77
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO, DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO DAS OBRAS DE ARTE ESPECIAIS RENATA MATTOS SAMPAIO DE ARAUJO 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

  • Upload
    lyquynh

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO,

DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO DAS

OBRAS DE ARTE ESPECIAIS

RENATA MATTOS SAMPAIO DE ARAUJO

2018

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO,

DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO DAS

OBRAS DE ARTE ESPECIAIS

RENATA MATTOS SAMPAIO DE ARAUJO

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Jorge dos Santos

RIO DE JANEIRO

Setembro de 2018

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO,

DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO DAS

OBRAS DE ARTE ESPECIAIS

Renata Mattos Sampaio de Araujo

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

________________________________________________

Prof. Jorge dos Santos, D.Sc. (Orientador)

________________________________________________

Profª. Alessandra Conde de Freitas, D.Sc.

________________________________________________

Profª. Isabeth da Silva Mello, M.Sc.

________________________________________________

Profª. Vivian Karla Castelo Branco Louback

Machado Balthar, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Wilson Wanderley da Silva

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

SETEMBRO de 2018

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

i

Araujo, Renata Mattos Sampaio de

Estudo do Desenvolvimento de Metodologia para

Avaliação, Diagnóstico e Monitoramento dos Serviços de

Manutenção Das Obras de Arte Especiais/ Renata Mattos

Sampaio de Araujo – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica,

2018.

xii, 53 p.:il.; 29,7 cm.

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Civil, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 50-53

1. Introdução 2. Obras de Artes Especiais: Contextualização

3. Planilhas Eletrônicas na Engenharia: Contextualização

4. Inspeções e Monitoramento em OAE 5. Estudo de Caso

I. Santos, Jorge dos; II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Engenheiro Civil

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

ii

“Se vi mais longe, foi por estar de pé sobre os ombros de gigantes”

Isaac Newton

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

iii

Ao meu avô Antônio da Silva Mattos Filho

(in memoriam). O teu legado continua...

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

iv

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas, pelo dom da vida, por todo o

cuidado, pelas oportunidades incríveis, como a realização do sonho de estudar na UFRJ,

e pela inspiração. Sem Ele nada disso seria possível!

À minha mãe Alair, por ser essa mulher de Deus, cheia de amor, fibra e por me motivar

ao longo de toda a minha vida a sempre dar o meu melhor. Nunca terei palavras

suficientes para agradecer por tudo. Eu te amo muito! Essa conquista é sua também!

Às minhas madrinhas e tias Adelir e Eunice, por serem mulheres fortes, sábias e cheias

de amor. Obrigada pelo colo e refúgio!

Ao meu namorado Renan, pelas primeiras primaveras que compartilhamos, pela

amizade, amor, companheirismo e cuidado. Obrigada por sempre perseverar ao meu

lado. Eu te amo muito!

Aos meus tios Alberto, Augusto e Antônio, por serem homens de caráter exemplar e por

todo cuidado comigo ao longo da minha vida.

À Angélica Martins, minha eterna professora, pela motivação, sabedoria e por me

mostrar que com esforço e fé, alcançamos até o impossível.

Ao Thierry Pereira e Didier Marty, pela oportunidade incrível de descobrir esse mundo

das obras de arte especiais, por toda paciência ao longo do meu estágio e por serem

sempre gentis. Vocês são profissionais incríveis!

À Dalila, Catherine, Jean Pierre, Arnauld e Philippe, por serem tão gentis comigo e

fazerem com que eu me sentisse em casa do outro lado do oceano.

Ao professor Jorge dos Santos pela orientação, paciência, conhecimento e por tornar

essa ideia de TCC possível. Sou muito grata por tê-lo como professor e orientador.

À professora Isabeth Mello, obrigada pela orientação desde o tempo da FLUXO,

paciência e parceria acadêmica. É uma honra tê-la na minha banca do TCC.

Aos professores Alessandra, Vivian e Wilson, agradeço imensamente por aceitarem o

convite e participarem da minha banca.

Aos meus eternos amigos do CEFET-RJ, Luciana, Danilo, Felippo, Tete, Ana, Douglas,

Monique e Lucas, não importa o continente nem a distância, eu sei que sempre posso

contar com vocês. Obrigada por tudo! Amo vocês!

À Gabriela, pelos 16 anos de amizade e por nem sempre estar, mas sempre ser. Te amo!

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

v

Aos amigos que fiz na UFRJ e na EIVP, obrigada pelo companheirismo ao longo desses

anos. Vocês alegraram os meus dias e fizeram o caminho mais leve. Sem dúvidas,

levarei cada um no meu coração.

À Luzia e Michael, por serem funcionários dedicados e sempre se esforçarem ao

máximo para ajudar os alunos. Temos muita sorte de tê-los na Engenharia Civil!

Ao Djavan, pela dedicação e pelas infindáveis impressões em meio a correria diária.

Obrigada pelo seu sorriso e motivação! Enfim chegou o fim!

Aos funcionários da FINEP, obrigada por contribuírem com o meu desenvolvimento

profissional e pessoal. Sou muito grata a Deus pela vida de cada um de vocês. Foi

incrível conhecer e trabalhar em um ambiente tão sadio.

À família de fé que encontrei na Igreja Batista Atitude, obrigada pelas orações e

intercessões durante a faculdade, é muito bom viver com vocês!

Ao professor Otto Rotunno, pela oportunidade de participar do PET-CIVIL, por ser um

tutor sempre entusiasmado, motivador e pela paixão pela ciência. AVANTE!

Aos professores incríveis que conheci na UFRJ e que contribuíram para o meu

crescimento profissional e pessoal, especialmente à Elaine Vasquez, Flávia Moll,

Fernando Danziger, Jorge Santos, Leandro Gregorio, Paulo Renato, Ricardo Valeriano e

Sérgio Hampshire. Muito obrigada!

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

vi

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO,

DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DE OBRAS DE ARTE ESPECIAIS

Renata Mattos Sampaio de Araujo

Setembro de 2018

Orientador: Jorge dos Santos

A manutenção do patrimônio na Europa tem sido alvo de políticas públicas há anos, por

isso podemos observar obras conservadas que datam do Império Romano como a Pont

du Gard (Séc. I). Para que a conservação adequada do patrimônio seja materializada, é

necessário a realização de inspeções técnicas para análise e posterior definição da

prioridade de manutenção, visto que não há recurso suficiente para todas as obras. Essa

problemática é estendida a todos os demais países, inclusive ao Brasil. Esse trabalho foi

desenvolvido tomando como base a experiência vivenciada em estágio realizado no

período de 08/06/2016 à 31/08/2016 no Département de la Seine Saint Denis, localizado

a nordeste de Paris (França), o qual responde pelas inspeções técnicas em obras de arte

especiais na região de Saint Denis. Terá por objetivo apresentar um método para priorizar

as manutenções das obras de arte especiais utilizando o aplicativo Microsoft Excel de

forma a permitir acesso facilitado ao método. Através de inspeções técnicas, organização

dos dados, seguidos de análise, são atribuídos conceitos baseados na segurança do usuário

e na gravidade do problema. Após reunidas, as informações são então organizadas no

Microsoft Excel e através de uma tabela dinâmica, a priorização é feita de maneira

automática. Isso permite uma economia pelos órgãos públicos e a solução para o

problema de compatibilização e acesso entre órgãos, visto que o programa é geralmente

utilizado para outros fins, como por exemplo orçamentação de novas obras, cronogramas

de desembolso, entre outros.

Palavras-chave: Obras de Arte Especiais, Manutenção, Monitoramento, Priorização de

Manutenção.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

vii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Engineer.

STUDY OF METHODOLOGY DEVELOPMENT FOR EVALUATION, DIAGNOSIS

AND MONITORING OF CIVIL ENGINEERING STRUCTURES

Renata Mattos Sampaio de Araujo

September 2018

Adviser: Jorge dos Santos

The maintenance of the historical heritage in Europe has been the subject of public policy

for years. Consequently, several engineering works dating from the Roman Empire are

preserved until now, for instance, the Pont du Gard (1st century). In order to keep civil

engineering works properly preserved, it is necessary to carry out technical inspections

for analysis and subsequent definition of the maintenance priority, once funds are usually

limited. This problem is extended to all countries, including Brazil. This work was

developed based on the experience lived in the period from 08/06/2016 to 08/31/2016 in

the Département de la Seine Saint Denis, located northeast of Paris (France), which is

responsible for technical inspections in civil engineering works in the region of Saint

Denis. It also aims to present a method to prioritize the maintenance of civil engineering

structures using the Microsoft Excel application in order to allow easy access to the

method. Concepts are assigned based on technical inspections, data organization, user

safety and the severity of the problem. Once gathered, information is then organized in

Pivot Tables where prioritization is done automatically. This method results in cost

savings in public sector agencies and the solution to the problem of compatibility and

access between agencies, since the same spreadsheets are generally used for other

purposes, such as budgeting and disbursement schedules.

Keywords: civil engineering structures, maintenance, monitoring, maintenance

prioritization.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

viii

SUMÁRIO

SUMÁRIO .............................................................................................................................. VIII

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ...................................................................................................... X

LISTA DE QUADROS E TABELAS ...................................................................................... XI

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................ XII

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

IMPORTÂNCIA DO TEMA................................................................................................. 1

OBJETIVOS ..................................................................................................................... 2

JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA .......................................................................... 2

METODOLOGIA ............................................................................................................... 3

ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ....................................................................................... 3

2 OBRAS DE ARTE ESPECIAIS: CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................... 4

2.1. ASPECTOS GERAIS ............................................................................................................... 4

2.2. AS INPEÇÕES DETALHADAS ....................................................................................... 5

2.3. AS ATIVIDADES DE CONSERVAÇÃO ......................................................................... 7

3 PLANILHAS ELETRÔNICAS NA ENGENHARIA: CONTEXTUALIZAÇÃO ..... 13

ASPECTOS HISTÓRICOS......................................................................................... 13

APLICAÇÃO DAS PLANILHAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................ 14

O PROGRAMA MICROSOFT EXCEL ..................................................................... 16

A LÓGICA DO PROGRAMA EXCEL ...................................................................... 17

4 INSPEÇÕES E MONITORAMENTO EM OBRAS DE ARTE ESPECIAS .............. 19

ASPECTOS GERAIS .................................................................................................. 19

EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO ........................................................................... 23

TIPOS DE INSPEÇÕES REALIZADAS EM OBRAS DE ARTES ESPECIAIS ........... 24

PROGRAMAS UTILIZADOS PARA PRIORIZAÇÃO DAS MANUTENÇÕES ..... 25

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM VISTORIAS ................................................. 26

5 ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 29

A ESTRUTURA DO ÓRGÃO GESTOR .......................................................................... 29

MÉTODOS DE PRIORIZAÇÃO ................................................................................ 30

5.2.1 Image Qualité des Ouvrages d’Art (IQOA): ....................................................... 30

5.2.2 Visites Simplifiées Comparées ( VSC) ................................................................. 32

5.2.3 Méthode Départementale (MD) .......................................................................... 34

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

ix

DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO ................................................................................ 35

APLICAÇÃO DA METODOLOGIA À UMA OBRA .............................................................. 41

DESENVOLVIMENTO DA PLANILHA DINÂMICA ............................................................ 45

6 CONCLUSÕES................................................................................................................. 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 49

ANEXO 1 ..................................................................................................................................... 1

ANEXO 2 ..................................................................................................................................... 2

ANEXO 3 ..................................................................................................................................... 5

ANEXO 4 ..................................................................................................................................... 7

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

x

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: CATEGORIAS DE AÇÃO EM PONTES (ADAPTADO DE FHWA, 2018)............................................................... 8

FIGURA 2: LEI DE CUSTOS (SITTER (1984) APUD VITÓRIO (2005)) ............................................................................. 9

FIGURA 3: REPARO ESTRUTURAL ( FHWA, 2018) ................................................................................................. 10

FIGURA 4: SUBSTITUIÇÃO DAS JUNTAS DE DILATAÇÃO DE UMA PONTE ........................................................................ 11

FIGURA 5: UMA COMPARAÇÃO DA PONTE AO LONGO DO TEMPO COM E SEM MANUTENÇÃO .......................................... 11

FIGURA 6: PLANILHA DE CÁLCULO DAS COMBINAÇÕES DAS AÇÕES E DA PRETENSÃO ...................................................... 15

FIGURA 7: PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO E CÁLCULO DA FLEXÃO COMPOSTA (HAMPSHIRE, 2018) ........................ 15

FIGURA 8: PONTE MORANDI (G1, 2018) ............................................................................................................ 20

FIGURA 9: COLAPSO DA PONTE WILSON À TOURS EM 1978 (LACROIX, 2018) ........................................................ 21

FIGURA 10: COLAPSO DA PONTE SULLY-SUR-LOIRE EM 1985 .................................................................................. 21

FIGURA 11: ARMADURAS EXPOSTAS E SOB CORROSÃO NA PONTE PEDRO IVO (G1, 2018) ............................................ 22

FIGURA 12: ARMADURA EXPOSTA E CORROÍDA DA PONTE PEDRO IVO (G1, 2018) ...................................................... 22

FIGURA 13: PONTE COLOMBO SALLES (G1, 2018) ............................................................................................... 23

FIGURA 14: EXPECTATIVAS DE CRESCIMENTO DA MANUTENÇÃO (MOUBRAY, 1997) ................................................. 24

FIGURA 15: FISSURÔMETRO (SOLOTEST, 2018) ................................................................................................. 28

FIGURA 16: DRONE (GEARBEST, 2018)............................................................................................................ 28

FIGURA 17: DÉPARTAMENT DE LA SEINE SAINT DENIS (FRANCECULTURE, 2010) ................................................... 29

FIGURA 18: SUMÁRIO (INSPECTIONDETAILLE, 2010) ....................................................................................... 36

FIGURA 19: PONT DE PRESSENCÉ (INSPECTION DETAILLÉ, 2010) ............................................................................. 42

FIGURA 20: ESQUEMA DA PONTE DE PRESSENCÉ (DÉPARTEMENT DE LA SEINE SAINT DENIS, 2014) ............................... 42

FIGURA 21: MAPA DE SAINT DENIS (INSPECTIONDETAILLE, 2010) .................................................................... 43

FIGURA 22: FOTOGRAFIA AÉREA (INSPECTIONDETAILLE, 2010) ........................................................................ 43

FIGURA 23: APARELHO DE APOIO DEGRADADO E CORROÍDO (INSPECTIONDETAILLE, 2010) ..................................... 44

FIGURA 24: PARAFUSO DE FIXAÇÃO DEGRADADO (INSPECTIONDETAILLE, 2010) ................................................... 45

FIGURA 25: PLANILHA EM EXCEL ........................................................................................................................ 47

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

xi

LISTA DE QUADROS E TABELAS

QUADRO 1: OBSERVAÇÕES DAS INSPEÇÕES NO BRASIL ............................................................................................. 7

QUADRO 2: EXEMPLO DE FUNÇÕES BÁSICAS DO EXCEL............................................................................................ 18

QUADRO 3: EXEMPLO DE FUNÇÕES LÓGICAS DO EXCEL ........................................................................................... 18

QUADRO 4: CORRELAÇÃO DOS TIPOS DE AÇÃO COM OS VALORES DE ÍNDICE DE ESTADO (IE) ........................................... 33

QUADRO 5: SUGESTÕES PARA AS AÇÕES A SEREM REALIZADAS ................................................................................. 37

QUADRO 6:CLASSIFICAÇÃO DOS ESTUDOS ............................................................................................................ 39

QUADRO 8: CLASSIFICAÇÃO DOS TRABALHOS .......................................................................................................... 2

QUADRO 9: INTERVENÇÕES ................................................................................................................................. 5

TABELA 1:CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO DAS OBRAS DE ARTE ESPECIAIS SEGUNDO O MÉTODO IQOA ................................ 31

TABELA 2: CLASSE DO ÍNDICE IT ......................................................................................................................... 34

TABELA 3: ORDEM DE PRIORIDADE DAS OAES ...................................................................................................... 41

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo.

CEREMA- Centre d'études et d'expertise sur les risques, l'environnement, la mobilité et

l'aménagement

CREA-RS- Conselho Regional De Engenharia E Agronomia Do Rio Grande Do Sul

DEINFRA – Departamento Estadual de Infraestrutura

DNIT- Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte.

FHWA – Federal Highway Administration.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IE – Índice de Estado

IT – Índice de Prioridade Técnica

ISE – Índice Socioeconômico

IQOA – Image Qualité des Ouvrages d’Art

LCPC – Laboratoire Central des Ponts et Chaussées

MD – Méthode Départementale

NBR- Norma Brasileira.

OAE- Obra de Arte Especial

SETRA - Service d'Études Techniques des Routes et Autoroutes

SINAENCO – Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva.

SGO - Sistema de Gerenciamento de Obras de Arte Especiais.

TCE- SC – Tribunal de Contas de Santa Catarina

VSC - Visites Simplifiées Comparées

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

1

1 INTRODUÇÃO

IMPORTÂNCIA DO TEMA

As Obras de Artes Especiais (OAE’s) são construções de engenharia civil que

permitem vencer um obstáculo sobre rodovias, ferrovias ou vias fluviais. São formadas

por pontes, passarelas, túneis, aquedutos e etc... As OAE’s são chamadas de arte devido

ao seu design e implementação. Na sua elaboração, são envolvidos conhecimentos e

experiências cujos papéis são tão importantes quanto a teoria. Com isso, este conjunto é

denominado arte do engenheiro.

Para construir uma OAE é necessário investimento financeiro e manutenção de

forma a garantir a integridade do patrimônio. Frequentemente podem-se encontrar

defeitos nas OAE’s devido a falhas do processo construtivo e até mesmo erros no projeto.

A questão mais grave é quando esses defeitos são identificados tardiamente: Um ponto

crítico é alcançado e os reparos são realizados de maneira emergencial ou ocorre até

mesmo o colapso estrutural causando eventualmente perdas de vidas. Como resultado,

um bom planejamento orçamentário é prejudicado, gerando maiores dispêndios ao órgão

gestor. Esse é o conceito expresso na Lei de Sitter1.

No dia 06 de fevereiro de 2018, ocorreu o desabamento de um trecho do viaduto

do Eixão no Setor Comercial Sul/ Setor Bancário Sul localizado na área central de Brasília

e resultando em 17 mortes. Previamente dois estudos foram realizados pelo SINAENCO,

um em 2009 e o outro em 2011, onde houve o agravamento dos problemas constatados

em 2009 e a necessidade de manutenção urgente foi prevista devido ao alto volume de

tráfego na região.

Com isso, para promover a manutenção devida nessas estruturas, é de extrema

importância ter um método de priorização eficaz que atenda à segurança do usuário e que

garanta a fiscalização das construções. Dessa maneira, é alcançado o objetivo da

preservação do patrimônio, além de evitar danos e riscos à sociedade. Isso é realizado

1 Lei de Sitter – Também conhecida como Lei dos Cinco é utilizada para interpretar a

evolução da manutenção dos custos de maneira progressiva em função da fase da vida da

estrutura em que a intervenção é feita.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

2

através dos métodos de priorização e das vistorias, que visam impedir a ocorrência de

tragédias.

OBJETIVOS

O objetivo desse trabalho é mostrar a importância da manutenção nas OAE’s e

propor uma ferramenta de priorização de manutenção utilizando o programa Microsoft

Excel. Ela garante a acessibilidade da informação entre órgãos, pois geralmente é uma

ferramenta utilizada para fins orçamentários e de gerenciamento, e a economia do gestor,

visto que não há geração de dispêndios com outras licenças de programas.

De forma a promover esclarecimento sobre o método, foi realizado um estudo de

caso em uma OAE francesa visando demonstrar a sua aplicabilidade e a expor a sua

utilização.

JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA

A gestão da manutenção das OAE’s é um tema que merece destaque por sua

complexidade e por seu caráter de impacto financeiro, social e ambiental à sociedade. Um

mal gerenciamento reflete diretamente nas atividades que dependem daquela estrutura

para serem executadas. Mediante a este cenário, um sistema que garanta a eficácia no

processo abordado é primordial e a acessibilidade aos órgãos gestores deve ser garantida.

O tema foi escolhido com base na experiência de estágio vivida na França e tendo

em vista a aplicabilidade ao atual cenário brasileiro, que sofre com as patologias

decorrentes do uso contínuo estrutural e da falta de incentivo à programas preventivos de

manutenção, cujos softwares necessitam de investimentos para aquisição, treinamento,

licença anual e manutenção.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

3

METODOLOGIA

Foi criada uma ferramenta de priorização de manutenção das obras de arte

especiais utilizando o software Excel, através do cruzamento dos dados obtidos nas

vistorias aliados a um quadro de notas referentes a segurança.

Os levantamentos bibliográficos referentes ao tema foram realizados a partir de

livros, manuais, estudos de caso e a com base na experiência vivenciada em estágio

realizado no período de 08/06/2016 à 31/08/2016 no Département de la Seine Saint Denis,

localizado a nordeste de Paris, França, o qual responde pelas inspeções técnicas em obras

de arte especiais na região de Saint Denis. A ferramenta foi desenvolvida com base na

análise de mais de 130 inspeções detalhadas das OAE’s e de muros de contenção.

ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

O trabalho está organizado em 6 capítulos:

Após o primeiro capítulo introdutório, o segundo capítulo visa conceituar o que

são e os tipos de OAE’s, realizar um levantamento bibliográfico e dissertar sobre as obras

de arte especiais do ponto de vista histórico, tecnológico e da gestão do patrimônio.

O terceiro capítulo aborda um levantamento dos aspectos históricos, da aplicação

de planilhas eletrônicas na construção civil, as vantagens e as desvantagens dessa

utilização, as dificuldades e limitações do programa Microsoft Excel e a lógica do

programa.

Em seguida, o quarto capítulo apresenta os aspectos gerais das inspeções e

monitoramento realizados, ressaltando a sua importância e aplicabilidade, a evolução da

manutenção, os programas utilizados para priorizar a manutenção e finalmente, os

equipamentos utilizados e as dificuldades enfrentadas durante as inspeções.

O quinto capítulo descreve o estudo de caso, a estrutura organizacional do órgão

gestor, os métodos de priorização, a descrição da metodologia e o desenvolvimento da

planilha em Excel para gerenciamento de OAE’s com vista na manutenção preventiva e

corretiva.

Por fim, o sexto capítulo apresenta as considerações finais e as sugestões para os

trabalhos futuros.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

4

2 OBRAS DE ARTE ESPECIAIS: CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1. ASPECTOS GERAIS

De acordo com VAN UFFELEN (2011), as pontes são as obras de arte mais

antigas, sendo anteriores à civilização. Ao vislumbrar uma árvore cair atravessando um

riacho, um homem da pré-história imitou a natureza, de maneira que a ponte se tornou a

primeira obra de arte da história humana.

No Brasil, as tecnologias mais difundidas na construção das OAE’s são: Moldadas

diretamente in loco, concreto armado e protendido. Especificamente, as mais utilizadas

na construção das pontes são: superestrutura moldada in loco sobre escoramento direto,

superestrutura com tabuleiro composto por vigas pré-moldadas, superestrutura executada

pelo método dos balanços sucessivos, superestrutura executada por empurramentos

sucessivos e superestrutura pré-fabricada (JUDICE, 2018).

Tendo em vista as opções executadas, a escolha da técnica empregada depende de

fatores como: A altura do escoramento, o comprimento da obra, a velocidade da água dos

rios, o regime de cheias, a profundidade em questão, o cronograma estabelecido para a

obra, a carga suportada pelo terreno, entre outros.

Geralmente, para construir uma OAE é realizada uma licitação através de um

edital público, onde as empresas enviam as propostas, que são avaliadas e finalmente, a

mais adequada é escolhida. É importante destacar que a proposta vencedora não é

necessariamente a de menor valor ou a mais avançada tecnologicamente, e sim a melhor

avaliada com base nos critérios pré-estabelecidos pela comissão.

Segundo a Lei Federal 8.666/93, cujos valores limites definidos no Art. 23 foram

atualizados pelo Decreto 9.412/18, existem casos onde há dispensa do processo licitatório

para serviços de engenharia: Após a recente atualização, a Lei prevê um valor de até R$

33.000,00 para obras e serviços de engenharia ou no caso de contratação efetuada por

sociedade de economia mista, empresas públicas autarquias e fundações qualificadas

como Agências Executivas, o valor previsto é de até R$ 66.000,00. Assim sendo, os

valores observados são ínfimos comparados ao custo de construção de uma OAE e a

licitação é de caráter obrigatório.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

5

Ademais, as OAE’s também são responsáveis pela interligação de vias e pessoas

e são divididas em duas categorias: obras públicas e obras concessionadas. As obras

públicas são aquelas cujos agentes responsáveis pela manutenção e gestão são

governamentais. Por outro lado, as obras concessionadas estão sob a responsabilidade de

agentes privados por um período previsto em contrato.

Segundo a Lei Federal nº 4320/64, arts. 94 a 96, ao Gestor do patrimônio compete

manter atualizado o cadastro de todas as estruturas sob a sua jurisdição administrativa. O

não cumprimento da obrigação de conservação e manutenção de bens públicos poderá

representar ato de Improbidade Administrativa pela prática de atos lesivos ao patrimônio

público (Lei Federal nº 8429/92, artigo 5º) ou poderá redundar na propositura de Ação

Popular (Lei Federal nº 4717/65, artigo 1º) responsabilizando o Gestor (CREA-RS, 2015).

2.2. AS INPEÇÕES DETALHADAS

No Brasil, as inspeções detalhadas são regulamentadas principalmente pelas normas

DNIT 010 (2004), ARTESP (2007) e a NBR 9452 (2016), que sofreu revisão e agora

aborda a Inspeção Subaquática e a Extraordinária, é responsável pelas inspeções em

pontes, viadutos e passarelas de concreto. Elas são responsáveis por ditar os

procedimentos necessários para garantir uma melhor conservação e durabilidade das

Obras de Arte Especiais (OAE’s).

Cada uma delas padroniza e faz alusão de maneira específica ao tipo de inspeção e

procedimento a serem seguidos, como nas indicações:

1- ARTESP (2007)- Aborda a Inspeção Cadastral, a Inspeção Rotineira e a Inspeção

Especial.

2- NBR 9452 (2016)- Aborda a Inspeção Cadastral, a Inspeção Rotineira e a Inspeção

Especial, a Inspeção Subaquática e a Inspeção Extraordinária.

3- Norma DNIT (2010)- Aborda a Inspeção Cadastral, a Inspeção Rotineira, a Inspeção

Especial, a Inspeção Extraordinária e a Inspeção Intermediária.

Na França, particularmente no Départament de la Seine Saint-Denis, as inspeções são

regulamentadas por manuais e guias, sendo dividas em:

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

6

a) Inspeção Rotineira - É realizada pelos empregados do próprio órgão, não

necessariamente com treinamento especializado, constituindo um balanço de

saúde da OAE e gerando em um relatório detalhado. Durante a sua realização,

deve-se comparar visualmente a evolução das fissuras, observar e relatar a

ocorrência de novas patologias, e também informar os reparos e reforços

realizados. A frequência prevista de realização é a cada seis anos.

b) Inspeção Cadastral- É a primeira inspeção que ocorre na estrutura.

Preferencialmente ela deve ser realizada logo após a construção, pois deve levar

em conta os materiais utilizados durante a obra e também avaliar os relatórios de

fiscalização ou supervisão, que contém as informações detalhas da construção.

Entretanto, no caso de construções antigas, é necessário consultar os arquivos

disponíveis da obra. É em suma, uma fiscalização bem detalhada, visto que ela

servirá como referência para as outras que serão realizadas futuramente. Por isso,

deve ser conduzida por agentes de fato bem especializados no assunto, capazes de

descrever as OAE’s pelo que pode ser visto e também suposto.

c) Inspeção Extraordinária- É realizada à pedido do gestor em casos de anomalias

graves detectadas na estrutura, resultantes de fenômenos naturais ou outras causas.

Ela é realizada especialistas e deve permitir o estabelecimento de um diagnóstico

ou na sua falta, decidir a execução das investigações complementares. Em

conformidade com a inspeção detalhada periódica, ela será mais orientada para a

pesquisa dos índices explicando a anomalia grave observada. Na França,

especificamente em Saint Denis, a inspeção é realizada a cada três anos para fins

de monitoramento.

d) Inspeção de Final de Garantia Contratual ou de Responsabilidade- À pedido dos

serviços departamentais, algumas partes da obra sob garantia ou responsabilidade

serão alvo de uma inspeção detalhada para analisar o seu estado. Os alvos são as

partes da obra que possuem garantia contratual. (Ex.: Aparelhos de apoio, juntas

das calçadas, a impermeabilização, proteção contra a corrosão…). O objetivo é o

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

7

exame dessas partes e a detecção dos defeitos relevantes dessa garantia,

identificando os fatores suscetíveis a desordens. De forma a evitar a entrega em

condições impróprias ao responsável ou defeitos que prejudiquem a solidez da

construção. Devido ao conhecimento técnico envolvido, esse tipo de inspeção é

realizado por profissionais especializados.

No Brasil, as inspeções técnicas regulamentadas são divididas em: inspeção cadastral,

Inspeção Rotineira, Inspeção Extraordinária, Inspeções Especiais e Inspeção

Intermediária. Tendo em vista o descrito no item 2.2, as diferenças e observações entre

Brasil e França estão expostas no Quadro 1.

Quadro 1: Observações das Inspeções no Brasil

Tipo de Inspeção Observações Frequência

Inspeção Cadastral Deve ser realizada segundo a NORMA

DNIT 010/2004-PRO guiada por um

inspetor

Ao final da construção da

obra ou quando ela é inclusa

no SGO.

Inspeção Rotineira - A cada dois anos.

Inspeção Extraordinária - Quando houver um acidente

na obra.

Inspeções Especiais São inspeções pormenorizadas comandadas

por um inspetor sênior e são analisas as

partes de difícil acesso das OAEs com

auxílio de lunetas, andaimes e instrumentos

de precisão para medir as flechas e

deformações.

A cada cinco anos.

Inspeção Intermediária É realizada para monitorar algum defeito ou

problema da obra, como: Recalque da

fundação, erosão incipiente, entre outros.

Quando previamente

recomendado por inspetores.

(Adaptado de DNIT, 2004)

2.3. AS ATIVIDADES DE CONSERVAÇÃO

Segundo o FHWA (Federal Highway Administration, 2018), as atividades de

conservação são divididas em três categorias: manutenção, reabilitação e substituição,

como exposto na Figura 1. Essa estratégia é usada como uma maneira de retardar, evitar

ou reduzir o processo de deterioração nas pontes.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

8

Figura 1: Categorias de ação em pontes (Adaptado de FHWA, 2018)

A manutenção é definida como um conjunto de ações realizadas para manter a

integridade do patrimônio com o objetivo de preservá-lo da deterioração. Ela deve ser

realizada em momentos previstos da vida útil da estrutura para mantê-la em ótimas

condições de funcionamento, evitando dessa forma maiores gastos com a reabilitação ou

até mesmo a substituição (DNIT, 2016).

A Lei da Evolução dos Custos, conhecida também como Lei de Sitter, demonstra

a evolução dos custos relacionando-os com as fases de Projeto, Execução, Manutenção

preventiva ou Manutenção corretiva, e está representada na Figura 2.

Inspeção

Manutenção da OAE

Manutenção Preventiva

Manutenção Corretiva

Reabilitação

Substituição

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

9

Figura 2: Lei de Custos (Sitter (1984) apud Vitório (2005))

Tendo em vista a figura 2, nota-se que as evoluções dos custos de intervenção

crescem rapidamente com a espera do tempo de manutenção e que a manutenção corretiva

cresce segundo uma progressão geométrica de razão cinco, pois isso também é conhecida

como Lei dos Cinco (HELENE, 1993).

Como visto na Figura 1, a Manutenção das OAEs pode ser dividida em:

Manutenção Preventiva e Manutenção Corretiva.

A Manutenção Preventiva visa antecipar os problemas causados pela utilização e

pela degradação ao longo do tempo das OAEs através de ações cotidianas de limpeza da

vegetação, limpeza dos dispositivos de drenagem, selagem de fissuras, entre outras. Além

disso, as Inspeções Rotineiras são utilizadas como objeto de análise para ação e

fiscalização dos elementos que precisam de reparos ou trocas com objetivo de prolongar

a vida útil estrutural.

Dessa forma, manter o banco de dados patrimonial atualizado e as inspeções

rotineiras em dia são fatores fundamentais para a realização de uma gestão eficiente de

tempo, custo e segurança do usuário.

A Manutenção Corretiva propõe a reparação de partes da obra impactadas e

identificadas no processo de Inspeção como: pintura, substituição de drenos, barreiras,

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

10

entre outros. Como visto, o custo é mais oneroso comparado ao da manutenção preventiva

e varia conforme a Figura 2.

A Reabilitação da estrutura tem como objetivo recuperar e reforçar a integridade

estrutural (Figura 3), assim como introduzir também modificações quando necessário, por

exemplo: alargamentos, aumento da capacidade de carga, entre outros elementos.

Figura 3: Reparo estrutural ( FHWA, 2018)

Finalmente, a Substituição é o recurso utilizado quando é identificado partes ou a

totalidade estrutural não passível de Reabilitação, podendo ocorrer parcialmente ou

totalmente em forma de substituição das juntas de dilatação de uma ponte por exemplo,

representada na Figura 4.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

11

Figura 4: Substituição das juntas de dilatação de uma ponte

(FHWA, 2018)

Figura 5: Uma comparação da ponte ao longo do tempo com e sem manutenção

(FHWA, 2018)

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

12

O gráfico representado na Figura 5 demostra o objetivo final do programa de

preservação, que é retardar a deterioração do patrimônio e aumentar a vida útil do

patrimônio. A linha cheia mostra o comportamento estrutural com a manutenção,

enquanto a linha pontilhada representa o comportamento sem a manutenção. Segundo

consta no gráfico e com base na Lei de Sitter (Figura 2), o momento propício para realizar

a manutenção é na condição média, devido à eficácia alcançada e visto que, quanto pior

a condição, maior o custo relativo.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

13

3 PLANILHAS ELETRÔNICAS NA ENGENHARIA: CONTEXTUALIZAÇÃO

A utilização de planilhas eletrônicas normalmente tem início durante a vida

acadêmica dos alunos, com o objetivo de facilitar os cálculos e evitar possíveis erros com

contas, que frequentemente ocorrem durante a busca pela solução final.

Sem dúvidas, é um recurso utilizado, entretanto é necessário garantir que o

conhecimento não fique restrito somente ao procedimento mecânico do preenchimento,

isto é, o objetivo final deve estar claro e o porquê por trás dos cálculos também. Afinal,

atualmente existem infindáveis ofertas de programas em engenharia, nos quais o resultado

dos problemas sai praticamente de maneira automática, entretanto ter noção das ordens

de grandeza e saber enxergar o todo de maneira crítica aplicando os conhecimentos

adquiridos, é o que diferencia os engenheiros das máquinas.

ASPECTOS HISTÓRICOS

Antes da invenção da calculadora, os ábacos eram utilizados de maneira a agilizar

e facilitar os cálculos. Eles foram criados pelos chineses no século 6 antes de Cristo e

embora restritos, só realizavam contas de adição e subtração, foram utilizados durante os

24 séculos seguintes (MARCOLIN, 2002).

Em 1642, a calculadora automática foi inventada por Pascal, entretanto só era capaz

de realizar somas e subtrações. Somente em 1671, quase 30 anos depois, o alemão

Gottfried Wilhelm inventou um mecanismo capaz de realizar as outras operações, dividir

e multiplicar. Mesmo assim, a popularização da calculadora só ocorreu depois do século

XX com máquinas pequenas e baratas (MARCOLIN, 2002).

Na engenharia, o advento da máquina de calcular com funções requeria cursos de

capacitação, como es existentes atualmente para o Microsoft Excel e com o avanço

tecnológico, surgiu o Lotus 1-2-3 em 1983, que foi umas das primeiras planilhas

eletrônicas posteriores ao Excel.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

14

APLICAÇÃO DAS PLANILHAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

As planilhas na construção civil são utilizadas desde os primórdios para fins de

quantificação de materiais e cálculos de orçamento. Antes da invenção do computador,

elas eram desenhadas no papel e os cálculos eram feitos à mão ou com o auxílio de

calculadora. Com o avanço tecnológico, surgiram programas de planilhas eletrônicas

como o Microsoft Excel, Calc e Numbers, que permitem a elaboração e a realização dos

cálculos automaticamente, gerando melhorias na gestão do tempo e dos recursos.

Ademais, as opções são divididas em programas gratuitos, programas que requerem

licença e até mesmo programas que oferecem uma versão teste por um período pré-

estabelecido, normalmente um mês.

Na engenharia civil, pode-se citar a sua aplicabilidade na construção civil, no

orçamento das obras e no dimensionamento das tubulações de água e esgoto, em

estruturas, no cálculo das combinações das ações e protenção nas pontes (ver Figura ), no

cálculo da área de aço necessária em estruturas de concreto armado ou protendido e em

planilhas de dimensionamento e verificação da flexão composta (ver Figura ), no

dimensionamento de perfis metálicos, em geotecnia, para cálculos em laboratório

(ALMEIDA, 2001) e das análises físicas do solo (DIAS JUNIOR, 1997), entre outros.

Uma vez pronta a planilha, ela pode ser aplicada, o que reduz de maneira

significativa os erros oriundos dos cálculos, garantindo do mesmo modo a confiabilidade,

redução do tempo e automatização do processo.

Com o avanço tecnológico, as empresas estão migrando para o uso de programas

em nuvens pela facilidade de compartilhamento entre máquinas e pelo armazenamento

seguro. Essa é uma opção eficaz, visto que se houver qualquer problema com o

computador, o arquivo estará a salvo na nuvem. Pode-se citar como exemplo: Google

Docs, Zoho Documentos, entre outros.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

15

Figura 6: Planilha de cálculo das combinações das ações e da protensão

(VALERIANO, 2018)

Figura 7: Planilha de Dimensionamento e Cálculo da Flexão Composta (HAMPSHIRE,

2018)

Figura 6: Planilha de Cálculo das combinações das ações e da pretensão

(Valeriano, 2018)

Figura 7: Planilha de dimensionamento e cálculo da flexão composta

(HAMPSHIRE, 2018)

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

16

O PROGRAMA MICROSOFT EXCEL

O programa Microsoft Excel é um editor de planilhas eletrônicas desenvolvido pela

Microsoft para os sistemas operacionais Windows e Macintosh da Apple. Além disso,

atualmente também estão disponíveis as versões para os dispositivos móveis Windows

Phone, Android e IOS.

Curiosamente, o Excel foi desenvolvido por Dan Bricklin, responsável pela equipe

de desenvolvimento e chamado de “o pai das planilhas eletrônicas”, à princípio para o

sistema operacional Macintosh na década de 80, ao contrário do imaginado, pois naquela

época os computadores da Apple eram os preferidos dos desenvolvedores e a última

palavra em tecnologia. A versão para o Windows surgiu em 1987, dois anos depois

(EXAME, 2017).

Para utilizá-lo é necessário comprar uma licença, que pode ser individual ou

empresarial. A companhia também fornece a versão Office 365 (Word, Excel,

PowerPoint, OneNote, o Microsoft Teams, dentre outros) gratuitamente para estudantes

e professores de escolas que possuam um endereço de e-mail escolar válido

(MICROSOFT, 2018).

Embora exista a barreira orçamentária, visto que o programa não é livre, ele é

possivelmente um dos mais utilizados pelas empresas atualmente, isto é, devido a sua

interface e as opções disponíveis de funcionalidade, de maneira que saber trabalhar com

o Excel de forma avançada, é sem dúvidas um diferencial na busca por emprego no

mercado de trabalho.

É notável que as planilhas eletrônicas trazem benefícios aos usuários, entre eles pode-

se citar:

a) Controle Total da Planilha - Enquanto um sistema é fechado, no programa é

possível modificar a qualquer instante os dados e a interface, sem gerar dispêndios

ou estresse.

b) A portabilidade – É possível carregar o arquivo, o que facilita a obtenção e

utilização dos dados.

c) Economia de tempo – Todos os cálculos são feitos de maneira automática.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

17

d) Produtividade – Está diretamente relacionada à economia de tempo e ao

desempenho ao realizar uma tarefa.

e) Proteção por senha – Os arquivos podem ser protegidos através do uso de uma

senha para fornecer segurança extra.

Assim como existem os benefícios, também existem algumas desvantagens que

precisam ser citadas. Elas são:

a) Limitação de sistema operacional – O Microsoft Excel está disponível apenas

para Windows e Mac Os X, o que impossibilita que os usuários do Linux de

utilizá-lo.

b) Vírus – Eles podem ser anexados a um arquivo Excel através das Macros.

c) Problemas com travamento – Conforme o arquivo fica robusto, podem ocorrer

problemas com travamento.

A LÓGICA DO PROGRAMA EXCEL

O raciocínio lógico é a base para a criação de programas e planilhas. A partir de um

objetivo definido, as ferramentas são empregadas de maneira a realizar cada etapa e

finalmente, alcançá-lo. Sendo assim, qualquer pessoa que conheça tais ferramentas pode

desempenhar o papel de um programador.

No Excel, as funções básicas e lógicas facilitam a resolução dos problemas, visto

que a partir dos testes realizados, ocorre o tratamento dos dados e a solução é apresentada

automaticamente. Dessa forma, saber utilizá-las aumenta o poder da planilha, facilitando

a construção de modelos matemáticos elaborados.

Para exemplificar a aplicabilidade, as funções básicas recorrentemente utilizadas

estão expostas no Quadro 2.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

18

Quadro 2: Exemplo de funções básicas do Excel

Função Objetivo

=SOMA () Obter o somatório das células apresentadas

=MEDIA () Tirar a média dos valores somados

=MÍNIMO() Encontrar o menor valor dentro do intervalo exposto

=MÁXIMO() Encontrar o maior valor dentro do intervalo apresentado

=COMPACTAR() Remove o espaçamento irregular do texto copiado de outro

programa

=CONT.NUM() Contagem do número de células que possuem números

=CONTAR.VAL() Contagem do número de células que apresentam o valor

escrito entre “” pelo autor

=NÚM.CARACT() Contagem do número de caracteres incluindo os espaços em

branco da célula

=CONCATENAR() Unir as funções de texto de duas ou mais células numa única.

=RAIZ() Calcular a raiz quadrada de um número

Além disso, em planilhas elaboradas são empregadas as funções lógicas (ver

Quadro 3).

Quadro 3: Exemplo de funções lógicas do Excel

Função lógica Objetivo

=E() Retornar verdadeiro se todos os testes forem verdadeiros

=FALSO() Retornar o valor lógico falso

=SE() Especificar um teste lógico a ser executado e um valor a ser

retornado

=SEERRO() Caso exista um erro na fórmula, ele retorna um valor

especificado. Caso contrário, retornará o resultado da fórmula

=OU() Retorna verdadeiro caso um dos argumentos seja verdadeiro

=NÃO() Inverter o valor lógico do argumento

=VERDADEIRO() Retornar o valor lógico verdadeiro

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

19

4 INSPEÇÕES E MONITORAMENTO EM OBRAS DE ARTE ESPECIAS

As inspeções técnicas têm o propósito de analisar as reais condições da obra, visto

que com o passar dos anos, as estruturas certamente estão sujeitas à processos corrosivos

e de deteriorações externas, como os causados por pedestres, veículos e até mesmo os

provenientes de causas naturais, como a própria poluição e a diferença de temperatura.

Sendo assim, há o surgimento de patologias e desgastes, então para que a segurança do

usuário seja garantida e a vida útil estrutural prolongada, a manutenção deve ser garantida

e consequentemente, realizada a posteriori.

ASPECTOS GERAIS

A importância da manutenção é um fator socioeconômico, pois a paralização de

uma ponte para manutenção como a Rio-Niterói por exemplo, gera engarrafamentos e

transtornos à cidade. Entretanto, não realizá-la no tempo adequado ou simplesmente não

realizá-la, implicaria em riscos que poderiam ocasionar até o colapso estrutural.

Um caso grave de desmoronamento aconteceu no dia 14 de agosto de 2018 na Ponte

Morandi (Figura 8), localizada em Gênova, na Itália, cortando a principal ligação entre a

cidade e o Sul da França. Ao todo um vão de 200 m entrou em colapso matando 43

pessoas (G1, 2018). Segundo informações do G1, o relatório publicado no jornal La

Verità feito pelo engenheiro projetista Riccardo Morandi advertiu em 1979 que a ponte

precisava de manutenção constante devido à corrosão provocada pela maresia e pela

poluição (VEJA, 2018). O serviço de manutenção está sob regime de concessão pelo

Estado à empresa Autostrade, ou seja, a responsabilidade pela gestão e manutenção do

patrimônio é da companhia, como explicado no 6º parágrafo do item 2.1.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

20

Após esse acontecimento com a Ponte Morandi, o governo francês financiou uma

auditoria para verificar as condições das pontes na França, onde se concluiu que 7% dos

casos analisados apresentam um risco de colapso, isto é equivalente a 840 OAE’s.

Surpreendentemente, esse número não abrange as pontes mantidas sob regime de

concessão nem as que estão sob responsabilidade do governo local (G1, 2018).

Caso nenhuma providência seja tomada, inevitavelmente elas se degradarão e 6%

serão desativadas até 2037. No passado, duas pontes já foram ao colapso, uma em Tours

no ano de 1978 (Figura 9) e outra em Sully-sur-Loire em 1985 (Figura 10). Mediante a

esse cenário de calamidade, o Ministério dos Transportes da França acabou liberar 100

Figura 8: Ponte Morandi (G1, 2018)

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

21

milhões de euros e aumentar para 800 milhões o valor previsto este ano para a reforma

de estradas e pontes. (JORNALDUDIMANCHE, 2018).

O cenário degradante também pode ser encontrado em outros países como o

Brasil. Em Santa Catarina, existem duas pontes, a Pedro Ivo (Figura 11 e Figura 12) e a

Figura 9: Colapso da Ponte Wilson à Tours em 1978

(LACROIX, 2018)

Figura 10: Colapso da Ponte Sully-sur-Loire em 1985

(LAREP, 2015)

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

22

Colombo Salles (Figura 13), de caráter fundamental para a interligação socioeconômica

da ilha à região continental de Florianópolis. O estado de conservação apresentado é

grave, visto que ambas estão expostas à ação da salinidade e a ponte Colombo Salles,

inaugurada há mais de 40 anos, não passou até hoje por nenhuma reforma e o mesmo

ocorre com a Ponte Pedro Ivo, inaugurada há 27 anos.

O estado é tão grave que em 2016, o Estado foi obrigado pela Justiça a realizar

obras de manutenção nas duas pontes, mas o prazo venceu em janeiro de 2017 e nada foi

feito, pois o DEINFRA, órgão responsável, lançou duas chamadas de licitação, uma para

a reforma e outra para a empresa que irá fiscalizar o trabalho, mas o segundo edital de

fiscalização foi embargado pelo TCE-SC por problemas de viabilidade na modalidade

Técnica – preço. Segundo uma nota emitida pelo DEINFRA (Departamento Estadual de

Infraestrutura), a obra está contratada e a supervisão está em fase de contratação, enquanto

que o governo do Estado pleiteia o financiamento ao BNDES, e que segundo o parecer

técnico realizado pelo órgão, não há problemas estruturais nem risco de colapso. Sendo

assim, conclui-se que o atraso burocrático e o estado de conservação aumentam

tremendamente os custos (ver Figura 2).

Figura 12: Armadura exposta e corroída da Ponte Pedro Ivo

(G1, 2018)

Figura 11: Armaduras expostas e sob corrosão na Ponte Pedro

Ivo (G1, 2018)

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

23

EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO

A manutenção tem apresentado mudanças ao longo dos anos e segundo Moubray

(1997), a sua história pode ser dividida em três gerações distintas (ver Figura 14):

a) Primeira geração - É relativa ao período anterior à Segunda Guerra Mundial, onde a

prevenção de falhas nos equipamentos não era prioridade. Tendo em vista que os

equipamentos eram simples, superdimensionados e fáceis de reparar, a manutenção

poderia ser resumida em simples rotinas de limpeza, reparo e lubrificação.

b) Segunda geração - No período pós-guerra, houve um aumento na demanda por bens

de consumo e ao mesmo tempo, a diminuição da oferta de mão-de-obra. A partir desse

cenário de destruição, houve o aumento da mecanização dos processos industriais, o

que levou ao crescimento do número de máquinas e consequentemente, de sua

complexidade também. Com isso, surgiram os conceitos de manutenção preventiva

como uma atividade de reparo em intervalos de tempo pré-estabelecidos.

Consequentemente, os custos com a manutenção foram acentuados e dessa forma,

precisavam ser gerenciados.

Figura 13: Ponte Colombo Salles (G1, 2018)

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

24

c) Terceira geração – Teve início em meados de 1975, período em que as mudanças

trouxeram dinamismo para a indústria. Os equipamentos deveriam apresentar uma

vida útil maior, sem apresentar riscos ao meio ambiente, maior qualidade do produto,

o conceito de alta disponibilidade e alta confiabilidade e custos sob controle.

Na construção civil, a NBR 5674/1999, que aborda a Manutenção de edificações –

Procedimento, trouxe ao debate a importância de realizar a manutenção. Como visto

anteriormente no item 2.3, a manutenção pode ser preventiva ou corretiva. No caso das

OAE’s, infelizmente devido a uma gestão patrimonial muitas das vezes ineficaz, a

manutenção acaba ocorrendo de maneira corretiva e emergencial.

TIPOS DE INSPEÇÕES REALIZADAS EM OBRAS DE ARTES ESPECIAIS

a) Inspeção visual (Macroscópica)

Como visto anteriormente no item 2.2, que é referente aos tipos de inspeções

existentes no Brasil e na França, a inspeção visual é normalmente realizada por

profissionais experientes em ambos os países, devido ao grau de conhecimento técnico

envolvido. Essas observações são fundamentais para detectar eventuais anomalias

presentes nas OAE’s e possibilitar também a verificação de fenômenos lentos e

progressivos.

Figura 14: Expectativas de crescimento da manutenção (MOUBRAY, 1997)

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

25

Para realizá-la de maneira eficiente e objetiva, pode-se empregar uma lista com os

itens a serem checados e documentar através de fotografias os aspectos destoantes

apresentados. De forma que os relatórios gerados permitam a comparação ao longo dos

anos do estado da OAE.

O emprego de técnicos especializados é de caráter praticamente fundamental nas

inspeções, não somente pelas condições a serem avaliadas, mas também pelo emprego de

instrumentos técnicos de observação e acompanhamento. Por exemplo: a leitura da

instrumentação em barragens.

b) Auscultação

É um conjunto de métodos de observação do comportamento da OAE de maneira a

controlar as suas condições de segurança, comprovar a validade das hipóteses e dos

métodos de cálculo utilizados no projeto. Além de verificar a necessidade de medidas

corretivas e fornecer subsídios para a elaboração de um novo projeto se necessário.

(FIORINI, 2016)

Com o objetivo de prevenir acidentes, um plano de auscultação deve ser elaborado e

seguido de maneira que, ocorram as instalações de instrumentação suficientes e a

frequência de leitura programada seja seguida. Sendo assim, para realizar a

instrumentação, são utilizados equipamentos específicos de monitoramento, que serão

mostrados posteriormente no item 4.5.

PROGRAMAS UTILIZADOS PARA PRIORIZAÇÃO DAS MANUTENÇÕES

Na França, os programas utilizados para realizar a priorização das OAEs são:

a) O AREO, que pertence à sociedade Nétisys, é de utilização difundida e atua com

o método de priorização à escolha do cliente. Atualmente, a licença custa

€40.800,00 + manutenção, cujo custo varia entre € 4.000,00 e € 7.000,00 por ano

para 10 pontos de utilização e a tarifa de formação para os funcionários de €

2.400,00.

O software é responsável por manter atualizado o inventário do patrimônio, pelo

acompanhamento das condições estruturais, pela gestão das ações a serem

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

26

realizadas, pelo estabelecimento da programação orçamental e pela busca de

informações sobre as obras gerenciadas (NETISYS, 2018)

b) O GEPETO, que pertence à sociedade GETEC, era o mais indicado para obras e

atua unicamente com o Método IQOA. Entretanto, não foi possível obter as

informações referentes ao valor da licença porque segundo à empresa, o programa

não é mais comercializado.

c) O LAGORA, que é utilizado pelos Serviços de Estado da França, atua unicamente

com o método IQOA. Possui o custo fixo de € 1.500,00 de 1 a 3 pontos de

utilização ou no caso de mais de 3 pontos de utilização, o custo fixo é de €

4.500,00. Além disso, o orçamento total engloba: custo fixo + tarifas de

treinamento em Paris + tarifas anuais de manutenção + tarifas da base de dados

Oracle.

d) O OASIS, que pertence à sociedade TWS, também é difundido na França,

entretanto a empresa não autorizou a divulgação do orçamento e de informações

detalhadas.

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM VISTORIAS

Dependendo do tamanho, da localização e do tipo de OAE, são utilizados diferentes

equipamentos auxiliares durante a vistoria de forma que ela seja completa e confiável.

Estes equipamentos podem ser divididos em dois grupos principais segundo DNIT,

(2004):

I. Equipamentos comuns: São de uso corrente em inspeções

a) Equipamentos de limpeza: vassouras, lixas, palhas de aço e escovas;

b) Equipamentos de inspeção: facão, martelo, chave de fenda, cinto suporte de

ferramentas e facão;

c) Equipamentos de melhoria de visão: binóculos, luneta, lente com iluminação,

espelho de inspeção e lanterna;

d) Equipamentos de medição: trena, paquímetro, fissurômetro (ver Figura 15),

fio de primo, nível de pedreiro e termômetro;

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

27

e) Equipamentos de documentação: prancheta, fichas cadastrais, lápis, borracha,

esquadros, giz, câmera fotográfica de 35mm ou digital;

f) Equipamentos complementares: Estojo de primeiros socorros, repelentes e

material de higiene pessoal.

II. Equipamentos especiais: são pouco utilizados em inspeções rotineiras e o seu

uso pode implicar na contratação de empresas especializadas.

a) Equipamentos de levantamentos topográficos: teodolito e estação total;

b) Equipamentos de testes não – destrutivos: ultrassom para medir a espessura

de elementos de aço e um martelo Schimidt para avaliar a resistência do

concreto à compressão;

c) Equipamentos de inspeção submersa: Câmeras submersas e equipamentos de

mergulho;

d) Equipamentos de jateamento de ar, água e areia.

Com a implementação tecnológica e o passar dos anos, outros equipamentos

foram inclusos no processo de inspeção como drones (Figura 16), que permitem

acompanhar e monitorar os detalhes da inspeção em áreas de difícil acesso e sem colocar

a vida do profissional em risco e extensômetros, que são responsáveis por descobrir a

resistência a partir da análise das deformações sob carregamentos ou sob efeitos da

temperatura. Além dos equipamentos básicos de acesso já utilizados como: escadas,

andaimes, plataformas de apoio, entre outros.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

28

Figura 15: Fissurômetro (SOLOTEST, 2018) Figura 16: Drone (GEARBEST, 2018)

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

29

5 ESTUDO DE CASO

La Seine Saint Denis (Figura 17) é um território francês composto atualmente por

294 OAE’s e 130 muros de contenção, cuja área abrange 236,20 Km² (CARTEFRANCE,

2017), isto é equivalente à 19,7% do tamanho da Cidade do Rio de Janeiro, cuja área

contempla 1200,177 Km² (IBGE, 2018). Em virtude desse quadro apresentado, é

desafiador realizar a devida manutenção no tempo correto, por isso são empregados os

métodos de priorização para gestão do patrimônio, de maneira coerente e complementar

para atender as diversas necessidades de cada OAE.

A ESTRUTURA DO ÓRGÃO GESTOR

O Département de la Seine Saint Denis é um órgão público equivalente ao Estado,

comparando a nível de instituição pública no Brasil, cujos recursos são provenientes da

União. Sendo assim, para facilitar a representação, são mostrados no organograma os

principais Polos e Diretoriais.

Além disso, o local onde o estágio foi realizado é alocado no Polo de

Desenvolvimento Durável, em verde, especificamente na Direção de Estrada e

Deslocamentos, no setor de Serviço de Deslocamento e do Patrimônio Rodoviário.

Figura 17: Départament de la Seine Saint Denis

(FRANCECULTURE, 2010)

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

30

Em junho de 2016, o setor de Obras de Artes Especiais era composto por 5

funcionários, incluindo o chefe responsável, entretanto era notório o déficit de mão de

obra, em comparação com o volume de serviço apresentado. Mediante a esta situação,

aprender a ponto de dominar os assuntos de manutenção e priorização relacionados às

OAEs em três meses foi um verdadeiro desafio, que foi vencido em parceria com os

profissionais experientes do setor, de maneira a alcançar o objetivo do estágio proposto.

MÉTODOS DE PRIORIZAÇÃO

Como visto nos itens anteriores, a manutenção e o monitoramento são fatores

indispensáveis para a prorrogação da vida útil do patrimônio. Além disso, eles também

desempenham um papel imprescindível para garantir a segurança do usuário. De maneira

que existem diversos métodos para realizar a priorização.

5.2.1 Image Qualité des Ouvrages d’Art (IQOA):

É um método difundido na França, que é empregado em programas

computacionais de gestão patrimonial, e aplicado em pontes, muros de contenção e em

passagens cobertas. Ademais, após executado, um relatório é elaborado de maneira a

obter o indicador médio de estado do conjunto das obras analisadas, calculado a partir da

avaliação individual de cada uma delas.

A partir de uma análise realizada do dossiê da obra, englobando o relatório de

inspeção detalhada periódica ao longo dos anos caso ele exista, é feita a avaliação de

estado da obra ou após uma visita resumida segundo os padrões do guia de visita IQOA.

De forma a analisar cautelosamente os resultados obtidos a partir da inspeção, são

produzidos quadros de registros para obras comuns e de tamanho modesto. Eles são

responsáveis por conduzir a avaliação, visto que a partir de uma lista de defeitos

recorrentes nas OAEs, são assinaladas as deficiências apresentadas e em seguida,

montada uma listagem para as diferentes partes da obra em questão.

Caso a obra não possua um quadro de registros, é fundamental que a visita e a

listagem sejam realizadas por um profissional especialista em OAEs. De qualquer modo,

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

31

a listagem da visita das obras, que especifica onde a estrutura apresenta defeitos, deve ser

analisada integralmente por uma pessoa qualificada.

a) Classificação de Estado:

A classificação do estado das OAEs usando o Método IQOA é divida em 5 classes

(ver Tabela 1), que representam o estado mecânico da obra. Caso exista algum defeito

que ponha em risco a segurança do usuário, a letra “S” é utilizada para enfatizar e tratar

o problema de maneira urgente (SETRA, 1996).

É importante destacar que a manutenção especializada, presente nas classes 2 e

2E, é referente aos equipamentos, aos elementos de proteção da estrutura (pintura,

impermeabilização, entre outros.) e às pequenas alterações localizadas e superficiais

presentes na estrutura devido ao processo de envelhecimento.

Tabela 1:Classificação do Estado das Obras de Arte Especiais segundo o Método IQOA

(Adaptado de SETRA2, 1996)

2 SETRA - Service d'Études Techniques des Routes et Autoroutes. Foram utilizados guias

elaborados por esse órgão.

Classificação Significado Medidas a serem tomadas

Classe 1 Obra em bom estado

aparente

A manutenção será rotineira

Classe 2 A estrutura de suporte está

em boas condições

aparentes ou pode ter pequenos defeitos,

mas requer manutenção

especializada.

A manutenção especializada não é

urgente

Classe 2E A manutenção especializada é urgente

para prevenir o rápido desenvolvimento

de distúrbios na estrutura

Classe 3 A estrutura de suporte está

comprometida e requer trabalho de reparação

(Estrutura alterada).

O reparo não é urgente

Classe 3U O reparo é urgente devido à falta de

capacidade de carga da estrutura ou à

rápida evolução dos distúrbios

detectados.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

32

b) Nota de Avaliação Global:

Com isso, a nota atribuída à OAE é constituída de duas partes distintas (SETRA,

1996):

a) A classe de estado escolhida entre 1, 2, 2E, 3 e 3U, que caracterizam o seu estado

mecânico ou funcional por ordem crescente de gravidade;

b) A menção eventual “S” relativo à urgência de começo das obras por colocar em

risco à segurança dos usuários, devido a causas estruturais ou não.

Dessa forma, as cinco classes são desdobradas para chegar a 10 notações possíveis: 1, 1S,

2, 2S, 2E, 2ES, 3, 3S, 3U, 3US (A notação 1S é bem rara).

c) As definições de intervenções:

Conforme descrito no SETRA, a manutenção rotineira engloba os serviços de

limpeza que contribuem para o bom funcionamento estrutural, como por exemplo: a

limpeza da calçada, dos dispositivos de drenagem e das juntas de dilatação. Ademais, a

eliminação da vegetação na estrutura, a manutenção das placas de sinalização, como as

de limitação da tonelagem e da altura dos veículos também estão inclusas.

Já a manutenção especializada tem como foco os equipamentos, os elementos de

proteção e também os pequenos defeitos da estrutura. Ela difere da manutenção rotineira

em virtude dos métodos particulares empregados e das técnicas especializadas que são

implementadas. Em outras palavras, as operações mais frequentes são: a reparação dos

dispositivos de escoamento das águas, a pintura dos guarda-corpos e dos elementos

metálicos. De maneira a garantir ou devolver à obra a sua integridade original, as

operações de reparo são realizadas, isto é, a injeção de concreto nas fissuras, a adição de

reforços na armadura, a mudança dos aparelhos de apoio, entre outros.

5.2.2 Visites Simplifiées Comparées ( VSC)

É um método genérico (ver Quadro 4) aplicado a todos os tipos de patrimônio,

com o objetivo de associar a gestão técnica e a gestão estratégica e determinar as ações a

serem realizadas. Os índices de estado (IE) do Método VSC correspondem a três tipos de

ações (LCPC, 2006):

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

33

a) Ações de segurança - São ações imediatas destinadas a garantir a segurança dos

usuários da estrutura (público e operador);

b) Ações curativas - São ações de curto prazo para restaurar os objetos da estrutura

para um nível de serviço estrutural e funcionalmente aceitável. No sentido do

método, essas ações são consecutivas a um índice de estado igual a 2. Essas ações

devem ser precedidas de investigações complementares (inspeção detalhada,

recálculos, etc.) e estudos para o trabalho;

c) Ações preventivas - Trata-se de ações de médio prazo (dois a três anos) ou de

longo prazo (> 4 anos) destinadas a repor os objetos da estruturais a um nível de

serviço que é suportado por trabalhos de manutenção preventiva especializados

ou de rotina. Relacionando ao método, essas ações são correspondem a um índice

de estado igual a 3 ou 4.

Quadro 4: Correlação dos tipos de ação com os valores de índice de estado (IE)

IE Prazo para

conclusão

Estado do trabalho Natureza das

intervenções necessárias

Objetivo

das ações

1 Imediato A obra cuja segurança

imediata para o usuário

já não está assegurada (o

gestor da obra é

notificado

imediatamente em caso

de emergência).

As operações de

segurança da estrutura e /

ou dos usuários devem ser

realizadas

Segurança

2 Curto prazo

(1 a 2 anos)

A obra apresenta sérios

distúrbios mecânicos

estruturais ou de

equipamentos que

podem comprometer o

estado de serviço à curto

prazo

A obra requer mais

investigações

complementares e

operações de reparação

Cura

3 Médio prazo

(2 a 4 anos)

A obra necessita de serviços de manutenção

especializada para interromper o processo de

degradação de materiais e / ou equipamentos

Preventivo

4 Longo prazo

(> 4 anos)

A obra em boas condições aparentes na manutenção

de rotina de acordo com os procedimentos em vigor

para o patrimônio em questão

Preventivo

(LCPC, 2006)

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

34

5.2.3 Méthode Départementale (MD)

Segundo o CEREMA, o Método Departamental pode ser aplicado em pontes,

viadutos, túneis e muros de contenção. Além disso, são utilizados critérios

socioeconômicos para gerar os índices de estado que determinam a urgência para a

realização das intervenções.

Esse método é composto por 4 ferramentas principais:

a) A avaliação pelo índice de estado (IE);

b) Determinação das prioridades de intervenção utilizando o Índice Socioeconômico

(ISE) e o Índice de Prioridade Técnica (IPT);

c) Ajuda com a programação das ações de manutenção rotineira;

d) Ajuda com a definição de uma política orçamentária.

O Índice Socioeconômico (ISE) traduz o interesse estratégico da obra no meio em

questão. Ele é elaborado com base nos 4 critérios relacionas nos itens a, b, c e d, cujos

valores variam entre 1 a 5. Finalmente, é feita a média para obtenção da nota final.

a) Classificação da rede;

b) Problemas;

c) Valor patrimonial;

d) Incidente da redução do número de serviço.

Por outro lado, o Índice de Prioridade Técnica (IT) expõe a urgência da realização

dos reparos na obra. De maneira que, seu cálculo é realizado com base nas obras

potencialmente degradadas e que merecem atenção. Finalmente, a escala desse índice

comporta os cinco níveis mostrados na 2.

Tabela 2: Classe do índice IT

Classe Prazo Ano de

reparo

Índice IT

CT1 Curto termo 1 1

CT2 Curto termo 2 2

CT3 Curto termo 3 3

MT1 Médio termo 4 4

MT2 Médio termo 5 5 (Adaptado do SETRA, 2006)

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

35

É primordial ressaltar que somente um engenheiro especializado em OAEs deve

atribuir as notas, visto o grau de conhecimento técnico e a responsabilidade em questão.

Essa etapa é realizada após a obtenção dos estudos preliminares das obras selecionadas

por ordem crescente dos índices IE e ISE. Além disso, a correspondência entre a classe e

o ano dos reparos deve ser adaptada pelos gestores.

DESENVOLVIMENTO DO MÉTODO

A metodologia foi criada a partir da necessidade real de priorização e gestão do

patrimônio do Département de la Seine Saint Denis, aliado aos custos dos softwares

apresentados no item 4.2, a um orçamento limitado do órgão público e à Lei de Sitter,

exposta no item 2.3.1, surgiu a proposta de estágio com o desafio da criação de uma

ferramenta de priorização das OAEs utilizando o Microsoft Excel.

Como visto no item 3.2, as vantagens provenientes que foram fundamentais para essa

escolha foram: a facilidade de acesso entre empresas, a difusão dentro do órgão, todas as

máquinas tinham o programa instalado, e os recursos disponíveis para a criação e

aplicação do método.

Para desenvolver a metodologia adequada à realidade, foi fundamental estudar as

já existentes, explicadas nos itens 5.2.1, 5.2.2 e 5.2.3, de maneira a entender o processo

de priorização. Além disso, foi necessário um levantamento aprofundado do vocabulário

técnico envolvido e de reuniões de andamento para aprimorar e adequá-lo ao dia a dia de

uma forma aplicável.

Com base nos modelos das inspeções entregues pelas empresas especializadas

(Figura 18), foi verificado que sempre havia um quadro resumo com as sugestões sobre

as ações a serem realizadas (ver Quadro 5).

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

36

Figura 18: Sumário (INSPECTIONDETAILLE, 2010)

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

37

Quadro 5: Sugestões para as ações a serem realizadas

ORDEM DE

PRIORIDADE

DAS OBRAS

PARTE DA OBRA

NATUREZA DO TRABALHO

Ações de curto

prazo

Estrutural -Soar e picotar os pedaços soltos de concreto em

todos os elementos estruturais.

Estrutural - Tratar as armaduras expostas à corrosão et

reconstituir o revestimento

Junta de dilatação da

calçada e da via

- Substituir o revestimento da junta Sul.

- Substituir a junta de dilatação Norte

Aparelho de apoio - Substituir os parafusos de fixação dos aparelhos

de apoio do pilar localizado na margem direita

Ações de médio

prazo

Extradorso - Retirar o revestimento atual e colocar no lugar

uma nova camada impermeabilizante

principalmente à direita do meio fio da calçada.

- Substituir o revestimento da via e da calçada.

Aparelho de apoio - Prever a desmontagem dos aparelhos de apoio

afim de tratá-los de maneira eficaz contra a

corrosão

Manutenção

rotineira

Pista e calçadas - Retirar a vegetação das calçadas.

- Retirar a areia das juntas das calçadas e da pista.

Estudo

complementar e

acompanhamento

Pilares na margem

esquerda

- Estudo de risco de acidente e de reforço contra

choques de camião no pilar da margem esquerda

- Acompanhar a evolução das fissuras nas cabeças

dos pilares na margem esquerda

(Adaptado da inspeção detalhada, 2010)

Sendo assim, com base nesse quadro resumo, a ferramenta de priorização poderia

ser aprimorada, visto que para desenvolvê-lo existe todo um embasamento técnico

comprovado por meio de constatações, fotografias e pranchas técnicas, itens III, IV e V

(ver Figura 19) anexadas em cada inspeção técnica.

Para transformá-lo em uma planilha Excel, as colunas deveriam seguir um padrão

de preenchimento de forma que quando a inspeção fosse entregue no Département, ela

pudesse ser facilmente transferida para a planilha (ANEXO 1). Após o desenvolvimento

e aprovação do método, os quadros resumos seguiram para as empresas contratadas de

forma a padronizar o processo e garantir a qualidade.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

38

Dessa maneira, foram criadas as colunas:

1) Tipo de OAE

2) Número da OAE

3) Ano

4) Tipo do documento

5) Estudo/ obra

6) Classificação dos estudos/ trabalhos

7) Intervenção

8) Detalhes

9) Prazo

10) Prioridade

Para identificar o patrimônio, utiliza-se a coluna 1, que pode ser preenchida com

a sigla OA – Obras de Arte ou com a sigla MR – Muros de Contenção, e a coluna 2 com

o valor de identificação do patrimônio. No estudo de caso em questão, OA 314, isto é,

Obra de Arte 314.

A terceira coluna refere-se ao tipo de ação em questão, que pode ser um estudo

como por exemplo um diagnóstico ou uma obra como a colocação de uma nova camada

de impermeabilização no pavimento.

Com o objetivo de classificar de forma padronizada os estudos (ver Quadro 7),

aos trabalhos (ver ANEXO 2) e as intervenções (ver ANEXO 3) foram englobados

conforme as listas de forma que pudessem ser alocados de maneira automática. Os

maiores detalhes estão descritos na coluna 8, como por exemplo reconstituição do

concreto do pilar 2.

De forma a padronizar os estudos, tomou-se como base as informações relativas

ao mercado GINGER, uma empresa importante no mercado da construção e da

engenharia civil que engloba a análise e o diagnóstico de estruturas, para compor uma

lista geral dos estudos (Quadro 6).

Similarmente, o mesmo foi feito com a classificação das obras (ver ANEXO 1).

As intervenções foram agregadas em grandes categorias de forma a englobar o maior

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

39

número de subcategorias. Por exemplo: Limpeza da vegetação é a classificação do

trabalho correspondente a retirar a vegetação e o limo.

Quadro 6:Classificação dos estudos

Determinação de um programa de manutenção e de manutenção rotineira para uma obra ou um grupo de obras

Diagnóstico (incluindo os aparelhos de apoio)

Diagnóstico e estudos das juntas de dilatação

Diagnóstico, estudos de impermeabilização e da pista de rolamento

Estabelecimento das especificações de ações topográficas

Estudo estrutural de obras com a verificação da capacidade portante

Inspeção detalhada de um muro de contenção

Inspeção detalhada de uma OA

Inspeção dos apoios submersos

Inspeção detalhada excepcional

Inspeção específica de uma linha de apoio

Inspeção e diagnóstico dos revestimentos de proteção

Inspeção subaquática das partes submersas da obra

Instalação de monitoramento quanto à fissuração

Pré – diagnóstico

Visita anual

(Adaptado do mercado GINGER, 2016)

Por fim, o prazo exposto na tabela (item 9) foi preenchido conforme o material

enviado pelas empresas responsáveis, mas a prioridade (item 10) é o quesito que

realmente importa para o Département realizar as obras, foi feito segundo a lista

(ANEXO 3).

É fundamental destacar que as anomalias apresentadas nas construções precisam

sempre de reparos para manter a integridade e a vida útil do patrimônio, entretanto é

inviável financeiramente consertar todas as avarias presentes em todas as obras ao

mesmo tempo. Em decorrência disso, os indicadores foram criados de forma a manter a

segurança dos usuários, evitando perdas de vidas, e de forma a obedecer a Lei de Sitter

(figura 2), reduzindo os dispêndios para o gestor, ou seja, a mitigação dos problemas de

maneira rápida e eficaz só tender a trazer benefícios às partes envolvidas. Também é

primordial esclarecer que após elaborado e aprovado, o material foi enviado as empresas

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

40

responsáveis pelas vistorias com instruções claras e específicas a respeito do seu

preenchimento.

Além disso, a priorização é um objeto de estudo de muitas empresas, que

desenvolvem programas específicos para realizar a gestão patrimonial (ver 4.4).

Entretanto, para fins aplicáveis no Département de la Seine Saint Denis, que podem ser

estendidos à qualquer outro local, os indicadores de urgência (Tabela 3) foram

desenvolvidos com base na avaliação de mais de 130 OAE’s e muros de contenção em

conjunto com dois engenheiros, sendo um especialista em Obras de Artes Especiais, e

quanto à prioridade estão divididos entre 0, 1, 2, 3 e M. De maneira que, a nota 0 indica

que o tempo de espera deve ser 0 e imediatamente o reparo deve ser feito, ou seja, a

prioridade é máxima. Visto que ela é referente aos estados que colocam em risco a

segurança do usuário, como por exemplo: um guarda-corpo quebrado.

A nota 1 é atribuída às ações graves, que colocam o patrimônio em risco em curto

prazo, mas que podem aguardar um pouco, pois não colocam diretamente a segurança

do usuário em risco, como os problemas de impermeabilização, que causam umidade e

danos estruturais, as áreas erodidas pelas intempéries e à troca das juntas de dilatação

no tempo correto afim de que não haja danos às vedações. De maneira geral, nota-se que

tudo é relativo aos problemas gerados pelas infiltrações de água

Posteriormente, o nível 2 foi definido como padrão, caso não haja correspondência

na tabela, e para problemas nos aparelhos de apoio, fissuras, fraturas, reparos nos muros

de gabião, estudos e estabilização de aterros, isto é, problemas preocupantes e que

merecem atenção.

Em seguida, a nota 3 de maneira geral se refere às ações que menos colocam a

segurança do usuário em risco, como: Reconstituições do concreto, aço, tratamentos de

corrosão, substituição dos meios-fios danificados, pintura, limpeza de grafites,

reparação da calçada e do muro. É vital informar que, nas obras em que há reconstituição

do concreto e do aço aparente, ou qualquer outra situação, que represente perigo para a

segurança do usuário, a alocação será realizada como prioridade 0, conforme a

documentação enviada às empresas.

Finalmente, a prioridade M é referente à manutenção rotineira, ou seja, ações que

devem ser realizadas com frequência de maneira a manter a limpeza e a integridade da

obra, como por exemplo: varrer e eliminar os detritos.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

41

A coluna 9 é referente ao prazo e está dividida em:

1) curto prazo;

2) médio prazo;

3) longo prazo;;

4) manutenção rotineira

5) estudo complementar e fiscalização.

Tabela 3: Ordem de prioridade das OAEs

Prioridade Detalhes

0 Em relação à segurança do usuário

1

Em relação à água (impermeabilização)

Juntas de dilatação

Preenchimento das áreas erodidas

2

( Padrão)

Aparelhos de apoio

Estudos

Fissuras

Fraturas

Reparos nos muros de gabião

Estabilização de aterros

3

Reconstituição do concreto

Reconstituição do aço aparente

Preencher os buracos

Picotamento do concreto

Tratamento do concreto

Reconstituição dos pedaços soltos e das lascas de concreto

Pintura

Limpeza dos muros, acessos e grafites.

Reparação da calçada e dos muros.

Substituir o meio fio danificado

Proteção contra a corrosão

M Manutenção rotineira

APLICAÇÃO DA METODOLOGIA À UMA OBRA

A obra escolhida OA 314 (ver Figura 19), chamada de Pont de Pressencé é uma

ponte em arco com dois viadutos de acesso como observado na Figura 20, cujo ano de

sua construção 1920 está relatado na primeira inspeção técnica, que ocorreu em 1925. A

obra está localizada sobre o canal de Saint Denis (Figura 21 e Figura 22) e foi escolhida

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

42

e gentilmente cedida para esse trabalho entre tantas opções por se tratar de um patrimônio

acompanhado há quase 100 anos e cujo estado de conservação é notável.

Figura 19: Pont de Pressencé (Inspection Detaillé, 2010)

Figura 20: Esquema da Ponte de Pressencé (Département de la Seine Saint Denis, 2014)

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

43

Figura 21: Mapa de Saint Denis

(INSPECTIONDETAILLE, 2010)

Pont de Pressensé

OA 314

Figura 22: Fotografia aérea

(INSPECTIONDETAILLE, 2010)

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

44

Ademais, foi necessário avaliar as constatações presentes em cada inspeção técnica

para compreender se o estado apresentado representa um risco para a estrutura ou para os

usuários.

Com o quadro de sugestões obtido (ver Quadro 5), as constatações sobre o estado

de cada parte da obra e as fotografias, podemos classifica-la na planilha (ver ANEXO 1).

A ordem de prioridades dos elementos seguiu de acordo com a classificação da

Tabela 3, entretanto houve duas exceções referentes ao estado dos aparelhos de apoio,

como pode-se ver na planilha destacados em vermelho. Como citado no item 5.1, se

houver risco de segurança que impacte diretamente aos usuários, a prioridade será 0,

considerada máxima.

Tendo em vista o estado dos aparelhos de apoio (ver Figura 23), a prioridade foi

alterada para 0 no estudo de caso por representar um risco à estrutura e consequentemente

aos usuários. Devido a degradação em estado avançado dos parafusos (ver Figura 24), há

um risco na fixação do apoio podendo ocasionar em graves problemas em um caso

extremo.

Figura 23: Aparelho de apoio degradado e corroído (INSPECTIONDETAILLE, 2010)

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

45

Figura 24: Parafuso de fixação degradado (INSPECTIONDETAILLE, 2010)

Dessa maneira, a princípio a aplicação do método não ocorreu de maneira

automática, mas sob as avaliações criteriosas de cada inspeção técnica para não correr o

risco de realizar uma classificação superficialmente ou mal interpretá-la. Entretanto, a

partir do compartilhamento da informação e adaptação das empresas, o método é eficaz

e se tornou automático para as futuras inspeções, sendo aplicado desde então.

DESENVOLVIMENTO DA PLANILHA DINÂMICA

A planilha é um instrumento utilizado na coleta e organização dos dados,

conforme exposto na Figura 26. Ela mostra como as informações estão dispostas no

arquivo e particularmente, a coluna destacada em verde foi preenchida conforme as

diretrizes de prioridade pré-estabelecidas na Tabela 3.

Além disso, foi empregada a tabela dinâmica (ver Anexo 4), um recurso útil do

Excel, que auxilia no cruzamento das informações conforme a conveniência do momento.

Por exemplo, pode-se descobrir a ordem de prioridade pela classificação dos

estudos/obras automaticamente conforme o ANEXO 4.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

46

É fundamental destacar que a tabela dinâmica está em anexo para análise, mas ela

é fundamental para o trabalho. Além disso, ela foi montada e apresentada de maneira a

facilitar a visualização e a alocação de prioridade pelas partes da obra em questão. É

interessante utilizar esse recurso, pois além de correlacionar as informações das colunas,

ele permite facilmente a de alteração da distribuição de cada item conforme a necessidade.

Com relação ao monitoramento das OAE’s, as informações são inseridas da

mesma maneira e como existem as colunas relativas ao ano da inspeção e a prioridade, é

possível cruzar esses dados e verificar se a atividade já foi realizada ou não.

Mediante a este cenário, a importância da criação e funcionamento atualizado

dessa planilha para o órgão trouxe benefícios extraordinários como a facilidade de uso, a

otimização dos recursos, a organização e a priorização do patrimônio, atividades que não

estavam sendo realizadas anteriormente, pois a licença do programa utilizado havia

expirado. Além de atingir o objetivo proposto no estágio, criar uma ferramenta e vê-la

sendo utilizada na prática é gratificante.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

47

Figura 25: Planilha em Excel

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

48

6 CONCLUSÕES

O presente trabalho apresenta os resultados do desenvolvimento de uma planilha em

conjunto com uma tabela dinâmica para gerir e classificar de acordo com as ordens de

prioridade criadas no Département de la Seine Saint Denis as Obras de Arte Especiais

(OAE’s). Para isso, foram analisadas mais de 130 inspeções detalhadas de OAE’s e muros

de contenção em conjunto com dois engenheiros, um deles especialista em OAE’s.

A criação dessa ferramenta foi um verdadeiro desafio, entretanto o processo de

aprendizado e a experiência envolvidos foram fundamentais para realizar um trabalho

com base teórica, de maneira coerente e aplicável ao dia a dia do órgão gestor. Para que

a preservação do patrimônio seja realizada e outras gerações possam conhece-lo, é

importante que toda inconformidade seja analisada criticamente por profissionais

devidamente qualificados, afim de inclusive preservar vidas.

Em vista dos programas específicos de monitoramento e gestão existentes, há muito

ainda a ser aprimorado, mas conseguir criar algo aplicável dentro do setor, significa a

otimização dos recursos, que podem ser revertidos para realizar outras manutenções.

Como resultado, espera-se que a gestão do conhecimento e inovação possa inspirar

outras pessoas a sugerir soluções para problemas corriqueiros, mas frequentemente não

resolvidos pela questão financeira, visto que nesse caso abordado, nem todo órgão gestor

público é capaz de investir a quantia necessária para obter um programa de

monitoramento das OAE’s.

Para fins de desenvolvimento de trabalhos futuros, sugere-se a incorporação de uma

aba de orçamentos e gastos médios com as manutenções à planilha, referentes a cada

atividade para ajudar no planejamento financeiro. Além de gráficos para representar de

maneira palpável os gastos por categoria.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9452 04/2016. Inspeção de pontes,

viadutos e passarelas de concreto - procedimentos. 2016.

ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 5674/1999 - Manutenção de

edifícios. Rio de Janeiro, 1999.

ALMEIDA, G. C. P.. Planilhas de cálculo no laboratório de solos: Meio de aprendizagem e

Instrumento de trabalho. In: Simpósio Brasileiro de Aplicações de Informática em Geotecnia,

2001, Curitiba - PR. INFOGEO 2001. CURITIBA: UNIVERSIDADE FEDERAL DO

PARANÁ, 2001. p. 44-44.

ARTESP. Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de

São Paulo Portaria 007/2007. 2007.

BRASIL. Decreto nº 9.412, de 30 de julho 2018. Dispõe sobre as alterações dos limites

estabelecidos para normas gerais sobre licitações e contratos administrativos

pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações

no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Disponível em:<https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/606410018/decreto-

9452-18. >Acesso em 21 ago. 2018.

BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março 1964. Dispõe sobre normas gerais de direito

financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos

Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm>. Acesso em 21 ago. 2018.

BRASIL. Lei nº 4.717, de 29 de junho 1965. Dispõe sobre a regulamentação da ação

popular. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4717.htm>.

Acesso em 22 ago. 2018.

BRASIL. Lei nº 8.429, de 2 de junho 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos

agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,

emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras

providências. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm.>. Acesso em 22 ago. 2018.

BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho 1993. Dispõe sobre normas gerais sobre

licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de

publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Disponível em:

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

50

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm.> Acesso em 21 ago.

2018.

CARTEFRANCE. Département de la Seine-Saint-Denis - 93. Disponível em:

http://www.cartesfrance.fr/carte-france-departement/carte-departement-Seine-St-

Denis.html. Acesso em 25 nov. 2017

CEREMA. Méthode départementale (MD). Disponível em:

http://www.piles.setra.developpement-durable.gouv.fr/methode-departementale-md-

r455.html. Acesso em 20 nov. 2017.

CEREMA. Les méthodes de gestão du patrimoine.. Disponível em:

http://www.est.cerema.fr/IMG/pdf/01Les_methodes_de_gestion_du_patrimoine_cle75fb2c.p

df. Acesso em 18 dez. 2017.

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO GRANDE DO

SUL. Manutenção das Obras de Arte Especiais (OAE): Pontes, passarelas, viadutos e túneis.

Rio Grande do Sul, 2015. 26 p.)

DNIT. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. Manual de Inspeção de Pontes

Rodoviárias– OAEs. Ed. Rio de Janeiro –253 p. 2004

DNIT. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte. Manual de manutenção de

Obras de Arte especiais – OAEs. Ed. Brasília –102 p. 2016

DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Trânsito. Norma 010/2004 PRO:

Inspeções em pontes e viadutos de concreto armado e protendido – Procedimento. (2004).

DIAS JUNIOR, M.S., Planilhas eletronicas para o calculo das analises fisicas do solo. In: I

Congresso da SBI - Agro, 1997, Belo Horizonte. Anais.

EXAME. Quem foi o grande responsável e quando surgiu o Excel? Revista Exame on-

line, 17 fev. 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/dino/quem-

foi-o-grande-responsavel-e-quando-surgiu-o-excel-shtml/>. Acesso em: 21 ago. 2018.

FHWA. Federal Highway Administration. Bridge Preservation Guide. USA. 32 p.,2011

FIORINI, Ademar. Segurança de Barragens. Disponível em:

http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/15030/material/05_segu

ranca_barragem_2016-1.pdf. Acesso em: 24 ago. 2018

FRANCECULTURE. La carte des communes de la Seine-Saint-Denis. Disponível em:

https://www.franceculture.fr/societe/la-carte-des-communes-de-la-seine-saint-denis.

Acesso em: 25 nov. 2017

G1. Sobe para 43 o número de mortos na queda de ponte em Gênova, na Itália.

Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/08/18/sobe-para-

43-o-numero-de-mortos-na-queda-de-ponte-em-genova-na-italia.ghtml . Acesso em:

21 ago. 2018

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

51

G1. Prazo para reabrir passarela da Colombo Salles não é cumprido. Disponível em:

http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/05/prazo-para-reabrir-passarela-

da-ponte-colombo-salles-nao-e-cumprido.html. Acesso em 22 ago. 2018

G1. Projetista da ponte que desabou na Itália alertou sobre risco de corrosão em 1979.

Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/08/19/projetista-da-ponte-

que-desabou-na-italia-alertou-sobre-risco-de-corrosao-em-1979.ghtml. Acesso em:

21 ago. 2018

G1. Reforma das pontes Pedro Ivo e Colombo Salles, em Florianópolis, segue sem data

para iniciar. Disponível em: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/reforma-

das-pontes-pedro-ivo-e-colombo-salles-em-florianopolis-segue-sem-data-para-

iniciar.ghtml. Acesso em: 21 ago. 2018

GEARBEST. SG-700 RC Drone Quadcopter Dobrável Navegação por

Satélite BRANCO CâMERA 480P. Disponível em: https://br.gearbest.com/rc-

quadcopters/pp_1658490.html. Acesso em: 22 ago. 2018

GINGER. Ingénieur Des Ouvrages Existants. Disponível em: https://www.ginger-

cebtp.com/notre-expertise/ingenierie-ouvrages-existants/. Acesso em: 20 jun. 2016

HAMPSHIRE, S. Planilha de Dimensionamento e Cálculo da Flexão Composta. Escola

Politécnica da UFRJ, Rio de Janeiro, 2018.

HELENE, Paulo R.L. Contribuição ao Estudo da Corrosão em Armaduras de Concreto

Armado. São Paulo, Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Construção

Civil PCC / USP, fev. 1993. 231p. (tese de livre-docência)

IBGE. Panorama do Território e Ambiente – Rio de Janeiro. Disponível em:

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/rio-de-janeiro/panorama . Acesso em: 20 ago. 2018

JORNALDUDIMANCHE. Plus de 10.000 ponts seraient en mauvais état en France.

Disponível em: https://www.lejdd.fr/societe/plus-de-10000-ponts-seraient-en-mauvais-etat-

en-france-3735695. Acesso em: 25 ago. 2018

JUDICE, F. Notas de aula – Pontes. Escola Politécnica da UFRJ. Rio de Janeiro, 2018.

LACROIX. 9 avril 1978, le spectaculaire effondrement du pont Wilson à Tours. Disponível

em: https://www.la-croix.com/Debats/Ce-jour-la/9-avril-1978-spectaculaire-effondrement-

pont-Wilson-Tours-2018-04-09-1200930171. Acesso em: 24 ago. 2018

LCPC. Techniques et méthodes des laboratóries des ponts et chaussées. 3º trimestre, 2006

http://www.ifsttar.fr/fileadmin/user_upload/editions/lcpc/GuideTechnique/GuideTechnique-

LCPC-VSC.pdf. Acesso em nov/2017.

LAREP. Il y a trente ans, le pont de Sully-sur-Loire s'effondrait. Disponível em:

https://www.larep.fr/sully-sur-loire/2015/01/16/il-y-a-trente-ans-le-pont-de-sully-sur-loire-s-

effondrait_11292788.html. Acesso em: 26 ago. 2018

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

52

MARCOLIN, N. Máquina de calcular. Revista Pesquisa FAPESP. Edição Impressa 75, Maio

de 2002.

MICROSOFT. Office 365 para Educação. <https://www.microsoft.com/pt-

br/education/products/office/default.aspx>. Acesso em 21 ago. 2018

MOUBRAY, J., Reliability-centered maintenance. 2 ed. New York: Industrial Press Inc., 1997.

NETISYS. AREO, logiciel de gestion des ouvrages d'art. Disponível em:

http://www.netisys.com/areo.shtml. Acesso em: 20 ago. 2018

SETRA. Service d'Études Techniques des Routes et Autoroutes. IQOA. Image de la qualité

des ouvrages d’art. Classification des ouvrages. Maio 1996.

http://lagora.setra.developpementdurable.gouv.fr/Fichiers/IQOAClassification%20des%20ou

vrages_Mai1996.pdf. Acesso em nov/2017.

SITTER, W.R. Costs for Service Life Optimization. The “Law of Fives”. In: CEB-RILEM

Durability of Concrete Structures. Proceedings of the International Workshop held in

Copenhagen, 18-20 May 1983. Copenhagen, CEB, 1984. (Workshop Reported by Steen

Rostam)

SOLOTEST. FISSUROMETRO (JOGO DE REGUAS). Disponível em:

http://www.solotest.com.br/novo/produtos/fissurometro-(jogo-de-reguas)-/2.090.001.

Acesso em: 22 ago. 2018

VAN UFFLEN, Chris. Ponts – Architecture + Design. 1. ed. 2011

VEJA. Projetista de ponte que desabou em Gênova alertou sobre riscos há 40 anos. Disponível

em: https://veja.abril.com.br/mundo/projetista-de-ponte-que-desabou-em-genova-

alertou-sobre-riscos-ha-40-anos/. Acesso em: 22 ago. 2018

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

1

ANEXO 1

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

2

ANEXO 2

Quadro 7: Classificação dos trabalhos

Limpeza da vegetação

Eliminar a vegetação

Podar a vegetação das barreiras em madeira

Remover a árvore desenraizada

Eliminar e podar a vegetação

Remover a vegetação e o limo

Eliminar a vegetação da pista

Tratamento anti-limo

Varrer a pista e as calçadas

Limpar os canais de drenagem

Limpar os lados baixos

Limpar as sarjetas

Retirar a areia das juntas da pista e da calçada

Limpeza do solo

Limpar os lugares

Limpar e eliminar os detritos

Limpar as margens e eliminar o lixo

Limpeza e arrumar o acesso da escada leste do lado de Lille

Limpeza das passagens de serviço

Retirada dos detritos das passagens de serviço

Eliminar os dejetos suscetíveis de serem contaminados sobre

a base de apoio

Limpeza de sujeiras diversas Limpeza do revestimento

Limpeza dos muros

Limpar os coroamentos

Limpeza dos barbacãs

Desentupir os barbacãs

Limpar os barbacãs

Limpeza da base de apoio

Limpar os muros de gabião e os caminhos

Limpar a face inferior das juntas da pista e os encontros

Limpeza das fezes de pombo

Limpeza dos aparelhos de apoio

Limpar e secar as bases de apoio

Limpeza dos aparelhos de apoio sob o pilar e a base de apoio

da placa

Refazer o revestimento

Substituir o revestimento da via e da calçada.

Soar e picotar os pedaços soltos de concreto em todos os

elementos estruturais

Preencher as áreas erodidas

Refazer a calçada

Substituição dos aparelhos de apoio Substituir os aparelhos de apoio

Fornecimento et colocação dos parafusos

Reparação das fissuras

Reparação das fraturas

Tratamento das fissuras

Reparação das lascas de concreto das passagens de água

Limpeza o grafite Limpeza dos grafite

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

3

Colocação de um revestimento anti-grafite

Reconstituição da alvenaria

Reconstruir os tijolos soltos

Renovar a alvenaria

Consolidar as margens e reconstituir as partes erodidas

Reparar a alvenaria

Levantar as fissuras Levantamento das fissuras nas calçadas

Levantamento das fraturas nas vias que cruzam por cima

Proteção contra a corrosão

Prever a desmontagem dos aparelhos de apoio afim de trata-

los de maneira eficaz contra a corrosão

Berço do apoio

Reconstrução dos berços do apoio

Reparar os berços de apoio degradados

Limpeza dos dispositivos de evacuação das

águas pluviais

Limpeza dos coletores de água pluvial

Limpeza das calhas

Limpeza das passagens de água

Reparação das canalizações

Reparar a descida de águas pluviais

Reparar as canalizações

Restaurar o dispositivo de evacuação e drenagem das águas

para a retirada da água da estrutura

Criação de evacuação de águas laterais no encontro CO

(leste)

Substituir o condutor de água

Tratar a corrosão

Tratar a corrosão eminente nos encontros norte e sul

Tratar as armaduras expostas à corrosão et reconstituir o

revestimento

Tratar a corrosão dos guarda-corpos

Tratar a corrosão das armaduras

Passivar os aços corroídos do pé-direito

Refazer a impermeabilização

Refazer a impermeabilização no encontro ao lado norte

Limpar e controlar a impermeabilização nas juntas da pista

Impermeabilizar a canaleta

Garantir a impermeabilização do revestimento da calçada

Reparação das juntas da pista e da calçada Reconstituição das juntas verticais de dilatação

Substituição dos elementos deteriorados das juntas ou

ausentes

Proteção e renovação de pintura Tratamento anti-corrosão dos guarda-corpos

Renovar a pintura

Reparação local dos dispositivos de

retenção

Substituir os balaústres que faltam no acesso à esquerda do

rio

Fechar a passagem entre o parapeito e a barreira Nordeste

Preenchimento da pista

Estabilização do solo para a passagem de equipamentos

elevação no acesso C3

Estabilizar o aterro

Controle da fixação das ancoragens

Verificação da fixação dos elementos dos guarda-corpos

Verificação da fixação dos elementos da cobertura avante

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

4

Verificação dos outros elementos da cobertura

Perfuração da canalização Prolongamento dos barbacãs nos balanços

Criação dos barbacãs

Reparação da Iluminação

Renovação da instalação elétrica

Verificar a fixação das ancoragens dos candelabros instalados

Reparar as ancoragens dos candelabros

Inspecionar a condição dos mastros

Colocar em segurança e fixar o cabo de alimentação do

equipamento elétrico

Colocar em funcionamento a iluminação da passagem inferior

durante a tarde

Reparar os dispositivos de iluminação da obra

Reparar e reorganizar os cabos elétricos

Remover o cabo elétrico que sai do candelabro

Fechar a passagem de iluminação

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

5

ANEXO 3

Quadro 8: Intervenções

Intervenção: Detalhes :

As imediações da obra Adro

Margem

Espaço paisagístico

Talude

Acessos Rampa em concreto

Aterro

Apoios Berço do apoio

Aparelhos de apoio

Apoios móveis

Saneamento (das águas pluviais) Passagens de água

Fossa

Evacuação das água pluviais

Barbacãs

Calha

Escoamento

Pista

Encontros Pé-direito

Dispositivos de retenção Corrimão

Guarda corpo

Parapeitos

Grade

Barreira

Equipamentos

Calha

Painéis antirruídos ao longo das paredes

Iluminação (equipamentos)

Sinalização

Portal

Paredes

Portão

Ancoragem fixa

candelabro

Impermeabilização

Estudos Diagnóstico

Diagnóstico estrutural

Inspeção detalhada periódica

Vigiar a evolução das fissuras

Fundação

Juntas

Muros de contenção Zona ativa

Zone passiva

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

6

Coroamento

Muro de arrimo

Pilar

Rede concessionária Rede elétrica

Iluminação

Rede de gás

Rede de água potável

Rede de esgoto

Calefação urbana

Rede de telecomunicação

Base de apoio Fixação da base

Estrutura Transversina

Bloco de fundação

Ancoragens

Ponte em arco

Placas de junção

Montagem/Encaixe de peças

Bases de apoio da placa

Tijolo vazado para laje

Estrutura da laje

Abóbada

Pavimento

Sobrelevação em blocos

Chapa

Muro de arrimo

Ponte em quadro

Travessa

Reforço

Suporte

Rebite

Tabuleiro da ponte Balanços

Extradorso (parte superior da OAE)

Intradorso

Viga

Soalho

Canteiro central

Calçada Sarjeta

Meio fio

Via que é transpassada

Via que transpassa

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

7

ANEXO 4

Rótulos de Linha Contagem de Estudo/ Obra

Acessos 2

Reparação local dos dispositivos de retenção 1

0 1

Limpeza do solo 1

M 1

Apoios 6

Proteção contra a corrosão 1

0 1

Substituição dos aparelhos de apoio 3

0 1

1 1

2 1

Berço do apoio 2

2 2

As imediações da obra 3

Limpeza da vegetação 1

M 1

Refazer o revestimento 1

2 1

Inspeção detalhada de uma OA 1

2 1

Calçada 14

Limpeza da vegetação 2

M 2

Refazer a impermeabilização 2

1 1

2 1

Refazer o revestimento 8

0 1

2 1

3 6

Varrer a pista e as calçadas 1

M 1

Limpeza dos dispositivos de evacuação das águas pluviais 1

M 1

Equipamentos 7

Refazer o revestimento 3

3 3

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

8

Tratar a corrosão 1

3 1

Controle da fixação das ancoragens 1

1 1

Reparação das fissuras 2

1 1

2 1

Estrutura 5

Proteção contra a corrosão 1

3 1

Refazer o revestimento 2

2 1

3 1

Tratar a corrosão 1

3 1

Reparação das fissuras 1

2 1

Estudos 3

Inspeção detalhada de uma OA 1

2 1

Diagnóstico (incluindo os aparelhos de apoio) 2

2 2

Impermebilização 4

Refazer a impermeabilização 4

1 4

Juntas 8

Reparação das juntas da pista e da calçada 7

1 3

2 4

Diagnóstico e estudos das juntas de dilatação 1

2 1

Pilar 4

Refazer o revestimento 4

3 4

Pista 5

Refazer a impermeabilização 1

1 1

Refazer o revestimento 3

1 2

3 1

Varrer a pista e as calçadas 1

M 1

Dispositivos de retenção 13

Proteção contra a corrosão 2

2 1

3 1

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

9

Refazer o revestimento 2

2 2

Substituição dos aparelhos de apoio 1

1 1

Tratar a corrosão 1

3 1

Controle da fixação das ancoragens 2

0 2

Limpeza de sujeiras diversas 1

M 1

Proteção e renovação de pintura 4

3 4

Encontros 11

Refazer o revestimento 4

2 1

3 3

Tratar a corrosão 1

3 1

Reparação das canalizações 1

2 1

Limpeza da base de apoio 3

M 3

Instalação de monitoramento quanto à fissuração 1

2 1

Reconstituição da alvenaria 1

2 1

Tabuleiro da ponte 16

Limpeza da vegetação 1

M 1

Proteção contra a corrosão 2

3 2

Refazer a impermeabilização 3

1 3

Refazer o revestimento 2

2 1

3 1

Tratar a corrosão 1

3 1

Perfuração da canalização 1

2 1

Instalação de monitoramento quanto à fissuração 2

2 2

Inspeção detalhada de uma OA 1

2 1

Limpeza de sujeiras diversas 1

M 1

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO DO ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10025477.pdf · iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser o meu melhor amigo em todas as horas,

10

Reparação das fissuras 2

2 1

3 1

Base de apoio 2

Limpeza da base de apoio 2

M 2

Muros de contenção 30

Limpeza da vegetação 10

3 1

M 9

Refazer o revestimento 10

3 10

Varrer a pista e as calçadas 1

M 1

Instalação de monitoramento quanto à fissuração 3

2 2

(em branco) 1

Limpeza de sujeiras diversas 2

M 2

Reparação das fissuras 1

2 1

Limpeza dos barbacãs 1

M 1

Limpeza dos dispositivos de evacuação das águas pluviais 1

M 1

Limpeza do grafite 1

2 1

Via que transpassa 2

Reparação local dos dispositivos de retenção 2

2 2

Via que é transpassada 3

Varrer a pista e as calçadas 2

M 2

Diagnóstico (incluindo os aparelhos de apoio) 1

0 1

Saneamento (das águas pluviais) 3

Limpeza dos dispositivos de evacuação das águas pluviais 3

M 3

Canteiro central 2

Refazer a impermeabilização 1

1 1

Refazer o revestimento 1

2 1