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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR
FACULDADE DE FARMCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENFERMAGEM
MARIA LEONOR COSTA DE MORAIS
CONSTRUO E VALIDAO DE HIPERMDIA EDUCACIONAL EM SADE
SEXUAL UMA ABORDAGEM ACERCA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM
GINECOLGICA
FORTALEZA
2011
MARIA LEONOR COSTA DE MORAIS
CONSTRUO E VALIDAO DE HIPERMDIA EDUCACIONAL EM SADE
SEXUAL UMA ABORDAGEM ACERCA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM
GINECOLGICA
Dissertao submetida Coordenao do Programa
de Ps-Graduao em Enfermagem do
Departamento de Enfermagem da Universidade
Federal do Cear, como parte dos requisitos para
obteno do ttulo de Mestre em Enfermagem.
rea de concentrao: Aes integradas para a
promoo da sade sexual e reprodutiva.
Orientadora: Prof. Dr. Ana Karina Bezerra Pinheiro
FORTALEZA
2011
F936c Morais, Maria Leonor Costa de
Construo e validao de hipermdia educacional em sade sexual -
abordagem consulta de enfermagem ginecolgica/ Maria Leonor
Costa de Morais. Fortaleza, 2011. 108f. : il.
Orientadora: Prof. Dr. Ana Karina Bezerra Pinheiro
Dissertao (Mestrado) - Universidade Federal do Cear. Programa
de Ps-Graduao em Enfermagem. Fortaleza, Cear.
1. Hipermdia 2. Ginecologia 3. Educao a Distncia 4. Tecnologia 5. Enfermagem I. Pinheiro, Ana Karina Bezerra (orient.) II.
Ttulo.
CDD:
MARIA LEONOR COSTA DE MORAIS
CONSTRUO E VALIDAO DE HIPERMDIA EDUCACIONAL EM SADE
SEXUAL UMA ABORDAGEM ACERCA DA CONSULTA DE ENFERMAGEM
GINECOLGICA
Dissertao submetida Coordenao do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem do
Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Cear, como parte dos requisitos para
obteno do ttulo de Mestre em Enfermagem.
Aprovada em: 05/08/2011.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Prof. Dr. Ana Karina Bezerra Pinheiro (Orientadora)
Universidade Federal do Cear - UFC
____________________________________________________
Dr. Priscila de Souza Aquino
Universidade Federal do Cear - UFC
____________________________________________________
Prof. Dr. Mnica Oliveira Batista Ori
Universidade Federal do Cear - UFC
____________________________________________________
Prof. Dr. Marcelino Cavalcante Pequeno
Universidade Federal do Cear - UFC
A Deus,
Senhor da minha vida, por estar ao meu lado em
todos os momentos e, particularmente, segurar em
minha mo naqueles em que no percebi Sua
presena e pensei em desistir.
Aos meus pais,
Incio Domingos de Moraes Filho e Josefa Costa de
Moraes, pela preocupao intermitente e dedicao
imensurvel aos filhos, pelo firme alicerce
construdo ao longo desses anos.
Ao meu esposo,
Ramson Arago Gois, belo e admirvel em sua
essncia. Pela pacincia e cumplicidade, pela fala
mansa quando preciso, por no me deixar desistir
nunca.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter Seus olhos sempre atentos em mim, aliviando-me as angstias e
auxiliando-me na busca pelo melhor caminho, por me proporcionar vivenciar tantas alegrias em to
pouco tempo.
Ao meu amado pai, Incio Domingos de Moraes Filho, por se preocupar sempre com a
minha educao, no poupando esforos para me proporcionar os melhores meios. Eu lhe agradeo
por me apresentar os melhores ensinos, livros e as melhores msicas. Quisera eu encontrar uma
forma de lhe mostrar o quanto lhe agradeo e o quanto o amo, apesar de todos os desgastes dessa
caminhada. Meu maior desejo que voc receba todo esse amor que sinto no meu peito. O xito de
mais essa etapa da minha vida foi decorrente das lies e do exemplo que me deu. Essa vitria foi
construda por voc ao longo dos anos.
Ao meu amor maior e incondicional, Josefa Costa de Moraes, razo maior da minha
busca pelo sucesso. Nada teria sido feito sem voc; meu ideal de filha, me, mulher, amiga,
companheira e educadora. Seu exemplo de coragem e garra sempre me faz acreditar que o futuro
ser melhor. Obrigada pelas palavras nas horas certas e pelo exemplo de determinao diante das
adversidades da vida. Essa conquista sua!
Aos meus irmos e maiores dolos, Ilitch Daniel Costa de Moraes e Yuri Samuel Costa
de Moraes, por me mostrarem que, com esforo e dedicao, o sucesso acontece. Muito obrigada
pelas risadas, tristezas, pelos olhares, abraos e amor compartilhados. No estamos separados
nunca, pois nosso elo mais forte do que qualquer distncia.
Ao meu marido, amigo e amor, Ramson Arago Gois, um presente enviado pelo meu
Senhor, por ser minha calma, meu cho, por cuidar de mim como um anjo. No h uma combinao
de palavras que eu poderia colocar em agradecimento. Sem voc esse momento no seria to
especial. Obrigada pelo apoio incondicional, pela torcida diria, pelas palavras de incentivo, pelos
conselhos no silncio das madrugadas e por me presentear com sua presena em nossa casa. Voc
me mostra, a cada dia, o quo necessrio o amor. Sempre melhor quando estamos juntos.
minha afilhada, Ana Luiza, por me confortar com seu sorriso, mesmo sem saber pelos
poucos sete anos de idade, nas horas de angstias. Pelos momentos divertidssimos e por todas as
traquinagens que aprontamos juntas.
Professora Dr. Ana Karina Bezerra Pinheiro, grande amiga e orientadora, por me
deixar aprender em sua companhia, acreditando em mim no momento certo, por me estimular a
enfrentar desafios na vida acadmica e pessoal, por me fazer aprender na sua conduta admirvel de
educadora, filha e me. Voc ser sempre a minha orientadora.
Professora Dr. Lorena Barbosa Ximenes, minha eterna tutora, pelos conselhos, pelas
oraes nas horas certas e por me fazer acreditar que a f o melhor caminho. Obrigada pelo apoio,
pela motivao e pelas palavras certas.
Professora Dr. Maria Dalva Santos Alves, por me abrir muitas portas e me ajudar
sempre que eu preciso. Obrigada pelo apoio, incentivo, pela pacincia, presteza e motivao em
momentos acadmicos e pessoais. A senhora ser sempre um exemplo a ser seguido.
Ao meu eterno PET-Enfermagem-UFC, que me permitiu conhecer as diversidades do
Brasil, atravs das inesquecveis viagens e dos eventos. Pelas conversas descontradas, pelos
sorrisos proporcionados, pelos momentos de tristeza e choro que vivemos, pelas brincadeiras, pelo
trabalho srio, por me aceitar do jeito que sou e me fazer sentir especial. Jamais o esquecerei!
minha amiga-irm e anja, Sabrina Queiroz, pelas longas conversas e palavras certas
nas horas de aflio. Por ser uma crist rica de f, amor e bons sentimentos e por me acolher em sua
companhia. Voc uma pessoa admirvel e necessria, uma das minhas grandes conquistas.
Agradeo a Deus pela sua existncia e amizade em minha vida. Amo voc!
minha amiga-irm, Juliana Gonalves, por ser minha parceira e companheira em
tantos momentos inesquecveis, por me ouvir e por ser um exemplo de mulher e coragem. Deus me
proporcionou o presente da sua amizade. Sinto muito a sua falta.
Ao G4, Ivan Jeferson, Mayara Justa e Fernando Wesley, por tantos momentos que, de
to inesquecveis, no podem ser descritos, por serem amigos fiis, leais e por no se afastarem
mesmo na distncia, fazendo de problemas solues e tornando meus dias mais felizes. Meus
amigos, meus amores, vocs certamente teriam um solo no meu DVD.
Ao meu amigo e compadre, Thiago Bruno Reis de Azevedo, pelas longas conversas e
risadas. Por me dar apoio sempre, mesmo quando estou errada. Voc especial!
minha amiga Thas Marques, por me deixar fazer parte de sua vida. Nossa amizade
ser para sempre. Obrigada pelas risadas e pelo companheirismo.
amiga Emeline Lopes, por sempre ser to amiga, por me proporcionar conversas to
agradveis e cheias de ensinamento, por ter sempre um abrao apertado e um sorriso sincero. De
voc, no me esqueo jamais.
minha amiga, doutora, Priscila de Souza Aquino, pelo exemplo de humildade, de
competncia e pelas orientaes. Admiro demais voc e tento aprender com seus exemplos!
Aos colegas do Mestrado, por suas caractersticas to diferentes e complementares. Por
me ajudarem a saber conviver nas diferenas. Que nossos caminhos sejam repletos de compreenso
e sucesso.
Aos professores do Departamento de Enfermagem da UFC, por disponibilizarem tempo
e conhecimento, fundamentais para a construo do nosso saber.
Aos especialistas, que gentilmente aceitaram validar esta hipermdia.
A todos os membros da banca, pela contribuio valorosa para o aprimoramento desse
trabalho e pela disponibilidade de leitura desse material.
A todos que, direta ou indiretamente, contriburam para a realizao desse trabalho,
muito obrigada!
"Sei que os Teus olhos / Sempre atentos permanecem em mim / E os Teus ouvidos / esto sensveis
para ouvir meu clamor / Posso at chorar... / Mas a alegria vem de manh / s Deus de perto e no
de longe / Nunca mudaste, Tu s fiel."
(Davi Sacer, Ronald Fonseca e Vernica Sacer)
RESUMO
Este estudo teve como objetivo construir e validar uma hipermdia educacional que venha a
favorecer o processo de ensino-aprendizagem referente atuao da enfermagem na realizao da
Consulta de Enfermagem Ginecolgica. Como embasamento norteador para o desenvolvimento
desse estudo, adotou-se a Teoria da Interao Social de Vygotsky, que define a interao social
como a troca de informaes entre pelo menos duas pessoas, devendo ocorrer o sentido duplo entre
essa interao, ou seja, a reciprocidade entre os envolvidos, o que torna o compartilhamento de
conhecimentos possvel e facilitado. Trata-se de um estudo de desenvolvimento, no qual foi
construda e validada uma hipermdia educacional com uma abordagem acerca da Consulta de
Enfermagem Ginecolgica. A hipermdia foi desenvolvida no Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA) Solar, no perodo de janeiro a junho de 2011. Para a construo dessa hipermdia, foram
seguidas seis etapas, dentre as quais as cinco primeiras compuseram a fase de construo da
hipermdia e a sexta comps sua fase de validao. O levantamento de contedo e o planejamento
dos mdulos constituram a primeira etapa. Nesta, buscou-se o contedo relativo realizao da
Consulta de Enfermagem Ginecolgica em livros didticos, manuais do Ministrio da Sade e
artigos cientficos disponveis em base de dados na internet. O contedo foi organizado em
mdulos, apontando as principais informaes acerca da Consulta de Enfermagem, do cncer
crvico-uterino, da Consulta de Enfermagem Ginecolgica e os possveis diagnsticos e
tratamentos. Na segunda etapa do estudo, foram desenvolvidas as mdias que compuseram a
hipermdia, podendo ser composta de gravuras, vdeos, textos, dentre outros. Na terceira etapa do
desenvolvimento dessa hipermdia, foram disponibilizados espaos de anotaes, denominados
portflios, para o aluno e o tutor, bem como ferramentas de comunicao entre eles, tais como
fruns de discusso e chat, buscando desenvolver uma maior interao social entre os participantes
desse processo de ensino-aprendizagem. Terminadas as trs etapas anteriores o contedo, as
mdias e os espaos de anotaes e comunicao os itens produzidos foram disponibilizados no
AVA SOLAR. Dando continuidade ao processo de construo da hipermdia, realizou-se o processo
de validao do material produzido. No processo de validao, foram convidados, de acordo com
critrios pr-estabelecidos, quatro especialistas de enfermagem e quatro de informtica para avaliar
a hipermdia, quando foram identificados os pontos de ajuste necessrios para uma melhor
utilizao da hipermdia. Quanto construo desse produto, constatou-se que as etapas seguidas
foram consideradas satisfatrias, de forma que foi possvel construir um produto educacional apto a
favorecer o processo de ensino-aprendizagem com relao temtica da Consulta de Enfermagem
Ginecolgica. Quanto validao desse material, h pontos de ajustes que foram considerados e
corrigidos, e outros que foram satisfatoriamente contemplados e ressaltados pelos especialistas que
participaram do estudo. Realizadas as modificaes solicitadas, denotou-se a validao dessa
hipermdia junto a especialistas, estando apta para a utilizao junto ao pblico-alvo para o qual foi
construda.
Palavras-chave: Hipermdia. Ginecologia. Educao a Distncia. Tecnologia. Enfermagem.
ABSTRACT
This study aimed to construct and validate an educational hypermedia that will facilitate the
teaching-learning process concerning the nursing activities in realizing the Gynecologic Nursing
Consultation. As a guiding base for the development of this study, we adopted the Theory of Social
Interaction of Vygotsky, who defines social interaction as the exchange of information between at
least two people should experience the double meaning of this interaction, ie, reciprocity between
those involved, which makes knowledge sharing possible and easier. This is a development study,
which was constructed and validated an approach to educational hypermedia on the Gynecologic
Nursing Consultation. Hypermedia was developed in the Virtual Learning Environment (VLE)
Solar, the period from January to June 2011. For the construction of hypermedia, six steps were
followed, among which the first five comprised the construction phase of hypermedia composed his
sixth and validation phase. The survey content and design of the modules were the first step. In this,
we sought to content on the implementation of Gynecologic Nursing Consultation in textbooks,
manuals and the Ministry of Health papers available in the database on the Internet. The content
was organized in modules, pointing out key information about the Nursing Consultation of cervical
cancer, the Gynecologic Nursing Consultation and possible diagnoses and treatments. In the second
stage of the study, the media were developed that made hypermedia, and may be composed of
pictures, videos, texts, among others. In the third stage of the development of hypermedia
annotations were available spaces, called portfolios, for the student and tutor, as well as tools of
communication between them, such as discussion forums and chat, to develop greater social
interaction among the participants of this process teaching and learning. Finished the previous three
steps - the content, media and communication spaces and notes - the items produced were available
on the AVA SOLAR. Continuing the process of construction of hypermedia, we carried out the
validation process of the material produced. In the validation process were invited, according to
predetermined criteria, four experts and four nursing informatics to evaluate hypermedia, were
identified when the set points needed for a better use of hypermedia. As for the construction of this
product, it was found that the steps taken were satisfactory, so that it was possible to build an
educational product able to promote the teaching-learning process with respect to the issue of
Gynecologic Nursing Consultation. Regarding the validation of this material, there are points of
adjustments that were considered and corrected, and others who have been satisfactorily addressed
and highlighted by the experts who participated in the study. Implemented the changes requested,
denoted is the validation of hypermedia from experts, being able to use at the audience for which it
was built.
Keywords: Hypermedia. Gynecology. Distance Education. Technology. Nursing.
RESUMEN
Este estudio tuvo como objetivo construir y validar un hipermedia educativa que facilite el proceso
de enseanza-aprendizaje sobre las actividades de enfermera en la realizacin de la Consulta de
Enfermera Ginecolgica. Como base de orientacin para el desarrollo de este estudio, se adopt la
teora de la interaccin social de Vygotsky, que define la interaccin social como el intercambio de
informacin entre al menos dos personas deben experimentar el doble significado de esta
interaccin, es decir, la reciprocidad entre los involucrados, lo que hace posible el intercambio de
conocimientos y ms fcil. Se trata de un estudio de desarrollo, que fue construido y validado un
mtodo para la educacin hipermedia en la Consulta de Enfermera Ginecolgica. Hipermedia se
desarroll en el Entorno Virtual de Aprendizaje (EVA) Energa Solar, el periodo de enero a junio de
2011. Para la construccin de hipermedia, seis pasos se siguieron, entre los cuales los cinco
primeros compone la fase de construccin de hipermedia compuso su sexta fase y la validacin. El
contenido de la encuesta y diseo de los mdulos fueron el primer paso. En este sentido, hemos
tratado de contenido sobre la aplicacin de la Consulta de Enfermera ginecolgica en los libros de
texto, manuales y el Ministerio de Salud los documentos disponibles en la base de datos en Internet.
El contenido se organiza en mdulos, destacando informacin clave acerca de la Consulta de
Enfermera del cncer de cuello uterino, la Consulta de Enfermera Ginecolgica y posibles
diagnsticos y tratamientos. En la segunda etapa del estudio, los medios de comunicacin que se
desarrollaron hace hipermedia, y puede estar compuesto de imgenes, vdeos, textos, entre otros. En
la tercera etapa del desarrollo de hipermedia anotaciones eran los espacios disponibles, llamados
carteras, para el estudiante y el tutor, as como herramientas de comunicacin entre ellos, tales
como foros de discusin y chat, para desarrollar una mayor interaccin social entre los participantes
de este proceso enseanza y el aprendizaje. Terminados los tres pasos anteriores - el contenido, los
medios de comunicacin y espacios de comunicacin y notas - los artculos producidos estaban
disponibles en el AVA Solar. Continuando con el proceso de construccin de hipermedia, se llev a
cabo el proceso de validacin del material producido. En el proceso de validacin fueron invitados,
de acuerdo con criterios predeterminados, los expertos informticos de cuatro y cuatro de
enfermera para evaluar hipermedia, fueron identificados cuando los puntos de ajuste necesario para
un mejor uso de hipermedia. En cuanto a la construccin de este producto, se encontr que las
medidas tomadas fueron satisfactorios, por lo que era posible construir un producto educativo capaz
de promover el proceso de enseanza-aprendizaje con respecto a la cuestin de la Consulta de
Enfermera ginecolgica. En cuanto a la validacin de este material, hay puntos de los ajustes que
fueron considerados y corregidos, y otros que han sido resueltas satisfactoriamente y puso de
relieve por los expertos que participaron en el estudio. Implementacin de los cambios solicitados,
indicados es la validacin de hipermedia de los expertos, ser capaz de utilizar a la audiencia para la
cual fue construida.
Palabras clave: Hipermedia. Ginecologa. Educacin a Distancia. Tecnologa. Enfermera.
LISTA DE ILUSTRAES
FIGURA 1 Etapas a serem seguidas em desenvolvimento de hipermdia,
Programa de Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC,
2011....................................................................................................
FIGURA 2 Distribuio dos mdulos segundo os contedos abordados na
hipermdia, com uma abordagem acerca da Consulta de
Enfermagem Ginecolgica, Solar,
2011....................................................................................................
FIGURA 3 Pgina inicial do Ambiente Virtual de Aprendizagem SOLAR, com
destaque para a rea de cadastro e login, SOLAR, 2011....................
QUADRO 1 Critrios de seleo para especialistas em enfermagem, Programa
de Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011................
QUADRO 2 Critrios para a seleo dos especialistas em informtica, Programa
de Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011................
FIGURA 4 Pgina do SOLAR, onde possvel escolher que tipo de acesso ser
utilizado pelo usurio, SOLAR, 2011................................................
FIGURA 5 Pgina de apresentao da hipermdia Consulta de Enfermagem
Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................
FIGURA 6 Formas de acesso s aulas contidas na hipermdia Consulta de
Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011........................................
FIGURA 7 Lista de aulas contidas no acesso da hipermdia, com abordagem
acerca da Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR,
2011....................................................................................................
FIGURA 8 Pgina da hipermdia contendo contedo e glossrio da hipermdia
Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011....................
FIGURA 9 Mdia textual e suas referncias bibliogrficas da hipermdia
Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011....................
FIGURA 10 Disponibilizao de gravuras ilustrativas do contedo disposto na
hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011..
FIGURA 11 Vdeo ilustrativo contido na hipermdia Consulta de Enfermagem
Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................
FIGURA 12 Tela de acesso ao portflio do aluno contido na hipermdia
Consulta de Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011....................
FIGURA 13 Frum de discusso contido na hipermdia Consulta de
Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011........................................
FIGURA 14 Avaliao ps-contedo do frum da aula 03 Assunto: formule um
atendimento de Consulta de Enfermagem Ginecolgica,
descrevendo as etapas do atendimento da hipermdia Consulta de
Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011......................................
FIGURA 15 Chat contido na hipermdia Consulta de Enfermagem
Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................
FIGURA 16 Lista de aulas da hipermdia Consulta de Enfermagem
Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................
FIGURA 17 Lista de aulas sinalizadas da hipermdia Consulta de Enfermagem
Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................
FIGURA 18 Pgina das caractersticas gerais do curso Consulta de Enfermagem
Ginecolgica, SOLAR, 2011..............................................................
FIGURA 19 Material de apoio disponibilizado na hipermdia Consulta de
Enfermagem Ginecolgica, SOLAR, 2011........................................
QUADRO 3 Caracterizao dos especialistas em enfermagem que validaram a
hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de
Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011.....................
QUADRO 4 Avaliao dos especialistas em enfermagem a respeito dos
objetivos da hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica,
Programa de Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC,
2011....................................................................................................
QUADRO 5 Avaliao dos especialistas em enfermagem a respeito do contedo
da hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de
Ps-Graduao em Enfermagem/ Mestrado/UFC, 2011....................
QUADRO 6 Avaliao dos especialistas em enfermagem a respeito da
relevncia dos itens contidos na hipermdia Consulta de
Enfermagem Ginecolgica, Programa de Ps-Graduao em
Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011.....................................................
QUADRO 7 Avaliao dos especialistas em enfermagem a respeito do ambiente
de disponibilizao da hipermdia Consulta de Enfermagem
Ginecolgica, Programa de Ps-Graduao em
Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011....................................................
QUADRO 8 Caracterizao dos especialistas em informtica que validaram a
hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de
Ps-Graduao em Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011.....................
QUADRO 9 Avaliao dos especialistas de informtica a respeito da
funcionalidade da hipermdia Consulta de Enfermagem
Ginecolgica, Programa de Ps-Graduao em
Enfermagem/Mestrado/UFC, 2011....................................................
QUADRO 10 Avaliao dos especialistas de informtica a respeito da usabilidade
da hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de
Ps-Graduao em Enfermagem/ Mestrado/UFC, 2011....................
QUADRO 11 Avaliao dos especialistas de informtica a respeito da usabilidade
da hipermdia Consulta de Enfermagem Ginecolgica, Programa de
Ps-Graduao em Enfermagem/ Mestrado/UFC, 2011....................
SUMRIO
1 INTRODUO ..................................................................................................... 15
2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 20
3 REFERENCIAL TERICO................................................................................ 21
4 CONSIDERAES GERAIS SOBRE POLTICAS E PRTICAS EM
SADE DA MULHER..........................................................................................
25
4.1 Polticas Pblicas para o atendimento mulher e para a Sade Sexual........ 25
4.2 Consulta de Enfermagem Ginecolgica............................................................... 27
4.3 Importncia e benefcios da tecnologia para a sade e para a enfermagem... 30
4.4 Uso das tecnologias na educao na rea de enfermagem................................ 32
5 METODOLOGIA ................................................................................................. 37
5.1 Tipo de estudo ....................................................................................................... 37
5.2 Local e perodo do estudo..................................................................................... 37
5.3 Fases do estudo ..................................................................................................... 37
5.3.1 Fase 1 Construo da hipermdia ..................................................................... 38
5.3.2 Fase 2 Validao da hipermdia por especialistas ........................................... 44
5.4 Aspectos ticos do estudo ..................................................................................... 48
6 APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS ............................... 49
6.1 Fase 1 Construo da hipermdia ..................................................................... 50
6.2 Fase 2 Validao da hipermdia ........................................................................ 66
7 CONSIDERAES FINAIS................................................................................ 76
REFERNCIAS................................................................................................................ 78
GLOSSRIO..................................................................................................................... 92
APNDICES ..................................................................................................................... 93
ANEXOS ........................................................................................................................... 101
15
1. INTRODUO
A sociedade apresentou muitas mudanas nas ltimas dcadas, principalmente
com a revoluo tecnolgica e cientfica. As prticas de atividades dirias esto sendo
facilitadas pela criao de novos produtos ou meios, que proporcionam uma melhor execuo
das tarefas e uma minimizao de esforos humanos. A evoluo da espcie vem sendo
acompanhada pelo desenvolvimento de grandes recursos que se tornam, a cada dia, algo mais
especializado e melhor preparado. Tais suportes tecnolgicos esto sendo associados e
influenciam muitas atividades do homem (LOPES, 2009).
O mercado de trabalho dos profissionais da sade tem exigido a constante
construo e atualizao do conhecimento, na busca de uma assistncia de qualidade.
Segundo Freitas (2010), o surgimento de novas patologias, de novos tratamentos e
descobertas, aumentam significativamente o volume de conhecimento que o profissional de
sade deve ter. E, para que esse conhecimento seja construdo de forma eficaz, o estudante da
rea de sade deve acompanhar e apreender as mudanas cientficas.
Os progressos tecnolgicos esto, cada vez, mais presentes na rea da sade, e o
profissional enfermeiro est a dedicar-se criao de novos recursos para facilitar a prtica.
nesse contexto que as tecnologias da informao e comunicao introduzem uma gama de
possibilidades no mbito educacional da enfermagem.
Para Martins e Dal Sasso (2008), na rea da sade, a tecnologia apresenta
implicaes que proporcionam a interpretao da histria, da prtica contempornea e do
futuro das profisses. Alm disso, influencia as aes, as concepes e os arranjos sociais.
Na educao, a utilizao das novas tecnologias de informao e comunicao,
como ferramenta, traz uma enorme contribuio para a prtica escolar em qualquer nvel de
ensino. No somente o conhecimento deve ser atualizado, mas tambm a funo pedaggica.
Segundo Mascarenhas (2000), as constantes reformas da educao tentam garantir uma
aprendizagem mais eficiente, atravs de uma relao pedaggica progressivamente
motivadora e interativa.
A utilizao de recursos tecnolgicos na enfermagem exige dos profissionais o
acompanhamento da evoluo ocorrida com o uso e avano dessas ferramentas. Alm das
obrigaes necessrias execuo da prtica profissional, exige-se o acompanhamento da
evoluo tecnolgica, com fins de atender s vrias mudanas ocorridas no setor, e das suas
implicaes na rea da sade. Enfermeiros, portanto, devem e necessitam adquirir
16
conhecimento sobre os recursos tecnolgicos que tm sua importncia na prtica da profisso
(AGUIAR; CASSIANI, 2007).
O computador um dos resultados da criao de recursos tecnolgicos. Trata-se
de um instrumento que til em diversas atividades dirias, alm de facilitar, agilizar e ajudar
no gerenciamento de muitos processos. Segundo Silva, Cassiani e Zen-Mascarenhas (2001), a
insero de computadores no ambiente escolar aconteceu a partir da dcada de 1950, j a
introduo da internet nas universidades brasileiras se deu na dcada de 1980. A partir da
dcada de 70, o computador trouxe a informtica para a sade em hospitais americanos e
comeou a ser estudado a partir dos anos 80 (LOPES; ARAJO, 2002).
No mbito da sade, v-se o uso do computador em diversos ambientes: na
organizao hospitalar e ambulatorial, passando pelo desenvolvimento de pesquisas, trabalhos
universitrios de extenso e do ensino (LOPES, 2001).
Segundo Lopes (2009), o uso do computador e da informtica auxilia e
complementa as prticas de assistncia e ensino, tornando-se um facilitador do processo de
cuidar e ensinar, maximizando a produo no ambiente de trabalho, inclusive em relao ao
ensino no campo da enfermagem. O uso desses recursos tecnolgicos contribui para a
aquisio de novos conhecimentos sobre determinado assunto, alm de proporcionar
segurana e habilidade para os alunos no perodo que antecede a sua entrada na prtica da
profisso, inclusive pelo ensino desenvolvido em Ambientes Virtuais de Aprendizagem
(AVA).
A comunicao mediada pela informtica direcionada ao processo de ensino-
aprendizagem promove a interao entre os agentes envolvidos e o contedo, em um
ambiente onde existem tecnologias e meios, onde se sabe qual o pblico-alvo e o contedo
(AGUIAR; CASSIANI, 2007).
Novas tecnologias de informao e comunicao (TIC) buscam a promoo da
aprendizagem e o desenvolvimento de habilidades importantes para que o aluno participe da
sociedade do conhecimento, ou seja, no se limitam a facilitar o seu processo de ensino e de
aprendizagem. Como ferramenta pedaggica, o computador e a informtica no devem ser
usados como mquinas para ensinar ou aprender. Deve-se criar um ambiente interativo que
possibilite a quem est usando, diante de uma situao problema, investigar, levantar
hipteses, test-las e refinar suas ideias iniciais, sendo autor do seu prprio conhecimento.
Diante da gama de novas tecnologias desenvolvidas atualmente para a educao,
diversas disciplinas no curso de Enfermagem podem ter seus contedos aplicados atravs
17
desses novos instrumentos, que podem permitir maior conhecimento e familiaridade com o
assunto, o que proporciona ao aluno maior vivncia em prticas simuladas e desenvolve nele
maior segurana nas atividades prticas quando estiver desenvolvendo sua prtica profissional
no mercado de trabalho.
A sociedade atual est envolvida pela tecnologia, cujo desenvolvimento
decorrente do avano do conhecimento nas diversas reas. Segundo Meier (2004), a
tecnologia influenciou e influencia as aes, concepes e os arranjos sociais, assim como as
prticas de sade e de enfermagem no Brasil. Tecnologia de enfermagem entendida como o
conhecimento humano, cientfico e emprico, sistematizado, que requer a presena humana;
visa qualidade de vida e se concretiza no ato de cuidar, considerando a questo tica e o
processo reflexivo. Nessa perspectiva, a mesma autora destaca a Consulta de Enfermagem
(CE) como uma tecnologia que contribui para o cuidado efetivo, alm de conferir organizao
s informaes de maneira racional, lgica e sistemtica.
De acordo com a lei do exerccio profissional da enfermagem, ao enfermeiro
estabelecida como ao privativa a CE, na qual utiliza diferentes instrumentos de seu processo
de trabalho, tais como os diversos padres de conhecimento (cientfico, emprico, tico,
esttico, scio-poltico), comunicao, planejamento, criatividade, pensamento crtico e
raciocnio clnico. Ainda como integrante de uma equipe de sade, ao enfermeiro permitido
realizar aes de preveno e controle sistemtico de infeces hospitalares e de doenas
transmissveis em geral (BRASIL, 1986; CROZETA et al, 2009).
A Consulta de Enfermagem Ginecolgica (CEG) apresenta uma proposta que
ultrapassa a ideia de uma simples ao curativa frente s diversas atipias caractersticas do
aparelho genital. De acordo com o que preconiza o Sistema nico de Sade (SUS), a CEG
uma medida preventiva individual e coletiva frente quebra da cadeia epidemiolgica,
concorrendo para impedir possveis agravos individuais que possibilita cliente um
atendimento de sade com foco na humanizao da ateno profissional (BRASIL, 2004).
Em relao sade da mulher, no contexto da ateno primria, o bem-estar
feminino vem sendo ameaado por diversas causas, entre as quais se destacam os episdios
decorrentes dos fatores socioculturais, tecnolgicos, profissionais e familiares, que podem
concorrer para o surgimento dos mais variados tipos de cncer. No mbito da ginecologia,
evidenciam-se as neoplasias crvico-uterinas e as de mama, com alta incidncia e
mortalidade. Dessa forma, essa colocao apoia-se em estimativas de incidncia, que colocam
o cncer de mama em primeiro lugar no Brasil, com previso, para 2010/2011, de 49.240
18
novos casos, alm de haver um risco considerado de 51 casos a cada 100.000 mulheres. Em
seguida, est o cncer de colo de tero, com 18.430, e risco estimado de 19 casos a cada
100.000 mulheres. Para o Estado do Cear, a estimativa foi de 1.660 novos casos de cncer de
mama. Em relao ao cncer crvico-uterino, foram 660 novos casos (BRASIL, 2010).
Segundo Gerk (2005), no Brasil, a evoluo histrica dos programas de sade
mostra a preocupao contnua e crescente pela sade da mulher brasileira. Os direitos e a
sade sexual apresentada como uma forma de melhorar a qualidade de vida e as relaes
pessoais, independentemente das questes relativas reproduo e s DST representam uma
conquista histrica, fruto da luta pela cidadania e pelos direitos humanos e ambientais
(CORRA; JANNUZZI; ALVEZ, 2003).
Essa viso, por parte dos profissionais de sade, focada na qualidade do
atendimento ao usurio deve ser compreendida e apreendida a partir do perodo inicial de
formao: na graduao, quando o docente representa um papel relevante na formao dos
futuros enfermeiros, e o discente se encontra no perodo de construo do seu perfil
profissional. Desse modo, todas as prticas educativas no processo de ensino-aprendizagem
podero influenciar permanentemente na vida profissional dos indivduos envolvidos.
A insero, a utilizao de computadores e o desenvolvimento de softwares nas
Instituies de Ensino vm responder s necessidades de uma sociedade globalizada que
exige de seus membros interao social e maior rapidez na resoluo de forma cooperativa de
problemas apresentados. O processo de aprendizagem se desenvolve de forma ininterrupta,
por isso a utilizao dos recursos da informtica se destaca como uma importante ferramenta
facilitadora do aprendizado nas mais diversas reas (LOPES; ARAJO, 2004).
Torna-se oportuno, sob a perspectiva de que o saber no algo a ser memorizado,
e sim construdo conjuntamente, articular o uso de tecnologia, educao e enfermagem no
desenvolvimento da CEG, construindo uma hipermdia educacional como uma proposta que
vise a facilitar o aprofundamento do acadmico de enfermagem e dos enfermeiros no que diz
respeito temtica em questo, auxiliando-os na prtica (PERES; KURCGANT, 2004).
Uma hipermdia educacional, ou courseware, utiliza diversos recursos, com o
objetivo de alcanar uma aprendizagem significativa e contextualizada, atravs de inmeros
sentidos; desenvolvida com a produo de interpretao dos alunos do contedo estudado e
pode ser formada por uma lio, uma aula, um curso, um treinamento, uma unidade curricular
ou qualquer atividade didtica (FALKEMBACH, 2005). Ocorre concomitncia de uso de
vdeos, figuras e imagens, textos e links. Essa metodologia se configura com a modalidade de
19
Educao a Distncia (EaD), ou seja, o aluno est presente, na maior parte do processo, em
tempo diferente do professor/tutor, mas a comunicao no deixa de existir, apenas ocorre
entre ambos em momentos diferentes, sem que deixe de haver interao em tempo hbil.
Almeja-se que o uso de tecnologias computacionais, na rea de enfermagem,
possibilite processos de ensino mais criativos e uma aprendizagem mais ativa por parte dos
usurios, evidenciando o seu impacto no ensino de graduao em enfermagem (COGO et al,
2007).
Diante do contexto da realidade retro citada, faz-se necessria a construo de um
recurso tecnolgico envolvendo a temtica atinente sade sexual, com enfoque na CEG e
com aspectos didticos que despertem interesse e sejam adequados s possveis realidades
prticas, contribuindo para a construo do conhecimento do aluno, que atuar na consulta
junto aos pacientes/clientes.
Este trabalho torna-se, portanto, relevante porque possibilita uma maior
aplicabilidade do contedo relativo CEG por graduandos, atravs do uso de uma hipermdia.
Acredita-se que esse processo seja uma forma de possibilitar aos graduandos de enfermagem
a obteno de uma maior aprendizagem sobre o assunto, possibilitando maior segurana para
a entrada no campo prtico e, portanto, contribuindo para aprimorar a qualidade da assistncia
e a segurana de cuidados em sade. Acredita-se em um cuidado que ultrapasse a ao
meramente voltada orientao e aos cuidados relacionados procriao e s Doenas
Sexualmente Transmissveis, estimulando o processo reflexivo, ativo e facilitando o
planejamento, a tomada de deciso e a comunicao.
20
2. OBJETIVOS
Geral
Construir uma hipermdia educativa em sade sexual, com uma abordagem acerca da
Consulta de Enfermagem Ginecolgica para uso no ensino de graduao em
enfermagem.
Especficos
Desenvolver uma tecnologia educativa (hipermdia) para acadmicos do Curso de
Enfermagem, abordando a Consulta de Enfermagem Ginecolgica;
Validar o contedo da hipermdia junto a especialistas de enfermagem e de
informtica;
Verificar a concordncia entre os especialistas no que se refere validao da
hipermdia.
21
3. REFERENCIAL TERICO
O desenvolvimento do presente estudo baseou-se na Teoria da Interao Social do
psiclogo russo Lev Seminovitch Vygotsky (1896-1934), tambm denominada
Construtivismo. Nessa teoria, a interao sujeito-objeto aparece como uma estrutura bipolar,
onde esses dois elementos so inseparveis, formando uma nica estrutura. Seu objeto de
anlise a interao social e tem como foco a busca por novas maneiras de compreenso da
mente humana. A interao social pode ser definida como a troca de informaes entre pelo
menos duas pessoas, resultando na construo de algo novo e indito. Deve ocorrer
reciprocidade entre os envolvidos, e no uma justaposio deles, uma vez que no processo de
construo no h sujeito sem objeto, nem h objeto sem sujeito (WERLANG; SCHEINDER;
SILVEIRA, 2008; THOFEHRN; LEOPARDI, 2006).
O ser humano considerado em sua dimenso plural, porm, influenciado pelo
contexto no qual est inserido, pois interage com o meio ambiente e responde aos estmulos
externos, sendo, de forma contnua, construtor de seu prprio conhecimento (THOFEHRN;
LEOPARDI, 2006). Na abordagem Vygotskyana, o que ocorre no uma somatria entre
fatores inatos e adquiridos. O homem visto como algum que transforma e transformado
nas relaes que acontecem em uma determinada cultura. A interao social uma interao
dialtica que se d, desde o nascimento, entre o ser humano e o meio scio-cultural em que
ele se insere. Constata-se, portanto, que o ponto de vista de Vygotsky ultrapassa a ideia da
decorrncia de fatores isolados que amadurecem ou at mesmo fatores ambientais que agem
sobre o organismo, controlando seu comportamento. O desenvolvimento humano est
vinculado ao papel da aprendizagem e s relaes sociais, sendo compreendido como produto
de trocas recprocas que se estabelecem durante toda a vida entre indivduo e meio, cada
aspecto influindo sobre o outro, de forma inexorvel e indissocivel (NEVES; DAMIANI,
2006; THOFEHRN; LEOPARDI, 2006).
Ao explicar a evoluo intelectual, Vygotsky (2007) criou o conceito de Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP), a qual caracterizada por saltos qualitativos de um nvel
de conhecimento para outro. A ZDP definida como a distncia entre o desenvolvimento real
determinado atravs da soluo independente de problemas, relacionando-se s conquistas
j alcanadas e consolidadas e o desenvolvimento potencial, determinado atravs da soluo
de problemas, sob orientao de um adulto ou pessoa mais experiente, que favorece saltos
qualitativos no desenvolvimento do ser humano (THOFEHRN; LEOPARDI, 2006).
22
Vygotsky no criou um modelo pedaggico especfico, mas uma teoria de
conhecimento e desenvolvimento humano com implicaes na prtica do ensino. Os modelos
baseados em pressupostos inatistas, que determinam caractersticas comportamentais
universais do ser humano, foram rejeitados por ele, apesar de no negar a existncia de
diferenas entre os indivduos, estando uns mais predispostos a algumas atividades do que
outros, em razo do fator fsico ou gentico (MELO; DAMASCENO, 2006; NEVES;
DAMIANI, 2006).
Entende-se, portanto, que a Teoria da Interao Social age como uma ferramenta a
ser utilizada no processo de ensino-aprendizagem, pois procura a relao dialtica entre o
ensinar e o aprender, buscando o desenvolvimento mental dos envolvidos, j que a troca de
informaes no exige, necessariamente, que eles tenham o mesmo nvel de pensamento
(WERLANG; SCHEINDER; SILVEIRA, 2008).
Na rea da sade, as relaes que se do entre profissionais, profissionais e
usurios, e ainda entre usurios e seus acompanhantes estabelecem as interaes sociais,
tornando o cuidado humano mais holstico. As aes de enfermagem, nesse contexto, so
configuradas pela interao social entre profissionais ou entre profissionais e usurios do
servio de sade. So aes dotadas de planejamento, em que se organiza o controle
consciente de seus atos, algo que caracteriza as aes superiores citadas por Vygotky
(THOFEHRN; LEOPARDI; AMESTOY, 2008); depreende-se, portanto, a aplicabilidade da
Teoria da Interao Social para aes de enfermagem em seu cotidiano.
De acordo com Freitas (2010), aes conscientes de cuidado permeiam o servio
de enfermagem, assim como outras profisses pertencentes rea da sade. Tal processo
comea a ser aprendido e aplicado ainda na graduao, durante o perodo de formao do
estudante, momento em que o conhecimento cientfico adquirido torna as suas aes
inconscientes atitudes dotadas de rigoroso planejamento. E, de acordo com as concepes da
teoria Vygotskyana, esse processo que torna o pensamento mais evoludo.
Diante da ideia de que o conhecimento implica na construo do ser humano,
vislumbram-se mudanas de paradigmas no processo de ensino-aprendizagem que encaram o
discente como pessoa com experincia anterior e o professor como sujeito em aprendizagem
constante, bem como levam em conta a interao efetiva entre docente e discente.
A metodologia proposta neste estudo apresenta como uma de suas pretenses
estimular a interao entre alunos e professor, assim como entre os prprios alunos,
ressaltando uma nova maneira de aprender e construir o conhecimento, pois esse processo de
23
construo tende a ser mais efetivo quando existe a disposio para a aprendizagem e quando
utilizado um recurso significativo. Essa troca de informao bilateral, respeitando o ritmo de
aprendizagem e as necessidades de cada um, fortalece o desenvolvimento e a construo da
autonomia de cada sujeito envolvido.
Os pressupostos apresentados por Vygotsky remetem necessidade de pr-
atividade da parte dos discentes, incluindo a utilizao de recursos individualizados que
permitam o comando do prprio aluno; interligao de conhecimentos e novos
conhecimentos; mediao do processo de aprendizagem; estimulao do
autodesenvolvimento e do controle da prpria aprendizagem (MELO; DAMASCENO, 2006).
Tal quadro vem de encontro ao sistema tradicional de ensino, em que o aluno passivo no
processo de ensino-aprendizagem, receptor de informaes por parte do professor, ausente de
postura crtica em relao s dificuldades encontradas.
Destacando uma nova maneira de aprender, Schatkoski et al (2007) ressaltam uma
postura ativa por parte dos alunos que utilizam materiais informatizados para fins
educacionais, em que o estudo realizado com o apoio do computador, sem o material
impresso, no momento desejado pelo aluno, que pode antecipar procedimentos que sero
executados na prtica futura.
Atravs da utilizao de instrumentos e signos propostos por Vygotsky, evidencia-
se a utilizao de tecnologias a exemplo desses instrumentos, que so, portanto, utilizados
pelos alunos, e os hipertextos, modelos e animaes, que so os sistemas de signos utilizados
para mediao (WERLANG; SCHEINDER; SILVEIRA, 2008).
Faz-se necessrio, portanto, que o ambiente de aprendizagem seja o mais propcio,
buscando o favorecimento de uma postura ativa por parte dos alunos e maior interao entre
alunos e professores. Muitos recursos, como msicas, vdeos, peas teatrais e outros tipos de
tecnologia, tm sido utilizados na busca do ambiente favorvel para o conhecimento. Segundo
Freitas (2010), nos ltimos anos, a utilizao das hipermdias tem sido estudada como uma
tecnologia relevante no processo de ensino-aprendizagem, da qual se sobressai uma interao
aluno-professor-computador.
O mtodo de educao a distncia (EaD) propicia ao aluno um estmulo a um
empenho maior, medida que o desafia a estudar de modo participativo. Contudo, a aplicao
do mtodo pode ser dificultada pela percepo de que ensinar transmitir contedo, j que
nessa modalidade o aluno tem de possuir atitude de autonomia e compromisso, que vai de
encontro ao hbito passivo de aprendizagem. Segundo Chiarelli (2010), o acesso cidado que
24
o ensino a distncia enseja coloca a metodologia da EaD em um novo patamar no ensino
brasileiro, efetivando uma educao igualitria e de qualidade. O autor pondera que,
considerando a igualdade de oportunidades na sociedade, no que se refere ao acesso internet
e aos computadores, previsvel que, em pouco tempo, a EaD passe de apenas mais uma
alternativa para um complemento essencial da metodologia educacional.
As hipermdias so consideradas por Costa (2005) como tecnologia de ponta e
instrumento de relao social entre a tecnologia e o usurio. Atravs do processo de insero
de formas interativas, discursivas e inovadoras no processo de ensino-aprendizagem, as
hipermdias so simultaneamente instrumentos de organizao de conhecimentos e
transformadoras do espao de trabalho.
Ao avaliar a aplicao de uma hipermdia educacional junto a alunos matriculados
na disciplina de Fsica, Werlang, Schneider e Silveira (2008) obtiveram evidncias de que o
uso de tecnologias inovadoras concomitante ao desenvolvimento de aulas contextualizadas,
baseadas no referencial Vygotskyano, contribuiu de modo relevante para a aprendizagem
desses alunos.
Pelo exposto, infere-se a contribuio efetiva das tecnologias educacionais
relacionadas ao ensino a distncia, entre elas as hipermdias, no processo de ensino-
aprendizagem. Portanto, o trabalho pautado na construo de hipermdias educacionais
favorece o desenvolvimento de ambientes propcios s relaes interpessoais, autonomia e
independncia de estudo.
25
4. CONSIDERAES GERAIS SOBRE POLTICAS E PRTICAS EM SADE DA
MULHER
4.1. Polticas Pblicas para o Atendimento da Mulher e para a Sade Sexual
De acordo com a Constituio Federal Brasileira de 1988, o Sistema nico de
Sade (SUS) consolidado como sistema de sade vigente no pas, com o intuito de garantir
o acesso universal aos servios e o estabelecimento da sade como direito do cidado. Esse
processo permitiu uma nova configurao dos servios de sade, priorizando aes de carter
coletivo e preventivo, em substituio s aes individuais e curativas, at ento
predominantes (NASCIMENTO; NASCIMENTO, 2005; CARNEIRO et al., 2008; SANTOS
et al., 2008).
A partir da regulamentao do SUS, um novo modelo de ateno voltada sade
foi instalado, baseado em princpios como a descentralizao, a universalidade e a
integralidade, oferecendo uma assistncia pautada na promoo, proteo e recuperao da
sade, em conjunto com as aes assistenciais e preventivas (NASCIMENTO;
NASCIMENTO, 2005; SANTOS et al., 2008).
A concepo de integralidade mostra-se, ento, como referncia fundamental no
processo de formulao, implementao e avaliao de polticas de sade, particularmente ao
considerar a abordagem de gnero, no caso de polticas especficas para mulheres, ou seja, ao
levar em conta os modos singulares de ser e sentir de homens e mulheres em diferentes fases
da vida (SOUTO, 2008).
Diante das vulnerabilidades sociais, as mulheres tm conquistado inmeros
direitos que tm proporcionado melhorias na qualidade de vida. O enfoque do conceito de
ateno sade da mulher estava centrado nas aes que revelavam o aspecto materno-
infantil, desconsiderando as demais fases do ciclo de vida da mulher e, ainda assim,
mostrando-se deficientes (OSIS, 1998). Na dcada de 80, comearam as implementaes de
polticas pblicas mais especficas e voltadas para os ciclos de vida da mulher que ultrapassa
o aspecto materno-infantil (LOPES, 2009). Nessa poca, a ateno sade da mulher
pautava-se apenas no aspecto biolgico e voltava-se, mais especificamente, para a
reproduo. Foi a partir desse contexto que comearam as abordagens baseadas em polticas
pblicas mais especficas e voltadas para essa rea, de modo mais abrangente.
As mulheres organizadas reivindicaram, portanto, sua condi o de sujeitos de
26
direito, com necessidades que extrapolam o momento da gesta o e parto, demandando a es
que lhes proporcionassem a melhoria das condi es de sade em todas os ciclos de vida.
Buscou-se desenvolver aes que considerassem as particularidades dos diferentes grupos
populacionais, e as condi es sociais, econ micas, culturais e afetivas em que estivessem
inseridos (BRASIL, 2011).
Aps o processo de redemocratizao no Brasil, ocorreu a implementao do
Programa de Ateno Integral Sade da Mulher (PAISM), em 1984, na tentativa de
implementar uma ateno mais holstica. Criado pelo Ministrio da Sade (MS), o PAISM
realizou diversas aes voltadas sade da mulher, alm da capacitao de profissionais e
distribuio de materiais educativos (MOURA; SILVA, 2004). O PAISM foi criado com a
inteno de tratar a sade da mulher de forma diferente do que se via at ento. O MS
estabeleceu a proposta de se voltar para a sade integral da mulher, incluindo e valorizando as
prticas de educao em sade e educao sexual (COSTA; GUILHEM; SILVER, 2006).
A incluso de direitos sexuais e reprodutivos na assistncia integral sade da
mulher em todos os ciclos de vida resulta da introduo do enfoque de gnero nas anlises
sobre a sua condio (SOUTO, 2008).
A populao feminina representa a maior demanda nos servios de sade e
apresenta vulnerabilidades biolgicas e sociais, por isso merece aes direcionadas. Com o
propsito de realizar essas aes voltadas populao feminina, o Programa de Assistncia
Integral Sade da Mulher (PAISM) mostrou-se de suma relevncia, propondo-se a assistir
integralmente esta populao. O PAISM busca promover a sade da mulher atravs de
medidas de educao, de preveno, de diagnstico, de tratamento e de recuperao no
mbito da assistncia pr-natal, parto, puerprio, climatrio, em planejamento familiar,
Doena Sexualmente Transmissvel (DST), cncer de mama e de colo de tero (BRASIL,
1984).
Objetiva-se, portanto, atravs do PAISM, alm do reconhecimento da mulher
como cidad dotada de direitos e como uma pessoa inteira, valorizar a histria do seu corpo e
de sua vida, para que possa expressar o que sente e, a partir desse fundamento, ser ouvida e
compreendida nas suas necessidades (BRASIL, 2003). O PAISM assegura clientela o
conhecimento necessrio para que ela tenha maior controle sobre sua sade.
O processo de implanta o e implementa o do PAISM apresenta especificidades
no per odo de 84 a 89 e na dcada de 90, sendo influenciado, a partir da proposi o do SUS,
pelas caracter sticas da nova pol tica de sade, pelo processo de municipali a o e
27
principalmente pela reorgani a o da aten o sica, por meio da estratgia do Programa
ade da am lia. Estudos realizados para avaliar os estgios de implementa o da pol tica de
sade da mulher demonstram a exist ncia de dificuldades na implanta o dessas a es e,
embora n o se tenha um panorama abrangente da situa o em todos os munic pios, pode-se
afirmar que a maioria enfrenta ainda dificuldades pol ticas, tcnicas e administrativas
(BRASIL, 2011).
De acordo com Caixeta (2009), apesar de o processo de consolidao do SUS ter
sido estruturado de forma bem organizada, o que se observa no vai ao encontro do modelo
proposto. A integralidade da ateno est longe de ser atendida, pois a assistncia ainda se
baseia em aes curativas, a fim de reverter o processo de doena j instalado. De acordo com
Carneiro et al (2008), esse modelo vem contribuindo para a ideia de que a sade
concretizada exclusiva ou prioritariamente no acesso aos servios, especialmente ao
tratamento mdico.
Segundo Corra, Jannuzzi e Alves (2003), os direitos e a sade sexual e
reprodutiva so conceitos representativos de uma conquista histrica, fruto da luta pela
cidadania e pelos direitos humanos e ambientais. Essa conquista aconteceu atravs de acordos
assumidos e ampliados pela Conferncia Internacional sobre Populao e Desenvolvimento
(CIPD), realizada na cidade do Cairo, em 1994, e pela IV Conferncia Mundial sobre a
Mulher, realizada na cidade de Pequim, em 1995.
Segundo Hera (1999), a sade sexual se traduz na habilidade de mulheres e
homens no desfrute e na expresso da sua sexualidade, na ausncia de doenas sexualmente
transmissveis, gestaes no desejadas, coero, violncia e discriminao. Espera-se uma
abordagem positiva da sexualidade humana, baseada no respeito mtuo durante as relaes
sexuais, o que possibilita experimentar uma vida sexual informada, agradvel e segura,
baseada na auto-estima. A autora afirma ainda que a sade sexual, ao incluir o prazer,
enriquecedora, estimulando a determinao pessoal, a comunicao e as relaes.
4.2. Consulta de Enfermagem Ginecolgica
Na busca de oferecer uma ateno de enfermagem de qualidade, concretizando o
novo modelo de ateno voltada sade, o profissional enfermeiro dispe da Consulta de
Enfermagem (CE). Em especial, nos servios de sade comunitria, essa consulta centrada
na diferenciao positiva, que possibilita cliente um atendimento de sade com foco na
28
humanizao da ateno profissional (FALCO et al, 2007). A legalizao da CE est pautada
na Lei N 7.498/86, que regulamentou o exerccio da enfermagem e estabeleceu essa atividade
como privativa do enfermeiro. Em 1993, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN),
atravs da Resoluo N 159, estabeleceu a obrigatoriedade da realizao da consulta em
todos os nveis de assistncia sade em instituies pblicas e privadas.
A Consulta de Enfermagem um conjunto de aes de sucesso ordenada, para
conhecer a situao de sade da clientela e tomar decises quanto assistncia a ser prestada,
visando a mudanas favorveis sade. Torna-se, pois, uma atividade prestada pelo
enfermeiro ao usurio, em que so identificados problemas de sade e/ou doenas, prescritas e
implementadas medidas de enfermagem visando promoo, proteo, recuperao ou
reabilitao do mesmo (MARGARIDO; CASTILHO, 2006).
S e Fowler (2009) afirmam o quanto importante olhar, ouvir e observar o que
os pacientes tm a dizer, a fim de obter sucesso no processo de cuidar. durante a realizao
da Consulta de Enfermagem que o enfermeiro cuida do ser humano como um todo,
esclarecendo questes, contribuindo, de certa forma, para um melhor prognstico,
proporcionando ao paciente uma viso inovadora sobre as prticas de sade e sobre como
cuidar de seu corpo e de sua mente, tendo uma vida mais saudvel e aprendendo
conhecimentos essenciais.
Estudos enfatizam que a Consulta de Enfermagem, como forma de atuao do
enfermeiro, favorece a sade do indivduo, melhora a adeso ao tratamento, acelera o
restabelecimento do paciente, reduz custos da assistncia, possibilita o diagnstico de
necessidades, permite cuidados resolutivos e qualificados e direciona as aes de enfermagem
prestadas. Alm do mais, essa consulta se fundamenta em princpios cientficos (MACIEL;
ARAJO, 2003; MARGARIDO; CASTILHO, 2006).
Margarido e Castilho (2006) apontam algumas premissas bsicas para a realizao
da consulta pelo profissional enfermeiro. Dentre elas, destacam-se a necessidade de
formalizar a atividade na instituio, a adequao de normas de atendimento, instalaes
fsicas que respeitem a privacidade do paciente e propiciem boa interao com o profissional,
a existncia de mobilirios / equipamentos adequados e, especialmente, de capacitao
profissional e segurana para sua atuao.
Segundo Gerk e Barros (2005), a Consulta de Enfermagem um procedimento da
assistncia desenvolvido com base em princpios ou pressupostos terico-filosficos
definidos, empregando metodologia prpria e que, em nosso meio, constitui a aplicao do
29
processo de enfermagem. Por isso, no se considera a consulta como atendimentos ou
orientaes realizadas em corredores.
De acordo com Caixeta (2009), a Consulta de Enfermagem no est
institucionalizada na prtica dos servios e acontece, prioritariamente, como substitutiva,
seletiva ou como reforo da consulta mdica, fazendo com que o enfermeiro perca espao
e chances de desenvolver uma atividade que lhe privativa. Alm disso, a ausncia dessa
prtica pelo profissional contribui para o fortalecimento de um modelo de assistncia
contrrio aos princpios do SUS. Outro aspecto enfatizado pela autora diz respeito
constatao da necessidade de que sejam institudos treinamentos e capacitaes que
aumentem a segurana do enfermeiro na realizao da Consulta de Enfermagem, para que ele
se afaste do modelo assistencial hegemnico, mdico-centralizador, da cultura da consulta
mdica e da medicalizao.
As mulheres correspondem maioria da populao brasileira (50,77%) e so as
principais usurias do SUS. Da mesma maneira que diferentes populaes esto expostas a
variados tipos e graus de riscos, mulheres e homens, em funo da organizao social das
relaes de gnero, tambm esto expostos a padres distintos de sofrimento, adoecimento e
morte. Partindo-se desse pressuposto, imprescindvel a incorporao da perspectiva de
gnero na anlise do perfil epidemiolgico e no planejamento de aes de sade que tenham
como objetivo promover a melhoria das condies de vida, a igualdade e os direitos de
cidadania da mulher (BRASIL, 2004).
O Cncer de Colo Uterino (CCU) uma das causas de mortalidade mais frequente
na populao feminina da Amrica Latina e do Caribe, apresentando incidncia entre as mais
altas do mundo. Dentre as neoplasias, no Brasil, a cervical uma das maiores causas de bito
entre as mulheres, ao lado do cncer de pele, mama e pulmo, representando ainda um grande
problema de sade pblica (INCA, 1999; PELLOSO et al., 2004).
Na Ateno Bsica em Sade, o enfermeiro atua nas aes de controle do CCU,
atravs da CEG, momento em que devem ser identificados aspectos da histria de vida e
sade da cliente, orientando-a quanto preveno do cncer e de Infeces Sexualmente
Transmissveis (IST). Alm disso, pode ser feita a visita domiciliar de acompanhamento aos
casos de mulheres submetidas conizao (retirada de ndulos de mamas e outras
atividades), contribuindo para o envolvimento familiar nos cuidados de sade da cliente e
resgatando o equilbrio da dinmica familiar, alm de acompanhar a evoluo do tratamento
em domiclio (DIGENES et al., 2001).
30
O CCU o nico cncer para o qual se dispe de tecnologia para preveno,
deteco precoce e tratamento. Entretanto, segundo dados do INCA (2000), ao contrrio do
que vem acontecendo em pases mais desenvolvidos, embora esforos estejam sendo
vinculados nesse sentido desde a dcada de 40, no so evidenciadas redues significativas
nos ndices de morbimortalidade das mulheres brasileiras pela doena.
O controle do CCU segue a estratgia de preveno secundria, baseada na
citologia cervical, sendo um mtodo difundido mundialmente para rastreamento da Neoplasia
Intra-epitelial Cervical (NIC). Internacionalmente apontado como o instrumento mais
adequado, sensvel, de baixo custo, alm de ser conhecido e aceito pelas mulheres para o seu
rastreamento. Na maioria dos servios especializados, o rastreamento da doena pela tcnica
da citologia cervical tem sido superior a 80% (FERREIRA et al., 2001).
Alguns fatores que impedem ou dificultam significativamente a realizao da
CEG persistem, apesar de sua reconhecida importncia. Lima e Moura (2008) destacam as
precrias condies do ambiente da unidade bsica de sade em relao infraestrutura e a
outros recursos, alm do acmulo de funes (administrativa e assistencial) pela enfermeira;
falta de conhecimento dos aspectos legais, que resultam em omisso e descuido quanto
prioridade da Consulta de Enfermagem como atividade especfica da enfermeira e ateno
bsica de sade da mulher na fase reprodutiva ou ginecolgica.
A CEG um momento propcio para realizao de alguns procedimentos relativos
promoo da sade, para alm da fase dos cuidados bsicos. O enfermeiro tem a chance de
desenvolver estratgias que acarretem aes coordenadas para a equidade, com a finalidade de
assegurar bens e servios mais seguros. Tenta-se construir a sade pelo cuidado de cada um
consigo mesmo e com os outros, bem como pela capacidade de tomar suas prprias decises.
4.3. Importncia e benefcios da tecnologia para a sade e para a enfermagem
As tecnologias, segundo Lopes (2009), propiciam um atendimento de qualidade e
visam melhoria da qualidade de vida. Isso facilita as prticas de sade e, portanto, tem
aplicabilidade em todos os contextos da sade.
De acordo com Gonalves et al (2009), tecnologia um conjunto de know-how,
habilidades e conhecimentos tericos e prticos que so utilizados com o propsito de
produzir e vender produtos e servios, sendo concebida como um conjunto de saberes e
instrumentos que expressa, nos processos de produo de servios, a rede de relaes sociais
31
em que seus agentes articulam sua prtica em uma totalidade social.
Na sade, existem trs tipos de tecnologia: a dura, leve-dura e leve. Segundo
Merhy (2003), as tecnologias duras consomem, alm do trabalho morto da mquina, o
trabalho vivo do seu operador e permitem processar, com os seus equipamentos, imagens,
dados fsicos, exames laboratoriais e outros; as tecnologias leve-duras se referem aos saberes
bem estruturados, como o processo de enfermagem; j as tecnologias leves esto implicadas
na produo das relaes entre dois sujeitos, que s tm materialidade em ato.
Dessa forma, a tecnologia est inserida no processo de trabalho em sade,
perpassando pela construo do saber, pela relao entre os sujeitos e pelo modo como ocorre
o trabalho em sade. Segundo Rocha et al (2008), a reflexo e o desenvolvimento do cuidado,
sob a ptica da tecnologia, levam a repensar a capacidade do homem em buscar melhorias no
seu dia a dia, visando qualidade de vida.
Diante da crescente produo de novas tecnologias e intervenes tcnicas na rea
da sade, torna-se necessrio que os profissionais saibam tratar com as possibilidades de
prestar cuidado por meio da insero da tecnologia na sua prtica. Diante disso, a tecnologia
deve ser entendida como associao de conhecimentos e prticas com a utilizao ou no de
materiais, envolvendo recursos abstratos ou concretos, tendo como finalidade especfica o
cuidado em sade. Deve-se saber dos recursos e suportes tecnolgicos disponveis para
adequao e aplicao na prtica de sade, os quais devem ser utilizados para facilitar a
execuo de procedimentos, bem como maximizar as relaes entre as pessoas envolvidas
nesse processo (VARGAS; RAMOS, 2008; LOPES, 2009).
Nesse processo, destaca-se o uso e a importncia da tecnologia na enfermagem,
entre as diversas reas da sade, como forma de facilitar e completar as prticas de educao
em sade e de assistncia aos profissionais da rea. Para Nietsche et al (2005), a enfermagem
vista como um conjunto de tecnologias a serem desenvolvidas e especializadas para garantir
um melhor cuidado.
Vrios so os recursos e artifcios tecnolgicos com aplicao na prtica da
enfermagem, seja em um contexto acadmico a fim de facilitar o processo de ensino-
aprendizagem, buscando uma melhor preparao dos alunos de enfermagem antes de
ingressarem na prtica da profisso ou assistencial (LOPES, 2009).
A utilizao da informtica no setor de sade est sendo uma realidade nacional e
internacional, um processo que rapidamente est se desenvolvendo e exigindo dos
profissionais um acompanhamento e atualizao sobre essas questes. Alm disso, a
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informtica est se tornando um instrumento de trabalho utilizado para fins diversos (LOPES;
ARAJO, 2002).
A contribuio que a tecnologia relacionada informtica oferece, por intermdio
do computador, com o uso de diversas atividades, a facilidade da construo do processo de
ensino e de assistncia em enfermagem. A incorporao dessa tecnologia para a prtica
profissional tem sua importncia destacada nas questes que se referem prpria segurana
dessa prtica. atravs dessa tecnologia que existem maiores possibilidades de discusses,
simulaes e espaos para informao, que proporciona maior segurana ao profissional
(LOPES, 2009).
Segundo Marin e Cunha (2006), os enfermeiros precisam adaptar-se a novos
modelos de trabalho e de atendimento, seguindo as tendncias do modelo de sade, sem
deixar de considerar, porm, as caractersticas do cliente. Alm da referida adaptao, Arone e
Cunha (2006; 2007), no que se refere qualidade, eficcia, efetividade e segurana, afirmam
que preciso prestar assistncia de forma mais humanizada, garantindo os resultados
previstos da tecnologia.
Quanto s dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem, Koerich et al
(2006) argumentam que a associao entre produo tecnolgica e enfermagem torna-se uma
alternativa para superao desses obstculos. Para isso, torna-se necessrio o
acompanhamento de profissionais comprometidos em construir uma relao com o ser
humano, usando opes tecnolgicas para enfrentar os problemas de sade.
Diante do exposto, Rocha et al (2008) afirmam que o cuidado que define a
tecnologia, e a inovao desta favorece o aprimoramento do cuidado: o cuidado utiliza a
tecnologia.
4.4. Uso das tecnologias na educao em enfermagem
As Tecnologias de Informaes e Comunicaes (TIC) oferecem possibilidade de
gerao de novas teorias, principalmente no campo educacional, pois a intermediao do
processo educacional pela TIC vem ampliando as possibilidades de comunicao e aquisio
de informaes, transformando a forma de viver, trabalhar, organizar-se socialmente e de
aprender na atualidade (AGUIAR; CASSIANI, 2007).
Segundo Silva, Cassiani e Zem-Mascarenhas (2001), o avano do uso de
tecnologias para o desenvolvimento das prticas educacionais, a fim de garantir maior
33
eficincia na aprendizagem e uma relao pedaggica motivadora e interativa, notrio.
A tecnologia educacional deve ser entendida, segundo Nietsche et al (2005), como
um conjunto sistemtico de procedimentos que tornem possvel o planejamento, a execuo, o
controle e o acompanhamento do sistema educacional.
Na rea da enfermagem, atualmente, o nmero de tecnologias educacionais
desenvolvidas tem acompanhado a evoluo tecnolgica. Entretanto, o empenho de docentes
ou enfermeiros assistenciais no desenvolvimento e na aplicao de prticas educacionais vem
se dando de forma paulatina (LOPES, 2009).
A utilizao da informtica, por docentes e profissionais de enfermagem, pode ser
destacada como um exemplo de tecnologia aplicada educao, na construo de bases de
dados, desde material bibliogrfico aplicao em diversas atividades. A aplicao da
informtica ao ensino de enfermagem na graduao justifica-se pelo desenvolvimento do
desafio proporcionado aos alunos de refletirem e experimentarem o uso da informtica na
assistncia, no ensino, na administrao e na pesquisa (ZEM-MASCARENHAS; CASSIANI,
2001; PERES; MEIRA; LEITE, 2007).
Segundo Freitas (2010), no mbito acadmico, a informtica utilizada por
professores e alunos de forma constante, desde o preparo de aulas e a realizao de trabalhos
escolares at a produo de estratgias que facilitem o ensino de enfermagem.
A informtica educativa serve como um recurso de apoio a mais ao professor para
o aprimoramento didtico. Nessa perspectiva, o professor pode explorar o uso do computador
em situaes de simulao, permitindo ao aluno praticar ou vivenciar situaes abstratas ou
reais para as quais ele ainda no esteja preparado (MELO; DAMASCENO, 2006).
Segundo Aguiar e Cassiani (2007), a integrao de tecnologias no processo
educativo no se refere apenas ao uso da informtica, mas utilizao de todos os recursos e
meios didticos disponveis, dos livros televiso, incluindo hipermdias educativas, desde
que estejam em consonncia com a proposta educativa no processo pedaggico e
fundamentadas em novas metodologias de ensino colaborativas e interdisciplinares.
Oliveira et al (2002) destacam a importncia de uma hipermdia possuir recursos
que auxiliem no processo de aquisio de conhecimento dos participantes, atravs da
promoo de situaes estimulantes para o grupo, despertando a ateno, alm de mant-la ao
longo do processo de ensino-aprendizagem, atravs de um contedo disposto de forma clara,
compreensvel e consistente.
Para apoio ao ensino de Fsica, Machado e Nardi (2006) utilizaram uma
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hipermdia e verificaram que a oportunidade de participar de aulas dotadas de interao entre
aluno e computador foi valorizada pelos estudantes, pois tal fato era um aspecto diferencial
com relao ao sistema tradicional de ensino.
Frana (2009) destaca que as hipermdias educacionais permitem a combinao de
recursos de som, vdeos, textos e banco de dados, que proporciona ao usurio a prpria
construo do percurso de aprendizagem, reunindo alunos e professores, mesmo que em
diferentes contextos. Isso apresenta no apenas mecanismos tecnolgicos, mas dispositivos
que possibilitam a produo de conhecimento.
Enriquez, Brito e Alonso (2006) abordam em seu software o ensino de
eletrocardiograma para estudantes de Medicina que, aps estudar o contedo, tm a
possibilidade de realizar auto-avaliaes atravs do sistema, com base no contedo mais atual
sobre o assunto. Os alunos que utilizaram o software obtiveram notas estatisticamente mais
elevadas em diversos temas se comparados aos alunos que estudaram apenas por mtodos
tradicionais.
Tendo como pblico-alvo a populao com deficincia visual, Cezrio e Pagliuca
(2007) produziram uma tecnologia assistiva com base no texto educativo Drogas: reflexo
para a preveno, utilizando o sintetizador de voz Dosvox como meio de instruir os cegos a
manusear livremente o computador. O mesmo foi avaliado como tecnologia adequada pelos
participantes. Os autores se referem ainda ao desenvolvimento de um website como ambiente
de ensino sobre didtica em enfermagem, sobre o qual os discentes destacaram a possibilidade
de alcance de uma maior comunicao dos alunos entre si e destes com o professor. Houve
sugesto da utilizao dos mesmos recursos em outras disciplinas, de forma a favorecer o
processo educacional (PERES; MEIRA; LEITE, 2007).
Aquino (2010), ao avaliar a utilizao de um ambiente virtual em contracepo,
junto a alunos de graduao do Curso de Enfermagem, concluiu que o uso de novas
tecnologias de ensino na graduao em enfermagem poder favorecer a aquisio de
conhecimento por parte dos alunos, uma vez que representa um modo auxiliar para
complementao da modalidade presencial. Como mtodo de apoio e auxlio no processo de
ensino, no meio educacional, existe a possibilidade do uso da internet. Esta surge como um
dos meios mais promissores para a utilizao na educao. Entretanto, preciso que seja mais
explorada pela enfermagem em termos de educao de pacientes, educao continuada e
treinamentos (MARIN; CUNHA, 2006).
Diante do uso de computadores, informtica e internet, surge a oportunidade de
35
uma comunicao integrativa entre contedo e usurio em ambientes que usam essa
tecnologia, favorecendo resultados positivos no processo de ensino-aprendizagem. Como
exemplo desses ambientes pode ser citada a Educao a Distncia (EaD) que, segundo Bastos
e Guimares (2004), permite ao aluno a realizao de atividades e o desenvolvimento da
prtica e da reflexo sobre seu conhecimento a partir do contexto social e de trabalho,
constituindo uma ferramenta pedaggica para qualific-lo como enfermeiro.
A modalidade de EaD tem seus primeiros registros datados do sculo XVIII, em
1728, porm, apenas em 1856 foi institucionalizada, aps a fundao da primeira escola de
lngua por correspondncia, em Berlim. O envio de materiais impressos por correspondncia
foi associado ao rdio e televiso, ocorrendo um aumento da difuso de contedo e
abrangendo um maior nmero de pessoas, incluindo as mais distantes (PIRES, 2001; LOPES,
2009).
No Brasil, a EaD foi regulamentada por leis e portarias do Ministrio da
Educao. A Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, possibilitou o ensino no presencial
utilizado como complemento do aprendizado ou em situaes emergenciais, alm de ser
citado como meio de atualizao de professores (BRASIL, 1996a).
Com o surgimento do computador, a partir das dcadas mais recentes, a EaD
integrou as diversas mdias para transmisso de contedos (PIRES, 2001). notrio que o uso
atual de EaD vem sendo realizado, em sua maioria, atravs de computadores e da internet. O
processo de ensino facilitado pelo compartilhamento de vdeos, textos eletrnicos e imagens
por meio da tela do computador, contudo, no excluem a presena e a importncia do
professor, j que o distanciamento entre aluno e professor apenas fsico e temporal (LOPES,
2009).
No mbito da enfermagem, a EaD vem sendo desenvolvida e utilizada em cursos
de graduao e em reas de capacitao profissional, o que enfatiza a relevncia dessas
atividades no ensino; ressalta-se, porm, o fato de que o desenvolvimento de pesquisas,
publicaes e discusses nesse mbito tem sido nfimo no Brasil (CAMACHO, 2009).
Instituies renomadas, como Fundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e
Universidade Federal de So Paulo, promovem cursos de ps-graduao a distncia para
profissionais da rea de sade e de diversas outras reas do conhecimento. Encontra-se em
andamento o programa e-TEC, do Ministrio da Educao. Este promove cursos de formao
de profissionais de nvel mdio das mais diversas reas de conhecimento, incluindo a
enfermagem, em que o contedo terico ministrado via EaD e a prtica dos alunos
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realizada em instituies de sade, acompanhada por seus tutores presenciais.
O ambiente virtual de discusso ilustrado como uma vantagem da tecnologia
para a prtica educacional, por permitir individualizar o processo de aprendizagem,
personalizar a ateno ao aluno e possibilitar o aprendizado de vrios aspectos da vida
acadmica e da prtica profissional (DAL PAI; LAUTERT, 2007).
As tecnologias educacionais surgem como uma opo metodolgica que fornece
ao professor possibilidades de organizar sua comunicao com os alunos, introduzir um tema,
trabalhar com os alunos presenciais e com os que se encontram a distncia, possibilitando
tambm a avaliao. H, portanto, uma modificao na forma de ensinar e aprender
(AGUIAR e CASSIANI, 2007).
notria a crescente contribuio que as tecnologias computacionais oferecem na
construo e constituio de comunidades virtuais de aprendizagem, oferecendo oportunidade
de interao entre os sujeitos e o estabelecimento de vnculos. Nesse sentido, Cogo (2009)
afirma que essas tecnologias favorecem a construo do conhecimento, uma vez que, ao
cooperarem atravs de uma interao sociocognitiva, os sujeitos solucionam problemas
cognitivos de forma qualitativamente diferente de como fariam individualmente. Cumpre
ressaltar que somente o uso da tecnologia no resolver os problemas educacionais, porm, se
utilizada adequadamente, poder contribuir no processo e no desenvolvimento educacional
dos estudantes, colaborando para a formao de um profissional capacitado.
Atravs da oportunidade que dada ao aluno de ele estar em um espao para o
exerccio da autonomia como norteadora de suas interaes, pretende-se proporcionar o
desenvolvimento da cooperao e o desenvolvimento cognitivo. Cogo (2009) acredita que,
atravs do trabalho coletivo, os alunos autnomos aprendam a ser no mundo, a fazer
enfermagem, a conviver junto aos outros, a aceitar novos desafios a serem transpostos e a
superao de incertezas.
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5. METODOLOGIA
5.1. Tipo de estudo
Trata-se de um estudo de desenvolvimento, que definido como a construo e o
desenvolvimento de softwares e outras estratgias tecnolgicas implementadas no ambiente
educacional ou assistencial, com o objetivo de criar produtos, ou servios, ou seu
aperfeioamento (RODRIGUES, 2007).
5.2. Local e perodo do estudo
A hipermdia foi desenvolvida no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA),
desenvolvido pela Universidade Federal do Cear (UFC), o Solar. O Instituto UFC Virtual
desenvolveu este AVA e o destinou a professores e alunos, buscando proporcionar um acesso
para publicao de cursos e interao entre os membros. Atravs de login e senha
disponibilizados a cada aluno d-se o acesso a esse ambiente.
O ambiente Solar foi selecionado para este estudo por ser um projeto reconhecido
na Instituio, o que traz maior segurana para o desenvolvimento da pesquisa.
A construo da hipermdia ocorreu no perodo de janeiro a junho de 2011, sendo
realizadas, em seguida, as avaliaes pelos juzes especialistas em temticas relacionadas
sade da mulher e tecnologia da educao. Aps anlise dos juzes, foram implementadas as
sugestes e correes, resultando na ltima verso da hipermdia, em julho de 2011.
5.3. Fases do estudo
Para que possa abranger grande quantidade de informaes e que estas estejam de
maneira organizada, a construo de uma hipermdia deve seguir um critrio metodolgico
(FALKEMBACH, 2005). Entretanto, segundo Freitas (2010), no se encontra disponvel na
literatura um percurso metodolgico completo a ser seguido na produo de hipermdias e sim
a adoo de caminhos, relativamente semelhantes, trilhados por diferentes pesquisadores.
Freitas (2010), com o intuito de abranger as principais fases de construo de
instrumentos de informtica para o ensino na rea da sade, atravs de uma ampla
investigao em banco de dados, criou um caminho metodolgico, sintetizando as fases das
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metodologias. Observadas em um formato mais completo, as fases dividem-se em: construo
da hipermdia e sua validao por especialistas. A autora aponta as fases distintas de
construo da hipermdia e sua validao pelos especialistas atravs de etapas, de acordo com
a Figura 1:
Figura 1- Etapas para o desenvolvimento da hipermdia (FREITAS, 2010).
Para o desenvolvimento deste estudo, seguiram-se as fases sugeridas por Vieira
(2010).
5.3.1Construo da hipermdia
O desenvolvimento de cada etapa esteve vinculado estrutura curricular da
disciplina Enfermagem no Processo de Cuidar da Sade Sexual e Reprodutiva, ofertada aos
alunos do stimo semestre do Curso de Graduao em Enfermagem da UFC.
A disciplina citada possui carter terico-prtico e aborda os diversos assuntos
relativos ginecologia e obstetrcia. Diante da importncia da preveno em alguns agravos
relativos sade sexual, optou-se por abordar a realizao da Consulta de Enfermagem
Ginecolgica (CEG) como assunto da hipermdia construda.
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Durante os meses de janeiro a junho de 2011, foi levada a cabo a construo da
hipermdia, para a qual foi pesquisado todo o assunto abordado, bem como foram produzidas
as mdias que compem o material. Em face das etapas contidas no diagrama anterior,
procurou-se descrever cada uma delas para o processo de construo da hipermdia sobre a
CEG.
ETAPA 1 - Levantamento do contedo e planejamento dos mdulos
No incio da preparao de uma hipermdia para o ensino na rea de sade, depois
de selecionada a temtica a ser abordada, necessitou-se da realizao de um levantamento
geral do contedo escolhido (PINTO, 2008; FIGUEIREDO, 2007; ALAVARCE, 2007; COL,
2003; MALINVERNI, 2006).
O contedo levantado foi organizado em mdulos, a fim de facilitar a
aprendizagem do contedo pelos usurios. Segundo Freitas (2010), a organizao em mdulos
permite ao usurio maior facilidade durante a busca do assunto de seu interesse, alm de
permitir um contedo menos extenso e cansativo.
Os assuntos abordados foram divididos, entre tpicos e subtpicos, conforme
disposto na figura a seguir:
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Figura 2 - Distribuio dos Mdulos segundo os contedos abordados na hipermdia Consulta de
Enfermagem Ginecolgica - Solar, 2011.
Na construo da hipermdia, optou-se por t8picos do tipo ramificado, em que
os usurios podero saltar diretamente para os pontos de estudo de maior interesse. Do mesmo
modo, foram disponibilizados links que possibilitam o retorno a telas anteriores, de forma a
facilitar a navegabilidade por parte do usurio. Cada um dos tpicos leva a nveis secundrios
e, conforme o caso, existem outros nveis de aprofundamento, referncia ou explicao.
Assim, os usurios podero alternar dentre os tpicos e os itens de um mesmo tpico, em
sentido bidirecional.
Machado e Nardi (2006) ressaltam a versatilidade da sequncia de telas ou trilhas
de acesso ao contedo na hipermdia utilizada para apoio ao ensino de Fsica, podendo ser
utilizada