centre, Institute for Environment and

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

77

Sustainability. Characterization factors of the ILCD recommended Life Cycle

Impact Assessment methods. Database and Supporting Information. First

edition.Luxembourg. Publications Office of the European Union; 2012.

FAN, L., 2007. Cascas de ovos recicladas produzem colágeno e hidrogênio. Inovação

Tecnológica. Disponível em: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php

?artigo=010125071001 . Acessado em: 09/01/2016.

FAO, Food and Agriculture Organization of the United Nations. The state of the world’s

land and water resources for food and agriculture, Earthscan: Roma, (2011).

FAO, Gestión del agua: hacia el 2030. Agricultura 21, Rome. Disponível em:

http://www.fao.org/ag/esp/revista/0303sp1.htm. Acesso em: 10/11/2015.

FERNANDES, J. M., Síntese e caracterização de cimento de alfa-fosfato tricálcico

reforçado com hidrogel de alginato de sódio e PVA para aplicação médico-odontológica.

Dissertação de Mestrado- Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica

e de Materiais- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (2013).

FERREIRA, J. V. R. Análise de Ciclo de Vida dos Produtos. Tese de D.Sc., GESTÃO

AMBIENTAL/ Instituto Politécnico de Viseu. Viseu, Portugal, 2004.

FEKETE, T.; BORSA, J.; TAKÁCS, E.; WOJNÁROVITS, L., Cellulose, 21, (2014), 4157-

4165.

FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS-

Metilenobisacrilamida MSDS. Disponível em:

<http://www.hcrp.fmrp.usp.br/sitehc/fispq/Metilenobisacrilamida.pdf>. Acesso em:

13/01/2016

FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS-N,N,N’,N’ –

Tetrametiletilenodiamina (Temed). Disponível em:

<https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-

8#q=fisqp+temed> . Acesso em: 13/01/2016

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

78

FRISCHKNECHT, R., JUNGBLUTH N. Ecoinvent: overview and methology.

Dubendorf: Swiss Centre for Life Cycle Inventories, 2007.

GOEDKOOP, M., HEIJUNGS, R., HUIJBREGTS, M., SCHRYVER, A., J., ZELM, R..

ReCiPe 2008. Holanda: PRé Consultants, University of Leiden, Radboud University

(CML) e National Institute for Public Health and the Environment (RIVM), 2009.

HEIJUNGS, R. HUPPES, G., and GUINÉE, J.B., “Life cycle assessment and sustainability

analysis of products, materials and technologies”. Elsevier, The Netherlands, Polymer

Degradation and Stability 2010, 95.

HEIJUNGS, R., GUINÉE, J. B., HUPPES, G., LANKREIJER, R. M., de HAES, H. e

SLEESWIJK, A., (1992). Environmental Life Cycle Assessment of Products -

Backgrounds and Guide LCA. Leiden: CMLCentre of Environmental Science.

HOFFMAN, A. S., Advanced Drug Delivery, 43, (2002), 3-12.

IYER, K. A.; TORKELSON, J. M., Composites Science and Technology, 102, (2014), 152-

160.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO). ISO

14040: environmental management - Life cycle assessment - Principles and

framework. Genebra: ISO: 2006a.

ISO 14044: environmental management - Life cycle assessment - Requirements and

guidelines. Genebra: ISO: 2006b.

IWAKURA, C.; MURAKAMI, H.; NOHARA, S.; FURUKAWA, N.; INOUE, H., Journal of

Power Sources, 152, (2005), 291-294.

K. Kabiri; H. Omidian; M.J. Zohuriann-Mehr; S. Doroudiani; Polym. Compos. 2011, 32,

277.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

79

KÄMPF, A. N.; FERMINO, M. H., Substrato para plantas: A base da produção vegetal

em recipientes, Genesis: Porto Alegre, (1999).

KARADAG, E.; HASGÜL, B.; KUNDAKCI, S.; ÜZÜM, Ö. B., Advances in Polymer

Technology, 33, (2014), in press.

KASGÖZ, H., Colloids and Surfaces A: Physicochemical and Engineering Aspects, 266,

(2005), 44–50

KASGOZ, H., OZGUMUS, S., ORBAY, M., Polymer, 44, (2003), 1785–1793.

KASGÖZ, H., Polymer Bulletin, 56, (2006), 517-528.

KIYOZUMI, T.; KANATANI, Y.; ISHIHARA, M.; SAITON, D.; SHIMIZU, J.; YURA, H.;

SUZUKI, S.; OKARA, Y.; KIKUCHI, M., Burns, 33, (2007), 642-648.

KLAUS, N., KOSSMEHL, G., SCHAFER, H., VOLKHEIMER, J., Patent Number:

WO9011306-A, (1990).

KOK, F.N., WILKINS, R.W., CAIN, R.B., ARICA, M.Y., ALAED-DINOGLU,

G.,HASIREI, V., Journal of Microencapsulation, 16, (1999), 613-626.

KRSOK, P., LEBETA, M., Materialsftoday, 8, (2005), 36-44.

LEE, K. T.; WU, N. L., Journal of Power Sources, 179, (2008), 430-434.

LEONE, G.; DELFINI, M.; DI COCCO, M. R.; BORIONI, A.; BARBUCCI, R., Carbohydrate

Research, 343, (2008), 317-327.

LI, A.; WANG, A., European Polymer Journal, 41, (2005), 1630-1637.

LIMA, A. P. D., Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, (2008). Dissertação de Mestrado.

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

80

LIMA, Antônio Bastos Torres. Aplicações de cargas minerais em polímeros. 2007.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Mineral) - Escola Politécnica, Universidade de São

Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3134/tde-

27062007-185421/ . Acesso em: 2016-01-09.

MARQUES, P. A. A. et al. Hidrogel como substituto da irrigação complementar em

viveiro telado de mudas de cafeeiro. Ciência Rural, Santa Maria, v.43, n.1, p.1-7, 2013.

MIRANDA, Marcelo A. et al . Condicionadores químicos e orgânicos na recuperação de

solo salino-sódico em casa de vegetação. Rev. bras. eng. agríc. ambient., Campina Grande ,

v. 15, n. 5, p. 484-490, Maio 2011 . Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-

43662011000500008&lng=en&nrm=iso . Acesso em: 13/01/16

http://dx.doi.org/10.1590/S1415-43662011000500008.

MORAES, Larissa Ariana Roveroni. Aplicação da fotocatálise heterogênea para a

degradação de corantes de uma indústria de cosméticos. 2010. Dissertação (Mestrado em

Química Analítica) - Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo, São

Carlos, 2010. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/75/75132/tde-

26072010-133617/ . Acesso em: 2015-12-22.

MURAKAMI, F. S.; RODRIGUES, P. O.; CAMPOS, C. M. T. e SILVA, M. A. S. Ciências e

Tecnologia de Alimentos, 27, (2007), 658-662.

MURAKAMI, F. S., 2006. Estudo termoanalítico entre carbonato de cálcio industrial e

carbonatode cálcio obtido da casca do ovo. V Congresso Brasileiro de Análise Térmica e

Calorimetria– V CBRATEC.

MURAKAMI, F. S. et al. Physicochemical study of CaCO3 from egg shells. Ciência e

Tecnologia de alimentos, 27(3), 658-662, jul-set, 2007.

NASTASOVI, A ., JOVANOVI, S., DORDEVEC, D., ONJIA, A., JAKOVLJEVI,D.,

NOVAKOVIC, T., Reactive & Functional Polymers, 58 (2004), 139-147.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

81

NEVES, M. A., Alternativas para valorização da casca de ovo como complemento

alimentar e em implantes ósseos. Dissertação de Mestrado em Ciência dos Alimentos.

Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Santa

Catarina, Florianópolis, Brasil, 1998.

NIMAH, N.M., RYAN, J., CHAUDHRY, M.A., Soil Science Society of America Journal,

47, (1983), 742-745.

OMIDIAN, H.; HASHEMI, S. A.; SAMMES, P. G.; MELDRUM, I. G., Polymer, 39, (1998),

3459-3466.

PAOLI, M. A.; BARBOZA, A.C. R.N. Polipropileno carregado com microesferas ocas de

vidro (glass bubbles): obtenção de espuma sintética. Polímeros: Ciência e Tecnologia, v.

12, n.2, p. 130-137, 2002.

PEPPAS N.A.; MIKOS, A.G. Preparation methods and structure of hydrogels. In: N.A.

Peppas, Editor, Hydrogels in Medicine and Pharmacy, Volume 1- Fundamentals, CRC

Press, Boca Raton, FL (1986), pp.1-26.

PETER KRSKO, MATTHEW LEBETA., Materialsftoday, 8, (2005), 36-44.

PERES, A. P.; WASZCZYNSKYJ, N., Visão Acadêmica, 11, (2010), 1518-5192.

PFISTER, S.; KOEHLER, A; HELLWEG, S. Assessing the environmental impacts of

freshwater consumption in LCA. Environm. Sci. Technol., v. 43, p.4098-4104, 2009.

PRE CONSULTANTS - Product Ecology Consultants, Introduction into LCA with

SimaPRO . Netherlands, 2010.

ROSA, F., BORDADO, J.M., CASQUILHO, M., Polímeros Superabsorventes-

Potencialidades e Aplicações. Disponível em:

http://web.tecnico.ulisboa.pt/~mcasquilho/compute/_fitting/Ing98-DC_Quim8.pdf . Acesso

em: 16/01/2016.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

82

ROSENBAUM, R.K., BACHMANN, T.M., GOLD, L.S., HUIJBREGTS, M.A.J.,

JOLLIET, O., JURASKE, R., KÖHLER, A., LARSEN, H.F., MacLEOD, M.,

MARGNI, M., McKONE, T.E., PAYET, J., SCHUHMACHER, M., VAN DE MEENT,

D., HAUSCHILD, M.Z. (2008): USEtox - The UNEP-SETAC toxicity model:

recommended characterisation factors for human toxicity and freshwater

ecotoxicity in Life Cycle Impact Assessment. International Journal of Life Cycle

Assessment, v. 13, n. 7, p. 532-546, 2008.

ROSENBAUM, R. K. Interpretation: Uncertainty and sensitivity. Material didático da

disciplina de Life Cycle Assessment of Products and Systems. Division for Quantitative

Sustainability Assessment, DTU Management Engineering, Technical University od

Danmark, 2012.

ROTHON, R. Particulate Filled Polymer Composites. Londres. Longman Scientific and

Technical, 1995.

RUDZINSKI, W.; DAVE, A. M.; VAISHNA, V. H.; KUMBAR, S. G.; KULKAMI, A. R.;

AMINABHA, T. M., Designed Monomers and Polymers, 5, (2002), 39-65.

SALATTI, E.; Plurale em Revista, Ed.22, Especial Água, 26/04/2011.

TAKEDA, A; TACHARD,A. L.; OMETTO, A. R. Levantamento de métodos de Avaliação

de Impacto de Ciclo de Vida (AICV) mais recorrentes em estudos. In: 2º Congresso

Brasileiro em Gestão de Ciclo de Vida de Produtos e Serviços – ACV 2010. Artigos

científicos. Florianópolis: UFSC, 2010.

THOMAS, D.S. Hydrogel applied to the root plug of subtropical eucalypt seedlings

halves transplant death following planting. Forest Ecology and Management, v.255, n.3-

4, p.1305-1314, 2008. Disponível em:

<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378112707008341>. Acesso em:

23/10/2015.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

83

UNEP/SETAC Life Cycle Initiative. Life Cycle Approaches - The road from analysis

to practice. United Nations Publication, Paris, França, 2005.

USEPA, 2001. U.S. Environmental Protection Agency and Science Applications

International Corporation. LCAccess - LCA 101. 2001. Disponível em:

http://www.epa.gov/ORD/NRMRL/lcaccess/lca101.htm. Acesso em: 01/09/2015.

UZUM, O.B., KARADAG, E., Journal of the International Adsorption Society,12,

(2006A), 77-88.

VON SPERLING, M. (1994). Critérios e dados para uma seleção preliminar de sistemas

de tratamento de esgotos. Bio Engenharia Sanitária e Ambiental. Encarte técnico, Ano III,

No. 1, Jan/Apr 1994. pp. 7-21. (in Portuguese).

VASCONCELOS, A. C. Estrutura da natureza: um estudo da interface entre a biologia e

engenharia. Studio Nobel. São Paulo, 2000, p. 111 – 114.

WANG, Y. T.; BOOGHER, C. A., Journal of Environment Horticulture, 5, (1987), 125-127.

YU, B.; WANG, C.; JU, Y. M.; WEST, L.; HARMON, J.; MOUSSY, Y.; MOUSSY, F.,

Biosensors and Bioelectronics, 23, (2008), 1278-1284.

ZHANG, J.; WANG, A., Reactive and Functional Polymers, 67, (2007), 737-745.

ZHANG, L.; RAKOTONDRADANY, F.; MYLES, A. J.; FENNIRI, H.; WEBSTER, T. J.,

Biomaterials, 30, (2009), 1309-1320.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

84

Apêndice A: Rede de impacto da categoria “Mudanças Climáticas” para o Pam Acril

11,5 MJ Electricity, hard coal, at power

7,59 %

8,8 MJ Electricity,

industrial gas, at

9,44 %

34,2 MJ Electricity,

natural gas, at

13,4 %

21,1 MJ Electricity, at

cogen 200kWe

9,43 %

90 MJ Natural gas,

burned in power plant/UCTE U

13,4 %

18,9 MJ Blast furnace

gas, burned in power plant/RER 8,33 %

730 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

97,5 %

612 MJ Electricity,

hydropower, at

57,3 %

719 MJ Electricity, high

voltage, production BR,

98,4 %

702 MJ Electricity,

medium voltage, production BR,

98,7 %

560 MJ Electricity, low

voltage, production BR,

100 %

0,00137 kg Produção do

hidrogel

100 %

0,00137 kg c-Secagem,

PamAcril, GEL, lab

99,9 %

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

85

Apêndice B: Rede de impacto da categoria “Acidificação Terrestre” para o Pam Acril

0,0458 m Distribution

network, electricity, low

22,4 %

2,14 MJ Electricity, hard coal, at power

plant/ES U 11,4 %

11,5 MJ Electricity, hard coal, at power

27,4 %

5,95 MJ Hard coal, burned in

11,4 %

0,102 kg Copper, at regional

storage/RER U 23,3 %

0,0172 kg Copper,

primary, at refinery/RLA U

12,4 %

34,2 MJ Electricity,

natural gas, at

10,8 %

21,1 MJ Electricity, at

cogen 200kWe

18,2 %

90 MJ Natural gas, burned in

power 10,8 %

730 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

73,1 %

719 MJ Electricity, high

voltage, production BR,

73,9 %

702 MJ Electricity,

medium voltage, production BR,

77,5 %

560 MJ Electricity, low

voltage, production BR,

99,9 %

0,00137 kg Produção do

hidrogel

100 %

0,00137 kg c-Secagem,

PamAcril, GEL,

99,9 %

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

86

Apêndice C: Rede de impacto da categoria “Eutrofização de águas doces” para o Pam

Acril

0,0458 m Distribution

network,

60 %

11,5 MJ Electricity, hard coal, at power plant/UCTE U

19,9 %

0,102 kg Copper, at regional

storage/RER U 67,7 %

0,065 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RL 40 %

0,124 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RE 10,8 %

0,0172 kg Copper,

primary, at refinery/RLA U

38,4 %

0,00322 kg Copper, SX-EW, at refinery/GLO

U 11,5 %

0,0294 kg Polyvinylchlorid e, at regional storage/RER U

0,0245 %

0,0257 kg Polyvinylchlorid e, suspension

polymerised, at 0,0169 %

10,6 kg Disposal, sulfidic

tailings, off-site/GLO U

67 %

730 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

29,9 %

719 MJ Electricity, high

voltage, production BR,

30,9 %

702 MJ Electricity, medium

40 %

560 MJ Electricity, low

voltage,

100 %

9,7 kg Disposal, spoil

from coal mining, in

25,6 %

0,00137 kg Produção do

hidrogel

100 %

0,00137 kg c-Secagem,

PamAcril, GEL,

99,9 %

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

87

Apêndice D: Rede de impacto da categoria “Eutrofização marinha” para o Pam Acril

0,0458 m Distribution

network, electricity, low

20,3 %

11,5 MJ Electricity, hard coal, at power

27,5 %

0,102 kg Copper, at regional

storage/RER U 20,4 %

21,1 MJ Electricity, at

cogen 200kWe

13,1 %

0,0294 kg Polyvinylchlorid e, at regional storage/RER U

0,397 %

0,0257 kg Polyvinylchlorid e, suspension

0,329 %

730 MJ Electricity,

production mix

75 %

719 MJ Electricity, high

voltage, production BR,

75,8 %

702 MJ Electricity, medium voltage,

79 %

560 MJ Electricity, low

voltage, production BR,

99,3 %

9,7 kg Disposal, spoil

from coal

18,3 %

0,00137 kg Produção do

hidrogel

100 %

0,00137 kg c-Secagem,

PamAcril, GEL,

99,3 %

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

88

Apêndice E: Rede de impacto da categoria “Toxicidade humana cancerígena” para o

Pam Acril

0,0458 m Distribution

network, electricity, low

67,6 %

0,00635 m Transmission

network, electricity,

12,8 %

0,102 kg Copper, at regional

storage/RER U

13,9 %

0,065 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RL

7,81 %

0,0569 kg Disposal, wood pole, chrome

preserved, 20%

8,16 %

10,6 kg Disposal, sulfidic

tailings, off-site/GLO U

12,7 %

730 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

18,5 %

719 MJ Electricity, high

voltage, production BR, at

19,6 %

702 MJ Electricity,

medium voltage, production BR, at

32,4 %

560 MJ Electricity, low

voltage, production BR, at

99,9 %

0,00137 kg Produção do

hidrogel PamAcril

100 %

0,00137 kg c-Secagem,

PamAcril, GEL, lab

99,9 %

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

89

Apêndice F: Rede de impacto da categoria “Toxicidade humana não cancerígena” para

o Pam Acril

0,0458 m Distribution

network, electricity, low

71,4 %

0,00635 m Transmission

network, electricity,

10,9 %

0,102 kg Copper, at regional

storage/RER U 81,8 %

0,065 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RL

41,4 %

0,124 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RE

11,2 %

0,0172 kg Copper, primary, at refinery/RLA U

47,9 %

0,00322 kg Copper, SX-EW, at refinery/GLO

U

11,8 %

10,6 kg Disposal, sulfidic

tailings, off-site/GLO U

69,3 %

730 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

17 %

719 MJ Electricity, high

voltage, production BR, at 17,7 %

702 MJ Electricity,

medium voltage, production BR, at

28,6 %

560 MJ Electricity, low

voltage, production BR, at

99,9 %

0,00137 kg Produção do

hidrogel PamAcril

100 %

0,00137 kg c-Secagem,

PamAcril, GEL, lab

99,9 %

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

90

Apêndice G: Rede de impacto da categoria “Escassez hídrica” para o Pam Acril

34,2 MJ Electricity,

natural gas, at power

18,2 %

18,1 MJ Electricity,

nuclear, at power plant/CH 39,7 %

41,6 kg Water,

decarbonised, at plant/RER U

39 %

90 MJ Natural gas, burned in

power 18,2 %

9,98 MJ Electricity,

nuclear, at power plant

22,3 %

8,16 MJ Electricity,

nuclear, at power plant

17,4 %

730 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

90,2 %

719 MJ Electricity, high

voltage, production BR,

90,8 %

702 MJ Electricity,

medium voltage, production BR,

91,9 %

560 MJ Electricity, low

voltage, production BR,

98,8 %

0,00137 kg Produção do

hidrogel PamAcril

100 %

0,00137 kg c-Secagem,

PamAcril, GEL, lab

98,7 %

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

91

Apêndice H: Rede de impacto da categoria “Ecotoxicidade” para o Pam Acril

0,0458 m Distribution

network, electricity, low

76,4 %

0,00635 m Transmission

network, electricity,

12 %

0,102 kg Copper, at regional

storage/RER U 79,9 %

0,065 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RL

46,8 %

0,124 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RE

12,6 %

0,0172 kg Copper, primary, at refinery/RLA U

45,6 %

0,0243 kg Copper, primary, at refinery/RER

U

10,4 %

0,00322 kg Copper, SX-EW, at refinery/GLO

U

13,4 %

10,6 kg Disposal, sulfidic

tailings, off-site/GLO U

78,7 %

730 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

10,9 %

719 MJ Electricity, high

voltage, production BR, at 11,8 %

702 MJ Electricity,

medium voltage, production BR, at 23,7 %

560 MJ Electricity, low

voltage, production BR, at

100 %

0,00137 kg Produção do

hidrogel PamAcril

100 %

0,00137 kg c-Secagem,

PamAcril, GEL, lab

99,9 %

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

92

Apêndice I: Rede de impacto da categoria “Mudanças Climáticas” para o CalG20

5,94 MJ Electricity, hard coal, at power plant/UCTE U

7,58 %

4,54 MJ Electricity,

industrial gas, at power plant/UCTE

9,43 %

17,6 MJ Electricity, natural

gas, at power plant/UCTE U

13,4 %

10,9 MJ Electricity, at

cogen 200kWe diesel SCR,

9,43 %

46,4 MJ Natural gas,

burned in power plant/UCTE U

13,4 %

9,76 MJ Blast furnace gas, burned in power

plant/RER U

8,33 %

377 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

97,5 %

316 MJ Electricity,

hydropower, at reservoir power

57,3 %

371 MJ Electricity, high

voltage, production BR, at

98,3 %

362 MJ Electricity, medium

voltage, production BR, at

98,7 %

289 MJ Electricity, low

voltage, production BR, at

99,9 %

0,000901 kg Produção do

hidrogel CalG20

100 %

0,0169 kg 1-Síntese - CalG

20, GEL, lab

9,48 %

0,000901 kg 3-Secagem,

CalG20, GEL, lab

90,5 %

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

93

Apêndice J: Rede de impacto da categoria “Acidificação Terrestre” para o CalG20

0,0236 m Distribution

network,

22,4 %

5,94 MJ Electricity,

hard coal, at

27,3 %

0,0525 kg Copper, at regional

23,2 %

0,00887 kg Copper,

primary, at

12,4 %

10,9 MJ Electricity, at

cogen

18,1 %

377 MJ Electricity, production

73 %

371 MJ Electricity,

high voltage,

73,8 %

362 MJ Electricity, medium

77,4 %

289 MJ Electricity, low

voltage,

99,8 %

0,000901 kg Produção do

hidrogel

100 %

0,000901 kg 3-Secagem, CalG20, GEL,

90,3 %

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

94

Apêndice K: Rede de impacto da categoria “Eutrofização de águas doces” para o

CalG20

0,0236 m Distribution

network,

59,9 %

5,94 MJ Electricity,

hard coal, at

19,9 %

0,0525 kg Copper, at regional

67,5 %

0,0336 kg Copper

concentrate,

39,9 %

0,00887 kg Copper,

primary, at

38,4 %

4,27E-5 kg Polypropylene , granulate, at

6,73E-5 %

5,47 kg Disposal, sulfidic

66,8 %

1,21E-9 p Water

treatment

0,000827 %

13,5 kg Water,

deionised, at

0,219 %

377 MJ Electricity, production

29,8 %

371 MJ Electricity,

high voltage,

30,8 %

362 MJ Electricity, medium

40 %

289 MJ Electricity, low

voltage,

99,7 %

5,01 kg Disposal, spoil from

25,6 %

0,000901 kg Produção do

hidrogel

100 %

0,911 kg 2-Lavagem, CalG20, GEL,

0,219 %

0,000901 kg 3-Secagem, CalG20, GEL,

90,3 %

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

95

Apêndice L: Rede de impacto da categoria “Eutrofização marinha” para o CalG20

0,0236 m Distribution network,

electricity, low

20,3 %

5,94 MJ Electricity, hard coal, at power plant/UCTE U

27,4 %

0,0525 kg Copper, at

regional storage/RER U

20,3 %

10,9 MJ Electricity, at

cogen 200kWe diesel SCR,

13,1 %

4,27E-5 kg Polypropylene, granulate, at plant/RER U

0,000577 %

1,21E-9 p Water treatment

plant, deionisation/CH/I U

0,00256 %

13,5 kg Water, deionised,

at plant/CH U

0,271 %

377 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

74,8 %

371 MJ Electricity, high

voltage, production BR, at

75,6 %

362 MJ Electricity, medium

voltage, production BR, at

78,7 %

289 MJ Electricity, low

voltage, production BR, at

99 %

5,01 kg Disposal, spoil from

coal mining, in surface landfill/GLO

18,3 %

0,000901 kg Produção do

hidrogel CalG20

100 %

0,911 kg 2-Lavagem,

CalG20, GEL, lab

0,271 %

0,000901 kg 3-Secagem,

CalG20, GEL, lab

89,6 %

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

96

Apêndice M: Rede de impacto da categoria “Toxicidade humana cancerígena” para o

CalG20

0,0236 m Distribution

network, electricity, low

67,5 %

0,00328 m Transmission

network, electricity,

12,8 %

0,0525 kg Copper, at regional

storage/RER U

13,9 %

0,0336 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RL

7,79 %

5,47 kg Disposal, sulfidic

tailings, off-site/GLO U

12,7 %

377 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

18,4 %

371 MJ Electricity, high

voltage, production BR, at

19,6 %

362 MJ Electricity,

medium voltage, production BR, at

32,3 %

289 MJ Electricity, low

voltage, production BR, at

99,7 %

0,000901 kg Produção do

hidrogel CalG20

100 %

0,0169 kg 1-Síntese - CalG

20, GEL, lab

9,46 %

0,000901 kg 3-Secagem,

CalG20, GEL, lab

90,3 %

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

97

Apêndice N: Rede de impacto da categoria “Toxicidade humana não cancerígena” para

o CalG20

0,0236 m Distribution

network, electricity, low

71,3 %

0,00328 m Transmission

network, electricity,

10,9 %

0,0525 kg Copper, at regional

storage/RER U

81,7 %

0,0336 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RL

41,3 %

0,0642 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RE

11,1 %

0,00887 kg Copper, primary, at refinery/RLA U

47,8 %

0,00166 kg Copper, SX-EW, at refinery/GLO

U

11,8 %

5,47 kg Disposal, sulfidic

tailings, off-site/GLO U

69,2 %

377 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

17 %

371 MJ Electricity, high

voltage, production BR, at

17,7 %

362 MJ Electricity,

medium voltage, production BR, at

28,6 %

289 MJ Electricity, low

voltage, production BR, at

99,8 %

0,000901 kg Produção do

hidrogel CalG20

100 %

0,000901 kg 3-Secagem,

CalG20, GEL, lab

90,3 %

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

98

Apêndice O: Rede de impacto da categoria “Escassez hídrica” para o CalG20

0,0236 m Distribution

network,

5,25 %

1,19 MJ Hard coal coke, at plant/RER U

0,296 %

0,093 kg Steel,

converter,

1,83 %

9,37 MJ Electricity, nuclear, at

30,2 %

15,7 kg Tap water, at user/RER U

23,8 %

21,5 kg Water,

decarbonised,

29,7 %

13,5 kg Water,

deionised, at

22,8 %

377 MJ Electricity,

production mix

68,6 %

371 MJ Electricity, high

voltage,

69,1 %

362 MJ Electricity, medium

69,9 %

289 MJ Electricity, low

voltage,

75,1 %

0,000901 kg Produção do

hidrogel

100 %

0,911 kg 2-Lavagem, CalG20, GEL,

24,8 %

0,000901 kg 3-Secagem, CalG20, GEL,

68 %

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL ... RIMA Relatório

99

Apêndice P: Rede de impacto da categoria “Ecotoxicidade” para o CalG 20

0,0236 m Distribution

network, electricity, low

76,3 %

0,00328 m Transmission

network, electricity,

12 %

0,0525 kg Copper, at regional

storage/RER U

79,8 %

0,0336 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RL

46,8 %

0,0642 kg Copper

concentrate, at beneficiation/RE

12,6 %

0,00887 kg Copper, primary, at refinery/RLA U

45,6 %

0,0125 kg Copper, primary, at refinery/RER

U

10,4 %

0,00166 kg Copper, SX-EW, at refinery/GLO

U

13,4 %

5,47 kg Disposal, sulfidic

tailings, off-site/GLO U

78,6 %

377 MJ Electricity,

production mix BR/BR U

10,9 %

371 MJ Electricity, high

voltage, production BR, at

11,7 %

362 MJ Electricity,

medium voltage, production BR, at

23,7 %

289 MJ Electricity, low

voltage, production BR, at

99,9 %

0,000901 kg Produção do

hidrogel CalG20

100 %

0,000901 kg 3-Secagem,

CalG20, GEL, lab

90,4 %