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12
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
BÁRBARA HELIODORA ANDRADE RAMOS
A ESPECIFICIDADE DA GESTÃO CULTURAL NO BRASIL:
UMA LEITURA CRÍTICA DOS ANAIS DO ENECULT
(2005 -2014)
ORIENTADOR:
PROF. DR. FREDERICO JOSÉ LUSTOSA DA COSTA
Niterói
2015
12
BÁRBARA HELIODORA ANDRADE RAMOS
A ESPECIFICIDADE DA GESTÃO CULTURAL NO BRASIL:
UMA LEITURA CRÍTICA DOS ANAIS DO ENECULT (2005 -2014)
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Administração da
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Administração.
Área de concentração: Estudos das
Organizações no Brasil. Linha de Pesquisa:
Estado, Organizações e Sociedade.
Orientador: Prof. Dr. Frederico José Lustosa da Costa
Niterói
2015
Elaborada pela Biblioteca de Administração e Ciências Contábeis (BAC) da SDC/UFF com os dados fornecidos pelo (a) autor (a).
R 175 Ramos, Bárbara Heliodora Andrade
A Especificidade da gestão cultural no Brasil: uma leitura
crítica dos Anais do ENECULT (2005-2014) / Bárbara Heliodora
Andrade Ramos– 2015.
85 f.
Dissertação (Mestrado em Administração) -Universidade
Federal Fluminense, Faculdade de Administração e Ciências
Contábeis, Niterói, 2015.
Orientador: Frederico José Lustosa da Costa, DSc.
1.Política cultural. 2.Brasil. 3. Gestão cultural. 4. Cultura. 5.
Produção acadêmica. 6. Bibliometria. I. Costa, Frederico José
Lustosa da, orient. II. Universidade Federal Fluminense,
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. III. Título.
CDD 306.40981
AS BORBOLETAS
Seria esta uma ode à natureza, às coisas vivas, às belezas... ou a constatação de uma superstição,
de uma crença profética? Quando você vê uma borboleta, isto é um sinal de que alguma coisa
irá acontecer. Se boa ou ruim, depende do tipo dessa visão.
Dizem que, quando ela aparece dentro de casa, mais precisamente à noite, tem cor escura, chega
e pára num canto, é sinal de que está avisando da passagem, dessa pra outra, de algum ente
querido. Porém, quando este aparecimento se dá à luz do dia, fora de casa, sendo ela colorida e
vivaz, não pára quieta, é sinal de que você receberá notícias boas. Por fim, quando ela insistir
em aparecer e chegar a entrar na janela ou pousar na entrada da casa, é sinal de que chegará
uma visita. Agora me respondam. E quando uma borboleta resolve passear de carro? Quê sinal
seria este?
Verdade seja dita, basta uma visão dessas para que se ponham à prova todas as crenças, todos
os provérbios e todas as práticas.
O certo é que devemos pensar rápido, e duas vezes, pois quando nos apercebemos, o instante
passou. Do mesmo modo são as oportunidades da vida: nos é dado o livre arbítrio para tomar
decisões e estes instantes são fugazes, por isso mesmo, chamados de tempo presente.
Cruz das Almas, 11/05/2007
Baila
El Arado Victor Jara
Aprieto firme mi mano,
y hundo el arao en la tierra
hace años, que llevo en ella
Cómo no estaré agotao?
Aprieto firme mi mano
y hundo el arao en la tierra
hace años que llevo en ella
Cómo no estaré agotao?
Vuelan mariposas, cantan grillos
la piel se me pone negra
y el sol brilla, brilla y brilla
el sudor me hace zurcos,
yo hago zurcos a la tierra sin parar
Vuelan mariposas, cantan grillos
la piel se me pone negra
y el sol brilla, brilla y brilla
el sudor me hace zurcos,
yo hago zurcos a la tierra sin parar
Afirmo bien la esperanza
cuando pienso en la otra estrella
nunca es tarde me dice ella
la paloma volará
Afirmo bien la esperanza
cuando pienso en la otra estrella
nunca es tarde me dice ella
la paloma volará
Vuelan mariposas,cantan grillos
la piel se me pone negra
y el sol, brilla, brilla y brilla
Y en la tarde cuando vuelvo,
en el cielo apareciendo una estrella
nunca es tarde me dice ella
la paloma volará, volará, volará
Cómo yugo de apretao
tengo el puño esperanzao
porque todo cambiará...
“Todo o conhecimento humano começou com intuições,
passou daí aos conceitos e terminou com ideias. ” Immanuel Kant
12
DEDICATÓRIA
Ao Universo, que conspira a favor de tudo o que seja justo.
Aos meus pais. À minha mãe Emérita, por me dar sentido pelas coisas
que realmente valem a pena, pelo espírito de guerreira na vida e pela
vida.
À minha segunda mãe Vilma (in memoriam), por me ensinar o valor
das coisas que fazem valer a pena.
Ao meu pai, pelo exemplo de persistência e coragem em acreditar na
vida plena e justa.
A Luís Gatica, pela motivação, incentivo e apoio dedicado,
colaborando em todas as etapas deste trabalho.
Às minhas irmãs e meus irmãos, pelas brigas combativas, pela nossa
vida, nossos ideais, nossa Aldeia da Fraternidade (dos Irredutíveis).
Às sobrinhas e aos sobrinhos, pelo carinho inconteste, e por assim
especialíssimos, minhas afilhadas e meu afilhado.
AGRADECIMENTOS
Agradecer é um ato direto e intransferível, pois então faço aqui um sucinto relato de
fatos e momentos que fundamentaram a realização deste trabalho.
A decisão
Realizar este trabalho na UFF foi um grato acaso que, por oportuno, faço extensiva
surpresa da felicidade, primeiro, aprovação em tempo e a tempo; segundo, pela
persistência em concluir a demanda proposta.
Personagens importantes
A todas as amigas/amigos, por afinidade ou não, que em diversos momentos
compartilharam a dor e a delícia em viver a aventura de um mestrado.
Aos funcionários da UFF, em especial dos campi Valonguinho, Gragoatá e Livraria da
UFF; da UFBA, na Secretaria do Enecult, por apoiarem de modo eficiente e decisivo
minhas solicitações, orientando e tornando possível a realização deste trabalho.
Aos professores do PPGAD/UFF, pelos ensinamentos passados, particularmente aos
componentes de minha Banca, Projeto/Qualificação e Defesa.
Aos professores(as) da EAUFBA e aos amigos(as) que de forma espontânea
contribuíram com a pesquisa pela concessão de entrevistas e esclarecimentos sobre
o tema, embora não tenham sido literalmente utilizadas no texto desta Dissertação.
As colegas do mestrado, todos e todas que, com igual importância, contribuíram direta
e/ou indiretamente na realização deste trabalho.
Participações especiais Ao meu Orientador, pelo exemplo de mestre, por acolher a proposta de trabalhar um
tema novo e controverso e suportar as inúmeras dúvidas e quase saídas de foco.
Aos meus co-orientadores
Ao professor Paulo Emílio Martins, pelo exemplo de mestre decano e pelo imenso
coração de eterno pesquisador de temas envolvendo o Pensamento Social Brasileiro.
Ao professor Fernando Vieira, pelo exemplo de mestre e pelo desprendimento em
participar dessa empreitada com contribuições oportunas e valiosas.
À Professora Lia Calabre, pelos ensinamentos metodológicos e sugestões oportunas à
melhoria da presente Dissertação.
OPORTUNIDADES
Gratas surpresas
Participação na realização de eventos dos grupos de pesquisa Abras e Escopo, que me
proporcionaram aprendizados diversos sobre o fazer pesquisa em ambiente carente de
infraestrutura.
Participação como ouvinte no I Congreso Latinoamericano de Gestión Cultural,
realizado em Santiago do Chile, em Abril/2014.
http://redlgc.ning.com/congresolgc
Minha inscrição na Red Latinoamericana de Gestión Cultural.
http://redlgc.ning.com/
Apresentadora de Trabalho no IV Encuentro Sudamericano en Gestion Cultural y
Participación Ciudadana realizado em Valparaíso em Outubro/2014.
http://encuentrosudamericanogestioncultural.blogspot.com.br/
Participação em Seminários nacionais relacionados com o tema da Gestão Cultural.
http://www.casaruibarbosa.gov.br/
Meus agradecimentos ao Director de la Corporación Cultural de Recoleta, Roberto
Guerra pelo trabalho que realiza, pelas informações preciosas quе fizeram parte dа
minha pesquisa sobre o tema.
http://www.recoleta.cl/corporacion-cultural-de-recoleta-
Aos novos e velhos amigos de toda a América Latina, com os quais pude apreender a
vivenciar o sentido e o valor simbólico da Cultura, para viabilização da chamada Gestão
Cultural.
RESUMO
Esta Dissertação investiga a Gestão Cultural, suas principais especificidades, dimensões,
características e complexidades, bem como a construção das bases teóricas dos processos de
gestão no âmbito da Cultura. Discute a definição de Gestão Cultural referenciada ao contexto
brasileiro, apresentada por estudiosos da área. Seu objetivo consiste em identificar, classificar
e sistematizar a produção acadêmica sobre a Gestão Cultural, publicada nos Anais dos
Encontros Multidisciplinares em Cultura (ENECULT). Realiza um estudo bibliométrico com a
apresentação e a análise dos resultados quantitativos e qualitativos referentes à interpretação
dos trabalhos publicados no período entre 2005 a 2014. Buscou aprofundar o entendimento
destes pesquisadores sobre a definição da Gestão Cultural. As informações obtidas pela
pesquisa são confrontadas com os conceitos extraídos da Literatura pertinente. Dada a
abrangência e a complexidade da matéria, a argumentação apresentada é de caráter sucinto.
Apontam-se algumas ideias conclusivas e sugestões para futuras pesquisas.
Palavras-chave: Cultura. Gestão. Gestão cultural. Produção acadêmica.
RESUMEN
Esta Tesis investiga la gestión cultural, sus principales características, dimensiones,
especificaciones y complejidades, así como la construcción de las bases teóricas de los procesos
de gestión dentro de la cultura. Además, discute la definición de Gestión Cultural relacionada
al contexto brasileño, presentada por los investigadores en la materia. Su objetivo es identificar,
clasificar y sistematizar la investigación académica sobre la Gestión Cultural publicada en las
actas del Encuentro Multidisciplinar de Cultura (ENECULT). Se llevó a cabo un estudio
bibliográfico de la presentación y un análisis cuantitativo y cualitativo de los resultados con
respecto a la interpretación de los estudios publicados entre 2005 y 2014. Se buscó profundizar
el entendimiento de estos investigadores con respecto a la definición de la Gestión Cultural. La
información obtenida de la investigación se contrasta con los conceptos extraídos de la
literatura. Dado el alcance y la complejidad del tema en estudio, los argumentos presentados
son de carácter suscinto. Se muestran las conclusiones obtenidas así como sugerencias para
futuras investigaciones.
Palabras clave: Cultura. Gestión. Gestión Cultural. La producción Académica.
ABSTRACT
This dissertation investigates the cultural management, its main characteristics, dimensions,
specifications and complexities as well as the construction of the theoretical bases of
management processes within the culture. Discusses the Cultural Management definition
referenced to the Brazilian context presented by scholars in the field. Its overall objective is to
identify, classify and systematize the academic research on cultural management published in
the Proceedings of the Multidisciplinary Meeting on Culture (ENECULT). Carried out a
bibliometric study of the presentation and analysis of quantitative and qualitative results relating
to the interpretation of studies published since 2005 to 2014. We attempted to researchers
through the deepening understanding of the cultural management setting enabling detailed
analyzes to light the peculiarities of each. Information obtained by the research are faced with
the extracted concepts of the relevant literature. Given the scope and complexity of the matter,
the arguments are succinctly character. They point to some conclusive ideas and suggestions
for future research.
Keywords: Culture. Management. Cultural management. Academic production.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Distribuição dos trabalhos por ano do evento ....................................................... 45
Quadro 2– Distribuição dos trabalhos por Instituição .............................................................. 47
Quadro 3 – Distribuição dos pesquisadores por gênero ........................................................... 48
Quadro 4 – Distribuição dos pesquisadores por titulação ........................................................ 49
Quadro 5 – Distribuição dos trabalhos selecionados x trabalhos analisados ........................... 50
Quadro 6 – Distribuição dos trabalhos por metodologia de pesquisa utilizada........................ 52
Quadro 7 – Distribuição dos trabalhos por técnicas de pesquisa utilizadas ........................... 53
Quadro 8 – Distribuição dos trabalhos por fontes utilizadas nas referências ........................... 54
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Distribuição dos trabalhos por ano do evento ....................................................... 46
Gráfico 2 – Distribuição dos trabalhos por Instituição ............................................................. 48
Gráfico 3 – Distribuição dos pesquisadores por gênero ........................................................... 48
Gráfico 4 – Distribuição dos pesquisadores por titulação ........................................................ 49
Gráfico 5 – Distribuição dos trabalhos selecionados x trabalhos analisados ........................... 50
Gráfico 6 – Distribuição dos trabalhos por metodologia utilizada ........................................... 53
Gráfico 7 – Distribuição dos trabalhos por técnicas de pesquisa utilizadas ............................. 54
Gráfico 8 – Distribuição dos tipos de fontes utilizadas nas referências ................................... 55
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
2 GESTÃO CULTURAL: REFLEXÕES TEÓRICAS ....................................................... 21
2.1 UMA APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA ...................................................................... 21
2.2 CONCEITUAÇÕES SOBRE A GESTÃO CULTURAL .............................................. 26
2.3 TERMINOLOGIAS UTILIZADAS............................................................................... 30
2.4 FORMAÇÃO DO GESTOR CULTURAL .................................................................... 31
2.5 UM CONCEITO EM DISCUSSÃO .............................................................................. 34
2.6 ALGUMAS DISTINÇÕES CONCEITUAIS ................................................................ 35
2.6.1 Gestão Cultural e Produção Cultural .................................................................. 35
2.6.2 Gestão Cultural e Política Cultural ..................................................................... 36
2.6.3 Gestão Cultural e Ação Cultural .......................................................................... 37
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 39
3.1 LEVANTAMENTO DO MATERIAL ........................................................................... 39
3.2 SELEÇÃO DO MATERIAL .......................................................................................... 40
3.3 ESTUDO BIBLIOMÉTRICO ........................................................................................ 41
3.4 CRITÉRIOS PARA ANÁLISE ...................................................................................... 44
4 PANORAMA DA PRODUÇÃO INTELECTUAL SOBRE GESTÃO CULTURAL
NOS ANAIS DO ENECULT ................................................................................................. 45
4.1 RESULTADOS DA PESQUISA ................................................................................... 45
4.2 REDE DE PESQUISADORES ...................................................................................... 56
4.3 ENTENDIMENTOS SOBRE GESTÃO CULTURAL ................................................. 57
4.4 SÍNTESE DOS RESULTADOS .................................................................................... 59
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 61
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 63
REFERÊNCIAS CONSULTADAS ...................................................................................... 72
SITES CONSULTADOS ....................................................................................................... 74
APÊNDICE A – FONTES PRIMÁRIAS ............................................................................. 75
APÊNDICE B - EIXOS TEMÁTICOS E COMISSÃO CIENTÍFICA ............................. 82
15
1 INTRODUÇÃO
A temática da Gestão Cultural tem adquirido relevância nos últimos dez anos e suscitado
algumas confusões de enfoque conceitual a respeito do que, especificamente, ela trata. Em face
disso, há um desconforto teórico no campo da investigação em Gestão Cultural. De fato, ainda
não se tem clareza sobre o que é Gestão Cultural. A simples transposição das ferramentas
tradicionais da Administração dificilmente atende às especificidades do campo, o que deixa o
gestor, quase sempre, à mercê de sua própria capacidade de adaptação e criação.
O objeto desta investigação é a Gestão Cultural, suas especificidades, dimensões,
características e complexidades. O objetivo da pesquisa é identificar, classificar e sistematizar
a produção acadêmica sobre a Gestão Cultural, no campo da política e da produção cultural,
dentro do marco teórico referenciado ao contexto brasileiro.
A produção acadêmica neste tema, no Brasil, ainda é relativamente escassa. Percebe-se
que, não obstante a profusão de textos sobre política cultural e temas afins, há uma carência de
estudos específicos sobre Gestão Cultural. Muitos trabalhos, embora mencionem, até no título,
a Gestão Cultural, limitam-se a discutir assuntos que não constituem o objeto mesmo deste
campo.
Com efeito, ainda são incertas e discutíveis a consistência e a solidez das bases de tal
produção acadêmica. Este trabalho realizou um estudo bibliométrico da produção acadêmica
publicada nos Anais dos Encontros de Estudos Multidisciplinares em Cultura (ENECULT),
sobre a Gestão Cultural, no período entre 2005 e 2014. Deste estudo resultaram dados,
quantitativos e qualitativos, concernentes à interpretação da referida produção.
O Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT) em conjunto com o
Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Pós-Cultura), o Instituto
de Humanidades, Artes & Ciências Professor Milton Santos (IHAC), a Faculdade de
Comunicação (Facom), da Universidade Federal da Bahia (UFBa) realizam os Encontros de
Estudos Multidisciplinares em Cultura (ENECULT), em Salvador (Bahia).
De 2005 a 2014, foram mais de dois mil trabalhos apresentados, em diferentes eixos
temáticos, por pesquisadores, professores, estudantes de graduação e pós-graduação e
profissionais interessados em cultura; 108 palestrantes nacionais e 44 internacionais estiveram
presentes nas mesas-redondas; e mais de cem livros foram lançados nos Encontros. Em
conjunto, as edições contaram, em suas palestras e mesas redondas, com renomados
pesquisadores do Brasil e do exterior, apresentação de trabalhos, plenárias, além do lançamento
de livros e da publicação dos artigos nos Anais do Evento.
16
Entre os pesquisadores convidados, podem ser destacados: Alicia Entel (Argentina),
Antonio Carvalho Cabral (Brasil), Antonio Lafuente (Espanha), Armand Mattelart (França),
Armando Silva (Colômbia), Bruno César Cavalcanti (Brasil), Daniel Gonzalez (Argentina),
Daniel Mato (Venezuela), Durval Muniz de Alburquerque Jr. (Brasil), Eduardo Nivón Bolán
(México), Fábio Sá Earp (Brasil), Francisco Foot Hardman (Brasil), George Yúdice (EUA),
Gonzalo Carámbula (Uruguai), Hamilton de Faria (Brasil), Heloisa Buarque de Hollanda
(Brasil), Isaura Botelho (Brasil), Joanildo A. Burity (Brasil), João de Jesus Paes Loureiro
(Brasil), José Carlos Durand (Brasil), José Miguel Wisnik (Brasil), Liv Sovik (Brasil), Luis
Roberto Alves (Brasil), Manuel Garretón (Chile), Maria Arminda Arruda (Brasil), Maria da
Conceição Ramos (Portugal), Maria de Lourdes Lima dos Santos (Portugal), Maria Immacolata
Vassalo Lopes (Brasil), Mário Mazzilli (Brasil), Massimo Canevaci (Itália), Mia Couto
(Moçambique) Muniz Sodré (Brasil), Natália Ramos (Portugal), Octávio Getino (Argentina),
Paola Berenstein Jacques (Brasil), Pedro Querejazu (Colômbia), Renato Cordeiro Gomes
(Brasil), Renato Ortiz (Brasil), Ruben George Oliven (Brasil), Rubens Bayardo (Argentina),
Rocío Ortega (Paraguai), Sérgio Amadeu (Brasil), Silvia Vetrale (Uruguai), Victor Vich (Peru),
Xan Bouzada Fernández (Espanha) e Zeny Rosendhal (Brasil). Dessa forma, o Enecult promove
a interlocução entre centenas de pesquisadores, professores, estudantes universitários e
profissionais vinculados ao campo cultural, através da exposição de estudos em cultura
realizados no país e na Ibero-américa, nas mais diversas áreas do conhecimento.
Os Anais das diversas edições do Enecult constituem a fonte principal da pesquisa
realizada. Sua escolha se deve ao fato de ser este, atualmente, o maior evento internacional de
estudos em Cultura realizado no Brasil.
A Gestão Cultural, no sentido mais amplo, refere-se à especificidade de um campo.
Muitos nomes foram dados ao conceito de Gestão Cultural, tais como, promoção cultural,
gerência da cultura, mediação cultural, administração cultural, gestão das artes e da cultura.
Gestão cultural abrange todos os conhecimentos e práticas de gestão nas áreas de artes e cultura.
Da mesma forma, várias são as definições que, ao longo do tempo, têm sido dadas à
Gestão Cultural. No entendimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura-Unesco, a Gestão Cultural é apresentada de forma genérica como uma
estratégia de discernimento de bens no campo cultural brasileiro e mundial. Cabe aos
mediadores e gestores culturais, agentes inseridos neste campo, trabalharem este poder
simbólico, do que podem resultar ganhos econômicos e sociais em bases democráticas.
Nas palavras do autor Jorge Bernandez López (2003) Gestão Cultural: “Es la
administración de los recursos de una organización cultural, con el objetivo de ofrecer un
17
producto o servicio que llegue al mayor número de público o consumidores, procurándoles la
máxima satisfacción” (2003, p. 3).
A partir do trecho acima destacado, deve-se complementar que a gestão cultural, nas
palavras de ANDRÉS (2002):
Es un conjunto de herramientas y metodologías empleadas en el diseño, producción,
administración y evaluación de proyectos, equipamientos, programas o cualquier otro
tipo de intervención que dentro del ámbito de la cultura creativa se realiza [...] con la
finalidad de crear públicos, generar riqueza cultural o potenciar su desarrollo cultural
en general. (2002, p. 8).
Uma aproximação necessária ao objeto aqui estudado consiste no entendimento do
termo Gestão Cultural. Ele ganhou vigência em diversos países, a exemplo dos ibero-
americanos, justamente pelo ângulo de análise que aqui se adota. Por isto realizou-se um esforço
de análise interpretativa do que os pesquisadores brasileiros entendem ser Gestão Cultural.
Tal expressão surge com as transformações contemporâneas associadas às novas
dimensões atribuídas ao campo da Cultura. Seu uso para identificar uma categoria profissional
começa a adquirir maior relevância nos países ibero-americanos somente a partir de meados da
década de 1980. Os autores Zubíria, Trujillo e Tabares (2001) apresentam, pelo menos, três
diferentes e significativas teses para a compreensão desse universo, no qual já expressam a
tensão existente em torno desse tema, contribuindo para delinear o campo ainda conflituoso da
gestão cultural.
A primeira tese não apresenta grandes discussões em torno da gestão cultural, pois a
considera apenas uma nova nomenclatura diante das denominações anteriores para esse campo
de trabalho, de modo que não provoca alterações substanciais para o campo. A segunda tese
considera pertinente a permanência das denominações anteriores, mas, ao associar a ideia de
gestão e cultura, corre-se o risco de permitir uma ingerência excessiva do econômico e do
mercado na dimensão cultural. A terceira tese, contrária à anterior, defende que a terminologia
gestão cultural está mais próxima das transformações ocorridas nos últimos anos e, portanto, é
a denominação que mais reflete a realidade atual do campo cultural. Tais concepções expressam
certa tensão em torno do tema, mas, ao mesmo tempo, contribuem para delinear o campo
profissional da Gestão Cultural.
Assim, é preciso compreender que o trabalho em gestão cultural, embora já bastante
discutido, ainda está em processo de adequação e de utilização de metodologias próprias para
que possa haver sustentabilidade e viabilidade econômica da área cultural, o que não significa,
18
de forma alguma, que se deva submetê-lo, como manifestação artística, às regras e lógicas de
mercado.
A expressão Gestão Cultural também entra nos discursos sobre Cultura na América
Latina, na segunda metade da década de 1980, tanto em instituições governamentais como em
grupos culturais das comunidades.
Esta pesquisa não trata da discussão em torno da expressão Indústria Cultural, já
amplamente examinada pela chamada Teoria Crítica, protagonizada pela Escola de Frankfurt,
associada, entre outros, a nomes como Horkheimer e Adorno.
Busca-se analisar a gestão cultural e apresentar novas perspectivas para seu
entendimento que possibilitem compreender as lógicas que a determinam. Esta Dissertação
pretende, a partir do conhecimento da gestão cultural, contribuir para melhor compreensão de
um campo que tem sido cada vez mais procurado e está em plena expansão econômica.
A fim de ampliar o conhecimento sobre o tema, foram utilizadas, como fontes iniciais,
referências bibliográficas encontradas na literatura nacional e internacional pertinente, com
consultas a periódicos científicos e anais de eventos, conforme especificado na metodologia.
A carência de estudos específicos no campo da Gestão Cultural torna evidente a
necessidade de uma conceituação própria, com práticas apoiadas em métodos interdisciplinares.
Levantam-se a seguir algumas questões pertinentes a essa temática e que são fundamentais
como ponto de partida para a investigação realizada.
O problema desta pesquisa está relacionado com a questão da especificidade da Gestão
Cultural. Daí a indagação: qual a especificidade da Gestão Cultural? Como ela se manifesta?
Em que ela se diferencia dos outros campos de gestão?
O estudo da Gestão Cultural exige uma visão do universo complexo com que se lida,
tanto pela natureza de seus objetos, quanto pelas questões de seu entorno. E constitui um
permanente convite à flexibilidade e à revisão constante de resultados.
Pretende-se identificar, na Gestão Cultural, suas complexidades e exigências sobre o
fazer criativo da Cultura, onde as artes constituem elemento catalizador.
Para entender o problema da pesquisa estabeleceu-se um objetivo geral e alguns
objetivos específicos.
O objetivo geral consiste em identificar, classificar e sistematizar a produção acadêmica
sobre a Gestão Cultural referenciada ao contexto brasileiro.
Para o alcance deste objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos
específicos:
19
a) Realizar um estudo bibliométrico da produção acadêmica em Gestão Cultural nos
Anais do Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult).
b) Identificar os conceitos de Gestão Cultural referidos nos trabalhos publicados nos
Anais do Enecult.
c) Identificar a formação em rede dos pesquisadores referidos nos trabalhos publicados
nos Anais do Enecult.
d) Contribuir para o conhecimento do Estado da Arte sobre Gestão Cultural.
Mesmo se tratando de uma pesquisa exploratória, onde não é imperativa a formulação
de hipóteses, é possível antecipar algumas ideias que podem subsidiar um questionamento a
respeito do tema. Como o conceito de gestão cultural é abordado no âmbito da atual discussão
acadêmica? A partir dessa questão, sugere-se uma hipótese central, a de que os estudos sobre
os conceitos da gestão cultural abordam superficialmente seu papel institucional no
desenvolvimento das políticas culturais. Com base nisto, foram formuladas algumas hipóteses
específicas:
a) os pressupostos conceituais sugerem que o fazer da gestão cultural é uma práxis
baseada na problematização;
b) o papel do gestor cultural consiste no trabalho de animação/dinamização de
estratégias e de execução de projetos;
c) as controvérsias no campo da gestão cultural ocorrem diante da necessidade de se
conhecerem o perfil e a formação dos gestores culturais.
Este trabalho se insere no Núcleo de Estudos em Gestão Cultural, vinculado ao
Programa de Pós Graduação em Administração (PPGAD) da Faculdade de Administração da
Universidade Federal Fluminense. Foi elaborado com o objetivo de satisfazer demanda por uma
Dissertação, destinada a ser apresentada perante este Programa de Pós-Graduação, como
requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre.
A estrutura desta Dissertação está distribuída em cinco capítulos. O primeiro capítulo,
a Introdução, contextualiza a temática, a justificativa e o problema da pesquisa e estabelece os
objetivos para sua realização, bem como as hipóteses que nortearam a investigação.
O segundo capítulo, Gestão Cultural: reflexões teóricas, discute o estado da arte e as
bases teóricas dos processos de gestão no âmbito da Cultura. As noções preliminares de temas
como: Cultura, Gestão/Administração/Gerência e Gestão Cultural são apresentadas por
estudiosos da área para esboçar uma definição de Gestão Cultural.
20
O terceiro capítulo, Metodologia, apresenta a trajetória metodológica da pesquisa e
inclui a delimitação da pesquisa, a coleta de dados e os critérios de análise.
O quarto capítulo, Panorama da Produção Intelectual sobre Gestão Cultural, apresenta
os resultados da pesquisa realizada nos Anais dos Encontros de Estudos Multidisciplinares em
Cultura (ENECULT) no período entre 2005 a 2014.
O quinto capítulo, Considerações Finais, examina os objetivos da pesquisa à luz da
análise geral dos dados. Apontam-se algumas ideias conclusivas e sugestões para pesquisas
futuras.
21
2 GESTÃO CULTURAL: REFLEXÕES TEÓRICAS
2.1 UMA APROXIMAÇÃO NECESSÁRIA
Aqui se discutem as bases teóricas dos processos de gestão no âmbito da cultura. Busca-
se analisar e discutir os conceitos apresentados por estudiosos da área, identificar e examinar
as dimensões de tais conceitos, a fim de esboçar uma definição que dê conta de suas
especificidades.
Procura-se, em primeiro lugar, conceituar cultura e, ao mesmo tempo, estabelecer uma
definição operacional, vale dizer, uma definição que dê conta das diversas formas de
intervenção dos gestores no fazer cultural, isto é, a produção, distribuição e consumo de bens
culturais.
Em segundo lugar, procura-se também apresentar os conceitos de administração
(gerência ou gestão) em suas relações com esse fazer cultural. Isto significa que não se pretende
examinar exaustivamente os conceitos de gestão, mas indicar aquilo que se considera essencial
para estabelecer nexos com a produção cultural. Pretende-se ainda apresentar, analisar e discutir
as principais definições de gestão cultural, adotadas por estudiosos identificados com a área.
A cultura permeia todas as ações da sociedade e, por consequência, todos os programas
de governo. Cultura é comportamento; manifesta-se nas mínimas relações do cotidiano; é
postura frente ao mundo. Exemplificando: a organização de um povo para a realização de
atividades de interesse coletivo, como a criação de cooperativas, é cultura; a conformidade ou
inconformidade em enfrentar filas, sujeira nas ruas, maus cheiros, também podem ser
manifestações de cultura; assim como o são todas as formas de resistência, o modo de encarar
as adversidades, as lutas, individuais ou coletivas, tudo isto são fenômenos de natureza cultural.
A literatura de antropologia, sociologia e ciências humanas em geral examina centenas
de definições de cultura. Não cabe aqui recuperá-las, nem mesmo fazer a sua crítica. Para os
fins desta pesquisa é conveniente adotar uma definição bastante ampla que contemple a
perspectiva antropológica.
Nas palavras de Lustosa da Costa (2006):
A cultura aqui é entendida em sentido amplo, contemplando toda herança não
biológica que faz a diferença entre os povos; vale dizer, os diversos processos de
designação e simbolização (linguagens), as inúmeras maneiras de lidar com a morte,
o desconhecido e o imaginado (religiões e artes), as formas singulares de se relacionar
com a natureza (tecnologias), as maneiras particulares de regular as relações sociais
(instituições), inclusive, a produção e distribuição de bens (economia) e as
22
diferenciadas formas de sociabilidade gratuita (festas, jogos e brincadeiras), os
julgamentos coletivos sobre o bom, o belo, o útil e o verdadeiro (ética, estética e
pragmática). (LUSTOSA DA COSTA, 2006, p. 15)
Este mesmo autor lembra que nem tudo é cultura, pois:
Na verdade, o que caracteriza o trabalho da cultura é sua dinâmica intrínseca, sua
interdependência com outras culturas, sua capacidade de renovação. Ela se faz mais
pujante quando se atualiza, alimentando-se de suas bases materiais, do mundo da vida,
do discurso sobre si mesma e, sem dúvida, da influência externa. (LUSTOSA DA
COSTA, 2013, p. 374)
Para esta discussão convém circunscrever a noção de cultura ao universo da política, da
produção e da gestão cultural, de modo a não deixá-la demasiadamente ampla e vaga. No
âmbito desta pesquisa, interessa focalizar o aspecto da funcionalidade da cultura que pode
subsidiar a construção de uma definição de gestão cultural.
Portanto, pensar em cultura como objeto de gestão cultural requer que se proceda a uma
redução ou operacionalização do conceito de cultura, no sentido de estabelecer o escopo da
ação dos police makers e gestores. Pois, evidentemente, está fora do alcance de sua intervenção
a maioria dos objetos materiais ou simbólicos que pode a imaginação humana criar.
Em que pese se possa adotar uma definição ampla de cultura, fundada na perspectiva
antropológica, cabe buscar uma operacionalização que inscreva a ação do Estado no domínio
da Cultura. Segundo Thiry-Cherques (2012, p. 21), “cultura é o sistema composto pelos objetos
reais e ideais valorizados por uma sociedade”. O autor concebe a cultura como um sistema de
valores e objetos, no qual todo objeto cultural compreende uma forma que representa a
linguagem e a capacidade de se mover de forma racional e normativa. Tem-se que o objeto
cultural é representado por um valor, atribuído segundo os diferentes grupos sociais. Em
resumo, são a expressão de sentimentos e conhecimentos, adotados por um grupo social ou pelo
criador individual, o artista. Nesse sentido, a política e a gestão cultural apontam para os objetos
culturais.
Antes de proceder a uma definição de gestão cultural, estabelecendo seu escopo,
características e especificidades, é imprescindível analisar e discutir os próprios conceitos de
administração, gerência e gestão. Antes de mais nada, cabe verificar se há alguma distinção
entre estes termos. Apesar de a literatura referente ao tema ser vasta e crescente, existe muita
discordância em relação ao que eles são e como ocorrem. O tema é aqui discutido buscando
esclarecer alguns conceitos tendo em vista a multiplicidade de enfoques, embora, hoje em dia,
muitos autores estabeleçam distinções pouco fundamentadas.
23
Na língua portuguesa falada no Brasil, os termos administração, gerenciamento e gestão
são sinônimos e utilizados de forma indistinta, na literatura e em nosso cotidiano.
Como cada autor tem sua própria definição, para evitar envolvimento em discussões
filosóficas, pretende-se fornecer definições simples e práticas para a utilização dos três termos.
O termo Administração trata dos problemas típicos das empresas ou organizações, como
os recursos financeiros, recursos patrimoniais e recursos (ou talentos) humanos. Ela cria um
ambiente favorável para realização dos objetivos. O termo Gerenciamento trata de níveis
específicos da organização, como departamentos ou divisões ou projetos. O termo Gestão trata
de níveis especializados, tanto no que diz respeito à administração, quanto ao gerenciamento.
Para Motta (1991), a gerência é a arte de pensar, de decidir e de agir; a arte de fazer
acontecer, de obter resultados. O aprendizado gerencial é o processo pelo qual o indivíduo
adquire novos conhecimentos, atitudes e valores e fortalece sua capacidade de análise de
problemas, envolvendo quatro dimensões básicas:
[...] (1) a cognitiva, habilidade de compreender o particular por meio do
conhecimento do geral; (2) a analítica, habilidade de saber a utilidade e a
potencialidade das técnicas administrativas e adquirir mais realismo, profundidade e
criatividade na solução de problemas; (3) a comportamental, habilidade de adquirir
novas maneiras de interação humana, dentre padrões alternativos conhecidos e
validados socialmente e; (4) a de ação, denota a capacidade de interferir
intencionalmente no sistema organizacional. (MOTTA, 1991, p. 151)
Para avançar na elucidação do problema desta pesquisa, considera-se que o conceito de
gestão adotado aproxima-se do de Motta (1991), onde se englobam as dimensões referidas.
Segundo Rezende e Castor (2007), ao se pensar na palavra “gestão” pode-se estar
referindo à gestão de pessoas, gestão de projetos, gestão do conhecimento, gestão financeira e
outras mais. Importante é refletir sobre sua abrangência e identificar quando tal conceito é
genérico e quando é específico.
Para Milano et al. (2010), a gestão têm sido entendida como:
[...] o conjunto de atividades administrativas e seu próprio controle, ou seja,
atividades relacionadas à gerência, gestão ou administração dos negócios e atos
necessários à efetiva realização do manejo, tais como controle de pessoal, licitação,
contabilidade, aquisição e manutenção de bens, entre outras. (MILANO et al., 2010,
p. 13)
Considera-se na administração que a gestão possui na sua formação elementos das
diversas vertentes, e para o seu sucesso, torna-se necessária uma ação harmónica e equilibrada.
24
Abordou-se a diversidade de olhares, a respeito da gestão cultural, a fim de apresentar
as suas convergências e divergências. Acerca do conceito de gestão cultural, apresenta-se um
breve mapeamento de caráter epistemológico e se elencam algumas sugestões para
interpretação e usos do conceito. Desse modo, colocaram-se alguns desafios para dar início às
reflexões.
O tema da Gestão Cultural tem sido estudado, nos últimos dez anos, por pesquisadores
de origens diversas, identificados com a “Cultura” ou com os “Estudos Culturais”, com
contribuições pontuais sobre o que acreditam ser a “Gestão Cultural”. Nesse sentido, a literatura
sobre “Gestão Cultural” contempla temas os mais diversos: Política Cultural, Produção
Cultural, Ação Cultural, Direitos Culturais e até Diversidade e Multiculturalismo. Mas a
maioria dos autores diz muito pouco, especificamente, sobre Gestão Cultural, ainda que se
aceite uma definição ampla do termo.
A Gestão cultural, apesar de ser um termo recente, é associada a múltiplos significados
e nomenclaturas: promoção cultural, gestão de cultura, mediação cultural, administração
cultural, gestão da cultura, gestão das artes ou gestão da cultura.
Vista dessa perspectiva, a Gestão Cultural incorpora uma amplitude conceitual extensa,
o que implica no fato de a falta de especificidade ser um dos seus principais impasses teóricos.
Daí ser deficiente quanto à sua construção científica. Os conceitos variam de amplitude: de
definições restritas até às extremamente amplas que, a rigor, extrapolam o objeto da Gestão
Cultural.
Alfons Martinell (2008) reflete que:
[...] a pesar de que la cultura siempre ha reclamado algún tipo de organización por
parte de la comunidad, la gestión cultural, como la entendemos hoy en día, es un
campo de actuación muy reciente. Podríamos afirmar que a pesar de su rápido
crecimiento en los últimos años aún está en fase de estructuración y definición.
(MARTINELL, 2008, p. 267)
Mas por que falar em gestão cultural? Qual é o contexto que enquadra a aparição desta
nova disciplina? Por que sua expansão?
Para Ochoa (2008), a gestão é implementada como uma ideia que, para muitos críticos,
reduz a cultura a uma comercialização de produtos. Este é um terreno difícil quando: “una palavra
sea utilizada de maneras tan distintas testifica su incoherencia fundamental como concepto
unitario, pero al mismo tiempo, es aquí donde radica su fuerza y su trampa. (OCHOA, 2008, p.
158).
25
A este respeito, Rubens Bayardo (2007) observa que "lo que está en el centro del debate
no es la gestión, sino los modos y las conceptualizaciones que la orientan en tanto que fenomeno
cultural. Lo imprescindible y central es lo que se entienda por gestión y cómo se le conciba"
(BAYARDO, 2007, p. 16).
Decorre do entendimento deste autor que a gestão cultural como uma profissão
comporta várias definições. Em contrapartida, os usos e perspectivas para a sua abordagem
estão dados pelo contexto social e das disciplinas de que emergiu.
A busca de definição do objeto e do escopo da gestão cultural pode se orientar para uma
nova abordagem da gestão desse universo específico de organizações, projetos e manifestações.
Conforme os ensinamentos do Professor Dr. Lustosa da Costa, em sala de aula:
[...] essa definição consiste em discutir concepções particulares da natureza humana,
das relações do indivíduo com o seu universo simbólico, dos métodos e práticas do
fazer artístico (e cultural) e das relações entre ética e estética. Nessa concepção, a
gestão cultural buscaria definir-se como gestão do belo e do sensível.
É possível situar o locus e o focus da gestão cultural. Para o estabelecimento de um
adequado referencial teórico-analítico é importante alcançar clareza no conceito de gestão
cultural, indicando tanto o locus (objeto) como o focus (abordagem). Segundo Keinert (2000),
eles podem ser verificados do ponto de vista metodológico. O locus indica o território a ser
estudado e analisado, os fenômenos empíricos. O focus é a perspectiva teórica que subsidia as
discussões, análises e compreensões no campo desta temática.
Os processos de gestão cultural podem dar-se no âmbito de organizações da
administração pública (secretarias de cultura, museus, centros culturais), em organizações da
sociedade civil, como também na órbita de empresas, fundações ou institutos privados, a
exemplo de grupos culturais de natureza comunitária. Em cada uma dessas instâncias, a gestão
possui características específicas, com diferentes graus de complexidade, e pode recorrer a
ferramentas de gestão que melhor se adequem aos objetivos visados.
A gestão cultural precisa criar referenciais próprios de ação, adaptados às suas
particularidades, com base no conhecimento do contexto no qual vai atuar. Como agente de
mudança, o gestor precisa estar atento ao cenário cultural, através da identificação das
demandas de públicos diferenciados. Além disso, assume um papel de mediador que opera entre
atores diversos.
26
2.2 CONCEITUAÇÕES SOBRE A GESTÃO CULTURAL
Abaixo, apresentam-se algumas das conceituações sobre a gestão cultural, com o objetivo
de proporcionar um panorama desses olhares para uma multiplicidade de reflexões.
Do ponto de vista da gestão cultural, há um entendimento extremamente exigente sobre
o conceito de cultura, que passa a ser relacionado com elementos de políticas até então alheios
a ela, tais como, por exemplo, a própria política de desenvolvimento. Este fato passa a gerar
conflitos que podem afetar a capacidade de planejamento de ações culturais, chegando, no
limite, a ensejar questionamentos à pretensão de inserir-se a cultura como elemento obrigatório
dos planos de desenvolvimento.
A esse respeito, Evrard e Colbert (2000) trazem uma interessante contribuição,
propondo a gestão cultural como uma nova disciplina da gestão tradicional ou mesmo como um
novo ramo independente. Segundo seu trabalho, as contribuições entre ambas as disciplinas
seguem em mão-dupla, mas algumas contribuições da gestão da cultura são particularmente
significativas para a teoria geral da gestão. No plano da gestão estratégica, o mundo das artes
está habituado à gestão da descontinuidade, com atividades claramente orientadas a projetos,
como no caso da produção de um espetáculo ou filme, trazendo contribuições dignas de nota,
tanto na gestão de projetos propriamente, quanto na gestão da inovação. Eles ainda destacam
que muitas das atividades artísticas são prototípicas e a análise de seus processos inovadores é
uma contribuição para uma economia dominada por mudanças tecnológicas.
A expressão Gestão Cultural está ligada a pelo menos quatro grandes transformações
contemporâneas da dimensão cultural:
Os conceitos filosóficos de cultura social, de cultura política e de cultura jurídica; As
noções de crise da política e do desenvolvimento; A necessidade de políticas culturais
para gerir áreas fora da cultura artística e do património tradicional; A importância de
repensar as inter-relações entre Economia e Cultura. (ZUBÍRIA; TRUJILLO;
TABARES, 2001, p. 15)
No campo específico da cultura, portanto, gerir exige uma sensibilidade de
compreensão, de análise e de respeito aos processos sociais. Capacidade de entender os
processos criativos e estabelecer relações de cooperação com o mundo artístico e suas
diversidades expressivas.
Cunha Filho (2002) também afirma que o campo da gestão cultural divide-se em dois
aspetos, um refere-se à teoria e o outro à prática. Os elementos teóricos contemplam reflexões
sobre direitos culturais que abrangem as áreas de proteção do patrimônio cultural; os direitos
27
autorais; os incentivos fiscais à cultura; bem como a relação entre cultura e economia. A
concepção deste autor trata, principalmente, dos seguintes temas: direitos culturais, cultura,
patrimônio cultural, políticas culturais e direitos fundamentais. Não trata de gestão cultural, e
por isso, não apresenta identificação com o conceito de gestão, o que torna a sua análise
limitada.
Posteriormente, estas ferramentas organizacionais permeadas por diversas áreas
artísticas veem ampliando suas possibilidades, não longe da área administrativa, como observou
Hernández (2002):
[...] somos los gestores culturales quienes nos encargamos, em primera línea, de ese
fenómeno de la cultura biorregenerable. Nos movemos en contacto directo com esas
extrañas criaturas que son los creadores. La nuestra es una posición difícil y compleja:
cultura en el mundo administrativo y Administración en el mundo del arte.
(HERNÁDEZ, 2002, p. 3)
Esta visão coincide com a discussão em “La profesión de la gestión cultual, definiciones y
retos”, no Portal Iberoamericano de Gestión Cultural, em que López (2003) traz:
Es la administración de los recursos de una organización cultural, con el objetivo de
ofrecer un producto o servicio que llegue al mayor número de público o consumidores,
procurándoles la máxima satisfacción (López, 2003, p.4)
Como afirmou Carrillo (2002):
La gestión cultural no es un hecho estático o realizado por una serie de profesionales
con un proyecto cerrado; es un evento que se realiza con la participación de todos, y
es esa participación la que permite que los acontecimientos se sucedan a un
determinado ritmo. No es la construcción de una casa, donde ladrillo, cemento y
ladrillo siempre pegan; es la búsqueda constante de ingredientes que permitan edificar
ese mundo donde los valores de tolerancia, respeto, igualdad, entre otros, sean nuestro
máximo exponente. (CARILLO, 2002, p. 48)
As terminologias gestão e gestão cultural suscitam alguns esclarecimentos. De acordo
com Martinell (2003):
A gestão reclama um certo gosto pela autonomia para decidir o curso da ação e
liberdade para resolver os problemas que emergem na execução. A gestão se aproxima
a uma certa criatividade em busca de alternativas e inovação, com uma grande
sensibilidade de atenção ao exterior e aos processos de seu contexto. (MARTINELL,
2003, p. 7).
A gestão cultural implica numa valorização dos intangíveis e em assumir a gestão do
opinável e do subjetivo. A gestão da cultura há de encontrar os referentes próprios de sua ação,
28
respeitando as suas particularidades, e também buscando evidenciar, de forma original, os
critérios de eficácia, eficiência e avaliação.
Como sugere Martinell (2003), é fundamental criar formas para articular os vários atores
envolvidos no setor – governo local, organizações da sociedade civil, artistas, agentes culturais,
empreendedores culturais e empresários. Além disso, também é necessário combinar de forma
equilibrada as dinâmicas ascendentes e descendentes (ações vindas de cima para baixo e de
baixo para cima) para um planejamento integrado, o que significa integrar às políticas locais as
ações micro locais (bairros) de desenvolvimento cultural.
Martinell (2003) sugere ainda como estratégia a criação de empresas culturais, a criação
de fundos de investimento e a capacitação de novos líderes, como potenciais dinamizadores
locais. Também é fundamental a criação de um ambiente de “seguridade cultural”, no qual cada
cidadão se sinta à vontade para expressar-se individual ou coletivamente.
Segundo Summerton, Kay, e Hutchins (2004), a tendência geral é transplantar para as
artes os conceitos de gestão empresarial, particularmente aqueles usados pelas grandes
empresas. Entretanto, elas destacam as singularidades da gestão nas artes e na cultura. Na sua
visão, as grandes organizações não são prevalentes no mundo, e o meio das artes e da cultura é
particularmente povoado por empreendimentos de pequeno porte, por pequenos projetos e por
indivíduos, trabalhando com relativa fluidez, entrando e saindo de estruturas organizacionais,
muitas das quais ainda não exploradas pelos teóricos da gestão.
Como afirma Leon (2005), a gestão cultural, nas artes do espetáculo, é uma ferramenta
para:
[...] generar proyectos que emanen de la sociedad como contexto complejo y que se
reviertan en ella, tomando en cuenta la diversidad de culturas que coexisten en um
mismo espacio social. [...] La producción ejecutiva consiste en la materialización de
esa gestión, através de una metodología de trabajo. (LEON, 2005, p. 30)
Esta definição parece que emana de uma perspectiva sociológica e que coloca o gerente
cultural como o arquiteto em desenvolvimento de projetos. Este deve inserir-se em um
constante processo de avaliação, criatividade e liderança para alcançar objetivos.
Assim, para Bonet, Castaner e Font Sentias (2006):
A gestão cultural, como saber e prática, pode ser pensada devedora desse contexto. A
indústria cultural e do entretenimento já podem ser encontradas amadurecidas na
primeira metade do século XX; mas um profissional que se reconheça como “gestor
cultural” é um fenômeno relativamente recente, que data mais ou menos da década de
1980. (BONET; CASTANER; FONT SENTIAS, 2006, p. 34)
29
Esta pesquisa, como já assinalado, não trata da discussão em torno da expressão
Indústria Cultural, já amplamente examinada pela chamada Teoria Crítica, protagonizada pela
Escola de Frankfurt, associada, entre outros, a nomes como Horkheimer e Adorno.
Não há dúvida da importância que tem a busca de um consenso para consolidar o
entendimento sobre gestão cultural. Esta tem, ou deveria ter, como característica, incentivar um
trabalho comunitário. Como afirma Mass (2006): “la creatividad y con ello la solución de
problemas pequeños y mayores tanto individuales com o colectivos" (MASS, 2006, p. 15). Mas
quem é o ator que assume esse compromisso?
A gestão cultural tem a difícil tarefa de articular demandas coletivas com o respeito à
individualidade dos sujeitos, o que lhe obriga a operar um sistema complexo, ao mesmo tempo
em que precisa ter a capacidade reflexiva para avaliar as próprias ações e resultados. Isto cria
um paradigma para a gestão cultural, que se intensifica com as mudanças ocorridas em cenários
e processos globais, como a democratização das tecnologias digitais de produção e fruição de
obras culturais (TEIXEIRA COELHO, 2008).
De acordo com Enrique Saravia (2008):
Falar em gestão cultural significa referir-se a um conjunto de ações de uma
organização pública ou privada destinadas a atingir determinados objetivos que foram
planejados e supõe-se são desejados pela organização. Implica em implementar
normas, planos e projetos, estabelecer estruturas, alocar recursos humanos,
financeiros, físicos e tecnológicos e, principalmente, empenhar criatividade e
capacidade de inovação para atingir esses objetivos da melhor forma possível.
(SARAVIA, 2008, p. 15)
A especificidade da gestão cultural é dada pelo fato de se tratar da implementação de
políticas culturais ou de lidar-se com instituições culturais. Em outras palavras, trabalhar com
o intangível, como é a cultura nas suas mais diversas manifestações.
Segundo Silva (2010), pode-se definir a gestão cultural como um conjunto de atividades
relacionadas à concepção, implementação, gerenciamento e avaliação de planos, políticas,
programas, projetos e ações voltados para a produção, a distribuição e o uso de bens culturais.
Ela busca atender a demandas culturais da sociedade e promover o desenvolvimento de suas
representações simbólicas.
Barros e Oliveira Junior (2011) discutem a questão da gestão cultural colocando os
desafios em se pensar a formação de gestores culturais a partir de necessidades conceituais e
práticas. E destacam que se deve analisar a seguinte questão:
30
Quais capacidades específicas precisam ser desenvolvidas e aperfeiçoadas para que
gestores da cultura consigam criativamente dar clareza, coerência e eficácia ao seu
trabalho, mesmo quando imersos em contextos de escassez de recursos e insumos?
(BARROS; OLIVEIRA JUNIOR, 2011, p. 28)
Com efeito, perceber a gestão cultural enquanto prática conforme Dias (2011):
A gestão cultural, como prática das sociedades contemporâneas ocidentais, reside –
de maneira mais ou menos direta, dependendo da largura com que se compreende o
conceito – exatamente nesse imbricamento entre material e simbólico. Não é o caso
de explicá-la e instrumentalizá-la somente através de práticas habitualmente ligadas
ao campo material; é necessário que se consiga articular tanto as dimensões
simbólicas como as utilitárias, articular cultura e razão prática – já que elas não são
verdadeiramente divisíveis. (DIAS, 2011, p. 16)
Dessa forma, o autor entende a gestão cultural como um processo de gerenciamento de
bens, serviços e produtos culturais, que visam à criação ou manutenção das condições de oferta
e fruição desses itens. Busca-se com isso que a gestão trate de garantir a possibilidade de os
sujeitos participarem da vida cultural, se assim o quiserem.
Nesta perspectiva, Dias (2011) afirma: “Pode-se entender a gestão cultural como aquela
que facilita o consumo de bens culturais, ressaltando a capacidade de transformação advinda
do exercício crítico incitado por essa prática entre os envolvidos nesse processo” (DIAS, 2011,
p. 17).
O Sistema Cultural, como conjunto, no entendimento de Martinell (2011), sofre
influência de movimentos políticos globais, mudanças de governo e afins, e reflete quase que
diretamente a forma de consumo das sociedades, do uso do tempo livre dos sujeitos e, em última
instância, se articula com o investimento na cultura, seja pelos indivíduos, pelo mercado ou
pelo Estado.
Com as ferramentas que a ciência e a experiência prática já comprovaram, tal pretensão
pode nutrir-se nos novos paradigmas conceituais aqui tratados, tendo em vista a sua
aplicabilidade pelos agentes culturais do presente e do futuro.
2.3 TERMINOLOGIAS UTILIZADAS
Administração Cultural, como um ramo da administração, trata do conhecimento dos
objetivos, prioridades, suas avaliações, alternativas de ação, formulação de planos
complementares, organização e execução de ações e consequentemente suas avaliações,
seguidas da medição de resultados operacionais, financeiros, contábeis, legais que darão o
suporte a uma boa gestão. Gerência Cultural, também como um ramo da administração, informa
31
e capacita os trabalhadores culturais para resolver problemas. Gestão Cultural, portanto, por um
lado tem um universo cultural amplo, marcado pelo compartilhamento de redes de significados;
por outro, tem a especificidade de alguns significados, e não deve ser pensada como um fim
último.
Colombres (2009) aponta para a administração cultural que foi substituída por gestão
cultural, desde que a primeira foi questionada por vários setores da área cultural, e conclui: "una
primera definición que nos acerca a las posibilidades de la palabra es que si bien ésta está
relacionada con la administración, con la obligación de rendir cuentas también implica dar
origen, generar, producir hechos, conducir, realizar acciones" (COLOMBRES, 2009, p. 26).
A gestão cultural, designada como um campo de atuação profissional, está vinculada à
denominação que mais reflete a realidade das pesquisas atuais. É preciso compreender que o
trabalho em gestão cultural ainda está em processo de adequação e de utilização de
metodologias próprias.
2.4 FORMAÇÃO DO GESTOR CULTURAL
A nomeação deste campo configura-se por algumas denominações como: gerentes e
administradores culturais predominam nos Estados Unidos e na França; em muitos países da
América Latina fala-se em promotores e trabalhadores culturais; as noções de animadores e
promotores culturais possuem uma importante tradição na Espanha; e em outros países podem
ser utilizados termos como: mediadores culturais (França), engenheiros culturais ou científicos
culturais. Em Portugal, também se utiliza programadores culturais para dar conta de atividade
particular da esfera da organização da cultura. A noção de gestão cultural ganhou vigência em
diversos países, dentre eles os ibero-americanos.
O nome de Gerentes e Administradores Culturais pesa significativamente nos Estados
Unidos e na França, o que enfatiza a possibilidade e a necessidade de organizar atividades
culturais compatíveis com critérios comerciais. Tudo isso responde globalmente à necessidade
de aumentar os orçamentos da cultura e na conversão da cultura em uma autoridade pública do
setor econômico. Não há tanta ênfase na criatividade e sim o desejo de consolidar instalações
culturais como empresas. Na América Latina esta visão ganhou importância desde os anos de
1980 e existem na Região programas de treinamento variados com esses nomes.
A noção de Animadores Culturais e Promotores tem significativa tradição na Espanha.
Parte-se da necessidade de incentivar o inanimado e do risco constante de cair na cultura do
inanimado, tenta-se fornecer ferramentas do conhecimento e das artes, e enriquecer a
32
criatividade pessoal e comunitária. Isto eleva a atividade da função cultural e reforça a mediação
entre produtores e receptores de cultura. A tese principal é o aumento de comunidades e o apoio
necessário para a mediação, o que acarreta uma importância da pedagogia.
Cada uma das denominações teve uma origem e um histórico de intenções particulares;
bem como sua recontextualização e prática cultural mudou necessariamente seu sentido original
histórico. Hoje, tem-se que reconhecer: esses diferentes usos em países latino-americanos não
são apenas a expressão de um estado de espírito ou renovação diferenciador, mas eles contêm
insinuações e relevantes consequências para a dimensão cultural.
O campo de atuação do gestor cultural é, portanto, amplo, em face de um mundo do
trabalho dinâmico e que impõe ao trabalhador o desafio de identificar demandas, compreender
tendências e conceitos, e ainda atuar de forma criativa, responsável e ética. Com base em tais
competências, adquiridas em cursos de formação, o profissional poderá elaborar projetos
voltados para a organização de ações culturais, de lazer e de desenvolvimento social, coordenar
equipes e assessorar coordenadorias de gestão de projetos, com base em metodologias e
ferramentas de conhecimento específicas para tal fim. Poderá atuar tanto no setor público,
quanto na iniciativa privada, nas secretarias de cultura, de educação e desportos, em
organizações da sociedade civil, fundações e nos mais diversos órgãos públicos. Sua formação
será muito útil nas empresas que desenvolvem projetos de responsabilidade social. Também
poderá atuar de forma autônoma na elaboração de seus projetos.
Daí, a necessidade e a crescente preocupação com a formação de gestores culturais e
seu reconhecimento como atividade profissional.
Neste sentido a percepção da questão puramente gerencial é focalizada, na afirmação de
Durand (1996):
Seguramente é muito mais fácil transmitir técnicas de administração a gestores
culturais e ensiná-los a formular, acompanhar e controlar a execução de projetos do
que conciliar os princípios que fundamentam uma política cultural: qualidade,
diversidade, preservação de identidades e disseminação de valores positivos. Melhor
dizendo, a questão-chave para a formação de agentes culturais capazes de definir e
implantar diretrizes de política pública está em sua formação teórica. Cabe então
perguntar: de quais recursos teóricos exatamente ele vai precisar para ter visão
adequada desses princípios e, sobretudo, das condições para a conversão desses
princípios em programação? (DURAND, 1996, p. 9-11).
De acordo com as ideias defendidas por esse autor, são dois os eixos de formação do
gestor cultural, um de caráter teórico-conceitual e outro, prático e metodológico.
33
Os cursos em gestão cultural geralmente focalizam conhecimentos sobre conceitos
como sustentabilidade, responsabilidade social, gestão de bens culturais, inclusão social, com
vistas a contribuírem na identificação de demandas e na articulação de soluções locais e
regionais. As instituições de ensino federal, no Brasil, encontram-se atrasadas neste aspecto.
Para Maria Helena Cunha (2007), o reconhecimento social da profissão do gestor
cultural cria uma demanda por programas de formação específicos para a área, bem como por
técnicas contemporâneas de gerenciamento da cultura. Para que a gestão cultural possa
contribuir para o desenvolvimento econômico e humano, seus desafios atuais seriam: a
ampliação do acesso a bens e serviços culturais, a sustentabilidade das iniciativas culturais e a
formulação de parâmetros referenciais, com dados estatísticos e indicadores obtidos por meio
de estudos e diagnósticos do setor.
Para exercer essas funções, os gestores culturais devem ser capazes de tomar decisões,
executar políticas, planos, programas, projetos e ações culturais com base em conceitos,
diretrizes e métodos orientadores, amparados por uma formação interdisciplinar voltada para o
desenvolvimento do setor cultural e para a melhoria das organizações culturais. Além disso,
devem assegurar a possibilidade de participação da sociedade civil na elaboração e na
consecução de políticas culturais (CUNHA, 2007).
O setor cultural, encarado historicamente como peça complementar no contexto das
políticas governamentais, vem lutando para sair do plano do supérfluo e ganhar a importância
que lhe é devida. Um dos fatores que demonstra essa movimentação é o aumento do interesse
de estudiosos pelas políticas públicas culturais.
Gestão cultural como uma área específica de formação profissional no campo da gestão
exige adaptar-se às necessidades dos tempos de Educação Profissional. Isto é, contribuir para a
formação de especialistas de alto nível profissional e com sensibilidade para a cultura, através
de teorias, conceitos e ferramentas que irão permitir aos profissionais sistematizar o
conhecimento e a experiência de uma forma que responda às exigências em seu desempenho
como gerente no campo cultural. Tudo isso se reflete, além disso, em uma empresa próspera,
especializada na área de literatura de gestão cultural e no surgimento de novas agências
especializadas em treinamento técnico e teórico da gestão cultural, no Brasil e no mundo. Hoje,
tem-se de reconhecer que, nos países da América Latina, não se trata apenas de uma expressão,
mas de conteúdos relevantes na dimensão cultural.
34
2.5 UM CONCEITO EM DISCUSSÃO
Para melhor compreensão a respeito da Gestão Cultural, como uma prática singular dos
gestores culturais é necessário pensar-se a articulação de competências e de análise da realidade
de forma sistêmica – e até holística.
Perceber a gestão cultural de forma sistêmica, em que o todo e as partes têm um diálogo
real, significa abandonar a visão cartesiana e passar a uma visão tridimensional de cultura. Esta
visão intensifica as ações de cidadania cultural, absorvendo as dimensões simbólica, econômica
e cidadã nas políticas públicas de cultura. Por constituir-se em valor simbólico, a cultura
abrange cidadania e economia e, em um sentido amplo, envolve as organizações artísticas e
culturais e o próprio Mercado. O desenvolvimento da política cultural não deve ser algo lateral,
ornamental, para um momento apenas. Ao contrário, deve constituir elemento central no projeto
de desenvolvimento do país. Identificar a definição da gestão cultural no Brasil é relevante para
melhor conhecer os objetivos dos formuladores de políticas e os resultados que estas podem
trazer.
Como a literatura sobre gestão cultural no Brasil é ainda incipiente, o conhecimento
mais aplicado do assunto tem um grande percurso à frente. O primeiro desafio importante para
a gestão cultural refere-se à sua própria operacionalização. Isto tem despertado grande interesse
no âmbito acadêmico das escolas de gestão. O segundo desafio consiste numa maior
preocupação com a formação de gestores culturais e seu reconhecimento como atividade
profissional.
Para Turino (1990), Gestão é, antes de tudo, definição de política. E definição de política
implica em posicionamento ideológico. As decisões nunca são neutras, assim como a estrutura
burocrática que lhe dá respaldo. Cabe lembrar que uma gestão profissional, e competente, não
é sinônimo de tecnocracia, mas sim de uma conduta pública coerente, em que conceitos e
políticas são apresentados à sociedade de forma clara, permitindo o debate que, por sua vez,
propicia as realizações e conquistas da cidadania.
No entanto, a percepção do termo gestão tem sido utilizada para designar atitudes
similares em categorias diferentes. De acordo com Martinell (2003):
Podemos aceptar como hipótesis que se está cerrando un ciclo en la gestión y las
políticas culturales tal y como las hemos entendido hasta este momento. Un nuevo
horizonte será necesario a pesar de las resistencias al cambio de este sector y de que
irán sobreviviendo con muchas carencias ciertas formas de gestión clásicas.
(MARTINELL, 2003, p. 7).
35
Ainda de acordo com Sá (2005), gestão é um termo genérico que sugere a ideia de dirigir
e de decidir. As expressões administração, gerência e gestão, na acepção vernacular, são
sinônimas. Considera-se um determinado espaço, conciliando os interesses dos recursos,
integrando os atores sociais.
A análise aqui desenvolvida ajuda a compreender por que as políticas públicas para o
setor cultural estão mudando, principalmente nos países em desenvolvimento. Impõe-se que
sejam considerados os aspectos econômicos, sociais e políticos pertinentes, bem como as
contradições socioeconômicas e os conflitos de interesses emergentes em escala internacional.
A gestão cultural precisa ao mesmo tempo trabalhar a unidade de forma integrada com
a ideia de diversidade, sendo, por isso, necessário esclarecer as questões relevantes para a vida
das pessoas e o seu meio social.
2.6 ALGUMAS DISTINÇÕES CONCEITUAIS
Convém que se façam agora algumas distinções conceituais entre a Gestão Cultural e os
termos Produção Cultural, Política Cultural e Ação Cultural.
2.6.1 Gestão Cultural e Produção Cultural
A produção cultural dedica-se a toda atividade profissional que consiste em gerenciar
desde a organização de eventos culturais até à confecção de bens culturais. Os produtores
culturais podem organizar shows, exposições de arte, espetáculos de música, dança, teatro, bem
como coordenar a gravação de um filme, de discos, de vídeos, programas de TV, rádio, e
inúmeras outras atividades de expressão cultural.
Rubim (2005) sugere três movimentos mínimos de criação, divulgação/transmissão e
organização. No entanto, dentro da noção de “assimilar a complexidade e as vicissitudes do
mundo contemporâneo”, Rubim (2005, p. 15) associa o sistema econômico e a complexidade
da sociedade e do sistema cultural. Canclini (1997, p. 29) dentro de uma ordem material destaca
que não existirá “produção de sentido que não esteja inserida em estruturas materiais”. Nesse
sentido Gadelha e Barbalho (2013, p. 13) compreendem que existem:
a) Meios de produção (os recursos tecnológicos para a produção artística e as
modificações ocorridas pela introdução de novos materiais – acrílicos, plásticos – e
novos procedimentos – multiplicação, mecânica ou eletrônica da imagem);
36
b) Relações sociais de produção (entre artistas, intermediários e público; relações
institucionais, comerciais, publicitárias; interação dentro do país e com a arte
estrangeira).
Nesse contexto estrutural há uma relação construída dentro do processo artístico (autor-
oba-intermediário- público) e a sociedade. Assim, é preciso ter ciência da associação entre
material e simbólico dentro da definição de produção cultural.
2.6.2 Gestão Cultural e Política Cultural
Como política cultural, dedica-se aos princípios, meios e fins responsáveis por nortear
as ações. Difere da gestão cultural, como a capacidade de resposta no âmbito local e em sua
relação com uma sociedade global e conectada. Pauta-se pela organização dos meios
disponíveis para execução destes princípios e fins. Portanto, a gestão cultural faz parte do
processo da política cultural.
Para Canclini (2001, p. 65), as políticas culturais resumem-se a um “conjunto de
atividades realizadas pelo Estado, instituições civis e grupos comunitários organizados a fim de
orientar o desenvolvimento simbólico, satisfazer as necessidades culturais da população e obter
consenso para um tipo de ordem ou de transformação social”. Teixeira Coelho (1997, p. 292)
completa essa definição afirmando que as iniciativas desses agentes visam “promover a
produção, a distribuição e o uso da cultura, a preservação e divulgação do patrimônio histórico
e o ordenamento do aparelho burocrático por elas responsável”; considera, ainda, política
cultural como uma “ciência da organização das estruturas culturais” que tem como objetivo “o
estudo dos diferentes modos de proposição e agenciamento dessas iniciativas, bem como a
compreensão de suas significações nos diferentes contextos sociais em que se apresentam”.
Yúdice (2002) reforça o caráter administrativo e burocrático de uma política cultural:
La política cultural se refiere a los soportes institucionales que canalizan tanto la
criatividad estética como los estilos colectivos de vida: é un puente entre los dos
registros. La política cultural se encarna en guías para la acción sistemáticas e
regulatorias que adoptan las instituiciones a fin de alcanzar sus metas. Em suma, es
más burocrática que criativa u orgânica. (YÚDICE, 2002, p. 11)
As discussões suscitadas pelo conceito de políticas culturais estão focadas no campo de
atuação dessas políticas e nos agentes envolvidos em sua formulação e prática. Isaura Botelho
(2008) reconhece duas dimensões da cultura que deveriam ser consideradas alvo das políticas
culturais. A dimensão sociológica, distintamente privilegiada por tais políticas, refere-se ao
37
mercado, à cultura “elaborada com a intenção explícita de construir determinados sentidos e de
alcançar algum tipo de público, através de meios específicos de expressão”. (BOTELHO, 2008,
p. 47). Já a dimensão antropológica remete à cultura produzida no cotidiano, representada pelos
pequenos mundos construídos pelos indivíduos, que lhes garante equilíbrio e estabilidade no
convívio social. Esta última perspectiva apresenta-se como o grande desafio para o alcance dos
gestores da cultura. Por sua vez, o reconhecimento do caráter público de uma política cultural
se instala como mais um dilema na definição deste termo.
2.6.3 Gestão Cultural e Ação Cultural
Como ação cultural, dedica-se e articula os processos de mediação entre as práticas
culturais e os diversos públicos com os quais elas se relacionam. É a partir desse conceito que
se tem o entendimento da gestão cultural e de suas ferramentas que podem potencializar os
resultados de ações e projetos, e auxiliar na construção de condições de sustentabilidade a longo
prazo.
De acordo com Teixeira Coelho (2008:22), “a noção contemporânea de ação cultural é
condizente com a visão mais ampla da cultura como ação: o objetivo da ação cultural (a meta
de toda política cultural) é a criação das condições para que as pessoas inventem seus próprios
fins”.
Alkmin (2007, p. 5) apresenta uma detida reflexão para ação ou animação cultural: que “esta
ação cultural estaria vinculada aos valores da diminuição das desigualdades culturais; à abertura de
espaço para novos talentos; à análise das ideologias; experimentação e despertar de novos
interesses; à formação de públicos e, por fim, à recuperação de registros históricos”. Como
contribuição dessa reflexão, Wanderley (2011, p. 9) apresentou uma possível definição para o termo
ação cultural, no qual de maneira confluente, esta “fica reconhecida como uma intervenção que é
ao mesmo tempo técnica, política, social e econômica, promovida pelos órgãos públicos, privados
e do terceiro setor.” Para Villhena (2009, p. 4):
A ação cultural concebe programas, projetos e atividades relativos ao aprendizado de
técnicas artesanais, artísticas e científicas; à difusão de obras simbólicas; à formação
de grupos sociais, em defesa de direitos civis ou de cidadania; à educação popular de
tratamento informal; ao aprendizado de habilidades corporais e desportivas.
Conforme disse Castro (2010, p. 12), “a ação cultural está ligada ao turismo social; à
conservação e popularização do patrimônio; à criação ou formação de centros de informação; ao
treinamento de animadores semiprofissionais”. Cabe ainda ressaltar que estes saberes estariam
38
resguardados por um ambiente adequado à prática e à teoria, capaz de transmitir conteúdos
inovadores, alinhado com o meio no qual esta ação é proposta e que por último possibilitasse o
desdobramento da experiência vivida.
39
3 METODOLOGIA
Neste capítulo, apresentam-se os aspectos metodológicos que guiaram esta Dissertação,
com a explicitação das características do método utilizado para a realização da pesquisa, bem
como para a obtenção e análise dos dados.
Quanto aos fins, a pesquisa foi descritiva e explicativa. Descritiva porque mapeou o
conceito de gestão cultural, descrevendo como se estabelecem as relações entre áreas correlatas.
Explicativa porque pretende esclarecer sobre o que dificulta o entendimento da especificidade
do termo gestão cultural.
Quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica porque exigiu um estudo das bases
teóricas sobre o tema. Pesquisadas em livros, artigos, revistas e trabalhos, disponíveis em meio
impresso e em meio eletrônico.
A pesquisa caracterizou-se como exploratória porque buscou entender um fenômeno
sobre o qual ainda se dispõe de pouca informação (MARTINS; THEÓPHILO, 2007). Sua
natureza é qualitativa, pois se tratou de construir um conceito a partir da identificação,
classificação e sistematização das características fundamentais da gestão cultural.
A referida metodologia é oportuna para este estudo porque a análise de textos
proporciona posteriores discussões sobre a temática da gestão cultural. Sob este enfoque, esta
pesquisa torna-se relevante por proporcionar uma reflexão sobre os conceitos de gestão cultural.
Com base nessas diretrizes, a pesquisa foi realizada em quatro etapas: levantamento do
material, seleção dos textos, estudo bibliométrico dos trabalhos selecionados e definição dos
critérios de análise dos resultados.
3.1 LEVANTAMENTO DO MATERIAL
A presente dissertação foi conduzida em dois eixos principais de levantamento
bibliográfico: levantamento de textos já publicados, em forma de livros, revistas, publicações
avulsas e imprensa escrita. Em paralelo, realizou-se um levantamento dos trabalhos publicados
nos Anais dos Encontros de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult) sobre a temática
da Gestão Cultural.
O Enecult passou por um processo constante de crescimento e aperfeiçoamento.
Evidencia-se a consolidação de um importante espaço público para a discussão e reflexão nas
mais diversas áreas disciplinares centradas no tema da Cultura. Ao longo do período de 2005 a
2014 já foram abordados temas tão diversos quanto representativos: Cultura e Juventude; As
40
políticas culturais como políticas dos sentidos: imagens, leituras e cultura digital; Cultura,
Gênero e Sexualidade; Afrodescendência e universo midiático; Culturas Urbanas: Cidade e
Periferias; A institucionalização da Área da Cultura: Estudos e Gestão; Políticas da Diversidade
Cultural; Estudos da Cultura hoje etc.
Na estruturação das diversas edições do Enecult, foi sendo contemplada uma gama de
temas constituídos em áreas temáticas. Cumpre acrescentar que a própria configuração de tais
áreas temáticas foi assumindo, a cada ano, abrangência variada.
No período de 2005 a 2014, com um total de 14 áreas temáticas, houve um significativo
aumento dessas áreas, ao longo de 2.144 trabalhos. Tanto a denominação como o escopo das
áreas temáticas foi sofrendo alterações, o que revela o dinamismo próprio do campo cultural.
O procedimento de coleta consistiu no levantamento da base de dados disponibilizada
eletronicamente na página do evento e em CDs-room. Nesta pesquisa, investigou-se a
frequência de trabalhos sobre gestão cultural.
3.2 SELEÇÃO DO MATERIAL
A seleção consistiu em coletar os trabalhos que contribuíssem para a compreensão do
problema da pesquisa. Pretendeu-se responder à questão norteadora da dissertação. Entre os
documentos selecionados estão os que pareciam sinalizar aspectos relacionados ao
entendimento dos pesquisadores sobre o tema gestão cultural.
Faz-se necessário apresentar os critérios estabelecidos pelo Enecult, tanto para realizar
inscrições quanto para a submissão de trabalhos. Estabeleceram-se duas categorias de
participação: de estudantes e de profissionais. Cada participante só pode se inscrever em uma
atividade (mesa-coordenada ou trabalho na sessão de trabalhos) como autor principal. Para
realizar a submissão, o participante, primeiramente, deve realizar sua inscrição (no link da
página do evento). Logo em seguida, deve acessar o sistema e entrar no item Submissão de
Atividades. As normas para apresentação dos trabalhos são descritas de forma didática, definem
como o texto encaminhado deve ser formatado de acordo com o estabelecido na página do
evento, procedimento indispensável para sua publicação nos Anais. A avaliação dos trabalhos
é realizada por uma comissão científica composta por professores que integram o eixo temático
correspondente ao trabalho submetido. Observando as normas estabelecidas de submissão dos
trabalhos, os avaliadores definem o recorte que mais acreditam estar atendendo à proposta do
eixo.
41
Para esta pesquisa, utilizou-se, como recorte, no total de 2.144 trabalhos publicados nos
Anais, em todas as áreas temáticas, a ocorrência de trabalhos que contivessem os termos “gestão
cultural”, “administração cultural”, “gerência cultural” seja no seu título, no resumo ou em suas
palavras-chave. Paralelamente a esta seleção, avançou-se na elaboração do referencial teórico
pertinente, permitindo uma contextualização do problema de pesquisa.
Para fins desta dissertação, utilizou-se como critério principal de busca os trabalhos
localizados no eixo temático: FORMAÇÃO, GESTÃO E PRODUÇÃO CULTURAL
(conforme descritor estabelecido pelo evento):
[...] como objeto de discussão, assuntos relacionados ao campo da organização da
cultura; a formação em gestão cultural; os fundamentos e as singularidades do
gerenciamento na área da cultura; estudos de caso sobre produção cultural estatal e
em instituições da sociedade civil organizada; configurações do campo de produção
cultural e seus momentos constitutivos.
No primeiro filtro, identificou-se cem trabalhos do Enecult, mais especificamente na
referida área temática, por ano do evento. Utilizou-se a Lei de Lokta para indicar a
produtividade dos pesquisadores através de aspectos, tais como, distribuição por gênero,
instituição a que se vinculavam e titulação apresentada.
Num segundo filtro, através da leitura completa dos cem trabalhos selecionados,
identificou-se apenas 36 trabalhos tratando, em seu conteúdo, de gestão cultural.
3.3 ESTUDO BIBLIOMÉTRICO
Oliveira e Grácio (2009, p. 2042) afirmam que o âmbito dos estudos bibliométricos tem
sido muito importante para:
[...] a análise de um domínio – área de especialidade, grupo ou diferentes
conjuntos – na medida em que analisa sua produção científica, por meio de
indicadores quantitativos. Tem suas origens na década de 30, quando Bradford
enunciou a Lei da Dispersão bibliográfica. Neste sentido, os estudos
bibliométricos vêm ganhando cada vez mais espaço, tanto no universo
acadêmico quanto em órgãos governamentais e órgãos multinacionais, para
fins de direcionamento de recursos para a pesquisa e desenvolvimento.
A bibliometria “[...] surge no início do século XX como sintoma da necessidade do
estudo e da avaliação das atividades de produção e comunicação científica” (ARAÚJO, 2006,
p. 12). Para Macias-Chapula, “bibliometria é o estudo dos aspectos quantitativos da produção,
disseminação e uso da informação registrada. [...] desenvolve padrões e modelos matemáticos
42
para medir esses processos, usando seus resultados para elaborar previsões e apoiar tomadas de
decisão” (1998, p. 134).
No Brasil, os estudos bibliométricos cresceram a partir da década de 1970, com a
implantação do primeiro Mestrado em Ciência da Informação, pelo Instituto Brasileiro de
Bibliografia e Documentação (IBBD), atual Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia – IBICT (ARAÚJO, 2006).
Uma rápida revisão de literatura, feita por Araújo (2006), mostra que os estudos
bibliométricos realizados nesse período eram aplicados a outros campos científicos. Cite-se,
por exemplo, Carvalho (1975) que desenvolveu um estudo com o objetivo de analisar a
literatura de Química, no Brasil, por meio de análise de citações, estabelecer as relações internas
existentes entre assunto e pesquisadores por meio do acoplamento bibliográfico. Caldeira
(1974) desenvolveu uma análise do crescimento epidêmico sobre a doença de Chagas na
literatura brasileira durante o período de 1909 a 1971.
No Brasil e no exterior, na década de 1980, houve enorme queda no interesse pelos
estudos voltados à bibliometria. No início dos anos 90, com as possibilidades do uso das
tecnologias de informação e comunicação, principalmente o computador, houve novamente o
interesse pelos estudos voltados a metodologias quantitativas. Isso ocorreu desde a primeira
International Conference on Bibliometrics and Theoretical Aspects of Information Retrieval,
na Bélgica, em 1987.
O interesse pelos estudos bibliométricos, inicialmente voltados à análise de documentos
(bibliometria), propiciou o aparecimento de subcampos de atuação voltados a diferentes objetos
de estudo, que são pontos de partida e referências centrais no desenvolvimento de estudos de
áreas, disciplinas (cientometria), de palavras/conteúdos (informetria), entre outros. Essa
diversificação de interesse é decorrente, principalmente, dos recursos tecnológicos de
informação e comunicação disponíveis atualmente para o desenvolvimento desse tipo de
estudo. (MACIAS-CHAPULA, 1998).
O estudo bibliométrico se baseia em um conjunto de operações para determinar as
características e a classificação de publicações a respeito de determinado assunto, com a
finalidade de analisar o perfil das pesquisas desenvolvidas em um dado período. Isto permite
contribuir para o conhecimento do estado da arte (MACIAS-CHAPULA, 1998).
A evolução dos estudos “assistiu à conversão da bibliometria, de um campo de pesquisa,
em técnica, uma técnica útil, que deve ser adotada em conjunto com métodos qualitativos
fornecidos pelas ciências sociais” (ARAÚJO, 2006, p. 24).
43
Para Bufrem e Prates (2005, p.11), “a bibliometria, como prática multidisciplinar,
começou a ser usada para identificar comportamentos da literatura e sua evolução em contexto
e época determinados”. Dentre as áreas de aplicação potencial para a bibliometria, Bufrem e
Prates (2005) destacam as seguintes: crescimento quantitativo da literatura, obsolescência da
informação, ranking de publicações periódicas por vários parâmetros, hábitos de citação de
cientistas e crescimento do papel da análise de citação.
Para Maricato (2010, p.66), “a bibliometria é considerada por muitos pesquisadores
como base teórico-metodológica para outros métodos, técnicas e disciplinas”, ocorrendo uma
proximidade com a Cientometria, Webometria, Patentometria, entre outros.
Para Tague-Sutcliffe (1992), a bibliometria estuda os aspectos quantitativos da
produção, disseminação e uso da informação registrada, e a cientometria estuda os aspectos
quantitativos da ciência como uma disciplina ou atividade voltada para o contexto econômico.
Ainda para o autor, a informetria é o estudo dos aspectos quantitativos da informação em
qualquer formato, incorporando, utilizando e ampliando as fronteiras da bibliometria e da
cientometria no contexto das diferentes áreas do conhecimento científico.
Os indicadores bibliométricos de produção e de ligação, a partir dos quais se pode
sinalizar o que é mais importante ou significativo dentro de um campo ou contexto científico,
evidenciam o referencial teórico-epistemológico dominante na área, as relações existentes,
constituindo um dos instrumentos metodológicos que contribuem para a visualização do
comportamento da ciência em uma determinada área do conhecimento.
Para Oliveira e Grácio (2009, p.42):
[...] os indicadores de produção são constituídos pela contagem do número de
publicações de livros, artigos, publicações científicas, relatórios, por instituição, área
de conhecimento ou país, bem como indicadores percentuais, taxas de crescimento,
distribuição da produtividade de autores (Lei de Lotka), distribuição do uso de
vocabulário (distribuição de Zipf), distribuição de produtividade de periódicos (Lei
de Bradford), entre outros.
Esses indicadores de produção revelam pesquisadores, instituições ou mesmo
periódicos mais produtivos em determinada área, grupo ou país, com a finalidade de destacar e
dar visibilidade a uma determinada frente de pesquisa, de forma a evidenciar o referencial
teórico-epistemológico dominante numa determinada área.
Com a finalidade de realizar um estudo bibliométrico da produção acadêmica nos anais
do Enecult, entre os anos de 2005 e 2014, buscaram-se as características bibliométricas mais
relevantes para a pesquisa. Utilizou-se a Lei de Lokta (também conhecida como Lei do
44
quadrado inverso) que indica a produtividade dos pesquisadores por meio de modelos de
distribuição de frequência dos autores (ARAÚJO, 2006).
Foi desenvolvido um estudo bibliométrico, que é descritivo, conforme classificação de
Collis e Hussey (2005, p. 24), os quais definem esse tipo de pesquisa como aquela que busca
“informações sobre as características de um determinado problema ou questão”.
Pode-se considerar que a metodologia aqui utilizada não seja suficiente para entender
todos os fenômenos relacionados ao processo de investigação. Sendo assim, os procedimentos
e as técnicas aplicadas podem apresentar limitações.
3.4 CRITÉRIOS PARA ANÁLISE
Foi realizada a análise da produção acadêmica identificada com o tema nos Anais do
Enecult, envolvendo aspectos relevantes e pertinentes à elucidação do problema da pesquisa.
Os resultados encontrados nesta análise são discutidos no quarto capítulo desta Dissertação.
No primeiro filtro, identificou-se cem trabalhos do Enecult na referida área temática,
por ano do evento. Utilizou-se a Lei de Lokta para indicar a produtividade dos pesquisadores
através de aspectos, tais como, distribuição por gênero, instituição a que se vinculavam e
titulação apresentada.
Num segundo filtro, dentre os cem trabalhados selecionados, também por ano do evento,
foram levados em conta trabalhos que, mesmo sem utilizar claramente o termo “gestão
cultural”, discorriam sobre o assunto. Dessa forma, identificou-se apenas 36 trabalhos tratando,
em seu conteúdo, de gestão cultural. Em relação a estes, tentou-se descobrir uma possível rede
de pesquisadores. Complementarmente, analisou-se aspectos como: natureza da metodologia
aplicada, técnicas de pesquisa declaradas e os tipos das fontes utilizadas nas referências dos
trabalhos.
45
4 PANORAMA DA PRODUÇÃO INTELECTUAL SOBRE GESTÃO CULTURAL NOS
ANAIS DO ENECULT
Este capítulo visa apresentar os resultados do estudo bibliométrico realizado nos Anais
do Enecult e analisar aspectos da produção acadêmica sobre gestão cultural no período de 2005
a 2014.
Pretendeu-se conhecer a inserção da gestão cultural no principal evento de cultura
realizado no Brasil, o Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (ENECULT), com
base no exame da produção acadêmica publicada nos Anais respectivos. Buscou-se apontar o
que vem sendo produzido sobre gestão cultural a partir de uma leitura dos trabalhos publicados
nos referidos Anais. Quer-se entender o que esta produção revela do ponto de vista de sua
pertinência, representatividade e contribuição, para o desenvolvimento de pesquisas em gestão
cultural. Procurou-se verificar se essa produção tem sido capaz de construir conhecimentos
científicos cumulativos suficientes para auxiliar o desenvolvimento dessa temática.
A diretriz de sistematizar a produção acadêmica, a partir dos Anais do Enecult, tem a
ver com a verificação do que trata essa produção, como são apresentados os trabalhos, o que
eles traduzem e indicam a respeito desse campo.
4.1 RESULTADOS DA PESQUISA
O quadro 1 expõe a distribuição dos trabalhos por ano do Evento, e os selecionados
dentro da área temática “Formação, Gestão e Produção Cultural”.
Quadro 1 – Distribuição dos trabalhos por ano do evento
Evento Total dos
trabalhos
Trabalhos*
Selecionados
I Enecult/2005 50 5
II Enecult/2006 40 3
III Enecult/2007 146 9
IV Enecult/ 2008 184 18
V Enecult/2009 246 9
VI Enecult/2010 421 11
VII Enecult/2011 364 8
VIII Enecult/2012 220 10
46
Quadro 1 – Distribuição dos trabalhos por ano do evento
(Continuação)
IX Enecult/ 2013 235 12
X Enecult/ 2014 238 15
TOTAL 2.144 100
Fonte: A autora (2015).
*Área temática: formação, gestão e produção cultural.
Gráfico 1 – Distribuição dos trabalhos por ano do evento
Fonte: A autora (2015).
Foram identificados 100 trabalhos na área temática “Formação, Gestão e Produção
Cultural”, estabelecida pelo Enecult. Utilizou-se, como filtro, a presença do termo “gestão
cultural”, seja no título, no resumo ou nas palavras-chave dos trabalhos. Além disso, foram
também levados em conta trabalhos que, mesmo sem utilizar claramente o termo “gestão
cultural”, discorriam sobre o assunto.
Relacionam-se no apêndice A os cem trabalhos publicados na área temática “Formação,
Gestão e Produção Cultural”. Dentro deles buscaram-se os diversos entendimentos do conceito
de gestão cultural. Constatou-se a falta de pesquisas nesta linha. Procurou-se estabelecer, em
um primeiro momento, uma relação mais simples e direta que possibilitasse o prosseguimento
posterior em bases mais complexas de análise.
Observou-se que nos dois primeiros Enecults os trabalhos não eram classificados
conforme a área temática destacada.
50 40146 184 246
421 364220 235 238
2.144
5 39
18
9 11 8 10 12 15
100
0
20
40
60
80
100
120
0
500
1000
1500
2000
2500
Área Temática Formação, Gestão e Produção Cultural Trabalhos Selecionados
47
Os três quadros e gráficos apresentados a seguir revelam um inventário quantitativo dos
aspectos bibliométricos da produção acadêmica referente ao universo dos cem trabalhos
selecionados.
Quadro 2– Distribuição dos trabalhos por Instituição
Fonte: A autora (2015).
Instituição Quantidade
trabalhos UFBA 24
UFF 8
UFRJ 7
UFPA 5
UFPE 5
IFRJ 4
UFMG 4
UFPB 4
UNIFOR 4
UESC 3
EBAPE-FGV 2
IBGE 2
IFRJ 2
IFRN 2
UECE 2
UFAL 2
UFCG 2
UFES 2
USP 2
ESPM 1
FCRB 1
IFRRJ 1
PUC-MINAS 1
SECULT-CE 1
SENAC-SP 1
SESC-SP 1
UB/ESPANHA 1
UFABC 1
UFPR 1
UNESP 1
UNICAMP 1
UNR/ARG 1
UNVM/ARG 1
TOTAL 100
48
Gráfico 2 – Distribuição dos trabalhos por Instituição
Fonte: A autora (2015).
Tal distribuição revela que as pesquisas brasileiras são desenvolvidas principalmente
em instituições públicas.
O primeiro nível de análise identificou a distribuição dos pesquisadores por gênero
(quadro 3 e gráfico 3) e por titulação (quadro 4 e gráfico 4).
Quadro 3 – Distribuição dos pesquisadores por gênero
Sexo Quantidade Percentual
Feminino 80 65,04
Masculino 43 34,96
Total 123 100,0
Fonte: A autora (2015).
Gráfico 3 – Distribuição dos pesquisadores por gênero
Fonte: A autora (2015).
24
8 7 5 5 4 4 4 4 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
100
0
20
40
60
80
100
120
80
43
123
0
20
40
60
80
100
120
140
Feminino Masculino Total
49
Como se pode notar, a rede de pesquisadores tem, aproximadamente, 65% de pessoas
do gênero feminino. Isto parece indicar uma maior afinidade das mulheres pela temática da
cultura.
Quadro 4 – Distribuição dos pesquisadores por titulação
Titulação Quantidade
Graduação 20
Especialização 10
Mestrando 31
Mestre 21
Doutorando 10
Doutor 31
Total 123
Fonte: A autora (2015).
Gráfico 4 – Distribuição dos pesquisadores por titulação
Fonte: A autora (2015).
A titulação acadêmica dos pesquisadores compreende principalmente graduandos,
mestrandos e doutorandos. Os mestrandos são, na sua grande maioria, pesquisadores associados
a mestres e doutores.
A seguir, apresenta-se a produção acadêmica sobre Gestão Cultural, identificada e
analisada em 36 trabalhos, conforme já explicitado no capítulo 3, que trata dos critérios
utilizados na metodologia.
20
10
31
21
10
31
123
0
20
40
60
80
100
120
140
Graduação Especialização Mestrando Mestre Doutorando Doutor TOTAL
50
Quadro 5 – Trabalhos selecionados x trabalhos analisados
Evento Trabalhos*
Selecionados
Trabalhos*
Analisados
I Enecult/2005 5 0
II Enecult/2006 3 0
III Enecult/2007 9 5
IV Enecult/ 2008 18 4
V Enecult/2009 9 6
VI Enecult/2010 11 6
VII Enecult/2011 8 0
VIII Enecult/2012 10 4
IX Enecult/ 2013 12 6
X Enecult/ 2014 15 5
TOTAL 100 36
Fonte: A autora (2015).
*Área temática: formação, gestão e produção cultural.
O gráfico 4 expõe a distribuição dos trabalhos selecionados e os analisados por ano do
Evento, dentro da área temática “Formação, Gestão e Produção Cultural”.
Gráfico 5 – Trabalhos selecionados x trabalhos analisados
Fonte: A autora (2015).
5 39
189 11 8 10 12 15
100
0 05 4 6 6
0 4 6 5
36
0
20
40
60
80
100
120
Trabalhos Selecionados Trabalhos Analisados
51
Do total dos cem trabalhos selecionados, apenas 36 foram analisados, por estarem
tratando de gestão cultural. Estes estão, a seguir, discriminados por ano do evento e são
relacionados no Apêndice A.
No I Enecult (2005), identificou-se a produção de cinco trabalhos que no seu título
focalizavam a gestão da cultura no âmbito dos exercícios de governos estaduais e municipais
do Estado da Bahia.
No II Enecult (2006), com três trabalhos ainda sem delimitação da referida área
temática, encontrou-se uma reflexão sobre políticas culturais, bem como aspectos da gestão da
cultura.
No III Enecult (2007), com nove trabalhos, somente cinco versavam sobre o tema da
gestão cultural, seja tratando da importância da formação de gestores, da criação e
implementação de sistemas municipais e estudais de cultura, seja ainda do perfil dos gestores,
com seus respectivos saberes e habilidades. Outro aspecto focalizado foram as questões
envolvendo os equipamentos culturais.
No IV Enecult (2008), constataram-se dezoito trabalhos com propósitos diversos, sendo
apenas quatro relacionados à temática da gestão cultural, com ênfase na importância da
formação de gestores culturais, bem como dos profissionais envolvidos no gerenciamento dos
indicadores culturais.
No V Enecult (2009), entre os nove trabalhos apresentados, identificaram-se seis que
tratam dos aspectos a seguir indicados: a percepção dos profissionais e alunos; a divulgação de
indicadores por parte do IBGE, no âmbito das políticas públicas de cultura; a gestão cultural
como um instrumento de desenvolvimento; as práticas da gestão aplicadas pelo poder público
na análise dos indicadores municipais; e ainda um diagnóstico da gestão cultural na Província
de Córdoba-Argentina; neste caso, referindo-se ao exame detalhado de uma proposta da
Universidade Nacional de Villa Maria.
No VI Enecult (2010), de onze trabalhos, seis abordam os seguintes aspectos da gestão
cultural: reflexões sobre o programa “cultura viva” e sua articulação com uma proposta
democratizante; a relevância dos centros culturais como principais meios de promoção e acesso
às atividades culturais; as especificidades e problemas no Brasil para a gestão cultural pública;
os potenciais e limites dos arranjos de trabalho no processo colaborativo do campo da cultura;
as questões gerenciais referentes a singularidades desenvolvidas pelos novos modelos de gestão
na área cultural; reflexões sobre o significado dos termos política e gestão cultural como uma
das principais dificuldades no desenvolvimento de estudos neste campo.
52
No VII Enecult (2011), os oito trabalhos publicados tratavam diretamente de questões
voltadas à produção cultural, suas relações com a formação e profissionalização, bem como de
aspectos estratégicos e técnicos relacionados aos projetos culturais.
No VIII Enecult (2012), dos dez trabalhos publicados, quatro abordam a gestão cultural:
a preocupação com a formação de profissionais nas universidades federais; uma análise da
formação de gestores na França; a gestão do programa “cultura viva” nos pontos de cultura de
Curitiba; a importância da articulação entre a gestão cultural e as políticas públicas,
principalmente quanto aos aspectos participativos na relação entre o Estado e a Sociedade Civil
organizada.
No IX Enecult (2013), dos doze trabalhos, seis tratavam diretamente de questões
relacionadas à formação de gestores, contendo uma abordagem teórica embasada na experiência
do campo. Os demais versaram sobre a demanda por diferentes tipos de profissionais; a carência
de espaços de formação e capacitação; os desafios diante da complexidade e ampliação do
campo cultural brasileiro na atualidade.
No X Enecult (2014), dos quinze trabalhos publicados, apenas cinco abordam a gestão
cultural: aspectos de avaliação do funcionamento de um teatro; a formação de público; o cenário
cultural na Bahia, incluída a percepção dos profissionais; a experiência na formação em gestão
cultural; o processo de avaliação na perspectiva das políticas culturais.
Nos 36 trabalhos analisados, foram considerados os seguintes aspectos: a natureza da
metodologia aplicada, as técnicas de pesquisa declaradas, bem como o tipo das fontes utilizadas
nas referências, conforme indicado no quadro 6 e no gráfico 6.
Quadro 6 – Distribuição de trabalhos por metodologia utilizada
Pesquisa Exploratória 7
Pesquisa Descritiva 29
Total de Trabalhos 36
Fonte: A autora (2015).
53
Gráfico 6 – Distribuição de trabalhos por metodologia utilizada
Fonte: A autora (2015).
As estratégias metodológicas se concentram em pesquisas de campo com levantamentos
descritivos ou trabalhos documentais Ou seja, não foi observado um padrão de estudos que
atendesse à principal meta desse tipo de metodologia: a geração de teorias que ajudasse a
compreender questões relacionadas à gestão cultural no ambiente brasileiro.
Quadro 7 – Distribuição de Trabalhos pelas técnicas de pesquisa utilizadas
Técnica Quantidade de
Trabalhos
Ensaio Teórico 4
Estudo de Caso 11
Entrevista 3
Pesquisa Bibliográfica 14
Pesquisa Documental 2
Não declarada 2
Total de Trabalhos 36
Fonte: A autora (2015).
7
29
36
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Pesquisa Exploratória Pesquisa Descritiva Total de Trabalhos
54
Gráfico 7 – Distribuição de Trabalhos pelas técnicas de pesquisa utilizadas
Fonte: A autora (2015).
A maioria dos trabalhos não aborda uma técnica que explique a realidade empírica, o
que revela ausência de base teórica. As pesquisas bibliográficas correspondem à principal
técnica adotada. Se, por um lado, é uma constatação positiva, pois há uma preocupação em
investigar a gestão cultural no contexto no qual ela opera, por outro, as restrições de natureza
metodológica encontradas dificultam o aproveitamento do potencial desse tipo de trabalho.
Uma questão é relativa ao pouco tempo de tradição da pesquisa em gestão cultural no
Brasil. O campo ainda está em processo de consolidação, com a criação e o desenvolvimento
de novas práticas de pesquisa. Há uma perspectiva de melhoria de qualidade, a qual não pode
ser refletida neste trabalho. A limitação da pesquisa evidencia-se em função ter analisado
apenas trabalhos publicados neste evento apenas e, em decorrência disso, os trabalhos
importantes publicados em periódicos no Brasil não foram considerados no escopo dessa
análise.
Quadro 8 – Distribuição dos Trabalhos por tipos de fontes utilizadas nas referências
Fonte Nacional Internacional Total
Livros 181 39 220
Periódicos 24 11 35
Teses 3 1 4
Dissertações 10 - 10
Anais 10 2 12
Links 40 4 44
Total Geral 268 57 325
Fonte: A autora (2015).
4
11
3
14
2 2
36
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Ensaio Teórico Estudo deCaso
Entrevista PesquisaBibliográfica
PesquisaDocumental
Não Declarada Total deTrabalhos
55
Gráfico 8 – Distribuição dos Trabalhos por tipos de fontes utilizadas nas referências
Fonte: A autora (2015).
Os 36 trabalhos foram organizados numa base de dados com 325 referências analisadas,
correspondentes a 220 livros. Considera-se como links todo material utilizado de forma parcial,
como citação direta. Isso leva a uma reflexão importante, pois os trabalhos são apresentados
por pós-graduandos. Observa-se não serem apresentados de forma inédita, ou seja, são
repetições apresentadas na sequência dos anos do Encontro.
De acordo com a natureza das referências, os artigos científicos e trabalhos acadêmicos
são citados apenas, sendo os livros, capítulos de livros nacionais, apresentados em grande
número. Demonstrando a precariedade dos trabalhos, pois esse tipo de literatura ainda continua
a ser pouco utilizada. As dissertações, teses e monografias representam uma percentagem
pequena nas referências, apenas 1%, o que indica que este tipo de documento, com informações
de grande valor para qualquer área, ainda continua a ser pouco utilizado.
Por fim, analisadas nesse contexto, pode-se notar que 20% das referências utilizadas são
de livros e capítulo de livros, constatando que na literatura acadêmica dos artigos apresenta-se
menosprezada a realização de trabalho empíricos.
A análise bibliográfica realizada permitiu verificar as seguintes constatações:
1. O referencial teórico adotado mostra que o termo gestão cultural pode englobar uma
multiplicidade de designações.
050
100
150200
250300
350
181
243 10 10
40
268
3911 1 0 2 4
57
220
354 10 12
44
325
Distribuição os tipos das fontes utilizadas nas referências NACIONAL
Distribuição os tipos das fontes utilizadas nas referências INTERNACIONAL
Distribuição os tipos das fontes utilizadas nas referências TOTAL
56
2. Pode-se identificar também que esse termo é tratado de forma diversa ao se
considerarem as iniciativas nos setores público e privado sem fins lucrativos (Ongs),
como também as do setor privado empresarial.
3. Observou-se que alguns autores, como Teixeira Coelho, Cunha, Barbalho, Leitão e
Rubim enfatizam que as políticas culturais devem investir na organização da cultura
com uma formação e produção que exaltem a inquietação e a inovação. Trata-se da
promoção de uma gestão cultural que possibilite aos gestores apreender e dominar os
mecanismos de criação das artes, a partir do acesso democrático a bens simbólicos,
e vivenciar experiências coletivas.
As considerações a seguir apontam algumas pistas sobre a formação em rede dos
pesquisadores identificados e os entendimentos sobre o problema desta pesquisa, isto é, o que
os pesquisadores sobre o tema acreditam ser a gestão cultural.
4.2 REDE DE PESQUISADORES
As relações em rede que existem entre os pesquisadores que participaram do Encontro
revelam que o número de pesquisadores da área é pequeno, com produção insuficiente e os
trabalhos são desenvolvidos de forma fragmentada e descontínua.
É interesse dessa pesquisa atender aos objetivos específicos que são: identificar
parâmetros atuais de uso de redes como instrumento facilitador e promotor de pesquisa e avaliar
caminhos para a formação de grupos informais de pesquisadores.
A análise dos 36 trabalhos correspondentes a 67 pesquisadores, dividiu tais
pesquisadores em duas categorias: 12 assíduos; 55 ocasionais. Identificam-se como assíduos
aqueles que publicam de duas ou mais vezes no Evento, e ocasionais os que tem apenas uma
única participação em todo período analisado.
Propõe-se que sejam identificadas formas de produção científica que visem à ampliação
da qualidade das pesquisas, mediante contato permanente entre os participantes individuais e
os grupos de pesquisas.
Para facilitar futuras conquistas: a identificação das áreas e subáreas de interesse dos
pesquisadores; o contato e a troca permanente entre os pesquisadores. Uma das alternativas para
a organização em redes informais; tal modelo pode agregar pesquisadores e facilitar a troca de
conhecimentos, a crítica compartilhada, com maior aprofundamento no conteúdo, e a aplicação
dos trabalhos.
57
Observam-se algumas iniciativas isoladas e bem sucedidas em termos de forma e
conteúdo dos relacionamentos. Este trabalho não consegue determinar com precisão as
mudanças e suas extensões.
Fica evidenciado que a colaboração entre pesquisadores ainda é um processo incipiente
e que, quando ocorre, estabelece-se inicialmente dentro da própria instituição. Foi possível
identificar que, tanto na questão eletiva de coautores como no favorecimento de relações para
produção científica, essas se encontram centradas nas orientações e grupos de pesquisa,
restringindo-se a um caráter institucional, não favorecendo as relações com outros programas e
internacionalmente.
Para esse fim, a formação de redes pode ser incentivada por estudos que identifiquem
ainda mais os efeitos de suas formas e conteúdos, à proporção que se desenvolvem e se
enraízam; e, também, por meio do resultado do trabalho de alguns pesquisadores inovadores,
que acreditam na força das relações e da confiança entre as pessoas, sejam estas profissionais
ou acadêmicos.
4.3 ENTENDIMENTOS SOBRE GESTÃO CULTURAL
Na análise dos 36 (trinta e seis) trabalhos selecionados, partiu-se da necessidade de
encontrar uma definição clara do que vem tratando essencialmente esse campo, verificando se
esses assuntos são indicadores de que essa produção mostra uma variedade de assuntos
abordados, ratificando o argumento desta pesquisa que afirma não se ter clareza quanto ao que
seja gestão cultural.
Uma questão norteadora da pesquisa foi buscar, nos trabalhos, o entendimento do que
venha a ser gestão cultural. Em geral a definem como um campo novo de trabalho; um campo
profissional onde se associam diferentes processos de formação que contribuem para a
profissionalização do setor; como um conjunto de processos que engloba a gestão financeira,
de processos, de recursos humanos e de produção; como um conjunto de ações de organização
pública ou privada destinado a atingir determinados objetivos planejados.
Além de associar a gestão cultural como dimensão para o desenvolvimento estratégico,
local e regional, também é a que produz informação ou realiza diagnóstico e documenta a
experiência para socializar o conhecimento. Alguns a veem como instrumento de
desenvolvimento e opção de estratégia de desenvolvimento local. Há uma tentativa de elucidar
uma confusão conceitual entre gestão e política cultural: a política cultural dedica-se aos
princípios, meios e fins responsáveis por nortear as ações, enquanto a gestão cultural preocupa-
58
se com a organização dos meios disponíveis para execução daqueles princípios e fins; portanto,
ela faz parte do processo da política cultural. Nos demais trabalhos ocorre a utilização do termo
gestão cultural sem qualquer preocupação com uma definição.
Um dos pontos bastante presentes em 18 (dezoito) dos trabalhos publicados sobre a
temática da formação em gestão cultural é a importância singular, que vem em crescente
ascensão, da necessidade de qualificação do profissional do setor cultural.
Para Menenguci (2009, p.12) “A gestão cultural, como profissão em desenvolvimento
e formação, é um campo eminentemente aberto e que de certo comporta diálogos
interdisciplinares.” Segundo Cunha (2007, p. 8), “Ao longo da formação do gestor cultural
como organizador da cultura utilizaram-se os seguintes termos: administrador cultural; agente
cultural; mediador cultural; e programador cultural.” E também Ghezzi (2014, p.4) afirma que
a formação em gestão cultural “Trata-se de uma função qualificada para atender às demandas
dos projetos de artistas e produtores. A formação sistemática e o reconhecimento dos pares é
uma consequência do crescimento deste mercado de trabalho”.
A configuração do perfil dos gestores culturais divide-se em três momentos. O primeiro
momento caracterizou-se, nos anos 1980, por uma aprendizagem de forma autodidata que
associava a prática cultural com a criação artística. O segundo marcou, nos anos 90, a expansão
do mercado de trabalho de profissionais do campo cultural. Disso resultou a necessidade de
realização de cursos, seminários e palestras, e um processo de constituição, delineamento e
reconhecimento profissional. O terceiro momento se dá na primeira metade do século XXI,
onde a prática gerava a necessidade de uma reflexão sistemática sobre as habilidades do gestor
para o exercício da gestão cultural.
Para delinear um perfil do gestor cultural considerou-se importante a capacidade de
intermediar e viabilizar o diálogo entre os que integram o campo cultural. Isto caracteriza uma
das atribuições do gestor cultural. Espera-se que este seja o profissional que estuda os métodos
e técnicas da administração de projetos e que também seja conhecedor da política e da natureza
do fenômeno cultural. É por tudo isto que se considera fundamental, para definir o perfil do
gestor cultural, conhecer a importância do contexto social no qual está inserido.
59
4.4 SÍNTESE DOS RESULTADOS
Os dados levantados indicam que essas produções apresentaram essencialmente relatos
de pesquisa em andamento ou recentemente concluídas, o que demonstra um espaço aberto para
a discussão e aprofundamento teórico com vistas à formulação de bases metodológicas de
pesquisa no campo da gestão cultural.
A análise dos trabalhos por ano do Encontro sugere que eles revelam uma tendência em
apresentar de forma pontual o andamento de pesquisas e/ou propostas de reflexões apoiadas na
observação do campo profissional do gestor cultural.
Constatou-se ainda um aumento relativo de pesquisadores de diferentes áreas de
conhecimento, bem como uma demanda de pesquisas a serem realizadas, tratando
especificamente da importância da formação de gestores culturais. Evidenciaram-se, nestes
trabalhos, pesquisas recém-concluídas ou ainda em processo, com a participação expressiva de
mestrandos e doutorandos.
A leitura dos trabalhos apresentados no Enecult permite afirmar uma característica
comum a todos eles: os que abordam a gestão cultural ocorrem em número bem menor, não
havendo preocupação com metodologias adequadas a análises em profundidade, por falta de
uma concepção teórica e conceitual precisa. Identificou-se nos pesquisadores que estudam este
campo, ainda em formação, uma fragilidade no uso do termo gestão cultural. Neste tema
observa-se uma produção muito pequena.
O objetivo do presente trabalho foi descrever e analisar o perfil da produção científica
em Gestão Cultural no período de 2005 e 2014. Os resultados sugerem evidências de que a
literatura está voltada para as pesquisas empíricas, fato que pode ser explicado pela valorização
desse tipo de pesquisa no ambiente atual. Quanto ao veículo de divulgação, verificou-se uma
baixa representatividade da divulgação de artigos em revistas. O ano que teve o maior número
de publicações foi o de 2008. Os Estados da Bahia e do Rio de janeiro apresentaram o maior
número de publicações, conforme observado nos trabalhos de Costa et al (2010), Lacerda
(2010), Mello (2011). Observou-se também uma desproporção entre as referências nacionais e
internacionais, indicando que a literatura estrangeira está sendo pouca utilizada nos trabalhos.
Verificou-se ainda que o procedimento metodológico mais utilizado foi a pesquisa
bibliográfica, também verificada no estudo de Juliano (2010).
Este tipo pesquisa não permite a generalização dos resultados. Tem-se se que o tamanho
da amostra é pequeno dentro do universo de trabalhos publicados no Evento. Logo, sugere-se
60
uma pesquisa posterior com uma amostra mais abrangente. Caso os resultados sejam os
mesmos, pode-se fazer uma inferência com mais segurança.
61
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo examinam-se os objetivos do trabalho à luz da análise geral dos dados,
tendo em vista o objetivo de aprofundar o entendimento da produção acadêmica. As
informações obtidas pela pesquisa foram confrontadas com os conceitos extraídos da Literatura
pertinente. Apontam-se também algumas ideias conclusivas e sugestões para pesquisas futuras.
Esta Dissertação identificou, classificou e sistematizou a produção acadêmica sobre a
Gestão Cultural referenciada ao contexto brasileiro. Foram definidos alguns desdobramentos,
sendo o principal deles um estudo bibliométrico da produção acadêmica em Gestão Cultural
publicada nos Anais do Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult). Tem-se
a pretensão de contribuir para o conhecimento do Estado da Arte sobre Gestão Cultural. Todos
os dados desta pesquisa foram selecionados, tratados e organizados com vistas a abrir caminho na
busca de uma resposta para o problema proposto.
Em face ao problema e aos objetivos da pesquisa, é válido afirmar ser importante o papel
do pesquisador na busca de um aprofundamento do estudo da gestão cultural. Contribui-se dessa
forma para a construção de bases teóricas e metodológicas de pesquisa adequadas à
investigação neste tema. O que chama a atenção é o fato de os pesquisadores, em sua grande
maioria, não reconhecerem esta importância.
Esta Dissertação apresentou algumas contribuições sobre Gestão Cultural. São
retomadas aqui algumas delas. A primeira contribuição está em disponibilizar base de dados a
respeito da produção acadêmica sobre Gestão Cultural publicada nos Anais do Enecult nos dez
últimos anos. A Dissertação pode propiciar aos pesquisadores a oportunidade para aprimorar,
atualizar, complementar e principalmente, implantar um processo de debates.
A seguir são apresentados em destaque alguns resultados da análise até aqui
desenvolvida:
1. De um total de 2.144 trabalhos publicados, apenas 36 deles versaram sobre gestão
cultural. Isto evidencia uma pequena produção acadêmica sobre o tema.
2. A análise da produção acadêmica pode apontar alguns resultados relevantes, em que
pesem as limitações metodológicas deste estudo e do seu caráter preliminar.
3. O exame do referencial teórico revela que a designação gestão cultural engloba uma
multiplicidade de temas.
4. Somente 10 dissertações foram objeto de citação nos trabalhos analisados. Mesmo
assim, não tratam da definição de gestão cultural, o que indica haver espaço amplo
para o exercício de reflexões dessa natureza.
62
5. Pode-se identificar a Gestão Cultural como novo campo de trabalho relacionado com
a formação de gestores culturais.
6. No âmbito dos trabalhos analisados predominam pesquisas recém-concluídas ou
ainda em processo, com a participação expressiva de mestrandos e doutorandos. Este
fato evidencia não haver esforço de continuidade de pesquisa.
7. Por falta de concepção teórica suficiente os trabalhos não apresentaram metodologias
adequadas a análises em profundidade,
8. Identificou-se nos pesquisadores que estudam este campo, ainda em formação, uma
fragilidade no uso do termo gestão cultural;
9. Os trabalhos encaram a Gestão Cultural ainda como um mero instrumento para o
desenvolvimento, local e regional;
10. Os trabalhos têm variados enfoques que tratam, em sua maioria, de outros aspectos
que não a definição da gestão cultural. Isto deixa clara a necessidade: de pesquisas
em profundidade sobre a gestão cultural.
Em pesquisas futuras é necessário haver um esforço de construção de teorias aplicáveis
operacionalmente nos diversos níveis de análise. Neste sentido faz-se necessária a proposição
de projetos com arcabouço teórico-metodológico multidisciplinar e multiparadigmático,
utilizando um processo de triangulação de teorias, métodos e técnicas de pesquisa.
Como trabalho futuro, podem ser realizados aprofundamentos por meio de uma pesquisa
mais abrangente, com uma base de dados mais ampla, para permitir comparações.
Nas referências bibliográficas apresentam-se elementos que podem permitir estudos
mais amplos sobre o tema. Acredita-se que esta pesquisa pode contribuir para um melhor
entendimento da temática da gestão cultural. Não se pretendeu, contudo, oferecer conclusões
definitivas.
63
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MELLO, Ugo Barbosa de. Currículos e práticas pedagógicas: a formação dos profissionais de
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PICCOLO, Fernanda; SILVA, Maria da Glória Santos. As motivações na escolha da formação
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RAMOS, Mayra Ferreira; PANTOJA, Gleidson Alves. PROLUAMIM-Projeto
Profissionalizante Luamim e os grupos artísticos dos Bairros Guamá e Terra Firme em
Belém/PA.
SALES, Lilian Sarmento. A produção cultural como resistência ao regime militar.
SANTOS, Elisabeth; BISPO, Danielle; OLIVEIRA, Lhayenny; DOURADO, Débora
Coutinho; MARIZ, Luiz Alberto. A formação do produtor cultural em Pernambuco.
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IX ENECULT 2013 – Salvador /Bahia, de 11 a 13 de setembro de 2013.
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GONÇALVES DA COSTA, Heloisa Helena. A sociedade e os museus se transformam.
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Granel e o impacto na produção de filmes na Paraíba.
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SARAVIA, Enrique; FIGALE, Juliane; PIMENTA, Roberto da Costa. Capacitação de gestores
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CERQUEIRA, Amanda P. Coutinho de. O trabalho artístico na narrativa dos músicos (In)
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FICHEIRA, Carolina Marques Henriques. Captação de recursos: incentivo fiscal, mercado
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GADELHA, Rachel, BARBALHO, Alexandre. Política e Produção Cultural no Ceará.
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entrelaçada.
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RIBEIRO, Melissa. Acessibilidade Cultural Pelo Olhar De Uma Terapeuta Ocupacional: Relato De
Experiência.
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APÊNDICE B - EIXOS TEMÁTICOS E COMISSÃO CIENTÍFICA
A apresentação de trabalhos (artigos) no ENECULT ocorreu em 14 eixos temáticos do evento.
Cada eixo temático possui pelo menos um(a) coordenador(a) e avaliadores(as), professores(as)
doutores(as), convidados(as) para compor a Comissão Científica do encontro. A discriminação
abaixo destaca, como critério principal de busca, trabalhos localizados no eixo temático:
FORMAÇÃO, GESTÃO E PRODUÇÃO CULTURAL. Salienta-se que a organização destes
eixos passou por um processo constante de crescimento e aperfeiçoamento.
1-CULTURAS DIGITAIS
Macello Medeiros (UFRB) – Coordenação Andre Holanda (UFBA) Bruno Pedrosa Nogueira (UFPE) Cláudio Xavier (UNEB) Fernando Firmino da Silva (UEPB) Karla Brunet (UFBA) Aceita trabalhos que discutam a cultura digital no Brasil e exterior, bem como artigos que promovam uma visão crítica do relacionamento da arte, cultura e tecnologia. Trabalhos sobre cultura e inclusão digital, capacitação em cultura digital, arte e cultura digital, conceito de commons, direitos autorais, cultura livre, mídia livre, software livre como ferramenta cultural, plataformas P2P e cultura, estudos etnográficos em cultura digital, experimentação tecnológica cultural, produções e manifestações artístico-culturais no digital serão admitidos.
2-CULTURAS E AMÉRICA LATINA
Carlos Bonfim (UFBA) e Daniele Canedo (UFRB) - Coordenação Diana Araujo Pereira (UNILA) Lia Pinheiro Barbosa (UECE) Roseli Barros Cunha (UFC)
Visa contribuir com os debates sobre as dinâmicas atuais das culturas nessa região. Contempla relatos de pesquisas e de experiências relacionadas ao espaço cultural latino-americano contemporâneo: perspectivas teóricas, indagações estéticas e políticas; agentes e agendas; processos de integração regional.
3-CULTURAS E ARTES
Djalma Thurler (UFBA) e Gisele Nussbaumer (UFBA) - Coordenação
Alejandra Muñoz (UFBA) Danillo Barata (UFRB) Gilsamara Moura (UFBA) Guilherme Maia (UFBA) Lúcia Helena Alfredi de Matos (UFBA) Luiz Carlos Laurentiz (UFU) Maximiliano Torres (UERJ) Nadja Vladi (UFRB) Pedro Simonard (UNIT) Walcler Mendes Júnior (UNIT) Wilson Coêlho Pinto (SESC)
Aceita trabalhos que discutam arte e representação social. Arte e diversidade cultural. Arte e cultura estética. Arte como espaço de construção e desorganização de fronteiras entre o erudito e o popular. Tradição e contemporaneidade nas manifestações artísticas: literatura, dramaturgia, dança, encenação, artes visuais, performance, moda e intervenção urbana.
Fonte:/ http://www.cult.ufba.br/enecult
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4-CULTURAS E DESENVOLVIMENTOS
Mariella Pitombo (UFRB) e Carmem Lima (UNEB) - CoordenaçãoAna Flávia Machado (UFMG) César Bolaño (UFS) Cláudia Sousa Leitão (UFMG) Julia Bloomfield Gama-Zardo (PUC/RJ) Luciana Lima Guilherme (UFRJ)
Acolhe trabalhos sobre a relação entre cultura e desenvolvimento, tais como: estudos sócio-econômicos da cultura, economia da cultura, economia criativa, indústrias criativas, cidades criativas, indústrias culturais, indicadores culturais, estatísticas culturais, diversidade cultural e desenvolvimento, consumo de bens e serviços culturais, comércio internacional de bens e serviços culturais, cultura e propriedade intelectual.
5-CULTURAS E INFÂNCIA
Clarissa Braga (UFBA) e Vera Lúcia da Encarnação Bacelar (UFBA) - Coordenação Flávio José Gomes de Queiroz (UFBA) Leila Franca (UFBA) Marise Berta Souza (UFBA)
O grupo de trabalho pretende reunir pesquisadores que desenvolvam projetos sobre a cultura na e da infância; a interlocução dos diversos saberes e das práticas culturais na formação da criança; jogos, brincadeiras e práticas infantis que contribuam para a formação do sujeito; registros orais, visuais e audiovisuais e seus significados; a dinâmica social e cultural, tendo a criança como protagonista.
6-CULTURAS E NARRATIVAS AUDIOVISUAIS
Marinyze Prates (UFBA) e Maurício Matos (UFBA) - Coordenação Claudio Cledson Novaes (UEFS) Elizabeth Ramos (UFBA) Mahomed Bamba (UFBA) Maria do Socorro Carvalho (UNEB) Maurício Bragança (UFF) Sayonara Amaral de Oliveira (UNEB) Vanessa Brasil Rodríguez (UNIFACS)
Acolhe trabalhos que analisam as representações construídas por meio de narrativas audiovisuais plasmadas em diversas linguagens (cinema, televisão, vídeos, etc.), constituintes das práticas de significação e dos sistemas simbólicos por meio dos quais os significados são produzidos; contempla, igualmente, estudos que refletem sobre o caráter arbitrário e indeterminado das representações culturais e suas complexas ligações com as relações de saber/poder.
Fonte: http://www.cult.ufba.br/enecult
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7-CULTURAS, GÊNEROS E SEXUALIDADES
Leandro Colling (UFBA) - Coordenação
Alinne Bonetti (UNIPAMPA) Anselmo Peres Alós (UFSM)
Camilo Braz (UFG) Fernando Altair Pocahy (UFRGS)
Larissa Pelucio (UNESP)
Aceita trabalhos que analisam as relações entre gêneros, sexualidades e as culturas. Discussões contemporâneas sobre os diversos gêneros e sexualidades. Análises de produtos culturais sobre as representações dos gêneros e das sexualidades. Discussão sobre as políticas públicas e indenitárias para o respeito à diversidade sexual e de gênero.
8--CULTURAS E MÍDIAS Daniela Matos (UFRB) e Jussara Maia (UFRB) - Coordenação Fernanda Salvo (UFMS) Flavia Garcia Rosa (UFBA) Irene Rocha Kalil (IFF/FIOCRUZ) Jorge Cardoso Filho (UFRB) Lilian Reichert Coelho (UFSB) Nadja Vladi (UFRB) Renata Rocha (UFBA) Rennatn Mafra (UFV) Sandra Maria Lucia Pereira Gonçalves (UFRGS) Zulmira Nóbrega (UFPB)
Contempla trabalhos relacionados à reflexão sobre o campo midiático e a experiência na contemporaneidade. A relação entre mídia e as diversas dimensões da vida social: política, religião, economia etc. Produção de sentidos e mídia: produção, circulação e interpretação dos produtos midiáticos.
9- MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS E TERRITÓRIOS
José Roberto Severino (UFBA) e Milton Moura (UFBA) - Coordenação
Clara Dornelles (UNIPAMPA) José Bento Rosa da Silva (UFPE)
Natalia Silva Coimbra de Sá (UNEB) Raquel Als Venera (UNIVILLE) Zilda Iokoi (USP)
O objetivo do grupo é o de reunir reflexões acerca da produção das representações das diferenças relacionadas aos territórios e seus usos. Acolhe trabalhos que façam a análise de eventos, dos processos de produção e das políticas culturais para a identidade e o território. Sua justificativa está ligada ao fenômeno da contemporaneidade, que comprime espaço e tempo, forçando a novas formações discursivas no âmbito do pertencimento. Tal perspectiva exige um olhar inter/multi/transdisciplinar, e os trabalhos podem focar sobre os usos cotidianos e as diferentes representações do pertencimento, as tensões territoriais, os limites da territorialização das culturas nos fluxos migratórios, os conflitos e dissensos no espaço público, as possibilidades de intervenções urbanas e de diferentes experiências migratórias contemporâneas através de museus, arquivos e instituições de memória, bem como os usos dos novos meios nos processos de aproximação e redefinição das narrativas de pertencimento.
10+CULTURAS, RELIGIÕES E ETNICIDADE
José Roberto Severino (UFBA) e Milton Moura (UFBA) - Coordenação
Clara Dornelles (UNIPAMPA) José Bento Rosa da Silva (UFPE)
Natalia Silva Coimbra de Sá (UNEB) Raquel Als Venera (UNIVILLE) Zilda Iokoi (USP)
Acolhe trabalhos que analisam, de forma (inter/trans/multi)disciplinar, representações etnicorraciais ou
religiosas em produções textuais (literárias ou não-literárias), musicais, visuais ou audiovisuais. Abrange
ainda pesquisas (conceituais, etnográficas e/ou históricas) que focalizem modos religiosos de produção
da cultura no Brasil. Por fim, integram esta área os estudos sobre: mídia e racismo; identidades
etnicorraciais e políticas afirmativas (oficiais e não-oficiais) no Brasil; representações afrodiaspóricas
nas produções culturais brasileiras; as relações das significações religiosas com outras esferas, tais
como práticas de saúde, consumo ou turismo; os sentidos religiosos na formação de identidades
(pessoais ou coletivas).
Fonte:/ http://www.cult.ufba.br/enecult
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11-DIVULGAÇÃO CULTURAL, COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA E CIDADANIA
Adriano Sampaio (UFBA) e Laura Bezerra (UFRB) - Coordenação
Deolinda Vilhena (UFBA) Giovandro Ferreira (UFBA) Leonardo Costa (UFBA)
Nadja Vladi (UFRB)
Acolhe artigos sobre as estratégias de visibilidade e acesso aos bens materiais e simbólicos, além de trabalhos que tenham como objetivo discutir, aprimorar e/ou revisitar metodologias e ferramentas de comunicação estratégica para a divulgação de ações culturais. Busca, ainda, receber estudos sobre as atividades desenvolvidas por agentes culturais - tanto do poder público como da iniciativa privada e da sociedade civil organizada - que busquem promover o direito à comunicação e à cultura, mediante o acesso aos bens de produção, mediação e consumo, por intermédio do exercício da cidadania.
12-FORMAÇÃO, GESTÃO E PRODUÇÃO CULTURAL
Adriano Sampaio (UFBA) e Laura Bezerra (UFRB) – Coordenação
Giovandro Ferreira (UFBA) Leonardo Costa (UFBA) Nadja Vladi (UFRB) Deolinda Vilhena (UFBA)
O grupo traz como objeto de discussão assuntos relacionados ao campo da organização da cultura; a formação em gestão cultural; os fundamentos e as singularidades do gerenciamento na área da cultura; estudos de caso sobre produção cultural estatal e em instituições da sociedade civil organizada; configurações do campo de produção cultural e seus momentos constitutivos.
13-PATRIMÔNIOS CULTURAIS E MEMÓRIAS
Adalberto Santos (UFBA) e Thaís Brito (UFRB) - Coordenação Cacilda Ferreira dos Reis (IFBA) Francisca Marques (UFRB) Francisco Antonio Nunes Neto (UFSB) Francisco Antônio Zorzo (UFBA) Heloisa Helena Costa (UFBA) Janio Roque Barros de Castro (UNEB)
Contempla trabalhos do patrimônio cultural material e imaterial e da memória social, que possam fornecer elementos para a definição e redefinição de políticas públicas no campo da cultura e que expressem a capacidade do ser humano de sobreviver no meio em que vive, constituindo-se em registro da história da cidade, país, nação e da vida das pessoas.
14-POLÍTICAS CULTURAIS
Alberto Freire (FTC) e Albino Rubim (UFBA) - Coordenação
Alexandre Barbalho (UECE) Daniele Canedo (UFRB) Fernando José Reis De Oliveira (UESC) José Márcio Barros (PUC-MINAS) Leonardo Costa (UFBA) Lia Calabre (FCRB) Mariella Pitombo Vieira (UFRB)
Acolhe trabalhos teórico-conceituais e/ou analíticos sobre políticas culturais que tratam de diversas dimensões, tais como: noções utilizadas; formulações, ações e objetivos; atores envolvidos; públicos pretendidos; recursos humanos, materiais, financeiros e legais acionados; sistematicidade, interfaces e transversalidades. Abrange políticas para a criação, difusão, circulação, cooperação, reflexão, preservação, recepção, produção
Fonte:/ http://www.cult.ufba.br/enecult