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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ESTUDO E MELHORIA DOS SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO DO
HOSPITAL MOINHOS DE VENTO - PORTO ALEGRE/RS
Karina Hobuss Iribarrem
Porto Alegre, dezembro 2006
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ESTUDO E MELHORIA DOS SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO DO
HOSPITAL MOINHOS DE VENTO - PORTO ALEGRE/RS
Karina Hobuss Iribarrem
Orientador: Professor José Luis Duarte Ribeiro, Dr.Eng
Banca Examinadora:
Professora Ângela de Moura Ferreira Danilevicz, Dra. Eng.
Professor Cláudio José Müller, Dr.Eng
Professora Márcia Rúbia D. Buchweitz, Dra. Nut.
Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção como requisito parcial à obtenção do título de
MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Modalidade: Profissional
Área de concentração: Ênfase em Gerência de Serviços
Porto Alegre, dezembro 2006
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de
Produção na modalidade Profissional e aprovada em sua forma final pelo Orientador e pela
Banca Examinadora designada pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.
__________________________________ Prof. José Luis Duarte Ribeiro, Dr.Eng.
Orientador PPGEP/UFRGS ___________________________________
Prof. Luis Antônio Lindau, Ph.D. Coordenador PPGEP/UFRGS
Banca examinadora:
____________________________________________________________________ Examinador: Professora Ângela de Moura Ferreira Danilevicz - (DEPROT/ UFRGS) __________________________________________________________ Examinador: Professor Cláudio José Müller, Dr.Eng. - (PPGEP/UFRGS) ___________________________________________________________ Examinadora: Professora Márcia Rúbia D. Buchweitz, Dra. Nut. (UFPEL)
Dedico aos meus pais Loeci Sedrez Hobuss e
Hugo Hobuss, pelo esforço, carinho e
perseverança para prover a educação a seus
filhos.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, por ser o grande autor da vida e me abençoar a cada dia.
Ao carinho e incentivo dos meus irmãos Alexander, Johannes e Kathleen.
Ao amor e paciência nas horas de trabalho e estudo do meu esposo Júnior.
Ao meu orientador Prof. Dr. José Luis Duarte Ribeiro, pelo profissionalismo,
inteligência e dedicação, tornando este trabalho possível.
Aos professores que aceitaram o convite para participarem da banca avaliadora.
Aos colegas de trabalho, pelo auxílio na busca de informações para enriquecer este
trabalho.
Ao hospital Moinhos de Vento por proporcionar aos seus colaboradores um ambiente
de trabalho digno e acolhedor, incentivando seus profissionais à pesquisa.
A todos que direta ou indiretamente, colaboraram para a realização deste trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. 8
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. 9
RESUMO ................................................................................................................................. 10
ABSTRACT ............................................................................................................................ 11
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
1.1 Comentários Iniciais ........................................................................................................ 12
1.2 Tema e Objetivos ............................................................................................................. 14
1.2.1 Tema ....................................................................................................................... 14
1.2.2 Objetivo geral ......................................................................................................... 14
1.3 Justificativa ...................................................................................................................... 15
1.4 Método ............................................................................................................................. 16
1.5 Limitações do Trabalho ................................................................................................... 17
1.6 Estrutura do Trabalho ...................................................................................................... 18
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 19
2.1 Qualidade e Excelência em Serviços de Saúde ............................................................... 19
2.1.1 Satisfação de clientes em serviços de saúde ........................................................... 26
2.2 Nutrição e Gastronomia ................................................................................................... 29
2.2.1 A aparição da gastronomia: predecessores e circunstâncias sociais favoráveis ..... 29
2.2.2 Origem da nutrição-dietética .................................................................................. 30
2.2.3 Gastronomia hospitalar ........................................................................................... 30
2.3 Ferramentas Gerenciais ................................................................................................... 32
2.3.1 Planejamento estratégico ........................................................................................ 32
2.3.1.1 O papel do marketing no planejamento estratégico ................................... 37
2.3.2 Gestão de mudanças ............................................................................................... 39
2.3.3 Avaliação de desempenho em serviços .................................................................. 43
2.3.4 Benchmarking ......................................................................................................... 49
2.3.5 Pesquisa de marketing ............................................................................................ 52
3 CENÁRIO E MODELO PROPOSTO .............................................................................. 56
3.1 Descrição do Cenário Atual do Hospital Moinhos de Vento .......................................... 56
3.2 Modelo Proposto ............................................................................................................. 58
3.2.1 Diagnóstico interno ................................................................................................ 58
3.2.2 Diagnóstico externo ................................................................................................ 59
3.2.3 Sistematização das oportunidades de melhorias ..................................................... 59
3.2.4 Plano de melhorias ................................................................................................. 59
3.2.5 Implantação das ações ............................................................................................ 60
3.2.6 Avaliação dos resultados ........................................................................................ 60
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................. 61
4.1 Diagnóstico interno ......................................................................................................... 61
4.2 Diagnóstico Externo ........................................................................................................ 63
4.3 Sistematização das Oportunidades de Melhoria .............................................................. 65
4.3.1 Definição da missão, visão e valores ...................................................................... 66
4.3.2 Definição do negócio .............................................................................................. 67
4.3.3 Fatores-chave de sucesso ........................................................................................ 69
4.4 Plano de Melhorias .......................................................................................................... 72
4.4.1 Descrição das ações ................................................................................................ 72
4.4.2 Principais produtos e serviços ................................................................................ 77
4.4.2.1 Definição dos produtos ............................................................................... 77
4.5 Implantação das Melhorias .............................................................................................. 83
4.5.1 Relato da implantação ............................................................................................ 83
4.6 Avaliação dos Resultados Obtidos .................................................................................. 88
4.6.1 Percepção dos clientes ............................................................................................ 88
4.6.2 Percepção dos colaboradores .................................................................................. 91
5 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 95
5.1 Sugestões para Trabalhos Futuros ................................................................................... 97
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 98
APÊNDICES ......................................................................................................................... 102
APÊNDICE I - Exemplos Pesquisas de satisfação utilizada no HMV. ................................. 103
APÊNDICE II - Questionário aplicado para pesquisa - Superintendente ............................. 104
APÊNDICE III - Questionário aplicado para pesquisa - Supervisor ..................................... 105
APÊNDICE IV - Questionário aplicado para pesquisa - Médico .......................................... 106
APÊNDICE V - Questionário aplicado para pesquisa - Nutricionista ................................... 107
APÊNDICE VI - Questionário aplicado para pesquisa - Funcionário administrativo ........... 108
APÊNDICE VII - Questionário aplicado para pesquisa - Funcionário do Bistro ................. 109
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: O triângulo do serviço ............................................................................................... 24
Figura 2: Equilíbrio competitivo .............................................................................................. 35
Figura 3: O planejamento estratégico de negócios ................................................................... 36
Figura 4: Modelo Gap de qualidade dos serviços..................................................................... 45
Figura 5: Determinantes da qualidade dos serviços ................................................................. 46
Figura 6: Modelo para a qualidade de serviços ........................................................................ 47
Figura 7: Forças que puxam o benchmarking .......................................................................... 51
Figura 8: O processo de pesquisa de marketing ....................................................................... 54
Figura 9: Etapas do modelo proposto ....................................................................................... 58
Figura 10: Dados médios da pesquisa de satisfação de 2003 e 2004 ....................................... 62
Figura 11: Alinhamento entre a missão, visão e valores institucionais e aqueles definidos para
o Bistrô Moinhos .................................................................................................... 68
Figura 12: Análise das oportunidades de melhorias (cenário externo) .................................... 70
Figura 13: Análise das oportunidades de melhorias (cenário interno) ..................................... 71
Figura 14: Pirâmide alimentar mediterrânea ............................................................................ 80
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Principais atividades dos S.A. .................................................................................. 25
Tabela 2: Resultados da pesquisa de satisfação nos anos de 2003 e 2004 ............................... 63
Tabela 3: Matriz de Priorização dos atributos de qualidade ..................................................... 66
Tabela 4: Novos locais e horários de atendimento ................................................................... 75
Tabela 5: Planejamento da ampliação do quadro funcional ..................................................... 76
Tabela 6: Lista dos principais produtos e serviços do HMV .................................................... 82
Tabela 7: Definição das ações de melhoria .............................................................................. 84
Tabela 8: Cronograma de atividades ........................................................................................ 87
Tabela 9: Pesquisa de satisfação HMV – comparação de resultados recentes com as médias
nos anos de 2003 e 2004 ............................................................................................ 89
Tabela 10: Resumo das percepções dos colaboradores do HMV ............................................. 94
RESUMO
Este trabalho aborda a percepção dos familiares, pacientes e clientes externos que
utilizam os serviços de alimentação do Hospital Moinhos de Vento (HMV), localizado em
Porto Alegre. No presente estudo, foram consideradas pesquisas internas aplicadas aos
pacientes e acompanhantes no período de 2003 a 2004, totalizando 3592 respondentes,
resultando em um estudo de perfil qualitativo e quantitativo. Juntamente com estas análises,
realizou-se uma pesquisa de mercado para fins de benchmarking. Na análise de dados, foi
possível estratificar os atributos de acordo com sua prioridade. Obteve-se a indicação de
oportunidades de melhoria nos seguintes atributos: ambientação (estrutura física e
instalações), atendimento, qualidade da refeição oferecida, tempo de entrega dos pedidos e
horários de atendimento. Com base nos resultados obtidos na pesquisa, foram propostas ações
de melhoria, as quais contemplam a visão dos clientes dos serviços de alimentação do HMV.
As ações de melhoria foram implantadas gerando resultados positivos para a instituição,
melhorando a percepção da qualidade a partir do ponto de vista dos pacientes, acompanhantes
e funcionários.
Palavras-chave: Qualidade, Hospitais, Satisfação do Cliente, Planejamento Estratégico,
Nutrição e Gastronomia.
ABSTRACT
This research focus the perception of the family, patients and outer clients that use the
alimentation services of Moinhos de Vento Hospital (MVH), located in Porto Alegre. This
study considered inside surveys applied to patients and their companions during the years of
2003 and 2004, getting a total of 3,592 replies, the result was a qualitative and quantitative
profile study. Together with this data, it was accomplished a market research with the aim of
benchmarking. In the data analysis, it was possible to stratify the qualities according to its
priority. It was gotten an improvement opportunity indication for the following attributes:
accommodation (physical structure and installations), attendance, offered meal quality, order
delivery time, and working hours. Based on the research results, improvement actions were
proposed, which regard the clients’ view about the alimentation service at MVH. The
improvement actions were established generating positive results to the institution, improving
the quality perception from the patients, companions and employees point of view.
Keywords: Quality, Hospitals, Client Satisfaction, Strategic Planning, Nourishment and
Gastronomy.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Comentários Iniciais
A atmosfera competitiva, característica de um mercado globalizado, faz com que as
empresas na área da saúde reavaliem suas estratégias e definam um novo posicionamento
junto aos seus clientes (PORTER, 1996). Os hospitais têm buscado, através da análise do seu
negócio, considerando os seus processos e atividades, melhorar a qualidade dos serviços
prestados e aumentar sua rentabilidade. É senso comum que as empresas que pretendem
sobreviver com sucesso devem adotar um modelo de gestão que agregue valor ao cliente e
otimize seu próprio desempenho.
O Hospital Moinhos de Vento (HMV), localizado em Porto Alegre, não foge a regra.
A reavaliação das suas estratégias do negócio estende-se a todos os segmentos do hospital,
inclusive aos serviços de alimentação. A qualidade dos serviços de alimentação do HMV está
focada no processo de atendimento, denominado processo de assistência integral. Esse
processo busca atender e acolher o cliente através da excelência do serviço prestado,
padronizando e priorizando processos. O investimento em atendimento cresceu muito nos
últimos anos, tornando-se um diferencial de mercado e fazendo com que o usuário seja cada
vez mais cliente e menos paciente.
A alimentação deve transmitir ao paciente o conforto e a sensação de bem estar. A partir
da fusão da dietética e da gastronomia, as novas exigências são mais facilmente atingidas.
Desde a antiguidade, a associação entre alimentação, dietética e saúde é descrita como recurso
terapêutico. Com o surgimento e a evolução dos hospitais, apresentaram-se avanços clínicos,
aliados às ações de hospitalidade e hotelaria para a promoção da qualidade de vida dos clientes.
Os profissionais de nutrição têm investido para mudar o velho conceito de comida de
hospital horrível e sem graça. Jorge et al. (1995), descrevendo estratégias para o
envolvimento de pessoal e gastronomia hospitalar, comentam que, atualmente, a visão de
dieta hospitalar está sendo ampliada e adaptada às tendências inovadoras da gastronomia no
13
mercado globalizado de alimentação e nutrição. A busca de aliar a prescrição dietética e as
restrições alimentares de clientes a refeições atrativas e saborosas é o desafio para integrar as
Unidades de Nutrição e Dietética (UND) a um sistema de hotelaria aprimorado. Fontes (2004)
reforça que, atualmente, há uma maior preocupação em agregar prazer aos pratos produzidos.
Prazer voltado para a apresentação, para o sabor, contemplando o atendimento das
preferências do paciente e de seus acompanhantes. Essa ação pode ser resumida em duas
palavras: humanização e competitividade. O respeito que o paciente merece inclui fornecer
alimentos adequados e gostosos, e, isso faz com que a boa imagem de um hospital possa ser
reforçada pelas características da alimentação que oferece.
Para atender a satisfação dos clientes nos Serviços de Alimentação (SA), é preciso
analisar e atender especificações voltadas a serviços de hotelaria. Segundo Marchiori (2004),
a evolução da gastronomia juntamente com a nutrição traz o conceito de hotelaria. O conceito
de hotelaria vem sendo incorporado na área hospitalar de forma crescente, fazendo com que a
idéia de ambiente com cheiro de remédio e comida sem gosto seja ultrapassada.
Segundo Paula (2002), a alimentação encerra, também, o propósito de satisfazer
aspectos emocionais, psicológicos e motivacionais dos indivíduos, tornando essa experiência
positiva ou não, em função de como ela se desenvolve. A sua importância é tão significativa
que, muitas vezes, é capaz de manter ou não a fidelização dos clientes. Poulain e Saint-Sevin
(1990) defendem que, além das funções nutricionais e higiênicas, a alimentação hospitalar
deve apresentar outras funções – a função hedônica e a função social, ou seja, o alimento deve
propiciar prazer e situar o ser humano no seu espaço social.
Álvarez et al. (2004) e Teixeira (2000) concordam que as ferramentas utilizadas em
outros tipos de serviços contribuem na gestão hospitalar, proporcionando melhorar os
sistemas de informação e otimização da gestão no campo de trabalho. Segundo Lisboa (2002),
o hospital não é visto apenas como um centro de saúde, mas também como uma empresa de
serviços de utilidade pública para a promoção da saúde, que deve ser gerida com critérios de
eficácia, eficiência, equidade e qualidade.
Perseguindo uma estratégia de diferenciação, a fim de acompanhar as mudanças no
perfil dos SA nos hospitais, o HMV realizou uma pesquisa interna, junto a seus clientes.
Complementando a pesquisa interna de satisfação dos clientes, também foi realizada uma
14
pesquisa externa, a qual teve o objetivo de identificar os principais atributos de qualidade que
implicariam em possíveis ações de melhoria para este serviço. Este trabalho apresenta e
discute os resultados dessas pesquisas, convergindo para um plano de melhorias que atende
diretamente as necessidades dos clientes.
1.2 Tema e Objetivos
1.2.1 Tema
Esta dissertação aborda os temas gestão de serviços, gestão hospitalar, qualidade de
vida, tratando mais especificamente da interação entre nutrição e gastronomia e a evolução
dos serviços de alimentação hospitalar.
1.2.2 Objetivo geral
Este trabalho tem como intuito definir o novo perfil do serviço de alimentação
prestado no HMV, o qual abrange os serviços de restaurante e cafeteria, sendo o objetivo
geral, planejar e implantar melhorias nos serviços de alimentação do HMV. O setor que presta
o serviço de alimentação no HMV é denominado Bistrô Moinhos, tendo como missão buscar
a promoção da saúde, através da interação da nutrição e da gastronomia.
Para atingir esse objetivo geral, será necessário: (i) analisar o planejamento estratégico
do Bistrô Moinhos, verificando se o mesmo está alinhado ao planejamento estratégico do
HMV; (ii) observar os cenários de mercado, a fim de conhecer as necessidades dos atuais
clientes; (iii) priorizar os atributos de qualidade que satisfaçam estes clientes; (iv) identificar
os pontos fortes e fracos do negócio e (v) estabelecer e implantar um plano de melhorias
visando a excelência dos serviços prestados.
1.3 Justificativa
15
Atualmente, a pró-atividade e a busca da melhoria contínua são atitudes essenciais,
uma vez que a globalização trouxe um campo de competição muito maior que no passado,
onde a adequação e as novas estratégias de diferenciação devem ser utilizadas para a
sustentação do negócio. A busca pela excelência nos serviços não era uma atividade regular
junto aos prestadores de serviço da área da saúde, que não utilizavam métodos específicos
para conhecer e medir a satisfação do cliente e suas necessidades. Hoje, é necessário ouvir o
que o cliente espera e analisar quais os atributos de qualidade são valorizados, viabilizando a
adoção de medidas que atendam e superem suas expectativas.
Segundo Abreu, Spinelli e Zanardi (2003), as ferramentas da qualidade anteriormente
exclusivas a grandes empresas, têm sido aplicadas com sucesso pelas empresas fornecedoras
de alimentação. A busca pela qualificação tem exigido das empresas a adoção de um modelo
administrativo com ênfase na qualidade, produtividade e envolvimento dos membros da
organização com os objetivos propostos.
Os serviços de alimentação em geral e os profissionais nutricionistas, muitas vezes,
desconhecem a necessidade de empregar ferramentas de gerenciamento de serviços e
planejamento estratégico. As técnicas de trabalho são realizadas de forma empírica, não
apresentando algum embasamento teórico. Este trabalho justifica-se enquanto um estudo que
pode discutir e difundir técnicas de gerenciamento que envolva o uso de pesquisas de
satisfação e ferramentas da qualidade.
O trabalho corrobora a idéia que é possível aplicar ferramentas da engenharia e da
administração também nas áreas da nutrição, com resultados positivos. Ele contribui para
proporcionar ao profissional nutricionista uma visão mais ampla, que contemple o cenário
comercial e não apenas o cenário de dietoterapia. Isso é importante, uma vez que a visão de
nutrição hospitalar está focada em avanços, com investimentos que devem contemplar tanto a
gastronomia quanto a satisfação dos clientes com o serviço prestado.
A fim de atender a essas exigências de mercado, o HMV decidiu ampliar e reformular
os SA a partir da revisão do seu planejamento estratégico. Assim, este estudo possibilita
16
identificar os atributos que atendam as exigências dos SA hospitalar, sendo estudo restrito ao
HMV.
Este trabalho está diretamente ligado aos resultados e interpretações das pesquisas de
satisfação que eram aplicadas periodicamente nos SA do hospital, mas precisavam de análise
e planejamento para sustentar o planejamento e as modificações que foram implantadas.
1.4 Método
O trabalho foi conduzido por uma equipe técnica, formada por funcionários do próprio
HMV, em conjunto com uma consultoria externa, especializada em gestão em gastronomia.
Após a realização dos diagnósticos interno e externo, a equipe de trabalho classificou os
elementos que deveriam sofrer mudanças, através da identificação de oportunidades,
verificadas em uma matriz de priorização de oportunidades de melhoria. Dessa forma, foi
possível definir e implantar o novo perfil dos serviços de alimentação do HMV.
Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, onde a abordagem segue
os preceitos da pesquisa-ação. Primeiramente foi feito um diagnóstico interno, onde foram
analisadas pesquisas internas de satisfação dos clientes nos anos de 2003 e 2004. A análise foi
quantitativa e qualitativa a fim de descobrir e classificar os atributos de qualidade valorizados
pelos clientes do HMV.
Em seguida, realizou-se um diagnóstico externo que visava analisar as principais
atividades dos SA em outros hospitais, fora do cenário de Porto Alegre e, a partir dessa
análise, aplicar as ações que poderiam facilitar a implantação do novo serviço no HMV.
Em um terceiro momento foi realizada uma sistematização das oportunidades de
melhorias a partir dos diagnósticos (interno e externo) classificando os novos atributos em
uma matriz de priorização.
Após a os resultados obtidos através desta matriz de priorização, a equipe de trabalho
e a consultoria analisaram os dados coletados e sistematizaram o plano de melhorias. Através
17
desse plano de melhorias foram definidas as principais ações aplicadas, facilitando o
desenvolvimento e implantação do novo projeto. As ações definidas visavam contemplar
todos os atributos de qualidade.
Em quinto, ocorreu a intervenção, ou seja, a implantação do plano de melhorias. Nesse
momento as ações foram implantadas atendendo a todos atributos de qualidade priorizados. É
importante ressaltar que a equipe de consultoria e treinamento participou continuamente nesta
fase de implantação.
Por último, foram avaliados os resultados da nova implantação nos serviços de
alimentação no HMV. Nessa etapa, todos os resultados da implantação foram analisados
através da pesquisa quantitativa aplicada junto aos clientes do hospital em 2005. Além disso,
também foi conduzida uma pesquisa qualitativa junto aos colaboradores do HMV no ano de
2006, visando completar o processo de avaliação contínua deste serviço.
1.5 Limitações do Trabalho
Este trabalho foi desenvolvido apenas no HMV, no setor de alimentação, vinculado ao
atendimento dos pacientes, acompanhantes e públicos em geral. Não foram considerados e
analisados tipos de dietas hospitalares, mas sim o tipo de serviço, atendimento, cenário e
estrutura física.
O planejamento estratégico do hospital Moinhos de Vento foi utilizado como premissa
para o estudo e implantação do Bistrô Moinhos. Não faz parte do escopo deste trabalho
analisar se o planejamento estratégico estabelecido pela instituição está correto e completo.
A avaliação dos custos relativo ao processo de serviços e à satisfação do cliente,
embora citados como necessários, não fazem parte da abrangência deste trabalho.
As limitações desse estudo se baseiam no fato de os resultados e análises se referirem
a um hospital específico, podendo apresentar comportamentos e resultados diferentes, se
aplicados a outras organizações.
18
1.6 Estrutura do Trabalho
Este trabalho está estruturado em cinco capítulos. O capítulo 1 apresenta o contexto do
trabalho, os objetivos e a justificativa. Este capítulo também descreve o método utilizado e as
limitações do trabalho.
O Capítulo 2 apresenta o referencial teórico que fundamenta a pesquisa.
Primeiramente, são apresentados comentários sobre os principais conteúdos da qualidade e
excelência em serviços de saúde e satisfação de clientes em serviços de saúde. Em seguida,
são discutidos os conceitos e aplicabilidade de gestão de mudanças, planejamento estratégico,
benchmarking, avaliação de desempenho e pesquisa de marketing.
O Capítulo 3 apresenta o modelo proposto no trabalho. Inicialmente, é descrito o
cenário do estudo. A seguir, são apresentadas as etapas de pesquisa a partir dos diagnósticos
realizados (interno e externo) e a sistematização das oportunidades de melhoria. Neste
capítulo também são abordados assuntos pertinentes ao planejamento estratégico do HMV em
consonância com o proposto para o novo serviço de alimentação do HMV, alinhando e
definindo ações para melhoria do serviço.
O Capítulo 4 discute os resultados obtidos no trabalho e define os principais produtos
e serviços a serem implantados. Logo após, apresenta a implantação de melhorias e o relato
das ações empreendidas. Por fim, é feita a análise dos resultados obtidos, a partir da
percepção dos clientes e colaboradores quanto a este novo serviço.
O Capítulo 5 aborda as considerações finais, apresentando as conclusões e sugestões
para futuros trabalhos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo são abordados os conceitos pesquisados na literatura que auxiliaram na
condução do estudo aplicado. Os conceitos apresentados envolvem: (i) qualidade em serviços
de saúde, (ii) nutrição e gastronomia, (iii) gestão de mudanças, (iv) planejamento estratégico,
(v) benchmarking, (vi) avaliação de desempenho e (vii) pesquisa de marketing. São assuntos
diversos, cujos conceitos gerais são discutidos neste capítulo e foram utilizados na realização
do trabalho prático.
2.1 Qualidade e Excelência em Serviços de Saúde
Cobra (1992) (apud ÁVILA e ÁVILA, 2001) lembra que mais do que qualquer setor,
a área de saúde deve prestar um excelente serviço aos clientes e usuários e isso significa
proporcionar todas as facilidades possíveis. Segundo os autores:
o desprezo à regra de bom atendimento pode comprometer o bom nome de um profissional ou de uma instituição. O paciente é um ser carente por natureza, portanto, deve receber bons serviços de atendimentos médicos, de enfermagem, de análises clínicas, de assistentes sociais, etc.. (COBRA, 1992 apud ÁVILA e ÁVILA, 2001, p. 3).
Conceitualmente, a palavra qualidade é conhecida há milênios, porém apenas nos
tempos atuais é que ela surge como função de gerência formal. Segundo Garvin (1992), a
qualidade era voltada para a inspeção, e hoje as atividades relacionadas com a qualidade se
ampliaram e são consideradas essenciais para o processo estratégico. A qualidade está ligada
a funções como compras, engenharia e pesquisa de marketing, recebendo a atenção de
diretores executivos.
Segundo Mezomo (2002), a qualidade na prestação dos serviços de saúde não é
assunto apenas para a enfermagem ou para a auditoria médica. É responsabilidade de todos e,
principalmente, da administração superior. A qualidade dos cuidados de saúde tem aspectos
20
próprios e diferentes da indústria. Em um hospital não se age em função de um serviço ou
produto final, porque o resultado é sempre incerto. Poderão ser estabelecidos padrões para os
procedimentos, mas declarar que o médico x atende melhor que o y, é de difícil avaliação.
Mezomo (2002) complementa dizendo que a qualidade passou a ser símbolo e
condição para a sobrevivência e legitimidade social das organizações. “A qualidade é, e
sempre será, a marca de sucesso das empresas, como o fracasso será a sina dos que nela não
acreditam”. Através da qualidade se estabelece uma nova relação de parceria do fornecedor
com o cliente, priorizando a pessoa, a figura do cliente como razão de ser de todo o esforço
empresarial. O cliente participa dos objetivos da organização. Através da qualidade, as
empresas definem sua própria identidade, formulam a visão, missão, os valores e orientam
suas atividades. Os conceitos de visão, missão e valores, conforme definidos por Mezomo
(2002), aparecem a seguir.
Visão
“É a identificação para onde a organização está sendo conduzida”. É a condição básica
para o início de qualquer processo de mudança organizacional.
Missão
“É o propósito ou objetivo básico da organização”. É a sua razão de existir.
Geralmente, sua formulação inclui a indicação do que a organização faz, quem o fez, para
quem, quando, onde e por quê.
Valores
“São compromissos básicos mais importantes para a organização e seus funcionários”.
Os principais valores que se aplicam nos serviços de saúde são: respeito, integridade,
compaixão, eficiência e excelência.
Para Rebelo (1996), no que se refere à qualidade em serviços, a avaliação é altamente
subjetiva, por isso é tratada de forma restrita. Relata que a gerência pela qualidade total na
área da saúde deve estar fundamentada nos seguintes parâmetros:
21
• EFICÁCIA - capacidade do cuidado ao paciente – contribuindo para a melhoria
das condições de saúde.
• EFETIVIDADE - o quanto de melhorias é de fato obtido nas condições de saúde.
• EFICIÊNCIA - capacidade de obter o melhor possível nas condições de saúde ao
menor custo.
• OTIMIZAÇÃO - a relação mais favorável entre os custos e benefícios.
• ACEITABILIDADE - preferências do paciente no que se refere ao acesso aos
recursos de saúde, relação médico–paciente, efeitos e custos dos cuidados
prestados.
• LEGITIMIDADE - preferências sociais em relação aos itens anteriores.
• EQUIDADE - igualdade na distribuição e acesso aos cuidados e de seus efeitos
sobre a saúde.
Rebelo (apud PFATTENZELLER, 1996) afirma que as ações de saúde são realizadas
com o auxílio de um grande número de profissionais e instituições que demandam uma infra-
estrutura administrativa de apoio ágil e competente. Na área de saúde não basta apenas
demonstrar a capacidade de produzir serviços, mas entendê-los como prestação de serviços ao
cliente, demonstrando qualidade para manter a competitividade e alcançar os resultados
previstos.
Qualidade de assistência em serviços da saúde é muito mais do que apresentar
belíssimas instalações e equipamentos sofisticados que impressionem qualquer visitante; ter
pacientes e funcionários satisfeitos, manter todos os formulários corretamente preenchidos e,
ainda, exibir uma certificação pendurada na parede. É algo intangível, que depende da
capacidade de diagnosticar, tratar, melhorar ou curar doenças físicas e mentais. É algo que
tem a ver com a solidariedade humana, a vida e a morte, mas que, todavia, precisa ser
avaliado objetivamente (ZANON, 2001).
Para Vieira (1998), qualidade em serviços de saúde, mais especificamente qualidade
em serviços de alimentação, envolve o contato direto com o cliente e faz com que todo o
trabalho dos profissionais seja avaliado de imediato, o que, de um lado, torna a atividade
22
muito gratificante, mas de outro, exige atenção contínua para que toda a tarefa se desenvolva
da melhor forma possível.
O autor complementa que um SA tem sempre como objetivo o perfeito atendimento ao
cliente, que se traduz em:
• Fornecer ao cliente informações claras e precisas sobre ofertas e preços (cardápios
bem elaborados e garçons bem-treinados);
• Atender de maneira rápida e eficaz o cliente durante o seu tempo de permanência
no local (ao trazer o cardápio, a refeição, a conta, etc.);
• Ter funcionários corteses e atenciosos, sempre disponíveis aos chamados do
cliente.
Abreu, Spinelli e Zanardi (2003) dizem que em todas as etapas do serviço deve haver
uma permanente percepção do que o cliente está recebendo de nossa parte. Os aspectos
humanos dos serviços são tão decisivos quanto seus aspectos materiais. Dessa forma, uma boa
estratégia para lograr a qualidade no atendimento a clientes é:
• Prontidão – atender o cliente o mais breve possível;
• Cortesia – ser naturalmente amável no tom de voz e nas palavras;
• Identificação – procurar identificar quem é o cliente, a fim de conhecê-lo;
• Clareza – falar de forma clara, entoando a voz de forma equilibrada, empregando
expressões que transmitam empatia;
• Objetividade – não ser prolixo; concentrar-se na necessidade/ expectativa do
cliente. Colocar-se ao lado da solução e não do problema. Ser assertivo não
fazendo falsas promessas ou inflacionando expectativas;
• Verificação – antes de responder, estar certo de que compreendeu a real
necessidade/ expectativa do cliente. Certificar-se de que o cliente está de acordo
com a ação;
• Mantendo o clima – reafirmar a disposição em sempre ajudá-lo;
• Mantendo o cliente informado – em caso de demandar qualquer ação, fazer o que
tiver que ser feito, cumprir o acordado, devolver a informação ao cliente.
23
Os autores Ambrósio e Siqueira (2002) descrevem características próprias dos
serviços, como:
• Intangibilidade – serviços não podem ser vistos, cheirados tocados ou provados
antes de serem comprados. Um paciente não pode ver o resultado de uma dieta
antes de começar o tratamento. O serviço é, essencialmente, uma promessa;
• Inseparabilidade – a produção e o consumo dão-se quase simultaneamente. Os
clientes podem participar desse processo, e quase sempre o fazem. Logo, se o
consumidor está presente, ele causa impacto na própria qualidade do serviço;
• Variabilidade – É difícil a prestação do serviço; dificilmente um serviço será igual
ao outro. A mesma equipe de garçons que atendem em um mesmo restaurante
pode variar em termos de agilidade, rapidez, cordialidade, paciência e presteza em
relação aos serviços prestados ao cliente;
• Perecibilidade – Como é um desempenho, um serviço não pode ser estocado, é
perecível. Portanto, gerenciar a demanda e os custos resultantes da ociosidade dos
prestadores de serviços é um desafio muito importante em serviços.
Para esses autores, devido ao fato dos serviços apresentarem essas características, é
necessária a adoção de medidas estratégicas que tornem o intangível em tangível, a
padronização de atividades para evitar, por exemplo, em um restaurante um determinado
prato venha diferente, para o mesmo cliente em dois momentos.
Fitzsimons e Fitzsimons (2000) conceituam estratégias de serviços a partir de quatro
elementos – instalações de suporte, bens facilitadores, serviços explícitos e serviços
implícitos, a fim de descrever um serviço existente ou a visão de um novo serviço. O modelo
de excelência de serviços que muitas empresas utilizam possui o que Albrecht (1992)
denominou de triângulo do serviço – Figura 1. Nele os fatores-chave (Estratégia de serviços,
Sistemas, Pessoal) são regulares e em boa quantidade. Estes três elementos críticos formam os
vértices e sua interação deve ocorrer para que haja um nível mínimo de qualidade de serviço.
Abreu, Spinelli e Zanardi (2003) dizem que muitas das ferramentas de qualidade
utilizadas exclusivamente por algumas empresas, têm sido aplicadas com sucesso pelas
empresas voltadas aos SA. A busca pela qualificação tem exigido das empresas a adoção de
um modelo administrativo com ênfase na qualidade, produtividade e envolvimento dos
24
membros da organização com os objetivos propostos. Assim concluem que para eles a palavra
qualidade é “a totalidade de aspectos e características de um produto ou serviço que
satisfazem necessidades explícitas e implícitas”, baseada na norma - Parte I (ISO8402-1986).
Para Mezzomo (2002), a avaliação da qualidade no serviço de alimentação baseia-se
aos estudos dos diversos aspectos inerentes ã estrutura, aos processos e aos resultados. Onde
são divididos: na estrutura (planta física, equipamentos, instalações, pessoal, organização e
controle de normas, rotinas ou regimento do serviço); no processo (compra – fornecedores,
estocagem,preparo, cocção, distribuição, monitoria – controles estatística, redesenho dos
processos) e no resultado (refeições produzidas – resultado final, qualidade técnica –
terapêutica, aparência, aceitação pelo comensal, custo).
Figura 1: O triângulo do serviço
Fonte: ALBRECHT, 1992, p. 32.
Segundo Mezomo (2002), as principais atividades que qualificam um serviço de
alimentação (SA.) estão descritas na Tabela 1.
ESTRATÉGIAS DE SERVIÇOS
SISTEMAS PESSOAL
CLIENTES
25
Tabela 1: Principais atividades dos S.A.
Principais atividades dos S.A.
1. Planejar a assistência alimentar a pacientes e funcionários
Diagnóstico das necessidades nutricionais e dos padrões sócio-econômicos e cultural dos clientes
Diagnóstico da disponibilidade de recursos humanos, materiais e financeiros da instituição
Programação das refeições dos funcionários
Acompanhamento da evolução dos pacientes
Comunicação inter e intradepartamental
2. Fornecer alimentação adequada à clientela
Diagnóstico da disponibilidade de recursos humanos, materiais e financeiros da instituição
Previsões quantitativa e financeira dos gêneros alimentícios e outros materiais
Abastecimento (recepção, armazenamento e movimentação) de gêneros alimentícios e outros materiais.
Preparo e distribuição de dietas e refeições
Vigilância sanitária das matérias-primas e do ambiente
Comunicação inter e intradepartamental
3. Desenvolver programas de educação nutricional, individual e comunitário
Diagnóstico da disponibilidade de recursos humanos, materiais e financeiros da instituição
Programação, implementação e avaliação de recursos e palestras
Orientação dietética
Comunicação inter e intradepartamental
4. Colaborar na formação de profissionais na área da saúde
Diagnóstico da disponibilidade de recursos humanos, materiais e financeiros da instituição
Orientação de estagiários da área da saúde
Treinamento de pessoal
Comunicação inter e intradepartamental
5. Planejar e executar pesquisas nas áreas de nutrição e alimentação
Diagnóstico da disponibilidade de recursos humanos, materiais e financeiros da instituição
Realização de estudos e pesquisas
Comunicação inter e intradepartamental
6. Avaliar as atividades desenvolvidas pelo serviço
Organização dos trabalhos e registros
Comunicação inter e intradepartamental
Fonte: MEZZOMO, 2002.
26
No contexto de um SA, é necessário satisfazer o cliente tanto por aspectos tangíveis
como intangíveis da qualidade. Os aspectos tangíveis da qualidade estão incorporados às
características físicas do produto e se manifestam através do cardápio, apresentação de
alimentos, aparência física do restaurante e assim sucessivamente. Em contrapartida, as
características intangíveis da qualidade estão relacionadas às expectativas, percepções,
desejos conscientes e inconscientes do cliente, incluindo-se aqueles de natureza emocional,
tais como: o atendimento, o ambiente e as características sensoriais dos alimentos (ABREU,
SPINELLI; ZANARDI, 2003).
Assim, dentro do conceito de excelência em serviços, o objetivo não se restringe a
apenas satisfazer o desejo do cliente, mas sim, encantar, ou seja, atingir suas expectativas
2.1.1 Satisfação de clientes em serviços de saúde
Satisfação de clientes é a avaliação contínua da habilidade da marca em proporcionar
os benefícios que o consumidor está buscando. É uma avaliação pós-consumo da qualidade
percebida em relação à qualidade esperada (ANDERSON e FORNELL, 1994).
Acredita-se que 96% dos clientes insatisfeitos jamais fazem qualquer reclamação; 60%
a 90% desses consumidores “silenciosamente” insatisfeitos não voltarão a ser seus clientes
novamente; 90% daqueles que fazem reclamações também não serão mais seus clientes.
Portanto, é fundamental que toda a empresa tenha um programa de satisfação de clientes
(SALTER, 1991).
Berry et al. (apud BARCELLOS, 2000) dizem que as expectativas e as percepções do
cliente (qualidade percebida) têm sido consideradas como antecedentes da satisfação do
cliente. Estas percepções sobre a qualidade de serviços são influenciadas por diferentes
aspectos:
• As expectativas do cliente e as percepções da gerência das expectativas do cliente;
• As percepções da gerência das expectativas do cliente e as especificações da
qualidade do serviço;
27
• As especificações da qualidade do serviço e o serviço efetivamente prestado;
• O serviço prestado e o que é anunciado aos clientes.
Barcellos (2003) consegue listar as definições de Satisfação de Clientes (SC) quando
diferem em seu nível de especificidade, conseguindo abranger o conceito de SC:
• SC com o produto;
• SC com a experiência de consumo;
• SC com a decisão de compra;
• SC com o vendedor;
• SC com a loja;
• SC com o atributo;
• SC com a experiência pré-compra.
Kotler (1998) diz que os clientes fazem seus julgamentos através das ofertas de
marketing e tomam suas decisões de compra com base nisso. A satisfação do cliente com uma
compra depende do desempenho do produto em relação às suas expectativas Conhecer e
satisfazer as necessidades dos clientes reforçam o conceito de marketing e são vitais para o
sucesso do empreendimento. O julgamento sobre a satisfação ou insatisfação vem da
formação de expectativas. Os consumidores têm expectativas sobre os benefícios e
desempenho do serviço. Essa expectativa com o serviço pode levar a uma confirmação
positiva do desempenho do serviço; quando o serviço excede às expectativas. Pode também
levar à confirmação, quando o serviço está de acordo com as expectativas, e resultar em uma
confirmação negativa, onde o serviço não atende as expectativas (ABREU; SPINELLI;
ZANARDI, 2003).
Barcellos (2000) concorda que o cliente pode ter vários tipos de satisfação. O cliente
que tem sua expectativa atingida ou elevada está altamente satisfeito, chamado por Kotler
(1998) de cliente encantado. A partir disso, está estabelecido um vínculo emocional entre o
cliente e a empresa, não sendo necessariamente a “empresa”, mas sim um simples
atendimento diferenciado, ou um produto que atenda os atributos de qualidade deste cliente.
28
Os conceitos de qualidade e satisfação de clientes com produtos e serviços possuem
relação, pois, quando a qualidade é analisada baseada na qualidade percebida pelo
consumidor está se pressupondo que o resultado disso será uma satisfação ou insatisfação do
produto ou serviço. Conclui-se que qualidade é o potencial dos atributos de um determinado
produto ou serviço, e satisfação de clientes resulta da comparação da qualidade percebida em
relação à qualidade esperada (PARASURAMAN et al., 1998).
Para Mezomo (2002), antigamente os serviços de saúde contentavam-se apenas com
um simples atendimento. Não se importavam com a qualidade do serviço prestado. Pensava-
se que, por prestarem um serviço de consumo obrigatório de toda a população, possuíam
garantia automática. Porém, hoje, em virtude de haver muitos estabelecimentos voltados à
saúde, existe a crescente preocupação de atender e satisfazer melhor a todos os clientes.
O autor segue dizendo que a qualidade na prestação de serviços de saúde não é algo
fácil de se obter, devido à complexidade da relação quantidade, qualidade e preço. Na saúde a
relação é mais complexa, pois não age em função de um único serviço (produto) final, porque
ele é sempre incerto, não obedece a padrões estabelecidos e nem tem qualidade uniforme,
principalmente os serviços médicos.
Para Abreu e Spinelli (2003), existem alguns princípios que toda organização deve
seguir para satisfazer as necessidades do cliente. Entre eles estão: confiança, responsabilidade,
competência, acessibilidade, cortesia, comunicação, credibilidade, segurança e facilidades
(por exemplo, possibilidade de uso de cartões de crédito, estacionamento, etc.).
Whiteley (1999) diz que as empresas devem pesquisar e reformular seus produtos e
serviços com um único objetivo em mente: fornecer ao cliente o que ele deseja. Somente
organizações empenhadas em escutar e servir podem produzir clientes empolgados,
encantados, como anteriormente citado por Kotler (1998). Apenas clientes empolgados,
encantados, geram lucros sólidos e crescentes.
29
2.2 Nutrição e Gastronomia
São revisados os conceitos que envolvem os assuntos referente a nutrição e
gastronomia, bem como origem e precursores.
2.2.1 A aparição da gastronomia: predecessores e circunstâncias sociais favoráveis
Segundo Brillat-Savarin (1989) a palavra gastronomia foi oferecida ao uso corrente
somente em 1801 com a publicação de La Gastronomie, ou l’Homme de Champs à Table,
poema dietético em quatro cantos de autoria de Joseph Berchoux. Alexandre Balthazar
Laurent Grimod de la Reynière, outro autor contemporâneo, e que com Berchoux e Brillat-
Savarin pode ser considerado o criador da literatura gourmande.
Em menos de um quarto de século três autores, três advogados, três membros da
pequena nobreza escreveram suas primeiras obras sobre a arte de comer. Assim, no início do
século XIX apareceram os primeiros comedores dedicados (os chamados gourmands, isto é,
glutões, ou de gourmets, apreciadores) e conscienciosos, os gastrônomos; apareceram também
os comentaristas, os bons de garfos e, é claro, os maiores cozinheiros. Brillat-Savarin (1989)
ainda reforma com a frase: “o que seria do gastrônomo sem um bom cozinheiro e vice-versa?”
Da Grécia antiga herdou-se a tradição do conforto da vida e dos prazeres da mesa. A
palavra gastronomia, deriva do grego “gastros” (estômago) e “nomas” (lei). A Grécia foi
denominada pelos romanos de 300 a.C., a 300 d.C. e agregou vários hábitos gastronômicos,
através das conquistas de novos territórios, interferindo na presença de novos alimentos,
costumes alimentares e receitas (ORNELAS, 1978).
Segundo Jorge (2005) Marcus Gavius Aspius escreveu o mais antigo livro de culinária
romana de que se tem conhecimento (Gryphium, 1547). Com o domínio do império Romano,
a cultura gastronômica se difundiu rapidamente, mas os princípios dietéticos continuaram
presentes e difundidos por diversos autores, como Hipócrates, Celso, Antimo e Galeno
(FLANDRIN e MONTANARI, 1998).
30
2.2.2 Origem da nutrição-dietética
Segundo Ferreira (1975), a definição de dietética é o ramo da medicina que se ocupa
do estudo da dieta, sendo essa ingestão de alimentos habituais ou aquela que se faz visando
preencher as necessidades específicas de um indivíduo, incluindo ou excluindo certos itens de
sua alimentação. As evidências da utilização dos princípios dietéticos são remotas. Na idade
antiga, a partir de 5.000 a.C, aparecem evidências da utilização terapêutica dos alimentos
(GERMANO, 1992).
Segundo Ornellas (1978) a primeira prescrição dietética está contida no papiro de
Ebers, localizado no Egito 3.400 a.C, que revela a existência de um governo, com interesse
vital em alimentação; no campo da higiene, a autora também relata que a medicina egípcia
evoluiu, apresentando normas a respeito da alimentação e higiene. Nessa época, os alimentos
eram associados a cerimônias religiosas, com forte simbolismo de efeitos curativos e de poder
social.
Souza (2002) (apud JORGE, 2005) cita que a concepção de alimentação aplicada à
saúde ou dietética tem como base uma série de conhecimentos que fazem dela um dos ramos
fundamentais da medicina e constitui-se em um dos primeiros recursos terapêuticos com que
contou a medicina em seus primórdios.
Flandrin e Montanari (1998) (apud JORGE, 2005) comentam que os recursos eram
restritos a indivíduos privilegiados, que dispunham de dinheiro e prestígio social. Observa-se
que os princípios terapêuticos que eram baseados em preceitos fundamentais da alimentação
saudável, ou seja, a variedade, a moderação a flexibilidade e a personalização, aplicam-se em
geral à alimentação de indivíduos doentes.
Maculevicius (2003) ilustra avanços da nutrição hospitalar. A nutrição hospitalar
evolui apresentando-se não mais como a cozinha hospitalar, mas como a unidade que tem
como objetivo produzir bens e prestar serviços de assistência nutricional, desenvolvendo
ainda atividade de ensino, pesquisa e controle de qualidade. Investe em planejamento,
hotelaria, sistematizando seus processos, atendendo as necessidades dos clientes, fugindo de
modismos, atendendo as ações diferentes que acontecem no hospital. A sistematização dos
31
processos envolve a produção, a assistência, ao controle financeiro e ao gerenciamento de
recursos, acompanhando a evolução técnica e tecnológica, a evolução do mercado e da
gastronomia hospitalar, baseando seu trabalho em projetos e protocolos técnicos e
administrativos, estabelecendo metas e indicadores, tudo voltado para a gastronomia
assistencial que acontece no dia a dia da unidade de nutrição hospitalar.
Atualmente, a visão da nutrição hospitalar é abrangente e focada em avanços, com
investimentos em gastronomia e satisfação de clientes com as refeições.
2.2.3 Gastronomia hospitalar
O grande desafio dos SA na área hospitalar é obter uma alimentação que atenda às
necessidades dos diferentes clientes, com restrições de alimentos e ou nutrientes, respeitando
hábitos alimentares, intolerâncias, alergias, tabus e preferências, incorporando o conceito de
gastronomia hospitalar, sem perder o equilíbrio nutricional. Dessa forma os cardápios e dietas
incluem preparações variadas, com diferentes consistências, de preparo fácil e rápido, de
garantida condição higiênico-sanitária, com uso de ervas e temperos diversificados, que
conseguem suprir alterações ou restrições impostas pela situação clínico-nutricional do
paciente. A versatilidade dos cardápios, oferecendo alternativas de opção, coloca o direito de
escolha como grande diferencial do serviço.
Para Weber e Demeneghi (1997) gastronomia hospitalar é a arte de integrar a
patologia do paciente com uma dieta individualizada junto a técnicas culinárias e
gastronômicas, de uma forma interativa com o processo de escolha, tornando assim um prazer
o momento da alimentação, sem esquecer do comprometimento dos profissionais que devem
utilizar toda a sua criatividade para interagir com os recursos disponíveis.
Para Assis (2002) a gastronomia e a dietética se unem para permitir o encontro de
idéias para cozinhar bem, de maneira saudável, aprendendo a cultivar os sentidos para manter
a saúde e a estética.
32
Atualmente observa-se o ápice nos SA em hospitais, ocorrendo investimentos na
flexibilização de atendimento, especialização de profissionais, valorização da integração entre
nutricionistas e chefes de cozinha, ampliação de cursos de especialização em gastronomia,
registros de trabalhos realizados e publicações. Expandem-se paralelamente, investimentos e
modernização de recursos de hotelaria hospitalar, busca de atualização e intercâmbio
interdisciplinar (JORGE, 2005).
Segundo Marchiori (2002) o procedimento de pesquisas de avaliação vem se tornando
uma rotina e serve para direcionar os serviços hospitalares, considerando não só a patologia,
mas também os hábitos, preferências e aversões do internado, personalizando cada vez mais o
atendimento. Essa avaliação relativamente simples pelo nutricionista, traz benefícios visíveis
na evolução do enfermo.
O mercado é promissor; as bases da dietética são resgatadas e associadas aos
fundamentos gastronômicos para tornar a refeição hospitalar em fonte de prazer. Segundo os
autores, fica evidente que a evolução nos serviços de nutrição hospitalar estão sendo, cada vez
mais, fundamentais na reabilitação dos pacientes.
2.3 Ferramentas Gerenciais
Nesta seção são apresentados assuntos pertinentes a este trabalho. Fez-se necessário
revisar algumas ferramentas gerenciais a fim de facilitar a aplicação do método e a discussão
dos resultados. Entre estas ferramentas estão: (i) planejamento estratégico, (ii) gestão de
mudanças, (iii) avaliação de desempenho, (iv) benchmarking e (v) pesquisa de marketing.
2.3.1 Planejamento estratégico
Cada empresa que compete em um setor industrial possui uma estratégia competitiva,
seja ela explícita ou implícita. Essa estratégia tanto pode ter se desenvolvido explicitamente
por meio de um processo de planejamento como ter evoluído implicitamente através das
33
atividades dos vários departamentos funcionais da empresa. Dispondo apenas de seus próprios
meios, cada departamento funcional inevitavelmente buscará métodos ditados pela sua
orientação profissional e pelos incentivos daqueles encarregados. No entanto, a soma destes
métodos departamentais raramente equivale à melhor estratégia (PORTER, 1991).
Albrecht (2002) conceituou a estratégia de um serviço como a resposta para a
pergunta: Por que o cliente deveria nos escolher? Uma estratégia de serviço é a fórmula
especial para a prestação de serviço. Essa estratégia está especificamente vinculada a uma
premissa bem selecionada de benefício valioso para o cliente, e cria uma posição competitiva
efetiva. O autor define que a estratégia de um serviço irá direcionar os dirigentes de uma
organização, priorizando as necessidades dos clientes. É de competência da alta gerência
decidir e desenvolver a estratégia da organização, a fim de que todos trabalhem em um
mesmo conceito e linguagem em busca de um mesmo objetivo.
Segundo Abreu, Spinelli e Zanardi (2003), em serviços de alimentação, planejamento
consiste em decidir, por antecipação, sobre o que, com que meios, para que fim, como, onde e
quando fazer e quais os objetivos a alcançar. O planejamento estratégico tem características
próprias e é constituído de três fases seqüenciais: o estabelecimento de objetivos a alcançar; a
tomada de decisões a respeito das ações futuras; e a determinação dos planos. Assim, o
estabelecimento dos objetivos é o primeiro passo do planejamento. Há uma hierarquia de
objetivos organizacionais; as políticas, as diretrizes, as metas, os programas, os
procedimentos, os métodos e as normas.
Porém, antes de iniciar um planejamento propriamente dito, é necessário ter claro a
missão, os valores e qual o negócio do novo serviço que se deseja implantar. Essas são as
premissas básicas para entender qual é o negócio e estabelecer quais serão as estratégias de
uma determinada empresa. Esses são os primeiros passos em um planejamento estratégico,
para, a partir do momento que se conhece e define a empresa (interna e externamente) poder,
então, traçar metas e estratégias para atingi-las. Além de todos estes passos, um dos mais
importantes é o de, à medida que implementa as estratégias, mensurar e controlar para ver
como elas influenciam os clientes, e também monitorar novos acontecimentos no mercado,
que está sempre em constante mudança (VALADARES apud ZANETTI, 2002).
34
Para Porter (1996), a essência de uma estratégia competitiva é relacionar uma
companhia ao seu meio ambiente. O aspecto principal do meio ambiente da empresa é a
indústria ou as indústrias em que ela compete. A estrutura industrial tem uma forte influência
na determinação das regras competitivas do jogo, assim como das estratégias potencialmente
disponíveis para a empresa. O grau de concorrência em uma indústria depende das cinco
forças competitivas básicas. Isso está ilustrado na Figura 2.
Porter (1996) complementa dizendo que a escolha de uma empresa de uma nova
posição estratégica deve ser dirigida pela habilidade de encontrar novos trade-offs e alavancar
novos sistemas de atividades complementares dentro de uma vantagem sustentável. Sem
trade-offs não há necessidade para a escolha e, assim, não há necessidade para a estratégia. O
posicionamento estratégico precisa ser explicitado para a empresa. Para isso, uma boa
alternativa pode ser a utilização das dimensões da competitividade.
Porter (1996) define trade-off como as escolhas que fazemos, quando é necessário
optar por A em detrimento de B. Consiste em saber o momento de analisar a estratégia
estabelecida e abrir mão de alguma característica, produto, processo, serviço em favor de
outro, que garantam a competitividade da instituição. Para assegurar vantagem sobre os
concorrentes, é necessário aderência ao planejamento estabelecido, mantendo ações alinhadas
à estratégia.
Para Kotler (2000), outro fator determinante para o sucesso da implantação de um
novo serviço é o posicionamento do produto, qual é a percepção que os clientes possuem
deste novo produto, e qual imagem da empresa no qual está inserido. No Hospital Moinhos de
Vento existe uma vantagem competitiva, pois a marca percebida é estendida em todos os
segmentos da organização, atendendo as principais expectativas dos clientes. Neste caso, o
sucesso seria adicionar serviços que valorizam e são percebidos como os principais atributos
de qualidade para um serviço.
35
Figura 2: Equilíbrio competitivo
Fonte: PORTER, 1996, p. 23.
O planejamento estratégico orientado para o mercado, conforme cita o mesmo autor, é
um processo diferencial que envolve desenvolver e manter um ajuste viável entre os
objetivos, habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de um mercado em
contínua mudança. O objetivo do planejamento estratégico é dar forma aos negócios e
produtos de uma mesma empresa, de modo que eles possibilitem os lucros e o crescimento
almejado.
Um fator importante para a sustentabilidade das vantagens competitivas é a
combinação dos recursos de uma empresa, (ativos, aptidões, processos organizacionais,
atributos, informação e conhecimentos controlados por ela), os quais podem ser heterogêneos
e imóveis. Segundo Barney (1991), para possuir o potencial de alcance de vantagens
CONCORRENTES NA INDÚSTRIA
Rivalidade entre as empresas existentes
ENTRANTES POTENCIAIS
SUBSTITUTOS
FORNECEDORES
COMPRADORES
Poder de negociação dos fornecedores
Ameaça de produtos ou serviços substitutos
Poder de negociação dos compradores
Ameaça de novos entrantes
36
competitivas sustentáveis, os recursos devem ser valiosos (com condições de explorar
oportunidades e neutralizar ameaças do ambiente) e devem ser raros.
Zanetti (apud KOTLER, 2000) diz que o planejamento estratégico exige três áreas-
chave: a primeira é gerenciar os negócios da empresa como uma carteira de investimentos. A
segunda área-chave envolve a avaliação dos pontos fortes de cada negócio, considerando a
taxa de crescimento de mercado e a posição competitiva da empresa nesse mercado. A
terceira área-chave é a estratégia. A empresa deve desenvolver um plano de ação para cada
um de seus negócios, a fim de atingir seus objetivos de longo prazo.
Para Kotler (2000), o plano estratégico de uma empresa estabelece os tipos de
negócios com as quais ela vai lidar, e seus objetivos para cada um deles. Depois, dentro de
cada unidade de negócio, deve ser feito um planejamento mais detalhado. Os principais
departamentos funcionais da unidade – marketing, finanças, contabilidade, compras,
fabricação, recursos humanos e outros – devem trabalhar em conjunto para atingir os
objetivos estratégicos conforme Figura 3.
Figura 3: O planejamento estratégico de negócios
Fonte: Adaptado de KOTLER, 2000, p. 98.
London (2002) diz que o objetivo do planejamento estratégico é sustentar a missão de
uma empresa e atingir a visão, permitindo organizar mudanças no ambiente de negócios. As
Análise do ambiente externo (oportunidades e
Análise do ambiente interno (força e fraquezas)
Formula ção de metas
Imple mentação
Formula ção de es tratégias
Formula ção de progra mas
Missão do negócio
Feedback e controle
37
principais perguntas que uma organização deve fazer, a fim de estabelecer um planejamento
estratégico, segundo Aaker e Kuma (2004), são:
Qual deve ser nosso negócio? Especificamente, quais os produtos e serviços devemos
oferecer? Quais os segmentos de mercado devemos enfatizar? Quais canais a serem utilizados
para alcançar mercado?
Como vamos competir? A equipe gerencial deverá decidir por que o seu novo
negócio é melhor que dos meus concorrentes, e o que deverá ser feito para manter-se na
liderança.
Quais são os objetivos do negócio? Um objetivo é o resultado de desempenho
desejado, que pode (deve) ser monitorado e quantificado.
Para Aaker e Kuma (2004) é muito claro que os objetivos devem ser bem definidos em
um planejamento estratégico, a fim de não perderem o foco na estratégia. Eles devem ser
transmitidos para toda a organização de forma clara e segura, pois somente desta forma as
equipes entendem e se dispõem a mudar em busca de um novo objetivo, em busca de um
novo perfil pra a organização.
2.3.1.1 O papel do marketing no planejamento estratégico
Muitas empresas analisam seu planejamento estratégico juntamente com seu plano de
marketing. Há uma sobreposição entre a estratégia geral de uma empresa e estratégia de
marketing.
Levitt (1960) diz que a visão curta de muitas empresas as impede de definir
adequadamente suas possibilidades de mercado. Segundo esse autor, muitas empresas se
preocupavam demais com o produto em vez de se preocuparem com o cliente.
O conceito de marketing exige que a satisfação do cliente, mais que a maximização
dos lucros, seja a meta de uma organização (KOHLI, 1990). A organização deve estar voltada
38
para o cliente, buscando entender as necessidades dele e sua satisfação rápida e eficaz, de
maneira que seja benéfica tanto para o consumidor quanto para a empresa.
Kotler e Armstrong (1998) conceituam que o marketing observa as necessidades do
consumidor e a capacidade de satisfazê-las, e esses mesmos fatores guiam a missão e os
objetivos da empresa. O marketing oferece, primeiro, uma filosofia de orientação - o conceito
de marketing sugere que a estratégia da empresa deve concentrar-se em atender às
necessidades de importantes grupos de consumidores. Segundo Araújo (2003), o marketing
oferece subsídios que auxiliam os planejadores estratégicos a identificar oportunidades de
mercados atraentes e avaliar o potencial da empresa para tirar vantagem delas. Finalmente,
dentro das unidades individuais de negócios, o marketing deve definir estratégias para
alcançar os objetivos da unidade.
Esses autores complementam dizendo que os clientes são atraídos por promessas e
mantidos pela satisfação, e o marketing define a promessa e garante seu cumprimento.
Portanto, todas as funções de negócio devem caminhar juntas no processo de satisfação dos
clientes. Não existe por si só uma estratégia ou um plano de marketing que possa representar,
como um todo, a empresa e a idéia dos objetivos que a mesma quer atingir.
Kotler e Armstrong (1998) mencionam que as empresas que possuem clientes fiéis,
“clientes verdadeiros”, gastam menos em programas de marketing que as empresas que
possuem maior rotatividade de clientes. Estes mesmos clientes, espalham uma informação
favorável da empresa através do boca-a-boca e, muitas vezes, estão dispostos a pagar valores
superiores em decorrência dessa fidelização, por um serviço oferecido por essa empresa.
Estratégias de marketing, por sua relação com os clientes e com os mercados, têm um
papel fundamental na criação e sustentabilidade das vantagens competitivas. Assim, conforme
Varadarajan e Jayachandrn (1999), na confluência entre a estratégia corporativa, estratégia do
negócio (UEN) e estratégia funcional (como marketing), é determinado quanto um negócio
particular é capaz de alcançar e sustentar uma vantagem competitiva. Todavia, uma vantagem
competitiva sustentável é significante em estratégias de marketing somente quando os clientes
percebem uma diferença consistente em atributos importantes entre os produtos ou serviços
da empresa e os dos concorrentes (essa diferença sendo o resultado direto da lacuna de
aptidões entre a empresa e seus concorrentes) e, por fim, tanto a diferença em atributos quanto
39
a lacuna de aptidões podem perdurar pelo tempo. Para implantar tal perspectiva, recursos
devem ser concentrados naquelas áreas de atividade competitiva que oferecem a melhor
oportunidade para lucratividade contínua e retornos sobre os investimentos (JAIN, 2000).
Kotler e Armstrong (1998) concordam com os autores acima e complementam que a
empresa deve estar constantemente sob processo de avaliação. Saber o que o cliente deseja e
atender essas necessidades, analisar os concorrentes e procurar medidas que tornem
empecilhos que impossibilite de serem copiadas e vendidas. Os mesmos autores citam
perguntas como: “Quem são os nossos concorrentes?”, “Quais são os seus objetivos e
estratégias?”, “Quais são as suas forças e fraquezas?”, “Como eles reagirão às diferentes
estratégias competitivas que usarmos?”
2.3.2 Gestão de mudanças
As empresas modernas precisam sobreviver a uma crise que as rodeia, ameaçando-as e
testando a capacidade que detêm de combater seus desafios. Neste momento, percebe-se a
necessidade constante da avaliação e reavaliação das práticas empresariais. O autor adverte
que deste comprometimento com a reestruturação e mudança depende o prolongamento ou
não da existência organizacional (ARAÚJO, 2001).
As empresas que percebem esta realidade lançam mão de qualquer esforço que
possibilite vantagem competitiva. Compreendem a nova necessidade de se adequar ao novo
paradigma da qualidade. Sabem que os esforços empreendidos jamais devem terminar, e
estimulam a busca contínua de novas oportunidades (INDE, 2000, apud ARAÚJO, 2001).
Em todo o mundo, as empresas buscam profissionais que estejam preparados para as
incertezas do mercado atual. Aquele profissional que fazia tudo sozinho, que não acreditava
em equipes servia para o modelo do século passado. Para o autor, vive-se em um mundo em
que as pessoas formam suas opiniões através de vários rótulos evidentes no meio da
comunicação social. São regras, normas, condutas que prevêem aceitação, conformação e
proibições ou tabus. Conforme Araújo (2001) menciona, se as empresas desejam mudar, elas
40
devem iniciar com uma auto-avaliação começar a inovar processos, modificar os padrões,
estabelecer as normas e a partir disso, renová-las.
Para Kuhn (1997) (apud ARAÚJO, 2001), o paradigma é responsável pela coerência e
caracterização de determinado campo do conhecimento. Também promove modelos de
identificação e resolução de problemas. Ele orienta, que sempre haverá dois aspectos
inseparáveis e essenciais, os quais permitem seu desenvolvimento e garantem sua força e
superioridade. São eles:
• Suas realizações foram extremamente atraentes, de sorte que conquistaram
inúmeros seguidores;
• Suas realizações foram suficientemente abertas para deixar que toda a espécie de
problema seja resolvida pelo grupo detentor de idéias paradigmáticas vigentes.
Kuhn (1997) justifica, através disto, o fato de muitas pessoas, líderes, que após
estabelecerem seus padrões de qualidade, dificilmente conseguem perceber falhas,
enxergar vícios ou erros. Assim, não poderão visualizar alguma descoberta ou
inovação, apenas àquelas vinculadas aos seus paradigmas.
Bauer (1999) complementa dizendo que toda a teoria pregressa das organizações
chega ao esgotamento, fazendo com que haja quebra de paradigmas: “mais do que
classificarmos os ambientes como instáveis ou turbulentos, precisamos passar a assumir a
idéia de que neles só é capaz de sobreviver uma empresa também instável e turbulenta”.
Segundo esse autor, mais importante que considerar as mudanças que afetam a empresa, é
legitimar a mudança, no singular, como realidade única, e superar a idéia de uma realidade
sujeita a mudanças, no plural, que seria em essência estável.
Barros (1996) entende que as empresas no Brasil podem, com freqüência, ficar
defasadas por não investirem em aspectos cruciais da competitividade. Para o autor algumas
empresas realizam o tratamento de choque que deve ser muito bem assessorado, para que não
seja apenas uma mudança radical e acabe ocasionando um trauma organizacional e atrito
direto com a cultura da empresa. A mudança deve ser progressiva e bem planejada antes de
sua implantação. Os conceitos e valores levarão o tempo correto para implantação em cada
organização até serem totalmente incorporados.
41
Segundo Araújo (2003), o papel de um consultor no processo de mudança
organizacional é bastante importante, uma vez que ele exerce uma opinião externa, traz
realidades de outros concorrentes, podendo contribuir para um plano de melhorias na
empresa. Ele desempenha um papel determinante no aconselhamento, visando à gestão
organizacional, e no desenho de modelos de atuação da empresa quer seja no tratamento
estrutural, quer seja no tratamento de processos críticos.
Oliveira (1999) define a ação do consultor como um processo repleto de
interatividade, no qual um agente de mudança externo à realidade sob investigação assume a
responsabilidade de prestar auxílio, dar aconselhamento às pessoas envolvidas diretamente na
tomada de decisões.
Oliveira (1999) destaca o que seria a prática da consultoria no escopo da mudança
organizacional:
Processo: a consultoria constitui um conjunto de atividades, obrigatoriamente,
estruturadas e orientadas.
Interatividade: o consultor deve trabalhar em parceria com a empresa que será objeto
de seu estudo e diagnóstico.
Agente (externo) de mudanças: o consultor é um profissional que se encontra fora
dos limites da empresa. Ele é capaz de analisar e avaliar a performance da empresa por outro
prisma.
Responsabilidade assumida: o consultor, ao concordar em estudar a organização e
diagnosticar suas falhas, propondo soluções, coloca-se em posição de grande
responsabilidade. Se o diagnóstico levantado não for eficaz ele poderá comprometer o sucesso
de uma empresa.
Auxílio na tomada de decisões: o consultor não exerce poder de decisão exclusiva.
Seus aconselhamentos são levados à alta direção da empresa que decidirá o caminho a seguir.
42
Bauer (1999) escreve sobre gestão de mudanças baseadas em teorias conhecidas
como: a teoria do caos e complexidade. A área que mais sofre é a das aplicações financeiras,
pois é aquela que busca oportunidades para ganhar mais dinheiro. Os riscos são maiores que
qualquer outra área, trazendo um clima de desconforto e instabilidade. Um apropriado
entendimento dos comportamentos econômicos deve, então, abandonar o paradigma de
“equilíbrio”, procurando descrever e modelar as turbulências e as descontinuidades. Em
resumo, trata-se de abandonar a teoria neoclássica, toda lei desenvolvida pra retratar uma
realidade determinista. Para Mirowski (1989) (apud BAUER, 1999):
A economia neoclássica é fundamentalmente deficiente por basear-se em conceitos da física (...) de meados do século XIX, não levando em conta, em seu desenvolvimento subseqüente, a revolução por que passou essa disciplina no século XX. Em outras palavras, se os economistas não conseguem se libertar da “inveja física” , deveriam ao menos basear sua disciplina na física atual (MIROWSKI, 1989 apud BAUER, 1999).
Outro critério que as empresas devem avaliar é a mudança na gestão de recursos
humanos. Bailyn (1993) apud Bauer (1999) comenta que as empresas tratam as pessoas de
forma padronizada e impessoal. Os significados dos termos tempo e compromisso nas
organizações devem ser redefinidos. O tempo deveria ser desvinculado de expectativas de
fundo cultural, e considerado apenas em relação à atividade em si. Quanto ao compromisso,
longas horas de trabalho podem ser sinal de ineficiência em vez de engajamento. O
compromisso deveria ser definido não em termos da quantidade de tempo despendido ou da
lealdade, mas pela responsabilidade assumida na execução das tarefas, em relação aos
objetivos organizacionais.
Em suma, os autores buscam alertar as organizações para que elas se adaptem ao novo
modelo de mercado. Os padrões e regras que são estabelecidos, podem, quando levados
rigidamente a sério, impedir o crescimento da organização. Os paradigmas devem ser
quebrados. Aos profissionais das organizações, não basta simplesmente uma especialização,
devem entrar no mercado profissional sabendo que ele mudou e mudará. As empresas deverão
ter vários especialistas, em áreas distintas, a fim de criar maior diversificação, em busca de
mudanças e sobrevivência.
43
2.3.3 Avaliação de desempenho em serviços
Segundo Salomi e Miguel (2004), a importância cada vez mais acentuada do setor de
serviços exige a necessidade de empreender esforços para a mensuração da qualidade nos
serviços prestados. Um dos precursores nessa medição foi Grönroos (1984), que desenvolveu
um dos primeiros modelos para a mensuração da qualidade em serviços.
Para Abreu, Spinelli e Zanardi (2003), a avaliação de desempenho deve concentrar-se
na liderança que ajuda as pessoas. Essa avaliação ou classificação por mérito não deve apenas
focar o produto final. Um administrador que apenas se baseia no produto final se transforma,
na realidade, em administrador de defeitos, pois não leva em conta os problemas das pessoas.
Mais tarde, Parasuraman et al. (1995) propuseram a medição de qualidade de serviço,
baseado no modelo de Oliver (1980). Em seguida, Parasuraman et al. (1998)
complementaram seu modelo com um instrumento denominado SERVQUAL, baseado na
avaliação de dimensões da qualidade para serviços. A partir de então, vários autores têm se
dedicado a esse campo de pesquisa, seja aperfeiçoando os modelos existentes, propondo
outros modelos ou comparando-os.
A literatura apresenta seis modelos para a avaliação da qualidade em serviços:
• Modelo de qualidade de serviço
O modelo proposto por Grönoos (1984) considera a qualidade percebida de um serviço
como função do serviço esperado e do serviço percebido, incluindo um terceiro fator chamado
de imagem da empresa. O cliente ao experimentar o serviço faz sua avaliação das dimensões
de cunho técnico e funcional. A dimensão que é o resultado daquilo que é recebido durante
um serviço é denominada de “qualidade técnica”.O nível de desempenho observado de forma
subjetiva, na maneira como o serviço é prestado é denominado de “qualidade funcional”.
Após aplicação de um questionário em diversas empresas prestadoras de serviços distintos,
observou-se que: a interação entre vendedor e comprador é mais importante que as atividades
de marketing.
44
Esse modelo entende que a imagem da empresa pode ser considerada como uma
dimensão da qualidade, por meio da qual os clientes formam seu conceito da empresa e têm
suas expectativas influenciadas por este conceito.
• Modelo Gap e instrumento SERVQUAL
Parasuraman et al. (1985) propuseram a medição de qualidade de serviço, baseados no
modelo de satisfação de Oliver (1980), afirmando que a satisfação do cliente é uma função da
diferença entre expectativa e desempenho. Assim a avaliação Q, de um serviço pelos clientes
em relação a uma dimensão i é feita pela diferença entre sua expectativa E, e a sua percepção
sobre o serviço D.
Equação 1: Qi = Di –Ei
O Gap, ou diferença entre a expectativa e a percepção de desempenho, além de ser
uma medida de satisfação do cliente, também seria uma medida da qualidade do serviço em
relação a uma dimensão específica.
Segundo o modelo exemplificado na Figura 4, o Gap 1 compreende a discrepância
entre a expectativa do cliente e a percepção gerencial. O Gap 2 consiste na discrepância entre
a percepção gerencial e as expectativas dos clientes com as especificações da qualidade dos
serviços. O Gap 3 exprime a discrepância entre os padrões e especificações da empresa e o
que realmente é fornecido ao cliente. O Gap 4 considera a discrepância entre a promessa
realizada pelos meios de comunicação e o que realmente é fornecido. Por fim, o Gap 5
consiste na discrepância entre expectativa do cliente e a sua percepção do serviço.
Com base nas dez dimensões da qualidade, esses autores desenvolveram um
instrumento chamado SERVQUAL, que é um questionário. Nesse questionário são abordadas
as diversas ocorrências de satisfação por meio dos Gaps.
45
Comunicação interpessoal
Experiência passada Necessidades pessoais
Tradução de percepções da
qualidade do serviço
Comunicação externa aos clientes
Entrega do serviço incluindo contatos
Percepção do serviço
Expectativa do serviço
GAP 3
GAP 2
GAP 5
GAP 1
Percepção gerencial das expectativas dos
clientes
GAP 4
Figura 4: Modelo Gap de qualidade dos serviços
Fonte: PARASURAMAN et al., 1985.
Os autores Parasuraman et al. (1985) observam que, neste modelo, a análise de cada
Gap no contexto gerencial exerce um papel na melhoria dos serviços. No contexto do cliente,
mostra como ele faz suas avaliações da qualidade através de eventos da satisfação par cada
um dos itens que compõem as dimensões da qualidade. O cliente tem uma ou mais
expectativas referentes ao serviço prestado. A formação da expectativa tem como base três
pontos principais: a comunicação interpessoal, necessidades pessoais e experiência passada,
em uma contínua inovação, conforme Figura 5.
Parasuraman et al. (1995) dizem que, neste modelo de avaliação, a qualidade de
serviços observável ou perceptível é conceituada como um julgamento global, enquanto que a
satisfação é relacionada a um fato ou transação específica.
46
Determinantes da qualidade em serviços
1. acessibilidade
2. comunicação
3. competência
4. credibilidade
5. confiabilidade
6. cortesia
7. presteza
8. segurança
9. aspectos
tangíveis
10. compreensão e conhecimento
Comunicação interpessoal
Necessidades pessoais
Expectativa do serviço
Experiência passada
Serviço percebido
Qualidade perceptível do serviço
• Modelo percepção-expectativa
Brown e Schwartz (1989) também propuseram um modelo de avaliação da qualidade
em serviços baseado no modelo de Oliver (1980), onde a avaliação do serviço poderia ser
expressa pela Equação 2:
Equação 2: Qi = Ei -Di
Di = f (Dj), to<t1
Onde:
Di = Medida de percepção de desempenho para característica i do serviço, em um
momento t1.
Ei = medida da expectativa de desempenho para característica i do serviço.
Qi = avaliação da qualidade do serviço em relação à característica i.
Figura 5: Determinantes da qualidade dos serviços
Fonte: PARASURAMAN et al., 1985.
47
Dj = Medida da percepção de desempenho para característica i do serviço em situações
anteriores à avaliação Di.
Os gaps ou discrepâncias propostas foram:
Gap 1 = percepção do desempenho do profissional julgado pelo cliente.
Gap 2 = percepção do profissional em relação à expectativa do cliente.
Gap 3 = percepção do profissional em relação ao desempenho julgado pelo cliente.
• Modelo de avaliação de serviço e valor
Bolton e Drew (1991) propuseram um método de avaliação envolvendo o valor a ser
pago pelo serviço como parte do comportamento do cliente. Esses autores sugerem um
modelo em que expectativas, desempenho percebido e não-confirmações das expectativas são
antecedentes da satisfação.
Figura 6: Modelo para a qualidade de serviços
Fonte: BROWN e SWARTZ, 1989.
Expectativa do serviço
Serviços
Percepção do serviço
Percepção do profissional relativa à expectativa do cliente
Percepção do profissional relativa à percepção do cliente
GAP 3
GAP 1
GAP 2
48
• Modelo SERVPERF
Cronin e Taylon (1992) desenvolveram um modelo baseado somente na percepção de
desempenho de serviços. Esses autores discordam dos demais, dizendo que a qualidade não
deve ser medida baseada no modelo de Oliver (1980), ou seja, através das diferenças entre
expectativa e desempenho, mas somente pelo desempenho. Conforme a Equação 3:
Equação 3: Qi = Di
Onde:
Qi = Avaliação da qualidade do serviço em relação à característica i.
Di = valores de percepção de desempenho para a característica i.
• Modelo de desempenho ideal
Teas (1993), em seu trabalho empírico, testa quatro modelos, classificando-os como
ponderados e não-ponderados, pela importância de cada atributo, empregando os mesmos
itens do modelo SERVQUAL para as dimensões da qualidade.
A pesquisa de Teas (1993), apesar de utilizar um conjunto limitado de itens da escala
SERVQUAL e não abranger todos os setores de serviços, aponta para o modelo de
desempenho ideal como o mais representativo da satisfação do cliente, intenção de recompra
e preferências de compra.
Em suma, os modelos de avaliação de desempenho descritos apontam um aspecto
muito importante quanto à generalização das dimensões para todos os tipos de serviço. Sendo
que ainda há opiniões contrárias à generalização das cinco dimensões da qualidade e a
influência de cada uma destas dimensões na percepção de qualidade, considerando diversos
tipos de serviço. Assim, o ideal para uma avaliação seria identificar o tipo de serviço e aplicar
o modelo ou os critérios de avaliação que sejam pertinentes a esse serviço.
Teixeira (2000) argumenta que não há um modelo ideal para avaliação dos serviços de
nutrição, pois a nutricionista deve oferecer aos clientes a oportunidade de analisar os vários
aspectos que envolvem o funcionamento dos serviços de alimentação em relação às suas
expectativas. Para atingir esse propósito é preciso que seja definido, durante o planejamento,
49
o parâmetro que mede o grau de satisfação do cliente. O referido parâmetro precisa estar
correlacionado às condições de trabalho oferecidas ao profissional nutricionista baseado em
pesquisa de marketing.
2.3.4 Benchmarking
Segundo Camp (1998), os métodos tradicionais de fixação de metas falharam com os
gerentes dos Estados Unidos, deixando-os expostos à concorrência. Somente a abordagem do
estabelecimento de metas operacionais e programas de produtividade com base nas melhores
práticas da indústria conduzem ao desempenho superior. Esse processo, cada vez mais usado
nas empresas americanas, é conhecido como benchmarking.
Para Leibfried e McNair (1994), a maioria das pessoas, ao pensar sobre o
benchmarking, procura nos concorrentes de seu setor idéias de melhoria. De fato, muitas
pessoas insinuam que o benchmanrking não é um conceito novo, mas uma elaboração das
técnicas de avaliação competitiva nascida nos anos 50. A essência do benchmarking moderno
não está na exortação “conheça o teu inimigo”. Pelo contrário, o foco volta-se para os
processos adotados pelos concorrentes, além das tendências do setor, para identificar
oportunidades de constante melhoria e não na redução de preços. Portanto, benchmarking é
gerador de ação, e não uma simples comparação da posição de sua empresa com seus
concorrentes diretos. O benchmarking competitivo e setorial fornece os detalhes para que a
empresa possa alcançar, e após ultrapassar, as empresas que estão competindo pelos seus
investidores e lucros.
No ano IV A.C., Sun Tzu (apud CAMP, 1998, escreveu: “se você conhecer seu
inimigo e a si mesmo, não precisará temer o resultado de cem batalhas”. Esta idéia serve para
ilustrar o caminho do sucesso em todos os tipos de situações de negócios. A base do
benchmarking é assegurar a probabilidade do sucesso, utilizando quatro passos básicos
fundamentais:
50
• Conheça sua operação
Avaliar as forças e fraquezas da operação externa.Analisar o que os concorrentes estão
avaliando e tirar proveito disso. Se não são conhecidas as forças e fraquezas da operação, não
poderá ter defesa.
• Conheça os líderes da indústria ou concorrentes
Da mesma forma, a empresa somente estará preparada para diferenciar suas
capacidades no mercado se conhecer as forças e fraquezas dos concorrentes. Saber as
melhores práticas dos lideres funcionais que assegurarão a superioridade.
• Incorpore o melhor
Aprenda com os líderes de outras empresas e com seus concorrentes.Se eles são fortes
em determinadas áreas, descubra por quê? Encontre as melhores práticas onde quer que elas
existam e não hesite em copiá-las ou modificá-las em suas operações.
• Conquiste superioridade
Se as melhores práticas forem investigadas cuidadosamente, e a partir dessa
investigação aplicar aquelas que apresentaram resultado maior, então, foram aproveitadas as
forças existentes. Após deve-se aplicá-las, corrigindo as fraquezas e estando preparado para
conquistar ou manter-se no mercado.
Leibfried e McNair (1994) dizem que o benchmarking baseia-se na filosofia da
melhoria contínua, onde se identificam lacunas no desempenho e oportunidades de
aperfeiçoamento, lançando uma nova maneira sobre métodos antigos. O benchmarking
normalmente resultará em mudanças, pois sempre haverá oportunidades para melhorias dentro
de uma empresa. Assim, o objetivo predominante do benchmarking é identificar a melhor
prática, criando valor, ajudando a priorizar as oportunidades de melhoria, aumentando o
desempenho em relação às expectativas do cliente e evitando o tradicional ciclo de mudanças.
Esses autores citam que existem fatores desencadeadores do benchmarking, como:
programas de qualidade, processo de redução de custos/orçamento, tentativa de melhorar as
51
operações, mudanças de gerência, novas operações/novos empreendimentos, revisão das
estratégias existentes e ataques competitivos/ crises.
Camp (1998) complementa dizendo que o benchmarking bem-sucedido se baseia no
atingimento de vários fatores e comportamentos gerenciais importantes. As empresas não
devem esquecer que sempre podem e devem aprender com as experiências de outras. Ele
afirma que a gerência deve se comprometer a tomar decisões difíceis para basear as metas
operacionais em uma visão de comum acordo do ambiente externo. A medição dos resultados
e do ambiente externo deve ser constante, verificando o cumprimento das metas pra atingir
superioridade (vantagem competitiva) em relação aos concorrentes.
Pode-se entender os fatores determinantes para que ocorra o benchmarking através da
Figura 7.
Figura 7: Forças que puxam o benchmarking
Fonte: ZAIRI apud ARAÚJO, 2003.
Para Araújo (2003), o benchmarking é uma abordagem de gestão organizacional que
conduz à excelência, utilizando procedimentos de investigação, que reúnem e adaptam as
respostas encontradas na organização. Discorda de Camp (1998) no que diz respeito a copiar a
idéia do concorrente, Araújo (2003) busca a inovação. Toda a empresa precisa educar seu
Capacidade construção benchmarking
Cultura de melhora contínua e aprendizado
Obsessão com a gestão da qualidade
Vantagem tecnológica
Processos bem sintonizados e geração otimizada de valor
Trabalho paralelo e cultura baseada no trabalho em equipe
Criatividade e inovação
52
corpo funcional a participar de projetos e estimulá-lo a propor novas investigações. A parceria
esclarecida é um dos melhores caminhos para a permanência saudável no mercado.
2.3.5 Pesquisa de marketing
As empresas que buscam excelência em seus serviços, satisfazer seus clientes e obter
vantagem sobre seus concorrentes, não podem esquecer de ouvir os seus clientes. A pesquisa
de marketing voltada mais para o cliente interno, juntamente com o benchmarking (mercado
externo), abordado no capítulo anterior, são ferramentas que determinam e quantificam
ameaças e oportunidades dentro de uma organização, facilitando o processo de melhoria.
Para Delevatti (2003), o marketing começa a partir da definição das necessidades dos
clientes por meio de pesquisas. As informações obtidas no mercado são levadas para dentro
da empresa, e são trabalhadas no sentido de que o produto ou serviço a ser desenvolvido
satisfaça essas necessidades. Porém Levitt (1960) lembra que às vezes as pesquisas não
revelam as preferências dos consumidores, porque podem estar investigando o que a empresa
já decidiu ofertar a este consumidor.
Definindo pesquisa de marketing, Kotler e Armstrong (1998) afirmam que ela serve
como um instrumento que liga o consumidor, o cliente e o público ao profissional de
marketing através das informações. Os pesquisadores de marketing dedicam-se a uma grande
variedade de atividades, entre elas; estudos sobre o potencial e a participação do mercado até
a avaliação da satisfação do cliente e seu comportamento de compra, e estudos sobre as
atividades de apreçamento, produto, distribuição e promoção.
A pesquisa de marketing é essencial para a obtenção de respostas a três questões –
chaves sobre diferenciação: Quais são os atributos do produto ou serviço que agregam valor
para o consumidor? Quais são os atributos mais importantes? Como nos comparamos com a
concorrência? Para Aaker, Kumar e Day (2004) os atributos de valor vão muito além das
características físicas, englobando as atividades de apoio e sistemas de distribuição e serviços,
que tornam o produto valorizado. Por exemplo, no mercado hoteleiro, os atributos mais
53
importantes são a confiança no sistema de reservas, garantir um bom equilíbrio custo-
benefício e a qualidade e facilidade de hospedagem.
Embora a pesquisa seja realizada para gerar informações, os administradores
geralmente não as utilizam apenas para resolver problemas. Os fatores que influenciam a
decisão de um administrador em utilizar as informações obtidas em uma pesquisa são:
• qualidade da pesquisa;
• conformidade com as expectativas prévias;
• clareza da apresentação;
• aceitação política dentro da empresa;
• desafio ao status quo.
Seggev (1982) diz que, na prática, uma pesquisa de marketing pode ser dividida em
três categorias principais:
1. Pesquisa programática: é realizada para desenvolver opções de marketing através
da segmentação de mercado, análises de oportunidades e estudo das atitudes do
consumidor e uso dos produtos.
2. Pesquisa seletiva: é utilizada para testar diferentes alternativas de decisão, teste de
propaganda, pré-teste de mercado e teste de mercado.
3. Pesquisa avaliativa: é realizada para julgar o desempenho dos programas
incluindo-se o retorno trazido pela publicidade, avaliação da satisfação dos
consumidores com a qualidade dos produtos.
Um sistema se informações (SI) é uma estrutura interativa e contínua de pessoas,
equipamentos e procedimentos projetada para coletar, classificar, analisar, avaliar e distribuir
informações pertinentes em tempo hábil aos tomadores de decisão. Enquanto que a pesquisa
de marketing preocupa-se com o conteúdo das informações e como obtê-las. O SI preocupa-se
com o gerenciamento do fluxo de dados provenientes de diversos projetos. Um sistema de
apoio às decisões é necessário para que recupere os dados, transformando-os em informações
utilizáveis e as distribua entre os usuários (AAKER; KUMAR; DAY, 2004).
54
O processo de pesquisa de marketing, para Kotler e Armstrong (1998), pode ser
simplificado através da Figura 8.
Figura 8: O processo de pesquisa de marketing
Fonte: KOTLER e ARMSTRONG, 1998.
Já para Aaker, Kumar e Day (2004) o processo da pesquisa de marketing dá-se a partir
de etapas representadas como respostas a perguntas-chave para o entendimento desta
pesquisa. Para sabermos a verdadeira necessidade de elaborar-se uma pesquisa de marketing
pra determinado assunto, deve-se fazer as seguintes perguntas:
Por que fazer uma pesquisa de marketing?
É preciso coletar dados que identifiquem e classifiquem as necessidades atuais do
mercado e clientes.
Que pesquisa deve ser realizada?
Neste ponto, o propósito da administração deve ser traduzido em objetivos, que
mostrarão aos pesquisadores exatamente que perguntas precisam ser respondidas por meio do
projeto.
Vale a pena realizar a pesquisa?
Analisar se o valor das informações que esta pesquisa trará é superior ao seu custo e se
a resposta for positiva aplicá-la.
Como a pesquisa deve ser projetada para alcançar seus objetivos?
Pensar nos dados, na forma da coleta, quais fontes. Se esses itens forem seguidos os
objetivos da pesquisa serão alcançados.
Definição do problema e dos objetivos da pesquisa
Interpretação e apresentação dos resultados
Implementação do plano de pesquisa e análise dos dados
Desenvolvimento do plano da pesquisa para a
coleta de informações
55
O que faremos com a pesquisa?
Após, levantados os dados, pensar como eles serão analisados, interpretados e
utilizados de maneira correta. Não adianta apenas coletar, é preciso fazer uma análise
minuciosa dos dados a fim de dar precisão dos resultados da pesquisa.
Realizar uma boa pesquisa de marketing é bastante decisivo, pois a empresa tem que
ter claramente o objetivo pelo qual ela está se propondo a realizar uma pesquisa de marketing.
Após obter os resultados, ela terá que tomar decisões que poderão acarretar em simples ou em
difíceis ações para a empresa. Sendo assim, o sucesso da pesquisa de marketing depende da
alta gerência e da escolha das ações a serem tomadas a partir dos resultados levantados. Por
receio, muitas vezes, a alta gerência evita mudanças radicais, tornando a pesquisa uma
ferramenta burocrática e não efetiva.
3 CENÁRIO E MODELO PROPOSTO
Este capítulo descreve o ambiente de trabalho e o diagnóstico que foi realizado junto
ao HMV. O diagnóstico realizado contemplou a análise dos cenários interno e externo. Essa
análise é importante para orientar a elaboração de um plano de melhorias, que será objeto do
capítulo 4.
O trabalho foi conduzido por uma equipe técnica, formada por funcionários do próprio
HMV, em conjunto com uma consultoria externa, especializada em gestão em gastronomia.
Após a realização dos diagnósticos interno e externo, a equipe de trabalho classificou os
elementos que poderiam sofrer mudanças, através da identificação de oportunidades. As
oportunidades foram avaliadas utilizando uma matriz de priorização, que serviu de base para
o planejamento das melhorias.
Figueiredo et al. (2005) afirmam que uma organização precisa desenvolver um modelo
de avaliação de desempenho que forneça informações necessárias e atuais, por isso esta
avaliação deve ser contínua. Esse sistema de medição de desempenho coleta informações
sobre o ambiente interno e externo da organização, utiliza informações comparativas que
permitem avaliar o desempenho dos processos em relação aos padrões externos e internos,
utiliza mecanismos que fornecem relações de causa e efeito entre os indicadores e fornece
informações quantitativas e qualitativas relevantes.
3.1 Descrição do Cenário Atual do Hospital Moinhos de Vento
O Hospital Moinhos de Vento, situado na Rua Ramiro Barcelos, em Porto Alegre, foi
inaugurado em 02 de Outubro de 1927. Sua capacidade instalada é de 319 leitos. O hospital
conta com 1300 colaboradores diretos, 500 colaboradores parceiros e 3500 médicos
credenciados. Desde 1991, a instituição implantou o Projeto de Assistência Integral. A
Assistência Integral® está fundamentada nas origens do Hospital e seu estilo, assistir ao
paciente em todos os aspectos, continuamente, privilegiando o saber científico, a ordem, a
57
limpeza, a responsabilidade, a privacidade e a personalização da atenção ao paciente e
familiares.
Conceitualmente, segundo Weber e Demeneghi (1997),
Assistência Integral® é um sistema de atendimento hospitalar que define procedimentos e cuidados ao paciente como um conjunto de ações multiprofissionais integradas em um único fluxo, cujo objetivo é suprir necessidades, além de acolher e engajar o paciente individualmente, com resultados que se concretizam junto ao leito (WEBER e DEMENEGHI, 1997, p. 14).
As atividades do Corpo Clínico, Médicos Contratados, Clínica Pastoral, Enfermagem,
Farmacêuticos, Fisioterapeutas e Nutricionistas constituem os pilares de sustentação para
atingir a qualidade desejada. Com os profissionais integrados, consegue-se discutir todos os
aspectos relevantes e somar esforços nos cuidados ao paciente e atenção extensivo aos
familiares.
O processo de alimentação institucional, considerando a missão institucional de
promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas, estende este cuidado aos familiares,
visitantes e médicos por meio de um serviço de restaurante e cafeteria. A instituição mantém
esse serviço como autogestão desde 1994, com objetivo de estender o conceito de Assistência
Integral, a todas as pessoas que acessam a instituição. Este serviço está edificado em área
nobre, junto ao jardim e com muitos pássaros, formando um conjunto harmonioso entre a
natureza e a atenção das pessoas.
No organograma, o restaurante e a cafeteria estão sob a responsabilidade da
Superintendência Assistencial, Gerencia Assistencial e Supervisão de Alimentação e
Nutrição. Essa Supervisão é responsável pela nutrição clínica e ambulatorial, produção de
alimentos normal e especial (dietoterapia e lactário), restaurante dos colaboradores, e setor
comercial. O restaurante e cafeteria são liderados por um Nutricionista e seu quadro funcional
é constituído de 24 colaboradores. O serviço oferecido é composto por buffet do desjejum aos
acompanhantes que pernoitam com o paciente, buffet do almoço e café da tarde, serviço à la
carte, além do serviço de cafés especiais e lanches. Mantém atendimento no local, das 7 às 22
horas, e nos quartos, durante as 24 horas. O serviço oferece uma estrutura com capacidade
para 46 lugares.
58
A edificação de um novo espaço para esse serviço justifica-se pelo momento de
ampliação da instituição com oferta de novos serviços, que atendam as necessidades dos
clientes atuais e contribuam na captação de novos clientes, que buscam qualidade nos
serviços, conforto e confiança. O trabalho foi conduzido com o intuito de esboçar o novo
perfil do serviço de alimentação para o hospital. Abrangendo os serviços de restaurante e
cafeteria, doravante denominado Bistrô Moinhos.
3.2 Modelo Proposto
Foi proposto um modelo de pesquisa e avaliação para identificar as oportunidades de
mehorias que poderiam ser observadas nos serviços de alimentação do HMV.
Estas etapas podem ser claramente identificadas conforme o fluxograma da Figura 9.
Figura 9: Etapas do modelo proposto
Fonte: Elaborado pela autora.
3.2.1 Diagnóstico interno
Através da pesquisa de satisfação do HMV, conhecida como Olho Clínico, foram
identificadas as principais características dos serviços de alimentação do hospital. Nesta
pesquisa, os clientes relatam suas principais queixas e elogios. Após uma análise qualitativa e
DIAGNÓSTICO INTERNO
DIAGNÓSTICO EXTERNO
SISTEMATIZAÇÃO DAS
OPORTUNIDADES DE MELHORIA
IMPLANTAÇÃO DAS AÇÕES
PLANO DEMELHORIAS
AVALIAÇÃO DO SERVIÇO
59
quantitativa dos resultados, foi possível organizar os principais atributos de qualidade para os
serviços de alimentação do HMV.
3.2.2 Diagnóstico externo
Os serviços de alimentação do HMV buscam a excelência através de uma estratégia de
diferenciação. Para identificar os aspectos relevantes na prestação deste tipo de serviço a
equipe de trabalho empreendeu uma pesquisa de mercado. O objetivo desta pesquisa era
conhecer o que os outros hospitais, fora do cenário de Porto Alegre, estavam desenvolvendo
ou como eram os serviços ofertados nesses locais.
Assim, foi feito um benchmarking contemplando os principais hospitais de São Paulo,
juntamente com alguns restaurantes comerciais. Os principais atributos observados foram:
atendimento, qualidade da refeição, horários de atendimento, apresentação dos pratos e layout
da estrutura física dos locais.
3.2.3 Sistematização das oportunidades de melhorias
A partir das pesquisas de satisfação são retirados e classificados os atributos de qualidade
que podem ou devem sofrer modificações. A matriz de priorização auxilia nesta estratificação
em que cada atributo identificado nas pesquisas é comparado com os aspectos mais relevantes
para o projeto. Desta forma estes atributos são avaliados utilizando uma escala de 1 a 9, onde 1
implica em nenhum relacionamento e 9 implica em um relacionamento muito forte.
3.2.4 Plano de melhorias
Nesta etapa são classificados os elementos que serão objetos de melhorias. Para cada
atributo são listadas ações de melhoria. Normalmente as ações estão direcionadas para os
60
atributos que foram classificados como prioritários na matriz de priorização. Em alguns
projetos todos os atributos sofrem ações de melhorias.
As ações de melhoria são definidas e seguem um cronograma de atividades que
distribui as atividades aos envolvidos no projeto. Neste caso, administrador, equipe técnica,
consultoria e gerência. Esta etapa deve ser planejada com muito cuidado, evitando atrasos e
falhas na execução do projeto.
3.2.5 Implantação das ações
Após definidas as principais ações de melhoria, e identificados os atributos a serem
priorizados, estas ações são implantadas. Nesta etapa cada responsável executa as ações. São
realizadas reuniões periódicas a fim de padronizar as atividades que vão sendo implantadas,
assim todos participam e conseguem identificar possíveis falhas no processo que podem ser
resolvidas ainda no começo.
Também são definidos os principais produtos e serviços que serão implantados Os
treinamentos com a equipe técnica e funcionários deve ser constante nesta etapa, pois a
padronização de produtos e serviços exige constante aperfeiçoamento.
3.2.6 Avaliação dos resultados
A avaliação dos resultados após a implantação do projeto é de total relevância, uma
vez que expressa numericamente a satisfação ou insatisfação do modelo proposto. O período a
ser implantada a nova pesquisa deve ser definido pelos autores do projeto, podendo ser uma
pesquisa tanto quantitativa quanto qualitativa. Esta reavaliação do serviço serve como base
para futuras ações de melhorias que poderão ser implantadas, mantendo-se, assim os níveis de
satisfação.
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
São apresentadas as etapas do modelo proposto discutindo os resultados apresentados
em cada etapa.
4.1 Diagnóstico Interno
Foram analisadas pesquisas internas de satisfação dos clientes nos anos de janeiro de
2003 até junho de 2004, sendo quatro avaliações no ano de 2003 e duas em 2004. A análise
foi quantitativa através de um questionário com perguntas diretas, mas também contemplava
uma questão qualitativa, onde era sugerido ao cliente fazer um comentário, reclamação ou
elogio. A finalidade da questão qualitativa foi descobrir e classificar novos atributos de
qualidade valorizados pelos clientes e, a partir destes, estabelecer um plano de melhorias. A
Figura 10 apresenta os resultados da análise das questões quantitativas.
A análise quantitativa contemplou 3592 questionários, onde foram encontrados os
resultados de satisfação. Os resultados apresentados neste trabalho correspondem a média das
respostas, as quais foram quantificadas utilizando a seguinte escala discreta: péssimo = zero
(0), ruim = (25), regular = (50), bom = (75) e excelente = (100). As médias obtidas estão
apresentadas no eixo y da Figura 10. Além dos dados médios, correspondentes ao período
2003 e 2004, é importante analisar as variações ocorridas nesse período. A Tabela 2 apresenta
os dados desdobrados por ano.
62
82,90%
85,16%86,70%86,25%86,55%
92,60%
95,20%
90,41%
81,97%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
agilidade no
atendimento
cortesia
higiene
qualidade no
buffet do
almoço
qualidade no
buffet do
café da
qualidade no
buffet do
café da tarde
qualidade
dos lanches
temperatura
dos
alimentos
variedade
dos
produtos
Figura 10: Dados médios da pesquisa de satisfação de 2003 e 2004
Fonte: Documento HMV, 2005.
A variação dos resultados referentes aos anos de 2003 e 2004 foi relevante, revelando
um declínio nas médias encontradas de um ano para o outro, a pesquisa foi considerada
confiável. A partir dela foram enumerados os pontos fortes e fracos no atendimento vigente
nos SA do HMV. Os serviços mais bem avaliados compreenderam Cortesia, Higiene e
Qualidade do Buffet do almoço. Por outro lado, os atributos que receberam pontuação
relativamente menor foram: Agilidade no Atendimento e Variedade dos produtos (Tabela 2),
sendo que sobre esses aspectos foi fundamentado o presente trabalho.
63
Tabela 2: Resultados da pesquisa de satisfação nos anos de 2003 e 2004
Atributos Média
2003
Média
2004
Desvio
padrão
Diferença
significativa
Agilidade no atendimento 83,3 80,65 -3 Sim
Cortesia 93,57 87,25 -6 Sim
Higiene 95,2 90 -5 Sim
Qualidade no buffet do almoço 90,05 83 -7 Sim
Qualidade no buffet do café da manhã
86,75 85,75 -1 Não
Qualidade no buffet do café da tarde 87,15 86,26 -1 Não
Qualidade dos lanches 90,8 83,85 -7 Sim
Temperatura dos alimentos 86,7 84,15 -2 Sim
Variedade dos produtos oferecidos 85,5 80,3 -5 Sim
Fonte: Pesquisa de satisfação HMV, 2004.
4.2 Diagnóstico Externo
Foram visitados 3 (três) hospitais em São Paulo a fim de identificar as principais
inovações nos SA nestes locais. A partir disto aplicá-las, se possível, no novo serviço
proposto.
Hospital Sírio Libanês
Possui um restaurante denominado “Solarium” que está localizado na cobertura do
hospital. Este restaurante é gerenciado por uma técnica de nutrição juntamente com uma
consultora de gastronomia que atua permanentemente no local. Pode-se dizer que deixa de ser
apenas uma consultora, mas sim uma assessora em tempo integral, pois repassa todos os seus
conhecimentos para a técnica de nutrição. Trabalham com uma equipe de 34 funcionários.
64
Oferece um serviço de buffet bastante variado, com boas carnes e vegetais frescos,
além de uma excelente variedade de grãos. Através do cardápio estabelecido, a consultora de
gastronomia buscou atender um público vegetariano.
A área física é separada em dois ambientes com buffets distintos. Possui a opção dos
médicos fazerem suas refeições separadamente do público externo (acompanhantes dos
pacientes e visitantes), pois muitas vezes os médicos querem relaxar depois de realizado
algum tipo de procedimento e para isso não querem ser incomodados por algum parente ou
amigo do paciente em questão ou talvez de outro caso. Possuem cozinha no local, o que
facilita muito quanto a agilidade no serviço. Os materiais utilizados (balcões dos buffets,
talheres, pratos) são de altíssima qualidade. Quanto ao atendimento, observaram-se garçons
muitos bem treinados, pró-ativos e atenciosos. O horário de atendimento é das 7h às 20h.
Hospital Osvaldo Cruz
O Hospital Osvaldo Cruz possui mais de um estabelecimento de serviços de
restaurante e cafeterias que estão distribuídos em pontos estratégicos de maior fluxo. Possui
um restaurante reservado para os médicos. Junto a este restaurante, possuem o que chamam
de “estar médico”, que agrega um restaurante com uma sala de televisão, jornais, computador
em um ambiente de extremo conforto.
O restaurante possui um serviço de buffet com bastante variedade. Todas as
preparações são realizadas na cozinha do restaurante, proporcionando uma qualidade dos
alimentos quanto a tempo e temperatura. Os materiais, talheres, pratos, copos são
personalizados e de alta qualidade. O ambiente oferecido é muito bonito e confortável. Os
layouts dos restaurantes e da cafeteria foram desenvolvidos a fim de facilitar o fluxo na
distribuição e reposição dos alimentos.
As cafeterias estão distribuídas nos andares do hospital e uma no térreo. São
personalizadas e distintas, porém, mantêm o mesmo tipo de qualidade no atendimento e
serviço. Estas cafeterias e restaurantes são administradas por um a supervisora geral dos
serviços de alimentação, formada em nutrição, juntamente com uma equipe treinada para
atender estes estabelecimentos.
65
Quanto aos horários de atendimento, variam conforme demanda. Restaurantes
somente ao meio dia. Cafeteria das 7h às 23h e serviço nos quartos atendimento 24h.
Hospital Albert Einstein
O HMV buscou informações em hospitais que fossem gestores do seu próprio negócio
nos serviços de alimentação e no caso deste hospital, Albert Einstein, ficou descartado, pois
este serviço é terceirizado. De qualquer forma, foi feita a análise das instalações, fluxo do
serviço e variedades dos pratos. Mas fica evidente que o restaurante e cafeteria não são uma
extensão do hospital. O que o HMV procura é que os serviços de alimentação sejam uma
extensão dos principais valores estabelecidos no corpo clínico.
4.3 Sistematização das Oportunidades de Melhoria
Os atributos foram retirados das principais pesquisas de satisfação já aplicadas nos SA
do hospital, e após foram classificados em uma matriz de priorização. Essa matriz foi
utilizada para ajudar a identificar sobre quais atributos deveriam se concentrar as ações de
melhoria. Para a priorização dos atributos, foram considerados quatro aspectos: satisfação do
cliente, suporte para implantação de melhorias, vinculação com as metas da empresa e
impacto financeiro. A importância desses quatro aspectos foi pontuada de acordo com a
opinião da equipe de trabalho (ver valores no cabeçalho das colunas da Tabela 3). O
relacionamento entre os atributos e aspectos, por sua vez, foi avaliado utilizando uma escala
de 1 a 9, onde 1 implica em nenhum relacionamento e 9 implica em relacionamento muito
forte (ver interior da tabela 3). Os resultados da priorização são mostrados na Tabela 3.
Assim, foi definida que as principais ações de melhoria deveriam ser voltadas para o atributo
estrutura física. Além disso, as ações de melhorias foram definidas em consonâncias com as
estratégias do hospital. Assim, as premissas foram definidas pela alta gerência, com o apoio
da equipe de trabalho.
66
Tabela 3: Matriz de priorização dos atributos de qualidade
PRINCIPAIS
ATRIBUTOS
10 8 9 6
TOTAL Impacto no aumento da satisfação de clientes
Suporte de consultoria e da alta gerência
para desenvolvimento do projeto
Projeto vinculado às metas da empresa
Impacto financeiro do projeto
1. Estrutura física (instalações)
9 9 6 9 270
2. Qualidade e variedade dos produtos
9 6 9 6 255
3. Horários de atendimento
6 6 9 3 207
4. Agilidade no atendimento
9 6 6 1 198
5. Cortesia 9 1 9 3 197
Fonte: Elaborado pela autora.
Após os diagnósticos interno e externo, a equipe de trabalho, juntamente com a
diretoria e consultoria, classificou os elementos que seriam objetos de melhorias. Com o
intuito de moldar o novo estabelecimento aos preceitos de qualidade já implantados em toda a
extensão do HMV, fez-se necessário comparar o novo perfil com estes preceitos, conforme
apresentado na próxima seção.
4.3.1 Definição da missão, visão e valores
O Bistrô Moinhos tem como objetivo alinhar sua estratégia com os modelos já
estabelecidos pela instituição. Segundo Figueiredo et al. (2005), o atributo desejável
alinhamento é definido como “a capacidade do sistema de medição de desempenho utilizar
indicadores vinculados com a estratégia e os principais processos organizacionais,
67
combinados, interligados ou agrupados de forma a possibilitar uma percepção global do
desempenho organizacional”.
Buscou-se, por um lado, diferenciação e, por outro, alinhamento às premissas
institucionais. A Figura 11 apresenta um resumo dos elementos analisados.
4.3.2 Definição do negócio
A partir dos resultados encontrados nas pesquisas, percebeu-se a necessidade de criar
serviços diferenciados na área da alimentação, que poderiam ser designados de negócios
complementares. Dessa forma, o espaço físico será melhor aproveitado, sem fugir do real foco
do negócio: o cliente. Estes negócios complementares poderiam ser: tele-entrega nos quartos
dos pacientes, serviços especializados para eventos, tais como coffe-break, coquetéis, chá de
fralda e aniversários.
Com o surgimento do Bistrô Moinhos os SA do HMV passam a ter uma abrangência
maior no setor comercial, em que abre seu espaço para atender um público externo. Antes os
freqüentadores eram exclusivamente médicos, acompanhantes e pacientes. Desta forma,
também faz-se necessário uma visão para esta nova fatia de mercado.
68
Filosofia da
Empresa HMV Bistrô Moinhos
Missão Promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas, praticando a excelência em medicina por meio da Assistência Integral.
Promover bem estar aos familiares, médicos, visitantes e colaboradores por meio do
alimento e atitudes acolhedoras.
Visão
Queremos ser reconhecidos internacionalmente como uma
organização de saúde em excelência, especialmente nas áreas de cardiologia, Oncologia, Neurologia e Neurocirurgia, ortopedia e Medicina Materno-infantil.
Queremos ser reconhecidos na comunidade como um serviço de alimentação de excelência, que promova a saúde, num ambiente acolhedor.
Valores
Respeito ao ser humano Assistência Integral
Qualidade Alianças
Preservação da história Formação e capacitação
Espiritualidade Cidadania
Auto-sustentabilidade Preservação da natureza Valorização profissional
Disciplina Organização e limpeza
Respeito à pessoa Agilidade Segurança Qualidade Preço justo
Figura 11: Alinhamento entre a missão, visão e valores institucionais e aqueles definidos para
o Bistrô Moinhos
Fonte: Documento elaborado para pesquisa.
O Bistrô Moinhos busca resgatar ou acrescentar através do alimento, estímulos
emocionais que possam ajudar na reabilitação do paciente. Assim, o alimento é visto como
fator fundamental no tratamento e recuperação dos pacientes.
69
4.3.3 Fatores-chave de sucesso
A partir dos resultados obtidos do diagnóstico foram criados quadros em que são
descritas as oportunidades de melhoria, ou simplesmente vantagens competitivas que já
existem, descritas na Figura 12. Da mesma forma, levantou-se os pontos críticos ou ameaças
para o negócio onde estão descritos na Figura 13. A análise destes quadros serve para
assegurar os resultados ainda obtidos no diagnóstico e através da matriz de priorização. O
plano de melhorias resultou desta análise.
Com base na pesquisa de mercado externo, foi definido o tipo de serviço mais
adequado para implantação nos SA do HMV. Após a análise das possíveis alternativas, foi
eleito o serviço de Bistrô, que significa um serviço rápido, sem o rigor das normas de um
restaurante, o qual, porém, deve apresentar um atendimento impecável (WELLS, 1997).
Seguindo os preceitos do serviço de Bistrô, a equipe de trabalho definiu as diretrizes
de operação: um serviço rico em detalhes, em composição harmoniosa com as louças, copos,
talheres, cores do interior, móveis em madeira, além da exuberante natureza a volta. Todos os
aspectos devem ser planejados para tornar a refeição inesquecível.
70
Variáveis Externas
Análise Ambiental
Oportunidades Ameaças
Ser ponto de venda exclusivo
Surgimento de novos pontos de venda próximos
Serviço de tela entrega
Limites de diversificação de produtos
Acreditação Internacional onde a unidade de negócio está inserida
Alta exigência em virtude do perfil dos clientes
Otimização dos recursos através de diversificação de produtos (Buffet
desjejum, almoço, café tarde, à la carte e eventos especiais).
Diminuição do poder aquisitivo das pessoas
Diminuição da margem de lucro devido a terceirização de
produtos e fatores do mercado
Qualificação da equipe de atendimento para Assistência Integral
Perda de profissionais qualificados para o mercado
Negociação do dissídio
Localização que proporciona sensação diferenciada ao meio hospitalar através
de um ambiente agradável e aconchegante
Diminuição da ocupação do hospital (internações e
ambulatorias) pela sazonalidade
Situações de risco que possam afetar a credibilidade da
instituição atingido o serviço em questão
Tempo em que os clientes levaram para dissociar a nova proposta com o ambiente
hospitalar
Não disponibilização de produtos como cigarro e bebidas alcoólicas,
caracterizando medidas de promoção de saúde
Figura 12: Análise das oportunidades de melhorias (cenário externo)
Fonte: Elaborado pela autora.
71
Variáveis Internas
Análise Ambiental
Potencialidades
Fragilidades
Qualidade dos produtos
Cardápio que não atende a todos as necessidades
(vegetarianos, light, a la carte simples e outros)
Falta de padrão no preparo das refeições
Política de cuidado com a saúde
Padronização dos treinamentos
Otimização dos recursos com a cozinha central e almoxarifado da
instituição Não atender a demanda
Setor de suprimentos para negociação de produtos
Não priorização na negociação na busca do melhor preço
Desenvolvimento dos fornecedores com ênfase dos hortifrutigranjeiros, carnes e
laticínios.
Higiene e organização Risco de contaminações
constante
Equipe integrada a cultura da instituição
Falta da disponibilidade de pessoas com o perfil adequado aos valores de instituição
Reconhecimento dos usuários dos produtos e serviço
Falta de material promocional
Gestão profissional Limite do horário de
atendimento
Figura 13: Análise das oportunidades de melhorias (cenário interno)
Fonte: Elaborado pela autora.
72
4.4 Plano de Melhorias
Com a sistematização das oportunidades de melhoria, foram então descritas as ações
através de um plano de melhorias.
4.4.1 Descrição das ações
A partir do diagnóstico obtido através da pesquisa interna e da pesquisa de mercado,
ficaram mais claras as ações de melhoria que o serviço de alimentação do HMV precisa
implantar. Verificou-se que o atributo “qualidade e variedade dos produtos” foi uma queixa
constante nas pesquisas e, analisando o cenário externo, percebe-se que através da cozinha
mediterrânea foi possível atender esse objetivo. Esse tipo de cozinha estabelece um
diferencial na alimentação sem fugir do cenário da saúde hospitalar. Também foi
desenvolvido um sistema de gerenciamento das rotinas para compra e armazenamento de
insumos, a fim de obter uma padronização dos produtos oferecidos, atendendo aos critérios de
qualidade do produto e do fornecedor e quantidades. Foi contratado um chef de cozinha a fim
de reformular a “comida de hospital” e fazer com que as receitas a serem desenvolvidas sejam
mantidas e assegurem qualidade no produto final. Para atender plenamente a satisfação do
cliente nesta queixa, a criação de um cenário rico em detalhes é imprescindível. Os utensílios,
os equipamentos, as louças devem remeter esse diferencial e agregar valor ao produto
oferecido, de forma simples e indireta. Essas modificações também atendem ao atributo
estrutura física, onde o dimensionamento de uma nova área física para o Bistrô foi
considerado fundamental.
O Bistrô Moinhos foi construído no andar térreo do hospital, facilitando a todos o
acesso até ele. Outro diferencial é que possui acesso aberto ao cliente externo, estando fora do
corpo do hospital, evitando o acesso de estranhos ao mesmo. Os elementos físicos do Bistrô
Moinhos são os seguintes:
• Restaurante Bistrô – localizado no andar térreo junto ao hall de entrada, com
acesso independe ao hospital;
73
• Cafeteria 1 - localizada no 1º andar, ao lado da passarela ao novo centroclínico;
esta cafeteria é designada única e exclusivamente para o uso dos pacientes e
acompanhantes internos dos pacientes. Não tem acesso ao cliente externo;
• Cafeteria 2 - localizada no 7º andar do novo centro-clínico; em construção;
• Cafeteria 3 - localizada no hall da clínica da Ramiro Barcelos; em construção.
A capacidade instalada do Restaurante Bistrô é de cento e cinco lugares à mesa e dez
lugares junto ao balcão de atendimento. A Cafeteria 1 possui vinte e cinco lugares. As demais
cafeterias foram dimensionadas para trinta e cinco pessoas cada.
O projeto arquitetônico e a decoração estão sob a responsabilidade de uma empresa
especializada. Segue uma proposta de ambiente aconchegante, por meio de cores
harmoniosas, que contrastam com a natureza a volta, temperatura ambiente controlada e
móveis em madeira. Sistema de refrigeração central em toda a extensão do Bistrô (área social
e área de preparo) e cafeterias, espaço físico adequado para circulação dos clientes e
colaboradores; facilidade de acesso de pessoas em condições especiais; cores repousantes;
mobiliário confortável; elementos de decoração;
No setor de serviço, o ambiente segue planejamento conforme legislação e layout
adequado ao fluxo. Os equipamentos foram dimensionados para atender a produção e as
necessidades do serviço (buffets, a la carte, lanches e cafeteria), além do armazenamento,
produção e distribuição segura dos alimentos.
No que concerne aos SA, um aspecto importante é o correto dimensionamento do
almoxarifado. Juntamente com o projeto aprovado para a construção do Bistrô, foi
dimensionado o novo espaço para o armazenamento dos insumos necessários para a gestão
deste novo serviço. Foi desenvolvido um novo espaço, próximo ao local de distribuição. Esse
novo espaço tem como objetivo controlar as entradas e saídas dos insumos, avaliar o
recebimento dos produtos recebidos. Também foram identificados os períodos e horários que
facilitam o controle destes insumos. Dependendo do tipo de produto, verificou-se com que
freqüência é utilizado, e qual a necessidade da entrega ser diária, semanal, quinzenal ou
mensal. Através deste controle, pode-se avaliar os fornecedores, mantendo um produto
conforme solicitado.
74
Os atributos horários de atendimento e agilidade no atendimento, conforme Tabela
4, também foram fortemente mencionados. Dessa forma, o novo serviço sugeriu um
dimensionamento das mesas e da área de produção próximos e com um fluxo que facilite o
atendimento. Outras ações também foram necessárias para atender a esses atributos, listadas a
seguir:
• Criação de serviços 24h;
• Disponibilização de novos locais de atendimento;
• Informação clara na divulgação dos horários aos clientes;
• Sensibilizar para o correto registro dos pedidos;
• Método de encaminhamento das solicitações e cobrança informatizado.
• Treinamento da equipe de trabalho.
Conforme o diagnóstico realizado, para que os resultados esperados sejam atendidos
no atributo cortesia, verificou-se a necessidade de ampliar o quadro de colaboradores e
capacitar a equipe por meio de formação e capacitação. O planejamento do quadro de
funcionários aparece detalhado no Tabela 5. O plano de capacitação foi desenvolvido a fim de
engajar a equipe com a nova proposta de um serviço de Bistrô. Para os cozinheiros, realizou-
se um treinamento com ênfase no preparo e finalização dos pratos. Para os garçons e maître, o
treinamento estava focado nas formas de atendimento e integração com o novo sistema de
cobrança informatizado. Os demais funcionários receberam um treinamento sobre o APPCC
(Análise de Perigo Por Pontos Críticos de Controle), treinamento sobre atendimento aos
clientes utilizando as técnicas “de bem servir”, permanecer alerta às necessidades do cliente,
manter um recepcionista para conduzir e orientar o cliente, padronização do atendimento e
nova apresentação de uniformes.
75
Tabela 4: Novos locais e horários de atendimento
Serviços Horário de atendimento Atendimento por produto
Restaurante Bistrô Das 7 às 23 horas
Buffet Desjejum das 7:00 às 9:30 horas
Buffet do almoço das 11:45 às 14:30 horas
Café Moinhos das 17:00 às 22:00 horas
Cardápio do Dia – pedidos até 19 h. e 17 h respectivamente
À la carte
Cafeteria do 1º andar Das 7 às 24 horas
Cafeteria do novo Centro clínico
Conforme demanda
Cafeteria do Hall da Clínica da Ramiro Barcellos
em construção
Bombonière Das 8 às 20 horas
Fonte: Documento elaborado pela autora.
76
Tabela 5: Planejamento da ampliação do quadro funcional
Profissional Atribuições Quadro funcional
Atual Planejado
Supervisor Coordenador geral 1 1
Lider de equipe Assessorar no planejamento, implantação e
dar continuidade do projeto 1 1
Consultor Planejar, implantar o serviço e manter acompanhamento de revisão e reforço
0 1
Auxiliar Administrativo
Dar continuidade do projeto 1 1
Caixas Cobrança 4 7
Cozinheiros Para o Buffet
Preparo e cocção do almoço 1 2
Cozinheiro para o Ala carte
Pré-preparo, preparo, cocção e finalização dos pratos ala carte
0 2
Aux alimentação
Como garçons 8 12
Apoio atendimento salão (Maître) - 2
Atendimento no balcão 2 2
Apoio na produção 3 6
Higienização 4 9
TOTAL 25 46
Fonte: Documento elaborado pela autora.
Para substituir o método de cobrança informatizado, que não estava pronto até a
inauguração do Bistrô, foram utilizadas comandas impressas, numeradas, listando os produtos
com respectivo código. Cada cliente ao acessar o Bistrô recebe uma comanda a qual é
preenchida conforme consumo. O pagamento pode ser feito na mesa ou diretamente no caixa.
É foi mantida a alternativa de lançamento das despesas na conta do paciente.
77
4.4.2 Principais produtos e serviços
O diagnóstico revelou que os serviços de buffet, de um modo geral, devem sofrer
mudanças. As mudanças mencionadas com maior freqüência foram àquelas associadas a:
apresentação, maior variedade de produtos, e horários. Em função disso, a equipe decidiu que,
para o Bistrô Moinhos, a preocupação principal é atender a qualidade do serviço e dos
produtos e, paralelamente, ampliar a variedade destes. Quanto a variedade dos produtos
oferecidos, tem como proposta atender com precisão a todos os serviços solicitados, variando
o cardápio conforme a estação. Inova os produtos constantemente. Quanto a apresentação dos
produtos, foi feita uma grande mudança, os pães, geléias, do café e leite entre outros produtos
serão dispostos a fim de facilitar o serviço e manter os produtos com qualidade. Os utensílios
são pequenos para que ocorra uma reposição mais freqüente dos alimentos, assegurando
melhor qualidade e um menor desperdício dos mesmos. Quanto aos horários de atendimento,
o buffet do café da manhã, não sofreu alterações, uma vez que, para manter a limpeza do local
e preparar a montagem do buffet do almoço, é necessário pelo menos uma hora e meia, logo
este horário não mudou. Todavia, são oferecidos outros pontos de venda de cafés (outras
cafeterias) em diferentes horários de atendimento, a fim de atender, principalmente, pacientes
e acompanhantes.
4.4.2.1 Definição dos produtos
Os resultados da pesquisa também auxiliaram na escolha da base culinária para o SA
do HMV. Foi escolhida a culinária mediterrânea para o Bistrô, pois esta auxilia a promover
saúde e oferecer alimentos funcionais, ou seja, aqueles que atendam ao aspecto nutricional e
que também ajudem a prevenir doenças. Com métodos renovados, porém, sem perder a
tradição do hospital Alemão, esta culinária caracteriza-se pela leveza de preparo, simplicidade
das combinações, profusão de aromas, tendo como base gordura vegetal, especialmente óleo
de oliva. Muito azeite de oliva, vegetais em abundância, grãos, peixes e pouca carne
vermelha, essa é a chamada base da Dieta Mediterrânea, que reflete os hábitos alimentares de
países como a Itália, Grécia, Espanha, França, Egito e Marrocos. O fato dos habitantes dessas
regiões apresentarem grande longevidade e baixos índices de doenças cardiovasculares
78
chamou a atenção dos profissionais da área da saúde. Após algumas pesquisas, eles
comprovaram os benefícios deste tipo de alimentação: proteger o coração contra infartos,
diminuir o risco de câncer, defender a pele contra agressões, retardar os danos do cérebro
causados pelo envelhecimento e aumentar a longevidade (GARCIA, 2003).
Reafirma Lacerda (2003) que o termo “Dieta Mediterrânea” é genericamente
compreendido não apenas para se referir a uma única dieta, mas a uma variedade de alimentos
que estão envolvidos ao redor do mar mediterrâneo. Esta dieta é atrativa por sua
palatatibilidade, apresentação, além de fornecer ácido graxo alfa-linolênico (ômega 3), e o
ácido graxo linoléico (ômega 6), que são essenciais e formam a base protetora desta dieta
(AZEVEDO, 1999; GUSSOW, 1995).
Nesta dieta são preconizados alguns grupos de alimentos como: a abundância de
alimentos vegetais: vegetais frescos, raízes, tubérculos, frutas, nozes e azeitonas são muito
consumidos. Alho, cebola e ervas são utilizados como condimentos. Alguns exemplos do uso
diário de produtos de origem vegetal são o uso de vegetais e legumes no norte da África;
massas, polenta, arroz ou batatas, acompanhados com vegetais e legumes no sudeste da
Europa; grão-de-bico e outros grãos no centro-leste da região mediterrânea (WILLET et al.,
1995)
Desta forma, esta dieta tende a promover a saúde através de vitaminas, minerais, fibras
e outras substâncias encontradas nestes alimentos. Potencialmente, os agentes
anticarcinogênicos encontrados nestes alimentos incluem carotenóides, vitaminas C e E,
selênio, flavonóides, fenóis, entre outros, o que explica a baixa incidência de muitas formas
de câncer nesta região.
Apesar deste alto consumo de alimentos vegetais, segundo Willet (1995) a dieta
mediterrânea não é vegetariana. Nela são incluídas quantidades modestas de alimentos de
origem animal. Este balanço aumenta a fonte de vitamina B-12 e ferro disponível na dieta.
• Consumo moderado de alimentos lácteosObservando-se a pirâmide alimentar
mediterrânea conforme figura A, percebe-se que a carne vermelha (carne de vaca,
porco e carneiro) faz parte do hábito alimentar de forma moderada, o que
caracteriza esta dieta. A carne vermelha é a principal fonte de ferro-heme. Se por
79
um lado este composto está envolvido na proteção do aparecimento da anemia, por
outro lado ele parece estar envolvido com o aumento das doenças coronárias. O
consumo de peixe sobrepõe o consumo de carne vermelha (WILLET, 1995).
• azeite de oliva: Para Lacerda (2003) (apud ESQUIVEL, 2002) o óleo de oliva
contém aproximadamente 77% ácidos graxos monoinsaturados (principalmente
ácido oléico), 10% de ácidos graxos poliinsaturados (presença do ácido graxo
ômega 6) e 13% de ácidos graxos saturados, além de vitamina E, ou alfa-tocoferol,
substância anti-oxidante.
• consumo de álcool: O vinho é um componente essencial deste padrão alimentar,
sendo consumido de um a dois cálices por dia, preferencialmente durante o almoço
ou jantar e pode ser um dos responsáveis pelas baixas taxas de CHD (doença
obstrutiva coronariana), observadas na população mediterrânea (FERREIRA,
2002; RIMM e ELLISSON, 1995).
Ferreira (2002) aponta que este efeito protetor do vinho não se deve à presença do
álcool, e sim a substancias chamadas flavonóides.
Além da alimentação, o meio psicossocial, condições climáticas suaves, preservação
da estrutura familiar, e mesmo a preservação do hábito da “siesta” à tarde, típico da região
mediterrânea, podem contribuir para a boa saúde desta população (KUSHI; LENART;
WILLET, 1995). A pirâmide alimentar da dieta mediterrânea expressa claramente as
quantidades e freqüências necessárias para o consumo diário, semanal e mensal, conforme a
Figura 14.
80
Figura 14: Pirâmide alimentar mediterrânea
Fonte: Adaptada Mediterranean Dietary Pyramid (USDA), 2001.
Após a pesquisa de mercado e contando com o conhecimento de uma consultoria
especializada em gastronomia foram testados vários produtos. Os testes foram feitos com
alguns fornecedores já existentes a fim de padronizar os produtos que seriam utilizados no
serviço bistrô Moinhos. Alguns fornecedores não se adequaram com a nova linha de produtos,
sendo assim, desenvolveu-se novos fornecedores que apresentassem e se moldassem a esse
novo perfil. O teste aplicado avaliava os fornecedores nos seguintes atributos: prazo de
entrega, qualidade do produto e preço. Em função dos resultados da pesquisa, foram
selecionados os fornecedores que mais se adequaram a nova realidade do serviço. Após
selecionados os fornecedores, foram desenvolvidos os cardápios que atendessem todos os
segmentos de serviço do bistrô Moinhos, conforme apresentado na Tabela 6.
81
• Café da manhã
O desjejum passou a ser servido das 7:00 h às 9h30min em forma de buffet. Tem em
sua composição: leite, leite desnatado, café, chá, iogurtes variados, cereais, três tipos de
sucos, pães, bolos, cucas, geléias, manteiga, käschimier, nata, três tipos de frutas, dois tipos de
embutidos e dois tipos de queijos.
• Almoço
O almoço passou a ser das 11h 45min até às 14h 30min. O cliente pode optar entre o
buffet, o serviço à la carte ou o de sugestões do dia.
• Buffet
O cardápio do buffet inclui: sete tipos de saladas e uma entrada fria, pães, um tipo de
queijo, um tipo de patê e um molho a base de oliva; nove pratos quentes, uma carne vermelha,
uma carne branca, uma massa, um amido, um legume, um grão, um tipo de arroz, canja e um
creme; cinco tipos de sobremesas, uma salada de frutas, um doce em calda, um doce de claras,
uma gelatina elaborada, pavê e torta.
• Serviço à la carte
O cardápio foi definido em duas entradas frias, uma entrada quente; sete pratos de
fundo, um peixe, um frango, um filet mignon, um entrecôte, uma massa fresca recheada, um
prato vegetariano e um prato light. O à la carte também terá quatro tipos de sobremesas; uma
crepe, tortas variadas, gateau de chocolate com sorvete de creme, pêras a Belle Hélene.
82
Tabela 6: Lista dos principais produtos e serviços do HMV
Serviço Bistrô Cafeterias Bomboniere
Buffet Desjejum X
Buffet Almoço X
Café Moinhos X
À la Carte X
Bebidas Frias X X
Sucos naturais X X (Polpa)
Cafés / chás X X
Sanduiches X X (1 Tipo)
Lanches de prensa X
Salgados de forno X X (Restritos)
Tortas X X (2 Tipos)
Doces elaborados X X (Restritos)
Docinhos X X (Restritos)
Apfelstrudel X X
Salada de fruta X X
Fruta - unidade X
Iogurtes X X
Revistaria X
Floricultura X
Mimos (Chocolates, velas, sabonetes) X
Cartões comemorativos X
Bomboniere X
Trufas Unid. X X X
Sorvete embalados X
Picolés X
Cartões para celular X
Cartões telefônicos público
Louças com logo marca X
Conjunto de talheres X
Toalhas pequenas X
Fonte: documento elaborado pela autora.
83
• Café da tarde e refeição da noite
Este serviço é uma fusão do café da tarde com o jantar. Seu início será às 16h 30min e
se estenderá até às 21h. O buffet é composto por: café, leite, chá, três tipos de sucos, iogurtes
variados, cereais, pães, cucas, bolos, geléias, manteiga, käschmier, nata, três tipos de frutas,
três tipos de embutidos, dois tipos de queijos, uma canja, um caldo quente, um prato de
resistência e dois tipos de sobremesas (uma mousse e um strudel).
• Cafeterias
O serviço de cafeteria é através do sistema à la carte. O cardápio foi composto de
bebidas frias, cafés e bebidas quentes, lanches quentes, lanches frios, sobremesas, frutas. As
cafeterias têm como cliente principal os pacientes e os acompanhantes internos desses
pacientes.
4.5 Implantação das Melhorias
A partir das prioridades levantadas anteriormente, as ações de melhoria foram
implantadas. Para cada ação foi designado um coordenador, foram listadas as atividades
correspondentes, organizadas na forma de cronograma e, após implantadas, as ações passaram
por um critério de avaliação. As ações de melhoria aparecem na Tabela 7.
4.5.1 Relato da implantação
Após a priorização dos atributos de qualidade, as principais ações a serem tomadas
foram definidas. Essas ações, que aparecem descritas na Tabela 8, associadas a cada atributo,
visam facilitar o desenvolvimento e implantação do novo projeto. Vale mencionar que as
ações listadas contemplam todos os atributos, mas os recursos mobilizados (tempo,
planejamento, recursos financeiros) foram concentrados nos atributos priorizados: Estrutura
Física e Qualidade e Variedade dos Produtos.
84
Tabela 7: Definição das ações de melhoria
ATRIBUTOS PRINCIPAIS AÇÕES
1. Estrutura física (instalações)
Investimento em louças, utensílios e equipamentos
Substituição de mobiliário
Escolha de um novo espaço físico
2. Qualidade e variedade dos produtos
Gerenciamento de rotinas para e compra e armazenamento de insumos
Padronização dos produtos oferecidos (quantidade e qualidade)
Contratação de um chef de cozinha visando inovação de produtos
3. Horários de atendimento Criação de serviços 24h
Disponibilização de novos locais de atendimento Informação clara na divulgação dos horários aos clientes
4. Agilidade no atendimento Aumento da mão-de-obra
Distribuição de mobiliário (lay-out) compatível com o serviço (bistrô)
Implantação de sistema de cobrança eletrônico
5. Cortesia Treinamento da equipe de trabalho
Padronização do atendimento
Nova apresentação de uniformes
Fonte: Documento elaborado para pesquisa.
Para atender estes atributos a primeira etapa foi desenvolvida juntamente com
consultoria de gastronomia e nutricionista, contemplando a composição dos cardápios. Foram
testados os pratos que seriam elaborados, e classificados os produtos dos fornecedores que se
adequavam a este cardápio. Alguns fornecedores foram desenvolvidos a fim de buscar
alternativas para melhorar a qualidade do produto final. Fornecedores de lanches e tortas
também se adequaram ao novo sistema, e alguns novos produtos foram criados
exclusivamente para o bistrô.
Após a definição dos cardápios e produtos a serem oferecidos, foi repassado através da
consultoria de gastronomia, do chef de cozinha e do nutricionista o treinamento aos
cozinheiros para o desenvolvimento dos pratos.Todos os pratos e lanches foram fotografados
85
a fim de padronizar também a apresentação visual de todos os pratos. A fim de aperfeiçoar as
novas técnicas de preparo, os cozinheiros receberam treinamento permanente que contemplou
os cortes de carnes e vegetais, higiene, preparo de molhos, carnes, acompanhamentos e a
visualização da montagem dos pratos. Para dar continuidade ao serviço, também foi
desenvolvido com uma empresa de publicidade o lay-out dos cardápios (cores, textura do
papel, tipo de letra).
Os equipamentos e utensílios foram orçados pelo setor de compras juntamente com a
consultoria de gastronomia, pois muitos equipamentos eram novidade para este setor de
compras de um hospital., não constavam na lista de produtos consumidos pelo hospital, A
compra dos equipamentos foi realmente trabalhosa, devido estas dificuldades de
comunicação, cada equipamento e utensílio deveria ter sua especificação para ser aprovado,
mas muitas vezes pelo desconhecimento da real necessidade houve demora na compra.Os
mobiliários também foram comprados por este setor, porém foram escolhidos pela diretoria.
Louças e utensílios foram comprados pelo administrador do setor (do bistrô).
Para a definição dos uniformes foi contratado um estilista que propusesse um modelo
que se enquadrasse nesta nova proposta de negócio. A diretoria e a consultora de gastronomia
escolheram e definiram os modelos dos uniformes autorizando a compra dos tecidos e a
confecção dos mesmos. Os uniformes foram confeccionados pelos profissionais do hospital, a
fim de facilitar a reposição dos mesmos.
O sistema de pedido e cobrança foi orçado com uma empresa que trabalha com
software específico para isto. Houve bastante dificuldade na implantação deste sistema, pois
os funcionários tinham dificuldade para manusear os palm tops. Por isso, criou-se um sistema
emergencial de comandas não eletrônicas, que facilitaram a operacionalização deste sistema.
O sistema ficou operante nos caixas e nos pedidos de balcão, mas nos pedidos no salão
permaneceu as comandas manuais.
Foi elaborado um plano de marketing interno e externo, a fim de sustentar e divulgar
todas as implantações feitas no bistrô. Foi solicitado ao setor de marketing que desenvolvesse
um logotipo que traduzisse da melhor forma o que o novo serviço de alimentação do HMV
queria representar. O nome “Bistrô Moinhos” já havia sido definido, mas era preciso criar
outros elementos que simbolizassem este serviço.
86
Todos os funcionários receberam um treinamento de “como servir”. Este treinamento
foi coordenado pelo administrador da área e por um representante do setor de treinamento do
hospital. O objetivo deste treinamento foi de qualificar o profissional que está diretamente
ligado ao cliente, sendo responsável pela imagem do serviço. Treinamentos simples como:
como distribuir os pratos, como retirar os pratos, postura, comunicação verbal, clareza e
disciplina, foram abordados constantemente, apresentando um excelente resultado.
A decoração do ambiente é fundamental. Para mantê-la, contratou-se uma equipe de
decoração que supervisiona as mesas e o salão decorando-os com flores naturais.Este serviço
abrange todos os SA do Bistrô Moinhos.
87
Tabela 8: Cronograma de atividades
Ação de melhoria Responsável Prazo de execução
Junho Julho Agosto Setembro Outubro
Lista de compras (almoxarifado)
3 (nutricionista) X
Revisão do quadro funcional 1 (supervisor) X X
Planejamento do cardápio desjejum
2 (consultoria) X X X
Planejamento do cardápio almoço
2 X X X
Planejamento do cardápio café da tarde
2 X X X
Planejamento do cardápio a la carte
2 X X X
Música ambiente 1+6 (supervisor+compras)
X
Planejamento dos lanches 2 X
Capacitação para o atendimento
2+3 X
Capacitação para os cozinheiros
2+3 X X X
Horários de atendimento 1 X
Plano de marketing 3 X X
Confecção dos cardápios 3 X X
Evento de inauguração 3+2 X
Compras 3 X
Equipamentos 1 X
Pratos, talheres, copos, xícaras, bandejas, individuais, jarras, rechauds, pratos de vidro
2 X
Enfeites pra as mesas 2 X
Uniformes 1+3 X
Sistema de pedido e cobrança (Software)
1 X X
Treinamento do sistema de pedido e cobrança
3 X X
Estudo da escala dos funcionários
1+2+3 X X
Divulgação da marca 3 X X
Inauguração 3+4 (nutricionista+ marketing)
X X
Fonte: Documento elaborado pela autora.
88
No momento em que as etapas de implantação foram cumpridas, planejou-se, então, o
dia da inauguração. Para esta inauguração foram convidadas diversas pessoas da imprensa, a
fim de divulgarem o novo serviço.
4.6 Avaliação dos Resultados Obtidos
4.6.1 Percepção dos clientes
A maioria das ações de melhoria listadas na tabela 7 e algumas reforçadas na tabela 8
já foram implantadas no novo serviço de alimentação do HMV, onde já se podem observar
resultados importantes. É conduzida mensalmente uma pesquisa que avalia os principais
atributos elegidos pelos clientes.
O setor da qualidade, juntamente com a equipe responsável pela implantação deste
novo serviço, estabeleceu objetivos de satisfação aceitáveis para cada atributo. Por exemplo, a
nova estruturação física causou impacto positivo na satisfação dos clientes. A estratégia de
diferenciação deste serviço foi notável, obtendo avaliação “excelente” em 100% das novas
pesquisas internas do HMV. Quanto à qualidade e variedade dos produtos oferecidos,
percebe-se que o conceito de Bistrô integrado a uma cozinha reformulada nos conceitos da
gastronomia, elegida para este serviço na cozinha mediterrânea, agregam valor aos produtos
oferecidos e desvinculam o conceito de “comida de hospital”. Quanto aos horários de
atendimento, foram criados os novos estabelecimentos, segmentos deste Bistrô, denominados
de cafeterias. Estas foram distribuídas no hospital, possibilitando atender aos clientes em
horários mais flexíveis. A agilidade no atendimento está sendo aprimorada com treinamentos
constantes, mesmo após a implantação deste novo serviço, uma vez que a equipe de trabalho
sofre mudanças agregando novos funcionários. Da mesma forma o atributo Cortesia/Presteza,
também conceituado como um dos valores do hospital, é avaliado mensalmente com
resultados positivos, alcançando média de 97,0.
Analisando as pesquisas de satisfação do HMV, comparando os dados recentes com as
pesquisas aplicadas em 2003 e 2004, percebe-se um acréscimo na maioria dos resultados
89
obtidos (ver Tabela 9). O atributo agilidade no atendimento evolui em 2,6 pontos em relação
a média verificada nos anos anteriores. Este resultado foi verificado, pois as mudanças na
estrutura física, principalmente, refletiram nesta agilidade. O espaço dimensionado para a
nova área de atendimento (no salão e na área de preparo), foram facilitadores neste processo.
Os treinamentos com a equipe de trabalho e a padronização no atendimento também foram
decisivos na satisfação dos clientes.
O atributo Cortesia também apresentou um acréscimo de 4,8 pontos em relação a
média dos anos anteriores. Esta evolução deve-se aos treinamentos aplicados durante todo o
período de implantação e também por ser um atributo no qual o hospital se destaca de seus
concorrentes desde o seu surgimento. Esta característica (evolução das médias) tende a ser
sustentada, pois são aplicados sistemas de auto-avaliação dos funcionários através dos
programas da qualidade do hospital, que constantemente estão buscando estas melhorias
quanto ao perfil dos seus colaboradores.
O atributo Higiene apresentou uma evolução em 6,1 pontos. Este resultado pode
também ser interpretado como conseqüência da nova estrutura física. Os clientes atribuíram
“o novo” à higiene geral do local. Anteriormente, como já comentado, as instalações eram
precárias, assim não podemos atribuir este resultado sem a análise da estrutura física.
Tabela 9: Pesquisa de satisfação HMV – comparação de resultados recentes com as médias
nos anos de 2003 e 2004
Atributos Média 2003 Média 2004 Média 2005
Agilidade no atendimento 83,3 80,7 81,6
Cortesia 93,6 87,3 95,3
Higiene 95,2 90,0 98,7
Qualidade no buffet do almoço 90,1 83,0 97,0
Qualidade no buffet do café da manhã 86,8 85,8 90,2
Qualidade no buffet do café da tarde 87,2 86,3 88,1
Qualidade dos lanches 90,8 83,9 93,0
Temperatura dos alimentos 86,7 84,2 90,2
Variedade dos produtos oferecidos 85,5 80,3 85,0
Fonte: Banco de dados HMV.
90
O atributo Qualidade do almoço apresentou uma evolução em 10,4 pontos. Um
excelente resultado que representa numericamente as inovações que foram implantadas na
cozinha, contemplando a implantação de um sistema de gastronomia hospitalar. Já o atributo
Buffet de café da manhã apresentou um a evolução de 3,7 pontos que pode ser considerada
uma evolução satisfatória, pois os componentes oferecidos neste café quando comparados aos
que eram oferecidos antes da implantação permaneceram os mesmos. Houve apenas uma
melhora visual na montagem e apresentação destes componentes. O mesmo pode-se aplicar ao
Buffet de café da tarde que apresentou uma evolução de 1,25 pontos. Este resultado não foi
o esperado, podendo-se estudar algumas alternativas que entendam o que os clientes esperam
desse serviço.
O atributo Qualidade dos lanches apresentou uma evolução de 5,65 pontos. Esta
evolução aconteceu a partir da nova proposta de apresentação dos lanches. Foram
desenvolvidos novos lanches, a apresentação dos mesmos também foi inteiramente
supervisionada a fim de que se tenha uma padronização dos pratos oferecidos. Essa evolução
nos lanches deverá se manter, pois a aceitação dos clientes a estes novos lanches e a este novo
modelo de apresentação foi plenamente atingido.
O atributo Temperatura dos alimentos evoluiu em 4,55 pontos. Este atributo foi
levado em consideração, pois no serviço anterior havia muitas reclamações quanto a
temperatura dos alimentos. Anteriormente o serviço era abastecido pela produção de
alimentos e distribuído na cafeteria, assim perdia calor neste deslocamento. As modificações
nos sistemas de abastecimento e os locais de distribuição foram facilitadores para que este
atributo fosse atingido.
O atributo Variedade dos produtos oferecidos evoluiu em 2,1 pontos. Esta evolução
representa a qualidade e a variedade do serviço de buffet do café do almoço, do serviço à la
carte e da criação dos novos lanches. Porém, vale salientar que este serviço não tem como
priorizar a variedade e sim a qualidade dos alimentos.
Os treinamentos oferecidos aos funcionários durante toda a fase de implantação foi
fundamental para assegurar e reforçar a qualidade dos alimentos e produtos oferecidos. Os
pratos são desempenhados perfeitamente e vendidos de forma adequada, resultando na
satisfação dos clientes.
91
Em análise global, pode-se avaliar que as melhorias implantadas neste serviço
implicaram no aumento da satisfação dos clientes que freqüentam esse novo serviço. A
manutenção e a criação de novas melhorias devem permanecer ativas para assegurar a
qualidade e a satisfação neste novo serviço.
4.6.2 Percepção dos colaboradores
Após a implantação em 2004 e avaliação em 2005, realizou-se um questionário sobre a
qualidade dos serviços de alimentação no período entre março e abril de 2006, aplicado a
alguns colaboradores da instituição. Entre eles encontram-se, superintendente, médicos,
supervisor, nutricionista, colaborador do bistrô e funcionário administrativo. Este questionário
teve como objetivo avaliar a percepção dos colaboradores quanto a este novo serviço, após
um ano de implantação.
O questionário contemplou os atributos de qualidade retirados das principais pesquisas
de satisfação já aplicadas nos SA do HMV. São estes atributos, estrutura física, qualidade e
variedade dos produtos oferecidos, horários de atendimento, cortesia e presteza, e agilidade no
atendimento.
Quanto ao atributo estrutura física percebe-se em todas as respostas recebidas a plena
satisfação. O superintendente ressalta com uma frase:
“nunca vi um hospital com um ambiente tão aconchegante e bonito”.
Já os médicos relataram que o espaço ficou ótimo, e com as novas cafeterias agilizou-
se o serviço.
Outra colocação importante foi a do profissional que trabalha diretamente com esse
serviço, o nutricionista, que declara:
92
hoje temos orgulho de convidar o paciente e seus acompanhantes para visitarem o
restaurante Bistrô Moinhos e, mais, convidarmos outros colegas de outros hospitais
para conhecer o novo espaço.
Os colaboradores que trabalham nesse serviço também referem que as mudanças na
estrutura física facilitaram o atendimento aos clientes e que as instalações internas na cozinha
possibilitaram uma melhor qualidade no serviço.
Quando foram abordados os atributos qualidade e variedade dos produtos oferecidos,
foi possível perceber que o atributo qualidade foi plenamente atingido. Os colaboradores
perceberam o diferencial dos produtos, a sofisticação e a reapresentação dos pratos. O
nutricionista relata que a maior mudança foi neste atributo, pois hoje se percebe que os pratos
estão bem elaborados, que é possível perceber uma menor quantidade de gordura e, em
contrapartida, o maior uso de azeite de oliva, ervas frescas e alimentos mais saudáveis. Já o
superintendente comenta que:
acredito que a qualidade e a variedade dos produtos oferecidos são itens básicos,
resultantes das parcerias que buscamos estabelecer entre nossos parceiros. De
nada adianta termos um excelente local a oferecer aos nossos clientes se o produto
oferecido não atende as especificações básicas de qualidade.
Para o público médico, foi relatado que a apresentação dos pratos fez toda a diferença.
As saladas, os grelhados, os pratos a la carte, e a apresentação dos lanches. Outra questão
abordada pelo mesmo público, é salientada na afirmação: “mesmo quando se escolhe um
lanche percebemos o cuidado com o saudável, não são lanches sinônimos de gordura saturada
e prejudiciais à saúde. Podemos comer sem nenhum peso na consciência”. Quando temos
muita pressa, diz o médico, hoje também temos a opção de comermos uma excelente salada,
tanto no buffet como a la carte. O funcionário administrativo também comenta muito sobre a
qualidade dos lanches, pois para ele que passa no mínimo 8 horas no hospital, muitas vezes
precisa comer algo rápido. Sendo assim, a escolha é sempre por lanches, que atendam a esta
solicitação. Muitos desses lanches substituem uma refeição, sem deixar de serem saudáveis.
Outros produtos que foram incluídos nesse novo serviço foram as bebidas orgânicas, tendo
uma excelente repercussão.
Outra importante avaliação do serviço foi obtida a partir das observações do
funcionário do Bistrô, que analisa o serviço internamente e não do ponto de vista do
93
consumidor. Ele relata que, antes, a comida era preparada na produção de alimentos e, após,
era distribuída na cafeteria. Hoje todos os pratos são feitos no local, o que favorece a
qualidade dos alimentos. Havia problemas com o aquecimento dos alimentos e, hoje, este
problema foi totalmente solucionado. Serve-se menos quantidade de alimentos no buffet e
repõe-se mais vezes, garantindo, assim, produtos com maior qualidade.
Outro atributo analisado foi “horário de atendimento”. O funcionário do bistrô relata
que os clientes estão mais satisfeitos com o serviço que anteriormente. Antes existia apenas
uma cafeteria e, hoje, existe todo o serviço no Bistrô e as demais cafeterias. O serviço aos
acompanhantes estendeu-se até às 24hs na cafeteria do primeiro andar, sendo que os pacientes
e acompanhantes podem solicitar lanches durante toda a madrugada, que são feitos na
produção de alimentos. Tanto o supervisor quanto o superintendente concordam com o
funcionário do bistrô, mas percebem a necessidade da criação de um serviço que atenda
melhor os médicos, pois realizam seus procedimentos em vários horários. A sugestão seria
colocar uma maquina self-service de lanches e bebidas. Os médicos relataram esta carência,
mas, em geral, também percebem a melhoria da disponibilidade e flexibilidade de horários,
mas necessitam de um serviço rápido que ofereça lanches e bebidas.
Quanto ao atributo Presteza e Cortesia, os entrevistados teceram muitos elogios. O
superintendente relata:
percebe-se desde o primeiro instante o cuidado com os detalhes. Desde o uniforme,
a florzinha nas mesas, a cordialidade dos atendentes, a postura.
Todos esses detalhes qualificam o serviço e remetem através dos funcionários esta
presteza e cordialidade. O supervisor relata que estes atributos estão diretamente relacionados
à agilidade do atendimento. Os colaboradores do bistrô são cordiais, mas a agilidade no
serviço ainda precisa melhorar. Não adianta estar tudo bonito, falar educadamente e esquecer
algum item do pedido ou, ainda, demorar demais para entregar o pedido solicitado. Estes
atributos (presteza e cortesia) amenizam esta deficiência da agilidade no atendimento.
Para o nutricionista, os colaboradores do bistrô são extremamente cordiais, mas
concorda com o superintendente que é preciso melhorar a agilidade do atendimento. A nova
estrutura proporcionou uma melhora na agilidade do atendimento, pois os materiais, as mesas,
94
os talheres estão melhor dimensionados, facilitando este atendimento. Em qualquer lugar as
pessoas estão sempre com muita pressa e, no hospital, ainda é preciso considerar a condição
psicológica que na maioria das vezes está abalada. Sendo assim, os atributos cordialidade e
presteza precisam ser continuamente trabalhados neste cenário, a fim de atender as
expectativas dos clientes quanto a este serviço.
O funcionário administrativo diz que:
eu adoro vir aqui no Bistrô, pois o ambiente é muito bom. Nem se percebe que
estamos em um hospital, mesmo para aqueles que, como eu, não circulam
diariamente pelo hospital. Os funcionários atendem muito bem, fazem muito além
do solicitado. Parabéns.
Para o funcionário do Bistrô o serviço está melhor atendido, pois o espaço e a
disposição das mesas facilitam o atendimento.
Assim conseguimos atender mais rápido. Também acredito que estamos mais
tolerantes, antes da reabertura do bistrô recebemos muitos treinamentos de postura,
de como servir os clientes. Todas as pessoas que desejam trabalhar em algum
hospital devem ser mais tolerantes e simpáticas.
A Tabela 10 resume os resultados obtidos junto aos colaboradores.
Tabela 10: Resumo das percepções dos colaboradores do HMV
Atributos Percepção dos colaboradores quanto à melhoria
Estrutura física Muito grande: “hoje todos elogiam”.
Qualidade e Variedade dos produtos oferecidos
Muito grande. Os produtos oferecidos apresentam qualidade incontestável. A criação de novos pratos e lanches superou as expectativas.
Horários de atendimento Regular: ainda relatam a necessidade do serviço estar disponível 24horas em todos estabelecimentos.
Agilidade no atendimento Grande: Com os novos estabelecimentos e com a estrutura física remodelada, o serviço ficou mais ágil.
Cortesia Muito grande. Os colaboradores promovem a imagem do hospital sendo muito prestativos e cordiais.
Fonte: Elaborado pela autora.
5 CONCLUSÕES
Este trabalho apresentou um estudo dos serviços de alimentação prestados pelo
Hospital Moinhos de Vento (HMV), localizado em Porto Alegre. Esse estudo contemplou: (i)
levantamento da percepção dos clientes, (ii) benchmarking com outras instituições, (iii)
identificação de oportunidades de melhorias, (iv) planejamento e implantação de ações de
melhoria, e (v) reavaliação da percepção dos clientes e funcionários referentes à qualidade dos
serviços.
A revisão bibliográfica sobre os assuntos: planejamento estratégico, qualidade em
serviços de alimentação, nutrição e gastronomia, satisfação de clientes, gestão de mudanças,
benchmarketing, avaliação de desempenho e pesquisa de marketing foram fundamentais para
a execução e êxito do projeto. A aplicabilidade dos conceitos apresentados na literatura à
pratica do cotidiano dos serviços de alimentação foi possível e gerou resultados consistentes.
Considerando as pesquisas aplicadas nos anos de 2003 e 2004 a percepção de
qualidade dos SA do HMV apresentava um declínio, sendo fundamental a intervenção
concretizada através deste estudo. A partir do benchmarking foi possível conhecer novas
ferramentas de trabalho neste setor de serviços, facilitando a aplicabilidade do trabalho. Com
esta análise foi possível esclarecer e criar um novo modelo para os SA e aplicá-lo ao HMV.
Após esta análise foram identificadas as oportunidades de melhorias Percebeu-se que
em atributos como: estrutura física, era muito boa, mas em outros aspectos como qualidade
das refeições ainda poderiam melhorar. Na maioria dos lugares visitados, o engajamento da
equipe de trabalho dos serviços de alimentação apresentava-se desvinculado ao restante do
hospital. Sendo este atributo um ponto forte no HMV onde existe um engajamento entre todos
os setores e serviços.
Desta forma o planejamento das ações de melhoria foi desenvolvido respectivamente a
cada atributo de qualidade levantado. Desenvolveu-se uma matriz de priorização dos atributos
a fim de facilitar a implantação.
96
Durante a implantação todos os atributos foram contemplados, pois estavam
fortemente interligados, Na medida em que se trabalhava no atributo estrutura física,
treinamentos eram realizados a fim de atender as expectativas dos clientes quanto a qualidade
das refeições (atributo da qualidade e variedade dos alimentos). Também foram feitos
treinamentos para atender o atributo cortesia e presteza com resultados surpreendentes.
Após a implantação foi feita a reavaliação dos serviços prestados através de uma
pesquisa qualitativa, contemplando a percepção da qualidade a partir do ponto de vista dos
clientes e dos colaboradores. Os resultados obtidos foram positivos em todas as pesquisas.
A melhoria dos serviços de alimentação, priorizando os atributos de qualidade que
satisfaçam os clientes, está em consonância com o modelo de gestão de serviços utilizado no
HMV. Este modelo de gestão de serviços reúne valores e conceitos, como foco no cliente,
melhoria contínua, liderança, participação, treinamento dos funcionários, agilidade de
resposta, ações preventivas (plano de ação), visão no futuro (planejamento estratégico),
administrar por setores, criação de parcerias, ética e avaliação constante dos resultados.
As pesquisas de satisfação aplicada nos anos de 2003 e 2004 apresentaram pequenas
alterações em seus índices com tendência ao declínio. Após a implantação das melhorias no
final de 2004 e avaliando-se em 2005 e 2006 foi possível perceber as melhorias através dos
resultados das pesquisas aplicadas.
Já foi possível observar o crescimento e a contribuição na área de nutrição hospitalar,
baseados nos índices de satisfação das pesquisas aplicadas. Obteve um aumento de 2% na
satisfação global, o índice verificado foi de 89%. Porém no atributo priorizado, estrutura
física, apresenta índices acima de 98%. Outro atributo que apresentou uma evolução de 10,4
pontos foi a qualidade do almoço, representando numericamente o investimento que foi
aplicado na cozinha com treinamentos, estrutura física, equipamentos e utensílios, sendo
possível sustentar o conceito de gastronomia hospitalar.A nutrição hospitalar e a gastronomia
agregam valor ao serviço e contribuem no aprimoramento contínuo da instituição.
Os colaboradores também foram entrevistados e revelaram que os principais atributos
foram contemplados. Alguns, como estrutura física, superaram as expectativas. Neste relato
97
comentam e sugerem outras melhorias que ainda possam ser efetuadas. Estes relatos
confirmam os resultados encontrados nas pesquisas de satisfação positivamente.
As limitações desse estudo se baseiam na aplicabilidade dos resultados e análises
referentes a um hospital específico, podendo apresentar resultados e comportamentos
diferentes, se aplicados em outras organizações. Além disso, as ações identificadas estão sob
processo de avaliação e desenvolvimento, mas num primeiro momento resultados promissores
junto aos principais atributos de qualidade valorizados pelos clientes.
5.1 Sugestões para Trabalhos Futuros
A partir da pesquisa realizada, bem como das conclusões obtidas, podem emergir
diversas pesquisas, tanto na continuidade do trabalho como na ampliação da sua abrangência.
Destas, destacam-se, como sugestão para trabalhos futuros, duas pesquisas.
A primeira consiste em realizar um trabalho aplicado que atenda outros hospitais, em
outros cenários, elaborando um plano eficaz para a melhoria dos componentes do processo
assistencial nos SA aqui apontados como prioritários para o desenvolvimento dos atributos e
verificação dos resultados. De posse desses resultados, seria possível comparar os atributos
essenciais em cada cenário, para verificar se existem diferenças significativas entre as
necessidades dos diversos hospitais, tendo em vista os ambientes em que estão inseridos
(exemplo: pequeno hospital municipal, hospital que atende ao SUS, clínicas particulares).
A segunda sugestão de pesquisa consiste na continuidade de avaliação e o
estabelecimento de uma estrutura organizacional para a melhoria contínua dos serviços de
alimentação do próprio HMV, a fim de manter os níveis de satisfação dos clientes. A
continuação das pesquisas permitiria identificar novos atributos de qualidade (talvez
associados a novos serviços e novas tecnologias que surgem rotineiramente nos hospitais).
Essa evolução conduziria a novas ações de melhoria, de forma a assegurar a excelência dos
serviços prestados.
REFERÊNCIAS
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APÊNDICES
103
APÊNDICE I – Exemplos Pesquisas de satisfação utilizada no HMV.
Análise quantitativa
Produção de Alimentos
Setor: Cafeteria
Referente a: Pesquisa referente ao Segundo Trimestre de 2003
Pesquisa de Satisfação Serviço de Cafeteria
Total %
Agilidade no atendimento 2 1 4 7 25 83,3
Cortesia 0 1 3 4 32 91,9
Higiene 0 0 1 2 34 97,3
Qualidade do Buffet do Almoço 0 1 2 5 22 90,0
Qualidade do Buffet do café da manhã 0 0 1 1 17 96,1
Qualidade do Buffet do café da tarde 0 0 1 3 16 93,8
Qualidade dos lanches 0 0 3 2 24 93,1
Temperatura dos alimentos 2 0 3 7 23 85,0
Variedades dos produtos oferecidos 0 0 5 11 19 85,0
Total Questionário 4 3 23 42 212 255,75/284= 90,1
Produção de Alimentos
Setor: Cafeteria
Referente a:Pesquisa referente ao Terceiro Trimestre de 2003 –
Pesquisa de Satisfação Serviço de Cafeteria
Total %
Agilidade no atendimento 0 0 7 5 24 86,8
Cortesia 0 0 0 3 34 98,0
Higiene 0 0 2 2 32 95,8
Qualidade do Buffet do Almoço 0 0 2 3 21 93,3
Qualidade do Buffet do café da manhã 2 0 1 3 17 85,9
Qualidade do Buffet do café da tarde 1 0 2 2 16 88,1
Qualidade dos lanches 1 0 0 6 23 91,7
Temperatura dos alimentos 0 0 1 5 26 94,5
Variedades dos produtos oferecidos 0 0 5 9 20 86,0
Total Questionário 4 0 20 38 213 251,5/275= 91,5
104
APÊNDICE II – Questionário aplicado para pesquisa - Superintendente
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SATISFAÇÃO DE CLIENTES
Pesquisa de Qualidade dos Serviços de Alimentação do HMV
Estamos realizando uma pesquisa para identificar o que você, cliente, valoriza mais nos seus fornecedores de serviços. Sua opinião será divulgada e servirá para orientar os fornecedores a melhor atendê-los. Obrigado pela colaboração!
Nº Questionário: 01 Tipo: pessoalmente Data: 10/03/2006 Hora: 10:30 Pesquisador: Karina Hobuss
1- O atributo “estrutura física” foi plenamente atendido quando comparado ao cenário
anterior nos S.A. do HMV? Resposta: Plenamente. O dimensionamento fisco, o projeto arquitetônico, a decoração, o lay-out
superaram nossas expectativas. Realmente nunca vi em um hospital um ambiente tão aconchegante e bonito.
2- Quanto à qualidade e a variedade dos produtos oferecidos, pode-se verificar mudanças? Resposta: Acredito que qualidade e variedade dos produtos oferecidos são itens básicos, resultantes
de parcerias que buscamos estabelecer com nossos parceiros. De nada adianta termos um excelente local a oferecer aos clientes se o produto oferecido não atende as especificações básicas de qualidade.
Organização e limpeza, assim como espírito de colaboração, são itens a serem melhorados junto aos parceiros. 3- Quanto ao horário de atendimento para atender aos pedidos estão atendendo as
demandas? Resposta: Sabemos que na maioria dos casos os motivos pelos quais as pessoas vão a um hospital
são desagradáveis, e conseqüentemente necessitam de certas tolerâncias. Acredito que com a criação de um novo espaço interno (da cafeteria do 1 andar) disponível até as 24hs melhorou bastante esta queixa, um a vez que anteriormente não havia este serviço.
4- Quanto a agilidade no atendimento, percebe-se melhoras? Resposta: Sim. Percebe-se desde o primeiro instante o cuidado com os detalhes. Desde o uniforme, a
florzinha nas mesas, a cordialidade dos atendentes, o uniforme, postura. Mas como sempre, em função da intensa correria, precisamos atender com muita velocidade.
Nome do pesquisado: Superintendente
105
APÊNDICE III – Questionário aplicado para pesquisa - Supervisor
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SATISFAÇÃO DE CLIENTES
Pesquisa de Qualidade dos Serviços de Alimentação do HMV
Estamos realizando uma pesquisa para identificar o que você, cliente, valoriza mais nos seus fornecedores de serviços. Sua opinião será divulgada e servirá para orientar os fornecedores a melhor atendê-los. Obrigado pela colaboração!
Nº Questionário: 01 Tipo: pessoalmente Data: 10/04/2006 Hora: 10:30 Pesquisador: Karina Hobuss
1- O atributo “estrutura física” foi plenamente atendido quando comparado ao cenário
anterior nos S.A. do HMV? Resposta: O ambiente ficou belíssimo, pode-se ver que todos os detalhes forma muito bem
planejados. 2- Quanto à qualidade e à variedade dos produtos oferecidos, pode-se verificar mudanças?
Resposta: A qualidade da comida melhorou muito. Vemos um avanço para aquela que tínhamos.
Antes, uma comida mais caseira, de fácil preparo; hoje, uma comida mais elaborada, mais requintada, com melhor apresentação, finalização. Excelente.
3- Quanto ao horário de atendimento para atender aos pedidos estão atendendo as demandas? Resposta: Não acredito que mudou muito, mas com a abertura de outra cafeteria no 1º andar facilita
que os pacientes e acompanhantes tenham acesso mais facilmente e por um maior período. 4- Quanto à agilidade no atendimento, percebe-se melhorias?
Resposta: A agilidade no atendimento ainda é um critério que se pode melhorar. Percebe-se um
melhora na padronização do serviço, mas ainda os garçons podem melhorar.
Nome do pesquisado: Supervisor
106
APÊNDICE IV – Questionário aplicado para pesquisa - Médico
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SATISFAÇÃO DE CLIENTES
Pesquisa de Qualidade dos Serviços de Alimentação do HMV
Estamos realizando uma pesquisa para identificar o que você, cliente, valoriza mais nos seus fornecedores de serviços. Sua opinião será divulgada e servirá para orientar os fornecedores a melhor atendê-los. Obrigado pela colaboração!
Nº Questionário: 01 Tipo: pessoalmente Data: 10/04/2006 Hora: 10:30 Pesquisador: Karina Hobuss
1- O atributo “estrutura física” foi plenamente atendido quando comparado ao cenário anterior nos S.A. do HMV? Resposta: Com certeza, pois anteriormente a cafeteria era muito pequena, muito inferior a demanda
do hospital. Várias vezes queríamos almoçar e era impossível. Hoje está ótimo.
2- Quanto à qualidade e a variedade dos produtos oferecidos, pode-se verificar mudanças? Resposta: A qualidade da comida está boa, eu diria que a apresentação dos pratos fez toda a
diferença. As saladas estão muito saudáveis, sem maionese, etc.
3- Quanto ao horário de atendimento para atender aos pedidos estão atendendo as demandas? Resposta: Para mim, que estou no hospital pela manha, atende aos meus horários para almoço e
lanche.
4- Quanto à agilidade no atendimento, percebe-se melhoras? Resposta: Normalmente almoço, e é self-service, mas alguns pacientes reclamam da demora do
atendimento.
Nome do pesquisado: Médico
107
APÊNDICE V – Questionário aplicado para pesquisa - Nutricionista
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SATISFAÇÃO DE CLIENTES
Pesquisa de Qualidade dos Serviços de Alimentação do HMV
Estamos realizando uma pesquisa para identificar o que você, cliente, valoriza mais nos seus fornecedores de serviços. Sua opinião será divulgada e servirá para orientar os fornecedores a melhor atendê-los. Obrigado pela colaboração!
Nº Questionário: 01 Tipo: pessoalmente Data: 10/04/2006 Hora: 10:50 Pesquisador: Karina Hobuss
1- O atributo “estrutura física” foi plenamente atendido quando comparado ao cenário
anterior nos S.A. do HMV? Resposta: É incomparável. Hoje temos orgulho de convidar o paciente e os acompanhantes pra
sentarem no Bistrô ou até mesmo para fazerem um lanche na cafeteria. Não que a comida da antiga cafeteria não fosse boa, mas o espaço físico era muito pequeno. 2- Quanto à qualidade e à variedade dos produtos oferecidos, pode-se verificar mudanças?
Resposta: A maior mudança que percebemos está na elaboração dos pratos. Hoje se têm um cuidado
em preparar os alimentos com menor gordura, menos ligas, vegetais frescos, azeite de oliva. Alimentos mais saudáveis em geral. Quanto a variedade, acredito que não é tão importante termos muita variedade e sim aquilo que se está se propondo seja bem feito. 3- Quanto ao horário de atendimento para atender aos pedidos estão atendendo as
demandas? Resposta: Para mim sim, mas ainda acho que devemos ter um serviço 24hs.
4- Quanto a agilidade no atendimento, percebe-se melhoras?
Resposta: O atendimento dos funcionários é ótimo, são muito prestativos.
Nome do pesquisado: nutricionista
108
APÊNDICE VI - Questionário aplicado para pesquisa – Funcionário administrativo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SATISFAÇÃO DE CLIENTES
Pesquisa de Qualidade dos Serviços de Alimentação do HMV
Estamos realizando uma pesquisa para identificar o que você, cliente, valoriza mais nos seus fornecedores de serviços. Sua opinião será divulgada e servirá para orientar os fornecedores a melhor atendê-los. Obrigado pela colaboração!
Nº Questionário: 01 Tipo: pessoalmente Data: 10/04/2006 Hora: 11:30 Pesquisador: Karina Hobuss
1- O atributo “estrutura física” foi plenamente atendido quando comparado ao cenário
anterior nos S.A. do HMV? Resposta: O bistrô ficou lindo. Tudo é muito bem feito. Aconchegante, confortável e espaçoso. O
antigo espaço era muito apertado e as cadeiras e mesas eram de lanchonete.
2- Quanto à qualidade e à variedade dos produtos oferecidos, pode-se verificar mudanças? Resposta: Eu adorei os novos lanches. E os detalhes dos enfeites ficou ótimo. Poderia ter mais
variedade dos pratos servidos e o preço também poderia ser mais baixo.
3- Quanto ao horário de atendimento para atender aos pedidos estão atendendo as demandas? Resposta: É bom. Atende a todos clientes, todos os gostos.
4- Quanto a agilidade no atendimento, percebe-se melhoras? Resposta: Eu adoro vir aqui no bistrô, pois o ambiente é muito bom. Nem se percebe que esta em
um hospital. Os funcionários atendem muito bem. Fazem além do solicitado. Parabéns.
Nome do pesquisado: Funcionário administrativo
109
APÊNDICE VII – Questionário aplicado para pesquisa - Funcionário do Bistrô
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SATISFAÇÃO DE CLIENTES
Pesquisa de Qualidade dos Serviços de Alimentação do HMV
Estamos realizando uma pesquisa para identificar o que você, cliente, valoriza mais nos seus fornecedores de serviços. Sua opinião será divulgada e servirá para orientar os fornecedores a melhor atendê-los. Obrigado pela colaboração!
Nº Questionário: 01 Tipo: pessoalmente Data: 10/04/2006 Hora: 15:00 Pesquisador: Karina Hobuss
1- O atributo “estrutura física” foi plenamente atendido quando comparado ao cenário
anterior nos S.A. do HMV? Resposta: O ambiente de trabalho está muito melhor que o anterior. Para atender os clientes fica mais
fácil, pois a posição das mesas e cadeiras esta melhor. As cores, o balcão de atendimento a qualidade da cozinha de preparo também melhorou muitíssimo. 2- Quanto à qualidade e à variedade dos produtos oferecidos, pode-se verificar mudanças?
Resposta: Antes a comida vinha da produção de alimentos e era distribuída no horário do meio dia.
Agora toda a comida é feita aqui. A diferença é grande. Havia muitos produtos terceirizados, e hoje a maioria das coisas são feitas na hora. Os lanches também melhoraram bastante. Os clientes têm elogiado muito. 3- Quanto ao horário de atendimento para atender aos pedidos estão atendendo as demandas?
Resposta: Acho que para os clientes melhorou, principalmente porque não existe apenas o bistrô, mas
também a cafeteria do 1º andar com horários até a meia noite. 4- Quanto à agilidade no atendimento, percebe-se melhoras?
Resposta: Para nós ficou melhor atender. O espaço e a disposição das mesas facilitam o atendimento.
Assim se consegue atender mais rápido.
Nome do pesquisado: funcionário do Bistrô
110